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Índice
6 14 Economia 24 Política 28 Cidades 32 Segurança 34 Capa 42 Esporte 44 Educação 47 5 perguntas 48 Saúde 50 Tecnologia 54 Turismo 56 Meio Ambiente 58 Moda&Beleza 62 Cultura 64 Gatronomia
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Entrevista
Ezio Magalhães afirma que nos Jogos Olímpicos de 2016 será difícil para o atletismo conquistar medalhas
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Nos 100 dias de mandato, prefeitos eleitos reclamam da chamada “herança maldita”
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Abrigos municipais lotados e ONGs que defendem animais já não sabem o que fazer com tantos cães
Colunistas 13
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Marcos Gazetta
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Wallace Nunes 4
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Thamires Barbosa
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Patricia Bono
Sonia Varuzza
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Paulo Soares
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Ney Brandão
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Após o crescimento do número de jovens homossexuais no ABC, pais abrem discussão para saber se aceitam ou não seus filhos
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Enem faz aniversário em meio à discussão sobre qualidade
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Casal da dança esportiva traz na bagagem medalhas internacionais
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Dieta líquida se torna a nova onda da classe média
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Músicas educativas para melhorar a capacidade intelectual das crianças | Abril de 2013 5
Entrevista
Não haverá surpresas Segundo o técnico de atletismo Ézio Magalhães, radicado no ABC, o Brasil está longe de apresentar atletas medalhistas e corre o risco até de ser um fiasco
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zio Magalhães não nasceu em Santo André, mas é um verdadeiro andreense. Sócio do Clube Aramaçam, local da entrevista, ele tem como profissão formar jovens para que sejam a esperança do atletismo nacional a conquistar medalhas. “No momento não treino nenhum atleta de ponta porque me falta incentivo financeiro para fazer o atleta alcançar o estrelato.” Realista, ele afirma que nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 será complicado para algum brasileiro conquistar uma medalha de ouro. “Não temos nenhum atleta de ponta, porque a nossa base da pirâmide é muito curta.” Leia ABC – Por que o Brasil não tem um atleta com chance de se destacar em 2016? Ézio Magalhães – Olha, não acredito em milagres, mas é possível acontecer. Entretanto, no atual momento do atletismo nacional acho difícil encontrar um jovem para correr abaixo dos dez segundos. Bater o recorde do Robson Caetano nos 100 metros rasos, que é de dez segundos, é complicado e vai demorar. Leia ABC – Por quê? E.M. – Lembro-me que a cidade de Barcelona começou os projetos para sediar uma Olimpíada e fazer atletas medalhistas em 1980, na Olimpíada de Moscou, Rússia. Ou então podemos fazer o que a Inglaterra fez recentemente. Tinha gente boa lá?
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Tinha, mas era preciso fazer mais. Então naturalizaram muitos atletas das ex-colônias da África. Os africanos ganharam medalhas e foi à Inglaterra que ganhou. Hoje temos que primeiro arrumar a casa, depois avançar em outras situações. Leia ABC – Como? E.M. – Primeiro, porque a grande maioria dos técnicos de atletismo do Brasil não ganha o suficiente para que possa investir na formação pessoal. Participar de clínicas, acompanhar o treinamento de outros técnicos em outros países, ter acesso às informações científicas e adquirir conhecimento são os primeiros passos, para depois treinar um atleta e fazê-lo obter resultados expressivos. Leia ABC – A pesquisa na internet não pode ajudar? E.M. – Nos dias atuais, a internet traz algumas vantagens, mas nem todas
Fotos: Mario Cortivo
Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com .br
A genética do brasileiro é excelente e muitas vezes nos perguntamos o que os jamaicanos têm que nós não temos
as informações estão disponíveis gratuitamente. Se o técnico brasileiro não tiver um valor padrão de salário que possa investir na carreira, não poderá comprar, por exemplo, artigos específicos para se atualizar. Leia ABC – Só assim haverá atletas com reais chances de medalhas? E.M. – Para começar a treiná-lo agora e colher os resultados em 2020, 2024 ou 2028, sim. Repito, em 2016 as chances de obter muitas medalhas são pequenas. Leia ABC – Então, como é possível reverter esse quadro? E.M. – O brasileiro tem uma mistura genética fabulosa. Uma das melhores do mundo. Temos pessoas com uma habilidade fantástica e pode acontecer que apareça um atleta e se projete por causa desta forma, mas que não é fácil não é. Sabemos que a formação de um atleta de alto nível demanda no mínimo uns dez anos para levar um individuo a um pódio olímpico. E, no nosso caso, fazer uma coisa aleatória fica ainda mais difícil. Leia ABC – E a como anda a base de formação? E.M. – Uma pirâmide invertida e pequena. Tem um grupo de pessoas que começa a treinar, mas com uma fraca e debilitada infraestrutura é quase impossível fazer o atleta ir além. Leia ABC – Como nivelar? E.M. – É necessário existir mais pontos de descoberta de talentos. Pontos com total assistência para que esse novo atleta não migre para o grande centro.
Leia ABC – E isso não é bom? E.M. – Não. Primeiro, deve haver mais locais para formação. A segunda etapa são os centros de adaptação e, por fim, os centros de treinamentos para alto rendimento que ficam nas grandes cidades. Leia ABC – Mas por que desta maneira? E.M. – Por exemplo, hoje aparece uma jovem promessa no Pará, independentemente da idade. Ele desponta e já querem tirá-lo de lá para treiná-lo aqui (o centro de treinamento). Aí, a região fica sem um ícone. O técnico perde o estímulo e os garotos que querem ser igual ao ícone também desanimam. Leia ABC – Essa sua proposta não é o método estadunidense de fazer surgir um atleta de ponta? E.M. – Sim. Mas a monocultura do esporte único impede que exista isso. Poucos estados e municípios disponibilizam verbas para esportes baratos, como é o atletismo. Você não acha que o atletismo não
poderia fazer uma seleção melhor após descentralizar? Sim, se houvesse investimentos nos pontos de coleta de potenciais. Porque onde tem uma árvore, podem nascer duas, três, quatro.
tas que estão entre os melhores do mundo. A Fabiana, por exemplo, que teoricamente é treinada pelo melhor técnico do salto com vara do mundo, o Vitali de Petrov. E o técnico brasileiro Elcio Miranda, o marido dela, dá a complementação e assistência.
Leia ABC – Os centros de altos rendimentos que estão nas grandes cidades não podem trazer bons resultados? E.M. – Sim. Tem até atletas se despontando internacionalmente. Fala-se no tal centro de treinamento, ótimo. Centros de treinamento são centros para seleções. Tem uma seleção? Não. Se tem, quando é que esse povo se apresenta? Local que dá infraestrutura completa é ótimo, o que há são garotos que ainda não estão prontos para participar do centro de treinamento de alto rendimento.
Leia ABC – Você não acredita no técnico brasileiro? E.M. – Acredito no técnico brasileiro se ele tivesse estrutura de formação para fazer o atleta obter resultados expressivos.
Leia ABC – E os nomes que existem hoje? E.M. – São poucos. Tenho exemplos: a Maureen Maggi, o Jonathan Henrique e a Fabiana Murer. São atle-
Leia ABC – Não tem? E.M. – Não. Muitos sequer têm condições financeiras. Poucos ganham muito e muitos que ganham pouco. Há alguns municípios que
Leia ABC – O treinamento não é dele? E.M. – Pode ser. Mas sabemos que o Petrov está por trás de tudo. Hoje há uma assessoria por trás dela e às vezes o assessor/assistente manda muito mais do que quem está na frente.
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Entrevista têm alguma infraestrutura, onde o profissional é contratado via concurso público. Daí ele começa a trabalhar na pista, mas repentinamente deixa o atletismo porque teve que migrar para outra área pela necessidade do município. Em síntese, a quantidade de formadores é pequena se comparada ao megaevento que vem ai. Leia ABC – A Federação Paulista e a Confederação Brasileira estão se renovando. Qual é o papel desses novos dirigentes? E.M. – O ultimo presidente da confederação ficou mais de 20 anos no cargo. Fez muito, mas ainda assim faltou. Poderia ter sido muito melhor. Ele beneficiou alguns técnicos e atletas que não tinham crédito no mercado, mas tinham potencial para desenvolver um trabalho profissional.
Leia ABC – A monocultura do esporte no Brasil ainda é um problema para o atletismo deslanche? E.M. – Sim, claro. Mas a culpa não é só da mídia. A população do Brasil precisa entender que há outros esportes de resultado. Se o dirigente brasileiro de atletismo tivesse força suficiente para mudar essa situação, creio que o atletismo brasileiro seria diferente. Leia ABC – Quando assistimos a competições internacionais, vemos fenômenos como os jamaicanos Usain Bolt e Yohan Blake. Qual é a preparação desses atletas? E.M. – Olha, se analisarmos que a Jamaica é um país com as mesmas características do Brasil, eles tem o talento natural. Mas o fator de estímulo é que, à medida que o sujeito desponta, os patrocinadores investem naqueles possíveis campeões. 8
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Mario Cortivo
Leia ABC – Você não acha que faltou mais infraestrutura que permitisse um “tronco com raízes muito profundas”? E.M. – Não quero afirmar isso porque, do ponto de vista administrativo, não tenho conhecimento.
Complementam a alimentação, a recuperação, pagam um médico fisiologista para dar a assistência para o técnico, tem um biomecânico que faz uma análise no individuo. Até o coaching é contratado. Leia ABC – Quanto em dinheiro é preciso para formar um atleta de ponta no Brasil? E.M. – Para se ter uma ideia, no meu grupo tenho R$ 10 mil por ano de patrocinadores em São Bernardo do Campo para treinar um jovem atleta. Não dá para fazer nada. Começo um garoto bom, mas não dá para avançar. Não posso. Em
valores totais, tudo se diferencia. Leia ABC – Há alguns anos, houve um escândalo de doping em atletas supostamente apoiados por técnicos, que abalou a modalidade. Você é a favor ou contra ao uso de substâncias proibidas? E.M. – Meu ponto de vista é exaurir as potencialidades do atleta sem utilizar meios ilícitos para fazer com que ele cresça. Aconteceu o fato, não podíamos coibir. E alguém pagou o pato que comeu, e os outros que não comeram o pato sofreram uma minimização dos investimentos.
Editorial
Deixamos de ser ... ... para ser apenas Explica-se. No primeiro semestre do ano passado nascemos e crescemos , publicação de atualidades voltada aos leitores das sete cidades da região. Ganhamos corpo e estrutura com a então parceira TV+. Aprendemos muito sobre o que é mostrar a região sem bairrismos, com sobriedade e atitude. Repentinamente, quando iniciamos a fidelidade, simplesmente desaparecemos dos locais onde sempre a revista
era encontrada. Não é assim que
se faz e, por isso, pedimos desculpas. Estamos de volta com o desejo de continuar a informar com seriedade e com qualidade. Fazer você entender os problemas e as virtudes da sua cidade. Agradecemos a quem de direito nos ajudou e, como diz o popular ditado, vamos caminhar com nossas próprias pernas. Agora a
dá um passo maior.
Será sustentável. Será da Sustentabilidade Editorial e da Cheeses Publicidade e Editora. Melhor, independente e com o objetivo de manter uma publicação editorial que merece comprometimento. Estabelecer o contato com você, leitor, é nossa prioridade. O desafio de manter a qualidade sobre a apuração dos fatos aumentou. Não vamos mudar nada no corpo editorial, apenas a estrutura de comando da . Você poderá sentir nas edições mensais que serão encontradas nos locais próximo à sua casa (veja onde você pode encontrar a revista na página final
de cada edição). Nesta edição damos início ao segundo trimestre tocando num assunto polêmico: homossexualismo. Quem são e onde estão as pessoas que sofrem com o preconceito por se assumirem gays ou lésbicas numa região de tendência mais conservadora. É isso e muito mais. Confira. | Abril de 2013 9
Mirante
Wallace Nunes wallace@leiaabc.com
G--12 não, G-13 A base de apoio de Carlos Grana aumentou. Os vereadores do PTdoB, Elian Santana e Marcos Pinchiari, bateram o martelo e vão apoiar o prefeito. O secretário de Gabinete, Tiago Nogueira (PT), deixou claro que os vereadores que declararem apoio à sustentação serão recebidos de braços abertos.
O voo da galinha em primeiro mandato
O racha no PSB de Santo André se intensificou. O presidente do diretório municipal socialista, Wilson Pedro da Silva, convidou o ex-prefeito Aidan Ravin (PTB) para ingressar na sigla. A pretensão do ex-chefe do Executivo é concorrer a deputado estadual nas eleições de 2014. A reunião mexeu com o único vereador da sigla na cidade, Almir Cicote, que dá apoio incondicional ao prefeito Carlos Grana.
Projeto vetado, e não tem discussão A deputada estadual Ana do Carmo (PT) fez duras críticas ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), após veto a projeto de lei de sua autoria que prevê a presença de psicólogos e assistentes sociais nas escolas da rede estadual de ensino. Segundo Ana, a decisão de Alckmin foi “totalmente equivocada e dá mostras do péssimo tratamento” que alunos recebem com a atual qualidade de ensino.
Paulo Pinheiro já perdeu a mão?
O vereador de São Bernardo Pery Cartola, em seu primeiro mandato, enviou carta à direção estadual do PPS afirmando sua intenção de ser candidato da sigla a uma vaga de deputado estadual nas eleições de 2014. “Refleti e analisei a conjuntura. Concluí por tornar pública minha pretensão de disputar a eleição para deputado estadual, no pleito que ocorrerá no próximo ano. Por isso, o presente (a carta) tem como objetivo, além de comunicar a decisão, solicitar que a legenda viabilize minha pretensão”, diz na carta o vereador.
Bastidor Em conversas por trás do “palco”, a cúpula estadual do PT aventa a possibilidade com o lançamento da chapa Padilha-Marinho para disputa do governo estadual no ano que vem. Há um mix de resistência e empolgação, pois se sabe que o ministro da Saúde quer transferir já seu domicílio eleitoral para São Paulo. No entanto, o prefeito Luiz Marinho resiste à ideia e descarta a possibilidade. “Ele quer fazer história na cidade e na região como dirigente moderno”, conta um membro do governo, que pede anonimato.
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Fotos: Divulgação
Aidan Ravin quer fazer o que nunca fez
Na semana seguinte à da “rebelião” da vice-prefeita de São Caetano, Lucia Dal’Mas (PMDB), a Câmara silenciou sobre o assunto, e o clima durante a sessão era de aparente calmaria. “É briga de cachorro grande”, diz o vereador Beto Vidoski (PSDB). O parlamentar acredita que em breve será definido o caminho que o rompimento de Lucia com o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) terá. “Todo rompimento é ruim”, afirma sem querer tecer muitos comentários, assim como a maioria dos colegas de Casa.
Tiroteio em Diadema Com cerca de 20 obras de habitação paralisadas na cidade, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), culpou a gestão anterior, de Mario Reali (PT), por atrasos nos pagamentos e pela falta de regularizações que impedem o prosseguimento das intervenções. “Estávamos com a certidão previdenciária irregular desde março e as empresas estão sem pagamento. “Prometeram (as habitações) para tentar enganar a população. Mas isso acabou”, ressalta Michels.
Ele está tentando, mas a chance de vitória... O prefeito de Mauá, Donisete Braga, foi ao Rio de Janeiro se encontrar com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Na pauta da reunião, a distribuição dos tributos gerados pelo refino do petróleo no município. “Mauá é a única cidade brasileira que tem uma refinaria e não recebe nada por isso, fica só com o ônus. Transformamos petróleo em combustíveis, como óleo combustível, diesel e gasolina, e a cidade não se beneficia. Todos os tributos da venda vão para Barueri e São Caetano. Deixamos de receber R$ 170 milhões por ano.”
Benevides reivindica verbas para o turismo em Ribeirão O prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), se reuniu com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), para solicitar cerca de R$ 47 milhões para pacote de obras em turismo e infraestrutura. Os projetos apresentados preveem a construção de novos equipamentos turísticos para alavancar o setor e grandes intervenções viárias.
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Expediente
Diretor Executivo
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Editoração Eletrônica
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Impressão
Ecograph A tiragem da revista é devidamente auditada pela
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LEIA ABC é uma publicação mensal produzida pela Editora Sustentabilidade Editorial e Cheeses Publicidade e Editora.
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Economia
Marcos Cazetta Economista e especialista em finanças pessoais
O reflexo do maior acesso das famílias ao crédito
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odemos observar alguns pontos relevantes que influenciam o nosso dia a dia. O crédito é um deles. Com o crescimento econômico, foi inevitável a expansão do crédito no país. Se olharmos a relação crédito-PIB, que representa o quanto de crédito foi concedido pelas instituições financeiras em relação ao quanto foi produzido pela economia, este índice passou de 36,6% em 2008 para 53,5% em 2012, ou seja, indica que as famílias tiveram mais acesso ao crédito. Este aumento trouxe para as famílias a realização de alguns sonhos como: a casa própria, o carro do ano e a geladeira nova. Mas com eles vieram também alguns dilemas, como a preocupação com o pagamento dos empréstimos efetuados para a realização desses sonhos. O comprometimento da renda das famílias brasileiras passou de 31,9% em 2008 para 43,4% em 2012. Engana-se quem pensa que as famílias já estabilizadas financeiramente não sentiram os reflexos desta expansão do crédito. Como em qualquer outro mercado, quando se tem mais competitividade entre empresas concorrentes, os preços tendem a se equilibrar. E com o setor financeiro não foi diferente. A concorrência entre bancos aumentou, as taxas de juros sofreram reduções, o que refletiu na remuneração das aplicações financeiras. Famílias que tinham um ganho razoável, com um baixo risco em aplicações, agora têm de reavaliar as estratégias para manter o mesmo ganho. Alternativas de baixo risco, como a poupança e o CDB, deixaram de ser atraentes, pois os rendimentos estão sendo corroídos pelo aumento da inflação. Neste novo cenário, é cada vez mais importante e necessário buscar informações sobre fundos de risco
Não podemos negar o salto que a economia brasileira deu nos últimos anos. No entanto, qual é o real reflexo deste crescimento nas famílias brasileiras?
maior, pois eles se tornaram uma das principais alternativas para manter a rentabilidade dos anos passados. Situações como estas acontecem a todo o tempo no dia a dia das famílias brasileiras. Por isso vale ressaltar a importância de estarmos atentos aos movimentos da economia. Maior atenção, como ter controle do orçamento familiar, não é apenas uma questão de pôr ordem nas finanças, mas sim de qualidade de vida. | Abril de 2013 13
Economia Foto: Mario Cortivo
Ter dĂvida impacta a s
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s aúde, aponta Procon Da Redação redacao@leiaabc.com
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onsumidores com dívidas que comprometem mais da metade de seu orçamento podem sofrer impactos psicológicos. O problema foi identificado pelo Procon de São Paulo durante projeto-piloto de um núcleo especial de apoio a superendividados realizado de janeiro a julho de 2011. O órgão espera inaugurar esse núcleo no início de setembro. O Procon detectou, no projeto, que cerca de um terço dos superendividados tinha problemas de saúde. “Entre 288 pessoas atendidas, verificamos forte sofrimento psíquico por causa do endividamento”, conta a assessora executiva do Procon-SP, Vera Remedi. “São pessoas que deixam de dormir, passam a ter problemas em casa, até se divorciam”, destaca. O Programa de Apoio aos Superendividados do Procon vai oferecer orientação financeira e psicológica ao devedor. Além disso, promoverá a renegociação de dívidas, em parceria com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), responsável por fazer uma análise prévia que indica se o devedor se encontra em situação de superendividamento. Após participar de palestras educativas e de saúde, o devedor será encaminhado ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do TJ-SP, onde são realizadas as sessões de reconciliação com os credores. “Fazemos uma negociação coletiva, todos os credores são chamados”, diz o juiz coordenador do Cejusc, Ricardo Pereira Junior. Foi como uma espécie de experiência prévia ao lançamento do programa que o
Procon realizou os atendimentos no projeto-piloto de 2011. Na ocasião, chamou atenção ainda o consumo compulsivo, um tipo de transtorno psicológico que causa descontrole com as compras. A psicóloga Renata Maransaldi, do Hospital das Clínicas (HC), explica que a compra compulsiva é um tipo de doença conhecida como transtorno de impulso.
Programa voltado para superendividados identifica que devedores podem sofrer de transtornos psicológicos. Um terço dos endividados apresenta problemas de saúde “O paciente tem muita dificuldade de se controlar nas compras e esse descontrole se repete muitas vezes.” O HC recebe por ano cerca de 45 pacientes e oferece sessões com psicólogos e psiquiatras. “Percebemos que só uma parcela das pessoas que relatam sofrimento psicológico pode ter esse transtorno previamente”, diz a assessora do Procon. “Nós decidimos incluir isso nas nossas palestras apenas como um alerta.” EX-SUPERENDIVIDADA A auxiliar de enfermagem Marta Oliveira perdeu o controle do orçamento depois que assumiu as parcelas do fi-
nanciamento de um carro comprado em seu nome para uma amiga há dez anos. Com o tempo, Marta foi fazendo outras dívidas para bancar seus gastos pessoais enquanto tentava quitar o automóvel. Acumulou débitos no cartão de crédito e assumiu um empréstimo no banco. Ela é uma das pessoas que relataram sofrer por causa das dívidas. “Eu não dormia, tinha pesadelo toda vez que o telefone tocava”, lembra. “Era uma frustração muito grande, cheguei a pensar que ia cair em depressão.” A auxiliar de enfermagem participou do projeto-piloto do Procon. Hoje, tem três acordos com seus diferentes credores. Compromete, todos os meses, 70% de sua renda para pagar os empréstimos e deixa que o marido cuide das contas da casa. Ao todo, serão três anos até que ela saia do vermelho. “É como receber um presente, vai ser um alívio muito grande depois de tantos anos lutando contra essa bola de neve.” JUROS ALTOS “A maior parte dos atendidos tinha dívidas no cartão de crédito e no cheque especial, que são as modalidades com juros mais altos”, comenta a assessora executiva do Procon-SP. “As dívidas que parecem baixas crescem exponencialmente até o ponto que a pessoa não tem mais capacidade de honrá-las.” Segundo o professor de economiaPaulo Gala, um dos motivos que levam alguém à situação de superendividamento é o juro alto. “Se você tem uma taxa de juro de 30% a 50% ao ano, a cada dois anos a dívida pode dobrar. O superendividamento decorre da explosão da dívida por causa dos juros.”
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Economia
O dinheiro vai continuar
chegando no bolso
A ampliação da renda do trabalhador, que vem crescendo de forma contínua nos últimos dez anos, somada à situação da taxa de desemprego nos menores níveis da história criou um cenário com consumidores mais endinheirados
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Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com
amplo mercado de massa e o mais restrito, porém lucrativo, segmento de luxo serão os motores que manterão o consumo em alta em 2013, sustentando um crescimento moderado da economia brasileira. Os dados foram analisados pelo Seminário Perspectivas Econômicas e Comerciais 2013, realizado pela Amcham-São Paulo. “Há dois caminhos para o crescimento acelerado: mercados de luxo e mercados de massa. É a bifurcação do consumo. Esses dois mercados se expandirão a taxas na casa de dois dígitos nos próximos anos”, aponta o gerente de consumo e varejo da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), Jorge Inafuco,. As oportunidades de negócios se estendem tanto a grandes quanto a pequenas redes de varejo, com destaque para cidades de pequeno e médio porte, longe dos principais centros comerciais, e advêm de um movimento visto entre toda a classe trabalhadora: a renda aumentou e as famílias têm gastado mais. “O varejo estará onde houver dinheiro para comprar”, afirma Inafuco. Em outras palavras, as empresas terão o desafio de se adaptar para buscar o consumidor. Segundo ele, a tecnologia 16
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é o caminho pelo qual os consumidores poderão ser mais facilmente atingidos e engajados, contemplando um fenômeno de consumidores se comunicando via diversos canais. “O ano de 2013 deve ser positivo ao varejo, e as oportunidades serão alcançadas por quem se antecipar a esses movimentos”, analisa. Emprego e renda A ampliação da renda do trabalhador, que vem crescendo de forma contínua
Expansão do varejo O próprio setor muda da mesma maneira que os hábitos. A pesquisa do BCG mostrou que o potencial de crescimento do consumo vai se disseminar para fora dos grandes centros. Rim diz que o Nordeste caminha para se transformar no segundo maior mercado consumidor do País, atrás somente dos Estados do Sudeste e superando o Sul. “Além disso, as cidades com menos de 500 mil habitantes vão ganhar relevância, assim como os municípios do interior”, afirma. A previsão se mostra alinhada com dados do varejo citados pelo consultor da PwC. Inafuco analisa que, no Brasil, as cinco maiores redes detêm 44% do varejo, que movimentou R$ 1,04 trilhão em 2011. “Isso é pouco. Em um mercado maduro, os líderes do mercado são dois ou três controlando 80% do mercado”, compara. O faturamento das cem maiores redes no País foi de R$ 260 bilhões em 2011.
nos últimos dez anos, somada à situação da taxa de desemprego nos menores níveis da história, criou um cenário com consumidores mais endinheirados e gastando com alimentos, eletrodomésticos, carros, educação e muitas outras categorias de produtos e serviços. Inafuco diz que, para o varejo, desemprego em queda é sinônimo de vendas em alta. “E o ‘pibinho’ de 2012, que ficou em 0,9% de crescimento, foi basicamente mantido pelo consumo”, explica. “Nas nossas pesquisas sobre o varejo, vimos que taxas de desemprego abaixo de 8,5% mantêm o setor no positivo.” Crescimento sustentado Cristiano Souza, economista do Banco Santander, sinaliza que, em 2013, o consumo das famílias continuará puxando para cima o desempenho da economia brasileira, ao passo que o investimento ainda estará longe dos níveis necessários. “O que melhorou a renda foi o aumento real dos salários. Entre a classe C, os salários subiram 42% acima da inflação nos últimos dez anos. Nas classes A e B, essa ampliação foi de 21%.” “O crescimento baixo do PIB [Produto Interno Bruto] visto em 2012 se deve mais à queda dos investimentos, porque o consumo nunca sofreu”, afirma ele, ao montar um panorama das previsões macroeconômicas para 2013. Os investimentos, em 2012, ficaram entre 17% e 18% do PIB, enquanto nos anos anteriores estava na casa de 19% para 20%. Apenas como comparação, na América Latina, essas taxas variam entre 27% e 28%. “O consumo [interno] aquecido ajuda o PIB e o cenário de crescimento vem dos gastos das famílias.” Enriquecimento das famílias Dados apresentados pela PwC mostram que o movimento de enriqueci-
Mario Cortivo
mento das famílias tem sido contínuo. Em 1992, o equivalente a 75,1% das famílias situavam-se nas classes D e E (o critério atualizado destas classes é de famílias com rendimento mensal de até R$ 1.741), enquanto a classe C (renda entre R$ 1.741,1 e R$ 4.159) estes 17,6% das famílias. Em 2011, estes números passaram para 57,3% e 29, respectivamente. No período, a classe B, que inclui famílias com renda entre R$ 4.159,10 e R$ 13.026, passou de 6,5% para 11,6%. “E de 2012 a 2017, a expectativa é de continuidade dos bons desempenhos, com expressiva migração das famílias para classes mais altas”, prevê Inafuco. Mudança de hábito Com mais renda disponível, muda o padrão de consumo do brasileiro. Rim Abida, principal executiva da consultoria The Boston Consulting Group (BCG) no Brasil, avalia que as classes médias e altas deverão responder por cerca de 85% do aumento de consumo ao longo desta década. “A previsão é de que, até 2020, o consumo brasileiro passe de R$ 2,5 trilhões para R$ 3,2 trilhões”, destaca. “O motor principal é essa migração das famílias da faixa de renda restrita para a faixa de emergentes”, afirma ela, a partir de uma recategorização de classes
desenvolvida pelo BCG. O crescimento não vai afetar todos os setores da economia do mesmo modo. Há os que vão perder fôlego agora, como eletrodomésticos. Em compensação, os segmentos de serviços, educação, serviços financeiros e investimento, além dos produtos de maior valor agregado, vão passar a crescer mais fortemente. O BCG modificou o modo de olhar os consumidores nas mais variadas faixas de renda, substituindo as letras das classes. Para Rim, é preciso entender quais são os hábitos das famílias das distintas faixas de renda e quem são elas. “A nova segmentação traz uma ideia do que elas consomem e o que pararam de consumir, o que acaba sendo uma ferramenta para fazer as projeções e identificar significados para o cresci-
O baixo crescimento do PIB em 2012 se deve mais pela queda dos investimentos, mas o consumo vai continuar em alta durante este ano
mento de vários setores e categorias.” Entre R$ 500 e R$ 2., estão as famílias consideradas de consumo restrito, que gastam prioritariamente com alimentos, e têm eletrodomésticos básicos em casa (que normalmente não é própria). Abaixo desse grupo, há os subsistentes, cujo dispêndio se limita a alimentação e a marcas simples. Grupo Emergente O grupo emergente tem renda entre R$ 2. e R$ 5. e consome de modo diferente. Geladeira de duas portas, televisão de LED e marcas mais caras fazem parte da cesta de consumo básico. No grupo seguinte, o dos estabelecidos, a renda vai de R$ 5. a R$ 7., e aqui começam a surgir, além do consumo, hábitos de investimento e compra de veículos de faixa mais alta de preço. Acima desse grupo, a classe é de afluentes, cujo dispêndio inclui ainda o luxo, como veículos importados e propriedades mais caras. “São aspirações e consumo totalmente distintos, tanto entre os grupos quanto dentro das próprias segmentações”, explica a executiva. “Na última década, o que houve foi uma ascensão do público ‘restrito’ ao grupo ‘emergente’. Daqui em diante, a subida é dos ‘emergentes’ e ‘estabelecidos’.” | Abril de 2013 17
Economia
Domésticas: O emprego mais procurado e valorizado
Shutterstock
Fatia dos empregados domésticos na população ocupada caiu para 6,6% em 2012; com mais direitos, tendência de queda deve se acentuar
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Especial para Leia abc Mohammad Waleed - redacao@leiaabc.com
o passado, ter uma empregada doméstica era restrito aos ricos. A pessoa, na maioria das vezes mulheres, cuja idade média varia dos 22 anos aos 55 anos, passava a semana na casa do patrão e tinha o fim de semana de folga. Mais tarde, a classe média necessitou dessas mulheres e seus indispensáveis serviços. Mas, nos últimos anos, tudo mudou. Com o crescimento da economia, muitas pessoas já não se dispõem a trabalhar nas tarefas de limpeza do lar. Por isso, já é considerado luxo quem tem uma empregada doméstica exclusiva, porque cada vez mais elas preferem trabalhar como diaristas. Segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012 a participação deste grupo no total da população é de 6,6%, o mais baixo desde 2003. Mão de obra em escassez faz com que, por quem demanda o serviço, se “tire mais dinheiro do bolso”. De fevereiro do ano passado a fevereiro deste ano, o custo para contratar uma empregada doméstica cresceu 11,83%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também verificado pelo IBGE. Para comparação imediata, o IPCA cheio aumentou 6,31% no mesmo período. Traduzindo, se no ano passado gastava-se uma média diária de R$ 85 para se ter uma diarista hoje é preciso de R$ 100 para obter os serviços de uma doméstica. Aliado ao fato da redução significativa de trabalhadores domésticos e o consequente aumento salarial, agora, com a recém-aprovação da lei que dá sólidas garantias ao trabalhador doméstico, os serviços devem ficar ainda mais caros. Os novos direitos nascem por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Domésticas. A proposta prevê recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e jornada de trabalho de 44 horas por semana, entre outras mudanças. “Com a baixa oferta e a demanda crescente, o preço das empregadas do-
Mesmo com as novas regras, que dão mais garantias às trabalhadoras, os sálarios vão subir em 2013 mésticas chegou a um patamar em que muitas famílias estão abrindo mão do serviço todos os dias e optam por ter uma empregada no máximo duas vezes por semana, por exemplo, para não configurar um vínculo”, afirma Cimar Azeredo, gerente da PME. Diaristas Outra questão que tem deixado os empregadores um tanto quanto aliviados é o fato de que muitos trabalhadores domésticos tiram dinheiro do bolso para pagar uma diarista, pois é muito mais fácil
e vantajoso ter uma pessoa no máximo duas vezes por semana a R$ 100 ou R$ 150 o dia, do que diariamente. As empregadas domésticas obviamente, também não reclamam. “É mais rentável eu trabalhar como diarista em várias casas, do que ser exclusiva em apenas uma. Primeiro por causa do dinheiro, segundo porque tenho condições de estudar”, afirma Laura Anjos dos Santos. A mudança na estrutura do emprego doméstico deve dar um “ar” mais europeu e norte-americano para o setor no Brasil. Nos Estados Unidos e na Europa, ter um trabalhador doméstico todos os dias da semana é considerado luxo. Quem trabalha no setor, por sua vez, se especializa e, obviamente, cobra mais. “A tendência é haver pessoas especializadas em serviços domésticos. Não vamos ter analfabeto fazendo esse trabalho, como era no passado. Teremos pessoas com mais escolaridade nessa função com uma remuneração mais elevada”, diz Cimar Azeredo.
Campeão mundial de empregados domésticos Mesmo com a queda no número de pessoas que se dispõem a trabalhar nos serviços domésticos, o Brasil ainda é de longe o país que mais tem esse tipo de trabalhador. Em segundo lugar está a Austrália, com muitos empregados vindos dos países pobres da Ásia. Na terceira colocação está a Inglaterra e em quarto os Estados Unidos. A mudança na situação do mercado de trabalho doméstico é sustentada pela alta em outros postos de trabalho e também pela melhora na educação do trabalhador. Esse último quesito pode ser verificado de 2003 a 2012. O percentual de trabalhadores analfabetos ou com até oito anos de estudo recuou 15,5%. Já a quantidade de profissionais com oito a dez anos de estudo aumentou 27,7%, enquanto a parcela dos profissionais cresceu 139,4% no período. “Com a melhoria da educação e oportunidade de trabalhar em outros nichos, as trabalhadoras estão conseguindo se inserir principalmente nos serviços prestados a empresas, uma parte mais voltada para terceirização”, afirma Cimar Azevedo, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE.. Em números atuais, aproximadamente 95% do trabalho doméstico no Brasil são as mulheres que os realizam. Entretanto, há uma migração da mão de obra feminina com o desenvolvimento do mercado de trabalho. Em 2003, 16,7% da mão de obra feminina estava alocada em serviços domésticos. No ano passado, foi de 13,9%. Na contramão, o percentual de trabalhadoras atuantes em serviços prestados às empresas avançou 3,6 pontos percentuais no período.
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Economia
Patricia Bono Advogada e Mestre em Direito
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A maturidade do consumidor
ocê já deve ter passado pela situação de comprar algum produto e não o receber, ou contratar algum serviço e não receber a prestação conforme o combinado. Para que você não se sinta sozinho, a Fundação Procon1 publicou o ranking das empresas que mais sofreram reclamações em 2012, depois de fazer mais de 600 mil atendimentos. O grupo Itaú Unibanco, que ocupava o terceiro lugar em 2011, agora lidera a lista de empresas que causam as maiores dores de cabeça ao consumidor, seguido da Claro, Bradesco e Vivo. O que mais surpreende é o fato de que serviços essenciais, dos quais se espera alguma segurança (como aqueles oferecidos pela Eletropaulo, que ocupa a nona colocação, com 576 reclamações), estejam na lista. O importante de tudo isso é que o consumidor, a parte sempre mais fraca nas relações de consumo, está, paulatinamente, aprendendo e invocando seus direitos. Já sabe que o prazo – contado a partir de quando se percebe a inadequação – para reclamar sobre produtos e serviços não duráveis (alimentação, por exemplo) é de 30 dias e de 90 dias para reclamar de produtos e serviços duráveis (eletrodomésticos, por exemplo). O fornecedor do produto ou serviço também tem prazo para obedecer. Se ele não conseguir sanar o problema em 30 dias, deverá substituir o produto ou serviço, ou restituir de imediato a quantia gasta pelo consumidor, ou ainda dar um abatimento no preço se, neste caso, o consumidor decidir ficar com o produto no estado em que se encontra2. Se nada disso der certo, o consumidor deve recorrer ao Procon, que tomará as medidas administrativas para sua defesa, contando, inclusive com a possibilidade de propor ações coletivas. Outra alternativa é o consumidor bus20
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car seus direitos junto aos Juizados Especiais Cíveis3, que atendem o cidadão, independentemente de estar acompanhado de advogado, desde que sua pretensão não ultrapasse o valor de 14 salários mínimos. Se a pretensão for maior, a Justiça comum está apta a receber ações que tenham o dano consumeirista como foco. Nas esferas judiciais que citamos, ainda, a lei confere a chamada inversão do ônus da prova, ou seja, é o fornecedor que deve provar sua inocência (se houver). Independentemente da via que o consumidor buscará para alcançar seus direitos, o que podemos ver com alegria é que ele compreende que pode e deve reclamar quando investe em um bem ou serviço e não é atendido em suas expectativas. Compreende, também, que a Lei de Consumo nada mais é que uma ferramenta a ser utilizada sempre que o dano existir. E esta maturidade nas relações de consumo nos traz um novo panorama, em que os fornecedores, atentos às regras, são obrigados a ressarcir perdas e danos materiais (e não só o valor do produto ou serviço), além de serem responsabilizados por eventuais danos morais, que podem ser de cunho individual, coletivo ou difuso. E se críticas construtivas devem ser feitas, fica aqui a esperança que o Estado, através da Fundação Procon, aumente seu corpo de atendimento4, agregando mais pessoas ao quadro funcional da fundação, bem como alargue o horário de atendimento pessoal nas sedes conveniadas5. http://www.procon.sp.gov.br/ Art. 18 do Código de Defesa do Consumidor 3 Na região do ABC, os Juizados Especiais Cíveis se localizam no Edifício do Fórum da cidade. 4 Você também pode reclamar do serviço prestado pelo Procon pelo telefone 08003776266, ou pela guia OUVIDORIA, no site da fundação. 5 O Procon também faz atendimento por carta ou fax. 1 2
PROCON Região do ABC SANTO ANDRÉ Rua Arnaldo, 49 - Vila Bastos. Tel.: 4992-7174. O atendimento ao público é feito de segunda a sexta-feira, com retirada de senhas das 8h às 12h. Consulte também o Cadastro das reclamações fundamentadas no site da Fundação Procon de São Paulo: www.procon.sp.gov.br O Departamento também oferece assistência judiciária no mesmo endereço. Tel.: 4438-8342. O atendimento ao público é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, SÃO BERNARDO DO CAMPO Av. Senador Vergueiro, 2432 - Rudge Ramos. Tel.: 4362-4614 SÃO CAETANO DO SUL Rua Nelly Pelegrino, 930. Tels.: 42325870 / 4239-4768 / 4238-8891. Diadema Rua General Rondon, 95 - Jd. do Parque. Tel.: 4053-7204 Mauá Rua Rio Branco, 87 - 2º andar Centro. Tels.: 4541-6980 / 45416413. Ribeirão Pires Rua Felipe Sabag, 200 - 3º andar - sl. 4C (Shop.Garden). Tel.: 4825-6465 RIO GRANDE DA SERRA Rua Progresso, 478 - Jd. Progresso. Tel.: 4820-8200
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100 dias Política
Prefeitos eleitos reclamam da pouca margem de manobra, por causa das respectivas dívidas herdadas, para investimentos no primeiro ano de governo Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com
funcionamento dos serviços públicos essenciais. “Um exemplo é a área de iluminação pública, que vai contar com ação emergencial.” Boa parte do déficit deixado pelo último governo provém de serviços que foram terceirizados. “Nossa prioridade é garantir a continuidade dos serviços públicos e que a cidade volte a ser cuidada”, resume. Reclamações sobre falta de dinheiro à parte, o prefeito andreense destaca a reabertura do diálogo com os governos
federal e estadual, que devem garantir investimentos para a cidade. “Com o governo federal buscaremos verbas para a ampliação da capacidade de produção de água de 5% para 25%. Serão R$ 89 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para ações de saneamento.” Segundo ele, também haverá dinheiro para obras de infraestrutura disponibilizado pelo PAC Mobilidade. “São R$ 103 milhões para revitalizar o Corredor Guarará, que inclui alterações no termi-
Grana quer ruas e avenidas
Michels pôs fim a 30 anos de PT
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Fotos: Divulgação
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a política, 100 dias é tempo suficiente para analisar a “cara” que um governante vai fazer durante os próximos quatro anos. Seus atos, suas ações e tomada de atitudes quanto aos problemas crônicos de cada cidade são colocados à prova. No entanto, para medir o real valor das atitudes de um novo ou de um prefeito reeleito, é preciso colocar de lado o discurso político, prática há muito viciada no ABCD. Em Santo André, município considerado berço da classe média e famoso por ter um prefeito – Celso Daniel – considerado ícone e com discurso político quase que apartidário, o PT está de volta. Carlos Grana, que comanda a cidade desde janeiro, após vencer Aidan Ravin, do PTB, demonstra disposição para melhorar a qualidade de vida do município, mas já reclama da situação de ter herdado problemas financeiros e anuncia um contingenciamento parcial. “Não vou falar em herança maldita, mas temos problemas de fluxo de caixa”, declara. “Nos primeiros dias de meu mandato, fizemos uma apresentação das questões deixadas em aberto pela gestão anterior. Herdamos uma dívida de R$ 110 milhões, ou seja, o déficit atinge 34% da arrecadação, tendo em vista o orçamento anual estimado em R$ 2,4 bilhões. Compromete? Sim, e muito. Não será possível fazer alguns investimentos que pretendíamos logo para o início do mandato.” Segundo o prefeito, o problema financeiro está acompanhado do mau
nal e uma alça de acesso à avenida Capitão Mario Toledo de Camargo.” As conversas com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) devem resultar na construção, para os próximos meses, de uma unidade do Poupatempo. À LEIA ABC, Carlos Grana disse ser pouco, mas, diante da situação financeira herdada, o balanço é positivo e há mais três anos e meio de governo pela frente. “É preciso equilibrar o orçamento primeiro. Depois avançaremos em medidas de impacto, para melhorar de fato a qualidade de vida dos moradores.”
São Bernardo é considerada uma cidade-chave para qualquer projeto político, seja regional, seja estadual
Diadema Segundo município que mais cresce em população e já chamado de berço da classe C, os moradores de Diadema também elegeram um novo prefeito. É o jovem Lauro Michels. Membro do Partido Verde, ele deixou de ser considerado “zebra” e foi eleito com uma boa margem de votos sobre Mario Real, que tentava a reeleição. O fato curioso ocorreu durante a eleição. De nada adiantou o apoio de petistas bem avaliados, como o prefeito Luiz Marinho
(São Bernardo), do ex-presidente Lula e ainda 30 anos de governos de esquerda, quando a população decidiu mudar. Michels começou seu pacote de mudanças a partir da própria prefeitura, que precisava de reformas estruturais urgentes. “As instalações do prédio do paço municipal apresentavam problemas como infiltrações, falta de material de limpeza e aparente abandono nas áreas externas do prédio.” Na cartela de obras deixadas por
SCS, de Pinheiro, com problemas
Braga está em busca dinheiro
Reali estão quatro urbanizações: Complexo Elizabeth; Complexo Beira-Rio; núcleos Gazuza, Mem de Sá e Piratininga; e Jóquei-Carapeba. Todas as melhorias contam com recursos do Fundo Nacional de Habitação e Interesse Social (FNHIS), do Ministério das Cidades, e têm aportes milionários. As do Complexo Beira-Rio, por exemplo, estão estimadas em R$ 17,3 milhões. As do Jóquei-Carapeba, em R$ 1,052 milhão. Todas as 20 melhorias contam com recursos do governo federal, via primeira e segunda etapas do PAC. E algumas delas são emblemáticas no desenvolvimento de Diadema. A principal delas é a finalização da urbanização da favela Naval. A obra está estimada em R$ 5,5 milhões e continuará o processo de remoção das famílias da área de risco na divisa com São Bernardo e extinção dos barracos de madeira na comunidade Entretanto, o problema financeiro será a tônica do governo verde na cidade. A dívida do município alcançou R$ 1,7 bilhão – somando as dívidas da Companhia de Saneamento de Diadema (Saned), da Empresa de Transporte Coletivo de Diadema (ETCD), das áreas de saúde e de outros órgãos. Até agora, a prefeitura negocia com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a situação da dívida da autarquia municipal – e não há sinais de que vá retroceder tão cedo. Mas estão em andamento obras da administração passada, que somam R$ 127 milhões, que devem ser entregues até o fim de 2014. Lauro Michels terá dificuldades para governar. Sua base de apoio no Legislativo municipal, essencial para aprovar leis enviadas pelo Executivo, é pequena e oscilante. No momento, com a velha prática de distribuição de cargos, o jovem prefeito tem maioria parlamentar que lhe dá margem para avançar em leis em áreas como a dos Transportes, por exemplo. O governo municipal quer fazer a integração total com o estado e, para isso, precisa de uma maioria parlamentar absoluta.
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Política
Mauá no compasso de espera Não se pode dizer que Donisete Braga (PT) está parado. Pelo contrário. Literalmente correndo atrás de dinheiro para sanar a longeva dívida – criada por um ex-prefeito gastador há mais de 30 anos –, Braga foi ao governo federal negociar a dívida de R$ 1,4 bilhão do município e ainda à Petrobras tentar rever o repasse dos royalties do petróleo que a cidade tem por direito por causa da existência de uma refinaria no município. O prefeito conseguiu um alento. Recuperou o Fundo de Participação do Município (FPM), cujas perdas para este ano estavam estimadas em R$ 56 milhões em decorrência da dívida com o Tesouro Nacional. Mais: também conquistou recursos da 26
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União, através do PAC, para investir em áreas de saúde, da educação e de infraestrutura. Também conquistou um acordo com a Caixa Econômica Federal garantindo que os cofres públicos sejam abastecidos com 50% do valor do FPM, R$ 1,9 milhão, enquanto o restante servirá para abater a dívida, que agora tem prazo de 30 anos. Nardini Outro problema que está sendo solucionado é a diminuição dos gastos com o Hospital de Clínicas Radamés Nardini. Atualmente, a prefeitura gasta R$ 66 milhões anuais, sendo que do total apenas R$ 4 milhões vêm de Brasília. A ideia é obter R$ 20 milhões de suporte do governo do Estado e ampliar o investimento da União ao equipamento para outros R$ 20 milhões. “O que sei é que as negociações estão em andamento”, resume a secretária de Comunicação, Jô Ramires. Sem ter o que apresentar O prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides, diz que os problemas financeiros se tornaram um grande problema para o município. Até o fechamento desta edição, o único investimento anunciado para a cidade é a construção do Complexo Hospitalar Santa Luzia, com injeção de R$ 4 milhões do governo do Estado. Serão 125 novos leitos para internação, com previsão de entrega no primeiro semestre de 2014. As obras estavam paradas por falta de dinheiro e devem ser retomadas em breve. O prefeito foi até Brasília por di-
Carlos Grana quer resgatar legado de classe média de Santo André
Fotos: Divulgação
São Caetano com problemas? Cidade modelo e com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Primeiro Mundo, São Caetano vive, segundo o novo prefeito, Paulo Pinheiro (PMDB), o dilema dos debates sobre o tamanho da dívida. Levantamento da equipe do atual chefe do Executivo municipal mostra que a dívida herdada é superior a R$ 260 milhões. O secretário de Esportes do governo estadual, José Aurrichio Junior (PTB), que governou o município por dois mandatos, contesta o valor e afirma ser menos da metade do que fora anunciado. Procurado pela LEIA ABC, o secretário de esportes não quis se pronunciar. A reportagem, no entanto, constatou que Aurrichio afirma que a dívida é de R$ 100 milhões. No seu balanço de cem dias, Paulo Pinheiro vai justificar o equilíbrio das contas com corte de gastos em torno de 30% em todas as áreas. “Funcionários comissionados terão suas gratificações e horas extras cortadas. Foram pagas pendências nas pastas de Esporte e Saúde. E ainda aumento da equipe da Defesa Civil e repasses no cartão de alimentação”, diz o comunicado divulgado por meio da assessoria de imprensa.
Benevides vai inaugurar hospital versas vezes em busca de recursos. Ele quer turbinar o turismo na cidade e apresentou um projeto para construir o teleférico que ligará o Morro Santo Antônio ao Camping Milton Marinho de Moraes. São 3,5 quilômetros e o custo inicial da obra é de R$ 10 milhões. Rio Grande da Serra Na vizinha Rio Grande da Serra, do prefeito tucano Gabriel Maranhão, o que será destaque no balanço de cem dias é a implantação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas, principal promessa de campanha. Segundo o prefeito, “o plano de trabalho será entregue nos próximos dias”. A menor cidade em população do ABC vive a expectativa de receber ajuda do governo federal para atender os 45 mil habitantes de Rio Grande e os moradores de Paranapiacaba e do Parque Andreense, que pertence a Santo André. As ocorrências de acidentes ocorridos na rodovia Índio Tibiriçá também serão encaminhadas para a UPA.
RGS quer ser estância turística
Marinho: Candidato em 2014?
O mandatário da cidade diz ainda que vai investir na área de educação. “Abrimos licitação para construir uma escola modelo no bairro Santa Tereza, que seguirá os parâmetros de outra unidade que custou R$ 3 milhões e conta com biblioteca e brinquedoteca.”
Metrô Leve Marinho mostra que a área de transportes é prioridade, como a construção da Linha 18-Bronze do Metrô, que inicialmente ligará a estação Tamanduateí na capital ao centro de São Bernardo, a ampliação das avenidas Samuel Aizemberg e José Odorizzi e a construção de 11 corredores de ônibus e quatro terminais de integração de passageiros. Entretanto, nenhuma dessas intervenções deve ficar pronta até o fim de 2013. No mês passado, Marinho se reuniu com o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, para reafirmar o pedido de implantação de mais uma estação para a Linha 18-Bronze, que, a princípio, terminaria no paço municipal, mas que se estenderá até a Estação Djalma Dutra, próximo à avenida Faria Lima, no futuro cruzamento do Corredor Leste-Oeste. No programa de governo para o segundo mandato, o petista propõe que seja instituído um plano plurianual regional. A proposta começou a ser discutida, mas ainda não avançou.
São Bernardo de Luiz Marinho Quatro anos serviram para Luiz Marinho (PT) ganhar respeito e popularidade em São Bernardo do Campo. Naquela época, o petista herdara a cidade administrada por William Dib, do PSDB, e sequer reclamou da dívida deixada pelo hoje deputado federal. O tucano fora acusado de montar um organograma das dívidas e desfalques orçamentários deixados pela administração de 2002 a 2008. O tempo passou, várias obras foram inauguradas, e o único prefeito reeleito do ABC chega aos cem dias de governo do segundo mandato articulando ações e pleiteando investimentos para mobilidade urbana, área considerada por ele a prioridade para a segunda gestão.
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Cidades
À espera de um Animais abandonados e vítimas de maus-tratos lotam abrigos de prefeituras e ONGs aguardando por adoção Da Redação redacao@leiaabc.com
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Fotos: Mario Cortivo
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grande número de cães e gatos abandonados, sem lar, comida ou qualquer outro tipo de cuidado escancara um cenário de desumanidade, descaso e até de saúde pública, com uma possível transmissão de doenças. Não existem dados oficiais, mas estima-se que o número de animais sem dono chega até a 50 mil na região do ABC. Embora a responsabilidade maior seja de quem soltou o animal na rua, o Centro de Controle de Zoonose (CCZ) dos municípios, também conhecido como “carrocinha”, e entidades e organizações não governamentais, assim como as demais pessoas de bom coração, acabam assumindo a difícil tarefa de zelar por esses seres indefesos. De acordo com as prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano, o número de cães e gatos recolhidos mensalmente nos três municípios não chega a cem. A maioria é recolhida porque os animais são agressivos ou foram vítimas de maus-tratos ou acometidos por doenças. O procedimento do CCZ é coletar o animal, deixá-lo sob observação mínima de dez dias, para então ser vermifugado, castrado e vacinado. Uma avaliação do comportamento do bicho é realizada antes de o mesmo ser disponibilizado para uma possível adoção. Pelo conhecimento popular, a carrocinha sempre foi sinônimo de transformar cachorro em sabão.
“Dezenas de gatos também estão à espera de adoção nos CCZ” Entretanto, os municípios juram que respeitam a Lei Estadual 12.916, de 2008, que trata de medidas de controle e proteção de cães e gatos. De acordo com a legislação, a eutanásia só é permitida nos casos de doenças graves ou infectocontagiosas incuráveis que coloquem em risco a saúde de pessoas ou de outros animais, ou que atacaram pessoas injustificavelmente, após passarem por um processo de ressocialização e mesmo assim não terem sido adotados em um período de 90 dias. Ambos os casos devem ser comprovados através de laudos. “É muito raro (a eutanásia). Acontece com os que não mudam o comportamento. Temos boxers, pitbulls e chow-chows agressivos, que os funcionários vão tratando e aos poucos vão se integrando”, afirma Fabiana Toneto, coordenadora do CCZ de São Bernardo. Alguns lugares são conhecidos como
ponto de desova de animais. Em São Bernardo, os mais críticos são no Riacho Grande, Estrada do Alvarenga e Parque dos Químicos. Em locais como esses, o trabalho da prefeitura é de conscientização, no qual é feito cadastramento de casas e animais, além da realização de mutirão de castração. “Esses pontos estão sendo monitorados, colocamos faixas de alerta e conscientização, acionamos a guarda ambiental, mas a colaboração dos moradores é essencial, denunciando, por exemplo, placas de veículos de quem abandona os animais”, diz. Cláudia Demarchi, presidente da ONG Clube dos Vira-latas, concorda com a iniciativa, mas acredita que ainda é muito pouco. “A solução é uma campanha de castração em massa. Um casal de cachorros na rua é responsável por dez mil animais em dez anos, e muitos deles ficam agonizando e espalhando doenças como
lar Para a presidente da entidade, Cláudia Demarchi, a conscientização da população é vital
leishmaniose, cinomose, raiva, leptospirose, sarna. É um trabalho de controle de vigilância sanitária, de saúde”, afirma. O Clube dos Vira-latas é uma das várias organizações da região. Fundada em 2001 pela ativista Cida Lellis – falecida em 2010 –, tem sede em Ribeirão Pires e já foi responsável por mais de seis mil
adoções. No local, cujo endereço não é divulgado a fim de evitar abandono de animais em seu entorno, há atualmente abrigo para mais de 500 animais, mantidos por Cláudia, uma diretoria-executiva, vinte funcionários, que vão de veterinário a faxineiros, e outros voluntários. O custo de manutenção é de R$ 60 mil por mês, arrecadados somente através de doações. Apesar de atuar em várias cidades do ABC, de São Paulo e até em outros estados, a entidade carece de apoio das autoridades. “Não temos apoio nenhum dos órgãos públicos, as autoridades são omissas. Elas têm verba que nós não temos, mas nós fazemos os trabalhos e eles não. Vivemos de doação, é difícil contar com a mesma quantia todos os meses. Infelizmente, não contamos com empresas que nos ajudem”, lamenta a presidente. “Os bichinhos estão todos machucados, alguns agressivos. Não é só cuidar da parte física, mas também da
Serviço adoção • CCZ Santo André – Rua Igarapava, 239, Valparaíso, ou na feira Adotanimal, que acontece sempre no último domingo de cada mês, no Parque Central (Rua José Bonifácio s/n – Vila Assunção), das 10h às 15h. Tel.: 4990-5256. • CCZ São Bernardo – Avenida Dr. Rudge Ramos, 1740, ou na feira noturna ao lado do Ginásio Poliesportivo (Avenida Kennedy, 1155), das 18h30 às 22h, e no Parque Salvador Arena (Avenida Caminho do Mar, 2980) das 9h às 15h. Animais podem ser vistos no site www.saobernardo.sp.gov.br. • CCZ São Caetano - Rua Justino Paixão, 141, Mauá. Tel.: 4238-8170 • CCZ Diadema – Rua Ipoá, 40, Inamar. Tel.: 0800-7710963 • Clube dos Vira-Latas – www.clubedosviralatas.org.br e facebook.com/ClubeDosViraLatas
psicológica, porque eles ficam traumatizados. É um trabalho de amor e carinho.” Os animais chegam ao abrigo vítimas de maus-tratos, atropelados e até violentados sexualmente. Através de denúncias, voluntários da ONG verificam abrigos clandestinos, sempre com o apoio da polícia, e tenta realizar um trabalho de conscientização. “Nosso intuito é ensinar, não adianta acusar. O clube ajuda a orientar as pessoas a não colecionarem animais, principalmente as que não têm condições.” Uma das mascotes do clube é a vira-lata Fraldinha, deficiente física que foi encontrada atirada na represa Billings após ter sido atropelada. Depois de acolhida e tratada, a cadelinha cadeirante é um exemplo de superação. Alegre e animada, é inclusive utilizada em terapias com crianças especiais. Nos últimos anos, o clube ganhou uma importante ferramenta na luta pelos direitos dos animaizinhos: as redes sociais. A página da entidade no Facebook conta com mais de 360 mil seguidores, que compartilham fotos de animais disponibilizados para a adoção. No site, também podem ser vistas as fotos dos animais, separados por tamanho, idade, sexo e outros atributos. Além disso, a entidade realiza feiras de adoção quinzenalmente, onde os interessados assinam um termo de responsabilidade e têm acompanhamento durante cerca de três meses, além de um mês grátis de atendimento veterinário. Os cães e gatos recolhidos pelos CCZ também ficam à disposição para adoção nos abrigos dos municípios (veja boxe). | Abril de 2013 29
Cidades
Transporte de qualidade
só em 2016 Projetos do monotrilho (linha Ouro) e Expresso SBC estão aprovados, mas a conclusão das obras só vão ocorrer daqui a três anos
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transporte público na região do ABC dá sinais de que vai melhorar, mas a população terá que ser paciente, pois qualidade mesmo só ocorrerá em três anos. A Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM), em parceria com as prefeituras de São Bernardo, Santo André e São Caetano, pretende avançar com a Linha 18 – Bronze do Metrô e o Expresso ABC, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os investimentos das duas malhas de transporte ferroviário devem passar dos R$ 5 bilhões. O projeto do Metrô, que no ABC será implantado o sistema pneumático sob trilhos (monotrilho), vai ligar a capital, a partir da estação Tamanduateí até São Bernardo, na região dos Alvarengas. O trajeto terá extensão aproximada de 20 km, que será distribuído em 18 estações. Segundo a companhia do metropolitano, esta linha tem investimento de R$ 4,1 bilhões. Do total, cerca de 40% serão financiados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Um estudo de viabilidade feito a pedido da prefeitura de São Bernardo mostra que, quando a linha estiver em funcionamento, a capacidade de transporte de passageiro será em média de 682 mil usuários por dia útil. O tempo para o percurso entre a estação e a capital (estação Tamanduateí) e o ABC (São Bernardo, na Estrada dos Alvarenga) será de 30 minutos.
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O trajeto do monotrilho da linha 18 será feito em grande parte sob os rios canalizados. De acordo com o relatório de licenciamento ambiental do Metrô, o sistema de trens utilizado na capital teria grande impacto na região e, por isso, o modelo monotrilho, que implica apenas a construção de estruturas de sustentação e fundação maiores, devidá a carga a ser sustentada, seria mais fácil, barato e ambientalmente viável. Para o prefeito Luiz Marinho, as intervenções vão reestruturar o sistema de transporte público na cidade. “Vamos reestruturar totalmente a lógica do transporte e buscar fazer a integração de modalidades entre ônibus – municipais e
A saturação das linhas de trem é tamanha que diariamente acontecem interrupções
intermunicipais –, metrô, trólebus e, inclusive, implantar outras duas modalidades, o metrô por cabo, para regiões onde os coletivos não chegam, e o catamarã, o transporte fluvial”, esclarece. Usuários Com o expresso, o número de usuários da Linha 10 e do novo projeto deve chegar a 600 mil usuários por dia. O investimento previsto é de R$ 1,5 bilhão. Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado, Jurandir Fernandes, o objetivo é aguardar a licitação de uma Parceria Público Privada (PPP), para então passar a obra para o capital privado. Enquanto a parceria não sai, o governo tem executado a obra. “O que o Estado não pode fazer é ficar esperando a PPP sair, pois pode demorar dois ou três anos”, ressalta Fernandes. O secretário diz também que, para atender à atual frota de trens da Linha 10 e à futura do expresso ABC, cinco vias vão ser construídas. “Duas vias serão para o trem parador normal, duas vias para o trem rápido e uma via para carga”, explica. Fernandes acredita que o espaço físico das estações permite tais ampliações.
Linha 18 - Bronze do Metrô (Tamanduateí - ABC) Estações • Tamanduateí • Goiás • Espaço Cerâmica • Estrada das Lágrimas • Rudge Ramos • Istituto Mauá • Afonsina • Fundação Santo André • Winston Churchill • Senador Vergueiro • Baeta Neves • Paço Municipal • Djalma Dutra • Praça Lauro Gomes • Ferrazópolis • Café Filho • Capitão Casa • Estrada dos Alvarengas
TRAJETO 20 KM
Trens Regionais Um dos modelos adotados pelo governo do Estado para o estudo de novas linhas é a Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada (MIP). As empresas apresentam projetos à administração e o governo avalia se os mesmos são viáveis e vantajosos. É o caso dos trens regionais, uma iniciativa que prevê a construção de cinco novas linhas de até 100 km distante da capital. Os trajetos previstos visam ligar a cidade de São Paulo a diversos pontos do Estado, como Campinas, São José dos Campos, Sorocaba e o próprio ABC (Expresso ABC). A região também conta com um projeto de reativar a ligação até Santos. As cinco linhas somam cerca de 416 km e devem custar mais de R$ 18 bilhões. “Nós temos projetado o Expresso ABC, ao lado da Linha 10, uma linha especial com poucas paradas. Um investidor de peso e uma empresa projetista de ferrovia fizeram a seguinte proposta: nós ‘vamos fazer o trem para Santos aproveitando o traçado do ABC’”, diz Fernandes. O secretário acredita que a proposta é interessante não só para os que moram em São Paulo, mas também para os moradores da região. “O ABC, cada vez
TEMPO PREVISTO 30 MINUTOS
INVESTIMENTO
R$ 4,1 BILHÕES
Parte B - Expresso ABC Um segundo projeto que também vai beneficiar a população de pelo menos quatro das sete cidades da região, e que também envolve o transporte público sobre trilhos, é o Expresso ABC. De acordo com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, a implantação de uma via paralela para a circulação de um trem expresso junto à atual Linha 10-Turquesa da CPTM, que corta as cidades de São Caetano, Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, vai dar vazão maior ao crescente fluxo de passageiros.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Metrô
mais, tem Santos como um ponto de trabalho ou um ponto de moradia e trabalho no ABC. Então vai ser feito uma composição, para que este trem rápido para Santos tenha paradas no ABC.” Ainda de acordo com Fernandes, o trecho ABC-Santos, por ser uma MIP, dificulta a previsão de entrega e investimentos. “Estamos aguardando a reposta do mercado com os seus projetos. Eles chegando, nós vamos eleger o melhor para só depois lançar o edital. Esse processo é demorado. Provavelmente, vamos ter respostas mais concretas só no começo do ano que vem”, explica o secretário. A prioridade para o governo, segundo Fernandes, são as obras que já estão sendo executadas. Em sequência, viriam as implantações de Campinas, Sorocaba, Baixada Santista e São José dos Campos, de acordo com a demanda. “Havia, ha alguns anos, uma situação muito mais privilegiada em São José dos Campos em relação a Santos. Está havendo certa mudança nessa demanda pelo crescimento forte da cidade, devido à questão do pré-sal e dos investimentos da Petrobras. No momento em que houver um ganhador desse processo todo, ele pode até ter interesse em começar duas ou três linhas ao mesmo tempo”, diz Fernandes.
Uma vez em funcionamento, o Expresso ABC só vai parar nas estações Brás, Tamanduateí, São Caetano, Santo André e Mauá, consideradas de maior demanda. Atualmente, a Linha 10, que liga a capital ao ABC está sobrecarregada, vive em manutenção, transporta diariamente 400 mil usuários. O projeto prevê a construção de 25 km de trilhos e a primeira parte (Brás-Santo André) está previsto para ser concluída em 2014. O Expresso ABC inclui também a aquisição de 11 novos trens e a reforma de 12 das 13 estações que compõem a linha já existente. Segundo a CPTM, as novas estações terão plataformas cobertas, escadas rolantes e itens de acessibilidade, como elevadores, piso e rota táteis, comunicação em Braille, corrimãos e rampas adequadas, além de banheiro público comum e exclusivo para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A exceção é a estação Tamanduateí, que foi reconstruída e entregue junto com a estação do Metrô, em 2010.
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Segurança Dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), divulgados na última semana de março, mostram que o número de homicídios cresceu 32% na região
A violência
migrou para o ABC
Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com
Policiamento Na região percebe-se a olhos nus um maior policiamento nas ruas, avenidas e estradas que circundam o ABC. O novo comandante da Polícia Militar do ABC, coronel Mauro Cezar dos Santos Ricciarelli, que defende o fortalecimento de parcerias com as prefeituras da região, destaca que os oficiais que passaram pelo comando da corporação fizeram um bom trabalho, policiamento ostensivo de resultado, e prometeu manter a mesma aplicação. “Nós vamos aproveitar sim, as boas práticas.” 32
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Divulgação
O
s efeitos do crescimento desordenado são refletidos no aumento da criminalidade, que voltou a subir na região das sete cidades. Dados oficiais do governo do Estado revelam que no primeiro bimestre de 2013 houve uma alta de 32,5% no número de vítimas de homicídio doloso (quando há a intenção de matar) no ABCD, em comparação ao mesmo período no ano passado. O informe da Secretaria da Segurança Pública (SSP), divulgado na última semana de março, mostra também que 19 pessoas foram assassinadas na região em fevereiro do ano passado e, no mesmo período deste ano, registraram-se 26 vítimas fatais. Os roubos seguidos de morte (latrocínios) cresceram nos primeiros dois meses. E a alta partiu da base zero. Explica-se: em 2012 não houve registros, mas neste ano 12 casos, quatro deles em Diadema, foram registrados. Cinco das sete cidades registraram ao menos dois casos nos dois primeiros meses deste ano.
Mesmo com aumento do policiamento, número de homicídios cresceu Ousadia Mesmo com o policiamento ostensivo na região a toda prova, os criminosos são destemidos e a sensação de insegurança cresce. Jovens, cuja idade não passa dos 22 anos, oriundos dos bairros mais pobres das sete cidades aproveitam os momentos menos policiados para roubar automóveis em pleno dia, assaltar e até praticar latrocínios. Na comparação de fevereiro deste ano com o de 2012, o ABCD apresentou queda inédita nos registros de roubo e furto de veículos. A mesma redução pode ser vista em roubos e furtos em geral. Mesmo assim, muitos carros estão sendo roubados. Silvana Saraiva, psicóloga e moradora de Rudge Ramos em São Bernardo, teve seu veículo roubado nos arredores da avenida Kennedy, onde costumava estacionar seu veículo próximo de seu consultório. “Deixei o automóvel perto das 8 horas. Quando vol-
tei 30 minutos depois, para pegar um documento esquecido, o carro já não estava mais. E olha que tinha alarme e tudo”, conta, revoltada. O comando de policiamento da região garante que o trabalho será de longo prazo, já que, apesar das quedas nos dados mensais, a comparação bimestral aponta que a região voltou a ter aumento em ambas as modalidades. Segundo o coronel Santos Ricciarelli, a corporação deverá aumentar o número de policiais. Números do Estado No Estado, os dados mostram que houve um aumento no número de homicídios dolosos (13%), saltando de 328 em fevereiro de 2012 para 371 em igual período deste ano. Também subiram os latrocínios (17%), de 28 para 33. Houve estabilidade nos demais índices, com pequenos aumentos ou quedas. Por exemplo, estupros (2,5%), que subiram de 1.031 para 1.057.
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Capa Mesmo com opressão, rejeição, preconceito e ignorância familiar, dezenas de novos casos de jovens gays que “saem do armário” em busca da felicidade pessoal. Mas assumir não é fácil Gisele Simões - gisele@leiaabc.com Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com
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Fotos: Shutterstock
“A
ssumi que era homossexual para a minha família aos 35 anos. Foi traumático. À época, sofri agressões físicas e morais do meu irmão. Ele e meus pais nunca me aceitaram.” Relato como este de Marcelo Gil, presidente da (Associação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual (ABCDS), mostra que o preconceito e a desinformação são, nos dias atuais, os principais problemas pelo qual centenas de jovens homossexuais ainda enfrentam ou enfrentaram ao assumir sua opção sexual para pessoas mais próximas. Não há dados oficiais sobre o número de gays, lésbicas e transexuais no País, mas, nos últimos anos, percebe-se que há uma crescente população de jovens, e muitas das vezes de adultos casados ou não, que “saem do armário”. Na região do ABCD, por exemplo, adolescentes, homens e mulheres namoram ao ar livre. Em shoppings centers e em praças públicas, casais do mesmo sexo podem ser vistos de mãos dadas ou aos beijos, o que desperta em alguns certa estranheza e também curiosidade. Segundo dados das organizações não governamentais (ONGs) que tratam da causa homoafetiva, muitos desses casais que namoram cedo não são promíscuos, estabelecem a união estável por causa amorosa e trocam experiência de vida uns com os outros. O Censo de 2010, cujos dados foram divulgados no ano passado, mostrou pela primeira vez que há 60 mil casais que se declaram viver
Dizer para não sofrer
numa união estável. Deste total, 53,8% são casais mulheres e 46,2% homens. Mais: 30% das pessoas neste tipo de união declararam possuir curso superior completo. O Sudeste concentra 52,6% das uniões homoafetivas e o Nordeste, 20,1%. O Sul concentra 13% dos casais homossexuais, enquanto o Centro-Oeste tem 8,4% e o Norte, 5,9%.
Ousadia: Cada vez mais mulheres assumem relacionamento homossexual
O primeiro passo O fantasma que ronda o homossexual é a hora de contar para os pais. Especialistas dizem que não existe um melhor momento para isso. “Ou seja, o momento ideal é quando você está seguro e tem certeza daquilo que quer e é. Mas saiba que não há como prever a reação deles”, diz a psicóloga Mariangela Ciconelli. Alguns se ressentem de tal revelação e, como arma de combate, fazem da dependência financeira um argumento para que os filhos mudem de orientação. É preciso paciência, pois o processo de assimilação pode demorar anos. Às vezes, se a própria pessoa já demora um tempo para se auto-aceitar, os pais também podem não conseguir aceitar de uma hora para outra. São muitos os que se chocam com tal descoberta e passam por um momento de grande desgaste emocional. “Eles vão precisar aprender com os filhos o que acontece com eles, pois sentem como se estivessem perdendo as projeções feitas ou o sonho de serem avós, por exemplo”, diz a analista. Outros pais se preocupam com o preconceito social que o filho, por ventura, possa vir a passar, já que ser minoria é se sentir marginalizado muitas vezes. Já outros negam tal condição como uma forma de proteger-se das mudanças. Mas o mais importante a saber é que seu filho continua sendo a mesma pessoa de antes, a única coisa que mudou é que agora você sabe que ele é gay. “Dos 15 até os 35 anos eu vivia em uma vida dupla. Em São Paulo eu era gay e em Santo André, heterossexual. Tudo isso para fugir da ‘tortura’ homofóbica que sofria dentro e fora de casa”, diz o fundador da ABCDS. Teólogo e filósofo e totalmente dedicado à causa gay na região, ele continua: “A falta de informação e o medo geram o preconceito dos pais com filho homossexual”. A questão de ser ou não gay envolve, sim, todos os familiares. E quando tudo vem à tona – deixar de ser o que nunca foi –, com ela aparece uma série de perguntas. A principal: e agora? Para os que se “abrem”, é a luz que faltava na vida onde tudo é novidade e também alívio mental. “Tranquilidade e liberdade são as partes positivas ao nos assumirmos. É claro que sempre haverá quem te julgará, mas, mesmo com os obstáculos, vale a pena”, explica Cristina Campos, que se assumiu lésbica aos 21 anos. Para a psicóloga especializada em comportamento e gênero, Josete Márcia Staino Villani, a homossexualidade é uma das expressões da sexualidade humana. “Assim como temos a heterossexualidade, também temos pessoas que se orientam por seus desejos, tendências e preferências, e se descobrem homossexuais.” A consciência de que outros jovens também passavam por situações consideradas constrangedoras, dentro e fora de casa, fez com que Marcelo Gil “saísse do armário” e embarcasse na militância LGBT. Por isso, além de fundar a ONG, ele participou da criação da Parada do Orgulho Gay de Santo André. “Ações como esta são a voz e a força para essas pessoas que já são tão oprimidas.” | Abril de 2013 35
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Moda ou atitude? Quando algum artista sai do armário, as discussões são sempre as mesmas. Vão do “eu já sabia” ao “que coisa, né?”, passando pelo “quem diria”. Mas o que importa mesmo não é a opção da pessoa, mas sim o que ela fez pelo mundo. Em outubro do ano passado, o ator Marco Nanini deu uma entrevista assumindo sua homossexualidade. Apesar de especulações, a notícia pegou várias pessoas de surpresa. Em suas declarações, o ator contou que vive sozinho, mas costuma receber alguns namorados em casa. O também ator José de Abreu resolveu fazer declarações polêmicas em seu Twitter. “Eu sou bissexual, e daí? Posso escolher quem eu beijo? Quando quero beijar uma pessoa não peço atestado de preferência sexual, só depende dela querer. Não posso obrigá-la a me beijar. Quero saber se posso ter opção! Tenho que beijar um bêbado que invade minha individualidade só porque ele é gay?”, postou. A cantora Ana Carolina, que nunca escondeu sua orientação sexual, declarou que é bastante indecisa quando o assunto é escolher de quem gosta mais. “É uma coisa estranha que acontece comigo, de vez em quando. Tem épocas que algo me acende para os homens e outras que me acende mais para as mulheres, mas de maneiras únicas”, revela. Na primeira semana de abril foi à vez da baiana Daniela Mercury, que assumiu seu relacionamento com uma mulher e fez uma bonita declaração para a companheira nas redes sociais. Ela publicou uma montagem com diversas fotos das duas, em que elas aparecem se divertindo e mostrando as alianças. “Malu agora é minha esposa, minha família, minha inspiração pra cantar”, legendou Mercury. Daniela foi casada com o engenheiro eletrônico Zalther Portela Laborda Póvoas, entre 1984 e 1996. Em 2009, ela se casou com o publicitário italiano Marco Scabia, e o relacionamento durou até o fim do ano passado. O desejo por pessoas do mesmo sexo pode surgir bem antes da fase adulta. Com o tempo, meninos e meninas percebem que o “normal” é se interessar por pessoas do sexo oposto. Mas alguns se veem diferentes por não se sentirem assim e, por isso, acabam “entrando no armário”. Muitos não se revelam por receio: sentem-se sozinhos, rejeitados e com quilos de preconceitos. Inibem tais sentimentos por medo de serem marginalizados, e acabam sofrendo com tal opção. Muito da informação que nos chega sobre a homossexualidade é estereotipada ou corrompida. Ainda que nossa sociedade já tenha evoluído em muitos aspectos, quando falamos sobre a homossexualidade, ela se apresenta homofóbica, julgando-os como promíscuos. É preciso rever tais ideias e respeitar os direitos de todos os cidadãos. A luta dos homossexuais é enorme para reverter esse quadro. Eles buscam por respeito, mas, ainda assim, são alvo de discriminações e vítimas de uma sociedade heterocentrada, que opera com preconceito para não tratar de forma igualitária aqueles considerados diferentes.
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Rejeição familiar Na esteira do crescimento das pessoas que se assumem, há também um grande número de famílias que rejeitam a união homoafetiva. Brasileiros têm a natureza conservadora e muitos que descobrem ou são informados que o filho ou filha é homossexual não apoiam, não ajudam e fazem questão de desconhecer a origem e os motivos da opção sexual. A ignorância familiar leva ao isolamento e, uma vez sem apoio, o ser humano muitas vezes não está preparado para enfrentar a dura realidade do dia a dia após se declarar homossexual. “Meus pais não me aceitam. Às vezes percebo que eles tentam fingir que isso (falar para todos da minha opção sexual) não acontece, o que é muito triste”, conta a funcionária pública Jô Leite, que sempre temeu a não aceitação dos pais. Entretanto, ela se diz hoje bem resolvida e convicta de sua decisão. “Nunca é fácil perceber que você está nadando contra a corrente.” Definir as razões dos pais que apresentam dificuldades para aceitar o filho gay é o mesmo que tentar racionalizar as relações humanas. Na sociedade brasileira, predominantemente católica, os princípios religiosos mostram que a sodomia é proibida e, no contexto de uma sociedade conservadora, o homem viril e a mulher, cujo “sexo frágil” tende a ser submisso a ele, enxergam a homossexualidade com dificuldade. “A minha relação com meus pais é conturbada desde que disse ser lésbica. A família é protestante. Isso dificultou ainda mais esse momento da minha vida”, conta Cristina Campos. Cantora e compositora, ela relata seu dia a dia em letras musicais. Ela informa que não é igual às outras jovens. “Se por um lado minha consciência melhorou quando me assumi e me tornei mais feliz, por outro vi muitos obstáculos.” O medo dos pais nasce a partir dos relatos de terceiros. O receio da discriminação, da agressão e do preconceito passa a ser realidade. Nessas circunstâncias os pais temem pela a aparência: “O que os outros vão pensar?”, “Como fica a minha reputação perante meus amigos sabendo que meu filho é gay?”.
Da perseguição para a violência
HOMOSSEXUAIS ASSASSINADOS NO BRASIL: 1963-2012
ANO 1963-1969 1970 – 1979 1980 -1989 1990 – 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total
TOTAL 30 41 503 1.256 130 132 126 125 158 81 88 122 2.802
O Grupo Gay da Bahia, a mais antiga associação de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil, divulgou, há dois meses, o Relatório de Assassinatos de LGBT de 2012. No ano passado, 338 homossexuais foram assassinados no País, o que significa uma morte a cada 26 horas. Os números mostram um aumento de 21% em relação a 2011, ano em que houve 266 mortes, e um crescimento de 177% nos últimos sete anos. Os homens homossexuais lideram o número de mortes, com 188 (56%), seguidos de 128 travestis (37%), 19 lésbicas (5%) e dois bissexuais (1%). De acordo com o estudo, o Brasil está em primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos homofóbicos, concentrando 44% do total de mortes de todo o planeta, cerca de 770. Nos Estados Unidos, país que tem cerca de 100 milhões a mais de habitantes que o Brasil, foram registrados 15 assassinatos de travestis em 2011, enquanto no Brasil foram 128. Segundo o grupo, São Paulo é o estado onde mais homossexuais foram assassinados em números absolutos, 45 vítimas, e Alagoas é o estado mais perigoso para homossexuais em termos relativos, com um índice de 5,6 assassinatos por cada milhão de habitantes. Para toda a população brasileira, o índice é 1,7 vítima LGBT por milhão de brasileiros.
Arquivo Pessoal
De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o governo federal tem um plano nacional de defesa dos direitos dos homossexuais, com 51 diretrizes e 180 ações que foram implementadas pelo poder público, para garantir a igualdade de direitos e exercício pleno da cidadania LGBT da população brasileira.
Marcelo Gil, coordenador da ONG ABCDS, se declarou gay com 30 anos e ainda é ignorado pela família conservadora
Seu último relatório referente a violações dos direitos humanos de homossexuais é relativo a 2011. O de 2012 está sendo finalizado. De janeiro a dezembro de 2011, foram 6.809 denúncias, envolvendo 1.713 vítimas e 2.275 suspeitos. Segundo a secretaria, a diferença de 32,8% mostra que as violências são cometidas por mais de um agressor ao mesmo tempo: grupos de pessoas que se reúnem para espancar homossexuais é um exemplo comum deste tipo de crime.
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Capa “Esses paradigmas são difíceis de serem quebrados. Não existe controle, muito menos um fator que faça uma família aceitar a homossexualidade do filho. O melhor caminho é o diálogo, pois ele de alguma forma vai mostrar o caminho da aceitação”, diz a psicóloga Mariangela Ciconelli. Para ela, especialista em questão de comportamento, o que está definido cientificamente é que não é doença. “E, independentemente da origem, crenças e opiniões, a homossexualidade é uma realidade social.” Pais compreensivos O filho de Solange Gabelha Lima assumiu para a família que era gay aos 21 anos. A convivência com homossexuais era comum, mas o choque foi inevitável. “Realmente fiquei surpresa. Quando a mãe já desconfia, a notícia não choca tanto, mas eu não desconfiava de nada. Ele é uma pessoa maravilhosa. Inteligente, carinhoso e dedicado. O fato de ele ser gay nunca me fez deixar de enxergar tais qualidades.” Outro caso de aceitação familiar é o de Fábio de Carvalho, que afirma ter sido bem aceito pela família e pelos amigos. “É claro, quando eu me assumi, foi uma surpresa. Mas meu pai, já falecido, e minha mãe sempre respeitaram e compreenderam que ser homossexual não me tornava inferior a ninguém.” A atração por outros homens surgiu na infância. “Sentia algo diferente e também sabia que ia contra o que a maioria acreditava ser o correto, mas nunca me incomodei.” Para o ator de 32 anos, agressões físicas nunca existiram desde que se declarou, mas as piadas e palavras indiretas ocorrem com frequência. “O preconceito não precisa ser explícito. Acontece de forma velada, com alguma piada ou brincadeira de mau gosto. É chato, mas não me abala.” Solange sabe que aceitar um filho homossexual é uma tarefa difícil para muitos pais. “São seres humanos. Têm preconceitos, limitações, crenças e medos. Conviver com um filho gay, muitas vezes o amor entra em conflito com questões e dúvidas”. Outra mãe, Zilda Marina de Carvalho não teve dificuldades para aceitar 38
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a opção sexual do filho, mas sequer quis revelar seu nome. “Ter um filho gay nunca foi um choque para mim e meu marido. Desejamos, acima de tudo, que fosse feliz.” Zilda percebeu atitudes “estranhas” aos 8 anos. “Ele nunca se interessou por brinquedos de meninos e sempre preferia a companhia das garotas. Não era um comportamento que me incomodaval.” Para ela, a busca por informação e cultura é o que torna os pais mais tolerantes. “Vejo pessoas que vulgarizam a homossexualidade, como se fosse algo sujo e inferior. Se a pessoa buscar informação sobre isso, verá que ela está enganada.”
A igreja inclusiva Muitos homossexuais nasceram e foram criados para acreditar em algo superior. Por isso, quando se assumem, de cara entram em contradição com o que prega as religiões. Por isso, novas denominações cristãs têm “abocanhado” um grupo de homossexuais religiosos. É o caso da Igreja Apostólica Nova Geração em Cristo. Fundada na Lapa, na capital, e com sede em Santo André, a igreja se autodenomina inclusiva e prega o amor sem discriminação. “A maioria dos frequentadores foi afastada ou expulsa de suas igrejas por serem gays ou lésbicas”, explica o líder da Igreja no ABC, José Leonardo Cordeiro. “Muita gente acha que o homossexual está com o demônio, mas Deus não faz distinção entre nós. Todos são amados por ele.” O grupo religioso tem consciência de que ainda são poucos os que pensam como ele. “Na nossa igreja, gays, lésbicas, travestis e heterossexuais são bem-vindos. Nosso lema é: ‘Na Igreja Apostólica Nova Geração em Cristo você pode adorar a Deus do jeito que você é’.”
religiões também não ajudam “Porque Deus criou homem e mulher ambos para formarem uma família e encher a terra. Deus fez o homem conforme sua imagem e semelhança” (Gênesis 5:1-2). O relacionamento entre a homossexualidade e as religiões se alternou durante tempos e lugares. Nem todas as religiões reprovam explicitamente a homossexualidade. Algumas omitem considerações a respeito. Ao longo da história, o amor e o sexo entre homossexuais (especialmente homens) eram tolerados e também instituídos em rituais religiosos da Babilônia e Canaã, além de serem enaltecidos na religião da Grécia antiga, explica Marco Almeida, professor e doutor em antropologia pela Universidade de São Paulo. “Há indícios de que os exércitos de Tebas e de Esparta possuíam unidades formadas por pares de amantes homossexuais, que às vezes oficiavam sacrifícios a Eros, deus do amor, antes de se engajarem em combate”, explica. No passado, os judeus perseguiam homossexuais e, com a expansão do cristianismo, o preconceito mais do que cresceu. “Quando o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano, a homossexualidade se tornou uma ameaça institucional.” “Uma das razões dessas perseguições antigas seria a condição de sobrevivência e expansão por meio da defesa da procriação através da família”, relata o antropólogo. Nos dias atuais a Igreja Católica relaciona a sexualidade de forma prudente. “A Igreja procura compreender o ser humano em sua totalidade, e não apenas na questão da sexualidade”, explica o assessor diocesano do setor juventude do ABC, padre Ademir Santos de Oliveira. A sexualidade humana passa por transformações, e a Igreja Católica tenta compreender e se adaptar a elas. “A Igreja acolhe todos que precisarem dela.” Há ainda o islã. A maior religião do mundo condena, a partir de seu livro sagrado, o Alcorão, explicitamente as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. O castigo legal para a sodomia é a pena capital e sem discussão.
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Esporte
O futebol sempre apresenta caminhos diferentes
São Bernardo, São Caetano e Santo André são, pela ordem, as três forças do futebol da região. Entretanto, nesta ordem, que já foi inversa, os momentos de estabilidade
Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com
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013, para os clubes de futebol do ABC, é um ano de consolidação. Para o São Bernardo a garantia de se manter na primeira divisão do campeonato paulista e, consequentemente, iniciar a disputa da Copa do Brasil. Mas também tem outro fator: crescer como clube, lugar vago há muito deixado pelo Juventus da Mooca. Boa infraestrutura, sustentação econômica e investimentos pés no chão são condições essenciais para a sobrevivência de uma agremiação esportiva nos dias atuais. O São Bernardo cresceu porque tem feito “ esta lição de casa”. Não se discutem esquemas táticos, contratação de treinadores e jogadores, pois é sabido que o Bernô tem lutado briosamente para se manter ao menos na posição intermediária da tabela do Campeonato Paulista. O que está em discussão é o projeto de manutenção da equipe para sempre nos quadros dos grandes do futebol brasileiro. Nas palavras do presidente,
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Luiz Fernando Teixeira, “a equipe tem mais do que tudo para se consolidar como um clube de respeito”. Tal atitude já não acontece com o Santo André. Tradicional, brigou sempre por posições mais que intermediárias dos anos de 1980 até 2004, parece ter caído no ostracismo. Ramalhão, como é conhecida popularmente a equipe, deve terminar o primeiro semestre da temporada com um recorde nacional: queda no ranking nacional em tão pouco tempo. Entre a primeira divisão (Série A do Campeonato Brasileiro) de 2010 e a sexta divisão (Série B do Campeonato Paulista) terão se passado apenas quatro anos. A equipe fora entregue ao Saged, a empresa à qual o Ramalhão foi entregue como solução imaginada para um futebol de alto nível, mas fez água após seis rebaixamentos em 12 competições entre 2007 e 2012. O segredo para a decaída? Todos sabem: a velha prática do dirigente esportivo de querer alcançar resultados a todo custo sem um mínimo de planejamento. De alguns anos para cá, o tema
mais recorrente que os comentaristas vêm utilizando, para explicar o sucesso de determinado time em um campeonato, é a questão do planejamento e a existência de uma estrutura profissional que envolve elementos como centro de treinamento isolado e centro médico. Isso tudo começou quando em 1991 o técnico Wanderley Luxemburgo foi demitido do Flamengo e afirmou que os clubes do Rio de Janeiro estavam muito atrasados em relação aos clubes de São Paulo e que o futebol carioca levaria dez anos para ganhar outro campeonato brasileiro. A afirmação dele estava correto, mas o momento dela estava errado. Afinal de contas, o Flamengo foi campeão em 1992, o Botafogo em 1995 e o Vasco ainda ganhou em 2000 a Copa João Havelange. Depois disso, o futebol carioca viveu um jejum de campeonatos brasileiros que só foi quebrado agora em 2009 pelo Flamengo. Mas isso não vem ao caso. O que é preciso discutir que o Santo André “virou lugar-comum” pela falta de plane-
jamento, determinante para o sucesso de um time. Tal pensamento ainda é reforçado pelos técnicos de futebol, que passaram a ser tratados como verdadeiros doutores ou, como se diz na linguagem boleira, professores. Daí vem a pergunta? Afinal de contas, o que é futebol? É planejamento ou é resultado? “Eu diria que não é nem uma coisa nem outra. São os dois. Se você teve resultados sem um bom planejamento, é porque você contou muito mais com a sorte do que com a competência. Por outro lado, não existe planejamento de qualidade se ele não apresenta os resultados esperados. O planejamento serve para você diminuir a sua dependência do fator sorte e os resultados servem para validar a qualidade do seu planejamento”, explica o dirigente da Ponte Preta. Ele continua: “Um time competitivo, com chances reais de conquista de título e bons desempenhos. Você não pode entrar em um campeonato, por mais difícil que seja, sem pensar em ganhar”. São Caetano Já o São Caetano, mesmo eventualmente rebaixado à Série B do Campeonato Paulista neste ano, não sofrerá danos no calendário nacional. Vai disputar a Série B do Brasileiro desta temporada e, se chegar entre os quatro primeiros, alcançará a Série A, mesmo estando na Série B Paulista. Como a Portuguesa no ano passado, rebaixada que foi no Paulista. Tudo isso pode parecer um labirinto aos aprendizes de futebol, mas quem tem vivência cultural na atividade tira de letra a compreensão de um processo que é histórico. Ou seja: a escalada ou a queda na hierarquia do futebol brasileiro não é etapa de curto prazo. O rebaixamento do São Caetano à Série B Paulista não estava nos planos. Agora está e não é por isso que o projeto tem de ser desativado. Pode custar caro? É claro que pode, porque está faltando liga entre o treinador e o grupo de jogadores, mas quem disse que se trata de algo inexorável. Quem sabe, as coisas mudem? Depois de encerrar a participação no
Afinal de contas, o que é futebol? É planejamento ou é resultado
Campeonato Paulista Série A2, o Santo André anunciou, recentemente, a rescisão com quatro jogadores: lateral Rodrigo Alves, volante Rogério e meias Danilo Cruz e Wander. Todos estes jogadores estiveram reunidos com a diretoria e acertaram suas saídas de forma amigável. Agora, o Santo André têm suas atenções voltadas para a Copa do Brasil e a Série D do Campeonato Brasileiro (este último campeonato apenas no segundo semestre). A expectativa é de que mais jogadores deixem o Bruno José Daniel. Em compensação, alguns já estão sendo contatados para a participação no Campeonato Brasileiro. Um deles foi o meia Élvis, que foi confirmado como reforço na segunda-feira. O jogador foi um dos heróis do título da Copa do Brasil, em 2004. Um dos maiores ídolos da história recente do Santo André está de volta ao clube. Trata-se do meia Elvis, que se desligou do Juventus, e já está à disposição do técnico Dedimar para a estreia na Copa do Brasil diante do Veranópolis (RS), no Estádio Antonio David Farina. Ingressando em mais uma passagem no time do Grande ABC, o alagoano, de 34 anos, retorna a agremiação onde conquistou a Copa Estado de São Paulo, em 2003, e o acesso à Série B
do Campeonato Brasileiro, naquele mesmo ano. No entanto, o principal momento da carreira do armador seria em 2004. Naquela temporada, o meio-campista foi fundamental na conquista do principal título da história andreense, o da Copa do Brasil. Campanha em que Elvis coroou a sua atuação marcando o segundo gol da vitória de 2 a 0 contra o Flamengo na final, em um Maracanã tomado em sua grande maioria por torcedores do rubro-negro. Com contrato assinado até maio de 2014, o atleta falou sobre a expectativa de iniciar mais um ciclo pelo Santo André. “Quando retornamos, precisamos ter a empolgação de como se fosse a nossa primeira passagem pelo lugar. Por isso, volto com muita alegria ao clube pelo qual tenho gratidão e carinho”, afirma. Já sobre o reencontro com Dedimar, antigo companheiro de diversas conquistas, o jogador destacou que fará de tudo para ajudá-lo nesta sua nova empreitada. “Sempre foi um líder e hoje está tendo esta oportunidade como treinador. É um exemplo, portanto, farei de tudo para construirmos coisas boas nessa passagem”, explica.
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Educação
ENEM
completa 15 anos em meio a polêmicas Em 1998, 157 mil estudantes fizeram o Enem. Quinze anos depois, são mais de 6 milhões de pessoas que buscam novas oportunidades pelo exame
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Especial para Leia abc Thais Sabino
om quase 6,5 milhões de inscritos na última edição, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) completa 15 anos em 2013 cercado de desconfiança, mas também com os créditos de ter ampliado as chances de acesso ao ensino superior. Aos 21 anos, Jéssica está no primeiro semestre do curso de Nutrição na Universidade de São Caetano do Sul (USCS). Não que antes ela já não tivesse dado o pontapé inicial na vida de universitária. Quando fez o Enem, em 2011, a menina, natural de Santo André, já cursava o quarto período de psicologia na Universidade Metodista em São Bernardo. O peso das mensalidades, somado à motivação da família, serviu de base para que ela tentasse o ingresso em uma federal por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Mas, apesar da oportunidade, ela não deixa de ser crítica ao exame. “É horrível, pois a todo momento sabemos dos erros”, opina. Em 2011, ano em que Jéssica se inscreveu no Enem, algumas questões da prova haviam vazado em pré-testes aplicados no Colégio Christus, de Fortaleza (CE). Antes disso, outros problemas já haviam sido registrados. Em 2009, os cadernos de prova foram furtados e divulgados antes da hora. O calendário
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do exame foi adiado, o que interferiu na utilização do exame na seleção de universidades. No ano seguinte, provas foram impressas com erros na ordem das questões e com itens repetidos, gabaritos foram divulgados com enganos. Folhas de respostas também tiveram o cabeçalho trocado, prejudicando os candidatos na hora do preenchimento. O exame chegou a ser aplicado novamente para alguns estudantes. A polêmica mais recente envolve as redações. Em 2012, textos com erros de ortografia como “enchergar” e “trousse” obtiveram nota máxima. Para Carlos Augusto de Medeiros, doutor em educação na área de políticas públicas e professor colaborador da Universidade de Brasília (UnB), o fato de o Enem ser aplicado em larga escala contribui para a detecção de falhas. Mas ele destaca que os problemas não tiram o mérito do exame. Criado como uma tentativa de aferir a qualidade no ensino médio (papel que ele não cum-
Em no máximo cinco anos, os resultados do Enem servirão de base para todas as universidades
Redações com erros crassos de português receberam notas altas dos avaliadores. Ministro Mercadante repudiu os textos e disse que o sistema de correção vai mudar
pria, na visão de Medeiros), o Enem sofreu mudanças. Passou de 63 para 180 questões, foi estendido para dois dias de prova e foi moldado para servir como porta de ingresso ao ensino superior. Hoje, continua sendo um método inadequado para medir qualidade, mas serve para ranquear os alunos pela nota obtida e distribuí-los por diversas universidades do País que adotaram o exame como processo seletivo. Com a finalidade de classificar e colocar os alunos em algum curso, o Enem cumpre bem a função. Parece ser, de fato, uma tendência. A credibilidade do Enem, arranhada por diversos acidentes de percurso, ainda deixa instituições como a Universidade de São Paulo (USP) na defensiva.
Enem contribui para a democratização do ensino superior
Divulgação
No conjunto de iniciativas do Estado, o Enem se apresenta como um democratizador do ensino superior. “Ele possibilita o acesso de pessoas que, por outros meios, dificilmente teriam condição. Isso é algo muito louvável”, o professor Carlos Augusto de Medeiros. Esta era a situação vivida por Clara Ribeiro em 2010. Se hoje ela está no quarto semestre de jornalismo na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), em São Paulo, é graças ao Enem. Mãe solteira aos 17 anos, ela foi reprovada na segunda fase da Fuvest em 2008, quando tentava uma vaga para letras. “Quando descobri a gravidez, fui para a prova meio desmotivada”, relembra.
Outras, como a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), empregam o exame como método único de seleção, alocando as vagas pelo Sisu. Mas elas são apenas exemplos de uma lista muito maior. Para Medeiros, a adoção do Enem nesse processo é uma tendência. “Com a finalidade de ranquear e colocar [os alunos] em algum curso, ele cumpre bem a função. Parece ser, de fato, uma tendência. Não sei se tem como fugir”, aposta. Sobre as instituições que ainda não adotaram a prova em substituição ao vestibular, ele entende que é normal que universidades fiquem “com um pé atrás”, principalmente aquelas que primam pelo seu processo seletivo. Mas, por outro lado, ele lembra que há o benefício de fazer parte de um sistema que é nacional. Uma alternativa à tendência seria propor outros modelos – não só negar o processo. É o que faz a UnB com seu Programa de Avaliação Seriada (PAS), por meio do qual a universidade acompanha o desenvolvimento dos estudantes em todo o ensino médio e usa essas informações na hora da seleção.
Durante a gestação, ela trabalhava e fazia cursinho pré-vestibular. “Meus pais sempre me incentivaram. Diziam ‘aconteceu, mas vai continuar a estudar’”, diz Clara. Sem conseguir aprovação em uma instituição pública, sem poder bancar os estudos devido à baixa renda da família e sem tempo para se dedicar à preparação do vestibular, ela encontrou no Enem uma porta de entrada. “Quem tem filho muitas vezes tem que parar de estudar, esperar ele crescer até ganhar independência. Foi por causa do exame que eu consegui entrar na faculdade”, afirma Clara, hoje aos 22 anos e mãe de Pedro, 4 anos. Com a nota obtida na prova de 2010, ela conquistou uma bolsa integral no Programa Universidade para Todos (Prouni) no ano seguinte. Apesar das vidas mudadas e da evolução do exame, Medeiros observa que a contribuição para melhorar o ensino médio no País foi muito pequena. Ele reitera a necessidade de haver um exame que avalie a qualidade das escolas brasileiras, voltando-se para a melhoria do processo – papel que o Enem está muito longe de cumprir. “O ranqueamento não ajuda as instituições de origem dos estudantes a aprimorarem suas práticas”, lamenta o especialista.
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Saúde
Thamires Barbosa Nutricionista
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Como reduzir seu peso sem esforço
erder peso sem fazer esforço é o que todo ser humano quer. Sobretudo quando são lançadas determinadas situações onde o grau de conforto aumenta. Por exemplo, as dietas restritivas que estão na moda. Dieta da sopa, da lua, da proteína e da linhaça, todas que ganharam força porque um ou outro indivíduo fez e conseguiu perder alguns quilos não são recomendadas. É um erro acreditar em promessas de perda de peso em pouco tempo. Ainda que seja alcançada a medida esperada, a dificuldade em mantê-la quando a alimentação habitual for restabelecida é maior. O problema está na restrição do consumo de determinado alimento. Tal proibição pode trazer danos ao organismo pela retirada brusca de algum nutriente como, por exemplo, carboidratos, os que são considerados como a única fonte de energia para o sistema nervoso. Entre os problemas da falta carboidratos está o aumento da irritação, do nervosismo e da dor de cabeça. Atenção ao fato de que a ingestão correta de nutrientes é específica para cada pessoa, calculado por um profissional devidamente habilitado. A pessoa vai medir o peso, a altura, a compleição física e as atividades diárias, a fim de passar um diagnóstico e por fim iniciar a muitas vezes (in) desejada dieta. E o que deve ser feito para reduzir seu peso de maneira saudável? A primeira questão é há quanto tempo tenho esse peso? Dois anos, cinco anos, dez anos? Por que quero emagrecer em um mês? De pronto oriento: não é sensato. A perda de peso deve ser gradual, sobretudo para quem não é disciplinado. O segredo para a perda de peso é a reeducação alimentar. 46
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E o que deve ser feito para reduzir seu peso de maneira saudável? A perda de peso deve ser gradual, sobretudo para quem não é disciplinado. O segredo para a perda de peso é a reeducação alimentar Refeições O guia alimentar adaptado à população brasileira determina que para a alimentação ser saudável são necessárias fazer seis refeições diárias. Pela manhã, as comidas tradicionais para se alimentar após o sono. Depois dolanche da manhã, mais tarde o almoço, posteriormente o lanche da tarde e, por fim, o jantar e ceia. Tudo a cada três horas. Caso pule uma dessas refeições, seu organismo vai se privar da energia necessária ao funcionamento do corpo e, consequentemente, virá à indisposição. Quando há substituição de uma refeição completa por um lanche ou uma fruta, o que ocorre é um déficit de nutrientes que deixam de ser ingeridos. Troca-se a ingestão de carboidratos, proteínas, lipídeos, cálcio, ferro, entre outros nutrientes, essenciais para o seu organismo, para a pele, cabelos e unhas. Ao ingerir apenas uma fruta, shakes ou barras de cereais, a possibilidade de engordar, mesmo que não seja visível, é alta.
Sim, é verdade. Explico. Quanto menos o metabolismo trabalha, mais lento ele fica. No caso da ingestão dos lanches, como os fast-food, está consumindo uma bomba de calorias. Gordura saturada e sódio são os mais comuns. Mas, calma, tudo é permitido, porém com moderação. Evite alimentos ricos em sódio como ketchups, mostardas, caldos concentrados, embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, salame), conservas (picles, azeitonas, aspargos e palmito). Modere nos enlatados (extrato de tomate, milho ou ervilha em conserva). Diminua a quantidade de sal na comida e não acrescentar o sal depois da refeição já pronta. O sódio retém água fazendo com que você inche. Ressalto que nada é proibido, apenas recomendo o consumo moderado. Prefira alimentos com baixo índice glicêmico, como os carboidratos complexos (que liberam pouco açúcar no sangue). Além de conterem maior quantidade de nutrientes, são ricos em fibra, que no organismo reage com a água formando uma massa que dá maior sensação de saciedade. Prefira alimentos assados, grelhados e cozidos, em vez das tradicionais frituras. Adicionar óleo à refeição aumentará o valor calórico do alimento, levando ao excesso de peso. Consuma água. Beber dois litros (seis a oito copos) de água diariamente é importante. Além de hidratar, a água ajuda a perder peso e mantém o metabolismo ativo. Logo, tudo isso será suprido por um excesso de calorias que serão estocadas em forma de gordura para enfrentar futuras privações. Por isso que, para emagrecer de maneira eficiente, não é necessário se afastar da alimentação habitual.
5 Perguntas
A vida pela dança O único casal de dança esportiva do ABC traz na bagagem medalhas internacionais
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Especial para Leia abc
Shayane Servilha
oi através de um festival de dança, em 2004, que Marcos da Costa e Larissa Cunha se conheceram. A sintonia do professor de dança de salão e da bailarina clássica nos palcos, recentemente, também foi para o altar. Com o apoio de amigos e familiares, o único casal do ABC presente na Confederação de Dança Esportiva já conquistou medalhas nos campeonatos brasileiro, latino-americano e sul-americano da modalidade.
Foto: Mario Cortivo
Como vocês descobriram a dança esportiva? Marcos: Através de pesquisas do meu trabalho de conclusão de curso da faculdade. Apesar de sempre estarmos em contato com a dança, não sabíamos desse gênero. É pouco divulgado, não só na região, mas em todo o País. Fiz seis anos de curso para poder dar aula. Inclusive, dei aula para a Larissa, que foi minha aluna durante quatro anos, e hoje também dá aulas comigo. Como a dança esportiva é tratada fora do País? Larissa: A cultura em torno da dança é totalmente diferente. Eles crescem aprendendo os passos e as regras desde pequenos. Enquanto aqui as pessoas veem como hobby, nos outros países eles têm a dança como profissão e são até registrados. Os campeonatos de que participamos estavam todos cheios, tanto de participantes quanto de público. O campeonato brasileiro ainda está crescendo nesse quesito, mas precisa de apoio.
Como vocês mantêm os custos das competições? Marcos: Este é o principal empecilho para quem dança. É um gasto muito grande com viagem, hospedagem, alimentação e roupas. Apesar da Confederação Brasileira de Dança Esportiva nos indicar para representar o País, os custos são inteiramente nossos. Recebemos ajuda de amigos e familiares para poder competir fora. Estamos montando um portfólio para buscar patrocinadores e poder participar de mais campeonatos. Viver somente de dança é possível? Larissa: Mesmo sendo professores de educação física, acredito que seja possível viver somente da dança. Fica difícil se não amar o que faz, mas é preciso de muita dedicação e inovação. E para nos diferenciar dos demais, criamos um projeto que envolve a dança de formas distintas. Como é o projeto? Marcos: O projeto se chama Viva pela Dança. Ele se divide em três frentes: beneficente, educacional e profissional. Na beneficente, por enquanto, fazemos apresentações no Hospital Brasil, em Santo André. Futuramente pretendemos ter uma turma em alguma comunidade carente. Na educacional, são as aulas para todas as idades, e a profissional é voltada para o público que pretende participar de competições.
Fica difícil se não amar o que faz, mas precisa de dedicação | Abril de 2013 47
Saúde
Dieta líquida pode comba Shakes podem oferecer uma refeição equilibrada e pouco calórica Especial para Leia abc Adriana Almeida
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Fotos: Shutterstock
A
s dietas líquidas que propõem a substituição de refeições por milk shakes são malvistas por nutricionistas. Os especialistas normalmente defendem que a perda rápida de peso pode ser ruim para o organismo e esse tipo de dieta não garante que a pessoa aprenderá a comer de forma saudável após o emagrecimento. E de fato muitas pessoas voltam a ganhar peso depois de dietas líquidas. Porém uma pesquisa, divulgada por jornais britânicos, sugere que dietas líquidas de baixa caloria podem combater a obesidade e até reverter alguns casos de diabetes tipo 2. O motorista de táxi paulistano João Batista, por exemplo, é um dos pacientes que se beneficiaram com essa nova abordagem. Há um ano, com 1,67 metro de altura, ele pesava 165 quilos e seu IMC era de 56, dados suficientes para que fosse diagnosticado como alguém com obesidade mórbida. Ele chegou a cogitar desistir da profissão, já que sua barriga era pressionada pelo volante. O taxista também foi obrigado a passar a injetar insulina para controlar sua diabetes. “Até a Lola, minha cachorra, estava engordando, porque eu não podia levá-la para caminhar mais, pois meus joelhos doíam muito. Eu queria brincar com meu neto Marcelo, mas agachar era impossível”, conta. Muitos médicos afirmaram que a única maneira de João perder de 15 kg a 30 kg, o mínimo recomendado para fazer diferença na condição geral de sua saúde, seria fazer uma cirurgia de redução de estômago. “Eu estava nervoso de ter que fazer a operação pelos riscos e também
A eficácia dos sucos fará com que cresça uma nova leva de adeptos por ter ouvido falar que grande parte dos pacientes precisa fazer uma outra cirurgia mais tarde”, diz. No entanto, João decidiu fazer parte de um programa do Hospital das Clínicas que tentava testar a eficácia de uma dieta líquida contra o sobrepeso. Durante três meses o taxista passou a ingerir todos os alimentos na forma de bebidas nutricionalmente balanceadas. As vitaminas de frutas e alimentos salgados forneciam 800 calorias por dia. “É um choque inicial para os pacientes. Essas pessoas poderiam ingerir de 3 mil a 4 mil calorias por dia. Então, nos primeiros dias eles passam fome, mas, surpreendentemente, a maioria se adapta rapidamente e dentro de uma semana já não sentem tanto desejo por alimentos”, relata a enfermeira Maria Clara Silva. Ao final do tratamento, João havia perdido 38 kg e atingiu um IMC de 43,5.
Um ano depois, ele ainda mantém um plano de alimentação saudável e não apenas manteve o peso, como perdeu ainda mais. Atualmente ele está perto dos 120 kg, graças também a visitas regulares à academia. O mais importante, porém, são as melhorias em sua saúde. Agora ele não apenas pode abandonar o uso de injeções de insulina, como também até diminuiu o uso de medicamentos, já que sua glicose está sob controle. De acordo estudos divulgados por médicos especialistas, cerca de 30% das 90 pessoas que participaram da pesquisa perderam entre 15 e 20 kg e conseguiram manter o peso durante um ano. O governo do estado estuda a aplicação de dietas líquidas a partir do sistema público de saúde. Mara Cristina Guimarães, professora de nutrição da Universidade de São Paulo (USP), está discutindo sobre o financiamento
ter obesidade e diabetes de um estudo ainda maior, com 200 pessoas, para estudar o benefício da dieta para diabéticos. “O aumento do número de pessoas obesas ou diabéticas custará bilhões. Se os resultados da pesquisa se repetirem, isso poderia representar uma economia muito grande”, defende. Outro benefício para João foi a melhora das dores nos joelhos. “Lola está satisfeita também, porque nós estamos saindo para passear de novo, e depois eu ainda tenho energia para brincar com meu neto Marcelo”, conta. De fato, na Dinamarca, uma dieta líquida está prestes a se tornar a primeira linha de tratamento para pessoas com osteoartrite do joelho. O tratamento nasceu através de um estudo realizado com 175 pacientes. Durante a pesquisa eles não apenas perderam peso, como também 60% apresentaram melhora significativa na dor e incapacidade de realizar tarefas. “Até alguns anos atrás a única oferta a esses pacientes era o uso de
analgésicos e conselhos para perder peso. A osteoartrite normalmente torna os ossos fracos, reduzindo a densidade mineral óssea. E a dieta líquida pode melhorar essa condição porque permite que o paciente ingira a dose diária recomendada de todos os aminoácidos, vitaminas e minerais. Receber uma dose extra de vitamina D, por exemplo, é vital para a reconstrução dos ossos.” De acordo com a especialista, cerca de 10% das pessoas com mais de 55 anos têm problemas nos joelhos e estão acima do peso. A dieta é uma alternativa para que esses pacientes melhorem as condições da cartilagem danificada. O estudo dinamarquês, publicado no European Journal of Clinical Nutrition, em 2011, concluiu que a dieta líquida foi “eficaz e segura”. De fato, apesar das preocupações de que uma queda rápida de calorias pode ser ruim, novas evidências apontam que ela pode diminuir os níveis de colesterol também. Alguns pesquisadores sugeriram ainda que ela pode até reduzir os sintomas de asma. No entanto, para fazer um regime com restrição de calorias, seja líquida ou sólida, é essencial fazer um acompanhamento com um especialista.
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Mario Cortivo
Tecnologia
Crimes em um clique
Mensagens e endereços falsos são as principais ferramentas para roubos de dados pessoais na internet
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Da Redação redacao@leiaabc.com
-mails de algum banco ou da Receita Federal pedindo dados pessoais e mensagens de estranhos mandando links para visualizar fotos são conhecidos como phishing, prática mais comum para roubo de informações na internet. “É preciso passar o mouse por cima do link, sem clicar, para ver o endereço que aparece no canto de baixo da tela. Assim, é possível perceber se é arquivo executável, o qual não deve ser aberto”, orienta Bruno Stuani, especialista em segurança em internet. Pesquisas de 2010 já apontavam o Brasil como o maior celeiro da Amé-
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rica Latina de trojans bancários, voltados para roubar dados pessoais, senhas e número de cartão dos usuários, e que cerca 13% dos computadores brasileiros já haviam sido infectados por um trojan banker, sendo os brasileiros responsáveis por mais de 35%. As perdas com fraudes bancárias realizadas por meio eletrônico somaram, só no primeiro semestre de 2011, R$ 685 milhões, o que representa aumento de 36% em relação ao mesmo período de 2010. Não bastassem os e-mails, a utilização de serviços de internet banking tem crescido cada vez mais, com o uso de smartphones, tablets e até por meio de aplicativos em redes sociais, como o Facebook. Pesquisa da Federação Brasileira Nacional de Bancos (Febra-
ban) registrou crescimento de 50% no uso do mobile banking no país, chegando a três milhões de brasileiros. Ao todo, 42 milhões de contas correntes utilizam internet banking. O assunto complica um pouco mais em relação às páginas de compras, muitas vezes responsáveis por clonagens de cartões de crédito. É necessário prestar atenção se possuem certificados de segurança confiáveis. “Se o endereço começar com https ou tiver cadeado ao lado, o site é criptografado e possui os certificados de legalidade”, diz o especialista. O fato de o Brasil possuir legislação atrasada em relação aos crimes virtuais passa falsa impressão de que a internet é terra sem lei. “Caso uma pessoa seja vítima, seja por furto de números bancários ou dados pessoais, deve procurar os direitos”, afirma o advogado Caio Faria Lima, especialista em direito digital. Primeiro, o usuário lesado deve acionar a empresa acusada de falha de segurança. Se o serviço de ajuda não for satisfatório, o usuário pode buscar direitos na Justiça. “Em caso de clonagem do cartão de crédito, o cidadão pode procurar a via cível, pedindo indenizações de valores ou por danos morais”, afirma.
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Tecnologia
Paulo Soares paulo.soares@datarate.com.br
Para competir com o tablet
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Divulgação
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s tablets e smartphones não trouxeram apenas mudanças em nosso cotidiano, mas serviram também para dar uma chacoalhada no mercado de computadores portáteis (notebooks), que vinham se tornando cansativos e obsoletos. Tornou-se comum vermos pessoas substituindo seus portáteis por tablets e smartphones por serem mais rápidos de iniciar ou ter acessos a dados e documentos sem precisar a todo instante ficar buscando em pastas ou esperando que o sistema operacional fizesse sua parte. Tivemos até mesmo os mais radicais decretando o fim dos computadores portáteis. Com a chegada do Macbook Air (Apple), houve uma corrida desesperada para que o mercado de PCs portáteis não fosse exterminado, já que este usava em sua estrutura muitas fun- um nível de exigência mínima para cionalidades do iPad. Com isto criou-se isto. Para ser um o equipamento deste uma categoria de superportáteis ultrafi- precisa ter entre 18 e 23 mm de espesnos, os ultrabooks (termo definido pela sura (dependendo do tamanho da tela), Intel e adotado por todo o mercado). tem que iniciar em até sete segundos, Hoje temos uma variedade enorme de bateria com duração mínima de cinco ultrabooks disponíves, verdadeiras horas, ter ao menos uma porta USB 3.0 maravilhas que exee no mínimo 16gb cutam tarefas que de armazenamento anteriormente eram em SSD e, claro, impossíveis de reo principal, deve Nova geração de alizar fora de uma ter processadores ultrabooks mostra estação de trabade última geração. lho. A começar peOs fabricantes que perspectiva do las baterias, aquela atingirem esses mercado da história de ter um padrões e mostraportátil, mas não rem para a Intel computação poder esquecer de os modelos podeforma nenhuma do rão usar um selo cabo de alimentade ultrabook. Esse ção, acabou. Hoje estas belezinhas po- selo visa facilitar a distinção desse tipo dem funcionar até dez horas em força de portátil dos demais computadores máxima sem chegar perto da tomada. disponíveis e facilitar a compra pelo Aliás, antes de poder receber o nome consumidor. Um dos itens que a Inde ultrabook, o fabricante tem que pas- tel também pensou em dar limítes foi sar pela aprovação da Intel, atingindo quanto ao preço. A Intel queria limitar
o valor em US$ 1.000 mas, quando os fabricantes disseram que só poderiam chegar a este valor se ela diminuísse o preço dos processadores, este limite desapareceu. Alguns fabricantes até conseguem chegar perto deste valor com configurações exigidas no limite mínimo. Aqui no Brasil, devido aos custos de importação, o preço é muito próximo do que pagaríamos em um notebook. Os preços por aqui variam de R$ 2.000 a R$ 6.0000. De qualquer forma, se a dúvida é se vale ou não pena a resposta é: se você tem condições de investir este valor em um equipamento, não se arrependerá, é perfeitamente possível substituir seu desktop por um ultrabook sem nenhum prejuízo de desempenho. Mas, lembre-se, as novidades nesta categoria estão apenas começando e o sentimento de comprar um equipamento, e em um mês constatar que o mesmo já não é mais o top de linha, passa a vigorar também neste segmento, assim como já vivemos nos tablets e smartphones.
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Fotos: Mario Cortivo
Turismo
Além do Festival
de Inverno O Parque das Nascentes de Paranapiacaba é boa opção para os aventureiros Especial para Leia abc Shayane Servilha
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cerca de 30 quilômetros de São Paulo, além de trazer o charme de construções no estilo inglês, Paranapiacaba reserva os encantos da fauna e flora brasileiras. As trilhas do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiaca54
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ba podem ser o plano B para aqueles que querem aproveitar a vila nos dias do Festival de Inverno. O parque integra a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo, voltado à conservação dos ecossistemas da Mata Atlântica, criado em 1994 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco, na sigla em inglês).
“O trabalho de conservação dentro do parque é muito forte. As pessoas acabam aprendendo a importância das áreas verdes na cidade”, diz a gerente de recurso naturais, Daniela Freire. Quem quiser iniciar e pôr o pé na trilha sem se esforçar, a Trilha da Pontinha permite ao visitante ver o antigo sistema de abastecimento de água da vila. Para os mais aventureiros, a trilha da Comu-
Pé na mata Trilhas
Extensão (m)
Tempo de percurso
Grau de dificuldade
Trilha da Pontinha
1.090
1 hora
Fácil
Trilha dos Gravatás
389
30 minutos
Fácil
Trilha do Mirante
1.185
1 hora
Fácil
Trilha das Hortências
325
30 minutos
Médio
Trilha da Comunidade
1.568
2 horas
Difícil
Atente-se Não são permitidas as seguintes atividades no parque: • Entradas no parque sem monitor ambiental. • Retirada de plantas e animais. • Acampar dentro ou fora das delimitações. • Jogar lixo. • Entrada de animais de estimação. • Pesquisa científica sem autorização. • Portar facas e estiletes.
nidade tem duas horas de caminhada e declividade acima de 30 graus. O passeio proporciona uma paisagem com bromélias e acesso a um dos pontos mais altos do Parque Nascentes. Para garantir a conservação ambiental e a segurança dos visitantes, as trilhas podem ser exploradas apenas com o acompanhamento dos monitores ambientais. “São cerca de 40 monitores ativos. Todos foram capacitados especialmente para acompanhar os visitantes. Apenas a trilha da Pontinha pode ser explorada pelos morado-
res sem o guia”, diz Daniela. Nos mais de quatro milhões de metros quadrados, é possível encontrar exemplares de cedro, bromélias e orquídeas, e na fauna espécies de beija-flores, pica-paus e macucos. “Existem espécies que estão ameaçadas de extinção, como o sabiá-pimenta, que podem ser vistas durante a caminhada pelas trilhas. O mais interessante é que, mesmo fazendo uma mesma trilha, a aventura é sempre diferente. Muitos voltam para fazer a mesma trilha ou para conhecer outras”, conta Wagner Freidinger, monitor do parque. Serviço: O parque é aberto de terça-feira a domingo, das 9 às 16 horas. Os preços para as trilhas variam de R$10 a R$ 35 e as caminhadas são realizadas apenas com horário marcado. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone
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Meio Ambiente Mensagens e endereços falsos são as principais ferramentas para roubos de dados pessoais na internet Especial para Leia abc Shayane Servilha
S
Agora vai neração ao Consórcio será no valor de R$ 10 milhões mensais, ou seja, a usina também será mais econômica porque hoje gastamos cerca de R$ 14 milhões com o lixo”. Ele também destaca o contrato terá um sistema de avaliação da empresa vencedora. “Vai haver fiscalização da prefeitura e controle da população por meio da pesquisa e denúncias dos munícipes. Se o serviço estiver com uma pontuação negativa, o valor
naldo Bezerra, destaca a responsabilidade do projeto e afirma que a usina será a receita da empresa. “A comercialização de energia é o que vai viabilizar economicamente os investimentos feitos pelo consórcio. Materiais reciclados também serão vendidos e complementarão a receita.
Divulgação
istema Integrado de Manejo e Gestão de Resíduos, conhecida pelo nome popular de usina verde, vai sair do papel em 2014. A cidade de São Bernardo deu seu primeiro passo ao firmar um acordo com o Consórcio SBC Valorização de ReDisputa judicial síduos Revita e Lara, vencedor da liciA usina nasce após uma acirrada disputação, que vai implantar um programa ta judicial, iniciada em 2010. Na época, de despoluição do Lixão duas cooperativas de Alvarenga, tratamento catadores de lixo ene geração de energia a traram com ação popartir compostagem do pular ambiental para lixo na cidade. impedir até a licitaO contrato, orçado ção. O argumento era em R$ 4,3 bilhões, é que a implementação válido por 30 anos e do equipamento para prevê a construção de tratamento dos resíuma usina no valor de duos “feria os artigos R$ 600 milhões, que da Lei Específica da vai gerar 22 megawatBillings”. ts – o suficiente, por “Incineradores exemplo, para abasemitem poluentes ortecer Diadema –, de gânicos que agridem energia a partir de 700 o meio ambiente e toneladas de lixo incicontaminam a água” nerado. A fábrica vai explica o advogado funcionar no Lixão do especialista em direAlvarenga e terá capato ambiental Sergio cidade de levar enerVirgílio. gia para até 300 mil Tarcisio Secoli, habitantes. secretário de Obras “Além disso, a emde São Bernardo, Implantação da Usina Verde ocorre em no máximo um ano presa vai programar um afirma que a cidade novo conceito de coleta coleta mais de 117,7 seletiva. Eles vão realizar a educação do pagamento será diminuído em até mil toneladas de lixo em 81 áreas de ambiental da população, renovar a frota 20%”, informa . despejo irregular. “Este tem sido um de caminhões, além de descontaminar o Atualmente, o governo de São Berdos grandes problemas e queremos reLixão Alvarenga”, afirma o prefeito de nardo paga para fazer descartes no Atersolver”, revela. São Bernardo, Luiz Marinho. ro Lara, em Mauá. Mas esse processo De acordo com o secretário de PlaneO mandatário sãobernardense deve se inverter e São Bernardo vai jamento Urbano, Alfredo Buso, a ideia explica ainda que o novo modelo de receber lixo das outras cidades para é ampliar o serviço de reciclagem com a tratamento de lixo vai promover ecogerar energia. criação de seis centrais de triagem operanomia aos cofres da cidade. “A remuO diretor do Consórcio SBC, Regidas por cooperativas. 56
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Moda&Beleza
Na ponta
turi, a acupuntura pode substituir lipoescultura simples, através de sessões com agulhas. “É importante lembrar que a técnica tem limite de ação. A acupuntura não retira excesso de pele. Não faz milagres. Com dieta equilibrada e exercícios físicos, a diferença fica muito mais perceptível. Recomendo um mínimo de dez sessões para melhores resultados, mas em alguns casos é possível notar a diferença na primeira primeira sessão”, diz. O presidente da Associação Médica Paulista de Acupuntura (Ampa), doutor Ruy Yukimatsu Tanigawa, alerta para a prática com pessoas que não são profissionalizadas na área. “A acupuntura é vista em segundo plano, porque existem profissionais que, infelizmente, banalizam a terapia. O paciente precisa procurar pessoas que tenham curso técnico e sejam referência ou profissionais com especialização”, diz.
da agulha
Fotos: Mario Cortivo
Técnica milenar chinesa reduz peso e medidas e ainda ajuda a combater celulite e gordura localizada
Especial para Leia abc Shayane Servilha
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ratamentos para perder peso e medidas costumam ser sinônimo de sofrimento e renúncias. Para quem não quer desconforto como vermelhidão, não se expor ao sol, períodos de cicatrização e cuidados gerais, a acupuntura estética é opção saudável e menos invasiva. A técnica milenar chinesa estimula pontos de energia que não estão em harmonia. A diferença da acupuntura para os demais tratamentos é que, além de não necessitar de recuperação, a técnica considera o paciente como um todo. “É necessário saber o motivo pelo qual o paciente tem excesso de peso. Se for por ansiedade, a acupuntura ajuda a dominar 58
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a fome e não comer por impulso”, diz Vanessa Dias Tornai Favini, biomédica especializada em acupuntura. A auriculopuntura concentra a terapia na orelha. Os pontos são ativados com sementes de mostarda e microagulhas. “Há pontos específicos que ajudam a controlar a vontade de comer. Com o estímulo desses pontos, através de um aperto, é possível regular o apetite, controlar a ansiedade e a compulsão”, detalha a especialista. “Perdi quase dez centímetros em medidas no primeiro mês de tratamento. Também senti uma melhora na celulite. Agora só faço auriculopuntura para controlar o apetite e mantenho com malhação”, conta a técnica em informática Natália Leite. Para quem quer eliminar a gordura localizada, mas não quer enfrentar o bis-
Ponto a ponto Perda de peso A redução de peso é gradativa e pode chegar até três quilos por mês. Se for acompanhada de refeições equilibradas e exercícios, os resultados são maiores. Contraindicação Gestantes devem evitar a acupuntura de emagrecimento. Dor O tratamento é indolor. Caso você sinta dor, o acupunturista deve rever os pontos onde estão sendo aplicadas as agulhas. Frequência das aplicações Uma a duas vezes por semana. Apetite Os pontos de acupuntura localizados na orelha controlam a vontade de comer. A agitação e compulsão por comer serão controladas.
Detalhe que faz a diferença As bolsas de mão são tendência e agora também compõem looks para o dia a dia
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Especial para Leia abc Shayane Servilha
tendência da moda brasileira nos assessórios para as mulheres vive uma nova fase. Antes, elas carregavam bolsas grandes, onde cabe todo tipo de pertence. Agora o que prevalece é a discrição. As volumosas estão dando lugar para os modelos clutch, mais conhecidos como bolsas de mão. Nos desfiles deste ano, as marcas Marc Jocobs, Fendi, Hermès e Tufi Duek mostram que as pequenas farão a diferença nas próximas estações. “Por ser diferente, ela se torna chamativa e vira uma peça-chave na hora de compor o visual. A regra é simples: para looks (visuais) mais básicos invista em um modelo ousado e para roupas mais glamourosas ouse na bolsa neutra”, diz a consultora de moda Mariana Guimarães. Criada na década de 1930, a bolsa-carteira é um acessório para as mulheres fumantes portarem ma-
Carregue com estilo Em festas formais: use a carteira de mão da cor do vestido com detalhes em prata ou dourado. Na balada: as coloridas são as melhores opções. Roupa colorida: utilize carteiras neutras. Tons em branco, preto e bege nunca saem de moda e não deixam o visual com muita informação. Roupa básica: use a bolsa mais colorida que puder, tanto para noite quanto para o dia. Customize: para criar modelos únicos, basta utilizar pingentes, lantejoulas e fazer desenhos.
ços de cigarros e isqueiros nas festas sem correr o risco de serem amassados. Nos dias atuais, ter uma bolsa pequena mostra, além de estilo, praticidade – pode ser usada em qualquer ocasião. “Como existem modelos simples e mais luxuosos, uso para ir à balada, ao supermercado e ao parque. Elas são práticas e podem ser utilizadas com tudo”, conta a administradora Fernanda Suzano.
Altura faz a diferença, sim
Fotos: Divulgação
lheres com busto grande o ideal é usar bolsas de cores mais extravagantes, para chamar atenção para outras áreas”, explica Mariana. A consultora de moda diz ainda que, apesar de pequena, não é raro encontrar mulheres que erram na hora de usar a clutch. “A melhor forma de segurar uma bolsa de mão é utilizar as mãos. É deselegante colocar a bolsa debaixo do braço. Assim fica escondida e acaba com o propósito de dar o charme ao visual. Quem não gosta de carregar, alguns modelos trazem alças, mas não aconselho, pois perde-se o propósito da bolsa”, diz Mariana. Outra dica importante da consultora para entrar na tendência das clutches é colocar apenas o essencial nas pequenas. “Essas bolsas têm formas marcantes. Encher a bolsa a ponto de descaracterizar a forma dela fica feio. Um documento de identificação, uma quantia mínima de dinheiro, celular e o essencial da maquiagem, como lápis, rímel e batom, é o suficiente”, sugere.
Clutches combinam mais com as mulheres baixas. Elas, segundo a estilista, têm aval para utilizar a bolsa de mão à vontade. “As mais altas têm que usar as carteiras maiores, pois assim a peça não ficará perdida. Para mu-
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Moda&Beleza
Facilidade
em maquiar A maquiagem definitiva traz praticidade para as mulheres modernas e é ideal para realçar os principais traços do rosto Especial para Leia abc Shayane Servilha
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Foto: Mario Cortivo
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lhos expressivos, bocas delineadas e sobrancelhas definidas. Graças à técnica de dermopigmentação, mais conhecida como maquiagem definitiva, as horas em frente ao espelho para fazer maquiagem podem estar com os dias contados. Foi pensando em minimizar o tempo na hora de se arrumar que a administradora de empresas Andreia Gutierre resolveu delinear os olhos e boca. “É muito mais prático e facilitou a minha rotina em 100%. Acordo e apenas faço um retoque para reforçar, mas é como se eu fosse uma das atrizes de novela que sempre acordam prontas”, conta. O bom senso para realizar o procedimento é fundamental. Batom vermelho, sombra preta e blush marcado como maquiagem definitiva é radical e pesado para o dia a dia. A dermopigmentadora Fabiane Lourenço recomenda a maquiagem definitiva para realçar os principais traços. “O melhor é optar por corrigir falhas na sobrancelha, um delineador nos olhos e boca e até mesmo um blush para dar um ar saudável. O importante é a pessoa saber equilibrar e deixar o mais natural possível”, conta. O processo é feito com agulhas descartáveis e pigmentos hipoalergênicos próprios para a micropigmentação. Apesar de ter o nome de definitivo, a técnica precisa de retoques periódicos
Sobrancelhas: redesenha e corrige assimetrias. Olhos: delineia as pálpebras e cílios. Boca: contorna os lábios, colore (batom) e faz correção de assimetrias.
para manter a tonalidade. “Os cuidados posteriores, como evitar o sol durante 15 dias após a micropigmentação, pomada cicatrizante e loções hidratantes, são importantes para a manutenção do trabalho. Na sobrancelha, por exemplo, o retoque pode ser feito depois de dois a três anos”, diz Fabiane. A dermatologista Alice de Oliveira alerta que, para realizar o procedimento, é necessário testar o pigmento em uma área do corpo para evitar reações alérgi-
cas. “As pessoas com alergias têm que estar mais atentas. Fazer um pontinho com o pigmento antes de realizar o procedimento é ideal. É uma técnica que é complicada para ser revertida”, diz. Além de ser utilizada como maquiagem, a técnica também é usada para camuflar as imperfeições, como estrias na cor da pele, falhas e cicatrizes. “Em vez de ser utilizada a tinta, o local é apenas estimulado com a agulha e assim é possível que a pele faça uma regeneração. Não retira, mas obtém bons resultados”, diz a dermopigmentadora. Apesar dos benefícios, a maquiagem definitiva não é para todas. O procedimento não é recomendado para gestantes e mulheres com diabetes descompensado, infecção de pele no local a ser dermopigmentado e histórico alérgico.
Cultura
Sonia Varuzza sonia@diversaoearteproducoes.com.br
Arte. Que droga é essa?
Shutterstock
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á dezoito anos, produzi um espetáculo chamado ARTE. O texto era da Yasmina Reza, traduzido para vários idiomas e encenado em mais de uma centena de países. No elenco contracenavam os atores Paulo Goulart, Pedro Paulo Rangel e Paulo Gorgulho, cujos papéis – três amigos de vidas distintas e opiniões diferentes sobre tudo – que declamavam o ser ou não na arte. A discussão sobre o tema nesse espetáculo foi profunda e ganhou dimensões antes inimagináveis, o que acabou por afetar a amizade desses três excelentes atores, que, naquele momento, conviviam tranquilamente. E sabe o que causou a discussão? Uma tela branca. Imaculadamente branca. As personagens se estapeavam porque projetavam valores individuais no quadro – que, por sinal, caríssimo –, concebido pelo artista plástico da vez na época. Após muito drama, os colegas de profissão voltaram a se falar, mas... Com muito cuidado, afinal, aquela relação havia sido seriamente abalada. Dada a seriedade, encarada pelos atores, da peça, quem saboreou o espetáculo foi o público, de maneira absolutamente divertida e surpreendente. No entanto, por algum motivo, esta peça teatral não deu certo no Brasil. A cada espetáculo as plateias eram sempre pequenas. Mesmo com a beleza, ótimo elenco, bom texto, cenário belíssimo e comédia gênero preferidíssimo pelo brasileiro, todos os profissionais da área se questionavam sobre o porquê de não ter dado certo. Demorei muito para compreender, mas o que afastava a plateia era o título: ARTE. Todos que liam a sinopse do espetáculo achavam que assistiriam a um programa chato e piegas. Sim, era o tal preconceito, sobretudo o que poderia fazer pensar em um momento de la-
zer. Anos depois o texto foi remontado. Mais uma vez o mesmo e triste resultado. Recentemente, Wladimir Brichta voltou com o projeto para apresentar em pouquíssimas cidades. Mas, antes de reclamar do povo brasileiro e de seus preconceitos, penso que deveríamos questionar o que é consumido pela população. Nos dias atuais, estátuas bizarras são erguidas em muitas cidades – lembro-me de uma, a de Nossa Senhora fincada na divisa de uma cidade do interior de São Paulo que, juro, se parecia muito com uma entidade de esquerda do
Candomblé – num canto qualquer, recorrentemente impróprio, com cartazes de “vendo ouro” ou “amarração no amor”, colados, despudoradamente sobre estas. E nessa penúria cultural vemos o Poder Público contratando shows de qualidade duvidosa para oferecer um pouco mais da mesma coisa. Momento relax para que a população possa conferir mediocridades que já são conhecidas, pela TV. Possibilidades de melhora? Talvez quando os cargos públicos forem ocupados por profissionais competentes, longe, muito longe, do leilão político. | Abril de 2013 61
Fotos: Mario Cortivo
Cultura
Grupo lança trabalho com músicas educativas para tocar e cantar nas escolas da região
Da Redação redacao@leiaabc.com
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ransmitir conteúdo educativo relacionado à natureza e ao folclore às crianças nas escolas da região, de uma forma lúdica e interativa, é o objetivo do projeto Cantando com as Crianças. O grupo, formado por Zé Campelo (voz e violão), sua filha Meena Campelo (voz e flauta doce), Nanda Maia (voz e violão) e Toninho Miranda (percussão e efeitos), lança agora o segundo traba-
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Aos alunos, com carinho lho, pela editora Neon Digital, com o título Essa é pra tocar na escola. O sucessor de Jequitiranaboia, de 2011, traz 16 canções de diversos ritmos, como xote, baião, ciranda, reggae e até rock, que embalam um espetáculo infantil voltado às crianças de 2 a 10 anos, em escolas de Santo André, Diadema e Ribeirão Pires. “São músicas e composições minhas, para tocar nas escolas. Primeiro, apresento aos professores e proponho um tema para ser trabalhado em sala de aula, depois vamos lá e mostramos, com direito a uma
borboleta-mariposa gigante com articulações nas asas”, conta Zé Campelo. Pernambucano, Joseildo José Campelo chegou a São Bernardo do Campo aos 24 anos e atuou como músico, mas quando começou o sufoco financeiro e as coisas apertaram, ele decidiu estudar. Tornou-se professor de biologia, mas a paixão pela arte o convenceu a retomar a carreira musical. Além de intérprete multi-instrumentista, é compositor, poeta e escritor. Produziu oficinas para as escolas, confeccionou instrumentos, foi artista
A trupe do Cantando com as Crianças: Meena Campelo, Nanda Maia e Zé Campelo curo incentivar a leitura, pois é assim que se adquire o conhecimento. A criança tem que aprender a ser crítica desde pequena”, afirma. “Até
mambembe por um bom tempo em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e escreveu dois livros infanto-juvenis, artigos para revistas e jornais, além de contribuir com poemas para duas antologias. “Sempre gostei de literatura, aprendi a ler em casa. Comecei tudo porque gostava de ler e, por isso, pro-
“Procuro incentivar a leitura, pois é assim que se adquire conhecimento. A criança tem que aprender a ser crítica desde pequena”
mesmo no ritmo das músicas, alguns típicos do Nordeste, utilizo harmonias diferentes, para acrescentar. Não subestimo as crianças.” Cantando com as Crianças é o segundo projeto de Campelo. Antes, ele havia formado uma banda, a Zécologia, na qual já tinha a colaboração de sua filha, Meena, ainda pequena. “Quando lancei o primeiro livro, aprendi alguns poemas e comecei a banda, até por necessidade, por causa da minha filha pequena, já que o universo de músicas infantis era muito restrito. Então, com 3 anos, ela já subia no palco e cantava.” A jovem, que hoje tem 13 anos e faz parte do grupo, também é atriz. Entre seus trabalhos, participou do filme Lula, o Filho do Brasil, no qual interpretou Maria, irmã do ex-presidente. Interessados em saber mais sobre o projeto e adquirir o CD podem acessar o site www.cantandocomascriancas.com.br
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Mario Cortivo
Gastronomia
Com nova estrutura e cardápio, a Quinta do Portuga traz os sabores da terra mãe com simpatia brasileira ao servir Especial para Leia abc Shayane Servilha
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designer gráfico Demétrio Teixeira deixou a criação para comandar o boteco da família depois que seu pai, José Teixeira, o famoso Portuga, faleceu em 2010. A queda total do teto, nos primeiros meses de administração de Demétrio, segundo ele, foi um sinal para reformular o bar. A origem portuguesa foi a base para o antigo Flor da Benedetti se tornar o novo Quinta do Portuga. “Ele era muito querido pelos clientes, mesmo com o jeito turrão. Em Portugal, quinta significa pequena propriedade. O nome é uma homenagem aos mais de 30 anos de experiência do meu pai atrás do balcão”, conta. A tarefa não foi fácil. Nos cinco meses de reforma, ele teve o trabalho de aprender as receitas do pai, que foram premiadas no Festival de Comida de Botequim de Santo André nos anos
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Boteco
família de 2001 a 2008. “Ele não deixou nenhum modelo de receita. Foram feitas de várias formas até chegar nessa, mas até hoje aperfeiçoo para chegar à original. É um desafio continuar com o negócio da família.” Mas nem sempre foi assim. Se no começo a antiga clientela do Portuga ficou arredia com o novo proprietário, hoje ela volta e aprova o novo croquete. “O bolinho de jabá está tão gostoso quanto o do Portuga. E o novo cardápio traz mais opções que antes, então não tem mais aquele ar de boteco só para beber. Ficou um bar com culinária de primeira para reunir a galera”, diz o cliente fiel Ronaldo Pereira. As novidades do cardápio, como feijoada e mexidão mineiro e português, e
a decoração do novo ambiente também foram uma forma de trazer novos públicos para o lugar. “Conseguimos manter uma parte da antiga clientela, mas agora os clientes são formados praticamente por famílias, amigos e casais. É uma satisfação poder servir e perceber que os clientes viraram amigos de tanto que frequentam aqui. Eles ditam a regra”, diz Demétrio. Entre as histórias do boteco, a mais surpreendente para Demétrio foi a comemoração da gravidez de uma frequentadora do local. “É um momento de felicidade e o casal ter escolhido aqui foi uma surpresa. Trouxeram parentes e amigos e o bar ficou praticamente fechado para eles. Esse momento entrou para a história da Quinta”, diz.
Serviço: Av. Dr. Alberto Benedetti, 301, Vila Assunção, Santo André. O boteco funciona de terça a sexta-feira, das 16h às 24h e sábados, das 12h às 22h.
Vinhos
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ideia de que queijo e vinho são pares perfeitos é um grande mito, perpetuado talvez pelas duas combinações mais triunfantes: vinho do Porto e gorgonzola ou stilton e vinho sauternes e queijo roquefort. Na verdade, o queijo é um dos alimentos mais problemáticos para combinação com o vinho. Queijos costumam ter sabor intenso e forte. Em geral apresentam muita gordura, alguns elevada acidez e muitos são salgados, além da textura viscosa que reveste o interior da boca, prejudicando o paladar. Outra complicação é que queijos, assim como os vinhos, variam de produtor para produtor quanto ao amadurecimento. Ao contrário do que todos pensam, os vinhos tintos secos combinam menos com queijos do que os brancos secos e os vinhos doces em geral são os que mais combinam. Caro amigo, tentar um vinho que combine com uma tábua de queijos, com um queijo de cada tipo, certamente não dará bom resultado. O ideal é limitar-se a um único e esplêndido queijo com um vinho de mesmo naipe. Bom inverno e saúde!
O prazer dos sabores QUEIJOS DUROS (parmesão, grana padano e similares). Harmonizam com vinhos tintos de meio a muito encorpado, escolha de preferência os queijos não muito fortes ou salgados (o sal acentua o amargo do tanino). Vinhos sugeridos: Ribera Del Duero, Brunello Di Montalcino e um Chardonnay encorpado caem muito bem. QUEIJOS MACIOS (brie, camembert, pont l’eveque e similares). Estes queijos em geral são mais difíceis de combinar com vinho. Prefira os queijos mais jovens antes de amadurecerem e ficarem muito moles, acentuando o seu sabor. Queijos macios com alto teor de gordura pedem vinhos com mais acidez. Harmonizam com vinhos brancos mais ácidos – Sauvignon Blanc, entre outros. E um Borgonha tinto ou Chianti clássico para os queijos mais maduros (moles). QUEIJOS AZUIS (roquefort, gorgonzola e stilton). Queijos azuis e vinho tinto formam as parcerias celestiais, tais como queijo roquefort e vinho sauternes; queijo stilton ou gorgonzola com Porto vintage ou old tawny. Harmonizam na maioria com Porto tawny maduro; em outros casos, sauternes e tokay.
QUEIJOS DE CABRA (frescal, fromage, boursin, chevrotin, moleson, saint maure, crottin, selles surcher, pyramide, entre outros). Devido à acidez destes queijos, mais ácido ainda terá que ser o vinho. Harmonizam os vinhos Sauvignon Blanc e alguns Chardonnays do Novo Mundo com boa concentração e acidez. Para os queijos mais maduros (sabor mais forte) um tinto Syrah pode ser uma opção. QUEIJOS DEFUMADOS (provolone, ricota defumada, entre outros). Estes são os mais difíceis de harmonizar com vinhos. Harmonizam, em alguns casos, com um Gewürztraminer ou um Shyraz australiano, ou um vinho doce. FOUNDUE DE QUEIJO tipicamente preparado com queijos gruyère e emmental, fundidos com vinho branco. Harmonizam bem com Chardonnay do Novo Mundo, Sauvignon blanc do Novo Mundo ( não fumé). O único tinto mais apropriado é o Chinon francês. FOUNDUE DE CARNE vai bem com tintos frutados em geral, tais como os Cabernets Sauvignon do Novo Mundo.
Foto: Divulgação
Nei Brandão neibr@uol.com.br
Vinhos, queijos e fondues para começar
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Onde retirar um exemplar DIADEMA Acapulco Doceria & Buffet Churrascaria Boiadero Clube Chácara 3 irmãos Padaria Joal Santos Padaria Sabor do Pão SANTO ANDRÉ
Centro Piraporinha Centro Centro Centro
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Rua Monte Alegre, 83 Av. Presidente Kennedy, 1725 Rua Maceió, 703 Av. Guido Aliberti, 4811 - loja 22 Rua Amazonas, 1352 Rua Monte Alegre, 83 Alameda São Caetano, 2463 - Santa Maria
Francisco Gastronomia & Cultura Consulado do Pão Costela & Cia Doce Recanto Drograria Farmais Fornaria dos Pães Fran´s Café Ki Jóia Restaurante e Lanchonete Padaria Area Verde Padaria Brasileira Padaria e Confeitaria Kennedy Padaria Filiana Padaria Imigrantes Padaria Nova Miami Padaria Nova Royal II Padaria Paraty Padaria Pastor Padaria Terra Nova Demarchi Restaurante Fratelli D´Itália Restaurante São Francisco Revistaria Nova Petrópolis Shopping Casa Total Móveis
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