Revista Leia ABC - Setembro 2014

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| Julho Agosto dede 2014 2014


Índice

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04 Editorial 06 Entrevista 12 Política 15 Economia 16 Cidades 19 Moda 20 Capa 24 Decoração 26 Beleza 28 Educação 30 Mundo animal 32 Gastronomia 34 Turismo

Cooperativa Costura Bem de Diadema valoriza o trabalho das mulheres

28 Com qual idade deve-se deixar a criança usar o computador?

19 A temporada dos acessórios. Preparem-se, meninas!

26 Óleos corporais dão reforço extra para a pele

Colunistas 18

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Paulo M. Ribeiro

Wallace Nunes

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Marcos Cazetta

Zezé Targher

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Isaac R. Zetune

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Tamyres Barbosa Setembro de 2014 |

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Expediente/ Editorial Diretor Executivo

Alessandro Vezzá vezza@leiaabc.com

Diretor Administrativo/Comercial Giancarlo Frias giancarlo@leiaabc.com

Diretor de Redação

Wallace Nunes - MTb 55.803/SP wallace@leiaabc.com

Editora-chefe

Andressa Besseler - MTb 59.420/SP andressa@leiaabc.com

Revisão Editorial

Setembro, o mês das flores, das cores, da renovação

Laís Serrão

Diagramação

Evelyn Domingues - MTb 48.250/SP

Fotografia

Shutterstock e Assessorias

Relações Comerciais

Colaboradores

Mohammed Waleed, Tamyres Barbosa, Paulo M. Ribeiro, Isaac R. Zetune, Zezé Targher e Marcos Cazetta A tiragem da revista é devidamente auditada pela

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LEIA ABC é uma publicação mensal produzida pela Editora Sustentabilidade Editorial.

Rua Macaúba, 82 Bairro Paraíso - Santo André

Enfim, chegou a primavera. Uma estação do ano linda, cheirosa e colorida, principalmente pela chegada das flores! A primavera dá uma sensação de liberdade. Dá vontade de estar nas ruas, nos parques… até o cheiro de todas as cidades, sem exceção, muda para melhor! Parece que ficamos mais dispostos para curtir a vida. É nessa época que nos inspiramos para decorar nossas casas com muitas flores naturais ou artificiais. O mais importante é que o astral da casa esteja nas alturas. As flores deixam o ambiente colorido, enfeitam e dão um ar de festa. Azul, amarela, vermelha… Todas são lindas. Mais do que flores, para nós, da LEIA ABC, é um prazer chegar a primavera porque nos inspira a produzir bons textos, aliás, sem falsa modéstia, como sempre. Na edição de primavera, falaremos de uma assunto de saúde. A depressão. É nossa matéria de capa. Falamos dos seus malefícios, os exemplos, o tratamento e a felicidade de quem supera. Mais, falamos também da política. Por que a campanha eleitoral está, na nossa visão, murcha? Na editoria de economia tem a arte de pechinchar. O que para muitos é uma vergonha, quem a faz, se sente animado a fazer. Em educação, falamos o quanto a tecnologia avançou que atingiu até a criança. Em decoração, falamos da beleza e do design dos móveis no século XXI. Por fim, na editoria de gastronomia, a reportagem mostra que não basta ter fome e paladar apurado, mas que o ambiente é um fator de importância para atrair clientes.

Wallace Nunes Diretor de Redação

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Entrevista

As filas diminuíram, mas ainda há uma demanda alta

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esirre Carlos Calegari é um médico nascido em Santo André e com extensa carreira no Grande ABC. Anesteseologista, foi o primeiro professor da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC a ocupar o cargo máximo do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e assessor jurídico do CRM. Hoje, ele é o administrador do Hospital Mario Covas, referência em casos de alta complexidade. Em entrevista para LEIA ABC, ele admite que há uma demanda reprimida, mas que está fazendo o melhor possível para tratar a todos os pacientes. “Não dá para aumentar a demanda por falta de leitos” Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com

Leia ABC - Como um hospital de alta complexidade consegue dar conta de uma demanda cada vez maior? Desirre Carlos Calegari (DCC) - O Mario Covas é um Hospital estadual gerenciado por uma Organização Social (OS), a Fundação ABC, cuja referência tem que ser mantida com qualidade para atingirmos as nossas metas. Sabemos que a demanda é alta e cresce a cada momento, mas tratamentos de alta complexidade diferem do chamado atendimento comum. Leia ABC - Então as filas de atendimento vão continuar? (DCC) - Existe uma demanda de atendimento, sim. Repito, somos um hospital de excelência e, com casos de alta complexidade, que requer cuidados ainda maiores. Atendemos na medida do possível para atingir nossas metas, e também com base no orçamento disponibilizado. Leia ABC - Então, nos dias atuais, qual é o principal desafio do Hospital Mario Covas? (DCC) - É a melhora do atendimento, claro. Sabemos que a demanda é grande. Somos um hospital universal, atendemos até convênios médicos. Temos as portas fechadas, ou seja, não temos maca em corredor e nada que esteja relacionado ao caos da saúde no Brasil. Um hospital de portas abertas convive com filas enormes e todas as suas di6

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ficuldades existentes. Como atuamos no segmento de alta complexidade, os casos vêm drenados. E aí conseguimos atender a todos e manter a qualidade. Mas admito que é preciso aumentar o número de leitos. Leia ABC - Isso pode ser feito? (DCC) - Sim e faremos. Há um projeto para 2015, que consiste em tirar a parte administrativa de dentro do hospital para aumentar o número de leitos. Serão 1200 metros que possibilitarão a construção de mais uma UTI, uma enfermaria e, com isso, a consequente melhoria do atendimento. Leia ABC - Qual é o número de pessoas atendidas hoje? (DCC) - Média de 1200 casos mensais. Isso para cirurgias. Diminuímos as consultas para se concentrar nas cirurgias de alta complexidade. Leia ABC - E como é o atendimento? (DCC) - Na mesma proporção que é o tratamento da alta complexidade. Alta qualidade. Existe toda uma tecnologia para que o paciente possa acompanhar seu caso pela internet. Leia ABC - Explique melhor. (DCC) - Disponibilizamos na internet todos os dados relativos aos trabalhos que fazemos para que seja tudo transparente. Por exemplo, para o paciente que está aguardando uma cirurgia, ele verá a data da operação,

assim como sua evolução, pela internet. Nos casos mais graves, quando a pessoa necessita fazer uma cirurgia de urgência, antecipamos. Os casos de urgência e emergência são atendidos prontamente. Assim, damos mais rapidez, tranquilidade e transparência para os casos. Leia ABC - E como é que os casos chegam ao Mario Covas? (DCC) - Existe uma sinergia com todos os hospitais da região e também de fora do ABC para que os casos complexos, difíceis de serem tratados neles, sejam realizados aqui. Hoje, a maior dificuldade que temos é exatamente o aumento de demanda. Atendemos, claro, na medida do possível. Leia ABC - E qual é a situação limitadora do hospital? (DCC) - A falta de leitos de UTI. Temos uma qualidade de leitos boa e ímpar, só não é possível atender mais porque os leitos de UTI estão sempre cheios. Aqui há um número de leitos e leitos de UTI fixos. Estamos fazendo uma série de reformas e propostas para aumentar o número de leitos disponíveis. Leia ABC - Essa reforma está inserida no pacote que vai acontecer em 2015? (DCC) - Não. Já está ocorrendo a reforma do pronto socorro e a criação de mais uma UTI. Foram R$ 2 milhões disponibilizados para essa construção. Leia ABC - Mas como aumentar a demanda sem mexer no orçamento? (DCC) - Não iremos aumentar a demanda, vamos sim diminuir as filas existentes. Para se ter uma ideia geral, o gasto per capita, ou seja, por individuo da população, é de US$ 512/ano. Isso dá mais ou menos R$ 3,05 por dia por cada habitante. Se estabelecermos um paralelo de comparação com os países europeus, é nada, pois lá se gasta de US$ 3 mil a US$ 5 mil dólares per capita por ano. Ou seja, no Brasil, estamos muito aquém


do que se gasta com saúde. Leia ABC - Então é preciso fazer o que para aumentar os gastos com saúde? (DCC) - Bom, é ano eleitoral e precisamos exigir dos nossos candidatos que façam um aporte maior no orçamento da saúde. As entidades de classe médicas enviaram ao Congresso o projeto de Lei de iniciativa saúde +10. A ideia é que pelo menos 10% do PIB seja destinado à saúde. Com isso, vamos melhorar e muito a saúde do Brasil. Leia ABC - Quanto do PIB é destinado hoje? DCC) - Hoje não existe um percentual. Atualmente, o orçamento do ano anterior é corrigido pela variação da inflação e pela variação do PIB.O orçamento da saúde é estático. Cada ano que passa aumenta, mas é pouco. Desta forma, sempre haverá problemas. Leia ABC - Mas, mesmo com a responsabilidade dos municípios, não é possível aumentar? (DCC) - Os municípios têm a responsabilidade de disponibilizar 15% de seus orçamentos para a saúde, mas colocam de 25 a 30% dos investimentos na saúde por causa da falta de investimento federal. Leia ABC - Essa falta de repasse seria o verdadeiro problema financeiro do setor? (DCC) - A falta de investimentos federais é latente. A tabela SUS que remunera os serviços filantrópicos está totalmente de-

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Entrevista fasada. Para se ter uma ideia, de cada R$ 100 gastos pela entidade filantrópica, ela recebe do governo apenas R$ 60. R$ 40 são bancados por ela mesma para continuar o atendimento. Leia ABC - Então esse deve ser o problema das Santas Casas? Sim, para se manter, a Santa Casa vai buscar dinheiro no banco e atender ao paciente do setor privado. Mas ainda sim, não dá conta. Hoje 50% ou mais dos atendimentos médicos são feitos pelas entidades filantrópicas, que estão deixando de atender. Aí se percebe o fechamento de Santas Casas, Maternidades, entre outros por causa do baixo valor do repasse.

Leia ABC - Dá para perceber que a saúde no Brasil melhorou? Como médico e, hoje administrador, vejo que a medicina no Brasil melhorou, mas saúde piorou. As entidades de classe fizeram um levantamento e foi detectado que 92% da população está insatisfeita com a saúde no Brasil. E dos que tem acesso qualificam um pouco menos, mas em geral dizem que está péssimo. Leia ABC - Mas como piorou se tem muita gente do sistema privado que está indo se tratar no sistema público? É por causa do valor de repasse. No sistema complementar, quando tratado no público, o valor do repasse é o dobro. O usuário vai para o sistema publico muitas vezes porque não são atendidos nos hospitais conveniados, sobretudo em casos de alta complexidade.

Leia ABC - E o que é preciso fazer? Aumentar o repasse para melhorar o pagamento da tabela SUS. Ou seja, os R$ 40 que são bancados pela entidade filantrópica tem que ser repassados para que o paciente seja atendido com dignidade.

Leia ABC - Aliado a esse problema existe ainda a falta de médicos? Não faltam médicos no Brasil.

Leia ABC - Não há outra mágica? Diria que até agora o setor da saúde conseguiu fazer mágica. Várias propostas foram apresentadas e nenhuma foi adiante. Lembra da CPMF, o imposto para saúde? Foi criado e não foi destinado à saúde. E tem outros exemplos que não quero citar. O que não podemos é viver de favores, precisamos ter um percentual do PIB para saúde. Não foi aprovado para educação? Por que não para a saúde?

Leia ABC - Não? Não. Hoje, no Brasil, há 400 mil médicos. Desse total, cada um possui três empregos. Se ficar com apenas um e institucionalizar uma carreira de estado, o problema estará sanado. Por exemplo, por que nos rincões do País há um promotor público? Por que ele tem uma carreira a ser seguida. O médico não vai para o meio do nada sem estrutura e sem carreira.

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Leia ABC - No passado, dizia-se que para haver uma melhoria do sistema de saúde como um todo, deveria haver uma prevenção. Isso é mito? Não. É a mais pura verdade. A saúde envolve uma boa alimentação, educação de qualidade e, sobretudo saneamento básico. Não dá para tratar de alguém que não tem essas necessidades. A prevenção tem que ser feita pelo estado. Leia ABC - Num resumo geral, qual é o ponto fora da curva? Hoje eu falo que tem que haver repasse do poder público a partir do PIB. A emenda 29 foi esquecida por esse governo. Estamos colocando um dinheiro pífio dentro da saúde. Leia ABC - Voltando à região, o senhor acha que é preciso mais hospitais para atender a demanda que falta? Não posso dizer quantos hospitais precisaríamos para atender a demanda na região. Mas entendo que é preciso ter mais unidades básicas, hospitais de médio e pequeno porte. Todos de excelência. Leia ABC - Em São Bernardo nasceu o Hospital das Clínicas. Sim, mas a capacidade de atendimento ainda não está 100%. Estamos felizes com o nascimento e prontos para dividirmos as responsabilidades. Sei que é demorado porque um hospital para tratamento de alta complexidade é um investimento caro.


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Mirante

Wallace Nunes Jornalista wallace@leiaabc.com

Orlando Morando, candidato ao Legislativo estadual pelo PSDB, tem mostrado para muitos porque é oposição de respeito no ABC. No corpo a corpo com o eleitorado de todas as cidades sempre recebe apoio e é ovacionado. Por essas e outras situações é que é possível saber que deve ser o deputado eleito mais votado das sete cidades. É bem provável que sua expressiva votação o cacife para o governador Alckmin o chame para compor sua nova equipe.

Fotos: Divulgação

Demonstração de força

Campeão de votos do ABC em 2014

Esforço incomum

Tropa de choque petista nas ruas para ajudar Ana

Marcos Lula, José Cloves, Tarcísio Sécoli, o prefeito Luiz Marinho entre outros são os nomes de peso que apoiam a petista Ana do Carmo, também candidata à Assembleia Legislativa. A ideia é que Ana, como todos a chamam, tenha pelo menos 100 mil votos neste pleito. Na última eleição, a deputada obteve cerca de 60 mil votos. Ela é a mais forte candidata do governo Luiz Marinho.

Manente, impugnado, vai recorrer ao TSE O deputado estadual e pleiteante a vaga na Câmara Federal, Alex Manente (PPS), tentará reverter o indeferimento da candidatura junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O TRE não acolheu os embargos declaratórios apresentados na tarde de ontem (2). Agora, o documento segue para conclusão do desembargador Antônio Carlos Mathias Coltro. Manente, no entanto, acredita em uma sentença favorável na instância superior. “Estou tranquilo quanto a isso. A campanha continua a pleno vapor e tivemos apenas um problema com certidão (de quitação da multa)”, destacou.

Mesmo indeferido, Manente continua na briga (por votos)

D’Orto quer fortalecer a região

Na luta pela proteção dos animais Na reta final das eleições, o candidato a deputado estadual Charles D’Orto (PTC) intensifica sua atuação na região. D´Orto é irmão da Mercedes D’Orto, eleita como a vereadora mais votada de Ribeirão Pires em 2012 e que acabou falecendo após a eleição, vítima de um câncer. D´Orto pretende se eleito, fortalecer toda a região junto ao Governo do Estado, garantindo o repasse de verbas Estaduais para o desenvolvimento da região, sobretudo a questão de proteção dos animais, transporte público e da saúde.


E o Marinho crê na desconstrução de Marina O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), ironizou a candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva. Quando questionado sobre se o PT tentará desconstruir a imagem da ex-senadora, o coordenador de campanha de Dilma Rousseff (PT) no Estado disse que “ela própria (Marina) vai se desconstruir”. “Vamos dar tempo ao tempo. É só olhar o programa de governo. Depois de um telefonema de um pastor houve uma errata. Então, vamos aguardar o próximo telefonema para ver o que vai acontecer”, afirmou.

Empenho pela vitória

Michel Temer também veio

Exemplo de fidelidade e força

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), desceu o calçadão da Rua Coronel Oliveira Lima, no Centro de Santo André. O peemedebista teve a companhia dos prefeitos petistas de Santo André e Mauá, Carlos Grana e Donisete Braga, respectivamente, mas ele não cumprimentou lojistas nem quem passava pelo local.

Jantar para Nilson Bonome Após a atividade, Temer, lideranças do PMDB na região e outros convidados participaram de um jantar a fim de levantar fundos para a campanha de Nilson Bonome, que concorre a uma vaga de deputado estadual.” Os convites foram vendidos a R$ 10 mil. Vice-prefeito de São Bernardo, Frank Aguiar (PMDB) prestigiou o encontro juntamente com Nilson Bonome, presidente andreense do PMDB, que organizou a caminhada. “Os últimos dados sobre a economia brasileira não vão influenciar a população a optar pela interrupção da gestão petista”, avaliou Temer.

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Política

A campanha está nas ruas?

Timidez é o tom da campanha eleitoral de 2014. Candidatos aos cargos majoritários e ao Legislativo literalmente “tiraram o pé” do acelerador - no que se refere aos gastos Wallace Nunes com Agências – wallace@leiaabc.com

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oucos cavaletes, quase nenhuma placa ou mesmo faixas. A curiosidade na eleição 2014 é: onde os candidatos estão fazendo suas campanhas eleitorais? É fato que as restrições para propaganda obrigatória limitou, e muito, o papel dos políticos, mas isso não é motivo para que os candidatos desapareçam com suas respectivas propagandas. Há pouco mais de 20 dias para o primeiro turno das eleições majoritárias e legislativas, as agências de publicidade e os candidatos estão em plena efervescência no processo eleitoral. A campanha praticamente não está nas ruas, mesmo no período dos fatos mais marcantes, pois o funil – desistências e impugnações - já aconteceu. Ao contrário das campanhas anteriores, quando os comitês já estavam devidamente montados e cabos eleitorais percorrendo os bairros, pouco se vê em termos de propaganda. Ainda assim, políticos que disputam cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal já começaram a popularizar a campanha eleitoral, circulando nos bairros das cidades do ABC com carros de som, seus respectivos jingles, além da contratação de militância paga para empunhar bandeiras em cruzamentos da cidade. Em conversa com coordenadores políticos das principais campanhas no ABC e também na Capital, a reportagem da LEIA ABC percebeu que muitos estão tímidos por dois fatores. O primei12

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ro, a aversão da população aos políticos. Por onde passam, vários candidatos estão sendo recebidos com certa hostilidade jamais conferida em eleições anteriores, mesmo que muitos não gostassem de política. O sentimento de igualdade entre os políticos prevalece: aquele que tem a pecha de corrupção ou de que só quer votos para se eleger e não ajudar quem precisa ser ajudado. E mais, falta de dinheiro para os gastos com placas, faixas e santinhos é o segundo motivo para tornar esse pleito no mínimo estranho. “Ninguém quer contribuir”; esta foi a frase de um candidato a deputado pelo PSD ao justificar o porquê de a campanha eleitoral estar demorando tanto para deslanchar. Segundo ele, os empresários que sempre destinavam generosas quantias para o financiamento das campanhas estão muito arredios e, isso complica a vida da grande maioria dos candidatos, que devem reduzir ao máximo o tempo da campanha, pois devem, com isso, gastar menos e guardar os poucos recursos que têm para a reta de chegada. Outro candidato a deputado, desta vez, pelo PT, disse que a campanha tem se desenvolvido, mas sem o volume de outros tempos, pois os candidatos partem para o corpo a corpo e esperam o horário na TV e no rádio e, ainda, a ajuda dos cabos eleitorais. “Antes, as propostas eram levadas de porta em porta e em comícios, agora o grande palanque eleitoral é a televisão, que tem um alcance muito maior”, afirmou o candidato.

Contato direto

Segundo o cientista político, Gaudêncio Torquato, os candidatos têm valorizado o contato direto com as pessoas, indo nos bairros de maior porte e percorrem um espaço maior de localidades. “Fazemos isso desde o ano passado quando participei do lançamento do programa de governo do candidato Geraldo Alckmin”. Paulo Skaf, candidato do PMDB conta com um grupo muito forte de candidatos a deputados e uma estrutura em todos municípios, e isso facilita a sua campanha, que deve se valer disso para levar as propostas ao eleitor. O cientista político e professor da Universidade de São Paulo, Francisco Moreira, ponderou que apesar da disputa à vaga de governador do Estado já ter iniciado com embates políticos, citando as acusações entre os pleiteantes à cadeira do Palácio dos Bandeirantes, as atividades nas ruas só deverão se intensificar, com a inauguração dos comitês de campanha. “As últimas campanhas têm cada vez iniciado mais tarde. Os candidatos deixam para começar a sua potencialidade nas últimas semanas de campanha”, pontuou. Para Moreira, a campanha ocupará de fato as ruas quando todos estiverem com suas posições políticas definidas.

Estresse

A comerciante Maria Yasmim Sousa, 45, que reside no Bairro Alvarenga, em São Bernardo, considera “estressantes” as atividades políticas. “Ainda pouco


Cavaletes é o que mais se tem visto nas ruas e avenidas do ABC Iara Fernandes

se vê, mas daqui a alguns dias, as avenidas da maior cidade do ABC estarão entupidas de bandeiras, panfletos”, disse. “Acho legítimo”, opinou o funcionário público, Carlos Eduardo Pacheco, 52. “É uma forma de os candidatos se manifestarem ao eleitor”, afirmou. Já a aposentada Marta Costa Lima, 75, moradora do bairro Paraíso, em Santo André, pondera que, por conta da “falta de credibilidade” da política, a população “não leva mais a sério” as campanhas. “Acho tudo muito forçado. Uma grande parcela tem consciência em quem é melhor votar, mas muitos são induzidos pelo excesso das campanhas”, avalia.

Marketing demais, ação de menos

Um terceiro fator que está começando a nascer na cabeça de muitos eleitores com escolaridade avançada é excesso de glamour entre os candidatos. Explica-se: políticos que são “enfeitados” para serem bem votados e, con-

sequentemente, eleitos, cresceram com a ajuda dos chamados estrategistas políticos. Mais conhecidos por marqueteiros esses homens, que trabalham por trás das câmeras, têm sido a grande “Geni” nacional: sinônimo para definir jogadas escusas, fabricação de candidatos enlatados e artifícios pouco louváveis de manipulação do eleitor. Para muitos políticos, inexperientes ou não, eles são uma “arma poderosa”, que quando usada contra um eleitor frágil, sucumbe passivamente à sua força. Muitos cientistas políticos afirmam que, mesmo com forte manipulação, o povo é isento de percepção e capacidade de decisão. “Ele se fundamenta no estudo dos movimentos do mercado”, resume o cientista político Gaudêncio Torquato. E, no caso do marketing eleitoral, esse mercado a ser estudado é, obviamente, o eleitorado. É com base numa extensa análise dos anseios, das tendências, das necessidades da população, que um candidato deverá ser apresentado.

Salvo algumas considerações, o candidato não é um produto racionalmente desenvolvido, mas uma pessoa, com passado, história, ações, personalidade que não podem ser fabricados. E esses atributos, que devem ser respeitados, podem ou não estar em sintonia com o que o eleitor espera, dependendo de uma infinidade de variáveis. O marqueteiro precisa ter o conhecimento global das várias áreas que compreendem essa empreitada e que vão desde as pesquisas, até a comunicação. Não é ele quem manda no candidato, não é ele quem aparece mais que o candidato, mas é ele quem orquestra todas essas frentes, orientando a campanha como um todo e, sua expertise é fundamental para atuar à frente de um verdadeiro exército, formado por pesquisadores, publicitários, jornalistas, profissionais de rádio e TV etc. Ninguém critica o papel de um maestro mas, por exemplo, é consenso que, apesar dos talentos individuais, é necessário alguém que unifique e estabeleça um caminho único, respeitando os atributos já existentes, se me permitem fazer essa comparação. Os eleitores, assim como consumidores, estão diante de opções. Eles formam preferências e fazem escolhas. Fatores emocionais e racionais estão presentes na escolha que o eleitor ou o consumidor realiza. Mal comparando, eleitores escolhem candidatos. Consumidores escolhem produtos.

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Seu bolso

Como gastar no exterior sem dor de cabeça na hora de pagar a conta Marcos Cazetta Economista e especialista em finanças pessoais marcoscazetta@hotmail.com

Nos últimos anos, pudemos observar um aumento no numero de brasileiros que visitam o exterior a passeio, segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT) o número de turistas brasileiros que viajaram ao exterior no ano de 2013 sofreu um aumento de 15% no período. Para quem vai viajar pela primeira vez ao exterior, vale ficar atento a algumas dicas. A primeira delas é quanto à taxa de cambio, geralmente, os marinheiros de primeira viagem ou turistas podem não ter tanta intimidade ou habilidade com os cálculos para conversão de moeda e o melhor momento para compra. Neste caso, o melhor a se fazer é comprar a moeda estrangeira aos poucos, assim você irá diluir o ganho ou a perda desta conversão, mantendo um bom resultado na troca. No entanto, a cautela e os preparativos da viagem não se resumem apenas à compra da moeda estrangeira, é preciso estar ciente das regras para planejar o valor a ser levado em espécie e a melhor forma para comprar no exterior. De acordo com as regras apresentadas pelo Banco Central do Brasil e pela Receita Federal, qualquer viajante que portar um valor superior a R$ 10.000,00 ou o seu equivalente em moeda estrangeira ou em cheques de viagem deverá realizar anteriormente e-DBV (Declaração de Bens de Viajantes) e, no momento do embarque ou do desembarque, deverá apresentar-se à fiscalização aduaneira para conferência. Vale res-

saltar que hoje, com a facilidade para na adesão de cartões de crédito e débito internacionais, além de cartões pré-pagos que podem ser carregados com valores de sua escolha, não é tão recomendável que se viaje, portanto altos valores em moeda estrangeira ou até mesmo cheques de viagem. Cabe destacar que para aderir aos cartões internacionais, seja ele em qualquer das modalidades oferecidas, é importante estar ciente dos custos financeiros nas compras realizadas em moeda estrangeira, isso porque na compra de moeda estrangeira a incidência do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é de 0,38% sobre a operação, ou seja, a cada mil reais em compra de moeda estrangeira, o valor do imposto é de três reais e oitenta centavos, porém, nas compras realizadas através do cartão de crédito o percentual do IOF é maior, hoje de 6,38% ou seja, a cada mil reais em compras no cartão, o imposto cobrado será de sessenta e três reais e oitenta centavos. E, por fim, enfatizo que os saques realizados por meio do cartão de crédito no exterior poderão sofrer com cobranças de taxas de empréstimos. Por isso, antes de embarcar, vale planejar quais compras serão feitas e quanto será gasto a mais por impostos e taxas, para que não se tenha uma surpresa desagradável na volta daquela viagem maravilhosa. Uma boa viagem a vocês!


Economia

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Wallace Nunes – wallace@leiaabc.com

e você é daqueles que compra na primeira loja em que entra e paga o valor da etiqueta sem reclamar, está na hora de rever seus conceitos. Já diz o ditado popular: “Quem não arrisca, não petisca”. O Dia das Crianças está chegando e, antes de comprar o presente, a dica é pesquisar o preço de produtos e serviços em vários locais – afinal, pechinchar por um desconto pode fazer a diferença no valor final pago. Segundo o planejador financeiro Leonardo Gazini Facchini, pechinchar é fundamental no processo de planejamento financeiro, pois é uma das armas para comprar melhor. Quem concorda é o economista Alexandre Nicolella. “Antes de pechinchar, deve-se pesquisar os estabelecimentos com os melhores preços e, depois, partir para os descontos”, afirma. Facchini explica que o foco da negociação é a redução de preço. Mas, ter sucesso em uma pechincha nem sempre precisa resultar em diminuição do valor. “E sim em adicionais e brindes que, dependendo da compra, podem valer muito a pena. Por exemplo: pechinchar durante a compra de um veículo pode significar adicionais e acessórios extras que só ganha quem pechincha”, comenta o planejador financeiro. Bom valor A cozinheira Vera Regina Araújo, de 43 anos, costuma pesquisar preços em diferentes lugares. “Nunca compro na primeira loja para não levar prejuízo. Se depois da pesquisa ainda achar que o preço está salgado, peço desconto. Tem que barganhar para conseguir um bom valor”, afirma. Na contramão do que os especialistas aconselham, o advogado Francisco Marques da Costa, 32, não tem o hábito de pesquisar preços e muito menos de pechinchar. “Tenho convicção de que acabo perdendo dinheiro por causa disso, mas não tenho paciência de ficar pedindo desconto ou mesmo brindes”, diz. “Se quero comprar um produto e, na primeira loja que entro, já encontro, eu compro. Pago o preço, mesmo que seja

Pechinchar, sim,

por que não?

Muitos consumidores já nasceram com esse dom, e quem acha que não tem coragem (ou cara de pau) suficiente para barganhar os preços nas lojas precisa aprender, senão estará desperdiçando dinheiro a cada compra mais caro”, completa. Para Facchini, em todas as situações em que houver possibilidade de pechinchar é fundamental desenvolver o hábito de conversar e negociar – e não apenas quando se trata das compras. “Do ponto de vista financeiro, sempre que compramos algum bem de valor agregado, a negociação é fundamental para comprar melhor e não se arrepender depois”, acrescenta o especialista. De acordo com o planejador financeiro, o pagamento à vista é o melhor argumento em uma negociação. “O poder de compra é o que lhe dará segurança e condições de se sair melhor em uma boa negociação. Negociar uma compra quando se depende de crédito requer uma maior habilidade, mas também é possível”, conclui.

Pesquisar favorece a competição comercial

Segundo o economista Alexandre Nicolella, para fazer uma boa compra, antes de tudo, o consumidor precisa pesquisar. “Só depois de encontrar uma boa oferta é que deve passar a negociar o valor, a pechinchar”, ensina. “Se todo mundo comprar no local mais barato,

força os outros estabelecimentos a baixar o preço. Pechinchar favorece a competição comercial”, afirma. Para ele, o consumidor nunca deve ficar contente com o primeiro preço oferecido, e sim buscar o lugar mais barato. Para isso, a internet pode ser uma grande aliada. “Negocie, bata o pé, pesquise antes, procure na internet, pechinche. É o seu orçamento, é seu dinheiro suado”, diz. O economista acredita que pagar à vista é uma boa forma de negociar. “Se o local não quer dar desconto no pagamento à vista, o ideal é comprar em outro lugar”, aconselha. Quando o consumidor procura o melhor preço, ele cria competição no mercado e gera eficiência. “Melhora o preço, a qualidade do produto e do atendimento. Vale a pena, todo mundo sai ganhando”, conclui Nicolella.


Cidades

Resgate pela

costura

Cooperativa Costura Bem de Diadema valoriza o trabalho das mulheres, gera renda e mantém a permanência do dinheiro dos produtos na cidade Andressa Besseler – andressa@leiaabc.com

E

las se reúnem para bordar. Enquanto tecem uniformes escolares, esportivos e profissionais, abordam assuntos triviais do dia a dia, mas também colocam para fora uma porção de questões pessoais delicadas. Para várias, o encontro da Cooperativa Costura Bem de Diadema é uma oportunidade de trocar experiências – sem falar que a atividade desenvolvida ali é a única fonte de renda para muitas participantes. “O projeto mudou minha vida. Aqui conquistei novas amigas, autoconfiança e aumentou minha renda familiar. Sempre acreditei no cooperativismo, na relação sem patrões nem empregados, decidi 16

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apostar nisso para gerar renda e dar poder às mulheres”, diz Elenice da Silva Alves, de 46 anos, atual presidente da Cooperativa. Alves trabalha há mais de 23 anos como costureira. Fez o curso ainda jovem e, como precisava cuidar do filho de um ano e grávida do segundo, decidiu trabalhar por conta própria. “Graças a Deus, criei meus filhos com o sustento da costura. Tenho orgulho da minha história. Agora vivo uma nova fase com a Cooperativa Costura Bem que me fez perceber que ainda é possível viver com paixão e prazer”, diz Alves, que relembrou do primeiro trabalho da Cooperativa, que foi a produção de 3,2 mil kits escolares para a Secretaria de Esporte da cidade.

Organização

O projeto, criado no ano passado, pela Incubadora Pública de Empreendimentos Populares e Solidários (Ipeps), da Prefeitura de Diadema, tem 56 oficinas espalhadas pela cidade, principalmente nos bairros Serraria e Eldorado, e o objetivo é ampliar. Os locais são equipados com as máquinas de costura dos próprios empreendedores, as compras são coletivas, assim como o trabalho de contratação de serviços. “O foco é organizar as mulheres em cooperativa em diferentes bairros, com a finalidade de gerar trabalho e renda a partir do desenvolvimento de atividades não só relacionadas à costura, bem como as de gestão, empreendedorismo, cidadania e domínio da


O grupo de mulheres da Cooperativa aprendem também gestão, cidadania e domínio da cadeia produtiva

nossa empresa. Quando a documentação for liberada, será nosso primeiro contrato”, explica Alves. A ideia é usar o trabalho da cooperativa na confecção de uniformes escolares, servidores e empresas de Diadema. “A iniciativa pretende valorizar o trabalho dos cidadãos e permitir não só a geração de vagas, mas também a permanência da renda dos produtos na cidade”, conta Santos.

Interessados

cadeia produtiva”, conta Alves. Segundo Alves, o Costura Bem também vai implementar cursos de cooperativismo, sustentabilidade, empreendedorismo, incubação, comercialização, moeda social, fundo Rotativo, Banco Comunitário e Desenvolvimento Sustentável. “Também estamos elaborando a criação de cursos de formação em confecção, costura e modelagem; envolver as costureiras para ter condições de buscar trabalhos satisfatórios, gerando renda; confecção de uniformes escolares e hospitalares e das diversas demandas do mercado”, aponta Jaqueline Vaz dos Santos, do Departamento da Economia Solidária de Diadema. Há seis meses, o projeto fechou nova parceria com as escolas mu-

nicipais onde estão confeccionando bolsas recicláveis com as caixas de leite. Até agora, as mulheres produziram mais de 700 bolsas.

Legalização

Um dos problemas enfrentados pela Costura Bem é a falta de CNPJ para prospectar novos trabalhos. Mas as dificuldades não dissiparam os planos. Ao invés disso, os desafios serviram de estímulo e uniu o grupo. Assim, o grupo conquistou a confiança da empresa Brasil Fera, de São Bernardo do Campo, que decidiu apostar suas fichas no projeto e está realizando a abertura da empresa. “Elaboramos um projeto piloto para a Brasil Fera que aprovou a qualidade da peça e decidiu abrir a

Qualquer pessoa pode participar das oficinas, desde que já tenha alguma habilidade com a costura. Para isso, é necessário se inscrever no curso técnico de capacitação oferecido nos centros públicos Eldorado e Nações e no Centro Comunitário 18 de Agosto, que tem a duração de três meses. Há também um curso de formação continuada, ainda em desenvolvimento, que pretende conscientizar os participantes do projeto em relação às questões da economia solidária. O colaborador que conclui o curso é encaminhado para a oficina mais próxima de sua residência. O projeto é o único com este formato no Brasil, com destaque para a divisão igualitária dos lucros entre todos os costureiros.

Serviço:

Departamento da Economia Solidária da Prefeitura de Diadema Telefone: 4057-7416 Endereço: Rua Amélia Eugênia, 397

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Empreender

Comerciante precisa encantar clientes Paulo Marcelo Ribeiro Gerente do Sebrae-SP – Escritório Regional do Grande ABC

Com um mercado altamente competitivo, os comerciantes devem ir além do simples atendimento. Eles precisam buscar a fidelização de sua clientela. Hoje, não basta apenas atender. É necessário saber encantar o cliente. Em janeiro passado, estive em Nova York, para ficar por dentro das novidades do 103º Retail´s Big Show, promovida pela NRF (National Retail Federation) que é a maior feira de varejo do mundo, segundo especialistas do mercado. Durante o evento, que teve a participação de empresários do Grande ABC convidados pelo Sebrae, fomos conhecer uma loja no bairro do Brooklyn que vende “o chocolate de Nova York”. Na entrada, o cliente se depara com sacos de cacau e sente o cheiro do produto. Observa-se uma mesa posta com vários tipos de produtos para degustação. Mesmo quem não é apaixonado por chocolate, sente-se tentado a provar o produto. Outra loja que me chamou bastante a atenção foi a Rice to Riches, no bairro do Soho, também em Nova York, especializada em vender arroz doce. É muito parecido com o que nossos avós faziam, mas tem arroz doce com caramelo, com frutas e a venda é feita em potinhos e colheres diferenciadas. Alguns estabelecimentos constroem um novo conceito de loja em torno de seus produtos. É o caso da Urban Outfitters, um modelo de negócio colaborativo, onde três empresários de segmentos distintos dividem o mesmo espaço físico. É possível comprar jaqueta esportiva, tomar café e ainda cortar o cabelo, sem sair do mesmo local. Como o leitor pode notar com estes exemplos, não

basta vender chocolate, arroz doce, mas é preciso criar uma atmosfera especial, que eu chamo de “encantamento”. Entendo que o desafio do varejo atual combina valores tradicionais com tecnologia e modernidade. É necessário estudar o comportamento do cliente e proporcionar a melhor experiência de compra na loja. Deve-se engajar a equipe e o cliente, com propostas autênticas e transparentes. Acredito que todas as oportunidades de venda devem ser exploradas. Não basta ficar apenas com a loja física. É preciso estar na internet, no celular, nas redes sociais e acumular o máximo conhecimento sobre o cliente. Durante a Retail’s Big Show, vimos uma lanchonete que, além de vender hambúrgueres, oferece também um cardápio inusitado para os pets. Em outro estabelecimento, nos deparamos com um estacionamento de marido, com direito a mesa de bilhar, para entreter o homem, enquanto a mulher faz compras. Outra loja usa barracas do exército como provadores. O que esses comerciantes estão fazendo é gerar uma experiência diferente na compra. Para não ficar apenas em exemplos nova-iorquinos, há inúmeros comerciantes brasileiros que conseguem sucesso na exploração de nichos pouco explorados. Estive recentemente em uma loja na Vila Madalena que vende bonecas negras. A loja dessa comerciante é um sucesso, vende bem. E ela criou esse comércio, em razão de uma angústia infantil. Quando ela era criança, só havia bonecas brancas.


Moda

Vejo flores em você Andressa Besseler - andressa@leiaabc.com

O inverno ainda não terminou, mas a brisa da primavera já nos cerca por todos os lados. Aliás, que inverno?... Como a primavera chegando muito colorida e vibrante, flores no ar, produzimos um editorial com várias opções de acessórios e inspirações para quem está de olho no que vem por ai. E se você, além de amar moda, também ama acessórios, essa temporada é SUA! Uma onda criativa e exuberante vai tomar conta e será a primavera/verão dos acessórios. Volumosos, chamativos, modernos e diferentes. Quanto mais eles aparecerem, melhor. Quem compõe o look é o acessório. Meninas, preparem-se! Impossível decidir qual o mais lindo! Morana Peças que destacam o minimalismo em contraponto com trabalhos mais elaborados, quase artesanais

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Capa

Depressão: viver ou m A OMS estima que cerca de 5% da população mundial sofra de depressão por ano Andressa Besseler – andressa@leiaabc.com

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Wallace Nunes – wallace@leiaabc.com

aldomiro Souza Santos, 62 anos, teve a vida transformada por causa de um acidente ocorrido na estação Brás da CPTM. Era final de tarde do dia 6 de junho de 2003 quando deixara o escritório de advocacia, onde trabalhava como auxiliar, na Capital, e partiu em direção à sua casa, em Santo André. Chegou na estação, como de rotina, e esperava o trem na plataforma lotada, como sempre. Na chegada do trem, sentiu que não poderia perder a composição e meteu-se entre todos para entrar. Tentou, mas conseguiu em partes. O sinal tocou, as portas fecharam e Santos, na época onze anos mais jovem, ficou com metade do corpo para fora do trem. O acidente resultou num drama, cujo resultado o fez perder a maior parte dos movimentos do corpo e também a visão. “De uma hora para outra, perdi a minha vida. Aí, tudo o que veio foi consequência. Sem emprego e sem dinheiro para sustentar a minha família, passamos fome. Parei o curso na faculdade de Direito. Foi aí que entrei em parafuso, ou melhor, depressão”, diz. O ocorrido se tornou uma brutal angústia e tomou conta de sua vida. Não tinha ideia de que rumo tomar, muito menos o que fazer dali para frente. Buscou ajuda na terapia, tomou remédios, nada. “Perdi 90% da visão, só enxergo vultos e uso óculos, cujo grau é muito alto. Tive problemas nas costas e, até hoje, só caminho com a ajuda uma de bengala. Meu problema afetou minha esposa, por conta dessa situação. Mi20

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nha esposa, fiel escudeira de 37 anos de união, teve uma crise de estresse e perdeu os cabelos”, conta. O caso de Valdomiro Souza Santos retrata uma doença que passou a fazer parte do dia-a- dia de milhares de pessoas e se tornou comum nos tempos modernos: a depressão. Uma doença que não pode ser diagnosticada por exames de sangue, detectada em chapas de raios-x ou investigada em testes de resistência física. Mas, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), será, em duas décadas, a doença mais comum no mundo. A depressão atinge um terço da população brasileira, e é tida como um dos grandes desafios da contemporaneidade. Considerada a maior causa de afastamento do trabalho, segundo aponta o presidente do Centro Paulista de Psiquiatria (CEPP), Marcelo Feijó de Mello. “Apesar de ser mais frequente em mulheres do que em homens, a depressão atinge cerca de 30% da população e está presente em todas as faixas etárias. A cada três pessoas, ao menos uma teve, tem ou terá (depressão) em algum momento da sua vida”, diz. A estimativa da OMS é ainda mais pessimista, colocando a patologia como a principal causa de incapacidade e morte em todo o mundo em 2030, superando o câncer, o acidente vascular cerebral, as guerras e os acidentes. A entidade estima, ainda, que 350 milhões de pessoas, cerca de 5% da população mundial, sofram de depressão a cada ano. O dado global é alarmante. Nos Estados Unidos, estima-se que 7% da população sofram de depressão. Na França, estima-se que a depressão afeta cerca de 8% da população entre 15 e 75 anos, as mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. Na Itália, estima-se que 3% da população sofram de depressão. Este valor é menor do que a maioria dos outros países da

Europa e mesmo do mundo. Esta diferença pode ser explicada por uma metodologia de cálculo diferente (os dados podem ser um pouco subestimados), mas também pelo fato de que os italianos têm, geralmente, uma boa qualidade de vida, uma dieta equilibrada e um clima bastante ensolarado. Todos estes fatores ajudam a prevenir a depressão. A Itália também é conhecida por ter pouca violência, em comparação, por exemplo, com a América do Sul, incluindo o Brasil. No Brasil, cerca de 10% da população sofre de depressão. Deve-se notar que a maioria destas pessoas não sabe que está sofrendo de depressão. A consequência é, geralmente, a falta de tratamento ou terapia pouco adaptada. O transtorno caracterizado por tristeza excessiva, sentimentos de culpa e desmotivação, entre outros sintomas, já é um dos principais distúrbios atendidos em prontos-socorros psiquiátricos do ABC. Em São Bernardo, o transtorno ocupa desde 2012 o primeiro lugar no número de atendimentos realizados pelas unidades de saúde emergenciais, atrás de casos de psicose, transtorno bipolar e esquizofrenia. Dos 6.246 casos atendidos no PS de psiquiatria de janeiro a novembro do ano passado, 1.354, ou 21,68%, foram de depressão. Em segundo lugar, com 12,98%, está a psicose e, em terceiro, a ansiedade (9,31%). Somadas, ansiedade e depressão representam 30,97% dos atendimentos. Em Ribeirão Pires, a depressão sozinha não representa a maioria dos atendimentos, mas somada à ansiedade, corresponde a 67,74 dos cerca de 310 atendimentos mensais do Ambulatório de Saúde Mental.


morrer, eis a questão?

Em São Caetano, no pronto-socorro de emergências psiquiátricas do Hospital Municipal de Emergências Albert Sabin, a maioria dos 2.953 atendidos de janeiro do ano passado até agora (40%) são casos de dependência química. A depressão está em segun-

do lugar, com 30%. Em Santo André e Diadema, a doença está em terceiro lugar no número de atendimentos. Na primeira cidade, o Centro Hospitalar Municipal recebe cerca de 500 pessoas por mês na emergência psiquiátrica, sendo que 17% são dependentes quí-

micos, 14% surtos psicóticos e 12% casos de depressão e ansiedade. Já Diadema não informou o número de pacientes, mas apontou que a maioria é dependente químico, seguido de somatizações (vários transtornos associados), depressão e ansiedade.

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Capa Tempos modernos

A depressão sempre existiu e se tornou motivo de estudo e pesquisa em muitos momentos da história da saúde. Essa doença contribui para o estudo da saúde mental, pois está ligada a saúde da alma, que integra a relação do biopsicossocial e espiritual do ser humano. “Era tratada como tristeza, angústia, ressentimento, retraimento e, muitas vezes, mania para se chamar a atenção”, explica Madalena Cabral Rehder, especialista em Psicologia Clínica e Social. “Muitas pessoas sofrem caladas, ou deslocam os sentimentos para as doenças psicossomáticas, como dores de cabeça ou no corpo, irritabilidade e, muitas vezes, acabam entrando nas dependências das drogas ilícitas e lícitas”, continua. Não foi o que aconteceu com Valdomiro Souza Santos, que buscou a recuperação. Mas, durante dois anos, a rotina foi dura. Tinha de passar o dia no hospital realizando exames, tratamentos entre outros procedimentos médicos. Aos poucos, voltou à vida. Conseguiu se entender. “Foi um período de grandes mudanças”, relata. Apesar da terrível dor, foi naquele momento que parou para pensar em soluções e ser mais autocrítico. “Voltei a estudar. Comecei a fazer cursos e arrumei emprego, na Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência). Também recebi ajuda da Fundação Dorina Nowill e da Fundação Bradesco”. Após a retomada dos estudos, decolou. Hoje, ele cursa o quinto semestre de Direito na FMU, junto com a filha Elisabeth, e trabalha no RH de uma empresa de Engenharia. Entretanto, continua fazendo tratamento com psiquiatra e acompanhamento com psicoterapeuta. “Há um ano, tive uma nova recaída por não aceitar a cegueira, usar bengala. Superei”. Santos entrou com ação na Justiça contra a CPTM por danos morais, lucro cessante, danos psíquicos. Ainda aguarda a sentença. 22

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Pra onde ir? A depressão tem algumas características que, muitas vezes, passam despercebidas, não somente por quem sofre da doença, mas também por familiares e amigos, podendo ser confundida com tristeza. Ficar atento aos seus sintomas é importante, afinal, isso possibilita um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficaz, de acordo com as recomendações médicas. A seguir, saiba um pouco mais sobre a doença, com a entrevista que fizemos com o médico Alceu Giraldi, psiquiatra e psicoterapeuta. Existe o lado bom da depressão? É possível tirar proveito se perceber seu potencial transformador? Aprender com a depressão é possível, mas muito sofrível, pois altera toda uma bioquímica cerebral e modifica toda uma rotina de vida. Não é uma situação desejada, mas se aprende a se cuidar melhor na vida e buscar caminhos menos sofredores. O quadro depressivo causa uma perda de prazer, de motivação e de vontade, momentos de choro, alteração do sono, alimentação e mudanças de rotina em muitas pessoas. Esta situação leva a prevenir melhor o quadro e amadurecer a sua afetividade e selecionar mais suas atividades e pessoas na sua vida, pois o individuo sabe o que o leva ao sofrimento. Quais são os caminhos para reverter ou atenuar os sintomas depressivos? Os caminhos para melhorar a depressão é a busca de profissionais especializados para ajudá-la, tais como psiquiatra e psicólogos para adequadamente fazer uso de medicação específica e psicoterapia para conhecer melhor o quadro e aprender a sair dele e depois se proteger de outros episódios. O Facebook atiça a inveja e depressão? Sim, o Facebook é uma vitrine de pessoas bonitas, jovens e inteligentes com frases de efeito filosófico e motivador e quem não se enquadrar neste formato, gera um sentimento de desvalia e cria traços de inferioridade de não ser capaz de se enquadrar neste formato. Pessoas com traços de inferioridade têm pré-disposição à inveja e, se não conseguir superar esta situação, passa a ter quadros de depressão pois a situação modifica os neurotransmissores cerebrais, inibindo a produção de serotonina e noradrenalina que são os neurotransmissores de prazer.

Doença da moda

A professora Madalena Cabral Rehder aponta a depressão como a doença da moda. Segundo ela, as pessoas estão com dificuldades de se perceber, de se comunicar ou ainda saber o que realmente desejam. “A falta do diálogo, de limites e parâmetros familiares junto com a falta de atenção e concentração nas ações presentes, robotiza e limita as comunicações nas relações interpessoais”, diz a especialista que também preside o NEPSAR- Núcleo de Pesquisa e Estudo em Sociopsicodrama do ABC e Região. Não se pode negar que até a pouco tempo a saúde mental era vista como loucura, poucas pessoas buscavam se

conhecer e refletir sobre suas ações e reações-emoções. Ultimamente, a filosofia e a psicologia são disciplinas que foram retiradas do currículo das escolas, dificultando ainda mais a reflexão e discussão sobre temas sobre a convivência, comportamento e comunicação em grupo familiar e comunitário. “Na saúde, a psicologia ainda tem poucas vagas para tratar casos de depressão. E é preciso discutir essa doença. O pensar das questões existenciais permite refletir sobre as causas individuais, os medos e pânicos. A falta de informação e conhecimento sobre a existência da dor emocional e psíquica leva a pessoa a deprimir - retrair-se, calar-se em sua existência”, diz ela.


Sintomas da depressão

Banalização

O aumento no número de pessoas com depressão se deve, principalmente, ao fato de que informações sobre a doença, suas causas e seus sintomas são difundidas facilmente na atualidade. Segundo a psiquiatra e coordenadora de Saúde Mental de São Bernardo, Suzana Robertella, isso pode gerar a banalização do diagnóstico. “Ninguém pode mais chorar que está com depressão. A família e mesmo os médicos não sabem o que fazer com pessoas que têm problemas emocionais. A mídia obriga a pessoa a ser feliz, e se ela fica triste, algo natural da vida, é porque tem alguma coisa errada com ela”, explica. Na opinião da especialista, essa é uma das causas do aumento na venda de antidepressivos. De

2008 até o fim do ano passado, a comercialização desse tipo de medicamento registrou aumento de 43,61%, segundo levantamento da IMS Health do Brasil. “Nem sempre o remédio é o melhor tratamento. Não existe pílula da felicidade”, garante Suzana.

Manifestações

A depressão se manifesta de diferentes formas em homens e mulheres. “Os homens tornam-se irritados, agressivos, bebem mais do que o habitual, ou evidenciam excesso de trabalho. Esses comportamentos conduzem ao quadro da depressão, que, não sendo tratada, levará a consequências negativas, tais como o suicídio”, diz.

Antes de se falar dos sintomas da depressão, se faz importante colocar o que é depressão, que segundo o dicionário Aurélio é o ato de deprimir, levando a pessoa acometida a um abatimento moral e ou físico, debilitando-o e enfraquecendo o indivíduo em suas atividades produtivas no emprego e nas relações interpessoais. A palavra deriva do verbo latino “deprimo”, que significa “subjugar, reprimi”. Na classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID 10 – existem mais de dez transtornos depressivos. Os estados depressivos surgem de um simples quadro sintomático, como irritabilidade, ansiedade, angústia, indecisão, desinteresse, apatia, insegurança, desamparo e vazio, até a uma perda real da motivação para viver, quando o quadro se integra do emocional ao psicossomático, apresentando os sintomas e as alterações físicas – emocionais, como dores de cabeças, problemas gastrointestinais (dores de barriga, má digestão, azia, diarreia), constipação, sensação de corpo pesado, tensão na nuca, pressão alta, entre tantos outros. Temos que verificar aqui outros quadros de sintomas mais acentuados de estados depressivos. Os pessimistas com ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, luto de pessoas próximas, perda e aumento do apetite e do peso, falta da libido, (desejo sexual) e ideias suicidas são os episódios depressivos mais acentuados e graves, nos quais se é recomendado uma avaliação integrada entre equipes de saúde clínica médica com uma equipe integrada de profissionais da saúde da psicologia, nutricionista, educação física, fisioterapeutas para verificar o quadro da doença. Saúde em uma visão global do ser humano em suas atividades familiares, sociais e comunitárias a fim de favorecer as atividades biopsicossociais e espirituais.

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Decoração

Um toque a mais Andressa Besseler - andressa@leiaabc.com

Elas podem apresentar-se com diferentes materiais, cores, formas, tamanhos e texturas. Não importa o modelo escolhido. O fato é que cada vez mais as cadeiras e as poltronas estão transformando-se em peças de destaque na decoração de qualquer ambiente. Seja na sala de estar ou na de jantar, no home-theater, no canto de leitura e até no quarto, elas ajudam a personalizar o espaço, promovendo charme e conforto. “Modelos ousados, feitas com materiais diversos e em cores variadas, elas personalizam qualquer espaço. Os objetos aliam beleza, funcionalidade e conforto ao ambiente. As pessoas procuram conforto quando escolhem uma poltrona”, afirma a designer de interiores Claudete Cruz, de Mauá. Segundo a profissional, ambientes pequenos pedem alternativas para os sofás e as poltronas decorativas são confortáveis e ocupam menos espaço. Confira algumas inspirações: A modernidade da cadeira do modelo criado pelos designers Ronan & Erwan Bouroullec brinca com o ambiente

O sofá-cama da Oppa é composto por duas partes: estrutura e colchão de casal

A poltrona Roma, da Quartos&Etc é leve e confortável, o que deixa o ambiente muito mais aconchegante

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Puff Zoguibi, confortável e lúdico, ele fica demais no quarto das crianças ou num ambiente mais feminino

A poltrona Agnes, da Oppa, o que tem de sobra é conforto e ótimo acabamento

A poltrona Madalena Lua é ideal para incrementar ambientes menores

A poltrona top Gaya da Etna ajuda na composição do ambiente de decoração Boho

A poltrona Giramundo, da Decameron, do designer Marcus Ferreira, foi eleita uma das vinte melhores peças da Feira de Colônia - Alemanha

A poltrona Glide, da Fahrer, é um dos mais conceituados designers brasileiros. O mobiliário tem design arrojado, inovador e funcional

O assento em forma de cone, da Vitra para Micasa, foi concebido para um restaurante dinamarquês

Poltrona Patchwork Frame, da Kare, para quem busca por uma nova maneira de decorar o ambiente da sala Setembro de 2014 |

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Beleza

Reforço extra para a pele Óleos corporais protegem a pele e impedem a desidratação. Produtos devem ser usados durante o banho Andressa Besseler – andressa@leiaabc.com

O verão, em breve, está batendo à porta. E como diz o velho ditado: mulher prevenida vale por duas! Nesse caso, antecipe-se para evitar o ressecamento da pele, comum na estação mais quente do ano. Por isso, um reforço na hidratação nunca é demais como, por exemplo, usar e abusar dos óleos corporais. Para quem não sabe, seus benefícios vão além da praticidade e da emoliência – aquela sensação de pele macia como uma seda. “Dependendo do óleo, ele pode ser até mais eficiente do que os hidratantes comuns, pois como o próprio nome diz, eles contêm uma quantidade de óleos muito maior que os hidratantes emulsionados (que combinam óleos e água). Além disso, o óleo penetra mais na pele por ter a mesma característica química. Ambos contêm uma quantidade elevada de lipídeos e essa afinidade favorece a absorção dos óleos pela pele”, justifica a dermatologista Izolda de Castro, de São Caetano do Sul. Para a especialista, a melhor forma de usar o produto é durante o banho, porém somente após uma boa limpeza da pele, seja com sabonete em barra ou líquido. “Com o corpo ainda úmido, aplique o óleo e enxague”, ensina. Mas atenção: não se deve utilizar óleo na a área do rosto. A utilização pode ser diária, para que o resultado de hidratação e nutrição tenha maior efeito. Pode ser usado tanto para mulheres quanto para homens, de todos os tipos de pele, mas desde que não tenha alergia a nenhum componente do produto. As únicas contrain26

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dicações para o uso são foliculites e poros obstruídos, que causam acne na pele. E não devem ser passados em determinadas partes do corpo, como rosto e áreas mais oleosas (costas e região peitoral) mesmo em pessoas que apresentam a pele mais ressecada. Para escolher o melhor cosmético é muito importante saber a diferenças entre cada um deles. “Em geral, os óleos de banho bifásicos ou trifásicos servem para hidratar a pele e remover as células mortas, pois contém emolientes, hidratantes, condicionantes e lubrificantes em sua fórmula. O bifásico combina duas fases, uma oleosa e outra aquosa, que promovem a hidratação e previnem o ressecamento da pele. Já o trifásico assume as mesmas funções, mas também é enriquecido por um óleo vegetal, que traz o adicional de hidratação profunda. Os melhores tipos de óleos são os compostos de minerais, que podem ser usados em qualquer época do ano”, explica a dermatologista.

Medida certa

Muita gente tem receio quanto ao uso de óleo corporal por sentir a pele engordurada. Se você está entre elas, trago uma boa notícia: é possível usar o produto sem passar por esse incômodo. Aplique algumas gotas nas mãos, esfregue-as e espalhe no corpo ainda molhado, logo após o banho (ainda no boxe). Enxágue rapidamente. Sua pele ficará mais macia e perfumada – e nada oleosa.

Óleo corporal Encanto Desejo, da Avon, vai despertar o seu lado de atração, deixando a pele macia e hidratada

Royal Rose Óleo para o Corpo, da Jafra, é formulado com extratos de rosas, elimina o ressecamento da pele

O Óleo para Banho English Rose, da Mahogany, de textura finíssima e solúvel em água, mantém a elasticidade da pele

Óleo Corporal Esfoliante Vinoterapia, O Boticário, contém óleos 100% vegetais e micropartículas de semente de uva

Rosa de Esparta Vermelha, da Jequiti, tem óleos bifásicos perfumados,rosas vermelhas com buquê floral e cassis

Óleo Corporal Bathina da Benefit perfuma, trata e embeleza o corpo

Óleo trifásico para o corpo Citrique, da L´Bel, usa essências de laranja, limão e lima que concedem um efeito energizante

Huile Gourmande Fleur de Figuier, da Roger&Gallet, fórmula enriquecida com óleos de frutas, com rápida absorção. Deixa a pele radiante

O Cocoa Butter Formula Soothing Oil Itchy Skin da Palmers é um óleo suavizante para acalmar, hidratar e suavizar a pele seca e com prurido (coceira) associado à gravidez Kit Per Purr – Na linha dos cosméticos orgânicos, usa matériasprimas vegetais 100% limpas com combinações peculiares de aromas, como a de manjericão e hortelã, alecrim e azeite de oliva, canela e cenoura, chá verde e óleo de abacate


Tecnologia

Polo tecnológico regional: mito ou verdade? Isaac Ramiris Zetune isaac@agincomun.com.br

Está ficando cada vez mais ultrapassada a notícia de que o Grande ABC Paulista terá um Polo Tecnológico. Movimentos excludentes iniciados ora pela iniciativa pública, ora pela iniciativa privada, nas cidades da região, se conflitam com o real e verdadeiro propósito da empreitada. Alguns objetivos claros deveriam ser unanimidade no planejamento e consolidação de um projeto ousado, mas viável, como este: aceleração da economia regional, estímulo à pesquisa tecnológica, avanço acadêmico, ampliação das condições de emprego, trabalho e renda, aumento orçamentário, desenvolvimento econômico, fomento do empreendedorismo e regionalidade expansiva. Essa temática começou a ser discutida no ABC, em 2000. Porém, só em 2008 que ganhou destaque, a partir da inclusão do Grande ABC no SPTec (Sistema Paulista de Parques Tecnológicos). Entretanto, não andou. A discussão de implantação deste Polo passa por São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul. Em São Bernardo, a empresa sueca Saab, fornecedora de 36 caças modelo Gripen NG ao governo brasileiro, se instalaria, agregando projeto de implantação de parque tecnológico e aeronáutico. A discussão, recente, sugere avanços em um futuro próximo, já que o prefeito Luiz Marinho esteve na Europa conhecendo a sede da empresa e não tem medido esforços para fazer avançar essa temática. Em solo sulsancaetanense, há conflitos. Movimentos do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul) de liderança para criação de um Parque Tecnológico em área que seria cedida pela Prefeitura não convergem com as ações do Executivo, que parece ter outras priori-

dades. Informações divulgadas na imprensa sugerem que investidores asiáticos topariam a empreitada, que teria continuidade a partir da instalação de empresas âncoras. Porém, nenhum planejamento recente concreto tem sido tocado adiante. Pelas bandas andreenses, a presença na cidade do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e seu respectivo “GT – Grupo de Trabalho: Polo Tecnológico” facilitaria o planejamento do Executivo Municipal, de aquisição de terreno para instalação do Parque ou mesmo a criação de empresa pública para tocar e gerenciar o projeto. Enquanto o ABC patina nesse avanço, cidades do interior paulista avançam. São José dos Campos e São Carlos, por vezes, receberam comitivas regionais para análise local dos avanços e conquistas tecnológicas, que já são modelos a serem seguidos. Em suma, não consigo enxergar essa evolução de maneira unilateral, com sentimento separatista entre cidades e poder público e iniciativa privada. Tecnologia custa caro. Mas deve ser enxergada como investimento para aumento de produtividade e otimização de tempo, o que significa, no médio prazo, economia de recursos. Por que não há o sentimento de provocação de união entre as cidades para a consolidação de um projeto único, que contemple todo o ABC e que, efetivamente, saia do papel? Essa união de forças, provavelmente, desmontaria interesses particulares do empresariado ou de atores públicos e toda sociedade sairia ganhando. Ainda creio nesse avanço!

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Educação

Q

Wallace Nunes – wallace@leiaabc.com

uem nasce hoje, nasce “plugado” na tecnologia, querendo ou não. São aparelhos que já circundavam o corpo da mãe, em ultrassons supermodernos, foram horas de “papo” escutado quando a mãe falava ao telefone, ao celular, dançava cantando aquela música do Iphone, as pesquisas na internet, o barulho do computador. Não há como negar que a internet e os dispositivos móveis facilitam bastante nosso dia-a-dia. E graças a essa rapidez na troca de informações, as crianças já nascem muito mais envolvidas nesse meio, o que, consequentemente, aumenta o processo de integração desses pequenos usuários com tablets, smartphones e PCs de última geração. E logo ao nascerem, aqueles brinquedos, que fazem de tudo e os jogos maravilhosos que estão cada vez mais impossíveis de se resistir. Q u e m nasce hoje está irremediavelmente ligado à tecnologia. Não é à toa que para um dos maiores especialistas em educação e tecnologia, “por mais que os adultos consigam adquirir fluência nos computadores, nós somos o que ele chama de ‘imigrantes’ digitais e as crianças, ‘nativas’”.

r usa l a ç a rians? Quasto c ar a nico ste v é x i e rô e e d s elet trar n ela já s eve jogo ça en anos d e s n os dad r? E o a cria uant lular? i l a qu utadol para om q m ce m Co omp idea ual? Ca ter u o c dade virt l par a i undo sáve m pon res

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Mas isso não significa de forma alguma, que para viver essa nova realidade mundial, não seja indispensável também uma educação especialmente pensada para mais este ambiente onde as crianças e jovens passaram a “viver”. Funciona como quando mandamos nossos filhos à escola pela primeira vez: uma série de providências e de recomendações não excluíram o nosso olhar permanente sobre tudo e todos com quem eles tinham contato e estavam aprendendo, certo? Com o mundo digital, tecnológico, é o mesmo: eles devem ser preparados para saber se comportar e defender no novo ambiente e nós temos que estar sempre supervisionando cada um de seus novos passos. Mesmo porque, com o computador, mesmo com câmera, não há o contato pessoal tão apreciado pelas crianças e por isso, ele, sozinho não é grande companhia a não ser por um tempo determinado por dia, apesar de ser mais interativo que a TV. Não que as crianças antissociais tenham sido “criadas” pelo uso da TV ou do computador, mas na verdade, as mais tímidas, principalmente, perdem algumas oportunidades de interagir pessoalmente, brincar, correr com seus pares e até de brigar e fazer as pazes. Enfim, a socialização, se não houver cuidado, pode ficar um pouco prejudicada. Os jogos tecnológicos, como qualquer outro jogo, tem funções educativas maravilhosas e tem aspectos negativos inegáveis. Enquanto aumentam a capacidade de resolver problemas, estimulam a criançada a criar novas estratégias, desenvolver a rapidez motora, treinam o acerto e o erro, ensinam a esperar a vez, a perder, etc., mas também acabam por deixar a garotada longe da bola, da bicicleta por horas, se não houver um adulto que organize seu tempo de uso. E jogo acaba por envolver muito tempo, às vezes até o tempo das lições de casa. “A escolha do jogo é um outro assunto delicado, que não pode ser deixado apenas no desejo infantil: alguns são violentos e fazem a criança se tornar mais ansiosa, com pouca autoestima por

não ter ainda condições de vencer suas etapas”, explica a psicóloga Mariângela Cicconelli. Assim escolher o jogo, o programa, é tão importante quanto organizar o tempo que a criança vai usar para cada atividade, pois todas têm seu lado importante, desde que usados com parcimônia e sob supervisão de um adulto. Uma criança pré-escolar, que já passa metade de seu dia na escola, pode usar seus joguinhos ou computador por meia hora diária, sem problemas: sobrará muito tempo para a soneca e para brincar. Já os mais crescidos, dos sete aos dez anos, podem gastar uma hora ou um pouco mais, se de fato estiverem fazendo uma pesquisa escolar. Mas atenção sempre na hora em que estes entram no mundo virtual sem passaporte, ou seja, sem um adulto ali do lado: as crianças são curiosas e o computador não faz triagem de sites e nem de informações de acordo com a faixa etária! Existem alguns sites muito bons para crianças, mas mesmo assim, sempre o melhor é acompanhar até ter certeza de que a criança já desenvolveu um comportamento que lhe permita “navegar” sozinha por mais tempo. “Depois dessa idade, é importante continuar acompanhando mesmo de longe, inclusive para orientar o que fazer no caso de contatar com estranhos. Afinal, todo pai e mãe já fez isso, quando o ensinou a não falar e nem seguir estranhos na rua, não é mesmo?”, explica a psicóloga especialista.

A idade certa

Mas com qual idade deve-se deixar a criança usar o computador? E os jogos eletrônicos? Qual a idade ideal para a criança entrar neste vasto mundo virtual? Com quantos anos ela já é responsável para ter um celular? Segundo a psicóloga Andrea Nolf , membro do Núcleo de Psicologia Paulista (NPP), não há idade certa para que a criança possa brincar sozinha na vida virtual. “Crianças na pré-escola ainda não sabem bem acessar sozinhos o que querem, mas conhecem de perto aquele mundo divertido, onde monstros e heróis se misturam, como nos livros, nas brincadeiras e na televisão”.

Só o convívio nos dará essa medida, pois é, nesse processo que se encontra o ponto básico e primordial, a ser considerado com muito amor, carinho e atenção. É no contato, no toque, no “junto” do mundo presencial, que poderemos buscar a avaliação mais segura sobre o “certo”, o “melhor” e do mais viável a ser feito, para que tenhamos filhos educados na vida real, ou seja, educados, tanto na vida presencial (quando dizer por favor e obrigado), quanto na vida virtual (quando não frequentar sites indevidos ou impróprios ou não “vandalizar” sites alheios, só porquê ainda não existe punição para isso). Segundo ela, vários pontos valem ser considerados, pois essas crianças (nascidas depois do chamado “bum” tecnológico) e as futuras, cada vez mais, já nascem inclusas no mundo digital desde a maternidade, quando não, inclusas desde a gestação, pela transmissão de seus ultrassons para web nas maternidades (por enquanto, só particulares) que exibem seus pacientes recém-nascidos na internet, ou quando seus pais orgulhosos lhe montam um blog, ou lhe criam um endereço de site de relacionamento (mesmo sabendo que só maiores de 18 deveriam estar lá). O computador e suas inúmeras utilizações, entra em nossas casas e em nossas vidas de maneiras, hoje, já tão dissolutas que, para alguns chega a ser impossível pensar na vida sem ele. Lembra-se, afinal, que o computador é uma máquina fria, desprovida de sentimentos, muito embora, os fabricantes façam de tudo para humanizar essa interface, criando Einstens, robôs, telas para que ele pareça cada vez mais humano e amigo. “Se passarmos a considerar as relações interpessoais do mundo presencial, até mesmo um cachorrinho sabe quando está fazendo algo errado, o computador não, ele é frio, maquinal, e deve ser visto com tal”, diz Andrea Nolf. Temos que educá-los na vida real, uma vez que em suas cabecinhas, o mundo virtual e o real coabitam sem conflitos e, nesse momento, me parece impossível, reinventar um mundo presencial onde o mundo virtual não mais exista, como o que nós adultos vivenciamos. Setembro de 2014 |

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Mundo animal

Tosar é bom e saudável As vantagens da tosa nos cachorros são variadas e estimulantes

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Wallace Nunes – wallace@leiaabc.com

Fotos: Shutterstock

eja para aliviar o peludo nas altas temperaturas do verão, para garantir a higiene do animal ou simplesmente para deixar mais bonito, os diversos motivos fazem com que cada vez mais pessoas se interessem pelo assunto. Porém, a tosa é uma atividade que exige cuidados especiais, conhecimento sobre pelagem e máquinas, além da experiência com animais. É possível tosar o bicho de estimação em casa e poupar o peludo do estresse de ir ao pet shop e ser tratado por desconhecidos. Porém, cada cachorro possui um estilo diferente de pelo o que requer que o dono entenda como funciona o procedimento de acordo com a raça. Os tipos de lâminas, objetivo da tosa e as partes do corpo do animal que devem ser aparadas também variam de acordo com a origem do cão. Infelizmente, não são todos os donos de cachorro que podem levar seus animais aos pets para que seja realizada uma tosa profissional. Com a frequência obrigatória de levar o cachorro para a tosa de dois em dois meses, pode ser pesado no orçamento dos donos. “Os mais cuidadosos e com jeito para os cuidados básicos com os cães podem preferir aprender a fazer a tosa eles mesmos”, diz o especialista do Doutor Hato veterinário e petshop 24 horas de Santo André, André Idih.

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A tosa caseira

Para os especialista, as pessoas que querem aprender a fazer a tosa no seu animal necessitam investir em um curso de tosa de cães. “Pode parecer contraditório, já que o objetivo é economizar, mas é preciso lembrar que a tosa é uma questão um pouco mais delicada. Lidar com lâminas e tesouras num animal é complicado”, diz Idih. Segundo ele, no curso é possível entender melhor da anatomia do cachorro e do jeito que sua pelagem funciona. Tosar um cachorro sem fazer um curso pode levar até mesmo a problemas de pele e machucados, além de falhas estéticas. “Um curso para donos pode ser mais barato e, muitas vezes, é mais econômico investir em um curso do que ficar anos levando o cachorro para a tosa de dois em dois meses. Sem contar que o curso depois pode virar uma fonte de renda, afinal, o mundo está cheio de donos de cachorros por aí”.

Quais ferramentas utilizar?

Para quem está interessado em iniciar o processo de tosa em casa, é preciso primeiramente estudar sobre os materiais necessários e disponíveis no mercado. O tipo de pelo e o tamanho do animal influenciam na escolha dos equipamentos a serem utilizados.

Tipos de escova, luvas e especificações • Escova de Pínus (pin brush): usada para massagem e separação dos fios. • Pin Palm Brush: ideal para remover o pelo morto do cão. • Luva de arame: usada em cachorros com camadas de pelo, como o Basset Hound. • Luva de borracha: faz a remoção da pelagem morta em cães de pelo curto. • Escova de cerdas naturais: utilizada em cães que apresentam pelagem sensível. • Rasqueadeira: uso especial para retirada de pelos mortos.

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Fotos: Divulgação

Gastronomia Salmão no Cedro: o filé é opção leve e, ao mesmo tempo, diferenciada pelo sabor do cedro e do molho barbecue oriental feito na casa.

Aguçar os sentidos Confira nossas sugestões que chamam a atenção não apenas pelo cardápio, mas também pela decoração e descontração do ambiente

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Andressa Besseler – andressa@leiaabc.com

rimavera é época de renovação. O clima começa a ficar mais agradável e já temos mais ânimo para sair de casa e aproveitar o dia e a noite, então por que não começar a fazer aquela caminhada no parque ou na orla da praia? Além de ser um excelente exercício é ótimo para estar em contato com a natureza, curtir a paisagem e aliviar as tensões do dia adia. Aproveite a estação para ter uma alimentação mais saudável e alimentos frescos para renovar seu cardápio. Nesta edição, separamos sugestões de restaurantes que chamam a atenção não apenas pelo cardápio, mas também pela decoração e descontração do ambiente. Fica a dica: a hora da refeição precisa ser contemplada e celebrada como o dançar. 32

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O Tantra combina a filosofia hindu que combina os cinco sentidos nos drinques, comida, decoração e ambiente

Tantra ABC

Tons de vermelho, orquídeas e estátuas de Buda marcam o ambiente dessa casa que serve pratos de inspiração asiática. Influenciados pelo feng shui, os pratos são elaborados com uma seleção de ervas afrodisíacas, selvagens, frescas, algumas orgânicas e, ingredientes exóticos conhecidos mundialmente pelas propriedades que beneficiam a saúde. São ricos em Ômega 3 e 6 com alto teor de vitaminas A, B1, D e E, minerais, e, principalmente, alimentos que contribuem para o rejuvenescimento e regeneração das células. Aqui, o próprio cliente é responsável pela seleção dos ingredientes do seu prato. Escolhidos em um balcão, com itens como: cação, camarão, frango, brócolis, tomate, broto de feijão, entre outros, são combinados a temperos secos e preparados numa grande chapa. A novidade da casa é a carne de búfalo, que contém 55% menos calorias, 40% menos de colesterol, 12 vezes menos gordura, , 11% a mais de proteína e 10% a mais de minerais. Até o dia 28 de setembro, a casa participa do Restaurante Week, evento imperdível para conhecer os pratos exóticos por um preço menor.


Villa Natural

Fotos: Divulgação

Bufê com variações sem ovos e sem leite

Natural Jardim

Se o conceito de restaurante natural vai além da comida e inclui ambiente aberto, com espaços tranquilos para dar uma pausa na correria do dia a dia, esta casa se encaixa perfeitamente. Com a proposta de utilizar produtos de agricultura natural em receitas saudáveis e criar pratos atraentes, o Natural Jardim é um restaurante vegetariano com opções veganas, sem glúten, sem lactose, sem açúcar, alimentos orgânicos. Em sistema de self-service, sob o comando do casal de proprietários e vegetarianos Marcus e Graciela Sartori, o bufê é formado por até 23 opções de pratos quentes, 18 tipos de saladas, com dois tipos de sucos e seis variedades de sobremesa (com sugestões sem ovos, sem leite e sem açúcar). Há três tipos de serviços: bufê completo, por quilo ou só para viagem. Coisa rara, este é um dos poucos endereços que abrem a casa para eventos, como a noite gastronômica (aulas expositivas em que são ensinadas entre 6 e 8 receitas práticas para as pessoas interessadas em alimentação saudável); botequim natural (nas noites de sábados) e os “encontros de saúde”, realizado a cada 15 dias.

Foi o tempo em que culinária vegetariana era combinação sem graça de folhas, raízes e grãos. Entre os endereços que têm ajudado a renovar o conceito dessa cozinha na cidade está o Villa Natural Restaurante. Proprietária e responsável pelas receitas, Marília Sano transforma alimentos com muita criatividade e requinte, oferecendo opções nobres e bem elaboradas. No bufê, as saladas têm jeitão caseiro: folhas verdes separadas, quinoa, cenoura e beterrabas raladas, tomate em rodelas... Os temperos ficam ao gosto do cliente. O restaurante substitui os refinados por opções integrais, o sal por temperos e o açúcar branco por mascavo ou demerara. “Diferente de muitos restaurantes vegetarianos, não temos receio de utilizar produtos de alto custo, como funghi, shimeji, shiitake, tofu, nozes, macadâmia, quinua, entre outros. Esses produtos são de valores nutricionais altíssimos e imprescindíveis a uma dieta vegetariana. Os legumes e verduras são cozidos no vapor para um melhor aproveitamento de seus nutrientes”, explica Sano. A casa utiliza pouca energia elétrica por conta da grande área envidraçada, separa todo o lixo reciclável, o óleo de cozinha, utilizam máquinas de lavar que gastam até quatro vezes menos água que a lavagem manual e investem em produtos de limpeza de última tecnologia. Fotos: Iara Fernandes

As comidinhas com valores nutricionais altíssimos e imprescindíveis a uma dieta vegetariana

Serviço: Tantra: Rua Piaui, 627 - Santa Paula, SCS – SP - Tel:(11) 2311.1100 / (11) 2311.1111 - https://www.facebook.com/tantraabc Natural Jardim: Rua das Monções, 480 - Bairro Jardim - Sto. André - Tel: (11) 4903-1003 - site: www.naturaljardim.com.br Villa Natural: Rua Coronel Ortiz, 726 - Vila Assunção – Sto. André - Tel: (11)2896-0065 | Site: www.villanatural.com.br

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Turismo

Abençoado por natureza

Dunas, água cristalina por todo lado, capim que nasce dourado. O Jalapão é uma das mais inusitadas – e menos exploradas – paisagens do Brasil Andressa Besseler – andressa@leiaabc.com

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o centro do Brasil, no estado do Tocantins, encontra-se um paraíso natural de beleza única. Imagine um lugar com dunas alaranjadas e árvores com aqueles galhos retorcidos típicos do cerrado. Onde você caminha por horas e só ouve o silêncio. Insira cachoeiras com poços de água verde-esmeralda e diversas nascentes de riachos límpidos. E agora pare de imaginar, pois esse lugar existe: o Jalapão. A região é um lugar de descobertas permanentes. Em plena mata 34

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de transição entre o cerrado e a caatinga, onde predomina uma vegetação rasteira similar às savanas, surgem cachoeiras, rios de águas cristalinas, corredeiras, grandes chapadas e formações rochosas de cores e formas variadas. Neste cenário, destacam-se dunas de areias douradas, com até 30 metros de altura, o que levou o lugar a ser chamado de deserto do Jalapão. Seria um deserto, se o Jalapão não fosse também um paraíso das águas e um lugar onde a presença de flores e animais exóticos salta aos olhos. Um convite à contemplação e à aventura.

Recompensa

Quanto maior a dificuldade, melhor a recompensa. Essa lógica permeia o caminho de quem deseja chegar à região. São cerca de 200 quilômetros a partir da capital do Estado, Palmas. Em boa parte do trecho, as estradas de terra são mal sinalizadas e esburacadas, o que torna praticamente obrigatório o uso de veículos com tração 4x4. Entretanto, o acesso complicado leva a belezas naturais intocadas, com dunas e cachoeiras gigantes, além de um artesanato bastante característico, baseado no capim dourado. O local vem consolidando-se nos últimos anos como um dos principais roteiros de ecoturismo e de turismo de aventura. O cenário favorece. Dos oito municípios da região, Mateiros tornou-se o mais estruturado e reúne o que há de melhor. As demais cidades são Ponte Alta do Tocantins, São Félix do Tocantins, Lizarda, Novo Acordo, Santa Tereza do Tocantins e Lagoa do Tocantins.


Nascentes

A paisagem do Jalapão é atravessada por uma grande quantidade de nascentes que brotam do solo arenoso, dando origem a rios e muitas quedas-d’água. A piscina cristalina do Fervedouro, postal do Jalapão, tem uma nascente subterrânea e águas que irrompem do solo com muita pressão, propiciando uma sessão de hidromassagem natural. O tom esverdeado do poço se deve à areia de origem calcária que se acumula no fundo. Para preservar os atrativos da região, alguns cuidados têm sido tomados. As famosas dunas, que são ainda mais atraentes ao entardecer, só podem ser visitadas até 17h30, a tempo de ver o pôr do sol. À noite, ninguém pode ficar por ali pensando em luaus ou coisa do tipo. “Isso ajuda na preservação. Muitos dizem que esta é uma terra de ninguém, mas temos a maior quantidade de áreas protegidas do cerrado”, diz o gerente do Parque Estadual do Jalapão, João Miranda. Nem toda a área do Jalapão está no parque, mas há ainda outras unidades de conservação. Estima-se que 40% da área esteja sob proteção.

A piscina cristalina do Fervedouro

Serviço • Quando ir? No ano, há duas estações bem definidas: a chuvosa, entre os meses de outubro e abril, e a seca, de maio a setembro. • Como ir? Saindo de Palmas, o turista deve percorrer 64 quilômetros pela rodovia TO-050 até Porto Nacional, e depois, 116 quilômetros pela TO-255 até Ponte Alta do Tocantins. Daí, basta seguir até as atrações do local. Você também pode partir de Palmas pela TO020, sentido Norte (108 quilômetros de extensão), com acesso para Novo Acordo. Ou trafegar pela TO-030 (100 quilômetros de extensão), na interligação com Taquaruçu e Santa Tereza do Tocantins. Depois, vá direto até os pontos turísticos. Para dar a volta completa na área e conhecer as atrações principais, é necessário percorrer 650 quilômetros. Por isso, planejamento é fundamental. Há postos de combustível em Ponte Alta, São Félix do Tocantins, Mateiros e Novo Acordo. Aproveite para comprar alimentos e água, porque entre os vilarejos não se acha nada. • Outras Informações: www.jalapao.to.gov.br

Ouro regional

O capim dourado tornou-se uma das vedetes do Jalapão e fonte de renda para diversas famílias. Graças às mãos habilidosas de mulheres que transformam o material em peças artesanais como bolsas, bijuterias, chapéus, mandalas, cestas e objetos de decoração comercializados hoje em todos os estados brasileiros e no exterior. O capim dourado só pode ser colhido entre 20 de setembro e 20 de novembro para que não entre em extinção. Com a crescente procura, foi criada há 13 anos a Associação dos Artesãos e Extrativistas do Povoado Mumbuca, que conta com 80 mulheres produzindo as mais variadas peças de capim dourado. “Foi bom

porque vivíamos isolados, colocou o pão na mesa, não sabíamos o que era fogão, gás”, conta Laurinda Ribeiro da Silva, presidente da entidade. Laurinda é sobrinha de Guilhermina Ribeiro da Silva, a dona Miúda, que até antes de morrer, ensinou os descendentes a arte de tecer o capim. Até hoje, os homens do povoado mantêm a tradição. São eles que colhem o capim para as mu-

lheres costurarem. “A gente não imaginava que ia ter essa fama, a gente sabia que, se fizesse, vendia.” A fama do capim dourado, segundo Laurinda, foi importante para o povoado que é habitado por cerca de 150 pessoas, mas está comprometendo a preservação da planta. “Hoje estamos correndo o risco, porque estão colhendo de qualquer forma.” Além disso, ela diz que não estão voltando ao isolamento por causa do artesanato que chama a atenção de turistas. “A gente tem muita fé e esperança, mas estamos perdendo a esperança porque os políticos não veem o nosso lado, não veem o que fizemos”, observa, dizendo que carecem de saúde, infraestrutura e educação. Setembro de 2014 |

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S ocial Show - Maurício Manieri

fotos: 2M VÍDEO PRODUÇÕES

CELEBRAR 101 ANOS O tradicional Clube Primeiro de Maio completou o seu 1º ano do segundo século. Cerca de 400 convidados estiveram presentes no salão nobre para um sofisticado jantar servido pelo Buffet Status. A animação da festa ficou por conta da Banda Fenix e show do simpático cantor Mauricio Manieri que cantou além das suas músicas, sucessos de vários artistas. Em seu pronunciamento o Presidente Nilo Sergio Ortiz agradeceu a presença de todos, falou sobre futuros projetos da agremiação e brindou a data com os presentes ao som do tradicional parabéns. Destaque para o Hall de entrada que foi decorado com doces finos e ao final da noite distribuídos aos convidados em caixas personalizadas.

Elisabete e Nilo Sergio Ortiz

Nilo Sergio Ortiz, Adler Kiko Teixeira, Paulinho Serra, Mauricio Menezes

Brinde

fotos: divulgação

Egidio Blumetti, Marcos Pontes e Paulo Roberto de Francisco

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Luciana Ponteli

DE OLHO NA LUA Marcos Pontes, astronauta brasileiro, ministrou palestra no Singular Santo André. É Possível! Como transformar seus sonhos em Realidade. Falou sobre sua história, além de destacar valores morais, sociais e a possibilidade de transformar sonhos em realidade desde que haja trabalho, dedicação aos estudos e persistência.

CENTENÁRIO DO PALMEIRAS Lembrava um estádio de Futebol lotado com uma única torcida. Assim foi a Sessão Solene em Comemoração ao Centenário da Sociedade Esportiva Palmeiras, dia 21 de agosto no Teatro Municipal de Santo André. Marcello Fasolari e Goleiro Marcos Presença maciça de torcedores, autoridades, ícones do futebol e a Escola de Samba Mancha Verde. O fanático torcedor Marcello Fasolari realizou o sonho de ser fotografado ao lado do seu maior e eterno ídolo, o goleiro “São Marcos”. E dá-lhe, dá-lhe Porco !!!


MULHER EMPREENDEDORA

Cada vez mais mulheres empreendedoras estão à frente em negócios no Brasil. Na região, o destaque é para a empresária NAURA OLIVEIRA DE NADAI, proprietária da Bio Ritmo Academia de São Bernardo do Campo. Leia a seguir nosso bate papo: Ser empresária no ABC é ... Cada dia se superar como em qualquer lugar do mundo. Uma particularidade: saber trabalhar com preços menores que SP oferecendo o mesmo produto. A sua área de atuação esta cada vez mais concorrida. Isso significa que... Significa que as pessoas estão se conscientizando cada dia mais sobre o valor da atividade física para saúde, bem estar e qualidade de vida. Qual o papel do empreendedor esportivo? O Empreendedor esportivo, assim como os outros, têm vários papéis importantes. Destaco a oportunidade de trabalho para nossos Educadores Esportivos (Professores de Educação Física) estes sim, com a missão de cuidar da saúde física, trazendo assim o bem estar e consequentemente pessoas mais felizes. Quais os pontos chaves para atrair clientes? Programas eficientes, profissionais formados e atualizados, aparelhos de ponta, garantia de resultados e excelência no atendimento. O que é preciso para manter a saúde? Para manter a saúde temos de equilibrar várias atividades. É multidisciplinar. Médicos, professores, bons hábitos, boa alimentação e principalmente a mente sadia.

divulgação

Qual o diferencial das suas academias? O programa “face to face” que garante resultados em 45 dias, a aparelhagem é de ponta, meus professores são altamente qualificados, aulas especiais, trabalho de Karate adaptado para pessoas portadoras de deficiência física, cadeirantes e pessoas com leve comprometimento mental, totalmente grátis, ministrado pela Fisioterapeuta chefe da Casa da Esperança Rosana Tiyomi Yuasa.

Zezé Targher - zezetargher@leiaabc.com

Outback chega a Santo André Mais um restaurante de peso abriu as portas no Shopping ABC. O Outback Steakhouse, grife norte-americana com temática australiana que já possui unidades em São Bernardo, e São Caetano, inaugurou no início de setembro nova unidade. No domingo (dia 31.08), cerca de 200 convidados celebraram a abertura da nova casa. A noite VIP, que ocorreu, foi um sucesso. Os presentes foram recepcionados por Júlio Gueter, sócio-regional e Carlos Cortez, sócio-proprietário da unidade de Santo André.

Divulgação

ABC

Júlio Gueter e Carlos Cortez

FIEL No ultimo dia 20 de agosto aconteceu “Encontro dos Amigos Corinthianos” no Baby Beef Jardim. O almoço teve a presença de vários jogadores do timão, além é claro, dos fiéis e fanáticos torcedores. Com o sucesso garantido no dia 18 de setembro novo encontro, desta vez com a presença do famoso Marcelinho Carioca. AZUL E BRANCO A tradicional Escola de Samba de Santo André OCARA CLUBE celebrou a Noite do Azul e Branco. Convidados vestidos com as cores da Escola dançaram ao som da “Banda Só Pra Se Divertir “e saborearam petiscos preparados pelo Buffet Laguna. DOUTORES EM FESTA O mês de agosto foi recheado de festas por toda região do ABC, em comemoração ao dia 11, dia do Advogado. Para fechar com chave de ouro, dia 29 aconteceu Jantar Dançante em Santo André valendo o sorteio de uma Moto Drafa Zig +. DESTAQUE O DJ e produtor artístico Marcelo Santana recebeu o Troféu Personalidade ABC, oferecido pela Gazeta do ABCD na área de entretenimento. Com formação em Engenharia da Computação, aprimorou suas festas usando a computação gráfica e tecnologia em 3D. CRIANÇADA No recém inaugurado Buffet Terra da Magia em São Bernardo do Campo a diversão e entretenimento são garantidos. O local conta com amplo espaço para os pequenos e área vip com bar e jogos para acompanhantes. 4ª IDADE Os munícipes de São Caetano do Sul acima de 80 anos já podem contar com o Projeto Conviver Melhor na Quarta Idade que visa a implantação de políticas públicas destinadas especificamente a esse público, priorizando acessibilidade, locomoção e medicamentos, entre outros fatores. Setembro de 2014 | 37


Em forma

Os vilões da vez Tamyres Barbosa Nutricionista tatatri@gmail.com

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lúten e lactose são os vilões da vez. Você já deve ter ouvido falar que dietas sem glúten e sem lactose dão resultados rápidos e milagrosos. Manchetes como: Enxugue 8 quilos em 2 semanas apenas retirando esses ingredientes de sua alimentação. Mas, será mesmo que a restrição de glúten e lactose traz benefícios a saúde? Essa exclusão é maléfica ou benéfica? Seguir essa ou qualquer outra dieta sem acompanhamento ou indicação nutricional pode representar sérios riscos à saúde. Falemos primeiramente do glúten. O glúten é uma proteína encontrada nos carboidratos, especificamente no trigo, cevada, centeio e aveia. Até o momento, não há nenhum estudo que comprove que a retirada do glúten da alimentação está relacionada à perda de peso. O que ocorre é que com a exclusão dele, alimentos altamente calóricos como pizza, croissants, pães, biscoitos e doces são substituídos por alimentos mais saudáveis e menos calóricos como frutas, verduras e cereais integrais. Obviamente essa troca acarretará em perda de peso. As únicas pessoas indicadas a não consumir alimentos que contenham glúten são as que apresentam a doença celíaca, pois com a ingestão desse ingrediente, sintomas como diarreia e vômito aparecerão. O ideal é que haja sim a redução de carboidratos, principalmente os simples e brancos para perda de peso, mas não a total exclusão deles da dieta. Quando o assunto se trata da lactose a questão é diferente. A lactose é o açúcar do leite, portanto também estará presente em seus derivados. O problema na retirada de lactose da dieta está na deficiência da ingestão

de cálcio resultante disso. Os lácteos são a principal fonte de cálcio de nossa dieta. Por dia, um individuo adulto necessita de 1000 mg de cálcio, sendo necessário consumir 1 copo de leite, 1 fatia de queijo e 1 iogurte para atingir a recomendação diária desse micronutriente. A partir do momento que esses alimentos são retirados da dieta a ingestão de cálcio fica comprometida e aí está o problema. A baixa ingestão de cálcio acarretará em prejuízos nutricionais futuros como osteopenia e osteoporose, como tambémcomprometimento na contração muscular tendo em vista que o cálcio está relacionado a esse processo, essencial para quem está investindo na prática de exercícios de força e resistência. Novamente, apenas pacientes com intolerância a lactose devem diminuir sua ingestão. Diferentemente dos celíacos que devem retirar totalmente o glúten de sua dieta, os intolerantes a lactose não necessitam parar de consumir alimentos lácteos. Cada paciente deve conhecer o seu nível de tolerância à lactose, visto que diversos estudos recentes comprovam que alguns toleram até 12 gramas de lactose ao dia. A total retirada desse açúcar agravaria ainda mais o problema, já que não tendo a lactose no organismo, a produção da lactase, enzima responsável pela digestão de lactose seria zerada. Uma ótima opção para esses pacientes é o iogurte, pois no processo de fermentação do leite para que ele vire iogurte, as enzimas digerem a lactose restando apenas 25-50%. Vegetais verdes e escuros e leites enriquecidos com cálcio também são uma opção. Resumindo: a pessoa perde peso não pela exclusão de glúten ou lactose, mas sim por optar por uma alimentação mais próxima do natural, por fazer escolhas saudáveis e trocas inteligentes.


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