Relat贸rio Anual
2008
A Souza Cruz em resumo
Líder do mercado nacional de cigarros e integrante do grupo British American Tobacco (BAT), o mais internacional dos grupos que atuam no negócio de tabaco, presente em mais de 180 países. Atuação em toda a cadeia produtiva: desde a produção de sementes ao processamento de fumo, até a fabricação e distribuição direta de cigarros em mais de 240 mil pontos de venda em todo o Brasil. Ao todo, a Souza Cruz conta com cerca de 7.300 colaboradores, cerca de 40 mil produtores integrados e gera mais de 240 mil postos de trabalho em toda a sua cadeia produtiva. A Souza Cruz mantém sua sede no Rio de Janeiro e possui duas fábricas de cigarros: uma em Uberlândia (MG) e outra em Cachoeirinha (RS), onde também fica localizado o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento e, em abril de 2009, começou a funcionar o novo Departamento Gráfico (DG). A Souza Cruz possui cinco Centrais Integradas de Distribuição (CID), localizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre, responsáveis pela coordenação da distribuição ao varejista. A Empresa conta, ainda, com Usinas de Processamento de Fumo nas principais regiões produtoras de tabaco, em Santa Cruz do Sul (RS), Blumenau (SC), Rio Negro (PR) e Patos (PB). Estas unidades abrigam toda a estrutura de assistência técnica aos produtores de fumo, com mais de 250 orientadores agrícolas. Desde 1995, a Souza Cruz detém 50% da Brascuba, uma joint venture com o governo cubano para a produção e exportação de cigarros. A Brascuba é considerada um dos cinco maiores sucessos de empresa mista naquele país, segundo o governo cubano. Em 2002, A Souza Cruz constituiu, em parceria com a Ambev, o Agrega, uma empresa de inteligência de compra que visa, através do aumento de escala, gerar economias na aquisição de materiais e serviços não específicos. Desde a sua fundação, o Agrega passou a prestar serviço para outras grandes empresas do cenário nacional. Companhia de capital aberto composto exclusivamente por ações ordinárias, negociadas na Bovespa sob o código CRUZ3. Considerada uma das principais distribuidoras de dividendos do país, a Souza Cruz é controlada pela BAT – British American Tobacco –, que detém 75,3% de seu capital acionário.
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Organização Vencedora Construindo Nossa Sustentabilidade A Souza Cruz é constituída por um grupo de colaboradores motivados e determinados a construir uma Organização Vencedora, que alcança resultados expressivos e gera riquezas com o máximo de respeito ao meio ambiente e à sociedade. Em 2008, mais uma vez, a Souza Cruz pôde se orgulhar das suas conquistas – frutos de um modelo de negócio sustentável que se propõe a produzir impactos positivos nos campos econômico, social e ambiental.
Valor adicionado A Souza Cruz gerou um valor adicionado consolidado de R$ 8.003 milhões em 2008, 13,1% superior ao de 2007 (R$ 7.076,4 milhões), o qual representa a riqueza criada pela Companhia e suas controladas. Distribuição do valor adicionado em 2008
9% 1% 6%
A participação da Companhia no mercado de cigarros alcançou 62,1%, um crescimento de 1,2 ponto percentual em relação a 2007.
Acionistas Colaboradores
7%
Financiadores Reinvestimento
As exportações de fumo para mais de 50 países nos cinco continentes totalizaram 127,8 mil toneladas, 5,6% superiores àquelas realizadas no ano anterior. Lucro líquido consolidado de R$ 1.249,6 milhões, 20,9% superior ao obtido em 2007.
Governo
77%
240 mil empregos gerados na cadeia produtiva, segundo estudo da FGV-RJ. 40 mil produtores de fumo. R$ 353 milhões em investimentos em meio ambiente, ações sociais e no público interno, conforme modelo Ibase. Matriz energética 78% renovável, enquanto a média nacional é 45% e a dos países desenvolvidos 6%.
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Indicadores financeiros consolidados
2003
2004
2005
2006
Receita Bruta (R$ mil)
6.806.638
7.514.875
7.964.999
8.699.473
9.957.987
9.957.987
11.046.399
Impostos sobre vendas (R$ mil)
3.561.993
4.034.957
4.238.014
4.458.433
5.111.239
5.111.239
5.745.783
EBITDA (R$ mil)
1.136.515
1.111.116
1.099.143
1.232.032
1.387.422
1.429.994
1.739.506
Margem EBITDA (%)
35,0%
31,9%
29,5%
29,1%
28,6%
29,5%
32,8%
Resultado Financeiro (R$ mil) antes do JCP
8.833
22.311
(8.781)
23.855
54.566
81.155
84.059
768.985
732.033
692.663
824.143
908.087
1.033.611
1.249.589
2,52
2,39
2,27
2,70
2,97
2,97
3,97
1.536.925
1.616.138
1.651.408
1.680.385
1.575.663
1.663.980
2.128.319
51,2%
47,6%
42,9%
49,9%
54,0%
61,5%
75,1%
Geração Operacional de Caixa (R$ mil)
971.508
780.213
706.475
854.743
1.132.371
1.132.371
1.620.950
Investimentos (R$ mil)
128.320
104.970
148.101
165.614
195.018
195.018
196.799
Remuneração dos Acionistas
788.655
716.506
692.006
822.880
1.052.765
1.052.765
1.204.391
2007
2007 ifrs
Lucro Líquido (R$ mil) Lucro Líquido por Ação Patrimônio Líquido (R$ mil) Retorno sobre Patrímonio Líquido (%)
Indicadores Operacionais
2007
2007 ifrs
2008
2003
2004
2005
2006
113.022
180.061
180.706
197.696
180.763
180.763
151.612
96.572
112.061
117.061
115.049
121.009
121.009
127.763
77,6
74,8
77,0
79,4
79,3
79,3
78,8
58,8%
59,1%
59,2%
60,4%
60,9%
60,9%
62,1%
Número de Colaboradores
4.275
5.955
6.569
6.517
7.236
7.236
7.309
Investimento Social (IBASE)
173.043
190.986
220.523
259.709
280.619
280.619
352.770
Volume de Produção de Fumo (t) Volume de Exportação de Fumo (t) Volume de Produção de Cigarros (bilhões de unidades) Participação de Mercado (%)
2008
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Princípios de Negócio Princípio do Benefício Mútuo Tendo como direção principal agregar valor para os acionistas a longo prazo, a Souza Cruz compreende e considera as necessidades de todos os segmentos da sociedade que influenciam direta ou indiretamente os negócios da Empresa.
Princípio da Gestão Responsável do Produto Os produtos da marca Souza Cruz são desenvolvidos, manufaturados e comercializados de forma responsável, atendendo a legislação vigente para suprir a demanda do consumidor adulto fumante com relação a um produto lícito cujo consumo está associado a riscos.
Princípio da Boa Conduta Empresarial O sucesso do negócio traz consigo a obrigação de altos padrões de comportamento e a integridade em tudo o que a Companhia faz e onde opera.
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Valores Corporativos Diversidade A Souza Cruz defende que o ambiente de trabalho esteja aberto às diferenças entre as pessoas. A diversidade é um elemento que fortalece a Empresa.
Mente Aberta A Souza Cruz deseja e estimula o envolvimento e da contribuição de todos, para que sejam bons ouvintes, sempre abertos a novas ideias e a diferentes pontos de vista.
Espírito Empreendedor A Souza Cruz busca fazer as coisas acontecerem, por meio da mobilização e da contribuição de todas as pessoas.
Liberdade com Responsabilidade A Souza Cruz acredita que todas as pessoas têm liberdade para tomar decisões, dentro dos seus níveis de competência, para conduzir a Organização em direção aos seus objetivos.
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Mensagem do Presidente “liderar o mercado brasileiro de produtos de tabaco, de forma responsável e inovadora” No ano de 2008, implementamos uma série de iniciativas alinhadas com a visão da Souza Cruz, que é “liderar o mercado brasileiro de produtos de tabaco, de forma responsável e inovadora, assegurando a sustentabilidade do negócio através do desenvolvimento dos nossos talentos e das nossas marcas”. O lançamento do programa Construindo nossa Sustentabilidade, que engloba oito focos estratégicos, distribuídos nos vetores Crescimento, Produtividade, Responsabilidade e Organização Vencedora, foi mais um passo para que possamos materializar nossa visão e garantir a sustentabilidade do nosso negócio. O lançamento de novas versões de marcas já consolidadas, tais como Free Fresh e Hollywood California, e o lançamento das novas marcas internacionais Dunhill e Vogue contribuíram fortemente para reforçar a qualificação e a internacionalidade do nosso portfólio de produtos.
Também merecem destaque as iniciativas adotadas para estreitar o relacionamento com os varejistas, reforçando o contato direto e a comunicação, investindo na construção de uma parceria de longo prazo ainda mais sustentável. Em 2008, a Souza Cruz expandiu a sua distribuição direta para mais 25 mil varejistas, chegando a 246 mil pontos de venda. Estas ações, combinadas com a redução do contrabando e das falsificações, em decorrência da contínua atuação das autoridades governamentais, contribuíram para que a Souza Cruz encerrasse o ano de 2008 com 62,1% de participação de mercado, com um crescimento de 1,2 ponto percentual em relação a 2007.
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Ainda no segmento cigarros, gostaria de aproveitar a oportunidade de usar este relatório, como um veículo importante de comunicação com os diversos públicos com que nos relacionamos, para registrar um fato posterior ao exercício de 2008, por ter reflexo significativo no nosso negócio. Em 31 de março de 2009, o Governo Federal publicou Medida Provisória n. 460 e o Decreto n. 6.809, os quais dentre outros assuntos, regulamentaram os aumentos do PIS/COFINS e do IPI incidentes sobre os cigarros em aproximadamente 72,5% e 23,5%, respectivamente. O aumento da carga tributária a partir de maio de 2009 elevou ainda mais a atratividade do comércio ilegal de cigarros, com o provável aumento do volume de cigarros contrabandeados para o Brasil e potencial perda de arrecadação. A Souza Cruz espera que as autoridades brasileiras intensifiquem o combate a essa prática. No segmento fumo, o período marcou a celebração dos 90 anos do sistema de produção integrada, que reúne cerca de 40 mil produtores. Ao longo do tempo, a Souza Cruz vem atuando para que essas propriedades se desenvolvam dentro de um modelo de sustentabilidade, adotando uma visão abrangente que leve em conta não apenas o volume e a qualidade da safra, mas também a preservação da mata nativa, a diversificação de culturas e a conservação e melhoramento do solo e da água. A atuação da Companhia junto ao pequeno produtor é relevante não só pela geração de renda, mas também por estimular um efeito multiplicador de engajamento sustentável.
Nenhuma destas realizações seria possível se não contássemos com um time de talentos de primeira linha e um ambiente de trabalho adequado. Esta é a base da nossa estratégia e por isso mantemos foco permanente em atrair, desenvolver e reter as melhores pessoas, garantindo oportunidades de carreira e desenvolvimento, remuneração competitiva e estímulo à cultura de alta performance. Podemos afirmar que está no DNA dos nossos colaboradores a busca incessante pelo aperfeiçoamento dos nossos processos e do nosso negócio.
Dante João Letti Presidente
“Nenhuma destas realizações seria possível se não contássemos com um time de talentos de primeira linha e um ambiente de trabalho adequado.”
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Nossa Voz Quando a Souza Cruz se comunica com seus diversos públicos, não é apenas uma empresa que está se comunicando. A Souza Cruz é a reunião de mais de 7 mil colaboradores que trabalham dia a dia com comprometimento e empenho para construir os novos capítulos desta Organização que já ultrapassou 105 anos de contribuições para o desenvolvimento do país. Quando a Souza Cruz é apontada como uma grande geradora de divisas, deve-se lembrar que a Companhia trabalha com mais de 40 mil produtores agrícolas que há 90 anos fazem parte de um sistema integrado de produção pioneiro, que faz com que, hoje, o Brasil figure entre os maiores produtores e exportadores de fumo do mundo. Quando se contabiliza a Souza Cruz como uma das dez empresas que mais recolhem tributos no país, deve-se ressaltar a capilaridade de uma rede de mais de 240 mil varejistas espalhados por todo o Brasil, responsáveis pela distribuição dos produtos da Companhia. Para este grupo de pessoas que constitui a Souza Cruz, sustentabilidade é ter mais de um século de história e poder olhar para trás com o orgulho de ter crescido junto com o país, respeitando o meio ambiente e preservando as nossas belezas e riquezas para as gerações que ainda estão por vir. É pensar em tecnologia e inovação, buscando o que há de mais moderno para desenvolver produtos de qualidade. É não se conformar com o que já foi alcançado e continuar investindo e construindo o futuro dia após dia. Portanto, quando fazemos uma avaliação do desempenho anual da Souza Cruz, é hora de dar voz a todos aqueles que formam esta Companhia. Estamos todos juntos construindo a nossa sustentabilidade. Confira a seguir os desafios e as conquistas do ano de 2008, mas, principalmente, conheça a Companhia a partir do olhar das muitas pessoas que escrevem a nossa história.
Sumário Vetores Estratégicos Crescimento
12
Produtividade
20
Responsabilidade
25
Organização Vencedora
39
Governança Corporativa
43
Mercado de Capitais
53
Fatores de Risco
56
Resultados Financeiros
60
Informações Corporativas
68
Crescimento A Souza Cruz tem como objetivo estratégico aumentar a participação no mercado de tabaco – em volume e valor –, através do crescimento orgânico das vendas.
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Portfólio orientado aos consumidores
A Companhia detém 62,1% do mercado total de cigarros e seis das dez marcas mais vendidas no Brasil.
Construir um portfólio de produtos de valor agregado, inovador, orientado às necessidades e aspirações dos consumidores em todos os segmentos, com especial atenção ao segmento Premium, mas sempre reforçando as marcas de preço médio e baixo do nosso portfólio. A Companhia detém 62,1% do mercado total de cigarros e seis das dez marcas mais vendidas no Brasil. A Souza Cruz vem trabalhando consistentemente no desenvolvimento de um portfólio de marcas fortes, com especial atenção ao segmento Premium. Neste sentido, merece destaque o lançamento da iniciativa Carlton by Dunhill, cujo objetivo é a fusão entre as marcas Carlton e Dunhill. Dunhill é uma marca inglesa com mais de cem anos de tradição, presente em mais de uma centena de países e reconhecida por sua expertise em tabaco e ampla gama de produtos Premium e Super Premium. No final de 2008, a Souza Cruz lançou em todo o território nacional a marca Vogue, marca internacional do segmento Super Premium, comercializada em mais de 50 países. A Companhia segue investindo na qualificação das marcas, oferecendo lançamentos, criando novas referências no mercado, no que se refere a sabores e blends (misturas de fumos). Em 2008, apresentou ao mercado algumas versões muito bem recebidas pelos consumidores, como Free Fresh, Hollywood California, Lucky Strike Nites e uma embalagem limitada comemorativa dos 15 anos para as versões da marca Derby.
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Acompanhe a seguir o desempenho das principais marcas da Souza Cruz em 2008: Carlton
Hollywood
Referência no segmento Premium, a marca Carlton apresentou crescimento de 2,1% no volume de vendas, alcançando 7,1% de participação no mercado total, 0,3 ponto percentual superior ao obtido em 2007.
A marca alcançou 11,0% de participação no mercado total em 2008, 1,4 ponto percentual acima de 2007, com crescimento de 11,8% no volume de vendas. Destaque para a versão Hollywood California, com nova embalagem feita com papel mais encorpado. Lançada em julho de 2008, já alcançou cerca de 3% do volume total de vendas da marca.
Free Apresentou performance positiva em 2008, fechando o ano com crescimento de 2,4% no volume de vendas e participação de 9,4% no mercado total, 0,4 ponto percentual superior a 2007. A versão Free Fresh da marca contribuiu para este desempenho.
Lucky Strike Obteve excelente performance em 2008, apresentando um crescimento de 19,3% no volume de vendas. A marca consolidou -se no mercado brasileiro ao longo do ano através dos materiais de comunicação desenvolvidos para mercados estratégicos, contando também com o lançamento da versão Lucky Strike Nites.
Derby Atingiu um volume de vendas de 35,4 bilhões de cigarros em 2008, com participação de 27,9% no mercado total, representando uma redução de 1,1 ponto percentual em relação a 2007. A marca completou 15 anos em 2008, líder absoluta de mercado desde o seu lançamento, e recebeu o título de Marca de Alto Renome, conferido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Com isso, é assegurada a proteção especial da marca em todas as classes. Nenhum outro produto ou serviço, de qualquer tipo ou categoria, pode registrar este nome.
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Preço e tributação Gerenciar de forma proativa e sustentável a relação preços/tributo de forma a contribuir para a otimização, a rentabilidade e a competitividade do portfólio. Nos últimos anos, o aumento da carga tributária tem sido a principal razão que obrigou a Souza Cruz a reajustar regularmente os preços de seus produtos. A carga tributária brasileira já é bastante elevada – cerca de 65% do valor do produto – e elevá-la ainda mais pode ter o efeito de estimular o comércio ilegal e o contrabando. A forte carga tributária sobre a produção e a venda de cigarros continua sendo o principal fator de incentivo à comercialização informal do produto no Brasil. Com efeito, estudo desenvolvido pela Fundação Getulio Vargas revela que o preço relativo de cigarros vendidos legalmente no Brasil é um dos mais altos do mundo. Considerando uma mesma marca vendida nos 22 países da amostra, o preço do cigarro no Brasil, em 2008, era o sexto mais caro do mundo, atrás apenas da Turquia, Venezuela, Austrália, Inglaterra e África do Sul. Após os reajustes dos preços do cigarro, no início de 2009, o Brasil subiu da sexta para a terceira posição no ranking (Fonte: Fundação Getulio Vargas).
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Concorrência desleal Contribuir para o aumento do valor de mercado da indústria legal de tabaco, garantindo a visibilidade do tema para o combate ao mercado ilegal de cigarros no Brasil pelas autoridades competentes.
Contexto setorial No Brasil, cerca de 27% dos cigarros vendidos são comercializados ilegalmente. Esta fatia de mercado é tão expressiva devido à oferta de cigarros com preços significativamente inferiores aos praticados pelo mercado formal, seja em função da entrada de produtos contrabandeados do Paraguai, seja em função de cigarros fabricados no Brasil, mas comercializados sem o devido pagamento de tributos. O mercado ilegal também se apoia em práticas como falsificação de cigarros de marcas consagradas.
Combate ao mercado ilegal A Souza Cruz apoia ações que visam melhorar o ambiente de negócios e reduzir o espaço para a prática da concorrência desleal: Nota Fiscal Eletrônica e Scorpios O ano de 2008 marcou a continuidade da atuação governamental no sentido de reduzir o mercado ilegal de cigarros. Em abril de 2008, todo o segmento passou a emitir, obrigatoriamente, nota fiscal eletrônica. Além disso, em maio, entrou em vigor o Scorpios – Sistema de Controle e Rastreamento da Produção de Cigarros –, que fez com que todas as fábricas de cigarros do país passassem a adotar novos selos e novo sistema de controle de produção determinado pela Receita Federal. Os objetivos do Scorpios são o controle, o registro e a transmissão de dados sobre produção de cigarros através dos contadores de cigarros instalados nas fábricas pela Secretaria da Receita Federal, possibilitando o rastreamento eletrônico de produtos em todo o território nacional. Assim, é possível identificar a real origem dos produtos e reprimir a produção, comercialização e importação de produtos ilegais, contribuindo para reduzir o nível de evasão fiscal do setor.
ETCO A Companhia faz parte do ETCO – Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial –, formado por empresas de setores como bebidas, medicamentos, combustíveis e fumo, que sofrem com a concorrência desleal por conta da sonegação de impostos. Em 2008, o Instituto promoveu inúmeros eventos e seminários, incorporando a questão do combate à ilegalidade na agenda política e econômica brasileira.
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Resultados alcançados A combinação destes fatores, além da estabilidade das regras tributárias e da atuação das autoridades governamentais, vêm gerando alguns resultados importantes: Melhoria dos controles da Receita Federal, permitindo a cassação do Registro Especial (mandatório para fabricantes de cigarros) e o consequente fechamento de fábricas que não operam em conformidade com as exigências legais-fiscais determinadas pela Receita Federal; Redução da participação do mercado ilegal em cerca de três pontos percentuais nos últimos três anos; Crescimento da arrecadação do Governo: 15% em 2008 e cerca de 39% nos últimos três anos.
Participação do Mercado Ilegal 30,3% 29,2% 28,7% 27,1%
2005
2006
2007
2008
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Capacitações em Trade Marketing Criar capacitações únicas em Trade Marketing, através de uma comunicação adequada, e com um modelo de venda e distribuição eficiente e eficaz. No ano de 2008, a Souza Cruz expandiu sua rede de distribuição direta de cigarros em mais 25 mil varejistas, atingindo cerca de 246 mil pontos de venda. Esta expansão veio acompanhada de investimentos no desenvolvimento das equipes, ênfase em treinamentos e promoções de colaboradores da Souza Cruz, por meio do programa de recrutamento interno Sua Chance. O resultado desta expansão tem grande foco na melhoria dos nossos serviços para os varejistas.
As matérias trazem dicas de gestão financeira, recursos humanos e negócios, bem como orientações de mercado como contribuição para a gestão do varejo.
“Sou parceiro da Souza Cruz em oito bares, mas gostaria de ser em todos eles. A entrega não atrasa, os vendedores recebem orientação, ou seja, o serviço é completo”. Antônio Rodrigues, proprietário de 12 bares no Rio de Janeiro.
Para isto, a Souza Cruz também investiu em novas ferramentas de relacionamento com o varejo, mostrando a preocupação da empresa em incrementar ainda mais esta parceria tão importante e bem-sucedida, por meio de programas que incentivem o varejista, ajudando na sua capacitação e aprimoramento da imagem de seu estabelecimento, gerando consequentemente, o Benefício Mútuo, um dos princípios de negócios da Souza Cruz. Tradicionalmente, a Companhia já vinha adotando ações como o investimento em materiais de merchandising para os pontos de venda, concessão de crédito para compra de cigarros, consultoria em gestão e capacitação de vendedores. Um importante passo no estreitamento do relacionamento com os varejistas ocorreu em dezembro, quando começou a circular a revista Mais Varejo, publicação trimestral distribuída a todos os varejistas da Souza Cruz espalhados pelo Brasil.
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CDVR Centro de Desenvolvimento do Varejo Responsável A partir da ideia de incentivar e disseminar práticas responsáveis para os varejistas, como a proibição da venda de cigarros para menores de idade, em 2008, a Souza Cruz firmou uma parceria com a Fundação Dom Cabral para elaborar um código de conduta do varejo responsável, que criará indicadores de boas práticas para nortear as ações das empresas associadas ao projeto. A instalação do Centro de Desenvolvimento do Varejo Responsável, com a ampliação das empresas associadas e a realização do I Fórum do Varejo do Futuro são iniciativas alinhadas à postura da Companhia de levar a cultura de sustentabilidade e responsabilidade a sua rede de distribuição.
Segurança O cenário de insegurança pública existente em muitas cidades do país faz com que episódios de roubo ou assaltos a empresas de varejo e distribuição se multipliquem. Este contexto, apontado como uma área de atenção na última edição da Your Voice – Pesquisa de Clima Organizacional que a Companhia realiza periodicamente com seus colaboradores –, motivou a criação do Sistema de Segurança e Suporte, batizado como 3S, destinado a apoiar qualquer colaborador que atue na etapa final da cadeia produtiva da Companhia e que tenha passado por uma experiência de assalto. O apoio inclui treinamento em medidas de segurança e prevenção, suporte psicológico no caso de uma ocorrência, por meio de uma estrutura especializada que conta com mais de 1.600 profissionais credenciados em todo o Brasil e assistência jurídica para as providências legais necessárias.
“É um programa focado principalmente nas pessoas, na qualidade de vida do colaborador, tanto para dar assistência jurídica, quanto propiciar o suporte para questões pessoais e sociais. Afinal, só quem já passou por uma experiência de assalto – ou mesmo uma tentativa – sabe o impacto que isso tem no indivíduo”. Antonio Rezende, Diretor Jurídico da Souza Cruz
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Produtividade A Souza Cruz utiliza de forma efetiva os recursos da Companhia de modo a maximizar lucros e gerar fundos para reinvestir no neg贸cio.
Capacitações em operações Construir capacitações em tecnologia e processos de operações capazes de entregar produtos centrados às necessidades dos consumidores com a agilidade requerida pelo mercado, engajando de forma proativa todos os elos da cadeia produtiva nos objetivos maiores do negócio.
Unidades industriais A etapa seguinte da cadeia produtiva do fumo é a produção dos cigarros, feita em duas unidades: Cachoeirinha, inaugurada em 2003 localizada na região metropolitana de Porto Alegre (RS), e Uberlândia (MG), que em 2008 completou 30 anos. A Souza Cruz vem obtendo bons níveis de produtividade e desenvolvendo produtos de qualidade. Os novos investimentos nas unidades industriais têm direcionado o foco em conferir ainda mais velocidade e flexibilidade à criação e ao desenvolvimento de produtos.
Cachoeirinha Desde a sua inauguração, a Unidade de Cachoeirinha vem sendo ampliada. Em 2004, a Souza Cruz entregou à população o Parque Ambiental de Cachoeirinha com espécies nativas da flora e da fauna regionais. Em 2007, inaugurou o novo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (CPD), composto por cinco blocos integrados de laboratórios e uma planta-piloto destinados ao desenvolvimento de amostras para uso interno e novos processos de produção, passando também a atender as empresas British American Tobacco (BAT) na Região Americas (países da América Latina, Caribe e Canadá). Em abril de 2009, a Companhia inaugurou seu novo Departamento Gráfico (DG), numa área de 20 mil metros quadrados. A integração da fábrica com o CPD e o DG, em Cachoeirinha, assegura maior eficiência operacional, integração logística da cadeia de produção e aumento de produtividade da Souza Cruz.
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Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (CPD) Em seu primeiro ano de atuação em Cachoeirinha, o CPD já operou em plena capacidade, dando suporte tecnológico às diversas operações da Souza Cruz e prestando serviços para outras companhias do grupo BAT na Região Americas. Neste período, diversos métodos de laboratório foram acreditados pelo INMETRO, garantindo com isso a qualidade dos resultados analíticos. Destacam-se também a atuação do CPD no desenvolvimento e lançamento de novas versões de produto, variedades de fumo, e em avanços tecnológicos, tais como a reconstituição do pó de fumo, que foi totalmente redesenhada com ganhos significativos de produtividade e qualidade. Outros marcos importantes dizem respeito ao desenvolvimento da tecnologia de irrigação de fumo e de cura de fumos em galpões com controle de umidade relativa. Estas iniciativas garantirão a qualidade da safra em épocas de clima seco. Além disso, o CPD vem conduzindo estudos sobre o uso de energia solar na cura de fumo, o que permitirá redução da necessidade energética.
“Hoje há um número maior de variedades de fumo desenvolvidas pelo nosso Centro de Pesquisas, que asseguram qualidade e maior produtividade”.
Departamento Gráfico
Uberlândia
A Souza Cruz mantém um departamento gráfico próprio, que permite a impressão das embalagens dos produtos, com mais opções de materiais e flexibilidade para criar inovações e pensar em lançamentos de novos produtos.
O ano de 2008 marcou o aniversário de 30 anos da Fábrica de Uberlândia (MG), que, além de ser a maior fábrica de cigarros da América Latina, é também a maior do Grupo BAT em volume de produção, responsável por 30% do volume produzido pela BAT na Região Americas.
Em abril de 2009, a Souza Cruz iniciou a transferência de seu Departamento Gráfico (DG) também para Cachoeirinha/RS, um investimento de R$ 150 milhões que abastecerá a Companhia com equipamentos de alta tecnologia de impressão. Para apoiar os colaboradores do DG neste momento de mudança, a Companhia criou um centro de orientação de carreira, um espaço para dar suporte em suas dúvidas, reflexões e decisões sobre novos caminhos profissionais.
Esta unidade produz todos os tipos e subtipos de produtos da Souza Cruz e está investindo em renovação tecnológica, com a instalação de seis novas máquinas de fazer cigarros, de moderna tecnologia – um investimento de cerca de R$ 90 milhões.
Além disso, a empresa criou uma escola profissionalizante com cursos customizados, de um ano e meio de duração, em convênio com a Firjan/Senai, visando qualificação da mão-de-obra e a abertura de novas perspectivas de recolocação no mercado do Rio de Janeiro. Mesmo em processo de mudança, o DG apresentou resultados recordes em 2008, com evolução positiva de praticamente todos os indicadores de performance, confirmando a boa condução desta transição junto aos colaboradores.
Ademir Marasca, orientador agrícola
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Negócio sustentável de fumo Garantir a sustentabilidade do negócio de fumo através do forte engajamento e participação dos elos da cadeia – produtores rurais, funcionários, colaboradores e clientes – e do desenvolvimento de capacitações tecnológicas e humanas diferenciadas. Ao longo de sua história, a Souza Cruz vem construindo relações de parceria com os produtores de fumo, colaborando para que estes consigam tornar suas propriedades sustentáveis no longo prazo, segundo um modelo de preservação ambiental, com a correta preservação do solo, da água e de matas nativas. O objetivo da Souza Cruz é fazer com que o produtor obtenha o melhor aproveitamento da sua propriedade, melhorando sua qualidade de vida, diversificando culturas e obtendo bons resultados econômicos com responsabilidade, tornando-se um agente replicador deste modelo de sustentabilidade. Neste sentido, a Souza Cruz vem atuando também na conscientização do pequeno produtor quanto à importância da erradicação da mão-de-obra infantil. A Companhia assinou um acordo com o Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul, assumindo compromissos na linha de coibir o uso da mão-de-obra infantil, e tem interesse de estender esta prática a outras regiões do país.
“Continuaremos levando ao campo tecnologias e práticas que permitam a melhoria da qualidade do produto, o aumento da produtividade e melhor planejamento da propriedade rural. Tudo isto sempre aliado à busca pela melhoria na qualidade de vida dos produtores e suas famílias de maneira sustentável, cuidando das fontes de água, do reflorestamento, da preservação das matas nativas e do manejo e conservação dos solos”. Dimar Frozza, Diretor de Fumo da Souza Cruz RA 2008 | SOUZA CRUZ | 23
Sistema Integrado de Produção Em 2008, a Souza Cruz celebrou os 90 anos da criação do Sistema Integrado de Produção. Trata-se de um sistema em que o agricultor, em parceria com a Empresa, pode ter acesso às tecnologias desenvolvidas pela Souza Cruz e a orientação especializada gratuita, o que pode representar mais qualidade, produtividade e rentabilidade na colheita. O sistema de parceria com os produtores de fumo teve importância fundamental para a inserção do Brasil como um dos grandes produtores e exportadores mundiais de fumo. Esta parceria tem início no fornecimento das sementes e passa por todas as fases da cultura, até a comercialização, quando o produtor tem a tranquilidade de saber que venderá tudo o que contratou com a Souza Cruz. Além disso, a Companhia mantém um trabalho de orientação aos agricultores, por meio da atuação de mais de 250 orientadores e técnicos de pesquisas rurais, que disseminam cuidados e técnicas para aumentar a produtividade da cultura do fumo, o uso correto de agroquímicos, bem como um mecanismo de controle para garantir um produto que atenda aos padrões de qualidade do mercado de fumo. O trabalho de pesquisa da Companhia vem garantindo a redução do uso de agroquímicos ano a ano, tornando o fumo uma das culturas que menos utiliza este tipo de recurso.
Benefícios oferecidos pelo Sistema Integrado de Produção: Assistência técnica com engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas; Assistência financeira para a aquisição dos insumos e assessoria na contratação de empréstimos na rede bancária para investimento na propriedade; Garantia da compra integral da produção contratada por preços negociados com representantes dos agricultores, com base no levantamento do custo de produção; Coordenação do custeio de transporte da produção desde a propriedade até as usinas de beneficiamento.
“O sistema integrado é uma garantia importante para o produtor agrícola. Além disso, se eu fosse comprar os insumos no comércio, seria muito mais caro”. Fernando Rusch, produtor rural
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Responsabilidade A Souza Cruz entende que é necessário equilibrar seus objetivos comerciais com as expectativas dos diversos públicos de relacionamento. Por isso, atua proativamente na construção de um cenário regulatório equilibrado para a indústria de tabaco, por meio de uma comunicação clara e estruturada do posicionamento da Companhia, da ampliação do engajamento dos públicos de interesse e do desenvolvimento de programas sociais abrangentes, que refletem a verdadeira reputação da Souza Cruz.
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Posicionamento da Souza Cruz em relação ao ato de fumar Produzir e comercializar cigarros é uma atividade lícita e a missão da Souza Cruz é fornecer produtos de qualidade a adultos que escolheram fumar, cientes dos riscos associados ao consumo de cigarros. Definitivamente, o negócio da empresa não é persuadir um maior número de pessoas a fumar, mas sim oferecer marcas de qualidade a adultos que decidiram fumar, livre e conscientemente.
Regulamentação A Souza Cruz concorda com uma regulamentação equilibrada que possa manter o consumidor informado sobre os riscos associados ao consumo de cigarros, ao mesmo tempo em que respeita o direito que consumidores conscientes dos riscos têm de consumirem os produtos de tabaco. Para a Souza Cruz, o desenvolvimento de produtos que potencialmente possam representar um menor risco para os consumidores é uma prioridade, e a Empresa espera ser envolvida pelos órgãos do Governo na discussão do assunto de forma concreta.
Fumo em local público A Souza Cruz entende que a fumaça ambiental de cigarros é uma questão de importância pública e acredita que o conforto dos não-fumantes merece ser preservado.
A legislação federal vigente impõe restrições ao fumo em locais públicos fechados, mas permite o consumo de derivados do tabaco em áreas separadas, devidamente isoladas e com arejamento conveniente, ou seja, dotadas de qualquer meio ou recurso que impeça a transposição de fumaça. A Companhia entende que esta lei pode ser aprimorada e apoia o desenvolvimento de soluções técnicas viáveis com garantia de renovação de ar capazes de evitar que, ao se segregar áreas, possa ocorrer a transposição da fumaça ambiental da área de fumantes para a de nãofumantes. No Brasil, alguns bares e restaurantes já utilizam o que há de mais novo em tecnologia, permitindo a existência de áreas de fumantes em ambientes fechados separados fisicamente das áreas de não-fumantes, permitindo, ainda, que todo o ar da área de fumantes seja exaurido para o ambiente externo. De acordo com uma pesquisa conduzida pelo Vox Populi, encomendada pela Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo (ABRESI), mais de 80% dos frequentadores de bares, inclusive os não-fumantes, concordam com a criação de áreas específicas para fumantes de forma a resguardar os direitos dos não-fumantes de não serem expostos à fumaça do cigarro. Em muitos países, como França, Itália, Espanha e Portugal, a instalação de sistemas de condicionamento do ar está prevista na legislação e permite o direito democrático de fumantes e não-fumantes permanecerem em ambientes fechados, desde que devidamente adequados para esse fim.
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Compromisso com o desenvolvimento sustentável Ir muito além das obrigações legais. Antecipar-se. Pesquisar e inovar para preservar o meio ambiente. Atuar de forma responsável com colaboradores, parceiros, consumidores, investidores, Governo e sociedade. Ser um agente de desenvolvimento das comunidades onde atua. É desta forma que a Souza Cruz vem atuando há mais de cem anos, fazendo da responsabilidade social uma prioridade na condução de seus negócios. A Companhia foi a primeira empresa brasileira a sistematizar suas iniciativas sociais conforme a Norma AA 1000. Com esta decisão, comprometeu-se a realizar ciclos de diálogos com todos os seus stakeholders – grupos que direta ou indiretamente se relacionam com seus negócios – e também rodadas individuais das quais participam diversos segmentos da sociedade. O resultado final é o compromisso de incorporar ao planejamento estratégico as expectativas legítimas apresentadas nos encontros. A Souza Cruz foi uma das primeiras empresas brasileiras a assinar o Pacto Global, um tratado da ONU que estabelece dez princípios trabalhistas, de anticorrupção, proteção ambiental e direitos humanos que as organizações devem seguir em busca de um mundo melhor. Em agosto de 2008, após o fim do processo de renovação da certificação do sistema QuEnSH da área de Trade Marketing & Distribuição (TM&D), a Souza Cruz tornou-se a primeira organização do planeta a ter os processos de gestão em qualidade, meio ambiente e segurança e saúde ocupacional certificados simultaneamente em três áreas: Fumo, Industrial e Trade Marketing. Os certificados de qualidade e meio ambiente, chamados respectivamente de ISO 9001 e ISO 14001, são concedidos pela International Organization for Standardization, e o de segurança e saúde ocupacional é conhecido como OHSAS 18001. Eles são a garantia de que uma empresa é responsável dos pontos de vista social e ambiental.
Reduzir o consumo de água e reciclar lixo há muito são considerados obrigações para a Companhia.
Em sua trajetória, a Souza Cruz tem perseguido inovações fora do lugar comum em responsabilidade socioambiental. Reduzir o consumo de água e reciclar lixo há muito são considerados obrigações para a Companhia. Por isso, a Souza Cruz vai além, e o histórico de reciclagem do negócio como um todo é de cerca de 97% dos resíduos gerados. As unidades fabris e de processamento de fumo tem avançado na tecnologia de tratamento de efluentes. A fábrica de Uberlândia opera com a reutilização de 100% dos efluentes líquidos, tornando a água adequada para reúso. Além disso, 97% dos resíduos sólidos da fábrica são destinados a processos de reciclagem. A fábrica de Cachoeirinha também recicla e reutiliza 97% de seus resíduos e usa a água da chuva para suprir 50% de suas necessidades. O restante da água utilizada vem da concessionária pública (35%) e de reciclagem (15%). A Companhia estabelece uma verdadeira parceria com os agricultores e assegura a mais moderna e segura tecnologia agrícola à cerca de 40 mil produtores, proporcionando o melhor uso do solo e a preservação do meio ambiente. Deve-se destacar também a atuação da Souza Cruz na preservação da natureza e na educação ambiental.
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A principal fonte de energia utilizada pela Souza Cruz é a lenha produzida em florestas renováveis. Além de ser uma fonte renovável, a lenha não contribui para o efeito estufa. A Companhia mantém o Parque Ambiental de Santa Cruz do Sul (RS), que ocupa 85 hectares e conta com grande diversidade de espécies de fauna e flora, e o Parque Ambiental da Unidade Cachoeirinha (RS), que ocupa 90% do terreno dos 208 hectares da planta industrial, resgatando espécies botânicas e animais que estavam em processo de extinção. Em 2008, a Souza Cruz inaugurou o seu terceiro Parque Ambiental em Uberlândia (MG), uma área de 40 hectares que forma um cinturão verde no entorno da fábrica de Uberlândia, destinado à preservação ambiental de espécies nativas do cerrado, aberto também a pesquisadores, à visitação pública e a ações de educação ambiental. Além disso, a Companhia criou uma nova área de proteção ambiental, de aproximadamente 2,5 hectares, junto à Usina de Processamento de Fumo de Blumenau (SC). A principal fonte de energia utilizada pela Souza Cruz é a lenha produzida em florestas renováveis. Além de ser uma fonte renovável, a lenha não contribui para o efeito estufa. Todas as unidades industriais da Empresa recebem lenha de três fazendas da Companhia, situadas em Pântano Grande (RS), Rio Negrinho (SC) e Prata (MG), auditadas e certificadas pelo programa Imaflora/Smart Wood, do Forest Stewardship Council (EUA). Ainda assim, a Souza Cruz buscou algo mais. Um bom exemplo da cultura de inovação da Companhia é a iniciativa de compactar o resíduo de pó de fumo para fazer briquetes que podem ser utilizados em substituição à lenha. Esta iniciativa conferiu à Souza Cruz o Prêmio BAT em Inovação Ambiental no ano de 2007 e certamente também influenciou no prêmio conferido pela Revista Época, em dezembro de 2008, como uma das 20 Empresas Líderes em Controles de Mudanças Climáticas.
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Empresa Carbono Neutro Em 2008, a Souza Cruz concluiu um estudo pioneiro. A partir de um trabalho inédito na indústria de fumo, realizado em conjunto com uma consultoria especializada e assegurado por uma empresa de auditoria externa, a Companhia monitorou todas as atividades da sua cadeia produtiva – inclusive aquelas relacionadas à produção do fumo no campo – e concluiu que 91% de todas as emissões de gases de efeito estufa são neutras. O restante (9%) é compensado pelas árvores plantadas e/ou preservadas nas áreas de preservação, parques ambientais e reflorestamentos mantidos pela Souza Cruz. Graças ao Sistema Integrado de Produção, é possível medir de forma tão precisa as emissões geradas pelo processo de produção de fumo, responsável por cerca de 59% do total de carbono gerado. O restante é proveniente das atividades das fábricas e dos escritórios (22%), do consumo de energia (5%) e de todos os transportes e viagens (14%). Este diagnóstico permite que a Companhia avalie e planeje as ações a serem implementadas, de modo a propiciar a contínua redução e/ou compensação de suas emissões de gases.
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Conheça alguns dos projetos da Souza Cruz em cada uma das diretrizes de investimento: Educação Projeto Diálogos Universitários
O Futuro É Agora!
Realizado em parceria com universidades e empresas juniores e contando com a participação de diversos palestrantes de notório destaque no país, este projeto visa complementar a formação dos estudantes e contribuir para o empreendedorismo e a produção científica nacional.
Trata-se de uma iniciativa do setor de tabaco, que busca contribuir para a erradicação do trabalho infantil na lavoura de fumo, mediante a conscientização dos produtores rurais e de seus filhos sobre a importância da escola para sua formação e sobre a legislação vigente. Em 2008, o programa foi reformulado de modo a atuar em rede social, envolvendo além das empresas e da Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), ONGs e órgãos governamentais na discussão de soluções para a erradicação da mão-de-obra infantil nas lavouras de tabaco.
Em 2008, foram realizadas 20 edições do Projeto Diálogos Universitários em todas as regiões do país, atingindo 12.640 universitários. Noventa e sete por cento dos participantes avaliaram o programa como bom ou muito bom.
Projeto Cuide Em parceria com o Instituto Akatu, é um projeto de responsabilidade social, baseado em educação para práticas de consumo consciente, voltado aos colaboradores da Souza Cruz. No ano, foram realizadas palestras de sensibilização e oficinas de capacitação envolvendo cerca de 340 colaboradores da Companhia.
Programa SOL Rural (Segurança, Organização e Limpeza) É um programa desenvolvido em parceria com o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) que reúne um conjunto de ações que promovem a melhoria da propriedade e da qualidade de vida do produtor. Em 2008, o programa envolveu 5.400 produtores nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
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Meio Ambiente e Biodiversidade Diálogos Culturais & Ambientais Voltado ao público universitário, promove apresentações culturais e palestras com especialistas em assuntos relacionados ao meio ambiente e oferece educação e conscientização socioambiental. Tem por objetivos contribuir para a formação curricular dos estudantes de forma complementar, dos pontos de vista acadêmico, social, cultural e humanístico, além de propiciar o engajamento do público universitário na discussão de conceitos ambientais de forma multidisciplinar. Em 2008, foram realizados dez eventos, com a participação de cerca de 4600 pessoas, nos três Estados do Sul (RS, SC, PR), com uma edição também em MG.
Plante Milho e Feijão após a Colheita do Fumo Um dos elementos do sistema de produção integrada da Souza Cruz é o estímulo e a orientação para o plantio do milho e do feijão após a colheita do fumo. Além de proporcionar ao agricultor uma cultura de subsistência e a possibilidade de renda adicional, a rotatividade das culturas desempenha um papel fundamental no manejo de pragas, doenças e na conservação do solo. Esta iniciativa desenvolvida desde a década de 80 ocorre em parceria com os Governos dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul por meio das Secretarias de Agricultura, a Emater e a Epagri. Como reforço a este programa, a Souza Cruz realiza a já tradicional Festa do Milho e do Feijão, que celebra a colheita dos grãos e valoriza o produtor e a tradição da cultura local. Em 2008, cerca de 22 mil pessoas participaram da festa na cidade de Encruzilhada do Sul (RS).
Programa Reflorestar Este programa Incentiva os produtores de fumo à prática do reflorestamento. Para tanto, a Empresa fornece materiais educativos, orientação técnica e financiamento para a aquisição de mudas. No ano, a Souza Cruz investiu R$ 1,5 milhão de recursos próprios para financiar a compra de mudas.
Corredores Verdes Este projeto vem sendo desenvolvido em parceria com a FFI (Fauna e Flora Internacional) e a SPVS (Sociedade de Pesquisa de Vida Selvagem) na região de Paula Freitas, no Paraná, por meio da aplicação de uma ferramenta que monitora riscos e oportunidades da biodiversidade, num levantamento minucioso que dá origem a ações de conservação ambiental. A intenção é unir fragmentos de mata atlântica, usando áreas de preservação permanente para formar corredores verdes.
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Desenvolvimento local sustentável
Projeto Frota Social A Souza Cruz realiza doações de veículos usados de sua frota. Desde 2003, a Empresa doou cerca de 400 automóveis a diversas entidades.
Projeto Computador Social Com o objetivo de ajudar a erradicar o trabalho infantil no campo e promover a inclusão digital, a Souza Cruz desenvolve o projeto Computador Social, que tem como foco escolas públicas rurais, onde estudam os filhos dos produtores integrados, nos municípios localizados no sul do país. Cerca de 30 municípios já receberam 400 computadores.
Jornada Escolar Ampliada A educação como instrumento de contribuição à erradicação do trabalho infantil. Essa é a proposta do projeto Jornada Escolar Ampliada, uma iniciativa da Souza Cruz em parceria com diversas prefeituras. Desde 2002, 1% do seu imposto de renda devido é doado ao Fundo para a Infância e Adolescência (FIA) de municípios que estejam comprometidos com a erradicação do trabalho infantil e desenvolvam projetos em linha com esse compromisso. Em 2008, a Companhia apoiou 36 projetos com um investimento próximo a R$ 1,6 milhão. Os investimentos realizados desde o início do programa totalizam R$ 5,5 milhões e beneficiam mais de 6 mil crianças e adolescentes.
Programa Voluntários Souza Cruz Com o lema “sua ação pode mudar o mundo”, a Companhia promoveu em 2008 mais uma edição do Edital de Projetos do programa Voluntários Souza Cruz, beneficiando instituições nas quais os voluntários da empresa desenvolveram projetos com apoio financeiro da companhia. No total, a Souza Cruz dobrou o número de projetos apoiados para 36, realizados em 22 municípios, beneficiando mais de 4 mil pessoas. O ano de 2008 marcou a consolidação do Programa em escala nacional com ampliação do número de Comitês Gestores Locais, que contam com a participação de 192 colaboradores em 21 comitês distribuídos por todo o Brasil. Além disso, foi verificado um aumento no número de atividades voluntárias, como as realizadas na Páscoa, no Dia das Crianças e no Dia das Mães, independentes das quatro grandes campanhas corporativas do Programa. Ainda, ao final do ano, foi realizado o 1º Workshop Voluntários Souza Cruz, que reuniu um membro de cada comitê para ampliar os seus conhecimentos sobre voluntariado e sugerir práticas de mobilização. Merece destaque também a adesão da Souza Cruz ao CBVE – Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial –, cujo objetivo é incentivar, qualificar e fortalecer o trabalho voluntário em empresas, institutos e fundações empresariais.
Confira a seguir algumas das ações do Programa de Voluntários da Souza Cruz: Sorrisão – Dia Nacional do Voluntariado Souza Cruz Realizado sempre no último domingo de agosto em áreas públicas e/ou em organizações sociais sem fins lucrativos, é o dia em que os colaboradores da Companhia espalhados em todo o Brasil se mobilizam para promover ações de voluntariado. Em 2008, mais de 2.600 voluntários participaram em 72 iniciativas que ocorreram simultaneamente em 57 cidades de 23 Estados brasileiros, beneficiando cerca de 10 mil pessoas.
Campanha de Inverno
Estas ações reforçam a cultura de responsabilidade social entre os colaboradores, reafirmando os valores da Companhia e o seu compromisso com o desenvolvimento humano, aprimorando o relacionamento com a comunidade.
A Campanha de Inverno promovida pela Souza Cruz mobilizou os colaboradores de tal modo que mais de 4 mil pessoas de 39 instituições foram beneficiadas com 12.700 peças de roupas e cobertores, 5.400 itens de higiene e 1t de alimentos.
Campanha de Natal Na Campanha de Natal promovida pela Companhia foram desenvolvidas 55 atividades voluntárias por todo o país, beneficiando mais de 6 mil pessoas com cerca de 7 toneladas de alimentos, 4.600 peças de roupas e 2.600 brinquedos.
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Prêmios e reconhecimentos Prêmio Época de Mudanças Climáticas
Parceiros do Sistema Integrado de Produção de Tabaco
A Souza Cruz recebeu, no dia 8 de dezembro, o Prêmio Época de Mudanças Climáticas. O prêmio foi desenvolvido para divulgar e valorizar as empresas que adotam políticas concretas para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEEs) e enfrentar as mudanças climáticas. Nesta primeira edição, 22 empresas foram premiadas, entre as 400 participantes.
O Prêmio Parceiros do Sistema Integrado de Produção de Tabaco foi entregue a 90 representantes de todas as empresas associadas ao SindiTabaco, produtores de tabaco dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, deputados federais e estaduais dos três Estados, além de federações e órgãos representantes dos produtores do Sul do Brasil.
Balanço Anual da Gazeta Mercantil Elaborada a partir da análise de mil companhias, a 32ª edição do Balanço Anual da Gazeta Mercantil é o retrato mais abrangente da atividade empresarial no Brasil. A Souza Cruz foi eleita a melhor empresa no setor agronegócios – alimentos, bebida e fumo.
Prêmio Destaque Momento Especial A unidade Cachoeirinha recebeu o Prêmio Destaque Momento Especial pelo exemplo de desenvolvimento sustentável: economia de água, produção própria de energia elétrica, reciclagem dos resíduos produzidos e preservação de cerca de 190 hectares de terra no Parque Ambiental da Souza Cruz. Realizado pelo Jornal Momento Regional, do município de Cachoeirinha, o evento visa reconhecer as personalidades, órgãos públicos, empresas e entidades que contribuíram, ao longo do tempo, para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e do país, nas mais diversas áreas de atuação.
Melhores do Agronegócio
Prêmio Apimec-Sul
Prêmio Amauta
A Souza Cruz foi premiada, pela quarta vez consecutiva, como a melhor empresa do setor de fumo, cigarros e bebidas alcoólicas do anuário Melhores do Agronegócio. A escolha foi baseada em critérios técnicos e objetivos, desenvolvidos conjuntamente pela revista Globo Rural e pela Serasa, considerando índices de desempenho, como rentabilidade, lucratividade e endividamento.
A Souza Cruz recebeu o Prêmio Walter Fredrich 2007, na categoria Melhor Reunião, instituído pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-Sul).
O Interaction Center da Souza Cruz recebeu o maior indicador de reconhecimento ao marketing direto e interativo da América Latina pelo trabalho Televendas Híbrido, inscrito na categoria Telemarketing – Campanhas e Programas de Vendas. A premiação foi concedida pela Federação das Associações de Marketing Direto e Interativo da América Latina (Amaldi).
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Prêmios e Reconhecimentos Prêmio – Índice do Investidor Individual
6º Benchmarking Ambiental Brasileiro
XVIII Prêmio FGV de Excelência Empresarial
Prêmio Isto É Dinheiro
Pela quinta vez, foi concedido à Souza Cruz o Prêmio – Índice do Investidor Individual. Este índice tem o mesmo conceito do Ibovespa, ou seja, é o mais importante indicador de desempenho médio das cotações do mercado de ações. A política de boa governança corporativa e de relacionamento e respeito ao investidor individual levou a Souza Cruz a ser uma das primeiras companhias indicadas para compor.
A fábrica Uberlândia foi premiada com o case Parque Ambiental Souza Cruz Uberlândia, no 6º Benchmarking Ambiental Brasileiro. O Parque Ambiental de Uberlândia foi inaugurado em junho de 2008 e é a terceira iniciativa da Companhia. Os outros dois parques ficam em Santa Cruz do Sul e em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul, onde estão, respectivamente, uma de nossas usinas e uma de nossas duas fábricas.
Pela décima primeira vez, a Souza Cruz foi eleita a campeã no setor produtos de fumo. Concedido desde 1991, o Prêmio FGV de Excelência Empresarial é resultado de um trabalho dos economistas e analistas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV. Respeitado pela isenção e credibilidade da Fundação Getulio Vargas, o prêmio é um dos mais importantes concedidos às sociedades anônimas do país.
Pelo segundo ano consecutivo, a Revista Isto É Dinheiro conferiu à Souza Cruz o destaque de melhor empresa do setor bebidas e fumo. A premiação Melhores da Dinheiro ocorreu no dia 7 de agosto, em São Paulo.
III Prêmio Empresa Sustentável Pelo terceiro ano consecutivo, a Souza Cruz foi homenageada pela Revista Meio Ambiente Industrial por ser uma empresa bem-sucedida na aplicação de investimentos em iniciativas em favor da sustentabilidade. A Companhia recebeu, além da Obra de Arte Empresa Sustentável, uma placa especial por compensar, voluntariamente, a emissão de gases de efeito estufa (GEEs).
Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviço ao Consumidor Em maio, a Souza Cruz recebeu um prêmio de excelência em serviços ao cliente da revista Consumidor Moderno. A Empresa ganhou por sete anos na categoria Diversos e, este ano, concorreu na categoria Indústria. Esta foi a nona edição promovida pela Revista Consumidor Moderno, que pretende com essa iniciativa contribuir para aprimorar as relações de consumo e as práticas de relacionamento entre empresas, clientes e consumidores no Brasil.
Prêmio da Associação Brasileira de Marketing Direto (ABemd) Na décima primeira edição do prêmio, o Interaction Center ganhou entre 255 trabalhos concorrentes. O anúncio da classificação de cada case premiado pela Abemd ocorreu em maio.
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Instituto Souza Cruz O Instituto Souza Cruz é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, reconhecida pelo Ministério da Justiça como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Desde sua fundação, em julho de 2000, o Instituto está comprometido com a causa da Educação para o Desenvolvimento Humano Sustentável, buscando criar condições para que pessoas, grupos, organizações e comunidades possam adquirir conhecimentos, valores, atitudes e habilidades que lhes permitam atuar sobre sua realidade de maneira solidária, produtiva, criativa e transformadora. O Instituto Souza Cruz atua ao lado de pessoas e organizações que lutam por um Brasil melhor, especialmente no que se refere à educação e à formação do jovem do campo. Hoje, sua principal iniciativa é o Programa Empreendedorismo do Jovem Rural, desenvolvido nos três Estados da Região Sul do país em parceria com o Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural (Cedejor) e com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). O objetivo é incentivar processos sustentáveis por meio da formação de jovens empreendedores, com senso de responsabilidade e capacidade de autogestão, aptos a exercer papel de liderança e inovação no desenvolvimento local.
Na promoção do desenvolvimento territorial do campo brasileiro, privilegiando como principal ferramenta a formação empreendedora de jovens, as seguintes ações se destacaram em 2008: Realização do II Intercâmbio da Juventude Rural Brasileira, em parceria com 13 organizações da sociedade civil voltadas para a educação e o desenvolvimento dos jovens rurais brasileiros. Durante duas semanas, 120 jovens vivenciaram o cotidiano rural de outras localidades, conhecendo diferentes culturas, metodologias educativas, políticas públicas e experiências produtivas. A troca de aprendizados solidificou os trabalhos focados em empreendedorismo da Rede de Fortalecimento Institucional do Jovem Rural, liderada pelo Instituto Souza Cruz;
Ampliação do Programa Empreendedorismo do Jovem Rural (PEJR), através de parceria multissetorial com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Secretaria de Estado de Agricultura e do Abastecimento do Governo do Paraná (SEAB-PR), o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR) e as prefeituras e organizações da sociedade civil dos municípios componentes do território Caminhos do Tibagi, que recebeu a nova turma com 32 jovens paranaenses. Já passa de 200 o total de jovens empreendedores que estão ajudando a transformar suas realidades locais. Outros 139 estão em formação. O PEJR visa ao fortalecimento de cerca de 1.400 agricultores rurais;
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Implementação da Câmara de Juventude Rural do Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentável, em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Os espaços virtual (www.iicaforumdrs.org.br) e presencial (participação em mesas-redondas e eventos temáticos) permitiram trazer a discussão da juventude rural como grupo prioritário para o estabelecimento de políticas e ações voltadas para a sustentabilidade do campo.
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Organização Vencedora Pessoas A Souza Cruz entende que o investimento em pessoas é o que garante o alcance de todos os objetivos estratégicos traçados pela Companhia. Por isso, estimula que tenhamos as melhores pessoas e o ambiente de trabalho adequado para alcançarmos nossa visão.
Neste sentido, a Souza Cruz norteia suas ações de recursos humanos nos seguintes objetivos:
Garantir a capacidade de atração dos melhores talentos por meio do fortalecimento da marca Souza Cruz-BAT.
Proporcionar às pessoas oportunidades de carreira e desenvolvimento em todos os níveis, visando garantir o contínuo crescimento profissional.
No ano de 2008, a Souza Cruz reformulou seu Programa de Trainees, adotando uma estratégia mais robusta de engajamento com universidades, que inclui a presença de membros da gerência sênior em palestras e encontros em diversas universidades.
Uma ação bastante emblemática deste foco estratégico foi o lançamento do PDU Programa de Desenvolvimento Universitário. Esta iniciativa objetiva proporcionar aos colaboradores oportunidades de carreira e crescimento profissional, incentivando-os a concluir o curso superior, através do patrocínio de parte da mensalidade dos cursos de graduação universitária. Ao todo, 600 vagas foram disponibilizadas para toda a Organização.
Como resultado, a Companhia verificou um número recorde de inscrições – quase 16 mil. Após uma série de avaliações, a empresa contratou 23 novos trainees para a edição 2009 do programa.
Este tipo de iniciativa fortalece o recrutamento interno como fonte de talentos para a Companhia. A Souza Cruz tem como meta preencher 40% de suas vagas por meio da promoção de colaboradores. Isto ocorre por meio do “Sua Chance”, um programa de recrutamento interno que permite a oferta de cargos gerenciais e não-gerenciais a toda a Organização. Em 2008, foram abertas 130 vagas para cerca de 700 colaboradores candidatos. Independentemente de o candidato ser aprovado para a vaga, este processo oferece ao colaborador uma avaliação profissional e um plano de desenvolvimento individual para dar suporte a seu crescimento interno. Também merece destaque o aprimoramento da Academia de Trainees, uma parceria da Souza Cruz com a Coppead/UFRJ, no suporte ao desenvolvimento dos trainees, visando a uma melhor preparação aos desafios do cargo gerencial. Estas novas iniciativas complementam a plataforma de treinamento e desenvolvimento de nossos talentos.
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Reforçar a cultura de alta performance e o orgulho de trabalhar na Souza Cruz por meio da prática dos valores A Souza Cruz tem um sistema de avaliação que estimula a alta performance de seus colaboradores e a meritocracia. Esse sistema é baseado em cinco dimensões: liderança, relacionamento, inovação, performance gerencial e performance funcional. Vale ressaltar que este método de avaliação se aplica não apenas ao grupo gerencial, mas abrange os processos de gestão de pessoas em toda a Organização. A Souza Cruz divulga amplamente a seus colaboradores os seus focos estratégicos e desdobra os objetivos corporativos. Este processo, chamado Line of Sight, permite aos colaboradores focar sua atenção em atividades que geram valor de acordo com seu cargo e função, além de alinhar os esforços individuais dentro das áreas e departamentos. Os resultados são alcançados quando a estratégia, os objetivos e a avaliação de performance estão integrados. No ano de 2008, a Companhia intensificou os programas de desenvolvimento de liderança, com módulos voltados para o desenvolvimento individual, desenvolvimento de equipe e de adaptação às mudanças. Um bom exemplo é o sistema AuGe – a sigla que resume a expressão autogestão. Presente nas fábricas de cigarros e nas usinas de processamento de fumo, este sistema promove a criação de grupos semiautônomos de colaboradores que organizam e gerenciam as atividades produtivas com mais independência e foco no processo. As pessoas passam a deter o conhecimento necessário para administrar as diversas etapas da produção e resolver rapidamente problemas cotidianos estando mais comprometidas com a melhoria contínua. Cada setor passa a funcionar como uma miniunidade, com autonomia para tomar decisões antes concentradas nas mãos dos gestores. Vale ressaltar que todos os aspectos organizacionais da Companhia são monitorados por meio da pesquisa Your Voice, que em 2008 teve adesão expressiva de 94% dos colaboradores. Estes resultados contribuem para construir uma agenda de ações que asseguram um ambiente de trabalho que estimule a alta performance e o orgulho de trabalhar na Souza Cruz.
Garantir a alta competitividade do modelo de remuneração e benefícios em relação ao mercado A Souza Cruz trabalha com o permanente monitoramento de um painel de 20 empresas reconhecidas por sua reputação e boa condução de gestão de recursos humanos, de modo a garantir que a organização esteja sempre alinhada às melhores práticas de gestão de pessoas, remuneração e benefícios. Nesse sentido, diversas iniciativas foram implementadas como: a revisão do modelo de remuneração para a força de vendas e distribuição; a ampla revisão de cargos&salários e o aumento relevante do piso mínimo salarial praticado, aumentando ainda a competitividade do modelo de remuneração e benefícios da Souza Cruz.
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O monitoramento constante da Diretoria sobre os planos de ação da Your Voice é um compromisso nosso, gerando a confiança demonstrada pelos colaboradores no acompanhamento da implantação das ações originadas pela pesquisa. Fernando Teixeira, Diretor de Recursos Humanos da Souza Cruz.
A Your Voice é uma pesquisa de percepção de clima organizacional realizada em diversas empresas do Grupo BAT a cada dois anos. É conduzida em parceria com a consultoria global ISR/Towers Perrin, e a apresentação dos resultados permite comparar a Souza Cruz às demais empresas do Grupo e aos benchmarks externos. Os resultados da Your Voice dão origem a planos de ações, efetivados no período posterior à pesquisa, e o indicador mais relevante é justamente a avaliação da implementação dos objetivos traçados. Os programas Sua Chance e 3S, por exemplo, foram resultados de demandas detectadas a partir dessa pesquisa.
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Governanรงa Corporativa
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Conselho de Administração O capital social da Souza Cruz é composto exclusivamente de ações ordinárias, que dão direito a voto a todos os acionistas. A Companhia é controlada pelo Grupo BAT, que detém 75,3% do capital. Os demais 24,7% das ações são negociados em mercado, conforme ilustra o gráfico.
Composição do free-float da Souza Cruz 305.7 Milhões de ações ON - Escriturais - 24,7% Float
2,9
3,0
4,0
4,3
1,0 4,0
1,5 3,1
7,2
1,4 3,0 6,5
1,8 2,5
7,6
8,2
11,4
Composição do Conselho de Administração em 2008
Presidente
Mark Martijn Cobben
Vice-Presidente Dante João Letti
9,3
8,3
O Conselho se reúne ordinariamente seis vezes ao ano, e cada integrante tem mandato de três anos. Eles são eleitos pela Assembleia Geral, de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas, com base na chapa indicada pelo controlador.
Conselho de Administração
8,3
9,5
A companhia conta com um Conselho de Administração composto de 9 membros, entre líderes de negócios e profissionais reconhecidos. Apenas três dos membros desse Conselho são ligados à companhia ou ao acionista controlador. A Souza Cruz atua com um Conselho de Administração de maioria independente desde a década de 70 e com um Comitê de Auditoria desde a década de 80. Estes dois fatos, em conjunto com o Conselho Fiscal e o Comitê de Responsabilidade Social, colocam a Companhia na vanguarda das práticas de governança corporativa, antecipando tendências que passaram a ser discutidas no país somente a partir de meados dos anos 90.
12,9
13,8
12,9
Conselheiros
Carlos Geraldo Langoni Célio de Oliveira Borja Israel Vainboim João Pedro Gouvêa Vieira Filho
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Luis Cláudio Rapparini Soares Luiz Felipe Palmeira Lampreia
Dom. Ext.
P. Física
F. Pensão
P. Jurídica
Rudolf Hohn
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Mark Martijn Cobben | Presidente
Carlos Geraldo Langoni | Conselheiro
Formação acadêmica: Economia
Formação acadêmica: Economia, com mestrado e doutorado pela Universidade de Chicago. Experiência profissional: Diretor do Banco Central e Presidente do Banco Central entre 1980 e 1983. Atualmente, é professor do curso de pós-graduação da Fundação Getulio Vargas, assim como presidente do projeto associado ao Banco Rothschild.
Experiência profissional: Em 1993 ingressou na BAT como Diretor de Marketing em Bruxelas, na Bélgica. Posteriormente ocupou o cargo de Presidente nas seguintes empresas do Grupo BAT: Genebra/Suíça (1995), Louisville/EUA (1997), Nobleza Piccardo S.A.I.C. y F. Argentina (1998), Rússia (2002), Alemanha (2004). Em Outubro de 2007, foi indicado para posição de Diretor Regional da LACAR.
Dante João Letti | Vice-Presidente
Célio de Oliveira Borja | Conselheiro
Formação acadêmica: Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Santa
Formação acadêmica: Direito. Doutor, livre-docente e professor aposentado de Direito Constitucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Catarina, com pós-graduação em Finanças na PUC-RJ. Experiência profissional: Iniciou sua carreira na Souza Cruz em 1980, onde exerceu diversos cargos na área financeira. Em 1994, foi transferido para a BAT Ukraine, responsável pelas áreas de finanças e informática. Desde então, foi transferido para a Nova Zelândia, como Diretor de Finanças e TI, depois para Havana, em Cuba, onde negociou a formação e assumiu a Co-Presidência da Brascuba. Foi, ainda, Diretor de Finanças e TI na BAT Argentina, CFO da BAT Australasia (Sydney), CFO – Diretor de Finanças, Relações com Investidores e TI da Souza Cruz e Head of Mergers & Acquisitions da BAT Globe House. Acumulou ainda a função de membro do comitê de auditoria da BAT Itália e da BAT Canadá. Em janeiro de 2008, foi nomeado Presidente da Souza Cruz e regressou ao Brasil.
Experiência profissional: Advogado e jurisconsulto; Deputado Estadual (um mandato); Secretário de Estado do Governo do Estado da Guanabara (planejamento e orçamento, 1964-65); Diretor de Habitação e Hipotecas da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro; Deputado Federal (três mandatos); Presidente da Câmara de Deputados; Diretor do Banco BRJ; Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Bancos Comerciais; Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República; Ministro do Supremo Tribunal Federal; Ministro da Justiça. Atualmente, preside o Comitê de Auditoria da Souza Cruz.
Israel Vainboim | Conselheiro Formação acadêmica: Engenharia Mecânica pela Escola Nacional de Engenharia, Rio de Janeiro (RJ), com MBA em Administração de Empresas pela Universidade de Stanford, Califórnia, EUA, em 1969. Experiência profissional: Em 1969, inicia suas atividades no Grupo Moreira Salles, no Banco de Investimento do Brasil, atuando nas áreas de financiamento, investimentos, crédito e leasing, tendo ocupado cargos de Diretor Assistente a Vice-Presidente. Foi Presidente do Unibanco – União de Bancos Brasileiros S.A. e da Cia. Siderúrgica de Tubarão. É Presidente da Unibanco Holdings e membro do Conselho de Administração do Unibanco, da Unibanco Leasing, do Unibanco AIG Seguros e da Souza Cruz.
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João Pedro Gouvêa Vieira Filho | Conselheiro
Luiz Felipe Palmeira Lampreia | Conselheiro
Formação acadêmica: Direito.
Formação acadêmica: Sociologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Formou-se pelo Instituto Rio Branco.
Experiência profissional: Membro do Conselho Superior e membro do Comitê Executivo das Empresas Petróleo Ipiranga; Presidente do Conselho de Administração e Diretor Executivo da Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga; membro do Conselho de Administração da Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga S.A.; Diretor Executivo da Ipiranga Comercial Química S.A.; Diretor Executivo da Ipiranga Petroquímica S.A.; Diretor Executivo da Refinaria de Petróleo Ipiranga S.A.; membro do Conselho Deliberativo da Fundação Francisco Martins Bastos.
Luis Cláudio Rapparini Soares | Conselheiro Formação acadêmica: Engenharia Civil, com Mestrado em Finanças na PUC-RJ. Experiência profissional: Ingressou na Souza Cruz em setembro de 1989, tendo ocupado diversos cargos de gerência. De 2002 a 2004, foi Diretor Financeiro Double-Hatter para a BAT Quênia e para a área da África Oriental, composta por 12 países. A partir de janeiro de 2004, foi Diretor Financeiro com foco exclusivo na nova área criada – África Equatorial –, composta por 22 países. Diretor Executivo da BAT Quênia; membro do Conselho de Administração de várias empresas do Grupo na área; membro de vários Comitês de Auditoria, Comitês de Remuneração e Chairman do Comitê de Auditoria da BAT Angola. Em maio de 2005, trabalhou diretamente com o diretor financeiro do Grupo BAT, sendo responsável pelo planejamento financeiro do Grupo. Retornou à Souza Cruz em 2006 para assumir o cargo de Diretor de Finanças e Relações com Investidores. Em 2007, assumiu também a área de TI da Souza Cruz e passou a ser membro do Conselho de Administração da Souza Cruz.
Experiência profissional: Diplomata de carreira de 1963 a 1998. Cargos no exterior: missão das Nações Unidas em Nova York; membro da Delegação Permanente em Genebra. Cargos no Brasil: Consultor Econômico do Ministério das Relações Exteriores; Porta-Voz para o Ministério e Secretaria de Imprensa e Divulgação; Secretário das Relações Exteriores no Ministério do Planejamento; encarregado do Departamento de Cooperação Técnica do Ministério das Relações Exteriores (MRE); Embaixador em Genebra, Ministro das Relações Exteriores. Cargos ocupados: Presidente do Conselho de Curadores do Cebri; Presidente do Conselho de Relações Internacionais da Firjan; Consultor da Petrobras; membro do Conselho de Administração da Embraer; membro do Conselho Consultivo da Embratel; membro do Conselho Consultivo Internacional do Conselho de Relações Exteriores de Nova York; membro do Diálogo Interamericano em Washington; membro do Conselho Consultivo Internacional da Oxford Analytica, em Oxford; membro do Comitê de Responsabilidade Social da Souza Cruz.
Rudolf Hohn | Conselheiro Formação acadêmica: Engenharia Elétrica. Experiência profissional: Foi Presidente da IBM Brasil, membro do Conselho Consultivo para a América Latina da Coca-Cola International e Diretor da Câmara de Comércio Americana no Rio de Janeiro. É Vice-Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro e Presidente de seu Conselho de Responsabilidade Social. É também Presidente da Ação Comunitária do Rio de Janeiro, Diretor da Firjan, Presidente da Empresa Profit TI e Presidente do Comitê Executivo do Conselho de Desenvolvimento da PUC-RJ. É Membro do Comitê Executivo do Brazil/USA Entrepreneur’s Council
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A Souza Cruz mantém a tradição de formar talentos em casa, estimular o intercâmbio com o Grupo BAT, e criar oportunidades de carreira dentro do processo sucessório. Dante João Letti | Presidente Formação acadêmica: Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Santa Catarina, com pós-graduação em Finanças na PUC-RJ.
Diretoria A composição da Diretoria da Souza Cruz é um reflexo destas características.
Diretoria Presidente
Dante João Letti
Diretor de Operações Industriais
Alex Barbosa
Diretor Jurídico
Antonio Francisco Lima de Rezende
Diretor para o Negócio Fumo
Dimar Frozza
Diretor de Assuntos Corporativos
Fernando Pinheiro
Diretor de Recursos Humanos
Fernando Teixeira
Diretor de Marketing
Jorge Araya
Diretor Financeiro e de Relações com Investidores
Luis Cláudio Rapparini Soares
Experiência profissional: Iniciou sua carreira na Souza Cruz em 1980, onde exerceu diversos cargos na área financeira. Em 1994, foi transferido para a BAT Ukraine, responsável pelas áreas de finanças e informática. Desde então, foi transferido para a Nova Zelândia, como Diretor de Finanças e TI, depois para Havana, em Cuba, onde negociou a formação e assumiu a Co-Presidência da Brascuba. Foi, ainda, Diretor de Finanças e TI na BAT Argentina, CFO da BAT Australasia (Sydney), CFO – Diretor de Finanças, Relações com Investidores e TI da Souza Cruz e Head of Mergers & Acquisitions da BAT Globe House. Acumulou ainda a função de membro do comitê de auditoria da BAT Itália e da BAT Canadá. Em janeiro de 2008, foi nomeado Presidente da Souza Cruz e regressou ao Brasil.
Alex Barbosa | Diretor de Operações Industriais Formação acadêmica: Bacharel em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia (MG), com pós-graduação em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (SP). Experiência profissional: Ingressou na Souza Cruz em 1978, na fábrica de Uberlândia. Depois de passar por várias unidades industriais no Brasil, trabalhou por 6 anos para BAT, nas operações do México, América Central e Caribe. Antes de voltar para a Souza Cruz, passou também pela regional da América Latina e Caribe.
RA 2008 | SOUZA CRUZ | 47
Antonio Francisco Lima de Rezende | Diretor Jurídico Formação acadêmica: Formado em Direito pela Uerj, com pós-graduação em Direito Empresarial e MBA na Fundação Dom Cabral. Experiência profissional: Trabalhou como advogado visitante em Nova York e Londres. Após ter desempenhado o cargo de Gerente de Contencioso e Regulatório por cinco anos, foi nomeado Diretor Jurídico da Souza Cruz. É membro da Comissão de Combate ao Mercado Ilegal do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
Dimar Frozza | Diretor para o Negócio Fumo Formação acadêmica: Formado em Administração (Chapecó), com especialização em Finanças. Experiência profissional: Iniciou sua carreira na Souza Cruz em 1978, na cidade de Pinhalzinho - SC. Atuou em várias funções da Companhia, na área de Contabilidade e Finanças. Transferiu-se para São Paulo em 1989, como Financeiro de Suprimentos, quando aproveitou para cursar pós-graduação em Finanças. Mais tarde, mudou para a área de Operações, onde atuou como Gerente de Suprimentos e Industrial de Fumo (Blumenau, Rio Negro e Santa Cruz do Sul). Foi também Gerente das fábricas de Uberlândia (MG) e Cachoeirinha (RS). Passou três anos trabalhando no exterior, coordenando em Londres, as operações industriais da British American Tobacco (BAT) no Centro e Leste europeu. Posteriormente, dirigiu a área de Supply Chain da Europa até 2007, quando retornou ao Brasil para a Diretoria do Negócio Fumo, da Souza Cruz.
Fernando Pinheiro | Diretor de Assuntos Corporativos Formação acadêmica: Bacharel em Administração de Empresas pela FGV-SP Formação profissional: Iniciou a carreira como gerente de contas no Citibank no período entre 1989 e1992. Ingressou na Souza Cruz em 1992, na área de marketing, onde atuou como Gerente Distrital de Vendas. Trabalhou na área de exportação de cigarros como Gerente Territorial e, posteriormente, como Gerente de Marca. Em 1995, participou do grupo negociador da joint venture em Cuba e foi apontado como Diretor de Marketing da Brascuba. De 1997 a 2003, de volta ao Brasil, atuou no desenvolvimento das marcas de grande volume da Souza Cruz. Em 2004, assumiu a Gerência da Regional de Trade Marketing em São Paulo. Em janeiro de 2007, tornou-se gerente geral das marcas Souza Cruz e em abril de 2008, assumiu a Diretoria de Assuntos Corporativos da Souza Cruz.
Fernando Teixeira | Diretor de Recursos Humanos Formação acadêmica: Bacharel em Engenharia Civil pela PUC-RJ, com mestrado em Administração pela COPPEAD/UFRJ. Experiência profissional: Ingressou na Souza Cruz em 1989, tendo exercido diversos cargos gerenciais na área financeira. Em 2000, assumiu a Gerência Geral da Brascuba (empresa da Souza Cruz com o governo cubano, em Havana, Cuba). De volta ao Brasil, ocupou os cargos de Gerente Corporativo Financeiro e Coordenador da Agenda de Liderança Estratégica, de 2003 a 2005. Exerceu na British American Tobacco (BAT), em Londres, o cargo de Gerente de Desenvolvimento Organizacional e em abril de 2007, assumiu a Diretoria de Recursos Humanos da Souza Cruz.
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Jorge Araya | Diretor de Marketing Formação acadêmica: Formado em Engenharia pela PUC Chile. Experiência profissional: Faz parte do time de talentos da BAT desde 1995. Iniciou sua carreira na BAT Chile, tendo passado por diversos cargos relacionados à gerência de marcas e produtos, incluindo uma passagem de três anos pela BAT México, até tornar-se Diretor de Marketing da BAT Chile, em 2004. Em 2007, assumiu a Diretoria de Marketing da Souza Cruz.
Luis Cláudio Rapparini Soares | Diretor Financeiro e de Relações com Investidores Formação acadêmica: Engenharia Civil, com Mestrado em Finanças na PUC-RJ. Experiência profissional: Ingressou na Souza Cruz em setembro de 1989, tendo ocupado diversos cargos de gerência. De 2002 a 2004, foi Diretor Financeiro Double-Hatter para a BAT Quênia e para a área da África Oriental, composta por 12 países. A partir de janeiro de 2004, foi Diretor Financeiro com foco exclusivo na nova área criada – África Equatorial –, composta por 22 países. Diretor Executivo da BAT Quênia; membro do Conselho de Administração de várias empresas do Grupo na área; membro de vários Comitês de Auditoria, Comitês de Remuneração e Chairman do Comitê de Auditoria da BAT Angola. Em maio de 2005, trabalhou diretamente com o diretor financeiro do Grupo BAT, sendo responsável pelo planejamento financeiro do Grupo. Retornou à Souza Cruz em 2006 para assumir o cargo de Diretor de Finanças e Relações com Investidores. Em 2007, assumiu também a área de TI da Souza Cruz e passou a ser membro do Conselho de Administração da Souza Cruz.
Comitê de Auditoria Desde a década de 1980, a Souza Cruz conta também com um Comitê de Auditoria, que atua com quatro membros externos de renome apontados pelo Conselho de Administração. O Comitê se reúne três vezes por ano em encontros que contam também com a presença de convidados. Juntos, eles discutem temas ligados a todos os riscos do negócio, como de crédito, cambial e de mercado.
Comitê de Auditoria Rudolf Hohn | Presidente Nelson Laks Eizirik Adir Pereira Keddi José Alfredo Lamy
Comitê de Responsabilidade Social Corporativa O Comitê de Responsabilidade Social Corporativa assessora a Diretoria na formulação de estratégias e diretrizes voltadas para a responsabilidade social corporativa, o meio ambiente e a ética empresarial. Este Comitê se reúne duas vezes ao ano, e é composto por seis membros, sendo dois deles executivos da Companhia.
Comitê de Responsabilidade Social Corporativa Luis Felipe Lampreia | Presidente
Conselho Fiscal
Paulo Eduardo Pessoa Cavalcanti da Silva Santos
Antonio Duarte Carvalho de Castro
Humberto Casagrande Neto
Marcos Sá Corrêa Carlos Leoni Siqueira Carlos Ivan Simonsen Leal Dante Letti Fernando Pinheiro José Roberto Cosmo | Secretário Executivo
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Mercado de Capitais A Souza Cruz está listada em Bolsas de Valores desde 1946, primeiramente na Bolsa do Rio de Janeiro e, posteriormente, em 1957, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Para comemorar os 40 anos do Índice Bovespa (Ibovespa), a Bolsa de Valores de São Paulo homenageou, em janeiro, em sua sede, em São Paulo, as 64 empresas que compõem a carteira do índice em vigor. Na cerimônia, a Souza Cruz recebeu um troféu especial por sua participação em todas as carteiras teóricas do Ibovespa, desde a criação do índice, em 2 de janeiro de 1968. O índice tem como finalidade básica servir como indicador médio do comportamento do mercado brasileiro.
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Política de dividendos A remuneração ao acionista é feita por meio de pagamento trimestral de juros sobre o capital próprio e dividendo semestral. Historicamente, a Companhia tem se posicionado como uma das empresas de melhor remuneração aos acionistas.
Em 31 de dezembro de 2008, a administração da Companhia propôs o pagamento de dividendos no montante de R$ 656,8 milhões com base no lucro apurado no exercício de 2008. Assim, considerando os juros sobre o capital próprio (JCP) de R$ 33,0 milhões declarados em dezembro de 2008 e a remuneração intermediária (JCP e dividendos) paga durante o ano, de R$ 514,6 milhões, a remuneração total dos acionistas por conta dos lucros obtidos no exercício de 2008 montará a R$ 1.204,4 milhões (R$ 3,939907 por ação), representando 96% do lucro líquido consolidado do exercício de 2008.
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Desempenho das ações Apesar da volatilidade do mercado de capitais brasileiro, como reflexo da crise financeira mundial, o valor das ações da Souza Cruz manteve-se praticamente estável em 2008, com uma queda de apenas 8,5% no ano, contra uma desvalorização de 41,2% do Índice Bovespa no mesmo período. Houve crescimento de cerca de 25% no número de ações da Souza Cruz transacionadas na Bovespa.
Jan. Dez.
Quantidade de ações negociadas
Número de negócios
Valor negociado
Milhões
Mil
R$ Milhões
Cotação
Índice BOVESPA
R$
2007
68,4
146,9
3.056,1
48,20
63.886
2008
85,2
239,3
3.832,1
44,10
37.550
24,5
63,0
25,4
(8,5)
(41,2)
Variação %
Cotação SC - Ibovespa 120
100 80 60 40
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez RA 2008 | SOUZA CRUZ | 52
Fatores de Risco A Souza Cruz adota uma série de procedimentos de avaliação dos riscos inerentes ao seu negócio, considerando fatores externos e internos que possam pôr em risco a continuidade de suas operações. A Diretoria Executiva, a Auditoria Interna e o Comitê de Auditoria são responsáveis pelo constante monitoramento desses riscos, baseando-se nos procedimentos de controles internos operacionais, que são desenhados de forma a mitigá-los.
Controles internos A Souza Cruz conduz projetos de redução e monitoramento de riscos e apoia todas as iniciativas voltadas para aprimorar controles e processos. Por isso, mantém um mapeamento permanente dos riscos a que estão sujeitas todas as suas áreas, além de estabelecer ações claras para mitigá-los.
Gestão de riscos A Souza Cruz deu um importante passo para melhorar ainda mais suas práticas de governança corporativa. O projeto Business Continuity tem por objetivo aprimorar a forma de avaliação de riscos, implantar propostas de planos preventivos e de contingência, e apresentar uma nova estrutura de gestão da continuidade do negócio. Trata-se de um trabalho inovador no Brasil, que prepara a Companhia para qualquer eventualidade, com foco em responder prontamente a qualquer adversidade, preservando valor para os acionistas. A atuação é preventiva e ocorre em todas as frentes e áreas da Souza Cruz, da semente à distribuição.
RA 2008 | SOUZA CRUZ | 54
Os principais fatores de risco avaliados e monitorados são:
Cobertura de seguros
Risco de taxa de juros
Risco cambial
A Companhia desenvolve um programa de geren-
O objetivo da política de gerenciamento do risco de
Parcela significativa das operações da Companhia
ciamento dos riscos de sinistros, que contempla a
taxa de juros da Companhia é o de minimizar as pos-
é realizada no mercado internacional, sobretudo as
contratação de cobertura de seguros compatíveis
sibilidades de perdas por conta de flutuações nas ta-
exportações de fumo. A Companhia também está
com seu porte e com a dimensão de suas operações.
xas de juros que aumentem as despesas financeiras
exposta ao risco de taxa de câmbio na conversão de
As coberturas são contratadas em montantes que
relativas a empréstimos captados no mercado.
balanço da moeda funcional das subsidiárias domi-
a Administração considera suficientes para cobrir eventuais sinistros, levando em conta a natureza de sua atividade, a dispersão geográfica de suas dependências, os riscos envolvidos em suas operações e a orientação de consultores especializados.
Para o gerenciamento do risco de taxa de juros, a Companhia adota a estratégia de diversificação de
ciliadas no exterior para reais, a moeda de reporte da Companhia.
instrumentos financeiros lastreados em taxas fixas e
Com isso, sua estrutura patrimonial está exposta prin-
variáveis.
cipalmente nas rubricas de caixa, contas a receber, for-
A Companhia e suas controladas monitoram continuamente as taxas de juros de mercado com objetivo de
necedores, empréstimos e contas de resultado operacional, preponderantemente denominadas dólares.
avaliar a eventual necessidade de contratação de ope-
Para reduzir esse risco, além do monitoramento
rações para proteger-se contra o risco de volatilidade
permanente do mercado de câmbio, a Companhia
dessas taxas e adotam política conservadora de capta-
contrata, quando julga necessário, derivativos fi-
ção e aplicação de seus recursos financeiros.
nanceiros para compensar esses eventuais impactos. Adicionalmente, a Companhia protege seu investimento líquido em subsidiárias no exterior com a contratação de empréstimo em moeda estrangeira de forma a evitar a volatilidade de seu resultado financeiro, reduzindo a exposição à variação cambial. Não há operações de derivativos financeiros em aberto em 31 de dezembro de 2008 e 2007.
RA 2008 | SOUZA CRUZ | 55
Risco de crédito
Risco de liquidez
A política de vendas da Companhia está intimamente
A política de gerenciamento de risco de liquidez impli-
associada ao nível de risco de crédito a que está dis-
ca manter um nível seguro de disponibilidade de caixa
posta a sujeitar-se no curso de seus negócios. A diver-
e acessos a recursos imediatos. Dessa forma, a Com-
sificação de sua carteira de recebíveis, a seletividade
panhia possui aplicações somente em ativos com ven-
de seus clientes e agricultores, assim como o acom-
cimentos inferiores a 90 dias e com liquidez imediata,
panhamento dos prazos de financiamento de vendas
cujos montantes são suficientes para fazer face a uma
e limites individuais de posição, são procedimentos
eventual exigibilidade imediata dos saldos de fornece-
adotados a fim de minimizar eventuais problemas de
dores e de empréstimos e financiamentos.
inadimplência em suas contas a receber. A Companhia não possui concentração de risco de crédito de clientes e o rating de crédito é revisto regularmente.
Risco de capital
Quanto ao risco de crédito associado às aplicações
Os objetivos da Companhia ao administrar seu capi-
financeiras, a Companhia realiza operações somente
tal são os de salvaguardar a capacidade de continui-
em instituições com baixo risco de crédito, de acordo
dade de suas operações, para oferecer retorno aos
com avaliações elaboradas por agências independen-
seus acionistas e garantia às demais partes interes-
tes de rating.
sadas, além de manter uma estrutura de capital adequada.
RA 2008 | SOUZA CRUZ | 56
Resultados Financeiros
Contexto do negócio Mercado de cigarros O volume total de cigarros comercializados no mercado brasileiro em 2008, estimado em cerca de 126,5 bilhões de unidades, apresentou uma redução de 2,3% em relação a 2007. Essa redução decorre principalmente dos aumentos de preços dos cigarros promovidos pelas empresas a fim de compensar a elevação média de 30% das alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) ocorrida em julho de 2007. Apesar do progresso obtido pelas autoridades brasileiras, segundo dados da Secretaria da Receita Federal, o mercado ilegal de cigarros no Brasil, compreendido pelo contrabando e pela comercialização sem o pagamento de todos os tributos, ainda representa cerca de 28% do mercado brasileiro de cigarros (Fonte: Anuário Brasileiro do Tabaco, 2008) A forte carga tributária sobre a produção e venda de cigarros ainda é o principal fator de incentivo à comercialização informal do produto no Brasil. Nos últimos anos, o Governo Federal vem tomando diversas medidas de combate a essas atividades ilegais, tais como maior fiscalização, implantação da nota fiscal eletrônica e adoção do Sistema de Controle e Rastreamento da Produção de Cigarros (Scorpios). Estimativas da Secretaria da Receita Federal mostram que a perda de arrecadação no setor é superior
a R$ 1 bilhão por ano (Fonte: Anuário Brasileiro do Tabaco, 2008) A redução do consumo ocorrida em 2008 (-2,3%) em um cenário de crescimento econômico revela que o combate ao mercado ilegal é fundamental para reduzir o acesso a produtos com preços artificialmente baixos pelo não pagamento dos tributos devidos.
A Souza Cruz tem continuamente apoiado todas as iniciativas que melhorem o ambiente de controle e que sejam efetivas para reduzir a concorrência desleal provocada pelo não pagamento de tributos no setor.
RA 2008 | SOUZA CRUZ | 58
Mercado de fumo Cerca de 90% do tabaco brasileiro é produzido nos três Estados da Região Sul. O Rio Grande do Sul tem a maior participação, com 50% da área plantada, seguido de Santa Catarina, com 33%, e Paraná, com 17%. Na safra 2007/2008, foram gerados R$ 3,8 bilhões em receita para os produtores de fumo brasileiros (Fonte: Anuário Brasileiro do Tabaco, 2008) Estima-se que a produção de fumo seja a fonte complementar de renda de cerca de 218 mil produtores nesses Estados, com importante contribuição social, envolvendo direta e indiretamente mais de 2,4 milhões de pessoas no processo (Fonte: Associação dos Fumicultores do Brasil – Afubra) A boa produtividade e o clima favorável elevaram a safra 2007/2008 para além das expectativas. O Sindicato da Indústria do Fumo – SindiTabaco (Sindifumo), que estimava inicialmente uma produção de 703 mil toneladas para essa safra, revelou que a produção total atingiu 720 mil toneladas.
O SindiTabaco estima que haverá um aumento de cerca de 6% nas áreas de plantio de fumo no Brasil para a safra 2008/09. Em virtude do bom momento vivido pelo setor, o número de produtores integrados também deverá ter pequeno incremento, passando de 182 mil para 186 mil. Cerca de 85% do fumo produzido no Brasil é destinado à exportação, com cerca de 688 mil toneladas de fumo exportadas em 2008. O volume é 2,4% inferior ao do ano anterior, quando foi verificado recorde, tendo os embarques chegado a 705 mil toneladas. O faturamento, no entanto, cresceu cerca de 22%, atingindo US$ 2,7 bilhões contra US$ 2,2 bilhões de 2007 (Fonte: Ministério da Agricultura)
RA 2008 | SOUZA CRUZ | 59
Principais clientes do fumo brasileiro
América do Norte 13%
(Fonte: SindiTabaco)
União Européia 40%
América Latina 5%
África/ Oriente Médio 9%
Leste Europeu 12%
Extremo Oriente 21%
RA 2008 | SOUZA CRUZ | 60
Desempenho operacional da Companhia Cigarros A Companhia manteve ao longo de 2008 ações de marketing voltadas principalmente para as marcas do segmento Premium com investimentos na expansão da distribuição direta de produtos, que permitiram alavancar oportunidades no mercado. Essas iniciativas contribuíram para que a Souza Cruz atingisse o volume de 78,6 bilhões de cigarros comercializados em 2008, praticamente em linha com os 78,8 bilhões vendidos no ano de 2007. No entanto, esse desempenho pode ser considerado excelente em razão do crescimento no preço médio dos cigarros em cerca de 11% para compensar o aumento do IPI em 2007 e da queda de 2,3% do mercado total brasileiro de cigarros em 2008. Com isso, a participação da Companhia no mercado total alcançou 62,1%, com 1,2 ponto percentual de crescimento em relação a 2007.
Evolução da participação no mercado e do volume de vendas Participação no Mercado (%)
Volume (bilhões de unidades) 78,8
78,2
Exportação de fumo As exportações de fumo em 2008 totalizaram 127,8 mil toneladas, 5,6% superiores às realizadas em 2007 (121,0 mil toneladas). Contribuíram para este crescimento a demanda mundial pelo excelente fumo brasileiro e o esforço contínuo da Companhia na busca por melhores resultados. Os preços médios em dólar praticados em 2008 foram 33,2% superiores aos praticados em 2007. A rentabilidade em reais nesse período recuperou-se em função dos melhores preços obtidos com a recente safra. A valorização do dólar no último trimestre de 2008 em cerca de 22% reduziu, em parte, os efeitos negativos da apreciação do real no decorrer dos primeiros nove meses do ano, fechando 2008 ainda com uma apreciação de 6,6% entre os períodos sob comparação (taxa média – 2007 R$ 1,94 x R$ 1,82 – 2008). Evolução dos volumes de exportação de fumo Fumo (mil t)
78,6
127,8
75,9 74,3
121,0 117,1
59,1
2004
59,2
2005
60,4
60,9
62,1 112,1
2006
2007
2008
2004
115,0
2005
2006
2007
2008
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Resultados financeiros Novo padrão contábil Considerando a importância e a necessidade de que as práticas contábeis brasileiras sejam convergentes com as práticas contábeis internacionais e buscando maior transparência e confiabilidade em suas informações financeiras, usando as prerrogativas constantes da Instrução nº 457, de 13 de julho de 2007, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Administração da Companhia passa a apresentar, a partir do exercício social de 2008, as demonstrações financeiras consolidadas da Souza Cruz S.A. e Sociedades Controladas segundo o padrão contábil internacional, tendo como base os pronunciamentos emitidos pelo International Accounting Standards Board (IASB).
As referidas demonstrações financeiras consolidadas, preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS), foram examinadas pelos auditores independentes da Companhia, que emitiram parecer sem ressalvas datado de 6 de fevereiro de 2009. Os saldos comparativos relativos às demonstrações financeiras consolidadas do exercício social findo em 31 de dezembro de 2007 também estão sendo apresentados nas mesmas bases. Nesse sentido, o dia 1º de janeiro de 2007 foi determinado como a data de transição a partir das demonstrações financeiras elaboradas em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
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Receita líquida de vendas
Tributos sobre vendas
A receita líquida de vendas no exercício de 2008 cresceu 9,4%, alcançando R$ 5.300,6 milhões, em decorrência do melhor desempenho das marcas de cigarro no segmento Premium e dos maiores preços praticados em 2008. Além disso, houve maior volume de fumo exportado, com melhor mix de produtos e preço médio em dólar 33,2% superior a 2007.
A Souza Cruz está entre os dez maiores contribuintes de tributos no Brasil, gerando tributos sobre vendas em 2008 de aproximadamente R$ 5.745,8 milhões, uma elevação de 12,4% em relação a 2007 (R$ 5.111,3 milhões). Nos últimos cinco anos, somente os tributos sobre vendas da Souza Cruz aumentaram mais de R$ 1,7 bilhão.
Evolução dos tributos sobre as vendas
Evolução da receita líquida de vendas R$ Milhões
R$ Milhões
5.746
5.301
5.111
4.847 4.459
4.241
4.238
3.727
3.480
2004
2005
4.035
2006
2007
2008
2004
2005
2006
2007
2008
EBITDA
Lucro operacional
O EBITDA (lucro antes dos efeitos financeiros, impostos sobre a renda, depreciação e amortização) atingiu R$ 1.739,5 milhões, apresentando um crescimento de 21,6% em relação a 2007, como consequência do crescimento no lucro operacional.
O lucro operacional consolidado antes do resultado financeiro foi de R$ 1.603,5 milhões, sendo 22,5% superior ao registrado no ano anterior (R$ 1.309,1 milhões), e reflete principalmente: Melhor desempenho das marcas de cigarros do segmento Premium;
EBITDA (R$ Milhões) 1.740
Margem EBITDA 1.430
Maior volume de fumo exportado, combinado com melhor mix de produtos e com um preço médio em dólar 33,2% superior ao praticado em 2007;
1.232 1.111
1.099 33%
32%
2004
29%
29%
2005
2006
Melhores preços praticados em 2008, parcialmente compensados pelo aumento do IPI sobre cigarros em cerca de 30% a partir de julho de 2007;
30% 2007
Aumento do custo das exportações de fumo, em função de melhores preços pagos aos produtores.
2008
RA 2008 | SOUZA CRUZ | 63
Lucro líquido do exercício O aumento de 22,5% no lucro operacional contribuiu para que o lucro líquido consolidado atingisse o montante de R$ 1.249,6 milhões, 20,9% superior ao obtido no ano anterior.
Evolução do lucro operacional e do lucro líquido do exercício Lucro Operacional
Lucro Líquido 1.604
R$ Milhões
1.250
1.309 1.102
966
963
1.034
Em 2008, os investimentos alcançaram R$ 198 milhões (R$ 195 milhões em 2007) e foram aplicados, principalmente, na modernização do parque industrial e em projetos para atualização de processos, frota de veículos e plataforma tecnológica. Como parte destes investimentos, destacam-se: o novo parque gráfico de Cachoeirinha (RS), que será uma das maiores gráficas em operação no país, atendendo toda a demanda interna da Souza Cruz;
824
732
Programa de investimentos
693
investimentos para atualização da frota de veículos e para atender a expansão da distribuição direta de produtos; 2004
2005
2006
2007
2008
atualização do sistema integrado de processamento de dados SAP, com aquisição de novos módulos de faturamento, prestação de contas, contas a receber e movimentações de estoques de cigarros.
Geração de caixa A geração de caixa operacional continua sendo a principal fonte de recursos da Companhia, alcançando R$ 1.621,0 milhões em 2008. Isto representa um aumento de 43,2% em relação a 2007. O aumento do lucro operacional e a redução das necessidades de capital de giro foram os principais fatores para esse crescimento. 1.621
R$ Milhões
Esses investimentos foram distribuídos da seguinte forma:
35% 23% 20%
1.132
14%
780
2004
855
8%
707
2005
2006
2007
2008
Máquinas e Equipamentos
Edifícios
Equipamentos de Processamento de Dados e Softwares
Veículos
Outros
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Informações Corporativas Souza Cruz S.A. Rua da Candelária, 66 Rio de Janeiro – RJ 20091-900 www.souzacruz.com.br
O contato dos acionistas com a Souza Cruz pode ser feito através da Gerência de Relações com Acionistas, pelos telefones (21) 3849-9807 e (21) 3849-9810, pelo Interaction Center 0800 723 2221, ou pelas agências especializadas do Banco Itaú.
Créditos Coordenação geral Departamento de Assuntos Corporativos da Souza Cruz Projeto gráfico Núcleo-i Texto Debê Consultoria & Produções Revisão Fani Knoploch
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