Parte integrante do Diário do Grande ABC – Não pode ser vendida separadamente
SEGUNDA-FEIRA, 23 DE SETEMBRO DE 2013
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DIÁRIO DO GRANDE ABC | Segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Consultores do Sebrae-SP dão dicas em programa na web TV Especialistas auxiliam a elucidar dúvidas de quem busca iniciar ou melhorar negócios em entrevista às segundas
empreendedorismo sempre fez parte da região do Grande ABC. Não é difícil ver a coluna social do Diário, por exemplo, noticiando lançamentos, reinaugurações, ampliações e investimentos. Afinal, a região está em polo comercial excelente. Mas, e como estes empresários, que chegam no dia a dia, conseguem atingir os objetivos? Como planejam o futuro? Várias são as dúvidas que permeiam a mente de quem se atreve a abrir as portas de um empreendimento. Pensando nisso, o projeto Seu Negócio, idealizado pelo Diário, em parceria com o Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), veio com o intuito de auxiliar e direcionar os negócios. “Para a parte comercial, o investimento em projetos especiais como este fortifica o objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico”, diz o gerente comercial André Ferreira. Além do papel, a web TV (www.dgabc. com.br/tv), comandada pelo diretor de Redação Sérgio Vieira e pela editora de Conteúdo Juliana Bontorim, trazem entrevistas com consultores e cases de sucesso. “A união das plataformas favorece a divulgação do tema proposto. É a oportunidade de ficar bem informado”, ressalta Sérgio Vieira. Na sequência de gravações enfoca diversas áreas, como finan-
Andréa Iseki
S EU N EGÓCIO Fundadores Edson Danillo Dotto (1934-1997), Maury de Campos Dotto, Fausto Polesi (1930-2011) e Angelo Puga Diretor-presidente Ronan Maria Pinto Diretor-superintendente Maury de Campos Dotto Diretora-geral Lidiane Fernandes Pinto Soares Diretor Evenson Robles Dotto Diretor Administrativo Willams José dos Santos
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Diretor de Redação Sérgio Vieira Coordenação de Marketing Claudia M. R. Zeber Josiana Abrão
Suplemento especial Seu Negócio Edição Evaldo Novelini Textos Andréa Ciaffone Editor de Arte Eder Marini Editor de Fotografia Ari Paleta Diagramação Raul R. Silva Banco de Dados Cecilia Del Gesso Capa Seri Tratamento de Imagens Anderson Silva e Edson Silva Studio Bárbara Béo e Danielle M. Cruz Paginação de Anúncios Eduardo Pinheiro
TELINHA. Consultor Vitor Arantes de Moura conversa com apresentadora Alice Camargo em estúdio da web TV ceira, marketing, jurídica e qualidade. “Em cada gravação, um aprendizado não somente do telespectador, mas também nosso. Porque ser empreendedor não é só para o meio financeiro, mas também para o cotidiano de qualquer área”, completa Juliana.
Aprende-se dicas que fazem a diferença, como precificar um produto, direcionar uma vitrine ou saber quais os direitos em uma licitação. “Ou então que a pequena palavra qualidade tem grande significado na administração do negócio”, diz Juliana.
O espectador pode interagir com o programa, encaminhando perguntas ao e-mail seunegocio@dgabc.com.br. Programas inéditos vão ao ar todas às segundas-feiras, às 15h. É possível acessar os antigos nos arquivos do site do DGABC TV.
Departamento Comercial André Ferreira, Adriano Mendes, André Morais, André Borin, Camila Leite da Silva, Everton Amauri, Jorge de Oliveira, Luciana Lima, Luciana Moraes, Marcia Maritan e Thaisa Leão
Sede: Rua Catequese, 562, Santo André, São Paulo- CEP 09090-900 Telefone PABX 4435-8100 São Paulo: Rua Vergueiro, 3.153, 8º andar - sala 84 - Vila Mariana Tel.: 5084-4575
SEU NEGÓCIO
DIÁRIO DO GRANDE ABC Segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Entusiasmo é combustível ideal a microempreendedor Denis Maciel
Quem identifica uma oportunidade e se prepara para aproveitá-la deve sonhar grande
erço da indústria automotiva, o Grande ABC foi, por décadas, região em que a maior parte das pessoas trabalhava em fábricas de carros e caminhões. O perfil mudou. Hoje, o comércio e a prestação de serviços dominam a oferta de vagas. A mudança fez com que comer fora de casa deixasse de ser exceção. “O fato é que o perfil da atividade econômica na região está mudando e, com ele, os hábitos de alimentação”, diz presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hotelaria e Alimentação do Grande ABC), Roberto Moreira. “De uma realidade eminentemente industrial, em que os funcionários comem fora de casa, mas dentro da empresa, em refeitórios, a região hoje tem cada vez mais gente trabalhando no setor de
VISÃO. Ana Claudia tem grandes planos para seu carrinho de hot dog quente”, conta, rindo, Ana Claudia Lima dos Santos, 43 anos, que depois de duas décadas trabalhando com carteira assinada e alguns meses como revendedora de produtos cosméticos por catálogo, animouse a transformar a brincadeira em realidade. “O universo ouviu o que eu dizia. Um dia, numa conversa
Andréa Iseki
COMO SE INSCREVER
MICROEMPREENDEDORES
Desde 2009, quando o governo federal criou a figura jurídica do Empreendedor Individual, muitos profissionais que atuavam na informalidade ganharam registro. Para aderir ao modelo é preciso pagar 5% do salário-mínimo (R$ 678) ao INSS, hoje o equivalente a R$ 33,90 e mais R$ 1 de ICMS para atividades de indústria e comércio ou R$ 5 de ISS para prestadores de serviço. Inscrições são feitas pelo Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br)
Santo São São Ribeirão Rio Diadema Mauá André Bernardo Caetano Pires Grande
PODEM SER EMPREENDEDORES INDIVIDUAIS ✔ Cabeleireiros ✔ Mecânico ✔ Boleira
✔ Vendedor de hot-dog ✔ Salgadeira ✔ Costureira
✔ Vendedor ambulante ✔ Sapateiro ✔ Pequenos comerciantes
BENEFÍCIOS ✔ Emissão de ✔ Registro ✔ Direito à auxílio-doença ✔ Direto à nota fiscal de CNPJ e licença-maternidade aposentadoria Fonte: Portal do Empreendedor / Elaboração: Escritório do Sebrae no Grande ABC
Agostinho/Editoria de Arte
Restaurantes
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Bares
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Lanchonetes
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Ambulantes
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Alimentos prontos
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Bufê
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Cantinas Delivery
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Total por cidade
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Fonte: Portal do Empreendedor
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CONSULTOR
por telefone, disseram-me que tinha alguém vendendo um carrinho de cachorro-quente usado. Na mesma hora eu disse que compraria”, conta a empreendedora. O carrinho custou R$ 1.200, mas o seu entusiasmo não tem preço. “Sempre fui admiradora do trabalho do Sebrae e agora que estou virando empresária, quero aprender tudo o que puder ajudar o meu negócio a decolar”, diz Ana Claudia, que já participou de várias palestras e acha que o fato de o seu negócio ter começado pequeno não vai limitar seu crescimento. Para pessoas cheias de entusiasmo como Ana Claudia, o caminho mais rápido para formalizar o negócio é se inscrever no Portal do Empreendedor como MEI (Microempreendedor Individual), em que a pessoa que trabalha por conta própria se legaliza como pequeno empresário. Se enquadram na categoria quem fatura até R$ 60 mil por ano e não tem participação em outra empresa como sócio ou titular. A boa notícia é que regularizar a situação é fácil.
B
serviços. E faz parte da rotina do prestador comer em restaurantes”, avalia. Com a demanda aumentando, é natural que muita gente resolva aproveitar a oportunidade para abrir seu próprio negócio. “Sempre brinquei dizendo para as pessoas que se nada mais desse certo na minha vida, eu ia vender cachorro-
PALAVRA DO
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Agostinho/Editoria de Arte
Generoso em oportunidades, o setor de alimentação está sempre de portas abertas para quem tem o desejo de empreender porque a demanda é alta e o investimento para fazer as primeiras vendas pode ser bem baixo. Mas essa facilidade de entrar não diminiu a complexidade do negócio. Na verdade, aumenta porque a concorrência é sempre bastante intensa. Não importa o tamanho do negócio. É fundamental que o empreendedor tenha uma visão clara dos seus produtos e busque sempre se aprimorar como gestor. É muito frequente encontrar pessoas que vivem de um negócio de alimentação e não sabem qual é sua margem de lucro e nem conseguem identificar quais são os produtos que trazem um retorno financeiro melhor por unidade e quais são os que a venda em grandes volumes é o que vale a pena. Enfim, ficar de olho e evoluir sempre é a melhor pedida. Heloísa Dantonio Endriukaitis atua no Escritório Regional do Sebrae no Grande ABC e está envolvida em ações voltadas ao setor de alimentação.
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S EU N EGÓCIO
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Melhor receita para alcançar CONSULTOR sucesso é ouvir especialistas PALAVRA DO
Andréa Iseki
Sebrae desenvolve programa de orientação específico para ajudar setor de alimentação
estaurantes, lanchonetes, padarias, bares, quiosques e até carrinhos. O que não falta são formatos para se estabelecer no setor de alimentação. Tudo depende da verba disponível para começar o negócio. Mas dinheiro e vontade não enchem o prato de quem quer prosperar neste mercado competitivo que continua a crescer 3,3% ao ano. Ávidos por conhecimento e aconselhamento, empresários dos mais variados portes procuram o Sebrae para buscar aquele ‘algo mais’ no negócio. A partir da demanda, foi criado o programa Receita de Sucesso, que pretende atender aos questionamentos mais frequentes de quem já está de portas abertas ou que ainda está em fase de montar seu plano de negócios. “Só abre um negócio tem tem algum sonho, mas para que a realidade de um mercado competitivo não azede tu-
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do, é fundamental montar plano de negócios detalhado, incluindo objetivos de médio e longo prazo”, diz Fabio Costa, consultor do escritório regional do Sebrae no Grande ABC. “Há muitos casos de pessoas que começam meio por acaso no ramo da alimentação e conseguem ter excelente aceitação rapidamente. Mesmo esses, depois de algum tempo, sentem a necessidade de estruturar sua operação e de conferir se estão fazendo tudo direitinho”, completa. Para quem está nesse estágio do negócio ou ainda está
na fase de colocar as ideias no papel, as palestras e cursos do programa Receita de Sucesso são de dar água na boca. A série aborda assuntos como Engenharia de Cardápio; Recursos Humanos; Tecnologia da Informação; Gestão Ambiental; Sensibilização, Cenário e Tendências. As apresentações trazem informações e provocações que podem inspirar os empreendedores a ir um pouco mais além. A consultora do Sebrae-SP Ana Carolina Guimarães Netto, pioneira na aplicação do programa, diz que ele consis-
Reprodução/Sebrae
Estrela
Burro de Carga
Menino Prodígio
✓Mantenha a boa visibilidade destas preparações no cardápio ✓Se possível, aumente um pouco o preço no momento certo ✓Faça sempre a manutenção do controle de qualidade destes itens
✓Procure aumentar a margem de lucro ✓Reduza custos, sem comprometer a preparação uma solução para aumentar o seu desempenho é aumentar seus preços com cuidado ✓Faça sempre a manutenção do controle de qualidade destes itens
✓Procure tornar estes itens mais populares através de maior divulgação ✓Torne-os mais atraentes, dando mais visibilidade a eles ✓Oriente a equipe do salão a vendê-los mais
te em mostrar que com ferramentas simples de gestão, o empreendedor pode mensurar e ganhar uma visão mais clara sobre fatores estratégicos para empresa. Ela fornece alguns exemplos: Estou calculando corretamente meu tíquete médio? Como posso definir melhor minha margem de lucro? De que forma é possível trabalhar a rotatividade de funcionários? Como fazer o acompanhamento da concorrência? Questionamentos que podem ajudar a orientar a lista de prioridades de gestão. Melhorar a operação de estabelecimento que serve comida ou bebida passa por série de aspectos complexos, que envolvem visão de mercado, sutilezas no marketing e intensa preocupação com aspectos de legislação de saúde e segurança alimentar. “A questão da qualidade dos processos nesse setor vai determinar a sobrevivência do negócio. Além da obrigação de atender à legislação, há a questão moral de não prejudicar a saúde do cliente”, ressalta Daniele Capoleti, consultora do Sebrae Grande ABC especializada em processos de qualidade.
Abacaxi ✓Maior visibilidade no cardápio ✓Tente reduzir custos ✓Agregue valor aos itens ✓Crie estratégias de vendas através de capacitação interna e estratégias de motivação ✓Avalie a retirada do item no cardápio
Todos os estabelecimentos comerciais de serviços de alimentação devem implantar as boas práticas de fabricação com o objetivo de garantir a segurança dos alimentos ao consumidor, prevenindo, assim, doenças causadas pelo consumo de produtos contaminados. Há agentes biológicos agressivos, como o botulismo, que podem causar, inclusive, risco à vida. Esses perigos podem ser evitados com a adoção de boas práticas e do controle de saúde, higiene e segurança. Em relação aos funcionários é importante oferecer treinamentos específicos. Outro ponto importante é realizar o controle dos produtos desde o recebimento até a distribuição. A qualidade sanitária das instalações, edificações, insumos e do ambiente também deve ser controlada. Outra atitude importante é manter documentos com as diretrizes e seus respectivos registros. Daniele Capoleti atua no Escritório Regional do Sebrae no Grande ABC e é especialista em processos de qualidade.
SEU NEGĂ“CIO
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NĂŁo hĂĄ ingrediente superior que o desejo de realizar bem
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CONSULTOR AndrĂŠa Iseki
Marina BrandĂŁo
Competitivo como poucos, o mercado de restaurantes exige que o empresĂĄrio estude antes de agir uem reparou deve ter achado estranho o fato de um jovem ir todos os dias, ao longo de um mĂŞs, para a praça de alimentação do Shoppinho, em Santo AndrĂŠ, para ficar literalmente ‘olhando o movimento’. Parece coisa de maluco ou de desocupado, mas, na verdade, a atitude de Fabian Tortorello faz parte do elenco de recomendaçþes para quem quer empreender e ser bem-sucedido. Os dias de observação deram a Tortorello a segurança necessĂĄria para tomar atitude ousada: abrir, em 2006, o restaurante de comida por quilo Ky Delice. Hoje, o primeiro salĂŁo nĂŁo existe mais. Em compensação, a marca estĂĄ em outras trĂŞs marquises no centro andreense e deve, em breve, ser ‘exportada’ para o bairro Ipiranga, na Capital. “Conforme o negĂłcio foi crescendo, as limitaçþes das regras do shopping começaram a incomodarâ€?, diz Tortorello, 39 anos.
PALAVRA DO
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PRESENÇA. Tortorello faz questĂŁo de verificar tudo pessoalmente; por isso, todos os dias vai aos seus restaurantes Filho de donos de restaurante e padaria nos bairros de Vila OlĂmpia e Ipiranga, o empresĂĄrio sabia que, para negĂłcio na ĂĄrea de alimentação, a questĂŁo do ponto era fundamental. Por isso, estudou bastante para encontrar o local. “Mas, alĂŠm da localização, hĂĄ muito mais o que planejar para que um negĂłcio nessa ĂĄrea dĂŞ certo. É preciso buscar diferenciais, superar as di-
ficuldades com mĂŁo de obra, manter o fluxo de caixaâ€?, diz. “Diante dessa complexidade surge a necessidade de ter com quem falar a respeito dos rumos do negĂłcio com quem tenha olhar especializado, informado e crĂtico. Por isso, eu sempre busco o Sebraeâ€?, completa Tortorello. O empresĂĄrio diz que, mesmo tendo experiĂŞncia familiar no segmento, faz questĂŁo
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de conferir com os consultores se estĂĄ tomando as decisĂľes certas. “As opiniĂľes deles dĂŁo base para a gente agir. Eles sĂŁo sempre muito claros nas orientaçþes e chegam a dar uns puxĂľes de orelha. Houve situação em que chamaram a minha atenção para alguns itens que poderiam atrasar o retorno do investimento em uma das casas. Foi dito e feito. No prazo que eles estimaram, a casa decolou em termos de receitaâ€?, diz o empreendedor. Contratação, treinamento e retenção de mĂŁo de obra estĂŁo entre os maiores desafio para quem tem negĂłcio na ĂĄrea de alimentação, “Os consultores jĂĄ me deram orientaçþes valiosas nessa ĂĄrea tambĂŠm. Inclusive, permitindo levar alguns dos meus funcionĂĄrios para participar de palestras e treinamentos oferecidos por elesâ€?, finaliza.
Em termos financeiros, o setor de alimentação tem uma caracterĂstica bem marcante: ele nĂŁo precisa de muito capital de giro porque, de forma geral, nĂŁo dĂĄ prazo amplo para o cliente e nĂŁo tem muito estoque, porque trabalha com itens perecĂveis. O tempo de produção tambĂŠm ĂŠ curto. Diante dessas variĂĄveis, dĂĄ para manter um negĂłcio saudĂĄvel com relativamente pouco dinheiro circulando. Mas aĂ surge o desafio de evitar dar prazos grandes para os clientes. Como os fornecedores tambĂŠm estĂŁo acostumados a receber em prazos relativamente curtos, se o cliente demora a pagar o empresĂĄrio se descaptaliza e pode cair na tentação de entrar nas duas linhas de crĂŠdito mais disponĂveis para o empresĂĄrio: o cheque especial, que cobra juros altĂssimos, ou o adiantamento de recebĂveis que atĂŠ nĂŁo tem custo bancĂĄrio tĂŁo alto, mas que complica a gestĂŁo dos meses seguintes. VĂtor Arantes de Moura atua no EscritĂłrio Regional do Sebrae no Grande ABC e ĂŠ especialista nos aspectos financeiros da atividade empreendedora.
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Inovar combina atenção aos custos, criatividade e fé A melhor forma de surpreender os clientes é apresentar o que eles já gostam sob um novo ângulo
iante de uma inovação, a sensação é inconfundível. Misto de surpresa, admiração e desejo de consumir, esse frisson ocorre com mais facilidade do que definição racional do que seja inovação. Entretanto, para o empreendedor – seja de que tamanho for –, o processo de inovar pode ser definido como a exploração com sucesso de novas ideias. E êxito empresarial pode ser definido por aumento de faturamento, acesso a novos mercados, aumento das margens de lucro e do fortalecimento da imagem da marca. Muitas vezes a inovação nasce da conciliação de diferentes desejos em um mesmo produto. Quando surgiu nos anos 1980, o walkman foi considerado inovador porque permitia que se ouvisse rádio enquanto se estava andando pela rua e sem incomodar os outros. Talvez seja porque nos alicerces da sua atividade como sommelier esteja a habilidade de harmonizar contrastes, o fato é que o andreense Fabio Andreoli inovou ao montar a Beer Route, empresa que nasceu com a missão de combinar a possibiliade de degustar cervejas especiais com a segurança de não ter de se preocupar em dirigir e ainda fazê-lo junto com outras pessoas que também se interessam por bebidas diferenciadas. “Por causa da minha empresa, a Ein Prosit Empório, promovo várias degustações, dou palestras e consultoria para cerveja-
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PALAVRA DO
CONSULTOR
Andréa Iseki
Fotos: Divulgação
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NA ESTRADA. Amantes das nuances de sabor da cerveja fazem da Beer Route uma iniciativa de sucesso rias. Percebi que muita gente tinha vontade de conhecê-las, mas o fato de não poder beber e dirigir era um empecilho às visitas”. conta Andreoli. “Aí, em parceria com um amigo do setor de turismo, resolvi criar a Beer Route.” O conceito é permitir que as pessoas mergulhem na cultura cervejeira. A primeira viagem ocorreu em julho e todos os 42 lugares, a R$ 275, foram vendidos. O roteiro de um dia incluiu visita à cervejaria Dama, em Piracicaba, com degustação e al-
moço, seguida por mais um trecho de estrada até Itupeva, onde está a Rofer, fabricante com proposta ainda mais artesanal. Na volta, o desembarque foi na Cervejoteca, na Vila Madalena, para uma hamburgada. No ônibus, programação no DVD sobre a arte de fazer cerveja. “Teve gente que veio do Rio de Janeiro para participar”, diz Andreoli, que planeja a próxima viagem para outubro. “Nosso lema é beber menos para beber melhor. Por isso, no ônibus, só se bebe água”, conta.
“Eu tinha consciência de que fazer esse tipo de programa, que existe em destilarias e vinícolas pelo mundo afora, com cervejarias brasileiras era inovador, mas resolvi conferir a viabilidade com os especialistas do Sebrae. Graças a orientação deles, que eu sigo 100%, optei por um negócio que não me estrangulou financeiramente. Na verdade, se não fossem os conselhos deles, eu já teria feito muita besteira e talvez não estivesse mais no mercado”, diz o sommelier que virou empresário.
Hoje em dia, para quem atua na área de alimentação, a melhor maneira de inovar é demonstrar preocupação com a saúde do seu cliente. E não se trata apenas da saúde imediata, estou falando do longo prazo, dos efeitos que o consumo repetido de determinado alimento provoca. A preocupação com a questão da nutrição e do controle do peso existe em escala planetária. Nos Estados Unidos, a obesidade é endêmica. Aqui no Brasil, o assunto também chama a atenção. Por isso, os empresários que trabalham com comida e bebida têm de investir em formas de ressaltar a qualidade do que está sendo servido, em agregar valor ao seu produto e a comunicar de forma atraente. Quando alguém degusta alguma coisa, ele vai além da mera necessidade e passa a estabelecer uma relação saudável, de prazer e respeito com a arte de quem preparou o que estão ingerindo. Gustavo Schiavone atua no Escritório Regional do Sebrae no Grande ABC e é especialista em negócios ligados à inovação.
SEU NEGĂ“CIO
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Padronização e marketing dão mais sabor às franquias
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PALAVRA DO
CONSULTOR AndrĂŠa Iseki
AndrĂŠa Iseki
Para quem sonha em trabalhar com comida, mas nunca teve experiĂŞncia, sĂŁo a melhor pedida
ais difĂcil do que fazer um prato gostoso ĂŠ fazĂŞ-lo com o mesmo gosto todos os dias. Diante desse desafio, muita gente que quer investir no setor de alimentação escolhe a franquia. “A padronização de processos, tĂpica da franquia, aumenta a autoconfiança do empreendedor novato no segmentoâ€?, diz o consultor especializado em franquias Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise. Outro ponto de atração para quem tem disponibilidade financeira sĂŁo os investimentos que o franqueador faz em açþes de marketing em geral e, particularmente, em publicidade. “Em setores muito competitivos, ter um franqueador que garanta uma boa presença da marca ĂŠ diferencial importante e que ajuda na consolidação da unidadeâ€?, diz Rizzo. No caso do Grande ABC, a presença de franquias nesse setor estĂĄ aumentando rĂĄpido, especialmente em função da multiplicação dos shopping centers (e de suas praças de alimentação) na regiĂŁo. Mas, mesmo os franqueados que estĂŁo fora dos grandes centros de compras, estĂŁo se dando bem. Jurema Dantas, 51 anos, franqueada da SodiĂŞ Doces, em MauĂĄ. fatura 20% mais do que a mĂŠdia das lojas da rede no mesmo estĂĄgio de maturação. Segundo ela, comprar a franquia foi uma forma rĂĄpida de aprender os macetes do negĂłcio, porque, junto com a marca e o visual da loja, o franqueado
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FOME. Clientela faminta e muitas franquias compþem o cenårio das praças de alimentação dos shopping centers
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oferece capacitação e ensina a logĂstica do negĂłcio. Dados divulgados pela ABF (Associação Brasileira de Franchising) apontam que o faturamento das franquias no PaĂs teve aumento de mais de 250% nos Ăşltimos dez anos, saltando de R$ 29 bilhĂľes em 2003 para estimados R$ 104 bilhĂľes em 2012. Ano passado, uma franquia foi inaugurada por hora no territĂłrio nacional.
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Para montar uma franquia, especialmente na årea de alimentação, Ê preciso analisar com muito cuidado quatro pilares fundamentais do negócio. São eles: contrato, operação, investimento e marketing. Os quatro são igualmente importantes para a satisfação do franqueado com o negócio em que estå entrando. A anålise do contrato define o que o franquedor oferece e o que ele exige. Verificar quais são as bases da operação Ê fundamental, especialmente no setor de alimentação, que envolve muito contato com fornecedores e depende da atuação de funcionårios treinados. A questão do investimento Ê crucial e nas contas o capital de giro deve ser considerado. O esquema de marketing da marca merece atenção redobrada, em especial num setor tão competitivo. Por fim, antes de fechar o negócio, busque conversar com donos de unidades novas e antigas para saber sobre as experiências deles.
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marketing e em franquias, alĂŠm de palestrante.
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NEGÓCIO
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