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PEDRO MENIN

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ANTÔNIO TONHÃO

ANTÔNIO TONHÃO

21 ANOS, 10 ANOS DE PATINETE, PASSO FUNDO – (RS) / @PEDROMENIN.COM.BR

Como você se interessou pelo patinete? O que o levou a começar a praticar esse esporte?

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Desde pequeno andava de bicicleta, depois iniciei no BMX quando tinha uns 10 anos (2012). Naquela época, por meio do YouTube, comecei a consumir conteúdo de esportes radicais e tive o primeiro contato com o Scooter Freestyle. Demonstrando interesse, mas sem acesso aos patinetes que via nas telas, ganhei dos meus pais um patinete de marca genérica que aumentou meu interesse pelo esporte.

Conte-nos sobre um lugar especial onde você gosta de andar de patinete. Quais são as características desse lugar que o tornam tão especial para você?

Particularmente, eu gosto muito de andar na rua, o street sempre foi minha paixão. Encontrar um local simples, com alguns degraus e rampas, e criar uma linha é algo que não tem preço para mim. O que torna a rua especial é o fator surpresa, qualquer lugar pode ser um bom "spot", permitindo que eu crie minha própria arte.

Qual é a manobra mais difícil que você já executou com sucesso? Como você se sentiu quando finalmente a completou? Com certeza, foi a última "best trick" do nacional de 2022. Eu já estava exausto, depois de um dia inteiro na pista, com o sol forte e fim de tarde. Mesmo assim, consegui acertar um "downside 360" com as últimas forças. Quando vi que aterrissei a manobra alinhado, senti como se um peso tivesse saído das minhas costas. Pulei do patinete e fui comemorar com a galera na hora.

Ser um atleta iniciante pode ser desafiador. Você tem algum apoio ou mentor que o ajuda a superar os obstáculos? Como essa pessoa ou grupo de pessoas influenciou sua jornada como atleta de patinete?

Sempre tive tendência autodidata, então aprendi me autodisciplinando, mas nunca faltou apoio dos meus amigos e família. Boas companhias e bases fortes ajudaram na estrutura da minha formação como pessoa. Recebi incentivo dos meus próximos, e a persistência e o amor pelo hobby geraram bons resultados. Patrocínio é algo importante para muitos atletas. Você já recebeu algum tipo de apoio de patrocinadores? Como isso impactou sua carreira até agora?

Apoio somente de premiações de campeonatos; nunca tive o privilégio de ter patrocínio, sempre arquei com todos os gastos. Não digo que impactou negativamente, mas no nosso país, o incentivo e investimento ao esporte são fracos e preconceituosos. Com certeza, é necessário mais apoio para todos os atletas.

Como sua família reage ao seu envolvimento com o patinete? Eles são solidários e encorajadores?

Eles apoiam e incentivam, nunca me limitaram em nada com relação à prática esportiva, seja qual for.

Quais são suas metas e aspirações como atleta de patinete? Onde você se vê daqui a cinco anos?

Almejo um dia conseguir andar em Barcelona, e se em 5 anos eu não tiver ido até lá, quero já estar com os planos organizados (risos).

Você já participou de alguma competição? Se sim, qual foi a experiência mais memorável que você teve até agora?

Resposta: Participei somente de uma competição, que foi o campeonato nacional de scooter freestyle 2022, onde competi na categoria iniciante e me tornei campeão. Essa experiência com certeza vai ficar na memória para sempre.

Além do patinete, você pratica outros esportes? Eles têm alguma influência na sua abordagem ao patinete?

Resposta: Como citei acima, tenho a base do BMX, mas não pratico mais. Já andei de skate, mas parei, sendo o patinete minha única prática esportiva. Com certeza, as experiências com esportes radicais agregam na bagagem para a prática de outros, somando habilidades como centro de gravidade, giro, equilíbrio, motricidade, entre outros.

Por fim, que conselho você daria para outros atletas iniciantes de patinete que desejam seguir seus passos?

Resposta: Eu acredito em desenvolvimento pessoal. Claro que me inspiro em atletas de alto desempenho, mas sempre busquei meus métodos, minhas técnicas e a maneira que melhor me adapto à manobra, buscando sempre um flow interessante e prazeroso de executar. Meu conselho para os iniciantes é serem resolutos, usem uma base, façam do seu jeito e a evoluam, quem sabe vocês não criam uma técnica ou manobra nova? O freestyle é isso.

FOTÓGRAFO: LAURA MINOZZO - @LAURAMINOZZO MANOBRA: DOWNSIDE

Como você descobriu sua paixão pelo patinete e o que te motivou a se tornar um atleta profissional nesse esporte?

Primeiramente, obrigado pelo convite. É gratificante ver o esporte tomando novas proporções. Tudo começou em 2009, quando eu e o Bruno morávamos em Concórdia, SC, praticando parkour. Frequentemente, íamos a uma pista de skate local. Em um desses dias, tivemos a brilhante ideia de fazer parkour com um patinete de alumínio, aquele clássico patinete infantil prateado que dobrava. Começamos a saltar alguns meios-fios, degraus, gaps, e os saltos no quarter da pista já nos divertiam bastante. A partir daí, começamos a buscar vídeos de patinete no YouTube, manobras de patinete, mas sem muito sucesso, até que encontramos um vídeo de um rider australiano chamado Coedie Donovan. Esse vídeo nos mostrou o que era possível fazer com o patinete, desde virar backflips até descer corrimões gigantes e fazer aéreos muito altos, tudo isso com os patinetes infantis. Ficamos impressionados com o que ele fazia. Após assistir aos vídeos e descobrir que esse esporte se chamava "scooter freestyle", nos apaixonamos pelas manobras inovadoras. Começamos a buscar tudo sobre essa cultura, esse novo esporte que estava surgindo, acompanhando o desenvolvimento da engenharia do patinete, novas marcas surgindo e novas manobras sendo inventadas. Uma pergunta surgia em nossa mente: "por que no Brasil ainda não existem pessoas praticando este esporte?". Assim, surgiu um grande sonho: mostrar para as pessoas esse incrível esporte e mostrar ao mundo que aqui no Brasil também temos talento no patinete freestyle!

Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao longo de sua jornada como atleta profissional de patinete e como você os superou?

Além da falta de estrutura em nosso skatepark local, também não tínhamos peças para a prática do esporte. Quando alguma peça quebrava, passávamos meses, ou até anos, sem poder andar. A partir de 2013, começamos a ter acesso a patinetes que não dobravam e sem regulagem da altura do guidão, tornandoos mais rígidos e resistentes para aguentar os fortes impactos. Porém, as peças que recebíamos ainda não eram as melhores do mercado; eram peças ultrapassadas que não eram mais vendidas em outros países, mas que eram enviadas para o Brasil. Com o passar do tempo, já não encontrávamos mais patinetes à venda, e o esporte passou por um período de certo apagamento. Então, eu, o Emerson e o Bruno nos unimos na missão de propagar o esporte no Brasil e trazer o que há de mais atual e tecnológico para o cenário do patinete freestyle, apoiando antigos atletas e dando suporte à nova geração. Assim, nasceu a DOM Patinetes, a primeira marca de patinetes profissionais da América do Sul.

Agora, vamos explorar um pouco mais sobre a sua experiência e os lugares onde você já praticou. Quais são os lugares mais extraordinários que você já teve a oportunidade de explorar e praticar patinete? Existe algum local em particular que você sonha em conhecer e andar de patinete?

Lugares que me marcaram muito foram as viagens ao Uruguai e à Argentina. Foram dias de muitas vivências, conhecendo novos países, outras culturas e pessoas que compartilham dessa mesma paixão pelo esporte. Sim, tenho o sonho de andar pelos picos clássicos de Barcelona (BCN).

Você já participou de competições ou eventos relacionados ao patinete? Se sim, poderia contar-nos sobre alguma experiência marcante?

Minha experiência mais marcante foi ter participado do World Skate Games em 2022, na Argentina, onde fiquei em 14º colocado no campeonato mundial de patinete na categoria street pro. Mas o que me deixou ainda mais feliz foi ter levado o Brasil pela primeira vez a ter representatividade em um evento internacional. Fazer parte da primeira seleção brasileira de patinete da história, no meio das lendas do esporte, junto com os melhores riders do planeta, ouvir o locutor anunciando "Rider brasileiro, representando a DOM Patinetes", e ver a bandeira do Brasil no telão, com certeza foi um grande sonho realizado.

Além das manobras mais técnicas, qual é a manobra que você considera a mais emocionante e que proporciona uma experiência única ao praticar patinete?

São tantas experiências emocionantes que o patinete proporciona. Uma delas, em particular, é aquele momento que bate aquele frio na barriga antes de descer um corrimão, aquele momento de muito foco e superação, e depois ouvir a galera comemorando junto com você a manobra. Uma experiência única.

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