Os pilares da História

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desporto cultura lazer Julho 2019

Os pilares da Histรณria Castelos portugueses que misturam lendas e factos de norte a sul

ficha técnica Propriedade, edição e distribuição: Gomes & Canoso,lda.

Rua São João, nº.39, Repeses 3500-727 Viseu Telefone: 232 407 544 Telemóvel: 969 474 853 Directora: Olinda Martins Redacção: Ana Margarida Gomes Colaboradores: José Arnaldo Ferreira e Paulo Cardoso Paginação: José Diogo Figueiredo e Tiago Canoso Publicidade e Marketing: Joaquim Gomes e Tiago Canoso

Castelo de Óbidos | Fotografia: Tiago Canoso

Caros leitores, Castelos! Sim, essas magníficas construções seculares que preenchem desde há muito o imaginário das crianças e deslumbram também adultos. Por toda a história que o nosso país carrega, as nossas fortificações são de grande importância patrimonial.

Nesta edição abordamos um total de 16 castelos, com características distintas. Uns mostram-se de arquitetura medieval, veja-se o exemplo do Castelo de Santa Maria da Feira, outros como a fortificação existente em Sintra, reminiscentes do passado muçulmano.

O nascimento da

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nação está ligado ao Castelo de Guimarães, reduto das tropas que combateram na batalha de S. Mamede. A única guerra civil existente em Portugal, teve fim por um tratado assinado em Evoramonte. Por sua vez, Silves encerra definitivamente a reconquista cristã.

A maioria destes monumentos encontra-se em bom estado de conservação e acessíveis ao público, aproveite esta edição para conhecer um pouco mais sobre algumas das nossas fantásticas fortificações.

Boas leituras!

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INDICE

CASTELOS DE PORTUGAL ~ 08. Guimaraes

32. Mouros

10. Montalegre

34. ~~ Sao Jorge

14. Braganรงa

~ 38. Marvao

18. Santa Maria da Feira

~ 40. Alter do Chao

20. Sortelha

42. Elvas

24.Porto de Mรณs

44. Evoramonte

26. Almourol

46. Alcรกcer do Sal

30. ร bidos

48. Silves

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08 14

10

18 20

24 26

30

38 40

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Os primeiros castelos de Portugal

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Os castelos que encontramos pelo norte do país possuem uma ligação íntima com as origens de Portugal. Dos primórdios do Condado Portucalense até à época das primeiras investidas contra os mouros, estas estruturas militares pautaram o território como pontos de defesa e de ocupação. A arquitectura medieval portuguesa é uma marca de identidade

comum

às fortificações mais a montante de Portugal.

Fotografia: Município de Guimarães

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O castelo da condessa Por Paulo Cardoso Fotografia: Município de Guimarães

O Castelo de Guimarães representa uma das grandes marcas históricas do país.

Situa-se na freguesia de Oliveira do Castelo e, no século V, a Condessa Mumadona Dias mandou erguer, no território, esta grande fortaleza. O objetivo da construção foi para que a

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população se pudesse refugiar dos constantes assaltos de vikings, vindos dos mares do norte da Europa e dos muçulmanos que fugiam dos territórios que ocupavam o sul do nosso país.

O perímetro amuralhado da fortaleza é de estilo românico, com sete torres e uma imponente torre quadrangular, a Torre de Menagem que, antigamente, tinha como finalidade ser o principal ponto de ataque e o último refúgio de defesa.

Este foi o local onde, de acordo com a tradição, nasceu o Rei D. Afonso Henriques. Numa altura em que Guimarães era um pequeno aglomerado urbano medieval, em 1912, estava protegido por um castelo de pedra e madeira. Está clas-

sificado como Monumento Nacional, depois de uma forte reconstrução entre 1937 e 1959. Em 2001 foi classificado pela UNESCO como Património Mundial, por ser uma memória ligada ao Condado Portucalense e à independência de Portugal.

De facto, mais do que a sua monumentalidade, em Guimarães pode falar-se de uma "atmosfera" criada por este monumento emblemático para a nossa história. Atualmente, o Centro Histórico de Guimarães é um dos maiores "lugares de memória" nacionais.

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Às portas do Gerês

Por Paulo Cardoso Fotografia: Tiago Canoso

No topo de um monte granítico da cidade, o Castelo de Montalegre descortina as serras do Gerês e do Larouco. O castelo domina a povoação ao estar localizado perto do curso do rio Cávado e destaca-se pela sua beleza na fronteira com a Galiza.

Esta fortaleza encontra-se situada num local habitado, antigamente, por lusitanos, romanos, suevos e visigo-

dos. Neste local existiu um castro pré-histórico que pode ser comprovado pela descoberta antiga de lápides

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e moedas no local. Durante o século VIII, durante o período da Reconquista Cristã, estas terras foram constantemente atacadas pelos muçulmanos.

No entanto, desde a independência de Portugal e até aos nossos dias, esta construção nunca mais deixou de pertencer ao domínio de Portugal.

O castelo conserva as características góticas, com uma planta ovalada e uma Torre de Menagem. A grande Torre é mesmo a principal peça do conjun-

to militar sendo que, o visitante através do seu passeio consegue visualizar a alcáçova de forma ovalada, cercada por uma muralha alta e granítica.

Todos os anos, nas sextas-feiras que calham no dia 13, acontece o maior espetáculo de rua da cidade.

Esta não é uma celebração aborrecida e obscura. A noite das bruxas já se tornou uma verdadeira festa, com música, fogo de artifício, espetáculos e animação de rua. Há de-

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coração, desfiles e foliões à altura de todos os visitantes.

O Castelo de Montalegre é um dos Monumentos Nacionais que foi alvo de intervenções inseridas na Operação Castelos a Norte. As obras para a conservação desta fortificação me-

dieval verificaram-se nas torres do Castelo e na Praça de Armas. Situado no centro da vila, o monumento apresenta três torres e a Praça funciona como sala de visitas do município, onde se realizam espetáculos e eventos da cidade.

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A fortaleza museu Por Paulo Cardoso Fotografia: Tiago Canoso

A dominar a cidade de Bragança está uma fortaleza localizada na margem esquerda do rio Fervença. Esta região desde cedo se expandiu para o oeste do país e por lá podemos encontrar um dos mais bem preservados castelos portugueses.

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Como fortaleza de uma arquitetura militar e um estilo gótico predominantes, é o limite leste do núcleo urbano de Bragança. Do alto dos seus muros erguem-se 15 grandes torres, de diferentes formas. Por entre as muralhas aprumadas destaca-se a Torre da Princesa, antiga dependência da Casa dos Alcaides, que guarda a lenda de uma princesa feita prisioneira, para ser impedida de casar com um ilustre mouro.

Esta lenda conta a história de uma

princesa bela e órfã que vivia com o seu tio, o senhor do Castelo. A donzela tinha-se apaixonado por um jovem pobre que também a amava.

Durante muitos anos recusou todas as propostas de casamento até que o tio resolveu forçá-la a casar com um amigo cavaleiro. Numa noite, o tio disfarçou-se de fantasma e, ao assustar a sobrinha, disse-lhe que estaria condenada para casar com o prometido. De repente, a porta dos aposentos da donzela abriu-se e entrou um raio de sol que desmascarou o fantasma.

Desde então a princesa nunca mais foi obrigada a quebrar a sua promessa e passou a viver recolhida numa torre, que ficou para sempre lembrada como a Torre da Princesa.

A bela Torre merece referência devido a elementos artísticos, nomeadamente, as ameias, as janelas e a pedra de armas da Casa Real

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de Avis. Esta memória “envolvente” obriga a uma subida até ao último piso, pela vista sobre a cidade e a paisagem deslumbrantes.

Os surpreendentes espaços internos do Castelo de Bragança foram reorganizados e convertidos, desde 1936, em museu militar da região. O Museu Militar de Bragança impõe-se como espaço de memória das vivências militares da cidade. As peças

em exposição foram doadas por antigos combatentes do Ultramar e da primeira Guerra Mundial.

O Castelo de Bragança é um dos mais representativos da arquitetura medieval. Foi construído em 1409 por D. João I, sobre as fundações antigas do Rei D. Afonso Henriques. O antigo castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional, desde 1910.

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A casa dos condes da Feira Por Paulo Cardoso Fotografia: Revista Descla

O Castelo de Santa Maria da Feira é um dos mais notáveis monumentos portugueses, pois espelha a diversidade de recursos defensivos utilizados entre os séculos XI e XVI. Com uma grande importância militar, deve-se ter em conta a sua dimensão política e cultural, uma vez que foi fundamental para a vitória da Batalha de São Mamede.

A actual arquitectura do castelo tem

origem no reinado de D. Afonso V, em 1448, pela mão do primeiro Conde da Feira. Com um estilo gótico, começou por ser um grande castro romano e depois tornou-se uma fortaleza na época da Reconquista Cristã. Resta apenas

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o primeiro piso da Torre de Menagem e, com o declínio da importância militar do castelo, este foi adaptado a paço senhorial da cidade. No entanto, o aparecimento da pólvora exigiu que todo o monumento fosse remodelado no campo defensivo, no século XV. Também conhecida como pólvora negra, permitia a detonação das áreas do inimigo e servia para o lançamento de cartuchos e canhões a partir da base de ataque.

Todos os anos em Agosto, o centro histórico da cidade transforma-se numa grande feira da Idade Média.

São 12 dias a recuar ao passado histórico e a decalcar episódios grandiosos da cidade. Santa Maria da Feira volta a ser um burgo medieval em que cavaleiros com pesadas armaduras empunham grandes espadas e disputam torneios. Pelas ruas, músicos, malabaristas e cuspidores de fogo exibem as suas artes, fazendo com que os visitantes se sintam transportados no tempo.

Por ser uma das obras emblemáticas da arquitectura medieval portuguesa está classificado como Monumento Nacional. Intimamente ligado às origens da nacionalidade, é um espaço onde se sente o peso da história e onde o imaginário popular se revê na memória que tem do seu passado.

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Na fronteira da história Por Paulo Cardoso Fotografia: Município de Sortelha

A fortaleza de Sortelha localiza-se no concelho do Sabugal, no distrito da Guarda. Está construído sobre um maciço granítico no vale de Riba-Côa e integra o conjunto da que é considerada uma das mais bem conservadas Aldeias Históricas da Beira Interior.

Atraído pela riqueza mineral da região, o castelo foi constantemente ocupado por Romanos, Visigodos e Muçulmanos. Na época da Reconquista Cristã, esta fortaleza constituise como um elemento de defesa da fronteira, disputada entre Portugal e Castela. Em 1228, D. Sancho II con-

cedeu a Carta de Foral à vila.

Com a Restauração da Independência, após 1640, foi iniciada a adaptação da estrutura defensiva às novas técnicas militares, preparando-a para o fogo da artilharia. Nesta fase, o Castelo esteve envolvido em diversas operações militares contra as forças de

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Castela na fronteira. No início do século XIX, a guerra volta a acontecer, no contexto da Guerra Peninsular, contra as forças francesas de Napoleão.

Este edifício encontra-se classifica-

do como Monumento Nacional, desde 1910. Posteriormente, já sofreu intervenções de restauro e conservação ao abrigo da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacional.

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O começo da reconquista As fortificações próximas do rio Tejo foram importantes baluartes defensivos do Reino de Portugal. Antes da investida final levada a cabo por D.Afonso III, que culminou com a conquista definitiva dos territórios mais a sul em 1250, os limites do reino situaram-se no leito do Tejo.

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Palcos de inúmeras batalhas, os Castelos de Almourol, Porto de Mós, Sintra, São Jorge e Óbidos partilham entre si o facto de terem sido conquistados pela primeira vez aos Mouros por D.Afonso Henriques.

Fotografia | PSML Luís Duarte

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O abrigo de Aljubarrota Esta fortaleza é uma obra arquitéctónica erguida sob os escombros de um posto de vigia romano, onde estiveram acumuladas, ao longo dos séculos, influências militares, góticas e renascentistas. Este edifício assente numa estrutura pentagonal com torreões, está localizado no concelho de Porto de Mós, no distrito de Leiria.

Por Paulo Cardoso Fotografia: Revista Descla

O papel do castelo de Porto de Mós, uma fortaleza árabe, foi flagrante durante o período da Conquista Cristã.

Após sucessivas guerras entre portugueses e mouros, em 1148, o Rei D. Afonso Henriques acabou por tomar a vila e vencer os árabes.

Em 1385, na Batalha de Aljubarrota, a fortaleza desempenhou um papel decisivo naquele que foi um marco histórico de Portugal. Albergou as tropas de D. João I e de D. Nuno Álvares Pereira nas noites anteriores à batalha, durante as quais foram planeadas as estratégias

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de guerra que deram a independência definitiva ao nosso país.

Mais tarde, D. Afonso, homem culto e viajado, sob influências renascentistas europeias, iniciou as obras de recuperação, durante a segunda metade do século XV. Estas intervenções são visíveis até aos dias de hoje, tendo os seus descendentes conservado e ampliado o Castelo.

No entanto, com o terramoto de 1755, a fortaleza ficou muito destruída. Só em 1935 teve lugar a primeira intervenção de recuperação do monumento após a destruição. A última intervenção estruturante que permitiu ao castelo ostentar o brilho que sempre lhe foi característico, aconteceu em 1999. O Castelo de Porto de Mós está classificado, desde 1910, como Monumento Nacional.

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A ilha fortaleza No meio das águas do Tejo, o Castelo de Almourol é um dos castelos mais enigmáticos da Reconquista Cristã. Situado numa ilha pequena é conhecido pelo seu significado e área envolvente.

Este castelo, juntamente com os castelos de Tomar, do Zêzere e da Cardiga formavam, nos tempos dos nossos antepassados, a linha defensiva do Rio Tejo.

Por Paulo Cardoso Fotografia: Revista Descla

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A sua história relembra a Reconquista do território nos tempos da Idade Média. Quando os cristãos e o Rei D. Afonso Henriques chegaram ao local em 1129, o castelo já existia com o nome de Almorolan. Após conquistarem o monumento aos muçulmanos, o Rei iniciou obras de reconstrução na Fortaleza de Almourol que duraram até 1171. O terramoto de 1755 provocou diversos estragos na estrutura e durante o século seguinte foi alvo de alterações.

Construído num afloramento de granito a 18 metros acima do ní-

vel das águas, constitui um dos exemplos mais representativos da arquictetura militar da época, evocando os primórdios do nosso Reino e a Ordem dos Templários, associação que lhe reforça a aura de mistério e romantismo. Actualmente, é possível visitar o Castelo de Almourol e realizar um passeio no rio Tejo, acrescentando valor e interesse às visitas do Monumento.

Uma das lendas deste castelo é a de D. Ramiro, um cavaleiro cristão, que regressava de combates contra os muçulmanos quando encontrou

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duas jovens mouras. Enfurecido por elas não terem água para ele beber, tirou-lhes a vida. Quando surgiu um jovem mouro, filho e irmão das vítimas, foi aprisionado. D. Ramiro levou o jovem para o seu castelo, onde vivia com a própria esposa e filha.

Correspondido pela filha do cavaleiro, os apaixonados deixaram o castelo e desapareceram para sempre. Reza a

lenda que, nas noites de São João, o casal pode ser visto abraçado no alto da torre de menagem e, a seus pés, implorando perdão, o cruel D. Ramiro.

Durante os tempos do Estado Novo tornou-se a Residência Oficial da República Portuguesa. Está classificado como Monumento Nacional e merece, seguramente, uma visita pela sua localização e vista magnífica.

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Os Mouros em Sintra O Castelo de Sintra, conhecido como Castelo dos Mouros, é uma fortaleza construída entre a floresta exuberante da Serra de Sintra. A fortaleza foi construída durante o século IX pelos Mouros de modo a guardar a cidade, mas foi abandonado depois da Conquista Cristã em Portugal.

Por Paulo Cardoso Fotografia | PSML EMIGUS, PSML Luís Duarte

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Dentro da maravilhosa Serra de Sintra, o monumento permite que os visitantes visionem, por entre penedos e penhascos, uma paisagem única que se estende até ao Oceano Atlântico. Com a constituição de cinco torres, a Torre Real é a mais alta com uma escadaria de 500 degraus.

No interior da fortaleza ergue-se uma igreja dedicada a São Pedro – a capela de São Pedro de Canaferrim.

Esta construção remonta ao século XII e foi erguida após a conquista do castelo pelo Rei D. Afonso Henriques.

Esta capela-mor é referenciada como a primeira igreja paroquial de Sintra.

O Castelo dos Mouros encontrase classificado como Monumento Nacional por decreto de D. Manuel II. Em 1995, a fortaleza de Sintra foi classificada como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO. A intervenção do poder político no monumento iniciou-se no Estado Novo em 1939, com a reconstrução dos vários troços das muralhas. Nos restantes anos, até hoje, o trabalho tem sido de limpeza das várias zonas do castelo.

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Medieval hoje Por José Arnaldo Ferreira Fotografia: Tiago Canoso

O centro da vila de Óbidos encontra-se ladeado por muralhas e no seu interior retrata fielmente o passado medieval. Perante este cenário magnifico, ao visitar o Castelo de Óbidos ficamos com a sensação de ter recuado no tempo.

Acredita-se que as muralhas tenham origem por via de um antigo reduto fortificado, da autoria do povo romano, que outrora por ali se estabeleceu, devido à posição dominante que o local ocupava em relação à lagoa a ocidente.

O Castelo possui traços de vários estilos arquitetónicos, tais como românico, gótico, manuelino e barroco, devido às diversas intervenções de que foi alvo ao longo dos tempos. A fortificação de planta retangular eleva-se 79 metros acima do nível do

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mar e está dotada de torres cilíndricas, excepto a nordeste e sueste, onde foram edificadas com forma quadrangular.

A localização privilegiada da vila de Óbidos junto ao Atlântico, levou a que os Templários tenham incluído a fortaleza no seu celebre pentágono defensivo do centro de Portugal.

Do castelo de Óbidos foram disparados os primeiros tiros de artilharia na batalha de Roliça, que culminou com a primeira derrota de Napoleão, durante as invasões francesas do seculo XIX. Conquistado aos Mouros em 1148 por D. Afonso Henriques, esta fortificação é uma das mais belas de Portugal. As intervenções de restauro levadas a cabo durante o século XX contribuíram para o seu excelente estado de conservação actual, encontra-se classificado como Monumento Nacional.

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A fortaleza reeguida Esta fortaleza integra a zona nobre antiga de Lisboa. O nome actual deriva da devoção do castelo a São Jorge, santo padroeiro dos cavaleiros e das cruzadas. Atualmente, esta fortificação é constituída pelo castelo, os vestígios do paço real e a área residencial das antigas elites.

Por Paulo Cardoso Fotografia: Turismo de Lisboa

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Construída pelos muçulmanos, no século XI, era o último edifício de defesa das elites que viviam na cidade. O castelo era habitado por mouros que o fortificaram para a defesa do território.

Quando o Rei D. Afonso Henriques tomou a fortaleza em 1147, depois de o cercar durante três meses, expulsou os muçulmanos e abriu o castelo aos cristãos. Assim, o monarca e a corte mudaram-se para o Castelo de São Jorge, transformando-o no Paço Real.

Mas, é sobretudo após o terramoto de Lisboa de 1755, que se dita uma renovação com o aparecimento de construções e reabilitações novas que vão esconder as ruínas mais antigas.

O castelo readquire a sua imponência de antigamente e os cidadãos passam a poder usufruir dele. Este ergue-se sobre a colina do centro histórico, proporcionando aos visitantes uma grande vista sobre a cidade e o rio Tejo.

O museu da fortaleza, que conta com uma coleção de objetos pertencentes às diferentes culturas que habitaram a zona do castelo ao longo dos tempos, está aberto a todos os visitantes. Destacam-se os objetos islâmicos, provenientes da forte ocupação muçulmana antes da conquista do primeiro rei de Portugal. Também estão disponíveis para visitar as duas casas do período islâmico que se encontram no núcleo arqueológico.

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O último reduto dos mouros Pelo Alentejo e Algarve encontramos castelos que ainda hoje refletem imensa influência árabe na sua construção. Silves é uma das mais bem conservadas fortificações, a testemunhar a arquitectura militar islâmica em Portugal. A sul do tejo as estruturas militares existentes, viram a sua posse oscilar algumas vezes entre mouros e cristãos, encerram um capítulo importantíssimo da nossa história, pois foram os últimos bastiões da reconquista cristã na Península Ibérica.

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Fotografia | MunicĂ­pio de Silves

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Visitar Marvão é vivenciar

uma paisagem conquistadora Por Paulo Cardoso Fotografia | Município de Marvão

Quando o Rei D. Afonso Henriques e as suas forças conquistaram a povoação de Alcácer do Sal aos mouros, foi também tomado o Castelo de Marvão.

Apesar de ser desconhecido o ano de construção, a sua fortificação é da responsabilidade de mãos muçulmanas. O que parece certo é que o primeiro Rei de Portugal terá lutado pela fortificação aos mouros, por volta de 1166, na sequência da

campanha que iniciou com a conquista de Alcácer do Sal. Este castelo é português desde 1214.

Ao iniciar-se o reinado de D. Dinis, a vila de Marvão e o castelo viram-se envolvidos numa disputa de poderes entre o Rei e o Infante D. Afonso. No

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entanto, os territórios foram conquistados pelas forças do soberano no ano de 1299. Seguidamente, o monarca confirmou à vila a Carta de Foral e empreendeu no castelo obras de ampliação para o reforço da defesa e a construção da Torre de Menagem.

O Castelo de Marvão situa-se no pico mais alto da Serra de São Mamede, no Parque Natural. Este castelo domina a paisagem serrana a partir do seu ponto mais alto. Somos contemplados com uma extraordiná-

ria vista sobre a área que envolve a fortaleza. A sul da fortaleza estão à vista as ruínas da cidade romana de Ammaia. Velha e abandonada, do passado da conquista resta a memória da vitória e a beleza das muralhas.

Alguns vestígios e artefactos históricos do castelo estão datados dos períodos do Paleolítico e Neolítico e encontram-se expostos no museu municipal da cidade. O Castelo de Marvão encontra-se classificado como Monumento Nacional, desde 1922.

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O castelo de D. Pedro I Por José Arnaldo Ferreira Fotografia | Município de Alter do Chão

Esta bela construção medieval eleva-se no alto da vila de Alter do Chão, que cresceu à sua volta.

Foi edificado em planta quadrada, característica comum ao estilo gótico, típico da arquitetura medieval trecentista. Outro traço arquitetónico marcante que possui é a sua Torre

de Menagem associada ao portal principal, cujo acesso é semelhante a um túnel devido à importância que estas estruturas tinham nas determinações militares da arquitetura

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medieval trecentista. A muralha do castelo foi construída com xisto e granito. Para além da torre de menagem, existem ainda mais cinco torres complementares, entre as quais dois cubelos cilíndricos localizados nos ângulos da fortaleza.

Apesar da sua origem datar do período muçulmano do al-Andaluz, a construção que hoje observamos, deriva da reformulação com fins militares, levada a cabo por D.Pedro I, durante o seculo XIV. Na entrada da fortificação podemos ler a inscrição que celebra a obra régia, "Era Miléssima: CCC e Noventa V anos XXII dias de setembro o mui nobre rei Dom Pedro mandou fazer este seu castelo d'Alter do Chão".

Alter do Chão albergou, assim, uma das mais relevantes fortalezas cristãs do movimento da reconquista do Alto Alentejo, após a demanda terminar, foi doado a D. Nuno Álvares Pereira, no século XV. Nos dias de hoje este castelo encontra-se em bom estado de conservação e mostra-se majestoso e esbelto aos seus visitantes. Foi classificado como Monumento Nacional em 1910.

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A defesa em

todas as frentes

Por Paulo Cardoso Fotografia | Revista Descla

Com uma obra de fortificação islâmica, o Castelo de Elvas foi reconstruído nos séculos XIII e XIV. Quanto à sua construção, apenas se sabe que a Torre de Menagem é mais moderna do que o resto, pois foi apenas construída no século XV. Originalmente, a grande Torre fazia parte do sistema de defesa da fortaleza do castelo, mas perdeu importância devido à sua vulnerabilidade aos ataques de artilharia.

No reinado de D. Dinis introduziramse inovações ao nível das coberturas e elementos de apoio, como os torreões e os matacães. Nos séculos seguintes, D. João II e D. Manuel I adaptaram o castelo rumo a um gosto renascentista, ao mesmo tempo que toda a fortaleza assumiu um carácter residencial.

Sem qualquer função militar a par-

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tir da segunda metade do século XIX, o Castelo de Elvas foi abandonado e chegou ao século XX arruinado. De maneira a recuperar o seu legado histórico, os elvenses, amantes da história e do património, promoveram o restauro e avançaram com um processo de classificação da fortaleza de Elvas como o primeiro Monumento Nacional de Portugal.

Do alto das suas muralhas pode contemplar-se uma bela vista sobre a cidade. Este monumento foi o palco de importantes acontecimen-

tos da história do nosso país como a assinatura de tratados de paz e a organização de banquetes reais. Implantado numa zona de fronteira entre Portugal e Espanha, a fortaleza esteve vocacionada, desde sempre, para a defesa e proteção do reino.

Apesar das grandes transformações sofridas ao longo da História, o Castelo de Elvas mantém a sua estrutura militar medieval e é um dos mais importantes casos de sobreposição de funções e de evolução das estratégias militares do nosso país.

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O castelo da paz Por José Arnaldo Ferreira Fotografia | Junta de Freguesia de Evoramonte

O Castelo de Evoramonte surge no cimo de uma colina com mais de 400 metros de altura, como uma jóia a coroar um território de paisagens deslumbrantes.

A fortificação de arquitectura quadrangular com torres cilíndricas que actualmente existe data do século XVI e a sua edificação teve como responsável D. Manuel I. Possui quatro portas principais: a Porta do Freixo, Porta do Sol e as Portas de S.Brás e S.Sebastião que partilham o nome, com as ermidas localizadas junto ao castelo, dedicadas aos mesmos santos.

Os primeiros Duques de Bragança, D. Teodósio e D. Jaime, man-

daram edificar a estrutura central conhecida por Torre de Évora, no início do século XVI. Esta bela estrutura da autoria dos irmãos Arrudas, é considerada por alguns historiadores como uma mostra do poderio da Casa de Bragança à época.

Para além de toda a beleza envolvente, aqui foi assinado o célebre Tratado de Evoramonte. O documento assinado em 26 de maio de 1834 pôs fim à única guerra civil que existiu em Portugal, fruto de uma disputa en-

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tre D. Miguel I e D.Pedro IV, que culminou com a rendição do primeiro e consagração de D.Pedro IV como rei.

Devido à sua beleza ou pela história que encerra, o Castelo de Evo-

ramonte é um local merecedor de atenção. Esta fortificação encontrase em bom estado de conservação e foi elevada a Monumento Nacional em 1910.

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O defensor em taipa A colina de onde se ergue o Castelo de Alcácer do Sal já era habitada na Idade do Ferro. Esta localidade foi outrora um importante município Romano e posteriormente, palco de inúmeras lutas entre cristãos e muçulmanos.

Por José Arnaldo Ferreira Fotografia | Município de Alcácer do Sal

O castelo é de origem muçulmana, no entanto, a estrutura que actualmente existe data do século XII e é um dos poucos exemplares arqui-

tetónicos em taipa a resistir à passagem do tempo até aos dias de hoje.

A construção apresenta-se em planta irregular e possui duas linhas de

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muralhas, dotadas de torres quadradas a espaços regulares.

Historicamente, Alcácer do Sal foi um dos principais bastiões da luta entre os muçulmanos e cristãos D. Afonso Henriques conquistou esta fortaleza em 1158 com o apoio dos cavaleiros da Ordem de Santiago.

Apenas trinta anos depois, durante a invasão do califa Almançor, o castelo volta à posse dos Mouros, até ser reconquistado pela coroa portuguesa em 1217, sob a égide de D.Afonso II. O feito da reconquista de Alcácer do Sal teve eco por toda a Europa, era um sinal de que a luta contra os mouros estava no bom caminho e foi considerado o mais importante acontecimento do reinado de D.Afonso II. O castelo manteve-se até ao Século XV como um dos mais

importantes centros militares da linha defensiva portuguesa.

As Freiras Clarissas ocuparam o edifício durante cerca de 300 anos, até este ter ficado ao abandono devido à extinção das ordens religiosas, ocorrida em 1834. A recuperação do castelo, que actualmente se encontra classificado como Monumento Nacional, iniciou na década de 90 do século XX, tendo terminado em 2008.

As suas muralhas albergam hoje a Pousada D. Afonso II, a Cripta Arqueológica, a Igreja de Santa Maria do Castelo e a estação arqueológica do Fórum Romano e da área residencial.

Existem assim inúmeras razões para uma visita ao Castelo de Alcácer do Sal, que foi uma das mais importantes fortificações da história de Portugal.

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A última conquista Por José Arnaldo Ferreira Fotografia: Município de Silves

O maior castelo de todo o Algarve surge imponente no cimo da cidade de silves. É considerado um dos monumentos mais belos de toda a região e é também o mais bem conservado exemplar da arquitectura militar islâmica em Portugal.

Localizado sobre a foz do rio Arade, o Castelo de Silves possui uma cor avermelhada por via do grés vermelho, amplamente existente na região, e usado no revestimento das suas muralhas. A magnífica edificação está dotada de uma cortina de muralhas com 11 torreões. Edificado nos primórdios da dominação islâmica, provas arqueológicas colocam a data inicial da sua construção no longínquo século VIII. O castelo contribuiu para a im-

portância que Silves atingiu durante a ocupação islâmica da península ibérica. No século XI esta cidade algarvia foi capital de uma taifa (reino islâmico independente), terá sido nesta altura que foram erguidas as muralhas que existem actualmente.

Anualmente, o município de Silves, realiza durante o mês de agosto uma feira medieval, afamada pelas suas recriações históricas com base no passado muçulmano de Silves.

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Pelas mãos de Portugal Com o auxílio de cruzados ingleses e alemães, D.Sancho I foi o primeiro rei português a conquistar a fortificação de Silves em 1189, todavia, dois anos depois uma investida muçulmana recuperou o castelo. Só em 1250, pela mão do rei D.Afonso III, Silves viria a ficar definitivamente em mãos portuguesas.

O terramoto de 1755 provocou imensos estragos ao monumento, mas a Direcção Geral dos Edifícios

e Monumentos Nacionais, ciente da importância histórica desta construção, levou a cabo entre as décadas de 30 e 40 do século passado, uma grande obra de restauro.

Felizmente, graças ao bom estado de conservação, podemos hoje admirar em plenitude uma das mais fiéis construções militares islâmicas, ainda existentes em Portugal. Elevado a Monumento Nacional em 1910, o Castelo de Silves é um marco da nossa história.

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