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Ilvio Silva Artioli
Inovação na prática
Ilvio Silva Artioli, arquiteto e urbanista do Metrô, é um dos responsáveis pela principal mudança estética do Metrô de São Paulo: ao trocar o concreto pelo aço e o vidro na estação Alto do Ipiranga, ele criou uma nova forma de integração entre ela e a cidade
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Aestação Alto do Ipiranga, inaugurada em 2007, é um exemplo real da evolução arquitetônica que ocorreu no âmbito do Metrô de São Paulo. Sua arquitetura rompeu com o modelo até então conservador e tradicional do concreto, oferecendo transparência interna e externa ao usuário por meio do uso de estruturas de aço e fechamento envidraçado do corpo central do poço. Com isso, além da funcionalidade, o Metrô inseriu-se de vez como um marco arquitetônico de grande representatividade para o espaço urbano da cidade e como simbologia de transparência ao usuário.
“Essa estação destaca-se por sua forma estética inovadora, com uma cúpula envidraçada, de formato geométrico de um cone inclinado. Além de solução estética, o cone de vidro foi proposto para acrescentar transparência e leveza ao conjunto”, diz Ilvio Silva Artioli, arquiteto responsável pelo projeto da estação Alto do Ipiranga, hoje atual responsável pelo Núcleo de Inovação (NDI ) da Diretoria de Engenharia e Planejamento (DE) da Companhia do Metropolitano de São Paulo (MetrôSP), empresa em que trabalha há 30 anos.
A metodologia de utilização de um poço principal adotado na Estação Alto do Ipiranga, no qual se concentra a circulação vertical para acesso às plataformas, já estava sendo estudada para outras estações. O grande diferencial deste projeto surgiu, entretanto, ao oferecer uma fonte de iluminação natural a partir do próprio poço de escavação, até chegar ao nível das plataformas, proporcionando uma significativa economia de energia e conforto ao ambiente, explica Artioli.
“Na concepção das recentes estações das Linhas 4 - Amarela (Luz - Vila Sônia) e Linha 5 - Lilás (Capão Redondo- Chácara Klabin), a diretriz da transparência foi aprofundada, mantendo-se o conceito de iluminação natural chegando ao nível de plataformas. Mas desta vez foram concebidos edifícios em superfície, exclusivos para abrigar salas técnicas e operacionais, o que permitiu o desenvolvimento simultâneo de etapas de obras civis e de sistemas, com ganhos no prazo final”, informa Artioli.
“Há ainda a necessidade de se construir estações que gerem o menor impacto ambiental possível e, como impacto ambiental, entendem-se todos os efeitos ocasionados na região afetada pela obra”, enfatiza ele. Para Artioli, diante das mudanças tecnológicas e comportamentais que acontecem hoje, o grande desafio do projetista nesse campo é definir novos traçados e diretrizes através do Projeto Funcional, visando soluções com o menor nível de impacto ambiental. Ele explica: “A cidade encontrase bastante adensada, com poucos espaços livres e não consegue mais absorver altos graus de interferência”.
Ilvio Silva Artioli
Paixão pela Arquitetura desde a infância
Gaúcho de Porto Alegre (RS), Artioli mudou-se para São Paulo em 1976, quando foi cursar urbanismo pela Universidade de Guarulhos (UNG). Ao optar pela carreira de Arquitetura e Urbanismo, não imaginava que chegaria tão longe.
Ilvio Artioli lembra-se que a sua paixão pela profissão, começou muito cedo através dos inúmeros livros que lia sobre o assunto. Certo do que queria, resolveu cursar Arquitetura e Urbanismo na Universidade Luterana do Brasil Ulbra, no Rio Grande do Sul, mas com sua ida à São Paulo, ele transferiu sua matrícula para a Universidade Guarulhos (UNG), onde acabou se formando.
Sua vida profissional começou em Porto Alegre na Parks Engenharia como desenhista técnico de Arquitetura. Já em São Paulo, foi trabalhar na Montreal Engenharia, desenvolvendo o projeto do Pátio Itaquera – da antiga linha Leste Oeste, hoje Linha 3 - Vermelha do Metrô-SP, o que lhe proporcionou a aproximação com a Companhia para aw qual foi contratado em 1985 para atuar no Departamento de Arquitetura. “Em outras palavras, minha ida para o setor metroferroviário aconteceu naturalmente.”
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