Revista Ciência e administração - Logística

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Revista de Administração e Ciências

Curitiba – 2016

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Revista de Administração e Ciências – Logística Curitiba, 1a Edição


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Revista de Administração e Ciências – ISSN: Publicação da área de Ciências Humanas

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Semestral ISSN CDD 100

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SUMÁRIO

01 - Processo De Logística Reversa EPS ( POLIESTIRENO EXPANSÍVEL – ISOPOR ) ................................................................................................................................ 1 02 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS NO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE.12 03 PROCESSO DE COMPRA DE MATERIAIS E SERVIÇOS DA COOPERATIVA DENTAL UNI ....................................................................................................... 20 04 A IMPORTÂNCIA DO FATOR HUMANO NO SERVIÇO LOGÍSTICO ....... 32 05 Depósitos e armazéns, Layout e sistemas de gestão de de estoque. ... 44 06 O SETOR DE COMPRAS COMO IMPORTANCIA ESTRATÉGICA NAS EMPRESAS ............................................................................................................................... 52 07 TRANSPORTE E MODAIS ............................................................................. 61

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01 Processo De Logística Reversa EPS ( POLIESTIRENO EXPANSÍVEL – ISOPOR ) Adriano Mariano de Araujo1 Orientador: Gaspar Collet Ferreira2

RESUMO Devido ao crescimento da população mundial, o nosso planeta esta passando por diversas mudanças, e o consumo desenfreado de recursos naturais, como de alimentos ou de objetos utilizados no dia a dia pelas pessoas, pressiona as empresas a cada dia aumentarem seu processo de fabricação e produtividade, desencadeando em ritmo desenfreado na utilização de recursos naturais, já em alguns lugares do mundo esses recursos já estão escassos, países como a china já estão com a falta de alguns minérios tais como ferro, petróleo, cobre e outros, diversas empresas aderiram e ainda estão comprando a ideia da reciclagem de produtos, aos poucos a industrias estão descobrindo, que trata-se de um mercado muito lucrativo, que seus produtos vão além do consumidor final, e que muitos materiais como o EPS ( Isopor® ), pode ser transformado várias vezes e em diversos produtos, este artigo demonstra a correta utilização da matéria-prima dentro do ciclo tanto da logística tradicional como da logística reversa dos materiais, e suas inovações e novas tendências dentro deste mercado tão promissor. Palavras-chave: Logística reversa. EPS. Destinação correta de materiais reclicláveis. ABSTRACT Due to the growing world population, our planet is going through many changes, and rampant consumption of natural resources such as food or objects used on a daily basis by the people, presses companies every day increase their manufacturing process and productivity, setting off in hectic pace in the use of natural resources, since in some parts of the world these resources are already scarce, countries like China are already the lack of some minerals such as iron, oil, copper and others, several companies have joined and they are still buying the idea of recycling products gradually the industries are finding that it is a very lucrative market, your products go beyond its final consumer, and that many materials such as EPS (styrofoam) can be transformed several times and in several products, this article demonstrates the correct use of raw materials within the cycle of both traditional logistics and reverse logistics of materials, and their innovations and trends within this market as promising. Keywords: Reverse logistics. EPS. Correct disposal of reclicláveis materials. 1

Graduado em Recursos Humanos pela Faculdade Camões e acadêmico do Curso Gestão em pós graduação em Logística Empresarial da Faculdade Bagozzi. Correio Eletrônico: adrianopcp@hotmail.com

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É Coordenador na Faculdade Bagozzi.

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1 . INTRODUÇÃO Com o aumento da produtividade das industrias, e o aumento do consumo dos recursos naturais foi necessário formalizar procedimentos na destinação dos resíduos gerados pelas industrias como um todo, foi então que surgiu a necessidade do retorno dos produtos descartados pelo cliente final, a chamada logística reversa, onde entende-se que cada produto ao chegar ao final da sua vida útil para o cliente final, tenha um novo ciclo de vida, então a visão do ministério do meio ambiente para logística reversa é: Entende-se como logistica reversa segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (estabelecida pela lei 12.305 de 2/08/2010), definida como “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”. A logística reversa agrega valor para as empresas de cunho financeiro, diminui o acumulo de resíduos em rios, bueiros, aterros sanitários, quem prática, esta dentro da legalidade e melhora a imagens das empresa conforme Abaixo: Para Leite (2003), é a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo dos negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. Lacerda define da seguinte forma: Lacerda (2002 apud GARCIA, 2006, p.4) define que: Logística reversa pode ser entendida como um processo complementar à logística tradicional, pois enquanto a última tem o papel de levar produtos de sua origem dos fornecedores até os clientes intermediários ou finais, a logística reversa deve completar o ciclo, trazendo de volta os produtos já utilizados dos diferentes pontos de consumo a sua origem. No processo da logística reversa, os produtos passam por uma etapa de reciclagem e voltam novamente à cadeia até ser finalmente descartado, percorrendo o “ciclo de vida do produto”.

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Assim sendo, será demonstrado o processo da logistica reversa e sua importancia para economia, meio ambiente, sociedade e imagem corportativa, em especifico para este produto de nome técnico de EPS, mas usualmente chamado de Isopor® patentiado no Brasil pela empresa Knauf Isopor Limitada, mas usaremos como exemplos a empresa Termotécnica com sua matriz situação em Joinville, atualmente o EPS apresenta-se como grande vilão nos descartes de produtos devido a sua pouca densidade e grande volume, ocupando cerca de 30% dos espaços em aterros sanitários, diminuindo a vida util destes espaços para descarte de lixos, teremos neste artigo a destinação correta e técnologias adotadas para que facilite este processo. 2. O QUE É O EPS? Produzido a partir do Poliestireno é um polímero termoplástico derivado do petróleo, para a fabricação do EPS é adicionado pentano3 , vale frisar que no seu processo não é utilizado gás CFC ou qualquer um dos seus substitutos, possui inicialmente um formato de pérolas que constituem de até 3 milímetros de diâmetro, quando expandida essas pérolas chegam até 50 vezes o seu tamanha inicial, após esse processo a sua composição fica com 98% de ar e 2% de poliestireno, em 1m³ de EPS expandido existem cerca de 3 a 6 bilhões de esferas fechadas e cheias de ar, ao acrescentar vapor e injetados em moldes, se transformam na forma que for necessário. Os produtos finais do EPS são inodoros, não contaminam o solos, água e ar e são 100% recicláveis e podem voltar ao seu ciclo inicial de matéria-prima ( fonte: http://www.epsbrasil.eco.br/eps/index.html ). 2.1 HISTÓRIA DO EPS Descoberto no ano de 1949 pelos químicos Fritz Stastny e Karl Buchholz, quando trabalhavam nos laboratórios da Basf, na Alemanha, fazendo testes para novas utilizações do poliestireno. No Brasil esse produto é conhecido com como "Isopor®", marca registrada da Knauf Isopor Ltda., e designa, comercialmente, os produtos de poliestireno expandido, comercializados por essa empresa ( fonte: http://www.epsbrasil.eco.br/eps/index.html ). 2.2 VANTAGENS DO ISOPOR Os produtos fabricados com EPS possuem grandes vantagens, tais como não possuem cheiro, não contem produtos que agridem o meio ambiente em sua fabricação que contaminam o solo, agua e ar, são 100 % recicláveis, Baixa condutibilidade térmica, baixo peso, resistência mecânica, não absorve agua, fácil de manusear, resistência ao envelhecimento dura até 150 anos na natureza, absorve choques e resiste a pressão, no final do seu ciclo para qual seu propósito foi criado, pode voltar a condição de matéria-prima e outros produtos (Fonte: http://www.abrapex.com.br/01OqueeEPS.html ( associação brasileira de poliestireno expadido ). 2.3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO EPS O EPS na sua forma inicial de matéria-prima tem o formato de pérolas conforme figura 1, para a fabricação de produtos com este material é necessário as seguintes etapas: 3

Pentano - hidrocarboneto com fórmula química é C5H12,

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As pérolas são acondicionadas em Big Bags, que são levados para uma máquina chamada Pré-expansor, onde esse material é sugado para dentro da máquina, em uma câmara de expansão onde é acrescentado vapor d’agua em uma temperatura de 100º e pressão de vapor de entrada de 1kgm³ + agitação de 85 rpm com uma pá, após esse processo de expansão o material fica depositado em um leito fechado recebendo ar quente com a temperatura média de 40° por um tempo de 5 minutos, esse processo se faz necessário para uma pré-secagem do material a ser enviado para os silos, nos silos de consumo as pérolas que incialmente tinham as características cristalinas expandem em até 50x o seu tamanha original, conforme mostra a afigura 2. Após esta etapa de expansão as pérolas expandidas nas densidades de acordo com as especificações do cliente, com variações até a chamada classe F que são retardantes a chama, dentro dos silos ocorrerá o descanso para estabilização das pérolas expandidas onde ocorrerá a troca do pentano por ar, esse processo dependendo do tipo de material pode levar de 6 horas até 15 dias de maturação ( processo de descanso ), Os produtos fabricados em EPS se transformam nos formatos de acordo com as características dos produtos dos clientes, o próprio cliente manda fabricar o molde de acordo com as especificações da sua área de engenharia de processos. Após esse processo as pérolas são enviadas por meio de tubulações para as moldadoras, que são as maquinas injetoras onde coloca-se moldes para fabricação do produto, essa máquina já com o molde recebe a injeção das perolas, misturando o vapor e resfriamento dentro das cavidades do molde, após as peças serem extraídas da máquina saem no formato desejado pelo cliente como mostra a figura 3 da linha farmacêutica e figura 4 para produtos da construção civil. No processo de transformação, as pérolas são submetidas à expansão em até 50 vezes seu tamanho original, através de vapor, se fundindo e moldando em diversas formas. Expandidas, as pérolas consistem em ate 98% de ar e apenas 2% de poliestireno. Em 1m³ de EPS, por exemplo, existem de 3 a 6 bilhões de células fechadas e cheias de ar. (ABRAPEX, acessado 21/04/2010).

Figura 1: Forma original do EPS – fonte: ( http://www.ebah.com.br/content/ABAAABTzYAE/poliestireno-expandido-eps)

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Figura 2: EPS expandido http://www.epsbrasil.eco.br/eps/index.html)

fonte:

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Figura 3: As embalagens de EPS (isopor ) Termotécnica contribuem para a conservação, em perfeitas condições, de produtos farmacêuticos, reduzindo o risco de deterioração durante o transporte e manuseio. O design, dimensões e cores são adequados a cada necessidade e existe a possibilidade de personalização – serigrafia, transfer, etiqueta autoadesiva ou relevo moldado.. fonte: (http://www.termotecnica.ind.br/conservacao/embalagens-deeps/)

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Figura 4: Recortadas sob medida. Para diversos tipos de telhas. Melhor custo/benefício. Barra a radiação solar. Economia de energia para o condicionamento do ambiente. Retardantes à chama. (http://www.termotecnica.ind.br/construcao-civil/placas-de-eps-para-telhas/) 2.3 TERMOTÉCNICA INOVAÇÃO EM EPS ( ISOPOR® ) Fundada em 1961, a Termotécnica é a maior transformadora de EPS (Poliestireno Expandido,isopor®), da América do Sul. Focada na produção de soluções, fabrica sua própria matéria-prima e produtos acabados com a melhor performance do mercado, otimizando o processo logístico do cliente e valorizando seus produtos. Atua nos segmentos de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, construção civil, utilidades domésticas, agroindústria, alimentício, bebidas, produtos frágeis, entre outros. Fonte (http://www.termotecnica.ind.br/monoforte-naconcreteshow/). No campo da construção civil destaca-se por seu sistema inovador chamado Sistema construtivo monoforte, são painéis feitos a partir de placas em EPS retardantes a chama e envolvido em uma tela de aço, usados em edifícios, escritórios, sua colocação é pratica e econômica, reduz o tempo da obra e não gera resíduos podem ser aplicados em sistemas de construções mistas, segue modelo abaixo na figura 6. A utilização do isopor como isolamento térmico permite poupar energia que, durante a vida útil do edifício, pode chegar a ser centenas de vezes superior à energia consumida durante o seu processo de fabricação. Esta economia de energia significa que, para além preservar os recursos energéticos, o uso de isopor reduz a emissão dos gases poluentes e dos gases que contribuem para o efeito estufa na atmosfera. (DIISO, acessado em 28/04/10).

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Figura 6: Construção com painel monolítico, Indicado para construção de edifícios, residências, escritórios e indústrias, é utilizado como alvenaria estrutural ou alvenaria de vedação em todos os tipos de edificações. É compatível com outros tipos de alvenaria, podendo ser aplicado em sistema misto. Nos últimos 35 anos esse material ganhou uma posição estável na construção civil, não apenas por suas características isolantes mas também por sua leveza, resistência, facilidade de manuseio e baixo custo. 2.2 ARMAZENAGEM NA FÁBRICA APÓS SER MOLDADOS Após a saída das máquinas, já moldados o EPS em forma de cantoneiras, base, tampo, capacetes para motocicletas e outras peças técnicas usadas em freezers e geladeiras, são acomodadas em cima de pallets, para facilitar o armazenamento verticalizado dentro de cada padrão de empilhamento. Caso ocorra quebras na movimentação dentro do estoque, as peças danificadas são retiradas e encaminhadas para área da sustentabilidade dentro da fábrica, onde o material é moído por uma maquina especial e reutilizado no processo interno. 2.3 LOGISTICA TERMOTÉCNICA LINHA DE MONTAGEM CLIENTE A movimentação dos pallets dentro do estoque são feitos através de palleteiras elétricas, os palletes são encaminhados até as docas onde são carregados os caminhões. Após o término do carregamento, os caminhões são destinados para a fábrica do cliente, onde após descarregados são enviados para a linha de montagem, neste caso em especifico são peças técnicas da linha branca, tais como cantoneiras, bases e tampo que servem para proteção dos refrigeradores. Os produtos são montados, embalados e enviados para os centros de distribuição das lojas, então após a venda, estes produtos são entregues para o cliente final, onde inicia-se o processo de logística reversa. 2.4 LOGISTICA REVERSA A Termotécnica desenvolveu um programa de logística reversa que serve de modelo para outras empresas, antes o que era grande problema

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ecológico agora virou referência na solução do descarte do EPS no meio ambiente, o chamado programa reciclar, que tem como ponto forte a conscientização da população, principalmente das crianças, no site da empresa http://www.reciclareps.com.br/reciclagem/, podemos encontrar uma cartilha educativo e um vídeo onde mostra em animação o ciclo de vida do EPS após a venda. A Termotécnica conta com uma rede que supera 1.100 pontos de coleta e 270 cooperativas parceiras, que recicla 30% da quantidade de embalagens de EPS produzidas pelo país e evita cerca de 6 mil toneladas por ano de descarte inadequado do material em aterros.

Figura:8 – Gráfico de evolução na reciclagem do EPS na Térmotécnica O sistema funciona da seguinte maneira, um dos caminhos é que após o eletrodoméstico chegar na residência do cliente devidamente embalado com as proteções em EPS, os próprios funcionários da loja que vendeu o produto, estão orientados a desfazer a embalagem e no mesmo momento fazer o recolhimento das embalagens e devolver para a loja, esta por sua vez armazena o EPS em um galpão, até encher a cubagem de um caminhão, onde é enviado para a Termotécnica, outro caminho é a separação nas residências, podendo ser coletado por catadores e encaminhado para cooperativas que também enviarão para a empresa Termotécnica, outra alternativa que a população tem é de ir até uma empresa do grupo Termotécnica e descartar no ponto de coleta, esse ponto de coleta é um espaço geralmente localizado em frente a empresa conforme a figura 9, destinado para captação do EPS que em seguida é recolhida pela empresa.

Figura 9: Pontos de Entrega Voluntária de EPS (isopor®) estão disponíveis nas unidades da Termotécnica de Joinville e Pirabeiraba, São josé dos Pinhais. Em locais de fácil acesso, são abertos para a comunidade, que deixa para reciclagem o EPS que seria descartado em sua residência ou local de

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trabalho. ( fonte: http://www.termotecnica.ind.br/termotecnica-recebe-e-reciclaseu-eps) 2.5 TRANSFORMAÇÃO DO EPS DESCARTADO EM NOVOS PRODUTOS Após estes produtos terem voltado para a empresa fabricante do EPS, o material é separado pela limpeza e pela cor do material ( azul, branco, amarelo etc), o material limpo é moído e misturado no silo de matéria prima expandida em uma proporção de 5% do total do silo, reaproveitando para fazer produtos técnicos e blocos de onde saem produtos como isolamentos térmicos ( telhas ), blocos para construção civil, o restante é direcionado para uma máquina chama extrusora onde o material é derretido, saindo assim todo o ar acondicionado nas perolas, formando uma borra de plástico, em seguida esta borra vai para uma máquina que tritura o material onde é transformado em pellets de plástico conforme figura 10, é aproveitada por outras empresas, que transformam esse material em novos produtos como por exemplo capas para cds, réguas escolares, rodapés e solados para calçados entre outros, ou seja uma variedade de produtos.

Figura 10: Processo de limpeza, reciclagem e transformação do Isopor. (fonte: http://www.reciclareps.com.br/reciclagem/) 3. EPS DO PROBLEMA PARA SOLUÇÃO O problema do EPS é que a grande maioria da população não sabe que este produto é 100% reciclável, e a maior dúvida na hora da separação é para qual o tipo de material deve-se destinar, muitas das vezes é descartado incorretamente junto com o lixo orgânico, onde acaba gerando um grande problema para a natureza e sociedade. Como ele tem pouca densidade e grande volume, a dificuldade do armazenamento e transporte é muito grande. Este material acaba sendo descartado na incorretamente natureza sendo destinado para aterros sanitários, onde um dos problemas ocasionados é que devido a sua impermeabilidade não deixa a agua da chuva passar para o solo, outro é que sua vida útil na natureza é muito longa cerca de 150 anos, e o maior dos problemas é que devido seu grande volume, compromete em até 30% da vida útil dos aterros sanitários.

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A empresa Termotécnica esta conseguindo uma grande vitória na área de reciclagem do EPS, com o programa Reciclar . O Programa Reciclar EPS compreende desde a fase de produção da matéria-prima até o produto final, passando pela coleta do material, sua reciclagem e reintrodução no mercado. Com a implantação da logística reversa das embalagens, já atendendo as diretrizes da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), a Termotécnica liderou todos os envolvidos na cadeia de consumo do EPS, agregando clientes, varejistas, concorrentes, fornecedores, importadores, catadores e consumidores, trazendo inovações na área de reciclagem. Fonte: http://www.termotecnica.ind.br/termotecnica-divulga-e-estimulaa-reciclagem-do-eps-na-reciclacao/ CONCLUSÃO O Isopor é um material 100% reciclável, o grande problema é sua destinação, e como vimos se sua destinação não for adequada, os problemas surgem em grande escala, a empresa Termotecnica faz um trabalho muito importante, responsável e consciente, onde desde o início foi pensado na produção e sua destinação final, ou podemos dizer transformação no ciclo final da finalidade dos produtos, onde parte do material recolhido volta para incorporar o inicio da cadeia de produção, e o restante segue o processo, gerando um novo ciclo de vida para outros produtos, tais como produtos para construção civil, rodapés, solados de calçados, réguas escolares entre muitos outros produtos que são fabricados com essa matéria prima reaproveitada. O escopo de um bom trabalho na reciclagem do Isopor é a conscientização, os principais envolvidos na cadeia logística convencional e reversa dos materiais são as empresas fabricantes, que depois da politica nacional de resíduos sólidos já estão envolvidos e começando a pensar na nova tendência deste mercado de reciclagem, para os próximos anos estaremos vendo as mudanças deste mercado chamado hoje de reciclagem, já estão sendo incorporados nas empresas um novo conceito chamado de “Economia Circular”, Neste programa é proposto a adoção do conceito Cradle to Cradle (Berço ao Berço). Trata-se de uma plataforma de inovação com o objetivo de transformar a indústria, para criar a nova Economia Circular, através da concepção de novos produtos e da criação de redes e cooperações entre fornecedores, produtores, clientes, governos e todos os grupos de interesse, permitindo as etapas necessárias para uma atividade econômica próspera e benéfica ao ser humano e ao meio ambiente ( fonte: http://nures.ufsc.br/projeto/economiacircular/). Referencias http://www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduoss%C3%B3lidos http://www.abrapex.com.br/01OqueeEPS.html - Acesso realizado 02/05/2016. http://www.ebah.com.br/content/ABAAABTzYAE/poliestirenoexpandido-eps) – Acesso realizado 06/05/2016.

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http://www.termotecnica.ind.br/termotecnica-recebe-e-recicla-seu-eps/ Acesso realizado 17/05/2016. http://www.reciclareps.com.br/reciclagem/ - Acesso realizado 18/05/2016. http://www.termotecnica.ind.br/termotecnica-recebe-e-recicla-seu-eps Acesso realizado 25/05/2016. http://www.termotecnica.ind.br/termotecnica-divulga-e-estimula-areciclagem-do-eps-na-reciclacao/ - Acesso realizado 02/06/2016. http://nures.ufsc.br/projeto/economia-circular/ - Acesso realizado 03/06/2016. http://www.epsbrasil.eco.br/eps/index.html - acesso realizado 06/06/2016 http://www.termotecnica.ind.br/construcao-civil/placas-de-eps-paratelhas/ - Acesso realizado 09/06/2016 http://www.termotecnica.ind.br/monoforte-na-concreteshow/

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02 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS NO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE. Ederson Gaviolli da Silva Orientador: Prof. Gaspar Collet Pereira Faculdade Padre João Bagozzi Pós Graduação em Logística RESUMO Nos dias atuais com a concorrência cada vez mais acirrada se destacar no mercado é necessário e a qualidade no nível do serviço é um diferencial que ajuda a empresa a se tornar competitiva, porém para manter ou até mesmo melhorar o nível de serviço à formação de estoque faz-se necessário, contudo a má administração deste estoque pode implicar em custos altos para a organização. A classificação de materiais é o processo de agrupar produtos conforme características similares para auxiliar no gerenciamento deste estoque, tornando sua gestão mais fácil. Palavras-chave: Estoque, Materiais, Produtos, Classificação, Custos. INTRODUÇÃO Um dos muitos desafios enfrentados pelas empresas atualmente é ter um estoque balanceado, com custos baixos e que atenda de forma eficaz e eficiente seus clientes externos e internos. Ter um controle efetivo dos estoques impacta diretamente nos resultados da empresa. Dentro da administração de empresas o gerenciamento de estoque é o setor responsável pelo controle e planejamento do estoque dos produtos e materiais que serão comercializados ou produzidos, proporcionando um equilíbrio nos processos produtivos e de distribuição (BERTAGLIA, 2005). Para ter uma gestão efetiva dos estoques é necessária à utilização de algumas técnicas para apoiar as tomadas de decisões, e a classificação de materiais é uma importante ferramenta para esse gerenciamento. Este estudo demonstra as principais formas de classificação de materiais usadas para gerir os estoques dos diferentes tipos de materiais e produtos. Esta pesquisa tem como tema: Classificação de materiais no gerenciamento de estoque. Este trabalho estabelece como questão problema: Quais os tipos de classificação de materiais para o gerenciamento de estoque? O objetivo geral deste trabalho é: Demonstrar quais as formas de classificação de materiais para o gerenciamento de estoque mostrando algumas das ferramentas que podem ser utilizadas para este fim. Os objetivos específicos são: a. Conceituar o que é estoque; b. Pontos positivos e negativos de se formar estoque; c. Conceituar o que é classificação de materiais; d. Demostrar quais os principais métodos para classificar os materiais;

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A metodologia usada para desenvolver este trabalho foi a pesquisa bibliográfica. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Os estoques são acúmulos de matérias-primas, suprimentos, componentes, produtos em processo e produtos acabados que aparecem em vários pontos por todos os canais logísticos e de produção das empresas (BALLOU, 2006). Estoque são materiais, mercadorias ou produtos acumulados para utilização posterior, de modo a permitir o atendimento regular das necessidades dos usuários para a continuidade das atividades da empresa, sendo o estoque gerado, consequentemente, pela impossibilidade de prever-se a demanda com exatidão (VIANA, 2002, p. 109). Uma empresa industrial possui basicamente quatro tipos de estoque: matéria-prima, produtos em processo, produtos acabados e materiais auxiliares ou de manutenção (DIAS, 2010). • Estoque de matéria-prima: são os materiais que integram o produto final, seu consumo é proporcional ao volume da produção; • Estoque de produtos em processo: são produtos geralmente parcialmente acabados, que estão entre um processo produtivo e outro; • Estoque de produtos acabados: são produtos já produzidos que ainda não foram vendidos ou não saíram para entrega; • Estoque de materiais auxiliares ou de manutenção: são produtos usados nas atividades de staff da empresa. Os principais motivos para formar estoque estão no nível de serviço ao cliente e na economia indireta nos custos. Para manter ou melhorar o nível de serviço ao cliente é necessário ter uma quantidade de produtos em estoque fazendo com que a empresa possa reagir de pronto às solicitações dos clientes, resultando não somente na manutenção como no aumento das vendas (BALLOU, 2006). O estoque bem gerenciado proporciona economia nos custos, pois permiti operações mais prolongadas e equilibradas na produção, podendo haver variações na demanda, ou atrasos na entrega do fornecedor sem ter falta de materiais. Outra economia no custo gerada pela formação de estoque está na negociação na compra e no transporte, o setor de compras deve avaliar se há desconto quando a quantidade comprada for maior, fazendo com que a redução obtida no preço compense o custo de manutenção do estoque, da mesma forma o custo de transporte deve ser avaliado quando a quantidade transportada for maior, gerando uma economia na compra em escala, reduzindo o custo individual do produto. Quando é esperada uma alta futura nos preços a formação de estoque resulta em economia, pois comprando antecipadamente consegue manter o preço atual, geralmente mais baixo, protegendo a empresa do aumento futuro nos preços (BALLOU, 2006). Uma razão para não se formar estoque é o capital empregado, que poderia ser mais lucrativo se aplicado a outros setores da empresa. Outra razão

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é que o estoque não agrega valor direto aos produtos, por mais que armazene valor (BALLOU, 2006). Para minimizar os custos com estocagem é necessário ter uma ótima gestão de estoque, para auxiliar nessa gestão existem várias ferramentas, dentre elas umas das mais importantes é a classificação de materiais que separa os materiais considerando alguns critérios para assim ser trabalhados com diferentes prioridades. A classificação de materiais é um procedimento que agrupa os produtos por características congêneres. Existem classificações de vários tipos que avaliam diferentes características dos itens, cada empresa usa a metodologia que mais se enquadra a sua necessidade, devendo ser analisada no todo, buscando embasar decisões, gerando resultados que aumentem a lucratividade da organização (VIANA, 2002). Para classificar os materiais é necessário ponderar algumas particularidades: abrangência, flexibilidade e praticidade (VIANA, 2002). • Abrangência: a classificação deve abordar uma série de características relevantes; • Flexibilidade: deve interagir com outras formas de classificação para que se tenha uma visão ampla do estoque; • Praticidade: a classificação tem que ser simples e direta. Os materiais podem ser classificados por tipo de demanda que se divide em matérias não de estoque e materiais de estoque: Materiais não de estoque são itens de consumo esporádico e inconstante, impossibilitando uma previsibilidade na demanda, fazendo com que sua compra seja feita para uso imediato, com solicitação direta do usuário (VIANA, 2002). Materiais de estoque são itens que precisam ser mantidos em estoque, para não ocorrer falta desses itens são parametrizados critérios para que haja um ressuprimento automático, levando em consideração a importância que o material tem para a empresa e a demanda prevista (VIANA, 2002). Os materiais de estoque podem ser classificados em cinco grupos: aplicação, valor de consumo, importância operacional, dificuldade na aquisição e popularidade. Na classificação quanto à aplicação, os materiais são divididos em dois grupos: materiais produtivos e materiais improdutivos. Os materiais produtivos são os materiais vinculados ao processo de fabricação e que integram o produto final da empresa. Os materiais improdutivos são os materiais que não integram com o produto final fabricado pela empresa (VIANA, 2002). A classificação quanto ao valor de consumo leva em consideração o valor monetário de venda ou consumo de um material, é a classificação mais divulgada e utilizada, mais conhecida como Curva ABC ou Curva de Pareto onde se pode observar que a parte maior das vendas é gerada por um conjunto de poucos produtos, em uma relação de 80-20, ou seja, em torno de 80% (oitenta por cento) do valor das vendas corresponde em torno de 20% (vinte por cento) do total dos itens comercializados por uma empresa (BALLOU, 2006).

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A curva ABC classifica os materiais de acordo com seu consumo monetário no período de um ano, separando-os em três grupos identificados com as letras A, B e C (ARNOLD, 1999): • Classe A: correspondem em média a 80% do valor de consumo e 20% dos itens, são os materiais que devem receber mais atenção, pois representam um alto valor de consumo e uma quantidade pequena de itens; • Classe B: correspondem em média a 15% do valor de consumo e 30% dos itens, são materiais que possuem um controle intermediário, pois representam um médio valor de consumo e uma quantidade média de itens; • Classe C: correspondem em média a 5% do valor de consumo e 50% dos itens, tendo assim um controle de baixa atenção, pois representam um baixo valor de consumo e uma quantidade grande de itens. A figura a seguir representa graficamente a curva ABC.

Fonte: Portal Sobre Administração. A classificação quanto à importância operacional analisa a criticidade do produto, essa classificação leva em conta o impacto que a falta de um material pode trazer para a empresa, além disso, ela divide os produtos que possuem ou não itens substitutos no mercado (CAPELLATO e MELO, 2012). Há materiais que caso ocorra a sua falta, mesmo que tenha um consumo baixo, pode comprometer consideravelmente a produção de uma empresa, fazendo com que o custo de manter o material em estoque seja menor que a possível falta do mesmo. Para identificar os materiais críticos usa-se a classificação quanto à importância operacional. Esta classificação separa os materiais em três grupos identificados com as letras X, Y e Z (VIANA, 2002). • Classe X: são os materiais de baixa criticidade, cuja falta afeta o nível de serviço, porém não gera maiores problemas e possui vários produtos substitutos no mercado; • Classe Y: são os materiais de média criticidade, ou seja, que a falta representa razoável transtorno no nível de serviço e possui pouco ou nenhum produto substituto no mercado;

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Classe Z: são os materiais de alta criticidade, cuja falta proporciona vários transtornos no processo produtivo da empresa e não possui substituto no mercado.

A classificação quanto à dificuldade na aquisição do material identifica quais materiais apresentam combinados vários fatores que dificultam a compra como, por exemplo: lead-time longo, falta de qualidade do produto ou na entrega, sazonalidade, entre outros. Esta classificação separa os produtos em três grupos identificados com os números 1, 2 e 3 (CAPELLATO e MELO, 2012). • Classe 1: são os materiais complexos ou de muito difícil aquisição, pois possuem vários fatores complicadores, exigindo uma atenção especial; • Classe 2: são os materiais de aquisição relativamente difícil, pois possuem um ou dois fatores complicadores, exigindo uma atenção moderada; • Classe 3: são os materiais de fácil aquisição, pois são itens de fornecimento rápido e pontual que possui um ou nenhum fator complicador, exigindo pouca atenção. A classificação quanto à popularidade identifica os materiais conforme o número de transações, tanto entradas como saídas, efetuadas por um produto em um período especifico. Esta classificação separa os produtos em três grupos identificados com as letras P, Q e R (GASNIER, 2002). • Classe P: são os materiais de popularidade alta, tendo uma grande movimentação, apresentando pelo menos uma transação diária; • Classe Q: são os materiais de popularidade média, tendo uma movimentação intermediaria, apresentando menos de uma transação diária; • Classe R: são os materiais de popularidade baixa, tendo uma pequena movimentação, apresentando menos de uma transação mensal. A figura a seguir representa graficamente as classificações expostas anteriormente.

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Fonte: Elaborado pelo autor. Os itens podem ainda ser classificados conforme sua perecibilidade, periculosidade e mercado fornecedor.

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A classificação dos materiais conforme sua perecibilidade identifica produtos que possa se extinguir devido a um prazo especifico ou por ação imprevista alterando sua estrutura física ou química, impossibilitando seu uso. “Existem recomendações quanto à preservação dos materiais e sua adequada embalagem para proteção à umidade, oxidação, poeira, choques mecânicos, pressão etc.” (VIANA, 2002, p. 58). Os materiais perecíveis podem ser classificados conforme suas limitações: tempo (prazo de validade), instáveis (produtos químicos que podem se decompor), voláteis (materiais que podem evaporar na atmosfera), mudança de temperatura (materiais que se estocados em temperatura errada perdem suas características), ação da luz (materiais que se expostos a iluminação se degradam), queda ou vibração (materiais frágeis), entre outros (VIANA, 2002). A classificação por perecibilidade possibilita algumas medidas para o gerenciamento de estoque conforme a seguir: a. Determinar lotes de compra mais racionais, em função do tempo de armazenagem permitido; b. Programar revisões periódicas para detectar falhas de estocagem, visando corrigi-las e baixar materiais sem condições de utilização; c. Selecionar adequadamente os locais de estocagem, utilizando técnicas adequadas de manuseio e transporte de materiais, bem como transmitir orientações aos funcionários envolvidos quanto aos cuidados a serem observados. (VIANA, 2002, p. 58). A classificação de materiais conforme sua periculosidade permite identificar como manusear, transportar e armazenar os materiais, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), normatiza como transportar cargas perigosas e quais líquidos são considerados inflamáveis (VIANA, 2002). A adoção dessa classificação visa à identificação de materiais, como, por exemplo, produtos químicos e gases, que por suas características físico-químicas, possuam incompatibilidade com outros, oferecendo riscos à segurança (VIANA, 2002, p.59). A classificação de materiais conforme o mercado fornecedor está diretamente relacionada com a dificuldade de aquisição e é dividida em: mercado nacional, mercado estrangeiro e materiais em processo de nacionalização. a. mercado nacional: materiais fabricados no próprio país; b. mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país, mesmo que o fornecedor esteja aqui sediado; c. materiais em processo de nacionalização: materiais para os quais se estão desenvolvendo fornecedores nacionais (VIANA, 2002, p. 61). CONSIDERAÇÕES FINAIS Estoques são produtos ou materiais que ficam disponíveis fisicamente pela empresa, até o momento de seguirem para a comercialização, processo produtivo ou para suprir a necessidade própria da empresa, ou seja, são materiais, que estão em sua posse, que a empresa necessita para a realização do seu negócio, garantindo um fornecimento contínuo para seus clientes internos e externos.

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Manter um estoque traz vários benefícios, e também vários custos. O desafio das empresas é conseguir um equilíbrio entre custos de manutenção de estoque e as vantagens que ele ocasiona (ARNOLD, 1999). Na busca do equilíbrio entre custos e vantagens em se formar estoque os profissionais dispõem de varias formas de classificar os materiais para auxiliar na gestão, porém deve-se tomar cuidado, pois não deve ser usado apenas um método de classificação para tomada de decisão. Um simples parafuso com custo baixo e de baixo giro, identificado como classe C quanto ao valor de consumo, necessitando uma atenção baixa segundo essa classificação, pode ser fundamental para o funcionamento de uma maquina podendo interromper a operação de uma empresa, sendo assim identificado como classe Z na importância operacional, ou seja, um item que precisa de atenção especial. Por isso cada item deve ser avaliado individualmente usando mais de um método de classificação para não ter imprevistos que possam gerar prejuízos para a empresa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARNOLD, J. R. Tony. Administração de materiais: uma introdução. Tradução de Celso Rimoli, Lenita R. Esteves, São Paulo: Editora Atlas, 1999. Tradução do original: Introduction to materials management. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de Suprimentos/Logística empresarial. 5ª ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2006. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. CAPELLATO, Cláudia Passarini; MELO, José Airton Mendonça. Organização de arranjo físico em armazém de panificação: uma proposta empregando a classificação de materiais xyz. Revista Negócios em projeção, Brasília, v. 3, n° 1, p. 5167, 2012. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais. 6ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2010. GASNIER, Daniel Georges A dinâmica dos estoques: guia prático para planejamento, gestão de materiais e logística. São Paulo: IMAM, 2002. VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Editora Atlas, 2002. SOBRE ADMINISTRAÇÃO. Curva ABC – Analise de Pareto – O que é e como funciona. Disponível em: <http://www.sobreadministracao.com/o-que-e-e-comofunciona-a-curva-abc-analise-de-pareto-regra-80-20>. Acesso em: 08 de junho 2016.

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03 PROCESSO DE COMPRA DE MATERIAIS E SERVIÇOS DA COOPERATIVA DENTAL UNI

Eduardo Souza Barboza ¹ Orientador:Prof. Gaspar Collet Pereira - Faculdade Bagozzi - Gestão de Logística Empresarial ² 27/05/2016

Resumo

Pretende-se com este artigo apresentar como é que funciona um processo de compras de materiais e serviços dentro de uma cooperativa odontológica, mostrar quais são as etapas, quem executa e quais são as ferramentas que podem auxiliar a desenvolver melhor o processo de aquisição. Mostrar a importância de cada passo deste processo, como deve ser conduzido e articulado dentro da organização a fim de identificar sempre a melhor opção de compra, prazo e entrega. Assim, otimizando custos e proporcionando vantagem estratégica e competitiva para a empresa se manter ou se posicionar melhor em seu mercado de atuação.

Palavras-chaves: Processo, Compras, Ferramentas, Negociação, Fornecedor.

Abstract The aim with this article show how it works a purchasing process for goods and services within a dental cooperative , show what the steps are , who performs and what are the tools that can help to further develop the procurement process . To show the importance of each step of this process , as it should be conducted and coordinated within the organization to always identify the best option , time and delivery. Thus optimizing costs and providing strategic and competitive advantage for the company to maintain or better position in its market.

Keywords: Process, Shopping, Tools, Negotiation, Supplier.

1 *Acadêmico do curso de Gestão de Logítisca Empresarial da Faculdade Bagozzi – PR - e- mail: eduardo.sb1984@gmail.com ** Comprador, Dental Uni Cooperativa Odontológica

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Prof. Gaspar Collet Pereira titular do Curso de GestĂŁo de LogĂ­stica Empresarial da Faculdade Bagozzi - PR - e-mail: gaspar.collet@faculdadebagozzi.edu.br

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Introdução Com a expansão de mercado, e com o crescimento de suas estruturas para a capitação de novos negócios, com a alta demanda por materiais e serviços de qualidade com valores cada vês mais competitivos prazos de pagamentos mais extensos e entregas cada vês mais dinâmicas e pontuais, se vê a necessidade da estruturação de um processo de compras focado e voltado a estes objetivos com uma estratégia de otimizar valores e atender seus clientes com maior qualidade, de forma mais ágil para que com isso haja a satisfação em produtos e serviços oferecidos em seu mercado. De acordo com Ballou Ronald H. (pág. 356 - 2006) o processo de compra e a captação de produtos e serviços, este processo é fundamentais para o conjunto da organização. A aplicação e estruturação de um ciclo de compra existem pela simples causa da necessidade de consumo de variados matérias e serviços que as empresas demandam, tanto internamente como externamente. Segundo Arnold (1999) “a função compras é responsável pelo estabelecimento do fluxo dos materiais na organização, pelo segmento junto ao fornecedor, e pela agilidade da entrega“. Os clientes internos são os responsáveis pelas demandas existentes dentro de um departamento de compras. O objetivo do departamento de compras é buscar o melhor preço alienado a um bom prazo de pagamento com o menor tempo de entrega para que possa atender a necessidade de seus solicitantes. O profissional que a tua dentro do compras, denominado na hierarquia da organização como comprador deve ter sempre um ponto norteador para buscar as melhores oportunidades do mercado, assim podendo proporcionar um melhor atendimento e resultado a seus clientes. O comprador deve ter como objetivo construir uma relação mutua com fornecedores, assim visando o interesse de ambos. Devesse também criar estratégias coerentes de ações que visam vantagens a organização, de tal modo a agregar valor dentro do mercado com base na ética e transparência em suas ações. A proposta deste artigo, bem como a problematizarão é identificar como funciona um processo de compras de materiais e serviços, analisar como deve ser aplicado e como será conduzido estrategicamente de madeira a reduzir custos para a organização. Apresenta como

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delimitação a verificação de como é que funciona este processo de aquisição na seguinte hipótese, como este processo de compras pode funcionar dentro de uma cooperativa odontológica. Para que este processo funcione é necessário definir papéis, conduzir pessoas com qualidades técnicas pertinentes a exercer o cargo de comprador e estruturar ferramentas para dar suporte às estas atividades que serão desenvolvidas. O objetivo geral deste artigo é identificar como funciona o processo de compras de materiais e serviços dentro de uma cooperativa odontológica, com a definição de papéis, condução de pessoas com qualidades técnicas pertinentes a exercer o cargo de comprador e a estruturação de ferramentas para dar suporte às atividades a serem desenvolvidas. Os objetivos específicos mostram como estabelecer a funcionalidade, identificar e conduzir o processo de forma a estruturar ferramentas para sua melhoria continua. A IMPORTÂNCIA DO COMPRAS O departamento de compras se destaca em um nível importante nas organizações, pois materiais de suprimentos representam entre 40 a 60% do preço final da venda de qualquer produto Ballou Ronald H. (pág. 357 - 2006). A Administração de compras é um processo voltado para o bom gerenciamento de aquisição das empresas e que impacta diretamente nos seus estoques e no relacionamento com os clientes, estando também envolvido à competitividade e ao sucesso da organização. (Site TECHoje acessado em 02/05/2016). A organização que não possui um processo de compras bem estruturado e voltado à coleta de informações de valores que possa ajudar na tomada de decisão e alavancar no mercado, pode estar perdendo espaço em seu mercado, pois, a empresa que tem a capacidade de comprar bem, certamente conseguirá vender com lucros mais favoráveis. PERFIL DO COMPRADOR A função de um comprador corresponde ao conjunto de processos com o foco de buscar e obter produtos e serviços que atendam às necessidades de uma organização. Silva, Renaud Barbosa, (pág. 89 - 2010). Assim, o comprador deve ter foco, atitude e objetivo para trazer a melhor vantagem para sua empresa. Desta forma criara e adotara estratégias e ações que visão a melhor postura e conduta alienada a ética e transparência de suas ações. Um comprador deve ser responsável pelos seus atos e ter autoridade, sem ela jamais conseguira realizar com qualidade suas atividades. Viana, João José, (pág. 179 - 2015). O autor ainda ressalta que o comprador deve ser bom negociador, ter iniciativa e decisão, objetividade e idoneidade. Segundo Fisher, Roger, Ury, William, e Patton, Bruce, (pág. 50 - 2005). “Sem comunicação não a negociação”. A negociação é um método bilateral

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de comunicação que tem o objetivo de chegar a uma decisão conjunta. De acordo com Bertaglia, Paulo Roberto, (pág. 30 - 2009). Os profissionais de compras devem entender de forma global os negócios e a tecnologia. O mesmo autor complementa que, o comprador nos dias de hoje, vinculado a tecnologia, representa mais um analista de suprimento e um negociador do que propriamente um operador que realiza negociações e acompanha pedidos. OBJETIVO E FUNCIONALIDADE DO PROCESSO DE COMPRAS O processo de compras tem como finalidade atender a demanda de produtos e serviços mediante a aquisição dos mesmos com base nas solicitações dos usuários com o objetivo de encontrar no mercado a melhor condição comercial. (Viana, João José, pág. 42 43 - 2015). Segundo Bertaglia, Paulo Roberto, (pág. 30 - 2009). Comprar é um conceito utilizado nas organizações com o objetivo de adquirir materiais e serviços. Este método de compra inclui a escolha de fornecedores já homologados, o acompanhamento periódico dos pedidos com o propósito de evitar atrasos no processo. 2 De acordo com Ballou, Ronald H. (pág. 61 - 1993). “Uma boa administração de materiais significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências de operação”, ou seja, comprar o produto certo, no local apropriado, no instante correto e no prazo adequado ao melhor custo. O autor enfatiza (pág. 62 - 1993) e explica que “O termo compras freqüentemente lembra o processo de compras da administração de materiais”. Desta forma é apresentado as etapas do processo de compras segundo Ballou Ronauld H. (pág. 62 - 1993). • Analisar demanda das necessidades • Selecionar e homologar fornecedores • Realizar a cotação dos produtos e serviços buscados no mercado • Estartar as ordens de compra para os fornecedores eleitos no mapa de cotação • Fallow-up e monitoramento dos pedidos • Recebimento e confronte da ordem de compra com a nota fiscal • Alimentar sistema com registros e arquivos • Cultivar relacionamento com vendedores

CICLO DE COMPRAS RECEBIMENTO DE SOLICITAÇÃO O ciclo de compras é iniciado quando acontece uma solicitação procedente de algum departamento da empresa, solicitando matéria-prima, equipamen24


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tos e materiais de reposição. Este ciclo só será encerrado quando a área responsável pela compra confirmar que o material comprado foi entregue de acordo com as exigências estabelecidas. (Bertaglia, Paulo Roberto, pág. 168 - 2009). O autor ainda complementa que “Quanto mais detalhada for à requisição de compras, maior a possibilidade de que os itens solicitados venham atender às necessidades desejadas”. MRP Material Requiriments Planning – MRP – É uma ferramenta utilizada para gerar pedidos de compras, esta ferramenta avalia os estoques de segurança, tempo de entrega e pedidos mínimos para elaborar a quantidade de material que deverá ser solicitada, assim gerando automaticamente os pedidos e sugerindo quando os produtos deram estar disponíveis. (Bertaglia, Paulo Roberto, pág. 169 - 2009). SELEÇÃO DE FORNECEDOR A seleção de fornecedores tem o objetivo de criar concorrência. (Viana, João José, pág. 197 - 2015). Ou, consiste na melhor escolha da fonte que fornecera para os processos que estiverem em andamento na organização. O autor afirma ainda que para esta seleção deve ser levado em consideração além da cotação, as condições de aquisição, aspectos comerciais e prazos. 3. Para que esta classificação seja realizada deve-se selecionar no mínimo três fornecedores. Os fornecedores devem ser avaliados para que apresentem as expectativas da empresa para sua contratação. Os critérios utilizados para esta avaliação são os seguintes: Desempenho comercial, cumprimento do prazo de entrega, qualidade do produto, performance do produto em serviço e sua habilidade técnica. Devesse levar em consideração também a homologação documental, estrutural e comercial, afim de analisar se realmente este fornecedor conseguira atender o fluxo de compras que poderá ser requisitado. LEVANTAMENTO DE PREÇOS Método utilizado nas compras para reposição de materiais e contratação de ser- viços, de forma que o prazo de pagamento este alienado para que aja boas condições comerciais. (Viana, João José, pág. 213 - 2015). O autor ainda mostra que para que este processo seja evidente as informações dos valores e descrições dos materiais devem estar descriminadas em um documento conhecido como cotação de preços. CONTRATAÇÃO De acordo com Viana, João José, (pág. 177 - 2015). A contratação compreendesse na avaliação dos fornecedores por meio da pesquisa realizada na cotação de preço, e assim a negociação com o leito da melhor proposta. Ainda com Viana, João José, (pág. 201 - 2015) ele apresenta que cotação de preço é um processo utilizado para a coleta de informações, com aplicação de valores, prazo de entrega e condição de pagamento. 4 PROGRAMAÇÃO DE ENTREGA 25


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O acompanhamento da entrega, ou mais conhecido como follow-up segundo SILVA, Renaud B. da PINTO, Geraldo Luiz de Almeida, AYRES, Antônio de Pádua Salmeron, ELIA, Bruno, (pág. 97 - 2010) consiste no monitoramento do processo de entrega pós liberação do fornecedor, com o objetivo de garantir o cumprimento das condições negociadas. A entrega é realizada para um almoxarife aonde o mesmo recebe e confere fisicamente os itens com o confronto da nota fiscal e ordem de compra. FERRAMENTA DO PROCESSO DE COMPRAS CURVA ABC Método utilizado para priorizar a compra de qual produto é mais importante do que o outro, qual tem maior relevância em termos de custo e demanda e quais não devem ser priorizados. (Viana, João José, pág. 64 - 2015). As empresas estocam milhares de itens, apenas um percentual deles deve ser administrado fortemente. Conforme Bertaglia, Paulo Roberto, (pág. 354 - 2009) a classificação ABC incide em separar os produtos em três classes de acordo com o preço total utilizado. Classe A – Produtos importantes que impactam diretamente no faturamento da empresa, alto valor agregado de venda. Classe B – Produtos relevantes que podem impactar tanto a classe A quanto a classe C. Classe C – Produtos menos relevantes, com baixo valor agregado para venda. A baixo tabela que ilustra a quantidade de produtos e preço dos produtos na classificação ABC de acordo com Viana João José, pág. (65 - 2015 ). CLASSE A B C

% PRODUTOS 5 2 07 5

% VALOR 7 52 5 0

PROCESSO DE COMPRAS DA COOPERATIVA DENTAL UNI Dental Uni Cooperativa Odontológica é uma empresa prestadora de serviços no segmento de comercialização de Planos de Odontológicos, é uma cooperativa oriunda do estado do Paraná. Suas respectivas atividades são de apoio à gestão da saúde, atividades de profissionais da área da saúde e prestação de serviços odontológicos. Atualmente registrada na Agência Nacional de Saúde (ANS) N°. 304484, empresa de médio a grande porte que tem como missão ”Promover saúde bucal criando sorrisos.“ E visão ”Ser a primeira escolha em planos odontológicos.“ Seus valores abrangem em atuar com credibilidade, atitude, inovação, comprometimento na excelência,valorização das pessoas, comunicação clara e integridade. Seus clientes são empresas e cliente pessoa física, e seu principal produto é o serviço de plano odontológico com uma cobertura de procedimentos abrangente. (site acessado em 26/05/2016). 26


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As aquisições de materiais da Dental Uni se subdividem em duas classes, serviços e materiais, ou materiais diretos ou indiretos. Os materiais diretos se subdividem em materiais produtivos e improdutivos. 5 O processo de compras da cooperativa é gerenciado por um sistema ERP da TOTVS, onde possibilita gerir o processo todo pelo sistema. Segundo Bertaglia, Paulo Roberto, (pág. 480 - 483 - 2009). ERP é um sistema integrado com a função de integrar processos e funções de uma organização. O mesmo autor comprova ainda que, com os processos integrados as informações são mais visíveis. A baixo segue as etapas para a o processo de compras realizado pela Dental Uni Cooperativa Odontológica. Primeira etapa: É realizada a solicitação de compras com a relação de materiais e quantidades pertinentes a serem utilizada. Já a solicitação de serviço tem que ser objetiva 5 Materiais diretos: É a matéria prima que faz parte da produção, no caso da Dental Uni são os equipamentos odontológicos, equipamentos de informática, tudo o que impacta diretamente no desenvolvimento da prestação do serviço. Materiais indiretos: São os materiais que não estão ligados aos produtos ou a um processo, exemplo: contratação de serviço. (Site O Administrador Moderno consultado em 26/05/2016). Materiais produtivos: É a aquisição de materiais que tem impacto direta ou indiretamente a um processo. (Site Industria Hoje consultado em 26/05/2016) Materiais improdutivos: São materiais que utilizados no processo, no caso da Dental Uni é inferido os materiais de escritório, consumo, limpeza, gráfico e brindes. (Site Indústria Hoje consultado em 26/05/2016) (Viana, João José, pág. 53 - 2015). e especifica, muitas fezes o solicitante do serviço apresenta pessoalmente sua necessidade e também detalha melhor a solicitação no e-mail do departamento de compras. Segunda etapa: A solicitação de compra é processada pelo sistema, onde ela já esta devidamente autorizada pelo responsável do departamento solicitante e será analisada pelo compras para busca dos fornecedores que atenderam a esta solicitação. Terceira etapa: Ao encontrar o fornecedor adequado que atenda as necessidades da empresa e negociado o preço, prazo de pagamento, garantia e prazo de entrega. Quarta etapa: Depois de ter negociado com no mínimo três fornecedores para a aquisição do mesmo produto, é preenchido o mapa de cotação onde o mesmo deve ser impresso e validado pela supervisão do departamento e logo a pós apresentado para o diretor financeiro da Cooperativa. Quinta etapa: Pós a liberação do diretor financeiro da empresa é estartado a ordem de compra ao fornecedor com todas as informações já negociadas. Este documento é gerado pelo sistema da Cooperativa e chega ao fornecedor via email. Sexta etapa: O fornecedor libera o material para entrega. Ao chegar, os materiais no almoxarifado da Dental Uni o próprio comprador que recebe os itens, assim confrontando nota fiscal com ordem de compra para a conferencia dos materiais comprados. Sétima etapa: O próprio comprador que guarda os materiais e alimenta o sistema com as notas fiscais no processo de ”entrada de nota fiscal“ para compor o saldo do estoque. 27


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PROBLEMAS NO PROCESSO DE COMPRAS DA DENTAL UNI Um dos principais problemas encontrados no processo de compras da Dental Uni é a segregação de funções. Hoje o departamento de compras da empresa é responsável pela compra, recebimento, armazenagem e entrada das notas fiscais. De acordo com SILVA, Renaud B. da, PINTO, Geraldo Luiz de Almeida, AYRES, Antonio de Pádua Salmeron, ELIA, Bruno, (pág. 97 - 2010). O recebimento de materiais não pode ser executado por profissionais da área de compras por questões de segregação de função. Os autores ainda afirmam que esta atividade compete a um almoxarife. A falta de autonomia e centralização das aprovações na diretoria financeira faz com que o processo fique totalmente engessado. Para que o compras da Dental uni consiga ser mais estratégico e focado no processo de otimizar custos para Cooperativa devesse ser separadas as atividades e segregada as funções, onde o profissional de compras executara pontualmente as compras da empresa, a contratação de um almoxarife para realizar o recebimento e estocagem dos materiais recebidos, e a criação de um departamento fiscal para realizar a entrada das notas fiscais, ou atribuição para o departamento contábil para que o mesmo poça realizar o gerenciamentos destes documentos já que os mesmos exige-se análise criteriosa de impostos. Para a

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aprovação dos orçamentos de compra deverá ser descentralizado a aprovação da diretoria financeira e delegar autonomia ao supervisores do departamento ou gerente imediato, afim de desengessar o processo e atender as solicitações com mais rapidez e agilidade. ETAPAS DO PROCESSO DE COMPRAS CORRETO A SER EXECULTADO PELA DENTA UNI Primeira etapa: Criação de parcerias com fornecedores - Para viabilizar a implantação do processo de compras de materiais é necessária a criação de parcerias com os fornecedores. Esta parceria deve ser do tipo ganha-ganha onde ambos contribuem para o aprimoramento do outro e realizam negócios em longo prazo. Segunda etapa: Realização do planejamento das aquisições - O objetivo de planejar as aquisições é saber, o que (qual material), quanto (quantidades), de que forma (qualidade) e quando (entregas pontuais) os materiais serão necessários em cada obra tendo como finalidade aumentar o poder de negociação dos compradores com os fornecedores. Terceira etapa: Negociação das condições de compra - Tendo em mãos o planejamento das aquisições é possível realizar as negociações em grandes lotes com os fornecedores, conseguindo que as entregas e pagamentos aconteçam de acordo com a necessidade. Essa negociação deve abranger, além do preço, as seguintes características: qualidade, flexibilidade de entrega e condições de pagamento. Quarta etapa: Aprovação das condições de compra - Nesta etapa a diretoria analisa criteriosamente as condições do negócio e a situação financeira dos materiais. Neste momento é possível analisar o montante de investimento que será necessário investir para adquirir aqueles determinados materiais durante todo o processo de produção ou consumo. Quinta etapa: Emissão das requisições de compra - O usuário emite uma solicitação de compras de materiais de acordo com a necessidade do projeto a ser desenvolvido, sendo que o material que será solicitado deve estar previsto no planejamento das aquisições. Sexta etapa: Recebimento e análise das requisições de compra - O usuário emite uma requisição de compras conforme a sua necessidade de material sendo que estes materiais devem fazer parte do planejamento das aquisições aprovado. A área de compras verifica se o que foi solicitado na requisição de compras faz parte do planejamento das aquisições e se este pode ser atendido de acordo com as necessidades do usuário. Sétima etapa: Aprovação da requisição - Tendo as condições da compra acertada com os fornecedores para todos os materiais que constam do planejamento das aquisições, o comprador emite o pedido de compra e a envia para o fornecedor. Oitava etapa: Envio da requisição de compras para o fornecedor - O fornecedor confirma o recebimento do pedido e agenda a entrega dos materiais, conforme já especificado durante as negociações. Nona etapa: Realização do acompanhamento (Follow-up) - Fica a responsabilidade do fornecedor realizar o acompanhamento de entrega dos pedidos, informando a cada período de tempo a situação do pedido e também confirmando a entrega do pedido. 29


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Décima etapa: Entrega dos materiais - O almoxarife é o responsável por receber e aceitar os materiais adquiridos além de efetuar a avaliação do fornecedor. Nesse momento é comparado o pedido de compras com a nota fiscal dos materiais que estão sendo entregues. Após o recebimento do material, o almoxarife envia a nota fiscal para a área fiscal, visto que, este gasto já foi aprovado e deve estar previsto no desembolso da empresa. (SANTOS L. de Paula, Adriana, ESTRUTURAÇÃO DO PROCESSO DE COMPRAS DE MATERIAIS, Artigo de conclusão do curso de engenharia civil. Site UFPR).

CONSIDERAÇÕES Com a finalidade de apresentar a funcionalidade do processo de compras e seu ciclo, juntamente com uma ferramenta crucial para mensurar a demanda de produtos e conciliar suas saídas pelo método de Pareto, este artigo chama a atenção para o quanto é fundamental um processo de compras bem estruturado e desenhado para a necessidade dos clientes de uma organização. Cada etapa do processo mostra a necessidade de uma análise criteriosa, voltada ao planejamento, controle e acompanhamento do processo. O estudo de caso apresentou que não deve haver a segregação de funções, que cada etapa do processo de compras deve ser executado pelo profissional competente a função. Esse acumulo de função prejudica diretamente o profissional que esta voltado a desenvolver atividades mais estratégicas, a desenvolver atividades totalmente operacionais. Se analisar este processo de maneira estratégica, podese perceber que a Dental Uni esta perdendo recurso de otimizar custo em seus produtos e serviços com o acúmulo de atividades destes profissionais. O processo apresentado enfatiza a forma correta que a Dental Uni poderá conduzir seu processo de compras, assim, sendo consideradas práticas características de empresas com altos níveis de compras. Com este novo processo a área de compras da Dental Uni estará direcionada para atividades estratégicas que envolvem o processo de compras. Além disto, mostrasse um processo enxuto e bem controlado em sua administração de materiais.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre, Editora Bookmam, 2006. ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais. São Paulo, Editora Atlas S. A., 1999. http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/541 Acessado em: 02 de Mai. 2016. http://www.dentaluni.com.br/pagina/missao Acessado em 26/05/2016. http://www.industriahoje.com.br/o-que-e-material-direto-e-materialindireto Acessado em 26/05/2016. http://oadministradormoderno.blogspot.com.br/2011/11/classificacao-demateriais.html Acessado em 26/05/2016. http://www.ppgcc.ufpr.br/dissertacoes/d0001.pdf Acessado em 27/05/2016. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2°Ed.São Paulo, Editora Saraiva, 2009. VIANA, João José. Administração de Materiais um Enfoque Pratico. 1°Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2015. BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial Transporte, Administração de Materiais e Distribuição física.São Paulo, Editora Atlas, 1993. SILVA, Renaud B. da, PINTO, Geraldo Luiz de Almeida, AYRES, Antonio de Pádua Salmeron, ELIA, Bruno, Logística em Organizações da Saúde. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2010. FISHER, Roger, URY, William, e Patton, Bruce, Como chegar ao Sim, Negociações de acordos sem concessões. Rio de Janeir, Editora Imago, 2005.

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04 A IMPORTÂNCIA DO FATOR HUMANO NO SERVIÇO LOGÍSTICO Eliane Veteri de Souza Bastos Prof. Dr. Gaspar Collet Pereira Pós-Graduação Bagozzi – Grupo Educacional Gestão Logística Empresarial 05/2016

RESUMO O objetivo deste artigo é mostrar a importância do fator humano na gestão logística, na administração do fluxo desde o fornecedor do fornecedor até a entrega do produto ao cliente do cliente. Foi realizada uma pesquisa através de entrevista direcionada a um colaborador que atua na área de logística, onde verificamos que o recurso humano é essencial e constitui uma vantagem competitiva para o sucesso da empresa. Atualmente as pessoas(fornecedores, acionistas, clientes, trabalhadores) estão sendo consideradas como parceiros das instituições, cada qual contribuindo para que se obtenha um retorno melhor. Palavras-chave: Logística, Recurso Humano, Gestão de Pessoas,

INTRODUÇÃO Para compreensão do tema proposto faz-se necessário uma explanação da evolução e do conceito de logística. Podemos entender a Logística como responsável pela gestão do fluxo e armazenagem de produtos, serviços e informações ao longo de toda cadeia de abastecimento desde o fornecedor de matérias-primas até o destinatário final, com a finalidade de encantar o consumidor atendendo e superando suas expectativas. Logística empresarial de acordo com Ballou (1993) esta focada na atividade de movimentação e armazenagem para facilitar o fluxo de produtos e de informações a fim de proporcionar custo razoável e níveis de serviço que corresponde perfeitamente ao objetivo do cliente. Conforme conceito apresentado pelo Conselho de Administração Logística(2009) "é a parte do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla o eficiente e efetivo fluxo de estocagem de bens, serviços e informações relacionadas, do ponto de origem ao ponto de consumo, visando atender aos requisitos dos consumidores". Segundo Fleury (2000), a logística é uma das atividades mais antigas, que remonta ao período do início da organização das atividades produtivas, quando o homem abandona o extrativismo, surgindo as funções essenciais da logística(estoque, armazenagem e transporte) e também uma das mais modernas quando auxilia as organizações a se ajustarem às mudanças econômicas.

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De acordo com Ferrante (1990) a evolução da logística tem suas raízes nas artes militares que visava garantir os meios necessários para que as tropas sobrevivessem, utilizando planejamento para abastecimento com suprimentos, transportes e alojamento, podendo deslocar as tropas em áreas de combate com maior eficiência. Ballou (1993) ressalta que as atividades logísticas até meados do século XX ficavam sob a responsabilidade de outros setores como por exemplo: a atividade de transporte com a área de produção, atividade de processamento de pedidos com a área de vendas e finanças. Para Novaes (2001) o conceito de logística e sua prática no ambiente organizacional desenvolveram-se a partir da Segunda Guerra Mundial, sendo atribuída a este período a primeira fase da evolução logística definida como atuação segmentada, pois otimizava subsistemas divididos em manufatura, centro de distribuição e varejo, com o estoque como pulmão. Para Ballou (1993) nas décadas de 1950 e 1960 o desenvolvimento da Logística foi encorajado por condições econômicas e tecnológicas. Identificou condições chaves como "alterações nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores, pressão por custos no setor industrial, avanços na tecnologia de computadores". A segunda fase é caracterizada como uma integração rígida. A terceira fase segundo Novaes (2001) é considerada como uma integração flexível, indo desde o fornecedor até o consumidor, passando pela fábrica, atacadista e varejista. Tem como característica a filosofia Just in Time, uso de tecnologias como o Eletronic Data Interchange (Intercâmbio Eletrônico de Dados) e o código de barras na década de 1980. Conforme Azevedo (1998) a partir de 1990 com a globalização surge a era da competitividade, tornando a logística alvo de interesse da alta administração das organizações. Para Novaes a quarta fase da evolução é marcada pelo tratamento da logística de forma estratégica, integração plena e flexível ao longo da cadeia de suprimentos, do fornecedor da matéria prima, fornecedor de componentes, manufatura, distribuidor ao varejista. Como podemos ver a logística percorre todo caminho da organização, desde a aquisição da matéria prima até chegar ao consumo final, envolvendo todos os elos da cadeia produtiva, surge assim o conceito de Supply Chain Manegement – SCM, que é conceituada por Ching (1999) como "todo esforço envolvido nos diferentes processos empresariais que criam valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final". 0 FATOR HUMANO De acordo com Chiavenato (2008) o crescimento das organizações provoca um aumento da "complexidade dos recursos necessários as suas operações ... e a necessidade (dos colaboradores)de intensificar a aplicação de seus conhecimentos, habilidades e destrezas". As pessoas constituem o diferencial competitivo (vantagem competitiva) para o sucesso das organizações no mundo globalizado.

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Para Gusmão (2000) o profissional de logística, que possui como atividade principal "garantir a velocidade, a qualidade e a eficiência da entrega" de produtos com o menor custo para as organizações e consumidores, tornou-se de fundamental importância. Muitas organizações precisaram adaptar sua estrutura logística interna, que até recentemente era associada a transporte e armazenagem, hoje engloba outros setores como "marketing, compras e atendimento ao consumidor" e para isso precisaram empregar a atuação de novos colaboradores. Conforme Razzolini (2011) esta acontecendo uma mudança de paradigma que exige capacidade, aptidão e velocidade nos processos decisórios, o que por sua vez, gera uma urgente mudança na cultura organizacional, o que exigirá novas habilidades dos gestores, representando maiores desafios a serem transpostos pelas instituições logísticas, visto que os profissionais que atuam no segmento não possuem formação teórica que complemente a vivência prática. Perfil de habilidades para o gestor moderno Mudança de PaConduz a radigma De Funções para Gerenciamento inteProcessos gral do fluxo de materiais e mercadorias. De Lucro para Lucratividade

De Produtos para Clientes

Enfoque no gerenciamento de recursos e utilização de ativos (aumento do giro). Enfoque nos mercados e no serviço ao cliente.

Habilidades Necessárias Compreensão das oportunidades de trade-off entre as áreas funcionais. Técnicas de Contabilidade e controle financeiro.

Habilidade de definir, medir e gerenciar as necessidades de serviço por segmento de mercado. De Transações Parcerias de coTécnicas de gerenciapara Relacionaprodução e comento de redes e de mentos transporte. otimização, ex: JIT¹4 De Estoque para Sistemas de reabasteFamiliaridade com sisInformação cimento com base na temas de informações demanda e de respose com Tecnologia da ta rápida. Informação. Fonte: RAZZOLINI, 2011, pg.19 (adaptado de Christopher, 1997, p.222) Segundo entrevista realizada em abril de 2016 a Hélia de Lourdes Ce , economista, pós-graduada em finanças, com MBA em monitoria de finanças, diretora de empresa prestadora de serviço logístico, a qual desenvolveu sua carreira no segmento logístico, na contratação de pessoas responsáveis pela execução do trabalho logístico tem preferência quem já possui experiência, porém é possível a contratação de pessoas que atuem em diferentes áreas dentro da logística e investir em treinamento para uma área específica onde não possua conhecimento anterior (por 4

.JIT = Just in Time, sistema de produção que procura reduzir tempo e estoques no processos de fabricação.

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exemplo contratar uma pessoa com experiência em atividade de suporte logístico para realizar atividade primária e vice versa) para capacitar o colaborador. Conforme Razzolini Filho (2011) as atividades logísticas podem ser primárias (ou críticas) e operacionais (ou de suporte). As atividades primárias são: transportes, manutenção e processamento de pedidos, enquanto as atividades consideradas de suporte são: "armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, aquisição, programação de produtos e manutenção de informações". Para Chiavenato (2008) o conceito de gestão de pessoas deriva de diversas contingencias e circunstância de cada organização, como a estrutura organizacional, a cultura, o tipo de negocio, a tecnologia empregada. As pessoas hoje são vistas como parceiros da organização. Para que o processo produtivo se realize é indispensável um esforço conjunto de vários parceiros da instituição, cada qual contribuindo com diversos recursos. Essas parcerias ou alianças estratégicas são realizadas com intuito de obter um retorno "para consolidar e fortificar seu negocio e expandir suas fronteiras". Os parceiros da Organização Parceiros da Contribuem com: Organização Acionistas e Capital de Risco, Investidores Investimos Empregados Trabalho, Esforço, Conhecimentos e Competências Fornecedores Matérias primas, Serviços, Insumos básicos, Tecnologias Clientes e Compras, Aquisição e Consumidores uso dos Bens e Serviços Fonte: CHIAVENATO, 2008, pg. 39

Esperam Retorno de: Lucros e Dividendos, Valor Agregado Salários, Benefícios, Retribuições e Satisfações Lucros e Novos negócios

Qualidade, Preço, Satisfação, Valor Agregado

De acordo com CE (2016) os colaboradores são alocados segundo seus conhecimentos e habilidades, onde melhor possam ser aplicados. Para reter talentos e fazer frente a concorrência a empresa incentiva e patrocina cursos e treinamento a fim de proporcionar conhecimento que será aplicado no desenvolvimento de suas tarefas. "O mercado exige que as empresas coloquem seus colaboradores em treinamentos constantes", sendo que alguns destes treinamentos são oferecidos pelos próprios clientes. A necessidade de treinamentos, cursos e compartilhamento de informações esta sempre presente para que ocorra o bom desenvolvimento do serviço logístico. A entrevistada comenta que muitas vezes torna-se inviável deslocar todo o quadro para treinamento e a solução é disponibilizar um colaborador, o qual servira como multiplicador dos conhecimentos adquiridos.

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Formar uma equipe, isto é ousadia dos grandes, quem pensa grande, é ter uma sensibilidade aflorada de dentro para fora, é não ter medo de se envolver com pequenas coisas que sempre traz o resultado mais preciso e muitas vezes são ignoradas pelos pequenos de pensamento, interagir juntos é ter a certeza de transformações positivas e equivalentes para proporcionar melhoria dentro da organização(Carvalho, 2001) A gerência de treinamento da instituição tem a responsabilidade de predeterminar a politica de desenvolvimento da empresa, definir o orçamento para programas de formação, estabelecer prioridades e a programação da atividade de treinamento, desenvolver estratégias de treinamento, fixa objetivos e estabelecer resultados desejados e implantar controles eficientes. Segundo Chiavenato (2002) a força de trabalho preponderante no século XX utilizava sistemas que inseria o conhecimento e permitia aos trabalhadores individualmente chegarem a um bom desempenho sem precisar de muito conhecimento ou de capacidades especificas excepcionais, se um trabalhador fosse altamente habilitado ele seria uma ameaça para todo sistema produtivo a medida que o trabalhado representava "uma simples peça na engrenagem produtiva, uma mercadoria ou commodity perfeitamente descartável e substituível." Atualmente, em instituições com base no conhecimento, a produtividade do colaborador individual provoca e aprimora o sucesso do sistema em geral. "O sistema deve proporcionar plataforma, retaguarda e recursos para o trabalhador gerar resultados e agregar valor". Conforme CE (2016) sempre que o assunto permite os colaboradores tem conhecimento do planejamento estratégico da instituição. Os colaboradores do quadro operacional participam do desenvolvimento e do planejamento estratégico, sugerindo mudanças que são avaliadas e colocadas em prática se necessárias, são parte integrante do processo no planejamento logístico, interagindo na cadeia fabrica x CD (cadeia de distribuição), alertando sobre distorções e correções. " O processo logístico só se solidifica quando ocorre esta interação daquele que é o operacional com o tático (gestor) da área." De acordo com CE (2016) as mudanças são feitas com planejamento de curto, médio e longo prazos, como por exemplo, a empresa decidiu transferir a planta para área geográfica próxima do seu principal cliente, a transferência da operação ocorrida foi sugerida por um dos colaboradores da área operacional, resultando em economia de tempo, combustível e stress do colaborador motorista. Segundo Harvard Business Review (2001) Kenneth R. Andrews define estratégia como harmonização entre "o que a empresa é capaz de fazer (pontos fortes e fracos da organização) no contexto do universo do que poderia fazer (oportunidade e ameaças do ambiente externo)". Conforme Chiavenato (1997) no planejamento das organizações existe uma hierarquia que se dividem em planejamento estratégico, tático e operacional. O planejamento estratégico é amplo e abrange a totalidade da instituição, é de longo prazo e é definido no nível institucional. O planejamento tático é a nível de departamen-

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to, é de médio prazo, geralmente para um ano. O planejamento operacional é feito para cada atividade e é de curto prazo. Os três níveis de Planejamento Conteúdo Planejamento

Estratégico

Tático

Operacional

Extensão de Tempo

Genérico Sintético e Abrangente

Longo Prazo

Menos genérico e mais detalhado Detalhado, específico e analítico

Médio Prazo

Curto Prazo

Amplitude Macroorientado Aborda a Empresa como uma totalidade Aborda cada unidade da empresa separadamente Microorientado. Aborda cada tarefa ou operação apenas

Fonte: Chiavenato, 1997, pg. 264 De acordo com Razzolini (2011) as organizações confrontam com obstáculos quando não compreendem o significado de logística "no momento de estabelecer suas estratégias competitivas, em virtude da complexidade das realidades ambientais". A inovação na logística significa satisfazer o cliente, o que leva a inovação dos processos e para transformar as instituições através da inovação oferecida aos clientes, faz-se necessário inovar na logística. Isso tudo repercute na coordenação dos sistemas logísticos sobre a transformação ambiental e gera vantagem competitiva às organizações. Segundo CE detalhar nome (2016) o atual modelo logístico utilizado pela empresa atende as necessidades do cliente que exige constante atualização e adequação as novas expectativas, o que faz com que a empresa esteja sempre em busca de novas tecnologias e treinamentos. A empresa investiu altamente em tecnologia de ponta, através de rastreamento via satélite dos veículos, em parceria com empresa de tecnologia de gerenciamento de risco. Novos treinamentos foram exigidos dos colaboradores para dar suporte a essa nova tecnologia. Os métodos de avaliação do sistema logístico conforme Razzoline (2011) demonstram-se de essencial importância para o resultado empresarial em especial quanto ao aumento do nível de serviço ofertado aos clientes. As organizações são responsáveis por propiciar o produto certo, no local certo, na hora certa e com custo pertinente, pois maior rapidez no processamento dos pedidos, redução de perda ou dano no transporte, estoques disponíveis influencia positivamente os clientes e em consequência as vendas.

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Através dos conceitos de logística apresentados anteriormente fica claro a importância dos serviços aos clientes e para compreender o que é serviço a cliente é preciso determinar as principais características dos serviços. Caracterização dos Serviços CARACTERÍSTICA INTANGIBILIDADE

PERECIBILIDADE

UNICIDADE

PADRONIZAÇÃO

PROTEÇÃO RELACIONAMENTO ENVOLVIMENTO COM O CLIENTE

DISPONIBILIDADE

DESCRIÇÃO/SIGNIFICADO Os serviços podem se consumidos, mas não possuídos. Não podem ser sentidos, nem podem ser facilmente definidos. Uma vez produzidos, os serviços devem ser consumidos, pois não podem ser estocados paa consumo futuro. Geralmente, não podem ser separados do seu produtor/fornecedores e nem do produto a que estão agregados. Usualmente os serviços são ancorados em pessoas, máquinas e equipamentos, com maior ênfase no componente humano. Assim, são de difícil padronização e uniformidade. Serviços raramente podem ser protegidos por patentes e podem ser fácil e rapidamente copiados. Os serviços, normalmente, implicam em relacionamentos contínuos e duradouros com os clientes. Enquanto na fabricação de um produto o cliente raramente participa, na elaboração de serviço o cliente não apenas pode como deve ser convidado a participar. Embora os serviços sejam perecíveis, não podem ser estocados, precisam estar disponíveis quando o cliente desejar. Entre os fatores que constituem a disponibilidade, encontramos a frequência e a confiabilidade da entrega, o lead time do ciclo de pedidos e os níveis de estoques, por exemplo.

Fonte: Razzolini, 2011, pg. 43 Os agentes gestores incumbidos pela área de logística precisam ter competência em analisar e avaliar as consequências logísticas dos diversos caminhos estratégicos das instituições e estimar o impacto no desempenho organizacional. Serviço ao cliente é a realização de todos os meios possíveis para satisfaze-lo oferecendo facilidades e informações sem limitar a duração desses serviços, mesmo que tais meios sejam oferecidos graciosamente, sem custo adicional para o cliente, pois o importante é o estabelecimento de relações duradouras com os clientes. (RAZZOLINI, 2011, pg. 44) De acordo com Razzolini (2011) a logística juntamente com o marketing de relacionamento, pode acrescer valor ao cliente com a adição nos níveis de serviço ao cliente. Assim como há vários arranjos possíveis entre custos e benefícios, há 38


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também vários arranjos estratégicos para agregar valor através dos serviços logísticos, ou seja, para proporcionar serviços de qualidade, a organização deve regulalos as exigências de seus clientes para agregar valor.

Para Razzolini (2011) o serviço ao cliente é constituído por três fundamentos: pré-transacionais, transacionais e pós-trancionais.

Elementos do Serviço ao Cliente X Ações Requeridas ELEMENTOS AÇÕES REQUERIDAS PRÉ1. Política de SerComunicação dos públicos TRANSACIONAIS viço ao Cliente interno e externo. Deve ser compreensível, Formalizada específica e quantificada sempre que possível 2. Estrutura OrDeve existir uma estrutura ganizacional de Gerenciamento do serviço ao cliente. Deve existir uma metodologia de controle sobre os processos do serviços. 3. Flexibilidade no O sistema de serviços ao Sistema cliente deve ser suficientemente flexível para permitir satisfação de necessidades específicas de clientes específicos. Devem existir meios que 4. Acessibilidade facilitem o contato para negócios com a empresa (DDG, e-mail, etc), preferencialmente em um único ponto centralizador dos contatos. 5. Serviços TécPara melhor orientação e nicos esclarecimento dos clientes visando minimizar possibilidades de erros nas encomendas.

TRANSACIONAIS

1. Níveis de Estoques

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Deve haver estoques suficientes para atender às flutuações de demanda,


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dentro de padrões Preestabelecidos. 2. Elementos do Deve haver tempos definiCiclo de dos desde o recebimento do pedido até a entrePedidos ga do produto. Deve haver níveis de confiabilidade e variabilidade predefinidos. 3. Taxa de AtenDeve haver padrões predefidimento dos nidos para o atendimento de pedidos dentro Pedidos do prazo acordado. 4. Informações As respostas as perguntas sobre Posição dos clientes sobre o faturamento de seus pedidos do Pedido devem ser centralizadas em um único local e serem rápidas. Quando ocorrerem problemas no faturamento dos pedidos, o cliente deve ser informado antes de procurar por informações. Deve-se sempre buscar o 5. Transportes meio de transporte mais adequado ao produto, em termo de Rapidez, segurança e qualidade de atendimento. Fonte: RAZZOLINI, 2011, pg. 46 (adaptado de Christopher, 1997, p.31)

Elementos do Serviço ao Cliente X Ações Requeridas (continuação) PÓS1. Disponibilidade O cliente deve ter a seguranTRANSACIONAIS de Reposição ça de que, ocorrendo algum problema com o produto adquirido o mesmo será reposto com rapidez e eficiência. 2. Rastreamento O fornecedor deve ter conde Produto dições de saber a localização exata de cada produto vendido 40


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3. Garantias/Reparos

4.Atendimento a Queixas e Reclamações

5. Embalagem

6. Tempo de Atendimento e Chamadas

para, no caso de surgir algum problema, agir imediatamente. O fornecedor deve apresentar níveis de garantia que atendam as expectativas dos clientes. Havendo necessidade de reparos, o cliente deve sentir a segurança de que os mesmos serão executados prontamente. Deve existir um política de atendimento em que a rapidez da resposta seja uma das prioridades e, ainda, formas de mensurar a satisfação dos clientes com a solução às queixas. O adequado acondicionamento dos produtos transmite sensação de segurança e confiança aos clientes. Quando o cliente solicita uma visita, por qualquer motivo, a resposta de ser rápida. O tempo de atendimento deve ser mensurado.

Fonte:RAZZOLINI, 2011, pg. 47 (adaptado de CHRISTOPHER, 1997, p.31)

A instituição aderiu a nova Lei que regulamenta a jornada de trabalho de motoristas profissionais (L 13.103/15), para se adequar investiu em um sistema de controle de jornada a fim de controlar e preservar os períodos de descanso e de trabalho. O sistema de monitoramento e rastreamento foi adaptado para controlar também a quantidade de horas com monitoramento 24 horas, o que resultou em ganho para todos os parceiros da organização. Para Razzolini (2011) indicadores ou medidas de desempenho são informações indispensáveis ao processo decisório, "uma medida de desempenho é uma forma de mensurar o desempenho de determinada área, e de agir sobre os desvios verificados em relação aos objetivos estabelecidos", as medidas de desempenho podem ser empregadas para todo o sistema logístico ou apenas para seus subsistemas.

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A empresa, conforme CE (2016), adotou no final de 2014 como indicador de desempenho o sistema ERP5 no controle de processos, estando ainda em processo de implantação, sendo que parte já esta em plena atividade, como por exemplo: "embarques diários; roteirização de produto comercial; logística reversa para vasilhame vidro e pets, além dos pallets; monitoramento e gerenciamento de risco; planejamento de embarque; emissão de documento fiscal para embarque e trânsito da mercadoria por sistema integrado". CONCLUSÃO Podemos verificar a importância do fator humano na própria conceituação de logística, que tem como objetivo distribuir os recursos quer seja de pessoal, serviço ou material em determinado momento e lugar, na quantidade certa e com a qualidade certa. Satisfazendo as necessidades do consumidor. Para ter uma logística de sucesso faz-se fundamental que se cumpra com o prometido, entregue dentro do prazo, tenha uma rota de acordo com a capacidade de atendimento, ficar atento as restrições e montar um serviço de apoio ao consumidor, tudo isso requer profissionais habilitados, com treinamento apropriado. Os profissionais que atuam na área de logística são responsáveis pelo planejamento, negociação, aquisição, guarda e distribuição dos produtos. As instituições que possuem este setor estruturado conforme padrões de qualidade fidelizam o cliente contribuindo para os resultados da organização.

REFERENCIAL TEÓRICO AZEVEDO, Jovane M. Cadeia de Abastecimento no comércio eletrônico sob a ótica de redes flexíveis – um método de estruturação. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção) – Programa de Pós Graduação em Engenharia da Produção, UFSC, Florianópolis, 2002. BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e distribuição física. [s.n], São Paulo, Atlas, 1993. CARVALHO, Antônio Vieira. Treinamento. Princípios métodos e técnicas. Editora Pioneira, 2001. CE, Helia de Lourdes. A Importância do fator humano na logística. Curitiba. 16 abril 2016. Entrevista concedida ao autor. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3.ed, Rio de Janeiro, Elsevier, 2010. CHIAVENATO, Idalberto. Construção de Talentos. 13 ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2002. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 5 ed. São Paulo, 1997. FERRANTE, José Carlos; REZENDE, Osni de. Logística integral: uma arma verdadeiramente competitiva. Revista do Instituto Municipal de Ensino Superior de São Caetano do Sul. São Paulo, v. 1, n. 20, 1990, p. 16-23.

5 ERP: Enterprise Resource Planning ou Planejamento dos Recursos da Empresa sistema informatizado responsável por todas as operações da empresa, organiza os processos registrando informações sobre fornecedores, funcionários, compras, vendas, pagamentos e clientes.

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FLEURY, Paulo; WANKE, Peter; FIGUEIREDO, Kleber F. Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. GUSMÃO, Marcos. Carreira da vez: a área quente se chama logística. Você S/A, São Paulo n.25, p.54-58, jul 2000. NOVAES, Antônio G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001. RAZOLLINI FILHO. Edelvino, Logística Empresarial no Brasil 2. Ed Curitiba, Ibpex, 2011.

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05 Depósitos e armazéns, Layout e sistemas de gestão de de estoque. Warehousing , layout and inventory control management systems Elisângela Roberto Gaspar Collet Pereira . 1.0 Introdução Sobre o ponto de vista estritamente logístico, a armazenagem pode ter funções diversas, dependendo os objetos gerais da empresa e do papel desempenhado pela instalação (armazém, depósito, centro de distribuição) no sistema. (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Segundo Site de conhecimentos de armazenagem, em: http://conhecimentosdaarmazenagem.blogspot.com.br/2012/03/logistica-da-armazenagemlogistica-da.html, visitado em 02/06/2016, Gerenciar com eficácia o espaço em um local adequado para o produto ou matéria prima que se deseja armazenar, ficando a disposição para a armazenagem de mercadorias que serão movimentadas rapidamente e facilmente, com técnicas e tecnologias desenvolvidas para esse segmento. Justificativa Esse estudo aborda qual é a função de um depósito e armazém, como é possível trabalhar com espaços otimizados, facilitando as movimentações para atendimento a demanda de produção e expedição de produtos acabados através de um Layout bem definido e de sistemas tecnológicos que ajudam na gestão de estoque. Todos são beneficiados inclusive as operações de movimentações onde se ganha tempo e otimiza espaços para movimentações precisas, ágeis e eficazes. (...)mercadorias que serão estocadas por um tempo longo ou relativamente grande, para esse tipo de armazenagem deve se ter um layout e equipamentos adequados para as movimentações. (ALVARENGA; NOVAES, 2000) Objetivo Abordar qual é a função dos Armazéns e Depósitos e destacar alguns tipos de controles para gestão de estoque. 2.0 Fundamentação Teórica

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Significado de Logística 1 Antigo nome da parte da Álgebra que trata das quatro regras. 2 Lógica matemática; nome dado à lógica moderna como ciência combinatória. 3 Parte da arte militar que trata do apoio às tropas no que diz respeito à alimentação, 33municiamento, saúde, transportes, etc. 4 Organização e gestão de meios e materiais para uma atividade, para uma ação ou para um evento.” (Em: https://dicionariodoaurelio.com/logistica, visitado em 04/05/2016).” Logística foi mais utilizada na Primeira Guerra Mundial onde os militares tinham a necessidade de carregar tudo que iriam necessitar, envolvia o transporte de armas, munições e alimentação. Durante séculos a logística estava associada apenas a uma atividade militar, na Segunda Guerra Mundial com uma tecnologia mais avançada Logística acabou abrangendo outros ramos da administração militar, pode se dizer que logística trata-se de planejamento, organização e controle e realizações de outras atividades ligadas a armazenagem e transporte e destruição de bens e serviços. Depósitos e armazéns Ao longo do processo logístico, aparecem fluxos de mercadorias entre pontos diversos da rede. Nas interfaces desse processo, isto é, nos ponto de transição de um fluxo para outro, entre manufatura e transferência, ou entre transferência e distribuição física, surge a necessidade de se manterem os produtos estocados por um certo período de tempo. (ALVARENGA; NOVAES, 2000, p. 120). Armazém é um ambiente físico em que se são armazenados matérias-primas, materiais de embalagem e produtos acabados à espera para serem manufaturados ou transferidos para outros locais, estabelecendo assim um ciclo na cadeia de distribuição. Nos armazéns ou depósitos são realizadas os recebimentos vindos de fornecedores, armazenagem, conservação e disposição para atendimento de picking e atendimento a cadeia produtiva. (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Funções de deposito ou armazém Sobre o ponto de vista estritamente logístico, a armazenagem pode ter funções diversas, dependendo os objetos gerais da empresa e do papel desempenhado pela instalação (armazém, depósito, centro de distribuição) no sistema. (ALVARENGA; NOVAES, 2000, p. 121). Armazenagem propriamente dita: é o tipo de armazenagem que é considerado um estoque permanente, ou seja, mercadorias que serão estocadas por um tempo longo ou relativamente grande, para esse tipo de armazenagem deve se ter um layout e equipamentos adequados para as movimentações. (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Consolidação: Muitas vezes as mercadorias chegam aos depósitos em pequenas quantidades, vindas de diversos clientes, fornecedores e pontos geográficos, e se faz necessário uma atividade logística de chamado de consolidação, onde os materiais são juntados para formar carregamentos maiores, exemplo: Uma empresa que trabalha com encomendas, fará a coleta em diversos locais, armazenará em seu deposito para posterior consolidação das mercadorias por destino para otimizar a carga, assim podendo utilizar um único frete para a entrega. (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Desconsolidação: é um processo inverso da consolidação, em que cargas maiores são desembarcadas em um determinado deposito e os pedidos são fracionados ou desconsolidados. Ex: Uma empresa varejista que precisa entregar o mesmo material em pe-

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quenas quantidades para vários clientes, a empresa fraciona ou desconsolida a carga para o atendimento das quantidades requeridas. (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Tipos de armazéns Armazéns Próprios - Um depósito próprio é operado pela empresa proprietária da mercadoria. As instalações podem ser próprias ou alugadas. A decisão a respeito da melhor estratégia para cada empresa é essencialmente financeira. Nem sempre é possível encontrar um depósito de aluguel que atenda a todas as necessidades. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA3j8AI/tipos-armazens, visitado em 01/06/2016. Depósitos Terceirizados ou Públicos - O uso de depósitos públicos é intensamente adotado em sistemas logísticos. Praticamente qualquer composição de serviços pode ser combinada com a empresa consagrada para depósitos públicos que se fundamenta na execução de operações especializadas e inclui (1) depósitos gerais;(2) depósitos refrigerados;(3) depósitos para commodities especiais;(4) depósitos alfandegados e(5) depósitos de móveis e de utensílios domésticos. Cada tipo de depósito difere na tecnologia de armazenagem e manuseio de materiais, tendo em vista as características ambientais e os bens armazenados. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA3j8AI/tipos-armazens, visitado em 01/06/2016. Aluguel de Armazém ou Depósitos Contratados - Os depósitos contratados combinam as melhores características de armazenagem pública e de armazenagem própria. O relacionamento de longo prazo e o compartilhamento dos riscos permitem custos menores do que as condições normais de depósitos públicos, embora, em certos casos, seja necessário investir em um ativo imobilizado mínimo. Os depósitos contratados podem proporcionar vantagens de especialização, flexibilidade e economia de escala, por compartilhar em recursos de gerenciamento, mão-de-obra, equipamento e informação com muitos clientes. Embora seja comum os depósitos contratados compartilharem recursos com clientes de um mesmo ramo, por exemplo produtos alimentícios, não é comum que concorrentes diretos queiram compartilhar recursos entre si. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA3j8AI/tipos-armazens, visitado em 01/06/2016. Depósitos visto como um sistema Depósito ou armazém é um elemento importante na rede logística. Um elemento desse tipo deve ser encarado, então, como um componente do sistema logístico global, Agora em analisá-lo em maior detalhe, passamos a vê-lo como um sistema em si mesmo, obviamente não esquecendo que é uma parte de um todo. (ALVARENGA; NOVAES, 2000, p. 121). Recebimento: Os materiais chegam dos fornecedores, passam por um analise fiscal e depois são encaminhadas para descarga, No ato da descarga, faz-se uma conferência física versus Nota fiscal, realiza-se o recebimento no sistema de controle de estoque logístico para facilitar a rastreabilidade, em seguida o material é identificado com códigos

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de barras, recurso e quantidades e encaminhas para o ponto de armazenagem. Normalmente os locais de recebimentos são compostos por docas de descarga para facilitar o descarregamento. (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Movimentação: Essa movimentação é constituída da armazenagem e separação dos materiais recebidos, a serem separados para picking ou expedidos para outros armazéns, onde a mercadoria é deslocada para posições de armazenagens ou expedições. Normalmente para mercadorias de grande porte são feito as movimentação com equipamentos apropriados para o layout. (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Armazenagem: Materiais que são alocados para aguardar manufatura ou expedição, as armazenagens podem durar pouco tempo ou muito tempo em estoque, dependendo do tipo de matérias armazenado. (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Preparação dos pedido: Os pedidos são preparados dependendo da demanda dos clientes internos ou externos, os materiais são separados de acordo com os pedidos, normalmente são acondicionados em caixas, pallets ou containers, são conferidas e enviadas para área de picking onde após isso serão enviadas ao seu destino. (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Embarque: uma vez que a carga está separada e pronta para ser distribuida ou transportada, a mercadoria ou produto acabado é embarcado por uma doca de expedição e enviada ao seu destino. (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Circulação externa e estacionamento: Muito embora as empresas transportadoras, industrias ou firmas comerciais utilizem as vias publicas para estacionar veículos de carga e, em alguns casos, usem-nas até mesmo para carga e descarga, o certo é dispor de áreas próprias para isso, reservando parte do terreno para circulação e estacionamento. (ALVARENGA; NOVAES, 2000, p. 122). Gestão de estoque Em muitas empresas a área de recebimento ainda não ganhou atenção necessária em termos de equipamentos e Layout. Resalta-se que manuseios e movimentos desnecessários de materiais por cauda de layout geram custo e aumento de riscos com refugo. Assim o layout deve proporciona a segurança adequada e um fluxo contínuo de material. (CAMPOS, 2009, p. 62).

Tipos de Layouts Forma de U

Linha reta

Expedição Evitar retrocesso Recepção

v

Expedi-

Circular

Recebimento

Angular

Figura 4.1 Tipos de layout Figura 4.2 Tipos de Layout Evitar retrocesso Recepção

Recepção

Expedição

Fonte: (CAMPOS, 2009) ExpediFigura 4.3 Tipos de Layout

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Figura 4.4 Tipos de Layout


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O layout adequado é aquele que permite um fluxo retilínio e constate de material, evitando, dessa forma, movimentos desnecessários. As instalações influenciam no tipo de layout, mas em qualquer situação deve-se evitar que os materiais sejam movimentados desnecessariamente, pois estes impactam negativamente no custo operacional. (CAMPOS, 2009, p. 62). É uma prática de planejamento que estabelece Harmonia entre as várias atividades. O layout pode um arranjo ou um rearranjo de materiais ou equipamentos de modo que facilite a disponibilidade e a flexibilidade de um fluxo ou armazenagem . No entanto, parece bem simples, mas um erro pode levar a sérios problemas perda de tempo, acidentes com equipamentos e pessoas e estruturas, e assim gerar custos altíssimos com o mal planejamento. (CAMPOS, 2009). Tipos de tecnologias de gestão de estoque Quanto ao material recebido na empresa, este pode ser com Qualidade Assegurada (QA) ou com necessidade de inspeção de entrada. Os materiais em QAtêm na sua gestão a utilização de tecnologias como Just In Time (JIT), o Kanban e/ou o Milk Run. Essas tecnologias contribuem para a redução de Nível de estoque, já que o material é fornecido na quantidade certa, pronto para ser utilizado na produção. (CAMPOS, 2009, p. 62). Além do Just In Time (JIT), o Kanban e/ou o Milk Run temos outras tecnologias para gerenciamento de estoques, entre elas a Classificação ABC ou chamada Curva ABC a codificação que determina uma espécie de RG do material e o endereçamento de material que facilita a localização de um determinado material ou matéria prima.( Campos, 2009).

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Just in time é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa. Just in time é um termo inglês, que significa literalmente “na hora certa” ou "momento certo". Em: http://www.significados.com.br/just-in-time/, visitado em 31/05/2016).” O Kanban é um método de organização que consiste na marcação dos processos e etapas de uma produção através de cartões ou sinalizadores, como os post-its, por exemplo. O Kanban permite um controle mais acertado sobre os detalhes de uma produção, como informações sobre quando, quanto e o que produzir. Em: http://www.significados.com.br/just-in-time/, visitado em 31/05/2016).” Traduzindo ao pé da letra, Milk Run significa Corrida do Leite. Esse nome é devido ao processo de um transportador passar em duas ou mais fazendas sem cruzar caminho na rota, retirar o leite e, em seguida, entregá-lo a uma empresa de laticínio. Isso é um dos exemplos do conceito de Milk Run, que mais comumente é usado na indústria automobilística. Milk Run é um sistema de coletas programadas de materiais, que utiliza um único equipamento de transporte, normalmente de algum Operador Logístico, para realizar as coletas em um ou mais fornecedores e entregar os materiais no destino final, sempre em horários pré-estabelecidos. Em: http://universodalogistica.blogspot.com.br/2010/02/milk-run.html, Visitado em 31/05/2016.

universodalogistica.blogspot.com.br/2010/02/milk-run.html, em 31/05/2016. Quadro 1 – Classificação ABC – Definição de Percentual. Classe % dos Itens % do valor anual do Consumo A 8 B 20 C 72 Total 100 Fonte: .( Campos, 2009. Adaptado).

70 20 10 100

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Em:http:// Visitado


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A grande contribuição da curva ABC, para a gestão, que que ela permite dedicar atenção diferenciada para cada classe de materal. Assim aos materiais classe “A” é dedicado um controle mais rigido em funcçao do seu impacto nos investimentos feitos. Finalmente ressatase que a classificação pode ser feita por clientes, por regiões, peso dos materiais, entre outros. (CAMPOS, 2009, p. 63). O sistema de codificação de material também desempenha um papel importante no gerenciamento de material, pois facilita o controle, a armazenagem e a comunicação entre as pessoas, bem como entre os departamentos envolvidos com materiais. Os códigos podem ser numéricos, alfabéticos ou alfanuméricos. (CAMPOS, 2009, p. 63). Exemplos de códigos numéricos podem ser citados os números do CPF e para alfanuméricos pode ser citada a placa de um carro, que contém letras e números. XX XX XXX Chave Aglutinadora Chave Individualizadora Chave Descritiva

.Figura 2 - Codificação de material. Fonte: (Campos, 2009. Adaptado). Dois Primeiros códigos formam a Chave Aglutinadora que é Responsável pela família dos materiais.( Campos, 2009). Os dois seguintes códigos formam a chave Individualizadora que identifica o membro de cada família do material.( Campos, 2009). Os Três últimos dígitos finais formam a chave descritiva, que descreve todas as características de cada membro da família de materiais.( Campos, 2009). Codificação de endereçamento de Material A elaboração de códigos para o endereçamento de material requer um planejamento adequado, pois não se pode perder tempo procurando o material no almoxarifado. Por mais atualizada que seja a tecnologia utilizada – código de barras ou rádio frequência – A essência da codificação de endereçamento de material passa pelo exposto a seguir. Criar um sistema de endereçamento obedece o mesmo princípio utilizado para explicar o seu endereço a alguém, ou seja, parte do geral para o especifico, por exemplo, identifica-se o pais, a cidade o bairro, a rua , o prédio ou bloco, o andar e o apartamento. (CAMPOS, 2009, p. 64).

Exemplo de código alfa numérico para endereçamento

Em: http://pt.slideshare.net/rscosta1973/armazenagem-de-materiais37719607, Visitado em 31/05/2016. 3.0 Considerações 50


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Armazéns e Depósitos são estabelecimentos próprios para a conservação de mercadorias. Armazenar, porém, não basta só armazenar, é preciso que se tenha conhecimento técnico e controles de gestão de estoque para que produtos não vençam e estoque ou para que os métodos aplicados para controle sejam eficazes. Os armazéns geralmente especializam-se em estocar e conservar um produto em específico, como café, arroz, feijão, grãos de modo geral ou mercadorias. Em alguns casos, a estocagem visa aguardar a alta do valor do produto no mercado, para que possa ser negociado de modo a trazer maior vantagem econômica ao produtor. Depositado e conservado o produto, é mais fácil sua negociação (...)http://www.artigonal.com/direito-artigos/titulosde-credito-conhecimento-de-deposito-e-warrant-principais-consideracoes-7420852.html Referências Alvarenga, Antonio Carlos / Novaes, Antonio Galvão N. (2000). Logística aplicada: suprimento e distribuição física, São Paulo, Blucher. Campos, Antonio Jorge Cunha (2009). A gestão da cadeia de suprimento, Curitiba IESDE. Conhecimentos da armazenagem Disponível em: <http://conhecimentosdaarmazenagem.blogspot.com.br/2012/03/logistica-daarmazenagem-logistica-da.html>, Acesso em 02 junho 2016. Dicionário Aurelio Disponível em: https://dicionariodoaurelio.com/logistica, Acesso em 04 maio 2016.

Tipos de armazéns. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA3j8AI/tiposarmazens, Acesso em: 01 junho 2016. Significado de Junt in time. Disponível Em: http://www.significados.com.br/just-in-time/. Acesso em 31 maio 2016. Universo da logística. Disponível em: http://universodalogistica.blogspot.com.br/2010/02/milk-run.html, Disponível em 31 maio 2016. Armazenagem de materiais. Disponível em: http://pt.slideshare.net/rscosta1973/armazenagem-de-materiais-37719607, Acesso em 31 maio 2016. Conhecimento de depósito. Disponível em: http://www.artigonal.com/direito-artigos/titulosde-credito-conhecimento-de-deposito-e-warrant-principais-consideracoes-7420852.html, Acesso em 02 junho 2016.

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06 O SETOR DE COMPRAS COMO IMPORTANCIA ESTRATÉGICA NAS EMPRESAS Fábio Alves Orientador: Prof. Gaspar Collet Pereira RESUMO Embora comprar para muitos seja uma atividade corriqueira, poucos percebem a importância da relação empresa e compras, a qual mostra como pode ser trabalhado o setor dentro da empresa, relatando a ideia de como esta área pode correlacionar no meio externo que a empresa cria através da logística, planejamento e estratégicas empresarial. O termo compra pode ser definido como a aquisição de um produto ou serviço, pelo qual se paga determinado preço. As atividades de compras envolvem vários fatores como seleção de fornecedores, qualificação de materiais, especificação de serviços, determinação de prazos, previsão de preços de vendas e mudanças na demanda, entre outros. A administração de compras é uma atividade essencial para uma gestão eficaz das empresas e que influencia diretamente nos seus estoques e no relacionamento com os clientes, estando relacionada diretamente à competitividade e ao sucesso da organização. A aquisição de bens e serviços representam um fator decisivo na atividade de uma empresa, pois podem gerar redução nos custos e melhorias consideráveis nos lucros. A função Compras passa a ser parte do processo na logística integrada das organizações, pois o setor de compras se inter-relaciona com todos os outros setores da empresa, influenciando e sendo influenciado nas tomadas de decisões. Deste modo, a função compras vem conquistando espaço e despertando maiores interesses das organizações, já que não basta apenas comprar, é preciso comprar bem, procurando obter o maior número de vantagens possíveis focando também o custo benefício. Palavras-chaves: Planejamento, logística, compras, estratégia e lucratividade ABSTRACT Although buy for many it is a commonplace activity, few realize the importance of the relationship business and shopping, which shows how to be worked on the sector within the company, reporting the idea of how this area can match the external environment the company creates through logistics, planning and strategic business. The term purchase can be defined as the purchase of a product or service for which you pay a price. The purchasing activities involve a number of factors such as supplier selection, qualification of materials, service specification, deadlines, sales price and forecast changes in demand, among others. purchasing management is an essential activity for the effective management of companies and that influences directly in their inventory and customer relationships and are directly related to the competitiveness and success of the organization. The acquisition of goods and services represent a decisive factor in the activity 52


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of a company, they can generate cost reductions and significant improvements in profits. The Purchasing function becomes part of the process in integrated logistics organizations, because the purchasing department interrelates with all other sectors of the company, influencing and being influenced in decision making. Thus, the purchasing function is conquering space and arousing greater interest of organizations, since not enough to buy, you need to buy well, looking to get the most possible advantages also focusing on the money. Key words: Planning, logistics, purchasing, strategy and profitability INTRODUÇÃO A gestão de compras nas empresas vem fortalecendo cada vez mais relação com o desenvolvimento empresarial, apesar desta área não ter sido muito bem vista no passado. Hoje este quadro vem se revertendo e demonstrando que a arte de comprar não está apenas ligada a cotar e realizar o pedido, hoje com a globalização o mundo vem aumentando a capacidade de informação, facilitando a um comprador, saber o que, quando e onde comprar, reduzindo custos e gerando renda de forma direta ou indireta para a corporação. O termo Compra pode ser definido como a aquisição de um bem ou de um direito, pelo qual se paga um estipulado preço. Baily et. al. (2000), define que atividade de compras é um procedimento pelo qual as empresas determinam os itens a serem comprados, ficam e comparam os fornecedores disponíveis, negociam com as fontes de suprimentos, firmam contratos, elaboram ordens de compras e finalmente, recebem e pagam os bens e serviços adquiridos. Em concordância com Viana (2000, p. 42) “A atividade compra tem por finalidade: suprir as necessidades da empresa mediante a aquisição de materiais e/ou serviços, objetivando identificar no mercado as melhores condições comerciais e técnicas”. A pauta de Viana traz a confirmação de que as compras podem melhorar as condições de uma empresa dentro de seu ramo de trabalho, através das condições comerciais e técnicas que as compras podem adquirir, como um plano que dá a sustentação de trabalho a este setor e que atenda a empresa de forma comprometedora, com o crescimento empresarial da organização. ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS A administração de compras é uma atividade fundamental para uma gestão eficaz das empresas e que influencia diretamente nos seus estoques e no relacionamento com os clientes, estando também relacionada à competitividade e ao sucesso da organização. A aquisição de produtos e serviços representa um fator decisivo na atividade de uma empresa, pois podem gerar redução nos custos e melhorias consideráveis nos lucros. O surgimento da crise do petróleo de 1973-1974 foi marcante para a atuação de compras, pois a redução de matéria-prima no cenário mundial, decorrente da crise, demandou dessa função uma atitude mais ativa para o ressuprimento das necessidades das empresas. A sua atuação, durante aquele período de escassez, trouxe uma significativa atenção da organização para o setor. Os fatores quando,

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quanto e como comprar, passaram a ser determinantes para a continuidade das empresas no mercado competitivo (Martins & Alt, 2001). A aquisição de produtos e serviços representa um fator decisivo na atividade de uma empresa, pois dependendo de como é conduzida podem gerar redução nos custos e melhorias consideráveis nos lucros. A administração de compras assume papel verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de recursos, principalmente financeiros, envolvidos, afastando cada vez mais a visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesa e não um centro de lucros (Moraes, 2005). A FUNÇÃO DE COMPRAS NAS ORGANIZAÇÕES Ao longo do tempo, a função compras passou a ser imprescindível para a administração de recursos materiais de uma empresa. Hoje saber comprar de forma a beneficiar a organização é determinante não somente para a competividade, como para a própria permanência da empresa no mercado. Hoje se calcula que o total gasto pelas empresas com compras varia de 50% a 80% da receita bruta. Portanto, pequenas reduções no custo das aquisições podem repercutir de maneira altamente positiva no lucro da empresa. Ballou (2001) comenta que as atividades relacionadas a compras envolvem uma série de fatores como seleção de fornecedores, qualificação dos serviços, determinação de prazos de vendas, previsão de preços, serviços e mudanças na demanda, entre outros. Conforme afirmam Gaither & Frazier (2001), o departamento de compras desempenha um papel fundamental na realização dos objetivos da empresa. “Sua missão é perceber as necessidades competitivas dos produtos e serviços, tornando-se responsável pela entrega no tempo certo, custos, qualidade e outros elementos na estratégia de operações”. Para isso é fundamental manter um banco de dados de fornecedores atualizado, ter poder de negociação e estabelecer um relacionamento baseado na confiança mútua com o fornecedor. Decorrente das mudanças ocorridas nas organizações, a função compras não é mais vista como uma atividade rotineira e sim como parte do processo de logística das empresas. Isso porque mais do que simplesmente adquirir produtos, o setor de compras atualmente se inter-relaciona com todos os outros setores da empresa, influenciando e sendo influenciado. Toda empresa na consecução de seus objetivos necessita de grande interação entre todos os seus departamentos ou processos, no caso de assim estar organizada. [...] A área de compras interage intensamente com todas as outras, recebendo e processando informações, como também alimentando outros departamentos de informações úteis às suas tomadas de decisão. (MARTINS & ALT, 2001). Os níveis de estoque da empresa, por exemplo, afetam o custo de produção e podem trazer outros problemas para a empresa, como a necessidade de um maior controle, de pessoal e despesas com a sua manutenção. Assim, a área de compras tem uma função importante de cuidar para que os níveis de estoque da empresa estejam sempre equilibrados. Segundo Moraes (2005) o departamento de compras também pode assumir vários outros papéis. Um deles está relacionado com a negociação de preços com

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os fornecedores. “Essa negociação determinará o preço final dos produtos e, portanto, a competitividade da empresa”. Normalmente a função compras tem quatro objetivos principais: obter mercadorias e serviços na quantidade certa, com qualidade e a um menor custo; garantir que a entrega seja feita de maneira correta; e, desenvolver e manter boas relações com os fornecedores. Martins & Alt (2001) a esse respeito comentam que: “Os objetivos de compras devem estar alinhados aos objetivos estratégicos da empresa como um todo, visando o melhor atendimento ao cliente externo e interno. Essa preocupação tem tornado a função compras extremamente dinâmica, utilizando-se de tecnologias cada vez mais sofisticadas e atuais como o EDI, a Internet e cartões de crédito. (MARTINS & ALT, 2001, p. 67)”. O setor de compras está também inter-relacionado com os níveis de estoque. A ele compete a tarefa de equilibrar a quantidade de materiais a serem comprados para que os demais departamentos da empresa se encontrem satisfeitos continuamente. “É importante que se consiga otimizar o investimento, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, minimizando as necessidades de capital investido em estoques” (DIAS, 2005). Esta é uma questão delicada e que está diretamente ligada à gestão de compras, pois níveis de estoque, apesar de significarem uma segurança de que a produção não precisará sofrer interrupções, ao mesmo tempo demanda custos na maioria das vezes altos para a empresa, pois tem que ser armazenados e controlados constantemente. Para Arnold (1999) a função compra é um processo muito amplo que acaba por envolver a todos na organização. O setor específico, geralmente, em face da competitividade empresarial, precisa da ajuda de outros setores da organização, como o de desenvolvimento de produtos, área financeira, para que as aquisições realmente tragam benefícios para a organização. Segundo Dias (1997) a evolução da função compras nas organizações mostra que é fundamental a atenção a ser dada a este setor. Atualmente as empresas se preocupam muito com o processo de compras, pois este sendo executado com sucesso pode ser motivo de redução de custos para a empresa. Neste sentido cabe aos responsáveis por tal processo estarem atentos a preço, prazo, volume e qualidade para se beneficiarem da execução eficaz deste processo. (DIAS, 1997). Baily et al. (2000) comentam que: “o processo de compras cada vez mais está se envolvendo na tomada de decisões estratégicas das empresas, pois compras são vistas como uma área de agregação de valor, não simplesmente de redução de custos e também a maior consciência do crescimento do gasto em materiais e do potencial de lucro de compras”. Segundo Oliveira (2001), “o planejamento estratégico é conceituado como um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização, na relação da empresa com o seu ambiente”. Portanto o planejamento estratégico não deve ficar somente nas aspirações e deve ser trazido para a realidade, de forma a ajudar como um todo a organização. Uma das formas de ajudar uma empresa é dar a ela uma gestão de compras fortificada, para que esta seja competitiva no mercado e que possa fazer grandes compras e bons negócios, estabelecendo assim a função participativa. Para isso a cúpu-

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la que estabelece as diretrizes da empresa deve estar ciente de que um bom planejamento estratégico em compras pode produzir lucros inesperados. R OTINAS SIMPLIFICADAS DE COMPRAS Fonte: ebah 2010 C omo pode se observar no fluxograma acima, o processo de compras começa com a requisição de compras, repassada para o setor, que consulta o cadastro de fornecedores, se tiver. Logo em seguido é feito o pedido de cotação aos fornecedores, encaminhando-se logo a seguir para o setor de tomada decisões. Por fim se faz o pedido de compra. Logo após é recebido o material com a nota fiscal, passando pelo recebimento e sendo logo armazenado. O PERFIL DO PROFISSIONAL DE COMPRAS Para Moraes (2005) é necessário também que as pessoas que trabalham nesta área estarem muito bem informadas e atualizadas, além de terem habilidades interpessoais como poder de negociação, facilidade de trabalhar em equipe, boa comunicação, capacidade de gestão de conflitos. Baily et al. (2000) definem o perfil ideal do comprador moderno da seguinte forma: “Vê a função como geradora potencial de lucro: acredita que deve contribuir para os planos a longo prazo como parceiro em igualdade de condições. Possui MBA; forte base financeira e tecnológica; assume que a área de compras é vital para o bem-estar da empresa, que necessita de contribuição criativa para os planos e as políticas corporativas. Aspira assumir uma diretoria; ansioso para eliminar as deficiências da administração de recursos humanos e proporcionar melhores condições de trabalho. Possui metas bem definidas para atingir objetivos, com o

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uso de melhor planejamento, criatividade e colaboração de outros executivos da empresa”. Diante do exposto e das transformações, é fácil concluir que o perfil do profissional de compras sofre um profundo update. Para o professor do Ietec, Pedro Paulo, este profissional “precisa agora ter visão sistêmica. Precisa saber negociar, não apenas com fornecedores, mas também com clientes internos. Precisa tomar decisões com base nos indicadores de desempenho e estar atento ao ambiente externo, de modo a adotar estratégias de negociação coerentes com a conjuntura econômica”. Esta é também a opinião da coordenadora de compras da Treviso, um dos maiores grupos econômicos da rede Volvo no Brasil, Selma de Lourdes: “Empresas necessitam de compradores que detenham conhecimentos em assuntos estratégicos. Ele precisa ser um bom negociador, ter iniciativa, capacidade de decisão, ser idôneo e ético”. EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE COMPRAS NAS EMPRESAS O papel de Compras modificou-se muito. Até a década de 70, as áreas de compras estavam restritas a um papel operacional dentro das organizações. A função básica de compras era: comprar materiais e serviços externos para atender as necessidades dos usuários. Porém, com o passar do tempo e o aumento do volume de transações, o departamento de compras limitou-se a processar pedidos de compras. Grande número de fornecedores, alto número de atividades que não agregavam valor e processos altamente padronizados originaram um grande número de atividades burocráticas, que impediram a existência de um pensamento estratégico sobre o negócio da empresa (Riggs & Robbins, 2001). A Administração de compras é uma atividade fundamental para o bom gerenciamento das empresas e que influencia diretamente nos seus estoques e no relacionamento com os clientes, estando também relacionada à competitividade e ao sucesso da organização A partir da década de 80, sob a influência da filosofia japonesa “Just in time”, muitas empresas norte-americanas e brasileiras, começaram a adotar a compra em pequenos lotes. A partir da década de 90, a globalização, a reengenharia de atividades, o aumento da competição e a pressão para redução de custos, fizeram com que a atenção das empresas fosse desviada para a área de Compras. “A partir de agora, irá existir um grande benefício das relações entre as empresas e seus fornecedores. Esta oportunidade será fonte de vantagem competitiva e não pode mais ser negligenciada” (Drucker apud Baily, 2000). Dentre os benefícios que contribuíram para o aumento da importância da área de Compras a partir da década de 90, pode-se citar: a) A reengenharia de processos: fez com que as abordagens interfuncionais superassem as antigas visões funcionais dentro da organização. Esta abordagem fez com que a área de Compras tivesse foco no processo interfuncional e não apenas na função isolada de compras (Baily e Farmer 2000). b) O fracasso das técnicas tradicionais de reduções de custos: as empresas mediante a competição global buscaram meios de reduzir custos de mão de obra, processos e materiais. A área de compras tentou reduzir custos através de árduas negociações com fornecedores e da adoção de práticas de terceirização. O fracasso das práticas mais usadas de redução de custos gerou a necessidade de obtenção

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de outras formas de extração de valor da área de compras (Wright apud Moncza et al.,1998). c) O fracasso das relações adversárias com fornecedores: o exemplo da relação de colaboração com fornecedores das indústrias japonesas mostrou-se mais adequado para o contexto atual, do que a tradicional abordagem de adversários. As áreas de compras começaram a preocupar-se a entregar maior valor para o cliente final (Laserte, 1998). Baily et al. (2000) acrescentam que o grande avanço da tecnologia fez com que o conceito de compras fosse visto como um processo contínuo que visava integrar os fornecedores aos processos da organização. Deste modo, seria possível, adquirir vantagens competitivas oriundas de reduções de custos, desenvolvimento tecnológico, melhoria da qualidade e redução do tempo do ciclo de desenvolvimento dos produtos. Laserte (1998) afirma que “apesar da constatação da necessidade de transformação, as mudanças ainda são lentas e o foco da área de compras ainda reside em processos funcionais”. Conforme Baily (2000), “a percepção de que a função compras não é mais uma atividade rotineira de administração de pedidos, está mais reconhecida”. Neste novo cenário, a área de Compras passa a ter um papel proativo em contraste com o antigo papel reativo que desempenhava. Conforme Riggs & Robbins (2001), “É preciso repensar o processo de compras, substituindo o sistema moroso e antiquado por um processo gerencial simples que crie valor em cada compra”. De acordo com Brites (2006), em resultado de sua crescente importância nas organizações, a função de compras tem sido alvo de constantes alterações nos últimos anos. O desenvolvimento de parcerias com fornecedores e a sistematização dos processos de negociação apresentam ótimas oportunidades de melhoria, bem como a execução dos processos operacionais e a formação dos profissionais de compras. A importância da função de Compras continuará a intensificar-se, verificandose um maior foco em atividades que promovam o aumento da eficiência operacional e a redução dos custos de compra, aumentando a contribuição para a criação de valor nas organizações. É por esta razão que cada vez mais empresas promovem uma maior colaboração, transparência e profissionalismo na relação com os clientes internos, o desenvolvimento de relacionamentos ganha-ganha com fornecedores, parcerias de longo-prazo e qualificação dos seus profissionais. O setor de compras ganha importância estratégica uma vez que influencia o desempenho de outras unidades da organização por meio de negociação dos melhores preços, seleção dos melhores fornecedores, garantia de regularidade no suprimento de matérias-primas e serviços, e cumprimento de prazos. CONCLUSÃO Percebe-se que a área de compras passou a utilizar novas tecnologias e estratégias de compras mais vantajosas para a integração entre clientes e fornecedores e melhorar a qualidade de serviços e/ou produtos. Estas atitudes resultam uma significativa contribuição para o alcance dos objetivos estratégicos e das metas das organizações. Uma gestão de compras eficiente pode trazer maior agilidade nas operações efetuadas pelas organizações e a qualidade crescente das aquisições, o que para a empresa é um diferencial altamente competitivo e positivo.

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A evolução da função compras ocorreu, principalmente, devido à globalização, a qual desenvolveu fornecedores mais especializados, graças ao surgimento da internet e a evolução das tecnologias, responsável atualmente pela realização de grande parte dos negócios no mundo inteiro. A visão tradicional descrevia a função de compras como o simples ato de comprar, mas esta função evoluiu e hoje é considerada de importância estratégica para as organizações. A tendência é que isso se intensifique, especialmente em face dos atuais desafios das organizações que precisam manter a competitividade, em condições de enfrentar desafios, obter lucro e sucesso empresarial. Esta função deve, portanto, merecer atenção especial visto que participa intensamente do processo produtivo. Dessa forma, além de melhorar a lucratividade das empresas, uma gestão de compras eficiente pode aumentar a produtividade, a qualidade dos produtos e, consequentemente a satisfação dos clientes. A administração do processo compras tornou a função do comprador essencial para a saúde financeira da empresa, em tempos de alta competitividade. O comprador exerce a função de analista, tendo que se levar em conta analise tributária, analise técnica, analise financeira do contrato e da empresa visando o melhor momento de colocação do pedido. Estas práticas vão proporcionar redução dos estoques, disponibilidade do produto no momento certo. O resultado final é o aumento do lucro para todos os envolvidos no processo, por esta razão a função de compras tem-se tornado uma das mais importantes nas organizações. REFERÊNCIAS OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico Conceitos Metodologia Práticas. 15º Edição. São Paulo: Atlas, 2001. VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2000. ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais. São Paulo, Editora Atlas S. A., 1999. BAILY, Peter, FARMER, David et al. Compras: princípios e administração. São Paulo: Editora Atlas, 2000. DIAS, M A P. Administração de Materiais. São Paulo, Editora Atlas , 2005 LASERTE, T. M (1998) Balanced Sourcing – Cooperation and Competition in Supplier Relationships. California: Booz-Allen & Hamilton. MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. Editora Saraiva, 2001. MONCZA, Robert, TRENT, Robert, HANDFIELD, Robert (1998). Supply Chain Management. Ohio: Thomson Publishing. MORAES, André. Gestão de Compras. Apostila do Curso de Administração Industrial. CEFDET. Rio de Janeiro: 2005.

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RIGGS, David, ROBBINS, Sharon (2001) “Supply Management Strategies”. In: HSM Management – Book Summary 2. São Paulo. Out-Dez, p.61-83. EBAH FLUXOGRAMA ROTINAS SIMPLIFICADAS DE COMPRAS < http://www.ebah.com.br/content/ABAAABiawAK/processos-administrativos-compras > Acesso realizado em 28/05/2016. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 4 ed. Porto Alegre: Bookmann, 2001. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1997. GAITHER, Norman; FRAZIER, Greg, Administração da Produção e Operações. 8 ed. São Paulo: Pioneira, 2001.

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07 TRANSPORTE E MODAIS Ivan Boeno de Camargo Prof. Dr. Gaspar Collet Pereira Pos - Graduação Bagozzi – Grupo Educacional Gestão Logística Empresarial 27/05/2016 RESUMO: A analise trata de uma síntese de modais de transportes, a proposta e analisar, custos e verificar o modal mais adequado para transportar bens e produtos e transportar de maneira segura e rápida garantindo a integridade, e qualidade dos produtos e serviços prestados, gerando confiabilidade, atendendo as expectativas do cliente, a relevância desse artigo no que tange a importância, do transporte pois o fator da logística e transporte corresponde cerca de 11% do produto, pois a escolha correta no modal, define-se na pela capacidade de carga, agilidade e freqüência, de realizar entregas nos prazos acordados, as características de cada modal e importante, nas características dos produtos, perecibilidade e volumes. Palavras-chave: Transporte, Modais, Logística. 1 - INTRODUÇÃO Existem diferentes maneiras de transportar produtos, serviços ou pessoas. A esses diferentes modos de transportar denominamos modais de transporte, portanto modal de transporte é a forma como se transportam produtos, serviços ou pessoas. Basicamente, dividimos os modais de transporte em terrestre (rodoviário, ferroviário e dutoviário), aquaviário (marítimo, fluvial e lacustre) e aeroviário, conforme de mercadorias ou pessoas seja feito, respectivamente, por terra, água ou ar. Cada um deles tem suas características próprias; como isso ocorre em diferentes lugares, destacando o fato que o Brasil e a Argentina são os dois países, que mais utilizam o modal rodoviário. É possível perceber que nos países mais desenvolvidos, a utilização das ferrovias tem raízes históricas e, ao mesmo tempo, deve-se ao fato de que as estradas passam a maior parte do tempo debaixo de espessas camadas de

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neve. Características que diferenciam os modais de transporte, os sistemas de transportes apresentam algumas características que podem ser consideradas essenciais para escolha da forma como se pretende transportar mercadorias ou pessoas e que são diferentes para cada um dos modais. Trata-se de velocidade, consistência, capacidade de movimentação, disponibilidade e freqüência. Em relação à velocidade o mais rápido e o aéreo, porém isso deve ser considerado apenas para longa distância, a velocidade do modal de transporte está relacionada ao tempo disponível para a realização da entrega dos bens nos prazos combinados e à distância pela qual esses bens serão transportados. A confiabilidade ou consistência é a capacidade de realizar entregas nos prazos acordados como satisfatórios para as partes envolvidas, confiabilidade e completamente diferente de velocidade. Capacidade de movimentação implica na capacidade de carregar maiores ou menores volumes em cada um dos modais. Disponibilidade uma característica importante quanto aos modais de transporte é a disponibilidade que possuem, ou seja, existência de veículos em quantidade suficiente e no momento em que são necessários ou demandados pelo embarcador. Com relação a esse quesito, o modal mais eficiente e exatamente o rodoviário seguido pelo ferroviário. Freqüência em virtude do fato de que os dutos podem funcionar 24 horas por dia, 30 dias no mês, este é o modal com maior freqüência de todos, seguido do modal rodoviário. Como e possível perceber, cada um dos modais de transportes apresenta características próprias que distinguem dos demais. Assim, é fundamental conhecer muito bem o sistema logístico da empresa, os bens que se pretende transportar e a área geográfica de atuação, para se fazer a escolha mais adequada do modal, segundo Razzolini Filho (2007) para reduzir custo e agregar valor ao produto. 2 – REFERÊNCIAS TEORICAS TRANSPORTE TERRESTRE O transporte terrestre, como o seu nome já indica, ocorre em terra e subdivide-se em: rodoviário, ferroviário e dutoviário apresentados na seqüência. Sua importância para o sistema econômico é essencial, pois detém o potencial de interligar diferentes regiões econômicas de qualquer país, e ao mesmo tempo, levar o desenvolvimento às localidades mais necessitadas. Para compreendermos esse fenômeno, basta considerar a região amazônica e a dificuldade de chegar, por exemplo, à cidade de Manaus. Apenas para exemplificar, os manauaras * têm a possibilidade de tomar iogurte recém-fabricado em São Paulo antes que os paulistanos, uma vez que esse produto, em função da sua perecibilidade, é despachado por via aérea para Manaus no mesmo dia de sua fabricação e entregue na cidade de São Paulo somente no dia seguinte. O transporte terrestre foi o primeiro a evoluir e, por isso, é ainda hoje o modal mais utilizado no transporte tanto de bens quanto pessoas. Assim, para chegarem ao trabalho ou à escola, por exemplo, as pessoas usam em geral o transporte rodoviário. O transporte dutovíario também esta presente no dia-a-dia da população, mesmo sem ela perceber: no transporte da água pelo encanamento, na condução da energia elétrica pela fiação. Segundo Razzolini Filho (2007), Na continuação, vamos examinar mais alguns detalhes a respeito de cada um dos três modos de transporte terrestre. TRANSPORTE RODOVIÁRIO Trata-se do modal de transporte mais utilizado no Brasil. Para termos uma idéia da diferença entre esse modal e os demais, basta dizer que a malha rodoviária instalada no País (estradas) representa cerca de 20% do total do território (1.610.075,9 km) contra apenas 0,4% ocupado pela malha ferroviária (20.277 km). Ou seja, no Brasil, o transporte rodoviá-

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rio é a principal opção disponível para o transporte de cargas em função da área coberta por esses dois modais. Um dos problemas encontrados na malha rodoviária é o fato de que 12,18% dela estão pavimentados. Além disso, mesmo nas rodovias mais estruturadas, a manutenção constitui uma dificuldade muito séria, resultando na má conservação da maioria. Apesar disso tudo, o modal rodoviário, em muitas regiões, é o único disponível. Entre os modais terrestres, deve ser considerado que, em comparação com o modal ferroviário, o rodoviário caracteriza-se por uma menor capacidade de carga de viagem, sendo assim recomendados para trajetos de curta distância de matérias-primas, produtos em elaboração ou mesmo produtos acabados. Segundo Razzolini Filho (2007), CARACTERIZAÇÃO DO MODAL RODOVIÁRIO Para que tenhamos uma visão clara do modal rodoviário, é importante compreender que é extremamente competitivo, uma vez que se sai bem em todos os critérios de avaliação e oferece algumas vantagens adicionais: - Permite serviço porta a porta (sem carregamento ou descarga entre o ponto de origem e o ponto de destino); - Oferece uma freqüência excelente (perdendo somente para os dutos); -Tem maior disponibilidade; -É o que apresenta maior velocidade, considerando-se distâncias menores, com a vantagem da entrega porta a porta. No mercado de transportes fracionados e de pequenas cargas, o transporte rodoviário é imbatível em razão de o volume necessário para lotar um caminhão ser muitas vezes menor que o volume necessário para lotar uma composição ferroviária, por exemplo. Porém, o modal rodoviário tem uma limitação no que diz respeito à variedade de cargas, em virtude das restrições de segurança e dos limites de tamanho e peso dos carregamentos nas rodovias. Cargas que não se enquadrem nos gabaritos das rodovias devem receber autorização especial de trafego e requerem condições de suporte especiais e diferenciadas para que possa ser transportado, segundo Razzolini Filho (2007), o que pode elevar significativamente o custo de transporte. TRANSPORTE FERROVIÁRIO Trata-se do modal mais indicado para transportes a longas distâncias de produtos de grande volume e, principalmente, daqueles que apresentam baixo valor agregado, segundo Passos (2006): CARACTERIZAÇÃO DO MODAL FERROVIÁRIO É um modal de transporte lento. Ocorre pelas ferrovias, próprio para matéria-prima ou produtos manufaturados de baixo valor agregado. Uma das razões disso é que a maior parte do tempo no transporte de um vagão ferroviário é gasto em operações de carga e descarga e movimentações dentro dos terminais, sendo classificado e agregado com composições ou mesmo ficando ocioso durante quedas sazonais de demanda. O transporte acontece tanto para cargas cheias como para cargas parciais ou fracionadas. Na primeira, ocupa-se totalmente o vagão ferroviário, e conseqüentemente, isso acarreta um preço de frete mais barato que o da carga parcial, dado que o manuseio nos processos de carregamento é menor. Segundo Passos (2006): A maior parte do transporte ferroviário é de carga cheia, confirmando à tendência de servir para transportar maiores volumes.

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TRANSPORTE DUTOVIÁRIO O transporte dutoviário implica utilização de dutos, ou tubulações, para a movimentação de produtos líquidos ou gasosos (existem experiências no transporte de sólidos nos dutos). Os dutos utilizados para transportar petróleo e derivados são chamados de oleodutos, gasodutos, polidutos. Os dutos são formados pela ligação de vários tubos de aço-carbono. A Petrobras possui aproximadamente 12.000 km de dutos, sendo que alguns chegam a 1.00 km de comprimento e a diâmetros de mais de 1m. O maior duto no Brasil é o gasoduto Bolívia – Brasil, com aproximadamente 3.200 km de extensão*. CARACTERISTICAS DO MODAL DUTOVIÁRIO O transporte dutoviário é caracterizado pelo transporte de materiais por dutos, ou tubulações. São classificados em três tipos principais: pneumáticos, cápsulas e misturas pastosas. Dutovias são sistemas complexos de trechos de tubulação, bombas, equipamentos de controle e sistemas computacionais, utilizados para deslocar ou movimentar diferentes tipos de produtos entre cidades, refinarias, campos de petróleo e bases de distribuição. Para operar um duto, é necessário integrar o sistema físico do duto e das instalações com os conceitos e os comandos usados para deslocar os produtos pelo duto. Entre os modais de transporte relativamente novos, as dutovias têm importante papel no quadro global de investimentos, sobretudo públicos. Elas se constituem em uma maneira de transportar algumas substâncias por meio de tubulações que substituem os veículos rodantes (rodoviários ou ferroviários), o que minimiza as possibilidades de acidentes ambientais. Os dutos são altamente eficientes na movimentação de produtos líquido ou gasosos em distancias longas, embora sejam limitados a transportar líquidos, gases em grandes volumes e alguns poucos produtos que podem ser encapsulados ou suspensos em líquidos para serem movimentados como fluidos. O petróleo bruto e seus derivados são os principais produtos cujo transporte por dutos é economicamente viável. Segundo Site da Petrobras (2007), No Brasil entre os derivados de petróleo, destaca-se o gás, sobretudo através do gasoduto Brasil – Bolívia. Um dos pontos fracos dos dutos é sua lentidão, aproximadamente 15 km por hora. Mas isso é compensado pelo fato de que os dutos podem operar 24 horas por dia, 30 dias por mês. TRANSPORTE AQUAVIÁRIO O transporte aquaviário ou hidroviário consiste no transporte de bens pela água, por meio de embarcações. Subdivide em: marítimo, fluvial e lacustre (por mares, rios e lagos, respectivamente). Esse modal foi fundamental para o desenvolvimento da humanidade, por ter sido o primeiro a transportar grandes volumes e interligar diferentes países e continentes. No caso do Brasil, em que a ocupação, durante o período da colonização, ocorreu na extensão da costa litorânea (com quase oito mil km ), o sistema econômico teve na navegação de cabotagem (costeira) o necessário suporte para integrar os nossos pólos exportadores de bens primários (madeira, erva-mate, café, etc), o que impulsionou o crescimento do modal aquaviário. CARACTERIZAÇÃO DO MODAL AQUAVIÁRIO O aquaviário é um modal de transporte mais lento que os demais (em média. Sua confiabilidade e disponibilidade são limitadas por condições naturais, como fatores climáticos, ou geográficos. Apresenta elevada capacidade de transporte, uma vez que cada embarcação pode carregar grande volumes. A pontualidade depende da tecnologia embarca-

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da disponível. Sendo que é possível aumentar o tempo de operação deste modal, chegando a ser quase ininterrupto. Geralmente é destinado ao transportes de bens de baixo valor agregado, mercadorias a granel (commodities). Também serve para bens de valor agregado, transportes internacionais, na chamada navegação de longo curso. Nesse caso, estes são transportes de forma unitilizada, em contêineres, pois as condições de transporte exigem que estejam adequadamente protegidos. Ao lado do modal aéreo, é o aquaviário o modal que pode interligar o maior número de países. São empregados diversos tipos de embarcações especializadas, o que possibilita a prática da intermodalidade ou da multimodalidade de transportes. segundo Razzolini Filho (2007), outra vantagem do modal em relação aos demais é menor emissão de poluentes. TRANSPORTE MARITIMO De todos os modais de transporte, o marítimo é o que movimenta o maior volume de mercadorias no comércio internacional. É praticamente o único meio econômico para transportar grandes volumes de bens, sobretudo de baixo valor agregado, entre lugares geograficamente distantes. O mercado do transporte marítimo é classificado, segundo o serviço prestado pelos navios, em linha regulares e afretamentos. Linhas regulares são as estabelecidas pelas companhias de navegação com periodicidade definida, pertencentes a conferências de fretes, acordos bilaterais e os chamados outsiders. Linhas não regulares são aquelas cujos navios não têm uma rota regular instituída, ou seja, sua rota é determinada pela conveniência da companhia de navegação, e eventualmente, dos embarcadores. Esses transportes são chamados de tramps. O transporte marítimo é o que acontece nos oceanos e pode ser dividido em navegação de cabotagem e navegação de longo curso. A navegação de cabotagem é a que se realiza na costa de um país, apenas entre portos domésticos (nacionais), enquanto que a navegação de longo curso ocorre entre países, ligando portos internacionais. Segundo Central de Atendimento ao exportador (2007). No modal marítimo, os fretes podem ser cotados por tonelada ou metro cúbico. Também podem ser apresentados de forma global, como ocorre no embarque de contêineres. Segundo Central de Atendimento ao exportador (2007). TRANSPORTE FLUVIAL O Brasil conta com sistema hidroviário distribuído por 8 bacias hidrográficas, num total de 48 mil km de rios de navegáveis (cerca de 25%dos rios deixam de ser navegáveis durante os períodos de seca). Isso envolve, pelo menos, 16 hidrovias e 20 portos fluviais. No triênio 1998-2000, as hidrovias brasileiras transportavam 23 milhões de toneladas por ano. O transporte fluvial utiliza-se dos rios como via de locomoção e também é chamado de navegação interior. Importante destacar que, muitas vezes, pode acontecer a navegação interior (fluvial) e, concomitantemente, a navegação de cabotagem. Por exemplo, um barco pode sair de Manaus, na Amazônia, carregado de contêineres para ser descarregado no porto em Santos no estado de São Paulo, ou ainda, sair diretamente para portos no exterior. Comparando o potencial das bacias hidrográficas com sua efetiva utilização, verificamos que o transporte fluvial ainda é pouco empregado no Brasil. É necessária uma mudança do perfil dos transportes de cargas, com vistas a possibilitar economia de diesel, manutenção de rodovias e preservação da natureza e da vida humana (com redução dos acidentes nas rodovias). Alem disso, o transporte hidroviário consome cinco vezes menos que o rodoviário e três vezes menos que o ferroviário, o que representa uma vantagem adicional a este modal.

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Contudo, para que isso aconteça, é necessário que a hidrovia esteja integrada com ferrovias e rodovias, o que, em conjunto, pode proporcionar redução de custos dos fretes, resultando na diminuição do preço final dos bens, tanto para uso interno quanto para exportação. Sem uma rede rodoviária vicinal que realize a alimentação das hidrovias, não existe muito futuro para a utilização desse meio de transporte de forma mais intensiva. O cálculo de frete é baseado na tonelada por quilometro ou unidade, no caso de contêineres. Seu custo é bem mais baixo comparando – se ao custo relativo dos demais modais. Relacionamos a seguir as principais bacias hidrográficas brasileiras: - Bacia Amazônica dividida em ocidental e oriental; - Bacia Tocantins-Araguaia; - Bacia do Nordeste; - Bacia do São Francisco; - Bacia do Paraná; - Bacia do Paraguai; - Bacia do Sul. Em resumo, Segundo Brasil (1998), o modal fluvial apresenta como pontos fortes, baixo custo operacional, baixo custo de fretes, carregamento de grandes volumes e baixo impacto ambiental e como pontos fracos, ser um modo de transporte regional e poder provocar assoreamento dos rios (o que diminui o calado). Segundo Brasil (2007), TRANSPORTE LACUSTRE Por ser realizado em lagos no interior dos países, o transporte lacustre também é considerado interior. No caso do transporte internacional, existe apenas quatro lagos nas Américas que possibilitam o transporte de cargas, fazendo a ligação interpaíses: o Lago Titicaca que liga a Bolívia ao Peru; os Grandes Lagos, ligando os Estados Unidos ao Canadá, a Lagoa Mirim, que estabelece a ligação entre Brasil e o Uruguai, e o lago artificial da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que liga o Brasil ao Paraguai. Embora tenha as mesmas características do transporte fluvial, o lacustre é bastante incipiente, não apresentando relevância em termos de comércio internacional. Geralmente, fica limitado ao transporte regional, pois as rotas são delimitadas pela própria natureza dos locais em que acontece. Assim como no transporte fluvial, os veículos utilizados no lacustre são balsas, alem de navios com porte adequado à navegação dos lagos. Também o calculo do frete é baseado em tonelada por quilometro ou unidade, no caso de contêineres. United States Maritime Administration (1996). TRANSPORTE AEROVIÁRIO Trata-se do modal que transporta bens ou pessoas por meio de aviões, helicópteros, dirigíveis. Chamados de aeronaves. No Brasil, o transporte aéreo foi fundamental para estabelecer conexões entre as regiões mais distantes, isto é, entre os grandes centros urbanos e a região litorânea. Esse fato é uma conseqüência da dimensão continental do País, de uma forte diversificação socioeconômica. CARACTERIZAÇÃO DO MODAL AEROVIÁRIO O modal aéreo oferece serviços regulares, pontuais (por contratos) ou próprios (empresas que contam com seus próprios veículos). Relacionamos a seguir os tipos de serviços aéreos disponíveis no Brasil: - Linhas-Tronco domésticas regulares: são as que, alem do transporte de passageiros, transportam cargas.

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- Linhas exclusivamente cargueiras: são operadas por transportadores regulares apenas de cargas, o que significa maior capacidade em termos de volume, como as operações concentram-se no período noturno, seus fretes são em torno de 30% mais baixos que os das linhas-tronco domésticos. - Linhas Suplementares: são os vôos chamados charter, que operam como as empresas de linhas-tronco, porém sem regularidade dos serviços, funcionando sob demanda e, geralmente, com lotação completa tanto para cargas quanto para passageiros. - Linhas de alimentação regional: fazendo a ligação entre os grandes centros urbanos e as áreas com população menor, geralmente operam com aeronaves de menor porte, as rotas regionais servem como alimentadores das rotas principais que ligam os grandes centros. - Taxi-aéreo: são empresas que operam mediante demanda (sem regularidade), tanto de passageiros como de cargas, fazendo rotas dentro de grandes centros ou de pequenas cidades. Sua vantagem é a capacidade de operar em locais onde não existe a infraestrutura capaz de suportar aeronaves de maior porte. Geralmente, valem-se de aviões menores e helicópteros. - Linhas internacionais: são as rotas regulares, operadas por grandes companhias, que fazem a ligação entre países, transportando pessoas e cargas. Segundo Ballou (1993), são à base do transporte para produtos perecíveis de alto valor agregado ou para pequenas encomendas (amostras) no comércio internacional. AVALIANDO O DESEMPENHO DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE Para avaliar o desempenho dos sistemas de transportes, além das características que diferenciam os modais de transporte, indispensáveis em qualquer processo de avaliação de desempenho, segundo Razzolini Filho (2006) devem ser considerados: - a taxa de ocupação dos veículos, - o índice de avarias da carga, - a gravidade das avarias, - a disponibilidade de veículos – dias de veículos parado num dado período/dias úteis no período, - a regularidade da disponibilidade, - as condições de rastreabilidade, - as condições de segurança do modal. Sem observar pelo menos essas questões, é quase impossível mensurar de forma confiável o desempenho dos sistemas de transporte para saber se estão atingindo ou não seus objetivos, oferecendo, por um lado um nível de serviço elevado e, por outro, o menor custo total possível. Segundo Taboada Rodriguez (1998). ESCOLHENDO O MODAL DE TRANSPORTE Sem esquecer o aspecto custo, que é fundamental em qualquer decisão, a escolha de outro modal de transporte esta diretamente ligada aos conceitos descritos até aqui, principalmente o desempenho do sistema, segue abaixo alguns outros fatores relevantes, para a escolha: - Valor dos bens transportados: caso o valor agregado dos bens seja baixo, o modal pode ser mais lento (desde que não sejam perecíveis), mas á medida que o valor agregado dos bens aumenta, é possível optar por modais mais caros e rápidos. - Perecibilidade dos bens: quando os bens transportados são perecíveis, é necessário que se utilizem modais que ofereçam maior rapidez. - Custo do Transporte: cada modal de transporte apresenta características que determinam o valor dos fretes cobrados dos embarcadores. A relação volume/peso dos produtos trans-

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portados também gera impactos sobre o preço dos fretes. Segundo America Latina Logística (2007). - Velocidade do Modal: relaciona-se com a perecibilidade e com a urgência (rapidez) necessária para conquistar mercados; envolve também o tempo disponível para realizar a entrega em relação a distancia pela qual os bens são transportados. - Confiabilidade no Modal: processo que está ligado a estoques, uma vez que resulta da capacidade de entregas consistentes nos prazos acordados com os clientes. - Freqüência e disponibilidade do Modal: a freqüência significa a regularidade que o prestador do serviço de transporte mantém em determinada rota. 3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo tratou de cada um dos modais de transporte, destacando as características principais de cada um deles. Assim, Apresentamos os transportes terrestre (formado por três modos de transporte), Aquaviário (também composto por três modos de transporte) e aeroviário. Analisamos ainda a importância de efetuar a avaliação de desempenho dos sistemas de transporte, indicado alguns elementos essenciais que devem ser considerados em um processo sistemático de escolha de um sistema por seu desempenho. Ressaltamos que o processo é essencial para que a empresa possa com base nos sistemas de transporte que adota ser mais competitiva do que seus concorrentes e, com isso, atingir os objetivos do sistema logístico. Ela pode assim minimizar os custos e oferecer aos clientes um serviço que seja percebido como satisfatório. Em síntese, os sistemas de transporte devem ser um elo fundamental entre empresa e clientes ao longo da cadeia logística, capaz de agilizar o fluxo físico nas cadeias de abastecimento. Porém, é necessário que esses sistemas também sejam analisados sob uma perspectiva mais ampla, estratégica, que possa contribuir para aumentar a competitividade das organizações por meio de entregas mais rápidas, confiáveis, regulares, precisas, flexíveis e, ao mesmo tempo com baixo custo. 4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS PASSOS, Paulo Sergio – Ministro de Estado dos Transportes 2006. BRASIL, 2007d, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (2007) Central de Atendimento ao Exportador (2007) BRASIL, 2007a, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) United States Maritime Adminisstration (1996) BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e distribuição física. [s.n], São Paulo, Atlas, 1993. RAZOLLINI FILHO. Edelvino, Transporte e Modais com Suporte de TI e SI 2. Ed Curitiba, Ibpex, 2009 TABOADA RODRIGUEZ. Carlos M. Avaliação do nível de desempenho logístico em uma empresa de prestação de serviços 1998. América Latina Logística (Rumo ALL) 2007.

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