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O Momento Mais Crítico

2004-2008 O Momento Mais Crítico

Estação Pinheiros

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A mais grave ocorrência em toda a história do METRÔ-SP, o acidente de 12 de janeiro de 2007 nas obras da estação Pinheiros, Linha 4 – Amarela, marcou o início da segunda gestão de Manoel da Silva Ferreira Filho à frente da AEAMESP. A sensação naquele momento foi de que o setor havia atingido um ponto do qual não se tem retorno: dali para diante, tudo seria diferente na vida do METRÔ-SP e da comunidade metroferroviária. Ficou a certeza de que seria preciso muita determinação para que aquela hora difícil pudesse ser transformada no ponto de partida de novas conquistas.

Manoel recorda aqueles acontecimentos, explicando que os instantes iniciais foram de surpresa, de quase incredulidade. A AEAMESP lastimou o acidente e o registro de vítimas, e mostrou como esse fato abalou a população e deixou consternadas as comunidades técnicas de engenharia, segurança, saúde e meio ambiente.

Em diferentes manifestações, desde os primeiros dias, a AEAMESP pregou a serenidade, manifestando sua confiança de que as investigações técnicas mostrariam a verdade. Ao mesmo tempo, repudiou as especulações ou ilações precipitadas e aplaudiu a escolha do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) para conduzir as investigações do acidente. Também se colocou à disposição para ajudar, assegurando que trabalharia para difundir e debater os resultados da perícia, de modo que o amplo conhecimento das causas encontradas pudessem evitar a repetição de problemas identificados.

De acordo com Manoel, o acidente na Estação Pinheiros da Linha 4 – Amarela trouxe à tona discussões sobre a participação da engenharia na administração, execução, fiscalização e controle das obras de metrô. Ele diz que foi um episódio desgastante para os técnicos e para todos do setor metroferroviário, mas guarda a certeza de que sempre nesses eventos há muito a aprender e corrigir rumos para um bom desenvolvimento técnico e profissional. Disse também que essa etapa foi superada e que houve naquele momento o início de um processo surpreendente de expansão da rede.

Durante a segunda gestão de Manoel Ferreira, a AEAMESP esteve presente no Comitê Técnico de Transporte do Conselho das Cidades, e, quando convidada, participou de debates em universidades, no Legislativo – nos âmbitos municipal, estadual e federal – e em eventos e debates promovidos por outras organizações técnicas e profissionais. O ex-presidente diz que em todas essas situações, a AEAMESP ensinou muito e também aprendeu muito. Ele garante que esse tipo de interação tem sido uma grande riqueza que fortalece a Associação.

A AEAMESP se dispôs a apoiar as comunidades de bairro e associações de classe, orientando-as sobre a importância do transporte público metroferroviário para o desenvolvimento da cidade, para a qualidade de vida dos moradores e para a preservação do meio ambiente.

Segundo Manoel, nesse processo, a AEAMESP tomou parte em uma conquista histórica, capitaneada pelo Fórum Pró-Metrô da Freguesia do Ó: a garantia da implantação da ampliação da Linha 6 – Laranja, definida agora como a ligação entre a Brasilândia, na porção noroeste da cidade e São Joaquim, no bairro da Liberdade. Esse projeto sofreu intercorrências que o fizeram atrasar significativamente, mas a obras foram retomadas no final de 2020.

CONJUNTURA ECONÔMICA

A década de 2000 a 2010, apesar de ter sido avaliada como positiva economicamente para o país, teve seu início com turbulências. De um crescimento de 4,46% em 2000, índice considerado bastante expressivo na época, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro passou para 1,5% no ano seguinte, o que acabou refletindo nos períodos subsequentes e impactando diversos setores da economia, incluindo os transportes. Naquela época, a taxa nacional de desemprego chegou a 11% e mesmo em 2004, quando o PIB voltou a crescer, chegando a de 5,7% ao ano. Esse período compreende o final do governo Fernando Henrique Cardoso e dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva.

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