Editora Ática & Scipione

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capítulo Vamos tratar de:

• Movimentos e segurança

• Recursos usados para descrever os movimentos

Viajando com segurança Ao aumentar a velocidade com que se deslocam, os seres humanos precisaram criar mecanismos de segurança para evitar acidentes. Como a Ciência pode nos ajudar a compreender os dispositivos e procedimentos de segurança no trânsito?

• Efeitos das forças sobre os movimentos

• Relação do tempo e

PhotoDisc/Arquivo

da editora

Ric ardo Ma

za lan /AP

da área do impacto com a gravidade das colisões

Prova de Fórmula 1 (A) e prova de ciclismo (B). Quais as tecnologias envolvidas para a segurança de pilotos de carros de corrida? Seriam elas adequadas para as condições de trânsito em cidades e estradas?

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Acidentes de trânsito: triste realidade N

O capítulo examina aspectos conceituais e permite que os estudantes se posicionem frente a uma questão de ciência e tecnologia na sociedade.

ascemos, crescemos, envelhecemos e morremos. Essa sequência natural da vida é interrompida, muitas vezes, por mortes precoces ou traumas irreversíveis causados por acidentes. O que podemos fazer para evitar isso? O corpo humano é capaz de andar, correr e saltar, atingindo velocidades máximas pouco superiores a 10 metros por segundo. O sistema esquelético muscular é o responsável por nossa capacidade de locomoção. O esqueleto tem, ainda, a função de proteger nossos órgãos internos de colisões e impactos com outros objetos. Com o auxílio de máquinas, abreviamos o tempo gasto nas viagens, pois ampliamos a velocidade de nossos movimentos. Porém, quem se move a grandes velocidades pode, consequentemente, sofrer acidentes graves. Mesmo sendo muito resistentes, os ossos não conseguem proteger o organismo quando sofremos impactos em alta velocidade. Assim, alguns tipos de acidente passaram a acontecer em razão das máquinas e dos ambientes que construímos e utilizamos. Com o rápido crescimento e concentração populacional nos grandes centros urbanos, a circulação de pessoas tornou-se um problema. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Dnit), o número de vítimas de acidentes de trânsito ultrapassa uma centena de milhar, enquanto o número de vítimas fatais gira em torno de uma dezena de milhar. De acordo com o Ministério da Saúde, os acidentes de trânsito constituem o segundo maior fator responsável por mortes provocadas por causas externas, isto é, mortes que não são causadas por doenças. Desse modo, os acidentes de trânsito ficam atrás apenas dos homicídios, como causa de mortes externas na população brasileira. Além da dor de ver vidas interrompidas bruscamente por causa desses acidentes, temos de considerar, ainda, as marcas que eles deixam no corpo e na memória de quem os sofreu. Mas qual seria a maior causa de acidentes no trânsito? A imprudência de condutores e pedestres? As más condições das vias de transporte e dos veículos? Na tabela a seguir apresentamos os dados divulgados do Programa Pare (Programa de Redução de Acidentes no Trânsito), realizado pelo Ministério dos Transportes com o objetivo de combater acidentes no trânsito, identificando, por exemplo, suas principais causas. Os dados apresentados na tabela estão desatualizados porque as informações mais atuais, que podem ser acessadas em órgãos oficiais, contêm apenas características gerais dos acidentes, tais como o tipo de veículo, as condições da pista, a hora e dia da semana, e não sugerem causas prováveis para os acidentes.

Tabela 1: Estatísticas de acidentes de trânsito nas rodovias federais do país (1998-2003) Causas prováveis dos acidentes nas rodovias federais Falta de atenção Velocidade inadequada Desobediência à sinalização Ultrapassagem indevida Defeito mecânico em veículo Defeito na via Defeito na sinalização Outras causas Total

1998

1999

2000

2001

2002

2003

35,5% 12,9% 5,8% 5,1% 3,8% 1,3% 0,3% 35,2% 100% ou 120 594 acidentes

36,0% 12,2% 5,7% 4,6% 3,8% 1,7% 0,3% 35,7% 100% ou 117 250 acidentes

35,5% 12,7% 5,8% 4,4% 3,8% 2,1% 0,4% 35,4% 100% ou 110 387 acidentes

35,9% 12,2% 5,7% 4,6% 4,0% 2,0% 0,0% 35,6% 100% ou 100 225 acidentes

35,5% 11,0% 6,0% 4,2% 3,6% 2,5% 0,0% 37,2% 100% ou 106 399 acidentes

30,2% 11,7% 5,1% 3,8% 3,7% 3,2% 0,0% 42,4% 100% ou 106 829 acidentes

Fonte: POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL.

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Muito está por ser feito do ponto de vista da educação das pessoas para lidar com os dispositivos tecnológicos e conviver em uma sociedade que tem cada vez mais pressa. O que a Ciência tem a nos dizer sobre isso?

Faça em seu caderno Avaliando dados de acidentes de trânsito 1. O gráfico a seguir foi produzido a partir dos dados contidos na tabela 1 e apresenta a distribuição percentual de algumas das principais causas dos acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras para o ano de 2003. Analisando esse gráfico e os outros dados contidos na tabela 1, responda: 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% as us ca

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a) Que medidas para reduzir o número de acidentes na estrada poderiam ser mais eficazes se considerarmos os dados apresentados no gráfico? b) Um gráfico similar produzido com os dados do ano de 1998 teria uma aparência muito diferente do gráfico com os dados do ano de 2003? Explique.

Acervo dos autores/Arquivo da editora

2. O gráfico a seguir foi produzido por uma técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para uma palestra sobre os custos dos acidentes de trânsito no Brasil. Tal palestra foi proferida durante a Conferência Pan-Americana sobre Segurança no Trânsito realizada em Brasília, nos dias 8 e 9 de dezembro de 2005. Esse gráfico compara a gravidade dos acidentes de trânsito que ocorrem com motoristas de automóveis e motociclistas. Em sua opinião, seria possível explicar as informações contidas nessa comparação a partir das diferenças existentes entre automóveis e motocicletas? 7%

71% 93%

200

Veículos envolvidos em acidentes de trânsito sem vítimas 29%

Autos

Veículos envolvidos em acidentes de trânsito com vítimas

Motos


Conhecendo o movimento de um veículo Falar em movimento significa falar em percorrer distâncias ao longo do tempo. A distância percorrida e o tempo utilizado em um percurso são as medidas fundamentais que devem ser feitas para o estudo dos movimentos. Os veículos motorizados possuem um aparelho, denominado velocímetro, que fornece a velocidade do veículo a cada momento da viagem. Entretanto, a maioria das bicicletas não possui velocímetro. Como, então, medir a velocidade de uma bicicleta? Vamos comparar o movimento de dois ciclistas. Uma forma de comparar suas velocidades é fixar uma distância, por exemplo, 400 metros, e verificar qual dos ciclistas completa o percurso em menor tempo. Outra maneira consiste em fixar certo tempo, por exemplo, 1 minuto, e determinar qual ciclista percorre maior distância nesse tempo. Essas duas comparações e os valores de distância e tempo a elas associados encontram-se na tabela a seguir. Tabela 2: Comparação do movimento de dois ciclistas Situação

Situação 1

Situação 2

Tempo gasto para percorrer 400 metros

Distância percorrida em 1 minuto

ciclista A

50 segundos

480 metros

ciclista B

40 segundos

600 metros

ciclista

Contudo, os valores apresentados no quadro não nos permitem comparar as velocidades dos ciclistas a cada instante. Ao longo dos 400 metros fixados na situação 1, a velocidade que cada ciclista desenvolve pode não ter sido sempre a mesma. O ciclista A, por exemplo, pode ter começado seu movimento com uma velocidade maior do que a do ciclista B e não ter conseguido manter o ritmo inicial. O ciclista B, por sua vez, pode ter começado com uma velocidade menor do que a do ciclista A e ter atingido uma velocidade maior no final. Nada podemos afirmar sobre o que aconteceu a cada instante. Sabemos que os 400 metros foram percorridos em 50 segundos pelo ciclista A e em 40 segundos pelo ciclista B. Podemos concluir apenas que o ciclista B foi mais rápido ao percorrer a distância total fixada. O mesmo raciocínio vale para a situação 2. Quando comparamos as distâncias totais percorridas pelos dois ciclistas em 1 minuto, nada podemos dizer sobre a velocidade de cada um deles a cada instante. Podemos concluir apenas que, em média, o ciclista B foi mais rápido que o ciclista A. Nas duas situações os dados nos permitem calcular e comparar as velocidades médias dos ciclistas. Como determinar a velocidade média de cada um dos ciclistas nas duas situações apresentadas? Para responder a essa questão, podemos calcular quantos metros cada ciclista percorreu, em média, a cada segundo. Isso é feito dividindo-se a distância total percorrida pelo tempo gasto para percorrê-la, como indicado nas expressões a seguir. Ciclista A — Situação 1: v=

m 400 metros =8 s 50 segundos

Ciclista B — Situação 1: v=

m 400 metros = 10 s 40 segundos

Os valores calculados representam a distância percorrida, em média, pelos ciclistas a cada segundo.

201


O ciclista A, por exemplo, percorreu, em média, 8 metros a cada segundo. Por isso, ao final de 50 segundos, percorreu 400 metros (400 m = 8 m/s × 50 s). A unidade metros por segundo (m/s), utilizada para apresentar o valor da velocidade da bicicleta, não é a única possível. A maioria dos velocímetros, por exemplo, marca velocidade em outra unidade: km/h (quilômetro por hora). Mas qual seria o valor da velocidade do ciclista A nessa nova unidade? Veja o gráfico a seguir:

Conversão de unidades para velocidade (m/s

km/h)

km/h 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2

4

6

30 m/s O gráfico apresentado nos permite converter o valor da velocidade expresso em m/s para km/h ou vice-versa. Com ele podemos fazer, com boa aproximação, a conversão das unidades para valores de velocidade compreendidos entre zero e 120 quilômetros por hora ou entre zero e 30 metros por segundo.

Faça em seu caderno Calculando velocidades médias

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10

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Você pode avaliar, com o professor de matemática, a possibilidade e conveniência de explorar o raciocínio de proporção entre duas grandezas. Convém também destacar a necessidade de expressar valores de variáveis físicas sempre acompanhados pelas respectivas unidades de medida.

1. Determine as velocidades médias dos ciclistas A e B tomando como base os dados apresentados na tabela 2, situação 2, da página 201. Anote em seu caderno os resultados obtidos. 2. A ilustração esquemática a seguir representa os movimentos de dois ciclistas. Determine o valor médio da velocidade de cada um deles. Anote em seu caderno o raciocínio utilizado e os valores obtidos.

6 000 metros

3 000 metros

Antonio Robson/Arquivo da editora

3. Utilize o gráfico de conversão de unidades para velocidade acima para determinar, aproximadamente, qual seria a velocidade (em m/s) de um automóvel que se desloca a 30 km/h.

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vamos pesquisar Velocidades atingidas em uma marcha atlética

Severino Silva/Ag. O Dia

Existe uma modalidade do atletismo conhecida como marcha atlética. Nessa modalidade, os atletas devem deslocar-se do modo mais rápido possível sem tirar os dois pés do chão, ao mesmo tempo.

Na marcha atlética não se pode tirar os dois pés do chão ao mesmo tempo, como mostra a foto de marcha atlética feminina nos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro (RJ), em 2007.

É razoável esperar que na marcha atlética os atletas atinjam uma velocidade menor do que em uma corrida normal? Qual é a diferença entre as velocidades alcançadas em cada um desses tipos de corrida?

Você vai precisar de:

• Uma trena para medir distâncias (ou um espaço cuja distância já seja conhecida) e um relógio com cronômetro para marcar o tempo.

Como fazer:

• Discuta com seu grupo um modo de medir a velocidade de um mesmo “atleta” em uma corrida “normal” e uma corrida em marcha atlética. O “atleta” em questão pode ser um colega de seu próprio grupo.

• No caderno, expresse os resultados obtidos em m/s e km/h. Interpretando a atividade

1. Compare suas medidas com as que foram realizadas por outros grupos. Os resultados são coerentes entre si? 2. O que você pode dizer sobre a velocidade desenvolvida em uma marcha atlética e em uma corrida normal?

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Mudança na velocidade e na aceleração

A B C

D

Antonio Robson/ Arquivo da editora

Na maioria das vezes, a velocidade de um veículo varia durante o movimento. Por isso, dividir o valor da distância percorrida pelo tempo gasto para percorrê-la só nos dá uma ideia aproximada de como ocorreu o movimento. Vejamos, por exemplo, o caso de um automóvel que viajou uma distância de 210 km em um intervalo de 3 horas. Dividindo a distância total percorrida pelo tempo gasto, pode-se concluir que o automóvel viajou com uma velocidade média de 70 km/h. Apesar de ser importante, essa informação não nos traz detalhes sobre como foi exatamente o movimento do automóvel durante a viagem. É bem provável que o motorista tenha atingido velocidades superiores a 70 km/h. Ele pode ter parado ao longo da estrada ou se movido com velocidade menor em determinados trechos. Por esse motivo o cálculo feito anteriormente é o da velocidade média. Para conhecer detalhes sobre o movimento de um veículo, é preciso que se disponha de algum tipo de registro do seu movimento. A ilustração a seguir mostra uma situação em que é possível estudar as mudanças de velocidade tomando como base um registro produzido por gotas de óleo que pingaram do motor de um caminhão. O tempo entre a queda de duas gotas sucessivas foi sempre de 0,5 segundo, ou seja, as gotas caíram com uma taxa fixa de duas gotas por segundo (2 gotas/segundo).

E

F

G

H

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J

K

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A ilustração esquemática mostra o registro do movimento de um caminhão, produzido pelo gotejamento de óleo no solo da estrada. As gotas foram identificadas com letras para facilitar a análise posterior do movimento.

A história do movimento desse caminhão é a seguinte: o motorista entrou no caminhão, ligou o motor e saiu em movimento por uma estrada plana e retilínea. Pouco tempo depois, percebeu no painel do caminhão uma luz indicando problemas no reservatório de óleo. Ele, então, parou o veículo para ver o que estava acontecendo. O rastro deixado pelas gotas de óleo que caíram do caminhão permite fazer medidas de distância e tempo em pequenos trechos do movimento. Analisando o registro do movimento, e sabendo que o tempo entre a queda de duas gotas sucessivas é sempre igual a 0,5 segundo, podemos chegar à conclusão de que, no primeiro trecho do movimento, a velocidade do caminhão aumentou até atingir seu valor máximo. No trecho que vai da gota A até a gota G, o caminhão percorre distâncias cada vez maiores a cada novo intervalo de tempo de 0,5 segundo. É por isso que podemos concluir que sua velocidade está aumentando. No trecho que vai da gota G até a gota K, a velocidade do caminhão permanece constante: ele percorre distâncias iguais a cada intervalo de 0,5 segundo. No trecho que vai da gota K até a gota O, o caminhão percorre distâncias cada vez menores a cada novo intervalo de tempo de 0,5 segundo, até que finalmente para no ponto O, pois atinge velocidade zero. No movimento do caminhão que estamos analisando, podemos notar que a velocidade aumenta, permanece constante e depois diminui. Essas três situações foram identificadas pela distância entre as gotas de óleo. Para um estudo minucioso do movimento do caminhão, torna-se imprescindível comparar esses três tipos de situação. Essa comparação é feita por meio de uma medida conhecida como aceleração.

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• no primeiro intervalo do movimento, o

credito

A aceleração é uma medida utilizada para descrever como a velocidade de um veí­culo varia em um determinado período de tempo. Quando uma grande variação de velocidade ocorre em um intervalo pequeno de tempo, dizemos que o veículo sofreu grande aceleração. Quando não ocorre variação de velocidade, dizemos que a aceleração vale zero, ou seja, não há aceleração. Por fim, quando a velocidade varia de modo suave, sendo necessário um grande intervalo para um aumento razoável ou uma redução significativa, dizemos que o veículo sofreu uma pequena aceleração. Utilizando a ideia de aceleração que acabamos de apresentar, podemos concluir que:

04_09_f008b_9CCaS [Imagem de um tacógrafo digital como o disponível em: http://www.markanti.com.br/ produto_demo.php?id=20]

Caminhões e ônibus não costumam derramar gotas de óleo sobre a pista. O registro do movimento desses veículos é feito por um tacógrafo, tal como o mostrado na fotografia. Esse equipamento produz gráficos que mostram como a velocidade do veículo varia ao longo do tempo (ver o gráfico situado na parte de cima do lado esquerdo da fotografia). Com esses gráficos, é possível determinar as acelerações impostas ao veículo pelo motorista.

caminhão apresenta uma aceleração positiva, isto é, sofre um aumento de velocidade;

• no segundo intervalo, o caminhão não apresenta aceleração, uma vez que sua velocidade não aumenta nem diminui;

• no terceiro intervalo, o caminhão apresenta aceleração negativa, isto é, sofre uma diminuição de velocidade;

• a aceleração é mais intensa durante a frenagem do que na arrancada, pois o

caminhão precisou de um intervalo de tempo menor para frear do que para atingir sua velocidade máxima.

Uma das dificuldades em entender essa ideia de aceleração é aceitar a afirmação de que o caminhão tem aceleração nula no segundo intervalo de seu movimento. Isso porque estamos acostumados a usar a palavra “aceleração” com o mesmo sentido que a palavra “velocidade”. Quando dizemos que um carro “passou acelerado”, queremos dizer, simplesmente, que ele passou rapidamente, ou seja, com alta velocidade. Entretanto, nas Ciências, esses dois conceitos – velocidade e aceleração – são usados para expressar coisas diferentes. Enquanto a velocidade é uma medida da rapidez com que um móvel se desloca (por meio da distância percorrida por unidade de tempo), a aceleração mede a taxa com que a velocidade varia no tempo. Por isso, se a velocidade não varia, a aceleração é nula; se a velocidade varia rapidamente, a aceleração é alta. Você é capaz de imaginar situações em que a velocidade de um móvel é baixa e sua aceleração, alta?

na rede Veja mais informações sobre velocidade e aceleração com uma simulação e a construção de um gráfico: <http://www.if.ufrgs.br/ tex/fis01043/ 20042/Luciano/ cinematica.html>. Acesso em: 29 nov. 2011.

Um exemplo é a de uma moto no instante em que arranca após a abertura de um semáforo; outro exemplo é o de uma bola que cai abandonada de uma pequena altura.

Faça em seu caderno Recursos utilizados para descrever os movimentos 1. Os moradores de uma certa rua reivindicaram às autoridades competentes a instalação de alguns quebra-molas para limitar a velocidade dos veículos que aí trafegam. Diante da demora no atendimento da solicitação, os moradores decidiram produzir um estudo para determinar a velocidade média dos carros que atravessam a rua ao longo do dia. Na sua opinião, como eles poderiam realizar esse estudo sem o auxílio de radares ou outros equipamentos especiais?

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2. Um carro viajou entre duas cidades distantes uma da outra 320 km. O tempo total de percurso foi de quatro horas. a) Determine a velocidade média do veículo em km/h. b) Consultando o gráfico “Conversão de unidades para velocidade”, na página 202, indique, aproximadamente, a velocidade média do veículo em m/s. c) Conhecer a velocidade média de um veículo nos permite afirmar, exatamente, quantos metros ele percorreu, a cada segundo, durante toda a viagem? Explique. 3. Veja a seguir o registro dos movimentos de dois veículos, (A) e (B), que se deslocaram sobre duas pistas horizontais diferentes. Nos dois casos, os veículos deixaram pingar gotas de óleo sobre as pistas em intervalos de tempo iguais a 1 segundo.

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25 metros

25 metros

As ilustrações esquemáticas representam as posições de gotas de óleo depositadas por dois veículos (A) e (B) sobre um trecho de 25 metros de pista. As distâncias das gotas em relação ao início de cada pista foram medidas com o auxílio de uma fita métrica.

Observando os dois registros, faça o que se pede a seguir. a) Determine quantos segundos cada veículo gastou para percorrer os primeiros 25 metros. b) Calcule as velocidades médias dos dois veículos nos primeiros 25 metros de movimento. c) Você considera correto afirmar que o veículo (A) não apresentou aceleração em um determinado trecho de seu movimento? Explique. 4. Alguns estudantes possuem um certo número de bandeirinhas e pretendem colocá-las ao longo de uma pista inclinada, sobre a qual descerá uma esfera. O intuito deles é posicionar as bandeirinhas de tal maneira que o tempo gasto pela esfera para percorrer o espaço entre duas delas seja sempre o mesmo. Reproduza a figura ao lado em seu caderno e indique nela como os estudantes poderão cumprir bem essa tarefa. 5. Um dos estudantes, pretendendo realizar a tarefa proposta na questão anterior, posicionou as bandeirinhas com espaçamentos iguais entre si, como mostra a figura ao lado. Nesse caso, o tempo necessário para a esfera percorrer o espaço entre duas bandeirinhas será sempre o mesmo ao longo da trajetória? Explique. 6. Um terceiro estudante recebeu orientações semelhantes àquelas fornecidas aos estudantes mencionados nas duas questões anteriores. Dessa vez, entretanto, o objetivo era o de representar o movimento de subida da bolinha lançada do plano horizontal.Faça, em seu caderno, um esboço de como as bandeirinhas deveriam ser posicionadas nesse caso.

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Ilustrações: Antonio Robson/Arquivo da Editora

d) Descreva os movimentos dos dois veículos utilizando os conceitos de velocidade e aceleração.


Como produzir mudanças no movimento de um veículo Viajar com segurança significa ser capaz de controlar o movimento do veículo, isto é, mudar o movimento de acordo com nossos interesses e necessidades. Dependendo das circunstâncias, pode ser necessário retirar o veículo do repouso, aumentar ou diminuir sua velocidade ou, ainda, alterar a direção de seu movimento. Mas o que provoca alterações no estado de movimento de um veículo ou de um objeto qualquer?

vamos pesquisar Os corpos mudam facilmente seu estado de movimento? Nestes experimentos, vamos explorar uma importante propriedade dos corpos: a inércia. Faça as atividades uma a uma, prevendo resultados, anotando os efeitos observados e procurando uma explicação para cada um deles.

Os experimentos que exploram situações envolvendo o conceito de inércia são muito interessantes, pois permitem que os estudantes utilizem esse novo conceito em situações familiares.

Você vai precisar de:

• Três moedas do mesmo tamanho, uma folha de papel, um copo de plástico

com água, uma mesa lisa e uma régua. É importante que a régua tenha uma espessura menor ou igual à das moedas.

Como fazer:

• Com corpos inicialmente em repouso 1. Coloque as três moedas umas sobre as outras. Pegue a régua e mova-a rente à mesa, de modo que bata com vigor na moeda de baixo. a) O que acontece com as outras moedas? b) Explique no caderno o comportamento da moeda atingida pela régua. 2. Coloque o copo contendo água sobre a folha de papel, situada na borda da mesa. a) Segurando a extremidade da folha de papel com uma das mãos, bata com a régua sobre ela de modo que seja retirada bruscamente debaixo do copo. O que acontece com o copo nessas circunstâncias? b) Caso a folha seja puxada lentamente, o resultado seria o mesmo do item (a)? c) O resultado da experiência realizada no item (a) seria diferente caso o copo estivesse vazio?

• Com corpos que já iniciaram seu movimento 1. Coloque as três moedas umas sobre as outras. Dando um impulso moderado com uma das mãos, coloque todas as moedas em movimento em direção à régua. Essa deve estar fixa em uma determinada posição à frente do local onde você impulsionou as moedas. Observe a colisão entre a régua e o conjunto de moedas. a) Alguma força atuou sobre as duas moedas de cima exatamente no momento da colisão com a régua? Explique. b) É possível estabelecer alguma relação entre esse experimento e a colisão de um veículo em que o motorista não esteja usando um cinto de segurança? Explique.

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2. Coloque uma única moeda sobre a folha de papel. Puxe a folha de forma que a moeda acompanhe inicialmente seu movimento. Uma vez estando o conjunto em movimento, gire a folha rapidamente, mudando de maneira brusca a direção de seu movimento. a) A moeda acompanha o movimento da folha? Para onde ela vai? b) Compare essa situação com a de um passageiro no interior de um ônibus quando o veículo faz uma curva fechada em alta velocidade. Existe alguma relação entre as duas situações? Explique. Interpretando a atividade 1. Considerando os resultados dos dois primeiros experimentos que você realizou, responda: corpos inicialmente em repouso mudam com facilidade esse “estado de movimento”? 2. O que é preciso fazer para mudar as características do movimento de um corpo? Justifique sua resposta a partir das explorações feitas na atividade. 3. Tente extrair uma conclusão geral de todas as explorações realizadas. Para isso, considere o repouso como um “estado de movimento”. Então, responda: os corpos mudam facilmente o seu “estado de movimento”?

A resistência à mudança e o princípio da inércia

Antonio Robson/Arquivo da editora

Este texto retoma vários aspectos da atividade experimental realizada anteriormente. Recomendamos que sua leitura fosse feita após as discussões da atividade, de modo a ampliar e generalizar suas conclusões.

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Mesmo uma bicicleta bem lubrificada precisa sofrer a ação de uma força para sair do estado de repouso. Assim como todo e qualquer corpo, uma bicicleta que esteja inicialmente em repouso tende a permanecer em repouso. Quando uma força impulsora age sobre a bicicleta, ela entra em movimento. A partir de então, ela passa a ter outra tendência: a de permanecer em movimento. Assim, se quisermos parar repentinamente uma bicicleta, não basta deixar de pedalar. As forças de resistência que atuam sobre a bicicleta quando paramos de pedalar não são suficientes para interromper rapidamente seu movimento. É preciso fazer uso dos freios, uma vez que a tendência da bicicleta é permanecer em movimento. A tendência a permanecer em repouso quando se está em repouso ou a permanecer em movimento quando se está em movimento é conhecida como princípio da inércia. Por causa da inércia, muitos carros são equipados com apoios de cabeça mais altos, até mesmo nos bancos de trás. Esses apoios podem evitar lesões graves na coluna cervical dos ocupantes do carro caso haja uma colisão violenta com sua traseira, por exemplo, enquanto estiver parado em um sinal. No caso de uma colisão desse tipo, e na ausência do encosto, a cabeça do passageiro, inicialmente em repouso, tende a permanecer em repouso, correto incorreto enquanto o restante do corpo Observe a ilustração esquemática. Qual a função dos apoios de é violentamente acelerado cabeça nos veículos?


Artur Kenji Ogawa/Arquivo da editora

para a frente, com o carro. Isso resulta um movimento brusco no pescoço, que pode eventualmente causar lesão na medula espinhal. Imagine que você esteja parado, em pé, no interior de um ônibus, com as mãos ocupadas entregando sua mochila para um colega sentado no banco. Suponha que, nesse exato momento, o ônibus, que estava parado no sinal, entre em movimento. Como você está com as mãos ocupadas, acaba caindo no piso do ônibus, atrás do lugar onde seu colega está sentado. Por que isso acontece? Afinal, o que poderia ter atirado seu corpo “para trás”? Seu corpo, assim como todo o ônibus, estava em repouso quando forças agiram sobre o ônibus, fazendo-o arrancar. Por inércia, seu corpo tende a manter seu estado de repouso, mas seus pés, que estavam apoiados no piso do ônibus, foram puxados rapidamente para a frente. Foi isso que provocou sua queda e a sensação de “ter ficado para trás” em relação ao ônibus. Imagine agora outra situação: você está novamente em pé dentro de um ônibus em movimento, preparando-se para desembarcar. Com as duas mãos você pega a mochila que está no colo de seu colega. Nesse momento, o ônibus dá uma freada brusca. Você se sente “jogado” para a frente e, desequilibrado, acaba por parar perto do motorista. Antes da freada, o ônibus e todos os corpos em seu interior estavam em movimento em relação à rua. Quando o ônibus freou de repente, os passageiros, por inércia, tenderam a continuar em movimento. Foi isso que fez você se sentir “lançado” para a frente em relação ao piso do ônibus. Quando o ônibus faz uma curva acentuada, também costumamos nos sentir desequilibrados e precisamos nos agarrar para não cair. Fazer uma curva implica mudar a direção do movimento. Porém, quando estamos em movimento, nosso corpo, por inércia, oferece resistência a toda e qualquer mudança que se pretenda fazer nas características do movimento. O ônibus faz a curva, mas nosso corpo tende a continuar se movendo em linha reta em relação à pista. Uma situação semelhante a essa está ilustrada na figura a seguir, na qual representamos, em várias posições consecutivas, um veículo que faz uma curva acentuada. A cena é vista por cima, como se estivesse sendo filmada de um helicóptero. Os pontos pretos representam um objeto solto na parte de trás do veículo. Quando o veículo faz a curva, o objeto vai de um lado para outro. Por inércia, o objeto tem a tendência de continuar a se mover em linha reta com a velocidade que o veículo tinha antes do início da curva.

A

B

C

D

E

F Se nada prender o objeto no interior do veículo, ele sairá rolando pela pista em linha reta, tal como mostrado na sequência de posições de D a F da ilustração ao lado.

Mas o que acontece quando o ônibus se desloca em linha reta e com velocidade constante? Essa condição ideal não ocorre com frequência em viagens de ônibus, que trepidam muito, mas pode ser observada em viagens de metrô, trem ou avião. Nesse caso, se prendemos um chaveiro por um barbante, formando uma espécie de pêndulo, verificamos que o conjunto permanece na direção vertical enquanto o nosso veículo se desloca em linha reta e com velocidade constante. Nesse caso, o chaveiro, estando já em movimento, tende a permanecer em movimento retilíneo e uniforme a menos que uma força atue sobre ele.

na rede Veja um experimento simples e seguro que demonstra bem o que é a inércia: <http://www. pontociencia.org.br/ experimentos-interna.ph p?experimento=558&KU NG+FU+DA+INERCIA>. Acesso em: 29 nov. 2011.

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ciência em movimento O princípio da inércia O termo “inércia” foi usado pela primeira vez por Johannes Kepler (1571-1630), contudo com um significado diferente do que viria a ter posteriormente. Para ele, inércia era a tendência natural dos corpos de permanecerem em repouso. Isaac Beeckman (1588-1637) e René Descartes (1596-1650) modificaram a ideia de inércia proposta por Kepler. Em 1630, Descartes afirmou que: “Todo corpo que iniciou um movimento continua a fazê-lo sem jamais se deter por si mesmo”. Em 1644, a associação entre a inércia e a tendência dos corpos de continuar em movimento já não era novidade, sendo aceita por muitos pensadores da época, entre os quais Pierre Gassendi (1592-1655), Evangelista Torricelli (1608-1647), Bonaventura Cavalieri (1598-1647) e Galileu Galilei (1564-1642). Isaac Newton (1643-1727) enunciou esse princípio em sua obra Princípios matemáticos, publicada em 1687 da seguinte forma: Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado pelas forças impressas sobre ele. NEWTON, Isaac. Axiomas ou leis do movimento. Princípios matemáticos. In: Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

Esse enunciado, conhecido hoje como Primeira Lei de Newton, faz parte de uma teoria mais ampla que explica, de forma unificada, o movimento dos corpos na Terra e no céu. 1. Compare no caderno as ideias de Kepler e Newton sobre inércia e indique a diferença que há entre elas. 2. Costuma-se dizer que a Ciência é uma construção coletiva, fruto do trabalho de uma comunidade de pesquisadores. A história da construção do conceito de inércia é coerente com essa afirmação? Justifique no caderno. 3. Albert Einstein (1879-1955) afirmou, certa vez, que: “Se Newton não tivesse existido, outra pessoa teria formulado as suas teorias. Contudo, se Beethoven não tivesse existido, não conheceríamos nenhuma de suas sinfonias”. Você concorda com essa afirmativa? Apresente no caderno argumentos a favor de seu ponto de vista.

Faça em seu caderno Como produzir mudanças no movimento de um veículo 1. Descreva algumas situações nas quais é possível perceber a inércia manifestando-se em um: a) passageiro de automóvel; b) esqueitista; c) ciclista. 2. Sabemos que é perigoso deixar objetos soltos dentro de um veículo. Responda: por que objetos soltos podem trazer riscos aos ocupantes do veículo? 3. Uma pessoa amarrou diversas peças de madeira em um bagageiro instalado no teto de seu automóvel. Saiu bem devagar da madeireira e encontrou a pista livre. Já que a madeira parecia estar bem presa e segura, foi aumentando, aos poucos, a velocidade do automóvel. Quando encontrou o primeiro sinal fechado, o motorista foi obrigado a parar o veículo. Pisou no freio bruscamente. Nesse momento, a madeira presa ao bagageiro escapou, batendo no carro da frente. a) Segundo o relato, o motorista teve cuidado quando arrancou o carro na madeireira, aumentando a velocidade aos poucos. Esse procedimento foi importante para evitar um acidente na saída da madeireira? Explique. b) Por que a madeira atingiu o carro da frente quando o motorista freou no sinal? c) Que cuidados os motoristas devem tomar para evitar esse tipo de acidente?

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Força, massa e aceleração

Haroldo Palo Jr./kino.com.br

Como a massa de um veículo interfere em nossa capacidade de alterar seu movimento? Mesmo com motores muito potentes e freios muito eficientes, caminhões e carretas, sobretudo quando carregados, apresentam grandes dificuldades em fazer curvas, bem como em aumentar ou diminuir sua velocidade. Isso significa que um caminhão carregado possui grande tendência a se manter em repouso ou em movimento em linha reta e com velocidade constante. Comparado com veículos de passeio, dizemos que o caminhão possui maior inércia.

O caminhão da foto precisa de um motor muito mais potente do que o do carro de passeio. Também precisa de freios muito mais eficientes.

vamos pesquisar A relação entre massa e inércia Como a massa de um corpo está relacionada à dificuldade que ele oferece às nossas tentativas de alterar seu estado de repouso ou de movimento? Em outras palavras, como a massa está associada à inércia do corpo?

na rede Conheça uma coleção com vários experimentos e explicações sobre inércia: <http://www. pontociencia.org.br/ inercia.html>. Acesso em: 29 nov. 2011.

Você vai precisar de:

• Dois carrinhos confeccionados previamente por seu professor ou por algum colega de sua classe.

Como fazer:

• Puxe os carrinhos simultaneamente com a ajuda de dois elásticos idênticos para dar a cada um a mesma aceleração.

• Depois, interrompa seus movimentos com as mãos. Interpretando a atividade 1. É realmente possível determinar qual dos dois carrinhos possui maior massa sem pesá-los ou suspendê-los com as mãos? Que critério pode ser adotado nesse caso? 2. Os caminhoneiros afirmam que é mais difícil parar uma carreta carregada do que uma carreta sem carga quando ambas se encontram em movimento com a mesma velocidade. Os resultados dessa atividade reforçam essa afirmação ou estão em contradição com ela? Explique.

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Para que os dois veículos apresentados na ilustração esquemática sejam submetidos a uma mesma aceleração, o motor do veículo (B) precisa exercer uma força impulsora maior do que o motor do veículo (A).

força impulsora menor

Ilustrações: Artur Kenji Ogawa/Arquivo da editora

A diferença de massa entre um carro de passeio e um caminhão explica a diferença de resistência que esses veículos oferecem à realização de mudanças em seu estado de movimento. Dizemos, em Ciências, que a massa de um corpo é uma medida de sua inércia: quanto mais massa, mais inércia. Com isso queremos dizer que corpos com massas diferentes oferecem resistências diferentes para alterar seu estado de movimento: quanto maior a massa de um corpo, mais difícil se torna alterar seu estado de movimento. Para retirar do repouso dois corpos de massas diferentes e, em um mesmo intervalo de tempo, dar a eles o mesmo aumento de velocidade, é preciso aplicar uma força maior no corpo de maior massa.

força impulsora maior

Além da massa, a intensidade da força que é necessária para aumentar ou diminuir a velocidade de um corpo depende da aceleração que queremos imprimir a ele. Você pode fazer uma atividade simples para verificar isso. Basta amarrar um cordão nos pés de uma mesa pequena ou de uma cadeira. Puxe o cordão lentamente, colocando o objeto escolhido em movimento. No início, você vai perceber certa dificuldade de colocar o objeto em movimento. Isso ocorre por causa da força de atrito entre o chão e o objeto. Se você aumentar gradativamente a força sobre o cordão, perceberá que o objeto continuará parado e que, para tirá-lo do repouso, precisa aumentar a força que você faz até um determinado valor. A força de atrito entre o chão e o objeto não é constante e varia conforme a força que você exerce. Enquanto você puxa e o objeto permanece parado, a força exercida por você é igual à força de atrito. Aumentando aos poucos a força, vai chegar um momento em que o objeto começará a se mover. Isso significa que a força de atrito que atua no objeto enquanto ele está parado só aumenta até um determinado valor-limite. Existe um valor máximo a partir do qual essa força de atrito não aumentará mais. Quando a força que você faz for apenas ligeiramente maior do que a força de atrito máxima entre o chão e o objeto, ele sairá do repouso. Você poderá observar também que, uma vez em movimento, é possível que o objeto continue se movendo com velocidade constante, mesmo que você continue puxando. Essa situação é semelhante à de uma bicicleta que se desloca em uma rua plana com velocidade constante. Para manter a velocidade, o ciclista tem de pedalar. Nesses dois casos (cadeira arrastada e bicicleta se movendo com velocidade constante), a força exercida sobre o objeto em movimento só é suficiente para anular a força de atrito que é contrária a seu movimento. Se não houvesse atrito entre o chão e o objeto, por menor que fosse a força exercida por você, seria possível alterar a cada instante a velocidade do objeto. Depois de muito tempo, o objeto apresentaria uma grande variação em sua velocidade. Quase sempre, ao puxar o cordão rapidamente, na tentativa de provocar uma grande variação na velocidade do objeto, o cordão arrebenta. Isso ocorre, sobretudo, quando a massa do objeto a ser arrastado é grande.

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força impulsora menor

0s 2s 1s

4s

6s

3s

5s

7s

força impulsora maior

0s

2s 1s

4s 3s

Ilustrações: Artur Kenji Ogawa/Arquivo da editora

Para produzir uma grande aceleração, isto é, uma mudança muito rápida na velocidade, é preciso exercer uma força impulsora sobre o corpo que está preso ao cordão muito maior do que a força de atrito entre o chão e o objeto. Entretanto existe um limite para a força que o cordão é capaz de suportar e transmitir para o objeto. Se você puxar o cordão com uma força impulsora muito intensa, ele vai arrebentar.

6s 5s

7s

A ilustração esquemática mostra os primeiros sete segundos de movimento acelerado de duas versões diferentes de um mesmo tipo de automóvel. O automóvel mostrado em (A) tem um motor menos potente. O motor mais potente do automóvel mostrado em (B) é capaz de exercer uma força impulsora mais intensa sobre ele. Com isso, o veículo (B) terá uma aceleração mais intensa durante a arrancada.

Não é apenas no caso de forças destinadas a aumentar a velocidade de um corpo que observamos a relação: maior força maior aceleração. Essa relação também é encontrada para o caso das forças que tendem a frear ou a diminuir a velocidade do corpo. Uma freada repentina em um automóvel, isto é, uma redução de velocidade produzida em um pequeno intervalo de tempo, exige que os freios apliquem uma força muito intensa sobre as rodas do veículo. Quando a força é intensa demais, as rodas podem travar e a redução da velocidade passa a depender da força de atrito entre os pneus e o solo. Por isso, existe uma distância mínima que precisamos manter dos veículos que viajam à nossa frente. Essa distância é necessária para que possamos parar em caso de emergência. velocidade inicial 100 km/h

carro parado velocidade zero pista seca 62 metros

velocidade inicial 100 km/h

carro parado velocidade zero pista molhada 108 metros

Ilustrações esquemáticas. Quando chove, a força de atrito máxima que o piso é capaz de exercer sobre o veículo para obrigá-lo a parar é menor do que em pista seca. A distância necessária para a frenagem de um carro que se move a 100 km/h em pista seca é de aproximadamente 62 m (A). No caso de pista molhada, essa distância sobe para aproximadamente 108 m (B).

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Faça em seu caderno Força, massa e aceleração 1. Responda às duas questões apresentadas a seguir, considerando o que diz o texto: a) Como se chama a força que dificulta o deslocamento de uma grande mesa apoiada sobre o chão, quando nós a empurrarmos com o intuito de movê-la? b) O que devemos fazer para retirar do repouso dois objetos de massas diferentes, de modo que, em um mesmo intervalo de tempo, eles apresentem o mesmo aumento ou a mesma redução de velocidade? 2. Compare as figuras das páginas 194 (dois ônibus com massas diferentes) e 195 (dois carros de mesma massa, mas sujeitos a forças impulsoras diferentes). Quais são as diferenças entre as situações que são exploradas em cada uma dessas figuras? 3. Analisando o sistema de freio de um veículo, notamos que as rodas giram presas a grandes discos de metal. Quando o motorista decide reduzir a velocidade, um sistema aperta um par de pastilhas contra cada um dos discos (veja a figura a seguir).

crédito

Veículos mais pesados podem apresentar mais dificuldade para frear do que veículos mais leves. Será, então, que o sistema de freio de automóveis mais pesados é menos eficiente do que aqueles que equipam veículos mais leves? Explique.

04_09_i019_9CCaS [NOVA_ esquema de funcionamento do freio em uma roda de automóvel]

4. Um garoto amarrou um cordão no pé de uma mesa e deu um puxão brusco nesse cordão. Para sua surpresa, a mesa não saiu do lugar, enquanto o cordão se arrebentou. a) Como podemos explicar esse acontecimento? b) O que o garoto poderia fazer para mover a mesa por meio do cordão sem que ele arrebente?

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A Ciência e a tecnologia muito têm contribuído na construção de dispositivos que tornam os veículos mais seguros. Compreender os conceitos de velocidade, aceleração e inércia e entender como as forças alteram o estado de movimento de um corpo foi fundamental para que se pudesse criar equipamentos que nos permitem viajar com mais segurança. Existem, basicamente, dois modos de diminuir os efeitos das forças que agem sobre os corpos dos passageiros de um veículo no momento de uma colisão. O primeiro consiste em prolongar o tempo necessário para interromper o movimento dos corpos dos passageiros. O segundo modo consiste em reduzir a pressão que as forças de impacto são capazes de exercer.

Nesse momento é importante destacar os aspectos conceituais dos equipamentos de segurança aliados com os usos que fazemos deles e com as atitudes das pessoas no trânsito. Aconselhamos tratar com destaque dos acidentes envolvendo motos, bicicletas e pedestres e como evitá-los. Christian Castanho/Arquivo da editora

Equipamentos e medidas de segurança

Teste de frenagem realizado em campo de prova de uma indústria automobilística em Paulínia (SP).

Faça em seu caderno Equipamentos e medidas de segurança Compare cada afirmativa apresentada a seguir com o texto composto pelos dois parágrafos anteriores. Com base nessa comparação, classifique cada afirmativa verificando se ela: a) está relacionada com o assunto do texto e concorda com ele. b) está relacionada com o assunto do texto e discorda dele. c) está relacionada com o assunto do texto, mas vai além dele. d) não está relacionada com o assunto do texto. 1. A Ciência e a tecnologia são frutos da inventividade humana, mas contribuíram enormemente para aumentar nossa capacidade de agredir o meio ambiente. 2. Um modo de diminuir os riscos de lesões em acidentes consiste em evitar que o corpo dos envolvidos tenha seu movimento interrompido instantaneamente. 3. Nos acidentes, deve-se aumentar a pressão exercida pelas forças de impacto em partes mais rígidas de nosso corpo e diminuir o tempo das colisões. 4. A invenção de equipamentos de segurança se transformou em uma necessidade, à medida que os acidentes tornaram-se mais frequentes e violentos.

Prolongando o tempo de impacto Em uma batida de carro ocorrem, no mínimo, duas colisões. Primeiro a colisão do carro contra um obstáculo, que pode ser outro carro ou um poste. Quando os ocupantes do carro não usam cintos de segurança, ocorre também a colisão de seus corpos contra o volante, o painel e o para-brisa do veículo. Isso acontece porque, depois que o obstáculo interrompe o movimento do carro, os corpos em seu interior continuam em movimento por causa da inércia. Com ou sem uso do cinto de segurança ocorre, também, a colisão dos órgãos internos com os ossos que sustentam o corpo. O cérebro, por exemplo, pode colidir contra os ossos do crânio, de modo a provocar uma perda temporária de consciência.

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Fotos: Alfredo Luis Mateus, Dimitri Bruno Pereira e Gilberto do Vale Rodrigues/Arquivo da editora

A ação dos itens de segurança destina-se a diminuir os efeitos ou a intensidade das forças que agem sobre os corpos dos passageiros durante a colisão. Para reduzir a velocidade desses corpos em um intervalo de tempo muito curto, é necessário exercer forças muito intensas sobre eles. Forças intensas podem causar ferimentos graves. Consegue-se uma diminuição significativa nessas forças aumentando o intervalo de tempo no qual elas agem. Uma característica fundamental de todas as colisões é que elas acontecem em um intervalo de tempo muito pequeno. Em geral, duram cerca de um décimo de segundo (0,1 s). Para prolongar um pouco mais esse pequeno intervalo de tempo, as fábricas de automóveis têm reforçado a estrutura das cabines dentro das quais os passageiros viajam. Ao redor dessas cabines, o veículo é constituído de materiais e estruturas capazes de se deformarem durante a colisão. São as chamadas zonas de deformação projetadas e desenvolvidas exatamente para minimizar a violência dos choques. Os carros antigos eram feitos de material mais rígido e resistente a impactos. Porém as consequências dos acidentes eram bem mais graves. Quando pulamos de um degrau em direção ao chão flexionando os joelhos e outras partes do corpo, estamos também alterando o tempo de ação das forças de impacto. Fazemos isso intuitivamente. Observe nas fotos a seguir como seu corpo se flexiona no momento de uma queda.

Quando caímos, assim como quando pulamos, vários músculos e articulações são flexionados. Isso aumenta o tempo gasto para interromper o movimento do corpo.

vamos pesquisar A zona de deformação dos veículos Você vai precisar de:

• Uma tesoura escolar de pontas arredondadas, cola, fita

adesiva, papel, espuma, massa de modelar, cartolina e um carrinho de brinquedo (caso tenha a massa muito pequena, é necessário colocar uma massa extra).

Como fazer:

• Utilize sua criatividade para projetar e construir uma zona

de deformação. Fixe-a em seu carrinho depois que ela estiver pronta.

• Estabeleça com seus colegas critérios para avaliar qual é a mais eficiente.

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Exemplo de um projeto de zona de deformação bem simples. Os tubos de papel-alumínio foram projetados para se deformarem caso esse carrinho sofra uma colisão frontal.


A

B

C

A sequência de fotos, (A), (B) e (C), mostra a colisão frontal de um carro. Note a deformação intensa da frente do veículo. Note, ainda, que a cabine destinada a transportar os passageiros do veículo não sofre grandes deformações.

A

00.0 s

0.02 s

0.04 s

0.05 s

0.06 s

0.08 s

0.09 s

0.10 s

0.02 s

0.04 s

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00.0 s

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0.09 s

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00.0 s sequência

B

Imagens: Artur Kenji Ogawa/Arquivo da editora

sequência

Fotos: Corbis/Latinstock

O único modo de cair com o “corpo duro” sem sentir dor ou desconforto é cair sobre uma espuma, uma rede ou uma cama elástica. Esses materiais se deformam enquanto agem sobre nosso corpo. Ao prolongar o tempo de impacto, os materiais diminuem a intensidade das forças que atuam sobre nós para interromper nosso movimento. Vejamos, por exemplo, o caso de uma colisão frontal de um carro contra um obstáculo fixo. Durante a colisão, enquanto a parte frontal se deforma, o restante do carro vai diminuindo de velocidade progressivamente. Se a parte frontal do carro fosse mais rígida e não se deformasse tanto, o movimento seria interrompido em um intervalo de tempo menor, aumentando as forças que seriam exercidas sobre os passageiros no interior do carro. Outro dispositivo de segurança muito eficiente é o cinto de segurança. As duas imagens apresentadas a seguir mostram quadros selecionados de um filme produzido em alta velocidade, em que se compara o que ocorre com o corpo de um motorista com ou sem o cinto de segurança. Analisando as duas sequências de imagens, concluímos que um motorista de 75 kg, sem o cinto de segurança, atinge o volante do veículo após 0,05 s do início da colisão. O para-brisa é atingido após 0,09 s e se estilhaça no choque contra o corpo do motorista. O cinto de segurança impede que o corpo do motorista se choque contra os objetos situados à sua frente. Além disso, o cinto se distende durante a colisão, alcançando sua distensão máxima em 0,06 s. Depois disso, o cinto puxa novamente o corpo do motorista contra o banco. O cinto não é rígido, mas confeccionado para prolongar o intervalo de tempo no qual a velocidade do corpo do motorista diminui até que seu corpo possa parar completamente.

As duas sequências ilustram um teste em que se promove a colisão de um veículo a 50 km/h contra um obstáculo fixo. Nesse tipo de teste, utiliza-se um boneco ligado a sensores que medem as forças que agiriam no corpo de uma pessoa com 75 kg, durante uma colisão em condições semelhantes. Na sequência (A), o boneco está sem cinto de segurança. Na sequência (B), o boneco está usando cinto de segurança.

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Faça em seu caderno Prolongando o tempo de impacto 1. Explique como a flexão de músculos e tendões reduz as chances de lesão quando pulamos de um lugar mais alto para outro mais baixo. 2. De acordo com o texto, como os fabricantes de veículos têm procurado contribuir para a redução das forças que agem no corpo dos ocupantes de um automóvel durante uma colisão? 3. Por que podemos afirmar que durante a colisão de um veículo ocorrem no mínimo duas colisões? 4. Analisando as figuras da página 217, identifique: a) O instante no qual o cinto de segurança impede que o corpo do motorista se afaste do banco movendo-se em direção ao para-brisa. b) O intervalo de tempo que o cinto de segurança demora a recolocar completamente o corpo do motorista em contato com o banco do veículo.

Reduzindo a pressão

Superstock/Arquivo da editora

O air bag e o capacete são dois itens de segurança também destinados a reduzir as lesões causadas aos passageiros de um veículo durante um acidente. O air bag é uma espécie de saco que se enche rapidamente de gases e se projeta contra o corpo do motorista ou do passageiro no momento da colisão. Quando há um choque violento do tipo frontal, a bolsa se enche em, aproximadamente, 0,03 s, provocando o amortecimento do corpo do passageiro. A obrigatoriedade do uso do air bag como item de segurança foi estabelecida pela Lei n. 11 910, de 18 de março de 2009. A importância dessa lei se deve ao fato de que o air bag completa a ação do cinto de segurança. Juntos reduzem, de modo significativo, as chances de um acidente fatal. O air bag aumenta o intervalo de tempo ao longo do qual o movimento do corpo do passageiro é interrompido e distribui as forças de impacto sobre uma grande área do corpo.

A foto mostra o air bag de um veículo de testes acionado durante a simulação de uma colisão.

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Ilustrações: Paulo César Pereira/Arquivo da editora

Já os capacetes são de uso obrigatório para os condutores de bicicletas e motocicletas, servindo para proteger-lhes a cabeça. Podemos entender melhor a função dos capacetes se compararmos uma cabeça protegida por um capacete e um coco. líquido coagulado (polpa branca)

água de coco

acolchoado

crânio

cérebro e outros fluidos

casca

material fibroso (fibra de coco)

caixa protetora externa

Ilustrações esquemáticas em cores fantasia. Um coco e uma cabe­ça pro­te­ gi­da por um capa­ce­te têm mui­tas coi­sas em comum.

Ao cair do coqueiro, um coco chega a percorrer uma distância de 30 metros até se chocar contra o solo, atingindo uma velocidade aproximada de 72 km/h. Na maioria das vezes, o coco chega íntegro ao solo, pode germinar e dar origem a um novo coqueiro. Assim como o coco, o capacete possui materiais que criam uma zona de deformação em torno da cabeça. Em uma colisão, esses materiais se deformam. Com isso eles prolongam o intervalo de tempo no qual ocorre a colisão. Além disso, os capacetes distribuem a força de impacto para toda a superfície da cabeça. O air bag e o capacete conciliam duas estratégias para diminuir o efeito das forças de impacto que agem sobre o corpo durante uma colisão:

• Eles prolongam o tempo de impacto. • Ao mesmo tempo, distribuem as forças de impacto sobre uma área maior, reduzindo a pressão que essas forças são capazes de exercer.

Ao apertar um lápis entre os dedos, podemos sentir um certo desconforto ou até mesmo um pouco de dor. A dor ou o desconforto são iguais no dedo polegar e médio? A área de contato entre o dedo polegar e o lápis é igual à área de contato entre o dedo médio e a outra extremidade do lápis?

Fotos: Alfredo Luis Mateus, Dimitri Bruno Pereira e Gilberto do Vale Rodrigues/ Arquivo da editora

Paulo César Pereira/Arquivo da editora

Mas o que é pressão? Experimente segurar as extremidades de um lápis entre os dedos polegar e médio, como mostra a ilustração a seguir. Depois disso, aperte o lápis começando a empurrar o polegar. Tome cuidado para não se machucar. O dedo polegar empurra a extremidade arredondada do lápis, enquanto esse também aperta ou pressiona uma determinada região do dedo. Além disso, o lápis transmite o empurrão exercido pelo polegar até o dedo médio, que está em contato com a ponta do lápis. Com isso, a força do empurrão que o lápis transmite ao dedo médio age sobre uma área muito pequena desse dedo. Isso faz com que esse dedo receba do lápis muito mais pressão do que o dedo polegar. A pressão é uma medida que avalia como a força de contato entre dois corpos se distribui pela área de contato. Quando a área de contato aumenta, a pressão diminui. Quanto menor a pressão que uma força exerce, menor a probabilidade que essa força tem de danificar a estrutura dos corpos sobre os quais atua.

Erguer um peso por um fio muito fino pode machucar nossa mão. A força de contato entre o fio e a mão age em uma área muito pequena e, com isso, a pressão se torna muito intensa e pode ferir a mão. Substituindo o fio por uma fita larga, aumenta-se a área de contato e diminui-se a pressão sobre a mão.

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vamos pesquisar Modos de proteger a integridade de um ovo voador Se você lançar um ovo contra um obstáculo situado a alguns metros de distância, utilizando toda a força de seu braço, o ovo deverá se espatifar, não é mesmo? Nesta atividade, veremos que é possível proteger a integridade de um ovo lançado em alta velocidade e interromper seu movimento sem lhe causar nenhum dano.

Você vai precisar de:

• Um ovo cozido e um lençol (ou uma toalha).

crédito

Vamos utilizar um ovo cozido em vez de um ovo cru. A casca de um ovo cozido é tão fácil de danificar quanto a de um ovo cru. Entretanto, se algum acidente ocorrer e o ovo cair de suas mãos antes de você fazer a experiência, será certamente mais conveniente retirar o ovo cozido com a casca danificada do chão do que limpar toda a sujeira que é produzida pela queda de um ovo cru.

Duas pessoas vão segurar duas pontas de um lençol com um dos braços estendido para cima. O lençol deve ser esticado na vertical (veja foto ao lado). As outras duas pontas do lençol, viradas para baixo, devem ser seguras de modo que se forme uma pequena bolsa na parte inferior, por onde o ovo possa escorregar em segurança depois que tiver atingido o lençol.

Como fazer:

• Depois que o lençol tiver sido esticado de modo correto, como mostra a foto

anterior, basta lançar o ovo com toda a força, mirando bem no meio do lençol.

• Lembre-se de que o lençol não pode estar muito próximo a nenhuma parede, para permitir que o ovo possa “estufá-lo” quando o atingir.

Interpretando a atividade 1. Afirmamos neste capítulo que existem, basicamente, dois modos de diminuir os efeitos das forças que agem sobre os corpos das pessoas que estão em um veículo no momento de uma colisão: diminuir a intensidade da força ao prolongar o tempo de impacto; reduzir a pressão que a força de impacto é capaz de exercer. O lençol utilizado nesta experiência mobiliza algum desses mecanismos para interromper o movimento do ovo sem danificá-lo? Explique. 2. Redes de segurança são usadas por bombeiros e trapezistas a fim de evitar lesões mais sérias em uma pessoa que caia de determinada altura. É possível relacionar o papel desempenhado por essas redes com aquele que o lençol exerceu na experiência que fizemos?

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Faça em seu caderno Artur Kenji Ogawa/Arquivo da editora

Reduzindo a pressão 1. Observe a ilustração ao lado e responda: por que é mais fácil estourar o balão apertando-o contra um prego do que o apertando contra vários pregos? 2. Se um ciclista cai da bicicleta e bate a lateral de sua cabeça no meio-fio, uma pequena região de seu crânio recebe a pressão exercida pela quina do meio-fio. Além disso, o impacto entre a cabeça e o meio-fio tende a ocorrer durante um intervalo de tempo muito pequeno, da ordem de alguns centésimos de segundo. Como e por que o uso do capacete poderia reduzir as lesões provocadas no ciclista em decorrência da queda? 3. O air bag e o capacete são itens de segurança aparentemente muito diferentes entre si. O que poderia haver de comum entre esses dispositivos? 4. Muitos estudantes carregam em suas mochilas muitos livros e cadernos, o que aumenta muito o peso levado sobre os ombros. Como e por que a largura da alça das mochilas pode interferir no desconforto provocado pelo uso de mochilas pesadas?

Lendo e avaliando a leitura Legal é respeitar as leis da natureza e dos seres humanos Em 23 de setembro de 1997, foi assinada, pelo presidente da República, a Lei Federal n. 9 503, que instituiu o Novo Código de Trânsito Brasileiro. Para combater os acidentes de trânsito, o código criou um sistema de pontuação. Nesse sistema, cada infração foi caracterizada como gravíssima, grave, média e leve. O infrator passou a receber pontos pelas infrações cometidas. Dependendo dos pontos acumulados, o motorista infrator passou a perder desde dinheiro pelo pagamento de multas até o direito de dirigir quando tiver cassada sua carteira de habilitação. Os casos mais graves, denominados “crimes de trânsito”, passaram a ser passíveis de processo penal. O projeto que deu origem a essa lei foi amplamente discutido pelos membros do poder legislativo federal (deputados federais e senadores) e durante um bom tempo também foi discutido e comentado tanto pela população quanto pela imprensa do Brasil. Apresentaremos a seguir alguns crimes e faltas previstos no Código Nacional de Trânsito. a) Deixar de prestar socorro à vítima. b) Dirigir sob a influência de álcool ou de substâncias de efeitos análogos. c) Fugir do local do acidente. d) Dirigir com a habilitação cassada ou com a permissão suspensa. e) Transitar em rodovias e vias de trânsito com velocidade superior à máxima permitida. f) Dirigir ou transportar em moto passageiro sem capacete ou vestimenta adequada. g) Não sinalizar mudança de direção ou de faixa. h) Não usar ou permitir que o passageiro não use cinto de segurança.

Esta atividade é duplamente relevante, por seu conteúdo e pelas estratégias de leitura crítica e funcional que permite desenvolver nos estudantes.

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i) Deixar de guardar distância segura, lateral ou frontal, de outro veículo. j) Dirigir veículo com excesso de peso. k) Dirigir com fones nas orelhas conectados ao som ou ao celular. l) Jogar lixo pela janela do veículo. m) Passar propositadamente com o veículo sobre poça de água para molhar pedestres ou outros veículos. n) Usar luz alta em vias com iluminação pública. Avaliando a leitura 1. Ao longo do capítulo foram discutidos alguns conceitos que ilustram como o conhecimento científico nos ajuda a entender procedimentos, atitudes e comportamentos necessários para viajar com segurança. Discuta com seus colegas as infrações apresentadas nos itens de e até j do texto anterior. Usando argumentos baseados nos conceitos estudados, explique por que as ações descritas nesses itens põem em risco a segurança no trânsito. 2. As infrações apresentadas nos itens b, k e n não estão diretamente relacionadas com os conceitos estudados no capítulo. Contudo, a necessidade de reprimir as condutas descritas nesses itens pode ser justificada com base em conteúdos de Ciências. Para cada um desses itens, explique por que tais condutas comprometem a segurança no trânsito. 3. Dentre as infrações não mencionadas nos exercícios anteriores, identifique duas que, em sua opinião, referem-se a condutas que demonstram maior desrespeito ao ser humano e à vida e comente as infrações que você escolheu.

na rede Leia o Código de Trânsito Brasileiro completo: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9503.htm>. Acesso em: 29 nov. 2011.

Veja uma entrevista com um especialista em trânsito: <http://www.portaldotransito.com.br/noticias/especialista-celso-alves-mariano-fala-sobre-a-importancia-do-tema-dasemana-nacional-de-transito.html>. Acesso em: 29 nov. 2011.

Aplicando o que aprendemos Viajando com segurança 1. Desenvolva uma pesquisa para obter material publicitário produzido por fabricantes de automóveis que divulgue os itens de segurança contidos nos veículos que fabricam. Faça uma leitura crítica desse material para avaliar as seguintes questões: a) Há uma boa apresentação do mecanismo de ação dos itens de segurança ou prevalecem elementos de persuasão e propaganda, que não trazem informações relevantes? b) São sugeridos procedimentos necessários a uma direção segura aos condutores de veículos ou prevalece um discurso que estimula a agressividade na direção, em busca de velocidade, desempenho “esportivo” e “direção competitiva”? 2. Algumas pessoas acreditam que, quanto mais rígida for a estrutura ou a lataria de um veículo, maior proteção ele oferece a seus passageiros. Essa crença é coerente com o que você estudou sobre forças atuando em colisões? Justifique sua resposta no caderno.

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3. Quando um motorista vê um animal na pista, é comum frear imediatamente, tentando evitar uma colisão. Dentre as afirmações a seguir, identifique aquela que é incorreta, corrigindo-a em seu caderno: a) Existe um intervalo de tempo decorrido entre o instante em que o motorista vê o animal e o instante em que ele aciona os freios. b) Em caso de colisão, um bom cinto de segurança deve ser bastante rígido e estar firmemente preso ao corpo do motorista. c) Em caso de colisão, um bom cinto de segurança deve exercer uma força sobre o corpo do motorista, que tende a continuar se movendo. d) O espaço mínimo ao longo do qual a velocidade do veículo deverá ir diminuindo progressivamente até parar depende de sua velocidade inicial. 4. Abandonamos um ovo, a partir do repouso, de uma altura igual a 1 metro. Ao colidir contra a superfície rígida de uma mesa, o ovo se espatifa. Mas, quando o ovo cai sobre uma base de espuma macia, ele permanece intacto. Que modificações a introdução da espuma produz: a) no intervalo de tempo entre o início do impacto e o momento no qual o ovo tem seu movimento interrompido definitivamente? b) na força de impacto que atua para interromper a queda do ovo? 5. Um inventor decidiu instalar para-choques especiais em seu veículo (como ilustrado na figura ao lado). Para isso, inseriu molas unindo os chassis do carro às extremidades dos para-choques. Procure argumentar a favor ou contra esse projeto.

Artur Kenji Ogawa/Arquivo da editora

6. Ao ler o folheto que acompanha a embalagem de um capacete, um motociclista encontrou a seguinte informação: “Este capacete é feito de materiais que se deformam durante impactos. Mesmo que não existam alterações na aparência externa do capacete, é muito importante trocá-lo após um impacto violento que, certamente, deformará e danificará os materiais que compõem a parte interna do capacete”. Ao ler essas informações, o rapaz disse: “Puxa vida! Um capacete caro como esse e os fabricantes ainda têm a coragem de me dizer que eu tenho que trocá-lo após ele receber um único impacto? Certamente essa marca de capacete não presta!”. O que você teria a dizer a essa pessoa? Explique. 7. Os itens apresentados a seguir na coluna numerada são afirmações sobre os principais objetivos dos itens de segurança de um veículo. Na coluna alfabética estão alguns exemplos de itens de segurança. Estabeleça, em seu caderno, uma correspondência entre as colunas. Os equipamentos mencionados na coluna alfabética podem ser associados a mais de um objetivo listado na coluna numerada. Objetivo (1) Evitar que a pessoa que se encontra no veículo continue em movimento, projetando-se para fora do veículo. (2) Deslocar as forças decorrentes da colisão para regiões mais resistentes da estrutura do corpo. (3) D istribuir forças por áreas maiores do corpo. (4) F azer com que a velocidade da pessoa que se encontra no veículo diminua de maneira mais gradual. (5) Proteger a cabeça do passageiro. (6) P roteger a coluna vertebral da pessoa que se encontra no veículo. Equipamento (A) Air bag

(D) Capacete

(B) Assentos para bebês

(E) Encosto de cabeça

(C) Cinto de segurança

(F) Zona de deformação da carroceria do veículo

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Fotos: www.transportes.gov.br

8. Leis e punições não são suficientes para mudar as terríveis estatísticas do trânsito no Brasil. Campanhas educativas vêm sendo feitas pelos órgãos do governo, por diversas instituições não governamentais e por pessoas que sofreram perdas irreparáveis em acidentes no trânsito. Apresentamos a seguir dois anúncios de uma campanha oficial concebida como parte do esforço para conscientizar a população a respeito desse assunto.

Ministério dos Transportes. Programa de Redução de Acidentes no Trânsito – Pare. É verdade: o cinto de segurança prende. Prende você à vida. Por isso, o seu uso é obrigatório, inclusive para os passageiros do banco de trás. Crianças menores de 4 anos devem ser transportadas em cadeiras especiais. Você pode até vir com aquela velha desculpa de que o cinto incomoda. Mas pode ter certeza: ele evita situações bem mais desconfortáveis para você e sua família.

Ministério dos Transportes. Programa de Redução de Acidentes no Trânsito – Pare. Quanto mais colado na traseira do carro da frente, mais perto você está de provocar um acidente. Mantenha uma distância segura do outro veículo. Siga o código. Só assim a violência no trânsito vai ser uma realidade bem distante da nossa vida.

a) Produza um texto com sua interpretação da mensagem que cada um dos anúncios veicula (considere as imagens e o texto que as acompanha). b) Relacione a ideia principal de cada anúncio com os conteúdos que você estudou neste capítulo.

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Para concluir

Esta unidade desenvolveu o tema Ciência, tecnologia e sobrevivência. No capítulo Estratégias de defesa dos organismos, foram apresentadas algumas defesas naturais do corpo humano e o modo como vacinas ou soros ampliaram a capacidade dessas defesas para lidar com toxinas, vírus ou bactérias. No capítulo Tecnologia e Saúde, foram descritas alterações no ambiente que têm impactos na saúde humana ou que alteraram nossas estratégias para produzir alimentos. Ainda, nesse capítulo, foram apresentados avanços na medicina decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico. Por fim, no capítulo Viajando com segurança, foram apresentadas tecnologias que ampliaram a velocidade com que nos deslocamos, ao lado de equipamentos e conhecimentos que nos permitiram experimentar essa ampliação de velocidade com algum nível de segurança. Escolha um exemplo de um dos capítulos que compõem esta unidade e identifique as tecnologias nele envolvidas. Em seguida, responda: (a) como as tecnologias do exemplo escolhido ampliaram as capacidades do nosso organismo para interagir com o ambiente? (b) a ampliação das capacidades do nosso organismo, no exemplo escolhido, depende, principalmente, de modificações no próprio organismo ou de alterações do ambiente que o cerca?

Livros

Newton e o triunfo do mecanismo. Marco Braga. São Paulo. Atual: 1999. »» O livro apresenta as ideias defendidas por Newton sobre as leis do movimento e da gravitação universal, estabelecendo um paralelo entre o tempo de Newton e o presente.

Transgênicos: inventando seres vivos. Samuel M. Branco. São Paulo: Moderna, 2004. »» Analisa o papel da transgenia natural, mostrando que esse é um fenômeno necessário para a evolução das espécies. Discute como as pesquisas científicas ocorrem, apresentando as técnicas mais utilizadas para se obter produtos geneticamente modificados, suas aplicações industriais e sua comercialização.

Por dentro do sistema imunológico. Paulo Cunha. São Paulo: Atual, 2004. (Projeto Ciência). »» Apresenta um quadro de nossos inimigos e aliados, as barreiras que o organismo aciona contra os micróbios invasores e os dois tipos de imunidade: a natural e a adquirida. Mostra também as situações médicas em que é desejável coibir ou suprimir a defesa imunológica – por exemplo, para evitar a rejeição de um órgão de transplante.

DNA e Engenharia genética. Breno P. Espósito. São Paulo: Atual, 2005. »» Apresenta os debates atuais a respeito da terapia gênica, que trata da intervenção sobre o genoma de determinada forma de vida embrionária para corrigir uma disfunção, e da clonagem.

FORÇA, inércia e aceleração. Projeto de Ensino de Física. Instituto de Física da USP. Disponível em:

Para explorar

Física: Newton para o Ensino Médio. Marcio Barreto. São Paulo: Papirus. 2002. »» Com base nos estudos de Newton, o desenvolvimento da Física clássica é abordado nos seus aspectos epistemológicos e históricos, caminho para se compreender a revolução da Física moderna. Os textos de cada capítulo têm um caráter multidisciplinar. O livro é para quem deseja saber um pouco a mais.

<www.ludoteca.if.usp.br/pub/textos/pef/PEF1-06.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» Trata-se de uma pequena apostila escrita no início da década de 1970, que apresenta os conceitos de força, inércia e aceleração de modo tradicional e importante do ponto de vista teórico.

Contágio: história da prevenção das doenças transmissíveis. Roberto de A. Martins. São Paulo: Moderna, 1997. (Polêmica). »» Percorrendo 2 mil anos, investiga como diversos povos, em diferentes épocas, concebiam as epidemias e o processo de transmissão das enfermidades. As grandes pestes. Medicina mágica e religiosa. Medicina grega e medicina romana. A varíola e a descoberta da vacinação. O desenvolvimento da teoria microbiana das doenças. O século XX: sucessos e dificuldades.

MOVIMENTO uniforme. Projeto de Ensino de Física. Instituto de Física da USP. Disponível em: <www.ludoteca.if.usp.br/pub/textos/pef/PEF1-04.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» T rata-se de uma pequena apostila escrita no início da década de 1970 que apresenta de modo tradicional os recursos usados para medir a velocidade e descrever o movimento dos corpos em situações simplificadas e importantes do ponto de vista teórico.

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Para explorar

SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA. – Ciência Hoje na Escola, volume 14: Conversando sobre SAÚDE com Crianças – Rio de Janeiro: Global: SBPC / PROJETO CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS, 2001. »» Este livro busca um outro modo de olhar para a saúde. São apresentadas algumas regrinhas conhecidas para ter boa saúde, como alimentação nutritiva, boas condições de moradia, prática regular de exercícios e hábitos de higiene e algumas das doenças mais comuns em nosso país. São também discutidos assuntos difíceis, como a questão das drogas, do trabalho infantil e dos maus-tratos a crianças e adolescentes.

Epidemias no Brasil: uma abordagem biológica e social. Rodolpho Telarolli Junior 2. ed. São Paulo: Moderna, 2003. (Desafios). »» A pré-história das doenças. O que são epidemias. A revolução bacteriológica. Vacinas e antibióticos. As grandes epidemias e doenças: meningite, cólera, hanseníase e Aids.

TELECURSO 2000. Transmissão e transformação de movimento. Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro. »» Pequena apostila escrita pela equipe do Telecurso 2000 que apresenta engrenagens e outros dispositivos usados em bicicletas e no motor dos automóveis para transmitir movimentos e permitir o deslocamento.

Periódicos Mesmo com viva voz, celular afeta a segurança no trânsito. Isabel Levy. Ciência Hoje On-line. Rio de Janeiro. 2004. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/tecnologia/mesmo-comviva-voz-celular-afeta-seguranca-no>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» Apresenta estudos que mostram que, mesmo com o recurso “viva voz”, o uso de telefones celulares compro-mete a segurança no trânsito, pois provoca sobrecarga de esforço mental e prejudica o desempenho dos motoristas.

CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS. edição 186, dezembro 2007. »» A revista apresenta algumas reportagens sobre estratégias de defesa nas plantas e sobre a importância de aplicar vacinas nos animais.

Filmes Como os animais sobrevivem. Série Educação Ambiental. Produção: Interconnection vídeos educativos. 15 min. »» Apresenta as adaptações físicas e comportamentais que os animais desenvolvem para sobreviver. São analisados os cinco sentidos básicos, a camuflagem, o mimetismo, a hibernação, a migração, o conceito de “segurança em grupo”, a cooperação entre espécies, a caça, a reprodução e a comunicação.

Dengue. Série Viva Legal. Distribuição: Vídeo Saúde. 13 min. »» Mostra o Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da dengue. Cita os ambientes favoráveis à sua proliferação e orienta como impedir a reprodução do inseto, para quebrar a cadeia de transmissão. Sintomas da dengue e da dengue hemorrágica. Prevenção e participação da comunidade.

Malária. Série Viva Legal. Distribuição: Vídeo Saúde. 14 min. »» Ciclo de vida do Anopheles, o mosquito responsável pela transmissão do parasita. Modos de transmissão e os sintomas. Medidas preventivas, já que não há vacina.

Tuberculose. Série Viva Legal. Distribuição: Vídeo Saúde. 15 min. »» História da doença e da descoberta da bactéria causadora, o bacilo de Koch. Forma de transmissão de uma pessoa para outra e maior incidência entre os indivíduos que apresentam alguma imunodeficiência. Resistência do bacilo aos medicamentos e a importância da prevenção com a vacina BCG.

Vacinação. Série Viva Legal. Distribuição: Vídeo Saúde. 14 min. »» As principais experiências que levaram à descoberta das vacinas. Seu aperfeiçoamento e o princípio de funcionamento. As vacinas que as crianças devem receber nos primeiros anos de vida.

Chagas: uma doença escondida. Diretor: Ricardo Preve. Argentina: FIOCRUZ Vídeo/ Ministério da Saúde, 2005. 85 min. Documentário. »» Filmado na Argentina, nos Estados Unidos e na Europa, o documentário dá voz àqueles que sofrem do mal de Chagas e, também, aos que trabalham no tratamento e na busca da cura para essa doença que afeta cerca de 20 milhões de pessoas no mundo, apesar de pouco conhecida pelo público em geral.

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<www.aids.gov.br>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» Coordenação Nacional de DST e Aids. Site destinado à orientação sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento da Aids e outras DSTs.

<www.canalkids.com.br/tecnologia>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» O site apresenta informações e ilustrações feitas para informar as crianças e os jovens sobre os meios de transporte: da roda aos foguetes espaciais, passando pela bicicleta, carro, navio e avião.

<www.cenargen.embrapa.br>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» O site aborda as pesquisas brasileiras relacionadas à biotecnologia.

<www.cientic.com>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» Este endereço eletrônico traz temas da Biologia separados por tópicos (invertebrados, plantas, fungos, tecnologia, etc.) e ilustrações didáticas com legenda. Também oferece links relacionados.

<www.cnt.org.br>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» Página da Confederação Nacional dos Transportes. Possui link interno para um museu virtual dos transportes que narra a história dos transportes desde a origem da roda até os veículos atuais.

<www.fiocruz.br>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz. Desenvolve ações na área da Ciência e tecnologia em saúde, incluindo atividades de pesquisa, ensino, estratégias de saúde pública, informação e produção de vacinas. Biblioteca on-line, periódicos técnico-científicos.

Para explorar

Endereços eletrônicos

<www.cib.org.br>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB). A homepage do CIB traz notícias, publicações e links de interesse, com endereços de sites nacionais e estrangeiros sobre biotecnologia.

<www.qmc.ufsc.br/quimica/index.html>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» Revista eletrônica do Departamento de Química – UFSC. Trata de vários temas da Química: proteínas, colesterol, vírus, lipídios, açúcar, química do vinho, química do cérebro, cabelos, vitaminas, vacinas, armas químicas e drogas.

<www.saudeanimal.com.br>. Acesso em: 14 mar. 2011. »» Saúde Animal – Pets. Neste site há informações sobre a vida das abelhas, os anfíbios, as cores do reino animal, os dentes de animais, hibernação, tempo de vida dos animais, etc. Também se fala da cor como reconhecimento sexual e de mimetismo como técnica de ocultação dos bichos. Os dentes são vistos também como órgãos de defesa e ataque. Há informações sobre voo nupcial e ciclo evolutivo das abelhas.

<www.fiocruz.br/omsambiental/media/Mudanca_climatica_saude1.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2011. »» Organização Pan-Americana de Saúde – Mudanças climáticas e ambientais e seus efeitos na saúde: cenários e incertezas para o Brasil.

<http://www.manuelzao.ufmg.br/>. Acesso em: 29 nov. 2011. »» Projeto Manuelzão, Faculdade de Medicina UFMG – Ao assumir a bacia hidrográfica do rio das Velhas como foco de atuação, alguns professores da Faculdade de Medicina, envolvidos com a Medicina preventiva e social, implantaram um grande projeto com iniciativas educacionais e ambientais para melhorar a qualidade de vida, rompendo com a prática assistencialista.

<http://www.canal.fiocruz.br/video/index.php?v=transgenicos-e-biosseguranca>. Acesso em: 29 nov. 2011. »» Canal Saúde da FIOCRUZ – Entrevista sobre Transgênicos e Biossegurança.

<http://cienciahoje.uol.com.br/banco-de-imagens/lg/protected/pass/ch203/ogm. pdf/view>. Acesso em: 29 nov. 2011. »» Ciência Hoje on-line – Artigo sobre os transgênicos.

<http://www.youtube.com/watch?v=N4pqg--jHXM>. Acesso em: 29 nov. 2011. »» Contando Ciência na WEB – Vídeo João das Alfaces produzido pela Embrapa que alerta sobre o perigo do uso intensivo de agrotóxicos para a saúde das plantas, animais, inclusive o homem. Ainda revela que é preciso adotar o manejo orgânico da produção com dicas importantes para se economizar recursos e se obter um plantio de maior qualidade.

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