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José Geraldo Baião

Cursos e especializações no setor metroferroviário dependem de um ciclo permanente de investimentos

Segundo o engenheiro, José Geraldo Baião, oriundo da área de manutenção do Metrô de São Paulo, esta é a maior lacuna para a qualificação dos quadros técnicos no setor metroferroviário no país

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Profissional de carreira da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP), desde 1988, quando ingressou como Coordenador de Desenvolvimento no Departamento Técnico da Gerência de Manutenção, o engenheiro, José Geraldo Baião, aponta a falta de cursos específicos na graduação para o setor metroferroviário, como uma das principais dificuldades encontradas pelos engenheiros, seja ele civil, mecânico, eletricista, quando passam a atuar na área ferroviária e trabalhar com sistemas de metrô, trens, VLTs, monotrilhos, etc.

Segundo ele, na formação acadêmica das modalidades acima citadas, não existem disciplinas específicas voltadas para o segmento ferroviário. No entanto, alguns cursos de especialização começam a ser estruturados e oferecidos ao mercado. Existem algumas opções, mas com certeza há uma falta de integração do setor de ensino com o mercado. Além disso, como o setor vive ciclos de investimento sem continuidade, qualquer entidade de ensino só irá oferecer cursos se houver demandas prolongadas pelo mercado, diz Baião.

“Com exceção do setor de cargas, em que o transporte está concentrado em minério de ferro e grãos, não há perspectiva de crescimento de demanda para profissionais deste setor, a curto e médio prazo”. A seu ver, as indústrias do setor vivem o seu “pior momento”. Porém, como há uma demanda reprimida, principalmente no transporte de passageiros, quer nas grandes cidades, quer nas ligações de média e longa distância, o futuro tende a ser promissor. “A questão é saber quando isso ocorrerá”, destaca.

Graduado em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e pós-graduado em Administração Industrial pela Universidade de São Paulo (USP), Baião ingressou na carreira metroferroviária a partir da especialização em Manutenção Industrial no Instituto Mauá de Tecnologia. “Antes de vir para Área de Projeto de Sistemas e Material Rodante do Metrô-SP, em que estou há 12 anos, eu somente trabalhei na Área de Engenharia da Manutenção” No período de 1974 a 1987, ele trabalhou nas Áreas de Fabricação e de Engenharia Industrial das Indústrias Villares S/A – Divisão Elevadores.

Como engenheiro, Baião tem dado grande contribuição para o debate das questões ligadas ao ensino e aos investimentos no setor de transporte, demonstrando a importância do exercício do trabalho colaborativo, por meio da atuação em entidades técnicas e profissionais, como a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP); o Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte (MDT); o Conselho Editorial da Revista Ferroviária; e o então Ministério das Cidades.

Foi ainda Presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), de 2009 a 2013 e é membro do Conselho Consultivo da entidade. Também já assumiu a vice-presidência do Instituto de Engenharia (IE) e atualmente é membro do Conselho Consultivo da entidwade.

Representou a AEAMESP no Plenário do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA-SP), como Conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica e Metalúrgica e membro da Comissão Permanente de Acessibilidade.

José Geraldo Baião

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