Évora Local n.º 87

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Câmara Municipal de Évora / Director: José Ernesto D’Oliveira // Semanário, 01 Março de 2012

Na III Gala do Prémio Autores 2012

Évora recebeu Prémio Melhor Programação Cultural Autárquica A Câmara Municipal de Évora voltou a ser premiada mais uma vez, desta feita com o Prémio Melhor Programação Cultural Autárquica, da Sociedade Portuguesa de Autores, tendo o galardão sido entregue à Vereadora Cláudia Sousa Pereira na cerimónia da III Gala do Prémio Autores 2012, que decorreu na noite do dia 27 de Fevereiro, no auditório do Centro Cultural de Belém.

Deliberações

da C.M. de Évora

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Sabia que...A Ermida de Nossa Senhora do Ó – Na Porta de Aviz – Terá sido construída em 1484?

TEATRO

Garcia de Resende

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Na III Gala do Prémio Autores 2012

Évora recebeu Prémio Melhor Programação Cultural Autárquica

A Câmara Municipal de Évora voltou a ser premiada mais uma vez, desta feita com o Prémio Melhor Programação Cultural Autárquica, da Sociedade Portuguesa de Autores, tendo o galardão sido entregue à Vereadora Cláudia Sousa Pereira na cerimónia da III Gala do Prémio Autores 2012, que decorreu na noite do dia 27 de Fevereiro, no auditório do Centro Cultural de Belém. Nesta gala, transmitida em direto pela RTP e apresentada por Catarina Furtado, foram premiados um conjunto de destacados criadores em áreas tão diversas como o cinema, a rádio, a televisão, a literatura, a dança, as artes visuais e a música. O programa contou também com uma homenagem ao maestro Pedro Osório e as atuações de Lúcia Moniz e João Reis, Carlos do Carmo, Amor Electro, Sérgio Godinho, Adriana e Orquestra conduzida pelo maestro Jorge Costa Pinto. Além de Évora, foi também premiada a Câmara de Coimbra, de entre as mais de 30 autarquias nacionais que apresentaram candidaturas. De referir ainda que o Prémio Internacional Autores foi entregue ao realizador e argumentista espanhol Imanol Uribe, tendo a Direção da SPA decidido atribuir o Prémio Vida e Obra, a Mário Soares, pela sua atividade como autor de livros e pelo seu contributo para a valorização da cultura na vida pública portuguesa. Face às dificuldades orçamentais, a autarquia reconheceu que a aposta prioritária em 2011 incidiu em ações que beneficiaram de contrapartida financeira e no estabelecimento de redes, parcerias e colaborações. Salientou também esta candidatura (que estará disponível na íntegra brevemente na página eletrónica da autarquia eborense) a ação de Évora como cidade educadora,dando como exemplo o conjunto de atividades que são oferecidas às escolas quer pela autarquia, que por agentes culturais e instituições, apontando vários projetos e atividades, como sejam, entre muitos outros, a Loja dos Sonhos, a Água Contada, Fotógrafos, Títeres e Outros Sonhadores, Cabinet 1799, projeto Gira-Livros, Arqueo-Conversas, além da dinamização de variadas exposições e organização de espetáculos.

Feita a entrega do galardão, a Vereadora Cláudia Sousa Pereira, proferiu algumas palavras de agradecimento à Sociedade Portuguesa de Autores em nome do Presidente do Município eborense por esta distinção, apresentando também os parabéns aos restantes nomeados, frisando que esta programação “não teria sido possível sem uma série de colaborações, de redes, de partilhas, de gente que trabalhou e para essas pessoas um agradecimento muito especial, bem como aos serviços municipais que foram incansáveis”. Considerou que “vale a pena trabalhar-se deste modo”, tendo manifestado a sua gratidão e reconhecimento a todos os que tornaram possível este prémio que ”é sobretudo para os eborenses: os que nasceram em Évora, os que escolheram Évora para viver e os que passam por Évora e levam Évora consigo”.

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Deliberações da Câmara Municipal de Évora Em reunião pública de 8 de Fevereiro Câmara de Évora aprovou voto de pesar pelo falecimento do Cónego Manuel Barros A Câmara Municipal de Évora aprovou por unanimidade um voto de pesar pelo falecimento do Cónego Manuel da Silva Barros, tendo também enviado um telegrama de condolências ao Arcebispo de Évora.

Tolerância de ponto no Carnaval A Câmara de Évora aprovou, com seis votos a favor (PS e CDU) e um contra (PSD) conceder tolerância de ponto na Terça-Feira de Carnaval (dia 21) a todos os trabalhadores, mantendo assim a tradição instituída, apesar do Governo ter decidido há poucos dias retirar esta tolerância.

O Presidente da autarquia eborense, José Ernesto d’ Oliveira, salientou a participação religiosa e de cidadania do Cónego ao longo de muitos anos no concelho, recordando o seu trabalho e o seu caráter de tolerância, simpatia e disponibilidade, designadamente enquanto membro do Conselho Municipal de Segurança de Évora, em representação das minorias étnicas.

O Presidente José Ernesto d’ Oliveira justificou esta tomada de posição por existir uma tradição de corso carnavalesco das crianças que anima a cidade, tendo as famílias já feito a sua programação a contar com este dia livre e devido ao facto de a maior parte dos restantes serviços públicos e privados ir usufruir deste dia, além de existir também uma decisão consensual de todas as câmaras do distrito de conceder a referida tolerância.

Hortas Urbanas de Évora Foi aprovada por unanimidade a proposta que estabelece as regras de acesso e utilização das Hortas Urbanas de Évora. Trata-se de um projeto que prevê disponibilizar aos interessados, de forma gratuita, parcelas de terrenos destinados exclusivamente à produção hortícola e floricultura, tendo como objetivos principais a criação de complementos ao rendimento económico das famílias, a promoção de hábitos de alimentação saudável, sensibilização para o desenvolvimento sustentável e necessidade de redução de resíduos com recurso à compostagem. Este projeto decorre do processo da Agenda XXI e fomenta práticas de consumo mais equilibradas, amplia a biodiversidade, alicerça a consciência da necessidade de um desenvolvimento sustentável, potencia a convivência familiar e comunitária, contribuindo para uma melhor consciência ambiental. Refira-se que, o atual estádio de desenvolvimento social e as grandes questões ambientais que enfrentamos obrigam-nos a repensar comportamentos e modos de vida, vindo este projeto ao encontro dessa ideia. As hortas urbanas serão implementadas em terrenos localizados nas freguesias de Malagueira, Bacelo, Senhora da Saúde e Horta das Figueiras.

Candidaturas à Bolsa de Mérito Académico até 28 de Março Aprovação unânime mereceu o Programa Municipal para Atribuição da Bolsa por Mérito Académico/2012, sendo atribuído um subsídio no valor de 1000 euros ao candidato vencedor e tendo também sido alterados os prazos de candidatura e de deliberação do júri. Deste modo, o período de candidaturas foi prolongado, decorrendo até ao dia 28 de Março, enquanto que o prazo de deliberação do júri será até 15 de Maio. Évora adere à rede CIUMED A proposta de adesão à CIUMED “Rede para a Promoção das Cidades Médias da União Europeia” foi aprovada por unanimidade, seguindo agora para deliberação em Assembleia Municipal. Esta rede foi criada em 2004 e resulta do alargamento do âmbito territorial a todas as cidades médias da União Europeia da “Rede para a Promoção das Cidades Médias do Sudoeste Europeu”. 27 cidades de Espanha e Portugal constituem esta rede.

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Sabia que A Ermida de Nossa Senhora do Ó – Na Porta de Aviz – Terá sido construída em 1484?

A Ermida de Nossa Senhora do Ó A Ermida de Nossa Senhora do Ó, pequeno templo de graciosidade ímpar incrustado no arco da Porta de Avis, subsiste hoje como o único dos nichos e capelas que foram erguidos, em meados do século XIV, em honra da Virgem Maria, nas quatro entradas mais importantes da cidade. Das outras ermidas, a da Porta de Machede (Senhora da Natividade), completamente degradada, passou a fazer parte de uma casa de habitação; a da Porta de Alconchel (Senhora da Ajuda) foi demolida em 1866 e a da Porta da Rua da Mesquita (Senhora do Amparo) foi integrada na Igreja do Senhor Jesus da Pobreza, que começou a ser construída em 1729. Segundo o Cónego António Fernando Marques, por cima da Porta de Avis, virada a nascente, foi construído um nicho onde foi colocada uma imagem de Nossa Senhora do Ó, padroeira das grávidas e parturientes. No lugar daquele vieram a ser mais tarde levantados um balcão e um arco coberto, em cujo vão se pintou, a fresco, a imagem da Virgem a caminho do Egipto. Outros quadros ali foram pintados: Nª. Srª. do Espinheiro, S. Sebastião e Santo António. Cerca de 1484, foi então construída a actual ermida sobre a espessa muralha e entre as duas portas, possivelmente como forma de resguardar a imagem da Senhora do Ó, alvo de grande devoção popular. Nos séculos seguintes, o pequeno orago sofreu reparações e melhoramentos vários (1525 e 1589), suportados integralmente pelo Cabido eborense. Em 1671, o próprio povo veio a contribuir para a recuperação da capela, que os espanhóis haviam destruído quase por completo oito anos antes, durante a Guerra da Restauração. Entretanto, em 1804 foi a Porta de Avis que entrou em obras. A Câmara e o príncipe regente D. João, de acordo com o Comando Militar, ordenaram a abertura de uma Nova Porta de Avis, depois de produzidas diversas alterações necessárias ao seu reforço e consolidação, as quais não se repercutiram nas suas estruturas fundamentais. Dessa intervenção ficou uma lápide comemorativa na parte cimeira exterior da Porta. Afigura-se por natural que tenham sido efectuadas algumas modificações na ermida que lhe deram a configuração actual. Na sua obra “Da Toponímia de Évora – Vol. I”, o historiador Afonso de Carvalho afirma que «apesar de muito pequena, a ermida de Nª. Srª. do Ó tinha confraria própria e nela dizia-se missa todos os domingos e dias santos, ficando os fiéis do lado de fora e o celebrante no interior da ermida». Mais informa que eram de «grande riqueza» as pinturas e imagens existentes nesta ermida, como Frei Agostinho de Santa Maria deixou bem documentado no seu livro “Santuário Mariano”, de 1716. E recorda que as festas em honra da Virgem tiveram uma certa importância, mormente no período que mediou entre a segunda metade do século XIX e a queda da Monarquia. Com a implantação da República, a ermida viu-se incluída no arrolamento dos bens da Igreja e posteriormente encaminhada para uso civil.

Foto: CME Apesar da sua exiguidade, terá servido, durante esse tempo, de habitação e arrecadação de uma taberna. Depois de devolvida à sua função primordial veio a ser reaberta ao culto em 24 de Junho de 1931 (há exactamente 78 anos), sendo a missa de Acção de Graças celebrada pelo Arcebispo de Évora, D. Manuel da Conceição Santos. Hoje entra-se nela por uma porta situada na abertura interior da muralha. Sobem-se quatro pequenos lanços de escada e de súbito vemo-nos introduzidos na capela pela zona meã da sua actual disposição. Logo à direita, e junto a uma janela, figura o antigo púlpito. À esquerda, fica o cativante altar da Senhora do Ó, sendo todo o espaço longitudinal ocupado por cinco bancos corridos, onde, com boa vontade, se poderá sentar um máximo de 30 pessoas. Na parede são visíveis os quadros atrás mencionados. A outra extremidade, também servida por pequena janela que dá para a Rotunda fronteira, é composta pelo antigo balcão, o qual se encontra preenchido com livros sagrados. O curioso templete não está, nos nossos dias, aberto ao público. Mas franqueia as suas portas aos segundos domingos de cada mês, pelas 9 horas, para a celebração da Eucaristia. Sem o esplendor das grandes festas de há um século, que, segundo reza a imprensa da época, chegaram a reunir no Largo de Avis mais de seis mil pessoas, a imagem da Senhora do Ó continua a sair anualmente em procissão no dia 18 de Dezembro, liturgicamente apelidado de dia da Expectação. Foi nessa data que, de acordo com a tradição católica, Maria exprimiu ardentemente o desejo de ver nascer rapidamente o seu filho.

In Revista “Évora Mosaico” n.º 2

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Cinema no Auditório Soror Mariana | 07 de Março | 18h00 e 21h30

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