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ANTÔNIO TONHÃO
19 ANOS DE IDADE, 2 ANOS E MEIO DE PATINETE, SÃO PAULO - (SP) PATINETE STREET BRASIL
FOTOGRAFO: MATHEUS - @MATHEUS_03M
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MANOBRA: INWARD uma pessoa, o importante é sempre persistir, o que não é uma tarefa fácil, você fica engessado, na cama, mas quando você lembra da sensação de andar, estar na pista com os amigos, te dá força para continuar.
Descreva como o patinete street surgiu como um esporte, desde a sua origem como um brinquedo até se tornar uma prática profissionalmente reconhecida. Como você vê o crescimento do esporte ao longo dos anos?
O patinete nasceu em 1960 nos EUA, Austrália e Europa, como um brinquedo. Apenas nos anos 2000, num movimento simultâneo nesses países, as pessoas levaram os patinetes para as pistas e começaram a praticar o freestyle. Demorou quase uma década para criarem uma marca de patinete de manobra. Hoje eu vejo que o esporte está muito mais consolidado, tendo campeonatos, federações e um mercado mais amplo pelo mundo. De qualquer forma, ainda temos um longo caminho a percorrer, o patinete ainda é um esporte muito novo.
Ao participar do seu primeiro campeonato nacional, qual foi a mistura de sentimentos que tomou conta de você? Como você se preparou mentalmente para enfrentar os desafios da competição e como foi a experiência de estar rodeado por atletas apaixonados pelo mesmo esporte?
No primeiro campeonato foi como se novas portas se abrissem, foi a primeira vez que eu andei com outras pessoas que tinham muito mais bagagem e conhecimento, todo mundo ali estava muito encantado com o que estava acontecendo. Nesse momento eu tive uma mudança muito grande, eu aprendi manobras muito complexas e eu tive vivências que mudaram meu jeito de ver o esporte, acho que eu, profissionalmente, fui mais rigoroso e levei mais a sério. Psicologicamente eu não estava nada preparado para o campeonato, foi apenas no ano seguinte (segundo campeonato) que eu consegui me preparar melhor, ter mais calma na hora da minha volta e pegar uma colocação na final.
Infelizmente, os atletas de patinete street ainda enfrentam preconceito nas pistas. Como você lida com essas situações e como a comunidade de praticantes tem se unido para combater esse estigma?
Acho que não tem um jeito certo de lidar, cada situação é diferente. Acho que é ter calma e entender que cada um tem sua visão de mundo. Acho que cada vez mais estamos conseguindo nosso espaço nas pistas.
Considerando a realidade do patinete no Brasil em comparação com outros países, como você enxerga o desenvolvimento do esporte por aqui? Quais são os principais desafios enfrentados pelos atletas e o que pode ser feito para impulsionar ainda mais o cenário nacional?
No Brasil, o preço do patinete ainda está muito mais alto do que lá fora, esse é o maior impasse que a gente tem, o mercado é muito estreito, não tem concorrência, e isso dificulta com que o esporte cresça. Para os atletas, faltam estrutura nas pistas, mas isso não é apenas com o patinete, mas com o skate, bike e outros.
A DOM Patinetes foi pioneira como a primeira marca de patinetes profissionais da América Latina. Como você descreveria a importância dessa marca para o esporte no Brasil e como ela tem contribuído para o crescimento da comunidade de patinete street?
A DOM está totalmente ligada ao desenvolvimento do esporte no Brasil, ela é a única marca nacional que existe. Além disso, ela incentiva os praticantes do esporte, realiza campeonatos, ajuda os atletas e coloca o Brasil no cenário internacional. Nos últimos 5 anos, a DOM tem sido fundamental para impulsionar o patinete no Brasil. Sou muito grato à DOM, pois eles me incentivaram e provavelmente foi por causa deles que continuo no esporte. Eles me deram espaço para crescer profissionalmente, me incentivaram a dar aulas e, obviamente, trouxeram mais interesse pelo esporte.
No seu percurso como atleta, você passou por momentos marcantes. Conte-nos sobre aquele momento em que percebeu que o patinete não era apenas um esporte, mas sim uma verdadeira família e uma forma de expressão e conexão com outras pessoas apaixonadas pelo mesmo estilo de vida. Acho que foi quando o grupo D'RUA se formou. Esse grupo é formado por pessoas de vários lugares do Brasil. Nós nos unimos pelo único fato de compartilharmos a mesma paixão: o patinete. Mesmo com as diferenças que tínhamos, conseguimos criar um laço muito forte de companheirismo e parceria. Nesse momento, eu percebi que não se trata apenas de um esporte, mas sim de uma família.
Como é para você ser patrocinado pela DOM Patinetes? Como esse apoio tem impactado positivamente a sua carreira no esporte e o que representa para você fazer parte dessa família de atletas?
Ter um apoio muda muito a sua visão sobre o esporte, isso gera muito mais confiança, entrega e comprometimento. Fazer parte do time DOM é estar em constante movimento, você está comprometido a gravar vídeos, participar de eventos e estar mais envolvido na cena. Além do suporte financeiro, que me deu muito suporte, estar patrocinado pela DOM representa um reconhecimento do meu trabalho e um estímulo para buscar novos desafios e evoluir ainda mais como atleta. Fazer parte dessa família de atletas é uma honra para mim.
Como você vê a questão da elitização do esporte no Brasil? Quais são os desafios enfrentados pelos praticantes de patinete street em relação ao acesso a equipamentos e recursos necessários para evoluir no esporte? O que pode ser feito para tornar o patinete mais acessível e inclusivo?
Como eu já mencionei anteriormente, a realidade no Brasil é muito diferente, tanto pelo mercado quanto pela estrutura. Mesmo que o patinete não seja um esporte elitizado, por se tratar de um esporte de rua, aqui ele se torna inacessível para muitas pessoas. O preço dos equipamentos ainda é muito alto e a falta de concorrência dificulta a democratização do esporte. Para tornar o patinete mais acessível e inclusivo, seria necessário o apoio governamental, com incentivos e políticas públicas voltadas para o esporte. Além disso, é importante investir em infraestrutura, com a construção de mais pistas e espaços adequados para a prática do patinete.
Quais são os seus objetivos futuros no patinete street e como você planeja alcançá-los? Como você enxerga o seu papel na disseminação desse esporte e na inspiração de novos praticantes?
Como professor, consegui iniciar muitas crianças no esporte. Para mim, as crianças são o futuro, principalmente porque elas têm grande admiração pelo patinete, é algo que as encanta. Meus objetivos futuros no patinete street são continuar evoluindo como atleta, participar de mais competições e buscar patrocínios que me proporcionem mais oportunidades de crescimento. Além disso, pretendo continuar inspirando e motivando novos praticantes, compartilhando minha paixão pelo esporte e mostrando os benefícios que ele pode trazer para a vida das pessoas.
Como o patinete street transformou a sua vida de uma forma além do esporte em si? Quais são os valores e lições que você aprendeu por meio dessa prática e como eles se refletem em outras áreas da sua vida?
Quando comecei a andar de patinete, uma das primeiras coisas que fiz foi gravar vídeos mostrando meus treinos, e isso despertou minha vocação profissional. Sempre gravei e editei tudo sozinho, e com o tempo fui criando muito interesse pela área audiovisual. Hoje, estou cursando graduação em Audiovisual, e isso foi uma consequência direta do meu envolvimento com o patinete. Além disso, o patinete me ensinou que a prática é o caminho para aprender algo, que é necessário persistir para se aperfeiçoar. Esses valores e lições se refletem em outras áreas da minha vida, como a busca pela excelência, o comprometimento com meus objetivos e a determinação para superar desafios.
Tonhão, como está sendo a experiência de realizar um sonho ao ser destaque na primeira edição da revista de esportes radicais "DECCS Magazine" Edição de Patinete, e como você acha que essa exposição pode impulsionar sua carreira como atleta de patinete?
Estou muito lisonjeado de ter a oportunidade de fazer parte da primeira edição de patinete da DECCS Magazine. Além disso, acho que essa é uma grande oportunidade para o esporte crescer e conquistar novos participantes. Essa exposição pode me ajudar a ser reconhecido por outros atletas e até mesmo conseguir mais espaço nas pistas. Mas eu acredito que isso vai muito além de mim, essa é uma oportunidade para o cenário do patinete como um todo.
Para encerrar, deixe uma mensagem inspiradora para os leitores que estão se interessando pelo patinete street e sonham em se tornar atletas assim como você. O que você diria para motiválos a perseguir os seus sonhos e acreditar no poder transformador do esporte em suas vidas?
Eu diria que é uma jornada difícil, árdua, mas que traz uma recompensa muito grande. O patinete não é apenas um esporte, ele se torna um estilo de vida para quem procura. Ele me trouxe coisas muito além do que eu poderia imaginar quando entrei nesse universo, me trouxe uma família com muitos irmãos espalhados por todo Brasil. Portanto, se