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LISTA PRELIMINAR DE VISITANTES FLORAIS DO CAMPO EXPERIMENTAL

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CAMPO EXPERIMENTAL

CAMPO EXPERIMENTAL

LISTA PRELIMINAR DE VISITANTES FLORAIS DO CAMPO

A seguir serão apresentadas espécies e gêneros presentes no Campo Experimental.

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A lista está ordenada por Ordem, inicialmente Hymenoptera (Abelhas, vespas, formigas etc), em seguida Lepidoptera (borboletas e mariposas) e por fim Aves (composto por mais de uma Ordem).

As identificações de abelhas foram realizadas em parceria com o Gerson Pinheiro (SOS Abelha sem ferrão) e das borboletas com a Edna Cavalcante (DEPAVE-3). As fotos são autorais, foram tiradas no período de Março a Agosto de 2019.

Figura 13 - Apis mellifera visitando Streptosolen jamesonii.

Fonte: Arquivo pessoal | Foto: Bianca Lopes.

HYMENOPTERA

ABELHA AFRICANIZADA

Apis mellifera

Abelha melífera social de origem europeia e africana. Em 1956 um cientista brasileiro chamado Warwick Estevam Kerr importou abelhas africanas para a América do Sul com a intenção de criar uma linhagem mais produtiva, produtora de muito mel e cera. Quando provocada, é um inseto extremamente agressivo, sua ferroada causa vermelhidão e ardência. Mede cerca de 12 mm, apresenta pelos escuros e listras amarelas no tórax. Os ninhos são de grande porte, abrigando uma rainha, de 10 a 15 mil operárias e 500 a 1.500 zangões.

Visitas observadas: Tagetes patula, Bidens sulphurea, Zinnia elegans, Cuphea gracilis, Coreopsis lanceolata, Clerodendron x speciosum, Eriobotrya japonica, Sphagneticola trilobata, Coix lacryma-jobi L.

Imagem: Apis mellifera visitando a Cuphea gracilis | Foto: Bianca Lopes.

ABELHA DA ORQUÍDEA

Euglossa sp

Abelhas exóticas oriunda das florestas neotropicais, são de médio e grande porte com cores metálicas, variando do azul ao verde, frequentemente confundidas com moscas varejeiras. O nome do gênero remete a língua (glossa), extremamente longas, às vezes, maiores do que as próprias abelhas. Além do pólen e do néctar, os machos desse gênero coletam compostos aromáticos por meio de estruturas especializadas, localizadas nas pernas posteriores, para confecção de ferormônios (hormônio) próprios para atração das fêmeas. Os ninhos são formados em cavidades pré-existentes, geralmente aéreos, sendo, portanto, de difícil localização.

Visitas observadas: Evolvulus glomeratus, Clerodendrum thomsoniae.

Imagem: Euglossa sp visitando Clerodendrum thomsoniae | Fotos: Bianca Lopes.

BOCA DE SAPO

Partamona helleri

Abelha nativa do Brasil com distribuição do Espírito Santo a Santa Catarina, recebe o nome popular devido a forma particular de seus ninhos, a entrada remete a uma boca de sapo, estratégia usada para evitar o ataque dos predadores. Outra característica típica dessa espécie é a construção aérea dos ninhos, em ambientes naturais a nidificação ocorre em bromélias, xaxins e plantas que acumulam água, em ambientes urbanos os ninhos são apoiados em árvores, postes, telhados etc. São insetos agressivos quando se sentem ameaçados, enrolando nos cabelos e mordiscando a pele com as mandíbulas. A produção de mel é restrita ao consumo da colmeia.

Imagem: Ninho da Partamona helleri | Foto: Ana Maria Brischi.

ARAPUÁ

Trigona spinipes

Abelha meliponídea nativa do Brasil, extremamente agressiva, possui o comportamento de invadir a colmeia de outras abelhas sem ferrão, em busca de alimentos, ocasionando diversas mortes em confronto com as defensores da colmeia que está sendo invadida. Ao se sentir ameaçada, a arapuá enrosca no cabelo da vítima e penetra alguns orifícios, como nariz e ouvido. Seu ninho é feito com fibras vegetais, provenientes de tronco de árvores e botões florais, portanto, a espécie se torna um problema quando as plantas estão florescendo. A colmeia abriga diversas rainhas, sendo que, apenas uma é responsável pela postura dos ovos, operárias e zangões. Visitas observadas: Arctium lappa

Imagem: Trigona spinipes visitando Arctium lappa | Foto: Bianca Lopes.

JATAÍ

Tetragonisca angustula

Abelha meliponídea nativa do Brasil, extremamente dócil com ampla distribuição geográfica, ocorrendo do Rio Grande do Sul ao México. São abelhas pequenas, medem cerca de 1 mm e são totalmente amarelas com a corbícula (aparelho coletor de néctar e pólen) preta, rústicas e de fácil adaptação, visto que, constroem ninhos em lugares diversos como: oco de árvores, buracos de tijolos, latas vazias, caixas de luz e furos na parede, por exemplo, se tornando comum em ambientes urbanos e de grande interesse aos apicultores. Os ninhos apesar de formados em locais diversos possuem uma característica única, ao redor da entrada é construído um tubo amarelo feito à base de cera, em dias frios ou chuvosos, esse tubo é fechado com cera, a fim de proteger o ninho de possíveis perigos externos.

Imagem: Tetragonisca angustula pousando em Zinnia elegans. Lepidoptera não identificado. Foto: Bianca Lopes.

MAMANGAVA DE TOCO

Xylocopa Latreille

O gênero Xylocopa é de origem europeia possui cerca de 730 espécies descritas, sendo que 50 ocorrem no Brasil. São de grande porte, chegando a medir 4,5 cm de comprimento, são pretas, com algumas variações incluindo abelhas azuladas, marrons e com manchas amarelas. O ambiente restringe sua ocorrência, sendo que, constroem seus ninhos escavando tecidos vegetais secos, sem fendas ou rachaduras, o período de nidificações varia de acordo com a quantidade de gerações que as espécies produzem por ano, algumas espécies se reproduzem apenas uma vez ao ano, ao passo que outras espécies se reproduzem até quatro vezes, com essa frequência, os ninhos são reaproveitados. São polinizadoras efetivas do maracujá (Passiflora), isso se justifica graças ao grande porte das abelhas e a anatomia floral da planta, em outras plantas, o comportamento do gênero se modifica, e os indivíduos perfuram flores tubulares para a extração do néctar sem a polinização.

Imagem: Xylocopa sp visitando Heterotis rotundifolia | Foto: Bianca Lopes.

LEPIDOPTERA

PAVÃO BRANCO

Anartia jatrophae

Borboleta da família Nymphalidae, de grande porte, chegando a medir de 5 a 7 cm de envergadura. As margens das asas são serrilhadas, com duas manchas pretas circulares na parte anterior e posterior das asas. São ativas em horários quentes do dia, sendo encontrada em jardins, praças, pomares e margens de rio, por exemplo. Visitas observadas: Zinnia elegans

Imagem: Anartia jatrophae visitando Zinnia elegans | Foto: Ana Maria Brischi.

PAVÃO MARROM

Anartia amathea

Borboletas da família Nymphalidae, com cores vibrantes variando do laranja ao vermelho com as pontas das asas pretas e manchas brancas. Visitas observadas: Tagetes patula

Imagem: Anartia amathea visitando Tagetes patula | Foto: Bianca Lopes.

BORBOLETA ENXOFRE

Phoebis sp

É um gênero composto por cerca de oito espécies da família Pieridae, que ocorrem em áreas neotropicais. São borboletas grandes, com cerca de 4 a 6,5 cm de envergadura. Possuem a coloração do verde claro ao amarelo, vivendo em ambientes abertos e com grande perturbação, como jardins e pomares. Um fenômeno comum visto no gênero é o chamado “panapaná” , onde diversos indivíduos se reúnem no solo, em beiras de rios ou poças, para se alimentarem de sais minerais presentes no solo. Visitas observadas: Zinnia elegans, Salvia splendens

Imagem: Phoebis sp visitando Salvia splendens | Foto: Bianca Lopes.

Siproeta epaphus trayja

Borboleta da família Nymphalidae, com asas serrilhadas e grande porte, envergadura de 7 a 8,5 cm. Possui cores escuras na asa, que variam do preto ao marrom, com uma listra branca e pontas alaranjadas. É ativa nas horas quentes do dia e se alimenta de frutos fermentados, néctar de flores e esterco mineralizado. Foi observada caminhando em cima do esterco presente no solo.

Imagem: Siproeta epaphus trayja caminhando sobre o esterco | Foto: Bianca Lopes.

Marpesia chiron

Em inglês é chamada de many-banded Daggerwing (asa com muitas listras | tradução livre) são borboletas da família Nymphalidae e com altas taxas migratórias, podendo ser encontradas em diferentes regiões, é comum em trilhas, florestas nubladas e em parques suburbanos. As fêmeas dificilmente são encontradas, pois, vivem a maior parte da vida no dossel das florestas, que são áreas com mais 25 m de altura, resultantes da sobreposição de galhos e folhas. Devido à dificuldade de acesso aos dosséis, os estudos são escassos, mas há estimativas de que 70-90% da vida nas florestas sejam localizadas nessas áreas. Foi observada caminhando sobre o solo.

Imagem: Marpesia chiron caminhando sobre o solo | Foto: Bianca Lopes.

BORBOLETA DO MARACUJÁ

Dione juno

Borboletas da família Nymphalidae com cerca de 50-70 mm de envergadura, são laranja com uma listra preta. Possui larga distribuição em áreas neotropicais, sendo encontradas em margens de rios, bosques, jardins e encostas de estradas, se alimentam de substancias mineralizadas do solo e néctar. A espécie recebe o nome popular, pois, em fase de lagartas, o maracujá (Passiflora sp) é hospedeiro dos ovos e após a eclosão, as lagartas se alimentam das folhas, destruindo a plantação, sendo consideradas pragas. Visitas observadas: Lantana sp

Imagem: Dione juno visitando Lantana sp | Foto: Bianca Lopes.

BRANCÃO

Ascia monuste

Borboletas da família Pieridae, de cor branca ao amarelo, com manchas pretas nas pontas das asas, de porte pequeno, tendo em torno de 3 mm de envergadura. A fase larval é considerada praga da couve (Brassica sp), levando a desfolhagem completa. Visitas observadas: Zinnia elegans

Imagem: Ascia monuste pousada no solo | Foto: Bianca Lopes.

MALAQUITA

Siproeta stelenes

Borboletas da família Nymphalidae com tamanho aproximado de 8,5 - 10 cm. São comuns em florestas e pomares. O hábito de alimentação é frugívoro, ou seja, se alimentam de frutas em processo de apodrecimento ou fermentação, raras às vezes, que se alimentam de néctar. Possui vasta ocorrência, como Brasil, América Central, México e Ilhas Ocidentais.

Imagem: Siproeta stelenes pousada na folha | Foto: Gerle Adriano.

BORBOLETA DO MANACÁ

Methona themisto

Conhecida como borboleta do manacá ou borboleta vitral (devido ao desenho das suas asas), a espécie é da família Nymphalidae e ocorre em faixas de Mata Atlântica do Brasil. Como o nome diz, a borboleta coloca seus ovos no Manacá (Brunfelsia uniflora), em fase larval o arbusto pode ser totalmente desfolhado, devido, ao longo processo de alimentação da espécie, que dura cerca de dois meses. É comum observá-las voando em locais úmidos e sombreados.

Imagem: Methona themisto pousada na folha | Foto: Ana Maria Brischi.

AVES

TESOURÃO

Eupetomena macroura

O beija-flor mais comum dentro da família, o tesourão é facilmente reconhecido pelo colorido exuberante e pela cauda longa em formato de tesoura. Mede em torno de 16 cm, sendo uma das maiores espécies de beija-flor do Brasil. É bem comum em ambientes urbanos e possui um comportamento típico: são extremamente briguentos.

Devido a rapidez com que voam, ficou inviável fotografá-los.

TOPETINHO VERDE

Lophornis chalybeus

O nome científico sigifica "pássaro com topete de aço" , até então, não havia sido vista no Parque Ibirapuera, mas por meio de um vídeo, com a ajuda do DEPAVE-3 (Fauna), a espécie foi identificada. São pequenos, medindo em torno de 8 cm, os machos são atrativos, apresentam um tufo de penas verdes com pontas brancas na região do pescoço, usadas para atrair as fêmeas em época de reprodução. Como foi possível analisar em sua visita ao Campo Experimental, ele possui uma banda branca no uropígio, característica da espécie.

Devido a rapidez com que voam, ficou inviável fotografá-los.

CAMBACICA

Coereba flaveola

A Cambacica é um pequeno pássaro tropical que se alimenta de néctar, frutas e insetos. Chama a atenção pelo colorido vivo, possui o peito amarelo e o dorso preto. Mede em torno de 11 cm. Constrói dois tipos de ninhos: Para reprodução, construído pelo casal, com formato oval e abertura lateral, o material utilizado é capim seco, e para descanso, sendo menor, mais achatado ao invés de globuloso e possui a entrada mais larga, o trançado do capim é mais frouxo. Os ovos são incubados pelas fêmeas por cerca de 10-12 dias, os filhotes saem do ninho cerca de uma semana depois.

Imagem: Coereba flaveola se alimentando do néctar da Holmskioldia sanguinea | Foto: Bianca Lopes.

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