Revista do comprador mar abr 2018

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O QUE É COMPORTAMENTO CORPORATIVO

ANO XV – EDIÇÃO 103 – MARÇO/ABRIL 2018 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

LIDERANÇA: O QUE PODEMOS APRENDER COM TITE

ESTÁ MANDANDO CURRÍCULOS? SEJA SINCERO E OBJETIVO

O QUE O COMPRADOR B2B QUER NUM E-COMMERCE? Indústrias, distribuidoras e importadoras estão começando a entender que o e-Commerce B2B é parte fundamental de suas estratégias.


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EDITORIAL

O melhor do Brasil é o brasileiro PRESIDENTE Arilaudo Ribeiro de Melo

Amigo leitor, já estamos na Copa do Mundo e grande parte das atenções dos brasileiros está voltada para esse evento gigantesco, principalmente para a nossa seleção. Afinal de contas, somos considerados o "País do Futebol" e a cada quatro anos somos "presenteados" com o nível máximo do esporte que mais amamos. Porém, esse momento tão festivo e prazeroso passa e os problemas do nosso País permanecem. Portanto, precisamos continuar focados no que, de fato, pode mudar o Brasil: o conhecimento. É por meio do conhecimento que nos tornamos seres humanos melhores e capazes de transformar o mundo. E por falar em conhecimento, nossa segunda edição do ano está recheada de conteúdo interessante. Como matéria de capa, trazemos para você tudo sobre o e-Commerce B2B, que está se tornando parte fundamental das estratégias de vendas e compras das empresas. Ainda no mundo corporativo, o nosso excelente articulista, Cláudio Araújo, nos traz informações sobre Cultura Organizacional, mostrando a importância da correlação entre a estratégia escolhida e a cultura da empresa. Já no âmbito pessoal e profissional, exploramos nessa edição os quatro principais pilares que devemos praticar para que tenhamos resultados positivos em nossas vidas: o conhecimento (sempre ele), o planejamento, a estratégia e a disciplina. Nesta edição temos também um artigo bastante inspirador com o técnico da seleção brasileira, Tite, sobre o real significado de liderança. Por fim, desejamos a você uma excelente leitura dos assuntos citados e de tantos outros que estão presentes nesta edição.

VICE-PRESIDENTE José Alves Paulino DIRETOR FINANCEIRO Wagner Albuquerque SECRETÁRIO Paulo André Marques DIRETOR SOCIAL E RELAÇÕES PÚBLICAS Eugênio Tavares DIRETOR DE PATRIMÔNIO Wagner Gois CONSELHO FISCAL João Batista Misael Barreto Wagner Albuquerque SUPLENTES Ednaldo Lima Tabosa Vicente de Paulo Torquato Francinildo Teixeira PROJETO GRÁFICO / DIREÇÃO DE ARTE Cristiano Abreu (85) 98899.4475 | ceadesign@hotmail.com JORNALISTA RESPONSÁVEL Sheryda Lopes Borges (85) 99706.2568 | CE 2488 JP IMPRESSÃO Expressão Gráfica TIRAGEM 1.500 exemplares SETOR COMERCIAL Robeval Goes (85) 98853.7597 |

A Revista do Comprador é uma publicação da Associação dos Profissionais de Compras do Estado do Ceará – APCC: Rua Jorge Severiano, 900 • Vila União • Fortaleza-CE • Fone/Fax: (85) 3085.5775 | (85) 9 8872.7359 • apcc.ceara@gmail.com •

Até a próxima!

ARILAUDO RIBEIRO DE MELO Presidente da APCC

(85) 99754.4142

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SUMÁRIO 10

06 PÁGINA DO LEITOR 08 16 ANOS DO JORNAL DO COMPRADOR A liderança e a humildade

10 O QUE É COMPORTAMENTO CORPORATIVO 14 CONHECIMENTO, PLANEJAMENTO, ESTRATÉGIA E DISCIPLINA: 14

Pilares essenciais para resultados positivos na sua vida pessoal e profissional

16 O QUE O COMPRADOR B2B QUER NUM E-COMMERCE? 20 O QUE É EMPREGABILIDADE? ENTENDA E CONQUISTE! 22 CARREIRA

Cultura Organizacional

23 PERFIL 22

Antonia Cassiane Silva Pereira - Analista de Compras Jr. na Tintas Hidracor S/A

24 COTIDIANO Liderança: o que podemos aprender com Tite 26 CARREIRA II Está mandando currículos? Seja sincero e objetivo

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28 GESTÃO

Costume de casa vai à empresa?

30 DICAS DE ETIQUETA Home Office

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PÁGINA DO LEITOR

PARABÉNS, APCC E ROBEVAL! A REVISTA DO COMPRADOR É DE ALTO NÍVEL, COM TEMAS RELEVANTES PARA O NOSSO MERCADO E PARA O MOMENTO ATUAL QUE VIVEMOS. EXCELENTE A PARTICIPAÇÃO DA JÚLIA, NOSSA COLEGA DE PROFISSÃO, COM ATITUDES DE MUITA HUMILDADE, RESPEITO E ÉTICA.

VEJO A REVISTA COM FREQUÊNCIA, POIS GOSTO MUITO DAS MATÉRIAS, DOS ARTIGOS E DOS PROFISSIONAIS QUE A COMPÕEM. OS ASSUNTOS ABORDADOS SÃO MUITO BEM SELECIONADOS, O QUE FAZ DA REVISTA UMA EXCELENTE FERRAMENTA DE AUXÍLIO NA ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL.

A REVISTA DO COMPRADOR É UM ÓTIMO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO PARA OS PROFISSIONAIS DA ÁREA, POIS PROPORCIONA MAIOR CONHECIMENTO CORPORATIVO, ENVOLVIMENTO NAS ATIVIDADES DA APCC, APROXIMAÇÕES COMERCIAIS E OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS.

ANTÔNIO WAGNER GOIS

ANA KARLA FONTELES

RAQUEL SALES ARAÚJO

DIRETOR DE PATRIMÔNIO DA APCC

ADVOGADA NO ESCRITÓRIO CLETO GOMES

COMPRADORA DO GRUPO MARQUISE


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A COPA JÁ COMEÇOU. MAS A CONVOCAÇÃO CONTINUA! O famoso RACHA DOS AMIGOS DA APCC * está de volta! A diretoria da Associação convoca todos aqueles que gostam de jogar aquela bolinha para comparecerem a mais uma tarde de muito futebol! O encontro normalmente é realizado no último sábado de cada mês e tem como principal objetivo a interação entre parceiros e amigos da Associação, além de promover a prática do esporte e o incentivo à saúde.

R PARA ABRILHANTA ESPERAMOS VOCÊ L! O NOSSO FUTEBO

* As demais informações (local, data e horário) serão divulgadas pela Associação por meio do grupo de WhatsApp dos Compradores


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O QUE É COMPORTAMENTO CORPORATIVO

J

á percebeu que um dos assuntos que aparece com certa naturalidade nas conversas com amigos, com familiares e até mesmo com colegas de trabalho é a falta de noção de algumas pessoas? Mas o que isto significa? Esta falta de noção a que elas se referem nada mais é do que a falta de educação, de bom senso, de razoabilidade, de delicadeza, de gentileza, de empatia e de senso coletivo. As pessoas mais antigas chamariam de Etiqueta, que é o conjunto de regras que nos faz conviver de forma harmônica em sociedade, mas que nos trás à mente a imagem de uma mesa de refeição repleta de talheres, taças, pompa, requinte… De fato, a etiqueta contempla estas questões também, porém ela possui uma nova “roupagem”, uma nova nomenclatura no universo empresarial e é chamada de Comportamento Corporativo, que nada mais é do que a sua competência social. Do que adianta você ter um currículo repleto de cursos técnicos de alto nível se não souber lidar com as situações cotidianas e adversas na empresa de modo sensato, educado e prudente? A etiqueta não é algo do passado, é algo que confere ao profissional ainda mais brilho, que o faz ser

bem lembrado no ambiente de trabalho e social. Ter etiqueta corporativa pode garantir a sua entrada no mercado de trabalho, sua ascensão profissional e até mesmo sobrevivência. Este ano já nos trouxe vários exemplos de etiqueta e comportamento corporativo. Logo na primeira semana deste ano, a internet nos mostrou o caso de uma multinacional que demitiu não apenas um funcionário que usou uma fantasia inapropriada na festa de final de ano, como também o presidente da empresa. Este episódio revela não somente a falta de noção de alguns, mas também a necessidade de haver uma clara comunicação interna e o cumprimento das regras de conformidade que norteiam o comportamento dos funcionários.


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Na mesma semana a revista Veja trouxe uma importante reportagem de capa abordando “Um novo código de conduta entre homens e mulheres”. O assédio moral, sexual, a intolerância e o desrespeito ainda estão presentes dentro e fora do ambiente de trabalho, porém não devem ser tratados com naturalidade. Empresas estão precisando ditar regras de bom convívio para que este cenário mude. Um excelente passo em rumo ao bom comportamento corporativo. Outro exemplo de má conduta e comportamento que interferiu fortemente na imagem institucional foi o caso do afastamento de quatro vice-presidentes da Caixa Econômica Federal, por irregularidades cometidas na instituição, como corrupção e favorecimento de grupos políticos e de empresas. É sabido que, para ocupar estes cargos, é preciso ter reputação ilibada, ou seja, retidão e idoneidade moral.

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A boa reputação também vale para o universo online, a chamada Netiqueta (etiqueta na internet). Um caso recente acabou na demissão de dois funcionários de um hospital da Bahia por dançarem uniformizados usando uma cadeira de rodas da instituição e postarem na internet a coreografia do funk “Que tiro foi esse”? durante o horário de trabalho. É preciso entender qual é o seu papel dentro da empresa. Você foi contratado para quê? Por que fazer isso durante o seu expediente enquanto os pacientes esperavam para serem atendidos? Ser um bom profissional exige responsabilidade e competência. Algumas empresas estão começando a adotar uma nova forma de recrutamento, chamada de “recrutamento às cegas“. que não leva em conta cor de pele, sexo, gênero e idade do profissional. O que vale é a competência na execução de suas atividades. Isto não é algo que irá acontecer, é algo que já está acontecendo e que começou no Brasil no ano passado. E o que isto tem a ver com etiqueta e comportamento corporativo? Tudo! Precisamos abrir a mente, reciclar comportamentos para conviver e respeitar os indivíduos numa sociedade cada vez mais complexa e repleta de diferenças. Silmara Adad Supervisora do curso de Etiqueta e Comportamento Corporativo do Centro Europeu (www.centroeuropeu.com.br)


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19 ANOS E MUITAS CONQUISTAS A Revista do Comprador é uma publicação bimestral da APCC - Associação dos Profissionais de Compras do Estado do Ceará. Repleta de matérias e artigos relevantes sobre o mundo corporativo, a Revista do Comprador registra também as principais atividades da APCC, a fim de manter os compradores associados e o público em geral bem informados. Com tiragem de 1.500 exemplares, a publicação circula nas principais empresas de diversos segmentos econômicos, proporcionando novas oportunidades de negócios e estreitando as relações comerciais. O que antes era um folheto de apenas quatro páginas (Jornal do Comprador), hoje se tornou uma revista conceituada no segmento em que atua, com várias páginas e vários anunciantes. E muito mais está por vir! Entre em contato com a gente e faça parte desse grande time!

apcc.ceara@gmail.com | www.facebook.com/apcc.ce | (85) 3085.5775


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EM TIME QUE ESTÁ GANHANDO TAMBÉM SE MEXE: SEMPRE CABE MAIS UM CRAQUE.

ARILAUDO RIBEIRO Presidente

EUGÊNIO TAVARES

JOSÉ ALVES PAULINO Vice-Presidente

WAGNER ALBUQUERQUE

PAULO ANDRÉ MARQUES

Dir. Financeiro e Conselho Fiscal

Secretário

WAGNER GOIS

JOÃO BATISTA

MISAEL BARRETO

Conselho Fiscal

Conselho Fiscal

FRANCINILDO TEIXEIRA

ROBEVAL GOES

Diretor Social e Relações Públicas

Diretor de Patrimônio

EDNALDO LIMA TABOSA

VICENTE TORQUATO

Suplente

Suplente

Suplente

Setor Comercial

SEJA UM ASSOCIADO. FAÇA PARTE DESSE TIME VOCÊ TAMBÉM!


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CONHECIMENTO, PLANEJAMENTO, ESTRATÉGIA E DISCIPLINA: Pilares essenciais para resultados positivos na sua vida pessoal e profissional.

O

que queremos de nosso País? Ao fazer esta pergunta, pensamos numa nação que tenha resultados positivos, seja economicamente forte, tenha menos desemprego e que a educação seja a base da reestruturação, ou seja, um Brasil bem diferente deste que estamos vivendo. Mas, para termos resultados positivos, precisamos trabalhar quatro pilares essenciais em nossas vidas pessoais e profissionais para a realização de todos os nossos projetos. São eles: conhecimento, planejamento, estratégia e disciplina.

CONHECIMENTO

Infelizmente, vejo como um dos maiores problemas do nosso País a falta de conhecimento pedagógico. O desinteresse é tanto que, na maioria das palestras que ministro, não consigo tirar dos meus ouvintes o nome de um livro que tenha lido nos últimos seis meses, ou um curso, de qualquer área, para seu próprio aperfeiçoamento e crescimento nos últimos doze meses. E você? Entraria nesta estatística? A maioria do povo brasileiro perdeu o interesse pela atualização e, por consequência, não consegue atingir seus

resultados pela falta de capacitação que tem sido constantemente exigida pelo mundo corporativo moderno. E não falo apenas do conhecimento cotidiano, falo do conhecimento de especialista, afinal de contas vivemos na era da especialização e sempre que precisamos de algo vamos buscar o profissionalismo que exigimos do perito no assunto.

PLANEJAMENTO

Particularmente, gosto muito de falar deste tema. Você decolaria em um voo sem planejamento para a viagem? Quando alçamos nosso voo sem planejamento, sem uma


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objetivo inicial, ou seja, ao invés de resultados positivos, os gráficos de resultados começarão a declinar. Segundo a revista Forbes, 18% das empresas americanas contratam seus funcionários com base em criatividade, sendo assim, para estratégias inovadoras, é essencial criar. Cabe aos líderes instigarem suas equipes a criarem novas estratégias com uma necessidade de inovação para executar o planejamento proposto, e fazer a empresa decolar cada vez mais para os resultados satisfatórios.

DISCIPLINA

rota bem definida, a catástrofe será certa. Novamente, estou vendo uma fragilidade enorme em grande parte da população brasileira, que começa sua rota de vida sem saber para aonde está indo. O resultado desta falta de planejamento é um País endividado, sem recursos para novos investimentos e, automaticamente, uma economia fragilizada. Mas, com a instabilidade do País, devo alertar que não podemos ter um planejamento engessado, andar como um trem no trilho. Temos que andar como se fosse em uma trilha, desviando de todas as surpresas que recebemos durante o trajeto.

Por fim, chego ao ponto mais importante e, talvez, você pergunte: por que? Não adianta ser um especialista com alto nível de conhecimento, ter um planejamento muito bem estruturado com um propósito forte para mantê-lo em qualquer circunstância, estratégias criativas e inovadoras, se não houver disciplina para aplicar tudo isso. Não falo de disciplina de vez em quando, mas sim como comportamento. Aproveitando o período da Copa do Mundo, um grande exemplo vem à minha mente. Nosso último capitão a erguer uma taça mundial, o Cafú. Um atleta de disciplina exemplar, que superou todas as limitações técnicas e venceu na aplicação tática devido ao seu alto nível de disciplina. Como ele conseguiu alcançar tal feito? Com disciplina, que é a base para a aplicação do conhecimento, planejamento e estratégia. Quer resultados positivos em sua vida profissional e pessoal? Aplique estes quatro pilares, mas não se esqueça desta última dica: metas são alcançadas com disciplina!

ESTRATÉGIA

As novas experiências têm sido as responsáveis pelos grandes resultados positivos que vivenciamos a cada momento. Portanto, chega de querer aumentar seus resultados fazendo as mesmas coisas. Na verdade, esta fórmula vai inverter o

Rodrigo Ribeiro Especialista em vendas no setor calçadista e parceiro da SetaDigital, software house especializado no varejo calçadista. (www.rodrigoribeiro.adm.br)


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O QUE O COMPRADOR B2B QUER NUM E-COMMERCE?

As empresas, principalmente indústrias, distribuidoras e importadoras, estão começando a entender que o e-Commerce B2B é parte fundamental de suas estratégias. No Brasil, o varejo foi pioneiro em adotar plataformas digitais de venda baseadas na Internet. A indústria demorou muito mais e agora está correndo para entender que vender pelo canal digital traz uma série de benefícios a curto e médio prazo. Quem está entrando neste novo canal já está colhendo resultados como melhoria em vendas, redução de custos, eficiência operacional e o mais importante: satisfação dos clientes.


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Mas do ponto de vista do cliente B2B (não o cliente final que compra o produto para seu uso, mas o lojista, o comprador de empresa, que faz a compra como sua atividade de trabalho), o que ele quer? O que ele espera dos seus fornecedores? Num cenário em que os Estados Unidos já transacionam o dobro de dinheiro em e-Commerce B2B do que no B2C, algo como U$ 780 bi contra U$ 350 bi, já existe maturidade suficiente e pesquisas que nos mostram isto.

O primeiro ponto importante é conceituar quem é este cliente B2B. Quando falamos em transações via e-Commerce B2B, estamos falando de vendas que ocorrem entre empresas. Porém, do lado da empresa cliente, quem está efetivamente fazendo a compra é uma pessoa, cujo “job description” inclui estas tarefas de realizar as compras. Seja ele um comprador de uma grande rede varejista adquirindo produtos para reposição de estoque, um comprador de uma indústria comprando insumos e peças para linha de produção, ou mesmo um empresário varejista fazendo as compras de produtos para revender no seu estabelecimento. Frequentemente dizemos que em transações B2B a venda é para um CNPJ, mas quem efetivamente coloca o pedido é um CPF, ou seja, uma pessoa física.

E como qualquer pessoa, ele tem necessidades que devem ser entendidas para que os fornecedores e vendedores efetivamente consigam resolver estes problemas. Notadamente, compradores B2B estão trabalhando. Então em última instância eles querem ser mais eficientes, fazer melhor seu trabalho, em menos tempo e com mais resultados. E é isto que várias pesquisas nos Estados Unidos nos detalham. Um delas foi feita pela Forrester e traz dados muito interessantes.


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A principal conclusão é que os compradores B2B querem efetivamente ter uma experiência similar com a que eles já se acostumaram no B2C. Ou seja, estes clientes que estão comprando para as empresas são as mesmas pessoas que no final de semana ou de noite compram suas TVs, seus ingressos de cinema e seus tênis. Estes clientes já estão acostumados com plataformas de e-Commerce que apresentam para eles os produtos de forma muito simples, que permitem que eles busquem informações, comparem produtos, vejam preços e estoque, e façam os pedidos. Como eles estão acostumados em comprar produtos e serviços de varejistas, de sites que vêm atingindo um alto nível de maturidade, eles passam a exigir esta mesma experiência de compra quando precisam adquirir produtos para suas empresas ou para as empresas que eles trabalham.

A PRINCIPAL CONCLUSÃO É QUE OS COMPRADORES B2B QUEREM EFETIVAMENTE TER UMA EXPERIÊNCIA SIMILAR COM A QUE ELES JÁ SE ACOSTUMARAM NO B2C.

Em análises com estes compradores B2B, estima-se que 94% dos entrevistados querem sites com o mesmo nível de experiência de compra e funcionalidades dos sites de e-Commerce B2C. Outros 93% preferem comprar on-line, quando já tomaram a decisão de compra, em vez dos canais tradicionais, como receber uma ligação ou a visita de um vendedor ou representante comercial. E 74% acham mais conveniente comprar de um site no modelo self-service do que de um representante.


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Na parte de estoque, 77% dos entrevistados esperam ter visibilidade de estoque do fornecedor e acesso às plataformas digitais. Este é um ponto que hoje os clientes têm muitos problemas. Para saberem como está o nível de estoque ou então para terem visibilidade do estoque futuro, através do planejamento e controle de produção (PCP), precisam acessar um vendedor ou representante, que então vai buscar esta informação e lhe retornar em horas ou dias. Num mundo digital, isto é quase um sacrilégio. Informação tem que ser online, disponível e confiável!

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DA MESMA FORMA QUE AS RELAÇÕES DE CONSUMO COM O VAREJO MUDARAM E TROUXERAM MAIS PODER AO CONSUMIDOR, NO MUNDO B2B TAMBÉM ESTAMOS VENDO ESTAS TRANSFORMAÇÕES.

Estes dados nos mostram que o comportamento de clientes B2B com acesso a plataformas de e-Commerce B2B de seus fornecedores, e em ambientes maduros como Estados Unidos ou Europa, estão mudando. Eles não querem mais comprar no modelo tradicional, não querem ter que receber vendedores e representantes comerciais. Da mesma forma que as relações de consumo com o varejo mudaram e trouxeram mais poder ao consumidor, no mundo B2B também estamos vendo estas transformações. Os clientes B2B querem informação, serviço e self-service. Querem ter o poder em suas mãos, a conveniência de horários e de meios, e a digitalização das operações de venda à sua disposição. Este é o novo mundo B2B: digital, ágil, conectado, online.

Mauricio Di Bonifacio Empreendedor e co-Founder da Fast Channel e da Vertis, com 20 anos de experiência no mercado digital. (www.fastchannel.com)


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O QUE É EMPREGABILIDADE? ENTENDA E CONQUISTE!


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1. CAPACIDADE DE SE MANTER INTERESSANTE NO MERCADO DE TRABALHO É RECOMPENSA DE PROFISSIONAIS COM MARCA PESSOAL FORTE Empregabilidade não é sinônimo de currículo extenso, faculdade de primeira linha ou fluência em vários idiomas. Empregabilidade exige mais que isso, pois é a capacidade de um profissional se manter interessante (e desejado) no mercado de trabalho, não somente pela sua experiência na carreira mas também pelo que tem a oferecer ao mundo.

2. QUAL É O SEU “RECADO” AO MERCADO DE TRABALHO? ESTEJA ONDE E COMO ESTIVER (MESMO EMPREENDENDO), QUEIRA TER A SUA EMPREGABILIDADE EM DIA Isso significa uma busca constante por aprendizado, renovação e abertura para o novo. Curiosidade, criatividade e proatividade, além de um “jogo de cintura” afinado, são características marcantes de quem quer se manter ativo no mercado. E embora a empregabilidade exija também competências técnicas, as competências comportamentais são as que – de fato – diferenciam um profissional interessante daquele que só “cumpre o protocolo”. A competência mais importante de quem garante a própria empregabilidade é a habilidade de se adaptar às mudanças. Ao mesmo tempo, o “pulo do gato” do profissional do século 21, em especial daquele que deseja ver a própria empregabilidade em boas mãos, é a busca por visibilidade com autenticidade, ou seja, aplicação de estratégia pessoal para ser conhecido pelo melhor que tem a oferecer.

3. APRENDER A APRENDER É REGRA! NÃO EXISTE ESTABILIDADE PARA NINGUÉM Seja para se manter empregado, conquistar uma nova posição, ou para sair do cenário corporativo e empreender: é preciso se reinventar! E isso só acontece a partir da cons-

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cientização de que nada é para sempre. Esse é o primeiro passo para colocar as “mãos na massa” e investir também na gestão de uma marca pessoal forte. Marca pessoal é o impacto gerado a partir de interações entre pessoas (on-line ou off-line), e isso influencia diretamente a avaliação social que umas terão em relação às outras. Trata-se de reputação! Quem quer ser bem visto no mercado de trabalho deve, portanto, considerar que, em um mundo com informação demais e tempo de menos, decisões são tomadas a partir do descarte. Isso significa que entre duas alternativas, a que for desconhecida será imediatamente descartada. A que gerar qualquer percepção negativa, também. E a alternativa que não criar um impacto positivo, mesmo que não seja negativo, será descartada tão rápido quanto.

4. QUEM TEM UMA MARCA PESSOAL FORTE E POSITIVA TEM MAIS CHANCES DE CONQUISTAR ESPAÇO CATIVO NA MENTE DAS PESSOAS. E ISSO AUMENTA SIGNIFICATIVAMENTE O NÍVEL DE EMPREGABILIDADE (OU OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO) A gestão de uma marca pessoal envolve diferentes peças de um quebra-cabeças complexo, intrigante e desafiador. Uma dessas peças é o comportamento na Internet, pois está entre as mais reveladoras em relação aos “recados” de seus autores para o mercado de trabalho e para o mundo: como agem, reagem e aonde querem chegar. Empregabilidade, portanto, é também a capacidade de saber usar as interações pessoais (on-line e off-line) a favor de si mesmo. É sobre saber emitir os “recados” certos, para as pessoas certas e nos canais certos.

Lú Nogueira Especialista em comportamento na Internet com mais de 15 anos de experiência em áreas de comunicação e marketing de renomadas empresas no Brasil e no exterior. Atua como estrategista digital e divide conhecimento nas funções de palestrante, educadora corporativa e autora. Defende a etiqueta digital como vantagem competitiva.


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CARREIRA

Cultura Organizacional A gestão empresarial tem sido foco

o que é encorajado, desencorajado, acei-

na busca de melhores resultados, com

to ou rejeitado dentro do grupo. Quando

base na escolha e implementação das

adequadamente alinhada com valores

melhores estratégias organizacionais.

pessoais, a cultura libera enorme energia

Isso é fato, mas não podemos deixar de

para um propósito comum e estimula a

considerar a importância da correlação

participação e engajamento das pessoas

entre a estratégia escolhida e a cultura

com foco na estratégia, gerando a condi-

da empresa. Não basta copiar a estra-

ção da organização de prosperar.

tégia de uma empresa de sucesso se a

A cultura também promove flexibilida-

empresa que vai implementar não tem

de e autonomia em resposta a diferentes

cultura similar.

oportunidades e demandas, enquanto a

Podemos destacar que a estraté-

estratégia costuma ser determinada pela

gia oferece uma lógica formal para as

direção. A cultura é um somatório das in-

metas da empresa, e orienta as pessoas

tenções dos dirigentes com conhecimento

em torno delas, utilizando de métricas

e a experiência dos funcionários da linha

de monitoramento e aprendizado. Já

operacional.

a cultura, expressa metas por meio de

Assim, como não podemos dizer que

valores e crenças, e guia a atividade

existe somente uma estratégia correta, tam-

por meio de premissas e normas com-

bém não podemos afirmar que só existe um

partilhadas pelo grupo.

padrão de cultura adequado. O que pode-

Hoje, os dirigentes focados em

mos afirmar é que o conhecimento da cul-

criar organizações de alto desempe-

tura favorece na construção do modelo de

nho são muito mais comuns do que se

negócio e seu plano estratégico.

imagina. Porém, eles são pouco inte-

As pequenas e médias empresas ten-

ressados pela sua cultura. Na verdade,

dem a adotar o perfil da cultura de seu

isso torna-se uma preocupação secun-

dirigente maior. À medida que a organi-

dária para a empresa. Eles podem tra-

zação toma um direcionamento mais pro-

çar planos detalhados de estratégia e

fissional com a adoção de planejamento

execução, mas como não entendem o

estratégico, a cultura ganha influência do

poder e a força da cultura, seus planos

time de gestores envolvidos no processo.

fracassam. “A cultura devora a estraté-

Esta metabolização ocorre com o decorrer

gia no café da manhã”.

do tempo e, nesta linha, a empresa forma

A cultura molda atitudes e comportamentos das pessoas inseridas no processo. As normas culturais definem

e fortalece sua identidade. Fica uma reflexão para o pensamento da cultura organizacional da sua empresa.

A CULTURA É UM SOMATÓRIO DAS INTENÇÕES DOS DIRIGENTES COM CONHECIMENTO E A EXPERIÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DA LINHA OPERACIONAL.

Cláudio Araújo é consultor da Êxito Consultoria claudioaraujo@secrel.com.br www.exitotreinamento.com.br


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PERFIL PROFISSIONAL

ANTONIA CASSIANE SILVA PEREIRA ANALISTA DE COMPRAS JR. NA TINTAS HIDRACOR S/A.

Iniciei minha trajetória em 2008 como aprendiz na empresa Tintas Hidracor, na área de vendas. Como promotora aprendi muito sobre o produto que a empresa produzia. Em 2009, finalizando meu

oportunidade de crescimento e agarrei a chance. Era outro mundo. Eu iria trabalhar no industrial da empresa e tinha medo. Porém, estava radiante com o desafio, curiosa sobre como as coisas funcionavam e mal sabia que a

convidou a fazer parte do setor. Como já tinha interesse na área, a felicidade era tremenda. Gosto da área, por ser muito dinâmica e a cada dia surge um novo aprendizado. Já fazem três anos e meio que estou

contrato numa sexta-feira, surgiu uma vaga interna para trabalhar no SAC. Fiquei muito contente por ter outra oportunidade de aprendizado. Era algo novo e desafiador. Fiquei aproximadamente dois anos no setor quando surgiu uma seleção interna para a manutenção. Em meados de 2011 a gerente do RH me convidou para participar de uma seleção para assistente administrativo. Mais uma vez a empresa estava me dando a

manutenção seria meu próximo passo para a área de suprimentos. Estava lá quando comecei minha graduação em 2013. Era mais um desafio e também uma grande oportunidade já que a empresa estava me ajudando muito com incentivo financeiro. Nessa época aprendi muito sobre materiais, serviços e fornecedores, atuando na área de compras e fazendo follow-up. Novamente fui notada em 2014. A coordenadora de suprimentos me

no setor de suprimentos, e em 2017 conclui a faculdade. Só tenho a agradecer, primeiramente a Deus, pois sei que sem a permissão dele nada disso teria acontecido. Sou grata também à minha família por sempre me apoiar, e à Tintas Hidracor, por ter me dado as oportunidades de crescimento profissional. É uma empresa maravilhosa para trabalhar. Serei eternamente grata pelo os desafios que me designaram.


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COTIDIANO

Liderança: o que podemos aprender com Tite Por Uranio Bonoldi Já estamos na Copa do Mundo, considerado um dos maiores eventos esportivos do planeta. E, como não poderia ser diferente, os brasileiros estão unidos na torcida para apoiar a seleção. Mas, se na competição passada os olhos estavam voltados para Neymar, neste ano as atenções estão depositadas no chefe da equipe: Tite. É na sua capacidade de comando que está direcionada a principal esperança brasileira de título. Mais do que confiar em estrelas que ganham milhões, os brasileiros acreditam no potencial de um técnico com experiência prévia comprovada, estilo único de motivar atletas, autocontrole em momentos difíceis e de grande conexão com a torcida. O gaúcho de 56 anos, aliás, descobri que tenho a mesma idade dele, atingiu tamanha popularidade, que em uma recente pesquisa foi apontado como a opção de 15% dos brasileiros para o cargo de presidente da República. É claro que, assim como no futebol, cada um deve ocupar a sua devida posição. Misturar esporte com política, como já vimos em outras situações, nem sempre pode ser o caminho mais apropriado. Mas o fato é que o perfil do técnico caiu no gosto popular. E isso se deve a algumas características próprias de um líder. Cito algumas:

positivos, atribuem para si o merecimento. Porém, quando o cenário é negativo a equipe acaba sofrendo as consequências. É a velha máxima: a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco. Para ter a equipe na mão, é preciso que o líder tenha a grandeza de estar junto a seu time nos momentos bons e ruins.

1. ASSUMIR RESPONSABILIDADE PELO RESULTADO Quando voltamos os olhos para o mercado de trabalho, é comum encontrarmos líderes que ao obterem resultados

4. DISCUTIR TÁTICA COM OUTROS TÉCNICOS BRASILEIROS E TAMBÉM COM A EQUIPE, MOSTRANDO-SE ABERTO A CRÍTICAS E TAMBÉM CONVICTO DE SUAS OPINIÕES

2. DEFENDER A EQUIPE DE SITUAÇÕES DENTRO E FORA DE CAMPO Identificar que um comandado está em má-fase é também responsabilidade de um bom líder. Sabemos que vida pessoal e profissional caminham juntas. Por isso, ter uma aproximação da equipe, entender possíveis fragilidades e apoiar nos momentos difíceis, fortalecem o espírito de união. 3. MOTIVAR A EQUIPE A SUPERAR OS DESAFIOS. NÃO APENAS ATLETAS COMO TODO O STAFF A competitividade por resultados pode tornar os dias mais estressantes. A busca por resultados cada vez mais desafiadores exigem do líder a identificação de talentos individuais. É preciso que cada jogador esteja na posição que rende melhor. Por isso, a motivação deve ser frequente no ambiente de trabalho, não apenas na equipe diretamente envolvida no projeto, mas em todo o staff. Percebem por que estamos de olho no técnico e não mais em um jogador?

Winston Churchill, primeiro-ministro inglês, certa vez teria dito: "Em uma reunião ministerial, gosto de ouvir a opinião de todos os presentes. Desde que, ao final, todos concordem comigo". Dono de um humor sarcástico, é quase certo que a frase tenha sido proferida em tom de brincadeira, afinal estas reuniões ministeriais acabam tendo seus temas decididos em consenso. Logo, Churchill também tinha que fazer suas concessões para que todos concordassem. Porém é muito comum identificar líderes que não abrem para suas equipes a oportunidade de opinar sobre as decisões do time - não ouvem! Tomam medidas impositivas e não consultam nem os pares de mesmo nível hierárquico. Se você se identificou com esse parágrafo, é importante rever suas ações. 5. PERFIL DISCRETO QUE DEIXA OS RESULTADOS FALAREM POR SI Adotar um estilo de marketing pessoal muito agressivo pode ser visto de maneira negativa. O bom líder mostra sim seu trabalho, porém os resultados falam mais alto. Contra fatos não há argumentos. Por isso, entre uma partida e outra da Copa do Mundo, aproveite para observar o perfil do técnico da seleção e, a partir dos exemplos em campo, transporte algumas de suas boas atitudes para o seu dia a dia no trabalho. Não deixe de avaliar como ele escolhe e como toma decisões. Teremos inúmeras lições a tirar de seu estilo. Fonte: www.administradores.com.br


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CARREIRA II

Está mandando currículos? Seja sincero e objetivo O currículo profissional é a porta de entrada do candidato para o mercado de trabalho. Por este motivo, merece bastante atenção. “Com sinais de retomada da economia, está na hora de ir à luta por uma vaga no competitivo mercado”, destaca o coach de carreira e professor de gestão de pessoas da FGV Vagner Sandoval. Para ensinar a melhor maneira de explorar as habilidades e competências dos profissionais, o professor dá dicas e recomenda a melhor maneira de montar um currículo. Quem busca por uma colocação ou por novas oportunidades precisa estar atento para elaborar este documento e, para começar, é preciso dedicar tempo para fazê-lo. Falar a verdade, somente a verdade e nada mais do que a verdade é essencial. “Os entrevistadores vão testar você e qualquer exagero. Omissão ou inverdade pode terminar com suas chances. Se não fala inglês, não fez determinado curso ou não tem experiência, é melhor não incluir”, alerta. Hoje em dia, a foto deve ser colocada somente se for solicitada. Também não se usa datar e assinar o documento. Número de documentos como CPF e RG, ou mesmo outros, como tipo da carteira de habilitação, também só são usados se forem pedidos. Experiência em pacote Office e outros específicos para cada área de atuação devem ser incluídos em currículos com objetivos nestas vagas, como as de informática e tecnologia. Saber como montar o currículo é essencial para ser competitivo. Veja as dicas do professor. PRIMEIRO, QUEM VOCÊ É? Primeiro de tudo, seu nome completo,

data de nascimento, estado civil, endereço completo, telefones, e-mail e redes sociais devem aparecer organizadamente em destaque. A dica é que o endereço eletrônico esteja no nome do candidato. “Nada de apelidos como florzinha, gatinha ou musculoso ‘arroba’ alguma coisa. O currículo é um documento e deve ser elaborado de forma profissional”, ensina. A preferência de contato para redes sociais é o LinkedIn. “Mas, por favor, mantenha seu perfil atualizado e atrativo. Também tome cuidado com a foto, que deve revelar seu interesse no mundo corporativo. Deixe as baladas ou fotos na praia para suas redes pessoais”, avisa Sandoval.

senvolvidas. “Aqui também vale a pena começar pelo seu último trabalho, mencionando aqueles que estejam alinhados com seu objetivo profissional”, destaca. Sandoval ainda revela a necessidade de colocar apenas as experiências mais recentes, caso o candidato tenha passado por muitas empresas. E caso esteja em busca do primeiro emprego, vale a pena colocar os estágios realizados, trabalhos voluntários ou atividades desenvolvidas para trabalhos acadêmicos. “Se tiver ganhado prêmios ou conquistado algum reconhecimento por suas ações, destaque isso nesta seção. Isso salta aos olhos dos recrutadores”, alerta.

DEPOIS, QUAL SEU OBJETIVO? Segundo o professor, os recrutadores batem os olhos no currículo e já visualizam o objetivo. “Coloque apenas o cargo ou a área em que desejar atuar. Não é preciso usar palavras rebuscadas, como se escrevesse um ofício nem encher linguiça”, explica. Neste item, o foco é o segredo.

SO, DO YOU SPEAK ENGLISH? O mercado de trabalho muitas vezes é impiedoso. Cada vez mais as vagas estão exigindo pré-requisitos indispensáveis. A fluência em um segundo idioma é um deles. “Por isso, é fundamental colocar o nível de entendimento na escrita e na fala da outra língua”, adianta o professor.

TERCEIRO, QUAL SUA FORMAÇÃO? Comece pela formação mais recente e não precisa citar o ensino médio e fundamental, caso seja graduado. “Mas, atenção, explique o curso concluído, nome da instituição e ano de conclusão. Nesta etapa, você também pode relacionar todos os cursos relativos à função desejada para deixar claro ao recrutador seu conhecimento técnico e ganhar espaço no currículo, lembrando-se de mencionar a instituição e o ano”, recomenda.

ENFIM, BOA SORTE! Por fim, de acordo com Vagner Sandoval, faça pelo menos três correções. “Um bom currículo perde seu valor diante de erros de português ou de digitação”. Ele sugere que o profissional peça, inclusive, ajuda para esta etapa. “E no mais, é não desistir de buscar, de procurar, de estudar e se manter competitivo”, conclui.

EM SEGUIDA, QUAL SUA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL? Para o coach, agora é hora de mostrar seu valor. Inclua cargo, nome da empresa, ano de entrada e saída, além das atividades de-

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FRASES INSPIRADORAS

Os analfabetos do século XXI não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender.

É melhor estar preparado para uma oportunidade e não ter nenhuma do que ter uma oportunidade e não estar preparado. Whitney Young Jr.

Alvin Toffler

Cérebro é como um paraquedas: só funciona quando aberto.

Nunca interrompa seu inimigo quando ele estiver cometendo um erro.

Anônimo

O primeiro requisito para o sucesso é desenvolver a habilidade de focar e aplicar a sua energia física e mental ao problema que você tem na mão - sem se cansar. Thomas Edison

Estamos na era do valor.

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GESTÃO

Costume de casa vai à empresa? A influência da família nas empresas. As empresas familiares são consideradas empresas pouco longevas e com isso acabam no descrédito de toda a sua cadeia de valor, como funcionários, fornecedores, mercado em que atua, banco de investimentos, clientes e sociedade em que está inserida. Em muitos casos, isso ocorre porque os indivíduos-chave dessas companhias não reconhecem que possuem influências nas suas tomadas de decisões além do ambiente negócios, ou seja: há dimensões nas empresas familiares que precisam ser consideradas em todas as suas decisões. Dimensões estas que são: família, sócios, negócios e indivíduos-chave, tendo em vista que elas se inter-relacionam compondo o sistema vivo e orgânico. Uma vez que é considerada a relação da família com o negócio, estudos demonstram que as empresas familiares são consideradas um sistema de comunicação que toma suas decisões baseadas em premissas que são moldadas entre parentes. Essas premissas são condições para a tomada de decisões que permitem a coordenação intencional das decisões nas organizações. Essa influência das empresas familiares nos negócios são denominadas de Familiness. Segundo estudos de Frank et. al (2017), as influências ocorrem por meio de cinco aspectos relacionados ao interesse das empresas: propriedade; gestão e controle; nível de atividade dos membros da família no negócio; orientação para as outras gerações; vínculo empregatício da família no negócio e identidade familiar nos negócios. Devido ao compromisso em manter

a propriedade, a gestão e os controles dos negócios na família, muitas vezes há a presença de membros da família na alta gestão dos negócios, e apenas membros da família são autorizados a participar da propriedade do negócio. Já o item “nível de atividade dos membros da família na empresa”, relaciona-se com as competências e desempenho dos membros familiares serem semelhantes, em comparação, aos não-membros da família, o que torna a empresa mais competitiva e profissionalizada. Além disso, outro ponto de influência é o compartilhamento de informações do negócio na companhia, que nem sempre são realizadas em reuniões estruturadas na empresa, como, por exemplo, numa conversa no jantar com seu cônjuge. No entanto, o membro da família que atua no negócio levará também em consideração as conversas informais nas tomadas de decisões na empresa. Mas também considera-se como influência da família no negócio quando há uma preocupação dos sócios em manter os negócios atraentes para os membros da família, em especial às futuras gerações, e também da exclusividade em vender as ações das empresas apenas para membros da família. Diante do contexto em gerar um ambiente adequado para o desenvolvimento das gerações futuras, as influências da família no negócio se caracterizam também pela relação que os proprietários possuem com os seus empregados, que costumam ir além da relação econômica, pois cria-se uma relação de confiança mútua, em que em alguns momentos eles são seus confidentes e que a empresa busca manter e desenvolver seus funcionários-chave. Por fim, a influência da família nos negócios também pode ocor-

rer por meio de como a empresa interage com a sociedade e comunidade, como por exemplo, a realização de ações que se preocupem com o bem-estar social da sua comunidade. Logo, percebe-se que a influência da família nos negócios nem sempre é originária nas ações da empresa, mas em alguns momentos em situações informais e fora do ambiente corporativo. Diante disso é preciso fazer o alinhamento entre as expectativas dos negócios, da sociedade e da família, para que todas essas influências estejam em um sentido similar, necessita-se de um método estruturado. O Instituto Empresariar, especialista em empresas familiares, possui uma metodologia chamada Balanced Family Business – BFB, que parte da premissa de que as empresas familiares precisam de um balanceamento entre as dimensões sociedade, família, negócios e indivíduos-chave, para que haja uma relação de harmonia entre esses papéis no contexto de famílias empresárias.

Camilla Cruz é graduada em Administração pela Universidade de Fortaleza, mestra e doutoranda em Administração de Empresas pela UNIFOR. Atua como consultora, especializada em Governança Corporativa e Empresas Familiares no Instituto Empresariar. www.institutoempresariar.com.br


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DICAS DE ETIQUETA

Home Office Trabalhar em casa é prático, mas requer muita disciplina, um espaço confortável, definido e organizado. Assim, as tarefas serão concluídas com sucesso, menos esforço e mais prazer. Para ser um empreendedor online, saiba que existem vantagens e desafios. Então, vamos para algumas regras básicas: 1. Definir um espaço. O ideal é que seja um local arejado e que fique isolado do mundo doméstico; 2. Ter horário definido para acordar, exercitar, tomar banho, café, trocar de roupa, almoçar, intervalo e terminar o expediente; 3. Nunca, mas “nunquinha” mesmo, trabalhar vestido com aquele macio pijama ou aquela predileta camisola. Isso afasta a concentração "business" e a mente fica em um estado relaxado, dificultando o desempenho planejado e desejado;

7. Manter e cumprir uma rigorosa e atualizada agenda: retornar as ligações, responder o Whats App, marcar reuniões, almoço de negócios, visitas a clientes, etc; 8. Faça com que as pessoas de casa se tornem quase invisíveis, principalmente aquele querido animal de estimação; 9. No caso de precisar receber clientes ou fornecedores em seu home office, prepare a sua turma doméstica para tal (fechar a porta da cozinha) pois aquele aroma de carne cozida ninguém merece e nem combina com o mundo dos negócios. Muito menos aquele latido ou miado, uma vez que isto irá atrapalhar a troca de informações; 10. Avalie sempre o desenvolvimento do seu home office. Caso esteja precário, volte para a rotina do ambiente corporativo. Olho vivo!

4. Dispor de linha telefônica exclusiva; 5. Notebook e impressora com a manutenção em dia; 6. Pequeno almoxarifado abastecido com material de escritório de primeira necessidade (papel A4, calculadora, canetas, lápis, durex, grampeador, extrator de grampos, marcadores de texto, clips, etc.); Priscila Cavalcanti é Cerimonialista, Promotora de Evento e filiada ao Comitê Nacional do Cerimonial Público. www.priscilaeventos.com.br priscilaeventos@priscilaeventos.com.br (85) 3401.5216 | 9.9981.1786


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