ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
Dsc. Manfredo Luiz Lins e Silva Superintendente da Escola Cearense de Oncologia - ECO
ENTUSIASMO PARA ENSINAR E APRENDER No exercício correspondente ao ano de 2015, ficamos bastante satisfeitos com as pesquisas e capacitações realizadas pela Escola Cearense de Oncologia (ECO), mas 2016 foi um ano ainda mais especial. Um período realmente extraordinário, em que comeZçamos a colher os frutos que plantamos lá atrás, com muito esforço e planejamento. Um dos motivos do nosso entusiasmo é, sem dúvida, a estruturação da Faculdade Rodolfo Teófilo, cujas obras foram concluídas. Equipamos todos os laboratórios, preparamos as salas de aula, cuidamos do acervo da biblioteca, finalizamos os projetos pedagógicos e instalamos a rede de TI. Com essas e outras providências, atendemos às solicitações do MEC, que em 2017 – se tudo sair conforme o previsto - deve nos conceder a certificação necessária, após as visitas de avaliação. Uma equipe enxuta, empolgada e vibrante dedicou-se a esse trabalho com o maior afinco possível. Unimo-nos para pensar os projetos de extensão, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), os projetos pedagógicos dos cursos, as políticas de pesquisa e de educação, o regimento interno, enfim, todo o arcabouço regulatório
da instituição. No segundo semestre de 2017, o Ceará já vai poder contar com essa nova unidade de ensino exclusivamente voltada à ciência da saúde e ciências sociais aplicadas, que abre suas portas com quatro cursos de graduação: Enfermagem, Fisioterapia, Serviço Social e Gestão Hospitalar. O ICC é uma instituição de vanguarda. Desde a sua fundação, esteve sempre alguns anos – talvez até algumas décadas – a frente de seus pares. Foi esse espírito inovador que nos habilitou a investir na educação superior, uma vez que já temos uma universidade corporativa, que é a ECO, onde formamos mestres, doutores e especialistas. A Escola também oferece iniciação científica e tem um Centro de Pesquisa Clínica que é pioneiro no Nordeste desde 1997, com mais de 70 estudos finalizados. Isso nos inspirou a compartilhar nossa experiência. Os alunos da Faculdade Rodolfo Teófilo terão a disposição uma imensa sala de aula formada pelo HHJ, a Casa Vida e a própria ECO. São diferenciais que não se encontram com facilidade no mercado de formação superior. O nosso pioneirismo, a nossa história e a nossa experiência nos habilitam a investir na graduação, colocando no mercado um produto da mais alta qualidade. O ano de 2016 também foi favorável a outras iniciativas da ECO. O programa de Iniciação Científica prosseguiu com toda a força, e já está indo para a sua oitava turma. Continuamos com o incentivo da FUNCAP para 14 bolsas, além das quatro bolsas “da casa”. Esses projetos estão dando apoio ao Dinter, que é o doutorado interinstitucional que realizamos em parceria com o A. C. Camargo Cancer Center. Ao todo são 20 alunos. O Dinter, aliás, encaminha-se para a sua etapa final. Esperamos que até março de 2017, todas as teses estejam defendidas. Em suma, as decisões firmes e atitudes ousadas do Instituto do Câncer do Ceará nos últimos anos – em termos de tecnologia para o tratamento do câncer, investimentos, educação e pesquisa – viabilizaram as melhorias de hoje e prometem grandes novidades para amanhã.
GERAR E DIFUNDIR CONHECIMENTO “Gerar e difundir conhecimento técnicocientífico em cancerologia”. Em uma única linha, é essa a missão para a qual nasceu a Escola Cearense de Oncologia (ECO), cujo credenciamento junto ao Ministério da Educação se deu no dia 9 de junho de 2005. Nesses 11 anos de atuação, a ECO mostrou que veio para ficar e ultrapassar fronteiras, renovando continuamente suas metas sem tirar o foco da sua missão. Primeiro, com a implantação da Residência Médica em Oncologia, que se expandiu para outros programas, tornando-se o quinto maior do país. Depois, com a oferta de cursos de PósGraduação Lato Sensu e programas de Pós-Graduação Stricto Sensu. O Doutorado e o Mestrado Interinstitucional em Oncologia, feito em parceria com o A. C. Camargo Cancer Center, organizou DESTAQUE EM 2016 suas primeiras turmas em 2008 e já formou mais de 10 mestres e doutores. A produção de monografias, dissertações, teses e publicações em periódicos na Residência Médica científicos relevantes passou a integrar a rotina da Escola. Mais tarde, a Residência Multiprofissional em Cancerologia veio alargar o leque de opções para quem busca experiência e aprimoramento em Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Serviço Social. Na ECO, a preocupação em oferecer treinamento, capacitação e qualificação profissional nas diversas áreas da cancerologia caminha lado a lado com o incentivo à pesquisa e produção científica do ICC. O Centro de Pesquisa Clínica traz a marca do pioneirismo e o programa de iniciação científica prossegue aprimorando vocações. O senso de responsabilidade acadêmica e a consciência das mudanças a serem empreendidas para que a população tenha o que há de mais eficaz na prevenção e combate ao câncer são os motores que movimentam as engrenagens da Escola Cearense de Oncologia – referência de qualidade reconhecida nas
31 alunos
formação de mestres, doutores e especialistas. A ECO conta com uma estrutura organizacional composta por uma Superintendência, três divisões operacionais (Ensino, Pesquisa e Extensão), Comissão de Ética em Pesquisa – CEP, Comissão Própria de Avaliação, Núcleo de Apoio à Pesquisa, órgãos colegiados, secretaria Acadêmica e biblioteca.
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APOIO PARA AVANÇAR Um dos grandes destaques para a ECO em 2016 foi a aprovação de mais um projeto pelo Programa Nacional de Apoio a Atenção Oncológica (Pronon). A partir do Pronon – espécie de lei Rouanet do câncer, que trata da doação de 1% do Imposto de Renda a pagar de empresas e pessoas físicas que aderiram a determinado projeto científico – o ICC captou recursos que vão viabilizar uma importante pesquisa na área de oncogenética.
Vale dizer que, em apenas três dias, o total levantado junto às empresas (R$ 4.217.000) ultrapassou em 20% o valor designado para o projeto, que era de R$ 3.543.000. Ou seja, o resultado foi superior ao esperado. “Tivemos a aprovação técnica do Ministério da Saúde e fomos extremamente bem sucedidos na captação de recursos. Estamos celebrando o termo de compromisso, depois de ter feito a readequação do projeto devido à captação acima do que prevíamos. Logo teremos os recursos liberados para a execução, provavelmente a partir de junho de 2017”, explica Alberto Fiúza, Superintendente de Suporte Corporativo do ICC. Intitulado “Rastreamento de mutações nos genes BRCA1, BRCA2, MLH1, TP53, MSH2 e MSH6 em pacientes com câncer de mama ou colorretal e potencialmente portadores de síndromes neoplásica hereditárias – bases para o aconselhamento genético racional no estado do Ceará”, o projeto trata de síndromes neoplásicas hereditárias do câncer de mama e do câncer colorretal. É um estudo na área de oncogenética que só encontra similar no eixo Sul-Sudeste. Seu objetivo é determinar a incidência de mutações nos genes citados em uma amostra de pacientes do ICC, no período de 2017 a 2019. O projeto vai beneficiar a população ao aumentar a chance de cura para familiares de pacientes com propensão hereditária ao desenvolvimento dessas
neoplasias antes que elas DESTAQUE EM 2016 se manifestem. Importante dizer que o Brasil é um país de dimensões continentais que ainda não possuía nenhuma estatística nesse na Residência Multiprofissional campo voltada para o Norte e Nordeste. Portanto, o trabalho servirá, também, para orientar a política nacional oncológica desenvolvida pelo Ministério da Saúde. Sete pesquisadores com titulação de doutorado estarão envolvidos na pesquisa, que tem prazo de execução de 36 meses.
24 alunos
DOUTORADO (DINTER): MOMENTO IMPORTANTE Em 2016, o Programa de Doutorado Interinstitucional (Dinter), realizado em parceria com o A. C. Camargo Cancer Center, contou com 10 alunos regulares e um aluno concludente. Pioneiro no Nordeste na área de cancerologia, o programa vem trabalhando desde 2008 na formação de
58 projetos de pesquisa
pesquisadores e doutores do mais alto nível. “O Dinter encaminha-se para a sua etapa final. Imaginamos que até março de 2017, todas as teses estejam defendidas. Em 2016, houve a defesa de uma tese, e para o próximo ano esperamos a defesa de outras 11”, informa o Superintendente da Escola Cearense de Oncologia, professor Manfredo Luiz Lins e Silva. Aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Profissionais de Nível Superior (CAPES) e reconhecido pelo Ministério da Educação DESTAQUE EM 2016 e Cultura (MEC), o Dinter é um curso temporário que atrai especialistas locais e de cidades próximas, habilitando-os ao desenvolvimento de atividades relacionadas à pesquisa e à prática docente. Para o ICC e a ECO, investir na preparação adequada é avançar na busca de soluções. E isso gera benefícios que vão muito além dos limites acadêmicos, alcançando aqueles que mais precisam: os pacientes com câncer.
RESIDÊNCIA MÉDICA: A PRÁTICA LEVA À EXCELÊNCIA Em 2016, a Residência Médica em Cancerologia contou com 31 alunos, quatro a mais que no ano anterior, divididos em sete especialidades: Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Cancerologia Clínica, Cancerologia Cirúrgica, Radioterapia, Mastologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Patologia. Até hoje, já foram formados quase 100 médicos especialistas em diferentes áreas da cancerologia por meio do programa. A Residência Médica do Instituto do Câncer do Ceará – ICC, em conformidade com o Decreto nº 80.281, de 05 de setembro de 1977, constitui modalidade de ensino de pósgraduação, cuja finalidade é o treinamento dos alunos em âmbito ambulatorial, hospitalar e cirúrgico, ajudando a desenvolver as aptidões dos novos profissionais médicos. Todos os
programas são credenciados pelo MEC e possuem atividades supervisionada pela ECO. Trata-se do quinto maior programa de Residência Médica em cancerologia do país, atraindo alunos do Ceará e de outros estados do Brasil. Tido como uma referência no tratamento do câncer, o Hospital Haroldo Juaçaba representa uma valiosa oportunidade de amadurecimento profissional para os residentes da ECO, pois, ao mesmo tempo em que estudam e adquirem proficiência técnico-científica, eles têm a oportunidade de participar, na prática, do atendimento aos pacientes da unidade de saúde. A formação especializada e o desempenho de excelência dos novos profissionais são a principal finalidade do programa, por meio do qual o ICC reafirma o seu compromisso de formar especialistas plenamente preparados para os desafios da profissão.
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL: NOVAS PERSPECTIVAS Com duração de dois anos, a Residência Multiprofissional em Cancerologia da ECO já formou três turmas, oferecendo, anualmente, 24 vagas em seis áreas: Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Serviço Social. Divididos em equipes multiprofissionais, os residentes ganham a chance de desenvolver na prática o que sabem em teoria, atuando junto aos vários serviços do HHJ, sob a supervisão dos profissionais da casa. Eles também cumprem um mês de estágio em postos de saúde de Fortaleza, a fim de complementar a formação em atenção primária, e realizam estágio eletivo em qualquer outra instituição hospitalar ligada à cancerologia. Em 2016, 24 alunos estiveram ocupando as seis áreas oferecidas pela Residência Multiprofissional, sendo quatro alunos para cada área. São 60 horas semanais de prática, que se dividem entre estágios de percurso,
rodízio por linhas de cuidado e estágio eletivo. Por ser uma instituição com características muito peculiares, já que se trata de DESTAQUE EM 2016 uma entidade filantrópica dedicada à cancerologia, o ICC sentiu necessidade de criar um modelo próprio de gestão pedagógica, no Programa de Iniciação Científica considerando as características da formação necessária, do tratamento do paciente acometido pelo câncer e dos profissionais da Residência Multiprofissional. Por isso, depois de uma bem-sucedida parceria com a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), a ECO se prepara para entrar em uma nova fase, lançando a própria Residência Multiprofissional.
12 bolsistas e voluntários
PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA Despertar a vocação científica, ordenar as boas ideias e incentivar os melhores talentos são os principais objetivos do Programa de Iniciação Científica da ECO, que em 2016 contou com 11 bolsistas e um voluntário. Orientados por pesquisadores qualificados, eles investiram seu tempo, seu conhecimento e suas habilidades para aprofundar as investigações sobre diferentes campos da área oncológica, dando também apoio ao Dinter. Os trabalhos em andamento recebem o apoio de bolsas concedidas pela FUNCAP e pelo ICC. A seleção para as quatro bolsas oferecidas pelo ICC aconteceu no início de 2016, com a entrega dos projetos de pesquisa e planos de trabalho dos candidatos à Secretaria Acadêmica da ECO. No valor de R$ 400 mensais, as bolsas têm a duração de 12 meses e o aluno deve dedicar 20 horas semanais ao programa. O processo seletivo é coordenado por um comitê externo, nomeado pela ECO, que avalia as propostas e as encaminha para o Comitê Institucional de Iniciação Científica.
SEÇÕES CLÍNICAS “A Escola de Saúde Pública foi muito importante para o desenvolvimento da Residência Multiprofissional. Atravessamos três anos de intensa cooperação, mas, em 2017, a ECO vai começar DESTAQUE EM 2016 a caminhar com os seus próprios pés. Considero 49 sessões clínicas com que esse voo solo faz parte de um processo natural, especialmente dentro dessa perspectiva que está se criando para os próximos cinco anos, com a abertura da Faculdade Rodolfo Teófilo”, considera o superintendente Manfredo Luiz Lins e Silva.
2.025 participantes
Foram 49 Sessões Clínicas com 2.025 participantes em 2016. Os temas abrangeram importantes questões como ética, tumor board, técnicas cirúrgicas, novos medicamentos, biologia molecular, inovações, atuação multiprofissional, dentre outros; com intenso envolvimento dos participantes, tanto residentes quanto profissionais do Hospital Haroldo Juaçaba (HHJ), que se uniram para expandir conceitos e compartilhar informações. Realizadas semanalmente há 17 anos, as Sessões Clínicas ajudam a difundir dados, informações e pesquisas avançadas sobre o câncer.
XVII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DO HOSPITAL HAROLDO JUAÇABA Em abril de 2016, a ECO promoveu a 17ª edição do Simpósio Internacional do Hospital Haroldo Juaçaba, cujo tema foi “Apresentação de Casos Cirúrgicos nas Áreas de Urologia e Abdômen”. Os especialistas presentes debateram sobre as novas pesquisas relacionadas ao câncer de próstata, tumor renal e tumor de junção esôfago gástrico, entre outros assuntos fundamentais para o avanço das linhas de pesquisa. Um dos destaques da extensa programação foi a presença do médico cearense com carreira internacional na área de urologia, Dr. Edson Pontes, que veio acompanhado dos médicos norte-americanos Donald Weaver M. D., reconhecido por sua vasta contribuição no campo da cancerologia e Weal Sakr M. D., reconhecido médico patologista da Wayne State University. Com 112 participantes em sua edição mais recente, o Simpósio Internacional do Hospital Haroldo Juaçaba é fruto de uma parceria entre a ECO e Detroit Internacional Research and Education Foundation (DIREF).
I SIMPÓSIO DE FERIDAS E ESTOMIAS O I Simpósio de Feridas e Estomias do HHJ teve a participação de 153 profissionais da equipe multiprofissional e colaboradores do Instituto, contando, também, com a presença de profissionais renomados no cenário de enfermagem dermatológica, como a presidente da Sociedade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estécias (SOBENFeE), Mara Blanck. Durante o Simpósio, foram discutidos temas relevantes para a área, como as
novas tecnologias e métodos de atenção ao paciente oncológico, nos mais variados aspectos relacionados a feridas e estomias. Toda a equipe de Enfermagem do ICC foi contemplada com a inscrição.
CENTRO DE PESQUISA BIOBANCO Várias pesquisas importantes dependem de informações obtidas por meio de materiais biológicos, que devem ser coletados, armazenados e administrados em estruturas adequadas para fins específicos de pesquisa, obedecendo a normas técnicas, éticas e operacionais pré-definidas.
Diante da necessidade de utilização de amostras biológicas para o desenvolvimento da ciência humana, surgiu a necessidade de criação de Biobancos, que são considerados coleções de amostras DESTAQUE EM 2016 de material biológico (tecidos, sangue, fluidos corporais) e seus dados clínicos associados. Essas amostras são obtidas de pacientes que técnicas de alunos da Unifor utilizam um determinado serviço de saúde, onde geralmente são submetidos a procedimentos cirúrgicos. Para isso, o paciente deve ser consultado previamente ao procedimento cirúrgico e dar o consentimento de guarda do material a partir do termo de consentimento livre e esclarecido.
269 visitas técnicas
Existem 41 biobancos nos Brasil. Apenas nove armazenam tumores, sendo dois no Nordeste. O marco regulatório sobre o tema é composto de regulamentações do Conselho Nacional de Saúde, Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Criado em 2011, o Biobanco do ICC é o primeiro banco de tumores do Nordeste, e possui um estoque de amostras tumorais, tecido normal, plasma e buffy coat (creme leucocitário) que já chega a 5.376 amostras. O serviço conta com uma equipe multidisciplinar composta por médico patologista, biólogo, enfermeiro e técnico de enfermagem, que se dedicam à organização e controle do material coletado. O Biobanco do ICC guarda o material genético congelado de várias linhas tumorais. Esse material é proveniente de pacientes atendidos na instituição, com consentimento no momento pré-cirurgico e sem necessidade de procedimento cirúrgico adicional. A coleta do material deve seguir protocolos padronizados, garantindo a preservação do DNA e RNA do mesmo. Após a coleta, esse material é acondicionado em tubos específicos e passa a ser identificada por códigos de barra, garantindo o anonimato, e preservado em sistema de congelamento que assegura a qualidade do material por muitos anos. As amostras armazenadas nos biobancos podem ser utilizadas para vários fins, ajudando a identificar possíveis cânceres ou tumores que têm correlação hereditária e verificando as possíveis epidemiologias genéticas de determinada região, dentre outros benefícios. O ICC tem participado de pesquisas internacionais por meio da Escola Cearense de Oncologia (ECO) e testado novos quimioterápicos, sendo Biobanco uma frente avançada para tratamentos menos mutiladores.
BIOLOGIA MOLECULAR O Laboratório de Biologia Molecular (BioMol) do ICC atua prestando serviço na assistência ao paciente com câncer e na
pesquisa científica. O papel do Laboratório é identificar a presença de mutações que possam ser alvos terapêuticos já utilizados na medicina personalizada. Dessa forma, o paciente se beneficia do tratamento oncológico baseado em suas características moleculares. Este serviço foi criado no Laboratório de Patologia Livino Pinheiro por meio da aquisição do equipamento COBAS Z 480 da Roche Molecular Diagnostics. Trata-se do único laboratório de Fortaleza que possui esse equipamento e tecnologia, primando sempre pela agilidade e compromisso com a qualidade no atendimento ao paciente com câncer. A avançada tecnologia da reação em cadeia da polimerase em tempo real (real-timePCR), utilizada para testes moleculares, possibilita a identificação de mutações em certos genes, permitindo uma abordagem clínica direcionada das opções terapêuticas. Mutações em genes importantes para o processo tumorigênico, como EGFR, KRAS e BRAF podem direcionar terapias alvoespecíficas para o câncer de pulmão, colorretal ou melanoma metastático, respectivamente. Desde janeiro de 2012, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) prevê em seu rol de cobertura os testes EGFR e KRAS, desde que seguidas as orientações de utilização previamente determinadas.
Recentemente, o HHJ firmou uma parceria que possibilita que o teste de rastreamento da mutação do EGFR seja feito sem custos para o paciente diagnosticado com adenocarcinoma de pulmão, representando uma conquista para os cearenses. Nesse sentido, o laboratório de BioMol segue com perspectivas promissoras e está buscando implementar, DESTAQUE EM 2016 também sem custos para esse paciente, o exame de biópsia líquida, que investiga mutações utilizando DNA de de 1.857 pacientes células tumorais coletado no Biobanco de Tumores a partir do sangue, sendo estratégia menos invasiva. Adicionalmente, o laboratório de BioMol foi selecionado pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON) como um local para o estabelecimento de um centro de oncogenética, que buscará a identificação de mutações hereditárias em pacientes e familiares com câncer de mama e câncer colorretal. Com especialistas e profissionais altamente capacitados, os testes realizados no serviço de BioMol do HHJ estão franqueando a entrada do Hospital na era genômica e na medicina personalizada, possibilitando tratamentos direcionados, a partir das mutações pesquisadas.
5.376 amostras
EXAMES OFERECIDOS PELO LABORATÓRIO: • EXAME HISTOPATOLÓGICO DE ROTINA: - Biopsias simples - Peças cirúrgicas simples - Peças cirúrgicas complexas • CITOLOGIA EM GERAL • EXAME DE CONGELAÇÃO • IMUNOISTOQUÍMICA - Painel de IHQ de fatores prognósticos do câncer - Painel de IHQ para imunofenotipagem de tumores malignos - Painel de IHQ para detecção de sítio primário de neoplasia metastática • PESQUISA DE HER-2 • SISH • BIOLOGIA MOLECULAR
TOTAL DE REAÇÕES REALIZADAS PARA RASTREAMENTO DE MUTAÇÕES: • 78 EXAMES ASSISTÊNCIA, SENDO: - 05 BRAF (Mutação V600E) no exon 15 - 73 EGFR (Busca 41 mutações nos éxons 18, 19, 20 e 21) • 11 EXAMES PESQUISA PARA OS SEGUINTES ALVOS: - 11 EGFR (Busca 41 mutações nos éxons 18, 19, 20 e 21)
REAÇÕES DE RASTREAMENTO DE MUTAÇÃO: Total: 89, sendo 78 para assistência e 11 para pesquisa do Dinter intitulada “Perfil ClínicoPatológico, Molecular e Viral do Câncer de Pênis em Pacientes Atendidos em um Centro de Referência no Nordeste Brasileiro”. Adicionalmente, foram realizadas para a pesquisa intitulada “Perfil histopatológico e molecular de melanomas cutâneos no Estado do Ceará”, 37 reações para extração de DNA, sem correspondência com a reação de detecção de mutação no ano de 2016. Vale salientar que esta etapa é indispensável para as reações posteriores da Biologia molecular.
PESQUISA CLÍNICA Comprovadamente, as instituições que investem em pesquisa clínica melhoram os processos de assistência, beneficiando de forma direta o paciente ao tornar possível o contato com as mais recentes terapêuticas em câncer. Produzindo conhecimentos essenciais, essa atividade científica consiste numa extensa e cuidadosa investigação em laboratório, onde os pesquisadores desenvolvem e testam novos fármacos em
quatro fases sucessivas e necessárias. É por meio da pesquisa clínica que se desenvolvem e validam inovações capazes de prevenir, detectar, diagnosticar, controlar e tratar doenças, sob supervisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Primeiro do Norte e Nordeste, o Centro de Pesquisa Clínica do Instituto do Câncer do Ceará realiza estudos clínicos de fase II, III e IV, assim como de acesso expandido, em âmbito nacional e internacional. Treinados a partir das diretrizes do Good Clinical Practice, os profissionais envolvidos seguem os parâmetros éticos estabelecidos para a matéria, adotando práticas que se baseiam em evidências científicas efetivas e seguras para o paciente.
PESQUISA ACADÊMICA Não é possível manter-se na vanguarda do conhecimento sem investir em pesquisa acadêmica. No caso da ECO, os pesquisadores atuam em diversas áreas ligadas à cancerologia, seja com estudos próprios ou a partir de parcerias firmadas com instituições de ensino superior - tais quais: UFC, UECE, Unichristus e A.C. Camargo Cancer Center, as atividades de pesquisa da instituição recebem apoio de fomento de diversas agências, em 2016 o apoio recebido, através de projetos aprovados em editais da FUNCAP, foi significativo. A atividade é importante na condução dos programas de pós-graduação da ECO e se organiza em grupos registrados no CNPq.
COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA (CEP) Criado em 22 de outubro de 2003, o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto do Câncer do Ceará (CEP) é uma organização independente, de natureza técnico-científica e deliberativa, que tem por finalidade acompanhar, avaliar e supervisionar as
pesquisas envolvendo seres LINHAS DE PESQUISA humanos realizadas por iniciativa do ICC. • CLÍNICA E CIRÚRGICA Nove membros titulares - Aspectos Especiais na Terapia do Câncer e dois suplentes formam o grupo interdisciplinar do - Biologia Celular e Molecular CEP, que a exemplo dos de Tumores órgãos colegiados dessa - Efeitos Adversos da Terapia Oncológica natureza é amparado - Qualidade de Vida em Pacientes na Resolução 466/12 do Oncológicos Conselho Nacional de Saúde (CNS). O Conselho mantém • EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER - Fatores de Risco do Câncer reuniões periódicas para avaliar o cumprimento das - Mortalidade e Morbidade por Câncer normas técnicas e éticas dos projetos relatados, normalmente, as reuniões mensais ocorrem na última quinta feira de cada mês. A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) é cientificada da aprovação dos projetos por meio da Plataforma Brasil.
RESPONSABILIDADE E COMPROMISSO SOCIAL
Dra. Lúcia Alcântara Presidente da Rede Feminina do ICC
Débora Boni Superintendente de Responsabilidade Social do ICC
MUITOS PLANOS, COM NOVAS TRANSFORMAÇÕES Imagine uma casa ideal. Qual seria? Certamente, um lugar com móveis novos e funcionais. Com cadeiras, camas, tevê, quartos limpos, cozinha bem equipada. Tudo o que uma pessoa precisa para se sentir bem. É assim a Casa Vida, que desde 2015 ocupa uma nova e ampla sede, em frente à Lagoa do Porangabussu, e que em 2016 ganhou o mobiliário que faltava para complementar as transformações. Isso foi possível graças aos recursos do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), que nos permitiram guarnecer todas as acomodações com a mobília mais adequada à uma instituição cuja missão é acolher. Foi um salto gigantesco de qualidade, que viabilizou a promoção de um número maior de atividades. Hoje, quando os visitantes chegam à Casa, ficam encantados. Porém, ninguém está feliz mais feliz do que nós do ICC, que trabalhamos para que isso acontecesse. A Casa Vida, como todos sabemos, é um grande centro de acolhimento há mais de 40 anos. Além de hospedar os pacientes do interior que fazem quimioterapia, radioterapia ou algum tipo de tratamento no Hospital Haroldo Juaçaba, acolhe pessoas
que vêm a Fortaleza apenas para realizar um exame. Os chamados pacientes-dia estão aumentando cada vez mais, por isso trabalhamos fortemente para dar-lhes conforto e suporte. Como dependem das ambulâncias contratadas pelos municípios para retornarem às suas cidades, eles têm a opção de aguardar a hora do retorno na Casa Vida, onde encontram uma estrutura confortável e todo o apoio possível. Isso já era feito, mas em 2016 pôde ser reforçado, abrindo espaço para as melhorias que virão em 2017. Qualidade de vida é a expressão que mais trabalhamos junto aos hóspedes. Procuramos humanizar a acolhida e suavizar a estadia dos que estão conosco – muitas vezes enfrentando momentos dolorosos para toda a família. Oficinas de trabalho manual, aulas de arte, laboratório de maquiagem e outras formas de entreter, instruir e inspirar são costumeiramente ofertadas. Em 2016, dois professores se voluntariaram para dar aulas de alfabetização. Foi uma experiência muito boa, apesar do pouco tempo que alguns pacientes ficam conosco. Eles saíram da Casa levando consigo a faísca do aprendizado e podem prosseguir em seus municípios, pois já viram que aprender a ler é um sonho possível. A partir disso, nós incluímos no projeto do Pronon a montagem e organização de uma biblioteca. Conhecemos outras instituições similares, e podemos dizer, sem medo de errar, que a Casa Vida é extremamente organizada e dinâmica. Aqui, criou-se uma cultura – que hoje está disseminada entre pacientes, acompanhantes e voluntários – de limpeza, cuidado e esmero no ordenamento, para que todos tenham o conforto que merecem. Conseguimos manter este padrão, porque todos se sentem responsáveis. A Casa Vida é nossa, e prossegue cada vez mais aberta a quem dela precisa. É esse o preceito definidor da Rede Feminina do ICC, fundada por Heloisa Juaçaba e Dolores Alcântara para manter acesa a chama da solidariedade e do afeto.
ACOLHENDO MELHOR A Casa Vida ocupa uma sede de quatro andares e 3.800 m2, seis vezes maior que a anterior. Ela foi criada para acolher pacientes e acompanhantes vindos do interior que não tenham condições financeiras nem suporte de hospedagem em Fortaleza. O processo de ingresso é simples e começa com o médico responsável pelo tratamento no HHJ, que encaminha o paciente para o Serviço Social do ICC, a fim de que possam ser coletados os seus dados e conferido o seu perfil. Depois disso, o paciente já é recebido pela Casa. Durante todo o tempo em que durar o tratamento, ele tem direito a um acompanhante. Ambos recebem seis refeições por dia. Em 2016, foram oferecidas um total de 12.102 refeições. Para ser erguido, o novo prédio contou com a colaboração da Receita Federal, empresas privadas, diversos setores da sociedade civil e voluntários. Todas as janelas dos quartos se abrem para a Lagoa do Porangabussu, e as instalações são amplas, aprazíveis e bem iluminadas. Dos quatro andares, três são para internação e um para atividades ao ar livre. A estrutura inclui refeitório e salas de convivência para jogos, atividades e terapias. Nos espaços multiuso, são promovidos eventos nas datas comemorativas, como o Dia da Mulher, Natal e Dia das Mães, assim
como festas de aniversário, oficinas de arte e eventos culturais. Aqui, muitas histórias de dor se transformam em momentos de partilha, esperança, apoio, incentivo e força.
CUIDADOS NAS MAIS DIVERSAS ÁREAS Os nutricionistas, farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas que formam a Equipe Multidisciplinar do ICC fazem visitas regulares e avaliações semanais aos pacientes hospedados na Casa Vida, reforçando a teia de cuidados cujo coração é o tratamento realizado no HHJ. Além de um abrigo onde pode comer, dormir, tomar banho, conviver com outras pessoas na mesma situação e atravessar com segurança todo o período do tratamento, o paciente encontra na Casa Vida um “bolsão” de acolhimento plenamente conectado ao Hospital Haroldo Juaçaba. Em 2016, uma novidade foi introduzida para trazer ainda mais conforto ao paciente e proatividade ao tratamento. Agora, os hóspedes da Casa Vida que estão utilizando o serviço de Radioterapia podem fazer o tratamento à noite, sendo levados e recolhidos por um veículo com motorista.
Essa medida aumentou a capacidade de atendimento no setor. Com 10 funcionários, a “alma” da Casa Vida continua sendo o grupo formado por 250 a 300 voluntários, que ajudam nas mais diversas atividades e viabilizam uma logística de funcionamento bastante organizada.
GRUPO DE APOIO BEM VIVER Emoção e compartilhamento são duas palavras que acompanham o Grupo de Apoio Bem Viver desde o início. A ideia de reunir mulheres mastectomizadas em tratamento no Hospital Haroldo Juaçaba resultou em encontros cheios de histórias, solidariedade, conforto mútuo e superação. Com o acompanhamento de uma psicóloga e de uma assistente social, as rodas de conversa trabalham aspectos sociais, emocionais e de autoconfiança, estabelecendo pontes de apoio a partir da troca de experiências. O diálogo estabelecido permite às mulheres terem uma nova visão do tratamento e das mudanças que o acompanham. Sentindo-se plenamente aceitas e compreendidas, a tendência das pacientes é combater a ansiedade, recuperar o ânimo e focar em atitudes que tragam bem estar e qualidade de vida.
MINGAU DO BEM Um mingau que faz o bem e que, às vezes, é a primeira ou única refeição do paciente que acaba de chegar do interior para uma consulta ou tratamento. Apelidado de “mingau do bem”, ele é servido diariamente pela equipe de voluntários no Ambulatório Corina Parente, nos ambulatórios de Radioterapia e Quimioterapia e na Casa Vida. Um gesto simples que serve para restaurar o ânimo abatido, trazer mais disposição e propiciar um sentido de acolhimento que traduz a essência do compromisso social assumido pelo ICC. O processo de produção é tocado pela equipe de Nutrição da casa de apoio, que utiliza mensalmente 10.000 copos
descartáveis, 1.300 litros de leite, 20 de açúcar e cerca de 300 latas de produtos como Mucilon e Farinha Láctea.
A ARTE DE SE DOAR Em 2016, o número de voluntários da Casa Vida se manteve estável. São consideradas voluntárias as pessoas que dedicam um dia da semana ao Instituto do Câncer do Ceará. Com diferentes profissões e classes sociais, são cidadãos que trazem em comum o desejo de PRÉ-REQUISITOS PARA SER ajudar o próximo, oferecendo VOLUNTÁRIO DO ICC conforto, aliviando a dor, ouvindo e contando histórias, • Ter mais de 18 anos; ensinando uma nova • Ter tempo disponível habilidade e garantido que (quatro horas, uma vez por semana); a estrutura interna funcione • Não desenvolver atividade profissional bem. “Os voluntários na área da saúde ou afins; trabalham fortemente o reforço da imagem dos • Não ter interesse em trabalhar como profissional remunerado do ICC. pacientes e a organização da Casa Vida. Sem eles, não conseguiríamos fazer tudo o que fazemos. Eles se doam de forma impressionante e, para nós, são imprescindíveis”, afirma a Superintendente de Responsabilidade Social do ICC, Débora Boni. Disponíveis, dedicados e engajados, os voluntários não são remunerados e precisam
atender determinados requisitos. Para desempenhar suas funções de acordo com o padrão de acolhimento da Casa Vida, todos passam por capacitações e treinamentos, ajudando a manter a ordem, a limpeza e o bom funcionamento da unidade.
REDE FEMININA Criada em 1954, a Rede Feminina do ICC já nasceu solidária. As fundadoras Heloísa Juaçaba e Dolores Alcântara estabeleceram como missão apoiar o paciente com câncer a partir de campanhas educativas e eventos de arrecadação de recursos. O foco sempre esteve no auxílio às pessoas carentes, e o caminho escolhido passa pela sensibilização da sociedade, com destaque para empresários e instituições públicas e privadas. Um dos primeiros trabalhos da Rede Feminina aconteceu no dia 13 de novembro de 1954, quando um desfile de moda foi organizado no Ideal Clube para arrecadar recursos para o ICC. Essa promoção viabilizou a compra de materiais específicos para atendimento de pacientes com câncer
de colo uterino, o tumor maligno de maior incidência na época. Depois disso, as ações se expandiram e conquistaram novas frentes, culminando com a inauguração da Enfermaria Carmem Prudente, hoje conhecida como Casa Vida. “Atualmente, as ações da Rede Feminina do ICC estão voltadas para o atendimento realizado na Casa, que está sempre procurando acolher mais e com melhor estrutura. Nós sabemos o quanto o tratamento contra o câncer pode abalar a confiança e a disposição de uma pessoa – e não só dela, mas também de toda a sua família. Por isso, estamos cada vez mais convictos da importância de continuar buscando novas fontes de recursos e parcerias”, comenta a Dra. Lúcia Alcântara, atual presidente da Rede Feminina do ICC.
PROJETOS DE DESTAQUE EM 2016 PRONON: RECURSOS VIABILIZAM GRANDES MUDANÇAS Instituído pela Lei 12.715/12 do Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) tem como finalidade captar e canalizar recursos para a prevenção e o combate ao câncer. Pessoas físicas e jurídicas que contribuírem com doações para projetos nessas duas áreas poderão se beneficiar de deduções fiscais no Imposto de Renda. O programa funciona nos mesmos moldes das leis de incentivo à cultura, porém voltado às instituições
de saúde, que podem captar patrocínio via dedução fiscal. Em 2015, A Casa Vida foi contemplada pelo Pronon. Intitulada “Projeto Nova Casa Vida: Ampliação e Qualificação da Casa de Apoio do ICC”, a proposta apresentada teve como objetivo gerar mais conforto e contribuir para o apoio psicossocial de 120 hóspedes da nova Casa Vida. Em 20 dias, o ICC conseguiu captar para o projeto a quantia de R$ 2.494,828,99. Os recursos foram alocados em 2016, a partir da doação das seguintes empresas: Vivo, Santander, Instituto Avon, Banco do Nordeste,
Café Três Corações, Construtora Marquise, Ecofor, Ecosasco e M Dias Branco. Com uma demanda sempre além de sua capacidade instalada, a Casa Vida realizou o sonho de uma nova sede após cinco anos de obras e muito empenho. Depois de erguida a estrutura, porém, fazia-se necessário equipar, mobiliar e manter o novo lar. O Pronon possibilitou que isso acontecesse. Com o aumento da capacidade instalada, a Casa passou a hospedar 120 pessoas com conforto e qualidade. O quadro funcional foi acrescido de novos colaboradores, e o grau de satisfação dos pacientes tornou-se visível. A nova infraestrutura também afetou diretamente o Hospital Haroldo Juaçaba, que pôde aumentar sua capacidade de atendimento em radioterapia, recebendo os pacientes hospedados na Casa Vida no período noturno, um novo turno criado. Agora, esses pacientes se deslocam com segurança num veículo com motorista, responsável pelos
traslados diários. Paralelamente, há uma equipe organizada para recebê-los na volta à Casa. Um segundo veículo viabilizou a busca ativa de doações, o que antes não acontecia. A nova cozinha recebeu equipamentos compatíveis com o trabalho de uma grande casa de acolhimento. “Não perdemos mais os insumos por falta de uma geladeira no tamanho ideal, e a qualidade das refeições melhorou sensivelmente”, garante a superintendente Débora Boni, complementando que o espaço melhor equipado possibilitou aumentar a demanda para atender os chamados pacientesdia. “Eles vêm para um exame ou consulta e voltam para suas cidades no mesmo dia, não precisando de hospedagem. Antes, ficavam horas aguardando nas salas de espera e arredores do Hospital, muitas vezes sem recursos para alimentação, já que a prefeitura de suas cidades os traz logo cedo e retorna à noite, independente do seu horário de agendamento com o hospital”.
AUTOESTIMA EM DIA Uma parceria firmada com a ONG Internacional ABHIPEC, que tem uma filial sediada em São Paulo, possibilitou que a Casa Vida recebesse kits de maquiagem – com protetor solar, batom, blush, rímel e outros itens de primeira linha – para distribuição entre as internas. As voluntárias do grupo de apoio Bem Viver foram treinadas por uma equipe que veio de São Paulo especialmente para ensinar como dar aulas de maquiagem. Esse é um pequeno exemplo de como a Casa Vida trabalha no fortalecimento da autoestima das pessoas, uma medida que traz alívio imediato e influencia nas condições gerais de saúde. Todos os meses, uma nova oficina de maquiagem é oferecida gratuitamente, com direito a café da manhã e capacidade para 12 alunas. Em 2016, foram realizadas seis oficinas. Fortaleza foi a segunda cidade nordestina a receber o projeto De Bem com Você - a Beleza Contra o Câncer, que tem como origem um projeto norte-americano lançado na década de 1980. Os atendimentos recebem a contribuição de empresas patrocinadoras, com o apoio da Sociedade Brasileira de Cancerologia e a Sociedade Brasileira de Dermatologia, entre outros.
Importante também citar a campanha de doação de perucas para pacientes com queda de cabelo decorrente da quimioterapia. “Já doamos 25 perucas através de ações de autoestima”, comenta Débora Boni, chamando a atenção para a arrecadação de cabelo para a confecção das perucas a serem doadas.
CAMPANHAS QUE CONSCIENTIZAM E INFORMAM OUTUBRO ROSA O Outubro Rosa marca a luta mundial da contra câncer de mama, enfermidade que, somente no Ceará, apresenta mais de 2.000 novos casos por ano. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Esse tipo de câncer é o que mais mata mulheres no
Brasil e, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é segundo tipo mais frequente no mundo, respondendo por 22% dos novos casos a cada ano. Para enfatizar o empoderamento da mulher – que deve cuidar da saúde para viver mais e melhor – o Instituto do Câncer do Ceará lançou, em 2016, a Campanha Outubro das Poderosas: Previna, Cuide e Inspire,com uma vasta programação que se desdobrou durante todo o mês e que teve grande adesão de mulheres de todas as idades. Entre as diversas atividades ligadas à promoção da saúde, qualidade de vida e bem estar, destacaram-se palestras, distribuição de material informativo, oficinas de culinária saudável, automaquiagem, aulas de yoga, oficina de pilates, alongamento, customização de camisetas, bate papos e vídeos com especialistas. Uma das grandes novidades dessa edição aconteceu no dia 13 de outubro, quando o ICC, em parceria com o RioMar Fortaleza, lançou o Espaço Rosa, com uma Mostra Interativa que teve exposição fotográfica, pocket shows e o lançamento da Pulseira Laço de Amor, criada pela Doratto em prol da campanha. Da abertura até 23 de outubro, ações de conscientização e autoestima foram promovidas em parceria com os apoiadores. Sucesso em 2015, o Passeio Rosa aconteceu novamente, repetindo a parceria do ICC com o Instituto Avon. Os interessados puderam adquirir o kit com camiseta, protetor
solar, esmalte e viseira do passeio, a venda nos Mercadinhos São Luiz, Lojas Despojada, Doratto, Salão Rituale It Space e academias Central do Corpo Training Club. Com saída às 7h da manhã do dia 23 de outubro na Avenida Beira Mar, o II Passeio Rosa reuniu mais de 3.000 pessoas, que pedalaram do Aterro da Praia de Iracema à Praça dos Estressados. O evento contou com trio elétrico e a animação do grupo Unidos das Cachorras, Di Ferreira e Super Banda. Durante todo o mês de outubro, o Instituto realizou palestras em diversas empresas e promoveu eventos alusivos ao tema. Ações de apoio ao paciente, como sessões de automaquiagem, embelezamento e musicoterapia aconteceram no Hospital Haroldo Juaçaba e na Casa Vida. Mais de 1.000 camisetas da campanha foram confeccionadas em dois modelos exclusivos e postos à venda no ICC e no Espaço Rosa.
NOVEMBRO AZUL Na campanha Novembro Azul, voltada para a prevenção do câncer de próstata, o Instituto do Câncer do Ceará (ICC), em parceria com a Central do Corpo e apoio da Cagece, promoveu a primeira edição do Passeio Azul. A intenção foi chamar a atenção para o câncer
doença precocemente”, ressalta Vanessa Benigno, Gerente de Marketing do ICC, para quem o primeiro Passeio Azul tem tudo para ganhar mais força a cada ano.
AÇÕES DE CUNHO SOCIAL E RH DISTRIBUIÇÃO DE KITS ESCOLARES
de próstata, que é o mais comum entre os homens, mas que pode ser facilmente evitado com exames periódicos. A desinformação ainda é o principal empecilho para a redução do número de casos, daí a importância das campanhas de prevenção. Com concentração de ciclistas e famílias no Shopping Center Iguatemi, no dia 27 de novembro, a partir das 7h. o evento contou com equipe de apoio com carro de som, ambulância e batedores controlando o trânsito. Os participantes puderam adquirir o kit personalizado do evento com antecedência nos pontos de venda (academias Central do Corpo, Lojas Crocs e Supplements do Iguatemi e ICC). Para marcar o final do Passeio, foi programado um aulão de ritmos. “O ICC sabe da importância de promover ações que unam conscientização e promoção da saúde. Queremos conscientizar os homens sobre o valor da prevenção do câncer de próstata, da importância de adotar hábitos saudáveis e ir ao médico regularmente para realizar os exames que podem detectar a
No início de 2016, os colaboradores do ICC que têm filhos em idade escolar foram beneficiados pelo Projeto Kit Escolar do ICC. As crianças entre três e seis anos receberam tesoura, canetinhas, cola, lápis de cor, giz de cera e massa de modelar. Já os meninos e meninas de sete a 12 anos, receberam tesoura, régua, lápis de cor, apontador, borracha, cola, lápis, canetinhas, cadernos grandes e folhas de ofício. Iana Dinis, Gerente de RH resume a relevância da iniciativa: “Este projeto permeia a busca pela satisfação dos nossos colaboradores, entendendo que esta ação está diretamente relacionada com algo muito valioso, a maior herança que os pais podem deixar para seus filhos: a educação”.
UM NATAL INESQUECÍVEL Todos os anos, o ICC e seus voluntários unem esforços para manter vivo o espírito natalino entre pacientes, familiares e colaboradores. Em 2016, no dia 14 de dezembro, um almoço especial de Natal movimentou a Casa Vida, ao mesmo tempo em que diferentes comemorações aconteciam em outros setores do
Instituto. O Coral do ICC se apresentou durante todo o dia em variados locais da instituição, e os pacientes que estavam no setor de Radioterapia, no Núcleo de Atendimento Complementar (NAC) e no setor de Oncologia Clínica se divertiram com musicoterapia, distribuição de presentes e café da manhã. Além do almoço especial, os pacientes hospedados na Casa Vida e seus acompanhantes participaram da confraternização e receberam presentes dos voluntários da entidade que, por meio de um mutirão, conseguiram arrecadar produtos de higiene e cestas básicas.
PRINCIPAIS EVENTOS 7ª SEMANA VIVA + SAÚDE Nos dias 04 e 05 de agosto, em comemoração ao Dia Nacional da Saúde, o ICC organizou a 7ª Semana Viva + Saúde, aberta a colaboradores, voluntários, pacientes, acompanhantes e demais interessados. Durante os dois dias de programação, houve palestras sobre nutrição e saúde do intestino, degustação de produtos saudáveis, momentos de relaxamento com aulas de Tai Chi Chuan, oficina de páes artesanais e – o que é mais importante – muita troca de informação.
COSTUME SAUDÁVEL Lançada pelo Instituto do Câncer do Ceará nos dias 09 e 10 de julho, a campanha “Cuidar é Nosso Costume” propôs uma troca de informações com o público do Festival Costume Saudável, promovido pelo Mercadinhos São Luiz no estacionamento do
Shopping RioMar. Mais uma vez, o objetivo enfatizar o trabalho do ICC como instituição que previne, diagnostica e trata o câncer de forma efetiva, eficiente e humanizada. Com uma grande estrutura de 6.753,48 m2 adaptada para receber um público de mais de 10 mil pessoas, a nova edição do Festival Costume Saudável contou com talk-shows, palestras, feira de produtos orgânicos, palco cultural e outras atrações. Uma camiseta com a marca “Cuidar é Nosso Costume”, foi elaborada como forma de dialogar com o público do Festival que recebeu cartas escritas por colaboradores, médicos e pacientes do ICC, com mensagens sobre o significado do “cuidar”. Num gesto de estímulo à interatividade, as cartas poderiam ser respondidas, mostrando que a troca cuidados e informações gera benefícios para todos.
FEIRA MASSA Mais uma vez, o Instituto do Câncer do Ceará levou uma vasta programação para os participantes da V Edição da Feira Massa, que aconteceu entre os dias 1° e 7 de agosto, na Praça Hermes Ferreira, na comunidade da Barra do Ceará. Dentre as atividades realizadas pela Caravana ICC, que se faz presente desde a primeira edição do evento, podemos destacar a Oficina da Saúde - Conversando Sobre o Câncer, que capacitou agentes comunitários de saúde, promovendo, também, visitas guiadas ao Instituto, para que os agentes pudessem conhecer as instalações, a história da instituição e a estrutura oferecida aos pacientes. Além da Oficina de Saúde, houve atividades interativas, como aulões de alongamento, festival de sucos naturais e brincadeiras para todos os públicos. A Feira Massa é uma excelente oportunidade para chegar cada vez mais perto das comunidades, levando informações importantes. sobre o câncer e seus sintomas, tratamentos, diagnósticos e prevenção.
TELEMARKETING: CONTATO SOLIDÁRIO Desde 1999, o serviço de Telemarketing do Hospital Haroldo Juaçaba é um aliado indispensável para a arrecadação de doações que garantem o tratamento de um enorme número de pacientes. Já são 17 anos de um trabalho diário e bem orquestrado, em que os operadores se empenham em divulgar o trabalho do ICC, sensibilizar a população e convidar as pessoas a fazerem parte dessa boa causa, na medida de suas possibilidades, por meio de um valor mensal ou de auxílios esporádicos. As doações podem ser realizadas através dos mensageiros ou descontadas na conta de energia, graças à parceria com a ENEL no Programa Conta Comigo. A doação pelo boleto da luz tem a vantagem de poder ser feita de qualquer município do Ceará. Os valores arrecadados se destinam às várias etapas e setores de atendimento, como diárias de internação e sessões de radioterapia.
COMUNICAÇÃO EM 2016
PRÊMIO RIOMAR MULHER
Durante todo o ano, as ações realizadas pelo Instituto do Câncer do Ceará tiveram divulgação e grande visibilidade em importantes espaços da mídia local. Em janeiro, houve inserções nos principais veículos de comunicação sobre o livro do Dr. Haroldo Juaçaba, o ICC na Feira Massa e o treinamento dos voluntários. No mês seguinte, os assuntos de destaque foram a Sessão Clínica com o médico americano Omer Kuck e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Em março, o Dr. Ércio Ferreira Gomes concedeu uma entrevista para a televisão sobre o VII Breast Cancer Weekend e o professor Manfredo Lins falou sobre a Iniciação Científica da ECO. Abril e maio foram meses fundamentais para o planejamento de mídias sociais, com reunião da equipe de comunicação, pesquisa de temas e
Médica formada em 1971 pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e primeira radioterapeuta do estado, a Dr. Lúcia Alcântara recebeu em 2016 o Prêmio RioMar Mulher, que está em sua 2° edição e prestigia mulheres que são exemplos de sucesso e determinação em diversos setores. Tendo entrado para a equipe de Radioterapia do Instituto do Câncer do Ceará em janeiro de 1975, Lúcia Alcântara tornouse uma referência na instituição - tanto é que, em 2012, o Centro de Radioterapia do ICC foi batizado com o seu nome. Com mais de 40 anos dedicado à luta contra o câncer, Lúcia discursou em nome das outras nove homenageadas pelo Prêmio.
DESEMPENHO DO ICC NAS REDES SOCIAIS • Pessoas alcançadas: 2.110.460 • Curtidas: 33.782 • Compartilhamentos: 11.110 • Curtidores: 20.838 • Posts produzidos: 522 produção de textos. Também divulgouse amplamente o Simpósio de Feridas e Estomias e o Dia Mundial de Combate ao Câncer (celebrado em 08 de abril). No período seguinte, entre junho e agosto, foi produzido conteúdo sobre o andamento das obras do Anexo II, a doação de fraldas para a Casa Vida, o projeto De Bem com Você e a participação do ICC em eventos como o Costume Saudável e a Feira Massa. Finalmente, nos quatro últimos meses do ano, o Instituto divulgou maciçamente a programação do Outubro Rosa, do Novembro Azul e dos festejos natalinos, conclamado a conscientização e a participação solidária de todos.