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JAHNIAO GRILADO

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MAURÍCIO TIM

MAURÍCIO TIM

40 ANOS, 16 ANOS DE SKATE, SÃO PAULO – (SP) / @JANIAO_GRILADO_NOS_TRUKS

Como foi o seu início com o skate e quais foram os principais desafios que enfrentou nessa jornada?

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Ah, meu primeiro encontro com o skate foi em 1995, e posso dizer que foi amor à primeira vista! No entanto, não posso negar que enfrentei alguns desafios durante essa jornada emocionante. A falta de material e peças para o skate era uma verdadeira luta, mas o que realmente me marcou foi a época em que o skate era mal visto por alguns setores da sociedade, e ainda tínhamos que lidar com a opressão militar em certos lugares onde praticávamos. Foi uma jornada desafiadora, mas também incrivelmente gratificante.

O que o levou a escolher entre se profissionalizar no skate ou mantê-lo como uma atividade para diversão?

Ah, essa é uma pergunta que toca bem no fundo do meu coração. Desde o momento em que pisei naquele skate pela primeira vez, soube que ele seria uma parte essencial da minha vida. O amor pelo skate sempre foi forte, e ele se tornou uma verdadeira paixão. Então, minha escolha foi clara: transformar o que amo em uma parte importante da minha vida, mas sem deixar de lado a diversão e a essência libertadora do skate. Não se trata apenas de uma profissão, mas de uma parte essencial da minha identidade.

Qual a sua visão sobre a atual geração do skate? Quais são os aspectos mais positivos e desafiadores que você enxerga nesse cenário?

A nova geração do skate é absolutamente incrível! Eles estão levando o skate brasileiro para o mundo, desbravando novas manobras e trazendo uma energia contagiante para o cenário. É maravilhoso ver como eles estão levando o esporte a patamares cada vez mais altos. E o mais legal é que essa expansão tem permitido que a periferia também tenha mais acesso ao skate, tornando-o mais inclusivo e abrindo portas para talentos que, de outra forma, poderiam passar despercebidos. No entanto, o desafio continua sendo a luta contra o estigma que alguns ainda têm em relação ao skate, mas tenho certeza de que a nova geração vai quebrar essas barreiras com ousadia e determinação.

Poderia compartilhar um pouco sobre como é o seu dia a dia envolvendo o skate, desde a preparação até a prática em si?

Ah, meu amigo, o skate se tornou muito mais do que apenas uma atividade esportiva para mim. Hoje, ele é minha terapia mental e física, minha fonte de equilíbrio em meio à agitação do dia a dia. Desde o momento em que acordo, meu pensamento já está no skate. Eu me preparo mentalmente para os desafios que enfrentarei nas manobras e para superar meus próprios limites. Cada dia é uma oportunidade de crescer, aprender e me divertir. E quando estou na pista, é como se todo o resto desaparecesse, é só eu e meu skate, em perfeita harmonia.

Conte-nos sobre uma viagem marcante que teve em sua carreira no skate e como essa experiência influenciou seu desenvolvimento no esporte.

Uma das viagens mais marcantes da minha carreira foi quando tive que abrir mão de um campeonato de skate por causa de um noivado. Foi uma decisão difícil, mas acreditei que o momento era importante para mim em um nível pessoal. Essa experiência me ensinou que o equilíbrio entre minha vida no skate e minha vida pessoal é essencial para o crescimento como skatista e como pessoa. Isso me fez perceber a importância de valorizar cada aspecto da minha vida e encontrar uma harmonia entre eles. E, apesar de ter sido uma escolha difícil, não me arrependo, pois fortaleceu meu vínculo com a minha paixão pelo skate e me tornou uma pessoa mais completa. Como estão sendo suas participações em campeonatos de skate Master atualmente?

O que ainda busca conquistar nesse âmbito?

Participar de campeonatos de skate Master tem sido uma experiência incrível! Além da oportunidade de reencontrar amigos de longa data e compartilhar risadas e histórias, também tenho a chance de me divertir ao máximo em cima do meu skate. O que busco nesse âmbito é manter a chama da paixão pelo skate sempre acesa, continuar evoluindo e me superando a cada competição. O objetivo não é apenas subir ao pódio, mas sim mostrar ao mundo a essência do skate, a adrenalina de cada manobra e o espírito de camaradagem que permeia a comunidade skatista.

Na sua opinião, como você enxerga a evolução do skate Master e seu impacto no cenário do skate em geral?

A evolução do skate Master tem sido extraordinária! É incrível ver skatistas mais experientes demonstrando manobras agressivas de alta performance, provando que a paixão pelo skate não tem idade. O impacto disso no cenário do skate é notável, pois quebra estereótipos e mostra que o skate é para todas as idades. Além disso, os campeonatos de skate Master ajudam a incentivar e manter o nível participativo de skatistas de todas as faixas etárias, criando um ambiente de aprendizado contínuo e inspiração mútua.

Quais são os patrocínios que têm sido fundamentais para impulsionar o seu skate e como você estabelece parcerias duradouras com eles?

Atualmente, não conto com patrocínios formais, mas posso dizer que isso nunca me impediu de continuar seguindo minha paixão pelo skate. Eu trabalho duro para manter meu skate vivo, porque o amor e a dedicação que tenho por esse esporte são maiores do que qualquer contrato de patrocínio. Acredito que, ao demonstrar meu comprometimento e minha paixão genuína pelo skate, posso atrair parcerias duradouras e autênticas no futuro. É tudo uma questão de manter a chama acesa e nunca desistir.

Existe algum tópico importante relacionado ao skate que ainda não discutimos e você gostaria de mencionar?

Claro! Um tópico que merece destaque é a importância de olharmos além dos grandes centros urbanos e valorizarmos o skate que acontece nas regiões mais afastadas, nas periferias e nos cantos mais remotos do país. Nessas áreas, existe uma cena skatista pulsante, repleta de talentos genuínos e histórias inspiradoras. É fundamental dar visibilidade a esses skatistas e apoiar o crescimento do skate em todas as suas formas, independente de onde aconteça. Isso é o que torna o skate uma cultura rica e diversificada, capaz de transformar vidas e impactar comunidades inteiras.

Para você, o que realmente significa ser um skatista? Quais valores e ideais estão associados a essa identidade? E se quiser, aproveite o espaço para expressar agradecimentos a quem te apoiou nessa jornada.

Ser um skatista vai além de apenas praticar um esporte. É uma identidade, uma forma de enxergar o mundo e se relacionar com ele. Para mim, ser skatista é ter coragem para enfrentar os desafios, superar as quedas e continuar buscando a evolução, mesmo diante das adversidades. É também ser autêntico, ser você mesmo e encontrar sua própria forma de se expressar através do skate. Valores como respeito, camaradagem e determinação estão profundamente associados a essa identidade.

E aproveitando o espaço, quero expressar meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que me apoiaram nessa jornada incrível. Primeiramente, agradeço a Deus, minha maior fonte de força e inspiração. Também sou imensamente grato à minha mãe, Maria José, e ao meu pai, José Lopes, por sempre me incentivarem e acreditarem no meu sonho. À minha esposa, Roberta Rodrigues, que é meu pilar de apoio e compreende minha paixão pelo skate. Agradeço também a todos os meus amigos e parceiros de skate, aqueles com quem dividi risadas, manobras e desafios. Um agradecimento especial ao Fadlo Skate Park e à Praça Brasil Itaquera Cohab 2, onde tudo começou para mim. E, por último, mas não menos importante, meu filho Pietro Rodrigues, que me acompanha nessa estrada e é minha inspiração diária. Todos vocês fazem parte do meu coração e me impulsionam a seguir em frente com meu skate, sempre buscando superar meus próprios limites e compartilhar essa paixão com o mundo. Muito obrigado!

FOTOGRÁFO: ARQUIVO PESSOAL

MANOBRA: 360 FLIP

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