Cidades e Vilas, que futuro?

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Janeiro 2018


04 – Editorial

Ficha técnica

06 – Cidades: que futuro? 20 – O futuro está a acontecer em Santa Marta de Penaguião 26 – Braga é sinónimo de desporto em 2018

Propriedade, edição e distribuição: Gomes & Canoso, Lda. Rua São João, nº. 39, Repeses 3500-727 Viseu Telefone: 232 407 544 Telemóvel: 969 474 853 Directora: Olinda Martins

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34 – “Temos de perceber onde é que a tecnologia pode ser útil aos cidadãos

Redacção: Ana Margarida Gomes e Lino Ramos Paginação: João Barbosa Publicidade e marketing: Joaquim Gomes e Tiago Canoso Telefone: 232 407 544 Telemóvel: 969 474 853 Visite o nosso website em www.descla.pt.

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Editorial “Deus fez o campo, e o homem fez a cidade” William Cowper, poeta inglês do século XVIII

Como será o futuro das nossas cidades e vilas? Num mundo cada vez mais citadino, tecnológico e com um ritmo de vida cada vez mais acelerado, há tempo para pensar em questões como a eficiência energética, a sustentabilidade ambiental ou a qualidade de vida das pessoas? São esses e outros desafios que se colocam a quem tem o poder de decidir. Mais do que nunca, todos sabem que as grandes escolhas de hoje influenciam não apenas o futuro imediato mas todo o amanhã, para o bem ou para o mal, que tudo é interdependente e que há processos irreversíveis. Isso deve ser entendido por todos: desde o presidente de Câmara de uma pequena vila até ao líder da nação mais poderosa. Há quem esteja na linha da frente, a mostrar como se faz–, e em Portugal temos muitos exemplos: são vários os municípios que promovem a actividade física e o envelhecimento activo, apostam em modelos turísticos sustentáveis ou põem a tecnologia ao

serviço dos cidadãos e da sua qualidade de vida. Mais de um terço dos 308 municípios portugueses já integram a secção ‘Smart Cities’ da Associação Nacional de Municípios (ANMP). As ‘cidades inteligentes’ são aquelas que assumem como prioritárias questões como a poupança energética, a inovação, a defesa do meio ambiente, a segurança, a transparência, em suma, a qualidade de vida de quem nelas habita. Nesta edição entrevistamos o presidente desta secção, Almeida Henriques, que é também o autarca de Viseu, cidade onde em breve vai começar a circular o primeiro transporte público eléctrico não tripulado da Europa. Contamos histórias de sucesso no desporto e na cultura, mostramos exemplos de políticas públicas amigas do desenvolvimento sustentável e tentamos adivinhar como será o amanhã das nossas cidades e vilas. Boas leituras, A equipa da Descla


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Fotografia: CM de Lisboa

Cidades: que futuro? Texto: Lino Ramos

“A qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável são, porventura, os maiores desafios que as cidades e vilas têm pela frente” Portugal foi desde sempre um país rico em cultura. Com quase 900 anos, é uma das nações mais antigas do mundo e por isso tem um patri-

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mónio de grande importância, especialmente o edificado. Os castelos, as torres de defesa, as igrejas ou as fortalezas são alguns desses bens intima-


Fotografia: CM de Lisboa

mente ligados aos primórdios da nacionalidade. Mas por essa altura já havia um vasto património deixado por outros povos, como os romanos ou os muçulmanos, e, antes deles, pelos homens da Pré-História. Esse legado está distribuído um pouco por todo o país, mas é sobretudo nas cidades e vilas que o descobrimos. Algumas são verdadeiros livros de história prontos a serem folheados por quem se passeia pelas suas ruas. Porto, Évora, Guimarães e Angra do Heroísmo

destacam-se neste capítulo, graças aos respectivos centros históricos, todos eles património da humanidade. No entanto, há muitas outras cidades com um legado invejável, como é o caso de Braga, que foi uma importante civita do império romano, Lisboa, grande metrópole europeia no século XVI, ou mesmo Viseu, cuja Cava de Viriato, o monumento mais conhecido da cidade beirã, continua a ser um fascinante enigma para os historiadores, só para dar alguns exemplos. Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla | 7


Fotografia: Lino Ramos

O património cultural das cidades portuguesas é reconhecido internacionalmente, como provam os títulos de Capital Europeia da Cultura já atribuídos a Lisboa (1994), Porto (2001) e Guimarães (2012). Trata-se de uma distinção que tem em conta o passado mas também o futuro, pois cada cidade escolhida deve promover o desenvolvimento cultural sustentável e afirmar-se continuamente como uma verdadeira capital deste sector. A cidade onde nasceu Portugal ganhou uma Plataforma das Artes e da Criatividade, obra grandiosa e de dimensão ecléctica que envolveu ainda a requalificação do antigo Mer8 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla

cado de Guimarães, o qual passou a ter uma incubadora de actividades artísticas para jovens criadores. Outro dos espaços recuperados foi a antiga fábrica têxtil Asa, transformada num Laboratório de Curadoria, fazendo jus ao espírito da Capital Europeia da Cultura 2012: “dar outra vida”. Também o Largo do Toural, a praça mais conhecida de Guimarães, foi renovado: passou a ter menos automóveis e mais pessoas, e a sua escala foi alterada, tornando-se mais adequada àquela fachada pombalina. Ali perto, na zona de Couros, nasceu o Instituto do Design, nas antigas fábricas de curtumes – onde outrora se


laborava o couro, hoje há designers, empresas e investigadores a trabalhar em conjunto. Portugal vai ter uma nova Capital Europeia da Cultura em 2027, conforme aprovou o Parlamento Europeu em Junho do ano passado. Guarda, Braga, Évora, Faro e Coimbra são algumas das cidades que já apresentaram a candidatura, tendo até 2021 para trabalhar a mesma. Será a quarta vez que o país acolhe um dos eventos europeus com maior impacto cultural. No entanto, nem só de cultura se faz a vida nas cidades. O desporto e o exercício físico são cada vez mais entendidos como elementos intrínsecos da vida citadina, e muitos são os municípios a quererem dar o exemplo nesta área, apostando em políticas de promoção da actividade física, como a construção de vias pedonais e ciclovias ou parques desportivos, e a organização de corridas, passeios e outros eventos.

Fotografia: Lino Ramos

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Fotografia: Lino Ramos

“Braga e Lisboa: da Cidade à Capital Europeia do Desporto” Este esforço tem sido reconhecido com a atribuição do título de Cidade Europeia do Desporto a diversas cidades portuguesas. Trata-se de uma iniciativa que distingue os organismos públicos que se destacam no desenvolvimento do desporto e tenta promover as boas práticas neste sector. Guimarães (2013), Maia (2014), Loulé (2015), Setúbal (2016) e Gondomar (2017) já receberam o evento, que, além de prestígio e impacto económico, leva a cada cidade 10 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla

milhares de atletas ao longo do ano para participarem em importantes provas internacionais, algumas de qualificação para os Jogos Olímpicos. Braga é a próxima representante nacional. Durante este ano, a “cidade dos arcebispos” vai receber inúmeras competições desportivas, entre as quais um campeonato nacional de remo indoor, três provas internacionais de ginástica ou a Taça da Europa de Karaté, entre muitos outros eventos. A Câmara de Braga quer en-


volver a comunidade local neste grande acontecimento. Um dos grandes objectivos do presidente, Ricardo Rio, é aumentar o número de bracarenses que pratica algum tipo de actividade física, actualmente nos 28%. Daqui a três anos, será a vez de Lisboa receber uma distinção ainda mais importante, a de Capital Europeia do Desporto, só atribuída a cidades com mais de 500 mil habitantes. A capital portuguesa voltará assim a estar nas bocas do mundo, depois dos grandes eventos que tem acolhido nos últimos anos, como a final da Liga dos Campeões (2015), a Volvo Ocean Race ou a Web Summit, entre outros, que muito contribuíram para esta vitória. As expectativas são altas, até porque o desporto tem um grande impacto económico na cidade: só nos anos de 2014 e 2015 o valor rondou os 100 milhões de euros, segundo estimativa da Câmara Municipal. Até 2021, o município prevê investir 26 milhões de euros na melhoria e requalificação de equipamentos desportivos, anunciou recentemente o vice-presidente da autarquia de Lisboa, Duarte Cordeiro.

Fotografia: Lino Ramos

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Fotografia: CM de LISBOA

“Apostar na qualidade de vida” A vida numa cidade é indissociável do espaço, ou melhor, dos espaços onde decorre. O desporto, a cultura e o lazer têm tanto mais valor quanto melhor for a qualidade dos mesmos, e também aqui são vários os municípios que se têm preocupado em melhorar a sua imagem visual e a qualidade da oferta de espaços e instalações. Fazem-no por diversos motivos: porque compreenderam o urbanismo nas suas múltiplas vertentes, da arquitectura à habitação, passando pela mobilidade, novas tecnologias e respeito pelo meio ambiente, 12 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla

mas também por razões mais práticas fixar a população, a começar pelos jovens, sobretudo em zonas mais afectadas pelo despovoamento. Em qualquer dos casos, a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável são – ou deveriam ser – os guias orientadores. Actualmente, é raro encontrar uma vila ou cidade que não tenha pelo menos um espaço de lazer, mais ou menos multifacetado. Um pouco por todo o país multiplicam-se os jardins e parques com campos de jogos, ciclovias, zonas pedonais, espaços infantis, entre


Fotografia: CM de LISBOA

outros equipamentos, que tendem a ser cada vez mais valorizados pelos habitantes. Um bom exemplo disso está para nascer em Lisboa, onde em breve vai começar a ser construído o Parque Ribeirinho Oriente, na margem do rio Tejo. Trata-se de um jardim com quase 900 mil metros quadrados que vai ter grandes áreas relvadas, uma ciclovia, esplanadas, biblioteca e um circuito de manutenção, instalado onde outrora funcionou uma linha férrea. Um pouco diferente é o projecto de reconverter a Segunda Circular, a via rápida que liga as partes ocidental e oriental da capital portuguesa, numa avenida, como se estivéssemos no

centro nobre da cidade, com passeios largos nas bermas e grandes extensões de arvoredo em todos os espaços possíveis. A ideia da Câmara Municipal passa ainda por repavimentar os dez quilómetros de estrada e reduzir a velocidade máxima permitida, dos actuais 80km/ hora para 60 km/hora. A obra é polémica, mas parecem inquestionáveis as vantagens que traria para questões como a promoção da actividade física ou a defesa do meio ambiente e, consequentemente, para a qualidade de vida, até porque a estimativa da autarquia é que o tráfego naquele itinerário diminua mais de 18%, sendo canalizado para outras vias. Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla | 13


Fotografia: CM de LISBOA

“Cidades inteligentes” A discussão sobre o futuro das cidades e vilas é indissociável do conceito de “smart cities”, ou “cidades inteligentes”, aquelas que usam a tecnologia para reduzir custos, promover a eficiência e melhorar os serviços prestados aos cidadãos. Em Portugal, como 14 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla

noutros países, estão a ser desenvolvidos projectos de todos os tipos: a substituição das lâmpadas normais por lâmpadas LED acompanhadas de sensores, para ligarem apenas quando há movimento, a aposta em contadores inteligentes que evitam o desperdício de


água, ou o uso de chips nos contentores de lixo para medir a quantidade de material e com isso permitir que os camiões façam uma recolha mais direccionada e eficaz. Algumas vilas e cidades portuguesas são exemplos nesta área. É o caso de Cascais, que

tem o sistema de mobilidade integrado MOBI Cascais, o qual permite aos cidadãos pagarem uma avença para usarem todo o tipo de serviços de mobilidade, desde bicicletas a táxis ou comboio, ou a aplicação City Points, através da qual as pessoas podem acumular pontos ao reali-

Fotografia: CM de LISBOA

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Fotografia: Lino Ramos

zar acções amigas do ambiente, da cidadania, responsabilidade social e mobilidade sustentável. Esses pontos podem depois ser trocados por vales de produtos ou serviços, como entradas gratuitas em museus, visitas guiadas, livros, etc. Estes dois projectos despertaram especial interesse nos Estados Unidos, durante a maior 16 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla

feira internacional de tecnologia, a CES, que decorreu no início de Janeiro em Las Vegas. Pela primeira vez, uma autarquia portuguesa foi convidada a participar e Cascais foi apresentada no evento como uma das cidades mais inteligentes e avançadas da Europa. “Temos impostos elevados, é caro viver em Cascais, por isso temos de


dar algo em troca à sociedade. Estamos a dar qualidade de serviço: boas estradas, áreas verdes, um terço do território é protegido, sistema de mobilidade como serviço", explicou o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz. O impacto foi tal que a cidade de Los Angeles quis saber mais sobre o MOBI Cascais e o City Points, estando em conversações com o município português para aplicar os dois projectos no novo megaestádio dos Los Angeles Rams, que será o mais caro do mundo. Cascais está no top 10 das cidades mais inteligentes de Portugal, a par de Porto, Águeda, Bragança, Guimarães, Matosinhos, Braga, Sintra, Aveiro e Santarém, segundo o Smart City Index de 2016. Viseu não aparece neste ranking mas tem feito muito para o conseguir. Ainda este ano deverá pôr em circulação o primeiro transporte eléctrico não tripulado em serviço urbano. “Seremos

a primeira cidade da Europa a ter um serviço destes”, sublinha o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques. O autarca, que lidera também a secção de cidades inteligentes da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), lembra a aposta em lâmpadas LED e sensores, que poderão permitir uma poupança de um milhão de euros no espaço de quatro anos, e fala com orgulho do projecto MUV – Mobilidade Urbana de Viseu, “uma visão integrada do que é a mobilidade”, que envolve, numa primeira fase, a implementação da primeira rede urbana de ciclovias, a MUV BIKE, que liga diversos pontos da cidade ao longo de 5,5 quilómetros, e a disponibilização de bicicletas, normais e eléctricas. A iniciativa prevê ainda o transporte “a pedido” para freguesias de baixa densidade populacional, entre outros projectos. Estas freguesias podem também beneficiar de uma outra aposta Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla | 17


Fotografia: João Barbosa

que o município está a fazer no âmbito das smart cities: estações de tratamento de água para abastecer localidades mais afastados da rede central. A primeira vai ser instalada em Casal D’Eiro, uma localidade com apenas 20 habitações. Esta, como outras “ideias inteligentes”, tem tecnologia portuguesa. De resto, o país revela potencial nesta área, com diversas empresas a darem cartas no âmbito da inovação tecnológica. Trabalho, parece que não vai faltar, à medida que a ideia de smart city se vai impondo. “Há muito para fazer no sentido de tornar os sistemas mais eficientes e caminharmos no sentido do ‘utilizador-pagador’”, revela o líder da secção de smart cities da ANMP, a qual tem, neste momento, 124 municípios. Almeida Henriques quer chegar ao 308, a totalidade deles, e acredita que isso vai acontecer até 2021, quando terminar este mandato autárquico. 18 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla



O futuro está a acontecer em Santa Marta de Penaguião Texto: Lino Ramos Fotografia: Município de Santa Marta de Penaguião

Este município do Douro aposta forte no turismo e na tecnologia, sem nunca esquecer o desenvolvimento sustentável

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O conde de Guillon era um cavaleiro francês que certo dia mandou queimar a capela de Santa Marta. Consumado o acto infame, a santa castigou-o, obrigando-o a plantar uma vinha e cuidar dela. Humilhado, o conde não queria ver a aparição: curvou-se e tapou os olhos com as mãos, mas ao descobri-los tinha a seus pés um corvo, ave de mau agoiro, por isso decidiu cumprir a penitência. Quando chegou a altura da vindima, ficou muito contente com o resultado, pois nunca tinha produzido nada na vida. Foi então que decidiu oferecer as uvas à santa, e em vez de um corvo apareceram-lhe pombas brancas e um cordeiro, símbolos da pureza e reconciliação. Desde esse momento a localidade passou a ser chamada de Santa Marta de Pena (castigo) de Guillon, o que, segundo a tradição, deu origem a “Santa Marta de Penaguião”. A lenda quase sempre tem um fundo de verdade, e esta não foge à regra. Não se sabe se o dito cavaleiro alguma vez invadiu Santa Marta de Penaguião, mas é conhecido o potencial desta terra para produzir vinho, bom vinho por sinal. Entre curvas e contracurvas, reparamos nas belas colinas e encostas Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla | 21


que ladeiam a nobre vila e de onde sai o famoso néctar do Douro, que podemos degustar e conhecer melhor no Museu das Caves Santa Marta. As vinhas são apenas uma parte do vasto património natural que o município quer promover com um projecto que aposta em trilhos pedestres e Caminho Português Interior de Santiago em Santa Marta de 22 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla

Penaguião. A ideia é apostar no turismo de natureza, desafiando os visitantes a descobrirem não apenas os vinhedos mas também os olivais de bordadura, os soutos, os bosques mediterrâneos espontâneos, as mais de 50 capelas, igrejas e santuários, sem esquecer os incontornáveis miradouros e a inconfundível Serra do Marão. A promoção deste vasto pa-


trimónio natural e histórico vai beneficiar a restauração e o comércio locais, bem como os alojamentos turísticos e as quintas produtoras de vinhos, acredita a autarquia, mas sempre numa perspectiva de sustentabilidade, “podendo ter como consequências a criação de novos agentes e operadores económicos locais, o favorecimento da empregabilidade e a fixação de gentes em territórios rurais do concelho”. Apoio aos idosos Em simultâneo, o município quer garantir acesso à inter-

net no centro histórico da vila e noutros pontos de interesse, de modo a beneficiar a população local, os turistas e os agentes económicos e, ao mesmo tempo, promover ainda melhor o património cultural, paisagístico e ambiental do concelho. Santa Marta de Penaguião quer estar na linha da frente da tecnologia mas também do desenvolvimento sustentável, daí a criação da Comissão Municipal de Apoio ao Idoso (CMAI), que visa apoiar esta população, protegendo os seus direitos, evitando situações de exclusão e violência e garantindo uma melhor qualidade de vida. Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla | 23


“Surge como resposta às necessidades da população idosa, grupo cada vez mais numeroso e vulnerável”, explica o município. “O envelhecimento da população, o isolamento, a emigração dos familiares, o aumento da pobreza e a diminuição dos rendimentos elevaram o risco da população idosa, levando a autarquia a apoiar, intervir e estar mais próxima dos idosos”. A CMAI vai beneficiar os idosos do concelho, mas também os adultos que se encontrem em situação de vulnerabilidade. Depois de sinalizar os casos mais prementes, a comissão vai direccioná-los para os serviços disponíveis. Simultaneamente, vai desenvolver acções e campanhas de sensibilização junto da sociedade em geral e dos familiares de idosos em particular, com o objectivo de valorizar este grupo populacional, promover uma “velhice saudável” e, com isso, prevenir a violência, a negligência e o abandono. 24 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla


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Braga é sinónimo de desporto em 2018 Texto: Lino Ramos Fotografias:CED 2018

Braga vai receber diversas competições internacionais ao longo do próximo ano, no qual ostenta o título de Cidade Europeia do Desporto.

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“O clube de ginástica em Braga tem alunos em lista de espera e eu não quero isso para a minha cidade”. A determinação da vereadora do desporto da Câmara Municipal de Braga, Sameiro Araújo, no início de Dezembro, quando recebeu o título da Cidade Europeia do Desporto 2018, deixam antever

um ano grandioso para uma cidade que muito cedo se habituou a estar nas bocas do mundo, pelo menos desde que os romanos ali chegaram e lhe deram o nome de Bracara Augusta, há quase 2 mil anos. O próximo ano vai ser agitado na “cidade dos arcebispos”, que logo em Janeiro recebe a Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla | 27



“final-four” da Taça da Liga de futebol, um evento que promete atrair a Braga milhares de adeptos. Será a primeira de muitas competições, que incluem um campeonato nacional de remo indoor, três provas internacionais de ginástica nas modalidades de trampolim, ginástica desportiva e ginástica aeróbica, uma taça da Europa de karaté, ou finais de taças e supertaças das mais diversas modalidades colectivas e individuais, entre outros eventos desportivos. Nem sempre a população local beneficia directamente destes grandes acontecimentos internacionais, mas a Câmara de Braga quer envolver toda a comunidade na Cidade Europeia do Desporto. “Queremos criar uma grande dinâmica entre o desporto escolar e o desporto informal, envolvendo toda a população”, revelou Sameiro Araújo aquando da passagem de testemunho de Gondomar para Braga, já em meados do mês. “Queremos que a Cidade Eu-

ropeia do Desporto seja um legado para o futuro dos bracarenses e um estímulo à prática desportiva para a generalidade da população”, acrescentou o presidente da autarquia, Ricardo Rio, que com este evento europeu quer enfrentar alguns problemas da sociedade actual, como a obesidade infantil e o sedentarismo dos jovens. Se conseguirem aumentar os 28% de população que faz algum tipo de actividade física, já será uma vitória, admitem. “Todos a fazer desporto” No fundo, trata-se de reforçar uma política que o município tem seguido nos últimos anos e que passa por programas de incentivo à prática desportiva junto de toda a população. Esse trunfo, e os seus benefícios ao nível da promoção da saúde, integração e educação, foram decisivos para a vitória de Braga. Nem tudo é perfeito, Ricardo Rio e Sameiro Araújo saCidades e vilas, que futuro? ...by Descla | 29


bem-no bem. A ginástica, por exemplo, é uma área em grande crescimento na cidade, que no próximo ano vai receber a Festa Nacional da modalidade, um grande evento com vertente competitiva que reúne cerca de 3 mil ginastas. No entanto, as instalações desportivas já não são suficientes nesta área, daí que essa seja a prioridade inicial. A Braga falta também um Pavilhão dos Desportos, mas o presidente da autarquia duvida que tal seja possível ainda neste mandato. O município alocou uma verba própria de cerca de um milhão de euros para apoiar as muitas iniciativas ao longo do próximo ano na Cidade Europeia do Desporto. Se será suficiente, no final de 2018 saber-se-á. Braga quer fazer tão bem ou melhor do que Gondomar, que ostentou o título em 2017 e recebeu a bandeira de prata numa avaliação feita às 15 cidades que acolheram o evento este ano. O segundo 30 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla

lugar foi o melhor que uma cidade portuguesa conquistou até ao momento. “Braga sucede a Gondomar. Segue-se Lisboa…” A Cidade Europeia do Desporto (CED) é um título atribuído pela Associação das Capitais Europeias do Desporto (ACES Europe) que tem como objectivo promover as boas práticas neste sector e reconhecer as administrações públicas locais que se destacam pela qualidade e empenho das suas intervenções no desenvolvimento do desporto. O título é atribuído a cidades que tenham um entre os 25 mil e 499.999 habitantes e resulta de uma apreciação de candidaturas por parte da ACES Europe, que posteriormente faz deslocar a cada uma das cidades proponentes uma equipa de avaliação para analisar as instalações e os respectivos



programas. Gondomar foi Cidade Europeia do Desporto em 2017. Durante um ano acolheu cerca de 400 eventos desportivos: 25 internacionais, 64 nacionais e 302 regionais e locais. Pela cidade passaram mais de 78 mil atletas, num total de 3.605 horas de desporto, distribuídas por 53 modalidades. Lisboa, por seu lado, vai ser Capital Europeia do Desporto, mas em 2021. Trata-se de um título ainda mais importante, atribuído a cidades com mais de 500 mil habitantes. A capital portuguesa venceu pela experiência na organização de grandes eventos internacionais, como a final da Liga dos Campeões, em 2015, a Volvo Ocean Race ou a Web Summit, mas também por ter um parque desportivo, espaços verdes muito valorizados e uma grande margem de progressão no aumento da prática desportiva entre a população (estimada em cerca de 30%). 32 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla



“Temos de perceber onde é que a tecnologia pode ser útil aos cidadãos” Entrevista por Lino Ramos Fotografia: Tiago Canoso e João Barbosa

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mart cities. O conceito começou por soar estranho, mas hoje são cada vez mais os que o associam a inovação, eficiência energética, sustentabilidade ambiental, segurança, empreendedorismo e até transparência. O presidente da secção Smart Cities da Associação Nacio-

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nal de Municípios (ANMP), Almeida Henriques, fala com orgulho do que já foi feito, mas sabe que ainda muito falta fazer. Ele quer dar o exemplo a partir da cidade que lidera, Viseu, que ainda este ano deverá ter o primeiro transporte público eléctrico não tripulado da Europa.


Quando se fala de smart cities fala-se de inovação mas também eficiência, melhor utilização dos recursos. A situação de seca que se verificou recentemente no distrito de Viseu veio confirmar a utilidade deste tipo de projectos? Hoje, falar de smart cities é aplicar o conceito de “inteligência urbana”, que não é mais do que colocar a tecnologia ao serviço da felicidade das pessoas, tornando a sua vida mais fácil, e ao mesmo tempo facilitando a vida dos decisores, neste caso as autarquias. As fragilidades também nos fazem apostar mais na tecnologia, mas no caso concreto da seca, da água, Viseu já está num patamar extremamente elevado. Dez por cento dos 47 mil clientes das Águas de Viseu já têm contador inteligente.Temos telemetria, o que permite avisar as pessoas quando têm uma torneira aberta ou o autoclismo a pingar. Obviamente que a aplicação da tecnologia não consegue prever situações de seca, foi algo que não esperávamos. Isso obrigou-nos a desenvolver o aumento da capacidade da Barragem

de Fagilde, para poder armazenar mais um milhão e meio de metros cúbicos para o próximo Verão, e a reforçar pelo menos duas captações externas, para estarmos mais preparados para esse período. Ao mesmo tempo, estamos a fazer investimentos estruturais, designadamente numa melhoria da nossa ETAR para podermos poupar um milhão de metros cúbicos com o tratamento das lamas. Estamos ainda a criar uma conduta que vai ligar-nos a Balsemão, no concelho de Lamego, para permitir uma redundância no abastecimento de água a este território, e a constituir uma sociedade intermunicipal, onde vão entrar estes municípios mais afectados pela seca [Viseu, Nelas, Mangualde e Penalva do Castelo] e outros quatro – Vila Nova de Paiva, Sátão, Vouzela e São Pedro do Sul.


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Além da eficiência energética, que outras áreas destacaria como prioritário desenvolver no âmbito das smart cities? Temos aqui áreas transversais. Aliás, na secção de smart cities da ANMP procurou-se criar um denominador comum para as várias autarquias e foi identificado, desde logo à cabeça, a eficiência energética. É um trabalho que está a ser feito por muitas autarquias, designadamente na iluminação pública, onde há um efeito de poupança muito significativo. Mas não se trata só de colocar lâmpadas LED, trata-se de pôr densiómetros, para medir a intensidade da luz solar, e com isso poder poupar energia, ou instalar sensores para ligar ou apagar a electricidade em estradas com menos movimento.

A eficiência energética pode fazer-se também em edifícios: as nossas piscinas, os nossos campos de jogos, as nossas escolas, são grandes consumidores de energia. Para além da eficiência energética temos a questão da mobilidade. Até com esta nova legislação, é importante pensar a mobilidade não apenas na questão do transporte em autocarros, mas também no transporte urbano, no transporte “on demand”, na mobilidade suave, na segurança de peões. Tudo isto está envolvido. Esta é uma área onde os municípios estão muito atentos e a fazer o seu trabalho. Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla | 37


E em Viseu, o que está a ser feito? Temos o nosso MUV – Mobilidade Urbana de Viseu, que é uma visão integrada do que é a mobilidade, desde a remodelação da central de camionagem, que passará a ser o nosso centro de mobilidade e transportes, até à mobilidade suave, com 5,5 quilómetrros de vias, onde nesta primeira fase vamos ter 50 bicicletas ao serviço, mas depois iremos evoluir, com bicicletas eléctricas e normais. Na componente da segurança, hoje as principais vias de Viseu são seguras, graças à inteligência urbana. Todas as nossas escolas têm passadeiras seguras. No caso do transporte urbano, Viseu passa a ter transportes urbanos e eléctricos para o centro histórico. Está em curso a instalação do primeiro transporte não eléctrico não tripulado em serviço urbano. Seremos a primeira cidade da Europa a ter um serviço destes. 38 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla


Quando é que esse transporte começará a circular? Estamos apenas dependentes e um visto do Tribunal de Contas. Espero que ele venha ao longo dos próximos meses, para começarmos logo com o transporte urbano e interurbano, o “on demand”, etc. Já temos cá os autocarros, os mini-bus estão a chegar. O nosso sistema de estacionamento também está incluído aqui, no projecto MUV [o concurso público está a terminar], e inclui não só informação sobre lugares vagos nos parques, mas também sensores na via pública. Por exemplo se quiser ir

para uma rua vou ao sistema e vejo de tenho lugar lá. E se não tiver, o sistema vai indicar-me onde está o lugar mais próximo. E vai até ter em conta se é um estacionamento de curta ou média duração e em função disso aconselhar se devo ir para li ou para o parque de estacionamento que fica mais barato. Veja a poupança de tempo para quem utiliza o sistema e também a poupança de CO2, porque 30% do tráfego que se verifica nas cidades deriva da procura de lugar para estacionar… Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla | 39


Que outros projectos estão em cima da mesa? Nas freguesias de menor densidade populacional, estamos a instalar um serviço de “on demand”. No caso da sustentabilidade ambiental, há um projecto experimental que es40 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla

tamos a desenvolver com uma empresa de cá e que envolve com o fecho da cobertura das redes de saneamento e água, numa perspectiva de preocupação ambiental mas também


de serviço às populações, com estações contentorizadas que permitem chegar a populações mais isoladas. Vamos fazer o nosso primeiro projecto experimental na freguesia de São Pedro de France, na povoação de Casal d’Eiro. Vamos instalar a primeira pequena estação de tratamento de águas para cobrir uma povoação com 20 habitações…era quase impossível cobrir povoações destas, que estão no extremo do sistema, digamos assim, porque criar condutas ligadas ao sistema principal seria um investimento de centenas de milhares de euros, insustentável por isso.

Viseu auto-intitula-se “a melhor cidade para viver”. O que lhe falta para ser a primeira smart city de Portugal? Temos um conceito que junta tradição e inovação. De um lado a tradição de uma cidade com 2500 anos, do outro a inovação que estamos a procurar introduzir na autarquia e na relação com os cidadãos, mas também nos projectos em curso em diferentes domínios que vão facilitar cada vez mais a vida das pessoas. O nosso MUV, depois de estar todo implementado, transformará ViCidades e vilas, que futuro? ...by Descla | 41


seu numa cidade muito mais amiga do ambiente, ainda com mais qualidade de vida, porque os cidadãos poderão vir a adoptar hábitos de vida mais saudáveis. E a eficiência energética que temos em curso já permitiu ao município poupar meio milhão de euros em dois anos. O domínio das águas também está a permitir-nos induzir um consumo inteligente junto das populações. Isto, sem esquecer a nossa incubadora de base científica e tecnológica na área das smart cities, que visa ajudar a criar em Viseu uma dinâmica nesta área. No fundo, já está a acontecer, com vinda para cá da IMB, com o seu centro de competências na área das 42 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla

smart cities, da Bizdirect, da Compta, além de outras novidades que teremos nos próximos dias. Estamos a criar aqui um “cacho de empresas” que estão a desenvolver tecnologia na área das smart cities usando Viseu como um laboratório virtual. No fundo, Viseu assume-se aqui umo um living lab, para onde estas empresas trazem os seus projectos, muitos deles inovadores, como estes da mobilidade eléctrica não tripulada ou dos contentores para chegar a localidades remotas. A nossa estratégia é que, através dos vários projectos que temos em curso, Viseu se assuma como uma das primeiras cidades médias inteligentes da Europa.


O Portugal 2020 não tem propriamente instrumentos de apoio a projectos como a smart cities. Porque é que isto acontece? O que é preciso mudar? Acho que o Portugal 2020 foi mal desenhado desse ponto de vista, porque, tirando a vertente da mobilidade, onde pode encontrar-se algum apoio, falta aqui uma visão integrada. Há muitas componentes da inteligência urbana que têm que estar presentes. Hoje, quando olhamos para uma cidade, temos de perceber onde é que a tecnologia pode ser útil para os cidadãos. Já falámos nalgumas áreas, mas falta-nos falar da segurança, na promoção do empreendedorismo, numa base de dados interactiva onde os cidadãos possam procurar informação e interagir

com o município e que permita medir níveis de satisfação dos mesmos. Deveria haver uma porta de entrada para as cidades que lhes permitisse ter uma gestão integrada no domínio da inteligência urbana, porque isso significa utilização dos recursos e satisfação dos nossos munícipes. Acho que isso deveria ser um dos pontos centrais daquilo que é a política de desenvolvimento urbano. A ANMP apresentou essa sugestão, tenho a expectativa de que na reprogramação do Portugal 2020 a inteligência urbana venha a ter um papel central. Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla | 43


No ano passado desafiou a Altice a criar uma base de dados nacional e pública que juntasse informações do Estado, das autarquias, das empresas e de outras entidades. De que modo isso poderia ser bom para as smart cities? Temos um projecto pioneiro, com a Altice. Estamos a criar a primeira data base aqui em Viseu, mas o objectivo é muito mais ambicioso: é podermos evoluir no sentido de criar uma base de dados nacional onde todos os municípios estejam envolvidos. Isto contribuiria para a melhoria no acesso aos serviços e para a transparência, porque os munícipes acabam por ter ali um acesso não só à informação do município mas 44 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla

de todas as entidades que inveterarem com ele, desde o sistema de ensino às empresas, à segurança. Enfim, todas as entidades que constituem a cidade teriam as suas bases de dados disponíveis, acessíveis não aos cidadãos mas também, por exemplo, ao sistema científico: as escolas poderem, com essas bases de dados, estudar fenómenos das cidades como a mobilidade, a eficiência energética, os comportamentos sociais, etc.


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A secção de smart cities da Associação Nacional de Municípios tem actualmente 124 membros. O que falta para convencer os restantes 184 a aderirem? Penso que este vai ser um processo muito natural. Enquanto no início o conceito de smart city aparecia muito associado a grandes cidades e havia muito a ideia de íamos polvilhar as cidades de chips, retirando até as flores, eventualmente, hoje já está a ser mais interiorizado. Penso que o Portugal Smart Cities Summit [de 11 a 13 de Abril] vai ser um momento de democratização do conceito de inteligência urbana. Vamos fazer um tour pelas sete regiões, que depois de traduzirá numa cimeira de autarcas, no dia 11 de Abril. Nesse evento vai ser possível mostrar a cidade nas suas diferentes componentes da inovação urbana, e o envolvimento dos estudantes do ensino secundário e superior vai ajudar a desmistificar muito o conceito, para que as pessoas percebam que quando fala46 | Cidades e vilas, que futuro? ...by Descla

mos de smart cities não estamos a falar de futurologia, mas de algo em que Portugal tem competências muito fortes que podem ser exportadas. Porque ao aplicarmos nas nossas cidades médias estes novos conceitos, esta nova tecnologia, não estamos só a servir melhor os munícipes e a permitir uma eficiência maior na gestão dos municípios, mas também a vender tecnologia portuguesa. Todos os municípios vão acabar por actuar no domínio da eficiência energéticas, da mobilidade, da sustentabilidade ambiental, porque isso também tem muito a ver com o futuro e com a optimização do próprio orçamento de cada um. Acho quês esta adesão já maciça dos municípios à secção de smart cities é o embrião de algo que vai contaminar positivamente todos os outros.


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