Portugal Misterioso ...by Descla

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desporto cultura lazer Novembro 2019

PORTUGAL MISTERIOSO

ficha técnica Propriedade, edição e distribuição: Gomes & Canoso,lda.

Rua São João, nº.39, Repeses 3500-727 Viseu

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Telefone: 232 407 544 Telemóvel: 969 474 853 Directora: Olinda Martins Redacção: Ana Margarida Gomes Colaboradores: José Arnaldo Ferreira Paginação: Jonathan Silva e Tiago Canoso Publicidade e Marketing: Joaquim Gomes e Tiago Canoso

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Editorial Caros leitores, Nesta edição vamos abordar arte, costumes e mitos ligados ao obscuro. Nos dias de hoje locais que antigamente não eram vistos como de interesse, atraem um número cada vez maior de turistas e curiosos. Surge um novo tipo de turismo, o chamado Turismo Negro.

Convidamos o leitor a deitar por terra o negativismo associado a espaços e tradições mais obscuras. Locais como cemitérios podem ser autênticos

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museus ao ar livre, cheios de fantásticos exemplos de arte. As Capelas dos Ossos são monumentos cheios de personalidade que mostram que a vida é efémera e deve ser celebrada.

Lendas sobre o sobrenatural despertam a nossa curiosidade, a maioria delas acontecem em espaços de grande beleza e importância histórica.

Vamos deixar cair os mitos…

Boas Leituras.

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geral@gomesecanoso.pt 232 407 544 Largo General Humberto Delgado, nº1, 1º esq.

Património, mitos e

tradições As Capelas dos Ossos surgem num contexto histórico muito importante a Contra-Reforma, são locais cheios de arte que ajudam a compreender uma das épocas mais conturbadas que a Igreja Católica viveu ao longo dos tempos. Os cemitérios portugueses possuem manifestações artísticas de vários séculos, são vistos por muita gente como autênticos museus ao ar livre.

As lendas acontecem por norma em espaços de grande importância ou beleza. Sintra é um desses exem-

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plos, através destas histórias obscuras podemos conhecer alguns dos mais belos palácios de Portugal.

A maioria das tradições celebradas em Portugal tiveram origem por via de rituais pagãos. Algumas acontecem há tanto tempo que chegam a ser das mais antigas e genuínas festividades do nosso território. Os Caretos de Podence são um exemplo de uma celebração de carnaval genuinamente portuguesa sem influencia do exterior, como acontece em tantas outras.

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PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS (UFCD - 4798)

PÚBLICO Exclusivo para trabalhadores do sector privado e empresarial.

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HORÁRIOS Segundas e Quartas | 19:00 - 23h00

INFORMAÇÕES

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Morada: Largo General Humberto Delgado nº1, 1º Esq.

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As Capelas dos Ossos e a sua origem

Fotografia: CM Campo Maior

Texto por José Arnaldo Ferreira

As Capelas dos Ossos fazem parte de um tipo de património macabro, presente sobretudo no sul de Portugal. O exemplo mais conhecido do público é sem dúvida a Capela dos Ossos de Évora, no entanto, existem outras edificações de tipologia semelhante no nosso território.

Acredita-se que a origem destas peculiares capelas esteja relacionada com a enfatização da morte, ocorrida durante o período de influência barroca em Portugal. Entre os sécu-

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los XVI e XVIII o fascínio pelo horror e o medo da morte andavam de mãos dadas, numa sociedade que se regia mais pela fé, que propriamente pela razão.

A Reforma Protestante ocorreu no início do século XVI. A Igreja Católica respondeu com a Contra-Reforma e procurou, através do Concílio de Trento, um reafirmar dos dogmas cristãos. Portugal entra, assim, numa época marcada pelo culto da imagem e do sofrimento, que o Vaticano soube explorar sobretudo através da arte barroca.

As ossadas que durante séculos foram depositadas em ossários nos átrios das igrejas e em seu redor,

longe dos olhares do povo, serviam agora para decorar altares. O barroco e a sua sensibilidade orientada pelo exagero, assumiu contornos algo macabros e deu origem às Capelas dos Ossos.

Em Portugal existem seis Capelas dos Ossos, todas localizadas a sul do Tejo. Évora, Campo Maior e Monforte no Alentejo a par com Faro, Lagos e Alcantrilha no Algarve são os exemplos conhecidos destas singulares construções.

Fotografia: CM Silves

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Capela dos Ossos de Évora Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Igreja de São Francisco de Évora

A Capela dos Ossos de Évora é a mais conhecida e maior das capelas dos ossos existentes em Portugal. Quase tão celebre como este monumento é a inscrição à entrada: “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”. Foi construída no século XVII e pretendia lembrar aos crentes a efemeridade da vida. A arte barroca predomina neste espaço.

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As paredes do espaço encontram-se, juntamente com os pilares, revestidas por milhares de ossos e crânios humanos. As ossadas são provenientes de antigos sepulcrários ligados ao convento. O tecto abobadado está decorado com frescos que representam passagens bíblicas, símbolos cristãos e os instrumentos da Paixão de Cristo.

As pinturas datam de 1810. À entrada

observamos ainda um painel de azulejos, da autoria de Siza Vieira, acerca do milagre da vida e a sua contraposição ao tema da morte.

A Capela dos Ossos é parte integrante da Igreja de São Francisco de Évora, que se encontra classificada como Monumento Nacional, e é um dos monumentos mais visitados na cidade de Évora.

Fotografia cedida por: Município de Évora

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Capela dos Ossos Capela de dos Campo Maior Ossos de

Campo Maior

Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: CMCampo Maior

A Capela dos Ossos de Campo Maior é a segunda maior do país, encontrando-se adjacente à Igreja Matriz da cidade.

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A sua construção data de 1766, foi erguida em memória das vítimas da explosão do paiol da pólvora de 1732, uma tragédia que dizimou mais de dois terços da população de Campo Maior.

O interior da capela é composto por uma nave única, toda ela coberta por ossadas das vítimas da tragédia.

A arquitectura é tipicamente barroca, à semelhança das outras capelas dos ossos. Encontram-se expostos dois esqueletos completos nas laterais, que provocam um grande impacto visual. O altar mor possui um nicho envidraçado, onde sobressai um crucifixo por entre as ossadas presentes.

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Capela dos Ossos de Monforte

Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: CM Monforte

A Capela dos Ossos de Monforte é a mais pequena destas edificações existentes em Portugal. Tem uma área de pouco mais de quatro metros quadrados, no entanto, a espetacularidade do espaço é enorme.

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O seu interior encontra-se repleto de crânios humanos, intercalados por ossadas, que conferem um ambiente profundamente macabro ao local. No centro sobressai um pequeno altar mais convencional decorado com velas e imagens católicas.

A capela está anexada à Igreja

Matriz de Monforte e foi construída no século XVIII. Por cima da porta de acesso ao exíguo espaço, encontramos um crânio humano sobreposto a dois ossos humanos, que funciona como um prenúncio daquilo que encontramos no seu interior.

Fotografia cedida por: Município de Ourique

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Capela dos Ossos de Faro Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: CMFaro

A Capela dos Ossos de Faro localiza-se junto ao exterior da Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Faro. A igreja principal é um belo monumento de arquitetura barroca, com decorações interiores de ouro, proveniente do Brasil. A sua construção foi terminada no início do século XVIII, sob o reinado de D. João V. 16 ...by Descla | Portugal Misterioso

Apesar da beleza presente na Igreja construída pela Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, é a pequena Capela dos Ossos a atração principal do espaço. O solo está repleto de sepulturas, pois o local foi em tempos idos um cemitério. Ao entrar na exígua capela encontramos mais de mil ossadas

humanas, sobretudo crânios e tíbias, cuja disposição culmina num altar com uma imagem de Cristo.

Diz-se que os restos que por ali repousam pertencem aos antigos monges carmelitas, expostos para lembrar o povo da efemeridade da vida humana.

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Capela dos Ossos de Lagos Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por:

A Capela dos Ossos de Lagos encontra-se anexada à Igreja de São Sebastião. A edificação principal é um belo exemplar de arquitetura religiosa, composta por três naves, separadas através de arcos de volta perfeita. No interior da igreja predomina o estilo barroco, a sua construção data do século XV. Numa das laterais do templo está a Capela dos Ossos. O espaço, apesar das dimensões reduzidas, é bastante rico do ponto de vista arquitectónico. As ossadas preenchem todo o tecto, este é curvo e de dupla arcada, assente em colunas rectangulares.

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As paredes à volta das colunas estão também ladeadas por ossos humanos, com destaque para os crânios colocados frontalmente. No altar sobressai um interessante retábulo em barroco joanino, com uma tela pintada no centro de motivos religiosos.

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Capela dos Ossos de Alcantrilha Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: CM Silves

A capela dos ossos de Alcantrilha, em Silves, encontra-se anexada ao lado sul da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição, datada do século XVI. 20 ...by Descla | Portugal Misterioso

A Capela também foi edificada no século XVI, o seu interior encontra-se ornamentado com mais de 1500 ossadas humanas. Destacam-se visualmente os crânios à volta do centro do altar, onde uma imagem de Jesus Cristo crucificado contrasta com o cenário macabro à sua volta.

Existe um mito de que as ossadas

da capela seriam de frades Jesuítas que outrora surgiram nesta região, no entanto, não há provas concretas de tal. A Capela dos Ossos de Silves é parte integrante da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição, edifício classificado como Imóvel de Interesse Público.

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Os cemitérios e a arte romântica

Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Américo Simas / CMLisboa

Um cemitério não é o primeiro local no qual pensamos se o tema for arte, história ou arquitectura, no entanto, existem pelo nosso país cemitérios riquíssimos sob o ponto de vista histórico-arquitectónico. A Associação dos Cemitérios Monumentais da Europa considera que os cemitérios portugueses são dos mais ricos em arte romântica.

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Na cidade do Porto, os sepulcrários de Agramonte e do Prado do Repouso foram incluídos na Rota Europeia dos Cemitérios. Em Lisboa, o Cemitério dos Prazeres atrai um número cada vez maior de Visitantes.

Jazigos que são autênticas obras de arte, campas onde repousam fi-

guras ilustres e esculturas de anjos, pessoas ou mesmo animais são algumas das razões que atraem cada vez mais visitantes aos cemitérios portugueses.

A vida é efémera, mas a arte perdura e estes espaços conjugam brilhantemente esta realidade.

Fotografia cedida por: Henrique José G. Ferreira

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Prado do Repouso Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Jorge Coelho

O Cemitério do Prado do Repouso, inaugurado em 1839, foi primeiro cemitério público do Porto. Possui uma arte muito própria onde predomina o neo-gótico. Os jazigos por lá edifica-

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dos são impressionantes, destaca-se a utilização do granito e a monumentalidade. O Prado do Repouso atrai ainda a atenção pelos mausoléus de diversas personalidades.

Agramonte Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Jorge Coelho

Inaugurado em 1855, o Cemitério de Agramonte foi alvo de uma reorganização na década de 70 do mesmo século. O espaço assumiu então uma grande importância e foi nesta altura que começaram a surgir em Agramonte os jazigos repletos de arte que actualmente encontramos.

Possui mausoléus com esculturas da autoria de Soares dos Reis, António Teixeira Lopes e Alves Pinto.

Tal como o Prado do Repouso, este sepulcrário é a última morada de diversas personalidades portuenses, inúmeras delas ligadas às artes.

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Cemitério dos Prazeres Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Américo Simas / CM Lisboa

Este sepulcrário é um autêntico museu ao ar livre, para além de toda a beleza arquitetónica que possui, é o local onde repousam grandes personalidades da história de Portugal.

O Cemitério dos Prazeres data de 1833, em pleno período romântico, a sua construção teve origem por via

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de uma epidemia de cólera que assolou a capital naquele ano.

Edificado na zona ocidental de Lisboa, perto dos bairros aristocratas lisbonenses, levou a que o Cemitério dos Prazeres se tornasse um espaço elitista. Os jazigos por lá presentes possuem arte tanto de autores

anónimos como de arquitetos de renome. Podemos observar esculturas verdadeiramente fantásticas ao visitar o local.

O Cemitério dos Prazeres possui o maior mausoléu privado da Europa, pertencente aos Duques de Palmela.

Na Capela dos Prazeres encontramos uma antiga sala de autópsias.

Este sepulcrário reclama ainda a maior concentração de ciprestes na Península Ibérica.

O cemitério passou para a administração municipal em 1840. A Câmara Municipal de Lisboa, através da Divisão de Gestão Cemiterial, reconhece a importância deste espaço e contribui para a preservação deste património, assim como para a sua divulgação. Existem visitas guiadas ao local e vários percursos temáticos para conhecer o Cemitério dos Prazeres em toda a sua plenitude.

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A Serra de Sintra Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Tiago Canoso

A Serra de Sintra é um lugar místico, fértil em lendas e mistérios. Desde há muito que em Sintra a natureza e o oculto andam de mãos dadas.

As quintas e palácios por lá existentes criaram os cenários ideais para mitos e histórias de cortar a respiração. Forças esotéricas, locais com poderes sobrenaturais, lendas trágicas de amor e até mesmo a existên-

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cia de bruxas, são algumas das lendas associadas a Sintra. Os romanos chamavam à Serra de Sintra "Mons Lunae" e ainda hoje este espaço é conhecido pelo nome Monte da Lua.

As lendas dos Palácios A Quinta da Regaleira é um lugar de beleza extenuante e que possui também muito misticismo. Por entre os seus jardins encontramos um misterioso poço iniciático, existe a crença de que o local fora em tempos

idos utilizado em rituais de iniciação maçónicos. Por toda a quinta os símbolos e as referências à maçonaria e a temas esotéricos estão presentes.

O Palácio da Pena é outro dos ex-libris de Sintra. Os seus imensos

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jardins estão também envoltos em lendas e mistérios, a mais conhecida será talvez a lenda da fada da gruta.

Há muitos anos atrás uma fada habitava numa gruta dos jardins, diz-se, que devido a um amor trágico, ainda hoje é possível ouvir os seus gritos e choros durante noite ao percorrer os jardins.

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A lenda de uma Moura morta pelo marido, por se ter apaixonado por um cristão, assombra os jardins do Palácio Nacional. Diz-se que ainda hoje se ouve o choro da moura que deambula pelo espaço à procura do seu antigo amor.

Caminhos assustadores A floresta que envolve Sintra e circunda o Convento dos Capuchos conjuga com harmonia, património e natureza. O cenário é também propício ao nascimento de mitos. A história do fantasma de Sintra é, sem sombra

de dúvidas, a mais conhecida. Apesar de poucos acreditarem na existência de um fantasma, a verdade é que a estrada que liga o centro da vila ao Convento dos Capuchos, se tornou num dos locais mais assustadores de Sintra. Durante a noite pouca gente se aventura a fazer o trajecto.

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Os Caretos de Podence Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Tiago Canoso

Os costumes pagãos sempre despertaram curiosidade nas pessoas, os Caretos de Podence são uma das mais genuínas e antigas tradições do género em Portugal.

Na aldeia de Podence, a poucos quilómetros de Macedo de Cavaleiros, a tradição mantem-se. Desde 1985 que foi criada uma associação

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cultural, com o objectivo de preservar esta tradição. A celebração deriva de antigos rituais celtas, apesar de alguma incerteza sobre o seu início.

Aquando do Domingo Gordo e da Terça-Feira de Carnaval, na aldeia de Podence, os jovens vestem-se com trajes coloridos, tapam a cara com mascaras de lata, madeira e couro para, no anonimato, “chocalhar” as raparigas da aldeia. A tradição é seguida de perto pelos mais novos para que no futuro sejam eles os caretos da povoação.

Na noite de Domingo Gordo acontecem mesmo casamentos fictícios entre a população jovem da aldeia.

A cerimónia é marcada pelo humor e manda que, na manhã seguinte, o noivo vá agradecer à rapariga que lhe calhou em sorte, esta deve corresponder com uma oferenda de doces e vinho.

A celebração dos Caretos de Podence atrai imensos turistas e curiosos a esta pequena aldeia transmontana, e é tida como uma das mais genuínas celebrações carnavalescas de Portugal.

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