Jornal Évora Local

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Câmara Municipal de Évora / Director: José Ernesto D’Oliveira // Semanário, 01 de Julho 2010

Homenagem a Cidadãos e Instituições no Dia da Cidade 29 de Junho A Câmara Municipal de Évora homenageou esta terça-feira, dia 29 de Junho, Dia da Cidade, Cidadãos e Instituições, numa cerimónia que teve lugar no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Na mesma cerimónia foi entregue a Bolsa de Mérito Académico.

Deliberações

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O futebol chegou a Évora em 1908

CINEMA

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Homagem a Cidadãos e Instituições no Dia da Cidade 29 de Junho A Câmara Municipal de Évora homenageou esta terça-feira, dia 29 de Junho, Dia da Cidade, Cidadãos e Instituições, numa cerimónia que teve lugar no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Na mesma cerimónia foi entregue a Bolsa de Mérito Académico.

Estes foram os homenageados: Medalha de Mérito Municipal “Classe Ouro” João António da Silva Palolo - Conhecido, e reconhecido, sobretudo como pintor, João António da Silva Palolo foi um notável artista plástico, que trabalhou também a cenografia, o desenho e o filme, e cujo fervor produtivo se manteve dos anos 70 aos anos 90 do Século XX (…).

Medalha de Mérito Municipal “Classe Prata” ÉVORA HOTEL - Em funcionamento desde Fevereiro de 1992, o Évora Hotel é hoje uma das estruturas hoteleiras da cidade, e da região, mais bem sucedidas. A qualidade das suas instalações e dos seus serviços, e a vasta gama de actividades de cultura e de lazer que disponibiliza, fazem deste hotel uma incontornável referência na oferta turística local e regional (..).

Almiro Farelo Martins - Pelo seu desempenho como Comandante Operacional dos Bombeiros Voluntários de Évora, pelo seu humanismo e profissionalismo à frente de tão prestigiosa corporação, pelos bons serviços prestados à população da Cidade e do Concelho de Évora (…)

José Agostinho Fontes Pereira de Melo - José Agostinho Fontes Pereira de Melo, ou José Melo, o cantor, compositor, letrista, músico e poeta, foi um homem de cultura que Évora viu nascer em 1948 e que viu partir em 2010. Mas que, ao longo dos seus 62 anos de vida, semeou, plantou e produziu cantigas, versos e amizades que o vento jamais levará ou que o tempo jamais apagará (…).

Bolsa de Mérito Académico Mestre Pedro Manuel Cabrol Henriques - Tese “Construção Sustentável: Avaliação dos consumos energéticos e emissões de carbono ao longo da vida das paredes de Taipa”.

A cerimónia de entrega das medalhas da cidade terminou com um momento musical interpretado por músicos que acompanhavam José Melo, recentemente falecido, e um dos homenageados a título póstumo

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Deliberações da Câmara Municipal de Évora Em reunião pública de 23 de Junho Câmara de Évora aprovou voto de pesar pela morte de José Saramago A Câmara Municipal de Évora aprovou por unanimidade um voto de pesar pela morte do escritor José Saramago, apresentado pela Vereadora Cláudia Sousa Pereira, seguido de um minuto de silêncio proposto pelo Presidente José Ernesto d’ Oliveira.

No referido voto, a autarquia “manifesta o seu pesar pela morte de José Saramago, escritor que se tornou um dos maiores vultos da literatura portuguesa contemporânea tendo tido as suas obras uma aceitação que ultrapassou fronteiras”.

Destacando alguns momentos do seu significativo e vasto percurso literário, este voto finaliza considerando que “ sendo uma figura polémica, José Saramago foi um escritor insubmisso, na forma como no conteúdo, e que deu sobretudo aos seus romances, mas também aos seus textos dramáticos e poéticos, o sentido do valor da justiça e da dignidade humana”.

O Presidente informou a Câmara Municipal das diligências levadas a cabo junto da Ministra da Educação a propósito do possível encerramento de escolas primárias no Concelho, a quem entregou a moção sobre esta temática aprovada por unanimidade na anterior reunião pública de Câmara. Ainda sobre este tema, a Vereadora Jesuina Pedreira deu conhecimento à Câmara das conclusões de uma reunião em que participou, entre pais, encarregados de educação e autarcas de vários concelhos do distrito de Évora, e a Direcção Regional de Educação do Alentejo (DREA), destacando como principal conclusão a garantia dada pela DREA de não encerramento no próximo ano lectivo, de escolas do 1º.ciclo do ensino básico com menos de 21 e mais de 11 alunos.

Recomendação do PSD sobre situação financeira Também no período antes da ordem do dia, o Vereador António Dieb apresentou uma recomendação à Câmara a propósito da situação financeira da mesma e de algumas medidas que em sua opinião devem ser equacionadas. Esta posição veio no mesmo sentido daquela que o PSD já tinha apresentado na mais recente sessão da Assembleia Municipal de Évora. O Presidente aceitou a Recomendação e a CDU não formulou comentários em relação à mesma pelo que não se opôs.

Apelando ao sentido de colaboração de todos na procura de soluções para ultrapassar as dificuldades presentes, o Presidente considerou como bem vindas as sugestões que sejam feitas pela Vereação para esse objectivo.

Câmara sensível às dificuldades económicas dos inquilinos da Habévora Foi ainda tomado conhecimento da proposta do Conselho de Administração da Habévora sobre o processo de adequação de rendas sociais aos rendimentos familiares.

Atendendo à problemática social actual e no seguimento da análise efectuada nas últimas duas reuniões de Câmara e também na efectuada com a Direcção do Movimento dos Moradores das Habitações Sociais de Évora, o Conselho de Administração da Habévora, sensível às dificuldades económicas sentidas pelos inquilinos, deliberou proceder à reformulação do processo faseado de actualização das rendas.

Nesse sentido, após a aplicação do procedimento de actualização, se o aumento for inferior ou igual a cinco euros, a renda será cobrada na totalidade (renda actual, acrescida da respectiva importância que resultar da aplicação): após a aplicação do procedimento de actualização, se o aumento for superior a cinco euros, este será reduzido apenas para metade do previsto, sendo

que os outros 50% desta actualização serão aplicados na actualização do próximo ano, aumentando assim, nestes casos, para mais um ano o processo de uniformização de rendas.

Para os casos em que após a redução do aumento para metade resulte um valor superior a 20 euros, a diferença entre o valor encontrado e este, será compensado no último ano de actualização, garantindo-se assim que não haverá aumentos superiores a 20 euros.

Entendendo que as razões que levaram a Habévora a suspender a actualização de rendas em 2009 se mantêm válidas, tendo-se até agravado este ano as dificuldades económicas das famílias, os Vereadores da CDU propuseram a suspensão da actualização de rendas. Esta proposta foi rejeitada com quatro votos contra (PS e PSD) e três a favor (CDU).

O voto do PSD deveu-se ao facto de ter sido acordado entre os inquilinos e a administração da empresa um solução, pelo que no entender do Vereador António Dieb não faria sentido votar uma proposta contrária à vontade das duas partes.

Reconhecida utilidade pública da Sociedade Harmonia Eborense De entre o vasto conjunto de assuntos tratados, destaca-se a aprovação por unanimidade da actualização do parecer positivo camarário de 19/03/2005, no âmbito do processo da Sociedade Harmonia Eborense como Associação de Utilidade Pública, visando assim dar resposta à solicitação da Presidência do Conselho de Ministros – Secretaria Geral, formalizada nesse sentido.

A Sociedade Harmonia Eborense tem vindo a desenvolver com regularidade a sua programação nas áreas da música, teatro, dança, cinema e artes plásticas, sendo muitas das actividades desenvolvidas em parceria com a Câmara e outras entidades, além da melhoria da sua sede e da atracção de mais sócios e público.

Salienta a Autarquia que a SHE tem uma actividade com repercussão na cidade e na comunidade em geral, sendo visível a notoriedade pública da sua actividade e contribuindo para a dinâmica da vida cultural, apresentando também uma intervenção social com importância e promovendo a cidadania participada bem como o trabalho em parceria e o voluntariado.

Aprovada parceria para a dinamização do Montado Alentejano Aprovação unânime mereceu igualmente a minuta do protocolo de parceria “Dinamização do Montado Alentejano como Bem Cultural Universal”, a celebrar entre a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e a Câmara Municipal de Évora.

Tal protocolo vem no seguimento de candidatura apresentada pela Turismo do Alentejo ao Plano Operacional de Turismo do Alentejo e inscreve-se na linha orientadora deste que visa, segundo o Presidente da Direcção da Turismo do Alentejo, Ceia da Silva, “aumentar a visibilidade e notoriedade nacional e internacional do Alentejo, por via da classificação do Montado como Paisagem Cultural da Humanidade”, pretendendo “capitalizar as competências técnicas, científicas e institucionais mais relevantes no conhecimento do montado para garantir o sucesso do processo de candidatura”. Évora com equipa de intervenção permanente Foi aprovado por unanimidade o protocolo para constituição da Equipa de Intervenção Permanente para o Concelho de Évora. Este protocolo será estabelecido entre a Câmara Municipal de Évora, a Autoridade Nacional de Protecção Civil e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Évora, sendo o objectivo desta Equipa elevar o nível de prontidão e resposta em situações de socorro e emergência às populações do Concelho.

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O futebol chegou a Évora em 1908

A ORIGEM DO FUTEBOL EM ÉVORA Em Évora o futebol tem sido também tema dominante do Verão. Chegado à cidade há cerca de 100 anos e tendo hoje no Lusitano Ginásio Clube e no Juventude Sport Clube a sua maior representatividade, o futebol, no seus primórdios, fez eclodir na cidade inúmeros grupos desportivos, que mobilizaram fortemente a sociedade eborense.

Inventado antes de Cristo por asiáticos ou pelos romanos, este jogo massifica-se e é regulamentado na Inglaterra, em 1863. Terá sido introduzido em Portugal, na zona de Lisboa, em 1886, por Guilherme Pinto Basto, jovem que estudava na Inglaterra. Generaliza-se pelo país, em 1904 e 1906, respectivamente, surgem o Sport Lisboa e Benfica e o Sporting Club Portugal, iniciando-se em 1921 os campeonatos nacionais.

Em Évora o seu furor também não tarda. Antecedido pelo despontar do desporto em geral, a partir de 1868, com as corridas e provas hípicas do Jockey Club Alentejano; com o ciclismo, já aqui praticado em 1896; com o tiro, enraizado desde 1904; o futebol supõe-se trazido para a cidade em 1908, pelo eborense Miranda, estudante em Lisboa. Este terá ensinado o jogo a alguns rapazes, no Largo da Porta de Machede e no Largo dos Colegiais. E em 1909 já se pratica na Casa Pia de Évora, sendo em 1910 a principal modalidade desportiva ministrada nesta instituição. Por isso se afirma que a Casa Pia de Évora é o “berço do futebol” na cidade. Os seus alunos recebem treino sistemático e realizam o primeiro jogo público em 1913. De camisola roxa e branca e calção preto, a equipa da Casa Pia joga futebol até 1926, ano em que se extingue, indo quatro dos seus jogadores para o Lusitano.

Entretanto, de 1908 e 1911 os tipógrafos da cidade, conhecidos por “Grupo dos Azelhas”, praticando no Largo da Graça e no Rossio, jogam no Évora-Sport.

Formação que evolui para Sport Club Empregados do Comércio, em 1912, e em seguida para Ginásio Comércio e Indústria.

Mas, em 1910, também os alunos do Liceu de Évora, que já jogam futebol, defrontam os alunos do Liceu da Lapa, de Lisboa, no Rossio de S. Brás, sendo este um dos primeiros desafios de futebol realizados em Évora, no qual os visitantes vencem por 3-0. A equipa do Liceu de Évora, o Sport Vitória Académico, é a primeira a ter uma estrutura própria, orientada por alunos seniores e pelo desportista Augusto Ramos Cabeça. Afirmandose, porém, como grupo desportivo só em 1912 e em 1914 funde-se com o Ginásio Comércio e Indústria, originando o Club Atlético União Eborense, sediado também no Liceu de Évora.

Outros grupos são de mencionar, como o Sport Atléticos, que além de uma secção de futebol teve o jornal desportivo “A Evolução Sportiva”; o Sporting Club Eborense; o Club Sportivo, que passa em 1913 a chamar-se Ginásio Clube Português Eborense, que desenvolve vários desportos, tendo ao fim de seis meses 400 sócios, e que assume depois a designação de Ateneu Desportivo Eborense, clube que adquire em 1914 o campo de jogos onde é hoje o Estádio do Lusitano. E outros mais houve em Évora, nesta altura, impulsionados por figuras como Joaquim Monte, Afonso Barreiros, Grimaldo Fernandes ou Manuel Boleto, a quem ainda hoje o futebol, e o desporto, eborense muito devem.

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