Évora Local n.º 91

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Câmara Municipal de Évora / Director: José Ernesto D’Oliveira // Semanário, 29 Março de 2012

Rota de Sabores Tradicionais O Ciclo do Borrego vai recriado A Confraria da Moenga, com o apoio da Câmara Municipal de Évora e de Os Almocreves, vai recriar no próximo domingo, dia 1 de Abril, no Rossio de S. Brás, o Ciclo do Borrego, uma iniciativa integrada no programa da edição deste ano da Rota de Sabores Tradicionais.

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Sabia que...Diana

de Liz foi uma notável escritora eborense?

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Garcia de Resende

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Rota de Sabores Tradicionais O Ciclo do Borrego vai recriado

A Confraria da Moenga, com o apoio da Câmara Municipal de Évora e de Os Almocreves, vai recriar no próximo domingo, dia 1 de Abril, no Rossio de S. Brás, o Ciclo do Borrego, uma iniciativa integrada no programa da edição deste ano da Rota de Sabores Tradicionais. Esta recriação etnográfica, com início previsto para as 10h00, visa recuperar alguns dos mais importantes quadros alentejanos, nomeadamente o pastor e o cão conduzindo o rebanho, a choça do pastor, o rebanho no bardo ou redil, o aprisco, a tosquia (e cardar lã), a ordenha e a coalhada. O Ciclo do Borrego, que decorrerá junto ao Monte Alentejano, terá ainda em simultâneo a presença de artesãos com demonstração do fabrico de tapetes/mantas, provas de queijos de ovelha (frescos, meia cura e curados) e degustação de grelhados de borrego (costeletas e peito).

Integrada na edição deste ano da Rota de Sabores Tradicionais, a iniciativa culminará com um almoço temático (12,50 €) todo ele confecionado à base de borrego: miudezas (entradas quentes), ensopado, borrego assado, queijadinhas e bolo de requeijão.

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Deliberações da Câmara Municipal de Évora Em reunião pública de 14 de Março Câmara de Évora aprovou moção em defesa da saúde pública e da continuação do Serviço de Urgência Polivalente A Câmara Municipal de Évora aprovou, no período antes da ordem do dia, uma moção que expressa a preocupação pelas políticas levadas a cabo pelo governo na área da saúde pública e defende a continuação do Serviço de Urgência Polivalente do Hospital Espirito Santo de Évora. A moção começa por apontar que “as políticas levadas a cabo pelo governo na área da saúde, com o seu cortejo de cortes cegos, de violação do princípio constitucional da universal e tendencial gratuitidade do serviço nacional de saúde, de encerramento de centros de saúde e dos constrangimentos à passagem de credenciais para o transporte de doentes não urgentes, estão a pôr em causa o Serviço Nacional de Saúde”. Frisa também que “acresce a este conjunto de medidas de enorme insensibilidade social, a aplicação da chamada lei dos compromissos que ameaça paralisar o funcionamento de hospitais e centros de saúde”. Especifica ainda que “na região de Évora a eventual eliminação da urgência polivalente no hospital do Espírito Santo, conjugada com os aumentos das taxas moderadoras, dos transportes de doentes, dos medicamentos e das dificuldades económicas dos doentes, numa região onde as reformas são muito baixas, vai ter consequências tremendas na vida das pessoas”. Nesse sentido, “A Câmara Municipal de Évora reunida a 14 de Março de 2012, manifesta o seu profundo desacordo com as opções políticas seguidas e exige o respeito da Constituição da República e a garantia da existência de um serviço nacional de saúde que dê resposta às necessidades de todos independentemente da sua condição social, nível de rendimentos, idade ou área de residência”. A moção, apresentada pelo Vereador Eduardo Luciano (CDU) e que recebeu os contributos do PS pela voz da Vereadora Cláudia Sousa Pereira, foi aprovada com os votos favoráveis da CDU e do PS e o voto contra do PSD, por considerar que a moção era de cariz políticopartidário. Na sua intervenção, o Vereador António Dieb (PSD) sublinhou a importância de sensibilizar os decisores políticos e manifestou a sua disponibilidade para colaborar na busca de esforços para ajudar nesta temática, expressando ainda algumas posições suas nesta matéria, como por exemplo a necessidade de racionalizar o SNS e a sua discordância quanto ao encerramento generalizado dos centros de saúde.

Novas cláusulas do IHRU aprovadas A proposta de aprovação das cláusulas contratuais com vista à contratação de um empréstimo de longo prazo, para aquisição de 54 fogos de habitação social, junto do IHRU - Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, no valor de 1.680.442,70 euros, obteve os votos favoráveis do PS, abstenção do PSD e os votos contra da CDU, que não concorda com as novas clausulas. A decisão camarária agora tomada deve-se ao facto de a autarquia ter recebido por parte do IHRU uma comunicação a informar que por lapso enviaram minutas desatualizadas no que diz respeito à taxa de juro e bonificações do referido empréstimo, sendo esta proposta para aprovar as novas cláusulas contratuais entretanto enviadas. Resolvida situação urbanística desportivas do Juventude e Lusitano

das

áreas

O estudo prévio de ocupação urbanística da parcela E42/Horta de Santo André foi aprovado, com os votos favoráveis do PS e PSD e os votos contra da CDU, a qual defende uma visão diferente da tomada pelos serviços técnicos naquela área. Este estudo teve como objetivo a tomada de decisão sobre a ocupação urbana da parcela que constitui uma área ocupada com as instalações desportivas dos clubes Lusitano e Juventude. Nestes termos, procedeu-se à análise e enquadramento urbanístico da referida parcela de terreno para a qual se desenvolveu uma proposta de ocupação urbanística, tendo em consideração as necessidades para o local e as previsões de desenvolvimento da cidade. Feira Medieval em Évora Foi aprovada por unanimidade a concessão de apoio logístico e aquisição de prestação de serviços de vigilância noturna para realização da Feira Medieval, proposta pela Velha Lamparina – União de Artes e Ofícios e Recriações Históricas. O evento volta a Évora nos dias 28 e 29 de Abril, na Praça 1º de Maio, com o seguinte horário de funcionamento: sábado – entre as 10 e as 22 horas e domingo – das 10 às 19 horas.

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Sabia que Diana de Liz foi uma notável escritora eborense?

Diana de Liz Por trás deste pseudónimo literário abrigou-se Maria Eugénia Haas da Costa Ramos, eborense de gema, nascida a 29 de Março de 1892 na freguesia de S. Pedro, sendo filha do capitão do Regimento de Cavalaria nº 5, Zacarias da Costa Ramos, e de Margarida Amélia Haas da Costa Ramos. Apesar de ser um abastado proprietário rural eborense, a errância da vida militar levou o capitão Zacarias Ramos a fixar-se com a família em Lisboa, tinha a pequena Maria Eugénia oito anos de idade. Na capital, a menina recebeu esmerada educação, tendo aprendido com extrema facilidade as línguas francesa, inglesa e italiana. Aprimorou entretanto o estudo da língua pátria e dedicou-se à música. Aos 20 anos tinha cumprido a formação intelectual e tornara-se uma mulher moderna, desempoeirada e desejada nos meios mais elegantes da sociedade lisboeta. Ademais era bonita, muito feminina e sensual. Continuava a vir a Évora, acompanhando os pais que amiúde se deslocavam para se inteirarem do estado das suas lavouras; outras vezes, corria a visitar a madrinha, que a adorava. E, com espírito diletante, cultivava a escrita em prosa (pequenas novelas) ou em verso, material que ia colocando em vários periódicos sob o nome por que era conhecida entre as amigas: Mimi Haas. Assim aconteceu no “Correio da Manhã”, no “Diário de Notícias”, no “Diário de Lisboa”, no “Magazine Bertrand”, na “Vida Feminina” e outros. Foi no primeiro destes periódicos que, em 1923, utilizou pela primeira vez o pseudónimo Diana de Liz, o qual não viria a abandonar até final da sua curta existência. Por este se tornou igualmente conhecida no estrangeiro, escrevendo para o “ABC” de Madrid e para o “El Suplemento” de Buenos Aires. Nestas andanças veio a conhecer, em 1926, o jornalista e escritor Ferreira de Castro, nessa altura vivendo tempos difíceis de fome e privação. Ambos se envolvem numa paixão tórrida. Diana tinha já 34 anos e Ferreira de Castro menos seis. Em 1929,

depois de uma visita a Paris e a Andorra, Maria Eugénia adoece de tuberculose e o escritor leva-a para a sua casa natal de Osselas (Oliveira de Azeméis), tentando uma mudança de ares que lhe seja favorável. Em vão. Aí morre a 27 de Maio de

1930, ano em que é lançada “A Selva”, a imortal obra prima de Ferreira de Castro, que conhece um sucesso estrondoso em Portugal e além-fronteiras. O escritor vai então dedicar-se à tarefa de coligir, organizar e procurar editor para a publicação dos escritos da mulher. Tarefa difícil, porque, como o próprio Ferreira de Castro viria a referir, ela «escrevia pelo puro prazer de escrever e quando isso lhe era voluptuoso. Depois, abandonava os seus trabalhos, quase os esquecia». Assim, aparece em 1931 “Pedras Falsas”, uma colectânea de pequenas novelas, crónicas e cartas, quase todas publicadas no “Correio da Manhã”, prefaciada pelo seu companheiro, o qual, logo de início, confessa: «Devo, talvez, a este livro o estar ainda vivo. Se não fora o desejo de o publicar, eu teria seguido, possivelmente, a sua autora, quando a morte ma roubou. (…) Disse-lhe eu,que os seus livros, quaisquer que fossem os esforços a fazer seriam publicados ». Dando cumprimento ao prometido, surge, passado um ano, “Memórias de uma Mulher da Época”, uma novela de maior fôlego e mais vasta ambição. Foi a sua última obra póstuma. No dia em que fez quatro anos de falecida, a cidade, por intermédio do Grupo Pró-Évora, prestou-lhe sentida homenagem, organizando uma sessão solene evocativa da sua obra. O seu nome foi então dado à citada artéria e uma lápide toponímica colocada numa das esquinas da Ermida de S. Braz, de cujo descerramento se encarregou o próprio Ferreira de Castro.

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Cinema na Casa da Zorra | Março

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