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A POSSE DO TERRENO
A área se tornou pública em 1891, por cessão do Ministério da Agricultura ao município de São Paulo, caracterizada como terras devolutas, terrenos desocupados e transferidos ao domínio público em caso de morte do proprietário e ausência de herdeiros, envolveu conflitos pela propriedade da gleba, entre o poder público e os interesses particulares de diversas naturezas (BARONE, 2007). Entretanto só foram reconhecidas como patrimônio municipal no ano de 1916 com o decreto estadual nº 2.669 (ANDRADE, 2004).
Em 1927, Pires do Rio foi o responsável por incorporar terras ao poder público, aumentando a área do Parque, com permuta do terreno localizado na Avenida Água Branca, atual Avenida Francisco Matarazzo, por parte da Invernada dos Bombeiros de propriedade do Estado. O início do parque foi possível, pois no terreno permutado, transferiu-se o viveiro de plantas municipais (ANDRADE, 2004) garantindo sua posse, a destinação do uso e viabilizando a obra, pois, a área constituía um acesso importante entre os núcleos de urbanização de São Paulo e Santo Amaro (BARONE, 2007).
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Manoel Lopes de Oliveira, mais conhecido como Manequinho Lopes, chefe da Divisão de Matas, Parques e Jardins foi responsável por sanear e aproveitar a área destinada à plantação de ornamentais e arborização urbana, plantando milhares de eucaliptos, eliminando o excesso de água e umidade, recuperando o solo, evitando também a ocupação de posseiros.
A implantação só foi possível porque o terreno foi mantido vazio e preservado durante 64 anos. A escolha da área se deu pela boa localização, próxima ao centro e pela predominância da classe alta em seu redor.
Em 1951, sob a gestão do governador Lucas Nogueira Garcez e diretamente controlada pela prefeitura, foi criada a “Comissão do IV Centenário de São Paulo” . Presidida por Francisco Matarazzo Sobrinho, também conhecido como Ciccilo Matarazzo, a comissão se encarregou da escolha do local para sediar as comemorações dos 400 anos de São Paulo, bem como da encomenda do projeto e a construção do parque que viria a abrigar os festejos (MACEDO, 2005).
Em ofício de 21 de janeiro de 1952, Ciccilio demandava ao prefeito a remoção da favela existente no terreno do Ibirapuera. Para tanto, 186 barracos e 204 famílias, foram deslocadas, sendo 180 para terrenos próprios e 6 para a favela do Canindé (BARONE, 2007).
Figura 2 - Construções cobertas de telhas ou folhas de lata, no Ibirapuera, em 1951.
Fonte: Iconografia da Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal.