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2 Relatรณrio de Estรกgio


“COMPUTERS ARE TO DESIGN AS MICROWAVES ARE TOO COOKING.” Milton Glaser

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INT R ODU ÇÃO

Neste estado da arte auto propus-me a

essencialmente o Design de Comunicação e

abordar as áreas que mais desenvolvi durante o estágio

consequentemente o Branding. Essa informação pode

e relacioná-las com as influências criativas que fui

ser lida mais concretamente na página (23) onde explico

recebendo ao longo dos três meses desta experiência.

concretamente quais os meus objetivos e motivos que

As influências às quais me refiro são essencialmente

me levaram a escolher o estágio que escolhi. Lá refiro

reflexo da cidade onde estagiei, mas também um pouco

que um dos motivos que me motivou a ir para a 4por4

do modus operandi das pessoas que fui conhecendo.

foi, entrou muitos outros, estabelecer contato passivo

com o Webdesign, no entanto no estado da Arte optei

O meu objectivo passou por alargar o meu

conhecimento em diferentes áreas que despertaram o

por não enveredar por essa área pelo simples motivo

meu interesse e consequentemente melhorar a minha

que as noções foram apenas passivas, ou seja não

abordagem criativa aos projetos .Tudo isto sempre com

desenvolvi qualquer trabalho nessa área,apenas tive

o intuito de aumentar o meu leque de soluções para

acesso a algumas nuances importantes.

obter resultados mais interessantes e completos. As áreas que abordei ativamente no estágio foi

4 Relatório de Estágio


Em sentido oposto este estado da Arte foca-se

meio urbano ou até aos recursos utilizados.

sobretudo nas áreas Design de Comunicação e Branding

Por último uma terceira fase de análise onde apresento

e a sua possível relação com a Street Art, área pela qual

exemplos de sucesso, que se tornaram referência por

despertei totalmente durante a minha estadia no Porto. É

conjugarem exatamente as áreas que abordo. Exemplos

exatamente na conjugação destas áreas que foco o meu

como Shepard Farey e o seu processo de divulgação do

estado da arte, numa primeira fase contextualizando

projecto “Obey the Giant”, campanhas da marca Adidas

historicamente todas estas áreas - A origem, o

recorrendo a street art ou até mesmo o “Hobo Code”

enquadramento social e históricos e referências

são referências que fundamentam este estado da Arte,

pioneiras.

sendo intercaladas com citações de nomes sonantes

destas mesmas áreas, como Roth, Nicholas Ganz, Banksy

Numa segunda fase em que analiso as

diferenças e semelhanças entre as várias áreas que

ou até mesmo o artista Português Vhils.

podem ir do modus operandi, à forma de intervenção no

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A OR IGE M D O G RA F F I T I

O graffiti surge então por volta de 1970 em Nova Iorque pela mão de jovens residentes nos subúrbios da cidade e na forma de assinaturas que se definem como tags, assumindo os seus autores a designação de writers. Traduzindo literalmente, writer significa escritor.

É uma denominação que ganha sentido no

contexto da história do graffiti. Se no início do graffiti tudo o que se tem são tags, o writer é a pessoa que escreve a sua assinatura na rua. O que começou por um simples exercício de escrita, acabou por evoluir para obras de maior complexidade.

Fig 1. Fotografia do interior de uma carruagem d 6 Relatório de Estágio


do metro de New York David Ferreira 7


A explosão do graffiti em Nova Iorque está

relacionada com a publicação de um artigo a 21 de Julho de 1971 no New York Times acerca de TAKI 183: Um adolescente que assinava o diminutivo do seu nome em grego e o número da rua onde vivia. TAKI 183 não foi o pioneiro a fazê-lo mas devido ao facto de ter conseguido levar o seu tag a todas as pontas da cidade rapidamente despertou a curiosidade da comunicação social que acabaram por escrever um artigo sobre ele.

O impacto da publicidade ganha por TAKI graças

a deixar tags por todo o lado onde passava deixou a comunidade adolescente Nova Iorquina toda à procura da fama.

No Outono desse mesmo ano, tendo sido o metro

um dos principais focos de suportes dos tags, o interior das suas carruagens encontrava-se já completamente lotado de assinaturas. Deu-se assim a explosão do graffiti.

Este excesso de informação visual levou os writers

a desenvolverem novas soluções estéticas/estilísticas, formais/ dimensionais e espaciais para conseguirem destaque em deteriorimento dos outros tags.

8 Relatório de Estágio


Fig 2. Jovem a desenhar a sua tag no interior de uma carruagem do metro.

Fig 3. Exterior de uma carruagem do metro com a tag do writer “Taki 183”, o pioneiro da difusão das tags.

Fig 4 . Artigo do jornal “New York Times” onde aborda o fenónemo das tags, especialmente a “ Taki 183”

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A E VOLU ÇÃO

A evolução estilística do tag incluiu obviamente uma

preocupação com a tipografia utilizada. Por norma os tags encontrados nas carruagens do metro eram escritos sem qualquer preocupação estética ao nível tipográfico, então um tag que fosse desenhado em vez de escrito causaria logo muito maior impacto aos olhos do observador. A legibilidade era um factor secundário que muitas vezes acabava desprezado pelos writters, mas sendo o graffiti um movimento extremamente competitivo, o tamanho do tag por outro lado era algo a ter em conta. Quanto maior o tamanho do tag mais vísivel e reconhecível se tornaria.

10 Relatório de Estágio


Fig 5 . Foto de Olivier de Sadeleer, um dos vários exemplos da difusão do graffiti para o exterior em Nova Iorque.

ayok Fig 6 . Artigo do jornal “New York Times” onde aborda o fenónemo das tags, especialmente a “ Taki 183”

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Mas a evolução não se ficou pelo aumento das dimensões e

da estética tipográfica, a localização dos tags tornou-se um factor muito importante. Esgotada a lotação no interior das carruagens dos comboios e metros foi necessário passar para fora delas, permitindo ter acesso a espaços maiores para aplicações mais ambiciosas e com a grande vantagem que as obras de arte estariam em constante viagem, permitindo assim a sua difusão. Uma tag pintada na parte exterior de um comboio poderia viajar pelas linhas férreas dos estados unidos permitindo que inúmeras quantidades de pessoas pudessem visualizá-la dando assim reconhecimento e fama ao seu autor. Dado que não existia internet esta era a melhor forma de fazer chegar os tags o mais longe possível sem qualquer tipo de custos para o writter.

12 Relatório de Estágio


Fig 7 . Comboio difundindo inĂşmeros graffitis e tags de writers diferentes para outros pontos da cidade de Nova Iorque.

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A P ER S EG U I ÇÃO Q U E L E VOU À E X PANSÃO

Nos finais do ano 1972, o excesso de graffiti na rede do metro

de Nova Iorque leva à tomada de medidas, entre elas um programa de limpeza do metro. Durante aproximadamente os 15 anos seguintes dá-se uma luta constante entre os writers que utilizavam o metro como suporte e as autoridades, que eliminavam os graffitis. Foi exatamente durante este período que os graffitis mais evoluíram em termos técnicos e estéticos.

A batalha entre os writers e as autoridades responsáveis

era tão intensa que levou à implementação de barreiras físicas nos terminais dos metros em 1986 e ainda a criação de uma polícia estritamente destinada à perseguição destes mesmo writers. Estas medidas levaram praticamente à extinção do graffiti no seu meio primordial mas por outro lado fez com que o graffiti continuasse a expandir-se para fora dos metros e comboios, passando assim a ser encontrado no meio urbano, pelas paredes de todo o mundo.

14 Relatório de Estágio


Fig 8 . PolĂ­cia criada especialmente para patrulhar o metro de Nova Iorque

Fig 9 . Fotografia de Evan Kirby que retrata a total expansĂŁo do movimento graffiti para fora do seu meio natural, o metro de Nova Iorque.

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A ST R EET A RT

nicialmente e ao longo de muitos

início do movimento acabou por ser anexado

anos as cidades limitavam-se a receber o

a um movimento ainda maior que surgiu do

graffiti no seu estado original mas apartir dos

próprio, como já referi, a Street Art.

anos 90 este começou a desenvolver-se para

novas tendências como o stencil, sticker,

frequentemente utilizado para descrever

mosaic ou paste up.

o movimento é considerado inadequado

por muitos autores. Para alguns aquilo

Este cruzamento de novas técnicas

O termo pós graffiti apesar de ser

e tendências estéticas deram origem a uma

que diferencia a arte urbana do graffiti é a

nova vertente artística, que apesar de ser

técnica, para outros é a legalidade.

conhecida por vários nomes tais como Neo

Graffiti ou Pós Graffiti, a tendência é designá-

a ser, por norma, tão ilegais como as do

la de Street Art.

graffiti, no entanto é visível um progresso

na aceitação da street art. Este progresso na

O graffiti tendo sido o estilo originário

As aplicações da street art continuam

da Street Art tornava-se então agora apenas

aceitação deve ao facto da street art estar

uma parte do movimento. É importante

mais direcionada para cultura de massas.

compreender isto uma vez que muitas vezes é incorretamente associado pelo público em geral. Street Art é diferente de graffiti, embora o graffiti seja o responsável pelo

16 Relatório de Estágio


Fig 11 . Obra do artista Francês Space Invader. Através da junção de pequenos mosaicos este artista recria personagens do jogo “Space Invaders” e espalha por todo o mundo sendo considerado um dos pioneiros nesta técnica. Rennes - França

Fig 10 . Paste up do icónico “Obey the Giant” criado por Shepard Farey através do retrato do lutador André the Giant.

Fig 11 . Evol, artista Alemão é conhecido por fazer das caixas de electricidade de rua autênticas obras de arte, transformando-as aparentemente em edíficios habitacionais através de técnicas como stencil e sticker.

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“As letras costumavam dominar o graffiti mas hoje em dia a cultura expandiu-se: novas formas são exploradas, e personagens, símbolos e abstrações começam a proliferar. Nos últimos anos, os artistas de graffiti começaram a utilizar uma maior variedade de expressões. O estilo pessoal é livre de se desenvolver sem quaisquer restrições e, stickers, posters, stencils, airbrush, pastéis a óleo, todas as variedades de tinta e até escultura são utilizadas. A maioria dos artistas libertaram se da utilização restrita de tinta spray.” Nicholas Ganz (2006)

18 Relatório de Estágio


BRAND IN G - Co ntex t u a l i z ação hi stó ri ca

O termo Brand provém do

de todos os presos de forma a fossem

escandinavo que significa queimar.

rapidamente reconhecidos como criminosos.

Gado, escravos, madeira e louças eram

queimadas com a marca ou símbolo do

mais longe, até às civilizações da Grécia

proprietário usando uma barra de ferro

e Roma antiga. Nesse tempo, era hábito

quente. O conceito de marca surge então

deixar impressões na base das peças de

essencialmente para definir propriedade,

olaria e cerâmica. Estas marcas podiam ser

especialmente para objecto ou coisas com

impressões digitais ou pequenos símbolos

valor. Prática esta que remonta a 2000 A.C.

básicos como estrelas ou cruzes.

Curiosamente, esta finalidade primária

A história da marca leva-nos ainda

Ao longo dos séculos XVII e XVIII,

de identificar e distinguir produtos, bens

o volume de produção de fina porcelana,

ou serviços, ainda perdura nos nossos dias,

mobiliário e tapeçaria que essencialmente

sendo uma das principais funções das

era produzido nas oficinas, e indústrias

marcas.

artesanais, francesas e belgas, veio ampliar

Uma curiosidade do passado

a utilização das marcas como uma forma de

longínquo das marcas refere que em França

marcar a origem e a qualidade dos produtos.

foi hábito entre 1600 e 1800 marcar uma flor de lis através de ferros quentes no ombro

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marcas

20 Relatรณrio de Estรกgio


Situando-nos nos anos 70 do século

anteriormente os produtos eram locais-.

XIX, para vender um produto bastava ter boa

Havia então necessidade por parte dos

qualidade. Se um comerciante vendesse

fabricantes de convencer os compradores

bom café, boa cerveja ou bom Whisky isto

que os bens de consumo eram tão

chegava para que os seus produtos fossem

confiáveis como os produtos locais. Surgem

reconhecidos pela maioria dos consumidores

assim marcas como a Sopa Campbell, o

como produtos bons e facilmente tinham

refrigerante Coca Cola, a Juicy Fruit goma

sucesso.

de mascar, os cereais de pequeno almoço

Kellogg entre outros que encontram uma

Estabelecidas as fábricas durante

a Revolução industrial começaram assim

necessidade enorme de se familiarizar com o

a aparecer bens produzidos em massa,

consumidor.

surge assim a necessidade de um mercado mais amplo para escoar todos os produtos-

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Fig 11 . Primeiro rรณtulo das latas de sopa Campbell.

Fig 11 . Primeiro rรณtulo das garrafas Coca Cola

22 Relatรณrio de Estรกgio


Fig 11 . Primeiro design do layout de uma caixa de cereais da Kellogg’s.

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O autor do livro Lovemark associa emoção e paixão à marca “As marcas foram desenvolvidas para criar diferenças entre os produtos que corriam o risco de não serem vistos, como certas pedras no meio do cascalho”. (ROBERTS, 2005, p.30).

24 Relatório de Estágio


BRAND IN G E ST R E E T A RT

A paisagem urbana está cheia de informações e elementos

visuais, deixando de parte as intervenções arquitetónicas e a sinalética (sinais de trânsito por exemplo), restam-nos apenas dois tipos generalizados de intervenções. O branding e a street art. Entenda-se branding como mais do que o poster publicitário tracional mas sim toda a imagem gráfica das marcas que são visiveis no espaço urbano ou seja outdoors, montras, toldos etc.

Ambas estas duas áreas têm pontos em comum e

simultaneamente pontos bastante díspares, no entanto um dos pontos em comum é indiscutível. Ambas pretendem comunicar. Sendo a comunicação ponto acente o motivo pelo o qual comunicam é totalmente díspar.

Fig 11 . Obra do artista Francês JR. WOMEN ARE HEROES, é um projeto seu apresentado nas favelas do Rio de Janeiro. É um tributo às mulheres da favela, que normalmente são as que mais sofrem com a violência, crime e violações que se passam dentro desses locais. Através da técnica Paste Up JR cola fotografias em tamanho gigante nas fachadas e telhados dos edíficio . Morro da Previdência - Rio de Janeiro. David Ferreira 25


O campo de intervenção da street art e do branding é

similar, essencialmente as ruas. Tal como um proprietário de um produto que deseja comercializar tem de criar uma marca, também um writer tem de criar a sua tag. Por norma quanto mais repetido for o logótipo em todos os produtos e repetições da marca maior vai ser o seu reconhecimento e propagação tal e qual como um tag. O passo posterior à criação de uma marca passa por publicitá-la, é aí que o logótipo se espalha por todo o mundo através de outdoors, posters, mupis. Da mesma maneira que um writer reproduz a sua tag em suportes urbanos que vão desdes paredes, a comboios, caixas de eletricidade.

Tal como muitas vezes as marcas necessitam de desenvolver

esforços para que a sua publicidade se destaque das restantes, recorrendo a outdoors maiores ou mupis mais criativos também os artistas urbanos recorrem a espaços maiores e privilegiados, obras mais criativas recorrendo a outros materiais e técnicas como o stencil, pieces, throw ups.

O graffiti pode quase ser comparado como um exercício

de branding, no sentido em que o writer cria a sua própria marca pessoal (Personal Branding), a sua tag representa o seu logótipo e as constantes renovações tipográficas e estéticas podem ser consideradas Rebranding.

26 Relatório de Estágio

Fig 11 . Mural coberto de tags de Barry McGee, artista conhecido pela diversidade de tags. “Ray Fong”, “Lydia Fong”, “Bernon Vernon”, “P.Kin”, “Ray Virgil”, “Twist” Bowery, New York


Fig 11 . Publicidade subversiva criada por Banksy, que visava criticar as crianças-soldado através dos lápis de cera Cranyon.

Na verdade existem grandes semelhanças no modus operandi

entre o branding e a street art, mais propriamente o graffiti neste caso específico no entanto existem também diferenças muito grandes entre estas duas atividades. Como já referi anteriormente, uma deles e provavelmente a principal é o motivo pelo qual estas duas áreas comunicam. Por sua vez o branding comunica com intuito de promoção com fins lucrativos, por outro lado a street art e mais propriamente o graffiti comunicam com o intuito de passar uma mensagem concreta ou não, a quem a visualiza

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“Mas quem chama vandalismo ao graffiti o que diz da publicidade que afoga as pessoas e submerge o espaço público sem pedir autorização àqueles que pretende atingir? Deixa de ser vandalismo porque é negócio?”, “Vhils” - entrevista à revista L’arte em Março de 2008

28 Relatório de Estágio


Outro ponto de diferença entre ambos é a importante questão da

legalidade . Enquanto o branding actua em espaços públicos de modo legal, alugando ou comprando o espaço onde é instalado com a devida autorização camarária, o graffiti não age dessa maneira, não pedindo qualquer autorização. O surgimento do marketing de guerrilha, ao qual se atribuíem também algumas questões quanto à sua legalidade acabou por misturar um pouco as fronteiras entre o legal e o ilegal, o que é certo é que aos olhos da sociedade esse tipo de Marketing não é tomado por ilegal ou ofensivo enquanto que o graffiti muitas vezes o é.

Fig 11 . Publicidade da gigante IBM com recurso ao meio urbano.

Fig 11 . Publicidade de guerrilha com recurso ao meio urbano.

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EX E M P LO S - “Ad i d a s p a i nt yo u r ow n sneakers”

Existiram obviamente inúmeros exemplos de tentativas

de absorção do graffiti ou da street art por parte de empresas publicitárias, no entanto o primeiro com grandes resultados positivos foi uma campanha da adidas realizada em Berlim em 2006.

A campanha dividia-se em duas fases, a primeira fase

consistia em colocar outdoors brancos espalhados pela cidade de Berlim apenas com o logótipo da marca adidas e com uma frase que incentivava á interação, não tardou até que os outdoors fossem ocupados por tags, graffitis, stencils, stickers. Dias depois esses

Fig 11 . Primeira

outdoors foram substituídos por novos, novamente brancos mas desta vez com o desenho das sapatilhas adidas 1983-Style.

A campanha entitulava-se “ Paint your own Sneakers” e

pedia-se então aos artistas urbanos que fizessem a sua arte e pintassem as novas sapatilhas da adidas.

30 Relatório de Estágio

Fig 11 . Segunda neste caso um w


a fase da campanha com apelo à intervenção artística. Berlim

a fase da campanha, esta já com o modelo da sapatilha. Inicialmente encontrava-se totalmente em branco mas writer já tratou de “Pintar as suas próprias sapatilhas”.

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EX E M P LO S - “ S h e p a rd Fa rey - ‘Ob ey t he G i ant ’.”

Shepard Farey é um dos nomes

incontornáveis do panorama da street art, designer gráfico começou a ganhar as atenções do público há mais de 25 anos quando ainda estudava na Rhode Island School of Design. Ficou conhecido pela reprodução do sticker “Obey” criando uma enorme campanha a nível mundial com base em repetição exaustiva de uma imagem através de stickers, cartazes e Paste Up, intrigando o público em geral dando início a um fénomeno.

Uma imagem acabava de ser reproduzida

tantas vezes que deixava automaticamente qualquer

Fig 11 . Imagem original do Wrestler André the Giant

pessoa intrigada em busca de perceber o significado dessa mesma imagem.

Fig 11 . Fotografia do artista Shepard Farey 32 Relatório de Estágio


“O autocolante do André The Giant foi um espontâneo e feliz acidente. Eu estava a ensinar um amigo a fazer stencils no verão de 1989, e procurei uma imagem para usar no jornal, e estava lá uma publicidade a wrestling com o André the Giant e eu disse ao meu amigo para fazer o stencil disso. Ele respondeu-me “Não, não vou fazer um stencil disso, é estúpido!” mas eu achei que era engraçado e então fiz eu o stencil e alguns autocolantes. O grupo de amigos com quem andava na altura chamavam-se “The Posse”, então escrevi “André The Giant Has a Posse”. Shepard Farey em entrevista à revista “Format” (2008).

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O projecto Obey era uma óbvia

e marketing de guerrilha para grandes

mistura de conceitos e influências que

marcas como Pepsi e Netscape. Em 2003

iam desde street art, design gráfico e

abriu a Studio Number One onde ganhou

publicidade. O resultado foi exemplar.

imensos fãs graças aos trabalhos para

Através de técnicas como serigrafia, o seu

capas de CD’s e shows de bandas como por

trabalho foi produzido em série contando

exemplo Black Eyed peas, Led Zeppelon ou

com colaboradores a quem Shepard

The Smashing Pumpkins

enviava material para estes colarem nas

suas cidades. A imagem passou assim a

gráfico e artista reconhecido Shepard nunca

ser copiada e aplicada em posters, stickers

deixou de parte o seu projecto Obey que

não só pela America pelo próprio Shepard

hoje continua a espalhar-se por todo o

onde fazia viagens apenas com o intuito

mundo, permitindo a que qualquer pessoa

de afixar stickers ou posters mas também

seja colaboradora tendo acesso aos stickers

por todo o resto do mundo com ajuda dos

livres existentes no website. A própria marca

seus colaboradores. Criando-se assim um

obey evoluiu e desde 2001 que se encontra

verdadeiro fenómeno mundial.

também como marca de vestuário, sendo

reconhecida pela sua propaganda sempre

Após a graduação fundou uma

Apesar do sucesso enquanto designer

pequena empresa de design que logo

relacionada com ativismo e assuntos

evoluiu para produção de design na internet

sociopolíticos.

34 Relatório de Estágio


Fig 11 . Exemplo de como Shepard Farey reproduzia e espalhava em massa a representação de “Obey the Giant”.

Fig 11 . Capa da Revista Time elaborada por Shepard Farey com a figura de Barack Obama

Fig 11 . Mais uma representação de “Obey the Giant” desta vez em formato Sticker. David Ferreira 35


O D ES IG N D E CO MU N I CAÇÃO

Os motivos que levavam as tribos

nomadas a fazer estas pinturas divide muitas

Design e comunicação andam de mãos

dadas. Saber como surgiu a comunicação ajuda a entender onde e porque motivo surgiu o design. Neste excerto não vou referenciar todo o trajecto do design e da comunicação, vou apenas referenciar com surgiu e de que maneira evoluiu, sempre o mais direcionado para a arte urbana possível pois é esse o meu ponto de interesse.

O design de comunicação pode dizer-se

que surgiu nas culturas pré-históricas ainda que numa forma muito primária, através da primeira arte pintada, as pinturas rupestres. Estas pinturas eram feitas em cavernas por tribos nómadas, em policromia ( utilização de várias cores).

opiniões. Alguns estudiosos afirmam que fariam parte de rituais mágicos para garantir sucesso da caça, outros defendem que era para transmitir conhecimento ou meramente produzir arte. Estes são os primeiros sinais de comunicação visual e consecutivamente design.

Com isto percebe-se a necessidade

do ser humano de comunicar e a evolução fez com que a comunicação evoluísse, levando ao aparecimento de alfabetos inicialmente com recurso a símbolos como o alfabeto egípcio por exemplo e posteriormente com caracteres ainda bastante distinto do que conhecemos hoje mas já com alguns princípios em comum que graças à evolução foram-se aprimorando até aos dias de hoje.

Fig 11 . Pinturas rupestres um dos vestígios dos primórdios da comunicação. França. 36 Relatório de Estágio

Fig 11 . Caracteres do alfabeto fenício.


Bem, mas o verdadeiro desenvolvimento do design

de comunicação teve início após a revolução industrial com o surgimento do movimento artístico Arts & Crafts .Este movimento internacional de design impôs-se contra a produção em massa que resultava em design de baixa qualidade e péssimas condições de trabalho. O movimento surgiu em 1860 e estendeuse aos Estados Unidos durante o início do século XX.

Em resposta à revolução industrial surge então um

movimento internacional do design designado de Arts & Crafts, este movimento apresenta-se contra a produção em massa que resultava em design de baixa qualidade e péssimas condições

Fig 11 . Cartaz referente a uma exposição de arts & crafts. Um dos primeiros cartazes publicitários.

de trabalho. O movimento surgiu na Inglaterra em 1860 e se estendeu até os Estados Unidos no século XX.

Um importante marco desta época surge em França

durante a Belle Époque- a era de ouro da ilustração e design. O aparecimento de posters tipográficos com o uso de imagens de mulheres bonitas em poses provocativas para fazer marketing a algum tipo de produto for popularizado pelo artista parisiense Jules Cheret. Este pode ser considerado o primeiro vestígio de design de comunicação com fins comerciais.

Hoje em dia e depois de todo o progresso assume-se o

design de comunicação como uma área multidisciplinar que visa transmitir mensagens através de um processo criativo ligado à arte comercial. Abraça áreas como vídeo, música, design gráfico, publicidade, design editorial e webdesign. Ao contrário de outros processos criativos, o design de comunicação depende muitas vezes da parte textual.

Fig 11 . Cartaz referente a uma exposição de arts & crafts. Um dos primeiros cartazes publicitários. David Ferreira 37


O D ES IG N D E CO MU N I CAÇÃO E A STRE E T ART

Segundo Barnard (2005), imprimem-se no

para a maioria dos observadores.

design de comunicação seis funções: informação,

persuasão, decoração, magia, metalinguística e fática.

o conceito de Design de Comunicação do ponto de

vista de Barnard, pode-se comparar a street art e mais

De um modo muito sintético, qualquer objecto

Assim, depois de resumidamente definido

produzido no âmbito do design de comunicação deve

propriamente o graffiti com as características dessa

informar algo ao seu público, persuadi-lo de alguma

actividade.

forma, seja comercialmente ou para provocar uma

alteração no modo de pensar ou agir.

comunicação pode-se associar totalmente à street

art mas apenas em parte ao graffiti. Por norma toda a

A função decorativa baseia-se na estética

A função informativa inerente ao design de

e a função a que Barnard chama magia justifica-se

street art existe com um certo nível de informação que

pelo modo como um designer gráfico consegue fazer

pretende ser transmitida, pode ser ela politicamente

aparecer coisas que não existem e transformar as já

activa, pode incluir comentários polémicos quer

existentes noutras coisas.

sejam figurativos ou literários. No entanto o graffiti já

é passivo dessa característica, pode ou não incluir o

A função fática assenta na utilização de

simbologias comuns à maioria dos observadores, de

lado informativo. Na maioria dos casos incluí apenas o

modo a simplificar a comunicação.

sentido estético .

A função metalinguística baseia-se na utilização

de uma linguagem que pode ter recursos a cores e formas tornando-se assim comum e de fácil percepção

38 Relatório de Estágio


O graffiti, em particular, tem uma vertente

novos resultados.

informativa limitada, ou seja, comunica somente à

comunidade em que se insere, de um modo superficial,

design de comunicação, a sua proximidade com o graffiti

através do aplique do tag enquanto identificador do

é bastante notória. Ambos trabalham com letras e por

autor.

vezes a letra chega a tomar uma forma diferente para

A função persuasiva do design aplica-se na

Relativamente à função metalinguística do

ser percepcionado um outro significado ou estado de

perfeição à street art uma vez que tem na sua filosofia

espírito. A utilização de cores nos trabalhos tipográficos,

existencial, o objectivo de mudar o modo como o

combinada com essa possível distorção formal,

público percepciona o meio urbano e interage com o

concedem ao graffiti a função metalinguística.

mesmo.

Em relação à função decorativa, tanto o graffiti

Para concluir, tanto o design de comunicação

possuem uma função fática, visto que ambos se servem

como a street art podem ser considerados decorativos

de meios para simplificar a comunicação. A street art

no sentido em que existe uma preocupação estética

comunica servindo-se de simbologias bem reconhecidas

com os objecto que originam.

pelo público geral, através dos seus elementos

principalmente figurativos.

O factor mágico do design é comum também

aos movimentos aqui referidos, tanto um como outro transformam a realidade e filtram-na de maneira a obter

David Ferreira 39


Re c urs o s U r b a n o s p a ra a d i fu são d a co m u ni cação

40 Relatório de Estágio


O uso criativo e inteligente dos equipamentos

e recursos urbanos sempre foi uma das maiores qualidades dos praticantes de street art, e esse factor foi importantíssimo na sua difusão. Segundo o artista Evan Roth o melhor exemplo deste uso dos recursos urbanos para difusão foi a utilização da rede de metro de Nova Iorque durante os anos 70 e 80. Ao pintarem o exterior e o interior dos comboios, os writers punham o seu trabalho em constante movimento difundindo-se por toda a cidade e País. Numa época onde não existia a internet, este método de divulgação tornou-se viral.

Outro exemplo também apresentado por

Roth era a utilização dos autocolantes dos correios americanos, uma vez que todos os guichets de correios nos Estados Unidos ofereciam gratuitamente etiquetas adesivas para aplicar na correspondência, no entanto os writers aproveitavam-se do facto se serem sem qualquer custo para colocarem as suas tags e posteriormente difundirem pela cidade.

David Ferreira 41


Ho bo C o d e

O hobo code é um exemplo do design de comunicação aliado à street art ainda que de um modo pouco ortodoxo.

Os hobos são considerados vagabundos que

se desenvolveram no Estados Unidos essencialmente durante a grande depressão (1929). Um Hobo é um vagabundo um pouco diferente de um comum mendigo, na verdade o Hobo trabalha, no entanto os trabalhos que consegue são temporários então circulam pelo país Americano sem residência fixa, deslocam-se maioritariamente em vagões comerciais de comboios.

O hobo code surge então através da

necessidade dos Hobos comunicarem entre si de modo a indicarem onde poderiam encontrar certas coisas na cidade onde estavam, tais como comida, médico grátis, alojamento, trabalho temporário.

Este código sinalético era então marcado a giz

ou a carvão perto do local onde pretendiam indicar ou à entrada da localidade. Este código apesar de estar à vista de todos apenas uma pequena minoria conseguia decifrar uma vez que requeria uma aprendizagem do mesmo.

42 Relatório de Estágio


David Ferreira 43


WA R C H A L KI N G

Na mesma tendência surge bem posteriormente

um outro código sinalético, pode dizer-se inspirado no Hobo code que se estabelece em 2002. Criado por um grupo de amigos, o Warchalking tinha o intuito de apontar na cidade pontos desprotegidos de redes sem fios. Este código foi difundido por Matt Jones, um dos membros do grupo e rapidamente apareceram publicados vários artigos de jornais e reportagens em canais televisivos. O objectivo deste código era que quando alguém encontrasse um ponto de livre acesso á internet, deveria deixar uma marca a giz próxima desse ponto, poderia ser num poste ou num passeio, de modo a avisar qualquer pessoa que ali perto existiria um spot com acesso á internet grátis

44 Relatório de Estágio


CON C LU SÃO

O hobo code é um exemplo do design de comunicação aliado à street art ainda que de um modo pouco ortodoxo.

Os hobos são considerados vagabundos que

se desenvolveram no Estados Unidos essencialmente durante a grande depressão (1929). Um Hobo é um vagabundo um pouco diferente de um comum mendigo, na verdade o Hobo trabalha, no entanto os trabalhos que consegue são temporários então circulam pelo país Americano sem residência fixa, deslocam-se maioritariamente em vagões comerciais de comboios.

O hobo code surge então através da

necessidade dos Hobos comunicarem entre si de modo a indicarem onde poderiam encontrar certas coisas na cidade onde estavam, tais como comida, médico grátis, alojamento, trabalho temporário.

Este código sinalético era então marcado a giz

ou a carvão perto do local onde pretendiam indicar ou à entrada da localidade. Este código apesar de estar à vista de todos apenas uma pequena minoria conseguia decifrar uma vez que requeria uma aprendizagem do mesmo.

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46 Relatรณrio de Estรกgio


AGRAD ECI M E N TO S

Antes de tudo e porque sem eles nada seria

igual, um sincero obrigado à minha família. Aos meus pais, Rosa e Manuel, sem vocês seria impossível viver este sonho que estou a viver, sem vocês era impossível fazer aquilo que mais gosto. Obrigado pelo apoio incondicional. À minha irmã e irmão um enorme obrigado. Inês e João foram sempre e continuarão a ser a minha fonte de inspiração para qualquer projeto que me envolva.

Um obrigado a todos os colegas e professores

com quem me cruzei nestes 3 últimos anos no contexto escolar, que de certa forma me moldaram e tornaram bem melhor do que o era, seja em contexto profissional ou pessoal. Em especial para o André Costa e João Godinho, sem vocês esta etapa da minha vida teria sido totalmente diferente.

Por último gostava de agradecer à 4por4

e a toda à sua equipa pela experiência que me proporcionaram..

David Ferreira 47


PA LAV RAS - CH AV E

Este relatório foi realizado no âmbito do Projecto

estágio

A sua principal área de investigação é o Design

de Comunicação, o Branding e a Street Art.

Design, Design de comunicação, Branding,

Street art, Porto, Estágio, Designer.

48 Relatório de Estágio


I NT R ODU ÇÃO

A modalidade de estágio insere-se

pela qual despertei imenso na cidade do

na unidade curricular de “Projecto” que tem

Porto, a “Street Art”, ou em português, Arte

início durante o segundo semestre do 3ºano

Urbana.

da licenciatura de Comunicação e Design

Multimédia da Escola Superior de Educação

trabalho desenvolvido na entidade que me

de Coimbra.

acolheu, apresento os projetos desenvolvidos

e as metodologias aplicadas, como por

Este relatório, mais que um

No segundo ponto e já dentro do

documento que apresenta o trabalho

exemplo o desdobramento do briefing.

desenvolvido por mim durante os últimos 3

meses de estágio na empresa 4por4- creative

de uma parte fundamental, onde abordo a

studio é também quase que um relato da

experiência pessoal adquirida, não tanto no

experiência que vivi e obtive nesta nova

contexto técnico mas sim em crescimento

etapa da minha vida.

a nível psicológico e de “know how”. Esta

experiência provém de situações como o

Posso assim afirmar que este relatório

A terceira parte a meu ver trata-se

está dividido em 4 partes distintas, estado

primeiro contacto com clientes, a primeira

da arte, projetos desenvolvidos e respectivas

etapa fora de casa dos pais, o Porto como

metodologias, conclusões finais baseadas

cidade inspiradora, entre outros pontos que

na experiência adquirida e ainda projetos

considero importantes.

paralelos iniciados durante a estadia no

Porto.

trabalhos que fui desenvolvendo durante

Inicialmente no estado da arte abordei

Na quarta e última parte abordo os

a minha estadia na cidade do Porto,

as áreas onde trabalhei mais concretamente

influenciado pelo ritmo e contexto de

o design de comunicação e o branding

trabalho onde estava inserido.

e relacionei essas áreas com uma área

David Ferreira 49


P ROC ES S O D E ES CO L H A ( cu rrí cu l o e e- m ai l )

Este ano desde cedo notei uma enorme

ambição por parte da maioria dos colegas em arranjar bons estágios, chegando inclusivamente muitos a procurarem estágio fora do país.

Este fator levou a que toda a gente elevasse

automaticamente os seus padrões, gerando uma onda de procura bastante ambiciosa por um estágio. Então motivados por isso, começaram a surgir currículos elaborados pelos alunos para enviar para as empresas, currículos esses cada vez mais agradáveis esteticamente. Bem, eu não fui excepção e apesar de já ter em mente a elaboração de um currículo acabei por concentrar ainda mais esforços para fazer algo que realmente me agradasse e tivesse gosto em divulgar.

Hoje em dia o meu currículo é o meu projecto

mais apreciado do meu portefólio e pode ser visto na página ao lado.

50 Relatório de Estágio


A acompanhar o currículo foi também um e-mail

onde falo sobre mim e a minha experiência, sempre com um registo bastante descontraído e informal, provavelmente demasiado, mas que é inerente a mim próprio. Tendo obtido todo o tipo de respostas de várias entidades, algumas mais positivas que outras mas no geral fiquei bastante satisfeito. Concentreime essencialmente em empresas da cidade do Porto, tendo também enviado para Lisboa e Coimbra.

David Ferreira 51


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