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2 Textos de apoio:

1 Regeneração artificial da Floresta 1.1. INTRODUÇÃO ÀS ESPÉCIES QUE PODEM SER EMPREGUES NA REGENERAÇÃO ARTIFICIAL DAS FLORESTAS

Sumário: Em contexto de alterações climáticas, é de prever o surgir de stress nas plantas florestais. Este stress pode conduzir à diminuição dos crescimentos ou mesmo à morte das plantas, com a consequente perda de rentabilidade económica. O presente módulo visa capacitar os formandos para reagirem da melhor forma, detectando sintomas, estudando alternativas, agindo preventivamente para diminuir as perdas e rapidamente restaurar sistemas produtivos estáveis.

Índice: 1.1.1. Introdução de espécies que possam ser utilizadas na regeneração florestal em contexto de alterações climáticas 1.1.2. Monitorização dos Ecossistemas Florestais em contexto de alterações climáticas 1.1.3. Introduzindo uma “nova floresta” 1.1.4. O estudo do caso Português

Plano: 1.1. Introdução de espécies que possam ser utilizadas na regeneração florestal em contexto de alterações climáticas 1.1.1. Noção de espécies autóctones, sub-autóctones (ou autóctones potenciais) e alóctones. Conceitos: Espécies Autóctones: Espécies que surgem natural e espontaneamente no local Espécies Alóctones: Espécies introduzidas artificialmente pelo Homem oriundas de distâncias significativas do lugar onde são actualmente encontradas Espécies Sub-autóctones (ou alóctones potenciais) Espécies que surgem naturalmente em regiões confinantes com o local onde são actualmente encontradas Flora natural: Aquela que é de origem natural e surgiu sem a influência humana direta. Constituída por espécies autóctones.


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Flora exótica: Conjunto das plantas alóctones encontradas num dado local. Flora potencialmente natural: Aquela que se estabeleceria naturalmente ao longo de um processo sucessional completo, sem influência do Homem, se todos os propágulos vegetativos estivessem disponíveis e em harmonia com as condições edafo-climáticas atuais. Flora atual: Aquela que existe realmente num dado local no momento da observação. Flora potencial com uso silvícola produtivo: Aquela que é constituída por espécies alóctones ou autóctones, tem boas possibilidades produtivas em termos silvícolas, no local onde pode ser introduzida. Explicação: A ecologia de um dado local pode ser entendida através da interpretação da sua vegetação, pois apesar da sazonalidade das herbáceas anuais, é mais fácil a observação da flora (porque estática) do que a da fauna, porque sujeita a flutuações de cariz sazonal, migratório ou outro, mas sempre móvel. Mas a flora existente reflecte não só as características edafo-climáticas, como a evolução natural ao longo de um processo sucessional, e a influência artificial da introdução por parte da espécie humana, intencional ou não, directa ou indirecta. Através então da análise dos valores dos diferentes factores de clima [altitude, latitude, proximidade ao mar (vs continentalidade), fisiografia (declive + orientação), correntes oceânicas, etc…] e das características geo-lito-pedológicas, é possível identificar qual a flora potencialmente natural para o local. Numa observação local, poderemos verificar se na actualidade (flora actual) essa vegetação existe aí ou não. É-nos possível identificar a Flora natural ou aquela que apesar de artificialmente introduzida (naturalizada) corresponde áquilo que a Natureza espontaneamente ali faria surgir se não existisse a influência humana. Por contraposição poderemos encontrar também plantas alóctones (a constituírem a flora exótica) que podem ou não ter interesse económico (silvícola, agronómico,…). Mediante a consulta de referências, poderemos descobrir quais as espécies indicadas para o local em apreço, que constituem a Flora potencial com uso silvícola produtivo.

1.1.2. Breve apontamento sobre alterações climáticas Quando analisamos a variação do clima em termos de eras geológicas verificamos que têm existido oscilações significativas quer das temperaturas médias do ar, quer das precipitações, quer relativamente ao nível médio da água do mar. Recorrendo à Bibliografia podemos constatar como “acidentes climáticos” de especial importância as glaciações, mas se aprofundarmos a nossa pesquisa depararemos com expressões tais como “pequena idade do gelo” ou “período quente medieval” ou outros.


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Para um Geólogo, as alterações climáticas podem ser consideradas quase um lugar comum (basta recordarmo-nos que nos últimos 20.000 anos poderão ter ocorridos oscilações do nível médio da água do mar a rondar os 120 metros). O período em que estas oscilações ocorrem é longo e quando elas aconteceram não existia a civilização humana com toda a pujança com que hoje a conhecemos. Quer isto dizer que, sendo o Homem uma espécie de fixação maioritariamente litoral (é a beira dos mares ou dos grandes rios que se localizam as grandes cidades), a ocorrer uma oscilação relativamente pequena do nível médio da água do mar, muitas das nossas cidades podem ser literalmente engolidas e perdida grande parte da nossa cultura. Ora, os estudos recentes apontam para a existência de alterações climáticas (em termos de pluviosidade, temperatura e extensão da estiagem), com velocidades muito altas, que nada têm a ver com as de natureza geológica, que podem ser fruto do modelo civilizacional que nós próprios criámos (com elevado consumo de combustíveis fósseis, com uma desflorestação massiva, com densidades construtivas exageradas, com dimensões urbanas insustentáveis etc…) O problema não é por isso a ocorrência ou não de alterações climáticas mas a velocidade com que estas estão a ocorrer: por exemplo, veja-se a velocidade com que a dimensão e o volume de água do lago Tchad têm vindo a diminuir. A adicionar a este facto, como factor de agravamento temos o “gap” entre a vontade de agir sobre as causas e a velocidade com que efectivamente se conseguem mudar, fazendo com que a eventual curva de decréscimo da velocidade com que as alterações climáticas estão a ocorrer tenha uma diminuição muito lenta, pois assentam na maior parte dos casos em mudança dos comportamentos das populações e em alterações de modelos económicos com significativa repercussão financeira.


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1.1.3. Respostas dos Ecossistemas às alterações climáticas comuns Tomando novamente como indicador dos ecossistemas, a flora que os constitui, verificamos que as alterações climáticas de longo prazo se repercutem com a difusão das espécies para as zonas onde o seu habitat se torna mais favorável e o desaparecimento das zonas onde este se lhes tornou hostil. A área de distribuição das espécies funciona pois como uma mancha que consoante essas alterações climáticas se desloca segundo a latitude, segundo a altitude, segundo a proximidade às massas de água etc… Evidentemente que para a Fauna, este processo é idêntico e muito mais rápido, e não é dependente do desaparecimento dos indivíduos ou do nascimento de novos indivíduos nas novas áreas mas simplesmente da movimentação das populações e da aquisição de novos hábitos migratórios. Sendo o Homem um animal… é natural que este se possa deslocar e adaptar às novas condições, o que não impede que, a ocorrência de fenómenos naturais extremos não possa levar mesmo à morte de muitos indivíduos: veja-se o exemplo da seca na África Sub-Sahariana, dos Tsunami no Indico ou dos Sismos e Vulcões activos… Mas a cultura humana, os seus documentos civilizacionais, não são tão plásticos e esses não podem facilmente ser deslocados. Isto quer dizer que outras Pompeias e Heliopolis podem voltar a acontecer…


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Existem espécies mais e menos tolerantes a alterações climáticas. Quando nos referimos ao habitat para cada espécie podem estabelecer-se vários tipos de relação entre espécie e habitat: um habitat ótimo para uma espécie possibilita que ela nasça, cresça e se reproduza sexuadamente, um habitat tolerante permite que ela nasça e cresça mas muitas vezes já não possibilita a sua reprodução sexuada e um habitat intolerante leva à morte precoce dos indivíduos daquela espécie. Mas quando analisamos as diferentes características do habitat, a diferença entre o mínimo e o máximo (espetro de tolerância) pode ser mais ou menos larga consoante a espécie. Para espécies de espetro estreito bastam pequenas ultrapassagens para levarem imediatamente à morte a maior parte dos indivíduos, ao contrário das espécies de espetros de tolerância mais largos. Como se entenderá, as variações genéticas de individuo para individuo dentro da mesma espécie farão com que, também a esse nível existam indivíduos mais e menos tolerantes, o que aliás, através de um processo de sucessão ecológico pode conduzir a novas possibilidades de adaptação de natureza fenotípica. Se para as espécies sem grande interesse económico direto este problema quase não se põe, para aquelas que conduzem a maior rendibilidade económica são mesmo realizados trabalhos de melhoramento genético por selecção dos indivíduos melhor adaptados às condições extremas de tolerância, para possibilitar o seu emprego na produção, mesmo em áreas onde as condições habitatcionais não permitiriam o desenvolvimento de alguns indivíduos menos tolerantes. Em Portugal as espécies florestais mais afectadas tem sido aquelas cuja área de distribuição natural foi ampliada pelo Homem como é o caso do Sobreiro (Quercus suber) que viu a sua área de distribuição ampliada durante os seculos XIX e XX para


7 habitats / estações no seu limiar de tolerância, que ao tempo seriam adequadas à espécie mas que hoje já o não são, determinando perda de vitalidade e maior susceptibilidade a pragas.

1.1.4. Que alterações climáticas se prevêem para as próximas décadas ? Como responder ? Aqui reside o maior problema: Que alterações climáticas deveremos prever ? Não existem estudos 100 % reconhecidos que expliquem concretamente em que sentido a evolução irá ocorrer. Fala-se em Aquecimento Global, mas a este aquecimento pode corresponder nalgumas zonas do Planeta, a uma situação exatamente contrária: o abaixamento da temperatura. Também no que respeita à Precipitação, existirão locais onde esta poderá aumentar e outros onde a Precipitação Total anual passe a ser menor. Facto assente parece ser a maior frequência de fenómenos extremos, e aí, na maior parte dos casos falaremos de Inundações, de Secas, de Ondas de calor, etc… ocorrências que ultrapassam a esfera monodisciplinar da Silvicultura. Atendendo a esta impossibilidade de prever com rigor o que poderá vir a acontecer, cada região deverá elaborar um plano de alternativas perante as alterações climáticas, percebendo dos ecossistemas fronteira qual a gradação expectável em cada uma das direcções possíveis, construindo todos os cenários possíveis.

1.2. Monitorização dos Ecossistemas Florestais em contexto de alterações climáticas 1.2.1. Os ecossistemas de fronteira como bio-indicadores das alterações climáticas Existem inúmeros factores que podem afectar a regeneração natural. Mas em termos gerais, uma observação atenta das plantas que surgem pode permitir distinguir aquelas que são significantes daquelas que têm cariz esporádico. Na fase seguinte há que monitorar tendências: i.e., perceber se a regeneração que ontem surgia continua a surgir hoje. Uma análise das características habitatcionais das espécies que surgem e daquelas que desaparecem, permite identificar tendências e correlacioná-las com as alterações climáticas com base em modelos teóricos.


8 Os melhores bio-indicadores são as plantas com mais estreitos espectros de tolerância e, sobretudo, aquelas que já se encontram em limiar de tolerância relativamente ao habitat em apreço. Há sempre que ter em atenção as eventuais alterações de franja de tolerância que possam ocorrer em alguns indivíduos assim prestando uma informação errónea.

1.2.2. Monitorar perdas de produtividade nos ecossistemas de produção Outros aspectos a ter em conta, passam pela construção de modelos dendrométricos de avaliação das Produtividades Primárias Líquidas para aferir o crescimento de biomassa anual dos povoamentos sob gestão. A detecção de uma tendência de decréscimo numa dada espécie (particularmente se esta se encontrar perto do seu limiar de tolerância também pode ser significante em termos das alterações climáticas. Um aumento do incremento de Biomassa numa outra espécie pode abrir-nos caminhos não só em matéria da orientação direccional das alterações climáticas verificáveis com repercussões sobre a Produtividade do Povoamento, mas pode apontar-nos alternativas de espécies potenciais com uso silvícola produtivo.

1.2.3. Identificar sintomas e elaborar diagnósticos À semelhança de outras causas, a maior parte das consequências do stress climático, são identificáveis por um fitopatologista ou por um florestal com experiência de campo: diminuição da velocidade de crescimento em altura, ou da acumulação de lenho por engrossamento, ou da acumulação de reservas em frutos, ou através das cloroses e necroses, ou através do aparecimento de galhos secos (papagaios), ou através do surgir de pragas diversas que geralmente aproveitam a debilidade da planta hospedeira (tais como cochonilhas, afídeos e piolhos, escaravelhos (brocas), fungos e outros). É muito importante que, perante os sintomas, sejam filtradas todas as hipóteses explicativas para que o diagnóstico final seja efectivamente fiável e não corresponda ao saco onde caiam todas as situações não explicáveis de outra forma.

1.2.4. Conhecer o espetro de espécies espontâneas (naturais) e potenciais dos ecossistemas vizinhos Se por um lado, a observação das fronteiras (orlas) pode prestar importantes informações, quando se trata de arranjar alternativas ecologicamente viáveis e economicamente vantajosas, o nosso olhar tem de se estender mais alem, para os ecossistemas vizinhos. Por exemplo: Se se está a verificar uma fragilização de uma espécie na fronteira Norte de um Habitat, então será mais a Norte que poderemos encontrar as espécies de sucesso para reintrodução futura.


9 1.2.5. Agir preventivamente Uma das formas de agir preventivamente é criar ou reservar “viveiros” nas regiões de fronteira que possam funcionar de “armazéns” e de pontos de disponibilização e distribuição dos propágulos vegetativos das espécies interessantes quer sob a perspectiva produtiva (de bens) quer de serviços prestados (por exemplo resistência às inundações, protecção dos solos, beneficiadores de microclimas de sub-coberto mais favoráveis, etc… Estes bancos genéticos têm também eles que ser alvo de monitorização.

1.3. Introduzindo uma “nova floresta” 1.3.1. A introdução de novas espécies e novos ecossistemas Não passa pela intervenção exclusiva do Florestal a mudança das circunstâncias que levam às alterações climáticas. Por esse motivo, não adianta pensar que elas podem ser contrariadas. É importante promover-se o alargamento das áreas florestadas, jardinadas, permeáveis para evitar o aumento dos seus efeitos, mas isso não irá contrariá-las. Assim sendo, o que interessa é tentar evitar as suas consequências nefastas ou, pelo menos, diminui-las tanto quanto possível, ou mesmo delas tirar partido positivo. Preventivamente, antes que ocorra a morte dos povoamentos menos tolerantes, interessa propagar e preparar as novas plantas a introduzir, para que se possam adiantar calendários de crescimento e ganhar tempo relativamente à repicagem destas, com sucesso, destas logo que tal se mostre necessário. Em ecossistemas de protecção e conservação não basta introduzir as plantas dominantes, mas secundar esta intervenção com a introdução ou disponibilização das espécies associadas (sobretudo aquelas que podem permitir uma luta integrada e aquelas que se relacionam troficamente, ou por complementaridade de nichos, com as espécies “interessantes”. Trata-se de agir sob a perspectiva de um catalisador de um processo sucessional, mais do que como um enviesador de um processo a caminho da rotura.


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1.3.2. Monitorização dos novos ecossistemas instalados. É agora necessário monitorizar a evolução do ecossistema (integrado), com especial relevo para as novas espécies “interessantes” introduzidas, mas não deixando de acompanhar as restantes plantas dos ecossistemas recém-introduzidas, bem como a regeneração natural e a resposta da fauna às alterações florísticas.

1.3.3. Sucessão / Regressão ou Variação Latitude Norte - Sul As variações ecológicas sentidas na sequência das alterações climáticas podem seguir, como já se disse, diferentes rumos. Contudo, estas podem ser no sentido da manutenção do processo de sucessão ecológica (duma forma positiva: progressão ou de uma forma negativa: regressão, mas mantendo-se no mesmo eixo evolutivo) ou pelo contrário, alterar o rumo sucessional e adquirir estádios correspondentes a variações latitudinais para Norte ou para Sul do local original. O reconhecimento das tipologias de variação são importantes na medida em que são elas que nos podem permitir encontrar as novas espécies adequadas e especular acerca de futuras evoluções.

1.4. O estudo do caso Português 1.4.1. No caso de Portugal que ecossistemas periféricos ? Tratando-se de um país litoral com uma orientação geográfica Norte-Sul existem diferentes gradientes ecológicos. Os factores de clima mais importantes são: 1. A latitude (cerca de 800 Km de variação Norte-Sul) 2. A altitude (desde o nível do mar aos 2000 m) 3. A proximidade ao mar / continentalidade da Meseta Ibérica (cerca de 220 a 400 Km de variação segundo a longitude) 4. A Fisiografia (Orientação ao Sol e declive) 5. Proximidade relativamente à Corrente Quente do Golfo (de Sudoeste para Norte) 6. Exposição aos ventos dominantes de Noroeste (carregados de Humidade marítima) Embora todo o país tenha um clima temperado, este está sujeito a três pólos de influência: i. De Sul e Sudoeste – Influência do Mediterrâneo ii. De Norte e Noroeste – Influência do Atlântico iii. De Leste – Influência da Continentalidade Ibérica Para Norte a influência atlântica é mais expressiva e dominam as Florestas de Quercíneas de folha caduca e algumas vezes mesmo as Coníferas da família das Pináceas. Para Sul e para Oeste, os ecossistemas continentais (Sul-Sul) são dominados por plantas do Sahel (e em altitude por plantas do Atlas). Os ecossistemas atlânticos insulares (Sul-Oeste) são dominados pela Vegetação Macaronésica de folha larga perene. Para Leste, a Continentalidade determina o aparecimento de plantas sub-estepárias mais resistentes às fortes amplitudes térmicas diárias e sazonais.

1.4.2. 1ª Hipótese: Se a alteração das condições climáticas for de redução da pluviosidade e aumento da temperatura


11 Serão hipóteses a considerar as espécies do norte de África tais como Tetraclinis articulata, Argania spinosa, Cupressus atlântica. Explicação: Esta Hipótese de variação climática aproxima-se de condições mais xéricas, i.e. aquelas que naturalmente surgiriam se caminhássemos mais para Sul (em latitude) em condições de continentalidade, correspondendo ao aumento das amplitudes térmicas diárias e sazonais, aproximando-nos por isso das condições do Sahel. Tal pode justificar a introdução das plantas sub-estepárias ou mesmo estepárias, ou aquelas que encontramos em circunstâncias semelhantes no Magrebe, como as Tetraclinis articulata, Argania spinosa, Cupressus atlântica. Provavelmente manter-se-ão com boa capacidade produtiva quer os Quercus suber, quer o Quercus rotundifolia, podendo justificar-se a introdução de Quercus ilex ou de Cedrus atlantica. Num caso extremo poderão mesmo analisar-se as possibilidades de evolução para os Montados de Juniperus spp. ou para as estruturas de Acaciais (Acacia spp.)

1.4.3. 2ª Hipótese: Se a alteração das condições climáticas for de aumento da pluviosidade e aumento da temperatura Serão hipóteses a considerar as espécies macaronésicas com especial interesse: Myrica faya, Ocotea foetens, Persea indica, Laurus azorica, Picconia excelsa, etc. Explicação: Esta Hipótese de variação climática aproxima-se de condições mais tropicais, i.e. aquelas que naturalmente surgiriam se caminhássemos mais para os ecossistemas insulares atlânticos em condições de quase total disponibilidade de água, o que corresponderá a uma clara diminuição das amplitudes térmicas diárias e sazonais, aproximando-nos por isso das condições da Macaronésia (ilhas atlânticas). Tal pode justificar a introdução das plantas daquela


12 região, tais como a Myrica faya, Ocotea foetens, Persea indica, Laurus azorica, Picconia excelsa, etc. Provavelmente manter-se-ão com boa capacidade produtiva alguns Pinus pinea, e Pinus pinaster ssp. maritima, podendo justificar-se a introdução de Myrica faya, Ocotea foetens e Persea indica ou mesmo de Cryptomeria japonica.

1.4.4. 3ª Hipótese: Se a alteração das condições climáticas for de abaixamento acentuado da temperatura Serão hipóteses a considerar as espécies das montanhas do norte da Península Ibérica terão lugar como Fagus sylvatica, Picea alba etc. Explicação: Esta Hipótese de variação climática aproxima-se de condições mais frescas, i.e. aquelas que naturalmente surgiriam se caminhássemos mais para Norte (em latitude) em condições de continentalidade, correspondendo ao aumento das amplitudes térmicas diárias e sazonais, aproximando-nos por isso das condições atuais do Centro da Europa. Tal pode justificar a introdução das plantas Fagus sylvatica, Picea alba, ou outras como as Tilia europaea, Acer spp., Abies spp. e Picea spp. Provavelmente manter-se-ão com boa capacidade produtiva quer os Quercus robur, quer o Quercus pyrenaica e o Castanea sativa, podendo justificar-se a introdução de Fagus sylvatica, Quercus cerris, Quercus palustris, Quercus coccinea ou de Quercus rubra.



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