3 minute read

Tempo de consolidação

1990-1994 Tempo de Consolidação

A forte disputa eleitoral que definiu a diretoria para a segunda gestão da AEAMESP serviu para consolidar a democracia interna, um bem preservado integralmente até hoje. Foi também um período em que se procurou dar continuidade à consolidação da nova entidade. E nessa época houve a criação do primeiro jornal da entidade.

Advertisement

O presidente naquele período, engenheiro Luiz Felipe Pacheco de Araújo contou que as dificuldades nessa segunda gestão foram significativas. Ele explicou que o que leva os engenheiros e os arquitetos do METRÔ-SP a se envolverem muito no seu trabalho são as obras, mas, naquele momento, não havia obra alguma e, assim, os engenheiros e arquitetos definitivamente não estavam satisfeitos profissionalmente. Não obstante, era preciso consolidar a associação e seguir. Luiz Felipe conta que, naquele período, a AEAMESP buscava acentuar sua participação nos principais acontecimentos que interessavam à sociedade de um modo geral e ao setor especificamente. Ele citou como exemplo as eleições de 1994, as primeiras que seriam realizadas sob o Plano Real.

Nesse pleito, considerando a campanha para governador, a AEAMESP, o Instituto de Engenharia de São Paulo e as outras associações de engenheiros das estatais paulistas fizeram um debate com a participação dos próprios candidatos ou de representantes qualificados, ocasião em que foi possível ouvir e indagar sobre os planos dos candidatos. Este modelo de participação em processos eleitorais seria repetido em campanhas eleitorais posteriores.

De acordo com Luiz Felipe, a Associação avançou também com a organização de eventos de aproximação entre os associados, com encontros sociais. “Naquele momento, nós tivemos também a iniciativa de produzir o primeiro jornal da AEAMESP. Saíram cinco ou seis números, publicados a cada dois meses, se não me engano. O jornal começou muito incipiente e foi melhorando”. As gestões posteriores desenvolveram outras experiências de comunicação, algumas das quais permaneceram e foram se modificando e se aperfeiçoando.

Luiz Felipe Pacheco de Araújo

Jornal da AEAMESP, edição de 2003. Veículo de difusão do conhecimentos e opinião

Plano Real e a estabilização da inflação

1994-1996 VOCAÇÃO DA AEAMESP PARA DIFUSÃO DE CONHECIMENTO

Aterceira gestão da AEAMESP resultou de uma composição das forças por meio de uma chapa que trazia como presidente Laerte Mathias, com apoio do presidente da gestão anterior, Luiz Felipe.

Laerte Mathias falou sobre a sua gestão. Ele disse: “Sob o ponto de vista da política interna, foi muito tranquilo, porque a minha gestão contou com o ex-presidente Luiz Felipe, que era vice-presidente; ele cuidou da parte social com tranquilidade, pois havia acumulado experiência na gestão dele. Junto com o Luiz Carlos de Alcântara, que depois me sucederia, e com Manoel da Silva Ferreira Filho, eu toquei a parte tecnológica”.

Outro aspecto destacado por Laerte Mathias em seu depoimento é o fato de a questão da não atuação da AEAMESP no campo trabalhista e sindical não ser ainda, naquele momento, um ponto pacificado. “Havia engenheiros que achavam que a AEAMESP teria de resolver essa questão, mas a Associação não iria resolver isso, porque isso levaria a um confronto com a empresa e não era o papel da entidade”, afirmou Laerte Mathias. Ele explicou que essa esfera de ação pertencia às entidades sindicais e que havia dois sindicatos reivindicando a representação dos engenheiros do METRÔSP, o Sindicato dos Metroviários e o Sindicato dos Engenheiros.

Mas a direção da AEAMESP convocaria uma discussão sobre o assunto ao final da qual cerca de 300 engenheiros assinaram um documento, afirmando que queriam ser representados pelo Sindicato dos Engenheiros. Mais ou menos nessa época, uma decisão judicial foi ao encontro dessa vontade expressa pelos engenheiros no documento com as assinaturas. Em 1996, houve a primeira participação do Sindicato dos Engenheiros na negociação trabalhista com a Companhia do Metropolitano de São Paulo.

No entender de Laerte Mathias, na gestão de Ricardo Fazzole, a Associação buscou se organizar em aspectos essenciais e básicos, e esse foi um momento de estruturação. A gestão de Luiz Felipe Pacheco de Araújo prosseguiu com o trabalho de estruturação e iniciou o desenvolvimento de uma série de eventos sociais, com churrascos e ações de congraçamento. Mas, nesse instante, agravou-se o que Laerte Mathias chamou de “crise de identidade na AEAMESP”. Muitos associados estavam querendo sair, pois queriam atividades tecnicamente mais criativas.

Laerte C. Mathias de Oliveira

This article is from: