DeepArt nº10

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Revista Mensal Gratuita - DeepArt - NĂşmero 10 - Maio de 2013


FICHA TÉCNICA Direção Inês Ferreira Tel: 966 467 842 direcao@deepart.pt Editor-in-chief Tiago Costa Tel: 965 265 075 direcao@deepart.pt

Revista Mensal Gratuita - Nº 10 - Maio de 2013

Photographer - Tiago Costa Model - Milena Cardoso @ Elite Lisbon Hair & Make Up - Wellington de Oliveira

Diretora de Comunicação Maria João Simões comunicacao@deepart.pt

Site www.deepart.pt

Design Gráfico e Direção Criativa Inês Ferreira design@deepart.pt

facebook.com/deepartmagazine

Fotografia e Pós-Produção Tiago Costa fotografia@deepart.pt Colaboradores Vanessa da Trindade - Rita Trindade Joana Domingues - Ágata C. Pinho Rita Chuva - Rita Reis - C.Jacob - Pedro Carvalho - Vítor Marques - Nervos - Rui Zilhão - Sandra Roda - André Albuquerque - Filipa Araújo - Pedro Barão Colaborações Especiais Milena Cardoso @ Elite Lisbon - Wellington de Oliveira - Carla Pires - Diogo Cerejeira @ Central Models - Catarina Ferreira Pinto - João Paulo - Elena @ Just - Marta Teixeira - Sara Fonseca Cátia Mourão Monteiro - Pedro Soares

Para outros assuntos: geral@deepart.pt Propriedade Inês Ferreira Periodicidade Mensal Contribuinte 244866430 Sede de redação Rua Manuel Henrique, nº49, r/c, dto., 2645-056 Alcabideche Inscrição na ERC 126272

É proibido reproduzir total ou parcialmente o conteúdo desta publicação sem a autorização expressa por escrito do editor.


IMPONÊNCIA O nosso cérebro enche-se de preconceitos quando ouvimos a palavra “imponência”. Somos remetidos para uma sensação de desconforto, quase como se a palavra nos desferisse um golpe em ataque por razão alguma. O problema é que esta palavra está diretamente relacionada na nossa cabeça com arrogância, altivez e tantas outras coisas desagradáveis. No entanto, preconceitos à parte e refletindo friamente sobre este conceito, chegamos à conclusão de que a imponência vai muito além do anteriormente descrito. Ser imponente é muitas vezes marcar a diferença do comum! A imponência passa quase por um modo de estar, próprio de pessoas descomplexadas e de bem com a vida, e que por isso mesmo, se distingue de tantas outras cujos olhos se “prendem constantemente ao chão”, por medo ou vergonha de “enfrentar” os outros e algumas situações. A imponência apresenta-se sob várias formas aos nossos olhos, como por exemplo através de uma pessoa que aparenta ter um ar imponente ou altivo, mas que nem por isso terá de ser uma pessoa pre-

tensiosa. Esta pode ser apenas a primeira imagem que retemos dessa pessoa, mas pessoalmente falando, vale muito a pena ver para além do primeiro plano! Perante determinadas situações a imponência pode também ser confundida com arrogânica. No entanto, uma pessoa imponente que se apresente numa reunião ou mesmo numa mera entrevista de trabalho, não tem necessariamente de afrontar quem à sua frente se encontra. Poderá muitas vezes ganhar pontos com esta aparência, por uma simples demonstração de segurança. Deixemo-nos de preconceitos e passemos também a marcar a diferença no meio da multidão! Esta edição talvez lhe transmita uma nova forma de pensar, se este for o seu caso em relação ao tema. Apresentamos um espaço imponente e despretensioso, editoriais de moda em que a imponência vem de braço dado com a confiança e pose dos modelos, produtos imponentes, que vivem também num ambiente despretensioso, entre muitas outras coisas! Afinal de contas, a imponência é mais do que um primeiro olhar sobre um aspeto. Boa leitura!


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Must Have: - Acessórios Color Block Tendência - Grunge Tendência - Red Lips Tendência - Sweet Home Tendência - White Is The New Black

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E D I T O R I A L

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- Leonor Poeiras - Natália Gromicho - Sílvia Rizzo

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Editorial de Produto Esculturas - & Esculturas MyDeer - Celebrar a Vida Em Torno do Trono - do Design Português

L I F E S T Y L E 7 7 8 8 8 8 9 9 9 1

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- Editorial de moda - Being Gorgeous - Editorial de moda - Outsider - Editorial de moda - In Technicolor

G O O D I E S 6 6 6 7

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Marina Elali - A Diva Pop do Brasil JG_Flat - Braga - Empreendimento Domus Qualitas, 2010 Surveillance - Pleno Shamancore Coisas de Que Preciso e Que Não Preciso - by Sandra Roda East Side Gallery EmCara PRO - Architects Terry Gilliam - Tideland Cartel - Saboia Viseu - A terra de Viriato


TEMA - A PrimaVera Indie

ARTISTA - Gemeniano Cruz

SITE - www.behance.net/gemenianocruz


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Must Have: Acessórios Por Rita Reis

Com o tempo quente os padrões coloridos e as peças irreverentes saltam do armário. No que toca a acessórios de forma transversal há autênticas obras de arte. Está na altura de puxar o cabelo para trás e divertir-se com um par de brincos. E quanto maiores melhor. Dê lugar de destaque aos brincos e use-os como acessório único, usando peças coloridas com pedras preciosas e de preferência com proporções gigantescas. Contraste com looks mais simples, de preferência com o pescoço destapado, e nunca combinados com outro acessório. Grandes marcas como a Givenchy trouxeram jóias igualmente grandes, coloridas e trabalhadas, mas estilizadas de uma forma mais discreta. Se optar por uma silhueta mais descontraída com peças masculinas, os acessórios darão um toque de feminino ao seu look.

Foto: Michael Kors

No que toca a malas, esse elemento inseparável para o quotidiano, não há regras, petit, midi ou large, todos os modelos são atuais e a escolha recai no momento e na combinação do outfit. Para os pezinhos, os lookbooks das marcas apresentam opções bem coloridas. Desde os oxfords para um dia mais formal, aos saltos altos com um estilo bem colourful e a chamar bem cedo o tempo quente. Para além destes modelos, os slippers vieram para ficar e são provavelmente a opção mais prática para os dias de trabalho. Para os fins-de-semana passados à beira-mar as alpercatas são a escolha perfeita.


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Chapéu de palha, Bimba&Lola.

Colar modelo GOLDA, Shourouk.

Colar em acrílico, WHITTLE.

Brincos, Parfois.

Pulseira, Parfois. A destacar o que temos de melhor a nível nacional no que toca a acessórios. As peças criativas com um design único da WHITTLE. As cores neóns e quentes dominam e fazem lembrar os festivais de Verão. A Manjerica para esta estação também apresentou uma coleção com uma paleta cromática variada. As formas clássicas e as peles com texturas de cobra e lagarto transmitem a qualidade deste produto com assinatura portuguesa. Siga o seu instinto e invista em cores vibrantes e luxuosas para encher de luz a sua vida!

Mala modelo Gabi, Manjerica.


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Color Block

Fotos: http://www.style.com/

Por VĂ­tor Marques ourworldourstyle.blogspot.pt


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Fotos: http://www.style.com/

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Aqueles que julgavam que ainda havia restrições ao uso de cor no vestuário masculino, estão redondamente enganados! O homem dito moderno pode e deve apostar no uso de cor para o Verão que se aproxima! O Color Block, literalmente blocos de cor, consiste no uso de peças com cores fortes, sem padrões e que conjugadas formam um look harmonioso. Mas vá com calma, não queremos que se pareça com um arco-íris! Portanto na altura de escolher as peças certas recorra ao bom senso. Comece por criar looks com duas

ou três (máximo) cores fortes. Lembre-se que está no Verão e não precisa de muitas peças de roupa. Comece por uma t-shirt com uma cor garrida, uma que o faça sentir bem, conjugue-a com uns calções ou calças numa outra cor, que fique bem com a parte de cima. Pode optar por um calçado mais neutro ou um com uma cor diferente! Pode também começar ao contrário, começando o coordenado com uns sapatos como peça chave! Se não é fã de misturar muitas cores, pode sempre optar por um look monocromático! Muitos designers internacionais estão a optar por criar fatos com cores que fujam ao tradicional.


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Foto: Saymyname - foto Rui Vasco

GRUNGE

Casaco, €970, Philip Lim em otteny.com. Blusão em cabedal, €149, H&M.

Capa para telemóvel, €11, em www.cincostore.com.

Bolsa, preço sob consulta, APC em www. apc.fr. Anel Neon Flower, preço sob consulta, Mawi.

Corpete Delirium, €22,99, Mango.

Leggings Bieleur, €22,99, Mango.

T-shirt, €15, Authentic Wear. Verniz Black Satin, €22,34, Chanel.

Coleira, €23,90, Puppia em www.dogswish.pt.

Botins rasos, €89,95, Zara. Por Rita Reis


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Foto: Alina Tanasa - fotografia Josefina Adrés

RED LIPS

Mocassins, €128, Bimba&Lola. Casaco, €69,99, Blanco.

Baton Rouge Diorific, €33, Christian Dior.

Bolsa, €49, Carmo X Poise em www.bypoise.pt.

Colar Pirâmide, preço sob consulta, Mawi.

Garrafa de água 385ml, €9,99, Bobble.

Mala, €95, Manjerica. Máquina fotográfica, €1890, Leica.

Saia, €35, em monki.com. Por Rita Reis


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Foto: Composição da &tradition

SWEET HOME Almofada, preço sob consulta, em www. jonathanadler.com.

Objeto decorativo, €201,72, Vitra.

Cadeira, preço sob consulta, GUD Conspiracy.

Bancos, preço sob consulta, Varas Verdes em www.varasverdes.com.

Bases para copos, €50,31, em www. jonathanadler.com.

Relógio Sunburst, €314,88, Vitra.

Tapete, preço sob consulta, na Catarino home.interior.

Puxadores Jade, €3,99, Zara Home.

Poltrona, €3991, em www.yoox.com.

Travessas, preço sob consulta, Bordallo Pinheiro.

Cabides, €9,99, Zara Home.

Por Rita Reis


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Foto: Saymyname Look Book

WHITE IS THE NEW BLACK

Máquina fotográfica, desde €400, Samsung.

Blusa, €234, Patrizia Pepe. Ténis, €80, Converse All Star. Óculos de Sol, €79,95, Uterqüe.

Bolsa, preço sob consulta, Maison Martin Margiela em www.net-a-porter.com. Capa para iPhone, €22,30, em www. shopbop.com.

Jarro 2l, €19,99, Bobble. Sandálias APPEAL120, €149,80, Cubanas Shoes. Relógio, €60, Swatch.

Calças, €39,95, H&M.

Vestido, €99, Cos. Por Rita Reis


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POEIRAS Dinâmica e irreverente, Leonor Poeiras adora conduzir programas de entretenimento onde se sente verdadeiramente feliz e realizada. Por Inês Ferreira


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Foto: Tiago Costa


Foto: Tiago Costa

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DeepArt: Como se “desenrolou” a tua carreira desde que terminaste a tua formação? Leonor Poeiras: Eu tirei o curso na Católica e na altura a faculdade tinha um protocolo com vários órgãos de comunicação social e a TVI era um deles. Eu inscrevi-me no estágio da TVI, estagiei 6 meses e depois fui contratada. Trabalhei um ano como jornalista e cheguei a fazer grandes reportagens. Comecei na editoria de economia, depois passei para sociedade e ainda para reportagens e ao fim de um ano fui chamada para fazer um casting para entretenimento. DA: Tendo tu começado num programa tão intenso como o “Fear Factor”, sentes que fez com que lidasses mais facilmente com outros tipos de programas? LP: Não. Sinto é que tive uma sorte extraordinária porque a minha estreia no entretenimento foi numa grande produção, o que cada dia existe menos. Trabalhava com uma equipa técnica de 150 pessoas neste programa, com duplos, enfermeiros, bombeiros, uma equipa de arte que decorava o espaço exterior, entre outros. Foi todo gravado na Argentina, e fiquei fascinada, com um certo deslumbramento muito saudável, porque me sinto mais feliz naquele tipo de trabalho, mais espontâneo e menos formal. Sinto que comecei em grande, o que me entusiasmou de tal maneira, que tive a certeza de que queria continuar neste tipo de trabalho, que me preenche bastante. DA: Especula-se muito sobre o fim do contrato de exclusividade com a TVI. A tua vida mudou muito desde aí? LP: Não. Eu trabalho há 10 anos e estive 8 deles a trabalhar a recibos verdes e com contrato na TVI tenho apenas 2 anos. Há de facto um desvínculo o que é inevitável dada a situação financeira do país, mas não me sinto prejudicada por causa disso. A diferença é que agora estou disponível para trabalhar em qualquer lado e abraçar qualquer projeto. Eu compreendo e não foi pessoal, a TVI não me odeia nem está descontente com o meu trabalho. Simplesmente não dá para renovar o contrato de exclusividade. Não me assusta, até porque tenho uma grande confiança na minha capacidade de trabalho e sou muito criativa, com milhentas ideias para desenvolver e nunca hei-de estar parada. Agora que não estou no regime em que estava diariamente na tv generalista há três meses, tenho estado a aproveitar para fazer muitas outras coisas e a desenvolver outros trabalhos que são hobbies, que me dão imenso prazer, como por exemplo um curso de aguarela que fiz agora.

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DA: Que tipo de programas preferes apresentar e em que tipo de registo te enquadras melhor? LP: O meu registo é o de entretenimento. A minha mais valia em televisão não é desenvolver histórias tristes ou pesadas, porque a minha cara não transmite essa sensação. Até agora gostei de tudo o que fiz e senti-me sempre melhor no registo mais informal e prefiro esse meu registo porque quando estou descontraída sinto-me em casa e tudo flui com enorme naturalidade. Mas os programas que eu gostaria realmente de fazer são os “talent shows”, que ainda não fiz. São familiares, grandes, mais artísticos, envolvendo música ou algum talento escondido e onde revejo toda a minha criatividade e lado artístico, muito presentes no meu dia-a-dia. DA: Sentes que o facto de teres apresentado reality shows criou algum tipo de estigma em relação à tua carreira como apresentadora? LP: Pelo contrário. Acho que demonstra a minha versatilidade. Não são todos os profissionais de televisão com apenas 10 anos de experiência, que podem dizer que já fizeram variadíssimos formatos. E eu tenho a sorte de já ter apresentado vários géneros de programa: doc reality, call tv, concursos, daytime, factual tv e também reality tv. Acho que está na hora de se perder o preconceito em relação a esses programas. Tenho os meus formatos preferidos naturalmente. Fico muito aborrecida quando me dizem na rua que eu mereço melhor que um reality show. O público tem de perceber que eu aceito o que quero e só aceito ser apresentadora de algum programa se para mim isso fizer sentido. E enquanto profissional de TV para mim faz todo o sentido estar por dentro do maior número de formatos. O meu trabalho é uma aprendizagem constante. Eu sou muito curiosa, interessada, adoro conhecer tudo e todos e sendo assim, óbvio que os realitys que apresentei me tornaram ainda mais completa profissionalmente, porque ao experimentares um novo formato, ao fazeres essa entrega e perceberes que no fim tudo correu muito bem… ficas com a sensação de dever cumprido. Não tenho qualquer tipo de preconceito em relação à minha profissão. E se há algum apresentador assim, não vai durar muito certamente. A dádiva do nosso trabalho passa por aqui também. Crescer, explorar, ir em frente. Sou muito grata à TVI por nestes 10 anos me ter dado oportunidade de experimentar tantos formatos e programas.


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DA: Já tiveste alguma situação caricata num direto? LP: Num concurso de pergunta-resposta, a concorrente falhou e deve ter dito uns 2 ou 3 palavrões dos grandes… e ainda deu um murro na mesa. DA: Como te sentiste no programa “Agora é que Conta”, em que além de apresentares também ajudavas a pagar as contas às pessoas? LP: O “Agora é que Conta” foi um programa muito especial para mim. Eu gostei muito de o apresentar, pedi uma série de introduções para ficar mais ao meu estilo e a TVI aceitou todas. Pedi para porem um dj e para mudarem os jogos, (para fazerem jogos mais físicos); fizeram tudo o que eu pedi e fiquei mesmo satisfeita. Uma alegria trabalhar numa equipa e todos darem ideias! Esse programa “enchia-me as medidas”. Fiquei surpreendida porque paguei contas a vários tipos de pessoas, desde médicos, a engenheiros, a pessoas desempregadas. Paguei também muitas propinas, livros da escola, compras de supermercado, o que me sensibilizou bastante porque vi de perto uma realidade que não via todos os dias e também porque criei com aquelas pessoas uma cumplicidade muito grande, porque sei que naquela hora e meia elas estão muito divertidas e isso é o que me “alimenta”. Recebo muito feedback através da internet e por cartas, e sei que em cada programa que faço há alguém que fica melhor, que é o que me preenche e é por isso que tenho esta paixão imensa, que não esmorece. É um grande privilégio poder interferir na vida de alguém que nem sequer se conhece. DA: Qual foi a conta mais estranha que te pediram que pagasses? LP: Foi uma conta que eu nem queria pagar. Uma rapariga chegou lá com uma conta de um computador que se partiu. Eu perguntei como se tinha partido o computador e ela disse que o namorado se tinha chateado com ela e tinha atirado com o computador contra a parede. Acho surreal. As pessoas é que disseram para eu pagar e eu disse para ela dar um “corretivo” no namorado porque aquilo não se faz. DA: Qual é a melhor recordação de trabalhar com a Júlia Pinheiro no programa “Diário da Manhã”? LP: A melhor recordação nem é à frente das câmaras, mas sim atrás delas. Esse ano foi uma grande escola. O “Diário da Manhã” foi o meu primeiro trabalho na informação já contratada, e a parte boa foi ter tido 2 professores, a Júlia e o Henrique Garcia, que me ajudaram bastante. Disseram-me imensas coisas e foi uma grande

sorte porque eram como professores privados. Eu podia dirigir-me a eles à hora que quisesse. Da Júlia aquilo de que guardo mais saudades é de poder ir ter com ela ao seu gabinete, o que era muito reconfortante. Acabou por se tornar numa “sala de conselhos”. Neste meio tens de ouvir, assimilar e perceber, e ter uma pessoa com tantos anos de experiência, completamente profissional nesta área, ao teu lado é um privilégio. DA: Ao lado de quem gostarias de apresentar um programa? LP: Eu gosto muito de trabalhar em duplas e de fazer uma dupla com um homem, porque gosto muito do jogo entre homem e mulher. Fiz com o José Carlos Araújo o “Fear Factor”, fiz com o Pedro Granger os diários do “Secret Story” que funcionavam muito bem porque temos uma linguagem muito semelhante, rimo-nos das mesmas coisas e já éramos amigos. Fiz ainda dupla com o Nuno Eiró, que funciona muito bem em televisão e que o público adora. Eu gostava muito de apresentar um programa com um comediante! Alguém que desconstruísse um trabalho de apresentador, ou seja, uma dupla em que eu conduzisse o programa e o outro destabilizasse, alguém que não estivesse muito preocupado com a parte técnica. Acima de tudo, a dupla perfeita é alguém diferente de mim para que haja algo enriquecedor na nossa união. DA: Próximos projetos para este ano... LP: Estou a gravar um programa piloto com a produtora Shine Ibéria, que será mostrado internacionalmente, a várias estações de televisão e produtoras para ser comprado e executado nesses países ou em Portugal. Este piloto assenta-me que nem uma luva, muito interessante e cada dia de gravação aprendo muito, conheço pessoas e histórias de vida incríveis. Na televisão estou com o programa “Vídeo Pop” no +TVI e com as repetições do Perdidos na Tribo. E no início do Verão, vou participar numa exposição de fotografia da querida e sensível fotógrafa Isabel Zuzarte. Ela pediu-me para fazer uma instalação na sala onde as fotografias vão ser expostas. Será no Conservatório de Lisboa e estou muito entusiasmada e já a trabalhar neste projeto. Tenho dois meses para ter tudo pronto.


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Foto: Tiago Costa


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NATÁLIA

GROMICH Natália Gromicho expôs recentemente a sua pintura no Adelaide Fringe Festival, experiência muito rica em vários aspetos e que lhe proporcionou várias oportunidades no mundo artístico. Por Inês Ferreira


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Foto: Tiago Costa


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“Hermafrodita” - 100x80cm - Óleo sobre tela


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DeepArt: Sabendo que estudaste na Faculdade de Belas Artes e no Ar.Co, sentes que há perspetivas diferentes sobre arte entre as duas escolas? Natália Gromicho: Sim, há perspetivas diferentes. O Ar.Co deixa-te mais à vontade e dá-te mais liberdade, sem te condicionar, enquanto que nas Belas Artes tens uma formação mais clássica e rigorosa nesse sentido. DA: Como começou a tua paixão pela pintura? NG: Começou de um modo engraçado! Eu encontrei por acaso perto do caixote do lixo, uma tábua de madeira nova, que me levou a pensar que se poderia tornar interessante se eu a transformasse num quadro. Fui então comprar tintas e pincéis e pintei o meu primeiro quadro nessa tábua de madeira. Já passaram mais de vinte anos e o quadro acabou por se perder. DA: Ao ver a evolução das tuas obras ao longo dos anos, percebe-se que houve a passagem de um certo surrealismo para um expressionismo quase abstrato. São estilos de arte para ti complementares? NG: Sim, de facto acontece uma evolução, passando de um para o outro. Primeiro comecei com um estilo um pouco “mais certinho” e com um desenho mais cuidado e parti depois para a desconstrução e transformei-o em algo diferente e menos pormenorizado. DA: Quais são as tuas referências na pintura? NG: As minhas referências são o Pablo Picasso, que é o meu pintor preferido. Gosto também bastante do Gustav Klimt e do Van Gogh. Já fui aos museus de ambos e viajo bastante para ver toda a sua obra. Os clássicos são muito bons como fonte, para criar uma nova abordagem do que pensaram, dando-lhes um cunho pessoal. DA: Qual foi até hoje, o teu quadro com mais sucesso junto do público? NG: O mais bem sucedido foi o “Hermafrodita”, que vai agora para Sidney. Foi o quadro mais impresso em catálogos e lonas.

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DA: Estando as tuas obras em vários países, sentes que fora de Portugal a arte é “bem tratada”/acolhida? NG: No estrangeiro há uma perceção da arte como ela é e dão-lhe bastante valor. Eu costumo fazer t-shirts pintadas à mão, que considero obras de arte porque são únicas e vou vender para a Feira da Ladra, onde tenho todo o “mundo”, sem precisar de viajar. Há muitos estrangeiros que me compram t-shirts porque não têm dinheiro para os quadros e a t-shirt vai assinada com a mesma assinatura e é tratada como uma obra de arte! Apesar de tudo, penso que em Portugal é onde tenho uma melhor receção da minha obra. As pessoas que me convidam fazem mesmo questão de que esteja presente, investindo do pouco que têm atualmente, das verbas da autarquia. Pagam tudo o que eu peço. Investem em cartazes, publicidade e lonas e sou sempre bem recebida em Portugal inteiro. Não passa muito pelas vendas, mas pela receção, pelo valor que dão e pelo respeito. DA: Qual foi a sensação de teres estado recentemente a representar Portugal no Adelaide Fringe Festival? AV: Foi uma honra ter sido a primeira portuguesa a expor em Adelaide, com a presença de entidades muito nobres portuguesas, que se deslocaram específicamente para a minha inauguração. Exemplo disso foi a Sofia Batalha, que foi um grande apoio. Estiveram também presentes pessoas muito importantes da indústria do vinho, tendo uma dessas pessoas comprado o quadro mais caro da exposição. Contou-se também com a presença de Rachel Sanderson (membro do parlamento do sul da Austrália), que abriu as honras da exposição. Fui ainda convidada a conhecer o parlamento australiano, convite pelo qual fiquei muito agradecida e que irei retribuir mais tarde. Fui convidada por um dos patrocinadores da encosta de vinhos de Barossa Valley, para conhecer as vinhas e também para fazer uma exposição posteriormente nesse espaço. Foi também uma experiência muito boa ao nível de vendas. Pintei uma cadeira à mão, uma instalação que


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vendi num leilão na exposição, que começou com uma base de licitação de zero dólares e terminou com um valor bastante aceitável, de 350 dólares, no espaço de três horas. Metade da exposição foi vendida no dia da abertura, bem como a instalação e t-shirts. Para finalizar, fui entrevistada na rádio de Adelaide (5EBI International Broadcast), num programa temático português, tendo sido convidada para falar sobre o porquê de estar em Adelaide. DA: Onde pretendes que a tua pintura chegue? NG: Gostava muito que me convidassem para expor em Nova Iorque. DA: Em que projetos estás a trabalhar? NG: O primeiro grande projeto é a abertura da minha primeira galeria, a meetiNG art gallery . “A ideia é simples, tornar um espaço privado num espaço aberto, sem limitações a qualquer tipo de público, sem obstáculos, sem barreiras. Qualquer um pode ver, experimentar, tocar, pintar. Meeting Art Gallery = experimentar, conhecer, ARTE.” A meetiNG art gallery abriu as suas portas no dia 25 de abril, no Espaço Chiado pelas 16 horas com um novo conceito. DA: Que exposições tens agendadas para este ano? NG: No dia 10 de maio vou estar presente na LX Factory no piso 2, com a exposição “Lisboa 2013, dignos de nota” onde irei apresentar novos trabalhos de grande formato, instalações e algumas surpresas. Também ao nível nacional, “Singularidades Humanas” é a exposição que inaugurou em Estarreja. Em 2012 criei o “Caos” que é a exposição que começou em Faro e agora está no Brasil e atualmente “Singularidades Humanas” que é a exposição que foi criada em 2013 e irá percorrer algumas cidades. Teve início em Estarreja e vai percorrer o país e posteriormente irá para outra cidade fora de Portugal, já em 2014. A um nível internacional, está agendada para junho, uma exposição na Casa de Portugal em São Paulo, no dia de aniversário da mesma (e também inserida no ano de Portugal no Brasil), que irá depois percorrer várias cidades, como o Rio de Janeiro, por exemplo. Haverá também uma exposição em Sidney que posteriormente irá para Melbourne, bem como uma exposição em Bogotá, que ainda não tenho a certeza se será inserida na feira do livro.

“A Despedida” - 100x100cm - Acrílico sobre tela


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SÍLVIA

RIZZO A representação não estava nos seus planos mas acabou por se tornar uma paixão. Mais do que comédia ou drama, o que lhe interessa são as diferenças entre as personagens que interpreta, afirmando que gosta de todas elas. Por Inês Ferreira


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Foto: Pedro Soares


Foto: Pedro Soares

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DeepArt: Como surgiu o nome artístico “Rizzo”? Sílvia Rizzo: Surgiu pelo facto de eu rir muito! Como diria um realizador com quem tive o privilégio de trabalhar há muitos anos, eu parecia “uma fratura exposta a rir”, mas agora já me controlo bem mais. Este nome surgiu num café concerto, que eu fazia com o João Baião, onde eu fui substítuir a magnífica Maria Rueff. Como me ria imenso ao fazer esse café concerto, decidimos que adotaria esse nome. Supostamente era “Riso” normal, com um “s”, mas houve uma pessoa que escreveu numa crítica o nome “Riso” com 2 “z” e assim ficou, Sílvia Rizzo. DA: Sendo o teu sorriso algo muito caraterístico em ti, o que te faz dar uma enorme gargalhada? SR: Eu não sou muito de “riso fácil”, apesar de gostar muito de me rir, mas quando vou por exemplo ver uma comédia já não tenho propriamente um “riso fácil”. Os disparates dos meus filhos fazem com que eu dê grandes gargalhadas mesmo! É espontâneo, porque felizmente são duas crianças com um sentido de humor maravilhoso. DA: Como começou a tua carreira como atriz? SR: A minha ideia sempre foi trabalhar em música e espero ainda um dia poder fazer um projeto nesse sentido. Mas a questão da representação começou com alguns workshops e trabalhos na área e tinha também pessoas na família ligadas ao cinema e ao teatro, tendo feito algumas experiências nesse sentido, mas nunca a pensar nisso profissionalmente. Numa audição para um musical do Filipe La Féria, a “Maldita Cocaína” fui escolhida e a partir daí tudo aconteceu na minha vida. E através deste espetáculo, que muita gente foi ver, acabei por ser contactada para fazer um casting para um papel numa novela, com o qual acabei por ficar. Curiosamente, o casting que fui fazer não era para mim, mas sim porque tinha ído acompanhar um colega. DA: Lançaste uma linha de roupa com o nome “Rizzo”. Achas que a modo como apareces faz a diferença na maneira como as pessoas te vêem ? SR: Eu acho que a forma de vestir diz muito sobre as pessoas, tal como o carro que se conduz (que também depende das possibilidades obviamente), ou a maneira

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de estar. Uma coisa são as tendências lançadas no mercado, e outra é aquilo que as pessoas acham que devem vestir. Acontece que muitas vezes as tendências podem não ter nada a ver com o nosso gosto. Eu não criei uma linha de roupa nem fiz nada de novo. Criei apenas propostas de peças que não encontrava no mercado e que gostaria de vestir. Curiosamente, as coisas que na altura fiz, apareceram anos mais tarde no mercado. Os blazers de fato de treino, que fiz em 2005, apareceram anos mais tarde, tal como as jardineiras em pele que vi agora pela primeira vez na Zara, ou mesmo aqueles blusões americanos da universidade. Portanto, muitas das coisas que na altura propus apareceram mais tarde. Já tinham existido há anos e depois deixaram de se usar, mas eram peças que eu sentia que faziam falta no mercado. DA: O que fazes para ir “alimentando” a tua paixão pela condução, uma vez que esta passa também pela questão da velocidade? SR: Não posso “alimentá-la” e estou limitadíssima em tudo! Já estive no Autódromo do Estoril e também no circuito da Boavista, que é muito giro fazer. Já tive a possibilidade de fazer essas experiências, bem como um rally no deserto, em Marrocos, o Rally das Gazelas. Eram duas equipas femininas, e fui com a Elisabete Jacinto, a Sofia Carvalhosa e a Diana Pereira (que hoje está casada com um “homem das velocidades” que é o Tiago Monteiro). A este rally vão mulheres de todo o mundo e que não estão ligadas a essa área. Foi uma experiência maravilhosa que repetia agora mesmo. Adoro velocidade e sempre que me quiserem convidar para conduzir carros estão à vontade! DA: Teatro, cinema ou televisão? SR: As três coisas, até porque são linguagens diferentes. Eu acho que a televisão é extremamente importante, não só porque nos proporciona uma maior estabilidade financeira, mas também porque gosto muito de fazer televisão. Quem puder fazer cinema, teatro e televisão é um ator completo. Já no caso do teatro e do cinema, estes obrigam-nos a um trabalho mais intenso na personagem que estamos a desenvolver e isso é bastante importante e faz com que se aprenda muito.


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DA: Com uma carreira tão vasta, e tendo tu contracenado com tantos atores, de quais guardas os melhores ensinamentos e recordações? SR: Eu tive a sorte e o privilégio de me estrear com grandes atores, como o Ruy de Carvalho, o Curado Ribeiro, o Varela Silva, a Manuela Maria e a Simone de Oliveira. Estava sempre ao lado deles porque queria aprender tudo e mais alguma coisa. Foi também bastante importante trabalhar com o Filipe La Féria porque ele é extremamente exigente e tem de haver exigência. Não foi um processo fácil, mas hoje em dia agradeço bastante. Em novela estreei-me por exemplo com a Patrícia Tavares, entre outras pessoas, que tem um enorme talento e interpreta todos os tipos de personagens muito bem. DA: A tua personagem “Eugénia” em “Remédio Santo”, é muito diferente da “Íris” de “Saber Amar”. Preferes um registo mais pesado ou mais leve? SR: Qualquer coisa! Houve também uma personagem muito diferente que adorei fazer, que foi a “Anita” nos “Olhos de Água”. Ela era mecânica, e devido às suas caraterísticas eu podia brincar e acrescentar texto, o que me deu imenso gozo. Aquilo de que gosto não se prende com o facto de ser uma personagem mais pesada ou mais positiva, mas sim o facto de serem completamente diferentes. Esta mulher que eu interpreto agora na novela “Doida por Ti” é uma mulher completamente diferente. No fundo acabo por gostar de todas as personagens e não sou nada exigente. DA: Na tua opinião, o que é necessário para se ser um bom ator em Portugal? SR: Eu acho que um ator tem de ser empenhado e trabalhar muito por forma a obter bons resultados naquilo que está a fazer. As pessoas têm que gostar mesmo de representar. Eu por exemplo, adoro estar no estúdio, gosto mesmo daquilo e também do convívio com os meus colegas, não só os atores, mas também os técnicos, toda a gente. DA: Como se prevê o teu 2013 profissionalmente? SR: Tenho um projeto de música, que apesar de ter adiado 20 anos, penso que agora talvez possa vir a funcionar. Pelo menos eu vou fazer a experiência. Gosto de muitas coisas, como conduzir e representar, e acho que na vida não devemos ficar presos a apenas uma coisa.


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Foto: Pedro Soares


BEING

GORGEOUS Fotografia: Tiago Costa Modelo: Milena Cardoso @ Elite Lisbon Hair & Make Up: Wellington de Oliveira


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E D I T O R I A L



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Brincos - Baguera; â‚Ź50

E D I T O R I A L



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Colar - Baguera; â‚Ź79,90

E D I T O R I A L


E D I T O R I A L

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Brincos - Baguera; â‚Ź50 Pulseira - Baguera; preço sob consulta





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E D I T O R I A L

OUTSIDER Fotografia: Carla Pires

Modelo: Diogo Cerejeira @ Central Models

Styling: Catarina Ferreira Pinto

Calças - Fox; preço sob consulta Ténis - Nike; preço sob consulta T-shirt - Primark; preço sob consulta


Calรงas - Fox; preรงo sob consulta T-shirt - Primark; preรงo sob consulta


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Camisola - Nike; €74 Gorro - H&M; preço sob consulta Calções - Primark; preço sob consulta

E D I T O R I A L


E D I T O R I A L

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Ténis - Nike; €154 Calças - Fox; preço sob consulta Camisola - Primark; preço sob consulta


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E D I T O R I A L

Camisola - Nike; preço sob consulta Colete - Primark; preço sob consulta Calções - Primark; preço sob consulta


Camisola - Primark; preรงo sob consulta


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E D I T O R I A L

Colete - Primark; preço sob consulta Calções - Primark; preço sob consulta Camisola - Primark; preço sob consulta




IN

TECHNICOLOR Fotografia: João Paulo Modelo: Elena @ Just Styling: Marta Teixeira Make Up: Sara Fonseca Hairstyling: Cátia Mourão Monteiro


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Chapéu - H&M; €19,95 Soutien - H&M; €14,95 Blusa de seda - Mango; €19,95 Blazer com bolsos - H&M; €29,95 Calças cruzadas às riscas - Zara; €25,95 Colar em metal com aplicações - H&M; €9,95

E D I T O R I A L


Gola - H&M; €9,95 Blazer - H&M; 29,€95 Soutien - H&M; €14,95 Calças de fato - H&M; €14,95


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Pulseira - H&M; €7,95 (cada) Blusa de renda - Zara; €22,95 Colar em metal - Zara; €15,95 Sapatos slipper - Zara; €29,95 Calças de renda - Zara; €25,95

E D I T O R I A L


Colar com pérolas - Zara; €17,95 Vestido manga capa - Zara; €39,95


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Colar em metal - H&M; €19,95 Blusa em seda - Mango; €29,99 Blazer estilo militar - Mango; €39,99 Sapatos em camurça - Mango; €29,99 Calças com corte direito - Mango; €35,99

E D I T O R I A L



www.facebook.com/monica.goncalves.146?fref=ts


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Building

SUMMER

Fotos: Tiago Costa Direção de Arte: Inês Ferreira

Óculos de Sol - Mango; €12,99 Chinelos rosa e azul - Havaianas; €19,90 Pulseiras de plástico azuis - Mango; €9,99 Pulseira - Pepe Jeans; preço sob consulta Chinelos verde e laranja - Havaianas; €25,90 Bolsa amarela - Cheap Monday; preço sob consulta


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Chinelos - Havaianas; €25 Óculos de Sol - Mango; €19,99 Alpercatas brancas - Havaianas; €30 Alpercatas pretas e brancas - Havaianas; €30


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Chinelos - Havaianas; €23,90 Carteira - Pepe Jeans; preço sob consulta Toalha de Praia - Havaianas; preço sob consulta


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G O O D I E S

Mala - Pepe Jeans; €40 Cinto - Pepe Jeans; €45 Chinelos - Havaianas; €35 Óculos de Sol - Mango; €15,99 Alpercatas beiges - Havaianas; €30


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Esculturas & Esculturas

Foto: Ricardo Junqueira

Por Dácio Galvão - Pte. Fundação Capitania das Artes

Escultura em madeira de demolição


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Foto: Ubarana Jr.

Foto: Ubarana Jr.

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Demetrius Coelho, artista plástico

Escultura em onix

Sem percorrer os estreitos caminhos dos detalhes em bronze de um Hostílio Dantas (São José de Mipibu - RN, 1894-1975) que esculpiu entre outros, o busto do Padre João Maria (Jardim de Piranhas - RN, 1884-1905) exposto na praça homónima no bairro de Cidade Alta e da efígie bidimensional do jornalista Manoel Dantas (Caicó – RN, 1867-1924), primeiro tradutor (1909) em terras potiguares do manifesto Futurista de Marinetti, cravada no seu túmulo no Cemitério do Alecrim, as peças artísticas de Demetrius Coelho percorrem por assim dizer um roteiro particular. Um percurso flexível, de movimentação pluralista do ponto de vista da variedade de formas. Mais amolecido, no sentido gilbertofreyriano, quando esse se referia à boa contaminação de africanos em formas artísticas rígidas europeias. Porém, não é o africanismo pura e simplesmente a marca que se encontra nas obras de Coelho. O que se percebe são os traços canónicos de um inconsciente civilizatório que, segundo Francisco Brennand, é uma herança secular mediterrânea. E isso pode e deve valer como regra geral.

As formas escultóricas de Demetrius passam para materiais como resina acrílica, madeira, mármore e reintegra-os em espaços ambientais fechados (os torsos da sua fase inicial) e também em áreas de expansividade (peças públicas). Aí as cores, a dureza, o translúcido, a opacidade dialogam entre as cores e formas próprias dos interiores e da ambiência de recantos, largos, logradouros, ruas, avenidas... Sendo vertical ou horizontal, o inusitado do contorno, da fenda, do relevo, da sinuosidade, aguça os sentidos e fixa o exercício da linguagem. A linguagem que o identifica e referencia é o resultado de pesquisas do artista, que vi expor nos anos 80, apontando sempre para uma nova atribuição de significado a elementos simbólicos em variados lugares, trazendo para os mesmos uma figuração ou abstração. Certamente, o zelo e a inquietação pelo trajeto evolutivo são o mais importante.


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Foto: Ubarana Jr.

Foto: Ricardo Junqueira

Foto: Ricardo Junqueira

Crucifixo em madeira de demolição e aço inox

Escultura em madeira de demolição

O que está em jogo na produção de Demetrius é a sua maneira de ler, traduzir e intervir em formas, humanizando o cidadão comum que passou no autocarro, no carro ou o esteta em deleite no escritório pós-modernista. Ou quem sabe, um apreciador de “olhar visual” sem senso de construtividade alguma? A arte sem sacralização, participante na Vida. Não conceitual. Mais vital e participativa, integrada na experimentação, construindo infinitamente a amálgama da linguagem. Demétrius sabe sobre isso. Por isso, a arte é o seu divisor de águas, estruturando-se na medida da apreensão do artista, no legado constituído, retradicionalizando-se reelaborando-se assim no continente urbano. Gera a sua tradição e colaboração. Cria o seu campo de ação com a sociedade, imprime o discurso particular, objetivando a sensibilização coletiva e com ela naturalmente, a transformação social.

Escultura em mármore

A arte em progresso, com o objetivo de e enquadrar no prisma do consumo diário e da militância permanente desde tempos imemoriais. É nessa devoção e direção que se reconhece uma entre as inúmeras esculturas de Demetrius. Percorrendo os caminhos do consumo capitalista utilitário, aparece o desejo funcional e utópico da Bauhaus, os ventos uivantes de um Bruno Giorgi (Rio de Janeiro, 1905-1993) na exposição pública e na resina acrílica, o sotaque industrial de um Abraham Palatnik. Celebremos pois, sem (pre)conceitos corais, totens, sargaços, monolitos, as coisas e as quase-formas de Demetrius Coelho. DEMETRIUS COELHO GALERIA DE ARTES Rua Seridó, 493 – Petrópolis – Natal/RN - Brasil + 55 84 3211 0973 + 55 84 3211 5268 formaspotiguar@gmail.com issuu.com/revistaformas


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G O O D I E S

Foto: Ricardo Junqueira

Escultura em madeira de demolição e em resina de poliester


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MyDeer

Celebrar a Vida Por Rita RitaTrindade Trindade

Foto: MyDeer

o anterior e demora meses a atingir o seu tamanho total. Ao início as hastes vêm cobertas por um pêlo que parece veludo, mas no final são nada mais que estruturas ossificadas. São densas e bastante pesadas. Tive a oportunidade de mexer em algumas e posso falar de experiência… Nalguns casos, as peças são pintadas, mas noutros, a MyDeer tenta manter as hastes o mais naturais possível. São muito bem limpas, ligeiramente lixadas e nada mais. Os crânios levam verniz, mas as hastes não o requerem – não se deterioram com o tempo e podem durar… uma vida inteira, na verdade!

A My Deer é um projecto… excitante! É a melhor palavra para descrever tanto o conceito como cada uma das peças que dele nasce. À parte dos quadros, em todas as criações desta dupla de criativos são utilizadas hastes de veados e gamos. A princípio, para muita gente, pode parecer algo mórbido e desagradável, mas a verdade é que é exactamente o oposto – é uma celebração da vida! Antes disso, uma pequena contextualização. Afonso e Nikita vêm de áreas muito diferentes, embora ambos se tenham sempre sentido atraídos por áreas ligadas às artes e ao Design e, no fim de contas, ao acto de criar. Enquanto Afonso tem no currículo meio curso de Design, Nikita estudou Geologia Aplicada. Começaram a MyDeer porque tinham e têm acesso a hastes de cervídeos provenientes de uma criação de família. Para que percebam de onde vem esta “Celebração da Vida” tão proclamada pela MyDeer, têm de ficar a saber que os cervídeos perdem as hastes todos os anos – a isto chama-se “desmogue”. Acontece por volta desta altura (início da Primavera) e, logo a seguir, começam a nascer as hastes novas. Este novo par cresce sempre maior que

“5 Shades of Grey” - peça nova


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G O O D I E S

Foto: Tiago Costa

Como podem ver, é tudo animal-friendly. As peças que utilizam crânios provêm de animais que morreram de velhice ou de troféus antigos sem uso que acabariam por ir para o lixo. As ideias são sempre despoletadas por cada haste em particular. Algumas acabam por dar origem a candeeiros, outras a suportes para jóias, outras a castiçais e outras ainda a peças meramente decorativas. As peças mais ousadas são, sem dúvida, as tábuas de skate com as hastes e, por vezes, até mesmo os frontais. Para estas, Afonso e Nikita utilizam tábuas que lhes foram oferecidas por skaters profissionais depois de algum campeonato ou até mesmo tábuas pintadas por outros artistas. Deste modo, a peça ganha uma dimensão nova e ainda mais especial, por ser uma junção de várias mentes criativas. Por serem feitas com materiais cuja quantidade e acesso são limitados, as peças da MyDeer tornam-se mais exclusivas. O facto de cada haste ser única (mesmo as hastes do par do animal) contribui para essa exclusividade. Afonso e Nikita têm perfeita noção de que os

seus objectos não são para qualquer pessoa ou casa. Quando estão a conceber uma peça, pensam sempre no tipo de cliente ao qual ela agradaria, em que tipo de casa ficaria bem, etc. Para além deste cuidado, o que me impressionou (ainda mais que tudo o resto) neste projecto, foi a dedicação desta dupla e o facto de todos os componentes das peças serem feitos à mão. Por exemplo, os candeeiros: algumas lâmpadas e até mesmo o fio são produzidos pelos dois jovens criadores. Para já, as hastes são a matéria-prima de eleição da MyDeer, mas estão abertos a outros materiais menos comuns. Deixam-se levar pela criatividade e pela imaginação, para além de muita vontade e trabalho. Estão abertos a encomendas especiais e, entre outros, tiveram inclusive um pedido «para ”adamar” uma cabeça de veado, uma peça de família, que agora ao passar de geração irá ser transformada de maneira a ganhar uma nova identidade, respeitando antigas tradições com novo estilo».


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Foto: Tiago Costa

G O O D I E S

Trabalham juntos em cada fase dos processos de desenvolvimento dos objectos, embora admitam que quando cada um trabalha no que faz de melhor, tudo seja mais fácil. Ainda assim, preferem partilhar todas as etapas. Pode demorar mais e até dificultar, mas afirmam ser mais gratificante. Afinal de contas, são os desafios que nos fazem crescer e melhorar naquilo em que somos menos bons, não é?

www.mydeer.net Esta colaboradora/autora não escreve com o novo acordo.

Foto: Tiago Costa

A MyDeer é um projecto recente (tem menos de um ano) que tem tudo para ser bem sucedido e crescer. Celebram a vida: pintam quadros baseados no Dia dos Mortos do México, pelo qual sentem um fascínio absoluto; pegam nas hastes que os veados perdem todos os anos e conferem-lhes uma função, transformam-nos em peças cheias de cor, alegria e vida. Encaram a morte como uma ocasião para lembrar e homenagear o sujeito em questão: veados e gamos, no caso das peças com hastes e famosos no caso dos quadros. Para quê encarar uma morte de forma sombria e triste quando deveria ser uma óptima desculpa para exaltarmos precisamente o que de melhor essa vida teve?



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Em Torno do Trono do Design Português Por Rita Chuva

“As armas e os Barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Foto: http://www.valuma.pt/

Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram”.


G O O D I E S

Foto: http://www.valuma.pt/

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E já Camões, nas suas sábias palavras que exaltavam o povo português e os seus feitos, aplaudia verbalmente os Descobrimentos. Os exploradores que navegaram pelo mundo inteiro, em busca de conhecimento, de novos horizontes, de novas rotas comerciais, de novas formas de vida. Que orgulho, o de ser português! Pensar nos nossos antepassados que, de modo desafiador, desbravaram os “mares nunca de antes navegados”, ultrapassando todas as barreiras e enfrentando, corajosamente, as tormentas que se lhes apresentaram. E do orgulho de ser português combinado com as memórias que refletem a épica época (trocadilho propositado) dos Descobrimentos, surge a Valuma, uma cadeira portuguesa, com certeza! Com inspiração nas caravelas exploradoras desses tempos, tem uma forma que retrata o casco de uma dessas embarcações, com um corte que permite vislumbrar o seu interior.

do painel frontal que deixa ver o coração desta peça remetem-nos para a filigrana, esse ofício minucioso e ornamental que é considerado uma das mais tradicionais e caraterísticas formas de arte portuguesa. Esses entalhes dão vida à estrutura, permitindo a projeção das suas sombras durante o dia e, durante a noite, deixando passar a luz que é acesa no seu interior. Este painel, amovível, pode ser feito em madeira de várias cores e tipos ou ainda de metal, possibilitando converter a peça à medida dos nossos desejos. Criada pelos designers Jens Sievert, Nuno Oliveira e Paulo Fernandes, Valuma é uma peça de design imponente, mas também emotiva e cheia de simbolismo, nascida do trabalho de equipa e da junção de mentes criativas, equilibrando a função e a forma. Que expressão maior dos costumes, da herança e da história do povo português! Fonte e fotos: http://www.valuma.pt/

Mas nem só dos Descobrimentos se apropria, no melhor sentido que o termo pode ter, a Valuma. Os recortes


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Marina Elali

Foto: Luis Morais

A Diva Pop do Brasil

Marina Elali é conhecida pelas suas músicas em bandas sonoras de novelas, filmes e minisséries e pelos seus dotes vocais, dignos de uma diva. A cantora e compositora nasceu em Natal-RN, formou-se em canto e música na Berklee College of Music em Boston-MA, e é neta do principal parceiro de Luiz Gonzaga nas suas composições, o grande Zédantas. Em menos de 7 anos de carreira, a Diva Pop Marina Elali, alcançou o feito de 15 temas musicais em produções da Rede Globo (7 temas de novelas, 2 temas de minisséries e 6 temas de filmes), ganhou 2 discos de ouro e gravou 17 duetos (16 nacionais e 1 internacional). Depois da temporada nos EUA onde se formou, a artista participou do programa FAMA, da Rede Globo, e logo

conquistou a música “Você”, de Roberto e Erasmo Carlos, como tema principal da novela “América”, onde fez uma participação especial ao cantar no último capítulo, que atingiu uma das maiores audiências da história da televisão brasileira. O primeiro disco,“Marina Elali”, foi um grande sucesso. Na voz de Marina a música “One last cry” – tema da personagem Nanda, de Fernanda Vasconcelos, emocionou o Brasil e vários outros países, inclusive Portugal, foi uma das músicas mais tocadas em todo o país em 2006/2007. A música teve uma versão remix que rapidamente se tornou moda nas discotecas e rádios jovens do país. “Marina Elali”, produzido pela própria Marina, Guto Graça Mello e Júnior Mendes, ganhou o disco de ouro, atingiu 07 (sete) músicas em bandas sonoras de novelas,


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Foto: João Vitor Alves Bulhoes

Foto: João Vitor Alves Bulhoes

filmes e minisséries e foi lançado também em Portugal. Com o lançamento do segundo álbum, intitulado “De Corpo e Alma Outra Vez”, Marina continuou a sua trajetória de sucesso. A música “Eu Vou Seguir”, tema de “Sete Pecados”, foi gravada especialmente para a novela a pedido de Mariozinho Rocha (diretor musical da Rede Globo). Este álbum ganhou ainda o disco de ouro, e incluiu um dueto com Fábio Jr. e a música “All She Wants” fez parte da banda sonora da novela “Duas Caras”. Em 2009, Marina lançou o seu primeiro DVD, chamado “Longe ou Perto” com a participação especial de Dominguinhos e um dueto – “Lost Inside Your Heart” - com a “estrela” internacional Jon Secada, que foi tema da novela “Viver a Vida”. Além disso, a música “Atrás da Porta” foi tema da novela “A Vida da Gente”. O DVD reuniu os grandes hits que conquistaram o Brasil em versões ao vivo, vídeoclipes, documentários e Marina mostrou que é uma artista completa, através da sua performance e composições. Além dos CDs “Marina Elali” , “De Corpo e Alma Outra Vez” e do DVD “Longe ou Perto” os fãs da cantora podem ouvir a sua voz poderosa em mais de 28 participações especiais em coletâneas, álbuns e DVDs lançados no Brasil, Portugal e Estados Unidos. De entre estas participações, destacam-se os duetos com Agnaldo Rayol, Pery Ribeiro e Belo. Em 2010, Marina foi escolhida pela Globo para gravar a música “Happy”, que foi o tema de Cléo Pires, protagonista da novela “Araguaia”. Desde o lançamento do seu primeiro álbum, Marina Elali participou inúmeras vezes em programas de televisão, em todas os canais, com nomes que vão de Fausto Silva a Hebe Camargo, passando por Jô Soares, Gugu Liberato, Raul Gil, Eliana, Amaury Jr., Renato Aragão, entre outros. O talento, a alegria contagiante e a simpatia de Marina garantiram a presença frequente da artista nos principais programas de TV do Brasil e de vários programas de TV em Portugal.

Em 2012, convidada pela Rede Globo, Marina fez uma participação especial na minissérie “O Brado Retumbante”. No papel de Fátima, ela viveu uma intérprete, descendente de árabes. Atualmente, a Diva Pop prepara-se para o lançamento do DVD/CD “Marina Elali Duetos – Homenagem a Luiz Gonzaga e Zédantas”. O novo trabalho foi gravado ao vivo em 2012, ano em que se comemorou o centenário do Rei do Baião, e é formado por duetos com grandes nomes da música brasileira de estilos diferentes como: Ivete Sangalo, Zezé Di Camargo e Luciano, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Daniel Gonzaga, Gilberto Gil, Tânia Mara, Charlie Brown Jr., Waldonys, Aviões do Forró, Zédantas e Luiz Gonzaga. Artista de múltiplos talentos, a cantora e compositora, sempre atenta às tendências, idealizou o projeto com requintes de modernismo, para que os fãs da obra de Luiz Gonzaga e as novas gerações possam apreciar as canções, que ganharam arranjos para lá de modernos. Em parceria com a Globo Nordeste, o espetáculo, com ares de super produção, foi transmitido no dia 16 de dezembro de 2012 - mês do centenário de Luiz Gonzaga – na programação especial do final do ano da TV Globo, além de ter sido posteriormente transmitido na Globo Internacional. Em 2013, além do lançamento do DVD/CD ao vivo “Marina Elali Duetos – Homenagem a Luiz Gonzaga e Zédantas” que acontecerá em junho, a cantora entrará em estúdio no segundo semestre, para continuar a gravação de um novo álbum, que já está a ser produzido em Miami e que será totalmente autoral. EQUIPA MARINA ELALI Marina Elali Music Produções Artísticas + 55 21 8119 1110 Twitter Oficial: www.twitter.com/marinaelali (@ marinaelali) Facebook Oficial: www.facebook.com/marinaelali


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JG_Flat - Braga

Empreendimento Domus Qualitas, 2010 “Toda a zona social da habitação procura desenvolver-se num espaço amplo, funcional e luminoso...” Por Pedro Carvalho Inception Architects Studio

Para comemorarmos o décimo número da DeepArt Magazine, o IAS decidiu efetivamente ‘passar da prática à ação’ e revelar-vos uma das nossas primeiras obras, concluída há cerca de 2 anos, sensivelmente. Trata-se do projeto de reformulação arquitetónica mais decoração interior, para um apartamento com cerca de 320m2 de área de construção. Situado no último andar de um dos blocos habitacionais daquele que é considerado por muitos como “o melhor empreendimento da cidade de Braga”, vencedor inclusivamente de um dos ‘ÓSCARES DO IMOBILIÁRIO*’ na categoria de eficiência energética, este apartamento de tipologia T3, destinava-se a um casal e aos seus dois filhos adolescentes.

Foto: ITS

Como primeira abordagem ao projeto, e analisando a extensa área que tínhamos à disposição para desenvolver o projeto, decidimos avançar com a divisão do apartamento em duas áreas funcionais diferenciadas, que simultaneamente fortalecem e fazem sentir ainda mais o conceito de vivência pretendido para todo o apartamento. Assim sendo, a habitação vai dividir-se em ZONA SOCIAL e ZONA PRIVADA, cada qual com sua função e zonas interiores diretamente afectas, e cada uma delas desfrutando dos prazeres de uma vista desafogada imensa e diferente para a cidade de Braga, que se espraia e mostra para lá do extenso terraço exterior pavimentado a ‘deck’ em madeira de ipê tratado a óleo


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Foto: ITS

de linhaça. O tom castanho deste material contrasta aliás com o tom amarelado das paredes em pedra maciça de granito, fixo mecanicamente, e proveniente da vizinha Espanha, que compõe a estereotomia da fachada e nos remete para um ambiente de caráter marcadamente mediterrâneo. Na zona social concentram-se aqueles que são os espaços mais ‘abertos’ da casa - tanto à vivência interior como exterior - como se revelam as ‘imensas’ salas de estar e jantar, onde se acrescentam dois pequenos recantos destinados ao jogo e à leitura, respetivamente. Neste pequeno lugar destaca-se a pequena estante biblioteca que se anicha na parede, guardando livros e pequenas peças de coleção. Com tradições familiares muito presentes, este casal gosta de reunir toda a família durante o fim-de-semana, dedicando por isso especial atenção a estes espaços especificamente, que se abrem em direções opostas formando uma cruz - e procuram o exterior e as diferentes vistas que vemos em torno do apartamento. Aqui na zona social incluímos também um pequeno

escritório e a obrigatória zona de cozinha e suas dependências de serviço: lavandaria mais zonas de arrumos. Como apoio, mostramos uma exígua instalação sanitária de serviço, junto à entrada do apartamento, decorada com um pequeno apontamento em pastilha cerâmica da marca italiana Bizassa e loiças suspensas da marca, também italiana, GSI. O acesso à zona privada faz-se através de um pequeno hall de distribuição interior, onde percebemos, no contínuo visual dos apainelados, em madeira natural de pinho nórdico, o desenho das portas que ligam aos dois quartos single - destinados aos 2 filhos do casal -, à casa de banho principal que os serve; ao pequeno arrumo para roupas de Inverno e à entrada para a master suite do casal. Especial enfâse para esta última, composta por closet, quarto e sala de banho, por sua vez também dividida em zona de lavabos e área de banho. Identicamente à instalação sanitária de serviço da zona social, também aqui descobrimos uma parede revestida em pastilha cerâmica da Bizassa, mas desta vez com uma mixagem personalizada.


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Fotos: ITS

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Neste espaço também toda a mobília e decoração foram pensadas e desenhadas de acordo com as preferências do casal, que gosta de cores suaves, sóbrias e de influência mediterrânea. Toda a zona social da habitação procura desenvolver-se num espaço amplo, funcional e luminoso, onde se destaca a parede que separa estas duas áreas, pintada num vermelho ‘sangue de boi’, decorada com um breve apontamento em pedra aparelhada na sua parte mais central. Ao centro destas duas zonas [literalmente!] e a efetivar a separação entre ZONA SOCIAL e ZONA PRIVADA, surge-nos um espaço de jardim interior encimado por uma clarabóia de abertura automática da marca Velux. Fresco, verde, aberto e vivo, pontuado por um chão solto em seixo de rio rolado branco e por uma viçosa Yucca Schotti [género botânico pertencente à família das Agaváceas], este pequeno mas essencial jardim interior procura quebrar a extensão transversal da habitação, de um lado; tenta introduzir uma generosa área de luz na área mais interior do fogo por outro, e permite uma ligação visual entre as duas valências/zonas, ligando todos os espaços. O resultado final revela-se numa casa prática, a ser vivida em todos os seus sentidos, preservando a intimidade e exacerbando a família.


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Fotos: ITS

ÓSCARES DO IMOBILIÁRIO* - Iniciativa anual da Revista Imobiliária que premeia os melhores empreendimentos nacionais nas categorias de: habitação, escritórios, comércio, indústria e logística, equipamentos coletivos, turismo & lazer e turismo residencial. Fotografias by ITS – Ivo Tavares Studio [www.ivotavares.net]


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Surveillance

Fotos: Clรกudia Andrade

Pleno Shamancore


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Ele é o Tiago. Ela é a Inês. Ele é o baixista de Ella Palmer e dos defuntos Porn Sheep Hospital. Ela é baterista de profissão, patrocinada pela Yamaha e Zildjian. Conheceram-se a tocar nas bandas de covers Grooveland e Johnny & The Reptiles, que lhes pagam as contas. Juntos, são os Surveillance. Tocam aquilo a que chamaram de shamancore, uma palavra que esperemos que no futuro venha a simplificar a descrição da mistura de sludge psicadélico e stoner étnico em baixo de 8 cordas, bateria e samples. Estrearam-se em 2011 no Festival Ecos do Sado, em Setúbal, onde cativaram por inteiro a atenção do público que os estava a ouvir pela primeira vez. Ao longo dos meses que se seguiram, nos intervalos da atividade dos outros projetos, foram aperfeiçoando os temas que acabaram por se materializar em setembro de 2012 no EP de estreia, gravado e produzido por Renato Sousa e Chico Caetano (Ash is a Robot, Marte, Porn Sheep Hospital, Monogono). A atitude DIY impera: o EP foi gravado entre a sala de ensaios e a Igreja do Jubileu, em Setúbal; a edição foi caseira; o artwork foi feito pelo próprio Tiago; o booklet dobrado à mão. O EP foi apresentado em Lisboa e Setúbal, mas já há mais cidades no mapa. A história é curta por enquanto, mas algo diz que 2013 vai ser um bom ano para os Surveillance. Já se ouve por aí falar de álbuns. Bernardo Pereira

www.nervos.pt


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COISAS

QUE PRECISO E QUE Nテグ PRECISO

https://www.facebook.com/pages/Sandra-Roda-httpdesabitarblogspotpt/199059776807875?ref=hl

by Sandra Roda




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East Side Gallery Por André Albuquerque

Nesta edição resolvi fugir um pouco aos temas que tenho apresentado sobre definições artísticas e artistas específicos. O tema escolhido para este mês parece-me atual e pertinente, apesar de, à partida, poder parecer mais do âmbito da história ou da política do que da arte, mais propriamente da arte de rua que tem vindo a ser apresentada.

Fotos: static.guim.co.uk/sys-images/Guardian/Pix/pictures/2009/4/18/1240090546253/ Thierry-Noir-head-paintin-002.jpg

Hoje venho falar-vos das manifestações artísticas patentes no Muro de Berlim, que se trata de um muro efetivamente físico, na cidade de Berlim, que foi erguido em 1961 com o objetivo de separar a Alemanha Oriental da Alemanha Ocidental que, à época, viviam sob regimes políticos diferentes. Tratou-se de criar uma barreira física e também simbólica, para separar a democracia (lado Ocidental) do comunismo (lado Oriental) durante a Guerra Fria. O Muro de Berlim tinha na altura mais de 100 quilómetros e passou por 4 fases distintas: começou com uma série de postes de betão, unidos por arame farpado; após alguns dias já estaria reforçado por cercas mais resistentes e novos blocos de betão; em 1965, o muro era todo composto por pedra maciça e apoiado por vigas de aço; e, a partir de 1975, foi restruturado minuciosamente a partir de lajes e preparado para que fosse impossível de escalar.

Em 1987, Ronald Reagan (Presidente dos Estados Unidos da América) desafiou Mikhail Gorbachev (secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética), a derrubar o muro como um símbolo de crescente liberdade à União Soviética e ao Bloco de Leste. Em 9 de novembro de 1989 o muro começou a ser derrubado, evento que foi transmitido na televisão e rádio. Finalmente o muro foi derrubado e as fronteiras ficaram abertas! Depois desta contextualização histórica passemos ao que, em termos artísticos, tem interesse. Com a queda do muro e com fronteiras abertas, muitos artistas mudaram-se para Berlim, devido à baixa dos preços da habitação e ao facto da arte atravessar um momento de prosperidade. Acontece que o muro não foi inteiramente demolido, tendo permanecido em Mühlenstrasse, no bairro de Friedrichshain, um troço com 1,3 quilómetros que passou a ser conhecido por “East Side Gallery”, pois esta parte do muro que restou encontra-se inteiramente pintada: com graffitis e todo o tipo de gravuras, bem como frases, entre outras formas de expressão livre deixadas por turistas curiosos de todo o mundo. Estas formas de expressão livre coexistem com as obras pintadas em 1990 por mais de 100 artistas, e que foram declaradas património artístico em 1992.


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Fotos: lounge.obviousmag.org/hepatopatia_cronica/beijodamorte2.jpg

Atualmente foram já retirados 23 metros ao pedaço de muro que continha as várias formas de expressão artística antes referidas e está em negociação a eliminação de mais cerca de 30 metros para que, no local, se construa um condomínio de luxo. Esta decisão gerou protestos entre os habitantes, e teve até eco a nível mundial, pois a East Side Gallery é considerado um marco da história de Berlim e até, da humanidade, pelo seu valor simbólico que remete para a história da 2ª metade do século XX. Trata-se de um dos monumentos mais visitados em Berlim e que é responsável por levar a Berlim um número significativo de visitantes.

Fotos: http://www.abril.com.br/imagem/muro-berlim-restaurado-1g.jpg

Entre elas está o famoso beijo entre Leonid Brezhnev e Erich Honecker, do russo Dimitri Vrubel, um dos artistas que decorou o muro. Com o passar do tempo as pinturas originais foram-se degradando e, 20 anos mais tarde, os artistas foram convidados a restaurar as suas obras.


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EmCara

Stephen King - caricatura de Rui Zilh達o

by Rui Zilh達o


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Dalí - caricatura de Rui Zilhão

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PRO

Architects

Foto: PROARCHITECTS

Por PRO Architects

Hilton

PRO architects é uma equipa multicultural composta por arquitetos e designers de diferentes origens culturais e experiências profissionais. Pedro Roldão formado em Arquitetura e Engenharia Civil, com um percurso de 15 anos a estudar e a trabalhar em diversos países como Inglaterra, França, China e Cabo Verde, regressou a Portugal em 2012 para criar o atelier PRO architects. Partindo da experiência internacional, o atelier apresenta uma atitude global e visionária, estando atualmente a desenvolver projetos em todo o mundo, de Portugal à China, particularmente em países de língua portuguesa, como o Brasil, Angola e Cabo Verde. Os projetos abrangem programas desde unidades hoteleiras, comerciais e institucionais de grandes dimensões

até unidades de habitação sustentável de pequena escala. “Investimos em explorar morfologias menos convencionais, propondo novas interpretações programáticas, assumindo uma atitude experimental e criativa. O nosso objetivo é criar, globalmente, propostas singulares que sejam cativantes, respondam a questões locais e estejam adequadas ao estilo de vida e necessidades atuais”, explica Pedro Roldão. O atelier encontra-se a desenvolver um Hotel Hilton em Cabo Verde, que se encontra atualmente na fase de projeto de execução. Localiza-se na Ilha do Sal em Cabo Verde e contempla um programa para um Hotel de cinco estrelas com 240 quartos, spa, centro náutico, casino e um centro de conferências. “Na última década o setor construtivo teve um forte


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Sky Garden esquiço

crescimento na ilha, contudo a relação das novas edificações com a cultura e tradições locais foram ignoradas. Sentimos a necessidade de preencher um nicho que não estava a ser respeitado e criar algo que se identificasse mais com a cultura local”, diz. Um dos países com os quais mantem parcerias com outras empresas é a China. Para Pedro Roldão “estes projetos têm uma grande relevância devido à sua escala e liberdade criativa”. Dois dos projetos mais interessantes são o Sky Garden e o Growing Houses, conceitos que explicaremos de seguida. O projeto Sky Garden situa-se no parque natural de Yuelai, na província de Sichuan, China. Esta zona encontra-se em processo de requalificação promovida pelo governo, que visa desenvolver a economia local e adotá-la de um dos maiores centros de conferências do mundo. Como tal o governo local queria criar uma torre de observação que refletisse esta nova era de prosperidade e possibilitasse aos visitantes usufruírem de uma paisagem ímpar. Fotos: PROARCHITECTS

O conceito para este projeto materializou-se no prolongamento do parque Yuelai para o céu, criando um “sky garden”. O observatório é diferente de outros na medida em que se estabelece um percurso espacial, que alterna entre áreas exteriores e interiores, onde os seus volumes enquadram zonas específicas da paisagem envolvente, centro de conferências, parque e rio.

Sky Garden


Foto: PROARCHITECTS

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Growing Houses

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Growing Houses

Fotos: PROARCHITECTS

Growing Houses

O Growing Houses, localiza-se nos arredores de Pequim, Hebei. Este projeto tem a particularidade de estar situado numa das mais importantes regiões agrícolas da cidade. Dos atuais 35 hectares disponíveis para a nossa intervenção, 99% são usados para fins agrícolas. A ideia inicial do cliente era construir um eco resort, constituído por um Hotel termal e várias quintas biológicas. Como tal o uso agrícola do terreno baixaria para 11 %, passando a ser explorado de uma maneira somente lúdica. “A proposta que apresentámos, visa estabelecer uma relação mais forte com o próprio local e potenciar as suas caraterísticas. A nossa ideia foi criar uma quinta sustentável, onde o solo continuaria a ser explorado para fins agrícolas, e o subsolo para habitação, mantendo desta forma a exploração agrícola existente”, explica.

Os objetivos futuros do gabinete passam por assumir uma atitude empreendedora em todos os projetos de arquitetura, direcionada para uma nova geração, com valores e questões próprias. Defendem que os edifícios devem ter cada vez mais um caráter abrangente, onde diferentes combinações programáticas são fundamentais para responder às necessidades emergentes da nossa sociedade. www.proarchitects.com +351 210 966 211 Rua Aristides de Sousa Mendes 4C, escritório 1 1600-413 Lisboa, Portugal


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Terry Gilliam Tideland “Se eu fechar os olhos e tentar o suficiente, talvez acorde dentro do teu sonho.” Mitch Cullin, Tideland

Foto: “Recorded Picture Company (RPC)”

Por Pedro Barão

Apesar do grande sucesso de filmes como Brazil, The Fisher King e Twelve Monkeys, o cineasta Terry Gilliam desde cedo causou controvérsia pelo seu estilo peculiar e surrealista. Tideland (2005) não só não foi exceção, como deu um passo em frente na divisão vertiginosa de opiniões que sucederam a estreia deste anti-conto de fadas para adultos. Explorando a imaginação fértil da jovem personagem principal, Jeliza-Rose (Jodelle Ferland), Gilliam encontra na sua inocência e no trágico desencadear de eventos que rondam a sua existência, uma chave para nos abrir portas a um mundo áspero e desconfortável, maravilhosamente trabalhado para mergulhar numa experiência, em todos os sentidos, perturbadora. Depois da morte da mãe (Jennifer Tilly) por overdose, Jeliza-Rose muda-se com o pai, Noah (Jeff Bridges),

para uma quinta abandonada no Texas, onde este acaba por ter o mesmo destino. Sozinha, e sem companhia para além da sua imaginação, a protagonista cai num mundo de fantasia, onde conversa com esquilos e cabeças de bonecas, e embala-se à noite ao colo do corpo do pai em decomposição. Chocante por ser tão inocente, o filme dá um salto arrojado pela toca do coelho, ao explorar as temáticas da droga, da morte e da sexualidade numa narrativa imagética de puro terror poético. Para além da relação distorcida entre Jeliza-Rose e os seus pais, o realizador introduz-nos duas outras personagens que sobem a fasquia do bizarro. Dickens (Brendand Fletcher) é um homem mentalmente debilitado, alvo de uma lobotomia e com o comportamento de uma criança de 10 anos. A sua irmã mais velha, Dell


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Foto: “Recorded Picture Company (RPC)”


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Fotos: “Recorded Picture Company (RPC)”

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(Janet McTeer), cega de um olho, é tão perturbada ao ponto de não suportar a ideia de ver alguém partir. Como consequência, a sua casa tornou-se num santuário de taxidermia, onde todos os animais mortos, e inclusive a sua falecida mãe, foram empalhados para nunca a abandonarem. Da capacidade de modelar personagens tão intangíveis à nossa realidade, surge também em Gilliam um método fascinante de tecer as histórias que as interligam, onde a influência do passado e as ações presentes que determinam o seu futuro são como um comboio em alta velocidade na iminência do descarrilamento. É inevitável cruzar as referências que ajudaram a construir esta tapeçaria de temas grotescos: desde a distorção decalcada da famosa obra de Lewis Carrol, às longas conversas de Jeliza-Rose com as cabeças das

bonecas que refletem as suas múltiplas personalidades, bem ao estilo de Hitchcock. A presença de um corpo parental putrefato numa cadeira de baloiço não pode ainda ignorar semelhanças a Psycho, tal como os métodos mais teatrais, que contornam o uso do digital, se aproximam do misticismo negro na estética de Jan Svankmajer. Quer se adore quer se odeie, Tideland é, indiscutivelmente, um filme que deixa a sua marca. Uma história que nos arrasta numa espiral em queda livre, onde não vale a pena agarrarmo-nos a ideias pré-concebidas nem esperar momentos de conforto. O verdadeiro truque é deixarmo-nos levar, à medida que nos tornamos parte desse universo, onde o enredo, a representação, a música e a fotografia nos levam a um lugar verdadeiramente único onde, de outra forma, nunca poderíamos entrar.


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Cartel Saboia

Um espaço acolhedor onde a boa comida e o bom gosto fazem as honras da casa!

Foto: Tiago Costa

Por Inês Ferreira

Aberto desde 5 de dezembro de 2012, o restaurante e bar Cartel Saboia, promete dar o que falar. Ao entrar neste espaço é impossível não ficar com vontade de se sentar e apreciar uma refeição neste ambiente acolhedor. De traça antiga e apalaçada, sentir-se-à num apartamento de estilo francês, com um elevado pé-direito, paredes muito brancas e chão com madeira brilhante. Segundo o seu fundador, este espaço distingue-se dos restantes pela boa comida, a preços acessíveis, num espaço acolhedor, numa zona convidativa (Monte Estoril-

- Cascais). É pelas mãos de Francisco Sousa Magalhães e Joana Xardoné, que nos chegam os seus pratos, impossíveis de não provar. Francisco é o chefe de cozinha e Joana a chefe de pastelaria, ambos com formação asiática, devido ao facto de terem passado por inúmeros restaurantes com este cariz. Precisamente por este mesmo motivo, trazem para as suas criações, elementos típicos da cozinha asiática, como as algas, o gengibre, o wasabi, entre outros.


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tataki de atum

Afirmando o seu apreço pela cozinha tradicional com elementos diferenciadores, dizem ser as suas especialidades mais apreciadas pelos clientes, o bife tártaro, que devido ao seu molho especial é impossível ficar indiferente ao mesmo. Também o seu risotto de cogumelos tem tido uma ótima receção devido à hortelã, que como ingrediente especial, acaba por envolver o próprio risotto e aromatizá-lo.

o bife tártaro asiático, pratos estes que devido ao seu sucesso, dificilmente sairão da ementa quando esta for reformulada, devido à estação do ano.

Já no campo das sobremesas, a ligação de ingredientes inusitados, tem feito as delícias de quem por lá passa. Joana criou um cheesecake, que apesar de ser uma sobremesa comum nos restaurantes, aqui ganha um novo “corpo”, não só por ser de laranja, como também por ter na sua composição pimenta, o que o torna ideal para acompanhar um bom vinho.

Falta agora saber quanto terá de dispender por esta refeição, que se bem se recorda, eu referi no início deste artigo, que tem um preço acessível.

Ao entrar neste restaurante deparar-se-à com um bar, onde pode tomar um aperitivo antes da sua refeição, ou ir simplesmente beber um copo. Também aqui a chefe de pastelaria dá asas à sua imaginação, criando sobremesas com cocktails, refrescantes e ideais para esta altura do ano.

Aproveite hoje mesmo para ir a este espaço e desfrutar de uma refeição com tudo aquilo a que tem direito. Bom apetite!

De entre os pratos mais pedidos constam o tataki de atum, o risotto de espargos com lima, o bife à cartel e

Poderá dirigir-se a este espaço para uma refeição relaxante a qualquer dia da semana, entre as 12 e as 15 horas (exceto ao domingo) e entre as 19 e as 0 horas (durante a semana), e até às 2 horas (sexta-feira e sábado).

Por 15€ poderá ter uma refeição completa e não ficará por muito mais que 25€, caso pretenda degustar também um bom vinho.

Contactos: - 214 665 067 - Av. Sabóia, nº515 A, 2765-278 Monte Estoril - www.facebook.com/CartelSaboia?fref=ts

Foto: Cartel Saboia

Foto: Tiago Costa

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Viseu

A terra de Viriato Mais do que um “postal”, é o retrato vivo de um local que soube preservar as tradições e ainda assim evoluir!

Foto: Bruno Gascon

Por Joana Domingues

Hotel Montebelo - quarto duplo - 91€ (aproximadamente) As origens da cidade que vamos visitar, perdem-se nas brumas do tempo. Aqui passaram homens das idades remotas da PréHistória e conviveram Celtas e Lusitanos: aqui se fixaram os Romanos em séculos de prosperidade e paz, e por aqui passaram com maior ou menor detença hordas dos povos invasores: Suevos, Godos e Muçulmanos... Hoje recomendamos uma viagem até Viseu, a terra de Viriato... Para nos instalarmos escolhemos uma das principais unidades da Visabeira Turismo em Viseu - o Hotel Montebelo. Mas não fique fechado no Hotel, aproveite a piscina, o spa e o restaurante de inspiração tradicional e faça-se à estrada!

Museu Grão Vasco - 4€ Museu do Quartzo - entrada gratuita No centro histórico de Viseu, contíguo à Catedral, encontra o Museu Grão Vasco, fundado em 1916, que acolhe valiosas obras representativas dos melhores pintores portugueses, como o próprio Grão Vasco, por exemplo! Perca-se por aqui e viaje no tempo. Aprecie algumas das mais belas peças de arte sacra da região. Descubra relicários e encante-se com a beleza dos quadros presentes neste, que é o museu mais antigo de Viseu. Depois perca-se novamente... mas desta vez... perca-se na cidade... Viseu é por si só um “postal”. Aprecie a Sé e a envolvência de praças únicas e cheias de encanto. Descubra a beleza dos edifícios e observe a beleza das estátuas da cidade...


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Foto: Bruno Gascon

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Segundo a lenda da cidade, em pleno processo de Reconquista, um membro de um grupo de guerreiros chegado à cidade pelo lado oriental, onde se intersetam os rios Paiva e Dão, perguntou: «Que viso (vejo) eu?». Desta pergunta, nasceria o nome da cidade. Por isso mesmo passeie à beira rio, veja os pescadores e seja absorvido por toda esta envolvência. Visite também o recentemente inaugurado Museu do Quartzo. Único no mundo, foi idealizado pelo prestigiado geólogo Galopim de Carvalho. Nas palavras deste conceituado especialista, o Museu do Quartzo, situado no Monte de Santa Luzia em Viseu, pode converter-se num centro de investigação deste minério, a nível mundial! Depois, seguindo uma onda mais desportiva, recomendamos-lhe que não saia de Viseu sem experimentar a pista de gelo, e que passe também pelo Bar do Gelo! Um local único em Portugal e com uma temperatura média de 9 graus negativos que lhe proporciona uma experiência verdadeiramente refrescante!

Foto: Bruno Gascon

Viseu é uma cidade dinâmica, bonita e organizada! Mais do que um “postal”, é o retrato vivo de um local que soube preservar as tradições e ainda assim evoluir! Despedimo-nos desta cidade que foi eleita a melhor cidade para viver em 2012 e partimos rumo a novos destinos. Até breve!


PASSATEMPO FIGFORT

Este mês temos um passatempo dedicado à lingerie, com a marca portuguesa de lingerie Figfort. A vencedora do passatempo ganhará um conjunto como o da imagem, com as seguintes caraterísticas: - Cores: Branco, Preto, Creme, Vison ou Areia; - Modelo Froid/S Soutien com copa de espuma; -Tamanhos 32/42B - 32/40C - 32/38D + modelo Flavia2/B cueca mini nos tamanhos S, M ou L.

Para concorreres, bastam 2 passos: 1) Pedir a 25 amigos para fazerem like no Facebook da DeepArt e Figfort; 2) Os 25 amigos têm de escrever ao lado da imagem do passatempo (no facebook da DeepArt, no álbum passatempos) o “teu nome e Figfort”. Ganha a primeira concorrente que tiver 25 vezes o seu nome e Figfort nos comentários da foto do passatempo. Para entrares diretamente na foto do passatempo, clica aqui! http://www.outletfigfort.pt (loja online) http://www.figfort.pt


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“arte, s.f. conjunto de

processos pelos quais se atinge a realização do Belo; ofício; profissão; modo; forma; habilidade; astúcia.” Torna-te parte do conceito! www.facebook.com/deepartmagazine www.deepart.pt


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