Parte integrante do Diário do Grande ABC – Não pode ser vendida separadamente
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sucesso Costurando seu
2. Seu Negócio PERFIL DO SETOR Dados gerais do setor atualizados em 2014, referentes ao ano de 2013 Faturamento da cadeia têxtil e de confecção: US$ 56 bilhões, contra US$ 58 bilhões em 2012; Exportações (sem fibra de algodão): US$ 1,2 bilhão, contra US$ 1,28 bilhão em 2012; Importações (sem fibra de algodão): US$ 6,76 bilhões, contra US$ 6,59 bilhões em 2012; Saldo da balança comercial (sem fibra de algodão): US$ 5,5 bilhões negativos, contra US$ 5,3 bilhões negativos em 2012; Investimentos no setor: US$ 1,6 bilhões (estimativa), contra US$ 2,2 bilhões 2012; Produção média de confecção: 9,8 bilhões de peças; (vestuário+cama, mesa e banho); Trabalhadores: 1,7 milhão de empregados diretos e 8 milhões se adicionarmos os indiretos, dos quais 75% são de mão de obra feminina; Representa 16,4% dos empregos e 5,5% do faturamento da indústria de transformação; 2º. maior empregador da indústria de transformação, perdendo apenas para alimentos e bebidas (juntos); 2º. Maior gerador do primeiro emprego; Número de empresas: 30 mil em todo o País (formais); Quarto maior parque produtivo de confecção do mundo; Quinto maior produtor têxtil do mundo; Segundo maior produtor e terceiro maior consumidor de denim do mundo; A moda brasileira está entre as cinco maiores semanas de moda do mundo; Temos mais de 100 escolas e faculdades de moda; O Brasil é, ainda, a última cadeia têxtil completa do Ocidente. Só nós ainda temos desde a produção das fibras, como plantação de algodão, até os defiles de moda, passando por fiações, tecelagens, beneficiadoras, confecções e forte varejo; Indústria que tem quase 200 anos no País; Brasil é referência mundial em design de moda praia, jeanswear e homewear, tendo crescido também os segmentos de fitness e lingerie.
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Setor têxtil costura reação contra a invasão chinesa Fabricantes do ramo de vestuário buscam novas formas de garantir ganhos em cenário desafiador Concorrência, tributação e dificuldade de encontrar mãode-obra qualificada representam as três maiores dificuldades das indústrias do setor têxtil na região. Essa é a avaliação da consultora do escritório regional do Grande ABC Aieska Lacerda Silva, responsável pela coordenação do grupo de empresários da região que atua nos diversos segmentos da indústria de vestuário. “As questões da concorrência com os importados de baixo custo e da tributação são macroeconômicas e, embora seja preciso lutar contra elas, o que mais acontece no grupo é desenvolver estratégias para contornar os efeitos destes desafios”, diz Aieska. “Já a questão da qualificação tem um aspecto mais local e permite que sejam desenvolvidadas ações para melhorar a formação dos funcionários neste setor”, completa. A consultora chama aten-
Diretor-superintendente Maury de Campos Dotto
Fundadores Edson Danillo Dotto (1934-1997), Maury de Campos Dotto, Fausto Polesi (1930-2011) e Angelo Puga
Diretora-geral Lidiane Fernandes Pinto Soares
Diretor-presidente Ronan Maria Pinto
Diretor Evenson Robles Dotto
Diretor de Redação Sérgio Vieira Coordenação de Marketing Claudia M. R. Zeber Josiana Abrão
ção para o fato de que está difícil para os empresários conseguir sangue novo em suas fábricas. “A imagem que as pessoas têm do trabalho numa confecção é a da velhinha morrendo em cima da máquina de costura. Isso espanta os jovens, que preferem talvez até ganhar menos e ter menos segurança em outras atividades – como telemarketing, por exemplo – só porque parecem coisas mais atuais”, diagnostica a consultora que também aponta a falta de cursos de formação de curto prazo como um fator complicador na região. “Os cursos do Senai são excelentes, mas de longa duração e os oferecidos pelas prefeituras da região são voltados para costura doméstica”, observa. Então, para resolver essa questão, o grupo de empresários ligados ao Sebrae na região tem visitado prefeituras e centros de formação no Grande ABC para buscar parcerias no sentido de pedir para que estes órgãos ajustem sua oferta de cursos às necessidades produtivas da região, que estão longe de serem pequenas. De acordo com números do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Esta-
DEZ DICAS
do de São Paulo), entre 2010 e 2013 o número de fábricas na região cresceu, em média, 4% ao ano – mais do que o PIB (Produto Interno Bruto) de 2012 e 2013. Pelas contas da entidade, a região é a quarta maior produtora de artigos de vestuário no Estado, só atrás de Franca, Bauru e Americana. O fato é que a tradição do Grande ABC em outros setores obscurece a sua importância como produtora de roupas. Por isso, o recado do presidente da Abravest (Associação Brasileira do Vestuário), Roberto Chaddad é ainda mais eloquente: “Quem quiser entrar ou se manter no setor tem de ter grande competência em gestão porque o cenário é desafiador e o nível de endividamento das indústrias do setor preocupa”, alerta. “O cenário não está fácil”, reclama. “E muita gente ainda não percebeu que a invasão dos importados a baixo custo, além de roubar empregos e destruir indústrias, está acabando com a viabilidade dos estilistas brasileiros criarem moda que reflita a cultura e a estética brasileira. Os empresários deste setor tem de estar alertas”, aconselha.
TER INICIATIVA: O empreendedor deve assumir uma postura de líder, buscando soluções e estando sempre atento aos movimentos do mercado, dos clientes e também dos concorrentes; TER PERSISTÊNCIA: Estar motivado, consciente e crente com as possibilidades é essencial ao empreendedor, afinal, são seus sonhos que estão representados na empresa; COMPROMETIMENTO: É imprescindível que algumas vezes sejam feitos sacrifícios pessoais e que grandes esforços sejam dispendidos para o cumprimento de uma tarefa, ainda que ela seja de responsabilidade da equipe; CORRER RISCOS CALCULADOS: O empreendedor de sucesso deve aceitar os riscos, porém deve saber onde pisa e até onde pode ir; EXIGIR QUALIDADE E EFICIÊNCIA: O empreendedor não pode estar disposto a oferecer qualquer tipo de produto ou serviço para o cliente e essa postura ele deve cobrar também dos colaboradores; BUSCA DE INFORMAÇÕES: O empreendedor deve dedicar-se pessoalmente a obter informações sobre clientes, concorrentes e até mesmo sobre como fabricar um produto ou fornecer um serviço; ESTABELECIMENTO DE METAS: É preciso estabelecer metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal. Além disso, é necessário mensurar, depois, os resultados; PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO SISTEMÁTICO: O empreendedor deve planejar e revisar constantemente o que foi definido, levando em conta os resultados obtidos, as mudanças circunstanciais e os registros financeiros; REDE DE CONTATOS: Frequentar eventos em que estão pessoas diretamente ligadas ao seu setor é muito oportuno para desenvolver e manter relações comerciais; INDEPENDÊNCIA E AUTOCONFIANÇA: O empreendedor precisa acreditar em si mesmo, pois é isso o que o fará arriscar mais, ousar mais e empreender mais. No entanto, ele deve estar sempre aberto a ouvir a opinião dos colaboradores.
Suplemento especial Seu Negócio
Textos Andrea Ciaffone
Diagramação Raul Silva
Tratamento de Imagens Edson Silva
Gerente Comercial André Mendes Ferreira
Editor de Arte Eder Marini
Banco de Dados Cecilia Del Gesso
Studio Denise Arashiro, Felipe Vaz e Mauro Lotto
Edição Kelly Zucatelli
Editor de Fotografia Ari Paleta
Capa Fernandes
Paginação de Anúncios Eduardo Pinheiro
Departamento Comercial André Ferreira, Adriano Mendes da Silva, André Morais, André Borin, Caroline Martinez, Camila da Silva, Everton Amauri, Jardel Sousa, Jorge de Oliveira, Luciana Lima da Silva, Marcelo Tadeu, Marcia Maritan e Thaisa Leão.
Fonte: Sebrae
SEDE: Rua Catequese, 562, Santo André, São Paulo. CEP: 09090-900. Telefone/PABX: 4435-8100
Seu Negócio
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Criatividade para desatar o difícil nó da sazonalidade A confecção de biquinis Joaninha Brasil desenvolveu formas de não sofrer com o inverno Naqueles dias em que as mulheres só pensam em chocolate quente debaixo do cobertor, vender biquinis é um desafio e tanto. Não para a marca andreense Joaninha Brasil. Há mais de onze anos no mercado, a marca criada por Andréa Salvaia tem adeptas fiéis no verão, que tendem a migrar para o sofá nos meses de frio e deixam o caixa da loja no bairro Jardim na geladeira. “O que tenho feito é aproveitar a nossa baixa temporada para utilizar a minha fábrica para costurar peças para outras confecções e também reforçar os meus estoques”, diz Andréa. Mas, essa estratégia não apareceu magicamente e nem foi a primeira alternativa a que a empresária se dedicou. “Por cinco invernos mantivemos o fluxo na loja e na fábrica produzindo agasalhos de plush e moletons. Mas, a concorrência com os chineses tornou isso inviável. O preço final dos produtos deles é o nosso preço de custo. Não dá para competir. Então, como tenho fábrica própria e hoje muitas marcas terceirizam a sua produção, apostei no mercado B2B (business to business, ou seja, de empresa para empresa) e estou bem contente com os resultados”, conta. Para não deixar a loja da Joaninha às moscas, a empresária adota a tradição de fazer bazares com as peças que restaram do verão. “As clientes adoram. Além disso, essas mudanças no clima ajudam o negócio de biquini. Em pleno inverno tem gente comprando para ir ao Litoral porque houve finais de semana com temperaturas ame-
nas e dias ensolarados. Algumas aproveitam bem as promoções e pontas de estoque das coleções da estação passada. “Mas, o que realmente atrai as clientes são os lançamentos, o que há de novidade”, constata. “A brasileira tem a cultura e a vaidade de ir para a praia de biquini novo, da tendência atual e também não admite repetir o mesmo biquini todos os dias. Isso ajuda bastante”, analisa. Essa paixão das clientes garante um ticket médio na loja de R$
300 reais, o que equivale em média dois biquinis. Frequentadora assídua dos treinamentos promovidos pelo Sebrae, Andréa aprendeu a unir a sua percepção de mercado ao planejamento cuidadoso. “Antes eu era muito impulsiva, agora aprendi a planejar”, conta a empresária que já tem seus próximos passos definidos: começar a exportar e criar uma rede de distribuição em lojas multimarcas para a sua marca no Nordeste. “Fizemos uma pesqui-
sa junto às nossas clientes e perguntamos em que situação elas compravam biquinis de outras marcas. A esmagadora maioria disse que só traía a Joaninha quando estavam viajando e depois de uns dias, sentiam a necessidade de variar o visual de praia. Ou seja, precisamos suprir essa necessidade”, conta a empresária que, como muitas do setor de moda e acessórios, tem de equilibrar as funções de fabricante, atacadista e varejista em todas as estações. Divulgação
Denis Maciel
Existem diversas formas de inovar, mas a maioria dos empreendedores foca sua atenção na inovação em produto. Na área de moda e acessórios especificamente isso se amplia porque é um setor que vive da novidade, das propostas inusitadas e das tendências. O problema é que esse ritmo de passarela acaba distraindo os empresários, que esquecem que há inovação para além do produto. Na verdade, com os cenários competitivos em mutação cada vez mais acelerada, não se pode deixar de inovar na gestão do negócio. É importante para manter o dinamismo da operação – seja ela de que porte for. Um das boas formas de fazer isso é olhar para dentro da empresa e reconhecer as suas áreas de excelência. No ramo da confecção, por exemplo, podem ser modelagem, criação ou produção. A partir daí, é criar as condições para ganhar clientela junto a outras empresas, o chamado B2B (business to business). Gustavo Schiavone atua no Escritório Regional do Sebrae no
QUATRO ESTAÇÕES. Para Andréa Salvaia, da Joaninha Brasil, é preciso procurar o céu azul sempre
Grande ABC, especialista em negócios ligados àinovação.
4. Seu Negócio Garotas que curtem caprichar no look se tornam influentes na internet e viram empresárias Tudo começou como um hobbie: postar nas redes sociais o look do dia para as amigas verem e comentarem. Mas o número de visitas virtuais foi aumentando. E os pedidos de dicas, também. Essa popularidade empurrou a arquiteta Marília Wachtler, 28 anos, a montar o blog Keep a Secret em sociedade com a advogada Lili Paiva, 32, outra apaixonada por moda e acessórios. “A ideia era poder mostrar a nossa visão de moda e, se o blog virasse algo rentável, melhor. Hoje, virou trabalho. Os posts têm data marcada para irem ao ar, tivemos que contratar uma pessoa para cuidar da nossa agenda de publicação e de compromissos”, conta Mari. O blog estreou em 15 de outubro de 2012 e para criá-lo a dupla investiu cerca de R$ 8 mil em design gráfico e montagem do site. “Recuperamos o investimento rapidamente. No primeiro mês, já fechamos no azul e no terceiro mês já estava com o investimento inicial resolvido e com a rentabilidade crescendo”, recorda-se Mari, que começou a ser procurada por lojas da região interessadas em anunciar no blog ou em patrocinar looks que virariam posts. Atualmente, o site fatura em média R$ 8 mil mensais. Ainda bem longe de blogs que ultrapassam os três dígitos de faturamento, mas que já pode ser considerado um sucesso. “No Grande ABC não tinha blogueira antes da gente e a combinação de não ter ninguém que pudesse divulgar esses produtos somado ao fa-
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GASTO MENSAL
22%
Mais de R$ 200 De R$ 151 a R$ 200 De R$ 101 a R$ 150 De R$ 76 a R$ 100 De a De a
R$ R$ R$ R$
51 75 21 50
5%
Até R$ 20
Peças no guarda-roupa
Até 5 anos Blusa/camisa 9% Calça 26% Vestido 34% Saia 58% Casaco/Jaqueta 46%
6a 10 15% 33% 29% 20% 26%
11 a 15 16% 16% 14% 7% 11%
16 a 20 14% 9% 8% 3% 5%
21 a 30 14% 5% 4% 1% 3%
31 a 40 8% 2% 2% 1% 1%
9% 10%
18% 17% 19%
mais de 40 13% 2% 2% 1% 1%
Não sei 11% 7% 7% 9% 7%
Blogueiras e posts representam a última tendência da moda Reprodução
BLOG. Homepage do Keep a Secret traz as sócias Mari e Lili em ação to das lojas se identificarem com o nosso estilo fez a gente rapidamente ter patrocínios”, avalia Mari, que tem entre seus parceiros e anunciantes mais antigos o Salão Pelle & Capelli e as lojas Alla Scala e
Modelitto, além de atacadistas e lojas online. “O segredo do negócio de ter um blog: só dá para divulgar marcas em que a gente acredita, que fazem peças que curtimos e que tem a ver com
o estilo pessoal de cada uma. Se não tiver verdade nas roupas que escolhemos, perdemos a credibilidade e também as nossas seguidoras”, explica a arquiteta que já recusou marcas para manter a coerência nos seus looks. “As pessoas seguem blogs porque além de conveniente – está no celular – elas se sentem mais representadas. Somos pessoas reais que se vestem para ir a lugares normais: trabalho, faculdade, restaurantes e não modelos supermagras e mega produzidas em cenários incríveis”, analisa. As sócias têm o objetivo de aumentar a audiência do blog de 6.000 pessoas por dia para 10 mil diárias.
Andréa Iseki
A internet mudou o cenário do marketing e abriu muitas possibilidades para divulgar uma marca. Na diversidade da web, os blogs têm se destacado como mídia e como negócio, especialmente os voltados para a moda, que são um capítulo à parte em termos de rentabilidade. O conhecimento que as blogueiras têm do assunto é só o começo. O que mais pesa para o público é o fato de serem pessoas reais e isso traz credibilidade para as suas escolhas. Já pelo lado dos anunciantes, é uma forma de ir além de divulgar a sua marca para o público-alvo, é uma chance de mostrar como o produto deve ser usado. Os posts das blogueiras funcionam como tutoriais para as tendências e as métricas de audiência mostram claramente o alcance daquele conteúdo. Mas, quem resolve investir num blog deve ficar de olho na gestão, buscar inovar sempre e nunca se distanciar do seu público. Leandro Reale Perez é consultor no Escritório Regional do Grande ABC, especialista em franquias e marketing.
Seu Negócio
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De ponto em ponto, os MEI fazem a sua bolsa Casal de São Bernardo investe em fábrica de acessórios e conquista seu espaço Nario Barbosa
Ponto por ponto, o casal Prisca, 22 anos, e Jonathan Rodrigues Fiuza, 23, está construindo seu futuro empresarial no bairro Assunção, em São Bernardo. Mas, para garantir que sua fábrica de bolsas, a J.Pris, siga próspera, buscam o apoio das grandes entidades de fomento à empresa. Para o MEI (microempreendedor individual) a melhor chance de obter sucesso na atividade é buscar apoio de grandes estruturas como o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). “Buscar orientação e qualificação nestas entidades ajuda muito na montagem de um negócio saudável e também faz a gente ficar mais sintonizado com o que é importante”, afirma Jonathan. Tudo começou há pouco mais de três anos por, digamos, motivo de força maior. Recém-casados, os dois estavam sem emprego. Então, Prisca, na época com 19 anos, resolveu tirar da memória o que havia aprendido em um curso realizado no Senai aos 16 anos, onde aprendeu a confeccionar bolsas, carteiras e cintos em tecido, couro sintético e natural. Mas faltava a máquina de costura. “Fomos até a tia da Prisca, que tem uma revenda de equipamentos para costura e fizemos uma proposta em que ela emprestaria a máquina e a gente pagaria R$ 50 por mês”, recorda-se Fiu-
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UNIDOS. Com a J.Pris, Jonathan e Prisca transformaram um momento de incerteza em negócio promissor za, que logo foi atrás de encomendas para colocar a máquina em uso. “No começo eram peças simples, como sacolas, capinhas de bíblia, mas conseguimos manter o ritmo de pedidos.” Imediatamente eles procuraram legalizar a empresa como MEI e, enquanto Jonathan procurava emprego em outras áreas, resolveu usar o tempo livre para fazer cursos no Senai e investir na sua formação como empresário assistindo às palestras do Sebrae sobre empreendedorismo, gestão financeira e os específicos para o segmento de moda. Depois de um tempo
investindo na sua formação, Jonathan percebeu que já tinha um emprego: a J.Pris, sua empresa. Hoje, o casal tem dez máquinas de costura, clientes fiéis e muitos planos. “Estamos planejando a transição para uma estrutura maio, e também em busca de contratar uma pessoa. Como aqui na região é difícil encontrar gente com esse tipo de qualificação, buscamos o Senai. Por meio de um esquema de parceria, a candidata vai fazer o curso lá e, depois, virá trabalhar para nós”, conta Jonathan. A chegada da funcionária
vai ajudar a empresa que hoje não pode concorrer a pegar pedidos maiores por falta de mais mão-de-obra. Atualmente, a J. Pris atua em três frentes: a marca própria, desenvolvimento de produtos para clientes colocarem a marca deles e também montagem de modelos desenvolvidos por outras marcas. “Não temos tido tempo para nos dedicarmos à nossa marca, que também exigiria investimento maior em divulgação. Hoje, 90% do nosso movimento é de montagem e desenvolvimento para marcas grandes em parceria com o Senai”, detalha o empresário.
Muitos clientes identificam na comercialização de roupas e acessórios sua oportunidade de empreender, com vantagens como flexibilidade de horário ou a possibilidade de conciliar as vendas com sua atividade atual, oferecendo produto para amigos e conhecidos no sistema de venda porta a porta, frequente no setor de cosméticos. Atendemos muitos clientes que identificam a oportunidade e, com alguns meses de formalizado e atuação obtiveram bom retorno financeiro, além do prazer de trabalhar com algo que se identifica. Outra oportunidade do MEI é quando o mesmo monta pequenas lojas em bairros da região do Grande ABC, o que aumenta a acessibilidade do cliente aos produtos tanto pela localização quanto pelo valor final porque o aluguel tende a ser menor fora do centro. A boa gestão permite que empresas que nascem pequenininhas cresçam e prosperem saudáveis. Heloísa Dantonio Endriukaitis atua no Escritório Regional do Sebrae no Grande ABC e está envolvida em ações voltadas ao setor de alimentação.
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Loja tinindo para acelerar as vendas e vencer a corrida
Divulgação
A competitividade do varejo de roupas e acessórios está entre as mais altas e é preciso se preparar
Andréa Iseki
Em tempos de lojas virtuais cada vez mais eficientes e com preços frequentemente mais baixos que os praticados pelas lojas físicas, o empreendedor que opta pelo varejo tem de ficar muito atento para adotar estratégias que otimizem o seu potencial de vendas. “Hoje, mais do que nunca, a loja precisa encantar o cliente com um ambiente amigável e acolhedor”, destaca o consultor Caio César Massao Ito, do escritório regional do Sebrae no Grande ABC. Ele ensina que o visual de loja tem dois efeitos importantes: agrega à imagem da marca mostrando a sua personalidade por meio da decoração, iluminação e circulação e também de incentivar o consumo, colocando em lugar de destaque as principais apostas da loja em termos de tendências. “Quem segue as
orientações e deixa o ambiente mais convidativo para atrair os clientes, consegue elevar as vendas em pelo menos 20%”, diz Ito, que coordenou a recente visita da loja modelo itinerante do Sebrae à região. “A vantagem da loja é que
ATENDIMENTO AO CLIENTE
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
GESTÃO DE VISUAL DE LOJA
PLANO DE AÇÃO PARA A LOJA
Atender é muito mais do que tratar. Tratar é o essencial e básico. Atender é superar expectativas, é surpreender o cliente. Diante disso, o curso é voltado para empreendedores e profissionais que mantêm contato com clientes e pretende oferecer aos alunos as condições de implementar ações, estratégias, procedimentos e técnicas que busquem a satisfação dos clientes e gerem um resultado ainda maior para sua empresa. Além de mostrar como solucionar queixas e reclamações, o material ensina a analisar o perfil psicológico do cliente, a estabelecer a escala da lealdade e aborda técnicas de fidelização.
Feito sob medida para empresários do comércio varejista que desejam potencializar a competitividade de seus negócios, o curso discute formas para elaborar preços que cobram os custos e as despesas do seu negócio da forma mais adequada ao mercado local. Mostra os procedimentos necessários em um levantamento de preços de mercado e que não é suficiente apenas equiparar seu preço com o da concorrência, devem ser analisados os fatores financeiros de cada empresa. Identificação da margem de lucro, noções de aplicação dos impostos e cálculo do ponto de equilíbrio também fazem parte do curso.
É importante perceber que a estrutura da loja influencia na venda para o cliente. Por isso, ela deve estar adequada aos diferentes clientes. O conteúdo mostra como elaborar a montagem de uma vitrine atraente, de acordo com cada período específico de vendas e a organizar os produtos de uma forma estratégica para que eles não parem na loja. Técnicas de exposição são colocadas e a questão das vitrines é abordada em profundidade. Detalhescomo o uso das cores, temas, formas de expor os preços e as etapas de montagem de uma vitrine são abordados.
Direcionado aos empresários e profissionais do comércio varejista que procuram atrair, manter e reter profissionais competentes em seus negócios, o curso explora o conceito de gestão de pessoas, que significa agir de forma planejada ao atrair, orientar, treinar, liderar, desenvolver, remunerar, manter e demitir pessoas para garantir a competitividade do negócio. Esse curso prepara o empreendedor a atuar como um líder desenvolvedor de equipes, favorecendo um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Dicas sobre como fazer uma seleção de currículos e entrevistas de contratação. Liderança, motivação e gestão de conflitos estão entre os assuntos do curso.
ITINERANTE. A loja modelo do Sebrae traduz lições sobre como organizar o espaço para vender mais quando os conceitos de organização de que falamos nas consultorias podem ser visualizados, os empreendedores entendem melhor e se inspiram a melhorar seus espaços”, observa o consultor. Montada em cima de uma carreta, ela viaja puxada
por um caminhão e graças a seu espaço permite aprender lições importantes sobre disposição de roupas e acessórios, organização de produtos, iluminação ideal para valorizar as mercadorias e conceitos como visual merchandising.
A internet mudou o mundo, mas um dos setores que mais rapidamente vestiu as novidades que a tecnologia trouxe foi o de moda e acessórios. Até o final do século XX, as tendências de moda levavam anos para chegar até a consumidora. Hoje, isso mudou graças a onipresença da internet. Por isso, a conectividade é tão importante para as empresas deste setor. Desde a criação da NET Empresas, que oferece banda larga de 10, 30, 60, 120 e 500 mega, percebemos um interesse grande das empresas que atuam direta ou inderetamente no setor de moda em adquirir ou aumentar a banda do seu serviço. A transferência de dados, especialmente imagens em alta definição, faz parte da rotina deste setor. A comunicação, os pedidos, tudo é feito online. Isso sem falar do e-commerce que no setor de confecção e acessórios vem crescendo ainda mais rapidamente porque gera melhor lucratividade com custos menores. Estar na web é a moda. Geanne Conte é consultora de marketing e produto da NET Serviços
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Franquias são ‘must’ para quem quer estar nos shoppings
Nario Barbosa
Andréa Iseki
Marcas reconhecidas e com forte apelo ganham o apoio dos empreendimentos Normalmente quem busca as franquias para empreender são as pessoas com pouca experiência empresarial, que querem minimizar os riscos ao comprar um conceito já pronto e testado. Não foi essa a razão que levou a empresária Leda Maíra Valverde a investir no mundo do franchising. “Por seis anos eu tive uma loja multimarca no Shopping ABC onde comercializava várias grifes super badaladas. Mas, o próprio shopping sugeriu que eu partisse para uma franquia, já que a política destes empreendimentos é apresentar apenas marcas bem conhecidas para a sua clientela. Não querem multimarcas. Na visão deles, marcas que são franquias geram mais prestígio para a imagem do shopping”, conta Leda. Diante deste incentivo, a empresária escolheu dentre as marcas que já vendia, a Shoulder. O resultado da franquia foi tão bom que em janeiro deste ano ela abriu a segunda unidade da marca no ParkShopping São Caetano. “Os shoppings têm tanto interesse em atrair marcas fortes que eles dão bastante suporte”, conta Leda. Em termos operacionais a empresária vê vantagens em não ter de lidar com seis diferentes fornecedores, com prazos e procedimentos diferentes. “Na franquia o trabalho é de outro ti-
po. Tem muito relatório. Por outro lado, há muito suporte tanto para os lançamentos quanto para as promoções”, revela Leda que lembra que o marketing de uma rede de franquias sempre vai ser mais forte e ativo porque o volume do orçamento para mídia tende a ser bem maior do que o que uma loja de marca própria. “Minha família tem lojas de marcas próprias e essa diferença fica bem clara para mim”, observa Leda que avalia que o formato das multimarcas hoje é mais adequado para imóveis de rua e para atender as pessoas que moram em volta. “No tempo da Maria Maria, quase 60% das minhas vendas eram externas, ou seja, coisas que as clientes pediam para entregar na casa delas para provarem. No mundo das franquias, isso não existe.” De acordo com o consultor especializado em franchising Marcus Rizzo, um dos mais conceituados do País, as franquias são fundamentais para a formação do mix dos shopping centers. “São negócios mais estruturados em termos de operação, o que aumenta a sua viabilidade. Além disso, são marcas que já contam com a simpatia e a fidelidade do consumidor, o que, para os shoppings mais novos, ajuda muito na decolagem do empreendimento”, analisa o consultor Rizzo.
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VISÃO. A empresária Leda Maíra Valverde decidiu mudar para franquia CUIDADOS PARA ADQUIRIR FRANQUIA PERCEBER Um negócio com o qual você não identifica AFINIDADE é pior do que um emprego que você não goste. Não baseie sua decisão unicamente no conselho dado PENSAR por um consultor ou pelas reportagens sobre tendências SOZINHO de crescimento de um segmento ou outro. INVESTIGAR Olhar com cuidado as grifes dos setores AS MARCAS com que o empreendedor tem identificação. AVALIAR O Analisar a operação em detalhe e procurar saber FRANQUEADOR direitinho qual é a estrutura que ele pode lhe dar. Entrevistar outros franqueados que já estão com a franquia BUSCAR da marca desejada. Fale com dois que tem o negócio INFORMAÇÃO há menos de dois anos, dois que já têm há mais tempo. A certeza sobre o passo a ser dado só aparece depois de DESENVOLVER estudar em profundidade o negócio em que pretende entrar CONVICÇÃO e refletir sobre a sua disposição para tocá-lo no longo prazo. FAZER Pense que além de pagar pela franquia é preciso ter capital CONTAS de giro para agüentar o primeiro ano de operação. Fonte: Rizzo Franchise
Dinheiro não aceita desaforo. E essa é uma regra que nunca cai de moda. Por isso, uma das preocupações dos empreendedores do setor de moda e acessórios é manter o olho vivo na planilha de custos. Seja na área industrial, em que os insumos e maquinários muitas vezes são importados, seja no varejo, a preocupação com os custos deve ser intensa. No caso do varejo de moda, é preciso lembrar que os custos fixos tendem a ser altos. Aluguéis, salários e cuidados com o espaço e a coleção são despesas fixas altas e, além delas, é preciso custear a comprar de novidades. Por isso é importante não imobilizar recursos em estoques muito grandes. Para quem atua no setor por meio de franquias, as decisões sobre épocas de lançamento e de promoção são tomadas em linha e o franqueado deve ter certeza de que poderá acompanhar financeiramente o ritmo que o franqueador estabelece para todas as unidades. Vítor Arantes de Moura é consultor no Escritório Regional Grande ABC, especialista em finanças.
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