Revista Leia ABC - Setembro 2013

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Índice

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6 11 Editorial 14 Política 18 Economia 22 Segurança 26 Cidades 28 Esportes 32 Capa 37 Meio ambiente 38 Educação 42 O assunto é... 44 Turismo 46 Saúde 52 Moda&Beleza 56 Cultura 62 Gastronomia Entrevista

Marisa Ballarini e o seu desafio: criar uma escola municipal de dança

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Presidente da Fiesp, Paulo Skaf, vai disputar governo de SP

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O real valor de compra dos Outlets está caindo

Colunistas 16

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Marcos Cazetta

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Wallace Nunes 4

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Patricia Bono

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Thamires Barbosa

Sonia Varuzza

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Luiz Paulo Bellini Jr.

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Celso Pavani


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O poder do bolso (cash) do morador do ABC

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Governo Alckmin adere ao projeto federal de combate à violência contra a mulher

Sabesp assume a Saned e põe fim às dívidas com Diadema

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Futebol amador do Jardim Zaíra vira vitrine para os boleiros

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Deputada Ana do Carmo ruma para o quarto mandato firme e forte

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Entrevista

“É possível viver da dança no Brasil”

M

arisa Ballarini é uma mulher cuja energia positiva exala num simples olhar. Coreógrafa, ela se iniciou no mundo da dança em 1962. Hoje ela comanda a companhia Ballet Quartier Latin, que nos últimos anos obteve incontáveis premiações nos mais importantes eventos de dança. Com outras produções percorreu o território nacional e fez workshops e apresentações. Para esta gaúcha, que adotou até o sotaque andreense, preparar uma companhia municipal de dança é o novo desafio. Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com

LEIA ABC - Quando começou a se interessar pela dança? Marisa Ballarini (M.B.) - Na dança as coisas são um pouco diferentes. Para uma formação adequada, iniciamos ainda muito pequenos, por volta de 5, 6 anos de idade. Assim foi comigo. Quando percebemos que “somos gente”, já estamos totalmente envolvidos e apaixonados, ou não, por este universo. É um processo muito natural, semelhante ao da carreira do atleta, respeitando evidentemente a dinâmica e as características de cada área esportiva. LEIA ABC - Qual é a sua trajetória dentro deste mundo e, em especial, na companhia que você fundou e comanda? M.B. - Minha formação aconteceu no Sul, mais precisamente em Porto 6

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Alegre, no Rio Grande do Sul. Ainda muito jovem (1980) fundei minha própria escola em Santo André, o Ballet Quartier Latin, hoje com 33 anos de atividades ininterruptas. Além da direção artística e das atividades de maitre e coreógrafa, minha principal função é formar profissionais. LEIA ABC - E como é a formação? M.B. - Oferecer orientação técnica e artística, seja para os estudantes pleitearem vaga em companhias nacionais e internacionais, como para compor o elenco de um dos núcleos de dança mantidos pela escola. Estes núcleos, divididos em faixas etárias e graus de desenvolvimento, atuam em diversos espetáculos produzidos pelo Ballet Quartier Latin. Os espetáculos são exibidos periodicamente em cidades do interior de São Paulo e de outros estados brasileiros, através de um programa de intercâmbio e parcerias. Acreditamos e investimos na manutenção do exercício cênico, principal ferramenta na formação de estudantes e de futuros profissionais. LEIA ABC - O que é preciso para ter sucesso como jovem coreógrafo/bailarino no Brasil? M.B. - E o que é sucesso? De qual sucesso falamos? A coreografia é a arte da criação na dança, assim como na composição musical, na obra literária. É preciso ser inventivo, inquieto, criativo. Precisamos de alguma forma “tocar” o público, emocionar, produzir o belo. Quando temos estas conquistas e ficamos satisfeitos com o que produzimos, o público reco-

nhecerá e devolverá. Isto para mim é sucesso. Uma realização pessoal. O sucesso financeiro merece outra abordagem, merece reflexão. LEIA ABC - Que conselhos você daria? M.B. - Em todas as áreas encontramos espinhos. A dança, em especial, é minada de espinhos. É preciso superação o tempo todo. Precisamos ser rigorosos e exigentes, ter muita disciplina e determinação. Não basta talento, é preciso muita vocação. Não me agrada dar conselhos, mas é importante ter visão crítica sobre nossas verdadeiras potencialidades e também nossas incapacidades. Com estas certezas, tudo fica mais fácil. LEIA ABC - Como diretora artística de uma companhia de balé, como pretende desenvolver esta atividade? M.B. - Seguindo as etapas do projeto, dimensionado e ajustado à realidade da nossa cidade. Sei que não é tarefa fácil. A dança e seus tradicionais “códigos de linguagem” não têm mais espaço nem razão de existir. Ela precisa se aproximar do grande público, ser acessível. Como manifestação artística pode tudo, inclusive ser puro entretenimento. Precisamos concebê-la para sua real função, o da comunicação. Tudo isto sem abrir mão da qualidade. Criar para quem vai consumir. Esta é a grande tarefa. Trabalharei neste sentido, investindo no que acredito. Começaremos pequenos, mas com propósitos e ações gigantes. LEIA ABC - Quem compõe o elenco


da Cia. e como foi feita a seleção dos bailarinos? M.B - A Cia. será composta por jovens bailarinos que técnica e artisticamente se encontram preparados para a vida profissional. Alguns da região e outros da cidade de São Paulo. A seleção foi feita por meio de audições, divulgadas em edital oficial. Recebemos mais de 150 candidatos e selecionamos 12. Serão seis bailarinos e seis bailarinas. Uma estrutura enxuta e um elenco, inicialmente, também enxuto.

Fotos: Camila Bevilacqua

LEIA ABC - Quanto tempo leva de preparação para a estreia de um espetáculo novo, e como nasce esta criação? M.B. - Para o criador, o ideal seria suspender o tempo. No entanto, o prazo faz parte da vida, nos norteia. Precisamos de limites, de certa pressão. O tempo é sempre relativo ao tamanho do projeto, às eventuais dificuldades de execução, não somente do ponto de vista técnico e artístico, mas também de produção e das necessidades que envolvem a criação. Cenografia, iluminação, elementos cênicos, figurinos. Tudo faz parte do momento cênico. Alguns trabalhos podem levar tempo, um ano, outros menos, alguns meses. A criação nasce de muitas vertentes. Contar uma boa história, ter uma grande ideia, ou somente uma melodia inspiradora. Muitas vezes o cotidiano e coisas muito simples motivam e despertam nossa atenção para o ato da composição. No meu caso, a sonoridade é fundamental, ponto de partida para quase tudo, inclusive compor diálogos, roteiros e muitas histórias. LEIA ABC - Os bailarinos têm alguma participação nas coreografias? M.B - Só de maneira indireta. Um corpo em movimento é sempre inspirador, oferece recursos e estímulo para a continuidade da ação. Bons bailarinos são como massa de modelar. Ali estão dispostos e atentos para, generosamente, dar forma às ideias muitas vezes malucas e difíceis de executar. | Setembro de 2013 7


Entrevista Alguns coreógrafos gostam e se utilizam de improvisos coletivos, situação em que o elenco interfere na criação. Já fiz algumas tentativas neste sentido, mas não funcionam comigo. Gosto da forma tradicional. Coreógrafo cria e bailarino executa. LEIA ABC - E como são feitos os ensaios? M.B. - Repetição, repetição e repetição. O movimento na dança é como o texto para o ator. Só depois de incorporado, e totalmente assimilado, permite que o artista faça uso do seu talento com naturalidade e fluidez. E isto só acontece depois de muitos ensaios. Trabalho duro e repetitivo, disciplinado, com atitude assertiva e grande nível de exigência, não só por parte de quem dirige, mas principalmente de quem interpreta. Tudo isto com muita energia, sem nenhuma preguiça. É isto que chamo de vocação. LEIA ABC - Como é mesclar a técnica com a unção na dança? M.B. - Assim como outras linguagens artísticas, a dança possui código próprio, linguagem específica. O conhecimento e o domínio da técnica são ferramentas fundamentais para o ofício da dança. No entanto, não bastam por si sós. Devem estar a serviço da arte, da comunicação. LEIA ABC - Em que você se inspira para a criação coreográfica? M.B. - Normalmente a inspiração vem do desejo de falar sobre algum tema. É mais do que uma inspiração, uma necessidade. Como disse anteriormente, a música ocupa lugar de grande importância para mim. Sua adequação é fundamental para o sucesso de um trabalho. Se bem explorada, amplia o horizonte de quem cria e presenteia o público com agradáveis surpresas. LEIA ABC - Como você encara o atual momento da cultura no Brasil, em especial no campo das artes performáticas? M.B. - O Brasil é o país da invenção. Nosso povo é inventivo. Damos 8

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um jeito em tudo. Nossa natureza é criativa. Como privilégio, temos ainda uma imensidão de terras, uma diversidade cultural muito particular e rara. Sob este aspecto, somos um povo de riqueza imensurável e, a despeito da fragilidade de nossas políticas públicas, temos um universo muito produtivo no que diz respeito às artes performáticas. Poderia fazer várias citações sobre a relevância da nossa expressão artística na área da dança, da arte circense, teatral e tantas outras. Não quero me aprofundar em questões éticas e políticas, mas diante dos fatos vivemos uma realidade injusta, estranha e absolutamente paradoxal. LEIA ABC - Você acha que a dança é uma forma de arte subvalorizada, especialmente no Brasil? M.B. - Não acho, não. Como disse anteriormente, ela não faz parte da nossa história cultural. E, é claro, não me refiro à dança nativa, regional, e sim à dança clássica, acadêmica. Nossa realidade ainda não permitiu que a dança ocupasse seu espaço. Esta é uma conquista difí-

Compete a nós profissionais mudar essa ideia de que a dança é elitista

cil, um caminho para nós, profissionais da dança, trilharmos com grande responsabilidade. Infelizmente, necessita de tempo, percepção, clareza. Estamos caminhando. LEIA ABC - Como é “treinar” profissionais da dança no ABC? M.B. - Trabalhar com profissionais sempre facilita caminhos. Traz gratificações e também preocupações. Como tudo, tem o bônus e o ônus. Não num sentido negativo. Se por um lado temos mais qualidade artística, resultados rápidos e satisfatórios, por outro geramos mais expectativas, compromissos, responsabilidades. LEIA ABC - O que significa para uma cidade do ABC ter uma companhia de dança profissional e ainda por cima municipal? M.B. - Mudar de maneira radical e permanente o panorama da dança e do cidadão que consome arte e cultura na cidade. É impossível um jovem trilhar os caminhos da arte da dança sem estímulo e referência. O que faz tantos meninos sonharem acordados com uma carreira de sucesso no futebol? Conhecemos bem a resposta. Futebol é referência, invade todos os meios de comunicação. Tem visibilidade absoluta. É evidente que os caminhos da arte são bem diferentes, a dança em especial demandará um longo tempo para deixar de ser considerada arte elitista. Compete a nós, profissionais da área, mudar este panorama, fazer com que estes códigos e esta tão rica manifestação artística se aproximem das grandes plateias. Afinal é para isto que a dança existe – para comunicar, tocar, transformar. LEIA ABC - Você é personalista, portanto, seu toque pessoal na companhia que está a montar é primordial. Por quê? M.B. - Penso que é natural e necessário agir assim, imprimir nossa personalidade naquilo que construímos. É o que difere isto daquilo. É o que não se parece com o outro. Tem uma originalidade na forma de ser. LEIA ABC - Cultura ainda enfrenta


certa resistência por parte de muitas empresas, sobretudo na região considerada berço da indústria de base do País. M.B. - Não acho que seja uma realidade do ABC, penso ser uma situação nacional estabelecida e de certa forma compreensível. Este é um mecanismo viciado, difícil de reverter. O investidor quer retorno seguro, imediato e de preferência gigante, arrebatador. É seguro também que, dentro de tais expectativas, a cultura figure no fim da lista de múltipla escolha. É preciso refletir. Enquanto a educação não for prioridade no país, não poderemos pensar, em investimentos para a cultura, que dirá para a arte. LEIA ABC - Qual é sua opinião sobre setor no Estado de São Paulo? M.B. - É muito difícil não estabelecer comparações quando conhecemos a realidade do chamado Primeiro Mundo. Lá, a dança é profissão, valorizada e consumida como qualquer outra atividade. Perto desta efervescência, estamos ainda adormecidos. Tudo faz parte do mesmo processo. Não poderíamos ter o setor da dança evoluído sem uma cadeia de outras ações. A dança, até por sua relação com a história, não faz parte da nossa cultura, como acontece nos países desenvolvidos. LEIA ABC - Então, como compreender melhor a dança? M.B. - Numa reflexão ainda mais significativa, posso citar Cuba, um dos mais importantes centros de ensino, produção e metodologia da dança clássica na atualidade. Realidades bem distintas, porém iguais no que diz respeito ao valor do bem cultural. Em todos estes locais, a dança, assim como a música, a pintura e tantas outras manifestações artísticas e culturais, está dentro da escola, faz parte da formação intelectual, do currículo escolar. Aqui, como se não bastasse tudo, nem escola temos. LEIA ABC - Então, está claro que temos dança de qualidade? M.B. - Exemplos pioneiros da iniciati-

va privada e da coragem particular de alguns guerreiros estão vivos até hoje. São referências o Grupo Corpo, Ballet Stagium, Cisne Negro Cia. de Dança, entre outros. Dos “Corpos Estáveis” Balé do Teatro Guaíra, do Teatro Castro Alves, do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Balé da Cidade de São Paulo, além da caçula (só no título) São Paulo Cia. de Dança, que, com seus tenros cinco anos de vida, já pode ser comparada a qualquer das grandes companhias internacionais. LEIA ABC - Não é muito? M.B. - Na verdade, é muito pouco. As iniciativas, os investimentos no setor e o mercado de trabalho continuam sendo inexpressivos frente ao talento, à produção e à demanda brasileira. Se pensarmos na potência que é nosso estado, somada à imensidão deste país, constataremos que ainda temos muito a fazer. LEIA ABC - É possível viver com a coreografia/balé no Brasil? M.B. - É possível viver da dança no Brasil. Mas, como que já disse, é mercado para poucos. Adoraria viver

É possível, sim viver da dança no Brasil, mas é um mercado para poucos

só das minhas criações. No entanto, mantenho uma escola de balé e atuo numa soma de atividades ligadas à dança, com ênfase no ensino e na formação de estudantes e profissionais. Ganhar dinheiro é sempre relativo. Ganhar muito é contraditório se pensarmos que o produto à venda não possui compradores em potencial. Vale lembrar que, quando falamos de arte, consumir e comprar são ações bastante distintas. Quem tem talento para ganhar dinheiro, ganhará dinheiro de qualquer forma. Vendendo sapatilhas, sabonetes ou coreografias. E jamais discutiremos se há qualidade nas sapatilhas, nos sabonetes. LEIA ABC - A América Latina é rica em cultura, mas para as artes como a dança ainda deixa a desejar. Como mudar esta mentalidade? M.B. - Acho difícil falar em América Latina. É muita abrangência. Muitos países com realidades muito diversas. Na sua grande maioria, países pobres. Se bem que, quando o assunto é cultura, pobreza passa a ser algo bem relativo. Já falamos da riqueza da música e da dança em Cuba a despeito da sua situação econômica. Exceção feita à Argentina e ao Uruguai. O primeiro com uma tradição na área ainda resguardada e o segundo em momento de franca expansão com o recém-criado Ballet Nacional del Sodre. Companhia que, mesmo recém-fundada, já se mostra forte e com grande visibilidade no cenário da dança internacional. Uma nova companhia de dança mantida pelo governo uruguaio. Iniciativa que seguramente modificará o panorama e a relação dos investimentos públicos e privados para o setor. Mudanças assim, acredito, acontecem de forma lenta e gradativa. Um processo de amadurecimento e de melhoria na qualidade de vida geral de um povo. Nós, artistas, lidamos mal com mecanismos de natureza pragmática, mecanismos complexos que envolvem políticas públicas. Se de fato soubéssemos como mudar esta mentalidade, já estaríamos, há tempo, usufruindo disto. | Setembro de 2013 9


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Mauro de Barros

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Editorial

A força invisível para contestar O sentimento de indignação é tamanho quando ocorre algo em nossas vidas que está além das forças para contornar o que porventura aconteceu de errado. É assim com algo pessoal ou quando se tomam as dores do próximo. Quando está aquém das suas forças e nada é possível fazer, vários sentimentos tomam conta de nossas mentes. Por exemplo, ao guiar seu automóvel, você vê que o motorista ao seu lado está cometendo um erro que pode te prejudicar. Mais, quando você observa que pagou algo que não deveria e que, por algum acaso, não vai reaver seu dinheiro. Uma última, quando você elege um político para comandar sua cidade, vê-la melhor em alguns aspectos, e nada acontece. Até pelo contrário, quando contestam por você estar criticando o que está errado ou as promessas que não é possível enxergar. É a força invisível da indignação que vai tomando conta da pessoa, quando muitas vezes se perdem as estribeiras. Não que a insanidade tenha que tomar conta, não é possível nem pertinente. Mas temos que ficar indignados com muitos serviços que não funcionam, com falcatruas, pessoas que querem “passar a perna” e outras atitudes que não condizem com o espectro de uma nação que pode ser a morada para seu filho (a), ou até mesmo a sua. É fácil cobrar e não é uma vergonha saber o que ou quem é que está por trás daquilo que, de algum modo, possa te comprometer. Afinal de contas, você leitor, está por trás de tudo que pode mudar nesse Brasil. Boa leitura! Wallace Nunes Diretor de Redação | Setembro de 2013 11


Mirante

Wallace Nunes Jornalista wallace@leiaabc.com

O presidente da seccional da OAB de Santo André, Fabio Picarelli, ao que parece se acertou com o prefeito Carlos Grana (PT). Numa agenda em comum, os dois conversaram e entenderam que é melhor para a cidade – e para eles – terem uma relação no mínimo institucional.

Fotos: Divulgação

Em busca de um partido - 1

Prefeito andreense tomou a iniciativa do diálogo

Em busca de um partido parte - 2 Carlos Grana indicou seu secretário de Obras, Paulinho Serra, que é membro do PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, para conversar com Fabio Picarelli, a fim de que o advogado se filie à legenda e saia candidato a deputado federal. Pavão por natureza, segundo palavras de várias lideranças políticas da cidade, Picarelli se faz de rogado, mas deverá aderir ao partido na data limite para filiação.

Para muitos, Picarelli peca na vaidade

Maus presságios? Luiz Fernando Teixeira, presidente do São Bernardo Futebol Clube, já pré-candidato à Assembleia Legislativa no ano que vem, tem sido visto frequentemente num programa de esportes de uma emissora que agora passa por reestruturação. Superstição nem sempre é bom, mas presidente, nem tudo que reluz é ouro, pois muitos que não gostam do dono até “mandinga”, para que ele e seus correligionários não deem certo, fizeram.

Em alta com o Palácio dos Bandeirantes O deputado estadual Orlando Morando (PSDB) é o mais novo queridinho do governador Alckmin, que pretende se reeleger e precisa de um interlocutor na região que saiba dos “meandros” eleitorais. Alckmin ouviu atentamente os argumentos do deputado sobre a questão da mudança do traçado do trólebus na cidade de Diadema e também sobre uma AME e a implantação da rede Lucy Montoro.

Luiz Turco sob risco

Morando: base em SBC

O presidente do PT de Santo André e pré-candidato do prefeito Grana vai correr a maratona de São Paulo sem ter treinado regularmente como fazia no começo do ano. A articulação política não o deixa treinar pela manhã como de costume. Turco é corredor amador há mais de seis anos e tem se ressentido por não praticar o esporte.


O homem de Mauá

Um Michels com ciúmes

Atila Jacomussi, presidente da Sama, é candidato à uma vaga para Assembleia Legislativa. Filiado ao PCdoB, ele prentende deixar o cargo no início do ano que vem e pretende contar com a ajuda de grandes nomes da legenda como o secretário de Promoção da Igualdade Racial, Netinho de Paula, da deputada estadual Leci Brandão, e do ministro de Esportes Aldo Rebelo para fazer uma campanha em Mauá e região. Mas ele conta com o carisma de homem e única força da cidade.

Bruna Michels, miss Diadema, miss ABCD e que levou a faixa de miss São Paulo 2013 em agosto, disse que ainda está aprendendo a lidar com a repercussão da vitória e com as críticas que tem recebido por conta da exposição. Mas a questão não é esta. Pessoas próximas ao prefeito e ao irmão Lauro dizem que o mandatário está verde não por causa da cor do seu partido, mas sim pelos ciúmes da projeção nacional que a jovem tem ganhado com a eleição de mais bela do estado.

Lula, sempre ele Apesar da série de viagens, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem tempo para articular em favor dos seus pré-candidatos aos governos estaduais e em especial de alguns pré-candidatos aos Legislativos federal e estadual. Numa reunião com políticos da legenda, ele traçou os rumos de combate ao governador Geraldo Alckmin e ao tucanato raivoso.

Requisitado: todos querem falar

Luiz Marinho, o homem forte sem tempo O prefeito de São Bernardo tem reclamado que anda cansado. A rotina de trabalho é tamanha que ele quase não deu a devida atenção à esposa que, recentemente, quebrou o pé após se aventurar em um voo de paraglider. O prefeito, que também preside o Consórcio Intermunicipal do ABC, tem conversado rotineiramente com praticamente todos os mandatários das outras seis cidades. Haja tempo!

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Política

PMDB já tem um pré-candidato em 2014 Paulo Skaf, presidente da Fiesp, insistiu e o partido do vice-presidente Michel Temer aceitou que ele dispute a cadeira do Palácio dos Bandeirantes. Vanessa Damo concorrerá ao posto de pré-candidata a vice Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com

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Divulgação

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O presidente do PMDB paulista, deputado estadual Baleia Rossi, confirmou que o partido terá candidato próprio ao governo paulista em 2014 e que este será Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Um novo gesto de apoio a Skaf como candidato do partido à sucessão de Alckmin será realizado em um jantar da bancada paulista, possivelmente na sede da Fiesp, em São Paulo. “Todos os partidos conversaram conosco, mas a posição do PMDB tem de ser respeitada e estamos optando pela candidatura de Paulo Skaf a governador, a qual é definida e inegociável”, disse Rossi. “Tivemos um encontro com o governador Alckmin, mas não teve viés político partidário, pois o PMDB é base de apoio do governador Alckmin desde o primeiro dia de governo”, completou. Segundo o deputado Baleia Rossi, apesar da aproximação e de ratificar o apoio na Assembleia, a bancada do PMDB mostrou para o governador que tem “seu preço”, pois participaram do encontro, além de Rossi, apenas outros dois dos quatro deputados estaduais do partido: Jorge Caruso e Itamar Borges. “Os deputados Vanessa Damo e Jooji Hato não foram porque não tiveram os prefeitos de suas bases atendidos”, disse Rossi. Segundo ele, as solicitações por recursos para os prefeitos do PMDB foram feitas por toda a bancada à Casa Civil e

Acordo pela candidatura saiu após aval do vice-presidente Michel Temer liberadas parcialmente pelo governador. “Como todos os prefeitos têm relação com deputados, nossa intenção é que haja um novo encontro, com a participação dos demais parlamentares, e que todos sejam atendidos pelo governo do estado”, concluiu Rossi. No encontro, de aproximadamente duas horas, o governador estava acompanhado do secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, em seu discurso lembrou do passado de Alckmin como vereador e prefeito pelo PMDB em Pindamonhangaba (SP). Além de um pronunciamento no qual citou o ex-deputado e ex-presidente do PMDB Ulysses Guimarães, Alckmin conversou e tirou fotos com cada um dos prefeitos presentes.

Vanessa Damo Inovação. Esta é a palavra que deve servir de trunfo e que o presidente estadual do PMDB define para que possa vencer a eleição para o governo do estado em 2014. Segundo Baleia Rossi, a atitude de Paulo Skaf escolhendo uma mulher como vice é vista com bons olhos pela cúpula nacional do partido. “São Paulo nunca teve uma mulher como vice-governadora e entendo que o momento é propício”, analisa. Segundo ele, o partido tem em seus quadros pessoas muito capacitadas. “A deputada Vanessa Damo é uma dessas pessoas. A base eleitoral dela no ABC, que é uma região importante, pode ser o início de uma boa campanha”, declarou.


Diretórios municipais do PT da região têm vários candidatos à presidência, mas mostram que o partido quer mesmo renovar seus interlocutores com nomes de peso Redação - redacao@leiaabc.com

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ário Reali, ex-prefeito de Diadema, e Brás Marinho são dois nomes fortes que pretendem dirigir os diretórios do PT em suas respectivas cidades e mostram que a estratégia do partido para as eleições 2014 já começou. Reali formalizou seu nome para disputar o Processo de Eleição Direta (PED) durante plenária do diretório petista em Diadema. O ex-prefeito entra na corrida pela presidência do partido com o objetivo de se reerguer, visando à disputa por uma cadeira de deputado estadual na eleição de 2014. Embora o PED seja o princípio para voltar ao cenário político, nos bastidores a informação é de que Reali seria o escolhido para comandar a sigla, mas não é o nome de consenso para o processo eleitoral de 2014. “O nome do Mário é o que mais

Divididos

agrega para ser o presidente do PT e vamos trabalhar para que seja o escolhido no PED. Reali terá a importante tarefa de reestruturar o partido para as eleições de 2014 e de 2016, mas esta questão de deixá-lo de fora do pleito é boato. Mário tem total liberdade para se colocar à disposição e disputar as eleições em 2014, embora o partido ainda não tenha fechado essa discussão”, disse o vereador José Queiroz, presidente do PT local. Atualmente, o cenário interno está dividido, já que Reali tem apenas a adesão declarada de três dos seis vereadores que compõem o plenário na Câmara. Além disso, o ex-chefe do Executivo vê alguns militantes ensaiarem voos mais altos que podem complicar seu projeto de voltar à Assembleia Legislativa. Funcionário de carreira da Prefeitura de São Paulo, Reali não foi localizado até o fechamento desta edição para comentar o assunto. São Bernardo Em São Bernardo, a acirrada disputa pela presidência do diretório

está fazendo com que atual presidente, Wanderley Salatiel, busque um consenso para o PED de novembro, quando serão escolhidas as novas executivas nacional, estadual e municipais do partido. Salatiel afirmou que realizou o encontro para unificar as três chapas que pretendem concorrer na eleição interna. Além disso, vai definir um nome que terá o apoio dessas chapas para comandar o diretório. O diretório terá quatro candidatos à presidência: Brás Marinho, da corrente Construindo um Novo Brasil; Luiz Silvério, da Construindo um Novo Brasil, mas independente; Juliana Rocha, da Aliança de Esquerda; e Antônio Luiz, o Robozão, do Grupo Sindical. Nas eleições internas do PT, não há necessidade de o candidato a presidente e seu vice encabeçarem uma chapa. Basta que tenham feito a inscrição. As chapas trazem os nomes dos postulantes aos demais cargos do diretório.

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Seu bolso

Bancos, como utilizá-los a seu favor

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oscilação da economia brasileira continua complicada e, nos últimos seis meses, a cada semana um novo dilema. A preocupação dos analistas do mercado se apresenta na alternação entre câmbio, inflação e juros, conforme falamos na edição do mês de agosto. Estes movimentos provocam, sim, consequências em nosso bolso! Um ponto crucial para enfrentarmos este momento difícil, com certeza, é estarmos com nosso orçamento equilibrado. E é sabido que para existir o equilíbrio é necessário gastar menos do que ganhamos e poupar o saldo restante. Desta maneira, criar uma boa reserva para emergências ou investimentos futuros. No entanto, para quem já colocou em prática este plano, qual seria o próximo passo? Uma posição importante é rever seu relacionamento com seu banco. Mas a primeira pergunta que fica é: você sabe quais os serviços que seu banco lhe presta? A segunda: qual o valor que ele te cobra por isto? Com mais uma elevação da taxa básica de juros (a Selic), promovida pelo Banco Central no fim de agosto, hoje chegamos ao patamar de 9% ao ano. Este cenário favorece as aplicações em renda fixa, investimentos estes de baixíssimo risco, e os bancos pas-

Shutterstock

Divulgação

Marcos Cazetta Economista e especialista em finanças pessoais marcoscazetta@hotmail.com

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sam a remunerar melhor seus poupadores. Esta remuneração, no entanto ainda é bem inferior aos lucros obtidos pelos bancos. Mas será que eles passam a lucrar mais com as operações de empréstimo realizadas aos seus clientes? Será essa receita gerada pelas taxas cobradas pelos empréstimos o principal motivo dos resultados apresentados pelos bancos? Não, os excelentes resultados apresentados pelos bancos nos últimos anos estão diretamente relacionados com os serviços prestados e os preços cobrados por eles, além da venda de produtos nem tão eficientes aos seus clientes. Por exemplo, você tem ido a sua agência nos últimos tempos? Se a sua resposta for sim, com certeza você já notou que até o caixa hoje é um vendedor de produtos do banco – o mais comum deles é o título de capitalização. Certamente em algum momento da sua vida, você já adquiriu um título de capitalização. A lógica básica deste produto é: você poupa mensalmente um determinado valor, e cerca de 13% da parcela é destinada aos prêmios mensais a que você concorre ao aderir ao plano. Ao final do período estipulado no contrato de adesão, normalmente um prazo mínimo de 48 meses, é realizado o resgate do valor principal aplicado. Conclusão, você aplica seu dinheiro por um período de quatro ano, e ao fim do período, pode resgatar o mesmo valor aplicado. Um ótimo negócio, não acha? Só que é um ótimo negócio para o banco, não para você, que passou quatro anos com seu dinheiro parado. Outro ponto de atenção é o pacote de serviços oferecido e o preço pago por ele. Você sabe qual é este valor e quais os serviços a que você cliente tem direito? Pois é, em alguns casos seu pacote de serviços lhe dá o direito de realizar um número limitado de transferências mensais que você jamais irá realizar. Em momentos como este, em que o cenário econômico não é lá muito favorável, é importante você estar atento aos seus gastos. Por isso, não deixe de procurar seu gerente e avaliar as taxas cobradas pelo seu banco, avalie seus gastos em parceria com o seu gerente e não se esqueça: o equilíbrio de suas finanças também é qualidade de vida!


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Economia

Troca

imediata Especial para Leia ABC Mohamed Waleed

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parelho celular, televisor, geladeira, fogão e máquina de lavar fazem parte da lista preliminar de produtos essenciais elaborada pela Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon-MJ) e, portanto, deverão ser substituídos imediatamente por fabricantes ou varejistas em caso de vício e se estiverem dentro da garantia legal de 90 dias estabelecida pelo artigo 26 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Ou seja, o consumidor não mais precisará esperar 30 dias para o reparo, conforme estabelece o artigo 18 da mesma lei, ou pedir a troca ou a devolução do dinheiro se o problema não for sanado no prazo de um mês. A lista de produtos essenciais havia sido prometida para meados de abril, 30 dias após o anúncio do Plano Nacional de Consumo e Cidadania (Plandec) feito pelo governo federal em 15 de março, data em que se comemora do Dia Mundial do Consumidor. A medida regulamenta o parágrafo 3º do artigo 18 do CDC, que diz que o consumidor poderá desconsiderar o que diz o parágrafo 1º do mesmo artigo se o produto com defeito for um item essencial. “Trata-se de uma proposta que 18

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ainda será apresentada aos órgãos de defesa do consumidor. A previsão é de que, dentro de 15 dias, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, possa encaminhar o texto final da proposta para a presidente da República, Dilma Rousseff”, informa a Senacon. Conforme a secretaria, para a formação dessa lista prévia foram levadas em consideração, entre outros fatores, as demandas dos consumidores nos Procons e registradas no Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec). “Esta relação está sendo construída em acordo com o mercado, assim como os prazos que terão de ser cumpridos pelo

Cabe ao consumidor a decisão de ouvir terceiros ou as empresas para responder pelo dano causado

Camila Bevilacqua

Ministério da Justiça lista produtos que devem ser substituídos pelo fabricante por causa de qualidade duvidosa

fabricante e pelo varejo.” Para as capitais e regiões metropolitanas, a proposta apresentada pelo mercado é de que o período para troca do produto seja de, no máximo, dez dias, enquanto nos municípios do interior a solução para o consumidor não deverá exceder 15 dias.

Solidária

Independentemente dos itens que entrarão na lista de produtos essenciais, nada será modificado quanto à responsabilidade solidária, isto é, os consumidores continuarão com a liberdade de escolher quem responderá pelo vício do produto: fabricante, fornecedor ou ambos. Isso porque, os artigos 7º, parágrafo único, e 25º da lei consumerista definem que o consumidor pode optar por reclamar o dano a todos os participantes da cadeia de fornecedores ou a apenas um. Especialistas em defesa do consumidor ouvidos pela revista LEIA ABC afirmam que cabe ao consumidor decidir se quer, inclusive, envolver terceiros ou donos de marcas (aqueles que transferem para outros a produção do produto que irá levar sua etiqueta) na solução da questão. Franquias e franqueados também podem


dos produtos essenciais é razoável”, assinala. O advogado chama atenção para o ônus que poderá chegar ao bolso do consumidor caso a lista de produtos essenciais seja efetivada. “Cada restrição que o governo coloca para o mercado aumenta o custo da produção e impacta no preço dos produtos”, comenta Moraes. “Para melhorar a logística de solução rápida para produtos com defeitos, os fornecedores terão de melhorar a sua estrutura, e isso exigirá investimentos, que serão assumidos pelo consumidor.”

Aparelhos novos correm risco de apresentar problemas técnicos minutos depois de ligados

ser chamados para responder pelo dano ao consumidor.

Penalidades

A partir do momento em que entrarem em vigor as determinações da lista de produtos essenciais – pode ser por decreto e, então, passarão a valer seis meses após a publicação –, quem não cumprir poderá ser punido inclusive com multas. Se aplicadas pelo Procon de São Paulo, o valor pode chegar a R$ 7 milhões, dependendo do grau da infração e do faturamento da empresa. Mas a empresa tem o direito de recorre à esfera administrativa ou ao Judiciário, a exemplo de outras multas aplicadas pelo Procon. Renato Duarte Franco de Moraes, advogado especializado em contencioso cível e em direito do consumidor, do escritório Moraes Pitombo Advogados, explica que, após a decretação da lista de produtos essenciais, se alguma empresa for autuada, poderá entrar com mandado de segurança preventivo antes mesmo da emissão do auto de infração, evitando a autuação, com ação anulatória ou mandado de segurança. “Neste último caso, pode-se discutir se o prazo estabelecido para a troca

Interferência do governo

Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Associação Proteste, considera a elaboração de uma lista de produtos essenciais um avanço na conquista de direitos do consumi-

dor, mas opina que sua efetividade só ocorrerá se a publicação casar com o fortalecimento dos Procons. “Se a forma de atuação dos órgãos públicos do consumidor não mudar, a lista terá pouco efeito na vida do consumidor.” Ela assinala que são as próprias empresas que direcionam o governo na elaboração de mecanismos que facilitem a vida do consumidor, uma vez que elas são useiras e vezeiras em postergar soluções, “o que é bom para elas, porque o consumidor se cansa de correr atrás de uma causa”. Este comportamento das empresas, conforme Dolci, precisa ser alterado. “Se o pós-venda fosse eficiente, não haveria necessidade de regulamentações impostas por governos, diminuir-se-ia o número de reclamações nos órgãos e as empresas provavelmente venderiam mais”, finaliza.

Fique por dentro O que diz Código de Defesa do Consumidor Artigo 7º § Único - Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo. Artigo 18 § 1º - Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III – o abatimento proporcional do preço. § 3°- O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1°deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. Artigo 25 § 1°- Havendo mais de um responsável pela causa do dano, todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores. § 2°- Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação. Artigo 26 O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: I – trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.

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A dúvida sobre os Outlets

Fotos: Camila Bevilacqua

Economia

As operações de outlet já são populares em mercados maduros e no Brasil há tempos. Nos mercados norte-americano e europeu houve a proliferação de shopping centers voltados aos outlets a partir da década de 1980

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Especial para Leia ABC Mohamed Waleed

mercado tem anunciado uma nova onda de inaugurações de outlets no Brasil como alternativa aos shoppings tradicionais. Até o final de 2014 estão previstas pelo menos dez unidades para diferentes regiões, segundo levantamento da About, empresa que presta consultoria de planejamento e comercialização a esse tipo de empreendimento. Somente na região do ABC, as grandes marcas de roupas, por exemplo, pretendem lançar dez novas lojas de outlets nos próximos dois anos. Entretanto, executivos de algumas grandes redes varejistas têm sérias dúvidas em relação ao potencial que esses outlets terão de atrair lojistas a seu espaço. O questionamento foi levantado por representantes de empresas, em reunião do Conselho de Varejo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), coordenado por Nelson Kheirallah. Nos Estados Unidos, onde os outlets são bem difundidos, as marcas produzem itens para vender especificamente estabelecimentos. São produtos semelhantes aos comercializados nas lojas de rua ou de shoppings, mas de qualidade um pouco inferior e, naturalmente, custam menos. No Brasil ainda não existe essa produção específica, isto é,

Lojas de SBC são as mais rentáveis do setor 20

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a mercadoria que o consumidor encontra no outlet é a mesma que está à venda em outros canais. O passo anterior no caminho do amadurecimento desse modelo de negócio se daria com as redes se habituando a direcionar seus encalhes para suas lojas em outlets. À medida que tal prática se tornasse comum, a oferta de outlets cresceria, estimulando as redes a fabricar itens específicos para serem vendidos exclusivamente neles. O problema, dizem os empresários, é que o sistema tributário brasileiro inviabiliza a logística reversa necessária para que uma marca “capture” os encalhes de estoques de suas lojas ou franquias espalhadas pelo país para depois realocá-los em outlets. Isso porque a mercadoria estaria

Empresários culpam a pesada carga tributária brasileira sujeita à incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cada vez que migrar de um estado a outro. “Haveria espaço para alguns poucos outlets, não para tantos como está sendo alardeado. Não vejo tantas marcas se interessarem por esse tipo de empreendimento”, disse um representante de empresa durante o encontro do Conselho de Varejo da ACSP.

Entraves

Os outlets estão sendo apresentados como alternativa aos shoppings tradicionais, modelo que atravessa um momento complicado. No entendimento dos participantes da reunião da ACSP, “os impostos e o preço do condomínio praticado pelos shoppings hoje são insuportáveis para os lojistas, em especial para os de menor porte”. Isso torna cada vez mais difícil atrair lojas-satélites. Há shopping sendo inaugurado com apenas 50% da área bruta locável, conforme se comentou na reunião. O bom momento da economia brasileira levou a uma enxurrada de lançamentos de outlets nos últimos anos. E o ritmo de lançamentos não arrefeceu. Em 2012 foram inaugurados 27 centros. Para este ano, inicialmente, eram previstos 54. Mas a dificuldade de levar lojas aos empreendimentos, entre outros problemas, fez vários lançamentos serem postergados. Espera-se que uns 30 sejam inaugurados neste ano. Por ter custo mais baixo para o lojista, os outlets pareciam uma alternativa viável aos shoppings tradicionais. Mas a questão tributária acaba aparecendo como um entrave, como apontaram os participantes da reunião do Conselho de Varejo da ACSP.

Todas as classes procuram produtos novos a preços baixos | Setembro de 2013 21


Segurança

Mulher, Viver sem Violência

Divulgação

São Paulo adere ao programa que visa integrar os serviços públicos de atenção às mulheres em situação de risco e humanizar o acesso à Lei Maria da Penha

União investiu mais de R$ 500 milhões para diminuir o problema Especial para Leia abc Mohamed Waleed

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esde o final de agosto, o Estado de São Paulo aderiu ao programa do governo federal Mulher, Viver sem Violência. O programa visa integrar os serviços públicos de atenção às mulheres em situação de violência, dando atendimento humanizado e acesso à Lei Maria da Penha. Entre as ações está a construção da Casa da Mulher Brasileira, uma em cada estado. Haverá melhoria na coleta de vestígios de crimes sexuais, a transformação da Central de Atendimento à Mulher (o Ligue 180) para disque-denúncia, para o acionamento imediato da Polícia Militar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a criação de seis centros de referência nas fronteiras secas. 22

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Os investimentos chegam a R$ 265 milhões. Em São Paulo serão investidos R$ 142 milhões. Para a Casa da Mulher Brasileira estão previstos R$ 4,3 milhões entre obra, equipamentos e mobiliário. No mesmo espaço estarão concentrados delegacia, juizado especial, Ministério Público, Defensoria Pública, abrigamento temporário, atendimento psicossocial, espaço de convivência para a mulher, sala de capacitação e orientação para o trabalho, emprego e renda e brinquedoteca. No ABC, São Bernardo, Santo André e São Caetano serão as primeiras cidades a aderir ao programa federal. De acordo com a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, em São Paulo, a Casa da Mulher Brasileira ficará na região do bairro do Cambuci, e

uma das vantagens apontadas pela ministra é a facilidade de equipamentos públicos e transporte urbano nas proximidades do imóvel, unidades da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e ambulatórios especializados, além de creche, escola, ônibus e metrô. “E com os serviços que ofereceremos na casa, como uma delegacia e uma unidade do Judiciário, haverá a celeridade e o apressamento das medidas protetivas que salvam as mulheres. A mulher sairá de lá com a medida de segurança com certeza e com o processo aberto. Terá o atendimento psicossocial, porque toda mulher que sofre uma violência fica com traumas. Vai ainda ter acesso a cursos de capacitação e qualificação”, afirma a ministra Eleonora. De acordo com a ministra,, o encaminhamento da mulher será pelo meio que procurar, ou seja, se ela procurar uma delegacia, o Ligue 180, um pronto-socorro ou hospital, ela será buscada pela Casa por um carro que será disponibilizado para o serviço. “A Central de Transporte é outro serviço oferecido pela Casa e será feito com um carro normal.” Os serviços estarão disponíveis daqui a 120 dias e serão feitos cerca de 200 atendimentos diários. Para as mulheres que precisarem ficar um período na Casa, serão oferecidos 20 leitos, além de 20 para as crianças que forem com as mães. “Isso será para aquelas que ainda não estiverem em situação de abrigamento, que não tiverem para onde ir e precisarem ficar ali, até que seja providenciado um local. A estada será a menor possível, no máximo 30 dias”, disse.


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Em forma

Inverno: a estação dos quilinhos a mais

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uando chega o inverno, logo vêm à cabeça pratos gordurosos, como fondue, queijos amarelos e chocolate quente. Há uma explicação para isso. Gastamos mais energia no frio. Isso acontece porque o organismo despende um esforço maior para manter sua temperatura interna na casa dos 36°C. Daí é utilizado 10% mais combustível para desempenharmos funções simples do dia a dia. Por isso, além de aumentarmos em quantidade, pioramos a qualidade da alimentação. Os preferidos são alimentos ricos em gordura animal (carnes, manteigas, cremes, chantily, chocolates, frituras) e carboidratos simples, pobres em fibras (pães, bolos, doces). É comum, também, nessa época deixarmos de lado as saladas e comidas light, tão saudáveis. Para não precisarmos correr atrás dos quilos conquistados nessa estação o segredo é cuidar-se desde agora. Com pequenos cuidados, é possível manter a forma e a saúde o ano todo. O segredo é substituir alguns ingredientes. Por exemplo, troque preparações mais calóricas, que levam creme de leite, como o strogonoff, por iogurte light. E no preparo do chocolate quente prefira o

leite desnatado ao integral e cacau em pó em vez de achocolatado. Sopas – No preparo de sopa, evite utilizar creme de leite e macarrão. Prefira sopas e caldos à base de legumes, que, além de aquecer, são preparações menos calóricas. Deixe o queijo e as torradas de lado e invista nas folhas verdes como acompanhamento. Chás – Os chás são protetores das artérias, auxiliam a digestão e têm poder anti-inflamatório e antioxidante. Abuse dos chás. Eles possuem baixíssimo valor calórico: uma xícara tem aproximadamente duas calorias e, caso queira adoçar, utilize adoçante. O chá verde é uma ótima opção para ter na geladeira – faça uma porção para a parte da manhã e outra para a tarde –, para que as propriedades não sofram tantas perdas, e então esquente quando for consumir. Frutas – Não as deixem esquecidas nessa estação. Consuma principalmente as cítricas, como laranja, limão, goiaba e acerola, pois são ricas em vitaminas e minerais, que aumentam as defesas do organismo, melhorando o sistema imunológico, evitando doenças, principalmente as comuns do inverno, como gripes e resfriados. Fondue salgado – Prefira os de carne aos de queijo. Procure fazer molhos mais saudáveis como acompanhamento, dispensando o creme de leite e a maionese, preferindo molhos de tomate e manjericão. Fondue doce – Utilize o chocolate amargo, pois é menos calórico. Prepare a cauda em uma consistência rala. Bebidas alcoólicas – Modere em sua ingestão, pois é comum exagerar nessa época do ano, o que muitas vezes acarreta os quilos extras. Dê preferência ao vinho, mas com moderação, ingira uma taça ao dia. Lembre-se, como há maior necessidade de produção de calor, o corpo necessita também de água. Ingira ao menos 1,5 litro de água ao dia e não deixe de praticar atividade física, outro hábito que é comum abandonar no inverno. Faça dessa estação uma aliada e esbanje saúde e boa forma no verão. Shutterstock

Thamires Barbosa Nutricionista tatatri@gmail.com


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Cidades

Acordo muito

bem-vindo Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com

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negociação entre a Sabesp e a Prefeitura de Diadema para reassumir a titularidade do saneamento e anistiar a dívida bilionária que a cidade mantém com a companhia foi uma medida considerada interessante pelo prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT). Pelo acordo realizado em Diadema, a companhia estadual reassume a partir de janeiro de 2014 o saneamento de Diadema (abastecimento de água e tratamento de esgoto), que é feito pela Saneamento de Diadema (Saned). Entre os principais itens do contrato, segundo fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Sabesp entra nos acordos judiciais em ações referentes à dívida de fornecimento de água por atacado, resultante do pagamento parcial das faturas de água pela Saned. O valor hoje está em R$ 1 bilhão. A ideia do prefeito de Mauá é fazer um acordo similar ao de Diadema, onde atualmente a coleta, o tratamento de esgoto e a comercialização de água de reú-

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so são feitos pela Foz do Brasil. “Em Diadema, a companhia estadual de saneamento descontará R$ 1 bilhão (da dívida) e ainda disponibilizará R$ 100 milhões (para investimentos). Se fizermos algum acordo interessante, sem que se abra mão da tarifa social em vigor, seria muito agradável para a população de Mauá”, explica Braga. Donisete diz ainda que o fato de o município não deter os serviços por completo não deverá ser impedimento para a transação. “Uma gestão compartilhada, que inclui a Foz, não seria um problema. Mas entendo que é um processo demo-

Divulgação

De olho no acordo que a Sabesp fez com o governo de Diadema, que põe fim às dívidas com a cidade e assume a Saned, o prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), entende que seria interessante a empresa estadual de saneamento operar na cidade

Dilma Pena (Sabesp) e Michels celebram o ato

rado. Se a Sabesp tiver uma alternativa boa para a cidade, não tem por que não discutir”, completa o prefeito, que garantiu respeito ao contrato com a Foz, que vai até 2031.

Dívida Um possível acordo entre o governo de Mauá e a Sabesp deve também pôr fim à dívida de R$ 1 bilhão que a companhia estadual cobra referente ao ressarcimento de valores investidos na cidade antes do nascimento da Sama e ainda o custeio do metro cúbico de água. Segundo o atual presidente da entidade, Atila Jacomuzzi, a companhia estadual cobra o valor de R$ 1,40 por metro cúbico, enquanto a autarquia municipal avalia o custo em R$ 1,05 o metro cúbico. A dívida é o rescaldo de várias negociações que se arrastam desde 1993, na administração de José Carlos Grito. Recentemente, Donisete Braga e a superintendente da Sabesp, Dilma Pena, acordaram a criação de uma comissão para discutir o passivo e também o uso da água, cuja perda está estimada em 40%, por causa de seguidos vazamentos. “É preciso trocar todas as tubulações que hoje estão enferrujadas”, resume Atila Jacomuzzi. Diadema No acordo de Diadema, que tanto interessou a Mauá, a Sabesp também assume o quadro de pessoal da Saned. A concretização do negócio, contudo, ainda depende da aprovação de lei pela Câmara Municipal. A companhia informou que fará teleconferência, ainda sem data definida, para dar mais detalhes.


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Esportes

Tricolor do Zaíra

nasceu para vencer

Clube de futebol amador de Mauá faz lição de casa e mostra que para se manter vivo é preciso da participação da sociedade, em especial dos moradores do bairro

O futebol amador na região do ABC é forte. Em cinco das sete cidades da região há equipes que, guardadas as devidas proporções, são quase profissionais. Concentração de pelo menos duas horas antes do jogo, massagistas, técnicos, cachê (bicho) ao término da partida e material esportivo de qualidade são os indicadores que chamam muito a atenção de até atletas profissionais que querem manter a forma ou mesmo ganhar algum dinheiro sempre. Em Mauá, um dos clubes que fazem história na categoria é o Mocidade Futebol Clube do Jardim Zaíra. A origem de sua fundação data de abril de 1970 pelos amantes da arte, que é paixão nacional, Ademir Geremias Silva e Otaviano da Cunha. O nome é uma homenagem à escola de samba carioca Mocidade Independente de Padre Miguel. Ao longo dos seus 43 anos de existência, muitas glórias. Taças de campeão da cidade, o tricolor do Zaí-ra já levantou em três oportunidades (1977, 1979 e 2001). Mais: campeão da segunda divisão da liga amadora, título da Copa da Amizade (1997), entre outros em várias categorias, com destaque para o campeonato de 2008 na categoria veteranos. Neste ano, a equipe foi campeã de maneira invicta. Mas o que mais chama atenção no clube é sua quase assunção ao profissional, com direito à disputa da 2ª Divisão do Campeonato Paulista de 1978. Explica-se: à época, o então 28

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Fotos: Arquivo Pessoal

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Especial para Leia abc Daniel Alcarria

A equipe disputa os jogos no terrão e sem investimentos prefeito Dorival Resende da Silva havia prometido que ajudaria a equipe do Mocidade na disputa, uma vez que, em 1977, o time tinha conquistado títulos no principal e nos aspirantes. Era o mais forte clube de Mauá. Mas a tal promessa não se concretizou. Mesmo com a negativa sobre a profissionalização da equipe, o tricolor do Jardim Zaíra continuou revelando seus talentos. Muitos dos jogadores que atuaram pela equipe se profissionalizaram: Valter, volante que jogou no Paulista de Jundiaí; Dirceu, lateral, atuou no extinto Saad, de São Caetano; Cacá, que jogou em Portugal e hoje está na Alemanha; o zagueiro Bamba, que jogou no Grêmio Mauaense e no Oeste de Itápolis. Outro grande destaque foi Coutinho, que participou da diretoria do Mocidade e jogou pelo União Bandeirante (PR), pelo Fluminense de Feira de Santana (BA) e encerrou carreira no Saad. Cândi-

do, outro jogador que atuou pelo clube, deu seus primeiros chutes como juvenil do Mocidade. Depois brilhou com as camisas do Atlético Mineiro e do América de São José do Rio Preto.

Liga de Mauá

Atualmente, a equipe disputa o campeonato mauaense da 1ª Divisão, e a disputa acirrada faz com que o time mantenha um nível de jogadores de grande excelência. A relação da agremiação com o bairro vem desde sua fundação e ainda hoje é muito forte. “Naquele tempo, se jogava pela várzea mesmo, você defendia o time do bairro, da comunidade, jogava para representar a vila”, destaca o presidente do Mocidade, Evandro Fiorentini, o Picolé. Ele vai além, destacando o papel dos torcedores e sua empolgação pela equipe. “Quem não se lembra da famosa Maria Coquinha, torcedora-símbolo do Mocidade. Nas partidas


reuníamos mais de 800 a mil torcedores por jogo”, rememora Fiorentini.

Realidade atual

A realidade do Mocidade F.C. é a mesma da maioria de nossos clubes amadores da região, ou seja, vive da abnegação de seus dirigentes e da relação com sua comunidade. Conforme relata o presidente Fiorentini: “Realizamos um pequeno trabalho social, uma vez que as dificuldades são enormes. Faltam espaço e estrutura financeira, mas realizamos arrecadação de alimentos, que são distribuídos na comunidade. Estamos voltando a trabalhar as categorias de base, com o sub 11, sub 13 e sub 15, além dos juniores, ou seja, trabalhando com os mais jovens e oferecendo a eles uma perspectiva de vida saudável e honesta”, destaca. A sede social do Mocidade Futebol Clube está localizada na rua Sebastião Antônio da Silva, nº 51, no Jardim Zaíra, onde a agremiação

Presidente e diretores do clube: vários troféus desde a fundação esportiva de futebol amador guarda suas relíquias, vivas na memória de seus simpatizantes. “O Jardim Zaíra tinha muito mato e ruas de terra, o que dificultava o acesso das pessoas

para o fundo do bairro. O ponto final do ônibus ficava onde hoje está a sede do Juá, no bar do Zé Pimenta”, relembra o ex-jogador Bilão, ao declarar seu amor pelo bairro.

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Ponto Justo

Procrastinação tem cura Patricia Bono Advogada, mestre em direitos difusos e coletivos, articulista e conferencista. bono@uol.com.br

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egundo especialistas em gestão do tempo, a procrastinação é o “resultado da má administração do tempo, programação neurológica ou até falta de adrenalina”, ou seja, é o ato de adiar as tarefas diárias ou corriqueiras. No direito, a procrastinação é entendida como a qualificação jurídica da conduta daquele que atua com má-fé, em juízo, para criar obstáculos ao exercício de determinado direito. Tanto que esta conduta é punível, e justamente na parte do Código de Processo Civil que trata de embargos de declaração. Mas esta punição descrita no Código Civil tem destino certo: a parte que atua para protelar o desenvolvimento do processo. Nem o advogado, nem o juiz ou o promotor são penalizados por protelar e, convenhamos, a procrastinação parece ser algo muito íntimo de algumas esferas governamentais brasileiras. O assunto vem à tona por conta de o ministro Joaquim Barbosa ter dito que o ministro Lewandowski estava fazendo “chicana para se manifestar sobre a coleção de embargos declaratórios que os condenados do mensalão interpuseram junto ao STF, no último dia 15 de agosto”. Quem assistiu ao evento, percebeu que o ministro Lewandowski, indiretamente declarou seu voto, quando indicou que necessitava de mais tempo para rebater as 1-http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/acabe-procrastinacao-5-passos-581854, consultado em 22/08/2013. 2 CPC: Art. 538 – Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes. Parágrafo único – Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o Tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 1% sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até 10%, ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do valor respectivo. 3 No jargão jurídico, uma manobra para dificultar o andamento de um processo. 4 http://g1.globo.com/politica/mensalao/

noticia/2013/08/barbosa-acusa-lewandowski-de-fazer-chicana-e-ministro-cobra-retratacao. html, consultado em 22/08/2013. Considerações dos outros ministros, ou seja, nesta altura dos acontecimentos, tudo indica que ele pretende mudar seu voto. Tudo isso se apoiando no fato de que a sessão já havia ultrapassado o horário previsto. A irritação do ministro Barbosa parece genuína, bem como sua reação. O problema é que a mídia, de maneira geral, levantou a rusga como fator principal e se esqueceu do que se está apreciando e julgando desta vez. E, no final, isso é o que menos importa. Na verdade, a melhor tradução para o agastamento do ministro Barbosa tem muito mais a ver com o que se ouviu durante as manifestações ocorridas em julho nas ruas de todo o país. No Brasil pode-se ver gente que quer e sabe como trabalhar – e mais, que sabe a responsabilidade de cada ato que está realizando, bem como suas consequências; e outras que, apoiadas em lealdades caninas e duvidosas, pretendem desfocar o assunto principal, ainda que isso lhe custe ser tomado como bufão de uma corte que não tem posse direta, mas ainda se encontra no poder. Procrastinar, neste caso, é muito mais que ralentar um procedimento, é mais que empurrar com a barriga. Neste caso do mensalão, é protelar a pena que já devia ter sido aplicada. É deixar de saciar a sede dos cidadãos por um país justo, onde quem age em desacordo com a lei é, efetivamente, punido. O ministro Lewandowski pretendia ter mais tempo para avaliar o processo sobre o qual já se debruçou e votou anteriormente, possivelmente buscando pela reabertura de uma discussão que não cabe mais nesta altura dos acontecimentos. Bem disse o ministro Barbosa, quando o advertiu: os embargos não servem para arrependimento. Sim, a procrastinação tem cura. E não estamos tratando sobre melhor gestão do tempo, neste caso. Estamos falando em cumprimento das próprias funções, com olhos na ética e com o compromisso que todos temos com nosso país.


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Custo de produtos e serviços aumenta e viver na região do ABC alcança índices similares aos dos moradores da capital Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com

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futuro econômico do Brasil é melhor do que o clima atual indica e o crescimento pode voltar ao patamar de 4% ao ano, opina o economista britânico Jim O’Neill, ex-executivo do banco de investimentos Goldman Sachs e conhecido por ter criado a sigla Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) – agora Brics, por reunir também a África do Sul – para englobar 32

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as principais economias emergentes. O tom otimista da opinião de O’Neill, que recentemente participou de um evento organizado pela BM&FBovespa em Campos do Jordão (SP), contrasta com a percepção predominante dos analistas brasileiros de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – de 1,5% no segundo trimestre – não resultará em uma retomada econômica mais robusta. “Suspeito que o futuro (do Brasil) não seja tão sombrio quanto o que tenho

ouvido aqui”, disse o economista, alegando que a média de crescimento do país é hoje superior à do início da década passada, quando criou o acrônimo Bric. “O Brasil está melhor, e não pior.” Mas, no dia a dia do cidadão que vai às compras, faz contas de quanto pode gastar e paga seus impostos em dia, a realidade é outra. Nas ruas das sete cidades do ABC, considerado o termômetro da economia nacional, há uma realidade econômica, ao que muitos chamam de


Fotos: Camila Bevilacqua

“nota de ambiente de crescimento” – como estabilidade política, expectativa de vida, queda dos índices de corrupção, até uso crescente de computadores e smartphones –, que mostra o claro aumento do poder aquisitivo do morador. Para quem mora na região, a questão é expectativa e qualidade de vida. Mas nota-se que o custo de vida ficou mais alto. Fazer compras, adquirir um bem ou mesmo viver em uma das sete cidades da região custa hoje praticamente o mesmo do que morar em um bairro de classe média alta da capital. Nas compras de alimentos para a manutenção da semana há opções de supermercados e, independentemente do porte, o preço dos produtos está alto. Por exemplo, um pacote de arroz tipo A, considerado da melhor qualidade, está em torno de R$ 13 a R$ 15. Mais do que isso, alugar ou comprar um imóvel na região é de grande dificuldade, sobretudo para quem nunca viveu em alguma cidade da região. Na esteira desse crescimento, observa-se uma série de novidades pelas ruas e avenidas mais movimentadas das sete cidades, a começar pelos automóveis. A percepção de novidades é que muitos trocaram de carro recentemente, pois há centenas de milhares de novos carros circulando na região. Berço da indústria automobilística nacional, o ABC tem, sim, muitos veículos novos. Mas a maioria – cerca de 70% – é financiada, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição

de Veículos Automotores (Fenabrave). Sustentar um automóvel não é fácil, pois na conta do brasileiro os itens manutenção e documentação ainda não figuram no orçamento de muitos condutores. Em muitos casos, a média de gastos semestrais é de 20% do valor do carro, dado o fato de que peças de reposição às vezes chegam a ser mais caras. O proprietário do veículo que não estiver com a documentação em dia está sujeito a dois transtornos: apreensão do veículo ou um gasto a mais ao deixá-lo em casa e gastar tempo e mais dinheiro com o deficitário sistema de transporte público, sem exceção, nos sete municípios. O resultado disso é um salto na taxa de inadimplência dos financiamentos de veículos, que praticamente dobrou entre fevereiro de 2011 (2,8%) e fevereiro deste ano (5,5%). Entretanto, isso não reflete uma situação do passado e não indica uma trajetória explosiva do calote para os próximos meses, concordam economistas e representantes de bancos de financeiras e de fabricantes de automóveis. Os dados são dos últimos três anos, mas é preciso ter a ciência de que o tempo é um grande medidor para que as famílias possam saber lidar com o orçamento, seja ele alto ou baixo. “Fevereiro deste ano foi o pico da inadimplência”, afirma Érico Ferreira, presidente da Acrefi, associação que reúne as financeiras. Ele explica que fevereiro foi um mês ruim, comparado com fevereiro do ano passado, pelo

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Capa

menor número de dias úteis por causa do Carnaval. Além disso, a desaceleração da economia registrada no último trimestre reduziu a capacidade de pagamento. Mas ele ressalta que as providências foram tomadas: financeiras e bancos já apertaram os critérios de concessão de crédito.

Descontrole?

“Não vejo a taxa de inadimplência subindo para 6% ou 6,5% nos próximos meses. A tendência não é explosiva”, afirma o economista Fabio Silveira, sócio da RC Consultores. Ele avalia que o calote subiu por causa de um exagero na tomada de crédito verificada no passado, mas não há descontrole. Dois fatores fundamentam o prognóstico favorável do economista para a inadimplência nos próximos meses: o crescimento do rendimento real e a sustentação do emprego. Também o fato de os consumidores e as instituições financeiras já estarem mais cautelosos na tomada e na concessão do crédito, contribui para a melhora da inadimplência.

Imóvel

A mudança no cenário econômico também pode ser medida pelo número de edifícios comerciais e residenciais levantados nos últimos quatro anos e que estão mudando a paisagem da região. Isso explica o aumento no preço médio do metro quadrado, que entre janeiro e julho deste ano subiu 5,2%, percentual bem maior que a inflação do país, que acumulou no mesmo período o índice de 3,2%, segundo a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo dados do Índice Fipe/Zap, no acumulado dos últimos 12 meses, o preço dos imóveis em São Caetano subiu 9,3% e em São Bernardo e Santo André, 10,5%. A sondagem realizada no mês passado revelou também que São Caetano é o município com o metro quadrado mais caro no ABC e o segundo do estado, com preço médio de R$ 4.940, valor 1% acima que o mês anterior. Em Santo André, o preço médio do metro quadrado ficou em R$ 4.347 (aumento de 1,3% na comparação mensal) e em São Bernardo, 34

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Lojas da rua Oliveira Lima, cada vez mais sofisticadas, crescem com vendas para todos os públicos


R$ 4.116, alta de 0,6% em relação a junho. Seguindo estes valores, caso o consumidor deseje comprar um apartamento de 90 metros quadrados, por exemplo, irá gastar aproximadamente R$ 444.600,00 em São Caetano, R$ 391.230,00 em Santo André e R$ 370.440,00 em São Bernardo.

Tamanho menor

Rosana Carnevalli, diretora do Sindicato da Construção (SindusCon), explica que os municípios do ABC passaram por alteração no código de zoneamento. Com a nova lei, o índice construtivo dos terrenos diminuiu em 50%, para inibir as grandes construções na região. “O preço dos terrenos continuaram os mesmos, mas o aproveitamento da área construída caiu pela metade”, explica. Assim, um prédio que antes poderia comportar 80 apartamentos, atualmente é erguido com apenas 40, apesar do espaço. “O custo ficou maior para manter a taxa de lucro”, diz. O alto preço do metro quadrado também influencia no bolso do consumidor que, ao ver o tamanho da unidade, “coloca o pé no freio” e acaba não comprando. “De 2000 a 2008, o mercado vinha num momento de grandes vendas, mas hoje está descontrolado. Um imóvel que valia naquele período cerca de R$ 200 mil hoje está à venda por R$ 300 mil, e não vale isso”, afirma o diretor do Creci na região, Alvarino Leme.

Centros de compras externos

Aproveitar o sentimento voraz do consumidor do ABC não está restrito apenas aos shoppings. Está também nas mãos dos lojistas que não querem ou não se sentem bem em estar presentes nesses centros de compras. Muitos comerciantes entendem que é melhor aproveitar “o ar livre” e a maior vontade da população em realizar compras nas ruas especializadas. A rua Oliveira Lima e a avenida Portugal, em Santo André, as ruas Marechal Deodoro e Jurubatuba, em São Bernardo, e outras de menor expressão em Mauá, Diadema e em São Caetano ditam o tom das compras dos clientes que, de acordo com o volume de vendas, pode ou não agradar os comerciantes. O fato é que os preços em todos os lugares estão altos, mas a vendas também andam fortemente no campo positivo. Segundo dados da Associação Comercial de São Bernardo, a média de gastos dos moradores gira em torno de R$ 180 à vista, e o valor dobra quando a compra é feita a crédito.

Centros de compras

O ditado diz que a praia do paulistano são os shoppings. Para o morador do ABC, esse conto é verdadeiro. A maior parte das pessoas frequenta um desses centros de compras ao menos uma vez por semana. “Nem que seja para comer um hambúrguer”, comenta a auxiliar de enfermagem Denise Magalhães, do Hospital Mário Covas, de Santo André. E é pensando nisso que as grandes redes de shopping invadiram a região. Ampliação ou construção de novos espaços ditou o tom dos centros de compras fechados, nos últimos três ou quatro anos. A expectativa da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) é de que 73 shoppings sejam inaugurados

Viver no ABC tem preço

Bar e Restaurante

R$

Almoço em restaurante barato

13,57

Almoço em restaurante caro

66,02

Cerveja garrafa Cerveja lata Chope Coca-Cola 2 litros Cafezinho Entrada em boate

6,01 3,29 5,32 4,62 2,67 52,35

Supermercado Leite 1 litro Pão francês (kg) Arroz (5 kg) Açúcar (5 kg) Feijão (1kg) Café (pacote de 500 g)

R$ 2,26 8,48 8,81 5,91 4,53 5,31

Transporte Ônibus Metrô Taxi bandeirada (tarifa normal) Taxi 1km (tarifa normal) Gasolina litro Etanol litro 1 hora de estacionamento na região central

R$ 3,20 3,00 4,10 4,00 2,73 1,91 13,47

Utilidades Internet 6 MB (mensalidade) Diária de faxineira/diarista

R$ 71,42 82,49

Esporte, Lazer e Cultura Ingresso cinema (inteira) Ingresso cinema 3D (inteira) Mensalidade musculação Ingresso teatro Ingresso show nacional Ingresso jogo de futebol

R$ 19,57 27,50 145,81 54,36 108,77 43,32

Moradia Aluguel kitchenette (região cara) Aluguel apartamento 2 quartos (região cara) Aluguel apartamento 3 quartos (região cara) Aluguel kitchenette (região barata) Aluguel apartamento 2 quartos (região barata) Aluguel apartamento 3 quartos (região barata)

R$ 1.386,12 2.268,51 3.088,85 733,18 1.156,42 1.724,57

Educação Mensalidade pré-escola Mensalidade ensino fundamental Mensalidade ensino médio Mensalidade faculdade (curso de administração)

R$ 799,14 771,09 1.103,02 1.142,28

Hotelaria e Motelaria Diária em hotel de luxo Diária em hotel econômico 2 horas em motel de luxo 2 horas em motel econômico

R$ 609,64 118,09 258,16 62,04

FecomercioSP

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Capa em todo o país até o final de 2013, 32 deles ainda neste ano. De acordo com a entidade, a área locável dos novos centros comerciais tem capacidade para aproximadamente 14 mil lojas. Já em 2013, 6.500 delas estarão prontas, o que deve atrair um público médio de 31,4 milhões de visitantes por mês. A percepção de que as empresas construtoras de shoppings estavam de olho no ABC teve início há três anos com a construção de um shopping em São Caetano. Num terreno de 300 mil metros quadrados, no bairro Cerâmica, foi erguido o Park Shopping São Caetano, com investimento estimado em R$ 260 milhões. Na esteira do empreendimento, outros também surgiram. Em São Bernardo, um shopping voltado para as classes C e D foi construído no bairro de Ferrazópolis. No Jardim do Mar, está para ser inaugurado – a previsão é para o mês que vem – o Golden Square, mais voltado para quem tem maior poder aquisitivo. O aumento da concorrência fez com que os tradicionais Shopping ABC e o Grand Plaza, ambos em Santo André, além do Metrópole em São Bernardo, fizessem suas respectivas ampliações. As novas construções e ampliações deram certo. As vendas em shoppings tiveram alta de aproximadamente 8% no primeiro semestre de 2013, ante o mesmo período do ano anterior, segundo informa o presidente da Abrasce, Luis Fernando Veiga.

Famílias endividadas

O número de famílias endividadas recuou, mas o volume das dívidas aumentou. A constatação é de pesquisa da Fecomercio-SP, que mostrou dados sobre endividamento dos brasileiros em 2012, em comparação ao ano anterior. O percentual de famílias com dívidas caiu de 62% para 59% no período, de acordo com o levantamento. Mas o valor médio real da dívida mensal dessas famílias aumentou 7,6%, passando de R$ 1.812 para R$ 1.950. A pesquisa mostrou também que os índices de inadimplência das famílias e de comprometimento de renda média mensal familiar ficaram praticamente estáveis. No indicador contas em atra36

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Rua Jurubatura, centro moveleiro de SBC, promove vários feirões so das famílias, a oscilação foi de 23% em 2011 para 22% em 2012, e a taxa de renda comprometida com o pagamento de dívidas ficou perto de 30%. O estudo da Fecomércio-SP revelou também que a cidade de São Paulo tem o maior volume de dívidas das famílias, com um total de R$ 3,6 bilhões, crescimento de 15% no ano anterior.

Idosos comandam

Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano (Inpes-USCS) revela que 30% das famílias do Grande ABC contam com a renda dos idosos

(pessoas com mais de 60 anos) para pagar as contas de casa. No ano passado, a região tinha cerca de 800 mil residências, sendo que 280 mil com moradores da terceira idade. Do total, 240 mil complementavam pelo menos um quarto do orçamento com a renda dos mais velhos. Para se ter uma ideia da importância da participação da terceira idade no orçamento familiar da região, 102 mil residências dependiam 100% do salário deles e 171 mil precisavam de pelo menos 50% de contribuição dos idosos. Neste grupo estão incluídas casas compostas só por idosos e aquelas em que eles estão presentes.

NA CASA DOS PAIS O coordenador do Inpes-USCS, Leandro Prearo, explica que os mais velhos acabam indo morar nas casas dos mais novos, ou os filhos voltando ao lar dos pais. “Pensando em economia das famílias, isso mostra a importância que a renda dos idosos tem. A maioria da região conta com ela.” Ele acrescenta ainda que há uma troca natural, muito mais por carinho e cuidado com os parentes do que propriamente servir como apoio financeiro. “Por outro lado, esse idoso está recebendo suporte social. Está amparado emocionalmente. Tem suporte de atenção à sua saúde morando junto com os filhos.” Mas a pergunta que fica é: o morador está preparado para essa nova mudança? Particularmente àqueles que vivem na região, a vida reserva literalmente o melhor e o pior de dois mundos. Há os benefícios, mas também as mazelas da vida absolutamente urbana das metrópoles e, simultaneamente, os benefícios e mazelas da vida na maior área natural da região metropolitana de São Paulo. A região é rica em opções de lazer, desde parques, bares, restaurantes, ecoturismo, esportes de lazer. As opções culturais são, também, bastante generosas, perfazendo nos sete municípios uma gama completa de múltiplas temáticas. Entretanto, há um contraditório que redunda em deficiência dos pontos fortes que impulsionam o avanço. Na ponta desses entraves está a morosidade com os pontos que são reivindicados como a vocação para o turismo, tanto ecológico quanto de lazer e, principalmente, de negócios.


Meio ambiente

Lápis que vira semente

Divulgação

Acessório pode ser “plantado” quando sua vida útil chega ao fim

O Instituto Acqua, pioneiro na iniciativa no Brasil, distribui o lápis em todas as atividades que promove

O

Redação - redacao@leiaabc.com

desmatamento já é uma preocupação constante dos ambientalistas e lideranças governamentais de todo o mundo há anos. Mesmo assim, a situação se agrava cada vez mais. Um estudo feito pela organização Conservação Internacional avaliou as dez áreas florestais mais ameaçadas do mundo e classificou a Mata Atlântica na quinta posição: restam apenas 8% da vegetação original no território brasileiro. Os principais problemas estão associados à urbanização de São Paulo e do Rio de Janeiro. A reciclagem tem sido muito abordada nas salas de aula. Agora até os lápis terão uma nova função: são também sementes. Nos Estados Unidos, um grupo de estudantes do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Cambridge, tornou real, por meio de financiamento coletivo, a ideia de plantar os lápis quando estes terminam.

Lá, o lápis-semente é chamado Sprout, e ficam encapsuladas várias sementes na ponta oposta ao grafite. Assim, quando está pequeno, pode ser colocado na terra. Dessa forma, a cápsula se dissolve e inicia-se o processo de germinação de tomate, salsa, alecrim, coentro ou margaridas. Os inventores do lápis advertem: “O Sprout não sabe a diferença entre água intencional e acidental. Se você costuma morder seus lápis, essa pode ser uma boa hora para acabar com esse mau hábito”.

Criado em Ribeirão Pires

No Brasil, a experiência de conscientização ambiental ocorreu na cidade de Ribeirão Pires, mais precisamente pelas mãos do Instituto Acqua. A iniciativa, criada há dois meses, é um lápis normal que em uma das suas extremidades contém um recipiente com sementes de flores. O lápis pode ser usado normalmente para escrever até que não seja

possível apontar mais. Ele então deve ser enterrado com a ponta onde está o recipiente sendo colocada na terra. Se plantado de forma adequada, o lápis fará nascer flores. O Instituto Acqua produziu cerca de três mil lápis e, desde então, os distribui em todas as atividades promovidas pela instituição. Cada lápis é colocado em um envelope que contém as explicações para o plantio. A intenção do instituto é promover ações, no início da primavera, para que sejam feitos plantios coletivos em áreas a serem definidas. “Temos como política de trabalho a realização de ações que despertem na população noções de cidadania e a responsabilidade de cada um para um mundo cada vez melhor. O ‘lápis semente’ é mais um produto pensado para ganhar a adesão da sociedade na preservação do meio ambiente”, afirma o diretor-presidente do Instituto Acqua, Ronaldo Pepe Querodia. | Setembro de 2013 37


Educação

Porta de entrada Ministério da Educação disponibiliza vagas gratuitas para cursos técnicos; região do ABC tem opções do ensino Agência Brasil e Lívia Sousa - livia@leiaabc.com

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Fotos: Mario Cortivo

Q

uatro anos após lançar o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ferramenta on-line que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior por meio do desempenho obtido no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Ministério da Educação (MEC) volta a divulgar um programa similar. Desta vez, o foco do governo é o Sistema de Seleção Unificada para Cursos Técnicos (Sisutec). Apresentado no início do mês de agosto, o Sisutec disponibilizou exatas 239.792 vagas para diversas áreas e instituições – públicas e particulares –, a serem preenchidas ainda neste semestre, sendo 85% delas destinadas aos alunos de escolas públicas e bolsistas integrais em instituições privadas. “Quem já está no mercado de trabalho sabe que se fizer o curso cresce mais rápido, melhora o salário e a carreira. Outros que querem entrar no mercado têm uma excelente opção”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, na ocasião da apresentação oficial do programa. Realizadas no mesmo mês, as inscrições para o Sisutec registraram 383.080 candidatos, que puderam selecionar dois cursos distintos como opção. Técnico em segurança do trabalho, informática e enfermagem foram as áreas mais procuradas, com 89.656, 71.850 e 63.976 inscrições, respectivamente.

Qualidade de ensino e mercado de trabalho Os alunos são unânimes em dizer que estão satisfeitos com a qualidade de ensino oferecida pelo espaço. Fernanda Melero Motta mora no Jardim Hollywood, em São Bernardo, e é uma das alunas da Etec Jorge Street. Segundo a estudante de 17 anos, a infraestrutura atende a todas as expectativas. “Temos vários laboratórios disponíveis, todos com bons computadores”, diz. Para Richard Di Genova Rodrigues, também de 17 anos, os professores são bem preparados e o ritmo de aprendizado é puxado, motivo que o levou a ter dificuldades para se adaptar no início do curso, mesmo depois de ter frequentado uma escola pública de boa qualidade. “Saio daqui satisfeito, não foram três anos jogados fora”, declara ele, que mora em São Caetano do Sul. Prestes a terminar o curso técnico em informática, o estudante já tem previsão de emprego para dezembro. Com a área de informática cada vez mais ampla e carente de profissionais qualificados, o diretor Graminhani afirma que as oportunidades no mercado aparecem para os alunos das duas modalidades. No técnico modular, por exemplo, dois a três estudantes por turma já saem da Etec com emprego garantido. “No início de carreira, o salário varia de R$ 600 a R$ 800 reais. Depois, com algum tempo de mercado, esse valor pode chegar a R$ 2 mil, 3 mil.” Mesmo com os elogios, Richard diz que alguns pontos podem ser melhorados. “Acho que o único erro do curso é o fato de ter algumas linguagens de programação um pouco antigas, que acabam se perdendo e poderiam ser trocadas por linguagens mais atuais. De qualquer forma, as linguagens são satisfatórias para o mercado de trabalho.”


ao mercado Renê Graminhani diz que muitos alunos saem empregados

As vagas remanescentes serão oferecidas por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), sem a obrigatoriedade do Enem 2012 como parte do processo seletivo.

Sisutec é mais uma alternativa do governo federal para os jovens que não desejam fazer ensino superior

Richard, Ana Flavia e Bruno: informática integrada ao ensino médio

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Educação Oportunidades no ABC

Quem procura por cursos técnicos gratuitos na região tem duas conhecidas opções. Uma delas é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que no ABC oferece, entre outras modalidades, as especialidades de técnico em plástico, cerâmica, química, eletromecânica e automação industrial. Nos locais, a carga horária de ensino varia de 900 a 1.500 horas e os estudantes têm contato direto com equipamentos e laboratórios. Assim como o Senai, as Escolas Técnicas Estaduais (Etec) também disponibilizam cursos relacionados à indústria, como mecatrônica e manutenção automotiva, e funcionam como opção adequada a quem pretende entrar no mercado de trabalho mais rápido. Os interessados pela área de informática podem recorrer à Etec Jorge Street, em São Caetano do Sul, onde encontram o curso tanto na versão modular, com um ano e meio de duração, quanto na integrada ao ensino médio, de três anos. Renê Graminhani, diretor da unidade, afirma que a disputa por uma oportunidade de aprendizado é acirrada. “Oferecemos 40 vagas semestrais para o curso modular e 40 vagas anuais para o curso integrado”, diz. Segundo ele, a maior procura se dá sempre no início de cada ano, chegando a oito candidatos por vaga. Já no segundo semestre, a demanda cai pela metade. Ana Flavia Oliveira, de 17 anos, conseguiu chegar ao objetivo desejado e hoje está no último semestre do curso técnico em informática integrado. “Escolhi informática porque acho uma área importante e que você tem que saber pelo menos o básico para conseguir um bom emprego. Vi que muitas pessoas faziam só o curso técnico, conseguiam entrar no mercado e depois se aperfeiçoavam em uma faculdade”, afirma a moradora da Vila Alpina, em São Paulo. Apesar de serem conhecidos como uma introdução ao ensino superior, há quem garanta que os cursos técnicos vão mais além. Caroline Oliveira Molina, de 40

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Fernanda, Ricardo e Caroline: boa qualidade de ensino e infraestrutura

Entraves e benefícios Os alunos garantem que estudar é caro, mesmo em escolas gratuitas. Eles não se isentam de alguns gastos como alimentação, transporte e materiais didáticos, o que, conforme alguns afirmam, pode afastar outras pessoas também interessadas a ingressar nos cursos técnicos. “Para algumas pessoas é acessível, mas outras não têm recursos financeiro para manter isso. Só com alimentação gastamos cerca de R$ 200,00 por mês; com transporte mais R$ 100,00, valor que pode ser ainda maior quando se pega ônibus, metrô e trem”, explica Richard. Outro ponto discutido pelos estudantes é a falta de divulgação dos cursos técnicos ao público. “Os cursos são bons, mas não são muito divulgados nem comparados às universidades. Não vejo muitos anúncios e propagandas na televisão. Eu mesmo soube por outras pessoas”, diz Fernanda. No caso do ensino integrado, o estudante Bruno Salerno Rocha, de 17 anos, acredita que o fato de passar praticamente o dia todo na escola pode assustar alguns candidatos. “Isso é só no começo. Depois a gente acostuma”, garante. Por ter com uma duração maior, a ideia inicial é de que a faculdade irá oferecer uma especialização completa. No entanto, o diretor da Etec Jorge Street cita a cobrança da postura profissional dos alunos ainda durante sua formação. “No curso técnico, o estudante se torna um profissional e sai daqui puro, sem vícios, e isto é um quesito que é muito procurado pelo mercado. Ele terá um comportamento diferenciado na indústria, já que passou por aulas de ética e cidadania durante o curso técnico. Além do conhecimento da área, ele vai saber se portar da maneira que a indústria deseja”, esclarece.

19 anos, é uma das pessoas que fizeram o caminho inverso: primeiro a estudante, que mora em Ribeirão Pires, se matriculou na graduação de Sistemas da Informação e somente depois de seis meses procurou o curso modular. “Pensava que o técnico era uma amostra da graduação, mas muito dos conteúdos que aprendo aqui ainda não vi na faculdade”, diz ela, que daqui a quatro meses vai concluir este ciclo e não se arrepende da escolha que fez. As lacunas deixadas pela gradu-

ação fizeram Ricardo Piccelli procurar novamente o curso técnico em informática. Formado em ciências da computação e atualmente com negócio próprio, o andreense de 29 anos chegou a passar pelo processo seletivo há alguns anos, mas não foi aprovado. Hoje, assume ter sido influenciado pela propaganda das universidades. “O conteúdo apresentado pelo curso técnico é excelente. Deveria ter tentado novamente, em vez de ir direto para a graduação.”


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O assunto é... POLÍTICA

A única mulher em plena pré-campanha Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com

Em busca de mais um mandato para a Assembleia Legislativa, a deputada Ana do Carmo (PT) se diz empenhada em fazer seu trabalho para conquistar mais uma eleição. Única representante feminina do ABC no parlamento estadual, ela se diz ressentida com a falta de mais mulheres na política.

A senhora é praticamente uma “voz solitária” das mulheres na região, haja vista que são poucas as mulheres que tentam a política. Qual é o peso dessa responsabilidade? É uma responsabilidade enorme. Infelizmente, somos poucas na Assembleia – apenas 12 mulheres entre os 94 parlamentares. Portanto, é um peso muito grande diante do número de deputados na Casa e diante de toda a população do Estado de São Paulo. Sem contar que, antes de sermos deputadas, somos esposas, mães e, muitas vezes, donas de casa. É preciso que haja mais espaço na política para a mulher, mas também é preciso que elas se interessem mais, sejam candidatas. O ABC está com muitos problemas de mobilidade urbana, por exemplo, que

Camila Bevilacqua

A senhora caminha firme a fim de se eleger para o quarto mandato? Ana do Carmo – Sigo empenhada com meu trabalho na Assembleia Legislativa, neste terceiro mandato. No ano que vem vamos encarar, se Deus quiser, mais uma eleição. É a minha vontade e, pelo que ouço, a da militância e do “povão” nas ruas.

Infelizmente, somos poucas mulheres na Assembleia 42

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não basta apenas o trabalho do prefeito para resolver. Também é preciso uma interlocução do parlamentar estadual ou federal, para requisitar verbas do estado ou da União. Qual é o seu papel nisso? Eu, assim como toda a bancada do PT na Alesp, trabalho com afinco para a chegada de investimentos na nossa região. Entretanto, o governo do estado deixa muito a desejar no que tange às nossas emendas parlamentares. Temos um papel dificultado, muitas vezes travado, por conta de questões partidárias. Em breve, graças ao esforço do prefeito Luiz Marinho, em São Bernardo, e da presidente Dilma teremos a chegada do metrô ao ABC. Ser deputado estadual é... Poder representar o “povão”, a base. Uma satisfação imensa, gratificante, mas também com responsabilidade igual. A senhora tem viajado muito pelo estado. Isso demonstra que a sua atividade política não fica circunscrita ao ABC.

É possível explicar como dimensionar seu trabalho no estado? Desde que deixei meu quarto mandato na Câmara de São Bernardo e passei a ser deputada estadual, tive que acompanhar o estado como um todo. Afinal, esse deve ser o papel de um deputado. Há o reduto eleitoral de cada um, mas não se pode deixar de atender à população paulista como um todo. Temos lutas pela população em diversas cidades. E é isso que justifica o voto de confiança que foi dado pelos eleitores não só de São Bernardo e do ABC, onde vivo, mas de outros municípios também. Os projetos de lei e bandeiras que meu mandato defende também são amplos, não se enquadram em determinada região ou cidade. Falar de mapeamento de áreas de risco, presença de psicólogos e assistentes sociais no ensino estadual ou mesmo da importância dos alimentos orgânicos na mesa do povo paulista é muito mais amplo do que uma cidade ou região apenas. A sua base eleitoral ainda é em

São Bernardo? Com certeza. É onde construí minha trajetória, meu trabalho e onde moro até hoje, na mesma casa, inclusive. Tenho trabalho em diversas outras cidades do interior e litoral, mas minha história é fixada na cidade. É possível emitir uma opinião sobre as políticas do governo estadual nas bases onde a senhora atua? É um governo fraco, que privilegia determinados setores da sociedade. Como achar normal um pedágio caríssimo, trens e metrô lotados e com evidentes escândalos? A agricultura do nosso estado virou uma vasta plantação de cana. Nosso patrimônio público tem sido dizimado, com privatizações absurdas, além de investimentos pífios nas áreas de educação e saúde. Falando especificamente da nossa cidade e região, basta ver o quanto o governo federal, na figura da presidente Dilma Rousseff, tem se empenhado em investimentos. Falta o estado fazer a parte dele.

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Fotos: Divulgação

Turismo

O “fim do mundo” é na

Patagônia argentina Ushuaia, uma das últimas cidades argentinas antes do estreito de Magalhães, a mil quilômetros da Antártida, é simplesmente o máximo Especial para Leia abc Thais Sabino

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iajar ao “fim do mundo” tem um lado lúdico e a cidade mais ao sul da Patagônia argentina atrai turistas do mundo inteiro ano após ano. Mas pensar que a infraestrutura de Ushuaia faz jus ao nome seria no mínimo injusto. É certo que a cidade está a cerca de 1.000 quilômetros da Antártida – de onde partem cruzeiros e expedições para a região – mas a Terra do Fogo conta com hotéis aconchegantes, lojas com especialidades variadas, restaurantes típicos, bares e serviços ao turista. Ushuaia tem um índice de criminalidade baixíssimo. Por isso, é comum as casas serem construídas com 44

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O que visitar? A cidade em si já é uma atração pela arquitetura e o comércio – especialmente para turistas estrangeiros – e pela duração do dia durante o verão que tem sol até as 23 horas ou mais. Os restaurantes de frutos do mar – o King Crab é a especialidade da cidade –, churrascarias e pizzarias atendem a todos os gostos. Na região central, ainda é possível conhecer o Museu Marítimo e o Presídio da Cidade de Ushuaia, com ingresso por 70 pesos argentinos. Mas as principais atrações ficam nos arredores da cidade. Um dos passeios imperdíveis é o Parque Nacional da Terra do Fogo. Saem vans na parte da manhã de um estacionamento ao lado da estação de ônibus, com venda de passagens de ida e volta. A entrada ao parque custa 80 pesos argentinos e a atração conta com trilhas, vegetação típica, lagos e o Canal de Beagle. Para quem tem condicionamento físico e disposição, o ideal é descer na primeira parada da van e percorrer o parque por uma trilha de cerca de cinco horas com diversos pontos de parada que proporcionam vistas maravilhosas da Terra do Fogo. É importante levar lanches e água, pois não existem comércios no percurso. Outra atração de Ushuaia é o Glaciar Martial, centro de esportes de neve no inverno. Para chegar ao local, o ideal é pegar um táxi na cidade, pois o trajeto de sete quilômetros é íngreme e pode atrapalhar o desempenho nas demais atrações do parque. No verão, quando os termômetros costumam marcar 5° C, o teleférico, as trilhas e vistas para todo o entorno são as principais atrações. As partidas do teleférico acontecem às 10h30 e 15h30 e custam 50 pesos argentinos. Existem também trilhas pelas montanhas que cercam Ushuaia. Ao final da avenida San Martin, é possível acessar a entrada delas e o caminho é marcado por cordões vermelhos e amarelos. Os trajetos são cercados por árvores e cruzados por pequenos córregos formados pelo derretimento da neve. É importante estar com todas as informações à mão, alimentos e bebidas em uma mochila ao iniciar o trajeto, além de usar calçados próprios para neve. As trilhas não têm acompanhamento de guia e a entrada é gratuita.


Temperatura média na região gira em torno de 3ºC e é possível realizar todo tipo de passeio durante o ano, segundo moradores portões baixos e até mesmo sem qualquer barreira entre a rua e a porta de entrada da residência. Para chegar ao destino, partem voos diariamente de Buenos Aires por um preço médio ao longo do ano de cerca de R$ 650, com picos nos preços para a temporada de inverno. No verão, as temperaturas ficam entre 5°C e 16°C geralmente durante o dia e de 0°C às temperaturas negativas durante a noite. No inverno, os termômetros ficam abaixo de zero e a cidade fica coberta por neve, sendo destino de praticantes de esqui, snowboard e outros esportes similares. Seja verão ou inverno, Ushuaia tem vento constante e o sol é bastante agressivo. Portanto, é essencial o uso de casacos corta- vento, luvas e protetor solar. A cidade é formada por terrenos cheios de aclives e declives e os tênis e botas são os mais indicados para caminhar. Além disso, chapéus e tocas fazem parte dos itens importantes para se conhecer o fim do mundo de forma confortável.

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Mais que um vício Presente em dois a cada dez brasileiros, o alcoolismo é, sim, uma doença e pode ser facilitado por herança genética

A

Lívia Sousa - livia@leiaabc.com

s descobertas da pré-adolescência deram lugar a um problema que a auxiliar de enfermagem A.P., 52 anos, enfrenta até hoje. Aos 11 anos, a curiosidade fez esta moradora de São Bernardo – que pediu anonimato – ingerir um litro de licor em casa. “As bebidas ficavam à mostra. Tomei o licor e tive meu primeiro porre”, lembra. Rodeada de parentes apreciadores de bebidas alcoólicas, do irmão dependente da bebida e do pai, que à época havia parado de beber, a experiência precoce serviu de alerta aos 46

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familiares da paciente atualmente em recuperação. A.P. faz parte dos 16% de brasileiros que consomem quantidades nocivas de álcool. De acordo com a segunda edição do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, realizado pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no Brasil duas em cada dez pessoas apresentam critérios para abuso e/ou dependência de bebidas alcoólicas. Assim como a auxiliar de enfermagem, o publicitário A.C., 30 anos, também desde cedo conviveu em um ambiente em que o álcool se fazia presente. Com tios e o avô materno alcoólatras, além de um “tenso cenário familiar”, o também morador de São Bernardo passou parte da infância observando o movimento do bar administrado pelo avô paterno. “Perceber a euforia dos clientes me fazia ter vontade de pertencer ao mundo do

Fotos: Camila Bevilacqua

Saúde

homem adulto. Comecei a beber “profissionalmente” aos 13 anos, com os amigos”, declara. A probabilidade de o alcoolismo se desenvolver cresce quando é geneticamente determinada. Assim, quem tem familiares de primeiro grau alcoolistas já inicia a vida com no mínimo 30% mais chances de ser um alcoólatra no futuro. Compartilhar do ambiente facilitador do uso de álcool, mesmo sem histórico do problema entre pais ou irmãos, também eleva esta propensão. O alcoolismo vai além de um vício adquirido cada vez mais cedo e é considerado uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que, de acordo com a entidade, é responsável por cerca de 4% do total de óbitos mundiais e supera enfermidades infectocontagiosas como Aids e tuberculose. “Quase tudo o que se pensa em saúde pode ser produzido ou facilitado pelo abuso do álcool e em cada in-


divíduo a evolução assume características peculiares. Há pessoas nas quais tudo vai bem, exceto a memória. Em outros, todos os órgãos são atingidos e causa gastrite, cefaleia, desnutrição e vários prejuízos”, afirma Carlos Salgado, psiquiatra e membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead). Mesmo com os homens entre a maioria dos doentes, as mulheres têm reforçado presença neste quadro. Para Arthur Guerra, presidente-executivo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) e médico psiquiatra e especialista em dependência química do Grea – Programa do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas da Universidade de São Paulo (USP), as mudanças nos papéis sociais e o incremento da força de trabalho feminina justificam a observação. “Entre elas, os problemas de consumo de álcool também são relacionados ao enfrentamento de emoções negativas causadas com o acúmulo de funções”, explica.

Persistência Dizer não ao álcool é tão essencial quanto aceitar ajuda e admitir o problema a si mesmo. Depois de ceder a duas recaídas antes de manter recuperação estável, o publicitário A.C. decidiu que era hora de parar. “Com nove meses de AA, eu não queria renascer. Voltei ao grupo, fiquei mais seis meses e não consegui controlar a bebida durante uma viagem. Percebi que isso iria me matar”, diz. Para os dois dependentes, que fazem parte de grupos distintos de Alcoólicos Anônimos em São Bernardo do Campo, os efeitos causados pela abstinência da bebida apareceram rápido. A.C., por exemplo, perdia o equilíbrio enquanto caminhava e conseguiu controlar a característica com visitas frequentes ao grupo de autoajuda. Já a auxiliar de enfermagem A.P. teve tremores, ansiedade, nervosismo e insônia, o que foi superado evitando locais com a presença de bebidas alcoólicas. “Pensei em desistir quando passei a sentir tudo isso, mas a vontade de ficar sem beber era maior. Sigo firme no AA até hoje e não coloco um gole de álcool na boca há 24 anos. Não há melhor sensação no mundo que falar ‘eu não bebo’. Prefiro não me separar do grupo, pois o apoio que recebo dos colegas me ajuda muito”, comemora. Apesar dos obstáculos, A.C. garante que é possível dar um basta à bebida. “Indicar o AA a alguém e a pessoa aceitar ir a uma reunião é a mínima admissão de que se tem problema. É como plantar uma semente: se tiver abertura, mesmo pequena, ela cairá em um solo fértil. Depois de ir ao AA uma única vez, você nunca mais bebe sossegado”, aconselha o publicitário, que há cinco anos seguidos se mantém longe do vício.

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Saúde Perda de controle

“Você não começa tomando um litro de bebida, mas começa aos poucos e vai aumentando”, afirma A.P., que vivenciou o auge do alcoolismo ainda jovem. Divorciada, deixava os três filhos aos cuidados de familiares e amigos para ir aos bares à noite. Passada a euforia, a auxiliar de enfermagem deu início ao processo de isolamento e, em casa, tomava antidepressivos misturados com bebida alcoólica. “Bebia quatro litros de vinho, vodca ou pinga e, na falta disso, cheguei a fazer caipirinha com álcool puro”, revela, afirmando ainda que castigava os filhos na tentativa de consumir bebidas sem seus olhares reprovadores. Já diagnosticado com alta ansiedade, os efeitos do álcool fizeram o publicitário A.C. ter perdas materiais, acidentes automobilísticos e deixá-lo mais irritado e confuso. Apesar de não fazer do profissional liberal um típico bebedor causador de vexames, o efeito produzido pela substância em seu psicológico era altamente depressivo. “O problema cresceu com o nascimento do meu filho, com a morte do meu irmão e era calado com o álcool. Meu universo mental se deteriorou, a aflição interior ficou grande e cheguei a ter pensamentos suicidas. Procurei psiquiatras, fiz terapia e tomei remédios tarja preta, mas ninguém diagnosticava que a bebida era a vilã desta piora”, diz.

Pedido de socorro

A Organização Mundial da Saúde (OMS) limita o consumo de álcool a 30 gramas diários (o equivalente a até três copos de chope) às pessoas saudáveis. Mais que a quantidade ingerida, Carlos Salgado atenta para as reações que a substância traz ao indivíduo e alega não haver estágios exatos para um fenômeno gradativo em evolução. “No geral, há casos leves, moderados e graves do alcoolismo, mas isto é arbitrário. Para alguns, os danos surgem primeiramente do ponto de vista físico; para outros, no trabalho e na vida sexual, acadêmica e social. Os prejuízos costumam ser percebidos pri48

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São poucas as pessoas que procuram tratamento, porque sempre acham conseguem manter o controle, mas, quando se enxergam, já perderam a noção e os sentidos

meiro por familiares e outros circunstantes e muitos alcoólatras gastam dez anos para mostrar um diagnóstico claro”, explica o psiquiatra. A doença ainda não conta com uma solução eficaz, mas A.P. e A.C. conseguiram permanecer longe das bebidas quando passaram a frequentar o Alcoólicos Anônimos (AA), grupo de autoajuda com reuniões semanais para a troca de experiências e informações entre dependentes da bebida. Quem tem o problema resiste à ajuda imediata. Apresentado pelo irmão, o AA passou a fazer parte da rotina de A.P. somente quando a auxiliar de enfermagem completou 28 anos. “Pensei que eles estavam ali para fazer uma espécie de lavagem cerebral. O basta veio quando minha filha mais velha abriu a porta do banheiro, me viu tomando remédios com bebida e disse que, se não parasse, eu morreria”, confessa. O publicitário A.C. também passou por experiência semelhante quando compareceu à reunião de Narcóticos Anônimos (NA) a pedido de um amigo, mas desistiu de continuar por não se identificar com os casos apresentados pelos companheiros. “A mente não te deixa reconhecer que é um alcoólatra e a falsa ideia de que o alcoólatra é quem vive sujo na rua também dificulta esta aceitação. Até ter consciência disso, a pessoa continua bebendo”, desabafa ele, que entrou para o grupo após sugestão de internação pela psiquiatra que o diagnosticou com a doença.

Grupos de AA no Grande ABC DIADEMA Grupo Piraporinha Pça. Bom Jesus de Piraporinha, 91 - Sala 2 Grupo Diadema Av. Alda, 65 - Sala 9 - 1º andar - Centro Grupo Sexto Passo R. Polônia, 51 - Taboão MAUÁ Grupo Mauá R. Dr. Getúlio Vargas, 182 - Fundos Vila Guarani RIBEIRÃO PIRES Grupo Ribeirão Pires Rua Ricardo Cecchi, 2 - V. Nova Fortuna SANTO ANDRÉ Grupo Santo André Av. Artur de Queirós, 976 - B. Casa Branca Grupo 10 de Março R. Cel. Alfredo Fláquer, 150 - 1º andar - Sl. 01 Grupo Vila Linda R. Rolândia, 115 - Jardim Alvorada Grupo Parque das Nações R. do Oratório, 1620 - Sl. 6 - Fundos Grupo Vila Luzita Estr. do Pedroso, 425 SÃO BERNARDO DO CAMPO Grupo Primeira Tradição R. Cristiano Angeli, 872 - Assunção Grupo Quinta Tradição R. Vitória Maria Médici Ramos, 295 - Assunção Grupo Farina R. Sétimo Guazzelli, 113 - Baeta Neves Grupo São Bernardo R. Jurubatuba, 1109 - Sala 11 - Centro Grupo Ferrazópolis R. Nossa Sra. da Boa Viagem, 559 Grupo Rudge Ramos R. Maurício Jacquey, 222 SÃO CAETANO DO SUL Grupo São Caetano R. Perrella, 326 - Fundação Grupo Nova Gerty R. Nelly Pellegrino, 146


Cidade de Diadema possui a maior demanda por profissionais da saúde na região e foi a única a não se cadastrar Redação - redacao@leiaabc.com

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os 88 médicos pedidos pelas sete cidades do ABC na primeira chamada do programa Mais Médicos, só três vão começar a trabalhar nas primeiras duas semanas de setembro, um em São Bernardo, um em Ribeirão Pires e outro em Santo André. O primeiro, uma médica, brasileira, começou a clinicar na UBS do bairro Batistini, em São Bernardo. O profissional que vai atuar em Ribeirão Pires se apresentou para trabalhar na USF (Unidade de Saúde da Família), no bairro IV Divisão. Já em Santo André, o médico iniciou as atividades na primeira semana deste mês. Os outros quatro médicos começam o trabalho em São Bernardo (mais dois), Rio Grande da Serra (um) e Santo André (um) até o dia 16. “Em Mauá, a vinda destes profissionais para as unidades ajuda antecipar as metas do quadriênio e terá impacto

Mais médicos

chegam à região importante na estrutura do sistema municipal de saúde”, avalia a assessora de gestão da saúde da secretaria municipal, Ana Figueiredo. A defasagem de médicos para atuação nas regiões de periferia da cidade levou a Prefeitura de Mauá a solicitar a maior demanda da região no Programa Mais Médicos do governo federal. Ela estima ainda receber 46 profissionais generalistas para suas unidades de atenção básica à saúde. O município de São Caetano cancelou o pedido de dois médicos feito para o programa, por já ter um número suficiente de profissionais na cidade, segundo a prefeitura. Pelo tamanho que tem e pela quantidade de habitantes, a cidade não precisa de mais médicos, afirma Marcos Sérgio Gonçalves Fontes, presidente da APM do município, que tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano do país. Diadema vai demorar mais para receber médicos, pois só conseguiu se inscrever na segunda fase das inscrições.

Críticas continuam Como não é novidade, grande parte da categoria é crítica em relação ao programa. Sandra Cayres Naufal, diretora de Defesa Profissional da APM São Bernardo e Diadema, explica que a saúde pública enfrenta problemas crônicos, como condições de trabalho precárias, falta de plano de carreira e salários incoerentes. Os médicos estão mal distribuídos, procuram ambientes onde poderão exercer melhor a profissão, e isso dá a falsa impressão de que faltam médicos, quando, na realidade, falta gestão, afirma a oftalmologista. Favoráveis aumentam O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o Advogado-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, rechaçaram, em debate na Câmara dos Deputados, a avaliação apontada pelos críticos, que comparam as condições de trabalho dos profissionais contratados no programa às de escravidão.

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Tech

Não permita que invadam seu website Luiz Paulo Bellini Junior é especialista em marketing digital com ênfase em Search e Analytics. É sócio da AW Digital (bellini@awdigital.com.br). Quais são os temas que você mais gostaria de ler aqui? Envie um email com sua opinião.

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este espaço, no mês passado, debatemos o assunto de ciberespionagem – muito em voga no primeiro semestre do ano. Como desdobramento do tema, nesta edição tratarei de algo mais micro, porém consideravelmente perigoso para as empresas brasileiras: falha de segurança em aplicações web. As falhas de segurança sempre existiram e sempre existirão, mas o volume de invasões tem crescido no mesmo ritmo que a evolução dos “selos de segurança”. Para se ter uma ideia do perigo, em 2012 o website da Site Blindado foi invadido por crackers – indivíduos que praticam a quebra (cracking) de um sistema de segurança. Uma empresa que oferece serviço de proteção em websites não conseguiu proteger a si mesma. O que diria José Simão nesta situação? Estamos no “país da piada pronta”. Um interessante artigo intitulado “O próximo site invadido será o seu” (Dennes Torres) demonstra em detalhes as falhas de programação que geram graves brechas de segurança. O motivo principal é a falha de Injeção de SQL – aquela que se aproveita de erros em sistemas que interagem com bases de dados via SQL. A “injeção” ocorre quando o invasor consegue inserir instruções em uma área de entrada de dados, ou seja, uma área de login, por exemplo. Então, dado o contexto acima, o que as empresas podem fazer para solucionar este problema e qual é o papel dos programadores a respeito?

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Luiz Paulo Bellini Junior* bellini@awdigital.com.br

No que tange às empresas, o primeiro passo é simples: verificar se na proposta de criação e desenvolvimento web consta o item “segurança contra invasão”, ou algo similar. Existem diversos sistemas com versões gratuitas (e boas) para verificação de padrões mínimos de segurança. Um deles é o Nessus (Nessus.org). O segundo passo é adquirir um selo de segurança que dê garantias em caso de invasão. Por último, para projetos que necessitam de um nível maior de cautela, recomendo investir em uma consultoria especializada que implemente a segurança e dê manutenção – este é o caso de projetos que lidam com informações de terceiros, como empresas que mantêm dados pessoais e confidenciais de clientes. O investimento inicial é maior, mas é recompensador no longo prazo. Ainda, se algo acontecer, há um terceiro envolvido (o prestador do serviço) para dar suporte emergencial. No terreno dos programadores, encontramos algo mais espinhoso, pois existem dois tipos: o primeiro é aquele que descobre o erro e avisa (ou tenta avisar) a instituição. Caso esta não responda, o caso é colocado na mídia – como aconteceu com a Telefônica em 2009, quando Vinícius Camacho Pinto descobriu que uma falha no site da empresa expunha o banco de dados com informações de clientes, tornando as mesmas passíveis de serem exportadas por criminosos. “Normalmente uma empresa multinacional dificilmente atende hackers”, comentou Vinícius à época. Por isso, ele resolveu notificar a imprensa. Após isso, a Telefônica resolveu o problema em poucas horas. O outro tipo é o criminoso de verdade. Como principal característica, este não faz parte da comunidade de segurança da informação. Ele circula pelo universo underground, ou na deep web, trocando informações pelos fóruns IRC (Internet Relay Chat) – protocolo de comunicação utilizado como bate-papo e troca de arquivos, permitindo a conversa em grupo ou privada. Há indícios de redes de criminosos que utilizam o IRC para se organizarem. Por isso, cuidado. Caso você seja uma empresa, siga os passos recomendados acima. Caso você seja um programador, não vá para o “Lado negro da Força”.


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Moda&Beleza

Fotos: Mario Cortivo

Cresce a procura dos homens por clínicas estéticas, diz a consultora Fabricia(a direita), da Onodera de São Bernardo

Eles se cuidam cuidam Elestambém também se Conhecidos como metrossexuais, homens recorrem a produtos e tratamentos em busca da boa aparência e ganham apoio do público feminino

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Lívia Sousa - livia@leiaabc.com

homem atual não tem mais receio em dizer que gasta dinheiro para ficar bonito e se sentir bem. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil R$ 80 milhões são desembolsados todos os anos pelos metrossexuais, assim chamados os homens que se preocupam e gostam de cuidar da aparência. Os metrossexuais não abrem mão de frequentar clínicas de estética, fazer massagem, aplicar cremes e loções e se depilar. Se há poucos anos fazer parte do grupo causava certa rejeição pela sociedade, hoje assumir ser um

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deles é cada vez mais comum e apoiado por muita gente, inclusive pelas próprias companheiras. “Por questões culturais, era difícil ver um homem se submeter aos tratamentos de estética. Muitos iam às clínicas escondidos, agora as esposas trazem os maridos e alguns vêm até sozinhos”, afirma Fabricia Karina Bianchini, consultora da clínica Onodera Estética, em São Bernardo do Campo. Segundo a profissional, a falta de divulgação ajudou para que a procura pela beleza ficasse por tanto tempo somente entre as mulheres. Antes tarde do que nunca, o falso paradigma foi quebrado e abriu os olhos do mercado, que passou a oferecer e a lucrar com opções diversificadas de produtos específicos para este público. Uma pesquisa realizada pela consultoria Nielsen comprova o feito e mostra que 37% do volume de vendas das categorias de higiene e beleza está relacionado a produtos para homens. Ainda de acordo com o documento, esses mesmos produtos marcam presença em 75% dos lares brasileiros.

O que eles procuram

Um corte de cabelo moderno, uma barba benfeita, um perfume marcante e algumas horas de exercícios nas academias já não são mais suficientes aos homens que querem manter a aparência impecável. Eles desejam mais e, para complementar os bons resultados proporcionados por cada uma dessas atividades, procuram também pelos esteticistas. “Eles estão associando as coisas. Vemos muitos homens que malham, têm a famosa barriga tanquinho, mas ainda possuem uma gordurinha e procuram a estética para eliminá-la”, diz a consultora Fabricia. Os tratamentos corporais, com aplicação de enzimas para gordura localizada, e faciais, que visam à melhora e cicatrização da acne, além de depilações a laser, estão no pacote de serviços oferecidos pela unidade são-bernardense da Onodera Estética e, junto com as massagens, de acordo com Fabricia, são os mais requisitados pelos metrossexuais em geral, principalmente entre os da faixa etária de 20 a 45 anos.


Tratamento de acne é um dos serviços mais procurados por homens

SIM, SOU METROSSEXUAL Na lista de clientes da mesma clínica está Felipe Augusto Monea, que aderiu ao tratamento facial para controle de acne ainda na adolescência, fase em que o corpo apresenta uma série de mudanças e para alguns traz as marcas das espinhas. “Fui atrás de um tratamento facial por conta própria e por vaidade”, afirma o estudante e morador do Parque dos Pássaros, em São Bernardo. Metrossexual assumido, Monea dá continuidade aos cuidados com o uso de sabonete e protetor solar. Segundo ele, que indicou o tratamento a amigos que hoje passam pelo mesmo procedimento, a procura masculina pela beleza é algo natural. “Tem gente que deixa de fazer não por falta de vontade, mas por achar que outras pessoas vão falar alguma coisa. Se você se sente bem e gosta de se cuidar, não há problema algum em fazer isso”, declara. Tanto não há problema que Felipe aceitaria iniciar um ciclo de beleza relacionado à redução de gorduras. No entanto, quando questionado sobre a adoção de cirurgias plásticas para conquistar o visual desejado, ele é categórico e diz não sentir nenhuma infelicidade a ponto de mudar o corpo por meio do bisturi. “Por receio da cirurgia plástica, os tratamentos estéticos também funcionam como uma alternativa aos homens”, explica a consultora Fabricia. Apesar disso, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) afirma que o percentual de homens que entraram para o universo das cirurgias plásticas passou de 5% para 30% nos últimos cinco anos. Seja por tratamentos estéticos ou procedimentos cirúrgicos, profissional e cliente garantem que cuidar de si mesmo também é manter a saúde em dia. “Todos gostam de um homem bem cuidado”, lembra a consultora.

Diferentemente do público feminino, que para se chegar a um objetivo comum com os profissionais não se importa em passar horas questionando os procedimentos, benefícios e preços de cada tipo de tratamento, os homens avaliados no local sabem exatamente o que querem quando o assunto é beleza, principalmente no que diz respeito à segurança. “A garantia de um procedimento seguro também é cobrada por eles. Não tem mais aquela coisa de se aplicar uma medicação proibida a qualquer custo. Eles estão mais conscientes”, frisa Fabricia. Em um mercado com a presença dos homens crescendo a cada dia e com a máxima de que as mulheres se arrumam para impressionar umas às outras, a pergunta que fica é: a vaidade masculina se dá pelo próprio bem-estar, pela aceitação dentro da sociedade ou os dois quesitos caminham lado a lado? “Cada vez mais a imagem é tudo. Hoje, um homem bem vestido é muito requisitado até pelo o mercado de trabalho”, afirma a profissional. “Também vemos adolescentes que procuram os tratamentos para aumentar a autoestima. Eles começam a sair, passam a observar a identidade do grupo do qual fazem parte e se sentem excluídos quando estão diferentes dos demais”, completa.

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Bastidores

Sexo e arte

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erguntaram a Dercy Gonçalves o que ela achava da “Dança da Garrafa”. A ex-vedete respondeu: “No meu tempo, dança assim nunca acontecia nos teatros e na TV, só podia na zona” (do meretrício). Não sei como o repórter se saiu dessa, afinal Dercy já estava com mais de 100 anos e tinha uma imunidade especial, alcançada só depois de muita história e/ou muitos carnavais. Bem... O erotismo sempre acompanhou a arte. Eu mesma já tive a oportunidade de trabalhar com vários espetáculos carregados de erotismo, poesia, beleza...

Recentemente eu trouxe para a região Camille e Rodin, de Franz Keppler, dirigido por Elias Andreato – espetáculo belíssimo que extraiu, além do erotismo, delicadeza e o bom gosto que é, no mínimo, sinal de respeito à história de amor de dois grandes artistas. Ver mulheres e homens imitando o gestual da cópula enquanto dançam não é liberdade, é mau gosto. Exibir o ato mecânico do sexo nos salões de baile não nos melhora, só nos aprisiona à triste condição do animal que, afinal, somos. Mas... somos só isso? Vemos nus belíssimos, olhares cúmplices no teatro, cinema e nas artes plásticas. E quem não concorda com o papel importantíssimo da música nos romances? Mas o que vemos hoje é a banalização do sexo. Jogou-se fora o ritual do encontro para que possamos ter mais “fast love”, amor às pressas, sem compromisso e, perdoem, sem gosto. Provavelmente, muita gente pode achar este discurso moralista. E, por conta disso, vou logo dizendo que não é. Sexo é tão bom que não pode virar mercadoria de camelô. Quem realmente gosta de sexo vai querer sexo com tudo que deve acompanhá-lo: beleza, intimidade, arte, erotismo e, talvez, até amor. Bem... Mas, se as “dancinhas da garrafa” e outras similares fazem sucesso é porque têm um público para isso, mas acho, acho mesmo, que deveriam ficar restritas a alguns lugares. Ver crianças se requebrando, languidamente, é inadmissível, porque é roubo – roubo da infância. Ver homens e mulheres se dando antes do desejo também é contravenção. Afinal, ainda queremos sexo prazeroso. Com tudo que temos direito. Shutterstock

Sonia Varuzza sonia@diversaoearteproducoes.com.br


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Cultura Discos de vinil são procurados pelo público jovem; Santo André tem evento mensal destinado aos “bolachões”

Um dos visitantes mais antigos do evento, o engenheiro civil Cleisson Vieira Sebastião já desembolsou R$ 1.500 por um disco raro dos Beatles

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Fotos: Mario Cortivo

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Lívia Sousa - livia@leiaabc.com

esde que começou a desaparecer das prateleiras nacionais, em 1995, o disco de vinil, também conhecido como Long-Play (LP), praticamente teve fim decretado pelo mercado fonográfico. A aposta passou a ser o Compact Disk (CD), mídia de armazenamento digital lançada na década anterior que prometia superar em manuseio e qualidade de áudio os populares “bolachões”. Por conta disso, as vitrolas e os prensados tornaram-se objetos de relíquia e quem desejava ter um deles encontrava dificuldade em adquirir. Para reunir lojistas e colecionadores de vinil e facilitar o acesso ao produto no ABC, o vendedor técnico e cantor lírico Pedro Marcos Provazzi, de 60 anos, fundou a Feira Livre do Vinil (FLV) de Santo André. “Atualmente moro em Pinheiros, em São Paulo, mas morei no ABC por 55 anos. Como colecionador de discos, ia para tudo quanto é canto comprar vinil e encontrava a maioria das pessoas aqui hoje vendendo o produto em bancas. Vi uma feira parecida como esta em São Paulo e, em 2004, resolvi juntar todos eles para criar um vínculo entre visitante e expositor”, explica Provazzi em entrevista à Leia ABC. A ausência de iniciativas semelhantes na região, considerada por muitos como o berço do punk rock nacional (aqui surgiram bandas como Ratos de Porão e Garotos Podres), contribuiu para que a ideia fosse concretizada. Com as primeiras edições realizadas em parceria com o poeta, escritor e artista gráfico Zhô Bertholini, no Museu de Santo André, hoje o evento acontece mensalmente na Galeria Studio Center, no centro da cidade, e a cada edição reúne cerca de 500 visitantes, 30 expositores e 18 mil discos para troca e venda. Em nove anos de atividade, aproximadamente cem amantes do produto apresentaram seus LPs e trocaram experiências entre si e com o público. Segundo César Guisser, responsável por organizar a feira junto com Pedro Provazzi, há pessoas na lista de espera pela mesma oportunidade. “Temos expositores de toda a Grande São Paulo e do interior do estado e já vieram pessoas do Rio de Janeiro, de Curitiba e de Porto Alegre”, afirma ele.


Camila e Vitória aderiram aos “bolachões”

Espaço do rock

José Gentil Paro, de 74 anos, acompanha a Feira Livre do Vinil de Santo André desde sua fundação. Para o aposentado e morador do bairro Casa Branca, localizado no mesmo município, o interesse pelo tema surgiu após adquirir uma banca que também comercializava vinis. “Entrei no ramo, mas sabia pouco sobre discos. Fui aprendendo com o tempo”, declara. Feito por Pedro Provazzi, o convite para expor na primeira FLV da cidade logo foi aceito por Paro, que contou com Guisser, à época seu freguês, como ajudante no transporte das caixas dos LPs até o local do evento. “Coloquei o César na feira por causa de uma ajuda, ele tomou gosto e, a partir da terceira edição, começou a organizar”. Quem passa pelo espaço de Paro encontra discos diversificados, mas o rock ganha destaque entre os vinis de sua exposição. Segundo ele, o motivo da atenção especial ao gênero se dá pelos roqueiros serem os maiores colecionadores deste tipo de mídia fonográfica. A afirmação de Paro também é compartilhada pelo analista de sistemas André Ramos de Oliveira, de 38 anos. “Aqui o gênero rock em geral sai bastante. Para se ter ideia, uma das minhas caixas estava lotada com álbuns punk e o pessoal comprou praticamente todos”, declara o morador da Mooca, em São Paulo, que soube do evento por meio de

divulgação em outras feiras no centro da capital paulista. Desde que entrou para o grupo de expositores da FLV, em 2005, o analista não parou de atrair mais visitantes ao espaço. Sempre que pode, apresenta o evento a outras pessoas que, inclusive, se tornam visitantes frequentes. “O eixo São Paulo conta com outras feiras de discos, a concorrência neste aspecto cresceu nos últimos anos, mas muitos lojistas de lá compram álbuns aqui porque encontram bons materiais a preços mais baixos”, explica.

Jovens colecionadores

Engana-se quem pensa que disco é “coisa de gente velha”. Segundo o expositor Valdemir Ravelli, morador do bairro Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo, houve um aumento significativo da presença do público jovem durante as últimas edições da Feira Livre do Vinil. “Hoje são eles quem mais vem aqui”, destaca o aposentado de 67 anos. Atualmente, com a disponibilidade de músicas em formato MP3 na internet, por que muitos adolescentes, que nem nascidos eram quando o vinil parou de ser fabricado, recorrem aos discos? “O jovem aprendeu com os pais a curtir o vinil e descobriu que muitos CDs foram lançados primeiro em disco”, explica o funda-

dor da feira, Pedro Marcos Provazzi. Para a estudante Bárbara Luiza Krauss, de 17 anos, ouvir suas músicas preferidas nesta mídia é uma volta ao tempo. A aproximação com os discos começou quando a andreense ganhou a biografia de John Lennon, se entusiasmou e quis ter uma vitrola, fato que deu abertura à sua coleção com aproximadamente 50 álbuns diversificados. “Busco adquirir álbuns raros no mercado e nesta feira encontro muitos deles. Aqui os discos têm boa qualidade e são vendidos em ótimo estado, todos arrumados.” A estudante aproveitou a visita para apresentar o evento à amiga Nicole Beatriz Faria, de 14 anos. “É a primeira vez que venho e estou gostando bastante. É importante que nossa geração preserve o vinil, porque, com tanta tecnologia, ele vai sumindo”, explica a também estudante de Santo André. O saudosismo não é o único pilar que atrai os jovens ao formato, sendo a curiosidade outro fator que prende a atenção dos mais novos. “Vi um vinil pela primeira vez aos 12 anos, quando minha avó me mostrou como funcionava uma vitrola. Achei aquele processo muito legal”, conta a estudante Camila Pereira Gonçalves, de 16 anos. Quem já chegou ao mundo ouvindo músicas em mídias digitais garante que, apesar de a maior parte do mercado afirmar o contrário, não há tecnologia que supere o áudio dos “bolachões”. “O som do vinil é diferente, bem

César e Pedro levam a Feira a Santo André há nove anos

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Cleiton, José e Valdemir: nostalgia sempre bem-vinda mais limpo de se ouvir”, afirma Vitória de Mello, de 16 anos, estudante, moradora de Santo André e amiga de Camila. O desejo de dar uma cara nova ao quarto e pendurar os vinis na parede foi o primeiro passo para que a adolescente fosse atrás de álbuns de bandas como Pink Floyd, The Smiths e Iron Maiden, coleção que aumentou ainda mais quando ganhou um toca-discos da mãe. Experiente no assunto, o expositor André Ramos de Oliveira vai além e frisa a ausência do vinil no atual cenário musical que, nos últimos anos, excluiu os produtos físicos e suas sensações proporcionadas pelo ritual de compra, abertura e análise de encarte. “Quem gosta de música e é mais exigente tem um disco de vinil, porque ele mantém a fidelidade de áudio que o CD não mantém e ainda é um quadro. Fora a arte da música, há a arte da capa”, declara.

Dificuldades Aos poucos, o vinil volta de forma tímida, porém crescente, ao mercado mundial. De acordo com a Nielsen SoundScan, responsável por contabilizar os resultados dos mercados fonográficos nos Estados Unidos e no Canadá, as vendas de disco nos dois países registraram um crescimento de 33,5% no primeiro semestre deste ano. Em solo brasileiro, a Polysom, única fábrica de vinis do país (e também da América Latina), que retornou às atividades há quatro anos, viu seu lucro crescer 13,55% entre 2012 e 2013. Apesar do aumento, quem acompanhou os tempos dourados do vinil e viu o MP3 tomar conta da indústria musical afirma que falta incentivo para que os “bolachões” de plás-

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Nicole conheceu a FLV a convite da amiga Bárbara

Valor sentimental

Você gastaria R$ 1.500 reais em um disco de vinil? Enquanto alguns acreditam que o valor seja absurdamente alto para um objeto de plástico, outros não pensam duas vezes antes de adquirir álbuns raros. “Há mais de dez anos paguei esse preço pela primeira edição com selo preto e dourado do álbum Please Me, Please Me, dos Beatles. Não me arrependo, porque o valor sentimental que ele me proporciona é maior”, afirma o engenheiro civil Cleisson Vieira Sebastião, de 36 anos, um dos visitantes mais antigos do evento. Please Me, Please Me soma aos mais de 300 discos de John Lennon e companhia colecionados pelo profissional e morador da Vila Correia, em Mauá. Quem tem a oportunidade de conhecer o acervo completo da banda montado por ele vê ainda di-

tico voltem ao mercado com a antiga força. O artista plástico Cleiton Raimundo Ferreira, de 34 anos, expositor da Feira Livre do Vinil de Santo André, sente os entraves. “Reeditei seis discos de vinil em parceria com gravadoras e mais três pelo meu selo, Vale Verde Records. Os discos são produzidos nos Estados Unidos, trago para cá e, mesmo para mim que reedito, é difícil fazer a distribuição. Eu mesmo tenho que vender”, explica ele, que já reeditou álbuns da Tropicália, do rock psicodélico brasileiro e negocia para lançar mais dois trabalhos até o final de 2013. Para Provazzi, fundador do evento, estacionar a produção de vinis deu margem ao que chama de sucateamento da cultura brasilei-

ferentes versões de trabalhos clássicos, como a edição inglesa e sul-africana do álbum branco lançado pelo quarteto britânico. A coleção de Cleisson não para por aí. Junto com álbuns de outros cantores e grupos, o número de LPs chega a 800. Mas, segundo ele, que aos 5 anos de idade fez o pai levá-lo a uma discoteca para comprar seu primeiro vinil, a quantidade ainda está longe de ser considerada alta. “É pouco para quem compra desde criança. Conheço pessoas que têm mais de sete mil discos em casa”, afirma. Serviço: Para saber as últimas novidades e as datas das próximas edições da Feira Livre do Vinil de Santo André, acesse feiralivredovinil.blogspot.com.br

ra. “O governo deveria ter deixado as fábricas de vinil caminharem junto com os CDs e, se fosse o caso, até subsidiar isso. Importar discos é a maior sacanagem que existe, pois poderíamos fabricar discos e dar emprego aqui, mas deixamos todos os insumos no exterior, sustentamos a fabricação externa e pagamos caro por isto”, declara. Segundo César Guisser, organizador do evento, cada vinil produzido no Brasil sai por cerca de R$ 44 reais, enquanto na República Tcheca o valor unitário do produto chega a R$ 17. “Quando vê o preço do vinil no Brasil, a maioria das pessoas manda fazê-los fora. Na medida em que o pessoal começar a comprar mais e a fábrica brasileira começar a produzir uma quantidade maior, o preço vai cair”, finaliza.


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Cultura

Agenda SHOW

Pedro Mariano O cantor apresenta a turnê “8”. Junto com sua banda, traz ao público um repertório de músicas inéditas e canções de trabalhos recentes. O filho de Elis Regina também mostra sua performance como baterista em algumas das faixas. Data: 8 de setembro (domingo), às 19 horas - Local: Teatro Paulo Machado de Carvalho (São Caetano do Sul) Alameda Conde de Porto Alegre, 840, Santa Maria - Ingressos: R$ 80 (inteira); R$ 70 (antecipado - até 7/8); e R$ 40 (meia). Vendas na bilheteria do teatro (das 14h às 19h) e pelo telefone 20933176 - Classificação: livre.

TEATRO

Noite de Improviso Em cartaz semanalmente no Comedians Club, em São Paulo, o espetáculo é apresentado e dirigido por Márcio Ballas e a cada edição traz diferentes surpresas e convidados especiais, além do comando musical do tecladista Daniel Tauszig, todos interagindo com a plateia. Entre os artistas que já participaram da Noite de Improviso estão os humoristas Murilo Couto e Rafinha Bastos. Data: 20 de setembro (sexta-feira), às 20 horas - Local: Teatro Municipal de Santo André - Praça IV Centenário, 1 - Paço Municipal - Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Vendas na bilheteria do teatro (das 14h às 19h) e pelo telefone 2093-3176.

CINEMA

Flores Raras No longa-metragem dirigido por Bruno Barreto, Glória Pires e a atriz australiana Miranda Otto interpretam Lota de Macedo Soares e Elizabeth Bishop. Lota, uma decidida arquiteta carioca, e Elizabeth, uma introvertida poetisa norte-americana, se conhecem no Rio

de Janeiro durante a década de 1950 e iniciam um romance homossexual cheio de conflitos. Baseado em fatos reais e no livro Flores Raras e Banalíssimas - A História de Lota de M. Soares e Elizabeth Bishop, de Carmen Lucia Oliveira, o drama também será exibido em salas de cinema internacional. Classificação: 14 anos.

CD

De lá até aqui Móveis Coloniais de Acaju Formada em 1998 em Brasília (DF), a banda avantgarde de pop rock e art rock, liderada pelo vocalista André Gonzáles, lança seu terceiro disco. De lá até aqui chega com o selo Som Livre, tem produção de Carlos Eduardo Miranda e traz 14 faixas com referências Soul Music às baladas dos anos 1970, todas assinadas pelos dez integrantes do grupo que retratam romantismo e situações bem-humoradas nas composições.

DVD

Minha Mãe é uma Peça A comédia, que atraiu mais de q u a t r o milhões de espectadores aos cinemas de todo o Brasil, ganha versão em DVD. O enredo, dirigido por André Pellenz, conta a história de Dona Hermínia (protagonizada pelo humorista Paulo Gustavo), uma aposentada de meiaidade que, sem muitas ocupações e com os filhos já adultos, passa o dia desabafando sobre seus problemas com a tia idosa, a vizinha fofoqueira e a amiga confidente. Ingrid Guimarães, Herson Capri e Mônica Martelli também fazem parte do elenco - Duração: 85 minutos - Distribuição: Paris Filmes Classificação: 12 anos.

LIVRO

Cidadania insurgente Disjunções da democracia e da modernidade no Brasil - James Holston Lançada originalmente nos Estados Unidos em 2008, a obra chega ao Brasil pela Editora Companhia das Letras e com tradução de Claudio Carina. James Holston, professor de antropologia na Universidade da Califórnia (Berkeley), retrata os processos formadores da sociedade brasileira desde o período colonial até a atualidade, o que resultou nos movimentos comunitários surgidos no Brasil nos anos 1970 e que deu espaço à participação democrática que vem transformando o país nos dias atuais.

EXPOSIÇÃO

São Bernardo no Tempo do IV Centenário São Bernardo do Campo, após as mudanças que marcaram o município na década de 1940 e 1950 é o tema da exposição IV Centenário, nome originado da comemoração ocorrida em 20 de agosto de 1953 que celebrou os avanços industriais são-bernardenses à época. O evento faz parte da programação especial comemorativa aos 460 anos da cidade e reúne documentos, objetos e fotografias históricas desse período, como autoridades e alguns munícipes aguardando, na altura do viaduto do km 18 da Via Anchieta, a chegada da comitiva do então governador Lucas Nogueira Garcez para a inauguração da avenida que levaria seu nome (foto). A entrada é gratuita - Data: até 31/10 (segunda a sexta-feira, das 9h às 19h; sábado das 9h às 14h) - Local: Câmara de Cultura Antonino Assumpção - Rua Marechal Deodoro, 1325, centro de São Bernardo do Campo. | Setembro de 2013 61


Gastronomia

Fotos: Camila Bevilacqua

O chef Jorge Tsuchimoto diz que o segredo são os ingredientes frescos

Direto do outro lado do mundo, peixe cru já é parte da dieta dos brasileiros

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Especial para Leia abc Thais Sabino

ratos que eram vistos como exóticos demais até os anos 1990, hoje são queridinhos. Conheça a história da gastronomia japonesa no Brasil, curiosidades e restaurantes do ABC. Chega a causar espanto quando alguém diz não gostar de comida japonesa em uma roda de amigos. A culinária típica com um dos maiores destaques do século agrada aos paladares brasileiros de forma quase unânime, mas nem sempre foi assim. “Até o início da década de

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1990, peixe cru e os pratos tradicionais japoneses eram considerados exóticos demais, dava para contar nos dedos os restaurantes fora dos arredores do bairro Liberdade (São Paulo)”, conta o chef japonês há 20 anos Adriano Kanashiro. Foi o movimento de alimentação mais saudável que deu início ao sucesso da gastronomia, segundo ele. “O sushi californiano trouxe os brasileiros para os restaurantes japoneses, porque eles não comiam peixe cru”, diz Kanashiro. Então, começou o contato com as algas e o shoyu, ingredientes característicos da gastronomia oriental. Mas o responsável pelo boom de restaurantes especializados foi a criação dos rodízios, afirma o chef. O costume saiu de São Paulo e chegou a cidades do interior e ao ABC, que já conta com mais de 20 estabele-

cimentos com boa infraestrutura. Kanashiro mesmo já ajudou na elaboração do cardápio de um restaurante japonês em São Caetano. A característica principal da culinária japonesa, conta o chef do restaurante Nami Izakaya, em Santo André, Jorge Tsuchimoto, é a utilização de ingredientes frescos. “Os pratos tradicionais são sukiyaki, lámen, missoshiru, tsukemono, oyako don, tempurá, udon, somen, soba e outros”, enumera. Mas, aqui, as iguarias são preparadas com um “jeitinho brasileiro”, segundo Tsuchimoto. Houve a adaptação de ingredientes, por exemplo, pois não existia o shoyu ou o arroz próprio para o sushi no Brasil. Foram incorporados ao cardápio japonês-brasileiro nabo, caqui, pepino e soja, diz ele. “O temaki feito aqui é totalmente diferente do feito no Japão; é absurdo o tamanho, sem falar nos re-


cheios”, critica. Ele também alerta para o exagero dos adeptos à gastronomia do shoyu, que pode prejudicar a saúde.

Comida “japochinesa”

É comum em rodízios de comida japonesa o garçom servir pratos que não integram a culinária típica, mas sim que são de origem chinesa. Este é um dos motivos que fazem Tsuchimoto ser contra o programa. “Rolinho primavera de queijo, de goiabada, de banana, isso não seria chinês? Como você faz yakissoba só com shoyu e açúcar? Sou contra a banalização da culinária japonesa”, opina o chef. Tsuchimoto trabalha com a culinária típica desde 1994, junto com sua esposa, em uma loja de conveniência de produtos orientais. Ele é tão conservador em relação à tradição japonesa que montou uma apostila e ministra diversos cursos sobre o assunto.

hambúrguer com pão de miojo

Sucesso em Nova York, o hambúrguer com pão feito com macarrão instantâneo poderá ser provado por brasileiros. Jorge Tsuchimoto, chef e dono do restaurante Nami Izakaya, em Santo André, experimentou a receita em agosto e “tudo

Pratos exóticos são as novidades de quem quer comer sushi diariamente deu certo”, segundo ele. De acordo com o chef, o prato já existia no Japão, mas de uma forma diferente do norte-americano. A receita de Tsuchimoto inclui carne moída, shimeji e cebolinha nira, para o recheio, e macarrão torrado em forma de pão. A novidade estará disponível no cardápio às terças-feiras à noite e o preço varia entre R$ 18 e R$ 21, de acordo com os ingredientes, estima Tsuchimoto.

Destaques do ABC

Um dos estabelecimentos da região de prestígio na culinária é o Torá Sushi, que em 2013 conquistou pelo segundo ano consecutivo o título de melhor japonês por revistas especializadas em gastronomia para o ABC. Sob o comando do

chef Jorge Nagima, a casa localizada em São Bernardo do Campo trabalha com cardápio à la carte e rodízio, em especial os pratos preparados na capa de teppan, como salmão e lula. As sobremesas são um capítulo à parte, pois apresentam receitas exclusivas e em combinações variadas, como o tempurá de sorvete frito com calda de laranja. Em São Caetano, o restaurante Akaza Sushi se destaca pela decoração, que proporciona ao cliente uma imersão a uma casa típica oriental. O carro-chefe da casa é o rodízio, que inclui pratos quentes e frios, e está disponível no almoço e jantar. Segundo o gerente do restaurante, Milton Machado, é com a variedade de mais de dez iguarias que os “clientes se deliciam”.

O mito do sushiman Existe uma história que ronda a culinária japonesa sobre a proibição de uma mulher ser chef. Segundo a história, desmistificada por Kanashiro, a temperatura das mãos de uma mulher seriam incompatíveis com o preparo adequado de sushis e sashimis. “É muito mais uma questão cultural do que qualquer outra coisa”, diz ele.

Sushiman faz cortes precisos

No Japão, segundo o chef, não é costume a mulher trabalhar, mas sim o marido. Os restaurantes tampouco são frequentados pelo publico feminino. “Acabou se inventando essa história para evitar que a mulher trabalhasse nos locais”, conta. Segundo ele, existe outra história sobre o assunto que considera o “balcão de sushi sagrado e, como a mulher menstrua, não poderia trabalhar lá”.

Mão leve com aptidão na mesa

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Harmonizar

Nostalgia com bolos e vinhos Celso Pavani celsopavani@ig.com.br

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inegável o nostálgico charme das reuniões nas cafeterias e docerias onde os intelectuais e políticos se reuniam para discutir os rumos de nossa história. Hoje as modernas e até elegantes padarias tomam conta deste espaço. Porém vemos o surgimento de novos cafés sofisticados e gourmets na capital, como o Suplicy Café, e uma tendência aqui na região do ABC. As novas opções de cafeterias de rua que estão resgatando o glamour, como a Di Marie dos simpáticos e prestativos proprietários Valério e Meire, são um desses achados. Localizada em São Bernardo, na conhecida rua João Pessoa, a Di Maire é uma cafeteria inserida no bulevar Galeria das Flores e está entre lojas de diversas grifes. Charmosa, com uma decoração sofisticada, a casa resgata as tradicionais receitas dos

bolos – limão, maracujá, chocolate e os tradicionais – da vovó, feitos artesanalmente pela confeiteira Meire e sua assistente. Tudo é feito com carinho e artesanalmente. São sequilhos e uma linha de doces em calda que dão o que falar. “Sem falar do café de alta qualidade”, explica a confeiteira Meire. Na segunda quinzena de agosto, a Di Marie realizou com o Empório D’vino uma noite de degustação de bolos que foram harmonizados com vinhos. Mas a pergunta de muitos convidados: bolo com vinhos? Sim. E foi uma noite muito interessante. Vários rótulos, o Crios Rose de Malbec, House Of Mandela e a linha Naturelle da premiada Casa Valduga, se juntaram com os deliciosos bolos, as estrelas da noite. Também teve o espumante Moscatel, que foi harmonizado com bolo de limão, o Naturelle branco, saboreado com bolo de Maracujá, e o tinto com bolos de cobertura de doce de leite. Entre os convidados estavam Estevam Kikuchi, da Manuka Cakes & Cupcakes, um verdadeiro artesão das massas. Ele, que apresentou um pouco do seu trabalho, elabora bolos artísticos com pasta americana. Detalhe: este tipo de confeitaria ainda não é tão difundido por aqui e, por isso, o mercado conta com poucos profissionais. Recém-chegado da Argentina para buscar aperfeiçoamento, Kikuchi apresentou sua técnica, se destacou e foi convidado a dar aulas na terra dos nossos “hermanos”. É delicioso ver que cada vez mais a gastronomia do ABC vem evoluindo, diversificando e produzindo novidades e vão surgindo lugares sofisticados e com muita qualidade. Serviço: Que tal um café da tarde? Di Marie Café: rua João Pessoa, n°600, loja 2 – São Bernardo do Campo www.dimariecafeteria.com *Emporio D’Vino www.emporiodvino.com. br – fone: 2669-2188 **blog: manukacakes.blogspot.com.br

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Onde retirar um exemplar RIBEIRÃO PIRES ACIARP Frans Café

Centro Centro

Rua Stella Bruna Cecchi Nardelli, 257 Av. Fortuna, 100

Vila Rio Grande

Av. Lidia Poloni, 28

RIO GRANDE DA SERRA ACIARGS

MAUÁ Banca P. Itália Churrascaria Estrela MG Pães e Doces: Vadão Restaurante

Praça Itália Parque São Vicente Jd.Haydee Jd. Pílar

R. São Silvestre na Praça Itália Av. João Ramalho, 1981 Av. Dom José Gaspar, 490 Avenida Portugual, 576

DIADEMA Acapulco Doceria & Buffet Churrascaria Boiadero Clube Chácara 3 irmãos Padaria Joal Santos Padaria Sabor do Pão ACEDiadema SANTO ANDRÉ

Centro Piraporinha Centro Centro Centro Jd. Donini

Avenida Alda, 244 Av. Piraporinha, 100 Av. Sete de Setembro, 531 Rua Manoel da Nobrega, 1222 Av. Ver. Juarez Rios de Vasconcelos, 140 Rua Turmalinas, 108

ACISA Banca Benedetti CI Santo André CI Colégio Consórcio Intermunicipal ABC Empório D’ivino El Chivito Frans Café Frans Café Fit 3 Centro de Treinamento Super Banca

Centro Santa Tereza Campestre Vila Guiomar Centro Vila Bastos Bela Vista Campestre Jardim Vila Bastos Vila Bastos

Av. XV Novembro, 442 Av. Dr. Alberto Benedetti, 282 Av. D. Pedro II, 3049 Rua Silveiras, 70 Av. Ramiro Colleoni, 5 Rua Dr. Messuti, 329 Rua Edu Chaves, 8 Av. Portugal, 1126 Rua das Figueias, 181 Av. Dr. Messuti, 41 Av. Lino Jardim, 1168

SÃO CAETANO DO SUL ACISCS CI São Caetano Etalele Frans Café Padaria Nova Portuense Revistaria Casinha das Letras

Centro Santa Paula Santo Antônio Centro Santo Antonio Centro

Rua Amazonas, 318 Av. Goiás, 1256 Rua Piaui, 303 Rua Amazonas, 604 Rua Amazonas, 1352 Rua Monte Alegre, 83 - Esq. c/ a Rua Manoel Coelho

São Bernardo do Campo CI São Bernardo Frans Café Padaria e Confeitaria Kennedy Shopping Casa Total Móveis Shopping Promomix Frans Café Acisbec Sabor & Saber Di Marine

Centro Vila Margarida Jardim do Mar Alvinópolis Bairro Assunção Jd. Modelo Nova Petrópolis Centro Centro

www.facebook.com/revistaleiaabc

Rua Artico, 300 Rua Continental, 357 Av. Robert Kennedy, 535 Rodovia Anchieta, 17,5 km Av. Robert Kennedy, 285 Aizemberg, 1707 Rua do Imperador, 14 Av. Senador Fláquer, 534 Rua João Pessoa, 600 - Loja 2


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