Revista CrossFitter

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Edição Especial: Mãe CrossFitter



Quem acompanha as edições da Revista CrossFitter sabe o quanto ela cresceu em relação a parceiros, distribuição e seguidores. Estamos em constante processo de avaliação por quem é nosso leitor e, por esse motivo, nós nos empenhamos em trazer o melhor do CrossFit e Esportes de força, a cada edição. Hoje, acreditamos que há muito mais que 20 mil atletas de CrossFit no Brasil. E, em meio a tantos Wods, Frans, Cindys, Chippers, a cortina da vida abre e fecha, e a roda continua a girar, mas o quê se chama talento é algo que nunca se apagará. Podemos presenciar inúmeros deles chegando, o que nos dá a certeza que o CrossFit só tem a ganhar, os eventos e torneios tendem a ter grande brilhantismo e, a nós, a certeza de tornar a Revista interessante, cada vez mais. Para esta edição, organizamos um review dos Torneios de Verão que aconteceram no início deste ano. Foram centenas de Wods em coberturas sensacionais, durante as quais conseguimos registros fotográficos únicos, tornando o seu momento eterno para ser lembrado. Falaremos um pouquinho do Open 2014 que, após a revisão de vídeo, os top 48 homens, 48 mulheres superiores e 30 melhores equipes de cada região serão convidados a participar da respectiva competição Regional que será realizada no Chile, neste ano. E o que dizer do carinho e alcance que estamos recebendo da galera que nos acompanha? Está sendo fantástico ser lembrado por todos que estão fechados conosco através de milhares de imagens do gesto de punho cerrado que criamos, e que têm sido enviadas e marcadas com a nossa tag #revistacrossfitter. Nós somos, sim, uma revista diferente e moderna e nosso principal objetivo é levar a informação com qualidade até vocês. Agora, nossas edições também podem ser lidas na íntegra, gratuitamente, através do seu celular ou tablet, nas plataformas IOS e Android. Afinal, dinamismo é algo que todos buscam para crescer e isso não é diferente com a gente, pois queremos estar com vocês onde estiverem. Nosso intuito é buscar ainda mais parcerias, encontrar novos caminhos e continuar consolidando o nosso espaço. Boa leitura, CrossFitters!!

Revista CrossFitter - Onde seu wod vira nossa história.

revistacrossfitter.com.br

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ATENÇÃO

A Revista CrossFitter agora estará onde você quiser. Digite - Revista CrossFitter - no apple store, amazon ou google play e adquira gratuitamente nosso app da revista. Não perca a próxima.


Quem fez a revista Diretor

Denis Diegas

Diretora de Fotografia Tatiana Mello

Diretor de Arte Alexandre Santana

Colaboradores: CrossFit SP CrossFit Brasil CrossFit Jundiaí CrossFit Chácara CrossFit Pinheiros JK CrossFit CrossFit Moema CrossFit Móoca CrossFit Ilha CrossFit Cidade Jardim CrossFit Dadva Punk CrossFit

Colunistas: Eduardo Loureiro Luiz Eduardo Neves Tiago Heck Mex - Marcelo Abrusio Diego Figueroa Marcelo Blumefeld Andreia Naves João Neto Denis Diegas Alexandre Santana

A Revista CrossFitter é uma revista de estilo de vida e aptidão funcional. Cada edição oferece informações educacionais de especialistas nas áreas de fitness, nutrição e psicologia do esporte, bem como histórias de sucesso motivacionais. A Revista CrossFitter está sediada em São Paulo, Brasil, e é uma empresa de mídia dedicada a promover um estilo de vida ativo, através da formação CrossFit e alimentação saudável.A Revista será de publicação bimestral e poderá ser visualizada em nosso site: www. revistacrossfitter.com.br A Revista CrossFitter é uma revista independente, sem filiação com o CrossFit Inc. Não pertence a CrossFit Inc. ou qualquer de suas subsidiárias, incluindo CrossFit Journal, CrossFit Kids ou CrossFit Games. As opiniões expressas na Revista CrossFitter, podcasts ou revistacrossfitter.com.br não são as do CrossFit Inc. ou seus fundadores.

Coachs: Danilo Veccio Tiago Heck Diego Figueroa Joao Neto Tarcio Santos revistacrossfitter.com.br

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MUITO MAIS QUE UM BOX, MUITO MAIS QUE CROSSFIT.

TOGETHER WE ARE STRONGER


rua alvorada

1084, vila olĂ­mpia - sĂŁo paulo-sp - cep 04550-00 - fone (11) 3774-8372 facebook.com/crossfitsp


edição 3

27 de abril, 2014

Sumário

Mães CrossFitters

Conheça as atletas, Mães e CrossFitters que além de cuidar de toda famíla, ainda treinam pesado! página 84

Verão 2014

TOP #5

Conheça mais um pouco dos top atletas que se classificaram em 3º lugar no Torneio CrossFit Brasil de 2013. Más que no dia 09 de Maio de 2014, partirão para disputarem o - Latin America Regional - em Santiago no Chile. página 108

CrossFitter em FOCO Janeiro de 2014 começa em grande estilo e muita disputa. O verão chegou, e junto com ele 3 grandes torneios nas cidades de Guarujá, Goiânia e Rio de Janeiro e a Revista CrossFitter não ficou fora dessa. página 10

Já ouviu falar em

MOBILIDADE? Se você não treina, melhor parar o CrossFit agora mesmo. página 74

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O CrossFit durante a gravidez foi muito gratificante. Eu adaptei alguns movimentos, controlei a frequência cardíaca e reduzi as cargas. Dessa forma segui até o final da gestação, que foi tranquila! Saiba mais dessa guerreira. página 154

Aula Prática

Conheça o movimento Hang Snatch com o top Atleta do Levantamento de Peso Olímpico, Alexandre Hoffmann e o Head Coach, Danilo Veccio, do CrossFit Chácara. página 138



Š Alexandre Brotto

Sol, sal e suor, muito su


uor!


VERÃO CROSSFIT BRASIL

www.crossfitbrasil.com.br

O ano de 2014 começou com tudo para o Crossfit no Brasil. Na virada do ano, já são mais de 130 ginásios espalhados pelo país, e a modalidade cresce a cada dia, junto com a visibilidade do que fazemos. Foram meses intensos, nos quais ganhamos espaço e reconhecimento pela qualidade e eficácia do método. Revistas, jornais, programas de TV, todo mundo está falando do esporte que amamos. E, para fechar o verão com chave de ouro, invadimos o Guarujá com o Torneio Verão Crossfit Brasil, que sacudiu a praia da Enseada em fevereiro. Foram 16 dias eletrizantes, com competições entre as melhores equipes do Brasil, contando também com a ilustre presença da DS Crossfit, que veio do Paraguaiprestigiar o evento e acirrar a disputa. As provas não foram nada fáceis, e testaram os atletas não apenas no condicionamento físico, como também na adaptabilidade aexercícios fora da rotina comum. Como já era de se esperar num torneio na praia, o mar também virou arena, ealgumas das provas incluíam natação. Assim como nos Games 2013, a inclusão de provas aquáticas testa a adaptabilidade dos atletas em exercícios diferentes dos já conhecidos do box. Contudo, Crossfitters nunca desistem, e mergulharam de cabeça no desafio. Além da água, a areia também trazia novidades, com os famosos worms, toras de madeira interligadas por uma corda. Com elas, as equipes faziam agachamentos e passagens 12

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por cima da cabeça. O primeiro fim de semana destacou a funcionalidade do Crossfit.Em uma competição envolvendo equipes das forças de segurança brasileiras e equipes formadas poratletas de elite do Crossfit, pudemos ver que o nosso esporte de fato nos prepara para as dificuldades do diaa-dia. Natação, subida na corda, corrida carregando o companheiro, e mais desafios que os oficiais superam diariamente e nós simulamos no box. A vitória ficou com a Academia do Barro Branco, seguida de perto pelas três equipes de Crossfit. No fim de semana seguinte, foi a vez das melhores equipes competirem pelo título de melhor do Brasil. A arena ficou pequena para tantos nomes de peso, e pudemos ver perfomances inspiradoras. Muitos ainda não haviam disputado torneios como em equipe, ou mesmo treinado como parte de uma. No entanto, o formato provou-se construtivo e desafiador. “Foi uma grande troca de experiência e aprendizado, além de aproximar ainda mais os componentes de cada equipe aumentando o respeito que já temos um pelo outro”, reflete Neylson Nogueira, da Crossfit Tríade. Além disto, a variedade de exercícios em diferentes combinações exigiu a superação de cada atleta e o bom entrosamento das equipes. Muitos citaram os agachamentos com worm como o exercício mais desgastante, exatamente por requerer movimentos coordenados entre os quatro atletas. Um erro, e tudo ia para o chão. E, para deixar tudo ainda mais difícil no melhor estilo Crossfit, o calor também desceu a serra. Foram cinco WODs embaixo de um sol de 35 graus, fazendo das piscinas de gelo uma refrescante recompensa. Ponto a ponto, BSB Crossfit e Crossfit Moema disputavam a liderança, seguidas de perto pela equipe da Crossfit Ilha. No fim, a vitória ficou com a Crossfit Moema, que assegurou a primeira colocação no WOD 5, um chipper brutal envolvendo subidas na corda, KB swings, GTOH e barras. As manchas de sangue que adornavam as barras no fim


do domingo ficaram como marcas da intensidade e da superação que existe no nosso esporte. Como um dos lemas já diz, não paramos quando cansamos, e sim quando terminamos. O último fim de semana provou que não existe tempo ruim para crossfitters. Literalmente, porque o tempo não deu trégua. Debaixo de chuva forte, os atletas não se deixaram abalar, e correram, pularam e deram o máximo na areia pesada. E quando a areia foi tomada por uma das piores ressacas dos últimos anos, os guerreiros foram para a rua. Anilhas no asfalto, suor e muita garra nas 36 equipes disputando pelo lugar mais alto no pódio do Aberto Verão Crossfit Brasil. Desta vez, as equipes eram formadas por 6 atletas, mas as provas não ficaram mais fáceis por isto. A quantidade de repetições foi recalculada proporcionalmente, de modo que ninguém saiu de lá sem dar 100% de si. Desta vez, o pódio ficou em São Paulo, com a Crossfit Moema conquistando a dobradinha, seguida pela Crossfit SP e pela Crossfit Brasil. O que se pôde ver nos três finais de semana é que o Torneio Verão Crossfit Brasil exaltou as qualidades do esporte, dos atletas e da comunidade, as quais tanto nos orgulhamos. Em meio à disputas acirradas, o que prevaleceu foi o companheirismo e o espírito de equipe. Também, a torcida não ficou para trás. Atletas de vários ginásios do país foram ao Guarujá prestigiar seus times e compartilhar da atmosfera inigualável que se deixou lá.Além disto, a comunidade que vem crescendo diariamente encontrou no torneio um local para conhecer os novos ginásios e os novos atletas, inclusive para o público em geral. A atleta Vivan Bonfim, da Crossfit Moema, concorda que o evento permitiu que muitas pessoas que ainda não conheciam o Crossfit tivessem contato com o esporte, tanto assistindo as provas quanto realizando as clinicas. Por ter sido uma grande celebração do que chamamos “ser Crossfit”, com certeza o torneio deixou um gostinho

de quero mais. Katia Teixeira, da JK Crossfit, ressalta: “Devemos ter mais torneios assim, em equipe. Assim podemos incentivar nossos atletas que ainda tem receio em competir individualmente”. Felizmente, junto com o crescimento da modalidade no Brasil, o calendário de competições também está mais cheio. Em breve começarão as seletivas para o Torneio Crossfit Brasil, que acontecerá em agosto, e certamente estará lotado de atletas e torcedores prestigiando o melhor do condicionamento físico no país. Texto: Marcelo Blumefeld Box: Hangar 193 CrossFit Classificacão final: 1º Final de semana. Forças de Segurança Brasileira e CrossFitters 1º Lugar- Academia do Barro Branco 2º Lugar- COE-Comando e Operações Especiais -PMSP 3º Lugar- Team CossFit 2 4º Lugar- Team CossFit1 2º Final de semana. Verão CrossFit Brasil - Boxes de CrossFit 1º Lugar- CrossFit Moema 2º Lugar- CrossFit SP 3º Lugar- CrossFit Brasil 4º Lugar- CrossFit BH 3º Final de semana. Verão CrossFit Brasil - Boxes de CrossFit 1º Lugar- CrossFit Moema 2º Lugar- BSB CrossFit 3º Lugar- CrossFit Ilha 4º Lugar- CrossFit Jundiaí revistacrossfitter.com.br

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Š Alexandre Brotto




Š Tatiana Mello


Š Alexandre Brotto



Š Alexandre Brotto




Š Tatiana Mello


Š Alexandre Brotto



Š Alexandre Brotto



Authorized Dealer



Uniรฃo, foco e forรงa


Š Denis Diegas


SUMMER GAMES GOIÂNIA

Nos dias 21, 22 e 23 de Fevereiro de 2014 o Summer Games trouxe para a cidade de Goiânia um lindo evento, capaz de mostrar homens e mulheres em uma competição que testou o condicionamento de cada atleta crossfitter na ginástica, powerlifting, levantamento olímpico e muito mais.

A ideia de realizar o Summer Games Brasil surgiu em uma conversa entre amigos, grandes entusiastas da modalidade que tinham uma vontade em comum: divulgar cada vez mais este esporte que cresce e www.summergamesbrasil.com conquista pessoas em todo o mundo, fazendo esta Poucos dias após a realização do Torneio Verão comunidade cada vez maior, cada vez mais forte. CrossFit Brasil, pudemos presenciar um dos maiores Torneios de Crossfit já realizado no Brasil. O Summer O brasileiro Sérgio Leonardo de Alcântra, que Games, que contou com a presença de grandes nomes atualmente mora em Miami-FL, traz para este da modalidade como Francisco Javier “Chiquinho”, evento toda sua paixão por este esporte e sua Artur Machado, João Pereira, Joyce Rodrigues, experiência como atleta há mais de 5 anos, com Andreia Naves, Daniela Nogueira, Marina Ramos, seguidas participações no CrossFit Games Regionals, Rafaela Lampert e a pequena Luiza Marques de para realizar aqui no Brasil, sua terra natal, uma apenas 12 anos, que competiu entre as adultas e deu competição nos moldes das melhores provas dos bastante trabalho. A presença da fortíssima equipe EUA. Desta maneira, possibilitando que todos da Reebok Miami CrossFit liderada pela Larissa vivenciem a essência do CrossFit clássico. Branson e diversos outros talentos que brilharam Foram diversas categorias individuais masculino e prometem movimentar, e muito, as competições e feminino e times masculino e feminino que possibilitaram a inclusão de atletas iniciantes a nacionais. avançados testarem seus limites dentre os wods Qualquer atleta ou entusiasta dos esportes sabe a apresentados. sensação única de caminhar até o portão de entrada Fran, Grace e Chippers repletos de exercícios de um evento fortemente competitivo. Quem vai fatigantes fizeram os atletas suarem muito em uma ganhar? Será que vai haver uma virada? O que é que forte disputa saudável e clima maravilhoso. eu vou começar a ver em primeira mão que os outros A organização diz que logo mais teremos o Summer só tomarão conhecimento se lerem a respeito? Ou, Games 2 e nós, da Revista CrossFitter, estaremos neste caso, o que é que eu vou aprender neste evento novamente fechados com os organizadores deste maravilhoso evento para levar e reviver com vocês esportivo? grandes momentos de disputa. É tudo uma questão de estar lá, sentindo a tomada de energia em você e ficar completamente imerso em toda a comunidade. Texto: Denis Diegas Box: CrossFit SP

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Vamos aos Resultados:

Women RX

Female RX Teams

1º Lugar- Anna Paula K. Oliveira - Punk CrossFit 2º Lugar- Cleide Castro Monteiro - CrossFit Rio Preto 3º Lugar- Luciane Araujo - CrossFit O2

1º Lugar- Reebok CrossFit Miami 2º Lugar- Hangargirls - Hangar 193 3º Lugar- BSB Pink - BSB CrossFit Female Scale Teams 1º Lugar- Angels - Punk CrossFit 2º Lugar- Devils - Punk CrossFit 3º Lugar- Punk Ladies - Punk CrossFit

Women Scale 1º Lugar- Daniela Araujo - CrossFit Gladius 2º Lugar- Francielle Nunes de Oliveira - CrossFit Phidias 3º Lugar- Daniela Berquo R. Cunha - Punk CrossFit

Male RX Teams 1º Lugar- KOR2 - KOR CrossFit 2º Lugar- Maquina Laranja - Punk CrossFit 3º Lugar- BSB CrossFit Elite - BSB CrossFit Male Scale Teams 1º Lugar- Gladius - Gladius CrossFit 2º Lugar- Punk - Punk CrossFit 3º Lugar- kalangos - CrossFit 1000 Men RX 1º Lugar- Francisco Javier “Chiquinho”- CrossFit Jundiai 2º Lugar- Artur Machado Dias - Primatas CrossFit 3º Lugar- Gilson Duarte de Sousa Filho - Punk CrossFit Men Scale 1º Lugar- Ricardo maia Wunder - CrossFit Barigui 2º Lugar- Orlando Pires de Oliveira - CrossFit O2 3º Lugar- Moacir martini de Araujo - CrossFit Proteus revistacrossfitter.com.br

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Š Denis Diegas



Š Denis Diegas



Š Denis Diegas



Š Denis Diegas


Š Denis Diegas


Š Denis Diegas




E o Rio de Janeiro conti


Š Fernanda Suhett

inua Fit!


RIO ELEIKO CROSSFIT

primeiro wod. Jorlina Silva da CF Ilha conquistou a segunda posição, seguida da Júlia Edelhoff representante da CF Leblon como terceira colocada.

rioacademia.com.br/riocrossfit

O primeiro lugar no masculino rx foi disputado do início ao fim entre os atletas da CF Ilha e da CF Posto9. A conquista do lugar mais alto do pódio ficou por conta de Pablo Chalfun da CF Ilha, com uma pequena diferença João Victor, da CF Posto 9, conquistou o segundo lugar e Glauco Rocha, também da CF Ilha, o terceiro lugar.

Nos dias 22 e 23 de fevereiro, foi realizada a primeira competição de CrossFit, sediada na cidade do Rio de Janeiro. Inicialmente os atletas tiveram que realizar uma bateria de wod’s, validados em seus próprios boxes, nas cinco semanas que antecederam o campeonato. Os 48 classificados puderam disputar a final do campeonato no box montado na Praia de Ipanema.

Agora vamos saber um pouco o que os campeões acharam.

Dividida em duas categorias: Oficial, onde os atletas executam os movimentos exatamente da maneira como foram prescritos. E a Scale, na qual os movimentos possuíam um nível menor de dificuldade. A disputa seguiu acirrada desde o início, revelando assim o alto nível de desempenho dos atletas cariocas.

Cabe a nós, atletas e profissionais da área, gerar essa divulgação. Mais importante ainda, foi o fato que todas as academias do Rio de Janeiro trabalharam juntas em prol do evento.

Na categoria Scale feminina, Cabo Frio veio pra ganhar, Roberta Gonçalves consagrou-se campeã, tendo como vicecampeã Luana da CF Knove, seguida de Érica Paredes da CF Inox. No masculino Scale, Guilherme Belém representando a CF Lapa conquistou o primeiro lugar, seguido de Rubens Almeida da K9 e João Felipe Lima da CrossFit Carioca empatados e Yan Paschoal em terceiro representando, também, a Carioca. No oficial feminino, Samantha Viana mostrou todo o seu preparo liderando o campeonato desde o 48

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Samantha, qual foi a importância do Rio Eleiko CrossFit? “Achei muito importante a iniciativa de promover o primeiro campeonato da modalidade CrossFit no Rio de Janeiro, uma vez que é pouco difundida no Brasil.

Claro que tudo que se inicia não é perfeito, mas acredito que com o passar dos anos o evento só tende a melhorar e tomar proporções maiores. Entrei no campeonato realmente para me testar e ver quais eram minhas fraquezas e pontos fortes. Devido a isso, reconheço que o campeonato foi de grande valia para mim como atleta. É uma motivação a mais para continuar treinando. Sei que essa é uma longa estrada para o esporte que vem ganhando espaço no país, e somente com iniciativas como essa que obteremos o destaque aqui da mesma forma que já existe mundialmente”.


Pablo, o que achou do Torneio? “Como o primeiro campeonato do Estado, o Eleiko Rio CrossFit não poderia ter sido melhor. O evento conseguiu unir todas as paixões do carioca ao CrossFit. Uniu a praia, carnaval, samba e Sol a um campeonato eletrizante. A energia foi tanta que o pessoal que estava curtindo a praia e os blocos, deram até uma parada para empolgar e torcer ainda mais pelos atletas. O torneio foi muito bom. Conheci outros boxes e atletas incríveis, foi uma experiência incrível e terminar em primeiro no meu primeiro torneio individual de CrossFit, por essa eu realmente não esperava”.

Categoria Rx feminino: 1º Lugar - Samantha Viana - CrossFit XXXX 2º Lugar - Jorlina Silva - CrossFit Ilha 3º Lugar - Júlia Edelhoff - CrossFit Leblon Categoria Rx masculino: 1º Lugar - Pablo Chalfun, da CrossFit Ilha, 2º Lugar - João Victor da CrossFit Posto 9, 3º Lugar - Glauco Rocha - CrossFit Ilha

Agradecemos a todos os atletas que competiram na seletiva e nas finais, pela participação, esforço e ótimo desempenho. Aos coachs, atletas, árbitros e os responsáveis pela organização, nosso agradecimento especial pelo alto nível do campeonato que foi apresentado. Texto: João Neto Head Coach - CrossFit Ilha Vamos par os resultados finais. Categoria Scale feminina: 1º Lugar - Roberta Goncalves - CrossFit Cabo Frio 2º Lugar - Luana - CrossFit Knove 3º Lugar - Erica Paredes - Inox CrossFit Categoria Scale feminino: 1º Lugar - Guilherme Belem - CrossFit Lapa 2º Lugar - Rubens Almeida - CrossFit Knove 2º Lugar - Joao Felipe Lima - CrossFit Carioca 3º Lugar - Yan Paschoal - CrossFit Carioca

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Š Vitor Kelm


Š Fernanda Suhett



Š Fernanda Suhett




Š Fernanda Suhett



Š Fernanda Suhett



Š Fernanda Suhett



Š Fernanda Suhett



Š Fernanda Suhett


Š Filipe Suhett





O treino

do competidor d


de CrossFit

Š Stefano Figalo/SFP


Com a expansão do Open e o surgimento de diversos campeonatos paralelos, uma parcela dos atletas mais experiente e mais condicionada começou a tratar a modalidade como um esporte competitivo. Lá fora, devido ao tempo que o CrossFit é praticado, esse movimento é mais acentuado, tornando possível perceber que esses atletas desenvolveram uma metodologia de treino bem diferente da que é o padrão da maioria dos praticantes. A diferença mais clara entre esses atletas de competição, mostrada em grande parte dos vídeos do Rich Fronning Jr., é o volume de treinos. É óbvio que poucos atletas conseguem sustentar três ou mais wods diários como o tri-campeão mundial, por outro lado, manter o ritmo de competições sem dedicar mais de uma hora e meia do dia ao esporte é um privilégio para poucos. Esse tempo de dedicação vem da necessidade principal de elevar força e potência, que nas competições parecem ser fatores cada vez mais decisivos, além do atleta ter que conseguir levantar as cargas exigidas, elas deve estar bem abaixo de sua repetição máxima permitindo com que a tarefa seja realizada sem uma grande demanda energética. Os atletas também têm de ser proficientes nos movimentos mais técnicos da modalidade, como muscle-ups, handstand walks e até aqueles que não são clássicos do CrossFit, como movimentos de strongman, natação e ciclismo, a fim de estarem preparados para o desconhecido e imprevisível. A demanda por manter altos níveis de força, um grande repertório motor e ainda ser capaz de chegar na competição com uma alta capacidade de trabalho requer planejamento. Assim, como qualquer outro tipo de atleta crossfitter competitivo não está pronto para desempenhar o seu máximo 100% do tempo, eles alternam o objetivo do treino entre ganho de força, ganho de capacidade aeróbica, manutenção 72

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da performance e recuperação, conforme o calendário de competição, para atingir o pico somente quando forem competir. Isso possibilita focar nas fraquezas longe dos campeonatos e, próximo à data da competição, retornar ao condicionamento necessário para se apresentar. A periodização também tem impacto no planejamento dos wods, eles podem variar conforme a época do ano, com mais carga nos períodos de ganho de força, utilização de treinos intervalares para ganho de condicionamento rápido até chegarem no formato padrão dos benchmarks clássicos. Outra grande diferença dos wods, para quem quer competir, é a complexidade dos movimentos que eles devem exigir, é pouco provável que alguém se destaque emumacompetiçãopelasuaexcelenteformanasflexões, no entanto, diversos atletas já foram derrubados em eventos com double unders e squatsnatches, assim os wods devem, além de focar em melhorar a capacidade de trabalho, exercitar a realização desses movimentos sob fadiga. Treinar para competir não é treinar wods, mas treinar para fazê-los da forma mais eficiente e mais rápida possível, entender isso é necessário para todos que desejam competir em alto nível e a escolha de realizar esse tipo de treinamento deve ser bem pensada, analisando a dedicação necessária e os sacrifícios de ter de encarar o esporte de forma mais técnica e analítica. Texto: Eduardo Loureiro Box: CrossFit SP



Mobilidade no CrossFit você tem? Olá amantes da intensidade, SE VOCÊ NÃO TREINA MOBILIDADE É MELHOR NÃO TREINAR CROSSFIT! Perdoem-me, mas tive que começar essa matéria assim, dando bronca! E a razão é simples, a mobilidade é o fator que preserva as articulações durante os movimentos, principalmente se tivermos potência aplicada a eles, como, por exemplo, quando realizamos os muscle-up, ou kipping pull up, ou os snatchs (arranco), cleans (1º tempo do arremesso), wallballs, pistols e uma diversa gama de movimentos que sem mobilidade articular tornam-se perigosos de serem executados! Daí vem gente de fora e diz que CrossFit machuca e você, amante desse “esporte”, fica discutindo com ele, dizendo que isso não tem nada a ver, que é intriga da oposição e blá blá blá! Na verdade, qualquer esporte executado de forma incorreta machuca e, no nosso, temos quase todos os movimentos possíveis que um ser humano pode realizar, portanto, TEMOS QUE TER MOBILIDADE, CARAMBA! Foi mal, outra bronca! Sabe o seu agachamento de arranco, o famoso OHS? Por que ele é tão difícil? Quando realizamos este movimento (irei falar numa linguagem mais popular), nossos braços estão estendidos acima da cabeça, o que leva as escápulas lá pra cima também, porém, o quadril irá se afastar na direção oposta, pois ele está descendo e junto com ele temos tornozelo se afastando do joelho e joelho se afastando do quadril, na verdade são 74

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os músculos e tendões que estão estendendo-se (linguagem popular lembra?). Ou seja, todas estas articulações se “afastam” umas das outras, e se não tivermos flexibilidade nelas, o movimento não flui, daí levamos NO REP! Fora o medo de fazermos algo com o peso acima da nossa cabeça e fora do nosso campo de visão, isso colabora para o movimento sair mais tenso ainda. É muito comum pensarmos: “tenho tendão encurtado”, “músculos travados”, “sou duro”! Pois bem, boa parte dessa falta de mobilidade tem a ver com seu neural, ou seja, realizar o movimento tenso tira mobilidade, realizá-lo com medo e sem confiança também, realizá-lo sem técnica, então, nem se fala. Tudo isso depende da sua mente e não do seu corpo, ele só está recebendo ordens suas. “Calma aí Heck, você está falando-me que mobilidade é psicológico?” Sim, estou! Boa parte dela é relacionada à nossa mente “travada”, ou seja, o movimento não flui, é como na hora de dançar, que o cara fica todo duro e pisa no pé da moça, isso não foi falta de flexibilidade e sim uma inibição, ou timidez do momento. Ficamos travados para realizar alguns movimentos e isso atrapalha muito na técnica. No CrossFit, especificamente, temos o fator “força em excesso” que também atrapalha muito a mobilidade. Por exemplo, se num arranco (snatch) deixarmos o corpo muito mais tenso na puxada com o excesso de ativação de força nos braços, no momento de imprimir a potência, ou de entrar embaixo da barra, não iremos ter a velocidade que se precisa. Ou seja, a força é


Š Stefano Figalo/SFP


um ajuste fino que interfere na mobilidade e contrair mais músculos do que o necessário compromete essa mobilidade, e isso é controlado pelo nosso cérebro está explicado o poder psicológico nessas horas. PARA DE FAZER TANTA FORÇA! Deixa ela para o levantamento terra, os agachamentos e supino! Mais uma bronca, mais essa foi leve! Fatores como estes colaboram para essa diminuição das nossas amplitudes, mas é claro que temos o fator encurtamento físico também (que podemos chamar de flexibilidade ou a falte de), pois muitos de nós passamos a vida inteira sentado numa cadeira reverenciando uma máquina e ficando com o corpo todo curvado durante horas por dia. Isso colabora para esses encurtamentos, principalmente dos ombros - quando falo ombro quero dizer escápulas, elas são suas verdadeiras articulações! Muita gente se machuca no CrossFit realizando as famosas barras com balanço, os kipping pull-ups, pois no momento da descida, na hora que acumulamos energia elástica para retornar o movimento lá pra cima, se não tivermos mobilidade escapular, o ombro sofre um belo de um impacto dentro da sua articulação, e fazer isso várias vezes pode levar a lesões! O mesmo vale para o já mencionado snatch, se chegarmos para entrar embaixo da barra sem a posição certa dos ombros, sofreremos impacto articular também. Então, não são os movimentos de uma forma geral que machucam, o que machuca são os impactos gerados por falta de mobilidade influenciando diretamente na técnica. Mas e aí, como treinar essa mobilidade? Bom, essa parte necessita de um crossfitter o que ele não tem muito, a famosa calma! Geralmente queremos ir logo para o combate, fazer aquele wod mortal e passar por cima dele, terminar e pronto – “Mais um treino vencido, e qual é o próximo? Pode vir que eu estou pronto!” 76

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Sim, somos valentes, CrossFit não é para qualquer um, mas temos que ser também inteligentes, pois somente coragem sem disciplina pode fazer-nos perder as batalhas. E inteligência no caso é fazer o famoso “mobility” antes e depois do treino, e nos dias de descanso também. A palavra mobility ficou famosa através do proprietário da San Francisco CrossFit, Dr.Kelly Starrett, que é formado em Fisioterapia, criador do mobilitywod e autor do livro “Becoming a Supple Leopard”. Um profissional com quem tive a grande honra de treinar por quase um mês em seu box, e acreditem, lá tem aulas somente de mobility, isso mesmo, sem wod, nem nada. Uma hora de aula fazendo somente mobilidade articular, e é realmente incrível o bem estar que isso causa para aqueles que treinam sempre pesado. Outra proposta boa que vi lá são aulas de yoga, que nada mais é do que realizar movimentos controlados com grande amplitude que funcionam muito bem para se ganhar mobilidade, e de quebra ainda relaxamos a mente e alimentamos a alma! Yoga e CrossFit, quem diria hein?! Voltando a parte do mobility, o Dr. Starrett desenvolveu uma sequência de exercícios para realizar antes e depois dos treinos e de uma forma até que simples, utilizando os próprios equipamentos dentro do Box, como os bands, as barras, além da bolinha dura e do rolo que todos já devem conhecer. Temos todo acesso para realizar mobilidade no nosso dia a dia, os coachs provavelmente sabem sobre o assunto, se não souberem cobrem deles ou mudem de CrossFit. Não vamos deixar nossa preguiça prejudicar nosso corpo e impedir-nos de realizar aquilo que tanto gostamos de fazer, portanto, treinem mobilidade todo dia se possível, é o preço para quem está sempre no limite do corpo. Texto: Thiago Heck Box: CrossFit Sampa



Ordem na casa!

Matéria: Alexandre Santana

Fabio Lorençone Schauff, 40 anos, formado pela faculdade de educação física de Santo André - FEFISA - É coach do box CrossFit Brasil. Responsável pela coordenação dos árbitros dos eventos Torneio CrossFit Brasil e Verão CrossFit Brasil, nos conta como é sua rotina de coach, chefe dos árbitros e atleta.

© Sandra Alamino

Como conheceu o CrossFit? Através da internet, assistindo vídeos no YouTube e acessando o CrossFit.com. Qual o box que treina e quanto tempo treina CrossFit? Treino no box CrossFit Brasil desde agosto 2009. Tento ir em outros boxes pra treinar com velhos amigos e conhecer os novos, mas as vezes nao dá (rs). Quantas vezes treina durante a semana? Boa pergunta (rs)! Quando comecei com o CrossFit treinava 3 dias na semana e descansava 1. Depois treinava 2 e descansava 1. Hoje em dia se consigo 3 vezes na semana ja estou no lucro. 78

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Qual atleta você tem como referência? Chris Spealler. Quais tipos de reciclagem faz para aprimorar suas técnicas nos movimentos? Treino, treino e treino... Com diferentes coachs (se consigo), pois cada um tem um pouco a ensinar e com isso uso o que for melhor para minha evolução. E também faço cursos. Existe alguma troca de informações com outros coaches afim de ampliar seu conhecimento? Sim, e acho que isso deveria ser feito sempre, não só no âmbito técnico, mas também com relação ao administrativo. Sempre disse; quando ministrava cursos de ciclismo


Š Alexandre Brotto


indoor, que quanto mais informações, mais teremos os alunos em nossas mãos. Como é feita a seleção dos arbitros para os torneios realizados pela CrossFit Brasil? Basicamente são formados por Coachs e alunos que tenham pelo menos 1 ano de treino dentro do CrossFit e com a formação de Judge, feito on line atravéz do CrossFit.com.

© Tatiana Mello

Como um árbitro deve se comportar em um torneio? Ser o mais responsável possível, imparcial, ter uma postura de “homem de gelo”, não pensar 2 vezes para dar as famosas “no reps”, saber que a palavra dele é a que vale, respeitar todos os atletas (viceversa), e ficar atento as infos que serão passadas nos briefings.

Recentemente ouvimos falar muito em broreps, “validação de um movimento não correto”. Qual sua opnião sobre essa falta de ética que alguns atletas/árbitros tiveram, e o que essa atitude pode ocasionar em uma competição? Feio demais!!! Não dá para acreditar que existem pessoas que querem ganhar no “jeitinho”. Isso é reflexo dos treinos dentro do box e da índole do ser humano, pois se todos fossem honestos, contassem suas repetições corretamente e fossem auto-críticos, isso não aconteceria. O atleta/árbitro que faz isso está sendo muito irresponsável, além de burlar o resultado final e tirar a vaga de um outro atleta que treinou o ano todo. Por isso que, na minha opinião, as regras do Open foram modificadas esse ano.





Sob o olhar da Deusa


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Texto: Evelin Faria Fotografia: Tatiana Mello


comigo mesma. (Tarsila Amaral) – Ele fala assim: “vamos treina mamãe, vamos pra “fosfit” (Débora Diegas) – A emoção de estar grávida é única, só quem passa por isso entende. (Ana Cristina Cezar Vilhena).” Muito antes do nascimento de Jesus Cristo e do culto ao Deus Pai, era a mulher a Deusa. Povos da antiguidade veneravam as mulheres Deusas, seus conselhos eram tidos como responsáveis por exterminar guerras e doenças, suas magias, pela fertilidade e prosperidade na agricultura e alimentação, eram consideradas sagradas por seu acolhimento em tempos difíceis da vida de cada um. As Deusas eram templos, aonde residiam todos os pedidos, confissões, sonhos e tristezas, elas “davam a luz”. A origem desse termo tão Durante a gestação, eu treinava e falava 3,2,1 Duda vai sair! (Luciana Freitas)

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las são mães, trabalham, cuidam da casa, treinam. Para essa edição, conversamos um pouco sobre o que é ser mãe e como o método CrossFit participa desses momentos tão especiais. “E por todas as vezes que eu achei que minha mãe não me amava, perdão. (Anita Pravatti) – Você vê depois que o bebê nasce o quanto que você se doa. Então você vê o que sua mãe sentia por você. (Luciana Oliveira) – Sempre quis ser mãe. (Monica Oliveira) – Nasce um amor do nada, e todos os planos são esquecidos. (Marleide Almeida) – A gente percebe que nunca tinha amado realmente até ser mãe. (Vanessa de Almeida Alvares) – Eu recebo cartinhas “mamãe eu te amo”. (Elen Boscariol) – Minha mãe me ensinou a ser verdadeira com a vida, com as pessoas e

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Eu aprendi a encorajar mais, dar mais suporte para minha filha. (Monica Oliveira)


se o lugar aonde essas mães atletas e praticantes de CrossFit treinam fizer com que se sintam assim! Essa comparação do Box CrossFit como uma família é uma unanimidade entre elas, e para aqueles que conhecem esse método. “Com o CrossFit tenho mais bom humor, passo a vida com mais coragem. (Vanessa de Almeida Alvares) – Reclamo menos depois que passei a treinar CrossFit. (Monica Oliveira) – Tenho mais postura, mais atitude. (Elen Boscariol) – A intensidade física exigida pelo CrossFit leva às pessoas a terem mais persistência.(Luciana de Oliveira) – O CrossFit me deu um nível psicológico ótimo para aguentar as noites em que minha filha não dorme. (Anita Pravatti) – Mudança de vida para melhor, isso é o que significa o CrossFit. (Tarsila Amaral) – Como mãe, meus pensamentos Eu iria competir no Torneio Verão CrossFit, e fui fazer um teste de gravidez, apenas para estar certa de que tudo estava bem, e pronto, estava grávida! (Marleide Almeida)

conhecido por ser o momento do parto, remete a esse momento em que numa dada situação, era preciso seguir uma “luz”, e cabia a Deusa “dar essa luz” para aquela situação. As mulheres carregam em si, essa herança especial, o fato de apresentar essa origem como Deusas da antiguidade com um instinto aguçado para solucionar os problemas que as cercam. Então quando se fala em ser mãe, esse poder parece dobrar no fato de ser mulher e mãe. O ser mãe, é especial, é ter o mesmo olhar que um Deus que vê tudo e seleciona, avalia e aponta a melhor direção, é ser detentora de um conhecimento profundo, é ser forte, ser guerreira, e ao mesmo tempo acolher e amar profundamente. É ser uma Deusa. E aonde essas mulheres podem se sentir mais rainhas do que em sua própria família, e que tal

Em casa agora a gente divide todas as tarefas, cada um tem uma responsabilidade. (Vanessa de Almeida)


“Nos amamos tanto, esse será o bebê mais feliz do mundo! (Anita Pravatti)”



e ações mudaram na CrossFit, me tornei mais forte mentalmente, como se não houvessem limites. (Débora Diegas). – A maternidade fez unir minha vida pessoal com a profissional. Quando ela tinha 1 ano e 9 meses passei a auxiliar meu esposo no Box. (Ana Cristina Cezar Vilhena) – É um treino diferenciado. Temos alunos de 70 anos. Tem gente que depois que passou a treinar mudou e tomou coragem de aprender coisas como andar de bicicleta. (Marleide Almeida).” Elas se sentem dispostas a enfrentar todos os desafios, a garra aumenta e isso é incorporado em suas rotinas. Sendo mães agora elas apresentam a necessidade de mudar o mundo para que seu filho possa ter uma vida melhor, e como é possível mudar algo senão for com muito esforço e dedicação. O desafio é diário. (Elen Boscariol)

É aceito entre elas que a gestação, e o parto foi favorecidos devido aos treinos, enfrentar a situação de trazer a vida um novo ser através do próprio, exige condições psicológicas e físicas, que foram amenizadas devido ao estar constantemente em treinamento com alto grau de intensidade. É claro que exercícios são adaptados, no entanto a essência do “3, 2,1 go” se mantém. O estar em um ambiente acolhedor, através do qual a amizade prevalece faz com que se sintam envolvidas por um amor aonde compartilham experiências, num movimento recíproco entre dar e receber força e coragem para superar os desafios lançados pelo workout of the Day (WOD). E é assim, superando o dia a dia, e estando acolhidas, que elas desenvolvem o seu maior potencial como mães e passam a suportar as


Topar os desafios é algo que sempre quero transmitir para os meus filhos. (Tarsila Amaral)

dificuldades de tornar o mundo melhor para seus filhos. Cada mãe tem dentro de si suas próprias lições para passar para seus filhos, e diante disso, algumas acabaram ressaltadas por causa desse ambiente dentro dos boxes como: procurar habituar-se a uma alimentação mais saudável; saber lidar com a derrota e a perda; encarar como desafio tudo; não se abater diante das dificuldades; ter mais disciplina. Oferecer suporte à família e aos filhos, ser um exemplo para eles e compartilhar mais as experiências diárias com eles também fazem parte do legado deixado pelo CrossFit para as mamães. É possível dizer que o CrossFit, se mistura na vida dessas mães, e a vida delas se misturou à rotina dos Boxes. A busca por um mundo melhor e uma melhor educação para seus filhos, faz com que a

Deusa Mãe retome o principio, a busca pela luz é uma constante na vida dessas mulheres e a relação com essa comunidade intensa, amiga é muito presente em suas vidas. “3 2,1 Duda vai sair! (Luciana – Sócia Crossfit Sampa e Pinheiros – durante seus treinos préparto!). Me assustei quando descobri que estava grávida, mas meu marido me apoiou muito.Tenho a familia que sempre quis. (Marleide – instrutora – CrossFit ZN - a respeito do marido que também é coach no mesmo Box). Participei do Girls Challenge e mesmo grávida competi. (Monica – a respeito de sua experiência sobre um evento organizado pela CrossFit Jundiaí aonde participam apenas mulheres). No Box não tem espelho, como mulher isso faz uma grande diferença. (Elen – CrossFit Jundiaí - a respeito do julgamento que se faz quando se observa a si própria no momento do treino). Estava passando por uma depressão e o CrossFit me deu a energia necessária pra seguir adiante. (Vanessa – atleta – CrossFit SP – a respeito de sua vida pessoal e seus desafios). Estava 3 anos parada, e desmotivada em voltar para uma academia, assim que fiz a primeira aula na CrossFit, percebi que poderia voltar à rotina de exercícios sem me entediar. (Tarsila – Muve CrossFit – a respeito de como seu amigo de infância a levou a praticar esse método). Ser mãe e ser atleta tem relação com sermos cada vez mais fortes, dedicados, determinados, intensos e fortes, muito mais fortes a cada dia. (Débora – CrossFit SP – sobre o ponto em comum em ser mãe e atleta). Carregar uma criança de 10 kg e meio não é fácil, e por horas às vezes. (Anita – Atleta – CrossFit 2026 - falando da importância do preparo físico revistacrossfitter.com.br

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“Minha filha é tudo na minha vida.” (Ana Cristina Cezar Vilhena)



que foi concedido a ela após tornar-se a grande atleta). Por conta de estar trabalhando com meu esposo no Box , passei a treinar, e hoje não imagino minha vida sem o CrossFit. ( Ana – Muve CrossFit – sobre como sua vida profissional e pessoal se relacionam). A Deusa, a mãe que tem o desafio de organizar e estruturar a sua família, cuidar dos outros seres, incentivá-los pelo melhor caminho. Ser mais exigente e ao mesmo tempo companheira, às vezes, chata, mas sempre ocupada por buscar o melhor de sua família. As treinadoras, atletas e praticantes que dos seus companheiros de Box tentam tirar o melhor, os encoraja, os motiva para que alcancem seus objetivos, com mais força, acreditam que sempre é possível ir mais além. Nessa relação mãe e atleta, a vida pessoal familiar se mistura com a comunidade do treino, e tudo passa a ser uma coisa única, a Deusa mãe é a mesma que está ali presente durante os treinos, o método de treinamento passa a ser uma oração à mulher que está sempre buscando o seu melhor, para também em troca “dar a luz divina”, orientar o melhor passo a sua família e a comunidade que a cerca. Sua rotina diária através do WOD se torna uma reza que possibilita a força, o foco e a fé necessária para sua vida diária, e por isso tem um valor além do simples treinamento. Então se pudessem dar um nome especial ao WORKOUT OF THE DAY em homenagem ás mães, qual seria: Santa Paciência! (Monica- mãe Maitê e esperando a segunda filha Cora). Sabedoria (Elen – mãe da Bella e do Pedro). Desafio (Marleide – esperando o primeiro filho)

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Tânia (nome da mãe da Tarsila – que é mãe da Maria Clara e do Caetano). Bruna e Pietro (Vanessa – mãe do Pietro e da Bruna ) 72horas (Luciana – fazendo alusão ao tempo necessário para um dia normal – mãe da Duda) Perdão (Anita – sobre o que gostaria de dizer à sua mãe – mãe da Bella). Maria ( Débora – a respeito da simbologia de todas as mães que esse nome representa – mãe do Cauã) Super Mom ( Ana – aonde os exercicios que ela gosta, ela faria com sua filha – mãe da Lívia) Seriam essas mulheres Deusas Mães Atletas, ou seriam as Atletas Deusas Mães, não importa, a essência é a mesma! Como disse Gabriel García Marquez , num trecho de seu Poema a la Madre: “... Pero yo estoy seguro de que siempre su mirada es de madre.. como son todas las miradas de madre.. llenas de amor , como son las miradas de todas las madres de este Rincón del mundo, como es la mirada de los que se aman... como es la mirada de Dios.”


“A professora chama ele na escola de bebê sarado. (Debora Diegas)”


a i Gravidez & CrossFit r o t vi

A gravidez é o momento ideal para a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo atividade física e dieta equilibrada. Na ausência de complicações clínicas ou obstétricas , as mulheres grávidas devem ser encorajadas a continuar e manter um estilo de vida ativo durante a gravidez. Gestantes não devem iniciar uma rotina de treinamento de alta intensidade durante a gravidez, mas se já eram ativas antes e praticantes de atividades de alta intensidade, como CrossFit, não só podem, mas devem, continuar a prática das mesmas durante a gestação. Qualquer atividade física pode ser adaptada e adequada a quaisquer limitações do seu praticante, e no caso, o CrossFit pode também sofrer adaptações para permitir que a praticante grávida continue treinando. A atividade física pode ajudar a prevenir ou reduzir os sintomas de dor lombar, uma queixa comum entre as mulheres grávidas. O exercício também pode reduzir o risco de desenvolver diabetes gestacional e pré-eclâmpsia. Durante a gravidez, o organismo materno sofre algumas modificações, e as articulações, de um modo geral, sofrem acúmulo de líquido proveniente dos hormônios característicos dessa fase, estrogênio e progesterona, permitindo uma maior elasticidade às mesmas, aumentando a capacidade pélvica e modificando a postura e deambulação maternas. O aumento do volume abdominal e das mamas desvia o eixo gravitacional, surgindo hiperlordose e hipercifose da coluna vertebral, afastamento dos pés para aumento da base de sustentação e diminuição da amplitude dos passos. Todas essas modificações fazem com que novos grupos musculares, que 96

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não são rotineiramente utilizados, participem do movimento. Por todas essas mudanças, as gestantes apresentam maior risco de lesões articulares, queda e trauma abdominal durante o exercício, podendo este levar ao descolamento prematuro da placenta e morte fetal. Por isso é importante treinar com um profissional que esteja capacitado e que entenda essas mudanças e as necessidades que elas representam. Algumas alterações importantes e necessárias seriam a diminuição de peso, o cuidado na amplitude de movimento devido à maior elasticidade das articulações, atenção à frequência cardíaca e aos níveis de oxigênio, dentre outros. Para isso, existem várias modificações que podem ser feitas durante o exercício e possibilitando que a gestante ainda possa ter um treino altamente eficiente. As mulheres grávidas que desejam manter a forma física podem usar as seguintes diretrizes da zona de treinamento da frequência cardíaca como uma referência: Idade < 20 anos :140 - 155 bpm* Idade 20 a 29 anos :135 - 150 bpm Idade 30 a 39 anos :130 - 145 bpm Idade > 40 anos: 125 - 140 bpm (*bpm - batimentos por minuto)

As diretrizes do American Congress of Obstetricians and Gynecologists mostram os benefícios e segurança do exercício durante a gravidez para mulheres previamente ativas e sedentárias saudáveis. A entidade recomenda que, na ausência


de complicações clínicas ou obstétricas, gestantes devem se exercitar em um nível moderado por 30 minutos ou mais por dia, todos os dias da semana, se assim desejado. No entanto, a atividade física de alta intensidade na gestação não foi estudada suficientemente, não sendo, portanto, recomendada, exceto quando supervisionada por profissional capacitado, em pacientes com gestação de baixo risco e que “já se dedicavam à atividade física de alta intensidade previamente à gravidez”, sendo que esta deverá ser ajustada durante a evolução do ciclo gravídico. O mesmo recomenda o Royal College of Obstetricians and Gynecologists, do Reino Unido, que determina que mulheres fisicamente ativas devem manter seu alto nível de condicionamento físico na gestação, porém sem tentar alcançar marcas de competição atlética. Assim como em pacientes não gestantes, o regime de exercícios em gestantes deve se suceder a uma avaliação clínica completa da mulher. A assistência pré-natal rotineira é suficiente para monitorar as gestações da maioria das mulheres que participam em programas de exercícios recreativos. Para mulheres que executam exercícios de maior intensidade, o suporte deve ser multidisciplinar, (nutricional, cardiovascular, músculo-esquelético), e o bem-estar fetal deve ser avaliado durante às consultas de pré-natal. Mudanças nas rotinas de exercícios devem ser consideradas quando clinicamente indicado (por exemplo em casos de risco de parto prematuro). A prescrição do exercício na gravidez não difere do habitualmente prescrito para outras mulheres, mas deve ser modificado para minimizar o trauma abdominal e com algumas particularidades, entre elas evitar posição supina após o primeiro trimestre, devido maior risco de hipotensão, e controle da temperatura corporal, pois o aumento excessivo da produção de calor pelo corpo tem efeitos negativos sobre o feto em desenvolvimento, como malformações, como sugerem alguns estudos

Embora não tenha sido estabelecido um nível de intensidade do exercício seguro sabe-se que as mulheres que já praticavam exercícios regulares antes da gravidez e que têm gestação saudável​​ sem complicações, podem praticar exercícios de alta intensidade sem efeitos adversos. Todas as mulheres grávidas que se exercitam devem estar cientes dos sinais de alerta de potenciais complicações iminentes. A gestante deve parar de se exercitar e procurar seu obstetra se tiver qualquer um dos seguintes sintomas: sangramento vaginal, vazamento de líquido amniótico, tontura ou vertigem, falta de ar, dor no peito, dores de cabeça, dor ou inchaço da panturrilha, fraqueza muscular, contrações uterinas ou redução dos movimentos fetais. Gestantes que são atletas competitivas , e aquelas com diabetes, obesidade grave ou hipertensão, devem ser aconselhadas sobre uma base individual. Há pouca informação na literatura científica sobre o papel da atividade física para essas mulheres. Apesar de algumas controvérsias, o CrossFit vem se firmando como uma excelente opção de atividade física, principalmente para quem gosta de praticar exercícios intensos. E, não somente para atletas” altamente treinados ou experientes, o Crossfit pode ser praticado por pessoas iniciantes, sedentários, crianças e gestantes, desde que orientado por um treinador experiente, que saiba adaptar a técnica às possibilidades e necessidades de cada um. Matéria: Dra. Andressa de Araujo Lacerda Médica Ginecologista e Obstetra Assistente do Pronto Socorro de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo CRM-SP 139.140 Box: CrossFit Brasil

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Š Tatiana Mello


Leonidas Jenkins Coach - CrossFit Coco Beach - Costa Rica



Leonidas Jenkins tem 31 anos, nasceu nos Estados Unidos, foi médico do exercito americano durante operações especiais no Afeganistão e Iraque, escreveu um livro contando algumas histórias vividas na guerra e hoje mora na Costa Rica. Além do CrossFit ele pratica surf, escalada em rocha, mountain bike, natação, corrida, levantamento de peso, e faz tudo isto com muita paixão. Diz ser uma eterna criança, onde o box é o seu playground e a vida é apenas o recreio. Por que e como você começou a fazer CrossFit? Comecei Crossfit no exercito, há quase 11 anos, durante um treinamento médico das operações especiais do exercito americano. Por que você se mudou para a Costa Rica? Eu mudei para a Costa Rica por uma série de razões, mas principalmente para surfar. E também para aprender espanhol e escrever o meu segundo livro. Você já esperava se classificar em 1º lugar no Open quando decidiu mudar para a região da America Latina? Leonidas – Honestamente, eu realmente não esperava ganhar. Você pretende ficar na Costa Rica por muito

tempo? Quais são seus objetivos? Por enquanto eu quero visitar o máximo de boxes da América Latina. Eu amo a Costa Rica e é difícil sair daqui, mas tenho certeza de que há muitos lugares incríveis na América Latina com boxes fantásticos e professores que eu gostaria de treinar junto com eles. Você está preparado para todos os comentários ruins sobre um americano competindo por uma vaga latino-americana? Por enquanto houveram alguns comentários ruins, mas para ser honesto a grande maioria dos comentários da comunidade são positivos e a proporção é esmagadora, enquanto recebo 100 positivos contra 1 negativo. Fui acolhido como parte da família pelos atletas, professores, donos dos boxes de Coco Beach, a cidade costarriquenha onde moro, e os boxes Crossfit Kreios, Crossfit Red Sky, Crossfit 506 e o Crossfit Catharsis. Recebi muitas mensagens incentivadoras pelo Facebook, Instagram e Twitter, mais do que eu possa contar. O número de boxes no Brasil está crescendo semanalmente. (De 15 a 140 em apenas um ano) Você acha que a CrossFit HQ vai abrir mais vagas


para a nossa região no próximo ano? Eu acho que se o representante da América Latina for muito bem no Games e se o nível de competição nas regionais for bem elevado, então eles poderão abrir uma segunda e até mesmo uma terceira vaga para esta região. O que você acha sobre NPFL? Você acha que vai chegar aqui na América Latina no futuro? (NPFL é a liga de fitness criada este ano) Eu acho que o NFPL vai elevar o nível da competição. Eu acho que se tivermos mais competições na América Latina isto irá aumentar os resultados de competitividade dos atletas no Open, Regionais e Games. Eu estou trabalhando com alguns proprietários de boxes na Costa Rica para organizar algumas competições grandes e com isto ajudar a elevar o nível dos concorrentes por aqui. O que você faz diariamente? Como é a sua vida na Costa Rica? Meus dias nunca são iguais. Eu sou um escritor, tem dias eu escrevo por 10 horas, outros dias eu treino duas ou três vezes, às vezes eu surfo e bebo cerveja na praia. Tem muitos americanos vivendo em Coco Beach? Eu acho que tem quase o mesmo número de americanos e canadenses comparado aos costarriquenhos na praia de Coco Beach. É uma boa mistura para mim, estou aprendendo o espanhol. Você já esteve no Brasil? Eu sempre quis ir ao Brasil. O país parece ser tão bonito. Espero que depois do Regionais eu tenha uma oportunidade de visitar e treinar em alguns boxes brasileiros. Conte-nos sobre sua carreira no MMA? Eu lutei Greco-Romana por cerca de 5 anos, em seguida mudei para o jiu-jitsu. Então a transição para o MMA foi natural. Eu treinei com uma equipe militar e competimos com outras equipes militares por uns dois anos, mas quando eu me feri no Iraque eu tive que parar de lutar.

Quais são as maiores diferenças que você vê sobre o CrossFit nos EUA e Costa Rica? O CrossFit nasceu nos Estados Unidos e é mais velho lá, isto dá uma pequena vantagem. O que tem sido muito legal é presenciar as fundações do CrossFit sendo definidas pelos proprietários de boxes e professores por aqui. Quando eu abri meu primeiro box no Colorado, há cinco ou seis anos atrás talvez tinham apenas 12 boxes de CrossFit naquele estado, hoje são mais de 200. A Costa Rica hoje está assim. É muito divertido assistir este crescimento uma segunda vez. Eu realmente estou bem animado por estar em um lugar onde eu possa ajudar e orientar este crescimento. Quais são seus comentários sobre as pessoas que estão lhe julgando por você estar competindo na região da América Latina? É fácil para as pessoas julgarem sobre uma coisa que elas não sabem. As pessoas dizem que me mudei para cá por um motivo ou outro, mas elas nunca me conheceram, e não têm a menor ideia. Pessoas que estimulam o ódio não tem lugar na nossa comunidade, eles não entendem nossa comunidade e não entendem que o que fazemos é ajudar um ao outro, e não prejudicar um ao outro.


SÓ OS VERDADEIROS SOBREVIVERÃO


O!

Š Photo courtesy of CrossFit, Inc


Š Photo courtesy of CrossFit, Inc


Pois é. O Open acabou e trouxe certa ressaca para os atletas e praticantes de CrossFit do Brasil inteiro e, quem sabe, do mundo. Foram cinco semanas muito intensas, que propiciaram, além de um mix louco de emoções e sentimentos, muito cansaço e desgaste físico. Nas duas ou três semanas que antecederam o 14.1 já não se falava de outra coisa, era a expectativa e ansiedade tomando conta dos box, das redes sociais provocados pelas páginas oficiais dos CrossFit Games com seus textos e vídeos provocadores. Durante o Open, as emoções foram se alternando e contribuindo para consolidar esta etapa dos Games como um dos momentos mais esperados do ano, mais até que os Regionais e que a etapa final (Games) normalmente disputada na Califórnia. Isso se dá pelo grande poder de inclusão que o Open proporciona. São atletas de diversos níveis dedicando-se ao mesmo wod, fazendo da competição um grande teste de superação e persistência. Voltando às emoções e sentimentos, depois de divulgado cada wod, aparecem as dúvidas: Como será isso? Que estratégia usar? Como os monstros conseguem aqueles resultados? Etc., etc., etc. ... Mas o Open 2014 apresentou alguns ingredientes novos – e polêmicos – que, se já existiam, pelo menos estavam menos explícitos nas edições anteriores. O primeiro que quero citar é o surgimento, para surpresa de todos, do remo no wod 14.4. Foram inúmeras reclamações e críticas duras à iniciativa da HQ, falou-se sobre a elitização do esporte, de discriminação dos box menos equipados e dos atletas independentes e até sobre favorecimento do fabricante do equipamento. Os mais serenos apenas ficaram surpresos pela quebra de um padrão que vinha sendo seguido desde o início dos jogos. Mas surpresa mesmo foi a reação da “comunidade CrossFitter”. Com várias iniciativas

simultâneas, inúmeros box disponibilizaram suas instalações para aqueles que não dispunham de remos homologados permitindo assim que mais atletas conseguissem terminar o Open apesar desse imprevisto. Fiquei sabendo até de um box de uma pequena cidade da região central dos EUA que organizou uma excursão para uma cidade vizinha – mais não muito – porque não dispunham de nenhum remo homologado na própria cidade. Foi uma demonstração clara e inequívoca do senso de união e pertencimento da maioria dos crossfitters em relação aos outros devido à filosofia do esporte que é sim, muito competitivo, porém é, e deverá continuar sendo, leal e cordato em todos os aspectos. Mas houve também uma grande contradição que demonstra que o crescimento do CrossFit no Brasil, seguindo a tendência mundial das modalidades funcionais, dinâmicas e competitivas, pode esbarrar em sérios problemas éticos que absolutamente não condizem com o espírito esportivo de modo geral e chocam-se frontalmente com o “jeito de ser” dos CrossFitters. Eu falo sobre as inúmeras suspeitas que foram levantadas sobre alguns resultados divulgados no leaderbord. Colegas indignados postavam suas dúvidas nas redes sociais – quase sempre omitindo o sujeito da questão – criando ou aumentando um sentimento de que “tem gente estranha no nosso terreiro...” Mas acontece que esse terreiro não é nosso. Acontece também que já enjoamos de saber ou de presenciar atletas, até então totalmente desconhecidos, se adaptarem tão bem ao CrossFit e já começarem ganhando campeonatos ou, no mínimo, assustando os favoritos da vez. Já vimos também muita simulação de resultado cair por terra na primeira competição regular com revistacrossfitter.com.br

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arbitragem bem preparada tecnicamente e isenta de qualquer intenção a não ser a de legitimar e qualificar cada vez mais o nosso esporte. Vale lembrar, contudo, que, diferentemente da maioria dos esportes, os juízes de CrossFit exercem uma função de motivadores dos seus atletas, e isso é muito bacana. Para concluir eu digo que estamos sofrendo dos males do crescimento. Se por um lado o crescimento é bom porque nos ajuda a consolidar o esporte, aumentar as opções de box, equipamentos, competições e muito mais, por outro lado ele nos tira aquela sensação de que somos todos conhecidos e estamos nisso pelo mesmo motivo, essa não é mais a realidade do CrossFit brasileiro. Usando a analogia do bar da moda, esse bar é muito legal, mas lotou, tem gente que quer apenas ver e ser visto pouco se importando com a origem e com os fundamentos do “bar”, outros chegaram agora e já sabem tudo sobre o bar e estão totalmente identificados. Os antigos frequentadores, sem arrogância ou sentimento de posse, devem agir acolhedoramente, receber bem e transmitir tudo o que sabem a todos os novos entrantes, sem exceção, esse é o jeito CrossFitter de ser. Sobre o futuro desse “bar” eu não tenho dúvidas... Só os verdadeiros CrossFitters sobreviverão. Texto: Luiz Eduardo Neves Box: CrossFit SP

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Tarcio Santos Coach - CrossFit Moema


Š Alexandre Brotto


TOP #5

3º lugar

Tarcio Santos

28 anos - 1,72m - 76 kg Natural da Bahia Coach do box: CrossFit Moema Treina CrossFit a 1 ano e meio. 1 - Quando e o que o motivou a começar a praticar CrossFit? Não teve o que me motivou, não sabia o que me esperava essa é a verdade! 2 - Quantos Campeonatos participou e quais os resultados obtidos? Em 2012 e 2013 participei do torneio Crossfit Brasil, não pude participar do Open por conta de um lesão. Em 2013 participei do Open e na seguência do Regional no Equador. Em 2014 teve o Verão CrossFit Brasil contra os órgãos de segurança pública e contra os melhores dos boxes de Crossfit do Brasil. 3 - Qual foram as suas expectativas durante a primeira competição? Não sou de Criar expectativas nas competições. 4 - De todos os torneios que participou qual foi o mais memorável e que marcou sua vida? Todos. 5 - Cite 2 habilidades e 2 deficiências Habilidade: Sou Psicologicamente forte. 116

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Entrevista: Denis Diegas Fotografia: Alexandre Brotto

e equilibrado dentro das funções, ou seja, nenhuma capacidade física minha se sobressai perante as outras. Deficiência: Natação e não levantar 125kg no snatch rs! 6 - Você dedica tempo de treino, mobilidade ou algum plano de trabalho para melhorar essas deficiências? Conte-nos como faz isso. Faço mobilidade sempre antes de qualquer treino. Realizo esse trabalho com elástico, bastão, bola, barra... 7 - Inúmeros atletas surgem a cada dia, e se espelham em atletas de ponta como você. O que pensa sobre isso e quais as orientações que pode dar a essas pessoas? Não gosto de pensar que sou um exemplo, acredito que todos nós sabemos o caminho certo para se chegar aonde quer que seja. Eu ainda não cheguei e não me considero um atleta de ponta, (mais estou no caminho). Orientação: Poderia escrever um texto sobre isso, mais acredito em uma frase que falamos no Crossfit Moema. “gelara vamos nos divertir, sorriso no rosto”. CrossFit é isso. O restante estamos cansados de saber foco, força e blá blá blá. 8 - Quantas vezes você treina por semana? Dependendo da semana 18 a 20 treinos!


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©©Alexandre AlexandreBrotto Brotto


9 - Existe algum plano alimentar? Alguma dieta especifica que segue? Não sigo nenhuma dieta. 10 - Você acha que a concorrência esta se deslocando para dar vantagem a pessoas mais fortes ou a técnica e a estratégia sobressai nesse quesito? A técnica e a estratégia são elementos fortíssimos dentro de uma competição, mais acredito que o aspecto psicológico se sobressai perante os dois. 11 - O que você diria sobre a diferença entre competir CrossFit e praticar CrossFit apenas como estilo de vida Acredito que não tenha diferença, porque quem pratica o Crossfit está constantemente competido contra si mesmo. Ambos, praticar e competir Crossfit é um estilo de vida. 12 - Poderia citar as pessoas a quem se espelha ou algo que te da inspiracao? Me espelho no meu irmão e parceiro de treino Rodrigo Rocha, na minha opinião é um dos melhores treinadores do Brasil. Ele busca constantemente o melhor e transmiti isso naturalmente para quem está ao seu redor. 13 - Em 2014 quais seus objetivos? O meu maior objetivo é não cometer mais vacilosss rsrs... Quem me conhece sabe do que estou falando rsrs. 14 - Gostaria de fazer algum agradecimento? Gostaria de agradecer somente a ele (Deus). E dizer que ser humilde e uma obrigação do ser humano. Obs: Não perca a sua essência por nada!! Se você realmente veio de algum lugar, não esqueça do mesmo! (eu sei da onde em vim).

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©© Alexandre Brotto Alexandre Brotto




Tatiana Giordano Rebane Atleta - CrossFit SP


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TOP #5 Tatiana Giordano Rebane 32 anos - 1,69m - 73 kg Natural de São Paulo Atleta do box: CrossFit SP Treina CrossFit a 1 ano.

1 - Quando e o que a motivou a começar a praticar CrossFit? Comecei a praticar CrossFit para melhorar meu condicionamento físico e perder peso, porque ia voltar a lutar. 2 - Quantos Campeonatos participou e quais os resultados obtidos? Foram dois. O CrossFit Jundiaí Girls Challenge que terminei em 5º lugar. E o Torneio CrossFit Brasil fechando na 3ª colocação. 3 - Qual foram as suas expectativas durante a primeira competição? As expectavivas eram as mesmas de hoje! Torcer para ter os exercícios que sei que faço bem. Como eu tinha meses de CrossFit e não fazia double unders, chest to bar, pull up buterfly, hand stand push up e muscle up, eu só tinha força e resintência 4 - De todos os torneios que participou qual foi o mais memorável e que marcou sua vida? Todos foram úteis para meu crescimento.

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3º lugar

Entrevista: Denis Diegas Fotografia: Alexandre Brotto

5 - Cite 2 habilidades e 2 deficiências É dificil dizer porque não sou a melhor em nada... faço tudo mais não sou expert em nada! Já uma deficiência seria o pistol! Não tenho mobilidade. E pra fazer o double under pois sofro de periostite. 6 - Você dedica tempo de treino, mobilidade ou algum plano de trabalho para melhorar essas deficiências? Contenos como faz isso. Sim, faço treinamento para aumentar o ganho de potência e mobilidade com o coach Luigi Marinho, o mesmo que me treinava antes de conhecer o CrossFit e faço aulas de Yoga. 7 - Inúmeros atletas surgem a cada dia, e se espelham em atletas de ponta como você. O que pensa sobre isso e quais as orientações que pode dar a essas pessoas? Fico feliz de saber que alguém se espelha em mim por um motivo positivo! Ser uma referência em esporte para mim é muito bom. E o que eu digo de orientação é que elas tem o resto da vida delas pra fazerem sempre diferente e melhorar a cada dia. 8 - Quantas vezes você treina por semana? Eu treino 6 dias por semana. Más porque meu marido ficou loco pelo CrossFit, e agora não me deixa 2 dias em paz!


Š Alexandre Brotto


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9 - Existe algum plano alimentar? Alguma dieta especifica que segue? Todas! Eu faco todas as dietas do mundo! Quando tenho vontade de comer pizza me convenço que comer carboidrato é melhor. Quando estou muito gorda, como só proteina. Na verdade, sobre alimentação não sou boa conselheira, pois se tem algo que eu gosto mais de fazer do que treinar, é comer. Só não como mamiferos! 10 - Você acha que a concorrência esta se deslocando para dar vantagem a pessoas mais fortes ou a técnica e a estratégia sobressai nesse quesito? Depende do nível. aqui no brasil você não precisa ser muito forte e nem ter uma técnica muito boa, porque a carga é leve e da pra subir no braço. Agora se for pensar no Games, não existe nenhuma atleta lá que não tenha uma técnica perfeita. Ai acho quem leva a vantagem é a mais forte, já que todas executam os movimentos muito bem. 11 - O que você diria sobre a diferença entre competir CrossFit e praticar CrossFit apenas como estilo de vida Da no mesmo. Todo dia você compete dentro do seu box. Com você mesmo contra seus amigos... a diferença pra mim é que você está aumentado um capítulo de recordações no seu livro da vida. Eu nunca mais vou esquecer das lutas que fiz e dos torneios de CrossFit que eu participei competindo. Você acaba eternizando uma fase da sua vida. 12 - Poderia citar as pessoas a quem se espelha ou algo que te da inspiracao? Sempre penso na minha amiga Karina que

é muito determinada e que teve sua vida paralisada por 2 derrames, faço tudo pensando que sou forte saudável e tenho habilidades pra fazer inúmeras coisas, e acho uma ingratidão com o universo eu não usar isso a meu favor. Porque muitas pessoas gostariam, de poder fazer o que eu faço e simplesmente não conseguem. Tem maluca que diz que queria ter o corpo como o meu. Eu sempre falo, você deveria querer fazer com o seu corpo o que eu faço com o meu! 13 - Em 2014 quais seus objetivos? Meus objetivos são ir pra California e fazer meu time feliz! Se eles precisam de mim, estarei lá firme e forte dando o máximo para eles realizarem este sonho, assim também me sinto útil em poder ajudar. 14 - Gostaria de fazer algum agradecimento? Essa história de agradecimento é complicada poque a gente sempre esquece alguém. Então só vou agradecer ao universo que me fez essa pessoa sortuda cercada de gente amada, que me motiva sempre a fazer mais e mais e mais... Agradecer também à Progenex que faz com que meus “musculinhos” se recomponham mais rápido para eu ter que ficar menos em casa e mais na academia.

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Š Alexandre Brotto


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#reebokprocura

“Publieditorial

Os embaixadores do Brasil

Neste último final de semana, a Reebok reuniu em São Paulo, dez finalistas para #ReebokProcura. Desde o dia 15 de fevereiro a marca promove a campanha em suas redes sociais à procura de dois atletas não profissionais para serem embaixadores e no dia 25 de março, data limite de inscrição, alcançou três mil cadastros. Na manhã de domingo (7 de abril), os candidatos foram para a unidade Reebok 134

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Sports Club do Cidade Jardim, onde passaram por uma série de entrevistas e exercícios práticos, comandados por Francisco Javier, Chiquinho, atleta considerado número 1 entre os CrossFitters no Brasil. A entrevista e o wod – nome dado aos treinos diários no CrossFit – serviram para analisar o desempenho dos participantes, porém o mais importante para marca era avaliar o equilíbrio entre o físico, mental e o social de cada um


- três pilares que a Reebok carrega em sua História. Após todos os desafios cumpridos com muito empenho e emoção, Fernanda Godoy, de São Paulo, e Tiago Gramiscelli, de Belo Horizonte, foram anunciados como os Embaixadores da Reebok Brasil. A paulistana e o mineirinho terão agora toda assistência de atletas de ponta, presença nos principais eventos da marca, além de compartilhar as experiências proporcionadas. Fernanda conta que ser a nova embaixadora da marca no Brasil é uma sensação indescritível, pois poderá transmitir o que o Crossfit pode proporcionar de benefícios na vida das pessoas.

Já Tiago Gamiscelli descreve sua sensação ao receber a notícia: “Quando soube que dali em diante seria o embaixador da Reebok no Brasil, quase não acreditei, fiquei olhando para o Atleta Chiquinho sem acreditar. Me segurando pra não chorar muito, levantei a cabeça respirando fundo e pensei ali mesmo que eu estava preparado”. O objetivo da Reebok é passar, por meio dos embaixadores, a mensagem da marca em incentivar as pessoas a encararem seus desafios com garra, coragem e equilíbrio.

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AULA PRÁTICA

Matéria: Alexandre Santana Fotografia: Alexandre Brotto Atleta: Alexandre Hoffmann

com Danilo Vecchio - CrossFit Chácara

hang snatch

Hang Snatch ou Arranco em Suspensão, é a técnica onde o atleta com a barra acima da linha dos joelhos, eleva a carga acima da cabeça em um único movimento. Dividiremos em etapas para detalhar a técnica explorando-a com mais precisão. Aquecimento parte 1 - antes de mais nada, iremos fazer um aquecimento de rotação de ombro com um pvc, explica Danilo Vecchio, afim de alongar e aquecer os tendões e a musculatura evitando assim

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lesões. Inicia-se o aquecimento com o pvc na cintura (1). Encolhendo os ombros mas mantendo os cotovelos rídidos (2), passa-se o pvc por cima da cabeça (3). Leve-o até a região lombar e depois do toque (4), volte com o pvc até a posição de origem, (1). Repetir o movimento 10 vezes. 1 repetição = 1 ida e volta.

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Aquecimento parte 2 - O Hang Snatch inicia-se com o pvc em suspensão, apoiado nas coxas, acima dos joelhos, selando as costas e travando bem as escápulas, (5). A primeira puxada é com os ombros, (6).

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A segunda puxada é encolhendo os ombros como se fossem encostar nas orelhas (7), juntamente com a extensão completa do quadril gerando o máximo de potência e finalizando com a flexão dos cotovelos, remada alta, também conhecida como espantalho ou scarecrow (8). Na posição final do movimento teremos

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as três articulações: ombros, quadril e tornozelos ativadas. Repare agora a posição final deste alinhamento visto de frente e lateralmente (9 e 10). Repetir o movimento 10 vezes. 1 repetição = do Hang Position até remada alta e volta.

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Aquecimento parte 3 - O Snatch Balance ou, o movimento final do snatch, é feito com o pvc atrás do trapézio. NUNCA deixar a barra sobre o pescoço, sempre apoie no trapézio (11). Com os pés paralelos

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e alinhados à abertura dos ombros, fique na ponta dos pés e na sequência agache rapidamente abrindo um pouco as pernas, land position - aterrisagem (12), e empurrando a barra pra cima da cabeça extenda

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totalmente dos cotovelos (13). Agache profundamente com os cotovelos estendidos e os braços paralelos a orelha e estabilize (14). Suba no Over-Head Squat - Agachamento de Arranco - e finalize o movimento com a extensão total do tronco, cotovelos e joelhos. Retone os pés para a posicição inicial (15).

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Movimento final com carga:

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hang s


snatch

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erros e acertos Normalmente os atletas perdem a postura por deixar os braços soltos e os cotovelos semi flexionados, decorrente da não ativação das escápulas (15).

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Um erro muito cometido Ê a ausência da pegada Hook Grip, gancho (16) ou fazer a pegada gancho mas deixar a barra passar o limite do alinhamento dos braços com as orelhas (17).

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Nutrição

Esportiva Funcional

A importância dos carboidratos em exercícios de alta intensidade Os carboidratos (CHO) são a base da nossa dieta e o principal substrato para a produção de energia. O uso dos carboidratos como base do plano alimentar e como suplementação antes, durante e após o exercício é muito comum e visa aumentar a fonte de energia contínua para produção de trabalho, garantindo o desempenho esportivo desejado. A contribuição dos substratos energéticos durante o exercício depende da intensidade e da duração do exercício bem como do “status” de treinamento do atleta. A figura 1 demonstra a contribuição dos diferentes substratos energéticos de acordo com o aumento da intensidade do exercício. Veja que quanto maior a intensidade, maior é a contribuição do glicogênio muscular, forma como os carboidratos são estocados no nosso organismo e utilizados rapidamente

como fonte de energia. Carboidratos em Exercício de Endurance. Já é bem sabido que a suplementação de carboidrato durante o exercício de endurance melhora a performance por poupar o glicogênio muscular e hepático, manter a glicemia e aumentar seus índices de oxidação durante o exercício. Tem se estabelecido que a ingestão de CHO durante exercícios realizados acima de 2h deve ser de 60g/h para permitir a taxa de oxidação máxima de glicose exógena. No entanto, atletas de endurance bem treinados que participam de competições acima de 2,5h, podem metabolizar até 90g/h de CHO, desde que diferentes fontes sejam ofertadas (por ex: 1,2g/min de glicose + 0,6g/min de frutose).

Figura 1: Papel dos diferentes substratos energéticos de acordo com a intensidade do exercício.


Carboidratos em Exercício de Alta Intensidade

Surpreendentemente, a ingestão de pequenas quantidades de CHO também pode melhorar o desempenho durante exercícios de alta intensidade (maior que 75% do VO2 máximo) realizados entre 45-60 minutos. Isso porque estudos demonstram que a realização de 2 a 4 minutos de exercício de alta intensidade gera a depleção de 25% do glicogênio muscular limitando a realização de trabalho conforme vai aumentando a duração do exercício em alta intensidade. Dessa forma, a ingestão de carboidratos para praticantes de exercícios de alta intensidade, como o CrossFit, é de extrema importância para a garantia da performance. A ingestão alimentar deve ser igual a de atletas de endurance (por volta de 8 a 10g/kg de peso/dia), porém a suplementação deve ser de acordo com a intensidade e a duração do exercício, bem como da disponibilidade dos estoques de glicogênio endógeno. Para garantir a maior capacidade de trabalho durante o exercício, estudos demonstram que a suplementação é mais eficaz quando utilizada 30 minutos antes do exercício numa concentração a 2% de carboidratos. Um exemplo é a utilização de 300 ml de água com 6 gramas de maltodextrina tomada 30 minutos antes da atividade de alta intensidade.

Para dar suporte à rápida reposição de glicogênio após o exercício exaustivo, deve se oferecer 1,2g/kg de peso/h de CHO e é importante lembrar que a reposição de CHO é essencial para atletas que precisam competir várias vezes no período de 24h para se evitar a redução do desempenho. Situação muito comum nas competições de CrossFit. Para atletas com baixo limiar gastrointestinal para a ingestão de CHO após o exercício, a ingestão conjunta de uma pequena quantidade de proteína (0,2-0,4 g/ kg de peso/h) com menos CHO (0,8 g/kg/h) pode ser uma opção viável para alcançar taxas de reposição de glicogênio muscular similares.

Carboidratos mais Eficazes

Vários estudos demonstram os índices de oxidação dos diferentes tipos de CHO durante o exercício e utilizálos de forma combinada pode ser uma estratégia interessante para a garantia da oferta de energia e da performance durante o exercício. A figura 2 demonstra o pico de oxidação máxima dos diferentes tipos de CHO. Podemos observar que a glicose, sacarose, maltose, maltodextrina e amilopectina possuem altos índices de oxidação. Já a frutose e a galactose possuem de 25% a 50% menores índices de oxidação. Esse menor índice de oxidação da frutose e da galactose é provavelmente

Ox. CHO (g/min)

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Glicose Frutose Sacarose Maltose Galactose Maltodextrina Amilopectina

2

1

0

(JEUKENDRUP AE & JENTJENS R. Sports Med., 29(6): 407-424, 2000)

Figura 2: Pico de oxidação dos diferentes tipos de carboidratos.



devido aos seus menores índices de absorção e o fato destes necessitarem ser convertidos em glicose no fígado antes de serem metabolizados. A quantidade total e o tipo de CHO ingerido parece ser o fator mais importante para a oxidação do carboidrato exógeno, sendo a osmolalidade um fator irrelevante. Efeitos dos Carboidratos na Resposta Imunológica Grandes cargas de treinamento e competição podem levar a imunossupressão crônica em atletas, expondoos a vários tipos de infecção, especialmente aquelas envolvidas com o trato respiratório. Além disso, após cada sessão de exercício há um período de imunossupressão temporária, que permite com que o organismo fique mais suscetível às infecções e processos inflamatórios. As deficiências nutricionais também alteram a imunocompetência prejudicando gravemente a performance. Muitos nutrientes estão envolvidos no metabolismo energético e na síntese de proteínas que fazem parte do sistema imunológico. Portanto, a nutrição adequada apresenta importante papel no funcionamento do sistema imunológico. O impacto da deficiência de certos nutrientes no funcionamento do sistema imune depende da duração da deficiência, bem como, do estado nutricional do atleta. A posição sobre Nutrição e Performance Atlética do American Dietetic Association, Dietitians of Canada e American College of Sports Medicine recomenda que uma dieta adequada deve conter de 60 a 70% do total de energia diária derivada do CHO. A ingestão diária de CHO deve ser entre 8 e 10 gramas de CHO por kg de peso para atletas que treinam mais de 2 horas por dia. Os CHO exercem importante função no sistema imune, pois as células do sistema imunológico são dependentes da glicose como substrato energético para a manutenção da imunocompetência.

podem levar a proteólise muscular. Utilizar bebidas que contenham carboidratos antes, durante e após os exercícios podem diminuir o impacto dos hormônios de estresse, aumentando a resposta de defesa do sistema imune e potencializando a performance. Dra. Andréia Naves - Nutricionista e Diretora da VP Consultoria Nutricional e Colunista da Revista CrossFitter REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CERMAK NM1, VAN LOON LJ. The use of carbohydrates during exercise as an ergogenic aid. Sports Med.; 43(11):113955, 2013. GALLOWAY SD, LOTT M JE, TOULOUSE LC.Pre-Exercise Carbohydrate Feeding and High-Intensity Exercise Capacity: Effects of Timing of Intake and Carbohydrate Concentration. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2013 Nov 25. [Epub ahead of print]. GUNZER W, KONRAD M, PAIL E. Exercise-induced immunodepression in endurance athletes and nutritional intervention with carbohydrate, protein and fat-what is possible, what is not? Nutrients.; 4(9):1187-212, 2012. CALDER PC. Fuel utilization by cells of the immune system. Proc. Nutr. Soc.; 54(1):65-82, 1995. JEUKENDRUP AE & JENTJENS R. Oxidation of carbohydrate feedings during prolonged exercise: current thoughts, guidelines and directions for future research. Sports Med; 29(6):407-24, 2000. POSITION OF THE AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION, DIETITIANS OF CANADA AND THE AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE: NUTRITION AND ATHLETIC PERFORMANCE. J. Am..Diet. Assoc., 100 (12): 1543 – 56, 2000. VAN LOON LJ; SARIS WH; KRUIJSHOOP M; WAGENMAKERS AJ. Maximizing postexercise muscle glycogen synthesis: carbohydrate supplementation and the application of amino acid or protein hydrolysate mixtures. Am. J. Clin. Nutr; 72(1):106-11, 2000.

Estudos demonstraram que dietas pobres em CHO levam ao aumento da produção de cortisol e de citocinas pró-inflamatórias que prejudicam a performance e revistacrossfitter.com.br

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CrossFit e as lesões O que fazer com tudo isso Olá leitores da revista crossfitter. Aqui segue mais um texto, visando aplacar essa polêmica em volta do crossfit. Apesar de que a polêmica sempre este em volta do crossfit! Minha amiga e parceira Marilia Coutinho, já escreveu um texto sobre o nhé nhé nhé com o Crossfit, recomendo que todos leiam, pois pode agregar muito ao texto que vos escrevo (COUTINHO, 2012). Na verdade, minha intenção aqui, é trabalhar principalmente, em cima de um artigo publicado com o título “CROSS FIT: PERIGO, LESÃO A VISTA” (2) este, que despertou a ira de muitos coachs do estado de São Paulo. A “coisa” já não inicia bem!O texto não apresenta seu autor! (Alguém o achou por ai? Porque eu não achei!). Confesso que quando li o dito artigo, senti uma grande hostilidade por parte “do autor” nos primeiros parágrafos, fora a parcialidade do texto. Somente no final do texto, ele tenta um abroach de re-equilibirio, mas ao chegar ai, o estrago já foi feito! O artigo, cita alguns dos danos que o crossfit pode causar, faz alusão à alguns casos isolados de pessoas lesionadas e chega até a fazer menção á publicação científicas. Cita dados de um estudo publicado no Journal of Strength and Conditioning e chega até a faze uma afirmação epidemiológica “por trás dessa atividade competitiva capaz de fazer muita gente vomitar de tanto esforço, há uma lista cada vez maior 150

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de praticantes lesionados” Para a felicidade de muitos e a infelicidade de outros, o citado artigo, não apresentou nenhuma referência bibliográfica. Logo, qualquer afirmação baseada em conhecimento científico, está sem crédito e confiabilidade! No artigo de hoje, eu trago algumas evidências científicas que podem nos ajudar a nortear essa confusão! Em primeiro lugar, é necessário diferenciar o Crossfit, esporte de alto rendimento, do Crossfit voltado para o fitness e qualidade de vida! No esporte de alto rendimento, é muito comum a incidência de leões devido às constantes e repetitivas sessões de treinamento e os esforços voltados para o máximo do desempenho. FATO! Esse dados podem ser visto na maioria das modalidades esportivas, incluindo Ginásticas Artística, Futebol, Luta olímpica, Judo, Esgrima, Volei, Basquete........etc (ENGEBRETSEN et al.). Logo é de se esperar, que os atletas de alto rendimento do crossfit, também apresente um número importante de leões e síndromes musculoesqueléticas. Mas como fica essa situação quando falamos de crossfit voltado para o fitness e qualidade de vida? Vejam bem, como Marilia Cooutinho explicou em seu texto (COUTINHO, 2012), a ciência do esporte carece de evidências científicas quando se trata de Crossfit (daí o título do texto dela “ nhe nhe nhe”), em vários aspectos.


O que temos até o presente momento são algumas poucas publicações que ainda não tem a magnitude para formar uma diretriz de abordagem! Não há dúvidas que o programa de condicionamento físico do Crossfit pode aumentar o consumo máximo de oxigênio, força, melhorar a composição corporal entre outros efeitos (SMITH et al.), porém o custo da obtenção desses benefícios, num programa de alta intensidade, é certa incidência de lesões em determinados locais do corpo (especialmente ombros). Griers e colaboradores (GRIER et al.), buscaram evidenciar se programas de supercondicionamento condicionamento físico nas forças armadas americanas (o Advanced Tactical Athlete Conditioning - ATAC e o Extreme Conditioning Program – ECP -> Crossfit) gerariam efeitos no condicionamento físico e na incidência de lesões nos soldados (o N foi de 1393 soldados). Os autores verificaram que houve aumento de 12% de lesões de qualquer causa e de 16% de lesão de “sobre-uso” após a implementação desses programas. Porém, nos soldados que não estavam engajados nesses programas, houve aumento de 14 e 10% (respectivamente). Logo, como a frequência de lesões, foi semelhante entre o grupo participante e o não participante, os autores não puderam fazer nenhuma recomendação contra ou a favor da implementação desses programas nas forças armadas (conclusão bem diferente do que foi comentado no texto de autor desconhecido “...o exército dos EUA aconselhou seus soldados a evitarem o CrossFit, citando “risco desproporcional de lesões músculo-esqueléticas...”). Hak e colaboradores (HAK et al.) coletaram informações de 132 praticantes de CF e

verificaram que 73% dos entrevistados relataram alguma lesão durante seu tempo de treinamento de CF! Aparentemente, este é um dos primeiros estudos a fazer este relato entre praticantes de crossfit de vários níveis de experiência e de maneira interessante, a frequência de lesões EM GERAL, identificadas neste trabalho é semelhante ao encontrado na literatura, para powerlifting, levantamento de peso(CALHOON e FRY, 1999; HAYKOSWSKY et al., 1999) e ginástica (KOLT e KIRKBY, 1999) (3.1 para cada 1000 horas treinadas). Além de ser menor do que esportes de contato como o Rugby (HOSKINS et al., 2006). Apesar das evidências, até o presente momento, não condenarem o crossfit, da maneira como alguns críticos têm comentado, MAIS evidências são necessárias e algumas considerações precisam ser feitas: 1-O CF é um programa de treinamento de alta intensidade em todos os elementos que o compõem. Logo, mesmo que nos WODs, ocorra mudança do padrão motor (correr, agachar, saltar) e troca de via metabólica, em geral os músculos e articulações são sempre os mesmos solicitados TODOS os dias. Logo, haverá sempre estresse mecânico e os tecidos não se recuperam (formação de triggers points e bandas de tensão, bem como inflamação de fáscias, desencadeando desordens miofascias e eventualmente articulares). 2-O ambiente de competitividade dentro de cada Box é ótimo para estimular e motivar os “crossfiteiros” a se superarem, porém é ótimo também para superar o limite do que é seguro para cada praticante e principalmente para “perder a boa forma de execução”. Ai entra a função do coach em controlar e guiar seus alunos, para que o estímulo “não seja revistacrossfitter.com.br

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demais” para seu aluno lidar e para que a boa forma de execução seja mantida (Eu sei que isso é difícil quando se tem 10, 20 alunos juntos todos lutando contra o relógio). 3-Talvez seja necessário, que os coachs tenham conhecimento do histórico de lesões e traumas de seus alunos. Informações como essas, podem ajudar muito para não desencadear outras lesões associadas. 4-O índice de lesões de ombro no crossfit é maior que no levantamento olímpico! Estratégias em cada Box, devem ser tomadas para prevenir tais lesões! Talvez o trabalho de mobilidade de ombro deva ser utilizado com maior volume. 5-Aos alunos e aos coachs: O bom senso ainda é a maior seguranças para todos nós. Pessoal, com esse artigo, tentei preencher algumas lacunas em relação ao índice de lesões no crossfit e também fiz algumas sugestões para que a pratica do crossfit possa ser mais segura! Espero ter ajudado! Referencias Bibliograficas HYPERLINK “ http://www.educacaofisica.com. br/index.php/esportes/canais-esportes/outrasmodalidades/27092-cross-fit-perigo-lesao-avista ). Texto” http://www.educacaofisica.com. br/index.php/esportes/canais-esportes/outrasmodalidades/27092-cross-fit-perigo-lesao-avista ). Texto Referências CALHOON, G.; FRY, A. C. Injury rates and profiles of elite competitive weightlifters. J Athl Train 152

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[S.I.], v. 34, n. 3, p. 232-8, Jul 1999. COUTINHO, M. De saco cheio com esse nhe nhe nhe com a Crossfit. 2012. ENGEBRETSEN, L. et al. Sports injuries and illnesses during the London Summer Olympic Games 2012. Br J Sports Med [S.I.], v. 47, n. 7, p. 407-14, May. GRIER, T. et al. Extreme conditioning programs and injury risk in a US Army Brigade Combat Team. US Army Med Dep J [S.I.], p. 36-47, OctDec. HAK, P. T. et al. The nature and prevalence of injury during CrossFit training. J Strength Cond Res [S.I.], Nov 22. HAYKOSWSKY, M. J. et al. Pain and injury associated with power lifting training in visually impaired athletes. Journal of Visual Impairment and Blindness [S.I.], v. 93, n. 4, p. 236-41, 1999. HOSKINS, W. et al. Injury in rugby league. J Sci Med Sport [S.I.], v. 9, n. 1-2, p. 46-56, May 2006. KOLT, G. S.; KIRKBY, R. J. Epidemiology of injury in elite and subelite female gymnasts: a comparison of retrospective and prospective findings. Br J Sports Med [S.I.], v. 33, n. 5, p. 312-8, Oct 1999. SMITH, M. M. et al. Crossfit-based highintensity power training improves maximal aerobic fitness and body composition. J Strength Cond Res [S.I.], v. 27, n. 11, p. 3159-72, Nov.



Luiza Marques,

Entrevista: Alexandre San Fotografia: Denis Diegas

CrossFitter aos 12 anos! Luiza Marques

12 anos Natural de Goiânia Atleta do box: Punk CrossFit Treina CrossFit a 3 meses. Luiza, porque você escolheu o CrossFit como atividade física? Escolhi o CrossFit por ser algo diferente de se fazer e os treinos mudam todos os dias. Tem dias que faço muita força e me canso muito, em outros dias me falta o ar... é assim, todo dia muda, eu gosto. Sem contar com a motivação que tenho dos meus coachs que me ajudam a superar as dificuldades. O que mudou em sua vida depois de conhecer o CrossFit? Quando deixei a Ginástica Olímpica tive muito medo de não encontrar uma modalidade que me fizesse bem. Mas agora encontrei o Crossfit, mudou a minha vida, me apaixonei! Mudou tanto que hoje sou mais alegre e me sinto mais feliz. Fico bem mais relaxada depois dos treinos, me sinto mais calma. Perguntamos para a mãe da Luiza, Larissa Marques, O que você pensou quando a Luiza deixou a ginástica olímpica, e agora você a vê participando e © Denis Diegas


ntana

competindo com atletas mais velhas? Quando a Luiza deixou a Ginástica Olímpica depois de 6 anos, ela treinava 7 horas por dia, eu fiquei perdida e pensando. E agora o que ela irá fazer esse tempo todo ocioso? Foi quando me falaram: – Leva ela para o CrossFit! Fui me informar sobre o que era CrossFit. Quando me disseram tem diversos exercícios da Ginástica Olimpica que é a base dos movimentos do CrossFit, não pensei duas vezes e fui conhecer essa modalidade.

ortomolecular que nos ajuda com isso. Você já recebeu alguma crítica por deixar sua filha treinar Crossfit, mesmo tendo esse time de profissionais que cuidam dela? Eu sempre ouço críticas das pessoas. Sempre vem um e me chama a atenção: – Você é louca? Como você deixa sua filha fazer isto! Ela está levantando peso, ela não vai mais crescer!!

Você acredita que fez a escolha certa levando a Luiza para o CrossFit? Foi a melhor coisa que fiz na minha vida e para a vida da minha filha, O CrossFit está sendo uma ótima escola para o crescimento dela como pessoa. Essa comunidade é extremamente unida eu vejo um dando força para o outro e motivando sempre. Quando um atleta chega perto de você é para te ajudar, nunca para te destruir ou te diminuir.

Nehum esporte impediu alguma criança de crescer. Se minha filha fosse grande ela jogaria basquete ou volei, mas como é pequena, tem de praticar atividade de agilidade, flexibilidade, força. É mais fácil pra ginástica, quanto mais leve mais fácil pra subir uma barra, um muscle up. Ela tem uma facilidade gigante nesses exercícios porque ela tem uma base boa da ginástica olimpica. Agradeço muito por ela estar no CrossFit.

Hoje eu vejo a Luiza com uma alegria que antes eu não via, devido o tamanho da competitividade que era na ginástica. Essa competição Summer Games foi muito mais saudável e mais honesta.

CrossFit Kids, o que é importante neste programa?

O esporte como um todo é muito importante e essencial para um adolescente. Ajuda na educação a serem mais determinados, sem contar com a diciplina e o comprometido com as responsabilidades do dia a dia.

Recentemente vimos uma atleta de 12 anos competindo CrossFit entre os adultos! E é claro que isso gerou polemicas, do tipo: “não pode, ela é muito nova”; Ou até pior: “vai prejudicar o crescimento” (essa é a mais baboseira de todas)!

Como é a alimentação da Luiza, muitas regras? A alimentação dela é totalmente controlada. Temos uma equipe de nutricionistas e médico

Realmente cuidados devem ser tomados, pois cobrar resultados de uma criança ou pré-adolescente no caso é condenável! revistacrossfitter.com.br

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Crianças tem que fazer uma coisa só quando praticam CrossFit: se divertir! PS adultos também! • Ela já veio com um ótimo repertório motor da ginástica olímpica pelo que soube, e só isso já basta para ela aprender rápido os movimentos do CrossFit, a ginástica é a base escolar de muitos atletas de alto nível no CrossFit! • Outro ponto é a orientação, e no caso ela vem sendo muito bem treinada pelo competente coach Ricardinho da Punk CrossFit! • Na verdade a Luiza se enquadra no programa CrossFit Teens (de 12 a 17), que já visa à competição, mas sempre como um aprendizado e formação de caráter! Cobrar resultados ainda é cedo! • Por fim, à vontade e dedicação dela mostram que é uma menina, que tudo indica já fez sua escolha, seguir este caminho, e quem somos nós para interferir num sonho tão decidido como o dela? Agora se você me perguntar se eu estimulo a competição no CrossFit Kids, que é por volta de 5 a 12 anos, minha resposta é NÃO! Jamais eu busco performance em crianças, elas precisam brincar, se divertir e no CrossFit o principal beneficio que elas terão é o repertório motor, o coordenativo e a consciência corporal, algo que irá permitir essa criança ter uma vida ativa e provavelmente saudável. Os movimentos utilizados no programa Kids tem como intuito estimular o crescimento com as curvaturas naturais da coluna, permitindo uma postura ideal e evitando muitos problemas articulares! Só isso já bastaria, mas ainda tem mais: a criança aprende a conviver em grupo; aprende a lidar melhor com suas emoções; a se 156

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disciplinares; melhorar sua autoestima; algumas aprendem a dar valor para o que comem, pois praticar CrossFit exige uma boa alimentação; elas também aprendem a conhecer suas capacidades físicas, pois trabalhamos todas elas no programa; elas estão sempre superando obstáculos, como por exemplo, quando elas conseguem realizar movimentos complexos com o muscle up ou hspu (flexão de parada de mão). Sim, elas tem mais facilidade de aprender que nós adultos! Meus alunos Kids e Teens tem uma facilidade de aprender o snatch (arranco) que fico às vezes até emocionado, é lindo de ver o movimento certinho, mesmo sem peso, e fazendo com a biomecânica ideal o que gera bem menos sobrecargas articulares, portanto, prevenindo de lesões. Muito diferente de um adulto que nunca tinha feito antes esse complexo movimento e que tem varias limitações articulares, mas mesmo assim já quer por peso antes de ganhar mobilidade! Sobre o programa Kids, ficam aqui dois recados aos pais: O que mais importa é a criança adquirir um bom repertório motor para crescer com saúde! “As crianças (dos 5 aos 12) devem desenvolver aptidão física e não testar seu condicionamento físico” palavras de Jeff Martin, criador do programa CrossFit Kids! Texto: Thiago Heck Box: CrossFit Pinheiros



Vicky Merzian Bittar Arantes Atleta e M達e - Punk CrossFit


Š Maysa Barra


Š Maysa Barra

CrossFitter

em FOCO

Atleta: Vicky Fotografia: Maysa Barra


O Crossfit durante a gravidez foi muito gratificante. Adaptei alguns movimentos, controlei a frequência cardíaca e reduzi as cargas. Dessa forma segui treinar até o final da gestação, que foi tranquila!

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Continuar com o CrossFit durante a gravidez deu muita disposição, fiquei menos ansiosa e não sinto dores nas costas. O CrossFit também refletiu em outro aspécto muito importante de uma gestação, por exemplo, manter o hábito alimentar saudável.

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© Maysa Barra

A Revista CrossFitter está torcendo pela rápida recuperação e direcionamos todas as energías positivas à Manu, filha da Vicky, que está recuperando de uma cirurgia. #ForçaManu”



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