DIAGNÓSTICO SOCIAL Baosteel CSV
05/12/08
ÍNDICE I. APRESENTAÇÃO II. TERRITÓRIO
5 9
1. Perfil socioeconômico (Anchieta, Guarapari e Piúma) 1.1 Área territorial e densidade demográfica 1.2 Crescimento populacional 1.3 Escolaridade 1.4 Atividades econômicas 1.5 PIB e PIB per capita 1.6 Taxa de Urbanização 1.7 Índice de desenvolvimento humano municipal (IDH –M)
4 4 5 6 6 7 9 9
10
III. PESQUISA ESTRATÉGICA
17
1.8
Índice de Gini (Índice de desigualdade de renda)
1. Perfil da amostra 2. Dados da amostra (percepções) 2.1. Entrevistas Individuais 2.1.1. Bloco 1: Percepção sobre o Pólo Industrial e Baosteel CSV 2.1.2. Bloco 2: Papel da Baosteel CSV no território 2.2. Grupos Focais 2.2.1. Bloco 1 - Linha do tempo 2.2.2. Bloco 2 - Modelos de desenvolvimento
2.1.3.
Bloco 3 Canais de comunicação
IV. FATOS GERADORES DE IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS 1.
11 12 13 13 14 15 15 18
23
26
Percepção das comunidades sobre os fatos geradores 1.1 Fatos Geradores Positivos 1.2 Fato gerador positivo não percebido 1.3 Fatos negativos percebidos 1.4 Fatos geradores negativos não percebidos 1.5 Impactos Percebidos Não Reais - Imaginário China 1.6 Condicionantes
26 27 29 29 31 32 33
V. ATORES ESTRATÉGICOS
34
1. Mapeamento dos Atores Estratégicos – Baosteel CSV 1.1 A natureza do ator estratégico 1.1.1 Atores Globais 1.1.2. Atores Locais 1.2 Densidade e centralidade da Rede 1.1.2. Atores Globais 1.2.3. Atores Locais 1.3 Rede de influência 2. Relatório de prioridades 2.1. Atores Globais 2.2. Atores Locais
34 34 35 36 37 37 38 38 39 39 42
3
I. APRESENTAÇÃO
6
Para subsidiar a instalação de uma usina siderúrgica na região destinada ao Pólo Industrial e de Serviços do município de Anchieta, ES, a Baosteel CSV – Companhia Siderúrgica Vitória - encomendou, a Agência 21, a realização de um Diagnóstico Social. O objetivo desse trabalho foi gerar informações estratégicas sobre o território para auxiliar a empresa na implantação do seu empreendimento. Foi realizado um intenso levantamento de informações (sociais, econômicas e ambientais) através de pesquisas por dados secundários e trabalhos de campo; e, uma captação de percepções das comunidades e dos atores estratégicos envolvidos, através de reuniões, abordagens individuais e grupos focais. O cruzamento dessas informações culminou neste diagnóstico apresentado nas páginas a seguir.
7
II. TERRITÓRIO
Com base na pré-determinação das áreas diretamente impactadas, a Agência 21 focou o trabalho nas comunidades localizadas no entorno imediato da área do empreendimento - Belo Horizonte, Castelhanos, Chapada do Á, Goêmbe, Guanabara, Mãe-bá, Monteiro, Parati, Recanto do Sol, Ubu, Condados, Meaípe e Porto Grande – entretanto, as sedes administrativas dos municípios em questão também foram pesquisadas. Para a obtenção das informações a seguir foram realizadas pesquisas via dados secundários, a fim de se elaborar o perfil sócio-econômico da região, e, quando necessário, atividades de campo para complementação da pesquisa. Todas as informações obtidas são decorrentes de pesquisas e estudos técnicos de instituições oficiais.
1. Perfil socioeconômico (Anchieta, Guarapari e Piúma)
1.1 Área territorial e densidade demográfica
Dos três municípios estudados, Guarapari se destaca por ter uma população muito superior aos outros. Esta diferença pode ser atribuída a um intenso processo de crescimento populacional e de ocupação desordenada que transformou a realidade deste município nos últimos 30 anos. Neste contexto, os municípios de Anchieta e Piúma, por possuírem uma população muito inferior, têm em Guarapari um ponto de referência para a contratação de serviços e oportunidades de trabalho. A tabela abaixo apresenta a estimativa da atual população, área territorial e a densidade demográfica (razão entre população residente total e a área) dos municípios em questão.
10
(tabela1) População Total / Territorial Unidade Territorial Anchieta/ES Guarapari/ES Piúma/ES
População total Densidade Área2 (estimativa)¹ demográfica³ 2- n° de habitantes -
22.786 111.098 19.715
- km
404,9 592,2 73,5
- hab./km2 -
45,87 152,02 205,28
Fontes: ¹IBGE ²IBGE - Censo Demográfico ³PNUD - Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil MuniNet - Rede Brasileira para o Desenvolvimento Municipal
1.2 Crescimento populacional Todos os municípios estudados apresentam crescimento populacional nos últimos anos. Destaque para o município de Piúma que apresentou um crescimento de 20,5% em seis anos, Guarapari e Anchieta cresceram 17,6% e 13,8% respectivamente. Apesar de Anchieta ter a menor taxa de crescimento da região, é de se esperar uma forte elevação nessa taxa nos próximos anos. Essa estimativa leva em consideração as oportunidades de trabalho que podem ser geradas durante as fases de implantação e operação dos empreendimentos no local, caso seja confirmada a instalação do Pólo Industrial e de Serviços. Além disso, existe a possibilidade de instalação/ampliação de outros dois empreendimentos (Quarta Usina de Pelotização da Samarco, Terminal de Gás da Petrobrás e Porto de Ubu). Cabe ressaltar, que essa especulação de crescimento populacional de Anchieta, não pretende afirmar que os demais municípios (Vitória, Guarapari e Piúma) não terão suas taxas de crescimento elevadas. A expectativa é que, como sede dos empreendimentos, Anchieta deixe de ser o município com menor taxa de crescimento.
Gráfico 1 POPULAÇÃO TOTAL (estimativa)
Vitória
320.824 296.012 Unidade territorial
Piúma
111.098 91.469 Guarapari
0,692 0,789
Anchieta
2007
22.786 19.460
0
50.000
2001 100.000
150.000
200.000
250.000
habitantes
300.000
350.000
Fonte: IBGE MuniNet - Rede Brasileira para o Desenvolvimento Municipal
1.3 Escolaridade A taxa de escolaridade avalia o número de pessoas em idade escolar que freqüentam escolas ou creches do município. No gráfico abaixo,
pode-se verificar que Anchieta apresenta as melhores taxas, tanto na faixa etária de 0 a 14, quanto na faixa de 15 a 25.
Tabela 2 TAXA DE ESCOLARIDADE, SEGUNDO FAIXA ETÁRIA Municípios
Anchieta
Guarapari
Piúma
Nº de pessoas
População que freqüenta escola ou creche
Taxa de Escolaridade %
Pessoas de 0 a 14 anos
5.490
4.133
75,3
Pessoas de 15 a 24 anos
3.955
1.866
47,1
Pessoas de 0 a 14 anos
25.423
16.931
66,6
Pessoas de 15 a 24 anos
18.290
8.049
44
Pessoas de 0 a 14 anos
4.568
3.155
69,9
Pessoas de 15 a 24 anos
3.032
1.150
38
Faixa etária
Fonte: IBGE. Microdados Censo 2000
Somando a população que freqüenta escola ou creches em idade escolar, o município de Anchieta se destaca com 63,5% de taxa de esco-
laridade, seguido dos municípios de Guarapari 57,1% e Piúma 56,6% , respectivamente.
11
1.4 Atividades econômicas Conforme podemos observar no gráfico abaixo, as atividades econômicas, mais relevantes, nos municípios estudados estão distribuídas nos setores de serviços, indústria e agricultura. Gráfico 2
82
72
82
1.5 PIB e PIB per capita
26 2
14
4
Anchieta
Guarapari
Serviços
Indústria
12
6
Piúma Agricultura
Em relação ao Produto Interno Bruno (PIB), percebe-se uma discrepância entre a soma dos bens e serviços produzidos nestes municípios. Conforme apresentado na tabela a seguir: Gráfico 3
Fonte: IBGE, 2007
O setor industrial é destaque na economia de Anchieta, a maior receita do município vem das empresas situadas na região. A Samarco Mineração é responsável pelo maior repasse proveniente de ICMS (Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços), o restante se dá de forma indireta através de empresas por ela terceirizadas, recursos provenientes do ISSQN (Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza).
12
1.350.000 1.250.000 1.150.000 1.050.000 950.000 850.000 750.000 650.000 550.000 450.000 350.000 250.000 150.000 50.000
1.353.481
No município de Guarapari as atividades econômicas se baseiam principalmente no turismo, o que faz do setor de serviços o mais importante da economia local. Em Piúma a principal fonte de arrecadação também é decorrente do setor de serviços, contudo essa atividade não é suportada pelo turismo, e sim pelo fato da prefeitura, grande responsável pela contratação de mãode-obra, estar incluída no setor de serviços.
Unidade - R$
Gráfico 3
PIB TOTAL
Anchieta
92.135
90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
613.349
%
ATIVIDADES ECONÔMICAS
A agricultura é pouco explorada na região, em nenhum dos três municípios pesquisados esse setor chega a representar 10% da economia local. A produção agrícola da região está baseada na agricultura familiar, que aparece como principal fonte de renda da população do campo dos municípios estudados. Entre as principais culturas destacam-se a banana, a mandioca, o milho, o arroz, o café e o feijão.
Guarapari
Piúma
Fonte: IBGE Cidades, 2005
Essa discrepância pode ser compreendida pela vocação econômica de cada município. Em Piúma, menor PIB dentre os três municípios, existem poucas prestadoras de serviços, enquanto em Guarapari, conforme descrito anteriormente, existe uma ampla rede de serviços, além de forte apelo turístico. Ademais, Anchieta possui uma base industrial que é responsável pelo elevado PIB do município.
Gráfico 4
TAXA DE URBANIZAÇÃO
100 80
Brasil 73,6
60 40
0
ES
Anchieta Guarapari
Piúma
4.087,10
Fonte: IBGE, 2007
4.887,52
49.521,62
Unidade - R$
Gráfico 5
20
PIB PER CAPITA
50.000,00 45.000,00 40.000,00 35.000,00 30.000,00 25.000,00 20.000,00 15.000,00 10.000,00 5.000,00 0,00
nos gráficos vistos anteriormente, percebe-se que, apesar elevado valor do PIB, em Anchieta não existe uma relação direta entre as riquezas geradas e a urbanização do município.
% urbanização
Quando considerado o PIB per Capita (Valor total do PIB divido pelo número total de habitantes), nota-se uma aproximação dos valores entre os municípios de Guarapari e Piúma, pois apesar de Piúma ter uma geração de bens e serviços muito inferior, esta é proporcional à quantidade de habitantes e a vocação econômica de seu território. A importância desse dado e as análises que podem ser feitas com base nele, serão melhores compreendidas após a observação dos demais indicadores.
Guarapari
Piúma
1.7 Índice de desenvolvimento humano municipal (IDH –M)
Anchieta
Fonte: IBGE
1.6 Taxa de Urbanização A taxa de urbanização avalia o processo de desenvolvimento de uma cidade, sua infra-estrutura em geral e seu crescimento populacional. Observando o gráfico abaixo, percebe-se que a taxa de urbanização do Estado do Espírito Santo está acima da média nacional. Porém, o fato que merece maior destaque é o município de Anchieta apresentar uma taxa abaixo da de Guarapari, Piúma e da média nacional. Levando em consideração as informações apresentadas
O índice de desenvolvimento humano (IDH) é um indicador elaborado para servir de contraponto ao PIB per capita. Enquanto o PIB per capita considera apenas o desenvolvimento econômico da região, o IDH pretende fazer uma comparação entre o PIB per capita e mais dois indicadores: Longevidade (calculado a partir da expectativa de vida ao nascer) e Educação (calculado com base na taxa de analfabetismo e na taxa de matrícula em todos os níveis de ensino). O resultado dessa comparação é um valor entre 0 e 1, sendo que, valores entre 0 e 0,499 indicam um índice de desenvolvimento humano baixo; valores entre 0,500 e 0,799 indicam um médio desenvolvimento humano; e valores maiores
13
que 0,800 são considerados alto. Cabe ressaltar que o IDH não pretende indicar o melhor lugar para se viver e, tampouco, o nível de satisfação das pessoas com o território. A proposta do IDH
é gerar um índice comparativo que leve em conta questões sociais, culturais e políticas que influenciam diretamente na qualidade de vida da população.
Gráfico 6
0,90 0,85
0,60
0,776
0,789
Brasil 2007
0,685
0,65
0,692
0,70
0,785
0,75
ES 2005
0,686
0,80
0,797 0,856
Índice
IDH-M
ES 1991 1991 2005
0,55
Fonte: IBGE, 2007
0,50 Vitória
Anchieta
Guarapari
Com base nos números apresentados no gráfico do IDH-M, destacam-se os valores atribuídos ao município de Anchieta que estão abaixo da média do estado do Espírito Santo e do Brasil no ano
14
Brasil 1991
Piúma
de 2005. A impressão de prosperidade levantada pelos elevados valores apresentados no PIB e PIB per capita de Anchieta, é duramente confrontada ao se analisar o IDH- M do município.
1.8 Índice de Gini
(Índice de desigualdade de renda) O Índice de Gini mede o grau de desigualdade existente entre os indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os in-
divíduos é a mesma), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula).
Gráfico 7
0,58 0,61
0,54
0,59
0,60 0,55
0,55
0,62 0,60 0,58 0,56 0,54 0,52 0,50 0,48 0,46
1991
0,51
Índice
ÍNDICE DE GINI
Anchieta
2000 Guarapari
Piúma
Vitória
Fonte: PNUD - Atlas do desenvolvimento Humano no Brasil
A Análise do gráfico do índice de Gini demonstra que entre os anos de 1991 e 2000, houve uma elevação na concentração de renda na região,
caracterizando, conseqüentemente, uma desigualdade maior entre seus indivíduos.
15
III. PESQUISA ESTRATÉGICA
1. Perfil da amostra As informações que serão apresentadas a seguir foram organizadas a partir da interseção de duas técnicas qualitativas: Grupo Focal e Entrevistas Individuais. Esta parte da pesquisa foi aplicada nos meses de agosto e setembro de 2008 e teve como público alvo as lideranças comunitárias, religiosas, empresariais, de organizações não-governamentais, moradores
residentes há mais de 20 anos na região e representantes do poder público municipal. AMOSTRA EM NÚMEROS Total de entrevistas individuais: 22 entrevistas Total de presentes nos Grupos Focais: 227 participantes Total de participantes: 249 pessoas
PARTICIPAÇÃO POR COMUNIDADES Gráfico 9
Gráfico 8
GUARAPARI
ANCHIETA
9%
13%
17% 8%
18
9% 9%
11% 7% 9% 8%
7% 31%
29%
12%
29%
21%
7% 12%
31%
Belo Horizonte
Mãe-Bá
Porto Grande
Castelhanos
Guanabara
Condados
Ubu
Chapada do Á / Monteiro
Meaípe
Recanto do Sol
Parati
Atores estratégicos
Atores Estratégicos
Anchieta - Sede
Guarapari - Sede
Na comunidade de Goêmbe não houve realização de Grupo Focal, devido às fortes chuvas que impossibilitaram o acesso ao local. Também não foi realizado o Grupo Focal na sede do município de Piúma devido às dificuldades de agenda do poder público municipal local. Em ambos os lugares, caso haja necessidade, será agendada uma nova pesquisa e o seu relatório será entregue separadamente.
A aplicação das entrevistas individuais (EI) tinha como principal objetivo identificar a percepção das lideranças, sobre o Pólo Industrial e a instalação da Baosteel CSV. Com a realização dos Grupos Focais (GF) pretendia-se entrevistar e analisar coletivamente representantes de vários segmentos da região. Gráfico 10 SETOR DE ATUAÇÃO DOS PARTICIPANTES
Poder Público
193
Privado Sociedade Civil
25
31
Gráfico 11 TIPO DE ATUAÇÃO DOS PARTICIPANTES 90 80 70 60 50 40 30 20 10
itu ut Co ro iç s ão m er r e ci l ig ai io se sa in du st O ria rg In ã l o st Pú itu b iç lic O M ão rg o ov d a im e ni sa za es úd çã e/ e o ou de or pe g. sc de a In aç st ão itu M iç ov lo ão ca im l de es e/ en ou sin or o g. c ul M tu ov ra im l es e/ O ou ng or g. ju ve ni l Co ns el ho Co s op er at iv a Si nd ic at o
O
st In
A
ss
oc .d
e
m
or
ad
or e
s
0
19
2. Dados da amostra (percepções) Gráfico 12 Após a fase de coleta de dados, via entrevistas individuais e grupos focais, as informações foram sobrepostas, com o intuito de identificar os dados que se repetiam. Iniciou-se a quantificação dos dados qualitativos e seus resultados foram tabulados e descritos. Nas Entrevistas Individuais as informações foram divididas em dois blocos: Bloco 1 – Percepção sobre o Pólo Industrial e Baosteel CSV Bloco 2 – O papel da empresa no território.
PÓLO X BAOSTEEL CSV
9% 5%
86%
Não existe diferença Não soube opinar Existe diferença
Nos Grupos Focais as informações foram divididas em três blocos: Bloco 1 – Linha do tempo Bloco 2 – Modelos de desenvolvimento Bloco 3 – Canais de comunicação.
2.1 Entrevistas Individuais
Gráfico 13 PERCEPÇÕES
28% 72%
2.1.1 Bloco 1: Percepção sobre o Pólo Industrial e Baosteel CSV O objetivo desse bloco foi obter a percepção dos entrevistados sobre a diferença entre pólo industrial e a Baosteel CSV.
20
Positiva Negativa
As lideranças entrevistadas estabeleceram uma ligação intrínseca entre Pólo Industrial e a Baosteel CSV, afirmando que o pólo foi criado para atender as ações do “plano de desenvolvimento 2025” do governo do estado e para facilitar a entrada da Baosteel CSV na região. Entretanto, as lideranças que dissociaram o Pólo da Baosteel CSV argumentaram que o Pólo é de responsabilidade do estado e a Baosteel CSV é uma iniciativa de interesses privados, enfatizando que pode existir Pólo com ou sem a Baosteel CSV. Os entrevistados, em sua maioria, avaliaram que a entrada de uma grande empresa na região é preocupante, haja vista os passivos socioambientais da Mineradora Samarco. Essas preocupações recorreram das idéias sobre os impactos ambientais e as mudanças culturais que ocorrerão na região, além da especulação imobiliária.
DEPOIMENTOS “O desenvolvimento é inevitável para o mundo globalizado”.
(Representante do poder público)
“Criou um decreto e nem apresentou numa audiência pública para esclarecer o povo. Teve um morador, o seu Salinas, que enfartou quando soube da notícia do pólo”.
(Líder comunitário)
21
2.1.2 Bloco 2: Papel da Baosteel CSV no território Esse bloco tinha por objetivo captar a percepção da comunidade sobre o papel da CSV e do Estado (poder público) no desenvolvimento da região.
As informações levantadas foram organizadas em três grupos – Geração de riqueza, Preservação e Oportunidades – e apresentadas na tabela a seguir.
Tabela 3 Papel da empresa no território
Papel da empresa no território
Papel da empresa no território
Geração de riqueza
Preservação
Oportunidades
Criar parcerias com empresas e Prefeitura.
Acolher como mantenedora as reservas ambientais de comunidades impactadas.
Capacitar à comunidade de Anchieta na qualificação profissional.
Gerar demandas no setor de serviços.
Buscar parceria para recuperação de nascentes e Rio Benevente.
Considerar a participação das representações locais nas discussões.
Gerar arrecadação municipal.
Buscar parcerias para Projetos na área de Educação Ambiental.
Contribuir para capacitação de adolescentes, afirmando que algumas empresas já atuam nesta área em Anchieta.
Controlar a emissão de poluenFacilitar seleção de projetos do tes e preservar Cinturões Verdes. município.
Cumprir as Medidas compensatórias nas comunidades impactadas;
Garantir a utilização de projetos próprios da secretaria e da Associação de Pescadores.
Desenvolver indicadores para monitorar a qualidade do meio ambiente.
Garantir um Programa Básico de Saúde (Diabetes e Hipertensão) para os funcionários.
Gerar medidas compensatórias, devido desmatamento na área industrial.
Implantar um Plano de Saúde Total para os funcionários, utilizando a própria política de saúde.
Minimizar impactos de instalações das indústrias em áreas rurais e turísticas.
Dialogar com a comunidade.
Respeitar a Agenda 21 e normas do PDM.
Priorizar os moradores na contratação de mão-de-obra local.
Respeitar as leis brasileiras sobre preservação ambiental.
22
DEPOIMENTOS
“Se a Baosteel CSV não vier aberta acabará atraindo desemprego e miséria para região”. “Porque esse nome? Ela não vai se instalar em Vitória”.
“Não somos contra a vinda das empresas, mas queremos trabalho, senão cercaremos o mar e não haverá construção de porto”. “O ICMS vai para Anchieta e Guarapari fica com a poluição”.
“Vocês estão trazendo os problemas”. “Baosteel CSV fez 18 perfurações na área da pesca, sem consenso dos pescadores”.
(Representantes Poder Público)
2.2 Grupos Focais 2.2.1 Bloco 1 - Linha do tempo O objetivo desse bloco foi reunir informações sobre o perfil da região com os acontecimentos mais marcantes nos últimos 30 anos. Esse resgate histórico se propôs a esclarecer as transformações ocorridas no território e, conseqüentemente, os impactos já presentes na região. As informações do resgate histórico foram di-
vididas em grupos – Anchieta e Guarapari – e, em cada um deles, separadas novamente em três momentos diferentes – Anos 80, Anos 90 e Anos 2000. A seguir serão apresentadas as informações e depoimentos sobre a região.
23
tabela 4 - Linha do Tempo - Anchieta ANCHIETA Anos 80
Anos 90
Anos 2000 Construção da 3ª Usina Samarco;
Crescimento populacional;
Construção da 2º Usina da Samarco;
Geração de emprego pela Samarco;
Surgimento da comunidade de Recanto do Sol;
Surgimento da ponte ligando o centro a Iriri;
Assoreamento da Lagoa de Mãe-bá;
Surgimento de bolsões de pobreza;
Asfaltamento da Rodovia do Sol;
Surgimento do Grupo de Apoio Ambiental (GAMA);
Aumento da violência ;
Plantio de eucalipto;
Projeto Tamar;
Expansão da rede elétrica;
Ampliação da BR 101;
Pouca atividade econômica;
Melhoria nos serviços públicos (escola, transporte, água e esgoto);
Chegada da Samarco;
Aumento do turismo;
Aumento do consumo e tráfico de drogas; Crescimento populacional; Surgimento da prostituição; Realização do PDM; Extinção dos eucaliptos (2500 hectares); Criação do Comitê da Bacia Hidrográfica Benevente; Criação da Agenda21; Aumento das doenças alérgicas; Premiação do artesanato local (Projeto Taboa Lagoa); Ampliação dos serviços públicos; Chegada da Petrobrás; Aumento do tráfego viário;
Na discrição da década de 80 os entrevistados fizeram um resgate histórico bastante bucólico do município. Por muitas vezes a região foi citada como uma área sem degradação, livre dos impactos da atividade industrial e promissora, com a geração de empregos e de oportunidades oriundas da instalação da Samarco.
DEPOIMENTO “As ruas não eram calçadas e a praia era tomada por frutas (castanheiras) por todo o lado. Também se via a grande movimentação de pescadores e a população era pequena e só se via mais gente no Verão. Não tinha supermercado, somente umas pequenas mercearia, uma farmácia e um posto de saúde (onde hoje é o PSF3). Hospital e compras eram todas feitas em Guarapari”.
(Grupo focal de Anchieta-SEDE)
24
Falando sobre a década de 90, os participantes relataram o início das mudanças na região, a migração de pessoas e aumento da procura pelo turismo local. Ainda sob efeito da nostalgia da discrição dos anos 80, os participantes relataram um período crescimento, “com o desenvolvimento presente na região” e com o surgimento da consciência ambiental através do aparecimento das ONGs. Todavia, foi nesse período que eles identificaram os primeiro sinais de degradação ambiental.
Ao comentar os anos 2000, os entrevistados direcionaram seus questionamentos aos impactos causados pela operação da Samarco e destacaram o início de mobilização da sociedade civil. Neste momento ficou clara a relação direta, feita
DEPOIMENTO “Nós preservamos muito este lugar. O turismo aumentou, queremos que venham turistas, mas não qualquer um. Não gostamos de algazarra. Nem botequins achamos interessante que tenha aqui”.
(Grupo focal de Castelhanos)
pelos entrevistados, da degradação da qualidade de vida com a atividade industrial, o que acarretou uma maior mobilização da sociedade civil e uma transformação nos hábitos dos moradores.
DEPOIMENTOS “Aqui era muito tranqüilo. Mas como vem muito trabalhador temporário, sentimos a necessidade de ter uma segurança complementar. Por isso decidimos contratar serviços de vigilância”.
“Falta um vereador eleito pela comunidade que brigue por ela na prefeitura”.
“Há três anos, a Samarco resolveu capacitar os moradores da região. Mas ela já está aqui há trinta anos. Por que ela já não fez isso antes? Agora que a Prefeitura está ‘batendo de frente’, eles estão, aos poucos, promovendo essas capacitações. Dentro das nossas possibilidades, procuramos estudar mas eles trazem o pessoal de fora para trabalhar. E não é fácil estudar. Por exemplo, um pai de família que tem uma renda de R$500,00 como vai pagar um curso de R$200,00?”
(Grupo focal de Parati)
(Grupo focal de Chapada do á e Monteiro)
(Grupo focal de Castelhanos)
25
tabela 5 - Linha do Tempo Guarapari GUARAPARI Anos 80
Anos 90
Anos 2000
Chegada da Samarco
Chegada da energia elétrica
Expansão da Samarco
Fundação da Escola Rural
Turismo abalado
Surgimento da boate MAIS
Construção do Porto de Ubu
Criação de Eco-bairro
Turismo de negócios
Crescimento populacional
Referencial gastronômico Crescimento urbano desordenaDEPOIMENTO do
Desenvolvimento comercial Ruas sem calçamento
Na descrição da década de 80, os entrevistados destacaram o crescimento populacional decorrente da migração em função das obras de instalação e das oportunidades de emprego geradas com as indústrias. No relato desse período, não foram apresentados problemas, apenas um momento de crescimento impulsionado pelo turismo e pelas atividades industriais da região. DEPOIMENTO “Só tinha mato e moravam poucas famílias. Hoje agradeço à Guarapari pelo pouco que temos, mas somos esquecidos por Anchieta e vivemos como dá. Antigamente todos os moradores se conheciam e muitas pessoas vieram de fora para morar aqui”.
(Grupo focal de Porto Grande)
Sobre a década de 90, foram destacados a consolidação do município com balneário, a “explosão” turística, o inchaço populacional, a ocupação desordenada e o descaso do poder público. Nesse momento da atividade, percebeu-se que os entrevistados, em sua maioria, identificam nos anos 90 o início da degradação de Guarapari.
DEPOIMENTO “A poluição do rio afastou as pessoas com mais dinheiro. O padrão dos clientes daqui mudou. E pouco antes do verão, é publicada uma nota no jornal Gazeta sobre a poluição do rio que é para as pessoas não virem para cá.”
(Grupo focal de Meaípe)
Comentando sobre os anos 2000, os participantes destacaram precariedade dos serviços públicos que, segundo eles, é decorrente do abandono do poder público durante os anos 90. Por se tratar de um município de médio porte e de melhor aparelhagem urbana, Guarapari se transformou em um centro de referência na região e a qualidade dos serviços públicos não conseguiu acompanhar o crescimento populacional descontrolado e a demanda de serviços dos residentes dos municípios vizinhos. DEPOIMENTO “O crescimento desordenado sobrecarregou o saneamento básico e esgoto (a implantação de esgoto pela Cesan não é suficiente).”
(Grupo focal de Meaípe)
No anexo XXXX, a Linha do tempo por comunidades. O processo de industrialização do município de Anchieta, capitaneado pela instalação da Samarco, marcou profundamente o cotidiano das comunidades do seu entorno. Todas as comunidades entrevistadas citaram a Samarco como um divisor de águas na região, associando sua instalação aos problemas socioambientais da região. Durante as entrevistas ficou explícita a preocupação de que a entrada da Baosteel CSV na região poderia gerar um novo ciclo de problemas socioambientais. Entretanto, a própria comunidade se julga melhor preparada para lidar com os problemas e para cobrar da empresa medidas que impeçam a degradação do meio ambiente e que compensem os males causados.
2.2.2 Bloco 2 - Modelos de desenvolvimento Este bloco tinha por objetivo obter informações sobre o entendimento da comunidade a respeito dos princípios do Desenvolvimento Sustentável. Preservação Ambiental O tema apareceu muitas vezes durante o trabalho da Agência 21, e os pontos mais citados e definidos como de maior preocupação, foram qualidade do ar e utilização da água.
Qualidade do Ar Na maioria das vezes em que foi citado, o termo qualidade do ar, se remeteu à dificuldade em lidar com a poeira do minério de ferro manipulado na Samarco. Segundo as lideranças da região, essa poeira é responsável por danos à população local, sobretudo, doenças respiratórias. DEPOIMENTOS “(...) preocupação com a qualidade do ar e que as empresas da região, principalmente a Samarco, não segue as condicionantes e os moradores também não buscam seus direitos”.
(Grupo Focal MÃE-BÁ)
“(...) relatou que às vezes tira um carrinho de mão cheio de pó de minério”.
(Grupo Focal de Parati)
“Também trouxeram a debate a grande quantidade de minério que invade as residências.”
(Grupo Focal GUANABARA)
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Qualidade da Agua Ter uma boa qualidade da água dos ecossistemas de Anchieta foi colocado como o principal desejo entre as lideranças locais. Segundo eles, a cidade possui uma comunidade de pescadores reconhecidamente importante no Espírito Santo e, além disso, o município possui um grande número de lagos e lagoas, que servem,
muitas vezes, de subsistência para os moradores. Quanto maior é o nível de poluição de água, menor é a capacidade de produção econômica de parte da cidade, que, se não vivem da pesca, vivem do turismo de veraneio, já que a cidade atrai turistas de várias regiões do Estado e da região Sudeste.
DEPOIMENTOS
“Reclamaram da mortandade de peixes na lagoa por conta da poluição da Samarco”.
“Destacaram que as Lagoas de Icaraí e de Tanharu estão totalmente abandonadas”.
“Também se criticou que os peixes do projeto de piscicultura são contaminados com metais pesados”.
(Grupo Focal GUANABARA)
(Grupo Focal MÃE-BÁ)
“O representante da pesca demonstrou muita preocupação com o assoreamento dos rios da região e com as lagoas de Mãe-Bá e Ubú”.
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“Citaram a degradação ambiental como o principal problema, fruto do desenvolvimento, a diminuição da pesca e a não execução da proposta de preservação da lagoa Samarco/Estado TAMAR”.
(Grupo Focal UBU)
“O representante do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Benevente disse que foi feito um levantamento que constatou que a poluição, em termos de metais pesados, era insignificante e que a Lagoa de Ubú que está em estado de emergência”.
“Foram mencionados como necessidades de preservação a pesca, o silêncio, a tranqüilidade, a lagoa Mãe Ba, que já está poluída, o mar de Meaípe, causa principal do turismo e onde moradores de Condados trabalham em hotéis e restaurantes”
(Grupo Focal ANCHIETA)
(Grupo Focal Condados)
As lideranças da região de Anchieta possuem múltiplas percepções sobre os temas de preservação local e, todos eles, de alguma forma, transpareceram um desejo de fortalecimento e preservação do meio ambiente. Percebe-se um ponto convergente nas percepções dos moradores, que é uma memória histórica recente de degradação ambiental gerada pela Samarco, o que impulsionou uma formação social sólida em torno da produção de direitos e da proteção ambiental. Nos grupos focais, os participantes apresentaram percepção clara da associação entre instalação de indústria de base e o passivo a ser gerado no meio ambiente. Não se nota, em nenhuma das falas acordadas nos grupos, qualquer desconhecimento sobre essa relação. Tal fato reforça o comportamento receoso das lideranças quanto à instalação de qualquer empreendimento industrial na região. Afirmativas pedindo “maior controle”, “maior fiscalização” e “maior monitoramento” das atividades industriais que geram passivos no meio ambiente foram recorrentes durante a pesquisa. DEPOIMENTOS
“Destacou-se a falta de monitoramento da poluição na lagoa por parte da Samarco”
“Disseram faltar fiscalização das barragens novas da Samarco que são abertas mais vezes que o permitido pela legislação e o alto índice de poluição à noite”. “Para eles, a maior preocupação no momento é com o pólo industrial. De onde será retirada a água para o processo de produção? E os rejeitos onde serão lançados?”
(Grupo Focal MÃE-BÁ)
“A Samarco prometeu que colocaria um filtro para minimizar a poluição. Parece que os filtros são desligados à noite. Não existe nenhum tipo de fiscalização”
(Grupo Focal PARATI)
Geração de riqueza As lideranças têm a percepção que a principal riqueza da cidade é extraída do setor industrial (principalmente das atividades diretas e indiretas geradas pela Samarco), da pesca, da agricultura familiar e do turismo. DEPOIMENTO
“Falta fiscalização ambiental na região”.
“Os principais geradores de renda são as terceirizadas da Samarco, o turismo de veraneio, o turismo de negócio (os hotéis estão se equipando de auditório, internet, etc.) e a gastronomia que é considerada a melhor do Espírito Santo.”
(Grupo Focal GUANABARA)
(Grupo focal MEAIPE)
(Grupo Focal CASTELHANOS)
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Qualidade da Agua
Pesca
Em relação à questão industrial, os moradores desejam uma maior inserção da mão-de-obra local nas atividades industriais. Para isso, desejam que os agentes econômicos locais desenvolvam um forte programa de qualificação técnica do trabalho que esteja adequada à demanda local por trabalho. Muitos reclamam que as experiências de qualificação técnica que existem na região, não são absorvidas pelas atividades empresariais locais.
É importante destacar que as lideranças não percebem a pesca como uma atividade central na mobilização de riquezas na cidade, mas uma atividade tradicional que precisa ser mantida, mas não massificada. A pesca diminuiu de tamanho, segundo a percepção dos entrevistados, derivado, principalmente, pelas atividades industriais na região, que ora poluiu parte dos rios, ora provocou a redução de peixes, por conta de tecnologias usadas, como plataformas, que atraem peixes que acabam sendo dragados. As lideranças sugeriram que a Baosteel apóie uma estruturação da cadeia produtiva da pesca na cidade, como uma forma de contribuir para o desenvolvimento sustentável da cidade.
DEPOIMENTOS
“Mas se o governo não ficar atento não adianta contar com eles porque eles não vão fazer nada. Uma vez, criaram uma unidade do Senai que preparou bastante pessoas para a Samarco. Mas foi apenas para a manutenção básica, como pedreiro. Todos os funcionários com outras qualificações vieram de fora. Acho que essas capacitações devem ser voltadas para formação em todos os níveis.” “O certo é que seja aproveitada a mão de obra local tanto no processo de instalação quanto no funcionamento.”
DEPOIMENTOS
O representante da pesca se mostrou preocupado com a área do porto que vai ser da Baosteel e a situação dos pescadores, principalmente porque as plataformas da Petrobrás, por exemplo, atraem muitos peixes que são dragados.
(Grupo focal ANCHIETA) (Grupo Focal CASTELHANOS) “Citaram como oportunidade a oferta de cursos preparatórios para pescadores”
(morador, Parati).
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Agricultura Familiar
Turismo
As lideranças apontaram à agricultura familiar como importante atividade econômica das áreas rurais, destacando que sua geração de riqueza é basicamente vinculada a prática. Entretanto, avaliam que a implantação de programas de desenvolvimento sustentável ligadas à exploração do ecoturismo, pode diversificar essa atividade. Para isso, desejam um programa de capacitação para o aproveitamento dos parques ambientais como fonte de renda e de preservação.
As lideranças vislumbram no turismo a atividade mais importante a ser investida para alavancar o desenvolvimento local. O turismo se resume nas atividades realizadas no litoral e nas áreas de proteção ambiental da cidade. Para isso desejam um programa permanente de ações turísticas para que a cidade encontre formas de atrair os turistas para todas as estações do ano. As lideranças vêem o turismo como uma via para a criação de novos empreendimentos (hotéis, pousadas, etc.) e, também, de agregação de valores nas atividades de hospedagem já criadas, como aluguel de casas e apartamentos para temporadas.
DEPOIMENTO
“Houve um aumento da agricultura familiar. Antes, produzíamos muita mandioca, arroz, feijão, café, milho e rapadura para comercialização. Não tínhamos muito recurso, era tudo na base da enxada. Hoje temos trator, não temos tanto sacrifício, mas produzimos menos”
(Grupo focal BELO HORIZONTE)
DEPOIMENTOS Foram destacados o turismo familiar, histórico e religioso, a pesca e a culinária típica.
(Grupo focal CASTELHANOS)
A principal fonte geradora de riqueza é o turismo durante o verão, que gera empregos temporários. Eles informaram que existe uma grande especulação imobiliária de grandes corretoras e 90% dos imóveis são veranistas.
(Grupo focal UBU)
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“A maior fonte de geração de renda é a praia, que é o maior atrativo e riqueza do lugar”. “Para eles, a criação do Parque de Preservação da Guanabara seria uma ótima fonte de renda e de preservação do local”.
(Grupo focal GUANABARA)
“Eles citaram como as maiores fontes de geração de riqueza a hotelaria e o turismo, estes deveriam ser o carro-chefe de Anchieta. Mas com eminência de vir a Baosteel tudo isso fica mais prejudicado. “
(Grupo focal ANCHIETA -SEDE)
Outras atividades que poderiam ser incentivadas são os esportes náuticos, a pesca esportiva com barcos em alto mar e a construção de uma marina na Boca da Baleia, que dizem ser ideal para uma de grande porte.
(Grupo focal Castelhanos)
“O município tem grande potencial turístico, mas não é estruturado para isso”. Quando está em alta temporada, gera renda para as casas que são alugadas, hotéis e pousadas, mas em baixa temporada não.
(Grupo focal Chapada do Á/ Monteiro)
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Oportunidades No trabalho dos grupos focais, a melhoria da qualidade da mão de obra local se tornou o maior desejo das lideranças de Anchieta. Há um desejo intenso por um programa de desenvolvimento de competências locais para fomentar a melhoria da qualidade das forças produtivas (tanto do pequeno empresário, quanto do trabalhador).
DEPOIMENTOS
“Tem que haver uma preparação técnica dos nossos jovens. Se uma empresa vem se instalar aqui não é justo que ela traga apenas os funcionários dela e não aproveite os nossos jovens.”
(Grupo Focal CASTELHANOS)
“Não existem muitas oportunidades para os jovens” “A maioria das vagas é preenchida por pessoas de fora”.
(Grupo Focal PARATI)
“Investimento em escolas técnicas e profissionalizantes para o aproveitamento de mão-de-obra local. Citaram-se também os cursos profissionalizantes oferecidos pela prefeitura como mecânica, soldador que tinham ajuda de custo”
(Grupo Focal MÃE-BÁ).
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As lideranças não estabeleceram, de forma majoritária, os setores onde há a necessidade de qualificação da mão de obra e/ou do desenvolvimento de novos negócios. Questões ligadas ao mundo do trabalho não foram suscitadas com profundidade nos grupos focais. Contudo, houve – em todos os grupos – uma remissão do
setor turístico como uma atividade que comporta um conjunto diversificado de oportunidades de negócio e trabalho. Mais umas vez, as lideranças colocaram à necessidade de um projeto de desenvolvimento sustentável que instaure uma dinamização de negócios nesse setor, que priorize a juventude.
DEPOIMENTOS
“Informaram que se sentiram muito valorizados com cursos oferecidos como o de confeiteiro que estimularam o empreendedorismo informal, como a venda de tortas e doces, e também ajudaram muitos a serem contratados pela rede hoteleira da região”.
(Morador MÃE-BÁ)
“Um grande desafio é a baixa temporada. Precisamos ter uma boa divulgação em regiões com habitantes que tenham potencial turístico, tanto no Brasil quanto no exterior. Aqui é um ótimo lugar para o turismo histórico e religioso. O padre Anchieta faz parte da história do nosso país e nosso município é tão antigo quanto São Paulo”.
(Grupo Focal CASTELHANOS) “Fazemos cursos de capacitação e não somos aproveitados pelas empresas”, informou um dos participantes.
(Grupo Focal PARATI)
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2.1.3 Bloco 3 Canais de comunicação O objetivo desse bloco foi buscar informações sobre a relação entre o poder público, iniciativa privada e sociedade civil, descobrindo entre as lideranças comunitárias, representantes dos órgãos públicos, de empresas ou da sociedade civil indivíduos e/ou instituições capazes de melhorar os canais de comunicação entre comunidade e a Baosteel CSV. Na tabela a seguir, apresentaremos, através dos setores de atuação, as instituições e indivíduos identificados, a partir dos Grupos Focais, como canais de comunicação capazes de multiplicar as informações na região. PODER PÚBLICO Escolas IEMA Postos de Saúde Secretaria de meio ambientes de Anchieta Secretaria de planejamento de Anchieta INICIATIVA PRIVADA Carro de som Fábrica de vassouras Rádio SIM FM 97.9 Samarco
SOCIEDADE CIVIL – ORGANIZAÇÕES APPC - Castelhanos Associação de moradores de Belo Horizonte Associação de moradores de Castelhanos Associação de moradores de Condados Associação de moradores de Guanabara Associação de moradores de Mãe-bá Associação de moradores de Meaípe Associação de moradores de Parati Associação de moradores de Porto Grande Associação de moradores de Ubu Associação de pescadores de Ubu e Parati Fórum de entidades do sul Igrejas Ong GAMA Ong Pró-gaia SAC - Farol TAMAR SOCIEDADE CIVIL – INDIVÍDUOS Alan Delon Alcebidis Alvimar (Mazinho) Danielle Grande Cosme José Dutra José Gonçalves José Maria Alice Ostério Samarone Sebastião Shirley Shirmerly (Professora) Thiago Tina Vanessa Wanderson
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A percepção da “falta de comunicação”, “falta de informação”, “falta de transparência”, “falta de contato”, “falta de diálogo”, enfim de todo tipo de incomunicabilidade da empresa com as comunidades impactadas reside no receio de a Baosteel CSV estar incluída num processo de instalação industrial baseado no “nada a declarar”, típico da experiência brasileira de expansão industrial dos anos anteriores à década de 1990. Sendo assim, há uma urgência de desenvolvimento de políticas de comunicação eficazes, que viabilizem o diálogo com os atores estratégicos e, sobretudo, que dissocie a imagem da Baosteel CSV da empresa Samarco.
DEPOIMENTO
“A Baosteel CSV deve procurar agir ao contrário da Samarco que não se integra ao município e não fixa metas de política com a cidade. Por exemplo, você não vê o pessoal de Anchieta freqüentar o comércio daqui. Acho que poderia ser construída uma boa vila residencial aliada a uma política de fixação dos funcionários mais graduados para que seja impulsionado o desenvolvimento do comercio local.”
(Grupo focal Mãe-bá)
IV. FATOS GERADORES DE IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS
Foram realizadas pesquisas em campo com o objetivo de captar a percepção da população do entorno do empreendimento sobre os fatos geradores de impactos mapeados. Esses fatos geradores foram mapeados pelos consultores da Agência 21 com a contribuição dos especialistas da Baosteel CSV que foram entrevistados nos dias 19 e 20 de junho de 2008. Para facilitar a compreensão, definiu-se: • Fatos Geradores: Comportamentos ou características da operação de uma empresa que geram impactos no território e/ou na população. • Impactos: Influência significativa sobre o meio natural e social que provoque um desequilíbrio das relações constitutivas desses meios. Resultam em danos percebidos e/ou mensuráveis para as partes interessadas. Uma lista completa dos fatos geradores e impactos mapeados pode ser encontrada no documento “Mapeamento de impactos” em anexo.
1. Percepção das comunidades sobre os fatos geradores As pesquisas foram realizadas através de entrevistas com lideres comunitários, membros do poder público e grupos focais. A metodologia utilizada pela Agência 21 reúne grupos, de diferentes setores de uma localidade para verificar a percepção da população sobre um determinado tema.
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Os fatos geradores foram separados da seguinte forma: • Positivos: Percebidos Reais Não percebidos • Negativos Percebidos Reais; Não percebidos. • Impactos Percebidos Não Reais A partir da análise do gráfico abaixo, nota-se que, num primeiro momento, as comunidades do entorno do empreendimento tendem a atribuir mais pontos negativos do que positivos a chegada da Baosteel CSV. Com base nessa informação, deve-se intensificar a comunicação dos fatos positivos para provocar uma mudança neste cenário. Gráfico 14 FATOS GERADORES
28% 72%
Fatos geradores positivos Fatos geradores negativos Fonte: pesquisa agência 21
1.1 Fatos Geradores Positivos A percepção de fatos geradores positivos é consideravelmente inferior comparado aos fatos negativos. Isso se deve, principalmente, ao histórico de atuação das empresas já instaladas no entorno. A insatisfação com a atuação e com os ganhos proporcionados com a instalação e a operação de empresas como a Samarco é quase um consenso entre os participantes do estudo. Os participantes consideram que os ganhos obtidos foram pequenos e que os impactos negativos superaram os positivos por uma larga escala. Desta forma, é compreensível que a maioria não vislumbre muitos fatos positivos. Outro fator que colabora para a diminuição de uma visão positiva é o fato de que a Baosteel CSV ser voltada para a exportação, o que diminui a margem de aumento em arrecadação da prefeitura local devido à lei Kandir. Gráfico 15 FATOS POSITIVOS PERCEBIDOS
38%
41%
11% 7% 3%
Segundo a pesquisa, o principal fato percebido é na questão da melhoria da infra-estrutura, seguido pela geração de renda e emprego. O fato positivo, melhoria da infra-estrutura, deve ser analisado com cautela, parte dos participantes afirmou que a melhoria da infra-estrutura não faz parte de um fato positivo e na verdade se configura em uma condicionante para a instalação da Baosteel CSV. Neste momento deve-se repensar em até que ponto vai o papel e a responsabilidade da empresa. É fundamental que a empresa não assuma a função do estado. Uma vez assumida essa função, é de se esperar que a cobrança da comunidade sobre a empresa seja constante. A geração de renda e emprego é o segundo ponto mais citado pela comunidade local. Apesar de ser visto com otimismo, esse fato também teve ressalvas colocadas. O medo de que a população local não seja aproveitada, seja por falta de interesse da empresa ou por falta de qualificação da mão de obra, é a maior preocupação dos participantes. Dessa forma, os participantes pediram que fossem disponibilizados curso de formação de mão-de-obra, que poderão ser oferecidos pelo estado em parceria com a Baosteel CSV. Ademais, pediram ainda que a empresa assumisse o compromisso de privilegiar a contratação de moradores locais.
Melhoria de Infra-Estrutura Geração de Renda e Emprego Tributação Fator multiplicador renda e consumo (cadeia siderúrgica) Áreas Ambientalmente protegidas
O terceiro fato mais citado é a tributação. Este, como já foi mencionado anteriormente, também possui um aspecto restritivo devido à existência da Lei Kandir e das características do empreendimento. Assim, a tributação ficará mais restrita ao ciclo econômico que será gerado pela Baosteel CSV do que pela tributação da própria.
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O quarto ponto positivo percebido pela população é o potencial multiplicador de renda e consumo. A expectativa de aumento da renda, por conseqüência do consumo, se dá em virtude da empregabilidade que será gerada com a entrada da empresa na região. Os empregos indiretos abrangerão diversos setores da economia local. Estas oportunidades demandarão mão de obra qualificada para alguns serviços e para outros não será exigida qualificação. Espera-se que assim, diferentes camadas sócio-econômicas serão contempladas. O quinto e último fator positivo percebido é a proteção das áreas ambientalmente protegidas. Existe uma constante preocupação da população em manter essas áreas. Acredita-se que a Baosteel CSV incentivará projetos que visem à proteção, manutenção e recuperação das áreas ambientais como o Monte Urubu e a lagoa Mãe-bá.
Gráfico 16
1.3 Fatos negativos percebidos FATOS NEGATIVOS PERCEBIDOS
1% 2% 2% 4% 11%
46%
19%
16%
Migração de mão-de-obra Recursos Hídricos Emissão de poluentes da Atividade Industrial Poluição Sonora da Atividade Industrial Tráfego Viário aumentando Remoção
1.2
Fato gerador positivo não percebido
Supressão de APP Emissão de particulados da Atiovidade Industrial (poeira)
GERAÇÃO DE ENERGIA
É desconhecido pela sociedade local o fato da Baosteel CSV poder contribuir com o fornecimento de energia para a região. A empresa pretende construir sua própria termoelétrica a gás. Desta maneira, a termoelétrica produzirá energia para a produção da siderúrgica e o excedente a Baosteel CSV venderá para o sistema de energia da região. É importante mencionar que a situação do Brasil referente à escassez de energia no é alarmente, porém inspira cuidados. Portanto a contribuição que a empresa poderia trazer para o local é bastante relevante.
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No gráfico apresentado, pode-se identificar que dentre os principais fatos geradores negativos percebidos pela população destacam-se a migração de mão de obra, o uso dos recursos hídricos e a emissão dos poluentes. As comunidades locais prevêem um aumento expressivo na taxa de migração, sendo este o fato gerador negativo mais percebido. De acordo com experiências anteriores das comunidades, esta mudança no cenário populacional tem um desdobramento sócio-econômico negativo.
A construção de uma infra-estrutura adequada para os trabalhadores da Baosteel CSV é uma necessidade primordial para minimizar a ocorrência dos impactos do fluxo migratório. Assim como a contratação do maior número possível de mão-de-obra local para minimizar a chegada de novos moradores.
A poluição sonora aparece como a quarta maior preocupação dos moradores locais. De acordo com os depoimentos, o histórico da Mineradora Samarco na região, mostra que a insatisfação da comunidade é decorrente do som que provem das operações das máquinas e do aumento do tráfego viário.
O segundo fato gerador negativo mais citado pela população é a utilização dos recursos hídricos de maneira não sustentável. A possibilidade de escassez de água ou a má utilização dos rios e lagoas preocupa a população local devido ao grande número de atividades locais dependerem do Rio Benevente. Dessa forma, a divulgação de plano de manejo correto, propostas alternativas de captação de água e ações em conjunto com a comunidade podem ser importantes para evitar problemas no fornecimento de água e no relacionamento com as comunidades do local.
Conforme mencionado no parágrafo acima, o aumento do tráfego viário é um representativo fator impactante na sociedade. O crescimento do número de veículos nas ruas e estradas pode afetar não só os negócios locais como também a qualidade de vida local. Assim, é importante que a Baosteel CSV assuma a sua parcela de responsabilidade nesse aumento e tome as medidas cabíveis.
Outro fato gerador relevante que foi destacado pela população é a possibilidade de aumento da emissão de poluentes com a chegada da Baosteel CSV. Um aumento dessas emissões pode acarretar em danos ao meio ambiente e também a saúde e a qualidade de vida da população local. Essa questão, principalmente nas proximidades da Samarco, empresa apontada como a grande poluidora do ar na região, deve ser vista com bastante cuidado, não só devido a uma possível repercussão negativa, mas também pela falta de credibilidade das indústrias siderúrgicas e da cultura chinesa quanto ao cuidado com o meio ambiente.
Em sexto lugar na listagem dos tópicos mais impactados negativamente, encontramos a remoção. Atualmente a população não tem consciência da remoção das comunidades Chapada do A e Monteiro. Boatos sobre áreas que serão desapropriadas para a construção da siderúrgica são comuns, porém está informação não está clara para eles. Devido à sensibilidade dessa questão e ao fato da responsabilidade sobre os procedimentos da remoção ainda serem dúbios, a questão tem potencial de grande risco para a Baosteel CSV e seu relacionamento com a comunidade. Em última posição no gráfico dos impactos negativos, encontramos a questão da emissão de particulado da atividade industrial. Apesar de existirem algumas diferenças com a da emissão de poluentes, seus impactos e seus problemas são semelhantes.
41
1.4
Fatos geradores negativos percebidos Dentre os principais fatos geradores não percebidos pela comunidade, destacamos na figura abaixo:
DESCARTE DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DESCARTE DE LAMA SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
O descarte de resíduos líquidos e o descarte de lama têm impactos ambientais e sociais, principalmente referentes à saúde e ao ecossistema onde o descarte é realizado. As comunidades locais não têm conhecimento da descoberta de sítios arqueológicos na região, desta maneira, os impactos da supressão desses sítios não são vislumbrados.
1.5 Impactos Percebidos
Não Reais - Imaginário China Alguns impactos destacados pelas comunidades não correspondem à realidade. O fato de a Baosteel CSV ser uma empresa de um grupo chinês, desperta no imaginário das pessoas percepções distorcidas.
Dentre os impactos não reais observados pela população, destacamos: Na primeira posição encontramos a questão da poluição. É fato, que a poluição na China cresce na mesma proporção de seu boom econômico, porém uma vez que uma empresa se instala em território brasileiro ela deve seguir as leis ambientais que aqui vigoram. Na segunda posição, destacamos a questão da China ser um país de cultura oriental. Decorrente deste referencial oriental, as pessoas imaginam e temem que os chineses que se estabelecerem na região não conseguirão se adaptar a cultura e ao modo de vida local e introduzirão os seus costumes e tradições. A terceira e última manifestação da população foi referente à questão dos direitos humanos. A grande divulgação na mídia mundial e brasileira e o histórico de desrespeito dos direitos humanos na China fazem com que a população transfira essa preocupação para a Baosteel CSV e sua atuação local. Gráfico 17
23%
31% 46%
Conflitos Culturais - costumes Grandes Poluidores Desrespeito aos Direitos Humanos
42
1.6 Condicionantes Algumas comunidades não perceberam os impactos positivos que a Baosteel CSV pode agregar à região. A única maneira de ganho que a população visualiza é com realização das condicionantes determinadas por eles próprios. Abaixo seguem as condicionantes estipuladas pelas comunidades: Gráfico 18 Infra-estrutura
Construção de Hospital; Construção de Escolas; Investimentos em Rodovias; Serviços de saúde;
Alojamento
Alojamento e alimentação; Oficina de máquinas e manutenção nos alojamentos; Vila residencial para funcionários graduados;
Mão-de-obra
Limitação de mão-de-obra estrangeira; Qualificação para todos os níveis de escolaridade; Capacitação e aproveitamento da juventude local; Aproveitamento de instrutores locais;
Destinação adequada do lixo; Saneamento; Monitoramento da qualidade do ar;
Para se ter um maior entendimento sobre os impactos gerados, intensificados e/ou não relacionados com a instalação da Baosteel CSV, recomendamos a análise do “Relatório de indicadores de impactos” (em anexo) desenvolvido pela a Agência 21. Esse relatório apresenta indicadores que têm por função acompanhar os índices de evolução dos impactos gerados pelo empreendimento em suas fases de instalação e operação.
43
44
V. ATORES ESTRATÉGICOS
A metodologia de mapeamento de atores estratégicos da Agência 21 leva em consideração as disposições dos atores estratégicos e o seu posicionamento em relação ao projeto da Baosteel CSV. O resultado final permitirá vislumbrar a importância desses atores, sua capacidade de realizar ações baseadas em seus destacados recursos de reivindicação e sua agilidade de articulação. Compreendendo assim as ações com grande potencial de interferência ao projeto da empresa. A seguir será apresentado resultado da classificação dos principais atores estratégicos do processo de instalação da Baosteel CSV. Um cadastro completo, com todos os atores mapeados pela Agência 21, pode ser encontrado no anexo desse diagnóstico.
1. Mapeamento dos Atores Estratégicos – Baosteel CSV Para avaliar as disposições e o posicionamento dos atores estratégicos, a análise é dividida em três partes: Natureza do ator, Densidade e centralidade da rede, Rede de influência; de acordo com os níveis de atuação: Global e/ ou Local. O conteúdo das informações foi trabalhado através dados obtidos nas abordagens estratégicas e nos grupos focais, no período de julho a outubro de 2008.
1.1
A natureza do ator estratégico
A natureza do ator analisa as características individuais e as ações que demonstrem potencialidade de organização. Para obter uma análise mais constante da natureza do ator estratégico foram considerados os níveis de Poder, Legitimidade, Urgência e suas interseções. Estes níveis foram subsidiados a partir de alguns indicadores que são os seguintes: • Poder Coercitivo - baseado a partir da força física e violência; Utilitarista - baseado a partir do recurso financeiro; Normativo – baseado a partir da capacidade de comandar a atenção dos meios de comunicação; • Legitimidade Formal – baseado no respaldo político; Informal – baseado no respaldo popular. • Urgência Sensibilidade ao tempo – o grau que determina a gerência à reivindicação; Criticidade – o grau da importância da reivindicação. Nas figuras a seguir, pode-se observar a natureza dos atores mapeados:
1.1.1 Atores Globais Legitimidade
Discreto
Ministério do Trabalho e Emprego Procuradoria de Justiça
Dominante
Dependente
Definitivo
IEMA ADERES
Poder Adormecido
Perigoso
Urgência
Demandante
Greenpeace IBAMA
1.1.2 Atores Locais
Naboa (Núcleo de Artesanato em Fibra de Táboa) Pousada Corais de Ubu
Legitimidade
Discreto
Projeto TAMAR Promotoria de Justiça
Dominante
Mepes Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Anchieta Secretaria Municipal de Pesca de Anchieta
Dependente
Definitivo
Poder Adormecido
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano, Econômico e Trabalho de Anchieta Tadeu Schneider - Emp. Imobiliários
Perigoso
Demandante
APRAM - Núcleo de Psicultores da Lagoa de Mãe-B Associação Comunitária de Belo Horizonte Associação Comunitária de Mãe-Bá Associação de Moradores de Condados Associação de Pescadores de Ubu-Parati Associação dos Ambulantes Conselho Municipal de Saúde
Urgência
Associação de Esportes de Recanto do Sol; Associação de Moradores de Castelhanos; Associação de Moradores de Chapada do Á; Associação de Moradores de Guanabara; Associação de Moradores de Meaípe; Associação de Moradores de Parati; Associação de Moradores de Ubu; Associação Pró-Melhoramento da Praia de Castelhanos; Colônia de Pescadores de Piúma; Fetranspor; FINDES; Igreja Batista; Igreja Católica; Pousada da Tina; Pró-Gaia; Secretaria Municipal de Assistência e desenvolvimento Social de Anchieta; Secretaria Municipal de Fazenda de Anchieta; Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Guarapari; Secretaria Municipal de Obras de Anchieta; Secretaria Municipal de Planejamento de Anchieta; Secretaria Municipal de Trabalho, Assistência e Cidadania de Guarapari; Vice-prefeitura de Anchieta.
47
1.2 Densidade e centralidade da Rede A densidade e centralidade da rede analisam a influência que cada ator pode exercer durante todo o processo de relacionamento com a empresa. Dado o caráter estratégico dos atores envolvidos, espera-se que eles possuam redes de articulações que podem atuar a favor ou contra
a empresa, variando de acordo com o relacionamento dela com cada um deles. Nas figuras a seguir pode-se observar como os atores foram qualificados nos quadrantes de Densidade da Rede e Centralidade.
Densidade da Rede
1.2.1 Atores Globais
SUBORDINADO
IEMA ADERES Procuradoria de Justiça Secretaria de Estado de Desenvolvimento Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos Greenpeace
IBAMA Ministério do Trabalho e Emprego
SOLITÁRIO Centralidade do Ator
48
COMPROMETIDO
COMANDANTE
1.2.2 Atores Locais Associação Comunitária de Belo Horizonte Associação Comunitária de Mãe-Bá Associação de Moradores de Castelhanos Associação de Moradores de Condados Associação de Moradores de Meaípe Associação de Pescadores de Ubu-Parati Associação Pró-Melhoramento da Praia de Castelhanos Conselho Municipal de Saúde FINDES Igreja Católica Mepes Naboa (Núcleo de Artesanato em Fibra de Táboa) Pró-Gaia Promotoria de Justiça Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Anchieta Secretaria Municipal de Pesca de Anchieta
Densidade da Rede
Associação de Esportes de Recanto do Sol Associação de Moradores de Guanabara Colônia de Pescadores de Piúma
SUBORDINADO
APRAM - Núcleo de Piscicultores da Lagoa de Mãe-Bá Associação de Moradores de Parati Associação dos Ambulantes Fetranspor Pousada da Tina Secretaria Municipal de Assistência e desenvolvimento Social de Anchieta Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano, Econômico e Trabalho de Anchieta Secretaria Municipal de Fazenda de Anchieta Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Guarapari Secretaria Municipal de Obras de Anchieta Secretaria Municipal de Planejamento de Anchieta Secretaria Municipal de Trabalho, Assistência e Cidadania de Guarapari
COMPROMETIDO
Associação de Moradores de Chapada do Á Associação de Moradores de Guanabara Associação de Moradores de Ubu Pousada Corais de Ubu Projeto TAMAR Tadeu Schneider - Emp. Imobiliários Vice-prefeitura
SOLITÁRIO
COMANDANTE
Centralidade do Ator
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1.3
Rede de influência
A rede de influência analisa os vínculos entre atores, grupos e organizações construídos ao longo do tempo. Esses vínculos têm diversas naturezas, e podem ter sido construídos intencionalmente, embora a sua maioria tenha origem em relações herdadas de outros contextos. Todas elas encontram-se em constante interação e transformação, embora o peso relativo das relações herdadas torne essa dinâmica desenvolvida.
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A figura a seguir ilustra as redes de influência dos principais atores estratégicos envolvidos no processo de licenciamento da Baosteel CSV. Os atores posicionados mais ao centro da figura tendem a ter uma posição de destaque em relação aos demais atores e, por isso, merecem um maior grau de atenção e monitoramento.
2. Relatório de prioridades A partir do mapeamento dos atores estratégicos, é gerado um Relatório de Prioridades que definirá o modelo de abordagens estratégicas que deverá ser adotado pela empresa. Destacando que há variações de acordo com as análises e percepções construídas no decorrer do trabalho.
2.1 Atores Estratégicos Globais DEFINITIVO ADERES IEMA
DOMINANTE
DEPENDENTE
DISCRETO
Sec. De Estado de Desenvolvimento Sec. De Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
PODER ADORMECIDO Greenpeace IBAMA
DEMANDANTE
Prioridade
Prioridade
Ministério do Trabalho e Emprego Procuradoria de Justiça Estadual
PERIGOSO
IRRELEVANTE
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A atuação dos atores globais mapeados para o processo de licenciamento da Baosteel CSV, fica restrita as atribuições de cada instituição. Porém, é importante entender que existem articulações políticas de acordo com o representante adjacente de cada instituição. Sendo as-
sim prudente acompanhar e entender o ponto de vista de cada um. A seguir, apresentaremos percepções dos atores mapeados acima:
Atores Estratégicos Globais Instituição
ADERES
ADERES
Observações
Cristina Vellozo
Presidente da ADERES. É a responsável por todas as decisões e pelas articulações políticas com as demais instituições públicas e privadas. Apresenta uma interação com o secretário de desenvolvimento Guilherme Dias. Procura sempre evitar as discussões técnicas passando essas questões para a funcionária Ana Márcia.
Ana Márcia
Funcionária responsável pelas avaliações técnicas. Dentro da instituição assume uma posição de conflito diante das decisões políticas se colocando, muitas vezes, contra a presidente Cristina Vellozo. Defende que todos os custos decorrentes da instalação da Baosteel, inclusive os custos com infra-estrutura (estradas; rede elétrica; Avaliações ambientais...) devem ser pagos pela empresa.
Greenpeace
Não possui base de atuação na região do ES. Porém, sua atuação é pautada com temas de apelo midiático.
IEMA - Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Sueli Passoni
Presidente do IEMA. Foi apresentada como o ponto de apoio para amparar todas as decisões técnicas do Estado. Apresentas uma ligação muito forte com a secretária de meio ambiente Maria da Glória e com a Presidente da Aderes Cristina Vellozo. Tende a se apoiar nas organizações e lideranças locais para assumir posições contrárias ao Pólo e à CSV.
IBAMA
Roberto Messias Franco
Não tem se posicionado acerca do empreendimento, uma vez que, este processo de licenciamento é de responsabilidade do IEMA.
Ministério Público
Marco Antônio Nogueira
Promotor de Justiça e coordenador da 1ª Microrregião do Espírito Santo. Apesar de não ter o poder de oferecer denúncias, o Dr. Marco Antônio exerce influência direta sobre os demais promotores de justiça dos municípios do entorno do empreendimento. È o responsável pela organização do fórum de UBU que reúne diversas organizações para discutir as questões socioambientais da região.
Secretaria de Estado de Desenvolvimento – SEDES
Guilherme Dias
O Governo do Estado do ES definiu sua política de desenvolvimento industrial – siderurgia - e não aparenta ter um bom alinhamento interno com os órgãos regulamentadores.
Maria da Glória
Secretária de meio Ambiente. Formalmente não está diretamente ligada ao licenciamento do empreendimento. Entretanto, sua forte relação com o IEMA (a mesma já foi presidente do órgão) e com a presidente Sueli Passoni faz com que a secretária tenha influência direta nessa questão.
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos SEAMA
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Indivíduo
2.1 Atores Estratégicos Locais DEFINITIVO ADERES IEMA DOMINANTE
DISCRETO Naboa (Núcleo de Artesanato em Fibra de Táboa) Pousada Corais de Ubu
APRAM - Núcleo de Psicultores da Lagoa de Mãe-Bá Associação Comunitária de Belo Horizonte Associação Comunitária de Mãe-Bá Associação de Moradores de Condados Associação de Pescadores de Ubu-Parati Associação dos Ambulantes Conselho Municipal de Saúde
PODER ADORMECIDO Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano, Econômico e Trabalho de Anchieta Tadeu Schneider - Emp. Imobiliários
IRRELEVANTE
A atuação dos atores locais mapeados para o processo de licenciamento da Baosteel CSV, fica restrita as atribuições de cada instituição. Porém, é importante entender que existem articulações políticas de acordo com o representante adjacente de cada instituição. Sendo as-
PERIGOSO Sec. De Estado de Desenvolvimento Sec. De Estado do Meio Ambiente e Recursos
DEMANDANTE Associação de Esportes de Recanto do Sol; Associação de Moradores de Castelhanos; Associação de Moradores de Chapada do Á; Associação de Moradores de Guanabara; Associação de Moradores de Meaípe; Associação de Moradores de Parati; Associação de Moradores de Ubu; Associação Pró-Melhoramento da Praia de Castelhanos; Colônia de Pescadores de Piúma; Fetranspor; FINDES; Igreja Batista; Igreja Católica; Pousada da Tina; Pró-Gaia; Secretaria Municipal de Assistência e desenvolvimento Social de Anchieta; Secretaria Municipal de Fazenda de Anchieta; Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Guarapari; Secretaria Municipal de Obras de Anchieta; Secretaria Municipal de Planejamento de Anchieta; Secretaria Municipal de Trabalho, Assistência e Cidadania de Guarapari;Viceprefeitura de Anchieta.
Prioridade
Prioridade
Projeto TAMAR Promotoria de Justiça
DEPENDENTE
sim prudente acompanhar e entender o ponto de vista de cada um. A seguir, apresentaremos percepções dos atores mapeados acima:
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2.2
Grupos Focais
A atuação dos atores locais mapeados para o processo de licenciamento da Baosteel CSV, fica restrita as atribuições de cada instituição. Porém, é importante entender que existem articulações políticas de acordo com o representante adjacente de cada instituição. Sendo as
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Instituição APRAM - Núcleo de Psicultores da Lagoa de Mãe-Bá
Indivíduo Juscelino
Associação Comunitária de José Maria Belo Horizonte
Representante bastante envolvido e reconhecido na comunidade; Além da APRAM, atua no grupo de teatro da comunidade. Exerce forte influência na comunidade; Se comunica constantemente com as associações de moradores de Anchieta e é membro fundador do Fórum das Entidades do Sul.
Peninha
Seu cargo de presidente na associação de moradores foi questionado por moradores da comunidade; Possui uma pousada na região e defende interesses próprios.
Professor Roberto
Bastante articulado, porém, mal quisto pela comunidade; Procura demonstrar conhecimento, participou de vários grupos focais. Muitas vezes se contradiz, sendo questionado pela população; Participou da fundação do Fórum das Entidades do Sul;
Ednaldo (Grande)
Foi candidato a vereador e recebeu 50 votos; Posiciona-se a favor da comunidade, porém não tem o reconhecimento disso. Participou da fundação do Fórum de Entidades do Sul.
GP
Irmão do Ednaldo; Estudante de turismo; Fez duras críticas a Baosteel CSV por conta da falta de informação oficial.
Júlio
Inexpressivo;
Associação de Moradores de Chapada do Á e Monteiro
Ostério Santos
Motorista da secretaria de educação; Construiu um campo de futebol em frente a sua casa e disponibilizou aos moradores; Solicitou informações sobre a “possível” remoção dos moradores e acrescentou que na secretaria eles o informaram que a baosteel csv está próxima à comunidade.
Associação de Moradores de Condados
Domingos Maciel
Eleito vereador de Guarapari na última eleição; Posicionou-se contrário à vinda da baosteel, destacando os problemas oriundos da samarco; Bastante articulado e presente na comunidade.
Valdecir Lopes
Disperso e desarticulado;
Sebastião
Ativo; Demonstrou segurança na defesa da comunidade; Posicionou-se contra a Dona Ilda, dizendo que ela não responde pela comunidade.
Raul
Articulado, porém, não é bem visto na comunidade; Ultimamente tem participado de reuniões com o IEMA para reflorestar a ponta de Meaípe;
Augusto
Médico e morador antigo de Meaípe; Seu pai foi considerado um dos maiores lideres comunitários da região; Sua esposa possui uma farmácia em Meaípe; Ele é articulado e possui uma memória sobre o licenciamento da samarco muito recente. Os moradores confiam bastante nele.
Associação Comunitária de Mãe-Bá
Associação de Esportes de Recanto do Sol
Associação de Moradores de Castelhanos
Associação de Moradores de Guanabara
Associação de Moradores de Meaípe
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Observações
Instituição
Indivíduo
Observações
Fernando
Foi candidato a vereador e teve votação inexpressiva; Os moradores da comunidade na o reconhecem como liderança; Participa do Fórum de Entidades do Sul.
Willis
Introspectivo, analítico e observador; Fez duras críticas ao ex vice-prefeito que tentou inviabilizar grupo focal de Ubu; Demonstrou interesse em participar das reuniões de diálogo.
Associação de Pescadores de Ubu-Parati
Russo
Bastante articulado e reconhecido como liderança; Participou dos processos de licenciamento da samarco; Seus argumentos são baseados em informações coerentes; Se diz a disposição para dialogar.
Associação Pró-Melhoramento da Praia de Castelhanos
José Olímpio
Aposentado do judiciário e dono do hotel Tanharu; Muito crítico a instalação da baosteel csv;
Admário
Presidente da associação e aposentado da Petrobrás; A associação presta serviços à comunidade de distribuição d água e segurança; Suas críticas são voltadas para o tema segurança.
Conselho Municipal de Saúde
Helga
Muito crítica ao empreendimento; Articula-se com dona Ilda.
Associação de Moradores de Parati
Associação de Moradores de Ubu
Fetranspor - Federação das empresas de transporte Luiz Vagner decargas do Estado do Espírito Santo
FINDES – Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo
Lucas Izoton Vieira
Igreja Batista
Não houve declarações.
Igreja Católica
Bispo D. Luiz
Suas declarações sobre o investimento em Anchieta foram arraigadas de críticas aos Chineses e sua cultura.
Joel Duarte Benísio
Eles administram o único hospital pronto-socorro de Anchieta; Aplicam a pedagogia de alternância na Escola Técnica Agrícola; Possuem vínculos com o MST; Participam do Comitê da Bacia Hidrográfica do Benevente; Não houve pronunciamento oficial sobre o empreendimento.
César Weslley
Brigou com o Peninha e se desligou da associação de moradores de Mãe-bá; É o responsável pelo Naboa; É questionado por alguns moradores uma vez que o material usado no projeto é considerado “uma peste” para a lagoa de Mãe-bá; Demonstrou bastante interesse em ajudar no diálogo da baosteel csv.
Mepes - Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo
Naboa (Núcleo de Artesanato em Fibra de Táboa)
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Instituição
Indivíduo
Observações
Tina
Moradora da comunidade Guanabara; Construiu a primeira pousada na praia; Individualista, falante e em alguns momentos preconceituosa; Inexpressiva frente à comunidade.
Pró-Gaia
Ilda Freitas
Presidente da ONG e fundadora do Fórum das Entidades do Sul; Exerce influência no fórum, porém não aglutina os moradores da comunidade de Guanabara; Articulada e culta; Participa dos fóruns da samarco e dos conselhos da cidade; Faz duras críticas ao governo municipal e estadual; Se articula diretamente com o professor Roberto e Bruno do GAMA.
Pró-Gaia
Carlos Humberto
Vice-presidente da Ong. Acompanha sempre presidente Ilda Freitas nas reuniões e encontros. É declaradamente contra o empreendimento e se posiciona de forma agressiva toda vez que fala sobre a Baosteel e seus fornecedores.
Projeto TAMAR
Maria Ferreira
Nascida e criada na comunidade Guanabara; Trabalha na base do projeto Tamar; Demonstrou preocupação com a instalação da baosteel.
Sheila Mulinari
Postura assistencialista e paternalista frente à instalação da Baosteel CSV, visão bairrista e conservadora. Desarticulada com interesses da Prefeitura, desconhecimento completo sobre Baosteel CSV.
Pousada da Tina
Secretaria Municipal de Assistência e desenvolvimento Social de Anchieta
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano, Adson Nogueira Contato não realizado. Econômico e Trabalho de Anchieta
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Secretaria Municipal de Fazenda de Anchieta
Interesse no acréscimo da arrecadação, justificada como morador por medidas compensatórias de meio ambiente e escassez de água. Robinson Jorge Já atuou enquanto Secretário Municipal de Meio Antunes Ambiente e Secretario Municipal de Desenvolvimento Econômico; prestador de serviços para Samarco como Engenheiro de Segurança do Trabalho.
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Anchieta
Vislumbra o crescimento da arrecadação. Riqueza gerada deve ser compartilhada para compensar uma possível degradação; Herman DaPostura desenvolvimentista; mázio (Paizinho) Viés favorável a instalação do empreendimento; Populismo loca,l e sociabilidade, longa trajetória política com atual prefeito.
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Guarapari
Visão favorável à instalação do empreendimento no município de Anchieta, assumindo postura de morador, baixa desenvoltura política. Interesse no desenvolvimento de projetos municipais pela Baosteel CSV. Secretário Engenheiro Agrônomo com discurso ambientalista para medidas compensatórias.
Antônio Telles Zimerer
Instituição Secretaria Municipal de Obras de Anchieta
Indivíduo
Observações
Renato Lorencini
Contato não realizado.
Secretaria Municipal de Pesca de Anchieta
Adair José Marchiori
Agressividade de contato e ameaça de incentivo dos pescadores pela para cercamento do mar na construção do porto. Postura autoritária e ameaçadora de utilização de projetos próprios desenvolvidos pela secretaria. Exigência de contato formal e direto com a Baosteel CSV.
Secretaria Municipal de Planejamento de Anchieta
Sandro Azevedo Alpoin
Secretário (licenciado do cargo) enquanto chefe de campanha do prefeito. Entrevista com Secretário Interino há um mês com visão extremamente bairrista (morador do Balneário de Iriri).
Secretaria Municipal de Trabalho, Assistência e Cidadania de Guarapari
Andréia Ramos Gante
Secretária Interina, com baixa articulação política, porém vasta experiência na área social dentro da Prefeitura. Visão favorável à instalação do empreendimento. Postura paternalista e assistencialista sobre papel da Baosteel CSV no desenvolvimento de projetos sociais. Desapontamento sobre a não instalação da Baosteel CSV em Guarapari.
Tadeu Schneider - Emp. Imobiliários
Tadeu
Interessado no crescimento da especulação imobiliária.
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