Brasil irritado com ameaças da Bolívia
URSAL
Como terminaria a eleição presidencial brasileira se, ao mesmo tempo, o Exército da Bolívia, sob ordens do presidente Evo Morales, tomasse a Petrobras? Seria "pesado demais", diz uma fonte do Itamaraty. "O compañero" Morales, que pareceu não se importar com Lula no 2º turno, ontem (foto) ironizou: "Se fosse Lula, presentearia a Bolívia com as duas refinarias". E 4
O articulista Olavo de Carvalho diz que a mídia nacional, mesmo a antilulista, e a campanha presidencial calaram sobre um ponto gravíssimo: "a ocupação do continente pelas forças armadas da virtual União das Repúblicas Socialistas LatinoAmericanas". Para ele, o Exército brasileiro não seria páreo para as forças do pacto neocomunista, com 20 bases militares na fronteira do Brasil. Dois Pontos 7
(UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS DA AMÉRICA LATINA)
PODE INVADIR O BRASIL
David Mercado/Reuters
Ano 81 - Nº 22.245
São Paulo, quarta-feira e quinta-feira, 1 e 2 de novembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h45
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R$ 7 BILHÕES, GRAÇAS AOS MORTOS
Newton Santos/Hype
Só o mercado de flores movimenta R$ 2 bilhões por ano. Mas as cifras da morte crescem até com a exploração de uma novidade: o velório digital. E 1
Aumento de impostos financiou gastos E5 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 31º C. Mínima 17º C.
AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 25º C. Mínima 18º C.
Operadores não deixam o homem descansar Patrícia Santos/AE
Irritado com o caos nos aeroportos do País (na foto, Cumbica), Lula reagiu, impaciente: "Quero uma solução", cobrou em reunião de emergência. Novos controladores serão contratados e rotas aéreas, remanejadas. A situação pirou desde a queda do avião da Gol, há um mês. C 1
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira e quinta-feira, 1 e 2 de novembro de 2006
1 O mercado de flores, que movimenta R$ 2 bilhões ao ano, é um dos mais lucrativos no Dia de Finados.
AS CIFRAS DA MORTE ALCANÇAM R$ 7 BI POR ANO. DE OLHO NELAS, FUNERÁRIAS SE ESFORÇAM PARA INOVAR.
UM MERCADO PELA HORA DA MORTE Fotos: Newton Santos/Hype
O
mercado fúnebre movimenta R$ 7 bilhões por ano no Brasil. E, apesar de ser um ramo da economia que vive da morte, pode ser um grande negócio. Por ano, são vendidos 1,8 milhões de caixões dos mais diversos modelos. E essas vendas são geralmente acompanhadas de aquisições de jazigos, serviços funerários, coroas de flores e velas. Não à toa, os empresários do setor investem fortemente para disputar os clientes, lançam constantemente novidades e apostam no oferecimento de serviços cada vez elaborados. Para mimar a família de quem acabou de partir, vale transmitir o velório pela internet, filmar a cerimônia de cremação, oferecer bufê, organizar excursão em ônibus até o cemitério e até mesmo dispor as coroas de flores por ordem hierárquica. "O objetivo é satisfazer os familiares para que eles nos procurem quando mais alguém da família se for", diz o presidente do Sindicato dos Cemitérios Particulares do Brasil e presidente da Associação de Cemitérios do Brasil, Jaime Adissi, que também é proprietário de um cemitério em Guarulhos, uma funerária e um crematório. "Ficamos 24 horas à disposição do cliente, para tudo o que ele precise. Nessas horas tão difíceis para quem fica, atendimento é fundamental", ensina o empresário. Ter onde cair morto – Uma maneira de atrair clientes bem vivos são os planos de assistência funerária familiar que a grande maioria das 6 mil funerárias que atuam em todo o Brasil oferece. Paga-se uma mensalidade a partir de R$ 24 e, quando algum parente morre, tem-se direito a uma coroa
de flores, à preparação do corpo, traslado, despesas com o velório, caixão e o enterro ou a cerimônia de cremação. "Malas diretas, outdoors, anúncios em rádios e, principalmente, o boca-a-boca, são as ações que fazem multiplicar a procura por esse tipo de plano", diz o proprietário de três funerárias na Grande São Paulo, Wagner Pereira de Oliveira. "O grande desafio, agora, é atrairmos as pessoas mais jovens, já que ninguém gosta de falar desse assunto." Para as famílias que não possuem esse tipo de plano, as despesas com a morte podem alcançar cerca de R$ 5 mil entre gastos com a funerária e o cemitério. Um jazigo custa a partir de R$ 3 mil, e os serviços funerários giram em torno de R$ 1,2 mil. "Se a família já tem o túmulo, fica mais barato sepultar. Caso contrário, compensa cremar", afirma Oliveira. De cada 100 pessoas que morrem, cinco são cremadas. É um número que tende a crescer, segundo os especialistas do setor. Há seis anos, só havia um crematório no Brasil inteiro, o da Prefeitura de São Paulo. Depois, eles começaram a se multiplicar e, hoje, são 22. Uma cerimônia de cremação custa entre R$ 1,8 mil e R$ 3,5 mil. "Depois, os familiares decidem o que fazer com as cinzas." Tributo aos mortos – E nem na hora da morte o Leão dá trégua aos contribuintes. No preço do caixão, estão embutidos 37,13% de impostos. As velas, os produtos mais usados no Dia de Finados, acumulam 42,1% de tributos. Isso para não falar das flores, que têm 18,91% do preço inflacionado pelas taxas. "Se o governo ajudasse, até para morrer seria mais barato", diz Oliveira. Sonnaira San Pedro
O Dia de Finados, 2 de novembro, homenageia os mortos e dá uma ajudazinha ao setor da economia que cresce e se moderniza a cada ano Milton Mansilha/LUZ
Cinema explora o tema
D
Jaime Adissi: mimos para sermos lembrados sempre que for preciso
Finados duplica venda de flores
platéias com os alienígenas que invadiam a terra. Isso sem esquecer de Alfred Hitchcock, que sempre explorou a investigação sobre assassinatos intrincados em tramas inteligentes. Mas talvez a visão definitiva da morte tenha sido a do jogo de xadrês em O Sétimo Selo, no qual Ingmar Bergman é o responsável por uma das visões mais apavorantes do cinema e que nos leva a pensar como Woody Allen: "Todos queremos alcançar a imortalidade da melhor forma possível, não morrendo". Paula Cunha
Newton Santos/Hype
O
Dia de Finados, reverenciado amanhã, promete agitar as vendas do varejo de flores, setor que fatura cerca de R$ 2 bilhões por ano. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo (Sindiflores), Edison Alexandre, a tradição de relembrar as pessoas queridas enfeitando seus túmulos é responsável pelo aumento de até 50% do volume de vendas de flores nessa data, quando comparado a dias normais. Segundo Alexandre, os estabelecimentos situados perto de cemitérios são os que registram maior movimento nessa época do ano. "As vendas podem até triplicar", diz Alexandre, também proprietário da Flores Dora, no Largo do Arouche. As
esde o início de sua criação, o cinema aborda a morte das mais variadas formas. Nos primórdios dos filmescatástrofe, que fizeram muito sucesso na década de 1970, produções de baixo orçamento já abordavam o tema quando cidades inteiras eram devastadas por fenômenos da natureza. É impossível esquecer os filmes japoneses em que monstros imensos arrasavam cidades inteiras e aterrorizavam crianças em todo o mundo na década de 1950. No mesmo período, as produções de Hollywood também assustavam as
Fátima: concorrência atrapalha
floriculturas mais afastadas não sentem diferença. Para ele, o Dia de Finados tem uma característica peculiar: "Nos dias das Mães e dos Namorados, é a classe média
que tem o costume de presentear com flores; já no Dia de Finados, são também as pessoas das classes mais baixas", diz. Concorrência – Embora as expectativas gerais do mercado sejam boas, a proprietária da Ângelo Flores, localizada em frente ao Cemitério do Araçá, na Avenida Dr. Arnaldo, zona oeste da cidade, Sueli de Fátima Camieli, diz que o feriado prolongado poderá atrapalhar. "Muitas pessoas viajam. Apenas as famílias tradicionais e que permanecem na cidade comparecem aos cemitérios", diz a comerciante. Sueli reclama ainda da concorrência de supermercados e de ambulantes, que praticam preços abaixo da tabela. Segundo ela, desde que as grandes redes começaram a vender flores até 40% abaixo do valor
de mercado, o movimento da floricultura caiu 70%. Redes – Nas lojas Wal-Mart Supercenter, a expectativa é de aumentar em 20% as vendas, se comparadas ao período normal. Segundo o diretor comercial da rede, Luiz Rego, o feriado prolongado não prejudicará o movimento. "A tradição de homenagear familiares com flores e velas não se perde com o passar do tempo." O supermercado oferece mais de 50 tipos diferentes de flores, com preços entre R$ 0,88 e R$ 8,48. Segundo Rego, crisântemos e calâncoe são campeãs de vendas para Finados devido a suas características. "São plantas ideais para a data, pois são as que mais aguentam o sol pleno, exigem pouca água e duram muito", explica. Maristela Orlowski
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira e quinta-feira, 1 e 2 de novembro de 2006
1 Mais informações sobre os atrasos nos aeroportos brasileiros em www.dcomercio.com.br
Aeroportos: Lula exige solução Em reunião ontem, presidente, irritado, cobrou rapidez. Novos controladores de vôo serão contratados e rotas aéreas, remanejadas.
I
rritado e impaciente com o caos vivido nos aeroportos de todo o País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou de seus assessores na área aeronáutica uma solução rápida para os problemas. "Quero uma solução, me tragam uma solução", desabafou, várias vezes, o presidente durante reunião de emergência realizada no final da tarde de ontem no Palácio do Planalto. O ministro da Defesa, Waldir Pires, após o encontro, acenou com a liberação de gratificações para melhorar os salários dos controladores de vôo e anunciou a realização de concurso público para contratação de 64 novos profissionais e, posteriormente, mais 144. O Comando da Aeronáutica, por meio de nota oficial, informou que na próxima segunda-feira o edital do concurso deverá estar nas ruas. Em outra ação emergencial para acabar com os atrasos de vôos nos aeroportos, principalmente da região central do País controlado pelo Cindacta 1, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e as empresas aéreas vão fazer um remanejamento de rotas aéreas de forma a diminuir o número de vôos que são monitorados pelo centro de controle de Brasília. Um dos argumentos oficiais para os atrasos nas autorizações das decolagens é o movimento excessivo de aviões pelos setores de controle sob responsabilidade de Brasília. Para piorar, desde a queda do avião da Gol, há um mês, estão suspensos temporariamente por causa das investigações nove operadores. Além de Pires, participaram da reunião com Lula, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, e o presidente da Anac, Milton Zuanazzi. Crise – O remanejamento de rotas, prevê a descentralização do controle do tráfego aéreo até domingo. Pelos menos essa é aposta do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) para contornar a crise. O que se pretende é retirar do Cindacta-1, em Brasília, a responsabilidade pelos vôos da Ponte Aérea Rio-São Paulo e aqueles entre essas duas cidades e Belo Horizonte. Além disso, rotas do sul e do sudeste para o nordeste serão desviadas para o litoral, transferindo o controle para os radares de Porto Alegre, Rio, Porto Seguro e Recife. Segundo o coronel Paullo Esteves, do Decea, no domingo o departamento espera que 11 novos controladores de vôo comecem a trabalhar no Cindacta-1. Os novos controlado-
Patrícia Santos/AE
Ed Ferreira/AE
Ó RBITA
TRENS PARAM s funcionários da Companhia O Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) decidiram realizar uma paralisação de 24 horas desde a zero hora de hoje. De acordo com o Sindicato dos Ferroviários, a decisão foi tomada em assembléia no fim da tarde de ontem. Os funcionários alegam que não receberam o aumento de 4,142% determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho. Os trens devem voltar a circular à meia-noite de hoje. Até a noite, a CPTM ainda não havia sido comunicada. (AE)
Hélvio Romero/AE
VERÃO horário de verão começa a valer a O partir da zero hora de
Passageiros aguardam embarque em Cumbica (esq), onde os atrasos foram maiores pela manhã. No alto, o ministro Waldir Pires durante entrevista. Acima, prioridade para os aviões grandes.
res foram transferidos de outros Cindactas para o de Brasília. Até o sábado, concluirão um curso de readaptação. Conversa – Waldir Pires foi à sede do Cindacta 1 conversar com os controladores de vôo, disposto a ouvir as reclamações sobre salários e condições de trabalho. A conversa se realizou na mudança de turno dos controladores, entre 14h e 16h. "Fui lá para ouvi-los, mas eles não apresentaram reivindicações e afirmaram que estavam vivendo um momento difícil, uma tensão emocional, que acredito seja resultado da tragédia com o avião da Gol", contou Pires. Operação-padrão – Todos os operadores do Cindacta 1, no entanto, são militares cuja hierarquia e disciplina são bastante rígidas, o que sugere um temor desses servidores em falar abertamente. O ministro definiu a operação-padrão dos operadores das torres de comando como "uma situação de falta de garra no trabalho". "Eles estão vivendo um drama pessoal. Mas eu pedi a eles ânimo, que vencessem as tensões íntimas para que retomassem o mais rápido possível a normalidade", disse Pires, acrescentando que o governo "está conversando com psicó-
logos e terapeutas" para lidar sileiros nos últimos já afetou até mesmo os trabalhos no com a situação. O ministro voltou a dizer Congresso Nacional, que vai que serão "convidados" a re- começar investigar as causas tornar à ativa controladores da crise no setor. O presidente militares aposentados, mas do Banco Central (BC), Henrinão revelou o número exato. O que Meirelles, tinha audiência concurso público, que será pública na Comissão Mista de aberto segunda-feira, vai con- Orçamento (Câmara e Senado) marcada para a manhã de ontratar 64 controladores civis. Em junho, a Aeronáutica tem. mas teve o compromisso adiado por falta cancelou um conde quórum. Os curso já previsto p ar la me nt ares no orçamento da da comissão não União e agendaconseguiram do para 144 noQuero uma chegar a tempo vos operadores para a audiência civis, mas não exsolução, me por causa dos plicou os motitragam uma vos. Na verdade, atrasos nos vôos solução. que passam ou se os militares não querem compledestinam à BrasíLuiz Inácio Lula lia. tar seus quadros da Silva, com pessoal civil "Em função da presidente da situação em que p o rq u e e l e s s e República se encontram os mobilizam em aeroportos, muisindicatos e resistos parlamentatem a cumprir a mesma carga horária que os res levam até dez horas para sargentos da Aeronáutica são chegar em Brasília", disse o seobrigados a cumprir sem re- nador Leomar Quintanilha clamar por integrarem as For- (PC do B-TO). Atrasos – Os atrasos nos vôças Armadas. Essas 144 vagas precisarão os continuavam na noite de agora de um novo projeto de ontem nos principais aeroporlei, a ser encaminhado ao Con- tos do País. No quinto dia de gresso Nacional, para se torna- problemas, o tempo médio de espera era de duas horas. A rem realidade. No Congresso – O caos que previsão para o feriado de Fise instalou nos aeroportos bra- nados não é nada animadora.
Ontem, a Infraero registrou atrasos em 58 pousos e decolagens no aeroporto de Confins, em Minas Gerais. Cinco vôos foram cancelados. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na Grande São Paulo, o atraso médio foi de duas horas, mas não havia confirmação sobre o número total de vôos atingidos. Em Congonhas, na zona sul da capital, os atrasos – que chegaram a uma hora pela manhã – eram de cerca de 20 minutos no início da noite. Por volta das 18h, sete pousos e 11 decolagens registravam atrasos. No aeroporto Tom Jobim, no Rio, a Infraero divulgou apenas um balanço parcial: das 6h às 14h, 24 vôos sofreram atrasos e outros três foram cancelados. A espera foi de aproximadamente uma hora e meia. Outro terminal com problemas foi o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. Segundo dados da Infraero na internet, os atrasos também foram de duas horas. O aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, Curitiba, além da espera, registrou também o cancelamento de alguns vôos. Pela manhã, parte dos problemas foi causada pelo céu nublado, que manteve o aeroporto fechado. (Agências)
domingo. Com isso, os moradores das regiões Sul, Sudeste e CentroOeste deverão adiantar seus relógios em uma hora, com base no horário oficial de Brasília. A medida, que se estenderá até o dia 25 de fevereiro, é válida no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e DF. Normalmente, o horário de verão começa em outubro, mas foi adiado para o primeiro fim de semana depois do segundo turno.
ZÉLIA GATTAI escritora Zélia Gattai, de 90 anos, A internada na segundafeira pela manhã com edema pulmonar agudo em função do mau funcionamento do coração e da elevação da pressão, no Hospital Aliança, em Salvador, ainda permanecerá na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) por mais dois ou três dias. O seu quadro de saúde é estável, mas ainda precisa estar sob vigilância e com seus parâmetros clínicos controlados. Foi detectada também uma infecção respiratória aguda. (AE)
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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ATAS TEKNOS-KOLZER INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A.
CNPJ/MF nº 43.823.442/0001-40 - NIRE nº 35.300.183.479 Companhia Fechada Ata de Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária Data, Hora e Local: 17/04/2006, às 14 horas, na sede à R. Manuel de Jesus Fernandes, 134, Jd. Santo Afonso, 07271-380, Guarulhos - SP. Presença: Dos acionistas representando a totalidade do capital social. Deliberações - Foram aprovadas as seguintes deliberações: (a) As contas relativas aos balanços patrimoniais e respectivas demonstrações financeiras relativas aos exercícios findos em 31/12/2001 a 31/12/2005. (b) Re-ratificação da AGE realizada no dia 13/08/2001, no qual deliberou e aprovou a transferência da sociedade do endereço anterior para o atual. (c) Prorrogação do prazo de vigência do Sr. Hers Fischer no cargo de Diretor Geral, até o dia 31/05/2010 e (d) Decidiram que o Diretor Geral da Empresa terá os mais amplos poderes necessários à direção dos negócios sociais. Encerramento e Aprovação da Ata: Nada mais havendo a tratar, foi lavrada a Ata a qual foi por todos os presentes lida, aprovada e assinada. Guarulhos, 17 de abril de 2006. Hers Fischer - Acionista e Presidente e Cecília Jankovits Fischer - Acionista e Secretária.
CONVOCAÇÕES
COMUNICADO
EDITAL PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 18059/2006 - CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 008/2006 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de CONCORRÊNCIA PÚBLICA, tendo como objeto a contratação de empresa especializada para execução das obras de reforma, adaptação e implantação do novo Paço Municipal, conforme Memorial Descritivo, Planilha Orçamentária e Projeto Básico, constantes nos anexos V, VI e VII que acompanham o presente edital e fornecidos em CD-ROM. O Edital na íntegra poderá ser adquirido na Sala de Licitações da PMSC, sita à R. Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone (16) 3307-4272, a partir do dia 01/11/06, no horário das 08h às 12h e das 14h às 16h, mediante a apresentação da guia de recolhimento dos emolumentos de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes de habilitação, proposta técnica e comercial serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 05 de dezembro de 2006, quando após o recebimento, iniciar-se-á a sua sessão de abertura. São Carlos, 31 de outubro de 2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.
COMUNICADO
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CONVOCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: SUSPENSÃO - ABERTURA LICITAÇÕES
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica a Suspensão da data de entrega dos envelopes 1 (Documentação) e 2 (Proposta Comercial) e a abertura do envelope 1 das licitações abaixo, face a publicação do Despacho do Sr. Governador do Estado no DOE de 24/10/2006: Concorrência nº 05/0439/06/01 - Pesquisa Periódica de Preços Unitários de Insumos Básicos para a Tabela de Preços FDE. Concorrência nº 05/2166/06/01 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula, com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar - EE Prof. Hilton Reis Santos - São Paulo/SP. Tomada de Preços nº 05/2290/06/02 - Construção de ambientes complementares, com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar – EE Prof. Walker da Costa Barbosa - São Bernardo do Campo/SP; EE Profª Palmira Grassiotto Ferreira da Silva - São Bernardo do Campo/SP. Tomada de Preços nº 05/2291/06/02 - Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Orminda Guimarães Cotrim - Pitangueiras/SP. Tomada de Preços nº 05/2294/06/02 - Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Prof. Heloiza Therezinha Murbach Lacava - Santa Bárbara D’Oeste/SP. Tomada de Preços nº 05/2326/06/02 - Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar - EE Sebastião Pereira Vidal - Suzano/SP. Tomada de Preços nº 05/2327/06/02 - Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar - EE Oredo Rodrigues da Cruz – Juquitiba/SP.
Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 31 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Requerente:Aços 2000 Ltda. - Requerido: Fundamenta Engenharia de Fundações Ltda. - Av. Ibirapuera, 2.102, conj. 204, 20º andar - 01ª Vara de Falências Requerente: Solodrill Ind. e Com. de Máquinas Perfuratrizes Ltda. - Requerido: Fundamenta Engenharia de Fundações Ltda. - Av. Ibirapuera, 2.102, conj. 204 - 01ª Vara de Falências Requerente: Nova América Fomento Mercantil Ltda. - Requerido:
M.B.S. Veículos Ltda. - Rua Abílio Pedro Ramos, 537 - 01ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerido: Aqquaria Com. Importação Export. de Artigos de Couro Ltda. - Rua João Ribeiro, 304, loja 11 - 02ª Vara de Falências Requerente: Sintecfil Indústria e Comércio de Fios Ltda. - Requerido: IMF Têxtil Ltda. - Rua Palmeira de Leque, 514 - 02ª Vara de Falências
Publicidade Comercial - 3244-3344 Publicidade Legal - 3244-3643
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Estradas se preparam para o feriadão
Compor tamento Polícia Fiscalização Urbanismo
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MAIS DE 20 GUARDAS PASSARÃO A ATUAR NA REGIÃO
Fica ampliada a fiscalização do comércio de ambulantes nos lados par e ímpar da avenida Paulista. Decreto municipal
GCM amplia atuação na Paulista Decreto do prefeito permite que guarda-civis de diferentes regiões atuem em toda a extensão da avenida na apreensão de mercadorias
A
Ivan Ventura
O
prefeito Gilberto Kassab publicou ontem no D i ár i o Oficial do Município o decreto 47.831 que amplia a atuação de fiscalização da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em toda a extensão da avenida Paulista e ruas próximas. Passarão a atuar na região mais de 20 homens da GCM, responsáveis por ações de combate ao comércio ambulante ilegal. A medida começou a vigorar ontem. A decisão do prefeito põe fim a um conflito territorial que existia na área. A avenida Paulista é dividida entre as subprefeituras da Sé, Pinheiros e Vila Mariana e também entre dois comandos da Guarda Civil (Central e Sul). A falta de um comando único criava problemas: um camelô que fosse flagrado vendendo seus produtos no calçadão do lado da avenida que dá acesso ao Centro, não seria abordado por um GCM (do comando Centro) caso atravessasse a avenida. Isso só aconteceria se o guarda-civil e o camelô ocupassem o mesmo lado da via. Agora, de acordo com o texto publicado, "fica ampliada a fiscalização do comércio de ambulantes da região nos lados par e ímpar da avenida Paulista por parte da GCM". Dessa forma, um guarda que exerce sua atividade na região da Subprefeitura da Sé poderá fazer apreensões do lado dos Jardins – de jurisdição da Subprefeitura de Pinheiros. Número – A dúvida agora é saber qual será o número de GCMs que estarão envolvidos nas operações de apreensão. O comando central informou que "a fiscalização da avenida Paulista será realizada, prioritariamente, com emprego de
Marcelo Soares/Hype
equipes volantes, de efetivo variado, para atender à nova demanda". Sem os dados oficiais do efetivo da guarda, a reportagem do Diário do Comércio pesquisou e somou os números de guardas-municipais empregados nas atuais fiscalizações na Paulista. De acordo com as assessorias das subprefeituras, o resultado é o efetivo total mais provável a ser empregado no combate ao comércio ambulante, nos termos que define o decreto. No lado da região central, de responsabilidade da Subprefeitura da Sé, deverão ser 12 homens em motocicletas e duas viaturas com três guardas em cada veículo. Da Subprefeitura de Pinheiros, lado que dá acesso aos Jardins, deverão vir mais cinco guardas. Já a Vila Mariana (trecho inicial da avenida Paulista) não soube informar o número de guardas que atuam na área, mas afirmou que também irá participar das blitze. O destino das mercadorias apreendidas, no entanto, continuará sendo o mesmo. A Subprefeitura da Sé informou que as mercadorias recolhidas do lado Centro da Paulista seguirão para um galpão na região central. O mesmo acontecerá com as apreensões realizadas em locais da Paulista sob jurisdição das subprefeituras da Vila Mariana e Pinheiros. Além de acabar com a confusão territorial, o decreto tem ainda um caráter preventivo. Acredita-se que alguns ambulantes ilegais que comercializavam seus produtos no Centro Novo e no Centro Velho estariam migrando para a Paulista. A informação não foi confirmada pelas assessorias das três subprefeituras, mas um guarda-civil, que preferiu não se identificar a confirmou.
Joao Wainer / Folha Imagem
Ecovias, concessionária que administra o sistema Anchieta Imigrantes, estima que entre 250 e 350 mil veículos desçam em direção à Baixada Santista no feriado de Finados. A contagem vai da 0h de hoje até a meia-noite de domingo. A Operação Descida (7X3) deve ser implantada hoje às 15h. A partir deste horário, os veículos com direção ao litoral poderão utilizar as duas pistas da Anchieta e a pista sul da Imigrantes. A subida será feita pela pista norte da Imigrantes. O mesmo deve acontecer amanhã, a partir das 6h. Nesse dia, o sistema deve voltar a operar normalmente às 17h. Para facilitar a volta do feriado, a Operação Subida (2X8) está prevista para começar a funcionar às 15h de sábado. Os motoristas que voltarem da Baixada em direção à Capital terão a opção de seguir pelas pistas norte e sul da Imigrantes e a pista norte da Anchieta. O p e r aç ã o – Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), será realizada a operação Pare e Siga na altura do km 81 da rodovia Mogi-Bertioga, caso haja lentidão. Também será liberado o uso do acostamento no retorno entre os quilômetros 80 e 77,5, na pista sentido norte. Já na rodovia Litorânea (SP-55) serão executadas medidas operacionais para maior segurança e fluidez no acesso à Riviera de São Lourenço e no trevo de Itanhaém. No trecho entre a rodovia Mogi-Bertioga e a Riviera – do km 212 ao 214 – será liberado o acostamento conforme a demanda. Os técnicos da Dersa estimam que mais de 157 mil veículos devam utilizar as travessias litorâneas neste feriado. Na ligação Santos/Guarujá, seis embarcações estarão à disposição dos 129 mil veículos que deverão circular nos dois sentidos da travessia. Nos horários de pico, o tempo de espera estimado é de 60 minutos. Interior –Cerca de 750 mil veículos deverão passar pelas estradas que servem a região de Campinas e do circuito serrano das águas até domingo. A AutoBAn, concessionária que administra o sistema AnhangüeraBandeirantes, espera fluxo de 600 mil veículos. No mesmo feriado, no ano passado, circularam pelo sistema 602 mil veículos. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
VANDALISMO NO IBIRAPUERA – O Monumento às Bandeiras, de Vitor Brecheret, instalado no Ibirapuera, foi pichado com tinta preta. A tinta tipo spray sobre a superficie porosa da pedra é muito difícil de ser removida, exigindo o uso de jato de areia e a contratação de uma empresa especializada.
Agora, um GCM do Centro poderá fiscalizar camelôs que estiverem na jurisdição dos Jardins. Ambulantes que saíram do Centro podem estar se fixando na avenida.
As ações dos camelôs ilegais na Paulista eram comuns apenas aos domingos, dia em que são promovidas as feiras no vão livre do Masp e do Parque Trianon. Câmeras – O decreto municipal é mais um instrumento de melhoria na região da Paulista. Há duas semanas, a GCM
e a Prefeitura concluíram um estudo da instalação de mais de 40 câmeras de segurança em toda a avenida. O projeto está pronto, mas falta a definição da empresa que ajudará no financiamento para a compra do material. Os olhos vivos da cidade na Paulista terão como objetivo
principal a remoção de moradores de rua e a prevenção dos pequenos delitos. O custo para uma câmera está estimado em R$ 20 mil, sendo 6 mil pelo equipamento e R$ 14 mil para sua instalação. As câmeras têm 360 graus de rotatividade, alcance de até mil metros, gravam e fotografam durante 24 horas.
quarta-feira e quinta-feira, 1 e 2 de novembro de 2006
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Depois de romper com a Airbus, a TAM anuncia encomenda de seis jatos da americana Boeing.
VALOR DO IPVA SERÁ DIVULGADO DIA 11
SEFAZ REDUZ DE 3,5% PARA 3% O ABATIMENTO DO TRIBUTO PARA O PAGAMENTO À VISTA, EM JANEIRO
DESCONTO NO IPVA SERÁ DE 3%
Paulo Pampolin/Hype
Divulgação
O Mero: vantagens logísticas
Nova unidade em Jundiaí demandou investimentos de R$ 90 milhões
Sara Lee inaugura fábrica em Jundiaí
A
megacorporação Sara Lee inaugurou ontem as operações de mais uma unidade de sua divisão de cafés. A nova fábrica, instalada em Jundiaí, a 50 quilômetros da capital paulista, demandou investimentos da ordem de R$ 90 milhões. A vocação da unidade será a produção de café das marcas Café do Ponto, Seleto, Caboclo, Pilão e União, todas pertencentes à empresa norte-americana. A nova fábrica tomou forma à medida que a Sara Lee desativava a unidade que possuía na Mooca, zona leste de São Paulo. A unidade da capital parou de operar há seis meses. "Decidimos levar a fábrica para Jundiaí por causa de vantagens logísticas. A malha rodoviária local permite receber o
café para processar com facilidade, já que boa parte da matéria-prima vem de Serra Negra, que fica na mesma região, e pode-se dar vazão ao produto final com rapidez", disse Paulo Mero, gerente de promoções e eventos da Sara Lee. Empregos – A planta de Jundiaí foi oficialmente inaugurada operando com 65% da capacidade produtiva. Com isso, serão gerados 230 empregos diretos e outros 600 indiretos na região. Segundo Mero, o foco da divisão de café da corporação é o mercado nacional. E grande parte da distribuição da empresa será voltada para o Sudeste. Ao menos 80% da produção será embalada a vácuo. De acordo com o gerente de promoções da empresa, esse
tipo de envase oferece ganhos em escala, já que ocupa menos espaço, facilita o transporte e é mais resistente. Para o consumidor, segundo Mero, a vantagem aparece no tempo de conservação do produto. Explica-se: enquanto o café envasado em embalagens comuns dura cinco meses, as embalagens a vácuo permitem conservar o produto por até 18 meses. Essa é a segunda fábrica da Sara Lee no País. A corporação opera com outra unidade industrial em Barueri, também no interior de São Paulo. Todas as atividades da empresa no País estão voltadas para o segmento de cafés. A Sara Lee chegou ao Brasil em 1998, quando comprou a marca Café do Ponto. Renato Carbonari Ibelli
Ministérios discutem ajuste fiscal
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s ministérios da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Casa Civil estudam um conjunto de medidas na área fiscal para ser apresentado ao presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que não poderia entrar em detalhes sobre as medidas, alegando que ainda estão em discussão. É quase consenso na equipe econômica, segundo informou uma fonte do governo, que a viabilidade do crescimento médio da economia de 5% ao ano, prometido para o
próximo mandato, passa pelo controle da expansão da despesa corrente e da ampliação do investimento público. Mas, embora o debate técnico na administração federal não seja tão preliminar, ainda há um longo caminho até que se chegue a consenso sobre ações necessárias para combinar menor gasto corrente e mais investimento. Visões distintas – Os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento têm visões diferentes sobre o tema. Enquanto a pasta do ministro Paulo Bernardo quer ampliar a Desvinculação das Receitas da
EXPANSÃO
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Ó RBITA YUAN O governo chinês acelerou o ritmo de valorização do yuan, com ganho de 0,6% frente ao dólar em setembro.
A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Plano contra gripe aviária tem mais R$ 40 milhões
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VarigLog já injetou US$ 132 milhões na nova Varig
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Crise na Samello piora e 117 funcionários pedem demissão
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Empresas incentivam projetos de assistência a idosos
presidente da Telefónica, César Alierta, apresentou ontem, em Madri, as metas até 2009 para o que chamou de nova Telefónica. A companhia pretende elevar sua base de assinantes de serviços dos 191,7 milhões registrados ao final de junho para 255 milhões, até o encerramento de 2009, o que significa um crescimento de 40%. (AE)
União (DRU), hoje em 20%, para desengessar o Orçamento e liberar mais recursos a investimentos, a de Mantega considera a medida desnecessária se for aplicado o redutor de 0,1 a 0,2 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) por ano nas despesas correntes. Também não há definição das áreas do Orçamento nas quais seria aplicado o redutor, já que Lula deixou claro que o foco no social será mantido. Entretanto, há quem fale no Executivo que não será possível conceder reajustes do salário mínimo no mesmo ritmo generoso dos últimos anos. (AE)
contribuinte que optar pelo pagamento à vista do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) vai desembolsar mais em 2007 do que neste ano. O desconto dado pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) para o acerto à vista do imposto – 3,5% nos últimos quatro anos – passa a ser de 3%. A justificativa do fisco, que ontem divulgou a tabela com os valores venais para cálculo do tributo e o calendário do recolhimento, foi a queda da inflação. Já o "bônus" para o pagamento do imposto de carros novos foi mantido em 3%, desde que o recolhimento seja integral e feito até o quinto dia útil depois da emissão da nota fiscal. Parcelas – Além do pagamento à vista, com o desconto, que pode ser efetuado somente no mês de janeiro, os proprietários de veículos podem quitar a dívida de uma só vez no mês de fevereiro, mas sem nenhum abatimento. Também
é possível dividir o valor em três parcelas fixas, que deverão ser pagas nos meses de janeiro, fevereiro e março. Os proprietários de carros com placa final 1 que optarem pelo desconto devem recolher o IPVA no dia 10 de janeiro. De forma sucessiva, placas com finais 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0 seguem o calendário até o dia 23. O mes-
mo critério será adotado para o recolhimento antecipado sem o desconto ou para o pagamento em parcelas. A tabela com os valores do IPVA será divulgada no próximo dia 11. Alíquotas – Veículos a gasolina serão tributados em 4% sobre o valor venal (de mercado), apurado em setembro deste ano. Proprietários de automó-
veis a álcool pagam 3% e os veículos com mais de 20 anos de fabricação estão isentos do pagamento do imposto. Segundo o diretor de arrecadação da Coordenadoria da Administração Tributária (CAT) da Sefaz-SP, Ademar Fogaça Pereira, a isenção, nesse caso, é apenas do pagamento do IPVA e não do licenciamento. "Muitos contribuintes confundem e deixam de pagar o licenciamento e podem ter o veículo apreendido em bloqueios policiais", alerta Pereira. O tributo representa 8% de todo o dinheiro que entra nos cofres públicos estaduais em impostos. Em 2005, a arrecadação do I P VA a t i n g i u R$ 4,65 bilhões. Para este ano, a previsão é de R$ 5,15 bilhões. "É um número atípico. O aumento é resultado de campanha que realizamos para a cobrança do imposto atrasado desde 2001", diz Pereira. O índice de inadimplência do IPVA é de 5% e a frota tributada tem cerca de 10,6 milhões de veículos. Já os veículos dispensados do pagamento somam 3,7 milhões. Márcia Rodrigues
quarta-feira e quinta-feira, 1 e 2 de novembro de 2006
Distritais Polícia Urbanismo Acidente
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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PREFEITURA BUSCA NOVAS FORMAS DE FINANCIAMENTO
Eduardo Knapp/Folha Imagem
Estamos avaliando a possibilidade de criarmos pedágios urbanos. Antônio Arnaldo de Queiroz e Silva, assessor da Prefeitura
Prefeitura quer PPPs para financiar infra-estrutura Proposta foi apresentada ontem durante reunião da Comissão de Política Urbana da Associação Comercial Fotos de Rafael Hupsel/Luz
Flávia Gianini
Assim que assumir o novo posto, dom Cláudio deixa de ser arcebispo
Dom Cláudio será ministro do papa
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papa Bento XVI nomeou ontem o cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes para comandar o poderoso departamento do Vaticano que supervisiona os padres católicos no mundo inteiro. Hummes, de 72 anos, foi cotado para ser eleito papa no conclave de 2005, que acabou elegendo Bento XVI para sucessor de João Paulo II. Seu sucessor ainda não foi anunciado. "Eu recebo o convite com muita emoção e com muita humildade, muito consciente dos meus limites, mas totalmente à disposição do papa, uma vez que o papa chama e quando o papa chama eu vejo nisso a voz de Deus também", afirmou dom Cláudio em entrevista à TV Canção Nova. O cardeal afirmou também que vai se preparar aos poucos para a nova função e que ainda não sabe quando mudará para Roma. Prefeito – A nomeação do arcebispo de São Paulo para prefeito da Congregação para o Clero, uma espécie de ministério do Vaticano responsável pelo trabalho dos 400 mil padres do mundo e também por alguns aspectos da educação religiosa, representa um reconhecimento da importância que o papa dá ao Brasil, considerado o maior país católico do mundo. Segundo ele, em sua nova função, receberá todos os questionamentos relativos à relação dos padres com o mundo. "Os padres são fundamentais. Precisam muito da atenção e do acompanhamento da Igreja", disse. "Acho que a escolha de dom Cláudio para a Prefeitura para o Clero é uma grande honra para o episcopado brasileiro. Por meio dele, a Igreja brasileira é chamada a trabalhar estreitamente com o papa", disse dom Odilo Scherer, secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo auxiliar de São Paulo. Os prefeitos são os mais estreitos colaboradores do papa no governo de toda a Igreja", afirmou.
Dom Cláudio será o brasileiro com maior influência no Vaticano. Entre suas tarefas mais delicadas estará lidar com os escândalos sexuais envolvendo a Igreja católica em vários países. A entrada de Hummes no círculo de "manda-chuvas" do Vaticano aumenta suas chances de se tornar papa se houver outro conclave antes de ele completar 80 anos, o limite para a participação dos cardeais nessas escolhas. Libertação – Dom Cláudio é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem ajudou na época de sindicalista, durante a ditadura militar (1964-85). Ironicamente, apoiava a Teologia da Libertação no começo da década de 1980, quando o influente cardeal alemão Joseph Ratzinger (hoje Bento XVI) escreveu um polêmico documento criticando o envolvimento de padres na política. D. Claúdio, que ajudou sindicatos de esquerda na luta política contra a ditadura, tornou-se mais moderado desde então, embora continue defendendo o Movimento dos SemTerra (MST), os sem-teto e os movimentos sociais ligados a moradores de favelas. "Vejo a perspectiva simbólica de Hummes influenciar as raízes da Igreja. Isso é um reconhecimento para o Brasil, onde vive um em cada dez católicos do mundo e onde a Igreja é estreitamente ligada às classes pobres", afirmou Fernando Altemeyer, professor de Teologia na PUC-SP. Dom Cláudio vai suceder o cardeal colombiano Darío Castrillón Hoyos como chefe da Congregação para o Clero. O Vaticano disse que Castrillón continuará no comando do departamento chamado Ecclesia Dei, que tenta resolver o cisma com os católicos ultraconservadores que romperam com o Vaticano em 1988. Hummes deixa de ser arcebispo de São Paulo assim que tomar posse no Vaticano. (Agências)
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em recursos para obras de infra-estrutura fundamentais para o município, a Prefeitura de São Paulo estuda novas formas de financiamento para viabilizar projetos, entre elas as Parcerias Público Privadas (PPPs). A afirmação é do assessor especial do prefeito Gilberto Kassab e ex-secretário de Infra-Estrutura de Obras do Município, Antônio Arnaldo de Queiroz e Silva, em reunião da Comissão de Política Urbana (CPU), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Engessada pela gestão de 140 mil funcionários e na manutenção de 30 mil quilômetros de calçadas e 200 pontes, por exemplo, a Prefeitura de São Paulo está descapitalizada. Segundo Queiroz e Silva, os problemas no orçamento municipal são graves e a administração municipal tem capacidade de investimentos limitada a R$ 100 milhões por obra. Para se ter uma idéia, essa soma é suficiente para construir somente um quilômetro de metrô. De acordo com o assessor municipal, alguns tabus devem ser quebrados. Entre eles, a idéia de que a Prefeitura é rica e capaz de assumir altos investimentos, pois arrecada grandes volumes em impostos. "Quase tudo que se arrecada é destinado à complexa gestão e manutenção da cidade. O ideal é que se destine para a manutenção 3% ou 4% de todo o orçamento. O restante iria para novos investimentos. Mas o que acontece hoje é o contrário", afirmou Queiroz e Silva. Na reunião realizada na sede da ACSP, o atual secretário de Infra-Estrutura e Obras do município, Marcelo Cardinale Branco, Queiroz e Silva e os integrantes da Comissão de Política Urbana discutiram alternativas para o desenvolvimento estrutural do município. "A Prefeitura de São Paulo poderia investir prioritariamente na operação e na manutenção do mobiliário urbano de São Paulo caso a PPP para financiamento de novas obras fosse definitivamente adotada no Estado", apontou o vice-presidente da ACSP e coordenador da Comissão de Política Urbana, Alfredo Cotait Neto.
Cotait (esq.) e Branco, secretário de Infra-Estrutura e Obras, na reunião da Comissão de Política Urbana
Antônio Arnaldo Queiroz e Silva: alguns tabus devem ser quebrados
Várias obras prioritárias caminham a passos lentos em São Paulo. É o caso da avenida Jacu-Pêssego, que começou a ser construída há 18 anos. Como solução, a Prefeitura considera a participação da iniciativa privada no sentido de injetar recursos nos projetos, finalizá-los e explorá-los. "Estamos avaliando a possibili-
dade de criarmos pedágios urbanos a exemplo do que hoje existe na rodovia Castelo Branco. Por esse sistema, o motorista poderá seguir por vias administradas pela iniciativa privada ou por vias sem pedágios, como alternativa", afirmou Queiroz e Silva. A intenção é canalizar os recursos advindos de pedá-
gios urbanos exclusivamente para a execução de obras atualmente comprometidas por escassez de recursos. Entre elas, a avenida Jornalista Roberto Marinho (antiga Água Espraiada), Bandeirantes, marginal Tiête e Pinheiros, Expresso Tiradentes e Perimetral Guarapiranga. O Rodoanel, por exemplo, deverá estar totalmente concluído em quatro anos. Até lá, a Prefeitura estuda a realização de obras emergenciais de interligação que supririam parte da demanda do projeto estadual. Nesse sentido, Queiroz e Silva destacou a importância da cooperação entre os diversos setores da sociedade. "Alguns projetos precisam de uma participação maior do Estado e nunca houve um entrosamento tão bom entre a prefeitura e o Estado. Falta incluir a iniciativa privada", opinou. Para Cotait, a idéia da reunião de ontem na CPU foi mostrar a complexidade de gerir obras viárias, pontes e viadutos e a importância do setor empresarial de se envolver em soluções para reduzir o gargalo da infra-estrutura. Segundo o secretário Marcelo Branco, na reunião da sede da ACSP foi dado um passo importante nesse sentido. "A Associação Comercial de São Paulo é uma entidade muito importante para a Prefeitura, no sentido da disseminação de idéias, uma vez que consegue reunir empresários e a população em pleitos regionais", afirmou.
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4 -.ECONOMIA
quarta-feira e quinta-feira, 1 e 2 de novembro de 2006
David Mercado / Reuters
Morales: invasão seria necessária
BOLÍVIA CONFIRMA AMEAÇAS
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presidente da Bolívia, Evo Morales, confirmou ontem que determinou às Forças Armadas do seu país que ficassem de prontidão para invadir os campos de petróleo e gás das companhias que não assinassem os contratos previstos no decreto de nacio-
nalização até o último sábado. Os campos operados pela Petrobras também eram alvo. Na semana anterior, um membro do governo boliviano (Héctor Arce) veio a Brasilia comunicar o ultimato, quando a história vazou para a imprensa, ao que se sabe por iniciativa da própria Petrobras.
Segundo o presidente boliviano, a decisão era necessária para garantir o controle estatal dos recursos naturais. A informação foi dada à imprensa estrangeira em La Paz. Uma fonte do Itamaraty manifestou preocupação com a declaração de Morales, de que ordenaria a ocupação militar
das instalações da Petrobras no último domingo – a data do segundo turno das eleições. "Foi pesada demais", disse. O presidente boliviano disse também que o Brasil deveria "presentear" as duas refinarias de petróleo da Petrobras, em Santa Cruz de la Sierra, ao povo de seu país.
"Se ele (Evo Morales) fosse o Lula, presentearia a Bolívia com as duas refinarias. Mas como não é...", comentou o chanceler Celso Amorim, por meio da assessoria de imprensa do Itamaraty. Plano boliviano – O plano de industrialização do gás natural, próximo passo da política petrolífera do governo da Bolívia, será o novo golpe contra a Petrobras. A iniciativa pode jogar por terra o plano da Petroquisa, subsidiária da Petrobras no setor petroquímico, e da Braskem, do Grupo Odebrecht, de construir uma unidade de polietileno (matériaprima para o plástico) na fronteira entre os dois países, na cidade de Corumbá (MS). Esse assunto é, potencialmente, o maior conflito entre Brasil e Bolívia. A estratégia boliviana será possível apenas se o gás natural entregue à Petrobras for empobrecido, com a retirada de frações nobres, como o propano, o butano e o etano. Para isso, a Bolívia precisa renegociar as especificações do produto ou descumprir o contrato de fornecimento válido até o ano de 2019. "Sem o etano que segue hoje para o Brasil misturado ao gás natural, os planos da Braskem e da Petrobras não se viabilizam. Não existe insumo suficiente para dois projetos petroquímicos; ou é um, ou é outro", explicou Carlos Miranda Pacheco, um dos maiores especialistas no setor petrolífero e ex-ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia. A empresa petroleira venezuelana PDVSA e a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) prometem iniciar já em novembro a construção da unidade processadora de gás. (AE) Wilton Junior / AE
Gabrielli: negociações
Presidente da Petrobras muda discurso
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presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou ontem que os novos contratos assinados com a Bolívia no final de semana abrem espaço para a retomada de investimentos no país vizinho. A declaração representa uma mudança radical na postura da companhia, que havia suspendido qualquer projeto novo após a publicação do decreto de nacionalização das reservas de petróleo e gás, em maio. Na avaliação de Gabrielli, os contratos melhoram as condições vigentes e podem garantir segurança jurídica para novos aportes. "Uma vez que estiver em funcionamento pleno, esse contrato vai permitir a avaliação de novos investimentos no país", afirmou. Gabrielli frisou que os termos acordados não transformam a Petrobras em mera prestadora de serviços, posição rechaçada pela empresa desde o início das negociações. Segundo a companhia, os novos contratos são de produção compartilhada, uma vez que a estatal boliviana, a YPFB, ficará só com parte da receita. O executivo disse também que a empresa vai lutar por indenizações pela perda do controle das refinarias que opera na Bolívia. "Não sou só eu que falo em indenizações, a Constituição boliviana também fala", afirmou Gabrielli. (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quarta-feira e quinta-feira, 1 e 2 de novembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
O DAY AFTER DE LULA
T
JOÃO DE SCANTIMBURGO
Quanto às relações com a oposição, há razões para prever tanto um cenário de relativo apaziguamento quanto um cenário de continuidade do confronto que marcou os últimos dois anos. O PFL deve manter uma linha contundente de oposição ao Planalto. Mas os governadores do PSDB necessitarão manter um bom relacionamento institucional com a União.
REFORMA Céllus
onificado por expressiva votação, o presidente Lula tem pela frente duas tarefas prioritárias. A primeira é estruturar a base aliada, o que exige a conquista do apoio integral do PMDB. A segunda é reconstruir as pontes entre o Planalto e a oposição. Do sucesso dessas medidas decorrerão cenários mais ou menos benignos do segundo mandato. A primeira tarefa será facilitada pelo desempenho eleitoral sofrível do PMDB oposicionista, que elegeu governadores somente em Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul. Será facilitada também pela conversão de antigos opositores. Para a segunda
Acabou a Era Palocci. Viva a Era Palocci! ROBERTO FENDT
or fim, o PSDB não pode se opor a medidas que sempre defenderam, como as reformas tributária, política e previdenciária. O risco de ser atropelado pelo PT em 2008 e 2010 aumenta a probabilidade do conflito. Os dois partidos serão ainda
P
O
Evaristo Sá/AFP
Tarefa difícil: reconstruir pontes com a oposição
tarefa, Lula confia nos bons ofícios do governador Aécio Neves, que assumiu a função de negociador antes mesmo do segundo turno. Em troca, reivindica que o governo federal amplie a participação dos Estados no bolo tributário, reveja as regras da Lei Kandir tornando permanente o ressarcimento das perdas aos Estados, crie o Fundo de Desenvolvimento Regional e repasse verbas para manutenção de estradas. Não se pode, entretanto, minimizar as dificuldades com que se defrontará o governo. Não é tarefa trivial unir a base governista. Anunciou-se no passado, sem sucesso, a despetização do governo. Espera-se agora que Lula reconheça que a participação do PT no ministério, em clara desproporção à importância parlamentar do partido, foi um erro que lhe custou caro no primeiro mandato. Da mesma forma, exigirá apoio integral do partido.
por muito tempo as principais alternativas de poder. O fato do PT ter se apropriado da agenda social-democrata acirrou ainda mais a preocupação do PSDB com a sobrevivência política. Preservar Lula e seu governo pode ser o caminho mais rápido para nova derrota daqui a quatro anos. Que oposição o PSDB moverá ao governo depende dos desdobramentos das investigações do Dossiê Vedoin ou da ocorrência de novos escândalos. Alguns ainda sonham com o improvável surgimento de evidências que possam levar à impugnação da eleição de Lula. Serra pretende fazer de seu governo em São Paulo um contraponto ao governo federal. Um ambiente mais conflitivo nas relações com o Planalto pode ser mais favorável às pretensões de Serra do que de Aécio. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE POLÍTICA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
N o novo mandato, a despetização do governo
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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ministro Tarso Genro referiu-se esta semana ao fim da Era Palocci. A questão é: o que substitui a Era Palocci, partindo da premissa que o ministro Tarso Genro se refere à política econômica? Certamente não é o fim do regime de câmbio flutuante. Ou o governo estaria disposto no próximo mandato a correr os riscos de uma crise cambial, por maiores que sejam hoje as reservas cambiais? O câmbio flutuante permite ao governo total independência para praticar a política monetária e a política fiscal que quiser. Já um regime de taxa de câmbio fixa tolhe essa independência no emprego dos instrumentos monetário e fiscal. Portanto, o fim da Era Palocci tem pouco a ver com a mudança do regime cambial, que provavelmente continuará flutuante e sujeito a intervenções, quando o governo julgar pertinente. Certamente também não é o fim das metas de inflação. Ou será que o governo estaria disposto a correr o risco de que as pessoas imaginem que os compromissos com a manutenção da inflação baixa foram revogados? O regime de metas de inflação, depois de tantos anos de sacrifício para torná-lo crível, tornou-se peça indispensável para a condução da política monetária. É também indispensável para balizar as expectativas dos indivíduos e das empresas. Se continuar funcionando bem, no futuro os reajustes de preços e salários poderão tomar as expectativas de inflação como balizadores desses reajustes. Só então se poderá dizer que rompemos integralmente com o passado inflacionário e passamos a agir de olho no futuro. Também não é por aqui que termina a Era Palocci. Será então o fim do compromisso com o superávit primário? Isso é possível, mas improvável. O superávit primário, na verdade, é um artifício que permite ao próprio governo avaliar se o seu desajuste se deve exclusivamente ao passado – à dívida pública e aos juros – ou à gastança no presente. Explico. O superávit primário mede a diferença entre todas as receitas do
governo e o gasto corrente, excluindo-se o pagamento de juros. O saldo nominal, por sua vez, mede a diferença entre todas as receitas e todas as despesas do governo, juros inclusive. Na situação atual, o saldo nominal é negativo (o total de gastos é maior que o total de receitas). Uma gestão prudente procura eliminar o déficit nominal. Se não é possível eliminá-lo totalmente, a gestão sensata procura pelo menos minimizá-lo. Um saldo primário positivo (superávit) sinaliza que o desajuste persiste; um crescimento do saldo primário, que o desajuste está diminuindo. Na contramão da prudência, uma gestão temerária é a que aceita déficits primários (as receitas do governo não são capazes de cobrir nem sequer as suas despesas correntes, excluídos os juros). Portanto, a menos que com a mudança do ano calendário o governo decidisse fazer uma gestão temerária das contas públicas, o mais provável é que modifique o conceito de saldo primário, já que a lenta redução dos juros está diminuindo ao longo do tempo o valor dessa conta. Com o espaço adquirido e também com a mudança dos critérios de reajuste de salários e encargos, de um lado, e de benefícios previdenciários, de outro, é possível pensar-se em um outro conceito de superávit primário, menor, acompanhando a redução na conta de juros.
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erá isso, afinal, o fim da Era Palocci? A manutenção, depois de oito anos, das metas de inflação, do regime de câmbio flutuante e do superávit primário, agora talvez com outro nome e um pouquinho menor? Porque se não for isso, ou acabam as metas de inflação ou o câmbio deixa de ser flutuante, sujeitando o governo a precisar elevar novamente as taxas de juros de forma abrupta se ocorrer uma crise externa; ou pisar no acelerador dos gastos, eliminando totalmente o superávit primário e produzindo, no final do processo, mais inflação e problemas certos no balanço de pagamentos.
U m superávit primário um pouco menor. Será isso o fim da Era Palocci?
Biossegurança em marcha lenta
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comum supor-se que o presidente da República e seus auxiliares diretos são super-homens, capazes de resolver todas as questões ideológicas com os recursos que as ciências política e econômica põem à disposição do chefe político na Presidência da República. O presidente agiria melhor deixando o trabalho de colocar a Nação na linha dos estudos para os especialistas do que querer, ele próprio, dirigir a formação de institutos, o que requer estudo apoiado em fontes históricas da colônia joanina, por exemplo, às mudanças havidas na história das instituições brasileiras. São numerosos os estudiosos brasileiros falecidos que se preocuparam e viventes que continuam se preocupando com estado de crise permanente em que vivem essas instituições, sem que o poder supremo da República convide-os, pelos estudos capazes de dar solução aos problemas nacionais. O Brasil já ficou devendo aos estudiosos das questões políticas e econômicas estudos que conduzam o País a uma nova era, cuja conseqüência seja o crescimento econômico com durabilidade. Citamos aqui alguns autores de estudos valiosos sobre a situação política, econômica e social do País: Oliveira Viana, Gilberto Freyre, Afonso Arinos de Melo Franco, Miguel Reale, e outros que seria longo trazer para esse editorial.
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ão faltam, portanto, estudos e estudiosos mortos e vivos que ajudem a compreender o Brasil do passado e o Brasil do futuro. O que desejamos, portanto, é o respeito aos trabalhos já publicados e outros que poderão vir a sê-lo, podendo a reforma política e o crescimento econômico contar com apoios sólidos, cientificamente apurados e postos à disposição do País para as reformas e o crescimento de que tanto se fala e não se completam.
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LEILA ODA uando o presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Walter Colli, vem a público dizer que “são praticamente nulas as possibilidades de o País ter este ano alguma nova decisão sobre liberação comercial de sementes transgênicas” e, ao mesmo tempo, ainda precisa fazer um apelo para que os integrantes da CTNBio compareçam às reuniões, é possível se ter uma dimensão dos problemas que a comissão está enfrentando na tentativa de realizar o seu trabalho. Atualmente, a CTNBio passou a ter 54 integrantes, metade deles com a posição de suplente. Para a aprovação de uma liberação comercial, por exemplo, são necessários 18 votos favoráveis, com a presença de dois terços dos titulares. Como tem sido bem alto o índice de absenteísmo nas reuniões, acaba não sendo possível fazer as votações. A verdade é que, todos somos sabedores, existem dois grupos dentro da CTNBio se digladiando: um deles querendo agilizar os trabalhos e o outro com o único compromisso de retardar o andamento dos processos. Diante disso, o que podem fazer os pesquisadores sérios que precisam dar continuidade a seus trabalhos e não podem ficar à mercê de um órgão regulador que não consegue dar andamento aos processos de avaliação e liberação de inúmeros pedidos de pesquisas na área de biotecnologia? Reunidas em Florianópolis, as Comissões In-
POLÍTICA
ternas de Biossegurança (CBIo) de instituições públicas e privadas debateram outro problema gravíssimo do setor, que são os atentados a estações experimentais e laboratórios de pesquisa provocados por vândalos empenhados em destruir a ciência brasileira. E como se não bastassem as dificuldades para a continuidade da análise dos processos pendentes, a CTNBio também criou normas internas que contribuem para a inércia. O que é ainda mais grave é que os representantes ambientalistas da CTNBio afirmam que não existe atraso na avaliação dos processos e, sim, busca de maior segurança.
JOÃO DE SCANTIMBURGO É
O
que parece passar desapercebido para esses militantes são as grandes perdas ambientais e econômicas para o País, que é quem pagará a conta dessa atitude. Com isso, o que conseguem é impedir o acesso brasileiro a uma tecnologia que há mais de 10 anos vem provando agredir menos o meio ambiente, causa menos erosão e que economiza o uso de defensivos. Como o governo pretende ter a biotecnologia como grande aliada se não dá condições de colocar esses produtos nas mãos do cidadão brasileiro? É preciso refletir sobre o risco de não se ter a tecnologia e não apenas no risco de introduzi-la. LEILA ODA É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
BIOSSEGURANÇA (ANBIO)
D ois grupos se digladiam na CTNBio: um avança e outro retarda a pesquisa
MEMBRO DA ACADEMIA
BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Não faltam estudos e estudiosos que ajudem a entender as reformas e o crescimento de que tanto se fala
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Congresso Planalto Gover nabilidade CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Aprendemos a ser humildes na vitória e altivos na derrota... À oposição não cabe se opor a tudo. José Serra
PFL E PSDB FICAM MAIS DISTANTES
ABERTA A TEMPORADA POLÍTICA DE BALANÇOS Os partidos mais influentes – PMDB, PFL, PSDB e PT – dão início à contagem de perdas e ganhos. Hora de avaliar erros de campanha, conquistar novos aliados, investir em quem saiu fortalecido das urnas e estabelecer as estratégias para o futuro.
E
quarta-feira e quinta-feira, 1 e 2 de novembro de 2006
ncerrado o processo com o PSDB, em 2010, Fortes eleitoral, os quatro afirmou que ainda é prematuprincipais partidos ro fazer alguma análise. "Nospolíticos com repre- sa preocupação atual é a eleisentatividade no Congresso ção do Senado, vamos manter Nacional – PMDB, PT, PSDB e nossas ações com o PSDB". PFL – buscam a unidade entre De acordo com o candidato seus próprios membros e uma ao Senado paulista pelo PFL, nova forma de atuação. Guilherme Afif Domingos O PMDB enfrenta uma anti- (SP), cabe ao PFL fazer oposiga dificuldade: unir o partido ção ao governo, no Congresso, em torno do governo Lula. Ca- junto com o PSDB. "É a união berá a Michel Temer (SP), pre- da Social Democracia com a Lisidente nacional, chamar as li- beral Democracia", sintetizou. deranças regionais e encontrar Afif defendeu também uma reum caminho único. Segundo novação na forma de fazer Temer, a idéia é formar um con- oposição ao PT. "Precisamos selho político, que deve se reu- ser vigilantes e ao mesmo temnir na próxima semana e defi- po apresentar propostas nonir a posição do partido. vas, como a questão do emprePara o deputa- Ed Ferreira / AE - 22/05/06 go. A nossa agendo federal Gedda social chamadel Vieira se emprego". (PMDB/BA), PSDB – Os tuum dos nomes canos discutem à cotados para asportas fechadas s u m i r a P r e s ias causas da derdência da Câmarota de Geraldo ra, tudo indica Alckmin. Uma que o partido podelas é o fraco dede atingir a tão sempenho em sonhada unidaEstados-chaves, de interna. "Es- Ed Ferreira / AE -13/12/05 como Minas Getou conversando rais, onde Aécio muito com TeNeves "deu uma mer. Ele não quer lavada de votos que as pessoas se no PT". sintam constranUma das expligidas ou pressiocações é que o nadas. Será uma político mineiro unidade natural e s t a r i a p r e p ae muito boa para rando o caminho a imagem do para 2010. Um PMDB". O depudos principais tado afirma que aliados de AlckPaulo Pampolim / Hype este eterno racha min, o presidenserve apenas pate estadual do ra desgastar o PSDB, Sidney partido. Beraldo, nega a Geddel Vieira disputa interna. não acredita que Mas inclui na resPFL e PSDB faposta o governaçam uma oposidor eleito de São ção golpista. Paulo, José Serra, "Conheço muique, segundo estas pessoas de peculações, tamambos os partibém está de olho dos e não acrediem 2010 e no conDe cima para baixo: to que tenham trole da sigla . Geddel Vieira de Lima esta intenção". "Falta ao PSDB se (PMDB-BA), ACM Neto Sobre a vitória comunicar med o p e t i s t a J a c- (PFL- BA) e Guilherme Afif lhor com a socieDomingos (PFL) ques Wagner, na d a d e . P re c i s aBahia, o deputamos caminhar do afirma que estas eleições nessa direção sem pensar em demonstraram a fadiga da po- eleição", disse Beraldo. O depulação frente à política perso- putado federal Arnaldo Manalista do governo anterior. "O deira também concorda com a povo brasileiro sinalizou que a urgência de dialogar com a sopartir deste pleito o debate de ciedade e defende a convocaidéias será o protagonista e não ção de um congresso em 2007. a política de um homem só". PT – O PT fará um ajuste de Pefelistas – Já o PFL, além de contas na metade do mês dudefinir o rumo, precisa juntar rante reunião do diretório naos cacos do partido que saiu cional. Petistas afirmam nos enfraquecido nas urnas. O se- bastidores que, apesar de afasnador Heráclito Fortes (PI) dis- tado, José Dirceu ainda tem inse que o momento é de deixar a fluência. "O povo elegeu Lula e poeira baixar para amenizar os uma bancada de 83 deputados rancores eleitorais. "Defendo federais. Cabe ao partido fazer que no momento o PFL não ca- os acertos para não repetir os minhe, que fique parado e ob- erros do passado. E não podeserve a movimentação dos de- mos aceitar que haja influência mais partidos". fora no processo. A era das caFortes afirmou ainda que pitanias hereditárias acabou", principalmente na derrota é afirmou o vice-líder da bancapreciso ter dignidade. "Não dá da na Câmara, Fernando Ferro para se render e muito menos (PE), ao se referir ao período se bandear para o lado do go- em que Dirceu comandou o verno Lula. O povo definiu nas partido com mão de ferro. urnas que a posição do PFL é Sergio Kapustan e na oposição". Sobre a aliança Tatiana Vicentini
Sergio Lima / Folha Imagem
Do outro lado: Bornhausen, Maia, Aleluia e outros líderes reafirmam manutenção de oposição permanente contra o governo.
PFL: 'NÃO HAVERÁ DIÁLOGO' Executiva do partido nega qualquer possibilidade de acordo com o presidente Lula no seu 2º mandato
O
presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), afastou ontem qualquer possibilidade de diálogo direto com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em seu próximo mandato. "Nós não atravessaremos a rua. Nossa trincheira é o Congresso Nacional", disse. "Nós fomos colocados em oposição por um resultado democrático. O presidente poderá conversar (com o PFL) por meio de seus líderes no Congresso Nacional", completou Bornhausen. A decisão do partido destoa da adotada pelo PSDB, legenda com a qual o PFL foi aliado na disputa à Presidência da República. Na véspera, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissatti (CE), admitiu a possibilidade de diálogo com Lula para discutir temas de interesse nacional. As afirmações do presidente do PFL foram dadas após a reunião da Executiva Nacional do partido, no Senado, na qual os caciques decidiram que a
"O PFL está consciente de legenda fará uma "oposição séria, fiscalizadora e que, se quiser sobreviver como partido, terá que correr rigorosa" ao governo Lula. com sua própria equipe e seu "Não participaremos de nenhuma adesão, rendição próprio carro. Não dá mais para fazer o papel de nem manifestamos ressentimentos. Encaramos mecânico no box de outra escuderia", afirmou. democraticamente o resultado do pleito", Remédio amargo – Na mesma linha, o deputado afirmou Bornhausen. O pefelista eleito Alceni Guerra (PR) negou que seu partido citou sua condição de vá criar médico para "problemas" Nossa trincheira é o para o dizer que Congresso Nacional... "não se pode governo Nós fomos colocados impedindo a errar o diagnóstico, votação de em oposição por um projetos do sob risco de resultado perder o Executivo democrático. no paciente." Guerra Congresso. Jorge Bornhausen, "Não acho propôs que o presidente do PFL. partido lance que o presidente não apenas candidato a terá presidente da República, em problemas para aprovar projetos, desde que eles 2010, mas também obrigue todos os diretórios sejam bons", afirmou. Longe do PSDB – O municipais a disputarem as secretário-executivo do PFL, prefeituras com candidatos Saulo Queiroz, informou próprios. "Depois de perder uma que a Executiva Nacional do partido, na reunião de eleição, o único remédio à altura é perder o medo da ontem, decidiu que, nas eleições de 2010, não repetirá derrota. O PT se construiu assim", disse Alceni Guerra. a aliança com o PSDB.
SERRA DESEJA BOA SORTE A LULA
A Executiva do PFL afirmou que continuará "a desempenhar seu papel na oposição, fiscalizando e denunciando com rigor e determinação os equívocos e erros do governo." A versão original da nota continha vários ataques ao governo Lula e o qualificava de "incompetente e corrupto", mas, durante a reunião da Executiva, o senador Marco Maciel (PE) ponderou sobre a inconveniência de se começar a oposição ao segundo mandato em tom tão elevado. O texto final afirma que "acata e respeita a decisão do povo, que elegeu, por meio do voto, quem exercerá o poder em seu nome." Sem trégua – O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), disse que não dará trégua ao presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. Pelo menos na internet. Na edição de ontem do "Ex-blog do Cesar Maia", o prefeito prometeu transformar seu boletim eletrônico em um Shadow Cabinet, uma espécie de ministério paralelo "nas sombras". (AE)
Paulo Pinto / AE
O governador eleito de São Paulo diz que pretende ter as melhores relações institucionais possíveis com o presidente
O
governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), convocou ontem uma entrevista coletiva para esclarecer, segundo ele, as questões que vinha recebendo sobre como seriam suas relações com o Planalto. "Conversei hoje com o presidente Lula para desejar-lhe boa sorte. A boa sorte do presidente Lula significa a boa sorte do nosso povo", disse ele. Serra fez uma defesa do desenvolvimentismo na economia e mostrou-se simpático ao presidente Lula. "Como governador de São Paulo, vou procurar ter as melhores relações institucionais possíveis com ele (Lula)", afirmou o tucano. Apesar disso, Serra, disse que o PSDB vai se comportar com "altivez" na oposição. "Aprendemos a ser humildes na vitória e altivos na derrota... À oposição não
cabe se opor a tudo". Mais do que de política, Serra insistiu em comentários sobre a economia. Em meio à discussão no governo Lula sobre abrandar a política monetária, pregou a necessidade da solução do crescimento econômico. "Creio que a questão mais relevante para a população brasileira nos próximos meses e anos é a necessidade de encerrarmos um difícil período da vida nacional, durante o qual o desenvolvimento tornou-se uma espécie de palavrão e desenvolvimentista um insulto", afirmou. Pelo seu diagnóstico, o País se viu livre da "praga" da inflação nos últimos onze anos, "mas com taxas muito baixas de crescimento e altos índices de desemprego". "Essa estagnação não se deveu à estabilidade. Não crescíamos quando tínhamos superinflação, nem
Serra em sua primeira entrevista coletiva como governador de SP
crescemos quando temos estabilidade de preços. São 25 anos de economia semi-estagnada", analisou, incluindo o governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Viagem– O presidente Lula
disse que quer conversar com Serra, mas o governador irá aos Estados Unidos hoje para pedir ao Banco Mundial mais recursos para obras estratégicas em São Paulo, como o metrô e a recuperação das estradas vicinais. (Agências)
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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2,9
PARA ESPECIALISTA, BRASIL PERDEU CHANCE
por cento é o crescimento do indicador da atividade industrial nos últimos 12 meses até setembro
NA OPINIÃO DE PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA, ESSA É A ÚNICA FORMA DE REDUZIR A POBREZA NO BRASIL
PAÍS PRECISA CRESCER 5% POR 10 ANOS OMC O Paulo Pampolin/Hype
Brasil costura acordo com 40 emergentes
C
om o acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC) paralisado, o Brasil articula o lançamento, em 2007, de negociações para um entendimento comercial com cerca de 40 países emergentes, entre eles África do Sul, Indonésia, Índia, Argentina e Egito. O projeto do governo é conseguir que essas economias reduzam entre 20% e 30% suas tarifas de importação para os produtos de outros países emergentes. A China, economia que mais cresce entre os emergentes, avisou que não vai participar do projeto liderado pelo Brasil. Já a Índia se mostra relutante em aceitar a iniciativa. O projeto, por enquanto, está demonstrando que, assim como os governos ricos e pobres não conseguem entrar em um acordo na OMC, os países em desenvolvimento também sofrem para chegar a um entendimento sobre como deve ser o acordo entre eles. Apesar de ter o apoio da Argentina, países como Índia e Egito ainda se mostram relutantes em alguns aspectos do acordo. Um dos problemas é que o entendimento criaria maior concorrência entre os próprios países emergentes por mercados. Segundo diplomatas brasileiros que negociam o acordo, haverá ainda a possibilidade de que os países façam listas de produtos sensíveis para que possam proteger certos setores de sua indústria. A idéia de um acordo de redução de tarifas não é nova. Nos anos 1990, os países tentaram algo semelhante, mas o projeto fracassou. Naquela época, porém, os governos haviam decidido negociar os produtos um a um, o que não funcionou. (AE)
Mistura de álcool na gasolina sobe para 23% até o dia 20
O
governo federal vai autorizar o aumento da mistura do álcool anidro à gasolina de 20% para 23% a partir de 20 de novembro. A decisão foi ratificada em reunião ontem do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), órgão formado pelos ministérios da Agricultura, Fazenda, Minas e Energia e Desenvolvimento, Indústria e Comércio. A resolução será publicada até o final desta semana no Diário Oficial da União e pode trazer uma redução inicial de 1,5% no preço da gasolina vendida nos postos, de acordo com cálculos do governo, informou o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan Filho. A decisão atende apenas a parte do pedido feito pelos usineiros, que queriam a retomada da mistura em 25%, em vigor até fevereiro deste ano, quando foi reduzida em razão da crise do álcool. (AE)
Número menor de dias úteis em setembro teve influência no desempenho da indústria no período
Atividade industrial volta a registrar queda
A
pós de uma inesperada alta (0,9%) em agosto, o Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista voltou a ter queda em setembro, de 0,6% sobre agosto, com ajuste sazonal, e de 2,3% sem ajuste. O INA é calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). O diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, Paulo Francini, disse que o dado de agosto aponta para um modesto incremento de 3% a 3,2% neste ano sobre 2005. No ano passado, o crescimento da atividade industrial paulista foi de 3, 7% em relação a 2004. E em 12 meses encerrados em setembro, o indicador registra alta de 2,9%. Mesmo com ajuste sazonal, o que pesou mais para jogar o INA de volta ao patamar nega-
tivo foi o número de dias úteis (20) em setembro, inferior aos 23 dias de agosto, explicou Francini. Ele ressaltou que novembro e dezembro são meses de tradicional queda na produção, por isso o INA deve desacelerar até o fim do ano. Segundo ele, não fosse essa diferença de dias, o indicador provavelmente não teria variado. Para o diretor de Economia do Ciesp, Boris Tabacof, a produção industrial vem sendo fortemente atingida pelo ingresso cada vez maior de produtos importados da China e pela sustentação das exportações por preço e não por quantidade vendida ao exterior. Segundo a Fiesp e o Ciesp, o segundo mandato do governo Lula deve discutir prioritariamente como continuar a segurar a inflação e, ao mesmo tempo, elevar o nível de crescimento do País. "A indústria tem esperança de que as auto-
ridades, nesse segundo mandato, olhem para a questão do crescimento", disse Francini. Vendas – O Levantamento de Conjuntura, que também faz parte do indicador, foi negativo em oito dos nove componentes que formam o INA. As vendas reais, por exemplo, recuaram 1% em setembro. Francini destacou ainda que os números de setembro de 2006 (alta de 4,7%) estão melhores em relação a setembro de 2005 porque o nono mês do ano passado foi muito ruim para a indústria paulista. Na mesma base de comparação, as vendas reais subiram 9%. O destaque negativo do indicador em setembro foi o componente indústria automobilística, cujo INA caiu 4,9% ante agosto (com ajuste) e 9% (sem ajuste). As vendas no varejo têm crescido, com o volume de veículos importados em franca expansão. (AE)
Indústria está menos otimista
A
indústria brasileira espera uma retomada mais fraca da atividade nos últimos três meses do ano, mesmo considerando a recuperação registrada no terceiro trimestre, depois do decepcionante final da primeira metade de 2006. É o que mostrou pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada ontem. De acordo com o estudo, houve queda no número de empresas que pretendem aumentar seus preços e, na outra ponta, melhora na avaliação do nível de demanda externa. O índice de confiança da indústria – que engloba quesitos sobre produção e situação atual dos negócios, além de expectativas com emprego, produção e negócios três e seis meses à frente – caiu 2,2% em outubro sobre setembro, passando de de 110 para 107,6 pontos. "A impressão que temos é que o terceiro trimestre foi melhor que o segundo. Os dados mostram que a indústria está um pouco menos otimista", disse Aloisio Campelo, economista da FGV. Pesquisa – A situação atual dos negócios foi avaliada co-
mo boa por 21% dos entrevistados e como fraca por 11%, atingindo os 110,9 pontos. O dado referente à avaliação sobre o nível de demanda interna teve uma leve alta, passando de 107, em setembro, para 108
pontos em outubro. "Há uma recuperação da demanda de julho para cá", disse o economista. O nível de demanda externa também melhorou, atingindo 105, dois pontos acima do nível de outubro de 2005. (Reuters)
Brasil precisará apresentar um aumento de seu Produto Interno Bruto (PIB) de 5% a 7% por ano por mais de uma década para conseguir lidar com a pobreza no País. A avaliação é do americano Lawrence Klein, vencedor do prêmio Nobel de Economia nos anos 1980 graças a seus trabalhos de previsão de crescimento econômico nos países. Professor emérito da Universidade da Pensilvânia hoje, Klein afirmou que o Brasil "patinou" nos últimos anos, enquanto países como a China, Índia e Rússia conseguiram crescer a taxas mais elevadas. "Falava-se muito no início da década nos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) como um bloco de países. Mas acho que o Brasil ficou para trás", disse. "O Brasil tem todas as condições para crescer. O País tem um base industrial importante e ainda é exportador de produtos agrícolas que estão com preços favoráveis, como o açúcar. Mas acredito que não conseguiu seguir o mesmo padrão das demais grandes economias emergentes por problemas políticos. A administração não soube tirar vantagem de um cenário internacional positivo para crescer mais", afirmou o norte-americano, pioneiro nas previsões econômicas usando modelos matemáticos e ainda formulador de projetos de crescimento para governos como os do Canadá, Japão e Reino Unido. "O crescimento da economia
brasileira poderá ser maior do que vem acontecendo nos últimos anos. Mas ainda assim acho que o País perdeu a chance de crescer durante um período em que a situação internacional era adequada. Para os próximos anos, o Brasil pode ter um aumento de seu PIB de 5% a 7%, um patamar abaixo do da Índia e China", afirmou o economista. Desgaste – Nos últimos anos, a liquidez nos mercados internacionais e o crescimento de economias como a dos Estados Unidos contribuiram para o aumento do PIB de regiões em desenvolvimento. O mesmo padrão poderia não se repetir a partir de 2007. "Estamos vendo sinais de desgaste no ritmo de crescimento internacional", disse. Para Klein, se a taxa de 5% a 7% de crescimento for mantida por mais de dez anos, "o Brasil conseguirá superar seus problemas de pobreza e desigualdade social". "A China, guardada as proporções, está levando 25 anos com taxas recordes de crescimento para conseguir tirar parte de sua população da pobreza, apesar da existência de miseráveis no país", disse. Em sua avaliação, ainda que a política fiscal do governo Lula tenha um impacto importante no rumo da economia, o que mais influenciará na expansão do PIB será o volume da dívida interna, considerado como elevado pelo economista. "Se isso não for resolvido, dificilmente a economia deslanchará", apontou o especialista. (AE)
Imposto financia gastos
O
crescimento da carga tributária do início de 1991 até 2005 foi quase todo usado para financiar o aumento das despesas não-financeiras do setor público, e não para pagar os juros da dívida pública, segundo um relatório divulgado ontem por Alexandre Schwartsman, economista-chefe do ABN Amro na América Latina. O economista calculou que a expansão dos gastos não-financeiros entre 1994 e 2005 comeu 60% do aumento do PIB no mesmo período, reduzindo os recursos disponíveis para investimentos e limitando o crescimento potencial da economia. De acordo com o estudo, o
fator responsável pela maior parte da alta das despesas nãofinanceiras foi a expansão dos gastos com a Previdência. No INSS, houve um aumento de despesas de cerca de cinco pontos percentuais naquele período, atingindo-se 8% do PIB. Os números mostram que a carga tributária subiu 9,4 pontos percentuais entre a média de 1991-1994, e a média de 2003 a 2005, dos três primeiros anos de Luiz Inácio Lula da Silva. O salto foi de 26,6% do PIB para 35,9%. No período, as despesas não-financeiras do setor público aumentaram 8 pontos percentuais do PIB. (AE)Veja mais informações no site www.dcomercio.com.br
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Política LULA PEDE
Temos tudo para aumentar o emprego, melhorar a educação, a saúde e a segurança. Presidente Lula, ontem.
Alan Marques/FI
ESFORÇO COMUM PELO PAÍS
Lula pediu o empenho e a boa vontade de amplos setores da vida nacional, para que a diversidade, que compõe a democracia, não paralise o País rumo às reformas necessárias.
O presidente citou sua expressiva votação para conclamar os setores da sociedade, inclusive a oposição, para a formação de uma frente pró-Brasil.
E
Ed Ferreira/AE
Campos: mãos dadas ao poder e pedido de refinaria.
ELEITOS INICIAM ROMARIA AO PLANALTO
O
p re s i d e n t e L u i z Inácio Lula da Silva começou ontem a conversar oficialmente com governadores para garantir a governabilidade no segundo mandato e minimizar as pressões por indicações nos ministérios. Ao receber os eleitos de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), no Palácio do Planalto, ele prometeu negociar repasse de verbas para obras de transporte público, segurança e infraestrutura nos estados em troca do "desmanche" dos palanques eleitorais. A princípio, Lula está retomando contato por telefone com governadores aliados ou de bom relacionamento e já avisou que fará uma reunião com os 27 governadores, incluindo os da oposição. Só depois dessa reunião é que o presidente deverá fechar a nova equipe ministerial, definindo a participação de cada partido aliado no governo. "O presidente quer transformar a vitória em distensão", contou Eduardo Campos. Ele pediu a Lula empenho na construção de uma refinaria de petróleo em Pernambuco. "O Brasil quer que os palanques sejam desmontados, porque o País viveu a mais longa campanha da sua história. Agora é hora de pensar na nação, pensar no crescimento econômico e pensar em baixar esta
temperatura", acrescentou. Tanto o governador eleito de Pernambuco quanto o do Rio afinaram o discurso de que não estariam preocupados com cargos no primeiro escalão do governo federal. "O PMDB quer um pacto federativo", desconversou Sérgio Cabral. O governador eleito do Rio afirmou que a bancada federal do PMDB do estado tem "desejo" de debater propostas. Depois de relatar que Lula se comprometeu a mandar verbas para ampliar a linha do metrô, modernizar a malha de trens urbanos, avançar nas obras dos jogos Pan-americanos, construir o arco rodoviário e melhorar a segurança no estado, o governador eleito disse sair convicto do Planalto de que o presidente quer o entendimento com todos os partidos. Sucessão – Sérgio Cabral esteve ontem no Palácio Laranjeiras para conversar com a governadora Rosinha Mateus. Ela cobrou continuidade no governo do estado. Cabral, contudo, promete uma radical mudança na estrutura do governo estadual, com corte de 50% no número de secretarias (30) e no custeio da máquina pública (quase R$ 6 bilhões anuais). Embora o governo do Rio continue nas mãos do partido, a situação mudou, passando da ala oposicionista para o grupo governista da legenda. (AE)
Wilton Junior/AE
Cabral e casal Garotinho: ela quer continuidade, ele mudanças.
BLAIR LIGA BUSH PEDE PARA TRATAR DICAS PARA DE OMC E DOHA GANHAR p r i m e i ro - m i n i s t ro britânico, Tony Blair, telefonou ontem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o cumprimentou pela vitória por sua reeleição no pleito presidencial. No telefonema, Blair disse que pretende conversar com Lula e com outros chefes de Estado sobre assuntos relacionados à Organização Mundial do Comércio (OMC), segundo relato do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que estava presente no momento em que Lula recebeu a ligação, no Palácio da Alvorada. Ontem, Tony Blair já tinha enviado uma carta ao presidente destacando a importância de se "destravar" as negociações da Rodada de Doha, da OMC, na qual a Grã-Bretanha e outros países europeus resistem à reivindicação dos países emergentes para que reduzam seus subsídios agrícolas. O presidente brasileiro também recebeu hoje um telefonema de cumprimentos do primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Zapatero. Os contatos telefônicos previstos dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, foram adiados, segundo informou Celso Amorim. (AE)
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O
necessidade de um consenso, ainda não muito detalhado, entre governo e oposição foi o tema principal das análises feitas ontem por algumas importantes publicações européias. O diário francês "Le Monde" ressaltou que a iniciativa, já proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "se mostra indispensável para que o Congresso, paralisado desde 2005, consiga votar a reforma política". Na mesma direção, a revista inglesa "The Economist" diz que Lula "promete governar para os pobres, mas terá de buscar o consenso e as reformas". E o "Financial Times" observa que "a retórica antiliberal do PT durante o segundo turno deixou preocupados muitos
economistas, mas é provável que no próximo mandato ela apareça bem menos que no primeiro". Já a revista alemã "Der Spiegel" trouxe um retrato mais criativo e provocador do presidente. A começar pelo título – "Lula: herói da classe trabalhadora e queridinho de Wall Street" –, a reportagem do Spiegel diz que Lula "está colhendo as recompensas de sua política econômica ortodoxa". Diz também que a inflação "está sob controle e a moeda nunca esteve tão forte" e o rival Geraldo Alckmin "pareceu não oferecer alternativas convincentes" ao eleitorado. "Wall Street torcia por uma vitória de Lula", diz o texto. Os bancos, "que o viam como uma espécie de Belzebu comunista", agora o elogiam. (AE)
presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, no telefonema que deu ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para cumprimentá-lo pela reeleição, disse, brincando: "Olha, você teve uma vitória espetacular. Você tem que me dar um pouquinho do seu 'knowhow', porque estou precisando para ganhar, agora (nas eleições parlamentares)." A aceitação de Bush pela população norte-americana está em baixa, de acordo com pesquisas recentes . O relato sobre esse telefonema de Bush foi feito a jornalistas pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, quando saía do Palácio da Alvorada, onde acompanhou esta e outras conversas de Lula com chefes de Estados estrangeiros que ligaram para cumprimentá-lo. Bush, no telefonema a Lula, afirmou que é preciso aprimorar o sistema do comércio internacional e fortalecer a democracia. "Aprecio a boa relação que temos", disse Bush que, segundo Amorim, fez um convite ao presidente brasileiro, para visitar os Estados Unidos. Lula respondeu que fará essa visita "em breve", disse Amorim. (AE)
m pronunciamento mentar em dez vezes os recurem cadeia de TV on- sos para o ensino básico; a lei tem à noite, o presi- geral da micro e pequena emdente Luiz Inácio Lu- presa, que vai diminuir imposla da Silva conclamou os parti- tos e a burocracia para o emdos de oposição e a sociedade a preendedor; e a reforma tribuunirem o Brasil em torno de tária, que vai tornar mais justa uma agenda comum de temas a cobrança de tributos e reforde interesse geral. "É um cha- çar o equilíbrio federativo". mamento maduro e sincero Empreitada – O presidente feito por um presidente que es- salientou que é necessário tá saindo de criar um clima uma vitória exde profunda respressiva nas urp on sa bi li da de nas, que conta republicana para a discussão e com o apoio majoritário dos go- Nada mudará meus votação de revernadores elei- ideais e convicções. Sei formas import o s e q u e t e r á que o mesmo ocorre tantes, a começar pela política. uma base sólida com meus opositores. n o C o n g re s s o Ele pediu "a É esta diversidade que união das forças Nacional", afirenriquece a mou Lula. regionais em faO presidente democracia. vor de projetos disse que já tem Lula de desenvolviexperiência sumento em curso, ficiente para saque trarão prober que, para fagresso para todos os estados, zer as coisas com a velocidade como os do Pólo Vamos entrar na rota P e t ro q u í m i c o que o Brasil necessita, é preciso do crescimento de do Rio de Janeiro, da Refinaria c o n t a r c o m o longo prazo e fazer empenho e a boa do Brasil a nação de Pernambuco, do Polo Siderúrvontade de am- livre e justa com que plos setores da gico do Ceará, nós todos vida nacional, da ferrovia entre eles a opo- sonhamos. Tr ans nordes tisição. "Nada Lula na, dos mais de 4 mil quilômetros mudará meus ideais e convicde gasodutos inções. Sei que o mesmo ocorre terligando o Brasil, das hidrecom os meus opositores. É esta létricas do Rio Madeira, das diversidade que enriquece a BRs 101 Sul e Nordeste, entre democracia. Mas isso não po- outros". "Temos tudo para aumentar de impedir que avancemos nos temas de interesse coleti- o emprego, melhorar a educavo", disse Lula. ção, a saúde e a segurança", Mão dupla – Ele citou um afirmou Lula. "Mas faremos isexemplo de algo que precisa so com responsabilidade na ser feito pelos dois lados. "É área fiscal e controle da inflapreciso agilizar a votação de ção. Só assim vamos entrar na matérias importantes que já rota do crescimento de longo estão no Congresso, como o prazo. E fazer do Brasil a nação Fundo Nacional de Educação livre e justa que nós todos soBásica (Fundeb), que vai au- nhamos", concluiu (AE)
EXECUTIVA DO PT EXALTA LULISMO
A 'QUERIDINHO DE WALL STREET' A
Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores reuniu-se ontem em Brasília e, por assim dizer, reiterou o discurso do presidente Lula ao longo da campanha. Em nota, o site petista comemorou a vitória contra a coligação PSDB/PFL e anunciou que o foco do governo neste segundo mandato deverá ser o do crescimento econômico e a reafirmação de uma política externa do País expansionista. "O segundo turno permitiu maior clarificação do debate programático, politizou a eleição, na medida em que pôs frente à frente o projeto de aprofundamento das conquistas sociais deste Governo contra a regressão fiscalista e privatista dos tucanos e de seus sócios do PFL", diz a nota. "Fizemos uma campanha de esquerda, sintonizada com nossa militância e com nossa tradição de combatividade. Reafirmamos nossa política externa, especialmente nossos objeti-
vos de construir um continente americano próspero e integrado", acrescenta. A política econômica, com ênfase no apoio à atividade produtiva, deverá, no entanto, privilegiar os programas sociais. "A vitória de Lula expressa a esperança e a confiança de nossa sociedade, especialmente das camadas populares, no futuro do país. Um futuro que se anuncia como de mais crescimento econômico, políticas sociais, democracia e soberania nacional", destaca a nota. Para o partido, a vitória de Lula suplantou setores da sociedade que torciam pela interrupção dos avanços que o PT teria obtido em sua primeira gestão. "O dia 29 de outubro foi, também, a resposta aos setores conservadores e golpistas da oposição que prometeram “acabar com a raça do PT”, desconhecendo a real força do PT e a consciência do povo que conduziu Lula de novo à Presidência do Brasil. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Do presidente da Bolívia, Evo Morales, sobre as refinarias da Petrobras no país, que foram nacionalizadas em maio.
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NOVEMBRO
Se eu fosse o Lula, presentearia as refinarias [à Bolívia], pensando em nos ajudar a reduzir as desigualdades sociais.
Aizar Raldes/AFP
quarta-feira e quinta-feira, 1 e 2 de novembro de 2006
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1 Dia de Todos os Santos
C OMPORTAMENTO I NTERNET
Quebrando tabus
Google, agora, também é 'wiki' O Google anunciou ontem a compra da JotSpot, empresa que desenvolve ferramentas conhecidas como "wiki", que permitem aos usuários da internet modificar conteúdo de alguns sites. A enciclopédia online Wikipedia é o maior exemplo de uso dessa ferramenta. A JotSpot também desenvolveu uma série de serviços, como planilhas de cálculo e editores de texto, que são oferecidos pela internet. A compra, portanto, pode ajudar o Google em sua disputa para
roubar usuários do pacote de aplicativos Office, da Microsoft. O valor da compra não foi revelado, mas o negócio mostra mais uma vez a agressividade do Google na internet. A empresa comprou nos últimos dois anos cerca de 20 empresas, a maior parte delas tão pequena que a aquisição passou praticamente despercebida. Pelo menos quatro dessas empresas são especializadas em programas para usuários de telefone celular, o que mostra um dos caminhos que a empresa pretende seguir no futuro.
H ISTÓRIA Damien Meyer/AFP
Estudo britânico mostra que estamos enganados sobre sexo
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o primeiro estudo amplo e global sobre comportamento sexual, pesquisadores britânicos descobriram que muito do que se imagina sobre o comportamento sexual das pessoas é nada mais do que uma série de mitos e tabus. O estudo, publicado hoje na revista britânica The Lancet, foi coordenado pela pesquisadora Kaye Wellings, da London School of Hygiene and Tropical Medicines, e reúne dados de 59 países. Especialistas afirmam que os dados levantados no estudo serão úteis não apenas para eliminar mitos populares sobre comportamento sexual, mas para modelar políticas que
melhorarão a saúde sexual em todo o mundo. "Alguns dos nossos preconceitos caíram por terra", disse ela, explicando que o grupo esperava encontrar comportamentos de maior promiscuidade em regiões como a África, onde as taxas de doenças sexualmente transmissíveis são maiores. "Há a percepção errônea de que existe muita promiscuidade na África, que seria uma das razões potenciais para a disseminação rápida do HIV", disse o médico Paul van Look, diretor de Saúde e Pesquisa Reprodutiva da Organização Mundial da Saúde (OMS), e que não tomou parte no estudo. "Mas essa visão não tem apoio nas evidências". O estudo também determi-
nou que, ao contrário da crença popular, a atividade sexual não está começando cada vez mais cedo. Em praticamente toda parte, homens e mulheres têm suas primeiras experiências sexuais entre 15 e 19 anos, com as mulheres começando mais cedo que os homens. Pesquisadores também descobriram que a maior parte das relações sexuais ocorre entre pessoas casadas, e que há uma tendência gradual para se adiar o casamento, mesmo em países em desenvolvimento. Embora isso represente um aumento previsível nas taxas de sexo prémarital, especialistas afirmam que a tendência não representa, necessariamente, um comportamento mais perigoso. (AE)
C ONFLITO
Coréia do Norte aceita negociar O governo da Coréia do Norte aceitou retornar às negociações multilaterais em torno de seu programa nuclear, noticiou ontem a emissora sul-coreana de televisão YTN. De acordo com o canal, o regresso de Pyongyang à mesa de negociações foi acertado durante uma reunião em Pequim que envolveu diplomatas da Coréia do Norte, da China e dos EUA. A Coréia do Sul havia anunciado anteriormente que os principais negociadores nucleares da Coréia do Norte e dos EUA se reuniram em Pequim. B RAZIL COM Z
Kimimasa Mayama/AFP
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Réplica do 14 Bis em exposição do subúrbio parisiense de Neuilly-sur-Seine. O aeroclube da França também comemora o centenário do primeiro vôo de um objeto mais pesado que o ar.
T ECNOLOGIA
Pesquisa suíço-brasileira Os governos do Brasil e da Suíça assinam um contrato para a criação de um centro de pesquisas de nanotecnologia no País que possa fornecer às empresas nacionais inovações no campo industrial. O acordo, concluído ontem em Berna, permitirá ainda que uma fábrica seja estabelecida no País para produzir as inovações tecnológicas ao setor privado. O centro será estabelecido em Belo Horizonte e contará com investimentos iniciais de US$ 15 milhões, além da transferência de técnicos do Centro Suíço de
C INEMA
VISUAIS
Cafu cai na real três meses depois O ex-capitão da seleção brasileira Cafu deu uma entrevista divulgada ontem pela agência de notícias The Associated Press culpando o excesso de confiança dos jogadores do "quadrado mágico" pelo fracasso na Copa do Mundo deste ano. Os quatro – Ronaldinho, Ronaldo, Kaká and Adriano – teriam dado o time uma ofensiva "irreal", disse o jogador. "Todos só falavam do quadrado mágico como se bastasse piscar os olhos para eles marcarem gol (...) Pensamos que venceríamos os jogos facilmente, mas as coisas não aconteceram desse jeito". I RAQUE
Reconstrução custará US$ 100 bi O Iraque precisará de cerca de US$ 100 bilhões em ajuda externa nos próximos quatro ou cinco anos para recuperarse e reconstruir sua infraestrutura devastada pela guerra, afirmou ontem o porta-voz governamental Ali al-Dabbagh. Uma conferência de doadores para o Iraque promovida em Madri em 2003 recebeu promessas de US$ 13.5 bilhões, mas até agora apenas US$ 3,5 bilhões foram entregues ao país. Os remanescentes US$ 10 bilhões estão sendo retidos devido à falta de projetos ou por medo da corrupção.
C A R T A Z
Reprodução
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Eletrônica e Micro-Técnica de Neuchatel para treinar pesquisadores no Brasil. A fábrica exigirá investimentos de US$ 50 milhões, dinheiro que será financiado pelos vários mecanismos de apoio do governo federal e do Estado de Minas Gerais. "A inovação tecnológica é uma das prioridades do governo e queremos concluir parcerias tecnológicas com vários países", afirmou o embaixador do Brasil na Suíça, Eduardo dos Santos. "Esses acordos são fundamentais para acelerar o desenvolvimento tecnológico do País", afirmou.
BLOQUEIO A jogadora egípcia Mona Badawy (número 15) consegue furar o bloqueio da peruana Sara Joya na primeira partida do grupo D pelo Campeonato Mundial de Vôlei, que acontece em Nagoia, no Japão. O time feminino peruano venceu a equipe egípcia.
Reproduções do site
M ÚSICA
Michael está de volta Obras de vanguardistas do concretismo, entre eles Ivan Serpa, com a série Mangueira (foto). MAM. Parque do Ibirapuera. Telefone: 5549-9688. Das 10h às 18h. Grátis. F AVORITOS
Controle remoto gigante
Marketing na era digital
Reprodução do site
G @DGET DU JOUR
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cruel e sádico coveiro Zé do Caixão – que também já encarnou outros personagens que passeiam livremente entre os mundos dos vivos e dos mortos – ganhou um site na internet com todas as informações sobre
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seus filmes B que se tornaram cult. Zé do Caixão ou Coffin Joe, como é conhecido no exterior, tem sua biografia contada no site, que também traz uma rara coleção de programas de rádio do ídolo trash. www2.uol.com.br/zedocaixao/
L OTERIAS Concurso 501 da DUPLA-SENA Primeiro sorteio 01
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Pieter Botha, 90, último presidente do regime do apartheid, morre na África do Sul Nasa anuncia que enviará astronautas para consertar o telescópio espacial Hubble
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Concurso 1670 da QUINA
OMS decide avaliar e combater corrupção nos sistemas de saúde do mundo todo
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 10
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Terror cult
Site traz imagens de vários filmes do "astro" do cinema trash de terror José Mojica Marins, encarnando personagens como um coveiro, um coronel macabro e outras figuras que circulam entre vivos e mortos
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Marketing digital e de relacionamento, transações comerciais com empresas clientes e fornecedoras pela internet, comércio eletrônico, tecnologia da informação, comunicação, compras eletrônicas, portais corporativos, nota fiscal eletrônica. Todos esses temas são abordados no site eBusiness Brasil, que traz notícias e dicas sobre esse tipo de relacionamento empresarial, além de informações sobre eventos e cursos na área. Além disso, o site tem uma área exclusiva para associados.
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O pop star norte-americano Michael Jackson convidou o rapper e produtor Will.I Am, da banda Black Eyed Peas, para colaborar em algumas faixas do novo álbum. Os dois se reuniram em um estúdio de gravação na Irlanda. "Gosto do que ele faz e pensei que seria interessante a colaboração ou simplesmente ver como funcionaria a química", disse Jackson, que não grava desde 2001, mas não deixou de compor.
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Estilo Empresas Finanças Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BOVESPA SUBIU 7,72% EM OUTUBRO
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mil pontos deve atingir o Ibovespa em dezembro, de acordo com analistas do mercado acionário.
QUEDA NO GANHO DE JANEIRO A SETEMBRO FOI PROVOCADA POR ÁGIO DA COMPRA DO BANKBOSTON
ITAÚ: LUCRO CAI 20,8%, MAS ATINGE R$ 3 BI
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lucro líquido do banco Itaú atingiu R$ 3 bilhões entre janeiro e setembro, valor 20,8% inferior ao verificado em igual período do ano passado. A queda foi provocada pela amortização integral do ágio da compra do BankBoston, em maio. Sem o fato extraordinário, a instituição lucrou R$ 4,8 bilhões, o que rep re s e n t a u m a u m e n t o d e 25,3% em relação a 2005. Na opinião de analistas, apesar do recuo com a amortização, o resultado ficou dentro das expectativas e está bem distante de ser considerado ruim. Ao contrário, afirma o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues. "O banco só pôde fazer a amortização integral por causa da exuberância dos números apresentados nos últimos trimestres. É uma operação positiva, que dá mais transparência à instituição." Ele lembra que a amortização poderia ser feita em dez anos. A aquisição do BankBoston teve efeito líquido de R$ 1,76 bilhão no lucro do Itaú no terceiro trimestre. Apesar disso, o banco conseguiu se manter no azul e teve ganho de R$ 71 milhões entre julho e setembro. Para isso, a instituição incluiu no balanço algumas operações que não fazem parte do resultado recorrente. Entre elas está a receita da venda de títulos, de R$ 109 milhões, e a reversão de provisões, de R$ 120 milhões. "Foi um trimestre complicado, com efeitos que não ocor-
Leonardo Rodrigues/Digna Imagem – 22/2/05
Carvalho: trimestre complicado
rem normalmente", disse o diretor-executivo de Controladoria, Silvio de Carvalho. Crédito — Segundo ele, mais uma vez o resultado foi pautado pelo crescimento do crédito, que avançou 28,6% no período. O destaque ficou com os empréstimos para pessoa física, cujo aumento foi de 41,6%. Nesse portfólio, o produto mais procurado foi o financiamento de veículos. No ano, o Itaú deu um salto de 66,7% nessa linha de crédito. Se consideradas as operações do BankBoston, a carteira total da instituição apresenta aumento de 45,9%, atingindo R$ 89,9 bilhões. Segundo Carvalho, a aquisição trouxe incrementos expressivos no crédito para pessoa jurídica. Nos empréstimos para pequenas, médias e microempresas, o aumento foi de R$ 4,9 bilhões. Isso contribuiu para o
crescimento de 71,9% nessa modalidade. O mesmo efeito foi verificado no portfólio para grandes empresas, que aumentou 32,3% no período com a aquisição do BankBoston. Sem a compra, o Itaú havia apresentado aumento de 28,7%. A expectativa do banco é que a carteira de crédito total tenha avanço de 25% neste ano. Inadimplência — Outra boa notícia, disse Carvalho, é que a instituição percebeu uma melhora nos índices de inadimplência. O desempenho decorre da maior cautela e seletividade na concessão de crédito. O avanço da inadimplência foi verificado com mais força no início do ano por causa da aposta dos bancos no crédito ao consumo. Nessas linhas, o índice de atraso de pagamento tende a ser maior, mas o retorno também é expressivo por causa dos juros elevados. Em relação ao crédito imobiliário, o executivo disse que não tem verificado demanda muito grande, apesar do pacote de incentivo à habitação lançado pelo governo em setembro. "Isso só deve ocorrer quando a taxa de juros estiver em patamar mais baixo." Nesse instante, completou, o crescimento maior está ocorrendo nos financiamentos para construtoras. Para 2007, a expectativa é de o banco destinar R$ 1 bilhão para a modalidade. Hoje, a carteira da instituição na área é de R$ 3,4 bilhões, considerando também as operações do BankBoston. (AE)
FGV Monitor terá apuração diária de preços
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Ações foram a melhor aplicação de outubro
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Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 7,72% em outubro, encerrando o período com a melhor rentabilidade entre as principais aplicações financeiras do mercado brasileiro. Em segundo lugar ficaram os papéis indexados ao Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), com ganhos entre 0,90% e 1,25%, dependendo do prazo. A inflação de 0,47% captada pelo índice, de acordo com o administrador de investimentos Fábio Colombo, foi a responsável pelo desempenho positivo desses títulos. No balanço do consultor, os fundos de renda fixa tiveram no mês passado rendimentos entre 0,9% e 1,15%, variações um pouco superiores às registradas pelos fundos DI, que ficaram com ganhos de 0,85% a 1,1%. Colombo ressaltou que o percentual pago pela administração do fundo é um dos fatores que têm influência sobre o retorno do investimento. O consultor indica produtos que tenham taxa de administração de, no máximo, 2%. Ainda de acordo com o levantamento do especialista, o ouro teve valorização de 0,96% no mês de outubro. Cenário positivo — O administrador de investimentos ressaltou que as bolsas mundiais registraram significativa valorização no período, fator que favoreceu os negócios com ações na Bovespa. Esse cenário teve como principal incentiva-
dor os dados da economia americana, que indicaram desaceleração moderada. Colombo acredita em bons resultados vindos das bolsas de Japão, Áustria, França e Reino Unido. No caso dos emergentes, as melhores opções estão no Chile, Malásia, Cingapura e Hong Kong. Na avaliação do analista, o mercado ainda ficará, nas próximas semanas, sob forte influência do desempenho da economia dos Estados Unidos. A decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central do país) de manter a taxa de juros na casa dos 5,25% ao ano, segundo Colombo, foi recebida positivamente pela maioria das economias mundiais. "Mas o resultado de 1,6% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano, no terceiro trimestre deste ano, deixou uma preocupação no ar em todos os mercados", afirma. Carlos Sampaio, economista da FEA-USP, não acredita em uma alta na taxa de juros nos Estados Unidos, mas indica que os mercados precisam ficar atentos aos sinais de redução no consumo no país. Na opinião do economista, as bolsas de valores receberam sem grande turbulência a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que a vitória do petista era dada como certa pela maioria dos analistas do mercado financeiro, no Brasil e no exterior. Davi Franzon
Bovespa fecha em alta de 0,93%
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Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) avançou quase 1% no fechamento dos negócios ontem, em um ajuste depois de dois dias consecutivos de baixa. Com isso, o Ibovespa, principal referência do mercado brasileiro, acumulou em outubro valorização de 7,72%, a segunda maior do ano (leia mais sobre as aplicações financeiras em outubro acima nesta página). Em janeiro, a bolsa havia subido 14,7%. O indicador fechou em alta de 0,93%, em 39.262 pontos. A expectativa dos investidores em relação ao perfil da equipe econômica do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece como pano de fundo, mas analistas descartam anúncios no curtíssimo prazo. "Numa semana com feriado, o mercado tende a ficar mais calmo", disse o diretor de Operações da Novação Distribuidora, Carlos Alberto Ribeiro. O volume financeiro na bolsa foi de R$ 2,279 bilhões — melhor que o da véspera, mas um pouco abaixo da média diária do mês de outubro.
Juros nos EUA — Dados sobre a economia dos Estados Unidos divulgados ontem vieram mais fracos que o esperado, o que alimenta a expectativa de que um corte de juro pelo Federal Reserve (Fed, o banco central do país) pode vir já no início do próximo ano. Juros americanos menores incentivam a migração de muitos investidores para países emergentes como o Brasil, em busca de maior rentabilidade. "Existe no mercado uma expectativa muito grande de que o Ibovespa atinja a marca de 42 mil pontos em dezembro. Muitos analistas apostam nessa possibilidade", disse Ribeiro. Câmbio — Passado o receio com as eleições, os investidores do mercado de câmbio agora concentram o olhar nas incertezas do cenário internacional e nas atuações do Banco Central, que devem dar sustentação ao dólar até o fim do ano, afirmam analistas. O dólar comercial encerrou os negócios de ontem valendo R$ 2,14 na ponta de compra e R$ 2,142 na de venda, com desvalorização de 0,3%. (Reuters)
Fundação Getúlio Vargas (FGV) lançou um novo sistema para auxiliar nas previsões de inflação. Elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), o Monitor da Inflação Diária vai acompanhar a coleta de preços da entidade diariamente para fazer uma simulação da variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O coordenador dos Índices de Preços ao Consumidor (IPC-S) da FGV, André Furtado Braz, informou que quem acompanhar o produto no site da FGV (www2.fgv.br/monitor) vai ter algumas estimativas da possível variação do IPCA e do IPCA-15 para o mês e também a evolução da coleta própria usada para o cálculo do índice da FGV (o Índice de Preços ao Consumidor Semanal). O economista disse que o sistema vai municiar os analistas de inflação sobre as possíveis causas e efeitos da movimentação dos preços no mês, oferecendo a possibilidade de perceberem se o índice será influenciado por efeitos sazonais ou temporários. "O monitor ajuda a interpretar as causas da inflação naquele momento e a entender se é uma causa geral, pelo movimento mais acelerado de um conjunto maior de preços, ou se ela é pontual, explicada por um aumento de tarifa, por exemplo", afirmou. (ABr)
GOL Lucro 99% maior
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lucro da Gol subiu 98,8% no terceiro trimestre do ano, para R$ 232,2 milhões, contra resultado positivo de R$ 116,8 milhões de julho a setembro de 2005. A receita operacional líquida da empresa, que opera no sistema de baixos custos e tarifas, aumentou 55,5%, para um total de R$ 1,08 bilhão. Pelas leis contábeis americanas (US Gaap), a Gol registrou lucro de R$ 190 milhões, com alta de 37,5%. (Reuters)
BRT Ganho de R$ 64 mi
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Brasil Telecom Participações divulgou ontem que teve lucro de R$ 64 milhões no terceiro trimestre, frente a prejuízo de R$ 25,1 milhões em igual período do ano passado. A geração de caixa operacional, medida pelo ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 907,9 milhões no terceiro trimestre, ante R$ 744,6 milhões no período de julho a setembro de 2005. (Reuters)
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Planalto Congresso Corr upção Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Inacreditável que um cidadão venha a público cometer crime de racismo. Federação Israelita do Rio
JUSTIÇA LIBERTA LUIZ ANTÔNIO VEDOIN
FEDERAÇÃO ISRAELITA DO RIO VAI INTERPELAR O APRESENTADOR.
Eymar Mascaro
Passar o chapéu
CLODOVIL: MAIS UM P PROCESSO POR RACISMO
SDB e PT devem pedir auxílio a empresários para recolher fundos e pagar dívidas de campanha. De tucanos vem a informação de que o partido ficou devendo cerca de R$ 15 milhões a fornecedores, enquanto a dívida do PT seria menor, da ordem de R$ 5 milhões. Se não recorrerem a terceiros, PSDB e PT correm o risco de dar o beiço nos credores. O fim de toda eleição é a dívida de campanha. Antes da campanha começar oficialmente os partidos enviaram ao TSE suas previsões de gastos, quase R$ 90 milhões. O que os partidos arrecadaram parece que não foi suficiente para sanear as despesas.
Leonardo Rodrigues / Hype
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Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj) vai interpelar judicialmente o apresentador e deputado federal eleito Clodovil Hernandes (PTC-SP) por suposto crime de racismo contra judeus num programa de uma rádio carioca. Na entrevista, concedida à Rádio Tupi, Clodovil disse que os judeus "manipularam a história do Holocausto", e que estariam por trás do atentado terrorista de 11 de setembro contra as torres gêmeas, em Nova York. "Inacreditável que um cidadão brasileiro pertencente a uma minoria discriminada em nosso país venha a público cometer crime de racismo. A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, através de seu diretor jurídico, o estará interpelando judicialmente", disse Osias Wurman, presidente da Fierj, num comunicado. Em 2004, Clodovil foi condenado a pagar indenização por dano moral equivalente a 80 salários mínimos - cerca de R$ 20.800, na época - para a vereadora Claudete Alves da Silva Souza (PT), de São Paulo. Claudete entrou com ação ordinária na Justiça porque o es-
FINANCIAMENTO Os partidos voltam a pensar no financiamento público das campanhas. O tema está incluído na pauta da reforma política que o Congresso pode votar em 2007. A tese encontra opositores, que acham que o dinheiro do contribuinte não deve ser usado para pagar campanhas políticas.
A FAVOR
Para o apresentador, havia judeus manipulando o Holocausto, assim como o ataque às torres gêmeas.
tilista e apresentador de TV a chamou de "macaca de tailleur metida a besta", durante entrevista a um jornal paulista. A vereadora é negra. No dia 17 de março de 2004, Clodovil comentou no programa "A Casa é Sua", da RedeTV, as reclamações do cantor e ve-
reador de São Paulo Aguinaldo Timóteo (PP) sobre a presença de fiscais municipais no centro da cidade, que o impediam de vender seus CDs. "Tem que vender disco na rua (...) Ele vai fazer o quê? Ele vai fazer o que todo crioulo faz no Brasil? Vai virar ladrão,
bandido ou o quê?", disse Clodovil na época. Por causa das declarações, Claudete entrou com uma representação contra o apresentador, no Ministério Público, por racismo. Foi quando Clodovil reagiu e a chamou de "macaca de tailleur".
JUSTIÇA DETERMINA SOLTURA DE VEDOIN
REPÓRTERES SE DIZEM INTIMIDADOS PELA PF
Tribunal acatou o argumento de que a prisão extrapolou o prazo de 45 dias previsto pela lei.
Três jornalistas da revista 'Veja' afirmam que foram destratados por delegado corregedor em São Paulo.
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rês jornalistas da revista "Veja" foram intimidados ontem por delegados da Polícia Federal em São Paulo. Segundo o redator-chefe da revista, Mário Sabino, os jornalistas Julia Duailibi, Marcelo Carneiro e Camila Pereira foram chamados a depor na Superintendência da PF. Eles iriam esclarecer detalhes da reportagem de Veja em que a revista denunciou uma "operação abafa" do governo para que Gedimar Passos, preso com R$ 1,7 milhão no hotel Ibis no dia 15 de setembro, no escândalo da compra do dossiê, mudasse seu depoimento em que dizia que o ex-assessor de Lula, Freud Godoy, era um dos mentores da compra dos documentos contra tucanos. O delegado corregedor Moisés, que conduzia a investigação, queria que a jornalista Julia Duailibi revelasse quais eram as fontes da reportagem. Depois que ela alegou direito constitucional de não revelar fontes, o delegado a intimidou, chegou a dizer que a reportagem era uma "falácia", que a revista estava fazendo
Justiça Federal em Brasília determinou ontem a soltura do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, preso sob a acusação de ser o chefe da chamada máfia das ambulâncias. A determinação foi dada pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF), por unanimidade, ao examinar pedido apresentado pela defesa. Os magistrados entenderam que a prisão do empresário extrapolou o prazo de 45
dias previsto pela legislação, sem que tenha sido oferecida até então denúncia à Justiça pela Polícia Federal. "Assim, configura-se o caso de constrangimento indevido em razão do decurso de tempo", justificou o desembargador Cândido Ribeiro, relator da matéria, em seu voto. O empresário da Planam e autor do dossiê Vedoin deverá ser libertado assim que a PF receber oficialmente a comunicação da Justiça. (Reuters)
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"complô contra o governo Lula" e impediu até que a jornalista conversasse com sua advogada Ana Rita Dutra, do Departamento Jurídico da Veja. De acordo com Sabino, o delegado chegou a mandar a advogada, que acompanhava Duailibi, a "calar a boca". Julia não conseguiu sair da PF com uma cópia do depoimento, porque o delegado alegou que o processo estava "sob sigilo de Justiça". Os jornalistas de Veja protestaram dizendo que não estavam ali na condição de testemunhas, mas sim de investigados e que isso era uma arbitrariedade, um abuso contra a liberdade de imprensa. O delegado, segundo Sabino, queria saber "quanto a revista pagou pelas informações" que foram publicadas na revista. Os repórteres ficaram da PF das 11h às 14h. Sabino ligou para o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos e para o senador Tasso Jereissati, presidente nacional do PSDB, para que ele intercedesse junto ao ministro. Bastos disse que a revista não estava sendo investigada. (AOG) Adriano Machado / AE
PROCESSO DE PALOCCI VAI PARA O STF
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Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo confirmou, por nota, que o juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, no interior do Estado, determinou o envio ao Supremo Tribunal Federal (STF) do processo em que o deputado eleito Antonio Palocci (PT-SP) é acusado de superfaturamento de contrato de limpeza pública na cidade, no segundo mandato como prefeito (2001-2002). Na semana passada, o Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu uma denúncia
O MPE pede 225 anos de prisão.
e pediu a prisão preventiva e a condenação a uma pena de 225 anos de reclusão contra Palocci e mais oito acusados, dentre eles, o ex-prefeito de Ribeirão Gilberto Sidnei Maggioni, por formação de quadrilha, 48 crimes de peculato e 48 de falsificação de documento público. Foi denunciado ainda Luiz Carlos Altimari, cuja pena pedida foi de 5.260 anos de detenção, por emitir 1.315 notas fiscais falsas. (AE)
O governo Lula é favorável ao financiamento público das campanhas. Por isso, fica mais viável a aprovação do projeto. O dinheiro seria repassado aos dirigentes através do Fundo Partidário. A distribuição de cotas corresponderia ao tamanho da legenda.
MAIS ITENS O financiamento público das campanhas não é o único item que divide os partidos. Consta do projeto de reforma política, também, a volta da fidelidade partidária para evitar a farra da troca de partidos após as eleições. Por enquanto, os congressistas estão com medo de reintroduzir a fidelidade na legislação eleitoral.
por ora, Alckmin quer apenas descansar.
ANÁLISE Os tucanos ainda não entenderam porque José Serra e Aécio Neves não transferiram votos para Alckmin no 2º turno. No 1º turno, por exemplo, Alckmin alcançou 4 milhões de votos a mais do que Lula em São Paulo. Já no 2º turno, a diferença caiu para menos da metade.
SURRA A derrota de Alckmin em Minas foi mais acachapante no 2º turno. Os tucanos esperavam uma reviravolta no Estado, porque Aécio se reelegeu governador no 1º turno com 77% dos votos. Alckmin caiu em Minas no 2º turno, enquanto Lula crescia cada vez mais.
LISTAS
OLIGARQUIAS
Levantamento feito no Congresso indica que a maioria dos deputados é contra a introdução das listas dos partidos. Os deputados admitem que serão beneficiados os candidatos inscritos na cabeça da lista. Seriam os candidatos apadrinhados dos dirigentes.
Três caciques do Nordeste começam a repensar suas atividades políticas na região. Seus candidatos sofreram derrotas amargas: ACM na Bahia; Tasso Jereissati no Ceará e José Sarney no Maranhão. Lula venceu ACM e Tasso de capota. Chegaram a ser derrotas humilhantes.
DISTRITO Também a idéia de se aprovar o voto distrital no projeto de reforma política encontra resistência entre deputados. Os parlamentares admitem que o voto por distrito dificultaria suas eleições. Eles preferem continuar com o sistema proporcional.
REPOUSO Geraldo Alckmin decidiu descansar no interior do estado de São Paulo. Só depois é que ele vai decidir o seu futuro. Alckmin pode presidir o PSDB em substituição a Tasso Jereissati. Fala-se no partido na hipótese do exgovernador disputar a Prefeitura de São Paulo em 2008.
TROCA TROCA A informação é que Márcio Thomaz Bastos começa a restabelecer sua banca de advocacia em São Paulo. Bastos não quer continuar no Ministério da Justiça a partir de janeiro. Acha que sua missão está cumprida. Para seu lugar iria Nelson Jobin (PMDB), ex-ministro do STF.
ENCOLHIMENTO Cresce como bola de neve no partido a tese de que Lula deve restringir a participação do PT no ministério. Um dos defensores da tese do encolhimento é o ministro Tarso Genro. Para Tarso, o PT deve facilitar a tarefa de Lula de formar um governo de coalizão.
NOME FORTE
NEGOCIAÇÃO
Apesar de ter sido derrotado por Lula, Alckmin alcançou 38 milhões de votos. Trata-se de uma votação expressiva. O exgovernador foi bem votado na capital paulista, por isso, seu nome é cogitado para disputar a eleição para prefeito, daqui a dois anos. Mas,
Aécio Neves aceitou o convite para conversar com Lula na semana que vem. O presidente agendou um encontro com líderes da oposição. A idéia de Lula é organizar um governo com a participação suprapartidária. PSDB e PFL estão incluídos na pauta do petista.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira e quinta-feira, 1 e 2 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
É
TA TUDO
DOMINADO
CLAUDIO WEBER ABRAMO
DESAFIOS DO SEGUNDO MANDATO presidente Lula chega ao segundo mandato em condições bastante diferentes das que encontrou em 2003. Embora seu partido tivesse sofrido queda no número de deputados federais eleitos, essa queda não foi comensurável com o brutal desgaste de prestígio que sofreu por seu envolvimento no escândalo do mensalão e, mais recentemente, na história do dossiegate. Em 2003, o próprio Lula contava com certa complacência, mesmo de adversários. Não mais. A partir de 2007, e por
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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
pulação. Isso não quer dizer, é claro, que deixá-la vencer eleições nos livrará do perigo de morte. A única diferença entre a “via pacífica” e a “via armada” é que nesta a violência é usada como meio de chegar ao poder, naquela como meio de destruição da classe inimiga uma vez garantido o domínio total do Estado. Exemplos respectivos são Cuba e a Tchecoslováquia – a ascensão ao poder por meio da guerra revolucionária e por meio do golpe parlamentar, seguida de igual violência repressiva num caso como no outro.
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G A única
diferença entre a via pacífica e a via armada é que nesta a violência é usada como meio de chegar ao poder, naquela como meio de destruição da classe inimiga, uma vez garantido o domínio total do Estado. G A unificação
e expansão das forças armadas revolucionárias continentais, sob o comando de Hugo Chávez , é queles que a etapa atual i m a g i n a m do processo.
que o sucesso eleitoral da esquerda no continente haverá de curá-la da tentação guerreira são imbecis iludidos ou mentirosos espertos. O sucesso eleitoral foi precisamente o meio do qual a esquerda se serviu para proteger as facções armadas, garantir-lhes a impunidade e ajudálas a crescer. A unificação e expansão das forças armadas revolucionárias continentais sob o comando de Hugo Chávez é a etapa atual do processo. O capítulo seguinte é usar essas forças para derrubar as últimas resistências que venham a se opor seja à conquista do Estado, seja à expansão indefinida do poder estatal uma vez conquistado. A dissolução das soberanias já é uma realidade, como se vê pela fusão dos aparatos jurídicopoliciais cubanos e
G A dissolução
das soberanias já é uma realidade, como se vê pela fusão dos aparatos jurídicopoliciais cubanos e venezuelanos. G Aqueles que
imaginam que o sucesso eleitoral da esquerda no continente haverá de curála da tentação guerreira são imbecis iludidos ou mentirosos espertos. G Vocês
ouviram uma palavra sobre esse perigo nos debates presidenciais? Não.
venezuelanos e pela utilização do território boliviano como cabeça de ponte para a eventual invasão do território brasileiro. o c ê s o u v iram uma palavra sobre esse perigo nos debates presidenciais? Não. Leram alguma nos grandes jornais? Não. Mas leram, é claro, inumeráveis artigos alertando contra o perigo de uma agressão dos EUA ao continente latino e apontando como prova desse risco iminente a existência de uma base militar americana no Paraguai... fundada em 1948. Leram e até acreditaram. Se não chegaram a tanto, pelo menos não se deram conta de que esses artigos, todos eles subscritos por agentes de influência diretamente ligados a organismos chavistas, já eram a preparação psicológica da opinião pública para que aceitasse o advento do aparato militar comunochavista de dominação como um acontecimento banal e inofensivo, se não como o despertar de uma bela esperança patriótica. O silêncio em torno do perigo real e iminente é tão geral, persistente e sistemático quanto o falatório alarmista em torno do perigo imaginário e fantasioso. A norma vigente em todas as redações deste país é, nesse ponto, a mesma que se adotou quanto ao Foro de São Paulo. Toda a mídia brasileira – inclusive antilulista – transformou-se numa en-
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grenagem da máquina de desinformação revolucionária empenhada em demonizar os Estados Unidos ao ponto de legitimar, em nome do temor a uma invasão americana impossível, a conivência ao menos passiva com a ocupação do continente pelas forças armadas da virtual União das Repúblicas Socialistas LatinoAmericanas. Um jornalista colabora com esse processo cada vez que faz alarde em torno de violências imaginárias cometidas contra terroristas na prisão americana de Guantánamo e encobre de silêncio a brutalidade real e ininterrupta a que estão expostos os prisioneiros de consciência no vizinho cárcere cubano. Essa dupla e concomitante regra de desinformação é seguida hoje fielmente por todos os órgãos de mídia deste país, incluindo os mais antilulistas. A própria Veja, nas páginas internacionais, fornece semanalmente a sua quota de mentiras antiamericanas, em penitência por ter dito a verdade contra o PT na seção nacional. s planos do Foro de São Paulo vêm de longe, e o Brasil, em vez de se preparar para defender-se contra eles, chegou a reeleger presidente o homem que os concebeu. Nunca uma nação se rendeu com tanta docilidade – e com tanta antecedência -- a um inimigo tão obviamente mal intencionado.
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OLAVO DE CARVALHO
O perigo mora na administração das alianças
Ed Ferreira/AE
REUTERS
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situação militar do Brasil é muito simples e clara. Hugo Chávez está montando um exército de um milhão e meio de homens bem armados, a maior força aérea da América Latina, e vinte bases militares em território boliviano, todas na fronteira com o Brasil. Seus aliados são, de um lado, o exército argentino de Kirchner, de outro lado as FARC e o ELN, cujo número de combatentes é hoje difícil de calcular mas que têm um orçamento militar incomparavelmente maior que de qualquer país latinoamericano, com exceção da Venezuela. O Brasil é hoje um país inerme e virtualmente cercado. Desaparelhadas, politicamente intimidadas, reduzidas à míngua pelos cortes orçamentários e à subserviência humilhante por vinte anos de bombardeio difamatório, nossas Forças Armadas não têm a mínima condição de defender o País contra as tropas empenhadas em garantir pelas armas a consecução do plano do Foro de São Paulo: a integração continental sob a bandeira neocomunista. Nunca a soberania e a própria integridade da nação estiveram tão ameaçadas. Não há nenhum motivo razoável para duvidar de que, tendo chegado tão perto de realizar seu sonho de poder total, a esquerda revolucionária latinoamericana destruirá pela força qualquer obstáculo que não possa remover pelo engodo e pela mani-
evidente que um governante precisa governar segundo as regras do jogo. Lula não poderá deixar de nomear representantes de aliados em ministérios, autarquias, empresas estatais, agências reguladoras e por aí afora. Um governante consciente das condições em que se dá esse tipo de acerto procura adotar medidas compensatórias. Mesmo que, nas condições brasileiras, prevenir a corrupção potencialmente praticável por tanta gente seja improvável, ao menos as principais áreas de risco precisariam ser fervorosa e constantemente vigiadas. São exemplos o Ministério dos Transportes (alvo eterno da concuspicência peemedebista), o INSS, os escritórios regionais das agências reguladoras e outros lugares que manejam dinheiro, concedem benefícios e licenças. Um problema básico com a tarefa de vigiar os aliados é que, como para muitos deles uma motivação central é fazer negócios a partir dos postos que ocupam, a vigilância aparece como ameaça à própria razão de ser do apoio empenhado.
pelo menos dois anos (de 2009 em diante arranjos quaisquer serão subordinados a estratégias relativas às eleições de 2010), Lula não contará com o PT como centro das articulações. Conforme é noticiado insistentemente seu principal interlocutor será o PMDB, dono da maior bancada na Câmara dos Deputados. E não poderá deixar de se acertar com os parlamentares eleitos por partidos "de aluguel", os quais, embora hoje fundidos entre si para satisfazer à cláusula de barreira eleitoral, continuam povoados de indivíduos cuja principal missão é satisfazer a seus próprios interesses. na administração das alianças que mora o perigo. A forma como se angariam apoios políticos é um importante gerador de corrupção. Como existem dezenas de milhares de cargos a repartir entre aliados – 23 mil só no governo federal; nos estados e municípios o número total é desconhecido -, o mecanismo acaba por povoar os governos das três esferas com aventureiros de toda espécie.
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ão obstante, o governo Lula terá de vigiar seus aliados muito de perto (como também o seu próprio pessoal, é claro), se não quiser ver novos e variados escândalos estourarem em seu quintal. Terá de montar mecanismos compensatórios para os riscos incorridos. Não terá muitas alternativas para fazer isso. Terá de usar as estruturas de controle existentes no governo federal: o COAF, a Receita Federal, a Controladoria-Geral da União (a Polícia Federal não é órgão de prevenção, mas de repressão, e por isso não é listada). Uma tal vigilância teria de ser planejada, o que exige inteligência e bom senso. No governo não falta quem tenha inteligência. Quanto ao bom senso, não se sabe como se distribui, desconfiando-se de que seja menos comum. Espera-se do presidente que tome medidas concretas para dar ao possível bom senso espaço para a prevenção à corrupção.
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CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA
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Indicadores Econômicos
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7,72
por cento é a variação acumulada pelo Ibovespa – principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo – no mês de outubro.
31/10/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 27/10/2006 27/10/2006 27/10/2006 27/10/2006 27/10/2006
P.L. do Fundo 10.800.144,02 1.472.846,18 8.027.315,70 17.614.648,25 1.308.941,70
Valor da Cota Subordinada 1.226,080136 1.112,798534 1.193,544906 1.116,344790 1.118,488785
% rent.-mês 2,0652 1,6883 2,7183 -0,3586 1,4453
% ano 25,4981 11,2799 19,3545 11,6345 11,8489
Valor da Cota Sênior 1.011,475880 1.098,566312 1.113,241704 0 0
% rent.-mês 1,0893 0,9997 1,0893 -
% ano 1,1476 9,8566 11,3242 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
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COMÉRCIO
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Congresso Planalto Seção Destaque CPI
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REELEITO, GOVERNADOR É EXPULSO POR ADERIR A LULA
Ele (Maggi) enviou e-mail pedindo a desfiliação, mas voltou atrás. Roberto Freire
PARTIDO ENTENDE QUE APOIO DO GOVERNADOR DE MATO GROSSO A LULA FOI UMA TRAIÇÃO INACEITÁVEL Givaldo Barbosa / AE
PPS REQUER EXPULSÃO DE MAGGI
FREIRE: MD DEVE FAZER OPOSIÇÃO AO GOVERNO LULA
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O pedido de afastamento do governador reeleito Blairo Maggi foi encaminhado ontem ao Conselho de Ética da legenda pela presidência do partido.
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presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), anunciou ontem que a executiva nacional do partido encaminhou ao Conselho de Ética da legenda, após votação, a expulsão do governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi. A recomendação foi motivada por causa da adesão de Maggi à candidatura do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno, descumprindo a decisão da sigla de apoiar o candidato Geraldo Alckmin (PSDB). Freire considerou "abjeta" a afirmação de Maggi de que apoiava Lula em troca de liberação de recursos para o Estado e o agronegócio. O presidente nacional do PPS avaliou que, dentro de um mês, no máximo, sairá a decisão do conselho sobre a saída forçada. Nesse meio tempo, Maggi será citado para apresentar a defesa. "Creio que será um processo rápido porque te-
remos de convocar mesmo uma reunião do diretório nacional para discutir a fusão (com o PMN e PHS) e esse assunto do governador entrará também", afirmou. Segundo Freire, Maggi não sustentou a palavra que teria dado, "em toda a imprensa, inclusive", de que se desfiliaria naturalmente da legenda. "Enviou e-mail pedindo a desfiliação ou uma licença, mas voltou atrás", afirmou. Longe da discussão, Maggi informou que adotará partir de hoje duas medidas emergenciais para conter gastos públicos: demitirá 500 dos 1.300 funcionários públicos estaduais comissionados e reduzirá para meio período o expediente de trabalho em todas as repartições públicas, exceto nas áreas essenciais. O governo do Mato Grosso tem uma previsão de déficit entre R$ 220 milhões e R$ 290 milhões no fim do ano, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).(AE)
Aqui, não: presidente do PPS, Roberto Freire, anuncia encaminhamento da expulsão de Maggi. Celso Jr / AE
PFL ESPERA ROSEANA PEDIR DESLIGAMENTO
Para o partido, não há espaço para quem não segue a legenda.
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executiva do PFL, reunida ontem em Brasília, não discutiu o processo disciplinar aberto contra a senadora Roseana Sarney (PFLMA), que está sujeita à expulsão por ter desobedecido a orientação partidária e declarado voto a Lula na disputa presidencial. Mas as declarações do próprio presidente do partido, Jorge Bornhausen deixaram claro que, aliada a Lula, Roseana não tem mais espaço no partido. "Nossa posição não admi-
te adesismo", disse o senador. "Qualquer solução é aceitável, menos a de um filiado se manter no PFL, votando contra a orientação partidária", completou. Na verdade, porém, a saída que os pefelistas consideram ideal não é a punição à senadora, mas seu desligamento
voluntário da legenda. Bornhausen afirmou que o processo só deverá estar concluído no final de novembro. O prazo para a apresentação de defesa de Roseana ainda não está encerrado. "O assunto está em contencioso partidário. Aguardamos a senadora", afirmou.
futuro partido Mobilização Democrática (MD), fusão do PPS, PMN e PHS, decidirá em congresso nacional, que deverá ser realizado no início de dezembro, qual será a posição em relação ao segundo mandato do governo do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente nacional da legenda, deputado Roberto Freire (PE), adiantou que a legenda defende a oposição à administração federal. "Tudo o que é novo desperta a curiosidade: será que vai mudar? Mas esse governo não tem massa crítica nem massa cinzenta para mudar", criticou, em declarações publicadas na página da sigla na internet. "É claro que vamos apoiar os projetos de interesse do País, mas estaremos na oposição, onde as urnas nos colocaram", ressaltou, e afirmou que as eleições não absolveram o Poder Executivo, que continuará a ser investigado. "Fazemos oposição não só aos descalabros éticos, ao assalto ao poder para perpetuar ali um partido político, mas também à política econômica", disse. Segundo Freire, "o governo não sabe o que fazer para o País crescer". (AE)
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Empresas Finanças Estilo Nacional
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SCRAPBOOKING É MODA NOS EUA HÁ OITO ANOS
ADULTOS IMITAM CRIANÇAS E BRINCAM DE COLAGEM da é reduto feminino Scrapbooking chega ao País, mas ain
Fotos:Paulo Pampolim
Da esq. para a direita, Adriana e Cláudia Sala, da Paperchase: preferência por produtos nacionais
Arquitetas brasileiras já lançaram três livros sobre scrapbooking. O último, há uma semana.
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ão é um hobby barato – longe disso. Dá muito trabalho – cada página demora horas para ficar pronta. Mas quem faz adora. É a mania do scrapbooking, a moda de enfeitar álbuns de fotografias. Nascimento de um filho, primeiro ano da criança, aniversário, casamento, aquela tão sonhada viagem – tudo é motivo para que belíssimas páginas sejam criadas. Haja fita, papel colorido e aplique para tanta imaginação. A produtora de eventos Alessandra de Souza Oliveira, uma adepta da prática, conta que transformou o quarto da empregada em ateliê e vira e mexe faz cursos sobre novas técnicas de scrapbooking. Até aprendeu a usar o Photoshop (software de imagens) para retocar suas fotografias. "Eu achava o cúmulo fazer uma aula de artesanato. Pensava que encontraria um bando de mulheres desocupadas. Vi que tem muita gente, como eu, procurando uma atividade", diz Alessandra, que começou a praticar o hobby depois que foi diagnosticada como workaholic e o médico lhe receitou algum tipo de artesanato para controlar a ansiedade. Ela descobriu o scrapbooking na internet, pesquisou quem já o praticava no Brasil e achou a Paperchase, uma papelaria que existe há 15 anos na Vila Nova Conceição e cujas proprietárias definem muito bem o hobby: associação de imagens e fotos como forma de decoração de fotografias. Segundo Adriana Sala, que, ao lado da irmã Claudia, toca a Paperchase, o scrapbooking virou moda nos Estados Unidos cerca de oito anos atrás. "Nas minhas viagens, percebi que a atividade começou a ter espaços cada vez maiores em feiras do setor." As duas viram que estava na hora de "incrementar as vendas" e aumentar o tíquete médio da papelaria. Para tanto, a dupla, que já vendia álbuns de fotografias, passou a vender "coisas para incrementar" a parte interna desses álbuns. Cada página de scrapbooking é chamada (e tratada como) projeto. Como o gosto norte-americano, diz Adriana, é diferente do brasileiro, a Paperchase só importa o que tem a cara da loja. "Damos preferência ao produto nacional. Nem tudo que é rentável lá fora vende aqui." Fitinhas e babados Pelo curso básico de scrapbooking da papelaria – uma terceira irmã, Roberta, ministra muitas das aulas – já passaram cerca de 2 mil pessoas. A enorme maioria, mulheres. "Os homens acham que tem muito fru-fru, muita fitinha", conta Adriana. Em compensação, cerca de 40% das alunas voltam atrás de novos cursos. Outra dupla que tem uma empresa de scrapbooking é formada pelas arquitetas Taís Calil e Flavia Terzi. Elas montaram a Pedaços Scrapbook depois que Taís voltou da Austrália, onde morou e conheceu essa forma de artesanato. A necessidade de informação em Português fez com que as amigas lançassem, em 2005, o primeiro livro sobre scrapbooking editado no Brasil. A procura por esse tipo de literatura foi tamanha que, no último sábado, Taís e Flavia lançaram o terceiro livro delas, "Páginas Rápidas para Scrapbooking". "Quem gosta de foto e de artesanato, adora scrapbooking", diz Taís. Comemoração A dupla descobriu ainda um novo nicho dentro do negócio: a realização de festas de aniversário. A aniversariante convida suas amigas para três horas de atividade, incluindo uma aula. Dependendo do projeto escolhido, o preço varia de R$ 25 a R$ 45 por pessoa. A Pedaços fornece o material e o bolo, além da aula. Os convi-
Exemplo de página com a técnica: fitinhas e papéis coloridos
As sócias Taís Calil e Flávia Terzi (de vermelho): aniversário na aula
aluna da Paperchase, a economista Andréa Carpes Blanco, ri quando lhe é feita a mesma pergunta. "Gasto uma fortuna", assume ela. Custos e dificuldade (o nível de complexidade está relacionado à técnica que a pessoa escolhe para o projeto) à parte, a economista, que já fez oito cursos sobre o tema, diz que tudo vale a pena quando mostra o resultado final de seu trabalho à família e aos amigos. "O mais legal do scrapbooking é a reação das pessoas quando vêem meu álbum de fotos." Alessandra Oliveira: novo hobby
dados levam suas fotos – no geral, cada projeto gira em torno de apenas uma fotografia – e vão embora felizes da vida com uma página, onde diversos papéis, fitas e botões criam uma elaborada sobreposição. Quanto ao custo do scrapbooking, a ex-workaholic Alessandra nem pára para pensar quanto gasta por mês. Outra
Kety Shapazian
SERVIÇO Paperchase: (11) 3842-3519 Pedaços Scrapbook: (11) 3884-3012 Gifts & Cards:(11) 3024-3817 Scrap Sampa: (11) 5093-4555 Sweet : (11) 3814-1950 Criando Memórias: (11) 9436-5553
Técnica tem 100 anos
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egundo a arquiteta Cristianne Dias, fundadora do s i t e w w w . s c r a p b o o k b r asil.com.br, a prática de colagem para enfeitar álbuns existe há 100 anos. Contudo, a maioria dos papéis, etiquetas e adesivos usados no começo eram prejudiciais às fotografias. Com o tempo a cola soltava, detalhes caíam e papéis ama-
relavam. Hoje, a atividade é mania nos EUA, Austrália, Canadá e Inglaterra. A rainha Victoria, da Inglaterra, tinha álbum de scrapbook exposto no palácio. O escritor norte-americano Mark Twain separava os domingos para seu hobby. Thomas Jefferson, ex-presidente dos EUA, também foi adepto. (KS)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quarta-feira e quinta-feira, 1 e 2 de novembro de 2006
A loja virtual deve acrescentar R$ 80 mil ao orçamento do Instituto Coca-Cola Brasil
SEDE DE BENEFÍCIOS O Instituto Coca-Cola Brasil lança um site para vender produtos licenciados com parte da renda para ações sociais. Espera arrecadar R$ 80 mil
Divulgação
Simões: "A única forma de mudar a realidade é trabalhar em rede".
A
s ações de responsabilidade social do Instituto CocaCola Brasil passam a contar com uma nova fonte de recursos, fruto da venda de produtos licenciados da marca pela internet. A partir de 20 de novembro entra em operação a Loja Coca-Cola Brasil, resultado de uma parceria entre a fabricante de refrigerantes e a Americanas.com, que administrará o ponto-de-venda e o promoverá em seu site. A expectativa é que o comércio virtual dos produtos da marca – 20 licenciamentos, inicialmente – acrescentem, ao longo do próximo ano, R$ 80 mil ao orçamento do Instituto CocaCola Brasil. In ici al men te estarão à venda produtos como bonés, mochilas, artigos de decoração e eletrônicos. No médio prazo, o mix deverá
A verdade está no ensino
Divulgação
Conselho: notáveis ajudarão o Instituto a encontrar novos parceiros
chegar a um total de 100 itens. "Até 2006, 100% do nosso orçamento foi dado pelo sistema Coca-Cola Brasil (formado pela empresa e seus 17 franqueados)", explica o diretor superintendente do Instituto CocaCola, Marco Simões. O aporte, da ordem de R$ 7 milhões ao ano, deve saltar, em 2007, para a casa dos R$ 11 milhões, dos quais R$ 7,5 milhões virão do fabricante de refrigerantes. Para compor o total, o instituto
começa a pensar em outros formatos de captação de recursos. Além da loja virtual, já concebida, a possibilidade de uma parceria com uma bandeira de cartão de crédito é outras das opções em estudo. Conselho - As novidades do Instituto Coca-Cola Brasil não param por aí. Também foi anunciada ontem à imprensa, no Rio de Janeiro, a criação de um conselho consultivo, formado por 14 membros, que
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o pólo turístico da região, formado por hotéis, pousadas e estabelecimentos comerciais. Atualmente, o município do Guarujá conta com uma população de 250 mil habitantes. Ele recebe um milhão de turistas a cada verão e o IBV pretende capacitar os moradores da cidade para que estes preencham as vagas que são criadas para atender este público. Por isso, o Instituto quer estabelecer parcerias com mais igrejas, associações de moradores de bairros e organizações não governamentais para alcançar essas metas. "Existem, hoje, 11 mil famílias no Guarujá que recebem o Bolsa Família. Nosso objetivo é capacitar as pessoas para que elas tenham chance de entrar no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, reduzir os riscos sociais. Atualmente, há uma estimativa não-oficial que indica haver 52 mil jovens nesta situação de risco no Guarujá. Incluí-los será uma verDivulgação dadeira iniciativa de respon sabil idadade social", diz o diretor executivo do IBV, Rogério Ruschel. C i d a da n i a e formação – Ele explica que através de um procesSampaio Filho: ação pelo resgate da cidadania s o d e c o n s-
nclusão social e resgate da cidadania através da educação. Esta é a principal meta do Instituto Brasil Verdade (IBV), que nasceu em 2005, e está iniciando suas atividades, como cursos de alfabetização e de capacitação profissional, além de palestras, com o Projeto Guarujá, no litoral paulista.
passam a trabalhar junto ao instituto. Sua primeira reunião aconteceu ainda ontem. "Passamos a contar com uma série de notáveis. Eles vão nos dar uma contribuição diferente, nos ajudarão a ser mais estratégicos. A qualidade das nossas ações será melhor", afirma Simões. Na lista de 14 notáveis figuram nomes como Viviane Senna (Instituto Ayrton Senna), Roberto Civita (Editora Abril),
O Instituto nasceu da união de empresários, jornalistas e profissionais liberais que desejavam transformar a realidade de comunidades carentes através de cursos de alfabetização e capacitação profissional. Para o empresário, presidente da Sociedade Rural Brasileira e vice-presidente do IBV, João de Almeida Sampaio Filho, a meta do instituto é "buscar por meio do estímulo ao investimento social atuar pelo resgate da cidadania, mostrando às pessoas, e a quem puder ajudar, que todos têm o direito de serem cidadãos". Segundo ele, é preciso colocar o país na rota do desenvolvimento justo e competitivo. Esta aspiração já está se concretizando com as parcerias firmadas com a comunidade local do Guarujá. Atualmente, 113 pessoas da Igreja Apostólica Comunhão Cristã Guarujá já estão freqüentando os cursos de governança, hotelaria e comércio, todos voltados para atender
Roberto Wilson (Escola Americana e Opportunity Equity Partners) e José Luiz Cutrale (Suco Cítrico Cutrale). O superintendente Simões analisa que os conselheiros ajudarão a instituição a encontrar novos caminhos e parceiros. Parcerias - "A única forma de mudar a realidade é trabalhar em rede", justifica Simões, eleito diretor superintendente do conselho consultivo. O que se quer em última instância, é amplicar parcerias. Como a mantida com a Federação da Indústria do Rio de Janeiro (Firjan), que destina R$ 30 milhões para apoiar o Programa de Valorização do Jovem, em duas escolas daquele estado. Projetos - O projeto, criado junto com o Instituto, em 1999, está voltado a reduzir a evasão escolar. Hoje, além de apoiar iniciativas na área educacional, a entidade atua em projetos ligados ao meio ambiente e ao bemestar em geral das pessoas. Uma das novas áreas de atuação já está definida para 2007. "O conselho aprovou um projeto no segmento de água, que está em formatação", conta Simões. Fátima Lourenço
cientização que será implementado com palestras sobre cidadania e direitos o Instituto pretende fazer com que a população local se conscientize de seus deveres e direitos. "Em parceria com a Toledo e Associados, faremos uma pesquisa em dois bairros, um com moradores de alto poder aquisitivo e outro com habitantes das áreas menos favorecidas. O objetivo é estabelecer as diferenças nos níveis de conhecimentos destas pessoas a respeito do tema", diz. A partir disso, serão incluídas aulas de cidadania nos cursos profissionalizantes. Estes terão seus conteúdos voltados para formar mão-de-obra capacitada para trabalhar na rede hoteleira e no comércio do Litoral Sul de São Paulo. A primeira etapa já está sendo implementada: cursos de alfabetização de adultos a partir de 24 anos, bem como os de hotelaria, governança e noções de comércio. Este último visa o estímulo ao empreendedorismo na região. "Ao focar nossas ações em educação e cidadania, queremos transformar o IBV em uma marca para este tipo de iniciativa. Nossa meta é transformar o Instituto em uma franquia, para que suas ações alcancem um número maior de pessoas beneficiadas por nossos projetos", conclui Rogério Ruschel. Paula Cunha
Perspectivas transformadas
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stimular o progresso pessoal e profissional dos moradores transformou-se na meta da Comunhão Cristã Guarujá – Igreja Apostólica ao se associar ao Instituto Brasil Verdade para desenvolver cursos profissionalizantes e palestras sobre cidadania. O projeto de realização destes projetos será lançado oficialmente na cidade na próxima terça-feira. A parceria já está rendendo frutos com as 113 pessoas que começaram a transformar suas perspectivas profissionais através dos cursos de governança, hotelaria e noções de comércio. Este último pretende estimular o empreendedorismo, já que há uma enorme gama de serviços que podem ser oferecidos na cidade do Guarujá, que recebe cerca de um milhão de turistas durante o verão. "A parceria com o IBV é muito importante porque capacita
as pessoas. Elas têm grande dificuldade em encontrar emprego no Guarujá e as vagas que se criam em geral são sazonais", explica Maria Izabel Garduzi, pastora da Comunhão Cristã Guarujá. Ela conta que o comércio local está incentivando esta parceria e já manifestou sua intenção de ajudar no projeto. Os comerciantes vêem na iniciativa uma oportunidade para qualificar balconistas, telefonistas e recepcionistas e melhorar o atendimento aos clientes. E cita que o curso de governança é um dos que apresenta perspectiva de maior sucesso, pois a rede hoteleira local está se expandindo rapidamente, com hotéis de luxo. "O Grupo Silvio Santos está construindo uma unidade da rede hoteleira Sofitel na região e há outros empreendimentos imobiliários no Guarujá que atraem as pessoas que precisam empre-
go", conta Maria Izabel. Procura – Ela acrescenta que a igreja já está sendo procurada por interessados e que já existe um cadastro para matricular os alunos nas próximas turmas tanto dos cursos voltados para hotelaria quanto de alfabetização. A aceitação tem sido grande e a associação dos moradores locais está distribuindo panfletos para divulgar o curso. Tanto a entidade quanto a igreja estão aproveitando esta oportunidade para fazer um cadastro com os dados da população local e obter informações completas sobre como vivem essas pessoas. "Acreditamos que o projeto vai transformar a região, que necessita criar mais empregos. Todos os cursos serão gratuitos. As pessoas precisam entrar com a vontade de vencer e o resto é fornecido por nós", conclui. (PC)
sexta-feira, sábado e domingo, 3, 4 e 5 de novembro de 2006
Finanças Empresas Nacional Imóveis
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 A balança comercial teve superávit de US$ 3,916 bilhões em outubro. No ano, o superávit soma US$ 37,891bilhões.
UE QUER MAIS CLAREZA DE EVO MORALES
DADO CONSTA DE BALANÇO DA ACSP, QUE TAMBÉM APUROU CRESCIMENTO NAS VENDAS A PRAZO NO ANO
INADIMPLÊNCIA SOBE 4,8% EM OUTUBRO CESTA BÁSICA A cidade de São Paulo teve a cesta básica mais cara do Brasil em outubro: R$ 179,74.
VEÍCULOS Venda até outubro foi de 1,540 milhão de veículos, 12,2% acima de igual período de 2005.
PETRÓLEO Preço negociado para dezembro caiu ontem para US$ 57,90 o barril em NY.
Ó RBITA Miguel Rojo/AFP
FMI ALERTA AL
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União Européia (UE) irá se reunir com o presidente da Bolívia, Evo Morales, neste fim de semana para cobrar de La Paz uma "postura responsável" em relação aos investidores estrangeiros. Durante a Cúpula Iberoamericana, que começou ontem em Montevidéu, no Uruguai (foto), e reúne 22 países, a comissária de Relações Exteriores da Europa, Benita Ferrero Waldner, agendou uma conversa com Morales. "A mensagem será clara: a Bolívia precisa recriar o clima de confiança com os investidores", disse um funcionário de alto escalão em Bruxelas, que pediu para manter o anonimato. Para os europeus, uma situação mais favorável e de estabilidade jurídica será essencial para que os bolivianos A TÉ LOGO
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consigam atrair mais investimentos nos próximos anos. "Sempre tivemos ótimas relações com a Bolívia. Mas ficamos inquietos com as medidas de nacionalização de alguns setores, como o de petróleo", defendeu o negociador. Os interesses espanhóis são os principais afetados na Europa pelas medidas de Mora-
les. Por meio da argentina YPF, a espanhola Repsol atua em 27% das reservas de gás da Bolívia. Mas não são apenas os espanhóis que querem que a UE defenda seus interesses. Benita Ferrero Waldner teria instruções dos governos da Inglaterra, Bélgica e França para tratar do assunto da nacionalização do gás. (AE)
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Indústrias de Manaus vão contratar três mil temporários para produção de Natal
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Governo estuda medidas para destravar concessão de microcrédito
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Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou contra o rápido crescimento dos gastos dos governos da América Latina no seu relatório Panorama Econômico Regional. Segundo o Fundo, os países da região vão manter o crescimento robusto dos últimos anos, e prevê alta de 4,75% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina em 2006 e 4,25% em 2007. Para o Brasil, a expectativa é de 3,2% neste ano e 4% no ano que vem. Mas o FMI afirma que muitos países não têm aproveitado os anos de bonança para aumentar a taxa de poupança, reduzir dívidas ou investir em infra-estrutura. "Como a dívida pública continua alta e as melhoras na posição fiscal se devem a fatores conjunturais, o aumento de gastos é muito preocupante", diz o relatório. "Na maioria dos países, a política fiscal é expansionista, em uma época em que o rápido crescimento oferece a oportunidade de reduzir o endividamento." (AE)
UE x BOLÍVIA
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quantidade de re- tre os meses de outubro de gistros cancelados 2005 e outubro deste ano, cresn o c a d a s t r o d e ceram 4,4%. Já as consultas ao maus pagadores Usecheque (referência das do Serviço Central de Proteção vendas à vista), no mesmo peao Crédito (SCPC), da Associa- ríodo, aumentaram 3,8%. Alção Comercial de São Paulo fieri diz que a melhora pode (ACSP), teve baixa de 3,4% em ser fruto das antecipações de outubro na comparação com parcelas do 13º salário ou do igual período do ano passado. marketing escolhido pelas loJá o número de registros rece- jas para o Natal 2006. "O cobidos na lista de inadimplen- mércio diz: 'Compre agora e tes aumentou 4,8%. "Foi a pri- pague só em dezembro'. As v e n d a s m emeira estatística negativa lhoraram neste mês, mas de 2006", diz o economista pode ser que Emílio Alfieno final do ri, do Instituano sofram to de Econouma pequena foi o aumento do queda", afirmia Gastão número de consultas Vi d i g a l , d a ma. O e c o n oACSP. ao Usecheque Segundo mista destaca em outubro, na que o resultae l e , o c o mprometimendo reflete a comparação melhora verit o d a re n d a com igual mês dos consumificada na sedo ano passado. gunda metadores com as compras a d e d e o u t uprazo foi um bro, já que o dos principais motivos do re- feriado prolongado de Nossa sultado. "As pessoas não estão Senhora Aparecida prejudicou conseguindo quitar suas dívi- o desempenho do varejo na pridas. Ao contrário, se endivi- meira quinzena. "Os feriados são os grandes vilões do comérdam cada vez mais", afirma. Para o diretor do instituto, cio paulista. Em novembro não Marcel Solimeo, ainda não é será diferente, com o Dia de Fipossível afirmar se essa é uma nados, o Dia da Proclamação tendência ou apenas um dado da República e o Dia da Conspontual. "De qualquer forma, ciência Negra. No geral, a ecoserve de alerta para os finan- nomia continua morna. Infelizciadores", avalia. mente não teremos um ano de Vendas — As consultas ao recuperação como esperávaSCPC, que servem de termô- mos", finaliza Alfieri. Vanessa Rosal metro das vendas a prazo, en-
Abimaq cria fundo para financiar empresas associadas com grandes pedidos
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Compor tamento Ambiente Av i a ç ã o Polícia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 3, 4 e 5 de novembro de 2006
A DESMILITARIZAÇÃO É DEFENDIDA POR MUITOS
Os aeronautas, aeroviários e controladores estão no limite. Graziela Baggio, presidente do Sindicato dos Aeronautas,
PASSAGEIROS
Uma mãe e seu filho em fila no aeroporto de Salvador. Em Cumbica, Guarulhos, passageiras aguardam partida do vôo sobre malas. Haroldo Abrantes/A Tarde/F. Imagem
Almeida Rocha/Folha Imagem
Haroldo Abrantes/A Tarde/F. Imagem
CLASSE ZERO
Falta de previsão de embarque no aeroporto de Salvador levou passageiros ao desespero.
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s lucros das companhias aéreas voam alto no País, m a s a e s t ru t u r a permanece no chão. A bagunça nos aeroportos nacionais na última semana, na opinião da presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziela Baggio, é uma conjunção do caos estrutural e da falta de investimento em pessoal. Com o aumento da concorrência entre as empresas aéreas e a entrada de companhias de lowcost e low fare, os investimentos em novas aeronaves, políticas para compra de combustível e importação de peças aumentaram, mas o mesmo não aconteceu com os quadros de funcionários. "Os aeronautas, aeroviários e controladores de vôo estão sendo levados aos seus limites", disse Baggio. A estrutura da aviação brasileira é uma das grandes responsáveis pelo apagão instalado no setor. O start do caos assistido pelo País na última semana foi causado pelos controladores civis de vôo brasileiros, que não fizeram mais que atender rigorosamente a regulamentação da profissão. Apesar da suspeita de que a operação-padrão é um mea culpa dos controladores pelo acidente com o Boeing 737 da Gol, é verdade que as condições dos trabalhadores da classe nunca foram tão ruins. A regulamentação prevê que cada controlador opere as rotas de, no máximo, 14 aeronaves, mas esse número chega a 22. O crescimento do setor não foi acompanhado pela formação de novos profissionais. O concurso para a contratação de 144 profissionais foi suspenso. O último concurso foi em 1986.
Antonio Gauderio/Folha Imagem
POUCO INVESTIMENTO EM PESSOAL
A regulamentação prevê que cada controlador opere as rotas de, no máximo, 14 aeronaves. Mas, esse número chega a até 22.
Quebra-quebra, filas e tráfego aéreo paralisado
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pior dia da história dos aeroportos do País teve ontem quebra-quebra, filas e os atrasos atingiram 100% dos vôos das companhias. Foi preciso pedir ajuda às polícia Federal e Militar para controlar a revolta de passageiros, que agrediram funcionários de empresas. Todos os controladores de vôo militares foram chamados. Mesmo rejeitando a ex-
pressão apagão aéreo, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno da Silva, disse que às 3h de ontem, "o tráfego aéreo estava completamente paralisado". Foram convocados 149 controladores de vôo do Centro de Controle Aéreo de Brasília (Cindacta-1), formando uma "força-tarefa" para "resolver o que travava o País: a circulação dos aviões".
Os militares que deixariam o trabalho pela manhã tiveram de ficar no Cindacta-1, esperando uma nova escala de trabalho. A medida, considerada "autoritária" por controladores, chegou ao conhecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está descansando em Salvador. Preocupado, o presidente pediu ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que en-
trasse na negociação com os controladores, estudando a criação de um plano de carreira específico. O apagão nos aeroportos deve continuar durante todo o feriado. A Infraero previu ontem que os vôos só devem se normalizar em quatro ou cinco dias. Ele admitiu que todos os vôos das grandes companhias - cerca de 600 sofreram atrasos. (AE)
Além do estresse da profissão, os controladores estão sobrecarregados. Os profissionais que atuam no aeroporto de Congonhas, também são responsáveis pelo monitoramento do tráfego aéreo dos aeroportos de Guarulhos, Campo de Marte e Viracopos, em Campinas. Há alguns meses os controladores do Rio e de São Paulo passaram a monitorar também o corredor aéreo que liga os dois estados, antes responsabilidade do Cindacta 1 (Centro integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), órgão controlado pelo Ministério da Aeronáutica. "Apesar da tecnologia de ponta do Sivam e os investimentos em infra-estrutura que o Brasil adotou para a aviação, coisas básicas foram ignoradas. O tempo de descanso do controlador não é respeitado, não há apoio psicológico e a defasagem do salário desgastam o profissional", resumiu Baggio. O apagão tem raízes mais profundas. A confusão começa pela administração militarizada. Dos cerca de três mil trabalhadores responsáveis por todo controle do tráfego aéreo do Brasil, 80% são militares e o restante civis, todos subordinados a Aeronáutica. "Onde já se viu, um trabalhador comum responder militarmente, sem ser militar?", questionou Baggio. A desmilitarização é uma bandeira defendida por muitos. Há seis meses foi criada a Agência Nacional de Aviação Civil - uma agência regulamentadora independente. Uns defendem a privatização, outros a abertura do céus para a aviação comercial, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos. Flávia Gianini
DIÁRIO DO COMÉRCIO
GASTRONOMIA
4 -.LAZER
sexta-feira, sábado e domingo, 3, 4 e 5 de novembro de 2006
Fotos: Luludi/LUZ
O poderoso blog de Asimov José Guilherme R. Ferreira
E Medalhão de chester ao molho de gengibre, acompanhado de legumes gratinados. E o salão: 70 lugares
No centro, mas sem pressa Lúcia Helena de Camargo
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eaberto há um mês depois de ficar quatro anos fechado, o restaurante L’Ancienne Cuisine & Bar é uma das raras opções de boa gastronomia no centro da cidade. A cozinha é comandada pelo chef Gerson da Conceição dos Santos, que possui larga experiência no Clube
O bar, com happy hour a partir das 17h, e os sócios Márcio Alexandre e Andréa Guedes: tranqüilidade
hour, que começa às cinco da tarde e Transatlântico, de onde são egressos ainda os atuais sócios da casa, Márcio segue, ao gosto dos clientes, até 22h. Os preços continuam convidativos Alexandre e Andréa Guedes. O bufê de almoço funciona de nesse horário. A caipirinha sai por R$ segunda a sexta, do meio dia às 6; a capiroska, R$ 7. As cervejas custam R$ 3. Uma dose de uísque 15h, com preço de R$ 24, trazendo sempre dez saladas e petiscos Red Label, R$ 8; e Black Label, R$ 12. E para acompanhar o drinque: a (ótimos pastéis de carne e queijo), dois pratos quentes e cinco porção de filé com gorgonzola custa R$ 14 e o prato de amendoins, R$ 3. guarnições, além de dez sobremesas, sendo Se alguém quiser ficar para o jantar, é cinco doces e cinco frutas. No cardápio só pedir o cardápio à la carte, que tem de fixo, há a feijoada, que aparece toda filé de frango (R$ 24) quarta-feira, e o a camarão à provençal (R$ 50), bacalhau à moda do chefe, servido às um dos mais pedidos do menu. sextas. E para começar com Com 70 lugares, o restaurante possui música o fim de semana, nesse dia o uma ala independente, que almoço tem acompanhamento acomoda 15 pessoas, que pode ser fechado de som de piano, tocado pelo músico para almoços Steak de filé ao molho reservados. Os donos Haroldo. As criações de Gerson vão de pretendem tornar o ambiente ainda abobrinha recheada com queijo mais acolhedor, distribuindo floreiras e branco a um caprichado steak de filé incluindo uma pequena cascata no mignon ao molho. Há ainda fundo. "Procuramos oferecer uma refeição de qualidade, com preço justo, medalhão de chester ao molho de gengibre e risoto de palmito. A para aproveitar sem estresse", resume interessante gelatina de coca-cola e o Alexandre. De fato, L’Ancienne é lugar bolo de morango fazem sucesso na para entrar e esquecer que se está no nervoso centro da capital paulista. mesa de sobremesa. Freqüentado por corretores da Bolsa de Valores de São Paulo L’Ancienne Cuisine & Bar (Bovespa), executivos e pessoal dos Rua Líbero Badaró, 621, Centro, escritórios da região, o restaurante é telefone (11) 3105-4535. procurado também para o happy
ric Asimov é sobrinho do escritor Isaac Asimov (19201992), autor que popularizou a ciência. Eric, entretanto, não faz ficção científica como o tio. Pé no chão, seu tema passa pelos terroirs. É o crítico-chefe de vinhos do New York Times e desde meados de março mantém em efervescência o blog The Pour, onde posta seus comentários sobre os prazeres e os negócios da mesa, do vinho, dos aperitivos e da cerveja. Sua entrada no mundo dos blogueiros foi comemorada por seus pares. Tom Wark, no seu Fermentation, escreveu que o meio, em plena ascensão, ganha credibilidade com o ingresso de escritores profissionais. O fato de Asimov não poupar o mito Robert Parker nem os "xaropes" californianos foi saudado pelo blog amuse bouche. Asimov é o criador do $25 and Under, espaço de resenhas
de restaurantes de baixo custo que "não se encaixavam em outras colunas". Escreveu no $25 ... de 1992 a 2004, período em que saía para comer fora em Nova York pelo menos dez vezes por semana. Alçado a crítico-chefe de vinhos do NYT (gostaria de ser o "Alto Sacerdote do Vinho" do jornal, brinca), é distinguido mesmo como "o cara do vinho". Combina mais com sua juventude e preocupação em não ser um mero resenhista de safras e sim um escritor assumidamente "nãointervencionista", que pretende pisar no terreno onde o vinho e a cultura se encontram. "Algumas pessoas gostam de Bordeaux que tem gosto de Cabernet do Vale Napa. Prefiro Cabernet do Vale Napa que tem gosto de Bordeaux". O blog de Asimov é feito de provocações inteligentes como esta. Com o poder da chancela do NYT.
http://thepour.blogs.nytimes.com/ http://fermentation.typepad.com/fermentation/
FESTIVAL
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Divulgação
radição é algo bom, mas combinada com novidades é ainda melhor. Com esse lema, Marie-France Henry, dona do restaurante La Casserole, um clássico entre os franceses da cidade, inventou o Festival França dos Três Continentes, com sabores de ex-colônias francesas. O menu especial permanece até o dia 12. Três pratos, servidos apenas no jantar, traduzem o intercâmbio cultural e gastronômico entre a França e suas antigas colônias. Ajustados ao paladar brasileiro, foram mantidos os ingredientes originais das receitas, e apenas mudados alguns acompanhamentos. Guadalupe, uma das sete ilhas que compõem as Antilhas Francesas no Caribe, está representada no Colombo de camarões com chutney de manga (R$ 63). O arquipélago de Nova Caledônia (no Pacífico) chega à mesa com Bougna, uma mistura de frango, peixe, batata doce, banana e tomate regados com leite de coco e assados em folha de bananeira (foto, R$ 36). E o sabor da Costa do Marfim, colônia francesa de 1893 a 1960, é o Kédjénou, um cozido de frango com legumes, acompanhado de purê de mandioca (R$ 32,50). O La Casserole fica no Largo do Arouche, 346, Centro, telefone (11) 3331-6283. (LHC)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
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RESENHA
NACIONAL
UM POUCO DE HISTÓRIA PARA MÁRCIO THOMAZ BASTOS
N
G Lula é produto
da imprensa livre? Não! Imprensa livre desde que esquerdista e petista. Lula surgiu no cenário político no tempo em que praticamente todo o jornalismo se alinhava com à esquerda porque, afinal, se opunha à ditadura. E Lula era uma espécie de fauno encantado dos melhores sonhos esquerdistas: “Enfim, temos o nosso operário”. Os comunistas de então - houve um tempo em que a esquerda lia ao menos os livros de esquerda - não o levaram a sério porque os líderes revolucionários sempre foram intelectuais, oriundos das classes superiores. Viam no sindicalista do ABC um arrivista e oportunista. Mais tarde, a história provou que aquele juízo estava mais ou menos correto. O Apedeuta é só o chefe de uma nova classe social que chegou ao poder. Mas volto. Ele encarnava o sonho dourado dos intelectuais brasileiros. Enfim, o líder orgânico, das massas. Veio a plena democratização, e ele continuou na oposição, sabotando todos os governos, pondo seu
Céllus
CULTO
Educação e federalismo
partido para votar sistematicamente contra o que quer que emanasse dos adversários políticos. E continuou a gozar da simpatia dos jornalistas. Com a politização do Ministério Publico, formou-se a Tríplice Aliança: Imprensa-PT-MP, que ajudou, diga-se, a depor Fernando Collor. Por justos motivos. Lula é produto da imprensa livre? Não! Ele é produto da imprensa livre desde que esquerdista e petista. O que ele não suporta nela hoje em dia? Justamente a independência — ao menos de uma parte, é claro. Até quando era tratado como inimputável, porque ex-pobre, exoperário, ex-líder sindical etc, tudo ia bem. As coisas começaram a ficar pesadas quando o Babalorixá de Banânina percebeu que há um sentido para a liberdade que não coincide exatamente com o do petismo. E setores da própria imprensa, felizmente, começaram a perceber o mesmo. Não, ministro! O senhor está errado. Há, sim, hoje uma imprensa livre no Brasil. Livre, inclusive, dos preconceitos e da idiotia esquerdistas. E essa imprensa Lula não suporta. Ao contrário: acredita que ela tem de ser submetida ao “controle democrático”.
PAULO SAAB
O
tema educação é recorrente. Sob todos os aspectos que possa ser analisado, sempre se destaca como o mais importante e fundamental para o Brasil crescer em todos os sentidos. Somos um país ainda atrasado, ou como preferem alguns, usando de eufemismo, "em vias de desenvolvimento" (faz tempo), e somente conseguiremos encontrar um rumo definitivo de crescimento e justiça social quando a educação for de fato prioridade não só de governo, mas de toda a sociedade. Enquanto isto não ocorre, diagnósticos importantes a respeito do tema devem ser efetuados e discutidos. Com o título Educação e federalismo no Brasil, o professor Renaldo Gonçalves fez seu doutorado na PUC-SP, onde leciona, trazendo à luz como o federalismo brasileiro impacta na educação e propondo mudanças na forma de se tratar a questão no país. Considera o doutor em educação que "um novo modelo institucional de escola pública brasileira em perspectiva democrática, que amplie a escolaridade da população, não deve depender da riqueza da região, estado ou município onde o indivíduo reside, mas sim de uma gestão eficiente dos recursos totais que o País dispõe para aplicar nesta função". Alega Gonçalves que talvez "uma das contribuições deste estudo seja apontar para a necessidade de aumentar a coordenação sobre os gastos com educação, uma vez que existem mecanismos eficientes de captação, partilha e distribuição de recursos financeiros". Entre muitas contribuições, o professor Renaldo Gonçalves, em sua tese de doutorado, entende que importante avanço poderia ocorrer se fosse retirado do MEC, portanto da esfera fe-
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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solução para a otimização dos recursos para a educação no Brasil, em seu entender, poderia ocorrer com "a total centralização financeira do sistema educacional, utilizando a grande experiência que o governo central tem em arrecadar, partilhar e distribuir recursos financeiros aos subgovernos e governos locais. Com isso seria possível retirar do MEC as atividades executivas e normativas, transferindo-as e concentrando-as no Consed. Também, toda a experiência pedagógica acumulada no MEC, de gestão das suas escolas, deveria ser transferida ao Consed, para que este possa repassá-la aos estados e municípios. (...) A definição de papéis específicos no atendimento dos serviços educacionais, aumentando a especialização de cada nível de poder, seria fundamental para otimização dos recursos. Assim, de maneira indicativa, poderemos sugerir a seguinte distribuição: aos municípios caberia a especialização na pré-escola e no ensino fundamental, aos estados o ensino médio/universitário e ao governo central a parte financeira e a fiscalização de todo sistema de ensino", defende o autor. Mas, quem no Brasil, na esfera pública, se interessa por educação (de verdade)?
Educação para a produção
COMENTÁRIO DE REINALDO DE AZEVEDO HTTP://VEJA.ABRIL.COM.BR/ BLOGS/REINALDO/
B astos está errado. Há, sim, imprensa livre.
deral, a função de oferecer "todas as modalidades de ensino (as universidades federais poderiam ter um prazo de 10 a 15 anos para se tornarem estaduais), a pré-escola, o ensino fundamental e as escolas técnicas seriam transferidas com prazo mais curto (5 a 10 anos) para os estados. As faculdades municipais, em um prazo semelhante ao do governo central, seriam também estadualizadas".
S ó encontraremos o rumo do crescimento se a educação for prioridade
REINALDO PACHECO DA COSTA
O Antonio Cruz/ABr
ão posso ver um inocente que logo sou tomado de um frenesi iluminista. O ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos repetiu, nesta terça, uma frase do presidente Lula em um debate (ou o contrário, o que é mais provável) e disse que seu chefe não pode ser contrário à liberdade de imprensa “porque é produto dela”. Onde parece haver uma contradição, meu nobre causídico, há apenas uma oposição combinada. Eu explico.
JOÃO DE SCANTIMBURGO
mundo moderno nos impôs um grande sacrifício: a divisão do trabalho. Esta questão adentra na divisão técnica das profissões e de sua forma de educar. Por que, o quê, para que e como educar? Tomemos como exemplo a educação profissionalizante. E, mais especificamente, a área da Produção. No caso brasileiro, o profissional da Produção pode ajudar a entender os processos, "engenheirar" e operar os sistemas de operações industriais e de serviços, a princípio sem grandes modificações e investimentos. O Brasil, em especial, tem muitas dificuldades que exigem a participação deste profissional. Tem alguém satisfeito com o tempo que demora em se conseguir um financiamento imobiliário? Alguém está satisfeito com as filas nas mais variadas instituições governamentais? Alguém está satisfeito com a qualidade dos serviços judiciários? E as filas em pedágios, cartórios, Detrans, hospitais públicos, agências de INSS e com o cadastramento de documentos? A responsabilidade será de apenas um tipo de profissional? Claro que não! Mas o profissional da Produção deveria ser obrigatoriamente um dos primeiros envolvidos no processo de estudo e de proposições à resolução e melhoria desses problemas. Neste ambiente, como é possível desenvolver processos que melhorem a qualidade dos produtos e a produtividade empresarial? Os profissionais (da Produção) envolvidos com esta realidade têm obrigação de adquirir os conhecimentos técnicos e administrativos necessários para não só realizar suas tarefas, mas também para inovar e enfrentar a concorrência, que pode ser entendida como uma inexorável procura pelo aumento da produtividade econômica. A profissão adota como metas a lucratividade, eficácia, eficiência, adaptabilidade, flexibilidade, qualidade, e contínuo aperfeiçoamento de produtos e serviços, através de seus ciclos de vida. As humanidades e as ciências sociais (incluindo economia), ciências da computação, ciências básicas, ciências da administração, ha-
bilidades de comunicação altamente desenvolvidas, associadas aos conceitos físicos, comportamentais, matemáticos, estatísticos, organizacionais e éticos são aplicadas para atingir estes fins. Em termos de futuro, valem as seguintes tendências, que são pano de fundo estratégico às atividades educacionais da gestão da produção (operações): · Profissionais capacitados para o desenvolvimento de projetos integrados, desde a sua definição até a sua efetiva implementação e avaliação. · Para os profissionais de outras áreas, a necessidade de uma vivência de experiências administrativas de alto nível e atualizadas com o mundo globalizado. · Postura estratégica e tática de operações de produtos & serviços, potencializando a carreira e o desenvolvimento do profissional. · Envolvimento do profissional no processo de busca de soluções, diante do contínuo e crescente problema de competitividade nacional e internacional. · Cursos que busquem inserção internacional, fator fundamental na irreversível internacionalização das economias nacionais.
S
egundo a Associação Brasileira de Engenharia de Produção, a Engenharia de Produção tem hoje mais de 140 cursos de graduação, em 108 instituições de ensino. E 35 cursos de pós- graduação (mestrado e doutorado). Existem também vários cursos de pós-graduação lato sensu destinados à formação continuada profissionalizante na área de produção, modernamente conhecida como Gestão de Operações. Os cursos lato sensu são direcionados aos profissionais já graduados que desejam uma reciclagem e formação ampla em determinadas áreas. São exemplos destes cursos os MBAs e cursos de especialização existentes no mercado. REINALDO PACHECO DA COSTA É DIRETOR DE EDUCAÇÃO DA FUNDAÇÃO VANZOLINI
C omo desenvolver processos que melhorem a produtividade empresarial?
AOS MORTOS doutrina da Igreja Católica selecionou o dia 2 de novembro, precedido do culto a todos os santos, para homenagear os mortos, que se foram e deixaram saudades nos que ficaram. É a memória votiva que se manifesta com flores e orações nos túmulos dos vários cemitérios existentes em todas as cidades. Não há um só parente vivo que não sinta saudades de seu ente querido e deixe de cumprir o seu dever lembrando o morto, levando sua lembrança acompanhada de sua oração, que se firma. São esses laços de fidelidade, o princípio da união familiar, que nos têm assegurado a unidade da célula básica da sociedade. É nela que devemos prosseguir para mantermos a nossa herança democrática, o nosso conforto da segurança da fé e o culto da imortalidade, para cada um de nós, daqueles que já partiram e que deixaram saudades e lembranças que devem ser cultuadas.
A
obediência ao culto dedicado aos que já partiram consiste em pouca coisa, mas com grande repercussão nos sentimentos familiais; basta um buquê de flores e uma oração diante ao túmulo da pessoa que partiu para se ter capitada a extensão de todo o afeto que nos liga aos que já se foram. Todos os que têm um ente morto na família, e que são a totalidade, querem cuidar do seu tesouro íntimo, para que sirva de exemplo e elo na vinculação com as gerações que se foram. Todos os cemitérios receberam visitas nesses dias, numa demonstração de vigor ao culto pelos antepassados que já morreram e que deixaram saudades. Lembremo-nos de Camões e cantemos como ele cantou: "Quem morre não morreu, partiu primeiro".
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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G São esses
laços de fidelidade, o princípio da união familiar, que nos têm assegurado a unidade da célula básica da sociedade.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO Luiz Prado/LUZ
CONSUMIDOR APROVA SISTEMA DE LEVA-E-TRAZ
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Profissionais da Eagle participam de videotreinamento a cada quatro meses
Marcos Fernandes/LUZ
LEVA-E-TRAZ, PARA CATIVAR A CLIENTELA. Pequenos empresários resolveram usar estratégias ousadas para garantir a fidelidade dos clientes. O serviço de leva-e-traz é um dos diferenciais para driblar também a concorrência.
A
maioria dos clientes de Ivan Naves jamais pôs o pé em sua oficina mecânica, a Auto-Estima, no Ipiranga. "Eles querem solução." Solução, nesse caso, é pegar o carro que precisa de conserto na casa do cliente, que Naves prefere chamar de fã, e devolver o veículo lavado no fim do dia, quando o reparo é possível. "Tenho fãs, não clientes." Cerca de 95% dos clientes, ou melhor, fãs da Auto-Estima fazem uso do sistema de leva-e-traz. Por mês, Naves chega a pegar – pessoalmente – 60 carros em casas de clientes. "Sempre digo que conheço São Paulo melhor que muito motorista de táxi", brinca o empresário, um advogado que trocou um "ótimo emprego" como gerente-executivo da Embratel para abrir a Auto-Estima menos de quatro anos atrás. Segundo Edson Crescitelli, professor e coordenador da área de Marketing de Serviços de pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), tudo que gera comodidade ao cliente é valorizado pelo mercado. "Se hoje ainda é uma vantagem oferecer um serviço a mais ao cliente, daqui a pouco será obrigação", diz Crescitelli. "O que dizer então de lavanderias que não buscam a roupa suja na casa dos clientes? Serão tratadas como párias daqui a pouco", reforça o especialista.
Se hoje é novidade oferecer serviços diferenciados, logo será obrigação. E o cliente fica disposto a pagar um pouco mais. Edson Crescitelli, ESPM
Creche – Se o sistema de leva-e-traz já é famoso entre os donos de cães que entregam seus animais para tomar banho em petshops, Raquel Yukie Hama, da Dog Walker, inovou. Ela busca cachorros nas casas de clientes que têm de trabalhar e, para não ficarem com peso na consciência, mandam os cães para uma creche de animais. À tarde, os devolve, depois de muita brincadeira e recreação na creche. Quem quiser saber o que seu cão está aprontando tem à disposição uma webcam, igualzinho ao serviço oferecido por alguns jardins-de-infância da cidade. Mesmo cobrando uma taxa de R$ 10 para levar e trazer o cão (fora a mensalidade da creche), Raquel chega a transportar 35 animais por dia. Os dois carros da empresa não levam mais de oito cachorros de cada vez, para não estressar os cães. "Se duas empresas oferecem o mesmo serviço e uma
delas garante algo a mais, essa última ganha o cliente, que se mostra predisposto a pagar um pouco mais caro só para usufruir da mordomia", garante o professor da ESPM. Diferencial – "O que as empresas procuram hoje é incorporar novos serviços e melhorar a competitividade no mercado." Foi pensando nisso que Charles Vittorio Mirante, da PC Manutenção, implantou o sistema de leva-e-traz em sua empresa. "A cada esquina existe um lugar onde se consertam computadores e, se a gente puder ajudar, acaba conquistando o cliente. O que vale, além da qualidade do serviço, é oferecer um diferencial." Segundo Mirante, o freguês não está preocupado em gastar um pouco a mais se o intuito for consertar rapidamente seu computador. "Se ele precisa mandar urgentemente um email para fechar um contrato de R$ 10 mil, você acha que vai se preocupar com R$ 10?", pergunta o empresário. Mirante retira pelo menos um computador por dia em domicílio. Atende diversos bairros da zona sul da capital paulista, mas não deixa de retirar gratuitamente equipamento na casa de um cliente na Serra da Cantareira, seu freguês que mora mais longe. "As pessoas não têm tempo para nada. No mundo da computação, tudo é para ontem."
Marcos Fernandes/LUZ
Raquel Yukie Hama e Patricia Miyuki Hamada chegam a transportar 35 cães por dia
Kety Shapazian
Raquel busca os cães na casa dos clientes e os leva para passar o dia em uma creche de animais Rafael Hupsel/LUZ
Ivan Naves, dono da oficina mecânica Auto-Estima, oferece o serviço a clientes como Adriano Barbosa
Treinamento com vídeo ajuda a aumentar a motivação
C
hega daquelas palestras sem fim, em que os espectadores bocejam a cada comentário do apresentador. Em vez de longas explicações teóricas e rabiscos na lousa, o melhor é apagar as luzes da sala de reunião e colocar um bom DVD nas sessões de treinamento dos profissionais de sua empresa. Pelo menos é isso que muitas companhias modernas têm preferido fazer, seja o tema da conferência ligado à motivação, planejamento, administração de conflitos ou trabalho em equipe. "Prender a atenção das pessoas e manter as mentes concentradas no tema são pontos vitais durante um treinamento, por isso é importante recorrer a recursos audiovisuais mais elaborados, como os filmes", diz a gerente da Siamar, Carla Burlamaqui. "Mas é preciso amarrar o vídeo aos objetivos, estratégias e dia-a-dia da empresa", ressalta. A procura por esse tipo de vídeo aumentou 30% nos últimos 12 meses. Para quem aluga ou compra um filme de treinamento, ele costuma vir acompanhado de material que conduz a conferência, o que facilita a interação do grupo e diminui os gastos com o treinamento. "Assim, a empresa não precisa contratar um consultor especializado", afirma Carla. "Basta um gerente da própria companhia se preparar para isso." O ideal é que o mediador assista o vídeo algumas vezes,
analise os pontos a serem discutidos e proponha uma sessão de troca de idéias entre os participantes, antes e depois de o filme ser exibido. Na Siamar, o aluguel de um filme desses custa cerca de R$ 115. Já a compra pode variar entre R$ 80 e R$ 1,2 mil. Há ainda a opção oferecida pela TVTreinamento. Por uma mensalidade de R$ 149, todos os fun-
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por cento de melhoria no desempenho dos funcionários são obtidos nas empresas com recursos audiovisuais modernos cionários ganham login e senha com acesso ilimitado aos vídeos pela internet. "O grande diferencial é que os filmes podem ser acessados de qualquer lugar, já que estamos em rede mundial", diz um dos sócios da TVTreinamento, Paulo Sauerbann. "Podemos atender companhias do Brasil inteiro, sem necessidade de enviar os DVDs via Sedex, o que encareceria o produto." São Paulo tem 45% dos 200 assinantes que a empresa con-
quistou em um ano de mercado. O Rio de Janeiro, 14%. "Depois do treinamento, o profissional pode assistir o vídeo em casa para revisar os conceitos discutidos, ou mesmo pesquisar temas que ainda não foram debatidos ", explica Sauerbann. "Com preços tão acessíveis, muitas pequenas e médias empresas têm nos procurado", completa Desenvolvimento – Quem também percebeu o crescimento da procura por esse tipo de serviços foi a consultora de recursos humanos Érika Knoblauch. Há 12 anos, ela presta serviços de treinamento e desenvolvimento pessoal em empresas. "Os gerentes sempre pedem que eu prepare uma apresentação distinta para cada perfil de profissional", afirma a consultora. "E eu consigo fazer isso lançando mão dos filmes de treinamento, seguidos de discussão, comparativos e opiniões." Os profissionais da multinacional Eagle participam desse tipo de programa a cada quatro meses. Mesmo com reunião nos finais de semana e com presença facultativa, a sala fica lotada. "Depois dos treinamentos, fazemos pesquisa de satisfação interna e externa e, em geral, ela melhora cerca de 40%", afirma o coordenador da área, Robson Prates. "O impacto é visível, principalmente nos resultados relativos à motivação", conclui. Sonnaira San Pedro
Divulgação
Luiz Prado/LUZ
A empresa não precisa contratar um consultor, diz Carla Burlamaqui
Robson Prates: motivação
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Acidente Urbanismo Av i a ç ã o Tr â n s i t o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Maioria das pessoas que fazem curso para comissários de bordo nunca viajou de avião
É PRECISO SEMPRE MANTER A APARÊNCIA
Danilo Verpa/Hype
PASSAGEIROS Almeida Rocha/Folha Imagem
CLASSE ZERO
Comissários são treinados para serem gentis, simpáticos e sorrir até mesmo diante de uma tragédia. A procura pelo curso aumentou em 30%.'
Haroldo Abrantes/A Tarde/F.Imagem
BEM-VINDOS A BORDO Fernando Vieira
Apesar dos desastres aéreos, muitos ainda querem ser comissários de bordo. Saber lidar com as emoções é uma das exigências da profissão.
"B
A Bandeira do Brasil foi usada como travesseiro em Cumbica, Guarulhos. No Aeroporto de Salvador, a longa espera provocou desmaios.
em-vindo a bord o . Te n h a u m bom dia", dizia a comissária na porta da aeronave. A frase de praxe era repetida a cada passageiro na manhã de 30 setembro. O clima não era o de costume, apesar do sorriso nos lábios da aeromoça. Mas a tradicional aparência de tranquilidade estava intacta. Nem parecia que, minutos antes do embarque, a tripulação havia recebido a confirmação da queda do Boeing que fazia o vôo 1907 da Gol. "Não há sobreviventes", comunicaram oficialmente dois chefes de equipe da Gol aos colegas no Departamento Operacional – área reservada aos funcionários das companhias aéreas. Longe dos olhos do público, pilotos e comissários se emocionaram. Abraços e lágrimas por cerca de vinte minutos. Lo-
go em seguida, estavam todos prontos para seguir viagem. "Tivemos que engolir o sofrimento e manter o sorriso. Mas somos treinados para isso. É o nosso trabalho", conta com naturalidade uma comissária. A aparente frieza para lidar com emoções é fruto de um rigoroso treinamento a que são submetidos os comissários de bordo. Sorrir e manter a calma diante de situações inusitadas são as primeiras lições que aprendem os aspirantes à profissão. "O comissário é, antes de tudo, um socorrista e agente de segurança a bordo da aeronave, capaz de controlar uma situação de pânico", explica Edna Silva, coordenadora do curso de comissários do Centro Educacional de Aviação do Brasil (CEAB), que forma em média 500 profissionais por ano. Apesar da maior tragédia na aviação nacional, este ano a escola registra um aumento de 30% na procura pelo curso. Hoje, mais do que um sonho de infância, a expectativa de encontrar uma profissão que permita conhecer outros lugares do mundo e receber bons salários são os principais atrativos. Um funcionário recém-formado recebe em média R$ 1.800. A remuneração aumenta de acordo com o tempo de trabalho. A técnica em enfermagem Priscila de Abreu Palhano, de 19 anos, nunca viajou de avião. Mas uma vizinha comissária de bordo despertou sua atenção. "Sempre a via bem vestida e maquiada, indo e vindo de viagens". Depois de uma conversa,
Priscila de Abreu Palhano se arruma para assistir mais uma aula
decidiu fazer sua matrícula. "Quero aprender outras línguas e ajudar minha família", diz. Mesmo antes de conseguir um emprego na aviação, Priscila já descobriu uma primeira exigência rigorosa: a aparência. Chega sempre uma hora antes da aula para se arrumar. Segue a risca o padrão estipulado. Batom e unhas vermelhas, corretivo, pó facial, sombra e gel extra-forte, para não deixar o cabelo desarrumado. Priscila faz planos para tirar tatuagens do pescoço, que podem atrapalhar uma contratação. O medo de avião é outra mudança que ela terá de fazer em sua vida. "Acho que é só não olhar para fora da janela", diz. Oportunidade - Ser comissária jamais fez parte dos sonhos de infância de Aline Silva Marra, de 18 anos. Mas o desemprego a impulsionou a buscar novas oportunidades. Aline também nunca esteve em um avião. Por enquanto, ela só conhece o simulador de
vôo, na sala dos fundos da escola. "Acho que vai dar um friozinho na barriga e um pouco de medo", afirma. Glamour - Minoria na sala de aula, Allan Rodrigo Aloi, de 23 anos, começou a se interessar pela profissão na primeira vez em que viajou de avião. Ele se encantou com o "glamour" do ambiente. Não pensa no risco de um acidente, o que considera "uma fatalidade que pode ocorrer em outros meios". Para ser comissário, é preciso ter mais de 18 anos, 2º grau completo e saber um segundo idioma, de preferência o inglês – exigência de mercado na maioria das companhias. O curso custa em média R$ 1.900. Soma-se a isso, R$ 130,00 do uniforme, R$ 301,50 do exame médico feito no Hospital da Aeronáutica para Certificação de Capacidade Física e R$ 200,00 para se inscrever na banca examinadora de conhecimentos teóricos da Agência Nacional de Aviação Civil.
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LAZER - 5
TEATRO Yáconis é Aurélia, líder de um exército de marginais decididos a combater o mal Divulgação
Fotos: Leandro Rodrigues/Hype
Não sei se a velha Aurélia foge da realidade por vontade própria ou se realmente padece de algum problema mental. O que sei, e isto sim é importante para mim, é que ela está empenhada em combater o mal.
FÚRIA CONTRA A CORRUPÇÃO Sérgio Roveri
A
dois dias da estréia de A Louca de Chaillot, texto de 1942 do diplomata e dramaturgo francês Jean Giraudoux que somente agora chega aos palcos nacionais, a atriz Cleyde Yáconis ainda não sabia se Aurélia, a protagonista lunática que decide eliminar um grupo de executivos dispostos a perfurar o solo de Paris em busca de petróleo, é cientificamente louca ou se apenas encontrou na loucura, de forma deliberada, uma receita para viver em paz. "Talvez nem seja bom encontrar esta certeza", diz a atriz de 83 anos, momentos antes de pisar pela primeira vez no Teatro Sesc Anchieta, onde a peça estréia neste sábado (4). "Não sei se a velha Aurélia foge da realidade por vontade própria ou se realmente padece de algum problema mental. O que eu sei, e isto sim é importante para mim, é que ela está empenhada em combater o mal. Ainda que para isso precise eliminar pessoas como se eliminam as ervas daninhas". Giraudoux concebeu A Louca de Chaillot como uma grande metáfora sobre a ocupação nazista na França. Ao relatar a ganância e a falta de sensibilidade de um grupo de especuladores corruptos,
empenhados em extrair petróleo do solo parisiense ainda que fosse necessário perfurar os assoalhos do Museu do Louvre, o autor diagnosticava, na verdade, o orgulho ferido de uma França ocupada pelos alemães - um país que via sua identidade secular esconder-se nos porões da resistência. "Nesta peça, o autor construiu um retrato do mal", diz a atriz. "Cinqüenta anos depois, o petróleo continua a justificar a invasão de países. Não é exatamente isso que os Estados Unidos estão fazendo no Oriente Médio? No
fundo, o mal é o mesmo. Ele só muda de forma". Na trama de fortes cores políticas de Giraudoux, os especuladores desenham seus planos de prospecção acomodados em um café no elegante bairro parisiense de Chaillot - um dos locais preferidos da louca. Ao tomar conhecimento da ameaça que está prestes a atingir a cidade, ela decide requisitar os préstimos de amigos tão marginalizados quanto ela para dar cabo dos corruptos. Seu ensandecido exército de Brancaleone é composto
Cleyde Yáconis e o texto realista de Giraudoux: "No fundo, o mal é o mesmo".
de mendigos, poetas, músicos e as loucas de outros bairros da capital francesa. No final do espetáculo, vitoriosa em sua cruzada, ela parece não se dar conta do que acabou de fazer. Quando lhe perguntam aonde foram parar os tais especuladores que pretendiam fazer de Paris uma cidade desolada, ela responde simplesmente: "Evaporaram. Os maus evaporam. E eles eram maus". Jean Giraudoux não chegou a ver seu principal texto encenado. A peça estreou em Paris em 1945, um ano após sua morte. Em 1969, o texto foi adaptado para o cinema, com Katharine Hepburn no papel da velha louca. Dirigida por Ruy Cortez, A Louca de Chaillot traz alguns números que aproximam a montagem de uma superprodução em tempos de teatro franciscano. São 17 atores num elenco em que, além de Cleyde Yáconis, destacam-se Pascoal da Conceição, Luís Damasceno, Malu Pessin e Maria do Carmo Soares. A Louca de Chaillot, estréia sábado (4) no Teatro Sesc Anchieta. Avenida Luiz Dumont Villares, 579, tel.: (11) 69718700. Sábado às 21h, domingo
Otávio Martins em A Noite Antes da Floresta
SATYRIANAS
O
Espaço dos Satyros conquistou alguns companheiros para levar adiante a máxima de que São Paulo não pode parar – nem nos feriados. As Satyrianas – Uma Saudação à Primavera, tradicional evento que promove uma vigília cultural de 78 horas ininterruptas, este ano não estará restrita apenas aos dois teatros na Praça Roosevelt. A maratona de espetáculos teatrais, saraus literários, shows musicais, leituras de poesia, debates, performances e oficinas se estendeu para o novo teatro dos Parlapatões, a Biblioteca Mário de Andrade, o Teatro Fábrica, na Rua da Consolação, o Teatro Next, na Rego Freitas e o novo espaço da Companhia do Feijão, na Rua Teodoro Baima. O evento, que somente no terreno do teatro apresenta 46 espetáculos, começou às 18h de ontem e prossegue, sem intervalo, até a meia-noite de domingo. A maior parte das atrações é gratuita. "Serão cobrados ingressos apenas para as peças teatrais. Ainda assim, o público paga quanto quiser, ou puder", diz o ator Ivam Cabral, um dos organizadores do evento. A edição deste ano presta duas homenagens. A primeira delas é para o ator e diretor Fernando Peixoto, uma das maiores autoridades em Brecht no País, que terá sua obra debatida na tarde de domingo. A segunda homenagem, obviamente mais barulhenta, foi para o Grupo Oficina. Um "cortejo cultural" saiu da sede da companhia, na Rua Jaceguai, às duas horas da manhã desta sexta-feira, levando em uma carruagem até a Praça Roosevelt o diretor José Celso Martinez Correa. Pela primeira vez desde que foram criadas, as Satyrianas este ano resolveram flertar com a linguagem cinematográfica ao lançar o Festival dos 78 Segundos. Um júri irá escolher as três melhores produções em vídeo digital realizadas durante o evento. Podem concorrer documentários ou obras de ficção, desde que não ultrapassem os 78 segundos e tenham o próprio evento como tema. O primeiro colocado leva um prêmio de R$ 1 mil. (SR) Satyrianas – 78 horas de programação cultural no Espaço dos Satyros Um e Dois, Teatro dos Parlapatões, Next, Teatro Fábrica, Companhia do Feijão e Biblioteca Municipal Mário de Andrade. Veja a programação completa no site www.satyros.com.br.
Um feriado para não dormir Alguns destaques da vigília cultural das Satyrianas Hoje, sexta (3): 16h, Rádio-novela Prometeu Redimigo, na Praça Roosevelt; 21h, Inocência (teatro) – Espaço dos Satyros Um; 21h, Nonada (teatro) – sede da Companhia do Feijão; 24h, Um Chopes, Dois Pastel e Uma Porção de Bobagem (teatro) – Espaço dos Parlapatões. Amanhã, sábado (4): 01h30, Antunes, ou Seis Atrizes em Busca de Um Personagem Principal (teatro) – Espaço dos Satyros Um; 6h, Medusa de Rayban (teatro) – Espaço dos Satyros Um; 15h30, Ao seu bel prazer (leitura dramática) – Companhia do Feijão; 16h, A Farsa do Boi Enganador (teatro de rua) – Praça Roosevelt; 24h, A Noite Antes da Floresta (teatro) – Espaço dos Satyros Um. Domingo (5): 4h, Show de boate – Espaço dos Satyros Um; 15h, Homenagem a Fernando Peixoto; 20h30, A Mãe (teatro) – Teatro Fábrica; e à meianoite, Grande Festa de Encerramento.
às 19h. Ingressos a R$ 20.
MACBETH Na segunda incursão por Shakespeare, Renato Borghi é bruxa que prevê a chegada do general ao trono da Escócia
O
ator Renato Borghi atravessou 48 anos de carreira sem jamais participar de qualquer peça de Shakespeare. Este jejum, raro para um ator de sua geração, terminou em agosto, quando Borghi resolveu encenar um dos dramas menos conhecidos do dramaturgo, Timão de Atenas, ainda em cartaz no Teatro Popular do Sesi. A montagem deve ter estimulado as pretensões shakesperianas de Borghi a tal ponto que, nesta semana, ele passou a ser visto em outra tragédia do autor, esta bem mais famosa. Macbeth estreou no Espaço dos Satyros Um e pode ser vista nas noites de segunda e terça, até 19 de dezembro.
Roberta Koyama/Divulgação
Na montagem, dirigida por Maurício Paroni de Castro, coube a Borghi um personagem que, na trama original, seria secundário: uma das três bruxas que logo no início da peça prevêem a chegada ao trono da Escócia do general Macbeth, uma profecia que só se cumpre graças às artimanhas de sua mulher, a sanguinária Lady Macbeth. A adaptação do texto, no entanto, fez crescer significativamente a importância das bruxas, que agora passam a dialogar com quase todos os personagens da história. No elenco de Macb eth estão, além do próprio Borghi, os atores Élcio Nogueira de Seixas, como o general, e Luciana Borghi, como Lady Macbeth – os ou-
tros papéis estão distribuídos entre os demais atores que participam de Timão de Atenas. Paroni, que também assina uma nova tradução do texto, realizou uma montagem quase camerística da tragédia – uma opção muito sensata levando-se em conta as pequenas dimensões do Espaço dos Satyros. Os cinco atos do original foram condensados em um espetáculo de 90 minutos. (SR) Macbeth, em cartaz no Espaço dos Satyros Um, Praça Roosevelt, 214, tel.: (11) 32586345. Segunda e terça às 20h. Ingressos a R$ 15.
Montagem de Macbeth , no Espaço Satyros Um, pode ser vista nas noites de segunda e terça, até o dia 19 de dezembro
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Rogério Cassimiro / Folha Imagem
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Política
3 Não sou contra (a paralisação geral), mas acho muito precipitado. Antônio Carlos Spis
DEIXARAM O HOMEM DESCANSAR...
E
m seu primeiro dia de descanso no litoral baiano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia aproveitaram o sol para tomar banho na praia de
Inema, área privativa da Marinha, a 40 quilômetros do centro de Salvador. Lula fez alongamento na areia, brincou de futebol com Marisa e jogou vôlei com uma
criança da comitiva dele. O presidente usava uma sunga e Marisa, um maiô. Toda a movimentação de Lula foi acompanhada por fotógrafos e cinegrafistas, que fi-
zeram registros de imagens dele de um píer, que costuma ser usado pelos passageiros das barcas que fazem o transporte até as ilhas de Itaparica, dos Frades e da Maré. (AE)
...MAS VEM AÍ UM MAR VERMELHO. Descontente com os resultados do primeiro mandato do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) prepara-se para intensificar as lutas em 2007. O grupo também analisa com outras organizações a possibilidade de uma greve geral contra a política econômica, que poderia acontecer em maio. O ciclo de invasões de terras que o movimento costuma promover em todo o Brasil é articulado. No ano que vem, o objetivo é chamar a atenção para a questão da reforma agrária com uma série de ações mais intensa que a do chama-
MST
do "abril vermelho", que resultou em 103 invasões em 2004. "Será uma grande jornada de lutas", anuncia o líder Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST. No interior do Estado, o movimento intensificou nas últimas semanas os contatos com outras organizações de sem-terra paulistas. A greve geral, que é analisada em conversas com outros movimentos e sindicatos, teria dois objetivos: conter as reformas previstas na área trabalhista e forçar o governo a dar mais atenção às questões sociais, com mudanças na política econômica. O assunto deve aparecer na pauta da próxima reunião da Coordenação Nacional dos Movimentos Sociais, marcada
para o dia 11, na escola de formação de quadros que o MST mantém em Guararema (SP). A idéia da paralisação geral é apresentada em diferentes fóruns pela Intersindical – uma dissidência da Central Ú n i c a d o s Tr a b a l h a d o re s (CUT) que conta com o apoio do PSol, da senadora Heloísa Helena, e de setores mais à esquerda do PT. Um dos coordenadores, Manoel Melato, do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, no interior de São Paulo, avalia que as mudanças trabalhistas que Lula pretende aprovar no próximo mandato, com a promessa de reduzir o custo Brasil, servirão, na verdade, para cortar mais direitos adquiridos dos trabalhadores. (AE)
A exemplo do MST, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) também prepara um rol de reivindicações para o novo governo, mas considera prematuro qualquer debate sobre uma greve geral no segundo mandato do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. "Não sou contra, mas acho muito precipitado", diz o líder Antônio Carlos Spis, que representa a central na Coordenação Nacional dos Movimentos Sociais, organização que reúne 32 entidades de porte nacional, entre elas MST, a Marcha Mundial de Mulheres, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a União Nacio-
CUT
nal dos Estudantes (UNE). "O governo só toma posse no dia 1º de janeiro e ainda nem preparamos uma pauta de reivindicações em torno da qual podemos negociar", destaca. Na opinião de Spis, deve-se começar a falar de greve somente se o governo não atender às reivindicações que forem feitas e depois de esgotadas as possibilidades de negociação. "Pode ser que surjam condições para se falar nisso, no futuro", diz. "Por enquanto, em torno do quê vamos mobilizar os trabalhadores?" Política econômica - Spis também considera apressada a idéia de uma paralisação contra a política econômica da gestão Lula: "Devemos pensar nisso se constatarmos que per-
manece o viés financista no segundo mandato." O representante da CUT lembra ainda que é quase nula a possibilidade de a greve geral dar certo sem o apoio da central da qual ele faz parte, que é a maior do Brasil. A Força Sindical, a segunda maior, nem tem discutido o assunto. Para os críticos à esquerda da CUT, instalados sobretudo na Intersindical e na Comlutas, que é ligada ao PSTU, ela tornou-se uma correia de transmissão das decisões do governo. Lembram que o atual ministro do Trabalho, Luiz Marinho, saiu da presidência da CUT para a Esplanada dos Ministérios. Essa proximidade favoreceria o governo no debate sobre reformas. (AE)
Caio Guatelli / Folha Imagem
Fabio Motta / AE
NA ESPERA, ROSEANA VAI PARA OS EUA
A
senadora Roseana Sarney (MA) saiu do PFL e, contrariando as expectativas do Palácio do Planalto e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não se filiará agora ao PMDB de seu pai, senador José Sarney (AP). Cotada para participar do novo ministério do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela decidiu aguardar, sem legenda, o desenrolar das articulações presidenciais para compor sua equipe. "Roseana fez o gesto de boa vontade para com o governo, se desfiliando do PFL que faz oposição a Lula, e agora pode esperar baixar a poeira", explica um parlamentar do grupo Sarney, destacando que, ao menos por enquanto, ela não avançará além disso. Segundo ele, a senadora preferiu ganhar tempo, viajando de férias para os Estados Unidos, e só na volta, dentro de uns dez dias, deverá definir seu destino. Em uma demonstração de que todo o grupo Sarney está em compasso de espera, ficou acertado que o senador Edson Lobão (MA) continuará filiado
No aguardo: arcebispo ainda não tem data definida para assumir a Congregação para o Clero, em Roma.
D. CLÁUDIO DIZ TER FÉ EM LULA A senadora aguarda as articulações para a nova equipe presidencial.
ao PFL e na "trincheira da oposição", ao menos até que o cenário político fique mais claro. Foi este o acordo fechado na reunião do próprio Sarney com Renan e Lobão na noite de quarta-feira. O correligionário de Roseana conta que até agora Sarney não foi procurado e que nin-
guém sabe o que Lula pretende oferecer ao grupo e ao PMDB. Ele observa que, no caso de Roseana, a cautela é mais que recomendável. Afinal, lembra o parlamentar, ela já chegou a ser sondada para assumir o ministério das Cidades e só colheu desgaste político, pois nada se confirmou. (AE)
O
cardeal Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo, disse ontem acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará um bom governo neste segundo mandato. "Ele consolidou os fundamentos e agora pode construir. Esperamos que ele faça crescer o Brasil, dê trabalho ao povo, vença toda essa pobreza, tudo isso é importante. Enquanto o povo
não tem trabalho, o povo não tem como ganhar a sua vida, a sociedade terá de encontrar uma forma de ajudar esse povo", disse o cardeal, chamado pelo papa Bento 16 para ser o prefeito da Congregação para o Clero no Vaticano. Na opinião de dom Cláudio, que rezou a missa pelo dia de finados no cemitério-parque Gethsêmani Anhangüera, que pertence à Igreja Católica, em
Perus, na Zona Norte da capital paulista, o presidente Lula deverá saber usar as condições melhores que deverá ter no segundo mandato. Dom Cláudio ainda não tem data para assumir a Congregação para o Clero, responsável por cerca de 400 mil padres e diáconos em todo o mundo. Mas deve rezar muitas missas em São Paulo antes de se transferir para Roma. (AOG)
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Indicadores Econômicos
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falências foram decretadas no mês de outubro, sendo que 13 são da mesma cadeia de postos de serviços.
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Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 30/10/2006 30/10/2006 30/10/2006 30/10/2006 30/10/2006
P.L. do Fundo 10.801.336,81 1.473.757,08 8.003.926,05 17.481.644,94 1.315.146,61
Valor da Cota Subordinada 1.226,138156 1.113,545764 1.189,343567 1.107,915581 1.123,790871
% rent.-mês 2,0700 1,7566 2,3568 -1,1110 1,9262
% ano 25,5040 11,3546 18,9344 10,7916 12,3791
Valor da Cota Sênior 1.012,039017 1.099,127934 1.113,861510 0 0
% rent.-mês 1,1455 1,0513 1,1456 -
% ano 1,2039 9,9128 11,3862 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Há uma percepção muito negativa sobre o atual governo dos EUA Thomas Mann, do Instituto Brookings
Reuters
Internacional
"O GRANDE PROFETA" DÁ UM SHOW DE FORÇA
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Guarda Revolucionária do Irã testou, ontem, dezenas de mísseis, incluindo o Shahab-3 de longo alcance, no início de suas manobras militares que devem durar dez dias, segundo informações da tevê estatal iraniana. O governo de Teerã disse que as manobras, batizadas de "O Grande Profeta" e que incluirão exercícios militares no Golfo Pérsico e no Mar de Omã, buscam demonstrar "a força defensiva" do país. Segundo a tevê estatal, vá-
rios mísseis de curto alcance também foram disparados em uma área desértica do centro do Irã durante as manobras, realizadas dois dias após os Estados Unidos encerrarem exercícios navais no Golfo Pérsico. Austrália, Bahrein, Grã-Bretanha, França e Itália também participaram dos exercícios que se concentraram no treinamento para interceptação de navios suspeitos de transportar armas ilegais. "Queremos mostrar nosso poder defen-
sivo e de dissuasão aos inimigos transregionais e esperamos que eles entendam a mensagem das manobras", disse o chefe das forças de elite iranianas, general Yahya Rahim Safavi, aparentemente se referindo aos Estados Unidos e a outras potências ocidentais. O Irã realiza manobras regularmente para testar os armamentos desenvolvidos por sua indústria bélica. Mas os exercícios ocorrem em meio ao aumento da tensão entre Teerã e as po-
tência ocidentais, que estudam um projeto de resolução com sanções contra o país islâmico por sua recusa em paralisar seu programa de enriquecimento de urânio. Os EUA e outros países temem que o Irã desenvolva armas nucleares. Na semana passada, o Irã confirmou que duplicou sua capacidade de enriquecimento ao injetar gás hexafluoreto de urânio em um segundo conjunto de 164 centrífugas instaladas na usina de Natanz. (AE)
Yoav Lemmer/AFP
Um alvo do Irã
Palestinos são mortos em operação militar na Faixa de Gaza
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Soldados israelenses carregam em cerimônia do funeral, corpo de militar de 21 anos morto, no domingo, durante a incursão na Faixa de Gaza.
elicópteros, tanques e tropas israelenses intensificaram, ontem, a incursão militar no norte da Faixa de Gaza, matando dois civis, entre eles um homem de 70 anos, seis militantes islâmicos e uma policial na operação para tentar conter ataques palestinos. O número de mortos na localidade de Beit Hanun já soma 14 pessoas, atingidas por tiros de soldados israelenses. O Exército israelense ordenou que os homens entre 16 e 45 anos se concentrassem no pátio de uma escola de Beit Hanun para uma revista. Ao longo do dia, cinco pales-
tinos morreram com os tiros das tropas. A cidade está sob toque de recolher. As ambulâncias não podem circular sem autorização do Exército. Na quarta-feira, sete palestinos foram mortos durante a operação, a maioria milicianos que enfrentaram as tropas israelenses pouco depois de os tanques tomarem as ruas e atiradores de elite se posicionarem nos telhados e nas áreas mais altas de Beit Hanun. As milícias palestinas também não interromperam seus ataques e, ontem, lançaram foguetes Qassam contra a cidade israelense de Sderot. (AE)
Samir Mizban/AFP
Outro alvo: os EUA no OM
No Iraque, mais de mil vítimas em outubro
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elo menos 119 policiais iraquianos foram mortos em tiroteios, seqüestros e ataques a bomba apenas durante todo o mês passado. A informação, dada ontem, é do Ministério do Interior. O balanço foi divulgado por uma autoridade que pediu para ser mantida no anonimato, ja que não estava autorizada a falar com a mídia. A fonte, um oficial, também disse que 185 policiais foram feridos durante em incidentes no Iraque. Segundo contagem da agência Associated Press, já passa de 1.000 o número de iraquianos
mortos no mês de outubro por causa da violência no país. O número deve ser muito maior, de fato, já que muitas das mortes não são notificadas. De acordo com a polícia local, somente ontem bombardeios e tiroteios deixaram ao menos 8 mortos e 42 feridos em Bagdá e outras partes do país. Ontem, o exército norteamericano identificou como Ahmed Qusai al-Taayie, de 41 anos, o soldado seqüestrado no Iraque. Oficiais confirmaram que o militar da reserva foi capturado quando visitava a família de sua esposa. (AE)
Militar americano explica, no mapa, locais de atuação das forças militares no Iraque. Ontem, foi identificado o soldado sequestrado no país
6 -.LAZER
DIÁRIO DO COMÉRCIO
VISUAIS
OLHAR URBANO
sexta-feira, sábado e domingo, 3, 4 e 5 de novembro de 2006
Um roteiro com cinco exposições, para percorrer na tranqüilidade da cidade esvaziada Lúcia Helena de Camargo Fotos: Divulgação
VIVER EM SÂO PAULO Fragmentos Urbanos de Célia Rachel, na Viver São Paulo
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Sabam Belgium 2006/AUTVIS
exposição Viver São Pa ul o reúne obras de quatro artistas plásticas no Mercure Grand Hotel São Paulo Ibirapuera. Cada uma usa uma técnica de pintura diferente e possui uma visão particular sobre a cidade. Baby Gras pinta em acrílico e tem trabalhos em técnica mista; Célia Rachel faz colagens e o título de todas as suas telas começa com a palavra “fragmentos”, em referência ao mosaico urbano da cidade. Já Enery Pietro se expressa por meio de aquarelas e acrílico, onde imprime sua visão algo romântica. Susana Aragón executa quadros em óleo sobre tela. Quem faz a curadoria é Carmem E. Pousada. Alguns ícones paulistanos aparecem em diversas obras, como a Catedral da Sé, presente nos trabalhos de Susana e Enery. "O foco é o mesmo, mas as duas telas são totalmente diferentes, tanto pela técnica utilizada quanto pelo emocional demonstrado”, observa Carmem. Com um total de 16 telas, a mostra permanece em cartaz no lobby do hotel até o dia 30. Pode ser visitada diariamente, das 8h às 21h. O hotel fica na rua Joinville, 515, telefone (11) 5088-4000. Ingresso: grátis.
Trabalho de Jorn Grafik, na Faap
Copan, obra da artista Baby Gras que interpreta o famoso edifício do centro da metrópole paulistana
GRAVURAS
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eunindo 58 gravuras, a exibição retraça o percurso e o espírito do movimento CoBrA, encabeçado pelo grupo constituído em Paris, em 1948, cujo nome foi inspirado nas primeiras letras de Copenhague, Bruxelas e Amsterdã, cidades de origem dos participantes. Hoje sediado na capital belga, o CoBrA promoveu verdadeiras revoluções gráficas. O propósito da atual exposição é destacar as obras coletivas, que de alguma forma repre-
Sabam Belgium 2006/AUTVIS
sentem uma transgressão às fronteiras do individualismo, além de ressaltar o interesse de CoBrA por todas as formas de arte, mais particularmente as populares, primitivas ou infantis. A mostra, em cartaz até 20 de janeiro de 2007 na sede central do Museu Arte Brasileira da Faap (Praça do Patriarca, 78, Centro, 1º e 2º andares), fica aberta de segunda a sexta das 10h às 18h. Mas fecha aos sábados, domingos e feriados. Ingresso: grátis.
ZIG ZAG
Z
Gilvan Nunes em desenho, na Mônica Filgueiras Galeria de Arte
ig Zag é o nome da exibição que mistura, na Galeria Berenice Arvani, arte argentina e brasileira, para promover uma troca de olhares entre visões de artistas de cada país. Participam as artistas brasileiras Leila Sarquis, Fernanda Amalfi, Coca Rodriguez e Maria Villares, e as argentinas Ana Erman, Carla Rey, Silvana Blasbalg e Zina Katz. No total, são 30 trabalhos,
que estarão à venda por preços entre R$ 1 mil e R$ 15 mil. Com curadoria do argentino Horácio Zabala, fica em cartaz até o dia 10. Depois, a mostra segue para a Galeria Ática, em Buenos Aires. A Berenice Arvani fica na rua Oscar Freire, 540, telefones (11) 3082-1927 e 3088-2843. Pode ser visitada de segunda a sexta, das 10h às 19h. Ingresso: grátis.
Obra de Alechinshy-Damstadt, do Movimento CoBrA, na Faap Centro (à esquerda). E acima, Zina Katz, na mostra Zig Zag
RELEVOS
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a quarta, dia 8, a Mônica Filgueiras Galeria de Arte abre a mostra Reelevos, com obras de Gilvan Nunes. Buscando inspiração no barroco mineiro, uma das intenções declaradas pelo artista é despertar no público "memórias familiares". Ele definese como representante do movimento expressionista abstrato e valoriza a "subjetividade do artista", que segundo ele foi relegada a segundo plano
pela arte conceitual. Serão expostos duas dezenas de trabalhos, executados com técnica que varia de desenho a pintura em borracha sobre madeira. As obras serão colocadas à venda, com preços de R$ 2 mil a R$ 8 mil. A galeria fica na Rua Bela Cintra, 1533, telefones (11) 3082-5292 e 3081.9492. Em cartaz até 2 de dezembro, de segunda a sexta, das 11h às 19h, e sábado, das 11h às 14h. Ingresso: grátis.
Coca Rodrigues e sua Panorâmica: Zig Zag, na Galeria Berenice Arvani
AFRO
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Religiosidade representada em obra do Museu Afro
ara comemorar seus dois anos de existência, o Museu Afro Brasil montou a exposição Viva Cultura Viva do Povo Brasileiro, que integra obras das mostras temáticas Território Ocupado, Um Olhar Sobre a Arte Brasileira, O Imaginário do Povo Brasileiro e Os Pontos de Cultura. Não há exatamente um elo entre os trabalhos, reunidos apenas em torno da idéia de que representam tradições e manifestações artísticas do País. Há de amostras de grafite de rua a trabalhos de artistas que inauguraram mo-
vimentos, como Nelson Leirner, Marcelo Grassmann, Carlos Scliar, Danilo di Prete, Tomie Ohtake e Franz Krajcberg. Há arte popular e objetos, registros e ampliações fotográficas, áudio e vídeos. Com curadoria de Emanoel Araújo. Até 31 de março, de terça a domingo, entrada das 10h às 17h (com permanência até às 18h). O Museu Afro Brasil fica no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, Av. Pedro Álvares Cabral s/n. Parque Ibirapuera, portão 10, telefone (11) 5579-0593. Ingresso: grátis.
Relevo Floral de Gilvan Nunes (acima). E obra de Ulisses Pereira na exposição Viva Cultura Viva do Povo Brasileiro, no Museu Afro Brasil Leila de Sarquis construiu Casais, para a exibilção Zig Zag
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CPMI Senado Sanguessugas Câmara
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 3, 4 e 5 de novembro de 2006
Sílvio Arruda: condenação confirmada e direitos políticos cassados depois da sentença
DEPUTADO DE RORAIMA É ACUSADO PELA PF
Eymar Mascaro
CORRUPÇÃO
Vôo próprio
CAPIXABA É INDICIADO A Deputado é acusado pela PF de lavagem de dinheiro e corrupção
Rafael Neddermeyer / AE
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Polícia Federal (PF) indiciou o deputado Nilton Capixaba (PTB-RO) nos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva no inquérito que investiga o seu envolvimento na máfia dos sanguessugas. A decisão foi do delgado Rodrigo Carneiro, que preside as investigações e ouviu o deputado na quartafeira. No Congresso, Capixaba é apontado como um dos principais envolvidos no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas. Tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) outros 83 inquéritos contra
Problema: sem foro privilegiado.
parlamentares também acusados de participação na máfia. Capixaba não foi reeleito. Com isso, perderá o foro privilegiado, ou seja, o direito de ser julgado exclusivamente no STF a partir do ano que vem. O indiciamento representa um passo adiante nas investigações. Trata-se de um procedimento no qual o delegado responsável por um inquérito afirma formalmente que há indícios de que alguém investigado praticou determinado crime. No caso de Capixaba, a documentação que aponta o seu envolvimento é numerosa. Nos documentos contábeis e
arquivos digitais apreendidos pela Polícia Federal consta o nome de Capixaba como beneficiário de mais de R$ 600 mil do esquema. Em seu depoimento à PF, o chefe da máfia, empresário Luiz Antônio Vedoin, afirma que fechou acordo com o deputado que previa o pagamento de 10% de propina sobre as emendas em favor do esquema, e que o deputado e seus assessores acertavam com as prefeituras as licitações. Escutas telefônicas indicam que Capixaba fazia contatos com outros parlamentares e a quadrilha em seu gabinete. (AE)
NOVAIS: PREFEITO CONDENADO
O
Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação do prefeito Sílvio Arruda (PL), de Novais, na região de São José do Rio Preto (SP), acusado de se apropriar de bens e rendas públicas e depois desviá-las para
proveito próprio. O prefeito foi condenado a cumprir dois anos de reclusão em regime semi-aberto e perdeu o cargo e os direitos políticos por cinco anos. A decisão, baixada pelo Órgão Especial do TJ, manteve a mesma condenação dada em
primeira instância em 2003. O crime aconteceu quando Arruda foi prefeito da primeira vez, entre 97 e 2000. Em 2004, foi reeleito, mas agora, com a confirmação da sentença, em 2a. instância, terá o mandato cassado pela Justiça Eleitoral. (AE)
Valter Campanato / ABr
pesar de ter sido derrotado nas urnas em 2006, elegendo somente o governador José Roberto Arruda, do Distrito Federal, o PFL está disposto a preparar um candidato para disputar a Presidência em 2010. O partido não deseja mais caminhar a reboque do PSDB. Seus dirigentes, contudo, não aceitam a interpretação de que o partido saiu derrotado nas urnas. Entendem que o PFL está com a maior bancada de senadores, ao lado do PMDB: l8 cada um. Além disso, o PFL elegeu 65 deputados federais. Atualmente, o partido tem uma bancada de 64 deputados. Só que em 2002 o partido elegeu 84 federais.
CANDIDATURA
VIAGEM
O PFL tem dois nomes em evidência para concorrer à Presidência em 2010. Um, é o prefeito do Rio, Cesar Maia; outro, é o empresário paulista Guilherme Afif Domingos, que obteve mais de 8 milhões de votos para o Senado, uma votação expressiva que credencia o empresário a se candidatar daqui a quatro anos.
O encontro de José Serra com Lula ficou para depois do dia 15. O governador eleito de São Paulo viajou para os Estados Unidos. Em Washington, Serra pretende se reunir com dirigentes do Banco Mundial e acertar novos financiamentos para obras no Estado, como o metrô e a reconstrução de estradas vicinais.
CREDENCIADO
NO TIME
Não é só para a Presidência que Afif Domingos está credenciado. O empresário pode disputar também o governo do Estado em 2010 ou a Prefeitura de São Paulo em 2008. O PFL, porém, estaria disposto a bancar a candidatura do prefeito Gilberto Kassab à reeleição.
Apontado como o provável presidenciável do PSB em 2010, o deputado eleito pelo Ceará, Ciro Gomes, deve integrar um futuro ministério de Lula. O presidente acha que deve gratidão a Ciro que, nas horas de crise, ficou com ele e encarregou-se de atacar os opositores, especialmente FHC.
CHAPA
PODER
Admite-se entre tucanos que Aécio Neves e José Serra poderiam chegar a um acordo e formalizar uma chapa para disputar a sucessão presidencial em 2010. Serra seria o cabeça de chapa e Aécio o vice, com a promessa de que o governador mineiro teria garantida a candidatura ao Planalto em 2014.
Embalado pela eleição de três governadores, o PSB quer participar do núcleo do poder e, se possível, ocupando dois ministérios de peso: Saúde e Transportes. O partido deseja também uma das lideranças do governo no Congresso.
PREVISÃO Eleito deputado estadual, Rui Falcão, começa 2007 trabalhando a candidatura de Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo. O PT não quer perder tempo. A exprefeita pode ser indicada para o Ministério das Cidades. Ela coordenou a campanha de Lula em São Paulo no 2º turno.
DUDA SE RECUPERA DA CIRURGIA
O
confirmou a obstrução de artérias em seu coração. A cirurgia teve duração de aproximadamente três horas. Depois, Duda foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital – procedimento de rotina para a recuperação de cirurgias como essa.
Paz e amor – Nascido na Bahia, Duda Mendonça comandou a estratégia publicitária do presidente Lula em 2002, tendo sido o responsável pela campanha que o levou pela primeira vez ao Palácio do Planalto. O plano de marketing político desenhado pelo publi-
LULA ARRECADOU MAIS
O
s seis candidatos à Presidência derrotados no primeiro turno das eleições, em 1o de outubro, arrecadaram para suas campanhas cerca de 2,5 milhões de reais, cifra 11 vezes menor que a captada em julho e agosto (28 milhões de reais) pelo presidente reeleito Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) e nove vezes menor que a obtida pelo tucano Geraldo Alckmin (22 milhões de reais) no mesmo período. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Lula e Alckmin têm prazo até o dia 28 deste mês para prestar contas de suas campanhas. (Reuters)
citário resultou, por exemplo, n o b o rd ã o " L u l i n h a P a z e Amor", até hoje utilizado como referência em avaliações sobre a estratégia de comunicação do presidente. Depois disso, sua agência de publicidade, a Duda Mendonça & Associados, tornou-se detentora de contas milionárias na Presidência da República, como um contrato anual de R$ 150 milhões com a Secretaria de Comunicação do governo. Além de comandar a estratégia de Lula, Duda também assinou campanhas eleitorais de políticos como os ex-prefeitos de São Paulo, Celso Pitta, e Paulo Maluf. Duda deixou de atender o Palácio do Planalto após o escândalo do mensalão, comandado e operado pelo publicitário Marcos Valério, de Minas Gerais. (AE)
REIVINDICAÇÃO Quem também reivindica um ministério de porte é o PC do B. Além de um ministério, o partido quer eleger novamente Aldo Rebelo para a presidência da Câmara. O PT pretende atrair para a base do governo outros partidos, entre eles, o PDT e o PV.
Convalescência: publicitário e marketeiro da campanha de Lula em 2002, Duda Mendonça está consciente já se alimenta normalmente.
publicitário Duda M e n d o n ç a , s u bmetido na tarde de quarta-feira a uma cirurgia de revascularização do miocárdio no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, encontra-se "estável, consciente e alimentando-se normalmente", segundo boletim divulgado ontem pelo hospital. O boletim informa que Duda foi transferido para a unidade semi-intensiva e está sob os cuidados do cardiologista Roberto Kalil Filho e do cirurgião cardiovascular Fábio Jatene. Duda Mendonça foi internado na noite de terça-feira para se submeter a um cateterismo que diagnosticou uma obstrução da artéria do coração e a necessidade da cirurgia. O publicitário não chegou a sofrer um enfarte, mas o exame
ADESÃO O presidente do PMDB, Michel Temer, está convocando o Conselho Político do PMDB, que inclui a Comissão Executiva e governadores, para debater o apoio ao segundo mandato de Lula. Temer admite que o partido deve participar de um projeto de governo e já vem conversando com lideranças do partido.
AMBIÇÃO COTADA Marta Suplicy afasta qualquer possibilidade de pleitear a candidatura presidencial em 2010. Não quer deixar a impressão de que transformaria a Prefeitura em trampolim. Em tempo: O PT está sem candidato viável à Presidência em 2010.
CARGO Tucanos comentam que Tasso Jereissati deve continuar na presidência do PSDB até novembro de 2007. Portanto, entrou água na propalada indicação de Alckmin para substituir Tasso no comando do partido. FHC e José Serra são favoráveis à permanência de Tasso.
Por ter as maiores bancadas, o PMDB sonha em disputar as presidências da Câmara e do Senado. Mas o partido se dará por satisfeito se emplacar Renan Calheiros novamente no Senado. A oposição cogita em lançar um candidato só para marcar posição.
CALMARIA Candidatos a ministro que se acautelem: Lula só vai tratar do assunto em dezembro. Até lá, o presidente quer consolidar suas conversas com os partidos para a formação do novo governo. Em novembro, os ministros devem colocar seus cargos à disposição do presidente. Será que precisa?
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Empresas Nacional Imóveis Finanças
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A região central dá identidade à cidade. Marco Antônio Ramos de Almeida, da Viva o Centro
SOBE CUSTO DA CONSTRUÇÃO NO ANO
CENTRO PERDE EMPRESAS, MAS RESISTE.
Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
Especialistas apostam na recuperação da área
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epois de décadas nheiro Neto Advogados trode retração, o mer- cou o centro pela zona sul. Decado imobiliário pois de mais de 60 anos no da região central mesmo endereço, na Rua Boa de São Paulo está começando a Vista, o escritório transferiu-se se revigorar. Lentamente, os para o edifício de oito andares segmentos comercial e resi- e 11 mil metros quadrados do dencial devem se tornar nova- extinto Banco Santos, localizamente atrativos, graças a uma do na marginal Pinheiros. política urbanística mais apriApesar da saída dos três famorada voltada à requalifica- mosos escritórios de advocação e recuperação da região. cia, o centro ainda continua Segundo o diretor da Ama- sendo o reduto de pequenos e ral D'Avila Engenharia de médios escritórios. Segundo a Avaliações e do Geoimóvel Ordem dos Advogados de São Tecnologia e Informação Imo- Paulo (OAB-SP), cerca de 1,3 biliária, Celso de Sampaio mil sociedades de advogados Amaral Neto, projetos desen- permanecem na região. volvidos pelo poder público Preços — Houve um tempo em parceria com a iniciativa em que os imóveis comerciais privada são os grandes res- da Rua Direita tinham os valoponsáveis pelo fenômeno. "A res de metro quadrado mais alperspectiva é de melhora. A re- tos da cidade. No entanto, sequalificação do centro atrairá g u n d o d o d i r e t o r d a E maté novos edifícios comerciais braesp, os preços de lojas e prée residenciais. Uma coisa puxa dios de escritórios caíram até a outra", afirma o especialista. 400% de meados dos anos 1970 Na avaliação do diretor da ao fim da década de 1990. ImóEmpresa Brasileira de Estudos veis que custavam US$ 20 o de Patrimônio (Embraesp), metro quadrado para aluguel, Luís Paulo Pompéia, centros por exemplo, passaram para de diversos U S $ 2 . P r épaíses de pridios mais anmeiro mundo tigos do cenjá passaram tro tinham pela mesma valores entre situação de R$ 5 e R$ 10 o São Paulo e m e t r o q u aforam recupedrado para rados. "A aluguel na idéia é resgadécada de tar e estimu1 9 9 0 , e nlar a reocupaquanto os loção da região, calizados na que perdeu Avenida Paum u i t a s e ml i s t a c u s t apresas, escrivam entre tórios e multiR$ 30 e R$ 35. nacionais paAtualmenra outros pó- Amaral Neto está otimista te, os valores los da cidade, estão se recucomo as avenidas Paulista e perando, graças ao conjunto Faria Lima, nos meados das de ações promovidas para redécadas de 1970 e 1980, respec- estruturar o centro e expandir tivamente. Nessa época, os ter- o mercado imobiliário. Mesmo renos eram muito baratos e assim, o preço do metro quaatraíam os investidores." drado de prédios antigos para Migração — Para ele, a ex- aluguel não passa de R$ 15. Setensão da Faria Lima — ligan- gundo Amaral Neto, edifícios do o Alto de Pinheiros ao Ibira- próximos à Bolsa de Valores de puera — no final dos anos São Paulo e à Bolsa de Merca1990, criou grandes oportuni- dorias e Futuros são os mais dades nessa região da cidade, valorizados. Mas existem editanto para o comércio como fícios antigos com preços muipara escritórios em edifícios de to altos por metro quadrado, alto padrão. Resultado: alguns como o edifício Mercantil Fidos grandes escritórios de ad- nasa (R$ 60), o edifício Grande vocacia que resistiram por lon- São Paulo (R$ 40) e os prédios gos anos no centro acabaram das ruas Boa Vista e Libero Batransferindo suas instalações. daró, como o antigo do BankSomente em 2006, Machado, Boston, por exemplo. Meyer, Sendacz e Opice AdvoPara Marco Antônio Ramos gados (MMSO), Tozzini, Frei- de Almeida, superintendente re, Teixeira e Silva Advogados da Associação Viva o Centro, e Pinheiro Neto, por exemplo, entidade criada em 1991 para deixaram seus escritórios nas ajudar a recuperar e requalifiruas da Consolação, Libero Ba- car o centro, a experiência indaró e Boa Vista, respectiva- ternacional de centros que enmente, para regiões da Faria velheceram e revigoraram serLima, da Vila Mariana e de Pi- ve de exemplo para São Paulo. nheiros. Segundo o advogado "O centro dá identidade à cidae sócio da MMSO Ney Schil- de e é âncora para o turismo. ling Zelmanovits, o principal Trabalhamos para sensibilizar motivo para a saída do escritó- governo, empresas e universirio do centro foi facilitar o aces- dades para a recuperação e a so dos clientes. expansão imobiliária", diz. "São Paulo é complicada paSegundo ele, a chegada de ra deslocamentos constantes, e secretarias e sedes dos goverprecisamos estar próximos nos municipal e estadual, além dos nossos clientes. Se não fico dos investimentos do metrô na perto deles, eles não vêm ao es- Linha 4, são fatores que contricritório, perco muito tempo buirão para o desenvolvimenme deslocando e me torno ine- to do centro nos próximos ficiente", explica o advogado, anos. "O que nos entusiasma é que diz manter no antigo ende- que o processo é uma bola de reço um pequeno núcleo ad- neve, que começa devagar e ministrativo e de apoio. vai ganhando massa." Maristela Orlowski Pelo mesmo motivo, o Pi-
Projetos de recuperação do centro da capital lembram exemplos de requalificação das áreas centrais de outras grandes cidades do mundo, com parceria entre o poder público e as empresas. Ao lado, o edifício Mercantil Finasa, um dos mais valorizados do centro. Abaixo, ofertas na rua Direita. Milton Mansilha/LUZ – 9/5/05
Luiz Prado/LUZ – 10/5/05
Incentivos chegam à área da Cracolândia
Região da estação a Luz: incentivos fiscais para empreendedores.
CUB estável em outubro
O
Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil paulista ficou estável em outubro, em relação ao mês de setembro, em um valor equivalente a R$ 960,67 por metro quadrado. O dado
consta de levantamento divulgado na última quartafeira pelo Sindicato da Indústria de Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). De acordo com a pesquisa da entidade, os custos das construtoras com mão-deobra tiveram ligeira queda de 0,03% em outubro na comparação com o mês anterior, enquanto os preços
antiga "Cracolândia", região bastante degradada situada entre as avenidas Duque de Caxias, Ipiranga, Rio Branco e Cásper Libero e a Rua Mauá, no centro da cidade de São Paulo, está ganhando novos ares. A Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla) criou o Projeto Nova Luz para revitalizar a área, com a criação de um pólo comercial e de serviços. Para tornar a região altamente competitiva na atração de novos negócios no mercado imobiliário da
A
capital, a iniciativa da administração municipal também oferece incentivos fiscais para os empreendedores. Entre essas ações estão as reduções de 50% nos valores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis Intervivos (ITBI) — cobrado em transações imobiliárias — e de 60% no Imposto sobre Serviços (ISS) por cinco anos. Há, ainda, créditos do bilhete único para empresas que investirem, no mínimo, R$ 50 mil na área. (MO)
dos materiais de construção aumentaram 0,03%. O CUB reflete a variação mensal dos custos do segmento, para utilização nos reajustes dos contratos da construção civil. Materiais — Dos 70 insumos da construção pesquisados mensalmente pelo SindusCon-SP, 21 apresentaram altas de preço em outubro acima da
inflação medida pelo IGPM, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os maiores aumentos foram chapa de compensado resinado (4,05%), massa corrida para paredes (2,85%) e granito polido para piso (2,71%). Desde o início do ano, a alta acumulada pelo CUB é de 3,68%. Nos 12 meses encerrados em outubro, a variação é de 4,16%. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Da popstar Madonna, que afirmou que não descarta a possibilidade de adotar outras crianças, mas primeiro quer se adaptar ao menino malauiano David Banda.
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Reprodução
François Mori/AP/AE
Desde o dia em que o deixaram no orfanato, não foi visitado por nenhum membro de sua família e esta é a verdadeira razão pela qual me interessei por ele.
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NOVEMBRO
2 -.LOGO
3 Morte do pintor francês Henri Matisse (1869-1954), ao lado em auto-retrato de 1906
M EIO AMBIENTE S OCIEDADE
Ideologia, uma questão genética? Preferências políticas podem não estar no sangue, mas nos genes. Esta é a teoria que um grupo de cientistas políticos e geneticistas tenta provar realizando amplos estudos em gêmeos, genes e imagens do cérebro. Pesquisadores da genética tentam provar que atitudes sociais podem ser herdadas, e encontraram forte correlação entre genes e opiniões políticas. "Entendo perfeitamente o ceticismo das pessoas", disse John R. Hibbing, professor de ciência política na Universidade de Nebraska-Lincoln, que tomou parte na pesquisa. Até agora, a conexão política tem como base estudos realizados por Lindon Eaves, professor de genética humana e psiquiatria da Virginia Commonwealth University. Cerca de 8.000 conjuntos de gêmeos E M
idênticos e fraternos responderam a perguntas sobre orações nas escolas, energia nuclear, liberação feminina e pena de morte. Gêmeos idênticos, que compartilham o código genético, responderam de forma mais semelhante que os gêmeos fraternos, que não são mais parecidos que irmãos comuns. Se presumirmos que os dois tipos de gêmeos são educados no mesmo ambiente, a disparidade deve ser devida aos genes, argumentam Hibbing e seus colegas. Alguns cientistas, no entanto, não estão prontos para aceitar a teoria. "A própria idéia de que algo como ideologia política poderia ser hereditária é incoerente", disse Evan Charney, professor de ciência política da Universidade Duke. "Não faz sentido, e é historicamente impreciso". (AE)
C A R T A Z
VISUAIS
Reprodução
Riscos que vêm do mar Diminuição da biodiversidade nos oceanos ameaça sobrevivência humana
U
m estudo publicado ontem pela revista Science aponta que a contínua diminuição da biodiversidade nos oceanos ameaça a sobrevivência e o bem-estar da humanidade, porque representa a redução na possibilidade de os oceanos proporcionarem comida, manterem a qualidade da água e de se recuperarem de perturbações. Ainda assim, os dados disponíveis sugerem que as tendências são reversíveis. A pesquisa, dirigida pelo cientista Boris Worm, do Departamento de Biologia da Universidade Dalhousie do Canadá, revela ainda que nos locais onde a biodiversidade foi restaurada, a produtividade quadruplicou.
Durante quatro anos, os cientistas analisaram os dados de 32 experiências, revisaram as observações de 48 áreas marinhas protegidas, assim como os números de capturas globais de peixes e de invertebrados realizadas entre 1950 e 2003 pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). "O que vimos é a aceleração da diminuição de espécies litorâneas no último milênio, o que provocou a perda da capacidade biológica de filtração e das pescas saudáveis", afirmou Heike Lotze, pesquisadora que participou do estudo. Segundo o estudo, todas as espécies marinhas selvagens que são pescadas hoje em dia entrarão em colapso (termo
que significa o desaparecimento de 90% dos exemplares) até 2050, caso não sejam tomadas medidas para evitar isto. Um dos dados mais alarmantes é que 29% das espécies pescadas entraram em colapso em 2003, o que significa que os ecossistemas marinhos estão "doentes". A saúde humana também enfrenta mais riscos à medida que os ecossistemas litorâneos são cada vez mais vulneráveis a espécies que invadem estes espaços e provocam o aparecimento de doenças e a multiplicação de algas nocivas. Os especialistas apontam ainda que qualquer intervenção tem que ser imediata: hoje, menos de 1% dos oceanos está protegido de danos ambientais.
Tim Wimborne/Reuters
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Impressões Originais: A Gravura desde o Século XV reúne mais de 200 trabalhos de artistas brasileiros e estrangeiros, entre eles Roy Lichtenstein (na foto, Beijo V, não exposta na coletiva). Centro Cultural Banco do Brasil. R. Álvares Penteado, 112. Tel.: 3113-3651. Das 10h às 20h.
VEM PARA O ABRAÇO - Ativista da cidade de Sydney, na Austrália, passeia em um shopping oferecendo abraços de graça para os consumidores na hora do almoço. A idéia é fazer com que as pessoas se sintam mais felizes.
D ESIGN I NTERNET
Detalhes do século 18
Vício ameaça 10% dos internautas
F AVORITOS
Alvos flutuantes para escritório
Literatura e arte para todos
O Hovering Target Shooting Game tem seis bolinhas de espuma suspensas em jatos de ar, e o jogador usa Reprodução do site uma moderníssima arma de dardos para derrubá-las. O jogador pode ajustar a altura das bolinhas. O tambor da arma gira sozinho após cada tiro. Por US$ 39,95 na Hammacher Schlemmer. www.hammacher.com/publish/
Acesso gratuito às obras de Machado de Assis e de José de Alencar, à Divina Comédia, de Dante Allighieri e às melhores fábulas infantis de todos os tempos. As grandes pinturas de Leonardo Da Vinci, músicas em MP3 de alta qualidade. Tudo isso pode ser encontrado no site criado pelo Ministério da Educação para divulgar obras que são de domínio público e que integram clássicos da literatura e da arte. Só de literatura portuguesa são mais de 730 obras! Vale conferir.
73219.asp?promo=QSearch
www.dominiopublico.gov.br
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Manuscrito de Ferrarini: origem desconhecida
www.casanatense.it
Envelhecidas e amareladas, as ilustrações chamam a atenção pela riqueza de detalhes e cores
A TÉ LOGO
GMail, agora no celular A Google lançou ontem uma versão gratuita de seu serviço de e-mail GMail para telefones celulares. Os usuários do serviço já podiam ter acesso a suas contas através do navegador instalado em seus celulares, mas o novo aplicativo, chamado "GMail for mobile", o acesso atinge mais internautas. O serviço, disponível para download gratuito no site é até cinco vezes mais rápido, se baseia em Java e requer menos passos para ter acesso às mensagens. http://gmail.com/app
B RAZIL COM Z
O arquiteto de São Paulo O jornal norte-americano Washington Post publicou no início da semana uma reportagem com o vencedor do Prêmio Pritzker de Arquitetura de 2006, brasileiro Paulo Mendes da Rocha. O texto aborda as idéias do arquiteto premiado para a cidade de São Paulo e mostra como ele se tornou um dos profissionais mais respeitados da área. O professor e arquiteto que sempre viveu em São Paulo e se dedicou especialmente a desenhar e ensinar na cidade, afirma ao jornal que "o centro do conhecimento é a cidade. A meta do arquiteto deve ser imaginar uma cidade para todos". "O ideal dos arquitetos é construir com precisão para abrigar a imprevisibilidade da vida humana", explicou. C IÊNCIA
Vinho contra a obesidade Grandes quantidades de um extrato de vinho tinto parecem ajudar ratos obesos a consumir uma dieta reforçada em gorduras, e ainda assim viver uma vida longa e saudável, de acordo com um novo experimento. Os cientistas de Harvard dizem que ainda é cedo para começar a pular de cabeça em barris de cabernet sauvignon, mas já garantem que altas doses do extrato de vinho tinto reduz a taxa de diabete, problemas de fígado e outras complicações geradas pela gordura nos ratos obesos. O consumo do extrato reduziu em 31% as mortes de ratos relacionadas à gordura, em comparação com roedores que não receberam o tratamento. C ASO JEAN CHARLES
Policial envolvido mata outro homem
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
União Européia destinará mais recursos para brecar a imigração latino-americana Praga de morcegos atinge mansões históricas da cidade norte-americana de Americus
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G @DGET DU JOUR
Reproduções do site
Biblioteca Casanatense, de Roma, foi fundada em 1700 por padres dominicanos para abrigar os 25.000 livros do Cardeal Casanate. Nos anos 1800, a biblioteca foi confiscada pelo governo romano e os livros se tornaram inacessíveis. Agora, a internet reúne o acervo digitalizado. Entre as raridades, uma misteriosa coleção de ilustrações de borboletas feitas por Giuseppe Ferrarini no século 18. A Papillonium Rariorum Collectio não traz nenhuma informação do autor, mas reúne 275 imagens de borboletas que podia ser observadas na época.
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ou de pessoa propensa a cair nessa dependência, que interfere no desenvolvimento normal de sua vida, atividades e obrigações. No entanto, os responsáveis pelo estudo afirmam que a maior parte dos entrevistados navega na rede "de forma construtiva e controlada" e, por isso, as conclusões "não têm pretensão científica", apesar de mostrar "dados interessantes" sobre um fenômeno ainda pouco estudado. A rede também cresce vertiginosamente. Segundo a empresa de monitoramento Netcraft, a internet ultrapassou os 100 milhões de sites em todo o mundo: exatos 101,4 milhões.
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Um estudo divulgado ontem mostrou que um em cada dez internautas corre o risco de se tornar viciado em internet. O estudo, realizado pelo Instituto de Zurique para a Luta contra Dependências, aponta ainda que os mais propensos a sofrer essa doença são os homens com menos de 18 anos. Para a pesquisa, foram entrevistadas mais de 20.000 pessoas, e 6% dos menores de idade se disseram dependentes, o que, de acordo com a entidade, confirma uma tendência "inquietante" observada na Europa. Os dados divulgados também indicam que, na Suíça, 6% dos cibernautas se adequam à definição de "viciado"
T ECNOLOGIA
Morre nos Estados Unidos, aos 81 anos, William Styron, o autor de 'A Escolha de Sofia'
Um dos policiais envolvidos na morte do brasileiro Jean Charles de Menezes teria atirado e matado um homem de 42 anos na terça-feira, durante uma operação policial em New Romney, em Kent, na Grã-Bretanha. Segundo a BBC, o policial havia sido afastado de operações com o uso de armas depois da morte do brasileiro, mas retornou ao trabalho depois que a Promotoria Britânica determinou que nenhum dos policiais envolvidos no caso seria indiciado individualmente. Jean Charles foi morto a tiros por policiais em julho de 2005. Ele teria sido confundido com um terrorista.
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Ambiente Compor tamento Finados Av i a ç ã o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 3, 4 e 5 de novembro de 2006
Cemitério da Vila Formosa, o maior da América Latina, tem 100 mil túmulos.
FERIADO FOI DE MUITA CHUVA NA CIDADE
Robson Fernandjes/AE
DIA DE LEMBRANÇA E CHUVA
GANHANDO A VIDA COM OS MORTOS
Nem o tempo ruim afastou os que foram reverenciar seus mortos
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Lumi Zunica/AE
Apesar da chuva forte que atingiu ontem a cidade de São Paulo, mais de 2,5 milhões de pessoas passaram pelos 22 cemitérios municipais da capital, que ficaram abertos até as 19h. Só no cemitério da Vila Formosa, na zona leste, considerado o maior da América Latina, com 100 mil túmulos, passaram em torno de 350 mil visitantes. Lá, quem chegava, aproveitava para participar das missas na capela. Policiais Militares e Guardas Civis Metropolitanos foram mandados ao Vila Formosa para garantir a segurança. Funcionários do serviço municipal também ficaram de plantão para ajudar os visitantes. Os portões dos cemitérios foram abertos às 7h. Para ajudar na conservação dos túmulos, equipes da Prefeitura fizeram o trabalho de manutenção de graça e entregam saquinhos de lixo. O Serviço Funerário chamou cerca de 180 funcionários extras. No cemitério Quarta Parada, no Tatuapé, também na zona leste, o movimento também foi grande ontem pela manhã. Nem a chuva em alguns momentos, e a garoa, em outros, atrapalhou os visitantes. Chuva - O Dia de Finados foi marcado por fortes pancadas de chuva. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura, a cidade teve, pelo menos, três pontos de alagamentos ontem. Apesar da chuva, os motoristas enfrentavam lentidão apenas nas proximidades dos cemitérios. Os pontos de alagamentos foram identificados em uma das pistas do túnel Max Feffer, que passa sob a avenida Brigadeiro Faria Lima; na Eusébio
Com balde e vassoura, "enxadinhas" buscam serviço nos cemitérios
Mácio Ferreira/Imapress/AE
Matoso, sentido bairro, na altura da rua Bento Frias; e na pista local da avenida das Nações Unidas, sentido Castello Branco, na altura da ponte Eusébio Matoso. O CGE colocou as zonas central, norte e oeste de São Paulo em estado de atenção, o segundo em uma escala de quatro, por causa dos alagamentos. No mesmo horário, por volta das 16h, havia congestionamentos na marginal Pinheiros, sentido Castello Branco; e na rua da Consolação, sentido bairro. (Agências)
Rafael Hupsel/Luz
Cemitério da Vila Formosa (primeira foto), o maior da América Latina, recebeu mais de 350 mil visitantes ontem. Na foto acima, túmulo enfeitado no Cemitério Central de Cotia. À direita, excesso de velas queimam túmulo em cemitério de Belém, no Pará.
Rafael Hupsel/Luz
Luzia (ao alto) e Sandra Regina (acima) aproveitaram o Dia de Finados para tentar ganhar alguma dinheiro limpando túmulos em cemitérios
esempregada, Sandra Regina, de 21 anos, aproveitou o Dia de Finados para ganhar alguns trocados limpando túmulos no Cemitério do Araçá. Munida de vassoura, balde e detergente, ela cobrava entre R$ 5 e R$ 10 pelo serviço e abordava quem circulasse entre os jazigos. "Quer uma ajudinha para deixar o túmulo tinindo?", dizia. "Mas hoje o movimento está fraco, só consegui dois clientes pela manhã." Sem emprego fixo há três anos, Sandra procura oportunidades para "tentar manter as contas em dia e criar o filho pequeno". Desde o começo da semana, quando o movimento se intensificou no cemitério, ela já fazia plantão na entrada principal para oferecer seus "serviços de limpeza geral". Nos dias das Mães e dos Pais, Sandra também foi para lá em busca de túmulos para limpar. "Tirei R$ 50 em cada dia, mas hoje já não garanto quanto vai ser." Ela é só mais uma das centenas de "enxadinhas" que circulam pelos cemitérios em datas como essas. O apelido é dado às pessoas que se oferecem para fazer a manutenção dos túmulos, cobrando para isso. E por mais que a Prefeitura tente impedir a oferta desse tipo de trabalho, ela aumenta com o desemprego. Ontem, o Serviço Funerário espalhou folhetos nos murais dos 22 cemitérios da cidade, alertando sobre os esforços para impedir o trabalho dos "enxadinhas". No Cemitério da Consolação, do Morumbi e no Gethsêmani, seguranças barravam a entrada dessas pessoas, que tinha de buscar outros lugares onde trabalhar. Já no Araçá, eles apareciam em cada esquina oferecendo ajuda, a maioria composta por meninos e meninas que pediam moedinhas para deixar o jazigo limpo. A estudante Raquel Cristina Rau, de 12 anos, abordava quem passasse pela entrada principal do Araçá. Moradora da Vila Nova Conceição, ela diz não ter medo de andar sozinha pelo cemitério e que vai juntar o dinheiro da faxina dos túmulos para comprar uma bicicleta. "Vim para cá para juntar um dinheirinho", disse. "Mas a chuva lavou tudo de madrugada e sobrou pouca coisa para a gente", afirmou. Sonaira San Pedro
inda mais surpreendente pois, em 1992, quando aqui cheguei e fiquei os primeiros 10 anos, o cenário era de pobreza, tristeza, sacos plásticos rolando pelas ruas sujas e escuras. Enfim, tudo cinzento. Até mesmo nas roupas da maioria de seus cidadãos, não importando se homens, mulheres, velhos ou crianças. O cinzento era a cor dominante. As lojas mostravam uma sujeira que já não se vê mais. E como num passe de mágica (Investimento em educação, trabalho, esforço hercúleo e gerenciamento preciso, correto e profissional do governo) hoje vivemos num país onde o cenário monocromático e monótono de antes passou para o brilho incandescente de um fulgurante arco-íris multicolorido. À noite o espetáculo de luzes é féerico. De todas as cores e em
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G Como vive a
capital do país que mais enriquece no mundo
tal intensidade que passa a ser desnecessário o ato de se ligar ou não as luzes do carro, pois não se nota nenhuma diferença (enquanto isso, no Brasil, pagamos a energia mais cara do mundo...) Uma brutal distorção é a comparação (imbecil, devo dizer) que fazem os "jornalistas" e "economistas" ao se referirem aos baixos salários chineses. Como? Se os "altos" salários brasileiros são drenados pelo governo e pelas absurdas tarifas que todos pagam, além dos transportes, escolas, material escolar, hospitais, remédios, entre tantos outros itens? Enquanto isso, os chineses gastam menos de 1% do que ganham com transporte e remédios. E parece que essas pessoas se esqueceram de que não se compara bananas com tomates, mas, sim, bananas com bananas e tomates com tomates. Há poucos dias comprei um filtro (computadorizado) para purificar o ar dentro de casa. Em São Paulo esse mesmo filtro custava 4 mil reais (desisti de comprar). Paguei por ele o equivalente a 800 reais... Pode? A bicicleta do meu filho custou o equivalente a 80 reais, quando uma similar no Brasil não se compra por menos 700 reais. Pode? E por aí vai... Roupas, medicamentos, brinquedos (estes, meu caro, encontram-se por volta de um quinto do que custariam no Brasil), entre tantos outros itens. Por isso, a China cresce astronomicamente. egredo? Têm governo. Têm gerenciamento. Disciplina. Pena de morte. Por aqui, não se vêem Marcolas e nem Fernandinhos Beira-Mar sendo transportados e tratados como "estrelas de cinema" ou "autoridades", e nenhum marginal vive ocupando a mídia em notícias sensacionalistas. O governo adota a política de juros estáveis e baixos (6%) e tarifas que se situam na faixa média de 4%. Por isso ninguém se sente motivado a sonegar. Sonegar para quê? Além de ridículo pelo que seria poupado, o sonegador enfrentaria a lei (que é severa como devem ser as leis) e um regime judicial que... funciona. Sim! Que funciona... e funciona rápido. Julgamentos do cidadão-infrator por aqui costumam ser rápidos, quando não sumários. Enquanto isso, para minha tristeza como brasileiro, no ano e meio que passei em SP o que vi - em todas as ruas, tanto nos Jardins como no centro da cidade - foram pessoas com fisionomia séria e triste. Mulheres andando celeremente e com suas bolsas agarradas de encontro ao corpo. Para não falar na insegurança que ultrapassou todos os limites suportáveis (e, inexplicavelmente, parece que os brasileiros se acostumaram com isso...). Enfim, os dados são tantos e imensos que eu teria que escrever muito mais (o que estou fazendo em meu livro que espero concluir dentro de 5 meses). O segredo da China, além do investimento em educação e do bom gerenciamento do governo, está em sua extensa, ampla e dominante economia de escala. Enquanto isso, o nosso "governo" e os nossos "economistas" ainda se vangloriam, dizendo que a economia brasileira está crescendo. Onde? Crescendo onde, estúpidos? (plagiando o brilhante ex-presidente americano Bill Clinton). O que temos mesmo é que fazer comparações com o resto do mundo e num espaço e tempo igual para todos. Mas, sabemos, o Brasil é o país das distorções. Em tudo. Infelizmente. Um grande abraço, Norton Seng."
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A.TOLLENDAL
G O cinzento era a
cor dominante. As lojas mostravam uma sujeira que já não se vê mais. Como num passe de mágica, hoje o país monocromático e monótono de antes passou para o brilho incandescente de um fulgurante arco-íris multicolorido. À noite o espetáculo de luzes é féerico. G No ano e meio
que passei em São Paulo, o que vi em todas as ruas, tanto nos Jardins como no centro, foram pessoas com fisionomia séria e triste.
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
COMPROU A REELEIÇÃO esde domingo à noite a mídia discute e tenta explicar os 60 a 40, em números redondos, com que lulla indiscutivelmente venceu Geraldo, para minha tristeza e decepção. Nunca escondi que votaria no Geraldo. Para mim lulla é a mesma coisa que o maluf, mas muito mais aperfeiçoado. Perto do lulla e da sua vida bandida, maluf é um simples trombadinha, pc farias era um escoteiro, pronto a ajudar velhinhas na perigosa travessia das nossas ruas. Jornalistas especializados e cientistas políticos cheios de cultura ocupam os espaços nobres das tvs, rádios, jornais, blogs e edições on line na internet e, tenho certeza, também nas revistas deste fim de semana. São honestos mas muito complicados para o meu QI.
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rabalho com publicidade há mais de 40 anos. Venci, empatei e perdi muitas batalhas na área de comunicações. Só ganhei, e ganhei muitas, quando encontrei a simplicidade. Sou um garimpeiro da simplicidade. Não da simplificação. Festejo quando deparo-me com a simplicidade, pois é a pepita de muitos quilates que procuro nas minhas garimpagens. Quando criei o Leão do Imposto de Renda, eu queria um personagem para mostrar que se você não andasse direitinho, ele te pegava. Daí ao Leão não andei nem meio passo. Hoje, está no Aurélio e no Houaiss, único personagem da propaganda brasileira que foi parar em dois dicionários. Uma vez criei um comercial para denunciar que os orelhões, nossos telefones públicos, estavam sendo destruídos por vândalos que nunca tinham sido presos.. Coloquei um orelhão caindo morto na rua, como se fosse um ser humano assassinado por bandidos. É famoso no mundo inteiro. O Baixinho da Kaiser fazendo xixi no banheiro foi resultado da exposição do cooper do bebedor de cerveja. Ele enche o tanque no bar, o que todo mundo sempre mostrou, vai ao banheiro e esvazia o tanque, o que ninguém nunca tinha mostrado.
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ara demonstrar a segurança da Bota Vulcabrás, não foram necessários mais que 15 segundos. O ator diz "Pela bota de segurança Vulcabrás eu não ponho a minha mão no fogo. Ponho o meu pé". Estica o pé e um caminhão de 6 toneladas, carregado, passa sobre o pé dele e ele vai embora sem nem mancar. Leão de Ouro em Cannes. Para ser completamente honesto, preciso citar um guru, um dos meus filósofos de cabeceira, Sherlock Holmes. Ele disse ao Watson "Quando um mistério tem mais de uma solução possivel, a correta sempre é a mais simples".
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NEIL FERREIRA LULLA Adrian Bradshaw
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DOISPONTOS -77
O comercial é o Baixinho esvaziando o tanque. Leão de Ouro em Cannes e, depois, escolhido pela CBS TV Network One of the Greatest Commercials Ever Made (Um dos maiores comerciais de todos os tempos).
Beijing é uma festa
orton Seng e eu trabalhamos juntos em Brasília e nos distanciamos quando ele se candidatou a trabalhar na China, onde permaneceu por doze anos. Por lá casou-se, teve filhos e, recentemente, já aposentado, retornou a São Paulo, onde tem residência. Agora, está novamente em Beijing, onde pretende ficar por um ano, prazo máximo que aquele superpopuloso país concede a estrangeiros visitantes. E de lá me escreve, mostrando a espantosa a diferença que se comprova existir entre um grande país que é administrado segundo os próprios interesses, como parece ser o caso da nação asiática, e outro grande país, o nosso, que - ao contrário - é administrado por interesses externos. Seu relato é impressionante. Pedi-lhe autorização para repassá-lo a vocês. Leiam seu Relato sobre a China: "Estimado Tollendal, certamente que autorizo, meu caro. Voltei a habitar o país com o visto de residência (anual) em virtude de ser casado com uma cidadã local. A cidade é cosmopolita não ficando nada a dever às outras grandes capitais do mundo. Uma cidade com mais de 17 milhões de pessoas (considerando a população flutuante de + ou - 3 milhões de pessoas). Com imensos e bem cuidados parques dotados de lagos com pedalinhos e barquinhos para entretenimento dos visitantes. Suas amplas avenidas cortam a cidade em todas as direções. Um verdadeiro complexo de anéis viários com serpenteantes elevados que se enovelam indo em várias direções o que facilita sobremaneira o intenso tráfego na cidade. Ostenta prédios modernos, imensos, inteligentes e com tanto luxo que não temos no Brasil nada que chegue perto da ostentação que aqui vemos. Os hotéis, em número assustador, são verdadeiros palácios. Os shoppings-centers (maiores do mundo) são verdadeiros templos de consumo. Só para você ter uma idéia, Beijing tem mais de 200 lanchonetes MacDonald's, mais de 80 KFCs , mais de 30 Starbuck Cafes (no Brasil não temos nenhum, pois o baixo poder aquisitivo não permite a um número considerável de cidadãos se dar ao luxo de pagar de 8 a 15 reais por um café). Além da maioria das grifes internacionais. Suas ruas estão cheias de carros novos, a maioria deles fabricados na China. É comuníssimo ver passar Caiennes, BMWs, Mercedes, Cadillacs, Bentleys, Rav4s, CRVs, Buicks, Hondas Accord, Toyotas Camry, enfim, um contraste com a maioria de carros pequenos e médios brasileiros que abundam as ruas de SP. Respirase no ar a riqueza e temos diante dos olhos uma passarela de exuberância e beleza que só o desenvolvimento pode mostrar.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 3, 4 e 5 de novembro de 2006
explicação mais simples para a vitória do lulla é que a reeleição foi comprada na maior cara de pau. lulla, que já tinha comprado deputados com o mensalão, comprou direto o voto do eleitor. A bolsa-esmola comprou 25 milhões de votos, é o que escrevo aqui todas as sextas-feiras porque acredito que comprou mesmo. E acho que as mágicas do marquetero lullista, como a criação da Mentirobrás, nunca se mentiu tanto numa campanha, e o terrorismo, afirmando que Geraldo acabaria com o bolsa-esmola e privatizaria Petrobrás, Banco do Brasil, Correios, se tiveram algum efeito psicológico, não influiram no resultado prático É ler os números e ver como são parecidos. O bolsa-esmola comprou 25 milhões de votos e lulla teve 20 milhões de votos a mais que um desconhecido fora de São Paulo, praticamente sozinho, com participação nos debates e um programa de tv que todo mundo criticou. Tira daí o bolsaesmola e dá empate técnico. Isso me autoriza a levantar a cabeça e dizer que somos 40 milhões do lado de cá, o que não é pouca porcaria. Perdemos para um mega estelionato eleitoral. Perder, tudo bem. Entregar a rapadura, nunca.
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NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Somos
40 milhões do lado de cá, o que não é pouca porcaria. Perdemos para um mega estelionato eleitoral. Perder, tudo bem. Entregar a rapadura, nunca.
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LAZER - 1
Fotos: Imagem Filmes/Divulgação
Fotos: Divulgação
ALTMAN R
obert Bernard Altman, um dos mais inovadores cineastas americanos, nasceu em Kansas City, Estado do Missouri, em 20 de fevereiro de 1925. Educado em colégio de jesuítas, estudou em academia militar e aos 20 anos, foi piloto de bombardeiros na Segunda Guerra Mundial. Entre seus mais de 30 filmes está M.A.S.H., de 1970, sátira à guerra da Coréia que ganhou a Palma de Ouro em Cannes; Assassinato em Gosford Park (Gosford Park, 2001), pelo qual foi indicado ao prêmio Oscar de Melhor diretor; Prêt-à-Porter (1994) e O jogador (The Player, 1992). Jamais ganhou o Oscar, recebendo em 2006 um prêmio honorário em reconhecimento à sua carreira no cinema. Vez ou outra, também desenha objetos. Chegou a criar o design do relógio Time to Reflect para a Swatch, em 1995, como parte das comemorações pelo centenário do cinema.
Meryl Streep e Garrison Keillor cantam: filme de grande elenco, com todo mundo falando junto
OUTRAS ESTRÉIAS
CREPÚSCULO DA ILUSÃO
ogos Mortais 3 (Saw III, EUA, 2006, 107 minutos, foto). Darren J Lynn Bousman assina a direção, assim como nos primeiros episódios, da terceira parte da sádica série de terror. Com sua nova aprendiz Amanda (Shawnee Smith), Jigsaw, o mestre dos fantoches por trás dos jogos cruéis e intrincados que aterrorizaram uma comunidade e frustraram esforços policiais, conseguiu mais uma vez escapar e desaparecer. Na busca pelo sádico Jigsaw, os detetives não imaginam que estão na lista como os próximos peões de seu mórbido tabuleiro de xadrez.
Geraldo Mayrink
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ão raríssimos os diretores rebeldes de Hollywood, e isso não os desmerece, pois um dos grandes, Vincente Minnelli, batia ponto no estúdio da poderosa Metro todas as manhãs, esperando o que lhe dessem para fazer. E ele fazia mesmo, filmes bons e até ótimos. Muitos o imitaram no seu gênio burocrático, mas Robert Altman nunca foi um deles. O diretor de A Última Noitesempre fugiu disto. Escreveu, dirigiu na televisão, encenou peças, mas estúdio de cinema não. Aos 81 anos, continua um rebelde. Este seu novo filme prova que tem sido recompensado e até imitado. Quem mais, a não ser talvez Woody Allen, conseguiria reunir quase de graça um elenco como o que se encontra aqui e fazendo coisas assim como a estreladíssima Meryl Streep cacarejar num palco, fingindo cantar. Prestígio é isso aí, para os dois. Acrescente-se a eles muitos outros astros. Este é um filme de grande elenco, com todo mundo falando junto, e trata de crepúsculo do rádio. Por isso, e como em outros filmes do diretor, todo mundo gralha tanto. Embora o elenco seja radiofônico, o tal crepúsculo não aconteceu de verdade. Altman tem suas pretensões documentais e inspirou-se num fato real. O fil-
me trata da suposta última transmissão de um programa de auditório, vendido a um conglomerado “cheio de dinheiro”, que o destruirá para construir um estacionamento no lugar. Trata-se do teatro Fitzgerald, em Saint Louis, lá nos confins americanos. E há a fauna de artistas rumo ao olho da rua. Esta é a graça triste da história, tantas vezes abordada pelo cinema, e agora imaginada pelo apresentador Garrison Keillor, um dos roteiristas do filme e cantor em várias cenas. Os artistas não sabem que o fim do mundo se aproxima e levam a vida a cantar. É cada um pior que o outro. Suas músicas, que misturam os estilos country, folclore, gospel e até jazz, entre outros, são horríveis, e todas de alma e sotaque caipiras. Os anúncios interrompem a transmissão e fazem propaganda de fitas adesivas e biscoitos, entre outros produtos. É nesse ambiente que surge um certo Guy, apropriadamente de sobrenome Noir (Kevin Cline), para pôr ordem nas coisas nesse mundo talvez noir como nos filmes dos anos quarenta. Mas ele nada faz, além de ostentar o bigode. O elenco conta piadas sem graça e grosseiras, como a dupla protagonizada por Woody Harrelson e John C. Reilly, que versejam sobre Viagra. Enquanto isso, as irmãs Yolanda (Meryl) e Rhonda
(Lily Tomlin) cantam canções ternas sobre sua falecida mãe. A espevitada filha de Yolanda, Lola (Lindsay Lohan), sobe ao palco talvez para suceder a mãe. O espetáculo não pode parar. E não parou mesmo. O programa Praire Home Companionexiste de verdade há 35 anos, atingindo cerca de 600 cidades americanas, a Europa e Ásia. Ao contrário de nossos programas de auditório, está vivo. Mas Altman, o grande diretor que fez fora dos estúdios filmes como M.A.S.HeShorts Cuts(Cenas da Vida), o matou em cena, com grande proveito e humor. Seu espetáculo “realista” se permite introduzir os personagens de um anjo de branco (Virginia Madsen) e um demônio de preto, chamado “administrador” (Tommy Lee Jones, em rápida e grande intervenção). A Última Noitena verdade é uma festança, um musical esquisito e cheio de bons atores que mal sabem cantar, mas que capricham nos seus dós – e ponham dó nisto – de peito aberto e feliz.
sem P aixão Limites
Paixão sem Limites: amor tórrido
(Asylum, Inglaterra/Irlanda, 2005, 100 minutos). Ambientado nos anos de 1950, o filme conta a história de Stella Raphael e seu filho que vão morar nas dependências de Cavaleiros do Zodíaco: para fãs um hospício. O fato acontece porque seu marido Max assume o cargo de superintendente de um hospital psiquiátrico. Na nova moradia Stella começa a sentir atração por Edgar Stark, um caristmático paciente. Um amigo do marido de Stella interfere na história, porém os avisos não fazem efeito. Ela está determinada a arriscar tudo que tem para viver com Edgar. Esse tórrido caso de amor transforma-se em obsessão e passa a ameaçar o amor, sanidade e a própria vida de Stella. Dirigido por David Mackenzie.
A Última Noite (A Prairie Home Companion, EUA, 2006, 105 minutos). Dirigido por Robert Altman. Com Meryl Streep, Woody Harrelson, Tommy Lee Jones, Kevin Kline, Lindsay Lohan, John C. Reilly.
Aquecimento global pelos olhos de Al Gore, exvice presidente dos EUA
do Zodíaco - Prólogo do Céu (Saint Seiya: C avaleiros Tenkai-hen Josô - Overture, Japão, 2004, 115 minutos).
O ator Hugh Jackman: excelente presença em cena e versatilidade. Nenhum trejeito herdado de Wolverine, seu personagem na série X-Man
Recém recuperados de uma batalha contra Hades, os defensores da deusa Athena já enfrentam pela frente outra tarefa: enfrentar o inimigo Apolo. Ele lidera os cavaleiros celestiais e quer tomar o controle do santuário. Seiya e os cavaleiros de bronze não podem contar com a ajuda dos cavaleiros de ouro e tem que enfrentar sozinhos o próximo desafio.
Mágica ou a vaidade humana (Scarlett Johansson), uma apaixonada truque consiste em três atos. O primeiro é chamado de A Promessa, por mágicos, vai apimentar de vez a quando o mágico mostra algo disputa. Até o roqueiro veterano aparentemente comum, como uma David Bowie aparece nesta história, flor, uma como Nikola Fotos: Warner Bros/Divulgação cartola, um Tesla, um pássaro. O especialista segundo é A em Virada, no mecanismos qual ele elétricos transforma disposto a aquela coisa qualquer comum em coisa para extraordinária. chegar ao seu O terceiro ato invento O mágico Robert Angier (Jackman) com é O Grande definitivo. a assistente Olívia (Scarlett Johansson), Truque (The Entre os amante da arte do ilusionismo Prestige, título coadjuvantes original em inglês), no qual ocorre a está ainda Michael Caine, na função mudança, a surpresa, a vida fica por de engenheiro do mágico. fio e se vê o inexplicável. E o mágico O mote várias vezes relembrado ao longo na trama é que todo grande recebe os aplausos.
O truque mais cobiçado consiste em desaparecer por uma porta no palco, reaparecendo imediatamente do outro lado. O perfeccionismo dos oponentes vai custar bastante a todos. Além de melhorarem seus próprios truques, eles querem descobrir os segredos um do outro, roubar fórmulas e criar engenhocas mais potentes. Mas aí está o espetáculo do filme, que além de cenas exuberantes exibe escuridões profundas da alma humana para exemplificar até que ponto um homem pode chegar para satisfazer a vaidade profissional. O Grande Truque (The Prestige, EUA/Inglaterra, 2006, 128 minutos). Dirigido por Christopher Nolan. Com Hugh Jackman, Christian Bale, Michael Caine e Scarlett Johansson.
ma Verdade Inconveniente (An Inconvenient Truth, EUA, U 2006, 100 minutos). O longa mostra o olhar apaixonado
do compromisso do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore em expor os mitos e equívocos que cercam o aquecimento global, inspirando ações para preveni-lo. As futuras previsões e fatos curiosos são entremeados com a história da viagem pessoal do ex-vice-presidente. Dirigido por Davis Guggenheim. (RA)
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ágica, amizade, uma rivalidade que pode matar, mulheres bonitas. Com esses ingredientes, O Grande Truque, dirigido por Christopher Nolan (Batman Begins), prende a atenção do espectador do começo ao fim. O cenário é a cidade de Londres no início do século 20. A celebridade entre os mágicos é Robert Angier, vivido por Hugh Jackman, com excelente presença em cena. O ator aparentemente não permitiu que o personagem Wolverine, incorporado por ele em X-Man e seqüências o marcasse como apenas um mutante dos quadrinhos. O mágico que vai dar dor de cabeça é Alfred Borden (Christian Bale, de Batman Begins). Uma morte não esclarecida torna inimigos os antigos parceiros. E Olívia
Lúcia Helena de Camargo
Uma exposição leva a turma da Mônica ao mundo de Santos Dumont
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LAZER
LEITURA O Pai da Aviação em livros e mostras
sexta-feira, sábado e domingo, 3, 4 e 5 de novembro de 2006
TELEVISÃO A escalada dos roteiristas Fotos: Divulgação
Rafael Rupsel/LUZ
Inédita no Brasil, série Justice estréia no canal Warner: produção do badalado Jerry Bruckheimer
Boas idéias em séries
Ilustrações do livro exibem projetos do aviador
Os tombos antes do vôo
Regina Ricca
Saga de timidez e ousadia Rita Alves
Fragata: fascinado pela contradição de Dumont
ranzino, tímido e monossílabico. Assim era Alberto Santos-Dumont, brasileiro que conquistou o título de Pai da Aviação com coragem, determinação e ousadia. As características contraditórias do inventor foram um dos estímulos que levaram Cláudio Fragata a escrever Seis Tombos e um Pulinho – As aventuras de Santos-Dumont até inventar o 14-Bis (Editora Record, 154 páginas, R$ 24,90). "Fiquei fascinado quando descobri o personagem maravilhoso e a grande aventura que foi a vida dele. É muito interessante a contradição entre a imagem frágil e o homem determinado". O livro, destinado ao público infanto-juvenil, tem supervisão histórica de Marcos Villares, sobrinho-bisneto de Santos-Dumont que luta pela preservação da memória do inventor. Fragata diz que Villares deu várias pistas da personalidade de SantosDumont e conseguiu com ele informações inéditas. Ilustrado por Eloar Guazzeli, descreve de forma divertida as tentativas frustradas do aviador sair do chão até chegar à bem sucedida experiência do 14-Bis. Os fracassos dos primeiros vôos serviram de estímulo para a evolução. "Esse aspecto me encantou e, além disso, fiquei com vontade de escrever para um público mais jovem para que ele não crescesse como eu, sem saber quem foi Santos-Dumont". O plano tem dado certo e não inclui somente os jovens. Crianças, adultos e professores têm comentado com Fragata sobre os pulos e tombos do aviador. O contato acontece tanto pessoalmente quanto pela internet, por meio do site do escritor (www.quintaldoclaudio.com.br). E a comunicação virtual não preocupa o autor. Ele diz que o mundo digital e os livros são linguagens que não brigam entre si. "O livro é uma
coisa única. Ninguém fica 24 horas lendo. Os jovens adoram jogos eletrônicos, televisão, internet, messenger, mas há sempre um momento de leitura e não há nada que substitua isso. Acho que o livro ainda tem uma longa carreira". Na vida de Fragata os livros sempre tiveram um espaço especial. Ele conta que na infância gostava de folhear a coleção do Sítio do Pica-Pau Amarelo do irmão mais velho. "Eu me apaixonei pela Emília, antes mesmo de ser alfabetizado". Ninguém conseguia tirar o então garoto da frente da TV durante as histórias da boneca falante, vistas na adaptação pioneira. "Meu irmão mais velho tinha a coleção do Sítio que ficavam no alto de uma estante. Eu pegava meu velocípede e ficava folheando os livros, vendo as imagens das histórias que já conhecia da TV. Um dia eu escorreguei, bati a cabeça e desmaiei. Acordei coberto por todos os livros e a minha família toda em volta de mim", relembra. A infância cercada de livros foi certamente um estímulo fundamental para que Fragata descobrisse o universo da literatura. "Os pais têm que possibilitar o contato com as obras sem impor nada. Às vezes, só o fato de deixar um livro por perto já ajuda. Em algum momento ele vai chamar a atenção da criança, seja pelas imagens ou pela escrita". Segundo o autor, a escolha de bons títulos é fundamental para o sucesso da empreitada. Tatiana Belinky, Ruth Rocha, Ligia Bojunga e Ziraldo são autores que Fragata destaca. "O importante é criar condições para a criança fazer essa descoberta. Uma vez que ela encontra o caminho, não volta mais. Ler é uma delícia!". E quem experimentar dar os primeiros passos rumo ao mundo das letras com Seis Tombos e um Pulinho vai descobrir que Fragata tem toda razão.
F
Smith: Ray Liotta é ladrão de alto nível que mantém rotina de homem de família
Alegria selvagem O
mineiro de Cabangu, que desde criança sonhava alto lendo as histórias de Júlio Verne, tem sua vida contada por Marleine Cohen em Santos Dumont - sim, sou eu, Alberto!, livro de capa dura lançado pela Editora Globo (289 páginas, R$ 41). A biografia do inventor-aviador brasileiro traz também a história da aviação e apresenta um panorama cultural, social, político e tecnológico da época em que Paris era a "grande dama da Euro-
pa" e o Brasil vivia sob a economia do café. A obra, narrada em terceira e primeira pessoa, contém comentários de Santos Dumont como a descrição da primeira viagem de balão dele: "Tinha consciência de um grande perigo, mas este não era tangível. Eu
experimentava uma espécie de alegria selvagem. Como explicar isso? Como descrevê-lo lá no alto, na solidão negra, entre os relâmpagos que a rasgavam, entre ruídos dos trovões, eu mesmo era parte da tempestade!". O livro conta casos pitorescos, experiências e apuros vividos pelo Pai da Aviação. A obstinação pelo desejo de voar e a história da vida de Santos-Dumont são ilustradas com uma série de fotografias em preto e branco.
Dumont em cartaz
A cômica Til Death será exibida na quinta, às 20h30
O
cinema americano nos últimos tempos vem perdendo uma ‘guerra’ para a TV: a dos roteiros. Com raríssimas exceções, parece que os roteiristas da telona vivem uma crise criativa, enquanto os da televisão passaram a exibir uma fertilidade de idéias que resulta, ano a ano, em séries cada vez mais interessantes – fato constatado até por uma autoridade cinematográfica, o crítico Rubens Ewald Filho. Se já conquistou de vez a audiência americana, as séries ganham a cada ano mais e mais adeptos no Brasil – principalmente entre o público na faixa dos 18 e os 48 anos de idade. Por isso que a estréia de novas séries ou novas temporadas das que já estão no ar –ER, por exemplo, entra na 13ª temporada! – vira um acontecimento e tanto da programação da TV. Na próxima segunda, dia 6, os dois canais por assinatura que concentram o maior número de séries, Warner e Sony, estréiam novas atrações. Na Warner, entram em cena os novos episódios de séries veteranas, como Gilmore Girls, a já citada ER, Smalville; Supernatura; OC; Old Christine; Cold Case; Without a Trace; Close To Home e Two and a Half Man. Mas o canal prepara-se para estrear outras sete séries inéditas no Brasil, como Justice; Smith; The Nine; Blade: The Series; The Class e Notes From The Underbell. Desse pacote, vale destacar duas: Justice e Smith.
PROGRAME-SE
A
Mostra Santos Dumont: o Brasileiro que fez o Mundo Voar, no Central Plaza; e a homenagem ao aviador no Museu da Energia
A
ARCADAS
s homenagens a Santos-Dumont podem ser vistas de graça em algumas mostras na cidade. Na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Fiesp (Av. Paulista, 1313, tel.: 3549-4506) Maurício de Souza deu asas à imaginação e ilustrou 60 painéis que trazem textos do escritor Cláudio Fragata e a Turma da Mônica retratando o desejo do ho-
Coletânea de crônicas: textos de 55 autores
mem de voar. No Central Plaza Shopping (Av. Dr. Francisco Mesquita, 1000, tel.: 69140422) o público encontra cerca de 30 obras de artistas da Associação Brasileira de Artistas em Arte Aeroespacial (Abrarta) na mostra Santos Dumont: o Brasileiro que fez o Mundo Voar. Em O vôo da humanidade , em cartaz no Teatro CIEE (Rua Tabapuã, 445,
tel.: 3040-6541), há painéis sobre a história do aviador e uma réplica do Demoiselle . No Museu da Energia (Al. Cleveland, 601, tel.: 3333-5600) a homenagem é feita com um trio de exposições: 100 anos do 14 bis - O primeiro vôo do mais pesado que o ar; Sergio Gregorio - Desenhos, Esculturas e Relevos e Força Aérea Brasileira - CEMA.
E
Antonio Guimarães Marrey. Os ex-alunos traduzem no livro de memórias o ambiente vivido e o momento retratado. A diversão também tem seu espaço como em Pinduras inesquecí ve is, escrita por Buzzoni. Na crônica, ele relata uma das aventuras em que o tradicional pindura fazia a alegria dos estudantes.
ntre os anos de 1964 e 1977 o mundo passou por emblemáticas transformações - Guerra Fria, corrida espacial; no Brasil, o governo militar. Foram fatos que marcaram a História. Os estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco que viveram nesse período o revivem no livro Arcadas no Tempo da Ditadura (Editora Saraiva, 235 páginas, R$ 48) organizado por Henrique d'Aragona Buzzoni. A coletânea traz crônicas de 55 autores como Sidnei Basile, Aluysio Nunes Ferreira Filho, Sérgio Leopoldo Rodrigues, Alcides Nogueira, José Carlos Dias e Luiz
Com a grife de um craque em séries de TV, Jerry Bruckheimer (o mesmo do bem-sucedido C SI ), J ustice, que estréia na quarta, dia 8, às 21h, gira em torno do mundo das leis, dos advogados, promotores e juízes, cujos embates mais emocionantes são travados no palco de um tribunal. A novidade é que, por meio de efeitos audiovisuais, nos cinco minutos finais do programa o espectador descobrirá as armações e estratégias feitas por advogados e promotores para absolver ou condenar réus cujos crimes viraram atração na mídia. Já Smith, estrelada por Ray Liotta e Virginia Madsen (Firewall e Sideways), dupla ‘importada’ do cinema, é produzida pelo mesmo criador de séries renomadas, como ER, The West Wing e Third Watch. Smith (que estréia também na quarta, dia 8, às 22h), narra as peripécias noturnas de um ladrão de alto nível (Liotta), e a sua rotina de homem ‘normal’ de família. A idéia da série é humanizar cada integrante da quadrilha liderada pelo personagem de Liotta, mostrando as fraquezas e a intimidade de cada um deles. Já no canal Sony vale registrar a partir desta segunda, dia 6, a estréia de oito novas séries (três dramáticas, três cômicas e duas no estilo reality show) e sete novas temporadas de séries que já estão no ar (como America´s Next Top Model; Blow Out; C.S.I.Crime Scene Investigation; Celebrity Poker Showdown; Everybody Hates Chris; Ghost Whisperer e Queer Eye for the Straight Guy). O Prime Time também muda de horário, começa agora a partir das 20h. Entre as séries dramáticas que estréiam estão Falcon Beach (toda segunda, às 20h), What About Brian (terças, às 22h), In Justice (sextas, às 22h). No capítulo séries cômicas, as estréias ficam por conta de Til Death (quintas, às 20h30), Courting Alex (sextas, às 20h30), 30 Rock (quartas, às 20h30). E as duas na linha reality shows são American Inventor (sábados, às 21h) e Top Chef (toda quarta, às 21h). E, atendendo a pedidos (muitos!!), a engraçadíssima turma de Seinfeld volta ao ar de segunda a sexta-feira, também a partir do dia 6, às 19h30.
ensaiando, ora em momentos de intimidade e descontração. Apesar do horário, ingrato, uma performance musical histórica, que merece ser conferida. Altman - Um filme de Robert Altman é sempre um acontecimento. A Última Noite, a mais recente produção Leonardo Rodrigues/Hype do diretor americano, um dos filmes mais concorridos a última Mostra de Cinema e que entra em cartaz hoje nos cinemas, ganhará dois especiais nesta segunda, às 23h47, e terça-feiras (às 23h15) no Universal Channel. No especial, Altman e o roteirista Garrison Keillor comentam como surgiu a idéia de produzir o filme, que traz como pano de fundo os bastidores de uma rádio que luta para sobreviver e que, segundo o diretor, “é um espetáculo que mistura rádio com teatro”. A Tom Zé: figura atriz Lindsay Lohan, por exemplo, marcante no conta que no primeiro roteiro não hafestival de Roma, via o seu personagem, mas ela tanto em 1983 insistiu em integrar o elenco que Altman e Keillor criaram a personagem Lola especialmente para ela (numa reImagem Filmes/Divulgação ferência à música Whatever Lola Wants, Lola Gets de Alma Cogan). Kevin Kline também fala da atração de seu personagem, Guy Noir, por uma misteriosa Mulher Perig o s a (vivida por Virginia Madsen), cuja participação no roteiro seria pequena, mas Virginia, como Lindsay, convenceu Altman em mantê-la em destaque. Na segunda parte, as atrizes Meryl Streep e Lily Tomlin, que interpretam a dupla The Johnson Sisters, falam sobre Lindsay Lohan: personagem criada para ela no filme de Altman suas personagens. (RR) TVE exibe neste sábado (4) uma verdadeira pérola da música popular brasileira. Bahia de Todos os Sambas, documentário assinado por uma dupla respeitada do cinema nacional – Leon Hirszman e Paulo César Saraceni –, registra as apresentações de vários músicos baianos em um festival de verão realizado em Roma, em 1983. Estiveram ali naquele mês de agosto, exibindo-se durante nove noites para uma platéia de mais de 100 mil espectadores no histórico Circo Massimo, a fina flor da MPB baiana, como Dorival Caymmi, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nana Caymmi, Moraes Moreira, Tom Zé, Naná Vasconcelos, Paulinho Boca de Cantor, o trio elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar e outros 150 músicos, ritmistas, dançarinas e capoeiristas. O documentário de 105 minutos, finalizado apenas em 1996, também captou imagens dessa turma toda nos bastidores dos shows, ora
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LAZER - 3
PERSONALIDADE O cenógrafo Cyro Del Nero revive a magia da era de ouro da comunicação Fotos: Marcos Fernandes/LUZ
O
cenógrafo e figurinista Cyro Del Nero está se tornando perito em incorporar um novo ingrediente ao café da manhã do paulistano: o suspense. Criador e apresentador do programa A Celebração do Dia, transmitido de segunda a sexta às oito horas da manhã pela Rádio Cultura FM (com reprise às 17h), Del Nero consegue provar que é possível ser genial em apenas dois minutos no ar munido de um texto cujo tamanho não pode exceder uma tela de computador. A matéria-prima do apresentador são as efemérides, uma mercadoria corriqueira na imprensa, mas o segredo de sua empreitada está na criatividade e na deliciosa erudição com que Del Nero reveste cada um dos eventos abordados, o que faz dos seus programetes um jogo de adivinhação com final inusitado. Para registrar o aniversário de morte do escritor francês Émile Zola, por exemplo, ocorrida num dia 29 de setembro, o cenógrafo ofereceu uma detalhada aula sobre os antigos teatros que dispunham de iluminação a gás, e por isso mesmo sujeitos a constantes incêndios. Quando o ouvinte já devia estar se perguntando aonde o apresentador pretendia chegar, fez-se a luz: Émile Zola morrera há exatos 104 anos, intoxicado por um vazamento de gás. Esta maneira inusitada de abordar as efemérides já fez com que Del Nero fosse chamado de o Hitchcock do rádio, pois sua abordagem jornalística costuma percorrer caminhos misteriosos até chegar ao fato. "Recebo correspondências de ouvintes cujo hobby é tentar adivinhar qual é a efeméride do dia antes de o programa chegar ao fim", diz o apresentador, que se gaba de ter recebido, até hoje, somente um email apontando uma falha técnica em suas informações. Um ouvinte alegou que o Monte Ararat, na Turquia, local em que Noé teria atracado sua arca após o dilúvio, tem alguns metros a menos do que o anunciado pelo apresentador. O sucesso radiofônico de Del Nero agora está próximo de conhecer outra moldura. Ele acaba de reunir os textos de 365 programas para compor o livro A Celebração do Dia, com lançamento previsto para o início de dezembro. "Minha idéia é que o livro traga textos de alguns programas que ainda não foram ao ar. Quero presentear o leitor, ao menos aqueles que comprarem o livro no dia do lançamento, com pelo menos um mês de textos inéditos". As curiosidades narradas por Del Nero são garimpadas na biblioteca de 6 mil volumes que ele começou a formar na década de 1960 – e na memória deste profissional que nos últimos 50 anos produziu trabalhos memoráveis nas áreas de cenografia para teatro, cinema e televisão, nas artes plásticas, na moda e, mais recentemente, no mundo acadêmico. Uma piada que circula na Universidade de São Paulo dá conta de que, ao ser convidado para criar a cadeira de Cenografia e Indumentária Teatral, na Escola de Comunicações e Artes, Del Nero teria depositado seu currículo, de três volumes, na ponta de uma mesa. O móvel não resistiu ao peso de tantas realizações e foi ao chão. Sem dúvida,
Tenho material suficiente para mais seis anos de programação sem repetir nenhum dos fatos já abordados. Cyro Del Nero
horário para escrever. Estou com 75 anos e durmo cada vez menos". Para rechear os dois programas, Del Nero escreve 55 textos por mês. "Estou construindo um estúdio na minha casa, para que eu possa gravar os programas aqui mesmo". Del Nero não vê, a curto prazo, um risco de esgotamento de sua fórmula, ainda que as efemérides, aponta o senso comum, uma hora devem chegar ao fim. "Pode ser que cheguem mesmo, mas não tão cedo. Tenho material suficiente para mais seis anos de programação sem repetir nenhum dos fatos já abordados". A Celebração do Dia, Cultura FM, 103,3 MHz, de segunda a sexta, às 8h e 17h. Sábado e domingo às 8h e 14h. A Quarta Parede, de segunda a sexta, às 12h e 19h.
Del Nero na Cultura FM: em tom de ensaios literários e filosóficos.
O HITCHCOCK DO RÁDIO A cada dia, uma celebração, narrada com suspense e erudição. No ar, obras de arte.
VIAJANTE
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Ségio Roveri
Recebo correspondências de ouvintes cujo hobby é tentar adivinhar qual é a efeméride do dia antes de o programa chegar ao fim.
um mérito para um artista que, na prática, estudou apenas até a segunda série ginasial. "Minha formação se deu na Biblioteca Municipal de São Paulo", diz Del Nero. "Nasci no Largo da Concórdia, no Brás, e costumava ir a pé até a biblioteca, todos os dias". Além da
biblioteca, Del Nero viu sua adolescência transcorrer entre as estantes da antiga Discoteca Municipal, na Rua Florêncio de Abreu, e a platéia do Teatro Municipal, onde aceitava trabalhar como figurante nas óperas em troca de ingressos gratuitos para toda a
Produção garantida pela retaguarda de documentos valiosos e imensa biblioteca. Resultado: peças trabalhadas com rigor de informação e fluência sedutora.
temporada lírica. Del Nero começou a trabalhar com cenografia na Grécia, para onde viajou aos 20 anos. "A Grécia foi a porta de entrada na minha primeira viagem pela Europa, que durou três anos. Voltei de lá casado e com dois filhos". A Grécia, na verdade, representou muito mais para o cenógrafo. Ele já voltou àquele país 36 vezes, na maioria delas atuando como guia turístico para grupos interessados em conhecer o berço da democracia e do teatro. Tantas viagens resultaram no livro Com a Grécia na Mochila, lançado há pouco mais de um mês e à venda apenas nas livrarias da Vila, Cultura, FAAP e Sobrado, em Moema. O trabalho de Del Nero como cenógrafo de teatro, difundido em mais de 300 montagens, alimenta o segundo programa radiofônico que
ele mantém diariamente, A Quarta Parede, que vai ao ar ao meio-dia com reprise às sete da noite. "Também são programinhas de dois minutos, de formato mais comportado, em que abordo apenas o teatro", diz. Tão inusitado quanto o conteúdo dos programas é o método de trabalho de Del Nero. Ele vai para a cama à meia-noite, com o despertador programado para tocar duas horas depois. O cenógrafo então se levanta e caminha até o escritório – um anexo de sua casa, no bairro do Butantã, onde estão dispostos, lado a lado, o material de pesquisa para o programa Celebração do Dia e a extensa biblioteca teatral. Ali ele escreve até as cinco da manhã. Volta para a cama e levanta-se novamente pouco antes das oito, a tempo de acompanhar seu programa pelo rádio. "A madrugada é o melhor
aulistano do Brás, Cyro Del Nero é descendente de imigrantes italianos. Mãe pianista, pai violinista, Del Nero desde cedo teve contato com a música, que se tornou um dos elementos essenciais de sua profissão, desenvolvida e sedimentada ao longo de uma vida dedicada apaixonadamente às artes. Bem construído, muito simples, didático e abrangente, o site de Cyro Del Nero mapeia a sua carreira de cenógrafo e professor. Indica, cronologicamente, sua atuação no teatro, cinema, TV, como realizador de eventos e no rádio. Estudioso da Grécia, é conhecido por monitorar grupos de pessoas que queiram conhecer a história daquele país. Seus roteiros discorrem, em especial, os séculos VI, V e IV, a. C. Essa experiência está no livro Com a Grécia na Mochila (160 páginas, editora Theatron), recémlançado (N.R.) Acesse o site:
www.cyrodncenografia.com.br
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Congresso Planalto Entrevista CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 O PSDB só terá chance em 2010 se entrar na eleição coeso. Isso vale para o Serra, para o Aécio, seja quem for o candidato escolhido. Sérgio Guerra
SÉRGIO GUERRA QUER PRESIDENTE TUCANO EM 2010
DECLARAÇÃO DE GUERRA: 'O PSDB VAI REPETIR O PT NA PRÓXIMA ELEIÇÃO'. Ligado ao ex-governador de Pernambuco e senador eleito Jarbas Vasconcelos – Estado onde o PT venceu a oesão interna e renovação eleição presidencial e o PSB venceu a na estratégia de ação. Essa disputa estadual com Eduardo Campos – é a receita do senador Sérgio Guerra sustenta que o partido precisa Sérgio Guerra (PSDB-PE) , foto à criar uma "rede nacional" para combater o direita, para o PSDB voltar a ocupar o Palácio do Planalto em 2010. Coordenador que chama de " boataria petista", estratégia usada pelos adversários que, nacional em sua avaliação, pesou muito nos da campanha de resultados da campanha. Essa "rede Geraldo Alckmin à nacional", segundo ele, será conseqüência Presidência da de uma renovação partidária, onde figuras República, o político como o governador reeleito da Paraíba, pernambucano Cássio Cunha Lima, o governador eleito de admite que as disputas Alagoas, Teotônio Vilela Filho e a internas do partido governadora eleita do Rio Grande do Sul, acabaram se refletindo Yeda Crusius, terão papel importante. nas candidaturas e principalmente nas urnas. Ainda assim, ele confia no futuro. "Em E quem deve conduzir este processo de renovação? Segundo ele, o atual presidente 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva se elegeu, sua vitória começou nos grandes da legenda, senador Tasso Jeiressati (CE), é o mais indicado para a tarefa. Mais do centros, onde estão os formadores de opinião, e depois se alastrou para o interior. que Alckmin – a quem Guerra não poupa O PSDB vai repetir o PT na próxima eleição. elogios. A seguir, os principais trechos da entrevista, concedida por telefone, ao Para tanto, precisa obrigatoriamente se Diário do Comércio. estruturar", avisa Guerra. Sergio Kapustan
As diversas faces da campanha presidencial tucana à Presidência: em visita a Petrolina (PE), candidato anda de jegue vestido de vaqueiro. Nas cidades, outdoors, folhetos e internet. Ivan Cruz / A Tarde/ Folha Imagem - 09/06/06
Sergio Moreas / Reuters - 27/09/06
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Nilton Fukuda / AE - 03 / 03/06
Orlando Brito / Divulgação - 01/06/06
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Divulgação - 24/09/05
No primeiro turno, candidato e militância estão confiantes. Mas os caciques Jereissati, Serra, Alckmin e FHC batem cabeça. Yeda Crusius surpreende. Sai do terceiro lugar, vai para o segundo turno e vence no Rio Grande do Sul.
QUESTÃO DE TEMPO E ORGANIZAÇÃO
Diário do Comércio – Depois de crescer no primeiro turno, Geraldo Alckmin não avançou e diminuiu a votação no segundo turno. A aliança com a casal Garotinho, por exemplo, repercutiu mal. Qual sua avaliação? Sergio Guerra – A explicação é simples: nós não tivemos estrutura para responder a série de falsas denúncias ao longo da campanha. Uma rede de boatos do PT espalhou que o PSDB acabaria com o Bolsa Família e privatizaria a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Isso pegou. Eles (PT) colocaram na nossa boca palavras que nós nunca pronunciamos. O PSDB enfrentou uma máquina poderosa que usou todos os métodos legais e ilegais disponíveis. Fomos para o segundo turno e ficamos a quase seis pontos do presidente Lula e depois começaram as dificuldades. A aliança com Anthony e Rosinha Garotinho também contribuiu. DC – O candidato tucano tentou desmentir os boatos, mas isso não foi suficiente. Qual foi o erro? SG – Há duas formas de responder a essa onda de boatos: na TV, fazendo uma propaganda maciça (o que não houve). A outra é criar uma rede nacional orgânica para responder aos
Dida Sampaio / AE - 26/05/06
ataques. O PSDB não tem essa rede. Circularam no Nordeste panfletos contra o PSDB. O material foi distribuído por sindicatos rurais e ONGs. O que diziam os panfletos? Que a gente iria acabar com os programas sociais. Pessoas extremamente dependentes, do ponto de vista econômico, ficaram preocupadas. A campanha não teve uma rede nacional para responder como deveria às acusações. DC – Os programas sociais impactaram as campanhas , principalmente as do PFL ... SG – O Bolsa - Família repete a ação dos coronéis. A população voltou a depender das instituições do Estado. O programa não representa avanços.
Filipe Araújo / AE - 28/10/06
petir o PT na próxima eleição. Para tanto, ele precisa obrigatoriamente se estruturar.
Cássio Cunha Lima, da Paraíba
DC - O PSDB está longe do povo? SG – Isso é uma questão de tempo e organização. Em 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva se elegeu, a sua vitória começou nos grandes centros, onde estão os formadores de opinião, e depois se alastrou para o interior. O PSDB vai re-
DC - Qual sua avaliação da candidatura Alckmin? SG – Minha avaliação a respeito da campanha é extremamente positiva. Geraldo Alckmin deu uma demonstração ao País e aos brasileiros de que era um grande candidato a presidente da República. Ele fez uma campanha limpa, coesa e saiu absolutamente íntegro da disputa travada. DC – Passada a eleição, começam as especulações. Quem deve ocupar o comando do PSDB em 2007 para reformular o partido? SG – O atual presidente Tasso Jereissati tem o apoio unâni-
MILITÂNCIA NÃO SE CONVENCE
P
assada uma semana da eleição, militantes cobram uma resposta convincente para a derrota. "Ninguém entendeu: o segundo turno é para ganhar e não para perder ", desabafou um tucano que acompanhou toda a campanha de perto. Alckmin chegou ao segundo turno com 41,6% dos votos válidos e após 28 dias de cam-
panha saiu com uma votação menor do que entrou, ao obter 39,2% (ou seja, 2,5 milhões de votos a menos). Coisa que nenhum tucano imaginava. Afinal, além da subida de última hora, o PSDB havia elegido dois governadores em primeiro turno: José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), os dois maiores colégios eleitorais do País.
"A eleição presidencial não refletiu a eleição nos Estados. Isso complicou o Geraldo", afirmou um alckmista. Outro militante tucano cobrou a aliança com o casal Garotinho no Rio de Janeiro, onde Heloísa Helena (PSol) obteve 18% dos votos. "O apoio prejudicou a gente e para "ajudar", eles não fizeram campanha".
me do partido e deve continuar presidente. Eu defendo a permanência dele na direção nacional. Tasso foi um leão na campanha do Geraldo Alckmin. Esteve presente em todos os momentos da disputa, mostrou trabalho, garra e coragem. Agora, ele vai chamar os eleitos para discutir o partido de forma democrática. DC – Fala-se em Fernando Henrique Cardoso para suceder Tasso na direção nacional. Sua participação na campanha ao enfrentar o PT agradou muita gente. O que o senhor acha? SG – O que posso responder é que do ponto de vista da estratégia de campanha, o expresidente poderia ter participado mais. Eu defendo que o Tasso permaneça na presidência da legenda. DC – As especulações para 2010 também já começaram. José Serra e Aécio Neves estão na fila e podem rachar o partido na disputa pela cabeça de chapa. A indicação de Alckmin foi dura. Ele e Serra travaram uma luta nos bastidores e ficaram cicatrizes. Qual a sua avaliação? S G – Há quatro anos (nas eleições de 2002) o PSDB não teve coesão sólida (unidade interna) e agora em 2006 também não. O PSDB só terá chance em 2010 se entrar na eleição coeso.
Teotônio Vilela Filho, de Alagoas
Isso vale para o Serra, para o Aécio Neves, para quem quer que seja o candidato escolhido pelo partido. DC – O resultado das urnas trouxe uma novidade ao PSDB: a eleição de uma tucana, Yeda Crusius, ao governo do Rio Grande do Sul. Qual o peso desta até então inesperada vitória? SG – Ela é uma liderança nova no Sul, sua vitória teve grande repercussão nacional e mostra que há renovação no partido. Yeda começou em terceiro lugar nas pesquisas e venceu. Agora, é bom lembrar que o PSDB obteve vitórias em dois importantes estados do Nordeste: na Paraíba, com a reeleição de Cássio Cunha Lima, e em Alagoas com a eleição de Teotônio Vilela Filho. Os três terão importante papel nessa nova fase.
E conomia A CIDADE DOS BRINQUEDOS DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 3, 4 e 5 de novembro de 2006
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Produção nacional é de cerca de 70 milhões de brinquedos por ano. Laranjal produz 20%.
Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo
PÓLO DE LARANJAL SE FORTALECE, APESAR DA CHINA Dólar em queda e juros altos são outros entraves para desenvolvimento da região
U
ma brincadeira de mau gosto. Assim os empresários do pólo de brinquedos de Laranjal Paulista, no interior de São Paulo, que reúne 28 empresas da própria cidade sede, além de Tietê, Boituva, Itu, São Manoel, Avaré e Americana, consideram a atual fase que atravessa o setor. O pólo é responsável por pelo menos 20% da produção de 70 milhões de brinquedos do Brasil prevista para 2006. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), a região concentra cerca de 10% das aproximadamente 300 empresas de brinquedos nacionais em atividade. "Estamos trabalhando para sobreviver", disse o presidente da Associação de Fabricantes de Brinquedos de Laranjal Paulista e Região (Afabrinq), Mauro Vicente Palandri Arruda, também proprietário da Ki-Tok Brinquedos. Potencial – Apesar da crise, o pólo do interior paulista tem um potencial enorme. Estimase que seja o terceiro conglomerado industrial de brinquedos do mundo, atrás somente de São Paulo, e da primeira colocada, a China. E é justamente a concorrência asiática, considerada "desleal", um dos principais entraves do desenvolvimento da indústria de brinquedos brasileira e do pólo, assim como ocorre em outros setores, como o de calçados e tecidos. "Juros altos e dólar desvalorizado frente ao real são os outros dois grandes problemas que atravessamos hoje, assim como as demais indústrias", complementou Arruda. A Afabrinq, criada em 2000 com ajuda do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), não tem números regionais de produção dos brinquedos, fundamentalmente de bonecas. No País, como exemplo do tamanho do negócio nacional, nas cerca de 300 empresas, que tiveram faturamento de R$ 950 milhões em 2005, trabalham 34 mil pessoas. Para este ano, a previsão da Abrinq é de crescimento de 4% sobre o ano passado, alcançando R$ 1 bilhão. Desafio – Para atingir essa expansão, o setor de brinquedos precisa vencer a sazonalidade. De acordo com o presi-
Amaral: inspiração no Amar É
dente da Abrinq, Synésio Batista da Costa, 80% das vendas do setor ocorrem no segundo semestre. Nas contas entram, no volume de vendas, 40% da produção para o Dia das Crianças, 30% para o Natal, 6% para o Dia dos Namorados e o restante se dissolve nos demais dias do ano em aniversários ou outras comemorações que envolvam principalmente crianças. Somente com o Dia das Crianças, o faturamento no ano passado chegou a R$ 416 milhões. Na busca de formas para aumentar as vendas, o Sebrae de Botucatu, que atua na região onde está instalado o pólo de brinquedos de Laranjal Paulista, investe em várias frentes. D e a c o rd o c o m o a n a l i s t a Eduardo Ruiz, o Sebrae trabalha agora "na implantação ou no aprimoramento das atividades sociais das empresas do pólo. Isso vai ajudar nas expor-
tações para países que não admitem, por exemplo, as condições de produção que a China apresenta", afirmou. A região de Laranjal Paulista também tem um forte movimento de terceirização da produção. Nesse meio, segundo Ruiz, há pelo menos 100 empresas informais ou que não trabalham fornecendo materiais ou montando brinquedos para as grandes indústrias. "Não temos os números exatos, mas acreditamos que essa terceirização represente uma parcela significativa da economia e do volume de trabalho da região", observou o analista do Sebrae. Bonequinhas – Ao fundar a Amar É – Indústria e Comércio de Brinquedos, em 1998, em Americana, na Região Metropolitana de Campinas, o empresário João Claudécio Amaral lançou produtos de qualidade para alavancar os negócios no rastro da fama das figurinhas "Amar É" que fizeram um estrondoso sucesso nas décadas de 1980 e 1990. Hoje, a empresa briga contra a China no mercado de bonequinhas populares de R$ 1,99 e não sabe se vai conseguir sair do sufoco. "Você paga as contas e reza para sobrar algum dinheiro depois. Aqui no Brasil está muito difícil. Nós não temos apoio do governo, o dólar não ajuda na exportação e os juros não permitem mais investimentos. Confesso que não sei onde essa brincadeira vai acabar", disse Amaral. Mário Tonocchi
O pólo de brinquedos de Laranjal reúne cerca de 10% das fabricantes nacionais e é responsável por 20% de toda a produção do País
O pólo de brinquedos de Laranjal Paulista, que reúne outras seis cidades, é o terceiro maior do mundo
Beto Barata/AE
Ano 81 - Nº 22.246
São Paulo, sexta-feira a domingo, 3 a 5 de novembro de 2006
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R$ 0,60
Jornal do empreendedor
APAGÃO DE LULA
Haroldo Abrantes/A Tarde/Ag. O Globo
Edição concluída às 23h05
Leonardo Rodrigues/Hype
HOJE Nublado com chuva Máxima 25º C. Mínima 19º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 17º C.
O aerolula partiu de Brasília para a Bahia, sem enfrentar nenhum problema, céu de brigadeiro. Os outros passageiros aéreos no Brasil permaneceram em aeroportos lotados esperando seus aviões atrasados pelo 7º dia seguido. O apagão aéreo é a "herança maldita" que Lula passou a Lulla-II por não ter feito investimentos em infra-estrutura. É ainda um "mea culpa" dos controladores do ar, que teriam detectado a culpa da torre de São José dos Campos na tragédia do Gol, revelada ontem pela Folha de S. Paulo. Foi o principal de uma série de erros. Lula pediu depois da releição: "Deixem o homem descansar". Na praia de Inema, na Bahia (acima), ele "apagou" (página 3). A foto ao lado, também da Bahia, mostra o outro apagão de Lula, o que criou uma nova classe para os passageiros de aviões: a classezero. Cidades 1, 2 e 3
Robson Fernandjes/AE
Divirta-se no feriadão No teatro, A Louca de Chaillot (Cleyde Yáconis, foto) luta contra a corrupção. E tem mais: cinema, TV, rádio, livros, vinho...
Lágrimas e chuva O Dia de Finados chuvoso e cinzento não impediu a visita de 2,5 milhões de pessoas aos 22 cemitérios de São Paulo. Só em Vila Formosa, o maior da América Latina, com 100 mil túmulos, passaram 350 mil visitantes. Há quem tire proveito do grande movimento: os flanelinhas. Em Cidades 4
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nquanto a indústria patina, o comércio brasileiro vem crescendo a taxas pelo menos três vezes superiores. A distância não tem uma única razão, mas economistas apontam principalmente a China e as importações de lá, que estimulam o varejo nacional, mas não o setor produtivo. A China ocupa o terceiro lugar na lista de países fornecedores para o Brasil e, levandose em conta os números totais da balança brasileira, as importações de bens de consumo são as que mais crescem, com expansão de 44% somente no último mês de outubro. "A indústria apresenta o que chamamos de vazamento de capacidade produtiva, pela perda de competitividade imposta pelo real valorizado e a
Imóveis Empresas Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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INDÚSTRIA PERDE COMPETITIVIDADE
VAREJO SUPERA INDÚSTRIA Comércio cresce a taxas três vezes superiores, principalmente por causa dos produtos importados da China crescente presença de produtos importados no mercado doméstico", diz o diretor de Pesquisas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Boris Tabacof. Os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a produção industrial cresceu apenas 0,7% em agosto sobre julho, enquanto as vendas do comércio subiram 2,32% na mesma comparação. No ano, até agosto, a indústria acumula alta de 2,8% e o comércio, de 5,3%. O destaque do varejo foram as vendas de
ATA
tecidos, vestuário e calçados, com aumento de 3,63%. "Uma parte do consumo doméstico tem sido suprida pelas importações. Caso seja mantido esse ambiente favorável para importar, o movimento vai se manter", afirma a economista-chefe do BES Investimentos, Sandra Utsumi. Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que as importações cresceram 33,7% em outubro sobre igual mês de 2005 — as compras externas do setor de vestuário saltaram 65,3%. As compras da China avançaram 55,5%.
O economista da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio-RJ) João Carlos Gomes diz que o aumento das vendas no varejo estimulado pelas importações pode ser notado também pela queda de preços. "Veja o caso da queda de preços de eletrônicos, por exemplo. Importação é controle de preços e é positivo para o comércio, porque cria mais opções de negociação e atrai mais consumidores", observa Gomes. Mudança — Para o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Salomão Qua-
dros, a China causou uma mudança de preços relativos na economia mundial, elevando os preços das commodities e reduzindo os preços dos bens de consumo. Uma pesquisa da entidade divulgada nesta semana mostrou que a utilização da capacidade instalada na indústria de bens de consumo caiu de 81,7% em outubro de 2005 para 79,9% neste ano. A intenção do setor de elevar preços também diminuiu, de 48% no terceiro trimestre de 2005 para 29% agora. Os dois dados captados pela FGV sugerem que o setor está operan-
por cento é o crescimento das vendas no varejo nacional de janeiro a agosto, segundo o IBGE.
do com menor intensidade e com baixa margem de manobra para negociar preços. São Paulo — Indicadores de produção e venda em São Paulo complementam os dados do IBGE e mostram que a situação não melhorou em setembro. O faturamento do comércio varejista da região metropolitana de São Paulo registrou em setembro a maior alta do ano, de 7,9% em relação a igual período de 2005, segundo a Federação do Comércio local (Fecomercio-SP). O destaque da alta, nesse caso, coube ao segmento de vestuário, tecidos e calçados, com avanço de 12,4% no faturamento no período. Já a produção industrial de São Paulo, de acordo com a Fiesp e o Ciesp, recuou 0,6% em setembro na comparação com agosto. (Reuters)
BALANÇO Pantanal Linhas Aéreas S.A. CNPJ nº 33.727.132/0001-79 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO Senhores Acionistas: Em cumprimento às disposições gerais e Estatutárias, apresentamos à V.Sas., o Balanço Patrimonial e demais demonstrações financeiras relativas ao período findo em 30/09/2006. Balanços Patrimoniais em 30 de setembro de 2006 e 31 de dezembro de 2005 (Em R$ Mil) Ativo Circulante Caixa e Bancos Clientes Estoques Agentes e Outros Adiantamentos Diversos Despesas Antecipadas
2006 13.824 241 4.774 6.019 1.698 195 897
2005 8.375 180 2.806 3.269 1.437 24 659
Realizável a Longo Prazo Créditos e Dep. Garantia Títulos Valores Mobiliários
28.973 9.550 19.423
27.983 8.559 19.424
Permanente Investimentos Imobilizado Diferido
47.405 10 43.075 4.320
53.797 11 39.332 14.454
Total
90.202
90.155
Passivo Circulante Fornecedores Empréstimos e Financiamentos Contas a Pagar Salários a Pagar Impostos e Contribuições a Recolher Provisão p/ Férias Manutenção Parcelamento - PAES Arrendamento Aeronaves Provisão p/ Contingências Transportes a Executar Exigível a Longo Prazo Empréstimos e Financiamentos Parcelamento - PAES Provisão p/ Imp. Renda e ContribuiçãoSocial Patrimônio Líquido Capital Social Reserva de Reavaliação Resultados Acumulados Total
2006 2005 29.292 39.358 7.292 7.635 4.427 4.219 2.715 2.249 727 753 5.209 17.084 2.086 1.849 4.844 3.120 1.025 1.396 392 522 575 531 46.328 52.494 3.045 3.531 38.243 43.133 5.040 5.830 14.582 (1.697) 22.649 22.649 9.061 10.648 (17.128) (34.994) 90.202 90.155
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (Em R$ Mil) Capital Social Reserva de Reavaliação Resultados Acumulados Saldos em 31 de dezembro de 2004 22.649 12.739 (30.384) Realização de Reserva de Reavaliação – (3.169) 3.169 Realização de Imp. de Renda Diferido – – (1.078) Realização Provisão Imp. de Renda S/ Reavaliação – 1.078 – Resultado do Exercício – – (6.701) Saldos em 31 de dezembro de 2005 22.649 10.648 (34.994) Ajuste de exercício anterior – – 24.589 Realização Provisão Imp. de Renda S/ Reavaliação – 790 – Realização de Imp. de Renda Diferido – – (790) Realização Reserva de Reavaliação – (2.377) 2.377 Resultado do Exercício – – (8.310) Saldos em 30 de setembro de 2006 22.649 9.061 (17.128)
AVISOS DE LICITAÇÕES PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Presencial nº 017/06 Objeto: Contratação de empresa para fornecimento de combustíveis e abastecimento de toda a frota da Prefeitura no município de Guaratinguetá. Edital disponível no site: www.guaratingueta.sp.gov.br. Local da sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75, Centro-Guaratinguetá. Data da Sessão: 21.11.06, às 10:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 5,00.
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 076/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de equipamentos oftalmológicos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 20/11/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 13:00 horas do dia 23/11/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 14:00 horas às 15:00 horas do dia 24/11/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 077/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de medicamentos-saúde mental. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 22/11/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 13:00 horas do dia 27/11/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 16:00 horas às 17:00 horas do dia 28/11/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO AVISO DE LICITAÇÃO Concorrência Pública nº 03/2006 De conformidade com a necessidade da Secretaria Municipal de Educação e baseado na justificativa apresentada, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberta, na Prefeitura deste Município, o Edital de Concorrência nº 03/2006, para a contratação de empresa visando o fornecimento de sistema de ensino para os alunos da rede pública do Município de São Pedro, com o fornecimento de materiais didáticos, capacitação e acompanhamento didático, pelo tipo de técnica e preço, regida pela Lei Federal nº 8.666/93, suas alterações e demais dispositivos legais expressos no item 4, deste Edital. Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Setor de Protocolo desta Prefeitura, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 22 de dezembro de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 14:00 horas, do dia 22 de dezembro de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. Para participar da presente licitação as empresas interessadas deverão efetuar garantia de R$ 5.980,00 (cinco mil e novecentos e oitenta reais), correspondente a 1% do valor estimado da concessão, em uma das modalidades previstas no “caput” e parágrafo 1º do artigo 56, da Lei Federal nº 8.666/93, até o dia 21 de dezembro de 2006. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas, mediante a apresentação da Guia de Recolhimento, no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 01 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal.
Total 5.004 – (1.078) 1.078 (6.701) (1.697) 24.589 790 (790) – (8.310) 14.582
Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis em 30 de setembro de 2006 e 31 de dezembro de 2005 (Em R$ Mil) 01. Contexto Operacional - A atividade principal da Empresa compreen- trado no Exigível a Longo Prazo, oriundos de reavaliação de ativo imobilide a exploração de serviços de transporte aéreo regular de passageiros zado . e/ou cargas, no território nacional, em âmbito regional, conforme conces- 07.Títulos e Valores Mobiliários - Valor referente a 60 (sessenta) “Apólisão outorgada em 19/03/93, através da Portaria n° 209/GM 5 do Ministério ces da Dívida Pública” emitidas em 1902, cujas atualizações monetárias, da Aeronáutica. segundo cálculos da Fundação Getulio Vargas em 1998, montam em R$ 02. Apresentação das Demonstrações Contábeis - As demonstrações Mil 19.423. contábeis foram preparadas de acordo com os princípios de contabilidade 08. Imobilizado - Composição: previstos na legislação societária e disposições complementares do DeTaxa de partamento de Aviação Civil – D.A.C. Contas Depreciação 2006 2005 03. Principais Práticas Contábeis - a) Os direitos realizáveis e as obri- Equipamentos de Vôo 10% 51.728 51.603 gações exigíveis após 12 (doze) meses da data do balanço estão classifi- Motores 25% 6.247 – cados no longo prazo; b) As despesas são contabilizadas pelo regime de Edificações 4% 1.680 1.680 competência e as receitas de vendas são reconhecidas por ocasião da Máquinas e Equipamentos 10% 1.053 1.052 efetiva prestação dos serviços, e os valores referentes aqueles cujos ser- Móveis e Utensílios 10% 683 616 viços ainda não foram prestados permanecem na conta “ Transportes a Veículos 20% 51 51 Executar ” Receita de Exercícios Futuros; c) Os estoques estão avaliados Benfeitorias em Imóveis de Terceiros 10% 1.715 1.683 pelo valor da última aquisição, sendo inferiores ao valor de reposição; d) O Bens Intangíveis – 149 122 imobilizado é demonstrado ao custo de aquisição, acrescido de correção Equipamentos e Sist. de Informática 20% 583 591 monetária até 31 de dezembro de 1995. As depreciações são calculadas (–) Depreciações Acumuladas (20.814) (18.066) pelo método linear, a taxas que levam em consideração a vida útil econô- Total 43.075 39.332 mica dos bens, e em consonância com as normas da Agência Nacional de 9. Diferido - Nessa conta estão contabilizadas as variações cambiais de Aviação Civil - ANAC sobre a matéria; e) O ativo diferido está demonstra- parcelas, referente a leasing de aeronaves e de implantação de equipado pela variação cambial de parcelas dos financiamentos de leasing de mentos de vôo, conforme abaixo: aeronaves, e outras contas diferidas conforme nota explicativa nº.9; f) Os Diferimentos 2006 2005 empréstimos e financiamentos são atualizados até a data do balanço com Variação Cambial s/ Leasing a Amortizar 11.060 11.060 base nos encargos contratados; g) Os impostos e contribuições a reco- Outras Contas a Diferir lher são atualizados até a data do balanço e incluem encargos moratórios, Implantação Equipamentos Vôo 971 971 de acordo com a evolução da TJLP; h) A provisão para férias é constituída Revisão de Motores – 4.841 com base nos direitos adquiridos pelos empregados até a data do balan- O. Serviço em Andamento – 5.046 ço, e inclui os correspondentes encargos sociais; i) A provisão para ma- Outras amortizações – 971 nutenção de aeronaves é calculada de acordo com o nível de utilização (–) Amortizações Acumuladas (7.711) (8.435) dos Equipamentos de Vôo (horas voadas), em conformidade com Saldo Total 4.320 14.454 especificações do fabricante, para atender a grandes revisões; j) A provi- A variação cambial sobre operações de leasing de aeronaves foi diferida são para devedores duvidosos, no valor de R$ 499 Mil, está constituída pelo período de 4 (quatro) anos, com saldo remanescente do exercício de em montante considerado suficiente para cobrir eventuais perdas. 2002 a ser amortizado em 2006. 04. Clientes - Composição: 10. Impostos e Contribuições a Recolher - Composição: Contas 2006 2005 Contas 2006 2005 Cartões de Crédito 2.547 1.696 I.R.R.F. 2.244 1.908 Correntistas – Cargas e Passagens 1.798 1.487 PIS 427 1.656 Outras 928 417 COFINS 1.968 6.717 (–) Provisão para Devedores Duvidosos (499) (794) I.N.S.S. 457 6.677 Total 4.774 2.806 F.G.T.S. 113 126 05. Estoques - Composição: Total 5.209 17.084 Contas 2006 2005 11. Empréstimos e Financiamentos - Contraídos com a finalidade de Material Técnico de Aeronaves 1.650 1.282 capital de giro e outros, com vencimento até Dez/2006, variação monetáImportações em Andamento 2.161 689 ria e taxas de juros que variam entre 0,5% e 1%. Adiantamento a Fornecedores 2.208 1.298 Composição 2006 2005 Total 6.019 3.269 Longo Longo Circulante Prazo Circulante Prazo 06. Créditos Fiscais, Cauções e Depósitos para Garantia - CompoBanco do Brasil 559 – 668 363 sição: Embraer Peças e Serviços 999 – 999 – Contas 2006 2005 Bancos – C.Giro 2.507 – 1.615 – Crédito Tributário 4.659 5.449 Parc. FGTS 362 3.045 364 3.168 Depósitos para Garantia 560 351 SITA – – 188 – Outros Créditos 4.331 2.759 Infraero – – 385 – Total 9.550 8.559 O crédito tributário foi constituído sobre prejuízos fiscais de imposto de Total 4.427 3.045 4.219 3.531 renda e bases negativas de contribuição social, nos termos do pronuncia- 12. Provisão para Contingências - A provisão para contingência trabamento emitido pelo IBRACON e aprovado pela deliberação CVM nº 273 de lhista, no valor de R$ 392 Mil, foi calculado em montante considerado su20/08/98. Para fins de reconhecimento desse ativo diferido, foi levado em ficiente para cobrir eventuais perdas, segundo parecer jurídico. Quanto às consideração o imposto de renda e contribuição social, a pagar demons- demais contingências, não foi constituída qualquer provisão, uma vez que,
A Administração
Demonstração do Resultado em 30 setembro de 2006 e 31 de dezembro de 2005 (Em R$ Mil) 2006 2005 Receita Operacional Bruta 55.205 67.421 Impostos Incidentes S/ Vendas (1.964) (2.470) Receita Operacional Líquida 53.241 64.951 Custo dos Serviços Prestados (38.283) (47.626) Resultado Bruto 14.958 17.325 (Despesas) Receitas Operacionais (13.150) (12.104) Despesas com Vendas (10.811) (14.394) Despesas Administrativas (3.058) (5.750) Outras Receitas (Despesas ) Operacionais 719 8.040 Resultado antes dos Encargos Financeiros 1.808 5.221 Encargos Financeiros Líquidos (6.697) (2.234) Encargos Financeiros s/ Atualização PAES (2.219) (7.500) Despesas com Variação Cambial 231 (2.429) Resultado Operacional (6.877) (6.942) Receitas ( Despesas ) Não Operacionais (1.433) 241 Resultado do Exercício (8.310) (6.701) Resultado por Lote de 1.000 ações - R$ 1,00 (70,55) (56,89) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos em 30 setembro de 2006 e 31 de dezembro de 2005 (Em R$ Mil) Origens de Recursos 2006 2005 Prejuizo / Lucro do Exercício (8.310) (6.701) Itens que não afetam o Capital Circulante: Depreciações e Amortização 2.749 3.637 Baixa do Diferido 2.917 4.229 Diferido Transf. p/Imobilizado 7.218 5.788 Aumento / Redução Real. a Longo Prazo – (303) Ajuste de Exercício Anterior 24.589 – Total das Origens 29.163 6.650 Aplicações de Recursos Aumento do Imobilizado 6.491 731 Aumento do Diferido – 5.046 Aumento / Redução Real. a Longo Prazo 990 – Empréstimos e Financiamentos 6.166 – Redução do Resultado de Exercícios Futuros 531 1.434 Total das Aplicações 14.178 7.211 Aumento do Capital Circulante 14.985 (561) Demonstração do Capital Circulante Líquido Variação do Ativo Circulante 5.450 572 Variação do Passivo Circulante (9.535) 1.133 Redução (Aumento) do Capital Circulante 14.985 (561) a Companhia, e os seus assessores jurídicos não acreditam em perdas relevantes. 13. Parcelamento Especial - MP 303/06 - A companhia optou por reparcelar seus débitos oriundos do antigo PAES/REFIS, conforme facultou a Medida Provisória 303/06, tendo atualizado seus débitos até a data do novo pedido, de acordo com a legislação, procedendo então, a atualização de seu passivo após o reparcelamento com base na TJLP. Composição 2006 2005 Longo Longo Circulante Prazo Circulante Prazo INSS - Convencional 337 1.346 – – Antigo Refis – – 2.005 25.501 Previdência Social 985 9.100 348 13.193 Receita Federal 3.522 33.698 767 4.439 Total 4.844 38.244 3.120 43.133 14. Reserva de Reavaliação - Refere-se à reavaliação parcial de seus bens, com base em Laudo de Avaliação emitido pela empresa SERCOCooperativa de Serviços e Engenharia, em 20 de dezembro de 2003. No período de 2006 foi realizado o valor total de R$ 2.377 Mil. 15. Capital Social - O Capital Social, totalmente subscrito e integralizado, está representado por 117.778.942 de Ações Ordinárias, sem Valor Nominal. 16. Ajuste de Exercício Anterior - O valor de R$ 24.589, contabilizado nessa rubrica, refere-se ao estorno de parte das provisões constituídas sobre impostos federais, efetuado com base na orientação de nossos assessores jurídicos, mediante crédito na conta de resultados acumulados, no patrimônio líquido, no pressuposto de prováveis chances de anulação por decadência. 17. Arrendamento Mercantil - A Empresa mantém contratos de arrendamento operacional de 04 (quatro) aeronaves ATR - 42, com capacidade máxima para 48 (quarenta e oito) assentos. Os detalhes dos compromissos oriundos desses arrendamentos estão assim compostos: Aeronaves Modelos Vencimento MSN ATR 42 320 Final U$S 306 PTMFT LO/OPV Dez/2007 37.420 Leasing Operacional 343 PTMFJ LO Fev/2007 43.000 Leasing Operacional 225 PTMFK LO Set/2006 43.000 Leasing Operacional 376 PTMFM LO Set/2006 43.000 Leasing Operacional 18. Seguros Aeronáuticos, Danos Materiais e Saúde - A Empresa mantém apólices de seguros para todas as suas aeronaves, instalações e partes e peças, e seguro saúde para seus funcionários em montantes considerados suficientes para cobrir eventuais riscos. Os seguros contratados estão assim demonstrados: Garantia Valor US$ Cobertura Hull - IS 38.750.000 Avião - Casco Hull - WAR - IS 38.750.000 Guerra e Seqüestro TLO - IS 3.775.000 Perda Total Spares - IS 10.000.000 Peças e Assessórios Liability - IS 150.000.000 Responsabilidade Civil Marcos Sampaio Ferreira - Diretor Presidente José Carlos Nascimento - Contador - CRC 1SP218.037/O-0
Parecer dos Auditores Independentes Aos Administradores e Acionistas Pantanal Linhas Aéreas S/A. - São Paulo SP 01. Examinamos o balanço patrimonial da Pantanal Linhas Aéreas S/A. em 30 de setembro de 2006 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos referentes ao período compreendido entre 01 de janeiro e 30 de setembro de 2006, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião sobre essas demonstrações. 02. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil as quais requerem que os exames sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações contábeis em todos os seus aspectos relevantes. Portanto, nossos exames compreenderam, entre outros procedimentos: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Companhia; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da Companhia, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 03. A Companhia está envolvida em processos judiciais significati-
vos principalmente na esfera fiscal. Com base na opinião dos seus assessores jurídicos externos e da administração da Pantanal não são esperadas perdas relevantes para esses processos. Sendo assim, as demonstrações contábeis da companhia não incluem quaisquer provisões para fazer face a eventuais efeitos decorrentes das referidas ações. 04. A Empresa optou pelo parcelamento concedido pelo Governo Federal, através da medida Provisória Nº 303 de 29/06/2006 e atualmente aguarda consolidação por parte da Receita Federal. Por orientação de seus assessores jurídicos, a Pantanal estornou parte das provisões constituídas sobre o INSS, incluídas nesse novo parcelamento, no montante de R$ Mil 24.589, mediante crédito na conta de resultados acumulados - patrimônio líquido, no pressuposto de chances de anulação dessa divida, por decadência. 05. A Companhia, demonstra no “Realizável a Longo Prazo”, Apólices do Tesouro Nacional emitidas em 1902, cujo valor contábil atualizado monta em R$ Mil 19.423. Em 30 de setembro de 2006, não há parâmetros conhecidos de mercado para avaliação desses títulos. 06. Conforme demonstrado na nota explicativa nº 09 a Companhia diferiu variação cambial ocorrida nos exercícios de 2001 e 2002, referentes às parcelas de financiamentos em operações de leasing de aeronaves. Em função desse procedimento, o reflexo no resultado e no patrimônio liquido em 30 de setembro de 2006 é de R$ Mil 4.320. 07. Seguindo orientação de seus assessores
DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO
jurídicos, em exercícios anteriores, a companhia compensou 100% (cem por cento) dos prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social acumulados. 08. Em nossa opinião, exceto quanto às circunstâncias mencionadas nos parágrafos nº 3, 4, 5, 6 e 7 acima, as demonstrações contábeis referidas no parágrafo 1º, representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Pantanal Linhas Aéreas S/A. em 30 de setembro de 2006, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos, referentes ao período compreendido entre 01 de janeiro a 30 de setembro de 2006, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 09. As demonstrações contábeis foram preparadas no pressuposto de continuidade normal dos negócios da Pantanal Linhas Aéreas S/A, contudo, face aos prejuízos acumulados, a Companhia apresentava, em 30 de junho de 2006, um passivo a descoberto e uma deficiência de capital de giro significativos. Essa situação foi modificada em função dos ajustes efetuados nas demonstrações contábeis conforme comentado no parágrafo 04 acima. São Paulo, 30 de outubro de 2006. Loudon Blomquist Sérgio dos Santos Gonçalves Auditores Independentes Contador CRC-2RJ000429-S-6 CRC-1RJ 056082/0-3 – “S” - SP
COMUNICADO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 15/0965/06/05
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 1 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Reqte: Decorwatts Elétrica e Iluminação Ltda. Reqdo: Central Paulista de Eventos Ltda. - Rua Apucarana, 1040 - 02ª V. Falências Reqte: Santa Rosa Embalagens Flexíveis Ltda. Reqdo: Produtos Alimentícios Superbom
Ind. e Comércio Ltda. - Rua Domingos Peixoto da Silva, 245 - 01ª V. Falências Reqte: Vicunha Têxtil S.A. - Reqdo: Laroke Confecções Ltda. - Rua Mendes Junior, 323 02ª V.Falência
OBJETO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA SUPORTE AO MANUSEIO PARA MONTAGEM DE KITS PEDAGÓGICOS BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO – BID CONTRATO DE EMPRÉSTIMO Nº 1225/OC-BR A Pregoeira da Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE, designada pela Portaria nº 028/04, de 22/09/2004, torna público para o conhecimento de quem possa interessar que às 09:30 horas do dia 20/11/2006, no Auditório da FDE à Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, estará reunida para recebimento dos envelopes 1 (Proposta) e 2 (Habilitação) relativos ao Pregão nº 15/0965/06/05, tipo menor preço cujo objeto é a prestação de serviços para suporte ao manuseio para montagem de kits pedagógicos, compreendendo a mixagem de livros ou outros materiais pedagógicos semelhantes - Convênio n° 177/2000 - PROMED, que será regido pelas Normas do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Lei nº 10.520, de 17/07/2002, e demais legislação correlata, aplicando-se subsidiariamente, no que couber, a Lei 8.666, de 21/06/93, com suas alterações, tendo como fonte de recursos o Contrato de Empréstimo nº 1225/OC-BR – MEC/BID. O certame está aberto aos licitantes originários de países membros do BID, sendo que os interessados poderão examinar ou adquirir o Edital no endereço acima mencionado, a partir de 06/11/2006, de segunda a sexta-feira, no horário das 8:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.
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Mea culpa
A
Cidades ERROS NA TORRE DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 3, 4 e 5 de novembro de 2006
op e ra çã o padrão deflagrada pelos controladores de tráfego aéreo soa como a confirmação de mea culpa pelo acidente que vitimou os 154 passageiros do vôo 1907 da Gol, em 29 de setembro, na Serra do Cachimbo, no Mato Grosso. A opinião é do especialista em aviação Ivan Sant´Anna (foto, à direita), autor de livros sobre desastres aéreos e segurança de vôo. Segundo ele, "a operação padrão é uma chantagem para esfriar as investigações da Polícia Federal". Essa hipótese ganha força com notícia publicada ontem pela Folha de S. Paulo, afirmando que a torre de controle de São José dos Campos, no interior, autorizou os pilotos do Legacy, que se chocou com o Boeing da Gol, a voarem na altitude de 37 mil pés até o aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, apesar de, a partir de Brasília, esse nível ser proibido para vôos no sentido sulnorte. Esse teria sido o primeiro de uma sucessão de erros que geraram o choque. Ações – Sant´Anna lista ações conjuntas postas em prática por controladores e militares que o levaram a tal conclusão: no último dia 30, dez controladores, que teriam acompanhado as rotas feitas pelo Boeing da Gol e pelo jato Legacy até o momento da colisão, não compareceram ao depoimento que deveriam prestar à Polícia Federal. Os controladores, todos militares, ale-
8 Legacy teria recebido ordem errada de torre de controle em São Paulo
8 Houve pouco investimento em pessoal, segundo sindicato dos aeronautas 8 Operação padrão travou completamente o tráfego aéreo às 3h de ontem garam doença para justificar a falta, e sustentaram a alegação por meio de um atestado médico coletivo, assinado por um médico militar. Outro ponto citado é a não-liberação das gravações da caixa preta do Legacy para a Polícia Federal. Cópias de dados que revelam conversas entre os pilotos do jato comercial e as torres de controle estão com a Força Aérea Brasileira
(FAB). Recentemente, o delegado da Polícia Federal Renato Sayão, responsável pelas investigações sobre o acidente, confirmou que o inquérito está parado por falta das informações que estão sob poder da Aeronáutica. A responsabilidade pelo acidente, que no início das investigações recaiam toda sobre os ombros dos pilotos do Legacy, Lepore e Paladino, gradual-
A operação padrão é uma chantagem para esfriar as investigações da Polícia Federal. Ivan Sant´Anna, especialista em aviação
mente passou a ser dividida com os controladores das torres que acompanhavam as aeronaves. Essa pressão sobre o tráfego aéreo, segundo o especialista em segurança aérea do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), comandante Ronaldo Jenkins, deflagrou a operação padrão. "Mas é cedo para atribuir culpas. Até que os dados das caixas-pretas sejam completamente analisados estaremos apenas especulando", disse. Desde 1970, Jenkins pilota aviões comerciais na mesma rota onde ocorreu o choque entre as duas aeronaves. Segundo o comandante, a perda de contato entre o Legacy e o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego (Cindacta) de Brasília não se justifica. "Em regiões tropicais é normal ter estática por influências eletromagnéticas e rebatimento de ondas. Porém, existem várias freqüências de emergência que poderiam ser usadas por pilotos e controladores para a comunicação", afirmou Jenkins. Estática - A falha na comunicação tem sido utilizada por ambos os lados (pilotos do Legacy e Cindacta) para se redimirem de culpa. O Cindacta de Brasília divulgou que os controladores tentaram alertar a tripulação do Legacy sobre a falha no transponder – equipamento que posiciona a aeronave nos radares do controle de tráfego –, mas não tiverem resposta. Por meio dos advogados, os pilotos do jato informam que também não conseguiram resposta às tentativas de contato que fizeram com o Cindacta. Os procedimentos detalhados no plano de vôo original do Legacy colocava o jato a 37 mil pés entre São José dos Campos e Brasília, passando para 36 mil pés a partir de Brasília e para 38 mil pés a partir do ponto Teres da carta aeronáutica (a 480 km de Brasília, em Mato Grosso) até Manaus. O Legacy chocou-se com o Boeing da Gol a 37 mil pés, quando já sobrevoava o Mato Grosso. Renato Carbonari Ibelli
Militares admitem imprecisão
PASSAGEIROS
Vivi Zanatta/AE
Custódio Coimbra/Agência O Globo
CLASSE ZERO
Idosa espera embarque no Tom Jobim, no Rio. Uma passageira se exalta em Cumbica, outro dorme em Congonhas e duas jogam cartas em Salvador. Paulo Liebert/AE
Haroldo Abrantes/A Tarde/Folha Imagem
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"N
600XL. Clear, 370, Manaus." Foi com essa frase que o controlador de vôo de São José dos Campos autorizou a decolagem do jato Legacy. Oficiais da Aeronáutica ouvidos ontem afirmam que, embora correta, a informação passada pela torre de controle poderia ter sido mais precisa. Ainda assim, dizem os militares, os pilotos do jato deveriam ter verificado se a autorização condizia com os dados do plano de vôo. "Faltou ele (o controlador) dizer, no fim da frase, ‘as filed’ ou ‘according to flight plan’ (de acordo com o plano de vôo, em português). Um piloto brasileiro compreenderia essa ordem perfeitamente. Mas o americano pode ter se confundido, entendendo que poderia voar a 37 mil pés até Manaus", comenta um oficial da Força Aérea Brasileira (FAB). Quando estavam a 94 quilômetros de Brasília – minutos antes da colisão –, os america-
nos fizeram contato com o centro Cindacta-1, em Brasília. O diálogo é o seguinte: "N600XL atinge 370. Boa tarde", diz o piloto do Legacy, informando que estava a 37 mil pés, cumprindo o plano de vôo. "N600XL acione sua identidade", diz o controlador, pedindo o código do transponder, para que pudesse ser visualizado no radar. O código aparece no visor e o controlador informa: "Sob vigilância radar". O plano de vôo do Legacy previa três altitude: 37 mil pés até Brasília; 36 mil pés entre a capital federal e , a partir daí, 38 mil pés. Na decolagem o piloto do Legacy contestou os números do "fixo", que indicam a subida. "O piloto pede ao controlador que repita os números e levanta vôo", revela um oficial da FAB. "Ele não confirmou se havia entendido. A torre de São José dos Campos só soube que ele estava correto após acompanhar o procedimento pelo radar", disse. (AE)
4
Nacional Finanças Tr i b u t o s Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
Reunião na ACSP vai discutir o Projeto de Lei Municipal 552/06, apelidado de X-Tudo.
R$ 1,9 BILHÃO PARA ESTADOS E MUNICÍPIOS
Milton Mansilha/LUZ - 19/09/2005
Artur De Leos/LUZ - 05/09/2005
Gastão de Toledo, da ACSP: descumprimento da lei
Miretti, da OAB-SP: regras ferem Código Tributário
IMPACTO DO X-TUDO SERÁ DISCUTIDO EM REUNIÃO NA ACSP Especialistas vão apresentar estudo de impacto econômico e jurídico do projeto
U
ma centena de entidades e associações de classe vai se reunir hoje na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), às 11 horas, para discutir o Projeto de Lei nº552/06, encaminhado à Câmara Municipal da capital recentemente. O projeto, apelidado de X-Tudo e arrastão fiscal, trata de mudanças tributárias e questões relacionadas a crédito de carbono, ao Conselho Municipal de Tributos, parcelamento de impostos e Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos (TFE). No encontro, serão apresentados estudos de impacto econômico e jurídico relacionados às possíveis mudanças tributárias, realizados pelo Sindicato das Empresas de Serviços de Empresas Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) e ACSP. Entre os pontos criticados do projeto de lei, o presidente da Comissão de Assuntos Tributários da OAB-SP, Luiz Antonio Caldeira Miretti, que juntamente com o consultor tributário da ACSP, Gastão de Toledo, analisou o projeto juri-
dicamente, destaca o descumprimento da Lei Complementar nº 95/98, que determina que cada lei trate de um único assunto. "A forma como o projeto foi apresentado não está adequada", diz Miretti, integrante do escritório Approbato Machado Advogados. O projeto, segundo a análise, também prevê regras que ferem o Código Tributário Nacional (CTN), como a que diz que se o parcelamento não for cumprido, os sócios serão responsáveis como garantidores. Horizonte nebuloso – Como está, e se transformado em lei, o projeto poderá provocar aumentos na cobrança do Imposto sobre Serviços (ISS) e Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), implicando violação de princípios constitucionais, como o da capacidade contributiva. Segundo contas do Sescon, a base de cálculo do ISS para os prestadores de serviços poderá aumentar 53,8%. A base de cálculo para as sociedades de profissionais, de advogados, contadores, engenheiros, também deve ser maior: R$ 3 mil, contra R$ 909,77 praticado em 2006. Um aumento de 229,753%, o que significa que,
para cada profissional, a empresa terá de desembolsar R$ 1,8 mil por ano. Empresas de limpeza, manutenção e conservação de imóveis e corretagem de seguros correm o risco de deixar de ter isenção do ISS. Jurisprudência – Miretti diz que já há jurisprudência favorável no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que considerou abusivo o aumento do mesmo imposto em 2003. Em relação ao IPTU, há críticas sobre a forma de correção do imposto e avaliação dos imóveis. No projeto de lei, há a proposta de um reajuste de 10% no preço do metro quadrado construído para o IPTU dos imóveis localizados em bairros mais urbanizados da cidade, como o Centro, Pinheiros e Santana. Na reunião de hoje, o grupo vai discutir as análises e encaminhar sugestões de aprimoramento do projeto ao prefeito Gilberto Kassab (PFL). A expectativa do presidente da Comissão de Assuntos Tributários da OAB-SP é de que o Executivo apresente um substitutivo ou envie projetos individuais para cada tema. Adriana David
DE OLHO NO IMPOSTO PROJETO DE LEI PODE SER VOTADO AMANHÃ EM COMISSÃO
D
epois de ficar paralisado por três meses no Senado Federal, o Projeto de Lei (PL) nº 174/2006, que estabelece a obrigatoriedade de as notas fiscais discriminarem o valor dos tributos incidentes na compra de mercadorias e serviços, deve ser apreciado amanhã pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA). Se aprovado, o PL será encaminhado diretamente para a Câmara dos Deputados e, caso não sofra nenhuma alteração, a nova legislação entrará em
vigor já a partir de 2007. O projeto é originário do movimento De Olho no Imposto, liderado pelo presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, que reuniu um grupo de empresários e entidades de classes e percorreu 400 municípios do Estado de São Paulo e diversas cidades do Paraná, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Bahia e Rio de Janeiro para promover a campanha. A idéia era colher assinaturas para o envio de um projeto de lei popular ao Congresso, pedindo a descrição de impos-
tos nas notas fiscais. Mais de 1 milhão – No final do mês de maio, representantes de diversas entidades de classe entregaram 35 caixas com as listas de adesões à campanha – no total 1,564 milhão de assinaturas – ao presidente do Senado, Renan Calheiros, que subscreveu o projeto. A campanha também ganhou a internet. O site www.deolhonoimposto.org.br teve mais de 12 mil adesões. No site de relacionamento Orkut, a comunidade De Olho no Imposto superou 600 adesões virtuais. Márcia Rodrigues
Estado de São Paulo aumentou arrecadação em outubro
A
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) arrecadou R$ 4,209 bilhões de impostos em outubro. Deflacionado pelo Índice Geral de Preço Disposição Interna (IGP-DI) do mês passado, o valor é 16,7% maior que o obtido no mesmo período de 2005. Grande parte desse aumento da arrecadação é resultado do Programa Especial de Parcelamento de Débitos Fiscais. A arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que corresponde a 91,6% da receita tributária paulista, foi de R$ 3,857 bilhões, 15,1% superior a outubro do ano passado.
As importações também contribuíram para esse aum e n t o . F o r a m re c o l h i d o s R$ 667,2 milhões em outubro, um crescimento de 19,9%. O valor médio diário da receita do ICMS com importações tem crescido ao longo do ano. Passou de R$ 28 milhões no trimestre de maio a julho, para R$ 29 milhões em agosto e R$ 32 milhões nos meses de setembro e outubro. A arrecadação do Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) também registrou expansão. Foram recolhidos R$ 86 milhões, 39% a mais que em outubro do ano passado. A explicação para uma arrecadação maior é o au-
mento de preços dos veículos novos e usados, o aumento da frota e pelo programa de cobrança de débitos do IPVA de 2001 a 2005. Este programa, iniciado pela Secretaria em julho, emitiu até outubro cinco lotes de notificações e deverá emitir um novo lote até o final de 2006. Cada lote notificou mais de 300 mil contribuintes. Desempenho setorial – Segundo a análise por setores da economia da Sefaz, até o final do mês de setembro houve um crescimento anual de 8,9% no comércio, 6,7% no conjunto de atividades com preços administrados (combustíveis, energia e telecomunicações) e 5,2% na indústria. (AD)
MP para compensar Lei Kandir
O
governo autorizou, por meio de medida provisória (MP), a liberação de R$ 1,95 bilhão para estados e municípios. O dinheiro é um auxílio a mais para compensar as perdas com a Lei Kandir, que desonerou as exportações. A Lei Kandir estabelece uma compensação aos estados com um percentual fixo. A nova MP autoriza a liberação de recursos em percentuais diferencia-
dos, proporcionais ao esforço exportador: o estado que exportar mais e importar menos será melhor compensado. O Estado do Pará, por exemplo, terá direito a 10,81% dos recursos. São Paulo fica em primeiro, com um coeficiente de 12,42%. O auxílio adicional já tinha sido acertado, mas foi suspenso pela Justiça Eleitoral em razão do processo eleitoral em curso. Do total de R$ 1,95 bilhão
do Banco Justiça libera administradores Econômico, entre eles Calmon de Sá. Não bens do Banco Ângelo há mais como recorrer. Os bens estavam Econômico bloqueados há mais de dez
O
Banco Central (BC) sofreu uma importante derrota na semana passada. A Justiça da Bahia desbloqueou os bens dos controladores e ex-
anos e o BC pode ter que pagar bilhões a donos dos bancos liqüidados. A liberação dos bens indica a dificuldade que o BC vem tendo em lidar com as liquidações extrajudiciais de
que será distribuído em três parcelas, R$ 975 milhões serão liberados em até dez dias após a edição da MP, publicada no Diário Oficial da União da última sexta-feira. As outras duas parcelas, de R$ 487,5 milhões, serão liberadas na forma fixada pela Secretaria do Tesouro. A MP estabelece ainda que para entrega dos recursos, serão obrigatoriamente deduzidos os valores das dívidas vencidas e não pagas à União. (AE) bancos – em especial aqueles que sofreram intervenção na época do Programa de Recuperação do Sistema Financeiro (Proer). No caso do Econômico, há uma divergência em relação ao índice que corrige a dívida. Dependendo do índice usado, a dívida do banco com o BC pode oscilar entre R$ 9,5 bilhões e R$ 17 bilhões. (AG)
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
Compor tamento Polícia Design Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 O mobilário é azul, que passa uma sensação de calma. Isso porque a 25 de Março é efervescente. Armando Orsi
PROPOSTA SERÁ ENVIADA PARA A PREFEITURA
Milton Mansilha/Luz
Protótipos de lixeira, luminária e banca para camelôs na Mostra Jovens Designers
NA VITRINE, A RUA 25 DE MARÇO Estudantes criam luminárias, lixeiras e barracas específicas para a rua da região central. Mostra apresentou também um novo conceito em veículo para motoboys.
O
que começou como um projeto de faculdade pode dar cara nova à rua 25 de Março, no Centro, a partir do próximo ano. Com o fechamento da rua para carros, ainda em caráter experimental, o que era utopia pode virar realidade. Pelo menos é isso que espera o trio de estudantes do curso de Designer de Produto do Senac, Armando Orsi, Ana Maria Angélico e Cecília Gigli. A partir de uma proposta de trabalho do curso, os três estudantes criaram mobiliário para a rua comercial mais famosa de São Paulo. Foram mais de dois meses de pesquisas e visitas diárias à 25 de Março. O projeto ficou pronto neste se-
mestre e já está sendo orçado junto a especialistas. A expectativa dos estudantes é apresentar a proposta para a Prefeitura até o fim do ano e ver o maior shopping a céu aberto do Brasil de cara nova no início de 2007. "Estamos orçando o projeto e buscando parcerias", declarou Orsi. Os alunos criaram luminárias especiais, lixeiras e bancas fixas para os camelôs regulamentados. Tudo foi levado em conta no projeto, desde a circulação de pedestres, camelôs, lojas, segurança e a necessidade de boa luminosidade. "A iluminação será mais concentrada na porta das lojas e mais forte na calçada destinada aos camelôs. Na banca fixa, o espaço destinado a mostruá-
rio vira um armário seguro para guardar a mercadoria durante a noite. As lixeiras são grandes e fáceis de serem descarregadas durante o dia. Todo o mobilário é azul, que passa uma sensação de calma. Isso porque a 25 de Março é efervescente por natureza", explicou Armando Orsi. O conceito do projeto foi baseado na história da 25 de Março e na sua ligação direta com o mar. "Na pesquisa descobrimos que os produtos vinham do Porto de Santos e subiam pela ladeira Porto Geral para chegar ao Centro. Partiu daí a idéia para o mobiliário", explicou o designer. Os móveis foram montados em formato de um quarto de circunferência para lembrar as ondas e me-
lhorar a qualidade de quem trabalha e freqüenta a rua. Mostra – O projeto 25 de Março e mais outros 39 de mais de 100 alunos de faculdades paulistas foram apresentados na Mostra Jovens Designers. A apresentação dos produtos inovou ao aliar a forma a conceitos fundamentais, como funcionalidade, conforto e segurança. E os projetos dos novos profissionais surpreenderam. Um projeto de padronização dos veículos dos motoboys ganhou o prêmio de design mais importante do País. A motocicleta, especialmente criada para os motoboys, deve ser lançada no mercado a partir de 2011. O veículo, desenvolvido pelos alunos da UniFMU Rodrigo do Vale Ciossani e Rafael Moreno, demandou seis meses de pesquisa de campo e outro seis de pesquisa em engenharia e acabou despertando o interesse da Sundown Motos que forneceu todo o apoio técnico necessário aos alunos. Uma negociação já está acontecendo entre os novos designers e a empresa, que quer ser a primeira a colocar a nova moto no mercado. "Pensamos todo o projeto comer-
cialmente. Mas demos prioridade à Sundown que forneceu apoio técnico e operacional", explicou Ciossani. A Motolog, como foi batizada a motocicleta, recebeu o segundo lugar no 20º Prêmio e Designer do Museu da Casa Brasileira – o mais importante do setor no Brasil – onde concorreu com outros 174 projetos. A moto impressiona pelos detalhes. O veículo tem encosto reclinável para evitar problemas de coluna comuns aos profissionais que passam horas em cima da moto, e que pode se transformar em assento nas horas vagas. "Durante as pesquisas verificamos que a moto é, na maior parte dos casos, o único veículo do motoqueiro e no fim de semana ele quer utilizá-la com a família, por isso a opção do assento", explicou Moreno. A moto apresenta uma forma mais confortável e segura de sentar no veículo. E mais: traz ainda novo acesso à bagagem com a chave virada para posição da calçada, um visor alto que protege melhor o condutor, porta-objetos dianteiro, rodas maiores, possibilidade de anexar a mochila a moto e uso do Gás Natural Veicular
(GNV), mais barato e menos poluente. "Por isso a moto será lançada em 2011. Quando o GNV já estará homologado para o veículo", explicou Rafael Moreno. O tempo fará bem a Motolog, já que o veículo terá conectividade no porta-luvas para celular, palm top e carregador. "Até a marmita poderá ser esquentada na Motolog", garantiu Ciossani. Cadeira – Outro produto apresentado na mostra foi a cadeira Gemini, que pode ter 27 formas, se transformando em vários objetos, como em pelo menos cinco tipos de mesas. Ideal para quem gosta de mudar a decoração da casa ou sofre com a falta de espaço. "A idéia é que a Gemini fosse um curinga", explicou o criador Marcelo Mariani. A peça, feita com aço inox, fibra de madeira e fórmica líquida, tem custo de produção estimado em R$ 1 mil. "É o design a serviço da necessidade", disse Mariani. Flávia Gianini
Enterros, em suaves prestações Projeto já aprovado prevê parcelamento de velório e enterro em até 12 vezes
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s vereadores da Câmara aprovaram, na semana passada, um projeto de lei bem apropriado para a época de Finados, cujo dia foi comemorado na última quinta-feira. Trata-se do PL 763/05, que dispõe sobre o parcelamento, por meio de carnê, das despesas com velório e sepultamento. Chamada de Carnê da Última Hora, a nova proposta foi aprovada em segunda votação e vai à agora sanção ou veto do prefeito Gilberto Kassab. O PL recebeu votos favoráveis de todos os 55 parlamentares. De acordo com o texto da proposta, o Serviço Funerário do Município de São Paulo deverá disponibilizar ao responsável pela quitação de débitos, relativos a velório e sepultamento, a possibilidade de parcelamento de seis a doze meses, no máximo. Serão prestações iguais e sucessivas. Para ter direito a esse benefício o munícipe deverá comprovar que sua renda familiar não ultrapassa os cinco salários mínimos.
O vereador Agnaldo Timóteo (PL) encaminhou o projeto às comissões permanentes e depois para as votações no plenário, mas disse que não foi o autor da proposta. "Foi o José Messias, meu assessor parlamentar. A idéia foi dele". Para Timóteo, a aprovação do PL chega para corrigir uma injustiça com as pessoas de baixa renda que sofrem na hora do falecimento de um parente. "Já ajudei diversas pessoas a pagarem velório e sepultamento. Com a aprovação dessa lei, espero facilitar a vida do munícipe num momento delicado como o da morte". Perguntado se a proposta será sancionada pelo prefeito, Timóteo disse que a aprovação do projeto ajudará Kassab a marcar sua identidade política junto à população. "Ele estava engessado pelo ex-prefeito e José Serra. O projeto tem um forte apelo social". Caso seja aprovada por Kassab, a proposta ainda terá 60 dias para regulamentação. Ivan Ventura
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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segunda-feira, 6 de novembro de 2006
É um marco nos esforços do Iraque para substituir o regime de um tirano George W. Bush, sobre o veredicto de Saddam
Internacional
Scott Nelson/Reuters
FORCA PARA SADDAM
David Furst/Reuters
Três anos após ser capturado, Saddam Hussein (dir.) escuta sua sentença de morte lida pelo juiz Raouf Abdul (esq.)
AFP
F
urioso, trêmulo e desafiante, brandindo um exemplar do Alcorão, o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein conheceu, ontem, sua sentença: condenação à morte por enforcamento pelo massacre de 148 xiitas em Dujail, no sul do Iraque, em retaliação a uma tentativa de assassiná-lo, em 1982. Aos gritos de "Deus é grande", "morte aos traidores" e "longa vida ao povo iraquiano", Saddam, hoje com 69 anos, recusava-se a ficar em pé para ouvir a sentença e teve de ser forçado por dois agentes judiciários a levantar-se. O juiz, Rauf Rashid Abdul Rahman, foi obrigado a erguer a voz para que ela se sobrepusesse aos berros do réu. "A corte decidiu sentenciar Saddam Hussein à forca por crimes contra a Humanidade", anunciou Abdul Rahman, enquanto Saddam praguejava contra os agentes que o mantinham em pé. "Não me torçam os braços! Infiéis! Agressores! Traidores!", gritava o ex-ditador. A sentença dividiu o país. Xiitas festejaram a decisão nas ruas, apesar do toque de recolher decretado na véspera em algumas cidades, enquanto alguns grupos sunitas protestaram. Pelo estatuto do tribunal, em relação ao qual pairam dúvidas sobre sua parcialidade, a defesa de Saddam deve entrar com um pedido de apelação a partir de hoje. O julgamento do recurso pode demorar semanas ou até meses. Mas a partir da data em que a sentença for confirmada, ela será executada no prazo de 30 dias. Fuzilamento – Antes do anúncio do veredicto, o tribunal rejeitou um pedido de Saddam para que fosse executado por um pelotão de fuzilamento, em vez da forca. Se a pena for confirmada, o enforcamento de Saddam ocorrerá em uma sessão reservada, possivelmente no ano que vem, no interior da prisão de Camp Cropper, perto do Aeroporto de Bagdá, onde ele está recluso, sob a guarda de soldados americanos, junto com sete colaboradores seus que também foram condenados pelo massacre em Dujail. Dois desses colaboradores, o meio-irmão de Saddam e ex-chefe de inteligência Barzan al-Tikriti e o ex-juiz Awad al-Bander, também foram sentenciados a morrer na forca pelo assassinato, pela tortura e deportação forçada de centenas de xiitas em Dujail. O ex-vice-presidente Taha
Nas ruas, alegria e revolta
Thaier al-Sudani/Reuters
Em Tikrit, protestos contra condenação de Saddam
Yassin Ramadan foi condenado à prisão perpétua. Como Saddam, os três gritaram impropérios contra o tribunal na leitura da sentença. Outros três réus, líderes locais do Partido Baath, do ex-ditador, base de apoio da ditadura de Saddam, receberam penas de 15 anos de prisão. O oitavo réu, o baathista Mohammed Azawi Ali, foi o único inocentado, por falta de provas. Esses quatro réus ouviram suas sentenças sem esboçar nenhuma manifestação. Antes de dar início à leitura das sentenças, em uma tumultuada sessão que durou apenas 45 minutos, o juiz ordenou a expulsão de um dos membros da equipe de defesa de Saddam, o advogado americano Ramsey Clark, que qualificou o sistema judiciário iraquiano de "arremedo de justiça". Enquanto aguarda o resultado da apelação, Saddam continuará a enfrentar outro julgamento, pelo ataque com armas químicas contra a população curda do norte do país. Ele retorna ao tribunal para uma nova sessão do julgamento desse caso nesta terça-feira. (AE)
Em Bagdá, manifestantes xiitas saíram às ruas para comemorar a condenação de ex-ditador iraquiano
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ouco depois da leitura do veredicto na corte, sob forte segurança, em Bagdá eclodiram confrontos entres homens armados e tropas dos Estados Unidos e iraquianas em dois bairros muçulmanos sunitas (a favor de Saddam Hussein) da capital. Em contraste, os xiitas, maioria que agora domina o Iraque, que são contra o ex-ditador, saíram às ruas gritando de alegria com a provável execução do árabe
sunita que os oprimiu durante três décadas. As reações demonstram as profundas divisões no Iraque, mais de três anos depois da invasão liderada pelos EUA. A sentença de morte para Saddam Hussein também provocou satisfação em países invadidos pelo expresidente do Iraque, pesar entre seus admiradores palestinos e ressentimento de alguns árabes que o consideram vítima de um
julgamento-show inspirado pelos Estados Unidos. Os kuweitianos, que sofreram com os sete meses de ocupação iraquiana entre 1990 e 1991, aplaudiram a decisão da corte condenando o ex-presidente iraquiano à forca. Tiros de comemoração foram ouvidos em Bagdá, especialmente em regiões xiitas. A polícia disse que uma mulher morreu e dez pessoas ficaram feridas por balas disparadas para o ar. (AE)
Andrew Winning/Reuters
NICARÁGUA
Eleição suspeita e atrasada
Ó RBITA
PRONTO PARA O DIÁLOGO
O
Irã afirmou, ontem, que está aberto para negociar com os Estados Unidos sobre O questões relacionadas ao Iraque. Mas sugeriu que não discutirá sobre seu programa nuclear. Segundo o jornal The New York Times, a decisão foi tomada depois que autoridades iraquianas apelaram para o governo iraniano. A decisão do governo de Teerã pode ter levado em conta a atual situação iraquiana, próxima de uma guerra civil. (AE)
Ortega, ex-líder sandinista (foto), pode voltar ao poder.
candidato presidencial nicaragüense Edmundo Jarquín denunciou irregularidades na votação de ontem, como o atraso na abertura das mesas eleitorais, o impedimento de que fiscais de seu partido tivessem acesso a elas e a violação da proibição da propaganda eleitoral por parte de emissoras de rádio e tevê favoráveis ao candidato favorito, o ex-líder guerrilheiro e ex-presidente Daniel Ortega. As urnas foram fechadas apenas às 18 horas locais (22 horas hora de Brasília). Mas o atraso na instalação de centenas de mesas, causado pela falta de energia em muitas cidades do país, levava à previsão de que a votação se estenderia por uma ou duas horas mais. Inicialmente, se previa que a Justiça Eleitoral nicaragüense emitiria um boletim com resultados preliminares às 23 horas do domingo (3 horas da madrugada da segunda-feira em Brasília). Mas com os atrasos não se esperava a divulgação de nenhum número sobre o provável resultado da eleição antes da manhã de hoje. Pesquisas – Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) liderava as últimas pesquisas de intenção de voto divulgadas na semana passada. Entretanto,
não havia certeza sobre se ele conseguiria os 35% dos votos necessários, além de 5 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado, para vencer já no primeiro turno. Na maior parte das sondagens, Ortega, que tem o apoio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, aparece com 33% das preferências dos eleitores. Em segundo lugar está um banqueiro formado em Harvard e preferido de Washington, Eduardo Montealegre, com 22% das intenções de voto, seguido do produtor agrícola, José Rizo, com 17%. O ex-presidente Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), declarou à imprensa, logo após votar, que confia em que ganhará as eleições já no primeiro turno. Ortega, que governou o país entre 1985 e 1990, aparece como o grande favorito, de acordo com todas as pesquisas, embora não tenha a margem necessária para evitar um segundo turno. Segundo a lei eleitoral nicaragüense, para se proclamar presidente no primeiro turno o candidato vencedor precisa ter 40% dos votos válidos ou 35% deles, com uma vantagem de cinco pontos percentuais sobre o segundo candidato mais votado. O que torna a eleição ainda indefinida. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Agliberto Lima/AE
Do escritor português José Saramago, que como outro Prêmio Nobel de Literatura, Günther Grass, confessou na recém-lançada em autobiografia um erro da juventude. Grass assumiu este ano seu passado nazista.
Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/
Reprodução
Chegou a hora de fazer a minha confissão. Eu pertenci à juventude salazarista, que se chamava Mocidade Portuguesa. Pertencíamos todos: alunos da instrução primária, do ensino secundário, do ensino superior, todos sem exceção.
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
NOVEMBRO
2 -.LOGO
6 Recolhimento de ICMS, IRRF e IPI Morte da pintora modernista brasileira Anita Malfatti (1896-1964), ao lado em auto-retrato
R ELIGIÃO A VIAÇÃO
O novo beato
14-Bis não repete vôo centenário bambu, que foi pilotado pelo brasileiro Danilo Flores Fuchs. Mas não deu certo. O piloto não conseguiu fazer com que o aparelho decolasse e, após percorrer 150 metros sem sair do chão, interrompeu seu trajeto com uma asa quebrada. Mas o fiasco não atrapalhou a festa dos franceses, que consideram Santos Dumont um conterrâneo. Filho de um rico fazendeiro do ramo do café e de uma francesa, Alberto Santos Dumont (18731932) decidiu ir morar em Paris em 1892, onde desenvolveu sua habilidades em engenharia aeronáutica e mecânica.
Pierre Verdy/AFP
Na Sé, Padre Mariano tornou-se, ontem, o terceiro "brasileiro" beatificado
A
Catedral da Sé acolheu ontem uma das mais intensas cerimônias ao longo de seus 52 anos de vida. A beatificação do padre espanhol Mariano de La Mata Aparício, sacerdote da Ordem de Santo Agostinho. Foi a primeira beatificação realizada no Estado de São Paulo e recebeu cerca de 5 mil fiéis. O rito foi comandado pelo cardeal português José Saraiva Martins, prefeito da Congregação das Causas dos Santos e representante do papa. Padre Mariano viveu durante 51 anos no Brasil. Nasceu em Palencia, no norte da Espanha, em 1905 e chegou ao País em 1931, um ano após ser ordenado sacerdote. O processo de beatificação chegou ao Vaticano em 1997 pelas mãos de d. Paulo Evaristo Arns, então cardeal arcebispo de São Paulo. O milagre foi a cura do estudante João Paulo Polotto (hoje com
Monalisa Lins/AE
Centenas de pessoas homenagearam ontem Santos Dumont em um parque da periferia de Paris por ocasião do centenário do primeiro vôo do 14-Bis. Em 23 de outubro de 1906, no parque Bagatelle, pela primeira vez em que um avião se elevou do chão para voar alguns metros. Era o 14 Bis. Santos Dumont repetiu a experiência em 12 de novembro, desta vez com mais eficácia, já que percorreu 220 metros em 21 segundos a uma altura de seis metros. Ontem, os franceses tentaram repetir o feito com uma réplica do 14 Bis, com telas e
16 anos), atropelado por um caminhão em 1996. Polotto foi curado de uma paralisia no lado esquerdo do corpo e de um traumatismo cranio-encefálico sem intervenção cirúrgica após preces ao religioso. Segundo médicos e teólogos do Vaticano, a cura do garoto não teve explicação científica. decreto que oficializa o milagre foi assinado em 28 de abril deste ano, pelo papa Bento 16.
Padre Mariano se tornou o terceiro beato nascido ou que viveu no País. Os outros são Padre Anchieta, português, e Frei Galvão, paulista. Santa, o Brasil só tem uma: Madre Paulina, freira nascida na Itália, mas criada em Santa Catarina. A canonização (quando a pessoa é considerada santa e pode ter templo consagrado a ela), ocorre ao se comprovar um segundo milagre. (AE)
K. McKinsey/Reuters
S OCIEDADE
C A R T A Z
DI CAVALCANTI
REFUGIADA - A atriz e embaixadora da Boa Vontade Angelina Jolie, que visitou Nova Delhi no fim de semana, acompanha crianças que cantam e tocam músicas religiosas em uma organização criada por refugiados afegãos na Índia. A STRONOMIA
Reprodução
Força de Plutão a corrida orbital dos planetas, o anão Plutão – assim classificado recentemente pela União Astronômica Internacional (UAI) – provoca a curiosidade dos astrônomos, sendo o único a disputar posição (a penúltima do Sistema Solar) com seu vizinho Netuno. Durante o período de 20 anos de translação, a cada 248 anos ultrapassa-o por alguns instantes, ficando mais perto do Sol do que este. Com diâmetro menor do que a lua – 2274 km contra 3476 km – e localizado no Cinturão de Kuiper, talvez por sua escuridão, estando tão longe do sol, tenha sido assim batizado: Plutão refere-se ao deus grego Hades, o senhor dos infernos, do poder e das riquezas. Foi observado pela primeira
N Pinturas, desenhos, gravuras, jóias e poesias do artista, além da reprodução do seu ateliê no bairro do Catete, no Rio de Janeiro. Pinakotheke São Paulo. R. Min. Nelson Hungria, 200. Telefone: 37585202. Das 10h às 20h. Grátis.
De música a torres de controle de vôos
Reprodução site Um mouse sem fio e sem bateria pode parecer coisa de ficção científica, mas não é. A empresa A4Tech criou esse modeno que funciona por indução eletromagnética e tem todas as especificações do modelo tradicional mais moderno do mercado. Custa US$ 21.
a4techs-optical-mouse-needs-
Rádios é um site que traz todos os tipos de informações sobre rádios e TVs de todo o mundo. São mais de 10.000 estações de rádio ao vivo e 125 TVs online não apenas do Brasil, mas de 109 países. Em português, o site também permite ouvir o que acontece nas torres de controle de alguns aeroportos e até transmissões de radioamador. É possível selecionar as rádios por tipo de transmissão, por país, pelo estilo de música preferido. Também traz os jogos de futebol nacional e internacional.
no-batteries/
www.radios.com.br
www.ohgizmo.com/2006/11/02/
A TÉ LOGO
Arte: O. Sequetin
vez em 1930, mas nunca visitado por alguma sonda espacial, embora em janeiro último tenha sido lançada a New Horizons com esse objetivo. A estimativa de chegada é para 2015. Até o ano passado – quando o telescópio Hubble detectou Nix e Hidra – seu
Armando Serra Negra
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Famílias de vítimas de acidente da Gol acionam Justiça dos Estados Unidos Casas de câmbio de São Paulo aliciam moradores de albergues para fraudes
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Comando sem fio e sem bateria
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F AVORITOS
único satélite era Caronte, descoberto em 1978. Figura mitológica, era o barqueiro que transportava os mortos através do rio Acheron para o local no Hades que lhes era destinado, em troca de duas moedas chamadas óbolos. A formação planetária é desconhecida, mas a densidade (2 g/cm³) indica uma mistura de rochas (70%) e gelo (30%). Com temperatura variável entre – 235°C e – 210°C, também é pouco conhecida sua atmosfera, provavelmente composta por nitrogênio, monóxido de carbono e metano. Regente do signo de Escorpião, Plutão apresenta as seguintes influências astrológicas: transformação, coragem determinação, decisão e força.
L
G @DGET DU JOUR
Agora será mais fácil saber o que encontrar nos 1.200 estabelecimentos comerciais da Rua 25 de Março, no centro. Chega hoje às bancas um guia de compras mapeando cada cantinho onde é possível fazer um bom negócio. O Guia Oficial da 25 de Março, da Editora On Line, traz desde as lojas mais tradicionais e conhecidas até aquelas que só quem conhece muito bem a região sabe que existem, como comércios localizados nas sobrelojas ou em ruas próximas. Para desvendar o mundo do comércio popular, os pesquisadores da Editora On Line passaram três meses batendo perna pela região e mapearam não só a 25 de Março, mas todas as vinte ruas que cruzam com ela. O guia é vendido em bancas de jornal e tem preço sugerido de R$ 9,90. B RAZIL COM Z
A primeira vez da orquestra
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proteção de dados e da intimidade", afirmou David Murakami-Wood, co-autor do estudo. Segundo o analista, as autoridades tentam recolher cada vez mais dados sobre os cidadãos, e defendem seu suposto direito de não revelar o que sabem. O sistema de vigilância total a que os britânicos estão submetidos inclui o acompanhamento, por parte da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, de todo o tráfego de telecomunicações que passa pelo Reino Unido. Segundo os especialistas, a obsessão em observar as pessoas o tempo todo atinge também o mundo empresarial, que reúne dados sobre cartões de crédito, telefones celulares, sites visitados e outras informações "particulares".
25 de Março ganha guia
Todas as vezes que se pensa em bons concertos, vêm à mente os nomes das orquestras europeias e norteamericanas. Latinoamericanas, nunca. Pelo menos até agora. Foi assim que alguns jornais norte-americanos, entre eles o , entre eles o Washington Post, destacaram no fim de semana a primeira apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) na capital dos EUA. Sob a regência de John Neschling, a orquestra apresentou obras de VillaLobos, e deverá visitar outras cidades norte-americanas.
Big Brother é mesmo britânico A sociedade britânica está se tornando semelhante à imaginada por George Orwell em seu romance 1984, no qual todo o mundo é vigiado pelo Big Brother do berço ao túmulo. Segundo a "Rede de Estudos sobre a Vigilância", existem no país cerca de 4,2 milhões de câmaras de circuito fechado de televisão (CFTV), o que equivale a aproximadamente uma câmara por cada 14 pessoas. Edifícios públicos e privados, a rede do metrô e a maioria dos ônibus são equipados com essas câmaras que filmam continuamente qualquer movimento dos cidadãos. Esses números já transformaram a GrãBretanha no país mais vigiado do mundo. "Temos mais câmaras de CFTV e leis menos rigorosas sobre
C ONSUMO
Morre em Los Angeles Leonard Schrader, o roteirista de O Beijo da Mulher Aranha
Cabeça dói de 160 jeitos diferentes Os neurologistas descobriram que existem 160 tipos diferentes de dores de cabeça, a maioria deles são provocados por dores musculares ou cansaço. Mas o tipo mais presente de dor de cabeça no cotidiano das pessoas é mesmo a enxaqueca, que ataca sobretudo as mulheres jovens ou de meiaidade e chega a gerar incapacidade. Segundo o médico Julio Pascual, especialista do hospital Universitário de Salamanca, na Espanha, a boa notícia é que todos os tipos de dor de cabeça têm tratamento. "Uma vez detectado o caso, receita-se o remédio adequado e, em 80% dos pacientes se obtém a cura". C INEMA
Zé do Caixão reencarna o demo Zé do Caixão está de volta Mais forte, sanguinário e... mais velho e sofisticado. Depois de quase 30 anos sem dirigir um longa, o cineasta José Mojica Marins fará um novo filme, e com verba captada pelas leis de incentivo: R$ 1 milhão. O dinheiro parece uma fortuna para quem fazia apenas filmes artesanais que, pela rusticidade e "criatividade" ganharam fãs em todo o mundo. O novo filme de Zé do Caixão é Encarnação do Demônio, e fecha a trilogia iniciada em 1964 por À MeiaNoite Levarei sua Alma, seguido por Esta noite encarnarei no teu cadáver (1967). No filme, Mojica - o coveiro morto no episódio anterior da trilogia - reencarna como o Coisa Ruim.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
almanaque A MORTE DO “HOMEM LIBERTADORES” Arquivo Celso Unzelte
Morreu sexta-feira, aos 69 anos, nos Estados Unidos, após uma cirurgia no coração, o ex-jogador de futebol Alberto Spencer. Ele é o maior artilheiro da história da Copa Libertadores da América, com 54 gols marcados entre os anos de 1960 e 1972. Acima, Spencer aparece com a camisa do Peñarol (equipe que mais vezes defendeu, durante dez anos, de 1960 a 1970) em sua primeira partida pela competição, na qual marcou quatro gols na vitória por 7 a 1 sobre o Jorge Wilstermann, da Bolívia, em 19 de abril de 1960.
DO EQUADOR PARA TODA A AMÉRICA Alberto Pedro Spencer era equatoriano, nascido em Ancón, província de Guayas, em 6 de dezembro de 1937. Conseguiu destacar-se antes mesmo que o futebol se desenvolvesse em seu país natal. Revelado jogando pelo Equador no Campeonato Sul-Americano de 1959, disputado em Guayaquil, foi contratado pelo Peñarol, do Uruguai. Lá, virou ídolo e foi sete vezes campeão uruguaio, três vezes campeão da Libertadores (em 1960, 1961 e 1966) e duas vezes campeão mundial (em 1961 e 1966).
Esporte
Esse time é valente, tem sede de vitória, tem sangue na veia." Muricy Ramalho
Hélvio Romero/AE
A
gora, não tem mais jeito: ou dá São Paulo ou dá Internacional. Os resultados dos dois clássicos de ontem envolvendo esses fortes candidatos ao título (e também seus adversários, Santos e Grêmio, que até então estavam firmemente no páreo) ajudaram a diminuir as possibilidades do destino do título. Ontem, quem jogou fora de casa levou a melhor. Enquanto o Inter fazia 1 a 0 no Grêmio no Olímpico (leia na página 2), o São Paulo fez o mesmo diante do Santos, na Vila Belmiro. Um feito, pois se o time de Vanderlei Luxemburgo não consegue ganhar fora de casa, dentro dela havia perdido apenas uma vez, para o Vasco. Com a combinação de resultados, a distância entre o líder São Paulo e o vice-líder Inter manteve-se em cinco pontos. Já a que separa os são-paulinos de santistas e gremistas foi a 12 pontos, tornando-se praticamente intransponível, a essa altura, em que faltam apenas cinco jogos para o final do campeonato. Quando o árbitro Paulo César de Oliveira apitou o fim do jogo na Vila Belmiro, o técnico Muricy Ramalho fez questão de reunir os jogadores, antes da saída de campo, e retribuir com palmas o apoio do torcedor são-paulino. O treinador sabia o valor do resultado, conquistado com um gol solitário do volante Mineiro aos 29 minutos do primeiro tempo. Nem bem saiu do gramado e o capitão Rogério Ceni já refazia as contas para os últimos cinco jogos do Campeonato
São Paulo faz 1 a 0 no Santos, jogando na Vila Belmiro. Inter consegue o mesmo resultado contra o Grêmio, em pleno Estádio Olímpico. E o Campeonato Brasileiro, agora, deve ficar entre tricolores paulistas e colorados gaúchos. Aos perdedores, resta o consolo de batalhar pelas últimas vagas na Libertadores do ano que vem
Brasileiro, tendo agora apenas um adversário vivo na disputa pelo título. “Parece que o Internacional vai continuar nos perseguindo, temos de fazer o possível para não deixar a definição para a última rodada”, alertou o goleiro. “Como os dois times têm três jogos em casa e dois fora para fazer, o mínimo que temos de tentar é somar onze pontos. Acho que o
Com o resultado de ontem na Vila Belmiro, o histórico do clássico entre Santos e São Paulo passa a apresentar 251 jogos, 107 vitórias tricolores, 84 santistas e 60 empates, 413 gols do São Paulo e 354 do Santos. Balanço histório do clássico gaúcho entre Grêmio e Internacional, que ontem, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, teve sua partida número 367: 139 vitórias do Inter, 116 do Grêmio e 112 empates, 523 gols colorados e 487 gols tricolores.
Internacional leva vantagem por ter um adversário que, na teoria é mais fácil: o Fortaleza, quase rebaixado”, opinou o goleiro do São Paulo. Muricy Ramalho, porém, não quer saber de quebrar a cabeça com cálculos: “Nós temos de fazer a nossa parte e esquecer o Inter. Tenho que deixar as contas de lado e só trabalhar. Se eu der bola para isso, acabo esque-
Daniel Augusto Júnior/AE
Marcelo Mattos faz 1 a 0, pela sétima vez
cendo de coisas importantes e a preocupação vai aumentar”. Do lado do Santos, o técnico Vanderlei Luxemburgo encontrou um culpado para a derrota que condena seu time, a partir de agora, a pensar apenas na Libertadores: o trio de arbitragem. Para ele, tanto o árbitro Paulo César de Oliveira quanto o assistente Evandro Luís Silveira falharam ao não
marcar um agarrão de Lenilson em Ávalos, no lance que originou o único gol do jogo. “O gol do São Paulo foi em uma jogada ilegal”, reclamou o técnico santista. "Já havia avisado ao bandeira que o Lenilson e o Leandro estavam segurando os nossos zagueiros. Depois do gol, eles passaram a marcar esse tipo de lance. Mas aí já não adiantava mais.”
De um em um P
Dos 54 gols de Spencer na Copa Libertadores da América, 48 foram marcados com a camisa do Peñarol, do Uruguai, e 6 com a do Barcelona de Guayaquil, Equador, onde ele encerrou a carreira, aos 36 anos, em 1973. Pelo Peñarol, Spencer marcou 7 vezes na Libertadores de 1960 (artilheiro do ano), 3 na de 1961, 6 na de 1962 (novamente o goleador da temporada), 5 na de 1963, 6 na de 1966, 2 na de 1967, 10 na de 1968, 2 na de 1969 e 7 na de 1970. Pelo Barcelona, foram 5 gols na Libertadores de 1971 e mais um na de 1972.
Acontece nesta semana, na Pontifícia Universidade Católica (PUC), na Rua Monte Alegre, 984, o ciclo de debates "Metrópole, Identidade e Futebol: uma Nação Chamada S. C. Corinthians Paulista". Os debates acontecerão de segunda a sexta, com a presença de ex-jogadores corintianos, às 10, 14 e 19 horas.
Por que o Simon nunca mais apitou um jogo do São Paulo?" Vanderlei Luxemburgo
É UM OU OUTRO
O RECORDE PELA LIBERTADORES
"Tenho dupla nacionalidade, pois sou equatoriano de nascimento e uruguaio por adoção. Acontece que nenhuma outra equipe, nenhum outro jogador do meu país natal teve a sorte de chegar onde eu cheguei." (Alberto Spencer, explicando o segredo de sua popularidade em ambos os países.)
1 J. F. Diorio/AE
Fernando Pilatos/AE
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
ela sétima vez nos treze jogos em que saiu de campo vitorioso neste Campeonato Brasileiro, o Corinthians ganhou por 1 a 0. A vítima de ontem foi o Santa Cruz, no Pacaembu, mas dessa vez o gol de pênalti marcado por Marcelo Mattos, aos 19 minutos do primeiro tempo, valeu mais que a diferença apertada. Ao alcançar pela primeira vez a marca de quatro vitórias seguidas (três delas por 1 a 0, contra Cruzeiro, Palmeiras e, agora, Santa Cruz), o Corinthians vai chegando lá. De um em um, está praticamente livre do rebaixamento: é, agora, o 13º, ultrapassando nesta rodada o Juventude e entrando para valer na zona de classificação para a Copa SulAmericana de 2007. Com 44 pontos, 10 a mais que a Ponte Preta, o Corinthians só será rebaixa-
do caso ocorra uma complexa combinação de resultados. “Passamos o Juventude, chegamos ao 13º lugar. O fantasma está quase afastado”, comemorava o técnico Leão, logo após a vitória de ontem. Foi apostando em garotos até então desconhecidos, como o lateral-direito Fágner e os meio-campistas Carlão e Willian, que Leão cumpriu seu principal objetivo neste final de 2006: evitar que o Corinthians fosse rebaixado. “Às vezes, até esqueço o nome de alguns desses garotos”, admitiu Leão ontem. “Eles entraram sem peso nas costas, com a responsabilidade de um time B, um time juvenil. Assim, cumpriram o papel.” Ontem, a equipe terminou o jogo com sete jogadores formados em suas categorias de base. Somente o zaguei-
ro Marinho, os volantes Marcelo Mattos e Magrão e o lateral-esquerdo César não começaram no clube. O próximo jogo do Corinthians é quarta-feira, contra o Atlético Paranaense, em Curitiba. Marcelo Mattos, expulso, e Magrão, que recebeu o terceiro cartão amarelo, não jogam. Roger, que sentiu lesão muscular durante o segundo tempo e acabou substituído pelo jovem Daniel, será reavaliado durante a semana, mas também não deve jogar. No entanto, todos devem seguir para Curitiba. “Vamos levar todo mundo. Sabemos que não poderemos contar com o Magro e o Marcelo Mattos e que o aproveitamento do Roger é complicado, mas todo mundo que puder vai viajar. Essa união é fundamental”, sentenciou Leão.
Orlando Kissner/AE
Um pior que o outro
N
a estréia de Jair Picerni, quarto técnico do Palmeiras neste Campeonato Brasileiro, a torcida chegou a festejar o 1 a 0 e depois os 2 a 1, com gol histórico de Edmundo, mas o Paraná acabou virando e fechou o placar em 4 a 2. O Palmeiras continua ameaçado pelo rebaixamento, em 15º lugar, com 37 pontos e dez vitórias. Por enquanto, a salvação verde são os concorrentes, um pior do que o outro: o Fluminense, que perdeu para o Botafogo por 2 a 1, tem 36 pontos e nove vitórias; e a Ponte Preta, derrotada pelo São Caetano, também por 2 a 1, tem 34 e nove vitórias.
Foi o quinto jogo consecutivo do Palmeiras sem vitória (quatro derrotas e um empate). No início do jogo, time surpreendeu e foi para cima do Paraná. Juninho fez 1 a 0 aos 23 minutos, mas Sandro empatou aos 45. Aos 5 do segundo tempo, de pênalti, Edmundo fez 2 a 1. Cristiano empatou de novo quatro minutos depois, Sandro virou aos 21, Gustavo fechou o placar aos 25. O gol de Edmundo, 135º marcado por ele no Campeonato Brasileiro, igualou-o a Zico na lista de artilheiros atrás apenas de Romário, com 152, e Roberto Dinamite, com 190. Foi a única alegria palmeirense em Curitiba.
Edmundo marca gol histórico em Curitiba, mas não impede mais uma derrota palmeirense
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C
segunda-feira, 6 de novembro de 2006 Neco Varella/AE
2
INTER VENCE GRÊMIO E PERSEGUE SÃO PAULO
Nosso grupo tem qualidade, ainda temos chances de sermos campeões.” Iarley, do Inter
O RIVAL TRICOLOR paSse livre A É só marcar a data Ricardo Duarte/Zero Hora
vitória do Internacional sobre o Grêmio por 1 a 0, gol de Iarley, aos 19 minutos do segundo tempo, ontem, no clássico gaúcho disputado no Estádio Olímpico, teve sabor especial para os colorados. Primeiro, porque com ela o rival Grêmio ficou a 12 pontos do líder São Paulo, portanto longe demais do sonho do título. Depois, porque o próprio Inter, ao manter a diferença que o separa do tricolor paulista em cinco pontos, credenciou-se como o mais sério candidato a estragar a festa do São Paulo nessa reta final do Campeonato Brasileiro de 2006. O Inter parece tão focado na possibilidade de ainda conseguir o título que, ontem, o técnico Abel Braga fez uso de uma tática curiosa durante o jogo contra o Grêmio. No intervalo, ele mentiu para seus jogadores sobre o resultado do líder São Paulo, que, jogando no mesmo horário, já derrotava o Santos por 1 a 0 na Vila Belmiro, resultado que acabou se mantendo até o final. Sem saber do que se passava em Santos, os jogadores colo-
Roberto Benevides
Inter derrota o Grêmio por 1 a 0 no clássico gaúcho, mantém diferença de cinco pontos em relação ao líder e destaca-se como o mais sério perseguidor do São Paulo
rados voltaram para o segundo tempo empolgados e acabaram conquistando o gol que valeu a vitória. “Fiz uma coisa suja no vestiário: menti e disse que o São Paulo estava perdendo”, revelou, depois, o treinador do Inter. “A tática funcionou. No segundo tempo, mostramos uma atitude mais incisiva, fomos para o gol.” Para Iarley, autor do gol da vitória e artilheiro do time na competição, com oito gols, o Inter sempre tentou mostrar
que pode se manter no topo da elite do país. “Mesmo sem Fernandão e Clemer (o atacante e o goleiro estão lesionados), conseguimos uma boa seqüência. Essa fase não aconteceu tarde demais”, garantiu o jogador, ressaltando que ainda há tempo, sim, para correr atrás do título. Tanto o São Paulo quanto o Inter têm ainda cinco jogos a cumprir. Desses, o Internacional faz três em casa: contra o Santos, na quarta-feira; o For-
taleza, no sábado; e o Goiás, na última rodada, no dia 3 de dezembro. Até lá, no entanto, tudo poderá estar decidido.
N
ingém mais duvida: São Paulo e Internacional são os melhores times da temporada. Decidiram a Libertadores, que ficou com o Inter, e disputam o Campeonato Brasileiro, que o São Paulo está quase ganhando. Os demais são coadjuvantes, como Santos e Grêmio, ou figurantes, como os 16 que saíram da briga pelo título há mais tempo. Se havia alguma dúvida, acabou-se ontem em duplo 1 a 0 do São Paulo sobre o Santos, na Vila Belmiro, e do Internacional sobre o Grêmio, no Olímpico. Agora, faltando cinco rodadas, o terceiro e o quarto colocado estão a 12 pontos do líder do Campeonato Brasileiro. Não dá mais para eles. Para os demais, já não dava antes. Na hora de mostrar autoridade de candidatíssimo ao título, o São Paulo impôs ao Santos a primeira derrota num clássico paulista deste campeonato, recuperando na Vila os três pontos que deixou escapar no primeiro turno ao ser goleado no Morumbi - com o time reserva, relembre-se. O Inter também se impôs como visitante ao rival gaúcho com quem tinha empatado em casa no turno. Não dá mais para os outros e dificilmente dará para o Inter, que continua a cinco pontos do São Paulo, e já terá dureza pela frente nesta quarta, quando receberá o Santos. O time da Vila estará empenhado em manter a posição que vale vaga na Libertadores e vai fazer tudo para voltar do Beira-Rio com um pontinho pelo menos. Os colorados sofrerão com a retranca. É ligeiramente mais fácil a próxima parada são-paulina, contra o Botafogo, no Morumbi, nesta quinta. Depois, nem tanto. Dos quatro últimos adversários, dois terão de cruzar também com o Inter: Paraná e Goias. Os outros dois - Atlético Paranaense e Cruzeiro - parecem mais difíceis do que os reservados aos colorados - Fortaleza e Palmeiras. Mesmo assim, é improvável que o Inter consiga reverter em cinco jogos a diferença que o separa do São Paulo neste Campeonato Brasileiro há muitas rodadas. O São Paulo é praticamente campeão. Falta marcar a data para entregar o caneco.
MELHOR COM TITE
ÚLTIMO CLÁSSICO
Há dois Palmeiras diferentes neste Campeonato Brasileiro. Um fez 20 jogos sob o comando de Tite: venceu oito, empatou cinco e perdeu sete, com 48% de aproveitamento, índice que dá ao Goiás o décimo lugar no campeonato. O outro Palmeiras, sem Tite e agora sob o comando de Jair Picerni, fez ontem seu 13º jogo - venceu dois, empatou dois e perdeu nove, com 21% de aproveitamento, índice pior até do que o do lanterninha Santa Cruz. É o preferido dos cartolas.
A vitória do São Paulo acabou com a invencibilidade santista em clássicos paulistas neste Campeonato Brasileiro. O Santos tinha vencido todos os grandes confrontos regionais: 4 x 0 no São Paulo; 2 x 1 e 5 x 1 no Palmeiras; 2 x 0 e 3 x 0 no Corinthians. O São Paulo não foi tão bem nos clássicos. Além da derrota para o Santos no turno, venceu por 3 a 1 e empatou por 0 x 0 com o Corinthians, venceu por 4 a 1 e perdeu por 3 a 1 para o Palmeiras. No último clássico paulista do campeonato, porém, conseguiu uma vitória que pode valer o título.
*Com Agência Estado e Reuters
SÉRIE C
Dois líderes e oito vivos
D
SÉRIE B
Atlético-MG pode subir amanhã
U
ma vitória sobre o São Raimundo, no Mineirão, combinada com uma derrota do Paulista para a Portuguesa, em Jundiaí, ou do América, para o Avaí, em Natal. É disso que o Atlético-MG precisa para garantir já amanhã a volta à Série A do Campeonato Brasileiro. No sábado, também jogando em casa, o Galo não teve dificuldades para chegar aos 3 a 0 sobre o Paysandu, com gols de Rafael Miranda, de cabeça, aos
13, e Marcinho, de pênalti, aos 46 minutos do primeiro tempo. Marcinho, novamente de pênalti, aos 23 do segundo, completou o placar. Com o resultado, o Atlético retomou a liderança do Sport, que havia assumido o primeiro lugar na rodada do meio da semana mas na sexta-feira caiu diante do Paulista, em Jundiaí, por 2 a 0. A equipe jundiaiense continua rondando a zona de acesso, porém, embora tenha o mesmo número de pontos que
Luiz Costa/Futura Press
Vitória por 3 a 0 sobre o Paysandu deixa mineiros perto da Série A
o América de Natal (54), tem duas vitórias a menos (17 contra 15). Por isso, a quarta colocação ainda pertence ao time potiguar, que também no sábado, jogando em casa, conseguiu segurar o Coritiba, um de seus rivais diretos na classificação, com um 0 a 0.
Entre as outras equipes de São Paulo, seguem os dramas de Guarani e Portuguesa, que continuam na zona de rebaixamento. No sábado, nenhum dos dois conseguiu ir além de um empate por 1 a 1: o Guarani em casa, contra o Ituano; a Portuguesa fora, com o Avaí.
33ª rodada
Classificação
P
V
S
GP
Gama 3 x 2 Brasiliense Portuguesa 1 x 1Atlético-MG Ituano 0 x 0 Avaí Paysandu 1 x 3 Remo Santo André 1 x 0 Guarani Coritiba 1 x 1 Náutico CRB 3 x 4 Paulista Vila Nova 0 x 0 América-RN Sport 1 x 0 Ceará São Raimundo 4 x 3 Marília
1 Atlético-MG
61
17
25
60
2 Sport
60
17
21
51
3 Náutico
56
16
13
59
4 América-RN
54
17
5
51
5 Paulista
54
15
13
57
6 Coritiba
52
14
10
54
7 Brasiliense
49
14
16
58
8 Santo André
49
12
1
40
9 Marília
46
12
4
54
10 Avaí
45
12
-9
32
34ª rodada
11Gama
44
13
-10
48
Paulista 2 x 0 Sport Náutico 5 x 1 São Raimundo Brasiliense 6 x 1 Santo André Atlético-MG 3 x 0 Paysandu Avaí 1 x 1 Portuguesa Remo 3 x 1 Gama Guarani 1 x 1 Ituano América-RN 0 x 0 Coritiba Marília 2 x 1 CRB Ceará 1 x 2 Vila Nova
12 Ituano
43
10
-1
40
13 Remo
42
12
-10
44
14 Paysandu
41
11
-10
45
15 Ceará
41
9
-7
42
16 Vila Nova
39
10
-15
41
17 CRB
38
10
-6
53
18 Guarani*
37
9
-13
45
19 São Raimundo
37
9
-13
37
20 Portuguesa
36
8
-14
38
*Perdeu 3 pontos no STJD.
isputada a primeira rodada do returno da fase decisiva da Série C, dois times (Ipatinga-MG e Criciúma-SC) lideram, mas as oito equipes ainda têm chance de terminar entre as quatro primeiras e subir para a Série B do ano que vem. Ontem, no Estádio Jóia da Princesa, em Feira de Santana, o Vitória, que havia perdido o clássico do meio da semana no Barradão, deu o troco no Bahia. Ganhou por 2 a 1 e está agora em quarto lugar, ao lado de Treze-PB e Ferroviário-CE, com 10 pontos. Leandro Domingues e Jorge Henrique marcaram para o Vitória. André Pastor descontou para o Bahia. O líder Ipatinga-MG tropeçou, em casa, diante do Grêmio Barueri: 2 a 2. Anderson Marques e Guiliano anotaram para os visitantes, mas Jaílton e Diego Silva marcaram para os anfitriões. Na cola do time mineiro está o Criciúma. Mesmo jogando fora de casa, o time catarinense bateu o lanterna Brasil-RS por 2 a 1, de virada, em Pelotas (RS). Agora, o Criciúma também tem 19 pontos, mas ocupa a segunda colocação por ter cinco gols a menos de saldo que o Ipatina (dez contra cinco). A equipe gaúcha segue em último, com quatro pontos. Dudu marcou para os
donos da casa e Alex Sandro e Beto Cachoeira viraram para o Cachoeiro. No duelo de nordestinos, o Ferroviário-CE levou vantagem sobre o Treze-PB e venceu por 2 a 1, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza (CE). Assim, o time cearense subiu para dez pontos, em sexto lugar. A equipe paraibana ficou com dez pontos, em quarto. Fernando e Júnior Cearense fizeram para o time da casa e Paulinho Macaíba anotou para os visitantes. A próxima rodada da Série C, segunda do returno, será disputada no meio desta semana. Na quarta-feira, o Ipatinga defende a liderança jogando em casa, contra o Bahia. Em Fortaleza, o Ferroviário recebe o Brasil-RS, último colocado, e o Treze joga em Campina Grande com o Criciúma. Na quinta-feira, mais um jogo: o Grêmio Barueri recebe o Vitória-BA no Parque Antarctica. RESULTADOS: Brasil-RS 1 x 2 Criciúma-SC; Ferroviário-CE 2 x 1 TrezePB; Ipatinga-MG 2 x 2 Grêmio Barueri-SP; Bahia-BA 1 x 2 Vitória-BA. CLASSIFICAÇÃO: 1º Ipatinga-MG e Criciúma, 19 pontos; 3º Grêmio Barueri-SP, 13; 4º Treze-PB, Vitória-BA e Ferroviário-CE, 10; 7º Bahia 7; 8º Brasil, 4.
8
DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 2006
COMPUTADOR
CARROS INTELIGENTES Esta é a primeira de uma série de matérias mostrando a inteligência dos carros de hoje em dia JORGE MEDITSCH
Q
uantos computadores tem seu carro? Este dado é pouco divulgado pelas fábricas, mas faz diferença entre modelos aparentemente similares. Hoje, o que diferencia mesmo carros de primeira linha é o número de processadores eletrônicos. E sua capacidade de trocar informações. Carros aparentemente simples, como Fox, da Volkswagen, ou Stilo, da Fiat, têm de 10 a 15 pequenos computadores. Importados como o Volvo S80, os MercedesBenz da série S ou os BMW série 7 podem ter mais de 50. Os carros mais avançados têm dispositivos capazes não apenas de minimizar a possibilidade de acidentes, mas de diminuir suas conseqüências, quando ine-
vitáveis. Além dos freios ABS, no mínimo eles têm controles de tração e estabilidade, que ajudam a manter a trajetória em situações críticas. E até - dentro de certos limites - corrigir os erros cometidos por motoristas barbeiros. A BMW já usa, em alguns de seus modelos, sistema de direção inteligente, que entra em ação antes mesmo que o motorista perceba estar em risco. Se você estiver numa estrada com vento lateral forte, e cruzar com um caminhão vindo em sentido contrário, o normal será o carro oscilar fortemente. O sistema corrige o desvio da trajetória tão rapidamente que nem se nota. Se o motorista entrar muito forte numa curva e as rodas traseiras começarem a derrapar, a direção inteligente modifica o ângulo das dianteiras, evitando uma rodada.
Freios no comando – Os freios ABS estão no mercado há muito tempo, mas ainda há quem não entenda seu funcionamento, não sabendo aproveitá-los para aumentar a segurança. Neste sistema, em cada roda há um sensor de rotação, que se comunica com o computador. Quando o motorista pisa no freio, este passa a comparar a rotação das rodas entre si. Caso uma delas pare ou diminua muito de velocidade, ele envia um comando aliviando a pressão do freio. Assim que a rotação é retomada, o freio volta a ser aplicado. Essa operação acontece a uma velocidade de centenas de vezes por segundo. O freio ABS é mais rápido do que qualquer motorista, mesmo os mais experientes e evita acidentes principalmente em pisos escorregadios. Mas sua principal
utilidade é permitir ao motorista dirigir na frenagem sem perder o controle. Quem não sabe como usar freia como se estivesse num carro comum, aliviando a pressão no pedal. Para aproveitar o potencial do ABS, é preciso pisar com força no freio e deixar que ele faça o serviço. O pedal pode trepidar durante uma freada brusca, mas isso é sinal do ABS trabalhando. Pise forte, tenha fé: funciona. Mas em pisos muito ondulados, tipo "costela de vaca", os sensores podem ser enganados e a distância de frenagem aumenta. Nesses casos, ande devagar. Outro detalhe importante: o fato dos freios terem ABS não diminui a distância necessária para parar em condições normais, isto é, em piso seco. Portanto, eles não são uma licença para abusar, andando mais rápido que o normal ou colado ao carro da frente.
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Futebol europeu Sul-Americana Espanhol Beach Soccer
3 Cesar Rangel/AFP
Faltou o gol, mas criamos chances. Não há nada com que se preocupar.” Frank Rijkaard, técnico do Barcelona
SEVILLA ASSUME A LIDERANÇA
ALTOS E BAIXOS Victor Fraile/Reuters
T
udo pintava como o melhor dia para Ronaldo em vários meses: ele tinha a primeira chance como titular do Real Madrid desde a Copa do Mundo, dois dias depois de uma entrevista publicada por um jornal espanhol em que ele reclamava de ter "perdido a alegria" pelo fato de ficar na reserva, além de dizer que não sabia o que fazer para convencer o técnico Fabio Capello de que podia ser titular. Pois Capello atendeu o pedido, deu folga ao titular Van Nistelrooy e escalou Ronaldo, mesmo dizendo que ele ainda estava acima do peso. E o Real acabou derrotado em casa pelo Celta, 2 a 1, perdendo a chance de se igualar ao Barcelona na vice-liderança - com 17 pontos, o time é o quarto no Espanhol. E quem esperava ver um centroavante brasileiro brilhando no Santiago Bernabéu pode ter se decepcionado com Ronaldo mas teve em troca Nenê, ex-jogador de Palmeiras e Santos que fez o primeiro gol do Celta. Emerson empatou para o Real e Jorge Larena definiu a vitória da equipe de Vigo. Mesmo as-
Ronaldo pediu para ser titular, Capello atendeu e o Real perdeu em casa para o Celta; a liderança do Espanhol agora é do Sevilla de Adriano, que marcou um gol nos 2 a 0 sobre o Osasuna Marcelo del Pozo/Reuters
sim, Capello elogiou seus atletas: “Pela primeira vez gostei do time. O futebol é assim.” Outro brasileiro que brilhou ontem na Espanha foi o lateral Adriano, que no início da semana foi convocado por Dunga para defender a Seleção Brasileira no amistoso contra a Suíça, dia 15, e marcou o se-
ITÁLIA
gundo gol - Kanouté abriu o placar - do Sevilla nos 2 a 0 sobre o Osasuna, em casa, que levaram a equipe à ponta, com 21 pontos, contra 20 do Barcelona, que no sábado ficou no 1 a 1 com o La Coruña, fora de casa. A equipe jogou sem o zagueiro Puyol, liberado por causa da morte do pai num aci-
ESPANHA
Siena 2 x 2 Parma Reggina 0 x 1 Catania Atalanta 2 x 0 Milan Chievo 0 x 0 Cagliari Empoli 1 x 1 Lazio Inter de Milão 2 x 0 Ascoli Livorno 1 x 0 Udinese Palermo 2 x 0 Sampdoria Torino 1 x 1 Messina Roma 3 x 1 Fiorentina
dente de carro, e abriu o placar com Ronaldinho Gaúcho, de pênalti, mas cedeu o empate na etapa final - Rodríguez marcou no rebote de um pênalti. A festa em Sevilha foi ainda maior porque o outro time da cidade, o Betis, foi derrotado por 3 a 2 pelo Villarreal e caiu para a zona de rebaixamento.
ALEMANHA
Levante 2 x 0 Real Sociedad Mallorca 0 x 0 Atlético Madrid La Coruña 1 x 1 Barcelona Athletic 0 x 0 Racing Santander Huelva 2 x 1 Gimnastic Sevilla 2 x 0 Osasuna Villarreal 3 x 2 Betis Zaragoza 3 x 1 Getafe Real Madrid 1 x 2 Celta Espanyol 1 x 1 Valencia
FRANÇA
Hannover 0 x 2 Bochum Alemannia Aachen 2 x 4 Stuttgart Bayer Leverkusen 1 x 1 Mainz Borussia Dortmund 1 x 1 A. Bielefeld Hertha 2 x 1 Nurnberg Werder Bremen 1 x 1 Energie Cottbus Wolfsburg 1 x 0 Hamburgo Eintracht 1 x 0 Borussia Mönchen. Schalke 2 x 2 Bayern
INGLATERRA
Rennes 1 x 0 Lyon Auxerre 2 x 3 Le Mans Olympique 0 x 1 Lorient Monaco 0 x 0 Nice Saint-Etienne 3 x 0 Toulouse Sedan 1 x 1 Nantes Sochaux 1 x 0 Troyes Valenciennes 0 x 3 Lille Nancy 2 x 1 Bordeaux PSG 1 x 3 Lens
PORTUGAL
Fulham 1 x 0 Everton Bolton 0 x 1 Wigan Charlton 1 x 0 Manchester City Liverpool 2 x 0 Reading Manchester United 3 x 0 Portsmouth Watford 2 x 0 Middlesbrough Newcastle 0 x 1 Sheffield West Ham 1 x 0 Arsenal Aston Villa 2 x 0 Blackburn Tottenham 2 x 1 Chelsea
Belenenses 0 x 1 União Leiria Boavista 2 x 1 Aves Acadêmica 2 x 0 Amadora Naval 0 x 1 Marítimo Nacional 5 x 1 Paços Ferreira Benfica 3 x 0 Beira Mar hoje: Sporting x Braga hoje: Vitória Setubal x Porto
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
1 Inter de Milão
24
7
10
22
1 Sevilla
21
7
9
19
1 Werder Bremen
20
6
16
28
1 Lyon
31
10
18
27
1 ManchesterUnited
28
9
21
26
1 Porto
19
6
12
18
2 Palermo
24
8
8
23
2 Barcelona
20
6
12
20
2 Stuttgart
18
5
4
21
2 Nancy
22
6
5
12
2 Chelsea
25
8
11
18
2 Sporting
17
5
6
13
3 Roma
20
6
10
17
3 Zaragoza
19
6
9
20
3 Bayern
17
5
4
16
3 Lille
21
6
7
19
3 Bolton
20
6
1
10
3 Benfica
16
5
9
18
4 Atalanta
16
4
2
15
4 Real Madrid
17
5
8
14
4 Schalke 04
17
5
0
13
4 Lens
21
6
5
19
4 Portsmouth
19
6
7
16
4 Marítimo
16
5
2
11
5 Siena*
16
4
3
12
5 Valencia
17
5
7
14
5 Hertha
16
4
4
16
5 Sochaux
21
6
2
17
5 Arsenal
18
5
10
16
5 União Leiria
16
5
-1
10
6 Livorno
16
4
0
8
6 Getafe
16
5
2
9
6 Arminia Bielefeld
15
4
5
17
6 Olympique
20
6
7
19
6 Aston Villa
18
4
5
14
6 Nacional
16
5
9
16
7 Udinese
13
3
3
10
7 La Coruña
15
4
2
10
7 Energie Cottbus
15
4
1
14
7 Saint-Etienne
20
6
4
19
7 Everton
17
4
6
16
7 Naval
15
4
2
9
8 Messina
13
3
0
13
8 Villarreal
15
4
1
10
8 BorussiaDortmund
14
3
1
13
8 Toulouse
18
5
0
16
8 Liverpool
17
5
2
14
8 Braga
14
4
2
10 10
9 Catania
13
3
-2
13
9 Atlético Madrid
14
4
3
10
9 Nuremberg
13
2
3
12
9 Bordeaux
18
6
-1
16
9 Fulham
16
4
-3
12
9 Paços Ferreira
12
3
-3
10 Empoli
12
2
1
10
10 Mallorca
13
3
0
5
10 Eintracht Frankfurt
13
2
1
12
10 Le Mans
17
4
-1
16
10 Tottenham
15
4
-3
8
10 Belenenses
11
3
1
7
11 Cagliari
10
1
-1
8
11 Celta
13
4
-1
13
11 Wolfsburg
13
3
-2
7
11 Lorient
16
4
-2
11
11 Wigan
14
4
2
13
11 Acadêmica
10
2
-1
11
12 Sampdoria
10
2
-2
14
12 Huelva
13
4
-1
11
12 Bayer Leverkusen
12
3
1
14
12 PSG
15
4
-2
14
12 Reading
13
4
-7
10
12 Boavista
10
3
-3
11
13 Lazio*
9
3
0
10
13 Levante
12
3
-3
9
13 Alemannia Aachen
12
4
-4
17
10
13 Blackburn
12
3
-5
10
13 Vitória Setúbal
8
2
-3
6
14 Torino
8
1
-7
6
14 RacingSantander
10
2
-3
7
14 Borussia Mönchen.
12
4
-4
10
14 Valenciennes
14
4
-6
12
14 Manchester City
12
3
-7
7
14 Beira-Mar
6
1
-9
11
15 Parma
8
2
-9
11
15 Espanyol
8
1
-4
5
15 Hamburgo
9
1
-2
10
15 Auxerre
13
3
-5
13
15 West Ham
11
3
-5
9
15 Amadora
4
1
-12
3
16 Milan*
7
4
1
10
16 Osasuna
8
2
-5
5
16 Bochum
8
2
-8
9
16 Nice
11
3
-4
11
16 Middlesbrough
11
2
-7
8
16 Aves
2
0
-11
5
17 Ascoli
4
0
-9
5
17 Athletic Bilbao
7
1
-8
7
17 Mainz
8
1
-9
9
17 Troyes
10
2
-4
12
17 Watford
9
1
-4
9
18 Chievo
3
0
-7
7
18 Betis
4
1
-5
10
18 Hannover
7
1
-11
9
18 Nantes
10
2
-7
9
18 Sheffield
9
2
-9
5
19 Fiorentina*
0
5
3
15
19 Gimnastic
4
1
-11
9
19 Sedan
9
1
-7
15
19 Newcastle
8
2
-7
7
20 Reggina*
-3
3
-4
11
20 Real Sociedad
2
0
-12
5
20 Monaco
8
2
-7
9
20 Charlton
8
2
-8
7
13 Rennes
15
4
-2
*Punições: Siena, -1; Lazio, -3; Milan, -8; Reggina e Fiorentina, -15
Pachuca no caminho do Atlético-PR
Fernando Soutello/AE
L. C. Moreira/AE
SUL-AMERICANA
N
ão será fácil, nem curto, o caminho do Atlético Paranaense rumo ao primeiro título internacional de sua história. O time, que praticamente abandonou suas aspirações de disputar a Libertadores depois da derrota por 1 a 0 para o Flamengo, terá de ir até o México para enfrentar o Pachuca nas semifinais da Copa Sul-Americana. O time mexicano segurou um empate por 2 a 2 com o argentino Lanús, em casa, depois de ter vencido por 3 a 0 fora, e assegurou sua vaga. De quebra, o Pachuca ainda terá o direito de decidir em casa a classificação, no dia 22 de novembro - no feriado do dia 15, o jogo será no Brasil, em local ainda indefinido, já que o clube não pode jogar na Kyocera Arena porque o estádio não alcança a capacidade mínima de 40 lugares. O México, aliás, virou maioria na Sul-Americana: o Toluca eliminou o San Lorenzo e faz a outra semifinal contra o Colo Colo, do Chile. Ou seja, a América do Sul pode não estar representada na decisão.
Mexicanos serão os próximos adversários do time de Oswaldo Alvarez
Sidney acerta bicicleta na tranqüila vitória brasileira sobre o Japão, por 10 a 2, no Mundial de Beach Soccer
Passeio em Copacabana
N
a luta para recuperar o trono do futebol de areia, o Brasil atropelou ontem o Japão nas areias cariocas: 10 a 2, com gols de Benjamin (4), Bruno (3), Júnior Negão (2, ambos de bicicleta) e Bueno. O resultado garantiu ao Brasil a classificação para as quartas-de-final do segundo Mundial de Beach Soccer organizado pela Fifa. No ano passado, na “estréia” do esporte co-
mo oficial da Fifa, o time acabou apenas com o terceiro lugar, depois de ser superado por Portugal nas semifinais. Na estréia, o Brasil já tinha atropelado a Polônia, 9 a 2. Ontem, depois de sofrer um pouco de dificuldade no primeiro tempo, o Brasil embalou após três gols seguidos de Bruno e não deu chance ao Japão, que vinha de boa vitória na estréia, 8 a 4 sobre os Estados Unidos.
No outro jogo do grupo, os norte-americanos bateram a Polônia por 4 a 2 e ainda sonham com a vaga. A campeã do mundo França obteve ontem a segunda vitória, 8 a 1 sobre o Canadá, e também já está classificada, assim como Portugal, vice em 2005, que marcou 10 a 3 em Camarões no sábado. O Mundial tem a participação de 16 seleções e acaba no domingo.
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 2006
São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 2006
DCARRO
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IDEA ADVENTURE
Pablo de Sousa
As molduras protetoras deixam o Idea mais robusto
De dentro do carro, você destrava o estepe que abre lateralmente e dá acesso ao porta-malas.
Um console no teto oferece 4 portaobjetos e espelho suplementar para "vigiar" as crianças no banco traseiro
ELE É URBANO. E VAI BEM NA TERRA! Por R$ 5 mil a mais você pode comprar o bom Idea e também tranqüilidade para andar por bons caminhos de terra
No lugar do estepe, outro porta-objetos
não foram drásticas. Novas cores no estofamento, bordados personalizando a versão "Adventure". Destaque para o belo e moderno "adorno", formado pelo conjunto de instrumentos localizado no alto do painel com três funções: inclinômetro lateral, longitudinal e bússola. Por meio de pesquisas, sabe-se que os consumidores deste tipo de veículo raramente colocam o carro em trilhas radicais, mas estes novos equipamentos, com certeza, agradam aqueles que procuraram este tipo de conceito na hora de adquirir um automóvel com aparência "off-road". No mais, por dentro o Idea Adventure continua bem equipado, inclusive com o computador de bordo, sistema Bluetooth e retrovisor interno, que permite vigiar a criançada no banco traseiro, e oferecendo um espaço bastante agradável. Aliás, este espaço que já era "recheado" de porta-trecos, ganhou mais um: o local que seria destinado ao estepe, no porta-malas, recebeu uma peça de isopor onde se pode acondicionar até 20 litros de bagagem. Um enorme porta-trecos.
ANDERSON CAVALCANTE
P
ela pouca diferença de "idade" entre o Idea e o Idea Adventure, a Fiat passa a "idéia" de que ao lançar o primeiro (em setembro de 2005) já planejava apresentar a sua versão aventureira (lançada um ano depois, em setembro de 2006). Afinal, quase toda a linha Fiat faz parte da família "Adventure". Mas o que realmente importa é que apesar de não ser um verdadeiro fora de estrada, o Idea Adventure tem muito mais a oferecer do que apenas pura maquiagem. Algumas voltas com ele e percebe-se a confusão
que o modelo aventureiro causa na cabeça dos "desavisados", já que, visualmente, ele ficou bem diferente do modelo "normal", o Idea HLX. E estas diferenças começam no tamanho, já que o Adventure é 12 centímetros mais alto que o HLX, 21 centímetros mais comprido e 2 cm mais largo. Claro que isso causou alguns acréscimos no "offroad light". Além de um aumento de 75 kg no peso, pelo Adventure paga-se R$ 5 mil a mais. Ele custa R$ 52.900. Mas as mudanças na aparência não param por aí. O estepe na tampa do porta-malas, as molduras protetoras de plástico sobre as rodas, na parte inferior das portas e na frente, os redesenhados pára-choques, dão um toque muito mais robusto à minivan. Além disso e das rodas, que também são diferentes, mantendo o estilo de toda linha Adventure, outra novidade é o rack utilizado no teto, que tem um formato de V e que, em uma primeira impressão, parece não ser prático, mas que, além de exclusivo e inusitado, não oferece maiores dificuldades de utilização. Vale ainda ressaltar os novos espelhos retrovisores externos, que são maiores e melhoram a visibilidade que neste veículo só é prejudicada pelas colunas das portas. Caminho certo - Internamente as mudanças
O rack tem formato de V. Ele pode não parecer prático, mas não oferece maiores dificuldades de utilização.
Até onde ele vai - Ele não foi feito para trilhas radicais e não é 4x4, então, até onde ele aguenta? A Fiat não costuma enfeitar os carros e colar um simples adesivo "Adventure", com isso, é claro que o Idea "aventureiro" vai mais longe que muitos veículos maquiados. E um dos principais atributos desta versão está na enrijecida suspensão, 3,5 cm mais alta que a versão HLX, ficando com um vão livre de 18,5 cm. Além disso, algo extremamente importante para a off-road são os ângulos de entrada e de saída, que permitem que o veículo ultrapasse obstáculos sem ficar "entalado", ou ainda, sem ralar sua frente e traseira, e os números do Idea neste quesito são muito bons, com 29 graus na dianteira e 48 graus na parte posterior. Outro ponto a favor do monovolume da Fiat é
Bússola e inclinômetros longitudinal e transversal
O painel possui acabamento central na cor cinza e vem com CD Player e MP3 Retrovisores maiores e com luzes de direção integradas
a utilização, nesta versão, dos pneus Pirelli Scorpion ATR 205/70 R15 desenvolvidos para este veículo e que agora também foram implantados no Peugeot 206 Escapade. O Scorpion, além da aparência mais "radical, foi projetado para uso misto, ou seja, para o asfalto e também para a terra. Sendo assim, o que se conclui é que mesmo não estando pronto para enfrentar um "Rally dos Sertões", o Idea Adventure está muito bem preparado para levar seus usuários a um passeio na chácara, durante os finais de semana. As únicas perdas causadas por estas modificações ficam por conta do conforto, mas nada que possa estragar o dia-a-dia mais urbano, e a direção um pouco mais pesada, já que este tipo de pneu proporciona uma maior área de contato com o solo. Desempenho - Motor não falta. A versão recebeu
o 1.8 l. Flex, de 114 cv com álcool ou 112 cv com gasolina, com algumas alterações apenas na relação de marchas para garantir uma melhor adequação do conjunto câmbio/motor para uma utilização em terrenos diversos. Se as mudanças em todo o conjunto fizeram com que o Idea Adventure ganhasse peso e aumentasse o preço, em alguma coisa ele perdeu. Os 75 kg a mais, somados ao novo pneu, que tem maior área de atrito, fizeram com que o carro tenha sua potência comprometida e diminuísse a velocidade máxima que na versão HLX é de 180/182 km/h e no Idea "off-road" é de 170/171 km/h, além disso, de 0 a 100 km/h era feito em 10,9 segundos (álcool) e agora em 12,2 seg., com o mesmo combustível. No fim das contas, nada que possa afetar as vendas deste carro que promete "emplacar" no mercado.
Atletismo Vôlei Mundial Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
BRASIL TEM A MELHOR CAMPANHA ATÉ AGORA
Kazuhiro Nogi/AFP
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O time respeitou Camarões, entrou determinado e fez o que tinha de fazer.” José Roberto Guimarães
QUE BELEZA, BRASIL! Fotos: Toru Hanai/Reuters
O
Brasil recusava o favoritismo antes de a bola subir no Mundial Feminino de Vôlei. Encerrada a primeira fase, no entanto, é impossível não colocar a equipe de José Roberto Guimarães como principal candidata ao título no Japão. O time perdeu apenas dois sets e só não teve o controle da partida justamente nesse dia, quando sofreu contra a Holanda. Passou com facilidade pelos Estados Unidos, a outra força do Grupo C, e sobrou diante das seleções sem tradição, Porto Rico, Cazaquistão e Camarões - derrotado por 3 a 0 ontem, marcando apenas 35 pontos no jogo. Melhor equipe da etapa inicial, agora medirá forças com Rússia, China e Alemanha - em jogo, duas vagas nas semifinais. Na segunda fase, o Brasil enfrenta as equipes do Grupo B, mas sai em vantagem: os resultados obtidos na etapa anterior contra as seleções classificadas são computador. Assim, a equipe começa na liderança do grupo, com três vitórias. O que, para Zé Roberto, não alivia nada. “Fizemos a lição de casa e sabemos que a próxima fase será mais complicada, com adversários mais difíceis. Temos de vencer no mínimo três jogos”, diz o técnico. E, na verdade, nem tudo são flores para o Brasil. A equipe
A seleção feminina de vôlei bateu Camarões por 3 a 0 e terminou a primeira fase do Mundial com a melhor campanha entre as 24 participantes
sofre com três jogadoras contundidas: a levantadora Fofão, a meio-de-rede Fabiana e a ponta Sassá - esta se machucou no aquecimento para o jogo de
ontem. Menos mal que a estréia na segunda fase será apenas na madrugada de quartafeira, contra a mais fraca das rivais: o Azerbaijão. “Vai ser
bom podermos descansar até lá”, comemorou Fofão. A boa atuação de Paula Pequeno contra Camarões, em seu primeiro jogo completo
Toshifumi Kitamura/AFP
desde que foi mãe, há dois meses, deixou Zé Roberto mais confiante em sua filosofia de apostar no conjunto. “A Mari, a Renatinha e a Paula se apresentaram bem e ganharam ritmo de jogo. Isso foi muito importante porque vamos precisar delas na segunda fase.” “Estou muito feliz por ter participado um pouco mais da partida”, disse Paula, que mata as saudades da filha diariamente via internet. “O pior é a saudade, mas sei que ela está bem e com isso fico bem. É a minha força para poder correr atrás do nosso objetivo aqui.” Para Fofão, que acompanhou os últimos jogos no banco de reservas, o time não pode agora dormir no ponto. "É a parte mais difícil, e qualquer vacilo pode nos causar grandes problemas. Sabemos das dificuldades que teremos pela frente, mas está todo mundo focado no que é preciso fazer: ganhar das quatro equipes que vamos enfrentar.”
Paula Pequeno fez seu primeiro jogo como titular depois de ser mãe: reforço contra a Rússia de Gamova, mais forte adversária da segunda fase
Marílson brilha em Nova York Timothy A. Clary/AFP
M
arílson Gomes dos Santos venceu ontem a primeira maratona de sua vida. E essa "estréia" não poderia ser melhor: foi na Maratona de Nova York, uma das mais importantes do mundo e certamente a mais charmosa. Com o tempo de 2h09min58s, ele superou os favoritos quenianos Stephen Kiogora, prata com o tempo de 2h10min06, e Paul Tergat, atual recordista mundial da prova, que levou a medalha de bronze, com 2h10min10. “Ainda não acredito que venci a Maratona”, afirmou o corredor, cujos maiores destaques no currículo até hoje eram duas vitórias na São Silvestre, em 2003 e 2005, e duas medalhas no Pan de Santo Domingo, em 2003: bronze nos 5 mil metros e prata nos 10 mil metros. Na sexta-feira, ao falar de sua preparação, Marílson disse que não temia enfrentar os quenianos, e que sua meta era subir ao pódio. Agora, quer curtir a vitória e projetar cada vez mais seu nome no atletismo mundial. "Nova York é uma das grandes maratonas
Franck Fife/EFE
Ele é o 1º brasileiro a vencer uma das principais maratonas do mundo
do mundo, e quando se está bem treinado tudo pode acontecer. Hoje foi um dia para ficar na história”, explicou. Marílson permaneceu no pelotão principal durante os primeiros 30 quilômetros, e depois conseguiu se desgarrar, embora tenha sido seguido de perto até o fim. O atual campeão olímpico, o italiano Stefano Baldini, acabou na sexta posição, a menos de dois minutos do brasileiro - que agora lidera o ranking nacional da prova e, com isso, está na frente na briga por uma vaga no Pan de 2007, no Rio. De quebra, Marílson engordou sua conta em US$ 130 mil (R$ 278 mil). "Se você me perguntar se essa prova foi a melhor da carreira dele, vou dizer que sim. Não foi o melhor tempo dele, mas as condições climáticas de Nova York não o favoreciam, ele tinha fortes adversários e sabemos que é uma prova muito difícil", comemorou o técnico Adauto Domingues, que acompanhou a prova em são Paulo, pela internet. "Agora, sonhamos com a Olimpíada de Pequim", concluiu.
PENÚLTIMO CAMPEÃO – O russo Nikolay Davydenko arrasou o eslovaco Dominic Hrbaty por3 a 0 (6/1, 6/2 e 6/2) na final do esvaziado Masters Series de Paris. No próximo domingo, ele e os outros sete melhores do ano abrem a Masters Cup, em Xangai.
Nº 145 São Paulo, 6 de novembro de 2006
DCARR
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Depois de 20 anos, o Gol pode perder a liderança do mercado para o Palio. O carro da Fiat liderou as vendas nos dois últimos meses e promete fechar o ano em 1º lugar.
Pablo de Sousa
Enfim a Mitsubishi se curvou ao desejo do consumidor e está trazendo de volta o Eclipse, esportivo da marca. Na pág. 3.
IDEA ADVENTURE
VAI BEM NA CIDADE VAI BEM NO CAMPO PÁGINAS 4 E 5
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 2006
RISCOS DO USO DO GNV emas como as mudanças climáticas, efeito estufa, degradação de ecossistemas e poluição do ar e da água são cada vez mais discutidos em âmbito mundial, promovendo a crescente conscientização da sociedade em relação às questões ambientais. Neste contexto, as discussões envolvendo combustíveis menos agressivos ao meio ambiente são de fundamental importância. “O Gás Natural Veicular (GNV) é um dos combustíveis que diminui as emissões de poluentes que agridem o meio ambiente. Apesar de menos nocivo ao ar e à saúde do que outros combustíveis, ainda possui agentes poluentes. Por isso, os controles, como os do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), são imprescindíveis para reduzir estes impactos ambientais”, explica Alfredo Castelli, diretor de Meio Ambiente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva). O GNV, uma realidade no Brasil, representa opção econômica para a substituição da gasolina. Além dos consumidores optarem pela conversão de carros movidos a gasolina e a álcool para GNV, montadoras já oferecem automóveis originais de fábrica com esta estrutura. “O GNV é uma das melhores opções de combustíveis alternativos com menor índice de poluição do ar. Porém, a conversão deve ser feita corretamente. Caso contrário, o GNV se torna muito mais nocivo ao meio ambiente que os demais combustíveis”, alerta Marcus Vinícius Aguiar, vice-coordenador da Comissão de Segurança Veicular da AEA. "Se a conversão for feita de maneira errada, a pressão do gás pode ficar muito superior à con-
T
índice ESPORTIVO - 3 Mitsubishi traz, para o Brasil, esportivo Eclipse GT, por R$ 149,9 mil.
CAPA - 4 e 5 Idea Adventure: conforto de minivan e aptidão para passear na terra.
MERCADO - 6 Zero-quilômetro teve maior queda de preço do ano em outubro: 1,2%.
OFF-ROAD - 7 O 4x4, Peugeot 4007, será lançado em julho de 2007, só na Europa.
CARRO INTELIGENTE - 8 Mesmo um veículo básico tem pelo menos dez computadores.
aGenDa 8 de novembro
Acontece no Rio de Janeiro, na Marina da Glória, a 6 ª Fetransrio – Feira de Transportes do Rio de Janeiro, mostrando novidades no transporte de passageiros e avanços tecnológicos em relação ao setor.
9 de novembro
As tendências da logística para o mercado de transporte rodoviário de cargas é um dos temas do 2º Seminário Brasileiro de Logística, que acontece das 8h30 às 18h no Palácio dos Transportes, em São Paulo.
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br
siderada normal, causando um vazamento prejudicial ao ar e à saúde das pessoas”, comenta. Para tornar os veículos movidos a gás mais seguros, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) criou o Programa de Instalação do Sistema de GNV, que certifica os componentes especiais para a transformação, como cilindros, redutor de pressão, tubos, suporte do cilindro e válvulas e também avalia e credencia as instaladoras de Gás Natural Veicular de todo o País. Para os veículos que cumpriram todos os requisitos aplicáveis na instalação dos sistemas GNV, ou seja, instalaram em oficinas registradas no Inmetro, levaram o veículo a um organismo de inspeção credenciado pelo instituto, tiveram a instalação aprovada e, posteriormente, legalizaram a situação do veículo junto ao órgão estadual de trânsito, é fornecido um selo, a ser afixado no pára-brisa. Este selo indica: o veículo é seguro. Completando os requisitos de segurança, os veículos convertidos, ou que saiam equipados direto da montadora, devem atender aos limites de emissões definidos pelo Proconve por meio do CAGN – Certificado Ambiental para uso do Gás Natural –, emitido pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). “Quando não há o cumprimento da legislação nas conversões, as emissões são mais altas e provocam danos ao meio ambiente. Uma solução para o problema seria a implantação do programa de inspeção veicular”, diz Castelli. AEA
Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro
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DCARRO
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LANÇAMENTO
MITSUBISHI TRAZ ESPORTIVO dos EUA O Eclipse GT, com motor V6 de 3.8 litros, que gera 267 cv de potência, já está disponível na rede de concessionários da marca por R$ 149,9 mil.
J
á está à venda na rede Mitsubishi o esportivo Eclipse GT, com preço sugerido de R$ 149,9 mil. A montadora voltou a importar o modelo, desta vez dos Estados Unidos, onde foi lançado recentemente com novos design e motorização. O Eclipse é um 2 + 2 lugares que, segundo a empresa, acomoda com conforto os passageiros da parte traseira. Externamente tem linhas arredondadas, com enormes faróis que acentuam sua esportividade. O projeto do interior procurou manter as características das linhas exteriores, incorporando um painel inspirado nos utilizados pela indústria motociclística. Juntamente com os ponteiros vermelhos, sua iluminação noturna garante melhor legibilidade. O sistema de som Premium Rockford Fosgate®, com CD Player para seis CDs e MP3, tem 650 watts de potência, nove alto-falantes e um subwoofer. Os bancos são forrados com couro e possuem aquecimento, sendo que o do motorista tem regulagem elétrica. Também com forração de couro, o volante tem regulagem de altura e incorpora na sua parte posterior os comandos do áudio. Conforto - Teto solar, vidros, espelhos externos retrovisores e travas de portas contam com acionamento elétrico. O novo Eclipse GT tem controlador automático de velocidade (Cruise Control), espelhos externos com desembaçador, faróis auxiliares, ajuste da altura dos faróis e desembaçador no vidro traseiro. Equipado com motor V6 de 3.8 litros, com 267 cv de potência a 5.750 rpm e ótimo torque de 36 kgf.m a 4.500 rpm, tem câmbio manual de seis marchas ou automático de cinco velocidades com
O Eclipse GT tem controlador automático de velocidade
controle seqüencial Sportronic. O motor incorpora o inovador sistema Mivec - Mitsubishi Innovative Valve Timing and Lift Electronic Control, que otimiza a performance em todos os modos de condução. Proporciona ganho de torque, economia de combustível em baixas rotações e gera maior potência e desempenho nas altas. Transmissão - O câmbio de seis marchas usa sincronizadores de triplo cone na primeira, segunda e terceira marchas, para proporcionar melhor sensação nos engates e ficar ainda mais rápido de operar. Como resultado de todas esta tecnologia, o Eclipse GT acelera de 0 a 100 km/h em menos de sete segundos. Para melhor aproveitar toda a potência, a Mitsubishi equipou o Eclipse GT com suspensões independentes nas quatro rodas. Na dianteira ele conta com uma estrutura MacPherson de grande diâmetro e, na traseira, um sistema multi-link montado com amortecedores a gás. Elas trabalham continuamente no sentido de proteger o veículo das irregularidades do solo e manter suas rodas grudadas no chão. A suspensão é acoplada ao chassi monobloco reforçado, que foi projetado com a rigidez correta para proporcionar um rodar eficiente com grande agilidade e maneabilidade. As rodas são de liga leve de 17 polegadas e usam pneus 225/50 R 17. A versão GT também vem equipada com controle de tração TCL, que evita que os pneus girem em falso nos terrenos es-
O interior é prático e luxuoso, com acabamento em couro
Divulgação
corregadios. Entre seus dispositivos de segurança incluem-se quatro air bags, freios a disco nas quatro rodas com ABS (antibloqueio) e EBD (dispositivo eletrônico de distribuição de força) barras antiimpacto lateral, Immobilizer (dispositivo que bloqueia a ignição e garante que apenas as chaves que tenham sido codificadas possam acionar a partida do motor) e sistema de abertura de portas tipo keyless. O porta-malas do Eclipse GT tem rede para evitar que pequenos volumes fiquem balançando no seu interior e também acomoda o estepe. A Mitsubishi informa que pretende comercializar cerca de 100 unidades/ano do esportivo importado dos Estados Unidos, o que deve contribuir para melhorar sua participação no mercado brasileiro, visto que ultimamente não atuava no segmento de carros de passeio.
Câmbio com sincronizador
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DCARRO
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CARRO ZERO
MAIOR QUEDA DE PREÇO NO ANO Automóveis ficaram 1,2% mais baratos em outubro. Momento é favorável ao consumidor.
O
preço do carro zero-quilômetro teve a maior queda de preço do ano. Estudo da Agência AutoInforme, que compara mês a mês os valores cobrados no mercado com base na cotação da Molicar, apurou um recuo de 1,2% em outubro. Com as vendas em alta e o final de ano se aproximando, as montadoras se preparam para fechar 2006 com o melhor resultado possível, em busca de uma melhor posição no ranking do setor automobilístico. No acumulado dos dez primeiros meses do ano os preços do carro novo caíram 1,3%. Neste último bimestre muitas promoções e vantagens deverão ser oferecidas ao consumidor e o preço em queda é também um reflexo da aproximação do período de festas. No mês anterior a pesquisa AutoInforme já havia registrado uma forte queda nos valores cobrados no varejo.
Comportamentos das marcas - Entre as montadoras, a maior queda média é da francesa Citroën, com seus carros ficando 2,64% mais baratos no período. A inglesa Land Rover vem em seguida, com decréscimo de 2,63%. A importadora italiana Maserati também apresentou um índice elevado de recuo nos preços em outubro: - 2,4%. E os carros da Toyota ficaram 2,29% mais acessíveis para o consumidor brasileiro. Considerando as maiores montadoras que atuam no País, a Ford foi a que teve a maior queda (média de -2,01%), seguida pela Volkswagen (-1,32%), Chevrolet (1,16%) e Fiat Automóveis, cujos preços tiveram decréscimo de 0,47% na média de todos os produtos da marca. Apenas cinco empresas fecharam o mês de outubro com os preços em alta. O maior índice foi da japonesa Nissan. Seus
carros ficaram 2,63% mais caros. Os veículos das marcas Alfa Romeo, Audi, Hyundai, Ssangyong e Ferrari mantiveram estabilidade no mês. Por modelo, o carro que ficou mais barato em outubro foi o SpaceFox 1.6 Comfortline, da Volkswagen. No mês anterior o carro custava R$ 49,5 mil e
LÍDER AMEAÇADO
MERCADO/SERVIÇO
PALIO VENCE GOL. É A SEGUNDA VEZ C
Divulgação
arro da Fiat é líder de outubro e começa a ameaçar a hegemonia de 20 anos do Gol. Com isso a marca italiana começa a mudar a história no mercado de automóveis no Brasil. Seu carro pequeno, responsável por grande parte do sucesso
fechou outubro por R$ 46,5 mil, uma queda de 6,06%, conforme a Molicar. O segundo automóvel com o maior decréscimo foi o Ford Focus GLX 2.0, que tornou-se 6% mais acessível. Em setembro o carro foi cotado por R$ 50 mil e no mês passado podia ser encontrado no varejo por cerca de R$ 47 mil.
da empresa nas vendas internas, está ameaçando efetivamente uma liderança de 20 anos do Gol. Em setembro foram vendidos 14.635 modelos do Palio, 600 a mais do que o seu concorrente. Em outubro, a diferença foi
ainda maior no volume de carros comercializados. No mês passado, o Fiat vendeu 16.973 unidades, e o Gol, 16.033. As demais posições no ranking praticamente não tiveram alterações. Em terceiro lugar ficou o Celta, seguido por Mille, Fox, Corsa sedan, Siena e Fiesta. Vale destacar a queda do Civic, que teve 2.322 unidades vendidas e ficou atrás do Vectra, com 2.403. Entre os sedans médios, o Corolla mantém a liderança, bem à frente dos dois concorrentes, com 3.396 carros comercializados no mês passado. Outra novidade no ranking é o Polo, que começou a vender bem depois da reestilização. Juntos, os modelos hatch e sedan tiveram 3.275 unidades negociadas. No mês anterior, quando o modelo antigo ainda estava nas concessionárias, esse número havia sido de 1.545. O bom desempenho da Parati também chamou a atenção em outubro. A perua da Volkswagen teve 1.810 carros vendidos, ficando à frente da Palio Weekend (com 1.727) e até da SpaceFox (com 1.685).
Palio pode derrubar o Gol da liderança que dura 20 anos. Em dois meses a decisão.
MAIS CARO ANDAR DE CARRO
O
IMC – índice de Manutenção do Carro da AutoInforme acumula alta de 3,72% no ano. Limpar o carro foi o item que mais subiu em outubro. O preço da gasolina teve um pequeno aumento e o álcool mais barato. Passou-se a pagar mais para andar e manter o carro. Depois de ligeira queda no mês anterior, a pesquisa da Agência AutoInforme que calcula o IMC apurou alta de 0,21% nos gastos no mês passado. De janeiro a outubro a "Inflação do Carro" acumula alta (3,72%) bem acima da inflação oficial, e do IPC da FIPE no período. O álcool e a gasolina, itens da cesta de produtos que mais pesam na Inflação do Carro, tiveram comportamentos distintos: a gasolina com ligeira alta de 0,04% e o álcool, que está na safra, ficou 0,92% mais barato. O serviço de lavagem simples foi o que mais subiu, 2,93% mais caro no mês. Em seguida, a limpeza do bico injetor, com alta de 1,40%. Na outra ponta o estacionamento teve a maior queda: 1,89% mais barato. O preço do álcool foi o segundo.
São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 2006
DCARRO
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NOVO 4X4 Divulgação
PEUGEOT MOSTRA o 4007 Marca francesa decide investir no concorrido segmento de utilitários esportivos. Modelo será lançado na Europa em julho do próximo ano.
A
Peugeot decidiu investir no segmento de utilitários esportivos, prometendo para julho de 2007 o lançamento, na Europa, do modelo 4007, que a montadora apresenta como "um legítimo 4x4", com 4m64 de comprimento. Desenvolvido em cooperação com a Mitsubishi Motors Company, o veículo tem injeção direta “common rail” e motor diesel (HDi) de 2.2 litros, que gera potência de 156 cv, com torque de 380 Nm, podendo ainda funcionar com 30% de biocombustível. O segmento de utilitários esportivos é um dos mais concorridos atualmente no mercado automotivo mundial. A grande maioria das marcas tem intensificado a
oferta de modelos deste tipo, razão de a Peugeot acreditar que com o 4007 conquistará uma nova clientela na Europa, ampliando as suas vendas por conta desta diversificação. Mudanças - O novo modelo da Peugeot teve a caixa de câmbio manual de seis velocidades totalmente redesenhada para explorar ao máximo as características da nova versão do motor HDi. O sistema de gerenciamento eletrônico das quatro rodas, conforme o material de divulgação do veículo, se baseia em uma suspensão calibrada especificamente para garantir o uso extremo que se espera de um utilitário esportivo. A montadora destaca, ainda, que elementos fundamentais como direção, freios e pneus, entre outros itens, foram reavaliados e adaptados com o objetivo de se obter o máximo rendimento possível do modelo. Criado pelo Centro de Design da Peu-
Com tração 4x4, o modelo tem 4m64 de comprimento
geot, o utilitário esportivo tem faróis alongados e enorme abertura frontal, com acabamentos cromados em todo o seu exterior, inclusive na moldura que envolve os faróis antineblina. No geral, adota as novas características da marca inauguradas com o modelo 407. Razão do nome - A nomenclatura 4007, segundo a montadora, retoma o duplo zero reservado aos modelos inéditos. Já o número “4” expressa seu comprimento e o “7”, sua geração.
A Peugeot garante que o veículo apresenta ótimo comportamento dinâmico, especialmente voltado para motoristas que não se importam com as condições das vias nas quais trafegam. O interior do 4007 também recebeu atenção especial dos estilistas da montadora. Bastante funcional, oferece numerosos espaços para colocação de objetos. O tratamento do material do painel de instrumentos e das portas na parte interna foi ainda mais refinado para satisfazer as expectativas do cliente europeu.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
O NOVO ACORDO COM A BOLÍVIA
S
G Morales forçou
as empresas a aceitarem seus termos, mas elas não podem fazer investimentos sem garantias da Petrobrás, pelo menos no tocante à exploração de gás, pois a empresa opera dois dos maiores campos de gás da Bolívia. Por outro lado, o governo boliviano acenou como trunfo na negociação o recente contrato de fornecimento de gás com a Argentina, que ofereceria grandes oportunidades às multinacionais. A incerteza institucional, bem como a alta carga de impostos incidentes sobre as empresas, tornam esse trunfo duvidoso, pois não há garantia que as empresas se beneficiarão do novo mercado. Para o presidente Evo Morales é essencial a adesão das empresas às suas propostas. A aprovação de seu governo despencou de 81% à época da nacionalização do setor petrolífero para atuais 52%. A nacionalização dos recursos energéticos e minerais continua a ser sua principal bandeira e qualquer concessão ao negociar novos acordos com
as multinacionais pode ser vista pelos seus eleitores como fraqueza ou traição. A Bolívia tem capacidade para fornecer 34 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, mas firmou contratos de fornecimento de 41 milhões de metros cúbicos (mais de 30 milhões para o Brasil e 7,7 milhões para a Argentina; atualmente, fornece 26 milhões para o Brasil, pouco mais de 50% do consumo interno). A baixa atratividade dos projetos, face à baixa remuneração e limites à atuação das empresas, podem levar à redução de investimentos e ao descumprimento dos contratos de fornecimento. Nesse cenário, os preços de energia no Brasil sofreriam forte impacto, pois os projetos de exploração de gás em nosso território, em especial o Campo de Mexilhões, em Santos, só deverão ser concluídos após 2008. Para complicar a situação, em outubro o governo boliviano firmou com a Venezuela um acordo de cooperação militar que prevê a instalação de 20 bases nas fronteiras do país com o Peru, Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. O Chile já manifestou preocupação. Com a adesão das multinacionais, a bola voltou para o campo do presidente Evo Morales. Ele forçou as empresas a aceitarem seus termos, mas não poderá forçá-las a operar em condições subeconômicas ou a fazer investimentos sem garantia de retorno. Da próxima vez, elas poderão votar com os pés, abandonando o país. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE ECONOMIA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR David Mercad0/Reuters
E vo Morales conseguiu os acordos no grito.
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JOÃO DE SCANTIMBURGO
A NOMEAÇÃO Céllus
ão numerosas as cláusulas leoninas nos contratos apresentados à Petrobrás e às outras nove multinacionais que atuam na Bolívia. Seus termos embutem enormes riscos às empresas e restringem sua atuação. Não restou às empresas outro caminho senão aceitar os termos propostos para permanecerem no país e depois buscar melhores condições de operação. As empresas foram colocadas contra a parede. Não podem abrir mão de suas reservas no país, sob o risco de sofrer grande impacto contábil, nem querem se tornar prestadoras de serviços para a YPFB. É ainda mais sensível a situação
Crescimento por decreto ROBERTO FENDT
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e tempos em tempos, idéias antigas são apresentadas como novas, sob outra roupagem. A idéia de fixar metas para o crescimento é uma delas. Antigamente, chamava-se planejamento econômico. Essa idéia foi abandonada com a comprovação de seu fracasso nos países do socialismo real e o desmoronamento desses regimes, com as exceções de Cuba e da Coréia do Norte, que fizeram na prática a chamada "opção preferencial pela pobreza". Talvez, para preencher o espaço entre o final deste governo e o início do próximo, tenha sido requentada a idéia de estabelecer metas de crescimento para o PIB. O assunto já havia sido trazido à baila na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de 24 de agosto passado. Naquela reunião foi apresentado um diagnóstico dos obstáculos ao crescimento do País e um conjunto de 24 metas setoriais de crescimento até 2022. Essas metas setoriais, englobadas, desaguavam em uma meta de crescimento para o PIB brasileiro de 6% ao ano. Segundo o documento, os obstáculos ao crescimento são o grau de informalidade da economia, superior a 50%; as "barreiras macroeconômicas", que suponho tratar-se das altas taxas de juros e da maior ainda carga tributária; a burocracia e a ineficiência do serviço público em algumas áreas-fim da Administração, como saúde, educação e justiça; a infra-estrutura depreciada; e a pobreza generalizada. As metas setoriais eram variadas, algumas englobando instrumentos de política econômica sob controle do governo, como a taxa básica de juros (onde se propunha que a taxa real de juros fosse reduzida para 3% ao ano), a carga tributária (que se propunha reduzir de 38% para 33% do PIB) e os investimentos públicos. Exemplos dessas metas eram dobrar, no prazo de vigência do programa, a renda dos 20% mais pobres; aumentar as despesas com educação de menos de 5% para 6% do PIB; aumentar, até 2011, os gastos com a saúde, de 3,2% para 4,5% do PIB; e promover aumento real de 150% do sa-
lário mínimo. Curiosamente, o documento não relaciona a "pobreza generalizada" com as suas reais causas, a absurda carga tributária e o generalizado desincentivo à liberdade econômica e à eficiência. Há exatamente 230 anos Adam Smith publicou sua obra Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações – ou, dito na linguagem de hoje, a natureza e as causas do crescimento dos PIBs nacionais. Sumariando essas causas, o crescimento depende em essência do aumento da produtividade do trabalho. Essa depende da maior ou menor extensão da divisão do trabalho e da cooperação entre os trabalhadores, que permite via especialização em um número cada vez menor de tarefas. A divisão do trabalho, por sua vez, depende do tamanho do mercado. Portanto, quanto maior o tamanho do mercado, incluindo o maior deles, o mercado internacional, maior a divisão do trabalho, a especialização e a produtividade. Mais que isso, quanto maior a capacidade de empreender, comprar e vender, sem barreiras artificiais ao desenvolvimento da atividade empresarial, como tributos e regulamentação do Estado, maior a especialização e a produtividade do trabalho. O corolário dessa maior liberdade é mais emprego e renda mais alta para o trabalhador.
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ada disso consta do projeto de fixar o crescimento por decreto. Ali, a pobreza não decorre da baixa produtividade do trabalho; não se fala em quem toma os riscos de empregar, produzir e vender, para manter os empregos dos trabalhadores; não se fala em libertar as forças do empreendimento. O resultado de tudo isso é que o crescimento torna-se um ato de vontade do governante. Se assim é, deveríamos pensar mais alto. Por que não crescer 7% ao ano, em lugar dos 2,6% atuais? Por que não crescer 10%, como vem fazendo a China há 15 anos? Resumindo: alguém em sã consciente pode imaginar que o senhor presidente vai abandonar as metas de inflação, que ajudaram a reelegê-lo, em troca do voluntarismo da burocracia?
S e é possível crescer por decreto, por que não crescer 10%, como a China?
Mensagem a Lula MÁRIO CÉSAR DE CAMARGO
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no velho, notícias redundantes! É, o Brasil continua o mesmo no ocaso de 2006. Baixo crescimento, desemprego de 11%, perversa distribuição de renda, criminalidade fora de controle, saúde e educação precárias. O Estado, como se não fosse organismo de um país democrático e pluralista, mantém o autoritarismo fiscal, o mais absoluto desdém com as questões sociais, o desprezo às atividades produtivas e a irresponsabilidade quanto às suas obrigações constitucionais. Essas observações podem parecer muito ácidas num momento em que todos preparam-se para as festas de final de ano. Entretanto, refletem a nossa mais autêntica situação de como País, uma terra movida na raça, na coragem, criatividade e esforço de superação, pelo capital e trabalho. Juntos, empresários e trabalhadores, sustentando um Estado imprevidente, preguiçoso e oneroso para a sociedade, subvertem o conceito de mais valia do velho Karl Marx. As entidades de classe, como a Abigraf, que devem conciliar representatividade setorial e a mobilização política em favor do desenvolvimento, têm feito grande empenho no sentido de sugerir, reivindicar e participar de um processo mais moderno de gestão da economia, mas o Estado, em sua auto-suficiência, não costuma ouvir muito a sociedade civil organizada... O mundo transformou-se. A globalização eclodiu, alterando os conceitos de mercado e concorrência, o Século XX acabou e com ele ficaram apenas como registros históricos o populismo eleitoral, o monetarismo exacerbado, a governança aética, a estratificação social em castas, o desprezo ao ensino como base da prosperidade e o pater-
nalismo, como fator atenuante do subdesenvolvimento. Nesta nova era, até mesmo organismos movidos pelo mais puro capitalismo selvagem, como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento Econômico e o Fundo Monetário Internacional, passaram a defender políticas públicas equilibradas entre o crescimento e o controle da inflação, melhor distribuição de renda e inclusão social por meio do trabalho e universalização dos direitos inerentes à cidadania.
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xcelentíssimo presidente Luiz Inácio Lula da Silva: por que o Brasil continua o mesmo? Lá se vão 22 anos desde que políticos do PT e do PSDB, ao lado de outras agremiações, discursaram — de mãos dadas e braços erguidos — em prol da democracia e do desenvolvimento. Ironicamente, os dois partidos têm bipolarizado as disputas eleitorais, como foi agora para a Presidência da República e, no exercício do cargo, desrespeitam seus próprios conteúdos programáticos de forte cunho social, exacerbando na prática o neoliberalismo que condenam no discurso. Foram dois mandatos inteiros dos tucanos, com Fernando Henrique Cardoso, e um mandato inteiro do PT, sob sua administração, mas o Brasil continua o mesmo! Presidente Lula, o povo acaba de lhe delegar o direito e o dever de trabalhar com ele e para ele, com mais de 58 milhões de votos, expressando a infinita esperança de um povo que consegue continuar acreditando na democracia como agente de redenção da Pátria. Apesar do atraso, ainda é tempo de reconstruir o futuro. Vamos mudar o destino desta Nação? MÁRIO CÉSAR DE CAMARGO É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA GRÁFICA
O Estado, auto-suficiente, não costuma ouvir muito a sociedade civil.
DO ARCEBISPO oi nomeado pelo Papa Bento XVI para a Congregação do Clero o cardeal Dom Cláudio Hummes. O cardeal, da Ordem dos Franciscanos, é relativamente moço e está em plena posse de seus recursos espirituais e morais, tem enorme experiência diocesana em São Paulo e poderá, portanto, prestar excelente serviço à causa da fidelidade do clero à matriz romana. Como se sabe, a Igreja tem registrado alguns escândalos em seu clero, nas suas relações com a juventude paroquial em várias partes do mundo. Evidentemente, são fatos de natureza anômala que enodoam a pureza da fé e o convite aos fiéis para se dedicarem mais profundamente à causa romana e à fé, que tem brilhado século após século, para não deixar que pereça o vigor da crença dos princípios básicos do catolicismo. O Papa Bento XVI não foi feliz em algumas expressões usadas sobre a confissão maometana, dias atrás. Desculpou-se, corrigiu o seu equívoco e tudo parece esclarecido junto aos irmãos separados, mas sempre fica um saldo que precisa ser negociado, para não perturbar as boas relações que o fundamentalismo religioso maometano arvora como princípio de sua fé inabalável na palavra do profeta e nos ensinamentos contidos no Alcorão.
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om Cláudio Hummes leva a experiência diocesana de São Paulo a Roma, uma bagagem doutrinária de não se por em dúvida, motivo este de sua escolha pelo Papa, para assessorá-lo e manter o vínculo do clero com a matriz romana. É, em suma, uma obra de grande projeção e de grande importância para o destino da Santa Igreja. Dom Cláudio Hummes é o sacerdote capaz de cumprir a sua missão, por sua inteligência, sua piedade e sua fé. Como bom samaritano, ele vai recolher as ovelhas perdidas e dar-lhes o endereço seguro.
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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G D. Cláudio
Hummes é capaz de recolher as ovelhas perdidas e dar-lhes endereço seguro
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Empresas Finanças Nacional Comércio Exterior
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Consumo médio anual de importadas é de 4 milhões de litros. Volume total no País passa de 8,9 bilhões de litros/ano.
CONSUMO DE CERVEJAS ESTRANGEIRAS É DE 1%
Fotos: Milton Mansilha/LUZ
Consumidor brasileiro agora também procura as importadas
Cresce no País o consumo de cervejas estrangeiras: em cinco anos, a importação cresceu 9,5%, saltando de R$ 1,859 bilhão para R$ 2,036 bilhões
Bares e supermercados passaram a oferecer um leque maior de marcas de cervejas estrangeiras
Consumo ainda é restrito: 1% do total
A VEZ DAS LOIRAS IMPORTADAS
A
classe média brasileira está aprimorando seu paladar para cervejas e, nos últimos anos, deixou de comprar apenas as do tipo pilsen – amarelinhas e tradicionais no País – e incorporou ao cardápio as cervejas de trigo, stout e ale (veja quadro). Sorte das importadoras e dos bares e restaurantes, que estão vendendo muito mais: de 2000 para 2005, a importação de cervejas cresceu 9,5%, saltando de R$ 1,859 bilhão para R$ 2,036 bilhões, mesmo com o dólar mais baixo comparado ao real. Sorte também dos consumidores que viram a chegada de novas marcas e a movimentação da indústria nacional para oferecer tipos premium e concorrer com as importadas. Nem mesmo as indústrias nacionais podem reclamar da concorrência das importadas. Afinal, nos últimos cinco anos, mesmo com toda essa expansão, o mercado de cervejas importadas não chegou a 1% do total consumido no País. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), o consumo médio anual das importadas é de 4 milhões de litros, enquanto o volume total bebido no País passa de 8,9 bilhões de litros por ano. Além do câmbio, que permite que as cervejas importadas cheguem mais baratas ao Brasil, os representantes de bares, restaurantes e supermercados dizem que o brasileiro começa a mudar seu hábito e perde o medo de experimentar tipos novos de cerveja. "Temos a chamada cultura de boteco, isto é, sempre tomamos cerveja muito gelada, tipo pilsen, com amigos, em um bar qualquer. Não costumamos ter cerveja em casa ou beber alguma especial sozinho. Isso, ainda fazemos com vinho, mas está mudando", afirma o superintendente do Sindicerv, Marcos Mesquita. Prova disso, diz ele, é que a Alemanha passou a ser a maior exportadora de cervejas para o Brasil, ultrapassando o México e outros países do Mercosul. "Isso quer dizer que não tomamos mais apenas
Esquenta briga no setor
O
o tipo pilsen, vendido por esses países. Agora, quando vamos importar, queremos algo novo, feito pelo maior especialista de cervejas do mundo." Preferências – Hoje, 95% da cerveja consumida no País ainda é do tipo pilsen. Entre as importadas, a Edinger, que oferece versões clara e escura de trigo, se consolida em São Paulo. A stout Guiness, famosa marca irlandesa, também é facilmente encontrada em pubs e bares mais requintados. Mas é considerada forte para o padrão de gosto do brasileiro. Outras marcas também estão tomando espaço. "A Edinger fez várias ações de marke-
ting, tanto para donos de bares quanto para consumidores. A Guiness também. Isso fez o consumidor experimentar e elas viraram sucesso", diz o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP), Joaquim Saraiva de Almeida. O problema é que os tipos mais encorpados ainda sofrem preconceito. "O brasileiro não está acostumado ao sabor e acha que elas só podem ser bebidas no inverno", diz Mesquista, do Sindicerv. Em alguns bares de São Paulo, porém, essa questão já é velha e os consumidores vão atrás, justamente, de cervejas
diferentes, raras e importadas. O Frangó, na Freguesia do Ó, por exemplo, oferece cervejas raras há mais de 10 anos, e se tornou especialista. Atualmente, diz o proprietário Valdecyr Picolo, 190 marcas são comercializadas e 60% do consumo é de cervejas importadas. Mas engana-se quem pensa que o restante do consumo é de nacionais. São, na verdade, de chopp importado e nacional também (Eisbeinm, do Sul do País é o mais consumido). "Ninguém vem aqui tomar Brahma, Skol ou Antártica. Temos, mas não vendemos nem uma caixa por mês", diz Picolo. Fernanda Pressinott
brasileiro consome, em média, 47,6 litros de cerveja por ano. Quantidade baixa se comparad a a o s m e x i c a n o s ( 5 0 l itros/ano per capita) e japoneses (56 litros/ano). E extremamente inferior ao registrado em países como Alemanha (117,7 litros/ano per capita) e R e i n o U n i d o ( 1 0 1 , 5 l itros/ano). Mas esse quadro pode estar mudando. Pelo menos essa é a perspectiva do mercado, que aposta na briga entre Femsa e Ambev para acelerar as vendas de cerveja. Há poucas semanas, a AmBev entrou na Justiça para tirar do ar a propaganda do teste às cegas proposto pela Kaiser – marca adquirida recentemente pelo grupo mexicano Femsa. No fundo, o que incomodou foi a mensagem subliminar de que cerveja é apenas
uma commodity. E, se é tudo igual, o que vale é o preço. A estratégia da Femsa é jogar a Kaiser em uma faixa de preço baixo para conquistar participação de mercado e partir para o lançamento de outra marca voltada ao segmento de cervejas especiais, a Sol. Para quem tem 68,3% do mercado (veja quadro), caso da AmBev, pode parecer um excesso declarar guerra contra um adversário que tem 8,9%. Carlos Lisboa, diretor de Marketing da AmBev, discorda. "Estamos sempre em busca de participação e lucratividade." A Femsa detém a privilegiada logística de distribuição da Coca-Cola, com mais de um milhão de pontos-de-venda no País. Basta reforçar o caminhão com as marcas de cervejas para conquistar mercado, dizem especialistas. (FP/AE)
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Política OS VÔOS TURBULENTOS A devoção ao trabalho e o respeito à sociedade brasileira são os verdadeiros pilares que nos mantém unidos Brigadeiro Silva Bueno
DO COMANDANTE DA FAB Ed Ferreira/AE/25/07/2006
Celso Júnior / AE / 08.10.2006
Se eu tivesse passado oito anos roubando aqui no Congresso Nacional, sendo cúmplice da roubalheira do Presidente Lula, sendo base de bajulação do Governo passado ou chafurdando na pocilga com os porcos da política, teria tido mais chance de ser eleita." Heloísa Helena
Cumprimentamos e felicitamos o povo do Brasil por essa sábia decisão de reeleger esse grande irmão, amigo e companheiro socialista, líder operário, presidente Luiz Inácio Lula da Silva." Hugo Chávez
Saio desta campanha com mais fé e confiança, absolutamente apaixonado pelo povo brasileiro." Geraldo Alckmin
Acabou a era Palocci no Brasil." Tarso Genro
Nunca houve a era Palocci." Antônio Palocci
Não teve era Palocci, como não tem era Guido Mantega." Luiz Inácio Lula da Silva
Silva Bueno: carta ao general Francisco Albuquerque, tornada pública, gerou polêmica e causou estranheza a militares do Exército.
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As forças democráticas têm de estar alertas para impedir que o Lula caia na tentação do autoritarismo. A anistia que foi dada pelo eleitorado pode exacerbar esse lado. A grande propensão é essa." Cristovam Buarque
Geraldo Magela/Ag. Senado 09/10/2006
Lula Marques / Folha Imagem/18/10/2006.
Celso Junior / AE
Nos últimos 40 anos, o Estado do Maranhão foi privatizado para Sarney e seus aliados. Minha eleição representa o fim dessa oligarquia." (Jackson Lago)
Monalisa Lins/AE/03/04/2006
Alaor Filho/AE 16/03/2006
Nossa posição não admite adesismo. Qualquer solução é aceitável, menos a de um filiado se manter no PFL votando contra a orientação partidária. Jorge Bornhausen, presidente do PFL.
epois de levar um pito da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e uma reprimenda pública do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última reunião convocada pelo Palácio do Planalto para tratar da crise no setor aéreo, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Silva Bueno, desagradou agora seu colega do Exército, general Francisco Albuquerque. Ao tornar público o teor da carta a Albuquerque, agradecendo o apoio e a solidariedade manifestados na crise que o indispôs com o ministro da Defesa, Waldir Pires, o brigadeiro acabou se atritando também com o Comando do Exército, que não admite ser arrastado para a crise. A carta, datada de 2 de novembro, foi publicada na página da Força Aérea Brasileira (FAB) na internet e retirada em seguida, na manhã de ontem, em razão da polêmica criada com o Exército. Na correspondência, os agradecimentos de Bueno a Albuquerque foram interpretados como insinuação de que o Exército tomara partido no embate da Aeronáutica com a Defesa e o Planalto, por conta do movimento dos controladores de vôo que paralisou aeroportos de todo o País. Oficiais do Exército avaliam que o brigadeiro foi "inábil" e dizem que não há porque
estender uma crise do setor aéreo às Forças Armadas. "Ele (Bueno) tenta transformar uma crise da Aeronáutica, que era só dele, em uma crise militar, que não existe", comentou um interlocutor de Albuquerque. De fato houve um telefonema do comandante do Exército ao seu colega da Aeronáutica, logo no início da crise.
"Ele (Bueno) tenta transformar uma crise da Aeronáutica, que era só dele, em uma crise militar, que não existe" De um oficial, ao comentar o assunto. Outro oficial, no entanto, esclarece que foi apenas "uma manifestação de praxe" e protesta contra as insinuações contidas na carta. "O que não pode é especular, gerar polêmica que não existe por causa de um telefonema meramente protocolar e bem intencionado", reagiu. Segundo o oficial, o único objetivo do comandante do Exército no telefonema foi o de colocar a Força à disposição da FAB, para o que fosse necessário, a exemplo do que ocorreu no caso da queda do
avião da Gol. "Não queremos dizer que não temos nada com isto, caso seja necessário nosso apoio. O Exército é legalista e estamos sempre prontos a colaborar e fazer o que tem de ser feito", completou o oficial, informando ainda que, no mesmo dia do telefonema a Bueno, Albuquerque manteve o mesmo contato telefônico com o ministro Waldir Pires. Em ambos os casos, acrescenta, o objetivo da conversa foi um só: "Queríamos desejar sucesso na resolução da crise e mostrar nossa crença no que estava sendo feito, nos colocando à disposição caso tivessem necessidade de alguma ajuda. Nada além disso". O que causou estranheza a militares do Exército foi o fato de o comandante da Aeronáutica ter recorrido ao agradecimento tardio à Força Terrestre, pelo apoio dado nas operações de resgate das vítimas do acidente com o Boeing da Gol, para justificar a carta que se tornara pública. Adversidades – Esperou para fazer isso, justamente quando sua situação política tornou-se delicada, arrastando o Exército para o centro da crise. Além de agradecer "as estimulantes palavras de apreço", o brigadeiro Bueno citou "adversidades por vezes impossíveis de serem previstas", para falar da crise atual.
Não queremos dizer que não temos nada com isto, caso seja necessário nosso apoio. De outro oficial, ao esclarecer que o Exército é legalista.
Em outro trecho, Bueno agradeceu a "manifestação de plena confiança na capacidade de a Aeronáutica restabelecer a normalidade no transporte aéreo nacional". Segundo o brigadeiro, essa manifestação lhe serve de "alento e estímulo para continuar acreditando que a devoção ao trabalho e o respeito à sociedade brasileira são os verdadeiros pilares que nos mantém unidos em torno do ideal de amor à Pátria e senso de cidadania". (AE)
Antônio Cruz/ABr/18/10/2005
ALENCAR VAI SE TRATAR NOS EUA
O PSDB precisa ser mais afirmativo nas suas propostas e mais próximo do povo, não pode deixar passar essa idéia de que nós não nos preocupamos com a população. " Fernando Henrique Cardoso
Não tivemos estrutura para responder às falsas denúncias ao longo da campanha. Uma rede de boatos do PT espalhou que o PSDB acabaria com o Bolsa Família e faria privatizações." Sérgio Guerra, coordenador da campanha de Alckmin
Em sua correspondência a Albuquerque, ele disse que, nestes momentos, "torna-se natural fazer uso da crítica e do julgamento hostil, aproveitando-se para tirar vantagem de situações inusitadas, como forma de inverter um quadro, cuja origem esteja relacionada, com o próprio processo gerador da conjuntura".
O
Quando Lula é atacado, o povão pensa que é um ato das elites para derrubar o homem do povo. Nesse caso, vira o bom e frágil 'fraquinho' que precisa ser amparado e protegido." João Santana, marqueteiro da campanha de Lula Viagem marcada: vice-presidente reeleito segue no dia 8 e tem consulta marcada para o dia 10.
vice-presidente da República, José Alencar, parte no próximo dia 8 para Nova York, onde se tratará de um tumor no abdome. Sua assessoria diz que ele está "saudável" e "forte". Alencar já havia sido submetido a uma cirurgia em julho deste ano, quando extraiu um tumor maligno detectado na mesma região. Em consulta médica na última segunda-feira, um dia após a eleição, os médicos do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, identificaram o novo problema. Em Nova York, Alencar será internado em um dos mais conceituados hospitais de câncer do mundo, o Memorial Sloan-Kettering Cancer Center. A consulta será no dia 10 e não está descartada uma nova cirurgia. (Reuters)
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BRADESCO TEM AÇÕES DO ESPÍRITO SANTO
mil por cento chegaram a subir as tarifas bancárias para pessoas físicas entre os anos de 2001 e 2006.
PRINCIPAL DICA DE ESPECIALISTAS PARA OS PAIS É COMEÇAR A GUARDAR DINHEIRO O MAIS CEDO POSSÍVEL
COMO GARANTIR A EDUCAÇÃO DOS FILHOS Banco Espírito Q Santo suspeito de
uanto mais cedo melhor. Essa é a diretriz fundamental para os pais que desejam garantir o futuro educacional dos filhos. Hoje, o gasto de um estudante durante os quatro anos de um curso superior, por exemplo, pode ultrapassar a casa dos R$ 100 mil. Como, então, criar um colchão de segurança para garantir a graduação? Planejamento e disciplina financeira são as duas principais dicas de consultores financeiros quando o assunto é educação. O economista especializado em finanças pessoais Renato Rebello indica produtos mais conservadores quando o objetivo do investidor é o custeio dos estudos. Isso porque, mais do que obter uma grande rentabilidade mensal, os pais querem poder sacar os investimentos sem grandes sustos. Rebello sugere a aplicação em CDBs de bancos sólidos e em títulos do governo, as conhecidas Letras do Tesouro Nacional (LTNs), que podem ser adquiridas por meio do site do Tesouro Direto. Antes mesmo de os pais decidirem a composição da carteira, o especialista ressalta a importância do planejamento, que deve assegurar que eles não deixarão os gastos do diaa-dia afetarem a poupança. Uma boa idéia, segundo o especialista, é os pais criarem o costume de relacionar e comparar os custos mês a mês e, quando houver uma sobra su-
lavagem de dinheiro
A perior à projetada, destiná-la Previdência – O consultor ao investimento principal. "Is- de investimentos Gustavo so criará um fundo de reserva, Cerbasi indica a previdência que pode ser co mple menusado caso tar como uma ocorra um opção de recontr atempo serva para o durante o pefinanciamenríodo de aplit o d o s e s t ucação," diz. dos. "Os funmil reais é o custo Como todo dos de previmédio para quatro investimento dência privaenvolve risco, da são bons anos de graduação, o economista inv esti menestimado por diz que é retos de longo comen dável, prazo", diz. consultores se os pais já Cerbasi reespecializados em conhecerem o comenda esfinanças pessoais . m e rc a d o d e ses fundos renda variápara os pais vel, destinar q u e n ã o p ouma parte dos recursos à apli- dem acompanhar o rendimencação em papéis de empresas to da aplicação com freqüênnegociados na Bolsa de Valo- cia, além de não estarem disres de São Paulo (Bovespa). postos a conviver com mudan-
100
ças na carteira a cada sinal positivo ou negativo do mercado. "O ponto é garantir a recuperação da inflação e sacar a aplicação somente para o objetivo principal", diz Cerbasi. Ambos os consultores ressaltam que o investimento para a educação dos filhos é prioridade, mas não intocável. No caso de um contratempo grave, a família não pode acompanhar a própria derrocada enquanto os valores ficam no produto escolhido. Assim, o prejuízo seria muito maior. Outro ponto é a educação financeira do próprio beneficiado durante os anos de aplicação. Os pais precisam mostrar aos filhos a importância do controle dos gastos para o investimento em educação e para a aposentadoria. Davi Franzon
Guardia Civil e a Fiscalia General del Estado espanholas fecharam ontem as agências do Banco português Espírito Santo – que possui 3,25% das ações do Bradesco e no qual o banco brasileiro tem 3% do capital – em Madri e Barcelona. O objetivo era recolher material para investigações de lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Além do banco português, as autoridades espanholas entraram em mais três instituições: o banco BNP Paribas (de origem francesa), a Cartera Meridional e a Cahispa. Na madrugada de ontem, os agentes saíram das instituições investigadas levando milhares de documentos e deixaram congeladas contas bancárias no valor de 1,5 bilhão de euros (R$ 4 bilhões). Segundo um comunicado do Espírito Santo, em suas agências foram congeladas contas no valor de 5,5 milhões de euros. O banco nega ter cometido qualquer irregularidade e alega que as contas foram abertas segundo a lei. O caso está nas mãos do mais famoso juiz espanhol, Baltasar Garzón. Foi ele que pediu a extradição da Inglaterra do general e ex-ditador chileno Augusto Pinochet, dirigiu a principal investigação contra a máfia galega responsável por tráfico de drogas, denunciou um ministro do Interior espanhol por ligação com a guerra suja contra o terrorismo, conseguiu que o partido espanhol Harri Batasuna permanecesse ilegal por
três anos por ligações com o grupo basco ETA e denunciou o presidente do clube de futebol Atlético de Madri, Jesus Gil y Gil, por corrupção. Críticas – Os jornais econômicos espanhóis criticaram a forma como foi feita a investigação. O Cinco Dias a comparou a um reality show na justiça. O Gazeta de los Negócios disse que deveria ter sido divulgada uma nota das autoridades explicando os fatos. A ausência de explicações teria provocado a queda de mais de 2% nas ações do banco. O El País disse que podem ter sido lavados 2 bilhões de euros (R$ 5,4 bilhões). É a segunda vez que o banco Espírito Santo encontra-se sob investigação. Em outubro do ano passado, as autoridades portuguesas entraram em quatro instituições de Portugal procurando indícios de lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Na ocasião, um erro do juiz que expediu o mandato fez com que os investigados tivessem tempo para eliminar eventuais provas: como o juiz colocou o nome das quatro instituições financeiras portuguesas num só mandato, quando a polícia chegou à segunda instituição, já todos estavam sabendo da busca. Na edição da última sextafeira, o jornal português Correio da Manhã informou que a Polícia Judiciária portuguesa espera autorização do juiz para investigar a sucursal do banco Espírito Santo off-shore da Ilha da Madeira. (AE)
Bancos elevam mais tarifa de pessoa física
A
s tarifas bancárias aumentaram bem mais para pessoas físicas do que para as empresas entre 2001 e 2006. A conclusão é de levantamento feito pelo site Vida Econômica com os 13 principais bancos de varejo do País, que representam 80% dos ativos do setor. Enquanto a maior elevação de tarifa para pessoa jurídica ficou em 4.661%, os clientes pessoa física tiveram casos extremos de aumentos de até 49.900%. A explicação está nos elevados volumes movimentados pelas empresas, o que lhes dá maior poder de barganha, afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, responsável pelo trabalho e sócio do site. Segundo ele, o cliente pessoa jurídica é mais criterioso e briga mais por descontos. "Mas isso não os livra de pagar novas tarifas." Na média, o número de serviços cobrados das empresas saltou de 38, em janeiro de 2001, para 58 em junho deste ano. Para a pessoa física, o avanço médio foi de apenas duas novas tarifas, de 39 para 41. A razão é a quantidade de serviços exigidos pelas empresas, bem maior que a de outros clientes, especialmente no comércio exterior e no câmbio. Nessas operações, o número de taxas chega a 17. Disputa – O presidente da consultoria Austin Rating, Erivelto Rodrigues, ressalta que, por causa dos elevados volumes movimentados, as empresas são disputadas pelos bancos. "Nesses casos, as instituições chegam a isentar as companhias de alguns serviços.
Isso envolve negociação. Quanto maior o poder da empresa maior é o benefício." De acordo com o levantamento do site, o banco campeão de tarifas cobradas das empresas é o Unibanco, com 64 serviços pagos. Nas tarifas para pessoa física, a Caixa se mantém no topo desde 2001. Entre os bancos que promoveram mais elevações nas tarifas para os consumidores pessoa jurídica, a Nossa Caixa ficou em primeiro lugar. A instituição aumentou o preço de 38 serviços, sendo 22 acima da inflação do período (51,64%, medida pelo IPCA). Para pessoa física, o Bradesco foi o que mais elevou o número de taxas. Foram 32, sendo 13 acima da inflação pelo IPCA. No período, a maior elevação de uma tarifa para empresas foi promovida pelo Itaú, que aumentou o preço da segunda via de documentos em 4.661%, de R$ 4,20 para R$ 200. Para o consumidor pessoa física, o serviço que teve a maior alta foi a substituição de garantias do Banco do Brasil, cujo p re ç o s a l t o u 4 9 . 9 0 0 % , d e R$ 0,30 para R$ 150. Na avaliação de Oliveira, seja com inflação, juros altos ou economia desaquecida, os bancos sempre arrumam uma saída para ganhar dinheiro e ter lucros invejáveis ano a ano. Diferentemente do que se imaginava, essas instituições conseguiram se adaptar perfeitamente à estabilidade da economia brasileira e substituíram, com eficiência, os ganhos inflacionários pela cobrança de tarifas dos clientes. (AE)
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Planalto Congresso Corr upção Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
O que o TCU está mostrando pode ser a ponta do iceberg. Jefferson Péres
SERRA É CONVIDADO PARA FALAR À CPMI
Eduardo Nicolau / AE em 09/08/2006
Helvio Romero / AE em 30/12/2002
Eymar Mascaro
Aperto de mãos
A
pesar de ter apoiado Geraldo Alckmin, Michel Temer conduz as conversações no PMDB para decidir se o partido apóia o segundo mandato de Lula. Segundo Temer, a maioria estaria inclinada a oferecer a mão estendida ao governo do PT. Temer tem conversado sobre o assunto com as lideranças do partido. São poucos os consultados que se recusam em apoiar Lula, como, por exemplo, os senadores eleitos Pedro Simon (RS), Jarbas Vasconcelos (PE) e Joaquim Roriz (DF). As lideranças que são favoráveis querem integrar um governo de coalizão com um programa de governo definido.
Os dois ex-ministros de FHC não serão obrigados a comparecer, uma vez que não foram convocados. Na quarta, será a vez de Humberto Costa.
ATRAÇÕES DA SEMANA NA CPMI DOS SANGUESSUGAS O governador eleito José Serra e o ex-ministro Barjas Negri devem ser ouvidos amanhã, como convidados.
A
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas poderá ouvir amanhã dois exministros da Saúde do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: o governador eleito de São Paulo, José Serra, e Barjas Negri. Os parlamentares querem esclarecimentos dos dois sobre denúncias de envolvimento do Ministério da Saúde, durante suas gestões, no esque-
ma de compra superfaturada de ambulâncias com uso de recursos do Orçamento. Os ex-ministros foram convidados, e não convocados, pelo colegiado, o que significa que não são obrigados a comparecer à CPI. Serra esteve à frente do Ministério da Saúde no período de março de 1998 a fevereiro de 2002. Já Barjas Negri comandou a pasta entre fevereiro e dezembro de 2002. Dois ex-ministros do governo Lula também foram convi-
dados a prestar esclarecimentos à CPMI. Na quarta-feira está previsto o depoimento de Humberto Costa, que ocupou o cargo de janeiro de 2003 a julho de 2005. Depois, o colegiado poderá ouvir os esclarecimentos de Saraiva Felipe, designado em julho de 2005 e que se afastou do ministério em março deste ano. Antes das eleições, o líder do PSDB na Câmara, deputado Jutahy Junior (BA), afirmou que Serra só compareceria à
CPMI se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também fosse convidado a depor. Segundo Jutahy, a CPMI deveria ouvir o presidente e outros petistas envolvidos, além do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), cujo coordenador de campanha, Hamilton Lacerda, foi pego em flagrante carregando parte do dinheiro que seria usado para negociar o dossiê Vedoin, que seria usado para prejudicar a candidatura de Serra.(Agência Senado)
FISIOLOGISMO Os peemedebistas querem evitar que a adesão ao governo Lula pareça fisiologismo. Por isso, defendem a tese de que o partido deve governar junto com Lula. Temer espera ser chamado pelo presidente para medir a extensão da participação do partido no governo.
INTEGRAÇÃO O PMDB deve participar do ministério de Lula. Fala-se que o partido teria quatro ministérios. Na eleição, o PMDB rachou. A parcela que esteve sob a liderança de Michel Temer apoiou Alckmin, caso, por exemplo, do exgovernador do Rio Anthony Garotinho.
José Cruz / ABr em 10/2005
3.688% foi a diferença em relação às obrigações de longo prazo da CPRM.
384,3%
GESTÃO Predomina no PMDB a idéia de que o partido pode presidir as duas casas do Congresso, Câmara e Senado, por ter as maiores bancadas. Mas a tradição é que o mesmo partido não deve presidir Câmara e Senado. É provável que o PMDB presida apenas a segunda casa.
foi a diferença do lucro líquido da CEF
8 estatais, entre 10, apresentaram diferenças no balanço "Talvez esteja passando da hora de sabermos como estão as estatais", diz o senador do Amazonas.
PÉRES QUER INVESTIGAÇÃO SOBRE BALANÇOS DE ESTATAIS
O
senador Jefferson Péres (AM) quer que o Congresso também investigue as razões que levaram estatais a apresentar balanços com grandes variações em relação aos dados fornecidos ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), conforme constatação do Tribunal de Contas da União (TCU). A diferença em relação às obrigações de longo prazo da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) chegou a 3.688%, e em relação ao lucro líquido da Caixa Econômica Federal, a 384,3%. Jefferson Péres acha que tamanha distorção pode até vir a se tornar fator determinante para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das estatais. "Já que falam tanto do processo de privatização do Fernando Henrique, talvez esteja passando da hora de sabermos como estão as estatais", disse Péres. De um total de 10 estatais
que tiveram obrigações de longo prazo ativo circulante e lucro líquido examinados pelo TCU, oito apresentaram grandes diferenças entre o que foi informado ao cadastro do sistema financeiro e o balanço. Por isso, o TCU determinou à Secretaria do Tesouro Nacional, responsável pela contabilidade pública, que adote medidas "necessárias e urgentes para eliminar as distorções". O senador do PDT atribui a diferença de dados à "privatização existente hoje no País". Ele explica que não se trata da venda de empresas, mas sim do loteamento político dessas empresas "para companheiros e amigos". "É uma privatização perversa, ilegal, ilícita e espúria, que foge do controle público. O que o TCU está mostrando pode ser a ponta do iceberg", afirmou. Já o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), sugere que as empresas sejam consultadas para saber o por quê da dife-
rença de dados. Como o TCU já fez isso, sem encontrar resposta satisfatória, ele entende que o tribunal tem os instrumentos necessários para aprofundar a investigação e cobrar números corretos das estatais e do Siafi. "Que cada empresa faça o que determina a lei", propõe. Para o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), a apuração do TCU mostra que "o governo acabou com a credibilidade do Siafi". "Ou está ocorrendo má fé na divulgação dos números ou é mesmo o resultado do aparelhamento do Estado", afirma. "O certo é que, tanto em uma circunstância como em outra, o Planalto está sendo reprovado". O líder também defende a necessidade de o Congresso ir mais adiante na investigação. "O assunto é tão grave que vale a pena a oposição se reunir para examinar a conveniência de criação de uma CPI". O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) chama a atenção para o fato de os próprios par-
lamentares estarem sendo passados para trás, porque possuem senhas para acessar o sistema Siafi. Fruet conta que já chegou a duvidar do sistema quando necessitou de dados para complementar as investigações de CPIs. "O Siafi teria de ser a fonte primária de informação e não é. Há dúvidas com relação à origem dos dados", alega. Segundo ele, pode até não haver má fé, mas existe, sim, a impressão de que as informações disponibilizadas pelo governo são "filtradas". Para mudar a situação, ainda esta semana ele vai pedir à Câmara que abra uma proposta de fiscalização e controle sobre os dados do Siafi. Como a legislatura está terminando, ele acredita que a apuração ficaria para o ano que vem. Os parlamentares elogiaram a iniciativa do TCU. Para José Agripino, o relatório é mais uma prova de que o tribunal tem feito um "trabalho isento e exemplar". (AE)
MANUTENÇÃO Renan Calheiros ficou com Lula na campanha pela reeleição. Por isso, deve continuar presidindo o Senado. Assim, a presidência da Câmara seria exercida por deputado de outro partido. Mas o deputado peemedebista Eunício de Oliveira (CE) já se apresentou como candidato.
CONTINUIDADE É possível que também Aldo Rebelo continue presidindo a Câmara no biênio 2007-2009. Rebelo já conversou com Lula e revelou o desejo de se manter no cargo. Se o governo apoiar, Aldo pode continuar. Em tempo: seu partido, o PC do B, apoiou Lula no 1º mandato.
REIVINDICAÇÃO O PFL se recusa a ter qualquer contato com Lula, segundo o presidente Jorge Bourhausen. O partido vai continuar na oposição. Mas a posição do PSDB é de dialogar com o governo do PT, mas sem deixar de fazer oposição a
Lula, como quer FHC.
CANDIDATURA O PFL articula com o PSDB o lançamento de um candidato à presidência do Senado. Os pefelistas, porém, estão convencidos de que difìcilmente terão sucesso. O objetivo do PFL é marcar uma posição. O candidato seria do PFL, que tem uma bancada de 18 senadores.
NOMES Apesar de ser pequena a chance de emplacar um candidato, o PFL já tem uma penca de candidatos à presidência do Senado, como José Agripino (RN), Marco Maciel (PE), Efraim de Moraes (PB) e Edson Lobão (MA).
FILIAÇÃO O PMDB vai ficar isolado na liderança com a maior bancada de senadores, já que Roseana Sarney decidiu deixar o PFL e ingressar no partido. Roseana deve ir para o PMDB acompanhada do senador eleito Epitácio Cafeteira (PTB-MA). O PMDB, portanto, vai ficar com uma bancada de 20 senadores.
PROPOSTA Entra em processo de discussão no PT a proposta do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, de se acabar com os cargos remunerados no partido. Pimentel admite que o PT deve passar por uma reestruturação total. Seria uma espécie de refundação do partido.
DESARME Lula está empenhado em desarmar o espírito bélico de alguns petistas contra a imprensa. O presidente quer fumar o cachimbo da paz. Entretanto, predomina em setores do PT a idéia de que parte da imprensa fez campanha contra Lula e seu governo.
SINTONIA Lula se empenha também em afinar o discurso de sua equipe. O presidente, por exemplo, não quer mais que ministros continuem criticando a política econômica. A meta é montar o governo em perfeita sintonia. O recado foi dado e acolhido por quem tem juízo.
INTERMEDIÁRIO Assim que tomar posse no ministério do Vaticano, o arcebispo D. Cláudio Hummes começa a trabalhar para estreitar o relacionamento do Papa Bento XVI com o governo brasileiro. Detalhe: D. Cláudio acompanhará o Papa na visita ao Brasil em maio de 2007.
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Eleições Planalto Congresso CPI
5 Projetos como o BolsaFamília estão trocando alguns chefões por um grande pai dos pobres José Arlindo Soares
CÂMARA VOTA PARA DESTRANCAR PAUTA
Rogerio Cassimiro / Folha Imagem
O CORONELISMO RESISTENTE Celso Júnior / AE / 14.09.2004
Roosewelt Pinheiro / ABr / 20.09. 2006
O presidente e a primeira-dama ficaram cerca de quatro horas na praia, entre caminhadas e mergulhos.
Wilton Junior / AE em 01/06/2006
APÓS DESCANSO, O HOMEM DEVE TRABALHAR
O
O tucano ficou isolado no sítio durante o feriado.
DE VOLTA A SÃO PAULO, ALCKMIN DARÁ COLETIVA
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candidato derrotado à presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), que desde quarta-feira estava em Pindamonhangaba – sua terra natal, onde foi vereador e prefeito – retorna hoje a São Paulo, onde dará entrevista coletiva. Ele foi à Pindamonhangaba sem muito alarde e aproveitou para descansar no seu sítio, no bairro do Ribeirão Grande. Nem mesmo familiares e aliados políticos sabiam de sua presença na cidade. O ex-governador disse que procurou rever os amigos, além de fazer sessões de acupuntura, ler "Os Sermões", do Padre Antonio Vieira, e cuidar da vacinação do gado. No sábado pela manhã Alckmin foi à cidade para comprar medicamentos e ração. À tarde, ajudou funcionários na lida com os animais. Alckmin ficaria na cidade até ontem e se preparava para a entrevista coletiva que concederá nesta segunda-feira. Enquanto isso, não quis falar de política nem sobre o seu futuro no PSDB. Amanhã, dia de seu aniversário, o ex-governador deve permanecer em seu apartamento, em São Paulo, para comemorar com a família. Ocupado com a agenda da campanha, Alckmin não ia a Pindamonhangaba desde junho, quando apareceu na cidade para gravar imagens para seu programa de TV. A Santa Casa, onde trabalhou como médico, a casa onde morou durante a infância e as escolas onde estudou foram alguns dos locais visitados por ele, então candidato, naquela ocasião.
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia aproveitaram ao máximo o sol no último dia de descanso no litoral da Bahia, neste domingo. Por quatro horas e meia, da manhã ao início da tarde, eles caminharam e mergulharam na praia de Inema, numa área privativa da Marinha, a cerca de 40 quilômetros do centro de Salvador. Lula e Marisa caminharam 200 metros na areia. Depois, o presidente jogou bola com uma criança, fez alongamento e entrou no mar pelo menos três vezes. O presidente ainda foi até o final da praia, num local de muitas pedras, onde pescou na quinta-feira. Toda a movimentação deles na praia foi acompanhada por cinegrafistas e fotógrafos, que ficaram posicionados num píer a dois quilômetros da costa. A primeira-dama, que no sábado usou maiô branco com uma grande estrela vermelha na parte da frente, neste domingo usou um maiô azul, sem detalhes. Prevenida, ela se protegeu do sol com um chapéu de palha. Já o presidente Lula exibiu uma pele bem queimada. Um dos últimos gestos do presidente registrados neste domingo pelas câmeras da imprensa, no descanso dele após a reeleição, foi levantar as mãos e olhar para o céu. Repetindo o que fez numa praia deserta de Luís Correia, no Piauí, em fevereiro deste ano, ele voltou-se para o mar e levantou os braços, como se estivesse fazendo uma oração de agradecimento, em estado de graça. Já na praia do litoral piauiense, Lula comemorou o fim da crise política e o retorno à primeira posição nas pesquisas na época. Recolhimento – Desde a chegada a Aratu na noite de quarta-feira, Lula e Marisa não se aproximaram do muro que divide a área militar da praia pública de São Thomé de Paripe. Em janeiro deste ano, quando descansou no local, o presidente também ficou recolhido na base, não mantendo contato com moradores e freqüentadores do vilarejo ao lado. Neste domingo de sol, a presença do casal na área da Marinha não mudou a rotina de banhistas e ambulantes. Já os passageiros que usaram o píer para entrar nas barcas que fazem o transporte até as ilhas da região demonstraram curiosidade com as várias câmeras dos veículos de comunicação espalhadas pelo local. Muitos queriam ver pelas lentes dos fotógrafos a movimentação nas areias da base. Ao passarem pelos "paparazzi do Lula", como chamavam os cinegrafistas e fotógrafos, eles gritavam em tom de brincadeira para Lula aumentar o valor do Bolsa-Família. Hoje Lula deve passar o dia despachando em Brasília e, à noite, participa de evento com empresários em São Paulo. (AE)
ACM e Sarney: derrotas marcantes, mas estilos de atuação bem diferentes.
A
s derrotas do senador Antonio C a r l o s M a g alhães (PFL) na Bahia e do ex-presidente José Sarney – com sua filha Roseana – no Maranhão, nas últimas eleições, refletem os choques entre o velho coronelismo e um eleitorado de cultura cada vez mais urbana, mas são conseqüência, também, do fenômeno eleitoral Luiz Inácio Lula da Silva. "Bolsões de coronelismo continuam, em níveis locais. E projetos como o Bolsa-Família estão apenas trocando alguns desses chefões por um grande pai dos pobres", adverte o sociólogo José Arlindo Soares, professor de pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba. Há vários "Nordestes", avisa Soares. "O de Sarney, no Maranhão, tem índices de pobreza terríveis e, em matéria de lideranças políticas, parece caminhar para um vazio". A Bahia é diferente, compara. "ACM montou em torno dele um grupo modernizador, de mentalidade gerencial, que tem expressão e raízes na sociedade, mas misturadas com seu típico autoritarismo". Ele observa que o futuro dessas relações dependerá do novo governo Lula. "Por enquanto, ele mostrou pouco, mas deu aos pobres uma utopia." Eis a entrevista:
As derrotas de ACM na Bahia e de Sarney no Maranhão apontam para o fim do coronelismo? A sociedade se urbaniza. E há um peso maior desse elei-
CÂMARA TENTA VOTAR DEZ MPs
A
Câmara dos Deputados tenta voltar à normalidade esta semana e votar dez medidas provisórias que estão trancando a pauta do plenário, entre elas a que concede reajuste de aproximadamente 5% aos aposentados. As MPs estão com prazos de tramitação vencidos. Na semana passada, líderes do governo e da oposição concordaram que elas devem ser votadas o mais rapidamente possível, mesmo que não haja acordo em relação ao reajuste das aposentadorias da Previdência Social acima de um salário mínimo. Divergência – A medida
provisória mais polêmica, a MP 316/06, concede, pela segunda vez, reajuste para as aposentadorias, que havia sido aplicado por uma medida provisória anterior, que perdeu a validade em 10 de agosto por falta de votação. A divergência entre governo e oposição quanto ao índice permanece na nova MP. A oposição quer aplicar aos demais benefícios da Previdência o reajuste concedido ao salário mínimo, de 16,67%. O governo, por sua vez, defende os 5,01%. Senado – Devem ser retomadas amanhã as votações em Plenário com a deliberação sobre o Estatuto Nacional da Mi-
croempresa e da Empresa de Pequeno Porte, também conhecido como "Supersimples", e com a apreciação de quatro medidas provisórias. O projeto de lei que cria o "Supersimples" tramita em regime de urgência, o que significa que nenhuma outra proposição, com exceção das medidas provisórias, pode ser votada antes dele. Guerra fiscal - A receita de ICMS dos chamados Estados menos desenvolvidos, do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, cresceu 87,2% nos últimos 11 anos, duas vezes mais do que a das regiões Sul e Sudeste (42,1%). Os números são do Conselho Nacional de Política
Fazendária (Confaz) e mostram por que os governantes daqueles Estados resistem tanto em colocar um fim à guerra fiscal. Em 1995, as regiões mais pobres acumulavam 23,5% da receita anual de ICMS; hoje já ficam com 28,8% - uma diferença de R$ 9 bilhões anuais, número quatro vezes superior ao valor que o governo federal se dispôs a colocar no fundo de desenvolvimento regional, em troca do fim da guerra fiscal. A maior parte desse ganho foi extraída de São Paulo. Há 11 anos, o Estado acumulava 3 7 , 6 % d a a r re c a d a ç ã o d o ICMS, e hoje, 32,9%. (Agências Câmara, Senado e Estado)
torado, que quebra as políticas tradicionais de clientela. Isso ocorre no Brasil, como um todo, mas em especial no Nordeste. Mas não é um fen ô m e n o s i m p l e s . Ve j a o ACM: ao mesmo tempo em que mantém fortes laços de domínio local, com estrutura hierarquizada, controle de prefeitos e chefes de áreas, também promoveu uma modernização gerencial importante. O carlismo tem implementado programas estruturadores nestes últimos anos na Bahia, ainda que as informações sobre educação e saúde não sejam boas. Então o carlismo vai sobreviver? O carlismo tem vivido de períodos. Às vezes se esgota, enfraquece e depois retoma a força. Hoje é minoritário na capital, tem relativo apoio no interior, e entre setores mais humildes. Sofre uma fadiga de material. Em 1986, ACM foi eleitoralmente varrido por Waldir Pires, que se mostrou inepto. É difícil dizer se sua derrota é uma grande queda. Depende do governo do PT. Se a oposição ao carlismo não constituir uma força estruturadora, ACM pode voltar. O que significa a derrota da família Sarney no Maranhão? Esse é um exemplo do coronelismo em seu sentido mais atrasado. Sarney não modernizou o Estado, cujos indicadores sociais são os mais degradantes do Brasil. Sua liderança vai perdendo raízes. E o novo governador, Jackson Lago, já não é novo.
Em matéria de lideranças, vejo o Maranhão caminhando para um vazio. O autoritarismo de chefes locais no Nordeste continua? Existem vários "Nordestes". Nas capitais, o voto se parece com o do Centro-Sul. No interior, por causa da pobreza, ainda há margem para o mandonismo e políticas vinculadas a chefetes locais. O fato é que o coronelismo, como fenômeno, vem se desmilingüindo lentamente, num processo não uniforme, há uns 30 ou 40 anos. Em Pernambuco os traços do coronelismo foram desaparecendo por causa da esquerda, que sempre trabalhou com frentes e ia procurar dissidentes nas áreas rurais. Miguel Arraes fez isso por muito tempo. Mas ele não conseguiu dar um salto, pois retomou os métodos de clientela dos coronéis. Deulhes um verniz ideológico. É diferente em outros Estados? O Ceará tem de tudo, grandes centros urbanos e áreas de muita pobreza. Mas o que fez Tasso Jereissati, presidente nacional do PSDB, exgovernador? Ele abandonou o seu candidato no Estado para apoiar o do partido que é seu adversário no plano nacional. É a submissão ao poder de mando local. No Rio Grande do Norte é mais conjuntural. Tanto Garibaldi Alves (PMDB) quanto Wilma de Faria (PSB) pertencem a famílias com força no eleitorado urbano e um pé nas hierarquias rurais. O que definiu foi o apoio de Lula. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
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2,72
reais era o valor do um euro para venda, de acordo com a cotação da última sexta-feira.
3/11/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 31/10/2006 31/10/2006 31/10/2006 31/10/2006 31/10/2006
P.L. do Fundo 10.920.897,83 1.474.522,53 8.028.347,92 17.454.200,12 1.315.624,66
Valor da Cota Subordinada 1.228.544257 1.114,128838 1.193,493031 1.106,176240 1.124,199364
% rent.-mês 2,2703 1,8099 2,7139 -1,2662 1,9632
% ano 25,7503 11,4129 19,3493 10,6176 12,4199
Valor da Cota Sênior 1.012,602086 1.099,689398 1.114,481232 0 0
% rent.-mês 1,2018 1,1030 1,2018 -
% ano 1,2602 9,9689 11,4481 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
A LEI DO LEÃO Tiago Queiroz/AE
ANTONIO DELFIM NETTO
ROMPER A ARMADILHA preciso muita imaginação para entender como um plano de estabilização monetária tão brilhante quanto o Real possa ter terminado na terrível armadilha em que hoje vivemos, tanto do ponto de vista econômico, um ridículo crescimento, com uma carga tributária e um endividamento público insuportáveis, como do ponto de vista político, num sistema de reeleição sem a desincompatibilização, obtido por método ultra-heterodoxo, que dá vantagens quase insuperáveis ao poder incumbente. Houve, entretanto, progresso na natureza do desenvolvimento. Não se trata mais de criar estímulos para o aumento da renda (aumentar a produtividade do trabalho), mas de fazê-lo dentro de condições que garantam a sua sustentabilidade.
É
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
que a sociedade brasileira deseja do novo governo é que em íntima cooperação com o setor privado: 1º) Cumpra de maneira adequada a produção dos bens públicos que só ele pode produzir: a garantia das liberdades individuais, uma aceitável administração da Justiça, que respeite a propriedade privada, a liberdade dos mercados e o cumprimento dos
O
G Os
políticos fazem parte dos poderes do Estado e seu interesse natural é o de arrecadar o máximo G Os
cidadãos precisam saber quanto de dinheiro é tomado do á duas tradições povo e da básicas e divernação gentes quanto ao pelo Leão. Estado e o governo na hisO mais tória da política ocidental. simples e A primeira, mais antiga, é a eficaz inglesa, nascida com a meio de Magna Carta dos Barões, de fiscalizar 1215, conhecida posteriormente como libe ralis mo. o uso do Nela se entendia que o godinheiro verno não passava de uma público é dIscriminar função ou serviço que certo o preço da número de homens prestamercadoria va à sociedade, e que a sociedade é quem decidia ea quanto se dispunha a gasparcela do tar com esses serviços. Era imposto. uma concepção realista e
Arrecadar ao máximo
H
pragmática, característica fundamental da mentalidade e comportamento anglo-saxão. A segunda surge seis séculos mais tarde, na França pré-revolucionária, com a obra do genebrino Rousseau. Era uma concepção ideológica, romântica e irrealista fundada em duas idéias capitais: a de que a sociedade existente era um mal e a de que todos os homens são, ou devam ser iguais. Conseqüentemente, a soberania, o Estado e o governo deveriam ser decididos e co-
mandados pela maioria. Os resultados historicamente registrados evidenciam, como decorrências principais, a continuidade, a estabilidade e a supremacia do modelo inglês sobre o modelo francês. Enquanto o Estado monárquico inglês, mesmo sem qualquer constituição escrita, permaneceu e evoluiu, adaptando-se às mudanças históricas e culturais, e nos testes supremos de confronto nacional venceu Napoleão e Hitler, a França passou por sucessivas revoluções e restaurações, e, a despeito de ter haver experimentado 16 Constituições diferentes, na atualidade experimenta uma nova, que se aproxima do modelo inglês. A doutrina democrática rousseauniana abriu caminho para as variantes do socialismo. oltemos ao início, após essa sumária recapitulação que compara as duas concepções de política: a liberal inglesa e a democrática francesa. Na essência da idéia inglesa se acha a
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compreensão realista de que factualmente, o dinheiro é o instrumento básico que intermedia todo o relacionamento material entre os indivíduos e instituições sociais. efetivo controle que os cidadãos de uma sociedade democrática sobre os indivíduos e instituições que exercem as funções de governo depende, antes de mais nada, de se saber quanto de dinheiro é tomado do povo e da nação pelos drenos de arrecadação, principalmente os impostos. E em seguida, saber de que forma esses recursos são gastos e investidos. É ingênuo supor que o Congresso de representantes eleitos democraticamente possa exercer essas funções. Os congressistas, políticos, fazem parte dos poderes do Estado e seu interesse natural é o de arrecadar o máximo. A idéia de Montesquieu de que a divisão dos poderes pode garantir as liberdades e direitos do cidadão não tem qualquer eficácia quando se trate das ques-
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tões de dinheiro. E como incontestavelmente o governo não passa de um órgão de serviço para o povo e a nação e como, também incontestavelmente, a soberania suprema em qualquer matéria cabe ao povo e à nação, o instrumento mais simples e eficaz para conscientizar a população e permitir-lhe conhecer e fiscalizar o uso dos dinheiros públicos é a medida universalmente adotada nos Estados Unidos de em todas as faturas de compra discriminar no total a pagar o que é o preço da mercadoria e qual a parcela representada pelo imposto. Price plus-tax. Associação Comercial de São Paulo, por iniciativa de seu presidente, Guilherme Afif Domingos, tem colocado esse ponto como o ítem mais relevante de sua política e divulgação pública. É esse o caminho certo para uma verdadeira democracia, que hoje só temos no papel.
contratos; uma efetiva segurança interna e externa e a execução de políticas públicas que criem ao longo do tempo, um grau crescente de igualdade de oportunidades para todos os cidadãos, independentemente do lar em que nasceram, de sua origem, de sua cor ou de sua religião, a única forma de garantir a "moralidade do mercado", e 2º) que cumpra essas tarefas de forma mais econômica e eficiente, com um nível de tributação mais leve e melhor distribuída, que desonere a carga sobre o salário, que estimule a oferta de trabalho e não desestimule a formação do capital. Finalmente, 3º) que mantenha estritamente o equilíbrio fiscal e estabilize em níveis aceitáveis uma dívida pública adequadamente financiada, de forma a garantir a produção de outro bem público essencial – a estabilidade do poder de compra da moeda – sem que a política monetária tenha que impor maior sacrifício ao crescimento. ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO
PLANEJAMENTO. dep.delfimnetto@camara.gov.br
G Como um
plano de estabilização monetária tão brilhante quanto o Real terminou nesta armadilha, tanto do ponto de vista econômico, como do ponto de vista político?
Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
Depois do aumento da renda, condições de sustentabilidade
A
BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
DIÁRIO DO COMÉRCIO
8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC
Raça de víboras. Ou: o Marquês de Sader na prisão inguém deve regozijar-se com a desgraça alheia, mas mostrar ao dr. Emir Sader que ele não está acima das leis era uma questão de saneamento básico. Apenas não concordo com a Justiça catarinense ao desprovê-lo de suas funções oficiais na USP. Onde mais haveria lugar para um tipo como ele? Nas ruas, ele espalhará a mentira e a loucura entre a população. Na cadeia, corromperá os presidiários. Só na Cidade Universitária do Butantã é que ele pode estar entre seus iguais ou piores, sem chance de fazer o mal a quem não o mereça. Prova disso é a solidariedade que seus pares acabam de lhe hipotecar em mais um “Manifesto de Intelectuais”, o único gênero em que a produção literária nacional tem alcançado algum destaque no mundo. Sabemos como tudo começou. Tendo o senador Jorge Bornhausen dito que o voto era a maneira natural de expelir da vida pública a “raça petista”, o dr. Sader, fazendo-se de criancinha e fingindo ignorar a acepção do termo “raça” como coletivo usado para designar pejorativamente ou laudatoriamente qualquer grupo de pessoas sem o menor parentesco genético (como no xingamento “raça ruim” ou no título do famoso poema de Guilherme de Almeida), acusou o senador de racista e nazista. Sendo o racismo delito inafiançável, a imputação de crime, forçada até o extremo limite do ridículo, era ela própria crime doloso, e tinha de render a seu autor o prêmio judicial merecido. Talvez se pudesse alegar em favor do réu o fato de que essa micagem semântica, por boboca que seja, é o único procedimento retórico que ele conhece, sendo possível reduzir a ela, por análise estilística, absolutamente todos os argumentos que ele apresenta na sua coluna internética “O Mundo às Avessas”, na qual, como já se vê pelo título, a verdade pode em geral ser obtida mediante simples inversão das assertivas do autor. Se, portanto, ele acusou o senador de racista, foi precisamente por saber que ele não era racista de maneira alguma. No início, o colunista pode ter feito essas coisas com a satisfação sádica da calúnia consciente, mas, com o tempo, parece que o hábito se incorporou de tal modo à sua pessoa que acabou por se tornar um cacoete, um reflexo instintivo e, por
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Só na Cidade Universitária do Butantã é que o dr. Emir Sader pode estar entre seus iguais ou piores, sem chance de fazer o mal a quem não o mereça.
Ilustração Céllus
fim, uma cosmovisão e um estilo de vida: o mero sadismo transfigurouse em saderismo. Mas eu seria injusto se visse nisso uma idiossincrasia pessoal saderiana. “Inversão” é a premissa universal do movimento revolucionário desde muitos séculos. Apenas, de Diderot e Hegel até Jacques Derrida, o procedimento geral era encobri-la sob alguma aparência requintada de coerência e sensatez, induzindo os leitores a engolir a enormidade sem percebê-la. Foi apenas no Brasil dos últimos anos que, reduzida a nada a capacidade literária por excesso de indulgência no vício do jargão partidário, e devidamente rebaixado o QI do público em iguais proporções, a inversão começou a se exibir em estado puro, pelada, nuinha, sem pejo, com toda a sua mecanicidade bárbara e o orgulho obsceno da estupidez triunfante. A esquerda inteira, em suma, começou a escrever, falar e pensar como o marquês de Sader. A prova disso, como eu ia dizendo, era o manifesto em favor do referido. Assinado por pessoas que se imaginam ilustres e são mantidas nessa crença pelos agradinhos mútuos e intenso troca-troca de subsídios oficiais sob os pretextos mais variados, essa peça literária copia tão exatamente o modus argüendi do referido, que parece ter sido escrita por ele em pessoa. Não digo isso pela pletora de solecismos, já demonstrada no estilo do dr. Sader pela Profa. *Norma Braga e agora meticulosamente confirmada pelo Reinaldo Azevedo no texto do documento coletivo (v. as mensagens “Nos Emirados Sáderes”, “A palavra ‘escorchante’ e ProUni para Sader”, “Intelectuais, relembrem o texto de Sader” e “Luminares das letras em manifesto solecista pró-Sader” no seu **blog. Se é verdade que o estilo é o homem, o estilo do manifesto é “usômi”. Mas o analfabetismo endêmico da classe dita intelectual neste país já é fato notório no qual não pretendo insistir. O caracteristicamente sadérico no manifesto é mesmo o seu conteúdo. A inversão já começa quando os signatários acusam a sentença condenatória de ser um atentado contra a liberdade de expressão. A demissão de Boris Casoy, a supressão de meus artigos no Jornal da Tarde, no Globo, na revista Época e na Zero Ho-
Proibir que o dr. Sader atribua crimes a quem não os cometeu, ah!, isto sim atenta, isto sim agride, isto sim fere a consciência libertária de Flávio Aguiar, Antônio Cândido e similares.
O senador Bornhausen não apenas obteve justiça no seu confronto com o dr. Sader, mas tem direito ainda a reparações, por danos morais, da parte de uma infinidade de estrelas e estrelos...
É a essa raça que pertencem o marquês de Sader e todo o cortejo dos seus admiradores. Por isso o lugar mais apropriado para eles é na USP, no Butantã, ao lado de um serpentário e dentro de outro.
ra, as ameaças judiciais do deputado Greenhalgh ao jornal eletrônico Mídia Sem Máscara, as agressões a repórteres, a pressão policial contra a Folha de São Paulo e sessenta e três processos movidos contra Diogo Mainardi por ter dito verdades óbvias e arquiprovadas não atentam de maneira alguma contra a liberdade de expressão, mas proibir que o dr. Sader atribua crimes a quem não os cometeu, ah!, isto sim atenta, isto sim agride, isto sim fere a consciência libertária de Flávio Aguiar, Antônio Cândido e similares. Mas o inversionismo em todo o seu esplendor aparece é na comparação entre esse documento e o seu antecedente internacional. Em janeiro, tão logo anunciado o processo aberto contra o dr. Sader, uma vasta patota global constituída de Eduardo Galeano (escritor uruguaio), Anibal Quijano (sociólogo peruano), Ignacio Ramonet (Le Monde Diplomatique), Samir Amin (Fórum Mundial das Alternativas), Walden Bello (Focus on the Global South) e outros tantos já tomou partido do acusado e, sem ter a menor idéia do uso do termo “raça” em português, endossou a acusação ao senador Bornhausen, tachando-o de “fascista e racista”. O manifesto de agora, assinado por brasileiros que ao menos teoricamente falam a língua do senador, esperneia em todas as direções na defesa do dr. Sader, mas abstém-se meticulosamente de subscrever aquela acusação e até mesmo de transcrevê-la. Por que? Se a sentença judicial contra as palavras do dr. Sader é injusta, elas são obviamente justas. Por que defender o denunciante ocultando ao mesmo tempo o conteúdo da denúncia? A resposta é óbvia: por mais amigos que sejam do dr. Sader, os autores do manifesto não quiseram ser seus cúmplices retroativos, sujeitando-se eles próprios à penalidade que o atingiu. Confessam, portanto, que ele é culpado, no instante mesmo em que o proclamam inocente, e tiram o corpo fora da encrenca no ato mesmo de fingir que entram nela corajosamente em defesa do condenado. É mesmo “o mundo às avessas”. Que tenham assim procedido por desatenção e inocentemente, é hi-
pótese que se exclui desde logo pelo fato de que alguns deles, a começar pelo próprio Flávio Aguiar, já tinham assinado antes o manifesto de janeiro, no qual se fizeram cúmplices do crime cometido pelo dr. Sader, tentando agora apagar as pistas da sua participação no episódio, fazendo-se de advogados neutros para camuflar sua condição de co-autores do delito. Esforço inútil. Está tudo bem documentado, e, se faltassem provas patentes da má-fé dos “intelectuais de esquerda” em geral, essa já diria tudo. O senador Bornhausen não apenas obteve justiça no seu confronto com o dr. Sader, mas tem direito ainda a reparações, por danos morais, da parte de uma infinidade de estrelas e estrelos do elenco internacional e local do ativismo esquerdista, a começar pela Agência Carta Maior, que publicou originariamente a patifaria saderiana no site ***. Creio mesmo que o senador tem a obrigação de lhes mover o devido processo cível, ferindo-os no único ponto sensível das suas consciências – o bolso – e ajudando o país a livrarse dessa raça. Qual raça, exatamente? Em janeiro, o dr. Plínio de Arruda Sampaio, elegante esquerdista quatrocentão e um dos mais assanhados partidários do dr. Sader, chegou a tentar justificar o truque semântico pueril concebido contra o senador Bornhausen, proclamando que “não se pode aceitar o uso do termo ‘raça’ para referir-se a uma parte da população”. Esse critério lingüístico, se adotado oficialmente, obrigaria as autoridades a recolher como propaganda racista todos os exemplares do Evangelho, onde Jesus constantemente se refere a uma parte da população como “raça de víboras”. Mas, assim como o termo “raça petista” não ofende a nenhuma raça biológica, e sim somente à raça política petista, a expressão de Jesus não soa ofensiva e inaceitável senão às próprias víboras. Eis a resposta à minha pergunta. É a essa raça que pertencem o marquês de Sader e todo o cortejo dos seus admiradores. Por isso o lugar mais apropriado para eles é na USP, no bairro do Butantã, ao lado de um serpentário e dentro de outro.
*(http://normabraga.blogspot.com/2006_06_01_normabraga_archive.html) **(http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo) ***http://cartamaior.uol.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=2171
Tr i b u t o s Empresas Comércio Exterior Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
Jonathan Campos/Gazeta do Povo
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30% DOS PRODUTOS EXPORTADOS SÃO BÁSICOS
Produto brasileiro é mais caro porque precisa ser levado ao porto de caminhão.
Rodolfo Buhrer/Gazeta do Povo
N gócios
&
oportunidades
Exportar para Crescer chega a Piracicaba
A Fila de caminhões que esperavam para embarcar produtos no Porto de Paranaguá em maio deste ano. Transporte por terra é mais oneroso.
PLANOS PARA EXPANSÃO Milton Mansilha/Luz
I
nvestimentos em infraestrutura, redução de impostos e criação de um projeto para que pequenas empresas possam exportar sem ter de lidar com a enorme burocracia a que estão sujeitas hoje fazem parte de um pacote de soluções a ser adotado no médio e longo prazos. A idéia é defendida por especialistas para que o Brasil se torne mais competitivo no mercado mundial. Além dessas necessidades, envolvidos no comércio exterior defendem uma taxa de câmbio mais favorável, planos econômicos que priorizem o financiamento dos produtos brasileiros em terras estrangeiras e a implantação de consórcios de exportação. "Não adianta pensar em uma mudança sem investimentos em pesquisa e desenvolvimento e incentivos fiscais", diz o presidente do Sindicato dos Economistas, José Roberto Cunha. Nem mesmo os sucessivos recordes no saldo da balança comercial nos últimos anos serviram para melhorar a posição do Brasil no ranking do comércio mundial. Com uma participação inferior a 1,5% de tudo que é comercializado no planeta, o País ocupa apenas o
Lacerda, da Puc: poucas vendas
23º lugar no ranking de exportações. Fica atrás de países como a Coréia, que não é maior que Pernambuco e cuja população equivale à de São Paulo e à do Rio Grande do Sul juntas. "É uma participação pouco expressiva para o país que tem o nono maior PIB mundial. Países em desenvolvimento como o nosso, casos de Coréia, México e Rússia, exportam pelo menos o dobro", diz o economista Antônio Corrêa de Lacerda, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Como base de comparação, Lacerda diz que o volume de exportações
somado ao de importações esperado para este ano é de US$ 130 bilhões para o Brasil, ante US$ 300 bilhões na Rússia, US$ 250 bilhões na Coréia e US$ 220 bilhões no México. O presidente do Sindicato dos Economistas concorda. Para ele, um dos problemas dessa baixa participação está no fato de o Brasil só exportar 30 de uma lista de 100 principais produtos comprados lá fora, de acordo com relatório da United Nations Conference on Trade and Development (Unctad), organização internacional ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). "É preciso procurar desenvolver os outros 70 produtos ou pelo menos produzir o que o mercado está comprando mais", assinala Cunha. Ele cita como exemplo a enorme procura no mercado internacional por semicondutores, mercadoria que não faz parte da pauta brasileira. "O mesmo caso ocorre com eletroeletrônicos e produtos orgânicos", afirma. Logística – Em todos esses casos, Cunha diz que o maior empecilho para uma mudança reside na falta de investimentos em logística e tecnologias de ponta. "Sem crédito para melhorar a capacidade instala-
da das indústrias e sem financiamento para novas pesquisas fica difícil entrar em mercados pouco explorados", diz. Isso sem falar nas dificuldades enfrentadas por produtores/exportadores, que necessitam transportar por terra seus produtos até os portos. "Aqui, o produtor de soja de Mato Grosso tem que levar sua produção de caminhão até o p o r t o m a i s p ró x i m o . N o s EUA, tudo é por via fluvial. Daí uma explicação para o encarecimento do produto brasileiro", afirma o presidente do Sindicato dos Economistas. A questão do financiamento é outro empecilho para empresas que querem levar seus produtos para mercados em desenvolvimento, caso dos países da América Latina e África. "De nada adianta chegar à Nigéria para vender um trator de R$ 5 mil à vista, se o Japão oferecer máquina semelhante pelo dobro do preço, só que financiado por 25 anos", diz Cunha. Nesse caso, a saída defendia pelos economistas está na criação, pelo governo, de linhas que poderiam ser financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Adriana Gavaça
Itália tem modelo para pequenas
A
Itália conseguiu encontrar uma saída para um problema comum vivido por pequenas e empresas do país que desejavam exportar seus produtos. Foi criado um consórcio de exportação, no qual essas companhias foram reunidas sob um mesmo guardachuva legal, responsável por inserir os produtos em outras economias. "O resultado foi um sucesso, porque os custos
para vender ao mercado internacional caíram drasticamente. Além disso, a burocracia tornou-se muito menor", conta o economista Antônio Corrêa de Lacerda, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ele diz que o sucesso do consórcio é enorme e que já serviu de modelo para outras economias, interessadas em divulgar produtos de pequenas empresas. "Até porque, por meio
do consórcio, é muito mais fácil divulgar uma marca e torná-la conhecida no mercado externo", explica. Alternativa – No caso do Brasil, o economista acredita que o consórcio também seria uma ótima saída, justamente pela burocracia que as pequenas empresas enfrentam na hora de exportar. Mas o sucesso dependeria ainda de uma taxa de câmbio mais competitiva. "Para commodi-
ties a taxa cambial não tem impacto, mas para os produtos manufaturados, uma desvalorização (do real em relação ao dólar) traria resultados muito positivos", avalia. Segundo Lacerda, a taxa de câmbio real (taxa de câmbio, menos inflação) teve uma valorização de 25% nos últimos dois anos. A seu ver, uma relação competitiva seria com uma taxa de câmbio real 20% inferior à atual. (AG)
Mesmo com dificuldades, Brasil avançou
S
e por um lado o Brasil ainda necessita caminhar muito para se tornar mais competitivo no mercado internacional, por outro, deixou para trás uma história de déficits na balança comercial, mesmo com a recente valorização do real em comparação ao dólar. Países como a África do Sul, em que a moeda local também foi valorizada frente ao dólar, não tiveram a mesma sorte e hoje enfrentam déficits no saldo comercial. "O Brasil de hoje é, sem dúvida, mais competitivo do que foi no passado. As valorizações cambiais dos últi-
mos anos não impediram que as exportações continuassem crescendo", diz Guilherme Loureiro, analista da Tendências Consultoria Integrada. Outra evolução, de acordo com o analista, foi a mudança na pauta de exportação. Hoje, apenas 30% dos produtos exportados são considerados básicos, 14% são semimanufaturado e o restante manufaturado. "Muita gente ainda tem uma visão errada de que o Brasil só exporta produtos básicos", diz Loureiro. É bem verdade que muitos setores mostram resultados negativos se descontado o vo-
lume de exportações das importações. É o caso, por exemplo, de equipamentos eletrônicos que tiveram, conforme levantamento da consultoria, o pior resultado na pauta de produtos exportados pelo País nos últimos cinco anos. Os segmentos de veículos, papel e celulose e máquinas e tratores ficaram na média, de acordo com a Tendências, enquanto os setores de café, petróleo e carvão, siderurgia, animais e açúcar foram os mais competitivos. Os equipamentos eletroeletrônicos foram os que tiveram a maior retração na rentabili-
dade, de 44%. Já os segmentos de petróleo e carvão conseguiram aumentar a rentabilidade em 10% de 2000 a 2005. De acordo com levantamento feito pelo analista, o aumento de custos foi o que mais teve impacto negativo sobre os setores. Na média dos últimos cinco anos, o aumento dos custos foi de 90%, o que gerou uma queda média na rentabilidade de 21%. No ranking dos setores em que o custo cresceu menos aparece o de café, cujo aumento foi de 68%, contra 133% de crescimento dos custos para os segmentos de siderurgia. (AG)
manhã, dia 7, indústrias da região de Piracicaba (formada por 40 cidades) participam do "Exportar para Crescer – Novos Caminhos para o Mercado Externo", no Auditório da Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi). O encontro é dirigido a indústrias com potencial exportador que desejam iniciar ou ampliar sua participação em mercados externos. Além de participar do seminário, essas empresas podem apresentar seus produtos a representantes de empresas comerciais exportadoras e traders, que surgem como uma opção para a exportação de mercadorias de pequenas
e médias indústrias. A São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), oferece transporte gratuito de São Paulo a Piracicaba a comerciantes exportadores e traders. Os veículos saem da sede da entidade impreterivelmente às 6h15, retornando ao final dos encontros. A sede da ACSP fica na Rua Boa Vista, 51, no Centro de São Paulo. Reservas – Inscrições para integrar o grupo podem ser feitas com Teresa, no Dep a r t a m e n t o d e C o m é rc i o Exterior da ACSP, pelo telefon e ( 11 ) 3 2 4 4 - 3 5 0 0 o u p e l o e-mail tneuma@acsp.com.br, até as 17h de hoje.
Feira de informática em Madri
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ntre os dias 7 a 12 deste mês será realizada a 46ª edição da SIMO TCI 2006 – Feira Internacional de Informática Multimídia e Comunicações, em Madri, na Espanha. Neste ano a área de exposição chegará a 130 mil metros quadrados, articulada em seis grandes setores: G Tecnologia da Informação: setores de computadores, terminais, periféricos, componentes, consumíveis, audiovisuais, eletrônica, reprografia, burótica, ofimática, MacWorld e fotografia digital. G Aplicações profissionais: dedicado aos sistemas operacionais e linguagem de programação, aplicações verticais e horizontais, CAD/CAM/CAE, multimí-
dia, softwares de arquitetura e as áreas Autodesk e Linux. G Telecomunicações: mostrará os últimos lançamentos em comunicações, telefonia celular, redes de área local, interconectividade, servidores e operadores. G E-business-Internet: dedicado a serviços e tecnologia voltados aos negócios na rede, como Business-to-Business (B2B) e Business-to-Consumer (B2C). G Eletrônica de consumo. G Domótica. O evento é promovido pela Feira de Madri (IFema), que possui escritório em São Paulo, na Alameda Santos, 1470, conjunto 504, telefone (11) 3284-0069 e e-mail i f e m a b r asil@terra.com.br.
Evento de consumo na Índia
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ntre os dias 14 e 27 deste mês será realizada na Índia a maior feira de bens de consumo da Ásia, a Índia International Trade Fair 2006, que chega agora à sua 26ª edição. O evento recebe um público superior a 3 milhões de pessoas que percorrem os mais de 7,5 mil estandes de expositores indianos e de outros 28 países que participam da feira. Tecnologia da informação, bens de produção, empreendimentos científicos e tecnológicos em todos os setores da indústria, agricultura, telecomunicações, infra-estrutura, indústria de serviços, bens de consumo duráveis, alimentos e alimentos processados, bebidas, têxteis e
roupas, artigos para presentes, artigos para cozinha, brinquedos, artigos e equipamentos esportivos, materiais de construção, produtos medicinais e herbáceos, artigos de couro, todos os tipos de produtos para engenharia, artigos para diversões eletrônicas e mobília de madeira são os setores que compõem a International Trade Fair. Informações – A feira é organizada pela Índia Trade Promotion Organization, cujo escritório de São Paulo fica na Alameda Santos, 705 - 10º andar. Contatos pelos telefones (11) 3284-5925 e 3284-8095 ou pelo e-mail marketing@indiatrade.org.br. O site oficial da feira é www.iitfonweb.com.
PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL ESPANHA 194 - Folhas de madeira, espessura não superior a seis milímetros ESTADOS UNIDOS 195 - Peixes e crustáceos PERU 196 - Matérias-primas para tinturaria e curtumes 197 - Carmin de conchonilha NORUEGA 198 - Carnes bovina, suína e de frango PORTUGAL
199 - Granitos TAILÂNDIA 200 - Farinhas, pós e pellets de carnes ou miudezas 201 - Café torrado TAIWAN 202 - Álcool etílico não desnaturado 203 - Leveduras vivas e mortas ou outros microorganismos monocelulares mortos TURQUIA 204 - Chapas de cobre, mais grossas que 0,15 milímetros
Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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1 Cerca de um milhão de pessoas passaram pela Rua 25 de Março no feriado prolongado de Finados.
Fotos: Rafael Hupsel/Luz
FERIADAO FAZER COMPRAS É A PRAIA DO PAULISTANO QUE NÃO VIAJA Shoppings e 25 de Março ficam lotados de pessoas procurando presentes de Natal
O
desempenho do comércio varejista em São Paulo nos feriados depende de uma série de fatores para ser positivo. Nem a proximidade do Natal, principal data para o segmento, garante lucro aos lojistas nesses dias. De acordo com o economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as datas comemorativas são "uma faca de dois gumes". "Geralmente essas folgas no meio de semana são prejudiciais, mas às vezes surpreendem com boas vendas. É difícil analisar o impacto dos feriados com antecedência." Ele diz que o mau tempo contribui com o comércio porque muitos paulistanos desistem de viajar quando chove. "Por isso surgiu aquela teoria de que praia de paulista é shopping center. Em feriados chuvosos, esses estabelecimentos lotam." A exceção fica por conta da Rua 25 de Março, considerada pelo economista, "um verdadeiro fenômeno capaz de atrair turismo de compras do interior do Estado e até de outros países da América Latina com chuva ou sol''. O último final de semana não foi diferente. Cerca de 1,3 milhão de veículos deixaram a capital no feriado prolongado de Finados, segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Mas quem não viajou, optou por ir às compras. O fluxo de pessoas na 25 de Março chegou a um milhão segundo a União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), quantidade considerada normal nos feriados próximos ao Natal. Em um dia comum, passam pelo local 400 mil pessoas. 13º salário – Na Doural Tapetes Presentes e Decorações, por exemplo, cerca de mil pessoas entraram para pesquisar preços e comprar presentes durante os três dias do feriado (no domingo a loja não abre). De acordo com o gerente Carlos Alberto Lino, a movimentação superou as expectativas. "As pessoas estão aproveitando a primeira parcela do 13º salário", disse. Na quinta-feira, a loja estava lotada no começo da tarde. O casal de noivos Márcio Mattar e Silvana Mazzeu aproveitou para comprar utensílios do-
mésticos e pesquisar preços. "Ao invés de irmos ao cemitério, viemos às compras. Hoje, está mais tranqüilo", disse ela. Já na sexta-feira, a Ladeira Porto Geral mostrava outra realidade, não tão tranqüila assim. Consumidores afobados disputavam cada metro quadrado nas calçadas ocupadas pelos ambulantes. "Isso aqui está uma loucura!", reclamou o segurança Carlos Silva. Na Armarinhos Universal, a procura era por enfeites de Natal. De acordo com o gerente comercial Wagner Ribeiro, o público que entra na loja durante os feriados é diferenciado. "Recebemos só consumidores finais." As amigas Érika Galdino e Kate Botega fazem jus às palavras do gerente. Elas aproveitaram o primeiro feriado de novembro para fazer as compras de final de ano. "É melhor comprar agora, antes que a maioria das pessoas recebam o 13º salário", afirmou Érika. Praia de paulista – O comércio no Shopping Metrô Tatuapé também foi agitado. Mas o que se via na sexta-feira eram consumidores cautelosos, apenas pesquisando preços. "As vendas estão péssimas", reclamou o gerente da Futebol Sport Clube Vando Botelho. "Hoje, eu só vendi quatro camisas. No geral, as vendas caíram 15% em relação a quartafeira", disse. Em dias normais, a loja vende até 20 camisas de clubes de futebol. Mas se os materiais esportivos não tinham um bom desempenho durante o feriado, os óculos de sol estavam em alta. Na loja Chilli Beans, a gerente Lia Saldanha comemorava um incremento de 10% nas vendas sobre os dias anteriores
Fátima, da Copel: complicação
Adriano Masutti e Lívia compram novos óculos para o verão
Botelho: poucas vendas de camisas
ao Dia de Finados. "Só hoje recebemos mais ou menos 200 clientes por hora. Quando chega o calor, as pessoas aproveitam para renovar o visual comprando óculos novos", disse. O engenheiro Adriano Masutti é um bom exemplo desse tipo de consumidor. Ele e a mulher, Lívia Masutti, compraram modelos novos para usar no verão. "Vamos viajar neste final de ano e decidimos aposentar os óculos antigos", contou ele. De acordo com a gerente geral do Shopping Metrô Tatuapé, Elaine Almeida, nesta semana as vendas devem melhorar com o lançamento oficial da decoração de Natal. "Neste ano, nossa proposta é inspirada no universo educativo da Turma do Cocoricó, série produzida pela TV Cultura", explicou. Com a iniciativa, Elaine espera obter um incremento de 12% no faturamento e de 15% no fluxo de público em comparação com 2005. Prejuízo – Do lado de fora do shopping, o funcionário da Banca de Jornal Metrô Tatuapé lamentava o pouco movimento no feriado. Segundo ele, as vendas caíram 50% na quinta e na sexta-feira em relação aos mesmos dias da semana anterior. "Não compensa abrir nesses dias de feriado, porque o prejuízo é grande. Perto do Natal, então, nem se fala." Próximo dali, na esquina da Avenida Salim Farah Maluf com a Padre Adelino, a Copel Colchões estava vazia. Segundo Alfieri, da ACSP, esse é o tipo de comércio mais prejudicado com os feriados prolongados. "Lojas afastadas das ruas comerciais e não atraem público", afirmou. Apesar do pouco movimento, para a vendedora Fátima Lima a sexta-feira foi proveitosa. "Vendemos dez camas hoje e seis na quinta-feira. Até que não fomos mal, porque o feriado de Finados é sempre muito complicado para o comércio." Ela lembra que os lojistas terão de enfrentar mais dois feriados neste mês: o dia da Proclamação da República, 15 de novembro e o da Consciência Negra, dia 20. "A expectativa é melhorar um pouco, porque estaremos mais próximos do Natal", diz. Expectativa compartilhada com todo o restante do varejo paulistano. Vanessa Rosal
Movimento na 25 de Março na última sexta-feira. Consumidores tentam antecipar compras de fim de ano.
X-TUDO HOJE NA ACSP NOSSO PROJETO PODE VIGORAR EM 2007 Economia 4 Ano 81 - Nº 22.247
São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h30
w w w. d co m e rc i o. co m . b r David Furst/AFP
Fábio Pozzebom/ABr
PARA A FORCA
PARA CASA
Saddam Hussein pediu que sua sentença seja executada a tiros, mas irá mesmo para a forca, se o Iraque não comutá-la para prisão perpétua, como pedem a Europa, a ONU e ONGs de direitos humanos. A sentença rendeu festas e revolta no Iraque dividido. C 4
A volta dos que conseguiram partir do caos aéreo nacional foi tranqüila, sem mais atrasos recordes. No céu e na terra. O movimento foi intenso nas estradas, porém normal. Um avião da Gol esperado em Congonhas pousou em Cumbica, com problemas na asa. C 1
Timothy A. Clary/AFP
Pablo de Souza
Rei de Nova York Marílson Santos (foto) é o primeiro brasileiro a vencer a Maratona de Nova York
Quase campeão São Paulo vence o Santos com gol de Mineiro (foto). Torcida já considera o time campeão.
DC Esporte HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 29º C. Mínima 16º C.
AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 26º C. Mínima 15º C.
Rubens Cavallari/Folha Imagem
Idea mais alto e ousado O Adventure é o Idea urbano e aventureiro. Ele enfrentará tanto trilhas quanto a cidade congestionada.
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Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
O cliente deve ser muito bem tratado. O serviço atrai as pessoas. Vagner dos Santos
ATÉ TRIBUNAL DE JUSTIÇA TEM DRIVE-THRU
Newton Santos/Hype
Newton Santos/Hype
Idéia da loja é oferecer mais um serviço que facilite a vida dos clientes
Pensando em conquistar a fidelidade dos clientes pela comodidade, pequenos empresários da capital já oferecem o sistema.
SERVIÇOS DRIVE-THRU GANHAM ESPAÇO EM SP
Unidade da lavanderia Dry Clean no Portal do Morumbi recebe e entrega roupas dos clientes no carro. Comodidade conquista clientes no bairro. Newton Santos/Hype
Newton Santos/Hype
T
odo mundo gosta de uma mordomia. Sabendo disso, grandes bancos de varejo, como Bradesco e Unibanco, e redes de fast-food – McDonald's e Burger King entre elas – têm serviço de drive-thru há anos. No McDonald's, o sistema foi criado em 1975, nos Estados Unidos, e chegou ao País em 1984. Os lanches mais pedidos pela janela do carro são a McOferta número 1 e o McLanche Feliz. Nos bancos, o cliente entra na área reservada com o carro e, sem sair dele, realiza as mais diversas operações. Funciona 24 horas por dia, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Os pequenos comerciantes também já perceberam as vantagens do sistema e hoje, em São Paulo, dá para fazer quase tudo sem sair do carro. Quer comprar jornal ou cigarro? Na Banca Nova Perdizes, na zona oeste, isso é possível. É só buzinar que Vagner Aparecido dos Santos, um dos sócios da banca, leva o produto até o carro. Outras bancas também atendem dessa maneira – quando o farol está fechado e a pessoa já é cliente –, mas Santos oficializou o serviço instalando um letreiro elétrico que anuncia o drive-thru. "Buzine, aguarde um momento e faça seu pedido", está escrito no aviso. "O cliente deve ser muito bem tratado. O retorno financeiro nem é muito grande, mas a mordomia funciona como um chamariz para novos fregueses", afirma Santos. O movimento na Banca Nova Perdizes aumentou cerca de 10% desde a implantação
Na Dry Clean USA do Portal do Morumbi, na zona sul, movimento é maior no final da tarde.
do sistema de drive-thru. Os clientes da lavanderia DryClean USA no Portal do Morumbi, na zona sul da capital paulista, também estão acostumados a não descer do carro para pegar suas camisas limpas e passadas ou deixar a roupa suja para lavar. Para o gerente do estabelecimento, Kleber Souza Campos, os clientes têm que ser atendidos da melhor maneira possível. O movimento no drivethru começa no fim da tarde, quando mães vão buscar os filhos na escola ou quando elas saem do trabalho. De petições a remédios – O "protocolo drive-thru" do Tribunal de Justiça de São Paulo, serviço que agiliza o atendimento para protocolar petições de todos fóruns e Varas de
São Paulo, funciona na Rua Conde de Sarzedas, no centro da cidade, com atendimento de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h. Três guichês atendem os veículos. Clientes de farmácias não foram esquecidos. Em três endereços da drogaria Onofre (Rebouças, Giovanni Gronchi e Granja Viana) há sistema de drive-thru. Em algumas unidades do Laboratório Fleury (como na avenida República do Líbano, em Moema), não é preciso estacionar nem descer do carro para pegar o resultado de um exame. O envelope com o resultado é entregue ao motorista no drive-thru. Curiosidade – O instituto de pesquisas Omni Marketing realizou um estudo na cidade, para verificar o nível de fami-
liaridade com palavras da língua inglesa a que os paulistanos são expostos no cotidiano – como delivery, drive-thru e fast-food – e descobriu que a maioria não tem conhecimento da língua inglesa ou possui apenas noções básicas. O estudo da Omni Marketing mostra que as pessoas convivem bem com certas expressões estrangeiras, entendendo-as por meio do contexto. Não sabem o que significa drive-thru, mas associam a expressão a atendimento rápido ou alguma coisa no carro. Quem parece ter maior dificuldade para conviver com esse mundo de estrangeirismos são os mais velhos, principalmente pessoas que têm a partir de 65 anos de idade. Kety Shapazian
As mulheres são as que mais utilizam o drive-thru da lavanderia Paulo Pampolin/Hype
O sócio da banca Nova Perdizes, Vagner dos Santos, atende cliente
Paulo Pampolin/Hype
Paulo Pampolin/Hype
A banca mantém uma placa luminosa anunciando o serviço de drive-thru
Santos: mordomia é chamariz de novos clientes
DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO
CONVOCAÇÃO
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
1 Aeroportos tiveram dia praticamente tranqüilo. Nas estradas, movimento intenso. Tudo normal para um feriado prolongado.
TUDO NORMAL
Patrícia Santos/AE
Hélvio Romero/AE
No céu A
volta do feriado de Finados teve ontem aeroportos lotados e atrasos de até três horas. Mas, com as imagens do colapso de quintafeira – quando vôos atrasaram até 16 horas e houve quebraquebra em terminais – ainda frescas na memória, poucos passageiros reclamaram de transtornos. O aparente sucesso da força-tarefa montada pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, com a convocação de controladores de vôo para trabalhar em meio à operação-padrão da categoria deixou eufóricos militares e os Ministérios da Defesa e da Casa Civil. Um dos poucos episódios incomuns num dia de movimentação intensa, mas calma, nos aeroportos de São Paulo foi o pouso de emergência de uma aeronave da Gol em Cumbica, por volta das 17h. O avião, que iria de Goiânia para Congonhas, teve um problema no flap
José Luis da Conceição/AE
Aviões da Gol em Congonhas: atrasos considerados normais nos aeroportos de São Paulo. Na Imigrantes, trânsito intenso no retorno à capital.
NO CÉU E NA TERRA
Raimundo Pacco/Folha Imagem
Em Cumbica (acima), a cena era bem diferente da semana anterior. Poucos passageiros reclamaram de transtornos. Em Congonhas (direita), o desembarque também foi tranquilo.
(parte da asa), peça que auxilia na redução da velocidade do avião. Segundo a assessoria de imprensa da Gol, o pouso foi técnico, para
"garantir a segurança dos passageiros". O piloto optou por pousar em Cumbica, que tem uma pista mais longa. Infraero – Ontem, a Infraero
divulgou que, em dez dias de operação-padrão, pouco mais de 5 mil vôos registraram atrasos significativos (35% do total de 14.700) no País. Foram
cancelados 1.176 vôos. O balanço foi feito entre quartafeira, dia 25, e o último sábado. A Aeronáutica, a Infraero e as companhias aéreas montaram
uma força-tarefa para o retorno do feriado. Ontem, dez equipes (quatro a mais do que na quinta) monitoraram o tráfego aéreo. (Agências)
Na terra A
volta do paulistano ontem à cidade, depois do Dia dos Finados, não foi diferente de outros feriados prolongados. O trânsito nas principais rodovias do Estado foi intenso praticamente durante todo o dia, de acordo com a Polícia Rodoviária. A situação era pior nas vias do litoral. Por volta das 22h, quem seguia do litoral para a capital pelo sistema Anchieta-Imigrantes ainda encontrava lentidão. Cerca de 8 mil carros passavam pelas praças de pedágio a cada hora. Em dias normais, o movimento é de 1,5 mil a 2,5 mil automóveis por hora. A Padre Manuel da Nóbrega, na Baixada Santista, tinha congestionamento na altura do km 211. E a Mogi-Bertioga tinha tráfego lento, no sentido Mogi, devido à neblina. Havia tráfego intenso também na Régis Bittencourt,
Oslaim Brito/Folha Imagem
Oslaim Brito/Folha Imagem
Movimento de veículos na rodovia Castello Branco, na tarde de ontem. Acima, a chegada a São Paulo, no Cebolão. À direita, trânsito intenso, mas sem grandes congestionamentos.
Fernão Dias e AnhangüeraBandeirantes, que dão acesso ao interior do Estado, mas não havia registro de lentidão. Na Dutra, que liga Rio de
Janeiro a São Paulo, houve congestionamento entre os quilômetros 203 e 205, na região de Arujá (SP), devido ao excesso de veículos.
Morte - Em Minas Gerais, dois acidentes mataram ao menos três pessoas neste domingo. Um deles ocorreu na altura do km 580 da BR-040,
em Itabirito, e envolveu uma picape e uma carreta articulada. O motorista da picape, de 53 anos, morreu. A mulher que estava com ele, de
23, sofreu ferimentos graves. A pista da rodovia no sentido Belo Horizonte permaneceu interditada praticamente durante toda a tarde. (Agências)
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 No Natal, o computador deve superar o celular como o produto com maior aumento de vendas.
BOLÍVIA DEFENDE AUMENTO DE 25% PARA O GÁS
EMPRESAS DEVEM CONCLUIR NESTA SEMANA CONVERSAS A RESPEITO DO VALOR DO GÁS VENDIDO AO BRASIL
PETROBRAS E YPFB DISCUTEM PREÇO
Givaldo Barbosa/Agência O Globo – 13/9/06
N
O ministro brasileiro das Minas e Energia, Silas Rondeau, se diz contrário a altas superiores à prevista
esta quarta-feira, a Petrobras começa a segunda rodada de negociações com a estatal boliviana Yacimientos Petroliferos Fiscales de Bolívia (YPFB), para fixar o preço do gás exportado ao Brasil. Esse assunto está em pauta desde que o governo boliviano nacionalizou a exploração e comercialização do produto, em maio. Depois do fechamento, no fim de semana passada, na véspera do segundo turno das eleições no Brasil, dos novos contratos com a Bolívia para exploração e produção de gás, agora será a vez de a Petrobras e a estatal boliviana YPFB tentarem concluir as conversas em torno do preço do gás vendido ao Brasil. Foi estipulado entre as duas partes que as negociações deverão ser concluídas até a próxima sexta-feira, mas, no governo brasileiro, é forte a expectativa de que o
prazo será prorrogado. O governo do presidente Evo Morales pretende aumentar 25% o preço do gás. Caso isso ocorra, o milhão de metros cúbicos vendido ao Brasil passaria de US$ 4 para US$ 5, o mesmo preço fechado em acordo recente com a Argentina. O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, tem dito nas últimas semanas que não deve haver aumento no preço do gás além do previsto. Normalização — A Petrobras prevê para o início de dezembro a volta à normalidade do abastecimento de gás natural vindo da Bolívia para o Brasil, abalado por deslizamentos de terra que causaram danos aos dutos no lado boliviano em abril. A primeira etapa das obras de reparo do gasoduto BolíviaBrasil será iniciada em 11 de novembro, informou a estatal em comunicado, e a segunda,
em 23 de novembro. A primeira fase levará em torno de seis dias e a segunda, 11 dias. "Após os reparos, o gasoduto retorna às condições de projeto e volta a operar a plena capacidade, recuperando a confiabilidade do sistema", ressaltou a Petrobras em nota. O anúncio do início das obras ocorre alguns dias após a empresa brasileira ter assinado o novo contrato de exploração e produção de gás e petróleo no país vizinho. Pelo novo contrato, a Petrobras terá um imposto fixo equivalente à metade de sua receita com exploração e produção do gás boliviano. Outra parcela da receita, de acordo com o acerto entre as partes, será reservada para abater custos; e uma terceira fatia será dirigida ao pagamento da estatal boliviana YPFB, conforme uma tabela que levará em conta investimentos da empresa, produção e amortizações. (AE)
S
recebem e os de origem. Os chefes de Estado e de governo analisaram o peso das remessas que os migrantes enviam a seus países de origem. Estas remessas, em todo o mundo, atingem um total de US$ 100 bilhões anuais. A participação dos migrantes latino-americanos representa US$ 54 bilhões. As remessas são cruciais nas economias de países como El Salvador e Equador. Por esse motivo, o comunicado final da
Cúpula indica que essas remessas não devem ser catalogadas como ajuda oficial para o desenvolvimento e pede que os governos não coloquem medidas de restrição para o envio desse dinheiro, além de facilitar as transações por meio de bancos. A cúpula determinou ainda o reconhecimento do direito dos Estados de estabelecer controles migratórios e de permanência" que sejam realizados "sob certas condições". (AE)
Magazine Luiza fatura Cúpula defende os imigrantes mais com liqüidação na web
E
m um país como o Brasil, onde hoje perto de 14 milhões de pessoas acessam diariamente a internet de suas residências, com uma permanência de conexão média de 20 horas por mês, segundo levantamento do Ibope/NetRatings, nada mais providencial para o varejo que uma liqüidação online. Pois no último final de semana de outubro, o Magazine Luiza, terceira maior rede varejista do mercado brasileiro, atrás apenas das Casas Bahia e do Ponto Frio, provou, pelo segundo ano consecutivo, que a estratégia, ousada, é capaz de impulsionar as vendas. Entre a meia-noite do sábado, dia 28, até o mesmo horário de domingo, 29, o magazineluiza.com, site da loja física, registrou um volume de negócios, em reais, equivalente a dez dias de vendas normais na internet, cujo montante a empresa não divulga. Descontos — Foram 24 horas ininterruptas em que todos
os produtos do site foram oferecidos com descontos variados, alguns chegando a 70%. Acima dos 50% máximos oferecidos na primeira versão, em 2005. Outro diferencial da liqüidação deste ano em relação à do ano passado foi o modelo insólito de chamar mais consumidores. "Além de se cadastrar antecipadamente para participar da liqüidação da madrugada, o consumidor que conseguiu levar mais três amigos para a venda especial ganhou o direito de entrar no site, navegar e comprar antes daqueles que não indicaram ninguém, da meia-noite até às duas da madrugada. Foi uma espécie de moeda de troca para quem quisesse esse privilégio", disse o gerente de e-commerce do Magazine Luiza, Flávio Dias Fonseca. Segundo ele, foram cerca de 500 mil pessoas indicadas por terceiros. Uma das vantagens das liqüidações-relâmpago na rede, segundo o executivo, é a ampliação da carteira de
BOLSA DE VALORES Bovespa vive 'boom' de lançamento de ações. Ofertas somam R$ 24,4 bi até novembro.
TRANSPORTE
A
s companhias exportadoras de frango do País começam a usar ferrovias no transporte de refrigerados, para reduzir seus custos. Hoje, uma parte ainda pequena da carga viaja por esse meio com destino aos portos, mas a tendência é de que os volumes cresçam. Pelo menos cinco empresas (Sadia, Frangosul, Big Frango, Unifrango e Seara) já firmaram contrato com a América Latina Logística ALL, que investe pesado para atrair essa carga para o modal. A empresa também pretende prospectar empresas de carne bovina e suína. Por mês, a ALL transporta 20 toneladas de frango. (AE) A TÉ LOGO
Ó RBITA
clientes, já que muitos dos que entraram pela primeira vez costumam repetir a compra em outra oportunidade, nos meses seguintes. Em 2005, a primeira liqüidação da madrugada ajudou o Magazine Luiza a aumentar em 15% sua base de clientes, em 12 meses. Com a segunda versão, a expectativa é bem melhor: de um aumento de 50%, segundo Fonseca. O pagamento, sempre no cartão, pôde ser feito em até 12 vezes para quem trabalha com a bandeira Mastercard, por causa de uma parceria com o Magazine Luiza. Para os demais cartões, o financiamento chegou a oito vezes. Computadores, geladeiras, liqüidificadores e sanduicheiras, além de fogões, estiveram entre os produtos mais vendidos. Mas a surpresa, de acordo com o executivo da rede, ficou por conta da forte procura por móveis, como armários e camas, e, em especial, por colchões. Roseli Lopes
USIMINAS A Nippon Steel Corp. planeja comprar fatia de 1,7% do capital da Usiminas, até o fim do ano.
NATAL DE ELETRÔNICOS POPULARES
G
randes redes varejistas ampliaram em até 30% as encomendas de eletrodomésticos e eletrônicos para o Natal deste ano na comparação com 2005. Os volumes de pedidos que mais se destacam são os das redes de lojas do Nordeste, especialmente as localizadas nas cidades do interior. Nessa área, a taxa de crescimento dos pedidos chega a ser o dobro da dos varejistas do Sul do País. Impulsionadas pelo aumento do salário mínimo e pelo benefício da Bolsa Família, as vendas deste Natal prometem ser essencialmente populares. A estrela da data deve ser o computador barato.
Pressões por aumentos de preços também não têm vez neste fim de ano, por conta do recuo do dólar em relação ao real e do crescimento das importações, que funcionam como uma opção de abastecimento para o varejo. A Lojas Maia, por exemplo, com 115 pontosde-venda espalhados em sete estados do Nordeste, se preparou para vender neste Natal 15% mais do que no ano passado. Já a Lojas Berlanda, com 70 pontos-devenda no Sul do País, está cautelosa. Segundo o diretor, Nilso Berlanda, a rede prevê um acréscimo de 8% nas vendas em relação à 2005 "Estamos otimistas, porém cautelosos." (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
L
Sem a quantidade certa de conselheiros, trabalho da Anatel fica paralisado.
L
Mercosul e UE voltam a discutir acordos de livre comércio
L
Furlan negocia manutenção de preferências comerciais com os EUA
em resultados práticos, mas com exuberância de declarações de boa vontade, "irmandade" e solidariedade, terminou ontem na capital uruguaia a XVI Cúpula Iberoamericana de Chefes de Estado e Governo, cujo assunto principal foi a migração e o desenvolvimento. No documento final da Cúpula, os líderes regionais destacaram a importância dos migrantes no crescimento das economias dos países que os
Tranpor te Urbanismo Distrital Tr â n s i t o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
DISTRITAL FARÁ TESTES GRATUITOS DE GLICEMIA
NO JABAQUARA, AS DIFERENÇAS ENTRE DIET E LIGHT
Essa iniciativa só traz benefícios e bem-estar para a população. Fernando Calderón, superintendente da Distrital Jabaquara
Divulgação
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Palestra, que acontece dia 10, faz parte do projeto Viva a vida com diabetes Rafael Hupsel/Luz
ra, serão realizados testes de glicemia gratuitos para os participantes e degustação de alimentos diet e light patrocinada por empresas parceiras. Projeto - A palestra faz parte do projeto Viva a vida com di ab ete s, uma iniciativa da Prefeitura em parceria com a Distrital Jabaquara. "Este projeto começou há dez meses e é muito importante, já que tem como objetivo promover mudanças no estilo de vida dos portadores de diabetes por meio de hábitos alimentares saudáveis aliados à prática de atividades físicas, visando um melhor controle metabólico e evitando as complicações que poderão ser desencadeadas pela doença mal controla-
A cada dia surgem inúmeras variedades de produtos diet e light. É importante saber a diferença entre eles.
Nádia: é preciso estar atento
da", afirma a nutricionista. Para a nutricionista, é muito importante que o consumidor
GIr Agendas da Associação e das distritais
Hoje I Viva o Centro – O vicepresidente da ACSP Roberto Mateus Ordine participa da reunião-almoço do conselho diretor da Associação Viva o Centro. Às 12h30, na BM&F, praça Antonio Prado, 48. I Mooca – A distrital, em parceria com o Sebrae e o Fórum de Jovem Empreendedor, promove o curso Como se tornar um líder eficaz. Valor: R$ 50,00 (à vista). Às 13h30. Rua Madre de Deus, 222. I Faap – O vice presidente da ACSP Roberto Mateus Ordine participa da palestra de apresentação do Programa Excelência Gerencial do Exército Brasileiro (PEG-EB) a convite do comandante do Exército, general de Exército Francisco Roberto de Albuquerque. Às 16h, no Centro de Convenções da Faap, rua Alagoas, 903. I Lapa – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de saúde do Projeto Empreender, com a palestra Despertando a criatividade de sua empresa e seus funcionários. Às 19h.
Amanhã I Exportação – O vice-
presidente da ACSP Alfredo
Cotait Neto participa da abertura do evento Exportar para Crescer- Novos Caminhos para o Mercado Externo. Às 8h30, em Piracicaba. I Vila Maria – A distrital promove Café com Negócios. Às 8h30. Confirmar presença pelos fones 6954-6303/69575686/6955-7646 com Alessandra ou Alessandro ou pelo e-mail dvilamaria@acsp.com.br, para confecção do crachá. I Penha – A distrital, em parceria com o Sebrae, promove a palestra Plano estratégico de negócios. Às 10h. I Centro – A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 18h. I Jabaquara – A distrital realiza reunião ordinária com a palestra A cidade que queremos, com a participação do Comitê de Política Urbana da ACSP. Às 19h30.
Quarta I Lapa – A distrital realiza
reunião do núcleo setorial de profissionais de Recursos Humanos do Projeto Empreender, com o consultor André Gil Sanchez Jr. Às 10h. I Lapa – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de
profissionais de Escolas Infantis do Projeto Empreender, com o consultor André Gil Sanchez Jr. Às 19h. I Mooca – A distrital realiza reunião ordinária com a palestra A cidade que queremos, ministrada pela arquiteta do comitê técnico Larissa Campagner Arcuri, com a participação do Comitê de Política Urbana da ACSP. Às 19h. I Pinheiros – A distrital realiza reunião ordinária com eleição do conselheiro do ano. Às 19h. I Lapa – A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h30. I Vila Maria – A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h30. I Santo Amaro – A distrital realiza solenidade em comemoração ao 53º aniversário da distrital e homenageia os empreendedores da região. Às 19h30.
conheça as diferenças entre os alimentos diet e light. Os produtos dietéticos foram os primeiros a surgir. Somente depois vieram os alimentos light. "No momento da compra é preciso estar atento às informações nutricionais e compará-las com os rótulos dos alimentos convencionais", diz. D if er en ça s – A definição diet deve ser empregada para os produtos isentos de um ou mais nutrientes específicos da fórmula original. São indicados para pessoas que têm restrição de consumo de algum nutriente. Exemplo: diabéticos (restrição de açúcar) e hipertensos (restrição de sódio).
Os alimentos light, por sua vez, são aqueles cujo valor energético (calorias) ou conteúdo de algum nutriente (açúcar, gordura, sódio, etc) esteja reduzido em pelo menos 25% quando comparados aos produtos convencionais. Ambos são indicados para a perda de peso, dependendo do seu valor calórico. De acordo com Nádia, muitas vezes a população confunde as definições. Um exemplo é o chocolate diet. Indicado para diabéticos, é isento de açúcar, mas apresenta maior adição de gordura, o que faz com que seu valor calórico se aproxime do produto convencio-
BUTANTÃ COBRA FÓRUM REGIONAL
Milton Mansilha/Luz
H
ipertensos, diabéticos e pessoas com nível de colesterol alto ou excesso de peso devem consumir alimentos diet ou light? Chocolate diet, pão light, refrigerante sem açúcar. Diet e light já viraram sobrenome de inúmeros alimentos e bebidas. Mas o que os diferenciam? Para esclarecer essas dúvidas, a Distrital Jabaquara da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoverá, na próxima sexta-feira, dia 10, a palestra educativa Alimentos Diet x Light. Durante a apresentação, ministrada pela nutricionista da Unidade Básica de Saúde Municipal Waldomiro Pregnolatto, Nádia Marques Perei-
nal. "Tanto o alimento diet quanto o light são saudáveis. No entanto, qualquer indicação alimentar deve ser feita por um profissional habilitado, conforme o quadro clínico de cada paciente", ressalta a nutricionista. "Promoveremos mais palestras sobre saúde em geral, especialmente sobre a diabetes. Além desse evento, já está agendada para o próximo mês uma palestra sobre saúde bucal. Essa iniciativa só traz benefícios e bem-estar para a população", conclui Fernando Calderón, superintendente da Distrital Jabaquara. André Alves
N
o último dia 24, o presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Celso Luiz Limongi, recebeu em seu gabinete a comissão do Movimento Pró-instalação do Fórum Regional do Butantã, composta pelos advogados José Sérgio Toledo Cruz, também superintendente da Distrital Butantã, José Vicente Laino, Márcio Sanzi, André Luiz Marques, Augusto Galimberti, Maurício Januzzi e a conselheira Marly Baruffaldi, representantes das regiões de Pinheiros e Butantã. Também participou o prefeito paulistano, Gilberto Kassab. De acordo com o juiz assessor da presidência do TJ, Ronnie Herbert B. Soares, não há previsão de investimentos para o próximo ano. O presidente do TJ informou que já foi assinado o contrato com uma empresa para executar os serviços de informática do tribunal, o que dará maior velocidade ao andamento dos processos. Divulgação/JR Garcia/TJSP
Quinta I Lapa – A distrital promove curso de artesanato do Conselho da Mulher Empreendedora, ministrado pela coordenadora do CME Lapa, Agda Inez Tonon. Às 9h.
Comissão se reúne no TJ
HOMENAGEM – Em homenagem aos militares que recentemente embarcaram para integrar o 5º Contingente de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU), no Haiti, o Exército Brasileiro realizou uma solenidade, no município de Barueri, no último dia 31, em comemoração ao Dia do Material Bélico. Paralelamente ao desfile de militares, aconteceu uma exposição com objetos utilizados em guerras.
PIRITUBA ENTREGA PRÊMIO
A
Distrital Pirituba realizou, no último dia 27, o tradicional encontro de empresários, executivos, industriais, comerciantes e autoridades que atuam no desenvolvimento da região. O encontro, coordenado pelo superintendente da distrital, José Roberto Maio Pompeu, recebeu cerca de 200 pessoas. Todos assistiram a palestra da AES Eletropaulo e Grupo 1 de Jornais com o tema Isso é da sua Conta. A palestra foi apresentada pelos diretores de Clientes, Luiz José Hernandes Júnior, e
pelo diretor regional Anhembi da AES, Butch Mederos. Durante o evento, foram premiados os vencedores do Natal Iluminado de 2005. Os vencedores foram agraciados com o troféu Marco da Paz. Na categoria praça, o prêmio foi entregue para André de Souza Peixoto, representante da praça Yara Yavelber; na categoria estabelecimento comercial, receberam o prêmio Flash Cine Foto, Skill e Cedral Comercial Ltda; na categoria residência, o prêmio foi para a família Fagiolo.
terça-feira, 7 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
AS PRAGAS ESTÃO SE ESPALHANDO VIA CELULAR
Quando a tecnologia engana
Mensagens multimídia e outras aplicações em dispositivos portáteis são vetores das novas pragas, que infectam os aparelhos de quem está em sua lista de contatos e podem deixar os telefones mudos.
Ela não é perfeita. Fez com que caíssemos em algumas armadilhas desde que surgiu.
Antivírus para celular o ano passado, uma operadora de telefonia móvel da Europa instalou um filtro de verificação do tráfego MMS (mensagens multimídia) e constatou que 5% das mensagens continham um vírus, que se propagava por meio de outras mensagens enviadas para os números da lista de contatos do celular atacado. "Assim como ocorre com PCs, o vírus pode travar as aplicações de dados ou trazer o risco de roubo de informações pessoais. Pior ainda, pode derrubar a comunicação de voz, o que gera contratempos para os usuários e prejuízo para as operadoras". afirma Frederico Tostes, gerente-geral da Fortinet Brasil. A empresa acaba de lançar o FortiClient Mobile, um pacote que inclui anti-vírus, antispam, firewall e cliente de VPN (rede virtual privada), para proteção de dispositivos com sistemas Windows Mobile ou Symbian. Embora a Fortinet tenha uma ampla linha de soluções
Operadora européia instalou filtro de controle de tráfego e descobriu 5% das mensagens com vírus
de proteção para redes, servidores, desktops e notebooks. Tostes destaca que as abordagens de segurança têm que ser específicas para o hardware e o perfil de uso de celulares. Por exemplo, o mecanismo antispam normalmente é configurado para só aceitar mensagens enviadas por números cadastrados. Desta forma, além de evitar a perda de tempo lendo e-mails desnecessários, há uma economia efetiva, pois todas as mensagens recebidas são tarifadas. O desenvolvimento da solução de telefonia móvel da Fotinet foi motivado, em meados do ano passado, por solicitação de uma operadora da Europa, grande cliente da empresa, que queria uma solução mais robusta de proteção. "Um grande problema (gerado pela falta de segurança em comunicações móveis) é a carga de chamadas na central de atendimento. Antes, o assinante só ligava quando a rede caía, ou quando havia problemas de clonagem. Agora, ele reclama
se a aplicação de dados não funciona", observa Tostes. "Se o vírus descarrega a bateria do celular ou impede que se façam ligações, a operadora perde receita", acrescenta. O ataque mais devastador ocorreu no ano passado, com o Doombot, que infecta dispositivos móveis via web, MMS/SMS e Bluetooth. O vírus aumenta o consumo da bateria e dificulta a reinicialização do aparelho. No Brasil, segundo Tostes, os primeiros canais de distribuição do FortiClient Mobile foram os integradores de aplicações corporativas, como automação de força de vendas e logística. Essas aplicações trafegam informações críticas, que precisam ser protegidas em uma VPN (que cria um túnel blindado entre as duas pontas da conexão). "No mundo, temos acordos com operadoras e já iniciamos parcerias com fabricantes, para que os aparelhos incluam a suíte de segurança", informa. Vanderlei Campos
Guido Orlando Jr. tecnologia criou alguns conceitos nos quais teimamos em a c re d i t a r, m a s n o fundo sabemos que não passam de pura ficção. Vou analisar alguns deles. Depois, veja se não tenho razão. Tempo para lazer Uma coisa que realmente não entendo é a máxima de que a tecnologia chegou para que tenhamos mais tempo para o lazer. Pare para pensar um pouco: depois que ela foi inserida na vida das pessoas, passamos mais tempo trabalhando do que nos divertindo. E mesmo quando estamos fazendo isso, em férias, por exemplo, existe sempre o risco do celular tocar para sermos consultados sobre algum assunto da empresa. Tudo bem que podemos ignorar a ligação, mas isso não nos deixa tranqüilos e quebra o ritmo das merecidas folgas. É certo que fazemos as tarefas mais rapidamente do que antes, não há dúvida. Para escrever esse texto e enviá-lo para a redação, por exemplo, eu levaria muito mais tempo em uma máquina de escrever do que no computador, por vários motivos: a digitação seria mais lenta, pelo próprio mecanismo do teclado; o texto final ficaria todo cheio de correções e rabiscado, pois é modificado várias vezes até chegar à edição final; por fim, teria que dar um jeito de entregar na redação, já que não escrevo no ambiente do jornal. O problema é que o tempo que eu teria disponível para lazer por escrever e entregar o trabalho mais rápido é preenchido por uma nova tarefa que está à espera e tem que ser entregue o quanto antes. Terminada essa outra, um novo serviço já está à espera e por aí vai. Criei uma lei que é a seguinte: a velocidade com que os novos trabalhos chegam é diretamente proporcional à velocidade que os entregamos. Isso quer dizer que estamos trabalhando muito mais, no mesmo espaço de tempo, do que antes da era da tecnologia. E mesmo assim achamos que o tempo não é suficiente. Tente lembrar quando foi a ultima vez que você saiu no horário normal do trabalho. Se lembrou, veja se não exis-
tiu um sentimento de culpa lá no fundo, aquela sensação de que não deveria estar indo embora naquela hora e que ainda existia muita coisa a ser feita naquele dia. Agora pare para pensar quantas vezes levou trabalho para casa, para fazer no micro ou ler algum relatório para o dia seguinte. Você verá que mais vezes do que desejava. O pior de tudo é que não sentimos o tempo passar e o dia com 24 horas precisaria ser aumentado. Eu imaginava que, quanto mais idade eu ganhava, mais rápido o tempo passava. Lembro de quando eu era criança e o tempo fluía de maneira lenta e os dias pareciam intermináveis, até o dia em que minha filha, há alguns anos atrás, disse que o tempo passava muito rápido. Tomei um susto. A partir daí comecei a reparar no que ela fazia: lição de casa e pesquisa da escola no computador; videogame para
brincar; TV para se distrair; volta ao computador para conversa on-line. Ficar um tempo sem fazer nada, brincando de alguma coisa que dá a sensação do relógio fluir de maneira vagarosa? Sem chance. Todas as atividades dela são incansáveis devoradoras de tempo. Perguntei se as aulas demoravam a passar. Não, foi a resposta. Até em aula o ritmo de atividades é intenso e ela não sente o tempo passar. Fui mais além e perguntei para as amigas dela. Mesma resposta: o tempo passa e elas não sentem. E o que é pior: uma delas disse que foi de férias para um local isolado e não tinha "nada": tv, computador, celular ou videogame. E que o tempo demorou muito a passar. Se divertiu, mas achou meio chato...
Desemprego Uma das crenças mais enganosas é que a tecnologia causa desemprego. Acredite ou não, acontece exatamente o contrário. Ela gera muito mais do que desemprega. O problema é que a mídia dá mais destaque quando ocorrem demissões pela implantação tecnológica em uma fábrica e não consegue medir os empregos gerados por essa mesma tecnologia. Antes de ela ter sido adotada, um verdadeiro batalhão de profissionais foi utilizado e outro número igual deverá ser mantido para que ela continue a funcionar. A questão é de qualificação profissional e não de extinção de postos de trabalho. No geral existe aumento na oferta de empregos como um todo. E aí ocorre uma ironia: não é raro encontrar desempregados das fábricas trabalhando no mercado informal de tecnologia, vendendo CDs e DVDs piratas nas bancas de camelô. Ou então trabalhando em alguma "fábrica" de fundo de quintal que monta microcomputador ou máquina de videopôquer. Segurança Existe a crença de que a tecnologia - mais precisamente a internet - é extremamente insegura para transações financeiras. Pode ser. Mas os riscos de um hacker pegar senhas ou invadir um micro são bem menores do que você ou um conhecido seu sofrer esse tipo de assalto. Conte quantas pessoas você conhece e que fazem transações via internet já tiveram o micro invadido ou a senha roubada, tendo como conseqüência prejuízo financeiro. Agora tente lembrar quantas pessoas você conhece que já tiveram a casa invadida, sofreram algum tipo de roubo ou assalto. Não que o ambiente da internet seja seguro. São mais do que conhecidas as precauções que devem ser tomadas no ambiente da Web. Mas a crença é a de que é mais seguro ir ao banco do que fazer um pagamento ou transferência sem sair de casa. Isso sem contar uma possível batida no carro ou um retrovisor arrancado por um motoqueiro. Porém, sou obrigado a admitir que a segurança nos celulares deixa muito a desejar. Aposto que você conhece alguém que já teve o telefone móvel clonado.
Gamers, fiquem de olho no XBox 360. Xbox 360 inaugura uma nova era para os gamers brasileiros. Depois de muita luta para que o console fosse lançado oficialmente no País, a Microsoft cedeu. Está marcado para 9 de novembro, esta quinta-feira, a coletiva para anunciar o lançamento. A apresentação exclusiva para a imprensa contará com a presença de Daniel Cervantes, diretor da divisão de jogos e entretenimento da Microsoft na América Latina, e Milton Beck, diretor de jogos e entretenimento da Microsoft Brasil. O próprio fundador da empresa, Bill Gates, e o gerente de entretenimento digital, Peter Moore,
informaram que o console seria vendidos para países, como Brasil, Chile, Índia, Polônia, África do Sul, República Tcheca , Hungria e Eslováquia. O videogame de última geração mais aguardado pelo mercado nacional representa uma evolução em relação aos games e recursos de entretenimento de alta definição. Reúne diversas funcionalidades de hardware, software e serviços. Além de jogos, é possível ouvir música, ver fotos, vídeos, que adquirem dimensão ampliada com o novo Xbox 360. O produto já vem de fábrica com vários recursos inéditos: os usuários poderão
assistir a filmes em DVD com scan progressivo; gravar músicas no disco rígido, compartilhar fotos digitais, fazer streaming de mídia digital armazenada no player portátil de música, na câmera digital, no Microsoft Windows Media Center PC ou em qualquer PC com Windows XP. Em engenhosa fusão de forma e função, o Xbox 360 oferece tecnologia sofisticada. Dois dos mais inovadores estúdios de design — a Astro Studios, de São Francisco, EUA, e a Hers Experimental Design Laboratory, de Osaka, Japão — uniram-se para idealizar o sistema que será lançado. Fábio Pelegrini
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Equipamento Vír us We b Fotografia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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ENTIDADES DE REGISTRO INCENTIVAM A EXPANSÃO
Brasil: uma das melhores proporções entre registros nacionais (.br) e genéricos (.com, .net,.org)
Um milhão de domínios ". br" Registros na internet devem dobrar em quatro anos
91% São domínios comerciais, conhecidos com com.br
Cyro Fiúza á poucos dias, o Brasil atingiu a marca de um milhão de domínios ".br" geridos e armazenados pelo Registro Brasileiro (www.registro.br), sob a coordenação do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br (www.nic.br), entidade civil sem fins lucrativos criada para implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br (www.cgi.br). O crescimento do registro de domínios no último 12 meses foi de quase 20%, e a perspectiva é que esse aumento prossiga no mesmo patamar nos próximos quatro anos, quando então o registro atingirá 2 milhões de domínios ".br", segundo projeção de Hartmut Richard Glaser, diretor do NIC.BR. "Hoje temos uma base de cerca de 800 mil clientes e o Brasil tem uma grande capacidade de crescer nessa área, já que muitos usuários da Internet ainda não têm conheci-
mento dos procedimentos para se registrar um domínio", afirma Frederico Neves, diretor de Serviços & Tecnologia do NIC.br. Hartmut Glaser aponta outros fatores para esperar tal desenvolvimento. "Ainda temos uma grande região do Brasil não coberta pela telefonia – cerca de 1.500 a 2.000 mil municípios não cobertos por telefonia ADSL – que aos poucos vai sendo atendida pelos programas de inclusão digital do governo federal". O Brasil também é um dos países que apresenta uma das melhores proporções entre registros nacionais (.br) e registros genéricos (.com, .net, .org). "Praticamente 90% de todos os domínios registrados por brasileiros, são .br. Em muitos países o domínio nacional perde para os genéricos (.com, .net, .org)", diz Frederico Neves. Já a distribuição de domínios .com e .net é realizada através de distribuidores autorizados previamente credenciados pela ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), órgão que
regulamenta os registros de domínios na internet. A VeriSign, empresa norte-americana instalada no Brasil, oferece acesso à base de domínios por meio do sistema de registro compartilhado. Recentemente, a empresa credenciou a LocaWeb e a Nomer.com, duas empresas locais, como distribuidores oficiais no País. Segundo Erica Saito, gerente regional da unidade de Serviços de Informação da VeriSign para a América Latina, o domínio .com cresceu 21% no País no primeiro semestre deste ano. Incentivar o crescimento e o desenvolvimento da internet são as principais atribuições do CGI.br. O marco de um milhão de domínios registrados faz com que a entidade reforce o seu posicionamento junto à comunidade brasileira. Neste ano, diversas iniciativas foram realizadas, como o lançamento da campanha antispam e a publicação da nova versão da Cartilha de Segurança – documento que contém recomendações sobre como navegar com mais segurança e se prote-
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CRIME Hackers chilenos foram acusados de invadir o site da Nasa e outras 8 mil invasões
Ó RBITA
ger de ataques. O CERT.br, grupo de segurança do NIC.br, também publica mensal e trimestralmente estatísticas sobre incidentes ocorridos na internet, relatados por administradores de rede e usuários. Outra missão da entidade é coletar e disseminar informações sobre as características e números da internet no Brasil. Para isso, diversos estudos são realizados durante o ano, como as Pesquisas Sobre o Uso das Tecnologias e da Comunicação no Brasil (TIC Domicílios e TIC Empresas), feitas anualmente com o objetivo de medir a penetração e uso da rede nas casas, incluindo governo eletrônico, comércio eletrônico, segurança, educação e barreiras de acesso. Números –Entre as informações coletadas e disponíveis no site http://registro.br, é possível encontrar na janela "estatísticas" os quadros de crescimento do mês, dos últimos 12 meses e desde o início da captação, de 1º/01/96 até o dia de hoje. Os dados são atualizados diariamente.
20% Foi o crescimento em um ano
CASTIGO O grupo foi desarticulado ontem pela Brigada do Cibercrime após 8 meses de buscas
Por João Magalhães
INFERNO
ETERNO
ORÁCULO
norte-americano Kenneth Aronson está vendendo o site Hell.com por um milhão de dólares. Não é a primeira vez que ele quer se livrar de seu inferno online. Em 2000, pediu oito milhões de dólares pelo endereço eletrônico. Aronson conta que o Hell.com era freqüentado por membros do Final.org, um grupo de artistas e visionários digitais. Ele revela ainda que o Hell.com residia numa web paralela particular e que não podia ser acessado por qualquer navegador. De fato. O que se vê no site é apenas um símbolo. Ao se clicar nele surge um campo de buscas do Google. O Hell.com é um dos milhares de domínios internet que estão sendo oferecidos em páginas web de leilões baseadas em Hollywood, na Flórida. No começo do ano, o Sex.com, por exemplo, foi vendido por 12 milhões de dólares. Links: http://final.org/ http://www.hell.com/
m entrevista à revista espanhola Muy Interesante, o músico, escritor e expert em robótica Ray Kurzweil predisse que, em 2029, graças à nanotecnologia, será possível colocar minúsculos robôs no cérebro para melhorar sua habilidade para pensar. Kurzweil profetizou também que mais para frente será construída uma réplica perfeita do cérebro humano, por meio de circuitos tridimensionais de nanotubos, dando à luz, assim, a uma inteligência artificial superior – uma espécie de seu sósia robótico, que será imortal. "O professor norteamericano Andreas Nowatzyk já trabalha em um projeto para copiar o cérebro de um rato. Este é primeiro passo para fazer máquinas que pensam, falam, sentem e agem como nós em tudo por tudo", garante Kur. A propósito, o inventor chinês Zou Renti moldou um perfeito clone de si mesmo, que é quase impossível distinguir um do outro. Você seria capaz de dizer, na foto abaixo, qual dos dois é o clone? Links: www.kurzweilAI.net http://www. muyinteresante. es/canales/muy_act/ entrevi/entrevis32/ entrevis.htm. (Resposta: o clone é o da direita)
"We Feel Fine", applet java sensacional, criado por Jonathan Harris, ganhador de um Webby Awards, e Sepander Kamvar, o cérebro por trás dos aplicativos do Google, garimpa, de minuto a minuto, os mais novos posts publicados em diários digitais de todo o mundo, em busca de frases como "I feel" (Eu sinto) e "I am feeling" (Eu estou sentindo). Quando as acha, grava o trecho de texto em que elas estão inseridas e identifica a expressão de sentimento que ele contém, como "feliz", "deprimido", "triste", e por aí vai. O nome do autor, idade, sexo – tudo o que faz parte de um template de blog é capturado. Assim, o "We Feel Fine" pode exibir também as condições do tempo do local
CRUCIFIXO MUSICAL design do Saint B Player, toca-MP3 em forma de crucifixo, projetado pelo estúdio russo Manworks, é lindíssimo. Ele pode ser usado em torno do pescoço, como jóia. Tem uma fina tela OLED, de apenas duas linhas de texto. Tamanho: 92x64x11 mm. Recebe arquivos de música armazenados, em um PC, via porta USB. Promete ser um sucesso no mercado, mas ainda não foi fabricado. O Manworks alerta para o tipo de música que deve ser ouvida no Saint B. Curioso é que este conceito
de player digital é bem parecido com o do I Believe, uma capa para o antigo iPod Shuffle, também na forma do mais antigo símbolo cristão. De cada unidade vendida do I Believe, que custava US$ 12,95, um dólar era doado para as vítimas do furacão que devastou a cidade de New Orleans, nos Estados Unidos. Links: http://www.manworks design. com/eng/index1.php?id_ part=5 http://www.devoted1. com/
GOOGLE CUPIDO ão, não se trata de uma das dezenas brincadeiras de primeiro de abril do líder dos sistemas de buscas, nas quais muitas vezes acreditamos, mas sim de uma nova e real ferramenta, ainda em versão experimental, que funciona a partir do Base.Google.com. Você coloca lá sua idade, estado civil, perfil físico, cidade onde mora e aguarda o retorno das interessadas (os). Só vale, por enquanto para
quem mora nos Estados Unidos. Mas quem sabe se alguma brasileirinha (o) que está, por exemplo, em Nova York, não fica seduzida (o) por seus predicados e lhe retorna um promissor "alô". Links: http://www.google discovery. com /2006/10/brincadeiras-de-1de-abril-do-google.html http://base.google.com/ base/ search?a_n0= people+profiles&a_y0=9&hl= es&gl=es
onde se encontra o blogueiro e a que horas a frase foi escrita. Atualmente, o site armazena milhões de dados sobre os sentimentos humanos nos quatro cantos do planeta. Isso lhe permite dizer, por exemplo, se os americanos sentem tristeza com mais freqüência do que os europeus ou se as mulheres acham que são mais propensas à obesidade do que os homens. Link: http://www.wefeelfine.org/
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Vír us We b Fotografia Chip
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Sanyo, Ricoh, Minox e Ferrania apostam em modelos com recursos para todos os usuários
EMPRESAS LANÇAM CÂMERAS COM DIFERENCIAIS
´ NOVISSIMAS Fotos: Ana Maria Guariglia
Minox 1011: 10,1 MP por US$ 200.
Solaris 602: 6MP e preço de US$ 170.
XACTI A6: câmera e filmadora a prova d'água.
Solaris Single Use: descartável por apenas US$ 15.
Estas câmeras ainda não estão aqui Ana Maria Guariglia anyo, Ricoh, Minox e Ferrania formam um time de marcas de câmeras digitais que ainda não figuram no dia-a-dia dos fotógrafos brasileiros. Algumas já tiveram representação no Brasil na época das compactas convencionais, até com filmes e outros acessórios. São competitivas no exterior, estão lado a lado das marcas mais conhecidas, Nikon, Olympus, Canon, Sony e Kodak. Cada uma oferece equipamentos com características e tendências atuais. O que muda é o formato, como no caso da Sanyo – conhecida aqui pelas pilhas e baterias. Seu carro-chefe é a compacta XACTI Digital Movie CA6. É uma das primeiras também filmadora digital. Armazena fotos com 6 MP de resolução e grava imagens no formato MPEG 4, com som estéreo e resolução de 640 X 480 pixels. À prova d'água, tem monitor de 2 polegadas e estabilizador
de imagens indicado contra ventos fortes durante as filmagens e mãos trêmulas durante a captura. A lente macro capta pequenos objetos a partir de um centímetro, bom para colecionadores de selos e de moedas. Nos modos automáticos, fotografa esporte, retrato, paisagens diurnas e noturnas, fogos de artifício, praia e neve. O flash automático pode ser desligado. Custa em torno de US$ 290 e utiliza bateria de lítio, com autonomia para 80 minutos na captura e filmagem de videoclipes, e 200 minutos para reprodução. Pode usar cartões SD (Secure Digital) ou MMC (MultiMedia) de um gigabyte. A objetiva é de 38/190 mm, com zoom óptico de 5 vezes e digital de 12 até 58 vezes, para vídeos. As resoluções de imagem variam de 6 MP (2.816 X 2.112 pixels) a 0,3 MP (640 X 480 pixels). Velocidades do obturador, de 1/2 segundo a 1/2.000 segundo, com sensibilidade ISO para fotografar em diversos tipos de iluminação, variando de ISO 400 a ISO 3.600.
A italiana Ferrania lançou o protótipo da Solaris Digital Single Use Camera 2006, descartável para uso único. Sem data para entrar no mercado, deverá custar em torno de US$ 15. Vem com monitor de cristal líquido de 1,5 pol, resolução de 4 MP e flash embutido. O usuário vê as imagens na telinha, mas só pode apagar a última, devendo baixá-las e imprimi-las nas lojas. Outros modelos são a Solaris 602 (US$ 170), com seis MP, e Solaris 701, 7 MP (US$ 180), que tem zoom ótico de 3 vezes e digital de 5 vezes, monitor de 2,5 polegadas, com bateria de Lítio. A V501 (US$ 200) se destaca pela possibilidade de reproduzir e gravar músicas em MP3. A capacidade é de 5 MP; também faz videoclipes, com monitor móvel de 2 polegadas.
A Ferrania está ausente do mercado brasileiro há mais de 20 anos, quando fornecia filmes convencionais 35 mm. Foi fundada em 1926. Além de produzir câmeras descartáveis 35 mm e de formatos 126/110, que ainda são usadas na Europa, confecciona tinta para impressão, que levam as marcas dos fabricantes de impressoras. A Caplio 500G Wide (US$ 700) é resultado de uma pesquisa da indústria japonesa Ricoh, feita especialmente para profissionais que fazem montagens de sites e trabalham com a internet. É resistente à água e à poeira, tem flash embutido com alcance de 10 m. A resolução é de 8,3 MP, com sensor CCD. A objetiva de 28/85 mm oferece zoom óptico de 3 vezes e digital de 4 vezes. O monitor de cristal líMinox B: nas mãos de espiões desde os anos 40.
quido é de 2 polegadas, com foco automático. Grava vídeos, funciona como gravador de voz, que pode ser transferido para a internet. Utiliza cartões SD/MMC. A compacta é acionada por duas pilhas AA. A Ricoh emprega 75 mil pessoas e teve receita anual em 2005 de US$ 17 bilhões. Produz soluções para imagens, entre câmeras e outros insumos. Já a Minox entrou no mercado europeu com a digital DC 1011 (US$ 200), com 10,1 MP, destacando-se o estabilizador de imagens de extrema sensibilidade a ponto de perceber as mudanças de velocidade e de resolução, além de controlar as fotos que poderiam tremer. Aberturas e velocidades são feitas manualmente, o mesmo com os modos de cenas para retratos e fotos noturnas, que também podem ser automáticas. O monitor de 2,8 polegadas tem cobertura anti-reflexiva que permite visualizar a imagem de qualquer ângulo, até mesmo sob a luz forte do sol. A
memória interna é de 32 MB e aceita cartões SD/MMC de 1 GB. Possui microfone e flash integrados e utiliza bateria de lítio. O modelo DC 8122 (US$ 195) tem 8,1 MP e as mesmas características de DC 1011. A Minox foi fundada nos anos 30 por Walter Zapp (19052003), que se especializou em câmeras diminutas, conhecidas como "finger size camera" (câmera no tamanho do dedo), muitas vezes usadas pela espionagem na época da 2ª Guerra Mundial (1939-1945). No início da guerra, Zapp foi para Wetzlar, cidade que ainda hoje é o centro da indústria óptica alemã, continuando a produzir suas máquinas miniaturas. O grande sucesso entre os aficionados da época foi a Minox B, nos anos 1940, usada inclusive por fotógrafos profissionais para instantâneos. Para conhecer mais: www.sanyo.com www.ferraniait.com www.minox.com www.ricoh.com
Este chip promete capturar mais e melhor e tudo der certo, a partir de 2007, bom número de digitais devem sair com o sensor CMOS para captura de imagens, competindo ainda com o CCD. O anúncio tem como base as pesquisas que a companhia norte-americana Micron Technology está fazendo com a confecção do CMOS HD de alta definição, (High Definition). Da forma como prevê, o novo sensor poderá até deixar para trás seu concorrente, eleito pela maioria dos equipamentos digitais compactos e de sistema reflex. Segundo Bob Grove, vice-
presidente da Micron, foi adicionada em uma área micrométrica do CMOS um pixel de estabilização de imagem – recurso que virou uma febre entre as câmeras. "Nos testes, teve excelente desempenho, o que nos leva a crer que demos um grande passo para a captura da imagem digital e que vai torná-lo mais atraente e competitivo", disse. O sucesso dos testes tem um valor significativo não só pela idéia de aplicar um pixel, mas pelo sensor em si poder oferecer melhor rendimento para a câmera.
O CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductor – Semicondutor de Óxido Metálico Complementar,
circuito integrado que inclui decodificadores e microprocessadores) sempre sofreu restrições devido à
Divulgação
CMOS HD de alta definição: melhor rendimento.
lentidão no registro das fotos, o que o descarta para máquinas de alta resolução, de 8 e 10 megapixels. Porém, tem a qualidade de ser de baixo consumo de energia, uma boa uma opção, principalmente para aparelhos que usam pilhas AA e não baterias do tipo lítio e íon, por exemplo. Por ser diminuto, também contribui para a manufatura de câmeras ultracompactas e finas (slims). Já o CCD (ChargeCoupled Device ou Dispositivo de Carga Acoplado, formado por circuito de capacitores, não
só usado em foto digital, mas também em astronomia e espectroscopia óptica) funciona de acordo com a vida útil das fontes, mas, por ser mais rápido na captura, seus circuitos de conversão esquentam a câmera. A Micron vai continuar as pesquisas para inovar cada vez mais o novo sensor e torná-lo popular, mediante a demonstração dos testes. Fazem parte dos produtos da empresa os flash memories (cartões de memória), produtos e serviços para networking e câmeras-fone. (Veja www.micron.com) (AMG)
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Planalto Congresso Corr upção Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Essas ligações são uma das questões mais importantes. Fernando Gabeira
SERRA NÃO IRÁ COMPARECER À CPMI.
NEGRI, COSTA E SARAIVA FELIPE IRÃO FALAR COMO CONVIDADOS. Cristina Horta / Estado de Minas / AE
Eymar Mascaro
Lindomar Cruz / ABr 25/07/06
O fico
O
senador Tasso Jereissati não quer transferir a presidência nacional do PSDB para Geraldo Alckmin. O mandato de Tasso termina somente em novembro de 2007 e, sem este cargo, Alckmin fica também sem uma tribuna apropriada para fazer oposição ao governo Lula. Após a derrota para Lula, esperavam os alckmistas que Tasso abrisse mão da presidência do partido para Alckmin. Mas há dias houve uma reunião em São Paulo, com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e dos governadores eleitos José Serra e Aécio Neves, onde ficou decidido que Tasso fica até o final.
VÁLVULA Uma das alternativas admitidas por Alckmin é continuar estudando as questões nacionais no Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB. O instituto deve ser a nova trincheira do exgovernador. Outra opção de Alckmin é fazer palestras, sobretudo para universitários, e voltar a exercer a medicina. Saraiva Felipe vai prestar esclarecimentos na quarta-feira. Amanhã é dia da CPMI ouvir o ex-ministro Humberto Costa. Ambos ocuparam a pasta da Saúde entre 2003 e 2005, durante o governo Lula.
TRÊS EX-MINISTROS VÃO DEPOR. MENOS SERRA.
P
assadas as eleições, três ex-ministros da Saúde – Barjas Negri (PSDB), Humberto Costa (PT) e Saraiva Felipe (PMDB) – confirmaram suas presenças em depoimentos hoje e amanhã na CPMI dos Sanguessugas. O governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), é o único dos quatro ex-ministros convidados pela CPI que não vai à comissão de inquérito. "Não tem motivo para ele ir à CPMI. Ele não tem nada a acrescentar", justificou ontem o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães Júnior (BA). "Ele (Serra) pode até ir. Mas só depois que o Mercadante e o Lula comparecerem. O Mercadante porque teve um assessor seu envolvido diretamente na história do dossiê contra os tucanos. Já o presidente Lula,
porque tem muitos amigos de- Paulo. A previsão é que o gole envolvidos nessa história", vernador tucano retorne ao Brasil na semana que vem. completou. Prefeito de Piracicaba, o exHamilton Lacerda, coordeministro tucanador de cono Barjas Nemunicação da campanha ao gri confirmou seu comparegoverno de São Paulo do cimento hoje à Não tem motivo para tarde na CPMI senador Aloio Serra ir à CPMI, pois zio Mercadandos Sanguesele não tem nada a sugas. No aute (PT), foi flagrado pelas ge da campaacrescentar. Ele só vai nha eleitoral, o câmeras de depois que o presidente Luum hotel na Mercadante e o Lula la chegou a cicapital pauliscomparecerem. tar o nome de ta com malas que teriam R$ Barjas por enJutahy Júnior volvimento 1,7 milhão. Esses recursos com o esqueseriam usados para compra de ma durante um debate com o um dossiê que compromeria candidato derrotado à Presidência, o tucano Geraldo Alckpolíticos tucanos. Serra está em Washington min. O prefeito tucano decidiu (EUA) para renegociar em- comparecer mesmo contrapréstimos para o metrô de São riando correligionários que
defendiam sua ausência. Humberto Costa, que foi derrotado na disputa pelo governo de Pernambuco, também se comprometeu a depor na quarta-feira pela manhã. O deputado Saraiva Felipe (PMDB) vai falar à tarde. Costa e Felipe foram ministros entre 2003 e 2005 no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Serra e Barjas Negri comandaram o Ministério da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso entre 1998 e 2002. Os quatro ex-ministros foram convidados para ir à comissão e, portanto, não são obrigados a comparecer. Com o depoimento dos ex-ministros, a CPMI pretende esclarecer as denúncias de envolvimento de funcionários do Ministério da Saúde a compra superfaturada de ambulâncias pelas prefeituras. (AE)
Márcia Fernandes / AE 30.08.05
GABEIRA: CPMI DEVE INVESTIGAR LIGAÇÕES Foram 32 telefonemas que ligam Berzoini a Freud Godoy.
O
JB Neto / AOG 18.09.06
O advogado de Godoy diz que a Caso presta serviços de segurança ao comitê de Berzoini. Algumas das ligações coincidem com um momento crucial da negociação do dossiê, nos dias 11, 12 e 13 de setembro.
sub-relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), defendeu ontem a investigação, pela comissão, das ligações dos telefones do comitê de campanha do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) para a empresa Caso Sistemas de Segurança. A firma é do ex-assessor especial da Secretaria Particular da Presidência da República, Freud Godoy. Em agosto e setembro, há pelo menos 32 ligações entre o comitê do petista, em São Paulo, para a Caso. "Essas ligações são uma das questões mais importantes a serem examinadas ao lado das investigações sobre a origem do dinheiro para a compra do dossiê contra os tucanos", afirmou Gabeira. Ele observou, no entanto, que a CPMI ainda não teve acesso à quebra do sigilo telefônico da empresa de Godoy e da mulher dele, Simone Godoy. O deputado argumentou também que o advogado de
Freud Godoy, Augusto Botelho, afirmou que a Caso presta serviços de segurança ao comitê de Berzoini e as ligações são decorrentes deste contrato. "Temos de examinar isso tudo e só então tomar uma posição", disse. Algumas das 32 ligações telefônicas coincidem com um momento crucial do processo de negociação do dossiê. Há uma seqüência de seis telefonemas em 11, 12 e 13 de setembro. No dia 14, de acordo as investigações da PF, o ex-assessor do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Hamilton Lacerda, levou ao Hotel Íbis o dinheiro destinado para a compra dos documentos do dossiê. O mais longo telefonema, com cinco minutos de duração, foi realizado às 11h08 de 13 de setembro. Outra seqüência de 13 telefonemas do comitê de Berzoini para a Caso é identificada entre 21 e 29 de setembro, às vésperas do primeiro turno das eleições. No dia 29 há o registro de duas chamadas entre os dois escritórios. (AE)
Maranhão, mas apoiou Lula no estado.
FILIAÇÃO
INTERESSE
Roseana Sarney já pediu desligamento do PFL e deve se filiar ao PMDB, juntamente com o senador eleito no Maranhão pelo PTB, Epitácio Cafeteira. Assim, o PMDB vai ficar com 20 senadores e pode emplacar novamente Renan Calheiros na presidência do Senado.
José Serra e Aécio Neves são os principais presidenciáveis do PSDB em 2010, e não interessa a ambos o fortalecimento de mais ninguém no partido. Alckmin perdeu a eleição, mas alcançou quase 40 milhões de votos, sendo, portanto, um nome também a ser lembrado daqui a quatro anos.
Em contrapartida, também Aldo Rebelo (PC do B) confabula com lideranças de outros partidos para sedimentar sua candidatura à reeleição à presidência da Câmara. Parece que a campanha de Aldo será mais tranqüila do que a de Renan Calheiros.
MARÉ MANSA
SAÍDA Pode ser também que a saída de Alckmin seja a candidatura à prefeitura de São Paulo em 2008. Alckmin foi bem votado na capital e estaria bem cotado para a disputa. Seu principal adversário deve ser Gilberto Kassab (PFL), candidato à reeleição.
CHAPA Serra e Aécio se elegeram governadores de São Paulo e Minas de olho na candidatura presidencial em 2010. Mas há sinais de que os dois poderiam reviver a política café-com-leite, constituindo a chapa Serra/Aécio. O governador mineiro teria a promessa de ser o candidato do partido a presidente em 2014.
PERIGO Mas a candidatura de Renan Calheiros corre risco caso José Sarney (também do PMDB) aceite a sugestão de se candidatar ao cargo. Sarney está sendo insuflado por um grupo de senadores suprapartidários, que quer jogar água no chope de Renan.
DECISÃO
PROVOCAÇÃO
O PFL está decidido a alçar vôo próprio em 2010. O partido deseja lançar candidato à presidência e dispõe, atualmente, de dois virtuais postulantes: o prefeito do Rio, César Maia, e o empresário paulista Guilherme Afif Domingos, que arrancou expressiva votação para o Senado.
Nem os petistas estão levando a sério a eventual candidatura do líder do PT, Arlindo Chinaglia, à presidência da Câmara. Enquanto isso, os aliados admitem que Chinaglia estaria querendo alguma compensação do governo.
SEM NOME O PT ainda está sem nomes com densidade eleitoral para concorrer à presidência em 2010. Falase no governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, e em Marta Suplicy. Mas a ex-prefeita avisou o partido que será candidata de novo à Prefeitura em 2008. Por enquanto, Marta descarta o Planalto.
NO TIME Lula quer Roseana Sarney colaborando com o governo. É possível que a senadora ocupe um ministério, que seria o de Comunicações. Roseana disputou a perdeu para Jackson Lago (PDT) a eleição para o governo do
AMEAÇA Passadas as eleições e assegurada a reeleição de Lula, o MST volta com as ameaças de retomar as invasões de terra e outras propriedades privadas. O MST quer que Lula mude a política econômica, por entender que o "neoliberalismo privilegia as elites".
RECURSO O vice-presidente eleito José Alencar deve embarcar amanhã para os EUA para passar por nova bateria de exames médicos. Os médicos do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo encontraram um novo tumor na região do abdômen de Alencar. É possível que o vice passe por outra cirurgia em Nova York.
terça-feira, 7 de novembro de 2006
A
s Forças Armadas do País vão mobilizar cerca de 10 mil pessoas na Operação Pampa 2006, um exercício combinado de guerra convencional, de características ofensivas, que começou ontem (5) e prossegue até a próxima segunda-feira (13 de novembro) nos três Estados do Sul. O general-de-Exército Carlos Alberto Pinto Silva, comandante militar do Sul e comandante do Teatro de Operações Sul, disse que as manobras servem para adestrar a tropa e também à estratégia da dissuasão. "Elas mostram que temos Forças Armadas unidas e capazes de ser empregadas", destacou. O exercício contará com cerca de 5,8 mil militares do Exército, 3,4 mil da Marinha e 500 da Força Aérea. A primeira etapa, no domingo, foi o embarque de 1,2 mil militares num navio de transporte de tropas, no porto de São Francisco do Sul, em Santa CataAs manobras rina. A divimostram que são desemtemos Forças b a r c a n o porto de Armadas Rio Grande unidas e (RS) nesta capazes. terça-feira. Para as General Pinto o p er a ç õe s , Silva o c o n t i ngente será dividido em dois comandos. Um deles vermelho, menor, responsável por movimentos táticos que vão provocar as operações do segundo. No comando azul estará a maioria dos militares treinando ataques terrestres e aéreos, transposição de cursos d'água e defesa de portos e territórios. Além das ações no interior e litoral do Rio Grande do Sul, haverá simulação eletrônica de combates em Curitiba. O dia mais movimentado deve ser a quinta-feira, com operações ofensivas terrestres em Santiago (RS), defesa e controle do porto de Rio Grande e ações aéreas de interdição e apoio. A operação envolveu o deslocamento de tropas, aviões, navios, tanques e caminhões e tem um custo estimado em R$ 6 milhões. (AE)
PARTIDOS INDICAM NOMES PARA CPI DOS GRAMPOS NO PARANÁ
A
lém de acompanhar o desenrolar dos depoimentos nas CPIs que apuram a corrupção no governo federal, os paranaenses têm mais sujeira com que se preocupar. Os partidos com representação na Assembléia Legislativa do Paraná têm prazo até amanhã para indicar os participantes da CPI dos Grampos, que foi instalada no dia 12 de setembro, mas estava com os trabalhos paralisados em razão das eleições. O objetivo é investigar qual o verdadeiro relacionamento que o policial civil Délcio Rasera, preso pela Promotoria de Investigações Criminais (PIC), do Ministério Público Estadual, tinha com o governo do Estado. Rasera foi preso sob acusação de realizar escutas ilegais de telefone. Entre os documentos apreendidos com ele estão cartões de visita, em que se apresentava como assessor do governo. O policial prestava serviços na Casa Civil. Sua prisão, no dia 5 de setembro, foi muito explorada durante a campanha eleitoral. Após a escolha do presidente e relator dos trabalhos, que deve acontecer ainda esta semana, os parlamentares têm 120 dias para apresentar as suas conclusões. (AE)
Congresso Planalto Seção Destaque CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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PARANAENSES VÃO ACOMPANHAR CPI DOS GRAMPOS
OPERAÇÃO SIMULA GUERRA NO SUL
Operação no Sul envolveu o deslocamento de tropas, aviões, navios, tanques e caminhões e tem um custo estimado em R$ 6 milhões.
Uma tropa de 10 mil homens do Exército, Marinha e Aeronáutica terá até o final da semana para defender o País na chamada Operação Pampa, que envolve vários tipos de ações militares.
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Congresso Planalto Corr upção CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Leis não são as melhores soluções para evitar crimes cibernéticos e para regular a internet. Antônio Tavares (Abranet)
PAÍS PASSA NOVA VERGONHA MUNDIAL
Roberto Jayme / AE
O BRASIL ESTÁ NO RANKING DOS 'MAIS CORRUPTOS' Pesquisa da ONG Transparência Brasil, que monitora a percepção de corrupção sobre os países, revela que o Brasil passou do 62º lugar, em 2005, para o 70º lugar este ano, entre 163 nações pesquisadas. No Índice de Percepção da Corrupção, nossa "nota" caiu de 3,7 no ano passado para 3,3 em 2006.
RESSACA ELEITORAL – Deputados e senadores retomam a partir de hoje as votações em plenário que foram suspensas por causa das eleições. A Câmara tenta votar dez medidas provisórias que estão trancando a pauta, entre elas a MP que concede o reajuste de 5,01% a aposentados. O Senado tenta votar sete projetos de lei, incluindo o Supersimples, que autoriza o recolhimento em uma guia única de seis impostos e contribuições federais, um imposto estadual (ICMS) e um municipal (ISS). A dúvida é se haverá quórum.
INTERNET
Projeto de lei polêmico prevê a identificação dos internautas brasileiros
VIGILÂNCIA NA REDE
O
Senado brasileiro discute a partir de amanhã, em reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), um projeto de lei que tipifica crimes cometidos pela internet e prevê o controle do acesso à rede, a exemplo do que se pretende estabelecer na China. De acordo com o projeto, do senador Eduardo Azeredo (PSDB -MG), o usuário precisaria se identificar ao acessar a web e o e-mail. O texto é uma junção de outras três propostas, apresentadas originalmente pelos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Leomar Quintanilha (PCdoB-TO) e pelo deputado Luiz Piauhylino (PDTPE) - PLS 76/2000, PLS 137/2000 e PLC 89/2003. Se este projeto for aprovado na CCJ, no plenário do Senado e, depois, pela Câmara dos Deputados, será possível monitorar precisamente cada usuário, sabendo que sites visita ou que tipo de arquivos está baixando da rede, como músicas ou fil-
mes. O projeto prevê fazer do acesso não identificado crime passível de reclusão de dois a quatro anos. Provedores de acesso ficariam responsáveis pela veracidade dos dados e seriam sujeitos a penalidades. A difusão de "vírus", o uso de cartão clonado ou o roubo de senhas seriam punidos com pena de um a quatro anos. Cada stro – "O projeto não busca controlar a internet, mas apenas exige que os provedores façam cadastramento das pessoas que assinam seus serviços", explica Eduardo Azeredo. Para acessar a web, os usuários precisariam fornecer dados comprovados como nome completo, endereço, RG, e CPF aos provedores. Questionado sobre o assunto, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, limitou-se a dizer "que o projeto só não pode limitar a liberdade de expressão". Analistas entendem que o projeto extingue a privacidade dos internautas, já que suspei-
tos de crimes digitais podem ser rastreados e identificados por meio do seu endereço IP (internet protocol). "Leis não são as melhores soluções para evitar crimes cibernéticos e para regular a internet com a velocidade com que o meio demanda", defende Antônio Tavares, presidente da Associação Brasileira dos Provedores de Acesso e de Serviços de Internet (Abranet). "Se este projeto for aprovado os usuários vão migrar de provedores nacional para internacionais, onde não existem leis claras", diz Tavares. "Criaremos a internet dos bons e dos maus?", questiona. Apesar de defender Azeredo – que segundo Tavares "tem demonstrado total abertura para negociar" –, "por algum motivo que se desconhece" o processo de aprovação do projeto vem sendo acelerado, o que suspende a discussão sobre a criação de um Conselho Nacional de Auto-Regulamentação da internet. (Agências)
Alaor Filho / AE
O
s escândalos do mensalão, do valerioduto, das ambulâncias, das malas de dinheiro para pagamento de propina, entre outros, custaram caro à imagem do Brasil no exterior. Pesquisa divulgada ontem pela ONG Transparência Internacional revela que o País teve uma "piora significativa" na percepção do nível de corrupção. Estão entre as nações menos corruptas, empatadas, a Finlândia, a Islândia e a Nova Zelândia, com 9,6 pontos. Entre os países que ficaram mais corruptos no último ano estão, além do Brasil, Cuba, Estados Unidos e Israel. Na pesquisa passada, o Brasil ficou em 62º lugar em uma lista de 159 países. Agora, caiu para 70º, em 163 nações pesquisadas, com uma nota 3,3. Em 2005, o Brasil teve nota 3,7 no Índice de Percepção da Corrupção, medido a partir de pesquisas feitas com pessoas que têm ligação direta ou indireta com negócios internacionais. Mas com a maior repercussão dos escândalos envolvendo integrantes do governo, parlamentares, empresários e partidos políticos, o País caiu na avaliação geral. Estrangeiros – Para fazer o ranking mundial, a Transparência Internacional usa como base de dados várias pesquisas feitas em diferentes países por instituições como o Banco Mundial, o Fórum Econômico Mundial e agências de avaliação de risco. A pontuação vai de zero (a pior situação) a dez (a situação ideal). A ONG avaliou os resultados de 154 países que aparecem nas duas pesquisas e constatou que o Brasil caiu cinco posições em relação ao ranking do ano passado. "No caso do Brasil, é difícil não atribuir em boa medida a
O Brasil se destacou mais pelos escândalos do que pelas melhorias, que não se refletiram na percepção das pessoas. Claudio Weber Abramo deterioração no índice à repercussão internacional dos escândalos que afetaram o governo no período recente", diz a análise feita pela Transparência Brasil. "Não se sabe como a opinião das pessoas é formada. O Brasil se destacou mais pelos escândalos do que pelas melhorias, que aconteceram, mas não na percepção das pessoas", resume o diretor-executivo da ONG brasileira, Claudio Weber Abramo. O Brasil divide o 70º lugar com outros oito países: China, Egito, Gana, Índia, México, Peru, Arábia Saudita e Senegal. "O movimento do Brasil no índice deste ano correspondeu a uma real deterioração da imagem do País e não a um efeito numérico", ressalta a análise. O pior desempenho na lista dos países mais corruptos é do Haiti (nota 1,8) que, apesar da força de paz da ONU instalada no país desde 2004, sofre com ações constantes de grupos armados de várias tendências. Logo em seguida, vem o Iraque (1,9), dominado pela violência desde a ocupação pelos Estados Unidos, há três anos, que divide o 160º lugar com Myanmar e Guiné. No portal da Transparência Internacional, uma fotografia feita no Brasil ilustra o relatório dos corruptos: uma pichação que ironiza o mensalão e a
prisão de um assessor do PT, Adalberto Vieira da Silva, flagrado com US$ 100 mil e R$ 200 mil, em dinheiro vivo, escondidos na cueca e em uma bolsa de viagem. O c o n t ro l a d o r- g e r a l d a União, Jorge Hage, disse não ter se surpreendido com o aumento na percepção de corrupção, "após um ano de campanha eleitoral em que o governo foi acusado diuturnamente pelos opositores nas tribunas do Congresso, na mídia toda e nos programas eleitorais". Em um comentário por escrito, o ministro insistiu na tese de que a própria divulgação das investigações já ampliam essa percepção. O ministro defendeu a reforma política, em especial o financiamento público das campanhas, como forma de combate à "corrupção política". Jorge Hage lembrou que o índice se refere não só ao governo federal, mas também "as três esferas de governo, que incluem os 5.600 municípios e as 27 unidades federativas brasileiras, além do Poder Legislativo, com todos os escândalos que envolveram parlamentares nos últimos dois anos, e também o Poder Judiciário". Pobreza e corrupção – A pesquisa mostra uma associação direta entre pobreza e corrupção: têm pontuação abaixo de 5 quase todos os países da África e outras nações com alta proporção de pobres. "A corrupção aprisiona milhões de pessoas na pobreza", disse a presidente da Transparência Internacional, Huguette Labelle, durante a divulgação do ranking, em Berlim. "Os resultados indicam que ainda há muito por fazer antes que possamos registrar uma melhora significativa nas vidas dos cidadãos mais pobres do mundo", completou. (AE)
PUCINELLI PREVÊ CORTES NO MS
O
HOMENAGEM – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB- AL) (acima na foto) e Antônio Carlos Magalhães (PFL- RJ), estiveram ontem na sede do Tribunal de Contas do Rio, para receber o Colar do Mérito Ministro Victor Nunes Leal. Renan defendeu uma coalizão parlamentar para a votação de projetos. ACM riu. Ironicamente disse que a proposta era "perfeita", mas que para isso o governo "teria que ceder muita coisa".
governador eleito de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), afirmou ontem que vai receber o Estado em situação calamitosa, no próximo dia 1º de janeiro: "São R$ 6,173 bilhões da dívida com a União, R$ 852 milhões de precatórios, e quase R$ 500 milhões de dívidas em curto prazo. Tudo isso e mais alguma coisa perfazem déficit operacional de R$ 30 milhões por mês". Na mira dos cortes estão cargos de confiança, secretarias, terceirização de serviços e até a distribuição de
cestas básicas aos sem-terra acampados no Estado. Paralelamente, serão desenvolvidas vistorias contábeis e fiscais em pontos como os créditos presumidos outorgados em ICMS de empresas, que não foram contabilizados pelo Governo do Estado. Haverá também redução nos repasses destinados ao Judiciário, Assembléia Legislativa e Ministério Público Estadual. Puccinelli disse não ter prazo definido para contornar a situação. "A renegociação da dívida com o Governo federal é
fundamental para iniciarmos o desenvolvimento do Estado", disse. Os deputados federais do PT, Vander Loubet e Antônio Carlos Biffi, participaram da entrevista do governador eleito à imprensa. Na ocasião disseram que a luta pela renegociação da dívida é de todos, sem cor partidária. Biffi defendeu o governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, afirmando que "a situação calamitosa do MS não é culpa do PT e nem do governador. É herança do governo anterior". (AE)
Negócios Empresas Agronegócio Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
EUROPA COMPRA 70% DAS FRUTAS EXPORTADAS
CRESCE A EXPORTAÇÃO DE FRUTAS EXÓTICAS
Rodney Suguita/Folha
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Exportação de abacate cresceu 300% nos últimos cinco anos devido a especialização dos produtores.
Luludi/Luz
Além dos produtos tropicais que já são vendidos há tempos, País aumenta a oferta de frutas diferentes e não nativas da região, principalmente para a Europa
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es, nós temos banana, framboesa, amora e o que mais o mundo quiser importar do Brasil. Com terra e clima variado, a fruticultura brasileira, além das frutas tropicais como a banana, pode oferecer algumas exóticas, típicas de outros países, a exemplo do blueberry e do kiwi. "Assim como ocorreu com a maçã, em que éramos grandes importadores e viramos exportadores, a produção dessas frutas no Brasil é viável e temos como atender um grande mercado", assegura o gerente da central de serviços de exportação do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Maurício de Sá Ferraz. Segundo ele, não é possível descartar o que o consumidor quer comprar. "Se tem competitividade para frutas silvestres, vamos lá". Para mandar o abacate pequeno de casca preta para os europeus, por exemplo, algumas famílias se especializaram na produção dessa fruta e isso aumentou as exportações em 300% nos últimos cinco anos. E s s a p ro d u ç ã o e o u t r a s ações do tipo fazem parte do projeto Brazilian Fruit, da Agência de Promoção às Exportações (Apex-Brasil), iniciado em 1998 com quatro frutas: mamão, manga, uva e melão. Atualmente, 20 tipos fazem parte do projeto, que, entre outras coisas, prospecta clientes em outros países por meio de feiras. Nesses eventos, importadores sempre pedem algo que não está no programa. Na Polônia, por exemplo, perceberam que a goiaba teria mercado e encomendaram um lote para empresas brasileiras. No fim de 2005 foi mandado o primeiro embarque para lá e, ao longo deste ano, as vendas se expandiram para outros países da Europa. Em sete anos do projeto Brazilian Fruit, as exportações de frutas cresceram de 296 mil toneladas e US$ 120 mil em 1998, para 850 mil toneladas e US$ 350 mil no ano passado. Ao ano, as vendas ao mercado externo aumentaram entre 15% e 20%. Neste ano, porém, por difi-
culdades provocadas pela economia brasileira, restrições sanitárias européias e seca em várias regiões do País, o crescimento das exportações não deve passar de 5% em valores e ter o mesmo volume de 2005. As condições climáticas agiram desfavoravelmente ao Brasil, em especial contra a produção de maçã, primeira fruta em exportação no ano passado. As vendas dessa fruta somaram US$ 45,7 milhões em 2005. Neste ano, sem o frio necessário, devem registrar queda de 30%. "As maçãs ficaram no mercado interno, devido ao clima e também ao dólar baixo (em relação ao real)", explica Ferraz. Ano novo – Para 2007, as expectativas são otimistas. A aposta é em manga, novas variedades de abacaxi, uva sem sementes e na retomada da maçã. Outras opções também podem contribuir para a melhoria nas exportações de frutas, como o figo, abacate e goiaba. "Mas para o ano ser realmente bom, o Brasil precisa aprender boas práticas agrícolas", diz Ferraz, referindo-se às recentes exigências da União Européia, que compra 70% das frutas brasileiras. "Precisamos discutir o que os europeus querem e o que a gente pode oferecer." Na próxima semana, o Ibraf vai debater o assunto com produtores. Há um risco de o setor ter aumento de custo para atender às exigências. Mercado interno – Com a preocupação em atender o mercado externo, o interno acaba se beneficiando com melhora da qualidade dos produtos. Mas ainda há problemas no País que desestimulam o produtor, como logística inadequada, custos elevados e a falta de hábito dos consumidores de comer frutas. Por tudo isso, o produtor Francisco Giannoccaro não vê a fruticultura como um bom negócio. Há alguns anos a rentabilidade variava em torno de 10%. Hoje não passa dos 4%. Cada brasileiro consome, em média, 47 quilos de frutas por ano, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 90 quilos.
Empresa brasileira espera certificação para vender morangos à França no mesmo dia da colheita Marcos Peron/Virtual Photo
Toni Pires/Folha Imagem
A venda de pêras foi adicionada ao Brazilian Fruit após o início do projeto
Goiaba: interesse da Polônia
Milton Mansilha/Luz
Marcos Fernandes/Luz
Laranja faz parte da lista de frutas tradicionais vendidas pelo País
Maçã foi a fruta mais exportada pelo Brasil no ano passado
Colheita e exportação no mesmo dia
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orangos são colhidos em Atibaia e no dia seguinte estão à venda na França. Para isso, as frutas são colocadas em um contêiner climatizado no próprio campo, e são embarcadas no mesmo dia em um avião. Isso não é realidade, mas pode ser ainda neste ano. Só depende de certificação para atestar que a produção do morango da Korin Agricultura Natural é orgânica.
Se receber o sinal verde para as vendas externas, a Korin – que atende o mercado interno com 180 mil pés de morango orgânico em Atibaia (SP) – vai precisar quintuplicar sua produção. Com o contrato assinado, a empresa deve fechar parcerias com produtores do Sul de Minas Gerais. "É um negócio garantido para eles", diz o gerente geral da Korin, Fernando Augusto de Souza.
Outra possibilidade de exportação para a empresa é o morango congelado um a um para um grande varejista de orgânicos nos Estados Unidos. Mas isso ainda está em negociação. "É um mercado excelente, pois os morangos podem ser armazenados por vários meses até atingir o volume a ser exportado. Possibilita a programação da venda durante todo o ano", diz Souza.
Regulamentação – Segundo ele, a fruticultura orgânica pode se beneficiar com a recente Instrução Normativa nº 58, que traz novas regras para exportações de frutas para a União Européia (UE). A intenção do governo brasileiro é atender exigências de monitoramento, rastreabilidade, e evitar que alguns resíduos cheguem aos europeus por meio das frutas. (AD)
Adriana David
GRIPE AVIÁRIA Cientistas descobrem gene do H5N1
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ientistas chineses identificaram um gene no vírus H5N1, da gripe aviária, que seria responsável por sua agressividade contra aves. A descoberta pode levar ao surgimento de novas vacinas. Há muitas variantes do H5N1. Algumas matam mais de metade das pessoas infectadas, enquanto outras fazem pouco ou nenhum mal. "Agora podemos entender como esse vírus fica letal e qual
é a base molecular de sua patogênese", disse Bu Zhigao, do Instituto de Pesquisas Veterinárias de Harbin. Os pesquisadores chegaram ao gene virulento depois de analisarem duas amostras muito parecidas do H5N1, obtidas em 1996 de gansos infectados da Província de Cantão. Uma delas era altamente letal em frangos, e a outra, inofensiva. As diferenças entre as duas se resumiam a quatro genes.
Os cientistas projetaram quatro vírus geneticamente modificados, cada um contendo um dos quatro genes em questão. Os vírus foram testados em frangos, em um ambiente de laboratório. Só os animais contaminados com o vírus modificado que continha o gene patológico morreram. Os outros não apresentaram sintomas da doença, segundo artigo publicado em novembro pelos cientistas na
revista Journal of Virology. "Agora que sabemos o papel especial do gene NS1, podemos pensar em desenvolver uma vacina", disse Bu. O H5N1 é vírus eminentemente animal, embora tenha matado mais de 150 pessoas, a maioria na Ásia, desde 2003. Especialistas temem que o vírus sofra uma mutação que permita seu contágio direto entre humanos, criando uma pandemia. (Reuters)
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Fotos: Rafael Hupsel /LUZ
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
Projeto de lei n° 552 fere a Constituição e pode aumentar IPTU em até 167% em 2008
Afif Domingos, consultor Gastão Alves Toledo e Luiz Antonio Miretti: plenária sobre reajuste do IPTU
Novo lote do IR pode sair amanhã
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Depois que os recursos são distribuídos, apenas 15% ficam com o Município. Guilherme Afif Domingos
CONTESTAÇÕES AO X-TUDO SÃO ENVIADAS PARA A PREFEITURA
Presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, em plenária sobre X-Tudo: "Bola nas costas"
eve ser liberada amanhã a consulta ao penúltimo lote de devolução do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) referente a 2006 (ano base 2005). O supervisor nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir, disse que a Receita Federal só não liberará a consulta se o processamento atrasar. Nesse caso, a liberação deste sexto lote do ano fica para quinta-feira, dia 9. O dinheiro estará disponível no dia 16 da próxima semana Ainda não há informação sobre o número de pessoas que terão restituição. Mas Adir informou que o lote vai incluir os
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105 mil contribuintes "excluídos" do de outubro, quando a Receita admitiu que os havia relacionado "erroneamente". Quem não entrar nesse penúltimo lote, ou no grupo de dezembro, o último lote, terá caído na malha fina. Em 2007, a Receita deve manter cinco lotes fixos de malha fina referentes a 2006, de janeiro a maio. Conta corrente – Se for liberada, a consulta pode ser feita pelo site da Receita Federal ou pelo telefone 0300-78-0300. Quem não informou o número da conta corrente para crédito da restituição deverá p ro c u r a r u m a a g ê n c i a d o
Banco do Brasil, ou ligar para 4004-0001 (nas capitais) e 0800-729-0001 (demais localidades) e pedir a transferência dos recursos para a conta bancária desejada. De acordo com a Receita, o erro dos contribuintes incluídos a mais no quinto lote foi "falha operacional do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), responsável pelo processamento". "Tem de ter mais cuidado, isso não pode ocorrer. A Receita redobrou a atenção neste mês" assegurou Adir. (Agências)
A
A s s o c i a ç ã o C omercial de São Paulo (ACSP) e outras entidades encaminharam à Prefeitura paulistana estudos sobre os impactos econômico e jurídico que viriam com a aprovação do Projeto de Lei Municipal n° 552/2006, apelidado de X-Tudo por englobar em um único projeto propostas de alteração tributária relativas a uma série de impostos. A estratégia das entidades envolvidas, que assumem posição contra o projeto, será apresentar as inconstitucionalidades e imprecisões para o executivo paulista. Se não houver avanço, o legislativo municipal será acionado. O projeto ainda não foi lido na Câmara, que têm prazo até 31 de dezembro para apreciá-lo. O presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Guilherme Afif Domingos, lembra que o município também é vítima de fúria arrecadatória, nesse caso da União, e por isso pode ser visto como um aliado da sociedade. "Depois que os recursos são distribuídos, apenas 15% ficam com o município, por isso a busca por arrecadação é legítima. O problema é que a União, por abocanhar 60% da arrecadação, leva os municípios a buscar recursos no bolso do contribuinte. O correto seria redistribuir melhor os recursos entre os governos", disse Afif ontem, durante reunião plenária na ACSP. "No entanto, é preciso ficarmos atento para não levarmos bola nas costas enquanto estamos ocupados com as responsabilidades de final de ano", lembrou. Irregularidades – De início, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o XTudo já esbarra na Lei Com-
plementar nº 95/98, que determina que cada lei deverá tratar de um único objeto. A proposta da prefeitura engloba desde alterações tributárias até questões relacionadas ao Crédito de Carbono. Mas, mesmo se o X-Tudo for fatiado em projetos independentes, a s i r re g u l a r i d a d e s c o n t inuam. Os pontos mais polêmicos dizem respeito aos reajustes previstos para o Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU) e para o Imposto sobre
Gastão Alves Toledo: isonomia
Serviços (ISS), cujos impactos seriam sentidos no bolso do contribuinte imediatamente. IPTU – O X-Tudo agrega o fator localização na composição do valor venal de um imóvel. A cidade é dividida em três zonas fiscais com valores venais de 1,10; 1,00 e 0,90. Como a base de cálculo do IPTU é o valor venal, o projeto acaba indiretamente elevando o cálculo. Esse ponto, segundo o consultor tributário da ACSP, Gastão Toledo, "é uma afronta ao princípio da isonomia, já que vai haver diferença de tributação entre contribuintes". Um imóvel de alto valor pode estar localizado em zona fiscal com fator de tributação decrescente, assim como o inver-
so também pode ocorrer. Pelos estudos feitos pelo Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo (Sescon-SP), que foram encaminhados para a Prefeitura, o IPTU para a zona regida pelo fator 1,10 teria elevação de 10% em 2007. A proposta ainda prevê que a partir de 2008 seja atualizada a Planta Genérica de Valores, elevando o valor venal para 70% do valor de mercado. Em exemplo concreto trazido pelo estudo, um apartamento de 221 metros quadrados, localizado em Moema, teria aumento de IPTU de 167,6%. ISS - Outro ponto que tem tornado o X-Tudo intragável para as entidades de classe envolvidas em sua revisão é o aumento considerado excessivo para o ISS recolhido de autônomos e de sociedades profissionais. O projeto de lei prevê aumento da carga tributária em 2007 da ordem de 53,8% na comparação com a que estava em vigor em 2006. Se a comparação for feita entre 2002 e 2007, a elevação da tributação verificada pelos estudos do Sescon-SP seria de 788,7% para sociedades de profissionais. "Essa elevação do tributo desrespeita o princípio da capacidade contributiva, prevista no artigo 145 da Constituição Federal. Nesta proporção, a elevação do tributo faz com que o imposto tenha caráter confiscatório, o que é inconstitucional", disse o presidente da Comissão de assuntos tributários da OAB -SP, Luiz Antonio Caldeira Miretti. No Tribunal Regional Federal da 3a. Região já há jurisprudência favorável referente ao que foi considerado aumento abusivo do ISS no exercício de 2003. Renato Carbonari Ibelli
Conclusão: um X-Tudo de problemas
Rafael Hupsel /LUZ
O presidente da ACSP, Afif Domingos (centro), reuniu entidades de classe para analisar o X-Tudo, conjunto de mudanças tributárias do executivo municipal. Os problemas levantados foram enviados à Prefeitura. E 1 Ano 81 - Nº 22.248
São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 2006
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Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h55
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Lula agora só pensa em infra-estrutura Portos, estradas e hidrelétricas são a prioridade do presidente Lula, depois do apagão aéreo. Hoje ele vai se reunir com os ministros de Minas e Energia, Silas Rondeau, e dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, para definir que obras de infra-estrutura deverão ser completadas, iniciadas e visitadas ainda nesta semana. Esta é a herança maldita de Lula a seu sucessor, ele próprio. Pág. 3 e C 3
COMO ABRIR SUA LOJA VIRTUAL Aproveite para ampliar seus negócios antes do Natal. Você não precisa acumular estoque nem pagar aluguéis exorbidantes. Informática Marcos Fernandes/LUZ
Ricardo Leoni/Agência O Globo
Alerta nas feiras-livres Veja o que é certo e o que é errado na hora de comprar frutas, carnes e peixes e de comer pastel. C 1 Oswaldo Rivas/Reuters
Sandinismo de volta HOJE Nublado com chuva Máxima 25º C. Mínima 17º C.
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Cara a cara com o Redentor Com 2,6 metros, o homem mais alto do mundo, o chinês Xi Shun, visitou o Rio. Em Logo
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Nacional Tr i b u t o s Empresas Agronegócio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Teste da "pisada" define qual o par de tênis que o praticante de esporte deve comprar.
LOJAS SÓ PARA PRATICANTES DE ESPORTE
Leonardo Rodrigues/Hype
Fotos: Milton Mansilha/LUZ
Decathlon anuncia nova unidade na Rodovia Raposo Tavares
Parceria entre Bayard e clínica Studio Passu: exame completo nos pés possibilita a fabricação de uma palmilha que respeita pontos de pressão
A BUSCA POR SAÚDE E MELHOR QUALIDADE DE VIDA AJUDA NO CRESCIMENTO DE REDES ESPECIALIZADAS
VAREJO ESPORTIVO EM EXPANSÃO Leonardo Rodrigues/Hype
U
m paraíso para os que correm, literalmente, do sedentarismo: lojas especializadas em vendas de tênis, roupas e equipamentos esportivos. A expansão das redes de comércio que se dedicam a quem gosta de "se mexer" demonstra que o negócio é rentável, mesmo sendo dirigido a públicos específicos. De acordo com levantamento da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o setor esportivo fatura anualmente cerca de US$ 1 trilhão no mundo. No Brasil, o montante pode chegar a R$ 30 bilhões – o que representa 3% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado é fruto da comercialização de itens como roupas, acessórios, camisas de clubes e direitos de imagem. Cientes desse potencial, as empresas do segmento estão investindo em ampliação, e a prova disso tem endereço certo: o quilômetro 16 da Rodovia Raposo Tavares. É lá que a Decathlon, rede de origem francesa fundada em 1976, vai inaugurar a próxima unidade brasileira. Levando em conta o tama-
nho do terreno e o número de pessoas trabalhando para garantir a inauguração em dezembro, como promete um outdoor na rodovia, será uma das maiores lojas da empresa, que possui 351 empreendimentos em todo o mundo. Além de ser multimarcas, a Decathlon também desenvolve ítens próprios para a prática de esportes como natação, alpinismo, equitação e futebol. Além disso, o cliente dispõe de serviços de oficina para bicicletas, encordoamento de raquetes, estamparia e até transporte gratuito – tudo para fidelizar o consumidor. Centauro – A Centauro é outra rede que se especializou em atender pessoas que privilegiam a "qualidade de vida e os hobbies", segundo o assessor da presidência do grupo SBF, Francisco Carlos de Oliveira, que controla, além da Centauro (46 lojas), a By Tennis (24), Almax Sports (4) e a loja virtual: www.centauro.com.br. "São 75 lojas em todo o Brasil. Até o final do ano, mais cinco unidades serão inauguradas no Rio de Janeiro, Florianópolis e João Pessoa, sempre
ATAS
Previsão é de que nova loja da Decathlon deverá entrar em funcionamento a partir de dezembro deste ano
em shopping centers. As lojas de esporte são vistas atualmente como âncoras desses empreendimentos", diz Oliveira. "Em 2007, a expectativa é de abrir mais 15 unidades." Segundo ele, os itens de futebol são os mais procurados. Oliveira detalha que as vendas de produtos vão subir até 15% neste ano, em relação a 2006. "As pessoas gostam da possibilidade de comprar tudo de
que precisam para a prática de esportes em um só lugar." Exclusividade – A Bayard possui oito lojas em São Paulo e há planos para abrir mais uma "em um shopping center", todas com tamanho médio de 120 metros quadrados. "A prática esportiva não é só um modismo, mas uma necessidade. Os médicos receitam uma atividade para melhorar problemas e para os prevenir. As lojas
estão em expansão para atender a crescente demanda", afirma o gerente de marketing da marca, Gilson da Anunciação. Os vendedores das lojas são praticantes de alguma atividade. "Os funcionários são consultores, que sabem indicar um equipamento ou um par de tênis correto para cada pessoa. Isso é primordial para uma marca continuar em expansão", acredita Anunciação.
A Bayard oferece dois "testes" para os clientes: o da "pisada", que define que tipo de par de tênis o praticante deve comprar. "O cliente sobe alguns degraus e os fisioterapeutas detectam, com um palm top, quais os pontos que o incomodam nos pés", diz o gerente. O segundo exame é feito numa clínica que tem convênio com a Bayard, a Studio Passu, na zona sul de São Paulo. "O teste chama-se paropodometria. Os clientes cadastrados têm 25% de desconto. É um exame completo nos pés, que permite que o consumidor faça uma palmilha especial respeitando os pontos de pressão", explica Anunciação. "Esse equipamento é um diferencial na conquista do cliente." Tendência – "As mudanças comportamentais dos consumidores alimentam o setor varejista de esporte. Antigamente, fumar era chique; hoje, o hábito é combatido", afirma o coordenador do Programa de Varejo (Provar-USP), Cláudio Felizoni. "As pessoas estão mais preocupadas com a melhora da saúde", afirma. Neide Martingo
CONVOCAÇÕES
DECLARAÇÕES
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Nos termos Provimento CSM CXC/84, informamos que hoje, 06 de novembro de 2006, não houve pedido de falência na Comarca da Capital.
EDITAL FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 046/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 302/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados até o dia 21 de novembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital Estadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 046/2006- FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 302/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a contratação de empresa especializada na prestação de serviços para o desenvolvimento e implantação de solução informatizada - Sistema Integrado de Controle e Gerenciamento para o Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Estadual Bauru - composta pelo licenciamento de uso de softwares e manutenção mensal do “sistema”, pelo período de 12 (doze) meses, com a subscrição para atualização, em conformidade com o disposto no Projeto Básico - Anexo II do edital. Será realizada visita para esclarecimentos técnicos e administrativos no dia 22 de novembro de 2006 às 09:00 horas, na sala de reuniões do Hospital Estadual Bauru no endereço abaixo. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, assim como a apresentação do Sistema, será realizada no dia 30 de novembro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 06 de novembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP
DECLARAÇÃO
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
1 Embalagens amassadas, escurecidas ou sujas são sinônimo de excesso de manipulação. Pedro Leal Germano, médico sanitarista
ISTO Feiras-livres: só higiene ISTO ESTÁ ESTÁ evita o risco-pastel CERTO ERRADO Médico sanitarista da USP alerta para os perigos que um mau feirante representa para a saúde dos paulistanos
Fotos de Marcos Fernandes/Luz
Flávio Gianini
S
A balança está colocada de maneira correta, em base plana, sem risco de provocar alterações no peso da mercadoria
Nesta barraca os queijos estão embalados corretamente, com rótulos que indicam a origem do produto e a data de validade
Armário de plástico e muito gelo: maneira correta de conservar o peixe nas feiras-livres. As carnes vermelhas devem ter espaço próprio.
Deve se dar preferência ao alface que está nas caixas. Desconfie dos pés que estão limpos e úmidos, aparentando frescor. A água usada pode ser ruim.
e você tem o bom hábito de ir a uma feiralivre toda semana à procura de produtos frescos, de qualidade e com bons preços, preserve-o. As feiras têm papel decisivo no dia-a-dia do abastecimento do paulistano. Mas é bom tomar certos cuidados. Quando maus feirantes não dão o devido valor a regras básicas de higiene, as feiras podem oferecer riscos à saúde. Por isso, a reportagem do Diário do Com érci o visitou algumas feiras da capital em companhia do médico sanitarista e professor da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Leal Germano. Seus alertas são, no mínimo, de deixar qualquer um de orelha em pé. E o perigo começa por uma das estrelas de toda feira-livre: o pastel. De carne, de queijo, de palmito, de pizza. Tantos sabores. Deliciosa e irresistível, a iguaria também é alvo de críticas, algumas delas bem sérias. "O óleo de fritura nunca é esgotado. Está sempre sendo reposto. Mas o vilão do pastel é o temperinho. Vinagrete, molhos, pimentas e, principalmente, a maionese", afirmou o sanitarista Germano. Risco-maionese – Segundo o especialista, é comum a maionese (que muita gente adiciona ao pastel) permanecer em temperatura ambiente (que normalmente é muito quente) durante horas. E se o conteúdo dos potes for apenas reposto (e não substituído), aí então a coisa piora. "É uma bomba", alertou o especialista. Maionese contaminada por salmonella, por exemplo, é um risco grave para a saúde e pode até matar, especialmente se as vítimas forem crianças e idosos. Os sintomas mais comuns dessa infecção são febre, dor de cabeça, dor abdominal, diarréia e vômitos. Na feira que acontece às sextas-feiras na rua José Maria Whitaker, no bairro de Vila Mariana, o especialista flagrou alguns casos de falta de higiene explícita, quer do feirante quer do cliente. Cena 1: O freguês de uma barraca de pastel morde um de carne, criando uma espécie de porta de entrada. Cena 2: Em seguida, pega u m a c o l h e r e a m e rg u l h a cheia de molho vinagrete no interior do pastel. Cena 3: O grande pecado: devolve a colher ao recipiente original, sem que o proprietário da banca ofereça uma opção higiênica, que seria uma colher descartável. Diagnóstico do sanitarista:
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
Aqui, a balança está apoiada de maneira errada, em base instável, sujeita a deslocamentos e alterações no peso
O médico sanitarista Pedro Leal Germano, da USP: regras básicas de higiene garantem a saúde
Produtos caseiros sem rótulo não garantem qualidade em relação à origem e ao prazo de validade. Podem ser um risco para a saúde.
Nada contra o pastel de feira, mas cuidado com o óleo e os temperos
O óleo de fritura dos pastéis deve ter a aparência do âmbar
risco iminente. "Imagine quantas pessoas fazem isso todos os dias nesta barraca e em muitas outras de tantas outras feiras", disse Germano. Assim, para evitar eventuais armadilhas contidas numa boa mordida naquele pastel gostoso é preciso tomar alguns cuidados, que, no fundo, são bastante simples: não acrescentar molhos ou, pelo menos, verificar se eles são industrializados, se estão armazenados corretamente e se possuem rótulos com informações adequadas sobre composição e prazo de validade.
"Observar o aspecto geral é fundamental. Embalagens amassadas, escurecidas ou sujas são sinônimo de excesso de manipulação", alerta o sanitarista. Outro detalhe fundamental é a cor do óleo da fritura, que deve ser semelhante ao âmbar (amarelo claro, quase dourado e translúcido). A panela utilizada não pode conter resíduos de frituras antigas. Risco-pescado – Mas o requisitado pastel não é o maior vilão das feiras. As carnes, em especial os pescados, podem esconder muitos perigos. Segundo Pedro Germano, geral-
mente os peixes consumidos em São Paulo são pescados entre domingo e quinta-feira e armazenados no fundo de barcos em espaços cobertos por gelo. Apenas depois disso é que são transportados para São Paulo. "Quando compramos os peixes nas feiras, em geral eles já têm uma semana de pescado", disse o sanitarista. Então, o segredo para reduzir riscos é observar a conservação do produto. "O peixe deve estar coberto e protegido em armários de altileno (plástico) e não pode haver economia de gelo. O peixe tem de estar gelado", reforçou o especialista. Além disso, suas escamas devem estar brilhantes, seus olhos devem mostrar cores vivas e a consistência deve estar firme. Uma dica: ao apertar o peixe, seu corpo não pode ficar marcado pelos dedos. Se ficar, descarte. Ele estará impróprio para o consumo. Na página 2, bons exemplos que dão segurança ao consumidor
Temperos de pastel sem qualquer proteção e colher de uso coletivo. Vinagrete e maionese podem ser sinônimo de problemas.
Peixe sem proteção de armário de plástico e boa quantidade de gelo está sujeito a variações de temperatura e ataques de moscas
terça-feira, 7 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
3 A Secretaria Estadual da Fazenda cassou inscrição de 20 distribuidoras de combustíveis.
60 MIL EMPRESÁRIOS SERÃO ATENDIDOS
PROJETO NATAL EMPREENDEDOR OFERECE OFICINAS PARA QUE O COMERCIANTE FATURE MAIS NESSA ÉPOCA
SEBRAE AJUDA LOJISTA NO NATAL
F
Reprodução
Rua 25 de Março ganha Guia
T
amancos balineses de madeira, agulhas para costuras especiais, bolinhas de isopor para rechear almofadas, móveis de madeira para casa de bonecas, tule bordado e renda guipure. A Rua 25 de Março oferece tantas coisas, e tão diferentes, que foi preciso a elaboração de um guia para ajudar os consumidores que chegam de perto e longe para fazer compras. O Guia Oficial da 25 de Março e Região, da Editora On Line, feito em parceria com a Associação dos Lojistas da Rua 25 de Março (Univinco), já está nas bancas (R$ 9,90 – preço sugerido) e nele o leitor pode conferir o que se vende em cada uma das 21 ruas da vizinhança. São 1.243 lojas, além de outras 2,4 mil distribuídas em 22 shoppings e galerias que comercializam de tudo – de acessórios que custam menos de R$ 1 até objetos que valem em torno de R$ 10 mil. Segundo a editora Andrea Calmon, foram precisos três meses de muita bateção de perna para levantar os dados que recheiam o Guia. E não são só lojas que o leitor/consumidor encontra. Tem a localização de banheiros públicos, endereço de bares e lanchonetes (afinal, fazer compras dá fome), casas de câmbio e onde deixar o carro. Até as igrejas da região
Guia Oficial da 25 de Março e Região: R$ 9,90
não foram esquecidas – são três, uma na própria 25 de Março – para o caso de bater algum sentimento de culpa pela gastança. As lojas estão divididas em 80 categorias (bijuterias, decoração, cama, mesa e banho, etc.) e o Guia informa quais cartões de débito e crédito os estabelecimentos aceitam e os horários de funcionamento. Além de dicas de segurança e cuidados a serem tomados para evitar produtos falsificados. Segundo a Univinco, só no último sábado, cerca de 800 mil pessoas passaram pela região. Kety Shapazian
IPC-Fipe capta inflação de 0,39%
O
Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo teve alta de 0,39% em outubro, informou ontem a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). É o maior índice do ano. O aumento dos preços da alimentação foi a maior surpresa, segundo o coordenador do índice, Paulo Picchetti. Dos 25 itens com as altas mais expressivas do IPC, 20 pertencem a esse grupo. "Como sempre, a surpresa veio de alimentação", comentou Picchetti.
De acordo com o coordenador do índice, alimentação teve peso de 0,06 ponto percentual no IPC, contra 0,39% em setembro. Mesmo assim, em 12 meses até outubro, o grupo acumula deflação de 0,14%. Ele lembrou que as carnes continuam sendo o grande vilão. O frango subiu 14,69% no mês passado, o que representou impacto de 0,12 ponto percentual. Outro exemplo é o preço do coxão mole, que ficou 6,85% mais alto em outubro, contribuindo com 0,04 ponto percentual no índice.
O núcleo do IPC-Fipe dobrou de setembro para outubro, acompanhando a alta do índice cheio no período. No fechamento de setembro, o núcleo estava em 0,09%, passando para 0,18% no fechamento do mês passado. No mesmo período, o IPC-Fipe subiu de 0,25% para 0,39%. Apesar da alta, a taxa do núcleo ficou muito próxima da divulgada na terceira quadrissemana (0,17%) e idêntica à da segunda. "A tendência é de elevação dos preços nos próximos meses", disse. (AE)
Mais postos de pedágio nas estradas
C
om a concessão de sete novos trechos de rodovias federais, prevista no programa de concessões rodoviárias do governo federal, serão instalados 62 novos postos de cobrança de pedágios nos próximos anos. A nova etapa do programa abrange 2,6 mil km de estradas e está em processo de licitação. O número de pedágios no Brasil vai aumentar dos atuais 331 postos para 393, de acordo
com levantamento do SOS Estradas, programa que reduzir os acidentes nas rodovias. O estudo considerou todos os pontos de cobrança, incluindo aqueles administrados por órgãos estaduais, como o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de São Paulo. Segundo o coordenador do SOS, Rodolfo Alberto Rizzotto, o levantamento faz parte de um estudo comparativo sobre a concessão de rodovias no Brasil
e no exterior, a ser lançado em janeiro. Ele disse que já se sabe que o pedágio brasileiro é muito caro. Nas rodovias federais, o valor médio por km é de R$ 0,07, o mesmo cobrado nos Estados Unidos. Pelas contas da entidade, um usuário que viaje de automóvel passando pelos 331 postos já instalados paga R$ 1.737,00 de tarifa. A mesma viagem feita de ônibus ou caminhão com 4 eixos custa R$ 6.184,00 só de pedágio. (AE)
CRESCIMENTO DA UE SURPREENDE
A Ó RBITA
TIM LUCRA A operadora de telefonia celular teve ganho de R$ 20,3 milhões no terceiro trimestre, como resultado de melhora operacional.
A TÉ LOGO
a economia americana. Para este ano, a zona do euro deve apresentar um crescimento de 2,6%, com uma inflação de 2,2%. A taxa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) está bem acima dos 1,4% de crescimento registrados em 2005 em toda a região. Os números ainda são melhores do que os previstos no primeiro semestre pela Comissão Européia, que projetava alta de 2,5% e inflação de 2,3%. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Shell terá plataforma no Espírito Santo
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Equador usará mistura de gasolina e etanol
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LIGHT Os consumidores residenciais da Light no Rio terão redução de 3,99% em suas contas, mas os industriais terão aumento de 7,35%.
União Européia (UE) comemora em 2006 seu melhor desempenho econômico da década e revê para cima suas perspectivas de crescimento para 2007. Dados publicados ontem por Bruxelas apontam ainda uma queda da inflação prevista para o próximo ano diante da manutenção do preço do petróleo abaixo de US$ 70 e de políticas fiscais austeras. As informações mostram uma tendência na Europa contrária à que segue
Aneel estuda nova forma de cálculo de energia
alta pouco mais de um mês para o Natal, mas o comércio já entrou no clima com a expectativa de melhorar sua performance de vendas em relação ao ano passado. Para ajudar esses empresários, começou ontem o Projeto Natal Empreendedor, do Serviço de Apoio às Micro e Peq u e n a s E mp r e s a s ( S ebrae-SP). Além de impulsionar as vendas, o programa pretende orientar os varejistas sobre alguns temas que costumam render dores de cabeça nesta época: i n a d i m p l ê ncia, contratação de temporários, excesso ou falta de estoques e fluxo d e c a i x a . S egundo o gerente executivo de Operação do S e b r a e - S P, Alessandro Paes dos Reis, esse é o momento de ser mais criativo nas vendas, no relacionamento com os clientes e nas vitrines. "Realizaremos 400 oficinas até o dia 24 de novembro com dicas fundamentais para o mi-
cro e pequeno empresário." A expectativa é de atender, em três semanas, 63 mil empreendedores paulistas nas palestras e através da internet. "Acredito que o nosso site (www.sebraes p.com.br ) será acessado por mais de 60 mil profissionais", diz Reis.
Dicas – O empresário Michel Oliveira, proprietário da loja Confecções M6, em Ferraz de Vasconcelos, participou ontem de uma das oficinas do Natal Empreendedor. Foi a primeira vez que ele recebeu di-
cas para melhorar as vendas no Natal. "As recomendações valem também para o dia-adia. Começarei a empregá-las a partir de agora", garante. Segundo Oliveira, que administra a loja junto com a mãe, a oficina foi interativa e abordou temas como transparência e presentes de Natal. "Aprendi, por exemplo, que todos os prod u t o s , i n d ependente do valor, devem receber atenção especial no embrulho. É uma forma de agradar o cliente e valorizar o presente, mesmo que seja só uma lembrancinha", diz. O projeto tem parceria da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Federação do C o m é rc i o d o Estado de São P a u l o ( F e c omercio-SP) e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Informações – Mais dicas sobre compras e vendas para o Natal podem ser conferidas no site ww w. se br ae sp .c om .b r/ natal_empreendedor. Vanessa Rosal INFORME PUBLICITÁRIO
Canais de informações
A
lém de garantir total transparência nas negoc iações do mercado de capitais, a BOVESPA também oferece vários canais de comunicação para que os interessados obtenham informações sobre a Bolsa, suas Corretoras de Valores, as empresas negociadas, as cotações das ações e muito mais. Conheça alguns desses canais: SITE DA BOVESPA No site da BOVESPA (www.bovespa.com.br) você tem acesso a produtos e serviços que a Bolsa oferece; informações sobre variações dos índices; cotações das ações; folhetos explicativos sobre o mercado; diversas informações das companhias listadas na BOVESPA, inclusive suas demonstrações financeiras; lista de Corretoras Membros da Bolsa; palestras virtuais e notícias sobre o mer-
cado de capitais. Além disso, você também pode consultar o Boletim Diário de Informações (BDI), que todos os dias fornece dados completos do último pregão da BOVESPA; pesquisar o Dicionário de Finanças; saber seu perfil de investidor; testar seus conhecimentos no Curso Básico do Mercado; e conhecer os patrocínios e as iniciativas que a BOVESPA realiza para contribuir com o bem-estar da comunidade como, por exemplo, a Bolsa de Valores Sociais. CIB No Centro de Informações Bovespa (CIB), além de esclarecer suas dúvidas e obter informações sobre o mercado e a Bolsa, você também pode adquirir as publicações da BOVESPA. O CIB atende no seguinte endereço: Rua XV de Novembro, 275, subsolo (de segunda a sexta-feira, das
9h às 14h), pelo e-mail bovespa@bovespa.com.br. ou pelo fax (11) 3233-2331. OMBUDSMAN O Serviço de Atendimento ao Público Bovespa (SAP) pode ser acessado gratuitamente pelo telefone: 08007700149, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e apresenta, entre várias opções, o pioneiro serviço de Ombudsman do Mercado, criado pela BOVESPA para oferecer ainda mais transparência, segurança e tranqüilidade aos investidores. A função do Ombudsman é atender às consultas e eventuais queixas e reclamações de investidores relacionadas com o processo de negociação, custódia e liquidação de operações realizadas na Bolsa. Você também pode entrar em contato com o Ombudsman pelo e-mail ombudsman@bovespa.com.br ou pelo site www.bovespa.com.br.
DISQUE BOVESPA
EXTRATO DA CBLC
SITE DA CVM
I Serviço rápido e interativo que oferece várias informações pelo telefone (11) 3117-0909, como as ações mais líquidas, a variação dos índices, o volume negociado, o resumo das operações, entre outras.
I Os investidores do mercado de capitais recebem mensalmente o Extrato de Custódia, com todas as movimentações realizadas pelo Agente de Custódia e que também podem ser consultadas pelo site www.cblc.com.br.
I A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também oferece várias informações sobre o mercado de capitais ao público em geral. O endereço eletrônico da CVM para ter acesso a elas é o www.cvm.gov.br.
Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país
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Urbanismo Compor tamento Saúde Polícia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
AS FEIRAS TAMBÉM TÊM BONS EXEMPLOS
Marcos Fernandes/Luz
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Não devemos acabar com as feiras, mas melhorá-las. E essa mudança deve começar pelo consumidor. Pedro Leal Germano, médico sanitarista
Sebastião Moreira/AE
ESTRADAS oram registrados 829 F acidentes com 21 mortos e 489 feridos nas estradas do Ó RBITA
ZÉLIA GATTAI escritora Zélia Gattai, de 90 anos, foi transferida A da unidade de terapia semi-
Felícia: "Na prova, a fruta está um mel. Em casa, a história é outra".
Na fruta, o golpe do adoçante
A
pesar de algumas atitu- gum tipo de adoçante. "Abacades erradas, é claro que xi, melancia e laranja são as as feiras também estão preferidas para as fraudes. Na repletas de bons exemplos. Na prova, a fruta está um mel. Em da Vila Mariana, aquela do pas- casa, a história é outra", confirtel com vinagrete, foram encon- ma Felícia Tarasautchi, que tradas barracas em perfeita con- caiu duas vezes nesse golpe. cordância com a legislação e Trabalhando em feiras há 57 com as regras de higiene. anos, o comerciante Francisco Esse é o caso da barraca da fa- Fábio de Oliveira, dá a dica para mília de Josefina Ynonye. Com não ser enganado. "Não precisa 40 anos de trabalho no ramo de experimentar. É só dar uma bapescado, eles comercializam tidinha de leve. O som deve pasdiariamente 1,2 mil quilos de sar a impressão de cheio, pesapeixe de 20 variedades. "Usa- do. Se o som for oco, ela não está mos 10 mil quilos de gelo todos boa", explicou. Segundo ele, há os dias", disse. Josefina trans- feirantes mais ousados, que inporta o peixe em um caminhão jetam adoçante na fruta. frigorífico próprio, As tradicionais mantém a barraca feiras da capital protegida do sol e atraem diariamenos funcionários te milhares de cona d e qu a d a m en t e sumidores. O amvestidos. biente compartiA carne bovina Segundo o médi- pode ser lhado por cerca de co sanitarista Pe12,5 mil feirantes é contaminada por dro Leal Germano, alegre e festivo. E essa é a forma cor- bactérias do peixe esse é um dos motireta. "O peixe tem e potencializadas. vos que fazem as de ser muito bem Pedro Leal pessoas voltarem tratado, pois já coGermano, médico todas as semanas. meça a deteriorar sanitarista "As feiras são a cara de São Paulo", disse assim que sai da água", disse. Felícia Tarasautchi. O mais comum, Germano confirentretanto, é encontrar lugares ma: "não devemos acabar com que não seguem as normas de as feiras, mas melhorá-las". E segurança alimentar. Nas visi- essa mudança deve começar tas à feira da rua Luís Góes, tam- pelo consumidor. "Se ele exigir bém na Vila Mariana, barracas um produto seguro, o feirante tinham peixes expostos em tem- será obrigado a mudar seus peratura ambiente e clientes de- hábitos", afirmou. bruçados sobre o produto, que O casal Sakugawa mostra não estavam separados de ou- um bom exemplo. Há quinze tras carnes. "O risco de contami- anos vendendo caldo de cana , nação cruzada é alto. A carne eles valorizam a higiene e a bovina pode ser contaminada qualidade. Mesmo depois de por bactérias do peixe e poten- lavada e entregue pelos fornecializadas pelo novo ambiente", cedores, a cana é limpa novadisse Germano. mente pelos Sukugawa, que Fraudes – Nas feiras-livres também higienizam diariahá ainda os clientes que são le- mente o moedor. "Isso evita sados intencionalmente, por surtos de Doença de Chagas, espertinhos que usam de arti- como o ocorrido em Santa Camanhas para enganar o consu- tarina em 2005, quando barbeimidor. Aqueles pedaços de ros (insetos transmissores da frutas gentilmente oferecidos doença) foram triturados junpelo vendedor à "freguesa" po- to com a cana", explicou o médem estar batizados com al- dico sanitarista. (FG)
intensiva do Hospital Aliança, em Salvador, para um quarto. Seu estado é de melhora progressiva. Depois de uma semana internada, Zélia fará sessões de reabilitação física e continuará a fisioterapia respiratória. A escritora teve insuficiência cardíaca e edema pulmonar agudo.
MAIS UMA ETAPA DO TATUZÃO escavações e o revestimento perários trabalham na O operação de içamento da das paredes do túnel de vias do Metrô, até a estação Luz. roda de corte que será acoplada no megatatuzão, na estação Faria Lima, em Pinheiros. A máquina fará as
Hoje, o governador Cláudio Lembo acompanhará a descida e a instalação da roda.
Estado de São Paulo do dia 2 ao dia 5, no feriado de Finados, segundo a Polícia Rodoviária Estadual. Em 2005 não houve feriado prolongado. Em comparação com 2004, os números deste ano indicam uma queda de 32,26% no total de mortos. Já nas estradas federais do país foram 1.268 acidentes, com 849 feridos e 85 mortos, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Os estados com mais ocorrências de acidentes em estradas federais foram Minas Gerais (254); Santa Catarina (148); São Paulo (123); Rio de Janeiro (103) e Rio Grande do Sul (102). (Agências)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
RESENHA INTERNACIONAL
A MORTE DE SADDAM HUSSEIN
G O regime de
Saddam era simplesmente uma ditadura racista contra os xiitas e os curdos circunstanciais. O mundo árabe-muçulmano passa, assim, para o campo dos direitos humanos universais, reconhecendo a noção de crime contra a humanidade. O que Saddam Hussein não pode compreender, sem dúvida, é que uma parte do mundo árabe faça parte do tribunal. Mas esse mundo árabemuçulmano, graças ao processo, abandonou a tradição tribal fundamentada na raça e na vingança para se unir às normas de uma civilização universal e moderna. O veredicto tem o grande mérito de qualificar claramente a ditadura de Saddam Hussein e a de seus comparsas . Não foi o de um déspota esclarecido, como alguns no Ocidente chegaram a pensar, também não foi um regime laico contra o obscurantismo islâmico. O regime de Saddam era simplesmente uma ditadura racista, fundamentado no poder demolidor de sua tribo sunita contra os xiitas
VOLTA À Céllus
A
JOÃO DE SCANTIMBURGO
e os curdos. Assim, a qualificação de crime contra a humanidade se aplica perfeitamente a seu caso, bem próxima da acusação de genocídio. Quaisquer que sejam os sobressaltos que acompanhem este veredicto, ele leva ao caminho da modernização árabemuçulmana interrompido nos anos 1950. Desde a invasão de Napoleão no Egito o mundo árabemuçulmano estava engajado na via da modernização e da liberalização à moda ocidental. Naquela época ninguém duvidava que o islamismo e a democracia liberal fossem compatíveis. No Iraque, na Síria, no Egito, no Líbano, os direitos humanos e o progresso econômico avançavam juntos durante um século sem que a identidade muçulmana fosse posta em risco. De fato, foi nos anos 1950 que a influência soviética, os golpes de Estado, a descolonização, substituíram a democracia liberal e impuseram as paixões nacionalistas, racistas, tribais e islâmicas. Seu julgamento fecha novamente o parênteses das ideologias totalitárias e repõe o mundo árabemuçulmano na evolução rumo às luzes. Isso deveria agradar a centenas de milhares de muçulmanos que praticam um islamismo moderado, aspiram à democracia liberal e não à restauração de um califado mítico. Saddam Hussein, saindo de cena, prestará enfim um serviço de fato a seu povo. Pela primeira vez.
Pior a emenda BENEDICTO FERRI DE BARROS
O
congestionamento dos aeroportos brasileiros não passa de microrresultado de um macrodesastre: o desgoverno que foi o primeiro mandato de Lula. Caracterizado pela omissão do presidente, pela incompetência de seus ministros, pela corrupção do petismo. No caso específico, destacam-se duas causas genéricas como as responsáveis pelo colapso. Essas causas genéricas são o fraco desenvolvimento do período, o ridículo nível dos investimentos públicos e o mau uso dos recursos disponíveis. Elas afetam não apenas os vôos do país, mas, além de outros setores de sua estrutura, coisas mais fundamentais, como a saúde e educação de seu povo. O caso dos aeroportos é apenas a ponta de um iceberg. Os números que começam a ser apresentados pelas agências burocrático-administrativas revelam coisas piores no setor da saúde e da educação. Na educação, a redução do número de crianças nas escolas; nos hospitais, um congestionamento e espera mais graves do que nos aeroportos. Uma das tônicas eleitorais da campanha pela reeleição foi a promessa de um desempenho melhor depois de "no primeiro mandato estarem estabelecidas as bases". Pós-eleitoralmente, a retórica se concentra em dois temas: o reconhecimento de erros e a promessa de um novo comportamento e estilo de governo. O inchaJ
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rês de suas declarações recentes ilustram esse ponto. A primeira é que doravante quer ver funcionando dentro de 30 dias decisões tomadas pelo Congresso; a segunda foi prometer um crescimento de 5% para 2007; a terceira – talvez a mais estrondosa de todas - a de fazer a reforma política. Se com essa visão das coisas e de seu poder ele for por aí, a emenda pode piorar o soneto. Aparemente ele emigrou definitivamente para o Nowhere – o lugar nenhum extraterreno dos seus delírios étilo-messiânicos – onde, fora da realidade, é capaz de "como nunca antes " voar mais alto do que Prometeu... Ele diz que não pretende nada para si, mas que representa o que o Brasil quer e ele – só ele – é capaz de fazer. Já vimos o que aconteceu com outros tipos de líderes messiânicos, carismáticos e megalomaníacos na História recente do mundo. A saber se os próprios ministros, a quem recomenda um trabalho de equipe que não comandou durante o primeiro mandato, agüentarão seu comando no segundo.
á vimos o que aconteceu com outros líderes messiânicos e megalomaníacos
RUBENS VAZ DA COSTA
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COMENTÁRIO DE GUY SORMAN WWW.HEBDO.CH/SORMANBLOG.CFM
S addam prestará, enfim, um serviço a seu povo
ço megalomaníaco produzido pela mirífica vitória parece ter levado Lula a crer que pode tudo e que basta ele mudar de comportamento, substituindo sua omissão por sua atuação à frente de tudo, para que tudo aconteça segundo sua vontade.
A opção nuclear
David Furst/AFP PHOTO
condenação de Saddam Hussein por um tribunal árabe é um evento histórico considerável, talvez uma reviravolta, não apenas no Iraque, mas em todo o mundo muçulmano. Certamente, esta parte do mundo é habitada pela violência e a fúria há séculos e é comum que chefes de Estado sejam derrotados pelas armas. Mas é a primeira vez que uma destituição é imposta pela lei, seguindo procedimentos jurídicos incontestáveis. O tribunal de Bagdá introduziu na civilização árabe-muçulmana as noções jurídicas que não devem nada ao Alcorão e a suas milhares de interpretações
assadas as eleições, impõe-se a necessidade de uma decisão sobre a adoção de um programa de construção de usinas nucleares em nosso país para geração de eletricidade. Em 1970, o governo brasileiro abriu uma concorrência turnkey para a construção de uma usina nuclear. Foi vencida pela empresa americana Westinghouse. Os trabalhos foram iniciados em 1971 e a geração em 1982. Em 1975, o governo decidiu que o Brasil deveria tornar-se auto-suficiente em tecnologia nuclear e assinou um acordo com a Alemanha para a construção de 8 usinas nucleares de 1300 mWe em 15 anos. A construção das duas primeiras unidades foi iniciada imediatamente para a instalação do equipamento fornecido pela Siemens-KWU. O equipamento das 6 usinas restantes deveria ser fabricado no Brasil em conformidade com as cláusulas de transferência de tecnologia do Acordo. Angra 2 foi construída e começou a gerar no ano 2000. Angra 3 continua inacabada embora 90% do equipamento tenham sido recebidos. Após o acidente de Chernobyl, em 1986, a maioria dos países abandonou a opção nucleoelétrica e retornou ao uso de outras fontes de energia, basicamente fósseis. Na atualidade, em conseqüência do efeito estufa sobre o clima planetário e ao avanço das medidas de segurança nos 442 reatores em operação e no desenho de novas unidades, a opção nucleo-elétrica voltou a ser preferida por muitos países. Há 28 reatores em construção, 62 planejados e 160 propostos. O consumo de urânio eleva-se este ano a 65 mil toneladas. Como um vasto potencial hidrelétrico e de outras fontes renováveis de energia, apesar de ser medíocre seu potencial de fontes fósseis (carvão, petróleo e gás), o Brasil tem uma reserva de urânio estimada em 143.000 mil toneladas, a quarta do mundo e, além disso, dominamos a tecnologia do ciclo combustível nuclear. Assim, cabe examinar em profundidade a conveniência de reiniciarmos o programa nuclear com a conclusão de Angra 3 e a construção de outras usinas. A matriz de energia elétrica brasileira, levantada pela Aneel, mostra a seguinte participação dos energéticos: 82% renováveis e 18% não-renováveis, inclusive os 2% nucleares. A Noruega dá exclusividade à geração hidrelétrica, é exportadora de eletricidade e tem o mais alto consumo per capita do mundo, quase
o dobro dos Estados Unidos. Na França, o nono potencial hidráulico mundial, a geração nuclear responde por 80% da produção de eletricidade, tendo exportado 80 bilhões de kWh em 2002. Em 2005, a participação da geração nuclear foi 15% no Canadá, 19% nos Estados Unidos, 2%, no Brasil e 29% no Japão. No mundo, a geração de eletricidade (em 2003) foi 66% fóssil, 16% hídrica, 16 nuclear e 2% dos demais energéticos. Dos nove paises com maior potencial hidráulico, cinco são do primeiro mundo e os restantes formam o BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China –, ditos emergentes e candidatos a um lugar no primeiro mundo. A Rússia, Índia e China abraçaram a energia nuclear. Na Rússia, o átomo gera 16% da eletricidade, nos 31 reatores em operação. Tem 3 em construção, 8 planejados e 18 propostos. Na China o átomo gera 2%, em 10 reatores em operação. Tem 5 em construção, 13 planejados e 50 propostos. Na Índia, o átomo gera 15,7% em 16 reatores em operação. Tem 7 em construção, 4 planejados e 20 propostos. No Brasil o átomo gera 2% em 2 reatores em operação e tem um com a construção paralisada.
N
o Seminário franco-brasileiro de geração nuclear, recentemente realizado em Recife, técnicos brasileiros e franceses examinaram detidamente a opção nuclear. O Brasil esteve representado pela cúpula do sistema elétrico e pelas entidades relacionadas com a energia nuclear e as grandes empreiteiras nacionais. Demonstraram competência e revelaram dados dos planos existentes a nível técnico. O problema agora é de natureza política sobre a decisão de retomarmos ou não um programa de geração nuclear. Estão prontos para a partida. Aos que estranharam a ausência de dados sobre o futuro da energia nuclear nos Estados Unidos, sugiro que visitem a página da Casa Branca (www.whitehouse.gov) e acessem na State of the Union Address – a mensagem que o presidente Bush enviou ao Congresso em janeiro. O plano energético apresentado inclui com alta prioridade a energia nuclear. O relatório final do Seminário Franco-Brasileiro contém uma riqueza de informações. Está disponível no site www.apef.com.br. RUBENS VAZ DA COSTA, ECONOMISTA, FOI PRESIDENTE DO BNH
A decisão de retomar o programa nuclear é de natureza política
REFORMA POLÍTICA sta volta à reforma política é necessária. Desde muito tempo leio e ouço sobre a reforma política e nada se faz para introduzir a justiça nos problemas políticos, e o tempo vai passando com as imperfeições do sistema prudencial de votação. Defendemos nestas colunas e em outras o voto distrital, adotado no mundo inteiro, como resposta à necessidade de Justiça na legislação eleitoral. A reforma política sempre empacou por não quererem voto distrital e sim o prudencial como mais adequado para a nossa democracia. Não se sustenta essa opção, mas assim mesmo vamos tocando, esperando dias melhores para ver a legislação eleitoral brasileira colocada, finalmente, na boa senda do respeito à verdade da escolha dos mandatários que ficam à disposição dos eleitores no exercício do mandato e na conjuntura intermediária especificamente do voto. Reconhecemos que não é fácil numa reforma política, que não se trata de obter empurrão, quando na realidade é necessário um tempo de reflexão que corrobore a idéia de justiça e da disposição do mandatário político à disposição do eleitor que o procure para tratar de assuntos de interesse geral através das particularidades invocadas no pedido de atenção.
E
stá aí uma das dificuldades da reforma política, mas que não é difícil afastá-la, basta que uma comissão de deputados e senadores entre em contato com organizações estrangeiras, em que é adotado o voto distrital para que tudo se esclareça sendo trazido ao Brasil. Nesta volta à reforma política fizemos alusão ao voto distrital. Oferecemola aos eleitores como uma contribuição à reforma política.
E
JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Defendemos
o voto distrital, adotado no mundo inteiro, como resposta à necessidade de justiça na legislação eleitoral
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Finanças Empresas Nacional Agronegócio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Gás natural custa 56% do preço do óleo combustível. Reajuste poderá chegar a 42%.
PETROBRAS VAI DISCUTIR PREÇO DO GÁS
DEPOIS DO FRACO SEGUNDO TRIMESTRE, EMPRESAS GANHAM FÔLEGO E TÊM CRESCIMENTO DE VENDAS
INDÚSTRIA DÁ SINAIS DE RECUPERAÇÃO Marcos Peron/Virtual Photo - 12/05/2006
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epois do fraco desempenho do segundo trimestre, a indústria de transformação recuperou o fôlego e registrou retomada da atividade no terceiro trimestre. Os dados divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que as vendas reais cresceram 1,9% e as horas trabalhadas na produção subiram 1,51% em relação ao trimestre anterior, descontados os efeitos sazonais. A boa notícia, segundo o economista da CNI Paulo Mol, é que a utilização da capacidade instalada das empresas não foi afetada, o que afasta riscos de restrição da oferta de produtos e uma eventual pressão inflacionária. "Isso dá uma sinalização de que houve maturação de investimentos que aumentaram a produtividade das empresas", avaliou Mol. A utilização da capacidade instalada ficou em 81,8% no terceiro trimestre, depois de, por três trimestres consecutivos, ter se mantido em 81,6%. Para a CNI, a intensificação da atividade industrial vai se manter no quarto trimestre. "O fim de ano estará melhor do que a média do ano", disse Mol. Ele destacou, no entanto, que o crescimento ainda será moderado quando comparado com um período de forte expansão, como em 2004. "Mas existe um movimento de crescimento em curso", disse. Ele não sabe avaliar se o ritmo será
Balança comercial mantém superávit Além de aumento de vendas, horas trabalhadas na produção e contratações também tiveram expansão
mantido no próximo ano. A recuperação do terceiro trimestre melhorou os indicadores da indústria, mas não foi suficiente ainda para delinear um situação de expansão mais robusta no acumulado do ano. Tanto assim que, de janeiro a setembro, as vendas reais registraram alta de apenas 0,38% na comparação com o mesmo período do ano passado. As horas trabalhadas na produção subiram 1,05%. Melhor desempenho teve o indicador do emprego gerado, que aumentou 1,73%. Emprego – O emprego industrial teve alta de 0,72% em relação ao segundo trimestre.
Segundo o economista, o indicador é a grande surpresa deste ano porque demonstrou crescimento em oito dos nove primeiros meses de 2006. O emprego industrial vem se expandindo a uma taxa média de 0,9% ao trimestre, ritmo que se aproxima de períodos de forte crescimento econômico. O gerente-executivo da área de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, disse que os setores afetados pelo real valorizado enfrentam problemas de competitividade no exterior, além do fato de o crescimento da atividade industrial ainda não ter alcançado as pequenas e médias empresas.
Setembro – Os dados da CNI mostram também que todos os indicadores foram positivos em setembro deste ano. As vendas reais tiveram uma alta de 1,82% em relação a agosto e de 4,06% na comparação com setembro de 2005. As horas trabalhadas na produção cresceram 0,2% em setembro na comparação com agosto deste ano e 1,94% ante setembro de 2005. A utilização da capacidade instalada na indústria foi de 81,9% em setembro, descontados os efeitos sazonais. O número de empregos industriais subiu 0,24% ante agosto e 2,68% na comparação com setembro de 2005. (AE)
A
balança comercial da primeira semana de novembro fechou com saldo positivo de US$ 490 milhões. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações somaram US$ 1,415 bilhão, com média diária de US$ 707,5 milhões, 31,1% maior que a de novembro de 2005, e a maior média diária do ano. As importações alcançaram US$ 925 milhões, com média diária de US$ 462,5 milhões, cifra 37,7% superior, na mesma comparação. Desde setembro a tendência de compras externas maiores que as vendas tem prevalecido, sem abalar os recorrentes superávits mensais no comércio do Brasil com o exterior. Com os dados da semana passada, o saldo acumulado em 2006 mantém-se positivo em
US$ 38,381 bilhões. As exportações somaram US$ 114,788 bilhões, cifra US$ 20,2 bilhões menor que a meta do governo, de US$ 135 bilhões. As importações somam US$ 76,407 bilhões e deverão encerrar o ano em US$ 91 bilhões. Embarques – As exportações da primeira semana de novembro foram beneficiadas pelos embarques de produtos dos setores de material de transportes, carnes, metalúrgicos, químico e de equipamentos mecânicos. As importações foram impulsionadas por 18 dos 22 principais itens comprados no exterior. Equipamentos elétricos e eletrônicos lideraram as compras externas, seguidos pelos setores de equipamentos mecânicos, produtos químicos e adubos e fertilizantes. (AE)
Petrobras vai reajustar o preço do gás natural
A
Petrobras confirmou ontem que pretende aumentar o preço do gás natural produzido no Brasil, com o objetivo de reduzir a diferença entre o produto e as cotações de seus principais concorrentes, como o óleo combustível e o diesel. Segundo o diretor de gás e energia da estatal, Ildo Sauer, ainda não há um percentual definido e os novos preços só devem começar a ser discutidos com as distribuidoras no ano que vem. "O gás nacional está defasado e precisa de ajuste", afirmou. Atualmente, o gás natural custa 56% do preço do óleo combustível, seu principal concorrente para o fornecimento de energia à indústria. Em suas projeções para os próximos anos, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) calcula que o valor do gás passe a representar 80% da cotação do óleo. Se a diferença fosse eliminada de uma só vez, isso significaria um reajuste de 42%. O estudo da EPE, porém, trabalha com projeções de longo prazo, ou seja, com a variação de preços nos próximos 20 anos. Sauer disse que é cedo para falar sobre números. "Nossa área técnica está fazendo estudos e depois teremos ainda que negociar com as distribuidoras", explicou. Controle – A Petrobras, que atuou ativamente na formação de um mercado consumidor de gás no País, agora quer conter a escalada do consumo, que cresce a uma taxa de 17% ao ano. A mudança de estratégia deve-se à falta de garantias suficientes para manter o suprimento nesse ritmo. Segundo Sauer, a proposta de aumento não inclui o gás boliviano, que respeita uma fórmula de reajuste trimestral prevista em contrato. "O gás da Bolívia depende dos contratos
que estão sendo cumpridos e não vão ser mudados", disse, sinalizando que a estatal não vai aceitar o aumento pedido por La Paz. Hoje, a direção de Gás e Energia da Petrobrás viaja a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para encerrar até sexta-feira (dia 10) as negociações sobre a revisão da cláusula de reajuste do contrato de importação de gás natural. Fora da alçada – Representante dos governos estaduais no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o secretário de energia do Estado do Rio de Janeiro, Wagner Victer, disse que a Petrobras extrapola seu papel ao decidir conter o consumo com aumento de preços. "Política energética deve ser definida pelo CNPE e não por uma empresa. Isso é exercício de monopólio", protestou. A Petrobras alega que os preços internos do gás não acompanharam as cotações internacionais do petróleo e derivados, que dispararam nos últimos anos. Segundo nota distribuída na tarde de ontem, esta seria a principal razão das altas taxas de crescimento do consumo. "A Petrobras esclarece que o preço do gás natural no Brasil está defasado em relação aos combustíveis que veio a substituir, provocando desequilíbrio entre a oferta e a demanda", diz o texto. Sauer explicou que algumas distribuidoras já estão sem contratos de fornecimento e que os novos preços estarão na pauta das renegociações de contrato. A estatal pretende propor uma nova estrutura de preços, com três tipos de suprimento: firme, para volumes fixos; interruptível, que poderia ser interrompido pela estatal; e gás natural liquefeito, voltado especialmente para as térmicas. Todos acompanharão as cotações internacionais. (AE)
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Compor tamento Polícia Av i a ç ã o Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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PROCON MONTA FORÇA-TAREFA PARA ANALISAR QUEIXAS
Em www.dcomercio.com.br mais informações sobre o dia de ontem nos aeroportos brasileiros.
Srs. passageiros, é hora de cobrar prejuízos
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pós uma semana de caos nos principais aeroportos do País por causa da operação padrão dos controladores de vôo, os passageiros que moram no Estado de São Paulo ou tiveram problemas nos aeroportos paulistas e, por isso, perderam compromissos, negócios ou sofreram constrangimentos podem fazer suas reclamações para um futuro pedido de indenização. O Procon disponibilizou em seu site, ontem, um link específico para o assunto. Prejuízos também preocupam as companhias aéreas e a rede hoteleira, principalmente no Rio. O Procon criou uma forçatarefa com 16 funcionários que irão receber e analisar as queixas e danos alegados pelos passageiros que tiveram vôos atrasados ou cancelados. "Observamos a necessidade de auxiliar as pessoas que foram prejudicadas pela falta de assistência por parte da das companhias aéreas", explicou Márcia Christina Oliveira, supervisora do Procon paulista. Ainda não há um balanço das reclamações, mas são muitas. "É dever da companhia aérea, em caso de atraso, mesmo que inferior a quatro horas, providenciar hotel, alimentação e transporte aos passageiros, ou então devolver o valor da passagem", explicou a supervisora, acrescentando que caso esses direitos não tenham sido cumpridos, o passageiro deve procurar qualquer órgão de defesa do consumidor para exigir o ressarcimento. Segundo Márcia, qualquer outro gasto adicional, desde que comprovado, como a compra de um cartão telefônico ou uso da internet durante a espera, também deverá ser compensando. Segundo a supervisora, pelo Código Brasileiro da Aeronáutica, o prazo para que os passageiros sejam recompensados não deve ultrapassar 30 dias. "As companhias áreas têm de se responsabilizar pelos transtornos sofridos pelos passageiros, independentemente de serem culpadas ou não pelos atrasos, conforme o Código de Defesa do Consumidor". Reunião – Na tarde de hoje deve acontecer uma reunião entre o Procon e as companhias aéreas para discutir o assunto. De acordo com Márcia, neste encontro o Procon irá questionar as empresas a respeito das medidas que serão tomadas para atender as reivindicações dos passageiros que já fizeram reclamação. "É dever das companhias, inclusive, contatar os passageiros que, por desconhecerem seus direitos, não reclamaram em
José Luís da Conceição/AE
Família move ação em justiça americana
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Passado o caos nos aeroportos, ônibus da TAM, com pneu furado, deixa passageiros na mão na 23 de Maio. Eles esperaram outra condução. Caio Guatelli/Folha Imagem
Aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade, teve dia de funcionamento normal ontem
nenhum órgão competente". Somente após esse encontro é que os funcionários do Procon contataram os consumidores para explicar os procedimentos a serem adotados. O Procon não descarta a possibilidade de ingressar com ação civil pública contra as companhias aéreas e a União. Danos – Mesmo que os passageiros tenham recebido assistência da companhia aérea, podem entrar com ação na Justiça por danos morais ou materiais. Como exemplo, Márcia citou a inscrição em um congresso. "Caso a pessoa tenha perdido o seu compromisso e tenha condições de comprovar, por meio de documentos ou testemunhas, ela pode entrar com um processo e receber
uma indenização". O processo pode ser movido contra o Departamento de Controle do Espaço Aéreo – órgão central do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro. O será definido a partir da análise individual dos casos. O Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) e o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7.565/86) conferem ao passageiro o direito a indenizações independentemente da pessoa ter ficado ou não no aeroporto. Se optar por deixar local, o consumidor deve exigir um documento por escrito da empresa constando que naquele horário estava deixando o aeroporto. Caso não seja possível obter este documento, comprovantes de estaciona-
mento, lanchonete, recibos de táxi, ou documentos de entrada ou saída de hotéis, podem comprovar o atraso. Anac – O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) pediu, formalmente, ontem uma reunião com a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para discutir um possível pedido de indenização para as companhias aéreas e reivindicar mais investimentos na infra-estrutura de acompanhamento do espaço aéreo. Cálculos preliminares indicam que o valor a ser solicitado pelas companhias é de R$ 40 milhões por perdas com a operação padrão. "A indenização é o mínimo. As companhias estão fazendo
um levantamento dos prejuízos. É preciso investimento no sistema de controle e acompanhamento do espaço aéreo", afirmou o diretor de relações governamentais do Snea, Anchieta Hélcias. Segundo ele, ofício assinado pelo ex-ministro da Defesa José Viegas, que apontava para o risco de problemas nos aeroportos desde 2003, foi elaborado com a colaboração do Snea, que já alertava para esse risco. Hotéis – O setor hoteleiro do Rio de Janeiro estima prejuízo de R$ 10,4 milhões por causa dos cancelamentos de reservas nesses 13 dias de operação padrão. O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Angelo Vivacqua, informou que cerca de 4 mil reservas são suspensas diariamente por turistas que temem enfrentar atrasos e tumultos nos aeroportos. Vivacqua calcula que o setor hoteleiro tem perdido R$ 800 mil por dia desde o início da crise nos aeroportos brasileiros. "Em um mês, o prejuízo será de R$ 24 milhões", afirmou. Vivacqua lembrou que o movimento nos aeroportos é menor aos sábados e domingos e que o chamado "tráfego comercial", formado por pessoas que viajam a trabalho, é mais intenso ao longo da semana. "Só vamos saber se a situação se normalizou no decorrer da semana. Na verdade, nosso prejuízo é incomensurável porque não se pode medir quantas pessoas pensavam em viajar e simplesmente mudaram de idéia". (Agências)
família de duas das 154 vítimas da queda do vôo 1907 da Gol, em 29 de setembro, anunciou domingo que processará nos Estados Unidos as empresas Boeing, fabricante do avião; Honeywell, fabricante do sistema de alarme anticolisão (transponder) das aeronaves envolvidas; e a ExcelAire Service Inc., dona do jato Legacy, fabricado pela Embraer. Os advogados americanos Manuel von Ribbeck e Mike Eidson representam Suelen de Abreu Lleras, de 22 anos, mulher de Mario André Leite Lleras, de 25, e mãe de Daniel de Abreu Lleras, de 5, mortos no acidente. Ribbeck, que falou ao Portal Estadão.com.br, explicou que ainda não é possível falar em um valor para a indenização, mas afirmou tratar-se de uma "quantia substancial". Segundo ele, o juiz determinará o pagamento de acordo com o perfil de cada vítima. Ribbeck citou um caso ocorrido na Argentina em que as famílias de 60 passageiros dividiram uma indenização de US$ 400 milhões. Segundo Suelen, que vive em Manaus, as outras famílias da cidade que perderam parentes no acidente ainda não decidiram se entrarão na Justiça com uma ação coletiva. "Por enquanto, cada um vai entrar com processos individuais", afirmou. Ribbeck explicou que, para a justiça americana, a simples existência de indícios que possam comprometer as empresas envolvidas já garante a abertura do processo. Com a ação, os advogados querem o acesso a informações cruciais para a investigação. A partir daí, eles poderão conduzir uma investigação própria. Para tanto, Ribbeck e Eidson contarão com a assessoria do perito canadense, Max Vermij, que já está em Manaus. Os advogados não descartam processar a Embraer e o governo brasileiro. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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terça-feira, 7 de novembro de 2006
Internacional
Somos contra a pena de morte, seja para Saddam ou para qualquer um. Tony Blair, primeiroministro britânico
Andrew Winning/Reuters
SADDAM Líderes europeus contra a execução do ex-ditador
Dia Hamid/AFP Photo
Manifestantes a favor de Saddam em Samarra, ao norte de Bagdá
Simpatizantes do candidato presidencial Daniel Ortega fazem festa em Manágua, ao conhecerem os primeiros resultados das urnas
Nicarágua: o sandinista Ortega está de volta Personagem central dos últimos anos da Guerra Fria vencerá as eleições, segundo a ONG Ética e Transparência.
D
aniel Ortega, candidato da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), personagem central dos últimos anos da Guerra Fria, está voltando ao governo da Nicarágua, de acordo com a contagem rápida da ONG Ética e Transparência. Segundo o organismo, Ortega (que exerceu o poder no país de 1979 a 1990), obteve 38,49% dos votos, contra 29,52% do direitista Eduardo Montealegre, banqueiro formado em Harvard e candidato preferido de Washington. Essa votação – superior a 35% e com mais de 5 pontos percentuais de diferença em relação ao segundo colocado – dá a vitória ao sandinista já no primeiro turno da eleição de domingo. Na apuração oficial, com 40,43% dos votos contados, Ortega tem 40,01% e Montealegre, da Aliança Liberal Nicaragüense (ALN), 32,7%. O sandinismo que agora retorna ao poder em Manágua , no entanto, é um movimento totalmente desfigurado em relação à guerrilha que, liderada por Ortega, derrubou o ditador Anastasio Somoza,
Com 40,43% dos votos contados, Daniel Ortega tem 40,01% e o direitista Eduardo Montealegre, da Aliança Liberal Nicaragüense (ALN), 32,7% em 1979. Ao longo dos anos, a FSLN se desintegrou por causa de dissidências e divisões internas. Hoje, a frente incomoda mais os EUA por sua aproximação com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e seu perfil populista do que por sua ideologia marxista e suas ligações com movimentos guerrilheiros nos países vizinhos como El Salvador e Guatemala. Os rivais de Ortega denunciaram a ingerência de Chávez na eleição. Segundo eles, o governo venezuelano enviou carregamentos de gasolina e óleo diesel a preços mais baixos para as cidades governa-
das por prefeitos da FSLN. Mas, ciente do efeito eleitoral negativo que o apoio de Chávez provocou nas eleições do Peru, México e no primeiro turno do Equador – nas quais os candidatos apoiados pelo venezuelano sofreram mais rejeição –, Ortega evitou menções mais claras a ele. Tanto a apuração paralela d a É t i c a e Tr a n s p a r ê n c i a quanto a contagem parcial dão o terceiro lugar da eleição para o produtor rural José Rizo e o quarto para o candidato do Movimento Renovador Sandinista (MRS, uma cisão da FSLN), Edmundo Jarquín. Este denunciou irregularidades durante a eleição, como atrasos na instalação das mesas e propaganda eleitoral ilegal em favor da FSLN no dia da votação. Já o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, declarou que nenhuma irregularidade significativa foi constatada pelos observadores. Os ex-presidentes peruano, Alejandro Toledo, e americano, Jimmy Carter, também avalizaram o resultado da eleição. (AE)
Republicanos acham que ainda dá
A
queda da vantagem dos democratas em pesquisas divulgadas no final de semana animou os republicanos, que intensificaram ontem sua operação "garanta o voto". Como nas últimas duas eleições, os republicanos apostam numa operação de guerra nas 72 horas anteriores à votação, para garantir que seus eleitores fiéis comparecerão às urnas nas eleições de amanhã. Uma pesquisa da Pew Research mostra que a intenção de votos dos candidatos democratas caiu de 50% para 47%, enquanto a dos republicanos subiu de 39% para 43%. Outra pesquisa, do Washington Post-ABC News, mostra que a vantagem democrata encolheu para seis pontos percentuais.
Suhaib Salem/Reuters
execução de Saddam pode empurrar o país para uma guerra civil de verdade", disse o ministro das Relações Exteriores italiano, Massimo D'Alema. No Iraque, os advogados de Saddam desautorizaram a sentença, classificando o veredicto como "nulo" e "um arremedo de justiça" A equipe de defesa ainda acusou o juiz de "imparcial" e disse que sua decisão foi tomada para "consolidar a campanha eleitoral" nos EUA (veja nesta página). Sob toque de recolher em muitas cidades, o país teve um dia relativamente calmo, sendo que o pior incidente aconteceu em Faluja, onde duas pessoas foram mortas durante uma manifestação pró-Saddam. Líderes da mais respeitada instituição de direitos humanos da Europa advertiram ontem que uma eventual execução de Saddam enviaria uma perigosa mensagem para a região. (AE)
Valery Hache/AFP
U
m dia depois de a justiça iraquiana condenar Saddam Hussein à morte, líderes europeus fizeram um apelo ao Iraque para que o exditador não seja executado. "Somos contra a pena de morte, seja para Saddam ou para qualquer um", disse o primeiro-ministro britânico, Tony Blair. Cauteloso, o premiê valorizou o fato de o julgamento ter sido realizado por iraquianos, mas se negou a comentar sobre qual deveria ser a pena de Saddam. Declarações semelhantes partiram da Finlândia que detém a presidência da União Européia, e da Itália. "Mesmo num caso dramático como o de Hussein, somos contra a pena de morte", disse o premiê italiano Romano Prodi. Outros líderes alertaram para as conseqüências de um enforcamento do ex-ditador: "Na situação difícil que o Iraque se encontra, a
LIBERDADE PARA FUMANTES – Manifestantes pró-tabaco protestam em Nice (França) contra os planos do governo de banir o cigarro em lugares públicos e pelo adiamento da proibição em bares.
Cenário de mais uma guerra
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Exército israelense já começou a se preparar para uma possível guerra contra a Síria e a milícia xiita libanesa do Hezbollah no verão de 2007 e, por isso, congelou uma série de planos destinados à reorganização de suas fileiras e à prevista redução do
serviço militar obrigatório, segundo a edição de ontem do jornal Ha´aretz. Documentos analisados pelo Estado-Maior do Exército israelense em sucessivas reuniões indicam que a Síria e o Hezbollah lançarão uma guerra contra Israel em julho. (AP/AE)
MULHER-BOMBA – Palestina mostra imagem de jovem parente, de 18 anos, que se suicidou ontem em Gaza, próximo de tropas de Israel.
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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EVENTO TEM ESPAÇO PARA EMPREENDEDORES
Os alfajores da Havanna caíram no gosto do público infantil, jovem e adulto do Brasil.
JACK WELCH, CONSIDERADO O CEO MAIS ADMIRADO DO MUNDO, FARÁ PALESTRA HOJE NA CAPITAL
FÓRUM REÚNE "GURUS" DE GESTÃO Fotos: Milton Mansilha/LUZ
O
O formato das lojas da marca Havanna foi adaptado para agradar ao público brasileiro
portunidades de re l a c i o n a m e n t o entre empreendedores e contato com as tendências que influenciam o mundo dos negócios são as atrações da 6ª edição do ExpoManagement, que vai até amanhã no Transamérica Expo Center. Além do espaço interativo com as empresas que participam do evento, os 17 mil visitantes da feira têm contato com formadores de opinião nacionais e internacionais que ministram palestras. "A feira combina a experiência do melhor conhecimento em gestão em nível internacional com as mais inovadoras práticas efetivadas no mercado brasileiro, tudo sob um elevado padrão de organização", disse o presidente da HSM no Brasil, Carlos Alberto Júlio. A empresa é uma das patrocinadoras do evento. "Aqui,
serão apresentados os conceitos que devem inspirar as decisões dos executivos nos próximos anos", reforçou. Empreendedores – Há dois espaços de negócios especiais dedicados a novos empreendedores: um voltado para franquias e o outro, para pequenos e médios empresários. Neles, os visitantes têm assessoria completa sobre gestão de negócios. "Queremos contatar empresários que procuram onde fazer novos investimentos, principalmente na área de franchising", disse a gerente de franquia do Grupo Prisma, Malu Mortari. "Cada vez mais, os executivos buscam uma fonte de investimentos e de renda paralelos e é por isso que oferecemos esse tipo de negócio", destacou. Novidade nesta edição da feira é o Espaço Responsabilidade Social – Teorias e Práti-
cas. O lugar abriga debates, mesas-redondas e apresentações de casos de sucesso de diversas empresas, além da presença de especialistas de instituições não-governamentais e do chamado terceiro setor. São as apresentações de líderes de grandes conglomerados mundiais que dão status ao evento. Entre os palestrantes de hoje no ExpoManagement, destacam-se Luís Felipe Scolari, que fala sobre liderança e competição, além de Jack Welch, considerado o CEO mais admirado do mundo, em razão do seu trabalho na General Electric. Amanhã, último dia da feira, a voz será de autores conhecidos, como de W. Chan Kim, co-autor do livro "A Estratégia do Oceano Azul". Mais informações sobre o evento no site www.expomanagement.com.br.
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) melhorou sua oferta a acionistas da norte-americana Wheeling Pittsburgh, visando à fusão das operações nos Estados Unidos, informaram as duas empresas ontem. A nova oferta dá ao acionista a opção de escolher entre três opções. A primeira é a de receber uma ação ordinária da nova empresa que será formada. A segunda é a de receber uma ação em depósito que obrigará
a CSN a pagar US$ 30 por ação após quatro anos. A terceira será uma combinação das duas primeiras opções. O conselho da Wheeling Pittsburgh deu seu aval à proposta melhorada da CSN informando ser a melhor opção existente para a empresa e disse que uma assembléia deverá ser realizada em janeiro para votar a transação. "A proposta existente representa a melhor opção estratégica para os acionistas da Wheeling Pittsburgh
e continua a fornecer aos nossos acionistas a oportunidade de realizar valor maior e coloca a Wheeling Pittsburgh em posição para futuro sucesso", disse o presidente da empresa norte-americana, James Bradley, em comunicado. O lance da CSN é o último de uma disputa entre a empresa e a companhia Esmark. Esta melhorou sua oferta em outubro, incluindo US$ 200 milhões em direito de oferta de ações ordinárias. (Reuters)
Alfajor argentino CSN dá último lance por siderúrgica com toques de Brasil A
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em os representantes da Havanna no Brasil sabem dizer por que o alfajor faz tanto sucesso por aqui. Mas o fato é que o produto argentino caiu nas graças dos brasileiros e as expectativas de vendas da empresa já foram ultrapassadas. Além do Café Havanna, na Rua Bela Cintra – onde os clientes podem degustar cafés num charmoso lounge e comprar os alfajores – existem mais três pontos-de-venda em São Paulo: na Alameda Lorena e nos shoppings Iguatemi e Higienópolis – este último aberto no início de outubro. De acordo com a diretora da Havanna no Brasil, Bárbara Kern, as vendas ultrapassaram em 60% a previsão feita em julho, quando a marca foi trazida para o Brasil. "Nos três primeiros meses, foram compradas 150 mil unidades de alfajores, ou três unidades a cada minuto", diz Bárbara. "Tivemos de rever nossas metas mês a mês. Ficamos surpresos com os bons resultados." Segundo ela, só no Aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, a Havanna vende mais de 7 milhões de alfajores por ano. "Os
Bárbara Kern: acima da previsão
brasileiros são responsáveis por 60% do consumo." Expansão – A diretora detalha que a expectativa é abrir mais quatro unidades de vendas em São Paulo até o final deste ano. Em 2007, o total de lojas deverá ser de 30, abrangendo o Sul e o Sudeste. A abertura de franquias não está afastada – mas se ocorrer, será num futuro distante. Mesmo assim, há 150 pessoas interessadas no negócio. Ela revela que, no início, vários shoppings relutaram em vender a marca, alegando que o mix de produtos estava com-
pleto. "Hoje, recebemos pedidos de representantes dos shoppings dispostos até a fazer substituições. Sai a marca atual, entra a Havanna. Estamos estudando as possibilidades", afirma Bárbara. Jeito brasileiro – "Os argentinos sabem bem o que querem fazer com a marca, mas são flexíveis e estão dispostos a fazer adaptações", explica a diretora. Uma delas é respeitar o hábito dos brasileiros de tomar café no balcão. "As próximas lojas terão esse espaço, que existirá só no País." Outra novidade "brasileira" da Havanna é oferecer um "petisco" junto com o café – outra mania local. "A Havanna criou, especialmente para o Brasil, o minicoração recheado de doce de leite para acompanhar a bebida. Mas poderá ser também uma coroinha, igualmente recheada", diz Barbara. Perfil – Os executivos da Havanna querem saber o porquê de os produtos agradarem os brasileiros. Mas já perceberam que os doces feitos artesan a lment e a t é ho j e a t r a e m crianças, turmas de jovens, casais e senhoras que se reúnem para degustar os alfajores. Neide Martingo
Vale não tem adesão total na Inco
A
Companhia Vale do Rio Doce já conseguiu comprar 86,5% do controle da Inco, segunda maior produtora de níquel do mundo. Mas ainda não atingiu, como imaginava, seu objetivo principal: a adesão de todos os acionistas para a oferta de 86 dólares canadenses por ação. Isso porém, não será um entrave aos planos da Vale de fechar o capital da Inco. Pelas leis canadenses, ao conseguir a maioria do controle, a Vale pode adquirir o restante das ações mesmo sem adesão voluntária dos acionistas. Apesar de ter o aval da legislação local, a Vale promete adotar uma estratégia agressiva para conquistar os minori-
tários mais reticentes à oferta. Ontem, a companhia comunicou ter pedido à Inco a convocação imediata de uma assembléia de acionistas para estudar a proposta de incorporação ou "outro procedimento que permita à Vale adquirir as ações remanescentes." A Vale fechou a compra da Inco em 26 de outubro passado, ao contabilizar uma adesão de 75,7% dos acionistas à sua oferta. Logo em seguida, prorrogou por mais uma semana o prazo de adesão. O adiamento não foi suficiente para a empresa obter o controle integral da canadense. Na primeira etapa da compra, a Vale desembolsou US$ 13,3 bilhões. No comunicado de ontem, a
mineradora brasileira informou que o pagamento das novas adesões será feito até o dia 8 de novembro. Usiminas — O ingresso da Vale no bloco de controle da siderúrgica Usiminas teve avaliação positiva de analistas do mercado financeiro, que esperam um processo mais tranqüilo de expansão de mercado para a Usiminas, com a presença estratégica da Vale. Já a mineradora ganha uma injeção de capital num momento em que é importante fazer caixa. A reorganização societária da Usiminas injetará, de imediato, R$ 1 bilhão no caixa da Vale, pelos cálculos do analista Guilherme Marins, da Ativa Corretora. (AE)
Sonnaira San Pedro
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
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Política
Pretensão do PMDB: mais seis ministérios. Ou, pelo menos, mais quatro – e com importância e influência suficientes no novo governo.
DIVISÃO DO BOLO MINISTERIAL E QUESTÕES ESTRUTURAIS DOMINAM AS DISCUSSÕES NO PLANALTO Marlene Bérgamo/Folha Imagem
LULA JÁ COSTURA NOVO MINISTÉRIO O presidente iniciou as negociações para a construção da coalizão e governabilidade. Ele quer manter alguns de seus ministros e satisfazer aliados.
O
COALIZÃO – Na língua do poder, falada em Brasília, o termo significa que o presidente Lula (ontem, ao lado de Cláudio Lembo, governador de São Paulo, e Aldo Rebelo, presidente da Câmara dos deputados, em evento da revista Carta Capital) deverá ser capaz de construir o novo ministério de modo a satisfazer seu partido, o PT, os aliados e até mesmo a oposição. Tudo em prol da governabilidade no segundo mandato.
PRESIDENTE QUER DESTRAVAR OBRAS ESTRUTURAIS
D
epois de descansar por quatro dias em Salvador e ignorar a crise dos aeroportos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu mostrar trabalho. Ele terá reunião hoje com os ministros de Minas e Energia, Silas Rondeau, e dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, para determinar que se dê prioridade a obras de infraestrutura em andamento para a construção e reforma de estradas, portos e hidrelétricas. Lula quer dar
início às visitas a elas o mais rápido que puder – se possível, nesta semana. Esse foi o principal assunto tratado na reunião do presidente com os ministros Guido Mantega (Planejamento), Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência). A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que também integra o Conselho Político do presidente, não participou porque está gripada. Tarso Genro, o quinto
representante do grupo, está em férias. Lula comunicou ainda que, para evitar perda de tempo, quer ter uma conversa nesta semana com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e com o presidente do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcus Barros. Com eles, pretende exigir que sejam rápidos na solução dos obstáculos para as obras relativas ao meio ambiente. Rombo – Lula se disse preocupado principalmente com a situação das estradas federais. Na operação tapaburacos o governo gastou mais de R$ 540 milhões, sem licitação. O Tribunal de Contas da União (TCU) apura desvio de dinheiro e
superfaturamento em vários trechos. Ainda na reunião do conselho político, Lula disse que não pretende dar início à nomeação de seu novo Ministério neste mês. Só o fará em dezembro. No entanto, de acordo com um dos participantes, o presidente comunicou que nesta semana começa a conversar com os governadores, individualmente, e com os dirigentes dos partidos da base aliada, para tratar justamente de apoio no Congresso e dos nomes para o novo Ministério. Entre os governadores que podem ser recebidos estão o de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), reeleito, e o eleito de Brasília, José Roberto Arruda (PFL). (AOG)
Eduardo Knapp/Folha Imagem
Eleitos: Federação das Indústrias abriu diálogo com deputados e senadores paulistas. Empresários querem mais proximidade com Brasília.
FIESP REÚNE PARLAMENTARES
A
necessidade de o País sair da fase de estagnação econômica e partir para uma linha mais desenvolvimentista foi a tônica do encontro realizado ontem na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), entre a direção da entidade e a bancada paulista de parlamentares eleitos e reeleitos para o Congresso Nacional. "A palavra-chave do encontro foi desenvolvimento", disse o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP). "Os partidos precisam tomar conta desta palavra, como a Fiesp está tomando, a fim de trazer benefícios para o País", emendou. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, informou que vai colocar a estrutura da entidade à disposição dos parlamentares do Estado para que possa haver
Danilo Verpa/Hype
um entrosamento maior em prol do desenvolvimento do País. No encontro, foi destacada a necessidade urgente de uma reforma tributária e da aprovação da lei da micro e pequena empresa, cujo projeto está em tramitação no Senado. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), também presente, informou que vai se empenhar para que o projeto seja aprovado porque vai permitir a redução dos encargos sociais. Interface – O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) elogiou a iniciativa da Fiesp de reunir os deputados e senadores paulistas e disse que haverá interlocução permanente entre o Congresso, o Executivo e os empresários. "Estamos iniciando uma nova fase", destacou o petista. Os parlamentares do PSDB, que também participaram do encontro, foram
unânimes em cobrar do governo medidas para o crescimento do País. "Precisamos tirar o pé do freio", destacou o deputado federal eleito José Aníbal. "Temos o compromisso com o desenvolvimento do País e a pedra de toque é a reforma tributária", reiterou. O deputado eleito Wanderley Macris (PSDB-SP) também cobrou medidas mais efetivas do governo federal. "Os discursos que ouvimos hoje aqui na Fiesp vão na linha do que defendemos, a necessidade de o País crescer mais do que está crescendo. O governo Lula deve reduzir gastos, reduzir a carga tributária no sentido do desenvolvimento", ressaltou. 'Rabo preso' – Segundo deputado federal mais votado em São Paulo, o ex-apresentador de TV Clodovil Hernandez (PTC), também presente
presidente reeleito ra imaginar o segundo mandaLuiz Inácio Lula da to sem Guido Mantega, Dilma Silva precisará ar- Rousseff, Patrus Ananias, Luiz regaçar as mangas Dulci, Tarso Genro, Marina Sila partir desta semana para ini- va, Luiz Marinho ou sem um ciar o processo de escolha da petista na Educação. O presiequipe de ministros que toma- dente poderá trabalhar com as rá posse em janeiro. Lula com- pastas de relevância social, coprometeu-se a definir as op- mo Previdência e Saúde, ou as ções até a semana do Natal, da área de infra-estrutura. mas já deixou claro que a sua Troco – Dos grandes cargos primeira preocupação, agora, na Esplanada, restariam ainda é dar impulso às obras de infra- os Ministérios da Agricultura, estrutura para dar vazão ao Cidades, Transportes, Ciência crescimento do País (veja maté- e Tecnologia, Justiça, Integração Nacional e o do Desenvolria ao lado). As disputas entre partidos vimento. O PMDB controla os aliados e os atuais ministros, Ministérios de Minas e Energia no entanto, estão deflagradas. e Comunicações. O partido Caberá a ele interferir para evi- acredita que, para caracterizar tar que a competição intestina o governo como de coalizão, pelo poder saia de controle. O mereceria mais seis ministédesafio de Lula é estabelecer os rios, ou mais quatro. critérios pelo qual pagará a O PMDB é um partido difícil promessa de compor um go- de contentar por causa de suas verno de coalimúltiplas corr e n t e s r e g i ozão tendo como eixos PT-PMDB. nais. Os Ministérios do TurisEm 2002, existiu um compro- O PMDB acredita que, mo, Cultura, Esmisso semelhan- para caracterizar o porte, Defesa e o Itamaraty deste, mas que hagoverno como de via sido assumipertam menos interesse. d o p e l o e x - coalizão, mereceria deputado José mais seis ministérios. Casa – Com as sete pastas proDirceu (PT-SP). Mas ficaria satisfeito Agora, o presi- se recebesse mais vavelmente ambicionadas pelo dente comproquatro. meteu-se, direPMDB, Lula precisará atentamente, com os líderes governisder ao seu partitas do PMDB. O segundo man- do, que deseja Cidades para a dato de Lula começará mal, em ex-prefeita Marta Suplicy, o termos de governabilidade, se PSB, que pretende manter a legenda não se sentir plena- Ciência e Tecnologia e conmente atendida. quistar uma grande pasta, a da Bolo – O presidente governa Saúde ou a da Integração Nacom 34 ministros, o que lhe dá cional, que foi de Ciro Gomes, espaço para todo tipo de acor- e ao PL (agora PR, Partido da do político. O problema con- República) do vice-presidente siste em que menos da metade José Alencar que quer, no mínidessas pastas têm poder efeti- mo, manter o controle sobre vo para alocar recursos expres- Transportes. sivos, adotar decisões de imAssim, não existe espaço papacto eleitoral ou participar da ra as pretensões do PMDB. O definição dos rumos do gover- presidente poderia oferecer as no, que interessa aos partidos. pastas da Justiça, Agricultura e Dessa metade, parcela signi- Previdência, além de asseguficativa tem dono estabelecido rar ao partido às de Minas e Cono primeiro mandato, sendo municações. que o poder de fato pertence ao Lula pretende abrir espaço núcleo duro que o PT forma em para dois representantes do setorno do presidente. Os Minis- tor empresarial, o que signifitérios da Fazenda, Planeja- caria confirmar Luiz Furlan no mento, Casa Civil, Secretaria- Desenvolvimento e ter um Geral da Presidência, Comba- executivo na Previdência. O te à Fome, Desenvolvimento PTB deve manter o Turismo e o Agrário, Meio Ambiente, Edu- PCdoB o Ministério dos Esporcação, Trabalho e Relações Ins- tes, mas o PP, por enquanto, estitucionais são comandados tá perdendo o Ministério das por petistas e assim devem Cidades e avisou que gostaria de ser compensado com o micontinuar. Companheiros – Não dá pa- nistério da Agricultura. (AE)
TEMER: CONVITES AVALIADOS
O Clodovil: 'Brasília será amada'.
no encontro, destacou: "Não vou me meter a fazer leis, vou transformar o poder em uma coisa útil e boa para todos. Brasília não será mais a mesma, ela será uma cidade amada e não mais temida. Vou fazer do jeito que eu sei, pois não tenho rabo preso com nada." (AE)
presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), afirmou ontem que, se houver um aceno do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva para que o partido participe mais efetivamente do novo mandato, levará a proposta para avaliação do conselho político e dos diretórios da legenda. Depois de participar de encontro com parlamentares paulistas e a direção da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Temer adiantou que a maioria dos governadores peemedebistas defende uma aproximação maior com o governo Lula. Na análise do presidente nacional do PMDB, essa postura dos governadores é para permitir a governabilidade. "Mas saber se esta governabilidade será mediante a ocupação ou não de cargos, aí já é um outro problema", emendou. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO Acredita que ainda não tive tempo de descansar. Nossa, está sendo mais cansativo que no dia da prova. Na verdade o mais difícil passou, que foi a Maratona, agora é só curtir.
Chip East/Reuters
Marílson Gomes dos Santos ao comentar a maratona de compromissos enfrentada após sua vitória em Nova York.
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/
NOVEMBRO
2 -.LOGO
7 Dia do Tribunal de Contas Em 1903 nascia Ary Barroso Último dia para o depósito do FGTS e envio Caged
M EIO AMBIENTE C INEMA
Depois dos gêmeos, Julia Roberts Depois de um período de ausência das telas para cuidar de seus gêmeos e atuar na Broadway, a atriz norteamericana Julia Roberts vai voltar ao trabalho e protagonizará o filme Friday Night Knitting Club. A vencedora do Oscar pela atuação em Erin Brockovich, Uma Mulher de Talento também produzirá o drama inspirado no romance de Kate Jacobs. Ainda falta definir quem será o diretor do longa e o elenco que acompanhará Julia Roberts no seu retorno às telonas.
Julia estreou na Broadway em abril, no Bernard B. Jacobs Theatre de Manhattan, com a peça Three Days of Rain, do dramaturgo Richard Greenberg, ao lado de Paul Rudd e Brandley Cooper. A peça, um sucesso de público – pouco elogiada pela crítica – arrecadou quase US$ 1 milhão na primeira semana em que foi exibida a título de pré-estréia, segundo números divulgados pela Liga Norte-americana de Teatros e Produtores.
A RTE China Out Reuters/China Daily
Aquecimento da miséria Alteração climática será a maior ameaça para a redução da pobreza
A
s 189 nações que participam da 12ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, ou COP-12, foram conclamadas ontem, no primeiro dia do encontro, a se posicionarem urgentemente com mais firmeza na luta para interromper o aquecimento global, que, entre as muitas conseqüências, ameaça reverter sucessos na luta contra a pobreza. "A mudança climática está rapidamente emergindo como a mais séria ameaça que a humanidade pode enfrentar", afirmou o ministro do Ambiente do Quênia, Kivutha Kibwana. "É um perigo genuíno, que poderá reverter nas próximas décadas ganhos que tivemos
na redução da pobreza, principalmente entre as populações mais pobres da África." As declarações de Kibwana são balizadas por um relatório divulgado na semana passada pelo governo britânico, que calculou perdas entre 5% e 20% do PIB mundial por ano por causa do aquecimento. Outro texto, divulgado pela ONU, aponta que o continente africano está ainda mais vulnerável. A previsão é de que cerca de 70 milhões de pessoas possam sofrer com inundações de áreas costeiras por volta de 2080 por causa da elevação do nível do mar. Além disso, mais de um quarto dos habitats africanos correm risco de destruição. O evento, que segue por duas semanas, tem como objetivo principal tentar minimizar as
disputas em torno do Protocolo de Kyoto, que estabelece que as 35 nações mais ricas do mundo cortem suas emissões de gás carbônico em 5% em relação aos níveis de 1990 até 2012. O maior obstáculo ainda é a recusa dos Estados Unidos em ratificá-lo. Por enquanto o presidente George W. Bush não tem mostrado sinais de que pretende mudar sua posição. Pelo relatório do governo britânico, se não houver redução no ritmo do aquecimento global, o mundo poderá entrar em uma crise econômica semelhante à depressão dos anos 30. Organizações ambientalistas esperam que uma eventual vitória dos democratas nas eleições que ocorrem nos EUA na próxima semana possa alterar esse quadro.
AFP Photo
L
Eva Wilma lança livro hoje em SP
Espanha quer pena de 38 mil anos
A atriz Eva Wilma e a escritora Edla Van Steen são amigas de longa data. A carreira das duas já se cruzaram mais de uma vez. Em 2004, Eva comemorou 50 anos de carreira com a peça Primeira Pessoa, monólogo organizado por Edla a partir de uma seleção de personagens clássicos levados ao palco pela atriz. A parceria tornou-se tão afetuosa que continuou até render o livro "Eva Wilma - Arte e Vida" (Imprensa Oficial) que será lançado hoje às 19 horas, na livraria Saraiva do Shopping Pátio Higienópolis.
Os promotores espanhóis pedirão mais de 38 mil anos de prisão para os principais suspeitos nos atentados a bomba contra o sistema ferroviário de Madri em março de 2004. Segundo a Audiência Nacional, o julgamento dos 29 suspeitos de terrorismo será no início de 2007. As penas mais duras serão pedidas para Jamal Zougam, Basel Ghalyoun e Abdelmajid Bouchar, que detonaram os explosivos e para outros sete líderes intelectuais do atentado, que matou 191 pessoas.
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SEM BARULHO – Imagem do avião "Silent Aircraft Initiative" divulgada pela Universidade de Cambridge, mostra o protótipo que deve entrar em operação até 2030. Mais silencioso, o avião também terá 25% do consumo de combustível reduzido. R ECORDE
O homem mais alto do mundo homem mais alto do mundo, com 2,6 metros, está no Rio de Janeiro. O chinês Xi Shun, de 55 anos, veio ao Brasil para participar da comemoração do Guinness Day (o dia mundial dos recordes), que será celebrado em todo o mundo no próximo dia 9. No Rio, Xi Shun vai autografar o Guinness Book 2007, no qual seu recorde está registrado. O gigante chinês está hospedado no Hotel Novo Mundo, na Glória. Para acomodá-lo, foram colocadas na suíte uma cama do tipo king size (maior modelo de casal) e uma outra, de solteiro, para que ele coloque os pés. Xi Shun nasceu na Mongólia Interior, província situada no norte da China e foi criado no campo. Ele entrou para o livro dos recordes após ser submetido a uma bateria de exames físicos e mentais, em janeiro de 2005.
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MÃE NEGRA
Aquarelas de Lasar Segall (na foto, Mãe Negra entre Casas). Museu Lasar Segall. Rua Berta, 11. Das 13h às 20h. Grátis. Telefone: 5574-7322. G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Carro miniatura Katatudo está de movido a hidrogênio cara nova
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www.katatudo.com.br
Voz e alma da música popular
Parada gay em Jerusalém O procurador-geral de Israel, Meni Mazuz, recusou-se a proibir uma passeata do orgulho gay em Jerusalém apesar de ameaças de violência por parte de judeus ultra-ortodoxos, orientando a polícia e ativistas homossexuais buscarem um acordo. Mazuz ordenou que a polícia se reunisse com ativistas gays "para trabalhar por uma proposta alternativa aceitável" para a passeata, marcada para sexta-feira. Judeus ultra-ortodoxos protestaram em Jerusalém quase todas as noites durante a última semana. Na passeata do ano passado, foram feridos a facadas três participantes. C INEMA
Mocarzel ministra oficina de roteiro O documentarista Evaldo Mocarzel coordena, de hoje até sexta-feira, uma oficina de roteiro. As aulas ocorrem das 20 às 23h30 no Espaço Unibanco de Cinema (Rua Augusta, 1.470, Cerqueira César, tel. 3288-6780). O curso, com duração de quatro dias, apresentará noções gerais da linguagem documental. Também serão exibidos trechos de "À Margem da Imagem", "Mensageiras da Luz" e "Jardim Ângela", entre outros. O custo da oficina é de R$ 250. O gigante chinês, Xi Shun, está no Rio em evento do Guinness Book.
L OTERIAS Concurso 166 da Lotofácil
A TÉ LOGO
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Está disponível no mercado um carro em miniatura que usa a mesma tecnologia de célula de hidrogênio que está em testes em automóveis de verdade. O carrinho é comandado por controle remoto e funciona com um painel solar ou duas pilhas AA. Custa US$ 129,95 na Hammacher Schlemmer.
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http://www.hammacher.com/publish/
O portal Katatudo estreou nova fase. O site está completamente reformulado, com novos serviços, tecnologia e visual. O foco das atividades está na personalização. Agora, o internauta tem a opção de programar o conteúdo da página de acordo com suas preferências. Outro diferencial é a busca local, que permite ao usuário trabalhar sua procura na internet de acordo com a região que deseja. O site também consolidou parcerias com Yahoo, Buscapé e WebTraffic e firmou parceiras nos EUA e México.
B RAZIL COM Z
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Ricardo Leoni/Agência O Globo
C A R T A Z
Uma pesquisa feita na Universidade de Lübeck indica que pequenas correntes elétricas aplicadas durante o sono ativam a memória e melhoram a retenção de informações. Cientistas alemães fizeram a experiência com voluntários, que receberam correntes elétricas similares às do cérebro humano, e constataram que os participantes que sofreram os choques lembraram com mais facilidade uma seqüência de palavras que deveriam memorizar antes de dormir. Os pesquisadores acreditam que a técnica pode ser útil no tratamento de doenças como o mal de Alzheimer.
Http://www.miamiherald.com
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Estímulo elétrico aumenta memória
A cantora Marisa Monte descobriu que era na Música Popular Brasileira (MPB) que estava o seu verdadeiro dom, quando foi estudar ópera na Itália. Ao saber que para realizar seu sonho de adolescência precisaria morar no exterior, percebeu que jamais conseguiria "tirar o Brasil de sua alma e voz" e voltou para iniciar sua carreira e se tornar um dos pilares da MPB. Na semana passada, a cantora se apresentou no Gusman Center, nos Estados Unidos, onde iniciou uma turnê que fará por quatro cidades.
Dançarina chinesa faz performance durante o 8º Festival de Arte que acontece em Wuhan, na província de Hubei, na região central da China.
L ITERATURA
C IÊNCIA
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Ministério Público pede a interdição de Champinha acusado de estrupar e assassinar Liana Morre no Sul da França, de causas não reveladas, o músico Paul Mauriat, aos 81 anos Número de mortes por dengue no Brasil foi o segundo maior da história até setembro
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Agronegócio Empresas Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BRADESCO AMPLIA CRÉDITO PARA IMÓVEIS
terça-feira, 7 de novembro de 2006
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bilhões de reais é quanto o grupo Telemar vai investir até 2008, informou a empresa.
GANHO DO MAIOR BANCO PRIVADO DO PAÍS TERIA ATINGIDO R$ 5 BILHÕES SEM AMORTIZAÇÃO DE ÁGIOS
BRADESCO LUCRA R$ 4,7 BI ATÉ SETEMBRO Milton Mansilha/LUZ – 22/2/06
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Bradesco teve um lucro líquido de R$ 4,743 bilhões nos nove primeiros meses do ano, de acordo com balanço divulgado ontem. O ganho cresceu 17,1% na comparação com igual período de 2005. Se não fosse o ajuste contábil dos ágios de aquisições de outras instituições financeiras, o resultado do maior banco privado do País de janeiro a setembro teria atingido a marca de R$ 5,029 bilhões. No terceiro trimestre, o lucro chegou a R$ 1,6 bilhão, com aumento de 11,8% sobre os meses de julho a setembro do ano passado. Com participação de 22% no resultado dos primeiros nove meses do ano, as operações de crédito, principalmente para pessoa física, são consideradas pelos executivos do banco uma das melhores opções de retorno em um cenário de queda dos juros básicos. O diretor-presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, estimou que o volume de crédito terá crescimento de 20% neste ano, com evolução de 15% a 20% na carteira de pessoas jurídicas e entre 30% e 35% no caso de pessoas físicas. De acordo com o balanço trimestral, a maior parte do ganho no período de janeiro a setembro (33%) veio das operações de seguros. Em seguida, ficaram as receitas com prestação de serviços (26%), operações de crédito (22%), tesouraria (11%) e captações (8%). No terceiro trimestre, o resultado do banco veio de seguros (34%), crédito (23%), prestação de serviços (28%), tesouraria (8%) e captações (7%).
O balanço registrou evolução de 18,5% no ganho operacional do Bradesco nos primeiros nove meses do ano. Já o retorno sobre o patrimônio líquido médio ficou na casa dos 31,5%. O grupo tinha no fim do mês de setembro ativos totais de R$ 243,2 bilhões, com evolução de 20,4% sobre o fim do terceiro trimestre de 2005. Crédito — Segundo Cypriano, o total liberado por meio de operações de crédito chegou a R$ 110,296 bilhões em setembro, valor que inclui a participação dos financiamentos por cartões de crédito, de cerca de R$ 4,463 bilhões. "As grandes empresas buscam crédito por meio de mercado de capitais e outras ações viáveis para elas. O foco dos bancos fica muito mais concentrado nas carteiras de pessoas físicas e de pequenas e médias empresas." O crédito imobiliário, na avaliação da diretoria do Bradesco, ultrapassará os valores projetados ainda neste mês de novembro. De acordo com os dados divulgados, o Bradesco previa um total de R$ 1,6 bilhão para o setor imobiliário, volume que será alcançado até o final do mês. Assim, o banco decidiu ampliar essa projeção para a casa dos R$ 2 bilhões. O índice de inadimplência da carteira de crédito atingiu 6,8% no fim do terceiro trimestre, percentual próximo aos 7% registrados em igual período do ano passado. Débitos com atraso superior a 59 dias são 4,2%. Quando avaliada a carteira de pessoa física, o peso de empréstimos em atraso ficou em 9,4%. Já no caso das empresas, o percentual é de 4,8%.
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Para Cypriano, nas operações de crédito estão hoje as melhores oportunidades para os bancos no Brasil Sérgio Castro/AE
Davi Franzon
Ganho da Arcelor aumenta 50% lucro da Arcelor Brasil, maior siderúrgica da América Latina, subiu 50% no terceiro trimestre do ano, para R$ 619 milhões, principalmente pela melhora dos preços do aço no mercado internacional, informou a empresa ontem. Também influenciada pelos preços, a receita líquida de vendas cresceu de R$ 3 bilhões de julho a setembro do ano
Ibovespa se aproxima de recorde
passado para R$ 3,6 bilhões em igual período deste ano. O lucro antes de juros, impostos e amortizações (ebtida, na sigla em inglês) subiu para R$ 1,2 bilhão, 21% a mais do que os R$ 989 milhões registrados há um ano. A Arcelor Brasil divulgou o resultado um dia antes do previsto em razão da antecipação do anúncio dos resultados da sua controladora, a Arcelor Mittal. (Reuters)
Para Meirelles, presidente do Banco Central, não há "receita de bolo pronta" para fazer o País crescer
Meirelles: inflação acima da meta impede crescimento.
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presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, voltou a sustentar ontem a manutenção da atual política econômica, que inclui o sistema de metas de inflação monitorado pelo BC. Para ele, a permanência da inflação dentro da meta é a forma como a instituição pode ajudar o País a crescer. "Não é possível que um país cresça com inflação acima da meta. É uma visão equivocada", afirmou, depois de participar de um almoço na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) em comemoração aos 15 anos da Associação Viva o Centro. Apesar de defender a atual política econômica, Meirelles destacou a necessidade de se tomar novas medidas de política monetária para ampliar o
crescimento. Mas evitou elencar qualquer uma, limitandose apenas em dizer que o papel do BC é controlar a inflação. E disparou: "Não existe nenhuma receita de bolo pronta para fazer o país crescer". Estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) publicado na Folha de S. Paulo mostrou o descasamento entre a queda da taxa básica de juros (Selic) e os spreads como um dos fatores limitantes para o crescimento do País a partir de 2007. Segundo o estudo, o juro cobrado pelos bancos é muito superior à taxa que eles pagam no mercado para captar recursos. Meirelles disse desconhecer o estudo e preferiu ressaltar que os juros são um componente importante no processo de crescimento do País, mas
não o único. Para ele, é preciso discutir como fazer com que as taxas continuem baixando em termos reais no longo prazo. Ele disse que o governo tem adotado uma série de medidas para aumentar a competição no sistema financeiro e, assim, forçar a queda dos spreads. As declarações de Meirelles foram feitas no mesmo dia em que o presidente Lula se reuniu com seus ministros para falar sobre as metas de governo para os próximos quatro anos. No que diz respeito à esfera econômica, Lula já manifestou seu desejo de um crescimento maior sem que a inflação aumente ou que o superávit primário fique aquém do esperado. Fala-se em uma expansão de 5% para o Produto Interno Bruto (PIB) a partir de 2007. Roseli Lopes
Focus: queda maior dos juros
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estabilidade da inflação neste ano e a melhora nas expectativas para 2007 levaram o mercado financeiro a aumentar de 0,25 para 0,5 ponto percentual a aposta para queda dos juros básicos (taxa Selic) neste mês. A expectativa, detectada pela pesquisa semanal do Banco Central (BC) divulgada ontem, é a de que a Selic deve recuar dos atuais 13,75% para 13,25% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 28 e 29. A mudança veio depois de cinco semanas consecutivas de estabilidade nas projeções.
Na visão dos analistas consultados pelo BC, os cortes só deverão voltar para 0,25 ponto percentual em 2007. Nessa perspectiva, segundo a pesquisa, a Selic deve chegar a 12% ao ano no final de 2007. A melhora da expectativa para os juros veio acompanhada da terceira redução consecutiva da previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do próximo ano. A previsão caiu dos 4,16% do levantamento anterior para 4,14%, ficando ainda mais abaixo da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A previsão favorável para a inflação se manteve a despeito da alta dos preços no curto prazo, detectada pelos últimos levantamentos dos institutos de pesquisa. "A elevação da inflação no curto prazo não tem sido suficiente para afetar os cenários mais longos", comentou um operador do mercado. A alta dos preços também não tem tido impacto significativo nas projeções de mercado para o IPCA deste ano. Nas últimas duas semanas, a estimativa para o IPCA de 2006 aumentou 0,03 ponto percentual, subindo de 2,97 para 3% — abaixo da meta de 4,5%. (AE)
Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 2% ontem e ficou perto de seu recorde histórico. O movimento foi puxado por ações de empresas de telecomunicações, valorizadas por balanços financeiros positivos e pela notícia de que a Telecom Italia recebeu duas propostas para vender sua operação de telefonia celular do Brasil. Também influenciou os negócios o bom desempenho das bolsas internacionais. O Ibovespa, principal referência do mercado brasileiro de ações, avançou 2,01%, para 41.246 pontos. O índice se aproximou do recorde histórico de pontuação (41.979 pontos), registrado no último dia 9 de maio. A segunda-feira foi o quarto dia consecutivo de ganhos. O volume financeiro somou R$ 2,9 bilhões, giro superior à média do ano. Nos Estados Unidos e na Europa, bons resultados de empresas e operações de aquisição determinaram um dia de alta nas bolsa de valores. Na Europa, o movimento foi generalizado: Londres e Paris (1,24%), Frankfurt (1,43%), Madri (1,26%), Milão (0,96%) e Lisboa (0,81%). O índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, fechou com valorização de 0,89%, enquanto o índice Nasdaq avançou 1,51%. Câmbio — O dólar comercial encerrou o primeiro dia de negócios da semana quase estável, cotado a R$ 2,138 na ponta de venda. De acordo com operadores, não havia agenda de indicadores capaz de ditar o rumo das operações. A moeda americana oscilou pouco durante todo o dia e, no fechamento, registrou variação negativa de 0,09%. Na mínima da sessão, o dólar recuou 0,14%. "O dia foi bastante fraco em volume de negócios", afirmou o gerente de Câmbio do banco Prosper, Jorge Knauer. O Banco Central (BC) manteve sua rotina de atuação no mercado à vista, comprando dólares. A operação, no entanto, não conseguiu vencer a apatia do mercado. (Reuters)
BNDES libera crédito de R$ 2,4 bi para Telemar
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uma semana de uma possível reorganização societária que depende da adesão de acionistas, a Telemar anunciou ontem ter obtido financiamento de R$ 2,4 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Cerca de R$ 2 bilhões vão para a Telemar Norte Leste e R$ 400 milhões para a unidade celular Oi. Segundo comunicado divulgado pela companhia, os recursos serão utilizados no programa de investimentos para o período de 2006 a 2008, estimado em R$ 6,7 bilhões. O empréstimo tem prazo de 90 meses e custo médio de Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais 4,25%. Para os investimentos em projetos com tecnologia 100% nacional (cerca de R$ 300 milhões), a Telemar pagará TJLP mais 2,5%. Em abril passado, a companhia anunciou planos de reestruturação societária, para reunir os papéis do grupo em uma única ação, da Oi Participações, que seria listada no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Reuters)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Uma unidade virtual pode atrair muitos consumidores com acesso e uso facilitado. Grandes provedores já oferecem o serviço
Informática
Rachel Melamet
ensando em ampliar as vendas no próximo Natal? Não seria ótimo ter tempo hábil e recursos para abrir uma nova loja? Pois saiba que ainda dá tempo – não no mundo físico, mas no espaço virtual da Internet onde você não precisa acumular estoque, contratar vendedores temporários nem pagar um aluguel exorbitante por um bom ponto-de-venda. As vendas pela web são uma tendência mundial, por oferecerem economia de tempo e acesso a produtos nem sempre disponíveis na loja de rua mais próxima, especialmente em locais distantes ou cidades pequenas, onde os desejos de consumo chegam via televisão mas muitas vezes ficam reprimidos pela falta de opção nos pontos-de-venda físicos. Um estudo da Nielsen NetRatings nos Estados Unidos mostra que 79% dos consumi-
dores esperam ter as mesmas condições de preço e entrega em todos os canais de compra, físicos ou virtuais. O estudo aponta ainda que, hoje em dia, cerca de 22% das compras dos norte-americanos são influenciadas pela web. No Brasil, após a fase inicial de "desconfiança" do consumidor sobre os sistemas de pagamento e entrega das compras via web, a dificuldade está nas mãos dos empresários, divididos entre o desejo de abocanhar uma fatia sempre maior do farto bolo de R$ 4 bilhões em faturamento previstos para o comércio eletrônico em 2006 – que já tem 6,8 milhões de consumidores no país – e a falta de conhecimento sobre o funcionamento e gastos para entrar nesse mercado. Criar um site de e-commerce vai muito além do trabalho de um bom webdesigner. Apesar da crescente importância, na internet, do conceito de usabilidade – que é a eficiência, efi-
Abra uma loja antes do Natal. Dá tempo.
Segredos do sucesso Planejamento, escolha da ferramenta correta, integração entre loja física e virtual, oferta de segurança e site atrativo. Você já está a caminho.
PARA SABER MAIS www.camara-e.net www.correios.com.br/ produtos_servicos/ correiosnet http://www.ikeda.com.br www.locaweb.com.br http://www.picture.com.br www.terraempresas.com.br
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esmo que você escolha terceirizar sua loja virtual ou usar um modelo pronto, fornecido pela empresa escolhida para hospedar o seu site na internet, algumas providências são fundamentais para que a experiência seja bem-sucedida. Veja as dicas de Alessandro D. Gil, gerente de marketing da Ikeda, uma das maiores fornecedoras de soluções e-Commerce do Brasil. * Planejamento: Como em qualquer negócio, o planejamento e a estratégia a serem aplicados são as bases para o sucesso do projeto, defina suas metas. Liste seus pontos fortes e fracos; determine o tamanho do mercado, suas oportunidades e ameaças; avalie quem são seus concorrentes e como eles atuam, qual o target (alvo) e como ele se comporta/compra? * Ferramenta correta: A base tecnológica do comércio eletrônico é fundamental para o êxito da incursão no "varejo virtual". Uma escolha errada, que não contemple as nuances de seu negócio, não atenda as especificações de seus produtos ou que não seja tão flexível em relação às mudanças do mercado pode significar a estagnação do seu ponto de ecommerce. Lembre-se: a mudança de plataforma significa custo em geral dobrado e muito tempo desperdiçado. * Loja física x loja virtual: Como conciliar lojas físicas e ecommerce? Use a mesma estratégia para ambas, esteja convicto de que elas são complementares. Crie estratégias que envolvam suas lojas físicas e sua loja virtual. Mais da metade dos consumidores que pesquisam preços e produtos online acabam comprando em lojas físicas e, deste grupo, quase 50% compram em uma
loja diferente da pesquisada inicialmente. Por isso, force a integração, leve o consumidor para visitar sua loja por meio de um portal e incentive o caminho inverso também. * Leve as pessoas para o seu site: Não basta sua empresa ou marca serem conhecidas. O seu site também tem de ser. Nunca considere que o consumidor já o conhece, e muito menos despreze estratégias para aumentar o tráfego de seu canal web. Campanhas de email, ações promocionais, publicidade, patrocínios... utilize todas as ferramentas disponíveis e gere demanda para o seu e-commerce. Lembre-se: antes de comprar, o consumidor precisa visitar sua loja. * Segurança e credibilidade: As vendas pela internet têm uma séria desvantagem se comparadas às vendas convencionais: são intangíveis! Portanto, a segurança e a credibilidade são fundamentais para uma loja virtual e precisam envolver todas as suas transações comerciais, incluindo clientes, fornecedores e intermediários. Construa sua marca com austeridade, entregue o que promete. Empresas certificadoras podem atestar a confiabilidade do e-commerce. Assegure-se de que o fornecedor de sua ferramenta garante a integridade dos dados. * Ciclo virtuoso: Para que o internauta se torne cativo de seu site, as informações devem ser de fácil acesso e importantes para o usuário, a entrega deve ser pontual, o preço justo, o suporte deve ser eficiente. Não pode haver dúvida, muito menos descaso. Lembre-se: as experiências do consumidor, sejam elas positivas ou negativas, são as responsáveis pela imagem de seu e-commerce e de sua marca. (RM)
cácia e satisfação que os usuários podem atingir durante a realização de um grupo específico de tarefas em um determinado ambiente –, de nada adianta o internauta ficar satisfeito com a facilidade de navegação de um site de comércio eletrônico se os produtos adquiridos não forem entregues no prazo, bem embalados e de conformidade com o pedido. E quem rege a afinação dessa orquestra é a logística. Dá para vender? –O primeiro passo para quem está interessado em vender pela web é avaliar se seu produto se adapta de fato à venda virtual. Para vender produtos perecíveis, por exemplo, é necessária uma grande infra-estrutura para armazenar e manter os alimentos em condições perfeitas, além de um ágil sistema de entregas. Produtos que o consumidor geralmente precisa experimentar – como calçados e roupas sem numeração genérica
como P, M e G – podem gerar dissabores e muitos pedidos de trocas. Portanto, pense bem se vale a pena arriscar. O novo endereço –Os Correios oferecem às pequenas e médias empresas uma solução para hospedagem de loja virtual e realização segura de transações comerciais na internet. Os lojistas podem utilizar toda a estrutura do Correios Net Shopping para montar e hospedar sua loja virtual, em duas modalidades. A categoria Loja Cooperativa atende associações e cooperativas que possuem, no mínimo, dez cooperados, com quantidade de 50 produtos catalogados por cooperado/associado. Possui visibilidade em espaços especificados pelo Shopping. Já na categoria Loja Hospedada, a empresa pode ter quantidade ilimitada de produtos catalogados e visibilidade em espaços especificados pelo Shopping. Se o empreendedor já é dono de uma loja virtual, também pode se cadastrar no CorreiosNet Shopping e dar mais visibilidade ao negócio. G r a n d e s p ro v e d o re s d e acesso à internet, como Locaweb e Terra, também oferecem serviços de hospedagem e monitoramento de sites de ecommerce. Uma nova opção no mercado é a Loja Virtual Picture, solução de baixo custo para empresas de micro e pequeno porte que acaba de ser lançada pela Picture Soluções em TI – provedora e desenvolvedora de soluções para internet, comércio eletrônico e processamento corporativo. Administração remota – Com a Loja Virtual Picture, os empreendedores podem comercializar produtos ou serviços pela web, com baixo inves-
Quem garante a afinação dessa orquestra que é a loja virtual? A logística.
timento inicial, baixo custo de manutenção – a partir de R$ 359,00 mensais – e agilidade nas transações. A Loja Virtual Picture conta com ferramentas para a análise do comportamento de cada consumidor, facilitando a realização de ações promocionais. A Loja Virtual Picture tem plataforma tecnológica robusta, de simples operação e facilmente adaptável aos mais diversos ramos comerciais e industriais, sejam eles de pequeno, médio ou grande porte. O n o v o p ro d u t o p e r m i t e a o cliente uma administração remota, ágil e segura da loja virtual com ferramentas integradas de administração, pagamento via internet e várias opções de entrega. Todas as informações da loja podem ser alteradas remotamente e em tempo real, o que dá praticidade e agilidade na atualização de informações e no lançamento de promoções. A solução traz ainda ferramenta de entrega com cálculo imediato de frete, relatórios de estatística e de desempenho de vendas, além de vários templates (modelos de lay out) à escolha do cliente.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
todavia, em ver a população transformada em bucha de canhão toda vez que alguém que tem um instrumento público na mão ou meios de impedi-lo de funcionar bem, o aciona em benefício próprio.
COMO ENCOLHER
A ECONOMIA
E
PAULO SAAB SOMOS
TODOS REFÉNS população brasileira é vítima do gigantismo do Estado e refém permanente dos interesses de minorias. A carga de impostos e taxas - sempre crescente é extorsiva em face da ausência de retorno na forma de serviços decentes e na falta de investimentos em melhorias públicas. Somos todos reféns de situações que afetam grupos ou interesses contrariados. Sempre de minorias. A maioria, quando chamada a opinar, através do voto, elege pessoas descomprometidas com o bem coletivo. Elege quem busca soluções para si próprio. O caos no transporte aéreo, que acometeu milhares de passageiros pagadores de seus bilhetes e taxas neles contidas, foi só mais uma demonstração de como a sociedade pode a qualquer momento ser vítima de interesses de categorias ou grupos que se utilizam de seu poder de trabalho para chantagear normalmente o governo ou seus superiores.
A
Juros e carga tributária ameaçam adiar novamente o espetáculo do crescimento o início do mandato p r e s i d e ncial anterior prometeu-se o espetáculo do crescimento, como é comum após eleições. O que se viu, no entanto, foi um espetáculo de mediocridade, com o país crescendo à irrisória média de 2,7% entre 2003 e 2006 – isso se for conf i r m a d o o c re s c imento de 3% neste ano. Aqueles que já se deram ao trabalho de comparar já verificaram que o índice quase não difere das duas décadas anteriores, quando tivemos média de 2,7% nos anos 80 – a chamada década perdida – e 2,2% na de 90. Entre 2001 e 2006 teremos crescimento médio de 2,4%. Isso significa que, após duas décadas perdidas, caminhamos céleres para a terceira. Suponhamos que no restante da décaEscreva para da, de 2007 a 2010, doispontos@ dcomercio.com.br tenhamos um crescimento extraordinário (sic) entre 4% e 5% ao ano, o que é pouco provável. Isso nos fará ter uma média de cerca de 3,5% ao ano, também medíocre. Ou seja, numa sit u a ç ã o a b s o l u t amente inédita, teremos uma geração inteira perdida, e ninguém que tem menos de 45 anos de idade terá visto o país crescer como poderia e deveria. E veja que o País sabe crescer. Entre 1901 e 1980 crescemos à média de 4,9 ao ano, apresentando 8,1% entre 1959 e 1980, e 11,0% entre 1967 e 1974, provocando inveja a qualquer chinês ou país asiático. P o r é m , n o m o-
N
mento em que a China começou a crescer na média quase 10% ao ano, há exatos 27 anos, nós empacamos naquele que talvez seja o pior crescimento da economia mundial. Em que teremos ficado, inclusive, por dois anos seguidos, em 2005 e 2006, em se confirmando a previsão para este ano, à f re n t e a p e n a s d o Haiti – que está em guerra civil –, se considerarmos as três Américas.
P
G Após duas
décadas perdidas, caminhamos céleres para a terceira. Empacamos há 27 anos no pior crescimento econômico do mundo. G Ninguém
com menos de 45 anos de idade terá visto o país crescer como poderia e deveria. or que não se Uma geração cresce é fácil inteira perdida. de explicar. A
partir dos anos 80, nossa carga tributária começou a crescer violentamente, atingindo hoje 38% do PIB – Produto Interno Bruto. E veja que as mercadorias exportadas não pagam imposto, o que significa que a estrutura está montada para mais de 40%. Além disso, note que em 1988 ela era de 20,01% segundo o I B P T. E 1 3 % e m 1948. Ninguém pode crescer com o "sócio" g o v e r n o a b o c an h a n d o t a n t o d inheiro, enquanto o empresário, salvo algumas exceções, entre elas os setores bancário ou monopolista, trabalha com lucros de 2, 3, 5%, quando apresenta lucro. Vide que a carga tributária de outros países é bem menor, sendo de 13% na Bolívia, 16% na Venezuela, 17% na China e na Rússia, 18% no Chile, 19% no México, 21% na Argentina. E todos crescendo extraordinariamente. Tem que hav e r u m a re l a ç ã o , sem qualquer sombra de dúvida.
G Crescimento
a partir de 5% ao ano é mero desejo, não respaldado por conceitos econômicos práticos e teóricos. A economia brasileira não tem os bons fundamentos que se apregoa. G Como mágica
nunca fez economia crescer, não será agora que isso ocorrerá, em especial porque o David Coperfield nem tem vindo ao País...
utro problema é a estratosférica taxa de juros, que no Brasil é de cerca de 14% (Selic). Esta, sob re u m a i n f l a ç ã o projetada de 3% para este ano, representa 11 pontos percentuais a mais, ou 367% a mais do que o índice de inflação. Ninguém pode crescer com esses juros, e não há como repassá-los aos preços, em especial quando a economia é aberta e pode-se obter o mesmo produto em quase qualquer parte do planeta, sendo que este apresenta média de apenas dois pontos percentuais acima da inflação. Como se não bastasse, temos o complicador da taxa de investimento, que nos últimos 10 anos situou-se entre 17 e 20%. Qualquer estudante de economia sabe que, com esse nível de investimento, é quase impossível crescer à média superior a 2,5%. E que para crescer 5% ao ano é necessário investir 25%, para 7% temos que ter 30% e para 9% a taxa de 35%. Como sabemos, a China cresce à média de 10% porque investe entre 40 e 45% do PIB. Falta, ainda, um mercado consumidor, o que não pode ser conseguido com distribuição de dinheiro como bolsas-esmolas, mas com efetiva criação de empregos que gerem salários, poder de compra.
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fácil verificar que novas promessas de crescimento a partir de 5% ao ano é mero desejo, não respaldado por conceitos práticos e teóricos
É
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
econômicos. A economia brasileira não tem os bons fundamentos que se apregoa e que são necessários para alavancar o crescimento. A não ser que consideremos como bons f u n d a m e n t o s a lguns itens de menor importância que os elencados – embora também importantes – como inflação baixa, risco Brasil baixo, investimentos estrangeiros – os quais, sabemos, também estão em queda em relação aos demais países em desenvolvimento como China, Rússia, México, etc. o m , n ã o v amos buscar m a i s a r g umentos para provar que não há a menor chance da economia tupiniquim crescer mais do que está crescendo, se mantidos todos esses fatos. E nem há como mantê-los, visto que a carga tributária cresce constantemente, mostrandose, neste ano, já em nível superior ao de 2005. Como mágica nunca fez economia c r e s c e r, n ã o s e r á agora que isso ocorre r á , e m e s p e c i a l porque o David Coperfield nem tem vindo ao País... Temos que parar de reinventar a roda e usar e copiar o que existe de bom no mundo, e baixarmos a taxa de juros a menos da metade do que é hoje, reduzindo à metade também a carga tributária e aumentando o investimento em pelo menos 50%, algo como 28 ou 30 pontos percentuais.
B
SAMIR KEEDI É PROFESSOR DE COMÉRCIO EXTERIOR
samir@aduaneiras.com.br
ão vou discutir o mérito da posição dos controladores de vôo. Em situação normal até estou ao lado da categoria, considerando a importância de seu trabalho. Mas, valer-se disso para influenciar de forma negativa, agressiva, contra milhares de passageiros inocentes, é uma forma de covardia que faz escola no País pela ausência de autoridade e cumprimento da tíbia legislação. Guardadas as proporções, o que os controladores de vôo fizeram foi paralisar a Avenida Paulista na hora do rush. Chamando a atenção para seus problemas (excesso de trabalho, baixa remuneração, etc.), a título de dar mais segurança aos vôos, criaram problemas, embaraços, constrangimentos, sofrimento físico, para viajantes na maioria dos aeroportos do Brasil. Repito que no mérito eles até podem e devem ter razão. Não concordo,
N
sse episódio é só mais um em meio a centenas, milhares, de ocorrências onde o cidadão inocente é assaltado de forma brutal em seus direitos. Esse assalto é mais um, além da violência das ruas. Vem dos gabinetes, das salas, do entendimento de quem sabe o que está fazendo, na ausência do Poder Público, que em nosso país existe para efeitos corporativos, de auto-atenção. Diariamente a população brasileira, em todos os níveis (menos quem tem condições muito próprias como milionários ou o presidente da República com seu AeroLula e demais mordomias) é vítima de toda sorte de ofensa e desrespeito. Aumento de impostos, taxas, ausência de serviços essenciais, falência da máquina pública, desatenção, descumprimento de leis e regras pelas autoridades e pelos servidores públicos são alguns exemplos de como a ordeira população do Brasil é agredida no cotidiano. Encastelados no conforto que o voto popular ou os cargos públicos lhes dão, as chamadas autoridades competentes oferecem de volta um festival de incompetência e desatinos, evidenciando que os problemas sempre vêm de cima para baixo, porque à exceção do crime de rua e de parte das toscas torcidas de futebol, toda crise nasce do mau funcionamento do Estado. penas para concluir por hoje o raciocínio, cabe perguntar: o que acrescenta para o Brasil a ilustre primeira-dama posar com maiô ostensivamente partidário no seu feriado sem problemas? A distância entre a aspiração mínima popular e o que recebe em troca dos escorchantes impostos pagos é infinita.
A
PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR
G O que
acrescenta para o Brasil a primeiradama posar com maiô ostensivamente partidário em seu feriado sem problemas?
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
1,5
6/11/2006
por cento foi o aumento no número de cheques sustados, por roubo ou extravio, em outubro, ante o mesmo mês do ano passado.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 01/11/2006 01/11/2006 01/11/2006 01/11/2006 01/11/2006
P.L. do Fundo 10.943.711,56 1.475.471,45 8.047.620,53 17.424.485,22 1.317.490,82
Valor da Cota Subordinada 1.231.396220 1.114,917757 1.196,742580 1.104,293031 1.125,793995
% rent.-mês 0,2321 0,0708 0,2723 - 0,1702 0,1418
% ano 26,0422 11,4918 19,6743 10,4293 12,5794
Valor da Cota Sênior 1.013,167789 1.100,253500 1.115,103846 0 0
% rent.-mês 0,0559 0,0513 0,0559 -
% ano 1,3168 10,0254 11,5104 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
2
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Comércio Sucesso Segurança Presentes
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Softwares homologados pelas certificadoras e criptografias de dados são os grandes recursos
TRANSAÇÕES SEGURAS SÃO A META DO E-COMMERCE
SEGURANÇA AMPLIADA Lojas tradicionais dispõem de sistemas para garantir tranqüilidade na hora da transação
Serviços online pecam principalmente na padronização
pesar da maturidade do comércio eletrônico no País, o consumidor sempre fica um pouco desconfiado em transações na internet temendo o roubo de dados sigilosos. Mas, na opinião de Cid Torquato, ex-presidente da Câmarae.net, essa desconfiança não faz mais sentido. Torquato lembra que são raríssimos os casos de fraudes no e-commerce hoje em dia, e se eles acontecem é por "negligência, imprudência ou imperícia do próprio consumidor", que se deixa levar por pontos de vendas "duvid o s o s " e "cheios de vantagens" em relação aos sites tradicionais e sérios. No universo virtual hoje, empresas respeitáveis de ecommerce – sejam pequenas ou grandes – já garantem altos níveis de segurança, dispõem de softwares homologados pelas autoridades certificadoras e por administradoras de cartões de crédito, além de criptografias dos dados dos clientes e à prova invasões. Segundo Gastão Mattos, consultor de varejo eletrônico da Câmara-e.net, das 10 mil
lojas on-line (de bens de consumo e de serviços), cerca de 7 mil utilizam cartão de crédito como forma de pagamento. "Essas administradoras de cartão, por si só, já asseguram tranqüilidade ao lojista e ao consumidor. Elas só permitem o uso de sua bandeira em sites com um padrão de segurança elevado", observa o consultor. Alessandro Gil, gerente de Marketing da Ikeda, empresa focada em softwares de comércio eletrônico, lembra que as vendas pela internet são intangíveis, p o r t a n t o s egurança e credibilidade são fundamentais nessas transações entre clientes, fornecedores e intermediários. "O lojista deve construir sua marca com austeridade, entregar o que promete e se valer de empresas certificadoras para atestar a confiabilidade do seu e-commerce". Gil diz que é raro o cliente dar uma segunda chance se a credibilidade da companhia for duvidosa. Segurança na loja – Al ém dos cartões de crédito, o cliente saberá se a loja está protegida com criptografia de dados e certificação digital, quando vê, em algum canto da tela (geral-
Divulgação
Divulgação
Barbara Oliveira
Entre 10 mil lojas online, 7 mil usam car tão.
Torquato: fraudes são raras.
mente embaixo da tela ou na parte esquerda), o selinho de autoridades certificadoras (Verisign, Certisign, Unicert, RSA etc.). Na hora de fazer a transação, o usuário também identifica os símbolos de um cadeado fechado ou uma pequena chave no programa de navegação, o que simboliza a encriptação da comunicação — a segurança — entre o seu browser e o servidor da loja. Outras dicas fornecidas pela Câmara-e.net: procurar lojas tradicionais, tomar cuidado com as ofertas encaminhadas por e-mail (a boa prática do varejo online determina a divulgação das promoções exclusivamente no site, não as envia por e-mail), e verificar se o portal tem algum telefone para atendimento ao cliente. Os sites tradicionais também fazem parte do Movimento Internet Segura (www.internetsegura.org), com 25 integrantes até agora (entre entidades certificadoras, administradoras de cartões, instituições financeiras, empresas de tecnologia e lojistas). O portal divulga uma série de orientações ao consumidor para que ele possa se proteger no momento da compra.
Digipass: tecnologia a serviço da internet.
Pen drives de autenticação e criptografia também no varejo
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Criptografia
stimulados pela grande preocupação dos lojistas em manter a integridade de seu negócio, os fornecedores de tecnologias para internet banking também estão com novidades em dispositivos de autenticação para o varejo. Um dos lançamentos da Vasco Secutiry é o Digipass para Web. Lançado em março deste ano, nos EUA, o Digipass já está à venda no Brasil pela UserID, representante da Vasco. O diretor de Tecnologia da empresa, Alexandre Cagnoni, explica que ele é um token ideal para pessoas acostumadas a pequenas transações online, como livros, CDs ou ingressos para espetáculos, e que precisam de uma autenticação mais segura do que as senhas estáticas. "A idéia é ter um método de maior proteção para a identificação do cliente e para validar os valores da transação". O cliente entra numa loja já equipada com o Vacman Controller, da Vasco, sistema que valida e controla o token, e faz seu registro com identidade, e-mail, código PIN e formula uma questão que exige uma resposta, ambas secretas. Na ativação do email, o Digipass cria um identificador único do cliente e instala um cookie com informações secretas encriptadas no PC do usuário. Tudo isso ocorre de forma automática. Em seguida, o usuário recebe um login de acesso, digita seu código PIN e eles vão para o software Controller da loja. A partir desse momento, o sistema vai ativar a identificação informando que o consumidor está usando o Digipass, e que ele terá uma senha para uso único e uma assinatura
digital. "Esse recurso é mais um nível de proteção contra roubo de senhas na Web", diz Cagnoni. Os lojistas terão de investir no software e oferecer o token para os consumidores, como os bancos com seus clientes preferenciais do internet banking. Outro token pessoal para o varejo eletrônico é o iKey, da Safenet. "Se temos chaves para abrir a casa e o cofre, porque não uma chave para entrar numa loja?", indaga Paulo Vianna, responsável por Novos Negócios e Marketing da Safenet no Brasil. Ele afirma que essa é uma tendência que chegará ao varejo em breve. Segundo Vianna, o token iKey, com interface USB, foi projetado para desktops e notebooks. Ele garante que o iKey, com chave privada e certificado digital de 1024 bits, "é inexpugnável, e não existe nada mais seguro no mundo". O iKey é combinado com um servidor da loja, o iGate, sistema de autenticação que fica entre o lojista e o cliente e reconhece o usuário quando ele entra, autorizando-o a comprar naquele local. O lojista tem a opção de adquirir a ferramenta de autenticação e oferecer aos seus clientes. O valor da solução para um portal que tenha 500 usuários simultâneos, pode custar a partir de US$ 7 mil. Vianna acha que grandes varejistas como Americanas, Submarino e livrarias são os clientes em potencial dessa ferramenta. (B.O.)
SERVIÇO www.userid.com.br www.safenet.com.br www.camara-e.net/
Falhas na utilização da web Fotos: Divulgação
om a popularização do e-commerce no Brasil, é natural que as demandas e exigências dos consumidores aumentem e os lojistas se preparem para melhorar o atendimento na vitrine virtual. Mas muita coisa ainda precisa ser feita para satisfazer o cliente. Em estudo feito com as maiores lojas que utilizam cartão próprio (private label), o Ibope Inteligência detectou a existência de muitas falhas na utilização da Web como ferramenta de negócios. O estudo Site Fácil - Melhores Práticas em Cartões Próprios do Varejo -, divulgado agora pelo Ibope, avaliou especificamente os canais eletrônicos onde estão as informações dos cartões privados de 10 grandes varejistas, entre eles Carrefour, Marisa, C&A, Leader Magazine. Segundo o analista responsável pelo estudo, Ricardo Lopes, entre os principais problemas detectados está a falta de padronização nas interfaces dos sites. Além disso, existem casos de o consumidor ser redirecionado para outro link parceiro para efetuar algumas tarefas que deveriam ser de responsabilidade do próprio varejista, como consultas de extratos ou formas de adquirir o cartão de plástico da marca pela internet. Ricardo Lopes informa que o estudo levou em considera-
Ricardo Lopes, analista do Ibope: usuários satisfeitos e seguros.
ção 24 itens divididos em quatro categorias. Avaliou-se o "acesso e primeiro contato" do cliente, para ver se é fácil para ele chegar até a página do cartão da loja; foram analisados também os "links e navegação" — se todos os links funcionam ou se existem falsos caminhos; o "design e os gráficos" — como o lojista usa a linguagem visual, os excessos que pesam na navegação ou se o estilo prejudica a leitura e, por fim, a categoria de "conteúdos indispensáveis" — contatos com o vendedor (fale conosco, telefones SAC, endereço da loja, dúvidas mais freqüentes etc.). A análise do Ibope Inteligência levou em consideração a existência de dois grandes públicos para esse tipo de serviço na internet: o cliente que faz suas compras com o private la-
Cartões de loja: 105% a mais.
bel e quer gerenciar pela Web suas compras, extratos, ver o valor da última fatura, localizar a loja mais próxima para a troca do cartão, etc. E o outro tipo de consumidor que viu a
propaganda do cartão private label, mas antes de adquirir o meio de pagamento usa o site para preencher o formulário eletrônico, evitando de ir à loja presencial só para isso. "Estas são as principais razões para as páginas serem claras, padronizadas e sem confundir o usuário", diz Lopes. Alguns problemas são comuns a todos os sites analisados, segundo Lopes. Um deles é o abuso no visual carregado demais ("os webdesigners querem dar um ar jovial à loja e acabam exagerando"). O outro se relaciona aos menus de orientação, meio escondidos ou fora de padrão (não ficam na parte esquerda do site). A forma de contato com a empresa - fale conosco, telefones, SAC - também nem sempre está na parte superior ou inferior da página como de costume. "É necessária uma identidade visual para o internauta não se sentir perdido", observa o analista do Ibope, "mesmo em situações em que o cliente não compre com o cartão próprio da empresa, ele precisa e quer ficar informado sobre como ele funciona". Outros problemas apontados pelo Ibope Inteligência nas seções dos private label são os falsos links. "Algumas informações são sublinhadas, aparecem na cor azul ou, ainda, com uma mãozinha indicando que poderiam ser links, mas na
verdade não são. Ora, se o cliente clica e não aparece nada, ele abandona o site", destaca Lopes. O estudo do Ibope tem por objetivo justamente alertar sobre a usabilidade da internet como ferramenta para ativar os negócios, especialmente nos casos do varejo. "A internet é um instrumento fundamental para o lojista ou para quem faz negócios na rede, diferente da economia tradicional em que o consumidor vai à loja, vê, toca e experimenta o produto e, ao sair dali, forma o seu juízo sobre o estabelecimento". Na Web, segundo Lopes, "a satisfação do cliente vem antes de ele consumir alguma coisa, por isso é importante o usuário ficar satisfeito e seguro ao entrar no site". Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), entre 2000 e 2005, o número de cartões de loja cresceu 105%, com um faturamento de R$ 27 bilhões no ano passado. No primeiro semestre deste ano, o movimento dos cartões de marca própria cresceu 17% em relação ao mesmo período de 2005, com vendas de R$ 11,6 bilhões. "As áreas de cartões dos sites precisam se beneficiar desse novo cenário, atraindo os clientes para vender e fidelizá-los por meio do canal eletrônico", aconselha o analista. (B.O.)
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Sucesso Segurança Presentes Equipamento
DIÁRIO DO COMÉRCIO
A WEB ESTÁ CHEIA DE OPÇÕES ORIGINAIS
comendável adiantar o quanto antes as encomendas. 1 - To y s B r a n d o ( H o n g ansado de dar presentes convencionais Kong) A Toys Brando tem um colenas festas de fim de ano? Livros, CDs e ção fantástica de brinquedos e DVDs não satisfazem mais seu gadgets de custo relativamenapetite por opções interessan- te baixo. A loja eletrônica chites? Diversas lojas online ao re- nesa (sediada em Hong Kong) dor do mundo têm sugestões tem gadgets e brinquedos baspouco convencionais para pre- tante chamativos. Desse empreendimento sesentes, itens que não se encontram facilmente por aqui e por lecionamos esses incríveis bepreços que compensam o cus- souros de briga por controle reto do envio e a espera. Os sites moto. Os robozinhos fabricamerecem uma visita mais de- dos pela Sega-Toys funcionam talhada. Para edição, selecio- com bateria recarregável, e são namos alguns itens abaixo de reproduções realistas dos inseUS$ 50 de algumas das virtual tos de verdade. Cada unidade stores mais descoladas. Todas custa US$ 38,90 e vem com as lojas selecionadas têm en- uma base de carregamento e trega mundial, mas o consumi- controle remoto a pilha. http ://toys .brando. com. dor deve ficar atento aos preços e prazos de entrega. Para hk /p ro d_d et ai l. php ?p ro d_ presentes de final de ano, é re- id=00087 2 - Gadget Shop (Inglaterra) A Gadget Shop é uma das boas lojas eletrônicas inglesas, que se orgulha da qualidade de seu catálogo e da entrega em qualquer endereço no mundo. Entre seus produtos interessantes está a "Airzooão aç g ka", uma bazuca que disl u Div para...vento! A arma totalmente inofensiva tem um área em forma de cilindro que pode ser comprimida de uma lado Airzooka: a arma para disparar um jato de ar, politicamente correta não forte o bastante para soprar pamata, lança jatos de ar que péis sobre uma mesa ou desdespentearão cabeleiras e pentear os cabelos de alguém. abalarão perucas mal Custa 9,95 libras, ou cerca de ajustadas. US$ 20,00. h t t p: / / w w w.g a d g e t sh o p . c o m / p w s / P r o d u c t D etails.ice?ProductID=477 3- Find Me a Gift (Inglaterra) Outra loja inglesa de boa qualidade, a 'Find Me a Gift' tem uma coleção especial de
Sergio Kulpas
?ie=UTF8&s=electronics 5- What on Earth Catalog (Estados Unidos) O What on Earth é um dos exemplos de transição bemsucedida do mundo offline para o mundo online. É uma das "lojas de catálogo" mais tradicionais dos Estados Unidos, vendendo seus produtos por envio postal há décadas. Com essa estrutura já estabelecida, foi fácil migrar para a internet. O acervo de produtos é sensacional, com itens para todos os gostos. Escolhemos aqui o "Relógio Irregular", um relógio de pulso com um toque de Lojas online têm presentes incomuns Salvador Dali. Os números do para o final do ano. Ótimos preços mostrador são distorcidos, e os ponteiros dão saltos para compensam o custo em moeda acompanhar essa deformação estrangeira e o prazo de entrega. no mostrador. Custa US$ 29,95 e vem em três modelos diferentes. http://www.whatonearthitens para o lar. Destacamos entrega são variadas, desde o aqui essa interessante vela que serviço expresso (mais caro) c a t a l o g . c o m / w h a t o n e a rfunciona com um LED, uma até opções de envio por terra, t h / I t e m _ I r r e g u l a r - Wa tfonte de luz de baixo consumo que demoram muito mas saem ch_AU1622.html 6- Hammacher Schlemmer e de efeito interessante. Outra bem mais em conta. vantagem do LED é que sua viSelecionamos esta fantástica (Estados Unidos) A Hammacher Schlemmer da útil é bastante longa. A lam- antena interna de TV. A Zenith padinha imita a luz incerta da ZHDTV1 HDTV-UHF Digital possivelmente é uma das lojas vela, e é uma boa idéia para Indoor Antenna é capaz de re- postais mais antigas do munpresente e para decoração na- ceber transmissões analógicas do, com 158 anos. A versão ontalina. Funciona com duas pi- em UHF e transmissões digi- line da Hammacher é lotada de lhas AAA (palito). Custa US$ tais, dentro de casa. O fabri- itens interessantes, em várias 14,22 a unidade. cante garante recepção de alta categorias. Carrinhos movihttp ://www.find-m e-a- qualidade, sem fantasmas dos a hidrogênio, réplicas de gift.co.uk/led-candle.html nem chuviscos. É a versão mo- máquinas de fliperama e uma 4- Amazon.com (Estados derna da velha antena "espi- série interminável de gadgets Unidos) nha-de-peixe". O modelo cus- eletrônicos de última geração A Amazon é a "mãe" de to- ta US$ 39,99 e tem promoção convivem harmoniosamente com itens mais tradicionais, das as lojas eletrônicas, uma especial na entrega. das mais antigas e mais bemh t t p : / / w w w. a m a z o n . como figuras de biscuit e prasucedidas operações de co- c o m / Z e n i t h - Z H D T V 1 - tos comemorativos. Escolhemos aqui rolhas que mércio eletrônico. Entre os HD TV-U HF- Di gi tal -A nt enmotivos para seu sucesso está n a/ dp /B 00 00 6F XR 9/ sr =1 - vêm em forma de Papai Noel. o site, elas são feitas à o catálogo gigantesco e a exce- 8/qid=1162778023/ref=sr_1_8/1Segundo 0 4lência logística: as opções de 2 5 0 7 4 4 8 - 0 5 6 7 1 0 8 mão em Nottingham, Inglater-
Para combater a falta de originalidade
3 Basta procurar: fuja das roupas, CDs e DVDs nos sites especializados em presentes da web.
ra. As figuras são de resina e a rolha é de borracha de alta durabilidade. São vendidas em conjuntos de duas unidades, por US$ 29,95. h t t p : / / w w w. h a m m ac h e r . c o m / p ub l i s h / 7 3 4 6 5 . a s p ? p r omo=new_items# Na próxima semana, apresentaremos uma outra seleção de presentes, com ênfase em aparelhos eletrônicos pouco convencionais. sergiokulpas@gmail.com
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Besouro: pelo controle remoto, você comanda o inseto em brigas com os seus pares sem causar desequilíbrios ecológicos.
Para iluminar o Natal de todos: LEDs que imitam velas — tremem como as verdadeiras — podem enfeitar a mesa da ceia.
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Segurança Presentes Equipamento Vír us
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 7 de novembro de 2006
POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA PODERÁ TER O SEU PC
A Amazon PC e a Via Technologies fabricarão os PCs populares com processador PC-1500
POPULAR Ao alcance de R$ 599 (sem monitor) ou R$ 849 (com monitor) Divulgação
O equipamento da Via Technologies e Amazon PC consome menos energia e chega às lojas no Natal
Bárbara Oliveira epois da China e da Índia, onde foram lançados para as camadas mais pobres da população, chegam ao Brasil neste Natal os primeiros PCs populares com tecnologia e processador da taiwanesa Via Technologies e montados pela brasileira Amazon PC, de Manaus. Os PCs completos, e que podem se beneficiar de upgrades, chegarão com preços finais entre R$ 599 (sem monitor) e R$ 849 (com o monitor). É um dos preços mais competitivos do mercado, ho-
je. É só dar uma rápida olhadela no varejo online com ofertas de computadores baratos. O chip é de 1GHz, sistema operacional é o Linux e o disco rígido tem 40 GB. O PC-1 tem também 128 MB de memória RAM, acelerador gráfico integrado, chip de som para seis canais e quatro portas USB. O presidente da Amazon PC, Carlos Diniz, espera elevar sua competitividade no mercado popular com essa nova linha e produzir cerca de 250 mil PC-1 ao longo de 2007. A Amazon PC já monta, na Zona Franca, computadores com processadores Intel e AMD, cujos modelos podem ser encontrados abaixo de R$ 1.000 (sem o monitor) em algumas lojas eletrônicas. A capacidade produtiva da fábrica de Manaus é de duas mil peças por dia, entre desktops e notebooks. As máquinas terão processador PC-1500, montados em plataformas (placa-mãe) no formato mini-ITX, com dimensões reduzidas de 17 x 17 cm, com vídeo, áudio e rede integrados da Via Technologies, uma das líderes mundiais no
fornecimento de chipsets. A produção das placas ficará a cargo da subsidiária da Amazon, a MCD Componentes, também de Manaus, beneficiada com os incentivos fiscais previstos pelo PPB (Processo Produtivo Básico), com redução de Imposto de Importação e IPI. A Amazon, por sua vez, será a responsável por integrar todas as partes e peças do microcomputador para colocá-lo à venda, também com incentivos fiscais. Além dos chipsets e processador, o acelerador gráfico e portas de rede são da própria Via Technologies. Todos esses fatores é que promovem o PC-1 à categoria de popular com preços bem abaixo do mercado. Público-alvo –A população de baixa renda, os telecentros e escolas são os usuários potenciais desse PC-1. Segundo o gerente-geral no Brasil da Via Technologies, Carlos Kato, o PC popular com essas mesmas características também foi lançado neste ano na Índia e na China, e depois do Brasil, será a vez da Argentina (com o programa Mi PC) e do Peru (PC Peru), on-
de a empresa está entrando em contato com fabricantes locais para parcerias semelhantes à feita com a Amazon e com sua subsidiária MCD. "O mesmo modelo de negócios é adotado em outros países pela Via Technologies", lembra Kato. A empresa dispõe de centros de desenvolvimento nos EUA (em Houston e na Califórnia) e na China e mantém parcerias com cerca de 20 fábricas espalhadas por todo o mundo. "Nosso negócio é desenvolver a tecnologia e utilizar as plataformas terceirizadas para a manufatura", observa Kato. O executivo espera um maior volume de vendas do PC popular no Brasil a partir de fevereiro/março, quando as aulas começam e a demanda por computadores é grande. Uma das características dessa máquina a ser montada em Manaus é seu baixo consumo de energia, como deve ser em equipamentos desse tipo. Kato explica que o cooler é pequeno e, portanto, esquenta muito pouco consumindo menos energia. Essa característica (menor geração de calor) tam-
bém torna a máquina mais resistente a falhas, já que ele não aquece tanto. Kato também destaca a performance de seus processadores, afirmando que testes feitos no ano passado, demonstraram que um chip de 600 MHz da Via Technologies tem o mesmo desempenho de um Pentium 4 de 1,8 MHz. "Isso graças a sua configuração de aceleração por hardware e não via software (como a da concorrente), sem sobrecarregar tanto a CPU deixando-a livre para tocar outras tarefas. Kato lembra o modelo de micro popular PHD, com tecnologia da empresa taiwanesa, e desenvolvido para as regiões desérticas onde existe muita poeira e há poucas fontes de energia disponíveis. O P é de Power (ou Low Power, já que ele funciona ligado até na bateria de um carro por 20 horas), o H é de Heat, por suportar altas temperaturas e o D é de Dust (poeira), por ser blindado e sem furos impedindo que a poeira penetre no equipamento. ht tp: // www.am az onp c. com.br http://www.via.com.tw
DAS ELITES Até o máximo de R$ 3.000, o governo agora isenta de PIS/Cofins
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As vendas estão crescendo e o interesse por notebooks aumenta à medida que os preços caem
Fábio Pelegrini e nos últimos meses o mercado de notebooks já vinha crescendo de forma significativa, para o final do ano os fabricantes prevêem um cenário ainda mais otimista: as vendas devem até triplicar. Essa expectativa se dá, principalmente, pela queda do preço do equipamento, já que a maioria das peças é importada, e o dólar está cada vez mais baixo. O incentivo do Governo Federal, que isentou os fabricantes nacionais de PIS/Cofins, na comercialização de notebooks com valor até R$ 3.000, também ajudou de forma importante nesse crescimento. Suas medidas facilitaram o financiamento e diminuíram o preço do equipamento para o consumidor.
Apesar de não se arriscar em prever o número de vendas para o fim de ano, Anne da Gama, diretora da Acer do Brasil, acredita que muitos brasileiros devem comprar notebook para dar de presente neste Natal. Segundo a executiva, o mercado está migrando para notebooks a partir do momento que os produtos se tornam mais acessíveis ao consumidor. "Esperamos que as vendas em relação ao ano passado sejam triplicadas. Mesmo porque, antes a Acer tinha acabado de voltar para o Brasil e não tínhamos toda nossa estrutura formada. O hoje esse cenário é bem diferente. Além disso, a MP do Bem deve ajudar muito as pessoas com um poder aquisitivo mais baixo a conseguir comprar o seu primeiro computador portátil. Graças a esse incentivo e a baixa do dólar conseguiremos colocar um produto no mercado com mais capacidade a um valor mais acessível", explica Anne. A executiva lembra, ainda, de outro fator importante: a tendência do usuário a migrar para o notebook. "Se ele não o fez é porque ainda não teve poder aquisitivo para isso. Porém, à medida que o volume de vendas e produção de notebooks aumentar, o preço deve baixar e proporcionar a mudança. Estimamos que, nos próximos cinco anos, haverá uma migração total de PCs para notebooks. Estamos na Era da mobilidade", afirma. Recentemente, a Acer completou 30 anos e hoje é a 4ª maior empresa mundial em computadores pessoais. A estratégia da fabricante não é apenas competir no preço, mas trazer novas funcionalidades. Um bom exemplo disso pode se visto nos novos modelos de notebooks de menor configuração da empresa, que incorporou em seu corpo uma Webcam – na parte superior do
equipamento. A empresa decidiu também alterar o sistema mínimo de configuração para a produção de laptops, que terá memória a partir de 512 MB de RAM. Essa ação é para atender os requisitos do sistema operacional Vista, da Microsoft, que deve entrar logo no mercado. Para a HP a escolha entre comprar um notebook e um desktop está ligado a utilização do equipamento. A conectividade e produtividade são itens que favorecem o notebook. "A mobilidade, por exemplo, proporciona produtividade – à medida que a pessoa pode sair mais cedo do trabalho e terminar suas tarefas em casa", explica Valéria Molina, diretora do grupo sistemas pessoais da HP. Vendas maiores – A companhia também prevê um aumento de vendas para o Natal, assim como vem acontecendo nos meses anteriores. Para a executiva da HP, os principais motivadores para o bom desempenho do setor serão: o recebimento do 13º e a facilidade de financiamento. "Hoje é possível encontrar produtos por R$ 2.499, em dez vezes sem juros, ou seja, R$ 249 por mês, o que permite com que o notebook seja uma opção de compra de presente ou de investimento muito maior do que foi em outras ocasiões. Esperamos que da segunda quinzena de novembro até a data do Natal tenhamos um crescimento ainda maior, principalmente pelas ofertas e parcelamentos", explica. Ter o produto na prateleira também é muito importante para garantir a venda do equipamento. "O brasileiro não está tão adaptado a comprar um equipamento desse valor sem vê-lo. Normalmente, a pessoa gosta de pegar, sentir o peso, ver o formato e a tonalidade. Ter esse contato com o produto na loja é muito
importante, além da forma de exposição do produto na loja e a demonstração pelo vendedor", completa. Para Carlos Diniz , presidente da Amazon PC, indústria brasileira de computadores, as vendas em relação ao terceiro trimestre devem aumenta em 50%, o que significa fechar a produção deste ano em 50 mil notebooks. Já para 2007, a empresa pretende dobrar a sua produção, chegando próximo a 100 mil unidades. "Vamos aumentar a produção porque queremos aumentar nossa participação no mercado. Hoje, a diferença de alguns notebooks, de igual configuração a um desktop, não chega a R$ 1000. A parcela é muito baixa, o que permite ele ter apenas um computador para levar para a casa e escritório", afirma Diniz. A Amazon PC não procura concorrer com a configuração mínima, que custa cerca de R$ 2.500, mas sim em uma configuração com maior poder de processamento, com processador Dual Core, câmera integrada, leitor de cartão de memória, gravador de cd, 512 de ram e wireless, por R$ 2999. Para aqueles que desejam comprar um notebook, entretanto, os fabricantes alertam que é preciso tomar alguns cuidados com o que está se comprando. Não se pode levar apenas em consideração o fator preço. Vale lembrar que um notebook é um equipamento altamente delicado e a assistência técnica é muito cara. "Seria uma loucura alguém comprar um notebook sabendo que não existe uma assistência técnica do fabricante. Porque é aquela história: o barato sempre sai caro. Quando você encontra uma oferta muito boa para ser verdade é porque tem algo errado", lembra Anne Gama, diretora da Acer do Brasil.
Consumidores precisam levar em conta os altos custos de manutenção no momento de escolher seu modelo de notebook
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
O RISCO DE UM NOVO APAGÃO
V
JOÃO DE SCANTIMBURGO
demanda por gás natural tem crescido a uma taxa média de 15% ao ano. Caso a taxa de crescimento caia para 10% ao ano nos próximos três anos, a demanda de gás, excetuando as térmicas, atingirá cerca de 65 milhões de m³/dia, em 2008. Só 3 mil MW médios da capacidade de geração das térmicas a gás poderão ser usados. Nesta situação, o risco de racionamento ficaria em 5%, exatamente igual ao limite aceitável – alto, mas administrável. É preciso considerar que, mesmo no caso em que o regime de chuvas não seja bom nos dois próximos anos e a demanda de energia supere a oferta, há a opção de converter as térmicas da Petrobrás para bicombustível (diesel ou gás) ou para óleo
Céllus
oltou a ser debatida a possibilidade de falta de energia já em 2008. A informação causou preocupação, forçando o governo a publicar notas para minimizá-la. Essas especulações são difíceis de ser desmentidas, devido à complexidade regulatória e operacional, além do comportamento estocástico da oferta de energia. A desconfiança foi desencadeada quando uma solicitação de aumento de produção de energia termelétrica não foi atendida, por falta de disponibilidade de gás natural. O alerta não significou iminência de um apagão, mas evidenciou dificuldades de otimização, justificando a preocupação. Um um modelo
Caminho não trilhado ROBERTO FENDT
A
Robson Fernandjes/AE
O sistema energético opera no limite
simplificado do funcionamento do Sistema Interligado Nacional, incorporando as incertezas do clima, permite avaliar os riscos. Fizemos uma análise para 2008 e 2012. Em termos de carga de energia, a demanda passará de 45,7 GW médios, em 2005, para 52,0 GW médios, em 2008, e para 62,5 GW médios, em 2012. Quanto à oferta, a energia assegurada pelo SIN, em 2005, era de 51,6 GW médios. Para 2008, incorporamos as geradoras que iniciarão as operações no período. Caso a oferta se concretize, a demanda projetada cruzará a oferta no ponto em que o risco de racionamento é de 4%, abaixo do limite de tolerância de 5%. O problema torna-se potencialmente grave quando se especula se haverá gás para as usinas. Em um caso extremo, em que todas as térmicas a gás tenham de ser desligadas, o risco de racionamento aumentaria para 6%, nível superior ao limite tolerável. Nos últimos anos, a
combustível. A conseqüência será o aumento do custo de produção de energia. O risco parece administrável nos dois próximos anos. Estendendo o exercício para 2012, o gás disponível para geração de energia elétrica seria de só 21 milhões de m³/dia. A capacidade de oferta de energia atingiria 62,6 GW médios, um risco de racionamento de 5%, nível aceitável. O problema é administrável em 2008, mas será mais delicado depois. No melhor cenário, ou seja, considerando que a oferta projetada se concretize, o risco de falta de energia facilmente atinge 5%. Além disso, o cenário de demanda parte de premissas conservadoras, como um crescimento econômico inferior a 3,5%. Ou seja, podese dizer que o sistema opera no limite e que o risco de apagão poderá resvalar limites críticos em breve. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE ECONOMIA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
É possível que falte energia já em 2008
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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s estradas estão entre as metáforas preferidas da humanidade. Chaplin termina o filme O Garoto com Carlitos, só, caminhando por uma estrada vazia, remoendo seus pensamentos. Fellini ganhou um Oscar de melhor filme estrangeiro em 1954 com La Strada. A estrada representa o fluir da vida. Para mim, o melhor poema sobre estradas é o de Robert Frost, A Estrada não Trilhada, publicado na revista Atlantic Monthly, em agosto de 1915. O argumento é simples: o viajante chega a uma bifurcação e nota que não poderá trilhar as duas estradas; permanece em silêncio, ponderando que caminho tomar. Decide tomar o caminho menos trilhado, com o mato crescido, por ele segue; e por mais um dia percorre o caminho menos caminhado, duvidando se algum dia o trilharia de volta. E segue caminhando. E, ao final, diz: tomei o caminho menos trilhado, e isso fez toda a diferença. O presidente Lula tem uma oportunidade única de fazer toda a diferença, tomando também o caminho menos trilhado. Por exemplo, em pronunciamento à nação em 31 de outubro, afirmou: "Temos tudo, a partir de agora, para aumentar o emprego, melhorar a educação, a saúde e a segurança. Mas vamos fazer isso com grande responsabilidade na área fiscal e controle da inflação. Só assim vamos entrar, definitivamente, na reta do crescimento de longo prazo." É a antítese do pseudodesenvolvimentismo, seja lá o que for que esse termo signifique. Alguém poderá argumentar que esse caminho já vem sendo trilhado há oito anos, com escasso sucesso. Não é fato. O caminho seguido não foi tão fiscalmente responsável como pensam alguns. O presidente herdará de si próprio um aumento permanente de gastos correntes, cujos cortes exigirão determinação. A parte trilhada é a do compromisso com as metas de inflação. É preciso continuar caminhando por ela, porque nada é mais impeditivo do crescimento e do desenvolvimento que a inflação. É preciso caminhar pela estabilidade da moeda mais um L
dia, e depois mais outro e sempre caminhando, a cada dia, na mesma direção. Porque a inflação tem memória e faz sempre o caminho de volta, se o caminhante tem, ainda que por um momento, dúvidas sobre o caminho a seguir. O caminho para o exterior também foi apontado pelo presidente no pronunciamento de 31 de outubro: "Quero continuar fazendo um governo que aprofunde, ainda mais, a inserção soberana do Brasil no mundo." Inserção soberana é inserção competente. A soberania se conquista todo dia, produzindo mais e melhor, com menores custos, enfrentando de frente a concorrência internacional. É um caminho áspero. Requer a liberdade de mudar, de conhecer os outros caminhantes, e lealmente ultrapassá-los, por ser o melhor. Requer a liberdade de empreender, de contratar e distratar, de aplicar a tecnologia mais de acordo com nossas vantagens comparativas. Se queremos vender aos vizinhos temos de permitir que eles vendam aqui, beneficiando mutuamente os consumidores daqui e de lá. O caminho às vezes tem trechos pedregosos, difíceis, e a subida torna-se íngreme. É mais difícil trilhar esses trechos sob o peso da carga opressiva dos impostos, que dificultam e às vezes quase nos forçam a parar. A empresa quase não está mais conseguindo trilhar o caminho que leva ao crescimento, por ter uma carga tributária sobre a pessoa jurídica similar às dos países nórdicos. té aqui, o caminho mais trilhado foi o do crescimento incessante da carga tributária. O presidente está diante de outra bifurcação. Se tomar o caminho da redução do gasto e da correspondente carga tributária estará pavimentando o caminho para os viajantes que vierem depois. E terá também a gratidão dos viajantes, e de todo o povo. Há muitos espinhos, muitas dificuldades e asperezas, na decisão de tomar o caminho menos trilhado. Mas no caminhar e em seu final haverá sempre a satisfação de poder dizer, para si e para todos, "tomei o caminho menos trilhado, e isso fez toda a diferença".
A
ula tem a oportunidade única de tomar o caminho menos trilhado
Crise é oportunidade CLÁUDIO SHIKIDA
E
is uma história conhecida: uma sociedade vive relativamente em paz até que surge uma crise qualquer. Clama-se pela intervenção do governo e este age. A seguir, percebe que pode aumentar seu poder sobre os cidadãos dada a situação de crise. Assim, declara-se seu "caráter emergencial" e o governo diz precisar reduzir, em algum grau, as liberdades individuais. Se houver muita oposição no Congresso, na iminência da derrota, o governo trabalha na mudança de justificativa para seu crescimento e tenta novamente. O jogo prossegue até o limite das regras constitucionais (às vezes nem estas o detêm). Ganhando, implementa suas políticas justificando-as pelo seu caráter provisório. No prazo do vencimento, novamente pede apoio popular contra a mesma ameaça que, disseram os governistas, continua ou permanece latente na sociedade, seja ela imaginária ou não. Moral da história: cidadãos têm seus direitos diminuídos pouco a pouco. Para tornar esta história mais real podemos pensar em um caso específico. Muitos leitores escolheriam, até por conforto espiritual, o exemplo do governo Bush no mundo pós-Onze de Setembro. A indignação é o passo seguinte: "não eram os Estados Unidos o exemplo de liberdade"? E mesmo assim, brasileiros buscam fugir do Brasil para os EUA, mesmo após as medidas mais rígidas de controle de imigração atualmente em vigor lá. A indignação, neste caso, é caracterizada por uma certa frustração. Gostamos de criticar os defeitos alheios: "Eles eram o exemplo de liberdade". E eles não nos devem explicação de nada. Não pagamos impostos para o governo americano e nem participamos de suas eleições. Por que tanta indignação? Por que a camisa com a foto de Bush pintado como um palhaço exerce tanta atração entre os cidadãos brasileiros? Porque é
mais fácil reclamar da falta de liberdade lá do que aqui. Ou porque a nossa liberdade, aqui, já é tão restrita que não temos o direito de crítica aos nossos governantes. Não é preciso que haja uma guerra para se diminuir as liberdades dos cidadãos. Basta uma crise. O argumento não é novo na literatura teórica e, no Brasil, Jorge Vianna Monteiro (editor da carta quinzenal Estratégia Macroeconômica) tem chamado a atenção para o fato há muito tempo. Não temos guerras, mas temos um problema real relativo ao ajuste fiscal. Este sim, necessário que é, também se transformou em justificativa para tentativas de aumento de arrecadação às custas da liberdade individual (vide o caso da MP 232 em 2005, dentre muitos outros exemplos). Como disse Jorge: "Plano econômico sem custos é igual a almoço grátis: não existe." Qual o custo do maior poder discricionário nas mãos dos burocratas? Menor liberdade para os que se sujeitam aos mesmos. Some-se a isto a insegurança jurídica brasileira - já bastante notada e divulgada em estudos de economia - e você percebe que o problema não são os EUA, somos nós. Sim, lá tem gente reclamando de Bush. Cuidam de seus problemas. Não se vendem camisas de presidentes brasileiros com nariz de palhaço por lá. m uma sociedade na qual existe forte insegurança jurídica, os incentivos são para que todos tentem redistribuir riqueza dos outros para si. O tempo todo. Outro dia um criminoso foi pego com dados privados, da Receita Federal, em um CD. Grave, não? O final deste jogo não é difícil de se imaginar. É como se jogássemos pedras no telhado de vidro de Bush arremessando-as através do nosso próprio telhado... de vidro.
E
CLÁUDIO SHIKIDA É PROFESSOR DO IBMEC-MG
O problema não são os EUA, somos nós. Lá eles cuidam de seus problemas
ROTA DE COLISÃO ão será fácil punir os controladores de vôo que ficam adstritos ao regimento e, como tal, não praticaram erro nenhum. Curiosa profissão é essa, que tem um regimento ao qual devem obedecer e uma realidade a qual também devem obedecer. Pela prática obedecem ao controle e fazem 48 milhões de freqüentadores de vôos voarem tranqüilamente. Na verdade, quem quiser se familiarizar metodicamente com os vôos da Aeronáutica acabará desistindo antes de chegar ao fim, pois, segundo os especialistas, há muitas imperfeições no funcionamento da aviação civil brasileira, onde, no entanto, tudo parece perfeito por não registrarem muitos acidentes, o que melhora a sua cotação. De resto, a aviação é uma forma perigosa de viajar, havendo os que viajam sem preocupação, e havendo os que viajam com preocupação e medo, e havendo os que não viajam exatamente por terem medo. Estes, porém, são minoria, pois num país com uma extensão continental como o Brasil precisamos voar muito, com medo ou sem medo, mesmo porque esse é um argumento sólido, pois os aviões foram feitos para voar e são pilotados por profissionais de muita experiência e que, segundo consta, amam a sua existência.
N
iquemos, porém, na crise da aviação comercial brasileira e saibamos que não devem cumprir o regulamento à risca os conselheiros de vôo e que é fácil criar o caos nos aeroportos do Brasil bastando essa eficiência obrigatória dos especialistas em vôos que estão capacitados a proteger as nossas vidas. São mesmo pagos para isso, embora com salários vexatórios, segundo divulgado durante o caos nos aeroportos. O Brasil é um vasto campo para aviação comercial, mesmo com as crises que estouram no sistema. Daí aparecerem novos transportadores, que vão indo muito bem. É o que tenho a dizer!
F
JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G O Brasil é um vasto campo para aviação comercial, mesmo com as crises que estouram no sistema.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Política
Se o PMDB tiver muito mais espaço do que nós, é claro que todo mundo vai gritar. Nós vamos gritar." Mário Negromonte (PP-BA)
PRESIDENTE AVISA QUE NÃO QUER SE SENTIR PRESSIONADO NA ESCOLHA DOS SEUS NOVOS MINISTROS Sérgio Lima / Folha Imagem
LULA AOS PARTIDOS: 'CONTROLEM A ANSIEDADE'
PP E PSB QUEREM MAIS ESPAÇO NO GOVERNO EM TROCA DE APOIO
A
CONGRESSO VAI OFICIALIZAR FUSÃO DE PPS, PMN E PHS s partidos PPS, PMN e PHS marcaram para o próximo dia 19 de novembro, em Brasília, o congresso extraordinário para oficializar a fusão das três legendas no novo partido Mobilização Democrática (MD). Segundo informou o site do PPS, serão aprovados no encontro o estatuto, o manifesto e o programa do novo partido, que deverá ser legalizado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o fim deste mês. O partido nascerá com 27 deputados federais, a sexta bancada da Câmara. Após a fusão, a legenda terá o mesmo tempo de televisão dos outros partidos: 20 minutos semestrais de veiculação partidária e mais 40 minutos de inserções nos intervalos comerciais. Nos estados também estará garantido o mesmo tempo para a propaganda partidária estadual. (AE)
A mensagem foi dada durante encontro em Brasília, ontem.Ele reafirmou que o novo ministério não será definido e anunciado tão cedo, e sim aos poucos. E disse que quer ampliar o diálogo com o Congresso.
O
De mãos dadas: Lula recebe em audiência o governador paranaense reeleito, Roberto Requião. Paulo Pinto / AE
Alckmin comemora aniversário ao lado do presidente do PFL, Jorge Bornhausen, na Chácara Santa Cecília.
ALCKMIN: AGORA, SÓ OPOSIÇÃO.
O
candidato derrotado do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, pôs fim ontem a uma reclusão de oito dias, após o segundo turno da eleição, e avisou que pretende ter papel de destaque na oposição no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante os dias de recolhimento – parte deles em Pindamonhangaba (SP), sua cidade natal –, o tucano começou a organizar por tema todas as promessas feitas pelos candidatos durante a campanha eleitoral. A idéia de Alckmin é acompanhar com lupa o segundo mandato de Lula e exercer uma espécie de governo paralelo – para cada ação do presidente, apresentar uma alternativa e mostrar o caminho que seria adotado caso o ocupante do Palácio do Planalto fosse ele próprio, Heloísa Helena (PSOL) ou Cristovam Buarque (PDT). "Será uma forma de fiscalização, mas de caráter propositivo",
É como se eu fosse um cientista político, olhando sem me envolver diretamente. Geraldo Alckmin, ontem, sobre o lado positivo da derrota. adiantou o tucano. Outra missão que se impôs é manter-se próximo dos correligionários, a fim de ajudar a reorganizar o PSDB no Estado e trabalhar para consolidar o partido como grande força política do País. Alckmin afirmou também que não será candidato a prefeito de São Paulo em 2008 nem pretende disputar uma vaga ao Senado. Em relação à presidência do PSDB, hoje nas mãos do senador Tasso Jereissati (CE), preferiu desconversar. "Existem dois ansiosos na
vida: jornalistas e políticos", disse, repetindo frase que sempre usa diante de perguntas embaraçosas. A ni ve rs ár io – No dia em que completou 54 anos, Alckmin almoçou no mesmo restaurante por quilo que freqüentou durante a campanha – o "Paladar Real", em frente de seu comitê no Itaim. Cumprimentou as pessoas como se ainda fosse candidato, mas disse que agora se voltará mais para a Medicina. Contou que pretende clinicar na Escola Paulista de Medicina e aprender acupuntura. O gosto pela especialidade surgiu durante a campanha, quando recorria às agulhas para diminuir o stress. Em 32 anos de vida pública é a primeira vez que se vê sem mandato e sem a caneta na mão. O lado positivo, segundo ele, é que com a derrota conseguiu ver a política de fora. "É como se eu fosse um cientista político, olhando sem me envolver diretamente." (AE)
presidente Luiz sor do presidente da República Inácio Lula da Sil- chegou a brincar com o assunva decidiu fazer to. Disse que se o governo deum apelo aos re- cidir atender aos partidos aliapresentantes dos partidos alia- dos da forma como estão reidos com os quais tem conver- vindicando espaço, Lula terá sado nos últimos dias: que se- de criar pelo menos mais 30 gurem a ansiedade a respeito ministérios. Pelo menos da boca para fodo espaço que cada um vai ocupar no governo Lula tem ra, parlamentares petistas direpetido que não escolherá o zem que a decisão está nas Ministério neste mês e que não mãos do presidente e se mosdeverá anunciar a equipe de traram conformados em peruma vez só, mas por conta-go- der espaço, em nome da govertas, porque sabe que as esco- nabilidade. Para o deputado Arlindo Chinaglia, a escolha lhas vazarão mesmo. Ao receber ontem o gover- dos ministros é exclusividade do presidente. nador eleito do Paraná, Roberto Re"O presidente Lula vai montar o miquião (PMDB), o senador José Maranistério que achar apropriado para fanhão (PMDB-PB) e Ele é do nosso o líder do PTB na zer o melhor governo, independente Câmara, José Múcio partido e com Monteiro (PE), em certeza fará o da quantidade de audiências separa- melhor para dar ministros que será das, Lula repetiu sustentação ao do PMDB ou de ouque todo mundo tro partido", afirgoverno. mou. "Como o preterá espaço no seu Deputado José sidente já disse que governo. Mas não Eduardo Cardozo vai conversar com quer ver ninguém ansioso. Até inforoutros partidos, dependerá dele abrir mou que a partir de agora pretende fazer uma reu- essa conversa com os partidos nião mensal com os partidos ou não. Aí caberá ao PT dar sua aliados para ouvi-los sobre o opinião Mas isso, por enquanque ocorre no Congresso e suas to, é apenas uma hipótese. É reivindicações. "Isso é muito presumível que ele faça, mas bom para aproximar o gover- isso, que eu saiba, ainda não no da base. Sempre defende- aconteceu," acrescentou. Semos isso", disse José Múcio. gundo ele, o mais importante é De acordo com informação que o PMDB permaneça como de auxiliares do presidente Lu- base de apoio do governo na la, ele não pretende fazer com Câmara e no Senado. que sua equipe renuncie coleO deputado José Eduardo tivamente, para abrir espaço Cardozo seguiu na mesma liaos novos aliados que chega- nha. "O presidente Lula tem torem. Aos poucos, Lula dirá a tal liberdade para compor sua cada um deles que pretende equipe partindo das premissas mantê-lo no cargo ou dispen- da competência e da sustentasá-lo. Neste último caso, agra- ção política do governo", afirdecerá pela dedicação. Tam- mou. Para ele, o PT tem o dever bém ontem auxiliares de Lula de apoiar o governo, concorreafirmaram que o PT perderá dando ou não com os nomes espaço no governo. que vierem a ser indicados. Essa redução da cota de pe- "Ele é do nosso partido e com tistas no governo, no entanto, certeza fará aquilo que entennão será do tamanho que os de por melhor para dar sustenaliados querem. Outro asses- tação ao governo". (AE)
DE VOLTA À PRESIDÊNCIA?
O
presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirmou que vai voltar à presidência da legenda em breve. Licenciado por causa da suspeita de que sabia da tentativa de um grupo de petistas de comprar um dossiê contra tucanos, dias antes do primeiro turno das eleições, Berzoini disse que vai cobrar o mandato que obteve no ano passado e que termina em 2008, e que fará isso apesar da pressão de petistas e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva por mudanças na direção do PT. "Não coloco a discussão nesses termos. Tenho mandato que foi constituído pelas urnas. O mandato é a minha referência", afirmou Berzoini. "Isso não é ir para o pau, é uma questão partidária", definiu. Berzoini disse que seu afastamento da presidência do PT
Valter Campanato /ABr
montagem de um ministério que atenda à fome dos potenciais partidos que formarão a base política aliada do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva custará caro para o governo – ou, no mínimo, provocar uma grande dor de cabeça na montagem. Sem nenhuma cerimônia, PP e PSB seguiram hoje os passos do PMDB e também reivindicaram espaço muito maior na nova equipe de Lula. O PTB, que ao contrário dos outros, encolheu na eleição do dia 1º, também quer manter a parte da legenda no segundo mandato do presidente. O líder da sigla na Câmara, José Múcio Monteiro (PE), levou hoje a Lula "apoio à governabilidade", garantia de fidelidade de cerca de 97% dos 23 deputados eleitos e a insinuação de que a permanência do ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, será muito bem-recebida pela nova bancada. "Ninguém desconhece que o ministro Mares Guia mudou o turismo no Brasil", afirmou Múcio, depois de encontro de cerca de 40 minutos com Lula. "O Mares Guia nem é mais um ministro do PTB, mas do próprio presidente Lula". Já o líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA), foi transparente ao dizer o que o partido deseja. "Vamos reivindicar o nosso espaço e estamos analisando isso com a bancada. Vamos querer ampliar", afirmou. Atualmente, a legenda tem o Ministério das Cidades, que conta com orçamento próprio de cerca de R$ 2 bilhões, e administra outros R$ 5 bilhões da Caixa Econômica Federal (CEF), que são destinados ao saneamento. Negromonte disse que a sigla tem interesse em manter a indicação para o ministério e ainda obter os da Integração Nacional e dos Transportes, gigantes da Infra-Estrutura desejados por todos. "O próprio presidente disse que fará uma coisa justa. É óbvio que ele não vai querer a base insatisfeita" afirmou Negromonte. O PP elegeu metade do número de deputados do PMDB (89 contra 42), mas considera que ambos têm o mesmo direito. O partido mostra ciúmes. Negromonte disse que reclamará se o PMDB tiver muito mais espaço no Poder Executivo do que os outros partidos da base "É claro que todo mundo vai gritar. Nós vamos gritar."
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foi para cumprir um "objetivo tático" de não prejudicar a reeleição do presidente Lula e que sua volta ao cargo não depende do resultado do inquérito da Polícia Federal, que apura o episódio da compra do dossiê. "Não condiciono a minha volta ao resultado do inquérito, mas a ter essa apuração concluída. O inquérito não condena ninguém, no máximo indicia", afirmou o petista. O deputado não especificou em qual data poderia reassumir a presidência do PT. "Minha avaliação é de que vamos resolver isso logo", disse. A presidência do PT está sendo exercida interinamente por Marco Aurélio Garcia, vicepresidente da legenda. (AE)
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Planalto Congresso Corr upção Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Em nenhum momento da campanha conversei com o sr. Freud Godoy." Ricardo Berzoini
DONO DA PLANAM CONFIRMA DENÚNCIAS
Eymar Mascaro
SANGUESSUGAS VEDOIN INCRIMINA ABEL Alan Marques / Folha Imagem
E
m depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o empresário e chefe da máfia das ambulâncias, Luiz Antônio Vedoin, confirmou o envolvimento do empresário Abel Pereira na liberação de emendas de parlamentares para compra de ambulâncias no período da administração do ex-ministro Barjas Negri, hoje prefeito de Piracicaba, em 2002. Vedoin, no entanto, não elencou o nome dos parlamentares beneficiados – disse não se recordar – e afirmou que nunca esteve pessoalmente com o ex-ministro. Ele também negou ter oferecido um dossiê contra o senador Aloízio Mercadante (PTSP), ao contrário do que afirmou Abel Pereira em depoimento dado à Polícia Federal em Cuiabá. O empreiteiro de Piracicaba informou que Vedoin teria lhe oferecido documentos que poderiam comprometer o senador. No depoimento, Vedoin confirmou que acertou com Pereira o pagamento de 6,5% de comissão em troca da liberação de emendas. "Acredito que o Abel tinha relação com o Barjas Negri", disse. De maneira geral, o empresário confirmou todas as denúncias feitas nos depoimentos anteriores, mas, na avaliação do presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), isentou quatro parlamentares incluídos pela CPMI dos San-
POSIÇÃO
BANCADAS O dono da Planam depõe na Câmara: "Acredito que o Abel tinha relação com o Barjas Negri".
guessugas no rol dos suspeitos: Wellington Fagundes (PLMT), Wellington Roberto (PLPB), Pedro Henry (PP-MT) e Laura Carneiro (PFL-RJ). Dos quatro, Laura Carneiro não conseguiu se reeleger. "Nunca paguei um centavo à deputada", disse ele em relação a Laura Carneiro. "Não o conheço", declarou, sobre Wellington Roberto, em resposta a uma única pergunta do relator Nelson Marquezelli (PTB-SP), que deixou o plenário em seguida se dizendo satisfeito. Sem prazo – Na gestão do sucessor de Negri, o petista Humberto Costa, Vedoin rea-
firmou que negociava com José Aírton Cirilo, eleito deputado federal pelo Ceará, e repetiu, igualmente, que nunca esteve pessoalmente com Costa. Mas se recusou a entrar em mais detalhes. Afirmou que só responderia a perguntas relacionadas a parlamentares. Foi o primeiro depoimento de Vedoin na Câmara dos Deputados. Seu relato servirá para embasar todos os 67 processos de cassação em tramitação no Conselho de Ética. "O depoimento foi muito útil. Vedoin confirmou o pagamento de propinas e trouxe novas informações e vários rela-
tores já me informaram que ficaram satisfeitos", avaliou Ricardo Izar, que se diz confiante de que os 67 processos serão votados ainda nesta legislatura, cujos trabalhos se encerram em 22 de dezembro. Mas, na prática, avalia-se na Câmara que dificilmente haverá tempo hábil para a conclusão de todos os processos por conta dos prazos a serem cumpridos. Dos 67 sanguessugas, apenas cinco foram reeleitos e seus processos poderão ser reabertos. Nos demais casos, não havendo prazo, os processos serão arquivados. (AE)
NEGRI DESMENTE E REFUTA BENEFÍCIOS uma relação estreita com o Congresso Nacional", afirmou o prefeito de Piracicaba. Negri disse também que a denúncia de Vedoin sobre o suposto pagamento de propina a Abel Pereira não é verdadeira. "Articularam um dossiê e pagaram R$ 1,7 milhão. Se ele (Vedoin) vendeu um dossiê, ele está pagando a fatura e dando essas declarações. Ele fez essa acusação de propina e vai ter de provar isso", disse. Negri admitiu ainda que recebeu R$ 15 mil de contribuição de uma das empresas de Abel Pereira para a campanha à prefeitura. Mas negou que privilegie as empresas de Pereira em obras tocadas pela administração municipal. (Agências)
O
São Paulo e Federal (PF). "Esclareço que, em nenhum momento da campanha, conversei com o sr. Freud Godoy, nem para tratar de assuntos de segurança, nem muito menos para tratar de fatos relacionados com o objeto do inquérito policial", afirmou, referindose à investigação da PF sobre a tentativa de compra, por parte de membros do PT, do dossiê Vedoin, em setembro. Berzoini afastou-se da presidência nacional do partido, após ter sido acusado de envolvimento na negociação do dossiê. Godoy, por sua vez, foi apontado como o interlocutor na legenda que mandou pagar pelos documentos. (AE)
CAMINHO O PMDB reivindica também a presidência da Câmara porque elegeu a maior bancada: 89 deputados. Mas Aldo Rebelo (PC do B) também quer ser reconduzido ao cargo. Aldo vai precisar – e muito – do apoio do presidente Lula para consolidar sua reeleição. Se o governo apoiar, Aldo tem chance de continuar na presidência.
custear campanhas eleitorais.
LISTAS Os deputados não estão aceitando a sugestão de introdução na legislação das listas dos partidos. Entendem que os partidos podem beneficiar os candidatos apadrinhados, aqueles que encabeçam as listas. Essa é uma proposta que provocará discussão no Congresso.
DISTRITOS Outra proposta que não agrada a uma boa parte dos deputados é a do voto distrital. Os deputados temem pela não-reeleição. É mais fácil para eles fazerem campanha em todo o Estado e não apenas nos distritos. Portanto os deputados querem, na sua maioria, a manutenção do sistema proporcional.
BALANÇO O presidente Lula deve fazer um balanço de como será seu segundo mandato durante entrevista coletiva que deve conceder na próxima semana. Lula está disposto a mudar seu estilo e deve se encontrar mais com os jornalistas credenciados no Planalto.
O deputado Eunício de Oliveira, do Ceará, reivindica a candidatura à presidência da Câmara pelo PMDB. Mas não é tradição o mesmo partido eleger os presidentes das duas casas do Congresso. Quem também se arvora em candidato é o líder do PT, o paulista Arlindo Chinaglia.
Negativo: tucano desmente privilégios a Abel Pereira.
BERZOINI: LIGAÇÕES SUASSUNA: DENÚNCIA TRATARAM DE SEGURANÇA DEVE IR PARA ARQUIVO deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) afirmou hoje, em nota, que as ligações detectadas pela Polícia Federal entre o comitê de campanha dele e a empresa Caso Sistemas de Segurança, pertencente ao ex-assessor especial da Secretaria Particular da Presidência, Freud Godoy, foram relacionadas a uma prestação de serviços de segurança no imóvel. De acordo com o comunicado de Berzoini, os serviços "foram solicitados em razão da ocorrência de assaltos ocorridos nos dias 10 e 11 de agosto do corrente ano". Segundo Berzoini, os assaltos foram informados às Polícias Civil de
A tradição no Senado é que o presidente da Casa saia do partido que tiver a maior bancada. O PMDB deve ficar com uma bancada de 20 senadores, assim que Roseana Sarney e Epitácio Cafeteira (PTBMA) assinarem a ficha de filiação do partido. Roseana já deixou o PFL.
CANDIDATURAS
O ex-ministro diz que a denúncia de Vedoin é falsa.
E
J
osé Sarney não pretende disputar a eleição para a presidência do Senado pelo PMDB. Segundo informações do grupo que apóia o senador, Sarney estaria disposto a apoiar a reeleição de Renan Calheiros, recebendo em troca a ajuda para transformar sua filha, Roseana, em ministra. Renan aceita a proposta. Sem Sarney na disputa, o caminho fica livre no PMDB para a recondução de Renan Calheiros. Quem pode atrapalhar é o PFL, que pensa em lançar candidato próprio para o cargo. Os pefelistas lapidam, por exemplo, a candidatura de José Agripino (RN), que só aceitaria participar se tiver chance de vencer.
Agripino não aceita a tese de que o PFL deve participar da eleição somente para marcar uma posição. O senador não quer fazer papel de bobo. Antes de aceitar a candidatura, quer ter a certeza de que seu partido tem alguma chance de chegar à vitória.
André Dusek / AE
m seu depoimento à CPMI dos Sanguessugas, o exministro da Saúde, Barjas Negri, hoje prefeito de Piracicaba, negou conhecer integrantes da família Vedoin, proprietária da Planam, principal empresa do esquema de superfaturamento de ambulâncias. Ele também afirmou não ter beneficiado o empresário Abel Pereira no período em que esteve à frente do ministério, entre fevereiro e dezembro de 2002. O ex-ministro tucano explicou ainda que todas as ambulâncias foram adquiridas a partir de emendas de deputados. "Não havia qualquer intermediação no Ministério da Saúde. O que havia na minha época era
Mão dupla
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Conselho de Ética do Senado deve engavetar hoje o relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM) que pede a cassação do mandato do líder licenciado do PMDB, senador Ney Suassuna (PB), por quebra de decoro parlamentar. Péres acusa Suassuna de ter agido com "leniência e negligência" ao manter no gabinete o assessor Marcelo Carvalho, preso pela Polícia Federal em maio, como um dos envolvidos no esquema dos sanguessugas. A absolvição de Suassuna deve isentar de culpa os dois outros senadores acusados de
suposta ligação com a máfia das ambulâncias, Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES). Os três afirmam que são inocentes. Os aliados do peemedebista – em torno de 10 dos 15 membros do conselho – poderão optar entre dois relatórios mais brandos do que o de Péres: o do senador Welligton Salgado (MG), que o substitui na liderança, quer que a punição do colega se restrinja a uma "censura verbal". Já o senador Mozarildo Cavalcanti (PTBRR) apresentará um voto pedindo a sua absolvição sob a alegação de que não houve denúncia contra ele.
RESISTÊNCIA
REBELIÃO
Admite-se no PMDB e PFL que Aldo Rebelo não poderia voltar à presidência da Câmara porque seu partido, o PC do B, não conseguiu cumprir a cláusula de barreira. A disputa na Câmara começa a esquentar com os subterfúgios.
Deve ser realizada em dezembro a convenção nacional do PP para renovação de seu diretório nacional. A convenção está sendo reivindicada pelos diretórios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio, com objetivo de tirar o partido da liderança de mensaleiros.
REFORMA Se não mudar de idéia, o primeiro projeto de impacto que o presidente Lula deve patrocinar em 2007 é o da reforma política. Trata-se de uma reivindicação dos partidos que não agrada muito aos deputados no exercício do mandato. Mas o projeto está em estudo na área do governo.
RECURSOS Uma das propostas é da inclusão do financiamento público das campanhas para evitar, por exemplo, que os partidos continuem driblando a legislação, utilizando-se do "Caixa 2". Muitos, no entanto, são contra o uso do dinheiro do contribuinte para
CIRURGIA O vice eleito José Alencar deve ser operado para a extração de um tumor no abdômen no dia 14, em hospital especializado em câncer em Nova York. Alencar deve viajar hoje. O tumor foi constatado nos exames que fez no Hospital SírioLibanês, em São Paulo.
REFUNDAÇÃO Marcelo Deda e Jaques Wagner, governadores eleitos de Sergipe e Bahia, e Fernando Pimentel, prefeito de Belo Horizonte, estão liderando o movimento de reformulação total no PT. Os três acham que os paulistas devem ser defenestrados da direção do partido.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Será uma grande oportunidade para debater os problemas da vida nacional. Guilherme Afif Domingos
CONGRESSO ESTÁ NA SÉTIMA EDIÇÃO
7º CONGRESSO DA FACESP, QUE COMEÇA HOJE, VAI ATACAR AUMENTO DE IMPOSTOS E DA BUROCRACIA
FACESP DEBATE PROBLEMAS NACIONAIS Leonardo Rodrigues/Hype
A
liberdade para em- vimento, do emprego e da ren- de que a partir de hoje seja pospreender no Brasil, da no País", disse Afif. sível aprofundar as relações O Congresso é realizado jun- dentro da enorme rede da Faque inclui, entre outras coisas, um am- to com o 35º Seminário dos cesp. "Vamos deixar claro que é biente institucional mais favo- SCPCs (Serviço Central de preciso criar um ambiente prorável, menos burocracia e im- Proteção ao Crédito), o 4º En- pício para o empreendedorispostos, será o tema deste ano do contro Estadual do Empreen- mo no País", afirmou Pinghera, 7º Congresso Estadual da Fede- der e a 3ª Feira de Empreende- acrescentando que o evento ração das Associações Comer- dores Econômicos e Sociais. também servirá para debater ciais do Estado de São Paulo "Esse encontro gera um am- assuntos para aprimorar e me(Facesp), que começa hoje e vai biente propício para estabele- lhorar os negócios, "de tal forma até sexta-feira, em Ribeirão cer novos instrumentos e ações que os empreendedores deixem Preto, interior paulista. para consolidar as micros, pe- o evento mais preparados do "Será uma grande oportuni- quenas e médias empresas, a que quando entraram". dade para debater os grandes base mais dinâmica da nossa Natanael Miranda dos Anproblemas da vida nacional economia", afirmou Alencar jos, superintendente da Faneste momento, Weber Sian cesp, disse que os quando o processo quatro eventos representam um eleitoral mostrou uma forte diferenmomento único para os dirigentes ça de opinião entre as várias regiões de entidades compartilharem do Brasil, em que São Paulo foi a voz idéias e otimizamais discordante rem ações que forda atual política taleçam o empreeconômica", disse endedorismo. "ViGuilherme Afif vemos um tempo Domingos, presiem que informação é um fator crudente da Associação Comercial de Guilherme Afif Domingos e Carlos Pinghera: "Liberdade" cial para o sucesso de um empreendiSão Paulo (ACSP) e da Facesp, que reúne as 412 as- Burti, presidente da Confede- mento", lembrou. O tema "Liberdade para emsociações comerciais. ração das Associações ComerTroca de idéias – Além dis- ciais e Empresariais do Brasil preender", para Natanael dos so, Afif acredita que o 7º Con- (CACB). "Com isso, o Congres- Anjos, caiu como uma luva. gresso é uma excelente oportu- so da Facesp prepara também "Embora estejamos vivendo nunidade para os líderes de enti- novas bases para o crescimen- ma democracia política, ainda dades que representam o setor to da economia brasileira", persistem no plano econômico privado trocarem idéias e ex- acrescentou Burti. entraves que impedem o avanperiências para fortalecer o sisPara Francisco Carlos Júlio ço da livre iniciativa, como alta tema das Associações Comer- Pinghera, vice-presidente da carga tributária e excessiva buciais. "Sobretudo num mo- Facesp, presidente da Associa- rocracia, que dificultam a vida mento em que precisamos ção Comercial e Industrial de do empreendedor que quer mostrar que a livre iniciativa é Ribeirão Preto (Acirp) e anfi- crescer", concluiu. Sergio Leopoldo Rodrigues a maior geradora do desenvol- trião do evento, a expectativa é
Jack Welch é autor do best-seller "Paixão Por Vencer" e diz que livros de auto-ajuda incentivam jovens
Jack Welch elogia empresários brasileiros em seminário
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e mpreen dedo ris mo do brasileiro é motivo de elogios de dois grandes líderes mundiais da gestão: os norte-americanos Jack Welch e Stephen Covey. Welch é considerado o presidente de empresa mais eficiente do mundo, por conta de seu trabalho na General Electric. Já Covey é tido como o maior especialista em Gestão do Desempenho Humano da Atualidade. Eles participaram da 6ª edição do Expomanagement, que termina hoje no Transamérica Expo Center. "Uma coisa é ter estratégia e metas. Outra coisa é executálas", disse Welch, autor do best-seller "Paixão por Vencer". "E temos visto boas práticas de empreendedorismo no Brasil." Ele citou o crescimento da venda dos livros de autoajuda em administração de empresas, que viraram febre nas prateleiras das livrarias de todo o País. "Essas obras ajudam a formar opinião e a defi-
nir a postura do jovem empresário, além de incentivar a abertura de novos negócios." Welch começou a carreira na General Electric Company em 1960 e, em 1981, foi nomeado o oitavo chairman da empresa. Durante sua gestão, a capitalização de mercado da GE aumentou em US$ 400 bilhões, o que levou a companhia ao primeiro lugar da lista das mais valiosas do mundo. Ele já foi eleito pela revista Fortune o "executivo do século". O líder de negócios se diz rígido quando o assunto são os valores e resultados apresentados pelos profissionais da companhia. "Cada vez que você aceita alguém que não se adapta aos preceitos e às metas de seu negócio, você quebra os entrelaços de um tecido", afirmou. "É preciso ser rigoroso para punir quem não se adapta, e também generoso para recompensar a vitória de seus profissionais". Tanto para Welch como para
Covey, a paixão para o que se faz, unida ao carisma de um líder, já abre metade do caminho para a realização dos negócios. "É preciso que se seja líder moral e formal", disse Covey. "Gandhi era um líder moral, o gerente de qualquer companhia é um líder formal". E, para atingir resultados efetivos, todos os profissionais da companhia têm de se sentir envolvidos e responsáveis pelo "andar da carruagem". "Seu funcionário tem de pensar: O que eu ganho se a empresa ganhar? Qual será o retorno para minha vida pessoal e profissional?", disse Covey. Ele é autor do livro "Os 7 hábitos das Pessoas Muito Eficazes", que já vendeu cerca de 10 milhões de cópias no mundo. Covey foi consultor de 150 das 500 empresas citadas na Fortune como as mais eficazes do planeta, e milhares de organizações empresariais adotam os seus princípios. Sonnaira San Pedro
Gerdau tem ganho 8,6% maior
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Gerdau, maior produtora de aços longos das Américas, obteve um lucro líquido 8,6% maior no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, ganho influenciado por consolidações de ativos comprados na América do Sul e nos Estados Unidos. A companhia teve resultado positivo de R$ 881,9 milhões, acima dos R$ 811,6 milhões de igual período do ano passado. Apesar disso, o lucro líquido ficou 9,6% abaixo do verificado no segundo trimestre, prejudicado por maiores despesas financeiras e não-operacionais, informou a companhia, citando como motivo a liquidação antecipada de debêntures da Gerdau Ameristeel e a variação cambial sobre dívida
Cemig lucra mais
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Cemig obteve lucro líquido de R$ 448,189 milhões no terceiro trimestre deste ano, resultado estável em relação ao apurado em igual período de 2005 (R$ 445,610 milhões). A variação positiva foi de apenas 0,6%. Nos nove primeiros meses do ano, o lucro foi de R$ 1,113 bilhão, com queda de 25% frente ao mesmo intervalo de 2005. (AE)
em moeda estrangeira contratada no Brasil. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (ebitda, na sigla em inglês) no trimestre passado foi de R$ 1,547 bilhão, em relação aos R$ 1,145 bilhão no mesmo período de 2005. A margem ficou em 25,5%, beneficiada por redução de despesas operacionais. Na comparação com o segundo trimestre, houve avanço de 9,3% no ebitda – a margem desse período tinha sido de 24%. Isoladamente, a Gerdau Ameristeel teve lucro líquido de R$ 211,8 milhões no terceiro trimestre, ante resultado positivo de R$ 118,6 milhões um ano antes. A margem dessa operação passou de 14,4% para 19,3%. Do total do lucro líquido do
grupo Gerdau no trimestre passado, R$ 212 milhões são relativos às operações na América do Norte. A receita líquida do conglomerado somou R$ 6,069 bilhões no terceiro trimestre, com alta de 19% frente aos R$ 5,092 bilhões de um ano antes. A produção de aço bruto fechou o trimestre em 4,039 milhões de toneladas, evolução ante os 3,263 milhões de toneladas há um ano. Os números de julho a setembro possuem dados da incorporação da Siderperú e da operação da Sheffield, na América do Norte, adquirida em junho. Nos nove primeiros meses do ano, a Gerdau comprou sete empresas nos EUA, na Europa e na América do Sul, que consumiram investimentos de US$ 697,5 milhões. (Reuters)
Pirelli anuncia prejuízo
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italiana Pirelli & C. SpA anunciou a tão esperada baixa contábil do valor de sua participação na Olimpia – maior acionista da Telecom Italia SpA – para 3 euros por ação, cortando seu capital em 2,11 bilhões de euros (US$ 2,68 bilhões). A fabricante de pneus, que controla 18% da maior empresa de telecomunicações da Itália por intermédio da holding Olimpia, anunciou que a baixa contábil gerou prejuízo líquido de 1,47 bilhão de euros (US$ 1,87 bilhão) para o grupo nos primeiros nove meses de 2006. No ano passado, a Pirelli apresentou lucro líqui-
do de 276 milhões de euros entre janeiro e setembro. O valor da fatia da Telecom Italia que pertence à Olimpia passa de 4 euros para 3 euros por ação. Excluindo o impacto da baixa contábil e itens extraordinários, o lucro líquido da Pirelli nos primeiros nove meses do ano cresceu 3,8%, de 226,2 milhões de euros para 234,7 milhões de euros. Os analistas estimavam lucro líquido de 547 milhões de euros para o período, incluindo ganho de 740 milhões de euros gerado pela venda de 39% de participação na divisão de pneus da Pirelli em julho. (AE)
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Congresso Planalto Senado CPI
5 Privar da liberdade qualquer um para alcançar aquele que abusa da liberdade não é o melhor caminho. Aldo Rebelo (PC do B- SP)
POLÊMICA SOBRE O CONTROLE DA INTERNET
INTERNET MAIS TEMPO LIVRE. VOTAÇÃO NO SENADO É ADIADA. Internautas ganham mais tempo para protestar contra o polêmico projeto de lei que prevê o controle e a identificação dos usuários na rede mundial de computadores. Votação que seria feita hoje é adiada por tempo indeterminado.
O
presidente da Comissão de Consti- "Então, estamos devendo uma legislação adetuição, Justiça e Cidadania (CCJ), quada para coibir crimes cibernéticos", disse. O senador Antônio Carlos Magalhães senador tucano disse que em setembro o seu re(PFL-BA), determinou ontem que latório já estava pronto. fosse retirado da pauta de votações de hoje o PLS 124/06 – Eduardo Azeredo apresentou o Projeto de Lei Substitutivo 124/06, que tipifica Projeto de Lei Substitutivo 124/06 a três projeos crimes cometidos pela internet, apresentado tos de lei que tratavam do assunto, apresentapelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). A dos nos últimos seis anos pelos senadores Reproposta causou polêmica por restringir o aces- nan Calheiros (PMDB-AL) e Leomar Quintaniso de usuários à rede, exigindo identificação lha (PCdoB-TO) e pelo deputadoLuiz Piauhyprévia. Não há nova data para sua votação. lino (PDT-PE) - PLS 76/2000, PLS 137/2000 e ACM tomou a decisão, tendo ouvido o sena- PLC 89/2003. O texto compilado prevê a punidor Azeredo, que disse que não se opunha a dar ção com pena de um a quatro anos de prisão crimais tempo para a dismes como a difusão de Roosewelt Pinheiro / ABr cussão, depois da polêvírus digital, uso de carmica envolvendo o contão de crédito ou de banteúdo do projeto, que gaco clonado e roubo de senhou manchetes de jornhas (leia mais abaixo). nais, com críticas e A proposta usa artigos apoios à proposta. O prodos projetos dos outros parlamentares e inclui jeto também foi motivo de discursos, ontem, no novos itens, entre eles o que exige a identificação Plenário do Senado. O projeto de Azeredo cadastral de todas as obriga a identificação pessoas ao assinarem dos usuários da internet contrato para uso da ree altera os códigos Penal de mundial de computae Militar, obrigando os Eduardo Azeredo (PSDB-MG), autor da proposta. dores. E mais: prevê a provedores de acesso à punição aos provedores internet a manterem o registro de todas as cone- que permitissem o acesso sem o cadastro prévio xões realizadas – incluindo bate-papos – por, e impõe a estas empresas a responsabilidade sopelo menos, três anos. Segundo o senador, as bre a veracidade dos dados que forem fornecipropostas ali contidas não levam à quebra de dos pelos clientes. Cadastro – O Projeto de Lei (PL) prevê que os privacidade das pessoas nem restringem a liberdade de expressão. usuários de serviços interativos, dentre eles eDebate público – Azeredo defendeu-se das mails, bate-papos e blogs, forneçam dados caacusações de que o projeto não tenha sido dis- dastrais como nome, endereço, telefone, identicutido com a sociedade. Disse que a proposta já dade e CPF. A falta desses requisitos pode resulfoi debatida em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo tar em reclusão de dois a quatro anos. Horizonte e houve, inclusive, audiência públiSegundo Azeredo, não está descartada a posca na Comissão de Educação do Senado. "Não é sibilidade da convocação de uma audiência púverdadeira a informação de que seja uma coisa blica com setores da sociedade para discutir o apressada", disse ele, lembrando que o primeiro projeto. O objetivo do adiamento seria o de posprojeto sobre o assunto foi apresentado na Câ- sibilitar que senadores façam contribuições ao mara em 2000 pelo deputado Luiz Piauhylino. polêmico projeto. (Agências)
RENAN PROPÕE 'CONVERSA PARA APARAR ARESTAS'.
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Roosewelt Pinheiro / ABr
GOVERNO QUER AMPLIAR DEBATE
Aldo Rebelo defende legislação específica para crimes na internet
PRESIDENTE DA CÂMARA É CONTRA LIMITAR LIBERDADE
O
Ministério das Comunicações encaminhará à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado um documento em que alerta para a necessidade de se discutir mais amplamente o Projeto de Lei Substitutivo 124/06 que trata de crimes na internet e cria a exigência de identificação dos usuários. O consultor jurídico do ministério, Marcelo Bechara, disse ontem que a principal crítica à proposta é em relação aos obstáculos que serão criados para a inclusão digital com a exigência de identificação. "Há um movimento no governo contrário à (exigência de) identificação", afirmou Bechara. Segundo o consultor, são 120 mil escolas públicas em todo o Brasil, e, pelo projeto, todos os alunos desses estabelecimentos teriam que se identificar para usar a internet. Polícia ou lei – "O anonimato não é problema. O que falta não é mudar a lei, é investir no aparelhamento das polícias", disse Bechara, que mencionou também a necessidade de investimentos de inteligência. No seu entendimento, essa exigência fere "os princípios norteadores da internet". Bechara disse que, além do Ministério das Comunicações, já ouviu críticas a esse ponto do projeto feitas pelos ministérios da Justiça, do Desenvolvimento Social e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Para o presidente da Telcomp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas), Luís Cuza, o projeto "representa dezoito passos atrás" no processo de universalização do acesso à rede . Cuza defende a idéia de que o Congresso busque outros meios para combater crimes praticados na internet, como pedofilia, exploração sexual de crianças etc. "Não se pode exigir que os provedores façam o trabalho da Polícia", disse. (AE)
Roberto Jayme / AE
O Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA): bom senso.
PROJETO TIPIFICA CRIMES NA REDE
P
or falta de uma legislação específica para crimes cibernéticos, o PLS 124/06, de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB- MG), prevê a reclusão ou detenção de um a quatro anos no seguintes casos: dano por difusão de vírus eletrônico ou digital ; obtenção, guarda e fornecimento de informação eletrônica ou digital obtida indevidamente ou não autorizada; violação e divulgação não autorizada de informações depositadas em bancos de dados; permissão, com negligência ou dolo, do acesso a internet por usuário não identificado e não autenticado; atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública; interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico ou de rede de computadores; difusão maliciosa de código; falsificação de cartão de crédito ou débito ou qualquer dispositivo eletrônico ou digital portátil de armazenamento e processamento de informações; falsificação de telefone celular ou meio de acesso a sistema eletrônico ou digital; furto qualificado com uso de dispositivo de comunicação e não guardar os dados de conexões realizadas na web. (Ag. Senado)
presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), é contrário à proposta de limitação da liberdade dos usuários da internet que tramita no Senado. Ele afirmou que, ao mesmo tempo em que se deve dar liberdade aos usuários, devese elaborar uma legislação para punir os que abusam dessa liberdade e cometem crimes. "Sou favorável à preservação do ambiente democrático, do ambiente de ampla liberdade que existe na rede mundial de computadores, ou seja, na internet. Esse ambiente de liberdade é fundamental para a democracia no Brasil e no mundo. Ao mesmo tempo, também sou favorável a que a polícia do Brasil e do mundo tenha meios para alcançar os infratores, os criminosos que abusam dessa liberdade", afirmou Rebelo. De acordo com o deputado, o esforço que deve ser feito é para compatibilizar esses dois aspectos. "Privar da liberdade qualquer um para alcançar aquele que abusa da liberdade não é o melhor caminho", declarou Rebelo. Ao participar
da abertura, na Câmara, do seminário "Internet para todos", que debateu a universalização da rede, o deputado defendeu o acesso à internet como parte da democratização do País. G oo gl e – O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), é contra o projeto, que em sua opinião, não irá resolver o problema dos crimes cometidos pela internet. A comissão que ele preside está trabalhando na mediação de um acordo entre autoridades policiais, Ministério Público, Executivo e provedores – especialmente o Google – que permita a cooperação para a identificação dos criminosos virtuais. Greenhalgh defende que a identificação do usuário apenas seja feita por meio de requisição judicial, na busca de crimes consumados. "A internet é um avanço na democratização e acesso à informação e, portanto, sua disseminação deve ser estimulada. É preciso, entretanto, usar este instrumento com responsabilidade, só coibindo a sua utilização criminosa". (Agências)
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se juntou ao coro de defensores de novas discussões sobre o projeto que prevê a regulamentação do uso da internet no Brasil. Segundo ele – que foi autor do Projeto de Lei 76/2000 – fundido à polêmica proposta de Lei Substitutiva 124/06, apresentada pelo senador Eduardo Azeredo (PSDBMG) – o "País precisa de uma legislação contra o crime na internet, mas não se pode pôr em risco a liberdade de expressão". "O projeto necessita de um debate maior envolvendo todo mundo. O país precisa de uma legislação para combater o crime, mas é preciso preservar o sigilo, a liberdade de expressão e de opinião. Devemos conversar mais e aproveitar essa oportunidade para aparar qualquer aresta que eventualmente houver", afirmou Calheiros. Ontem, antes do projeto ser retirado da pauta de votações, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) ameaçou pedir vista. "Sempre que há projetos polêmicos se faz necessário a realização de audiências públicas", disse. O senador pretende convocar o ministro das Comunicações, Hélio Costa, para que ele deixe claro qual é a posição do governo diante da proposta. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
4,5
7/11/2006
é a valorização acumulada pelo Ibovespa, principal indicador do mercado de ações, no mês de novembro.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 03/11/2006 03/11/2006 03/11/2006 03/11/2006 03/11/2006
P.L. do Fundo 10.946.362,22 1.476.536,78 8.043.477,00 17.339.456,11 1.319.911,67
Valor da Cota Subordinada 1.231,635468 1.115,838155 1.195,902265 1.098,904231 1.127,862608
% rent.-mês 0,2516 0,1534 0,2019 - 0,6574 0,3259
% ano 26,0667 11,5838 19,5902 9,8904 12,7863
Valor da Cota Sênior 1.013,733424 1.100,817534 1.115,726393 0 0
% rent.-mês 0,1117 0,1026 0,1117 -
% ano 1,3733 10,0818 11,5726 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Nacional Empresas Estilo Finanças
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quarta-feira, 8 de novembro de 2006
PAPAIS-NOÉIS QUE DANÇAM SÃO A MODA DESTE NATAL
Menino Jesus, da loja Christmas World, é destinado para públicos mais tradicionais.
Divulgação
Rafael Hupsel/LUZ
Especialistas ensinam como decorar a casa com criatividade e sem gastar muito
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lanejamento. Parece ser essa a palavra mágica quando o assunto é decoração natalina. Além de imaginação e paciência, lógico. Quem não quiser gastar muito com bolinhas espelhadas, sininhos e luzinhas não pode sair de casa sem antes ter feito uma lista do que é necessário. "Tem que saber comprar. Se você vai à Santa Ifigênia ou à 25 de Março sem planejar, o perigo é gastar di-
nheiro e nem gostar do que comprou", diz o designer de luzes Marcelo Mortensen, do escritório Mortensen & Debax Arquitetura. " O ideal é o consumidor colocar no papel, item por item, as peças que vai usar para decorar a casa", diz. E a hora para sair às compras, segundo Mortensen, é agora. "Se deixar para dezembro, a pessoa só vai encontrar porcaria", afirma o designer. Segundo Patricia Torrecilla,
gerente da Christmas World, tradicional loja de enfeites natalinos da Rua Estados Unidos, as cores fortes para o Natal continuam sendo o verde, o vermelho e o dourado. A novidade deste ano é cobre. O t r a d i c i o n a l p re s é p i o , quem diria, foi trocado pelo Papai Noel de pano ou por aquelas peças que funcionam a pilha e tocam música e dançam. "Os mais jovens não compram presépios", diz Patricia.
Milton Mansilha/LUZ
O boneco de Papai Noel vai bem, segundo ela, ao lado da porta de entrada, em cima de um aparador ou ao lado da árvore de Natal. Os preços vão de R$ 140 a mais de R$ 400. Para o vendedor Renato Perrotti, uma guirlanda na porta já basta se a pessoa não pode comprar mais nada. "É o enfeite clássico." Uma guirlanda pronta sai por R$ 68. Outra, montada com enfeites vendidos separadamente, não custa menos de R$ 130. Para Mortensen, quem tiver mais verba pode investir numa decoração natalina no jardim. "Pode colocar um timer e programar para acender as luzes às 18 horas e apagar às 6 horas", recomenda.
Divulgação
Planejamento A aposentada Lucia Pires de Moura entende bem de reciclagem e acondicionamento de enfeites de Natal. "Quem vê pensa que estou nadando em dinheiro. Mas uso o que já tenho. Não dá para ficar comprando. Para não se tornar repetitivo, sempre mudo a disposição dos enfeites." Lucia diz que, sabendo cuidar, as peças não estragam. Ela usa caixas de eletrodomésticos – principalmente de aparelhos de TV – e embalagens de panetones para guardar as peças. Para embrulhar, plástico-bolha e papel de seda. Todo ano, ela se programa para decorar seu apartamento. Em outubro, lava as cortinas da casa. Em novembro, toma as últimas providências para, no dia 15, dar a largada na arrumação. "Se começar muito cedo, fico ansiosa." Depois de tudo pronto, chama as amigas e os parentes para um já tradicional chá com salgadinhos. "As pessoas já sabem que todo ano é assim", conta Lucia.
A aposentada Lucia Pires de Moura "recicla" as peças a cada ano Rafael Hupsel/LUZ
Papai Noel custa R$ 103,68
do. Que tal enfeitar sua árvore com chocolate? Um dos expositores, a Chocolates Prawer, de Gramado (RS), traz duendes, trenós, pirulitos, bonecos de neve (R$ 32) e sinos que vão deixar o Natal de qualquer um bem mais doce. Outra dica, da loja Gabinete de Curiosidades (Rua Iaiá 74, Itaim Bibi), é um enfeite para presépio que mostra a família
reunida. Feito em palha de milho por artesãos do interior de São Paulo, custa R$ 45. Já Nossa Senhora, José e o menino Jesus esculpidos em madeira por um artesão da Paraíba sai por R$ 90 na loja. No Palácio dos Enfeites, que fica na Rua 25 de Março, um Papai Noel que toca violino custa R$ 103,68. Há bolas em cobre – o pacote com 12 sai por R$ 12,68. Bonecos que cantam, dançam ou tocam música têm preços a partir de R$ 48. Mas vá preparado. Segundo a subgerente Márcia Rosa, agora todo dia vai ser sábado. Quem não gostar de tumulto deve evitar terças, quintas e sábados, dias que têm excursões. Quem não quiser ter o trabalho de montar a árvore de Natal tem a quem recorrer. A rede de lojas Cecilia Dale (11-30642644) têm equipes que, além de montar, desmontam a árvore após as festas de fim de ano. O serviço custa a partir de R$ 525 e a árvore deve ser da loja. Kety Shapazian
Os cuidados com a luzinhas Rafael Hupsel/LUZ
CHEGOU A HORA DA DECORAÇÃO DE NATAL
Na Christmas World, a cor da moda é o cobre, que destaca os tradicionais vermelho, verde e dourado
Compras Quem quiser investir em peças mais originais pode aproveitar o bazar de Natal Kolping (Rua Barão do Triunfo, 1213, Campo Belo), no dia 26 de novembro, das 10 horas às 19 horas. Vale conferir as peças com ponto-cruz e marchetaria e bolas de Natal feitas de teci-
S
egundo o designer de luzes Marcelo Mortensen, do escritório Mortensen & Debax Arquitetura, a necessidade de efeitos de luzes para simular fogos de artifício fez com que a decoração natalina evoluísse dos anos 1980 para cá. "Natal é noite. A luz é o que encanta nesse período", afirma. E todo cuidado é pouco com as luzinhas, que devem ser de qualidade. "É importante não comprar de camelô." Um produto ruim pode causar um curtocircuito na casa, dar choques
e causar queimaduras em cachorros, que adoram mordiscar os fios. "Também não é bom ligar muitos aparelhos elétricos na mesma tomada, no máximo três peças." Tentar não prender os fios nas paredes com pregos – "melhor usar fita adesiva ou fio de nylon" – e tomar cuidado com as mangueiras de silicone com luz dentro são outras recomendações. Se possível, chame sempre um eletricista. "Se não der, faça uma instalação fácil de desmontar", sugere Mortensen. (KS)
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Gover no Planalto Congresso CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
O que se busca agora é a unidade, porque o PMDB dividido o governo já tem. Michel Temer
VOTAÇÕES NÃO AVANÇAM NA CÂMARA
CONGRESSO REINICIA ATIVIDADES EM CLIMA DE RESSACA ELEITORAL, ENQUANTO O PMDB QUER A SITUAÇÃO. Alan Marques / Folha Imagem
ORÇAMENTO GERA NOVO IMPASSE O governo precisa alocar mais R$ 10 bilhões para suprir as emendas das bancadas e a Lei Kandir
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relator-geral do orçamento da União para 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), disse ontem que será necessário encontrar fontes de recursos da ordem de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões na proposta encaminhada pelo Executivo. Estes seriam os valores estimados para atender às emendas coletivas das bancadas no Congresso e aumentar a dotação prevista para o ressarcimento aos estados por perdas sofridas com a desoneração das exportações, como determina a Lei Kandir. O orçamento encaminhado pelo governo prevê repasses aos estados de R$ 3,9 bilhões como compensação pela isenção de empresas do pagamento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre produtos primários e semielaborados exportados. O próprio relator, no entanto, admite que o valor não pode ser inferior a R$ 5,2 bilhões, montante destinado na proposta para o orçamento deste ano. Mas disse apenas que ele deveria "ser maior". "A tendência é aumentar e talvez os R$ 5,2 bilhões que estamos prevendo ainda sejam insuficientes para a demanda dos estados e municípios exportadores", afirmou Raupp. Ele ressaltou que pretende fazer uma nova estimativa orçamentária, para "buscar fontes que ainda não foram previstas pelo Executivo", disse. (AE)
Na mesa, líderes decidem destravar a pauta. Mas em plenário, deputados só conseguiram votar uma MP.
PMDB QUER CONCLUIR EM 15 DIAS SUA ADESÃO A LULA O partido vai reunir seu Conselho Político para fechar uma posição definitiva
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cúpula do PMDB quer fechar oficialmente o partido em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos 15 dias. Este é o prazo com que o Palácio do Planalto e os peemedebistas trabalham para costurar a unidade interna e abrir caminho à negociação do espaço de poder que caberá ao partido no futuro governo de coalizão. O presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer (SP), começou a ouvir os peemedebistas ontem, em busca de um consenso, e planeja convocar o Conselho Político daqui a duas semanas, preferencialmente em uma quarta-feira, para uma manifestação oficial do partido. A idéia é que pelo menos 80% dos cerca de 130 conselheiros – entre deputados, senadores, líderes, ex-líderes e expresidentes do partido – aprovem a tese do apoio a Lula e do governo de coalizão. Seria uma saída
honrosa para todos que se opuseram a Lula e agora desejam apoiá-lo. "O que se busca agora é a unidade, porque o PMDB dividido o governo já tem", observou Temer. Ele não tem dúvidas de que só será possível falar em coalizão se houver a integração mais ampla do partido. "E a única forma de se obter a unidade partidária que se deseja é reunindo o conselho político", emendou. A cúpula governista apóia a idéia porque considera que o conselho pode ser a saída confortável que a ala rebelde oposicionista reclama para mudar de posição e aderir ao governo, ainda que na condição de voto vencido. Ao mesmo tempo em que
os líderes governistas articulam o apoio do partido ao Planalto, o presidente Lula trabalha na conquista dos governadores eleitos. Em conversa com o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), recebido ontem em audiência no Planalto. Lula disse que já escalou sua ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para viajar aos estados e montar uma agenda de projetos urgentes com cada governador. A idéia é eleger as obras de infraestrutura essenciais ao desenvolvimento de cada estado e que estejam empacadas no Executivo federal, seja por falta de verbas, de vontade política ou simplesmente por conta do excesso de burocracia. (AE)
Custódio Coimbra / AOG
MESMO ALINHADOS, DEPUTADOS NÃO VOTAM. Apesar de os líderes definirem que vão enfrentar as votações, a pauta permanece trancada e projetos como o reajuste dos aposentados não emplacam.
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s líderes governis- avaliava antes do início dos tas na Câmara de- trabalhos. Além do índice de c i d i r a m e m re u- acréscimo, os aliados querem nião, ontem, que modificar o texto do relator da enfrentariam as votações das MP dos Aposentados, Armanmedidas provisórias (MPs) do Monteiro (PTB-PE). que trancam a pauta do plenáDe acordo com os líderes, rio. A intenção era votar as dez Monteiro, que é ligado ao setor MPs e destrancar a ordem do empresarial, retirou do texto da MP original o dispositivo dia da Casa. Os líderes aliados do presi- que facilitava a obtenção de dente reeleito Luiz Inácio Lula auxílio-doença pelo trabalhada Silva esperavam reverter a dor, transferindo à empresa a derrota do governo na votação responsabilidade de buscar de junho na qual provas se tiver foi aprovado o ínem desacordo dice de 16,67% de com a decisão do reajuste para as Instituto Nacional do Seguro Soapos entado rias Temos de mostrar a acima de um salá- questão da cial (INSS) nesses casos. rio mínimo pagas responsabilidade e pela Previdência Pl ená rio – Em meio a negociaSocial, o que obri- vencer a demagogia gou o petista a ve- e a promessa ções do presidente Luiz Inácio Lutar o aumento. eleitoreira. Na mira – O terla da Silva com Alexandre Cardoso seus aliados para ceiro item da paulíder do PSB compor o minista era justamente a MP que fixa em tério do segundo 5,01% essa elevamandato, a Câção, mas o PFL anunciou que mara retomou suas atividades insistiria em votar a proposta em ritmo lento. Apesar da decom o índice maior. "Acabado cisão dos líderes da base de enesse sentimento eleitoreiro, es- frentar as votações, a medida pero que as pessoas votem provisória que reajusta em com a razão. Temos de mostrar 5,01% as aposentadorias acia questão da responsabilidade ma de um salário mínimo pae vencer a demagogia e pro- gas pela Previdência Social fimessa eleitoreira", afirmava o cou para ser votada na sessão líder do PSB, Alexandre Car- de hoje. Ontem, a sessão foi endoso (RJ). cerrada na segunda MP que Não havia, contudo, segu- trata do pacote cambial, porrança entre os líderes da base que um novo relator foi desigde aprovação da MP como nado e pediu prazo para elaboquer Lula. Os aliados não sa- rar o parecer. biam identificar como os deOs deputados federais aproputados derrotados se com- varam de forma simbólica a portariam na votação. Medida Provisória que destina O líder do governo na Câma- créditos extraordinários a mira, Arlindo Chinaglia (PT-SP), nistérios. Às 19h30, mais de afirmou que a vitória na vota- 400 deputados haviam regisção da MP dependeria muito trado presença no painel eledo quórum da sessão. "Temos trônico da Câmara, o que sinade votar a MP como o governo liza, talvez para hoje, um quópropõe, mas não dá para saber rum favorável para o governo ainda com que segurança", enfrentar as votações. (AE) Fábio Motta / AE
ALENCAR PEDE LICENÇA ROSINHA FERE-SE NO RIO MÉDICA
Vítima: não é a primeira vez que a governadora sofre nos palanques.
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governadora do Rio, Rosângela Rosinha Garotinho Barros Assed Matheus de Oliveira (PMDB), sofreu um corte no supercílio direito na noite de anteontem e foi levada para o Hospital de Saracuruna em uma ambulância do Corpo de Bombeiros, durante a inauguração de obras de urbanização em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O acidente foi provocado pela explosão de um refletor. Atingida por estilhaços de vidro em cima do palanque, Rosinha levou quatro pontos. Ela realizou exames, entre eles uma tomografia computadorizada, antes de ser liberada pelos médicos. Durante o evento, além da governadora, estavam presentes o presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ), Henrique Ri-
beiro, e o secretário de Desenvolvimento da Baixada Fluminense, Jorge Gama. Ví t i m a c o n t u m a z – E m agosto de 2002, durante a campanha do marido, o ex-governador Anthony Garotinho, para a presidência da República, o palanque em que o casal estava, na Cinelândia, desabou. Na ocasião, Rosinha sofreu um trauma na região abdominal e ficou internada. Desde que assumiu o cargo, a governadora já lutou contra uma anemia, foi internada com pressão baixa, desmarcou compromissos por causa de uma gastrite e tirou 14 dias de licença para se livrar de uma virose agravada por estresse. No ano passado, ela sofreu um acidente automobilístico na Avenida Brasil e foi submetida a duas intervenções cirúrgicas, para retirar uma hérnia na virilha e um coágulo do útero. (Agências)
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vice-presidente José Alencar comunicou ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, que ficará fora do País por cerca de 30 dias para tratamento médico nos Estados Unidos. Em dezembro, em data ainda não marcada, deverá ocorrer no TSE a diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de José Alencar para um novo mandato de quatro anos. No ofício protocolado no TSE, Alencar juntou um laudo assinado pelo assessor de saúde da coordenação de Saúde da Presidência da República, Valter de Oliveira Costa. No laudo, o médico conta que José Alencar foi submetido a uma cirurgia abdominal em 18 de julho em São Paulo e que voltou ao hospital em 30 de outubro
Ida e volta: retorno para a posse.
para nova avaliação. "Para dar prosseguimento ao tratamento em centro médico especializado, a escolha recaiu no Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, de Nova York, aos cuidados do dr. Murray F Brennan", informou Costa no laudo. Ele disse que José Alencar será acompanhado na viagem por um médico da coordenação de saúde da Presidência. No dia 10 ele terá uma consulta. Do dia 11 ao dia 13 fará exames pré-operatórios. A cirurgia será no dia 14. (AE)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
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por cento é a expectativa de crescimento de vendas pela internet para este Natal em relação a 2005.
A INTERNET GANHOU 1 MILHÃO DE NOVOS CONSUMIDORES EM 2006, A MAIORIA COM RENDA DE ATÉ R$ 1 MIL
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"Nossos investimentos têm a finalidade de conquistar novos clientes, principalmente os que vão aproveitar o Natal para comprar pela primeira vez pela internet", diz. Lucro – Ontem, o Submarino anunciou lucro líquido de R$ 17,5 milhões no terceiro trimestre deste ano, com crescimento de 104% em relação ao mesmo período do ano passado. Uma das iniciativas promovidas no trimestre para alavancar as vendas foi o lançamento do cartão de crédito Submarino, que proporciona aos clientes a possibilidade de acumular pontos por meio de um programa de recompensas. Já foram emitidos 12,7 mil cartões. Outra novidade é o novo ramo de atuação da empresa de vendas online, a operadora de turismo Submarino Viagens. (VR)
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Submarino pretende garantir que os clientes encontrem no site tudo o que precisam para suas compras de Natal. Para isso, uma das estratégias adotadas pela empresa foi ampliar o número de categorias oferecidas no site (www.submarino.com.br), de 22 para 25, com o lançamento de três novas lojas: Vinho & Cia., Casa & Segurança e Papelaria. Na opinião do diretor Comercial e de Marketing da companhia, André Shinohara, os produtos mais procurados neste ano serão aparelhos de televisão LCD e de plasma, notebooks e celulares com tecnologia de última geração. Os títulos de livros e DVDs que serão lançados até o final do ano também deverão liderar a lista dos mais comercializados.
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Submarino oferece novas categorias para o Natal
Newton Santos/Hype - 12/07/2006
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u a s e s i m u l t a n e a- tindo agora os efeitos da popumente ao varejo tra- larização do computador inidicional, as lojas vir- ciada no ano passado, quando tuais também já co- os preços despencaram e os fimeçaram a se preparar para o nanciamentos aumentaram. Natal. A expectativa de ven- Hoje, já é possível comprar das entre os dias 15 de novem- uma boa máquina com acesso bro e 23 de dezembro é de um à internet por cerca de R$ 1,1 aumento de 64% em relação ao mil. "Tudo isso contribuiu para mesmo período do ano passa- a inclusão da classe C no codo, quando foram movimen- mércio eletrônico. O computatados pela internet cerca de dor está mais acessível e a poR$ 458 milhões. Neste Natal, a pulação se esforça para ter um e-bit, empresa de pesquisa e em casa", diz Mattos. marketing online, prevê fatuO consultor explica que, ao ramento de R$ 755 milhões. contrário do que se imagina, as Ao contrário dos anos ante- classes com menor poder aquiriores, quando a expansão era sitivo compram produtos de alimentada pelos consumido- alto valor pela internet, como res das classes A e B, desta vez geladeiras e televisores, graças será o usuário de classe C o aos planos de financiamento principal responsável pelo for- com 1% de juro ao mês. te crescimento das vendas nas Confiança – Para o presilojas virtuais. De acordo com a dente da Associação Brasileira Câmara Brasileira de Comér- de e-business, Richard Lowencio Eletrônico (Câmara e-net), thal, um dos fatores fundanos seis primeimentais para o ros meses do ano crescimento do as vendas online comércio eletrôatraíram um minico é a confiança lhão de novos do consumidor. clientes e movi"As pessoas comentaram R$ 1,7 meçaram a percemilhões de reais ber que é seguro bilhão, 80% a comprar pela inmais que no mesdeverá ser o mo período de ternet. O risco de faturamento ser assaltado no 2005. "Boa parte com vendas dos novos consucaminho de casa midores tem meaté a loja é muito online para nos renda e memaior do que uma o Natal, nos escolaridapossível fraude de", diz o consulvirtual", afirma. segundo a e-bit tor da entidade, Campeões – No Gastão Mattos. ranking dos proSegundo ele, nos próximos dutos mais vendidos para o cinco anos, a participação do Natal, a expectativa é de que os consumidor com renda infe- títulos de CDs, DVDs e vídeos devam perder a liderança na rior a R$ 1 mil crescerá 40%. Em junho de 2001, pessoas lista, ocupando o 3° lugar e com renda familiar de até R$ 1 abrindo espaço para que promil representavam 6% das dutos eletrônicos, como televivendas online, e internautas sores, MP3 players, aparelhos com renda familiar entre R$ 1 de som e de DVD e câmeras dimil e R$ 3 mil eram cerca de gitais, assumam a 1ª posição. 32%. Em 2006, esses percenEm relação às vendas do setuais subiram para 8% e 37%, tor de informática – computarespectivamente. Atualmente, dores e softwares – e do sega classe C é o alvo principal das mento de livros, revistas e jorempresas de vendas eletrôni- nais, espera-se que ambos se cas. "É o público com mais mantenham estáveis em parperspectiva de expansão, já ticipação, ocupando o 4° e 2° que as classes A e B já têm com- lugar respectivamente. O típradores fiéis." quete médio do período nataEle diz que o fenômeno tem lino deve chegar a R$ 290. Vanessa Rosal explicação. Os sites estão sen-
Chacon, do Itaú: expansão com migração de outras formas de pagamento para o cartão.
Cresce o uso de cartão de crédito
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mercado de cartões de crédito projeta fechar 2006 com um movimento de R$ 159,4 bilhões, volume 25% superior ao registrado ao longo de 2005. Para chegar a esse montante, o faturamento projetado para dezembro é de R$ 18,1 bilhões, giro financeiro que, se confirmado, configurará recorde mensal. Em novembro, o setor estima faturar um total de R$ 14,5 bilhões. O mercado de plásticos brasileiro vem crescendo a uma taxa média de 20% ao ano. Para se ter uma idéia, os R$ 18,1 bilhões previstos para dezembro equivalem ao que o setor faturou ao longo de todo ao ano de 1995. Os números fazem parte do estudo mensal Indicadores do Mercado de Meio Eletrônico de Pagamento, divulgado ontem pelo banco Itaú. O crescimento dos plásticos, segundo o diretor de Marketing e Negócios do Itaú, Fernando Chacon, deve-se à migração dos usuários de outras formas de pagamento (dinheiro e cheque) para o cartão. "O volume de transações com cartão de crédito deverá superar o número de cheques compensados este ano", diz Chacon. Já o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, lembra que a compensação só ocorre quando o cheque passa de um banco para outro. "Portanto, o volume de cheques compensados não mostra a realidade das transações feitas por esse meio", diz.
Perfil – O ano deverá fechar com 76,6 milhões de cartões de crédito no mercado, um aumento de 15% em relação a 2005. O cartão de crédito está nas mãos de 33% da população com idade entre 18 e 75 anos, e com renda superior a R$ 151. A maioria dos cartões está concentrada na região Sudeste (59%), mas a penetração do plástico na região ainda é de
34%, ou seja, há grande potencial de crescimento. No Sudeste a média de cartões por portador é de 1,39. Como contraponto, as regiões Norte e Nordeste, que têm a menor participação de portadores de cartão (19%), registram média de 1,56 cartão por portador. Essa discrepância ocorre porque nas regiões Norte e Nordeste a concentra-
ção de renda é maior e a carência de crédito, menor. Os homens têm em mãos 55% dos cartões de crédito em circulação. Quando o critério para definir a distribuição é a renda, o levantamento mostra que 80% das pessoas com renda superior a R$ 6 mil possuem cartão. Esse número cai para 20% entre os que têm renda mensal entre R$ 151 e R$ 299. "As faixas de renda menor começaram a entrar no mercado de cartões pelos private label (cartões de loja). Esses cartões gradualmente foram ganhando bandeiras", diz Chacon. Consumo – Dados levantados pela indústria de plásticos mostram que as compras com cartão de crédito são maiores no segmento de alimentação, o que compreende qualquer compra feita em supermercados e hipermercados. Esse segmento fica com 22% dos gastos por esse meio. Em seguida aparecem os gastos com vestuário (20%) e moradia, que registra 17% dos gastos totais. Segundo a pesquisa do Itaú, o dinheiro continua sendo o meio de pagamento mais utilizado pelos consumidores em suas compras: 42% escolhem essa opção. O cartão de crédito vem na seqüência, com 35% da preferência, seguido por cartão múltiplo (10%), cartão de débito (7%) e cheque (2%). Outros meios de pagamento são utilizados por 4%. Ainda segundo a pesquisa, 82% das pessoas que têm cartão de crédito, pretendem renová-los futuramente. Renato Carbonari Ibelli
A ACSP e o Diário do Comércio ganharam este selo: Cidades 4 Ano 81 - Nº 22.249
R$ 0,60
São Paulo, quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h50
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Brasil também é campeão da burocracia dos impostos O empresário brasileiro leva 2.600 horas para domar o Leão, diz estudo do Banco Mundial. A média entre os países é de 332 horas. Economia 1
Apesar do Leão, empreender. A Facesp se reúne em Ribeirão Preto para discutir o ambiente propício ao empreendedorismo. Economia 6
Paulo Pampolin/Hype
A classe C vai ao paraíso virtual A Internet já ganhou este ano cerca de um milhão de novos consumidores com renda de até R$ 1 mil. Economia 1
Rafael Hupsel/LUZ
É a hora dos enfeites de Natal
Quem diria? Computador já é peça de museu
Especialistas ensinam como decorar a sua casa com criatividade e economia. Comece fazendo uma lista detalhada dos enfeites que deseja comprar. E 8
Acima, um mouse de madeira.C 3 Robyn Beck/AFP
Luiz Prado/LUZ
R$ 1,1 bi em 2007 para o metrô
Os EUA vão às urnas Até salões de beleza foram usados para a votação (foto). Pesquisa indica vitória dos democratas. Em Logo HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 24º C. Mínima 15º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 23º C. Mínima 14º C.
Roda de corte do megatatuzão (foto), o maior na AL, foi içada na Faria Lima. O governo do Estado garante a continuidade das obras das linhas 2 e 4 e diz que, por enquanto, não aumenta tarifa. C 1
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
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VOTORANTIM INVESTIMENTOS ENERGIA S.A. ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL DE CONSTITUIÇÃO 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 16 de outubro de 2006, às 11 h., na sede social Rua Amauri nº 255 – 12º andar, conjunto B, na Capital do Estado de São Paulo. 2. PRESENÇA - Totalidade dos subscritores do capital social da Votorantim Investimentos Energia S.A., conforme boletim de subscrição que passa a integrar esta ata para todos os fins de direito, a saber: (a) HEJOASSU ADMINISTRAÇÃO S.A., pessoa jurídica de direito privado, com sede na Praça Ramos de Azevedo nº 254 – 7º andar, Capital do Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ.MF sob nº 61.194.148/0001-07; (b) VOTORANTIM PARTICIPAÇÕES S.A., atual denominação de S.A. Indústrias Votorantim, pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua Amauri nº 255, 10º andar, capital do Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ.MF. sob o nº 61.082.582/0001-97. 3. MESA DIRIGENTE – Raul Calfat, Presidente; Marcus Olyntho de Camargo Arruda, Secretário. 4. DELIBERAÇÕES - a) Foi aprovada a constituição de uma sociedade anônima sob a denominação de VOTORANTIM INVESTIMENTOS ENERGIA S.A., com o capital social inicial de R$ 1.000,00 (hum mil reais), a ser integralizado da seguinte forma: R$ 1.000,00 (hum mil reais), neste ato, em moeda corrente; b) A Sociedade será regida pelo Estatuto Social a seguir transcrito, aprovado pela totalidade dos subscritores, sem reserva e/ou ressalva. c) Por conseguinte, foram eleitos para compor a Diretoria, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2007, os Srs.: RAUL CALFAT, brasileiro, casado, administrador de empresas, domiciliado nesta Capital na Rua Amauri nº 255, 13º andar, portador da cédula de identidade RG. nº 5.216.686-7-SSP/SP e do CPF/MF nº 635.261.408-63; ALEXANDRE SILVA D’AMBRÓSIO, brasileiro, casado, advogado, domiciliado nesta Capital na Rua Amauri nº 255, 13º andar, portador da cédula de identidade RG. nº 7.124.595-SSP/SP e do CPF/MF nº 042.170.338-50 e LUIS FELIPE SCHIRIAK, argentino, casado, domiciliado nesta Capital na Rua Amauri, 255, 13º andar, portador do Registro Nacional de Estrangeiro nº W268.097K e do CPF/MF nº 607.757.007-97. Os Administradores declaram, sob as penas da lei, de que não estão impedidos de exercer a administração da sociedade, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, fé pública, ou a propriedade. VOTORANTIM INVESTIMENTOS ENERGIA S.A. - ESTATUTO SOCIAL - CAPÍTULO I - Da Denominação, Sede, Objeto e Prazo - Artigo 1º - Votorantim Investimentos Energia S.A. é uma sociedade anônima que se rege por este estatuto e pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis. Artigo 2º - A Companhia tem sede e foro jurídico na Capital do Estado de São Paulo, na Rua Amauri 255, 12º andar, conj. B, Itaim Bibi, CEP 01448-000, podendo, por deliberação da diretoria e satisfeitos os requisitos legais e regulamentares, abrir, transferir e/ou encerrar filiais, agências ou escritórios de representações e nomear correspondentes em qualquer parte do território nacional ou no exterior. Artigo 3º - A Companhia tem por objeto a participação em outras sociedades, nacionais ou internacionais, na qualidade de sócia ou acionista, bem como a administração de bens próprios. Artigo 4º O prazo de duração da Companhia é indeterminado. CAPÍTULO II - Do Capital Social e Ações - Artigo 5º - O capital social, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 1.000,00 (hum mil reais), representado por 1.000 (hum mil) ações ordinárias nominativas sem valor nominal. Parágrafo Único - Cada ação ordinária dará direito a um voto nas deliberações das assembléias gerais. Artigo 6º - A distribuição de ações provenientes de aumento de capital e o pagamento dos dividendos, quando for o caso, realizar-se-á no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contados, respectivamente, da publicação da respectiva ata e da sua declaração, conforme aplicável, salvo se a assembléia geral, quanto ao dividendo, determinar que este seja pago em prazo superior, mas no curso do exercício social em que for declarado. CAPÍTULO III - Da Administração - Artigo 7º - A Companhia será administrada por uma Diretoria composta por 3 (três) Diretores sem designação especial, acionistas ou não, residentes no País, eleitos pela assembléia geral, para um mandato de 2 (dois) anos, admitida a reeleição. Parágrafo 1º - Os membros da Diretoria definirão suas atribuições e serão investidos em seus cargos mediante assinatura de termo de posse no livro de atas da Diretoria, devendo permanecer no exercício de seus cargos até a posse dos eleitos para sua substituição. Parágrafo 2º - A remuneração dos Diretores será fixada pela assembléia geral. Artigo 8º - A Diretoria fica investida dos mais amplos poderes necessários para a prática dos atos de administração no interesse social e para a representação da Companhia perante quaisquer repartições e órgãos públicos federais, estaduais e municipais, entidades financeiras e terceiros em geral, observado o disposto nos parágrafos deste artigo. Parágrafo 1º - Ressalvado o disposto nos parágrafos 2º, 3º e 4º deste artigo, a representação ativa e passiva da Companhia, em juízo ou fora dele, será sempre exercida por, pelo menos, 2 (dois) Diretores em conjunto, ou por um Diretor em conjunto com um procurador com poderes especiais e específicos, ou por 2 (dois) procuradores com poderes especiais e específicos, observado o disposto no parágrafo 4º abaixo. Parágrafo 2º - A Companhia poderá ser representada por 1 (um) Diretor ou por 1 (um) procurador, com poderes específicos e especiais, observado o disposto no parágrafo 4º abaixo, agindo isoladamente nas seguintes circunstâncias: (i) em assuntos de rotina perante os órgãos públicos federais, estaduais e municipais, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista; (ii) na cobrança de quaisquer pagamentos devidos à Companhia; (iii) na assinatura de correspondência sobre assuntos rotineiros; (iv) na emissão e endosso de duplicatas e outros instrumentos destinados à cobrança ou depósito em nome da Companhia; (v) na representação da Companhia nas assembléias gerais de suas controladas e demais sociedades em que tenha participação acionária; e (vi) na representação da Companhia em juízo. Parágrafo 3º - Quando, por força de lei ou decisão judicial, for exigível o depoimento pessoal ou o interrogatório de representante legal da Companhia, esta será representada por um de seus Diretores, isoladamente, que poderá, a seu critério, indicar pessoa com conhecimento dos fatos para representar a Companhia. Parágrafo 4º - A nomeação de procuradores, inclusive nos casos de mandato judicial, para agir em nome da Companhia, será feita por 2 (dois) Diretores, que assinarão o instrumento de outorga, fixando os poderes conferidos e o modo de exercê los. O instrumento de outorga estabelecerá obrigatoriamente o prazo de duração do mandato, ressalvadas, quanto ao prazo, as procurações “ad judicia”. Parágrafo 5º - Na ausência ou impedimento temporário de qualquer Diretor, suas funções serão exercidas temporária e cumulativamente pelo Diretor por ele designado. Parágrafo 6º - No caso de vacância de qualquer cargo na Diretoria, a assembléia geral deverá, na primeira reunião realizada posteriormente, preencher o cargo vago. Se, em virtude da vacância, restar apenas uma pessoa com cargo na Diretoria, a assembléia geral deverá, necessariamente, reunir-se no prazo máximo de 15 (quinze) dias após tal evento para escolher o segundo Diretor. Para os fins deste artigo, o cargo de qualquer Diretor será considerado vago se ocorrer a destituição, renúncia, morte, incapacidade comprovada, impedimento ou ausência injustificada por mais de 30 (trinta) dias consecutivos. Artigo 9º - Todas as decisões tomadas pelos Diretores, em conjunto, serão deliberadas e decididas em reunião convocada por qualquer Diretor, mediante notificação com 5 (cinco) dias de antecedência, da qual deverá constar a data, local e horário onde se realizará a reunião, bem como a pauta do dia. As atas das reuniões da Diretoria serão transcritas no Livro de Registro de Atas de Reuniões da Diretoria. Parágrafo 1º Fica dispensada de convocação a reunião à qual todos os membros estejam presentes. Parágrafo 2º - Com exceção das reuniões que tiverem como objeto a deliberação de quaisquer das matérias listadas no parágrafo 3º abaixo, as reuniões da Diretoria serão instaladas com a presença de todos os Diretores, sendo as deliberações tomadas pelo voto favorável da maioria dos Diretores. Parágrafo 3º - Os atos de qualquer Diretor ou procurador que envolvam a Companhia em qualquer obrigação relativa a negócios ou operações fora do escopo previsto no objeto social, bem como a prestação de garantias ou contragarantias em favor de terceiros, tais como fianças, avais, endossos ou quaisquer outras garantias, cujo valor exceda R$50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais), em transações únicas ou conjuntas, são expressamente proibidos e serão considerados nulos, sem efeito e inválidos com relação à Companhia, salvo se especificamente autorizados pela unanimidade da Diretoria, em reunião colegiada, obrigatoriamente (i) instalada com a presença da maioria dos Diretores e (ii) presidida pelo Diretor Presidente ou por um dos Vice-Presidentes, através do voto favorável da maioria dos Diretores presentes à reunião. No caso de empate nas deliberações relativas às matérias tratadas neste parágrafo, deverá ser observado o disposto no Parágrafo 2º acima. Artigo 10 - A remuneração dos Diretores, os benefícios de qualquer natureza, as verbas de representação e a eventual participação em lucros serão definidos a exclusivo critério e por deliberação da assembléia geral. Parágrafo 1º - A verba para honorários pró-labore e a participação destes nos lucros da Companhia, se for o caso, será paga em duodécimos e partilhada aos Diretores, sempre por deliberação da assembléia geral, consignada por termo no livro próprio. Parágrafo 2º - O empregado da Companhia eleito para o cargo de Diretor, enquanto no exercício do cargo, terá seu contrato de trabalho suspenso, passando a receber honorários e eventuais participações nos lucros na forma estabelecida neste estatuto, ficando-lhe assegurado o retorno ao cargo anteriormente ocupado, de acordo com a legislação então vigente. CAPÍTULO IV - Do Conselho Fiscal - Artigo 11 - A Companhia terá um conselho fiscal, em caráter não permanente, composto de 3 (três) membros efetivos e 3 (três) suplentes. Parágrafo 1º - Os membros do conselho fiscal deverão ser pessoas naturais residentes no País, que preencham os requisitos legais, e serão eleitos pela assembléia geral, a qual lhes fixará a remuneração, observado o mínimo legal previsto no artigo 162, parágrafo 3º, da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Os membros do conselho fiscal somente farão jus à remuneração no período em que, instalado o conselho, estejam no efetivo exercício da função. Parágrafo 2º - O conselho fiscal somente será instalado pela assembléia geral a pedido de acionistas, na forma prevista no artigo 161, parágrafo 2º, da Lei nº 6.404/76, e funcionará até a primeira assembléia geral ordinária que se realizar após a sua eleição. Parágrafo 3º - O conselho fiscal terá as atribuições previstas na lei, as quais não podem ser outorgadas a outros órgãos da Companhia. A função do membro do conselho fiscal é indelegável. CAPÍTULO V - Da Assembléia Geral - Artigo 12 - A assembléia geral ordinária realizar-se-á nos primeiros quatro meses seguintes ao término de cada exercício social, com a finalidade de: a) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras; b) deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos; c) eleger os membros da Diretoria e os membros do conselho fiscal, quando for o caso; d) fixar a remuneração global dos administradores e, quando em funcionamento, a remuneração dos membros do conselho fiscal; e) aprovar a correção da expressão monetária do capital social. Artigo 13 - A assembléia geral realizar-se-á extraordinariamente, a qualquer tempo, devidamente convocada de acordo com as disposições legais e estatutárias. Artigo 14 - A assembléia geral será convocada e instalada por qualquer dos diretores, devendo ser presidida e secretariada conforme indicação da maioria dos acionistas presentes. Parágrafo 1º – Os anúncios de convocação, publicados na forma e nos termos da lei, conterão, além do local, data e hora da assembléia geral, a ordem do dia e, no caso de reforma do estatuto, a indicação da matéria. Parágrafo 2º – Dos trabalhos e deliberações da assembléia geral será lavrada, em livro próprio, ata a ser assinada pelos membros da mesa e pelos acionistas presentes. Artigo 15 - Sem prejuízo das demais matérias previstas em lei, é da competência da assembléia geral deliberar sobre as seguintes matérias: (i) solicitação de concordata ou pedido de auto-falência pela Companhia e/ou pelas suas sociedades controladas; (ii) dissolução ou liquidação da Companhia e/ou de suas controladas; (iii) aumento de capital e fixação do respectivo preço de emissão das ações; (iv) redução do capital social da Companhia e/ou resgate de ações com ou sem redução do capital social; (v) emissão de debêntures ou outros títulos conversíveis em ações; (vi) modificação do objeto social e/ou quaisquer alterações a este estatuto social; (vii) cisão, fusão ou incorporação da Companhia e/ou de suas controladas; e, (viii) fixação da política de dividendos e sua alteração. CAPÍTULO VI - Do Exercício Social, Lucros e Distribuição - Artigo 16 - O exercício social coincidirá com o ano civil, encerrando-se em 31 de dezembro de cada ano, ocasião em que se procederá à elaboração das demonstrações financeiras previstas em Lei. Parágrafo Único: A Companhia poderá, por decisão da diretoria, mandar levantar balanços semestrais e distribuir dividendos intermediários. Artigo 17 - Aos acionistas é assegurado o direito de receber como dividendo obrigatório a parcela de 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido apurado na forma da lei, podendo ainda ser imputado ao valor dos dividendos, sem prejuízo do disposto no artigo 202, parágrafo 2º, da Lei nº 6.404/76, o valor dos juros pagos ou creditados, individualizadamente, aos acionistas a título de remuneração do capital próprio. Parágrafo 1º - Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados, a provisão para o imposto de renda e para o pagamento de remuneração de debêntures às quais tal direito seja assegurado. Parágrafo 2º - O pagamento do dividendo de que trata este artigo será limitado ao montante do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, e a diferença será registrada como reserva de lucros a realizar. Parágrafo 3º - Os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados, se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. Parágrafo 4º - O saldo remanescente do lucro líquido do exercício poderá, por proposta da administração, ser total ou parcialmente atribuído como: (i) dividendo suplementar aos acionistas; (ii) constituição de reservas permitidas por lei; e/ou (iii) saldo que se transfere para o exercício seguinte como retenção de lucros, quando devidamente justificado pelos administradores, para financiar plano de investimento previsto em orçamento de capital aprovado pela assembléia geral. Artigo 18 - À assembléia geral é lícito atribuir aos diretores da Companhia participação nos lucros apurados, desde que pago o dividendo obrigatório a que alude o artigo 17. CAPÍTULO VII - Da Dissolução e Liquidação - Artigo 19 - A Companhia entrará em liquidação nos casos previsto em Lei, competindo à assembléia geral determinar o modo pelo qual deva ser processada, nomear o liquidante e fixar os honorários correspondentes. Parágrafo Único - Durante o período de liquidação, o conselho fiscal será instalado mediante solicitação dos acionistas, conforme previsto em lei. 5) OBSERVAÇÕES FINAIS - a) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra, não havendo, todavia, nenhuma manifestação; b) Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelo Presidente, Secretário e demais acionistas presentes. (aa) Raul Calfat, Presidente; Marcus Olyntho de Camargo Arruda, Secretário; p. Hejoassu Administração S.A., Marcus Olyntho de Camargo Arruda e Nelson Koichi Shimada; p. Votorantim Participações S.A., Raul Calfat e Marcus Olyntho de Camargo Arruda. São Paulo, 16 de outubro de 2006. A presente transcrição é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. SECRETARIA DA JUSTIÇA E DEFESA DA CIDADANIA – JUCESP - JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CERTIDÃO - Certifico o Registro sob o nº 35300335708 em 20.10.2006 (a) Cristiane da Silva F. Corrêa, Secretária Geral.
MANTRA SERVIÇOS E EMPREENDIMENTOS LTDA.
CNPJ. 05.010.260/0001-61 Extrato da ata de reunião dos sócios realizada em 09/10/2006. Em reunião realizada em 09 de outubro de 2006, às 10 horas, na sede da sociedade, sita na Rua Tabapuã, 976 - conjunto 93 - sala 01 - Itaim-Bibi - CEP. 04531-080; deliberaram os sócios representando a totalidade do Capital Social, reduzir o Capital de R$ 625.000,00 para R$ 300.000,00. A presente redução é feita de conformidade com o art. 1082, inciso II, da Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002. São Paulo, 09 de outubro de 2006.
NOSSA CAIXA S.A. - ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO
CONVOCAÇÃO
CNPJ 05.105.802/0001-80 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 10 DE OUTUBRO DE 2006. Aos 10 (dez) dias do mês de outubro de dois mil e seis, às 16h, reuniram-se em Assembléia Geral Extraordinária, na sede da Nossa Caixa S.A. - Administradora de Cartões de Crédito, na Rua Quinze de Novembro, 111 – 3º andar, nesta Capital, os acionistas da Empresa, conforme se verifica das assinaturas constantes do “Livro de Presença”. Na forma prevista no Artigo 18, do Estatuto Social, assumiu a Presidência dos trabalhos o Senhor Paulo Roberto Penachio - Presidente do Conselho de Administração, que convidou a mim, Daniel Rodrigues Alves – Diretor, para secretariar os trabalhos, ficando assim constituída a Mesa. Disse, também, o Presidente, que com o comparecimento dos acionistas da Empresa e “quorum” equivalente à totalidade do Capital Social, a Assembléia se instalava regularmente na forma prevista pelo Artigo 124, parágrafo 4º, da Lei nº 6.404/1976. Continuando, destacou o Presidente que a Assembléia foi convocada para que os acionistas da Empresa possam deliberar sobre o seguinte assunto, constante da Ordem do Dia: I – ASSUNTO EXTRAORDINÁRIO: (a) Reti-Ratificação do nome da Presidente da Assembléia Geral Ordinária, realizada em 13 de abril de 2004, de Marly Martins para Marly Martins Juskevicius, tendo em vista a constatação de divergência no Cadastro de Pessoa Física quando da atualização do QSA – Quadro de Sócios e Administradores da Secretaria da Receita Federal. Informou o Presidente que a matéria constante da Ordem do Dia foi submetida, previamente, à apreciação do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado – CODEC, recebendo manifestação, do Órgão, conforme Parecer CODEC nº 129/2006, de 06 de outubro de 2006 (Processo S.F. nº 12091552834/2006). Assim, o Presidente colocou em discussão e votação o assunto constante da Ordem do Dia: I – ASSUNTO EXTRAORDINÁRIO: (a) Reti-Ratificação do nome da Presidente da Assembléia Geral Ordinária, realizada em 13 de abril de 2004, de Marly Martins para Marly Martins Juskevicius, tendo em vista a constatação de divergência no Cadastro de Pessoa Física quando da atualização do QSA – Quadro de Sócios e Administradores da Secretaria da Receita Federal. Pedindo a palavra, o Representante do Acionista Controlador, recomendou a reti-ratificação do nome da Presidente da Assembléia Geral Ordinária, realizada em 13 de abril de 2004, de Marly Martins para Marly Martins Juskevicius, face a adoção do nome de casada. Concluída a manifestação, por unanimidade de votos, foi aprovada a retiratificação do nome da Presidente da Assembléia Geral Ordinária realizada em 13 de abril de 2004, de Marly Martins para Marly Martins Juskevicius. O Representante do Acionista Controlador, pedindo a palavra, disse que o fazia para que fosse consignado em ata que o voto do Banco Nossa Caixa S.A., relativamente à matéria constante da Ordem do Dia da Assembléia, foi com arrimo no Parecer CODEC nº 129/2006, de 06 de outubro de 2006 (Processo S.F. nº 12091-552834/2006), promanado pelo Conselho de Defesa dos Capitais do Estado – CODEC, destacando que, consoante orientação constante do referido Parecer CODEC, não foram deliberadas matérias de ordem econômico-financeiras. O Senhor Procurador do Estado, pedindo a palavra, reiterou à Administração da Empresa a necessidade da observância da legislação em vigor, destacando que o voto da Acionista Fazenda do Estado de São Paulo, relativamente à matéria constante da Ordem do Dia da Assembléia, foi com arrimo no Parecer CODEC nº 129/2006, promanado pelo Conselho de Defesa dos Capitais do Estado - CODEC. Nada mais havendo a tratar, o Presidente, após agradecer a presença dos Acionistas da Empresa, declarou encerrada a reunião, do que eu, Daniel Rodrigues Alves – Secretário, lavrei a presente ata que, depois de lida e achada conforme, segue assinada pelos membros da Mesa e Acionistas da Empresa. São Paulo, 10 de outubro de 2006. (a.a) PAULO ROBERTO PENACHIO-Presidente; DANIEL RODRIGUES ALVES-Secretário; pelo BANCO NOSSA CAIXA S.A.-Carlos Eduardo da Silva Monteiro; pela FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO-José Roberto de Moraes; JORGE LUIZ AVILA DA SILVA; RUBENS SARDENBERG. (Cópia fiel do que se contém no Livro de Atas de Assembléias Gerais da Nossa Caixa S.A. – Administradora de Cartões de Crédito). Registrada na JUCESP sob nº 291.089/06-9, em 26.10.2006. DANIEL RODRIGUES ALVES Secretário.
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Jonne Roriz/AE
1 Tudo leva a crer que as tarifas serão reajustadas ainda este ano.
Metrô: aumento de tarifa em compasso de espera A idéia seria dar um reajuste maior agora e não voltar a mexer em tarifas até o final de 2008, ano eleitoral Fotos de Luiz Prado/Luz
Flávia Gianini
Reunião no Procon com as companhias aéreas e o Ministério Público
Companhias aéreas farão plano de emergência
A
s empresas aéreas que s e re u n i r a m c o m a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e o Ministério Público, ontem, se comprometeram a apresentar, até segunda-feira, um plano emergencial de assistência aos consumidores em situações extraordinárias, como as que foram registradas no feriado de Finados. O Procon de São Paulo deve redirecionar as propostas das empresas para ressarcimento de despesas nos casos já ocorridos e para evitar a falta de apoio em situações futuras. Por enquanto, as companhias aéreas devem apresentar um plano para atender as reclamações que estão sendo registradas e serão encaminhadas à elas pelo Procon. Até agora são 60 reclamações. A intermediação do órgão de defesa do consumidor será para o ressarcimento previsto em lei de gastos como alimentação, hospedagem, transporte e telefonia, provocados por atrasos e cancelamentos de vôos desde o início da crise no setor aéreo. Para as indenizações por dano moral e material, como a perda de um negócio, de uma consulta médica ou de um concurso público, os passageiros lesados devem recorrer ao processo judiciário. O próprio Procon não descarta a possibilidade de, mais adiante, entrar com ações. O órgão está se colocando agora apenas como intermediário para receber e encaminhar essas reclamações. As sis tê nci a – As companhias aéreas também se comprometeram a estudar as propostas de assistência aos passageiros a partir da primeira meia hora de atraso. Também prometeram analisar um plano de emergência para os próximos feriados, dias 15 e 20, e a redução dos vôos noturnos, reivindicada pela Associação dos Moradores de Moema, que também participou da reunião. A diretora executiva do Procon de São Paulo, Marli Aparecida Sampaio, prevê pelo me-
nos mais duas reuniões com as empresas e também com a Empresa Brasileira de infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) e com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que os novos procedimentos sejam incorporados ao sistema aéreo de todo o País. Para isso, também devem ser discutidos os planos com os Procons de outros estados e com o Departamento Nacional de Defesa do Consumidor. Ações – Os advogados do escritório brasileiro Leonardo Amarantes e do norte-americano Lieff Cabraser Heimann e Berstein, que representam dez famílias das vítimas do acidente com o Boeing da Gol, em 29 de setembro, no Mato Grosso, divulgaram ontem a petição apresentada na Corte Americana. São dois os principais argumentos no processo: falha de equipamentos, como o transponder, e negligência dos pilotos do Legacy. Na segunda-feira, os familiares entraram com um primeiro processo judicial na Justiça de Nova York pedindo indenização pelo acidente que matou 154 pessoas. A ação judicial responsabiliza as empresas ExcelAire Service, dona do avião Legacy que teria se chocado no ar com o Boeing 737-800 da Gol, e a HoneyWell International, fabricante do transponder – equipamento de comunicação da aeronave. Os advogados não quiseram revelar valores das indenizações pedidas, explicando que elas poderão variar muito de caso a caso, já que a justiça americana considera o perfil individual das vítimas para estabelecer valores. Em nota distribuída ontem, a empresa de táxi aéreo dos Estados Unidos ExcelAire, proprietária do Legacy, informou que considera "prematuros" os processos com pedidos de indenização, pois as investigações estão em andamento. " O advogado Robert Torricella afirma que as acusações de que os pilotos voavam na altitude errada não procedem. (Agências)
MP recomenda Justiça Federal
J
á chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o parecer do Ministério Público Federal (MPF) sobre o conflito de competência em relação ao acidente entre o jato Legacy e o Boeing da Gol, em 29 de setembro. No parecer, o MPF apontou a Justiça Federal de Sinop (MT) como competente para julgar a medida cautelar contra os pilotos do Legacy, Jan Paladino e Joseph Lepore. A opinião é obrigatória, mas, de qualquer forma, a decisão final sobre o conflito – proposto pelos advogados dos pilotos – caberá ao STJ. A ministra Maria Thereza de Assis Moura é a relatora do conflito de competência. Após a chegada do parecer ao STJ, a expectativa é que ela decida logo qual o juízo competente. P as s a po r t es – Os advogados de Paladino e Lepore entraram ontem com uma petição no STJ, solicitando que a ministra defina, em caráter
provisório, a autoridade competente para analisar o requerimento de devolução dos passaportes dos pilotos para que eles aguardem o desfecho das investigações nos EUA. Os advogados também pediram que a ministra encaminhe ofício à Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro ou ao órgão que estiver com os passaportes para que eles sejam entregues ao consulado americano no Rio, onde deverão ficar até a liberação judicial. IML – O Instituto de Medicina Legal (IML) de Brasília recebeu segunda-feira à noite fragmentos de corpos recolhidos no local do acidente, na Serra do Cachimbo. O material vai passar por exame de DNA, que poderá demorar até 30 dias. O objetivo é identificar a última das 154 vítimas do acidente, Marcelo Lopes Paixão, de 29 anos, funcionário do HSBC que morava em Brasília. (Agências)
O
Secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirmou ontem que um eventual reajuste nas tarifas do metrô ainda será avaliado com muito cuidado. A determinação, segundo Fernandes, partiu do governador Cláudio Lembo, que na semana passada, disse que um aumento no valor da passagem era inevitável. P re s e n t e a o c a n t e i ro d e obras da Linha 4 do Metrô, no largo da Batata, para acompanhar a descida da roda de corte do megatatuzão, o secretário explicou que o governador Cláudio Lembo não voltou atrás em relação a um aumento, mas pediu uma avaliação rigorosa da situação. "Não foram discutidas datas ou um valor fixo. Não acredito que o aumento das tarifas ocorra em breve", disse Fernandes. Mesmo com a declaração de Fernandes, tudo leva a crer que as tarifas serão reajustadas ainda este ano. E um aumento no preço da passagem do metrô acarretaria reajustes nas demais tarifas de transporte público municipal. A princípio, a passagem do metrô poderá subir de R$ 2,10 para R$ 2,40. A de ônibus passaria de R$ 2 para R$ 2,30 ou mesmo R$ 2,40. As tarifas do trólebus e dos trens subiriam de R$ 2,10 para R$ 2,40. No caso dos ônibus urbanos, a causa de um reajuste bastante significativo, acima de 25%, seria uma provável candidatura à reeleição do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A idéia seria dar um aumento maior agora e não voltar a mexer em tarifas até o final de 2008. Um reajuste das passagens de R$ 2 para R$ 2,20 seria o suficiente para cobrir os gastos das empresas de ônibus, mas obrigaria a Prefeitura a aumentar a passagem novamente num ano eleitoral. A justificativa das autoridades para o reajuste dos transportes é a proposta de aumento de apenas 9% no valor do orçamento da Prefeitura, o que prejudicaria o pagamento de subsídio às empresas de ônibus municipais. O resultado é que, com um subsídio menor, o custo das tarifas para os usuários ficaria maior. Kassab já afirmou que o subsídio é prioridade nas contas da Prefeitura e garantiu não haver nenhuma
Usamos R$ 1,1 bilhão em 2007 para tocar as obras: metade de recursos externos e a outra metade com recursos próprios. Jurandir Fernandes, secretário dos Transportes
Lâmina de corte do Tatuzão, máquina que irá perfurar os túneis
Fernandes: "Não acredito que o aumento das tarifas aconteça logo" L.C. Leite/Folha Imagem
O prefeito Kassab, que deverá decidir sobre o aumento dos ônibus
proposta de reajuste em sua mesa, mas não o descarta. Falta de recursos – A capacidade limitada do Estado em investir em obras está gerando discussões. Mas Fernandes explicou que as verbas para a construção das linhas 2 e 4 estão garantidas por financiamento próprio e não deve haver atrasos. "Usamos R$ 1,1 bilhão em 2007 para tocar as obras: metade de recursos externos e a outra metade com recursos próprios. E a expectativa é aumentar o percentual de recursos próprios em 2008", declarou. Megatatuzão – Ontem, a roda de corte do Tatuzão foi içada por dois guindastes para dentro de uma abertura de 15,5 metros, especialmente projetada na laje da cobertura da estação Faria Lima. Juntos os guindastes fizeram à descida e o posicionamento do disco de 9,5 metros de diâmetro, 60 centímetros de espessura e 180 toneladas de peso. Para cortar o solo entre o largo da Batata e a região da Luz, a roda do Shield conta com 22 discos para o corte de rochas e 176 dentes de escarificação. O maior tatuzão em operação na América Latina custou R$ 81 milhões aos cofres públicos e foi construído especialmente para perfurar o trecho rochoso da Linha 4 do metrô. A máquina, de fabricação alemã, é capaz de escavar e revestir em média 14 metros de túnel por dia, contra cerca de 1,5 metro do método tradicional, executado por operários. Depois de escavado e revestido por 4,5 mil anéis de concreto, o túnel estará pronto para montagem dos trilhos e instalação dos sistemas de sinalização e comunicação. Para agilizar os trabalhos, o Consórcio Via amarela, responsável pela execução das estações Faria Lima e Luz, montou uma fábrica de anéis de concreto em Vila Hamburguesa, com capacidade para produzir 10 anéis de revestimento por dia.
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
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VEREADORES COMEÇAM A ANALISAR O X-TUDO
A mexicana Telmex conseguiu adesão de 90% na oferta pública de aquisição de ações (OPA) da Embratel.
ESTUDO DO BIRD MOSTRA QUE EMPRESÁRIO BRASILEIRO É O QUE PERDE MAIS TEMPO COM A BUROCRACIA
FISCO EXIGE 2.600 HORAS DE TRABALHO Givaldo Barbosa/AG
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Jorge Rachid, da Receita, defende adiamento da lei, para não afetar repasse a estados e municípios
União e estados tentam adiar início do Supersimples
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Ministério da Fazenda e os governos estaduais fecharam ontem acordo para tentar adiar o início da vigência da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, do dia 1º de janeiro para 1º de julho de 2007. O projeto, que cria o chamado Supersimples – o imposto nacional das micros e pequenas empresas – foi aprovado na Câmara dos Deputados no início de setembro e aguarda apreciação dos senadores, o que deve ocorrer hoje. A análise da matéria, entretanto, depende do que for decidido na reunião que ocorre hoje entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e representantes dos estados e municípios. O tema do encontro será a perda da arrecadação gerada pela nova lei, estimada em R$ 5 bilhões por ano. Segundo o relator do projeto, senador Luiz Otávio (PMDB-PA), o adiamento da lei prejudica as empresas, que perdem seis meses de benefício. Ele disse que só vai colocar essa proposta no texto se houver a concordância dos líderes partidários. Mantega explicou que o acordo com os estados para adiar o início da lei se deve ao fato de que há problema técnico na implementação do sistema único de tributação, que envolverá o Simples a partir de janeiro de 2007. "Os sistemas dos Estados e da União precisam ser adaptados. É uma questão operacional", disse.
Questionado se o adiamento não prejudicará as empresas que terão de esperar mais tempo para se beneficiar do Supersimples, ele respondeu: "Prejudicará mais se implantarmos sem condições técnicas". Segundo o ministro, a dificuldade de adaptação é maior nos estados do que na União. Repasse –O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, afirmou que a implementação da lei já em 1º de janeiro de 2007 causaria problemas de repasse de recursos aos estados e municípios dos recursos arrecadados com o Supersimples. Segundo ele, a ausência de um sistema adaptado para o novo regime de tributação também prejudica o contribuinte, que tentará recolher o imposto, mas terá dificuldades para isso. "O Simples nacional é de interesse das administrações tributárias e queremos que entre em vigência o mais rápido possível, mas temos que ter responsabilidade. Não queremos colocar em risco o contribuinte nem os governos estaduais e municipais", disse Rachid. Segundo fontes técnicas envolvidas nas negociações, está sendo discutida a hipótese de promover o adiamento da vigência do Supersimples sem promover alterações de texto que exijam seu retorno à Câmara. Uma idéia em análise seria a inserção do adiamento na regulamentação do Comitê Gestor de Tributação – que deverá ser criado após a aprova-
INFLAÇÃO O IGP-DI acelerou em outubro, com alta de 0,81%, o triplo da taxa de setembro (0,24%).
ESPECULAÇÃO
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Laura Ignacio/AE
SADIA O lucro líquido da empresa atingiu R$ 69,1 milhões no terceiro trimestre deste ano.
INDÚSTRIA TEM QUEDA NA PRODUÇÃO
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produção industrial brasileira caiu 1,4% de agosto para setembro, depois de dois meses de crescimento (0,7% em agosto e 0,7% em julho). O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou ontem os resultados da Pesquisa
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Industrial Mensal Produção Física. De acordo com o coordenador do estudo, Silvio Sales, a queda representa uma acomodação da indústria em relação aos meses anteriores. De janeiro a outubro deste ano, a produção acumula crescimento de 2,7%. (Abr)
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Governo descarta colapso na Previdência
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Sindicalistas querem salário mínimo de R$ 400
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presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, classificou ontem como "especulações naturais" as notícias sobre a suposta troca de diretores do BC para o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula Silva. "Não há nada nesse sentido", enfatizou Meirelles, acrescentando que, no momento em que houver decisões do presidente da República sobre a composição do governo, "veremos com os diretores quais são os planos de cada um". (AE)
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ção da lei geral e que acompanhará a gestão do Supersimples. Ela tem prazo de seis meses após a aprovação da lei geral para ser feita. Perdas – Segundo levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) em parceria com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), a aprovação Supersimples gerará perda de cerca de R$ 9 bilhões anuais para os cofres públicos. O estudo revela que haverá perda de R$ 6 bilhões por ano na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), R$ 1,5 bilhão do Imposto Sobre Serviços (ISS) e R$ 1,75 bilhão de salário-educação (contribuição social paga pelas empresas para financiamento do ensino público). "Somando à arrecadação de ISS, a participação de 25% da receita de ICMS e um terço do salário-educação, os municípios sofrerão queda de R$ 3,7 bilhões anuais", contabilizou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. "Havíamos acertado com a Receita que se houvesse queda de arrecadação, a União complementaria o valor perdido", lembrou. Segundo o gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Bruno Quick, na reunião de hoje será discutida a participação dos municípios na receita do ICMS que, pelo texto, passa de 25% para 32%, além do prazo para a lei entrar em vigor.
Sem acordo, brinquedos podem ficar em portos
studo do Banco Mundial (Bird), em parceria com a PricewaterhouseCoopers, divulgado ontem, mostra o Brasil no topo da lista de países onde se leva mais tempo para o cumprimento das obrigações tributárias, demandando, em média, cerca 2.600 horas por ano. Isso equivale a três meses e 18 dias. A média geral, entre os cerca de 140 países avaliados, ficou em 332 horas. A Suíça dedica apenas 68 horas. De acordo com o sócio da divisão Tax Brasil, da PricewaterhouseCoopers, Carlos Iacia, essa é apenas uma estimativa, e não reflete necessariamente a carga tributária do Brasil. "Outros países podem ter uma carga fiscal até maior e dedicar menos tempo para suas obrigações", afirmou Iacia. Para o executivo, no entanto, a carga
tributária brasileira, que já beira 39% do Produto Interno Bruto (PIB), está entre as principais razões para a demora no cumprimento das obrigações exigidas das empresas pelo Fisco. Do lado do contribuinte pessoa física, a alta carga tributária é igualmente nociva. De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), divulgado recentemente, no ano passado foram necessários quatro meses e 25 dias de trabalho para o contribuinte conseguir pagar todos os seus impostos para as três esferas do governo. Em 1990, eram necessários apenas 51 dias. Impostos indiretos – O estudo do Bird levou em conta o tamanho considerável do Brasil, as legislações específicas em cada estado e a burocracia para o controle e paga-
mento de impostos. "Temos mais obrigações acessórias do que outros países", avaliou Iacia, lembrando que não é apenas o Imposto de Renda (IR) o vilão da carga tributária brasileira. "São o que chamamos de impostos indiretos. Há muitos outros, como ISS, PIS, Cofins, ICMS e IPI." Para ele, esse conjunto de tributos afeta não apenas o investimento externo, "mas também o empreendedorismo interno". O executivo ressaltou a quantidade de relatórios de informações pedida pelo Fisco. "São muitos controles, apurações e demonstrativos." No entanto, a gerente sênior d a Ta x B r a s i l d a P r i c e w aterhouse, Adriana Grizante, ponderou que a tecnologia da informação funciona como contraponto positivo ao emaranhado de obrigações. (AE)
X-Tudo entra no cardápio da Câmara
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projeto de lei 552/06, de autoria do prefeito Gilberto Kassab, apelidado de X-Tudo, entrou ontem oficialmente na pauta de discussão da Câmara Municipal de São Paulo. Protocolada no legislativo municipal no dia 29 de setembro, a proposta inicia sua tramitação ainda nesta semana na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em linhas gerais, o projeto prevê alterações em uma série de tributos municipais, entre eles Imposto sobre Serviços
(ISS) e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Entre os vereadores do PT e do grupo do Centrão (parlamentares que alegam não pertencerem às bases governistas e de oposição) chegou-se ao consenso de que o texto original precisa ser mudado de forma drástica. O projeto de lei divide também tucanos e pefelistas da Câmara. "Somos totalmente contra o projeto. Ele altera a base de cálculo de impostos como ISS, IPTU e outros. Deve ser alterado", disse o
petista José Américo. Na última segunda-feira, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e outras entidades encaminharam à Prefeitura estudos sobre os impactos econômico e jurídico da eventual aprovação do projeto. A estratégia das entidades, que assumem posição contra o texto atual, será apresentar as inconstitucionalidades e imprecisões para o Executivo. Se não houver avanço, o legislativo municipal será acionado. Ivan Ventura
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Urbanismo Distritais Polícia Compor tamento
LENTIDÃO A CET registrou 96 km de tráfego às 18h30 de ontem. A média é de 63 km.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
PARA PROMOTOR, CARLA MATOU POR VINGANÇA
FECHADO Túnel Jânio Quadros ficará fechado de madrugada por quatro dias.
Lawrence Bodnar/Agência O Globo
MADRUGADA DE BLITZ NO BRÁS GMC e a polícia querem uardas-civis, policiais manter os ambulantes militares e fiscais da G Subprefeitura realizaram uma somente no bolsão de 70 mil
blitz, na madrugada de ontem, na rua Oriente, no Brás, região central (foto). O objetivo da operação era evitar a ação de ambulantes não cadastrados na feirinha da madrugada. Para escapar da fiscalização, muitos camelôs irregulares estão montando suas barracas nas vias próximas à rua Oriente. Com a blitz, a Prefeitura, a
metros quadrados do Brás. Na "feirinha da madrugada" há 3.300 camelôs cadastrados. Por volta das 5h40, a operação foi encerrada. Um pequeno tumulto foi registrado apenas quando os ambulantes irregulares ameaçaram invadir o bolsão. Depois que a blitz foi encerrada, a feirinha voltou a funcionar. (Agências)
CONDENAÇÃO 1
GREVE DE FOME
pós 13 horas de detento Marcos A O julgamento, a juíza Camacho, o Marcola, Vanessa Ribeiro Mateus, do líder do Primeiro Comando
Primeiro Tribunal do Júri, condenou a 138 anos e nove meses de prisão dois dos sete acusados de participar da maior chacina de São Paulo: Igo de Alencar e Gilmar Pereira Lopes. Eles negam envolvimento e ainda têm direito a recurso. O Ministério Público (MP) conseguiu convencer os jurados de que a dupla foi responsável pela morte de oito das 18 pessoas assassinadas nas favelas de Heliópolis e Vila Prudente, em dezembro de 1999. Elas ainda são suspeitos de outros homicídios. (Agências)
da Capital (PCC), confirmou ontem à sua advogada, Ariane dos Anjos, que entrou em greve de fome às 17h de segunda-feira. Trata-se de um protesto do preso contra as condições carcerárias e o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Marcola e mais 43 detentos que cumprem pena no RDD no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes reclamam das condições das celas, que estariam sem ventilação e com forte cheiro de tinta. (AE)
EXPOSIÇÃO E DIA DO HOTELEIRO manhã, às 9h, a Distrital Centro da Associação A Comercial de São Paulo realiza em sua sede (rua Galvão Bueno, 83) a abertura da exposição O Universo da aquarela por um mundo melhor, que segue até o dia 26. A mostra, que acontece no Espaço Cultural de Comércio & Imprensa, faz parte de uma campanha de conscientização, com o objetivo de alertar a população para a importância de apreciar e valorizar a arte. Na oportunidade, serão
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
recebidos representantes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (Apae-SP). Na ocasião, será feita uma homenagem ao presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de São Paulo, Nelson de Abreu Pinto, pelo Dia do Hoteleiro, comemorado na mesma data, e também ao ex-vereador Mohamad Mourad, autor da lei municipal que criou o Dia do Hoteleiro. Ambos já confirmaram presença no evento.
Ubiratan Guimarães ficou conhecido por ter comandado a operação conhecida como "massacre do Carandiru".
MP denuncia Cepollina hoje Promotor acusará formalmente a advogada como autora do assassinato do coronel Ubiratan Guimarães
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promotor Luiz Fernando Vaggione apresentará hoje denúncia contra a advogada Carla Cepollina, suspeita de ter matado o namorado, o coronel da reservada Polícia Militar e deputado estadual Ubiratan Guimarães. Vaggione acusará formalmente a advogada como autora do disparo que matou o coronel, em setembro. O promotor recebeu o inquérito policial no dia 17 de outubro e disse que, ao contrário do que foi concluído, o motivo do assassinato não foi ciú-
mes. Para ele, Carla teria matado Ubiratan por vingança, ou seja, por um motivo torpe. O processo deve chegar às mãos do juiz-presidente do 1º Tribunal de São Paulo, Alberto Anderson Filho, ainda hoje. Em 24 horas, o juiz anunciará se aceita ou não a acusação do Ministério Público contra Carla. Caso o pedido seja aceito, será aberto um processo contra a advogada. Carla é apontada desde o começo das investigações, tanto pelo MP quanto pela polícia, como sendo autora do crime. Ela,, desde então nega as acu-
sações e afirma que amava o coronel e que outras pessoas tinham interesse em sua morte. Inquérito - O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) concluiu o inquérito da morte do coronel no dia 13 do mês passado. Para a Polícia Civil, Carla é a única responsável pelo crime. Ela foi indiciada por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil (ciúme) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, que estava desarmada. Morte - Ubiratan Guimarães foi morto com um tiro no abdômen, dentro de seu aparta-
mento, nos Jardins, zona oeste de São Paulo. O crime aconteceu no dia 9 de setembro, mas o corpo só foi encontrado no dia seguinte, enrolado em uma toalha. Segundo a polícia, ele foi morto com um tiro de uma de suas armas – um revólver calibre 38 – que não foi encontrado no local do crime. O coronel Ubiratan Guimarães ficou conhecido depois de ter comandado a operação conhecida como "massacre do Carandiru", em 1992, que resultou na morte de 111 presos da Penitenciária do Carandiru, na zona norte. (Agências)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Empresas Nacional Finanças Tr i b u t o s
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
DEMANDA AQUECIDA POR PAPÉIS BRASILEIROS
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pontos acima dos juros americanos foi a boa marca obtida pelo bônus.
PRAZO E JURO DO FINANCIMENTO DE IMÓVEIS COM USO DE DRYWALL SERÁ IGUAL AOS CONVENCIONAIS
CAIXA DITA NORMAS PARA DRYWALL
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Caixa Econômica Federal (CEF) oficializou ontem os critérios e requisitos para o financiamento de imóveis com paredes internas de drywall (painéis de gesso acartonados) cujo emprego na construção civil tem aumentado muito ultimamente. O documento que define os financiamentos com a nova tecnologia foi elaborado em parceria com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para drywall e divulgado ontem em encontro no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Ele introduz uma série de aperfeiçoamentos nas regras estabelecidas pela própria CEF há cinco anos. A associação dos fornecedores de chapas drywall é composta por produtores europeus com fábricas no Brasil, como a Lafarge Gypsum, Placo e Knauf. Participaram do encontro de ontem, além de membros da associação, a equipe técnica da Caixa Econômica Federal, incorporadores, construtores, engenheiros e representantes do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), entidade que também contribuiu na redação do documento. Vantagens – O conteúdo do novo documento tomou por base as normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para chapas drywall e perfis estruturais de aço galvanizado, além dos manuais de sistemas drywall, publicados pela Associação Drywall. Segundo informou o banco, o financiamento de imóveis e materiais de construção com drywall, que já está disponível, será igual ao das obras convencionais. O cliente poderá usá-lo em qualquer financiamento imobiliário e de material, com os mesmos prazos e juros a partir de 6% ao ano. De acordo com o consultor e membro da Associação Drywall, Carlos De Lucca, "a CEF sempre realizou financiamento de imóveis que utilizam drywall, mas não havia um critério técnico e nem pré-requisitos para a aprovação. O documento norteia de forma geral o uso do sistema", explicou. José Francisco Pontes Assumpção, professor da Ufscar/USP (MBA) e diretor da Analisy's Gerenciamento de Processos, Assessoria e Planejamento afirma que inovações tecnológicas, do tipo drywall, trazem ganhos para o empreendedor e vantagens para o consumidor. De acordo com ele, em comparação às obras com paredes tradicionais de blocos, as que utilizam drywall obtêm economia na construção de 20% a 25%. Tatiana Vicentini
Oferta recorde de bônus brasileiro
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Tesouro Nacional conseguiu captar ontem no mercado internacional US$ 1,5 bilhão em bônus da República com o menor custo para o governo desde a renegociação da dívida externa, concluída em 1994. Foi somente depois dessa renegociação que o Brasil retornou ao mercado externo, de onde se afastou na moratória da década de 1980. Atrelado ao dólar, o papel vendido ontem, chamado de Global 2017, tem prazo de vencimento de 10 anos. Além do custo mais baixo, o volume da operação ficou acima da expectativa inicial do Tesouro de vender entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão. A demanda atingiu cerca de US$ 6 bilhões, segundo analistas do mercado. Spread – O Brasil vendeu os bônus com spread de 159 pontos acima dos juros pagos pelo Tesouro dos Estados Unidos para papéis com prazo de vencimento em 10 anos. O spread capta a diferença da percepção
de risco dos investidores entre os papéis brasileiros e os americanos, considerados os mais seguros do mundo. Com a queda do risco Brasil, acentuada neste ano, o governo tem conseguido cada vez diminuir mais essa diferença, reduzindo o custo das emissões externas. Em 1999, ano de crise econômica e da mudança da política cambial, o Brasil chegou a vender um papel no exterior com mesmo prazo de vencimento com o altíssimo spread de 850 pontos-base. "Foi uma emissão histórica", avaliou o economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central, da área de assuntos internacionais. Segundo ele, o Tesouro vem sabendo tirar proveito do momento favorável ao País para fazer operações no mercado externo que reduzem o custo e melhoram o perfil da dívida. "O Tesouro está recomprando dívida cara e vendendo papéis a um custo menor", disse. Na operação, que teve início
na madrugada para atender ao mercado asiático, o Tesouro vendeu os papéis com taxa de retorno para o investidor de 6,249% ao ano, também a menor registrada para os chamados bônus globais. O valor ficou abaixo dos 6,3% de retorno esperados pelos coordenadores da emissão, os bancos Deutsche Bank e Barclays Capital. Liquidez – A operação de ontem foi a primeira em dólares desde o início do ano, quando o Tesouro anunciou que só faria emissão no mercado internacional para melhorar o perfil da dívida, já que as reservas internacionais estão em volumes recordes. De acordo com fontes do mercado, o objetivo da captação foi criar um patamar de referência no mercado externo chamado no jargão financeiro de benchmark - com prazo de 10 anos. Segundo informam as fontes, é muito importante ter benchmark de 10 e 30 anos, que são os prazos dos papéis com maior liquidez. (AE)
Poupança cresce R$ 1,24 bi em outubro
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caderneta de poupança continua atraindo os investidores. Em outubro, segundo informações do Banco Central, o volume de depósitos superou as retiradas em R$ 1,24 bilhão. Esse é o segundo mês consecutivo de ingresso forte de aplicações. A recuperação da caderneta de poupança é consequência do aumento do seu rendimento. Descontada a taxa de administração, o Imposto de Renda e a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), o rendimento da poupança deve ficar em torno de 8,3% em 2006, para uma inflação ao redor de 3,5%. Em outubro, foram aplicados na caderneta de poupança R$ 64,991 bilhões, enquanto as retiradas somaram R$ 63,75 bilhões. O volume de recursos aplicados nos dez meses até outubro (R$ 175,693 bilhões) já é maior do que o do ano passado (R$ 168,734 bilhões). Acumulado – Apesar da recuperação recente, a poupança continua apresentando retirada maior do que depósitos no acumulado do ano. As retiradas superaram os depósitos em R$ 3,6 bilhões. (AG)
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COMPART – SOCIEDADE DE PARTICIPAÇÕES E COMÉRCIO S/A ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL DE CONSTITUIÇÃO REALIZADA EM 20 DE ABRIL DE 2006 Data, Hora e Local: 20/4/2006, 20 hs., sede social. Presença: 100%. Mesa: Dr. João Soares de Almeida, Presidente e Dr. Pedro Abib Junior, Secretário. Deliberações Unânimes: (A) Aprovada a constituição da Compart – Sociedade de Participações e Comércio SA com capital social, totalmente subscrito e integralizado, de R$ 36.000,00 dividido em 18 ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, emitidas ao preço de R$ 2.000,00 cada, conforme depósitos bancários dos acionistas no Banco Sudameris S/A. (B) Aprovado o Estatuto Social: Capítulo I – Denominação, Sede, Objeto Social e Prazo de Duração. Artigo 1º: A sociedade gira sob a denominação de Compart – Sociedade de Participações e Comércio S/A, regendo-se por este estatuto e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Artigo 2º: A sociedade tem sede social na Rua Ambrosina de Macedo, 59, 1º, São Paulo-SP. § Único: Por deliberação da Diretoria, poderão ser instaladas, transferidas ou extintas filiais, sucursais ou agências em qualquer parte do território nacional. Artigo 3º: A sociedade tem por objeto social: a) Participação em outras sociedades, como quotista ou acionista; b) Administração de seus próprios bens de renda, móveis ou imóveis; c) Compra, venda ou locação de equipamentos e máquinas para uso médico e hospitalar. Artigo 4º: O prazo de duração da sociedade é indeterminado. Capítulo II – Capital e Ações. Artigo 5º: O capital social é de R$ 36.000,00, totalmente subscrito e integralizado em moeda corrente nacional, dividido em 18 ações ordinárias, todas nominativas, sem valor nominal. § 1º: As ações, indivisíveis em relação à sociedade, poderão ser representadas por títulos múltiplos, certificados ou cautelas, que conterão as assinaturas de 2 diretores. § 2º: Cada ação confere a seu titular o direito a 1 voto nas deliberações da assembléia geral. § 3º: O acionista que desejar alienar, ceder ou transferir suas ações na Sociedade a outros acionistas ou a terceiros não acionistas, a qualquer título, total ou parcialmente, deverá notificar todos os demais acionistas da Sociedade, por escrito, com antecedência mínima de 60 dias, para que os referidos acionistas, em igualdade de condições e na proporção de suas respectivas participações acionárias, possam exercer o direito de preferência na aquisição das ações ofertadas. § 4º: Caso qualquer dos acionistas notificados não exerça o direito de preferência, na forma e prazo previstos no § anterior, os demais terão o prazo adicional de 30 dias para adquirir as ações ou direitos remanescentes, observando sempre a proporção de suas respectivas participações acionárias. § 5º: O direito de preferência previsto no § 3º acima deverá ser averbado no Livro de Registro de Ações Nominativas. § 6º: Não se aplica o direito de preferência previsto nos §§ anteriores na hipótese de transferência de ações em virtude de transmissão por sucessão universal ou legado. Capítulo III – Administração. Artigo 6º - A sociedade será administrada por uma Diretoria composta de até 5 membros, sendo 1 Diretor Presidente, 1 Diretor Financeiro e 3 Diretores s/ designação especial. § Único: O mandato dos Diretores é de 2 anos, sendo admitida a reeleição. Artigo 7º: Além dos que forem necessários à realização dos fins sociais e ao regular funcionamento da sociedade, a Diretoria fica investida de poderes para representar a sociedade, judicial e extrajudicialmente, ativa e passivamente; transigir, renunciar, desistir, firmar compromissos, confessar dívidas e fazer acordos, adquirir, alienar e onerar bens móveis e imóveis, nas condições deste artigo. § 1º: Cada Diretor atuará dentro das atribuições do cargo para o qual foi eleito, competindo aos Diretores sem designação auxiliar os Diretores Presidente e Financeiro no exercício da suas respectivas funções. § 2º: A sociedade considerar-se-á obrigada quando representada: a) conjuntamente, por 2 Diretores, ressalvando o disposto no § 3º, infra, deste Artigo; b) conjuntamente, por 1 Diretor e 1 Procurador, quando assim for designado no respectivo instrumento de mandato e na extensão dos poderes que lhe houverem sido conferidos. § 3º - São as seguintes as competências específicas de cada um dos membros da Diretoria: a) Diretor Presidente – A execução da política, das diretrizes e das atividades relacionadas ao objeto social da sociedade; Representar isoladamente a sociedade, em juízo ou fora dele, podendo nomear procuradores em conjunto com outro Diretor, bem como atribuir encargos aos demais Diretores para a prática de atos específicos; Supervisionar todas as atividades da sociedade; Convocar assembléias gerais e presidi-Ias; b) Diretor Financeiro – Coordenar e supervisionar toda a atividade financeira e contábil da sociedade e ainda as atividades que forem atribuídas pelo Diretor Presidente; c) Diretores sem designação especial assistir e cooperar o Diretor Presidente na administração da sociedade executando as funções que lhe foram atribuídas. § 4º: A alienação de bens imóveis dependerá de expressa aprovação da assembléia geral, sendo a sociedade representada, em tais atos, por 2 Diretores especialmente nomeados na referida assembléia. Artigo 8º: A investidura no cargo de Diretor far-se-á por termo lavrado e assinado no Livro de Atas de Reuniões de Diretoria. § Único: Findo os respectivos mandatos, os Diretores permanecerão em seus cargos até a eleição e posse dos novos Diretores eleitos pela assembléia geral. Artigo 9º: Os Diretores em exercício perceberão os honorários fixados pela Assembléia Geral, quando, entretanto, substituírem Diretores impedidos, não cumulará a remu-
CONVOCAÇÕES
neração dos Diretores substituídos. Artigo 10º: Nos impedimentos ou ausências temporárias de qualquer Diretor, suas funções serão acumuladas interinamente, pelos demais Diretores, na forma que estes determinarem, em reunião de Diretoria. § 1º: Ocorrendo vaga na Diretoria, proceder-se-á da mesma forma estabelecida neste Artigo, perdurando a substituição interina até o provimento definitivo do cargo pela primeira assembléia geral que se realizar. § 2º: O Diretor substituto completará o mandato do Diretor substituído, salvo se tratar de eleição de toda a Diretoria em assembléia geral ordinária. Capítulo IV – Conselho Fiscal. Artigo 11º: A sociedade não terá um Conselho Fiscal permanente, sendo que este somente se instalará a pedido de acionistas, nas condições previstas na lei. Artigo 12º: Quando requerido o seu funcionamento, o Conselho Fiscal terá o número de membros efetivos e suplentes que for determinado pela Assembléia Geral, a qual deverá, igualmente, determinar-Ihes a remuneração, observando o limite mínimo legal. Capítulo V – Assembléias Gerais. Artigo 13º: As assembléias gerais reunir-se-ão, ordinariamente, em um dos 4 meses seguintes ao término do exercício social e, extraordinariamente, sempre que os interesses sociais o exigirem. § 1º: As Assembléias Gerais serão convocadas pela Diretoria, mediante anúncios publicados com antecedência mínima de 8 dias da data da sua realização. Os anúncios de 2ª convocação serão feitos com antecedência mínima de 5 dias. § 2º: Ressalvadas as exceções previstas na lei, as assembléias gerais instalar-se-ão, em 1ª convocação, com a presença de acionistas que representem no mínimo, ¼ do capital social e, em 2ª convocação, com qualquer número. § 3º: Os acionistas poderão fazer-se representar, nas assembléias gerais, por seus representantes legais ou por procurador constituído a menos de 1 ano, que seja acionista, administrador da companhia ou advogado. Artigo 14º: As assembléias gerais serão presididas pelo Diretor Presidente ou por acionista por ele indicado. Nas ausências do Diretor Presidente, caberá aos Diretores presentes indicarem, por maioria de votos, quem deverá presidir os trabalhos. O Presidente da mesa escolherá, entre os presentes, o secretário. Artigo 15º: As deliberações das assembléias gerais serão tomadas por maioria absoluta de votos, ressalvadas as exceções previstas em lei. Artigo 16º: É da competência privativa das Assembléias Gerais: a) eleger a Diretoria e o Conselho Fiscal, se for o caso, fixando-Ihes os respectivos honorários; b) discutir e deliberar sobre as contas e relatórios apresentados pela Diretoria e respectivos pareceres do Conselho Fiscal, quando este em funcionamento; c) aprovar quaisquer alterações estatutárias, inclusive aumento ou redução do capital social; d) deliberar sobre a transformação, incorporação, fusão ou cisão da sociedade, bem como sobre a respectiva dissolução e liquidação. Capítulo VI – Exercício Social e Destinação dos Lucros. Artigo 17º: O exercício social encerrar-se-á em 31/12 de cada ano, quando serão elaboradas as demonstrações financeiras previstas na legislação comercial e fiscal. Artigo 18º: Os lucros líquidos do exercício, apurados na forma da lei, serão destinados da seguinte forma: a) 5% para constituição do Fundo de Reserva Legal, até atingir 20% do capital social; b) a importância correspondente a 25% do lucro líquido para a distribuição aos acionistas, na proporção do número de ações de que forem titulares, a título de dividendo obrigatório; c) o saldo terá a destinação que lhe for dada pela assembléia geral, que poderá deliberar a criação de outras reservas, a retenção dos lucros e/ou a distribuição de dividendos adicionais, observadas as disposições legais aplicáveis. Artigo 19º: A Diretoria poderá levantar balanços intermediários e declarar dividendos à conta de lucros apurados nesses balanços, observadas as restrições legais. § Único: A sociedade poderá declarar dividendos intermediários à conta de lucros acumulados ou de reserva de lucros existentes no último balanço aprovado em assembléia geral. Artigo 20º: Os dividendos serão pagos aos acionistas no prazo fixado pela Diretoria, mediante aviso aos acionistas. § Único: A critério da Diretoria, os dividendos poderão ser pagos em 2 parcelas, desde que dentro do exercício em que o for aprovado o balanço a que se referirem. Capítulo VII – Disposições Finais. Artigo 21º: A qualquer tempo a sociedade poderá ser transformada em qualquer outra forma jurídica, por decisão majoritária da assembléia geral. Artigo 22º: A sociedade entrará em liquidação nos casos legais, cabendo à assembléia geral determinar o modo de liquidação e nomear o liquidante que deverá atuar nesse período. (C) Eleita, com mandato de 2 anos, a Diretoria: Diretor Presidente, Dr. João Soares de Almeida, brasileiro, viúvo, médico, RG 1.558.015-SSP/SP e CPF/MF 006.598.438-20, residente e domiciliado em São Paulo/SP. Diretor Financeiro: Dr. Pedro Abib Júnior, brasileiro, casado, médico, RG 6.470.509-SSP/SP e CPF/MF 890.095.768-68, residente e domiciliado em São Roque/SP. (D) Fixados em R$ 1.000,00 os honorários de cada diretor. Encerramento: Lida, aprovada e assinada: João Soares de Almeida: Presidente e Pedro Abib Júnior: Secretário. Acionistas: José Slikta Filho, Marco Antonio Laraia da Rocha, Carlos Lascala, José Reinaldo Rebello, Walter Massaru Yoshimoto, Raimundo Rebuglio, Pedro Paulo Vallim Weffort, Sérgio Stanicia, João Soares de Almeida, Raphael Augusto Bellini, Ricardo Carvalhaes Machado, Carlos Eduardo Lichtenberger, Pedro Abib Júnior, Luis Veras Lobo, David Ferez, Luiz Branco Jr., João Soares de Almeida Júnior e Paulo César Imperatriz. JUCESP – NIRE nº 35.300.332.385 em sessão de 05/07/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.
DECLARAÇÕES DE PROPÓSITO
Edital de Convocação para Assembléia Geral Extraordinária - SINCAESP
Convocamos nos termos do estatuto vigente, os associados do Sincaesp – Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de SP, CNPJ – 62.707.278/ 0001-50, para deliberação sobre: ALTERAÇÃO DO ESTATUTO EM FACE DO Novo Código Civil de 2002 E RESOLUÇÃO 361/2003 DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO, em caráter excepcional e urgente, a se realizar em sua sede, na Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946, Pav. AMG – CEAGESP, V. Leopoldina – São Paulo-SP, no próximo dia 13/11/2006, em primeira instalação às 09:00 horas, com maioria absoluta dos associados e a segunda às 10:00 horas para associados presentes. São Paulo, 07 de novembro de 2006. José Robson Coringa Bezerra - Diretor Presidente
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 7 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Requerente: CR Representação e Comércio Ltda. - Requerida: Santa Maria de Atibaia Empreendimentos Imobiliários Ltda. - Rua
Sete de Abril, 118 - 4º andar conj. 403 - 2ª Vara de Falências Requerente: José Willami Almeida Sindeaux - Requerida: Ebid Edi-
tora Páginas Amarelas Ltda. Av. Brigadeiro Luiz Antônio, 277 - sala 67 - 2ª Vara de Falências Requerente: Houseplast Comércio de
Termoplásticos Ltda. - Requerida: Mega Tetra Indústria e Comércio Ltda. - EPP - Rua Tomé Braga, 118 - 1ª Vara de Falência
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quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Compor tamento Transpor te Memória Polícia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 É o passado e o futuro num piscar de olhos. José Carlos Valle, curador do Museu do Computador
1.500 PEÇAS "ANTIGAS" ESTÃO EM EXPOSIÇÃO
O futuro tinha jeito de coisa velha Do ábaco ao computador, museu em Interlagos conta a história e a evolução da informática no Brasil e no Mundo. É o maior espaço do gênero na América Latina. Fotos de Paulo Pampolin/Hype
Fernando Vieira
P
ode até soar estranho o título de museu para um lugar em que a idade do acervo principal tem entre dez e 60 anos. Mas quando o assunto é tecnologia e sobretudo computação, esse tempo é mais do que suficiente para colocar todos os itens reunidos no rol de antiguidades. "É o passado e o futuro num piscar de olhos", costuma definir José Carlos Valle, curador do Museu do Computador, maior espaço do gênero na América Latina. Com quase dois anos de existência, o museu reúne cerca de 1.500 peças e equipamentos que retratam, em curtos períodos, a história e a evolução da informática no Brasil e no Mundo. O acervo possui ainda outros itens que, de alguma forma, estão relacionados ao computador, como máquinas de calcular e de escrever, telégrafos, telefones celulares e videogames, além de livros e manuais de informática para consulta do público em geral e também de estudantes. Viagem – A disposição dos objetos traz como proposta uma viagem por um túnel do tempo, num ambiente de dois mil metros quadrados, no bairro de Interlagos, zona sul de São Paulo. O visitante inicia o passeio pela Era Pré-Computador, uma pequena exceção no espaço histórico high-tech. Ali, a exposição começa com um legítimo ábaco chinês, um instrumento de cálculo formado por uma moldura com bastões ou arames paralelos, dispostos no sentido vertical, cuja origem remonta há 5 mil anos. "É um antigo precursor do computador, que trabalha sempre na base de cálculos", explica Valle. Ao lado, estão objetos que eram utilizados no início do século passado nos escritórios e nos departamentos administrativos das empresas: uma escrivaninha com mata-borrão e uma máquina de escrever de 1910. Em seguida, a exposição apresenta a primeira impressora do mundo, da Remington, da década de 1940, que pesa mais de 200 quilos. Ao fundo, um quadro com a imagem do primeiro protótipo de computador do mundo, o Eniac, desenvolvido na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial. Seu objetivo principal era calcular a trajetória dos canhões. Seis mulheres eram responsáveis por sua
À esquerda, Carlos Valle, curador do Museu do Computador. Acima, o primeiro equipamento portátil, criado em 1981. Abaixo, à esquerda, a impressora Remington, da década de 40, que pesa mais de 200 quilos. À direita, um disco rígido de 500 KB, da década de 50, e o computador da IBM, de 1963, o primeiro a ser comprado e instalado pela Prefeitura de São Paulo.
operação. Embora não seja uma peça presente no museu, essa história é contada para abrir a Era do Computador. Nessa etapa, o visitante encontra um dos primeiros computadores a serem comercializados. Sua placa de programação era organizada manualmente pelo operador. Logo adiante, está o primeiro computador da IBM, de 1963, que também foi o primeiro a ser comprado e instalado pela Prefeitura de São Paulo. O equipamento, que pesa cerca de 500 quilos, tem aproximadamente 8 kbytes de memória. "Na comparação com a capaci-
dade atual dos computadores, essa memória seria capaz de salvar apenas duas páginas do Word", conta Valle. Ta m a n h o s – Além do aumento na capacidade de armazenamento de dados, à medida que a tecnologia evolui, uma das diferenças mais sensíveis ocorre no tamanho dos equipamentos. Um dos objetos mais curiosos é um HD (disco rígido) com capacidade de 25 KB, cerca de meio metro de diâmetro e 20 quilos. Ele levava, em média, dois dias para ser formatado. Hoje, a mesma peça tem menos de 10 centímetros de diâmetro e uma capaci-
dade que não dá chances a comparações: mais de um milhão de vezes maior. O avanço tecnológico passa também pela área do computador portátil. Desenvolvido a partir de 1980, o equipamento é considerado o avô dos notebooks modernos. Em exposição está o modelo Osborne 1, produzido em 1981, que pesa mais de dez quilos. Na época, era vendido nos Estados Unidos ao preço de US$ 1.795. Sem dúvida, um das maiores atrações do museu é a rép l i c a d o p r i m e i ro m o u s e , criado por Douglas Engelbart, em 1964. Feita em ma-
deira, a peça tem um pequeno botão vermelho e rodinhas como as utilizadas nos eletrodomésticos da época. " N ã o h á q u e m n ã o p a re diante dessa peça. Antes de conseguir desenvolvê-la, seu criador trabalhou em mais de 48 patentes. Depois do sucesso, Engelbart recebeu um prêmio de US$ 500 mil e foi colocado no hall da fama dos inventores", diz Valle. Em uma área reservada do museu, estão expostos produtos de tecnologia de informação como o teletipo, o telex e o videotexto, que já permitia o chat (papo virtual) via compu-
tador. Já os telefones celulares esbanjam contrastes de tamanho com os modelos atuais. A viagem no tempo termina em uma pequena sala, transformada em cinema, onde o visitante pode ver um vídeo futurista, produzido no Japão, com projeções tecnológicas para daqui 30 anos. Museu - A idéia de criação do Museu do Computador surgiu em 1998, quando Valle, então profissional da indústria de tecnologia e informática, visitava uma feira do setor. Para colocá-la em prática, Valle fundou uma associação sem fins lucrativos e partiu em busca de objetos para o acervo. O material exposto hoje é produto de doações de pessoas físicas e jurídicas. "Aceitamos todos os tipos de equipamentos relacionados ao computador, independentemente de seu estado de conservação e funcionamento", diz Valle, que conta com uma oficina para reforma e revisão das peças antes de serem expostas. Nos últimos meses, o espaço tem recebido eventos e confraternizações empresariais, mas o número de escolas visitantes, por enquanto, ainda é reduzido.
SERVIÇO Museu do Computador – Avenida Rio Bonito, 1201, Interlagos, na zona sul Os ingressos custam R$ 10 Telefone: (11) 5521-3655 Site: www.museudocomputador.com.br Aberto ao público aos sábados, das 10h às 17h Para as escolas, as visitas pod e m s e r p ro g ra m a d a s d e quinta a sábado , das 10h às 17h, com horários previamente agendados.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Há 25 milhões de deficientes no país. Só 245 mil têm emprego com carteira assinada.
Divulgação
Quer ganhar este selo? Promova a inclusão.
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ara acelerar o processo de inclusão dos deficientes no mercado de trabalho, a Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais (Avape), em parceria com a revista Sentidos, promove e divulga o Selo de Empresa Solidária que Apóia a Pessoa com Deficiência. O selo já existe há quatro anos e é concedido a empresas que não apenas as contratam, mas também criam condições de acessibilidade em seus espaços físicos e as treinam para as funções para as quais foram contratadas. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e o Diário do Comércio receberam, neste mês, o selo por suas ações de inclusão, tanto nas matérias que abordam o tema quanto pela contratação de 31 deficientes que atuam na Unidade de Negócios para Pessoas Jurídicas (UNPJ), telefonia, distritais, departamento de infor-
Selo: símbolo de responsabilidade.
mática, Serviços e Expedição. De acordo com o departamento de Recursos Humanos, a cota exigida pela lei já foi cumprida e todos os contratados passaram por treinamento e estão integrados em seus departamentos. Jorge Gonçalves dos Santos, diretor de relações com a comunidade da Avape, explica que o selo é concedido a empresas que contratam deficientes para cumprir a cota exigida por lei e vão além: cumprem requisitos como os de treinar e capacitar estes novos funcionários e de criar condições favoráveis de trabalho. A acessibilidade — rampas e portas alargadas para a passagem de cadeiras de rodas, por exemplo — é uma dessas condições. Outra é a sinalização específica, tanto para deficientes visuais (indicadores em braile) quanto para os auditivos (telefones com lâmpadas). "As empresas estão procu-
rando a Avape não só para criar condições físicas adequadas e para colaborar com os departamentos de RH que recebem e integram os novos funcionários com deficiências, mas também para treiná-los e capacitá-los para desempenhar as funções para as quais foram contratados", diz o diretor da entidade. Neste ano, até setembro, 450 empresas procuraram a entidade para contratar deficientes. Em 2005, foram 645. Atualmente, o País tem 25 milhões de deficientes em uma população total de 187,4 milhões de habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Destes 25 milhões, perto de 1% (245 mil pessoas) tem emprego e, dentre estes, apenas 2,2% possuem registro na carteira de trabalho. Diante desta realidade, foi instituída a Lei 8.213/91, de 1991, que estabelece no artigo 93 que empresas que têm de 100 a 200 funcionários, devem contratar um número de deficientes que alcancem 2% deste total. De 201 a 500 funcionários, o percentual sobre para 3%. De 501 a mil, ele passa para 4% e acima deste total, chega a 5%. Para cumprir a legislação, as empresas estão procurando as instituições e organizações não-governamentais que capacitam os deficientes e orientam estas companhias durante o processo de contratação e de integração. Como funciona – Gonçalves dos Santos é bem enfático quando enumera as condições para que as empresas recebam
o selo da Avape. "O selo tem a validade de 12 meses. Durante esse período, verificamos se a empresa que o recebeu apenas se comprometeu a fazer a inclusão e não a fez. Se ela contrata os deficientes apenas para cumprir a cota e não os integra ao trabalho e à rotina da companhia não recebe o selo. Não se deve utilizar um problema social como ferramenta de marketing", diz. (leia mais na matéria abaixo) Quanto à parceria com a ACSP e a concessão do selo a ela e ao Diário do Comércio, o diretor da Avape é otimista. Para ele, é importante que os 30 mil associados da Associação se engajem ao projeto do selo e se informem mais a respeito da legislação. Esta adesão é uma forma de ampliar os projetos de capacitação, dos quais 400 pessoas participam atualmente. "Atualmente, há cerca de cem mil vagas no estado de São Paulo e, por isso, a Avape está firmando um convênio com o governo federal para utilizar a Lei do Aprendiz para incluir os jovens deficientes e preparálos para o mercado de trabalho. Assim, c o n s eg u i remos incluir este grupo mais cedo e por tudo isso, e s t a m o s d ivulgando com maior ênfase o Selo Empresa Solidária com enc o n t r o s anuais". Paula Cunha
A Avape concede o selo somente às empresas que de fato integram os deficientes
Jorge: selo não é ferramenta de marketing.
Um identificador de quem se preocupa com os problemas sociais
A
idéia é simples: identificar as empresas que incluem os deficientes e se preocupam em apoiar ações para concretizar este processo. Este é o objetivo da Avape ao conceder o Selo Empresa Solidária que Apóia a Pessoa com Deficiência. De acordo com a Avape, além de reforçar a necessidade de incluir os deficientes no mercado de
trabalho e na sociedade em geral, o selo identifica as empresas que se preocupam com os problemas sociais do País e atuam para solucionálos. Pode ser utilizado em embalagens, gôndolas e em peças publicitárias como malas-diretas, cartazes, anúncios e outdoors. As empresas que aderem ao projeto passam a contribuir com as ações de inclusão da Avape, como os cursos de
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EMPREGO Avape está oferecendo A oportunidades de emprego para pessoas com deficiência. São 82 vagas concentradas no estado de São Paulo, principalmente na capital, Grande São Paulo, além dos municípios de Santos e Bauru. As oportunidades são para as seguintes funções: assistente administrativo (uma vaga, ensino superior completo ou cursando Administração de Empresas), atendente (17, com Ensino Médio completo), ajudantes gerais (15, com Ensino Médio completo ou em curso), recepcionista (6, com Ensino Médio completo e conhecimentos em informática), digitadores (16, com Ensino Médio completo)
e ajudantes de produção (20), encarregados de equipe (2), entre outras. Segundo a Avape, os contratados terão direito a vale-transporte, vale-refeição e assistência médica. No caso das vagas para digitadores, a jornada de trabalho é de seis horas e, portanto, não dá direito a vale-refeição. Os interessados devem entrar em contato com Josefa Pedron ou Ana Carolina através dos telefones (11) 4433-5040/4433-5049, do fax (11) 4433-5007 ou via e-mails: josefa.pedron@avape.org.br e ana.carolina@avape.com.br. Há, ainda, a opção de envio dos currículos pelo correio. Neste caso, eles devem ser mandados para o endereço: Avenida Lino Jardim, 952 – Vila Bastos – Santo André – SP, CEP 09041-031. (PC)
capacitação e iniciativas como prevenção e tratamento de pessoas com necessidades especiais. Os interessados podem contribuir com a aquisição de uma Cota de Adesão Social, no valor de R$ 300, que dá direito à utilização da imagem do selo, através de uma Permuta Social, na qual a empresa interessada contribui com a Avape fornecendo produtos ou serviços e utiliza
o selo durante o período de duração do acordo ou patrocinando projetos específicos da entidade. Além disso, as empresas podem contribuir com cotas de contribuição para o Programa de Reabilitação Profissional de pessoas com deficiência. Mais informações no site da Avape, o www.avape.org.br ou pelo telefone (11) 4433-5000. Parceria – Para dar mais
visibilidade ao projeto do selo e às iniciativas da Avape, a Revista Sentidos, que também atua em projetos de inclusão social de deficientes, firmou uma parceria com a entidade e com o Diário do Comércio. O diretor da revista Dirceu Pereira Júnior ressalta a importância da parceria da Avape com a ACSP e com o jornal. "Com a ACSP e o Diário, a revista deseja expandir sua visibilidade e
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CURSO
PRÊMIO
Claro, que atua no setor A de telefonia móvel, e o Instituto Paradigma estão abrindo inscrições para o curso gratuito de capacitação ao trabalho para deficientes. Desta vez, os dois parceiros contam com o suporte do Centro de Apoio ao Trabalhador (CAT), da Secretaria do Trabalho do Município de São Paulo. O objetivo do programa é melhorar a qualificação profissional de deficientes para aumentar as suas chances de ingressar no mercado de trabalho. Voltado para transmitir conhecimentos de técnicas de atendimento ao cliente, o curso é composto de conceitos de trabalho criativo, decente e produtivo, além de ética e
direitos, que visam estimular a prática da cidadania. Os interessados devem ter 18 anos ou mais, morar em São Paulo e ter concluído ou estar cursando o Ensino Médio ou o Ensino Superior. O processo seletivo acontecerá no dia 14 de novembro, na Prefeitura de São Paulo, às 10 horas. Para as inscrições, os candidatos deverão procurar Juliana Saturno no e-mail juliana.saturno@iparadigma. org.br ou pelo telefone (11) 5549-0075. A Secretaria do Trabalho da Prefeitura de São Paulo fica na Av. São João, 473, Centro – próxima à Estação República do Metrô. Para entrar no site do Instituto Paradigma: www.iparadigma.org.br. (PC)
Associação dos A Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) entregará hoje, em São Paulo, o prêmio Líder Empresarial Nacional de Responsabilidade Social 2006 a Marcos Arbaitman, presidente da Associação dos Amigos do Menor Pelo Esporte Maior (Amem) Arbaitman, que é o presidente da Maringá Turismo, decidiu fundar a Amem em 1997 com o objetivo de resgatar meninos e meninas de rua e cumprir os direitos das crianças e adolescentes. Desde a sua fundação, a entidade já atendeu 496 crianças de 4 a 17 anos com atividades de lazer e voltadas para o esporte, além de assistência médica e
mostrar que está ativa na inclusão no mercado de trabalho", diz. Segundo ele, a necessidade de cumprir a lei faz com que as pessoas e as empresas busquem mais informações com entidades que atuam na inclusão. "Os empresários que lêem o Diário do Comércio serão beneficiados com informações e ferramentas que os auxiliarão no processo de inclusão", conclui. (PC)
odontológica, acompanhamento psicológico e orientação vocacional, programas culturais e cursos profissionalizantes. A ADVB considera que o prêmio concedido a Arbaitman é um reconhecimento pelo seu esforço em transformar as vidas de crianças em situação de risco. Nas palavras do seu presidente, José Zetune, "ele conseguiu dar uma conotação prática à palavra cidadania, por auxiliar na inclusão de crianças e adolescentes à sociedade". O objetivo do prêmio Líder Empresarial é homenagear os empreendedores que mais tenham contribuído com ações sociais significativas para a transformação da realidade social brasileira. (PC)
DIÁRIO DO COMÉRCIO Eu convoco todos os iraquianos, árabes e curdos, a perdoar, reconciliar-se e apertar as mãos
David Furst/AFP Photo
Saddam Hussein, ontem, durante julgamento no Tribunal Especial Iraquiano
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
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NOVEMBRO
2 -.LOGO
8 Dia Mundial do Urbanismo Dia do Aposentado Último dia para a entrega das declarações mensais DCTF e Dacon
E LEIÇÕES S AÚDE
Mudança no clima ameaça alimentação A mudança climática põe em risco a comida dos seres humanos e torna mais difícil o desafio de alimentar a população mundial, adverte a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Em comunicado divulgado em Roma, na Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a FAO disse "que é preciso prestar mais atenção ao impacto sobre a agricultura, a silvicultura e a pesca". A ONU também alertou que se deve estudar com cuidado as medidas para promover a adaptação à mudança climática e "mitigar seus efeitos". A FAO
aponta como prioridade "conseguir fortalecer a resistência dos sistemas agrícolas às variações do clima". Assim, será proporcionado aos países "instrumentos para transformar suas políticas e práticas agrícolas, pesqueiras e florestais". Essa informação conterá dados meteorológicos aplicados à agricultura, para avaliar o impacto, as ferramentas para examinar a vulnerabilidade dos cultivos, os mapas da vegetação, a evolução dos recursos agrícolas e florestais em nível mundial e a orientação sobre o desenvolvimento de meios de subsistência rurais.
C INEMA
R ÚSSIA
Hugh Gentry/Reuters
Soldados recriam marcha de 1941
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Rodrigo Santoro vai protagonizar, ao lado da cantora Shakira e da atriz Paz Vega, um filme biográfico sobre Carlos Gardel.
Veteranos russos, soldados, cadetes e grupos de jovens patrióticos recriaram, ontem, a lendária parada na Praça Vermelha de 1941. Homenagem feita ao esforço da Rússia (União Soviética, na época) na Segunda Guerra Mundial e que marcou o aniversário da Revolução Bolchevique de 1917. A marcha de 7 de novembro de 1941, que comemorava a revolução, foi a primeira a ser encenada com a entrada da Rússia na guerra.
Legado de Bush em xeque Eleição deve definir segundo mandato de republicano e guerra no Iraque Joshua Roberts/AFP
O
s Estados Unidos realizam ontem eleições que podem limitar o poder do Partido Republicano do presidente George W. Bush, forçar uma reviravolta no Iraque e definir o legado do mandatário, que ainda tem dois anos pela frente na Casa Branca. O Partido Democrata deve retomar o controle da Câmara dos Deputados pela primeira vez desde 1994, segundo pesquisas de intenção de votos. Já o controle do Senado depende de diversas disputas nos Estados que estão muito acirradas para se prever os resultados. A maioria democrata em apenas uma das Casas do Congresso norte-americano pode emperrar a agenda do segundo mandato de Bush e dar aos democratas a chance de investigar as medidas mais controversas do presidente, como a guerra no Iraque. Em algumas áreas do leste dos EUA as urnas abriram às 9h (horário de Brasília). Autoridades e especialistas reportaram o mau funcionamento de urnas em Indiana, Ohio, Nova Jersey, Colorado e Flórida, mas os pro-
blemas foram temporários. O presidente Bush votou em Crawford, Texas, fazendo uma brincadeira de que já tinha o voto "praticamente" definido. Depois de cinco dias visitando 10 Estados para estimular o voto de republicanos, Bush pediu que os norte-americanos votassem, não importava em quem. Ann Balentine, de Des Moines, Iowa, defendeu que os congressistas tivessem limites bem definidos. "Acredito que esses idiotas têm que sair do Congresso após 8 ou 12 anos." Para Jan Mitchell, de Miami, a guerra no Iraque foi um fator crucial. "Temos que sair de lá", disse. "Não deveríamos estar lá, mas isso parece estar fora de questão." Julie Cerf, de um grupo de defesa dos direitos humanos, de Nova Jersey, disse que a administração atual é um desastre. "Eles estragaram tudo, desde a guerra no Iraque." Charlene Apostol, que votou nos republicanos, reclamou que os impostos sobre imóveis quadruplicaram desde que se mudou da Califórnia. Todos os 435 assentos da Câmara, 33 no Senado e 36 governos estaduais estão em dispu-
Urna eletrônica usada na eleição
ta. Os democratas têm que conquistar 15 cadeiras na Câmara e seis no Senado para controlar as duas Casas. Cerca de 50 vagas na Câmara e 10 no Senado estão sendo disputadas voto a voto. Analistas prevêem que os democratas ganharão entre 20 e 40 assentos da Câmara. Já as pesquisas indicam que cadeiras atualmente com republicanos em Missouri, Virgínia, Tennessee, Montana e Rhode Island estão disputadas demais para se prever o vencedor. Os democratas precisarão de quatro desses cinco Estados para assumir a Câmara.
John Gress/Reuters
A RQUEOLOGIA
E UA
Tumbas de mais de 2.000 anos na China
NY permitirá escolha de sexo
Um total de 58 tumbas da época dos Estados Combatentes (séculos 5-2 a.C.) foram encontradas em um cemitério da província central chinesa de Henan. As tumbas foram achadas em Tieling, uma área de sepulturas antigas, perto da moderna cidade de Xinzheng. No interior delas foram encontrados vasos funerários decorados e outros objetos da época. As tumbas se estendem em uma área de 300 mil m². Especialistas acham que se trata de um sepultamento importante do reino de Han.
Os nova-iorquinos poderão escolher o sexo que vai figura em suas certidões de nascimento, de acordo com um projeto de lei que deve ser aprovado em breve pelo departamento de Saúde. Aqueles que desejarem o registro de um sexo diferente do fisiológico deverão apresentar um relatório psicológico ou médico que justifique a mudança. A nova lei vai possibilitar a escolha de um novo nome para o indivíduo, que não vai precisar se submeter a intervenções cirúrgicas de mudança de sexo.
E M
Telescópio de alta resolução Equipes das universidades de Nagoya e Osaka (Japão) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) prepararam para hoje o lançamento de um balão que levará a bordo o experimento SUMIT (sigla em inglês para SuperMirror Imaging Telescope experiment), imageador de raios X de tecnologia inovadora, capaz de produzir imagens de alta resolução de objetos astronômicos. A operação, que será realizada a partir da base do Instituto em Cachoeira Paulista (SP), depende das condições meteorológicas. B RAZIL COM Z
Acirra disputa pela TIM O anúncio da Telecom Italia de que recebeu duas ofertas pela TIM Brasil pode ser o prelúdio de uma disputa muito acirrada entre a espanhola Telefónica e a sua rival mexicana América Móvil pelo controle da segunda maior operadora de telefonia móvel brasileira, noticiou ontem o Financial Times. A possível nova compra da América Móvil ajudaria a companhia a firmar sua posição no Brasil. A empresa já detém o controle da Claro. http://www.ft.com/home/us
C IÊNCIA
Indianos encontram planta rara
C A R T A Z
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TEATRO
João Caldas/18/01/06
T ECNOLOGIA
ELEIÇÕES – Eleitor deposita voto em urna colocada numa loja na cidade de Chicago, durante a eleição parlamentar. Os americanos foram ontem às urnas para escolher 36 dos 50 governadores estaduais, todos os 435 membros da Câmara e um terço do Senado.
Cientistas indianos, que trabalhavam numa floresta tropical do país, descobriram uma rara planta medicinal, vista pela última vez há 115 anos, informa um periódico científico. Os botânicos estavam em Arunchal Pradesh, estado indiano da fronteira da China, quando encontraram o espécime de Begonia tessaricarpa. A planta entrou na literatura científica ao ser descrita pelo britânico C. B. Clarke em 1879 e 1890, e nunca mais foi vista. A STRONOMIA
I NTERNET
A melhor invenção O ator Marcos Caruso (na foto, ao lado de Jandira Martini) comanda a série Quartas no Teatro, com peças curtas e espetáculos de dança. Teatro Itália/Teatro de Dança. Avenida Ipiranga, 344. R$ 18. 21h. Telefone: 2189-2555.
Metralhadora de dardos
Filmes raros e de graça na internet
A Tommy 20 é um brinquedo fenomenal, uma metralhadora inspirada nas armas usadas por gângsters e mafiosos da década de 20. A arma dispara dardos inofensivos de espuma em rápida seqüência, e tem um design e cores que são um atrativo extra. Custa cerca de US$ 30,00 na FireBox.
Os amantes do cinema clássico ganharam fortes aliados na internet. Uma série de filmes raros podem ser visualizados por qualquer colecionador profissional, sem precisar pagar pequenas fortunas. São filmes que caíram em domínio público ou tiveram o direito autoral expirado e hoje estão disponíveis gratuitamente na web para download ou visualização em tempo real – de forma completamente legalizada. http://www.veoh.com/
dir=firebox&action=product&pid=
http://www.emol.org/movies/
1334&currency_conversion=1
http://www.publicdomaintorrents.com/
passaram a acessar cem milhões de vídeos por dia, além de alimentá-lo com 70 mil novos arquivos diários. Por tudo isso, a Time acredita que o site conseguiu participar de três revoluções na web. Primeiro, a transformação da produção de vídeos, possibilitada pelas câmeras digitais e software de fácil uso. Segundo, a força que deu à Web 2.0 – uma tendência definida pela maior produção de conteúdo online. Terceiro, pela revolução cultural que permite que qualquer pessoa divulgue o que produziu na web, sem censura.
O planeta Mercúrio passará diante do Sol amanhã às 17h11 (horário de verão). O fenômeno, chamado de "trânsito" pelos astrônomos, é semelhante a um eclipse, mas muito mais sutil: ao contrário da sombra da Lua, que encobre quase totalmente o disco solar, a de Mercúrio cobrirá apenas 0,5% da superfície do Sol, aparecendo como um pequeno ponto negro que, ao longo de cinco horas, percorrerá a face da estrela. Não será possível ver o trânsito inteiro no Brasil. ERRATA
A altura do gigante chinês é de 2.36 m e não de 2.60 m como foi publicado na edição de ontem, por erro de digitação. L OTERIAS Concurso 1672 da Quina 15
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Concurso 503 da Dupla Sena
A TÉ LOGO
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Médicos residentes entram em greve em SP. Eles querem reajuste de 53,7% na bolsa. OMS torna padrão de qualidade de ar mais rigoroso e SP é classificada como mais poluída.
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http://www.firebox.com/index.html?
depois que Steve Chen, Chad Hurley e Jawed Karim perceberam que era difícil trocar vídeos na internet. De acordo com a revista, no início eles não imaginavam a dimensão do site e acreditaram ser apenas uma ferramenta útil para se mostrar vídeos de viagem ou usá-la para divulgar itens leiloados no site eBay. Na medida que os internautas o descobriram, perceberam que poderiam colocar qualquer conteúdo: o bêbado na festa, o projeto de ciência da escola, confidências e solos de guitarra, por exemplo. Desta forma, seus usuários
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F AVORITOS
A
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G @DGET DU JOUR
revista norte-americana Time elaborou uma lista com as melhores invenções do ano em diversas categorias, como internet, residências, medicina, brinquedos e roupas. Apesar de as áreas serem bastante diferentes, a publicação afirma que "o site de vídeos YouTube liderou a lista" – isso porque, entre outros motivos, transformou diversos anônimos em famosos nos últimos 12 meses. "Muitas pessoas ganharam fama. Os famosos passaram v e rg o n h a . U m a q u a n t i a imensa de dinheiro mudou de mãos. As regras são diferentes agora e um site conseguiu mudá-las: o YouTube", afirmou a revista. O YouTube ganhou força nos últimos 12 meses, mas surgiu em fevereiro de 2005,
Mercúrio passa diante do Sol
Secretaria indica locais para internação de Champinha, que deve ser solto no dia 17.
Primeiro sorteio 17
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40
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
VITRINE ON LINE OLAVO DE CARVALHO
LOUCURA E MÉTODO NO ESPAÇO AÉREO nos atrás, o espaço aéreo brasileiro, administrado por militares, era um dos mais ordenados e tranqüilos do mundo. O progressivo boicote às Forças Armadas, desde a ascensão da esquerda uspiana ao poder, não conseguiu modificar isso substancialmente. Então vieram dois novos golpes: de um lado, a elite esquerdista espalhou a idéia de sindicalizar os militares, para fomentar a desobediência e a anarquia. De outro lado, o controle de vôo foi sendo transferido para as mãos de civis, mais acessíveis à influência partidária, quando não agentes partidários eles próprios. O resultado não se fez esperar: a desordem planejada culminou na morte de 154 brasileiros.
CORBIS
A
No mundo virtual, a mercadoria fica exposta no link Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
Q
uase 14 milhões de brasileiros acessam a web em suas residências e ficam on line por volta de 20 horas/mês, dando ao País o título de primeiro colocado mundial em tempo de permanência na internet doméstica. Diante destes números, é evidente q u e e s t a m o s m igrando rapidamente para um novo mundo virtual, onde são realizadas inúmeras atividades, negócios, relacionamentos pessoais e empresariais. Quando procuramos qualquer produto ou serviço hoje, sempre somos direcionados instintivamente à web, o instrumento que se tornou capaz de agregar e canalizar uma multiplicidade de informações. O universo de serviços e atividades disponíveis na web é enorme: e-commerce, e-learning, serviços bancários, grupo de amizades, todos os tipos de informações, negócios, atividades financeiras. No mundo real, para oferecer serviços e produtos ao consumidor, são realizadas campanhas publicitárias baseadas em locais freqüentados, programas de TV e rádio, jornais e revistas, que condi-
zem com o perfil do público que se gostaria de atingir. Quando se fala do mundo virtual a propaganda é explorada por vários meios: banners, pop ups, hot sites, newsletters p ro m oc i o n a i s , dentre outros. Entretanto, nos últimos anos, passaram a chamar a atenção do segmento de publicidade on line os inovadores links patrocinados. Com eles a publicidade na internet ganha uma forma barata e direcionada de se investir, independentemente do tamanho da empresa e da verba disponível. s l i n k s p atro cina dos são pequenos banners em modo texto, similares ao formato dos anúncios classificados, exibidos nas páginas de resultados de pesquisas de buscadores como: Google, Yahoo, MSN e portais como: Terra, UOL, IG, dentre outros. Ocupam uma pequena área do navegador (bro ws e r), quase sempre posic i o n a d o s l a t e r a lmente no formato de uma coluna ou horizontalmente no começo da página. Surgem criteriosamente relacionados com o assunto requisitado pelo in-
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G Hoje em dia,
quando procuramos qualquer produto ou serviço, somos direcionados instintivamente à web. G Na mídia
tradicional os custos inibiam o investimento dos pequenos e médios empresários em publicidade G O mais novo
tipo de classificado é o link patrocinado. G No primeiro
semestre ele ganhou 2% do mercado publicitário, faturando R$ 158 milhões
ternauta ao digitar palavras-chaves no campo de busca de cada site, estas são associadas às escolhidas pelo anunciante. O sistema é parecido ao de um leilão; quando várias empresas escolherem palavras-chaves similares, o anunciante que apostar o maior valor, aparecerá no local com mais destaque na página. Automaticamente fixa um valor mínimo para cada grupo de palavras e o preço aumenta à medida que surgem novos interessados nas mesmas palavras - os investimentos iniciais em muitos casos são b a i x í s s i m o s , i n iciando em centavos de reais. Mas o ponto principal é que o investidor só pagará quando efetivamente o seu link patrocinado receber algum clique dos internautas. a nu n c i an t e configura sua campanha publicitária na internet, via painel de controle administrado na própria web, sem a necessidade de instalação de softwares ou qualquer conhecimento técnico adicional. A modalidade de anúncios via links patrocinados já
O Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
p e r m i t i u u m a umento gradativo da publicidade on line no Brasil, conforme pesquisa desenvolvida pelo projeto Inter-Meios, que registra um faturamento de R$ 158 milhões no primeiro semestre de 2006, atingindo pela primeira vez, 2% da fatia do mercado publicitário. om esses dados é fácil concluir que os negócios da internet começam a dar resultado à medida que a sociedade canaliza a execução de suas atividades na própria internet, conforme os dados do e-Bit, que informam que o varejo on line faturou R$ 196 milhões com o Dia das Crianças, 12 milhões de reais acima das projeções inicias. Após tantos anos de publicidade condicionada às mídias tradicionais, com custos que inibiam o investimento dos pequenos e médios empresários, os links patrocinados surgem como uma forma estratégica para obtenção de resultados rápidos e promissores.
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EDUARDO FAVARETTO, ESPECIALISTA EM
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LINKFAVARETTO@ LINKPORTAL.COM.BR
fácil dizer que os responsáveis deveriam estar na cadeia, mas uma cláusula pétrea do debate nacional proíbe enxergar por trás dos fatos mais escabrosos a intenção estratégica revolucionária que os produziu. Assim, a discussão toma imediatamente o rumo das evasivas politicamente neutras, apelando a generalidades ocas ("incompetência", "má administração", "maus salários", etc.) que não explicam nada e são concebidas precisamente para não explicar nada. Assim, os próprios autores do crime acabam sendo consultados como autoridades neutras, e ouvidos com o respeito que se deve aos portadores de soluções. De acréscimo, é claro que a esquerda não iria perder mais esta oportunidade de transformar em trunfo publicitário o resultado sangrento de seus próprios crimes. Isso foi feito de duas maneiras simultâneas: (1) usar o episódio como condensador de paixões antiamericanas, jogando toda a culpa nos dois pilotos gringos que não
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fizeram senão seguir instruções da torre; (2) lançar uma campanha para tomar dos militares o resto da autoridade que têm na área, entregando o controle aéreo integralmente aos civis que o anarquizaram. No primeiro caso a manobra astuta foi de curta duração, logo desmoralizada pela revelação dos fatos. Mas, no segundo, o truque parece estar dando certo, porque, capitalizando novamente em benefício próprio os efeitos malignos de suas próprias ações anteriores, a elite esquerdista governante pode agora alegar que os militares não estão agindo como militares, e sim como sindicalistas em greve, devendo ser substituídos por funcionários civis mais leais e ordeiros. udo isso é de uma astúcia tão perversa, tão maligna, que ultrapassa a imaginação popular. A maioria não enxergará, no conjunto dos fatos, senão o caos das coincidências e das "falhas humanas", sem atinar que por trás da loucura há um método. O que mais confunde a opinião pública é sua incapacidade de escapar ao raciocínio mecanístico no qual tudo é acaso ou tudo é conspiração. O modus operandi característico da estratégia esquerdista, fundado na harmonização psicológica prévia de grupos que agirão sempre em consonância com o plano geral, sem necessidade de nenhum acordo conspiratório explícito, escapa totalmente à percepção popular. A maior força da "revolução cultural" é, como observava o próprio Antonio Gramsci, sua virtual invisibilidade.
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OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA
G A elite
esquerdista espalhou a idéia de sindicalizar os militares, para fomentar a desobediência e a anarquia. A desordem planejada culminou na morte de 154 brasileiros.
Um problema de (pre)conceito presidente Lula, no decorrer da campanha eleitoral de segundo turno, disse que era contra as privatizações devido ao conceito de privatização, embora ele não consiga citar nenhum texto ou absolutamente qualquer coisa
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que possa corroborar esta opinião. E eu concordo com o presidente quando ele diz que é contra as privatizações devido a um conceito, melhor dizendo, um preconceito. Ora, era de se esperar que um esquerdista, membro fundador
do Foro de São Paulo, tenha um problema conceitual com com tudo que é privado e esteja fora do controle estatal. E demonstra claramente o preconceito que a esquerda tem contra o indivíduo, este ser solitário, que seria incapaz de tomar
decisões sozinho. Também demonstra que o indivíduo nada mais é do que uma fração da sociedade, aquela tal massa amorfa que deve se curvar aos desmandos do governante socialista de plantão. É por essas e outras que não tenho dúvidas que
o problema de Lula com as privatizações é de (pre)conceito mesmo. Preconceito contra o indivíduo, contra a iniciativa privada, livrearbítrio e tudo aquilo que foge do controle estatal socialista. RODRIGO VELEDA RODRIGO_VELEDA@ HOTMAIL.COM
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quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
INFRA-ESTRUTURA NA PAUTA DO GOVERNO
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bilhões de reais deverão ser movimentados com o projeto de concessão de rodovias federais.
CONCESSÃO DE RODOVIAS FEDERAIS E FERROANEL DEVERÃO SAIR NO PRIMEIRO SEMESTRE DO PRÓXIMO ANO
GOVERNO LICITARÁ DOIS PROJETOS EM 2007 Milton Mansilha/LUZ
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Passos, ministro dos Transportes: parte das regras para concorrência já foram aprovadas pelo TCU.
Locomotivas chinesas nos trilhos brasileiros
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epois de têxteis, calçados, brinquedos, eletrônicos e carros, o mercado chinês passará a oferecer locomotivas para trens de carga ao mercado brasileiro. A operação ocorrerá por meio de uma parceria do grupo Asiático China Northern Locomotive & Rolling (CNR) e da brasileira EIF Engenharia e Investimentos Ferroviários. Os "carros" serão oferecidos no modelo de leasing, facilitando a aquisição no período de reaquecimento do setor ferroviário. Carlos Branconi, diretor da EIF, informa que a empresa já atua no setor de leasing de locomotivas usadas, comprando as unidades no mercado americano. Agora, com o aumento da demanda do setor,
cuja média de aquisição de novas locomotivas é de 700 por ano, a empresa decidiu procurar um parceiro para oferecer "carros" novos. "A indústria chinesa sempre fez parte do sonho de consumo do setor logístico brasileiro, mas barreiras como a manutenção impediam a entrada. Agora, ofereceremos a manutenção aqui no Brasil, com mão-de-obra especializada no sistema chinês." O objetivo da parceria é participar com 240 locomotivas novas por ano dentro da média de compras do setor, número que deverá ser atingido até 2010. Em um prazo mais curto, cerca de quatro anos, o objetivo é colocar 500 "carros" no setor ferroviário brasileiro. Participação chinesa – A indústria chinesa de locomoti-
vas já atua em 12 países, principalmente na Ásia e na África. Na China, a empresa possuí 17 mil unidades em circulação, o que coloca nas suas mãos cerca de 65% do mercado de motores a diesel. O mercado brasileiro receberá três modelos de locomotivas. O grupo asiático garante que pode atender 95% das necessidades do sistema brasileiro sobre trilhos. Branconi avalia que o processo de abertura de capital d a s e m p re s a s d o s e t o r d e transporte ferroviário é um dos fatores positivos para o leasing de unidades. Na sua avaliação, a locação das unidades permite que o custo seja lançado como uma despesa e não ativo da empresa, tornando-a mais atrativa para o mercado de capitais. (DF)
Varig x União: STJ julga processo
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Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve realizar hoje o julgamento final do processo em que a Varig cobra da União entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5 bilhões por perdas com o congelamento de tarifas entre os anos de 1980 e 1990. A informação é do interventor do fundo de pensão Aerus, Erno Dionízio Brentano, que prestou depoimento ontem na CPI da Varig, realizada na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Caso o resultado favoreça a Varig, a União ainda pode recorrer no Supremo Tribunal Federal (STF). A Varig informa que na quinta-feira serão julgados dois agravos movidos pela União e Ministério Público Federal, contestando o pa-
gamento da indenização. A companhia diz que já obteve vitórias tanto na primeira quanto na segunda instância e que o STJ vai julgar hoje questões processuais, não o mérito, que já é favorável à Varig. Segundo Brentano, do total devido pela União, R$ 2,5 bilhões serão destinados ao Aerus para cobrir o rombo do fundo de pensão, atualmente em torno de R$ 3 bilhões. No dia 12 de abril, a secretaria de Previdência Complementar (SPC) decretou intervenção no Aerus e liquidou os planos 1 (benefício definido) e 2 (contribuição definida) de aposentadoria da Varig. Brentano calcula que o plano 1 da Varig tem ativos da ordem de R$ 100 milhões e o 2, de
cerca de R$ 500 milhões. Em ambos os casos, porém, apenas 50% dos ativos têm liquidez, ou seja, podem ser transformados imediatamente em dinheiro para pagar os benefícios dos cerca de 15 mil participantes. Nova Varig – O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse ontem que o processo de homologação da nova Varig como empresa de transporte aéreo (documento conhecido como cheta), "está muito próximo de acontecer". Isso porque, segundo ele, há 15 dias ficou estabelecido que a nova Varig vai iniciar sua operação exatamente como ela está hoje. São 15 aviões, que atendem nove destinos domésticos e quatro internacionais. (AE)
governo federal parece mesmo decidido a investir no setor de infra-estrutura do País. Praticamente abandonada na primeira administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a logística brasileira terá dois de seus principais projetos colocados em licitação até o final do primeiro semestre de 2007: a concessão de rodovias federais e a construção do ferroanel de São Paulo. O prazo foi confirmando ontem pelo atual ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, durante o seminário "Negócios Sobre os Trilhos", realizado em São Paulo. Passos garantiu que o edital de concessão das rodovias federais sairá ainda no primeiro trimestre do próximo ano, já que o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou grande parte das regras de remuneração e obrigações do futuro processo de concorrência. "A licitação foi paralisada no começo do governo Lula. Todos os pontos foram reavaliados pelo Ministério dos Transportes e reenviados ao TCU. Até o final deste ano o edital estará disponível aos interessados", garantiu o ministro.
Já o anel ferroviário em torno da Grande São Paulo, o conhecido Ferroanel, só começará a sair do papel no final do primeiro semestre de 2007. Orçado em cerca de R$ 800 milhões – R$ 400 milhões do trecho norte/sul e mais R$ 400 milhões no trecho leste/oeste, a obra é avaliada como "fundamental" para a melhoria no escoamento da produção agrícola e de minérios para o Porto de Santos, litoral sul do Estado. PPP – Dentro do governo federal, o projeto é defendido como Parceria Público Privada (PPP), já que seu custo, segundo a própria ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, é elevado demais para ser custeado somente pelos recursos da União. A entrada da iniciativa privada no projeto também é defendida pelo ministro dos Transportes. Passos informou que o futuro edital de licitação da obra será elaborado para torná-lo atrativo ao setor privado, que poderá p a r t i c i p a r d o p ro j e t o p o r meio de concessão. Empresas ligadas ao setor rodoviário avaliam a concessão das rodovias federais como um meganegócio. O projeto deverá movimentar cerca de
R$ 26 bilhões. São oito lotes de rodovias, incluindo o corredor paulista, cobrindo mais de 3 mil quilômetros de estradas. Os números já chamaram a atenção de bancos, empresas nacionais e estrangeiras, algumas já atuando em rodovias paulistas, que estudam a f o r m a ç ã o d e c o n s ó rc i o s e parcerias para entrar na concorrência bilionária. Entraves – Um dos itens que mais emperram o andamento da licitação é o percentual da taxa de retorno, índice que influi diretamente no futuro preço do pedágio das rodovias privatizadas. No primeiro modelo de edital, elaborado ainda na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o valor era de 20% sobre o total investido no projeto. No atual governo, o índice ficará, segundo informações do próprio Ministério dos Transportes, entre 15% e 18%. Mesmo confirmando um patamar abaixo dos 18%, o percentual oferecido no Brasil ainda é superior ao modelo de concessão europeu e americano, segundo o qual os países oferecem taxa de retorno na casa dos 12%. Davi Franzon
Campinas discute logística
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a g i l i z a ç ã o n o d esembaraço por Receita Federal, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) das importações brasileiras e mais investimentos em infra-estrutura logística para o otimizar escoamento de cargas do interior pelos portos do litoral paulista. Essas foram as principais queixas e solicitações dos empresários reunidos em Campinas, interior de São Paulo, no Scala 2006, evento que discute comércio exterior. No quesito burocracia para a liberação das cargas importadas, de acordo com o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo/Campinas e Guarulhos (Sindasp/CG), Valdir Santos, as providências governamentais de liberação são tomadas em até 20 dias depois do pedido de liberação, prazo consi-
derado muito longo. Já na questão infra-estrutura, o diretor de Comércio Exterior do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp-Campinas), Antônio Carlos Meduna, reclamou do engavetamento, pelo governador Cláudio Lembo (PFL), do Corredor de Exportação Campinas-São Sebastião, previsto para entrar em operação neste ano. Para adequar o orçamento à Lei de Responsabilidade Fiscal, Lembo cortou os R$ 1,17 bilhão previstos para obras de recuperação de 1,6 mil quilômetros de rodovias paulistas para implantação de um caminho pelo Porto de São Sebastião, com adequação de aeroportos, recuperação de ponte rodoferroviária e navegabilidade da hidrovia Tietê-Paraná. Região – Um dos motivos do grande volume de exportações para as empresas da região de Campinas é a logística que o Aeroporto Internacional
de Viracopos, um dos temas do encontro realizado ontem. Foi debatida a importância do aeroporto, que está recebendo investimentos para se tornar um dos maiores do Brasil na movimentação de cargas e na ampliação da capacidade de receber passageiros. Ao final do processo de ampliação, que deve durar 20 anos, Viracopos deve movimentar um milhão de toneladas ao ano em importações e exportações. "Um projeto que vai ajudar no crescimento é a implantação do aeroporto-indústria", disse o superintendente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) em Campinas, Clóvis Moreira. "Campinas aprovou uma lei que oferece vários benefícios fiscais para empresas de tecnologia que se instalarem em Viracopos", completou o prefeito da cidade, Hélio de Oliveira Santos (PDT). Mario Tonocchi
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Finanças Nacional Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
REGIÕES NORTE E CENTRO-OESTE SÃO AS MAIS OTIMISTAS
Maior variedade nas prateleiras deve manter preços de itens natalinos.
ESTUDO ENCOMENDADO PELA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SP MOSTRA QUE OTIMISMO ESTÁ EM ALTA
CRESCE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR
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consumidor brasileiro nunca esteve tão confiante quanto à sua situação financeira. É o que revela o Índice Nacional de Confiança (INC), indicador que mostra a percepção do comprador em relação ao estado da economia e visa prever o comportamento do consumidor no mercado. Entre setembro e outubro, o INC registrou alta de 0,06 ponto, de 138 pontos para 144, em uma pontuação máxima de 200. "Esses números mostram que o brasileiro deve consumir mais no curto prazo", disse o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Emilio Alfieri. A entidade encomendou o estudo sobre confiança à Ipsos Public Affairs. "O otimismo é muito bom para os comerciantes, mas é preciso tomar cuidado com o provável aumento da inadimplência", alertou Alfieri. A melhora da confiança apurada pelo estudo mostra que o consumidor está mais à vontade para adquirir bens de maior valor, como um carro ou uma casa.
Patrícia Cruz/LUZ – 19/4/06
"Apesar de as pessoas se mostrarem mais esperançosas em relação ao próprio futuro financeiro, nenhum número concreto da economia indica qualquer desenvolvimento nesse sentido", destacou Alfieri. "De qualquer forma, o INC reflete a visão das pessoas em relação ao governo e à situação econômica do País." De acordo com o indicador,
os brasileiros se mostram seguros quando o assunto é a manutenção do emprego. Em setembro, 43% dos entrevistados para a pesquisa demonstraram sentir estabilidade em seu emprego ou no de algum familiar, número que subiu para 44% em outubro. Na mesma comparação, os que se disseram menos confiantes, passaram de 31% para 26%.
"A maioria dos entrevistados não acredita que o desemprego seja conseqüência de crises econômicas", disse Alfieri. O percentual dos que disseram que nenhum familiar perdeu o emprego por conta de crise na economia subiu de 57% em setembro para 60% no mês passado; os que responderam o contrário caíram de 42% para 39% no mês passado. A s re g i õ e s mais otimistas do País são o Norte e o Centro-Oeste, que mantiveram os 170 pontos em setembro e no mês passado. Depois vem o Nordest e , c o m p o ntuação 145 no mês passado, e de 137 em setembro. Em terceiro lugar, o Sudeste, que soma 142 pontos. Há dois meses, a pontuação não passava dos 135. E os mais pessimistas do Brasil são os sulistas, com 119 pontos de otimismo, contra 116 em setembro. A pesquisa foi feita com base em mil entrevistas domiciliares em todo o território nacional. O INC tem margem de erro de até três pontos, para cima ou para baixo, com um intervalo de confiança de 95%. Sonnaira San Pedro
Otimismo do consumidor vai levar 45% dos empresários a ampliar os estoques para o Natal, mostra Abras
Supermercados estão otimistas com vendas no Natal
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s donos de supermercados estão otimistas em relação às vendas de Natal. Pesquisa divulgada ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), feita com 70 redes do setor responsáveis por 75% do faturamento do mercado, mostra que a maioria (63%) dos empresários acredita que as vendas serão 9% superiores este ano na comparação com o Natal passado. A previsão da Abras é mais moderada. A entidade projeta crescimento de 5% nas vendas com a data. Apostando as fichas no otimismo do consumidor neste final de ano, 45% dos empresários ouvidos no levantamento vão deixar seus estoque neste Natal maiores que os do ano passado. Nenhum empresário afirmou que diminuiria as encomendas. Os 55% de empresários que restam para fechar a conta informaram que manterão os estoques no mesmo patamar de 2005. Os itens que terão mais
aumento de encomenda, segundo o levantamento, serão o panetone, brinquedos, frutas nacionais de época, frutas secas nacionais e cervejas e refrigerantes. Importados – Os produtos importados também devem aparecer com maior peso nas prateleiras dos supermercados. Itens como azeite, queijos e bebidas terão crescimento médio de 9% nas encomendas para 42% dos empresários entrevistados. Os outros 59% dos ouvidos disseram que manterão as encomendas nos mesmos níveis do ano passado. No caso do bacalhau, 37% dos entrevistados disseram que encomendarão, em média, 13% a mais. Já 59% dos entrevistados manterão as compras nos mesmo as patamares do Natal de 2005 e 4% dos ouvidos diminuirão o pedido. Hoje, 2,5% dos produtos vendidos nos supermercados nacionais são importados. Na Argentina, eles somam 32% das ofertas. Preços – O valor da cesta de
Natal não terá grandes oscilações em relação ao praticado no ano passado, segundo a Abras. "Os preços para o consumidor final não devem variar muito em relação ao Natal de 2005. Isso porque existe mais opões no mercado, inclusive de importados, que com o dólar baixo seguram o preço dos produtos nacionais", disse João Carlos de Oliveira, presidente da associação. A pesquisa mostra ainda que 52% dos empresários entrevistados irão contratar temporários para as vendas de final de ano. Esses empresários, estima a Abras, abrirão 10 mil vagas para o Natal, sendo que 20% da mão-de-obra temporária historicamente é efetivada. Os novos postos de trabalho do segmento serão abertos nos setores de reposição de mercadoria, atendimento ao cliente, caixa, entrega de mercadoria, frente de loja, atendimento em balcão e de entrega de mercadoria. Renato Carbonari Ibelli
Setor registra recuperação
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setor de supermercados conseguiu reverter em setembro a série de resultados negativos nas vendas que vinha acumulando desde maio. No mês de setembro as vendas do setor cresceram 2,12% em relação ao mesmo mês do ano passado, em valores reais, já descontado o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). Os dados são da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade não detalhou o desempenho por estado, mas revela que Rio de Janeiro, o segundo maior mercado do setor, e Minas Gerais, o quarto da lista, puxaram as vendas do mês. São Paulo, o principal mercado do setor, ficou abaixo da média nacional. Apesar do bom resultado de setembro, no acumulado do ano as vendas registram queda
real de 2,21%. Os números de outubro ainda não foram fechados, mas, pelas projeções da Abras, o ritmo positivo das vendas registrado a partir de setembro deverá se manter até o final do ano. Para dezembro a Abras projeta alta de 5% sobre o mesmo mês do ano passado. "Além de a inflação estar aumentando em ritmo menor, parece que o consumidor está mais otimista neste final de ano, principalmente passado o período da eleição", avaliou o presidente da Abras, João Carlos de Oliveira. Otimismo — A expectativa de Oliveira é de que o otimismo do consumidor neste final de ano contribua para que se confirme a previsão do setor de fechar 2006 com crescimento acumulado das vendas de 1%. O resultado está longe de ser bom. As vendas dos super-
mercados teriam de crescer no mínimo 2% para se igualar ao crescimento físico que o setor registrou em 2005. Números da Abras fechados no primeiro semestre mostram que enquanto o setor registrava nos seis primeiros meses de 2006 crescimento físico de 4,1% em relação ao mesmo período do ano passado, o desempenho financeiro era negativo em 2,74% nesse intervalo. Essa discrepância ocorre porque o consumidor, apesar de comprar em volumes regulares, tem dado preferência a produtos mais baratos em detrimento das marcas líderes do mercado. "O aumento do salário mínimo deu maior poder de compra para a baixa renda, mas esse perfil de consumidor é o que impulsiona as vendas de produtos de menor preço", disse Oliveira. (RCI)
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
CIMENTO Carreta com cimento tombou, no final da tarde, na rodovia Ayrton Senna.
Transpor te Compor tamento Av i a ç ã o Polícia
Ó RBITA
DIÁRIO DO COMÉRCIO
LEGACY AINDA NÃO PODERÁ VOAR PARA OS EUA
MÉDICOS Cerca de 500 médicos residentes em greve fizeram protesto ontem.
A torre, normalmente, não determina as altitudes e o curso. Isso é o plano de vôo. Waldir Pires, ministro da Defesa
Ministro defende controladores de vôo Empresa americana, dona do Legacy, havia culpado os controladores pelo acidente com o avião da Gol
Daniel Guimarães/Palácio dos Bandeirantes
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LEMBO IRONIZA GREVE DE FOME protestam contra os governador de São O Paulo, Cláudio rigores do Regime Lembo, tratou ontem com Disciplinar Diferenciado. ironia a greve de fome iniciada domingo por 44 dos 57 detentos que cumprem pena na Penitenciária de Presidente Bernardes, entre eles Marcos Willian Herbas Camacho, o Marcola, um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Eles
Lembo disse não estar preocupado com a greve de fome, já que, nas visitas aos domingos, familiares levam alimentos aos presos, os chamados "jumbo". "Greve de fome com jumbo na cela é bastante razoável. Até eu faria", afirmou o governador em visita a Ribeirão Preto. (Agências)
INDULTO
LIBERTADA
ma semana após a U Justiça conceder o benefício da saída
wu Su Chiu Law ou H Miriam Law (nome em português), mulher de
temporária para 7.465 presos, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), ainda não sabia ontem quantos deles retornaram às celas e quantos fugiram após o feriado de Finados. Segundo a assessoria, os presídios ainda não tinham repassado todos os números e não havia um balanço parcial. Os detentos deixaram as cadeias no dia 1º segundafeira passada. (Agências)
Law Kin Chong, um dos maiores contrabandistas do País, vai aguardar o julgamento em liberdade. Ela vai deixar a Penitenciária Feminina do Carandiru, por decisão da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça. Miriam é acusada, junto com o marido, de participar do comando de uma organização que administra shoppings populares na capital e de contrabando. (Agências)
ARMAS
MENORES
m problema no ove menores entre 8 e encanamento levou a 17 anos foram U N polícia a encontrar quase encaminhados ontem à Casa R$ 300 mil, 90 mil dólares, três armas, dez celulares, documentos falsos e uma balança de precisão num apartamento da rua Rogério Armelin Guanaes, na Penha. Uma vizinha, por não localizar o dono, entrou no apartamento com as chaves do síndico, avistou o dinheiro no chão e chamou a polícia. O lugar estava vazio e ninguém foi preso. (AE)
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de Passagem do Guarujá após denúncia de que teriam sido levados à cidade em uma Kombi vinda de São Paulo. O grupo teria chegado à Baixada há duas semanas e permanecido em Santos. E há dois dias teriam atravessado a balsa para o Guarujá. Eles foram encontrados na praia de Pitangueiras e encaminhados ao Conselho Tutelar. (AE)
ministro da Defesa, Waldir Pires, afirmou ontem que as declarações feitas pela empresa norte-americana de táxi aéreo ExcelAire – dona do Legacy que colidiu com o Boeing da Gol – contra os controladores de tráfego aéreo brasileiros foram "absolutamente inadequadas". Pires saiu em defesa dos controladores brasileiros e afirmou que, independentemente do diálogo estabelecido com a torre de controle de tráfego aéreo, os pilotos do Legacy deveriam ter cumprido o plano de vôo previamente aprovado. "A torre, normalmente, pensa em quando o avião está saindo e qual o destino final, mas não é ela que determina as altitudes e o curso das coisas. Isso é o plano de vôo. E no plano estava escrito que o avião deveria marchar a 37 mil pés de São José dos Campos até Brasília e em Brasília deveria descer a 36 mil pés", disse o ministro. Na terça-feira, em nota, a empresa americana havia culpado os controladores pelo acidente de 29 de setembro que matou 154 pessoas. Os dois a v i õ e s c o l i d i r a m n o a r. O Boeing caiu em uma região de mata fechada de Mato Grosso, e o Legacy conseguiu pousar, e as sete pessoas que estavam a bordo – seis norte-americanas – saíram ilesas. Na nota, a ExcelAire se defendia das acusações feitas pelo advogado Manuel von Ribbeck, o primeiro a ser contratado por familiares dos mortos para representá-los perante a Justiça dos Estados Unidos. Em sua primeira ação, o advogado acusava a ExcelAire, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino (dona, piloto e co-piloto do Legacy) de negligência. Na peça, o advogado diz que os tripulantes da ExcelAire "não adotaram as devidas precauções e agiram de forma descuidada e negligente". "No momento da colisão, os tripulantes do Legacy da ExcelAire não estavam na altitude determinada no plano de vôo. Ademais, não conseguiram operar o TCAS (sistema anti-colisão) adequadamente, e não conseguiram manter a comunicação necessária com o controle de tráfego aéreo brasileiro." Em resposta, a ExcelAire afirmou, por meio do advogado Robert Torricella, "que 'face às novas confirmações de que a torre de controle autorizou o jato executivo da ExcelAire a
José Cruz/ABr - 26/01/06
Waldir Pires: declarações foram "absolutamente inadequadas" Beto Barata/AE - 04/10/06
Legacy, que está na Serra do Cachimbo, não pode ser retirado do País Marcos Xavier/AE - 01/10/06
Lepore e Paladino, pilotos do Legacy, não podem voltar para casa Jamil Bittar/Reuters
Destroços do Boeing da Gol, no Mato Grosso: 154 pessoas morreram
voar até Manaus a 37 mil pés, as acusações de que os pilotos voavam na altitude errada não procedem'". Na nota, a empresa afirma que "de acordo com as normas internacionais de aviação, as diretrizes passadas pela torre de controle se sobrepõem ao plano de vôo escrito". "O que orienta a condução do vôo é o plano de vôo autorizado pela torre de controle no momento da decolagem', esclarece Torricella." Impedidos – Os pilotos do Legacy permanecem impedidos de deixar o Brasil e, desde ontem, o Legacy, que se encontra na Base Aérea da Serra do Cachimbo, está sob ordem de seqüestro. A decisão foi tomada pelo juiz substituto Henrique Neiva de Carvalho e Silva, da 1ª Vara Cível Residual de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A medida tenta garantir indenização para a menor G.S.S., de 6 anos, filha do bancário Eduardo Ribeiro de Souza, que morreu no acidente. "É uma liminar provisória, até que seja julgado o mérito da questão, condenando o culpado. A empresa requerida não possui bens em território nacional, situação que justifica a constrição da aeronave, para assegurar o ressarcimento dos prejuízos causados", disse o juiz. Segundo ele o jatinho, só poderá ser retirado pelos proprietários, mediante caução de US$ 24,7 milhões. Eduardo Ribeiro de Souza (42), era funcionário do HSBC em Campo Grande, fato que torna legal a decisão judicial, independente de ações do gênero que correm em instâncias federal ou estadual. É uma ação provisória, que será substituída por outra principal. O valor do Legacy é calculado em R$ 52 milhões. Sinop – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, também ontem, que a Justiça Federal de Sinop, no Mato Grosso, é o juízo competente para tomar todas as decisões referentes ao acidente envolvendo o Boeing da Gol e o jato Legacy. Com isso, caberá a Justiça Federal julgar o pedido feito pelos advogados dos pilotos de liberar os passaportes deles. A decisão, unânime, foi da terceira seção do STJ. A ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora do conflito de competência que tramitava no tribunal, levou o caso à apreciação ontem. Decisão é igual à posição do Ministério Público Federal. (Agências)
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Nacional Finanças Balanços Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
PÃO DE AÇÚCAR FECHA TRIMESTRE NO VERMELHO
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por cento foi a alta das exportações do setor agrícola brasileiro de janeiro a outubro.
DE JANEIRO A SETEMBRO, LUCRO FOI DE R$ 4 BILHÕES, 48,1% ACIMA DO RESULTADO DE UM ANO ATRÁS
VALE REGISTRA LUCRO RECORDE
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rodução e preços maiores levaram a Companhia Vale do Rio Doce ao maior lucro trimestral da sua história, em um momento que a principal produtora de minério de ferro do mundo fecha a aquisição da gigante do setor de níquel Inco, que a elevará à posição de segunda maior mineradora diversificada do globo. De julho a setembro deste ano, a Vale teve lucro recorde de R$ 4 bilhões, 48,1% acima do resultado registrado há um ano, de R$ 2,7 bilhões, e superando em R$ 68 milhões o recorde anterior, do segundo trimestre deste ano. Com isso, o lucro acumulado no ano subiu para R$ 10,1 bilhões, uma alta de 28,9% em relação aos nove primeiros meses de 2005. Receita – A companhia bateu também recorde de receita, que atingiu R$ 11,6 bilhões, superando em 28,8% o resultado do terceiro trimestre de 2005, e em 14,9% o recorde anterior, de R$ 10,1 bilhões registrados no trimestre anterior. As vendas de minério de ferro alcançaram 63,119 milhões de toneladas, correspondendo a um novo recorde trimestral, ultrapassando em 3,416 milhões de toneladas o recorde
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Lalo de almeida/Folha Imagem - 23/11/2004
anterior, obtido no segundo trimestre deste ano. Em relação às vendas há um ano, os embarques de minério de ferro apresentaram crescimento de 14,3%, refletindo aumento de produção e manutenção do mercado aquecido para finos e granulados. Preços maiores – A Vale do rio Doce vem se beneficiando de sucessivos aumentos no preço do minério de ferro, que subiu 71,5% no ano passado, e 19% neste ano. A alta de preço é motivada por uma demanda aquecida, puxada principalmente pela China. Segundo comunicado enviado pela companhia à imprensa, como o ajuste de preço do minério este ano se prolongou até o final do segundo trimestre, a empresa contabiliz o u n o t e rc e i ro t r i m e s t re R$ 466 milhões de ajuste retroativo. A Ásia foi o principal destino das vendas da empresa, com 35,1% do total da receita bruta, seguida da exportação para as Américas, com 34,7% e Europa, com 26%. O Brasil continua sendo o principal destino individual da Vale, responsável por 20,9% da receita bruta, e a China se confirmou como o segundo país mais importante de julho
a setembro, com 18,6% do total do faturamento contra uma fatia de 15,8% um ano antes. O minério de ferro e pelotas continua a ser o maior peso na receita entre os vários produtos vendidos, contribuindo com 65,2% o do total. Em segundo lugar ficou o alumínio, com 12,4% da receita. Vendas externas – As exportações foram outro importante destaque da companhia, que até setembro acumularam US$ 7,237 bilhões, crescimento de 44,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O saldo líquido entre exportações e importações foi de US$ 6,559 bilhões, contribuindo com 19,3% do total do saldo da balança comercial brasileira do período analisado. O lucro antes de juros, impostos, amortizações da maior produtora de ferro do mundo atingiu R$ 5,9 bilhões no terceiro trimestre, 37% acima dos R$ 4,3 bilhões de reais obtidos há um ano. Também os investimentos tiveram salto significativo. De janeiro a setembro foram investidos US$ 3 bilhões – dentro da previsão de investir US$ 4,6 bilhões para este ano –, sendo que apenas no terceiro trimestre foram investidos US$ 1,1 bilhão. (Reuters)
´ PAO DE AÇUCAR
Grupo registrou prejuízo de R$ 43,4 milhões no trimestre
O
grupo Pão de Açúcar, maior rede varejista do País, registrou prejuízo no terceiro trimestre, afetado pela redução de preços e pela provisão para pagamento de impostos. A empresa, no entanto, espera que um aumento das vendas no quarto trimestre compense a estratégia. O Pão de Açúcar anunciou na noite de ontem perda de R$ 43,4 milhões no período entre julho a setembro. No terceiro trimestre de 2005 a empresa havia obtido lucro de R$ 70,3 milhões. "O efeito da provisão causou impacto negativo nos resultados do terceiro trimestre de R$ 94,4 milhões", afirmou a empresa em
comunicado. Mesmo o lucro líquido proforma, que exclui a provisão, ficou em R$ 31,5 milhões, queda de mais de 50% frente ao mesmo período do ano passado. No comparativo do terceiro trimestre deste ano com um ano atrás, o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) caiu 38,1%, para R$ 181,8 milhões, enquanto a receita líquida com vendas avançou 2,5%, para R$ 3,3 bilhões. A empresa destacou o crescimento de 17% das vendas de produtos nãoalimentícios e o desempenho da financeira FIC, cuja receita avançou 40% em relação ao segundo trimestre de 2006.
"Para os próximos meses, a companhia manterá consistentemente sua estratégia de preços competitivos, que visa ao aumento das vendas e ganhos de market share, e buscará consolidar a sua competitividade de preços nos micro-mercados em que as lojas estão inseridas", informou o grupo no comunicado. "A empresa espera atingir no último trimestre patamares maiores de vendas no conceito mesmas lojas, à medida em que a estratégia de preços se consolide", complementou. O Pão de Açúcar informou que o grupo obteve ganhos de participação de mercado e que foi registrado um aumento do número de clientes em suas lojas. As ações da empresa exibiram forte alta ontem. Os papéis negociados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) avançaram 3,13%, para R$ 69,2, enquanto o Ibovespa, principal referência do mercado, registrou ganho de 0,7%. (Reuters)
Produção e preços internacionais ajudaram a Vale a consolidar o melhor trimestre de sua história
Câmara dos Deputados aprova texto da MP cambial
A
Câmara dos Deputados aprovou ontem a Medida Provisória nº 315, que permite aos exportadores brasileiros, pessoas físicas ou jurídicas, manter no exterior recursos em moeda estrangeira obtidos com as vendas de seus produtos e serviços – no limite de 30% do total, estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O dinheiro poderá ser usado para investimentos, aplicações financeiras ou pagamento de dívidas do
próprio exportador. Para o relator da MP, deputado Vignatti (PT-SC), a medida proporcionará desburocratização nas transações monetárias dos exportadores. O Conselho Monetário Nacional, de acordo com o texto da MP, poderá estabelecer formas simplificadas de contratação de operações simultâneas de compra e de venda de moeda estrangeira, relacionadas aos recursos das exportações. E o exportador deverá declarar o uso dos recursos à Secretaria
da Receita Federal. Caso contrário, estará sujeito a multas. A MP disciplina, ainda, o registro de capital estrangeiro investido em pessoas jurídicas no Brasil e estabelece que o registro do capital não contabilizado até 31 de dezembro de 2005 deverá ser feito até 30 de junho de 2007. Pelo texto aprovado, caberá ao CMN regulamentar as normas para o registro e quem desrespeitá-las poderá ser multado em R$ 1 mil a R$ 250 mil. (AE)
Exportações agrícolas têm recorde
A
s exportações de produtos agrícolas renderam US$ 40,896 bilhões no acumulado de janeiro a outubro deste ano, volume recorde no período e 13% superior ao valor exportado nos dez primeiros meses de 2005, informou ontem o Ministério da Agricultura. No acumulado deste ano, os gastos com as importações cresceram 28,5% e totalizaram US$ 5,315 bilhões. O superávit da balança comercial do agronegócio foi de US$ 35,580 bi-
lhões, também recorde para o intervalo. No acumulado de janeiro a outubro do ano passado o superávit da balança comercial do agronegócio foi de US$ 32,066 bilhões. Açúcar e álcool — Nos dez primeiros meses do ano, o setor sucroalcooleiro foi o que apresentou maior incremento absoluto das exportações. Os embarques de açúcar e álcool cresceram de US$ 3,871 bilhões no acumulado de 2005 para US$ 6,160 bilhões neste ano, o que correspondeu a
quase metade do aumento das exportações do agronegócio brasileiro no período. O crescimento da receita cambial foi determinado, segundo o Ministério, pela elevação dos preços do açúcar (54,6%, para o açúcar em bruto e 64%, no caso do açúcar refinado), uma vez que a quantidade exportada foi 5% menor. As exportações de álcool cresceram 113% em termos de valor por causa da elevação de 30% no volume exportado com preços 64% superiores. (AE)
Cade multa Schincariol por atraso A empresa Schincariol foi multada ontem pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em R$ 97.273,09 por ter informado, fora do prazo, aos órgãos de defesa da concorrência, a
operação de aquisição de todo o capital social da Conny Indústria e Comércio de Sucos e Refrigerantes. Segundo o conselheiro relator, Luis Fernando Rigato, a operação foi realizada em 7 de junho de 2006, com a assinatura de um acordo de associação, mas apenas notificada à Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça no dia 9 de agosto de 2006. O prazo para notificação aos
órgãos de defesa da concorrência é de até 15 dias úteis após a realização da operação. A aquisição da Conny pela Schincariol, no entanto, foi aprovada sem restrições pelos conselheiros do Cade. Com a compra, segundo o órgão, a Schincariol elevou em apenas 0,01% a sua participação no mercado de refrigerantes carbonatados, atingindo 2,11%. A Coca-Cola tem 61,40% do mercado e a Ambev, 20,90%. (AE)
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Legislação Nacional Empresas Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Quando se abre a porta de casa, o que se vê é o subdesenvolvimento. Welson Gasperini
EVENTO EXALTA OS EMPREENDEDORES
DEFESA DA LIBERDADE EMPRESARIAL NO CONGRESSO DE RIBEIRÃO PRETO
FACESP: CRESCIMENTO EM XEQUE Paulo Pampolin / Hype
C
Prefeitos Welson Gasparini (de Ribeirão Preto) e Gilberto Kassab (de São Paulo) ao lado do vice-presidente da Facesp, Marco Aurélio Bertarolli
Kassab: o mundo cresce e o Brasil está parado
Público na abertura do 7º Congresso da Facesp em Ribeirão Preto
ríticas ao baixo crescimento econômico e defesa da liberdade para empreender, como forma de gerar renda e empregos, marcaram ontem a abertura do 7º Congresso Estadual da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), em Ribeirão Preto. "O mundo cresce e o Brasil está parado", disse o prefeito de São Paulo e vice-presidente da Facesp, Gilberto Kassab, para mais de mil participantes reunidos no evento, que vai até amanhã à noite, e ocorre junto com o 35º Seminário dos SCPCs, 4º Encontro Estadual do Empreender e com a 3ª Feira de Empreendedores Econômicos e Sociais – Desenvolve. Kassab, que representou o presidente da Facesp e Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, retido em Brasília por uma falha técnica no vôo de retorno a São Paulo, pediu às jovens lideranças políticas do País e das Associações Comerciais (ACs), empenho para exigir "a volta do desenvolvimento ao Brasil". "As ACs representam a força liberal e empreendedores de todos os setores da Nação", disse. O prefeito de Ribeirão Preto, Welson Gasparini, afirmou que as coisas não vão bem na economia, como diz o governo federal. "Quando se abre a porta de casa, o que se vê é o subdesenvolvimento", enfatizou. Comandando um dos pólos
agrícolas mais ricos do estado, lamentou "a existência de 33 favelas na cidade". Kassab e Gasparini destacaram que a liderança de Afif nas últimas eleições, quando obteve 8,3 milhões de votos por uma vaga no Senado, é uma mostra da força de suas lutas junto com as forças livres da comunidade. "Por isso, precisamos dar retaguarda para os bons políticos dar nova face para o País", disse Gasparini. Força – O deputado-estadual eleito primeiro suplente pelo PFL e vice-presidente da Facesp, Marco Aurélio Bertaiolli, em nome do presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alencar Burti, disse que a união das ACs "é a força que nos alimenta e faz crescer". Para Carlos Roberto Monteiro, diretor técnico do Sebrae-SP, o 7º Congresso tem como missão fortalecer o micro e pequeno empreendedor, para evitar que 32% deles fechem suas portas no primeiro ano de atividade. Para Francisco Carlos Pinghera, presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP), o congresso mostra a força da capilaridade da Facesp, que reúne 412 ACs no Estado. Participaram ainda da abertura, os vice-presidentes da Facesp, Alfredo Cotait Neto, Luiz Roberto Gonçalves, Valmir Madázio, Ivan Lorena Vitale e Robert Schoueri. Sergio Leopoldo Rodrigues
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Internacional
BUSH ENCOLHE. E RUMSFELD CAI
Lucy Nicholson/Reuters
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Adoro seqüências! Arnold Schawzenegger, governador reeleito da Califórnia
Kevin Lamarque/Reuters
Democratas vencem as eleições parlamentares nos EUA e o secretário de Defesa, arquiteto da guerra no Iraque, é forçado a renunciar
O
secretário norteamericano da Defesa, pára-raios freqüente dos críticos à guerra do Iraque, renunciou ontem em conseqüência da derrota eleitoral do Partido Republicano, do presidente George W. Bush, atribuída parcialmente aos problemas dos Estados Unidos no Iraque. Os democratas, que fizeram maioria na Câmara e ainda podem conquistar o controle do Senado, elogiaram a decisão e propuseram "um recomeço" na política da guerra. Bush se disse "obviamente desapontado" com a avassaladora vitória democrata e admitiu em entrevista coletiva que sua política para o Iraque "não está funcionando bem o bastante, rápido o bastante", mas rejeitou recuar. "Estou comprometido com a vitória". A bancada democrata cresceu em cerca de 30 deputados, e além disso o partido derrotou os republicanos em cinco disputas para o Senado. A oposição lidera também na apuração para o Senado na Virgínia, o que lhe dá a chance de fazer maioria absoluta em ambas as Casas do Congresso pela primeira vez em 12 anos. Uma possível recontagem e recursos judiciais na Virgínia podem adiar o resultado final
Mandel Ngan/AFP
Donald Rumsfeld: renúncia
até dezembro, reavivando as lembranças da turbulenta recontagem de cinco semanas na Flórida, que decidiu a eleição presidencial de 2000. Na disputa da Virgínia, o democrata James Webb lidera com margem de 7.000 votos (num total de 2,3 milhões) sobre o republicano George Allen. Os democratas também foram bem nas disputas para os governos estaduais, roubando seis deles dos republicanos e estabelecendo uma maioria nacional que pode ser vantajosa nas eleições presidenciais de 2008. Além disso, ganharam também na maioria das Assembléias estaduais. O desempenho republicano foi tão ruim que o partido não conseguiu tirar nem uma só vaga dos democratas
na Câmara ou no Senado. Dizendo ser necessária uma "nova perspectiva", Bush indicou o ex-diretor da CIA Robert Gates para a Defesa. Ele terá de ser confirmado por um Senado totalmente remodelado. "Espero que a saída do sr. Rumsfeld marque um recomeço na direção de uma nova política no Iraque, sinalizando disposição por parte do presidente em trabalhar com o Congresso para encontrar uma forma melhor de avançar", disse a democrata Nancy Pelosi, que deve se tornar a nova presidente da Câmara (veja abaixo). Rumsfeld disse a jornalistas no Pentágono que o novo ambiente político alimentou sua decisão de deixar o cargo. "Será um Congresso diferente, um ambiente diferente, avançando para uma eleição presidencial, com muito partidarismo, e me ocorreu que [a demissão] seria algo bom para todos". A escassa maioria democrata contra um governo republicano prenuncia que os últimos dois anos do governo Bush serão de duras disputas e impasses políticos. Os democratas passarão a controlar comissões parlamentares que poderão investigar decisões de Bush em questões diplomáticas, militares e energéticas. (Reuters)
O republicano George W. Bush cumprimenta os democratas pela vitória: política no Iraque pesou.
Uma radical na presidência da Câmara
A
deputada democrata Nancy Pelosi, cons i d e r a d a u m a e squerdista radical para os padrões norte-americanos, deve se tornar a primeira mulher a presidir a Câmara. Nessa posição, ela teria como frear grande parte da agenda do presidente George W. Bush e aumentar a pressão por uma mudança de rumos no Iraque. Bush telefonou a Pelosi e a outros líderes democráticos cumprimentando-os pela vitória e prometendo colaboração. Ele convidou a deputada e o vice-líder democrata no Senado, Steny Hoyer, para almoçarem hoje na Casa Branca. Para o presidente, a mensagem das urnas foi cla-
ra: "O povo norte-americano quer que seus líderes em Washington deixem de lado as diferenças partidárias, se conduzam de maneira ética e trabalhem juntos para lidar com os desafios que nossa nação enfrenta". Segundo pesquisas de boca-de-urna, os eleitores estavam em geral descontentes com a guerra do Iraque, mas questões de ética e corrupção pesaram mais na decisão do voto. Só neste ano, quatro deputados republicanos renunciaram devido a suspeitas de violação à ética. Durante a campanha, os democratas acusaram os governistas de difundirem uma "cultura de corrupção" em Washington. Os democratas prome-
tem levar rapidamente grande parte das suas propostas a votação na Câmara. Isso incluiria novas regras éticas, aumento do salário mínimo, redução de subsídios ao setor petrolífero e melhoria na segurança de portos e fronteiras. Muç ulmano - Keith Ellison, um deputado estadual e advogado de Minneapolis, se transformou no primeiro muçulmano eleito ao Congresso dos Estados Unidos. Durante a campanha, Ellison, de 43 anos, falou pouco sobre sua religião, preferindo direcionar seu discurso a assuntos mais terrenos, como a retirada das tropas americanas do Iraque e mudanças no sistema de saúde.
Bombardeios de Israel matam 18 civis palestinos
N
o ataque mais violento nos territórios palestinos em quatro anos, 18 civis, entre eles sete mulheres e oito crianças, morreram quando tiros de artilharia do exército israelense atingiram sete casas num bairro residencial de Beit Hanun, no norte da Faixa de Gaza. Mais de 60 pessoas ficaram feridas. As balas de canhão destroçaram um complexo de casas onde vivia integrantes de uma só família, a Al-Athamna. Segundo testemunhas, a família estava dormindo na hora da primeira explosão (5h15 da madrugada, horário local). Em pânico, os moradores tentavam fugir quando mais tiros de artilharia atingiram as mesmas casas. "Vimos pernas, cabeças e mãos espalhadas pela rua", contou o vizinho Attaf Hamad, de 22 anos. Segundo o exército, a ofensiva "Nuvens de Outono" teve como objetivo conter o lança-
mento diário de foguetes caseiros Qassam contra Israel. Ontem, foram pelo menos 12 foguetes. O presidente palestino Mahmud Abbas, do partido moderado Fatah, foi a primeira autoridade a reagir, declarando três dias de luto oficial na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Abbas qualificou o ataque israelense de "massacre horrível contra crianças, mulheres e idosos" e pediu a intervenção do Conselho de Segurança da ONU. O primeiro-ministro Ismail Haniyeh, líder do grupo radical Hamas, convocou uma reunião de emergência de gabinete e afirmou que, "em protesto ao massacre selvagem cometido pelas forças de ocupação contra crianças e mulheres de Beit Hanun", estão suspensas as negociações com o Fatah para a criação de um governo de união nacional. Analistas acreditam que o motivo da suspensão é a tentativa de Hanieyh de
se distanciar do rival Abbas, visto pelos grupos radicais como moderado demais. O ministro da Defesa israelense Amir Peretz, do Partido Trabalhista, ordenou a abertura de uma investigação para revelar por que um bairro residencial foi atingido pela artilharia. Ele deu prazo de 24 horas para que o comandante das Forças Armadas apresente as primeiras conclusões. As Forças de Defesa de Israel já tinham informado que o alvo da bateria de 12 tiros de canhão era um grupo de militantes palestinos que, poucos minutos antes, havia lançado foguetes contra a cidade israelense de Ashkelon. O grupo, no entanto, estaria a 450 metros das casas atingidas pela bateria de tiros de canhão. Em comunicado conjunto, o primeiro-ministro Ehud Olmert e o ministro da Defesa Amir Peretz também lamentaram o incidente na Faixa de Gaza.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
11 por cento foi o aumento das ações da Braskem PNA no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.
4,31 8/11/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 06/11/2006 06/11/2006 06/11/2006 06/11/2006 06/11/2006
P.L. do Fundo 11.068.755,00 1.477.135,86 8.396.899,33 17.252.424,68 1.322.689,46
Valor da Cota Subordinada 1.234,432837 1.116,231970 1.192,890135 1.093,388533 1.130,236226
% rent.-mês 0,4793 0,1888 - 0,0505 - 1,1560 0,5370
% ano 26,3531 11,6232 19,2890 9,3389 13,0236
Valor da Cota Sênior 1.014,299381 1.101,381794 1.116,349268 0 0
% rent.-mês 0,1676 0,1539 0,1676 -
% ano 1,4299 10,1382 11,6349 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Logo Logo
O povo americano votou pela mudança. Hoje, nós fizemos história, agora, faremos progresso
Jason Reed/Reuters
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
www.dcomercio.com.br/logo/
Nancy Pelosi, líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, que será a primeira mulher a presidir a casa
NOVEMBRO
2 -.LOGO
9 Dia do inventor Dia do Manequim Dia Nacional do Hoteleiro Morte do padre Diogo Antônio Feijó (1843)
P RÊMIO C A R T A Z
Lavoura Arcaica (foto), de 2001, dirigido por Luiz Fernando Carvalho, com Selton Mello, Raul Cortez e Juliana Carneiro da Cunha. Festival BR. Cine Olido. Avenida São João, 473. 19h30. Grátis. Telefone: 3331-8399. Divulgação
S AÚDE
Cães também são fonte de felicidade Os cães podem ser o segredo da saúde e da felicidade porque estimulam seus donos a levá-los para passear diariamente quaisquer que sejam as circunstâncias ou seu humor, revelaram pesquisadores britânicos ontem. Cientistas da Universidade de Portsmouth descobriram que os donos de cães se sentem obrigados a sair com seus animais e se sentem melhor depois do passeio. Os 65 entrevistados disseram que seus animais fizeram com que conhecessem outros criadores e melhoraram sua vida social. Sarah Knight, doutoranda em
Psicologia da universidade, afirmou que muitos eram aposentados, inclusive viúvos, que viviam sozinhos, em recuperação de uma doença ou cirurgia. Participantes mais jovens disseram que levar os animais para passear reforça seus laços familiares porque é uma atividade que pode ser partilhada entre adultos e crianças. A pesquisa também demonstrou que os pais se sentem contentes de que seus filhos saiam da frente da televisão ou do computador para fazer algum exercício enquanto levam o cão para passear.
Brincadeira de criança Estudante é premiado por desenvolver peça que estimula a coordenação motora
O
estudante Rafael Ecknann foi o grande vencedor do II Concurso de Criação de Brinquedo, promovido pela Editora Espaço Palavra. Ecknann, que criou um brinquedo que estimula a coordenação motora, ganhou como prêmio uma viagem para a maior feira do setor, que acontece em fevereiro, na Alemanha. Ele também poderá ver, em breve, sua criação nas prateleiras de todo País, já que a Estrela deve produzi-la. O júri contou com a presença de Carlos Tilkian, presidente da Estrela; Geraldo Zanato, da Líder Brinquedos; Moise Candi, da Candide; e Ricardo Sayon, da rede de lojas Ri Happy.
Carlos Tilkian, da Estrela: empresa deve comercializar o brinquedo em breve
C HINA
Campanha de abraços gratuitos Os chineses parecem não ter aderido à campanha de "Abraços Gratuitos", lançada para alegrar estranhos na rua. Alguns "abraçadores" chegaram a ser levados pela polícia para depor. A campanha aconteceu nas ruas de Pequim, Changsha e Xian há alguns dias. Os participantes andavam de braços abertos com cartazes que diziam "abraços gratuitos", "carinho por estranhos". Na capital, a polícia prendeu quatro pessoas para interrogálas. "Abraçar é uma tradição estrangeira. Os chineses não estão acostumados", disse Li, um cidadão de Xian. B RAZIL COM Z
Ronaldo pode ir para o Barcelona
Divulgação
CINEMA
E M
O jogador Ronaldo deve receber nos próximos dias uma proposta para trocar o Real Madrid pelo Barcelona, informou ontem a imprensa espanhola. O atacante, que disputou apenas três partidas pelo Campeonato Espanhol, está enfrentando problemas com o técnico Fábio Capello, que sinalizou o desejo de mandá-lo para o time B do clube, o Real Madrid Castilla, da segunda divisão. Caso aceite, essa será a segunda vez que Ronaldo defenderá o Barcelona. Ele já jogou pelo clube na temporada 1996/1997.
Hoang Dinh Nam/AFP
S ENSUALIDADE Divulgação
http://www.elmundodepor tivo.es/
I NTERNET
Rede é boicotada por 13 países L
L
A Pirelli traz pela primeira vez para o Brasil uma mostra exclusiva com fotos de 40 anos de seu cobiçado calendário. A exposição será aberta ao público no próximo sábado, no Shopping Iguatemi, em São Paulo.
Á FRICA DO SUL
James Bond no Guinness Book
Camisinha em apenas um segundo
O novo filme de James Bond, Cassino Royale, entrou na terçafeira para o Guinness Book, o livro dos recordes. O fato não ocorreu por causa de uma proeza do famoso agente secreto, mas por uma cena de ação protagonizada por seu veículo, um Aston Martin. Nesta cena, o carro guiado por um dublê do ator Daniel Craig, que encarna pela primeira vez o agente 007, dá sete giros verticais, um novo recorde mundial no volante. O dublê Adam Kirley foi quem conseguiu que o veículo do famoso espião realizasse a manobra.
Camisinhas que, segundo os fabricantes, podem ser colocadas em apenas um segundo começaram a ser vendidas na África do Sul. A "Pronto" pode ser colocada sem que o usuário a retire do pacote. A embalagem é aberta no meio e serve como aba para que o preservativo seja desenrolado diretamente no pênis. Só então a embalagem é descartada. "Usar uma camisinha normal é muito chato", disse o criador Willem van Rensburg. "Quando finalmente está no lugar, o clima já foi para o espaço."
G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Bebida gelada sem ficar aguada
Saiba desenvolver o seu próprio site
Divulgação
C INEMA
Divulgação TV Cultura
ntes de criar o renomado Centro de Pesquisa Teatral (CPT), atualmente abrigado no prédio do Sesc Anchieta, em São Paulo, o diretor Antunes Filho teve uma rápida, embora muito marcante, passagem pela televisão. Na década de 70, ele dirigiu alguns teleteatros a partir da obra de grandes autores nacionais e estrangeiros. Entre eles estavam Nelson Rodrigues, Lygia Fagundes Telles, Henrik Ibsen e Tennessee Williams. Dezesseis destes programas, em cópias digitalizadas, compõem a série Antunes Filho em Preto e Branco, que a Rede Cultura passa a exibir hoje, às 22h40. O programa de estréia da série é o teleteatro A Casa Fechada, de Roberto Gomes, gravado na Vila de Paranapiacaba, na grande São Paulo. No elenco estão os atores Denise Stoklos, Karin Rodrigues, Jairo
A
A TÉ LOGO
Cena do filme "A Casa Fechada", de Roberto Gomes, será o primeiro da série que a Rede Cultura começa a exibir hoje
Arco e Flexa e Elizabeth Savalla, em seu primeiro trabalho na televisão antes de ser contratada pela Rede Globo. Os programas serão apresentados até fevereiro de 2007, sempre nas noites de quinta-feira. Com duração de 75 minutos, cada teleteatro será dividido em três blocos. Os intervalos serão ocupados por depoimentos de atores que já trabalharam com Antunes Filho ou de acadêmicos que estudam sua obra. A série traz alguns momentos históricos da
dramaturgia adaptada para a televisão, como no caso do teleteatro Crime e Castigo, de Dostoiévski, que será apresentado no dia 28 de dezembro, ou Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, a ser exibido em 4 de janeiro. "Como esses programas eram curtos, eu me via obrigado a cortar grande parte dos textos", afirmou o diretor em uma recente entrevista. "Mas tenho certeza de que nunca comprometi o entendimento de nenhuma obra". Sérgio Roveri
N ATAL
Correios lançam selos temáticos Os Correios lançam hoje os selos de Natal 2006. A cerimônia ocorrerá em São José do Rio Preto/SP, às 19 horas, no Santuário da Vida, durante a celebração da missa que será transmitida pela Rede Vida de Televisão. O bloco é composto por três selos e tem como ilustração arcos nos quais se vêem cenas alusivas ao nascimento de Jesus Cristo. Em sua criação, a artista Thereza Regina Barja Fidalgo usou técnicas de desenho a mão e computação gráfica. Cada selo vai custar R$ 1,60. L OTERIAS Concurso 670 da Lotomania 05
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Mais da metade dos brasileiros nunca usou computador e 67% desconhecem a Internet Brasil congratula-se com o Panamá, eleito para o Conselho de Segurança da ONU
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http://www.gamasites.com
http://www.spor tys.com/acb/
Arte em preto e branco
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Como ninguém pensou nisso antes? O Stay-Cold Polar Pitcher tem um compartimento interno isolado para gelo e mantém a bebida sempre gelada, e não aguada. Custa US$ 17,50
T ELEVISÃO
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O GamaSites tem uma série de dicas para os internautas que desejam criar o seu próprio site e não têm a menor idéia de como colocar o projeto em prática. A home traz uma lista com sites de serviços de hospedagem, registro de domínios, ou que ofereçam layouts free prontos, estatísticas, contadores, sistema de troca de banners, programação, download de scripts e geradores online, por exemplo. Também são oferecidos códigos e páginas prontos, javascripts e outras dicas para criação, design e manutenção.
VIETNÃ Agricultores vietnamitas transportam palha em suas bicicletas em Hanói. A entrada do Vietnã na OMC no último dia 7 terá um forte impacto na vida desses trabalhadores rurais. O país poderá competir em novos mercados, dizem especialistas.
A entidade Repórteres sem Fronteiras divulgou uma lista com os 13 países que mais restringem a liberdade dos usuários da internet. São eles: Arábia Saudita, Belarus, Burma, China, Coréia do Norte, Cuba, Egito, Irã, Síria, Tunísia, Turcomenistão, Usbequistão e Vietnã. Segundo a organização, estes países estabelecem restrições quanto ao acesso a sites e à expressão de opiniões. A entidade também passou a receber assinaturas de um manifesto e já registrou mais de 20 mil mensagens de apoio.
Saúde do mundo será cuidada pela chinesa Margaret Chan, que venceu dez candidatos
Concurso 814 da Mega-sena 02
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Tr i b u t o s Finanças Empreendedores Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
A 100% Vídeo tem 84 unidades em 17 estados brasileiros. E deve chegar a 140 em 2009.
2 MIL TÍTULOS SÃO ENCONTRADOS NAS LOJAS
Engenheiro que não virou suco monta rede de locadoras
Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo
D LETREIRO
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escolha do nome da primeira loja 100% Vídeo foi feita, de acordo com o empresário e proprietário da rede de franquias Carlos Augusto, em meio a uma grande agitação no Brasil com a novidade videocassete. Aquele momento impressionou o empresário, que observou, em Campinas, onde morava, que grande parte do entretenimento das pessoas era em frente às telas da TV e de cinema. Daí o nome 100% Vídeo. A primeira loja foi montada na cidade do interior paulista. Mas, hoje, há franquias da empresa em 17 estados do País (MT)
SEGREDO
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pulo do gato da 100% Vídeo, criada em 1986 e transformada em marca de franchising em 1995, ocorreu em 1999, quando a rede introduziu no Brasil o conceito "store in store". Muito utilizado nos EUA, esse sistema permite que lojas sejam instaladas dentro de outras lojas. Assim, o franqueado pode alocar dentro do seu espaço outras franquias, como a livraria Nobel, Casa do Pão de Queijo ou o Fran’s Café. Também colabora para o sucesso da rede o grande acervo para locação. (MT)
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PEDRA omo em todos os empreendimentos voltados para algo novo no mercado, o empresário Carlos Augusto, proprietário do sistema de franquias da 100% Vídeo, tinha como grande preocupação emplacar o negócio em um terreno completamente desconhecido. O videocassete custava cerca de US$ 1,2 mil e as pessoas que podiam importar o produto traziam também as fitas com os filmes. Além disso, não existiam distribuidoras no Brasil e tudo o que circulava nas locadoras podia ser chamado de "pirata". (MT)
epois de dez anos trabalhando como engenheiro mecânic o e m u m a e mpresa de São Paulo, o empresário Carlos Augusto teve de escolher e n t re a m u l h e r – que queria permanecer no Brasil –, e a empresa em que trabalhava e tentava enviá-lo para Portugal. Pediu demissão e abriu, em 1986, em Campinas, no interior paulista, sua primeira videolocadora, a 100% Vídeo. A lojinha inicial tornou-se uma rede de franquias, que hoje tem 84 unidades espalhadas por 17 estados brasileiros. Mantendo o ritmo de crescimento de 12 a 14 novas lojas abertas ao ano, o empresário planeja chegar a mais ou menos 140 pontos instalados em todo o país em 2009. Para manter o crescimento e a competição com as demais grandes empresas de locação brasileiras, a rede, de acordo com Augusto, aposta nas inovações tecnológicas e nas últimas comodidades para os clientes. A novidade agora é um sistema de identificação digital para o pagamento e a retirada dos filmes ou a compra de outros produtos expostos nas lojas. O próximo passo será a implantação de um sistema de reconhecimento do cliente pela face. Câmaras de vídeo vão localizar pontos de referência e reconhecer a pessoa. Isso agilizará o atendimento, acredita o empresário. "Atualmente, as videolocadoras estão brigando com os vários canais de entretenimento: o cinema, a TV aberta, os canais pagos que oferecem payper-view e os downloads de filmes na internet. Vence quem tem maior adaptação ao mercado com a maior velocidade", diz Augusto. "O maior não vence necessariamente, mas o mais veloz tem grandes chances de chegar na frente. Por isso, estamos implantando nos sites das lojas da rede o sistema de downloads dos filmes", completa. Outra ponta do aprimoramento da empresa para manter o crescimento, segundo Augusto, é a implantação de uma loja-escola que vai ser utilizada para treinamento e capacitação dos profissionais que trabalham nas franquias. Hoje, são utilizadas as lojas da rede para os cursos. O local específico deverá otimizar o trabalho e reduzir custos. Estratégia A 100% Vídeo se tornou um sistema de franquias, em 1995. Naquele ano, Augusto vendeu todas as nove lojas que tinha.
"Foi uma questão de estratégia de negócios. Se você tem o sistema de franquias e ainda lojas, os franqueados podem achar que você vai dar vantagens para os estabelecimentos que possui", observa. Para atrair cada vez mais clientes a rede faz, constantemente, promoções e mantém uma grande variedade de títulos para locação e venda. Segundo o empresário, além dos filmes norte-americanos, as lojas também contam com títulos de produtores europeus, latino-americanos e nacionais. No relacionamento da franqueadora com os franqueados, a 100% Vídeo faz assessoria para a escolha do ponto comercial, treinamentos de equipe, marketing e ajuda na montagem do layout interno e externo das lojas. De acordo com Augusto, todas as lojas têm o apoio de um consultor de campo, que acompanha o franqueado desde o início para otimizar as operações. Números O investimento inicial para a aquisição de uma loja da 100% Vídeo é de R$ 290 mil para uma unidade padrão de 230 metros quadrados. O valor inclui a taxa de franquia, mas não as despesas de reforma para adequação do ponto. O faturamento médio é de R$ 60 mil e o retorno do investimento ocorre entre 20 e 40 meses. A taxa de franquia é de exatamente R$ 29 mil. Isso inclui a licença inicial do nome, o projeto arquitetônico, assessoria da escolha do ponto, layout da loja e a assessoria de marketing. A sugestão de capital de giro é de cerca R$ 50 mil. Os royalties são de 6% sobre o faturamento da loja com a locação de filmes e 3% com a venda de produtos (DVDs, balas, sorvetes, livros etc). Os franqueados também são obrigados a entrar no fundo de publicidade, o que exige uma taxa mensal de 2% sobre o faturamento com locações de filmes. Para uma loja padrão é necessária a contratação de pelo menos dez funcionários. O prazo de contrato é de cinco anos e a o lucro líquido gira em torno de 20%. A rede 100% Vídeo lançou recentemente um novo modelo de videolocadora denominada compacta. É destinada a cidades, regiões ou bairros que não comportam o modelo tradicional. Com área a partir de 50 metros quadrados, a compacta requer menor número de funcionários e investimento de aproximadamente R$ 120 mil. A quantidade do acervo, entretanto, é mantida, com média de 2 mil títulos. Mario Tonocchi
EMPREENDEDORES
Pressionado para não sair do País, Carlos Augusto criou a 100% Vídeo, que em 20 anos tornou-se uma das maiores redes de franquias de videolocadoras do País
Carlos Augusto: dono do sistema de franquias não deve ter lojas para evitar mal-estar com os franqueados
Variedade de títulos, que chega a 2 mil por loja, é um dos fatores de sucesso da 100% Vídeo
Rede aposta na venda de seriados
CABECEIRA
Cultura como forma de riqueza
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ual o impacto que os investimentos em cultura podem ter na economia de uma região? Em Economia da cultura e desenvolvimento sustentável – O caleidoscópio da cultura (Editora Manoele/Instituto Pensarte), a autora Ana Carla Fonseca Reis, analisa casos práticos de 20 países, para mostrar como o apoio cultural pode gerar riquezas. Um dos exemplos citados é o desenvolvimento do
Crianças encontram espaços dedicados a elas nas lojas
Mix é reforçado com guloseimas
Divulgação Projeto Estrada Real, no Centro-Sul do Brasil. O trabalho, segundo a autora, além de familiarizar o turista com a cultura local, ajuda a elevar a renda de pequenos produtores e agentes turísticos estabelecidos na região. O local engloba 85 municípios e um percurso de mais de 1,4 mil quilômetros, com destaque para as cidades de Mariana e São João Del Rey, em Minas Gerais.
Dora Carvalho
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
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O Chile não sua para pagar juros
CLAUDIO WEBER ABRAMO
IMAGENS DA
Beto Barata/AE
CORRUPÇÃO
Juros reais de 2% não impedem que ele cresça mais de 5% nesse ano ndei lendo pela internet o caderno econômico do El Mercurio, do Chile, e tomei-me de certezas sobre o que venho dizendo desde o primeiro mandato de FHC, quando Gustavo Franco e os filhos da PUC-RJ tomaram de assalto a política macroeconômica do nosso país. Desde Malan é a mesma toada e todos eles estão ricos, junto com os outros setores financeiros. O Brasil foi objeto de um project finance, ótimo para o capital financeiro nacional e internacional – os banqueiros nunca estiveram tão felizes – mas péssimo para o Brasil real, o que produz, emprega e consome. FHC e Lula são os responsáveis pelo espantoso aumento da dívida pública, o nosso maior problema. Foram chefes de Estado irresponsáveis, pois se demitiram do mister de comandar a macroeconomia, deixando-nos nesta situação de agiotados. Mas vamos às comparações com o Chile: "O Conselho do Banco Central manteve ontem a taxa básica da política monetária em 5,25%" (a do Brasil é de 14,25%). "Informou o comitê que novas altas serão necessárias para man-
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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
ter a inflação projetada em 3% (está em 3,45%). O consumo continua expandindo-se com força, mas a atividade econômica segue com um dinamismo menor". É dizer: o BC chileno acha que juros reais de 2% ao ano são suficientes como política antiinflacionária. Importa mais, segundo eles, indagar o por quê do pífio crescimento de 5,2% ao ano, até agosto, e do repique inflacionário. É simples: o preço da energia importada lá é caro (gás e petróleo), a encarecer os bens e a logística de transportes, detendo o crescimento.
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é ótimo para o capital financeiro nacional e internacional. E péssimo para o Brasil real, o que produz, emprega e consome.
(retirando-os do investimento e do consumo), para formar superávits primários de 4,25% do PIB, ainda insuficientes para quitar os juros da dívida. É a rota do suicídio econômico, até os bancos começam a ver o fundo do poço, pregam mais velocidade na descida da Selic e mais racionalidade nos gastos do governo. Há, ademais, uma pergunta que não quer calar. Por que os juros primários – que só dizem respeito ao preço que o Tesouro Nacional paga para comprar dinheiro – são tão altos, a ponto de elevar a dívida líquida acima de 1 trilhão de reais? Será mesmo para combater a inflação? No Brasil, a taxa Selic é mero instrumento de captação de dinheiro de governos gastadores e não instrumento anticíclico, mesmo mandando o câmbio à breca, pois o afluxo de dólares especulativos é imenso.
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
governo gasta muito e mal. A cada 10 reais de compras governamentais, 6 reais, pelo menos, estão superfaturados. Há 36 ministérios, nepotismo, gastos supérf l u o s e c a rg o s d e confiança demais. As verbas de publicidade são maiores
G A diferença
com o Brasil é brutal. G Eles não
estão contentes com o pífio crescimento 5,2% ao ano (até agosto) G Eles
importam energia (gás e petróleo) e esse preço detém o crescimento. G Nós temos
energia, mas tributamos pesadamente a eletricidade e os d i f e r e n ç a combustíveis.
com o Brasil é brutal. Somos auto-suficientes em energia, mas tributamos pesadamente a eletricidade e os combustíveis, gerando altas constantes nos preços da economia e temos s u b c o n s u m o ( s omente 6 milhões de brasileiros estão nas classes A e B). No entanto, nosso juro nominal é de 14,25% (real de 11%, já que a inflação terminará o ano em 3%, bem abaixo da meta). Para pagar o serviço da dívida – pois o seu carregamento é caro – somos obrigados a transferir, via impostos, 40% da poupança nacional para os governos
G O Brasil
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que as da ciência e tecnologia. E o governo – que não enfrenta concorrência – precisa gastar tanto em publicidade? Precisa sim. Era e é assim que arranjam dinheiro (lembram do Duda e do Valério?). Cada povo tem o governo e a economia que merece. povo deveria indicar e xe c ut i vo s do setor privado para todos os ministérios, como secretários gerais com liberdade de gestão; ou seja, governança corporativa ao invés de desgoverno geral. É um santo conselho contra a incompetência gerencial. Democracia direta: é disso que precisamos. Eleições somente para eleger? É pouco, é pobre e sem imaginação. A sociedade brasileira precisa entender que a inflação hoje tem outro cariz e que a nossa taxa Selic é o maior despautério do mundo. Ela é o ponto central de nossos problemas. Enquanto a carga tributária engolir poupança para pagar juros o país não crescerá. O dinheiro de fora prefere juros e não o risco. Crescer exige capital. Como tê-lo se a tributação o consome e a especulação o prende?
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SACHA CALMON É PROFESSOR DE DIREITO
TRIBUTÁRIO
Estepaiz na manchete omo um jornal que representa a Associação Comercial de São Paulo cai num nível tão baixo de jornalismo, ao estampar na manchete do dia 30 "estepaiz dá mais 4 anos a Lula", dando a entender que quem votou no Lula é analfabeto? Que mesquinhez! Façam uma oposição séria, se vocês querem credibilidade.
C
Leio sempre esse jornal, mesmo tendo ciência que o chefão Afif Domingos e seus articulistas são opositores ao governo federal. Mas essa manchete passou dos limites. Já pensou se esse jornal fosse comparado com "papel higiênico"? Certamente os senhores não iriam gostar. GERALDO G. MELO MELO-GERALDO@ UOL.COM.BR
que o preconceito posição do empresariado lingüístico é uma das causas do diante da abismo social no sociedade, nós conhecemos muito Brasil. Esse bem, mas a posição preconceito estava explícito da mídia, na manchete do informando a sociedade, deveria dia 30. A imprensa não pode ser um ser distinta, pois a agente imprensa tem por obrigação informar manipulador. KARLEY sem ser KAR.YELRAK@GMAIL.COM tendenciosa ou parcial. A população tem "estepaiz" capacidade para tirar suas próprias de nossa manchete é conclusões. Vale lembrar, também, o que o Lula falava
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utra peculiaridade à qual se deve prestar atenção é a grande correlação que existe entre a renda per capita dos países e a sua imagem quanto à corrupção. O PIB per capita é o principal indicador objetivo com alta correlação estatística com percepção de corrupção. Examinando-se as listas da Transparency International, do Banco Mundial (que compila um ranking semelhante) ou do Fórum Econômico Mundial verifica-se que países ricos estão sempre no alto, e que países pobres estão embaixo. Pode-se interpretar isso de duas maneiras opostas. Uma é que corrupção causa pobreza. A interpretação oposta é que corrupção acompanha a pobreza, sendo um de seus componentes. O primeiro raciocínio tem o defeito de transformar uma correlação estatística em mecanismo de causa e efeito. Já a segunda interpretação é mais simples e plausível. ão é de espantar que países mais ricos sejam vistos como mais íntegros. Afinal, eles têm (e tiveram, historicamente) muito mais recursos para aperfeiçoar seus ambientes institucionais, suas leis, seu serviço público, e além disso os interesses que agem na sociedade têm muito mais condições de cobrar do Estado um desempenho melhor. Nada disso está presente de forma suficiente em países pobres, e está totalmente ausente em países miseráveis ou conflagrados, como é o caso daqueles que aparecem nos últimos lugares da lista da Transparency International. Aliás, é incompreensível que países como Iraque, Haiti, Somália, Sudão e até o coitadinho do Timor Leste, que nem governo tem, sejam incluídos numa lista como essa. O que esperavam? Que o Iraque ocupado fosse modelo de organização? Só podem estar brincando. Constatar que a corrupção é um mal da pobreza não significa, para nós habitantes de um país pobre, desistir de combatê-la. Mas significa ter consciência de que a batalha é para nós mais difícil, e decerto demandará esforço e tempo.
o tempo todo, e ainda fala, referindo-se ao Brasil. Nosso título apenas usou a expressão tão cara a ele, como a vários blogs, para anunciar a sua vitória. "Estepaiz" foi o que esteve nas manchetes que precederam a eleição: dossiêgate, politização da PF, as trapalhadas do PT, e antes ainda o mensalão & companhia. Estepaiz...
odos os anos, a Transparency International divulga seu Índice de Percepções de Corrupção. Trata-se uma lista de países organizados conforme a sua imagem internacional no quesito corrupção, ou integridade (detalhes em www.transparencia.org.br). Países situados mais para o alto da lista são vistos como mais íntegros. Países situados mais para o pé são encarados como menos íntegros. Embora o nome descreva explicitamente do que se trata – percepções, ou seja, opiniões –, a coisa é apresentada como um "índice da corrupção", como se corrupção pudesse ser medida. Este ano, o Brasil caiu cinco posições em relação à lista do ano passado. "O Brasil ficou mais corrupto", concluíram alguns . Obviamente, não se pode concluir nada disso – como tampouco se pode concluir o contrário. Trata-se apenas de opiniões. Como acontece com qualquer levantamento de opinião, não há modo de aquilatar qual é seu fundamento, ainda mais em relação a um assunto complexo como corrupção. cresce que as opiniões colhidas para a confecção de índices de percepção de corrupção se originam de uma específica parcela da população, a saber, pessoas ligadas a empresas transnacionais ou que para elas prestam serviços. Não é um conjunto amplo. Mais ainda, não é impossível que se verifique uma certa uniformidade de pensamento e opiniões nesse meio específico. No que valha a limitadíssima experiência deste que escreve, empresários tendem a pensar de uma maneira nitidamente diferente da maioria das outras pessoas. E, no que se refere a assuntos de interesse empresarial, empresários mostram-se muito mais uniformes nas opiniões que emitem do que se verifica em outros grupos em relação aos assuntos que lhes interessam mais de perto. Contudo observo que se trata de uma avaliação inteiramente pessoal e sem validade estatística. Posso estar errado.
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A
N
CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR-EXECUTIVO DA TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR
G Não se pode
concluir que o Brasil ficou mais corrupto, nem o contrário. Mas a batalha para nós é mais difícil.
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO CONFIANÇA EM Ifecap-Índice Fecap de Expectativas nos Negócios em outubro registrou 128,99 pontos, com alta de 3,63 pontos em relação ao mês anterior. Trata-se do quarto mês seguido de alta, influenciado pelos números positivos dos mercados de trabalho e de crédito, que têm contribuído para o crescimento das vendas do setor. O Índice-Momento Atual aumentou 4,99 pontos, passando de 116,71 pontos em setembro para 121,71, em outubro. O ambiente atual estimula as expectativas para os próximos meses e o Índice-Futuro também teve variação positiva de 1,59 pontos (139,91 pontos em outubro ante 138,32 pontos em setembro). Pela primeira vez, desde fevereiro, os principais índices que compõem o Ifecap apresentaram variação positiva. E, pela primeira vez em toda a série, isso ocorre com o Ifecap do mês anterior em um patamar superior a 120 pontos, reforçando o argumento de que o setor passa por um bom momento e com expectativas positivas para o futuro. A variação no ÍndiceMomento Atual decorre tanto do aumento de vendas e encomendas no período, quanto da percepção de dos empresários em relação ao próprio negócio. O Índice Momento AtualVendas aumentou 4,23 pontos (115,48 em outubro ante 111,24 em setembro) e o Índice Momento AtualEncomendas aumentou 5,20 pontos (115,5 pontos em outubro contra 110,75 pontos em setembro). Já o Índice Momento AtualSituação dos Negócios subiu 5,54 pontos, passando de 128,15 pontos em setembro para 133,69 pontos em outubro. No mês passado, as boas expectativas com relação à proximidade do final de ano influenciaram o índice futuro. O Índice FuturoVendas subiu 1,07 pontos (de 137,27 para 138,33) e o Índice Futuro-Encomendas subiu 2,12 pontos (de 139,37 para 141,49). Novamente são as micro
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e pequenas empresas que apresentaram as maiores variações (8,39 pontos para as pequenas empresas e 4,65 pontos para as micro). Também as empresas de médio porte apresentaram variação positiva de 3,69 pontos. Já as grandes empresas registraram queda, pelo segundo mês consecutivo, de 3,34 pontos. Em termos regionais, o resultado foi fortemente influenciado pelas empresas da capital, com o Índice Geral-Capital registrando alta de 10,88 pontos (de 121,25 para 132,13 pontos), ao passo que no interior ocorreu uma pequena queda de 0,31 pontos, com o Índice Geral-Interior registrando 127,50 pontos em outubro ante 127,81 pontos em setembro. Ifecap é calculado mensalmente pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). O índice é composto pela compilação de informações sobre o desempenho atual das vendas e das encomendas, bem como a avaliação sobre a situação atual das empresas do comércio varejista. Consideram-se ainda informações sobre a expectativa dos empresários quanto ao desempenho das vendas e das encomendas para os próximos três meses. O Ifecap visa a avaliar qual é a percepção dos executivos das empresas quanto ao momento econômico atual e a perspectiva para o futuro próximo.
O
FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP)
Céllus
ALTA NO COMÉRCIO
After thoughts BENEDICTO FERRI DE BARROS
É
cedo para se dar conta de todos os magnos fatos ocorridos com essa nossa recente eleição. Há muito o que ruminar. E nem tudo a ser eliminado como dejeto, como a reeleição de Lula, que em seu primeiro e intempestivo pronunciamento, se não tivesse a palavra cassada pela mecânica burocrática do cerimonial, não teria descido do palanque armado antes das duas horas da manhã... Esse espichamento logorréico é característico da megalomania de todo governante de índole ditatorial. Assim como é típico admitir erros que a vitória redime e fanfarronear promessas como a de que em 30 dias fará cumprir decisões tomadas, desbastando o cipoal da burocracia que constitui o esqueleto e a carne de todos os governos. Deixa prá lá. Se bem que, no geral, o eleitorado brasileiro tenha se deixado manipular pelas "maracutaias" da mais avançada mercadolologia eleitoral, é inegável que sob muitos aspectos essa eleição evidenciou magníficos avanços. Louve-se em primeiro lugar o desempenho da Justiça Eleitoral, não só fazendo prevalecer com exação e equanimidade as regras de Direito da legislação durante a campanha, como sua inexcedível eficiência operacional no processo de votação e apuração dos resultados. Coisa de recorde mundial. Não consta que tenha sido necessário usar a polícia preventivamente requisitada. Em vários estados, como já ocorrera no primeiro turno, onde conhecia de mais perto e podia julgar e decidir melhor, o eleitorado derrotou o marketing eleitoreiro, banindo velhos caciques e donos do poder e fantoches ideológicos consagrados. Não se pense, entretanto, que o processo político em curso tenha sido interrompido e resgatado pela reeleição do presidente. Nem muito menos que apodrecido, escafedido e desfalcado de seus principais próceres, o PT e
seus remanescentes hajam abjurado seus projetos ideológicos. Se bem que imune, isolado e desfalcado até a penúria de quadros, Lula se veja obrigado e se proclame disposto a uma abertura conciliatória com todos os partidos, seria ingênuo supor, seja que pelas vantagens do adesismo a oposição caia nessa, seja que o próprio Lula haja abjurado suas escancaradas convicções ideológicas e autoritárias - para não dizer ditatoriais. Como seu alvo prioritário proclamou a urgência da reforma política. É óbvio para qualquer um que entenda um pouco do riscado que isso não só é fundamental e urgente como absolutamente inviável sob seu comando. A reforma necessária só poderia ser feita se se instalasse uma Assembléia Constituinte capaz de refazer o que foi feito por um Congresso ordinário que, usurpando poderes constituintes, nos legou a espúria Constituição dos Miseráveis. Carta Magna já esfrangalhada por inumeráveis emendas, sob a qual vivemos miseravelmente. Mais do que inviável é grotesco se imaginar a possibilidade de convocação de uma Constituinte neste momento. stando as coisas no pé em que estão e vão prosseguir, a única coisa que parece certa é que esse segundo mandato, vindo ou não a se completar, será muito mais turbulento e oneroso para o País e seu povo em geral do que já foi o primeiro. No seu primeiro pronunciamento público, Lula invocou uma união do Brasil sob a égide de sua pessoa. Mas, para usar sua linguagem superlativa, nunca antes, na história do Brasil, ninguém mais do que ele, por omissão e atos, atiçou por interesses meramente eleitoreiros, divisão e conflito entre o povo brasileiro, suas classes, suas etnias – para nada se falar do movimento ilegal, extremista e subversivo do MST, que declarou ser um dos mais importantes movimentos sociais do País.
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A reforma necessária só pode ser feita com uma Assembléia Constituinte
Sócios responsáveis
G Expectativas
para as vendas de fim de ano justificam o otimismo dos pequenos e médios empresários. As grandes empresas estão pessimistas.
M ais trabalho e crédito reforçam clima positivo
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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FÁBIO GARUTI MARQUES
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ócios e administradores podem ser responsabilizados pelos débitos fiscais de suas empresas? A questão é polêmica e bastante debatida entre os especialistas. Apesar da discussão, o certo é que a doutrina tende para o entendimento de que a responsabilização solidária é regra para os casos decorrentes de atos dolosos (intencionais) contra a lei ou estatuto (ou contrato) da empresa, conforme o Código Tributário. Mas os tribunais, incluindo o Superior Tribunal de Justiça (STJ), já possuem entendimento praticamente firmado sobre a questão, deixando bastante claras as principais hipóteses que implicam o reconhecimento da responsabilidade solidária dos sócios e administradores, hipóteses que podem ser evitadas facilmente. O STJ, por exemplo, já proferiu reiteradas decisões pacificando o entendimento de que, havendo a dissolução irregular da sociedade, os débitos fiscais podem ser exigidos de seus sócios ou administradores, pois se confira como ato contra a lei e o estatuto social. Talvez pela característica empreendedora dos brasileiros, há uma enormidade de empresas que são abertas e não dão certo. Incrivelmente, certamente pela burocracia e também porque é vedado o encerramento de empresas com débitos fiscais, muitos acabam não promovendo a baixa das inscrições municipais, estaduais e no CNPJ, só encerrando as atividades da sociedade, acarretando na dissolução irregular e na possibilidade de responsabilização de seus sócios e diretores. A lei, no entanto, prevê uma forma de dissolução regular da empresa, ainda que não possua condições suficientes para a quitação dos débitos fiscais: a falência. No processo falimentar, que pode ser requerido pela própria sociedade, serão apurados os passivos e ativos. Uma vez exaurido o ativo da empresa, nada mais pode
ser exigido dela ou dos sócios, desde que não tenham incorridos em crime falimentar. O fato de não possuir ativo suficiente para a quitação de débitos fiscais não configura crime. Outra situação que justifica a responsabilização solidária, e que deve ser evitada, é o não pagamento dos tributos e, em contrapartida, a existência da distribuição de lucros ou dividendos aos sócios. A situação revela a evidente lesão dolosa ao erário. s alterações societárias e os devidos registros nos órgãos competentes merecem atenção. O sócio ou administrador da sociedade, quando se retira da mesma, deve ter absoluta certeza de que os remanescentes ou sucessores promoveram as devidas alterações na Junta Comercial, na Secretaria da Fazenda, Receita Federal, entre outros. São comuns os casos em que débitos fiscais, de períodos de apuração posterior à sua retirada, são exigidos dos sócios ou diretores, após a não localização da empresa ou de bens suficientes para a garantia dos débitos. Nessa situação, o sócio ou administrador que se retirou da empresa, ainda que possua só a alteração registrada na Junta, terá boas chances de ser excluído do processo de execução. Situação mais delicada ocorre quando não são promovidas tais alterações na Junta. Adotando essas as precauções, certamente não haverá justificativa para a responsabilização solidária dos sócios ou administradores, pois não estará configurado qualquer ato doloso ou com excesso de mandato contra a lei, contrato ou estatuto, diminuindo os riscos de eventual redirecionamento da execução fiscal, inicialmente movida contra a sociedade, para seus sócios ou administradores.
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FÁBIO GARUTI MARQUES É TRIBUTARISTA DO ESCRITÓRIO PEIXOTO E CURY ADVOGADOS PCURY@PEIXOTOECURY.COM.BR
O STJ deixa claro quando um administrador pode ser responsabilizado
JOÃO DE SCANTIMBURGO O TIRANO DO IRAQUE ão me causou surpresa a condenação de Saddam Hussein. São conhecidas a sua total desvinculação com o valor da vida. Seu mando no Iraque, como presidente, foi obtido e se fortaleceu no poder pessoal conquistado com o uso do revólver. Desde que participou da conjuração que derrubou um governo legítimo não fez outra coisa se não expedir para o outro mundo os seus inimigos. Quando George W. Bush decidiu combater o Iraque sabia-se que os dias de Saddam estavam contados. O ditador não poderia escapar da presença dos Estados Unidos nas terras de seu país por estar suficientemente preso à diferença de poderio dos EUA e do Iraque. Saddam Hussein vinha com uma história brutal de sangue e execuções sumárias, inclusive de pessoas de sua própria família, por exemplo, seus dois genros que fugiram e voltaram na confiança de sua magnanimidade, que não se manifestou, pois os dois foram assassinados pelo próprio Saddam na mais banal das execuções de pessoas próximas do tirano. Saddam explorou os recursos militares do Iraque e com eles os recursos petrolíferos. O ex-presidente iraquiano foi um tirano bárbaro a tal ponto que não hesitava em decidir a morte de qualquer adversário e ele mesmo executar a sentença. esse o tirano que vai receber a lição da pena de morte pela forca e não pelo fuzilamento, como manifestou o próprio Saddam. A sentença, no entanto, se cumprida como foi votada, pela execução na forca, é a única que merece um tirano de mãos sujas de sangue, desconhecedor do valor da vida, e como tal mau discípulo de Maomé. Mais um tirano que deverá ir para as caldeiras do inferno, ele que nem isso merecia!
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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Saddam não hesitava em optar pela morte de um inimigo e em executar ele mesmo a sentença
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
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Política
O PSol disputou a primeira eleição. Não vai se suicidar. Criança não comete suicídio. Chico Alencar ( PSol-RJ)
O QUE IMPORTA, DIZ LULA, SÃO AS POLÍTICAS PÚBLICAS QUE O GOVERNO PRETENDE COLOCAR EM PRÁTICA. Sérgio Lima / Folha Imagem
LULA: 'NÃO FAREI UMA SALADA DE FRUTAS'.
PFL IGNORA DECLARAÇÕES DE LEMBO Governador de São Paulo elogia Lula e sua capacidade de diálogo. Cúpula do partido lembra que ele só tem 50 dias de mandato.
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irigentes nacionais do PFL decidiram ignorar os elogios feitos ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo governador de São Paulo, o pefelista Cláudio Lembo. Uma semana após a declaração do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), de que não atravessaria a rua (do Congresso ao Palácio do Planalto) para dialogar com o presidente da República, Lembo elogiou a capacidade de diálogo do dirigente do governo. "Imagine se o Brasil, na democracia, não tivesse, neste momento, um líder com a capacidade de diálogo que ele (Lula) tem", afirmou. Segundo Lembo, o presidente é um sobrevivente por ter vindo de pau-de-arara do Nordeste até São Paulo e conseguido chegar ao principal cargo do País. "Eu estou atravessando os céus para dialogar com o Eu estou presidente (Lula) e isso atraves(possível crítica) é um problema sando os do presidente do partido (Jorge Bornhausen); eu sou céus para governador de São Paulo e dialogar tenho responsabilidades com com o o povo paulista", afirmou presidente. ontem o governador. Desdém – Um dirigente Cláudio Lembo pefelista afirmou, reservadamente, que o partido não vai perder tempo com críticas a um governador ao qual só restam 50 dias de mandato e que não tem liderança política no PFL. A avaliação desse dirigente é a de que as declarações feitas não têm importância para o futuro do partido. Na reunião realizada na semana passada pela Executiva Nacional do PFL, dirigentes disseram que o papel do partido é o de se manter na oposição, mas sem fazer alarde, porque não existe, hoje, sentimento de indignação popular contra Lula e seu governo. Na avaliação desses pefelistas, o presidente Lula foi absolvido de irregularidades denunciadas no primeiro mandato, inclusive porque o candidato à presidência da República apoiado pelo PFL, Geraldo Alckmin (PSDB), praticamente não se confrontou com Lula no segundo turno da eleição. (AE)
Presidente reafirma redução do PT no novo ministério e diz que sua preocupação é construir alianças com os partidos, e não fazer uma partilha de cargos.
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No púlpito: presidente diz que Fernando Haddad continuará na pasta da Educação Celso Júnior / AE
Na agenda: Lula recebe o governador paulista Cláudio Lembo, que o elogiou. Elza Fiuza / ABr
GERDAU? NÃO.
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anunciada disposição do presidente Lula de contar com o presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, no seu novo ministério, pode ter naufragado de vez. A assessoria de Gerdau, pelo menos, diz que "não está em seus planos profissionais ou pessoais a aceitação de convites para compor cargos públicos". O empresário tem sido citado com freqüência nas especulações para a formação do futuro governo do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. Na breve posição divulgada hoje, Gerdau disse que a contribuição dele para o Brasil "pode ser mais construtiva por meio da participação em iniciativas e movimentos empresariais que buscam soluções para os principais desafios do País". (AE)
Na pressão: representantes de partidos ameaçados questionam o TSE.
NANICOS BUSCAM REGRAS CLARAS Marco Aurélio Mello (STF) promete rapidez no julgamento de ações sobre a polêmica cláusula de barreira
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, assumiu ontem o compromisso, durante encontro com representantes de pequenos partidos políticos, de redigir rapidamente o voto e o relatório das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) que questionam o artigo da lei dos partidos políticos sobre a cláusula de barreira. A informação é da assessoria do ministro. O dispositivo questionado estabelece que terão direito a funcionamento parlamentar os partidos que na última eleição para Câmara obtiveram 5% dos votos ,
distribuídos em pelo menos um terço dos Estados. A intenção de Marco Aurélio Mello, segundo a assessoria, é julgar as ações antes do final de novembro, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá que tomar decisão sobre a divisão do Fundo Partidário. Da forma como a lei está, os pequenos partidos que não atingiram a cláusula de barreira receberão menos dinheiro. O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, disse que o ministro demonstrou compreensão e que o PCdoB não vai se fundir com nenhum outro partido. "É uma legenda histórica", afirmou. Ele criticou o fato do
modelo da cláusula de barreira ter sido copiado da legislação alemã, onde só existe a Câmara dos Deputados. O deputado Chico Alencar (PSol-RJ) disse que seu partido luta pelo direito de existir. "O PSol disputou a primeira eleição. Não vai se suicidar. Criança não comete suicídio", disse. Nas ações, que tramitam no STF desde 1995, os partidos alegam que a cláusula de barreira tem o objetivo de estreitar o quadro partidário para supostamente facilitar a formação de maiorias parlamentares e reforçar a governabilidade. No entanto, segundo esses partidos, a novidade
significaria uma quebra de isonomia entre os parlamentares de legendas que conseguiram atingir a cláusula e os que não obtiveram o mínimo de votos. "Essa quebra de isonomia estender-se-ia ao seu eleitorado. Os votos daqueles que sufragaram os deputados 'zumbis' teriam um valor menor do que os votos daqueles que sufragaram os deputados eleitos por partidos que alcançaram a cláusula de barreira", sustentam as siglas. As ações no TSE foram ajuizadas pelo PC do B, PDT e PSC no STF em 1995, mas a norma só foi integralmente aplicada este ano. (AE)
presidente Luiz no e entra beltrano que vão me Inácio Lula da Sil- fazer tirar ou colocar ministro. va disse hoje que Tenho todo o tempo do mundo não tem pressa pa- e vou fazer isso com a tranqüira montar a equipe do segundo lidade de quem precisa acermandato, mas indicou que o tar", acrescentou. PT poderá perder espaço na O presidente disse que sua nova composição do governo. prioridade neste momento são Ele argumentou que o partido os projetos de infra-estrutura e já tem o cargo mais importante que pretende anunciar medino governo, que é o de presi- das nesta área até o fim deste dente da República. Lula disse mês, no mais tardar no início também que o governo será re- de dezembro. novado no segundo mandato, "Estou trabalhando todo mas garantiu que não vai fazer santo dia, me reunindo com uma "salada de frutas". ministros para ver a questão da "Não estou discutindo isso infra-estturutra, onde está a diporque o governo será com- ficuldade, onde temos probleposto de forma diferente", dis- mas de licenciamento prévio, se. "Não faremos uma partilha, onde temos problemas de reuma salada de frutas. Eu quero cursos, porque quero anunciar construir uma aliança com os medidas de infra-estrutura partidos políticos. ainda este mês. O que importa são Haddad fica – O as políticas públipresidente Luiz Inácio Lula da Silva cas que o governo vai colocar em prádeu sinais nesta quarta-feira de que tica. O PT vai ter a Não vão ser as participação no go- manchetes e as o ministro da Educação, Fernando verno que tenha o notícias de que t a m a n h o d o P T. Haddad, permaneAliás, o PT já tem o sai fulano e entra cerá à frente da pascargo mais impor- beltrano que vão ta no segundo mantante do governo, me fazer tirar ou dato, mas em seguique é o de presiden- colocar ministro. d a d e c l a ro u q u e te da República. Já é ainda não fez escoPresidente Lula lhas para a próxima uma boa representação", afirmou. equipe do primeiro escalão. O presidente repetiu que há muita ansiedade Ao participar do encerrana imprensa e que sua decisão mento da 1ª Conferência Nanão será influenciada por notí- cional de Educação Profissiocias sobre eventuais trocas de nal e Tecnológica, em Brasília, ministro. Lula também não Lula afirmou: "Vamos marcar descartou a possibilidade de hoje como o dia do fico do Ferrenúncia coletiva de ministros, nando Haddad". Em seguida, como defende a ministra da questionado por jornalistas se Casa Civil, Dilma Rousseff. a declaração significava a per"Estou acompanhando a im- manência de Haddad no manprensa e há uma inquietude dato que se inicia em 2007, o com a questão do Ministério", presidente negou. "Eu respondi a uma brincaobservou. "Eu ainda não pensei em um único nome. Nem deira que o pessoal fez aí (no em quem fica nem em quem evento). Nós temos o primeiro vai entrar. Estou muito tran- mandato ainda para cumqüilo. Temos dois meses ainda prir". de mandato para cumprir. O Haddad disse que não recenovo mandato vai começar no beu convite e não conversou dia 1º de janeiro. Na hora que com o presidente sobre sua eu tomar a decisão vocês vão permanência à frente da Edusaber. Vai ter momento para cação. Ele assumiu a pasta em tudo. Não vão ser as manche- julho do ano passado, no lugar tes e as notícias de que sai fula- de Tarso Genro. (AOG)
PEDIDO DO PSOL É NEGADO TSE rejeita ação do partido contra a candidatura Lula
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Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgou improcedente, por unanimidade, a representação ajuizada pelo diretório nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) e pela deputada Maria José da Conceição Maninha (DF). Na ação, pedia-se a cassação do registro da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a declaração de sua inelegibilidade por prática de abuso do poder econômico. Os representantes alegaram que Lula teria utilizado veículos da Presidência da República para participar de solenidades quase sempre nos mesmos dias, cidades e estados onde tinha compromissos de campanha.
O relator do processo, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Cesar Asfor Rocha, ressaltou que a legislação eleitoral autoriza o presidente a realizar seus deslocamentos com veículos públicos, nos termos do artigo 73, I, parágrafo 2º, da Lei 9.504/97 . Com base no artigo 76, parágrafo 4º, o ministro salientou que se, posteriormente, o presidente não ressarcir as despesas, a Justiça Eleitoral aplicará multa correspondente ao dobro das despesas, duplicada a cada reiteração de conduta. Ao entender que os atos não configuraram abuso de poder político e econômico, o relator julgou improcedente o pedido. (AE)
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Planalto Congresso Corr upção Eleições
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
O que me parece é que houve um acordão mesmo. Não tem outra explicação. Jefferson Péres
EMPRESÁRIO NEGA 'VÔO DO DOSSIÊ'
ARLINDO BARBOSA DISSE QUE TEVE TRÊS CONTATOS COM VALDEBRAN.
A
"missão dossiê tucano" foi abortada em São Paulo, afirmou ontem, em Campo Grande, o proprietário da Air Jet Táxi Aéreo, Arlindo Dias Barbosa. Ele esclareceu que acertou o transporte dos R$ 1,7 milhão, destinados ao pagamento do chamado "dossiê Vedoin", do Campo de Marte (SP) até Cuiabá no Mato Grosso, por R$ 16 mil. Mas dois dias depois desistiu do negócio. "A coisa toda ficou muito confusa. Só fui saber do que se tratava quando a imprensa divulgou o caso", conta. O piloto escalado para o vôo, Tito Lívio Ferreira Júnior, confirmou que estava em Campo Grande no dia 13 de setembro, quando recebeu, por volta de 6h da manhã, chamado de Barbosa, dizendo que havia acertado vôo para Cuiabá, partindo de São Paulo, onde chegou por volta das 14h. No dia 15 pela manhã, disse o piloto, Barbosa pediu para que ele voltasse para Campo Grande. Ambos foram ouvidos durante a manhã de ontem na Superintendência da Polícia Federal, com sede em Campo Grande, pelo delegado Diógenes Curado, de Brasília. A pergunta mais importante feita por Curado aos interrogados, sobre quem cancelou a locação da aeronave, teve a mesma resposta: ninguém. Arlindo esclareceu que esperou a confirmação do embarque dos passageiros até o dia 14. No dia 15, então, pediu para o piloto voltar para Campo Grande. Ambos disseram ter tido três contatos telefônicos com um homem identificado como sendo Valdebran Padilha. "No primeiro, ocorrido dia 13 pela manhã, passou para mim o número de um celular. Eu liguei várias vezes, tocou, tocou e ninguém atendeu. O segundo foi no dia 14, pedindo confirmação do preço do frete, depois não ligou mais", disse Arlindo. Ele acrescentou que não sabia quem seria o passageiro ou qual seria a bagagem a ser transportada. Sabia apenas do interesse de Valdebran no valor do frete. (AE)
Eymar Mascaro
Musa alça vôo
DONO DE EMPRESA C AÉREA DEPÕE NA PF
resce o lobby para fazer de Marta Suplicy a nova ministra das Cidades. O cargo é importante porque Marta deve ser a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, em 2008. A pressão é exercida sobretudo por petistas paulistas. Lula pode ceder porque Marta coordenou com êxito sua campanha em São Paulo no 2º turno. Marta Suplicy procura desconversar quando o assunto aborda sua eventual condição de candidata ao Planalto em 2010. Antes de 2010 vem 2008. A ex-prefeita não quer deixar a impressão de que usaria a Prefeitura como trampolim para a presidência.
David Majella / AE
ADVERSÁRIA Assim, Marta Suplicy deve ser adversária de Gilberto Kassab em 2008, que deve ser candidato à reeleição pelo PFL. A campanha da ex-prefeita vem sendo esmerilhada pelo deputado eleito Rui Falcão, que quer entrar 2007 trabalhando a periferia da capital.
MAIS UM Arlindo Barbosa: Valdebran acertou o vôo por R$ 16 mil, mas desistiu do negócio dois dias depois.
FALTA DE QUÓRUM SUSPENDE VOTAÇÃO DE SUASSUNA
A
votação do pedido de cassação do ex-líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PMDB-PI), previsto para ser apreciado ontem pelos integrantes do Conselho de Ética, foi adiada por falta de quórum. O presidente do Conselho, João Alberto Souza, marcou a nova sessão para o próximo dia 23. Logo após, serão divulgados os relatórios sobre representações feitas contra os senadores Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MS). No dia 21 está marcada oitiva do senador Magno Malta. Apenas quatro dos oito parlamentares que integram o órgão compareceram à sessão, o que fez o relator do processo, senador Jefferson Peres (PDTAM) acreditar na possibilidade de que esteja em curso um
acordo para evitar a cassação do peemedebista. "O que me parece é que houve um acordão mesmo. Não tem outra explicação", disse Peres a jornalistas. Suassuna, que não conseguiu reeleger-se em outubro, foi acusado no relatório do pedetista de ter sido "condescendente" com atos criminosos que teriam sido praticados por seu ex-assessor Marcelo de Carvalho, acusado de envolvimento na máfia das ambulâncias – o que foi negado pelo exlíder em sua defesa. João Alberto Souza disse não acreditar que os senadores estejam fazendo manobras para salvar Suassuna de uma possível perda de direitos políticos caso sua cassação seja aprovada no Senado. "Não sei de acordo nenhum. O que sei é
que não houve quórum", afirmou Souza. Mas ele mesmo participou, na noite de terça-feira, do acordo realizado no gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com os líderes partidários, para adiar a votação do relatório. O que se pretende é empurrar o processo contra Suassuna até o final da legislatura. Por não ter sido eleito nas últimas eleições, Suassuna não poderá mais ser julgado. Com isso, Renan, que é candidato à reeleição para a presidência do Senado, não terá que arcar com as críticas da opinião pública, de que o processo teria terminado em pizza. Se o relatório não for votado, dificilmente haverá prazo suficiente para a matéria ser levada ao plenário. (Agências e Agência Senado)
VEREADORES VOTAM CONTAS DE ERUNDINA E PITTA
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s vereadores da Câmara Municipal votaram na tarde de ontem as prestações de contas da Prefeitura rejeitadas pelo Tribunal de Contas do município de dois ex-prefeitos de São Paulo. Na primeira votação, os parlamentares votaram contrários ao parecer que rejeitava as contas do exercício de 1993 da deputada federal Luiza Erundina (PSB). Em seguida foi a voto a prestação do uso de dinheiro público de Celso Pitta, no exercício de 1999: nesse caso, os parlamentares aceitaram a argumentação do TCM e o processo segue para o Ministério Público Estadual. Pitta pode ficar inelegível por até 8 anos. Á época, o tribunal rejeitou as contas de Erundina por três motivos: ela teria extrapolado o limite de crédito adicional, realizou obras de restauração do Palácio das Indústrias e reurbanização do Parque Dom Pedro II com recursos próprios, quando deveria ter usado dinheiro de empréstimo ou do excesso de arrecadação. O processo agora será arquivado na Câmara. No caso de Pitta, o TCM revelou que ele supostamente não declarou uma diferença nos cofres públicos de R$ 277 milhões, e ainda foi acusado de apropriação irregular de R$ 210 milhões. Também não aplicou os 30% obrigatórios na área de educação. Ivan Ventura
Apesar de negar que pretenda ser candidato em 2008, o nome de Geraldo Alckmin ganha força no PSDB para tentar a Prefeitura daqui a dois anos. Mas no próprio PSDB existe também a versão de que o partido pode apoiar a reeleição de Kassab, esperando reciprocidade em 2010.
FUTURO O PSDB apoiaria a reeleição de Gilberto Kassab, mas teria assegurado o apoio do PFL à candidatura presidencial tucana em 2010. Existe um empecilho: o PFL não pretende mais ser coadjuvante do PSDB e pensa em candidatura própria a presidente.
EVIDÊNCIA Os tucanos estão na praça com dois précandidatos a presidente: os governadores eleitos de São Paulo e Minas, José Serra e Aécio Neves. Há ainda a possibilidade de Alckmin tentar uma nova candidatura. Mas, Alckmin se recusa em fazer previsões futuras.
CHAPA Trabalha-se no PSDB com uma outra possibilidade: de Serra e Aécio se unirem e lançar uma chapa café-com-leite. Serra seria o candidato e Aécio o vice. Nesse caso, haveria o compromisso de Serra e do PSDB de apoiarem a candidatura de Aécio em 2014.
LEGENDA Os tucanos de Minas, porém, não querem ouvir falar na hipótese de Aécio ser vice de Serra em 2010. Admitem que, se Serra for o candidato do PSDB, Aécio poderia sair por outro partido, que seria o PMDB. A verdade é que 2010 já é motivo de discussão entre grupos no PSDB.
candidato viável para concorrer em 2010. Fala-se nos nomes do governador eleito da Bahia, Jaques Wagner e no da exprefeita Marta Suplicy.
VIAGENS Lula deve cumprir uma agenda de viagens pelo País, para inspecionar obras e aproveitar para agradecer os votos recebidos. Assim, o presidente prepara nova cruzada pelos estados, com o argumento de que, durante a campanha, a legislação proibia a vistoria de obras.
NEGOCIAÇÃO O presidente vai aproveitar as conversações com os aliados para a formação do ministério para tratar simultaneamente do problema da eleição da presidência da Câmara. Há sinais de que Aldo Rebelo (PC do B) pode ser reconduzido ao cargo.
CANDIDATURAS O PMDB continua disposto a reivindicar a presidência da Câmara com o argumento de que o partido elegeu a maior bancada: 89 deputados. Além de Eunício de Oliveira (CE), o partido tem outro forte candidato ao cargo: Michel Temer.
PARTICIPAÇÃO Depois de conquistar o apoio do PTB e acertar com o PMDB, o presidente Lula está certo que terá o apoio também do PL e PP, além do PC do B e PSB. O governo espera ainda em atrair outras siglas nanicas. Aos poucos, o governo vai montando sua maioria no Congresso.
TROCA Os diretórios do PP do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio, que se movimentam para realizar a convenção nacional em dezembro, estão dispostos a eleger o senador eleito Francisco Dornelles (RJ) o novo presidente do partido. Querem tirar o partido da liderança de mensaleiros.
ACERTO Francisco Dornelles é favorável a um entendimento com os interlocutores de Lula. Portanto, o PP deve fechar com o governo. Dornelles está à procura do interlocutor ideal de Lula para tocar em frente o entendimento com o PT e o governo.
'ACORDAÇO'
FRÁGIL O que anima os tucanos é o reconhecimento de que o PT, até prova em contrário, não ter um
O sub-relator da CPI das Sanguessugas deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), acusou o esvaziamento das investigações depois da reeleição do presidente Lula. "É um acordaço", afirmou. Redecker pensa em deixar a relatoria.
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Tr i b u t o s Finanças Empresas Empreendedores
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
O Supremo Tribunal Federal tornou inválido o certificado de concessão da Transbrasil
PETROBRAS NEGOCIA PREÇOS COM YPFB
CONVERSAS COM A ESTATAL BOLIVIANA YPFB DEVEM DURAR MAIS 30 DIAS, SEGUNDO A EMPRESA BRASILEIRA
PETROBRAS ESTENDE NEGOCIAÇÃO DO GÁS
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Petrobras i n f o rmou ontem que estendeu por mais 30 dias o prazo de negociações sobre o preço do gás com a estatal boliviana do setor de petróleo e gás YPFB. A estatal brasileira havia informado, na última terça-feira, que iria se reunir com a YPFB amanhã, em Santa Cruz de La Sierra, atendendo a um pedido da estatal boliviana. A reunião foi desmarcada. Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, o adiamento também foi solicitado pela YPFB. "A decisão permite que a Petrobras e a YPFB dêem continuidade aos esforços na busca de soluções mutuamente aceitáveis para o tema em discussão", afirma a nota da empresa brasileira. A Bolívia quer aumentar o preço do gás natural vendido ao Brasil, que abastece metade da demanda doméstica, mas encontra resistência da Petrobras, que não aceita ajustes fora do que está previsto em contrato. O documento estabelece revisões de preço trimestrais e segue a variação de uma cesta de óleos internacionais. Sem bandeira — A Petrobras Bolívia começou a retirar, anteontem, a marca EBR dos postos de gasolina com os quais tinha contrato no país. A decisão foi motivada pela perda, no dia 1º de julho, do direito de atuar no setor de distribuição de combustíveis, que passou a ser monopólio da estatal local YPFB. Segundo nota dis-
Eduardo Knapp/Folha Imagem – 18/8/99
Robson Fernandes/AE – 21/9/06
Villegas, ministro boliviano dos Hidrocarbonetos: investimentos.
tribuída ontem, a marca EBR deixará de existir nos postos em um prazo de 45 dias. A sigla representa a Empresa Boliviana de Refinación, companhia com a qual a estatal brasileira marcou sua entrada nos segmentos de refino e distribuição de combustíveis na Bolívia, ao comprar ativos durante a privatização da YPFB, no início da década. A aquisição foi feita em parceria com a argentina Perez Companc e garantiu aos parceiros 25% do mercado boliviano de combustíveis, além de quase toda a capacidade de refino do país. Com a aquisição da Perez Companc, em 2003, a Petrobras decidiu mudar o nome da EBR para Petrobras Bolívia Refinación e passou a usar sua própria marca nos postos. O processo de mudança, porém, atingiu menos da metade da
rede de 62 postos e foi suspenso depois que o governo boliviano decidiu retomar o monopólio do setor. Sem operações no segmento de distribuição, a empresa avalia que não vale a pena manter investimentos na revenda. A troca de EBR para Petrobras já ocorreu em 26 postos de La Paz e Santa Cruz de la Sierra. A empresa preparava-se para estender o trabalho para Cochabamba e Chapare quando foi surpreendida com a estatização do setor. A companhia não informou o que será feito com os postos que já ostentam a bandeira Petrobras. A perda das atividades no segmento de distribuição de combustíveis foi o primeiro impacto na estatal brasileira no processo de nacionalização do setor de petróleo e gás em curso no país desde março de
2005. No início do mês, a empresa perdeu também o direito de comercializar a produção de petróleo e gás. Além disso, negocia com La Paz a transferência do controle das duas refinarias que opera no país, uma vez que a nova legislação local determina que a YPFB seja controladora também do segmento de refino. Investimentos — O ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, informou ontem que o país receberá investimentos de US$ 3,4 bilhões no setor no período 2007 a 2010, por causa dos novos contratos assinados com as companhias estrangeiras. Desse total, US$ 834 milhões já estariam, segundo ele, garantidos pela Petrobras. Ao contrário do informado pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o ministro boliviano assegurou que os novos contratos de operação não garantirão recuperação de custos e lucros. "Esse é um contrato de risco, típico da atividade petrolífera", afirmou. "Em conseqüência, os contratos de operação não asseguram em nenhum momento a recuperação de custos e lucros." O ministro enfatizou que os investimentos irão garantir volumes adicionais de gás natural e petróleo para o país e, com isso, garantir o abastecimento do mercado interno, ao mesmo tempo em que cumprirá os compromissos acertados com o Brasil e a Argentina para exportação. (Agências)
Banco aprovou três financiamentos para o setor de transmissão
Setor de energia tem verba do BNDES
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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou ontem três financiamentos para o setor de transmissão de energia, no total de R$ 875 milhões, para as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Os projetos, que pertencem às transmissoras Itumbiara, Porto Primavera e Vila do Conde, somam R$ 1,43 bilhão, informou o BNDES. O maior financiamento foi concedido à Itumbiara Transmissora de Energia para a implantação da linha de transmissão Cuiabá (MT)/Ribeir ã o z i n h o ( M T ) / R i o Ve rde(GO)/Itumbiara(MG), de 808 quilômetros, no valor de R$ 489 milhões. "A linha interligará a Usina Hidrelétrica Itumbiara, localizada no Estado de Minas Gerais, à subestação de Cuiabá, no Estado de Mato Grosso", informou o banco de fomento em nota, acrescentando que o custo total da obra é de R$ 788 milhões.
O segundo financiamento foi concedido à Vila do Conde Transmissora de Energia, no valor de R$ 188 milhões, para construção, operação e manutenção da Linha de Transmissão Tucuruí/Vila do Conde, ambas no Estado do Pará, com 324 quilômetros de extensão. "O projeto visa aumentar a confiabilidade no atendimento à região nordeste do estado, responsável pelo atendimento de cerca de 80% de todo o mercado do Pará (incluindo a região metropolitana de Belém) e ao complexo Albrás/Alunorte, produtor de alumina e alumínio", destacou o banco. A Porto Primavera Transmissora de Energia recebeu financiamento de R$ 197,7 milhões. Com investimentos totais de R$ 327 milhões, o projeto inclui a implantação da Linha de Transmissão Porto P r i m a v e r a / S P - D o u r ados/MS-Imbirissu/MS, com extensão de cerca de 490 quilômetros. (Reuters)
CSN Empresa lucra R$ 334 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 35,4%.
Ó RBITA
SPREAD É MENOR NA ARGENTINA
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spread bancário na Argentina, ao contrário do Brasil, não é motivo de críticas por parte do governo nem de reclamações de empresários. O spread do sistema local tem se mantido em 6% no último ano, bem longe dos 19% vigentes no Brasil ou dos 15% da Turquia. "Comparado com os percentuais de Brasil e Turquia, o spread da Argentina é baixíssimo e situa-se no mesmo nível do índice do Chile e da
Hungria, por exemplo", afirma o economista Miguel Kiguel, da consultoria Nuverse Financial Advisors. O analista comenta que o spread argentino historicamente foi um ou dois pontos mais alto, mas nunca chegou ao nível do Brasil, "que é uma anormalidade". O especialista também avalia que a taxa Selic (juro básico brasileiro) é "muito alta". Na Argentina não existe uma taxa similar à Selic. (AE)
MCDONALD'S
TIM
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McDonald's lança hoje cardápio para deficientes visuais, em braile, com a descrição de refeições, ingredientes, combinações e preços da rede no País. O trabalho de criação e desenvolvimento do material foi realizado com o apoio técnico da Fundação Dorina Nowill para Cegos. (DC) A TÉ LOGO
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America Móvil, que pertence ao empresário mexicano Carlos Slim e é dona da Claro, ofereceu à Telecom Italia US$ 7,7 bilhões pela operadora de celulares TIM Brasil. O valor é referente às ações da Telecom Italia na TIM, cerca de 70% do total da companhia. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Preço dos alimentos faz IPC-S acelerar 0,3%
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Usiminas: lucro 9% menor no terceiro trimestre
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Cade aprova duas operações da Monsanto
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Congresso Planalto Corr upção Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Se eles tentaram implantar alguém, nada funcionou. Saraiva Felipe
EX-MINISTROS DEPÕEM NA CPMI
O EX-MINISTRO DISSE À CPMI QUE FOI APRESENTADO AO DONO DA PLANAM, MAS NEGOU FAVORECIMENTO. Ailton de Freitas / AOG
COSTA E VEDOIN SE ENCONTRARAM
E O petista contou que foi apresentado a Vedoin pelo deputado Benedito Domingos, do PP.
LINO FOI INDICAÇÃO POLÍTICA E m depoimento uma hora e meia à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, o ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe (MG) disse que nomeou a exfuncionária da Planam, Maria da Penha Lino, por indicação do deputado Wilson Santiago (PMDB-PB), que teria chancelado pedido do deputado José Divino (PMDB-RJ). Maria da Penha é apontada como braço da "máfia das ambulâncias" no Executivo. Segundo Saraiva Felipe, no entanto, a liberação de emendas era responsabilidade de
Alan Marques /Folha Imagem
Saraiva: pressões partidárias.
funcionários de carreira e, portanto, "se ela tentou interferir em alguma coisa, sua tentativa foi frustrada". O ex-ministro disse jamais ter tido contato com qualquer pessoa da família Vedoin, que teria comandado o esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento, através de
emendas de parlamentares. "Se eles tentaram implantar alguém no ministério, nada funcionou", afirmou. De acordo com Saraiva Felipe, por mais que ele tenha se esforçado para garantir que a "espinha dorsal" do ministério fosse formada por técnicos qualificados e funcionários de carreira, em muitos casos foi inevitável fugir das pressões partidárias. Ele relatou as dificuldades no relacionamento com os parlamentares, principalmente do PT, que esperavam dele uma "postura facilitadora", preço que o exministro não se disse disposto a pagar. (Agência Senado)
m depoimento à CPMI dos Sanguessugas, o ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, confirmou ontem ter mantido um encontro no ministério com o dono da Planam, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, em 2003, mas negou que tenha havido favorecimento da pasta à empresa. Costa negou também qualquer irregularidade no pagamento de restos a pagar no valor de R$ 8 milhões, durante sua gestão, à Planam. O ex-ministro disse que tinha obrigação de fazer o pagamento porque isso está previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. "Não houve nenhum tipo de beneficiamento, como se tentou estabelecer. Eu não tinha poder discricionário sobre o pagamento dessa empresa", afirmou Costa. O ex-ministro admitiu que se encontrou com o empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, que teria sido levado pelo então deputado Benedito Domingos (PP), ex-vicegovernador do Distrito Federal. Disse que não sabia quem era Vedoin, mas defendeu o pagamento feito pelo ministério à Planam porque a empresa se enquadraria em todos os critérios previstos nos contratos. "(Os donos da Planam) não
tinham de pagar propina a quem quer que fosse porque a empresa se enquadrava nos quesitos do decreto", defendeu Costa. Em depoimento à Justiça Federal, Vedoin afirmou que a liberação teria ocorrido após ele pagar propinas a assessores diretos de Costa no ministério. "Esse senhor (Luiz Antonio Vedoin) já caiu em
(Os donos da Planam) não tinham de pagar propina porque a empresa se enquadrava nos quesitos do decreto. Humberto Costa
contradição algumas vezes", disse o ex-ministro. Questionado pelo relator da CPMI, senador Amir Lando (PMDB-RO), sobre sugestões que inibiriam a ocorrência de fraudes na Saúde, Humberto Costa sugeriu o maior acompanhamento das emendas parlamentares ao Orçamento e também dos serviços prestados por entidades filantrópicas e organizações não-governamentais (ONGs).
Costa também negou que seu chefe de gabinete, Antônio Alves, tenha sido indicado pelo integrante do PT do Ceará, José Ayrton Cirillo, com o objetivo de intermediar as negociações entre a Planam e o ministério. O ex-ministro disse que esteve no Ceará, mas não soube precisar a data, e lembra ter participado de um café da manhã com a participação de Cirillo e um grupo de prefeitos em que foram apresentados projetos que seriam encaminhados ao Ministério da Saúde, mas nenhuma das propostas se referia à ambulâncias. Costa disse que só ouviu falar do esquema de fraudes em licitação para compra de ambulâncias quando a Controladoria Geral da União (CGU) comunicou ao ministério a identificação de problemas. Ele ocupou o cargo de ministro da Saúde de janeiro de 2003 a julho de 2005. Ainda ontem Saraiva Felipe, que esteve no comando da pasta de julho de 2005 a março deste ano, também prestou depoimento à CPMI. O governador eleito de São Paulo, José Serra, que também ocupou o cargo durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, está nos Estados Unidos e não compareceu. (Agências e Agência Senado)
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Nacional Empreendedores Transpor tes Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
7
8,5
OCEANAIR E BRA GANHAM SLOTS
por cento é o crescimento das exportações de veículos no período de janeiro a outubro.
ENTIDADE QUE REPRESENTA AS MONTADORAS VAI APRESENTAR LISTA DE REIVINDICAÇÕES AO GOVERNO
ANFAVEA QUER MAIS COMPETITIVIDADE Robson Ventura/Folha Imagem – 14/10/04
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Produção recorde para outubro
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produção da indústria automobilística no mês passado atingiu 226.393 veículos, o melhor resultado para um mês de outubro da sua história. O setor registrou alta de 14,2% sobre igual mês de 2005 e de 10,9% comparativamente a setembro. Também é recorde o volume de produção no acumulado dos dez primeiros meses, num total de 2.197.210 unidades, o que representa crescimento de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado (2.103.450). O bom desempenho do mercado interno é o que está garantindo o atual nível de produção. Dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicam que as vendas internas atingiram 1.540.163 veículos nos dez primeiros meses do ano, 12,2% a mais do que em igual intervalo de 2005. Em outubro, foram comercializadas 175.255 unidades, o que representou crescimento de 10% sobre setembro e de 27,3% em relação a outubro de 2005. Para Rogelio Golfarb, presidente da Anfavea, a "mola propulsora" do mercado interno tem sido a redução da taxa de juros, que permitiu o alongamento dos financiamentos. No mês passado, por exemplo, 42% dos financiamentos tiveram prazos superiores a 36 meses, ante o índice de 30% registrado em janeiro. As taxas de juros de financiamento de automóveis caíram de 1,94% ao mês para 1,77% ao longo de 12 meses. O leasing ganhou espaço no mercado, ampliando sua participação de 14% para 23% em um ano. Revisão de meta — A Anfavea está revendo para cima a meta do setor para o mercado interno este ano. Projeta, agora, atingir pelo menos 1,9 milhão de veículos, o que representará crescimento de quase 11% sobre o total de 1,71 milhão de unidades comercializadas no ano passado. Anteriormente, estimava alta de 7,1% para o mercado interno. Já a meta de produção está sendo mantida em função da queda nas vendas externas. No ano, o setor exportou 716.272 veículos, com queda de 4,7% na comparação com o mesmo período de 2005. "Estamos mantendo a estimativa de produzir 2,64 milhões de veículos em 2006, o que representará aumento de 4,5% em relação a 2005", disse o executivo. (AR)
Montadoras querem desoneração da produção de veículos para ampliar o volume de exportações
Anac leiloa horários de vôos
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Agência Nacional d a Av i a ç ã o C i v i l (Anac) começou ontem a distribuir 28 autorizações de horários para pousos e decolagens (slots), disponíveis no Aeroporto de Congonhas, entre as companhias aéreas. Esse é o primeiro teste das regras elaboradas pela agência reguladora em junho passado para tornar mais transparente a forma de acesso das empresas ao aeroporto mais movimentado do País. Os slots funcionam como espécies de "vagas em garagens" reservadas nas áreas dos aeroportos para os aviões das várias companhias.
As grandes vencedoras foram a BRA e a OceanAir, que conseguiram três pares de slots cada uma. A Gol, a Pantanal e a TAM terão mais dois pares cada uma. As empresas novatas em Congonhas, Total e Air Minas, terão um par de slots cada uma. Os slots são distribuídos sempre em pares porque um serve para chegada e outro para partida dos vôos. O sistema de oferta dos slots montado pela Anac divide as empresas em dois grupos: 80% dos horários disponíveis são reservados às que já operam no aeroporto — TAM, Gol, Pantanal, OceanAir e BRA — e 20% às companhias novatas.
Divulgação/Oakley
Agora, produtos serão vendidos na loja do Shopping Morumbi
Oakley inaugura primeira loja no País
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ãs da marca Oakley já podem comemorar. Depois de ter lojas próprias nos Estados Unidos, Canadá, México, África do Sul, Inglaterra e em outros cinco países, chegou a vez do Brasil completar a lista. Fundada em 1975, a grife inaugura amanhã sua primeira loja própria no País, em São Paulo. A marca se instalará no Shopping Morumbi, zona sul da capital paulista, na nova área de expansão, e aproveita o bom momento de vendas no mercado brasileiro. Apesar de a empresa não revelar valores de investimento nem de receita, o crescimento é respeitável. "Crescemos 40% ao ano desde a criação da subsidiária brasileira da marca, em 2002", disse Salvador Parisi, presidente da Oakley Brasil, executivo que controlará as operações da loja. Em 2005, na avaliação anual de desempenho que a marca promove entre todas as operações mundiais, a filial brasileira arrematou o prêmio de melhor subsidiária. A subsidiária veio para o País em 2002 com capital integral da matriz, na Califórnia, concentrando as vendas ape-
nas por meio de lojas multimarcas. "Assim, pudemos fazer a nossa própria produção têxtil e calçadista", explicou o presidente. Anteriormente, os produtos da Oakley eram vendidos por distribuidoras, com forte concentração em óculos. Debutante – A primeira loja no País terá 200 metros quadrados e vem ressaltar a amplitude da marca. "Vem pra agregar, elevar ainda mais o posicionamento da Oakley", disse Parisi, acrescentando que a inauguração complementará o branding da grife "para levar o conceito Oakley". Mas qual o conceito? "Uma busca incessante para a resolução dos problemas humanos através da melhor tecnologia possível, sempre envolvendo os produtos em arte", disse Parisi. Com produtos que chegam a até R$ 2 mil, pode-se deduzir que seu público-alvo são as classes alta e média alta? "Pode até ter uma tendência a serem integrantes dos grupos sociais mais elevados, mas não necessariamente 100%. Nosso público são formadores de opinião, pessoas livres nas suas comunidades e tribos." (AE)
Transparência — Após um sorteio da ordem, as empresas fazem suas escolhas. A BRA e a Ocean Air foram as primeiras a escolher. "O sistema é um marco porque deu mais transparência para a distribuição, mas ainda faltou uma estratégia da agência para incentivar maior competição entre as empresas", disse o diretor de Tráfego e Atendimento da BRA, Waldomiro Ferreira da Silva Junior, criticando a decisão da Anac de reservar a maior parte da oferta para as que já operam em Congonhas. Os slots leiloados ontem não são os da Varig, protegidos por decisão judicial. (AE)
om as vendas internas em alta e o volume de exportações em baixa, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) pretende apresentar ao governo federal, no início de 2007, uma "agenda de competitividade". O objetivo é desonerar a produção para ter melhores condições de disputar o mercado externo. A revisão da carga tributária incidente sobre o veículo exportado é um dos itens que estará em pauta. "Precisamos atacar as deficiências competitivas, resolvendo os problemas da estrutura tarifária e de crédito", disse ontem o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, durante apresentação dos números do setor no mês passado. "Também é preciso buscar novos acordos internacionais." Entre os tributos que acabam sendo embutidos no preço final do carro exportado estão o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "É preciso criar um regime que isente o veículo destinado ao exterior da cobrança do ICMS que incide ao longo da cadeia produtiva", defendeu Golfarb. "Essa é uma discussão que tem de envolver o governo federal e os estaduais." O movimento da Anfavea visa adequar o setor ao novo cenário cambial. Sem perspectivas de grandes mudanças na
relação real/dólar, a saída é buscar outros meios de ganhar espaço lá fora. "Também temos de procurar melhores condições de crédito à exportação para ganharmos competitividade externa", destacou. Balanço – Em receita, o setor ainda apresenta desempenho positivo. Foram exportados US$ 1,09 bilhão em outubro, totalizando US$ 10,13 bilhões no acumulado dos primeiros dez meses de 2006, resultado 8,5% superior ao obtido em igual período do ano passado (US$ 9,33 bilhões). É o melhor desempenho em dólar para o período de janeiro a outubro da história do setor, indicando que as exportações deverão ficar levemente acima da projeção de crescimento de 2,7% para o ano, ou seja, vão ultrapassar US$ 11,5 bilhões. Em volume exportado, porém, a indústria registra queda. Entre veículos montados e CKDs (desmontados), foram vendidas 716.929 unidades para o exterior neste ano, 4,7% a menos do que o registrado no período de janeiro a outubro de 2005. As montadoras dizem que precisam reajustar preços para se adaptar ao câmbio. Em outubro a indústria exportou 71.572 veículos (montados e desmontados) volume muito próximo ao de setembro (71.929). O que impediu queda maior, segundo Golfarb, foram as vendas para a Argentina, onde a demanda interna se mantém aquecida. Alzira Rodrigues
DIÁRIO DO COMÉRCIO
8 -.ECONOMIA
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Mauro Zafalon / Folha Imagem
Soja e milho tiveram alta nos preços e na disposição dos agricultores
Safra pode crescer 5,3% Mudança nos preços e no clima melhora situação das principais culturas brasileiras. Trigo é a exceção.
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primeira previsão para a safra agrícola brasileira do ano que vem registra a u m e n t o d e p ro d u ç ã o d e 5,34% e volume total a ser colhido de 122,39 milhões de toneladas de grãos. A projeção, divulgada on-
tem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, com apenas 30% do total plantados, a agricultura brasileira não fica longe do recorde de 2003, quando a safra chegou a 123,63 milhões de toneladas. O estudo foi feito em todos os estados com pro-
dução agrícola relevante e o crescimento esperado é explicado pela recuperação dos preços dos produtos agrícolas e boas condições climáticas. A estimativa é de que a safra de soja alcance 55,24 milhões de toneladas em 2007, com aumento de 5,5% em re-
lação à safra anterior. A soja corresponde a 45% de toda a safra brasileira. O segundo produto mais importante, o milho, deverá registrar crescimento de 9,65% em sua primeira colheita de 2007, atingindo 34,5 milhões de toneladas. Outros produtos com previsões de ganhos de produção são o algodão (31,07%), a batata inglesa (12,6%) e a cana-de-açúcar (2,46%). Área menor – Embora a expectativa de colheita seja maior, a estimativa do IBGE mostra uma redução de 6,05% na área plantada na próxima safra: a área ocupada por lavouras diminuirá de 47,88 milhões de hectares, em 2006, para 44,981 milhões, em 2007. A cultura de mandioca perdeu 17,14% de área. A reação nos preços e o clima são as razões para a expansão de muitas culturas, como a soja, que também se beneficia de crescente melhoria de produtividade. Segundo Paulo Renato Corrêa, técnico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, a descapitalização dos produtores após os prejuízos com os problemas climáticos nas safras 2004 e 2005 impedirão um crescimento ainda maior da próxima safra. Ele observa que aos problemas do clima nas safras recentes juntaram-se os preços baixos aos produtores, o real valorizado e a redução de crédito disponível. "Com o câmbio, os fertilizantes ficaram mais caros, enquanto os preços dos produtos agrícolas caíram ou se mantiveram estáveis", disse.
OS PREÇOS DAS COMMODITIES SE RECUPERARAM NESTE SEMESTRE
Os preços das commodities agrícolas iniciaram um processo de recuperação neste segundo semestre, apontado nos números do Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) de outubro, divulgado terça-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), disse o representante do IBGE. No atacado, os produtos agrícolas registraram alta de 5,1% no mês. No caso da soja em grão, o reajuste foi de 9,16%, a maior alta mensal desse ítem desde março de 2005. No milho em grão, o aumento em outubro foi ainda maior, na casa de 11,07%. Influências adversas também podem ocorrer, segundo explicou Paulo Corrêa. O clima no momento é muito bom, mas essas condições podem mudar e levar a novas revisões do prognóstico. Revisão – O IBGE também divulgou ontem o décimo prognóstico para a safra 2006, que aponta um crescimento de 3,21% ante a safra 2005, totalizando 116,18 milhões de toneladas. A nova estimativa, relativa a outubro, representa uma redução de 0,31% em relação à projeção de setembro. A queda de um mês para o outro ocorreu por causa das revisões nas estimativas do trigo, grão que teve queda forte e cuja produção deverá cair 51,52% em 2006. As dificuldades com o trigo, prejudicado pela seca no Sul e pela quebra de safra no maior estado produtor, o Paraná, obrigarão a uma importação acumulada de 9 milhões de toneladas do produto neste ano, observou Corrêa. Ele explicou que o trigo sofreu problemas de comercialização e preços nas duas últimas safras e os produtores estão desestimulados, descapitalizados e, em alguns casos, até mesmo "desesperados". A área plantada desse produto caiu 25% na safra 2006 em relação ao ano anterior. (Agências)
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Projetos de Lei Planalto Congresso CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
É final de legislatura, ano eleitoral. Muitos deputados não se reelegeram e não vêm à Brasília. João Castelo (PSDB- MA)
VOTAÇÕES EM RITMO LENTO
Roberto Stuckert Filho / AOG
DEPUTADOS NÃO VOTAM REAJUSTE DO INSS Mesmo com as reuniões entre os líderes do Congresso, que prometem destrancar a pauta, as votações não avançam no ritmo esperado.
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NO JEITO DA FINALIDADE – Mais do que qualquer projeto de lei, o lançamento de uma nova linha de maletas executivas atraiu a atenção de parlamentares, ontem, no Congresso, tanto pela praticidade quanto pela discrição. Os modelos dispõem de bom espaço para o transporte de todos os tipos de materiais sem constrangimentos em aeroportos, hotéis e outros locais com intenso movimento de público. J. Batista / Ag. Câmara
PF PRENDE FRAUDADORES DA PREVIDÊNCIA Golpes praticados em Minas gerais já desviaram R$ 1,2 milhão, pelos cálculos dos agentes federais.
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P o l í c i a F e d e r a l quadrilha conseguia os benefí( P F ) a p re e n d e u cios de maneira ilegal. ontem, em Belo "Essas pessoas, de posse Horizonte, docu- desse contrato e de posse tammentos, computadores e mate- bém de um laudo falsificado, rial diverso em escritórios con- iam até as agências do INSS, tábeis e em residências de pes- entravam com um pedido e soas suspeitas de fazerem par- passavam a receber as aposent e d e u m a q u a d r i l h a d e tadorias", explicou o delegado fraudadores da Previdência Robinson Fuchs. Social. Na chamada "Operação Outras cinco pessoas, entre Vesúvio", agentes federais elas a esposa e um irmão de cumpriram seis mandados de Diógenes, são suspeitas de inbusca e apreensão expedidos tegrarem o grupo. A quadripela Justiça. Até o momento, as lha, conforme apurou a PF, coinvestigações da força-tarefa, brava uma porcentagem dos formada pela PF, Ministério da benefícios pagos. Previdência e Ministério PúDe acordo com a delegada blico Federal (MPF), já identi- Cristina Bueno Camatta, que ficaram um prejuízo aos cofres preside o inquérito, os própúblicos de algo em torno de prios suspeitos também se R$ 1,2 milhão. passariam por O esquema b e ne f i ci á r io s , fraudulento, utilizando doconforme a PF, cumentos furcomeçou a ser in- Tudo indica que eles tados. "Tudo inv e s t i g a d o e m têm estreita ligação dica que eles agosto do ano têm estreita licom uma máfia de passado, a partir gação com uma de uma denún- furto e revenda de máfia de furto e cia do Instituto documentos. revenda de doNacional do Secumentos". Cristina Bueno guro Social Na casa de Camatta (INSS), que susDiógenes – que delegada peitou da granre ce nt em en te de quantidade teve a prisão rede benefícios solaxada por delicitados pelas empresas em terminação da Justiça Federal nome de Diógenes Moreira – policiais encontraram váGonçalves. rios cartões de benefícios. Golpe – Ele é apontado co- Nos endereços, a PF apreenmo principal articulador da deu também listagens com quadrilha e no início de setem- nomes e dados de supostos bro chegou a ser preso pela PF beneficiários ilegais. Todo em Betim (MG) e autuado em material foi levado para a suflagrante por estelionato qua- perintendência do órgão, em lificado. Quando foi preso, Belo Horizonte. Cadeia – A delegada disse Diógenes portava três identidades falsas e tentava sacar um que os envolvidos deverão ser benefício obtido de forma indiciados pelos crimes de esfraudulenta, em nome de ou- telionato qualificado, formatra pessoa. Várias empresas ção de quadrilha e falsificação de documentos. Eles poderão aparecem em seu nome. Segundo a PF apurou, o es- ter a prisão preventiva solicitaquema consistia na criação ou da durante a análise da docuaquisição de empresas cujas mentação apreendida. Segundo Cristina, as pesatividades já estavam paralisadas, mas sem que fosse dada soas que conseguiram benefíbaixa na Junta Comercial. Com cios por meio fraudulento o CNPJ das firmas, eram lança- também serão investigadas. das em carteiras de trabalho "A nossa intenção é ouvir e invínculos empregatícios fictí- diciar todos os beneficiários", cios em nome de pessoas arre- disse. A PF já identificou cerca gimentadas na capital mineira de 100 benefícios fraudados, e região metropolitana. Por cujos pagamentos foram blomeio dos falsos contratos, a queados pelo INSS. (AE)
Plenário: parlamentares fecham acordos sobre emendas e votações.
FIM DO VOTO SECRETO NA ASSEMBLÉIA PARANAENSE
BENEDITA DA SILVA LANÇA O 'BENÊ BLOG'
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A
presidente em exercício da Assembléia Legislativa do Paraná, Pedro Ivo Ilkiv (PT), promulgou ontem a emenda constitucional, aprovada no dia anterior, que acaba com o voto secreto. Na prática – Pela emenda, os parlamentares paranaenses deverão se pronunciar abertamente em todos os atos praticados no legislativo, incluindo a eleição de presidente da Casa, apreciação de vetos do governador, eleição de conselheiros para o Tribunal de Contas do Estado e até para a concessão de títulos honorários, que hoje são feitos de forma secreta. Todos os 42 parlamentares presentes à sessão (quórum suficiente para a votação, já que a Assembléia paranaense tem 54 integrantes) votaram favoravelmente à emenda, que foi proposta pelo deputado pefelista Nelson Justus. (AE)
plenário da Câma- char um acordo que pôs fim a ra aprovou na tar- duas tentativas de evitar o desde desta quarta- vio dos recursos por máfias, feira a Medida Pro- que são feitos por meio das visória 315/06, conhecida co- emendas apresentadas por demo MP do Pacote Cambial, putados e senadores. Em seu relatório preliminar, que permite aos exportadores nacionais manter no exterior o relator-geral do Orçamento, recursos em moeda estrangei- senador Valdir Raupp (PMDBra obtidos nas transações de RO), colocou duas barreiras venda de produtos e serviços. para evitar esses desvios. A O plenário rejeitou três desta- primeira delas impedia que ques, mantendo a proposta parlamentares fizessem emenoriginal do governo, como re- das para destinar recursos a orcomendado pelo relator, depu- ganizações não-governamentais pertencentes a parentes de tado Vignatti (PT-SC). O plenário discutiu a MP até terceiro grau. No entanto, 316/06, uma das mais polêmi- graças ao acordo, a limitação cas, que concede será válida apenas se os recurreajuste de 5,01% para os sos forem beneficiar qualquer aposentados da Previdência So- Acordo entre entidade que cial que recebem parlamentares pertença ao paracima de um salamentar ou ao impediu que fossem l á r io - m í n im o . seu cônjuge. O Na reunião de lí- criadas medidas para acordo também deres de ontem barrar a ação de impediu a regra que previa que foi fechado um máfias, como a dos a c o r d o p a r a Sanguessugas, no p a rl a m en t a re s fizessem emenmanter na MP Congresso. dos Aposentadas para novas obras em munidos um artigo q u e p ro t e g e o cípios apenas a trabalhador, invertendo o partir de R$ 150 mil. Ao todo, ônus da prova para o emprega- eles podem fazer até 20 emendor em casos de acidentes tra- das que cheguem a um valor balhistas. Atualmente, cabe ao total de R$ 5 milhões. trabalhador comprovar a resCom o valor abaixo de R$ ponsabilidade da empresa em 150 mil, os prefeitos ficam decaso de acidente. Mesmo as- sobrigados de fazer leilões púsim, após o cancelamento da blicos. Foi por meio de cartaordem do dia, por volta das 20 convite que a quadrilha dos horas, a matéria deixou nova- sanguessugas conseguia fraumente de ser apreciada e os dar as licitações para a compra aposentados e beneficiários do de ambulâncias superfaturaINSS ainda não sabem qual se- das. O acordo tirou essa regra e rá seu índice de reajuste. ficou o compromisso de fazer Pacto – Enquanto Medidas uma regulamentação que obriProvisórias importantes tran- ga as prefeituras aos leilões cam a pauta, os parlamentares eletrônicos para compras de encontraram tempo para fe- até R$ 150 mil. (Agências)
APÁTRIDAS
NASCIDOS NO EXTERIOR ex-ministra de Assis- CONTINUAM SEM PÁTRIA
tência e Promoção Social Benedita da Silva entrará para o mundo dos blogs este mês. De olho na eleição para a prefeitura do Rio, em 2008, a principal articulad o r a d o g overno petista Mônica Zarattini/AE no Estado quer usar a internet para falar dos bastidores de Brasília e apontar di ficu ldad es do Rio e soluções – tanto para o governador eleito Sérgio Cabral Filho (PMDB) como para o prefeito da capital fluminense, César Maia (PFL). A página se chamará BenéBlog e será bilíngüe. Benedita sabe que a iniciativa funcionará como um contraponto às investidas cibernéticas de Maia. Ele manteve um blog durante alguns meses de 2005, com informações e textos quase sempre provocativos e que recebeu 12 mil acessos por dia. (AE)
O
deputado João Castelo (PSDB-MA) tentou instalar de novo, ontem, comissão especial responsável por analisar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que concede nacionalidade brasileira a filhos de pai ou mãe brasileiros nascidos no exterior, desde que registrados em repartição diplomática competente. No entanto, por falta de quórum, a criação da comissão foi adiada mais uma vez. Apenas outros quatro deputados assinaram a presença e, como a comissão será composta por 31 membros, seriam necessários 17 presentes. A reunião foi remarcada para o próximo dia 21 de novembro. João Castelo, autor do pedido para marcar a sessão de instalação, atribuiu a dificuldade de inaugurar a comissão à sobrecarga de trabalhos em ano eleitoral.
"É final de legislatura, ano eleitoral. A coisa fica difícil. Muitos deputados não se reelegeram e não vêm à Brasília. Os que estão aqui, têm de participar de outras comissões, como a do Orçamento ou a de Constituição e Justiça. Quero cumprir o regimento, instalar a comissão e esperar as dez sessões para emendas, para depois procurar o presidente Aldo Rebelo e articular sua ida ao plenário", disse o deputado João Castelo. A emenda corrige um problema criado pela Emenda Constitucional de 1994, que acabou com a possibilidade dos filhos de brasileiros nascidos no exterior serem registrados em repartição brasileira a fim de garantir a nacionalidade deste País. Muitas dessas crianças, que nascem em países que não concedem nacionalidade a pais estrangeiros, ficam apátridas. (AOG)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CRUZEIROS
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
TURISMO - 1 Divulgação
CONHEÇA AS NOVIDADES NO TURISMO Hotéis, companhias aéreas e destinos divulgam boas-novas na maior feira do setor no País, organizada pela Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV). Confira. Pág. 4
Fotos: Divulgação
A todo vapor
J á foi dada a
largada no País para a maior temporada marítima de todos os tempos. Neste verão, 11 embarcações estarão navegando pelo litoral brasileiro, em roteiros de 3 a 7 noites – muitos deles temáticos –, visitando destinos bem diferentes como Ilhabela, Salvador, Búzios e, entre os internacionais, Buenos Aires e Punta del Este . Págs. 2 e 3
Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm
Os gigantes do mar prometem muita diversão e relax para este verão. O Grand Voyager (no topo), é um dos cinco navios da CVC que navegarão por aqui. Mesmo com tantas atrações, a piscina continua sendo uma das preferidas a bordo – a do Mistral (acima, à esq.) fica rodeada com várias espreguiçadeiras sob o sol forte. Cabines aconchegantes, como a do MSC Armonia (abaixo, à esq.), restaurantes cheios de tentações e cassinos, como o do Costa Romantica (abaixo, à dir.), são outros destaques nos transatlânticos. E os roteiros temáticos ganham cada vez mais espaço. É o caso do fitness no Island Escape (acima, à dir.)
Jornal do empreendedor
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
R$ 0,60 São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 2006 Ano 81 - Nº 22.250 Edição concluída às 23h55 Ailton de Freitas/Agência O Globo
Feliz ano novo para micros e pequenos empresários
Adriano Machado/4/5/2006
Líderes partidários com o presidente do Senado, Renan Calheiros, o ministro Guido Mantega e o único "civil" no acordo do Supersimples: Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP.
O feliz 2007 foi aprovado por unanimidade, ontem à noite, no Senado: a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, ou Supersimples, que unifica 8 tributos, reduz o peso dos impostos em até 45% para empresas que faturem até R$ 2,4 milhões/ano, estimula a formalização de 1 milhão de novas pequenas empresas, acaba com a burocracia e cria de 2 a 3 milhões de novos empregos. Um de seus destaques é a pré-empresa, projeto que o presidente da ACSP, Afif Domingos, levou ao presidente Lula (ao lado), em maio de 2004. Quem faturar até R$ 36 mil/ano e não tiver sócio se habilitará às vantagens da pré-empresa. Afif participou do acordo que antecedeu o voto - o único "civil" na sala e saudado como "senador". O Supersimples voltará à Câmara e entrará em vigor em julho. Economia 1
Divulgação
PauloPampolin/Hype
É hora de empreender para gerar renda e emprego "O mundo cresce e o Brasil está parado", disse o prefeito de São Paulo e vice-presidente da Facesp Gilberto Kassab (foto), na abertura ontem do 7º Congresso Estadual da entidade, em Ribeirão Preto. "Exigimos a volta do desenvolvimento, para gerar renda e emprego ao País", ressaltou. E 5
É tempo de zarpar ! Os gigantes do mar (na foto, o Costa Romântica) prometem muita diversão para este verão. Veja como será a temporada de cruzeiros. Boa Viagem Parcialmente nublado Máxima 22º C. Mínima 13º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 13º C.
Vitória democrata derruba Rumsfeld
Maioria democrata na Câmara dos Representantes força a renúncia do secretário de Defesa americano, arquiteto da guerra no Iraque (na foto Bush e Rumsfeld). No Senado, é acirrada a luta pela liderança entre democratas e republicanos. Pág. 4 DC
Tim Sloan/AFP
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quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
1 Um dos maiores benefícios da nova legislação é a desburocratização. Guilherme Afif Domingos, da ACSP
ACORDO GARANTIU VOTAÇÃO DA LEI DOS PEQUENOS. TEXTO VAI VOLTAR PARA A CÂMARA.
SENADO APROVA O SUPERSIMPLES Lula Marques/Folha Imagel
O
g o v e r n o o b t e v e com a lei. Como o projeto enontem uma impor- trará em vigor em julho, apet a n t e v i t ó r i a n o nas metade dessa cifra terá imCongresso Nacio- pacto sobre as contas públicas nal com a aprovação no Sena- no próximo ano. do, por unanimidade, da Lei O pedido para o adiamento Geral das Micro e Pequenas em seis meses da implementaEmpresas, que cria o Super- ção do Supersimples partiu dos simples. Como o projeto so- estados e da Receita Federal, freu alterações, terá de voltar que argumentaram que o sistepara a Câmara dos Deputados ma para arrecadar e repartir os para nova apreciação. Foi a tributos recolhidos não estaria primeira vota- Wilson Dias/Abr pronto até o fição de um pronal deste ano. jeto de lei no Se"Nós temos nado após o seque fazer uma gundo turno da unificação, eleição presicriar um sistedencial, em 29 ma, aprovar de outubro. Por n a s a s s e messe motivo, a bléias legislativotação era vas. É um proconsiderada cedimento um teste de forcomplexo, que ça do governo d e m a n d a a ljunto aos parlaguns meses. mentares. Para assegurar A Lei Geral a segurança do f o i a p ro v a d a sistema, resolMantega: Senado e Câmara por 55 votos a vemos adotar f a v o r e n e- foram ágeis na aprovação da e s s e p r a z o " , lei das microempresas nhum contra. disse Mantega. As emendas Segundo o negociadas pelo governo tam- ministro, a previsão é de que sebém foram ratificadas pelos jam criadas 1 milhão de novas senadores por unanimidade, pequenas empresas. "Como o desta vez com 47 votos a favor. custo de formalização será meA principal mudança em rela- nor, isso vai estimular o pequeção ao texto que havia sido no empresário a se formalizar. aprovado anteriormente pela Portanto, um aumento na base Câmara no início de setembro de 2 a 3 milhões de novos emé a data de início da vigência pregos", calculou. da lei: passou do começo de Acordo – O relator do proje2007 para 1º de julho. to na Câmara Federal, deputaReunião – Horas antes da do Luiz Carlos Hauly (PSDBvotação no Senado, o ministro PR), disse que existe um acorda Fazenda, Guido Mantega, do para que o projeto seja apreesteve diretamente envolvido ciado novamente na Casa ainna negociação para garantir a da neste ano, nas próximas aprovação do projeto. Ele duas ou três semanas. Por se manteve reunião com lideran- tratar de matéria tributária, ças dos partidos no Senado, da para que entre em vigor no ano qual também participaram o que vem, a nova legislação prepresidente da Associação Co- cisa ser aprovada em 2006. mercial de São Paulo (ACSP), Para Hauly, o centro da disGuilherme Afif Domingos, e o cussão sobre o adiamento do secretário da Receita Federal, prazo para vigência da lei não Dida Sampaio/AE Jorge Rachid. está na renún"Eu diria que cia fiscal da essa lei até traUnião. De mitou de forma acordo com o b a s t a n t e e xdeputado, se o pressa. DeveS up er si mp le s mos reconhee s t i v e s s e v ac e r q u e a C âlendo nos 12 mara e o Senameses de 2007, do foram muito a receita tribuágeis para gerir tária decorrenuma lei que é te da formalimuito complez a ç ã o d e e mxa", afirmou presas superaMantega. ria em R$ 5 A lei unifica a bilhões de cobrança de trireais, o valor butos munici- Hauly: fechado acordo para a estimado de repais, estaduais matéria ser apreciada de novo núncia fiscal na Câmara ainda neste ano e federais para pelo governo micros e pequefederal. nos empresários. O governo "No cenário conservador, já acredita que o projeto estimula- no primeiro ano de vigência da rá a formalização de negócios e lei, paga todo o prejuízo que tea geração de empregos. ria aparentemente o governo e No caso da União, a estima- começa a dar lucro, começa a tiva é de renúncia fiscal da or- dar mais receita", afirmou o dem de R$ 5,4 bilhões por ano deputado. (Reuters)
Votação ocorreu após reunião de líderes no Senado, da qual participou o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, e o ministro Mantega
Destaque é a lei da pré-empresa
U
m dos destaques da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, aprovada ontem pelo Senado, é a chamada pré-empresa, reivindicação da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ao governo pela formalização em massa. "Há dois anos, entregamos ao presidente Lula o Projeto Empreendedor Urbano Pessoa Física para formalizar o cidadão que trabalha sozinho. Com isso, uma multidão de camelôs seriam legalizados, e é o que consta da Lei Geral como pré-empresa", explicou Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP. Com a aprovação da lei, o empreendedor que fatura até
R$ 36 mil anuais e não possui sócio poderá se enquadrar como pré-empresa. Assim, pagará 11%, em vez de 20%, sobre o pró-labore de contribuição previdenciária. Além disso, a préempresa terá uma única inscrição – ao mesmo tempo federal, estadual e municipal –, deverá entregar somente uma declaração fiscal por ano e a contabilidade será simplificada. "Nada de balanço ou livrocaixa. O empreendedor deverá apenas guardar as notas fiscais e entregar a declaração anual", disse Bruno Quick, gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional. "Em contrapartida, ele só poderá se aposentar por idade e receberá um
salário mínimo por mês de aposentadoria", completou. A idéia central do Programa Empreendedor seria utilizar apenas uma inscrição para permitir a emissão de nota fiscal e o registro da movimentação financeira em livro caixa. A contribuição principal iria para a Previdência Social e trabalhadores contratados seguiriam regime semelhante ao adotado para as empregadas domésticas. Sobre o lucro apurado, haveria apenas a contribuição ao Imposto de Renda. Aprovação – Para Afif, a Lei Geral deverá ser aprovada com facilidade pela Câmara dos Deputados ainda neste ano. "Com exceção da mudan-
ça do prazo para entrada em vigor da nova lei, as emendas à Lei Geral não tratam de questões substanciais. Além disso, a aprovação é de interesse do governo", disse. Afif foi chamado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para participar da reunião de ontem entre líderes da Casa, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o Secretário da Receita Federal, Jorge Rachid sobre a aprovação da Lei Geral. "Os maiores benefícios da nova legislação são a desburocratização e simplificação dos procedimentos fiscais para as micros e pequenas empresas", disse. Laura Ignacio
Aumento do IPVA pode ir aos tribunais Marcos Fernandes/LUZ
O
aumento do Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA) 2007 no Estado de São Paulo, que deve gerar uma arrecadação superior a R$ 5,5 bilhões, já está causando polêmica. Segundo a Secretaria da Fazenda estadual (Sefaz), a elevação será de 6,5%, em média, um valor acima da inflação estimada para 2006, que é de 2,98% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para o tributarista Kiyoshi Harada, o aumento poderá gerar ações na Justiça. "Se o contribuinte tiver como provar que o valor de seu carro no mercado é outro, poderá entrar com ação para revisão do montante que deve pagar de IPVA", disse. Para o tributarista, a definição da pauta das bases de cál-
Harada: é possível rever o cálculo
culo tornou-se um instrumento arrecadatório do fisco. "Foi o que a Prefeitura de São Paulo usou para aumentar o ITBI e quer usar para majorar o IPTU", afirma Harada.
A nova tabela de valores deve ser publicada no próximo dia 11. Em nota, a Sefaz explicou que chegou aos novos valores venais com base em pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) sobre a variação dos preços dos carros usados de setembro de 2005 a setembro de 2006. De acordo com Paulo Piccheti, coordenador do Índice de Preço ao Consumidor (IPC) da Fipe, o levantamento foi feito a partir de dados colhidos em concessionárias, lojas e anúncios de jornal. "Os 6,5% refletem o aumento do preço de carros, tanto novos quanto usados e o fato de que a Fipe foi responsável pela pesquisa neste ano", disse Piccheti. Até então, a própria Sefaz recalcu-
lava a base de cálculo do tributo. Pela análise do IPC-Fipe, de setembro de 2005 ao mesmo mês de 2006, o preço dos carros populares usados subiu 9,41% e dos novos, 3,94%. A p e s q u i s a A u t o i n f o rme/Molicar contesta a elevação do preço de automóveis novos e informa que o preço real do carro 0 Km em São Paulo, no mesmo período avaliado pela Fipe, registrou queda de 0,5%. No entanto, Vitor Meivikas Filho, responsável pela área de avaliação de veículos da Molicar, confirma o aumento de preço dos carros usados. "Hoje, mesmo um carro popular custa acima de R$ 20 mil. Com isso, a procura por carros seminovos e usados aumentou e, consequentemente, seus preços", explica. Laura Ignacio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.TURISMO
É tempo de navegar em águas brasileiras
Por Clara Souza
S
e hospedar em um hotel cinco-estrelas e conhecer as melhores praias do Brasil. Difícil encontrar quem recuse a oferta. Não à toa, o mercado de cruzeiros marítimos não pára de crescer por aqui. Este ano, o País está com a maior frota de navios de todos os tempos. São 11 embarcações navegando por nossa costa. Só a CVC, que trouxe dois navios na temporada 2005-2006, tem cinco. Island Cruises, Costa Cruzeiros e MSC completam a lista de companhias marítimas e trazem dois navios cada. A expectativa é de que 332 mil turistas viajem de cruzeiro, cerca de 40% mais que na temporada passada. E, se você não quer perder a chance de passar alguns dias em alto-mar, com toda mordomia, é melhor correr. Restam poucos lugares para as saídas mais concorridas, como as semanas de Natal e Ano Novo, o mês de janeiro e o período de carnaval, especialmente nos trechos que incluem Salvador. O mercado nacional cresceu 500% apenas nos últimos seis anos. Na temporada passada, 247 mil turistas viajaram de navio no Brasil – aumento de 80% ante 2004. O setor movimentou R$ 245 milhões e gerou 14,1 mil empregos, segundo recente estudo da Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar). "O setor de cruzeiros cresce no Brasil acima da média mundial. Os ventos estão muito favoráveis", comemora o presidente da CVC, Guilherme Paulus. Comparações – Entretanto, apesar de ascendente, é um mercado ainda tímido se comparado ao impacto da indústria de cruzeiros sobre a economia norte-americana: US$ 32,4 bilhões em 2005, de acordo com o International Council of Cruise Line. Nos Estados Unidos, exis-
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
O segmento não pára de crescer no País. Teve um incremento de 500% nos últimos seis anos. Nesta temporada – que começou no mês passado e se estende até abril –, a expectativa é de que 332 mil turistas embarquem em um cruzeiro, 40% mais que em 2005 Fotos: Divulgação
Será a maior temporada de cruzeiros do País, com 11 navios e todo tipo de atrações a bordo, inclusive as concorridas piscinas (na foto, Island Escape)
tem hoje 8 milhões de viajantes de cruzeiros e, na Europa, cerca de 4 milhões. Para o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Turismo (Sindetur), de São Paulo, Ilya Hirsch, os cruzeiros pela costa brasileira também servem para que os turistas se familiarizem com o setor e se sintam estimulados para futuras viagens ao exterior. Segundo ele, por ano são lançados de 10 a 15 no-
vos navios no mundo, ao custo de US$ 800 milhões cada. O presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav) de São Paulo, Juarez Cintra, acredita que o crescente número de navios que aportam no litoral brasileiro é resultado dos inúmeros atrativos oferecidos nos cruzeiros marítimos, que vêm se tornando opções de viagem para todas as faixas etárias, de
público e de classe social. Crescimento – Segundo a gerente de Marketing da Costa Cruzeiros, Cláudia Del Valle, a taxa de ocupação registrada pela empresa aumentou 38% com relação à temporada passada. Em números, os dois navios da Costa farão 13 saídas, com capacidade para transportar 13 mil passageiros. Para Cláudia, o crescimento deve-se, principalmente, à fidelização e à propa-
ganda boca-a-boca. "Grande parte dos novos passageiros vem por intermédio de outro passageiro." Uma das principais vantagens deste tipo de viagem, acredita ela, é o custobenefício. "O turista conhece vários lugares na mesma viagem. E no preço está incluso tudo, refeições, acomodação de luxo e entretenimento o dia todo." O vice-presidente Comercial da CVC, Valter Patriani,
defende que o cruzeiro é uma maneira de o turista conhecer a costa brasileira de forma diferente e divertida. "Nunca o Brasil assistiu a um movimento tão intenso neste segmento. Os navios vêm criando um forte impacto na economia das cidades onde atracam." Otimismo – Ainda mais otimista, o diretor de Marketing da Costa Cruzeiros, Francisco Ancona, acredita que o Brasil chegou ao primeiro mundo dos cruzeiros marítimos. "O segmento explodiu neste início de século no País. No final dos anos 90, os cruzeiros movimentavam cerca de 50 mil turistas a cada temporada de verão na costa brasileira. Esta temporada chegaremos a quase 340 mil passageiros", diz. E, graças ao crescimento da demanda, o País entrou na rota dos principais navios do mundo. "Há dez anos tínhamos quatro navios para o público brasileiro, hoje são 11." O diretor comercial da MSC Cruzeiros no Brasil, Adrian Ursilli, acredita que o crescimento do setor deve-se, essencialmente, à mudança do mercado dos cruzeiros. "Antes, os navios eram menores e os roteiros longos e demorados, para um público majoritariamente de idosos e aposentados. Hoje, os navios são maiores e têm economia de escala, o que diminui o custo da viagem", diz. Além disso, Ursilli acredita que a maior variedade de atividades, entretenimento e serviço para o hóspede, assim como os temáticos e corporativos, também têm efeito positivo para o setor. Difícil não embarcar nesta. SERVIÇO: CVC: tel. (11) 2191-8410. Costa Cruzeiros: tel. (11) 2123-3655. Sun & Sea (Island Cruises): tel. (11) 3156-5600. MSC: tel. (11) 5053-8500 e 0800-770-8586.
Costa Fortuna: o maior navio da temporada
E
le é italiano, pesa 105 mil toneladas, tem 272 metros de comprimento, 36 metros de
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa
largura e 66 metros de altura. Com apenas três anos de operação, não há como negar que o Costa Fortuna é um
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Djinani S. de Lima Ilustrações Jair Soares e Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
www.dcomercio.com.br
gigante dos mares. Ranqueado entre os 20 maiores navios do mundo, tem capacidade para 3.470 passageiros, 17 decks e 1.358 cabines. E, o que é melhor, fará a sua primeira temporada por aqui. A lista de atrações impressiona. São 11 bares, quatro restaurantes, um teatro de três níveis, com capacidade para 1.350 pessoas, seis jacuzzis, quatro piscinas – uma delas com cobertura móvel. E mais: cassino, biblioteca, discoteca, internet café, salão de bailes e até shopping center e galerias de arte. "O Costa Fortuna é um navio que surpreende
pela diversidade de ambientes", avalia o diretorgeral da Costa Cruzeiros no Brasil, René Hermann. Os ambientes internos foram inspirado nos míticos navios italianos que faziam as famosas travessias transatlânticas, com imigrantes da Europa para a América. Para o diretor de Marketing da empresa, Francisco Ancona, o importante nessa temporada é a diversidade de navios de última geração, com tamanho e conforto muito acima se comparados aos navios de antigamente. Nesse contexto, diz ele, o Fortuna puxa a fila, pois é o
Tamanho: capacidade para 3.470 pessoas, 17 decks e 1.358 cabines
primeiro acima de 100 mil toneladas a operar no País. Segundo Ancona, não por acaso a hegemonia do Costa Fortuna está com os dias
contados. "Há perspectivas concretas da chegada de outros e novos navios de porte equivalente nos próximos anos." (C.S.)
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Almeida Rocha/Folha Imagem
1 Não há decisão e nem data fixada para o aumento e nem sei se vai haver aumento neste ano. Cláudio Lembo, governador
Lembo rejeita proposta de aumento para o metrô Governador disse que não aceita "extorsão do povo" e pede novos estudos. Kassab admite aumento de ônibus.
O
Na Paulista, Xi Shun é cumprimentado por falsa chinesa em perna de pau
É O MAIOR O chinês Xi Shun, o homem mais alto do mundo, com 2,36 metros, foi a atração de ontem na avenida Paulista
N
ão contente em ser o maior homem do mundo, o chinês Xi Shun, de 2,36 metros, quase consegue, ontem, registrar uma nova façanha: parar a cidade de São Paulo. Mas como São Paulo nunca pára, Shun conseguiu, pelo menos, parar a avenida Paulista, o que não é pouca coisa. Aos 55 anos, sem nunca ter tido uma namorada, com sapatos número 57, uma bengala de 1,30 metro e uma casa cujo pé direito mede 5 metros, Shun participou de sessão de autógrafos numa livraria paulistana, localizada próximo ao cruzamento da Paulista com a alameda Joaquim Eugênio de Lima. Além da curiosidade que despertou em motoristas e em pedestres que cruzavam o centro financeiro da cidade, Shun, uma das estrelas do livro Guinness dos recordes,
teve dificuldades para entrar na livraria. Sem sucesso, tentou entrar pela porta principal da loja. Depois, tentou descer por um lance de escadas, mas desistiu. Teve de apelar para um acesso secundário, desta vez sem escadas. Em viagem promocional ao Brasil, o gigante já esteve no Rio de Janeiro, onde encantou os cariocas e, na caterogia atração turística, rivalizou involuntariamente com o Cristo Redentor. Tanto lá como cá, precisou do jeitinho brasileiro para poder dormir. Nos hotéis onde esteve hospedado foram montadas duas camas: uma king size de casal e outra de solteiro em paralelo. Aposentado precocemente do basquete por causa de um reumatismo, Shun vive hoje da fama que lhe foi conferida pelo Guinness. (Da Redação)
Milton Mansilha/Luz - 11/09/2006
governador de São Paulo, Cláudio Lembo, admitiu ontem, em Ribeirão Preto (SP) a possibilidade de não haver reajustes na tarifa do metrô paulistano neste ano. Ele afirmou ter discordado das planilhas apresentadas com as opções de reajuste e solicitou a realização de novos estudos com tarifas entre R$ 2,20 e R$ 2,60, ou seja, com reajustes entre 4,76% e 23,8% sobre o valor atual, de R$ 2,10 para o bilhete unitário. "Eu não aceitei as planilhas anteriores e mandei refazêlas. Portanto não há decisão e nem data fixada para o aumento e nem sei se vai haver aumento neste ano. Não vai haver extorsão do povo de Metrô de São Paulo: governador Cláudio Lembo quer estudo mais aprofundado para fixar a nova tarifa São Paulo por tarifa", afirmou Lembo. O governador (que Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem - 08/11/2006 não informou os valores pro- nimo cinco dias de antecepostas nas planinhas iniciais) dência. "Não é algo tão rápido afirmou que ainda não há para se decidir", afirmou o prazo, mas é possível que os prefeito. Ao ser questionado novos estudos de tarifa do sobre o valor da tarifa, Gilbermetrô sejam apresentados em to Kassab voltou a dizer que 10 ou 15 dias para serem no- "não tem como falar sobre isvamente avaliados por ele. so porque o assunto não está Ônibus – Ao mesmo tem- na pauta da Prefeitura". po, prefeito de São Paulo, GilCom o eventual aumento berto Kassab, admitiu ontem dos ônibus municipais, tama possibilidade de ocorrer um bém deverão subir as tarifas reajuste na tarifa dos ônibus do metrô, dos trólebus da Emmunicipais, mas insistiu que presa Municipal de Transporo assunto não está sendo dis- tes Urbanos (EMTU) e dos cutido pela Prefeitura. Kas- trens da Companhia Paulista sab preferiu não de Trens Metro- Prefeito Gilberto Kassab admite aumento dos ônibus, mas sem pressa citar prazos e jusp o l i t a n o s Keiny Andrade/AE - 07/08/2006 tificou que o au(CPTM) – numa mento poderá espécie de efeito ocorrer por conta cascata – mas toda necessidade. Não aceitei as dos de responsa" S ó p o s s o d i z e r planilhas e mandei b i l i d a d e d o g oque quando houverno do Estado. refazê-las. Não vai ver aumento, vaNesses três setomos levar em con- haver extorsão do res do transporte ta as necessidades povo de São Paulo as tarifas deverão do usuário", de- por tarifa. ficar R$ 0,10 aciclarou o prefeito ma do que for fiCláudio Lembo, xado para os ônidurante entrega governador bus municipais. de obras de urbanização na Favela Especula-se de Heliópolis, na que a Prefeitura zona sul de São Paulo. estaria estudando a adoção Apesar dos cuidados do de um aumento substancial prefeito em relação ao anún- agora (possivelmente de R$ 2 cio de uma nova tarifa, os em- para R$ 2,30 ou até R$ 2,40) presários de ônibus já conta- para não ser forçada a conceriam com o aumento a partir der um novo aumento em do feriado do dia 15 de no- 2008, ano eleitoral, quando vembro. O novo custo da pas- Kassab estaria disposto a consagem ainda não estaria total- correr à reeleição. mente definido, mas, provaNa última terça-feira, em visivelmente, subiria dos atuais ta à Linha 4 Amarela do metrô R$ 2 para R$ 2,30 ou R$ 2,40. (Vila Sônia-Luz), o secretário de Fora de pauta – G il ber to Transportes Metropolitanos, Kassab afirmou, porém, que Jurandir Fernandes, afirmou "não há a menor hipótese" de que o governador Cláudio o reajuste ocorrer a partir do Lembo (que há alguns dias chedia 15 já que, segundo ele, a gou a admitir como inevitável questão tem que ser levada à um aumento do metrô) quer Prefeitura pelo secretário muita cautela na escolha da nomunicipal de Transportes, va tarifa. De acordo com o secreFrederico Bussinger, para de- tário, não houve um recuo do pois ser encaminhada à Câ- governador, mas um pedido de mara Municipal, com no mí- avaliação rigorosa. (Agências) Segundo Kassab, aumento levará em conta necessidades dos usuários
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
CONSELHO CURADOR TAMBÉM APROVA AUMENTO DE VERBA PARA NOVAS CONSTRUÇÕES
FGTS REDUZ JUROS PARA CONSTRUTORAS
A
s medidas aprovadas ontem pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de redução dos juros cobrados das construtoras a partir de janeiro e de destinação de 50% dos recursos do fundo da habitação popular para novas construções, foram consideradas "excelentes" pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão. "As medidas anunciadas ontem vão possibilitar aumento da produção de novas unidades, melhorando as condições para as construtoras e am-
pliando o mercado", disse Simão. O presidente da CBIC pondera, entretanto, que os recursos disponíveis deverão ser suficientes para financiar entre 140 mil e 150 mil moradias, quando seriam necessárias 400 mil unidades novas por ano para solucionar o problema do déficit habitacional do País. O orçamento total do FGTS aprovado para 2007 será de R$ 10 bilhões, dos quais serão destinados R$ 6,4 bilhões para habitação popular, R$ 2,7 bilhões para saneamento, R$ 450 milhões para operações especiais (projetos para famílias com renda bruta mensal de R$ 3,9 mil a R$ 4,9 mil) e R$ 450 mi-
lhões para infra-estrutura urbana. Foram aprovados também R$ 1 bilhão de recursos do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) e R$ 1,2 bilhão de subsídios para pagamento de prestações. Os projetos de habitação familiar das construtoras, para famílias com renda bruta mensal de até R$ 3,9 mil, terão os juros reduzidos para 6% ao ano mais Taxa Referencial (TR). Os projetos destinados a famílias com renda bruta mensal de R$ 3,9 mil a R$ 4,9 mil terão taxas de juros de 8% ao ano mais TR em 2007. A taxa anterior de juros nos dois casos era de 9,39% ao ano mais TR. (AE)
TCU autoriza licitação de rodovias
D
epois mais de três anos de divergências com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou ontem a agência a publicar os editais de licitação para exploração de sete trechos de rodovias federais por empresas
privadas. No acórdão sobre o assunto, o tribunal ressalta que a autorização está condicionada à correção de "falhas e inconsistências de orçamento dos custos das futuras concessionárias". Entre as condições estão a adoção de medidas de definição dos passivos ambientais pré-existentes e o cálculo de custos de iluminação das rodovias nos casos em que não houver projetos específicos. Mas os principais pontos pendentes entre o TCU e a ANTT foram superados.
De acordo com a ANTT, os editais poderão ser publicados em dezembro e, nesse caso, o leilão seria em março. O sete trechos de rodovias federais a serem concedidos à iniciativa privada somam 2,6 mil quilômetros nas regiões Sul e Sudeste. Entre as rodovias que passarão às concessionárias estão a BR-381 (Fernão Dias), que liga Belo Horizonte a São Paulo, e o trecho da BR-116 entre São Paulo e Curitiba (Rodovia Régis Bittencourt). (AE)
ATAS CAFÉ FINO PARTICIPAÇÕES LTDA.
C.N.P.J./MF nº 05.047.906/0001-85 / N.I.R.E. 35.217.535.681 Ata de Reunião de Sócios realizada em 07.11.2006 Data, Hora e Local: 07.11.2006, às 10:00 horas, na sede da Sociedade, localizada em São Paulo/SP, na Av. Pedro Severino, nº 366, 14º andar, conjunto 143, sala 01, CEP 04310-060. Convocação e Presença: dispensada a convocação, tendo em vista a presença de sócios representando a totalidade do capital social, a saber: a) Savannah Investing Ltd., com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, registrada sob o número 501501, em Vanterpool Plaza, 2º andar, Wickhams Cay 1, Road Town, Tortola, Ilhas Virgens Britânicas, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 05.485.620/0001-81, neste ato representada pelo seu procurador, Sr. Marcelo Ralo, brasileiro, solteiro, contabilista, portador da cédula de identidade R.G. nº 16.440.730 SSP/SP e inscrito no C.P.F./MF sob nº 065.283.758-10, residente e domiciliado na Rua Soares de Avelar, 464 - apto. 141- Vl. Monte Alegre, CEP 04306-020, cidade de São Paulo, estado de São Paulo; e b) Panova Holdings Corp., sociedade com sede nas Ilhas Virgens Britânicas registrada sob o número 504541, com endereço em Vanterpool Plaza, 2º andar, Wickhams Cay 1, Road Town, Tortola, Ilhas Virgens Britânicas, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 05.485.639/0001-28, neste ato representada pelo seu procurador, Sr. Marcelo Ralo, anteriormente qualificado. Composição da Mesa: Presidente Marcelo Ralo; e Secretário - Reginaldo Vieira Mafra. Ordem do Dia: deliberar a redução do capital da Sociedade em R$ 4.220.000,00, com o conseqüente cancelamento de 4.220.000 quotas representativas do capital da Sociedade, passando o capital social de R$ 7.020.000,00, dividido em 7.020.000 quotas, para R$ 2.800.000,00, dividido em 2.800.000 quotas, tendo em vista o valor excessivo do capital da Sociedade em relação ao seu objeto social. Deliberações Tomadas: Considerando o capital da Sociedade excessivo em relação ao seu objeto social, foi aprovada unanimemente pelas sócias, sem quaisquer ressalvas ou restrições, a redução do capital da Sociedade em R$ 4.220.000,00 (quatro milhões, duzentos e vinte mil reais), passando o capital de R$ 7.020.000,00 (sete milhões e vinte mil reais), dividido em 7.020.000 (sete milhões e vinte mil) quotas, para R$ 2.800.000,00 (dois milhões e oitocentos mil reais), dividido em 2.800.000 (dois milhões e oitocentas mil) quotas, com o conseqüente cancelamento de 4.220.000 (quatro milhões, duzentas e vinte mil) quotas e a pertinente restituição do valor desta redução às sócias proporcionalmente à participação que detêm no capital social. Lavratura e Leitura da Ata: Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura da presente e, reaberta a sessão, foi lida, achada conforme e por todos os presentes assinada. (aa.) Mesa: Marcelo Ralo - Presidente; Marcello de Almeida - Secretário. Sócias Presentes: Savannah Investing Ltd. e Panova Holdings Corp., ambas representadas por procuração pelo Sr. Marcelo Ralo. HEXA 7 PARTICIPAÇÕES LTDA.
C.N.P.J./MF nº 05.253.926/0001-02 / N.I.R.E. 35.217.778.517 Ata de Reunião de Sócios realizada em 07.11.2006 Data, Hora e Local: 07.11.2006, às 10:00 horas, na sede da Sociedade, localizada em São Paulo/SP, na Av. Pedro Severino, nº 366, 14º andar, conjunto 143, sala 02, CEP 04310-060. Convocação e Presença: dispensada a convocação, tendo em vista a presença de sócios representando a totalidade do capital social, a saber: a) Savannah Investing Ltd., com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, registrada sob o número 501501, em Vanterpool Plaza, 2º andar, Wickhams Cay 1, Road Town, Tortola, Ilhas Virgens Britânicas, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 05.485.620/0001-81, neste ato representada pelo seu procurador, Sr. Marcelo Ralo, brasileiro, solteiro, contabilista, portador da cédula de identidade R.G. nº 16.440.730 SSP/SP e inscrito no C.P.F./MF sob nº 065.283.758-10, residente e domiciliado na Rua Soares de Avelar, 464 - apto. 141 - Vl. Monte Alegre, CEP 04306-020, cidade de São Paulo, estado de São Paulo; e b) Panova Holdings Corp., sociedade com sede nas Ilhas Virgens Britânicas registrada sob o número 504541, com endereço em Vanterpool Plaza, 2º andar, Wickhams Cay 1, Road Town, Tortola, Ilhas Virgens Britânicas, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 05.485.639/0001-28, neste ato representada pelo seu procurador, Sr. Marcelo Ralo, anteriormente qualificado. Composição da Mesa: Presidente - Marcelo Ralo; e Secretário - Marcello de Almeida. Ordem do Dia: deliberar a redução do capital da Sociedade em R$ 4.180.000,00, com o conseqüente cancelamento de 4.180.000 quotas representativas do capital da Sociedade, passando o capital social de R$ 6.980.000,00, dividido em 6.980.000 quotas, para R$ 2.800.000,00, dividido em 2.800.000 quotas, tendo em vista o valor excessivo do capital da Sociedade em relação ao seu objeto social. Deliberações Tomadas: Considerando o capital da Sociedade excessivo em relação ao seu objeto social, foi aprovada unanimemente pelas sócias, sem quaisquer ressalvas ou restrições, a redução do capital da Sociedade em R$ 4.180.000,00 (quatro milhões, cento e oitenta mil reais), passando o capital de R$ 6.980.000,00 (seis milhões, novecentos e oitenta mil reais), dividido em 6.980.000 (seis milhões, novecentas e oitenta mil) quotas, para R$ 2.800.000,00 (dois milhões e oitocentos mil reais), dividido em 2.800.000 (dois milhões e oitocentas mil) quotas, com o conseqüente cancelamento de 4.180.000 (quatro milhões, cento e oitenta mil) quotas e a pertinente restituição do valor desta redução às sócias proporcionalmente à participação que detêm no capital social. Lavratura e Leitura da Ata: Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura da presente e, reaberta a sessão, foi lida, achada conforme e por todos os presentes assinada. (aa.) Mesa: Marcelo Ralo - Presidente; Marcello de Almeida Secretário. Sócias Presentes: Savannah Investing Ltd. e Panova Holdings Corp., ambas representadas por procuração pelo Sr. Marcelo Ralo.
EDITAIS FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR
PREGÃO Nº 031/2006- FAMESP PROCESSO Nº 1255/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 08 de novembro de 2006 até o dia 21 de novembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital das Clínicas, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 031/2006- FAMESP, PROCESSO Nº 1255/2006-FAMESP, que tem como objetivo a AQUISIÇÃO DE CARNE BOVINA (MÚSCULO, PATINHO, NOIX, LAGARTO), PARA O SERVIÇO TÉCNICO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU, pelo menor preço global por lote, em conformidade com o disposto no Anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 22 de novembro de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supra citado. Botucatu, 08 de novembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice-Presidente FAMESP
SINDICATO DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS E EMPRESAS
DE
ASSESSORAMENTO,
PERÍCIAS,
DAS
INFORMAÇÕES
PESQUISAS NO ESTADO DE SÃO PAULO - SESCON-SP
E
Eleições Sindicais - Edital de Divulgação do Resultado do Pleito Em atendimento ao disposto no artigo 40 do Regulamento Eleitoral do Sescon - SP, tornamos público que no dia dezessete de outubro de dois mil e seis, em escrutínio único, foram realizadas as eleições nesta Entidade Sindical, tendo sido eleitos os seguintes associados para composição de seus órgãos de administração e representação, para o período de 1º de janeiro de 2007 até 31 de dezembro de 2009: Diretoria Executiva - Efetivos: Presidente: José Maria Chapina Alcazar; Vice-Presidente: Valdemar Lopes Armesto; Vice-Presidente Administrativo: Sérgio Approbato Machado Júnior; Vice-Presidente Financeiro: Humberto Sérgio Batella; Diretor Administrativo: Adalmo Coutinho; Diretor Financeiro: Nilton de Araújo Faria; Diretor Social: Salvador Strazzeri; Diretoria Executiva - Suplentes: Célia Regina de Castro, José Carlos Rodrigues, José Dini Filho, Julio Augusto dos Reis, Márcio Massao Shimomoto, Terezinha Annéia, Valdemir Arnesi; Conselho Fiscal - Efetivos: Irineu Thomé, Arthur Verna, Tikara Tanaami; Conselho Fiscal - Suplentes: Edeno Teodoro Tostes, Nelson de Jesus Ferreira, Antonio Palhares; Delegação Federativa – Efetivos: José Maria Chapina Alcazar; Antonio Marangon; Delegação Federativa - Suplentes: Carlos José de Lima Castro; Aparecida Terezinha Falcão. Nos termos do Regulamento Eleitoral, a posse dos eleitos se dará ao término dos mandatos dos atuais componentes dos órgãos estatutários. São Paulo, 08 de novembro de 2006. Antonio Marangon - Presidente.
CONVOCAÇÕES
ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS
Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo – Secovi-SP Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Pelo presente edital, ficam convocados todos os associados deste Sindicato, quites e em pleno gozo de seus direitos sociais, para participarem da Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 16 de novembro de 2006 às 12h00 (doze horas) em primeira convocação, na sede da entidade, na Rua Dr. Bacelar nº. 1043, nesta Capital, a fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do dia: Discussão e aprovação de alterações do Estatuto Social, para adaptação ao Novo Código Civil (Lei nº. 10.406/02), combinado com alterações havidas por Leis posteriores. Não havendo, na hora acima indicada, o número legal de associados, para a instalação dos trabalhos em primeira convocação, a Assembléia será realizada uma hora após, no mesmo local, em segunda convocação, com qualquer número de associados presentes. São Paulo, 08 de novembro de 2006. João Batista Crestana - Presidente em exercício
DO ESTADO DE SÃO PAULO - AESCON-SP
Eleições Sindicais para a Gestão 2007/2009 - Edital de Resultado Comunico que a eleição realizada na entidade no dia 17 de outubro de 2006 apurou o seguinte resultado: Diretoria Executiva - Efetivos: Presidente: José Maria Chapina Alcazar; Vice-Presidente: Valdemar Lopes Armesto; Vice-Presidente Administrativo: João Aleixo Pereira; Vice-Presidente Financeiro: Reinaldo Franco; Diretora Administrativa: Alaíde da Silva Pereira Vitorino; Diretor Financeiro: Ricardo Roberto Monello; Diretor Social: Homero Rutkowski; Diretoria Executiva - Suplentes: Carlos Alberto Baptistão, Eduardo Serbaro Tostes, Fernando Henrique Almeida Marangon, João Edison Deméo, José Vanildo Veras da Silva, Marcio Teruel Tomazeli, Reynaldo Pereira Lima Junior; Conselho Fiscal - Efetivos: Valdemir Atílio Arnesi, Durval Alves, Darcílio da Silva Mendes; Conselho Fiscal Suplentes: Martinho Marques, Manoel de Oliveira Maia, Nelson Ballarin. Ainda comunico que a posse dos eleitos se dará ao término dos mandatos dos atuais componentes dos órgãos estatutários. São Paulo, 08 de novembro de 2006. Antonio Marangon - Presidente
COMUNICADOS
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA:
FDE AVISA:
CONCORRÊNCIA A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador: CONCORRÊNCIA N.º - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1953/06/01 - Terreno Jardim Fortaleza / José Benedito Ferreira - Rua Kazuko Fuji Shimizu, s/nº. Guarulhos/SP. - 240 - 3.941,54m² - R$ 411.450,00 - R$ 41.145,00 - 09:30 - 12/12/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 10/11/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 11/12/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL, deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão, obedecer rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
CONCORRÊNCIA A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto: CONCORRÊNCIA N.º - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2226/06/01 - Terreno Jd. Orestes Lopes de Camargo - Rua Gregório Pereira/Rua Primo Mário da Costa, s/nº - Jd. Orestes L. de Camargo - Ribeirão Preto / SP - 240 - 3.823,44m² - R$ 425.593,00 - R$ 42.559,00 - 15:00 - 12/12/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 10/11/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 11/12/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL, deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão, obedecer rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
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FDE AVISA: CONCORRÊNCIA A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto e reforma: CONCORRÊNCIA N.º - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2118/06/01 - Terreno B. Aparecidinha (Subst. EE Acácio Vasconcelos Camargo) - Rua Benedito de Oliveira, 312-A Aparecidinha - Sorocaba / SP - 240 - 2.840,46m² - R$ 384.020,00 - R$ 38.402,00 - 14:00 - 12/12/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 10/11/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 11/12/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL, deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão, obedecer rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es) e Construção de ambientes complementares com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2325/06/02 - EE Dr. Euphly Jalles - Rua 2, nº. 2.714 - Jardim América - Jales/SP. - 210 dias - 22,57 m² - R$ 68.146,00 - R$ 6.814,00 - 10:30 - 28/11/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 10/11/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 27/11/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL, deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão, obedecer rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: CONCORRÊNCIA A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador. Construção de ambientes complementares e reforma de prédio escolar: CONCORRÊNCIA N.º - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2107/06/01 - Terreno Jardim Rosina / Antonio Prado Junior - Rua David Boscarol, s/nº - Jardim Rosina - Mauá / SP; EE Antonio Prado Junior - Rua David Boscarol, 15 - Jardim Rosina - Mauá / SP. - 240 - 3.600,92m²/754,11m² - R$ 538.170,00 - R$ 53.817,00 - 10:30 - 12/12/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 10/11/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 11/12/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL, deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão, obedecer rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 08 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Reqte: C.A.S. Importação e Exportação Ltda. -Reqdo:Prodotti Laboratório Farmacêutico Ltda. - Av. João Dias, 1.084 - 1ª Vara de Falências Reqte: Kapital Factoring Sociedade de Fomento Comercial Ltda - Reqda: Algo Mais Indústria Têxtil Ltda. - Rua São Leopoldo, 307 - 2ª Vara de Falências
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
TURISMO - 3
Fotos: Divulgação
De balada a fitness em alto-mar Cada vez mais criativas, as companhias de cruzeiros oferecem viagens temáticas inesquecíveis. Tendência no segmento são os shows a bordo, com estrelas como Fabio Jr. e Roberto Carlos
G
randes shows, raves, aulas de dança, fitness e até palestras de saúde e educação. Os chamados cruzeiros temáticos surgiram como uma opção das companhias para atrair o turista nos períodos de baixa temporada, mas tornam-se cada vez mais comuns. Todos os navios atracados no Brasil nesta temporada oferecem ao menos uma saída temática. No ano passado, por sugestão de um amigo, o vendedor Pedro Henrique, de 26 anos, embarcou em um cruzeiro temático, o Cruise Part, com balada e show de Cláudio Zolli a bordo. Se ele aprovou? Bom, a passagem para esta temporada já está comprada. Novamente o tema será balada e, desta vez, Pedro Henrique levará mais seis amigos. O grupo embarcará no dia 19 de janeiro de 2007 no Vibe on Bord, do navio Island Escape. "A animação dos passageiros é muito legal. Além disso, é uma viagem prazerosa. Tem comida boa, vista bonita, interação entre os passageiros. Mantenho algumas amizades até hoje", diz ele. A gerente de Marketing e
Vendas da Costa Cruzeiros, Cláudia Del Valle, acredita que os temas são uma forma de garantir fidelidade dos hóspedes. Segundo ela, em conseqüência dos temas, a companhia registrou este ano o maior índice de early booking (reserva antecipada). "Em março já tínhamos 30% do movimento feito para esta temporada. Tem passageiro que desceu do navio e já fez a reserva para o próximo." Em forma – Em época de culto ao corpo, os navios fitness fazem muito sucesso. O destaque da Costa Fortuna é o cruzeiro fitness (de 24/2 a 2/3), quando o navio transforma-se numa verdadeira academia. São 3.500 pessoas com o mesmo objetivo: malhar. Nesse cruzeiro, até a cozinha tem de se adaptar. O cardápio é especial, com comidas leves. O mesmo apelo tem o Island Star. A programação do Wellness (de 4 a 10/2) inclui atividades na academia e ao ar livre com aulas de spinning, power jump, prana balls, bodypump, step, ioga, entre outras, além de palestras sobre saúde, esporte e qualidade de vida, e um cardápio alternativo de baixa caloria.
O Costa Fortuna se transforma numa academia por alguns dias. Outros navios também investem em fitness
A concorrida Vibe Fest, no Island Escape, e o Teatro do MSC Armonia, palco de shows e espetáculos
O cruzeiro bem-estar (de 27/1 a 3/2), no Fortuna, promete palestras sobre saúde, alimentação, combate ao estresse, dançaterapia e exercícios diferenciados na academia. E o Zen Cruise (de 29/1 a 2/2), no Island Escape, terá ioga, meditação, pilates, alongamento e outras atividades relaxantes. Os amantes das artes têm como melhor opção o cruzeiro Artmar, no Armonia (saída 27/1), da MSC. A proposta é iniciar o público leigo no mundo das artes, com cursos, palestras, exposições e até
desfiles de moda. A temporada também contará com dois navios de dança: no Armonia haverá o Baila Comigo (saída 3/2), com uma equipe de 20 dançarinos e aulas diárias de diferentes ritmos, e o Dançando a Bordo no Costa Fortuna (de 3 a 10/2). Shows – A Forma Turismo, operadora especializada em viagem estudantil, promoverá nesta temporada a terceira edição do Cruzeiro Universitário (de 7 a 10/12), que, este ano, acontecerá simultaneamente em dois navios: o Island Star e o Mistral. Na programação,
shows dos grupos Revelação, Vagabundos, Banda Eva e Inimigos da HP. A maior atração da viagem, no entanto, será em terra firme: uma micareta com a banda Asa de Águia, exclusiva para os participantes do cruzeiro (www.cruzeirouniversitario.com.br). A Island Cruises, empresa que mais oferecerá saídas temáticas nesta temporada, começa com o Pânico no Navio, no Island Escape (de 15 a 18/12), sob o comando de Vesgo e Ceará e shows das bandas Capital Inicial e Skank. Em janeiro, o navio promoverá a Vi-
be Fest on Board (de 19 a 22) e a Running & Adventure Cruise (de 25 a 29). Para encerrar a temporada em grande estilo, o navio Island Escape promoverá ainda a Party Cruise - Ministry of sound on board (de 9 a 23/2), o Single Cruise (de 12 a 16/2) e o Tribe on board (de 9 a 12/3), a versão alto-mar de uma das mais conhecidas raves brasileiras. Romantismo – A onda dos shows a bordo começou há dois anos, com o Emoções em Alto Mar no Costa Fortuna. Na época, talvez o cantor Roberto Carlos não imaginasse que seria o precursor de uma tendência que vem se consolidando como um sonho de consumo dos mais românticos e aficionados por cruzeiros. O cruzeiro Emoções faz hoje parte do calendário de saídas temáticas do navio Costa Fortuna. Este ano, o cruzeiro com o cantor está marcado para 10 de fevereiro, com quatro noites de duração. Depois de Roberto Carlos, foi a vez do também romântico Fábio Jr. aderir à nova onda. Pela segunda temporada consecutiva, o cantor será a grande atração do navio Mistral (CVC) no projeto Navegando com Fábio Jr. Ele fará três apresentações de seu novo álbum Minhas Canções (de 27 a 31/1). O cruzeiro parte de Santos e passa pelo Rio, Búzios e Angra dos Reis. Otimista, o presidente da CVC, Guilherme Paulus, diz que a idéia é investir cada vez mais neste segmento, para oferecer aos clientes a possibilidade de desfrutar de belas paisagens e, ao mesmo tempo, acompanhar espetáculos e atrações de peso. A novidade da operadora este ano é o cruzeiro temático MPB a bordo, que será comandando pelo cantor e compositor Toquinho, também no navio Mistral, com saída 31 de janeiro e duração de cinco dias. (C.S.)
Galeria de fotos
BLUE DREAM
GRAND VOYAGER
MSC SINFONIA
ISLAND ESCAPE
ISLAND STAR
MSC ARMONIA
PACIFIC
COSTA ROMANTICA
COSTA FORTUNA
MISTRAL
SKY WONDER
Paixão por cruzeiros
A
os 41 anos, a publicitária Ana Cláudia Moreira Lima acumula mais de 15 cruzeiros em seu currículo de viajante. A primeira experiência em um navio foi quando tinha apenas 5 anos. O "culpado" foi o avô. "Ele tinha paixão por cruzeiros e levou a família inteira para o alto-mar", conta ela, que acabou herdando a paixão do avô. As histórias vividas a bordo de navios são inúmeras. Mas uma delas marcou sua vida. "Conheci meu ex-marido em uma viagem de navio. Ficamos juntos mais de seis anos", lembra a publicitária. A história de amor só foi possível por causa de um
simples detalhe: os dois são apaixonados por cruzeiros. "Ele é argentino e nós nos conhecemos a bordo, durante um cruzeiro que saía do Brasil e passava pela Argentina." O fato é que, quando se conheceram, em 1990, tiveram uma paquera. Só no ano seguinte começaram a namorar. Por coincidência, ou ironia do destino, estavam novamente no mesmo cruzeiro. "Daí não teve jeito. Começamos a namorar e depois nos casamos." O destino da lua-de-mel não poderia ser outro: um cruzeiro em Miami. E, apesar de o casamento ter acabado, Ana Cláudia diz que ainda são grandes amigos e adoram
viajar de cruzeiro. Tanta história para contar fez com que a publicitária se tornasse uma espécie de consultora dos amigos. "Quando alguém conhecido vai fazer um cruzeiro sempre me procura para pedir conselhos, dicas do que levar na bagagem, essas coisas", diverte-se. "Antigamente, diziam que cruzeiro era coisa de gente velha. Mas essa visão mudou. O brasileiro descobriu o prazer de viajar de navio." E dá uma sugestão para as operadoras. "Acho que poderia ter roteiros no Brasil durante o ano inteiro. Porque no Nordeste o tempo é quente o ano todo." Quem se habilita? (C.S.)
2
Urbanismo Transpor te Polícia Memória
DIÁRIO DO COMÉRCIO
PROMOTOR DISSE QUE CRIME FOI POR VINGANÇA
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Ela cometeu o crime ao ver-se rejeitada pelo amante. Luiz Fernando Vaggione, promotor
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Carla é denunciada Promotoria acusa namorada de assassinar coronel
O
promotor Luiz Fernando Vaggione apresentou ontem denúncia contra a advogada Carla Cepollina, suspeita de ter matado o namorado, o coronel da reserva e deputado estadual Ubiratan Guimarães, em 9 de setembro último. Ela nega participação no assassinato. Na opinião de Vaggione, o crime foi cometido por vingança, e não por ciúme, porque Carla viu que o relacionamento amoroso "estava em decadência". Como agravantes, o promotor atribuiu motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima. "Ela cometeu o crime por vingança, ao ver-se rejeitada pelo amante. Essa vingança evidenciou seu desprezo pela vida de Ubiratan Guimarães, além de egoístico sentimento de posse que impunha arrogantemente à vítima. Agiu, pois, por motivo torpe", esclarece a denúncia. Agora cabe à Justiça aceitar ou não a denúncia. No caso de aceitação, a advogada será processada. A pena para Carla pode aumentar pelo fato de o crime ter sido cometido contra pessoa sexagenária. O coronel tinha
63 aos. A mãe de Carla, a também advogada Liliana Prinzivalli, esteve presente. Por várias vezes, ela interrompeu, contestando a acusação. Ela afirmou ter protocolado na Corregedoria da Polícia e na Corregedoria do Tribunal de Justiça denúncia de abusos de autoridade contra os delegados do caso e contra o promotor. Segundo ela, o abuso de autoridade ocorreu quando os policiais entraram em sua casa, em 25 de setembro, e apreenderam armas --que seriam de seu pai, Luigi Prinzivalli, que morreu em 2002. Inquérito – O inquérito sobre a morte foi concluído pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em 13 de outubro. Para a Polícia Civil, Carla é a única responsável pelo crime e teria agido por ciúme. Ela foi indiciada por homicídio duplamente qualificado – por motivo fútil (ciúme) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. No mês passado, a 9ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo negou o pedido de habeas corpus preventivo movido por Carla Cepollina. (Agências)
Justiça interdita acusado de matar Liana e Felipe
A
juíza Alena Cotrim Bizarro, da Vara de Embu Guaçu, na Grande São Paulo, determinou que o jovem de 19 anos envolvido na tortura e no assassinato dos namorados Liana Friedenbach, de 16, e Felipe Caffé, de 19, em novembro de 2003, seja interditado. Com a sentença, divulgada ontem, ele fica considerado incapaz de cuidar de si mesmo após atingir a maioridade civil. A mãe dele foi nomeada curadora provisória. Em seu despacho, a magistrada argumenta que "os laudos demonstram que não há condições de garantir a adaptação do rapaz à sociedade, medida que se mostra inviável". Ela confirma a sentença que determinou a imediata internação do rapaz para tratamento psiquiátrico em uma instituição especializada, datada de 26 de outubro. Conforme a última determinação, o interno deverá permanecer na Febem, onde está desde a época do crime, até que haja uma vaga disponível em
um órgão de saúde pública. Se não tivesse sido determinado o tratamento, ele sairia neste mês, quando completaria o prazo máximo de permanência na fundação, que é de três anos. Ele foi internado em 10 de novembro de 2003. Condenados – No júri, Agnaldo Pires foi condenado a 47 anos e três meses de prisão por estupro; Antônio Matias de Barros, a seis anos de reclusão e um ano, nove meses e 15 dias de detenção por seqüestro, porte de arma e favorecimento pessoal; e Antônio Caetano da Silva pegou 124 anos por ter auxiliado no seqüestro e estuprado Liana. Um quarto acusado – Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco – recorreu da sentença de pronúncia e ainda não tem data para ser julgado O casal mentiu sobre a viagem para Embu-Guaçu para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela com amigos, e Felipe disse que iria acampar, mas não especificou o local e nem com quem. (Agências)
Vaggione é interrompido pela mãe de Carla, a também advogada Liliana Prinzivalli, que compareceu para ouvir a denúncia contra a filha. Agora, caberá à Justiça decidir se aceita a acusação.
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ECONOMIA - 3
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.TURISMO
MERCADO
ABAV 2006: mais um passo para a profissionalização Apesar das discussões e polêmicas em torno das comissões dos agentes de viagens por parte das empresas aéreas e o agravante da falta de lugar nos aviões – resultado dos problemas com a Varig –, a 34ª edição do Congresso Brasileiro das Agências de Viagens e Feira das Américas - ABAV 2006 foi marcada pela profissionalização do evento. Com um crescimento de 14,05% no número de inscrições – total de 22.824 inscritos em geral, dentre eles 8.900 agentes de viagens – o evento contou com um total de 152 expositores e 39 delegações estrangeiras. Algumas pela primeira vez, como Coréia, Emirados Árabes e República Tcheca. A área total também cresceu e ficou 19,34% maior em relação ao ano passado e 61,15% em relação a 2003, quando se fixou no Rio de Janeiro. E a previsão é que a feira tenha que usar mais um pavilhão do RioCentro para o próximo ano. “Fizemos um trabalho com os agentes de viagens para mostrar que a ABAV é coisa séria. Procuramos qualidade e não quantidade”, afirmou a diretora da entidade, Isa Garbin. “E com a fixação no Rio de Janeiro conseguimos ter uma política de crescimento com resultados positivos”, completo. Para o presidente da ABAV, João Martins Neto, a entidade conseguiu superar todos os obstáculos – problemas nas instalações e falta de assentos nas companhias aéreas – e montar um evento que perdeu o perfil de festa. “A ABAV ganhou um sentido profissional, um lugar para se fazer negócios”, disse ele, que deixou um aviso para os próximos quatro anos de governo Lula: “O trade não vai aceitar nenhum tipo de mudança nas metas já estabelecidas para o turismo para os próximos anos”. Confira a seguir as novidades lançadas no evento. Por Lygia Rebello ARGENTINA A maior novidade do país vizinho é a abertura de um escritório de representação no Brasil, que deve começar a funcionar ainda este ano. Segundo a delegada turística da Argentina para o Brasil, Marcela Cuesta, o número de turistas brasileiros por lá vem crescendo cerca de 25% ao ano e por isso eles querem investir na promoção de produtos além da capital e das estações de esqui. "Queremos divulgar a pesca e o turismo rural, por exemplo." O site da Argentina terá em breve todo o seu conteúdo em português. Mais informações pelo www.argentina.travel. BUENOS AIRES Com um crescimento de 18% no número de brasucas que visitaram a capital argentina entre o primeiro semestre do ano passado e o mesmo período deste ano, a cidade investiu pesado em novidades. A primeira delas, que deve começar a funcionar até o fim do mês, é um serviço de 0800 para turistas, com atendimento em quatro idiomas, inclusive português, esclarecendo as mais diversas dúvidas – de shows na cidade a problemas com o passaporte. Para abril do ano que vem será lançado um ônibus turístico com dois circuitos diferentes, além de cinco novos centros de atendimento ao turista, 12 circuitos de visitas autoguiadas indicados com cartazes (em três idiomas), painéis com mapas indicativos e torres indicando números gratuitos para receber informações por celular nos 12 pontos turísticos mais importantes da cidade. Há ainda o tour especialmente adaptado para portadores de deficiências físicas. Mais informações pelo site www.buenosaires.gov.ar. SÃO PAULO A maior novidade no Estado foi o lançamento da Rota do Escravo, que engloba seis roteiros em 15 municípios das regiões do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte. Em cada roteiro, visita a fazendas históricas, apresentações culturais, guias capacitados, gastronomia típica... A Reality Tour é operadora oficial, site www.realitytour.com.br. MOVIDA A nova locadora de automóveis brasileira, lançada oficialmente na ABAV, oferece frota toda nova com GPS. Em funcionamento no Rio, a abre no mês que vem sua loja no Aeroporto de Congonhas. CORÉIA, MALÁSIA E TAILÂNDIA Juntos no mesmo estande, em parceria com a operadora Princess Travel, e presentes na ABAV pela primeira vez, estes três países asiáticos decidiram investir no público brasileiro, mesmo este tendo uma representação ainda pequena como mercado emissor de viajantes a seus países. A Tailândia, além dos já conhecidos Bangcoc e Puket, quer investir na promoção de outros destinos, como Chiang Mai, região montanhosa no norte do país. Celebrando os 50 anos de independência com festas o ano inteiro, a Malásia acredita que
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
este é o melhor momento para atrair brasucas para conhecer as paisagens exóticas desse distante país. A expectativa é de ter um aumento de 10% no número de visitantes brasileiros para o ano que vem.
Divulgação/ABAV
Cerimônia de abertura do evento: críticas às companhias aéreas e a aposta na seriedade dos negócios fechados durante o congresso deste ano
CURTAS - TAM começou a voar para Londres, com freqüência diária. - A rede carioca Luxor anunciou associação com o Hotel Pergamon, fechando sua primeira participação em São Paulo. - A LAN Argentina começa, em dezembro, com vôos diretos São Paulo-Buenos Aires. - A Pluna lança em novembro vôos Rio-SPPunta del Este e SP-Porto Alegre-Punta. - A Ocean Air anuncia novas rotas internacionais para 2007: Luanda (Angola), Los Angeles (EUA), Lima (Peru), Lagos (Nigéria), Johanesburgo (África do Sul). - Varig relança o Super Weekend, pacotes promocionais para estimular o turismo entre Rio de Janeiro e São Paulo durante o fim de semana. - Rio Grande do Sul investe na promoção da
Fenavinho, que acontece de 26/01 a 20/02. - A rede Marriot levou à feira pela primeira vez representantes de 15 hotéis da rede no exterior e divulgou suas próximas inaugurações, em Porto Rico e Ilhas Virgens. - A rede Othon divulgou a abertura do Macaé Othon Suítes, direcionado para executivos da indústria do petróleo. - A Carlson Wagonlit Travel – empresa especializada em viagens de negócios – lançou a CWT Turismo, uma unidade destinada à operação de turismo de lazer. - A TAP terá um novo vôo entre Natal (RN) e Lisboa. - O grupo SuperClubs anunciou a construção de um resort em Búzios, com inauguração revista para 2008.
WEBJET As novidades da companhia aérea são a nova rota Galeão (RJ)-Pampulha (BH), que começa já na semana que vem e terá vôos diários. Além disso, a empresa começou a oferecer o serviço de transporte aéreo de cargas, entre as cidades Porto Alegre, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Mais informações pelo www.webjet.com.br. RECIFE Trabalhando muito em melhorias no turismo da capital pernambucana, a cidade criou um city tour só de Recife (sem Olinda), além de seis novos roteiros a pé com direito a guias treinados e placas explicativas. Em seis idiomas diferentes, os roteiros a pé começam em janeiro de 2007. ESTADOS UNIDOS O See America Vacations, pool de operadoras brasileiras especializadas na Terra do Tio Sam, tem um novo portal (www.seeamericavacations.tur.br) que terá conteúdo como se fosse um guia completo de cada destino vendido pelas operadoras. Assim, cada cidade ou roteiro terá, em português, informações sobre história, atrações, temperatura etc. Sem falar que ainda terá vídeos sobre novidades e destinos. Até o fim de novembro o portal estará no ar. MARTINICA A Maison de la France (escritório de turismo da França no Brasil) destacou como novidade a Martinica, ilha francesa no coração do Caribe. Como facilitadores para que mais brasileiros conheçam o exótico destino, eles destacaram os vôos Belém-Martinica, pela Air Caribes, e o vôo da Delta, via Atlanta. "Nosso primeiro objetivo é ficar conhecido no Brasil para aí então pensar em aumentar os vôos para lá", comenta a diretora para Estados Unidos e América Latina coordenadora do escritório da Martinica, Muriel Wiltord. CVC A empresa abrirá escritório em Paris – o quinto no exterior – em fevereiro do ano que vem e anunciou a construção do Resort Aracaju, na Ponta do Mosqueiro, em Aracaju, com investimentos da ordem de R$ 80 milhões. A primeira etapa deve ficar pronta em 2008. Os números da empresa para a alta temporada também chamaram a atenção: estão previstos nada menos que 190 vôos fretados para este verão. SOL MELIÁ A rede apresentou três novos empreendimentos na América do Sul – Meliá Angra Marina & Convention Resorts, Meliá Puerto Varas (Chile), Tryp Buenos Aires (Argentina) – e lançou sua nova marca mundial, a ME by Meliá, cuja palavra de ordem será serviços exclusivos.
Cruzeiro é uma tendência nas viagens corporativas
A
s viagens corporativas estão crescendo em vários segmentos. E fretar navios parece uma tendência nas empresas. Atualmente, o mercado corporativo na Costa Cruzeiros, por exemplo, corresponde a 10% do movimento. "E cresce a cada ano", garante a gerente comercial e de Marketing da Costa Cruzeiros, Claudia Del Valle. Na CVC, a tendência também vem ganhando destaque. "O corporativo cresce bastante em várias frentes. Tem até empresa que lança produtos no navio", conta o diretor comercial da CVC Cruzeiros, Rodolfo Szabo. Há empresas que fretam navios para convenção anual. Outras, fazem fretamentos parciais para realizar simples palestras e já aproveitam a viagem. Tem aquelas que fretam para premiação. Enfim, motivos não faltam. O período mais concorrido é março, depois do carnaval, mas as convenções já começam em dezembro. E há navios para todos os gostos. Tem empresa que escolhe pelo destino, outras pelo luxo, pelas tarifas ou pelos serviços. Para o diretor de Marketing da Sun & Sea, representante da Royal Caribbean, Ricardo Amaral, o fretamento é uma alternativa muito criativa e cresce entre 10% e 15% a cada ano. "É uma opção com baixa dispersividade. Não tem como o funcionário não participar do evento. O navio pode até parar suas atividades recreativas durante as atividades da empresa", conta Amaral, cuja companhia faz fretamentos para empresas como Perdigão, Brastemp e agências de propaganda. Para a NCL, fretar navio é algo especial. Para o ano de 2007, a companhia já tem três fretamentos confirmados. "Se o tamanho do grupo for adequado à capacidade de acomodação no navio, o fretamento é a melhor opção. Será uma viagem com a cara da empresa. Quem freta tem carta livre para fazer o que quiser, desde que não interfira nas questões de segurança", explica a diretora da Firstar, representante da NCL no Brasil, Estela Farina. A MSC Cruzeiros, que atualmente tem oito navios na frota, confirma a tendência. "Já fretamos navio para congressos, convenções, incentivos e campanhas de vendas", diz o diretor comercial da MSC, Adrian Ursilli. "Fazemos fretamentos em todo mundo, aqui no Brasil trabalhamos com instituições financeiras, bancos, laboratórios, associações e empresas automotivas, entre outras." Serviços – A empresa que faz o fretamento tem de pensar nos serviços que necessita e das possibilidades que a companhia oferece. Há casos em que os decks ou os salões, por exemplo, podem ser
renomeados, o entretenimento a bordo pode ser ajustado e até mesmo o roteiro pode ser alterado de acordo com a necessidade do cliente. "O navio fica com a cara da empresa", diz Estela, da NCL. Quem organiza a viagem tem de pensar na alimentação, se as refeições incluem bebidas, a programação de animação a bordo... Tudo para saber o que será cobrado à parte. Se precisar de uma sala para alguma apresentação tem de pensar se inclui microfone, projetor, faixas, banners, etc. Custos – É bom lembrar que tudo tem seu preço. E para começar bem é bom garantir a reserva com o máximo de antecedência possível. "A antecedência é importante pois pode também interferir no preço", diz Estela. "O custo é normalmente calculado, considerando-se a ocupação total do navio, em cabines duplas, e inclusive taxas portuárias e de serviço, são calculadas por pessoa, considerandose esta ocupação máxima em cabines duplas", completa. O preços variam. No caso da NCL uma das condições para o fretamento é uma carta de crédito de garantia, no valor de pelo menos 85% do valor do fretamento. O valor do fretamento varia de acordo com a distância e se vai haver alguma mudança no layout do navio. Tudo depende dos detalhes de serviços especiais que a fretadora vai pedir. E pode soltar a imaginação. Entre os mais variados serviços, há possibilidade de colocar o logotipo da empresa no cardápio e no jornal do navio (aquele que entregam na cabine), alugar equipamentos para algum tipo de apresentação e entregar brindes na cabine. Incentivo – Claudia lembra que a viagem de incentivo não é só uma premiação. "Está comprovado que a uma viagem causa lembrança maior do que eletrônicos, carros e dinheiro", diz. "A bordo de navio é mais inesquecível ainda. As pessoas nunca cogitam navio e quando fazem um cruzeiro acabam realizando um sonho", defende. Tem até o cruzeiro universitário, com um navio fretado exclusivamente para estudantes de faculdade pela Forma Turismo, operadora especializada em viagem estudantil de lazer e criadora do evento. No começo deste ano, dois transatlânticos foram fretados. Para a próxima temporada a festa vai ser a bordo do Island Star e do Mistral. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Finanças Empresas Comércio de rua Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
9 Como há quem não goste de comer nada pesado de madrugada, as frutas são uma ótima alternativa. Júlio Fernandes, vendedor
EMPREENDEDORES DA MADRUGADA
AS VENDAS NÃO PARAM NEM DE MADRUGADA
Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
Enquanto a maioria dos paulistanos dorme, uma parte já faz negócios
O
ponteiro do relógio marca uma e meia da manhã. Na hora em que a maioria dos paulistanos ainda dorme, o comerciante Aliomar Rodrigues Meireles se prepara para mais um dia – ou melhor, mais uma madrugada – de muito trabalho. Desde agosto do ano passado ele administra uma das bancas do Shopping Popular Feira da Madrugada, idealizado em um antigo pátio ferroviário do Brás. Assim como os outros 3,6 mil vendedores instalados no local, Meireles espera bater as metas do Natal passado, quando vendeu 2 mil bolsas por dia durante os meses de novembro e início de dezembro, e 10 mil nas duas semanas precedentes ao Natal. De acordo com Antônio Carlos de Queirós, gerente operacional da GSA, empresa que administra o shopping, 12 mil pessoas circularam por ali na madrugada de ontem. "Todos os dias, 120 ônibus de turismo chegam trazendo gente do Brasil inteiro, principalmente do Rio de Janeiro e Paraná." A expectativa é superar em 50% o número de visitantes registrados no final do ano passado. "Falta muito pouco para isso." Para receber consumidores no período que antecede o Natal, a administração tomou algumas medidas preventivas. Segundo o diretor da GSA, Giovan Ferreira, as entradas foram sinalizadas e o número de seguranças aumentou. A Feira funciona diariamente das 3 horas às 9 horas. Para o vendedor de bolsas Marcelo Albuquerque, a expectativa dos ambulantes é vender 100% a mais do que em 2005. "Do ano passado para este, já dobrei a produção dos meus produtos", explica ele, que fabrica as bolsas com outras 90 famílias. "O Shopping Feira da Madrugada é responsável hoje por cerca de 30 mil empregos diretos e 120 mil indiretos. O espaço tem essa função social", explica o administrador do empreendimento, Aílton Vicente Oliveira. Variedades Os principais itens vendidos são de moda praia, mas nem o tempo frio e chuvoso da madrugada de quarta-feira foi capaz de desanimar a vendedora
Todos os dias, cerca de 12 mil pessoas circulam pelos 70 mil metros quadrados da Feira da Madrugada
Helena: biquínis bordados a mão
Gilmara, vendedora de roupas: preço de produtos são imbatíveis
Consumidores de toda parte do Brasil em busca de boas ofertas
Helena Paulino Costa. Antes de comercializar seus produtos no shopping, ela se arriscava de forma irregular pelas ruas da cidade. "Aqui eu vendo muito mais e com segurança." Os biquínis e cangas de Helena são feitos em confecção própria e bordados a mão. "Um biquíni no atacado, a partir de seis peças, custa R$ 27 cada. Meus produtos não saem a menos de R$ 50 nos shoppings convencionais", afirma. Aos 48 anos, a empresária Nadja Paulo Pereira estava há seis meses sem trabalho quando conseguiu espaço para montar uma barraca de camisetas no local. Durante oito anos ela vendeu os produtos na Rua 25 de Março. Sua ajudante, Gilmara Machado, diz que 5 mil itens são vendidos por dia. A expectativa é aumentar o faturamento em até 50%, vendendo conjuntos de três itens por R$ 10. "Os preços daqui são imbatíveis", garante Gilmara. A mesma opinião tem o consumidor mineiro Antônio José. Desde a inauguração da Feira da Madrugada, em agosto do ano passado, ele vem a
São Paulo todos os meses comprar roupas, bolsas, cintos e bijuterias para abastecer a loja onde trabalha. "Eu economizo até 20% do dinheiro que gastaria nas tradicionais ruas de comércio popular. Para este Natal, pretendo vender 40% a mais do que no ano passado. Gastar menos A economia é fator determinante para quem freqüenta o empreendimento. Segundo o vendedor Adegildo de Oliveira Santana, os vestidos vendidos em sua banca custam R$ 15 no atacado, mas são revendidos por até R$ 50 nos shoppings. "Em novembro, vendemos cerca de 200 peças por dia. Próximo ao Natal, esse número dobra", garante. Outra comerciante que comemora a proximidade do Natal é Méia Castro. "As vendas aumentaram de 40 peças por dia para 70", diz. A banca vende vestidos, blusinhas e calças jeans, que custam, em média, entre R$ 15 e R$ 18. Os preços baixos atraem também consumidores finais.
Aliomar: venda de mais de 2 mil bolsas por dia
É o caso da fotógrafa Camila Taís Camilo, que escolheu a madrugada de quarta-feira para gastar com a mãe. "Estamos aproveitando para comprar os presentes de final de ano para toda a família. Encontrei um vestido lindo de R$ 15, que lá em Sumaré, onde moramos, custa R$ 90", diz Camila. Muito além das roupas Nesta época, surgem novidades como brinquedos e enfeites. É possível encontrar ainda sandálias, produtos de papelaria, fantasias e até itens importados com preços acessíveis. Se a fome apertar, há vários quiosques de alimentação espalhados pela área de 70 mil metros quadrados. Recentemente, uma banca de frutas foi instalada próximo à entrada de carros. "Tem quem não goste de comer nada pesado de madrugada, e as frutas são uma ótima opção", diz o vendedor Júlio Fernandes.
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
Camila e a mãe Maria Eliane: direto de Sumaré
O shopping tem apoio da Prefeitura de São Paulo e para ter a liberação do espaço é preciso apresentar documentos pessoais, antecedentes criminais e o Termo de Permissão de Uso (TPU), além de seguir algumas exigências, como não vender produto pirateado. Vanessa Rosal
SERVIÇO Shopping Popular Feira da Madrugada Rua São Caetano, 812 – Brás Telefone (11) 3313-5046 Estacionamento gratuito para ônibus; carros pagam R$ 5. Horário: 3 horas às 9 horas
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Nacional Tr i b u t o s Tr a b a l h o Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Esse é o valor que será injetado na economia por conta do pagamento do 13º salário a 60,73 milhões de pessoas
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24,3
56,4% DO 13º CONCENTRAM-SE NO SUDESTE
INJEÇÃO DE R$ 53 BILHÕES studo divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que devem ser injetados na economia brasileira R$ 52,981 bilhões, em razão do pagamento do 13º salário a 60,732 milhões de pessoas no País até o final de 2006. Segundo a instituição, o valor representa 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e inclui o pagamento a todos os trabalhadores do mercado
sexta-feira, sábado e domingo, 10, 11 e 12 de novembro de 2006
formal, entre eles os empregados domésticos e beneficiários da Previdência Social. O total de pessoas que receberá o 13º salário em 2006 é cerca de 2,7% superior ao número de 2005. A instituição estimou que 1,6 milhão de pessoas passaram a receber o benefício por terem requerido aposentadoria ou pensão. Neste conjunto de pessoas, também estão aquelas que se incorporaram ao mercado de trabalho ou formalizaram o vínculo empregatício. Segundo o Dieese, dos cerca
de 60,7 milhões de brasileiros que devem ser beneficiados pelo pagamento do 13º salário, 24,3 milhões, ou 40% do total, referem-se a beneficiários da Previdência Social. Empregados formais correspondem a 34,6 milhões ou 57% do total e são contribuintes da Previdência. Os 3% restantes são empregados domésticos com carteira de trabalho assinada. Quanto à distribuição do montante, cerca de 23,7% dos R$ 52,981 bilhões – aproximadamente R$ 12,5 bilhões – serão
pagos aos beneficiários do INSS; R$ 39,6 bilhões, ou 74,9% do total, irão para os empregados formalizados e, aos empregados domésticos, serão destinados em torno de R$ 777,1 milhões, o que representa, aproximadament,e 1,5% do total. Em relação à distribuição dos recursos, a maior parcela, de 56,4%, deverá ficar nos estados da região Sudeste, que concentra também a maior parte dos trabalhadores, aposentados e pensionistas e empregados domésticos. (AE)
Sindicalistas negociam mínimo e tabela do IR
A
s principais centrais sindicais do País definiram ontem o valor que pretendem negociar com o governo federal e o Congresso para o salário mínimo em 2007. Após reunião realizada na capital paulista, as centrais, entre elas Central Única dos Trabalhadores (CUT), decidiram que lutarão para que o mínimo passe de R$ 350 para R$ 420, o que corresponde a um reajuste de 20%, superior ao
milhões de beneficiários da Previdência vão receber o 13º salário, segundo o Dieese.
aumento, de 16,6%, dado pelo governo neste ano. Além da correção do mínimo, as centrais sindicais também decidiram defender um reajuste de 7,77% para a tabela do Imposto de Renda no próximo ano. Esse percentual, de acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, corresponde à defasagem da tabela durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. O dirigente ressaltou, no entanto, que serão pleiteadas também reposições de perdas durante o governo Fernando de Henrique Cardoso. (AE)
ATAS Elo Participações S.A.
Elo Participações e Investimentos S.A.
CNPJ no 02.863.655/0001-19 - NIRE 35.300.158.938 Ata da 19a Assembléia Geral Extraordinária realizada em 25.9.2006
CNPJ no 07.838.611/0001-52 - NIRE 35.300.335.295 Ata da 1a Assembléia Geral Extraordinária realizada em 25.9.2006
Data, Hora e Local: Aos 25 dias do mês de setembro de 2006, às 16h, na sede social, Cidade de Deus, 4o andar do Prédio Novo, Vila Yara, Osasco, SP. Presenças: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença os acionistas da Sociedade, representando mais de quatro quintos do Capital Social votante. Constituição da Mesa: Presidente: Lázaro de Mello Brandão; Secretário: Carlos Alberto Rodrigues Guilherme. Ordem do Dia: examinar proposta do Conselho de Administração para incorporar as ações dos acionistas da Sociedade na Elo Participações e Investimentos S.A. (doravante denominada Elo Investimentos), convertendo-a em subsidiária integral da Elo Investimentos, de conformidade com o disposto nos Artigos 252 e 264 da Lei no 6.404/76, mediante: a) ratificação da indicação da empresa avaliadora dos Patrimônios Líquidos das Sociedades; b) exame e aprovação do Instrumento de Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações de Acionistas e seus anexos; c) concessão de autorização à Diretoria para praticar todos os atos necessários à concretização da operação de incorporação das ações dos acionistas da Sociedade na Elo Investimentos, inclusive à subscrição das novas ações a serem emitidas pela Elo Investimentos, por conta dos acionistas da Sociedade. Publicações Prévias: o Edital de Convocação foi publicado nos dias 15, 19 e 20.9.2006, nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, páginas 11, 18 e 7, respectivamente e “Diário do Comércio”, páginas 2. Leitura de Documentos: o Edital de Convocação e a Proposta do Conselho de Administração foram lidos, colocados sobre a mesa e entregues à apreciação dos acionistas. Deliberações: aprovada, sem qualquer alteração ou ressalva, a proposta do Conselho de Administração, registrada na Reunião Extraordinária no 37, daquele Órgão, de 15.9.2006, a seguir transcrita: “visando a promover a reorganização societária, com racionalização e redução de custos operacionais, administrativos e legais, convertendo a Elo em subsidiária integral da Elo Investimentos, vimos propor a operação de incorporação de ações dos acionistas da Elo Participações S.A. (Elo), pela Elo Participações e Investimentos S.A. (Elo Investimentos), a qual, uma vez autorizada, deverá atender às seguintes condições: I. a operação se efetivará em 25.9.2006, utilizando como base Balanços Patrimoniais específicos levantados em 31.8.2006 pelas Sociedades envolvidas; II. ratificará a nomeação da Probus Assessoria Contábil e Fiscal Ltda., CRC no 2SP018437/O-3, como responsável pelas avaliações dos Patrimônios Líquidos da Elo Investimentos e Elo, em 31.8.2006, a valor contábil; III. de acordo com os Balanços Patrimoniais específicos das Sociedades, levantados em 31.8.2006, foram apurados os seguintes Patrimônios Líquidos a valor contábil: Elo Investimentos R$3.217.152,78; e Elo R$407.468.072,09; IV. aprovada a operação, a totalidade das ações de emissão da Elo será integralmente transferida para Elo Investimentos; V. para os fins da incorporação das ações de emissão da Elo, com transformação da Sociedade em subsidiária integral da Elo Investimentos, será excluída do seu patrimônio líquido a mais valia resultante do ajuste em Reserva Reflexa da Marcação de Títulos e Valores Mobiliários a Valor de Mercado, que será constituída em conta do patrimônio líquido da Elo Investimentos, após a aprovação da operação; VI. nos termos dos Parágrafos 1o e 2o do Artigo 252 da Lei no 6.404/76, fica assegurado o direito de retirada dos acionistas da Elo no valor de R$2,050141 por ação e aos acionistas da Elo Investimentos no valor de R$0,016187 por ação; VII. considerando que as Sociedades envolvidas possuem os mesmos acionistas, e, objetivando manter a mesma estrutura societária e proporção das participações nas Sociedades, aprovada a operação, serão atribuídas aos acionistas da Elo Investimentos, 198.751.228 (cento e noventa e oito milhões, setecentas e cinqüenta e uma mil, duzentas e vinte e oito) novas ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 135.055.067 (cento e trinta e cinco milhões, cinqüenta e cinco mil e sessenta e sete) ordinárias e 63.696.161 (sessenta e três milhões, seiscentas e noventa e seis mil, cento e sessenta e uma) preferenciais de emissão da Elo Investimentos; VIII. haverá aumento do Capital Social da Elo Investimentos no montante de R$401.202.762.69, elevando-o de R$101.000,00 para R$401.303.762,69, mediante a emissão de 198.751.228 (cento e noventa e oito milhões, setecentas e cinqüenta e uma mil, duzentas e vinte e oito) novas ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 135.055.067 (cento e trinta e cinco milhões, cinqüenta e cinco mil e sessenta e sete) ordinárias e 63.696.161 (sessenta e três milhões, seiscentas e noventa e seis mil, cento e sessenta e uma) preferenciais, passando o capital social a ser dividido em 397.502.456 (trezentos e noventa e sete milhões, quinhentas e duas mil, quatrocentas e cinqüenta e seis) ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 270.110.134 (duzentos e setenta milhões, cento e dez mil, cento e trinta e quatro) ordinárias e 127.392.322 (cento e vinte e sete milhões, trezentas e noventa e duas mil, trezentas e vinte e duas) preferenciais; IX. tendo em vista que as Sociedades envolvidas possuem os mesmos acionistas, os quais desejam manter na Elo Investimentos a mesma estrutura societária, proporção de participação e quantidade de ações que atualmente detém na referida Elo Investimentos, a totalidade das ações representativas do novo capital social (397.502.456) será grupada na proporção de 2 (duas) ações para 1 (uma) ação da respectiva espécie, transformando-as em 198.751.228 ações, sendo 135.055.067 ordinárias e 63.696.161 preferenciais. Em decorrência, o “caput” do Artigo 20 do Estatuto Social passará a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 20) O Capital Social é de R$401.303.762,69 (quatrocentos e um milhões, trezentos e três mil, setecentos e sessenta e dois reais e sessenta e nove centavos), dividido em 198.751.228 (cento e noventa e oito milhões, setecentas e cinqüenta e uma mil, duzentas e vinte e oito) novas ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 135.055.067 (cento e trinta e cinco milhões, cinqüenta e cinco mil e sessenta e sete) ordinárias e 63.696.161 (sessenta e três milhões, seiscentas e noventa e seis mil, cento e sessenta e uma) preferenciais.”. Em seguida deliberouse também: a) ratificar a indicação da empresa Probus Assessoria Contábil e Fiscal Ltda., CRC no 2SP018437/ O-3, como responsável pela avaliação do Patrimônio Líquido da Sociedade, em 31.8.2006, a valor contábil, nomeada na Cláusula III do referido Instrumento de Protocolo e Justificação, neste ato representada pelo senhor Sidney Pires de Oliveira, CRC no 1SP108883/O-0 que, presente à Assembléia, colocou-se à disposição para restar os esclarecimentos que fossem necessários; b) aprovar o “Instrumento de Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações”, firmado pelas Sociedades em 15.9.2006, sem qualquer alteração ou ressalva em seu texto, pelo qual se concretizará a operação, cuja transcrição foi dispensada, o qual, rubricado pelos componentes da Mesa, ficará arquivado na Sociedade, nos termos da alínea “a” do Parágrafo Primeiro do Artigo 130 da Lei no 6.404/76. Os respectivos Laudos de Avaliação, anexos do referido Instrumento, foram aprovados tanto na forma como no teor em que foram redigidos, especialmente quanto aos números neles contidos. Na seqüência dos trabalhos, o senhor Presidente comunicou aos presentes que: 1) a Diretoria da Sociedade fica autorizada a praticar todos os atos necessários e a tomar as providências complementares da operação ora aprovada; 2) que a incorporação das ações dos acionistas da Sociedade pela Elo Participações e Investimentos S.A., nas condições constantes do referido Instrumento de Protocolo e Justificação de Incorporação, fica na dependência de sua aprovação pelos acionistas daquela Sociedade, após o que estará concretizada a operação; 3) fica o Banco Bradesco S.A., Instituição Financeira Depositária das ações da Sociedade, autorizado a efetuar as transferências das ações que foram incorporadas ao patrimônio da Elo Participações e Investimentos S.A. Publicação da Ata: autorizada a publicação na forma prevista no Parágrafo Segundo do Artigo 130 da Lei no 6.404/76. Quorum das Deliberações: unanimidade de votos. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que, para as deliberações tomadas o Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado, e que toda a matéria ora aprovada somente entrará em vigor e se tornará efetiva depois de estarem atendidas todas as exigências legais de arquivamento na Junta Comercial e publicação, e encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata, que vai assinada pelo senhor Presidente, por mim Secretário, pelos acionistas presentes e pelo representante da Probus Assessoria Contábil e Fiscal Ltda. aa) Presidente: Lázaro de Mello Brandão; Secretário: Carlos Alberto Rodrigues Guilherme. Certidão – Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania – Junta Comercial do Estado de São Paulo – Certifico o registro sob o número 293.429/06-6 em 31.10.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
FATOS RELEVANTES TEKNO S/A - CONSTRUÇÕES INDÚSTRIA E COMÉRCIO CNPJ: 33.467.572/0001-34 FATO RELEVANTE Em cumprimento a Instrução da Comissão de Valores Mobiliários - CVM nº 358/2002, a Tekno S/A - Construções Indústria E Comércio, comunica aos seus acionistas, à Comissão de Valores Imobiliários - CVM, à Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa e ao mercado em geral que em reunião do Conselho de Administração realizada em 09/11/2006, foi aprovado o crédito de juros a título de remuneração do capital próprio aos acionistas da empresa, de acordo com o artigo 9º da Lei 9.249/95, nas seguintes condições: 1- Data do crédito = 30 de dezembro de 2006; 2- Valor total dos juros = R$ 9.094.400,00 (Nove milhões, noventa e quatro mil e quatrocentos reais) para serem creditados à razão de R$ 44,80/mil ações, ordinárias ou preferenciais (valor bruto); 3- Data de pagamento = o pagamento será realizado até o dia 30/06/2007, a critério da diretoria da empresa, concomitantemente com as participações estatutárias, sem correção monetária; 4- A proposta da administração à Assembléia Geral, será o de imputar o valor dos juros creditados aos dividendos obrigatórios e/ou fixos, de acordo com o previsto no parágrafo 7, art. 9o. da Lei 9.249/95; 5- Os créditos serão feitos a cada acionista de forma individualizada, com base na posição acionária de 30/12/2006. Sobre o valor dos juros, haverá a retenção de Imposto de Renda na Fonte de acordo com a legislação vigente, exceto para os acionistas comprovadamente imunes. São Paulo, 09 de novembro de 2006. Valter Takeo Sassaki - Diretor de Relações com Investidores
TEKNO S/A - CONSTRUÇÕES INDÚSTRIA E COMÉRCIO CNPJ: 33.467.572/0001-34 FATO RELEVANTE Em cumprimento a Instrução da Comissão de Valores Mobiliários - CVM nº 358/2002, a Tekno S/A - Construções Indústria E Comércio, comunica aos seus acionistas, à Comissão de Valores Imobiliários - CVM, à Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa e ao mercado em geral que será submetida à apreciação da Assembléia Geral de Acionistas, a ser convocada, a constituição de uma “joint-venture” (“Companhia”) entre a Tekno e a empresa The Valspar Corporation Ltda, CNPJ: 01.635.544/0001-92, subsidiária da Valspar Corporation, com sede em Minneapolis, Minnesota, E.U.A. (empresa com mais de 200 anos de atividade e uma das 5 maiores fabricantes de tintas do mundo). A Tekno e a The Valspar Corporation Ltda. pretendem inicialmente investir o valor total aproximado de R$26.150.000,00 na Companhia a ser integralizado pelas partes mediante a contribuição de ativos e de dinheiro no período de 6 meses contados a partir da data da subscrição. A Tekno terá uma participação de aproximadamente 82% do capital da Companhia, ficando a The Valspar Corporation Ltda. com os restantes 18%. O controle da administração da Companhia será compartilhado entre as partes. A operação prevê que após o período inicial de 18 (dezoito) meses, as partes poderão avaliar a performance e os objetivos da Companhia e o interesse de cada uma das partes em permanecer como acionista. I. OBJETIVOS DA ASSOCIAÇÃO - A Companhia terá como objetivo possibilitar uma melhoria na qualidade das tintas e vernizes fabricados, por meio do acesso à tecnologia desenvolvida pela Valspar Corporation, principalmente nas tintas para coil coating. A Valspar Corporation é uma das líderes mundiais no segmento de tintas para coil coating, tendo faturado em 2005, US$ 2,7 bilhões de dólares. II. DADOS DA NOVA COMPANHIA - A Companhia será constituída na forma de sociedade por ações com sede na cidade de São Bernardo do Campo, estado de São Paulo. A Companhia terá como atividade principal a produção e comercialização de tintas, revestimentos, vernizes, solventes e congêneres no mercado interno e externo, atividades atualmente desenvolvidas pela Tekno, por meio da Divisão Tintas Kroma, bem como pela The Valspar Corporation Ltda. III. EFEITOS ECONÔMICOS - A Divisão Tintas Kroma foi responsável no ano de 2005 por 9.15% do faturamento da Tekno e por aproximadamente 4,17% do lucro líquido. No período de Janeiro a Setembro de 2006 a Divisão Tintas Kroma foi responsável por 8,59% do faturamento da Tekno e por aproximadamente 3,28% do lucro líquido. Esta diminuição de faturamento e de lucro refletirá nos resultados da TEKNO à partir do momento em que a Companhia iniciar suas atividades (prevista para dezembro de 2006). ESCLARECIMENTOS ADICIONAIS - A aprovação da operação referida acima pela assembléia geral de acionistas e a sua concretização será devidamente informada ao mercado. Quaisquer esclarecimentos adicionais poderão ser solicitados por meio do e-mail tekno@tekno.com.br, endereçado à Diretoria de Relações com Investidores. São Paulo, 09 de Novembro de 2006 Valter Takeo Sassaki - Diretor de Relações com Investidores
Elo Participações S.A. CNPJ no 02.863.655/0001-19 - NIRE 35.300.158.938 Ata da 20a Assembléia Geral Extraordinária realizada em 26.9.2006 Data, Hora e Local: Aos 26 dias do mês de setembro de 2006, às 15h, na sede social, Cidade de Deus, 4o andar do Prédio Novo, Vila Yara, Osasco, SP. Presenças: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença os representantes da Elo Participações e Investimentos S.A., única acionista da Sociedade. Constituição da Mesa: Presidente: Lázaro de Mello Brandão; Secretário: Carlos Alberto Rodrigues Guilherme. Ordem do Dia: examinar proposta do Conselho de Administração para reformular o Estatuto Social, destacando a mudança da denominação social da Sociedade para Elopart Participações S.A., a conversão das 63.696.161 ações preferenciais, em ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal, e a extinção do Conselho de Administração. Deliberação: aprovada, sem qualquer alteração ou ressalva, a proposta do Conselho de Administração, registrada na Reunião Extraordinária no 38, daquele Órgão, de 25.9.2006, a seguir transcrita: “reformular o Estatuto Social, destacando a mudança da denominação social da Sociedade para Elopart Participações S.A., a conversão das 63.696.161 (sessenta e três milhões, seiscentas e noventa e seis mil, cento e sessenta e uma) ações preferenciais, em ações ordinárias, nominativasescriturais, sem valor nominal, e a extinção do Conselho de Administração.”. Se aprovada esta proposta, o Estatuto Social consolidado, passa a ter a seguinte redação: “Elopart Participações S.A. - Estatuto Social - Título I - Da Organização, Duração e Sede - Art. 1o) A Elopart Participações S.A., doravante chamada Sociedade, rege-se pelo presente Estatuto. Art. 2o) O prazo de duração da Sociedade é indeterminado. Art. 3o)ASociedade tem sede na Cidade de Deus, Prédio Novo, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900, e foro naquele Município. Art. 4o) Poderá a Sociedade instalar ou suprimir Sucursais, Filiais, Escritórios e Dependências de qualquer natureza no País e no Exterior, a critério da Diretoria. Título II - Dos Objetivos Sociais - Art. 5o) Constitui objeto exclusivo da Sociedade a participação no Capital Social do Banco Bradesco S.A. e/ou de outras sociedades que detenham, direta ou indiretamente, parcelas do Capital Social daquela Instituição. Título III - Do Capital Social - Art. 6o) O Capital Social é de R$396.830.839,06 (trezentos e noventa e seis milhões, oitocentos e trinta mil, oitocentos e trinta e nove reais e seis centavos), dividido em 198.751.228 (cento e noventa e oito milhões, setecentas e cinqüenta e uma mil, duzentas e vinte e oito) ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal. Parágrafo Primeiro - Nos aumentos de capital, será realizada no ato da subscrição a parcela mínima exigida em lei e o restante será integralizado mediante chamada da Diretoria, observados os preceitos legais. Parágrafo Segundo - Todas as ações da Sociedade são escriturais, permanecendo em contas de depósito, no Banco Bradesco S.A., em nome de seus titulares, sem emissão de certificados, podendo ser cobrado dos acionistas o custo do serviço de transferência da propriedade das referidas ações. Título IV - Da Administração - Art. 7o) A Sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita pela Assembléia Geral, com mandato de 1 (um) ano, composta de 3 (três) a 4 (quatro) membros, sendo 1 (um) Diretor-Presidente, 1 (um) Diretor Vice-Presidente e de 1 (um) a 2 (dois) Diretores sem designação especial. Art. 8o) Aos Diretores compete administrar e representar a Sociedade, com poderes para obrigá-la em quaisquer atos e contratos de seu interesse, podendo transigir e renunciar direitos e adquirir, alienar e onerar bens, observando o disposto no Parágrafo Primeiro deste Artigo. Parágrafo Primeiro - Dependerá de prévia autorização do Conselho de Administração do controlador, direto ou indireto: a) a aquisição, alienação ou oneração de bens integrantes do Ativo Permanente e de participações societárias de caráter não permanente, quando de valor superior a 1% (um porcento) do Patrimônio Líquido da Sociedade; b) a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros; c) associações envolvendo a Sociedade, inclusive participação em acordo de acionistas. Parágrafo Segundo - A Sociedade só se obriga mediante assinaturas, em conjunto, de no mínimo 2 (dois) Diretores. Parágrafo Terceiro A Sociedade poderá também ser representada por no mínimo 1 (um) Diretor e 1 (um) procurador, ou por no mínimo 2 (dois) procuradores, em conjunto, especialmente constituídos, devendo do respectivo instrumento de mandato constar os seus poderes, os atos que poderão praticar e o seu prazo, salvo se judicial o mandato, hipótese em que o procurador poderá assinar isoladamente e a procuração ter prazo indeterminado e ser substabelecida. O instrumento de mandato deverá ainda indicar se o mandatário exercerá os poderes em conjunto com outro procurador ou Diretor da Sociedade. Parágrafo Quarto - Em caso de ausência ou impedimento temporário de qualquer Diretor, inclusive do Diretor-Presidente, a própria Diretoria escolherá o substituto interino dentre seus membros. Em caso de vaga, a eleição do substituto se fará de acordo com o que dispõe o Artigo 7o, deste Estatuto. Art. 9o) Compete à Diretoria, reunida e deliberando de conformidade com o presente Estatuto: a) deliberar sobre as condições das operações ativas e passivas; b) estabelecer o limite de endividamento da Sociedade; c) zelar para que os Diretores estejam, sempre, rigorosamente aptos a exercer suas funções; d) cuidar para que os negócios sociais sejam conduzidos com probidade, de modo a preservar o bom nome da Sociedade; e) sempre que possível, preservar a continuidade administrativa, altamente recomendável à estabilidade, prosperidade e segurança da Sociedade; f) fixar a orientação geral dos negócios da Sociedade; g) realizar o rateio da remuneração dos Diretores estabelecida pela Assembléia Geral e fixar as gratificações de Diretores e funcionários, quando entender de concedê-las; h) autorizar a concessão de qualquer modalidade de doação, contribuição ou auxílio, independentemente do beneficiário; i) aprovar a aplicação de recursos oriundos de incentivos fiscais; j) submeter à Assembléia Geral propostas objetivando aumento ou redução do capital social, grupamento, bonificação, ou desdobramento de suas ações, operações de fusão, incorporação ou cisão e reformas estatutárias da Sociedade. Art. 10) Além das atribuições normais que lhe são conferidas pela lei e por este Estatuto, compete especificamente a cada membro da Diretoria: a) ao Diretor-Presidente, presidir as reuniões da Diretoria, supervisionar e coordenar a ação dos seus membros; b) ao Diretor Vice-Presidente, colaborar com o Diretor-Presidente no desempenho dos seus encargos, e supervisionar e coordenar as áreas que lhe ficarem afetas; c) aos Diretores sem designação especial, coordenar e dirigir as atividades de suas respectivas áreas, reportando-se ao DiretorPresidente e Diretor Vice-Presidente. Art. 11) ADiretoria fará reuniões sempre que necessário, deliberando validamente desde que presente mais da metade dos seus membros em exercício, com a presença obrigatória do titular do cargo de Diretor-Presidente ou seu substituto. As reuniões serão realizadas sempre que convocados pelo Presidente da Diretoria ou por no mínimo 2 (dois) Diretores. A Diretoria deliberará por maioria de votos, cabendo ao Presidente voto de qualidade, no caso de empate. Art. 12) Para o exercício do cargo de Diretor é necessário dedicar tempo integral aos serviços da Sociedade, sendo incompatível o exercício do cargo de Diretor desta com o desempenho de outras funções ou atividades profissionais, ressalvados os casos em que a Sociedade tenha interesse. Título V - Do Conselho Fiscal - Art. 13) O Conselho Fiscal, não-permanente, compor-se-á, quando instalado, de 3 (três) a 5 (cinco) membros efetivos e de igual número de suplentes. Título VI - Das Assembléias Gerais - Art. 14) Os trabalhos das Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias serão dirigidos por um Presidente e um Secretário, escolhidos pelos acionistas presentes. Título VII - Do Exercício Social e da Distribuição de Resultados - Art. 15) O ano social coincide com o ano civil, terminando no dia 31 de dezembro. Art. 16) Serão levantados balanços em 31 de dezembro de cada ano, facultado à Diretoria, determinar o levantamento de outros balanços, semestrais ou em menores períodos, inclusive mensais. Art. 17) O Lucro Líquido, como definido no Artigo 191 da Lei no 6.404, de 15.12.76, apurado em cada balanço terá, pela ordem, a seguinte destinação: I. constituição de Reserva Legal; II. constituição das Reservas previstas nos Artigos 195 e 197 da mencionada Lei no 6.404/76, mediante proposta da Diretoria, “ad referendum” da Assembléia Geral; III. pagamento de dividendos, propostos pela Diretoria que, somados aos dividendos intermediários e/ou juros sobre o capital próprio de que tratam os Parágrafos Segundo e Terceiro deste Artigo, que tenham sido declarados, assegure aos acionistas, em cada exercício, a título de dividendo mínimo obrigatório, 25% (vinte e cinco porcento) do respectivo lucro líquido, ajustado pela diminuição ou acréscimo dos valores especificados nos itens I, II e III do Artigo 202 da referida Lei no 6.404/76. Parágrafo Primeiro - A Diretoria fica autorizada a declarar e pagar dividendos intermediários, especialmente semestrais e mensais, à conta de Lucros Acumulados ou de Reservas de Lucros existentes. Parágrafo Segundo - Poderá a Diretoria, ainda, autorizar a distribuição de lucros aos acionistas a título de juros sobre o capital próprio, nos termos da legislação específica, em substituição total ou parcial dos dividendos intermediários, cuja declaração lhe é facultada pelo parágrafo anterior ou, ainda, em adição aos mesmos. Parágrafo Terceiro - Os juros eventualmente pagos aos acionistas serão imputados, líquidos do imposto de renda na fonte, ao valor do dividendo mínimo obrigatório do exercício (25%), de acordo com o Inciso III do “caput” deste Artigo. Art. 18) O saldo do Lucro Líquido, verificado após as distribuições acima previstas, terá a destinação proposta pela Diretoria e deliberada pela Assembléia Geral, podendo ser destinado 100% (cem porcento) à Reserva de Lucros - Estatutária, visando à manutenção de margem operacional compatível com o desenvolvimento das operações ativas da Sociedade, até atingir o limite de 95% (noventa e cinco porcento) do valor do capital social integralizado. Parágrafo Único - Na hipótese da proposta da Diretoria sobre a destinação a ser dada ao Lucro Líquido do exercício conter previsão de distribuição de dividendos e/ou pagamento de juros sobre capital próprio em montante superior ao dividendo obrigatório estabelecido no Artigo 17, Inciso III, e/ou retenção de lucros nos termos do Artigo 196 da Lei no 6.404/76, o saldo do Lucro Líquido para fins de constituição da reserva mencionada neste Artigo será determinado após a dedução integral dessas destinações.”. Na seqüência dos trabalhos, comunicou o senhor Presidente que: a) em face da extinção do Conselho de Administração, fica extinto também o mandato dos atuais Membros do Conselho, senhores: Lázaro de Mello Brandão - Presidente, Antônio Bornia – VicePresidente, Mário da Silveira Teixeira Júnior, Márcio Artur Laurelli Cypriano, João Aguiar Alvarez, Denise Aguiar Alvarez Valente, Laércio Albino Cezar, Arnaldo Alves Vieira, Luiz Carlos Trabuco Cappi, Sérgio Socha, Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, Milton Almicar Silva Vargas, José Luiz Acar Pedro e Norberto Pinto Barbedo; b) o Banco Bradesco S.A., Instituição Financeira Depositária das ações da Sociedade, fica autorizado a registrar a conversão das ações preferenciais em ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que, para as deliberações tomadas o Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado, e que toda a matéria ora aprovada somente entrará em vigor e se tornará efetiva depois de estarem atendidas todas as exigências legais de arquivamento na Junta Comercial e publicação, e encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata, que vai assinada pelo senhor Presidente, por mim Secretário, pelos representantes do acionista presentes. aa) Presidente: Lázaro de Mello Brandão; Secretário: Carlos Alberto Rodrigues Guilherme; Acionista: Elo Participações e Investimentos S.A., representada por seus Diretores, senhores Lázaro de Mello Brandão e Antônio Bornia. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. Elo Participações S.A. aa) Lázaro de Mello Brandão e Antônio Bornia. Certidão – Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania – Junta Comercial do Estado de São Paulo – Certifico o registro sob o número 293.430/ 06-8 em 31.10.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
Data, Hora e Local: Aos 25 dias do mês de setembro de 2006, às 17h, na sede social, Cidade de Deus, 4o andar do Prédio Novíssimo, Vila Yara, Osasco, SP. Presenças: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença os acionistas da Sociedade, representando mais de quatro quintos do Capital Social votante. Constituição da Mesa: Presidente: Lázaro de Mello Brandão; Secretário: Carlos Alberto Rodrigues Guilherme. Ordem do Dia: examinar proposta do Conselho de Administração para incorporar as ações dos acionistas da Elo Participações S.A., convertendo-a em subsidiária integral desta Sociedade, de conformidade com o disposto nos Artigos 252 e 264 da Lei no 6.404/76, mediante: a) ratificação da indicação da empresa avaliadora dos Patrimônios Líquidos das Sociedades; b) exame e aprovação do Instrumento de Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações de Acionistas e seus anexos. Publicações Prévias: o Edital de Convocação foi publicado nos dias 15, 19 e 20.9.2006, nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, páginas 15, 16 e 8, respectivamente e “Diário do Comércio”, páginas 2. Leitura de Documentos: o Edital de Convocação e a Proposta do Conselho de Administração foram lidos, colocados sobre a mesa e entregues à apreciação dos acionistas. Deliberações: aprovada, sem qualquer alteração ou ressalva, a proposta do Conselho de Administração, registrada na Reunião Extraordinária no 1, daquele Órgão, de 15.9.2006, a seguir transcrita: “visando a promover a reorganização societária, com racionalização e redução de custos operacionais, administrativos e legais, convertendo a Elo em subsidiária integral da Elo Investimentos, vimos propor a operação de incorporação de ações dos acionistas da Elo Participações S.A. (Elo), pela Elo Participações e Investimentos S.A. (Elo Investimentos), a qual, uma vez autorizada, deverá atender às seguintes condições: I. a operação se efetivará em 25.9.2006, utilizando como base Balanços Patrimoniais específicos levantados em 31.8.2006 pelas Sociedades envolvidas; II. ratificará a nomeação da Probus Assessoria Contábil e Fiscal Ltda., CRC no 2SP018437/O-3, como responsável pelas avaliações dos Patrimônios Líquidos da Elo Investimentos e Elo, em 31.8.2006, a valor contábil; III. de acordo com os Balanços Patrimoniais específicos das Sociedades, levantados em 31.8.2006, foram apurados os seguintes Patrimônios Líquidos a valor contábil: Elo Investimentos R$3.217.152,78; e Elo R$407.468.072,09; IV. aprovada a operação, a totalidade das ações de emissão da Elo será integralmente transferida para Elo Investimentos; V. para os fins da incorporação das ações de emissão da Elo, com transformação da Sociedade em subsidiária integral da Elo Investimentos, será excluída do seu patrimônio líquido a mais valia resultante do ajuste em Reserva Reflexa da Marcação de Títulos e Valores Mobiliários a Valor de Mercado, que será constituída em conta do patrimônio líquido da Elo Investimentos, após a aprovação da operação; VI. nos termos dos Parágrafos 1o e 2o do Artigo 252 da Lei no 6.404/76, fica assegurado o direito de retirada dos acionistas da Elo no valor de R$2,050141 por ação e aos acionistas da Elo Investimentos no valor de R$0,016187 por ação; VII. considerando que as Sociedades envolvidas possuem os mesmos acionistas, e, objetivando manter a mesma estrutura societária e proporção das participações nas Sociedades, aprovada a operação, serão atribuídas aos acionistas da Elo Investimentos, 198.751.228 (cento e noventa e oito milhões, setecentas e cinqüenta e uma mil, duzentas e vinte e oito) novas ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 135.055.067 (cento e trinta e cinco milhões, cinqüenta e cinco mil e sessenta e sete) ordinárias e 63.696.161 (sessenta e três milhões, seiscentas e noventa e seis mil, cento e sessenta e uma) preferenciais de emissão da Elo Investimentos; VIII. haverá aumento do Capital Social da Elo Investimentos no montante de R$401.202.762.69, elevando-o de R$101.000,00 para R$401.303.762,69, mediante a emissão de 198.751.228 (cento e noventa e oito milhões, setecentas e cinqüenta e uma mil, duzentas e vinte e oito) novas ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 135.055.067 (cento e trinta e cinco milhões, cinqüenta e cinco mil e sessenta e sete) ordinárias e 63.696.161 (sessenta e três milhões, seiscentas e noventa e seis mil, cento e sessenta e uma) preferenciais, passando o capital social a ser dividido em 397.502.456 (trezentos e noventa e sete milhões, quinhentas e duas mil, quatrocentas e cinqüenta e seis) ações nominativasescriturais, sem valor nominal, sendo 270.110.134 (duzentos e setenta milhões, cento e dez mil, cento e trinta e quatro) ordinárias e 127.392.322 (cento e vinte e sete milhões, trezentas e noventa e duas mil, trezentas e vinte e duas) preferenciais; IX. tendo em vista que as Sociedades envolvidas possuem os mesmos acionistas, os quais desejam manter na Elo Investimentos a mesma estrutura societária, proporção de participação e quantidade de ações que atualmente detém na referida Elo Investimentos, a totalidade das ações representativas do novo capital social (397.502.456) será grupada na proporção de 2 (duas) ações para 1 (uma) ação da respectiva espécie, transformando-as em 198.751.228 ações, sendo 135.055.067 ordinárias e 63.696.161 preferenciais. Em decorrência, o “caput” do Artigo 20 do Estatuto Social passará a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 20) O Capital Social é de R$401.303.762,69 (quatrocentos e um milhões, trezentos e três mil, setecentos e sessenta e dois reais e sessenta e nove centavos), dividido em 198.751.228 (cento e noventa e oito milhões, setecentas e cinqüenta e uma mil, duzentas e vinte e oito) novas ações nominativasescriturais, sem valor nominal, sendo 135.055.067 (cento e trinta e cinco milhões, cinqüenta e cinco mil e sessenta e sete) ordinárias e 63.696.161 (sessenta e três milhões, seiscentas e noventa e seis mil, cento e sessenta e uma) preferenciais.”. Em seguida deliberou-se também: a) ratificar a indicação da empresa Probus Assessoria Contábil e Fiscal Ltda., CRC no 2SP018437/O-3, como responsável pela avaliação do Patrimônio Líquido da Sociedade, em 31.8.2006, a valor contábil, nomeada na Cláusula III do referido Instrumento de Protocolo e Justificação, neste ato representada pelo senhor Sidney Pires de Oliveira, CRC no 1SP108883/ O-0 que, presente à Assembléia, colocou-se à disposição para prestar os esclarecimentos que fossem necessários; b) aprovar o “Instrumento de Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações”, firmado pelas Sociedades em 15.9.2006, sem qualquer alteração ou ressalva em seu texto, pelo qual se concretizará a operação, cuja transcrição foi dispensada, o qual, rubricado pelos componentes da Mesa, ficará arquivado na Sociedade, nos termos da alínea “a” do Parágrafo Primeiro do Artigo 130 da Lei no 6.404/76. Os respectivos Laudos de Avaliação, anexos do referido Instrumento, foram aprovados tanto na forma como no teor em que foram redigidos, especialmente quanto aos números neles contidos. Na seqüência dos trabalhos, o senhor Presidente comunicou aos presentes que: 1) a Diretoria da Sociedade fica autorizada a praticar todos os atos necessários e a tomar as providências complementares da operação ora aprovada; 2) fica o Banco Bradesco S.A., Instituição Financeira Depositária das ações da Sociedade, autorizado a efetuar as transferências das ações dos acionistas da Elo Participações S.A. para esta Sociedade, mantidas as mesmas proporções, de acordo com a proposta aprovada e, posteriormente, ao grupamento de ações na proporção de 2 (duas) ações para 1 (uma) ação. Publicação da Ata: autorizada a publicação na forma prevista no Parágrafo Segundo do Artigo 130 da Lei no 6.404/76. Quorum das Deliberações: unanimidade de votos. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que, para as deliberações tomadas o Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado, e que toda a matéria ora aprovada somente entrará em vigor e se tornará efetiva depois de estarem atendidas todas as exigências legais de arquivamento na Junta Comercial e publicação, e encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata, que vai assinada pelo senhor Presidente, por mim Secretário, pelos acionistas presentes e pelo representante da Probus Assessoria Contábil e Fiscal Ltda. aa) Presidente: Lázaro de Mello Brandão; Secretário: Carlos Alberto Rodrigues Guilherme. Certidão – Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania – Junta Comercial do Estado de São Paulo – Certifico o registro sob o número 293.431/06-1 em 31.10.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa Secretária Geral.
COMUNICADOS
Sol Artes Gráficas e Editoriais Ltda. torna público que requereu na Cetesb a L.O. de renovação para atividades de impressos comerciais, promocionais e embalagens, loc. r. Tibério, 269/275/277 - A. Branca - São Paulo - SP
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 09 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Interest Factoring Fomento Comercial Ltda. - Requerido: Edauplas Indústria e Comércio de Termoplásticos Ltda. - Rua Zilda, 1.250 02ª Vara de Falências Requerente: Target Fomento Comercial Ltda. - Requerido: Center Allvym Materiais de Construção Avenida Paraguassú Paulista, 793 - 01ª Vara de Falências Requerente: Tecelagem Guelfi Ltda. - Requerido: Reforso Indústria Comércio e Confecções Ltda.EPP - Avenida Rangel Pestana, 2.102 - sala 109 02ª Vara de Falências
COMUNICADO
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sexta-feira, sábado e domingo, 10, 11 e 12 de novembro de 2006
Nacional Empresas Comércio Exterior Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
MISSÃO SEGUIRÁ PARA XANGAI, PEQUIM E HONG KONG
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15
bilhões de dólares deverá ser o montante da corrente comercial entre o Brasil e a China neste ano
BRAÇO INTERNACIONAL DA ACSP REUNIRÁ EMPRESÁRIOS BRASILEIROS EM MISSÃO COMERCIAL
SÃO PAULO CHAMBER RUMO À CHINA Rafael Hupsel/LUZ
A Missão comercial da cidade de Tandil, na Argentina, visitou esta semana a Associação Comercial de São Paulo e apresentou as oportunidades de negócios naquele país
Argentina: novos negócios
C
riar uma agenda de compromissos e encontros com empresários brasileiros com o objetivo de apresentar produtos e serviços e iniciar um intercâmbio comercial consistente. Esse é o objetivo dos representantes da cidade argentina de Tandil, que visitaram, na última quarta-feira, a São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A coordenadora-geral do Escritório de Integração Internacional, Marcela Patrantonio, informou que, depois dessa primeira reunião para a apresentação de todos os interessados, a Câmara Empresarial de Tandil enviará a São Paulo um perfil mais detalha-
do das atividades da cidade argentina para que os empresários brasileiros possam avaliar com profundidade as áreas mais interessantes. Para mostrar o potencial de negócios e a possibilidade de formação de parcerias comerciais entre Tandil e São Paulo, o prefeito da província argentina, Miguel Angel Lunghi, explicou que a cidade concentra diversas empresas. Dentre os setores estão os de indústrias metal-mecânica, de alimentos, serviços e agroindústria. A região obtém US$ 136 milhões por ano com a produção de soja, trigo, milho e a criação de 350 mil cabeças de gado. Ela também tem um desempenho expressivo no campo do turismo, cujas ativida-
des representam 9% do Produto Interno Bruto (PIB). Lunghi ressaltou, ainda, a importância econômica das feiras agropecuárias que são realizadas na cidade. "Queremos trocar informações sobre esse tipo de evento com os setores interessados no Brasil para divulgá-las e estabelecer um calendário de intercâmbio entre empresários brasileiros e argentinos", explicou. Gustavo Cestac, secretário executivo da Câmara Empresarial de Tandil, disse que as pequenas empresas argentinas estão se adaptando para atender a demanda de países de grande e média economias e que as relações com São Paulo podem render bons negócios. Paula Cunha
A missão brasileira também Missão Empresa- entre brasileiros e chineses rial à China é o pró- crescerão 42% em relação à participará da Feira World ximo passo do São mesma época deste ano. SME & ID Expo, que será reaPaulo Chamber of "Na China, existem 2 bi- lizada em Hong Kong entre os Commerce para conectar em- lhões de consumidores dese- dias 29 de novembro e 1º de depresários brasileiros e chine- josos de novidades", desta- zembro. "Vamos compartilhar ses. Entre os dias 20 de novem- cou o coordenador da São um estande de nove metros bro e 2 de dezembro, um con- Paulo Chamber of Commerce quadrados e os empresários junto de pequenos e médios e vice-presidente da Associa- brasileiros poderão conhecer e empresários viajarão rumo a ção Comercial de São Paulo, fazer negócios com empreenPequim, Xangai e Hong Kong Alfredo Cotait Neto. "E os em- dedores chineses que também para reuniões com empresá- presários brasileiros não po- participarão do evento", afirrios e autoridades chinesas e dem mais perder tempo." mou o gerente executivo da Gerência de rodadas de ne- Leonardo Rodrigues/Hype gócios no país. Comércio ExE o desempeterior da São nho dos negóPaulo Chamcios entre o b e r o f C o mBrasil e a China merce, Sidnei são os princiDocal. Junto ao pais atrativos para os empreevento, a feira Inovation and sários brasileiros. Só nos últiDesign mostra o que há de nomos cinco anos, o comérvidades no cio bilateral mercado chiBrasil-China nês. "É mais cresceu aproxiuma oportunimadamente dade de o em427%, com represário brasileiro tomar cosultados sempre positivos Representantes da SP Chamber acertam os detalhes da missão nhecimento dos novos propara as exportações das empresas instalaEm cada cidade pela qual a dutos que os chineses estão landas no Brasil. missão deve passar, os empre- çando e os trazer para o mercaA estimativa é de que, até o sários brasileiros vão se reunir do brasileiro", disse Docal. A Missão Empresarial à Chifinal de 2006, a corrente co- em seis encontros com empremercial entre essas duas na- endedores chineses. "É uma na está sendo preparada para ções ultrapasse a casa dos US$ excelente chance para que atender exportadores, impor15 bilhões. De acordo com o nossos empresários obtenham tadores e também pequenos e Ministério do Desenvolvi- informações sobre as necessi- médios empresários paulistas mento, Indústria e Comércio dades de importação e expor- que desejam entrar nesse merExterior (Mdic), somente no tação da China, novas idéias e cado. Mais informações pelo primeiro semestre do próxi- estabeleçam conexões reais telefone: (11) 3244-3182. Sonnaira San Pedro mo ano, as relações comerciais com os empresários locais."
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Compor tamento Acidente Confronto Polícia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 O saldo do confronto foi de três guardas-civis e um PM feridos e dois camelôs detidos.
HÁ 85 MIL CAMELÔS IRREGULARES NA CIDADE
Ambulantes afirmam que vão resistir O sindicato que representa a categoria informou que todos vão trabalhar normalmente hoje, mas que novas manifestações acontecerão se houver impedimento. Leonardo Wen/Folha Imagem
Ivan Ventura
"V
a m o s t r a b alhar normalm e n t e a m anhã (hoje). Se não deixarem pretendo promover um protesto pacífico, mas não garanto que todos da categoria irão pensar da mesma forma". A frase, do presidente do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo (Sindicisp), Afonso José da Silva, o Afonso Camelô, reflete a postura dos ambulantes da região do Brás, na área central, caso sejam novamente proibidos de trabalhar na "feirinha da madrugada". Na madrugada e parte da manhã de ontem, vendedores ambulantes ilegais foram impedidos de montar suas barracas na região e entraram em confronto com policiais militares. O saldo foi de quatro agentes de segurança de São Paulo feridos (sendo três guardas-civis metropolitanos e um PM) e dois camelôs detidos. A cena já virou rotina na região, principalmente por causa da proximidade das festas de fim de ano. Compradores de várias localidades do País chegam a São Paulo para fazer comprar no comércio ambulantes noturno da cidade. Os camelôs, por sua vez, percebem esse crescimento nas vendas e entram na disputa por um espaço nas calçadas (ou mesmo na própria via) da região do Brás. Na maioria dos casos, eles comercializam produtos de origem duvidosa e, muitas vezes, ilícita. Ocasião – O aumento no número de ambulantes 'por ocasião' até foi alvo de um levantamento feito pelo vereador Adilson Amadeu (PTB). "De novembro a dezembro, a região recebe cinco novos ambulantes a cada dia, um crescimento de 30% no número de ilegais", disse. Na opinião do vereador, é necessário criar espaços, como os camelódromos e os shopping populares, mas que funcionem com a permissão da Prefeitura. "Lógico que nem todos serão beneficiados e, nesse caso, é melhor que a pessoa procure outra atividade", afirmou o parlamentar. Por conta desse crescimento no número de ambulantes, a Subprefeitura da Mooca já sinaliza com ações enérgicas, semelhante à que aconteceu da madrugada de ontem. "Já realizamos 22 operações com a GCM e as policiais Civil e Militar em 2006. Inclusive, já solicitei o reforço desses agentes de seguranças para os próximos dias, mas não há uma pre-
Camelôs fazem protesto na rua do Oriente, no Brás, na região central da cidade. Eles são irregulares e foram impedidos de trabalhar na "feirinha da madrugada". Clayton de Souza/AE
Raimundo Pacco/Folha Imagem
Ambulantes são contidos por policias militares na rua Oriente
Afonso Camelô conversa com PMs em frente ao prédio da Secretaria das Subprefeituras
visão de quando isso poderá acontecer. Pode ser amanhã (hoje) ou em uma semana". Em defesa das operações da subprefeitura, Odloak lembrou que os ambulantes com o Termo de Permissão de Uso (TPU) trabalham das 8h às 20h e só estão autorizados a vender produtos legais. Todos os camelôs da feirinha da madrugada agem ilegalmente, portanto estão sujeitos a apreensão de mercadorias. "Queremos resolver tudo pacificamente. Fizemos várias reuniões com a categoria e oferecemos um ter-
reno na estação Brás do Metrô. Inicialmente eles aceitaram a proposta, mas depois nunca mais conversaram conosco", disse Odloak. Em resposta, Afonso Camelô disse que aceita retomar o diálogo, mas sem desistir da feirinha. "Nós começamos a feira e não vamos desistir da madrugada", afirmou. R iv al id ad e - O confronto entre camelôs e PMs ainda acirrou uma antiga rivalidade entre ambulantes com TPU e os ilegais. De um lado, 6 mil ambulantes regulares, de ou-
tro, os 85 mil irregulares que agem em toda a cidade, segundo o o Sindicato dos Permissionário de São Paulo. "Lógico que os permissionários não estão satisfeitos com os ilegais. Os dois brigam pelo mesmo cliente, mas o que não tem TPU não paga imposto e, muitas vezes, vende produto de origem duvidosa", disse Odloak. Na opinião do presidente dos permissionários, Alcides Oliveira Franca, não há rivalidade entre os dois grupos. O que existe são situações pontuais de descontentamento en-
tre os ilegais e permissionários. ção do termo ambulante. "Co"Há casos de irregulares que mo eles podem ser chamados montam as barracas ao lado da- de ambulantes se ficam em loqueles que têm TPU, brigando cais fixos? Nós somos os verdapelo mesmo freguês. Existem deiros ambulantes desde 1938. ainda relatos de ileSão os vendedores gais que ocupam esde porta em porta, os paços de permissioque circulam pela nários", disse. ruas", disse. Vendedores – A Pretendo fazer Mesmo não reprepolêmica entre os protesto sentando os camelôs dois grupos respinda discórdia" do pacífico, mas gou até numa cateBrás, Oliveira acregoria que não tem re- nem todos dita que o fim do imlação com os camelôs pensam da passe só acontecerá das ruas. Aurélio mesma quando os ambuCarlos de Oliveira, maneira. lantes ilegais migrapresidente do Sindirem para camelóAfonso Camelô dromos. "Mas tem cato do Comércio Varejista dos Feirande investir na infrat e s e Ve n d e d o re s estrutura desses loAmbulantes de São Paulo, que cais, tornar o lugar adequado representa os chamados ven- para o turismo de negócios, dedores de porta em porta, para as pessoas que visitam a acredita que há uma banaliza- cidade", concluiu.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
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LENTE DE
AUMENTO COMEÇA A CORRIDA SUCESSÓRIA DE 2010
A
JOÃO DE SCANTIMBURGO UNIÃO DOS
fogo-amigo será a questão eleitoral de 2010. Sem candidato natural à Presidência, Lula vai assistir a uma luta renhida de “prépré” candidatos (Marta Suplicy, Tarso Genro, Jacques Wagner, Marcelo Deda, Tarso Genro, entre outros) por cargos e poder. Como a tendência é que Lula não ceda às pressões do partido na política econômica e a legenda perca algum espaço no governo para aliados, o fogo-amigo no segundo mandato está assegurado. Será maior ou menor de acordo com o espaço do PT no governo, o sucesso da política econômica e a aprovação popular de Lula. O diretório nacional do PT
Céllus
s disputas partidárias no PT e PSDB, o fogo-amigo dentro do governo e o fim do casamento PSDB-PFL mostram que a sucessão presidencial já começou e terá ciclos de maior ou menor intensidade ao longo dos próximos quatro anos. As disputas são alimentadas, sobretudo, pelos seguintes fatores: alojamento/desalojamento de partidos aliados no novo ministério; expectativa da reforma política e suas conseqüências; fim da verticalização para 2010; ausência de candidato presidencial natural no PT; existência de três candidatos potenciais no PSDB; feridas ainda não curadas
PAULO SAAB
C
Antonio Cruz/ABr
se reúne, nos dias 25 e 26, para discutir mudanças no comando da legenda. O atual presidente, temporariamente afastado, Ricardo Berzoini, tenta permanecer no cargo. Mas sua permanência é considerada uma possibilidade remota. Quatro nomes são os mais cotados: Fernando Pimentel, Marco Aurélio Garcia, Tarso Genro e Jorge Viana. Nenhum deles encontra resistência dentro do Palácio do Planalto. Mas Tarso Genro e Jorge Viana são os preferidos. O comando da legenda será especialmente importante por três motivos: recuperar a imagem do partido, desgastada nas últimas gestões; dialogar com o governo sobre as características do novo governo; e preparar o partido para a eleição municipal (2008) e presidencial (2010). TRECHOS DO COMENTÁRIO DA CONSULTORIA ARKO ADVICE WWW.ARKOADVICE.COM.BR
A sucessão de Lula agita também o PT
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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publicista Olavo de Carvalho, expediu de Washington, onde se encontra, ao Diário do Comércio, um artigo sobre a criação de uma união de nações latino-americanas com diplomacia comum e forças armadas também comuns. É esse mais um problema que temos de enfrentar, quer o Brasil faça parte ou não. Está evidente que o plano a que obedece a nova união das nações é o da União Soviética, que não conseguiu conquistar a América Latina, embora tenha feito o possível para alcançar esse objetivo. A nova união de nações concentrará sob o seu domínio a política exterior, com embaixadores próprios e forças armadas com poderoso Exército. Vê-se que estamos em face de um desafio. Os democratas já estão perdendo lugares importantes. Há caudilhos (ou políticos com iniciação em caudilhismo) com grandes riquezas nas mãos, como petróleo por exemplo, e que poderão armar muito bem um exército hispanófono comandado por soldados profissionais de alto merecimento, que existem na América Latina. notícia não dá prazo para a nova união de nações que poderá, nem mesmo, se realizar, mas que é um plano bem idealizado, que foge da união de nações com sede em Washington e que, a rigor, pouco tem feito para dar realidade às nações latino-americanas com representação em Washington. Estamos em face de um redescobrimento da América Latina pelos comunistas e aderentes. Com as riquezas petrolíferas em exploração e com as forças armadas que serão organizadas, teremos um exército unificado e a economia independente de fronteiras já existentes e reconhecidas. Olavo de Carvalho diz que a idéia da união está prosperando aceleradamente, mas não estipula a criação final, principalmente das forças armadas. m todo caso, temos mais esse problema a enfrentar, sendo quase certo imaginar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ser-lhe simpático, só não aderindo se não lhe for possível.
Greve de fome e vergonha O
Fogo-amigo do PT nas costas de Lula
do processo eleitoral. O PT teve que, a contra gosto, aceitar decisões e situações que contrariavam os interesses de parte majoritária da legenda. Graças ao excepcional desempenho de Lula, o PT saiu muito bem desta eleição. Vencido o desafio eleitoral, o partido luta para não perder espaço no governo e recuperar o predomínio ideológico. O que estará em disputa no PT, a curto prazo, são cargos (espaço no governo) e idéias (política econômica) e, a médio prazo, a hegemonia na sucessão presidencial de 2010. Para atingir seus objetivos, inicialmente tenta encurralar o presidente com declarações desafiadoras tanto para a autoridade presidencial quanto para a estabilidade das expectativas. O partido também atrapalha o presidente quando resiste a reconhecer a necessidade de ceder espaço no governo para os aliados. Outro vetor de estímulo ao
LATINOS
ostuma-se dizer sobre situação anômala que esta seria cômica se não fosse trágica. A inversão dos valores na sociedade brasileira e a incapacidade que a mídia vem demonstrando de lidar com ela, e ser instrumento de melhor educação e não apenas informação, nos leva à incredulidade. A notícia de que bandidos de alta periculosidade, detidos em presídio de segurança máxima, comandantes de facções do crime organizado, estão fazendo greve de fome, só não é cômica pela tragicidade que envolve os atos dos “grevistas”. Puro chute, mas se for feita pesquisa junto à opinião pública e contra meus princípios, o resultado deve ser “deixa morrer”. Se criminoso se vê no direito de fazer greve de fome para protestar, o instrumento do autoflagelo está desmoralizado. Vai, por exemplo, impedir pessoas de bem, que não encontram emprego, de fazer greve de fome por falta de ter mesmo o que comer. A não ser que ganhe uma bolsa-esmola do governo Lula e aí nem precisará mais trabalhar. A mesmice, a pasmaceira, a inversão de valores, a tragicomicidade que faz parte do cotidiano brasileiro e está se instalando como verdade “imexível” na rotina de nossa vida, é de espantar quem ainda não perdeu toda a capacidade de indignação contra o (deveria ser) errado.
Recuso-me a fazer greve de fome (deveria pelos quilos a mais) por sua desmoralização evidente em face de estar me sentindo peixe fora d'água no Brasil de hoje. Até porque, tentando encontrar consolo no brilhante texto de Rui Barbosa enviado por amigo conselheiro da ACSP, lembrei que é patrimônio nacional o sentimento que me assola e, imagino, alcança os brasileiros não metidos a "espertos". A íntegra pode ser encontrada no site www.paulosaab.com.br . Reproduzo aqui (e não é a primeira vez) o parágrafo final de Sinto Vergonha de Mim, de Rui Barbosa, portanto, secular. E nada mudou. Pena que desmoralizaram a greve de fome, ou eu a faria por compartilhar dessa vergonha. Como jornalista, lamento também que a imprensa brasileira esteja tão distante de além de bem informar, melhor educar. ace ao quadro que aponto e ao que escreveu com o seu brilho peculiar o genial baiano no início do século anterior, em minha visão até os conceitos de fome e vergonha estão se alterando. De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. O leitor não sente, ao ler essa frase de Rui Barbosa, aquela sensação de “estou vivendo isso”?
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A até os conceitos de fome e vergonha estão se alterando
Correção de rota MILTON LOURENÇO
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ara onde vai o Brasil? Passadas as emoções das eleições presidenciais bem amenizadas desde as vésperas pelos institutos de pesquisas que previram claramente o resultado -, não têm sido poucos aqueles que se dedicam a fazer diagnósticos sobre os rumos do País nos próximos quatro anos. Mas, antes de pensar no futuro, melhor seria se o novo governo - que, ao que tudo indica, deverá ser uma continuação do atual - olhasse para trás e visse o que não funcionou e fizesse uma correção de rota. Já não seria pouco. Na área de comércio exterior, por exemplo, empresários que participaram do último Fórum Brasil de Comércio Exterior, realizado em Santos, ao final de outubro, já se anteciparam e elaboraram uma carta que deverá ser entregue ao presidente reeleito em que fazem um resumo do que não tem funcionado no Porto e de suas expectativas. Por experiência própria, sabem muito bem o que impede de aproveitarmos com maior eficiência os bons ventos que sopram lá fora. Se o novo governo, agora envaidecido pelos milhões de votos recebidos, vai ser humilde suficiente para reconhecer seus erros no setor, é que são elas. Como os empresários deixam bem claro nessa carta, qualquer idéia de desenvolvimento portuário — e não só de Santos, mas dos demais portos brasileiros - deve começar pela redefinição da gestão das companhias docas. Se o governo é avesso à idéia da privatização - embora não tenha tido coragem de estatizar o que foi privatizado no governo anterior e vem funcionando com pleno êxito -, ao menos, deveria deixar de usar as companhias docas como moeda de troca no jogo político-partidário. E partir para a profissionalização dos diretores das autoridades portuárias, escolhendo técnicos com experiência e serviços prestados no setor. Mais: com autonomia para planejar as operações. Já seria um bom começo. Como se sabe, a imensa maioria daqueles que vivem do comércio exterior está decepcionada com a falta de soluções apresentadas para os gargalos portuários. E não é só com o governo federal, pois o Estado acaba de anunciar que cortou 40% das verbas que estavam destinadas neste ano para as obras do trecho Sul do Rodoanel. Mas, pensando bem, não é o pior dos mundos. Não há quem não trema ao pensar no que
poderia acontecer se o Rodoanel ficar pronto antes da construção pelo governo federal das avenidas perimetrais e do pátio regulador de grãos no Porto de Santos. Criando melhores condições de acesso para as cargas destinadas ao porto, o Rodoanel vai colocar um volume sem precedentes de caminhões descendo a Serra do Mar, o que, sem as obras de melhoria previstas, pode causar o caos. O outro ponto destacado na carta a ser encaminhada ao gabinete presidencial é a redução da burocracia nas exportações e importações. Não é possível que, numa época em que a informatização alcança quase todos os setores da vida nacional, ainda se tenha de cumprir tantos prazos para a liberação de cargas.
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pior de tudo, porém, é a falta de entendimento entre os próprios funcionários do governo que, neste ano, provocaram duas greves nacionais que causaram prejuízos incalculáveis para a economia do País: a dos funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a dos auditores fiscais da Receita Federal. Além de tudo isso, os freqüentes atrasos nas obras de dragagem do canal do estuário continuam impedindo que as operações no Porto de Santos sejam mais eficientes. Afinal, o serviço de dragagem permanente é fundamental para a navegabilidade dos navios na barra, na entrada do canal e nos berços. Por fim - mas não por último na lista de prioridades -, o governo precisa colocar em prática a tão decantada implantação das Parcerias Público-Privadas (PPPs) com vistas a solucionar os problemas de acesso da infra-estrutura do complexo portuário. Só assim emitirá um sinal tranqüilizador àqueles empresários que estão dispostos - mas ainda reticentes - em investir em novos terminais privados e recintos alfandegados. Como adendo à carta dos empresários, segue ainda uma sugestão do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Cargas do Litoral Paulista (Sindisan) para que os órgãos aduaneiros funcionem 24 horas. De fato, se o porto não pára nunca, não há por que a aduana fechar as portas durante a maior parte do dia. MILTON LOURENÇO É PRESIDENTE DA FIORDE LOGÍSTICA FIORDE@FIORDE.COM.BR
O governo precisa colocar em prática as PPPs do complexo portuário
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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
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em face de um redescobrimento da América Latina pelos comunistas e aderentes
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Finanças Empresas Nacional Imóveis
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 10, 11 e 12 de novembro de 2006
A Ambev teve lucro de R$ 486,1 milhões no terceiro trimestre deste ano, com alta de 21,8% em relação a 2005.
GOVERNO ESTUDA DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA
MINISTRO DA FAZENDA EVITA FALAR EM CORTE DE DESPESAS, MAS SINALIZA COM PROGRAMA FISCAL
MANTEGA: MENOS GASTOS E IMPOSTOS Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
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Nova área consumiu investimentos da ordem de R$ 70 milhões
A rede de livrarias Fnac tem posição de destaque no centro de compras
Shopping Morumbi abre nova ala
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arcas como a Oakley, a rede Applebee's e a Starbucks são os principais diferenciais do Shopping Morumbi a partir de hoje. O empreendimento, localizado na zona sul de São Paulo, inaugura 80 lojas, algumas exclusivas na capital. É o caso das cariocas Mary Zaide, Miss Zaide, Essencial, Mara Mac, Blue Man, BumBum, Gang, Permanente de Andrea Saleto e Espaço Fashion. Com a área de expansão, o Morumbi totaliza 480 opções de compras, entretenimento e lazer. São 28.695 metros quadrados a mais distribuídos em dois pisos, 600 novas vagas de estacionamento e investimentos de R$ 70 milhões. Segundo a superintendente do shopping, Doris Weinberg, o objeti-
vo principal é transmitir modernidade e exclusividade. "Procuramos por marcas que agregassem ao shopping um mix de lojas diferenciadas." Outra novidade é o "Espaço Arte Morumbi Shopping", uma área de 400 m² reservada para a arte e cultura. Sua exposição inaugural – exibida a t é 2 7 d e j a n e i ro – t e m 11 obras clássicas de João Cândido Portinari, das séries "Bíblica" e "Retirantes", trazidas do acervo do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Des taques – Com sua primeira loja em shopping da capital e investimentos de R$ 25 milhões, a Fnac Morumbi abre 120 novos postos diretos de trabalho, além de centenas de empregos indiretos. Somente nas obras, por exemplo, uma equipe de 140 pessoas traba-
lhou 24 horas por dia durante os últimos três meses. Serão 60 mil títulos de CDs, 15 mil títulos de DVDs, 80 mil títulos de livros e cerca de 5 mil itens de tecnologia. Logo na entrada principal, o Fnac Café e o Fórum Fnac acomodam 150 pessoas. Entre os eventos já programados para o mês de novembro, estão os pocketshows de Fernanda Porto (hoje, às 19 horas), Dado Villa Lobos (dia 24, às 19 horas) e Rita Ribeiro (dia 29, às 19 horas). Outros – Outro destaque da nova ala do empreendimento é a marca de óculos Oakley. A loja tem 200 m² e oferece produtos que chegam a até R$ 2 mil. Apesar de não revelar valores de investimento nem de receita, o presidente da Oakley Brasil, Salvador Parisi, garante que a empresa cresceu 40%
desde a criação da subsidiária brasileira da marca, em 2002. Moda – Em meio a uma avalanche de grandes lojas, a estilista Rozangela Klein, que já foi proprietária da grife Alcaçuz e desde 2003 opera uma marca com seu nome, concebeu para sua nova loja uma proposta que aproxima roupas e acessórios da cliente em atmosfera cênica. Lâmpadas destacam as peças dispostas em araras e bancadas brancas destacam o piso de madeira natural. Segundo a estilista, o novo espaço deve ter um fluxo de 2,5 mil clientes por dia. O perfil de público da marca, segundo Rozangela, são as mulheres modernas, que saem de casa de manhã e só voltam à noite. "As peças reúnem conforto e modernidade", garante. Vanessa Rosal
governo quer acelerar o crescimento econômico e, para isso, pretende estimular os investimentos produtivos. O principal mecanismo em estudo é a suspensão da cobrança dos impostos e contribuições federais durante a instalação de projetos produtivos novos, informou um integrante da área econômica. Assim, por exemplo, o empresário que quisesse instalar uma fábrica nova não pagaria tributos federais sobre as máquinas, o material de construção e tudo o mais envolvido na introdução da fábrica. Tudo seria cobrado quando a fábrica estivesse produzindo. Dessa forma, o empresário terá mais fôlego para investir. Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o alívio na tributação para o setor produtivo faz parte de um programa de desonerações tributárias, que poderá começar neste ano e virá casado com um programa de contenção no gasto público. Ele, porém, não adiantou detalhes. Informou apenas que terão prioridade nos cortes de tributos os setores que mais têm potencial de alavancar o desenvolvimento. Medidas – As medidas em estudo fazem parte do pacote de estímulo ao crescimento econômico que o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva encomendou aos ministros da área econômica. Ele escolheu como desafio para o segundo mandato acelerar o
crescimento econômico sem sacrificar a área social. Os ministros estão listando propostas, que serão novamente discutidas com Lula na próxima semana, provavelmente na terça-feira. Contenção – "O grande objetivo é fazer um programa de redução tributária e de desoneração, cujo primeiro ato foi a aprovação da Lei Geral (das pequenas e microempresas, votada anteontem no Senado)", disse Mantega. "Em seguida, faremos desonerações de outros setores. Para que isso seja factível, é preciso que seja acoplado com um programa fiscal de contenção de gastos no longo prazo, de modo a tornar viável a desoneração, o aumento dos investimentos e a manutenção dos programas sociais do governo", explicou. Ele deu um exemplo: se o governo decidir cortar R$ 5 bilhões em tributos, então, será necessário deixar de realizar despesas no mesmo montante. O ministro, porém, evitou falar em cortes nos gastos públicos. Mantega preferiu usar a palavra "contenção", o que significa que as despesas do governo até poderão aumentar, desde que em ritmo mais lento do que o do crescimento da economia e da arrecadação. O ministro disse que poderá ser aplicado um redutor nas despesas federais a partir do ano que vem, embora o Orçamento em discussão no Congresso Nacional não preveja o mecanismo. (AE)
Milton Mansilha/LUZ
Para Dorina Nowill, iniciativas desse tipo realmente integram cegos
McDonald's em braile
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epois de incluir jovens à procura do primeiro emprego e de tornar acessíveis suas lojas para deficientes físicos, a rede McDonald's deu ontem mais um passo em iniciativas de inclusão social. A rede lançou um cardápio em braile e em letras grandes para deficientes visuais com a descrição completa dos produtos que oferece. Até o final deste mês, todas as 544 unidades no País terão o novo modelo de cardápio. A rede não sabe quantos deficientes visuais freqüentam as lojas, mas tomou a iniciativa por acreditar que o modelo de cardápio que utilizava desde 1989 (uma placa de metal em braile afixada em paredes) já não atendia às necessidades desses consumidores. O Brasil tem hoje 16 milhões de defi-
cientes visuais, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Renata Raniro, do departamento de comunicação corporativa do McDonald's, afirma que teve a idéia porque a rede aumentou o número de produtos e o material antigo em braile estava incompleto. Além disso, a rede queria um cardápio que respeitasse a independência dos deficientes visuais. Para colocar em prática o projeto, o McDonald's procurou a orientação da Fundação Dorina Nowill para Cegos, que atua há 60 anos na formação e inserção de deficientes na sociedade. A criadora da Fundação e sua presidente emérita, Dorina Nowill, afirma que são essas idéias que integram realmente os cegos. Paula Cunha
A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Muda o perfil da dívida interna
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Novo capítulo na
Ó RBITA
guerra das cervejas L
FUSÃO A Companhia Energética Santa Elisa e a Açucareira Vale do Rosário estudam fusão.
Meirelles defende dólar fixado pelo mercado
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Urbanismo Transpor te Confronto Acidente
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PARA COMERCIANTES, CONCORRÊNCIA É DESLEAL
É necessário estipular de que forma eles podem vender, antes que São Paulo se transforme no Paraguai. Marrer Abed, supervisor da loja Ascona
Lojistas apontam queda nas vendas Comerciantes do Brás têm medo de novos confrontos. Dizem que seus prejuízos crescem à medida que aumentam os camelôs e pedem a regulamentação da atividade. Almeida Rocha/Folha Imagem
Kelly Ferreira
O
confronto entre ambulantes da "feirinha da madrugada" , a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a Polícia Militar espantou compradores e deixou os comerciantes locais inseguros. Procurados pelo DC, muitos preferiram não se identificar com medo de represálias. Mas todos foram unânimes quando lhes foi colocada a questão da crescente invasão dos camelôs e uma consequente queda nas vendas. "Não falaremos sobre esse assunto por uma questão de segurança. Acho que esse problema é do governo e tem de ser resolvido antes que a baderna aumente", disse um comerciante que pediu para não ter o seu nome revelado nem o de sua loja. Por causa do tumulto de ontem, o supervisor da loja Ascona, Marrer Abed, contabilizou um faturamento 50% inferior em relação ao registrado no dia anterior. "Abrimos a loja às 8h30. Em alguns momentos ficávamos abertos. Em outros, fechados. Depois, a situação se normalizou. Esses confrontos afugentam as pessoas. É uma concorrência desleal. Para o fim de ano, por exemplo, contratamos 15 funcionários com registro em carteira. É um investimento alto para o comerciante. Além disso, investimos em qualificação e treinamento de pessoal. Tudo isso significa gastos", disse. "Paraguai" – A organização do comércio informal, para Abed, poderia ser uma solução para a situação atual, que prejudica toda a economia da cidade. "Sei que tem muito ambulante que realmente precisa trabalhar. É necessário identificá-los e estipular de que forma eles podem vender seus produtos, antes que São Paulo se transforme em um imenso Paraguai". Queda – Para Márcia Ribeiro, gerente da loja Charmed, o problema com a queda nas vendas e, consequentemente, no faturamento, não foi exclusiva do dia de ontem. "As vendas caíram desde que a "feirinha "veio para a rua Oriente. Se compararmos este ano com 2005, posso dizer a queda está em torno de 50%". Um dos problemas apontados pela comerciante é que o horário de funcionamento da "feirinha" nem sempre é cumprido. "Eles deveriam ficar até às 7h30. Mas, muitas vezes, chegamos às 8h e temos de esperar a boa vontade deles para desmontar as barracas. Às ve-
Logo pela manhã, no Brás, ambulantes irregulares obrigaram os comerciantes a fechar as portas de suas lojas. A confusão provocou queda nas vendas.
zes, enfrentamos até cara feia. Acho que eles têm o direito de trabalhar, mas que seja em um lugar apropriado, sem atrapalhar o nosso trabalho. Afinal, pagamos muitos impostos e funcionários", disse. Segundo ela, por causa da "feirinha", os clientes que faziam compra pela manhã passaram a chegar de madrugada e a comprar os produtos, nem sempre de qualidade, vendidos pelos camelôs. "Quando o dia amanhece, eles não têm mais dinheiro para gastar no comércio formal", disse Márcia. Popcentros – A regulamentação do comércio informal também é apontada pelo economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), como um caminho para solucionar o problema. "O comércio informal tem de ser regulamentado. É preciso organizá-lo e colocar os ambulantes em lugares apropriados, como os popcentros, por exemplo. Lá, eles pagarão impostos e a concorrência não será tão desleal com o comerciante formal", disse.
Leonardo Rodrigues/Digna Imagem - 30/11/05
Newton Santos/Digna Imagem - 11/04/05
O economista Emílio Alfieri defende a regulamentação dos camelôs
A alternativa dos popcentros: organização e pagamento de impostos
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Política O PT VAI ENCOLHER NO GOVERNO...
Ruim para o PT é se nós tivéssemos um governo sem programa, sem orientação. Marco Aurélio Garcia
Anúncio do presidente presidente Lula não encontra grande receptividade dentro do partido, embora conte com algumas adesões internas isoladas. Gustavo Miranda / AOG
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Lula recebe o governador do Acre, Jorge Viana, e seu sucessor, Binho Marques: apoio restrito.
... MAS FALTOU COMBINAR COM O PT Líder do PT na Câmara reclama. Presidente do partido diz que não há problema.
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líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), demonstrou ontem que a legenda não vai assistir quieta à perda de espaço no governo, ao afirmar que o partido deseja ter um "protagonismo estratégico" no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Fontana disse que não é uma questão matemática a composição ministerial. Ele considerou que há muita especulação sobre o que será destinado a cada partido que apoiou a reeleição. "Não estou preocupado com as contas de somar e diminuir. Tenho tranqüilidade que o PT terá um protagonismo importante no governo", disse Fontana, completando que o partido confia no presidente Lula para conduzir a composição no Ministério de forma adequada. "Uma formação de Ministério não é uma aula de matemática, mas de política", avaliou. Satisfeito– Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o PT já tem o maior cargo do governo que é a presidência da República sinalizando que o partido terá que ceder espaço a outros aliados na composição do Ministério. Fontana reconheceu também que o governo não tinha segurança dos votos na sessão de ontem da Câmara em que seria votada a medida provisória que definiu em 5,01% o ín-
Não estou preocupado com as contas de somar e diminuir. Tenho tranqüilidade que o PT terá um protagonismo importante no governo. Henrique Fontana (PT-RS) dice de reajuste das aposentadorias pagas pela Previdência Social. Ontem, o PT impediu o prosseguimento da votação da MP, obstruindo a sessão que significou o primeiro teste após as eleições da consistência da base aliada de Lula. Em junho deste ano, em votação semelhante, deputados aliados se uniram à oposição e aprovaram o índice de 16,67% de reajuste contra o índice proposto pelo governo. "Estou seguro de que estamos construindo uma base bem mais sólida para garantir a governabilidade. Ainda estamos em um período de transição e ninguém consolida isso num estalar de dedos", disse Fontana. Despreocupado – O presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, afirmou que não preocupa o partido a intenção manifestada pelo presidente Lula de diminuir o espaço da legenda no Executivo.
Nos últimos dias, Lula tem insistido em declarar que a presidência da República já é uma boa representação para o PT. Garcia disse que sempre declarou que o governo é de coalizão e que todas as forças políticas que o apóiam devem participar do Executivo. Ele deixou no fim da manhã de ontem a reunião da bancada do PT (atual e dos eleitos) na Câmara, para discutir a conjuntura política e as prioridades da bancada. Garcia disse que uma das grandes conquistas na eleição foi a mobilização de forças políticas em torno de Lula. "Espero que estas energias que se mobilizaram para eleger o presidente sejam capazes também de contribuir na execução do programa de governo", afirmou. Para Garcia, não será ruim para o PT ter uma menor representatividade no governo no próximo mandato. "Ruim para o PT é se nós tivéssemos um governo sem programa, sem orientação. Nós temos um governo com programa e com orientação. E o PT terá aquela participação que merece". No discurso de abertura da reunião com a bancada, Garcia defendeu uma relação mais estreita dos parlamentares petistas com o partido e com o Poder Executivo. Na avaliação feita aos deputados, ele disse que as eleições trouxeram resultados positivos ao PT. (AE)
AÉCIO ALERTA COLEGAS Tucano mineiro adverte governadores para não serem 'caudatários' do governo
O
governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que os governadores precisam estar atentos para não caírem na "armadilha" de serem apenas "caudatários" dos interesses do governo federal. Após se reunir com o governador eleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), no Palácio das Mangabeiras, Aécio voltou a defender a definição de uma agenda de consenso entre os colegas, que deverá ser levada ao Congresso Nacional antes de ser apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano mineiro considera que no primeiro mandato os governadores serviram aos interesses do Planalto quando
aprovaram a prorrogação da CPMF e da Desvinculação das Receitas da União (DRU). Mas não tiveram a mesma contrapartida em relação à conclusão da reforma tributária e a unificação da legislação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "O que nós não queremos é cair na armadilha de sermos caudatários apenas dos interesses do governo federal", disse. "Sabemos que o governo federal tem lá as suas dificuldades, estamos dispostos a discuti-las. Mas é preciso que a agenda federativa, essa de fortalecimento de Estados e de municípios, seja colocada anteriormente à discussão no Congresso Nacional".
Um encontro formal entre Lula e os governadores neste momento, além de impróprio, serviria "apenas para fotografia", opina Aécio. Como parte da construção deste consenso prévio, ele observou que já tem conversas agendadas com o governador reeleito Paulo Hartung (Espírito Santo) e os eleitos Eduardo Campos (Pernambuco) e Yeda Crusius (Rio Grande do Sul). Mas se mostrou descrente sobre a realização de uma "grande reunião" entre os chefes dos Executivos estaduais, admitindo a realização de "algumas reuniões regionais". Aécio tem reivindicações comuns entre ele e o governador eleito do Rio e quer discuti-las. (AE)
m dia depois de o p re s i d e n t e L u i z Inácio Lula da Silva ter anunciado que vai tirar espaço do PT, a proposta ganhou adesões importantes no partido. O governador do Acre, Jorge Viana, um dos líderes da ala moderada, disse que o PT não deve atrapalhar o presidente Lula na montagem do Ministério. Já o presidente interino do partido, Marco Aurélio Garcia, disse que não se preocupa com a redução do espaço, porque o governo será de coalizão. Registre-se que Viana é cotado para uma pasta na Esplanada. Marco Aurélio, por sua vez, já despacha no Planalto. "O PT tem o melhor espaço, que é o cargo do presidente. Quem tem esse cargo não deve brigar por outro. Não podemos querer criar crise de algo que não existe", afirmou Jorge Viana, logo depois de reunião com o presidente no Palácio do Planalto. "Temos que nos recolher um pouco", disse. Ele contou que o presidente está tão empenhado na composição de seu Ministério e nas consultas aos partidos aliados, que "pensa 25 horas por dia em como vai formar o governo do segundo mandato". Apontado sempre como um dos nomes preferidos do presidente Lula para o Ministério, Viana disse que não foi ao Pla-
O PT tem o melhor espaço, que é o cargo do presidente. Quem tem esse cargo não deve brigar por outro. Não queremos criar crise que não existe. Jorge Viana (PT-AC)
nalto reivindicar um lugar na equipe. "Vim apenas comunicar que vou transferir o abacaxi (o mandato de governador)", afirmou ele. E corrigiu em seguida. "Vim transferir o bastão". Viana estava acompanhado do sucessor, o também petista Binho Marques. Jorge Viana afirmou que o presidente Lula lhe disse que tem feito consultas para a montagem do governo, mas não tem ainda nenhuma escolha – na quarta-feira, Lula sinalizou que vai manter no Ministério da Educação o petista Fernando Haddad. É provável que também convide o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, para continuar na equipe no segundo governo. Mares Guia é do PTB, partido que vai apoiar Lula e defende sua manutenção no cargo. Para Marco Aurélio Garcia, não será ruim para o PT ter
uma menor representatividade no governo no próximo mandato. "Ruim para o PT seria se nós tivéssemos um governo sem programa, sem orientação. Nós temos um governo com programa e com orientação. E o PT terá aquela participação que merece. Acho que será uma boa participação", disse, logo depois de participar de uma reunião com a bancada do PT. Marco Aurélio concordou com Lula, que afirmou ser a Presidência da República o cargo mais importante do País. Defendeu ainda uma relação mais estreita dos petistas com o partido e com o Executivo. Na avaliação que fez aos deputados, ele disse que o processo eleitoral foi bastante positivo para o PT. Jorge Viana também afirmou que na sua opinião o PT foi o grande vencedor, porque foi feita até a previsão de que o partido poderia desaparecer depois de se envolver em seguidos escândalos como o do mensalão, que derrubou toda a direção petista. "Por isso, o PT precisa é comemorar a vitória e não ficar arrumando crises. Quem tem de estar em crise é quem perdeu a eleição". Jorge Viana arrematou dizendo que é contrário a alterações partidárias agora. "Sou a favor de dar um sotaque nacional para o PT". (AE)
COMPANHEIROS UNIDOS 'Aloprados' se encontram em Brasília e se confraternizam Alan Marques / Folha Imagem
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pontado pelos próprios colegas de partido como o chefe dos "aloprados", denominação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grupo de petistas que tentou comprar um dossiê contra tucanos às vésperas do primeiro turno eleitoral, o deputado Ricardo Berzoini (SP), se encontrou ontem com Lula. Disposto a reassumir a presidência do PT, cargo que deixou em setembro para não prejudicar a reeleição de Lula, Berzoini disse que a conversa com o presidente foi sobre o futuro do País. "O presidente entende que o PT continua sua jornada. Discutimos o futuro do Brasil e do governo. O presidente tem confiança de construir um governo com base ampla e com participação popular e democrática", afirmou. A primeira reunião formal da bancada do PT atual e a que foi eleita em outubro, ontem, marcou o encontro de deputados que tiveram seus nomes envolvidos em escândalos. Do grupo dos acusados no escândalo do mensalão estavam os deputados Paulo Rocha (PA), que renunciou ao mandato para fugir do processo de cassação e foi reeleito, João Paulo Cunha (SP), José Mentor e Professor Luizinho (SP), que ao contrário dos outros não se reelegeu. O deputado eleito José Nobre Guimarães (PTCE), cujo assessor foi preso com dólares na cueca, estava presente. O irmão de Guimarães, José Genoino (PT-SP), que presidia o PT quando estourou o escândalo, não compareceu. Também faltou o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci (SP), acusado de favorecer uma empresa de lixo quando era prefeito de Ribeirão Preto (2001-2002). (AE)
Alan Marques / Folha Imagem
Ricardo Berzoini, Professor Luizinho, João Paulo Cunha e outros petistas acusados de envolvimento em corrupção foram recebidos ontem pela bancada do partido na Câmara para dar boas-vindas aos novos parlamentares. Roberto Jayme / AE
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Imóveis Tr i b u t o s Finanças Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BNDES EMPRESTA MAIS PARA INDÚSTRIA
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bilhões de reais era o total de ativos do Unibanco no fim do terceiro trimestre do ano, segundo o balanço.
A EXEMPLO DE BRADESCO E ITAÚ, O BANCO INCLUIU NO BALANÇO AMORTIZAÇÕES DE ÁGIOS DE AQUISIÇÕES
UNIBANCO LUCRA MENOS NO TRIMESTRE Demanda interna puxa indústria
Luiz Prado/LUZ – 29/11/2005
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s investimentos do setor industrial em 2007 deverão ser dirigidos em grande parte para atender a demanda interna. Mesmo assim, a maioria dos empresários não planeja aumentar a compra de máquinas e equipamentos. A explicação, segundo levantamento apresentado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é que mais de 80% das empresas consultadas acham que sua capacidade produtiva é suficiente para atender a demanda prevista. Das 215 grandes empresas ouvidas, 35,7% devem aumentar as compras de máquinas e equipamentos este ano. Entre as pequenas e médias, 31,6% esperam aumentar os investimentos em bens de capital. A Sondagem da CNI constatou que 60% das empresas aumentaram a capacidade instalada entre 2004 e 2006. A folga no parque industrial ocorreu mesmo com investimento este ano abaixo do previsto pelas empresas. De 1.581 empresas, 85% (1.343) informaram que tinham planos de investimentos para este ano. Dessas, apenas 36% realizaram investimentos como o planejado; 43% investiram parcialmente o previsto; e 21% adiaram ou cancelaram. "O baixo crescimento da economia neste ano frustrou as expectativas dos empresários", avaliou o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco. Segundo ele, os investimentos são puxados pelo consumo doméstico, já que as exportações não apresentam mais o vigor dos últimos anos. Castelo Branco acredita que a demanda interna deverá continuar direcionando os investimentos em 2007. A Sondagem mostrou que as grandes empresas, que têm uma tradição exportadora mais forte que as menores, deslocaram seus investimentos para suprir o mercado doméstico. Os investimentos desse segmento, previstos para o próximo ano, voltados para atender a demanda no mercado externo, reduziram-se de 18,7%, na sondagem de 2005, para 11,8%, no levantamento deste ano. Por outro lado, os investimentos das grandes companhias para suprir a demanda doméstica passaram de 32,8% para 36,8% no período. Além disso, as empresas apontaram a evolução da demanda como sendo o principal fator de incerteza para a realização dos investimentos no próximo ano. (AE)
Travaglia aposta em expansão de 15% a 20% do crédito neste ano
BNDES Sinal de recuperação da produção nacional
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s primeiros sinais de uma possível recuperação no desempenho da indústria em 2007 foram divulgados ontem pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De janeiro a outubro deste ano, na comparação com igual período no ano passado, houve crescimento no valor de desembolsos (5%), nas aprovações de crédito (17%) e também nas consultas para obtenção de empréstimos (7%). No setor industrial, as liberações de recursos cresceram 16%. Para o banco, os números mostram que o empresariado pretende elevar investimentos no ano que vem, o que pode conduzir naturalmente a um aumento na produção. Nos dez primeiros meses de 2006, o banco desembolsou R$ 18,4 bilhões para o setor. "Se não houver investimento, o crescimento tem fôlego curto", disse o assessor da diretoria, Francisco Eduardo Pires de Souza. Segundo ele, os desembolsos totais do banco em dez meses somaram R$ 35,448 bilhões. Porém, os desembolsos para investimento fixo, que estão relacionados a aumento de capacidade instalada (como compra de máquinas e equipa-
mentos) subiram 11% de janeiro a outubro deste ano, ante igual período de 2005, somando R$ 23,23 bilhões. Pedidos – Na avaliação de Souza, esse dado é muito importante, principalmente quando analisado ao lado do crescimento nos pedidos de financiamento. As consultas totalizaram R$ 76,964 bilhões de janeiro a outubro deste ano. São o primeiro passo para a análise de financiamento pelo banco e termômetro do apetite do empresariado por investimentos futuros. Para ele, as informações do banco podem ser confrontadas com os recentes dados de produção industrial, que apontaram queda em outubro. "Na conjuntura industrial, as decisões que vão afetar o futuro são contratação de mão-de-obra e investimentos, que são compromissos com o aumento de produção. Isso serve para relativizar dado negativo em um determinado mês", afirmou. De janeiro a outubro deste ano, as aprovações de financiamento mantiveram o ritmo de alta e somaram R$ 52,254 bilhões. Souza afirmou, no entanto, que o setor agropecuário ainda mostrou resultados muito negativos. (AE)
Ações da Vale têm alta
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s bons resultados da Vale do Rio Doce provocaram euforia entre os investidores. Enquanto o Índice Bovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu 1,25% ontem, as ações da mineradora subiram. A ação
preferencial da série A avançou 1,83% e as ordinárias valorizaram-se 2,97%. Segundo estudo do banco Merrill Lynch, os resultados da Vale ficaram 13% acima da previsão da maioria dos analistas financeiros. (AE)
lucro líquido consolidado do Unibanco diminuiu no terceiro trimestre por causa da redução do período de amortização de ágio de 10 para 5 anos para deixar o balanço mais próximo aos de seus concorrentes (Bradesco e Itaú), que fizeram operações semelhantes. O Unibanco, terceiro maior banco privado do País, teve um lucro líquido consolidado de R$ 106,1 milhões no terceiro trimestre do ano, resultado inferior aos R$ 474,8 milhões obtidos em igual período de 2005. A amortização — relativa a despesas como a compra da Fininvest, feita há cerca de cinco anos — teve um impacto total de R$ 464 milhões. Sem considerar esse efeito, o lucro líquido teria crescido para R$ 566 milhões no período de julho a setembro. Outro destaque do trimestre foi a queda das provisões para perdas com créditos, que, segundo Geraldo Travaglia, vice-presidente Corporativo do Unibanco, levou o banco a querer voltar a aumentar sua carteira de crédito. "A amortização não prejudica o fluxo de caixa para os investidores. A decisão foi tomada para tornar mais 'comparáveis' os resultados entre os bancos", disse Travaglia. Apesar da queda do lucro no terceiro trimestre, o resultado líquido do Unibanco em nove meses teve aumento de 23% sobre igual período do ano passado, atingindo R$ 1,634 bi-
lhão antes de amortização. A margem financeira anualizada antes de provisões subiu de 10% nos primeiros nove meses de 2005 para 10,4% no acumulado deste ano até setembro. Após provisões, a margem financeira aumentou de 7,6% para 8,1%. Crédito – No final do tercei-
ro trimestre, o banco atingiu R$ 102 bilhões em ativos totais, um crescimento de 15,1% sobre igual período de 2005. "Esse crescimento é explicado, principalmente, pela evolução de R$ 6,5 bilhões da carteira de crédito, sobretudo no segmento de cartões", disse Travaglia. O executivo manteve sua previsão para o crescimento da carteira de crédito neste ano, entre 15% a 20%, e disse que a expansão deve ocorrer em ritmo similar em 2007. A carteira de crédito do Unibanco apresentou crescimento de 17,5% ao longo dos últimos 12 meses e de 3,3% no trimestre. Em um período de 12 meses, a expansão dos cartões de crédito foi de 30,2%. O saldo das provisões para perdas com créditos em aberto do banco somou R$ 2,532 bilhões, uma queda de 13,3% em relação ao segundo trimestre do ano. As operações de crédito voltadas para pessoas físicas atingiu R$ 16,383 bilhões, com crescimento de 13,5% em 12 meses. Já a carteira de crédito para pessoas jurídicas cresceu 20,1% no mesmo período. O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio do Unibanco, um importante indicador de rentabilidade do sistema financeiro — antes do evento extraordinário de amortização de ágio das aquisições — atingiu 24,8% no terceiro trimestre de 2006, contra percentual de 23,3% registrado em igual período do ano passado. (Reuters)
DIÁRIO DO COMÉRCIO Vou abandonar o boxe em 2008, mas antes vou ganhar e recuperar os cinturões mundiais. Oquendo também será campeão, mas depois de mim
Arquivo DC
Evander Holyfield, pugilista veterano, que na próxima quarta-feira completa 22 anos de boxe profissional, sobre o desafio de hoje com Fres Oquendo
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NOVEMBRO
2 -.LOGO
10 Dia do Trigo Dia da Indústria Automobilística Recolhimento do IPI, ISS, IRRF e Previdência Social
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Café com democratas
IDH melhora, mas Brasil perde posição A melhora na saúde e na renda do brasileiro em 2004 — quando a economia cresceu 4,9%, na maior taxa dos últimos dez anos — não foi suficiente para fazer o Brasil galgar posições no ranking dos maiores índices de desenvolvimento humano (IDH) do mundo. O IDH do Brasil subiu de 0,788 para 0,792, mas caiu da 68ª para a 69ª posição entre os 177 avaliados pela ONU. Em 2004, o brasileiro vivia mais (70,8 anos, contra 70,5 em 2003) e tinha uma renda 3,1% maior. Porém, os indicadores de educação não
tiveram qualquer melhora. A parcela da população adulta alfabetizada (88,6%) e de crianças e jovens na escola (85,7%) era exatamente a mesma de 2003. Sem avanços na educação, o Brasil perdeu espaço para a pequena Bielorrússia, que o ultrapassou e chegou a 67ª lugar, e ficou entre Dominica (68ª) e a Colômbia (70ª). A Noruega, mais uma vez, liderou o ranking com um índice de 0,963. O país nórdico, de 4,6 milhões de habitantes e renda per capita de US$ 37.670. E na lanterninha ficou o Níger, com 0,281.
M ÚSICA Juca Varella/Folha Imagem
L
O acordeonista e compositor Mario Zandomeneghi morreu ontem, aos 86 anos. Mario Zan, como era conhecido, compôs algumas das mais famosas canções de festa junina.
V ENEZUELA
A STRONOMIA
Chávez mantém a preferência nacional
Nasa avista "furacão" no espaço
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mantém ampla vantagem sobre seu rival, Manuel Rosales, a poucas semanas das eleições de 3 de dezembro, mostrou pesquisa divulgada ontem. Ele tem 45% das intenções de voto contra 27% do adversário, segundo revelou a empresa de pesquisa Hinterlaces. De acordo com a mostra, a abstenção pode chegar a 30%. Entre o início do estudo e os últimos resultados, os sem preferência ou que não se manifestaram saltaram de 12 para 25%.
A sonda Cassini, da Nasa, viu algo que nunca tinha sido visto em outro planeta: no pólo sul de Saturno, uma tempestade semelhante a um furacão, com um olho perfeitamente desenvolvido, cercado por altas nuvens. Esse" furacão" tem cerca de 8.000 km de diâmetro, ou dois terços do diâmetro do planeta Terra. "Parece-se com um furacão, mas não se comporta como um furacão", disse Andrew Ingersoll, um membro da equipe que capta as imagens produzidas pelo equipamento.
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Bush também perdeu o controle do Senado numa disputa voto a voto na Virgínia
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presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, adotou ontem uma abordagem mais conciliadora para a questão do Iraque ao receber líderes da nova maioria democrata do Congresso. Bush, cujo Partido Republicano foi derrotado nas urnas, disse ser hora de "deixar as eleições para trás e trabalhar juntos nas grandes questões que a América enfrenta". "Estou aberto a qualquer idéia ou sugestão que nos ajude a alcançar nossa meta de derrotar os terroristas e garantir que o governo democrático do Iraque tenha sucesso", disse Bush. No dia seguinte à votação, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, anunciou sua demissão, e espera-se que seu substituto, Robert Gates, tenha uma mentalidade mais aberta sobre como resolver a crise no Iraque. Os democratas atingiram ampla maioria na Câmara, na qual sua bancada cresceu cerca de 30 deputados, e conquistou o controle do Senado numa disputa voto a voto na Virgínia. O democrata James Webb, vencedor dessa disputa, foi secretário da Marinha no governo republicano de Ronald Rea-
Paul Morse/Reuters
Bush se reúne com democratas para discutir o futuro do País
gan. Graças à sua vitória, os democratas terão 51 dos 100 senadores. Mas essa margem é tão estreita que há especulações de que o governo tentaria formar coalizões com democratas mais conservadores para aprovar projetos do seu interesse. Bush recebeu os deputados Nancy Pelosi, futura presidente da Câmara, e Steny Hoyer, número dois da bancada democrata, para um almoço na Casa Branca. O Iraque seria o principal tema da conversa. Os democratas deixaram claro que vão exigir de Bush uma mudança de rumos no Iraque, onde há cada vez mais violên-
cia e baixas norte-americanas. Mandando um recado para eles, que defendem cortes de verbas para a missão, Bush disse que os EUA têm a responsabilidade de apoiar os seus mais de 149 mil soldados no Iraque. "Seja de que partido você for, todos temos uma responsabilidade de garantir que essas tropas tenham os recursos e o apoio de que precisam para prevalecer", disse. Bush vai tentar aproveitar as últimas semanas da atual legislatura, ainda controlada pelos republicanos, para aprovar vários itens. O novo Congresso toma posse em janeiro.
Kazuhiro Nogi/AFP
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O site Gramática Online traz uma série de dicas para quem não domina completamente a língua portuguesa. Na home, o internauta tem acesso a uma verdadeira aula de redação, com explicações sobre textos narrativos, dissertativos e interpretativos, testes virtuais, além das mais variadas colocações que podem gerar dúvidas de pronúncia ou escrita no dia-a-dia. Lá, também é possível encontrar regras gramaticais, tira-dúvidas e pegadinhas de vestibular.
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DE VIRADA – Em um jogo emocionante, o Brasil venceu ontem a China, atual campeã olímpica, por 3 sets a 2 e está a uma vitória das semifinais do Mundial Feminino de Vôlei. Agora, a seleção terá pela frente a Alemanha e a Rússia. I SRAEL
Tragédia de erros m dia depois da morte de 18 civis palestinos, vítimas de balas de canhão israelenses no vilarejo de Beit Hanun, no norte da Faixa de Gaza, o ministro da Defesa Amir Peretz afirmou que vai reavaliar a utilização de fogo de artilharia na fronteira com a região. A artilharia estava sendo usada há quase um ano pelas Forças de Defesa de Israel como estratégia para a contenção do lançamento diário de mísseis Qassam, de fabricação caseira, por extremistas
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palestinos contra Israel. De agora em diante, a artilharia só poderá ser acionada sob aprovação pessoal do general Yoav Galant, responsável pelo Comando Sul do exército, ou por superiores a ele. A reavaliação foi decidida assim que os resultados da investigação sobre o incidente foram apresentados a Peretz. De acordo com o relatório, houve um problema técnico no radar do canhão que atingiu Beit Hanun, que havia sido substituído na semana anterior. Como re-
sultado, ao invés de atingir um grupo de militantes palestinos uma bateria de sete projéteis caiu a 500 metros do local, atingindo sete casas num bairro residencial. Durante uma conferência econômica em Tel-Aviv, o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert convidou publicamente o presidente palestino Mahmud Abbas para um encontro. Ele se d i s s e d i s p o s t o a m a rc a r uma reunião "em qualquer lugar, a qualquer hora, sem precondições".
C OLÔMBIA
Troca de reféns por prisioneiros As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o maior grupo rebelde da América Latina, pediram a ajuda do ator Denzel Washington e dos cineastas Oliver Stone e Michael Moore nas negociações para uma troca de prisioneiros e reféns, inclusive americanos, com o governo colombiano. As Farc divulgaram ontem uma carta pedindo que eles intercedam junto ao povo americano. O documento também foi endereçada aos acadêmicos Noam Chomsky, James Petra e Angela Davis e ao ativista democrata Jesse Jackson. L OTERIAS Concurso 166 da Lotofácil 02
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Médicos podem desligar aparelho de doente terminal, diz Conselho Federal de Medicina Dono da empresa de táxi aéreo mentiu à PF e será reconvocado a depor no caso dossiê
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Funciona com manivela, pilhas recarregáveis e energia solar. O Freeplay Summit é o primeiro rádio digital multibanda autosuficiente em termos de energia. Com carga completa, ele tem 20 horas de autonomia. E trinta segundos de manivela permitem o funcionamento por meia hora. Custa US$ 77,00.
A Amazônia perdeu cerca de 33 mil milhas quadradas – área maior do que o estado de Carolina do Sul, nos Estados Unidos durante os quatro anos do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com especialistas do Instituto Socioambiental. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, apesar do número ainda ser assustador, no último mês houve uma redução no desmatamento da floresta, pelo segundo ano consecutivo, atingido a taxa mais baixa de desmatamento desde 1991.
Rejane Carneiro/Ag. A Tarde
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Aprenda a escrever corretamente
Destruição da Amazônia
A escritora Zélia Gattai, de 90 anos, recebeu alta ontem pela manhã do Hospital Aliança, onde estava internada havia dez dias, com insuficiência cardíaca e edema pulmonar agudo. A viúva de Jorge Amado vai continuar fazendo a fisioterapia respiratória em casa.
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Rádio digital auto-suficiente
B RAZIL COM Z
Zélia Gattai recebe alta
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F AVORITOS
Pela primeira vez na história, a Justiça de um país latinoamericano pediu a captura internacional de um expresidente de um país do Oriente Médio. A medida foi tomada ontem pelo juiz Rodolfo Canicoba Corral, que solicitou que o ex-presidente do Irã entre 1989 e 1997, Ali Akbar Rafsanjani, seja detido por graves suspeitas de envolvimento no atentado que, em 1994, destruiu um prédio em pleno centro da capital argentina. O ataque terrorista causou a morte de 85 pessoas e ferimentos e mutilações em outras 300.
S AÚDE
TEATRO
G @DGET DU JOUR
Ex-presidente do Irã pode ser preso
http://www.washingtonpost.com/
C A R T A Z
Antes do Baile Verde, peça adaptada do conto escrito por Lygia Fagundes Telles (foto). Teatro Artur Azevedo. Avenida Paes de Barros, 955. 21h. R$ 10. Telefone: 6605-8007.
A RGENTINA
Multinacionais apostam na renovação dos videogames para cair no gosto dos adultos
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Congresso CPMI Corr upção Gover no
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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O Congresso não dispõe de recursos para fazer esse trabalho (investigar sanguessugas). Amir Lando
SANGUESSUGAS NEGAM ATOS ILÍCITOS
ASSOCIAÇÃO DOS JORNAIS E PT DEFENDEM LIBERDADE DE IMPRENSA
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presidente interino do PT, Marco A u ré l i o G a rc i a , disse que a quebra do sigilo telefônico pela Polícia Federal de uma das linhas da sucursal do jornal Folha de São Paulo, em Brasília, na investigação da tentativa de compra do dossiê Vedoin, foi feita com autorização judicial. Ele negou que o governo esteja cerceando a liberdade de imprensa. Garcia ressaltou que qualquer comunicação telefônica ou por correspondência está preservada e é um direito de garantia individual e que, portanto, só uma decisão judicial é que pode atingi-la. "O governo não tem nenhuma medida de cerceamento da imprensa. O governo tem garantido neste País uma liberdade de imprensa absoluta", afirmou Garcia. O presidente interino do PT acrescentou que a Administração Federal tem sido objeto constante de ataques na imprensa e que tem convivido com isso. "Qualquer atentado que haja na liberdade de imprensa receberá do governo, do PT e de mim, em particular, uma condenação bastante enérgica", disse.
GARCIA NEGA P CERCEAR A 'FOLHA' Alan Marques / Folha Imagem
Garcia defende a imprensa junto à dançarina do Congresso.
Trincheira – A Associação Nacional de Jornais (ANJ) defendeu ontem, através de nota, o jornal "Folha de S. Paulo", que é investigado pela Polícia Federal (PF) por causa do escândalo do dossiê Vedoin que seria comprado por petistas para prejudicar tucanos, em
meio à disputa presidencial das últimas eleições. Durante o processo, foi quebrado o sigilo telefônico de jornalistas da Folha envolvidos com a apuração do caso. O comunicado, assinado pelo vicepresidente da ANJ, Júlio César Mesquita, alega que a quebra
do sigilo pode expor os profissionais e quebrar os princípios jornalísticos. "A ANJ lamenta que a quebra do sigilo telefônico exponha os contatos feitos pelos profissionais da 'Folha'. Nunca é demais lembrar que o sigilo da fonte é parte essencial do livre exercício do jornalismo, conforme determina a Constituição", afirma a declaração. Para Mesquita, os sistemas judiciário e policial "deveriam atentar para as conseqüências da autorização e execução da quebra de sigilo telefônico e buscar critérios mais adequados", sugere. Por último, o vice-presidente da entidade afirma que a associação se solidariza com a "Folha de S. Paulo" e funcionários. "A ANJ solidariza-se com a 'Folha' e seus profissionais e espera que episódios como esse não se repitam." (AE)
PF FRUSTRA GOLPE NA BOLSA CPMI ESFRIA E
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Polícia Federal prendeu oito pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que se preparava para aplicar uma fraude no mercado financeiro estimada em, aproximadamente, R$ 120 milhões. O golpe seria dado por meio da venda de ações falsas, principalmente da Petrobras. A operação foi realizada por agentes da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros da PF e levou à captura de cinco pessoas em São Paulo e duas no Rio de Janeiro. O oitavo envolvido já havia sido detido esta semana em Brasília. A PF informou que os criminosos construíram uma rede apoiada por gerentes de instituições financeiras, corretores de valores e funcionários de
Eymar Mascaro
cartórios, além de especialistas em falsificações. O bando é acusado de falsificar procurações nas quais su-
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Milhões de reais é o valor do golpe que a PF desmontou. Acionistas da Petrobras eram alvo.
postos proprietários de ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo autorizavam a transferência de seus papéis.
A organização já oferecia essas ações no mercado e tinha contas bancárias em nome de pessoas inexistentes para receber os recursos. Participaram da operação 160 agentes da PF que também efetuaram 28 mandados de busca em São Paulo e Rio de Janeiro. A PF apreendeu computadores e documentos que devem comprovar as fraudes. O principal alvo do golpe eram as ações da Petrobras, negociadas nas bolsas de São Paulo, Nova York, Madri e Buenos Aires, e cujos papéis brasileiros estão entre os mais procurados do mercado. Conforme a PF, as detenções ocorreram após um ano de investigações e evitaram que o golpe atingisse no mercado financeiro. (Agências)
Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)
Palestrante Sergio Augusto de Avellar Coutinho, General da Reserva e autor do livro “A Revolução Gramscista no Ocidente” Tema: “Configuração e atuação das esquerdas contemporâneas”
Participação Amaury de Souza, cientista político Marcel Solimeo, Diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP
Dia: 13 de novembro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar
ACUSADOS APRESENTAM DEFESA
Apoio total
ara não dar um novo tiro no escuro, Lula quer negociar com todo o PMDB, e não apenas com o grupo que o apóia. O presidente precisa do partido para as votações no Congresso e acha que não pode repetir o erro de 2002, quando negociou apenas com metade do PMDB. Lula está conversando com as lideranças do partido, incluindo os governistas José Sarney e Renan Calheiros e oposicionistas (até hoje), como Michel Temer. É provável que Lula entregue até cinco ministérios ao PMDB, além de negociar cargos no 1º escalão e conversar sobre as eleições para Câmara e Senado.
COMO SERÁ
LINHAGEM
Atualmente, o PMDB ocupa três ministérios no governo do PT: Saúde, Minas e Energia e Comunicações. A participação do partido no governo deve ser ampliada. Além do PMDB, Lula negocia também com PTB, PC do B, PSB, PL e PP e mais alguns partidos nanicos.
A eleição de presidente da Câmara ganha importância porque o vice-presidente José Alencar está doente e pode ficar impedido de assumir a presidência da República, em caso de vacância do cargo. Em situações assim, o presidente da Câmara é o 2º homem na linha da sucessão presidencial.
PRESIDÊNCIA O PMDB reivindica as presidências da Câmara e Senado. O partido elegeu as maiores bancadas nas duas casas do Congresso. O atual presidente do Senado, Renan Calheiros (AL) trabalha para ser reconduzido ao cargo. Os entendimentos caminham bem.
CANDIDATOS
O
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar já recebeu as defesas dos 69 deputados acusados pela CPMI dos Sanguessugas, que apura o superfaturamento de ambulâncias. Todos negam as acusações e explicam as razões pelas quais eventuais depósitos foram feitos em seus nomes ou de assessores. Dentre eles estão: Benjamin Maranhão (PMDB-PB), Carlos Nader (PL-RJ), Enivaldo Ribeiro (PP-PB), Ildeu Araujo (PP-SP), João Correia (PMDBAC), João Grandão (PT-MS), Paulo Feijó (PSDB-RJ) e outros 60 deputados. Gela da – Faltando 40 dias para acabar, a CPMI dos Sanguessugas esfriou e corre o risco de terminar melancolicamente, com a aprovação de um relatório final pífio sem apontar os culpados no Executivo pelo esquema. "As investigações da PF e do Ministério Público estão bem à frente de nossa apuração. Só podemos dar reforço para que as investigações prossigam. O Congresso não dispõe de recursos para fazer esse trabalho", resumiu o relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO). (AE)
TRIBUNAL CASSA PREFEITO DE CAPELA (SE)
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Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou, por unanimidade, o prefeito do município de Capela, em Sergipe, Manoel Messias Santo (PSB), por compra de votos. O Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE) já havia cassado, em junho de 2005, o diploma de Manoel Messias, o 'Sukita'. Apesar da decisão, ele não ficou inelegível e decidiu concorrer a um novo pleito. Em novembro de 2005, 'Sukita' foi eleito pela segunda vez para o cargo. Todavia, o Ministério Público Eleitoral entrou com recurso no TSE. O argumento foi de que era impossível sua participação no novo pleito, marcado para suprir a nulidade do primeiro, por se tratar, juridicamente, da mesma eleição. O TSE acatou a posição do MPE. (AE)
O PMDB tem três aspirantes à presidência da Câmara, que são Michel Temer (SP), Geddel Vieira Lima (BA) e Eunício Oliveira (CE). São três candidatos de prestígio no PMDB, sobretudo Temer, que é o presidente do partido.
DESPACHO Geraldo Alckmin já está despachando no Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB. Assim, o ITV é a nova trincheira do exgovernador. É de lá que Alckmin vai fazer oposição ao governo Lula. Alckmin ainda não sabe quando voltará a disputar nova eleição.
PREFEITURA Setores do PSDB vão insistir para que Alckmin dispute a Prefeitura de São Paulo em 2008. Mas, por enquanto, Alckmin descarta a candidatura. É possível que seu nome volte a ser lembrado nas eleições de presidente e governador em 2010.
VOTAÇÃO Alckmin foi muito bem votado em São Paulo. Seria um forte candidato, por exemplo, ao governo do Estado em 2010. Seu partido, o PSDB, dispõe, no momento, de outros dois presidenciáveis: os governadores eleitos de São Paulo e Minas, José Serra e Aécio Neves.
CONTINUÍSMO
CONVERSAÇÃO
Acontece que o atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B) também deseja continuar no posto. Seu partido é aliado de Lula desde o a campanha de 2002 e durante todo o primeiro mandato e apoiou o presidente nas horas de crise. Mas Aldo só tem chance de continuar se tiver o apoio do governo.
Além de ser cotado para ocupar o Ministério da Justiça no segundo mandato de Lula, o exministro do STF Nelson Jobim é lembrado para presidir o PMDB, em substituição a Michel Temer. Quem defende a indicação de Jobim para a direção do partido é o antigo grupo oposicionista da legenda.
BRIGA
PRESENÇA
A eleição para a presidência do Senado pode ser complicada para Renan Calheiros. O PFL está disposto a lançar candidato próprio ao cargo. Até já escolheu o candidato: José Agripino (RN). A presidência do Senado, portanto, dança entre PMDB e PFL.
O deputado ACM Neto é o mais forte candidato à liderança do PFL na Câmara, em substituição a Rodrigo Maia. Mas as coisas não estão fáceis para o neto de ACM: existem outros aspirantes ao cargo, como Ônix Lorenzoni, Ronaldo Caiado e André de Paula.
BANCADA
FUTURO
O PFL acha que tem o direito de pleitear a presidência do Senado porque está com uma bancada de 18 senadores. Mas o PMDB, que tem o mesmo número de representantes, pode ficar com 20, após as adesões de Roseana Sarney e Epitácio Cafeteira (PTBMA).
A indicação para a liderança do partido interessa a ACM Neto porque o PFL deve ser o principal partido de oposição a Lula. Como aspira ser candidato ao governo da Bahia, ACM Neto precisa de uma vitrine para se exibir. Nada melhor do que a liderança na Câmara.
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Imóveis Tr i b u t o s Empresas Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Damos um show de bola, temos dados para cinco anos. Roberto Haidar
PROTEÇÃO AO CRÉDITO E AO CONSUMIDOR
CONGRESSO DA FACESP ABORDA AS BOAS NOTÍCIAS DO CADASTRO POSITIVO E DA CONSTRUÇÃO CIVIL
TUDO PRONTO PARA O CADASTRO DO BEM Fotos: Paulo Pampolin / Hype
O
olhar sobre o crédito ficou mais positivo. "Estamos prontos para implantar o cadastro positivo no Brasil", disse ontem Roberto Haidar, superintendente de Marketing e Serviços da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com o apoio de líderes do varejo e do associativismo, durante o 35º Seminário dos SCPCs (Serviço Central de Proteção ao Crédito), em Ribeirão Preto, interior do Estado. Roberto Haidar garantiu que os instrumentos para sua implementação estão prontos, já que a ACSP tem o maior e melhor banco de dados da América Latina. "A implantação do cadastro positivo (em votação no Congresso) não esbarra em tecnologia, nem na base de dados, mas na questão cultural", alertou, propondo uma parceria com empresas, consumidores e clientes para mostrar suas inúmeras vantagens para o País. Para o especialista, o maior desafio, a partir daí, será oferecer bons serviços para os asso-
ciados da ACSP, Facesp e Rede Nacional de Informações de Crédito (Renic). "Essa será a peça chave para nosso desenvolvimento", afirmou. Em seguida, deu uma visão de como anda o cadastro positivo no mundo, a partir de dados do Banco Mundial (Bird). Os três maiores birôs dos Estados Unidos e os dois maiores do Canadá já trabalham com dados positivos e negativos de baixo custo operacional. Na Europa, são 35 operando, 23 deles com informações positivas e 16 países trabalham com informações de consumo de dois meses a seis anos. Na Oceania são 18 birôs, na Ásia, Índia, Tailândia e América Latina são 35 birôs em funcionamento, dos quais 24 fornecem informações positivas e dados de consumo a partir de três meses. "Damos um show de bola neles, pois temos capacidade para cinco anos", revelou Haidar. Em síntese, os birôs com cadastros positivo e negativo avançam nas economias com forte crescimento. "A inclu-
são dos dados positivos incrementa a efetividade do birô de crédito", resumiu. Em outras palavras, o Brasil vai bem nesse campo, diante do mundo. Mas essa nova oportunidade com o cadastro positivo, observou Haidar, exige novas posturas, que implicam, entre outras coisas, premiar os bons pagadores, mudar a visão distorcida da imagem financeira do consumidor, estimular o consumo consciente e mostrar que as informações positivas trazem benefícios ao consumidor. Recuperação – Além disso, Haidar acrescentou que também é preciso investir sério no escore de recuperação do consumidor, dar mais atenção aos cartões de crédito, mostrar que há leis que garantem a privacidade, entre outras coisas. Só assim a relação brasileira crédito-Produto Interno Bruto (PIB), da ordem de 33%, poderá alcançar níveis compatíveis com o Chile (61%), França (87%), Japão (107%), EUA (146%) ou Suíça (164%).
Roberto Haidar: introdução do cadastro positivo será peça-chave para o desenvolvimento
Sergio Leopoldo Rodrigues
A sinergia das associações e filiadas
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força das 412 assoc i a ç õ e s c o m e rciais filiadas à Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) foi abordada ontem durante o 7° Congresso Estadual da Facesp em Ribeirão Preto. O vice-presidente da federação, Marco Aurélio Bertaiolli, ressaltou as conquistas da instituição neste ano e apresentou os projetos para 2007, como a nova modalidade "Alimentação" do Accredito, cartão de benefícios dos funcionários das empresas filiadas às associações comerciais do sistema
Facesp, cujo objetivo é fortalecer e fidelizar o consumo. "A nova versão já foi homologada pelo Ministério do Trabalho e será disponibilizada para todos os filiados a partir de janeiro do próximo ano", assegurou Bertaiolli. Existem atualmente 5.064 unidades do cartão, utilizadas como forma de pagamento em 370 estabelecimentos comerciais de 17 cidades paulistas. "Mais de 87 mil transações já foram efetuadas, movimentando cerca de R$ 3 milhões. Vamos expandir seu uso a todos os municípios de São Paulo", afirmou. Também foi ressaltado o sucesso da Rede Nacional de In-
formações Comerciais (Renic), operada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que mantém um banco de dados com 46,3 milhões de registros, consultados mais de 66 bilhões de vezes de fevereiro a agosto deste ano. O Projeto Empreender – Unir para Crescer ganhou destaque por ser um modelo de gestão estratégica. Há 449 núcleos em operação atendendo 5.497 empresas. "É por isso que a Facesp será homenageada neste ano em Brasília como referência no Projeto Empreender 2006", disse Bertaiolli. Maristela Orlowski
Na construção, boas previsões
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s empreendedores da construção civil estão confiantes. A expectativa é de receber um incremento de R$ 30 bilhões em investimentos anuais durante os próximos quatro anos, segundo o vice-presidente da Federação das Associações dos Comerciantes de Material de Construção do Estado de São Paulo (Fecomac-SP) e representante da União Nacional da Construção Civil (UNC), Cássio Squiavo Tucunduva (foto). "Crescer é investir na construção, e construir é gerar patrimônio, emprego, renda e qualidade de vida", ressaltou o executivo, ontem, durante palestra no 7º Congresso Esta-
d u a l d a F acesp, em Ribeirão Preto, interior do Estado. Segundo Tucun duva, graças à economia estável, a cadeia produtiva da construção civil – responsável por 13% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2005, cerca de R$ 230 bilhões – tem plenas condições para retomar o desenvolvimento sustentável através de investimentos em setores essenciais de infra-estrutura. Na opinião do executivo, além dos segmentos de malha rodoviária, geração de energia
elétrica e saneamento básico, o crescimento virá também do estímulo à iniciativa privada na produção de moradias para diminuir o déficit habitacional de oito milhões de unidades. "O governo deve se comprometer com o setor, gerar iniciativas em todas as áreas e programar investimentos para evitar gastos", ressaltou. Conforme o projeto de "Construção do desenvolvimento sustentado" elaborado pela UNC, a injeção de cerca de R$ 51,5 bilhões por ano nesses setores poderia gerar crescimento do PIB, criação de 877 mil novos postos de trabalho e incremento de R$ 10,1 bilhões na arrecadação de impostos e contribuições. (MO)
Melhora sistema entre empresas
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s avanços nas informações "business to business" geram benefícios e reduzem riscos. Só nos dez primeiros meses deste ano as informações fornecidas pela Unidade Pessoa Jurídica (UNPJ), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) conseguiram evitar prejuízos de R$ 16,7 milhões em fraudes para seus clientes, empresas de produtos e serviços. Isso representou um volume 13% maior que todo o ano de 2005 (R$ 8,7 milhões) e de 44% mais na comparação de janeiro a outubro deste ano com 2005, disse ontem Jaison Vieira, gerente da UNPJ da ACSP (foto),
aos participantes do 35º Seminário dos SCPCs, realizado em Ribeirão Preto, em paralelo ao congresso da Facesp. Essa preocupação com as fraudes – de empresas que compram produtos e serviços de outras empresas – se justifica considerando outros indicadores apresentados por Jailson. Ele citou, por exemplo, que apenas nos dez primeiros meses deste ano, finalizados em outubro, as fraudes tiveram uma expansão de 31% aci-
ma de todo o ano de 2005. Tecnologia – Os golpes evitados de janeiro a outubro deste ano, informou o gerente da UNPJ, superaram em 48% todo o ano de 2005 e em 20% quando feita a comparação entre os mesmos períodos dos dois anos. Para Jailson esses resultados se devem, basicamente, à tecnologia de ponta, qualificação de pessoal e determinação de sua equipe, "que trabalhou com o objetivo de superação da performance obtida nos anos anteriores", disse. E concluiu: "Essa preocupação se justifica pela obtenção de menos prejuízos para nossos associados." (SLR)
Marco Aurélio Bertaiolli: Facesp é referência em modelo empreendedor e será homenageada em Brasília
Ações para evitar calote
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s juros ao consumidor e a inadimplência só irão cair e as vendas crescer de fato com a adoção de ações concretas para recuperar o consumidor com dívidas em atraso e aprimorando o sistema de informações de crédito com o cadastro positivo. O autor dessa afirmação mostrou que é doutor no assunto, durante palestra ontem no 35º Seminário dos SCPCs (Serviço Central de Proteção ao Crédito), em Ribeirão Preto. José Antônio Rodrigues, além de diretor de crédito das Lojas Riachuelo, é superintendente do Conselho do SCPC da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para ele, os números mostram que o avanço do crédito no Brasil gerou muita inadimplência e que isso não é bom para o crescimento sustentado das vendas no varejo. Para explicar o que está ocorrendo, Rodrigues listou as causas básicas da inadimplência: aumento da capacidade de compra das classes populares, crescimento de profissionais autônomos e informais, maior
José Antonio Rodrigues: dívidas
endividamento dos clientes, alongamento dos prazos, aumento do consumo, agilidade para oferecer crédito, concorrência entre cartões de crédito, políticas de crédito (como o consignado) e informações restritivas. Tudo isso junto, argumentou, tornou o consumidor mais endividado, frágil e inadimplente, com impacto negativo nos juros e redução do consumo. "A taxa absurda de até 14% ao mês no financiamento se deve não só aos custos operacio-
nais, mas ao risco embutido", afirmou. Deu um exemplo de casa. A rede Riachuelo precisava, até 2005, de dois clientes para aprovar o crédito de um. "Agora precisamos de três para um", revelou Rodrigues. Outra pesquisa selecionou 46 mil clientes com grandes possibilidades de recuperar o crédito. "Obtivemos a recuperação de 23,5% deles", informou, enquanto a média de mercado é de 12%. Isso se deveu, esclareceu Rodrigues, ao trabalho sério desenvolvido em conjunto com a ACSP, que oferece serviços nesse sentido. "Esse é um caminho para amenizar a inadimplência", insistiu o executivo. Mas essa recuperação, para funcionar mesmo, enfatizou o diretor de crédito da Lojas Riachuelo, deve ter critérios sérios. É preciso pensar em prazos e juros compatíveis, estratégias e ações de cobrança focadas e suportadas "que rentabilizem a recuperação". "E a Associação Comercial tem bons instrumentos para isso", afirmou Rodrigues. (SLR)
Apoio também ao consumidor
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s serviços de proteção ao crédito estão mais focados nas informações positivas do que propriamente nas restritivas, disse ontem Roseli Garcia, gerente da Unidade Pessoa Física (UNPF) (foto), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), durante palestra no 35º Seminário dos SCPCs (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Roseli salientou que o aprimoramento dos serviços tem dado mais conforto não apenas aos usuários, mas também aos consumidores, sobretudo pelas ações de apoio ao cidadão. Ela citou o site do Movimento de Apoio ao Consumi-
dor (MAC) – www.apoioaoc o n s u m idor.c om.br – como ajuda impor tante, cuja divulgação precisa ser intensificada, assim como o SOS Cheques e Documentos. Para mais de uma centena de líderes de associações comerciais reunidos em Ribeirão Preto, Roseli Garcia deu novos dados sobre as três grandes marcas da área de informações: ACSP, Facesp e Rede Nacional de Informações Comerciais (Renic). Destacou seus
principais produtos, o UseCheque, UseCheque+ e a estrela, o SCPC. São apoios fundamentais para concessão de crédito e outras decisões. "Outra ampla gama de produtos ajuda também a gerar recursos para as entidades associadas", enfatizou Roseli. Ela esclareceu que todo esforço feito na melhoria dos produtos gera benefícios para os usuários "com conteúdos muito superiores aos da concorrência e informes mais completos e atualizados". Relatou também que o UseInfo (informações positivas) estará disponível assim que a lei do cadastro positivo for aprovada. (SLR)
OPINIÃO
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DOISPONTOS -77
este ponto, preciso dar crédito ao criador da frase "pavimentar os trilhos". É brilhante, mas não é minha. É delle, que a pronunciou sem ler, em outro daqueles improvisos históricos. Reich de 40 anos é isso mesmo. O Hitler prometeu um "Reich de Mil Anos", conseguiu o quê, uns 12 ou 13 anos. Os nazi-lullo-petistas desde o começo discutiam um projeto de pudê de 40 anos. Para isso, foram em duas direções distintas, mas convergentes. Uma, em busca do "dinheiro não contabilizado" para financiar o projeto. Outra, a conquista dos corações, com Herr Von Duda aplicando o saber que herdou de Goebbels, marquetero de Hitler: "Repita a mentira mil vezes e ela vira verdade". Corações foram conquistados com a imposição da figura do "lullinha paz & amor", a fraude mais gigantesca deste século até esta data. Dos corações para os estômagos, a distância no corpo é de menos de um palmo. O bolsa-esmola comprou 25 milhões de estômagos, 25 milhões de votos, que decidiram a reeleição. Agora é o momento das mentes. É a ação-relâmpago, uma blitzkrieg das Panzer Divisionen, para convencer a sociedade de que a mídia precisa de uma "autocrítica" ao tratar dos assuntos que interessam ao gunnnverrrno. Discursos do Fueher dispararam os primeiros canhonaços. As granadas de boca ficaram por conta do ciro gomes, atiradas em entrevistas dadas em calão bem abaixo das linhas dos esgotos.
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NEIL FERREIRA
Arte: Roberto Alvarenga
NAZI-LULLO-
ma das fanfanforronices e insídias deleitorais de Lula foi a de se afirmar conhecedor do povo brasileiro e acusar seu concorrente eleitoral de, por ser elitista, desconhecêlo. Isto só pode ser atribuído ao seu primitivismo e primarismo cultural. O povo brasileiro não se limita aos pobres e para conhecê-lo não basta viajar pelo País e abraçar populares. É também indispensável conhecer sua história, sobre a qual Lula dá mostras de ser jejuno.
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ecapitulemos. Em 1959 Jacques Lambert publicou Os dois Brasis, como primeiro volume de uma coleção dirigida por Darcy Ribeiro, que foi ministro de Jango. O livro teve ampla circulação nos meios universitários, por se tratar de obra competentemente escrita pelo intelectual francês. No que interessa ao nosso ponto, uma de suas teses centrais, como indicado pelo próprio nome do livro, era a existência de uma disparidade entre o Norte-Nordeste brasileiro e o Brasil do Sul e Sudeste. Aquele sub-desenvolvido, este avançado. As diferenças continuam a existir, como existem em todas as nações e como é natural, no caso brasileiro, de país novo e continental. Contudo, a tese se tornou um dos pontos focais da exploração política ideológica, como ocorreu na recente eleição. E isto embora haja se tornado historicamente obsoleta e superficial, à luz de vetores mais gerais e permanentes do desenvolvimento nacional e do que aconteceu da publicação do livro para cá. O fato é que desde seus primórdios, aos dias de hoje, um dos aspectos dominantes da atividade do povo brasileiro tem sido o de descoberta, desbravamento, colonização e desenvolvimento do seu espaço continental. Isto vem desde o bandeirismo. E foi ainda e somente no breve período da minha geração, que estados inteiros, como o Paraná na região do Sul e estados da região Central, como Mato Grosso com a vastidão dos seus cerrados, vieram a ser efetivamente integrados na economia nacional.
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os últimos cinqüenta anos, esse movimento de integração adquiriu uma velocidade e amplitude ainda maior, com a expansão da urbanização e dos centros metropolitanos , acompanhada de intensa migração de população nordestina para as regiões do Sul e do Sudeste. De tal forma que um estado como o de São Paulo hoje tem uma população de origem nordestina superior a de vários estados do Nordeste. Por outro lado, o progresso tecnológico permitiu ao
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G A tese dos Dois Brasis tornou-se obsoleta e falsa. É anti-patriótico e anti-brasileiro se proclamar a divisão do Brasil em dois e açular o contraste e confronto entre eles. G Nos últimos cinqüenta anos, o movimento de integração adquiriu velocidade e amplitude. São Paulo tem hoje uma população de origem nordestina superior a de vários estados do Nordeste. G As diferenças entre o Norte-
Nordeste e o Sul-Sudeste (aquele sub-desenvolvido, este avançado) continuam a existir e foi um dos pontos focais da exploração ideológica da eleição.
próprio Nordeste avanços significativos na industrialização, não só de seus produtos naturais, como em áreas mais avançadas da economia. O próprio Lambert já apontara em seu livro que esse seria o caminho a vir ser adotado pelo Nordeste. E foi. A construção de Brasília, no coração do Brasil, feita por brasileiros vindos de todas as regiões do país, consagrou emblematicamente a união continental de todo nosso povo, sob o signo do sorriso de Julscelino Kubitschek – um dos nossos maiores estadistas - cuja alegria, cordialidade e senso humano exprimem o que há de melhor na nossa gente. m suma, o que hoje existe é um único Brasil, como sonharam seus construtores, e a tese dos Dois Brasis tornou-se obsoleta e falsa. Diferenças regionais existem em todas as nações do mundo, e é salutar que sejam mantidas e cultivadas, como vem sendo feito. E é a luz dessa elementar e sumária história de integração e união de nosso povo que mais do que falso é anti-patriótico e anti-brasileiro, se proclamar a divisão do Brasil em dois e açular o contraste e confronto entre eles. Posto que ricos, brancos e paulistas também somos brasileiros, como nossos irmãos pobres, negros, nordestinos e índios sabem e estimam.
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BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR
PETISMO PAVIMENTA OS TRILHOS PARA O REICH DE 40 ANOS azi-lullo-petismo é a mistura de nazistas com lullistas com petistas. Acho que é o que o dr. Mengele procurava com suas experiências genéticas durante o nazismo e nunca encontrou. O lullista não é automaticamente petista. O PT pode acabar de uma hora para outra, que os lullistas continuarão existindo, como os peronistas na Argentina. O Partido Justicialista acabou há uns 300 anos e o peronismo está lá, firme. O presidente Kirchner é peronista, a situação é peronista, a oposição é peronista, a direita é peronista, a esquerda é peronista, os sindicalistas são peronistas, os milicos são peronistas, até os terroristas de direita e de esquerda, como os Montoneros, eram peronistas. O "ministro" tarso genro disse que lulla é o Peron brasileiro. Deve ser. Se não for ainda, já é quase um padim Padi Ciço. Só falta fazer um milagre desses de beatice, porque os outros, pé no chão, como multiplicar o goró ou salvar eççepaíz da "herança" do FHC, ele já fez aos montes. Sua santidade está reconhecida. Acho que a Secom, aquela das verbas publicitárias, obscuro reinado do gushiken, o Monge das Trevas, até já imprimiu os santinhos. Aposto que em cada lugar onde mora um voto comprado pelo bolsaesmola tem um lulla na parede, ao lado do Sagrado Coração de Jesus. etista quer dizer lullista. Sem lulla, o PT e os petistas não existem. Não há vida fora do lulla para o PT, do mesmo jeito que há umas sete (ou sete mil) vidas para lulla fora do PT. Eu desconfio que o PT está mortinho, a espera de ser avisado, mas só quem pode avisar é o lulla, peççoalmente. Elle, Noço Paizinho, vai dar o recado quando oferecer ao Maior Partido do Ocidente, o PMDB, um monte de bocas, boquinhas e boconas que eram do PT.
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umpanhêros com crachás do Palácio do Planalto, em ações pesadas contra cinegrafistas, repórteres e fotógrafos e a pressão da Polícia Federal contra jornalistas da Veja, não deixaram dúvidas de que há ordens para uma guerra total. Outros jornalistas, agora amestrados, afinados com a orientação linha justa dos pensadores de portade-centro-acadêmico Emil Sader e Marco Aurélio Garcia (para Veja um Laurenti Beria, chefe do serviço secreto de Stalin), procuram enfeitar esse peru com melífluas palavras, sob as bênçãos do "frei" betto, nosso demônio de porta de igreja. Antevejo de novo poemas de Camões por aí. Os jornais vão ficar muito mais bem escritos.
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NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Desconfio
que o PT está mortinho, a espera de ser avisado, mas só quem pode avisar é o lulla
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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Congresso Planalto Gover nança CPI
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PARTE DO PMDB RESISTE A FECHAR COM LULA
O PMDB não pode ficar disputando cargos e não ter posição clara com relação às grandes questões que vão ser levadas para dentro do Congresso. Germano Rigotto
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO DEFENDE MUDANÇAS NO TUCANATO. QUER PROXIMIDADE COM O POVO. Patrícia Santos / AE
FHC NEGA NOVO PARTIDO DE TUCANOS O
Durante palestra em Nova York, FHC se diz favorável a um rearranjo partidário.
CABRAL CRITICA O 'APETITE' DO PMDB
Alan Marques / Folha Imagem - 22/11/05
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem que o PSDB precisa ter uma "ligação direta com o povo" para vencer eleições futuras e rechaçou a possibilidade de criação de um novo partido por tucanos. Falando a acadêmicos, advogados, investidores e membros do mercado financeiro norte-americano, no Council of the Americas, em Nova York, Fernando Henrique disse que o PSDB tem um "problema bom" que é a abundância de líderes capazes de disputar a Presidência em 2010. Segundo ele, o candidato ideal precisa ter entusiasmo e saber expressar com propriedade as propostas do partido. Liderança – "A maioria dos partidos não tem líderes capazes de serem candidatos. Então nós temos um problema bom e temos que acomodar todas essas boas lideranças que nós temos no partido", discursou o ex-presidente, em inglês, mencionando especificamente o candidato derrotado nas eleições presidenciais deste ano Geraldo Alckmin, os governadores José Serra, eleito, e Aécio Neves, reeleito. "Às vezes nós temos rumores de que um desses líderes vai criar um novo partido ou vai ingressar em outro partido.
Isso são rumores porque mudar de partido não é uma decisão fácil", disse ele em evento organizado pelo Conselho das Américas. Serra, segundo a imprensa brasileira, estaria cogitando a criação de um novo partido de centro-esquerda, caso a disputa interna no PSDB pela próxima candidatura presidencial se torne extrema. Sobre Aécio, há especulações de que pode-
Eu não sei se o PSDB precisa caminhar mais para a direita ou para a esquerda. Ele tem que caminhar para a frente. Fernando Henrique Cardoso ria trocar o PSDB pelo PMDB. Após a conferência, no entanto, Fernando Henrique foi específico: disse ter conversado recentemente com Serra e garantiu que o "rearranjo partidário" defendido pelo governador eleito por São Paulo se trata de um esforço para aumentar a comunicação do partido com a sociedade. "Os partidos envelheceram nesse sentido, ficaram cuidan-
do só deles próprios em vez de cuidar mais do País. Eu acho que é nessa direção que precisa de um rearranjo", disse. Centro – Fernando Henrique também criticou os modelos ideológicos dos partidos brasileiros ao ser perguntado por uma integrante da platéia se o PSDB deveria se aproximar ou de legendas da direita ou da esquerda. "Eu não sei se o PSDB precisa caminhar mais para a direita ou para a esquerda. Ele tem que caminhar para a frente", disse ele, argumentando que, na América Latina, a ideologia da esquerda se baseia na defesa de mais intervenção estatal e numa postura contrária aos Estados Unidos e à globalização. "E o que é a direita?", continuou. "A direita é nada. A direita é clientelismo, é usar o Estado para ter vantagem. Em outros países há um pensamento mais conservador, mas nós não temos isso no Brasil. Esse tipo de direita e de esquerda, ambas são retrógradas." O Council of the Americas lida com questões de políticas públicas do continente e tem o ex-presidente como membro do conselho editorial. A palestra de Fernando Henrique abordou as eleições do Brasil. O tucano repetiu que foi Lula que ganhou a eleição, não o PT. (Reuters/AOG)
Hans Von Manteuffel / AOG
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Contratos de limpeza pública em Ribeirão atormentam Palocci
TJ - SP MANTÉM PALOCCI NAS MÃOS DO STJ
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Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, por meio da 10ª Câmara de Direito Criminal, negou uma liminar ao mandado de segurança interposto pelo Ministério Público de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, contra a decisão da 4ª Vara Criminal da cidade que determinou o envio ao Supremo Tribunal Federal (STF) do processo em que o deputado eleito Antonio Palocci é acusado de superfaturamento de contrato de limpeza pública no município, na gestão como prefeito. De acordo com o TJ, na semana passada, o MP
EXECUTIVA DO PV DECIDE NÃO SE UNIR AO PSC
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Partido Verde (PV) resistiu ao vale-tudo e rejeitou ontem a proposta de incorporação do Partido Social Cristão ( P S C ) . O s v e rd e s f i z e r a m 3,61% dos votos para a Câmara dos Deputados, não atingindo a cláusula de desempenho que exigia 5%. Com a fusão com o PSC, um pequeno partido evangélico ligado ao ex-governador do Rio, Anthony Garoti-
apresentou uma denúncia contra Palocci e mais oito acusados por formação de quadrilha, peculato (apropriação de dinheiro ou de bens por funcionário público) e falsificação de documento público. Na decisão, a 4ª Vara de Ribeirão argumentou que é da competência do STF julgar deputados federais a partir da diplomação. O desembargador-relator David Haddad, da 10ª Câmara Criminal do TJ, entendeu que a decisão provisória fica indeferida porque não tem os requisitos hábeis à concessão. O mérito ainda será julgado por três desembargadores. O julgamento acontece após o envio de informações da 4ª Vara e do parecer da Procuradoria-Geral de Justiça. (AE) nho, que obteve 1,87% dos votos, o PV passaria a ter direito a tempo de televisão e a receber 99% dos recursos provenientes do Fundo Partidário. Este estratagema foi usado pelo PTB, PL e PPS para chegarem aos 5%. Mas no PV este acerto foi rejeitado pela Executiva por 16 votos contra e sete a favor. "Não dá para misturar. Somos um partido laico, defendemos os direitos dos homossexuais. Os que queriam a incorporação só pensavam no dinheiro", disse o deputado Jovino Cândido (PV-SP), ex-prefeito de Guarulhos. (AOG)
governador eleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (foto), do PMDB, criticou ontem o apetite demonstrado por seu partido na ocupação de espaço no ministério do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Acho que o PMDB tem que discutir políticas públicas para os próximos quatro anos", disse Cabral, que classificou como "inconveniente" a discussão por cargos no primeiro escalão. "Cabe ao presidente da República, respaldado pela reeleição, montar a sua equipe sem a inconveniência da pressão dos partidos". E l e t a mMichel Filho / AOG b é m s u g eriu que o PMDB está s e m o v e ndo por "interesses fisiológicos". "A minha tese é que nós temos de discutir políticas públicas. Pessoalmente nunca me caracterizei como alguém interessado em nomear nos interesses fisiológicos". Cabral assegurou que, como governador eleito do Rio, deseja tão somente que o governo federal seja "parceiro dos interesses do povo do Estado". "Há demandas de investimentos na área de infra-estrutura, no campo da saúde, da educação e os meus pleitos junto ao presidente da República serão sempre nesse sentido. Eu acho que a discussão de cargos é inconveniente", reiterou, após se reunir com o governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), no Palácio da Liberdade. Cabral recebeu o apoio de Lula no segundo turno da disputa estadual, contra a candidata Denise Frossard (PPS). Dois dias depois da eleição, teve um encontro com Lula no Palácio do Planalto. (AE)
Peemedebista Jarbas Vasconcelos aconselha Lula a descartar a idéia de apoio total do PMDB
JARBAS DESENCORAJA LULA
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ex-governador e senad o r e l e i t o p o r P e rnambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve descartar a possibilidade de contar com todo o PMDB ao seu lado. Ele antecipou que não fará parte "dessa base do partido que tem muito atrativo por cargos". "Eu não sou PMDB governista, fui eleito pelo campo da oposição", disse ele, em entrevista ao radialista pernambucano Geraldo Freire, da rádio "Jornal". Jarbas disse saber de pelo menos "cinco ou seis senadores que não aceitam esse caminho", além de governadores, deputados e prefeitos. Ele acredita, no entanto, que o presidente terá sucesso se quiser ampliar o apoio do PMDB governista. "O pessoal geralmente tem um atrativo muito grande por cargos", destacou. O pernambucano, que manteve bom relacionamento com o presidente quando governa-
Não faço parte dessa base do partido que tem muito atrativo por cargos. Eu não sou PMDB governista, fui eleito pelo campo da oposição. Jarbas Vasconcelos dor do Estado, frisou que Lula terá seu voto e sua ajuda na defesa dos interesses de qualquer projeto que interesse a Pernambuco, ao Nordeste e ao Brasil, a exemplo da reforma política, que considera "a mãe" de todas as reformas. "Se necessário, vou à tribuna nessa defesa", disse ele. "Vamos acrescentar, vamos tirar, vamos melhorar a proposta, se o presidente Lula vier a tomar essa iniciativa".
O senador eleito voltou ao Recife depois de uma semana de descanso em Portugal. Ele pretendia ir a Brasília na próxima semana para organizar estrutura, moradia, gabinete, funcionários que irão trabalhar com ele a partir da próxima legislatura. Adiou a viagem devido ao feriado do dia 15, porque "Brasília pára" quando há feriados. Já o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, defendeu que seu partido trabalhe para garantir a unidade interna e não balize a negociação com o presidente reeleito em função dos cargos que a legenda terá no governo. "O PMDB não pode ficar disputando cargos no governo e não ter posição clara com relação às grandes questões que vão ser levadas para dentro do Congresso a partir de 1º de janeiro", afirmou. "Não vou deixar de participar do debate interno e eu não preciso de cargo para isso", disse Rigotto. (AE)
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Indicadores Econômicos
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por cento é a taxa para Certificação de Depósito Bancário (CDB) para 90 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.
9/11/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 07/11/2006 07/11/2006 07/11/2006 07/11/2006 07/11/2006
P.L. do Fundo 11.078.983,30 1.477.994,51 8.598.125,42 17.237.077,72 1.320.594,72
Valor da Cota Subordinada 1.235,640912 1.116,917967 1.192,978941 1.092,415905 1.128,446273
% rent.-mês 0,5776 0,2503 - 0,0431 - 1,2440 0,3778
% ano 26,4767 11,6918 19,2979 9,2416 12,8446
Valor da Cota Sênior 1.014,867194 1.101,947879 1.116,974237 0 0
% rent.-mês 0,2237 0,2054 0,2237 -
% ano 1,4867 10,1948 11,6974 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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LAZER - 1
Fotos: Fox Film/Divulgação
UM FOLHETIM NA TELA Novo Almodóvar, muito estranho, muito natural. Geraldo Mayrink
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m espectro rondou durante quase meio século o cinema espanhol: o de Luis Buñuel (19001983). O grande diretor influenciou e tiranizou tanto o que se passava nas telas de lá que se desconfiou que nada de novo brotaria na terra arrasada por ele. Quando Pedro Almodóvar nasceu, em 1949, num ermo chamado Calzada de Calatrava, no coração de La Mancha, Buñuel filmou El Gran Calavera e preparava seu clássico Os Esquecidos, no México, para onde o regime franquista o havia deportado. Pedro só soube disto e dos filmes dele muito tempo depois. Saiu da roça para estudar cinema em Madri, mas não conseguiu. Ficou trabalhando doze anos na Telefonica, e ia filmando com câmeras pequenas e amadoras. Buñuel havia deixado um testamento escrito no qual revelava seu desejo de, morto, sair da tumba para comprar jornais e aterrorizar os vivos com as notícias que ia lendo para eles. Almodóvar riu muito. Era o que também queria, comunicar-se a qualquer custo, contando histórias bizarras, vulgares, com cenários de cores berrantes, assassinatos, troca de papéis sexuais e ainda assim com um apego muito grande aos temas que envolvem a família. Portanto acabou fazendo Volver (quer dizer: voltar), seu 16º filme, que deixa Buñuel descansar em paz, pois finalmente o entenderam. Não há traço da passagem pela Terra do insuperável vanguardista de Um Cão Andaluz ou O Anjo Exterminador. A não ser, claro, a invocação ao sexo abafado e fantasmas domésticos que voltam à vida, nesta ladainha de Volver. É tudo muito estranho e ao mesmo tempo muito natural. Numa Madri de periferia, vive Raimunda (Penélope Cruz) com sua filha adolescente Paula (Yohana Cobo) e o marido desempre-
Almodóvar: história de família
de. A inclusão de um fantasma na trama não dá medo, pois é um elemento cômico. “Na minha aldeia estas coisas acontecem”, sustenta o diretor de Maus Hábitos e Má Educação. “Cresci ouvindo histórias de aparições”. Adulto, viu também como aparição o sorriso enigmático de Catherine Deneuve no bordel onde ela vai perversamente se distrair das obrigações de dona de casa em Belle de Jour, de Buñuel. E fez a adolescente (por coincidência ou não, título de um filme de Buñuel) Paula responder assim, quando perguntada sobre seu mau-humor: “Estou numa idade difícil”. “Volver é sobre a família”, diz Almodóvar. “Minhas próprias irmãs foram conselheiras sobre o que aconteceu tanto em La Mancha como nas casas de Madri”. E é uma família de mulheres. Tem sido assim em vários de seus filmes, como Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos; Fale com Ela; De Salto Alto e Tudo sobre Minha Mãe (premiado com o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1999). Ele é apaixonado por estrelas de cinema e suas palavras sobre Penélope Cruz são de um calor que desmente a fama de gay: “Aqueles olhos, seu pescoço, seus ombros, seus seios... Tem um dos bustos mais espetaculares do cinema mundial”. Mas não se espere pimenta em Volver, talvez o filme mais casto do efervecente Almodóvar. É mais uma comédia do outro mundo, cheia de encantos, radiofônica no bom sentido e de dar água na boca.
lão de beleza para retocar a maquiagem e dar um trato nos cabelos. Venta muito no lugar, como é conveniente em histórias de espectros. A linha entre a vida e a morte é muito tênue e a vizinhança se refere à presença da morte com calma e uma certa hilarida-
Volver (Volver, Espanha, 2006, 121 minutos). Direção e roteiro: Pedro Almodóvar. Com Penélope Cruz, Chus Lampreave, Carmen Maura, Lola Dueñas, Blanca Portillo, Yohana Cobo.
gado e bêbado. Ele assedia a moça, dizendo não ser seu pai, e ela o mata com uma faca. A mãe assume a culpa, embrulha o defunto e o coloca no congelador do restaurante em que trabalha. Vai logo cuidar da vida, servindo alegremente comida à equipe que faz um filme ali perto, e nada conta à família, sua irmã Sole (Lola Dueñas), Agustina (Blanca Portillo), que sofre de câncer, e aos parentes que já morreram, entre eles a avó Irene (Carmen Maura). É o folhetim solto na tela. E mais ainda quando a avó reaparece muito viva, embora falecida, para esclarecer terríveis segredos guardados desde sempre (como nas novelas da televisão), entre esses um incêndio que devorou outros parentes. A morta-viva aproveita que Sole tem um sa-
Divulgação
Incuráveis: O casal Fernando Eiras e Dira Paes em teatro filmado
REVERÊNCIA AO DIÁLOGO Palavra é o personagem mais importante
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eis que desponta, na cada vez mais numerosa produção brasileira, um filme raro pelo seu ar antiquado, nublado pela fumaça de cigarros como no cinema francês dos anos de 1950. Francês ou estrangeiro de um modo geral, embora falado em português, Incuráveis é um filme existencialista, digamos assim, no qual um homem (Fernando Eiras) e uma mulher (Dira Paes), sem nomes em cena, se encontram numa boate (local também de antigamente) e vão depois para a casa dela supostamente para fazer sexo. Nada disso. O homem leva um revólver no bolso do paletó, porque pretende se matar, mas a platéia não sabe disso. A mulher cobra R$ 100 pelo programa e o homem, acendendo um cigarro atrás do outro, oferece R$ 500, desde que ela se limite a ouvir o que tem a dizer. Ela acha que é uma tara nova e
topa. E assim os dois se põem a falar, como no teatro. Em outra demonstração de antiguidade, Incuráveis é isso mesmo, teatro filmado, tirado de uma peça inédita de Marcelo Pedreira. E haja ouvidos para ver. O filme, de apenas 81 minutos, demora algumas horas para passar na tela. Dispensa sexo e violência física para reverenciar diálogos. Diretor estreante, o carioca Gustavo Acioli mergulha num universo fechado, um huis clos à moda de Sartre, no qual o inferno são os outros, e cheio de lacunas sobre a biografia e motivações dos personagens. É uma opção de estilo e um caminho cheio de pedras, suportado com certo brio e sabe-se lá a que custo pelos dois únicos atores que falam o tempo todo. Fernando Eiras, de rosto petrificado, tem prática de três filmes com o
consagrado vanguardista Júlio Bressane, mestre da incomunicabilidade. Dira Paes, quem diria, não tem nada da alegre e burra personagem que faz na televisão em A Diarista, e já foi vista de relance em filmes interessantes como Ele, o Boto; Cronicamente Inviável e o sucesso de público Dois Filhos de Francisco, mas nenhum mostrou bem o mistério de como certas mulheres, como ela, sem serem belas, são irresistíveis. Com um filme inteiro (ou metade dele, pelo menos) para preencher, Dira deixa que o mistério mais uma vez não se explique. Uma pena. Pois o único personagem que importa em Incurável é a palavra, coisa mais para ser lida do que vista. (GM) Incuráveis (Brasil, 2006, 82 minutos). Direção: Gustavo Acioli. Com Fernando Eiras e Dira Paes.
Fotos: Warner Bros/Divulgação
Penélope Cruz, sempre exuberante. Jack Nicholson como Costello, chefe mafioso, e Matt Damon: bandido com cara de bom moço
RATOS E TIROS Lúcia Helena de Camargo
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artin Scorsese adora criar um gângster para chamar de seu. Em Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990), é Robert De Niro quem incorpora o chefão mafioso que serve de pilar na história. Neste Os Infiltrados, uma das estréias de hoje, sexta (10) nos cinemas brasileiros, o papel fica com Jack Nicholson, fabuloso no papel do irascível Frank Costello, comandante da Máfia irlandesa na cidade de Boston. Os tais infiltrados são Billy Costigan (Leonardo DiCaprio), jovem e um tanto desajustado policial a serviço do Departamento Estadual de Polícia de Massachusetts, que apresenta-se como bandido e consegue entrar para a quadrilha de Costello, rapidamente conquistando a confiança do chefe. Do outro lado, Colin Sullivan (Matt Damon) é o espião do mafioso infiltrado na polícia. Ele também não demora a galgar patentes, chegando a sargento da unidade de elite, com a bênção do capitão Oliver Queenan (Martin Sheen). Ao mesmo tempo que promovem o "intercâmbio" entre o crime organizado e a corporação policial, os dois rapazes envolvem-se quase por acaso com a psiquiatra Madolyn (Vera Farmiga). A ação fica mais intensa quando a troca de informações aumenta e descobre-se, de lado a lado, que há um espião. Em Gangues de Nova York (2002, premiado com o Globo de Ouro de Melhor Diretor), Scorsese já levara Leonardo DiCaprio a exibir sua verve para a violência. E neste Os Infiltrados, o exnamorado de Gisele Bündchen perdeu de vez o jeito de menino vestindo calças de adulto e olha para a câmera sem hesitação. Se não contracenasse grande parte das quase duas horas e meia com Nicholson, DiCaprio seria a presença mais marcante em todo o longa-metragem. Já Matt Damon é bonitinho e faz tudo certo. Mas arqueia a sobrancelha mais do que transmite emoções. E, sendo bandido, não consegue fazer cara de mau
o bastante para convencer. Grandes nomes da indústria do cinema apostam no sucesso do filme. Entre os produtores, estão a atriz Jennifer Aniston (Rachel no seriado Friends), seu ex-marido Brad Pitt e o próprio Scorsese. Até agora, não revelou-se um sucesso estrondoso, mas já pagou. Os custos de produção divulgados foram de US$ 90 milhões. E a bilheteria somente dentro dos Estados Unidos já rendeu US$ 103 milhões. Já que trata-se de um filme de espionagem, a trama possui diversas pistas falsas. Convém prestar atenção no detetive Dignam (Mark Wahlberg), um dos personagens secundários, mas que revela-se chave para desatar vários nós. Como em uma tragédia DiCaprio: policial de Shakespeare, há muito sangue, disfarçado mentiras, traições, disfarces e revezes, de tudo à la Scorsese, perfazendo uma gângster história de ratos e tiros. Os Infiltrados (The Departed, Estados Unidos, 2006, 149 minutos). Direção: Martin Scorsese. Com Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Martin Sheen, Vera Farmiga, Mark Wahlberg.
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Estados Planalto Congresso CPI
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Só vamos ter interlocutores credenciados em 2007. Guido Mantega
MP DOS APOSENTADOS FICA SEM ACORDO
TSE: ELEGER UM DEPUTADO CUSTA R$ 780 MIL Cálculos realizados a partir das prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral mostram que, para eleger um deputado estadual, foram necessários R$ 395,64 mil por candidatura. Para o Senado, o valor sobe para R$ 2,95 milhões.
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e acordo com levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram necessários, em média, R$ 780,69 mil em doações para eleger um deputado federal. O resultado foi divulgado depois do levantamento para apurar os valores totais das receitas e despesas declaradas pelos candidatos nas prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral. O mesmo cálculo apontou que a eleição de um senador demandou R$ 2,95 milhões. No caso dos deputados estaduais/distritais, estima-se que a arrecadação média para eleger um membro de Assembléia Legislativa tenha sido de R$ 397,08 mil. De outro lado, considerando-se as despesas, estima-se que cada candidato tenha gasto, em média, R$ 395,64 mil para ser eleito. Foram eleitos 1.059 deputados estaduais/distritais em todo o País. Os números do TSE apontaram que a receita arrecadada para as campanhas de deputados estaduais e distritais aproximaram-se dos valores das campanhas para deputado federal. Candidatos a deputado estadual/distrital, de todas as unidades da federação, arrecadaram R$ 420.511.258,43, enquanto candidatos a deputado federal tiveram receita de R$ 400.496.958,81. Já os candidatos ao Senado Federal, que concorreram às 27 vagas disponíveis no pleito, arrecadaram R$ 79.886.012,61. O balanço do TSE levou em
conta apenas as prestações de contas dos candidatos a deputado federal, deputado estadual/distrital e a senador. Valores referentes aos governadores e candidatos a presidente serão totalizados após a entrega de todas as prestações de contas, cujo prazo limite é 28 de novembro. Os candidatos a deputado federal por São Paulo foram os que mais arrecadaram recursos para a campanha: R$ 102.536.398,49. Já os que arrecadaram menos recursos foram os de Rondônia, com R$ 937.158,21. Os gastos dos deputados chegaram a R$ 399.192.043,38. O valor total das despesas dos candidatos ao Senado de todo o Brasil chegou a R$ 79.206.580,20. Os candidatos de Minas Gerais a senador foram os que mais gastaram: R$ 7.995.286,54. Os candidatos do Acre foram os que tiveram a menor despesa: R$ 43.037,27. Depois, vêm os estados do M a t o G ro s s o d o S u l , c o m R$ 126.987,92, e os do Maranhão, com R$ 220.117,80. Sobras – De acordo com o artigo 27 da Resolução 22.250/2006 do TSE, que disci-
plina a prestação de contas, ao final da contabilização de receitas e despesas dos recursos provenientes da campanha eleitoral, os partidos devem declarar na prestação de contas à Justiça Eleitoral eventuais sobras de dinheiro. As sobras, após julgados todos os recursos, devem ser transferidas aos partidos. No caso de coligações, os valores são divididos entre os partidos que a compõem. A lei especifica que tais sobras devem ser utilizadas pelos partidos, de forma integral e exclusiva, na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa destinados à doutrinação e educação política. As sobras dos recursos financeiros são definidas pela Justiça Eleitoral como a diferença entre os recursos arrecadados e as despesas realizadas em campanha, e também como recursos provenientes de origem não identificada. O TSE informou ainda que até ontem apenas 13.022 (65,24%) prestações de contas de comitês e candidatos haviam chegado aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e ao próprio TSE. A Justiça Eleitoral espera receber 19.959 prestações referentes a todas as candidaturas registradas pelo TSE nas eleições de 2006. O Tribunal diz ainda que, por enquanto, o Rio Grande do Sul foi o estado com maior número de declarações entregues: 84,02%. Em seguida, vem o Mato Grosso do Sul, com 82,35%, e em terceiro aparece Sergipe, com 79,21%.
CONGRESSO
Falta de quórum adia reajuste; polêmica segue.
APOSENTADOS: MP FICA PRA SEGUNDA
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oram duas horas de reunião ontem e nenhuma resolução na Câmara em relação à MP dos Aposentados, que reajusta em 5,01% os benefícios da Previdência Social cujos valores superam um salário mínimo. O Plenário da Câmara registrou apenas 245 deputados presentes e, pela falta de oradores para o prosseguimento da sessão extraordinária, ela foi encerrada. Assim, a votação da MP foi transferida para segunda-feira. Na sessão de ontem, o Plenário aprovou o projeto de lei de conversão do deputado Armando Monteiro (PTB-PE) à MP, mas ainda precisam ser examinados os destaques para votação em separado sugeridos ao texto. A polêmica em torno do rea-
juste ainda continua e trava a votação. Bancadas de vários partidos discordam quanto ao índice de reajuste que, segundo a oposição, deveria ser igual ao do salário mínimo – de 16,7% nesse ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia dito, antes de ser reeleito, que tal reajuste não aconteceria. Ontem, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que Lula vetará novamente o reajuste de 16,67%, caso o destaque com esse índice seja votado e aprovado na segunda-feira. Na noite de quarta-feira, os governistas impediram a votação na Câmara do destaque porque não tinham segurança do apoio dos aliados e temiam uma derrota nessa votação. "Uma parte da base tem difi-
culdade para votar esse tema. Se viermos a perder, o Senado poderá corrigir ou o presidente Lula tomará a decisão que tomou antes das eleições", disse Chinaglia. Ele afirmou que o reajuste é um assunto difícil de enfrentar porque nenhum deputado se sente à vontade para votar contra uma reivindicação dos aposentados. Em junho, os aliados de Lula votaram junto com a oposição e aprovaram o índice maior, o que levou o presidente a vetar o reajuste. Apesar de Lula ter sido reeleito com uma grande margem de votos e estar tratando da composição do ministério para o segundo mandato, os aliados não responderam afirmativamente ao governo nesse primeiro teste de consistência da base. (AE)
SECRETÁRIO REBATE CRÍTICAS À POLÍTICA EXTERNA Para Samuel Guimarães, a proposta do Brasil não foi derrotada na ONU. Ed Ferreira / AE
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m dos formuladores da política externa atual, o secretário-geral do Itamaraty, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, rebateu críticas à atuação do Brasil no cenário internacional, em especial à intenção do Brasil de ser membro permanente do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante apresentação no 6º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, Guimarães declarou que "labutam em grande equívoco os que dizem que o Brasil tem atitude voluntariosa" sobre o assunto. Para ele, o centro de poder internacional se encontra no Conselho de Segurança da ONU. Por isso, Guimarães argumenta: "É necessário ter legitimidade para o uso da força e a legitimidade é dada pelo Conselho de Segurança". Brasil, Índia, Japão e Alemanha apresentaram uma "proposta de procedimento", com o objetivo de conseguirem assentos permanentes no CS. "Ao contrário do que se diz, o Brasil não foi derrotado porque o processo não acabou, a proposta não foi rejeitada", acrescentou. "Seria muito curioso que países como Japão,
Quando formos um país desenvolvido, será conveniente o assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Samuel Guimarães
Índia e Alemanha fossem querer a presença do Brasil se achassem que o Brasil não fosse um país relevante". Guimarães respondeu também às críticas de falta de apoio na América Latina. "Não
André Dusek / AE
GARCIA QUER LULA COMO LÍDER
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REFORMA AGUARDA GOVERNADORES
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Guido Mantega diz que as negociações devem avançar em 2007 ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou ontem que as negociações em torno da reforma tributária deverão ter avanços somente em 2007. Ressaltando que o tema continua como agenda prioritária do governo, Mantega disse que a questão é a necessidade de se esperar a posse dos governadores
eleitos este ano. "Eu estou tentando abrir a discussão desde já, mas nós só vamos ter interlocutores credenciados no ano que vem", afirmou. Mantega disse que tratou do assunto na audiência que concedeu ao governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB). "Ele colocou-se à disposição para
dar sugestões e cooperar porque já teve uma atuação importante nessa área tributária", disse. Mantega afirmou também que o pacote fiscal de longo prazo que está sendo preparado pelo governo será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. E parte dele terá validade já em 2007.
há uma indicação geográfica. O Japão não seria jamais indicado pela Ásia, nem a Índia, e a Alemanha muito menos pela Europa", afirmou. Para o secretário-geral, "o Brasil não será uma potência média". "Quando formos um País desenvolvido, teremos interesses na esfera internacional muito maiores do que temos hoje em dia; então, é conveniente estar com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU". Para Guimarães, nenhuma política é perfeita. Ele disse, no entanto, que gosta de debates, e acrescentou que críticas à política externa são bem recebidas. "Algumas são bem fundamentadas. Outras, não". (AE)
Lula e Garcia assinaram 11 memorandos de cooperação.
a primeira visita oficial ao Brasil, o presidente do Peru, Alan Garcia, instigou o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva a assumir a liderança no processo de integração da América do Sul. "Tome o senhor a bandeira da integração sul-americana e o respaldaremos", declarou Garcia, diante de Lula, ao fim da cerimônia de assinatura de 11 memorandos de cooperação entre os dois países, realizada no Palácio do Planalto. O presidente do Peru, que está em visita de dois dias ao Brasil, defendeu o aprofundamento da aliança estratégica dos dois países. Ele disse esperar que sejam mantidos os compromissos de ambos na criação da Comunidade SulAmericana de Nações. Garcia ressaltou que o Peru vê o Brasil com admiração, "e nunca com temor". (AE)
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Empresas Finanças Imóveis Nacional
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20% DOS IMÓVEIS ESTÃO DISPONÍVEIS EM MONGAGUÁ
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por cento é o índice de ocupação esperado para os imóveis do litoral neste final de ano
TURISTAS ANSIOSOS FECHARAM ANTES OS CONTRATOS DE LOCAÇÃO DE IMÓVEIS NESTE ANO
RÉVEILLON ANTECIPADO NO LITORAL
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litoral paulista vai ferver neste fim de ano. Proprietários e corretores de imóveis estão confiantes na alta das locações e calculam que o índice de ocupação deve chegar a 95% em algumas localidades. A economia estável e o calor contribuíram para antecipar os planos daqueles que estavam pensando em festejar o Réveillon na praia. De acordo com o delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP) da regional Mongaguá, Paulo Wiazowiski, só 20% dos imóveis estão disponíveis para locação, o restante foi locado antecipadamente. "A procura por imóveis começou cedo neste ano, em outubro. Acreditamos que, neste Réveillon, a ocupação será 30% superior à registrada no ano passado", diz. Segundo ele, os preços na cidade não devem fugir do patamar de 2005. O aluguel de apartamentos de um a três dormitórios varia entre R$ 100 e R$ 500 a diária, assim como casas de dois e três dormitórios, entre R$ 200 e R$ 700. De acordo com o delegado regional do Creci-SP do Litoral Sul e proprietário da Adelino Imóveis na Praia Grande, Adelino Augusto de Andrade Júnior, a ocupação dos imóveis durante as festas de fim de ano cresce de 15% a 20% anualmente, e a expectativa para 2006 é manter esse padrão. Para ele, o fato de 1° de janeiro de 2007 cair em uma segunda-feira vai impulsionar ainda mais os negócios. Neste ano, o Ano Novo foi em um domingo. "A demanda aumentou e muita gente já fechou contrato antecipadamente", diz. Na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, no Litoral Norte, a expectativa também é alta. Para o corretor da imobiliária Cantinho da Praia, Valdir Cipriano, a ocupação dos imóveis deve chegar perto de 100% neste Réveillon. "Cerca de 60% dos proprietários colocam seus imóveis para alugar. A maioria deles, 80%, exigem locar por, no mínimo, dez dias. Mas há quem aceite fechar o contrato por sete dias." Cipriano afirma também que é possível encontrar desde casas de três dormitórios a partir de R$ 650 a diária, até residências com oito dormitórios
Clóvis Ferreira/Banco de Imagem Digna Imagem
por R$ 4 mil a diária. Há também apartamentos de um a cinco dormitórios, entre R$ 300 e R$ 2,5 mil a diária. Preços – Segundo o corretor, as diárias próximas ao Réveillon são maiores e, somente depois do dia 5 de janeiro, abaixam. Os preços das locações caem mais um pouco na segunda quinzena de janeiro e voltam a subir no Carnaval. Uma casa independente com cinco suítes, por exemplo, localizada a 400 metros da praia, sai por R$ 1,2 mil a diária durante 10 dias próximos ao Réveillon , R$ 1,1 mil a diária na primeira quinzena de janeiro (mínimo de 7 dias), R$ 1 mil a diária na segunda quinzena (mínimo de 5 dias), R$ 1,2 mil no Carnaval (mínimo de 5 dias), frente a R$ 600 a diária em dias comuns. Verão – Se comparadas ao feriado do dia 12 de outubro, as diárias atuais em algumas cidades do litoral chegam a custar quase 29% mais. Os valores levantados pela pesquisa do Creci-SP com 53 imobiliárias, de 12 municípios litorâneos, indicam alta nos aluguéis/dia de imóveis de praticamente todos os tamanhos. "Esse cenário é reflexo das mudanças climáticas, do início do verão", diz José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP. Apartamentos com três dormitórios no Litoral Sul, em cidades como Itanhaém e Peruíbe, foram os únicos que apresentaram redução no valor da locação. Em outubro, a diária desses imóveis saía, em média, por R$ 172,50 e, agora, por R$ 171,11. Já as quitinetes foram as que sofreram as maiores elevações. O percentual na comparação com outubro variou 13,13% para apartamentos desse porte no Litoral Norte e 28,99% no Centro. Famílias ou grupos maiores conseguiram obter vantagens alugando propriedades com quatro dormitórios no litoral Sul e Norte, cujos aluguéis tiveram altas inferiores a 10%. Em relação a 12 de outubro, o aumento na locação por dia para casas e apartamentos variou, respectivamente, de 6,91% a 7,61% e de 5,26% a 1,96%. Já em municípios do Litoral Central, como Santos e Guarujá, a elevação nas diárias desse tipo de imóveis foi entre 16,43% e 19%.
Vista aérea do Guarujá. Na região, as diárias de imóveis de quatro dormitórios subiram entre 16,43% e 19% de outubro para este mês Epitácio Pessoa/AE
Riviera de São Lourenço, em Bertioga: ocupação deve chegar a 100% Maurício de Souza/AE
Maristela Orlowski
Praia cheia em Santos, comum em dias próximos ao Réveillon. Na cidade, a maior alta de preços foi para os aluguéis em quitinetes. Epitácio Pessoa/AE
Clóvis Ferreira/AE
Em Bertioga, 60% dos proprietários colocam os imóveis para alugar
Vista aérea de Peruíbe, no litoral Sul: bons preços em casas médias
Ano 81 - Nº 22.251
São Paulo, sexta-feira a domingo, 10 a 12 de novembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h45
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Almeida Rocha/Folha Imagem
Lojas abriram meia porta, fecharam e reabriram. Comerciantes dizem que perderam 50% das vendas com os tumultos. Espera-se um 2º round hoje.
GUERRA DE NATAL
Camelôs legais e ilegais, comerciantes e policiais, todos mobilizados pelo Natal, atiraram pedras, bombas de gás, incendiaram veículos e fecharam portas durante a madrugada e manhã de ontem no Brás. A polícia quer expulsar os ilegais que tiram clientes natalinos dos legais e das lojas, e todos afugentaram os clientes. C 1, 2, 3 e 4 Fox Film/Divulgação
Congresso da Facesp Tudo pronto para o cadastro positivo Construção civil confiante A força da sinergia Avanços do business to business Ações contra a inadimplência
Volver a Penélope. Bom fim de semana!
Economia 6 Newton Santos/Hype
A sedutora Penélope Cruz (foto) e o carismático Jack Nicholson chegam aos cinemas nas melhores estréias da semana. Penélope é a musa de Almodóvar, no folhetim Volver. Nicholson esquenta as telas em Os Infiltrados, espionagem de alta voltagem dirigida por Scorsese. Ainda nas telas, a volta de um clássico nacional, Macunaíma. No palco, um tratado das relações entre a mídia e o poder, na peça Todos os Homens Notáveis. E mais: o ator Antônio Abujamra solta o verbo. Marcelo Min/AFG
Antônio Abujamra, irônico e cáustico, não poupa nem Antônio Abujamra. Certo ou errado?
HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 11º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 10º C.
Sábado, às 20h30: R$ 700 bi Impostômetro da ACSP acelerado (foto). Este ano, marca será atingida 36 dias antes. E 1
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 10, 11 e 12 de novembro de 2006
SUPERSIMPLES BENEFICIA SETOR PRODUTIVO
1 Luludi/LUZ
A dispensa da Certidão Negativa para fechar empresa facilitará a vida do empresário. José Constantino de Bastos Júnior, do Sescon
Newton Santos/Hype
Lei Geral descomplica rotina tributária das empresas e abre espaço para a formalização
A
o entrar em vigor, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que cria o Supersimples, trará diversos benefícios ao setor produtivo brasileiro. As principais mudanças serão a unificação dos tributos federais, estaduais e municipais e a simplificação dos procedimentos para a prestação de contas ao fisco. Mas algumas novidades haviam sido esquecidas, como a criação da pré-empresa, regime pelo qual os autônomos – como os camelôs – que faturarem até R$ 36 mil por ano terão vantagens, como a redução da contribuição previdenciária patronal de 20% para 11%. Outro destaque é a criação do Refis dos micros e pequenos empresários. Como para entrar no Supersimples a empresa não pode ter débitos tributários, a Lei Geral institui um novo parcelamento de débitos. Por ele, as empresas que aderirem ao regime poderão quitar suas dívidas fiscais vencidas até 31 de janeiro de 2006 em até 120 meses. A parcela mínima é de R$ 100. Mais crédito – A Lei Geral também estimula o crédito e a capitalização das empresas que aderirem ao regime com a criação do Sistema Nacional de Garantias de Crédito, além de possibilitar a utilização de recursos do Codefat por cooperativas de crédito de microempreendedores. O Supersimples também incentiva a inovação tecnológica das empresas de pequeno porte. A nova lei determina que, no mínimo, 20% dos recursos de tecnologia das esferas federal, estaduais e municipais deverão ser destinados às micros e pequenas empresas. Os exportadores também foram presenteados com a nova legislação. Isso porque não haverá mais incidência de PIS, Cofins, CSLL, ICMS e IPI sobre receitas de exportações realizadas por essas empresas. Para as firmas que estão voltadas para as transações com órgãos públicos, a Lei Geral fixa que as micros e empresas de pequeno porte têm preferência nas compras de até R$ 80 mil e estimula a contratação destas empresas em projetos de maior porte. A participação nas licitações também será facilitada porque a nova norma libera as empresas da apresentação da Certidão Negativa de Débitos (CND) para as participantes. A CND só será exigida quando a empresa vencer a licitação.
Leonardo Rodrigues/Digna Imagem - 19/04/05
Nese: sinal verde para serviços
Limites – A nova legislação também sacramentou a conquista dos empresários na luta contra a chamada "nova MP do Bem": a elevação de R$ 120 mil para R$ 240 mil do limite da receita bruta anual para o enquadramento das microempresas e de R$ 1,2 milhão para R$ 2,4 milhões para as empresas de pequeno porte. Outra medida que vai propiciar a entrada de novas empresas no Simples é a inclusão de uma série de novos
serviços na lista das atividades que podem aderir a esse regime de tributação, como lavanderias, escritórios de contabilidade, salões de beleza e escolas, entre outros. As empresas de serviços ainda serão isentas das contribuições ao Sistema S – como Sesc e Senac – e do salário educação. Desburocratização – Além de facilitar a vida das empresas, a Lei Geral deverá inspirar o espírito empreendedor do brasileiro, pois institui um único registro empresarial junto aos governos federal, estadual e municipal. Em um único local será possível fazer a inscrição e dar baixa no registro, reduzindo o número de documentos exigidos para ambos. As alíquotas para o comércio vão variar de 4% a 11,6% de acordo com o faturamento. Para o setor de serviços, elas serão 50% maiores que as demais. "Mas vamos brigar para que sejam iguais aos dos outros setores", diz Luigi Nese, presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS).
O Impostômetro, instalado na sede da ACSP: valor de R$ 700 bilhões será alcançado antes neste ano
700 BILHÕES É o total de impostos pagos no ano
C
om 36 dias de antecedência em relação a 2005, a arrecadação tributária deste ano vai alcançar R$ 700 bilhões amanhã, às 20h30. Em 2005, o valor foi atingido em 17 de dezembro. O montante pode ser visto no Impostômetro, instalado na fachada da Associação Comercial de São Paulo ou no sitewww.impostometro.com.br.
Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral, até 31 de dezembro, o recolhimento de impostos federais, estaduais e municipais deverá ultrapassar R$ 814 bilhões, valor 11,4% maior do que os R$ 731,8 bilhões arrecadados durante o ano passado. A expectativa é de que em
2007 a receita tributária fique entre R$ 880 milhões e R$ 900 bilhões. "As mudanças com o Supersimples, os possíveis aumentos de tributos em São Paulo, como do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), não deverão afetar de maneira significativa o atual nível de arrecadação", diz o tributarista. Adriana David
Laura Ignacio
Empresários comemoram lei
E
mpresários do comércio, serviços e indústria comemoram a aprovação da Lei Geral. "Os deputados já manifestaram apoio à legislação. Estamos certos de que, em julho, o Supersimples começa a valer com força total", disse André Spínola, do Sebrae nacional, referindo-se ao retorno da matéria à Câmara dos Deputados para nova apreciação. O diretor do departamento da micro e pequena empresa do Centro das Indústrias no Estado de São Paulo (Ciesp), Ermano Marchetti, também brindou a aprovação, destacando o estímulo à formalização e o incentivo à participação de empresas de pequeno porte nas compras governamentais. "Só temo o risco de que a entrada em vigor da nova lei seja adiada novamente", disse. O setor de serviços também festejou a aprovação da lei, principalmente no que diz respeito à simplificação da cobrança, mas esperava mais benefícios. Uma das queixas é de que as alíquotas para o setor são 50% maiores que as do comércio. "O mais importante é o fato de vários novos serviços poderem aderir ao Simples. Mas ainda vamos lutar para que a contribuição previdenciária seja igual à dos demais setores", informou Luigi Nese,
presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS). Outra alteração importante para o setor de serviços é a isenção das contribuições do Sistema S, uma reivindicação antiga do segmento. Já a Fecomercio lamentou a isenção por impedir o acesso dos trabalhadores dessas empresas aos programas de lazer, entre outros, financiados pelo Sistema S. Estima-se uma perda de R$ 10 milhões para o sistema. O Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP)
destacou a permissão para os contabilistas poderem entrar no Simples. "A dispensa da apresentação da Certidão Negativa de Débitos para fechar a empresa também facilitará a vida do empresário, dos contabilistas e de órgãos públicos", disse o assessor da presidência do sindicato, José Constantino de Bastos Júnior. (LI)
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2 -.LAZER
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LEITURA Racismo, machismo e um clima de Balzac. Encontros, bate-papo e nostalgia na telinha.
Obra retrata sociedade francesa contemporânea Renato Pompeu Fotos: Arquivo DC
Houellebecq: realidade e ficção
Balzac: fonte de inspiração
E
m seu livro recém-lançado vor de pedófilos e do desprezo pelos em português pela Record, pobres ou menos dotados intelectualo romance A possibilidade mente – e ao mesmo tempo narra a de uma ilha (480 páginas, história, nos séculos que virão, dos cloR$ 49,90) o escritor francês Michel nes do comediante, que assim asseguHouellebecq volta a dizer ao que veio: ra a sua imortalidade. ele escreve para dizer verdades desaHouellebecq, ou melhor, o comegradáveis. Recheia de frases racistas, diante que é um pouco autobiográfimachistas e em geral politicamente co, manifesta profundo desprezo por incorretas e até autoritárias as suas ícones da cultura francesa, como o ficobras, mas essas frases não advêm de cionista fascista Céline e o filósofo essua postura pesquerdista Sartre, desanca o russo soal, e sim retratam o que vê à Vladimir Nabokov, autor de Loli ta, sua volta, na sociedade francesa mas preserva o romancista Balzac, contemporânea, permeada pelo do século 19, e o pensador Pascal, r a c i s m o, p e l o do século 17. As inmachismo dos dicações são de homens revoltaSartre e Nabocov: que Houellebecq dos com a ascenícones desprezados são das mulhetenta ser o êmulo pelo autor francês contemp orâneo res, e pelas tendências políticas autoritárias. de Balzac, que em sua obra monumenNeste livro, misto de literatura rea- tal de dezenas de volumes, A Comédia lista e de ficção científica, Houelle- Humana, retratou a influência corrosiva becq narra a história de um comedian- que o dinheiro exerceu sobre a sociedate de cinema e televisão que acumu- de francesa de seu tempo. Em A possibilidade de uma ilha, lou milhões de euros com investidas contra árabes, negros, mulheres e a fa- Houellebecq busca retratar o mundo
dos ícones da multimilionária indús- ímãs, de apartamentos e casas de luxo tria cultural contemporânea – o mun- em lugares paradisíacos. do dos comediantes de sucesso, das Houellebecq tem condições de ser editoras de revistas de luxo segmenta- um grande escritor, mas é um tanto das – com a luta pelo dinheiro onipre- prejudicado por perseguir, para tornar sente, mas, mais do que isso, a sexua- seus livros mais vendáveis, temas de lidade onipresente. Jovens modelos momento que podem ser fugazes code fotos que se prostituem, moças que mo os ânimos dos mercados da indúsenganam o grande amor de suas vidas tria cultural. Seguindo a moda que tem – apontados pelo comediante como expoentes como Paulo Coelho, ele não "imbecil semi-impotente" – e partici- hesita em introduzir no realismo crítico pam de orgias com de sua obra uma seita de extraterresoutros homens e mulheres, sempre tres, cujos membros procuram asem busca de novas aventuras; a única segurar a imortalidade. Mesmo assim relação permanente que essas moças temos vislumbres mantêm é o platode grandeza literánismo com o granria, a partir de uma de amor "imbecil". visão niilista, que reComo vemos, trata sem piedade a Houellebecq, como luta inglória que todo ser humano enBalzac, é um grande destruidor das mais frenta com a perspectiva da velhice e cultivadas ilusões humanas. da deterioração do Céline (acima) e o corpo e, por que No entanto, ao pensador Pascal: contrário de Balnão dizer, da mente. menosprezados por A vida de luxo e de zac, que retratou tiHouellebecq pos sociais e não sexo com belos corpessoas reais, pos não esconde o Houellebecq talmedo da morte, e as vez não seja legível piadas politicamendaqui a algumas te incorretas apedécadas, por tornas servem de alívio momentâneo connar seus personagens atores reais tra os males da idade. Não há dúvida como Tom Cruise e Björk, cujos nomes d e q u e H o u e l l ebecq se auto-retranada deverão significar dentro de tou no comediante não muito tempo personagem cenpara os leitores tral, que enriqueceu mais jovens, enquanto os persona- com a maldade de suas piadas sem gens fictícios de Balzac seguem realmente acreditar nelas. reais 150 anos depois de ele tê-los retratados. Renato Pompeu O consumo de luxo, de autos Bentley é jornalista e escritor, autor do e Mercedes, por exemplo, é um dos atraensaio biográfico Canhoteiro, o tivos que a obra de Houellebecq tem paHomem que Driblou a Glória ra seus leitores. O mundo que retrata é (Ediouro), e do romance-ensaio uma sucessão de fausto e beleza, de beO Mundo Como Obra de bidas caras e comidas finas, de sexo com Arte Criada pelo Brasil, mulheres de beleza rara atraídas por mia ser lançado pela Editora lionários e bilionários como se fossem Casa Amarela.
Arte em debate Centros culturais promovem troca de idéias e aprendizado gratuitos Rita Alves Roberto Setto/Divulgação
Q
ue tal falar sobre teatro e televisão com Eva Wilma? Ou então, conversar sobre crônicas com Xico Sá? O encontro com a atriz e o escritor será possível nos próximos dias, pois os dois fazem parte da programação de palestras gratuitas promovidas por alguns centros culturais da cidade. Eva Wilma é a convidada do mês para o Bate-Papo do Centro Cultural Fiesp (Av. Paulista, 1313, tel.: 3549-4506), dia 29, às 19h. O encontro mensal traz sempre criadores e pensadores das artes e da cultura nacional para falar sobre temas diversos com o público. Para participar do evento é necessário fazer reserva antecipada. Outro local que também oferece palestras de graça é o Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Álvares Penteado, 112, tel.: 3113-3651). No próximo dia 14, às 19h30, os escritores Marcelo Mirisola e Xico Sá participarão do último encontro do ano da série Cronicamente Viável. Os formatos
e conteúdos da crônica no século 21 estão na pauta do debate, mediado por Marcelo Rubens Paiva. No dia 28, em Pensamentos Instigantes - Filosofia e Arte, a professora Conceição Neves Gmeiner apresenta a vida e obra do filósofo alemão Martin Heidegger e do ator Walmor Chagas. No Sesc Avenida Paulista (Av. Paulista, 119, tel.: 3179-3700) o teatro também está entre os assuntos do mês com o ciclo de leituras comentadas O Teatro Irlandês do Século 21 - a geração Pós-Beckett. Além da dramaturgia irlandesa e suas relações com a obra de Samuel Beckett, o evento debaterá as conexões com a produção brasileira com a presença de especialistas. Já no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000, tel.: 3383-3402) as palestras terão temas diversos. Cinema, artes plásticas, quadrinhos e dança estão entre alguns deles. A programação completa pode ser acessad a n o s i t e w w w . c e n t r o c u l t ural.sp.gov.br.
Divulgação
VERDADES DESAGRADÁVEIS TELEVISÃO Regina Ricca
Capa do livro: frases racistas e machistas
Zé Carioca: personagem lançado pela Walt Disney quando canções de Ary Barroso viraram tema de filmes
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ma semana regada a nostalgia na TV. Para começar, um dos maiores nomes da música popular brasileira, Ary Barroso (foto acima), autor do ‘hino’ Aquarela do Brasil, será homenageado pela TVE nesta sexta, dia 10, às 21h, na semana em que completaria 103 anos de idade. Compositor brasileiro mais executado no mundo todo, o documentário (realizado em 2003, por ocasião do centenário de Ary) relembra que foi em 1944 que o compositor conquistou fama internacional, quando suas composições viraram tema de filmes como Alô, amigos e Você já foi à Bahia?, nos quais a Walt Disney Productions lançou o personagem Zé Carioca. Através de reconstituições, estão também no programa cenas em que grandes vozes da época interpretam canções de Ary, como No Rancho Fundo, por Elisinha Coelho, Isto aqui o que é, por Moraes Netto, Eu gosto de samba, por Dircinha Baptista (foto), e Aquarela do Brasil, com Carmem Miranda. Dirigido por Dimas de Oliveira e Felipe Harazim, o documentário também reuniu vários amigos, admiradores e familiares do compositor mineiro, como o jornalista Sérgio Cabral, o ator José Vasconcelos e sua filha, Maruzia Barroso. A hora da saudade também está presente na comemoração dos 15 anos do canal GNT, que está reprisando uma série de programas ‘históricos’, sempre à 0h15. Na segunda-feira, dia 13, confira uma coletânea de algumas entrevistas antológicas que Marília Gabriela fez com personalidades como o escritor José Saramgo, a atriz Fernanda Montenegro, o fotógrafo Sebastião Salgado e a apresentadora Xuxa. Já os melhores momentos do programa Manhantan Connection vão ao ar no dia 16, quinta, com alguns dos comentários explosivos de Paulo Francis, as despedidas de Nelson Motta e Arnaldo Jabor, e a estréia do polêmico Diogo Mainardi. E para quem ainda não se ‘desapegou’ das travessuras das meninas do seriado Sex and The City – ainda com reprises na tela do Multishow –, nada como acompanhar no programa The Women of Sex & The City, do canal E! Entertainment Television, hoje, sexta (10), às 21h, como anda a vida pessoal desse quarteto feminino que abalou as estruturas do machismo durante as seis temporadas que foi ao ar. No programa, os fãs poderão saber o que andam fazendo Carrie (Sarah Jessica Parker), Samantha (Kim Cattrall), Charlotte (Kristin Davis) e Miranda (Cynthia Nixon), se elas vivem como seus personagens, o quanto há de cada uma delas nas mulheres que viveram na telinha e vão saber também como foi a dramática despedida da série que, segundo boatos, acabou por causa do relacionamento conturbado entre as atrizes Kim Cattrall e Sarah Jessica Parker.
As travessas meninas do seriado Sex and City
A atriz Eva Wilma é a convidada do mês para o Bate-Papo da Fiesp
PRA FORA, REX! NA MUSA Livro infantil de Chicolelis inaugura livraria ambulante, aberta neste sábado (11), em frente à Musa Editora, rua Cardoso de Almeida, 985, Perdizes, das 11h às 15h.
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José Luís da Conceição/AE
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
1 Manifestantes atearam fogo a um ônibus e a um caminhão da Subprefeitura da Mooca.
Violência afetou grande parte dos lojistas da rua Oriente, obrigados por vendedores ambulantes ilegais a fechar suas portas. Com medo de represálias, comerciantes pouco falam e cobram uma solução do governo. Donask/AE
Camelôs fazem guerra e fecham comércio no Brás Na rua Oriente, confronto entre ambulantes ilegais e polícia prejudica lojistas e intimida compradores
Forçados por camelôs, comerciantes fecham as portas de suas lojas José Luís da Conceição/AE
Para lojistas ameaçados, Prefeitura tem de encontrar uma solução José Luís da Conceição/AE
Grupo de ambulantes faz manifestação na rua Oriente, no Brás Lawrence Bodnar/Agência O Globo
Caminhão da Prefeitura foi incendiado por ambulantes ilegais
A
22ª operação de combate ao comércio ambulante ilegal na região do Brás, no Centro de São Paulo, terminou em confronto entre camelôs, guardas civis metropolitanos e policiais militares na madrugada e manhã de ontem. A rua Oriente viveu seu pior dia desde que a Prefeitura decidiu acabar, ainda sem sucesso, com a chamada Feira da Madrugada, uma espécie de varejão de camelôs no qual os ambulantes montam suas barracas entre 3h30 e 4h. A Guarda Civil Metropolitana (GCM) e os agentes da Subprefeitura da Mooca chegaram à rua Oriente às 23h de quarta-feira, antes dos ambulantes, para impedir a montagem da feira. Choque – Os camelôs, então, decidiram reagir. Muitos jogaram sacos de lixo no meio da rua e quebraram lixeiras. A polícia avançou. Entre uma e outra palavra de ordem e muita confusão, pedras foram arremessadas contra os militares. A resposta veio com gás pimenta, bombas de efeito moral, granadas de luz e som e balas de borracha. O confronto atingiu seu ápice às 5h, quando o motorista Severino Bandeira da Silva foi retirado de um caminhão da Subprefeitura da Vila Maria, que apoiava a operação. O veículo foi incendiado. Uma hora depois, os manifestantes atearam fogo a um ônibus da Defesa Civil, estacionado ao lado do caminhão. Às 6h30, a área foi liberada para os pedestres. Pouco depois, já havia alguns vendedores na rua. Por volta das 7h30, as lojas, semi-abertas, foram obrigadas pelos manifestantes a baixar suas portas. Só reabriram às 10h. "Quando esse atrito acontece, o lucro da empresa cai em 30%", reclamou o comerciante Souhail Ghosn. A assessora da diretoria da Associação de Lo-
jistas do Brás, Sandra Russo, do (PDT). As barracas ficariam disse que a entidade apóia qual- embaixo dos viadutos da Linha quer ação da Prefeitura contra 3 Vermelha do Metrô. Acusação –Ontem à tarde, os ambulantes ilegais. havia entre os caEm resposta à ação, melôs um discuros manifestantes se reuniram no Largo da so comum: segundo eles, a PrefeituConcórdia e decidira estaria recebenr a m m a rc h a r a t é o do propina do prédio da Coordena- Quando esse administrador do doria das Subprefei- atrito shopping popular turas, na Rua Libero acontece, que funciona num Badaró, para conver- o lucro da terreno vizinho à sar com o secretário empresa "feirinha da maAndrea Matarazzo. drugada". Em tro"Nos reunimos com o cai 30%. secretário para tentar Souhail Ghosn, ca da gratificação, um acordo no sentido comerciante as autoridades estariam dificultande não haver mais condo o trabalho dos fronto contra os ambulantes. Também pedimos que irregulares. "A administrafosse encontrado um local para ção do local é privada e é ela alocar esses trabalhadores", quem gerencia o shopping. contou o vereador Cláudio Pra- Os proprietários têm despe-
sas, que são divididas com o pagamento de uma taxa", justificou o subprefeito da Mooc a , E d u a rd o O d l o a k , q u e anunciou medidas judiciais contra os autores da acusação, entre eles Afonso José da Silva, presidente do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo (Sindcisp). Maiores prejudicados pelo confronto, os comerciantes do Brás têm medo de novos choques e de represálias, caso emitam opiniões sobre o comércio ilegal que cresce no bairro. Muitos contabilizavam prejuízos (50% em alguns casos), principalmente nesta época do ano, quando os gastos são maiores em função de contratações de Natal. (Agências) A repercussão do confronto está nas páginas 2, 3 e 4
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LAZER - 3
CINEMA 37 anos depois, o anti-herói volta ao mesmo Brasil. Na Capital, longas franceses e amizade.
DESPERTA, MACUNAÍMA! Divulgação
Divulgação
Grande Otelo na pele de Macunaíma: personagem clássico em história da formação do País
Paris, Eu Te Amo: longa dirigido por 23 cineastas, incluindo Walter Salles e Daniela Thomas
Rita Alves
PEDRO
Joaquim Pedro de Andrade (19321988) estudou física e filosofia, antes de se dedicar ao cinema. Era estudioso da obra de Manuel Bandeira e ferrenho defensor do cinema mudo (fundou o Chaplin Club, em homenagem a Charles Chaplin, gênio da comédia). Sua filmografia é extensa. Começou em 1959, com o curta O Mestre de Apicucos. A experiência com curtas continuou intensa (Poeta do Castelo e Couro de Gato são belos exemplos, até hoje amados pelos cineclubistas). Garrincha, Alegria do Povo (1963) é o seu longa mais poético e "patriótico", além de Macunaíma.
quina, nem quem era gente. O impacto o deixou uma semana sem comer e brincar. Longe da mata passa a viver várias aventuras urbanas. Tem um romance com uma guerrilheira (Dina Sfat), persegue um magnata dono de uma pedra preciosa (Jardel Filho), frequenta um centro de macumba, e ainda coloca os irmãos em enrascadas. Lendas e mitos nacionais ganham espaço na trajetória de Macunaíma, brilhantemente interpretado por Grande Otelo e Paulo José. O filme inovou a estética do Cinema Novo e fortificou laços com o grande o público. Macunaíma (Brasil, 1969, 105 minutos). No elenco Grande Otelo, Paulo José, Dina Sfat, Milton Gonçalves, Jardel Filho, Rodolfo Arena e Joana Fomm
MÁRIO DE ANDRADE
N
ascido na rua Aurora, centro de São Paulo, Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945) podia falar com propriedade sobre brasileiros urbanos e rurais. Interessado em antropologia e música de raiz, percorreu o País em expedições para conhecer a gente, a sonoridade das canções e da fala dos brasileiros. Um dos protagonistas da Semana de Arte Moderna de 1922 - vale sempre lembrar -, mudou conceitos, inventou poesia e a literatura nunca mais foi a mesma depois de sua passagem e de outro Andrade, o
Oswald. Publicado em 1928 com tiragem de somente 800 exemplares, Macunaíma - O herói sem nenhum caráter inclui em sua narrativa fantástica a mitologia indígena e folclórica. O escritor declarou ter escrito a obra em apenas seis dias, deitado em uma rede na Chácara de Sapucaia, em Araraquara, interior de São Paulo. "Este livro não passa duma antologia do folclore brasileiro", dizia. A partir das andanças de seu antiherói molenga e cínico, que exclama a cada passo "Ai, que preguiça!", Mário de Andrade construiu uma história da formação do Brasil. (LHC)
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FESTIVAL
va e, entre todos os parentes, Macunaíma é sempre o último a acordar. O sono mais longo não diminui a preguiça do pequeno que, quando encontra uma oportunidade, volta a tirar uma soneca. O choro estridente do dorminhoco tira qualquer um do sério, principalmente a mãe. Depois que acorda, a diversão preferida dele é brincar com as moças. Mas a vida boa termina quando uma enchente inunda o lugar onde mora. Já adulto ele decide deixar a região e seguir para a cidade grande junto com os dois irmãos. Pelo caminho um banho de água milagroso muda o tom da pele de Macunaíma que, a partir daí, passa a ser interpretado pelo ator Paulo José. O olhar do novo habitante da cidade é de espanto. Na metrópole Macunaíma não sabia diferenciar quem era máBenedito Junqueira Duarte/Acervo SAN/DPH/SMC/PMSP
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premiado Macunaíma está de volta às telas da cidade de São Paulo. O retorno traz a chance dos fãs do clássico reverem o longametragem de 1969. Já quem não conhece o filme pode aproveitar a oportunidade para assistir à cópia com imagem e som restaurados. A comédia, baseada no romance do escritor Mário de Andrade, foi dirigida por Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988) e conta a história do herói Macunaíma. Assim que ele nasce, na pele de Grande Otelo, já dá sinais de sua personalidade singular. E o passar dos anos só reforça essas características. Macunaíma é preguiçoso, mentiroso e sem nenhum caráter, um verdadeiro anti-herói. A família vive em uma palhoça na sel-
Amor, poder e mazelas. À francesa. caba a mostra de cinema, mas os cinéfilos não têm do que reclamar. Começa hoje, sexta (10), a 5ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês, que traz clássicos e estreantes. Entre os filmes programados estão A Comédia do Poder (L'Ivresse du Pouvoir, 2006), de Claude Chabrol, protagonizado por Isabelle Huppert; Você é Tão Bonito! (Je Vous Trouve Très Beau!, 2006), comédia com Michel Blanc dirigida pela estreante Isabelle Mergault; No Calor do Verão (Camping Sauvage, 2005), romance dirigido pela dupla Christophe Ali e Nicolas Bonilauri; além da produção coletiva que homenageia a capital francesa: Paris, Eu te Amo (Paris Je T'Aime, 2006), dirigida por 23 cineastas do mundo todo, entre eles Ethan e Joel Coen, Gus Van Sant e os brasileiros Walter Salles e Daniela Thomas. Será exibido ainda A Cidade Está Tranquila (La Ville est Tranquille, 2001), que tem direção de Robert Guédiguian. O festival segue depois para outras 11 cidades brasileiras: Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Fortaleza, Salvador, Vitória e Ribeirão Preto. Em cartaz até quinta (16) no HSBC Belas Artes, Rua da Consolação, 2423, telefone (11) 3258-4092. A programação completa pode ser consultada no site www.festivalvarilux.com.br. (LHC)
OUTRAS ESTRÉIAS
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onhos e Desejos (Brasil, 2006, 93 minutos). A aproximação entre a estudante Cristiana, interpretada pela atriz Mel Lisboa, e seu professor de literatura Saulo (Felipe Camargo) acontece no início da década de 1970. Como o período é de luta armada o professor acaba abandonando os estudos e optando pela política. Com isso, Saulo sai de mudança e leva junto a aluna Cristiana. No apartamento Cristina é tomada pela solidão, pois com o novo envolvimento de Saulo, as ruas passam a ser o lugar mais frequentado por ele. Com o passar do tempo Cristiana conhece um militante ferido (Sérgio Marone) e passa a cuidar dele. O guerrilheiro que também é bailarino anda sempre com o rosto coberto. Confinados em um apartamento em Belo Horizonte os três passam a lidar com sentimentos como desejo, traição e lealdade. O longa-metragem que mescla política e erotismo traz o estreante Marcelo Santiago na direção.
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migas com Dinheiro (Friends with Money, EUA, 2006, 88 minutos). O filme dirigido por Nicole Holofcener narra a história de quatro amigas que moram em Los Angeles e, no início da meia idade, têm que lidar com a crescente disparidade entre os níveis de conforto financeiro de cada uma. Os temperamento da turma é bem variado e a convivência entre elas é um comovente retrato da forma como vivemos nos dias de hoje, onde a confortável e segura divisão criadas por classes e dinheiro estão se deteriorando pela incontrolável força da vida no dia a dia. O resultado é um exame dolorosamente hilário da vida moderna que consegue ser tanto brutalmente honesto quanto definitivamente 'levantador' de moral. O elenco do longametragem traz Joan Cusack, Frances McDormand, Catherine Keener e Jennifer Aniston. Columbia Pictures/Divulgação
Quatro amigas em crises domésticas, financeiras e sentimentais
NA TELA,O SAMBA DA VIDA OTELO
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ebastião Bernardes de Souza Prata (1915-1993), o Grande Otelo, mereceu de Orson Welles, quando este esteve no Brasil nos anos de 1940, a seguinte exclamação: "É o maior ator brasileiro!" Imortalizado pela participação nas comédias musicais dos estúdios da Atlântida, ao lado de Oscarito, Grande Otelo atuou no teatro de revista, não apenas como ator. Cantou, dançou, compôs. Mas sua marca de indiscutível talento dramático revela-se no filme Macunaíma, inteligentemente dirigido por Joaquim Pedro de Andrade. As atuações mais divertidas de Grande Otelo estão na antologia Era Uma Vez a Atlântida editada em vídeo.
Pré-estréia: documentário Cartola. Sala Maria Antônia, Rua Maria Antônia, 283, tel.: (11) 3211-0069. Sexta (10), 20h30, grátis.
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Compor tamento Tr â n s i t o Confronto Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO JÁ ESTÃO PROGRAMADAS
sexta-feira, sábado e domingo, 10, 11 e 12 de novembro de 2006
Projeto de Lei, em tramitação na Câmara, prevê a regularização de feiras noturnas em pólos comerciais da cidade.
Prefeitura anuncia megablitz Força-tarefa deve entrar em ação nos próximos dias no Centro. Região do Brás será vigiada por câmeras monitoradas pela Guarda Civil. Ó RBITA
Almeida Rocha/Folha Imagem
Fernando Vieira
INDENIZA Gol começou a negociar as indenizações com as A famílias das 154 vítimas do acidente com o Boeing que fazia o vôo 1907, mas ainda não tratou de valores. A empresa contratou um consultor jurídico que, há alguns dias, está contatando as famílias individualmente. O especialista em direito aeronáutico, Jorge Amauri Nunes, disse que a Gol tem a "responsabilidade objetiva" de indenizar as famílias pelo simples fato de ser ela uma concessionária de transporte aéreo. "Isso independe de ela ter ou não culpa", disse. De acordo com os códigos Civil e de Defesa do Consumidor no Brasil, essas indenizações deverão ser pequenas se comparadas a países como Estados Unidos. (AE)
NÃO INDENIZA novo presidente do Sindicato Nacional das O Empresas Aéreas (Snea), Marco Antonio Bologna, que também preside a TAM, afirmou que as empresas não vão indenizar passageiros por atrasos e cancelamentos devido à "greve branca" dos controladores. "Entendemos a frustração dos passageiros, mas não cabe indenização pois os atrasos e cancelamentos foram causados por força maior", disse. Para Bologna , é clara a responsabilidade da União no caso, por ser ela a responsável por prover a infra-estrutura operacional para que o serviço possa ser prestado pelas empresas concessionárias. Caso haja alguma ação, as empresas irão recorrer. (AE)
NOVOS ATRASOS epois de um início de semana mais tranqüilo nos aeroportos do País, alguns vôos voltaram a registrar atrasos nas partidas e chegadas ontem em Brasília. Até o meio da tarde, no aeroporto Juscelino Kubitschek, havia cerca de 30 vôos com atrasos. O ministro da Defesa, Waldir Pires, e o Comando da Aeronáutica negaram que tenha havido problemas no controle do tráfego aéreo. Mas funcionários do Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo de Brasília) informaram que houve necessidade de "retenção de fluxo" por falta de funcionários para atender a demanda do horário.
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VISITA DO PAPA papa Bento XVI O antecipou sua chegada ao Brasil de 13 para 9 de maio para ter tempo de participar de eventos em São Paulo. Pela nova agenda, ele abrirá a reunião dos bispos latinoamericanos no último dia de sua visita e não mais no primeiro. O papa ficará cinco dias e sua visita culminará, dia 13, com a abertura da 5ª Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida. O conselho permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) adiou para a primeira semana de maio a 45ª Assembléia Geral do episcopado, marcada para a segunda quinzena de abril em Itaici, para facilitar a participação dos 400 bispos brasileiros na visita papal. (AE)
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história se repete. As cenas de confronto entre ambulantes, Guarda Civil Metropolitana (GCM) e Polícia Militar, registradas especialmente no último ano do mandato da prefeita Marta Suplicy, em 2004, podem voltar a acontecer neste final de ano. De agora em diante, no período marcado pelas compras de Natal, a Prefeitura promete intensificar o combate ao comércio ilegal nas vias do Centro. Os ambulantes, por sua vez, garantem que vão enfrentar a fiscalização com manifestações, para poder trabalhar na época em que vendem mais (veja matéria na página seguinte). O embate deverá ter um componente tecnológico até 2007. Está em fase final o projeto que prevê a instalação de câmeras de monitoramento eletrônico no Brás, inicialmente previstas para a rua Oriente e o largo da Concórdia. A violência que aconteceu na madrugada e na manhã de o n t e m n a s Milton Mansilha/Luz - 21/05/06 ruas do Brás, durante a ação de repressão à "feirinha da mad rugad a", parece ter sido apenas o início de uma nova batalha em t o r n o d o c omércio ilegal no espaço público. Segundo o secretário de Coordenação das Subp re f e i t u r a s , Andrea Matarazzo, a Prefeitura já tem progr amada uma série de ações de fiscalização, com a integração de agentes municipais, GCM e as polícias Militar e Civil, até o final do ano. O objetivo da força-tarefa é impedir o funcionamento de Horas" e agendou para segunbarracas sem o Termo de Per- da-feira uma nova reunião com missão de Uso (TPU) e a venda o vereador, o secretário municide produtos piratas ou sem pal do Trabalho, Gilmar Viana e origem. "Dentro do possível, o subprefeito da Mooca, Eduarvamos manter a cidade em or- do Odloak. dem e as ruas limpas para a cirGuerra verbal - Pelo menos culação de pessoas", disse Ma- do aspecto verbal, uma nova tarazzo. guerra dos camelôs contra a Conversa – No final da tarde Prefeitura já começou. Afonso de ontem, acompanhado de um acusa a Prefeitura de "criar digrupo de cerca de 20 ambulan- ficuldade para ganhar vantates, o presidente do Sindicato gem e, com um acordo por baidos Camelôs Independentes de xo do pano, favorecer a empreSão Paulo (Sindcisp), Afonso Jo- sa GSA", que concessionária sé da Silva, conhecido como de um espaço junto aos trilhos Afonso Cameda Rede Ferrolô, esteve na seviária Federal, cretaria de Cono Brás, onde ordenação das funciona uma Subprefeituras espécie de "feiDentro do possível, para tentar rinha da mavamos manter a conversar com d r u g a d a l ecidade em ordem e as Matarazzo, gal". Além dismas não foi reruas limpas para a so, disse que cebido. Para não há interescirculação de pessoas. propor uma alse municipal Andrea Matarazzo, ternativa de e m r e g u l asecretário das solução para mentar a proSubprefeituras os confrontos, fissão de amo vereador bulante. Cláudio PraO subprefeido, do PDT, também foi até a se- to da Mooca, Eduardo Odloak, cretaria. E foi atendido. nega as acusações e ameaça Prado sugeriu a mudança processar judicialmente o predos ambulantes da "feirinha da sidente do sindicato. "Não temadrugada" para um bolsão mos nenhum interesse partiem frente à estação Brás do Me- cular ou financeiro em qualtrô neste fim de ano. E apresen- quer empreendimento que tou também ao secretário um queira se instalar na região do Projeto de Lei, em tramitação Brás. Vamos interpelá-lo judina Câmara, que prevê a regula- cialmente por afirmações sem rização de feiras noturnas em provas". Para Odloak, os shoppólos comerciais da cidade. pings populares são a alternaMatarazzo achou interessante tiva para os ambulantes podea idéia da criação de "Ruas 24 rem manter suas atividades.
Evandro Monteiro/Digna Imagem - 18/10/04
Na foto maior, policial usa spray de pimenta para tentar afastar os ambulantes revoltados. Irritados com a fiscalização, os camelôs obrigaram os lojistas a fechar as portas das lojas. Mas se depender do secretário Andrea Matarazzo (esquerda) as blitze irão continuar e serão intensificadas. Essa posição da Prefeitura, entretanto, poderá provocar novos confrontos, como os ocorridos em 2004, durante gestão de Marta Suplicy (foto acima).
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.LAZER
sexta-feira, sábado e domingo, 10, 11 e 12 de novembro de 2006
GASTRONOMIA Festival de Camburi, boa mesa no litoral.
'Infanticidas' de plantão
Divulgação
José Guilherme R. Ferreira
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ário Telles Jr., diretor técnicoexecutivo da Associação Brasileira de Sommeliers – SP expõe em suas aulas uma classificação bemhumorada dos apreciadores de vinho. Os pacientes ingleses são "necrófilos". Preferem os vinhos envelhecidos, que demandam boa guarda e são capazes de surpreender com as riquezas da maturação. Já os franceses são "infanticidas", ávidos por uma taça de vinho jovem, "cheirando à terra", ainda efervescente, mal saído dos tonéis de fermentação. Os franceses exportam esse conceito com o lançamento do Beaujolais Nouveau. As garrafas com o vinho da uva Gamay (plantada em cerca de 16 mil hectares, área a Oeste de Saône, pouco acima de Lyon) ganham logística para chegar ao mesmo tempo em mais de 150 países, sempre na terceira quinta-feira de cada novembro. Aos críticos que
Restaurante Manacá, com criações do chef Edinho Engel, é tradicional participante do festival
Além do peixe frito
http://www.beaujolaisnouveautime.com/ http://www.beaujolais.com/
Lúcia Helena de Camargo
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raia, sol e cerveja, reunião de família ou amigos em volta do guarda-sol. Mas na hora da fome há para comer apenas espetinhos de camarão com casca e iscas de peixe frito? Pelo menos na praia de Camburi, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, isso pode ser evitado. A partir de hoje, sexta (10) e até o dia 20, acontece a 5ª edição do Festival Camburi Gastronômico, no qual seis restaurantes – Acqua, Antigas, Cantinetta, Manacá, Ogan e Tiê – apresentam os pratos que entram no cardápio na temporada de verão. Obviamente os peixes e frutos do mar predominam no menu, mas a maioria das receitas é leve, como convém ao ambiente litorâneo. Entre outros, há o abadejo com escama de batata sobre aspargos frescos e a sobremesa blini de tapioca com banana-daterra, sorvete de creme e gengibre (R$ 18), do chef Valmir Alexandrini, do restaurante Ogan; o bacalhau grelhado com alho poró e risoto de açaí (R$ 38), criado por Denise Mori, do restaurante Antigas; as alcachofras recheadas com risoto primavera e camarões flambados na cachaça e o carpaccio de salmão com molho asiático do Acqua; o linguado recheado com pinolis, alcaparras, passas e ervas em coulis de tomate fresco e cama de espinafre (R$ 45), da chef Corrin Wilskinson, servido no Cantinetta. Outro destaque é a anchova no sal grosso em creme de chouriço e favas,
invenção do chef Edinho Engel, do Manacá. E paladares sem preconceitos podem experimentar o hambúrguer de camarão e toucinho fresco com chutney de manga (R$ 15), do Tiê.
SHOW
Além dos pratos especiais, o evento oferece palestras e degustações gratuitas. Os temas vão de azeites e peixes a espumantes e cervejas. Como os lugares são limitados, é preciso fazer ins-
Adriano Kuahara/Divulgação
Folhas com camarões, abacate e pupunha e wasabi, no Antigas
Os restaurantes Acqua – chef Corrin Wilkinson, Estrada do Camburi, 2000, tel.: (12) 3865-1866. Antigas – chef Denise Mori, R. Reginaldo Flávio Correa, 190, tel.: (12) 3865-1355. Cantinetta - chef Corrin Wilkinson, Estrada do Camburi, 720 / loja 01, tel.: (12) 3865-2612.
torcem o nariz para o marketing globalizado, Gerald Asher (The Pleasure of Wine) mostra que a festa é histórica e espontânea. Antes mesmo dos rigores da appellation, o rústico e frutado Beaujolais Primeur, ainda na década de 1930, era recebido com fanfarra em bares e bistrôs franceses. A qualidade desse vinho tem muito a ver com o capricho do vitivinicultor e com o decisivo terroir. A torcida dos "infanticidas" brasileiros é para que o fiasco de 2005 não se repita. Caixas de Beaujolais Nouveau ficaram retidas nos aeroportos por causa de uma greve de fiscais da Receita e não puderam ser aprecidadas ritualmente naquele fim de semana sagrado.
Manacá – chef Edinho Engel, R. Manacá, 102, tel.: (12) 3865-1566. Ogan – chef Valmir Alexandrini, Estrada do Camburi, 1650, tel.: (12) 3865-2388. Tiê – chef Rosana Brito, Estrada do Camburi, 696, tel.: (12) 3865-2204.
crição com antecedência. Amanhã, sábado (11), às 14h, acontece a degustação de azeites, azeitonas e vinagretes da chef Corrin Wilskinson, no restaurante Cantinetta. Inscrições pelo telefone (12) 3865-2612. No domingo (12), às 15h, no Manacá, o chef Edinho Engel comanda a palestra Peixes - Variedades, Conservação e Técnicas de Preparo. Inscrições pelo telefone (12) 3865-1566. No mesmo dia, às 18h, haverá Harmonização de espumantes nacionais com aperitivos do mar, com o sommelier Gilmar Ferreira, no Acqua. Interessados podem se inscrever pelo telefone (12) 3865-1866. No próximo sábado, dia 18, repete-se a degustação de azeitonas no Cantinetta. E às 19h, o Antigas promove O Brasil das pequenas cervejarias, com Renato Mota, proprietário da Padaria Tortula, que propõe um passeio pela produção de cerveja artesanal nas microcervejarias de Blumenau, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Campos do Jordão. Será degustada a Eisenbahn Lust, primeira cerveja nacional produzida pelo método champanoise. Com essa gastronomia para aproveitar ao nível do mar, o passeio na praia perde o status de principal e acaba sendo o programa adicional. Camburi Gastronômico 2006: Central de Informações, telefone (12) 9715-1699.
O Rei de volta. No Cadillac.
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oberto Carlos canta hoje, sexta (10) e amanhã, sábado (11) no Credicard Hall, às 22h. O show começa com Emoções. Entre os sucessos do repertório, interpreta Detalhes, É Preciso Saber Viver e quando chega aos hinos da jovem guarda (Negro Gato, É Proibido Fumar), um Cadillac inflável invade o palco durante a interpretação de O Cadillac. Para encerrar, o rei vai de Jesus Cristo. Antes banida, a canção de tom erótico Cavalgada volta ao show. Roberto apresenta-se com a mesma orquestra, de 16 músicos, comandada pelo maestro Eduardo Lages. No Credicard Hall, Avenida das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, tel.: (11) 6846-6000. Ingressos: R$ 60 a R$ 190.
BETHÂNIA
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entro do Mar Tem Rio é o espetáculo que Maria Bethânia apresenta neste final de semana. Ela canta músicas do CD Mar de Sofia, e do álbum Pirata, lançando os dois trabalhos simultaneamente. No Tom Brasil Nações Unidas, Rua Bragança Paulista, 1281, Chácara Santo Antônio, telefone (11) 2163-2000. Hoje, sexta (10), e amanhã, sábado (11), às 22h; domingo (12), às 20h. Ingressos: R$ 70 a R$ 140.
ADEGA
Capriche no ritual do champanhe. Vamos comemorar! Sérgio de Paula Santos
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champanhe é um vinho único, bem diferente dos demais, desde sua elaboração até o consumo. Diga-se, inicialmente, que o champanhe, o vinho, é masculino, enquanto a Champanhe, região vinícola, é feminina. Com relação ao consumo o champanhe, com freqüência está associado à comemorações e festividades (suas vendas ainda quintuplicam nos finais de ano), fato que lentamente começa a se modificar, com a tendência do consumo de espumantes como aperitivo ou em reuniões informais - coquetéis, exposições, feiras etc. Relativamente à abertura dos champanhes e dos espumantes em geral, a abertura ruidosa, "explosiva", tem sido a regra, como que para combinar com o ambiente ruidoso e festivo em que a bebida é aberta, caso por exemplo das comemorações nas corridas de automóveis e motocicletas. Essas circunstâncias porém são excepcionais, além do que, mesmo em
Paulo Pampolin/Hype
Espumantes: vendas quintuplicam na época de festas dos finais de ano
pequenas comemorações a perda, o desperdício do champanhe (às vezes bem caro) é grande. Lembre-se também que a abertura ruidosa não é isenta de riscos, principalmente se a garrafa não foi adequadamente resfriada ou se foi agitada. Em uma temperatura correta, de 6° a 8° graus Celcius, com a garrafa incli-
nada, a rolha sai com uma velocidade de 13 metros por segundo, podendo chegar à velocidade de 40 km/hora a um metro da garrafa (Guinness de Recordes, edição 1983). Como o olho leva 1/10 de segundo para fechar, podem ocorrer acidentes. São raros mas tem sido relatados. A crítica maior a nosso ver é que
com a expulsão brusca da rolha cai acentuadamente a pressão na garrafa e perde-se grande parte do frescor e da deliciosa sensação da "perlage", das borbulhas que o bom champanhe demora tantos anos para adquirir. A abertura deve ser suave. Inicialmente a garrafa deve estar na temperatura correta e não deve ser agitada. Remove-se inicialmente, sem dificuldade, o invólucro de papel de estanho e depois a "gaiola" de arame que fixa a rolha à garrafa. Para isso a gaiola dispõe de um pequeno círculo, que torcido, solta o conjunto. A seguir inclina-se a garrafa e com uma mão gira-se delicadamente a rolha, que poderá estar bem fixa à garrafa. Pode-se usar para essa torção algum pequeno acessório, como uma espécie de alicate ou bracelete que envolvendo a rolha facilita a remoção da mesma. Desse modo, não haverá "explosão", mas um pequeno ruído surdo, e o principal, não se perde líquido, nem a pressão conservando-se toda "perlage" e o encanto do champa-
nhe ou do espumante. Lembre-se também que o copo, a "flute", deverá igualmente estar inclinado, o que facilitará sem enchimento. Como curiosidade pode-se lembrar o mais espetacular dos modos de abrir uma garrafa de champanhe, o "sobrage", galicismo derivado de "sabre", sabre também em português. Para isso usa-se um sabre especial, sem corte. Remove-se a gaiola e com o sabre paralelo à garrafa golpeia-se o anel de vidro junto ao gargalo, onde se fixa a gaiola. Com um golpe firme, rompe-se o gargalo nesse nível, que se separa do corpo da mesma, levando consigo a rolha. A manobra corretamente executada é realmente espetacular. A origem da sabrage é russa. Teria sido iniciada pelos cossacos ao tempo do último czar, Nicolau II ou antes mesmo. Lembre-se que o champanhe era a bebida "oficial"
da corte e que a casa Roederer o fornecia especial e exclusivamente em garrafas de cristal. É essa, sabemos, a origem do atual Champanhe Cristal, da Roederer, hoje em garrafas de vidro naturalmente, mas incolor como as da corte russa. Que se saiba, é ainda hoje o único champanhe apresentado em garrafa incolor, em memória da produção então destinada a corte dos Romanov. Aberto de um modo ou de outro o champanhe sempre será um grande prazer. Melhor que um champanhe, só dois. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.
BOLOS NO PRATO EM 10 MINUTOS A Doce Mania prepara bolos de festa para até 400 pessoas em tempo recorde. Rua Pamplona, 1434, Jardins, tel.: (11) 3885-0779. E mais quatro endereços na cidade.
sexta-feira, sábado e domingo, 10, 11 e 12 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
LAZER - 5
TEATRO Politicagem no palco do João Caetano, viva os bons da música, e Altay Veloso em DVD.
Divulgação
O BRASIL É O AUTOR DESTA PEÇA Um tratado das relações entre mídia e poder, em Todos os Homens Notáveis Sérgio Roveri
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urante os últimos quatro a campanha do dono da emissora, que anos, o autor e diretor acaba eleito governador do Estado. O Marcelo Marcus Fonseca foco de resistência ao governador eleito se propôs, com o auxílio é representado por um pequeno jornal, de seu grupo, a Companhia Teatro do que contrata um estagiário, recém-forIncêndio, a dissecar as relações entre a mado em jornalismo, para vasculhar a mídia e o poder no Brasil. Este período o vida do mais novo político estadual. presenteou, mais como artista do que Fonseca afirma que o espetáculo não foi como cidadão, com uma quantidade baseado somente no histórico de Silvio de material suficiente para rechear Santos, dono do SBT, que chegou a lanuma volumosa tese acadêmica, fosse çar sua candidatura à presidência da Reeste o caso: houve o escândalo do men- pública. "Não me inspirei somente nele, salão, a operação sanguessuga, as elei- mas em outras celebridades que se eleções, o dossiê contra os tucanos e uma geram em eleições passadas e nesta úlsérie de outras falcatruas que não atin- tima", diz. "A peça faz referência tamgiram o status de manchete porque a bém a Citizen Kane, mas com as caracteconcorrência, neste quesito, foi pesa- rísticas de um Cidadão Kane brasileiro". da. Como é um homem do palco e não O diretor diz que durante sua pesquida academia, Fonseca utilizou o mate- sa, e a posterior redação do texto, manrial da pesquisa para escrever a peça To- teve sempre a preocupação de não construir um teatro de dedos os Homens Notáveis, em cartaz a partir de hoje, sexta núncia. "Tive de aprender a lidar com o tema do poder (10) no Teatro João Caetano. Prova de que a realidade sem nenhum resquício partidário", diz. As 11 versões anconsegue ser mais veloz e mutante que a ficção, o texto teriores do texto foram lidas e debatidas entre os atores que chega finalmente ao público é a 12ª versão do origida companhia, para que se chegasse a um consenso sonal que começou a ser redigiAutor: SS foi do no início da pesquisa. bre que tipo de comunicainspiração "Uma atriz da companhia ção a peça iria propor com a platéia. "A montagem não costuma afirmar que o Brasil inteiro é autor desta peça", diz Fonseca. quer apresentar conclusões definitivas "Existem no texto declarações de publi- sobre a relação da mídia com o poder. citários, delírios publicados pelos jor- Antes de tudo, é uma peça que trata do nais e muitas frases de políticos. Acre- lado humano do poder, do homem por dito que a publicidade desponte como trás do cargo". o item mais importante desta história. Todos os Homens Notáveis, Ela, a publicidade, não tem limites". estréia hoje, sexta (10), no Todos os Homens Notáveismostra coTeatro João Caetano, Rua mo dois amigos, um deles chefe de uma Borges Lagoa, 650, tel.: (11) emissora de TV e o outro editor de um 5573-3774. Sexta e sábado grande jornal, unem suas forças às de às 21h e domingo às 19h. um marqueteiro político para abastecer Ingressos a R$ 10.
Acredito que a publicidade desponte como o item mais importante desta história. Marcelo Marcus Fonseca
VILLA-LOBOS & CIA
Tributo a quatro grandes André Domingues Fotos: Luludi/LUZ
Dominguinhos, Luis Felipe Gama, Ana Luíza, Ney, Cris Aflalo e Fábio Zanon
DOCUMENTO
Sincretismo Aquiles Rique Reis
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em-aventurado Alabê, profeta delirante. Terno e bias, Elba Ramalho, Lenine, Jorge Vercilo, Fafá de Belém, Lelibertário, bem-aventurado Alabê. Bem-aventu- ny Andrade, Telma Tavares, Sandra de Sá, Cláudio Zoli, Cris rado, pacifista anárquico que entoa glórias. Delano, Wando, Peri Ribeiro, Silvio César, Luís Vieira, Carlos Bem-aventurada esperança que move Alabê, Dafé, Peri Ribeiro, Talma de Freitas, Margareth Menezes, Isaaquele que não mede esforços, nem palavras, nem nada... bel Fillardis, Watusi, Ivan Lins e Lucinha Lins, dentre outros. Aquele no qual tudo é história. Eterna seja sua força dila- Chama a atenção o desempenho de cada um deles. Emocerada a traduzir sentimentos. cionados, compenetrados, imbuídos do sentimento que Alabê é o "cavalo" de Ogundana, nigeriano nascido há moveu o autor, interpretam os temas de forma contundendois mil anos, que aos 12 anos, sai de Ifé, cidade onde nas- te, não deixando dúvida do quão original e corajoso é Alabê ceu, segue em direção ao norte da África e, com 20 anos, de Jerusalém, de Altay Veloso. chega às margens do Rio Nilo. Se nosso povo convive como poucos com o sincretisVivia-se a década de 20 da Era Cristã. No império ro- mo religioso, nesse DVD recém-lançado pela Avatar Promano, um centurião convida Ogundana a ir para Roma. duções (apoio da Unimed – Rio), vemos o quanto esta Ao chegar, graças à sua experiência no manuseio de er- conciliação se mostra fértil nas árias da ópera de Altay Vevas medicinais, é contratado para cuidar de feridos e loso, um exemplo de sincretismo musical. Embalados doentes do exército romano. por bons arranjos dele, de Leonardo Bruno, João Carlos Mas logo Pôncio Pilatos, então governador da Judéia, Coutinho e Jean-Pierre Zanela, o elenco vai fundo. Suas o contrata como terapeuta de sua tropa. Eles seguem en- lágrimas contagiam, mostradas em closes divididos em tão para Cesaréia, cidade em que Ogundana quadros de alta qualidade cinematográfica – conhece Judith, o grande amor de sua vida. ora em cores, ora em preto-e-branco; ora diviApaixonado, o casal vai para a Galiléia, onde codindo a tela em retângulos desiguais, ora, logo nhecem Jesus Cristo e o acompanham até a sua depois, tomando-a por inteiro, por vezes dicrucificação. Passados 20 anos do sacrifício do luindo imagens em superposições. Mestre, Judith morre e Ogundana vai para o deAs duas árias que encerram a ópera têm um serto da Galiléia, onde vive até o fim de sua viquê de nó apertando a garganta. O diálogo da da. Hoje, Ogundana é uma entidade espiritual mãe de Judas, cantado por Nina Jho (magistral!), chamada Alabê de Jerusalém. com Maria, Mãe de Deus, declamado por Bibi FerAlabê de reira (quanta dignidade!), é indescritivelmente Começa o intenso DVD criado e protagoniJerusalém: zado por Altay Veloso. Obra dilacerante que belo: a ternura sobrevive ao ódio e o abominável consumiu duas décadas de trabalho desse obra gloriosa se refaz em mansa compreensão. de Altay compositor de inúmeros sucessos populares. Como se não bastasse tanta densidade, com Veloso Gravado por Roberto Carlos, Só Pra Contrariar, Alabê de Jerusalém Altay areja o fazer de um DVD, Soweto e Zizi Possi, dentre outros, Altay resume nessa redimindo a mesmice que domina a atual concepção showópera popular o que já professa uma parcela significativa gravado-ao-vivo-com-convidados. do povo brasileiro. A exemplo do que fizeram Mário Chamie inaugurando a Protegido pelo altar em que reinam todos os santos, poesia-práxis com seu Lavra Lavra (1962) e Nelson Pereira dos em meio a ramos de trigo, aquecido por velas espalhadas Santos no cinema com seu Vidas Secas (1963), com Alabê de ao seu redor, Alabê de Jerusalém desce ao terreiro. O ter- Jerusalém Altay Veloso estabelece um divisor de águas para a reiro onde, desde o início da ópera, "baixa" Alabê, é, na música popular. Ele, que não só veste a pele de Alabê como verdade, um estúdio de gravação. Lá estão as Velhas parece "baixar" Clementina de Jesus, a Mãe Quelé, com sua Guardas da Mangueira e da Portela, e também Jorge Ara- ópera criou magnífica ode às mães, às mulheres-terra-naturegão e Paulinho Mocidade. Acompanhados pela Orques- za, na qual o real e o imaginário caminham juntos, de mãos tra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, re- dadas, rumo ao inconsciente coletivo. gida comovidamente pelo maestro Leonardo Bruno, é lá Resumo da ópera: Alabê de Jerusalém é obra-prima! que prossegue o espetáculo: um desfile de nomes destacados na música brasileira, cada um cantando uma ária Aquiles Rique Reis da ópera Alabê de Jerusalém. é vocalista do MPB4 e autor de Brilham intensamente Selma Reis, Marku Ribas, José ToO Gogó de Aquiles, ed. A Girafa.
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um tributo a um grande músico, é difícil o espetáculo conseguir chegar à altura do homenageado. Méritos para a produtora Miriam Taubkin, que venceu as dificuldades homenageando não apenas um, mas quatro grandes nomes da música brasileira: Villa-Lobos, Pixinguinha, Luiz Gonzaga e Tom Jobim. Para tanto, reuniu, no último final de semana, no Teatro Alfa, um elenco de altíssima qualidade, estrelado por Paulinho da Viola, Dominguinhos e Ney Matogrosso, que trouxe, ainda, Fábio Zanon, Quinteto Villa-Lobos, Cris Aflalo e o duo Ana Luíza e Luis Felipe Gama. Até mesmo na banda de apoio Miriam se esmerou, formando um time com alguns dos melhores músicos em atividade no Brasil: Proveta, Izaías, Israel 7 Cordas, Edson Alves, Zeca Assumpção, Zezinho Pitoco, entre outros. O show, que levou os nomes dos seus homenageados, foi criado, inicialmente, para uma comemoração fechada, ocorrida em março deste ano, em função dos 75 anos da empresa Roche no Brasil. A idade da empresa foi a inspiração para a criação do repertório, destinado a traçar um panorama da música brasileira nas últimas oito décadas. O resultado, entretanto, foi tão bom, que estimulou a produtora a angariar recursos e adequar agendas para sua realização com bilheteria aberta. O tom celebrativo, comum a qualquer homenagem, dominou todo o programa, mas não o levou a um passadismo estéril. "O projeto não pretendia nada além do que mostrar a beleza dos clássicos, mas com arranjos novos, interpretações não tão usuais e encontros inéditos", explica a produtora. Outra característica marcante foi a combinação harmônica de música popular e erudita. Miriam, que acredita que a MPB mais sofisticada tende a se transformar em música erudita no futuro, fez questão de
desconsiderar quaisquer barreiras entre uma e outra. "Eu acho que os clássicos dos dois lados, as músicas que ficam, são capazes de traduzir isso mais do que qualquer palavra. Por quê Asa Branca, que saiu da cabeça do Luiz Gonzaga, não poderia ter saído da cabeça de um Tom Jobim ou de um Villa-Lobos? É um limite tão tênue...", argumenta. O concertista Fábio Zanon, o primeiro a subir ao palco, por sua vez, enxerga com otimismo a aproximação da música popular à música erudita, inclusive pela assimilação de platéias: "Pra mim, é um grande privilégio tocar num
Ney Matogrosso: MPB sofisticada
espetáculo como esse porque eu não tenho muitas ilusões sobre aquilo que eu faço. Dentro de todo o cenário musical, a música clássica é uma coisinha assim e, dentro da música clássica, o violão é uma coisiquinha ainda menor. Sei que, nesse caso, estou tocando para as pessoas certas!", diz. Fábio vê em Villa-Lobos, o autor de quem interpretou com muita competência Choros n° 1, um elo privilegiado entre as salas de concerto e a MPB. "Quando ele dizia que o João Pernambuco era um compositor de primeiríssimo nível,
muita gente pensava que era demagogia. Mas, se você pensar que o João Pernambuco e o Villa-Lobos usam o mesmo procedimento técnico, a mesma maneira de encarar a geografia do braço do violão, percebe que ele fez essa ponte entre um universo e outro de forma espetacular, tem uma centelha de genialidade!", ensina. Porém, no dia-a-dia do meio musical, a relação entre populares e eruditos nem sempre foi tão amistosa. Luiz Gonzaga, por exemplo, poucas vezes teve o reconhecimento dos setores mais sofisticados da cultura nacional, o que, aliás, ressalta a importância e a ousadia da iniciativa de Miriam. Para interpretá-lo, a produtora preparou três boas surpresas. A primeira foi Dominguinhos, principal herdeiro musical do mestre, dividindo o microfone com a talentosíssima Cris Aflalo em números como Respeita Januário e O Xote das Meninas. A segunda foi o mesmo Dominguinhos cantando Assum Preto sem tocar sanfona, embalado apenas pelo bonito arranjo de Edson Alves para a banda, num dos momentos mais emocionantes do show. "E eu com medo até de errar a letra!", disse ele, referindo-se ao ineditismo do formato. Já no terceiro e último número, Asa Branca, o sanfoneiro teve a insólita e preciosa companhia do sambista Paulinho da Viola. O versátil Dominguinhos, que improvisou sobre a Correnteza de Jobim com a mesma desenvoltura com que apresentou o repertório de Luiz Gonzaga, foi, aliás, o maior destaque do espetáculo. Outro que chamou muito a atenção foi Paulinho, sobretudo seus ótimos solos de cavaquinho nos temas de Pixinguinha. Um último grande destaque precisa ser dado ao cenário – mais exatamente, um vídeocenário, com duas telas de projeção, desenvolvido especialmente para a apresentação –, que, embora com alguns deslizes, era deliciosamente criativo.
NO TEMPO DAS MODINHAS O grupo Anima interpreta modinhas brasileiras e canções medievais. Domingo (12). Sesc Vila Mariana, rua Pelotas, 141. Tel.: (11) 5080-3000. Às 18h. R$ 15.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.LAZER
sexta-feira, sábado e domingo, 10, 11 e 12 de novembro de 2006
COM A PALAVRA...
CONCERTO
Fotos: Marcelo Min/AFG
O teatro canta, sangra e canta de novo. A dificuldade para atrair o público é eterna neste País cercado de burocratas que não sabem nada sobre a possível morte da arte.
ABUJAMRA PERSONALIDADE
Sérgio Roveri
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O cinema está com força internacional e o Brasil ainda vive um pouco da monstruosidade introspectiva de autores com 30 ou 40 personagens serem adaptados para dois ou três.
rovocador que se preze é aquele capaz de disparar contra a própria trajetória uma incontrolável munição de ironia e sarcasmo. "Foram 127 peças dirigidas em 57 anos de carreira – mais de cem fracassos. E da primeira experiência sexual eu não me lembro". Quem mais teria tanta autoridade para cutucar a biografia pessoal se não o ator, diretor e autor Antonio Abujamra, 74 anos completados no último setembro e uma infinidade de prêmios que atesta que, afinal, não devem ter sido tão numerosos os fracassos. Avesso a entrevistas e com um prazer inesgotável em desafiar jornalistas, Abujamra tornou-se o exemplo mais lapidado do sujeito que perde o amigo, mas não a piada. Se o motivo da piada for ele próprio, tanto melhor. Nascido na cidade de Ourinhos, interior paulista, Abujamra começou a carreira teatral em Porto Alegre. Em meio século, espalhou sua grife pelo cinema, teatro e televisão – ainda hoje é apontado na rua como o Ravengar, o memorável bruxo da novela global Que Rei Sou Eu?, de Cassiano Gabus Mendes. Dos 14 longas de que participou, saiu com um prêmio Kikito de melhor ator por sua atuação em Festa, de Ugo Giorgetti. Duas montagens dirigidas por Abujamra podem ser vistas no momento na cidade. A primeira delas é Senhora Macbeth, texto da autora argentina Griselda Cambarro, em cartaz no Teatro do Sesc Vila Mariana, com Marília Gabriela à frente de um elenco em que também se destaca Selma Egrei, uma das atrizes mais assíduas no prontuário do diretor. A outra montagem é O Escrivão, pungente novela do americano Herman Melville, o autor de Moby Dick, que ocupa o palco do Aliança Francesa. Como prova de que todo provocador também tem seus momentos de quietude, ao ser indagado nesta entrevista ao DC sobre suas expectativas em relação ao segundo mandato do presidente Lula, o velho Abu saiu-se assim: vamos aguardar. Vindo de quem vem, até esta bandeira branca pode ter o sabor de uma deliciosa provocação. DC: O senhor foi um dos primeiros artistas a apoiar o projeto Teatro nas Universidades, uma iniciativa pioneira que vem levando, nos últimos dois anos, montagens profissionais às principais faculdades de São Paulo, sem nenhum custo para os estudantes. Em que momento o senhor sentiu a necessidade de participar deste projeto? Antonio Abujamra: O projeto Teatro nas Universidades é criação dos atores Nicete Bruno e Paulo Goulart – grandes artistas e grandes amigos – que estão sempre à frente da solidariedade humana e vendo a educação e cultura neste País não evoluir como deveria acontecer. Eles me convidaram e eu, apesar de cético, vi a grandeza possível e apresentei o monólogo A Voz do Provocador. Qual foi sua reação ao constatar que, de acordo com a pesquisa que antecedeu o projeto, mais de 60% dos universitários nunca tinham ido ao teatro antes?
A reação desses alunos que nunca foram ao teatro foi um desabrochar retórico – quase nunca haviam pensado que o teatro abre suas cabeças. Esta reação também demonstra que eles podem ter as diametrais vivências dentro de uma sociedade que impõe regras que a razão deles percebe que são completamente loucas – com a primeira vez vendo teatro, eles começaram a perdoar a vida... O senhor acredita que o teatro, ao contrário de outras linguagens como o cinema ou a música, tenha mais
nas cabeças desses jovens como se fosse a lei da vida. Isso destrói pertinazmente. Na realidade a elite não nos interessa muito. Eles vão para os Estados Unidos e Europa para ver e contar que viram, sem entender. O teatro é caro? Para quem gosta e sabe que aprende a se divertir com a visão crítica que alimenta chuvas e dá um alimento maravilhoso para seus corações o teatro é mais barato que qualquer outra coisa sem calor de nada e sem consolo.
A elite não nos interessa muito. Eles vão para os Estados Unidos e Europa para ver e contar que viram, sem entender dificuldade em atrair o público? O teatro canta, sangra e canta de novo. A dificuldade para atrair o público é eterna neste País cercado de burocratas que não sabem nada sobre a possível morte da arte. Grande parte do público diz que o teatro no Brasil é um programa caro e elitista. O senhor concorda com esta afirmação? Todos os artistas querem ser populares. Só que o nosso popular não é a estética da pobreza e nem a argumentação do equívoco que querem jogar
O senhor acredita que exista uma maneira de tornar o teatro mais acessível à maioria da população? É indispensável que o teatro seja acessível para as classes populares que, sempre que são chamadas a assistir, demonstram uma identidade como se fossem pássaros-pétalas adejando felizes na platéia. O senhor acredita que um novo público esteja sendo formado c o m o p r o j e t o d o Te a t r o n a s Universidades? Vejam os resultados da beleza des-
se novo público que deveria ter começado há muitos anos. Deslumbrante. No momento, duas peças dirigidas pelo senhor estão em cartaz na cidade, Senhora Macbeth e O Escrivão. E o senhor continua viajando com A Voz do Provocador. O que existe de determinante num trabalho para que o senhor aceite dirigir ou atuar nele? Eu preciso pelos menos de uma frase gongórica em cada peça... O senhor acredita ser um diretor de fácil convivência ou é um pouco complicado trabalhar com "o velho Abu"? É muito fácil trabalhar comigo. Eu dou sempre razão aos atores e atrizes. O senhor acabou de voltar de uma viagem pela Argentina, um país que estaria vivendo, no momento, uma fase de produção cinematográfica que os críticos afirmam ser mais efervescente que a produção brasileira. O senhor diria o mesmo em relação à cena teatral de lá, comparada com a brasileira? O teatro argentino tem uma estética absolutamente mais aprimorada, porque eles possuem teatros experimentais e clássicos, subvencionados pelo governo e a voz popular, mesmo na grande crise que enfrentaram, era "... podemos não comer tanta carne, mas sempre teremos que assistir a um espetáculo teatral". O cinema está com força internacional e o Brasil ainda vive um pouco da monstruosidade introspectiva de autores com trinta ou quarenta personagens serem adaptados para dois ou três. O senhor se sente esperançoso em relação ao segundo mandato do presidente Lula? Temos de aguardar. O senhor poderia adiantar seus projetos de trabalho para 2007? Os Demônios, de Dostoievski, o eterno pensamento de todos os diretores de teatro do mundo.
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om o alaudista e compositor Sami Bordokan e conjunto especializado em música árabe. No repertório, temas populares libaneses e peças árabes clássicas com instrumentos típicos. Auditório do Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141. Tel.: (11) 5080-3000. Sexta (10), 20h30. Ingresso: R$ 6. Sinfônica - Neste domingo (12) a Orquestra Sinfônica Municipal, sob a batuta de Osvaldo Colarusso, interpreta obras de Schuman (Sinfonia Nº 2); Schoenberg (Música para uma Cena de Filme); Vicenti Monti (Czardas) e Johann Georg Albretchsberger (Concerto para Trombone e Orquestra). Teatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, s/nº. Tel.: (11) 3222-8698. 11h. R$ 10 e R$ 15.
DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006
São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006
KIA PICANTO
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DCARRO
menor compacto em comprimento - 3.495 mm disponível no País". Jovens - A exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, onde cerca de 16% dos carros da marca são comprados por pessoas entre 18 e 25 anos, fazendo da Kia Motors uma das marcas preferidas dos consumidores desta faixa etária, a Kia quer conquistar os jovens também aqui no Brasil. Como atrativo, a marca registra que o Picanto vem na condição de compacto premium, oferecendo padrão diferenciado dos modelos do segmento. No coreano são muitos os itens de série que são opcionais em outros modelos da mesma categoria. O distribuidor da montadora tem expectativa de comercializar 800 carros até dezembro. Para 2007 prevê a venda de 2.400 unidades. Os representantes da marca no Brasil apontam os compactos com acabamento e itens de série equivalentes, concorrentes diretos do Picanto: Citroën C3 1.4, Fiat Idea 1.4 e o Honda Fit 1.4, este último sendo o único com a opção de câmbio automático. Nos três veículos citados pela Kia, é preciso destacar que têm propulsores bicombustível, o que não é oferecido no carro coreano, cujo motor roda apenas com gasolina
A enorme grade é destaque no Kia
No lavajato, preparando-se para conhecer a metrópole
Grandes também são os faróis
12 válvulas - O motor do Picanto tem 1.1 litro, quatro cilindros e três válvulas por cilindro. São 64 cavalos para empurrar 890 kg na versão manual, e 910 kg na automática (peso em ordem de marcha). O freio dianteiro é a disco e o traseiro a tambor. As rodas, em liga leve de 14 polegadas, são equipadas com pneu 165/60 R14. Destaque curioso para o estepe, chamado temporário com medidas menores: 105/70 R14 - "para a otimização de espaço, bem como para sugerir ao motorista que faça o reparo no pneu danificado o mais breve possível", justifica a Kia. No Brasil, nenhum carro sai de fábrica com este tipo de estepe. Luiz Prado/Luz
URBANÍSSIMO
Com 3,49 m de comprimento, 1,95 m de largura, 1,48 de altura e motor 1.1, o Picanto é o mais urbano dos modelos do mercado. E seu comportamento é exemplar na cidade, especialmente quando equipado com câmbio automático. CHICOLELIS
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ão espere deste carro arrancadas espetaculares nas saídas do semáforo, magníficas retomadas nas estradas ou alucinantes velocidades finais. Isto é coisa para superesportivos. Mas se você quer um carro de uso preferencialmente urbano - pequeno, confortável, com um bom ar-condicionado, rodar macio, espaço para as pernas e até opção de transmissão automática, de 4 velocidades com Over Drive - a Kia tem o modelo adequado: o Picanto, que anda bem com seu pequeno motor 1.1 e gasta pouco, mesmo rodando o tempo todo com o ar ligado. Paga-se R$ 34.900 pela versão mecânica, a mais econômica. Com R$ 39.900 compra-se a auto-
mática. Rodamos com o automático e obtivemos índices de consumo entre 9 e 10 km/litro na cidade, com o ar-condicionado ligado. Na estrada seu rendimento não foi muito melhor que esse, já que havia necessidade de manter o acelerador sempre no fundo para não perder velocidade nos trechos de subida. Em ambas as versões, a vantagem de uma garantia de cinco anos. O Picanto é produzido na Coréia do Sul e comercializado em diversos países da Ásia, América Latina e Europa. A idéia da direção da Kia no Brasil era participar do chamado segmento de entrada do mercado, com um carro pequeno e econômico. E, conforme José Luiz Gandini, seu presidente, este momento chegou com o Picanto: “Agora temos um produto neste segmento. Aliás vale lembrar que o Picanto é o
No Minhocão, o outdoor ao fundo lembra um de seus problemas para enfrentar o mercado: ele não é flex. E isto pode ser um obstáculo para as vendas.
O pequeno Picanto defronte de um dos marcos da cidade, a Igreja de N.S. Achiropita, no urbano e tradicional bairro do Bixiga
Frente característica - Além da cor, laranja, o Picanto avaliado pelo DCarro chamou a atenção pelo seu tamanho - menor que o Ford Ka - e por sua frente, com enorme grade do radiador pintada na cor do carro e contrastando com os faróis de grandes lentes de policarbonato. O design foi criado pela equipe européia da Kia. Ousadia - Além da cor exterior, a Kia também ousou no seu interior. O laranja aparece na parte central dos bancos, emoldurado pelo preto para realçar a cor berrante, formando conjunto harmonioso, ainda que distante dos padrões brasileiros, cujo mercado só tem olhos para carros pretos, pratas e brancos há pelo menos 20 anos. É bom andar no Picanto. Mesmo as pessoas mais altas acima dos 1,85 m - conseguem se acomodar bem atrás do voSob o Minhocão, enfrentando bem os buracos da Amaral Gurgel
Não faltou visita ao templo paulistano do futebol
lante, com boa condição para dirigir. Se o motorista for mais baixo, o grandalhão vai se acomodar bem no banco traseiro. Caso contrário, vai ficar bem justo, com o joelho pressionando quem estiver na frente. Os instrumentos do painel são de fácil leitura e com os controles ao alcance do motorista. Os bancos traseiros, rebatíveis, são bipartidos na proporção 60:40 para acomodação de bagagens. Quando totalmente rebatidos, oferecem 882 litros. Como acontece com os carros atuais, o Kia Picanto também vem cheio de pequenos espaços para colocar "trecos". Eles estão distribuídos por todo o interior do veículo.
Bancos rebaixados: cabe uma bicicleta
Exclusividade no câmbio automático
Por dentro, audácia de cores
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006
MERCADO/AUTOINFORME Divulgação/Fiat
UM ANO
O Fiat Idea depreciou 6,8% em um ano, índice similar ao dos seus concorrentes mais diretos
DE VIDA
Já o Vectra teve desvalorização de 12,46%, porcentual superior ao do Corolla e do Civic
Divulgação/GM
Modelos lançados em 2005, como Fiat Idea, Vectra, perua Peugeot 206 e Crossfox, têm boa aceitação no mercado
A
lguns carros estão completando um ano de vida no mercado brasileiro e já é possível saber um pouco sobre o comportamento deles no segmento de usados, como, por exemplo, sua desvalorização inicial. Estudo da Agência AutoInforme, que utiliza como base a cotação da Molicar, comparou o preço do carro zero-quilômetro cobrado nas concessionárias há um ano com o valor atual, no varejo, do seu similar usado. A conclusão é que os modelos novos tiveram boa aceitação no varejo brasileiro e depreciação dentro da média de seus concorrentes. O Fiat Idea, vendido desde setembro de 2005, teve desvalorização pouco abaixo dos seus concorrentes diretos. Segundo a pesquisa, o preço da minivan da Fiat teve queda de 6,8% depois de um ano de uso, porcentagem um pouco superior à do Palio, modelo do qual o carro é derivado (o hatch perde, em média, 5,7%). A Meriva, da General Motors, desvaloriza 6,9% e o Fit, da japonesa Honda, 7,28%. A perua 206, da Peugeot, vendida desde abril do ano passado, perde cerca de 7,2% de seu valor depois do primeiro
ano. O porcentual fica acima do índice registrado no caso do modelo hatch da marca francesa, que na média é de 6,8%, e de seus concorrentes diretos, como a Volkswagen Parati e a perua Fiat Palio, que sofreram desvalorização de 6,54% e 5,34%, respectivamente. Quase igual - Já o Crossfox, também da Volkswagen, completou um ano de vida em março e tem baixa desvalorização, perdendo 6,9% no primeiro ano, um
pouco acima do Fox, que perde 6,4% do seu valor. Se ele for comparado com o EcoSport, até chega a levar vantagem, já que o carro da Ford tem uma desvalorização média de 7,45%. Os três carros, quando comparados com os hatchs pequenos dos quais são derivados, têm depreciação maior, mas
não se pode levar em conta este fator, porque o mercado brasileiro tem como característica a baixa desvalorização dos veículos, considerados mais populares. Na verdade, a elevada demanda dos chamados carros compactos no mercado brasileiro acaba favorecendo o valor de revenda desse tipo de produto. Acima da concorrência - O Chevrolet Vectra reestilizado com motor flex, que também está completando um ano de vendas no Brasil, tem depreciação média de 12,46% depois do primeiro ano de uso. O índice é praticamente o mesmo das versões antigas do mesmo modelo, apesar de ser maior que o de seus concorrentes diretos do segmento de sedans médios. O Toyota Corolla desvaloriza 10,73%; o Honda Civic, 10,23%; e o Astra sedan, também da General Motors, 9,89%.
PERUAS
X-Treme Motorsports
GRAND TOUR CHEGA DIA 24 A
MOTORES RONCANDO ALTO O
Renault vai colocar no mercado, a partir do próximo dia 24, a versão perua do Mégane, a Grand Tour. E a empresa parece estar otimista com relação ao desempenho do carro. Se forem confirmadas as expectativas da marca francesa - de comercializar 5.200 unidades em 2007 -, seu produto virá para bater de frente com a líder Fielder, que vendeu 6.904 unidades de janeiro a setembro deste ano. O preço da Grand Tour será praticamente igual ao do modelo da Toyota (cerca de R$ 70 mil). O derivado do Corolla tem apenas uma versão de motorização, a 2.0 a gasolina, com câmbio manual, que sai por R$ 66 mil, ou automático, por R$ 70 mil. Além disso, a Toyota disponibiliza também a série esportiva S: a manual custa R$ 70 mil e a automática, R$ 75 mil. Já a perua Mégane terá o diferencial do
motor 1.6 flex, na versão com câmbio manual. A outra opção será a 2.0 a gasolina, com transmissão manual ou automática. Ambas estarão disponíveis apenas para o Mégane top de linha, o Dynamique. Os outros representantes do segmento passam longe dessa briga. A perua Peugeot 307 vem equipada com motor 2.0, custa R$ 79,8 mil e teve 774 unidades vendidas entre janeiro e setembro. O carro vem apresentando crescimento, já que em 2005 esse número ficou em 559. Enquanto isso, a Marea Weekend tem caído a cada ano. No acumulado deste ano, saíram das concessionárias apenas 70 unidades. A Fiat tinha fechado 2005 com 205 unidades do carro. A perua tem quatro versões: SX 1.6, que sai por R$ 48,8 mil; ELX 1.8, R$ 57,2 mil; HLX 2.4, R$ 83,3 mil; e 2.0 turbo, R$ 78,2 mil.
público paulista mal se recuperou do Salão do Automóvel e já se prepara para receber um novo evento. Mas desta vez o choque não será somente pela beleza dos carros expostos. O X-Treme Motorsports promete empolgar não só com a customização de automóveis, mas também com o ronco dos motores. Entre as atrações desta 3ª edição estará um dos mais empolgantes esportes a motor, que já é uma realidade no Japão e que começa a despontar aqui no Brasil: o Drift, em que o piloto força uma situação em que o carro começa a perder o controle, mas de forma já esperada, ou seja, é "saber controlar o descontrole do veículo". Na arena externa haverá também apresentações de um Big Foot de 2.500 cavalos, que já esteve presente na última edição, e que este ano deve "literalmente" passar por cima de um ônibus.
Além disso, haverá sessões de Burn Out, apresentações de manobras radicais com motocicletas e na parte interna do evento, exposição de carros personalizados e cerca de 70 empresas mostrando as últimas novidades do segmento. O evento ocorrerá entre os dias 24 e 26 de novembro, das 10h às 22h, no Centro de Exposições Imigrantes - Rodovia dos Imigrantes, km 1,5. Os ingressos serão vendidos nas bilheterias do local ao preço de R$ 15. Para quem levar 1 quilo de alimento não perecível a entrada custará R$ 12. Crianças até 6 anos e visitantes acima de 65 não pagam. Durante a 2ª edição do evento o local recebeu cerca de 58 mil visitantes e foram arrecadadas quatro toneladas de alimentos que foram distribuídos para 15 diferentes instituições. Para este ano a previsão é que cerca de 65 mil pessoas passem pelo local.
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DIREÇÃO SEGURA Divulgação
COMO LIDAR COM O RISCO O curso de direção segura oferecido pela Mercedes-Benz para os brasileiros é praticamente o mesmo que o ministrado na Alemanha. Até os instrutores são técnicos vindos de lá. ANDERSON CAVALCANTE
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Mercedes-Benz realizou em Americana, São Paulo, a quinta edição do Mercedes Intensive Driving Safety Training, treinamento criado para conhecimento de técnicas de ergonomia e dirigibilidade. O curso tem como lema a pergunta "Fazemos os automóveis mais seguros, mas e os condutores?" e foi ministrado por instrutores da DaimlerChrysler da Alemanha, no campo de provas da Goodyear. Em uma breve aula teórica foram descritos todos os exercícios do curso e apresentadas informações levantadas em pesquisa realizada pela empresa na Europa como, por exemplo, que 90% dos acidentes de trânsito ocorrem devido a falhas humanas e, muitas vezes, em ve-
locidades baixas, a menos de 70 km/h . Os participantes convidados foram jornalistas especializados, concessionários, compradores em potencial e clientes da marca, que realizaram diferentes testes dinâmicos com os modelos Classe C 230, C 180, B 200, E 350, E 500, CLS 350, CLS 500, C 55 AMG, CLK 350 e A 200, todos da Mercedes-Benz. Situações de risco - O Curso de Direção Segura é dividido em cinco diferentes provas práticas com o objetivo de que os participantes aprendam a reconhecer riscos eminentes, reagir corretamente e de forma instantânea em casos de perigo, dominar o automóvel em situações limites e conhecer e saber a melhor forma de utilizar recursos eletrônicos disponíveis nos veículos que au-
Na pista de testes, cones simulam um circuito com situações de risco
xiliam na segurança, como o sistema de freios com antitravamento, ABS, e o controle de estabilidade, ESP. Durante uma das provas, o condutor precisa ziguezaguear, em média, a 40 km/h entre fileiras de cones (slalon). Nos exercícios de frenagem em curva são simuladas situações que exigem ações bruscas realizadas em circuito molhado. Há ainda exercícios sobre deslocamento de carga que mostram como a distribuição de peso influi na estabilidade do
automóvel, curvas em alta velocidade também com circuito molhado (com o sistema ESP ligado e também desligado) e o teste do alce, em que o condutor precisa desviar o veículo de um obstáculo sem frear, a aproximadamente 70 km/h. No Brasil, a primeira edição do Active Safety Experience foi realizada pela Mercedes-Benz em 2001, mas na Alemanha já acontece há mais de 30 anos. Atualmente o curso é realizado em 15 países e treina mais de 25 mil pessoas por ano.
Ano 81 - Nº 22.252
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R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Ofertas de Natal no varejo
Edição concluída às 23h35
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GRAMSCI NA ACSP Debate sobre Antonio Gramsci com o autor de A Revolução Gramscista no Ocidente, às 17h, na Associação Comercial. Pág. 5
Caio Guatelli/Folha Imagem
Reprodução
COMUNISTA POR 1 DIA
AEROPORTO II
Ernesto Rodrigues/AE
Tadeu Vilani/Agência RBS
O comunismo chegou ao poder em Brasília, ontem à tarde, com a substituição do presidente Lula, em visita ao presidente Chávez, na Venezuela, pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo, do PC do B-SP (foto à esq.). O comunismo retomará o poder dia 30, então por 8 dias, quando o Aerolula fará várias escalas na África. O presidente Aldo Rebelo prometeu que será um comunista muito discreto. Página 3
Miauuuu... Auau!
Atrasos em vôos nacionais e internacionais recomeçaram (na foto, Congonhas). Infraero reclama da "falta de gente". Em Logo
Uma gata gaúcha deu à luz três gatinhos com cara e latido de cachorro (à dir.), mas que também miam. O suspeito é o cachorro da vizinha. Em Logo Luiz Prado/LUZ
Thaier al-Sudani/Reuters
TA S I N A B O UR idades ra c
Feito pa
Oriente Médio: guerras sem fim. HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 13º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 13º C.
O Iraque continua sangrando (foto). No Líbano, o Hezbollah sai do governo. O premier de Israel e Bush se reúnem hoje, em Washington, ambos decadentes. A Liga Árabe rompe o boicote anti-palestino e quer uma conferência de paz. Oriente Médio, C 4
Ed Ferreira/Agência Estado
A festa pode ser domingo Se ganhar mais uma, o Tricolor leva a taça. Fabão (foto) marcou ontem contra o Goiás. Esporte
DCARRO
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São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006
CARRO BLINDADO André Penner
POLÍTICOS REFORÇAM SEGURANÇA O perfil dos usuários de blindados está mudando. A classe política ampliou sua fatia de 3% para 12% e os juízes já respondem por 5% da demanda do setor. ALZIRA RODRIGUES
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mpresários e executivos ainda dominam o mercado de carros blindados, com 63% de participação na demanda do segmento. Mas outros profissionais estão demonstrando maior preocupação com a segurança pessoal e familiar. Os políticos, por exemplo, já respondem por 12% das vendas da indústria de blindagem, índice que no início da década era de apenas 3%. E os juízes, que antes representavam 2%, agora detêm uma fatia de 5% entre os que têm procurado este tipo de proteção extra. Os dados constam de pesquisa recémdivulgada pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), que traça um perfil do usuário do setor. "A grande mudança está justamente no crescimento da participação dos políticos e dos juízes", revela o presidente da entidade, Franco Giaffoni. A categoria empresários/executivos, que também envolve seus familiares, dominava amplamente os negócios da indústria de blindagem no início das suas operações no País. Mas sua participação baixou de 70% para 63% ao longo dos últimos cinco anos. Os artistas/cantores, que antes apareciam em segundo lugar no ranking do setor, com 10% de penetração, cederam a
Divulgação
Toyota Corolla, o mais blindado
O processo de blindagem envolve vários itens, com destaque para os vidros
posição para os políticos e agora têm um índice de 8%. "No passado, também era significativa a participação de profissionais liberais, como médicos e advogados. Agora eles nem aparecem isoladamente nas estatísticas. Passaram a ser incluídos na categoria 'outras' ocupações", explica Giaffoni. Na sua avaliação, atentados como os sofridos pelos prefeitos de Santo André e Campinas - Celso Daniel e Toninho do PT - podem ter contribuído para a maior procura de
carros blindados por parte de políticos. No caso dos juízes, a preocupação aumentou por conta de problemas com ameaças a esses profissionais.
Os dados gerais indicam que o maior número de usuários está na faixa de 25 a 29 anos (22,9%). Em seguida, com 18,4%, predominam pessoas entre 30 e 39 anos.
Sexo - A pesquisa mostra, ainda, que as mulheres representam 29% dos usuários de veículos blindados, sendo que 30% delas têm entre 40 e 49 anos. Entre os homens (71% dos usuários), a maior concentração está entre os que têm de 25 a 29 anos (26%).
Ranking por modelo - Outro dado indicativo do perfil do usuário é o ranking dos carros mais blindados. O Toyota Corolla continua sendo o primeiro da lista. É único considerado médio entre os mais blindados. Na seqüência, vêm o Vectra (Chevrolet), a Hilux (Toyota), o Passat (VW) e o Fielder (Toyota). No primeiro semestre de 2006, houve um crescimento de 7% na produção de veículos blindados, conforme dados da Abrablin. Nos primeiros seis meses deste ano foram produzidos 1.939 carros blindados, contra 1.813 em igual período de 2005. O crescimento da produção é creditado ao aumento da violência. "Dois fatores influenciam nos nossos negócios", explica o presidente da Abrablin. "A demanda no mercado de carros zero-quilômetro e a questão da segurança urbana. Maio, quando ocorreu a primeira onda de atentados do PCC, em São Paulo, foi o mês com a maior demanda". Segundo Giaffoni, as vendas neste segundo semestre estão mais aquecidas que no primeiro, o que pode gerar uma alta de 10% no movimento do ano. Serviço - Os veículos blindados têm de ser registrados nos Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito), conforme disposto em Portaria do Departamento Nacional de Trânsito. Para ter um carro blindado a pessoa precisa de autorização prévia da Secretaria de Segurança do Estado onde reside. Eles só poderão ser vendidos ou locados àquelas pessoas (física ou jurídica) que comprovarem idoneidade ao vendedor, através de uma série de documentos, incluindo certidão de antecedentes criminais.
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Paulo Pampolin/Hype
1 Para as crianças, o diferente não é fora do normal. E se pensarmos bem, o que é ser normal?" Maria Clara, diretora do Colégio Clip
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á quase dois meadversidades do ser humano. ses a rotina de Die"Antigamente, as pessoas espeno Amorim dos ciais, de maneira geral, ficavam trancafiadas em casa. Não iam à Santos, de 17 anos, mudou. E para melhor. Portaescola e não tinham vida social. dor de deficiência intelectual, A visão do ser humano para esele veio de Salvador, sua terra se fato está mudando. Hoje, os natal, para morar com uma tia portadores de deficiências vão à e a avó doente. Em São Paulo, escola, a festas. A cada dia, confoi à escola pela primeira vez. seguimos uma nova vitória", Dieno é aluno da Sociedade disse a psicóloga. Pestalozzi, que cuida de 450 Para Cristina, um dos grancrianças e jovens portadores des problemas ainda é o prede deficiência intelectual. Graconceito. "Ter um amiguinho ças a um projeto de inclusão, especial na sala de aula é norhoje ele trabalha em grande mal para as crianças, que se trauma rede de fast-food. tam de igual para igual. O que "Faço de tudo um pouco", disacontece, muitas vezes, é o prese Dieno. "Lavo louça, atendo os conceito dos pais. Eles não clientes, levo o troco, arrumo os querem seus filhos estudando pratos e os talheres. Do que mais com os especiais. Isso acontece eu gosto? De limpar as mesas", porque não conseguem entenafirmou. A deficiência de Dieno der como funciona esse munsó é percebida mesmo durante a do especial ou, simplesmente, Henrique abraça amigo durante o almoço: no Colégio Clip, dos 470 alunos, 50 são especiais. As crianças tratam todos de igual para igual. conversa. Às vezes ele confunpor puro preconceito", disse. de a própria idade. Chegou a diQuem é normal? – A diretozer que tinha 14 anos e tinha ra do Colégio Clip, em Guarulhos, Maria Clara Faccini Macuma filha chamada Paloma, com um ano de idade. Mas nada ca, psicóloga escolar e pós-gradisso é verdade. duada em Saúde Mental da "É muito bom trabalhar. Criança e do Adolescente e em Com o dinheiro que recebo, Formação de Professores para A participação de uma criança com Síndrome de Down em uma novela global um salário mínimo, ajudo em Educação Inclusiva, é uma tescasa", disse. De acordo com intemunha de que, na maioria reacendeu a discussão sobre a inclusão de pessoas especiais. Educadores formações da Sociedade Pestadas vezes o preconceito não é lozzi, Dieno estuda na instituida criança. "Quando os pais afirmam que, muitas vezes, o preconceito é o grande culpado pela não-aceitação de ção há mais de 5 anos e não tem vêm ao colégio, explicamos uma criança numa escola, por exemplo. No fundo, a normalidade está em xeque. filhos nem namorada. que temos crianças com condiO gerente da loja onde Dieno ções especiais. Muitos nem Kelly Ferreira trabalha, Ivanilton Machado voltam para matricular os fide Oliveira, Paulo Pampolin/Hype lhos", disse. disse que anDos 470 tes de decidir alunos do copela contratalégio, 50 são ção ficou com especiais. um pouco de Henrique e receio. "PriAmanda, meiro fui coportadores de nhecer a instiDown, e Cétuição, para sar, deficiente saber se, de visual, são alguns deles. fato, o trabalho que eles Seu dia-a-dia faziam era séna escola é rio. Não me igual ao dos arrependo de o u t r o s a l utê-lo contranos. Eles lêtado. Ele é e m , e s c r eAriane adora fazer artesanato com jornal muito espervem, converto e não preci- Leonardo Rodrigues/Hype s a m e s e d isa falar duas v e r t e m . vezes para ele Somente no fazer um sercaso de César viço. Mas não a situação é é porque ele é um pouco diespecial que f e re n t e . E l e temos de traescreve com tá-lo diferenuma máquitemente. Se na em braile e tiver de dar sempre é auIara Janaína é muito esperta e, sempre que pode, deixa as muletas de lado para andar mais rápido xiliado pelos bronca ou chamar a da. Principalmente depois que direção da Nova Escola prefe- e pais de crianças especiais, ain- amigos. "Eles respeitam as atenção, não Crianças especiais em sala de trabalho da Apae da há muito o que fazer pra ga- condições de vida de cada um. o tema chegou à TV, por meio riu não comentar o assunto. Para eles o diferente não quer penso duas O tema inclusão surgiu em rantir o direito a todos. da novela Páginas da Vida, e devezes. Além dele, tem o Bruno e Luciano Dias Pereira, porta- pois de notícias de escolas que 1994, quando a Unesco recoPreconceito - Para a psicólo- dizer fora do normal. E se penque também trabalha aqui e é dores de deficiência intelec- teriam rejeitado matrículas de mendou o fim da barreira entre ga especialista em educação, sarmos bem, o que é ser norespecial. Os clientes quando tual, preferem as aulas de culi- crianças especiais. as escolas especiais e as demais. Cristina Pereira de Oliveira, a mal?", disse Maria Clara. percebem as dificuldades dos nária. "É legal. Hoje ajudei a faEscolas estaduais começam a se Em nota enviada aos pais de De lá pra cá, muita coisa mu- inclusão dá a oportunidade de garotos para falar, elogiam a zer um bolo", disse Paulo. adaptar. Na página 2. seus alunos, a Nova Escola, dou. Mas, segundo educadores todas as pessoas lidarem com as iniciativa da empresa", disse. Discussão – Estas são ape- uma das escolas citadas, neEm breve, duas lojas do Ha- nas algumas pequenas histó- gou a recusa informou que não bib's, onde Dieno trabalha, na rias sobre inclusão de crianças houve rejeição, uma vez que região de Guarulhos, vão con- deficientes. A inserção dos um pedido formal de matrícutratar mais quatro jovens por- portadores de deficiências na la por parte da mãe da criança tadores de deficiência. sociedade, vivendo como um especial não teria sido apreHabilidades – "Isso é muito igual, é cada vez mais discuti- sentado. Procurada pelo DC, a importante para eles. Descobrimos as habilidades de cada um e procuramos colocá-los em empresas que obedeçam o perfil. Já temos 25 jovens trabalhando no projeto de emprego apoiado, no qual damos suporte para a empresa e para o jovem nessa nova etapa. Eles se sentem mais seguros, mais capazes. Muitos até se tornam arrimos de família", explicou a coordenadora de educação profissional da Sociedade Pestalozzi, Marli Mariano Calvente. Ariane Soares dos Santos, portadora de Síndrome de Down, ainda não trabalha, mas já sabe o que gosta de fazer. Foi nas aulas de artesanato que descobriu a sua vocação: trabalhar com jornal. "Faço suporte para vasos e luminárias. Só não gosto quando me atrapalham nas aulas", disse. Já os garotos Paulo Henrique Grilo Leonardo Rodrigues/Hype
ESPECIALÍSSIMOS
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
LIVRARIA ITINERANTE PELAS RUAS DE SÃO PAULO
750
milhões de reais foi o faturamento do mercado de venda direta de livros no ano passado
Fotos: Marcos Fernandes/LUZ
A LIVRARIA BATE À PORTA. E É BEM-VINDA Os livreiros ainda existem, e são mais de 30 mil atua como vendedora da enciclopédia há 22 anos. "Formei meus três filhos com esse trabalho. Conquistei minha independência financeira na Barsa." Apaixonada pelo trabalho, Guiomar diz que geralmente suas visitas ocorrem por indicação e com horário agendado. Ainda hoje, porém, é comum aproveitar uma visita para prospectar o potencial da vizinhança. "Recentemente, visitei uma escola no Parque Continental e depois saí batendo de porta em porta", conta. Dinâmica, Guiomar foi contemplada todos os anos com as premiações da empresa por conta de seu desempenho. Coleciona clientes até em outros estados e contabiliza vendas anuais em torno de 140 coleções. Mercado – Ao todo, 50 editoras atuam no mercado de venda direta. Vinte delas, incluindo nomes como Globo, Record, Nova Fronteira e Melhoramentos, têm nesse mercado um dos seus canais de distribuição. As 30 restantes estão
A ex-professora Guiomar Trindade Motta, vendedora da enciclopédia Barsa há 22 anos: formei meus três filhos com esse trabalho. Rafael Hupsel/LUZ
A maioria das visitas dos vendedores hoje é com horário pré-agendado
Antipon, conhecido das redações, onde começou sua venda direta
voltadas exclusivamente para o porta-a-porta, afirma o presidente da Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL), André Péres de Lima. O mercado porta-a-porta
vistas e jornais representam 70% de suas vendas. "É uma mudança brutal. Sorte que ao longo desses anos eu me especializei. Conheço as revistas e seus fornecedores. Trabalho de 12 a 14 horas por dia. É gratificante", afirma. Tanta dedicação valeu um convite para ter um ponto fixo dentro da Editora Globo, onde mantém uma livraria, administrada com a ajuda da esposa, Tereza. Encontrá-lo por lá não é fácil. Sua agenda de visitas e encomendas está sempre cheia. Expansão – Segundo a ABDL, o mercado de venda direta de livros faturou R$ 750 milhões em 2005, equivalentes a 35 milhões de unidades. "Esperamos um crescimento de 20% para este ano", afirma o presidente da entidade.
de livros também abriga a figura de atacadistas, como José Carlos Lima, do Grupo Desafio, do Recife (PE). Ele é reconhecido especialmente pelo treinamento de vendas que oferece, todos os anos, a cerca de 3 mil vendedores. Tem 200 vendedores autônomos e sua clientela é formada por 200 empresas, para as quais trabalham cerca de 3 mil livreiros. Em média, faturam de R$ 700 a R$ 800 por mês. "Há quem faça um trabalho mais direcionado e tire R$ 3 mil." Nichos – Para ter sucesso em nichos é preciso estar à frente do leitor, com sugestões, fazer muita pesquisa e ter metas. Essa é a fórmula do livreiro João Carlos Antipon. Há 22 anos no ramo, ele é muito conhecido nas grandes redações de São Paulo, onde iniciou seu trabalho de venda direta. O cuidado com o relacionamento abriu outros espaços para ele, no circuito de marketing político, assessorias de imprensa e eventos em geral – onde chega a ser convidado para montar bancas com títulos afins. Antipon diz que o mercado mudou muito nos últimos 12 anos. "A geração mais jovem não valoriza tanto o livreiro", comenta. Se não fosse pelo amplo circuito de relacionamentos que criou, ele duvida que teria conseguido reestruturar seu negócio. Atualmente, re-
O maior impulso de vendas ocorre no interior do País, especialmente no Nordeste. Nas grandes cidades, o negócio moldou-se às transformações do cotidiano e está mais presente nos bairros periféricos, nos ambientes de trabalho, eventos e feiras e escolas. "Com o problema de segurança, as pessoas têm medo de abrir a porta, e os condomínios limitam o acesso do vendedor. E mesmo na periferia, as pessoas estão no trabalho durante o dia", explica Lima. Segundo ele, os livros de literatura infantil são os campeões de vendas, seguidos de bíblias e outros títulos religiosos, além de volumes para pesquisa escolar, como coleções, dicionários e enciclopédias. Fátima Lourenço
Luta por reconhecimento
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Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL) luta pelo reconhecimento da profissão de vendedor de livros no País. "A figura do vendedor já aparece no texto de regulamentação da lei do Livro (Lei 10.753, de 30 de outubro de 2003). Esse é um começo de reconhecimento", afirma o presidente da entidade, André Péres de Lima.
A associação finaliza negociação com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) para ministrar um curso profissionalizante para esses profissionais. A meta é estrear o curso em março de 2007, durante o 5º Salão de Negócios da ABDL, evento que reúne atacadistas, varejistas e editoras que fazem parte desse mercado. (FL)
Editora cria livraria itinerante
U
m projeto da Musa Editora, o Musa Ambulante, quer resgatar o glamour da venda de livros porta a porta, mas de uma forma repaginada. Os livros serão vendidos em uma van estilizada, com diversos títulos para adultos e crianças. O carro vai parar em frente às faculdades e parques divulgando os livros de pequenas editoras. A idéia, que surgiu há seis meses, teve seu lançamento oficial no último sábado, na Rua Cardoso de Almeida, em Perdizes, com a presença do jornalista chicolelis, que divulgou seu primeiro livro infantil, "Pra Fora Rex". De acordo com a coordenadora do projeto, Leda Rita Cintra, a necessidade de opções para atingir a clientela se deve à prioridade das
livrarias por best sellers. "Os livros das pequenas editoras ficam escondidos, sem nenhum tipo de divulgação. O Musa Ambulante é uma forma de transpor a barreira dos grandes livreiros", diz Leda. Essa é a primeira livraria em quatro rodas do País. Por enquanto, a Musa Ambulante rodará apenas a capital. Em janeiro descerá a serra até o litoral paulista e seguirá também para o interior. "O projeto ainda é um pouco incipiente. Esta-
mos tateando, pesquisando nosso público e o estilo de leitura que prefere", afirma. "São livros de qualidade com preços de mercado. Muitas vezes um bom autor não consegue chegar às livrarias. Essa é uma luz para que eles consigam atingir o público." Para Leda, o Brasil precisa acabar com o hábito de não ter memória e não valorizar a própria cultura. Clássicos, por exemplo, muitas vezes só são lidos por estudantes em época de vestibular. "Estamos colocando na prática a frase que diz que o artista tem de estar onde o público está. Se o brasileiro não tem o costume de freqüentar livrarias, levamos a livraria até eles", diz. Divulgação
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ocê abriria a porta de sua casa para um vendedor de livros? " A i n d a e x i s t e i sso?", surpreendem-se, em geral, as pessoas. Hoje, cerca de 30 mil vendedores de livros atuam no sistema porta-a-porta no Brasil. Eles trabalham como autônomos ou integrados às equipes das cerca de 500 empresas do setor. Só a Editora Barsa Planeta, dedicada a essa modalidade de comércio desde a década de 1950, tem 1,5 mil representantes no País. Cerca de 200 deles no Estado de São Paulo, onde a empresa tem 200 vagas em aberto, conta a diretora de treinamento e marketing da Barsa, Sandra Cabral. Segundo ela, um representante da marca ganha, em média, entre R$ 7 mil e R$ 10 mil por mês. Além dos 22 volumes da Barsa (antiga Enciclopédia Britânica), hoje também disponível no formato multimídia, a empresa vende outros 17 produtos. A ex-professora G u i o m a r Tr i n d a d e M o t t a
Tatiana Vicentini
Nº 146 São Paulo, 13 de novembro de 2006
DCARR
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Chegou o Audi A4 com o poderoso motor 2.0 sistema turbocharger e injeção direta de combustível. "Voa" a mais de 230 km/h. Na pág. 3. A blindagem dos políticos não é mais só em Brasília. Agora blindam também seus carros. Neste caso é para se proteger dos bandidos comuns. Na pág. 8.
Luiz Prado/LUZ
Divulgação
KIA PICANTO
O CARRO DA CIDADE PÁGINAS 4 E 5
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Urbanismo Tr â n s i t o Inclusão Distritais
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PROFESSORES PRECISAM DE CAPACITAÇÃO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
É preciso incentivá-los. Inclusão quer dizer participação. Fátima Amatucci, coordenadora educacional da Apae-SP
Crianças tão diferentes, mas tão iguais Escolas estaduais aprendem na prática a lidar com as diferenças. A expectativa é de que, um dia, todo professor terá um aluno especial em sua sala de aula. Paulo Pampolin Hype
Newton Santos/Hype
N César, deficiente visual, usa máquina de braile no Clip Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype
Fátima, da Apae: inclusão quer dizer participação
Aluno com deficiência auditiva na escola estadual Alfredo Paulino
Rafael, da Alfredo Paulino, tem aula com as outras crianças
a escola estamas excluído das atividades dual Alfredo conjuntas. "O difícil não foi a inPaulino, na clusão, mas a participação. A professora dele chegou a me Lapa, onde dos 378 alunos de 1ª a 4ª pedir um lençol, dizendo que série, 96 são portadores na sala ele só queria dormir. Na de algum tipo de defiAssociação de Pais e Amigos ciência (auditiva, física dos Excepcionais (Apae-SP), ou intelectual), a direção que ele freqüenta desde pequee os professores tentam no, seu comportamento não é evitar o preconceito de assim. O Vítor é esperto e ativo. todas maneiras. Antes de Eu protestei", afirmou. os alunos chegarem à esA professora saiu de licença cola, tanto os especiais maternidade e foi substituída. quanto os regulares, há A nova professora buscou um trabalho de conscienapoio na Apae. "Hoje, o Vítor tização que atinge as está bem na escola. A cada dia crianças e os pais. "Explivejo novas mudanças no seu camos que todos devem comportamento, para melhor. ser respeitados, apesar Ninguém deve aceitar tudo e das diferenças e limitabaixar a cabeça, principalmenções. É claro que sempre Dieno, aluno especial da Sociedade Pestalozzi, faz de tudo na loja do Habib's, onde trabalha te nós, que temos filhos espealguém diz: 'Você está louciais. Se precisar brigar pelo dica'. Temos de entender que, antes de tudo, eles são ticular. A segunda, em uma escola municipal de reito dele, eu brigo mesmo", disse Marluce. crianças. Mas também é preciso ensiná-las a con- Guarulhos, na Grande São Paulo. "Não adianta estar na escola e não participar", viver com as diferenças", disse a coordenadora A filha de Marta, Juliana, de 6 anos, teve a ma- disse Fátima Amatucci, coordenadora educaciopedagógica da escola, Maria Cláudia Beato. trícula rejeitada. "Eles disseram que não pode- nal da Apae-SP. Para ela, o Estado tem de se comA escola tenta manter os alunos integrados. A riam atendê-la porque a minha filha não acom- prometer com a educação e dar apoio aos profesmaioria das 96 crianças especiais estuda em salas panharia as crianças 'normais'. Procurei outra sores. "As crianças são beneficiadas quando conregulares. Iara Janaína O'Mazzoco, de 11 anos, escola e ela foi muito bem recebida. A cada dia vivem umas com as outras. Elas aprendem a lidar aluna da 3ª série, é uma delas. A deficiência da ga- vejo a sua evolução e o quanto é importante a com as diferenças. É preciso acreditar que elas são rota não a impede de ser como os demais. De mu- convivência com outras crianças", disse. capazes de executar as mesmas tarefas que as deleta ou não, Iara anda para cima e para baixo nas A história do filho de Marluce, Vitor, de 6 mais e incentivá-las. Inclusão quer dizer particirampas. Às vezes, segura no corrimão, outras, anos, é diferente. O garoto foi aceito na escola, pação", disse Fátima. (KF) não. "Ela é muito sapeca e feliz. Sempre que pode, anda sem auxílio", disse Érica, irmã de Iara. A interação também é feita nas oficinas. Para os alunos que estudam em período integral, à tarde têm aulas de marcenaria e pintura. "Hoje a inclusão educacional está bem avançada, mas é preciso mais. Além de adequação dos salários dos professores, é preciso capacitá-los. Um dia, todos terão um aluno especial. É preciso estar preparado para esse dia, que pode ser até amanhã", disse o diretor da escola, Paulo de Tarso Semeghine. A diretora do Colégio Clip, Maria Clara Faccini Macca, concorda que é necessário preparação. "Mas, mais do que tudo, é preciso ter vontade de recebê-los". Atualmente, somente alguns professores da Alfredo Paulino receberam capacitação. Outros aprenderam a Libras (linguagem de sinais) com os alunos . Na capital, há cerca de 4.700 alunos portadores de alguma deficiência distribuídos em 335 escolas estaduais com salas especiais. Projetos - A Secretaria Municipal de Educação não se posicionou sobre inclusão educacional na rede, mas a secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Mara Gabrilli, falou dos projetos de sua pasta: a criação de salas que simulem atividades do dia-a-dia, como ir ao banco ou ao supermercado; e o Ler pra Crer, no qual portadores de deficiência visual ou baixa visão poderão solicitar o livro de sua escolha (em braile ou em áudio-livro) nas sete bibliotecas municipais ou nos CEUs. "Se não houver o exemplar traduzido, o Instituto Vivo cuidará da impressão ou gravação em áudio, em 30 dias. Mais de 5 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. Não adianta discutir a inclusão se não dermos condições e ferramentas para os professores. A partir disso, convivência será mais fácil", disse. Segundo Mara, dos 48.448 professores da rede municipal, só 456 têm formação especializada. Direitos - Marta Regina Fernandes e Marluce Santos da Silva conhecem bem as dificuldades. As duas, mães de crianças com Down, tiveram problemas em escolas. A primeira, na rede par-
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DEFESA DA PEQUENA EMPRESA CONTINUA
entidades integram a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo.
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
FACESP REFORÇA LUTA DO CONTRIBUINTE
Empreender representa não apenas criar oportunidades, mas renda e trabalho. Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP
7º Congresso destaca o empreendedorismo
A
luta em defesa do mente que a bandeira do emempreendedor, da preendedorismo defendida micro e pequena por ele, na disputa ao Senado, empresa brasileira ganhou em quase todo as ree do contribuinte continua. giões do Estado de São Paulo. "Porque quem tem as tropas pa- "Em alguns municípios, com ra por nas ruas e exigir menos mais de 70%", lembrou. burocracia, menos tributação e Isso, segundo o presidente respeito ao cidadão que paga da Facesp e ACSP, mostra que impostos somos nós do sistema até nos rincões mais pobres a das Associações Comerciais, idéia de dar condições de emessa imensa rede capilar enrai- preender "representa não apezada em São Paulo e no Brasil". nas criar oportunidades, mas Com essas palavras, Guilher- renda e trabalho". Daí a imporme Afif Domingos, presidente tância do projeto (apresentado da Federação das Associações por ele ao presidente Luiz InáComerciais do Estado de São cio Lula da Silva, do PT) do Paulo (Facesp) e AsEmpreendedor sociação Comercial Pessoa Física. "Que de São Paulo foi abraçado no (ACSP), praticaprojeto da Lei Geral mente encerrou, na O próximo ano da Micro e Pequena sexta-feira passada Empresa na figura não será à noite, os três dias da pré-empresa", de atividades do 7º brilhante, mas ressaltou. Congresso Estadual também não será O cientista polítida Facesp, 35º Semi- pior que 2006. co Amaury de Sounário dos SCPC za mostrou aos conMarcel Solimento, gressistas as dificul(Serviço Central de economista da dades que o presiProteção ao CrédiACSP dente Luiz Inácio to), 4º Encontro Estadual do EmpreenLula da Silva ender e 3ª Feira de Emfrentará para forpreendedores Econômicos e So- mar um governo de coalizão, já ciais – Desenvolve, em Ribeirão que não terá maioria no Senado Preto, interior paulista. Federal. "Essa coalizão é imporAfif fez um balanço da luta tante, sobretudo, quando se sadas 420 associações comerciais be que num segundo mandato que integram a Facesp e da sua não é tão propício para aprovar própria batalha, desde os tem- as reformas que o Brasil precisa pos de constituinte, em 1988, para crescer", salientou. O propela criação do Simples, do Es- fessor e consultor econômico tatuto Geral da Micro e Peque- Michal Gartenkraut, por sua na Empresa, a regulamentação vez, alertou que ao lado de uma da Lei do Aprendiz e a forma- economia com fundamentos ção de um novo cidadão cons- hoje mais sólidos, persiste o peciente de que paga impostos e rigo das despesas crescentes, pode exigir a contrapartida em dificuldades com a Previdência Social, elevado endividamento bons serviços públicos. Lutas – Guilherme Afif mos- interno e baixo grau de investitrou, aos mais de mil partici- mentos públicos. pantes do 7º Congresso, que os Ano de debates – Marcel Soresultados das última eleições limeo, diretor do Instituto de de outubro demonstram clara- Economia Gastão Vidigal, da ACSP, projetou: as vendas no varejo devem crescer de 4% a 5% em 2007 e a economia por volta de 3%. Para ele, a inadimplência pode avançar pelo esgotamento da capacidade de endividamento do consumidor. "Não será um ano brilhante, mas também não será pior que 2006", resumiu. O vicepresidente da Facesp e deputado estadual eleito primeiro suplente pelo PFL, Marco Aurélio Bertaiolli, resumiu: "O ano Michal Gartenkraut: que vem será marcado por um perigo de despesas intenso debate político". crescentes ainda persiste
Sergio Leopoldo Rodrigues
Cresce expectativa pelo cadastro positivo
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c re sc e n t e Com esses dados, explicou, é expectativa de que possível traçar um perfil ("score") o cadastro positivo, hoje em votaeconômico e social do consumição no Congresso, possa ser regulador utilizando sofisticados programentado pelo governo por meio de mas de informação. "Aqui será uma medida provisória (MP), agiu m a re v o l u ç ã o tou os participan- Orcesi: futuro dos dados p o r q u e a i n d a pensamos apenas tes do 7º Congresso Estadual da Facesp (Federa- nos dados negativos da pesç ã o d a s A s s o c i a ç õ e s soa", esclareceu. Comerciais do Estado de São Penhora online – A advogada da ACSP, Ana Flávia de OliPaulo), em Ribeirão Preto. Para o advogado Carlos Cel- veira, chamou a atenção para so Orcesi, superintendente do o u t r a q u e s t ã o : a L e i Instituto Jurídico da Associa- 11.232/2005, que alterou disção Comercial de São Paulo posições do Código de Proces(ACSP), a importância do te- so Civil (CPC), que instituiu a ma justificaria a edição da MP, penhora online (eletrônica) na pois viria ao encontro do dese- Justiça Civil, que já existia na jo do governo de ampliar a Justiça do Trabalho. Para Ana Flávia, esse instruoferta de crédito. "O cadastro positivo representa o futuro mento dá agilidade à cobrança. No entanto, advertiu, pode dos bancos de dados." Mas Orcesi reconheceu que ser uma ameaça para as emo cadastro positivo exigirá mu- presas e pessoas físicas. "Como danças na cultura do consumi- a penhora online bloqueia o didor brasileiro. Lembrou que nheiro do devedor, no caso das nos países desenvolvidos co- empresas, pode dificultar o pamo EUA e Europa essa cultura gamento de salários e fornecejá está disseminada. Lá, o ca- dores", explicou. Por exemplo, dastro positivo apresenta um se houver um crédito de R$ 2 balanço da vida do consumi- mil, a penhora vai bloquear esdor, destacando quem é bom sa quantia nas várias contas do pagador "e não apenas quando devedor, pessoa jurídica ou fíé inadimplente". sica. (SLR)
COOPERATIVISMO Cooperativa de crédito pode ser alternativa
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onseguir crédito no rativa e não um simples Brasil não é fácil. cliente", disse Scott. A cooMas existe uma al- perativa existe para facilitar ternativa para os empresá- a vida dele, por meio da derios que precisam de em- mocratização do crédito, da préstimo para investir em facilitação de serviços e da seus negócios: as cooperati- diferenciação de taxas e juvas de crédito, que, há pou- ros. "O empresário que não co mais de quatro anos, pas- necessita de empréstimos, saram a atuar no segmento mas que aplica seu capital empresarial. "Começamos a nas cooperativas, pode ter viver uma nova fase a partir rendimento igual ou supedo momento rior ao do mercado financeique a legislação permitiu a exisro. As cooperativas mantêm tência de cooperativas foros recursos madas por emaplicados na região onde estão presários, um projeto extreinstaladas." Recursos – m a m en t e i mportante para a Baixa quantidade de dinheiro s o b re v i v ê nc i a de uma empredisponível, alta carga tributária sa", ressaltou o Scott: recursos escassos c o o rd e n a d o r e elevadas taxas do Projeto Cooperac, Clei- de juros dificultam a vida ton Scott, durante o 7° Con- daqueles que precisam de gresso da Federação das As- empréstimo no Brasil. "O sociações Comerciais do Es- crédito é escasso porque tado de São Paulo (Facesp), 68% do dinheiro disponível no mercado financeiro é em Ribeirão Preto. De acordo com o executi- consumido pelo governo. vo, a principal dificuldade é Os empresários e o Estado implementar o espírito coo- lutam entre si para obter os perativista no empresário: parcos recursos disponí"Ele ainda não se conscienti- veis", finalizou Scott. Maristela Orlowsky zou que é o dono da coope-
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006
TRANSPORTE DA PRÓXIMA DÉCADA COMEÇA HOJE o mundo moderno, dois pontos vêm sendo a base para o desenvolvimento de novas tecnologias: a eficiência energética e o meio ambiente. Cada vez mais as fontes de energia são escassas ou seu custo de produção mais elevado, obrigando-nos a usálas de forma mais eficiente. Com a questão ambiental, a percepção é maior. Fatos relacionados a acidentes ecológicos exigem ações que minimizem o impacto. No centro desse movimento, o transporte, hoje um dos setores que mais consomem energia e mais poluem. Por isso, duas novas tecnologias estão sendo largamente comentadas no setor de transportes e serão tema no fórum de Caminhões e Ônibus dia 23 de novembro no Congresso SAE Brasil 2006, em São Paulo. A primeira é a tecnologia de veículos híbridos, em que mais de uma fonte de energia alimenta o sistema de propulsão. São motores de combustão interna (diesel, gasolina, álcool, GNV), trabalhando em conjunto com bancos de baterias e motores elétricos. São dois os sistemas híbridos: em série e em paralelos. O mais comum tem sido o primeiro: usa-se o motor a combustão interna, acoplado a um gerador que produz energia elétrica e alimenta o motor elétrico de tração. Os sistemas híbridos, a princípio, são mais eficientes que os tradicionais, pois
possibilitam a regeneração de energia na frenagem, armazenando-a no banco de bateria para ser usada posteriormente, quando houver maior demanda de potência. Nos EUA já existem cerca de 800 ônibus rodando. No Brasil temos cerca de 40, mas resultados ainda não muito favoráveis. As expectativas, no entanto, são boas, diante dos testes feitos nos EUA e Europa, demonstrando uma queda de consumo da ordem de 20%, e considerável redução nas emissões. O custo é cerca de 50% maior do que o do veículo diesel equivalente. Mas parece ser uma proposta promissora. A segunda tecnologia é a dos veículos a célula a combustível hidrogênio, apontada como a do futuro, com emissão zero de poluentes. São com tração elétrica, muito parecidos com o trólebus, com a energia produzida internamente, por um processo eletroquímico, realizado pela célula a combustível, que consiste na reação do hidrogênio com o oxigênio, para produção de energia elétrica e, como resíduo, vapor d’água. Essa tecnologia já está sendo testada na Europa, EUA, Japão e China e, a partir de 2007, aqui no Brasil. O primeiro ônibus a célula a combustível hidrogênio rodará no Corredor Metropolitano São Mateus Jabaquara, da EMTU/SP.
Presidente Guilherme Afif Domingos
Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto
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índice LANÇAMENTO - 3 Audi A4 chega ao Brasil com mais uma motorização: 2.0 TFSI.
CAPA - 4 e 5 Conheça o pequeno Picanto e veja como ele anda com seu motor 1.1.
MERCADO - 6 Lançados há menos de um ano, eles já surgem no mercado de usados.
CURSOS - 7 Mercedes-Benz oferece curso de direção segura a clientes .
BLINDADOS - 8 O perfil dos usuários de blindados está mudando. Políticos já são 12%.
aGenDa 21 a 23 de novembro
Acontece, no Transamérica Expo Center , o Congresso SAE Brasil 2006. O tema do evento é "Sustentabilidade e a Matriz Energética Mundial A Contribuição da Engenharia Brasileira".
24 a 26 de novembro
A 3ª edição do X-Treme Motorsports, que acontece no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, vai estar aberta ao público das 10h às 22h.
Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br
Marcio Schettino, gerente de Desenvolvimento da EMTU
Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Compor tamento Polícia Distritais Urbanismo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Distrital faz aniversário, relembra importantes conquistas e entrega Marco da Paz
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Os homenageados certamente representam a força da comunidade de Santo Amaro. Aloysio Luz Cataldo, superintendente
FUNDAÇÃO FOI EM 12 DE NOVEMBRO DE 1953
Santo Amaro, 53 anos de história undada em 12 de novembro de 1953, a Distrital Santo Amaro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) completou 53 anos ontem. Marcada por sua ativa participação em movimentos cívicos-políticos da região e da cidade, a trajetória da distrital se confunde com a própria história de Santo Amaro, bairro mais velho que São Paulo e que já foi, inclusive, município de 1832 a 1935. Atualmente a distrital – uma das mais antigas – conta com cerca de 3,5 mil associados. Sua área de cobertura abrange cinco subprefeituras: Santo Amaro, Capela do Socorro, Parelheiros, M'Boi Mirim e Campo Limpo, além de parte da Cidade Ademar. "A Distrital Santo Amaro sempre foi uma das mais representativas, combativas e atuantes", ressaltou Roberto Mateus Ordine, vicepresidente da ACSP. Conquistas – Ao longo de mais de meio século, a distrital contribuiu para uma série de conquistas para o bairro e a região. Uma das mais significativas foi a linha do metrô que liga o largo Treze de Maio, em Santo Amaro, a Capão Redondo. Esse sonho, que já se tornou
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Milton Mansilha/Luz
Ordine, Wilma Ibelli e Cataldo durante comemoração de aniversário
realidade, teve início em 1990, quando a distrital e entidades parceiras promoveram o movimento Metrô: Próxima Estação – Santo Amaro. "Cobraremos das autoridades a construção do metrô que ligará o largo Treze até a estação Santa Cruz. Além disso, continuaremos atuando em questões urbanísticas e lutando contra a burocracia e o aumento dos impostos", afirmou Aloysio Luz Cataldo, superintendente da distrital. Outro marco na trajetória da distrital é sua atual sede , localizada na avenida Mário Lopes Leão. Inaugurada em setembro de 1997, ela é considerada uma das mais modernas entre as distritais da ACSP.
Homenagem – Durante evento comemorativo ao aniversário da distrital, foram homenageadas pessoas que se destacaram em 2006. Entre eles, Gaetano Brancati Luigi, assessor da presidência da ACSP e idealizador Marco da Paz, e Wilma Ibelli, que representou Rômulo Ibelli, seu marido, falecido este ano, ex-coordenador das distritais da ACSP. "Os homenageados certamente representam a força da comunidade de Santo Amaro. É com muito orgulho que faço parte da ACSP, um organismo vivo que sempre defendeu e continuará defendendo a livre iniciativa e o empresariado", concluiu Cataldo. André Alves
Hoje I Pinheiros – A distrital
promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor – Sebrae-SP-ACSP, com o tema Embalagens – Técnicas para agilizar o atendimento e valorizar o produto. Telefones para contato: 30328875/3032-9572 ou para a Central do Sebrae: 0800-7280202. Às 9h. I Plenária - Reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com a palestra Configuração e atuação das esquerdas contemporâneas, com o general da reserva e autor do livro A revolução Gramscista no ocidente , Sergio Augusto de Avellar Coutinho. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I Aniversário - O vicepresidente da ACSP Roberto Mateus Ordine participa da reunião de aniversário do delegado seccional Mário Jordão Toledo Leme. Às 19h, Terraço Itália, avenida Ipiranga, 344, 41º andar, sala São Paulo. I Penha– A distrital realiza reunião do Fórum de Jovens Empreendedores (FJE) com a palestra Recursos Humanos e a remuneração no mundo, nas empresas e na vida das
Tributos em Santana
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Distrital Santana recebeu o vice-presidente do Sescon/SP, José Maria Chapina Alcazar, para uma palestra sobre planejamento tributário. Chapina enfatizou a importância de um trabalho preven-
GIr Agendas da Associação e das distritais pessoas, com Carlos Ferra. Às 19h. I Vila Maria – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor – Sebrae-SP-ACSP, sobre Inadimplência. Às 19h30. I Pinheiros – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor – Sebrae-SP-ACSP, sobre Trabalho temporário – Como contratar e treinar sua equipe. Telefones para contato: 30328875/3032-9572 ou para a Central do Sebrae 0800-7280202. Às 19h30.
Amanhã
oradora Frances Azevedo, da Comissão Cívica da ACSP. Participação – Centro de Preparação de Oficiais de Reserva (CPOR-SP). Às 10h. I Centro – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de óticas do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Elias Nunes Martins. Às 19h30. I Vila Maria – A distrital realiza reunião extraordinária da diretoria executiva e do conselho diretor com a participação do comitê de Política Urbana da ACSP. Haverá palestra sobre A cidade que queremos. Às 19h30. I Lapa – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de Saúde do Projeto Empreender, com a palestra Despertando a criatividade de sua empresa e de seus funcionários. Às 19h30.
Quinta I Lapa – O Conselho da
I Sudeste – A distrital realiza reunião com a palestra Fórum de Tecnologia de Informação. Às 8h. I Vila Maria – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor – Sebrae/SP-ACSP, sobre Embalagens para Natal. Às 9h. I Santana – A distrital participa da troca do Pavilhão Nacional em comemoração ao Dia da Bandeira, com a
Mulher Empreendedora da distrital promove curso de artesanato" com a coordenadora do CME/Lapa, Agda Inez Tonon Formaglio. Às 9h. I Seminário- O vicepresidente da ACSP Alfredo Cotait Neto participa do seminário da República Dominicana. Às 9h, rua Boa Vista, 51/12º, Espaço Nobre de Recepções e Eventos (Enre).
tivo, com simulações de carga tributária entre regimes, evitando que se pague imposto indevidamente. O especialista focou suas explicações em microempresa, empresa simples, lucro presumido e lucro real. "Às vezes os comerciantes optam por um regime simplificado, esperando estar numa zona de conforto e segurança, mas o fisco tem
total atenção e monitoramento no segmento das micro empresas e regimes simplificados, e possui poderosas ferramentas para o cruzamento de informações entre fornecedores, clientes, cartões de crédito, bancos e o mercado", disse. A reunião foi presidida pelo diretor 1º vice-superintendente, Mário Mangini, e secretariada por Duilio Martini Filho.
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Tr i b u t o s Comércio Exterior Finanças Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
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CADERNETA ESTÁ MAIS COMPETITIVA
bilhões de reais saíram dos fundos de investimento em outubro, de acordo com a Anbid.
RENTABILIDADE DA CADERNETA SE APROXIMA DA DE ALGUNS FUNDOS E DEIXA O PRODUTO MAIS ATRAENTE
QUEDA DA SELIC TIRA POUPANÇA DA SOMBRA
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redução da taxa básica de juros da economia (a Selic) por parte do Banco Central (BC) não produziu, até agora, efeitos mais consistentes no custo do dinheiro, ainda elevado para consumidores e empresas que buscam crédito no mercado. Também não tem ajudado a empurrar para baixo com mais força a taxa de juros real do País, aquela que, descontada a inflação, é usada por bancos no cálculo dos empréstimos e que ainda se mantém como a mais alta do mundo (9,3% ao ano). A boa notícia é que os cortes na Selic a partir de setembro de 2005, somados à queda da inflação, estão tirando da sombra um investimento que foi deixado de lado por muitos brasileiros: a caderneta de poupança. Depois de apanhar nos últimos anos de outros produtos financeiros do mercado por oferecer aos poupadores um prêmio menor (não passa de 1% desde meados de 1999, com exceção de agosto de 2003), a caderneta ficou mais visível. Tornou-se mais competitiva. É errado pensar que a poupança ampliou sua competitividade porque seu rendimento aumentou. As contas continuarão a ser corrigidas por juros de 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Portanto, ainda está longe de despontar entre os investimentos com retorno mais generoso. A caderneta ficou mais atraente, sim, reconhecem al-
Marcos Fernandes/Luz
Maria Isabel: mais força em 2007
guns economistas, mas porque, com a queda da Selic, o rendimento de muitos fundos de investimento que têm em suas carteiras papéis de renda fixa, que acompanham a variação dos juros do mercado, é que ficou menor. Ou seja, o ganho da poupança encostou no de alguns desses fundos. Vantagem – Com essa aproximação, a caderneta, dizem aqueles mesmos economistas, sai na frente em alguns pontos. O principal é a isenção tributária. Ao contrário dos fundos, a poupança não está sujeita ao pagamento do Imposto de Renda nem do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Não tem taxa de administração e se o dinheiro ficar parado na conta por algum tempo é possível escapar da CPMF. A maioria dos bancos oferece esse benefício ao poupador. Foi pensando nesse diferencial que a esteticista Fátima Aparecida Ramos, de 45 anos,
passou, nos últimos quatro, a deixar parte do que ganha em uma caderneta. Mesmo recebendo um baixo rendimento. "Deixo o dinheiro na poupança porque a cada 30 dias, após a conta ser remunerada, preciso de parte do dinheiro para despesas. Não poderia fazer isso em um fundo por causa dos impostos. E se deixasse o dinheiro na conta corrente ele não teria nenhuma rentabilidade", diz. Cautela – Então a poupança é o investimento do momento? Calma. Apesar de sua vantagem tributária, economistas ouvidos pelo Diário do Comércio chamam a atenção para o seguinte: ao oferecer um ganho ainda pequeno, a caderneta se torna desvantajosa se o valor a ser aplicado for muito alto, em geral acima de R$ 10 mil. Muitos investidores sabem disso. Isso explica por que 57,76% dos brasileiros que têm uma poupança mantêm um saldo médio na conta inferior a R$ 100, contra apenas 3,71% com saldo médio de R$ 5 mil até R$ 10 mil, segundo levantamento do BC. Fátima, a esteticista que optou pela caderneta, é um daqueles brasileiros. "Se tivesse muito dinheiro, não escolheria a poupança", diz ela. Fátima está correta, na opinião de especialistas econômicos. "Valores até R$ 10 mil têm na poupança uma boa alternativa. Mas acima desse montante existem opções melhores", diz o superintendente de investimentos do ABN Real,
Eduardo Jurcevic. O executivo admite, no entanto, que a queda dos juros básicos deixou a caderneta mais atraente. A superintendente de captação do Santander Banespa, Maria Isabel Penteado Leme, ratifica essa constatação: "Em 2007, a poupança deverá entrar com mais força no cenário
competitivo de investimento panha Poupançudos da Caixa, que dura até o final deste mês. por causa da queda da Selic". Com ela, a instituição quer Oportunidade – Um sinal desses novos tempos pode es- captar R$ 1 bilhão até dezemtar no resultado apresentado bro, informa o superintendenna semana passada pelo BC: te nacional de Serviços e Capem outubro, o volume de de- tação do banco, Roberto Derpósitos superou o de saques zie de Santana. Desde que a em R$ 1,24 bilhão. Foi o segun- campanha foi lançada, há medo mês seguido em que o BC nos de 15 dias, até a última terregistrou forte ingresso de re- ça-feira, dia 7, a Caixa registracursos na poupança. va uma captação de novos reNa opinião do economista cursos de R$ 100 milhões e 4 milhões de Waldir Perei- Milton Mansilha/Luz novas contasra Gomes, do poupança. Conselho Regional de EcoA Nossa Caixa, que nomia (Corecon) de São não revela volume de capP a u l o , a c aderneta pode t a ç ã o , t a mbém ampliou ainda não ser o melhor prosua carteira. Em dezembro duto do merc a d o f i n a nde 2005, tinha 2,9 milhões de ceiro, mas dep o u p a do re s . verá ganhar Em outubro espaço como último, quase uma boa opção, se os ju3,5 milhões, r o s c a í r e m Fátima: poupança facilita saques diz o diretor m a i s . E s p ede operações cialmente para o investidor do banco, Natalino Gazonato. conservador e o que prefere O Bradesco, líder nesse meruma aplicação mais líquida e cado entre os bancos privados, menos complicada. com 30% de participação entre Nesse cenário, alguns ban- as instituições não-públicas e cos tendem a aproveitar esse 28 milhões de poupadores, momento para ampliar sua também ampliou sua carteira, carteira de poupadores. A Cai- em volume captado. Apenas xa Econômica Federal, que em outubro último o banco tem na poupança seu carro- conseguiu um volume de dechefe em termos de captação pósitos em suas contas-poude recursos e é líder entre os pança de R$ 1,3 bilhão, inforbancos com 30% desse merca- ma o diretor da área de invesdo e 31 milhões de contas, lan- timentos, Marcos Villanova. Roseli Lopes çou, no final de outubro, a cam-
Fundos têm captação negativa
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indústria de fundos de investimentos registrou captação líquida negativa de R$ 4,6 bilhões em outubro. No período, os fundos registraram R$ 95 bilhões em resgates e R$ 90,4 bilhões em entradas. Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Divididos por categoria, os fundos de previdência registraram o maior volume de novas captações, de R$ 991,5 milhões, seguidos pelos FIDCs, com R$ 887,6 milhões. Os produtos referenciados ao DI indicam uma captação negativa de R$ 3,3 bilhões. Rendimento — No que se refere à rentabilidade, o maior retorno no mês passado ficou com os fundos de investimentos com ações em sua composi-
ção, os multiportfólios e os de renda variável. O ganho acumulado, em média, foi de 5,85% em outubro. De acordo com o relatório da Anbid, os fundos indexados ao Ibovespa (principal referência do mercado brasileiro de ações) ganharam 6,94% durante outubro, a melhor desempenho do período. No ano, o produto já alcançou 15,53%. Desde janeiro, a captação líquida dos fundos cresceu 8,7%. Entre resgates e novos aportes, os investimentos apresentaram uma variação positiva de 23% até outubro. As categorias que registraram as maiores entradas foram os fundos multimercados e de previdência, com totais de R$ 45,1 bilhões e R$ 11,5 bilhões, respectivamente. Davi Franzon
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DCARRO
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LANÇAMENTO
FAMÍLIA A4 GANHA NOVO MOTOR Chega ao mercado nacional o Audi A4 com motor 2.0, sistema turbocharger e injeção direta de combustível ANDERSON CAVALCANTE
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ova opção no mercado brasileiro no segmento de sedans de luxo. A Audi está disponibilizando em suas lojas o modelo A4 com a nova motorização, a 2.0 TFSI, ou seja, com sistema turbocharger e injeção direta de Divulgação
Requinte Audi no acabamento
Porta-malas: no sedan, 460 l.
combustível FSI. Este propulsor de 200 cv de potência que já havia sido apresentado no A3 Sportback que começou a ser trazido da Alemanha recentemente para substituir o modelo produzido aqui, utiliza injetor que regula a entrega de combustível com precisão de milésimos de segundo. Esta injeção direta, juntamente com o turbocharger, faz com que o modelo trabalhe em uma larga faixa de torque, sendo que o máximo é de 280 Nm entre 1.800 e 5.000 rpm. Além disso, o mais leve toque no pedal de aceleração é o bastante para provar que o "brinquedinho" tem grande potencial, confirmado pelas informações da marca alemã: o velocímetro do modelo bate a marca de 100 km/h em apenas 7,3 segundos. Um pouco mais de insistência por parte de algum "pé nervoso" e o A4 2.0 TFSI chega à sua máxima que é de 235 km/hora. Na versão Avant, a station wagon, com a mesma motorização, os números são bem próximos: 7,6 segundos, de 0 a 100 km/h e máxima de 230 km/h. Assim como nas outras opções de propulsores, o modelo dispõe do câmbio automático Multitronic, de variação contínua de marchas que agiliza as acelerações e tem ainda como itens de série: ar-condicionado automático digital Cli-
DIREÇÃO NA DIREITA
STRADA EXPORTADA PARA ÁFRICA A Fiat apresentou, durante o Auto Africa 2006, em Johannesburgo, África do Sul, a picape Strada com cabine estendida e volante do lado direito - por conta da colonização inglesa - que chegará ao mercado em dezembro. Líder de vendas no Brasil, a Strada produzida em Betim, MG, é também líder de vendas no segmento naquele país, na versão cabine simples. O mercado anual, pequeno se Div
ção ulga
A Strada vai para a África do Sul com o volante do lado direito
comparado ao brasileiro, com apenas 700 mil unidades em 2006 no total, tende a crescer rapidamente. Antes no mercado sul-africano apenas com o Fiat Uno, produzido lá pela Nissan local, a Fiat decidiu operar diretamente, levando para lá modelos da Itália e do Brasil. C. Belini, presidente da Fiat Automóveis do Brasil, revela que no último ano, mais de quarenta concessionárias foram abertas, vendendo mais de 14 mil veículos no país, crescimento superior a 50%. Do Brasil são vendidos na África do Sul, o Fiat Palio (líder de vendas da marca), Siena e a Strada. Da Itália, Stilo, Croma e Punto. Produzida exclusivamente com motor 1.4 litro a gasolina, a picape Strada exportada para a África do Sul será comercializada em duas versões: Trekking e Adventure.
Versão sedan do A4, agora com três opções de motor
O propulsor 2.0 do A4 utiliza sistema turbocharger e injeção direta de combustível FSI. Resultado: 200 cv de potência.
matronic, computador de bordo com checkcontrol, volante de couro multifunção, sensor de estacionamento traseiro, preparação para celular (bluetooth), teto solar com acionamento elétrico e rodas de alumínio aro 17. Preço - Com este propulsor, o modelo chega ao mercado custando R$ 194.950,
na versão sedan e R$ 206.750, com carroceria Avant. O modelo A4 continua a ser comercializado também com o motor 1.8 Turbo de 163 cv, a partir de R$ 159.500, e ainda, com preços a partir de R$ 246 mil, o 3.2 FSI V6 aspirado que desenvolve 255 cv e que alcança de 0 a 100km/h em apenas 6,8 segundos.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
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LENTE DE
AUMENTO
MAIS DO MESMO EM 2007
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JOÃO DE SCANTIMBURGO
Na política fiscal, Lula enfatizou a intenção de cumprir a meta de superávit primário, de 4,25% do PIB, que é suficiente para garantir a estabilidade e a redução da relação dívida líquida/PIB. Para isso, será preciso conduzir com finesse (e certa firmeza) uma série de políticas, como, por exemplo, a de determinação dos salários do funcionalismo público. É lícito conjeturar, no entanto, que não falta capital político para que se implemente uma freada de arrumação, sem que para isto seja necessário interromper as políticas de transferência de renda. Com certo esforço, é possível ser bem-sucedido na gestão fiscal, ao menos em 2007.
LULA E DELFIM Céllus
erminada a campanha eleitoral, a ênfase do debate econômico volta-se ao mapeamento das prováveis ações do governo eleito. O Brasil cresce de forma medíocre há mais de duas décadas, e a sociedade cobra mudanças. Parte dos integrantes do governo reconhece a necessidade de preservar a estabilidade macroeconômica e de se tentar evitar a tentação de procurar atalhos para o desenvolvimento. Recentemente, observações que poderiam significar guinada da política econômica foram desautorizadas pelo presidente Lula, sabedor dos benefícios da inflação baixa e estável. É pouco provável que um governo que tenha
O espetáculo do crescimento adiado ROBERTO FENDT
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Antonio Cruz/ABr
É pouco provável que o novo governo desautorize o BC, ou reduza sua autonomia.
praticado uma política econômica que priorizou a obtenção de superávit primário significativo e deixou o Banco Central livre para manter a estabilidade de preços, subitamente passe a acreditar na possibilidade de comprar crescimento, à custa de um pouco mais de inflação. A sociedade aguarda os efeitos benéficos resultantes de juros mais baixos. Há muito tempo não se mostravam tão boas as condições para a continuidade do afrouxamento da política monetária. Para que o processo se conclua, porém, não é preciso desautorizar o BC, tampouco reduzir sua autonomia. Os juros cairão, naturalmente, à medida que se consolida o quadro de estabilidade.
Dependendo da combinação inicial de crescimento, inflação, superávit primário e juro real, não parece quimera um cenário de círculo virtuoso, em que o País se beneficie de queda da dívida, do risco e das taxas de juro. Movimentos desse tipo costumam apresentar elevado componente de auto-alimentação. Parte do governo sabe disso. Seria absurdo passar tanto tempo semeando política de contornos impopulares para abandoná-la justamente no momento em que ela está para dar frutos. O cenário mais provável, para os próximos anos, será parecido com o que se viu no passado recente. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE ECONOMIA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
À espera dos efeitos benéficos dos juros baixos
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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a semana passada o juro real projetado para os próximos doze meses chegou a 8,55% ao ano, de acordo com estimativa do mercado financeiro. Não é pouca coisa. Por esse critério, a atual taxa de juros real é a menor dos últimos 34 meses. Do final de 2004 até o início de setembro de 2005, a taxa de swap de 360 dias – a taxa utilizada pelo mercado – esteve oscilando em torno de 15% ao ano. A partir daí declinou vagarosamente (com um repique no primeiro semestre deste ano), até chegar aos atuais 8,55%. Não há como subestimar a importância dessa queda na taxa de juros real. Qualquer investidor compara as rentabilidades dos investimentos disponíveis com os riscos de cada uma dessas opções. O empresário faz o mesmo: para ele, vale a pena investir na produção se o retorno esperado desse investimento for maior que o de uma aplicação em renda fixa rendendo 8,55 por cento reais ao ano. A queda na taxa real de juros (rentabilidade das aplicações financeiras) deveria estar sendo comemorada pelas entidades empresariais. Afinal, deixar de manter recursos aplicados no mercado e investir na produção agora tem um custo menor. É claro que cada projeto de investimentos tem sua própria taxa interna de retorno e é arriscado generalizar. Mas, na média, a taxa de retorno real do capital na economia brasileira está estimada em torno de 15% ao ano, bruta. Com a taxa de juros real abaixo de 9% ao ano, muitos projetos deveriam estar passando pelo teste da rentabilidade relativa. Por que, então, as entidades empresariais não estão soltando fogos, comemorando o novo boom de investimentos que se avizinharia? Alguém mais cético poderia dizer que é muito cedo. Afinal, há um ano os juros reais estavam na vizinhança de 15%. Todo mundo estaria pagando para ver. Sabe como é, apressados comem cru, diz o dito popular. Talvez valha a pena esperar mais um pouco para verificar se os juros
ficarão mesmo nesse patamar. Alguém mais cético ainda diria que o verdadeiro custo de investir na produção precisa ser levado em conta na comparação entre fazer uma aplicação financeira e investir na produção. Dito de outra maneira, o que interessa não são as taxas de rentabilidades brutas, mas as taxas líquidas, depois da incidência dos impostos. A esse respeito, estamos mal. Não vou cansar o leitor repetindo como a carga tributária não pára de aumentar no País. Apenas lembro que a carga tributária sobre as empresas é maior que a carga média, que inclui pessoas físicas e jurídicas. Sobre a indústria, a carga tributária está em torno de 44,18%. O segmento de energia elétrica paga 41,45% e as empresas de comunicação, 40,39%, segundo estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). A enorme carga tributária também incide sobre as pequenas empresas, que recolhem 23,03%. Comparativamente, a tributação das instituições financeiras é de 22,8% e as empresas de administração de bens próprios, 17,96%. Ainda a título de comparação, a tributação sobre as empresas nos Estados Unidos e na Europa é inferior a 30%. ara completar, recente estudo do Banco Mundial mostra que, do universo de 175 países, o Brasil é onde mais se gasta tempo para atender as obrigações fiscais. São 2.600 horas anuais, oito vezes a média mundial, de 332 horas (não é justo comparar com a Suíça, lugar civilizado, onde se gastam pouco mais de 60 horas anuais). Tempo é dinheiro. Moral da história: aqui, quem investe, investe com dinheiro do BNDES, que é baratinho e agüenta qualquer custo, inclusive da tributação. Mas não se faz um país crescer 5% ao ano investindo só com dinheiro do BNDES. Ou se cortam despesas e carga tributária e se simplifica o sistema tributário, ou os 5% de crescimento vão virar miragem.
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S em corte de gastos e de impostos, crescimento de 5% é miragem
Se o julgamento de Saddam fosse no Brasil CÂNDIDO PRUNES
O
Iraque, apesar de se encontrar ocupado por tropas estrangeiras e à beira de uma guerra civil, deu uma importante lição ao Brasil no começo da semana. Conseguiu, em relativamente pouco tempo (menos de 2 anos), levar a julgamento o ex-ditador Saddam Hussein. Condenado à forca, ele ainda poderá recorrer, mas, ao que tudo indica, seu destino estará selado em poucos meses. Pena, para o verdugo iraquiano, que seus crimes não possam ser julgados no Brasil. Caso fossem aqui, a realidade para ele seria completamente rósea, graças às existentes artimanhas processuais. Seus defensores já poderiam ter lançado mão dos seguintes artifícios: -Impetrar vários habeas corpus para que o réu respondesse em liberdade (e assim fugisse para uma jurisdição onde não houvesse risco de extradição); -Pedir a expedição de várias cartas rogatórias - que podem levar anos até serem cumpridas para escutar testemunhas no estrangeiro; -Solicitar perícias inúteis ou desnecessárias; -Impugnar, sem nenhum fundamento, depoimentos de testemunhas. Caso as impugnações não fossem acolhidas, os devidos recursos seriam interpostos para os tribunais superiores; -Pedir a anulação de provas sob a alegação de terem sido obtidas ilegalmente; -Impugnar jurados apenas para tumultuar
o processo; -Apresentar a renúncia dos advogados a fim de retardar o julgamento, enquanto o juiz tem que nomear defensores dativos; -Requerer a extensão de prazos processuais sob o argumento de que há mais de um réu no processo; -Invocar "foro privilegiado" para fazer o processo ir e vir entre tribunais, enquanto se discute a chamada "competência". Isso, sem contar o fato de que o processo contra ele teria dezenas de volumes (a maior parte, de páginas com carimbos ou despachos burocráticos) cuja leitura tomaria semanas do julgamento.
S
e não conseguisse fugir, e se não fosse beneficiado pela prescrição, Saddam Hussein pegaria uma pena leve. Como se sabe, não há pena de morte no Brasil. Nem a Lei dos Crimes Hediondos seria aplicada, pois o Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional alguns de seus aspectos mais relevantes (como a progressão no cumprimento da pena). Se fosse no Brasil, em pouco tempo Saddam Hussein seria visto ao sol, nas areias de Copacabana, rodeado de mulatas e tomando caipirinha. CÂNDIDO PRUNES É VICE-PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
O futuro de Saddam aqui seria róseo, graças às artimanhas processuais
ão serei exagerado dizendo que a política tem razões que a razão ignora. Faz pouco tempo, ninguém imaginava que Delfim Netto, antigo todopoderoso ministro dos generais, seria associado de Lula nas atividades políticas de novos tempos. Delfim é uma força não tanto eleitoral mas humana, com suas observações sarcásticas sobre homens e coisas e suas inclinações esotéricas sobre políticas e partidos. É mais para ser ouvido do que de ouvir, pois tem um espírito ágil, inteligente e capacitado a responder sobre qualquer assunto de domínio do governo e sair-se com a resposta plena e bem acabada. á Lula, conhecemos bem, antigo torneiro mecânico, conservou o talento sem aperfeiçoamento literário ou técnico, valendo-se antes da sua propensão para as coisas materiais com as quais sabe lidar. Evidentemente, Lula tem um arsenal vasto para candidatos como Delfim se abeberar. O presidente está prestes a oferecer algo a esse seu companheiro de conversas mais ou menos sigilosas e mesmo públicas, porque Delfim sabe dar conselhos. Como o fez aos militares durante o período em que trabalhou com eles, chefiando as pastas econômicas mais requisitadas. ão hesito em dizer que Lula e Delfim se darão muito bem, mesmo porque a origem dos dois é mais ou menos a mesma. É o compasso medido das economias pobres dos quais procedem e que fizeram deles dois exemplos de vitória na liderança econômica cada um a sua maneira. É interessante prever-se o que vai sair dessa nova amizade (ou antiga, não sei). O que sei é o que todos sabem, é que estão agora de mãos dadas; Lula tem o poder supremo nas mãos e Delfim saberá como usar o poder que deverá lhe passar às mãos o presidente. Façamos votos para que tudo dê certo dessa aliança política eleitoral e poderosa.
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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Os dois
se darão muito bem e Delfim saberá usar o poder que Lula deve lhe passar
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LOGO
brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), ao comentar os atrasos nos vôos do País
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NOVEMBRO
Valter Campanato/ABr
Falta gente, mesmo. Ninguém fala que falta radar, ou antena. O que falta é gente
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
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13 Morte da Princesa Isabel (1921) A família real portuguesa foge para o Brasil na sequência da invasão do país por tropas napoleônicas (1807)
A EROPORTOS C IÊNCIA
E o caos continua
Máquina imita o estômago humano Cientistas britânicos criaram o que afirmam ser o primeiro estômago artificial do mundo: uma caixa brilhante que simula a digestão humana. Construída de plásticos e metais capazes de resistir aos ácidos e enzimas encontrados nas vísceras do ser humano, o dispositivo poderá levar à criação de supernutrientes, alimentos capazes de criar a sensação de saciedade sem fornecer calorias para o corpo. "Já houve diversas simulações da digesta em potes de geléia", disse o pesquisador Martin Wickham, do Instituto Norwich de Pesquisa Alimentar, referindo-se
aos tubos de ensaio cheios de enzimas, usados para criar uma aproximação das reações químicas em andamento nas entranhas. O estômago artificial (patenteado) de Wickham é um modelo em duas partes, e um pouco maior que um computador de mesa. A metade superior é um cilindro com um funil, no qual se derrama comida e onde se misturam o alimento, o ácido e as enzimas. Uma vez que esse processo tenha terminado, a comida passa a ser esmagada num tubo prateado de metal. No estômago verdadeiro, o produto seria absorvido pelo corpo.
M UNDO ANIMAL
Gata dá à luz a cachorros Universidade de Passo Fundo, RS, foram conferir o caso inusitado. O sangue dos filhotes será colhido até a próxima sexta feira para exames no Departamento de Genética da universidade. A dona do animal disse que nasceram seis filhotes. Os três com características de gato morreram, restando apenas os parecidos com cachorro. Um veterinário da cidade afirma que a possibilidade do cruzamento entre gato e cachorro é mínima, mas pode acontecer.
H UMOR
C ULTURA
Tom Cruise e Kate Holmes na Mad
Cuba: 20 anos da Escola de Cinema
A última edição da Mad, a revista de humor mais conhecida do mundo, traz em sua capa uma charge do famoso casal hollywoodiano, Tom Cruise e Katie Holmes, com a filha Suri, hoje com seis meses. A ilustração é uma paródia da capa da revista Vanity Fair, de setembro, que divulgou as primeiras fotos da criança. Mas, em vez da bela menina de olhos azuis, o casal tem em seus braços Alfred E. Neuman, personagem ícone da revista, em versão bebê. Katie aparece com os olhos arregalados.
Antigamente, chegar aos 20 anos era sinal de alcançar a idade adulta. Com a adolescência prorrogada ao máximo nos dias de hoje, podemos considerar a Escola de Cinema de San Antonio de lo Baños de Cuba, localizada em Havana, uma jovem que caminha para a maturidade. Fundada pelo escritor colombiano Gabriel García Márques, ela já formou 540 alunos. Deste total, 56 são brasileiros, diz o diretor do instituto, o cineasta cubano Julio García Espinosa, de 80 anos. (PC)
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uma repetição do que aconteceu nas últimas semanas, alguns dos principais aeroportos do País voltaram ontem a registrar atrasos em vôos nacionais e internacionais. Segundo o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, cerca de metade das decolagens realizadas ontem em território nacional tiveram algum tipo de atraso, o que equivale a algo entre 200 e 250 vôos. A média dos atrasos foi de uma hora, mas, segundo Pereira, alguns vôos tiveram atrasos bem maiores. "Um avião da Alitália deveria ter saído do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, às 13 horas, mas só decolou por volta das 18 horas", disse. As principais dificuldades foram registradas nos aeroportos de São
Vania Delpoio/Agência O Globo
Movimento em Cumbica, um dos aeroportos atingidos pelos atrasos
Paulo, Brasília e Salvador. O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, disse que os atrasos de ontem devem ter ocorrido porque dois controladores de vôo que trabalham em Brasília não puderam trabalhar - um teria quebrado a perna e o outro por
causa de doença na família. Para suprir a ausência desses dois operadores, outros controladores tiveram de acumular mais vôos, o que pode ter desencadeado os atrasos. O presidente da Infraero disse que os atrasos são por "problemas de recursos humanos". (AE)
Giuseppe Cacace/AFP
Trufas brancas - Um quilo e meio de trufas brancas foi vendido por 125 mil euros, durante o leilão mundial de trufas, que aconteceu no Castelo de Grinzane Cavour, no encerramento do 76º Festival Nacional de Trufas Brancas de Alba, na Itália. B ATE-PRONTO
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Arquivo DC
C A R T A Z
CONCERTO
Orquestra de Violões no Mosteiro. No programa, obras de Händel, Mozart, Villa-Lobos e Bizet (foto). Mosteiro de São Bento. Largo de São Bento, s/nº. Telefone: 3328-8799. Ao meio-dia. Entrada franca.
A Oregon Scientific lançou um kit de monitoramento meteorológico que usa conexões sem fio com sensores que fornecem dados sobre temperatura, umidade do ar, velocidade do vento e índice pluviométrico. Custa US$ 450.
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O Portal3 combina jornalismo e prestação de serviços com o objetivo de informar, mobilizar e integrar organizações e experiências, para ampliar o debate em torno de questões sociais. Com linguagem fácil e muitos e uma série de links sobre assuntos de interesse do terceiro setor, a home tem como públicoalvo estudantes, dirigentes, voluntários e colaboradores de organizações da sociedade civil, profissionais de empresas socialmente responsáveis e interessados em ações sociais.
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Divulgação
Terceiro Setor e ações sociais na web
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A TÉ LOGO
sem nenhum tipo de programa de microcrédito. Entre os temas debatidos na Cúpula - que vai até quinta-feira - estão a redução de custo e melhoria da produtividade, as microfinanças nas áreas rurais e com baixas densidades populacionais, os programas inovadores para alcançar os indigentes, desenvolvimento da microempresa e o microsseguro. Foi assinada a Declaração de apoio à Cúpula do Microcrédito, que resumia uma série de ações a serem seguidas pelas instituições. O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, recebeu aplausos ao anunciar a criação de um ministério das microempresas, e pediu que a próxima Cúpula se realize na América Central. Ele destacou que "a América é umas das regiões mais desiguais do mundo". A rainha Sofía, da Espanha, afirmou que nos últimos 10 anos surgiram 3 mil instituições de microcrédito, que alcançam 113 milhões de clientes pelo mun-
do. "Temos de nos comprometer a alcançar os objetivos que estabelecemos", disse a rainha, referindo-se às 100 milhões de famílias. O chanceler canadense Peter McKay disse que o país aportará US$ 40 milhões a projetos de microfinanciamento. O vice-presidente do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, destacou que seu país é o que melhor distribui renda na América Latina, "mas não conseguiu escapar da crise" e quase 30% da população vive abaixo da linha de pobreza. No país, ele diz que o setor de microcrédito ainda é muito pequeno. O primeiro ministro do Paquistão, Shaukat Aziz, pediu o compromisso dos governos com o setor de microcrédito, a capacitação de quem recebe os empréstimos junto à provisão de serviços sociais e infra-estrutura. Aziz pediu também que o microcrédito seja incluído no setor financeiro para que a iniciativa privada possa prover capital. (AE/AP)
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Norte-americanos acreditam que Fidel pode não sobreviver a 2007 por causa de sua saúde Lula promete salvar o Instituto do Coração de São Paulo em 48 horas
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Meteorologia portátil
Cúpula Global de Microcrédito começou ontem e já traçou metas ambiciosas de alcançar 175 milhões de pessoas (principalmente mulheres) e assegurar que as 100 milhões de famílias mais pobres do mundo ultrapassem a linha da miséria - ou seja, possam viver com mais de US$ 1 por dia. Para os 2,3 mil delegados de 100 países que foram a Halifax, no Canadá, o destaque do evento foi o prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, cujo banco Grameen já outorgou pequenos empréstimos a 6 milhões de clientes, ajudando-os a sair da extrema pobreza. Em seu discurso, Yunus perguntou qual seria o primeiro país a colocar a pobreza em um museu. "Já não somos uma nota de rodapé do sistema financeiro mundial", afirmou. "Somos parte da corrente principal, e esperamos chegar ao centro do sistema financeiro mundial". Ele destacou também que há poucos países no mundo
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F AVORITOS
Crédito para pobres
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G @DGET DU JOUR
TAM abre Museu da Aviação Não é preciso conhecer a história da aviação ou mesmo se interessar pelo tema. O simples contato com aeronaves como o triplano American Flea Ship, de 1939, ou os caças da Segunda Guerra Mundial Spitfire, Corsair, Messerschmitt 109, e a maior aeronave de passageiros nos anos 50 e 60, o gigante Constellation, é suficiente para sensibilizar o visitante do Museu Asas de um Sonho, da TAM, aberto ao público ontem em São Carlos, interior do Estado. São 32 modelos raros restaurados e em condições de voar. O museu recapitula o desenvolvimento da aviação entre 1927 a 1963, período de construção dos modelos expostos. (AE) B RAZIL COM Z
Inspiração para obra de Cachapa Para escrever Rio da Glória (Oficina do Livro, 396 pp), Possidónio Cachapa viajou durante três meses pelo Brasil, percorrendo o País de Norte a Sul. O autor partiu atrás das suas personagens, que resolveram atravessar o Atlântico em busca de diferentes ideais. "À medida que tudo começava a seguir na direção do Brasil, fui tomando a consciência de que tinha mesmo que ir. Aconteceu-me o mesmo quando escrevi Materna Doçura. A certa altura senti que tinha de ir para Paris ter com o Sacha", disse o romancista, dramaturgo e argumentista.
L
A gata de uma moradora de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, deu à luz a três filhotes com características de cachorros. Ora os bichinhos latem, ora eles miam. Os animais têm cara de cachorro e algumas características de gato, como patas e pêlos. A gata estaria namorando o cachorro da vizinha, comentaram populares da vizinhança. A bichana na mesma gestação também teve três gatinhos, que morreram. Especialistas em genética da
Mais de 200 vôos nacionais e internacionais sofreram atrasos ontem no País
M EMÓRIA
São Gabriel da Cachoeira torna três línguas indígenas idiomas oficiais do município
http://visaoonline.clix.pt/default. asp?CpContentId=332036
M ÉXICO
Assembléia aprova união gay Após quatro horas de debates, a assembléia da Cidade do México aprovou uma lei que reconhece legalmente a união de parceiros do mesmo sexo. A lei permitirá a casais homossexuais compartilhar seu patrimônio e outras obrigações derivadas da convivência, da mesma maneira que qualquer casal heterossexual. A nova lei, que foi duramente criticada pela Igreja Católica e por grupos civis conservadores, somente tem jurisdição local, na capital federal. A partir de agora, os dois "cônjuges" de um casal gay terão direito a herança e a pensão de seu parceiro. G RÃ-BRETANHA
Campanha para fobia de banheiro Médicos ingleses vão lançar em breve uma campanha nacional para combater o medo de usar privadas em locais públicos. Este tipo de fobia afeta cerca de quatro milhões de pessoas na GrãBretanha, estima a Sociedade Nacional de Fobias (NPS, sigla em inglês) britânica. Segundo especialistas, o pavor a toaletes pode esconder distúrbios mais sérios e já classificados como fobias, como o medo de ficar em locais abertos, timidez excessiva de urinar em companhia de outras pessoas e a incapacidade de fazer as necessidades em locais públicos.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
OS VENCEDORES
ANTONIO DELFIM NETTO
SEM MEDO DE CRESCER ão tenho dúvida, neste momento em que o presidente Lula se prepara para o segundo mandato, que o Brasil tem as melhores condições desses últimos dez anos para a retomada do seu desenvolvimento. No primeiro período conseguiu um resultado realmente importante ao eliminar o constrangimento externo que normalmente é a principal ameaça ao nosso crescimento, não tanto no ponto de partida mas o elemento de
Como o exército norte-americano venceu as eleições nos EUA unca um número tão pequeno de Escreva para eleitores decidiu doispontos@ o destino do mundo, pois, dcomercio.com.br como os Estados Unidos são o império, a cada quatro anos os americanos decidem, de fato, o presidente e, de dois em dois anos, u m C o n g re s s o l o c a l e mundial. Essas escolhas afetam os destinos planetários, bem mais do que a assembléia-geral da GO ONU. Uma pergunta retóexército rica: é melhor estar subormantém o dinado ao imperialismo moral alto. democrático americano ou ao cinismo realista de À nova uma assembléia composta maioria no essencialmente por désCongresso potas? ele só vai Paradoxalmente, sobrepedir mais posto a esse imperialismo verbas. democrático americano, os eleitores dos Estados UniG Nem dos, a metade que tem vonmesmo os tade de votar, deixa-se democratas guiar por interesses e paiousaram xões locais bem mais do fazer da que as complexas consideeleição uma rações mundiais. Na eleição parlamentar da semana plebiscito contra Bush passada foi bem menos um ou contra o re f e re n d o s o b re c o m o George W. Bush administra Iraque. Eles sabem os EUA, o Iraque ou o terrorismo (ainda que essas que essa questões tenham influenrejeição ciado muito) e bem mais não uma tomada de decisões loocorreria. cais. Nem mesmo os demoG Diante cratas ousaram fazer da dos eleição uma plebiscito militares, contra Bush ou contra o os políticos Iraque. Eles sabem que esvão a partir sa rejeição não ocorreria. Mas essas eleições tiveram de agora o melhor resultado que caminhar nós, espectadores mais ou juntos, menos expostos ao terropois não rismo e mais ou menos entêm outra gajados no teatro das opeescolha rações, podíamos esperar. para Os dois partidos e o presisobreviver. dente foram condenados a administrarem juntos o conflito. Isso não garante uma solução feliz e rápida, mas deve nos proteger dos movimentos irracionais. Esse consenso também deve reforçar o peso do exército americano; a esquerda acadêmica anti-americana prefere falar em complexo industrial-militar.
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Complexo ou não, é aos militares que os políticos vão interagir. Sem esperar os resultados das eleições, os comandantes do exército anunciaram que serão deles a estratégia no futuro. Os generais que chegam do teatro de operações analisam seus erros. O primeiro foi aplicar no Iraque os métodos concebidos inicialmente para vencer as tropas soviéticas: uma força máxima de destruição. Os militares não imaginavam que teriam de administrar, diretamente, um país em ruínas. A improvisação os levou a cometerem inúmeros erros, freqüentemente relacionados ao desconhecimento das tradições locais, à substimação das alianças religiosas e tribais. Eles também não previam que os profissionais do terror, a Al Qaeda e os antigos membros do Baath tivessem uma inteligência tática parar mobilizar tropas de novos recrutas. principal conclusão que se obtém do Estado Maior americano é que a superioridade militar não serve para muita coisa: o importante é instaurar a legitimidade do novo governo (tanto no Iraque quanto no Afeganistão) e a da presença dos americanos. Essa legitimidade pode ser conseguida respeitando os costumes locais e levando o exército a realizar missões humanitárias e administrativas: o soldado americano não será simplesmente um soldado, mas um administrador e seguindo as regras da realidade local. A forma de comandar será transformada para que esse soldado possa tomar as iniciativas que a situação exige, sem esperar por ordens teóricas vindas de cima. A luta contra a rebelião chegará às bases, numa relação que os militares vão estabelecer ou não com a população. O desejo de democracia no Oriente
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Médio passou a ser "minimalista e realista". na política externa onde fica mais complicado distinguir onde os dois partidos a m e r i c a n o s s e d i s t i nguem. Os democratas só se diferenciam por contestar a má estratégia de Bush, mas sem até agora apresentar uma proposta. Eles também se diferenciam com uma certa modéstia na análise: eles criticam os republicanos por qualificarem o Iraque e outras operações militares como a quarta guerra mundial, contra o fascismo-islâmico. Os democratas se contentariam em "estabilizar" o Iraque sem, necessariamente, democratizá-lo, em três anos, previu a futura presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, para retirar os soldados americanos. Contra o terrorismo, ao contrário dos republicanos, os democratas confiam mais na polícia e na espionagem do que nos grandes desembarques armados. Mas até os republicanos estão ficando prudentes, à exceção dos neo-conservadores, os grandes derrotados nessa eleição, que defendem ataques aéreos ao Irã e à Coréia do Norte. Apostamos que, bem mais do que grandes questões ideológicas, são os eventos improváveis que vão ditar os próximos passos tanto dos democratas quanto dos republicanos. As grandes linhas dessa nova estratégia americana, que ainda não foram divulgadas, ja estão sendo aplicadas. No C o m bi n e d Arms Center, em Fort Leavenworth (Kansas), uma escola para formação de oficiais superiores, administrada pelo general David Petraeus, os programas priorizam a cultura, a responsabilidade do soldado, a um melhor conhecimento do inimigo e do terreno. Entre as leituras obrigatórias, uma obra o
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oficial francês David Galula, publicada em 1961, sobre o treinamento de guerrilha no Vietnã e na Argélia. As guerrilhas, ens i n a - s e e m F o r t L e avenworth, são idênticas em um século ou outro, em um país ou outro: em todos so casos, o sucesso ou o fracasso de uma rebelião depende da relação que o exército de intervenção mantém com a população local. No meio do tiroteio, ela ficará do lado do gov e r n o o u d a re b e l i ã o ? "Soubemos ganhar esse tipo de conflito nas Filipinas (no século 19) e em El Salvador nos anos 1980, mas no esquecemos", explica o general Petraeus. O exército americano está engajado em uma grande sessão de reaprendizado. essa corrida quem será mais rápido? Os rebeldos ou os americanos? O exército já perdeu 3 mil homens no Iraque. Porém, tendo em vista o número de soldados no local, a cifra é considerada pelos militares como modesta. "As chances de sobreviver no Iraque são excelentes". O exército mantém o moral alto. À nova maioria no Congresso, ele só vai pedir mais verbas. O exército está em guerra, comenta-se no Combined Arms Centers, mas os Estados Unidos só destinam 4% do orçamento às despesas militares, bem menos do que no tempo da guerra fria e uma dos menores percentuais entre os países desenvolvidos. O maior exército do mundo, paradoxalmente, é o mais barato, levando em conta a riqueza nacional. Diante desse establishment militar, que já determinou a próxima etapa da guerra, democratas e republicanos vão, a partir de agora caminhar juntos, pois não têm outra escolha para sobreviver.
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GUY SORMAN BLOGWWW.HEBDO.CH/ SORMANBLOG.CFM
governo, por sua vez, tem de convencer a sociedade que vai conter a expansão de seus gastos de custeio para ter como melhorar as condições do investimento público e liberar recursos para o setor privado. Os gastos com os programas sociais podem ser perfeitamente sustentados. Seus resultados são excepcionais em termos de redução das desigualdades e melhoria das condições de alimentação das famílias de renda até 3 ou 4 salários mínimos e dos demais bens de consumo, até 10 salários mínimos. O que precisa é segurar
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Podemos realmente fazer a produção crescer nesses 5% de que todos falam
Marcos Peron/Virtual Photo
John Moore/ASSOCIATED PRESS/AE
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uma expressão que obviamente não fui eu que inventei, mas que define bem a decisão do empreendedor que intui que a demanda vai crescer. Se ele está perto do limite da produção ele investe para elevar a capacidade, iniciando assim um processo benigno de desenvolvimento que tende a se alimentar do próprio crescimento.
frustração de sua continuidade. Estou convencido que podemos alcançar em 2007 uma expansão do PIB da ordem de 5% sem nenhuma perturbação quanto à estabilidade interna e com boas condições de neutralizar o risco externo. Esses 5% de que todos falam e que tomou conta das mentes (o que é uma boa coisa, embora não haja sentido em transformá-lo em meta), devem ser tomados simplesmente como a partida do motor, pois a continuação da marcha vai depender de questões bastante objetivas e da própria postura do governo. epende da atitude amigável do governo, capaz de transmitir aos empresários e trabalhadores as garantias de que eles vão se apropriar legitimamente do produto de seus esforços, sem serem assaltados por mais impostos. Depende objetivamente de produzir as mudanças necessárias para ir colocando o câmbio numa situação de mais equilíbrio e a taxa de juros nos níveis suportáveis para estimular o setor privado a investir. Depende, enfim, de fazer renascer nos empresários o espírito selvagem, (o animal spirit, no original)
D
o custeio da máquina estatal, eliminar enormes desperdícios e aumentar a produtividade dos serviços. ão tenho dúvida que podemos crescer 5% em 2007 mas para dar continuidade ao desenvolvimento, à taxas ainda maiores , vai ser preciso aproveitar o próprio resíduo desse crescimento na ampliação do investimento público e não no aumento do gasto corrente. Tem de mostrar que nos próximos quatro anos não vão faltar investimentos na infraestrutura de energia, dos transportes terrestres, fluviais ou marítimos, nos aeroportos e onde se apresentarem os gargalos que vão ser criados com a própria aceleração do crescimento.
N
ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA
AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO. DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR
G O avanço
econômico depende do renascimento do espírito selvagem nos empresários
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Política
3 Quem manda no Pontal são os trabalhadores; por isso, estamos sendo impedidos. José Rainha, por carta.
Jonne Roriz / AE
Célio Messias/AE
Sem investimento público, não será possível crescer 5% ao ano. Aloizio Mercadante Liberdade plena exige responsabilidade, sobretudo seriedade. Luiz Inácio Lula da Silva O PT tem o melhor espaço, que é o cargo do presidente. Quem tem esse cargo não deve brigar por outro. Jorge Viana
Eu não sei se o PSDB precisa caminhar mais para a direita ou para a esquerda. Ele tem que caminhar para a frente. Fernando Henrique Cardoso
O então presidente Aldo Rebelo e a primeira-dama Rita Rebelo, ontem no Aeroporto de Congonhas, logo após a transferência do cargo.
UM COMUNISTA NO PODER
O que nós não queremos é, na verdade, cairmos numa armadilha de sermos caudatários apenas dos interesses do governo federal. Aécio Neves Celso Junior/AE
Incorporar um partido com problema é como ingerir comida estragada, dá congestão. Fernando Gabeira
Com o vice-presidente José Alencar de licença médica, Aldo Rebelo assume a Presidência da República.
O
presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), rec e b e u n e s t e d omingo o cargo do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou para a Venezuela, e dividirá a interinidade entre São Paulo e Brasília. É a primeira vez que um comunista assume o governo. Terceiro nome na linha de substituição da Presidência da República, Rebelo ocupa o posto por causa da licença médica do vice-presidente reeleito José Alencar, que está em Nova York para tratamento de saúde.
"Esse fato (ocupar a Presidência) é uma expressão do amadurecimento da vida democrática no Brasil. Mesmo que seja só uma formalidade constitucional, mostra ao mundo o dinamismo e a mobilidade exemplares que nossa democracia proporciona", disse Aldo Rebelo, que fica no posto até a meia-noite de hoje. No dia 30, Rebelo ocupará outra vez o governo, já que Lula viajará para a África e a licença de Alencar se estenderá até o dia 7. O presidente da Câmara se limitará ao caráter burocrático nessa primeira interinidade. Não ocupará a
cadeira do presidente e despachará na sala ao lado do gabinete presidencial. Hoje Rebelo mantém a agenda de presidente da Câmara: faz uma palestra na Fundação Mário Covas, em São Paulo. Às 15 horas segue para Brasília e vai direto para o Palácio do Planalto. O único compromisso oficial é a entrega da Medalha do Mérito Desportivo para o maratonista brasileiro Marilson Gomes dos Santos, que ganhou a maratona de Nova York no dia 5. Mas Rebelo estará aberto a visita de colegas. Trajetória – Um dos principais quadros do PC do B, ele
foi reeleito este ano para o quinto mandato na Câmara. Na gestão Lula, exerceu cargos de peso. Foi líder do governo e ministro de Coordenação Política. Em 2005, assumiu o comando da Câmara com a renúncia do então presidente Severino Cavalcanti (PP-PE). Em declaração à rádio" Jovem Pan", sobre a necessidade de coalizão no País, Aldo Rebelo "defendeu a união de amplas forças, partidárias, políticas, sociais, econômicas, intelectuais, como única alternativa para tornar o Brasil governável". (Agências)
Lula Marques / Folha Imagem
Cabe ao presidente da República, respaldado pela reeleição, montar a sua equipe sem a inconveniência da pressão dos partidos. Sérgio Cabral Senti que o presidente tem confiança de construir um governo com base ampla e com participação popular e democrática. Ricardo Berzoini
Andre Dusek/AE
Fui vereador, prefeito, deputado estadual, federal duas vezes, vicegovernador e governador. É a primeira vez que eu acordo e não tenho uma agenda. Geraldo Alckmin
Beto Barata/AE
O centro de poder internacional se encontra no Conselho de Segurança da ONU. Samuel Pinheiro Guimarães embaixador
Precisamos tirar o pé do freio. José Anibal
O que se busca agora é a unidade, porque o PMDB dividido o governo já tem. Michel Temer A bancada do PT tem convicção de que o partido faz bem para o País e que, portanto, faz bem para o governo. Arlindo Chinaglia
Defendo uma agenda em que o governo ceda muita coisa que não está cedendo agora, como orçamento impositivo, medidas provisórias e outras coisas importantes, sem as quais a democracia não funciona. Antonio Carlos Magalhães
Celso Junior/AE
AQUI NÃO TEM PAPAI NOEL – Na Venezuela, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará durante o dia de hoje, o governo de Hugo Chávez vai proibir o uso de símbolos "imperialistas" norte-americanos, como árvores de Natal ou imagens de Papai Noel na decoração das repartições públicas. Mesmo assim, havia um boneco do "bom velhinho" enfeitando o aeroporto de Puerto Ordaz, em Caracas.
MST QUER RAINHA LIVRE
Integrantes do movimento criticam ordem de prisão contra o líder. Em carta, ele relembra amizade com Lula.
C
e rc a d e 3 0 0 i n t egrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) realizaram uma manifestação contra a ordem de prisão do líder José Rainha Júnior, no sábado à noite, em Teodoro Sampaio, no Pontal do Paranapanema. O ato teve a participação de políticos ligados ao PT e sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O grupo decidiu também intensificar a mobilização pela reforma agrária na região. Rainha foi condenado a 2 anos e 8 meses de prisão por porte ilegal de arma e aguardava em liberdade o julgamento de um recurso. No último dia 24, o Tribunal de Justiça (TJ) de
São Paulo confirmou a sentença e mandou expedir o mandado de prisão. Desde então, José Rainha está foragido. Sua mulher, Diolinda Alves de Souza, também líder dos sem-terra, disse, em discurso, que o movimento não vai "baixar a cabeça". Segundo ela, a ordem de prisão não fará com que o MST recue. 'Amigos de Lula' – "O que deve ser dito é que a Justiça está tirando o nosso direito de falar e lutar. Quem manda no Pontal são os trabalhadores, por isso estamos sendo impedidos." Os manifestantes leram uma carta escrita por Rainha e dirigida à mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Marisa
Letícia, na qual o líder relembra a amizade com o casal. Também foi lido e aprovado um documento no qual o MST denuncia a "criminalização dos movimentos sociais e de suas lideranças". No manifesto, que será encaminhado a representantes dos governos estadual e federal, o MST defende a "liberdade de organização e de luta", sem "qualquer tipo de discriminação". O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que era esperado, não compareceu. Ele alegou problemas causados pelo atraso do seu vôo. Suplicy comprometeu-se a fazer o documento chegar ao presidente Lula. Integrantes da coordenação regional do MST, no entanto,
não compareceram ao ato. Eles não aceitam a liderança de Rainha, que seria responsável por uma divisão do movimento no Pontal do Paranapanema. O grupo de José Rainha coordena 11 acampamentos com cerca de 1,6 mil acampados, e manteve uma trégua nas invasões até o fim do segundo turno das eleições. A ala ligada à coordenação regional, por sua vez, controla três acampamentos e cerca de 1 mil militantes. Desde a prisão do líder, o grupo contrário invadiu cinco fazendas na região, três delas na semana anterior à votação do segundo turno. O pessoal alinhado a José Rainha invadiu apenas uma fazenda, no último dia 7. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
0,23
10/11/2006
por cento foi a queda do Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, na sexta-feira.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 08/11/2006 08/11/2006 08/11/2006 08/11/2006 08/11/2006
P.L. do Fundo 11.099.038,22 1.479.175,13 8.604.041,80 17.225.346,22 1.326.193,45
Valor da Cota Subordinada 1.238,109100 1.117,967540 1.193,830684 1.091,672411 1.133,230380
% rent.-mês 0,7786 0,3445 0,0283 - 1,3112 0,8033
% ano 26,7294 11,7968 19,3831 9,1672 13,3230
Valor da Cota Sênior 1.015,434957 1.102,513919 1.117,599095 0 0
% rent.-mês 0,2798 0,2568 0,2798 -
% ano 1,5435 10,2514 11,7599 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC
A vitória ambígua dos democratas Jason Reed/Reuters
marquês de Sader diz que a esquerda é "responsável pelos melhores momentos da história da humanidade". Vou lhes dar um exemplo entre outros inumeráveis. Em 1975, os soldados americanos se retiraram do Vietnã, deixando o campo livre para os comunistas, que então promoveram a matança de três milhões de civis vietnamitas e cambojanos, o mais hediondo episódio de genocídio da segunda metade do século XX, superando em mais de três vezes o total de mortos da guerra. O resultado era mais que previsível, mas os amorosos pacifistas que se esforçaram para torná-lo realidade jamais foram cobrados na grande mídia pelo crime imensurável que ajudaram a praticar. Alguns, como Noam Chomsky, ainda fizeram o possível para ocultálo, e por isso são honrados até hoje como exemplos de honestidade intelectual. Outro belo momento, que poderá levar o marquês ao êxtase, anuncia-se para breve no Iraque, caso os radicais de esquerda do Partido Democrata americano, embriagados pela vitória fácil na Câmara e no Senado, se deixem levar pelo entusiasmo pacifista de John Murtha, Nancy Pelosi e outros que tais. É difícil que isso chegue a acontecer, pois, quando tiveram a chance de levar à prática a proposta de retirada imediata que advogavam da boca para fora, os democratas recuaram mais que depressa. Eles sabem perfeitamente que o Irã, atualmente já o maior fornecedor de recrutas para o terrorismo iraquiano, está pronto para ocupar o território do país vizinho ou pelo menos para realizar ali uma matança sem precedentes tão logo veja os soldados americanos pelas costas. E uma coisa é falar mal do governo, outra é compartilhar das responsabilidades de governo. Uma dessas responsabilidades, que George W. Bush agora se sente aliviado de poder dividir com seus críticos mais ferozes, é a de decidir o que fazer com Kim Il-Jung. Mais provável e mais iminente do que uma retirada do Iraque é um ataque à Coréia do Norte. Neste momento, os EUA estão reforçando suas tropas na Ásia e dando os retoques finais ao plano de bombardear com mísseis Tomahawk as instalações coreanas de processamento de plutônio em Yongbyon. Há outras opções militares menos devastadoras, mas alguma delas terá de ser levada à prática em breve, a não ser na hipótese de que Kim volte atrás nos seus planos já anunciados de atacar os EUA. Entre os democratas, alguns esperam ou dizem esperar que ele seja induzido a isso pelas pressões da Coréia do Sul e sobretudo da China. Mas aí a
comprometido com os governos do Canadá e do México a realizar o plano. O Partido Republicano, onde há tantos membros do CFR quando no Democrata, não podia nem aprovar uma coisa dessas nem romper abertamente com o presidente. Confuso e indeciso, optou por fazer-se de morto, o que era o mesmo que pedir aos eleitores que o sepultassem. Mas é claro que nem toda a justa irritação dos conservadores contra Bush poderia transformá-los em esquerdistas. O que eles fizeram foi o que havia de mais inteligente a fazer: escolheram os mais conservadores entre os candidatos democratas, e votaram neles. Deste modo, o sucesso do Partido Democrata não foi nem uma vitória da esquerda nem uma derrota do conservadorismo. Foi uma derrota de um presidente ambiguamente “tucano” e de seus aliados rinos. Entre os republicanos, o comentário geral é que o partido tem de abandonar o bushismo e voltar à boa e velha linha conservadora de Goldwater e Reagan, que Bush, por momentos, fingiu representar.
O
A deputada Nancy Pelosi, futura presidente da Câmara, saúda militantes do Partido Democrata na festa da vitória, em Washington
coisa se complica espetacularmente, porque, segundo o relatório em preparo pela U.S.-China Economic Security Review Commission (Comissão de Revisão da Segurança EUA-China), cuja versão oficial deverá ser divulgada ainda este mês, a China, ao mesmo tempo que fingia apoio aos EUA, ajudava secretamente o programa norte-coreano de armas nucleares. O relatório baseia-se em informações de testemunhas diretas. Partes do documento foram passadas ao jornalista Bill Gertz por assessores parlamentares, de modo que ninguém no Congresso pode verossimilmente alegar completa ignorância a respeito. No tempo em que os democratas eram apenas oposição, informações como essa os ajudavam a espremer o pobre George W. Bush na parede, obrigando-o a escolher entre o risco de ignorar a ameaça e o de tomar sozinho uma decisão impopular. Agora, quem está na parede são eles. Esse é só um dos motivos por que, nos círculos conservadores, ninguém está lamentando muito a derrota
Os radicais democratas sabem perfeitamente que o Irã atualmente já é o maior fornecedor de recrutas para o terrorismo iraquiano.
Bazuki Muhammad/Reuters/3/8/2006
republicana. É verdade que os jornalistas brasileiros nem falam disso. Apanhar de petistas enragés não há de têlos tornado mais inteligentes, nem extinguido em seus corações as afeições esquerdistas que já se tornaram a sua segunda natureza. A esta altura, eles estão comemorando a dupla vitória democrata nos EUA como se fosse o começo do fim da “direita religiosa”, se não do abominável Império americano inteiro. Mas, se é verdade que o povo americano está mesmo cansado da guerra no Iraque, nunca a política internacional, sozinha, decidiu uma eleição nos EUA. Ninguém duvida de que o Partido Republicano pagou pelos pecados de George W. Bush, mas a rejeição nacional ao presidente tem muito menos a ver com a guerra do que com as atitudes dele com relação a gastos públicos, imigração e legislação eleitoral – e, nessas três áreas, ele não errou contra os democratas, e sim com o apoio entusiástico deles. Deles e dos chamados Rinos (republicans in name only, “republicanos só no nome”), como John McCain e Lincoln Chafee. O exemplo mais notório foi a lei de imigração. Enquanto o país inteiro clamava por
Uma das responsabilidades das quais Bush agora se sente aliviado de poder dividir com seus críticos mais ferozes é a de decidir o que fazer com Kim Il-Jung.
medidas drásticas contra a imigração ilegal, o presidente tramava com os rinos e os democratas um plano ridículo que não só anistiava os invasores mas lhes dava mais direitos do que os imigrantes legais jamais tiveram. A proposta despertou tanta revolta que os republicanos conservadores na Câmara dos Deputados frustraram o esquema, trabalhando contra seu próprio presidente e suprimindo da lei contra a imigração ilegal o dispositivo de anistia. Isso foi em dezembro. Então já havia conservadores chamando Bush abertamente de “traidor”. Bush complicou muito sua própria situação quando deu apoio a uma nova legislação eleitoral que limitava severamente a ação das ONGs não-partidárias. Ora, essas ONGs como por exemplo a National Rifle Association, a American Family Foundation e sobretudo os think tanks como a Heritage Foundation ou a Claremont Foundation, são a principal força do movimento conservador americano. É claro que os democratas, que nunca conseguiram montar um think tank que funcionasse, adoraram a nova regra e os conservadores viram nela uma traição explícita de Bush à causa que professou defender. Mais motivo ainda para revolta o presidente deu quando violou ao mesmo tempo duas leis sagradas do conservadorismo, gastando um
dinheirão do governo para aumentar a interferência estatal na educação infantil, com a ajuda, é claro, dos democratas. A repugnância dos conservadores ao excesso nos gastos públicos é tradicional, mas sua resistência à educação estatal, que era apenas moderada, se transformou em ódio ostensivo quando ficou claro que as escolas americanas estavam se tornando centros de doutrinação politicamente correta orientados... pela ONU. O pior de tudo foi a súbita revelação dos planos secretos do Council on Foreign Relations para dissolver as fronteiras entre os EUA, o Canadá e o México, praticamente eliminando a nação americana como unidade política independente. A idéia já era antiga, mas quando alguém levantou a lebre e um cidadão apelou ao FOIA (Freedom of Information Act), obrigando o governo a divulgar os documentos sobre o assunto, o que se descobriu foi que Bush já estava formalmente
Quando tiveram a chance de levar à prática a proposta de retirada imediata do Iraque, que advogavam da boca para fora, os democratas recuaram mais que depressa.
Jorge Gerdau Meus efusivos cumprimentos ao dr. Jorge Gerdau por haver recusado um ministério no governo Lula. Como empresário, como líder e sobretudo como pai espiritual do Fórum da Liberdade, ele já fez mais pelo bem do Brasil do que todos os ministros deste e de vários outros governos. Fez e continuará fazendo. Um ministério, para ele, não seria promoção, seria rebaixamento. “Ministro”, afinal, vem do latim minus, como complemento oposto de magis. Um homem como Jorge Gerdau não pode ter chefe, muito menos ser o minus do magister Lula. No governo, ele daria o melhor de si pelo progresso nacional, mas teria de acomodar-se à simbiose monstruosa de economia capitalista e centralização política socialista, que é a fórmula da administração luliana. Um empresariado forte e independente é a base da democracia capitalista. Quando vinte de nossos grandes empresários compreenderem isso como Jorge Gerdau compreende, o Brasil entrará no bom caminho. Vida dura Se vocês querem me deixar contente, vão ao blog do Reinaldo Azevedo (http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/) e leiam a nota “Nos Emirados Sáderes: Lula se solidariza com Sader, que agora quer título em clube da burguesia carioca”. É imperdível.
Ahmad-Al-Rubaye/AFP
Alexander Nemenov/AFP/23/8/2003
Ahmadinejad, presidente do Irã: fornecimento de terroristas
Kim Il-Jung: o que fazer com ele?
Tropas americanas patrulham ruas centrais de Bagdá, em dia de explosões e violência
4
Câmara Senado Gover no Congresso
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Robson Fernandes / AE 06.10.2006
Eymar Mascaro
Elle de novo
F
ernando Collor deve se filiar ao PTB pensando em ser candidato a presidente em 2010. Collor se elegeu senador por Alagoas pelo PRTB, mas já está de mudança. O convite para que troque de partido foi feito pelo ex-deputado Roberto Jefferson, autor da denúncia do mensalão. Roberto Jefferson desconversa quando alguém pergunta se apoiaria a candidatura de Collor a presidente. O ex-deputado diz que é um assunto que não deve ser discutido no momento. O sonho de Collor é tentar a volta ao Planalto, de onde foi defenestrado pelo Congresso sem dó e piedade.
Segundo a PF, os "aloprados" procuraram pelo presidente do PT antes de negociar o dossiê.
D
contatos telefônicos Berzoini nos dias que antecederam a compra do dossiê. Um dos nomes confirmados foi o de Hamilton Lacerda, homem de confiança da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, flagrado pelo circuito fechado do Hotel Ibis carregando uma mala, supostamente, com o dinheiro da negociação. Também chamou a atenção da PF o grande número de telefonemas entre o escritório de Berzoini e a empresa pertencente a Freud Godoy, apontado como a pessoa que ordenou o pagamento do dossiê. (AE)
comum de negociações. Para Mantega, o primeiro tema será a reforma tributária, "que está mais madura e próxima de uma discussão e resolução", disse, ressaltando que as negociações, em si, não podem ser antecipadas, pois
"o colégio das novas forças políticas do País ainda não está formado." Segundo ele, o governo deve acrescentar temas no projeto. "É uma proposta mínima de reforma tributária. Podemos fazer uma reforma tributária que
comece modesta e caminhe para uma mais ambiciosa, como a unificação dos tributos ". Há ainda, segundo ele, a questão da estadualização de estradas federais e as dívidas dos Estados em situação difícil. (AE)
PMDB: SER OU NÃO SER OPOSIÇÃO? Governadores eleitos decidem nesta sexta-feira se vão apoiar ou não o segundo mandato do petista Lula
O
s governadores do PMDB e o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer, vão se reunir na sexta-feira (17), em Florianópolis, para discutir e definir uma "posição unitária" em relação ao segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido terá, em 2007, sete governadores,
dos quais dois estarão no primeiro mandato –Sérgio Cabral, no Rio, e André Puccinelli, em Mato Grosso do Sul. Temer descartou a hipótese de que poderia assumir uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e defendeu a presidência da Câmara para o partido, uma vez que "o PMDB fez a maior bancada".
APOIO
PREFERÊNCIA
Fernando Collor está com Lula. É favorável a que o PTB apóie integralmente o governo do PT, tese que não agrada Roberto Jefferson. O líder do PTB na Câmara, José Múcio, já se comprometeu em apoiar Lula, mas Jefferson quer que o partido seja independente.
Lideranças do PFL avisam que preferem o continuísmo de Aldo Rebelo a eleger um deputado do PT. O presidente do PFL, Jorge Bourhausen, promete que o partido não dará trégua ao governo. Fará a mesma oposição a Lula, embora existam deputados do PFL querendo se aproximar do governo.
COMO SERIA Berzoini: ligações para Bargas, Hamilton Lacerda, Godoy...
LULA OUVIRÁ GOVERNADORES ANTES DA POSSE O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o presidente Lula se reunirá com os atuais governadores e com os eleitos antes da posse para ouvir pedidos e "tomar a temperatura", a fim de estabelecer uma pauta
Hoje cheguei aos 65 anos e, pela Constituição, não poderia ser ministro. Michel Temer (PMDB)
REUNIÃO COM GOVERNADORES SAI ESTE ANO
TELEFONEMAS COMPLICAM BERZOINI ados obtidos com a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos na operação de compra do dossiê Vedoin complicam a situação do presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini. Apontado como um dos "aloprados" que tentaram comprar o material contra políticos do PSDB, Oswaldo Bargas procurou insistentemente por Berzoini em dois dias decisivos da operação: 12 e 13 de setembro deste ano. Além de Bargas, outros petistas acusados de envolvimento com o caso mantiveram
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Interlocutores do governo Lula já acenaram com a possibilidade da indicação de Temer para o STJ numa tentativa de desencorajá-lo a disputar a presidência da Câmara, cargo que já exerceu por duas vezes, no governo Fernando Henrique Cardoso. "É muito honroso ser presidente da Câmara. Mas essas coisas não se postu-
Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)
Palestrante Sergio Augusto de Avellar Coutinho, General da Reserva e autor do livro “A Revolução Gramscista no Ocidente” Tema: “Configuração e atuação das esquerdas contemporâneas”
Participação Amaury de Souza, cientista político Marcel Solimeo, Diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP
Dia: 13 de novembro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar
lam, acontecem", afirmou Temer, numa indicação de que quer voltar ao posto. "Há três anos, emissários do governo me ofereceram e não quis. Hoje cheguei aos 65 e, pela Constituição, não poderia ser ministro. Além disso, não quero porque poderia parecer barganha", disse Temer. Historicamente alinhado ao PSDB, ele prega agora uma coalizão com visão parlamentarista. Temer e o governador reeleito de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, apoiaram o tucano Geraldo Alckmin nas eleições presidenciais e são os articuladores da reunião de governadores. "Sempre trabalhei pela independência do partido", afirmou. Forças – O quadro entre os governadores é emblemático da divisão da legenda. Luiz Henrique se mostra mais inclinado a ser oposição ao governo Lula ou, pelo menos, independente. Ainda assim, diz-se disposto a acatar a decisão do partido, seja qual for. Na ala da oposição, estão ainda o governador eleito de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, e o atual governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos. Já o governador reeleito do Tocantins, Marcelo Miranda, defende o alinhamento ao governo. "Acho que o PMDB é um grande partido, tem maioria na Câmara e temos condições de estar unidos", afirma Miranda, que fez campanha pela reeleição de Lula desde o primeiro turno. Também fazem parte do bloco lulista os governadores reeleitos do Paraná, Roberto Requião, e do Amazonas, Eduardo Braga, além do governador eleito do Rio. Os governadores Joaquim Roriz, do Distrito Federal, e Germano Rigotto, do Rio Grande do Sul, também estão mais pró-Lula. O governador reeleito do Espírito Santo, Paulo Hartung, é apontado como "neutro". Apesar do apelo dos petistas, ele não entrou na campanha de Lula. (AE)
Roberto Jefferson, presidente do PTB, deu sinal verde para que Walfrido Mares Guia continue no ministério do Turismo no segundo mandato de Lula. O que não significa, para o exdeputado, que o partido deva dizer "amém" a todas manifestações do governo.
INTERESSE Lula monta seu governo contando com o apoio no Congresso do PMDB, PTB, PC do B, PL e PP, além de outros partidos nanicos. Todos esses partidos terão participação no governo do PT. Alguns no ministério e outros com cargos no 1º escalão e estatais.
CONVERSAS O presidente quer se entender com todos os grupos que o dominam o PMDB. Lula não quer apenas o apoio dos chamados governistas. Quer também o apoio dos que se denominam de oposição, entre os quais se destacam os deputados Geddel Vieira Lima (BA) e Michel Temer (SP).
PACTO Apesar de brigarem pela presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB) e José Agripino (PFL) fizeram um acordo de não-agressão. O pefelista promete não radicalizar a campanha se confirmar sua candidatura, o mesmo garantindo o atual presidente da Casa.
PROJEÇÃO São Paulo já tem dois candidatos à Prefeitura em 2008: o atual prefeito, Gilberto Kassab (PFL), candidato à reeleição, e Marta Suplicy (PT). O PSDB pode apoiar a reeleição de Kassab, mas com a condição de que o PFL apóie o candidato tucano à presidência em 2010.
INSISTÊNCIA Setores do PSDB vão continuar insistindo para que Geraldo Alckmin se candidate à Prefeitura de São Paulo. O exgovernador, porém, descarta a hipótese de se candidatar. Alckmin é nome certo para disputar as eleições em 2010, podendo tentar a volta ao governo de São Paulo.
PLANALTO
COMPROMISSO Além dos ministérios (cinco ou seis), o PMDB quer o apoio do governo do PT para disputar a eleição de presidente da Câmara e Senado. Acontece que o PT também pensa em presidir a Câmara. O PMDB tem três candidatos: Geddel Lima, Eunício Oliveira e Michel Temer.
O nome de Geraldo Alckmin será lembrado também quando o PSDB começar a discutir a candidatura presidencial, mas o partido tem dois précandidatos fortes: José Serra e Aécio Neves. Os tucanos admitem que a escolha não fugirá dos governadores eleitos de São Paulo e Minas.
CARGOS O PT não vai entregar sem luta os espaços que ocupa no governo. Suas principais lideranças querem sustentar as mesmas posições no governo, mas Lula precisa de mais espaços para continuar negociando com os partidos. É briga de gente grande.
EMPECILHO
CIRURGIA
PT e PMDB enfrentam o desejo de Aldo Rebelo (PC do B) de continuar na presidência da Câmara em 2007. Aldo já pediu o apoio de Lula e do PT. Se conseguir a importante ajuda do governo e da bancada do PT, Aldo tem grandes chances de continuar no cargo.
Está confirmada para amanhã a operação do vice José Alencar, em Nova York, para a retirada de um tumor no abdômen. A previsão é que Alencar volte ao Brasil depois do dia 24. Alencar já se submeteu a novas baterias de exames no hospital americano.
8
Nacional Empresas Comércio Exterior Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Custo de logística no Brasil chega a R$ 180 bilhões ou 12% do Produto Interno Bruto (PIB).
19 MIL CAMINHÕES CHEGAM AO LITORAL POR DIA
Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo
Apresentação mostra que o Porto de Santos precisa de mais dinheiro
N gócios
&
oportunidades
Simpósio de logística, em Campinas, reuniu representantes de empresas e portos
Empresários discutem problemas
CARGA COM HORA MARCADA Codesp testa um novo sistema de agendamento de horário para carga e descarga no Porto de Santos
A
Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) realiza, de hoje até o final deste ano, testes com um novo sistema de agendamento de horário para carga e descarga de contêineres. Com a proposta, garante o superintendente de fiscalização das operações da estatal, Oswaldo Freitas Vale Barbosa, caem pela metade as atuais oito horas de espera para a liberação de mercadorias. Por enquanto, três empresas vão participar do sistema, marcando hora para enviar caminhões ao porto. O agendamento pode diminuir o tempo de espera no Porto de Santos, mas não vai acabar com os congestionamentos e falta de lugar para acomodar os 19 mil caminhões que chegam diariamente ao litoral paulista, levando mercadorias para exportação ou em busca de produtos importados. Para atender a essa demanda, a Codesp, de acordo com Barbosa, precisa de R$ 114 milhões para o alargamento de pistas e outras intervenções viárias. "Nós já investimos R$ 5 milhões em pequenas obras ", disse . A iniciativa privada também está colocando dinheiro
A
lém da falta de dinheiro para investimentos em logística terrestre, o Porto de Santos está às voltas com uma polêmica ambiental que freia o aprofundamento do calado, o que permitiria a entrada de navios maiores. De acordo com o superintendente de Fiscalização das Operações da Companhia Docas do
Barbosa: agilidade na descarga
Riso: perda de tempo
na racionalização do porto, considerado a maior ligação do Brasil com o mundo no quesito compra e venda de mercadorias. Entre os investimentos está a entrada em operação, ainda neste ano, de três estacionamentos com capacidade para 4 mil veículos. Outras quatro áreas de espera estão em fase de licitação e devem criar, quando prontas, outras 8 mil vagas de estacionamento. Santos – Os problemas dos portos foram discutidos na semana passada na 7ª edição da Scala, Feira e Simpósio de Logística, Carga e Comércio Exterior em Campinas, no interior de São Paulo. Como é o maior entreposto do País, o Porto de
Santos acabou sendo o centro das discussões. De acordo com o gerente de logística e comércio exterior da Robert Bosch do Brasil, Anselmo Riso, as obras e intervenções estão sempre atrasadas em relação às necessidades dos empresários e das condições impostas pela globalização. "Estamos sempre perdendo tempo e negócios com isso", observou. E não pára por aí. De acordo com Riso, o Porto de Santos pode ser o grande gargalo das exportações e importações, mas deve-se olhar também para o sucateamento das ferrovias e os riscos que as estradas oferecem para cargas e motoristas de caminhões. "Esses proble-
Obras paralisadas Estado de São Paulo (Codesp), Oswaldo Freitas Vale Barbosa, a estatal tem o dinheiro para essa obra, mas não a autorização da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) para realizar o trabalho completo. Hoje, a Codesp pode
retirar 300 mil metros cúbicos de areia do fundo do porto por mês. Nesse passo, o trabalho de aprofundamento vai demorar até dois anos para a profundidade chegar a 15 metros, cinco anos para bater nos 16 metros e dez anos para
mas geram mais custos." É o "Custo Brasil" mais vivo do que nunca na economia, analisa o diretor da empresa de consultoria Cebralog, Alexandre de Oliveira. Segundo levantamento da consultoria, até 1998, o setor público investia entre 1,5% e 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura. Hoje, os novos projetos e a manutenção das estradas recebem 0,28% do PIB. "Essa falta de investimento fez, por exemplo, com que o maior abatedouro brasileiro, o Friboi, construísse um terminal de cargas próprio no Porto de Santos. Essa é uma situação impensável nos países de primeiro mundo", afirmou. Em função desses problemas, calcula-se que o custo da logística brasileira chegue a R$ 180 bilhões, segundo o diretor de Comércio Exterior do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Humberto Barbato. Em países com investimentos na infra-estrutura, o custo corresponde a 8% do PIB. "No Brasil, esse índice sobe para 12%. A diferença não tem outro motivo senão a situação dos portos, ferrovias e das estradas", disse. Mário Tonochi
chegar aos 17. "Já temos todos os estudos mostrando que há só areia naquele local, mas ainda estamos esperando a Cetesb liberar as obras", afirmou o superintendente. Os ambientalistas, entretanto, discordam e afirmam que aumentar o calado vai prejudicar todo o ambiente submerso do local. (MT)
Negócios com a República Dominicana
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São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), promove na próxima quinta-feira, dia 16, uma apresentação da República Dominicana a empresários brasileiros. O cônsul geral do país em São Paulo, Héctor Dionisio Perez, fará a exposição, abordando, entre outros, os seguintes temas: governo e sistema político dominicano, economia, tratados de livre comércio (Centroamerica, Caricom, Estados Unidos e outros em negociação), oportunidades de negócios e investimentos (calçados, tecidos, etanol e biodiesel, equi-
pamentos médicos e descartáveis, etc.), zonas francas e comércio exterior. O cônsul também falará sobre as relações comerciais da República Dominicana com o Brasil, possibilidades de turismo, parque cibernético, leis trabalhistas e infra-estrutura de portos e aeroportos. Após a apresentação, os empresários poderão debater e fazer perguntas. O evento será realizado na sede da ACSP, na Rua Boa Vista, 51 - 12º andar. A participação é gratuita e os interessados podem se inscrever pelo telefone: (11) 3244-3500 ou e-mail: tn euma@acsp.com.br, com Teresa.
Chile recebe empresas brasileiras
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or ocasião da III Reunião de Chanceleres da Comunidade SulAmericana de Nações (Casa) – programada para os dias 23 e 24 de novembro, em Santiago, no Chile – o Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores está organizando eventos de caráter empresarial. Os eventos têm o apoio do governo chileno e incluem rodadas de negócios. A Casa, criada em dezembro de 2004, visa a integrar a região e, por isso, convida países membros para falar de experiências relativas à facilitação do comércio, à complementação de cadeias produtivas e à promoção dos fluxos comerciais, bem como à realização de rodadas de negócios para promover um melhor
aproveitamento dos acordos de complementação econômica firmados entre os países sul-americanos. Os empresários brasileiros terão oportunidade de fazer contato com exportadores de todos os países da América do Sul. A rodada de negócios ocorrerá em Santiago, no dia 23 de novembro, após o seminário "Como Exportar para o Brasil", às 9h. O Prochile – agência de promoção de exportações daquele país – promoverá, no dia 24, visitas técnicas a empresas locais que oferecem produtos de boa qualidade. Os interessados em participar da feira deverão se inscrever por meio da BrazilTradeN e t ( w w w. b t n . g o v. b r ) , impreterivelmente, até o dia 17 de novembro.
Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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mil metros quadrados é o tamanho da Super Casas Bahia, que será inaugurada no dia 17.
Paulo Pinho/AE
NATAL JÁ CHEGOU PARA AS GRANDES REDES DE VAREJO Casas Bahia e Magazine Luiza apostam em premiações para fisgar o cliente
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s grandes redes de lojas de eletrodomésticos e móveis anteciparam suas campanhas de Natal e prometem seguir à risca o ditado "Quem Casa quer Casa". Em sua quarta edição, a Super Casas Bahia abre suas portas em 17 de novembro, no Parque de Exposições do Anhembi, zona norte da capital. Além de repetir a fórmula de sucesso do ano passado, com shows da Disney, a rede vai fazer o casamento civil coletivo de 400 casais e bancar as despesas da noite de núpcias num hotel da cidade. Já no Magazine Luiza, os clientes poderão concorrer à casa própria, carro zero quilômetro e viagem à Disney, nos Estados Unidos, para toda a família. A Casas Bahia espera receber 2,5 milhões de consumidores, meio milhão a mais que no ano passado, quando a rede faturou R$ 100 milhões. A expectativa inicial era faturar R$ 80 milhões. A varejista espera um acréscimo de 10% nas vendas neste Natal, com relação ao mesmo período em 2005. Para a montagem da Super Casas Bahia, que terá 151,6 mil metros quadrados, serão envolvidas mais de mil pessoas. A empresa informa que ampliou de dois para nove o número de pontos de acesso com transporte gratuito para a superloja. O sistema de catracas da rede estará preparado para um fluxo de 225 pessoas por minuto. De acordo com a rede, na megaloja deste ano estão presentes cerca de 170 expositores, 15% a mais do que na edição do ano passado. O atendimento do consumidor será feito pelos 2,5 mil funcionários temporários contratados pela Casas Bahia. Os expositores estarão agrupados em seis mundos, segundo a afinidade dos produtos, além
Luiz Prado/LUZ
Público deverá ser 15% maior
da praça de alimentação. Outra novidade reservada para este ano é que, além dos shows da Disney, o consumidor terá uma loja da marca. Casamento – Para participar do casamento coletivo é preciso ter mais de 18 anos, levar documento de identidade, CPF e certidão de nascimento dos noivos e das testemunhas. As cerimônias ocorrerão nos dias 27 de novembro e 2, 11 e 18 de dezembro, às 18 horas, no Teatro do Anhembi. A Casas Bahia arcará com os custos de cartório e da noite de núpcias no Holliday Inn. Cada casal poderá convidar 30 pessoas. A Super Casas Bahia trará ao Brasil o show "Sonho e Fantasia Disney", um musical com os principais personagens do estúdio, que será encenado de 18 de novembro a 30 de dezembro. Para ganhar os ingressos, o consumidor terá de fazer compras na Casas Bahia ou nas lojas da Disney que serão montadas no Anhembi. Luiza – Ao antecipar as vendas e dar prêmios aos clientes, a intenção do Magazine Luiza é ampliar em 15% o volume de negócios neste Natal, em comparação com a mesma data do ano passado, levando-se em conta o mesmo número de lo-
jas. Apostando nisso, a rede lançou no último dia 6 de novembro a campanha intitulada Natal Mágico. "Criamos uma c a m p a n h a d i f e re n c i a d a e apostamos nos lançamentos, ainda em novembro, para aumentar as vendas neste final de ano", diz o gerente de marketing do Magazine Luiza, Rogério Bruxellas. A cada R$ 50 em compras, os clientes têm direito a um cupom. Os clientes Ouro, que recebem tratamento diferenciado do Magazine Luiza, ganham cupons em dobro. "Os prêmios diversificados são nossa marca. Já realizamos as campanhas Casa em Dobro, que deu duas casas para o mesmo ganhador, e Ganha Tudo, que ofereceu um caminhão repleto de prêmios, inclusive o próprio caminhão". A campanha deste ano terá duração de dois meses e será composta por sete filmes, que vão estimular a imaginação e a fantasia dos consumidores. A loja Marabraz e a Visanet realizam a promoção ''É Natal! É hora de ganhar!''. Os usuários dos cartões da bandeira Visa que consumirem acima de R$ 200 e efetuarem o pagamento com Visa ou Visa Electron em uma das 115 lojas da rede Marabraz ganharão um cupom para concorrer a um carro zero quilômetro. Para participar é necessário responder a pergunta: ''Qual é a loja que comprando com Visa ou Visa Electron você concorre a um carro zero quilômetro?'' A ação será realizada até 8 de dezembro e é valida somente para o Estado de São Paulo. O objetivo dessa promoção é aumentar o número de transações por meio de pagamento eletrônico e contribuir com o aumento do faturamento e do fluxo de clientes na Marabraz. Tatiana Vicentini
Operação 32 horas ameaçada Milton Mansilha/LUZ - 23/12/2005
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s shopping centers de São Paulo e região metropolitana, que abriram durante 32 horas ininterruptas nos dias 23 e 24 de dezembro do ano passado, ainda não sabem se adotarão a mesma estratégia neste Natal. Na última sexta-feira, o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, reuniu-se com a Procuradoria do Ministério Público do Trabalho para exigir que os funcionários sejam respeitados na jornada conforme os termos do contrato firmado em 2005. Mas a assinatura do acordo coletivo com os shoppings foi adiada para próxima sexta-feira, dia 17. Segundo Patah, os trabalhadores teriam direito a pagamento de adicional noturno de 30%, hora extra de 50% nas primeiras duas horas e de 100% nas demais, intervalos durante e entre jornadas, lanche na madrugada, café da manhã, transporte até a residência e um dia de folga na semana. "Esse foi o combinado para que as pessoas tivessem o mínimo de condições para trabalhar tanto tempo. Mas não foi o que aconteceu", disse. No ano passado, participaram dessa operação os shoppings Ibirapuera, Tatuapé, Eldorado, Morumbi e Anália Franco.
Anália Franco no ano passado
Uma pesquisa realizada com os comerciários dos shoppings Eldorado e Morumbi – únicos que permitiram a entrega dos questionários a seus funcionários – mostra que mais da metade (51,6%) não quer trabalhar em uma nova jornada. Outros 19,6% afirmaram que talvez e, 19,1% responderam que trabalhariam. Condições de trabalho – No ano passado, a reportagem do Diário do Comércio visitou os shoppings durante a Operação 32 horas e constatou que, para sobreviver a tantas horas de trabalho, a maioria dos funcionários estava à base de energéticos e café. Em todas as lojas também havia colchonetes no estoque para que os vendedo-
res se revezassem na soneca. De acordo com Vando Botelho, gerente da loja Futebol Sport Club, do Shopping Metrô Tatuapé, as vendas não compensaram o cansaço. Ele afirma que a maioria dos lojistas que trabalha no estabelecimento não quer mais participar da jornada. "No ano passado, o que vimos foi muita gente passeando de madrugada pelos corredores sem comprar nada. Neste ano minha loja ficará aberta só até as duas horas da manhã. É o suficiente", disse o gerente. Apesar das opiniões dos lojistas, e da falta de entusiasmo dos funcionários, para Luis Augusto Ildefonso, diretor superintendente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), a Operação 32 Horas deverá ter mais adesões neste ano e elevar as vendas de Natal. Ao contrário do que diz o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, ele afirma que a Operação 32 horas foi um sucesso e cumpriu o prometido. "Todas as decisões foram tomadas com o consentimento dos trabalhadores, que receberam todas as horas extras conforme previa o contrato. A Alshop é favorável ao projeto e ele vai ser realizado de novo em benefício de todas as partes envolvidas", finalizou. Vanessa Rosal
A rede Casas Bahia espera receber no Anhembi 500 mil consumidores a mais que em 2005 (foto) Luiz Prado/LUZ
Promoções da superloja dão impulso para as vendas de outras unidades da varejista
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Congresso Planalto Evento CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
A INFLUÊNCIA DO TEÓRICO MARXISTA NO PAÍS
5 Vou analisar os aspectos históricos, teóricos e a práxis dessas forças políticas. General Coutinho
Marcelo Corrêa
GRAMSCI POR QUEM CONHECE GRAMSCI
O controle da mídia é uma medida autoritária. As forças políticas que perderam a eleição precisarão aprofundar a luta política". General Coutinho
Avellar Coutinho dá palestra na ACSP sobre a formação da esquerda no Brasil
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utor do livro "A Revolução Gramcista no Ocidente", que analisa a obra "Cadernos do Cárcere" (seis volumes) do teórico marxista Antonio Gramsci, o escritor e general da reserva Sergio Augusto de Avellar Coutinho é o palestrante convidado da reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com início às 17h, na sede da entidade. O tema da palestra é a configuração e atuação das esquerdas contemporâneas. "Vou analisar os aspectos históricos, teóricos e a práxis dessas forças políticas", antecipa o escritor que se apresenta como um liberal. A revista "Digesto Econômico", da ACSP, em edição especial, publicou um resumo de "A Revolução Gramscista no Ocidente", que será distribuída aos associados e convidados na reunião. No livro, o autor diferencia as teorias autoritárias de dois ícones da esquerda mundial: Lênin, líder da Revolução Russa de 1917, e Gramsci, teórico italiano falecido em 1937. A teoria leninista defende o
Edição especial da Digesto Econômico a ser distribuída
uso da violência para dominar o Estado e a tomada do poder. Gramsci segue Lenin mas é mais suave. A teoria gramscista defende, primeiro, a conquista (hegemonia) da sociedade via partido político, sem violência, como prelúdio da conquista do Estado e do poder. Na prática, o partido, de forma light e discreta, muda o senso comum da sociedade e enfraquece os organismos burgueses, como a imprensa. Ambos, segundo o autor, significam o autoritarismo e
têm seguidores na América Latina. Que forças políticas brasileiras seguem os preceitos da teoria gramsciana? Em primeiro lugar está o PPS, ex-partido Comunista Brasileiro (PCB), que está se unindo ao PHS e PMN, para formar a Mobilização Democrática (MD), e atingir a cláusula de barreira, e setores do PT e PSB. Para o autor, governos sucessivos de esquerda no Brasil podem criar uma onda gramsciana e prejudicar a democracia no futuro. De acordo com Coutinho, a proposta do PT de "democratizar a mídia", divulgada no segundo turno da campanha presidencial, é um indício preocupante e precisa ser combatido dentro das regras democráticas. "O controle da mídia é uma medida autoritária. As forças políticas que perderam a eleição (PSDB e PFL) precisarão aprofundar a luta política". Participam do debate Amaury de Souza, cientista político e sócio-diretor da MCM Associados, e Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP. SergioKapustan
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segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Internacional
IRAQUE
Precisamos começar uma retirada gradual das forças americanas no Iraque em 4 a 6 meses. Carl Levin, senador democrata
Thaier al-Sudani/Reuters
Ataque suicida mata 35 pessoas em Bagdá
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ois homens-bomba realizaram ontem um atentado em frente a um centro de recrutamento de policiais de Bagdá, matando outras 35 pessoas e ferindo 56. Em outros atentados, pelo menos mais sete pessoas morreram na capital, no mesmo dia em que a polícia anunciou ter encontrado 75 cadáveres na capital e em Baquba, cidade 50 quilômetros ao norte de Bagdá. No principal ataque do dia, os dois suicidas agiram pela manhã, na parte oeste da capital. Segundo a polícia, teme-se que o número de mortos ultrapasse os 35, pois muitos dos feridos estavam em situação gravíssima. Em Latifiyah, 32 km ao sul de Bagdá, a polícia buscava os militantes que assassinaram 10 viajantes xiitas e seqüestraram outros 50 na noite do último sábado. Ele montaram uma falsa barreira rodoviária e pararam um comboio de miniônibus xiita. O deputado xiita Abdul-Karim al-Anzi denunciou que os seqüestradores usavam uni-
formes do Exército iraquiano. O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, anunciou ontem reorganização integral de seu gabinete, em um comunicado divulgado após uma sessão a portas fechadas do Parlamento. "O primeiroministro pediu uma remodelação completa do governo, em função da situação atual do país", informou comunicado do escritório de Maliki. Dois parlamentares informaram à Associated Press que Maliki pediu, durante a sessão fechada, lealdade dos políticos a um Iraque unificado, e não a seitas religiosas ou partidos políticos. Segundo o comunicado, os legisladores devem "ser responsáveis e contribuir para melhorar a segurança e promover a reconciliação". O país vive um conflito sectário entre muçulmanos xiitas e sunitas que arrasta o Iraque para uma guerra civil. O primeiro-ministro também disse para os parlamentares pararem com discussões menores e "resolver seus problemas entre eles". (AE)
Mulher chora sobre corpo do filho morto durante ataque a bomba em Bagdá Nicholas Kamm/AFP
Joseph Barrak/AFP
George W. Bush fará reunião hoje para definir estratégia no Iraque
O presidente Emile Lahoud e o primeiro-ministro Omar Karameh
EUA
´ LIBANO
Bush sofre mais pressão
"Governo ilegítimo"
Ibraheem Abu Mustafa/Reuters
Palestinos marcham no aniversário da morte de Yasser Arafat
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olíticos democratas anunciaram ontem que vão pressionar por uma retirada gradual das tropas americanas do território iraquiano, a começar em 4 a 6 meses. "Bush precisa dizer aos iraquianos que não iremos ficar lá para sempre ", disse o senador
democrata Carl Levin. O presidente George W. Bush e oficiais de segurança dos Estados Unidos deverão se reunir hoje com a comissão destacada para traçar uma nova estratégia para a Guerra do Iraque. A comissão bipartidária deve apresentar antes do final de 2006 recomendações para uma nova estratégia. Já o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert apresentará a Bush, em reunião na Casa Branca hoje, um plano de paz que levaria à criação de um Estado palestino independente com fronteiras provisórias em questão de meses. Conferência de paz – Ontem, o ministro do Exterior palestino, Mahmoud Zahar, do Hamas, endossou uma nova proposta de chanceleres da Liga Árabe de uma conferência internacional de paz com Israel. (Agências)
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presidente do Líbano, tornou-se inconstitucional. Emile Lahoud, Ele baseou-se no Artigo 5 da afirmou ontem que o Constituição, que diz que governo do primeiro-ministro "todos os setores da sociedade Fuad Sanoira perdeu sua devem ser justamente legitimidade com a renúncia representados no gabinete". de cinco ministros próA declaração do Hezbollah. presidente "Qualquer reunião solidifica a divisão do governo política no Líbano agora seria entre as forças pró Qualquer inconstitucional e e contra a Síria, inútil". A posição de reunião do com Lahoud e o Lahoud representa governo agora Hezbollah um golpe para seu pendendo para seria inútil. rival Sanoira, mas Damasco, ela não tem peso Emile Lahoud enquanto Sanoira e legal porque, no seus aliados Líbano, o presidente tendem para os não tem o poder de dissolver Estados Unidos. o governo. O Hezbollah havia Lahoud enviou uma carta recentemente ameaçado ao escritório de Sanoira promover protestos maciços dizendo que, com a renúncia para derrubar o governo caso dos cinco ministros sua representação no gabinete muçulmanos xiitas, o não fosse aumentada para gabinete de 24 membros mais de um terço. (Agências)
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Empresas Nacional Te c n o l o g i a Legislação
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Panetones com chocolate têm saída crescente no final do ano e indústria cria novas modalidades
PESQUISA ENCONTRA MAIS APLICAÇÕES
NANO BRASIL NA RODA DA TECNOLOGIA
rt: Hebe al r e t e P glob esso c o r p
US$ 75 bilhões já foram investidos no mundo
Q
uando o professor e físico Richard Feynm a n a p re s e n t o u , durante uma palestra no Instituto de Tecnologia da Califórnia, no final de 1959, a possibilidade de movimentação total dos átomos, desde que respeitadas as leis da natureza, o mundo acadêmico teve seu primeiro contato com a nanotecnologia. Trata-se do processamento e manipulação de escalas mínimas de materiais, de apenas milímetros ou mícrons (milionésimos de 1 metro). Espaços tão pequenos que, muitas vezes, só comportam alguns poucos átomos. Passados 47 anos, a nanotecnologia faz parte dos principais projetos governamentais e do setor privado, seja na área de saúde, biotecnologia, telecomunicações, informática, cosmética ou militar. Os centros de pesquisas, inclusive a Universidade de São Paulo (USP) calculam que US$ 15 bilhões por ano são os investimentos feitos anualmente nessa área em todo o mundo. Processo global – O especialista Peter Hebert, um dos fun-
Fotos: Divulgação
dadores da Lux Research, afirmou durante a Nanotec Expo 2006, realizada em São Paulo na semana passada, que a nanotecnologia deixou o campo "regional" e parte para um processo global de desenvolvimento nos próximos cinco anos. A Lux Research é uma empresa de consultoria e pesquisa que presta serviços para empresas e governos. Segundo Hebert, Estados Unidos e Japão estão no topo da lista de desenvolvimento nanotecnológico, já que dominam as quatro "rodas" que movimentam o setor: financiamento, desenvolvimento científico, fabricação em larga escala e comercialização. "A quinta roda, o conhecimento, já foi difundido para diversos países, incluindo o Brasil", disse o especialista. Relatório da Lux Research indica investimentos já feitos de US$ 75 bilhões em diversos países até o final do ano na pesquisa tecnológica. Peter avalia que a evolução dos números indica o interesse cada vez maior de governos e empresas na difusão do conhecimento O vasto campo de exploração
Língua eletrônica: sensibilidade mil vezes mais alta que a humana
desbravado pela nanotecnologia foi recebido de braços abertos por muitos setores industriais. Linhas de produção, em parceria com laboratórios de universidades, desenvolvem desde cosméticos até equipamentos militares, tudo com base nos milésimos e milionésimos de átomos, chegando até o patamar do bilionésimo.
Os fabricantes de televisores britânicos, que pesquisam desde 2001, creditam à nanotecnologia o desenvolvimento de aparelhos coloridos com telas dobráveis e finas como papel. Os protótipos são desenvolvidos em um laboratório na cidade de Cambrigde, no Reino Unido. Funcionando por meio de um sistema de polímeros conju-
gados, o material será semi-isolante e emitirá sinais de luz que reproduzirão as imagens. Além do entretenimento, as inovações entram no campo bélico. Unidades de combate inglesas utilizarão o sistema como um mapa online das áreas de ação, recebendo sinais da movimentação do inimigo por satélite. Características singulares dentro de cada escala nanométrica, como tolerância às altas temperaturas, reações ao calor e à cor, ativaram o interesse do setor de cosméticos, com suas linhas de cremes, protetores solares, perfumes e maquiagem, que se beneficiam muito com a presença dos nanocomponentes. Na área da biotecnologia, as linhas de pesquisa vão desde vacinas até equipamentos cirúrgicos. Um dos principais estudos procura caminhos para reduzir tumores e infecções generalizadas, utilizando nanopartículas magnéticas, que "tomariam" o lugar das células alteradas ou infectadas. Língua – No Brasil, os primeiros estudos com nanotecnologia foram realizados em
2001. A falta de recursos governamentais, um problema que atinge todos os setores acadêmicos e científicos brasileiros, também restringe as possibilidades de novas tecnologias 100% nacionais nesse campo. Por outro lado, experiências desenvolvidas dentro das universidades já surtiram efeitos positivos. Durante a Nanotec 2006, uma das alas mais visitadas era a da parceria USP São Carlos-Embrapa, com o projeto de desenvolvimento de uma "língua-eletrônica". O dispositivo é capaz de reconhecer e diferenciar padrões de doce, salgado, quente e frio, com uma precisão mil vezes superior à da língua humana. A "língua eletrônica", na verdade um sensor polimérico, tem aplicações nas indústrias de bebidas, de fármacos, de alimentos e na agroindústria em geral. Ainda em fase de testes, o invento é um exemplo do que pode ser feito se os centros de pesquisas brasileiros receberem investimentos contínuos para tornar viáveis parcerias com a iniciativa privada. Davi Franzon
O Natal se torna cada vez mais doce Depois da Páscoa, a data é a segunda melhor época para a indústria de doces e chocolates, que prevê a comercialização de 22 mil toneladas de produtos em 2006.
O
Natal tornou-se o segundo melhor período do ano para fabricantes de chocolates, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Nessa época, as vendas de produtos crescem em torno de 20%. No ano passado, foram comercializadas 20,4 mil toneladas entre novembro e dezembro, quando a média mensal foi de 17 mil toneladas a o m ê s d urante o resto do ano. A previsão para 2006 é que as vendas cheguem a 22 mil toneladas nesse período, 20% a mais que a média mensal, de 18 mil toneladas. Para cumprir essa meta, as indústrias já contrataram mão-de-obra temporária, que será aproveitada até a Páscoa. Dez mil novos postos de trabalho foram abertos na produção e outros dez mil serão abertos ATA
até o final deste ano para a comercialização. Presente – Para o presidente da Abicab, Getúlio Ursulino Netto, o chocolate qualifica quem dá e agrada a quem recebe. "Chocolate como presente no Natal é uma nova faceta para nós. A criatividade da indústria, no entanto, é enorme", diz Ursulino Netto. De acordo com dados da associação, 30% do que é produzido durante datas comemorativas têm como destino virar presentes. A Páscoa deixou de ser o único foco de vendas do setor e agora está presente até na decoração natalina e no cardápio da ceia – caso do panetone com gotas de chocolate, que surgiu há cerca de 20 anos. "Hoje, podemos dizer que esse produto fixou sua imagem e já caiu no gosto do público consumidor, tanto que nos últimos anos as vendas vêm crescendo proporcional-
mente acima do tradicional", diz João Diogo, presidente da Cepam/Village. Atualmente, o mercado de panetones está dividido entre 60% com frutas e 40% com chocolate, atingindo a marca de 44 mil toneladas entre os industrializados. A venda está concentrada p r i n c i pa l m e n t e
no Estado de São Paulo. Enquanto as vendas do panetone de frutas crescem entre 6% e 7%, as do panetone de chocolate crescem o dobro. "Acredit o q u e e m a lguns anos o consumo do panetone de chocolate vai passar o de f ru t a s " , p re v ê João Diogo. Segundo Fer-
CONVOCAÇÃO
n a n d o C u n h a , g erente de Marketing da Kopenhagen, a empresa lançou seis produtos para o Natal. A "grande vedete" é o panetone Premium. Em tamanho único – um quilo – e custando R$ 72, o produto é recheado com gotas de chocolate, coberto com chocolate ao leite, decorado com os principais símbolos do Natal e finalizado com chumbinho, as famosas bolinhas de chocolate. Outra novidade que deve agradar principalmente às crianças é o Boneco de Neve Marshmallow. Vestindo gorro e cachecol, ele pesa 300 gramas e custa R$ 29,50 nas lojas da rede. O quadro de funcionários na fábrica da Kopenhagen aumentou 40% – são 764 efetivos e, agora, mais 300 temporários. Para Denise de Oliveira, analista de RH, os temporários têm "grandes chances de serem efetivados ou, pelo menos, de renovarem seus contratos até a Páscoa. A Abicab comemora um aumento de vendas, em 2006, de
cerca de 7% em relação a 2005. No ano passado, as vendas de produtos de consumo continuado (barras, bombons e tabletes) foram de 220 mil toneladas e, neste ano, deverão pular para 236 mil toneladas. A previsão de crescimento para 2007 é da ordem de 5% acima dos resultados de 2006. O Brasil é o quinto maior produtor e consumidor de chocolate do mundo, atrás de Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e França. O consumo per capita, porém, é muito maior nos estados do Sul e de São Paulo. "De São Paulo para baixo, o consumo anual é de 3,8 quilos por pessoa. Há estados no Norte e Nordeste que têm média de consumo de apenas 300 gramas", afirm a o p re s idente da Abicab, sem mencionar que estados são esses. Kety Shapazian
EDITAL
Edital com prazo de vinte dias para citação de Sociedade Imobiliária Indaiá Ltda. Proc. nº 1146/ 053.06.123840-3. A Doutora Márcia Cardoso, juíza de Direito da 11º Vara da Fazenda Pública, na forma da Lei, etc. Faz Saber, a todos quanto o presente Edital virem ou dele conhecimento tiverem e interessar possa que, perante este Juízo e Cartório respectivos, é promovida uma ação Declaratória requerida por Helena Mesquita Agradano e outros contra Municipalidade de São Paulo e Sociedade Imobiliária Indaiá Ltda., requerendo os autores a procedência da Ação, aproveitados os atos praticados no processo nº 380/80 e o decreto da procedência da ação, e que seja declarado válido o título, compromisso de compra e venda devidamente registrado como prova da titularidade de domínio, anterior ao ato da desapropriação e imissão na posse, na Matrícula nº 60.727 junto ao 6º Oficial de Registro de Imóveis, com a expedição de Carta de Sentença, autorizada seu registro nos termos requeridos, e na impossibilidade de ser localizada a Sociedade Imobiliária Indaiá Ltda., foi determinada a expedição de Edital, com prazo de vinte dias para citação da mesma. Citado o interessado, na pessoa de seu representante legal, contado o prazo da publicação na I.O.E. e consignada a advertência de que nos termos do Art. 285, segunda parte do C.P.C., não sendo Contestada a ação no prazo de 15 (quinze) dias, a fluir após o prazo de 20 (vinte) dias supra, presumir-se-ão verdadeiros os fatos articulados pela autora. E, para que chegue ao conhecimento de todos e ninguém possa alegar ignorância, expedido o presente Edital. Cumpra-se, na forma e sob as penas da Lei (Art. 232 do C.P.C.). Será o presente Edital, por extrato, afixado e publicado na forma da lei. São Paulo, 07 de novembro de 2006.
COMUNICADO
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Turbocenter Comercial Ltda. torna público que requereu na Cetesb, renovação da Licença de Operação, para retificar turbocompressores de motores a diesel, na rua Alvarenga Peixoto, 419 - Lapa - São Paulo/SP.
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, informamos nos termos do provimento CSM CXC/84 que hoje, 10 de novembro de 2006,
Publicidade Legal - 3244-3643
não houve pedido de falência na comarca da capital.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
almanaque Celso Unzelte
O GOL QUE LEÔNIDAS NÃO MARCOU UH/Arquivo do Estado de São Paulo
Em boletim divulgado em seu site www.fifa.com na última sexta-feira, 10 de novembro, a Federação Internacional de Futebol Association (Fifa) esclarece, com atraso de 68 anos, que Leônidas da Silva marcou sete gols, e não oito, na Copa do Mundo de 1938. O brasileiro, no entanto, continua sendo o artilheiro daquela competição, que foi disputada na França. Acima, ele veste a camisa do Vasco, um dos times que defendeu, além de Bonsucesso, Peñarol, Botafogo, Flamengo e São Paulo.
A POLÊMICA DOS OITO GOLS A polêmica do número de gols marcados por Leônidas naquela Copa sempre existiu. No entanto, por aqui, acreditava-se que ela se referisse ao jogo Brasil 6 x 5 Polônia, no qual Leônidas da Silva marcou três gols. Algumas fontes conferiam a ele um quarto gol, atribuindo-lhe um que na verdade fora marcado por Perácio. Até a resolução publicada na sexta-feira, a Fifa considerava, oficialmente, que oito gols haviam sido marcados pelo atacante.
DIANTE DOS CHECOS, SOMENTE UM GOL Para a Fifa, no entanto, a confusão residia em outra partida: Brasil 2 x 1 Checoslováquia, jogo-desempate pelas quartas-de-final, em 14 de junho de 1938. Naquele dia, Leônidas marcou apenas um gol (o primeiro), e não dois, como a entidade computava. O outro foi de Roberto. Apesar do anúncio oficial, a Fifa ainda não corrigiu a súmula do jogo no site www.fifaworldcup.com, seção Classic Football, link Previous Fifa World Cups, ano de 1938.
“Leônidas não deve estar preocupado por ter marcado sete ou oito gols, mas por ter revelado ao mundo a extraordinária criatividade e arte do jogador brasileiro.” (André Ribeiro, jornalista e autor do livro O Diamante Eterno, a mais completa biografia do jogador Leônidas da Silva já publicada.) No mesmo comunicado em que retifica o número de gols de Leônidas na Copa de 1938, a Fifa trata de esclarecer que o americano Bert Patenaude deve ser considerado o primeiro autor de três gols em um mesmo jogo de Copa do Mundo, na partida EUA 3 x 0 Paraguai, na Copa disputada no Uruguai, em 1930. Até então, pensava-se que o autor de um dos gols daquela partida teria sido outro americano, Florie Thomas. Em registros ainda mais antigos, aquele gol era atribuído ao paraguaio González, contra. Assim, por muito tempo, o argentino Guillermo Stabile foi considerado o detentor dessa primazia, por marcar três vezes na vitória por 6 a 3 sobre o México, jogo que aconteceu dois dias depois. Agora, Stabile passa a ser o segundo.
Não tem como falar que não é campeão. A festa já está preparada.” Souza
Esporte
1 Paulo Liebert/AE
Ernesto Rodrigues/AE
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
A chance é muito grande, mas o campeonato ainda não acabou. Temos de continuar trabalhando.” Muricy Ramalho
´ POR UMA VITORIA Zuhair Mohamad/O Globo
B
asta vencer o AtléticoPR, em casa, no próximo domingo. Se perder, o São Paulo só precisa derrotar o Cruzeiro, também no Morumbi, no domingo seguinte. E se ainda assim não conseguir, poderá derrotar o Paraná Clube, em Curitiba, em sua derradeira chance, no domingo posterior. Ganhando apenas um desses três jogos que faltam — ou empatando os três, ou, ainda, nem isso, desde que o Inter perca três dos nove pontos que lhe resta disputar —, o São Paulo será, enfim, o campeão brasileiro de 2006. A situação, mais do que cômoda, justifica a euforia do meio-campo Souza, após a vitória de ontem por 2 a 0 sobre o Goiás, em Goiânia: “Estou emocionado com meu primeiro título brasileiro”. Ontem, o São Paulo mais uma vez jogou como campeão. Construiu a vantagem ainda no primeiro tempo, com um gol de Mineiro, chutando de fora da área, aos 9 minutos, e outro de Fabão, de cabeça, aos 17. Depois, só administrou o resultado. “Os jogadores estão preparados para essa conquista”, afirmou o técnico Muricy Ramalho, que voltou a elogiar o espírito coletivo da equipe.
São Paulo de Aloísio e Mineiro faz 2 a 0 no Goiás, em Goiânia, e agora só precisa ganhar uma das três partidas que faltam para ser campeão
“Não há nenhum craque no nosso elenco, mas jogadores muito aplicados, e isso está fazendo a diferença.” O volante Mineiro, autor, mais uma vez, de um gol decisivo, faz coro com o técnico: “O São Paulo não precisa de destaques individuais. Sempre pensamos no coletivo. Senão não estaríamos
fazendo essa boa campanha.” O comportamento da equipe nos últimos jogos fora de casa — contra o Grêmio, em Porto Alegre, o Figueirense, em Santa Catarina, o Santos, na Vila Belmiro, e ontem no Serra Dourada — só faz aumentar a confiança de que o título, se ainda não veio, é apenas uma questão de tempo.
Empate na vontade A
os 50 segundos de bola rolando no jogo de ontem entre Figueirense e Corinthians, em Florianópolis, o zagueiro Marinho já havia recebido um cartão amarelo por falta em Soares. Aos 12 minutos, atrapalhou-se com a bola e teve de segurar o rival, que escapava para o gol. Acabou expulso. Aos 39, foi a vez de Marcus Vinícius, que também já tinha cartão amarelo, ser igualmente expulso, pelo mesmo motivo. E o Corinthians teve de jogar todo o segundo tempo com nove homens contra onze, como já havia acontecido no clássico contra o São Paulo neste Campeonato Brasileiro. Dentro dessas circunstâncias, o empate por 0 a 0, mantido até o final (mesmo resultado daquele jogo com o São
Felipe Christ/AE
Com nove homens desde o primeiro tempo, Corinthians volta para casa com um 0 a 0 diante do Figueirense
Paulo), pôde ser comemorado como uma vitória. “Tivemos um espírito aguerrido e decidido. Lógico que o adversário poderia ter vencido, mas nós fizemos um bom bloqueio”, disse o técnico Leão. “Foi um resultado, eu diria, 'aceitável'. Jogar aqui sempre é difícil, ainda mais com nove.” Com o resultado, o Corinthians chegou à 11ª colocação, com 48 pontos. Completou seis jogos sem perder, pois vinha de cinco vitórias consecutivas até o empate com o Figueirense: derrotou Cruzeiro (1 a 0), Palmeiras (1 a 0), Fortaleza (4 a 0), Santa Cruz (1 a 0) e Atlético Paranaense (2 a 1). Faltando três jogos para o fim da competição, o time ainda tem uma remota possibilidade de chegar à Libertadores - está seis pontos atrás do Vasco.
Mais longe do inferno P
arecia comemoração de título. Quando o árbitro Cléber Abade apitou o final do jogo em que o Palmeiras derrotou o Botafogo por 2 a 1, ontem, no Parque Antarctica, torcida e jog a d o re s v i b r a r a m m u i t o . “Nosso pensamento nunca foi nos livrar do rebaixamento”, explicou Enílton, o autor do gol da vitória, marcado aos 10 minutos do segundo tempo (Edmundo havia feito Palmeiras 1 a 0 aos 24 do primeiro e Juninho empatado para o Botafogo logo no primeiro minuto da segunda etapa). “Infelizmente, com o decorrer do campeonato, acabamos ficando atrás. Agora, com essa vitória, estamos um pouco mais tranqüilos para trabalhar.”
Djalma Vassão/O Globo
Com os 2 a 1 de ontem, o Palmeiras salta para o 14º lugar, superando, inclusive, o Juventude, seu próximo adversário, fora de casa. Ainda não está totalmente livre do rebaixamento (veja abaixo os jogos que faltam para cada um dos clubes), mas pode se considerar o mais afastado entre os ameaçados. Tanto que alguns jogadores, como Edmundo, já pensam em 2007. “Agora é definir a permanência na primeira divisão e preparar o time para o ano que vem”, opinou o Animal, que ontem marcou seu 136º gol em Campeonatos Brasileiros, superando Zico como terceiro maior artilheiro da competição. “E fazer um bom planejamento para não passarmos por essa situação.”
Edmundo e Juninho comemoram um dos gols nos 2 a 1 sobre o Botafogo: Palmeiras, agora, é 14º colocado
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
3 A produção de orgânicos no Brasil cresce a uma taxa de 30% ao ano, segundo a Apex.
PREFEITURA PAULISTANA DE OLHO NO ISS
CONTRIBUINTES PEDEM NA JUSTIÇA ANTECIPAÇÃO DE PENHORA PARA CONSEGUIR A CND
EMPRESAS RECORREM POR CERTIDÃO Paulo Pampolin/Digna Imagem
Newton Santos/Digna Imagem
Paulo Sigaud: decisões favoráveis aos contribuintes
Regis Trigo: direito à CND até o fim da execução fiscal
Paulo Pampolin/Hype
M
esmo sem previsão legal, já há e m p re s a s q u e vão à Justiça para obter a Certidão Negativa de Débitos (CND) enquanto esperam pelo início da execução fiscal. "Quando termina a discussão para saber se um imposto é devido na esfera administrativa, enquanto não começa a execução fiscal, o contribuinte não consegue obter o documento", diz o advogado Régis Palotta Trigo, da Marcondes Advogados Associados. Somente durante a execução é possível obter a Certidão Positiva de Débitos que, por ter os mesmos efeitos da negativa, permite à empresa participar de licitações e conseguir empréstimos bancários. As empresas têm entrado com uma ação chamada cautelar de caução, que pede a antecipação da penhora de bens. Dessa forma, conseguem a certidão positiva. Numa ação nesse sentido, o juiz federal M a n o e l Á l v a re s d e c i d i u :
"Defiro a antecipação pleiteada para suspender a exigibilidade do crédito tributário relativo aos processos administrativos expressamente elencados na referida carta de fiança assegurando à requerente, ora agravante, a expedição de certidão positiva com efeitos de negativa". Ações – Segundo Trigo, mesmo que a empresa esteja devendo o imposto, tem direito à certidão positiva até o encerramento da execução fiscal. O advogado Sandro Mercês, do R. Haidar Advogados Associados, também tem casos de ações cautelares semelhantes. De acordo com ele, ainda há juízes que resistem em aceitar esse tipo de ação porque não existe a figura da antecipação da penhora em lei. Mas lembra que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já concedeu a antecipação. Numa das discussões, a primeira seção decidiu que "é possível ao contribuinte, após o vencimento da sua obrigação e antes da execução, garantir o juí-
zo de forma antecipada, para o fim de obter certidão positiva com efeito negativo". Fisco – De acordo com o advogado, há caso de débitos de 1995, inscritos na dívida ativa em dezembro de 2004 e execução fiscal proposta apenas em maio de 2005. A Procuradora Geral da Fazenda Nacional em São Paulo, Alice Vitória Fazendeiro de O. Leite, diz que não há prazo para a procuradoria entrar com a execução fiscal. "Depois da inscrição do débito tributário na Dívida Ativa, a procuradoria tem demorado cerca de 45 dias", afirma. Segundo especialistas, a cautelar de caução é a ação mais indicada quando o contribuinte sabe que o imposto é devido. Caso contrário, é melhor entrar com mandado de segurança, diz o advogado Paulo Sigaud, do Felsberg e Associados. "Na maioria dos casos, os juízes têm pedido a manifestação do fisco antes de deferir a liminar, mas as decisões têm sido mais favoráveis aos contribuintes", afirma. Laura Ignacio
do Imposto Predial e do CPF do cliente no site da IPTU: economia mento Territorial Urbano (IPTU). Prefeitura. O contribuinte gaPara diminuir a sonegação nha um crédito que pode ser de R$ 13 mi do Imposto Sobre Serviços abatido no IPTU.
E
m cinco meses de funcionamento, a nota fiscal eletrônica já rendeu aos tomadores de serviços na cidade de São Paulo R$ 13,2 milhões em créditos para abati-
LEÃO EMBOLSA MAIS DE R$ 700 BI N o último sábado, às 20h30, o Impostômetro atingiu R$ 700 bilhões em impostos arrecadados pelos fiscos municipal, estadual e federal desde 1º de janeiro de 2006. Este ano, o montante foi
LATICÍNIOS O megainvestidor George Soros comprou o controle da empresa argentina Sancor.
alcançado com 36 dias de antecedência em relação a 2005, de acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). O Impostômetro, que monitora em tempo real a
Ó RBITA
arrecadação de tributos, está instalado na fachada do prédio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pode ser visualizado pelo site www.impostometro.com.br.
BIODIESEL A Brasil Ecodiesel vai lançar ações para atrair pequenos investidores.
EM NOVE MESES, LUCRO DA PETROBRAS PASSA DE R$ 20 BI
A
Petrobras obteve um lucro recorde de R$ 20,719 bilhões até setembro, 33% maior que o do mesmo período de 2005. Segundo o diretorfinanceiro da companhia, A TÉ LOGO
Almir Barbassa, o resultado decorre, principalmente, do aumento da produção e das altas cotações internacionais do petróleo. No terceiro trimestre, o lucro líquido ficou em
R$ 7,085 bilhões, 26% superior ao do mesmo período de 2005. Esse resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperava um recorde em torno de R$ 8 bilhões. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
L
Petrobras diz que preço do gás natural seguirá competitivo
L
Varejo amplia oferta de serviços financeiros para atrair clientes
(ISS), a Prefeitura oferece ao contribuinte a opção de diminuir o valor que paga de IPTU. Para isso, ele deve solicitar a nota fiscal eletrônica aos prestadores de serviço que emitem o recibo e registram o número
A expectativa é de que a que a medida consolide os recursos do ISS como a principal fonte de receita do Município. Atualmente, o ISS corresponde a cerca de 21% do total que é arrecadado. (AE)
Passe Livre Camp. Brasileiro Série B Série C
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006 Agliberto Lima/AE
2
ATLÉTICO-MG E SPORT SOBEM PARA A 1ª DIVISÃO
Ainda não vencemos fora do Estado, mas nada nos impede de ganhar os dois jogos restantes.” Vanderlei Luxemburgo
RUMO À LIBERTADORES paSse livre A O craque Ricardo Saibun/AE
pós a sofrida vitória de sábado por 1 a 0 contra o Paraná, sábado à noite, na Vila Belmiro, o técnico do Santos, Vanderlei Luxemburgo, faz cálculos e aposta: com mais três vitórias nos jogos que faltam, o Santos será o vice-campeão brasileiro. E entrará, assim, na chave principal da Copa Libertadores da América, sem necessidade de disputar o mata-mata da seletiva da competição. “A rodada foi boa para o Santos porque abrimos seis pontos de vantagem sobre o Paraná e cinco em relação ao Vasco”, analisou o treinador. “Com um empate fora e vencendo o Santa Cruz, na Vila Belmiro, asseguraremos a classificação para a repescagem, mas nem por isso vamos deixar de querer ganhar do Cruzeiro e do Vasco.” O problema é que, além de precisar de um tropeço do Grê-
Roberto Benevides
Santos sofre para fazer 1 a 0 no Paraná e fica a dois pontos do Grêmio na luta pela vaga direta na competição sul-americana
mio, o Santos fará dois desses jogos fora do Estado de São Paulo, onde, até agora, não venceu nenhuma vez. “Essa preocupação não existe”, garante Luxemburgo. “Eu jogo um campeonato como um to-
do e é muito mais difícil ganhar do Corinthians em São Paulo e do Palmeiras no Parque Antarctica do que em qualquer outro lugar.” O gol da vitória de sábado foi marcado aos 43 minutos do
primeiro tempo por Rodrigo Tabata, com participação de Cléber Santana. O goleiro Flávio, que falhou no lance, também colaborou. “O que aconteceu foi que a bola quicou e me encobriu”, tentou explicar.
M
ineiro abriu os 2 a 0 sobre o Goiás com um golaço de fora da área e vai fortalecendo a candidatura a melhor jogador deste Campeonato Brasileiro que consagrará o São Paulo como campeão, muito provavelmente já no domingo, diante do Atlético Paranaense, ou, na pior das hipóteses, uma semana depois, diante do Cruzeiro. O Morumbi há de fazer justiça a este volante bom de bola, rendendo-lhe as homenagens que os são-paulinos costumam reservar preferencialmente para o goleiro Rogério Ceni. Afinal, nenhum outro jogador foi tão decisivo para seu time neste campeonato quanto o tricolor Mineiro. O gaúcho Carlos Luciano da Silva, 31 anos , 1m69, 65 kg, é incansável em campo. Forte marcador, como convém à função de volante, sabe sair para o jogo e, nos últimos tempos, tem feito até belos gols – como aquele que valeu ao São Paulo a conquista do título mundial em Yokohama e este de ontem em Goiânia. Mineiro parece crescer nos jogos importantes. Discreto e quieto fora de campo, a ponto de justificar o apelido, o volante tem o dom da onipresença do lado de dentro, luta pela bola em todo o gramado, tratando-a sempre com sóbria e sutil elegância que a muitos sugere apenas escassez de recursos técnicos. Puro engano: Mineiro marca bem, passa bem, chuta bem, é um grande jogador. Não é craque, porém. Mineiro pertence à espécie dos coadjuvantes. Por mais que se destaque numa competição, como tem se destacado neste Brasileirão, não é craque, craque mesmo, daqueles que antevêem o jogo, despertam paixão nas arquibancadas e levam a torcida aos estádios. Não tem alma de protagonista - como tem Rogério Ceni, por exemplo. Nem o maior ídolo são-paulino, porém, fez tanto neste Brasileirão quanto Mineiro vem fazendo, a ponto de merecer, mais do que todos os outros candidatos indicados pela CBF (Cícero, Fernandão , Kléber, Lucas, Renato, o próprio Rogério Ceni, os Souza - do Goiás e do São Paulo - e Zé Roberto, o do Botafogo) o prêmio de craque do campeonato.
MENOS PAULISTA
OUTROS TEMPOS
Do jeito que ficaram as coisas depois dos jogos dos últimos dias, o futebol paulista terá menor presença na Primeira e na Segunda Divisão em 2007. São Caetano e Ponte estão na zona de rebaixamento da Primeira Divisão; Guarani e Lusa estão entre os rebaixados da Segunda. Na fila para subir, o único time de São Paulo é o Barueri, quarto colocado na Terceira Divisão e, portanto, candidato à Segundona. Assim, o futebol paulista teria em 2007 dois times a menos na Série A e um na B.
Mudou muito o mundo da bola desde 1975, testemunha Joseph Blatter, presidente da Fifa, a Jorge Barraza, da Revista Conmebol: - Eu tinha 38 anos, trabalhava na indústria relojoeira e resolvi procurar emprego na Fifa. Fui ao velho casarão de Zurique onde funcionava a entidade, toquei a campainha e apareceram dois cachorros nada amigáveis. Havia roupa estendida num varal. Ali morava o secretário geral Helmut Käser com sua família e trabalhavam dez pessoas. Passei a ser o 11º empregado. Assim era a Fifa, tudo muito familiar.
*Com Agência Estado e Reuters
SÉRIE B
SÉRIE C
De volta à Série A O
Orlando Kissner/AE
Atlético-MG vira jogo contra o Coritiba, no Paraná (3 a 2), Sport ganha em casa do Brasiliense (3 a 0) e ambos já estão garantidos na primeira divisão em 2007. Restam, agora, duas vagas
Ricardo Fernandes/Futura Press
s resultados da rodada do final de semana na Série B garantiram antecipadamente as voltas de Atlético-MG e Sport à Série A, a primeira divisão do Campeonato Brasileiro, no ano que vem. O Atlético venceu o Coritiba por 3 a 2, no Couto Pereira lotado, em Curitiba (PR), de virada, somando 67 pontos na primeira colocação. O resultado garantiu também o acesso do Sport, segundo colocado com 64 pontos, que na sextafeira já havia vencido o Brasiliense, por 3 a 0, no Recife. Os dois times, agora, vão brigar pelo título da temporada. As outras duas vagas restantes estão bem perto de AméricaRN e Náutico, ambos com 60 pontos cada (o time potiguar tem 19 vitórias contra 17 dos pernambucanos). O Coritiba ficou em sexto lugar com 55 pontos, com pequenas chances de voltar à primeira divisão. No jogo contra o Atlético, Caio e Ricardinho colocaram o Coritiba em vantagem, mas Marinho (dois) e Marcinho fizeram os gols da virada histórica. Também no sábado, o América-RN venceu o Guarani por 2 a 1, no Brinco de Ouro, em Campinas, subindo uma posição. O Guarani, com 38 pontos, ficou muito perto de ser rebaixado para a Série C. Danilo
Cruz fez primeiro para os paulistas, mas Max, com dois gols, virou no segundo tempo. Em Florianópolis, o Náutico empatou com o Avaí por 1 a 1, caindo para o quarto lugar,
35ª rodada
mas aumentando para cinco pontos a vantagem que o separa de Coritiba e Paulista. Depois de sofrer um gol de Emanuel, Sidney empatou para os pernambucanos.
O único time de São Paulo ainda com chances de acesso é o Paulista. O time de Jundiaí ficou com 55 pontos, em quinto lugar, depois de empatar com o Remo, por 2 a 2, em Belém, na sexta-feira à noite. Na luta contra o rebaixamento, a Portuguesa foi derrotada pelo Ceará por 4 a 2, e também ficou perto do descenso, em 17º lugar. Arlindo Maracanã (dois) e Reinaldo Aleluia (dois) fizeram para o time de Fortaleza. Santiago e Leonardo Silva para a Portuguesa, que ainda perdeu um pênalti com Souza. A Lusa tem mais um jogo em casa, contra o Vila Nova, e um fora, com o Sport.
Brasiliense 4 x 1 Vila Nova Atlético-MG 4 x 0 São Raimundo Ituano 1 x 1 Sport Santo André 2 x 1 CRB Paulista 0 x 2 Portuguesa América-RN 3 x 0 Avaí Marília 2 x 0 Remo Ceará 0 x 0 Guarani Náutico 1 x 0 Gama Paysandu 1 x 3 Coritiba 36ª rodada Remo 2 x 2 Paulista Sport 3 x 0 Brasiliense Avaí 1 x 1 Náutico Coritiba 2 x 3 Atlético-MG Gama 3 x 0 Marília Portuguesa 2 x 4 Ceará Guarani 1 x 2 América-RN CRB 3 x 4 Ituano Vila Nova 2 x 1 Paysandu São Raimundo 3 x 2 Santo André Classificação
P
V
S
GP
1 Atlético-MG
67
19
30
67
2 Sport
64
18
24
55
3 América-RN
60
19
9
56
4 Náutico
60
17
14
61
5 Coritiba
55
15
11
59 59
6 Paulista
55
15
11
7 Brasiliense
52
15
16
62
8 Santo André
52
13
1
44
9 Marília
49
13
3
56
10 Gama
47
14
-8
51
11Ituano
47
11
0
45
12 Avaí
46
12
-12
33
13 Ceará
45
10
-5
46
14 Remo
43
12
-12
46
15 Vila Nova
42
11
-17
44
16 Paysandu
41
11
-13
60
17 São Raimundo
40
10
-16
56
18 Portuguesa
39
9
-14
56
19 CRB
38
10
-8
57
20 Guarani*
38
9
-14
46
*Perdeu 3 pontos no STJD.
Criciúma sobe para a Série B
O
Criciúma é o primeiro clube a subir da Série C para a B. O time catarinense garantiu sua volta ao golear, em casa, o FerroviárioCE, por 4 a 0, chegando à liderança isolada com 25 pontos. Mesmo faltando quatro rodadas, o Criciúma já carimbou sua vaga, com gols de Marcelo Rosa, de pênalti, Fernandinho, de falta, e Beto Cachoeira, todos no primeiro tempo. Rodrigo fechou o placar na etapa final. O time cearense está em quinto lugar, com saldo de gols inferior ao do Barueri. O Ipatinga, que também poderia antecipar sua vaga, perdeu para o Vitória, por 3 a 0. O Bahia recebeu o Barueri em Feira de Santana (BA) e venceu por 4 a 3. Ainda na lanterna, com sete pontos, o Brasil goleou o Treze, por 4 a 0. RESULTADOS: Brasil-RS 4 x 0 TrezePB; Criciúma-SC 4 x 0 Ferroviário-CE; Vitória-BA 3 x 0 Ipatinga-MG; BahiaBA 4 x 3 Grêmio Barueri CLASSIFICAÇÃO: 1º Criciúma-SC, 25 pontos; 2º Ipatinga-MG, 22; 3º Vitória-BA, 16; 4º Grêmio Barueri-SP e Ferroviário-CE, 13; 6º Treze-PB e Bahia-BA, 10; 8º Brasil, 7.
Espanha Sul-Americana Seleção Mundial na praia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Philippe Desmazes/AFP
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
EDMÍLSON SOFRE MAIS UMA CONTUSÃO
LÍDER DE NOVO
Foi um jogo único. Todas as bolas que chegaram a mim foram para o gol.” Van Nistelrooy
Fernando Soutello/AE
Albert Gea/Reuters
R
onaldinho Gaúcho voltou a brilhar ontem e levou o Barcelona de volta à liderança do Campeonato Espanhol, ao marcar dois gols na vitória de virada por 3 a 1 sobre o Zaragoza, que levou o time a 23 pontos. É verdade que o Sevilla ajudou: o time não passou de um 0 a 0 com o Racing Santander, e ficou nos 22. “Ronaldinho decidiu o jogo. Ele se comprometeu muito e lutou até o fim, foi um atleta exemplar”, elogiou o técnico Frank Rijkaard, que sempre defendeu seu camisa 10 das críticas por más atuações. “Estou trabalhando muito, e o que faço em campo é conseqüência disso”, disse Ronaldinho. Mas nem tudo foram flores para os catalães, que perderam dois jogadores importantes por contusão: o volante Edmilson, que torceu o tornozelo direito e deve desfalcar a Seleção na quarta-feira (veja ao lado), e o atacante Messi, que ficará três meses de fora por causa de uma fratura no pé esquerdo será operado esta semana. O Real Madrid voltou ao terceiro lugar, ao golear o Osasuna por 4 a 1, com quatro gols do holandês Van Nistelrooy - o que deve acabar com qualquer chance de a torcida sentir saudades de Ronaldo, que se machucou durante a semana, contra o Écija, pela Copa do Rei, no mesmo jogo em que voltou a marcar com a camisa do Real depois de sete meses. Sua recuperação deve levar um mês, e a lesão chegou justamente no momento em que o técnico Fabio Capello esperava usar os dois atacantes juntos, num sistema apelidado na Espanha de "duplo nove". “Foi uma partida formidável”, festejou Capello, enquanto Van “Nistelgol” enalteceu o espírito de equipe e falou do que é preciso fazer para chegar ao topo da tabela. “Precisamos vencer todos os jogos, principalmente em casa”, disse, em referência ao próximo duelo, contra o Racing Santander.
O volante Edmílson deve ser cortado do amistoso contra a Suíça
Problema para Dunga
A
lesão sofrida por Edmílson na vitória do Barcelona é o segundo problema que aparece em três dias para o técnico Dunga, às vésperas do último jogo da Seleção Brasileira neste ano, quarta, contra a Suíça, na Basiléia. Na sexta, o técnico chamou o zagueiro Gladstone, do Cruzeiro, para o lugar de Lúcio. A CBF não oficializou o corte de Edmílson até às 23h de ontem, mas o Barcelona Com dois gols de Ronaldinho, Barcelona bateu o Zaragoza por 3 a 1 e voltou ao primeiro lugar no Espanhol
ITÁLIA
ESPANHA
Fiorentina 3 x 1 Atalanta Milan 1 x 2 Roma Ascoli 0 x 1 Empoli Catania 3 x 2 Livorno Lazio 5 x 0 Udinese Messina 2 x 2 Cagliari Palermo 3 x 0 Torino Sampdoria 3 x 0 Chievo Siena 0 x 1 Reggina Parma 1 x 2 Inter de Milão
ALEMANHA
Atletico Madrid 3 x 1 Villarreal Valencia 1 x 1 Athletic Bilbao Celta 1 x 2 Huelva Getafe 1 x 0 Mallorca Gimnastic 0 x 0 La Coruña Racing Santander 0 x 0 Sevilla Betis 2 x 1 Levante Real Sociedad 1 x 1 Espanyol Osasuna 1 x 4 Real Madrid Barcelona 3 x 1 Zaragoza
FRANÇA
Werder Bremen 1 x 3 Borussia Dortmund Bayer Leverkusen 2 x 3 Bayern Eintracht Frankfurt 0 x 3 Arminia Bielefeld Hamburgo 1 x 1 Borussia Mönchen. Hertha 3 x 3 Bochum Schalke 4 x 0 Mainz Wolfsburg 0 x 0 Energie Cottbus Alemannia Aachen 1 x 1 Nurnberg Hannover 1 x 2 Stuttgart
INGLATERRA
Lyon 2 x 1 Valenciennes Bordeaux 0 x 0 Auxerre Le Mans 1 x 1 PSG Lens 0 x 0 Rennes Lorient 2 x 0 Nancy Nantes 2 x 2 Saint-Etienne Nice 0 x 0 Sochaux Toulouse 3 x 1 Sedan Troyes 0 x 4 Monaco Lille 1 x 0 Olympique
Manchester City 0 x 0 Newcastle Chelsea 4 x 0 Watford Everton 0 x 1 Aston Villa Middlesbrough 1 x 0 West Ham Portsmouth 1 x 1 Fulham Sheffield 2 x 2 Bolton Wigan 3 x 2 Charlton Blackburn 0 x 1 Manchester United Reading 3 x 1 Tottenham Arsenal 3 x 0 Liverpool
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
1 Palermo
27
9
11
26
1 Barcelona
23
7
14
23
1 Stuttgart
24
7
7
24
1 Lyon
34
11
19
29
1 ManchesterUnited
31
10
22
27
2 Inter de Milão
27
8
11
24
2 Sevilla
22
7
9
19
2 Werder Bremen
23
7
15
31
2 Lille
24
7
8
20
2 Chelsea
28
9
15
22
3 Roma
23
7
11
19
3 Real Madrid
20
6
11
18
3 Schalke 04
23
7
6
19
3 Lens
22
6
5
19
3 Arsenal
21
6
13
19
4 Siena*
16
4
2
12
4 Zaragoza
19
6
7
21
4 Bayern
20
6
4
19
4 Nancy
22
6
3
12
4 Aston Villa
21
5
6
15
5 Atalanta
16
4
1
17
5 Getafe
19
6
3
10
5 Arminia Bielefeld
19
5
8
22
5 Sochaux
22
6
2
17
5 Bolton
21
6
1
12
6 Catania
16
4
-1
16
6 Valencia
18
5
7
15
6 Hertha
18
4
4
21
6 Saint-Etienne
21
6
4
21
6 Portsmouth
20
6
7
17
7 Livorno
16
4
-1
10
7 Atlético Madrid
17
5
5
13
7 BorussiaDortmund
18
4
3
16
7 Toulouse
21
6
2
19
7 Everton
17
4
5
16
8 Empoli
15
3
2
11
8 La Coruña
16
4
2
10
8 Wolfsburg
17
4
-1
9
8 Olympique
20
6
6
19
8 Wigan
17
5
3
16 14
9 Messina
14
3
0
15
9 Huelva
16
5
0
13
9 Energie Cottbus
16
4
0
14
9 Lorient
19
5
0
13
9 Liverpool
17
5
-1
10 Sampdoria
13
3
1
17
10 Villarreal
15
4
-1
11
10 Eintracht Frankfurt
16
3
-1
13
10 Bordeaux
19
6
-1
16
10 Fulham
17
4
-3
13
11 Udinese
13
3
-2
10
11 Mallorca
13
3
-1
5
11 Bayer Leverkusen
15
4
2
19
11 Le Mans
18
4
-1
17
11 Reading
16
4
-5
13
12 PSG
16
4
-2
15
12 Tottenham
15
5
-5
9
14
4
-6
10
12 Lazio*
12
4
5
15
12 Celta
13
4
-2
14
12 Nuremberg
14
2
2
14
13 Cagliari
11
1
-1
10
13 Levante
12
3
-4
10
13 Alemannia Aachen
14
4
-4
18
13 Rennes
16
4
-2
10
13 Middlesbrough
14 Parma
8
2
-10
12
14 RacingSantander
11
2
-3
7
14 Borussia Mönchen.
13
4
-6
11
14 Auxerre
14
3
-5
13
14 Manchester City
13
4
-7
7
15 Torino
8
1
-10
6
15 Espanyol
9
1
-4
6
15 Hamburgo
10
1
-4
11
15 Valenciennes
14
4
-7
13
15 Blackburn
12
3
-6
10 9
16 Milan*
7
4
-1
11
16 Athletic Bilbao
8
1
-8
8
16 Hannover
10
2
-11
11
16 Nice
12
3
-4
11
16 West Ham
11
3
-6
17 Ascoli
4
0
-10
5
17 Osasuna
8
2
-8
6
17 Bochum
9
2
-10
13
17 Monaco
11
3
-3
13
17 Sheffield
10
3
-9
7
18 Fiorentina*
3
6
5
18
18 Betis
7
2
-4
12
18 Mainz
8
1
-14
10
18 Nantes
11
2
-7
11
18 Newcastle
9
2
-6
7
19 Chievo
3
0
-10
7
19 Gimnastic
5
1
-11
9
19 Troyes
10
2
-8
12
19 Watford
9
1
-8
9
20 Reggina*
0
4
-3
12
20 Real Sociedad
3
0
-12
6
20 Sedan
9
1
-9
16
20 Charlton
8
2
-9
9
*Punições: Siena, -1; Lazio, -3; Milan, -8; Reggina e Fiorentina, -15
SUL-AMERICANA
Tudo pelo título Jonathan Campos/AE
já anunciou que a recuperação do volante deve levar no mínimo 10 dias. Dunga, a comissão técnica, Gladstone e o lateral Carlinhos, do Santos, viajaram ontem à noite para a Suíça, e se encontram hoje com os atletas que atuam no futebol europeu. O único treino será amanhã. Dunga tem um histórico impecável no seu início de trabalho: em cinco jogos, foram quatro vitórias e um empate.
E
m busca de seu primeiro título internacional, o Atlético Paranaense preservou seus principais jogadores ontem, na derrota para o Grêmio, para a partida de quarta-feira, às 15h30, contra o Pachuca, do México, que abre as semifinais da Copa SulAmericana. Já sem pretensões no Brasileiro, o técnico Oswaldo Alvarez (foto) escalou um time misto para evitar lesões. A diretoria do Atlético espera casa cheia na Arena da Baixada, que foi confirmada como local da partida, e aproveitou o feriado da Proclamação da República para marcar o jogo às 15h30. Na outra semifinal, Colo Colo e Toluca se enfrentam em Santiago, na quinta-feira, às 22h15 (de Brasília).
Festa brasileira em Copacabana Carlos Mesquita/AE
O
Brasil venceu o Uruguai por 4 a 1, ontem de manhã, e conquistou a segunda edição do Campeonato Mundial de futebol de areia promovida pela Fifa. A partida, disputada diante de 6.600 torcedores na arena montada na praia de Copacabana, no Rio, foi muito amarrada, com poucas jogadas criativas e raras oportunidades de gol. Desfalcado de Bruno, suspenso depois de ter marcado dez gols no torneio, o time brasileiro rendeu muito pouco no ataque, apesar da goleada. Três dos quatro gols foram marcados em cobranças de falta: por Buru no primeiro tempo, Benjamim, no segundo, e Sidney, no último. Somente o terceiro gol, marcado por Duda, saiu com a bola em movimento. Os uruguaios só ameaçaram a defesa do Brasil no começo do jogo, quando chegaram a empatar por 1 a 1, com um gol de Ricar após bater Duda e Buru na corrida e bater no canto do goleiro Mão. Pampero ainda desperdiçou um pênalti, cobrando-o para fora. A seleção brasileira venceu os seis jogos, marcou 54 gols e levou 16 gols para conquistar a taça recebida pelo capitão Júnior Negão. A França ficou com a terceira colocação ao vencer Portugal por 6 a 4. Cardozo (dois), Ottavy, Edouard, Castro, François marcaram para os franceses, campeões da primeira edição do torneio, em 2005. Alan e Madjer (três) descontaram. O português Madjer con-
O capitão Júnior Negão recebe em Copacabana a taça de campeão mundial de futebol de areia
quistou, pela segunda vez, os principais prêmios da competição: a Bola de Ouro, como melhor jogador, e a Chuteira de Ouro, como artilheiro. Madjer marcou 21 gols, nove a mais do que o brasileiro Benjamin, vice-artilheiro do Mundial, premiado com a Bola e a Chuteira de Prata. Embora não tenha jogado a final, Bruno ficou com a Bola e a Chuteira de Bronze e fez questão de esnobar o craque português: "Quero chegar ao nível do Benjamin, que, para mim, é dez vezes melhor do que o Madjer."
Tênis Vôlei Masculino Vôlei Feminino Guga
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 13 de novembro de 2006 Issei Kato/Reuters
4
BRASIL PEGA A SÉRVIA NAS SEMIFINAIS
Todo jogo é uma guerra, e aos poucos vamos subindo nos degraus que planejamos alcançar.” Fofão
UMA ZEBRA NO CAMINHO Kazuhiro Nogi/AFP
C
ada dia mais favorito ao título do Mundial Feminino de Vôlei, o Brasil terá um adversário inesperado nas semifinais: a jovem seleção de Sérvia e Montenegro, encarada como surpresa pelo seu próprio técnico, Zoran Terzic. “É um time muito, muito jovem, então seria mais realista esperar que em um ano ou dois o time atingisse o pico de resultados”, disse o técnico. Ele se inspira na seleção masculina da extinta Iugoslávia, que chegou como zebra ao Mundial de 1998, também no Japão, e foi vice, para ser campeã olímpica dois anos depois, em Sydney. “Eu diria que deve vir mais coisa no futuro”, promete. O técnico do Brasil, José Roberto Guimarães, admite que o time precisa tomar muito cuidado. ”Não é de hoje que elas vêm dando trabalho”, afirmou, lembrando que a Sérvia chegou neste ano à fase final do Grand Prix e deixou para trás ninguém menos que Cuba, tricampeã mundial em 1990, 1994 e 1998. O jogo será na madrugada de terça para quarta, às 3 horas (de Brasília). Nem a boa vitória sobre a Rússia, na madrugada de ontem, por 3 a 1 (27/29, 25/14, 27/25 e 25/22), que manteve o Brasil como única equipe invicta da competição, serve pa-
Dono da melhor campanha do Mundial Feminino, o Brasil pega nas semifinais a Sérvia, surpresa do torneio
ra tirar a seriedade das brasileiras. Zé Roberto e as jogadores lembram que a rival jogou desfalcada da atacante Sokolova, poupada por causa de uma lesão muscular - a Rússia já estava classificada para as semifinais, onde pega a atual campeã mundial, a Itália. “A Sokolova é fora de série. Com ela, o jogo poderia ser diferente.” As brasileiras apostam no clima de união e concentração que foi visto até antes da parti-
Fabio Motta/AE
dora Fofão explorar muito as meios-de-rede Walewska e Fabiana. “Elas funcionaram, porque nosso passe deu essa possibilidade nos três últimos sets. Isso ajudou bastante.” As duas jogadores também enfatizaram o bom desempenho na recepção. ”Elas colocaram a bola na mão da Fofão”, disse Walewska. “Sempre que a bola chegou certinha, a Fofão colocou a gente no jogo”, completou Fabiana.
Todos contra o Brasil N
Giba é uma das armas da equipe na luta pelo bicampeonato mundial
E
da, quando Zé Roberto pensou em poupar algumas titulares, mas mudou de idéia a pedido das jogadoras. Nem tudo, porém, foi perfeito. “Nosso time continua repetindo erros graves. Abre um ou dois pontos, vem o tempo e, quando volta, erramos o saque”, reclamou o técnico, que, entre os elogios, destacou a capacidade de reação, após a derrota no primeiro set, e o bom passe, que permitiu à levanta-
ão dá nem tempo para o torcedor descansar: na sexta-feira, um dia após a decisão do Mundial Feminino, começa a disputa entre os homens, com decisão prevista no dia 1º de dezembro. E o que as outras 23 seleções querem é evitar que o Brasil de Bernardinho, bicho-papão do esporte nos últimos seis anos, saia do Japão com o bicampeonato mundial. A equipe voltou aos treinos em meados de outubro, e chegou ao Japão na semana passada. No sábado, a equipe fez seu primeiro jogo-treino, vencendo quatro sets contra os japoneses do Panasonic Panthers. Na madrugada de hoje, o rival seria a Polônia, a quem o Brasil
enfrenta de novo amanhã. A preocupação inicial de Bernardinho era com a condição física do time. Agora, a meta é dar ritmo de jogo aos jogadores. ”Temos uma semana para
arrumar a casa”, afirma o técnico, respaldado pelo capitão Ricardinho: “Esses jogos são bons para dar entrosamento.” Para o meio-de-rede André Heller, é importante que o time
No topo do mundo la não é musa como Maria Sharapova nem tem a força de Amelie Mauresmo, mas, hoje, é a melhor tenista do mundo. A belga Justine Henin-Hardenne já havia alcançado o topo do ranking no sábado, ao derrotar Sharapova nas semifinais do Masters da WTA, em Madri. Ontem, bateu Mauresmo na final por 2 a 0 (6/4 e 6/3) e fechou o ano com o título do torneio que reuniu as oito melhores jogadores da temporada. As duas últimas vitórias tiveram ainda um sabor de vingança: Henin decidiu os quatro Grand Slams do ano, mas só venceu em Roland Garros caiu na Austrália e em Wimbledon diante de Mauresmo, e no US Open para Saharapova. “O carpete de Madri não é a minha superfície preferida, mas provei que posso jogar bem em qualquer condição”, disse a tenista, que passou as últimas cinco semanas sem jogar por causa de uma lesão no joelho. Henin foi a primeira tenista a decidir os quatro torneios de Grand Slam no ano desde Steffi Graf, em 1993, e embolsou US$ 1 milhão pelo título em Madri. “Foi um ano ótimo, agora é hora de festejar e tirar umas férias.”
Victor Fraile/Reuters
Começo à toda
E
m grande forma, Roger Federer bateu o argentino David Nalbandian por 2 a 1 (3/6, 6/1 e 6/1), em sua estréia na Masters Cup, que reúne os oito melhores tenistas do ano em Xangai, na China. Ele devolveu a derrota sofrida para o rival na final do mesmo torneio, em 2005, depois de sofrer muito no primeiro set. ”Tive de fazê-lo errar, o que não estava acontecendo Aly Song/Reuters
Federer bateu Nalbandián de virada em sua estréia na Masters Cup de Xangai Henin-Hardenne ganhou o Masters feminino e fechou o ano como nº 1
no começo”, afirmou o suíço, que já faturou 11 títulos na temporada. No outro jogo, Andy Roddick bateu o croata Ivan Ljubicic por 2 a 1 (6/4, 6/7 (7/9) e 6/1). Na outra chave estão os espanhóis Rafael Nadal e Tommy Robredo, o russo Nikolay Davydenko, o norte-americano James Blake. Mas nenhum dos adversários tem condições de tirar Federer do alto do ranking.
mantenha a filosofia de “12 titulares”. ”O Mundial vai ser uma competição longa e vamos precisar de todos”, afirmou. A estréia será sexta, às 3h (de Brasília), contra Cuba.
Quase um ano depois, Guga volta às quadras
G
ustavo Kuerten volta hoje a disputar um torneio da ATP, mas em duplas: ao lado de Marcelo Melo, pega Ricardo Hocevar e Alexandre Simoni, na etapa de Assunção da Copa Petrobras, série de challengers disputados na América do Sul. O verdadeira teste será amanhã, quando Guga enfrenta o austríaco Rainer Eitzinger, em seu primeiro jogo de simples desde fevereiro, q u a n d o p e rd e u d e A n d ré Ghem na Costa do Sauípe. Nesse intervalo, ele fez apenas duas partidas de duplas, pela Copa Davis, e muita fisioterapia, além de retomar a parceria com o técnico Larri Passos. A idéia era voltar a jogar só no ano que vem, mas Guga resolveu, novamente, arriscar. ”É uma felicidade muito grande sentir que posso estar de volta a uma competição. Quero voltar com alegria, e uma boa seqüência de jogos seria fundamental”, afirmou Guga, que ainda não pensa em título, mas também não quer afastar a possibilidade de uma bela surpresa. "Só Deus sabe aonde posso chegar", disse. Hoje, Guga não figura nem entre os 1.000 primeiros do ranking mundial da ATP.
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
Congresso Planalto Política CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5
FHC PREPARA ARTILHARIA CONTRA GOVERNO
GUSHIKEN DEIXA O GOVERNO
Milton Mansilha / LUZ
O clima político-eleitoral envenenado pela maledicência turvou o ambiente e estabeleceu juízos distorcidos. Luiz Gushiken Sergio Dutti / AE
José Dirceu foi o primeiro, Antônio Palocci o segundo. Agora foi a vez de Luiz Gushiken deixar o governo após uma sucessão de denúncias de irregularidades. Lula já havia rebaixado seu status de ministro. Mas a gota d´ água ocorreu durante a campanha, com o escândalo das cartilhas do PT pagas pela Secom.
Tribuna livre: palestra sobre a expansão do gramscismo no Brasil lotou o auditório da ACSP.
GRAMSCI 'OPOSIÇÃO DEVERIA REAGIR'
P
ara combater politicamente a hegemonia gramscista no País, os partidos de oposição e as entidades não-alinhadas à esquerda devem defender as liberdades individuais e econômicas. Essa foi a tônica principal da reunião plenária de ontem da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que teve como palestrante convidado o escritor e general da reserva Sergio Augusto de Avellar Coutinho. O escritor fez uma explanação sobre as forças de esquerda no País, a partir de seu livro "A Revolução Gramcista no Ocidente". Um resumo do livro foi publicado em número especial da revista "Digesto Econômico", da ACSP, que foi distribuída aos associados e convidados na reunião. A obra detalha os seis volumes de "Cadernos do Cárcere", do teórico italiano marxista Antonio Gramsci (18911937), com grande influência no Brasil, principalmente no PPS e em setores do PT, PCdoB e PSB. Gramsci, segundo Coutinho, tem discípulos na América Latina, como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, líder da "Revolução Bolivariana" e participante do "Foro de São Paulo", que mantém a bandeira da esquerda internacional pós-colapso da União Soviética. De acordo com o autor, a teoria gramsciana, ao contrário da leninista, que prega a conquista do poder pela força, prega a conquista da sociedade de forma pacífica para um governo socialista. De que forma? O partido político conquista aos poucos a hegemonia da sociedade e destrói "as trincheiras liberais", como a imprensa, impondo um novo senso co-
mum. Esse senso comum sufoca as forças de oposição. "O que eu escrevo no livro? Que o o senso comum é o conjunto das opiniões aceitas pela generalidade das pessoas da sociedade, fazendo com que as opiniões discrepantes pareçam desajustadas". Coutinho deu exemplos: "A personalidade popular como protagonista da história nacional em substituição ao vulto histórico, apresentado como opressor; o preconceito, como qualidade que estigmatiza pessoas discordantes de certas atitudes; e a discrimi-
O gramscimo está espalhado em várias forças e cabe à oposição (PSDB e PFL) e as entidades democráticas fazer a luta política. General Sergio Augusto de Avellar Coutinho nação racial, dita como sutil e disfarçada, apesar de todas as evidências de que é falsa". Na trincheira – O general Coutinho reforçou que documentos antigos do PT mostram a inclinação gramscista na forma de fazer política. Segundo o autor, a partir de 1998, quando o tucano Fernando Henrique Cardoso se reelegeu, a oposição, especialmente o PT, pautou a política brasileira. "Isso foi muito ruim para a política brasileira. Como os partidos de situação ficaram inibidos, o PFL, por exemplo, nós ficamos sem alternativas no campo político. A esquerda está pre-
dominando até hoje". Qual a força do gramcismo no governo Lula? Coutinho responde que a figura do presidente não está no centro da articulação. "Isso não depende do presidente Lula. O gramscimo está espalhado em várias forças e cabe à oposição (PSDB e PFL) e entidades democráticas fazer a luta política. No caso do Congresso, é preciso criar CPIs quando necessárias e denunciar desvios éticos do governo". Livre pensar – Na avaliação do presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, Coutinho mostrou de forma didática uma nova forma de ver a política nacional. Para Afif, a imposição do "politicamente correto" gramsciano se responde com o incentivo "ao livre pensar". "Nossa trincheira é o incentivo às iniciativas que representem todas as forças da sociedade, sem patrulhamento". O cientista político Amaury de Souza, sócio-diretor da MCM Associados, destacou a necessidade de fortalecimento das forças contrárias à hegemonia gramsciana. "É preciso ocupar o espaço político e mostrar a força da sociedade, como fez a ACSP ao promover a palestra". Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, acrescentou: "O general Coutinho nos mostrou a estratégia de ocupação de todos os espaços que comprometem a democracia". Dividiram a mesa principal Alfredo Cotait, vice-presidente da ACSP, Rogério Amato, secretário municipal de Assistência e Desenvolvimnento Social, e Ney de Araripe Sucupira, representante da Escola Superior de Guerra (ESG). Sergio Kapustan
O
luta incansável que travo, desde então, em defesa de minha honra", ressaltou. Justificativa – A auxiliares, o ex-ministro disse que voltará a São Paulo para ficar mais perto da família (mulher e três filhos estudantes universitários). A chefia do NAE será assumida interinamente pelo coronel Oswaldo Oliva Neto. Como titular da extinta Secretaria de Comunicação de Governo e Assuntos Estratégicos (Secom), Gushiken era um dos quatro membros do chamado "núcleo duro" de governo, que coordenou a campanha de Lula em 2002. Do grupo original, permanece com Lula apenas Luiz Dulci, ministro da SecretariaGeral do Planalto. O ex-chefe da casa Civil, José Dirceu, caiu em 2005, e o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, em 2006, ambos sob acusações. Amigo de Lula desde os anos 1980, Gushiken deixou de ser ministro mas permaneceu à frente do NAE, onde se dedicou a um programa de planejamento chamado "Brasil em 3 Tempos". Ele não participou da campanha pela reeleição. Crise – Gushiken é um dos 40 denunciados pelo procurador-geral da República ao Supremo Tribunal Federal por "formação de quadrilha", junto com Dirceu, no que ficou
chamado de escândalo do mensalão. Em sua defesa, o ex-ministro nega acusação de que teria autorizado pessoalmente a antecipação irregular de verbas controladas pelo Banco do Brasil a uma agência do publicitário Marco Valério de Souza, pivô do escândalo. Menos poder – A poderosa Secom, que controlava publicidade e verbas de patrocínio do governo e de estatais, perdeu o status de ministério em julho de 2005 e ficou subordinada à Secretaria-Geral de Luiz Dulci. Em outro front, o Tribunal de Contas da União abriu tomada de contas especial sobre a denúncia de irregularidade, superfaturamento e desvio de mais de 1 milhão de cartilhas de propaganda, feitas na gestão de Gushiken na Secom que teriam sido destinadas a diretórios do PT. O ex-ministro nega as acusações, feitas durante a campanha eleitoral. "Estou absolutamente tranqüilo que, no exame sereno e fiel dos fatos, restará provada, de forma cabal e definitiva, minha integridade pessoal, bem como dos funcionários da Secom", disse na carta a Lula . Gushiken também agradeceu a confiança depositada pelo presidente durante os quatro anos de governo. (Agências)
FHC DÁ BRONCA NO PSDB Ex-presidente cobra de correligionários unidade, clareza e comunicação com a sociedade
O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cobrou ontem dos correligionários do PSDB mais unidade, clareza de propostas e aproximação com os setores da sociedade e uma postura crítica com relação ao governo presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. A cobrança foi feita no fim da tarde, num encontro fechado entre Fernando Henrique e integrantes do partido em São Paulo. "Temos de ser implacáveis nas críticas ao governo Lula", afirmou ele, segundo uma fonte que participou da reunião.
Depois do encontro, que durou mais de duas horas, FHC destacou que a legenda tem de abrir canais de comunicação com quem não é da sigla. De acordo com o ex-presidente, não basta ter bons quadros se não houver a disseminação das idéias na sociedade. FHC disse que 2010 não deve estar na pauta da agremiação neste momento. "Eles também sabem", destacou, numa referência aos governadores eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), e reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). O ex-presidente disse
que o partido deve ter uma agenda própria e ver o que é bom para o Brasil. Com relação às relações com governo Lula, FHC disse que a legenda não atuará contra o País. "Mas também não vamos aderir. O que for bom, vota; o que não for bom, não vota." O ex-presidente declarou que os tucanos não farão como os petistas fizeram no mandato dele, "votaram contra o Brasil". FHC satirizou: "Mais isso não quer dizer que tenhamos de estar lá toda hora tomando cafezinho com o presidente da República." (AE)
Ronaldo Bernardi / Zero Hora - 11/10/06
General Coutinho: preocupação com a destruição das chamadas "trincheiras liberais", como a imprensa.
ex-ministro Luiz Gushiken, um dos "homens fortes" da primeira fase do governo Lula, deixou ontem o cargo que ocupava, de chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE). A saída dele, segundo sua assessoria, foi acertada na última sexta-feira, quando ele entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua carta de demissão. Em despedida e agradecimento a Lula, Gushiken disse que deixa o governo com a sensação de "missão cumprida". Na carta, Gushiken diz que está orgulhoso e honrado com a vitória do presidente Lula para um segundo mandato e alerta que o governo não deve esquecer a crise política deflagrada há dois anos. "Esta experiência impõe na agenda uma profunda reforma política e a contínua modernização institucional, como forma de possibilitar maior transparência das atividades públicas e menor suscetibilidade do aparelho estatal às vicissitudes éticas inerentes ao jogo da política". Defesa– Para Gushiken, "o clima político-eleitoral envenenado pela maledicência turvou o ambiente, contaminou as percepções e estabeleceu juízos distorcidos" dos quais ele agora tenta se defender. "A elucidação dos fatos tem sido a
GUERRA NO SUL DO BRASIL – Dez mil militares das Forças Armadas estão desde a semana passada em um exercício combinado de guerra convencional, de características ofensivas, com direito ao uso de tanques, aviões e soldados armados em terra. A simulação envolve as cidades de Porto Alegre, Santa Maria e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
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por cento foi a variação das ações preferenciais da Varig no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.
13/11/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 09/11/2006 09/11/2006 09/11/2006 09/11/2006 09/11/2006
P.L. do Fundo 11.120.504,25 2.018.516,29 8.607.469,99 17.213.690,02 1.328.195,92
Valor da Cota Subordinada 1.240.758328 1.116.940290 1.194,267910 1.090,933688 1.134,941488
% rent.-mês 0,9942 0,2523 0,0649 - 1,3779 0,9555
% ano 27,0005 11,6940 19,4268 9,0934 13,4941
Valor da Cota Sênior 1.016,002243 1.103,079531 1.118,223487 0 0
% rent.-mês 0,3358 0,3083 0,3358 -
% ano 1,6002 10,3080 11,8223 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Congresso Planalto Gover no CPMI
Leonardo Rodrigues / Hype
O que existe agora é a especulação da bolsa de apostas. Guilherme Afif
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Sinto que não vai haver unidade e, na verdade, já vejo que o PMDB está desunido. Estou começando a achar que teremos mais um racha. Michel Temer
HORA DE DEFINIR NOMES E CARGOS
Paulo Pampolim / Hype - 03/07/06
AFIF É COTADO PARA SECRETARIA DE AGRICULTURA Além de Guilherme Afif Domingos estão no páreo Barros Munhoz e Xico Graziano
Os mais cotados para a Secretaria de Agricultura: à esquerda Afif Domingos, logo acima Xico Graziano e abaixo Barros Munhoz.
Milton Mansilha/ LUZ - 08/11/06
O
presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Guilherme Afif Domingos, é o nome mais cotado para ser o próximo secretário da Agricultura do Estado no governo de José Serra (PSDB), que se inicia em 1º de janeiro, de acordo com fontes consultadas pela Agência Estado. Pelos 8,2 milhões de votos que conseguiu na campanha ao Senado, ficando atrás apenas do senador reeleito Eduardo Suplicy (PT-SP), é quase certo que Afif terá um cargo na gestão de Serra. Destino – Se for a Agricultura, o presidente da ACSP e da Facesp retornaria após 27 anos à função, uma vez que foi secretário em 1980, durante a administração do ex-governador e atual deputado eleito Paulo Maluf (PP-SP). Como realizações à época, estão a criação de varejões e sacolões, além de uma política de incentivo ao plantio de seringueiras, o que tornou o Estado o maior produtor, até hoje, de borracha do Brasil.
Ao ser perguntado sobre o assunto, Guilherme Afif disse que sua possível indicação não passa de especulação política. O pefelista acrescentou que segue na presidência da ACSP. "O que existe agora é a especulação da bolsa de apostas, nada mais", declarou. E a conversa com Serra? Conforme o presidente, caberá ao PFL sentar-se com o gover-
Pelos 8,2 milhões de votos que teve na campanha ao Senado, ficando atrás apenas de Eduardo Suplicy (PT-SP), é quase certo que Afif terá um cargo na gestão Serra. nador eleito para discutir as propostas de sua gestão. Outros nomes – Na corrida pela pasta, também está o deputado estadual eleito Barros Munhoz (PSDB), que obteve 114.009 votos. Munhoz também foi secretário da Agricul-
tura do Estado e ministro da Agricultura entre junho e agosto de 1993. Por fora, ainda corre o nome do ex-secretário da Agricultura do Estado e deputado Xico Graziano (PSDB), que foi presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Xico Graziano, no entanto, tem forte rejeição entre os movimentos de sem-terra. Já Munhoz tem como vantagem o fato de ter sido subprefeito de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista, no governo de José Serra, quando este foi prefeito, entre 2005 e 2006. O deputado estadual eleito do PMDB de São Paulo foi secretário da Agricultura entre 1991 e 1993, durante a gestão do ex-governador e atual deputado Luiz Antônio Fleury Filho (PTB) e deixou o cargo para ser ministro da Agricultura do ex-presidente Itamar Franco, ficando apenas dois meses no posto. Munhoz foi ainda três vezes prefeito de Itapira, no interior paulista, e duas vezes deputado estadual. (AE)
SÓ FALTA SABER O TEOR DA DÍVIDA Governador eleito do Rio age no escuro, mas já definiu quase todo o seu secretariado. Márcio mercante / O Dia / AE - 15/09/06
O
governador eleito do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), ainda não recebeu informações da governadora Rosinha Mateus (PMDB) sobre a situação financeira do estado do Rio. Na semana passada, Cabral entregou ao secretário de Receita de Rosinha, Antônio Francisco Neto, uma lista com 30 pedidos de informação. Francisco Neto prometeu enviar os dados aos poucos, mas até ontem o governador eleito disse não ter recebido nada e, por isso, diz não poder comentar a perspectiva de receber da governadora cerca de R$ 2 bilhões de restos a pagar. Cabral, no entanto, negou qualquer mal-estar. "As informações virão, tenho certeza", contemporizou o peemedebista. Ontem, ele apresentou mais um nome técnico para compor o seu secretariado. Cabral foi buscar na equipe do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), o engenheiro Júlio Bueno para ocupar a pasta do Desenvolvimento Econômico de seu governo.
Sérgio Cabral, governador do Rio
Nos últimos quatro anos, Bueno foi titular da secretaria similar capixaba. Bueno assumirá também as atribuições da Secretaria de Energia, Indústria Naval e Petróleo, ocupada no governo Rosinha por Wagner Victer, que será o futuro presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Secretariado – Carioca, Bueno foi presidente do Inmetro no governo do ex-presidente Itamar Franco e dirigiu a BR Distribuidora entre 1999 e 2001, no governo de Fernando
Henrique Cardoso. Segundo Cabral, Bueno foi escolhido por sua capacidade técnica e terá carta branca para fazer nomeações sem vínculo político. "Fiz uma cantada explícita e Hartung permitiu que eu resgatasse um carioca", brincou. Até agora, Cabral já divulgou o nome de cinco futuros colaboradores do primeiro escalão, todos com perfis técnicos que tentam satisfazer o amplo leque de alianças que o elegeu no segundo turno. Além de Victer e Bueno, o governador eleito já anunciou Régis Fichtner como chefe do Gabinete Civil, e Sergio Ruy Barbosa, como secretário de Planejamento. Os dois são quadros do PMDB do grupo de confiança de Cabral. Para a Saúde, foi escolhido o presidente do Instituto de Traumato-Ortopedia, Sergio Cortes, que tem bom trânsito com o governo federal e o PT. Para a Procuradoria Geral do Estado, a indicada é Lúcia Léa Guimarães Tavares, que foi secretária de Administração no governo de Moreira Franco, do PMDB. (AE)
TEMER PREVÊ OUTRO RACHA NO PMDB Tática usada por Lula para conseguir apoio, segundo ele, pode dividir o Congresso.
O
presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), acusou o governo de adotar as mesmas táticas de negociação usadas no primeiro mandato – de trocar cargos por apoio, sem tentar um acordo formal com o partido –, deixando insatisfeitos alguns líderes da legenda. Segundo Temer, a estratégia de procurar, isoladamente, os líderes da sigla pode levar até mesmo a um racha interno na agremiação, o que impedirá o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva de concretizar o objetivo de ter todo o PMDB na base de sustentação. "Eu acho que o governo está fazendo tudo errado de novo.
O presidente Lula disse que trataria com o partido como um todo mas, até agora, só tem procurado alguns integrantes isoladamente e, mesmo assim, na base da troca de cargos por apoio. Isso é desmoralizante para o partido", disse. Ainda segundo o presidente nacional do PMDB, a tendência da maioria do partido é de dar apoio ao mandato de Lula, mas a forma como esse suporte é negociado pode levar a legenda, mais uma vez, a um racha no Congresso. "Sinto que não vai haver unidade e, na verdade, já vejo que o partido está desunido. Estou começando a achar que teremos mais um racha", disse,
lembrando que os senadores Pedro Simon (RS), Francisco de Assis Moraes Souza (PI), o Mão Santa, e Almeida Lima (SE) são contra a adesão integral à Administração Federal. O senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que governou Pernambuco por oito anos, também manifestou a contrariedade à adesão em bloco. "Ele disse-me que é contra a adesão", informou Temer. O presidente nacional peemedebista, no entanto, mantém a disposição de ouvir a sigla para fechar uma definição. Essa semana, por exemplo, os governadores devem cerrar uma posição em reunião que ocorrerá em Santa Catarina. (AE)
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Tr i b u t o s Finanças Agronegócio Nacional
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Beto Barata/AE
Cerca de 40 usinas de cana serão instaladas no oeste paulista nos próximos quatro anos.
ÁREA DE CANA SOMA 6,6 MILHÃO DE HECTARES
OESTE PAULISTA SERÁ PÓLO DE CANA EM 2010
Paulo Liebert/AE
Projeções indicam que o cultivo da cana-de-açúcar na região vai crescer 100%
A
expansão da área to econômico e sustentável da Ribeirão", afirma. cultivada de cana- região. Salibe já comemora Agrotóxicos – A expectativa de-açúcar, atrás uma conquista. Em breve, a do presidente do Sindicato de incentivos fis- região receberá o primeiro Nacional da Indústria de Procais e terra barata, não ficará curso de tecnologia em bio- dutos para Defesa Agrícola limitada a Goiás e Mato Gros- nergia do mundo. (Sindag), Antonio Carlos Zem, so do Sul. Até 2010, a área Como o plantio de cana-de- é de que, em 2015, a área planplantada mais que dobrará na açúcar vai avançar sobre ter- tada alcance 12,2 milhões de região do oeste paulista. A ras de pastagem, a economia hectares, ante os atuais 6,6 miprojeção é do presidente-exe- da região sofrerá modifica- lhões de hectares. Com esse cecutivo da União dos Produto- ções. "A pecuária vai ter que nário positivo, as vendas de inres de Bioenergia (Udop), An- se restringir, pois ficou antie- sumos para o plantio também tonio Cesar Salibe. Hoje, a conômica", diz Salibe. Hoje, devem aumentar. área de cultivo de cana nessa 67% da área cultivada no oesA FMC Latino América, re g i ã o , a o re- Joel Silva/Folha Imagem uma das maiores dor de cidades empresas de c o m o P r e s iagrotóxicos do dente PrudenBrasil, projeta fate e Andradina, turar mais com a é de 1,3 milhão venda de seus de hectares. produtos. SegunA expansão do Zem, também vai ocorrer nas presidente da regiões de pasFMC, o mercado tagem e os brasileiro vai mop ro g n ó s t i c o s vimentar US$ 3,8 otimistas se babilhões neste ano seiam na instae US$ 5,5 bilhões lação de 40 usiem 2010, quando nas no oeste deve atingir a prip a u l i s t a n o s Caminhões levam produto que pode ser usado para fabricar etanol m e i r a p o s i ç ã o próximos quamundial em ventro anos. Elas se somarão às 62 te paulista é de pastagem. Em da de agrotóxicos. Atualmenexistentes. As novas unida- 2010, passará para 51,82%. te, está entre o 2º e 3º lugar. A des vão moer 80 milhões de Mas o especialista não prevê expansão do mercado relaciotoneladas de cana, produzi- distorções provocadas por con- nada apenas à cana-de-açúcar rão 3,9 milhões de metros cú- centração exagerada da cultura deve passar de US$ 471 mibicos de etanol e 4,6 milhões de cana na região. Para ele, a re- lhões para US$ 720 milhões, de toneladas de açúcar. Se- gião paulista tradicional pro- sendo os herbicidas responságundo Salibe, oito usinas já dutora de cana, a de Ribeirão veis por 71% desse valor. começaram a funcionar. Zem afirma que o mercado Preto, tem área cultivada maior Os investimentos serão da do que as previsões futuras do de agrotóxicos tem evoluído ordem de US$ 11 bilhões e há oeste e nem por isso há proble- e a cana tem contribuído basuma previsão de que sejam mas de concentração lá. Na re- tante com essa expansão. recolhidos R$ 3,5 bilhões de gião de Ribeirão, cerca de 51% "Foram introduzidas inovatributos anualmente. O setor da área cultivada são de cana e ção e tecnologia para reduespera que essa receita seja re- 25% de pastagem. "Não há ra- ção de custos, danos ambienvertida em melhorias em lo- zão para uma futura crise no tais e crescimento sustentagística, infra-estrutura e ca- oeste. Ao final do processo, ain- do do setor sucroalcooleiro", pacitação de mão-de-obra pa- da estaremos com uma área de afirma. Adriana David ra garantir o desenvolvimen- plantio 23% menor do que a de
Tecnologia pode melhorar produção
A
produção da cana-deaçúcar no País pode aumentar 20% com a reengenharia da espécie. A aposta é do diretor técnico do Centro Técnico de Tecnologia Canavieira (CTC), Tadeu Andrade. Segundo ele, a tecnologia ainda é embrionária e tem possibilidades de ser usada só dentro de 30 anos. Embora ofereça bons resultados, não é fácil de ser implantada, diz ele. Isso porque, pela legislação,
essa reengenharia é classificada como transgênica. "Considera-se como transgênico, mas tecnicamente não é", garante Andrade. Segundo ele, há 14 anos é aguardada a liberação da cana modificada. Há muitos interessados nas pesquisas para espécies resistentes a herbicidas, a doenças, insetos e estresse. "Há muito potencial para a evolução e possibilidade de um produto com maior
valor agregado. Mas, infelizmente, falta esclarecimento de toda a comunidade, não só dos técnicos da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança)", diz. Andrade afirma que outras tecnologias podem se tornar realidade dentro de alguns anos, como a transformação do bagaço da palha da cana em diesel. "Hoje, não é viável economicamente, mas possível tecnicamente", diz. (AD)
Na região de Ribeirão Preto, cerca de 51% da área cultivada é de cana-de-açúcar
Cota de frango será atingida em 2008
O
s exportadores brasileiros de frango devem atingir o teto das cotas de exportação para a União Européia (UE) em, no máximo, dois anos. No final de outubro, a UE estabeleceu que o Brasil pode exportar 336.107 toneladas de carne de frango e peru por ano para o bloco, pagando tarifas que variam de 8,5% a 15,4%. O volume que exceder essa cota paga tarifa extra de 1.024 a 1.300 euros por tonelada. O regime de cotas começa a valer em 1º de abril de 2007. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Ricardo Gonçalves, já no final
do próximo ano, as exportações brasileiras de frango processado deverão atingir as 73 mil toneladas estabelecidas pela UE. Já a cota para a carne de peru– de 92.330 toneladas – deverá ser alcançada em 2008. A cota de frango salgado, de 170.807 toneladas, deve ser cumprida em dois anos. Informações do Departamento Econômico do Ministério as Relações Exteriores mostram que, em 2005, foram exportadas 83.960 toneladas de peru processado e 51.290 toneladas de frango processado para o bloco. Para o frango salgado, as vendas somaram 56.800 toneladas em 2000 e 143.358 toneladas em 2001 e 145.919 to-
neladas em 2002. Em 2003, as exportações de frango salgado foram paralisadas. Apesar do acordo com a UE ter sido considerado positivo, Gonçalves ressalta que as cotas vão limitar as exportações brasileiras. "Os volumes estabelecidos não podem ser reduzidos, mas também não há previsão de que sejam aumentados", afirma. Gonçalves também reclama do câmbio desfavorável e da falta de investimentos em i n fr a - e st rutura. (AE)
Mercosul volta a discutir aftosa
R
epresentantes dos países que integram o Mercosul voltarão a discutir a partir de hoje, em Montevidéu, no Uruguai, propostas para a erradicação da febre aftosa da região, segundo divulgou ontem a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O assunto é um dos itens das discussões previstas na reunião da Fede-
Brasil precisa entender os ricos, diz Rodrigues
O
ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse ontem, em São Paulo, que os países em desenvolvimento como o Brasil precisam compreender a cultura dos países ricos e entender os motivos pelos quais alguns subsídios são oferecidos ao agronegócio para tentar
ração de Associações Rurais do Mercosul (Farm). A definição de uma estratégia comercial para o bloco nas negociações mundiais e as normas para a circulação de agroquímicos entre os países do Mercosul também serão discutidos. O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e da Comissão Nacional do Merco-
sul da CNA, Carlos Sperotto, representará os agricultores brasileiros nas discussões. As conclusões serão encaminhadas ao Conselho Agropecuário do Sul (CAS), que reúne os ministros da agricultura do bloco ampliado, que tem representantes do Chile e da Bolívia. A reunião do CAS também está marcada para esta semana. (AE)
avançar nas negociações internacionais. "É preciso consultar o cliente para saber do que ele precisa e saber comunicar algumas ações tomadas tanto dentro quanto fora de casa", disse. Rodrigues afirmou que não tem nenhuma saudade do ministério, mas que sente falta das pessoas que trabalharam com ele enquanto foi ministro da Agricultura. "É preciso estimular o funcionário público. No ministério encontrei gente da maior
seriedade e competência". Apesar da competência dos funcionários, o exministro lembrou que as negociações dentro do governo pressupõem tempo e disposição para negociálas, já que as prioridades de um ministro são diferentes das do outro. "Tive apoio do parlamento e da bancada ruralista, mesmo com a oposição ao governo Lula". Rodrigues participou do seminário "O empresário na gestão pública", promovido pelo Fórum de Líderes. (AE)
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Informática
CONTRA A CORRUPÇÃO
CYBER FISCAL O Tamanduá, do Departamento de Ciências da Computação da UFMGl, inibe a corrupção Rachel Melamet, enviada especial a Belo Horizonte.
Divulgação
Professor Wagner Meira Junior: mineração de dados pode pegar más práticas em qualquer lugar, até no governo.
le é uma espécie de detetive digital, um verdadeiro cyber Sherlock Holmes que encontra em informações aparentemente banais as pistas que podem levar a conclusões surpreendentes e pegar criminosos com a boca na botija. Assim funciona o Tamanduá, uma ferramenta de mineração de dados que está ajudando empresas e governos a extrair de montanhas incalculáveis de dados armazenados as informações realmente relevantes e úteis, e ainda indica o que elas, combinadas, podem significar – incluindo crimes como fraudes, desvio de recursos ou seu uso inadequado – e ajuda a traçar planos e estratégias para reduzir gastos e expandir receitas. É a chamada Inteligência de Negócios (Business Intelligence - BI), uma categoria sofisticada de software na qual as empresas investiram nada menos que US$ 5,7 bilhões em 2005, no mundo todo. Mas, no Brasil, qualquer empresa ou setor governamental de qualquer porte pode ter esse instrumento gratuitamente, graças ao Projeto Tamanduá, desenvolvido pelo Departamento de Ciências da Computação do Icex – Instituto de Ciências Exatas – da UFMG, em conjunto com a Universidade Federal do Amazonas. É só entrar na Internet e baixar. As falsas diálises - A l í n g u a c o mprida e voraz do Tamanduá de plantão no Ministério da Saúde descobriu, por exemplo, uma grande fraude em curso no Estado de Rondônia. Ao combinar dados sobre os procedimentos de diálise feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Tamanduá detectou que ele correspondia a uma das maiores taxas do mundo deste serviço em relação a uma determinada população usuária. Mas o que estaria causando
esse índice absurdo de doenças renais graves nos rondonianos? O Tamanduá farejou fraude da grossa ao constatar que 98% das diálises supostamente realizadas em Rondônia eram baseadas em um misterioso "diagnóstico indeterminado". Que médico indicar i a u m p ro c e d i m e n t o t ã o doloroso, invasivo e caro para um paciente cuja doença não foi comprovada? Só havia duas possibilidades: médicos sádicos em ação ou falsificação de guias que recolhiam valores por serviços não prestados. Resultado do uso da ferramenta de inteligência de negócios: fraude descoberta e quadrilha na cadeia. Macarronada mortal– Outro caso curioso foi detectado pelo Tamanduá instalado na Polícia Militar de Belo Horizonte, que estava às voltas com altas taxas de homicídios aos domingos, em crimes sem qualquer relação entre si, em bairros diversos, apesar do reforço do policiamento ostensivo. O detetive digital peneirou as informações dos boletins de ocorrência espalhados por toda a capital mineira, observou o horário dos eventos – entre 10 da manhã e 4 da tarde – e concluiu que se tratava da "síndrome da macarronada da sogra": maridos e esposas, contrariados por ter de ir sempre almoçar na casa de parentes, acabam bebendo demais, provocando discussões violentas, agressões e morte. Resultado: a ação necessária não era policial, mas de assistência social. Reduzindo custos - O Projeto Tamanduá começou a ser desenvolvido em janeiro de 2005, com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento C i e n t í f i c o e Te c n o l ó g i c o (CNPq) e do Fundo Setorial para a Tecnologia da Informação do Ministério da Ciência e Tecnologia. O coordenador do trabalho é o professor Wagner Meira Junior, doutor em computação pela Universidade de Rochester (EUA). Segundo o professor Meira Junior, um bom exemplo de grande base de dados em qualquer esfera de governo são os
registros de compras governamentais, com todo o histórico de compras e contratações. "Podemos identificar vários contextos de aplicação das técnicas de mineração de dados na análise de compras públicas, como execução orçamentária, detecção de padrões que de distorções e fraudes, gestão de estoques e de consumo de bens e serviços". O resultado primordial dessas análises, diz Meira, "é conseguir redução e racionalização de gastos, aprimorando o uso dos recursos públicos. Tem fraude até para comprar pó de café". A eficácia da plataforma Tamanduá decorre da facilidade de uso, da interoperabilidade com sistemas existentes (é baseada em padrões de código aberto) e da sua escalabilidade – a arquitetura modular permite fácil replicação e rápida adaptação aos cenários de uso.
Em breve, no exterior – O cyber fiscal brasileiro, que já está em ação gerenciando, entre outros documentos, 1,2 milhão de contracheques e 600 milhões de registros de pessoas inscritas em programas sociais do governo, chamou a atenção das Nações Unidas (ONU), que está em entendimentos com a UFMG para desenvolver uma versão em espanhol do Tamanduá, para a América Latina. Para mais informações e downloads, acesse http://tamandua.speed.dcc.ufmg.br.
O Tamanduá pode encontrar inconsistências que mesmo uma equipe não conseguiria achar
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Leonardo Rodrigues / Hype
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
Presidente da ACSP alerta que é preciso prestar atenção nos princípios gerais
A
tenção e "acompanhamento de perto" da regulamentação da Lei Geral foi a conclamação do presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, aos participantes do 37% Fórum de Debates –Projeto Brasil realizado ontem no Hotel Paulista Plaza, em São Paulo. "Porque o diabo está sempre no detalhe" disse Afif Domingos. "Vão fazer agora o diabo para anular seus princípios gerais." Para evitar que isso ocorra, Afif sugeriu que entidades de classe, como a ACSP, acompanhem de perto e atentamente esse trabalho de regulamentação nos próximos seis meses. A aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas deve ser considerada apenas uma etapa importante e não um fim na luta contra a burocracia e a tributação excessi-
"Temos carga tributária excessiva" a atuar sobre tributos que causam distorções. Ele citou brevemente a CPMF entre as distorções do sistema tributário, por encarecer as transações financeiras, além da estrutura do ICMS e os tributos sobre investimento privado. "Temos carga tributária excessiva. Trinta e sete por cento do Produto Interno Bruto é um percentual alto até para países desenvolvidos", disse. Mas o secretário foi vago quanto a
decisões e prazos. "Qualquer redução da carga tributária tem que ser custeada com a redução do gasto do governo", afirmou. (AE)
É preciso evitar o processo de "favelização" da empresa média, com o excesso de burocracia. Guilherme Afif Domingos, ACSP va, pregou Afif. "Porque o desenvolvimento mais acelerado do País depende da liberação das forças criativas do setor privado em sua totalidade, e não apenas do setor das micros e pequenas empresas". O presidente da ACSP lembrou também que é preciso evitar o processo de "favelização da empresa média no Brasil", que acaba se tornando inviável pelo peso da burocracia e tributação.
"Esses fatores estreitam as perspectivas de crescimento das empresas beneficiadas pela Lei Geral e, assim, o surgimento de novos grandes e m p re e n d i m e n t o s n a c i onais, indispensável para o Brasil disputar o mercado mundial em condições de igualdade com as empresas multinacionais", esclareceu. Burocracia – Nessa linha de pensamento, Guilherme Afif Domingos enfatizou que a criação do Supersimples (dentro da Lei Geral) "não justifica que se mantenha um ‘complexo’ sistema burocrático e fiscal para todos". Pois o que ocorre na prática, salientou Afif, é que o governo, ao invés de usar os imensos recursos da informática para simplificar a vida das empresas e dos cidadãos, "vale-se deles para implantar uma bucrocracia eletrônica cujos custos e ônus são suportados pelo setor privado". Sergio Leopoldo Rodrigues
Muitos benefícios podem entrar em vigor ainda neste ano
A
Público do 37° Fórum de Debates – Projeto Brasil realizado ontem em São Paulo para discutir a Lei Geral
O
"A lei entra em vigor na data de sua publicação". Bruno Quick, do Sebrae
LEI GERAL: SEIS MESES DE OLHO NOS DETALHES DA REGULAMENTAÇÃO
Bruno Quick, do Sebrae: benefícios não tributários do Supersimples podem entrar em vigor ainda neste ano
secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, acenou ontem com a possibilidade de, no futuro, o governo vir a reduzir a carga tributária e melhorar a qualidade dos impostos, sem descuidar do equilíbrio fiscal. Em palestra na 40ª Assembléia Anual da Federação Latino-Americana de Bancos (Felaban), Kawall defendeu "uma estratégia de conter gastos e racionalizar a estrutura tributária" de forma
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lguns pontos da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, como o incentivo a compras governamentais de empresas de pequeno porte e a criação de linhas de crédito específicas para elas, podem começar a valer ainda neste ano. A informação foi divulgada pelo gerente de Políticas Públicas do Sebrae nacional, Bruno Quick, no 37° Fórum de Debates Projeto Brasil, realizado ontem, em São Paulo. "Basta que a Lei Geral seja aprovada e sancionada neste ano", afirmou o gerente. Quick baseia sua interpretação no texto da emenda n° 31 que diz: "Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, ressalvado o regime de tributação das microempresas e empresas de pequeno porte, que entra em vigor em 1º de julho de 2007". Votação – Segundo o relator da matéria na Câmara, o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a Lei Geral, também chamada de Supersimples, deve ser votada no final da próxima semana. "Conversei com parlamentares e a intenção é vota-lá assim que
a pauta for desobstruída", disse. Só as emendas serão apreciadas novamente. A medida também é destacada pelo Sebrae, principalmente porque o órgão que vai regulamentar a parte tributária da nova legislação é um Comitê Gestor, formado por dois representantes da Fazenda Nacional, dois da Previdência, dois dos fiscos estaduais e dois dos fiscos municipais, sem representação dos contribuintes. O diretor do Sebrae no Estado de São Paulo, José Luiz Ricca, reafirmou as boas perspectivas com a aprovação da Lei Geral, entre elas a geração de emprego, diminuição da informalidade, aumento da competitividade das micros e pequenas empresas no mercado, desenvolvimento econômico e até distribuição de renda. "Acabou o medo da burocracia", comemorou o diretor do Sebrae. Já Milton Antônio Bogus, diretor do departamento da micro e pequena empresa na Federação das Indústrias no Estado de São Paulo (Fiesp), fez algumas críticas às leis trabalhistas e aos juros bancários.
Para ele, ainda é possível lutar pela flexibilização de férias e parcelamento do décimo terceiro nas empresas de pequeno porte. "E não adianta incentivar o crédito, se o governo não diminuir o spread bancário", disse. Opositores – Nem todos os setores ficaram satisfeitos com a aprovação da Lei Geral. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM), por exemplo, estuda entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para retirar o Imposto Sobre Serviços (ISS), maior fonte de renda fiscal das prefeituras, da unificação de impostos que será instituída com a nova legislação. De acordo com Augusto B r a u n , d i re t o r t é c n i c o d a Confederação, a ação judicial a ser iniciada se baseará no artigo 146 da Constituição Federal, que prevê que só pode ser concedido tratamento tributário diferenciado às micros e pequenas empresas com relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e às contribuições sociais. Laura Ignacio
Ano 81 - Nº 22.253
São Paulo, terça-feira e quarta-feira, 14 e 15 de novembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h50
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Luis Nogueira/AFP
LULA EXALTA A ESQUERDA NA AMÉRICA LATINA Cabo eleitoral do "querido companheiro" Hugo Chávez, o presidente Lula exaltou "o povo que elegeu a mim, elegeu o Kirchner (na Argentina), elegeu o Daniel Ortega (na Nicarágua), elegeu Evo Morales (na Bolívia) e, sem dúvida, vai (re)eleger o presidente da Venezuela". À exceção de Kirchner, são membros do Foro de São Paulo que assumem o poder. Lula também se disse "vítima da incompreensão e do preconceito" da imprensa, do empresariado, dos banqueiros e de ex-governantes do Brasil. Página 3
Milton Mansilha/LUZ
Comunista por um dia Em seu único dia como presidente em exercício, Aldo Rebelo, do PC do B-SP, pediu o fim da guerra fiscal. Pág. 3
UM NOVO LÍDER: GRAMSCI. O título do livro, A Revolução Gramscista no Ocidente, descreve uma realidade: Gramsci (1891-1937) está crescendo no Brasil e na América Latina, como mostrou ontem o seu autor, o general da reserva Sérgio Augusto de Avellar Coutinho (foto), em reunião na ACSP. O poder socialista, para Gramsci, deve ser conquistado de forma pacífica, com a destruição das trincheiras liberais, como a imprensa. Página 5
André Desek/AE
Um feroz cyber fiscal Tamanduá criado na UFMG: detetive contra criminosos. Informática
Julia Moraes/Folha Imagem
Atraso em mais de 40% dos vôos Confusão nos aeroportos (foto) irrita a ministra da Casa Civil. Agentes de viagem estão apreensivos. C 1 DC
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 25º C. Mínima 13º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 14º C.
www.finanfactor.com Pabx (11)
6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)
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Fiscalização Minerador Inter net Te l e c e n t r o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
O endereço será uma plataforma de lançamento de novas tecnologias de busca
CADÊ: SITE REFORMULADO PELO YAHOO!
Cadê o Cadê? Um novo fôlego para o primeiro serviço de buscas brasileiro, que retorna com recursos avançados do Yahoo! s veteranos na internet, usuários com acesso à rede há mais de 10 anos, certamente lembram do primeiro serviço de buscas brasileiro, o Cadê?, criado por dois engenheiros de sistemas – Fábio de Oliveira e Gustavo Viberti. Desde então, o Cadê? mudou de mãos duas vezes e quase caiu no esquecimento, mas agora retorna à cena com novo layout e com a força da marca do Yahoo! ao seu lado (literalmente). O Yahoo!, dono do Cadê? desde 2002, relançou na semana passada a ferramenta brasileira e pretende, com ela, assumir a liderança desse tipo de serviço por aqui e contando com o que há de mais avançado nesse tipo de tecnologia (o primeiro lugar ainda é do Google). O Gerente de Busca do Yahoo! Brasil, Fabio Boucinhas, diz que a renovação do Cadê? visa a transformar o serviço numa plataforma de lançamentos para novas tecnologias de busca no País. "A mudança é um marco inicial de um processo para agregar novas ferramentas e funcionalidades entre as mais modernas existentes no mundo nesta área", destaca Boucinhas. Ele lembra que o site aproveitará toda a qualificação e expertise do pessoal técnico do Yahoo! dos Estados Unidos na área de pesquisa e desenvolvimento. Em uma rápida olhada no n o v o C a d ê ? ( w w w . c a-
de.com.br) dá para notar as novidades. A que salta aos olhos é a total integração do serviço à Web 2.0 e ênfase para as redes sociais com o recurso Sugestões de Busca. Com ele, ao se digitar uma palavra ou parte dela aparecem, numa caixa abaixo, os 10 termos mais buscados pelos internautas relativos àquele assunto ou palavra procurada. "Isso torna mais fácil a pesquisa para as pessoas que não têm certeza da grafia exata do termo buscado, especialmente para quem tem alguma dificuldade com o inglês", observa Boucinhas. "Mesmo quando o internauta escrever errado, o site vai trazer o termo que ele quer". Isso significa que o Cadê? apesar de ser um veterano na rede está preparado para atender aos novatos e sem grande habilidade com computadores, especialmente com ferramentas de busca (co-
mo o uso de aspas ou sinais de + ou - para objetivar e afunilar a pesquisa). "Queremos interagir com o usuário leigo e não só com os experts nesse tipo de ferramenta", diz Boucinhas, acreditando que essa estratégia será de grande utilidade também para as empresas tirarem vantagens disso aos anunciar no site. A personalização ou customização da página é outra novidade do Cadê?, garantindo que as informações fiquem atualizadas sempre que o internauta entrar no site. Nesta primeira etapa de lançamento, são basicamente três os módulos disponíveis para as atualizações e personalização. O Yahoo! Respostas, pelo qual o usuário recebe as respostas de internautas a uma pergunta feita na rede; os 10 termos mais procurados da semana e a dica do dia, que traz informações úteis sobre o melhor uso da fer-
Divulgação
Cadê?: novo lay out e a força do parceiro americano.
REPÓRTER No site Brasilwiki, qualquer pessoa pode ser repórter e contar suas histórias.
@ Ó RBITA
ramenta. Mas, até dezembro, haverá também dicas sobre o tema dominante em uma data específica (eleições, Imposto de Renda, Natal, Dia das Mães, etc.). Na homepage do Cadê? há atalhos também para o email (se o usuário for assinante do webmail do Yahoo!), para buscas avançadas (uma forma de obter resultados mais precisos), para o tradutor de palavras, textos e páginas Babel Fish e para Favoritos 2.0 (o usuário pode armazenar ali os sites preferidos). A médio e longo prazo, Boucinhas explica que serão adicionados outros módulos com mais informações, cujo detalhes ele não pode adiantar. Investimentos – O executivo também não fala de investimentos no novo portal, mas lembra que com base em pesquisas feitas no mercado brasileiro, inclusive entre os antigos fãs do Cadê?, existe a certeza de um "grande potencial de crescimento" para o serviço no Brasil. "Esperamos chegar rapidamente à vice-liderança ainda em 2007 graças a uma campanha de marketing agressiva", informa Boucinhas. Nos Estados Unidos, o serviço de buscas do Yahoo! está em segundo lugar e no Brasil em terceiro, de acordo com o instituto de pesquisas Nielsen/NetRatings. Barbara de Oliveira
PUBLICAÇÃO O site é aberto à publicação de qualquer material. www.brasilwiki. com.br
Por João Magalhães
GOOGLE Google, acidentalmente, enviou alguns e-mails contendo o vírus w32/Kasper.a@mm, mais conhecido como Kama Sutra, para cerca de 50.000 membros de uma lista de discussão de seu blog sobre vídeos. Por medida de precaução, o líder dos sistemas de buscas recomenda aos participantes da lista que rodem seus antivírus para remover a praga. O Kama Sutra, detectado em janeiro deste, é capaz de deletar arquivos do HD e afetar o desempenho do sistema operacional. Captura de tela
METAMORFOSE Widgit Software desenvolveu um
sistema batizado de Communicate Webwide, que transforma automaticamente o conteúdo de um site em símbolos ou texto pleno para facilitar sua compreensão a pessoas com dificuldade de aprendizado. O método não se aplica, porém, a páginas que contenham filmes em Flash e scripts Java complicados. "Há internautas que não conseguem entender a organização de um site e acabam desistindo de navegar por ele. O Communicate Webwide resolverá esse problema", explicou Chris Hopkins, consultora de educação, ao site da BBC. Hopkins esclareceu que aqueles com grande dificuldade de leitura podem utilizar-se dos símbolos para entender melhor as informações, enquanto os que lêem um pouco podem servirse deles como ponto de referência para a compreensão de palavras que não reconhecem de imediato. http://www.widgit.com/ products/webwide/index.htm
BIG BROTHER
VISTA DISPENSA ANTIVÍRUS... egundo o co-presidente da Microsoft, Jim Allchin, os recursos de segurança do Windows Vista são tão eficazes que dispensam a instalação de um antivírus. O que acontece, na verdade, é que o substituto do XP incorpora um novo controle de sites adultos e uma tecnologia batizada de "Address Space Layout
Captura de tela
... MAS NÃO DISPENSA A SEGURANÇA emana passada a Microsoft lançou a primeira versão do Guia de Segurança do Windows Vista. O documento é destinado a empresas e tem a missão de ajudar administradores de redes a reforçar a segurança em PCs e laptops que rodarão o substituto do XP. Junto com o download do
COMO FAZER olocar em vídeos tanto a sabedoria popular quanto a científica é a receita editorial do Videojug uma espécie de YouTube do como fazer. Mesmo em fase experimental o site já possui um acervo considerável, que inclui desde o preparo de pratos indianos a pequenas
Randomization" (ASLR), que torna mais difícil tanto a propagação quanto a execução de programas maliciosos. A garantia de Allchin não impede, porém, que hackers habilidosos descubram vulnerabilidades no Windows Vista, a partir das quais será possível introduzir vírus e outras pragas em PCs que rodarem o novo sistema operacional.
Big Brother, popular programa da Endemol, produtora holandesa de televisão, terá uma versão especial para o mundo virtual Second Life. Os concorrentes terão de passar pelo menos oito horas diárias em uma casa de paredes de vidro que será construída no Second Life. Da mesma forma que na vida real, os internautas poderão participar do programa escolhendo quem deve ser eliminado a cada semana. Link: http://www.secondlife.com/
lições de magia. Em cada área há uma indicação do editor. Mas você pode ir direto aos mais recentes e aos mais procurados pelos internautas. Você pode ainda fazer o upload de seus vídeos ou sugerir um tema de sua preferência para futuras produções. Link: http://www. videojug.com/
guia vem também um conjunto de ferramentas e procedimentos que ajudam a entender melhor como funcionam os recursos do Vista. Link: http://www.microsoft .com/downloads/ details.aspx?FamilyId =A3D1BBED-7F35-4E72BFB5-B84A526C1565 &displaylang=en
CELEBRIDADES ue tal clicar em fotos de famosos como Tyra Banks, Jennifer Aniston, Paris
EUROPEUS Internet passou à frente dos jornais e revistas como primeira fonte de informação na Europa, depois da televisão. A revelação é da Jupiter Research, que ouviu mais de 5.000 pessoas no Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Espanha. Na média, de acordo com a Jupiter, os europeus passam quatro horas por semana online. Já o tempo que eles reservam para
a leitura de revistas e jornais é de três horas. "Este quadro mostra que as empresas precisam fazer mudanças em seus esquemas de distribuição, nos valores investidos em publicidade e em suas estratégias de comunicação", analisa Mark Mulligan, vicepresidente da Jupiter. Link: http://www.jupiterresearch. com/bin/item.pl/home
Hilton e Tom Cruise para comprar jóias, bolsas ou sapatos semelhantes aos usados por eles? O site Like.com, que se anuncia como o primeiro mecanismo de buscas visual, oferece essa oportunidade. Ele usa tecnologia de reconhecimento facial, que cria uma assinatura digital capaz de descrever o que uma pessoa está vestindo, a partir de um clique em uma foto dela. Feito isso, é possível procurar e encontrar peças similares às exibidas na foto, com seus respectivos preços, em 200 sites de e-commerce. Operado pela empresa Rya, especializada em computação gráfica, o Like.com apresenta cerca de dois milhões de produtos de diversas lojas online, a exemplo da Zappos e da Landsend. O cofundador do Like.com, Munja Shah, diz que em breve o site terá mais uma novidade: os visitantes poderão fazer o upload de suas roupas e jóias. Link: http://www.like.com/ like?btnSearch=shoes&search Text=&id=9f8e22afa36737729 9612c820067d4b55fad1a80af86489076b9e271
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
Fazenda divulga valor do IPVA 2007
A
Secretaria da Fazenda divulgou a tabela de valores do Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) refe-
rente ao ano de 2007. Para visualizar o valor do imposto, basta acessar o site do Diário do Comércio (www.dcomercio.com.br) e clicar em Consulte a
tabela do IPVA, para fazer o link com a Secretaria da Fazenda, e procurar pela marca do veículo, ano de fabricação e modelo. Em dezembro, a Coordenadoria da Administração Tributária (CAT), órgão da Fazenda, vai remeter aos proprietários de veículos o aviso de vencimento, no qual constará os valores, dados do veículo e opções de pa-
gamento. Esse aviso não poderá ser usado como guia de recolhimento do imposto. O desconto para quem optar pelo pagamento integral e à vista, em janeiro, será de 3%. Como nos anos anteriores, os proprietários de veículos terão três opções para o recolhimento: à vista com desconto, em janeiro de 2007; à vista sem desconto, em
BALANÇO
terça-feira e quarta-feira, 14 e 15 de novembro de 2006
fevereiro; ou em três parcelas em janeiro, fevereiro e março. Aos proprietários de veículos novos (0 km) também será concedido um desconto de 3%, no IPVA, desde que o pagamento seja integral e efetuado até o 5º dia útil posterior à data de emissão da nota fiscal. As datas de pagamento seguem escala de vencimento de
acordo com o final da placa. Dessa forma, veículos com placa final 1, para obter o desconto em janeiro, devem efetuar o pagamento no dia 10. Sucessivamente, carros de final 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0 seguem o calendário até o dia 23. O mesmo critério serve para o pagamento antecipado sem o desconto ou parcelado. (DC)
EDITAIS BI COMPANHIA SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS
CNPJ Nº 07.112.325/0001-05 REPUBLICAÇÃO DO BALANÇO DE 31/12/05 DA BI CIA SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS, EM FUNÇÃO DE ALTERAÇÕES NAS NOTAS EXPLICATIVAS Relatório da Administração - Exercício de 2005 Senhores cotistas, A administração da BI Cia. Securitizadora de Créditos observados os termos da Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997, ou do Imobiliários tem a satisfação de submeter à apreciação de V.Sas. o Relatório diploma que vier a substituí-la, alterá-la ou complementá-la. Desempenho da Administração, Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Contábeis Econômico-Financeiro - Em junho do corrente ano a Cia. Estruturou a sua da Companhia relativas ao exercício encerrado em 31 de dezembro de primeira operação no segmento, com a emissão de Certificados de 2005. Desempenho Operacional - A empresa, constituída em outubro/ Recebíveis Imobiliários lastreados em contratos de locação dos espaços do 2004, teve seu estatuto social alterado passando a ser sociedade anônima Shopping Metrô Santa Cruz. O capital social permanece inalterado em de capital aberto sob a denominação de BI CIA. SECURITIZADORA DE R$100.000,00. Relacionamento com os Auditores Independentes - Os CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS, com o propósito de operar nos segmentos de (i) auditores externos da Cia. Tecnoaud Auditores Independentes SS, não securitização de créditos imobiliários oriundos ou relacionados a quaisquer prestaram durante o exercício de 2005, outros serviços que não os modalidades imobiliárias, tais como contratos de aluguéis e parcelas de relacionados com auditoria das demonstrações financeiras. A política da contrato de compra e venda; (ii) emissão e colocação, no mercado Companhia na contratação de serviços junto aos auditores independentes financeiro, de Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRIs, debêntures ou assegura que não haja conflito de interesses, perda de independência ou quaisquer outros títulos de crédito ou valores mobiliários lastreados em objetividade. Agradecimentos - A administração registra os seus créditos imobiliários; e (iii) realização de negócios e prestação de serviços agradecimentos aos acionistas e colaboradores, pelo valioso e relacionados à securitização de créditos imobiliários em questão, imprescindível apoio. A Administração Balanço Patrimonial levantado em 31/12/2005 e 31/12/2004 (Em reais) 2005 2004 P A S S I V O ............................................. A T I V O .................................................... 2005 2004 Circulante .................................................. Circulante Outras obrigações Disponibilidades ....................................... 317.521,58 Caixa ......................................................... 57.346,39 98.184,67 Impostos e contribuições a recolher ........ 601.405,05 Bancos conta movimento ......................... 502,93 - Títulos a pagar ......................................... 918.926,63 Aplicações financeiras ............................. 194.748,34 - ................................................................... ................................................................... 252.597,66 98.184,67 Patrimônio líquido Capital social ............................................ 100.000,00 100.000,00 Outros créditos ......................................... 6.779,98 Adiantamentos a dirigentes ..................... 780.000,00 - Reserva de lucro/Legal ............................ 8.819,64 Impostos a recuperar ............................... 1.928,59 - Lucros acumulados .................................. 115.599,62 100.000,00 ................................................................... 781.928,59 - ................................................................... Total do circulante .................................. 1.034.526,25 98.184,67 Permanente Diferido ..................................................... 1.815,33 Total do Permanente ............................... 1.815,33 1.034.526,25 100.000,00 TOTAL DO ATIVO ..................................... 1.034.526,25 100.000,00 TOTAL DO PASSIVO ................................ As Notas Explicativas são parte integrante das Demonstrações Contábeis Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras Exercício findo em 31 de dezembro de 2005 e período de 22 de novembro (início das atividades) a 31 de dezembro de 2004. (Em milhares de reais) 1. CONTEXTO OPERACIONAL: A empresa foi constituída em 22 de no- na data de celebração do contrato com a Companhia Santa Cruz para a vembro de 2004 sob forma de sociedade limitada e tinha como objeto soci- aquisição das CCIs. As Cédulas de Crédito Imobiliário são lastro da prial a participação em outras empresas, inclusive em instituições financei- meira emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI´s emitidos ras, como quotista ou acionista. Em Assembléia Geral realizada em 10 de pela Companhia. O saldo de CCI´s em 31 de dezembro de 2005 é de R$ fevereiro de 2005, os sócios-quotistas decidiram, por unanimidade, trans- 71.214 e de acordo com a legislação em vigor, criou-se o chamado regime formar a sociedade limitada em sociedade por ações, de objeto exclusivo, fiduciário, forma de garantia exclusiva dos detentores dos correspondenem conformidade com a Lei n° 9.514, de 20 de novembro de 1997, com a tes CRIs, que consiste na afetação dos créditos imobiliários que lastreiam denominação social de B.I Companhia Securitizadora de Créditos Imobili- determinada emissão ou série de CRI’s, mediante declaração unilateral da ários. A Companhia tem por objeto: a aquisição e securitização de créditos emissora, no termo de securitização lavrado e averbado no cartório de reimobiliários oriundos ou relacionados a quaisquer modalidades imobiliári- gistro de imóveis. A formação de um patrimônio separado, composto exas, tais como aluguéis e parcelas de contrato de compra e venda, a emis- clusivamente pelos créditos onerados, constitui patrimônio que não se são e colocação, no mercado financeiro, de Certificados de Recebíveis confunde com o da securitizadora, nem tampouco com os patrimônios seImobiliários – CRIs, debêntures ou quaisquer outros títulos de crédito ou parados de outras emissões ou séries da emissora, e que se mantém sevalores mobiliários lastreados em créditos imobiliários e a realização de parados até o completo resgate dos títulos a ele vinculados. Assim, esses negócios e prestação de serviços relacionados à securitização de créditos créditos são excluídos do patrimônio da companhia, por meio de regime imobiliários em questão. A Companhia teve concluído seu processo de fiduciário, passando a constituir patrimônio separado da Companhia, viconcessão de registro como companhia aberta homologado pela Comis- sando proteger os direitos dos investidores dos CRI´s, não estando ao alsão de Valores Mobiliários (CVM) em 02/03/2005 através do processo cance de qualquer ação judicial movida por credores da companhia. 6. CVM RJ-2005-1358. 2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FI- CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS: CRI´S Foram emitiNANCEIRAS As práticas contábeis adotadas para o registro das opera- das em 19/07/2005 duas séries da primeira emissão, totalizando 146 Cerções e para a apresentação das demonstrações financeiras estão de tificados de Recebíveis Imobiliários – CRI´s com data de vencimento final acordo com as normas emanadas pela Lei das Sociedades por Ações e em 19 de julho de 2015, sob a forma nominativa escritural, sendo 104 diretrizes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 3. RESUMO DAS CRI´s Sênior (1ª série) e 42 CRI´s Júnior (2ª série), tendo os CRI‘s Sênior PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS: A Companhia adota as seguintes preferência de pagamento em relação aos Juniores. Os CRI´s Sênior são práticas na elaboração de suas demonstrações financeiras: a. As receitas atualizados pelo Índice Geral de Preços de Mercado da Fundação Getúlio e despesas são apropriadas pelo regime de competência. b. As aplicações Vargas (IGPM/FGV), acrescidos de juros de 10,5% ao ano sobre o saldo financeiras são avaliadas pelo custo de aquisição atualizado até a data do não amortizado do valor de cada certificado. Os juros são pagos mensalbalanço. c. A provisão de imposto de renda da pessoa jurídica é constituí- mente, juntamente com a amortização abaixo descrita. Os CRIs Subordida à alíquota-base de 15%, acrescida de adicional de 10% sobre a parcela nados recebem, mensalmente, a título de remuneração, o saldo remanesdo lucro tributável anual que exceder R$ 240. A provisão para contribuição cente, relativo ao pagamento das CCIs, apurado após deduzidos os sesocial sobre o lucro líquido é constituída à alíquota de 9%. d. As demais guintes pagamentos: (i) remuneração e amortização dos CRIs Seniores; contas a receber são demonstradas ao valor de realização e os passivos (ii) tributos devidos pela Companhia em razão da referida emissão de são demonstrados pelos valores conhecidos ou calculáveis. 4. OUTROS CRIs; (iii) eventual reposição de Fundo de Liquidez; (iv) despesas da ComCRÉDITOS: a. Aplicações financeiras O saldo de aplicações financeiras panhia; e (v) amortização dos CRIs Subordinados. A remuneração dos está representado por cotas do fundo de investimento Fix FI Referenciado CRIs Junior, se houver, será paga juntamente com a amortização prograDI do Banco WestLB, no montante de R$195. As práticas contábeis utiliza- mada dos CRIs Seniores e após o provisionamento das despesas acima das para valorização do ativo financeiro são reconhecidas a valores que referidas. Os CRIs Seniores serão amortizados mensal e sucessivamente, não diferem dos de mercado. b. Diversos Em 31 de março de 2006 os sal- sempre no dia 19 (dezenove) de cada mês, sendo a primeira amortização dos da rubrica “outros créditos” referem-se, principalmente a (i) adianta- no dia 19 de novembro de 2005 e as demais no mesmo dia dos meses mento concedido a dirigentes no montante de R$780; (ii) imposto de renda subseqüentes, até o vencimento dos CRIs Seniores. Caso haja resgate retido na fonte nos resgates de aplicações financeiras a serem recupera- antecipado das CCIs, os recursos recebidos pela Companhia serão utilidos, no montante de R$2. 5 CÉDULAS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO: CCI zados para amortização extraordinária dos CRIs Seniores, de forma proEm 2005 foram adquiridas da Companhia Santa Cruz, Cédulas de Crédito porcional. Em 31 de dezembro de 2005, os CRI´s montam R$ 71.214 e Imobiliário – CCI´s, representativas de créditos originários de contratos de estão lastreados por Cédulas de Credito Imobiliário (CCi´s) registradas na locação de salões comerciais, cinemas, área do estacionamento, áreas CETIP – Câmara de Custódia e Liquidação, descritas na Nota 5. Os CRI‘s para instalação de antenas, postos de atendimento bancário (Automatic foram emitidos sob o regime fiduciário, ficando excluídos do patrimônio Teller Machine – ATM), quiosques e painéis localizados no Shopping San- comum da Companhia. Pelo mesmo motivo exposto na nota 5 supra, os ta Cruz, na Cidade de São Paulo, celebrados pela Companhia Santa Cruz direitos dos investidores, titulares dos CRI’s, lastreados em CCI´s submeticom os respectivos locatários. As CCIs representam créditos com parce- dos a regime fiduciário ficarão imunes aos efeitos de uma eventual insollas que vencem até junho de 2015, descontados a valor presente à taxa de vência da Companhia. Os beneficiários deste patrimônio segregado são 10,5% ao ano. Além disso, as CCIs também representam créditos oriun- os titulares dos CRI’s lastreados nos CCIs afetados para a emissão das dos de (i) contratos de locação já firmados à época de sua aquisição pela séries. Os créditos objeto de regime fiduciário destinam-se exclusivamenCompanhia, bem como aqueles cujos prazos de vigência sejam prorroga- te à liquidação dos títulos a que estiverem afetados e ao pagamento dos dos; (ii) contratos de locação com futuros locatários de espaços no respectivos custos de administração e de obrigações fiscais. Ainda, tais Shopping Santa Cruz que substituam os atuais locatários; e (iii) contratos créditos estão isentos de qualquer execução por credores da companhia de locação com futuros locatários de espaços que se encontram vacantes emissora e não são passíveis de constituição de garantias ou de execução Parecer dos Auditores Aos Senhores Acionistas e Administrador do normas de Auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, B.I. COMPANHIA SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema 1. Examinamos o Balanço Patrimonial, a Demonstrações de Resultados do contábil e de controles internos da empresa; (b) a constatação, com base Exercício, as Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração das Ori- em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as ingens e Aplicações de Recursos da B.I. COMPANHIA SECURITIZADORA formações contábeis divulgadas, e; (c) a avaliação das práticas e estimatiDE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS, levantados em 31 de Dezembro de 2005, vas contábeis mais representativas adotadas pela Administração da empreelaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsa- sa, bem como da apresentação das Demonstrações Contábeis tomadas em bilidade é a de expressar uma opinião sobre essas Demonstrações Finan- conjunto. 3. Em nossa opinião, as Demonstrações Financeiras e Contábeis ceiras e Contábeis. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as referidas no primeiro parágrafo, representam adequadamente em todos os
Demonstração do Resultado do Exercício Findo em 31/12/2005 e Período de 22/11/2004 a 31/12/2004 - (Em reais) 2005 2004 ................................................................... RECEITA OPERACIONAL BRUTA .......... 1.808.170,00 (-) Deduções da receita ............................ (254.669,75) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA ....... 1.553.500,25 RECEITAS / DESPESAS OPERACIONAIS (+) Receitas financeiras ............................ 15.149,37 (+)Outras receitas operacionais ............... 18.826,68 (-) Despesas administrativas .................... (40.179,83) (-) Despesas tributárias ............................. (9.377,39) (-) Outras despesas operacionais ............ (1.341.556,01) RESULTADO OPERAC. ANTES DA TRIB. 196.363,07 (-) Provisão para Contribuição Social ....... (17.672,68) (-) Provisão para imposto de renda .......... (43.090,77) LUCRO DO EXERCÍCIO .......................... 135.599,62 LUCRO LIQUIDO DO EXERCÍCIO POR AÇÃO 1,36 Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos do Exercício Findo em 31/12/2005 e Período de 22/11/2004 a 31/12/2004 - (Em reais) ............................................................................... 2005 2004 ORIGENS DOS RECURSOS Das Operações Lucro do exercício ................................................ 135.599,62 Vr. que não repr. mov. capital circulante Amortização do diferido ....................................... 1.815,33 Dos Acionistas Integralização de capital ...................................... - 100.000,00 TOTAL DAS ORIGENS DOS RECURSOS .......... 137.414,95 100.000,00 APLICAÇÕES DOS RECURSOS Inversões - Diferido ............................................... 1.815,33 Dividendos pagos .................................................. 120.000,00 TOTAL DAS APLICAÇÕES DOS RECURSOS ... 120.000,00 1.815,33 ACRÉSCIMO NO CAPITAL CIRCULANTE ........ 17.414,95 98.184,67 Variação do Ativo Circulante .......................... 936.341,58 98.184,67 Ativo circulante no início do exercício/período . 98.184,67 Ativo circulante no final do exercício ................ 1.034.526,25 98.184,67 Variação no Passivo Circulante ..................... 918.926,63 Passivo circulante no início do exercício/período Passivo circulante no final do exercício ............ 918.926,63 Acréscimo no Capital Circulante ........................ 17.414,95 98.184,67 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do Exercício Findo em 31/12/2005 e Período de 22/11/2004 a 31/12/2004 - (Em reais) ................................................ Capital Res. Lucros/ Social Legal (Prej.)Acum. Total ........................................... Integraliz. cap.social .......... 100.000,00 - 100.000,00 SALDO EM 31/12/04 ........ 100.000,00 - 100.000,00 Res. exercício de 2005 ...... - 135.599,62 135.599,62 Destinação do resultado: Pagamento de dividendos - (120.000,00) (120.000,00) Transf.p/reserva legal ....... - 6.779,98 (6.779,98) SALDO EM 31/12/05 ........ 100.000,00 6.779,98 8.819,64 115.599,62 por qualquer deles. A emissão dos CRI‘s Sênior obteve notas de classificação de risco AA e AA- respectivamente das agências Austin e LF Rating. 7 OUTRAS OBRIGAÇÕES: a. O saldo da rubrica “impostos e contribuições a recolher” é composto dos impostos e contribuições abaixo relacionados, apurados sobre as receitas e sobre o resultado do exercício de 2005: Apurados sobre as receitas: Cofins a recolher ............................................................... R$ 135 Pis a recolher .................................................................... R$ 29 ISS a recolher .................................................................... R$ 90 R$ 3 IRRF a recolher ................................................................. ............................................................................................ R$ 257 Apurados sobre o resultado: Imposto de renda .............................................................. R$ 43 R$ 18 Contribuição social s/lucro líquido .................................... ............................................................................................ R$ 61 b. O saldo da rubrica “títulos a pagar” no montante de R$ 601, refere-se basicamente a parcelas a liquidar de operação realizada com a empresa BI Fomento Mercantil Ltda. 8 PATRIMÔNIO LÍQUIDO: O capital social da Companhia é dividido em 100.000 (cem mil) ações ordinárias, todas nominativas sem valor nominal, totalmente integralizadas. A reserva legal é constituída em conformidade com a Lei das sociedades por ações e o estatuto social, na base de 5% do lucro líquido de cada exercício até atingir 20% do capital social. Conforme o estatuto social, os acionistas têm direito a dividendos mínimos de 25% sobre o lucro líquido, ajustado nos termos do artigo 202 da Lei n° 6.404/76. Do lucro líquido apurado no exercício de 2005, no valor de R$ 136, após a dedução da reserva legal, a administração da sociedade aprovou a distribuição de dividendos no montante de R$ 120. 9. EVENTOS SUBSEQÜENTES: Foi reconhecida nas demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2005 a Reserva Legal no valor de R$7. 10. OUTRAS INFORMAÇÕES: Em atendimento à Instrução CVM n° 381 de 14 de janeiro de 2003, informamos que a empresa contratada para auditoria das demonstrações financeiras da B.I Companhia Securitizadora de Créditos Imobiliários, ou pessoas a ela ligadas, não presta outros serviços que não sejam de auditoria externa. A DIRETORIA Paulo Sergio Marques Burato Contador - CRC-1SP 112455/O-0 aspectos relevantes, a posição Financeira e Patrimonial da B.I. COMPANHIA SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS, o resultado de suas Operações, as Mutações de seu Patrimônio Líquido e as Origens e Aplicações de seus Recursos referentes ao exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 13 de Novembro de 2006. TECNOAUD AUDITORES INDEPENDENTES S/S® - CRC 2SP016646/O-4 José Ribamar Tavares da Silva - CRC 1SP 127013/O-4
Edital com prazo de vinte dias para citação de Sociedade Imobiliária Indaiá Ltda. Proc. nº 1146/ 053.06.123840-3. A Doutora Márcia Cardoso, juíza de Direito da 11º Vara da Fazenda Pública, na forma da Lei, etc. Faz Saber, a todos quanto o presente Edital virem ou dele conhecimento tiverem e interessar possa que, perante este Juízo e Cartório respectivos, é promovida uma ação Declaratória requerida por Helena Mesquita Agradano e outros contra Municipalidade de São Paulo e Sociedade Imobiliária Indaiá Ltda., requerendo os autores a procedência da Ação, aproveitados os atos praticados no processo nº 380/80 e o decreto da procedência da ação, e que seja declarado válido o título, compromisso de compra e venda devidamente registrado como prova da titularidade de domínio, anterior ao ato da desapropriação e imissão na posse, na Matrícula nº 60.727 junto ao 6º Oficial de Registro de Imóveis, com a expedição de Carta de Sentença, autorizada seu registro nos termos requeridos, e na impossibilidade de ser localizada a Sociedade Imobiliária Indaiá Ltda., foi determinada a expedição de Edital, com prazo de vinte dias para citação da mesma. Citado o interessado, na pessoa de seu representante legal, contado o prazo da publicação na I.O.E. e consignada a advertência de que nos termos do Art. 285, segunda parte do C.P.C., não sendo Contestada a ação no prazo de 15 (quinze) dias, a fluir após o prazo de 20 (vinte) dias supra, presumir-se-ão verdadeiros os fatos articulados pela autora. E, para que chegue ao conhecimento de todos e ninguém possa alegar ignorância, expedido o presente Edital. Cumpra-se, na forma e sob as penas da Lei (Art. 232 do C.P.C.). Será o presente Edital, por extrato, afixado e publicado na forma da lei. São Paulo, 07 de novembro de 2006.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 007/2006 - PROCESSO Nº 16614/2006 - O PRESIDENTE DA COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÕES, no uso das atribuições que lhe confere a lei, torna público que será retificado o edital supracitado, cujo objeto é a contratação de empresa especializada para com exclusividade, realizar a administração, operação, manutenção e exploração comercial do Terminal Rodoviário do Município de São Carlos - SP, incluindo a reforma e melhoramento de suas edificações, nos seguintes termos: 1- Onde se lê: 09.04. A Nota Técnica relativa ao Sistema de Gestão da Qualidade (NTsq) será atribuída mediante o seguinte critério: -a) - Apresentação de ISO-9001, com validade na data de abertura das propostas: 7 pontos; -b-) Apresentação da declaração referida no item 05.02.05.1: 5 pontos - c-) Apresentação da Declaração de Compromisso referido no item 05.02.05.2: 3 pontos - Leia-se: 09.04. A Nota Técnica relativa ao Sistema de Gestão de Qualidade (NTsq) será atribuída mediante o seguinte critério: -a-) Apresentação de Declaração de que a empresa possui certificação relativa ao Sistema de Gestão de Qualidade, de acordo com ISO-9001, com validade na data de abertura das propostas: 7 pontos: -b-) Apresentação da declaração referida no item 05.02.02.1: 5 pontos - c-) Apresentação da Declaração de Compromisso referido no item 05.02.02.2: 3 pontos - Ficam ratificados todos os demais termos do Edital e seus anexos, que não conflitarem com o presente. - São Carlos, 13 de novembro de 2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 044/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 276/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇO Nº 029/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 14 de novembro de 2006 a 24 de novembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 044/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 276/ 2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo aquisição de Indicador biológico de 3º geração com concessão gratuita de uma incubadora (03 horas) etc..., para o Hospital Estadual BAURU, conforme anexo II do edital. As Amostras deverão ser entregues até o dia 24 de novembro de 2006 às 17:00 horas no HEB. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 08 de dezembro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 14 de novembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP
DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO
CONVOCAÇÕES ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LOJISTAS DE SHOPPING-ALSHOP CNPJ Nº. 68.167.592/0001-74 EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA São convocados os senhores associados da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LOJISTAS DE SHOPPING-ALSHOP, a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 27 de novembro de 2006, às 8 horas em primeira convocação ou às 9 horas em segunda convocação, na sede social da Entidade, sita na Avenida Ibirapuera, nº. 730 – Bairro de Indianópolis, na cidade de São Paulo – Capital, CEP 04028-000, para tratar da seguinte Ordem do Dia: 1) Eleição dos membros da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal para o próximo quadriênio; 2) Outros assuntos de interesse social. São Paulo, 14 de novembro de 2006. NABIL SAHYOUN – Presidente.
ATAS SHERWIN-WILLIAMS DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. CNPJ nº 60.872.306/0001-60 - NIRE 35.200.850.422 Incorporação da Pulverlack Nordeste Ltda. Em 30 de setembro de 2004, os sócios da Sherwin-Williams do Brasil Indústria e Comércio Ltda., sociedade limitada, com sede na Avenida Ibirama,480, Bairro São Judas Tadeu, no Município de Taboão da Serra, Estado de São Paulo, CEP 06785-300, inscrita no CNPJ sob nº 60.872.306/0001-60, com seus documentos societários arquivados na Junta Comercial do Estado de São Paulo (“JUCESP”) sob NIRE 35.200.850.422 (“Incorporadora”) e da Pulverlack Nordeste Ltda., sociedade limitada, com sede na Avenida Aguanambi, 500, sala 01, Centro, no Município de Fortaleza, Estado do Ceará, inscrita no CNPJ/ MF sob o nº 03.866.741/0001-48, com seus documentos societários arquivados na Junta Comercial do Estado do Ceará (“JUCEC”) sob NIRE 23.200.853.154 (“Incorporada”), aprovaram a incorporação da Incorporada pela Incorporadora, conforme segue: (i) para fins da incorporação utilizou-se como base o valor contábil do patrimônio líquido da Incorporada, apurado no valor de R$ 10.963.739,14 (dez milhões, novecentos e sessenta e três mil, setecentos e trinta e nove reais e catorze centavos), conforme balanço patrimonial especialmente levantado pela Incorporada em 30 de setembro de 2004, o que foi confirmado pelo Laudo de Avaliação elaborado pela sociedade especialista Ernst & Young Serviços Tributários S/ S, estabelecida à Avenida Presidente Juscelino Kubitschek,1.830 - Torre I - 7º andar, São Paulo, Capital, inscrita no CNPJ sob nº 38.887.584/0001-31 e no Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo sob o nº 2SP015925/O-6; (ii) da incorporação não resultou nenhum aumento do capital social da Incorporadora, já que ela era titular da totalidade das quotas do capital social da Incorporada, tampouco qualquer alteração ao contrato social da Incorporadora; e (iii) em decorrência da incorporação, os sócios da Incoporadora declararam extinta, para todos os fins, a Incorporada, passando a ser a Incorporadora sua sucessora de pleno direito. A Alteração do Contrato Social da Incorporadora que delibera a incorporação da Incorporada, acompanhada de seus anexos, quais sejam, Protocolo e Justificação de Incorporação e Laudo de Avaliação, foi arquivada na JUCESP sob nº 9.274/05-4, em sessão de 7/1/2005. O Instrumento para Incorporação e Extinção da Incorporada foi arquivado na JUCEC sob nº 20050157531em sessão de 18/9/2006. Sherwin-Williams do Brasil Indústria e Comércio Ltda. por Mark Hyde Pitt.
SINDICATO DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS E DAS EMPRESAS DE ASSESSORAMENTO, PERÍCIAS, INFORMAÇÕES E PESQUISAS NO ESTADO DE SÃO PAULO - SESCON-SP Assembléia Geral Extraordinária e Ordinária Edital de 1ª e 2ª Convocações Pelo presente edital ficam convocados todos os associados deste Sindicato, quites e em pleno gozo de seus direitos sindicais, a comparecer na Assembléia Geral Extraordinária e Ordinária que será realizada no dia 28 de novembro de 2006, às 18h30, em primeira convocação, se atingido o número estatutário de associados, ou em segunda convocação, às 19h00, com qualquer número de associados presentes, na sede da entidade, localizada na Av. Tiradentes, 960 – Bairro Luz – São Paulo – SP, para deliberar acerca da seguinte Ordem do Dia: Assembléia Geral Extraordinária: A) Discussão e aprovação de proposta de suplementação e realocação de verbas orçamentárias do exercício de 2006, acompanhada de parecer do Conselho Fiscal e Recomendação do Conselho Consultivo; B) Fixação da contribuição sindical patronal para o exercício de 2007; C) Fixação da contribuição confederativa para o exercício de 2007; D) Fixação da contribuição assistencial para o exercício de 2007; E) Fixação da contribuição associativa para o exercício de 2007; Assembléia Geral Ordinária: A) Discussão e aprovação de proposta orçamentária para o exercício de 2007, acompanhada de parecer do Conselho Fiscal e Recomendação do Conselho Consultivo; B) Assuntos Diversos. São Paulo, 14 de novembro de 2006. Antonio Marangon - Presidente.
COMUNICADO
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 13 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: RF Empreendimentos e Participações Ltda. - Requerido: Construcorp Construtora e Incorporadora Ltda. - Rua Doutor Nicolau de Souza Queiroz nº 133 - 02ª Vara de Falências Requerente: Atlas Distribuidora de Petróleo Ltda. - Requerido: Auto Posto Manduca Ltda. - Rua João Antonio Prado nº 310 - 02ª Vara de Falências Requerente: Leotractor Comércio de Peças para Tratores Ltda. - Requerido: Construtora Triunfo S.A. - Rua Olimpíadas nº 205 - conjunto 1.403 - 02ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerido: Força Metais Sanitários Ltda. - Avenida Presidente Wilson nº 3.553 - 01ª Vara de Falências
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
Julia Moraes/Folha Imagem
1 Adotem todas as medidas necessárias para sanar o problema dos atrasos nos horários dos vôos Nota da Casa Civil
Novos atrasos nos vôos. Ministra exige solução. Mais de 40% dos vôos tiveram problemas. Casa Civil pede providências urgentes.
N Diego Padgurschi / Folha Imagem
Passageiros aguardam embarque Aeroporto de Cumbica. Controladores negam nova operação-padrão.
Investigações sobre acidente da Gol avançam, diz ministro Cenipa terá 48 horas para entregar todos os dados relativos ao acidente à Justiça
O
ministro da Defesa, Waldir Pires, disse ontem, no Rio de Janeiro, que as investigações sobre a causa do acidente entre o jato Legacy e o Boeing da Gol, em 29 setembro, e que matou 154 pessoas, terão um grande avanço nesta semana. "O avanço será do ponto de vista pericial, no que for unânime entre os diversos membros da comissão investigatória, o que ocorreu ou não de mais significativo, o que falhou ou não", afirmou. Justiça – A Justiça Federal do Mato Grosso intimou o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) a entregar, em 48 horas, à Polícia Federal todos os dados relativos ao maior acidente da aviação brasileira envolvendo um Boeing da Gol e um jato Legacy. O acidente aconteceu no norte do Mato Grosso. Os dados, entre os quais as perícias e transcrição das caixas pretas do Legacy, vêm sendo sonegados pelo órgão, que é subordinado ao Ministério da Aeronáutica, sob o argumento de que o
sigilo é protegido por legislação militar. O delegado Renato Sayão, encarregado do inquérito, espera que agora a Aeronáutica colabore com as investigações para definir as responsabilidades civis e criminais pelo acidente. O despacho foi encaminhado ao brigadeiro Jorge Kersull Filho, chefe do Cenipa, que pode ser punido, caso se recuse a cumprir a ordem judicial. A Aeronáutica, porém, pode recorrer da decisão ao Tribunal Regional Federal (TRF) e, em última instância, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Nega passaportes - Em seu despacho, o juiz Charles Frazão de Moraes, da Comarca de Sinop, também prorrogou o prazo do inquérito por mais 30 dias. Em outra decisão, o juiz rejeitou o pedido de liberação dos passaportes dos pilotos do Legacy, os americanos Joe Lepore e Jan Paladino, retidos no País desde o acidente. Sayão marcou para os dias 20 e 21 os depoimentos dos 13 controladores de vôo das
torres de São José dos Campos e de Brasília, que estavam de serviço no dia do acidente. O objetivo é apurar o grau de responsabilidade que eles tiveram no episódio. Só depois de ouvi-los e de analisar o material em poder da Aeronáutica, o delegado ouvirá os pilotos americanos. Associação – Familiares e amigos das vítimas do vôo 1907 da Gol vão se organizar em uma associação com o objetivo de acompanhar mais de perto as investigações. O Instituto Médico Legal (IML) de Brasília informou que pretende concluir os laudos dos mortos até sexta. Até às 17h de ontem, 99 haviam sido concluídos. O IML informou que está comunicando por telefone aos parentes à medida em que ficam prontos os laudos. Ainda falta a identificação oficial do corpo do bancário Marcelo Paixão Lopes, que não foi localizado. O laudo do IML é fundamental para pedidos de seguros de vida, processos de inventários de bens e para reclamações de indenização. (AE)
problema dos atrasos nos horários dos vôos". Ouviram a ordem o ministro da Defesa, Waldir Pires, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, a diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, e o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira. P e l a m a n h ã , o m i n i s t ro Waldir Pires chegou a negar, no Rio de Janeiro, que o dom i n g o t i v e s s e re g i s t r a d o atrasos fora do comum. Ressaltou, porém, que iria buscar informações mais atualizadas à tarde. "As informações que eu tinha, até as 20h de ontem (domingo), era de que estávamos operando praticamente sem problemas." Mas, segundo a Infraero, no domingo houve atrasos superiores a 15 minutos em 670 de 1.567 vôos programados – 49 foram cancelados. Ontem, a estatal registrou todos os atrasos superiores a 15 minutos, provocadas por motivos técnicos das empresas aéreas, razões climáticas ou como resultado do controle de fluxo aéreo pela Aeronáutica, no domingo. Enquanto isso, os controladores de vôo insistiam que não
estão realizando novamente operação-padrão e que os problemas de ontem e de domingo são conhecidos: falta de gente. No fim de semana, dois profissionais não foram ao trabalho e, com isso, o intervalo entre pousos e decolagens foi estendido a 20 minutos. A expectativa para amanhã, Dia da Proclamação da República, é de mais congestionamento nos aeroportos do País. A Infraero, no entanto, não aposta num grau de caos tão elevado como o registrado no Finados, porque naquela ocasião o feriado era numa quinta, o que permitiu folga de quatro dias. Turismo - Essa situação deixa apreensivo o setor de turismo. O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), João Pereira Martins Neto, disse que, se a situação não for resolvida rapidamente, o problema deve piorar em dezembro e janeiro, quando o número de vôos cresce de 15% a 25%. "A melhor palavra para definir o sentimento do setor hoje é apreensão. Se não tivermos um tratamento de choque no curto prazo, teremos férias complicadas neste ano." (AE)
Keny Andrade/Folha Imagem
Passageiros verificam horário de vôos no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos
o lugar da empolgação de fim de ano, os agentes de viagens começam a ficar apreensivos. O motivo: os constantes atrasos nos vôos. Ontem, 42,3% de 1.487 decolagens programadas entre zero hora e 19h30 partiram pelo menos 15 minutos depois do previsto, num total de 629 operações, segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aero p o r t u á r i a ( I n f r a e ro ) . A solução para que as cenas vistas no Dia de Finados não se repitam no Natal ou no Ano-Novo ainda está distante. A nova onda de atrasos nos aeroportos foi tema de reunião, ontem à tarde, comandada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Após mais de três horas de conversa no Palácio do Planalto, o governo se calou e emitiu uma nota assinada pela assessoria da Casa Civil. Curta, mas suficiente para demonstrar a irritação da ministra, esboçada desde os primeiros atrasos. No texto, Dilma diz que "determinou" aos presentes que "adotem todas as medidas necessárias para sanar no menor espaço de tempo possível o
CARGA PESADA – Na madrugada: uma carreta de 114 metros leva um transformador de 554 toneladas para o Porto de Santos. A viagem, que começou em Jundiaí, vai durar uma semana.
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
om a proposta arrojada de fortalecer a ação de dois mil telecentros espalhados pelo Brasil e aumentar o número da rede para três mil postos já em 2007, nasceu ontem, durante evento em São Paulo, a Associação de Telecentros de Informações e Negócios (ATN), que terá como uma de suas missões promover de forma auto-sustentável a inclusão digital de pequenas e médias empresas. "A proposta é arrojada mas factível", avisa o diretor geral da ATN, José Avando Souza Sales. Para ele, há espaço de sobra para o desenvolvimento dos telecentros. "A Caixa Econômica Federal (CEF) é nossa fornecedora de computadores, mas nos últimos meses, por força da lei eleitoral, não pôde distribuir máquinas que foram sendo trocadas nas suas atualizações do parque tecnológico, chegando ao ponto de ter de alugar galpões para estocar esse material". José Avando apressa-se em esclarecer que são equipamentos usados mas revisados, encaminhados em perfeito funcionamento para as entidades que se habilitarão a abrir novos telecentros. "Até o dia 17 deste mês, o portal da ATN estará recebendo propostas de adesão para quem quiser integrar a rede dos telecentros, e uma comissão julgadora irá avaliar cada proposta enviada nesse sentido", anuncia. E quem está habilitado a frequentar os novos telecentros? "São pequenos empreendedores e seus funcionários, que utilizam o telecentro para conhecer novas tecnologias e para contatos com fornecedores e clientes". A forma auto-sustentável de inclusão social praticada pela rede da ATN é obtida através de parcerias formadas entre em-
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Minerador Inter net Te l e c e n t r o Automação
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ATN PASSARÁ DE 2 MIL PARA 3 MIL UNIDADES NO BRASIL
Nos ATNs, empresas obtêm dados sobre governo, bancos, novos parceiros e tecnologias.
Divulgação
Nos telecentros para negócios, máquinas e informação nas mãos de quem tem dificuldade de acesso à tecnologia.
A inclusão digital do pequeno empresário Rede nacional de telecentros propõe integrar pequenas e médias empresas presas de vários setores, como tecnologia (hardware e software), telecomunicações, educação, bancos, corretoras, seguradoras, etc, que se utilizam dos telecentros como canal de distribuição de seus produtos e serviços para pequenas e médias empresas. A ATN está sendo criada para articular estas parcerias com toda a rede. Com a criação da rede, "agora será possível, através da inclusão de todas as unidades, termos uma visão global das ações dos telecentros da Rede ATN. Produtos e serviços oferecidos a uma determinada unidade se-
rão automaticamente disponibilizados para todas as atuais 2.000 unidades em funcionamento no Brasil. A formação da rede dos telecentros é o caminho para alcançar os objetivos e metas dos parceiros de negócios", diz José Avando. Foi a secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC), o órgão que, nos últimos três anos, coordenou a implantação de Telecentros de Informações e Negócios em todo território nacional. No lançamento da entidade, a ATN mostrou às empresas co-
mo fazer parte deste processo. Além de fortalecer e incentivar a realização dos negócios das empresas, a ATN tem como objetivo incentivar o uso da tecnologia e comunicação na obtenção de financiamentos, aumento das vendas, compras mais rentáveis, realização de cursos, melhoria na administração e aumento nos lucros. Nos telecentros, as empresas podem obter informações sobre governo, bancos, fornecedores e parceiros, novos mercados e tecnologias, compras, vendas, controle de estoques, cadastro de clientes e de fornecedores,
contas a pagar, contas a receber, folha de pagamento, cálculo do simples, contabilidade, comércio eletrônico, ou então ter acesso à elaboração e impressão de documentos, correio eletrônico, hospedagem, alfabetização digital, treinamento de usuários e colaboradores, uso de tecnologia de ensino à distância, treinamento para gestores e curso de suporte para computadores. "Um dos principais propósitos dos telecentros é beneficiar pequenos e médios empresários com o fechamento de parcerias que vão estender o alcance da rede ATN. Já temos is-
so com o site Peabirus, com a Tovts (Microsiga), para sistemas de gestão empresarial (ERPs ou enterprise resource plannings) e agora com o site Buscapé", conta José Avando. O Peabirus, para o diretor-geral da ATN, é "um orkut de empresas". Através dele, as redes de telecentros podem se articular num processo que permite o alinhamento estratégico pela integração da rede, que por sua vez são organizadas em sub-redes e comunidades dentro do site de relacionamento. Os membros das comunidades encontram no Peabirus uma ferramenta de visibilidade profissional e institucional e expandem as suas possibilidades de desenvolvimento. As redes, sub-redes, comunidades e seus membros formam um novo ambiente de relacionamentos. As propostas de adesão à ATN poderão ser encaminhadas pelos seguintes modelos de instituições: ONGs, desde que sejam reconhecidas como organizações de utilidade pública sem fins lucrativos; organizações de direito privado de interesse público (OSCIPs), reconhecidas pelo Ministério da Justiça e sem fins lucrativos; e entidades de Direito Público dos governos federal, estadual ou municipal, que atuem em áreas de desenvolvimento social, que privilegiem a geração de emprego e de renda, o fortalecimento das micro e pequenas empresas, voltadas às atividades comercial, industrial, rural, prestação de serviços, turismo, artesanato, tecnologia (sem fins lucrativos). O roteiro para cadastramento dessas entidades está disponível no portal www.telecentros.desenvolvimento.gov.br Cyro Fiúza
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
GRADIENTE QUER AMPLIAR SUAS VENDAS
3 Agência Nacional de Transportes Terrestres proibiu a circulação de produtos perigosos na Ponte Rio-Niterói.
ESTRATÉGIA DA MARCA É IMPULSIONAR AS VENDAS DE FINAL DE ANO ANCORADAS EM LANÇAMENTOS
GRADIENTE ATACA NO PONTO-DE-VENDA Leonardo Rodrigues/Hype - 16/09/2006
A Fernando Fischer, da Gradiente: decodificador digital para quando começar a transmissão digital de TV aberta no Brasil
ABN lucra R$ 1,27 bilhão no Brasil
O
ABN Amro Brasil registrou lucro líquido de R$ 1,272 bilhão nos primeiros nove meses de 2006, o que representa um crescimento de 51% em relação a igual período do ano passado. Entre janeiro e setembro deste ano o lucro recorrente – antes do impacto da proteção ao capital e do investimento em terceirização – foi de R$ 1,477 bilhão no período, um crescimento de 46% com relação a igual intervalo de 2005. O resultado corresponde a um retorno sobre o patrimônio líquido médio de 23,7%, acima do percentual de 17,1% dos primeiros nove meses de 2005. No relatório de divulgação dos resultados, o banco informa que o impacto da variação
cambial foi negativo em R$ 23 milhões de janeiro a setembro e de R$ 170 milhões em igual intervalo do ano passado. O investimento em terceirização, por sua vez, somou R$ 181 milhões líquidos de impostos de janeiro a setembro de 2006. Tarifas – Os resultados da intermediação financeira e receitas de prestação de serviços atingiram de R$ 9,353 bilhões no acumulado do ano, um crescimento de 23%. As despesas de intermediação financeira do banco cresceram 40%, principalmente por causa da expansão do volume de recursos captados para financiar o crescimento dos negócios de crédito. Nos últimos 12 meses, foram captados R$ 7,351 bilhões em recursos novos para
ANAC A Agência vai abrir mão de passagens oferecidas gratuitamente por empresas aéreas.
MICROCRÉDITO Cúpula Mundial do Microcrédito quer tirar 175 milhões de famílias da extrema pobreza. José Luís da Conceição/AE
Ó RBITA
financiar a disponibilidade e acesso ao crédito. A carteira de crédito do ABN Amro Brasil apresentou expansão de 28% em 12 meses, para R$ 46 bilhões em setembro de 2006. Somado o volume de avais e fianças, as operações atingiram R$ 51,303 bilhões. O banco destacou que o aumento da carteira fez com que a participação da instituição no mercado de crédito nacional passasse para 6,7%, contra uma participação 6,3% em 30 de setembro de 2005. As operações de crédito para pessoas físicas do ABN Brasil somavam R$ 20,745 bilhões em 30 de setembro de 2005, com crescimento de 26,7% nos 12 meses anteriores, de acordo com o balanço. (AE)
MEIRELLES CRITICA PRESSÃO POR JURO MENOR
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presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, voltou ontem a defender a política monetária implementada pela instituição e criticou a pressão exercida por alguns setores da sociedade para que se promova uma queda "artificial" da taxa de juros. Para ele, a discussão sobre uma queda maior na Selic (taxa básica) é legítima, mas é preciso que haja cuidado para que interesses específicos não se sobreponham ao interesse geral da nação, que, de acordo com ele, passa pelo controle rígido da inflação. "Quanto mais discutirmos que temos de baixar os juros na raça, mais teremos expectativas negativas com relação à inflação", comentou, falando para uma platéia de empresários em São Paulo. (AE) A TÉ LOGO
VALE
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Vale do Rio Doce anunciou ontem que pretende emitir bônus no mercado global com vencimentos de 10 e 30 anos, pela subsidiária Vale Overseas Limited. A empresa não informou o valor da operação, mas disse que ela vai financiar parte do empréstimo contratado para a aquisição da mineradora canadense Inco. (AE)
CRESCIMENTO
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em ver sinais de retomada no ritmo de atividade, o mercado financeiro reduziu de 3% para 2,97% sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, conforme pesquisa semanal divulgada ontem pelo Banco Central (BC). As projeções para o IPCA de 2006 subiram de 3% para 3,05%. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Mesmo com prêmio abaixo do esperado, leilão de vinho agrada setor
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Grupo Agrenco capta US$ 100 milhões para financiar setor agrícola brasileiro
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Crescimento sustentado de 5% só na próxima década, prevê Ipea.
Gradiente vai iniciar uma verdadeira estratégia de guerra para impulsionar as vendas de final de ano. Um batalhão de promotores vai divulgar os novos produtos da marca nos pontos-devenda. A sedução dos televisores de alta resolução é a arma da fabricante para atrair consumidores. A empresa está lançando três modelos de TV de alta definição, um micro system e um rádio relógio com conexão para Ipod, além de aparelhos celulares. Os televisores da Linha High Definition (HDTV), segundo a fabricante, têm melhor qualidade de imagem que os de plasma e LCD convencionais e já estão preparados para receber o sinal digital, que será transmitido a partir do final de 2007. "Todo sinal de TV de alta resolução hoje já é digital. Mas nem todo sinal de TV digital é de alta definição", disse ontem o diretor-geral da Gradiente Telecom, Fernando Fischer, durante coletiva de imprensa. "O padrão HDTV
alcança o maior número de linhas de resolução", explicou. Enquanto o sinal de TV analógica convencional apresenta 480 linhas entrelaçadas, a tecnologia HDTV tem 1080 delas. "Isso significa uma imagem de melhor qualidade, principalmente quando vista em tela grande. Por isso, a importância de ter televisores preparados para receberem esse sinal", afirmou Fischer. "Além disso, ao comprar um televisor da linha, o cliente ganhará um decodificador digital da Gradiente, que será entregue quando a transmissão digital de TV aberta iniciar a operação no Brasil", disse Fischer. Os aparelhos HDTV devem custar entre R$ 3.299 e R$ 5.999. A partir de hoje, a Gradiente inicia a veiculação de anúncio publicitário na TV paga, que explica as diferenças entre televisores de plasma de baixa resolução e de alta definição. Música digital – A marca também lançou uma linha exclusiva para tocadores de MP3, o Ibox, com certificação oficial da Apple Computer. Todos os modelos têm conexão
para Ipod, recarregam o tocador e reproduzem as músicas guardadas no aparelho. "O MS-i700 renova as músicas no tocador por meio do reprodutor de CDs sem a necessidade de um computador", explicou Fischer. Os preços variam de R$ 599 a R$ 1.199. O MP3 player também está presente nos celulares que a marca acaba de colocar no mercado. Eles reúnem ainda câmera fotográfica e filmadora. "São produtos de design sofisticado, ultrafinos e atendem às expectativas de consumidores ávidos por novidades e tecnologia", destacou Fischer. Os modelos devem ter preços bastante competitivos, com valores entre R$ 499 e R$ 799. "Antes de começarmos a divulgar na mídia o Divulgação lançamento desses celulares, vamos abastecer os pontos-de-vendas", finalizou Fischer.
BNDES: US$ 24 mi para Natura
Natura no valor de US$ 24 milhões, destinados a apoiar as exportações da empresa. Fundada em 1969, a Natura é uma das maiores empresas de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal do Brasil. Ela tem mais de 600 produtos em seu portfólio de vendas.
A empresa iniciou seu processo de internacionalização em 1994, quando começou a fazer exportações para o Chile e Argentina. Atualmente, o grupo possui subsidiárias na Argentina, Chile, Peru, México, França e Bolívia. (DC)
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diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento para a
Sonnaira San Pedro
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Compor tamento Urbanismo Publicidade Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
Se a Prefeitura motivou o desemprego, poderá criar mecanismos para contornar essa situação. Dalton Silvano, vereador
PL DEVERÁ SER VOTADO NESTE ANO
Marcos Fernandes/Luz/08/06/06
Mídia exterior: novo projeto dá emprego a demitidos
O O chamado projeto Cidade Limpa, já aprovado e sancionado, aboliu a mídia exterior na capital. Setor alega que já começaram as demissões.
Solução para o Incor deve sair hoje A dívida do instituto é de R$ 250 mi. Até ontem não havia propostas concretas para solucionar o problema.
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m dia após o presidente Luiz Inácio Lula Silva ter determinado que a solução para a crise do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, fosse encontrada em 48 horas, o ministro da Saúde, Agenor Álvares, declarou ontem que ainda não tinha propostas concretas para apresentar como solução ao problema do Incor. O ministro afirmou ainda que o aumento da participação de atendimentos privados no Incor não é viável, assim como a possibilidade de revisão dos valores pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pelos procedimentos de alta complexidade. As duas possibilidades foram levantadas por Jorge Kalil, diretor-geral do Incor em entrevista domingo. Kalil afirmou que caso a situação financeira da Fundação Zerbini, mantenedora do Incor que ho-
je deve R$ 250 milhões, não fosse resolvida, ele poderia aumentar o número de atendimento a pacientes de planos privados para 25% - hoje é de 20%. Kalil também afirmou que o repasse do SUS para atendimentos de alta complexidade fica em torno de 20% do que o hospital gasta. Álvares, que no domingo esteve reunido com Lula, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a diretoria executiva do Incor para discutir uma saída para o hospital, contou que todos estão "buscando alternativas" para a crise, e que são duas as frentes de trabalho: uma no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e outra no ministério. "No ministério, a solução pode vir em função da possibilidade de alocar recursos. Mas não há nada decidido", disse. O cardiologista Adib Jatene,
integrante do Conselho Deliberativo do Incor, foi para Brasília pleitear recursos emergenciais à instituição. Jatene pediu ao Ministério da Saúde ajuda de R$ 20 milhões para custeio de atividades do instituto, como pagamento de salários. Jatene não quis informar de que forma o recurso seria repassado ao Incor, mas contou que a proposta apresentada teve boa receptividade no ministério. Prazo - Termina hoje o prazo dado pelo presidente Lula para que seja encontrada uma alternativa viável para contornar a crise e resolver o impasse financeiro do Incor. "Naquilo que nós tivermos de recursos, disponibilidade orçamentária e financeira, a determinação do presidente é que nós façamos um esforço para apoiar", disse o ministro da Saúde. O pedido de Jatene faz parte da estratégia da cúpula do Incor de solucionar a dívida por
meio de várias fórmulas. Entre elas, de receber recursos vindos de emendas parlamentares. A expectativa principal, porém, é em relação ao pedido de empréstimo do BNDES, que hoje depende de um agente financeiro (fiador). Na prática, a Fundação Zerbini continua sem achar um fiador para o empréstimo que seria de R$ 120 milhões. Dívida - A decadência financeira da Zerbini começou no final dos anos 90, com a construção do chamado Incor 2, onde hoje está a maioria dos atendimentos de alta complexidade do Incor. Em 2004, veio a construção do Incor Brasília, do qual o Incor São Paulo está se separando juridicamente. Ontem, o governador Claudio Lembo garantiu que não há risco de o Incor interromper seus atendimentos. "O governo de São Paulo tem o compromisso de apoiar o Incor". (AE)
Zuhair Mohamad/O Popular/ Agência O Globo
A bala parou na fivela e o soldado teve apenas uma pequena lesão
Fivela salva vida de soldado
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soldado Rogério Brandão, de 27 anos, foi salvo pela fivela de seu cinto durante abordagem a um suspeito em Goiás, no domingo. Ele levou um tiro, disparado por um jovem não identificado. Segundo a PM, o rapaz reagiu ao ser abordado por uma equipe que patrulhava ruas do Setor Aeroviário. O suspeito levou três tiros e acabou morrendo.
Conforme reportagem do jornal O Popular, de Goiânia, o soldado Rogério sofreu uma leve lesão na barriga e cumpriu normalmente sua jornada de trabalho, que terminou às 18h. "Na hora não tive consciência do que tinha acontecido. Depois é que percebi a gravidade da situação", disse o soldado, que é casado. A esposa só ficou sabendo do incidente no final do expediente.
projeto de lei (PL) 619/06 poderá reaquecer a polêmica em torno da lei municipal 14.233/06, chamada Cidade Limpa, que extinguiu a publicidade exterior – outdoors, banners, back lights, front lights entre outras peças – na cidade de São Paulo. De autoria do vereador e publicitário Dalton Silvano (PSDB), o PL dispõe sobre a realização de acordos, entre a Prefeitura e empresas privadas que prestam serviços ao município, para que as pessoas demitidas do segmento de mídia exterior sejam recolocadas nessas empresas, para a realização de qualquer tipo de serviço. Isso, principalmente, no caso das demissões provocadas pela aprovação da nova lei. Aprovada em setembro passado na Câmara Municipal, e já sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab, a lei passa por regulamentação e só terá efeitos legais a partir do dia 1º de janeiro de 2007. O Sindicato das Empresas de Mídia Exterior de São Paulo (Sepex) já entrou como uma ação contra a proposta por inconstitucionalidade. De acordo com o texto da proposta de Silvano, "as empresas prestadoras de serviços à Prefeitura, por meio desses acordos, deverão priorizar a contratação dos profissionais, desde que obedeçam as exigências técnicas para cargos a serem ocupados". Ainda segundo o texto do PL, a Prefeitura poderá utilizar a relação dos profissionais demitidos, já elaborada pelo Sindicato dos Publicitários, agenciadores de propaganda, trabalhadores de propaganda de São Paulo. Silvano é um dos diretores do sindicato. Segundo o autor da proposta, a medida cria mecanismos para a recolocação desses profissionais no mercado de trabalho. "Se a Prefeitura motivou o desemprego, com a
aprovação da lei 14.223/06, ela poderá criar mecanismos para contornar essa situação. A minha proposta seria um desses mecanismos". Perguntado se a proposta estaria privilegiando apenas os desempregados do segmento de mídia exterior, Silvano alegou que nem todas as pessoas que estão fora do mercado de trabalho foram afetadas por uma decisão de um órgão público. "Em muitos casos houve uma diminuição na oferta de demanda e procura. No entanto, os desempregados da publicidade exterior foram afetados por uma decisão do Executivo", rebateu. Silvano ainda comentou que a proposta poderá dar elementos que sustentem a promessa da Prefeitura, feita na Câmara Municipal, de que não haveria demissões em massa do setor. De acordo com o Sindicato dos Publicitários de São Paulo já há registros de demissões do setor, mas os números ainda não foram quantificados. No entanto, eles estimam que até o fim do ano 4 mil pessoas ficarão desempregadas. Indiretamente serão outras 15 mil pessoas. O PL 619/06 foi apresentado no início de outubro, mas ainda não está nas comissões permanentes da Câmara para análise. Dalton Silvano disse, no entanto, que o projeto deverá ser incluído no chamado Congresso de Comissões (medida parlamentar para acelerar o andamento da proposta no legislativo municipal). "Quero aprovar esse projeto até o fim do ano, antes do fim da regulamentação da lei 14.223", concluiu o vereador. Ivan Ventura
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Inter net Te l e c e n t r o Automação Fotografia
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
O EQUIPAMENTO UTILIZA REDE INTERNA OU SEM FIO
Um balcão eletrônico de informações: verificador de preços ou terminal de consulta para clientes.
Divulgação
Consulta eletrônica de olho na legislação Um novo decreto enfatiza o uso dos leitores de códigos de barra. A Handheld lança um produto de olho nessa legislação. Cyro Fiúza
á cinco anos presente no mercado nacional, a norte-americana Handheld prepara-se para um de seus maiores lançamentos de produtos no País, em que sobressai o verificador de preços para código de barras Image Kiosk 8560. Ele é um conjunto de terminal de consultas multimídia, com tela touchscreen, integrado com um leitor de dados. O aparelho mais sofisticado de uma linha de coletores foi lançado mundialmente em outubro e estará disponível para vendas no Brasil a partir de novembro. Um dos diferenciais do equipamento, segundo Alexandre Penteado, executivo para a área de varejo da Handheld, é que o Image Kiosk 8560 pode servir basicamente para fornecer preços ao consumidor em um supermercado como também ser o terminal de interface entre funcionários desse mesmo estabelecimento comercial, que podem trabalhar utilizando a rede interna de internet (ethernet) da
Consulta na loja: tanto por consumidores quanto por funcionários, direto no Image Kiosk 8560.
empresa ou pelo sistema wireless (WiFi). "São muitas as opções para o funcionário, que pode fazer inventário, auditoria de preços, recebimento de mercadorias, tranferências internas e controle de estoques". Por ser compacto e versátil, suas aplicações são adaptáveis a empresas dos mais variados portes, informa Alexandre Penteado. "O Kiosk 8560 é uma espécie de balcão eletrônico de informações, podendo funcionar como um simples verificador de preços, mas como terminal de consulta de clientes. O equipamento está preparado para amparar funcionários e clientes na busca de dados sobre produtos no ponto-de-venda". O equipamento chega no momento em que um novo decreto enfatiza o uso dos leitores de códigos de barra, lembra Alexandre Penteado. Os estabelecimentos comerciais que decidirem informar os preços de seus produtos com código de barras terão de colocar à disposição dos clientes equipamentos de
Glossário Divulgação
Coletor: prático, pequeno, flexível. Para ler códigos.
Divulgação
Os clipped tags foram desenvolvidos nos laboratórios da IBM
AUTOMAÇÃO AUTOMAÇÃO Utilização de equipamentos eletrônicos dotados de mecanismos que controlam o seu próprio funcionamento, quase sem interefrência humana. Exemplos: robótica, tecnologias da informação, computadores e telecomunicações. CÓDIGO DE BARRAS Atualmente, o padrão mais comum de códigos para o armazenamento de dados. Con-
leitura óptica. As leitoras devem ser colocadas a uma distância de 15 m dos produtos. Prazos – A nova regra consta do decreto 5.903/06, publicado dia 21 de setembro de 2006, no Diário Oficial da União. As lojas terão 90 dias para se adaptar. Depois desse período, quem descumprir as regras pode ser multado em valores de R$ 200 a R$ 3 milhões. O objetivo é regulamentar direitos já previstos no Código de Defesa do Consumidor. Os dados sobre as mercadorias precisam ser entendidos de imediato pelos consumidores, sem abreviaturas que dificultem a compreensão e sem a necessidade de interpretação ou cálculo. De acordo com a Afrac (Associação Brasileiras dos Fabricantes e Revendedores de Equipamentos para Automação Comercial), no Estado de SP, 30% do total de 10 mil padarias estão automatizadas. A expectativa é que em três anos suba para 70%. As padarias compõem o segmento que me-
nos automação tem, com 14% do total. Os supermercados contam com automação em 90% do total de lojas. E os shoppings centers, 45%. Com base nesses números, Alexandre Penteado vislumbra muitas oportunidades de negócios. "Além dos supermercados e padarias, temos as grandes redes de farmácia, as lojas de materiais de construção e as redes de pet shops". Entre os clientes no Brasil da Handheld, estão a Dicico, Vigor, Lojas Riachuelo, St. Mitchel Supermercados, VarigLOG e o atacadista Makro. Os dados da Afrac indicam que o setor de automação comercial deve movimentar R$ 1 bilhão este ano, sendo que mais da metade desse volume está por conta dos fabricantes de equipamentos, responsáveis por cerca de R$ 600 mil. Já os prestadores de serviços, desde a integração até a manutenção dos sistemas, geram algo em torno de R$ 400 mil em receitas.
Alexandre Penteado: inventário, auditoria de preços, recebimento de mercadorias, tranferências internas e controle de estoques.
Quer saber mais sobre automação? Fique por dentro com o glossário elaborado pela HandHeld, que começa hoje. Hand Held Products www.handheldproducts.com.br vendas@handheld.com. tel. (11) 2178-0500
siste em modelo binário (0 ou 1; sim ou não; preto ou branco) que condensa informações em pontos ou espaços lineares. O formato de barras (código linear) serve para facilitar a leitura do código. CÓDIGO BIDIMENSIONAL (2D) Padrão cuja aplicação mais cresce no mundo (14% ao ano) e é visto pelo mercado como o sucessor do código linear. Ca-
paz de armazenar mais informação do que as barras, em espaço menor. O código 2D é uma espécie de código de barras em cujas linhas verticais se encontram outros códigos de barras, permitindo assim a multiplicação exponencial a capacidade de armazenar dados no mesmo espaço. COLETOR DE DADOS (foto à esquerda) Equipamento que "lê" códi-
gos, de barras ou bidimensionais, e mostra mensagem contida neles para o usuário do equipamento. Conta com um um sistema operacional próprio e capacidade para processar e até armazenar informações. É utilizado no controle de estoques, coleta de dados em ambientes externos à empresa, como também na preparação de inventários e confecção de pedidos, entre outros.
RFID Não se preocupe com a privacidade Sergio Kulpas A Marnlen Management Ltd. é a primeira empresa de RFIDs (etiquetas com chips trans missores de rádio) a adotar a tecnologia "clipped tag" desenvolvida nos laboratórios da IBM. A Marnlen vai produzir etiquetas com o s c i rc u i t o s espalhados por um papel perfurado. Os consumidores poderão rasgar o circuito, como um sachê de ketchup, separando a antena
do chip. Isso tornará o alcance do chip muito menor, aumentando sua segurança para o consumidor. A IBM desenvolveu o "clipped tag" para criar um compromisso da indústria em um dos debates mais intensos sobre essas etiquetas, que é a invasão da vida privada. O temor era que equipamentos de leitura altamente sensíveis pudessem captar as etiquetas a centenas de metros, transmitindo continuamente informações sobre a posição do produto muito tempo depois dele ter deixado a loja. Dessa forma, dados sobre o ciclo de consumo do produto continuariam sendo transmitidos, uma vez que os RFIDs têm longa durabilidade. Os consumidores seriam "vigiados" à distância, sem conhecimento ou consentimento dessa invasão. Nos Estados Unidos, onde a adoção dos RFIDs caminha rapidamente no varejo, liderado pela rede Wal-Mart, a "lenda urbana" entre os consumidores é que o varejista ou o fabricante teriam acesso permanente ao chip em aparelhos de barbear, escovas de dente ou tubos de desodorante.
As empresas que fabricam RFIDs dizem que esses temores são injustificados, alegando que os dados contidos nos chips são muito limitados, o que não os transforma em instrumentos de vigilância. Além disso, os dados podem ser criptografados, impedindo o acesso de terceiros. Na realidade, a tecnologia RFID não foi pensada para acompanhamento de itens individuais, mas de grandes volumes de mercadorias, em caixas e pacotes, para registro estatístico de estoques. Hoje, porém, com a crescente sofisticação dos sistemas de leitura e dos próprios chips, a monitoração de itens individuais é possibilidade real. O "clipped tag" foi criado pelo cientista Paul Moskowitz dos laboratórios IBM há um ano, e a empresa licenciou a tecnologia para a Marnlen, que deve iniciar a produção imediatamente. Moskowitz explicou que com o "clipped tag", o consumidor terá uma medida extra de segurança. O design não destrói o RFID, apenas desconecta sua antena, tornando o alcance muito menor — alguns centímetros.
O cientista disse que a tendência é a implantação de RFIDs em praticamente todos os itens de consumo, por um grande número de razões. A primeira geração de RFIDs servia para que fabricantes e varejistas pudessem automatizar o controle de estoques e reduzir perdas — motivos economicamente razoáveis para a implementação de uma tecnologia cara. Com a sofisticação dos chips e os preços menores, os RFIDs poderão ser usados em benefício do consumidor, e não apenas nos fundos da loja. Trocas, "recalls", prazos de validade, autenticação do produto (artigo genuíno e não uma falsificação) e reciclagem são algumas das novas funções do RFID. Portanto, eles poderão permanecer ativos por longo prazo, oferecendo essas vantagens úteis para o consumidor. Com a tecnologia "clipped tag", essas vantagens poderão se harmonizar com a preocupação sobre a privacidade, dando impulso maior à futura "internet de objetos", onde itens poderão ser facilmente localizados em casa, na loja ou mesmo ao redor do mundo. sergiokulpas@gmail.com
Os novos chips poderão ser "rasgados": serão menos invasivos.
Nacional Finanças Telecomunicações Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Suzana Gonzalez/AFP
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ASSEMBLÉIA DA TELEMAR FOI ADIADA
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
O mexicano Carlos Slim, proprietário da Claro, Telmex, Embratel e Net: interesse também na Tim.
ASSEMBLÉIA DE ONTEM, QUE DISCUTIRIA REESTRUTURAÇÃO, NÃO TEVE NÚMERO SUFICIENTE DE PARTICIPANTES
FALTOU QUÓRUM PARA MUDAR A TELEMAR
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Telemar não conse- 10 dias, a Comissão de Valores guiu quórum sufi- Mobiliários (CVM) permitirá a ciente na assem- convocação automática de bléia de ontem que uma terceira, com o mínimo de decidiria sobre a reestrutura- aprovação reduzido a 25% das ção societária para reunir as ações preferenciais. empresas do grupo na Oi ParA Telemar informou ainda ticipações. Os planos incluem que não mandará cartas a acioainda a ida para o Novo Merca- nistas para a segunda convodo, deixando a empresa ape- cação, como foi feito na primeinas com ações ordinárias. ra, quando foram enviadas 700 "O fato de não ter tido quó- mil cartas oferecendo procurarum não foi uma grande sur- ção para a votação. De acordo presa", afirmou o presidente da com a Telemar, 10 mil votaram Telemar, Luiz Eduardo Falco. A por carta nesta segunda-feira. Trocas – A recompanhia ainda Tasso Marcelo/AE informará a data estruturação da da segunda conTe l e m a r p re v ê vocação da AGE. uma relação de Segundo comunitroca de 2,6 ações preferenciais por cado divulgado pela empresa, a 1 ordinária da nova empresa, o assembléia de ontem foi instalada que gerou a insatisfação de aciocom a presença de 29,17% das ações nistas preferencialistas. Por depreferenciais. "A companhia cisão da CVM, somente detentonão tem interesse nenhum em di- Falco: nenhuma surpresa res de ações prevulgar quem ferenciais podem compareceu à assembléia. Is- votar sobre a reestruturação. so é uma montanha de especuAo deixar a assembléia, a lação", disse Falco, respon- aposentada Pabla Alessandra dendo à pergunta se grandes de Viscontte, de 67 anos, relaacionistas preferencialistas tou que o credenciamento deque estariam contra a opera- morou pouco mais de uma hora e que a informação de falta ção teriam se credenciado. A Te l e m ar p rec i s a v a d e de quórum foi dada pelo advoaprovação de pelo menos 50% gado que presidia a sessão. "Eu do capital preferencial para ia votar contra (a reestruturaconseguir a reorganização ção). É um absurdo, meu pai tinessa primeira convocação. nha um telefone há 50 anos Caso também não haja quó- e hoje me informaram que eu rum na segunda convocação, só tenho três ações", disse ela que só pode ocorrer depois de a jornalistas. (Reuters)
Telefônicas querem TV por assinatura
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s operadoras de telecomunicações agora miram seus investimentos para o setor de TV por assinatura. A Telemar começou a batalha comprando a Way TV, em Minas Gerais. A Telefônica solicitou à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) licença para operar DTH (TV por satélite) e, ao mesmo tempo, adquiriu parte da TVA (100% dos negócios em MMDS e 19,9% das ações ordinárias da operação de cabo), em uma negociação avaliada em cerca de R$ 1 bilhão. Recentemente, a
Net Serviços comprou a Vivax – do interior de São Paulo – para fazer frente à Telefônica e ampliar os acessos. Todas essas aquisições somam alguns bilhões de reais e têm um propósito claro: dominar os acessos de voz, dados – principalmente vídeo – e banda larga nas regiões mais interessantes economicamente e, para fazer isso, nada melhor que adquirir uma rede existente, ao invés de construir outra. Mas, essas compras estão sendo questionadas por associações de prestadores de serviços de telecomunicações e
de televisão e por outras players do mercado, preocupadas com possíveis práticas de dumping. Isso tudo, antes mesmo de as aquisições serem analisadas pela Anatel e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), por exemplo, declarou ser veementemente contrária a compra da TVA pela Telefônica em São Paulo e da Way TV pela Telemar, em Minas. A ABTA alega que a Lei do Cabo e os contratos de concessão das concessionárias de telefonia expressam que as operadoras não podem ter o controle das operações de cabo (a Lei do Cabo exige que 51% do capital votante de uma empresa de cabo seja brasileiro e a cláusula 14.1 dos contratos de concessão impedem as teles de operar TV a cabo, mas não fala nada de DTH ou MMDS). Impasses – O embate jurídico não é simples. A Telefônica pode alegar, por exemplo, que, se a Lei do Cabo deve ser estendida a outras tecnologias e aplicada na questão do controle acionário, também deve ser aplicada na questão dos canais de interesse público (as operadoras de cabo são obrigadas a transmitir determinados ca-
nais que as de outras tecnologias não precisam) e isso nunca foi feito. Além disso, a diretora superintendente da TVA, Leila Loria, disse que a ABTA nunca se opôs à entrada da Telmex (dona da Embratel e Claro) na Net Serviços, tampouco à fusão da DirecTV com a Sky. "A associação está criando dificuldades para que um associado seja competitivo em um mercado dominado pela Net, com a Vivax e a Telmex; e pela Sky/DirecTV, ambas com participação ativa do grupo Globo, que domina a produção de programação." Contrários – A Net Serviços é contra a entrada das teles no mercado de TV por assinatura por elas terem uma força econômica muito maior que as players de TV. "Se as teles comprassem 100% do mercado de TV por assinatura, incluindo banda larga, isso não representaria nem 7% de crescimento no faturamento delas", disse o presidente da Net, Francisco Valim, ao site www.teletime.com.br, especializado em telecomunicações. Para o executivo, as empresas de TV paga são as que representam alguma competição no mercado de banda larga e voz, e isso deve ser preservado pelo governo. Fernanda Pressinott
Na mira das concorrentes
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lém do setor de TV por assinatura, as operadoras de telefonia estão atrás de todos os ativos disponíveis. Um dos alvos do momento é a Tim Brasil, da Telecom Italia, avaliada em 8 bilhões de euros. Duas propostas de aquisição da operadora móvel já foram feitas, uma pelo consórcio formado pela Telefônica e Brasil Telecom, e outra pela Claro, do mexicano Carlos Slim, proprietário também da Telmex – uma das maiores operadoras da América Latina –, da Embratel e de parte da Net Serviços no Brasil. O mexicano costuma ser muito agressivo em suas propostas de compra. Mas se a Claro comprar a Tim, será preciso modificar a lei de tele-
comunicações para evitar a sobreposição de licenças de ambas as operadoras móveis em algumas regiões. A Brasil Telecom, embora esteja interessada na Tim, é alvo de especuladores, que acreditam na sinergia entre a empresa da região Centro-Oeste e Norte do País, e a Telemar, que atua no Nordeste e Sudeste, e é proprietária da celular Oi. A aquisição da Vivax pela Net, anunciada recentemente, deverá ser aprovada pela Anatel e Cade nos próximos meses. Juntas, Vivax e Net representam 75,5% do mercado de TV a cabo e 45% do mercado de TV por assinatura. A Sky/DirecTV possui 35% dos assinantes de TV por assinatura; e as demais operadoras, 20%. (FP)
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
Urbanismo Polícia Câmara Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Uma coisa é certa: a feira da madrugada será extinta. Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras
CAMELÔS TERÃO NOVA REUNIÃO HOJE
Feirinha da madrugada pode ir para a Luz Uma das saídas para evitar novos confrontos entre a Prefeitura e os ambulantes seria realocar a feirinha para a região da Luz, que passa por processo de revitalização. Mas a idéia ainda será discutida por camelôs e administração. Marcos Fernandes/Luz/07/02/05
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Prefeitura estuda a possibilidade de mudança de endereço da "feirinha da madrugada" do Brás para a região da Luz, bairro vizinho no Centro de São Paulo. A proposta seria ideal para solucionar dois problemas: traria movimento comercial às ruas da Luz, marcada pelo comércio e consumo de drogas, especialmente nas madrugadas, e acabaria com a tumultuada ocupação irregular na rua Oriente e adjacências, no Brás. A idéia, que começa a ser analisada, surgiu ontem durante uma reunião, da qual participaram o secretário de Coordenação de Subprefeituras, Andrea Matarazzo, o secretário municipal de Trabalho, Gilmar Viana, o subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak, o vereador Cláudio Prado (PDT) e o vereador Adilson Amadeo (PTB). Não há um estudo preliminar a respeito da proposta e, portanto, uma eventual mudança não deve ser colocada em prática até o final deste ano. Segundo Matarazzo, uma coisa é certa: a feira da madrugada do Brás será extinta. "Há uma ação do Ministério Público que exige medidas municipais no local", disse. Para os ambulantes que optarem pela mudança para a região da nova Luz, como costuma chamar Matarazzo, também haverá uma série de exigências, como a comprovação
Barracas na feirinha da madrugada na rua Oriente, no Brás
de origem dos produtos, a padronização das barracas, a manutenção de condições de limpeza e segurança e a legalização perante a secretaria municipal do Trabalho. Os termos dessa legalização também ainda serão definidos, possivelmente por meio da organização de uma associação. "Será mais parecida com um evento do que com uma feira", disse o subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak. O vereador Cláudio Prado, que está intermediando os contatos entre Prefeitura e ambulantes, irá receber hoje representantes do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo (Sindicisp), que organizam a feira da madrugada do Brás, para debater a proposta. "Gostaríamos de verificar outras alternativas que possam ser sugeridas pelos interessados", disse o vereador.
Na semana passada, após o confronto entre ambulantes, Guarda Civil Metropolitana e Polícia Militar nas ruas do Brás, havia sido cogitada a possibilidade de realocação das barracas da feira da madrugada para uma área próxima ao metrô Brás. S e g u n d o o s u b p re f e i t o Eduardo Odloak, o espaço está disponível para a utilização dos ambulantes em horário comercial. "No que cabe à administração municipal, o local está pronto para receber os ambulantes há cinco anos. Mas não houve procura", disse ele. No entanto, a área não poderá servir de alternativa para os ambulantes que trabalham no período da madrugada, por causa da oposição de moradores de condomínios do entorno. Fernando Vieira
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terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
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PESQUISA FOI FEITA COM 1.360 CONSUMIDORES
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por cento dos que recebem até três salários mínimos têm dívidas voluntárias.
Itamar Miranda/AE
PESQUISA APONTA QUEDA DA INADIMPLÊNCIA NA CAPITAL Endividamento é maior entre os que ganham até dez salários mínimos
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Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) mostrou que o endividamento na capital paulista é maior entre os consumidores que ganham até dez salários mínimos. De acordo com a pesquisa referente ao mês de novembro de 2006, 76% dos entrevistados que recebem até três salários possuem algum tipo de dívida voluntária (cheque especial, cartão de crédito, empréstimo pessoal ou prestações em geral). Entre os que estão na faixa de três a dez salários, 77% se encontram nessa situação. No universo dos que recebem rendimentos acima de dez mínimos, 56% declaram-se endividados. Na análise da FecomercioSP, a estagnação da renda influencia de forma mais acentuada o consumidor com ganhos menores e amplia o risco da inadimplência. "A aproximação do Natal é um apelo maior para o consumo. Como a renda não se expande de maneira adequada, o consumidor recorre a novos empréstimos para regularizar débitos anteriores, numa ciranda que amplia o endividamento", afirmou o presidente da Fecomercio, Abram Szajman. No entanto, no contraponto entre novembro e outubro, as demais variáveis apresentaram melhora. O percentual de
endividados com contas em atraso caiu sete pontos percentuais, de 41% para 34%, o menor patamar desde dezembro de 2004, quando atingiu 32%. Segundo a entidade, os dados da pesquisa trazem uma constatação: quanto menor o nível de renda, maior o atraso na quitação das dívidas, em razão do comprometimento com gastos de primeira necessida-
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por cento dos entrevistados pela pesquisa da Fecomercio declararam maior disposição para quitar os débitos. de. Em novembro, o levantamento apontou que a inadimplência se distribuiu da seguinte forma: dos que ganham até três salários mínimos, 49% afirmam possuir dívidas em atraso; na faixa de três a dez salários, 30% encontram-se nessa situação; e, no universo dos que recebem rendimentos acima de dez mínimos, 25% declaram pendências. Quanto ao comprometimento da renda, os que ga-
que a empresa TAM negocia disse pretende financiar 85% da compra, estimada em US$ 1 empréstimo bilhão, pelo prazo de 15 "Estamos em fase de com Eximbank anos. negociação com o
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TAM deverá fechar em breve um financiamento com o Eximbank para a compra dos quatro Boeing 777300ER, anunciada no final de outubro. O diretor financeiro e de relações com investidores da TAM, Líbano Miranda Barroso,
Eximbank, que nos apresentou condições mais atraentes", afirmou. Cada Boeing 777 possui valor de lista de US$ 260 milhões. Barroso explicou que a empresa decidiu fechar acordo com a Boeing, em vez da Airbus, com quem a TAM possui parceria de uma década, por conta das
nham até três salários apresentaram percentual de 38%. Na faixa de três a dez, 33% tiveram sua renda empenhada com dívidas. Entre os consumidores com rendimentos superiores a dez mínimos, esse percentual foi de 29%. Em relação à intenção de pagamento das contas em atraso, a Peic detectou maior disposição em quitá-las (81% dos entrevistados) entre os que ganham mais de dez salários e menor (53%) entre os que recebem até três mínimos. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) é apurada mensalmente pela Fecomercio desde fevereiro de 2004. Os dados são coletados junto a cerca de 1.360 consumidores no município de São Paulo. O objetivo da pesquisa é diagnosticar o nível de endividamento e inadimplência do consumidor. Das informações coletadas são apurados indicadores como o nível de endividamento, percentual de inadimplentes, intenção de pagar dívidas em atraso e nível de comprometimento da renda. Esses índices são observados considerandose três faixas de rendas, duas faixas de idade, distinguindose entre homens e mulheres. A pesquisa permite ainda o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento. (Agências)
condições oferecidas pela companhia americana. "Fizemos uma licitação junto aos fabricantes para adquirir jatos de grande porte, para vôos intercontinentais. A Boeing nos fez a melhor proposta, porque apresentou um bom prazo de entrega, no médio prazo, e também uma solução de curto prazo para que atendêssemos à demanda existente. Essa 'ponte' se deu por meio dos contratos de leasing dos MD-11 da Boeing Capital." (AE)
O valor das importações na segunda semana foi o maior já registrado em um período de cinco dias
Importações continuam em alta. Mas balança mantém superávit.
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balança comercial registrou superávit de US$ 774 milhões na segunda semana de novembro, resultado de exportações no valor de US$ 3,121 bilhões e importações de US$ 2 347 bilhões. No mês, em sete dias úteis, o saldo comercial foi de US$ 1,264 bilhão. As vendas externas somam US$ 4,536 bilhões, com média diária de US$ 648 milhões; e as importações, US$ 3,272 bilhões, com média de US$ 467,4 milhões. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que o valor das importações na segunda semana foi o maior já registrado em um período de cinco dias. Como já vinha ocorrendo no resto do ano, as importações de novembro mostram mais vigor que as exportações. Elas mostram crescimento de
39,2% no mês, pela média diária, em relação a novembro do ano passado, enquanto as exportações têm alta de 20,1%. Os itens mais importados no mês de novembro, segundo o Ministério, foram cobre, combustíveis e lubrificantes, borracha e obras, farmacêuticos, adubos, fertilizantes químicos orgânicos e inorgânicos. Do lado das exportações, os semimanufaturados tiveram alta de 31,4% em relação a novembro de 2005, principalmente catodos de cobre, alumínio em bruto, couros e peles, açúcar em bruto, celulose, madeira serrada e óleo de soja em bruto. As vendas externas de produtos básicos subiram 19,5%, por conta de milho em grão, carne bovina, suína e de frango, café em grão e uvas frescas. Os manufaturados cresceram 18,4%, com destaque para o açúcar re-
finado, álcool etílico, hidrocarbonetos, tubos de ferro fundido, motores e geradores, aviões, laminados planos, polímeros plásticos e autopeças. Corrente comercial – No ano, as exportações totalizam US$ 117,909 bilhões e as imp o r t a ç õ e s , U S $ 7 8 , 7 5 4 b ilhões, com superávit de US$ 39,155 bilhões. As importações estão 24,7% maiores que no mesmo período do ano passado, enquanto as exportações subiram 16,4%. A corrente de comércio (exportação mais importação) atingiu US$ 196,663 bilhões, 19,6% a mais que no mesmo período de 2005. A estimativa do ministério é de que as exportações atinjam US$ 135 bilhões neste ano e as importações, US$ 91 bilhões, gerando um superávit comercial de US$ 44 bilhões. (AE)
IBGE erra previsão da safra 2007
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s primeiras informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a safra do ano que vem estavam erradas. Ontem, o instituto revelou que, por erros de processamento e interpretação de dados, o prognóstico inicial da safra de 2007 sobre área plantada estava incorreto. Em vez da previsão de queda de 6,05% em relação 2006, a redução será de 5,49%. Isso porque o instituto se enganou sobre as projeções de dois produtos importantes: cana-de-açúcar e mandioca. "Creio que foi a primeira vez que um erro como esse aconteceu", afirmou o chefe da coordenação de agropecuária do IBGE, Flávio Bolliger. Segundo ele, no caso da cana-de-açúcar, que inicialmente teria redução estimada de
9,76% em sua área plantada em 2007 na comparação com 2006, agora tem incremento previsto de 5,32%. No caso da mandioca, cuja área plantada teria previsão de queda de 17,14% em 2007, agora a estimativa é de redução de 1,7%. A divulgação dos dados errados ocorreu na quarta-feira passada, quando houve o anúncio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de outubro – que apurou crescimento de 5,34% na safra de 2007 ante 2006. Esse dado não foi retificado. Porém, de acordo com Bolliger, durante a coletiva de imprensa da LSPA, alguns jornalistas estranharam a projeção de redução na área plantada da cana para o ano que vem – visto que as últimas notícias no setor sucroalcooleiro apontam justamente
o contrário. "Após a coletiva, fomos checar os dados, e descobrimos o erro", disse. Os dados errados foram originados de uma comparação errada. "Nos dois produtos, foram comparadas áreas plantadas de 2006, com área a ser colhida em 2007. Esses dois quesitos não são comparáveis. Ou se compara área plantada com área plantada ou área a ser colhida com área a ser colhida", disse Bolliger. O técnico explicou que tanto a cana como a mandioca são lavouras de longa duração. Ou seja: nem sempre o que é plantado em um ano vai ser colhido no ano seguinte. Algumas culturas de cana, por exemplo, são colhidas quase um ano e meio após plantio. "Muito do que foi plantado em 2006 pode ser colhido só em 2008." (AE)
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Internacional EUA REJEITAM DIÁLOGO DIRETO COM O IRÃ
A Alemanha e outros estados europeus não podem ficar de braços cruzados ante o caos Do presidente alemão Horst Köhler
Qassem Zein/AFP
Idéia é sustentada por Blair, que defende nova estratégia para acabar com o caos no Iraque
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presidente americano, George W. Bush, rejeitou ontem qualquer possibilidade de os EUA iniciarem um diálogo direto com o Irã, a menos que Teerã abandone todas as atividades de seu programa nuclear. A declaração de Bush foi feita horas depois de uma reunião com o Grupo de Estudos para o Iraque – que defende negociações diretas de Washington com o Irã e a Síria, como forma de tornar viáveis as políticas americanas no Oriente Médio – e pouco antes de fechar-se, no Salão Oval da Casa Branca, com o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert. Bush disse que um Irã dotado de armas nucleares seria uma força "incrivelmente desestabilizadora" na região – opinião dividida com Olmert, que reiterou que Israel não aceitará um "Irã nuclear". A comissão que analisa a adoção de novas estratégias para a guerra no Iraque manterá mais dois dias de reuniões com membros da administração Bush e deve divulgar seu relatório final no fim do ano. O presidente, o vice-presidente Dick Cheney e o conselheiro de
Segurança Nacional Stephen Hardley passaram uma hora e meia com os integrantes do grupo, que é liderado pelo exsecretário de Estado do governo de George Bush pai James Baker III e pelo ex-congressista democrata Lee Hamilton. Outros membros do governo, como a secretária de Estado Condoleezza Rice e o secretário de Defesa demissionário Donald Rumsfeld, mantiveram reuniões individuais com a comissão. As reuniões do grupo, que passou a ser conhecido como "Comissão Baker", com os membros do governo prosseguirão hoje e amanhã. Segundo fontes da Casa Branca, a comissão está bombardeando a administração Bush de sugestões sobre o Iraque. Muitas das sugestões da comissão já foram tentadas ou têm uma chance limitada de sucesso na visão dos especialistas do governo. Entre essas sugestões estão uma política regional centrada na diplomacia com Irã e Síria, a maior ênfase no treinamento das tropas iraquianas ou a concentração de esforços para um acordo político entre as facções xiita e sunita.
Ontem à noite, o primeiroministro britânico, Tony Blair – o mais leal aliado de Bush na Europa –, conclamou Irã e Síria a "fazerem mais" pela paz no Oriente Médio e no Iraque. Blair deverá falar hoje com membros da comissão Baker. Ele já admitiu que as estratégias no Iraque devem "evoluir", em razão das mudanças da natureza do conflito iraquiano – que a cada semana ganha contornos mais definidos de uma guerra sectária. Após a derrota sofrida há uma semana nas eleições de meio de mandato nos EUA nas quais o Partido Republicano perdeu para os democratas o controle das duas Casas do Congresso –, Bush disse reconhecer que a estratégia para o Iraque não estava funcionando de forma "suficientemente efetiva" nem "suficientemente rápida" e aceitou a renúncia de Rumsfeld, num sinal de que pretende fazer mudanças na política para o Iraque. No fim de semana, líderes democratas anteciparam que defenderão o início de uma retirada gradual dos soldados americanos do Iraque num prazo entre 4 e 6 meses.
Iraquianos levam caixão de parente em Najaf: uma das 14 vítimas da violência do fim de semana
EUROPA QUER FIM DO 'ATOLEIRO' Após derrota, Bush pensa em mudar a rota que conduz o Iraque ao inferno
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presidente americano, George W. Bush, após a "surra" de 7 de novembro, pensa numa mudança de estratégia no Iraque. Quem lamentaria? Os 54 iraquianos e os 7 soldados estrangeiros mortos no Iraque no fim de semana confirmam que a rota seguida até aqui conduz ao inferno. Mas o que pode substituir a doutrina Bush/Rumsfeld? Na Europa, alguns partidos de esquerda (como alguns democratas nos EUA) reclamam pura e simplesmente o fim da guerra e o retorno dos "boys" aos Estados Unidos. Outros, que também se opuseram à guerra, rejeitam essa "partida antecipada": abandonar o Iraque seria uma loucura, uma carnificina, uma guerra civil e religiosa - o horror. A Europa, ao invés de "dar lições à America" deveria oferecer ajuda a Bush. Essa é a posição alemã. O presidente Horst Köhler, que raramente fala, conclama, no Frankfur ter Rundschau, a Alemanha e outros estados europeus, "a não ficarem de braços cruzados ante o caos". Todo o mundo deve esquecer seus pesares, mágoas e vaidades e ajudar os Estados Unidos a saírem desse vespeiro, sem abandonar o desafortunado Iraque ao horror. O apelo de Köhler é importante. O presidente alemão não tem um poder político real mas desfruta de grande autoridade moral. E é democrata-cristão, como a chanceler Angela Merkel. "A guerra", disse Köhler, "nos conduziu ao desastre. Porém, nos ausentarmos, dizendo que esse é um problema dos americanos, seria estúpido e míope". E como agir? "Conceber e aplicar um programa sólido de recons-
trução econômica para o Iraque e sua região". A Alemanha deveria ir ainda mais longe e enviar tropas ao Iraque para se juntarem aos americanos? Com certeza não. Köhler exclui qualquer participação militar alemã no conflito. O envio de soldados alemães ao Iraque provocaria um vigoroso protesto na Alemanha. "Correríamos o risco, nesse caso", diz um outro chefe do CDU (partido democrata-cristão) "de contabilizar perdas que não conseguiremos justificar aos olhos da população alemã". Assim, a boa vontade do presidente pode ficar apenas na palavra. Nenhuma ação de assistência, é o que se fala nos círculos de Berlim, poderá ser empreendida enquanto a insegurança continuar reinando na região". De certa forma é a mesma posição que predomina, com mais arrogância e um sentimento antiamericano mais visível, em Paris: ajudar os EUA atolados no Iraque, mas de que maneira?". Ninguém tem a receita. A Inglaterra, que foi a mais intrépida aliada dos Estados
Unidos na empreitada iraquiana, apresenta projetos um pouco menos imprecisos. Tony Blair tem interesse em que Washington encontre uma saída, e isso por duas razões: há soldados britânicos em Basra, e mortos. Por outro lado, Blair abraçou a estratégia de Bush sem levar em conta os desejos da população inglesa. Tem, portanto, interesse em desatar o "nó górdio". Segundo Blair não se encontrará jamais uma solução se "não se envolver ao mesmo tempo" a Síria e o Irã, dois países vizinhos do Iraque, que colocam mais lenha na fogueira. É com eles que convém dialogar, e não exclui-los como acontece. Convém observar que a posição de Blair coincide em parte com a daquele que, nos EUA, apresentou a Bush as conclusões do "Grupo de Estudos Iraquianos", James Baker. Lembremos que Baker, que foi secretário de Estado de Bush pai, é um republicano mais moderado, portanto bem diferente dos "neoconservadores" que ditaram a direção para Bush filho. Gilles Lapouge/AE
Thaier al-Sudani/Reuters
Homem-bomba em ônibus: 11 mortos em Bagdá nesta segunda-feira
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Quer realçar um motivo da foto? Quer garantir foco em todos os planos? Você pode usar o recurso da profundidade de campo — que na EOS Rebewl XTi, da Canon, é automatizado.
Ana Maria Guariglia
Ana Maria Guariglia
Efeitos com o uso do recurso A-Dep da EOS Rebel XTi: imagens etéreas (foto de cima) ou foco em toda a extensão da cena.
Te l e c e n t r o Automação Fotografia Equipamentos
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NÉVOA NO FUNDO: O MOTIVO PRINCIPAL DESTACADO.
lém dos modos manuais de costume nas reflex digitais, a EOS Rebel XTi tem no seu dial de regulagens a opção profundidade de campo, A-Dep, recurso que desafia a percepção dos fotógrafos para conseguir aquela imagem em que o motivo principal fica em foco e o restante mergulha em uma espécie de névoa. O mais interessante é que na XTi essa opção é eletrônica, fator que torna mais fácil a realização desse tipo de registro. Para conhecê-lo e experimentar, fizemos algumas imagens e descrevemos os resultados abaixo. Mas esse recurso eletrônico só poderia ser viável com o sistema que a C a n o n e ngendrou para a XTi. Ele está envolto em uma série de inovações que comanda as operações em cadeia, tornando o uso do sistema reflex — funciona com mecanismo de espelhos que abre e fecha para fotografar — muito fácil, mesmo para quem nunca usou uma câmera desse porte. O encadeamento das funções começa com o sensor de captura CMOS de 10,1 MP de resolução que opera com o Digic II, um processador de imagens que aprimora os aspectos da captura. Segundo os enge-
nheiros da companhia japonesa, o conjunto CMOS e Digic II faz com que cada pixel obtenha detalhes nítidos da cena, incluindo todas as cores, as variações das tonalidades e os contrastes. Associado ao sensor e ao processador, estão o fotômetro (leitura de luz) e o foco automático de nove pontos ultra-rápidos, que são expressos graficamente na parte interna do visor óptico. A constatação do foco aparece em forma de cruz cintilante que pisca a cada movimento do assunto da foto. A alta velocidade de ajuste se deve ao AI Servo, outro dispositivo agregado que rastreia movimentos por faixas eletrônicas, continuamente medindo a luz. Pode parecer exagero, mas até as imagens são gravadas quase de imediato no cartão CF (CompactFlash I e II) quando o botão disparador é acionado. Depois de prontas, as fotos podem também receber ajustes de saturação, nitidez etc, conforme o estilo pessoal do fotógrafo. As demais características combinam harmonicamente com a coreografia da XTi. As velocidades do obturador variam de 30 segundos a 1/4.000 seg e a sensibilidade ISO fica entre 100 e 1.600. O flash é do tipo retrátil e, segundo manual, tem alcance de 13 m. Não tem memória interna e não grava vídeos por ser reflex, mas mostra todas informações e revê as fotos no monitor de 2,5 polegadas. Além dos ajustes manuais com prioridades de aberturas e de velocidades, tem os modos de Programa e A-Dep automáticos, e modo B para longas exposições. Ainda há a limpeza do sensor CMOS para retirada de partículas de pó, feita por vibrações ultra-sônicas.
Nosso teste - A nova reflex digital utiliza um método curioso para produzir os efeitos de profundidade de campo, tendo como base os nove pontos do foco automático, que piscam, avisando o fotógrafo que pode tirar a foto. O que não está entre os pontos piscantes sairá desfocado ou levemente esfumaçado. As imagens internas e externas obtidas no Mercado Municipal, na região central de São Paulo, mostram que o recurso tem funcionalidade perfeita, oferecendo suavidade aos detalhes retratados. Observe a foto de uma das colunas em que o fundo (teto do mercado), ganhou tons amarelados, dando grande destaque à belíssima coluna. A função desse recurso é realçar o primeiro plano em detrimento do segundo. É possível criar esse efeito manualmente, utilizando as aberturas do diafragma, sempre designada com a letra f/ na frente do número. Aberturas f/2 e f/4 (obturador todo aberto), são ideais para destacar o motivo principal, deixando o restante desfocado. Já aberturas como f/11, f/16 e f/22 (obturador fechado) produzem o máximo de profundidade e tudo que for fotografado, não importa a distância, ficará em foco. Esse
A escultura: irreal.
A nova câmera oferece o A-Dep, que facilita a utilização do recurso da profundidade de campo.
era o truque que os grandes fotógrafos (e amadores) dos anos 1930 aos 1960 usavam em suas câmeras convencionais, combinando velocidades de 1/30 ou 1/60 segundo ou mais. Deixavam sempre a máquina preparada, geralmente em f/22, para fotografar o que aparecesse pela frente. A XTi vem com bateria recarregável NB-2LH, pesa um pouco mais de 500 gr com a objetiva zoom EF-18/55 mm e o preço sugerido é de R$ 4.999. Pode ser conectada diretamente ao P C p e l a e ntrada USB e usada com p la t a fo r ma s Windows ou Macintosh. Para saber mais, acesse o site: www.can o n l a t i n america.com
A câmera reflex digital EOS Rebel XTi, da Canon, oferece a opção profundidade de campo, recurso que desafia a percepção dos fotógrafos.
Novo para o Natal Canon anunciou sete novos modelos de câmeras com resoluções acima de 6 MP, embora tivesse decretado que essa resolução seria a ideal para fotos digitais. Boa medida, afinal é líder mundial no mercado de câmeras e não pretende perder a posição. Acompanhando o boom das digitais reflex, a EOS Rebel Reflex digital XTi (em torno de R$ 4.800), lançada na feira da Photokina (Alemanha), no final do mês passado, é o carro-chefe. Tem resolução de 10,1 MP e o diferencial é o sensor CMOS, projetado e manufaturado pela própria Canon no Japão. Segundo Sérgio Velasquez, especialista nesse segmento, o CMOS se destaca pela significativa redução dos níveis de ruído da imagem, convertendo valores de luz em sinais elétricos no chip ao invés de fazer sua conversão em qualquer outro local da câmera. "Mantém uma faixa dinâmica excepcional, sobretudo com essa redução, o que é normalmente esperado para um tamanho de pixel que oferece resolução tão alta". Na linha PowerShot, a Canon trouxe a G7, também de 10 MP, compacta e com acabamento preto em tom de couro. A boa notícia é que vem com processador de imagens Digic III, que estréia nesse aparelho. Segundo Junichi Asama, diretor de marketing da empresa para a América Latina, a camerazinha pode ser utilizada tanto por aficionados exigentes como por profissionais. "O chip Digic III é responsável pelo alto desempenho, incluindo maior rapidez na inicialização, no foco automático e resposta do obturador". Tem ainda a tecnologia Face Detection para detectar rostos nas fotos quando opera em conjunto com o sistema de foco automático de nove pontos. O preço estimado é de R$ 2.799.
O Digic III e o detector de rosto também estão presentes na série de câmeras Elph que, neste ano, comemoram dez anos, com as SD900 (R$ 2.499), SD800 IS (R$ 2.199) e SD40 (R$ 1.899), respectivamente com resolução de 10 e 7,1 MP. O destaque da SD800 IS é o estabilizador de imagem. Foi criado um estabilizador baseado no conjunto Shift Type, que dita a qualidade óptica das objetivas. Já a SD900 tem monitor de 2,5 polegadas e inclui um teleconversor digital de 1,4X/2.3X, que amplia ainda mais a capacidade de fotografar. A SD40 vem com quatro cores: marrom escuro com tons dourados, rosa, azul e cinza. Roberto Sandrini, especialista nessa linha, explicou a SD40 tem comando simples e vem com estação para ser acoplada. Para imprimir e fazer transferência das fotos para o PC basta acionar um botão. As compactas PowerShot A710 IS e A640 (R$1.999) e A630 (R$ 1.699) também são novidades para os brasileiros que desejam trocar a antiga digital de 3 ou 4 MP para câmeras com mais resolução, respectivamente, 7,1, 10 e 8 MP. Elas são nomeadas com A inicial para mostrar que utilizam baterias do tipo AA, daí os preços mais baixos. A A710 IS e a A640 podem gravar videoclipes com som a 30 quadros por segundo, cerca de 36 minutos, com cartões SDHC. Também têm o recurso Minhas Cores, que permite ao usuário editar as imagens na própria câmera e criar efeitos de preto-e-branco, sépia, neutro e positivo. A Canon é líder mundial na venda de equipamentos digitais e está ligada aos sistemas de imagens, soluções profissionais e de consumo. Produz câmeras, copiadoras, impressoras e equipamentos ópticos e analógicos de transmissão. Para saber mais: www.canonlatinamerica.com (AMG)
credito
Powershot A630
Powershot SD40
Modelo G7
Powershot SD900
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2 -.LOGO
Kofi Annan, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre a criação de plano de dois anos para ajudar a África no combate ao aquecimento da Terra.
Logo Logo
NOVEMBRO
Fatih Saribas/Reuters
As agências da ONU vão colocar de lado antigas desavenças para trabalharem lado a lado na luta contra as mudanças climáticas.
terça-feira e quarta-feira, 14 e 15 de novembro de 2006
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14 Dia Nacional da Alfabetização e da criação do Ministério da Educação (1930) Dia dos Bandeirantes Pagamento de Cofins, PIS/Pasep, IPI e Cide
Á FRICA G ENÉTICA
Gatochorro: ciência desconfia Só os exames de sangue dos filhotes da gata Mimi, com características de cachorros, podem comprovar a paternidade, já que até hoje a ciência considera impossível este tipo de cruzamento. A afirmação é do professor e geneticista da Universidade de Passo Fundo, Adil de Oliveira Pacheco. Segundo ele, o número de cromossomos de gatos e cachorros é diferente. "Cientificamente é impossível este tipo de cruzamento, mas só o exame poderá determinar isso. Tudo pode não passar de um mal entendido", disse Pacheco. A distância evolutiva entre os
bichos é a maior que pode existir entre dois mamíferos carnívoros. A linhagem dos gatos, à qual também pertencem as hienas, se separou da dos cachorros, que também inclui ursos, há cerca de 40 milhões de anos. Para se ter uma idéia do que esse tempo significa, os ancestrais do homem se separaram dos do chimpanzé há uns 6 milhões de anos. O geneticista esteve na casa da gata e disse que ela teve mesmo cria, mas só dos três gatos mortos. Para ele, a gata teria adotado os filhotes caninos de uma cadela da vizinhança.
A VIAÇÃO
E SPANHA
Lionel Bonaventure/AFP
Padre é condenado por abuso sexual
L
Airbus A380 sobrevoa o aeroporto ToulouseBlagnac, na França. Aeronave está em fase de testes para ser regulamentada.
Um tribunal de Madri, na Espanha, condenou ontem um padre por abuso sexual contra um menino de 12 anos e ordenou o arcebispado a pagar 30.000 euros (cerca de R$ 83.000) em compensações à vítima. Rafael Sanz Nieto, de 74 anos, da paróquia de Aluche, foi condenado por abusar repetidamente do menino durante sete anos, até 2001. Sanz Nieto foi condenado a dois anos de prisão. T RÂNSITO
Igreja prega ódio e rancor, diz Elton John
Só documento e habilitação bastam
O músico britânico Elton John criticou ontem as religiões por promoverem a homofobia ao invés da paz mundial, e afirmou que se pudesse "proibiria por completo" a religião organizada. "Acho que a religião sempre promoveu o ódio e o rancor contra os gays", afirmou o astro, de 59 anos, que é homossexual, à revista Observer Music Monthly. John também criticou as pessoas que expressam suas idéias em blog e deixam de "ir para as ruas defender aquilo em que acreditam".
Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) dispensou motoristas de portarem recibos das parcelas pagas do IPVA e do seguro obrigatório. A partir do último dia 10, é necessário trafegar apenas com o Certificado de Registro e Licenciamento Anual (CRLV) e a carteira de motorista, desde que sejam originais. Cópias autenticadas desses documentos não serão mais aceitas em fiscalizações. O órgão alegou dificuldade em verificar se as cópias eram legítimas ou falsificadas. (AOG)
A
Corte Suprema de Malauí decidirá na próxima semana se uma aliança com 67 grupos de direitos humanos poderá participar da audiência sobre a adoção de David Banda, 13 meses, por Madonna. A cantora já tem a guarda provisória do menino, que desde o mês passado vive em sua casa. O juiz Andrew Nyirenda realizou uma seção para escutar os argumentos dos grupos de direitos humanos. Eles sustentam a existência de irregularidades no processo de adoção. A decisão de Nyirenda provavelmente terá conseqüências graves em um país onde a cada ano dois milhões de crianças perdem um ou ambos os pais em grande parte devido à Aids, e centenas são adotadas por estrangeiros. Madonna assegura que cum-
MATERNIDADE – Enfermeira chinesa massageia recém-nascidos em hospital na cidade de Xining, no noroeste da Província de Qinghai, na China. Especialistas pedem ao legisladores que seja crime a identificação do sexo de embriões sem propósitos médicos. P ORNOGRAFIA
Sexo fácil na noite afegã uas mulheres nuas se contorcem juntas na tela da televisão, ao som de "Hotel California", enquanto o som de tiros ocasionais pontua a noite afegã. Vários números de telefone do exterior oferecem a oportunidade de bate-papos íntimos com as mulheres ou com algumas de suas colegas igualmente extrovertidas. Os combates mais pesados dos últimos cinco anos quase pararam os trabalhos de reconstrução nos desertos e oásis de Qandahar, onde o movimento islâmico rígido Taleban nasceu em 1994, mas a pornografia e o consumo de ópio e álcool ilegal vêm florescendo, dizem autoridades. Pelo menos uma operadora de TV por satélite oferece canais estrangeiros como o eurotictv, allsex, 247Sex e transex. "A pornografia é um problema", admite o novo
Divulgação
Esse aparelho é o Rolls-Royce dos massageadores para pés. A máquina Divulgação tem dois pares de apoios que ondulam sob os pés e agitam lateralmente. O comando pode ser feito por controle remoto. Também é possível mudar a intensidade. Os apoios são cobertos com uma capa de lycra lavável. Custa US$ 299,95 na Hammacher Schlemmer. http://www.hammacher.com/publish/
A consultoria Mercedes Sanchez Usabilidade lança oficialmente hoje o blog Tá difícil. A idéia é mobilizar os cidadãos a se manifestarem sobre produtos, serviços, sites ou qualquer outra atividade que dificulte a vida de quem usa. No blog, os internautas podem registrar suas experiências, inclusive enviando fotos e vídeos, para despertar a consciência das empresas sobre a importância da usabilidade de seus produtos e serviços, até mesmo como diferencial competitivo.
73369.asp?promo=homepage#
www.tadificil.com.br
Caso Jean: polícia será absolvida O chefe da Polícia Metropolitana de Londres, Ian Blair, será absolvido da acusação de que mentiu sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, informou ontem o jornal britânico The Sunday Times. De acordo com o jornal, a Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês) finaliza nesta semana um relatório em que traz as conclusões sobre um segundo inquérito no qual se investigou se houve ou não acobertamento da morte do eletricista.
Ahmad Masood/Reuters
A Suprema Corte dos EUA recusou ontem um apelo do autor Lewis Perdue, que disse que alguns trechos do bestseller de Dan Brown "O Código Da Vinci" foram copiados de um de seus romances. Sem fazer comentários, os juízes recusaram-se a rever a determinação de um tribunal de apelações de Nova York segundo a qual os dois livros não são similares e a obra de Brown não infringe os direitos autorais do outro livro. A corte de apelações manteve uma decisão similar, de um juiz federal. Foram impressas mais de 40 milhões de cópias do livro no mundo inteiro. H OLLYWOOD
Sob o governo do Taleban, mulheres eram freqüentemente espancadas se saíssem de casa sozinhas ou sem véu
chefe de polícia da província, general Asmatullah Alizai. "De acordo com nossas regras e crenças islâmicas, as pessoas não podem aceitar esse tipo de coisa. Não quero que as pessoas assistam a esse tipo de filme." Alizai acredita que a pornografia, as drogas e o álcool, especialmente numa cidade tradicionalista, como é Qandahar, ressaltam a necessidade de que seja implementado o plano do presidente Hamid Karzai de re-
criar o departamento de prevenção do vício e promoção da virtude do Taleban, mais conhecido como a polícia religiosa. Sob o governo do Taleban, entre 1996 e 2001 (ano em que o governo islâmico de linha dura foi derrubado por uma coalizão liderada pelos EUA), música e filmes foram proibidos, e mulheres eram freqüentemente espancadas se saíssem de casa sozinhas ou sem véu. (Reuters)
Angelina Jolie em trem superlotado A atriz Angelina Jolie pegou de surpresa ontem os passageiros de um trem urbano superlotado em Mumbai, onde rodou cenas para um filme sobre o jornalista americano assassinado Daniel Pearl. Jolie, que está na Índia há quase um mês com Brad Pitt fazendo o filme, comprou bilhetes numa estação da cidade e embarcou num compartimento de um trem repleto de outros passageiros, na companhia do ator Dan Futterman, com quem contracena no filme. Um fotógrafo da Reuters que estava no trem disse que os passageiros atônitos se acotovelaram para ver a atriz sensual. L OTERIAS Concurso 168 da LOTOFACIL
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Experiências sobre usabilidade
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O Código da Vinci preservado
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F AVORITOS
Mulheres que desenvolvem câncer de ovário ainda jovens não devem perder a esperança de ter filhos, revela um estudo da Universidade americana de Stamford. O levantamento, feito com mais de 28 mil mulheres diagnosticadas com câncer epitelial de ovário, foi publicado na revista científica British Journal of Cancer, desta semana. Os cientistas descobriram que mulheres com idade de 16 a 40 anos têm chances de sobreviver ao tumor sem se submeter à operação de retirada do útero. Mas é importante, no entanto, o diagnóstico precoce.
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pois afirmando que a polêmica criada pelos ativistas ameaçavam a oportunidade que ela estava dando a seu filho. Os defensores do menino temem que a falta de clareza nas leis de David Banda: abandonado pelo pai adoção de Malauí facilite a priu todos os requisitos do país exploração de menores por traafricano. O pai de David Ban- ficantes e pedófilos. A Justiça outorgou à Madonda, que o colocou em um orfanato logo após a morte de sua na e a seu marido, o cineasta brimulher por complicações no tânico Guy Ritchie, a custódia parto, fez declarações contro- temporária de David em 12 de vertidas sobre o assunto, pri- outubro e, após um período de meiro dizendo que não tinha 18 a 24 meses de supervisão, o entendido que Madonna que- casal poderá formalizar a adoria tirar seu filho do país, e de- ção permanente. (AE)
Mãe mesmo com câncer no ovário
http://www.timesonline.co.uk
C A R T A Z
John Pizzarelli (foto). No repertório, standards americanos e bossa nova. Bourbon Street. Rua dos Chanés, 127. 21h e 23h. R$ 75 a R$ 160. Quarta (15), no Memorial da América Latina, com a Jazz Sinfônica. 21h. R$ 50. Telefone: 5095-6100.
Divulgação
Simon Zo /Reuters
JAZZ
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Corte de Malauí decide se grupos de direitos humanos devem opinar em adoção
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A agonia de Madonna
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Vizinhos do aeroporto de Congonhas podem recorrer à Justiça Mulher não entrega bolsa e é morta por assaltante em São Paulo CET cancela 1.732 multas registradas por falha nos equipamentos
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VETERANA – A Gestetner é a criadora do avô das impressoras, o mimeógrafo, no qual uma matriz em papel impermeável é colocada no cilindro poroso com tinta ou álcool. Girava-se a manivela e a força centrífuga impelia a tinta.
Carlos Ossamu
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Automação Fotografia Equipamentos Games
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IMPRESSORAS DE QUEM FABRICAVA MIMEÓGRAFOS
Gestetner (www.gestetner.com.br), subsidiária brasileira da Ricoh, apresentou sua nova safra de equipamentos de impressão, incluindo impressoras a laser coloridas, multifuncionais a laser coloridas e monocromáticas (de mesa e de médio porte), copiadoras e duplicadores. Segundo a fabricante, ela reúne qualidade de imagem, velocidade de impressão, opções de conectividade wireless (Wi-Fi e Bluetooth), gerenciamento em rede e conexão à câmera digital para impressão de imagens, além de preços mais competitivos. O modelo SP C210SF é uma multifuncional a laser colorida de mesa com preço de R$ 3.634. Para profissionais liberais e pequenas empresas, ele reune diversos recursos, combinando as funcionalidades de impressão, cópia, digitalização e fax (em rede e pela internet). O SP C210SF oferece velocidade de impressão de 31 páginas por minuto (ppm) em preto e 8 ppm em cor, com resolução de 600 dpi (pontos por polegada). Tem alimentador automático de originais com capacidade para 35 folhas. Pode ser conectado ao computador pela porta USB 2.0 ou trabalhar em rede Ethernet 10/100. A C7521n é uma impressora a laser colorida compacta e versátil. Oferece velocidade de impressão de 22 páginas por
IMPRESSORAS
NOVA SAFRA IAs novidades do megalançamento da Gestetner no Brasil incluem impressoras a laser coloridas, multifuncionais, copiadoras digitais e duplicadoras. IDivulgação
minuto (ppm) em preto e em cor. Projetada para pequenas empresas que buscam trabalhos a cores rápidos e com baixo custo, ela tem capacidade inicial de 630 folhas, mas é possível acrescentar uma ou duas bandejas de 530 folhas. Sua bandeja manual (Multifunção) pode alimentar papel/cartão até 199 g/m2 (110 lb.) e a unidade duplex interna
opcional produz páginas em frente e verso automaticamente. Pode imprimir em rede com a interface 10/100BaseTX ou conectado diretamente ao PC com a interface USB 2.0. Também possui opções de conectividade sem fio Wi-Fi e Bluetooth. É possível transformar o equipamento em um multifuncional com o opcional IS200 e Image Scanner da Gestetner, que atende neces-
sidades de cópias coloridas práticas e oferece distribuição eletrônica de documentos com os recursos "Digitalizar para email" e "Digitalizar para pasta". Velocidade – Já as impressoras a laser coloridas C7526dn (R$ 5.621) e C7531dn (R$ 7.117) se diferenciam pela velocidade de impressão. A primeira apresenta velocidade de 26 ppm, em preto e em cor, e a segunda, de 31 ppm. Atendem aos escritórios que buscam trabalhos em cores de alta qualidade e flexibilidade de mudar de impressões monocromáticas para cor. O menor tempo de aquecimento (10 segundos para PB e 15 segundos para cor) é que garante a alta velocidade desses equipamentos, que ainda oferecem conectividade, impressão em frente e verso padrão e duplex com praticamente a mesma velocidade da impressão simples. Com capacidade inicial de 650 folhas (bandeja de 550 folhas mais bandeja manual de 100 folhas) possui a opção de acrescentar uma ou duas bandejas de papel de 550 folhas adicionais. Também é possível transformar o equipamento em um multifuncional com o opcional IS200 e Image Scanner da Gestetner, que atende necessidades de cópias coloridas práticas e oferece distribuição eletrônica de documentos, com os recursos "Digitalizar para e-mail" e "Digitalizar para pasta".
Impressão corporativa: velocidade e qualidade Divulgação
A C752i alcança velocidade de 22 páginas por minuto tanto em preto quanto em cor. Tem capacidade inicial de 630 folhas
DSc460 com Fiery E7000 é uma multifuncional colorida de alta performance, com velocidade de cópia e impressão de 60 ppm em preto e 45 ppm em cor. Compacto e simples de utilizar, o produto apresenta recursos de impressão, cópia e digitalização em cor e PB. Ideal para grupos de trabalho em rede, com tarefas de grande porte, apresenta recursos profissionais de acabamento, podendo produzir livretos, alcear e grampear documentos de 50 ou 100 folhas. Devido a sua versatilidade, suporta papel A3+ e gramaturas até 253 g/m2. A DSm755 (R$ 49.889) é um
sistema de imagens digitais. Trata-se de uma multifuncional com recursos avançados, que incluem altos volumes de cópia, impressão sob demanda, digitalização em rede e o gerenciamento simplificado de documentos, tudo isso combinado com facilidade de uso, rapidez e eficiência. Apresenta velocidade de impressão de 44 ppm com qualidade de impressão de 1.200 dpi e duplex automático com alimentador de originais com scanner de leitura dupla de uma única passada. O produto tem capacidade de alimentação padrão de 4.300 folhas podendo chegar a 8.300 com os módulos adicionais,
com gramatura até 216g/m2 (bandeja manual) para papel/cartão. Seus módulos de acabamento profissional permitem produzir livretos, grampear e inserir capas pré-impressas, minimizando os trabalhos realizados fora da empresa. O equipamento possui funcionamento intuitivo através do painel LCD de grandes dimensões e apresentações simplificadas, e distribuição eficiente dos arquivos em suporte digital através das funções scan para email, scan para arquivo e scan para URL (Internet e Intranet). Já a DSc525 (R$ 26.884) é uma multifuncional de produção colorida, que reúne impressão, có-
pia, scanner e fax. Oferece impressão de cor de conveniência, ou seja, paga-se pela cor apenas quando esta for utilizada. Com este produto é possível pagar pela impressão PB o mesmo que se pagaria em um equipamento similar monocromático. Apresenta velocidade de 25 ppm tanto para cor como monocromático e resolução de 600 dpi, com tempo de aquecimento inferior a 45 segundos. Sua capacidade de alimentação de papel é de 1.100 folhas padrão, podendo chegar a 3.100 com as bandejas adicionais. No bypass pode trabalhar com papéis de gramatura elevada, chegando a 257g/m2. (CO)
As laser coloridas da Gestetner diferenciam-se pela velocidade de impressão
Copiadora e duplicadoras
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DSm715 é uma copiadora digital com preço sugerido de R$ 3.832. Projetada para atender o mercado de pequenos e médios escritórios, o equipamento é compacto e de baixo custo, produz cópias nítidas e rápidas, com velocidade de 15 ppm e resolução de 600 dpi em papéis de diversos formatos até tamanho A3. Com aquecimento rápido em menos de 20 segundos e memória padrão de 16 MM, é possível copiar até 30 originais de cada vez, usando o alimentador automático de originais opcional, e produzir conjuntos de diversos originais em uma só operação, fazendo o alceamento destes jogos. Tem capacidade de alimentação de 250 folhas pela bandeja padrão e 100 folhas pela bandeja manual, baixo nível de ruído e painel de controle intuitivo. O Duplicador Digital 6123L, com preço estimado em R$ 5.181, oferece resolução de 300 dpi e velocidade de 60 até 90 ppm. Este duplicador foi projetado para um volume mensal de até 100 mil páginas. Apresenta conexão opcional com o computador através de interface USB; área de impressão A5, A4, Carta e Ofício; possibilidade de impressão em cores e gramatura de papel de 35 até 128 g/m2. Mais potente, o Duplicador Digital CP6143L (R$ 10.080) foi desenvolvido para atender um volume mensal de até 300 mil páginas, inclusive quando o ciclo de impressão está conectado, sendo ideal para pequenas gráficas. Tem resolução de 300 dpi e velocidade de 80 até 130 ppm, e apresenta conexão opcional com o computador através de interface USB; área de impressão A5, A4, A3, B4, Carta e Ofício; possibilidade de impressão em cores e gramatura de papel de 47 até 210 g/m2. (CO)
A distribuição de renda passa pela tecnologia Nos últimos dez anos a renda aumentou graças aos avanços tecnológicos Guido Orlando Jr. m dos maiores desafios de qualquer economia, principalmente nos países do terceiro mundo, é a distribuição de renda. Essa questão é tão antiga quanto a implantação do capitalismo e as teorias a respeito de qual a melhor maneira para que ela ocorra são inúmeras. Uns defendem que primeiro é preciso fazer o bolo crescer para depois distribuí-lo, mas parece que falta dinheiro para comprar o fermento. Outros dizem que ela jamais ocorrerá e que a concentração será cada vez maior. O que eu tenho sentido é que não ocorrerá uma coisa nem outra e esse problema será solucionado pelo mercado, que sempre encontra meios de ajustar-se às mais variadas situações. E uma forma de distribuição de renda real é a tecnologia. Nos últimos anos ela tem sido responsável por uma efetiva divisão do bolo, apesar de parecer o contrário. Muitos não irão concordar com essa afirmação, mas está provado que os desenvolvimentos tecnológicos criam muito mais empre-
go do que os elimina. Isso porque ele está presente em todos os setores da economia e os avanços em cada um deles impulsionaram esses mercados, trazendo progresso, aumento de receita para as empresas, com redução de custos. A li m en t os - Tome como exemplo a agricultura. O salto conseguido com a implantação de pesquisas conseguidas nos últimos 30 anos fez com que a produção de grãos atingisse um patamar impensável há 50 anos atrás, por exemplo. E isso graças ao desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente na área da genética de alimentos, processos de plantio, irrigação, colheita e transporte. Processamentos mais rápidos e confiáveis foram os responsáveis pelos avanços e pelo aumento de produção e empregos. Em pouco tempo, desde sua criação, esses avanços começam a permear as classes mais baixas e fazer com que a renda comece a ser diluída, ainda que de maneira um tanto tímida. Mas a tendência é que ela ganhe velocidade. Telefonia - Os telefones celulares pré-pagos são, até agora, uma das formas de distribuição de renda mais consistentes do mercado, pelo menos nos grandes centros e cidades de médio porte. Profissionais que prestam pequenos serviços tais como encanador, ele-
tricista, pedreiros, marceneiros e tantos outros autônomos fizeram do telefone celular a principal ferramenta de contato com seus clientes e praticamente todos eles têm um pendurado na cintura. Como eles precisam ser encontrados, a mobilidade conseguida com um celular fez com que aumentasse muito o serviço para essa classe de profissionais. Além dele, lançam mão dos cartões confeccionados em impressoras jato de tinta para divulgar o número de seus telefones. Com jeitinho, conversam com os zeladores dos prédios e deixam os cartões na portaria para serem entregue aos moradores. Duvido que você nunca tenha ligado para um deles para fazer um reparo qualquer em casa. E também tenho certeza que o atendimento foi mais rápido do que há alguns anos atrás. Ta x i s t a s - Outra categoria que se beneficiou dos pré-pagos é a dos motoristas de táxi. Não é raro um taxista, ao final da corrida, entregar um cartão também confeccionado em uma impressora jato de tinta, juntamente com o troco. E avisar que está à disposição para corridas ao aeroporto ou mesmo viagens. Da mesma forma, os motoboys já utilizam desse expediente e sempre deixam um cartão junto com a encomenda. Nele, estampado um número de celular.
Camelôs - Um outro exemplo vem de uma notícia me chamou a atenção há alguns dias: camelôs da cidade de São Paulo já aceitam cartões de débito automático e crédito como meio de pagamento. Dizia a notícia que isso aumenta as vendas, pois os compradores, geralmente de baixa renda e com ganhos menores que o mês, podem antecipar as compras. E a tendência é que isso se espalhe. Isso pode diminuir a informalidade. Além de compradores de baixo poder aquisitivo, consumidores com ren-
da maior podem ser atraídos. Imagine uma pessoa que passe em frente a uma barraca e precise comprar alguma coisa, mas que sempre adia uma ida à loja por falta de tempo. De repente depara-se com aquele produto na banca e, o que é melhor, pode pagar com cartão. Desde que esses profissionais sejam regularizados, será possível comprar e transferir na hora o dinheiro de sua conta para a do comerciante da calçada, cena que era considerada de ficção há apenas alguns meses atrás.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira e quarta-feira, 14 e 15 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
ANISTIA?
as necessidades do prédio melhor do que ninguém; fariam muito melhor, mas nunca opinam nem aparecem. Criticar é o melhor a fazer.
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PAULO SAAB OMISSÃO GERAL
Se a direita usasse a Justiça como arma política, a esquerda sentiria no bolso uma perda insuportável. processo de indenização movido por César Teles e sua esposa Maria Amélia contra o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra é confessadamente um ato político, calculado para estimular outros militantes esquerdistas presos durante o regime militar, bem como seus descendentes, a que abram processos similares e mantenham acesa por tempo ilimitado a chama da “luta contra a ditadura”, que há vinte anos vem rendendo às organizações de esquerda incalculáveis lucros publicitários, políticos e financeiros. A tática jurídica adotada é restringir ex post facto a aplicação da lei de Anistia, mediante a alegação de que ela só preserva contra a punição penal, não contra ações cíveis, uma nuance que nunca foi explorada antes por ser demasiado rebuscada para ocorrer de maneira natural e espontânea seja ao legislador, seja aos possíveis acusados ou eventuais beneficiários. A idéia do processo nasceu claramente de uma artificiosa investigação de brechas possíveis que permitam eternizar os ganhos da autovitimização esquerdista. Para os que combateram o terrorismo, bem como para os familiares dos que morreram nesse combate, tudo é um passado doloroso que deve ser esquecido.
O Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
ara os esquerdistas, é um futuro repleto de promessas: há muito dinheiro nos cofres públicos que ainda não foi gasto em indenizações e muitas manchetes que ainda não foram escritas para a glória do terrorismo nacional. Há uma diferença substantiva entre a reivindicação sincera de quem se sente prejudicado e o ativismo judicial que visa a espremer até depois da última gota o limão das vantagens possíveis. Não é preciso colocar em suspeita a lisura de intenções do casal Telles em particular, pois a má-fé é o pressuposto geral de toda a instrumentalização esquerdista dos “anos de chumbo”. O que ninguém parece ter notado é que, se o argumento da acusação for aceito pela Justiça, ele abrirá um precedente para que as vítimas e familiares de vítimas de atentados terroristas movam ações similares contra os membros de organizações esquerdistas que apoiaram a “luta armada”, inclusive, é claro César Telles e Maria Amélia Telles. Como dire-
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tores da gráfica do PC do B, partido maoísta, os Telles foram, além de auxiliares do terrorismo nacional, também cúmplices morais do genocídio chinês, podendo ser acusados, pelas leis internacionais, de crimes contra a humanidade, como acontece com os apologistas até mesmo retroativos do regime nazista. Só escaparam disso até hoje porque não existem no Brasil organizações de direita e, se existissem, dificilmente seriam mesquinhas ao ponto de tentar explorar politicamente cada crime real ou imaginário cometido pelos comunistas quatro décadas atrás, como os comunistas não se vexam de fazer, com tenacidade incansável, contra seus adversários. caso em particular da reclamação contra o coronel Brilhante Ustra, o juiz encarregado do processo terá de ser um campeão de autocontrole, um verdadeiro asceta espiritual, para resistir à pressão da mídia que já prejulgou e condenou o acusado. Mesmo aquelas raras publicações que não chamam o militar diretamente de “torturador”, negando-lhe o direito de ser considerado inocente até prova em contrário, recusam-se obstinadamente a publicar qualquer das alegações que ele apresenta em sua defesa no livro A Verdade Sufocada. Entrevistá-lo, então, é hipótese proibida e impensável nesses primores de idoneidade que são os grandes jornais e canais de TV deste país. Quando eles choramingam que estão sendo oprimidos pela militância petista, fazemno com sobra de razão, exatamente como a esposa fiel que, depois de fazer to-
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dos os sacrifícios possíveis pelo bem do marido, ainda leva uns tapas do semvergonha. as, de modo geral, as vítimas do terrorismo estão colocadas numa posição juridicamente mais que favorável para exigir indenizações de seus algozes, já que o dano que sofreram foi imensuravelmente maior que o de qualquer comunista ou pró-comunista dos anos 60-70. Em primeiro lugar, na época não agiam em nome de organizações ilegais, mas em obediência aos códigos militares e policiais que regiam o combate ao terrorismo. Mesmo que tenham cometido abusos e devam pagar por eles, resta o fato inquestionável de que esses desvios criminalmente imputáveis ocorreram no exercício de funções que eram, em si, perfeitamente legais, ao passo que o s t e r ro r i s t a s , m e s m o quando se comportavam com honra e se esquivavam de participar de atrocidades como o assassinato de um prisioneiro a coronhadas pelo chefe guerrilheiro Carlos Lamarca, estavam envolvidos numa atividade essencialmente ilegal e criminosa, com o agravante de agir a mando de organizações internacionais como a OLAS-Organización Latino-Americana de Solidariedad, fundadas e subsidiadas por algumas das ditaduras mais genocidas que já existiram no planeta. Em segundo lugar, as vítimas e familiares de vítimas do terrorismo foram alvo de tratamento abjetamente discriminatório por parte do governo esquerdista, que lhes recusou toda assistência e, quando lhes deu indenizações, tardiamente como aconteceu no caso da família do fale-
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Estepaiz por escrito s indignados leitores que reclamaram de "preconceito" do DC por causa da manchete estepaiz dá mais 4 anos a Lula são curiosos. Mentir, bajular o governo, exaltar a ignorância do presidente, não causa estranheza ou constrangimento, mas usar uma expressão tão cara a este senhor, ah, isto é um horror! É "preconceito lingüístico"! Fica decretado, portanto, que a partir
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de agora os jornais, revistas, blogs e quaisquer outros meios de comunicação deverão abolir de suas editorias e redações palavras que possam soar como "ofensivas" à Sua Excelência, cabendo única e exclusivamente a ele assassinar a língua pátria sob os aplausos do estúpido povo que o elegeu. Aos demais, o chicote e a mordaça. M.G., CAPITAL
cido sargento Mário Kozel Filho, foi mediante quantias miseráveis que, na comparação com a orgia financeira dos prêmios concedidos aos esquerdistas, somavam ao dano material o agravante moral da injúria. Isso quer dizer que, além de exigir indenização dos próprios terroristas, que hoje são poderosos e ricos, essas vítimas podem cobrá-la também do governo. Em terceiro lugar, a disparidade de tratamento que os mortos dos dois lados receberam na mídia é tamanha e tão patente, que ninguém pode em sã consciência deixar de enxergar nela uma das causas da injustiça governamental na distribuição de indenizações – o que significa que os órgãos de mídia também podem ser acionados como autores dos imensos danos morais infligidos às vítimas e descendentes de vítimas do terrorismo. m suma: para cada processo cível que os terroristas e seus parceiros possam mover contra seus supostos algozes, as vítimas do terrorismo têm munição para mover pelo menos três: contra os terroristas, contra o governo, contra as grandes empresas de mídia. Se houvesse organizações militantes de direita, e se estivessem conscientes da força do ativismo judicial como arma política, a dor que os esquerdistas sentiriam no bolso seria tão insuportável que, com imenso alívio, desistiriam de iniciativas como a do casal Telles e prefeririam investir suas energias na indústria nacional dos panos quentes. Enquanto os perseguidos pelo petismo não decidirem se organizar para um ataque judicial a seus algozes, em vão pedirão socorro divino. Até Deus precisa de motivação. Se você mesmo tem preguiça de reconhecer a gravidade da sua situação, e de agir em conseqüência, por que haveria o Altíssimo de se preocupar com você?
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OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA
G As vítimas do terrorismo estão colocadas numa posição juridicamente mais que favorável para exigir indenizações de seus algozes
cidadão brasileiro comum, médio, cumpridor de suas obrigações e respeitador dos direitos alheios, mesmo que não respeitem os seus, é um bom condômino. Sofre em silêncio, paga as contas e não se entusiasma em participar porque acha que não vai adiantar nada. Pior, pensa que se for a uma reunião, ainda vai sobrar para ele. Acabará tendo de dar (além da taxa) mais de si, seu tempo, paciência, para a causa da gestão do bem comum. Vai ser uma perda de tempo.
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uem mora em edifício, vive num condomínio, entende a imagem com facilidade. O Brasil é um grande condomínio. E, como ocorre na imensa maioria deles, as circunstâncias, guardadas por cautela as devidas proporções, se repetem. É raro encontrar alguém (eu nunca encontrei) que more em condomínio e diga aos quatro ventos: estou satisfeito com meu prédio. A administração é ótima, a taxa condominial é justa, não temos problemas de civilidade, urbanidade, os vizinhos não incomodam e não se incomodam com meu barulho, ninguém atrasa o pagamento, os funcionários são ótimos, o zelador é perfeito e tudo corre às mil maravilhas. normal é todos reclamarem de tudo. O zelador não trabalha direito. Os funcionários são despreparados e desatenciosos. A taxa de condomínio é um assalto. O síndico é ladrão e sua pobre mãe é mais xingada do que de árbitro de futebol. Ainda mais se ele mandar trancar a porta que separa, no térreo, os elevadores sociais e de serviço, porque todos apertam os dois botões ao mesmo tempo, gastando mais energia. Os conselheiros só estão lá para defender seus interesses pessoais. E a administradora só pensa em arrecadar. A conservação é calamitosa. Não se sabe o que fazem com a arrecadação extorsiva. A limpeza deixa a desejar e a decoração é velha e feia. Os vizinhos vivem invadindo sua área privativa, fazem da área comum sua área particular. Na garagem, param em sua vaga e deixam estacionar amigos e familiares em vagas de outros. É assim que nós, os comuns cidadãos brasileiros, enxergamos o Brasil-condomínio. Pode reparar o amigo leitor. Os condôminos que mais reclamam e são contra tudo que se propõe normalmente, são os que não participam das reuniões. Não atendem convocações. Não respondem pesquisas. Estão acima de tudo e enxergam
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ssim vai o Brasil. Os pagadores silenciados de impostos, taxas, sofrem e não participam do grande condomínio. Passam longe, ao largo, e criticam, xingam a valer o que está errado, sem aparecer para dar sua contribuição. Isso exige esforço, sacrifício ainda maior e não vai mudar nada. Assim vai o Brasil. Quando o síndico é eleito contra sua vontade reclama mais uma vez, mas nunca se move para se candidatar ou fazer campanha com os vizinhos em defesa do candidato que acredita ser o melhor síndico. Assim vai o condomínio e assim vai o Brasil. Os acomodados são sempre os primeiros a serem incomodados. Os omissos são voz crítica sem ação. Nem reação a não ser o lamúrio e a intriga. Os condôminos raramente se interessam por conhecer como funciona o condomínio. Que leis o regem, quais as responsabilidades do síndico, da administradora, dos conselheiros. Pouco se interessam pela realidade dos problemas e não sabem aonde vai parar a fortuna que pagam por mês. Chamado a comparecer some como se fosse o mal fugindo da cruz. Se o síndico e os conselheiros forem mal intencionados ou apenas mal preparados, jamais se interessarão em ensinar, explicar, educar, os condôminos para motivá-los à participação. Serão menos cobrados, ainda que xingados. E assim vai o condomínio Brasil...
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PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR
G O Brasil é
um condomínio onde os acomodados são sempre os primeiros a ser incomodados
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Fotografia Equipamentos Game Lançamento
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Game sempre muito esperado, o Fifa 07 está ainda mais realista. Você vai reconhecer os rostos.
FIFA 07: PARA TODOS OS FANÁTICOS POR FUTEBOL.
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Abrem-se as cortinas... Melhores passes, gráficos mais elaborados, rostos conhecidos: a Electronic Arts volta a lançar a nova versão de um de seus games de maior sucesso: FIFA. Não é que mesmo um espetáculo? Fábio Pelegrini
ão é apenas o sangue, a violência ou mesmo tiros para todos os lados que transformam os jogos para computador em campeões de vendas, mas a possibilidade de inovar e levar o jogador a ter a maior experiência possível. Desde a década de 90, é quase que um ritual sagrado – pelo menos para os amantes de games esportivos – aguardar que a Electronic Arts (EA) lance a nova versão de um dos seus games de sucesso: o FIFA. O seu destaque não é à toa, já que de lá para cá a empresa investe pesado nesse clássico simulador futebolístico, levando o jogador a uma verdadeira imersão aos mais belos estádios, além de vestir a camisa dos maiores clubes do planeta. É claro que a quantidade de licenças do FIFA é marcante e o ajuda, em grande parte, a ser um dos melhores do gênero. Afinal, são 27 ligas de 20 países, o que inclui até a segunda divisão de algumas nações. No total, são mais de 510 times, o que inclui os 20 clubes da série A do campeonato brasileiro, todos com seus uniformes e escudos corretos. Os nomes dos jogadores foram atualizados. Este ano não poderia ser diferente e desde o apito inicial, o FIFA 07 envolve o jogador com toda a emoção de uma temporada de futebol, recriando em seu computador o clima intenso dos estádios onde a bola rola. Entre as melhorias, os passes e o posicionamento em campo foram aperfeiçoados. Os jogadores brigarão pela bola de forma mais real e o novo modelo físico da pelota recria perfeitamente seu comportamento quando ela quica, rola e desliza. Os movimentos e as jogadas características de cada craque foram capturados para aumentar sua autenticidade no jogo. Apesar de ser facilmente jogado pelo teclado, um controle, do tipo gamepad, como aqueles que têm duas alavancas analógicas, ajudam muito, já que dá para fazer jogadas ensaiadas, usando a alavanca
Ronaldo Fenômeno: na jogada.
Estádios reais, em todos os detalhes.
analógica esquerda para aplicar efeitos na bola, obtendo assim toques mais criativos e chutes mais precisos. A Inteligência artificial também foi melhorada. É possível, por exemplo, ver que os jogadores procuram se desmarcar durante o ataque, de forma oi em uma festa que reuniu jornalistas, celebridades e especialistas, que a Microsoft finalmente anunciou o lançamento oficial no Brasil do seu videogame de última geração, o Xbox 360. O console é o primeiro da categoria a ser comercializado oficialmente no País e chega com jogos para diversas idades. Na verdade, a intenção de lançamento oficial do console no Brasil já havia sido anunciada desde maio, pelo próprio Bill Gates, durante palestra na E3 (Electronic Entertainment Expo), em Los Angeles, EUA. "Este lançamento reforça o compromisso e respeito da Microsoft com o mercado brasileiro, pois o Xbox 360 é o primeiro videogame de nova geração presente oficialmente no país. A comunidade gamer brasileira é enorme e muito desenvolvida e, portanto, merece a melhor experiência de uso de videogames", comenta Daniel Cervantes, diretor da divisão de jogos e entretenimento da Microsoft para a América Latina. O equipamento, que oferece entretenimento digital de alta definição e elevado nível de realismo, chega às lojas brasileiras em 1º de dezembro e será vendido em um pacote especial, que inclui controle sem fio, controle remoto, frente removível e três jogos: Perfect Dark: Zero (jogo de ação baseado no futuro), Kameo (game de aventura para crianças e adultos) e Project Gotham Racing 3 (famosa franquia de corrida de carros). Como "mestre de cerimô-
mais inteligente, procurando brechas do time adversário. As jogadas também são mais elaboradas, principalmente na armação do ataque pelo meio do campo, tocando mais e até mesmo arriscando alguns chutes. Apesar da melhora da IA, como as jogadas do goleiro pare-
Ronaldinho: ídolo também no game.
cer bem autênticas, com reações muito reais e uma maior variedade de defesas, sua atuação deixa a desejar em alguns momentos, permitindo verdadeiros frangos, aceitando chutes de longa distância. No nível de dificuldade mais elevado, é possível ver um certo individualismo
XBox 360 Entretenimento digital de alta qualidade chega no dia 1º de dezembro nia", sem revelar detalhes sobre investimentos em propaganda e expectativa de vendas no País, Milton Beck, diretor da divisão de jogos e entretenimento da Microsoft Brasil diz que "é um momento histórico não apenas na trajetória da Microsoft no mercado brasileiro de jogos e entretenimento, mas também para a indústria local que tem se mostrado promissora ano a ano. O lançamento do Xbox 360 no Brasil é resultado de um profundo estudo de mercado e de um investimento a longo prazo da companhia. O Xbox 360 transformará a diversão dos brasileiros e proporcionará uma experiência digital completa". A festa de lançamento do aparelho, na Blast, em São Paulo, na quinta-feira passada, foi bem agitada. Alguns artistas fizeram questão de jogar no Xbox 360, como o Junior, da dupla Sandy e Junior. Benefícios – A presença oficial do console no Brasil garante alguns benefícios aos usuários: a Microsoft ofere-
cerá garantia de um ano e atendimento técnico especializado. Além disso, o consumidor encontrará DVD região 4, manual e caixas em português, com promoções em parceria com o varejo. Questionado sobre a garantia para aqueles que já têm o aparelho, porém importado, Milton Beck foi bem claro que neste caso os consumidores devem procurar garantia onde compraram. "A garantia do aparelho será no país de origem". A versão do Xbox 360 lançada aqui conta com disco rígido de 20GB, para armazenar e transportar dados como fases dos jogos, músicas, vídeos etc; controle remoto; chip gráfico ATI de 500 MHz; três processadores simétricos, cada um rodando 3,2 GHz; 512 MB de memória; DVD player (região 4); duas entradas USB, para conexão de câmera, MP3 e outros; um controle sem fio, com alcance de 9 metros, e a entrada para até quatro controles.
Divulgação
Junior (da dupla com Sandy), com a namorada: aficionado.
dos jogadores. Som real – A qualidade sonora do game é perfeita. A torcida reage ao seu desempenho, sendo possível saborear cada vitória sobre os rivais históricos de seu clube ou conhecer o gosto amargo de jogar mal em seu próprio estádio. O jogador dePreço – É verdade que o preço do aparelho não será o seu forte, R$ 2.999, mas a Microsoft deverá manter uma ampla variedade de jogos a um preço mais atraente. Os valores de catálogo, aqueles que já foram lançados há algum tempo, deverá custar por volta de R$99 – pelo menos nesses 4 primeiros meses. A entrada do Xbox 360 no Brasil tem o apoio dos principais desenvolvedores de games, o que garantirá aos consumidores acesso não apenas aos da Microsoft Game Studios (MGS), mas também a outros jogos de sucesso, de empresas como Electronic Arts, Ubisoft, Activision, Atari, THQ, Take 2 e Konami, entre outros. Para o lançamento estarão disponíveis no varejo títulos como Gears of War, Ninety-Nine Nights, Call of Duty 3, Viva Piñata, Fifa 07, Need for Speed Carbon e Tony Hawk´s Project 8, entre outros. Gears of War, título que mistura ação tática com busca pela sobrevivência em terceira pessoa, é exclusivo para Xbox 360 e um dos mais esperados. Piñata – Outro título de destaque será o Viva Piñata, em português. Um jogo infantil que leva as crianças a descobrirem segredos de mais de 60 diferentes animais piñata (recheados de doces). O jogador é orientado a manter um jardim bem cuidado e deixar a sua piñata feliz e protegê-la de perigos. Em 2007, outros lançamentos de títulos muito aguardados estarão disponíveis aqui no Brasil, entre eles Halo 3, Forza Motorsport 2, Winning Eleven 2007 e Grant Theft Auto 4. (FP)
verá sentir de perto toda a atmosfera criada pelas torcidas, jogando em casa ou no estádio de seus adversários, enquanto o seu time luta para chegar ao primeiro lugar da tabela. Os gols e a posse de bola aumentam os gritos e cantos das torcidas à medida que seu time cresce no jogo, mas acabam silenciadas caso o time esteja tendo dificuldades na partida. Outro ponto será no que se refere a narração: houve substituição da dupla brasileira Milton Leite (SporTV) e Rogério Waughan (ESPN Brasil) por Nivaldo Prieto (Bands Sports) e Paulo Vinícius Coelho (ESPN Brasil). As vozes ficaram diferentes, mas as falhas continuam: narração artificial e pouca emoção. A qualidade gráfica é muito boa. A criação dos atletas está cada vez mais realistas e o número de detalhe dos rostos, dos estádios e jogadas impressiona. Mas vale lembrar que para ver esse número e detalhe será preciso ter uma boa máquina. O modo Dirigente também foi aperfeiçoado. Tudo é mais real agora: o dinheiro, o desenvolvimento das categorias de base, a imprensa e a reação da torcida. Experimente a pressão de viver no mundo dos dirigentes de futebol. Novidade deste ano: crie seu próprio clube. O modo multiplayer é de primeira. Enfrente até oito jogadores no Modo Galera do FIFA 07 e determine quem é o campeão. Um novo sistema de handicap equilibra o jogo e prepara o campo para a disputa definitiva pelo direito de dizer "Eu sou o melhor!" Esta é a temporada onde você faz a diferença. FIFA 07 – Distribuição: Electronic Arts. Configuração mínima: Windows XP ou 2000, processador 1,3 GHz, 256 MB de memória RAM, 1,2 GB de espaço livre em disco, DVD-ROM 8x, placa de vídeo aceleradora 3D de 64 MB usando um dos chipsets e placa de som, ambas compatíveis com DirectX9.0c. Idioma: manual e software em português. Faixa etária: livre. Preço sugerido: R$ 99,90
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira e quarta-feira, 14 e 15 de novembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
A LEI GERAL, DE VOLTA À PAUTA
A
G A Lei Geral da
Micro e Pequena Empresa tem um poder de reforma superior ao de muitas emendas constitucionais acarretar redução de até 40% da carga tributária de pequenas e microempresas. Como o projeto amplia o leque de setores que podem ser enquadrados (pré-escola, agência de viagens, agências tercerizadas dos Correios, auto-escolas, lotéricas, entre outras), avalia-se que entre 200 e 400 mil novas empresas poderão se habilitar imediatamente aos benefícios fiscais. O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) chega a dizer que nos primeiros anos de vigência da Lei será possível incorporar entre 10 e 11 milhões de empresas informais. Outras medidas importantes da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa dizem respeito à simplificação e unificação dos processo de abertura e fechamento de empresas. O projeto prevê a unificação dos processos federal, estadual e municipal de registro de empresas e reduz a exigência de documentos para a criação e encerramento de atividades.
Dois pontos controversos ainda podem ser alterados: a isenção das contribuições para o financiamento do Sistema S (SENAI, SENAC, SESI, SESC, SENAR E SEBRAE) e do salárioeducação, ambos hoje cobrados sobre o faturamento das empresas. Estima-se que os recursos do Sistema S poderão ser reduzidos em 15% (cerca de R$ 600 milhões por ano) e seus gestores (federações e confederações da indústria e do comércio) fazem intenso lobby para eliminar essa isenção, pelo menos até que se encontrem formas alternativas de financiamento. Do outro lado, os prefeitos querem manter o desconto do salário-educação. Outra crítica ao projeto é que ele limita a extensão dos benefícios a empresas prestadoras de serviço. Por exemplo, são vedadas as empresas prestadoras de serviço "decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios". Profissionais liberais que prestam serviços como pessoa jurídica também não são enquadrados na Lei. Há resistência também à incorporação na lei de novo programa de refinanciamento de dívidas tributárias de micro e pequenas empresas, batizado de Refis 4. A medida foi negociada entre as lideranças no Congresso, mas não malvista pela Receita Federal e poderá ser vetada pelo presidente. Não obstante a esses problemas, a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa é um exemplo louvável de uma legislação infraconstitucional com poder de reforma superior ao de muitas emendas constitucionais. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE ECONOMIA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
O Refis 4 poderá ser vetado pelo presidente
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO Céllus
Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (PLC 100/2006), conhecida como Supersimples, é uma prioridade da agenda do Congresso neste final de ano. Os valores que definem a micro (receita bruta anual inferior a R$ 240 mil) e a pequena empresa (receita bruta entre R$ 240 mil e R$ 2.400 mil) seriam revisados periodicamente por um Comitê Gestor de Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, que também terá a incumbência de gerir o sistema diferenciado de tributação a que essas empresas farão jus, formalizando inclusive sua entrada e saída do sistema. O Sebrae estima que o Supersimples poderá
PRESIDÊNCIA E INFRA-ESTRUTURA
Crise de governabilidade Q BENEDICTO FERRI DE BARROS
D
esnecessário ser profeta e até dispensável ser futurólogo para antecipar que a reeleição de Lula se iniciaria com uma crise de governabilidade que atingiria um clímax no que vinha ocorrendo antes do resultado do segundo turno. Os motivos são óbvios. Embora seja necessário um período maior para decantação da situação decorrente do segundo turno, o respiro proporcionado por ele não interrompe as investigações nem o fluxo das desastrosas descobertas que vinham sendo desvendados às vésperas do pleito, como a foto da dinheirama do dossiê Vedoin. Os detalhes escabrosos relativos à origem do dinheiro procrastinados pelos altos poderes secretos da República poderão vir a furo nesse período. E se isso ocorresse, e não obstante Lula viesse a ser o vencedor da eleição, repetir-se-ia de forma agravada o quadro da eleição anterior, em que Lula foi vencedor, mas o PT perdedor. Um PT traidor, que no primeiro mandato perdeu todos seus próceres e se acha totalmente esfacelado. Na primeira eleição ele já se mostrava incapaz de assegurar a maioria no Congresso, indispensável à realização da promessa eleitoral de "mudar tudo o que aí estava". Duas coisas principais resultaram dessa situação. A primeira foi o inominável expediente de comprar essa maioria com o fraudulento esquema do mensalão. A segunda foi que, apesar disso, a macropolítica econômica, em lugar de mudar, exacerbou a nível patológico, os rumos da política existente, principalmente na área macroeconômico-financeira. Daí resultaram duas coisas principais: no setor partidário, o agravamento das dissenções ideológicas internas do PT, com trincas e rachas importantes, como as exemplificadas pelo afastamento de Cristovam Buarque e de Heloísa Helena. No campo econômico, o resultado foi o vexatório desenvolvimento do PIB, inferior à metade do desempenho mundial e só superior ao do Haiti. No campo político, a debandada da cúpula de É
seus próceres, que se escafedera à primeira e irrespondível acusação levantada por um seu desafeto. No campo social, nada mais foi feito do que avançar nas linhas assistencialistas iniciadas pelo governo anterior, com distorções que a longo prazo agravam seus defeitos. Como o bolo econômico minguou em lugar de crescer, o distributivismo de renda assistencialista para classes mais baixas se fez às custas das classes médias. Em síntese, o governo que viera para mudar tudo o que aí estava não passou de um repeteco caricato do que o antecedera, com o agravamento da corrupção endêmica do sistema, a transformação dos "300 picaretas" em centenas de mensaleiros, o louvor e satisfação dos banqueiros internacionais e o estrondoso lucro dos nativos a custo dos setores produtivos. Seria simplesmente grotesco se não chegasse às raias do criminoso em numerosos episódios que, quatro anos após, continuam sem apuração, como, para citar apenas um fato, o assassinato do prefeito de Santo André. Lula herdaria os frutos do que plantou, com sua omissão como administrador e presidente, ausente do Palácio do Planalto, das reuniões ministeriais que não fez, e da simples e mera omissão de suas obrigações presidenciais, preferindo passear no Aerolula e subir aos palanques da reeleição.
O
problema da governabilidade explodiria desde o primeiro dia de sua investidura. Com os resultados que aparecerem com o desenrolar das investigações de fraudes e crimes que ele chama de erros, com as defecções e desmanches de um PT (cuja sigla hoje poderia denominar o Partido dos Traidores), com as perdas políticas no cenário internacional e interamericano e as econômicas nos setores produtivos internacionais, como se sustentaria Lula na cadeira presidencial? Quem pariu Mateus que o embale? A saber se esse seria um Mateus embalável ou inabalável, com a seqüela das investigações em curso.
grotesco, se não criminoso, que vários episódios continuem sem apuração
Inadimplência tributária HATIRO SHIMOMOTO
A
té o advento da CPMF (antiga IPMF), era prática comum entre os escritórios de contabilidade, tendo em vista uma prestação de serviços diferenciada para os seus clientes, o controle e o recolhimento dos impostos para seus clientes. Nessa época os escritórios que ofereciam mais esse serviço, não só controlavam o recolhimento avisando do vencimento, mas até recolhiam os impostos seus clientes. Depois, os escritórios foram obrigados a repassar o custo do IPMF aos valores ressarcidos pelos clientes e esses passaram a achar custoso pagar duas vezes, pois tinham de pagar novamente ao remeter os valores ao escritório de contabilidade, obrigando os escritórios a enviar as guias de recolhimento aos clientes. É certo que muita coisa mudou. Nessa época havia prazo de recolhimento de até 40 dias para alguns tributos. Acrescido ao fato de não ter mais o auxílio de contadores, o aumento da carga tributária - que em 1994 era de 29,8% do PIB (fonte IPEA) e em 2005 saltou para 37,7% do PIB (fonte Diário do Comércio) -, fez crescer também as obrigações acessórias, que oneraram ainda mais a prestação de serviços contábeis e, conseqüentemente, o controle das arrecadações para a maioria das pequenas, médias e algumas grandes empresas. Com o aumento do controle da arrecadação temos visto recordes de arrecadação sem a contrapartida na diminuição da carga tributária, comprometendo a cada dia o fluxo de caixa das empresas e aumentando cada vez mais a inadimplência tributária. Devido ao crescente aumento da inadimplência tributária, nos últimos seis anos foram criados três planos de refinanciamentos de dívidas tributárias federais, conhecidas como Refis (Refis I em 2000, Refis II em 2003 e Refis III em
2006). Além destes programas do governo federal, houve também anistia no Estado e até na prefeitura do município de São Paulo, que em 2000 lançou seu primeiro Refis e agora voltou a usar do mesmo expediente. Para poder competir na globalização, os empresários foram obrigados a se atualizarem e tiveram de optar entre recolher os tributos ou investir. Como o contribuinte deixou de recolher seus impostos e tributos, optando por investimentos, pode-se visualizar nos demonstrativos financeiros que enquanto o ativo cresce, em contrapartida cresce também o passivo fiscal das empresas. O problema desta inadimplência é perigosíssimo dentro do cenário empresarial, pois a carga tributária está muito pesada para o contribuinte, não lhe permite arcar com o pagamento de seus impostos e contribuições. Em um futuro próximo estas empresas deixarão de existir. Os empresários fecharão seus estabelecimentos e partirão definitivamente para a informalidade.
E
é com isto que o governo tem que se preocupar, encarando esta cruel realidade e procurando uma alternativa viável, ou seja, fazendo a tão sonhada reforma tributária, diminuindo as obrigações acessórias, diminuindo os prazos de recolhimento dos tributos, flexibilizando a legislação tributária e cortando impostos e contribuições criadas nos últimos anos. O que jamais deveria acontecer neste trágico cenário é a criação de novos impostos ou contribuições provisórias como a CPMF que, criada provisoriamente por 24 meses, passados mais de 10 anos ainda está aí. HATIRO SHIMOMOTO É CONSELHEIRO DO SESCON-SP
N os últimos 6 anos foram criados três planos de refinanciamento de dívidas
uem criou o Ministério da Infra-Estrutura foi o presidente Fernando Collor de Mello, nomeando para o cargo um técnico de reconhecido valor, Ozires Silva. Depois do impeachment, não se cogitou mais a infra-estrutura, que ficou no domínio das estruturas e como tal foi atacada pelos titulares de ministérios. Volta agora a infra-estrutura, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai indicar como prioridade, para conduzi-las ao termo final. Tenha-se presente que são numerosas, pois é hábito políticopartidário, principalmente em época de eleição, iniciar obras de infraestrutura e deixá-las inacabadas para um sucessor de boa vontade e interesse em terminá-las. Lula não conhece o problema das infra-estruturas, mas deve tê-lo visto ao menos por observação passageira em seu périplo de propaganda política para à reeleição. a imensidão do Brasil há infraestruturas começadas, adiantadas e quase finais, com as quais se gastou muito dinheiro e não se sabe se serão aproveitadas ou não, pois essas obras têm como finalidade salvar o candidato com os olhos bem abertos para as urnas que lhe darão o mando por mais um período de governo. Exatamente o caso brasileiro. Daí a manchete do Diário do Comércio de 8 de novembro: "Lula agora só pensa em infra-estrutura". Ele está bracejando neste mergulho infra-estrutural e vai procurar abarcar todos ou a maioria para cumprir o prometido.
N
presidente aproveita para conhecer o que os técnicos chamam de infra-estrutura e escolher os projetos que devem ter prioridade na execução e as empresas construtoras que executarão seus planos de obras. Isso se forem administrados corretamente, segundo a prioridade necessária para a conclusão de obras a serem executadas.
O
JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G É hábito
políticopartidário iniciar obras de infra-estrutura e deixá-las inacabadas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
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Política LULA EM CAMPANHA. O
Eu conheço o tipo de críticas que fazem a você (Hugo Chávez). É a mesma que faziam a mim. Presidente Lula
Gilberto Nascimento / Agência Câmara
NA VENEZUELA.
Presidente participa da inauguração de uma ponte rodoferroviária no país vizinho – apenas um pretexto para sair às ruas e reforçar pessoalmente a campanha de Hugo Chávez à reeleição. Lula também comemorou a vitória de Daniel Ortega na Nicarágua e disse que Deus quis a vitória da esquerda na América Latina. AFP
Chinaglia: petista está, de novo, na corrida pelo comando da Casa.
DISPUTA PELA CÂMARA É AINDA MAIOR
A
dois meses e meio da posse do novo Congresso, a disputa pelo comando da Câmara dos Deputados entre os partidos aliados está no centro das negociações ministeriais tocadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo cargo na linha sucessória da Presidência da República, a presidência da Câmara ficou ainda mais importante com o afastamento do vice-presidente da República, José Alencar, que está nos Estados Unidos em tratamento de saúde. A aliados, o presidente Lula tem confidenciado que quer manter Aldo Rebelo (PC do BSP) na presidência da Câmara, com a recondução de Renan Calheiros (PMDB-AL) no comando do Senado. Neste cenário, o PMDB seria compensado com um espaço maior. O partido abriria mão do comando da Câmara uma vez que cabe a ele ficar à frente das duas Casas. Afinal, o PMDB foi o partido que mais elegeu deputados e senadores. "Não é natural que o PMDB tenha a presidência das duas Casas", observa, no entanto, o líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA). Os petistas reivindicam o comando da Casa para eles. O mais cotado para entrar na disputa é o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Na eleição de 2005, seu nome era o preferido dos líderes de partidos aliados para presidir a Câmara. Mas o escolhido foi Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), derrotado por Severino Cavalcanti (PP-PE). (AE)
IDELI QUER O PT LÍDER NO SENADO
A
líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), quer que o cargo de líder do governo na Casa, atualmente ocupado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), volte para o PT em 2007. Outro pedido é que, no segundo mandato, o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva tenha mais diálogo com os aliados no Senado. "Vou pedir que o presidente nos ponha na sua agenda", disse. Ideli afirmou que na última quinta-feira comunicou ao chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Gilberto Carvalho, o desejo da bancada de senadores petistas de ficar à frente da liderança do governo. O nome mais cotado é o do senador Tião Viana (PT-AC), que tem bom trânsito na oposição. A expectativa dela é a de que agora, depois da crise política que abalou o mandato de Lula, ele mude a forma de relacionar-se com o Congresso. Essa relação, diz, deve ser diferenciada, mesmo porque a Casa é integrada por políticos de expressão, como ex-ministros e ex-governadores. (AE)
Companheiros: Lula e Chávez se cumprimentam durante evento que, na prática, funcionou como plataforma da campanha chavista.
REBELO DEFENDE UM PACTO Presidente da Câmara pede o fim da guerra fiscal e redução da carga tributária para estimular crescimento Sérgio Castro / AE
O
até então presidente da República em exercício, Aldo Rebelo, defendeu ontem o fim da guerra fiscal no País. Em palestra na Fundação Mário Covas, em São Paulo, Rebelo destacou que é fundamental acabar com a guerra fiscal, reduzir a carga tributária e realizar o pacto federativo como alavanca para que o Brasil seja mais competitivo. "Precisamos enfrentar a dura concorrência internacional", argumentou. Sobre a necessidade de um pacto federativo, bandeira levantada por alguns líderes tucanos, como o governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves, ele destacou: "Só alcançaremos a alavanca da competitividade pelo pacto federativo, que dê a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus." Depois da palestra na fundação, Rebelo destacou a crença na colaboração que o PSDB pode dar às reformas que o Brasil precisa. "O PSDB teve um papel construtivo na solução da guerra fiscal no País, ao fazer concessões importantes na redução da sua fatia na carga tributária. Eu acredito que o PSDB terá uma posição construtiva nas matérias de interesse do País e do povo brasileiro", afirmou. O presidente em exercício foi evasivo ao falar da presidência da Câmara dos Deputados, uma vez que, de acordo com informações de bastidores, ele pretende ser reconduzido para o segundo mandato na direção da Casa. Rebelo afirmou apenas que o PMDB tem direito de reivindicar a presidência e admitiu: "Nenhum governo hoje pode fazer maioria sem a participação do PMDB." Ainda a respeito da guerra fiscal, o presidente disse que este é o momento adequado para se discutir esta e outras questões de interesse do País.
Em ninho tucano, Aldo Rebelo diz que pacto federativo é essencial para que o País adquira maior competitividade e possa enfrentar a concorrência externa em padrões mais elevados de produtividade, em todos os níveis.
"O Congresso Nacional deve ser o ambiente para que essas discussões ocorram", afirmou. Sobre a interinidade no governo, Rebelo disse que a breve passagem no cargo é um testemunho de que a democracia é possível no Brasil. "Sou apenas um cidadão a quem a Constituição atribui a função de substituir o presidente da República", disse. O presidente disse que a atitude ideal de um substituto do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva na função deve ser a
máxima discrição. Rebelo também desejou que o vice-presidente reeleito José Alencar, que está em tratamento médico nos Estados Unidos, se restabeleça, rapidamente. Na conferência, o presidente falou para uma platéia composta, basicamente, de líderes tucanos. A ex-primeira-dama do Estado de São Paulo, Lila Covas, também estava presente no evento. Depois desta agenda, Rebelo seguiu para um almoço com empresários e líderes po-
líticos, a maioria formada por tucanos, na sede social do Jockey Clube da capital. O centro da cidade, onde fica a sede social do Jockey Clube, viveu um momento de pequeno tumulto, com a chegada da comitiva presidencial, e alguns curiosos acreditavam que era Lula quem vinha para o evento. A agenda de Rebelo no município havia sido fechada há algum tempo, antes de ele saber da interinidade na administração federal. (AE)
presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva apoiou ontem, publicamente, em Ciudad Guayana, na Venezuela, a candidatura à reeleição do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e festejou o retorno do presidente eleito da Nicarágua, Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação, ao poder. Ao ocupar o mesmo "palanque eleitoral" de Chávez, o foco da atenção de cerca de 30 mil presentes reunidos para a inauguração de uma ponte rodoferroviária, Lula declarou que, assim como ele, tornou-se uma "vítima da incompreensão e do preconceito" da imprensa, do empresariado, dos banqueiros e de ex-governantes do Brasil durante a campanha eleitoral. Com a finalidade de atacar os meios de comunicação brasileiros, o presidente reeleito mencionou a impressão desfavorável, durante a primeira viagem oficial à Venezuela, em 2003, deixada pelas "agressões" da imprensa daquele país a Chávez. "Eu jamais imaginei que isso podia acontecer no Brasil. Aconteceu o mesmo, querido companheiro", afirmou, num discurso. "O mesmo povo que elegeu a mim, que elegeu (o presidente da Argentina) Néstor Kirchner, o Daniel Ortega, o ( p re s i d e n t e da Bolívia) Evo Morales, c er ta m en te , O mesmo irá te eleger povo que presidente da elegeu a República da Ve ne zue la ", mim, o c o m p l e t o u , Kirchner, o d i ri g i n d o- s e Ortega e o a Chávez, sob Evo Morales, gritos eufóriirá te eleger . cos da popuLula lação vestida de vermelho. O papel assumido por Lula de cabo eleitoral da campanha do presidente da Venezuela, que disputa com o candidato a presidente Manuel Rosales a eleição do dia 3, tornou-se preponderante nesta visita oficial exterior – a primeira desde a reeleição, no dia 29. O palco do comício foi armado durante a inauguração de uma ponte rodoferroviária construída pela companhia Odebrecht com financiamento do governo venezuelano - na versão de Lula, com créditos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A fala dele retomou chavões ácidos da campanha eleitoral. Lula, novamente, despertou a polarização entre as elites e as camadas mais pobres no Brasil, bem como renovou os ataques à imprensa – à qual prometera uma melhoria de tratamento logo depois de reeleito. Essa posição do presidente deu-se no dia da demissão do ex-chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República Luiz Gushiken, uma das autoridades mais críticas da postura do governo em relação à mídia. "Neste país acontece exatamente o mesmo que no Brasil. Eu conheço o tipo de críticas que fazem a você. É a mesma que faziam a mim", afirmou Lula a Chávez, no discurso. "Os banqueiros ganharam muito dinheiro no Brasil e, certamente, ganham muito aqui na Venezuela. Alguns empresários ganham muito dinheiro aqui, como ganharam muito dinheiro lá. Mas, se tiverem de optar entre você e o outro, que seja mais próximo deles, não tenha dúvidas que o preconceito fará com que eles estejam do lado de lá", completou, alheio à presença do empresário Emílio Odebrecht entre os convidados. Lula assinalou que foi escolhido de novo pela "generosidade do povo", e destacou: "Quis Deus que nós tivéssemos uma América Latina e uma América do Sul um pouco diferenciadas". (AE)
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Tr i b u t o s Empresas Finanças Agronegócio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
TESOURO QUER MAIS PAPÉIS PREFIXADOS
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bilhões de reais era a carteira de crédito do Banco do Brasil no fim de setembro
GANHO FOI RECORDE NO PERÍODO DE JANEIRO A SETEMBRO, COM CRESCIMENTO DE 40,4%, MOSTRA BALANÇO
BANCO DO BRASIL LUCRA R$ 4,79 BI
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Banco do Brasil teve lucro líquido de R$ 907 milhões no terceiro trimestre, contra ganho de R$ 1,438 bilhão no mesmo período de 2005. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o resultado positivo é recorde, totalizando R$ 4,796 bilhões, com alta de 40,4%. O número corresponde a um retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado de 35,9%. A cifra, contudo, foi alcançada graças a itens não-recorrentes com efeito positivo no balanço, que somaram R$ 2,379 bilhões de janeiro a setembro, ante R$ 712 milhões em igual intervalo de 2005. O principal fator foi um acordo sobre paridade na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do BB. No terceiro trimestre, a queda do lucro é explicada, principalmente, pela comparação com o ganho extraordinário de R$ 565 milhões do mesmo período de 2005. Desconsiderados esses efeitos, o resultado do terceiro trimestre teria caído cerca de 5% na comparação anual. O índice de retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado foi de 19,8% no terceiro trimestre. O resultado bruto da intermediação financeira somou R$ 2,501 bilhões. Crédito — A carteira de crédito estava em R$ 118,349 bilhões no final de setembro, o que representa avanço de 4,6% sobre junho e de 16,3% em relação a dezembro de 2005. O gerente de Relações com In-
vestidores do BB, Gilberto Lourenço da Aparecida, prevê que o BB termine 2006 com alta entre 20% e 23% da carteira. Ele disse que as perspectivas para 2007 serão apresentadas em reunião da diretoria do banco com analistas no próximo dia 30, em São Paulo. Ainda assim, o executivo afirmou que vê espaço para que o crédito continue a crescer no mesmo ritmo, beneficiado pela queda dos juros e pelo alongamento dos prazos das operações. Outra aposta do BB no próximo ano será a oferta de empréstimos para compra de imóveis, linha que o banco não oferece. No terceiro trimestre, junto com o aumento da carteira, veio a piora da qualidade do crédito: as operações de empréstimo classificadas entre "AA-C" passaram de 89,5% em setembro de 2005 para 87,6% em setembro passado. O patamar está abaixo dos 89,6% do sistema financeiro nacional. As provisões para a carteira de crédito somaram R$ 8,2 bilhões em setembro, ante R$ 7,7 bilhões no fim do terceiro trimestre de 2005, acompanhando o agravamento de risco na carteira rural e crescimento de volume nas carteiras de crédito para pessoas físicas e jurídicas, de acordo com o banco. O BB continua líder em número de clientes. O banco encerrou setembro com 24,1 milhões de correntistas. Os ativos estavam em R$ 281,6 bilhões, montante superior aos R$ 273,8 bilhões de junho. (Reuters)
Bancos já ganharam R$ 11,2 bilhões neste ano
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lucro líquido dos quatro maiores bancos do País — Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Unibanco — somou R$ 11,2 bilhões entre janeiro e setembro, segundo a Austin Rating. O resultado é 1,1% inferior ao de igual período de 2005, quando as instituições ganharam R$ 11,3 bilhões. Com isso, o retorno médio sobre o patrimônio líquido recuou de 25,4% para 20,3%. Mas a queda registrada no período está longe de ser um indicativo de deterioração dos resultados do setor financeiro. Ao contrário. Por causa da exuberância dos lucros nos últimos trimestres, os bancos puderam fazer amortizações integrais de ágios provenientes de aquisições realizadas no passado, afirmou o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues. Com isso, as instituições limpam seus balanços e não têm de ficar explicando to-
dos os trimestres o motivo da redução dos lucros. Conforme a legislação brasileira, a amortização de ágios pode ser feita num período de dez anos e pode ser abatida do Imposto de Renda, obedecendo alguns limites estabelecidos. Amortizações — O Itaú foi o primeiro banco a anunciar a amortização integral do ágio pela aquisição do BankBoston. A operação reduziu em 20,8% o lucro em relação a igual período de 2005, para R$ 3 bilhões. Sem o efeito da operação, o ganho atingiu a invejável cifra de R$ 4,8 bilhões. O mesmo ocorreu no Bradesco, que decidiu amortizar aquisições, como a do American Express (Amex) e do Banco do Estado do Ceará (BEC). "Apesar de reduzir o lucro agora, a amortização dá mais transparência ao banco e abre espaço para resultados ainda melhores", afirmou. (AE)
Servidores têm até o dia 30 para abrir contas
Tasso Marcelo/AE
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Segundo o diretor-presidente Márcio Cypriano, Bradesco pode investir fora do País em dez anos
Bradesco pode investir no exterior
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Bradesco, o maior banco privado do País, poderá dar início a um processo de internacionalização nos próximos dez anos, segundo adiantou ontem o presidente da instituição, Márcio Cypriano. "No curto prazo não temos interesse em sair do Brasil para fazer varejo. Mas no médio para longo prazo, olhamos essa possibilidade." Ele acrescentou que hoje no Brasil "ainda há um bom espaço para o banco percorrer", já que dos 80 milhões de pessoas economicamente ativas, 42 milhões não têm acesso a bancos. Mas, segundo Cypriano, "nos próximos dez anos" os investimentos do Bradesco no exterior podem ocorrer. "Quando o mer-
cado no Brasil começar a diminuir muito, vamos olhar para fora", afirmou. Cypriano participou da 40ª Assembléia Anual da Federação Latino Americana de Bancos (Felaban), no Rio de Janeiro. Indagado sobre quais os destinos preferenciais para os possíveis novos investimentos, Cypriano chegou a citar a África e a Índia. "Mas isso é muito incipiente. É o que estou pensando para dez anos e só tenho mais três de presidência executiva do banco", disse. O presidente do Bradesco afirmou também que o mercado bancário brasileiro está muito bem definido e, por isso, não vê fortes perspectivas de aquisições. Ele disse que 50% do mercado está nas
mãos de bancos oficiais, outros 30% com bancos nacionais e 20% com estrangeiros. Caçador — Sobre possíveis interesses de compra do Bradesco por outras instituições financeiras, especialmente estrangeiras, Cypriano disse que o valor de mercado do banco subiu de US$ 6 bilhões para US$ 37 bilhões num período de quatro anos. Segundo ele, com isso, "cresce a possibilidade de ser mais caçador do que caça". "Por isso, não descartamos a possibilidade de ir para outros países, mesmo que não seja a intenção no momento." Cypriano afirmou que a queda dos juros também interessa às instituições financeiras, pois eleva a segurança das operações. (AE)
Kawall: reservas de US$ 80 bi
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secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall confirmou ontem que as reservas internacionais devem superar US$ 80 bilhões nesta semana, nível recorde para o País, após a emissão de US$ 1,5 bilhão feita na semana passada. Ele participou da 40ª Assembléia Anual da Federação Latino-Americana de Bancos (Felaban). Kawall disse defender reservas internacionais sólidas como a melhor maneira de garantir que a inflação se mantenha reduzida em médio e longo prazos. O secretário ressaltou que o governo está discutindo corte de seus gastos correntes e disse considerar funda-
mental que essa redução ocorra, mas não quis dar detalhes sobre como será feita. "Essa questão está sendo discutida e no momento oportuno, com o aval do presidente da República, o corte será anunciado. Estamos analisando as opções", afirmou. Opção errada — Ele defendeu a diminuição das despesas públicas também para permitir o aumento do investimento público. Para o secretário, "reduzir gasto público visando à elevação do superávit primário seria a opção errada". Ele disse também que é muito possível que em 2007 o governo tenha papéis prefixados de dez anos sendo lançados no mercado interno." Segundo
Kawall, no primeiro semestre de 2007, os títulos prefixados devem superar os indexados à taxa básica de juros na dívida pública interna. O presidente da Felaban, Juan Antonio Niño, e a Coordenadora do Comitê LatinoAmericano de Assuntos Financeiros (CLAAF), Liliana Rojas-Suárez, criticaram os impostos sobre transações financeiras na América Latina, como é a CPMF no Brasil, por encarecerem as transações e dificultarem a bancarização da população. Para ela, a falta de acesso de parte da população ao sistema bancário é um problema que não vai se solucionar por completo enquanto houver pobreza. (AE)
o 1,2 milhão de funcionários públicos do Estado de São Paulo, considerando ativos, aposentados e pensionistas, 170 mil ainda não oficializaram a migração de suas contas correntes do Santander Banespa para a Nossa Caixa, como prevê o decreto assinado pelo governador Cláudio Lembo (PFL) em julho passado. Os números foram divulgados ontem pela Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz-SP). Os retardatários, segundo o coordenador do processo de migração da Sefaz, Antonio Carlos Figueiredo, têm até o próximo dia 30 para abrir a conta ou enfrentarão dificuldades para movimentar salários e benefícios. Figueiredo afirmou que nenhum funcionário ou pensionista deixará de receber, mas o crédito será feito na agência da Nossa Caixa mais próxima ao do posto do Santander Banespa onde antes recebia os rendimentos. "Ele terá de se dirigir à agência com os documentos, abrir a conta e, assim, movimentar os valores creditados." O presidente em exercício da Nossa Caixa, Daniele Luneta, informou que 1,164 milhão realizou a migração e que 868 mil já recebem pelo banco estadual. Para ele, os números indicam uma "boa" resposta do servidor ao cronograma. Em relação à disputa pelos correntistas com o Santander, Luneta garante que a Nossa Caixa tem condições de oferecer os mesmos serviços e produtos, além de ter agências em todas as cidades do estado. "Cerca de 500 mil servidores já recebiam seus salários pela Nossa Caixa, mesmo quando existiam dois bancos estaduais em atividade", afirmou. Balanço — A Nossa Caixa teve lucro de R$ 128,392 milhões no terceiro trimestre do ano, uma queda de 25,5% em relação aos R$ 172,260 milhões de igual período de 2005. A receita da intermediação financeira aumentou 3,96%, para um total de R$ 1,662 bilhão. O lucro líquido de janeiro a setembro foi de R$ 418,291 milhões, com baixa de 24,19%. As operações de crédito atingiram R$ 7 bilhões no terceiro trimestre, o que representa um aumento de 3,9% na comparação com o período de três meses anterior e de 18,7% em relação ao intervalo entre julho e setembro de 2005. Davi Franzon/AE
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Gover no Congresso Dossiê CPMI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira e quarta- feira, 14 e 15 de novembro de 2006
Marcos Valério cobra dívida com PT. Enquanto prefeitura petista multa o empresário.
BERZOINI TROCOU LIGAÇÕES COM ENVOLVIDOS
SANGUESSUGAS Luta pelo poder
Eymar Mascaro
O GABEIRA QUER BERZOINI Quebra de sigilo telefônico do presidente licenciado do PT mostra farta troca de ligações entre os envolvidos Roberto Jayme/AE 09/11/2006
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Berzoini: Gabeira quer que o deputado vá depor à CPI. Evaristo Sá/ AFP Photo 07/07/2005
Valerioduto: prefeitura do PT autua empresas de Marcos Valério.
deputado Fernan- os depoimentos de Lacerda, do Gabeira (PV- Oswaldo Bargas e Expedito SP), integrante da Veloso, últimos integrantes do Comissão Parla- grupo de "aloprados" acusamentar de Inquérito (CPI) dos dos de envolvimento na comSanguessugas, defendeu on- pra do dossiê. A quebra do sitem a convocação do deputa- gilo telefônico de Bargas mosdo Ricardo Berzoini (PT-SP) tra que, entre 11 e 14 de setempara prestar depoimento na bro, ele ligou para os celulares comissão que investiga a com- do deputado de Berzoini 16 vepra do dossiê contra políticos zes. Em outros três casos, há do PSDB. "É muito possível chamadas do comitê de Berque ele seja chamado", disse. zoini para o celular de Bargas. Gabeira também quer que a Em 12, 13 e 14 de setembro, CPI priorize a investigação no Bargas estava em Cuiabá, ex-coordenador de Comuni- acompanhando a entrevista cação do senador Aloizio Mer- dos Vedoin à revista "IstoÉ", cadante (PT-SP) Hamilton La- que trouxe as denúncias de ircerda, apontado pela Polícia regularidades contra a admiFederal (PF) como "o homem nistração do ex-ministro da da mala". Saúde e atual preLacerda foi idenfeito de Piracicaba, tificado como no interior de São q u e m , s u p o s t aPaulo, Barjas Negri (PSDB). mente, entregou o dinheiro ao advo- É difícil levantar Caixa dois – Gabeira e a deputada g a d o G e d i m a r esse dinheiro. Passos no Hotel Vanessa GrazzioTem que haver Íbis, em São Paulo. tin (PC do B-AM) " Ev i d en t em e n te , uma afinidade foram ontem à caele tem muito a di- política. Muito pital mato-groszer. Ele não tinha possivelmente, sense buscar o resaquele dinheiro to- houve caixa dois. t a n t e d o s d o c udo no bolso. Almentos, que será Fernando Gabeira remetido pela PF guém entregou a cuiabana pelo Corele", disse o deputado do PV do Rio. reio. Os deputados Gabeira também lembrou que conversaram, longamente, Lacerda, conforme a PF, tinha com o delegado Diógenes Cuum telefone secreto – em nome rado Filho, responsável pelas de uma jovem chamada Ana apurações. Para Gabeira, os Paula – que foi intensamente elementos reunidos pela políusado na operação. Já existem cia convergem para a tese de na comissão parlamentar re- que o dinheiro para a compra querimentos que pedem a con- do dossiê saiu do "caixa dois" vocação de Berzoini e Lacerda, da campanha do presidente rependentes de votação. eleito Luiz Inácio Lula da SilAl opr ado s – Em relação a va. "É muito difícil que um inBerzoini, o deputado do PV divíduo ou um conjunto de inafirmou que as ligações "mos- divíduos isolados consiga letram que, nos dias anteriores à vantar todo esse dinheiro. Tem operação, houve uma troca in- que haver uma afinidade polítensa de telefonemas". Mas o tica. Muito possivelmente, deputado ressalvou que trata- houve caixa dois", declarou o se apenas de um indício: "Tudo deputado. Para Gabeira, se o que se tem é a troca de telefo- não aparecerem os donos do nemas. Não temos o conteúdo dinheiro, Lacerda e Passos dedas conversas." Na avaliação vem ser responsabilizados. A de Gabeira, a comissão de in- CPI tem de concluir os trabaquérito deve ouvi-lo, mas após lhos até 20 de dezembro. (AE) Fernando Ferreira/Alepe
EMPRESAS DE VALÉRIO MULTADAS POR EVASÃO
INSISTÊNCIA
INAUGURAÇÃO
Setores do PSDB vão continuar insistindo para que Alckmin assuma a candidatura à Prefeitura, mas o ex- governador está irredutível. Alckmin pensa em disputar nova eleição somente em 2010, seja a de presidente ou a de governador.
Lula deve inaugurar no dia 21 a primeira grande fábrica de biodiesel, instalada em Mato Grosso, segundo informação do governador Blairo Maggi (PPS). A fábrica está localizada no interior do Estado, na cidade de Barra de Bugres.
FAVORITO Se for candidato a governador, Alckmin começa a campanha como favorito. Ele deixou o governo para se candidatar a presidente com 69% de índice de aprovação, segundo o Datafolha. Presume-se que Alckmin faria a campanha em vantagem.
PRESIDÊNCIA Apesar de derrotado por Lula, Alckmin pode ser lembrado para concorrer a presidente em 2010, embora sabendo que o partido tem outros dois pré-candidatos que se consagraram nas urnas: José Serra e Aécio Neves, eleitos governadores de São Paulo e Minas.
AUSÊNCIA O PSDB admite que a eleição de presidente em 2010 pode ser favorável ao partido porque o PT não dispõe, no momento, de um candidato viável. Lideranças do PT admitem que o governador eleito da Bahia, Jacques Wagner pode ser trabalhado para uma candidatura presidencial.
CORPO FORA Marta Suplicy desconversa quando seu nome é sugerido para concorrer à sucessão de Lula. A ex-prefeita não admite que pensem que ela deseja usar a Prefeitura como trampolim para 2010. Marta garante que a sucessão presidencial não consta de sua agenda eleitoral.
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prefeitura de Belo Ho- ponsável pelos processos círizonte, comandada veis e tributários do empresápelo prefeito Fernan- rio, a SMPB e a DNA tinham fido Pimentel (PT), autuou as liais em Brasília e prestavam agências de publicidade DNA serviços para empresas do DisPropaganda, SMPB Comuni- trito Federal. "Então, elas recocação e Solimões Publicidade, lhiam o ISS lá", argumentou. que têm o empresário Marcos "Queriam que o ISS tivesse siValério Fernandes de Souza do recolhido para a prefeitura como sócio, por evasão fiscal de Belo Horizonte, em que pese os serviços teno recolhimento do nham sido feitos Imposto Sobre Serna filial de Brasília viços (ISS). As mule o Distrito Fedetas aplicadas soral ter recolhido." mam cerca de R$ 20 Embora as milhões, segundo o as ações são agências tenham advogado Rodolfo sigilosas e foram sido fechadas, não Gropen, que repreabertas antes do puderam ser desasenta Valério, um tivadas por causa dos protagonistas estouro da crise das pendências judo escândalo do política, em "mensalão". meados de 2005. rídicas. "Elas estão abertas e a socieGropen disse que Prefeitura de BH d a d e e s t á c o m o entrou com impugsempre foi. Não nações contra as houve alteração autuações, realizasocietária algudas em agosto e setembro. O gerente de Tributos ma", disse Gropen. Os sócios de Valério, no enMobiliários da prefeitura, Eugênio Veloso, disse que os pro- tanto, abriram novas empresas cessos estão em estágio de lití- de publicidade. O publicitário gio. "Esse valor é ainda preli- Cristiano Paz, da SMPB, criou minar", disse ele. De acordo a Filadélfia Comunicação. Os publicitários Francisco com a assessoria da Prefeitura, as ações são sigilosas e "de ro- Castilho e Margareth Queiroz, tina", tendo sido abertas antes da DNA, abriram a Bárbara do estouro da crise política, em Comunicação. Contudo, Valério e os parceiros ainda manmeados de 2005. Conforme o advogado res- têm interesses comuns.(AE)
deputado eleito José Aníbal é o mais novo tucano que pretende se apresentar como précandidato à Prefeitura de São Paulo, em 2008. É possível que Aníbal tenha como adversário no partido Geraldo Alckmin, caso os seguidores do ex-governador consigam convencê-lo a disputar a sucessão municipal. Por enquanto, Alckmin descarta a candidatura. Além de um tucano, a eleição de prefeito na capital paulista tem outros dois candidatos que já estão em campanha: Gilberto Kassab (PFL), candidato à reeleição e Marta Suplicy (PT). A petista já comunicou o partido que deseja disputar novamente a Prefeitura, o mesmo fazendo Kassab em relação à sua candidatura.
EQUIPE Especula-se, em Brasília, que Sepúlveda Pertence (ministro do STF) seja o mais cotado para assumir o Ministério da Justiça. Pertence leva vantagem sobre outro aspirante ao cargo, Nelson Jobim (exSTF). Mas, existe também a possibilidade de Márcio Thomaz Bastos continuar no posto.
OPÇÃO Se falhar o Ministério da Justiça, Nelson Jobim pode ser o substituto de Michel Temer na presidência do PMDB. Em tempo: nas conversações de Lula com o PMDB, o nome de Michel Temer também é lembrado para ocupar a pasta da Justiça.
CUTUCÃO Michel Temer resolve chutar o pau da barraca, denunciando que Lula estaria repetindo o erro do primeiro mandato, tentando atrair o seu partido em troca de cargos. Temer diz que não deseja que o partido continue praticando o fisiologismo.
CÂMARA Arlindo Chináglia, líder de bancada, não é o único candidato que surge no PT para disputar com o PMDB a presidência da Câmara. Outros três petistas tem o mesmo apetite: José Eduardo Martins Cardozo (SP), Walter Pinheiro (BA) e Henrique Fontana (RS).
NO CARGO
Coelho: PFL expulsa a 'voz do semi-árido' pernambucano.
PEFELISTA TRADICIONAL EXPULSO EM PE
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deputado estadual Geraldo Coelho, tradicional pefelista de Pernambuco, deverá ser expulso do partido na segunda-feira, 20 de novembro. Será a primeira expulsão por infidelidade partidária no PFL local. O parlamentar, que
iniciou vida pública há 43 anos como vereador de Petrolina, é qualificado como "a voz do semi-árido" na Assembléia Legislativa. Ele aderiu à candidatura do governador eleito Eduardo Campos (PSB), logo depois do primeiro turno (até então apoiou Mendonça Filho, seu correligionário, que foi derrotado pelo socialista). Ele também apoiou o presidente Lula no segundo turno. (AE)
DEPUTADOS PODEM ASSUMIR
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s irmãos deputados Carlos Simões (estadual) e Íris Simões (federal), ambos do PTB-PR, podem ser diplomados hoje pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Eles conseguiram liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendendo a decisão que, em outubro, decretou a inelegibilidade de ambos por 3 anos e cassação dos mandatos. (AE)
EVIDÊNCIA Predomina no PFL a idéia de que o partido tem de andar com as próprias pernas. Os pefelistas querem disputar a eleição de presidente e governador de São Paulo, em 2010, com candidatos próprios.O partido tem dois pré-candidatos a presidente, César Maia, prefeito do Rio e o empresário paulista Guilherme Afif Domingos.
A idéia é que Aldo Rebelo (PC do B) continue trabalhando para ficar no cargo. O PMDB, contudo, também reivindica a presidência da Casa por ter eleito a maior bancada: 89 deputados. Detalhe: Lula terá problema para solucionar a crise na Câmara.
REFORMA Governador reeleito em Minas com 77% dos votos, Aécio Neves reafirma sua disposição de lutar pelo fim da reeleição e defende três das propostas que constam do projeto de reforma política: a volta da fidelidade partidária, o financiamento público das campanhas e o voto distrital misto.
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est Drive. De lavalouças. Essa é a est r a t é g i a d a B r a stemp para popularizar o uso do produto no Brasil e aumentar as vendas. Até o final de dezembro, os interessados poderão participar da promoção pela internet. O equipamento é entregue na residência do cliente, onde fica durante 30 dias, sem custos. Se gostar do eletrodoméstico, o pagamento é efeti-
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Os interessados na promoção podem fazer inscrição no site da fabricante
PRODUTO FICA 30 DIAS NA CASA DO CLIENTE
TESTE DE LAVA-LOUÇAS Para incentivar o consumo do equipamento, Brastemp lança espécie de "test drive" do produto vado pelo consumidor; se não, o produto é retirado do local e a quantia é devolvida ao "aspirante" a dono de máquina de lavar louças. De acordo com o gerente de marketing da Brastemp, Fábio Cury, o uso da lava-louças ainda é pequeno no Brasil,
apesar da praticidade. "Muitas pessoas acham que é preciso limpar toda a louça antes de colocá-la na máquina. Isso não é verdade", afirma Cury. Segundo ele, outro mito é o fato de que o eletrodoméstico só pode ser usado se estiver lotado de itens para lavar. "A fa-
mília pode acumular a louça usada no café da manhã até o jantar e utilizar a máquina apenas uma vez, à noite", detalha Cury, que completa: "No Brasil, seis em cada 100 famílias possuem máquina de lavar louças; na Polônia, o número é de 18 para cada 100 lares. Nos
Estados Unidos, mais da metade da população tem o hábito de usar esse equipamento." O preço da máquina de lavar Brastemp Solution, com capacidade para oito pessoas é, em média, de R$ 1.499. De acordo com o gerente de marketing da Brastemp, quando
a fabricante faz promoções, as vendas do produto costumam subir entre 30% e 50%. "A expectativa é de que o resultado se repita também desta vez", aposta. O interessado pode se inscrever no portal da Brastemp (w w w. b r a s t e m p. c o m . b r ) e nos sites de redes varejistas, como o Magazine Luiza, Fast Shop, S u b m a r i n o , S h o p Ti m e e Americanas.com. Neide Martingo
ATAS BIOCAPITAL CONSULTORIA EMPRESARIAL E PARTICIPAÇÕES S.A. C.N.P.J.nº 07.814.533/0001-56 - N.I.R.E. 35.300.328.302 Ata de Reunião do Conselho de Administração, realizada em 14 de julho de 2006. Aos 14 (quatorze) dias do mês de julho de 2006, às 10:00 horas, na sede da Companhia, reuniram-se os membros do Conselho de Administração abaixo assinados, a saber: William Steagall, brasileiro, separado, empresário, portador da carteira de identidade RG nº 5.096.561-SSP/SP e inscrito no CPF/ MF sob nº 640.762.028-82, residente e domiciliado na Cidade de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, na Rua General Osório, 438, Santa Ifigênia, CEP 14010-000; Eduardo Schimmelpfeng da Costa Coelho, brasileiro, solteiro, administrador de empresas, portador da carteira de identidade RG nº. 15.436.971-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob nº 114.727.758-30, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Coronel Artur de Paula Ferreira, 135, Vila Nova Conceição, CEP 04511-060; e Roberto Jaime Engels, brasileiro, casado, engenheiro, portador da carteira de identidade RG nº 37.852.000-3 e inscrito no CPF sob nº 154.105.658-27, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Feliciano Maia, 65, Jardim Paulista, CEP 04503-070, representando a totalidade dos Conselheiros da Biocapital Consultoria Empresarial e Participações S.A., sociedade por ações, de capital fechado, inscrita no CNPJ/MF sob nº 07.814.533/0001-56, com seus atos constitutivos arquivados na Junta Comercial do Estado de São Paulo - JUCESP sob NIRE 35.300.328.302, com sede na Cidade de Charqueada, Estado de São Paulo, na Avenida Industrial, Bairro Bela Vista, 360 (parte), CEP 13515-000 (“Companhia”), tendo entre si deliberado o seguinte: 1- Os Conselheiros, por unanimidade de votos, aceitaram a renúncia do Sr. Manoel Pimentel Pereira Junior, brasileiro, separado, engenheiro, portador da carteira de identidade RG nº 17.482.323-SSP/SP e inscrito no CPF sob nº 129.643.398-64, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Antonio Mariani 339, Jardim Previdência, CEP 05530-000, ao cargo de Diretor Presidente da Companhia, nos termos da carta enviada à Companhia em 20.06.2006. 2 - Ato contínuo, os Conselheiros, por unanimidade de votos, nos termos do Artigo 19 do Estatuto Social da Companhia, resolveram eleger: (i) para o cargo de Diretor da Companhia, com a designação específica de “Diretor Presidente”, o Sr. Roberto Jaime Engels (acima qualificado); (ii) para o cargo de Diretor da Companhia, com designação específica de “Diretor de Compras”, o Sr. Eduardo Schimmelpfeng da Costa Coelho (acima qualificado); e (iii) para o cargo de Diretor da Companhia, com a designação específica de “Diretor Institucional”, o Sr. Milton Steagall, brasileiro, casado, portador da Carteira de Identidade RG nº 12.432.869-6-SSP/ SP, inscrito no CPF/MF sob nº 074.868.458-14, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Flavio Queiroz de Morais, 306, Pacaembu, CEP 01249-030. 2.1 - Os Diretores ora eleitos, neste ato, são empossados em seus cargos com a assinatura dos termos de posse constantes do Livro de Atas da Diretoria e exercerão suas funções pelo mandato de 1 (um) ano a partir dessa data, ou até a posse de seus respectivos sucessores. 2.2 - Os Diretores ora eleitos declaram, para todos os fins de direito, estarem aptos à prática de todo e qualquer ato de administração, não estando impedidos de exercer seus cargos por quaisquer motivos previstos em lei e/ou nas regulamentações aplicáveis. 3 - Resolvem também os Conselheiros, por unanimidade dos votos, aprovar a abertura da filial da Companhia, a ser localizada na Cidade de Cruz Alta, Estado do Rio Grande do Sul, na Rua João Manoel, 455, sala 22, Centro, CEP 98005-170, cuja atividade será a compra e venda de bens relacionados à produção e distribuição de biocombustíveis, solventes e seus respectivos subprodutos e derivados, ficando a administração da Companhia autorizada a tomar as providencias necessárias, junto aos órgãos competentes, para as devidas inscrições a serem obtidas perante os órgãos públicos. 4 - Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestou, foi suspensa a Reunião pelo tempo necessário à lavratura da presente ata, a qual, reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e por todos os presentes assinada. Certificamos que a presente Ata é cópia fiel daquela lavrada em livro próprio. Charqueada, 14 de julho de 2006. William Steagall, Eduardo Schimmelpfeng da Costa Coelho, Roberto Jaime Engels. BIOCAPITAL CONSULTORIA EMPRESARIAL E PARTICIPAÇÕES S.A. C.N.P.J. nº 07.814.533/0001-56 - N.I.R.E. 35.300.328.302 Ata de Reunião do Conselho de Administração, realizada em 30 de agosto de 2006. Aos 30 dias do mês de agosto de 2006, às 10:00 horas, na sede da Companhia, reuniram-se os membros do Conselho de Administração abaixo assinados, a saber: William Steagall, brasileiro, maior, separado, empresário, portador da Carteira de Identidade RG nº 5.096.561-SSP/SP e inscrito no C.P.F.M.F. sob nº 640.762.028-72, residente e domiciliado na Cidade de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo; Eduardo Schimmelpfeng da Costa Coelho, brasileiro, maior, solteiro, administrador de empresas, portador da Carteira de Identidade RG nº 15.436.971-SSP/SP e inscrito no C.P.F.M.F. sob nº 114.727.758-30, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo; e Roberto Jaime Engels, brasileiro, maior, casado, engenheiro, portador da Carteira de Identidade RG nº 37.852.000-3-SSP/SP e inscrito no C.P.F.M.F. sob nº 154.105.658-27, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, todos com escritório na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Pamplona, 1018, 4º andar, Jardim Paulista, CEP 01405-001; representando a totalidade dos Conselheiros da Biocapital Consultoria Empresarial e Participações S.A., sociedade por ações, de capital fechado, inscrita no C.N.P.J.M.F. sob no 07.814.533/0001-56, com seu ato constitutivo devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo – JUCESP sob N.I.R.E. 35.300.328.302, com sede na Cidade de Charqueada, Estado de São Paulo, na Avenida Industrial, 360 (parte), Bairro Bela Vista, CEP 13515000, tendo entre si deliberado o quanto segue: 1- Dando início à reunião, os Conselheiros procederam à retificação do quanto deliberado no item 3 da Ata de Reunião do Conselho de Administração, datada de 14.7.2006, devidamente registrada na JUCESP sob nº 199.081/06-2, em sessão de 26.7.2006, referente à abertura da filial da Companhia, a ser localizada na Cidade de Cruz Alta, Estado do Rio Grande do Sul, na Rua João Manoel. Por um lapso, constou o endereço da filial a ser aberta como “Rua João Manoel, 455, sala 22, CEP 98005-170”, quando, na verdade, deveria constar “Rua João Manoel, 445, sala 22, CEP 98005-170”. Sendo assim, os Conselheiros resolvem, por unanimidade dos votos, retificar e ratificar o endereço da filial da Companhia, localizada na Cidade de Cruz Alta, Estado do Rio Grande do Sul, na Rua João Manoel, 445, sala 22, Centro, CEP 98005-170, cuja atividade será a compra e venda de bens relacionados à produção e distribuição de biocombustíveis, solventes e seus respectivos subprodutos e derivados. 2 - Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestou, foi suspensa a Reunião pelo tempo necessário à lavratura da presente ata, a qual, reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e por todos os presentes assinada. Certificamos que a presente Ata é cópia fiel daquela lavrada em livro próprio. Charqueada, 30 de agosto de 2006. Membros do Conselho de Administração: William Steagall, Eduardo Schimmelpfeng da Costa Coelho, Roberto Jaime Engels
CONVOCAÇÃO
TEKNO S.A. - CONSTRUÇÕES, INDÚSTRIA E COMÉRCIO Companhia Aberta - C.N.P.J. 33.467.572/0001-34 Assembléia Geral Extraordinária - Convocação São convocados os Srs. acionistas a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, a se realizar no dia 29 de Novembro de 2.006, às 15:00 horas, na sede social, na Rua Alfredo Mário Pizzotti, 51, nesta capital, a fim de deliberar sobre a proposta de constituição de uma “joint-venture” (“Companhia”) entre a Tekno (Divisão Tintas Kroma) e a empresa The Valspar Corporation Ltda, CNPJ: 01.635.544/0001-92, subsidiária da Valspar Corporation, com sede em Minneapolis, Minnesota, E.U.A., sobre a qual foi divulgado o Fato Relevante em 10 de Novembro de 2.006. Os senhores acionistas deverão comparecer a assembléia com seus documentos de identidade e os representantes legais e procuradores dos acionistas, deverão também, comprovar a legitimidade da representação até 3 dias antes da assembléia, na sede social da Companhia. São Paulo, 10 de Novembro de 2006. José Lyra David de Madeira Presidente do Conselho de Administração. (13, 14 e 16/11/2006)
AVISO DE LICITAÇÃO
COMUNICADO
EDITAL
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares, de sala de aula e reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e reforma de prédio escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2507/06/02 - EE Dr. Átila Ferreira Vaz - Rua Badejo, 257 - Jardim Navegantes - Diadema/SP - 210 - 688,36 m² - R$ 129.576,00 - R$ 12.957,00 - 09:30 - 05/12/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 16/11/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 04/12/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL, deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Filipe Araújo/AE
1 Ontem foi o quinto dia consecutivo de atrasos registrados nos aeroportos brasileiros.
Severino Silva/AE
Passageiros dormem à espera de vôo no aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica. Os atrasos foram de até duas horas.
Aquartelamento não evita atrasos no feriado
No Rio, houve atrasos no aeroporto Tom Jobim (foto) e no Santos Dumont Celso Junior/AE
Aeroportos registram lentidão nas operações de embarque e desembarque. Espera chegou a cinco horas. Celso Junior/AE
A
estratégia do Comando da Aeronáutica de convocar e aquartelar os controladores de vôos em Brasília não evitou ontem que novos atrasos de vôos se repet i s s e m n o s a e ro p o r t o s d o País. Foi o quinto dia seguido da nova série de atrasos. Pela manhã, quando estavam programadas o maior número de partidas do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, pelo menos 22 decolagens não saíram no horário previsto. Nos aeroportos paulistas de Cumbica, em Guarulhos, e Congonhas, e do Galeão, no Rio de Janeiro, também foram registrados atrasos pela manhã. No final d a t a rd e d e o n t e m , a FA B (Força Aérea Brasileira) suspendeu o aquartelamento dos 149 controladores. Apesar disso, as cenas de tumulto e nervosismo dos passageiros que ocorreram no feriado prolongado de Dia de Finados, em 2 de novembro, não se repetiram. A assessoria da Aeronáutica informou que foram feitas "retenções normais" de algumas decolagens ao longo da manhã no Rio, em São Paulo e em Brasília. Por algumas horas, os aviões foram liberados a cada cinco minutos nos aeroportos paulistas e no Galeão. Em Brasília, o espaçamento entre as decolagens atingiram dez minutos no meio da manhã. De acordo com a assessoria, esse procedimento é considerado um gerenciamento
VI Comar, em Brasília, onde estão aquartelados os controladores
de tráfego normal e necessário em dias de feriado devido ao aumento do fluxo de aviões. De acordo com a página eletrônica da Infraero, estatal que administra 68 aeroportos brasileiros, alguns atrasos em Brasília superaram cinco horas, mas nenhuma explicação adicional foi dada. Ministros do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, que viajavam da capital para Curitiba para participar de um congresso de magistrados, esperaram quase cinco horas para decolar e a maior parte do tempo dentro da aeronave. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rubens Busato, esperou mais de três horas para decolar em direção a São Paulo e também esperou boa parte do tempo dentro do avião. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também enfrentou o congestionamento para deixar a capital federal pela manhã
em direção a São Paulo onde tomaria outro vôo para a Austrália para participar da reunião de fórum internacional sobre relações comerciais e industriais de vários países. Anteontem, um total de 481 dos 1.355 vôos, cerca de 35%, atrasou nos principais aeroportos de todo o País. Na segunda-feira, os atrasos chegaram a 50% dos vôos. São Paulo – Dos atrasos registrados ontem, os que causaram maiores transtornos foram verificados no aeroporto de Congonhas, localizado na zona sul de São Paulo. Durante o período da tarde, 26 vôos estavam atrasados. Desse total, 23 eram embarques e três eram decolagens. Os atrasos chegaram a quatro horas, caso do vôo da companhia aérea TAM que pousaria no aeroporto às 13h, vindo de Porto Velho, e foi transferido para as 17h. Já no aeroporto internacional de Cumbica, em Guaru-
lhos, na Grande São Paulo, foram registrados 20 atrasos – 14 chegadas e seis partidas. Os passageiros estavam sujeitos a esperas de até duas horas para decolar. Um vôo da empresa aérea BRA, porém, já contabilizava um atraso de cinco horas em relação ao horário previsto de decolagem. Rio – No Rio de Janeiro, que ao lado de São Paulo liderou anteontem em número de vôos atrasados, a situação esteve mais tranqüilo no feriado de ontem. O aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão) registrava sete atrasos, com espera média de uma hora. Já no aeroporto Santos Dumont, de uso doméstico, também no Rio, não havia confirmação em relação a atrasos de vôos. Brasília – Em Brasília, no aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, eram contabilizados ontem à tarde nove vôos atrasados, com espera de até quatro horas. No aeroporto Tancredo Neves, em Belo Horizonte, sete vôos apresentaram atrasos – três pousos e quatro decolagens, com espera de até duas horas. No aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, também foram registrados sete atrasos – cinco chegadas e duas partidas. Já o aeroporto de Salvador registrou o menor número de atrasos, em apenas dois vôos. A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) não divulgou hoje balanço parcial de vôos atrasados, nem deverá divulgar o balanço total. (Agências)
Henrique Meirelles, presidente do BC, enfrentou congestionamento
FAB suspende prontidão
A
Aeronáutica suspendeu ontem por volta das 18h30 o aquartelamento de 149 controladores de vôo do Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), com sede em Brasília. A medida havia sido tomada na terça-feira com o objetivo de diminuir os atrasos nos vôos nos aeroportos do País. Segundo a assessoria de comunicação da Aeronáutica, o aquartelamento foi suspenso porque a situação dos aeroportos começou a ser normalizada ontem e as escalas dos controladores estariam completas. A assessoria informou que o estado de alerta está mantido e que não há previsão de que seja feito um novo aquartelamento nos próximos dias. As escalas de controladores, alteradas por causa do aquartelamento, já foram regularizadas. Apesar da informação de que os vôos estariam sendo normalizados, os atrasos continuaram durante todo o dia de ontem nos aeroportos de São Paulo (ver matéria ao lado). Os militares aquartelados trabalharam no controle de tráfego aéreo de Brasília, sen-
do que 40 profissionais dormiram na sede do Centro de Controle Aéreo (Cindacta 1). Esses controladores foram escalados como reservas para ficar disponíveis no centro, com o objetivo de evitar falta de pessoal no monitoramento de vôos do País. Além desse grupo, outros 30 controladores, que já integravam a escala de plantão original, trabalharam ontem, no quinto dia seguido de atrasos nos aeroportos. Os problemas na escala do Cindacta 1 são agravados pela ausência de diversos controladores, afastados por problemas de saúde desde o dia 29 de setembro, quando um Boeing da Gol caiu e matou 154 pessoas. Déficit - O Departamento de Controle de Espaço Aéreo (Decea), órgão vinculado à Aeronáutica, tem um déficit d e a p ro x i m a d a m e n t e 2 0 0 controladores de vôo. É por isso que, mesmo com a autorização do governo federal para a contratação de 64 profissionais e chegada de outros 60 controladores aposentados, não será possível resolver, neste ano a crise do setor aéreo. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BROTAS
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
TURISMO - 1 Divulgação
O TURISMO RELIGIOSO NO VELHO CONTINENTE Fátima, Lourdes, Munique, Santiago de Compostela (foto)... Países europeus investem na divulgação de destinos, cujo principal apelo turístico é a fé. Pág. 4
Mais que esportes radicais Fotos: Armando Serra Negra
O Centro de Estudos do Céu (CEU) (fotos ao lado e à esq.) é referência tanto para turistas curiosos em conhecer detalhes do universo como para especialistas em astronomia. No jardim, um tour geológico, com direito à réplica do Tiranossauro-Rex. Na cidade, vale ainda conhecer o Museu do Calhambeque, que exibe uma frota de 35 Fordinhos (abaixo), e a Igreja de Santa Cruz. À mesa, cardápios criativos servidos em ambientes descolados, como o Vila del Capo (abaixo, à esq.)
F amosa pelo
rafting, pelo rapel e outras atividades na natureza, esta pequena cidade a 257 quilômetros de São Paulo mostra que tem ainda mais a oferecer a seus visitantes. Conheça um centro astronômico incrível, uma coleção de restaurantes para gourmets e até um museu de calhambeques. Págs. 2 e 3
Divulgação
Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Uma franquia do Giraffas custa entre R$ 300 e R$ 400 mil, fora o ponto comercial.
GIRAFFAS EXISTE HÁ 25 ANOS
Fotos Luludi/LUZ
Para especialistas, rede tem acertado no gosto dos brasileiros
A marca brasiliense de refeições rápidas Giraffas está apostando na região Sudeste, com a inauguração de mais de 20 lojas no próximo ano.
Cleidson Santana, da loja do Center 3: almoço representa 80% do faturamento
Receita: comida de qualidade a custo baixo
LIÇÃO DE SUCESSO NO FAST FOOD
N
a mão inversa da maioria das redes de franquia do Brasil, o Giraffas saiu do Centro-Oeste e traçou uma rota de expansão que inclui o disputado mercado de fast food do Sudeste. Com 200 lojas abertas, 15 para inaugurar até o final do ano e projeto de outras 49 em 2007 – 50% nessa região –, a marca brasiliense de refeições rápidas alinhou-se aos maiores concorrentes do ramo e já figura entre os cases locais de sucesso no franchising. O Giraffas existe há 25 anos, com expansão mais agressiva fora do Centro-Oeste nos últimos cinco, depois da consagração em Brasília, segundo o diretor executivo, e um dos sete sócios da franqueadora, Claudio Miccielli. Crescer no Sudeste ainda é meta. "Mantemos filiais de suporte aos franqueados em São Paulo e no Rio de Janeiro". Ao todo, são cerca de 90 franquias na região, a
maioria na Grande São Paulo. "Em 2007, esperamos que, das 49 lojas a serem abertas, 50% estejam no Sudeste." Entrar na rede demanda investimentos entre R$ 300 mil e R$ 400 mil, fora o ponto. O faturamento médio de uma loja gira em torno de R$ 90 mil, com lucro líquido na casa de 13%, segundo o franqueador. Lições – Segundo análise do diretor da ECD Consultoria em Food Service, Enzo Donna, "esse crescimento tão energético" da rede brasiliense se dá por uma conjunção de fatores. O primeiro está ligado a um alto grau de profissionalização na gestão interna e padronização (de processos e fornecedores), que garantem operação com o mesmo nível, em todas as praças. "A segunda coisa que eles acertaram foi inserir-se no segmento de comida variada, o de maior crescimento no fast food" – 19,81% em 2005 (sobre 2004), ante a média do setor de
15,42%. A expectativa para este ano é a de que seu crescimento continue superior ao da média, 21,89%, ante 11,53%. A "terceira grande razão" para o sucesso da rede Giraffas advém, segundo Donna, da percepção de que o brasileiro tem uma matriz gastronômica conservadora – 96% das pessoas comem arroz, feijão, carne ou frango, e uma salada. "Essa matriz se dá em casa, mas exis-
te uma relação entre o que se come dentro e fora do domicílio. Daí o sucesso do modelo por quilo", diz o consultor. Ele afirma que no fast food, o Giraffas é a rede que mais se aproxima da matriz casa. "É uma refeição similar, com alto padrão de qualidade e baixo custo. É como um restaurante por quilo, em porções certas." Exemplo - "Eles fizeram um plano de expansão e o estão
executando. Esse é o segredo do sucesso", complementa o presidente do Grupo Cherto, especializado em franchising, Marcelo Cherto. "Muitos divulgam estratégia semelhante – de conquista do Sudeste –, mas poucos a executam." Na opinião do especialista, o Giraffas poderá servir de modelo para outras redes, por mostrar que é possível vir para o Sudeste e vencer. Apesar de atuar em segmento em que todas as marcas concorrem entre si, o Giraffas, segundo análise de Cherto, não tenta ser tudo, para todo mundo. "Eles encontraram seu nicho." O diretor executivo e sócio do rede, Claudio Miccieli, ratifica que eles buscaram juntar o que tem de melhor no fast food, mas voltado para o gosto do brasileiro. "O consumidor quer comer de garfo e faca na hora do almoço, de forma rápida, com qualidade e bom preço." Hoje, mais de 50% do movimento das
lojas, que também vende lanches, se dá no almoço. Na franquia do Shopping Center 3, em São Paulo, os pratos do almoço representam 80% do faturamento. Responsável pela administração da loja, Cleidson Santana Assunção explica que em número de pratos o movimento diário oscila de 450 a 500 unidades. A loja pertence a quatro sócios, donos de mais duas unidades da marca, na capital paulista. Eles investiram cerca de R$ 1 milhão e planejam abrir mais duas Giraffas, diz Assunção. Hoje, além do foco na expansão, os franqueadores testam uma segunda marca, em Brasília, o restaurante Oliver, voltado para a classe A. O piloto está em teste há um ano, e a segunda casa será inaugurada no final de novembro. A diversificação de marcas, em um mesmo grupo, é uma das tendências do fast food apontada pelos especialistas. Fátima Lourenço
2
Urbanismo Transpor te Contravenção Polícia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Em vários pontos da cidade de São Paulo, jogadores podem apostar em bancas de pôquer, 21, roleta e máquinas de caça-níquel. Ao contrário do que acontece na famosa cidade americana, aqui a jogatina é ilegal e atrai principalmente pessoas de baixa renda. O problema se agrava mais ainda quando os apostadores se tornam compulsivos.
A
postas ilegais fizeram de alguns pontos de São Paulo uma Las Vegas ilegal e sem glamour. Ao contrário da cidade americana, onde o jogo é regularizado e que atrai muita gente endinheirada, na capital paulista, os apostadores, geralmente, são desempregados ou de baixa renda. Dessa maneira ilegal, já existem na cidade pelo menos três dos jogos mais famosos dos cassinos: o carteado, a roleta e as máquinas de caça-níqueis – também conhecidas por vídeo-bingo, pachinko ou vídeo-pôquer –, hoje encontradas em bares e casas de diversões eletrônicas. Um dos jogos que ganha mais adeptos a cada dia é o carteado. A reportagem de Diário do Comércio flagrou uma banca desse jogo agindo livremente, inclusive com a presença de policiais militares, na praça Floriano Peixoto, na região do largo 13 de Maio, em Santo Amaro, zona sul. As apostas começam após o fechamento da Subprefeitura de Santo Amaro, que acontece por volta das 18h, para evitar um encontro com os fiscais. Mas os preparativos para a jogatina começam mais cedo. Os donos das bancas chegam ao local por volta das 16h e montam os cavaletes de madeira. Na hora certa, o dono da banca atrai os apostadores aos berros de "vamos jogar" . O jogador, que pode escolher entre o pôquer e o 21, paga os R$ 2 iniciais, mas pode apostar valores maiores no decorrer das partidas. Cada rodada tem o máximo de seis e o mínimo de quatro jogadores.
Estima-se que existam hoje em torno de 150 mil máquinas somente na Grande São Paulo.
A SUBPREFEITURA FECHA E O JOGO COMEÇA
Uma Las Vegas paulistana. E Ilegal.
Ivan Ventura
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Prática mais comum nas periferias, o carteado já começa a ter adeptos entre os freqüentadores de áreas mais nobres. Em setembro, a polícia descobriu um luxuoso cassino no bairro do Itaim Bibi, zona sul, onde havia o jogo de cartas e também a roleta. Foram presas 11 pessoas, entre elas o bicheiro Ivo Noal. No mês passado, outro flagrante, novamente no Itaim: universitários realizavam apostas em jogos de pôquer e de 21 em uma casa. Vídeo-bingo – O carteado pode estar em expansão na cidade, mas o sucesso de público ainda é a máquina caça-níquel, que praticamente substituiu o jogo do bicho no município. O vídeo-bingo tem sua origem no Japão, na década de 50, onde era chamado pachinko. A polícia acredita que as máquinas chegaram ao País pelas mãos de mafiosos italianos e espanhóis, na década de 90. Essas
Milton Mansilha/Luz
Máquina caça-níquel em bar do largo São Bento, no Centro da cidade. Os equipamentos podem ser alugados e até comprados pela internet.
Levantamento em bares de periferia mostra que os jogadores de máquinas consomem, por fim de semana, cinco litros de bebida alcoólica. Romeu Tuma Júnior, deputado estadual famílias teriam apresentado a novidade para os bicheiros bem sucedidos, que logo detectaram uma nova maneira de enriquecer, sem o jogo do bicho. Desde então, as máquinas invadiram bares e outros tipos de comércio da capital, tomando o lugar das bancas de jogo do bicho. Estima-se que existam hoje em torno de 150 mil máquinas somente na Grande São Paulo. Atualmente, as máquinas
podem ser compradas ou alugadas. É possível adquirir um equipamento de vídeo-pôquer até pela internet. Mas a maioria dos comerciantes prefere a locação. Em um bar próximo à avenida Paulista, o dono, que não deu o seu nome, revelou que a divisão dos lucros é de 40% e 60%. "A menor parte é minha, mesmo estando exposto às batidas policiais. O restante fica para o dono da máquina, que lucra sem nenhum esforço", disse. Projeto – O deputado estadual e delegado da polícia civil Romeu Tuma Júnior (PMDB) apresentou um projeto de lei na Assembléia Legislativa que proibia a instalação dessas máquinas em bares e similares. A proposta foi aprovada em duas votações, mas foi vetada pelo então governador tucano Geraldo Alckmin. "Realizamos um levantamento em bares de periferia e
Carteado perto do largo 13, em Santo Amaro. Jogo começa depois que os fiscais deixam a subprefeitura.
É possivel jogar vídeo-pôquer em qualquer ponto da cidade
foi constatado que os amantes das máquinas consomem, por fim de semana, o equivalente a cinco litros de bebida alcoólica. Na pesquisa estão incluídos crianças e adolescentes. Se virasse lei, a proposta poderia evitar esse problema nas classes mais pobres", disse. Roleta – O terceiro jogo não é uma unanimidade entre os apostadores, mas é praticado em locais conhecidos e de grande concentração de pessoas. Um dos pontos é a feira do rolo de São Mateus, na zona leste, que acontece sempre aos domingos. Conhecido local de compra, venda e troca de mercadorias (ilícitas ou não), a feira de São Mateus abriga pelo menos duas bancas de roleta. O jogador aposta qualquer valor em um número escolhido, que vai de 1 a 100. Gira-se a roleta. Se a bolinha cair no número apostado, o jogador recebe o dobro do valor desembolsado. O largo da Concórdia, no Brás, também abrigou, por muitos anos, uma banca de roleta. Ilegal – A prática de jogos de azar é ilegal, conforme a Lei de Contravenções Penais. Além de problemas com a justiça, o pra-
ticante pode se tornar um jogador compulsivo (ou patológico). Na capital, os portadores desse mal podem procurar o Ambulatório do Jogo Compulsivo (Amjo) do Hospital das Clínicas. Por ano, a clínica atende entre 280 e 300 pessoas. O jogador compulsivo normalmente não admite o vício, o que dificulta a realização de um levantamento. Mas estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 5% da população mundial que teve contato com jogos de azar é compulsiva. "O compulsivo não pertence a uma única classe social. Há pacientes que apostavam em cavalos, máquinas de vídeobingo e carteado, mas todos têm históricos de prejuízos financeiros e sempre planejam a próxima aposta", disse a psicóloga do Amjo Danielle Rossini. Além de observar os prejuízos materiais, a identificação de portadores é até simples. Euforia, tensão, sudorese e, em alguns casos, taquicardia são alguns dos sintomas. Maiores informações sobre o Amjo no telefone 3069-7805 ou pelo em a i l , a m j o _ a m b u l a t orio@yahoogrupos.com.br.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.TURISMO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Brotam inúmeras atrações... Fotos: Armando Serra Negra
Nem só de esportes radicais vive Brotas, a capital paulista do ecoturismo. Há muito mais, para todas as idades. Para as crianças, além de embrenhar-se nas florestas e bosques, descendo rios caudalosos em botes seguros, uma visita ao Centro de Estudos do Céu (CEU) pode ser uma aventura inesquecível. Viajantes de terceira idade também podem contar com passeios de grande interesse cultural, cheios de surpresas históricas e geológicas. Aos jovens, após tanta adrenalina praticando arvorismo, cavalgadas, rafting, rapel, trekking, o novo arvomix, e mesmo relaxando na hidromassagem natural das inúmeras cachoeiras, o estômago ronca...E aí entram em cena os mais variados e charmosos estabelecimento... Por Armando Serra Negra
São inúmeras as atividades possíveis dentro do Centro de Estudos do Céu (CEU): da visita nos jardins a uma réplica do histórico observatório de Stonehenge (à esq.) – cujo original fica na Inglaterra – a uma viagem virtual ao mundo dos planetas, estrelas e constelações. Ali, fica ainda um dos maiores telescópios para a divulgação científica do País
Uma aventura cósmica
C
omplexo astronômico, planetário e observatório de altíssimo nível, diferentemente de instituições semelhantes – a maioria ligada a universidades –, o Centro de Estudos do Céu (CEU) é uma atração à parte na cidade. Nasceu da iniciativa privada. Não sendo voltado à pesquisa do cosmos, mas à divulgação da astronomia para o público, iniciou suas atividades em 2001 ao custo de US$ 1 milhão. Em quatro anos seu patrocinador, o Acampamento Peraltas para crianças, recuperou o capital investido, tornando-o fundação: o lucro obtido passou ser reinvestido no próprio projeto. Vem daí a próxima etapa: um tour geológico em que a réplica de um TiranossauroRex dá as boas-vindas aos
visitantes. "Em breve teremos várias atividades multimidia: uma caverna, duas oficinas interativas e – notadamente – o Geo-Show, espetáculo noturno de som e imagem, no qual o próprio planeta Terra contará sua história", exalta o astrônomo carioca Paulo Pedrosa. Stonehenge – Como nesse passeio, a viagem astronômica também começa pelo jardim, o borbulhar da cachoeira anfitriã transformando-se em pequeno riacho, as águas percorrendo caminhos envidraçados, visíveis sob o piso do complexo. "Esta é uma mostra do observatório de Stonehenge", explica o cientista, sentando numa das pedras neolíticas da Idade do Bronze. Erigido na Inglaterra a cerca de 3100 a.C, acreditase que esse círculo megalítico tenha sido um antigo
observatório, por conta da colocação exata de suas rochas coincidirem com importantes eventos astronômicos ao longo do ano, como os solstícios e os equinócios. Ainda à luz do dia, revela-se a pequena torre de lançamento de foguetes, inaugurada por Marcos Pontes – o primeiro astronauta brasileiro – em 2002. "Agendados pelas escolas, supervisionamos a construção dos projéteis pela criançada, orientando os lançamentos", diz ele. Nas estrelas – Entrando no planetário, percebe-se que a aventura cósmica segue de vento solar em popa. Na escuridão do ambiente, André Fonseca espera o colega Pedrosa, sabre Jedi em punho, encenando um bem humorado duelo. O cruzar das espadas luminosas de Darth Vader e Obiwan Kenobi
– personagens do filme Guerra nas Estrelas – são o brilho a indicar a escolha das poltronas. Cintos de segurança atados, o planetário (a máquina projetora tem o mesmo nome do recinto) abre o céu aos poucos para os espectadores, induzindo a uma viagem virtual pelos planetas, estrelas, nebulosas... Munidos de lápis-laser, apontam diversos corpos celestes de conhecimento geral – Mercúrio, Marte, Vênus... – para depois projetarem na abóbada celeste as interessantes interligações estelares de algumas constelações, mostrando como, através delas, os antigos as nomearam: o cão em Canis Major, o escorpião em Scorpio, o caçador em Orion, através da Via Láctea. Da imaginação passa-se à realidade. No observatório,
um dos maiores telescópios para a divulgação científica no Brasil, com espelho de 40 cm – a luneta de Galileu tinha apenas seis – transporta o olhar para o espaço profundo. Muito além das crateras lunares, listras e furacão de Júpiter, também checa os anéis de Saturno, nebulosas, conglomerado de Ômega Centauro, diferentes galáxias. Compras – Terminada a expedição, um café ou uma água para relaxar – afinal, é grande a emoção experimentada. Guarde alguns trocados para a lojinha de souvenirs. Camisetas de ETs, canetas astronáuticas, bonés alienígenas, raros kits
de encaixar, do ônibus espacial, da Apolo 11, Estação Espacial MIR (R$ 36). Se ficar mais de um dia em Brotas, tente visitar o CEU todas as noites: programações de observatório diferentes, talvez chegue a se teletransportar por todo o Sistema Solar, e mais além! (A.S.N) SERVIÇO: Centro e Estudos do Céu (CEU): Rua Emilio Dalla Dea, s/nº, Campos Elíseos, tels. (11) 3812-2112 e (14) 3653-4466, sites www,centroastronomico.com.br e www.peraltas.com.br.
Fotos: Divulgação
Arvomix: o novo circuito de aventura
P
raticado no Recanto das Cachoeiras, o Arvomix reúne 13 atividades realizadas em plataformas e árvores no meio da mata. O percurso acrobático oferece total segurança – o cliente não precisa prender e soltar o seu mosquetão durante o circuito –, reunindo a prática da falsa baiana, troncos alinhados, puleiro, travessia de corda, rede horizontal, escada de espélio, ponte mediada, rede vertical, escada marujo, rapel para tirolesa, mega tirolesa de 250 metros e rapel panorâmico pela Cachoeira da Roseira, de 70 metros. O pacote inclui: luvas para os participantes protegerem as mãos; rapel com o sistema debriável; seguro pessoal (obrigatório); água potável ao longo do circuito. Durante a aventura deslumbra-se uma vista de tirar o fôlego, o imenso vale do Rio Jacaré-Pepira. O voucher dá direito a um dia inteiro na refrescante piscina da fazenda e duchas nas quedas d’água próximas ao jardim. Por pessoa, R$ 59, pela Eco Ação Turismo de Aventura, Avenida Mário Pinotti, 205, tel. (14) 3653-8040. (A.S.N.)
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Djinani S. de Lima Ilustrações Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
www.dcomercio.com.br
Nas alturas: rapel, tirolesa, travessia de pontes e cordas são alguns das 13 provas que os participantes devem passar para percorrer o percurso inteiro na copa das árvores
Durante o passeio, que oferece segurança total, é possível ter uma visão espetacular do vale do Rio Jacaré-Pepira
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
RESENHA
NACIONAL
LULA, CHÁVEZ O FORO E O POVO
A
G Paranóia?
Fantasia? O Foro de São Paulo busca uma agenda comum para a esquerda latino-americana. Trata-se uma bobagem, de uma irrelevância. Foi para ajudar na campanha eleitoral de Chávez. Não que o ditador precise disso. É para marcar posição. Mandou ver. Disse sobre os eleitores de Chávez: “É o mesmo povo, que me elegeu, elegeu Kirchner [na Argentina], elegeu Daniel Ortega [na Nicarágua] e elegeu Evo Morales [na Bolívia], e sem dúvida vai eleger o presidente da Venezuela". Desses todos, só Kirchner não integra o tal foro.
JOÃO DE SCANTIMBURGO
Reparem: o Brasil acaba de ser tungado por Morales, sob os auspícios do presidente venezuelano. Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, já anunciou que o gás terá seu preço reajustado — atribuiu o aumento que virá às leis de mercado. É mentira. Haverá o reajuste porque a Bolívia rasgou o contrato. Por que Lula adularia dois presidentes que, em tese ao menos, o traíram? Porque, com efeito, não houve traição. Pesquisem essa história da Petrobras na Bolívia. Vocês vão ver que o Brasil ensaiou protestos, a empresa também, e, no fim das contas, a Bolívia fez o que quis — ou, o que é pior: fez o que estava combinado. Como Lula deixa claro, trata-se do “mesmo povo”. Ou, como diria Carta Capital, a Petrobras já lucrou muito na Bolívia...
EM MÁ Céllus
imprensa brasileira continua a tratar do Foro de São Paulo como uma fantasia paranóica. Para quem não sabe — pesquisem um pouco —, o tal foro, que tem entre seus fundadores Luiz Inácio Lula da Silva e Marco Aurélio Garcia, reúne partidos e grupos de esquerda da América Latina, buscando uma agenda comum. Entre seus membros realmente notáveis (além dos petistas e dos bolivarianos de Chávez), estão as Farc -Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Lula foi à Venezuela inaugurar uma ponte sobre o rio Orinoco, na cidade de Guayana, na fronteira com o Brasil.
Burocracia ou burrocracia? BENEDICTO FERRI DE BARROS
E
ste jornal publicou em 14 de outubro matéria referente a um trabalho feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) apresentado no dia anterior, 13 de outubro, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Resumimos a seguir apenas alguns dos pontos principais desse estudo, que faz um levantamento do número de disposições legais criadas desde a vigência da Constituição de 1988. Nesse período, de 18 anos, os poderes federal, estadual e municipal criaram 3,5 milhões de novas normas, em média, 783 por dia útil. Impressas em papel ofício essas normas se estenderiam por 5,5 quilômetros. Nada escapou a essa febre legiferante. A própria Constituição Federal sofreu 52 emendas. Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo, salientou que na esfera federal, das cerca de 32 novas normas editadas diariamente, segundo o estudo, 70% são iniciativa do Executivo. Entre elas, 940 Medidas Provisórias. Outro destaque é que, das emendas constitucionais, 12 delas de natureza tributária, criando ou aumentando impostos. O mesmo padrão deve ter sido seguido pelas normas estaduais e municipais. Uma das conclusões do IBPT é que para tocar um negócio qualquer em qualquer parte do País é necessário conhecer pelo menos 3.203 normas. Outros dados importantes foram apresentados pelo trabalho e outros comentários igualmente importantes foram feitos pelos participantes da reunião. Esses dados e comentários não esgotam o assunto, mas são mais do que suficientes para destacar a monstruosidade de uma situação que não alcançou na consciência nacional a relevância que merece. Um número incomensurável de absurdos envolve e decorre dessa situação. No campo constitucional, a facilidade, ligeireza e frivolidade
ó para não deixar passar: o Chávez elogiado por Lula é aquele que sufocou o Congresso, o Judiciário, que alterou a lei para poder se candidatar pela terceira vez, que proíbe manifestações da oposição, censura a imprensa, incentiva o terrorismo nuclear iraniano e, vejam só, proíbe Papai Noel em repartições públicas porque “símbolo do imperialismo”. “É o mesmo povo”, diz Lula. O Foro de São Paulo avança, enquanto o Departamento de Estado dos EUA acreditam que o Apedeuta é mesmo uma alternativa a Chávez...
S
COMENTÁRIO DE REINALDO AZEVEDO HTTP://VEJA.ABRIL.COM.BR/ BLOGS/REINALDO/
Voltar a crescer, sem gargalos Ricardo Stuckert/PR
ula marcou posição na campanha de Chávez
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Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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as esse comentário institucional não tange se não um aspecto formal do processo. Deixa de fora, intangido, o núcleo concreto, duro, prático, das decorrências desse sistema, que são as repercussões sobre toda a economia nacional, a democracia em que desejamos e presumimos viver e o efetivo domínio do Estado sobre a Nação e o povo, em benefício do seu Estado, de seu governo, de seus políticos e do bando de seus apaniguados – os burocratas. Com observamos em artigo anterior, estamos governados por uma Nomenklatura Macunaímica, cujo signo oficioso é a estrela vermelha do PT. O cidadão comum, eleitor e contribuinte compulsório, mesmo que seja instruído e informado, pode ter dificuldade de visualizar toda a ingerência prática que as situações descritas acima, de forma resumida e abstrata, têm sobre seu cotidiano. Mas elas abrangem, no real, a vida da Nação e de cada um de seus indivíduos, criando o clima de insegurança, de apatia cívica, de marasmo econômico, de incapacidade de se desenvolver como o País precisa e seu povo é capaz. Exemplinhozinho: você sabia que se não recadastrar um seu imóvel como manda um expediente burocrático da Prefeitura de São Paulo poderá ser enquadrado como criminoso, com pena de até 5 anos de cadeia?
S omos governados pela Nomenklatura Macunaímica da estrela vermelha
Lula falou claro: está com Chávez, Evo, Ortega... É o “mesmo povo”.
L
com que se emenda a Carta Magna do País, que é, ou deveria ser, o alicerce, o quadro e a cúpula da ordem jurídica nacional. Sob essa situação, o edifício básico da estabilidade nacional se torna uma estrutura leviana e instável como uma tenda de acampamento. Situação análoga decorre com o Poder Legislativo, que passa a atuar como simples despachante de iniciativas do Executivo com suas prioritárias medidas provisórias que acabam por se tornar definitivas.
REGIANE COELHO
O
s principais problemas que o Brasil apresenta em relação à captação de investimentos, tanto no mercado interno quanto no externo, e as conseqüências dessa escassez de investimentos no País, decorrem de uma série de fatores que tornam o nosso mercado menos atrativo do que países como a Índia e a China. A alta carga tributária talvez seja o ponto mais importante a ser considerado. Outros fatores não menos importantes também dificultam o interesse dos investidores: a burocracia, que dificulta abertura de novas empresas e o andamento das operações mais ágeis; a estabilidade econômica, segurança ao investidor para que as regras do jogo não sejam alteradas repentinamente; o não-cumprimento dos contratos e a morosidade do nosso sistema judiciário; a infraestrutura inadequada e os custos legislação trabalhista e a corrupção. Todos os fatores fazem com que o nosso mercado não seja atraente. O investidor se vê sujeito a riscos intangíveis, os quais não possuem ligação direta com o seu negócio, o que causa incerteza quanto à longevidade da sua empresa diante de todas as variações do nosso mercado. A necessidade de investidores privados no cenário brasileiro é de extrema urgência para que o País volte a ter crescimento, visto que a carga tributária de 37,8% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) não foi o suficiente para beneficiar os investimentos produtivos. O transporte foi um dos setores mais atingidos nos últimos anos. Ele é obrigado a pagar a
CIDE - Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico, taxa aplicada sobre o valor dos combustíveis e não obteve retorno deste imposto, visto que a arrecadação foi direcionada ao superávit primário e os investimentos nas estradas, ferrovias, portos e hidrovias foram baixos. A falta de investimento no setor fecha um dos ciclos que impedem o nosso crescimento. A Previdência Social é hoje um dos maiores gargalos de gastos públicos, pois, no passado, com altos índices de inflação, o Brasil fazia o recolhimento dos contribuintes mas não fez o ideal, a aplicação desse dinheiro ao longo dos anos para os pagamentos dos beneficiados no futuro. Como esta aplicação não ocorreu e o número das pessoas que recebem os benefícios aumentou, também pelo aumento da expectativa de vida do brasileiro, o País sofre as conseqüências, tendo que redirecionar recursos que seriam destinados a investimentos em infra-estrutura e até mesmo em saúde e educação para manter a Previdência Social.
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ara que o Brasil possa voltar a crescer é necessário que se faça uma reforma previdenciária, se invista mais em infra-estrutura e no nível educacional dos trabalhadores, diminua a burocracia criada ao longo dos anos, tenha suas leis cumpridas de forma mais ágil e diminua a corrupção em todos os âmbitos. Só assim conseguirá atrair investidores para o seu mercado e ter uma base sustentável para o seu desenvolvimento. REGIANE COELHO É ESTUDANTE DE ADMINISTRAÇÃO
M uitos fatores tornam nosso mercado menos atrativo que a Índia e a China
COMPANHIA iz-me com quem andas e te direi quem és. A sabedoria deste provérbio vem a calhar a propósito da viagem de Lula à Venezuela, para mostrar solidariedade para com o presidente Hugo Chávez. O presidente Chávez já tem demonstrado o que é, a que veio e o que pretende com o petróleo nas mãos, em grande quantidade, para dele se valer. Já atraiu para a sua esfera a Argentina, o Uruguai, o Equador, a Bolívia e a Nicarágua, agora nas mãos de Ortega. E fiquemos por aqui. Hugo Chávez revelou-se ousado caudilho, capaz de transformar a riqueza petrolífera da Venezuela num armamento vultoso que não tem, mesmo, soldados para usá-lo, o que lhe diminui o poderio de fogo.
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ão há dúvida que Hugo Chávez é um presidente cucaracha, mas por isso mesmo perigoso, pois não mede as conseqüências de seus gestos e nem hesita em mostrar ao seu povo do que é capaz de fazer para agradá-lo e, portanto, beneficiar-se desse agrado. Está certo o publicista Olavo de Carvalho nas suas reflexões sobre a provável união da América Latina ou de alguns países, pelo menos, e da formação de seu exército multinacional mantido pelo petróleo venezuelano. Tudo são considerações, evidentemente, mas com características muito próximas da realidade. Temos Chávez apoiado por Lula, temos Evo Morales apoiado por seu povo, enganado pela demagogia, temos a Argentina financiada pela Venezuela e outros países que não interessa citar.
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m suma, a América Latina vai dar o que falar se os planos de seus caudilhos derem certo, se ficar patente que guerra não é brincadeira de chefes políticos. Mas nós, brasileiros, devemos nos acautelar diante desses rompantes que têm sido expelidos, anunciando próximas refregas.
E
JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Não há
dúvida que Hugo Chávez é um presidente cucaracha, e por isso mesmo perigoso
Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Divulgação
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CRESCE A PROCURA POR FRUTAS SECAS
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Mais da metade do faturamento de frutas secas está concentrado de outubro a dezembro.
NESTA ÉPOCA DO ANO, PRODUTOS DESIDRATADOS GANHAM A PREFERÊNCIA DO CONSUMIDOR
FRUTAS SECAS NAS PRATELEIRAS Fotos: Paulo Pampolin/Hype
O
brasileiro consome frutas secas durante o ano todo, mas principalmente no período natalino. Por força dessa sazonalidade, nozes, avelãs, castanhas e suas congêneres nacionais já ganham destaque nos balcões do varejo. No Empório Chiappetta, marca paulistana com quase 100 anos, vendas de frutas secas para o Natal são até cinco vezes maiores, na comparação com outros meses do ano. "Temos uma clientela tradicional, que festeja o Natal e vem atrás das frutas secas", explica um dos s ó c i o s d a c a s a , L e o n a rd o Chiappetta, responsável pela loja do Mercado Municipal. Segundo suas projeções, as vendas natalinas do produto deverão crescer 5% neste ano sobre igual período de 2005. Boa parte da expansão virá das vendas de frutas secas brasileiras, como caqui, abacaxi, manga, melão, melancia, jaca, maçã e banana – ainda que os preços dos importados devam permanecer semelhantes aos praticados no ano passado. Em 2005, segundo dados de Chiappetta, os produtos nacionais tiveram participação em torno de 15% no volume total de frutas secas vendidas pelo empório. Ele acredita que essa participação crescerá neste ano, podendo chegar a até 25%. "Inicialmente, as frutas nacionais eram uma alternativa por causa do dólar", diz Chiappetta. "De cinco anos para cá, seu consumo tem sido
Leonardo Chiappetta: vendas de frutas secas 5% superiores às do Natal passado
crescente, apontando para uma tendência de consolidação", complementa. Para a rede Wal-Mart, a desvalorização do dólar em relação ao real vai favorecer o consumo de frutas secas importadas. Tanto que a rede encomendou 40% a mais desses produtos, apostando na diminuição dos preços. As frutas, que virão da Argentina e do Chile, por exemplo, deverão estar em média 8% mais baratos em relação a 2005. Tradição – Outra marca que aposta no crescimento dos importados é a La Violetera, umas das maiores importadoras de frutas secas do Brasil, com sede e fábrica em Curitiba (PR). "Abastecemos diretamente cerca de 5 mil pontosde-venda. E outros 150 mil de
Manga desidratada, nova opção
forma indireta, por meio de revendedores", detalha o diretor comercial da empresa, João Castelar Padin. As vendas natalinas de frutas secas (de outubro a dezembro) represen-
Frutas desidratadas nacionais pouco-a-pouco caem no gosto do consumidor brasileiro
tam 60% do faturamento anual da marca com esses produtos. A maior parte das encomendas já foram entregues à La Violetera. "Algumas chegam um pouco depois, como a avelã, a amêndoa com casca e a castanha portuguesa", afirma Padin. Apesar do peso maior dos importados no mix, ele destaca a importância que vem ganhando a castanha do Pará. "Ela é muito usada para as dietas balanceadas. O conhecimento do consumidor sobre o valor nutricional das frutas secas aumenta a procura por elas durante todo o ano", diz. Presentes – O diretor comercial da Casa Santa Luzia, Jorge da Conceição Lopes, afirma que o consumo da castanha do Pará cresceu 300% no período 2004 a 2006. Responsável pelas
importações de frutas secas da loja – que neste mês completa 80 anos de mercado – Lopes já providenciou uma área especial para a exposição dos produtos. A casa só trabalha com produtos premium e oferece a opção de o consumidor também comprar as frutas secas para presentear, em embalagens concebidas especialmente para a ocasião. Na Casa Santa Luzia, todos os produtos são importados. Chegam de países como Chile, Argentina, Turquia, Portugual, Irã e Estados Unidos. Inovações – No Grupo Pão de Açúcar, as frutas secas começaram a ser expostas com mais destaque em 15 de outubro, conta o diretor comercial de frutas, legumes e verduras, Leonardo Miyao. Com impor-
AÉREAS A US Airways propôs uma fusão com a Delta Air Lines no valor de US$ 8 bilhões.
Ó RBITA
tações programadas a partir de maio, por força do calendário da safra dos produtos no Mercosul, o Grupo Pão de Açúcar já recebeu cerca de 80% de todas as importações, feitas diretamente pela empresa. A expectativa de Miyao é de que as vendas do produto cresçam 5% neste Natal em relação ao do ano passado. As vendas no período representam de 70% a 80% do comércio anual de frutas secas do grupo. O Pão de Açúcar também promete novidades para 2007 no quesito frutas secas. "Há variedades de frutas sendo pesquisadas para serem desidratadas", diz o executivo. Cramberry – frutinha com aspecto de uma acerola – é um dos nomes em estudo. Fátima Lourenço
ÁGUA A agricultura é responsável por 70,2% do consumo mundial de água dos mananciais.
Paul Yeung/Reuters - 13/12/2005
OMC PREPARA RETOMADA DA RODADA DE DOHA
A
Organização Mundial do Comércio (OMC) deve retomar hoje as atividades relativas às paralisadas negociações da chamada Rodada de Doha do comércio global, embora não haja sinais de solução à vista. Ontem, o diretor-geral da Organização, Pascal Lamy (foto), convocou uma reunião do Comitê de Negociação Comercial para discutir a eventual retomada da Rodada. A Rodada de Doha foi suspensa em julho devido às profundas divergências, especialmente a respeito da agricultura, mas uma autoridade em Genebra disse que há consenso de que algum trabalho precisa ser feito. Lamy interrompeu as negociações, que duravam
cinco anos, para que os principais países refletissem sobre eventuais concessões. Além de agricultura, os 149 países membros da OMC estão divididos a respeito de questões como bens industriais e serviços.
Lamy alertou que, se não houver solução até o começo do próximo ano, a Rodada de Doha deve se tornar a primeira negociação comercial global a fracassar desde a Segunda Guerra Mundial. (Reuters)
CSN
GASOLINA
AMÉRICA LATINA
A
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) melhorou pela segunda vez a oferta para comprar a rival WheelingPittsburgh. A CSN acrescenta US$ 50 milhões em dinheiro, aumenta o valor de papéis classe B de US$ 30 para US$ 32 e reduz a dívida conversível da rival a US$ 175 milhões. (AG) A TÉ LOGO
D
onos de carros movidos a gasolina poderão pagar até 1,5% a menos pelo combustível a partir de segunda-feira, segundo o Departamento do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura. A queda se deve ao aumento de 20% para 23% da mistura de álcool anidro na gasolina. (AE)
A
economia da América Latina deverá crescer cerca de 4% no próximo ano, segundo previsões do Banco Mundial. "Mas isso estará atrelado a variáveis como preço de commodities, comércio entre os países e investimentos no setor privado de cada país", disse o diretor-gerente, Juan Jose Daboub. (Reuters)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
L
China divulga regras de operação para bancos estrangeiros no país
L
Bush e Putin confirmam acordo bilateral para adesão russa à OMC
L
Previdência: parte do governo acha que déficit cairá com melhor gestão
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Transpor te Ciência Saúde Polícia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
NO ORKUT, DECLARAÇÃO DE AMOR AO MILK SHAKE
3 Ela comia e 15 minutos depois ia ao banheiro (vomitar). Ligava o chuveiro para ninguém escutar. Dani Grimaldi, prima de Carolina Reston
Carolina, que amava batata frita A modelo paulista Ana Carolina Reston morreu terça-feira de anorexia. Tinha apenas 21 anos e muitos sonhos. A doença se alastra. Marcos Alves/Agência O Globo
Ó RBITA
NAIR BELLO estado de saúde da atriz Nair Bello Souza O Francisco, de 75 anos, continua grave, segundo boletim divulgado ontem à tarde pelo Hospital SírioLibanês. A atriz está internada há cinco dias, após ter sofrido enfarte, e ainda respira com a ajuda de aparelhos. O boletim, assinado pelos médicos Dário Birolini e Maurício Ceschin, afirma que "nas últimas 24 horas" (até ontem à tarde) não houve alteração do quadro clínico da atriz, que está em coma induzido. No sábado, Nair Bello sofreu três paradas cardiorrespiratórias. A primeira em um salão de cabeleireiro. (AE)
INCOR governo federal deverá criar uma O medida provisória para ajudar a Fundação Zerbini, órgão mantenedor do Instituto do Coração (Incor) que acumula uma dívida de R$ 250 milhões. Lula poderá editar a medida caso o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não consiga um agente financeiro (fiador) para um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A diretoria do Incor tenta conseguir R$ 120 milhões para tomar medidas urgentes no hospital, como honrar salários, pagar fornecedores e renegociar a dívida com bancos privados. (AE)
ASSALTO m grupo de pelo menos 30 homens U assaltou na madrugada de ontem uma loja do Carrefour no Jardim Cruzeiro do Sul, na zona leste. Após três horas dentro do supermercado, eles carregaram um caminhão baú com aparelhos celulares, eletrodomésticos e eletroeletrônicos e fugiram. O bando chegou no final da noite de anteontem, fortemente armado, escondido em um caminhão baú. No início da madrugada de ontem, quando a loja já estava fechada, eles dominaram os seguranças e obrigaram os funcionários a levá-los até o estoque, de onde tiraram os produtos. (AE)
Rubens Cardia/Folha Imagem
A
spirante ao mundo da fama, a modelo Ana Carolina Reston, de 21 anos, encerrou sua carreira ao chegar aos 40 quilos distribuídos em 1,74 metro. Na terçafeira, depois de três semanas internada por uma dor nos rins, Carolina morreu de infecção generalizada em decorrência de um distúrbio alimentar que a cada dia assombra mais as clínicas de médicos e Míriam, mãe de Carolina Reston: psiquiatras: a anorexia. "Mãe, mãe... não briga comigo". Segundo Dani Grimaldi – a prima com quem a modelo cidas como pró-ana e mia, como morava atualmente em São as doentes apelidaram a anorePaulo – Carolina sofria de ou- xia e a bulimia, não param de tro problema grave, a bulimia. aumentar, além do número de "Ela comia e 15 minutos depois blogs que tratam do cotidiano ia ao banheiro (vomitar). Liga- dessas meninas . va o chuveiro para ninguém No food – Nessas comunidaescutar." Bulimia é a doença des, onde o alimento é visto coem que o vômito é provocado mo um inimigo, mais da metade após a ingestão de comidas. das participantes usa um perfil Casos como o de Ana Caro- falso, com fotos de modelos malina são comuns, segundo o gérrimas, para impedir que pachefe do grupo de obesidade e rentes e amigos saibam que esSíndrome Metabólica do Hos- tão doentes. Ali elas discutem pital das Clínicas de São Paulo, métodos radicais de emagreciAlfredo Halpern. "Entre mo- mento, como "miar" (vomitar) e delos e bailarinas é mais fre- incentivam-se mutuamente a qüente que em outras profis- aderir a dietas de pouquíssimas sões. Em alguns casos, tem de calorias (low food) ou ao jejum se internar e passar a sonda pa- absoluto (no food). ra alimentar o paciente." A descrição da comunidade Mãe – Antes de ir morar com intitulada "Maldita Comida", Dani, há um mês, Ana viveu que possuía até ontem 2.150 por um tempo com a mãe, Mí- membros, dizia: "Se você não é riam Reston, em sua chácara, magra, não é atraente. Ser maem Pirapora do Bom Jesus, in- gra é mais importante do que terior de São Paulo. Chocada, a ser saudável. Você precisa commãe lembra que a menina so- prar roupas, cortar o cabelo, tonhava em ser modelo desde mar laxante, qualquer coisa que criança. "Andava com meu sal- te faça parecer mais magra". to. Vivia se pintando", disse. Num dos tópicos, uma garoAos 13 conseguiu um espaço. ta lamenta não conseguir coNão demorou muito e come- mer e vomitar. Uma outra resçou a trilhar a carreira pelo ex- ponde: "Toma leite com sal. É terior: México, China e por úl- ruim, mas sai muito". Até a tartimo, de onde voltou em de- de de ontem, nenhuma das zembro, Japão. participantes havia mencionaFoi depois dessa viagem que do o caso de Carolina. Míriam se assustou. "Veio muiEm "Bulimia e Anorexia", to magra. Quando mandava ela um tópico lamenta a morte da comer, respondia: Mãe, mãe, modelo e diz ter servido de mãe... não briga comigo." A alerta para outras meninas que Agência Estado procurou a últi- tenham obsessão pela magrem a a g ê n c i a d a m o d e l o , a za. Na página de recados de L’Equipe, mas ninguém foi lo- Carolina, desconhecidos, pacalizado ontem, feriado. rentes e amigos manifestavam Batata frita – Carolina era pesar e demonstravam indiguma menina que amava bata- nação com o padrão de beleza tas fritas, milk shake e açaí na que exige que modelos sejam tigela, mas que certamente se muito magras. (Agências) privava desses prazeres para não engordar e permanecer dentro dos padrões de magreza para o mercado da moda. Pela página da modelo no site de relacionamentos Orkut, ninguém diria que ela sofria de um transtorno alimentar grave e que a levaria a morte. Ao contrário de milhares de participantes das comunidades que incentivam os distúrbios alimentares, Carolina fazia parte de grupos como "Eu amo batata frita" e "Adoro tomar milk shake". As comunidades conhe-
A modelo paulista Ana Carolina Reston, de 21 anos, que morreu terça-feira vítima de anorexia e bulimia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
TURISMO - 3
...na capital do ecoturismo Fotos: Armando Serra Negra
...Apesar da pequena cidade, de 30 mil habitantes e nenhum edifício com mais de dois andares, não haver ainda obtido do governo estadual o pleiteado status de Estância Hidromineral – que lhe proporcionaria uma fatia maior das verbas governamentais distribuídas aos municípios –, vários restaurantes de excelente qualidade e bom gosto brotam ali. Entre bons churrascos, pizzas e peixadas, o que sobressai mesmo é a culinária italiana. Siga a trilha das atrações! A imponente construção do Vila del Capo (à esq.), que imita um palazzo italiano, é apenas um dos atrativos desse restaurante. Na decoração, objetos de antiquários à venda e no cardápio, 30 deliciosas receitas. Na cidade, um dos mais procurados é o descolado Malagueta Bar e Restaurante (ao lado), que oferece saladas, massas e petiscos diferentes. No Vicino della Nonna (abaixo), o próprio chef Luiz Felipe Negrão recebe seus clientes que vão ao lugar provar iguarias italianas e pizzas de diversos sabores
Boa gastronomia na região
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s restaurantes italianos predominam na pequena Brotas. Veja aqui as melhores dicas para comer bem no destino. Vila del Capo: Estrada Vicinal São Pedro, Bairro dos Gomes, tel. (14) 36536160. Fica na estrada de interligação entre Brotas e Águas de São Pedro, em meio às pradarias, lugar mais que insuspeito para deparar-se com um imponente palazzo italiano. Grande apuro arquitetônico, abriga o requintado restô, mezanino de ferro forjado, mesas espalhadas entre peças de antiquário, fino gosto, caras ou baratas, curiosas, coleção de rádios antigos, piano, relógio de estação de trem centrando o ambiente, quase tudo à venda. No espaço elegante circulam solicitas e graciosas garçonetes (moradoras locais), prontas a um bom atendimento. Dá para visitar a ampla estufa em que o proprietário Zeka Zoppolato cria suas orquídeas. "Resolvi deixar São Paulo, fiz um curso de cozinha na Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) e pedi para meu filho arquiteto projetar o casarão, todo com material reciclado". No início ele servia apenas "bebidinhas e comidinhas" aos amigos, mas uma coisa puxa outra... "Contratei um professor do Senac para elaborar o cardápio e treinar os funcionários", explica. Resolveram desenvolver apenas 30 receitas, oferecendo-
as com maestria numa variação de oito menus por semana. Compostos de entrada, prato principal e sobremesa, têm preços afixados e são de dois tipos: o Especial (R$ 32) e o Simples (R$ 23,80). Para uma idéia da primeira opção, Zeka sugere: insalata del Capo (tomate caqui, mussarela de búfala, folhas verdes, molho de iogurte), medalhão de filé ao molho rôti com shitake e arroz, petit gâteau e sorvete. Segunda: tomate recheado com presunto cru e provolone, penne al funghi, banana flambada e sorvete de creme. Cardápios que devem ser regados a um bom vinho, branco ou tinto, dentre os 20 rótulos de sua adega: Miolo Seleção (R$ 26), Hacienda del Rey (R$40) e Casa Silva Reserva (R$ 82). A reserva é indispensável. Vicino della Nonna: Avenida Mario Pinotti, 455, tel. (14) 3653-1052. Casa de arquitetura antiga típica do interior, construída há 90 anos e totalmente reformada. Ambiente elegante, aconchegante, para casais. Será recebido pelo jovem chef Luiz Felipe Negrão devidamente paramentado. Ele entende do assunto: família do ramo em São Paulo (cantinas Colona e Roma, em Higienópolis), formou-se na Escola de Gastronomia João Dória Jr., e foi checar in loco a culinária italiana meridional, com um breve estágio em Nápoles. Da alinhada e pequena sala de jantar, através de uma janela de vidro pode-se vê-lo preparar as
suculentas iguarias, com o auxílio de sua equipe. A proposta muda no piso inferior, amplo, pronto a receber famílias para uma excelente pizza, forno a lenha pilotado pelo sorridente pizzaiolo. Paredes de tijolinho à vista, serve de pano de fundo ao salão um perfumado pomar – 600 m² de limoeiros, laranjeiras, jabuticabeiras – pronto nos feriados para receber os convivas entre mesinhas e tocheiros. Entre árvores ao luar, sob o espetacular céu de Brotas, o esmerado jardim há de ser o mais disputado para degustar as especialidades. Couvert: pães italiano e francês, sardela, gorgonzola e tomate seco (R$ 5). Primo piato: berinjela do Papa (gratinada com queijo parmesão Grana Padano e molho de tomate, R$ 10). Secondo piato: ossobuco com polenta (R$ 25), penne ao funghi secchi (R$ 23). Vini: Domini Beneti, italiano (R$ 60), Valle del Maipo, chileno (R$ 37), Pequeña Basija, argentino (R$ 29). Malagueta Bar e Restaurante: Avenida Mario Pinotti, 243, tel. (14) 3653-5491. O mais caseiro de todos. Despojado, madeira, amarelinho e branco, terraço, artesanato brasileiro, teto galpão. Foi montado pela publicitária Ana Pupo, cansada da vida metropolitana. Antes de deixar São Paulo, visitou outros lugares para fincar raiz – Fernando de Noronha (PE), Itacaré (BA), Tiradentes (MG) – mas com o boom do turismo
ecológico, a partir de 2000, não pensou duas vezes em adotar Brotas como lar para seu restô. Formada em Hotelaria na Suíça, aprendeu a preparar uma pastasciutta sem igual (o forte do cardápio) com Ana Moraes, que traz entre seus clientes o requintado banqueteiro restaurateur Charlô Whately. "Cidade pequena não proporciona exatamente uma grande oportunidade para negócios, mas venho me mantendo muito bem; o pessoal daqui é simpático e acolhedor, há uma classe média que adora sair para jantar fora". Deliciosos "beliscos malagueta" (grissini torrado feito por ela, com tempero acebolado e pimenta malagueta – R$ 2,50) caem sob medida no acompanhamento da criativa caipirinha de poejo – erva irmã do manjericão, paladar hortelã (R$ 6,50). Menu variado: Sansan (salada de alface, rúcula, tomate, mussarela de búfala, lascas de parmesão, batata palha, molho de alcaparras R$ 7,70), Pasta Bella (meia lua recheada com mussarela de búfala, manjericão, molho de tomate fresco R$ 18,90). Camillo Bar e Restaurante: Praça Amador Simões, 61, tel. (14) 3653-1510. Até o cair da tarde, telão em dias de futebol e Fórmula 1. No crepúsculo, a praça em frente – a principal da cidade – serve de passarela às jovens estudantes que saem de casa, para observar e serem obser-
vadas pelos que bebericam. O lugar é ponto de encontro. Atrás do balcão, o barman Beto preparara com esmero drinques mirabolantes (Ecstasy – rum, martini, curaçau azul, limão e soda, R$ 6) , simples (Sakerita, R$ 8), sofisticados (Pina Colada, R$ 6), inventivos (Special Camillo – vodka, licor de pêssego, suco de laranja, groselha, R$ 6). São 75 coquetéis que tira da cachola, aprendidos em cursos do Senac. Há 30 anos na família, o estabelecimento não era mais que um
simples boteco de esquina. As coxinhas, empadinhas, os populares pés-de-moleque, "deusnos-acuda" e "jesus-me-chama" são de excelente qualidade. Foram esses quitutes (receitas de família guardadas a sete chaves), aliás, que levaram o empresário a incrementar o lugar, com vinho de marca própria (Camillo, tinto e branco – R$ 14), visando a atender o crescimento turístico local. Mas sem perder o clima do autêntico pé-sujo! (A.S.N)
Divulgação
Destino também para a terceira idade
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ma suave caminhada urbana, para quem não está a fim de ficar apenas no sossego das pousadas e hotéis – enquanto filhos e netos se esbaldam nas atividades radicais – é passear um pouco pela história de Brotas. Pois, a cidadela que até há pouco não representava mais do que um cisco no mapa, dele ressurgindo após o incremento do ecoturismo, um dia teve importante papel econômico no desenvolvimento cafeeiro paulista. Não seria engano imaginar que o nome da cidade – com o aqüífero Guarani a seus pés e mais de 60 cachoeiras catalogadas – proviesse de seu significado léxico: lugar onde a água brota; nascente, fonte, olho d’água. Contudo, o fato não deixa de ser uma coincidência do destino, que alguns poderiam creditar como milagre ou profecia. Pois, no longínquo ano de 1839, Francisca Ribeiro dos Reis, descendente de portugueses católicos, devotos de Nossa Senhora de Brotas, para lá levou a imagem da santa, erguendo a Capela de Santa Cruz em seu louvor, o que deu origem ao povoado. Vale uma visita. Anos mais tarde, em 1911, os prósperos fazendeiros de café da região reuniram-se num consórcio para, aproveitando-
A pitoresca ponte pênsil (à esq.) rende boas fotos, assim como a lagoa da Areia que Canta (à dir.) – passeio imperdível. Para um passeio mais cultural, o Museu do Calhambeque é a opção certa
se do calmo rio que corta a cidade, construir uma pequena usina hidroelétrica; fizeram uma barragem, a pitoresca ponte pênsil passando sobre ela. Uma olhadela refrescante. Museu – Poucos anos depois, a cidade já tinha uma frota de 35 Fordinhos que serviam de táxi. Muitos deles ainda continuam lá, no Museu do Calhambeque, com clássicos como o conversível "banco de sogra", de 1931; a jardineira 1933; o sedã 1932, entre vários outros. Em geral, os museus de carros antigos costumam reunir modelos de diversas marcas e épocas, mas não como esse: "Brotas foi a capital do Fordinho", afirma o empresário e idealizador do museu, Marcelo de Albuquerque Felizola. Dez dos carros expostos no museu pertencem a sua família. O restante veio de moradores ou donos de casas de
veraneio da cidade. No carnaval e nas festas de aniversário de Brotas, comemorado no dia 3 de maio, é comum saírem da ampla garagem para desfilar. Fica a poucos metros da ponte pênsil. Aproveite a proximidade das inúmeras agências de turismo para agendar uma visita – acompanhada de farto almoço caseiro, caipira, sete tipos de sobremesa (R$ 18) – ao Hotel Fazenda Areia Que Canta. Nele, há uma raridade geológica, uma belíssima lagoa, nada menos que um afloramento do aqüífero Guarani. Há parecidos em Bonito (MS) e no Jalapão (TO), mas nenhum cuja areia – esfregada entre as mãos – emite um forte som, como o de uma cuíca. Isso porque o subsolo da lagoa é constituído por quartzo, mineral cujo atrito provoca seu cantar. (A.S.N.)
RAIO X COMO CHEGAR: A partir de São Paulo, pegue a Rodovia Bandeirantes até Limeira e a Washington Luiz – sentido Rio Claro – até Itirapina; daí a Engenheiro Paulo Nilo Ramos, sentido Brotas. São, ao todo, 242 km.
SERVIÇO: Museu do Calhambeque: Avenida Mário Pinotti, 221. Fazenda Hotel Areia Que Canta: Rodovia Eng. Paulo Nilo Romano km 124,5, tel. (14) 3653-1382.
ONDE DORMIR Fazenda Hotel Areia Que Canta: Rodovia Eng. Paulo Nilo Romano km. 124,5, tel . (14) 3653-1382, www.areiaquecanta.com.br. A dica aqui é o banho em piscina natural, um raro olho d’água do Aqüífero Guarani. Diária para casal a R$ 232. Pousada Jacaré Pepira: Rua Joaquim Dias Ramos, tels. (14) 3653-6152 e 3653-6243, www.jacarepepira.com.br. Perto de cachoeiras, ideal para descansar junto da bela piscina. Diária para casal a R$ 90. Hotel Natural: Av. Lorival Jaubert da Silva Braga, 1.750, tel. (14) 36538081 e 3653-4403, www.hotelnatural.com.br. Na região central da cidade, oferece linda paisagem natural. Diária para casal a R$ 75.
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quinta-feira, 16 de novembro de 2006
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Política
Por que só os três (Renan Calheiros, José Sarney e Jader Barbalho) vão ao Planalto? André Puccinelli, governador eleito do MS.
HÁ UM ANO SEM FALAR COM O PRESIDENTE DO PMDB, LULA BUSCA AMPLIAR O DIÁLOGO DE COALIZÃO. Paulo Pinto / AE
DE OLHO NO PMDB, LULA CHAMA TEMER PARA CONVERSAR. Temer: interlocução reclamada – e atendida – para a manutenção do clima amistoso com peemedebistas.
SERRA 'COSTURA' EQUIPE COM OS ALIADOS Paulo Pinto / AE
M
al retornou de uma viagem de 12 dias aos Estados Unidos, o governador eleito de São Paulo, José Serra, já reassumiu as negociações com os aliados sobre o espaço que cada um deverá ocupar no novo governo. O PFL, o PTB e o PPS, que o ajudaram a se eleger com uma votação expressiva, agora esfregam as mãos à espera de uma retribuição, embora não admitam em público que aguardam com ansiedade pelas indicações. A discrição nessas horas, explica um dos interlocutores, é a alma da negociação. Todos já sabem que terão cargos no Estado, mas por enquanto ninguém se arrisca a fazer apostas sobre o que ganharão. Alguns aliados acreditam que Serra não deverá mantê-los nos mesmos postos, optando por um rodízio. Antes de o tucano viajar, alguns contatos foram feitos, mas apenas preliminares. Aos partidos aliados foi dito que as negociações só começariam mesmo com a volta de Serra ao Brasil. A conversa não será com "marinheiros de primeira viagem". Os três partidos já ocupam secretarias no governo do Estado. Com o exgovernador Geraldo Alckmin, o PFL teve duas pastas – Justiça e Esporte – , o PTB comanda até hoje a Secretaria de Emprego e
feito nenhum pedido até agora. "Caberá a Serra decidir como se dará a nossa participação", afirmou o líder do PTB na Assembléia, deputado Campos Machado. Mas no legislativo paulista as apostas já correm. A Secretaria da Habitação aparece como a mais cobiçada, por causa do repasse de 1% do ICMS. PPS e PFL querem levar a José Serra: discussões em andamento. pasta. O PTB gostaria de manter a pasta do Trabalho. Os aliados sabem que alguns postos são carta fora do baralho, como o comando Caberá somente ao da Segurança Pública, da (governador eleito Administração Penitenciária, José) Serra decidir da Fazenda, do Planejamento, como se dará a nossa da Casa Civil e da Saúde. participação (nas Serra vai ocupá-los com quadros do PSDB. O secretarias estaduais) governador eleito contará Deputado Campos com o secretário municipal de Machado, líder do PTB Governo, Aloysio Nunes na Assembléia. Ferreira – que deverá assumir a Casa Civil em 2007 –, para Relações do Trabalho e o PPS, fazer essa costura. Até domingo, Serra que é o parceiro mais recente dos três, está à frente da pasta receberá da equipe de transição um diagnóstico das da Cultura. obras, projetos e programas Representantes dos em curso nas secretarias. (AE) partidos dizem não terem
Ao convocar o 'desgarrado' Michel Temer, presidente tenta conciliar as desavenças dele com o trio Renan Calheiros, José Sarney e Jader Barbalho e, a partir daí, estabelecer bases para uma maior participação do PMDB, maior partido do País, no novo governo.
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reocupado com o andamento das negociações com o PMDB, que pode implodir seu projeto de coalização, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu chamar ao Planalto o presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer (SP), para tratar da participação do partido no futuro governo de coalizão. Para que o encontro não fique restrito a Temer, com quem Lula está rompido há mais de um ano, a idéia é fazer uma reunião com toda a executiva nacional, abrindo a negociação institucional com o partido ao mesmo tempo em que o presidente amplia sua interlocução com os peemedebistas. Lula já foi alertado de que há uma rebelião em curso na bancada peemedebista da Câmara, que não aceita que essa interlocução seja feita pelo trio composto pelo presidente do S e n a d o , R e n a n C a l h e i ro s (PMDB-AL), o senador José Sarney (AP) e o deputado Jader Barbalho (PA). Na mesma linha de Temer, que na quartafeira fez um protesto público contra "as conversas de natureza pessoal, em detrimento da relação institucional com o PMDB", um grupo expressivo da bancada federal sente-se alijado da interlocução com o Planalto e articula um movimento para desautorizar a atuação do trio em nome do partido. A revolta deve-se não só ao monopólio da interlocução, mas à predileção de Lula por peemedebistas que são considerados mais da cota pessoal do presidente do que do partido, como Nelson Jobim, cotado para a pasta da Justiça ou Articulação Política.
Sugeri ao presidente (Lula) que busque trazer todo mundo, oferecendo a todos condições de conversar com dignidade. Deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) "Sugeri ao presidente que busque trazer todo mundo, oferecendo a todos condições de conversar com dignidade", conta o deputado Geddel Vieira Lima, ao salientar que todos os grupos estão representados na executiva. Ele e o governador eleito da Bahia, Jacques Wagner (PT) e o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, acreditam que neste encontro, previsto para a próxima semana, Lula deverá apresentar ao PMDB as principais medidas que pretende submeter ao Congresso no segundo mandato, para que o País possa crescer em ritmo mais acelerado e com o vigor necessário. C ar go s – Só a partir dessa iniciativa Lula começará a definir o espaço de poder do PMDB que, além da disputa interna, está em guerra aberta com o PT por cargos na Esplanada dos Ministérios. Lula entra no circuito para abortar a rebelião dos deputados, que só serviria para dividir mais o partido e dificultar a montagem do governo de coalizão. Temer também levará ao Planalto uma posição oficial dos sete governadores peemedebistas, que se reúnem com ele nesta sexta-feira, em Floria-
AFIF: 'PARTIDOS DEVEM REFLETIR' ASSOCIAÇÕES Em almoço com jornalistas, ele pregou uma 'imersão' das legendas para seu fortalecimento posterior.
O
momento atual pede que todas as legendas partidárias nacionais promovam uma reflexão interna e apresentem uma redefinição sobre seu futuro político e o que desejam para o País. Para o Partido da Frente Liberal (PFL), "é um período para imersão", conforme definiu Guilherme Afif Domingos, durante almoço com duas dezenas de jornalistas, no Senado Federal, em Brasília, na última terça-feira. Para Afif, que garantiu não estar na disputa para a presidência nacional do partido, o PFL está mais solto agora para poder se auto-avaliar e se renovar. E as perdas sofridas nas últimas eleições podem significar uma possibilidade a mais para apresentar novas lideranças e propostas à sociedade, a partir do que se desenha no plano político nacional, no período pós-eleitoral. Afif Domingos lembrou que a sociedade brasileira já deu
Sérgio Amaral / Agência Pixel
der gera a corrupção", observou, sugerindo que já em 2008 seria possível fazer um teste distrital limitado durante as eleições municipais. "A partir daí poderíamos pensar no longo prazo". Isso incluiria, talvez, agendar uma data pensando em 2014, pois até lá haveria tempo suficiente para obtenção de um consenso sobre os limites do distrito a ser adotado no Brasil. Ciente de que o voto distrital poderia alterar a representação política dos Afif com ACs, em Brasília: enaltecimento das lutas travadas regionalmente. Estados na Câmara dos Deputados, introduzindo mostras de que é, basicamente, em São Paulo", base eleitoral no debate um ingrediente de centrista, rejeitando tanto as que lhe garantiu 8,3 milhões de alto teor incendiário, ele protendências mais à esquerda, votos na disputa acirrada por põe que os distritos sejam ajustados de modo a não mexer na quanto as mais à direita. Por is- uma vaga no Senado. Nesse sentido, não escon- atual propocionalidade, e ao so mesmo, pretende trabalhar na "capitania" que, no conceito deu sua preferência pelo voto mesmo tempo garantir a "saudo pefelista, seria ajudar na distrital, tema polêmico den- dável" proximidade, para efeiconstrução de uma nova estra- tro de uma futura reforma po- to de cobranças, do eleitor com tégia para o partido, "mais no lítica, mas de olho no longo o candidato eleito. Sergio Leopoldo Rodrigues sentido de consolidar o PFL prazo. "A concentração de po-
GARANTIRAM CONQUISTAS
F
oi a ação política de pressão da rede capilar nacional das associações comerciais no Congresso Nacional que garantiu um tratamento fiscal e legal diferenciado para o empreendedor no Brasil, enfatizou o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, durante palestra no XVI Congresso Brasileiro da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), em Brasília, nesta última terça-feira. Mais de mil participantes de 27 estados ouviram Afif relembrar o esforço iniciado em 1976 para criar um ambiente propício para os pequenos negócios, os maiores geradores de emprego e renda no País. "A
nópolis. Além de discutirem uma agenda nacional, os governadores também estão incomodados com o fato de o presidente ter restringido a interlocução no partido. "A negociação precisa ser conjunta. Por que só os três vão ao Planalto?", pergunta o governador eleito de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli. Os deputados excluídos das negociações dizem que, embora seja candidato a líder na Câmara, Jader Barbalho não fala em nome da bancada. Eles também suspeitam de que estaria no forno um acordo para facilitar a reeleição de Renan, às custas da bancada da Câmara. Pelo acordo, os deputados abririam mão do direito de indicar o futuro presidente da Casa, prerrogativa que cabe ao maior partido – o PMDB, o que favoreceria, por tabela, a reeleição do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), vista com bons olhos pelo Planalto. Outras indicações – O partido de Lula, que também reivindica o comando da Casa, seria contemplado com um cargo no ministério. Nome mais forte para substituir Rebelo, o líder do governo, deputado e médico Arlindo Chinaglia (PT-SP), seria indicado para a Saúde. Além disso, o PT também assumiria o Tribunal de Contas da União (TCU) , hoje disputado por oito partidos, com o deputado Paulo Delgado (MG) como ministro. No Senado, o PT pressiona Lula para devolver ao partido o cargo de líder do governo. O nome mais cotado é o do senador Tião Viana (PT-AC). O próprio Lula, no entanto, confirmou o senador Romero Jucá (PMDB-RR) no posto. (AE)
cultura nacional era voltada para as grandes empresas e mega-corporações", disse. "Falar em micro e pequenas era palavrão, por isso elas estavam condenadas a desaparecer", acrescentou. Afif creditou à luta das ACs os avanços obtidos de lá para cá, até a aprovação do Simples e do Estatuto Geral na Micro e Pequena Empresa, na semana passada. Ele também destacou o papel da própria CACB que, uma vez unificada, mobilizou sua imensa base nacional em prol dos pequenos negócios. "Foram nossas divisões blindadas, com suas autênticas representatividades, que trabalharam juntas para chegar onde chegamos", resumiu. Mas alertou, junto com o presidente da CACB, Alencar Burti, que é preciso estar atento para a regulamentação da Lei Geral. "Para que ela não distorça a essência da Lei e assegure nossas conquistas", resumiu Burti. (SLR)
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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INCENTIVOS FISCAIS BARATEIAM O PRODUTO
Vendas no hipermercado Extra cresceram 70% só no primeiro semestre deste ano
EQUIPAMENTOS CUSTAM MENOS DE R$ 1 MIL, E O NÚMERO DE PARCELAS ULTRAPASSA 18 MESES
VAREJO FAZ GUERRA DE PREÇOS DE PCs Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
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Variedade de marcas e modelos é a principal arma do varejo
Importados ganham destaque
Produção deve crescer 40%
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s fabricantes de computadores devem terminar 2006 com crescimento de 40% na produção em relação ao ano passado. O salto de produtividade ocorreu em razão da isenção do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre computadores de mesa que custam até R$ 1,4 mil e de notebooks com preço inferior a R$ 3 mil. Com o abatimento dos impostos, no acumulado de janeiro a outubro de 2006, os preços dos PCs ficaram 11,3% abaixo dos vigentes em igual período do ano passado, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Com valores mais atraentes para o consumidor final, a demanda pelo produto naturalmente cresce.
O câmbio favorável à importação de componentes e a maior fiscalização sobre o mercado cinza (produtos ilegais) ajudaram na popularização. No caso dos notebooks, os dados são ainda mais impressionantes. As vendas desse tipo de equipamento, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), vão dobrar em relação a 2005. O impulso final para a alcançar a meta da entidade deve acorrer agora no Natal. Otimismo – Na previsão da rede de hipermercados Extra, as vendas de notebooks aumentarão 400%, conforme o gerente de compra do setor de eletroeletrônicos do Extra, Avelino Nogueira da Silva. "Será o Natal do computador. O celular não tem mais espaço para crescer", diz Silva.
A regra da explosão de consumo de computadores é um fenômeno nacional. Nas Lojas Berlanda, de Santa Catarina, o volume de computadores encomendados para o final do ano cresceu 200%. As Lojas Insinuante, líder no Nordeste, ampliou em 30% as encomendas de computadores neste fim de ano em relação ao Natal de 2005. Os fabricantes do equipamento têm outro motivo para comemorar. As ações das Polícias Civil e Federal, junto com a Receita Federal, reduziram a participação dos equipamentos ilegais no mercado. Segundo a Abinee, dos 8 milhões de computadores que deverão ser produzidos em 2006 (7,5 milhões de computadores de mesa e 500 mil notebooks), 54% são legais. (RCI)
ncentivos fiscais para fabricantes, câmbio favorável e a intensa guerra de preços e ofertas entre varejistas têm popularizado o até recentemente inatingível computador pessoal. Atualmente, há computadores no mercado com preços mais em conta que os de televisores básicos de 29 polegadas. Basta ir a campo para constatar: a Americanas.com oferece computadores de mesa, com monitor de 15 polegadas e caixa de s o m p o r R$ 1.099. No Extra, equipamento semelhante está à venda por R$ 999. Só no primeiro semestre, as vendas de c o m p u t a d ore s d o E x t r a cresceram 70% em relação ao mesmo período de 2005, e 90% das compras foram de PCs de valor inferior a R$ 2,5 mil. Apesar dos incentivos fiscais aos fabricantes e do câmbio favorável às importações, fabricar um computador compatível com o que há de mais atual no mercado de software e hardware ainda custa caro. Como exemplo, um computador equipado com o atual processador Core 2 Duo, da Intel, pode custar até R$ 2 mil a mais
que um com o processador Celeron, também da Intel. Os dois podem ser úteis. Mas realizar multitarefas no Windows XP ou rodar jogos atuais em um Celeron pode ser um exercício de paciência, principalmente se a máquina tiver menos de 512 MB de memória. Apesar disso, a configuração básica dos computadores mais acessíveis do mercado é de processadores Celeron, com 256 MB
de memória RAM e sistema operacional Linux. O Linux é outra maneira de baratear o produto final, já que não tem custo para o fabricante por ser um software gratuito. Com um computador lento, a saída do usuário é comprar peças para fazer o upgrade da máquina. Em geral, memórias e placas aceleradoras de vídeo são os itens mais visados por quem está insatisfeito com o desempenho do computador,
segundo o coordenador do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Edson Carvalho. Um pente de memória de 512 MB, o ideal para um bom desempenho, custa R$ 200. A placa de vídeo GeForce FX6600 de 256 MB, que é uma opção mediana à disposição, tem preço médio de R$ 400. No final das contas, os R$ 1,6 mil gastos poderiam comprar, na mesma loja da promoção, um computador CCE com p ro ce s sa do r Pentium 4, um modelo mais eficiente, que no Extra custa R$ 1.599. Carvalho lembra que o desem penho dos computadores dobra a cada ano. E a indústria de softwares acompanha essa realidade. Dessa forma, "comprar um computador mais atual aumenta a vida útil do equipamento, o que, no final da história, resulta em economia", afirma o especialista. O coordenador do Centro de Informática da UFPE diz ser positivo o barateamento do produto. "Mas o consumidor precisa ficar atento para ver se está comprando algo que atenderá a suas necessidades." Renato Carbonari Ibelli
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Internacional
Com a graça de Deus, vamos ter uma grande celebração nuclear antes do final deste ano em todo o Irã Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã
SEQÜESTROS RACHAM IRAQUE
O
seqüestro em massa ocorrido na terça-feira em Bagdá fez o crescente problema da violência sectária atingir – e rachar – o governo iraquiano. Enquanto um ministro se afastou do cargo por afirmar que há ainda 70 a 80 reféns, um porta-voz do governo afirmou que no máximo cinco pessoas ainda estão em poder dos seqüestradores. Na terça-feira, cerca de 80 homens armados invadiram a sede do Ministério da Educação Superior, em Karrada, no centro de Bagdá, e capturaram dezenas de homens. O grupo vestia uniformes das forças do Ministério do Interior, levantando a suspeita de que a polícia estaria envolvida. Poucas horas depois do crime, cinco policiais foram presos para testemunhar o porquê de não ter havido nenhuma resistência contra os seqüestradores. O ministro da Educação Superior, Abed Theyab, pediu afastamento até que "os reféns sejam libertados". Segundo ele, há até 80 pessoas ainda nas mãos dos seqüestradores, pro-
Hadi Mizban/Reuters
vavelmente presas em distritos liderados por milícias xiitas. "Se eu não posso salvar e proteger a vida das pessoas no meu ministério – sejam elas professores, funcionários ou estudantes – não há nenhuma razão para que eu permaneça no cargo", disse Theyab. Um porta-voz do governo, Ali al-Dabbagh, afirmou, no entanto, que entre duas e cinco pessoas ainda são mantidas como reféns. Segundo o governo, cerca de 40 pessoas foram seqüestradas no total, contrariando a informação do ministro de que mais de 100 pessoas haviam sido capturadas. Pelo menos uma informação, entretanto, é dada como certa tanto pelo governo como pelo Ministério: a ação foi motivada por conflitos étnicos. A primeira indicação disso é o depoimento de testemunhas afirmando que os seqüestradores checaram os documentos dos reféns e levaram apenas os sunitas. Além disso, há o fato de Theyab ser sunita e o Ministério do Interior – acusado de envolvimento – ser xiita. O próprio governo confir-
Alex Wong/Getty Images/AFP
John Abizaid: mais soldados
EUA O Universidade de Bagdá: alvo da violência
mou a motivação do crime. "O objetivo dos seqüestradores era fomentar a tensão sectária e quebrar a estabilidade entre sunitas e xiitas", declarou o porta-voz do governo. Na terça-feira, o primeiroministro Nuri al-Maliki já havia declarado que o seqüestro "era
resultado do conflito entre milícias pertencentes a lados diferentes". Ele prometeu manter as universidades abertas e livres de ataques sectários e também disse que o objetivo agora é "prender e punir os responsáveis pelo seqüestro". Integrantes de quatro famílias - todas
sunitas - deram entrevistas, dizendo que ainda não tiveram notícias de seus parentes, que trabalhavam no Ministério da Educação. Ontem, um grupo armado seqüestrou três funcionários de uma agência governamental responsável pelas mesquitas sunitas no Iraque.
IRÃ
ATA
Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S/A CNPJ n.º 60.518.222/0001-22 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 5 de outubro de 2006 Data, Hora e Local: 5 /10/2006, às 10 horas, na sede social, na Av. Paulista, n.º 37 - 11º andar - São Paulo, SP. capital social previsto na lei. Capítulo IV - Da administração - Artigo 9º - O Banco será administrado por uma Participantes: Presentes acionistas representando a totalidade do capital social. Mesa: Presidente: Sr. Hajime diretoria composta de 03 (três) a 20 (vinte) diretores, eleitos pela assembléia geral dos acionistas. § Único - Os Uchida; Secretário: Sr. Taku Matsumoto. Convocações: Dispensadas as publicações de anúncios de acordo com Diretores assim eleitos, elegerão, entre si, o Diretor-Presidente, até 2 (dois) Diretores Vice-Presidentes, até 2 (dois) o disposto no § 4º do Artigo 124, da Lei 6404 de 15.12.1976. Documentação: Encontra-se arquivada na sede social. Diretores-Superintendentes, até 5 (cinco) membros com a designação de simples Diretores e até 10 (dez) Ordem do Dia: Apreciar e deliberar sobre a reforma parcial do Estatuto Social, relativa a adequação da estrutura Diretores-Adjuntos. Artigo 10 - O mandato da Diretoria será de 2 (dois) anos, podendo ser reeleitos os seus organizacional, no que se refere aos cargos da Diretoria, bem como, apreciar e deliberar sobre o aumento de capital membros; os proventos mensais serão fixados pela assembléia geral dos acionistas. § 1º - No caso de vaga antes do estabelecimento, a ser realizado em moeda corrente do País, e consolidação do Estatuto Social, conforme do término da gestão, o que for eleito exercerá o cargo pelo prazo que restar ao substituído, podendo, entretanto, constava da Proposta da Diretoria que se encontrava sobre a mesa dos trabalhos e que lida pelo Sr. Secretario, a assembléia deixar de preencher qualquer vaga, se assim julgar conveniente, em defesa dos interesses do Banco, estava assim redigida: “Proposta da Diretoria”: Senhores Acionistas: A diretoria do Banco Sumitomo Mitsui caso em que a Diretoria designará dentre os Diretores em efetivo exercício quem acumule as funções do declarado Brasileiro S.A., tem a satisfação de propor a V.S.as., a reforma parcial do estatuto social, consistente na alteração vago. § 2º - A gestão de cada Diretor contar-se-á da data da posse e terminará no dia em que se realizar a assembléia do número de membros da Diretoria e de sua composição, para adequar o órgão administrativo da sociedade às geral para a nova eleição. § 3º - A posse dos Diretores se efetivará mediante termo lavrado e assinado no livro de atuais necessidades e circunstâncias. Propor ainda o aumento do Capital Social do estabelecimento, em moeda Atas de Reunião da Diretoria. § 4º - A Diretoria terá participação nos lucros apurados semestralmente, observados corrente nacional, atualmente de R$ 309.356.516,00 (Trezentos e nove Milhões, Trezentos e cinqüenta e seis mil, os limites legais. Artigo11 - Perde o cargo o Diretor que se afastar do respectivo exercício por mais de 30 (trinta) e quinhentos e dezesseis reais) para R$ 409.356.516,00 (Quatrocentos e nove Milhões, Trezentos e cinqüenta e dias úteis, consecutivos, sem causa justificada ou sem licença da Diretoria. § Único - Nos casos de impedimento seis mil, e quinhentos e dezesseis reais), sendo tal aumento de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais), temporário ou de licença, o Presidente designará um Diretor para substituir o que estiver impedido. Artigo 12 - A representado pela emissão de 100.000.000 (cem milhões) ações novas, ordinárias e nominativas, do valor nominal Diretoria reunir-se-á, ordinariamente, pelo menos uma vez por mês, e, extraordinariamente, sempre que o de R$ 1,00 (hum real) cada uma, a serem subscritas, mediante realização de 100% (cem por cento) no ato de sua Presidente a convocar, lavrando-se da ocorrida ata, que deverá ser assinada pelos presentes. § Único - As subscrição em moeda corrente do País. Na hipótese de ser aprovada esta proposta, a Diretoria, sugere, desde já, resoluções da Diretoria serão tomadas por maioria de votos; no caso de empate, o Presidente da sessão terá o voto que o Artigo 6º do estatuto social passe a vigorar com a seguinte redação: “Art. 6º. O Capital Social é de R$ de desempate. Artigo 13 - Compete à Diretoria: a) orientar, superintender, dirigir e decidir todos os negócios, 409.356.516,00 (quatrocentos e nove milhões trezentos e cinqüenta e seis mil quinhentos e dezesseis reais), operações e serviços; b) cumprir e fazer cumprir os estatutos do Banco e demais leis e regulamentos pertinentes dividido em 409.356.516 (quatrocentos e nove milhões trezentos e cinqüenta e seis mil quinhentos e dezesseis) às atividades bancárias e executar as deliberações das assembléias gerais dos acionistas; c) contrair obrigações ações, ordinárias e nominativas, do valor de R$ 1,00 (hum real) cada uma”. E deliberar sobre a Consolidação do e autorizar a aquisição e alienação ou oneração de bens, a transação e a renúncia de direitos; d) decidir sobre a Estatuto Social. São Paulo, 05 de outubro de 2006. a.a – Toshiro Kubota, Diretor Presidente – Masaki Matsuoka, criação e extinção de cargos e funções, fixar vencimentos e gratificações e organizar o regulamento interno e o do Diretor Vice Presidente - Takumi Kamijo, Diretor - Hitoshi Suyama, Diretor – Roberto Isamu Ono, Diretor. Por pessoal do Banco; e) prover, até a assembléia geral mais próxima, as vagas da Diretoria; f) criar ou suprimir unanimidade de votos foram aprovadas as seguintes Deliberações: I) A adequação da estrutura organizacional, agências, representações e correspondentes, observadas as disposições legais; g) determinar as convocações no que se refere aos cargos da Diretoria, e em conseqüência, a alteração do Parágrafo Único do Artigo 9º do das assembléias gerais; h) distribuir aos Diretores encargos especiais, sem prejuízo dos seus próprios setores na Estatuto Social que passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 9º - O Banco será administrado por uma administração. Artigo 14 - Compete ao Diretor-Presidente: a) presidir as sessões da Diretoria; b) dirigir todas as Diretoria composta de 3 (três) a 20 (vinte) diretores, eleitos pela assembléia dos acionistas. § Único – Os diretores, atividades sociais do Banco, dando execução às deliberações tomadas nas assembléias gerais e nas reuniões da assim eleitos, elegerão, entre si, o Diretor-Presidente, até 2 (dois) Diretores Vice-Presidentes, até 2 (dois) Diretores Diretoria; c) representar o Banco, ativa e passivamente, em juízo ou em suas relações com terceiros, podendo Superintendentes, até 5 (cinco) membros com a designação de simples Diretores e até 10 (dez) Diretores- constituir procuradores judiciais ou extra-judiciais; d) nomear, remover, promover, punir ou demitir funcionários de Adjuntos”; II) O aumento de capital do estabelecimento, a ser realizado em moeda corrente do País, conforme qualquer categoria e conceder-lhes licença e férias e abonar-lhes faltas; e) autenticar, com a sua rubrica, os livros constava da Proposta da Diretoria, aumento este no valor de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais), alterando- exigidos pelo Artigo 100, da Lei n.º 6.404, de 15.12.1976, ou determinar quem o faça. § Único - Compete a qualquer se assim o Artigo 6º do Estatuto Social que passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 6º. O Capital Social é de dos Diretores Vice-Presidentes e a qualquer dos Diretores-Superintendentes, pela ordem, substituir o DiretorR$ 409.356.516,00 (quatrocentos e nove milhões trezentos e cinqüenta e seis mil quinhentos e dezesseis reais), Presidente nos seus impedimentos. Artigo 15 - Compete aos Diretores Vice-Presidentes e dividido em 409.356.516 (quatrocentos e nove milhões trezentos e cinqüenta e seis mil quinhentos e dezesseis) Diretores-Superintendentes, isoladamente, sem qualquer prejuízo de idênticas atribuições que cabem ao Diretorações, ordinárias e nominativas, do valor de R$ 1,00 (hum real) cada uma”. A seguir, pedindo a palavra, disse o Presidente: a) dar execução a todas as deliberações tomadas nas assembléias gerais e nas reuniões da Diretoria; acionista, Sr. Hajime Uchida, que estando presente a totalidade do Capital Social, não se fazia mister a fixação de b) representar o Banco, ativa e passivamente, em juízo ou em suas relações com terceiros, podendo constituir prazo a que refere o art. 171 da Lei n.º 6.404, de 15/12/1976, por isso, propunha que os senhores acionistas se procuradores judiciais ou extra-judiciais; c) organizar, com a colaboração dos demais membros da Diretoria, o manifestassem sobre seus direitos de preferência, evitando-se assim, a suspensão dos trabalhos, proposta essa relatório anual , para apresentá-lo à assembléia geral. Artigo 16 - Compete aos Diretores, sem prejuízo de idênticas aprovada unanimemente pela assembléia. Falando, então, cada acionista por sua vez, foi pelos mesmos dito que atribuições que cabem ao Diretor-Presidente, Diretores Vice-Presidentes e Diretores-Superintendentes: a) zelar abriam mão expressamente, como de fato o faziam, do exercício de seus direitos de preferência, exceto o acionista pela guarda e conservação dos valores do Banco e dos pertencentes a terceiros e em poder do Banco; b) Sumitomo Mitsui Banking Corporation, de Tokyo, Japão, devidamente representado por seu bastante procurador. superintender e dirigir todos os movimentos econômicos e financeiros de acordo com as previsões e os orçamentos Retomando a palavra, o Sr. Presidente determinou que se procedesse à abertura de lista de subscrição, tendo sido previamente elaborados pelos mesmos e aprovados pela Diretoria; c) assinar, sempre em conjunto com qualquer o aumento de R$ R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais), totalmente subscrito, tudo na forma e proporção dos Diretores ou procurador devidamente constituído, todo e qualquer documento ou papel que importe direta ou constante na mencionada lista de subscrição assim redigida: Lista de Subscrição de Ações- Aumento de Capital indiretamente em movimentos econômicos e financeiros do Banco, inclusive o relativo à prestação de fiança. Artigo Nome da Instituição: Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S.A - Endereço: Av. Paulista, n.º 37 11º andar- São Paulo 17 - Compete aos Diretores-Adjuntos: a) assessorar os demais diretores nas suas respectivas atribuições; b) SP - Data da Assembléia: 05/10/2006. Nome: Sumitomo Mitsui Banking Corporation - Endereço:1-2, Yurakucho administrar os fundos de investimentos do Banco e exercer outros encargos, desde que expressamente autorizado 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 100-0006, Japan. Nacionalidade: Japonesa - Data da Subscrição:05/10/2006. pela Reunião da Diretoria. § Único - Os Diretores-adjuntos não participarão das reuniões da Diretoria, prevista no Ações Possuídas: 309.355.013 ações ordinárias. Ações Subscritas: 100.000.000 (cem milhões) ações ordiná- Artigo 12, posto que a eles não competirá o exercício das atribuições elencadas no Artigo 13. Artigo 18 - Os rias. Valor da Entrada: R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais). São Paulo, 05 de outubro de 2006. Ainda com Diretores distribuirão entre si as funções que lhes forem atribuídas. Artigo 19 - As escrituras e contratos relativos a palavra, acrescentou o Sr. Presidente que o depósito da quantia recebida por força da subscrição pode ser feito à aquisição, alienação ou oneração de bens imóveis em que o Banco for parte, deverão ter duas assinaturas, sendo em títulos de emissão do Tesouro Nacional ou do Banco Central do Brasil, nos termos da Resolução n.º 2.027, de uma ou do Diretor-Presidente ou de qualquer dos Diretores Vice-Presidentes ou de qualquer dos Diretores24/11/1993, do Banco Central do Brasil. Após proceder à explanação sobre a citada Resolução, o Sr. Presidente Superintendentes, em conjunto com a de qualquer dos Diretores ou de procurador regularmente habilitado. § 1º suspendeu a sessão pelo tempo necessário para promover a vinculação dos títulos já disponíveis em carteira - Sem prejuízo das atribuições que estes estatutos conferem aos órgãos da administração, a representação do perante o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC). Reaberta a sessão, determinou o Sr. Presidente Banco, em juízo e perante a administração pública federal, estadual e municipal, poderá ser feita por um Diretor que se procedesse à leitura dos comprovantes do depósito da importância recebida por força da subscrição. Dando apenas. § 2º - Sem prejuízo do disposto na letra “c” do Artigo 16, todo e qualquer documento ou papel que importe seqüência aos trabalhos, disse o Sr. Presidente que à vista da aprovação integral dada pela assembléia à Proposta direta ou indiretamente em movimento econômico e financeiro do Banco, inclusive o relativo à prestação de da Diretoria e a subscrição total do aumento de capital, submetia a mesma à aprovação definitiva dos senhores fianças, poderá ser assinado, também por dois procuradores devidamente constituídos. § 3º - A Diretoria acionistas. Estes, então, deliberaram unanimemente homologar todos os atos praticados, dando, por fim, como resolverá quanto à outorga de firmas autorizadas, seu uso e limitação, dando de suas decisões a divulgação aprovado o aumento de capital social para R$ 409.356.516,00 (quatrocentos e nove milhões trezentos e cinqüenta conveniente. Capítulo V - Do Conselho Fiscal - Artigo 20 - O Conselho Fiscal compor-se-á de 3 (três) e seis mil quinhentos e dezesseis reais). III) Aprovar, por unanimidade de votos, a seguinte redação consolidada: membros efetivos e de outros tantos suplentes e somente será instalado por deliberação da assembléia geral, Estatuto Social do Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S.A. Capítulo I - Denominação, objetivo, duração e sede nos casos previstos no parágrafo 2º do Artigo 161 da Lei n.º 6.404, de 15.12.1976, terminando cada período - Artigo 1º - O Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S.A. é uma sociedade anônima, constituída na forma da Lei, e de funcionamento na primeira assembléia geral ordinária, após sua instalação. Artigo 21 - A assembléia geral se regerá por estes estatutos, bem assim pela legislação em vigor. Artigo 2º - A companhia tem como objeto social que deliberar sobre instalação do Conselho Fiscal, elegerá os seus membros e fixará sua remuneração. a prática de operações ativas, passivas e acessórias inerentes às respectivas carteiras autorizadas (comercial e Capítulo VI - Dos Lucros, fundos e dividendos - Artigo 22 - O exercício social terá a duração de doze meses, de investimentos), inclusive câmbio, de acordo com as disposições legais e regulamentares em vigor, e ainda a tendo seu término no dia 31 de dezembro de cada ano e proceder-se-ão no último dia dos meses de junho e administração de carteira de valores mobiliários. Artigo 3º - O prazo de duração da sociedade será por tempo dezembro, balanços semestrais para a apuração de resultados. § Único - Dos lucros líquidos aplicar-se-ão indeterminado. Artigo 4º - O Banco terá domicílio legal, sede e foro na cidade de São Paulo/SP. Artigo 5º - O Banco semestralmente: a) 5% (cinco por cento), antes de qualquer outra destinação, na constituição de Reserva poderá estabelecer filiais ou agências e nomear agentes, representantes ou correspondentes, onde e quando a sua Legal, que não excederá 20% (vinte por cento) do Capital Social; b) 25% (vinte e cinco por cento) de dividendos administração achar conveniente, observadas as disposições legais. Capítulo II - Do Capital Social - Artigo 6º O capital social é de R$ 409.356.516,00 (quatrocentos e nove milhões trezentos e cinqüenta e seis mil quinhentos mínimos aos acionistas; c) e se restar saldo, este será transferido para o exercício seguinte, ou terá a e dezesseis reais), dividido em 409.356.516 (quatrocentos e nove milhões trezentos e cinqüenta e seis mil destinação que for proposta pela Diretoria, “ad referendum” da assembléia geral. Encerramento: Nada mais quinhentos e dezesseis) ações, ordinárias e nominativas, do valor de R$ 1,00 (um real) cada uma. Capítulo III - havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos, lavrando-se esta ata que lida e aprovada vai assinada pelos Da Assembléia Geral - Artigo 7º - A assembléia geral dos acionistas exercerá todos os poderes que lhe são presentes. São Paulo, 05 de outubro de 2006. aa) Hajime Uchida – Presidente ; Taku Matsumoto – atribuídos pela lei das sociedades por ações. §1º - As assembléias gerais realizar-se-ão, mediante convocação, Secretário. ACIONISTAS: Sumitomo Mitsui Banking Corporation – Hajime Uchida (procurador); Hajime na forma da lei sob a presidência de um acionista, devendo aquele que presidir a assembléia convidar outro Uchida – Taku Matsumoto. A presente é cópia fiel do original lavrado no Livro de Atas de Assembléias Gerais acionista para secretário. § 2º - A assembléia geral ordinária realizar-se-á até o último dia do mês de abril de cada da Sociedade. São Paulo, 05/10/2006. Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S/A. - Hitoshi Suyama - Diretor; ano. § 3º - Dez dias antes da reunião, ficarão suspensas as transferências de ações. Artigo 8º - A assembléia geral Takumi Kamijo - Diretor. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São ordinária instalar-se-á, em primeira convocação, com a presença de acionistas que representem o mínimo do Paulo - Certifico o registro sob nº 293.684/06-6 em 31/10/06. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
principal comandante dos EUA no Oriente Médio, John Abizaid, alertou ontem o Senado que estabelecer um cronograma para a retirada de militares do Iraque só aumentaria a violência no país. Ele quer, sim, aumentar o efetivo de soldados e armamentos dos EUA naquela região.
Firme no programa nuclear
O
presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou ontem que o país continuará com seu programa nuclear "até o fim" e que não será atrapalhado pelo Ocidente. Potências ocidentais temem que a República Islâmica esteja tentando desenvolver bombas atômicas. Ahmadinejad fez essas declarações um dia depois de a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ter dito, em um relatório, que o Irã continuava dificultando suas investigações para determinar se os planos do país eram ou não pacíficos. "A nação iraniana defende seu direito nuclear e continuará avançando até o fim", afir-
mou o presidente. "Com a graça de Deus, vamos ter uma grande celebração nuclear antes do final deste ano em todo o Irã", afirmou, sem dar maiores detalhes. O ano iraniano termina em março de 2007. Ahmadinejad afirmou na terça-feira que seu país pretendia construir 60 mil centrífugas para enriquecer urânio. O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, denunciou o programa nuclear iraniano em visita aos Estados Unidos. "Não podemos nos dar ao luxo de esperar sem reagir", disse. Até agora, o Irã enriqueceu pequenas quantidades de urânio, montante aquém do necessário para usá-lo como combustível, disse a AIEA.
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 14 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Requerente: Confecções Pasquini Ltda. EPP - Requerido: Embraroma Empresa Bras. de Roupas Masculinas Ltda - ME - Alameda Franca, 1.161 - 1ª Vara de Falências Requerente: Mercantil Farmed Ltda. - Requerido: Dia Dia Drogaria do Diabético Ltda. - Alameda Lorena, 1.338 - 2ª Vara de Falências Requerente: Eugênio Publicidade Ltda. - Requerido: Conbek Premium Products Ltda. - Av. Doutor Cardoso de Melo, 1.460 - conj. 82-83 - 1ª Vara de Falências Requerente: Tecelagem Guelfi Ltda. - Requerido: Digital Jeans Confecções Ltda - EPP - Rua Miller, 613 - 1ª Vara de Falências
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.TURISMO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
MERCADO
Por Sonaira San Pedro
T
odo santo dia, centenas de turistas peregrinos brasileiros cruzam o Oceano Atlântico em direção à Europa em busca dos lugares sagrados do Velho Continente. Nesses roteiros de viagem, sobressaem destinos como Fátima, em Portugal, o caminho espanhol de Santiago, Munique, a terra do papa Bento 16, e o tradicionalíssimo Vaticano. E com o interesse crescente dos fiéis de encontrar suas raízes cristãs, os centros de turismo dos países europeus lançam novos roteiros de fé para os viajantes mais religiosos. É o caso dos destinos alemães, que vieram à tona logo que Joseph Ratzinger foi eleito papa, em abril do ano passado. "O passeio que viaja pelo país seguindo os passos dele é oferecido em 20 idiomas, com itinerário adequado às preferências do peregrino", diz a representante do Centro de Turismo Alemão para a América do Sul, Adriana Martins. "Isso sem contar a enorme quantidade de
Turismo europeu aposta nos roteiros movidos pela fé Munique, terra do papa Bento 16, é um novos destinos para peregrinos na Alemanha. Neste filão, porém, os tradicionais como o santuário francês de Lourdes e o Caminho de Santiago continuam a atrair inúmeros fiéis Divulgação
Santiago de Compostela: o ponto máximo do caminho de mesmo nome que se tornou famoso no mundo inteiro
Patrick Pleul/DPA/Brainpix/Ag. O Globo
mosteiros e conventos religiosos que a Alemanha abriga", completa. O outro papa – A Polônia também é dos países europeus mais procurados pelos peregrinos, por ser berço de João Paulo II. O roteiro segue ainda por Varsóvia, Cracóvia e Wadowice, cidade natal do antigo papa. Depois, vai para Roma e no Vaticano, o
centro católico no mundo. Mas nem só de papados vive o turismo religioso. O santuário francês de Lourdes é o segundo recanto católico mais visitado no mundo. Seis milhões de fiéis visitam o lugar a cada ano. E esse número deve aumentar quando começarem, no próximo ano , as comemorações dos 150 anos que a Virgem Maria teria
aparecido 18 vezes na gruta da cidadezinha francesa. É também na França onde começa o famoso Caminho de Santiago, em Saint Jean Pied de Port. O trajeto segue Espanha adentro até o noroeste do país, e chega a Compostela. "É a riqueza religiosa que faz a Espanha ser o segundo país mais visitado do mundo", afirma o representante do Centro de Turismo Espanhol, Ramon Burdeos. "O país ainda guarda basílicas e mosteiros, como o Mosteiro de San Toríbio de Liébana, abrigo do maior pedaço da cruz de Cristo", completa. No vizinho Portugal, nove em cada dez cidadãos são católicos. "Cada cidade, vila e aldeia se veste, todos os anos, de alguma forma, para um evento religioso", conta o divulgador do turismo religioso português, João Tavares Gonçalves. "O projeto agora é criar um eixo entre Fátima e Compostela e agregar o fluxo turístico dessas duas regiões, já que o Caminho de Santiago também passa por Portugal". Fátima é o maior centro religioso português, onde Nossa Senhora teria aparecido a três crianças, em 1917, anunciando um milagre: a dança do Sol, vista por 70 mil fiéis. SERVIÇO: Quem leva: os roteiros são adequados de acordo com as preferências de cada peregrino. Marktur, tel. (11) 3101-7887, www.marktur.com.br; TC Travel (França), tel. (81) 3465-4042, www.tctravel.com.br; Marco der Pole (Polônia), tel. (4812) 430-2117, www.marcoderpole.com.pl.
Mulheres de negócios: feministas não, femininas
Varsóvia, Cracóvia e Wadowice, todas na Polônia, formam o roteiro sobre a vida do papa João Paulo II Flavia Perin/AE
E
Na Alemanha, Munique começa a ganhar destaque entre fiéis
Os destinos santos Alemanha www.visitealemanha.com Marktl-am-Inn: cidade natal do papa Bento XVI - www.marktl.de/index.php Mosteiro Benediktinerabtei Ettal: www.kloster-ettal.de Mosteiro Kloster Seeon: www.kloster-seeon.de Polônia Cz estochowa: o mais importante centro de peregrinação da Polônia guarda a imagem da Virgem Negra www.czestochowa.pl/languages/ pt?set_language=pt&cl=pt Swieta Lipka: santuário que abriga a imagem da Virgem www.jezuici.pl/swlipka/ Wadowice: cidade natal do papa João Paulo II - www.krakowinfo.com/wadowice.htm Itália Pádua: guarda a Catedral de Santo Antonio - www.turismopadova.it Roma e Vaticano: www.vatican.va
Assis: Catedral de São Francisco de Assis e de Santa Clara - www.assisonline.net Cascia: Basílica de Santa Rita de Cássia www.bellaumbria.net/cascia França www.villes-sanctuaires.com Lisieux: Basílica de Santa Teresa www.lisieux-tourisme.com Lourdes: o Santuário de Lourdes, onde a Imaculada teria aparecido em 1858, é o maior centro religioso da França www.lourdes-france.com Rocamadour: guarda a Basílica de Saint Sauveur, do século 12, e a Capela de NotreDame, onde o corpo de Saint Amadour foi encontrado - www.rocamadour.com Mont Saint-Michel: foi onde São Miguel Arcanjo teria ordenado a construção da abadia beneditina La Merveille (O Milagre, em francês) - www.ot-montsaintmichel.com Espanha www.spain.info Caminho de Santiago: www.caminhodesantiago.com Portugal Fátima: www.rt-leiriafatima.pt
las não queimaram sutiã nem lutaram pela pecialista em astrologia psicológica e dona de uma igualdade social, mas há 76 anos mantém editora. Elas acreditam que a mulher tem muito a no mundo a Associação de Mulheres de contribuir, pelas suas características como, por Negócios e Profissionais – a BPW. Criada exemplo, a humanização nas relações de trabalho. em Nova York (EUA), a associação chegou a São Encontros – Para unir e reunir as associadas, há Paulo há 31 anos, além de outras 20 espalhadas encontros freqüentes, palestras, almoços, debates e pelo País. "Sofremos preconceito como feministas, festas. Os encontros culturais são recorrentes. As sóo sexo frágil. Na verdade, não tem essa. Acho que cias também são convidadas a participar de simpóas feministas cumpriram a missão delas na época", sios das mais diversas áreas. conta a atual presidente da associação, Elisa Guerra Tem a cerimônia das velas, que elas falam com Malta Campos. "Nunca nos comparamos com os muito carinho, por ser um evento especial para cehomens. Lutamos para estar ao lado deles e sermos lebrar as mulheres do mundo, realizada na Bolsa de completas", conta a presidente pré-eleita, Márcia Mercadorias e Futuros (BM&F). Na última cerimônia Kitz, já que a associação muda a presidência a cada teve uma palestra sob o tema "Os valores da nova sodois anos. ciedade são feminismos: ética e confiança, sensibiPresente em 100 países, a associação agrega mulhe- lidade e criatividade, incentivo ao trabalho em equires, empresárias e profissionais com ideais de aperfei- pe, flexibilidade e emotividade". çoamento profissional, melhores Divulgação/Panrotas As associadas fazem uma espécie condições e oportunidades na vida de terapia de grupo. Periodicamente econômica, civil e política para troca são exibidos filmes seguidos de um de experiências e negócios. O desadebate com um psicanalista ou esfio de ser uma associada é ter a atipecialistas em alguns assuntos pertitude de espiritualidade, ética e intuinentes ao tema do filme. Tem um ção. Uma coisa sensível. "A associaprograma de liderança em que as sóção une as pessoas, muda o perfil, cias se encontram. No mês passado fortalece a alegria, a sintonia", enuelas receberam a visita da presidente mera Elisa, lembrando que "mulher mundial, que participou da reunião Elisa Campos, presidente da BPW nacional em Cuiabá. não é fácil, sempre tem tititi". E por se tratar de uma associação E elas estão sempre citando as "feminina", há quem crie preconceitos antes mesmo de mulheres que assumem cargos importantes. No jorentender a filosofia da entidade. "Algumas pessoas nal interno registram a nomeação de cargos como o acham que vamos vender produtos, mas não é. É para da advogada Eunice Aparecida de Jesus Prudente, somar em alegria e, quem sabe, ter um desdobramen- que neste ano assumiu a secretaria da Justiça e Deto para a relação profissional”, conta Elisa. fesa da Cidadania; a procuradora do Estado de Minas Perfil – Para participar não precisa ter nenhum per- Gerais, Cármen Lúcia Antunes Rocha, que assumiu a fil. "Basta ser mulher", diz Elisa. E por ser uma organi- vaga deixada pelo recém-aposentado ministro Nelzação não-governamental feminina, apartidária e sem son Jobim, no Supremo Tribunal Federal e a coronel fins lucrativos, está aberta para toda mulher que quiser da Polícia Militar, Fátima Ramos Dutra, que tornouparticipar. Mas um bom começo é ter o desejo de in- se chefe da Casa Militar, entre outras. cluir o gênero feminino nas decisões de poder. Filiação – As sócias pagam mensalidade de E tem de tudo. Casadas, solteiras, separadas, jovens, R$ 60. As não-sócias pagam R$ 15 para participar dos mais experientes... "São mulheres que têm coragem de filmes e debates. A BPW-SP tem parcerias com empreabrir caminho", diz Elisa. Tem empresária, cientista, co- sas de peso, entre elas, ADVB, BM&F, Bovespa, Câmaras merciantes, estilista, artista, hoteleira, pecuarista. "Mu- de Comércio, Ciee, Fiesp, Sebrae, SEPM e outras entilheres que querem mostrar que têm potencial e talen- dades representativas da mulher. Elas também fazem tos que devem ser desenvolvidos", diz Elisa. obras sociais no Ceagesp. Informações pelos tels. (11) Elas buscam qualificação, treinamento, competitivi- 3898-2933 ou 3898-1858, site www.bpwsp.org.br. dade no mercado de trabalho, somando conhecimentos, mostrando que a mulher está consciente do seu Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas potencial e do novo papel que tem a desempenhar. A atual presidente, por exemplo, é, por acaso, es- pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.ECONOMIA/NACIONAL
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
MEDIDAS LEVADAS AO PRESIDENTE INCLUEM REDUÇÃO DE TRIBUTOS COMO ICMS, CPMF, PIS e COFINS
LULA QUER AMPLIAR PACOTE TRIBUTÁRIO
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer mais propostas de redução de encargos além das apresentadas na última terça-feira pela equipe econômica, dentro do
conjunto de medidas em preparação pelo governo para garantir um crescimento mais robusto da economia. Lula recebeu bem as idéias, mas ainda não tomou nenhuma decisão, informou o minis-
tro da Fazenda, Guido Mantega. O presidente também cobrou ousadia da equipe econômica. "Ele não quer correr o risco de que o País não venha a crescer na velocidade e com o vigor que nós podemos crescer
nos próximos anos", comentou o ministro na terça-feira. O pacote fiscal entregue ao presidente tem oito medidas de redução e simplificação tributária, que envolverão tributos como ICMS, CPMF, PIS e
Cofins, e benefícios para setores específicos da economia. O conteúdo deve ser oficialmente anunciado em dezembro. Segundo o ministro da Fazenda, Lula pediu mais corte nos tributos que incidem no se-
tor produtivo. "A redução que nós queremos fazer tem um impacto mais positivo sobre o crescimento. Temos que selecionar os tributos que tornem menos custosos os investimentos e tenham impacto maior sobre a economia." CPMF — No que se refere à CPMF, existem duas propostas: uma prevê a redução linear da alíquota, hoje de 0,38%, para todos os setores da economia nos próximos anos; a outra prevê que o benefício atinja somente segmentos específicos, em prazo mais curto. O ministro informou ainda que estão sendo estudadas alterações que vão estender a isenção de PIS e Cofins para empresas exportadoras. Embora Lula ainda não tenha batido o martelo sobre as mudanças, a equipe econômica terá de trabalhar rápido, pois as mudanças deverão ser implantadas já em janeiro do ano que vem. As medidas também vão incluir o controle dos gastos com pessoal e com a área de Saúde. Segundo Mantega, não haverá cortes nesses dois setores, mas apenas um controle maior das despesas. José Varella/CBPress/AE
Temos que selecionar os tributos que tornem menos custosos os investimentos e tenham impacto maior sobre a economia. Guido Mantega "Existem medidas importantes na área de gestão que vão ser implementadas, como qualidade e exigência de resultados nos programas a serem implantados", disse Mantega. "O Ministério do Planejamento fez uma proposta de que todos os programas que tenham orçamento acima de R$ 100 milhões passem por um acompanhamento minucioso, com a exigência de resultados e aumento de produtividade. O ministro Mantega disse que o principal desafio da equipe econômica é fazer com que as contas da União fechem, apesar da redução de tributos. Segundo ele, as reduções de impostos têm de ser feitas como programa de ajuste fiscal, de modo a manter o equilíbrio das contas públicas. "Se você desonerar, pode perder arrecadação e, se perder arrecadação, tem que economizar do outro lado. São duas faces da mesma moeda. Controle de gastos é mais adequado do que corte de gastos." Ficou fora de discussão a correção da tabela do Imposto de Renda. A tabela, que foi reajustada em 10% em 2005 e em 8% em 2006, deve permanecer a mesma. Dados do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) identificam uma defasagem de 46,8% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física de 1996 até 2006. Nesse cálculo, as correções feitas nos anos de 2002, 2005 e 2006 foram incluídas. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Rafael Neddermeyer/AE
Como o Brasil tem feito um esforço muito grande para diminuir o desmatamento, e assim reduzir emissões, achamos que é correto que os países desenvolvidos aportem recursos para compensar aqueles que estão fazendo reduções, uma vez que beneficiam a todos Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, sobre a criação de um fundo para incentivar a redução do desmatamento global.
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/
NOVEMBRO
2 -.LOGO
16 Dia Internacional da Tolerância Dia Nacional do Eletricitário e do Policial Federal Pagamento do IPI, IOF e Previdência Social
F UTEBOL V ÔLEI
Outra vitória do Brasil
Kazuhiro Nogi/AFP
A Seleção vence os suíços por 2 a 1. A equipe de Dunga segue invicta.
A
Brasil e Rússia definem a final A seleção brasileira feminina de vôlei garantiu uma vaga na final do Campeonato Mundial ontem ao superar a Sérvia e Montenegro por 3 sets a 1, com parciais de 25/17, 25/14, 21/25 e 25/20, no Ginásio Municipal de Osaka (Japão). A equipe, comandada pelo técnico José Roberto Guimarães, vai enfrentar agora a Rússia, que bateu a seleção italiana por 3 sets a 0, na outra semifinal. O jogo acontece hoje, às 3h30, também em Osaka. Vale lembrar que as brasileiras já superaram as européias na segunda fase (3 a 1). Depois de dominar os dois primeiros sets, dando a impressão de que a semifinal seria um
passeio, o Brasil quase se complicou. Deixou a adversaria vencer o terceiro set e comandar boa parte do quarto. "Perdemos a concentração. Foi culpa nossa. Mas vamos tentar corrigir o problema para a final", admitiu Sassá após o jogo. A seleção contou com uma ótima atuação de Fofão e explorou bem os recursos do seu banco. Sheilla foi a destaque do time com 20 pontos (17 de ataque e três de bloqueio). Fabiana também teve um ótimo desempenho e fez 16 (12 de ataque e quatro de bloqueio). "O Brasil disputou a final em 1994 e agora temos a segunda chance de conquistar esse título", disse Zé Roberto.
S EXY
N EGÓCIOS
seleção brasileira fechou 2006 com uma vitória de 2 x 1 sobre a Suíça, ontem, na quinta vitória consecutiva do técnico Dunga à frente da equipe. Luisão e Kaká, no primeiro tempo, marcaram os gols brasileiros na Basiléia. Essa foi a 12ª vitória do Brasil na temporada, que teve como única derrota a eliminação para a França nas quartas-de-final da Copa do Mundo. A seleção empatou só uma vez em 14 jogos, contra a Noruega, na estréia de Dunga, em agosto. A equipe demonstrou força na marcação e aproveitou erros da defesa adversária para construir o marcador contra a equipe suíça. Luisão, de cabeça, abriu o placar após cobrança de escanteio de Elano, aos 22 minutos de jogo. Doze minutos depois, o Brasil chegou ao segundo gol, aproveitando desatenção da defesa suíça. Após recuo de bola da intermediária, o goleiro Zuberbuehler chutou forte para frente e a bola bateu no zagueiro Djourou, que fazia a
Fabrice Coffrini/AFP
Kaká ampliar o marcador, aproveitando erro de defesa da Suíça.
proteção, sobrando livre para Kaká ampliar o marcador. No segundo tempo, Dunga confirmou a tendência de não colocar juntos em campo Ronaldinho e Robinho ao tirar o atacante do Real Madrid para a entrada do jogador do Barcelona. Os suíços descontaram graças a um gol contra do lateral brasileiro Maicon, aos 24 minutos da etapa final, num desentendimento com o goleiro
Helton. Pouco depois, o goleiro brasileiro impediu o empate ao mandar para escanteio uma bomba frontal de Barnetta. Empurrados pela torcida que lotou o estádio St Jakob, os suíços pressionaram e forçaram o goleiro Helton a mostrar serviço outras vezes. O Brasil passou os últimos dez minutos na defesa tentando impedir o empate da Suíça, sem contra-atacar. (Reuters)
Luke MacGregor/Reuters
Agência O Globo
O mapa das franquias do Brasil
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REALEZA – A rainha Elisabeth, da Grã Bretanha, discursa na tevê ao lado de sua pintura, na Câmara dos Lordes. A rainha afirmou que o terrorismo, a mudança climática e o controle das fronteiras dominarão a agenda do primeiro-ministro Tony Blair, no seu último ano. H AITI
Ministério das Relações Exteriores (MRE) recebeu a indicação do brasileiro Luiz Carlos Costa como Representante Especial Alterno das Nações Unidas no Haiti. Ele vai substituir o embaixador guatemalteco, Edmundo Mulet-Lesieur. Funcionário de carreira da Organização das Nações Unidas (ONU), com atuação em missões de paz na Libéria e em Kosovo, Costa foi nomeado por indicação direta do secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Ele destacou a "experiência" do brasileiro para o comando da Minustah, sigla em inglês para Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti. Além de "credenciais em
Você tem em casa uma pilha de discos de vinil maravilhosos que não encontra em CD? Os serviços de conversão desses LPs para CDs costumam ser caros, mas surgiu no mercado um aparelho barato que funciona como um toca-discos ligado ao computador. Além da conversão, ele também retira o chiado das antigas gravações. Custa US$ 169,95 na Hammacher Schlemmer. http://www.hammacher.com/publish/
Os pais que quiserem obter alguns conselhos sobre o uso adequado da internet podem consegui-los no site do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. A home tem um ícone dedicado ao assunto e detalha quais são os sinais que a criança pode apresentar se estiver fazendo uso indevido da rede. O Núcleo de Pesquisa sobre Psicologia e Informática da PUCSP (Pontifícia Universidade Católica) também responde gratuitamente dúvidas pelo email clinpsic@pucsp.br.
73363.asp?promo=homepage
http://www.icr.hcnet.usp.br
A TÉ LOGO
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Proposta de ministra sobre redução de desmatamento não empolga platéia de Nairóbi Novo submarino brasileiro será financiado por consórcio de bancos europeus
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Saiba como os filhos devem usar a web
Ao atender o chamado da ONU para comandar a Força de Paz composta por 7.500 soldados, dos quais 1.200 brasileiros, o Itamaraty entendeu que a situação do Haiti não se resumia à restauração da segurança pública, uma vez que a origem da crise residia na pobreza, na injustiça social e na debilitação das estruturas do Estado. Desde o início de 2004 à frente do comando de paz, o Brasil tem procurado estabelecer pontes com os demais países da América Latina e do Caribe para maior cooperação com o Haiti. Também desenvolveu intensa campanha pela obtenção de fundos para o desenvolvimento do Haiti.
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Transforme seus LPs em MP3
relevantes funções", Annan também falou do fato de o Brasil manter-se empenhado em contribuir para a segurança, o fortalecimento institucional e a reconstrução sócioeconômica daquele país. Há dois anos e meio, quando foi instalada a força de paz, o Haiti vivia situação de profunda instabilidade. Desde então, o Brasil mantém presença constante naquele país, no comando das forças internacionais, animado pelo sentimento de solidariedade regional e de afinidades cultural e étnica. O que justificou o envio de tropas pela Argentina, Chile, Peru, Uruguai, Equador, Paraguai, Guatemala e El Salvador, dentre outros.
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F AVORITOS
B RAZIL COM Z
Venda da Tim Brasil ainda em 2006 A Telecom Italia deve vender a sua subsidiária no Brasil até o fim deste ano, disse ontem o principal executivo da empresa, Riccardo Ruggiero. A Telecom está avaliando duas ofertas. "Estamos avaliando cada oferta com muito cuidado'', disse. O executivo anunciou que a decisão deve ser tomada nas próximas seis semanas. A imprensa espanhola vem divulgando constantemente que a Telecom Italia está negociando com a Claro, de Carlos Slim, e com a espanhola Telefónica.
Menino maluquinho
O G @DGET DU JOUR
O papa Bento XVI nomeou como novo bispo de Osório (RS) o sacerdote Jaime Pedro Kohl para substituir o monsenhor Thadeu Gomes Canellas, que se aposentou por limite de idade. O novo bispo era até agora professor do Seminário Nossa Senhora de Caravaggio, na cidade gaúcha de Farroupilha, em Caxias do Sul. Kohl nasceu em 1954 em Salvador do Sul, na grande Porto Alegre. Membro da Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência Don Calábria, estudou filosofia na Universidade de Caxias do Sul e teologia no Instituto Teológico San Zeno de Verona. Foi ordenado padre em 2 de setembro de 1984.
T ELEVISÃO
Brasileiro em missão da ONU Leda Catunda. Pinturas-objetos inéditas realizadas em 2006. Fortes Vilaça - Galeria 1. Rua Fradique Coutinho, 1500. Das 10h às 19h. Grátis. Telefone: 3032-7066.
Gaúcho é novo bispo brasileiro
www.bloomberg.com
C A R T A Z
ARTE
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O ator Rodrigo Santoro é um dos homens mais sexies do mundo, segundo a Revista People, que divulgou ontem seu ranking anual.
A On Line Editora lançou a segunda edição do Anuário de Franquias. Com 421 opções de negócios para investimentos nas principais franqueadoras nacionais e internacionais, o livro apresenta um estudo completo sobre valores, lucro e prazos para retorno e contrato de franquias nos principais setores de investimento no País. O "guia" também tem depoimento de empresários e consultores, além de dicas importantes ao futuro empreendedor. O anuário está sendo vendido por R$ 14,90.
V ATICANO
Famílias de vítimas da Gol recebem hoje documento sobre o acidente com o Boeing
A série brasileira Um Menino Muito Maluquinho foi premiada pela TV japonesa, informa o site Estadao.com. Criada a partir do personagem do cartunista mineiro Ziraldo, a série ficou em primeiro lugar na categoria de melhor produção para o público de até 12 anos, competindo com 55 programas de 27 países, segundo informativo do Ministério da Educação, que apoiou a série vitoriosa na 33ª edição do NHK Japan Prize. Um Menino Muito Maluquinho, dirigido por César Rodrigues, tem roteiro de Anna Muylaert e adaptação para a TV de Anna Muylaert e Cao Hamburguer. T ECNOLOGIA
Sorria, você está sendo roubado! A foto de dois ladrões de celular começou a circular na internet logo após a denúncia do roubo. É que o dono do aparelho, aficcionado por tecnologia, ao adquiri o aparelho, programou um serviço de compartilhamento de fotos automática com um site. Assim, todas as fotos feitas pelo celular apareceriam imediatamente na home. Apesar de os rapazes que apareceram nas fotos começarem a ser perseguidos antes da comprovação do seu envolvimento com o roubo, ao final das buscas o celular foi encontrado e devolvido para o verdadeiro dono. http://www.geenstijl.nl/ mt/archieven/029023.html
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
7 Sergio Amaral/Ag.Pixel
O essencial desse pacote é uma articulação para perenizar a CPMF Guilherme Afif Domingos
MUDANÇAS ECONÔMICAS EM DISCUSSÃO
PARA ANALISTAS, CRESCIMENTO DE 5% DA ECONOMIA REQUER NOVAS MEDIDAS E MAIS CORTES
MEDIDAS AINDA SÃO TÍMIDAS Divulgação
Leonardo Rodrigues/Hype
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José Augusto de Castro: o "drible" da importação.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Tr i b u t o s Empresas Nacional Legislação
Roberto Ticoulat: estados adiam pagamentos.
Problema: sobram créditos de ICMS acúmulo de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos exportadores de produtos industrializados e semi-elaborados tornouse um problema grave para o setor. Isso porque a Lei Kandir garante a obtenção desses créditos para abatimento em operações futuras, mas o ICMS não incide na exportação. Assim, o governo federal teria que repassar dinheiro suficiente para os estados ressarcirem essas empresas, o que não vem ocorrendo. O advogado Jorge Zaninetti, do Tozzini, Freire Teixeira e Silva Advogados, explica que o acúmulo de créditos tem ocorrido porque, mesmo com o dólar desvalorizado, as empresas estão cada vez mais voltadas para o mercado externo. "Estão com um saldo assustador de créditos e poucas são as empresas interessadas em comprá-los", afirma. No início do mês, o relatorgeral do orçamento da União para 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), disse que o governo prevê repasses de R$ 3,9 bilhões aos estados. Segundo a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz), o governo paulista vem ressarcindo as empresas normalmente, apesar de os procedimentos para isso serem trabalhosos. A Sefaz informa que vem devolvendo R$ 190 milhões por mês aos empresários. Os exportadores, no entan-
to, não parecem satisfeitos. Segundo Roberto Ticoulat, da Três Marias Exportação Importação, os estados, entre eles São Paulo, vêm procurando fórmulas para não ressarcir as empresas, como a lentidão na aprovação do crédito e a criação de vistorias demoradas. "No Estado de São Paulo, é possível comprar insumos com esses créditos, mas isso não adianta. Como vou comprar caixa de papelão com cré-
190
milhões é o valor que o fisco paulista repassa às empresas mensalmente por conta da desoneração das expor tações. dito, se a própria Klabin também tem saldo de créditos acumulados?", indaga. Mais de 80% do faturamento da Três Marias é resultado de exportação, sendo que 40% da receita anual da empresa corresponde a créditos de ICMS, PIS e Cofins acumulados. A crise da companhia só não é maior porque a maioria dos produtos que exporta são industrializados em Minas Ge-
rais. De acordo com Ticoulat, em Minas há empresas que aceitam os créditos de ICMS, com deságio de 15% a 20%. "Se o crédito é de R$ 100, por exemplo, aceitam por R$ 80. Pelo menos nos livramos de alguns créditos", afirma. Importação – O vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, diz que algumas empresas driblam a situação com o aumento da importação, quando é possível. "Uma empresa deixou de comprar soja no mercado interno para importar por causa do acúmulo de créditos de ICMS", conta. "E o pior é que esse crédito é tributado por Imposto de Renda", completa. A importação tem sido a alternativa da Dahll Comércio Internacional. "Como tenho outras atividades de importação, consigo escoar os créditos de ICMS", afirma Rita de Cássia Acea, da Dahll. Mas ela informa que quando há acúmulo, isso acaba onerando a exportação. "Alguém tem que pagar por isso", reclama. Em outubro, a AEB e outras entidades representantes do setor tiveram um encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Ele propôs que os exportadores passariam a pagar ICMS na exportação e depois solicitariam o ressarcimento que seria pago por meio de um novo fundo", diz Castro. A oferta foi rejeitada. Laura Ignacio
mpresários e economistas acham que o pacote apresentado pela equipe econômica do governo para promover o crescimento do País é muito pouco ou quase nada. Alguns afirmaram que o Executivo tenta ganhar tempo para que o avanço da atividade econômica melhore a relação entre gastos públicos e o Produto Interno Bruto (PIB), sem precisar cortar despesas. As alterações também são vistas como uma jogada fiscal. "O essencial desse pacote é uma articulação para perenizar a CPMF", alertou Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Contrário à manipulação, foi incisivo: "Isso vamos ter que combater." Para o economista Clóvis Panzarini, ex-coordenador tributário da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e sócio-diretor da CP Consultores Associados, o conjunto de medidas em estudo no governo está no caminho correto. Mas o pacote ainda é muito tímido para viabilizar o crescimento de 5% ao ano da economia, como quer o presidente Lula. "Qualquer redução tributária é bem-vinda num país com a carga amazônica que nós temos, mas imaginar que isso seja suficiente para dar o impulso de 5% é um sonho", disse. A desoneração dos investimentos privados é uma das medidas que devem ser incluídas no pacote que o governo pretende divulgar nos próximos dias. Mas Panzarini notou que as propostas não abrem espaço para o investimento público, que é considerado importante para eliminar gargalos de infra-estrutura que dificultam o desenvolvimento. Uma das sugestões levadas ao presidente Lula pela equipe econômica prevê um redutor de 0,02% do PIB por ano nos gastos correntes do governo. "Só vai sobrar espaço para investimento público se a redução de impostos for menor que 0,2% do PIB", disse Panzarini. "Nesse caso, seria absolutamente irrelevante no conjunto
da tributação no País." Para o economista, os problemas do Brasil são muito grandes para se falar apenas em reduzir "um pouquinho a CPMF, um pouquinho a tributação sobre o investimento e um pouquinho o gasto público". "Temos um buraco de 12% e o governo fala em reduzir gasto em 0,2%", disse. Pouquinho – O economista Roberto Troster ironizou, dizendo que o governo está praticando o "keynesianismo hidráulico", ou seja, "mexe um pouquinho no imposto para que a economia cresça um pouquinho nas margens". Para ele, as projeções econômicas não mudam na essência. O economista especializado em contas públicas Raul Veloso afirmou que o pacote "de verdade" ainda não veio. "Isso, por enquanto, não é pacote", afirmou. Ele ponderou que a única novidade concreta entre as medidas é a expectativa de uma pequena redução do gasto corrente, a ser obtido com o crescimento do PIB. "Para mim essa, é a intenção da equipe econômica", enfatizou. "Mas para o PIB brasileiro crescer de fato é preciso que haja corte de gastos públicos", destacou Veloso. O ex-presidente da Ordem dos Economistas Sideval Aroni seguiu o mesmo raciocínio. "O governo precisa sinalizar que vai reduzir despesas, para mostrar à sociedade que leva a sério uma política de austeridade", afirmou. Repasse – Do lado do governo, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, afirmou que um dos critérios de análise para possíveis desonerações tributárias em estudo é o grau de repasse para os preços finais dos produtos. "É preciso analisar os setores em que a desoneração mais se traduza em redução de preço e não se transforme em margem de lucro", disse o secretário. "O corte de imposto tem de chegar até o comprador do produto." Ele explicou que a Receita Federal tem critérios para analisar quais setores tendem a repassar mais para os preços os
cortes de tributos. Sem se referir a segmentos específicos, Rachid disse que um dos fatores que fazem a redução de impostos resultar em preços mais competitivos é o nível de concorrência entre as empresas quanto mais acirrada a disputa no mercado, mais a redução da carga de impostos tende a ser repassada ao consumidor. O secretário da Receita Federal afirmou que nos estudos sobre desoneração tributária o governo analisa qual medida trará maior retorno econômico, não só no crescimento, mas também na geração de emprego. "Temos de ver qual desoneração é melhor para a economia. Essa é a discussão. Estudamos qual o setor produtivo em que a redução de tributos é mais interessante em termos de geração de emprego e renda", afirmou Rachid. O secretário repetiu o que já foi confirmado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega e citou o segmento de bens de capital como um dos potenciais beneficiários de desonerações. "É um segmento que gera emprego e renda", disse "Mas ainda não há nada certo, estamos na fase de estudos e não há nenhuma definição." Bondades – Na última terçafeira, o ministro Mantega confirmou que no pacote em estudo está a redução de PIS/Cofins sobre bens de capital. Outra medida é a ampliação do universo de empresas exportadoras que podem ser beneficiadas pela suspensão da cobrança de PIS/Cofins. Hoje, só têm direito a isso as empresas que exportam no mínimo 80% da produção. Fala-se no governo em estender o benefício para empresas que exportem 70% ou 60% da produção. A equipe econômica tem deixado claro que as desonerações virão junto com o aumento no investimento público em infra-estrutura, na medida exata da contenção de despesas correntes, que também está em fase de elaboração. Um dos itens que o governo pretende atacar é a despesa com pessoal dos três poderes. Sergio Leopoldo Rodrigues/ AE
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
Serra Leoa, o Benin ou a Costa do Marfim contam direito quem morre e quais as suas idades? Será mesmo que no Haiti se tem de fato alguma idéia de quantos adultos são analfabetos? (No Brasil certamente não se sabe com algum grau de segurança.)
O advogado do
marquês ob o título Emir Sader e o terror judicial, em documento distribuído através da internet por uma tal Rede de Cristãos (não sei que raio de coisa é isso), um professor de nome Bajonas Teixeira de Brito Júnior empreende a apologia do marquês de Sader, mas, em contraste com o ambíguo e recalcitrante manifesto que comentei no DC na semana passada, não tenta escapar das implicações do que diz. Bem ao contrário, busca levá-las às últimas conseqüências, solidarizandose não somente com o criminoso mas com o crime, ao ponto de cometê-lo de novo por sua própria conta e risco. Repetindo e assumindo como sua a imputação criminal indevida que o marq uê s dirigiu ao senador Bornhausen, o prof. Teixeira transcende portanto os limites da mera solidariedade, entrando com fé e orgulho no terreno da cumplicidade ativa. Se o marquês, diante de tão fraterna atitude, não der pelo menos um beijo na testa do sujeito, direi que não tem coração. Muitos falaram em defesa do réu condenado -- mas só o prof. Teixeira se dispôs a ir para a cadeia com ele. Não é todo dia que se encontra um amigo assim. Tamanha afeição, em verdade, não é gratuita. Nasce da profunda afinidade entre a forma mentis do acusado e a do seu defensor, se é que esta se pode medir por uma amostra tão breve quanto a que ele nos oferece nesta peça magistral de saderismo aplicado que é a circular da Rede. Sou também induzido a crer nessa hipótese mediante a ponderação de que ambos, réu e advogado, têm em comum o fato de serem professores de filosofia formados por universidades brasileiras, o que já bastaria para tornálos metafisicamente indiscerníveis entre si.
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e o leitor permanece incrédulo, sugirolhe que leia o seguinte parágrafo do prof. Teixeira e verifique por si mesmo se o modus argüendi aí empregado não é exatamente o mesmo de O Mundo às Avessas: “A expressão usada por Jorge Bornhausen é racista e extremamente ofensiva, visto o contexto negativo em que a palavra ‘raça’ aparece aplicada ao PT, ao que se deve somar o histórico sombrio e mesmo tenebroso que o termo ostenta. Em primeiro lugar, a função da palavra não é classificatória, não sendo empregada como um mero substantivo, antes servindo a uma substantivação que busca inferiorizar e humilhar aquele a quem se refere. Ora, em um país que inicia sua luta contra a discriminação racial, o emprego de forma vexatória da palavra ‘raça’ não pode ser admitida sob nenhuma condição. Condenar quem percebe e repudia esse emprego é
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ofender a capacidade de julgamento e discernimento de milhões de brasileiros. E punir a inteligência de muita gente.” Desde logo, designar como “raça” um grupo humano unido por laços não raciais é de fato pejorativo. É pejorativo justamente porque degrada esses laços, desprezando sua natureza específica de nexos políticos, religiosos, espirituais ou éticos e reduzindo-os a uma mera afinidade corporal, biológica, genética, como a que e x i s t e e n t re o s v á r i o s membros de uma raça de porcos, de patos ou de galinhas. Dizer que os petistas são uma raça é dizer que eles não se reúnem movidos por ideais éticos ou políticos, bons ou maus, mas sim pela simples força da programação genética hereditária, como os gansos se reúnem com gansos e os macacos com macacos. E é claro que quem diz isso não o enuncia literalmente como verdade objetiva cientificamente comprovável, mas como exagero deformante e caricatura verbal, como figura de linguagem usada com propósito insultuoso, como bem viu o prof. Teixeira, para “inferiorizar e humilhar aquele a quem se refere”, isto é, no caso, o grupo petista. as a força do insulto reside precisamente na depreciação da natureza dos laços que unem esse grupo. Está patentemente implicada nessa depreciação a crença de que, entre seres humanos, a pura ligação racial é inferior a outros tipos de afinidades, sociais, culturais e suprabiológicas, pelas quais eles possam estar unidos. Ora, acontece que essa crença, em vez de ser racista, é manifestamente o oposto do racismo. Para o racista, os nexos raciais, em si, não são inferiores nem desprezíveis: são o elo essencial que une os seres humanos e determina a sua conduta social e histórica. Hitler e Goering não poderiam jamais se sentir ofendidos se ouvissem dizer que sua colaboração políti-
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ca nascia diretamente da sua afinidade racial de arianos. Ao contrário, proclamavam-no abertamente e com orgulho. A palavra “raça”, para o racista, nada tem de pejorativo: é um conceito filosófico e científico respeitabilíssimo, na verdade o conceito fundamental da sua visão do mundo e o ponto mais alto que, no seu entender, a capacidade explicativa humana pode alcançar. esprezível, sim, é não ter raça, é ser mestiço, estar portanto desprovido de afinidades genéticas com o grupo e reduzido portanto a só poder travar com os demais membros da sociedade relações espirituais, ideológicas, etc., isto é, relações sem fundamento racial. Desprezíveis são também, nessa perspectiva, as raças ditas inferiores, mas é claro que aí a inferioridade delas não consiste em serem raças, pois a superior também o é, mas sim em não terem tais ou quais virtudes que a raça superior, com modéstia exemplar, atribui a si mesma. Dada a simples relação lógica imediata entre os conceitos, não é possível depreciar ao mesmo tempo uma raça como geneticamente inferior e os nexos raciais como forma de afinidade inferior entre os seres humanos. Exaltar uma raça e depreciar outra é, na mesma medida, exaltar as relações raciais como importantes, valiosas e significativas. Pela mesmíssima razão, depreciar um grupo não racial chamando-o de raça é, obviamente, usar contra ele o mais anti-racista dos insultos. Tais considerações nascem da pura compreensão do sentido textual, contextual e dicionarizado das palavras, compreensão que deveria ser imediata e instintiva para qualquer pessoa alfabetizada, mas que, a julgar pelo documento citado, está incalculavelmente acima da capacidade do prof. Teixeira. O que ele faz não é um deslize de interpretação, é uma
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G Muitos falaram em defesa do réu condenado, mas só o prof. Teixeira se dispôs a ir para a cadeia com ele. Não é todo dia que se encontra um amigo assim. G O prof. Teixeira, tal como seu amado marquês de Sader, é um analfabeto funcional sem as qualificações lingüísticas mínimas para lecionar em escola primária, embora suficientes talvez para freqüentá-la. G Se não o fosse, não poderia escrever que, na declaração do senador Bornhausen, a palavra raça não é empregada como substantivo e sim substantivação G Depreciar um grupo não racial chamando-o de raça é, obviamente, usar contra ele o mais anti-racista dos insultos.
inversão tão drástica e radical do sentido das palavras interpretadas, que lhe bastaria um pouquinho de capacidade de leitura, um pouquinho só, para preservá-lo de erro tão medonho e imperdoável. prof. Teixeira, tal como seu amado marquês de Sader, é um analfabeto funcional sem as qualificações lingüísticas mínimas para lecionar em escola primária, embora suficientes talvez para freqüentá-la. Na verdade, chamá-lo de analfabeto funcional é bondade minha. Ele é semi-analfabeto no sentido literal e estrito do termo. Se não o fosse, não poderia escrever que, na declaração do senador Bornhausen, a palavra “raça” “não é empregada como um mero substantivo, antes servindo a uma substantivação”. É simplesmente impossível substantivar o que quer que seja sem empregar o termo respectivo como substantivo ou, se quiserem, “mero substantivo”. Ademais, a conotação semântica de um substantivo não muda a categoria morfológica a que ele pertence. O termo “raça” é substantivo e só pode ser usado como tal, seja em sentido racista ou anti-racista, insultuoso ou laudatório. O homenzinho, evidentemente, não tem a menor idéia do que seja um substantivo, muito menos uma substantivação. Também não conhece sequer a concordância de gênero, já que diz que o “o emprego ... não pode ser admitida”. Nem discuto a ignorância histórica um tanto proposital do referido, que suprime um século e meio de lutas em prol dos negros e atribui ao PT a inauguração triunfal do anti-racismo brasileiro. Também não discuto os precedentes a q u e e l e a p e l a , “ x i n g amentos que mereceriam punição imediata”, entre os quais falta, é claro, toda menção ao célebre rap de Gabriel, o Pensador, “polícia, raça do c...”, que, malgrado o insulto duplo e o apelo explícito à matança de policiais, foi defendido na ocasião por toda a esquerda falante, embora o povão fosse de opinião diversa, apedrejando o cantor.
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ão discuto isso. Aliás nem discuto nada. Discutir com ignorante é lavar cabeça de jumento. Eles que discutam entre si, já que para isso receberam a habilitação oficial que lhes dá acesso aos ócios acadêmicos e a proventos extraídos da bolsa do povo. Asinum asinus fricat: que os asnos esfreguem os asnos. Mesmo que a esponja seja de dinheiro público.
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OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA
CLAUDIO WEBER ABRAMO
MA CHE? raticamente em toda semana alguma entidade aparece com um índice em que países são listados conforme o escore que obtêm segundo algum indicador. O último, na semana passada, foi o Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. Conforme nos ensinam os veículos de comunicação brasileiros, nossa pátria (salve, salve) experimentou uma elevação em seu IDH de 0,788 para 0,792, mas caiu no ranking, passando da 68ª posição para o 69º posto de uma lista que tem no topo a Noruega e no pé o Niger.
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G O ranking do
IDH não deve ser tomado como se fosse escrito em pedra, muito ao contrário omo muita outra coisa que se divulga por aí, é necessário tomar cuidado com esse tipo de número. O IDH é um indicador composto por três fatores: a renda per capita, a expectativa de vida ao nascer e um indicador de educação, por sua vez composto por dois outros, o analfabetismo adulto e a proporção de pessoas em idade escolar matriculadas em escolas. Para cada componente, definem-se mais ou menos arbitrariamente máximos possíveis, normalizam-se os resultados a partir disso e se calcula uma média aritmética simples entre os três componentes. Como o IDH distingue países até a terceira casa decimal do índice, a precisão com que os três componentes são medidos é assunto relevante. Será que a contagem de óbitos, a avaliação do analfabetismo adulto, as matrículas nas escolas e o PIB per capita dos países são determinados com precisão equivalente? Será que as estatísticas referentes ao Níger, ao Chade, à Somália, à Bolívia, ao Brasil são de molde a autorizar uma expectativa muito grande de precisão? Será que
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esmo no caso do PIB per capita, o número depende de avaliações sobre o desempenho econômico (que dá o PIB) que não são de modo nenhum exatas. Diferentemente do que se imagina, determinar a produção de riqueza de um país não é como aplicar um termômetro à axila de uma pessoa. Mesmo em países com estruturas muito elaboradas para a coleta de estatísticas sobre o estado da economia, a estimativa do PIB não é algo livre de imprecisão. Para medir o PIB per capita, divide-se o PIB pela população. Como é que devem ser as estatísticas demográficas no Paquistão, no Equador ou na Bósnia? Mas notas que acompanham o relatório que contém o IDH explicitam diversos condicionantes que afetam os dados. Por exemplo, no caso de analfabetismo, explica-se que, "a menos que explicitamente informado, se referem a estimativas de censos e pesquisas conduzidas entre 2000 e 2005. Devido a diferenças metodólogicas e temporais, deve-se tomar cuidado ao se fazerem comparações entre países e ao longo do tempo". Dados relativos ao PIB per capita de diversos países são acompanhados do aviso de que foram atingidos por meio de regressões – quer dizer, projeções estatísticas realizadas a partir de séries históricas, projeções essas que se baseiam em hipóteses formuladas sobre a provável evolução do número. Está longe de ser uma ciência exata.
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que isso tudo quer dizer é que de modo nenhum o ranking do IDH deve ser tomado como se fosse escrito em pedra, muito ao contrário. O que não encontra explicação é o porquê de um número afetado por tantas e tamanhas incertezas é apresentado pela ONU como se fosse sólido e confiável. A interpretação que, inevitavelmente, vem à mente é que a ONU, como tantas outras organizações, se aproveita da ingenuidade da imprensa, a qual no mais das vezes meramente repete qualquer numerologia que lhe é apresentada.
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CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR-EXECUTIVO DA TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
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por cento é a alta acumulada pelo índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, ao longo do ano.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 10/11/2006 10/11/2006 10/11/2006 10/11/2006 10/11/2006
P.L. do Fundo 11.133.608,43 2.019.473,88 8.607.270,94 17.201.832,49 1.330.024,83
Valor da Cota Subordinada 1.242.335365 1.117,430336 1.194,100730 1.090,182206 1.136,504289
% rent.-mês 1,1226 0,2963 0,0509 - 1,4459 1,0946
% ano 27,1619 11,7430 19,4101 9,0182 13,6504
Valor da Cota Sênior 1.016,569078 1.103,644579 1.118,847327 0 0
% rent.-mês 0,3918 0,3597 0,3918 -
% ano 1,6569 10,3645 11,8847 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
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Tr i b u t o s Estilo Empreendedores Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Rede de escolas quer triplicar de tamanho e ter 200 unidades em cinco anos
EURODATA TEM 80 MIL ALUNOS E 73 UNIDADES
Fotos: WValente/AFG
UMA REDE DE ESCOLAS PARA FORMAR TRABALHADOR Projeto da Eurodata começou em Guarulhos
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LETREIRO ara os irmãos, o nome Eurodata foi escolhido porque soa bem. Data vem de dados ou informação, em inglês. Já euro remete à Europa, europeu ou até mesmo à moeda euro. O nome foi criado com o logotipo. "O uso do vermelho busca reforçar a imagem de energia que nossa empresa deseja", explica Ramon Fogeiro Asensio. (KS)
ilho de imigrantes, Ramon Fogeiro Asensio, 36 anos, trabalhou como vendedor, bancário e corretor para pagar a faculdade de Direito. Depois de formado, foi vender embalagens e, junto com o irmão Marcelo Fogeiro Asensio, 32, começou a pensar em ter um negócio próprio. Passou pela cabeça abrir um drive-in, mas sem conseguir autorização da Prefeitura de Guarulhos, cidade onde moravam na época, a idéia não durou muito. Foi quando resolveram investir em informática, um "mercado em ascensão". Os irmãos alugaram um imóvel de 450 metros quadrados – "pretencioso", segundo o mais velho – na avenida Tiradentes, em Guarulhos, e fundaram a Eurodata Educação Profissional Especializada. "Tínhamos a expectativa de terminar o ano (de 1995) com 500 alunos, mas no terceiro mês, já havia 600. No final do ano, eram 2.500. A gente não fi-
EMPREENDEDORES Os irmãos Ramon Fogeiro Asensio (à esq.) e Marcelo (à dir.): investir em educação é um bom negócio, mas é preciso cuidar do franqueado.
cou surpreso. Ficou maravilhado", lembra Ramon. Os dois sabem, no entanto, que o ótimo resultado inicial foi fruto de muito trabalho e de conhecimento. "A gente sabia o que estava fazendo." Os irmãos não tiveram que recorrer a ninguém para o ponta-pé inicial. "Havia uma reserva que se mostrou suficiente", diz o mais novo, sem entrar em detalhes de quanto foi o investimento. "A gente não tem pai rico. Não houve 'paitrocínio'", completa Ramon. Ainda em 1995, abriram a segunda unidade da Eurodata, desta vez, no Taubaté. Os negócios estavam indo tão bem que, um ano depois, chama-
ram Eduardo, um terceiro irmão que fora tentar a vida em Portugal, para trabalhar com eles. Hoje, a rede atende 80 mil alunos nas 73 unidades – 43 próprias e 30 franquias, em sete estados. Além de São Paulo, a Eurodata está presente no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará. Expansão A Eurodata começou com curso de informática e, atualmente, dá aulas de especialização nas áreas tecnológica, administrativa, comercial e de línguas. "O nosso público é a classe trabalhadora", diz Ramon. Eduardo, que voltou de Portugal, é franqueado da empresa. Os cursos, que duram de três a 15 meses, custam a partir de R$ 50. "Investir na educação é um ótimo negócio para os dois lados." Concluído o curso, o aluno sai com um certificado, que pode lhe ser útil no momento de conseguir trabalho. "Acredito que o mercado absorva todo tipo de mão-de-obra. A diferença é que, sem qualificação, o máximo que se consegue é um subemprego", diz Ramon. "Quer um emprego melhor? Qualifique-se", prega ele. Para se tornar um franqueado, é preciso um investimento de R$ 80 mil a R$ 200 mil. Se a pessoa não tiver todo o va-
lor, a Eurodata mantém parceria com a Caixa Econômica Federal, que financia até 60% da franquia, e com o Banco do Brasil, que oferece linhas especiais de crédito. O imóvel ideal para uma unidade que deseja atender de 500 a 600 alunos deve ter no mínimo 150 metros quadrados. Rotina A rotina de trabalho dos irmãos hoje é bem diferente daquela de 11 anos atrás, quando cuidavam de apenas uma unidade. "Agora, tomamos conta de 77 empresas", conta Ramon. E os planos são de expansão. Os irmãos querem crescer ainda mais no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul – "em São Paulo, o crescimento é natural", dizem – e abrir escolas em Minas Gerais. "Existem ainda conversas com investidores de Pernambuco para abrir 20 escolas lá." A média da empresa é inaugurar uma unidade a cada 70 dias. Pretendem, no período de cinco anos, triplicar o número de escolas no País e chegar a 200, distribuídas em cidades com mais de 30 mil habitantes. Ensinar espanhol está dentro dos planos também. Para não perder contato com os franqueados e os 2 mil funcionários da rede, são feitas reuniões mensais com os ge-
rentes das unidades próprias, encontros bimestrais com os franqueados e duas convenções anuais com os franqueados e os gerentes juntos. E a cada três meses, no máximo, são realizadas reuniões com cargos de chefias das unidades. "A gente tem uma relação muita estreita com os franqueados", diz Marcelo. Garantias A Eurodata garante ao franqueado nas cidades com mais de 100 mil habitantes o dinheiro de volta se não conseguir 500 matrículas em seis meses. Em municípios com população menor, a empresa devolve o dinheiro se o franqueado não conseguir 300 matrículas em um semestre. Segundo Ramon, até agora, ninguém pediu o dinheiro de volta. "Nosso lema é oferecer qualificação de forma acessível e de qualidade." Em 2005, fundaram o Instituto Eurodata, cujo objetivo é levar qualificação à população carente que não tem acesso ao sistema privado, nem ao público. "O primeiro grande projeto será em Guarulhos e vai atender 2 mil jovens", conta Ramon. Pequenos projetos já são realizados em diversas unidades, onde os alunos carentes usufruem da infra-estrutura da escola. Kety Shapazian
Estudantes fazem cursos de três a 15 meses para conseguir bons empregos depois
SEGREDO
I PEDRA
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egundo Ramon Fogeiro Asensio, a maior dificuldade é a gestão de pessoas. "É difícil colocar 2 mil pessoas trabalhando de forma comprometida e ter bons resultados." (KS)
Fachada e dependências da unidade Guarulhos, cidade onde tudo começou.
ronicamente, as relações interpessoais, apesar de serem pedras na vida dos empresários, são também parte do segredo do sucesso da Eurodata. "Por ser uma prestação de serviço, a gente tem que saber lidar bem com as pessoas", resume Marcelo Fogeiro Asensio. Outro segredo é procurar atender à demanda do mercado. "Tem que oferecer o que as pessoas querem, ao invés de sugerir coisas mirabolantes." (KS)
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Gover no Congresso Benefícios Planalto
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
DEPUTADOS CITADOS COMO MAU EXEMPLO NO EXTERIOR
Um deputado pode receber R$ 92,9 mil mensais, enquanto o salário mínimo dos brasileiros não passa de R$ 350. El País
IMPRENSA INTERNACIONAL DESTACA BENEFÍCIOS DOS CONGRESSISTAS
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eportagem divulgada ontem pelo jornal espanhol "El País" destaca os privilégios dados aos deputados brasileiros. Ao mencionar os novos parlamentares eleitos no pleito de outubro e que tomarão posse em 2007, o correspondente do jornal no Brasil, Juan Arias, classifica os deputados como "afortunados, do ponto de vista dos privilégios que acumulam", e informa que eles estão entre os mais bem remunerados do mundo. Regalias – De acordo com a reportagem, entre salários e diárias, cada deputado pode chegar a receber R$ 92,9 mil mensais, enquanto o salário mínimo dos brasileiros não passa de R$ 350. O jornal mostra a divisão destes gastos, citando que cada parlamentar recebe R$ 12.400 de salário base; R$ 50 mil apenas para pagamento de salários de assessores; R$ 3 mil para custear uma moradia na capital federal, Brasília; R$ 4.200 para despesas com o envio de correspondências e R$ 8.300 em passagens de avião que lhes permitam visitar suas bases eleitorais, entre outros itens e serviços, que incluem até um frigobar. Como gastar – "São tantos os serviços colocados à disposição pelo Congresso que existe um livro de 330 páginas (Manual do Gabinete Parlamentar) com informações a respeito para uso exclusivo dos deputados", esclarece a publicação espanhola. No final da reportagem, o "El País" alfineta o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ao mencionar uma tentativa de aumento do salário base dos parlamentares. "Contudo, para o atual presidente da Câmara, o comunista Aldo Rebelo, parece que os deputados ganham pouco", diz o jornal. A referância se deu graças ao projeto apresentado por Rebelo para que o salário base dos deputados de R$ 12.400 seja equiparado ao salário de um membro do Tribunal Supremo (numa referência ao Supremo Tr i b u n a l F e d e r a l ) , d e R $ 24.200", destaca o periódico, lembrando que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu recentemente um reajuste de apenas 5% para os aposentados. (AE)
Sérgio Lima / Folha Imagem
Eymar Mascaro
Racha no PMDB
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ichel Temer tenta impedir que se diga novamente que o PMDB está trocando o apoio a Lula por cargos. O dirigente peemedebista admite que o partido pode apoiar o governo, mas sem que isso pareça em toma lá-dá-cá. A verdade, no entanto, é o que o PMDB pode rachar mais uma vez. Lula admite que pode dar ao PMDB de cinco a seis ministérios. O governo vai precisar do apoio do PMDB, que tem uma bancada de 89 deputados e outra de 18 senadores. Se puder, Lula vai evitar ter apenas o apoio de metade do partido, como ocorreu no primeiro mandato. O petista quer que o PMDB governe com o PT.
OPOSIÇÃO
Vazio: mesmo faturando R$ 3,09 mil ao dia, poucos deputados marcaram presença na véspera do feriado. Re
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DEPUTADOS FATURAM ALTO
du çã o
O senador eleito pelo PMDB de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, quer impedir o apoio do partido ao governo. Ele próprio promete fazer oposição ao governo do PT. No 1º turno da eleição presidencial, Jarbas ficou com Alckmin mas, no segundo, fez chamego com Lula.
CONVERSAÇÕES
Site "El País"
Reportagem do jornal espanhol "El País" mostra como é bom ser parlamentar no Brasil, sem depender do salário mínimo nacional.
Lula quer conversar com todos os grupos do PMDB, incluindo Michel Temer. Admite o presidente que o PMDB é peça fundamental no governo de coalizão. Quem conduz as negociações do partido na área do Congresso são os senadores Renan Calheiros e José Sarney.
NEGOCIAÇÃO
MOVIMENTO SUPEROU R$ 50 MI PF acredita que empresas deram golpe milionário no governo estadual do Pará
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Polícia Federal do Pará começou a examinar a documentação apreendida terça-feira durante a operação Rêmora, que resultou em dez prisões, entre elas as dos empresários Marcelo França Gabriel, filho do exgovernador paraense Almir Gabriel, e João Batista Ferreira Bastos, o Chico Ferreira, apontados como líderes da quadrilha responsável por fraudes de R$ 9 milhões contra a Previdência, além de irregularidades em licitações públicas. A PF analisa informações de que somente três empresas de Gabriel e Ferreira, que as in-
Lucivaldo Serra / AE
vestigações apontam como sócios no esquema, movimentaram contratos com o governo estadual super i o re s a R $ 5 0 milhões. Em resposta, o governador S i m ã o J a t e n e Gabriel: filho de ex-governador preso pela PF. (PSDB) disse ontem que todas as denúncias lítico" que impera no Pará. Ele comprovadas que envolvam também negou que o empresáprojetos do governo serão "de- rio seja sócio de alguma emvidamente apuradas". Ele pre- presa investigada pela PF. feriu não comentar a prisão de O delegado Caio Bezerra, Marcelo, mas demonstrou so- responsável pelas investigalidariedade ao pai dele, Almir ções, informou que não pedirá Gabriel, a quem visitou em sua a prorrogação da prisão temresidência logo depois de to- porária dos dez presos. Ele tem mar conhecimento da ação. três dias para analisar o mateIntempérie – O advogado rial apreendido. O juiz da 3ª Clodomir Araújo, defensor de Vara Federal, Rubens Rollo Marcelo, aguarda decisão do D'Oliveira, afirma no decreto Tribunal Regional Federal da de prisão dos acusados que há 1ª Região, em Brasília, sobre "veementes indícios de que um pedido de habeas-corpus. eles estariam envolvidos na Ele espera que seu cliente seja prática de crimes de falsidade solto antes do final desta sema- ideológica, sonegação de conna. Araújo disse que Marcelo tribuição previdenciária, adnão praticou nenhum crime e vocacia administrativa, forvê na prisão uma tentativa de mação de quadrilha e fraude atingir o ex-governador Almir ao caráter competitivo de liciGabriel por conta do "clima po- tações". (AE)
O PMDB quer incluir nas negociações as eleições para as presidências da Câmara e Senado. É desejo do PMDB disputar as presidências das duas casas do Congresso, mas outros partidos têm o mesmo interesse. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B), quer continuar no cargo.
CANDIDATURAS O PMDB tem três précandidatos à presidência da Câmara: Geddel Vieira Lima (BA), Eunício Oliveira (CE) e Michel Temer (SP). O partido acha que tem o direito de pleitear a direção da Câmara porque elegeu a maior bancada de deputados.
ADVERSÁRIOS O PT também fala em disputar a presidência da Câmara. O partido já tem quatro pré-candidatos ao cargo: os paulistas Arlindo Chinaglia, líder do governo, e José Eduardo Martins Cardozo; o baiano Walter Pinheiro e o gaúcho Henrique Fontana.
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ganhou na Justiça o direito de ter seu salário restabelecido de acordo com a função de agente administrativo nível 3. Em agosto, o Ministério Público (MP) pediu o afastamento de Núbia e a perda de seus direitos políticos por suspeitas de crime eleitoral. Segundo o MP, a prefeita usou postos de saúde para incentivar pacientes a fazer propaganda eleitoral para sua irmã, Jane Cozzolino, candidata a deputada estadual. Em outro processo, de 2003, o MP investiga denúncias de que ela participou de um furto de dados da Procuradoria Geral da cidade. (AE)
FIRMEZA Agripino, porém, comunicou o partido que só desafia Renan Calheiros (PMDB) se tiver chance de vencer a parada. Se for para perder antes da disputa, desiste da candidatura. Candidato à reeleição, Renan já teria obtido o apoio do presidente Lula, o que já seria meio caminho andado.
MINISTÉRIO Além de namorar a presidência da Câmara, Michel Temer tem outro sonho: o Ministério da Justiça. O cargo, no entanto, é cobiçado também pelo ministro do STF, Sepúlveda Pertence, e por Nelson Jobim (exSTF). Mas o atual Márcio Thomaz Bastos pode continuar no posto.
REFORMA O governador de Minas, Aécio Neves está disposto a se encontrar com Lula para debater temas importantes que constam da proposta de reforma política, tais como: fim da reeleição, volta da fidelidade partidária, financiamento público das campanhas e voto distrital misto.
DO CONTRA Dois desses temas, a fidelidade partidária e o voto distrital misto, contrariam a maioria dos deputados. Os parlamentares querem manter a farra da troca de partidos e admitem que o voto por distrito pode dificultar sua reeleição. Obviamente, a maioria prefere manter o sistema de eleição proporcional.
CPI
TJ INTERVÉM EM MAGÉ E AFASTA PREFEITA Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou segunda-feira uma intervenção no município de Magé, na região metropolitana do Rio. O motivo é o descumprimento de decisão judicial pela prefeita Núbia Cozzolino (PMDB), que será afastada de suas funções e Magé será administrada temporariamente por um interventor, a ser nomeado pelo tribunal. O processo judicial que culminou com o afastamento de Núbia foi movido por Renata Almeida de Souza, funcionária do município. Ela
candidatura à presidência do Senado pelo PFL. Assim, o partido já começa a discutir quem será seu sucessor na liderança da bancada. Comenta-se que os senadores Heráclito Fortes (PI) e César Borges (BA) poderiam disputar o posto, se for o caso.
CARA A CARA Lula deve se encontrar hoje com dirigentes do PT e pode debater a extensão da participação do partido no governo. Dizse que os dirigentes petistas vão reivindicar também a presidência da Câmara. Em tempo: Lula vê com bons olhos o continuísmo do comunista Aldo Rebelo.
BRIGA José Agripino (RN) pode confirmar sua
O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) quer começar 2007 com a CPI das Ongs em pleno funcionamento no Congresso. Heráclito já assegurou as assinaturas mínimas de senadores e acha que o governo deve explicações sobre a liberação de verbas para Ongs de forma irregular.
DESGASTE O objetivo do senador do PFL é impor desgaste a Lula no início do novo mandato. A idéia de criar a CPI surgiu durante a campanha presidencial, depois que a Polícia Federal prendeu petistas ligados a Ongs com R$ 1,7 milhão destinado à compra de um dossiê contra tucanos.
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Congresso Planalto Propostas CPI
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EMPRESÁRIO SUGERE MODELO DE GESTÃO PÚBLICA A LULA
Marcos Fernandes / LUZ
GERDAU SE APRESENTA PARA COLABORAR
ALENCAR JÁ CONVERSA COM LULA
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Ele levou propostas empresariais para setor público
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otado para integrar o quadro ministerial no novo mandat o d o p re s i d e n t e Luiz Inácio Lula da Silva e principal alvo de especulações nesse sentido, o presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, reuniu-se com ele anteontem, novamente, no Palácio do Planalto. Oficialmente, a assessoria do presidente Lula informou que o encontro, agendado a pedido de Gerdau, teve como único propósito a discussão de propostas de aceleração do crescimento do País, considerado o item primordial da nova agenda governamental. Segundo integrantes do governo, o empresário apresentou estudos que vêm preparando há algum tempo sobre modelos de gestão na iniciativa privada e que poderiam ser adaptados ao setor público, para lhe dar maior agilidade. Gerdau, segundo esses integrantes do governo, se pôs à disposição para continuar co-
Não pretendo migrar para a 'iniciativa pública'. Jorge Gerdau
laborando com o debate dessas idéias e elogiou a disposição do presidente de analisar medidas para promover o crescimento. O empresário já negara a possibilidade de integrar o governo, dizendo que não pretende migrar para a “iniciativa pública”. Apesar das negativas das duas partes, o encontro reacendeu as especulações sobre o desejo de Lula de ter Gerdau em sua equipe. Na semana passada, no auge dos boatos, o empresário divulgou nota descartando sua participação. Lula tem conversado com vários economistas e empresários sobre a meta de fazer o País crescer 5% em 2007. Sexta-feira passada, recebeu o economista Luciano Coutinho. Lula teria dito aos ministros da coordenação de governo que continuem concentrados em medidas voltadas para “desoneração fiscal, reforma tributária e investimentos em infra-estrutura”. (AOG)
À disposição: empresário se alinha como colaborador do governo para o crescimento do País.
PARA JUÍZES, CORRUPÇÃO PARALISA O PAÍS
A
toga, enfim, saiu do seu mundo fechado – os tribunais sisudos e os imponentes palácios do Judiciário – para apontar o que considera entraves ao desenvolvimento do Brasil. Pesquisa divulgada ontem em Curitiba pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), revela que 98,5% dos juízes estão convencidos de que "a ação nefasta e endêmica da corrupção" na administração pública é a maior causa da estagnação. Os juízes (95,4% deles) querem que se atualize a tipificação dos crimes eleitorais co-
mo forma de evitar a reedição do mensalão no Congresso. Para 97, 7% deles, o nível educacional da população também emperra o crescimento e 97,5 % deles condenam a alta carga tributária. O trabalho ouviu cerca de 3 mil juízes de todo o País e foi coordenado pela socióloga Maria Tereza Sadek, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP). A apuração de Maria Tereza, intitulada "Desenvolvimento: uma questão de Justiça" foi apresentada na abertura do XIX Congresso Brasileiro de Magistrados, que vai até sábado
na capital do Paraná. Os juízes defendem ainda a limitação dos custos das campanhas ( 92,55%), o voto facultativo ( 71,7%) e o fim da reeleição (69,7%). A demora no encerramento do processo judicial é apontada como uma das causas da impunidade, mas 96,3% atribuem ao sistema processual, com seus muitos recursos legais, a culpa por essa morosidade. "Ao contrário do que se pensa, os juízes estão conscientes das conseqüências de suas decisões", afirma Rodrigo de Carvalho Collaço, presidente da AMB. (AE)
presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou ontem para o vice-presidente José Alencar, que está internado no hospital Memorial Sloan-Kettering Center, em Manhattan, recuperando-se de cirurgia para retirada de um tumor maligno na região do abdome, segundo a assessoria de imprensa que acompanha Alencar nos EUA. O vice-presidente, que deverá começar a receber visitas na próxima sexta-feira, teve "uma conversa muito camarada com Lula", segundo definiu Antônio Adriano da Silva, chefe de gabinete que o acompanha nos Estados Unidos. Alencar já foi removido para um quarto do hospital. S e g u n d o Agência Brasil fontes próximas ao vicep re si d en te , ele recebeu uma sessão de radioterapia quando ainda estava dentro do centro cirúrgico, onde permaneceu aproximadamente seis horas, duas a mais do que era estimado. Alencar foi operado pelo oncologista Murray F. Brennan, especialista em câncer em tecidos moles, mas deverá continuar a fazer as sessões de quimioterapia normalmente em São Paulo. Os médicos responsáveis informam também que ele deve ficar em tratamento no hospital americano pelos próximos dez dias. (AE)
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Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
CRIs MOVIMENTARAM R$ 601 MILHÕES NA BOVESPA
1997
foi o ano de criação dos certificados de recebíveis imobiliários na Bolsa de Valores de São Paulo
CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS GANHAM FÔLEGO E SÃO OPÇÃO PARA CONSTRUTORAS
MAIS UM ATRATIVO PARA A RENDA F IXA
C
lassificado como um mercado promissor por analistas e consultores financeiros, a emissão e negociação dos Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRIs são uma das opções de captação de recursos no balcão de renda fixa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Os títulos, em sua maior parte emitidos por grandes construtoras e incorporadoras do setor imobiliário, têm como origem o chamado lastro, projetos habitacionais de grande porte, expansões físicas de grandes empresas e – um dos casos de destaque – imóveis da Petrobras. Romeu Pasquantonio, assessor de Desenvolvimento de Negócios da Bovespa, explica que o modelo passou por aquecimento considerável nos últimos três anos. Assim, o estoque de emissões fechará 2006 na casa dos R$ 3 bilhões. Dentro do mercado de renda fixa da Bovespa, os certificados já movimentaram mais de R$ 601 milhões neste ano, valor que superou com folga os R$ 267,25 milhões registrados em 2004 – até então o melhor período de negociação dos títulos desde sua criação em 1997. Pasquantonio avalia que os números acima podem ser superados sem grandes problemas, mas isso ocorrerá quando o mercado superar os preconceitos e o desconhecimento sobre produtos atrelados ao mercado imobiliário no passado. "A falta de informa-
Jarbas Oliveira/Folha Imagem
ções é geral", avaliou. Um dos entraves do produto é a "temida" falta de liquidez, ou seja, como renegociar um CRI, caso o comprador não permaneça com o papel até o vencimento. Pasquantonio explica que esse "problema" será totalmente superado com a ratificação do mercado secundário dos certificados. Os CRIs, na avaliação das securitizadoras, empresas
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bilhões de reais será o montante do estoque de emissões dos Certificados de Recebíveis Imobiliários em 2006. responsáveis pelo processo de emissão e fixação de preços dos certificados, são uma fonte considerável de recursos para construtoras e incorporadoras garantirem a execução de um projeto sem aumentar o endividamento. O ganho futuro servirá de garantia. Uma das líderes do setor no mercado brasileiro, a Rio Bravo, que tem como um dos principais sócios o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, acaba de emitir um novo lo-
te de certificados no Bovespa Fix. O lastro da série são contratos de locação de imóveis da Petrobras Distribuidora S/A. Segundo Franco, serão 245 CRIs, cada um valendo cerca de R$ 300 mil, num total de R$ 73 milhões. Com vencimento em agosto de 2016, os certificados pagarão taxa de juros fixa de 9,3% ao ano, mais a variação do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M). Franco diz que regras claras e a evolução do mercado secundário de negociação tornarão os certificados uma das opções de captação de recursos para o setor imobiliário nos próximos cinco anos. CVM – Com o crescimento do mercado de CRIs, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) intensificou o acompanhamento das operações, principalmente o papel das empresas de securitização. O superintendente de desenvolvimento de mercado da CVM, Henrique de Rezende Vergara, explica que o órgão federal pretende aprimorar as regras de emissão e de securitização dos certificados. Por isso, algumas normas e resoluções foram alteradas ou implementadas. Uma delas será o limite de 20%, por devedor, de créditos emitidos que tenham um CRI como lastro. Também será obrigatória a emissão de prospectos das operações, com a discriminação de todos os riscos e garantias da emissão. Davi Franzon
Gustavo Franco: evolução Fábio Mota/AE
Economistas de bancos e o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim (centro), durante seminário no Rio
Câmbio deve continuar valorizado
O
s economistas-chefes dos dois maiores bancos do País acreditam que o câmbio continuará valorizado e isso não será uma tragédia para o desempenho da economia brasileira. Octavio de Barros, do Bradesco, estima um saldo da balança comercial de US$ 40 bilhões em 2007 e avalia que, "em regime de câmbio flutuante, não nos é dado o direito de ter preferência em termos de taxa de câmbio". Tomás Málaga, do Itaú, acredita que as taxas de juros deverão cair nos próximos meses, mas mesmo assim o real tende a valorizar. Ambos participaram na última terça-feira da 40ª Assembléia Anual da Federação Latino Americana de Bancos (Felaban). Segundo Octavio de Barros, os exportadores brasileiros de commodities continuarão sendo beneficiados pe-
los preços, enquanto os exportadores com alto índice de componentes importados em seus produtos permanecerão favorecidos pelo câmbio. Perdas – Málaga projeta que alguns setores da economia vão continuar perdendo com o câmbio e, para suavizar a valorização cambial, sugere aumentar as importações, "mesmo que seja um pouco contrasenso". O argumento é de que a elevação das importações "consumiria parte do excesso de dólar". Além disso, Málaga avalia que a redução de gastos do governo ajudaria a conter a valorização do real, já que não seria necessária uma contribuição tão forte do setor externo para a saúde das contas públicas. Apesar do câmbio, Málaga acredita que a economia tomará impulso para o crescimento, já que a elevação da taxa de investimento (investimento so-
bre o Produto Interno Bruto) de 17% em 2003 para algo que "caminha para 21%" deverá "dar um impulso por si só" para a expansão da economia. Em sua opinião, "todos esses anos de estabilidade propiciam tranqüilidade maior para os investidores internacionais". Re for mas – Mas Málaga acredita que, caso se queira expandir a economia em 5% anuais nos próximos anos, o governo Lula terá de investir em reformas e atrair o setor privado. Ele destacou a necessidade da reforma tributária e disse que qualquer ação para simplificar a legislação terá efeitos positivos. Octavio de Barros também acredita que para que o País seja competitivo é preciso enfrentar a carga tributária, "que é o grande estrangulamento brasileiro, o dobro (a carga) da média dos países emergentes". (AE)
“Este anúncio é de caráter exclusivamente informativo, não se tratando de oferta de venda de cotas”
ANÚNCIO DE ENCERRAMENTO DE DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA DE COTAS SENIORES A PETRA Personal Trader CTVM Ltda. (“Administradora, Escrituradora e Intermediária”) comunica o encerramento da distribuição de cotas seniores da 1ª (primeira) série de emissão do:
FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS MULTISETORIAL EMPRESARIAL LP CNPJ.: 07.727.757/0001-20
R$ 1.815.762,30 Registro de Distribuição Pública das Cotas Seniores na Comissão de Valores Mobiliários em 17 de novembro de 2005 sob nº CVM/SRE/RFD/2005/044. Foram distribuídas publicamente 1.806 (um mil oitocentas e seis) cotas seniores da 1ª (primeira) série, no valor total de R$ 1.815.762,30 (um milhão, oitocentos e quinze mil, setecentos e sessenta e dois reais e trinta centavos). Foram colocadas privadamente até a data do encerramento 7.885,772769 (sete mil oitocentas e oitenta e cinco, setecentos e setenta e dois milésimos) cotas subordinadas no valor total de R$ 8.405.712,46 (Oito milhões, quatrocentos e cinco mil, setecentos e doze reais e quarenta e seis centavos). O regulamento exige que as cotas subordinadas, subscritas e integralizadas, representem no mínimo 50% do total do PL do FUNDO. O resultado da colocação por valores mobiliários, classe e série; por tipo de investidor; e por número de adquirentes e quantidades adquiridas é a seguinte: Investidor Número Quantidade de cotas seniores Quantidade de cotas subordinadas (1ª série) Pessoa física 9 1.806 7.885,772769 Fundo de investimento Clube de investimento Ent. Previdência Privada Cias. Seguradoras Investidores Estrangeiros Instituições ligadas Demais inst. Financeiras Pessoas jurídicas ligadas Demais pessoas jurídicas Sócios e outros (art.34,inst.400) Total 9 1.806 7.885,772769 Com base no parágrafo único do artigo 88 e no Anexo II, item 1, alínea e, do Regulamento, que permitiam o encerramento da distribuição caso fosse atingido o patamar mínimo de 1.000 (um mil) cotas distribuídas, houve, antes do prazo mencionado no artigo 88, o cancelamento do saldo de 694 (seiscentas e noventa e quatro) cotas seniores, de um total de 2.500 (duas mil e quinhentas) cotas ofertadas, encerrando-se a distribuição com 1.806 (um mil oitocentas e seis) cotas da classe sênior colocadas publicamente. Todas as cotas subscritas foram integralizadas. PETRA - Personal Trader CTVM Ltda. Rua Carneiro Lobo, 468, 10º andar, Água Verde, Curitiba – Paraná. A distribuição das cotas do FUNDO encerrou-se no dia 13 de novembro de 2006. “Fundos de Investimento não contam com garantia da Instituição Administradora, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do Fundo Garantidor de Créditos - FGC.” “A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura.” “Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento do fundo de investimento ao aplicar seus recursos.”
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Congresso Planalto Par tidos CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
É hora de discutir programa, e não de fulanizar a discussão. Walter Feldman
TUCANOS E PETISTAS 'DISCUTEM A RELAÇÃO'
Nilton Fukuda / AE - 25/10/06
J. F. Diório / AE - 28 / 09/ 06
Militância tucana durante o comício de encerramento da campanha presidencial de Geraldo Alckmin
Ato político do então candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, no berço do PT: São Bernardo do Campo.
Paulo Pampolim / Hype - 29/09/06
SEM FORÇA PARA FAZER OPOSIÇÃO OU GOVERNAR SÓ
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As duas legendas foram sacudidas pelas eleições de outubro. Enquanto a cúpula do PT ainda patina nas denúncias de corrupção, o PSDB luta para recuperar a unidade interna e busca dialogar com o povo.
Os petistas Paulo Paim e José Eduardo Cardozo: conciliação. Dudu Cavalvanti/N Imagens
D
(SP) adota o discurso conciliador. "Nós, petistas, devemos ser os últimos a questionar o presidente. Ele deve ficar absolutamente à vontade, tendo em mente a eficiência administrativa e a coalizão que o apoiará no segundo mandato". Com o povo – Se o problema do PT é se acomodar no governo, no PSDB é se abrir ao povo para voltar ao poder em 2010. Os tucanos querem enterrar o
Leo Rodrigues / Hype
Quanto aos tucanos, os especialistas reconhecem que o partido precisa "se abrir ao povo" e manter a unidade interna. "O PSDB não pode ter lideranças apenas em São Paulo e Minas Gerais. Ele precisa se popularizar. É possível filiar líderes religiosos, por exemplo. Eles até podem descaracterizar o partido, mas ele precisa se renovar nacionalmente", defende Monteiro. Marco Aurélio Nogueira diz que hoje a forma de organização dos tucanos, sem base e com líderes expressivos em Estados fortes economicamente, deixou o "PSDB sem alma". Ele dá um exemplo: "Há pelos menos três PSDBs no cenário político: de Serra, de Alckmin e de Aécio". Em relação à aliança de centro-esquerda, com a liderança de Serra, Nogueira diz que o campo político existe e pode ser ocupado pelo tucano. "Essa deve ser a tônica do segundo mandato, com o tucano em busca de aliados do PPS, PFL e PDT". Mas ele faz um alerta: "Nada impede que o presidente Lula também tenha a iniciativa de buscar o apoio dessas forças políticas". (SK)
derrubaram as principais lideranças petistas, e que agora precisa de votos no Congresso ter tranqüilidade. Do outro lado está uma legenda atolada em denúncias de corrupção – que elegeu cinco governadores e a segunda maior bancada na Câmara, 83 deputados, ficando somente atrás do PMDB, que elegeu 89. "Faz parte do jogo democrático a distribuição do poder. O PT teve um papel estratégico na campanha, mas o carisma do Lula é inquestionável", sustenta o senador. No primeiFeldman ro mandato, quer afinar Lula deu ao discurso PT ministétucano. r i o s i m p o rBeraldo tantes, como pensa em Fazenda, Mialiados. nas e Energia, Cidades, Justiça e Educação. Com a crise do mensalão, em 2005, nomeou aliados de outros partidos, como o PMDB, PL e PP. O PMDB, por exemplo, indicou Hélio Costa para a pasta das Comunicações e Saraiva Felipe para o Ministério da Saúde. "Cabe ao PT fazer o processo de negociação com Lula. O mais importante é saber o que interessa ao partido, e não a quantidade de ministérios", defende Paim. Outra figura próxima a Lula, o deputado federal José Eduardo Martins Cardozo
Luiz Prado/LUZ
Nogueira: crise de acomodação.
epois de disputar palmo a palmo a Presidência da República, PT e PSDB tratam agora de reunir forças para não perder espaço político. Os dois dançam conforme a música. O caso petista é de acomodação nos ministérios, o que pode antecipar a primeira crise política do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso tucano gira em torno da dificuldade de diálogo do partido com as massas e da tarefa de buscar aliados oposicionistas. Apesar de o presidente já ter sinalizado que vai abrir o governo para os aliados, principalmente o PMDB, há uma mobilização de deputados federais petistas recém-eleitos para manter a hegemonia nos ministérios no governo que toma posse em 2007. Neste primeiro mandato de Lula, que termina em 31 de dezembro, a metade dos ministros (32) é do PT. Um dos aliados mais fiéis do presidente, o senador gaúcho Paulo Paim, recorre ao ditado popular ao admitir o encolhimento do partido: "Ninguém faz omelete sem quebrar os ovos". Peso político – Apesar de admitir a perda de cargos, Paim, bem ao estilo tucano, diz que Lula e o PT estão iniciando um processo de discussão. Quais são as bases da discussão? De um lado está o presidente eleito com 58 milhões de votos, não atingido pelos escândalos de corrupção que
Roosewelt Pinheiro/Ag.Senado
specialistas garantem: nem PT nem PSDB têm força política suficiente para governar sozinho ou fazer oposição consistente. Ambos são obrigados a compor com os demais partidos. "São duas legendas com um problema grave: não podem governar ou fazer oposição de forma autônoma por não ter maioria no Congresso", resume o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, diretor do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IPBS). No caso do PT, os deputados podem fazer muito barulho para manter os ministérios do partido, mas ninguém aposta num impasse. Qual a justificativa? Os 58 milhões de votos de Lula no segundo turno. O número é quatro vezes superior a votação obtida pelos deputados federais – quase 14 milhões de votos. "O PT hoje é refém do presidente Lula", sintetiza o professor Marco Aurélio Nogueira, da Unesp/Araquara. "Existe uma crise de acomodação no governo, porém, é impossível imaginar o PT questionando Lula. Está muito claro que o presidente precisa governar com uma coalizão de partidos. Aliás, é a grande oportunidade de Lula montar uma aliança de forma transparente e dar um exemplo ao País", completa Monteiro.
PT E PSDB EM CRISE DE IDENTIDADE
rótulo de partido elitista. Para tanto, acenam com mudanças: ação e discurso para atingir as camadas mais pobres que elegeram Lula, unidade interna e diálogo permanente com forças contrárias ao PT, sem formar um novo partido, o que teria um custo muito alto. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já afirmou que os tucanos precisam ter "ligação direta com o povo para vencer eleições futuras" e precisa acomodar todas as lideranças, entre elas, José Serra
(governador eleito de São Paulo), Aécio Neves (governador reeleito de Minas Gerais) e Geraldo Alckmin (derrotado na eleição presidencial). Novo partido – Especula-se que a corrida presidencial no PSDB já tenha se iniciado com Serra e Aécio. Por conta disso, cada um está montando a sua estratégia. O tucano paulista estaria disposto a liderar uma frente de centro-esquerda, com políticos do PFL, PPS e PV, entre outros partidos. Sem espaço, o tucano mineiro, por sua vez, poderia até deixar o ninho para liderar uma frente de perfil conservador, como o PMDB, PTB e PP. "É hora de discutir programa e não fulanizar a discussão", declara o deputado federal Walter Feldman (SP), aliado de Serra no Congresso. Segundo ele, o PSDB é oposição ao governo Lula e cabe atuar com esmero. Nesse aspecto, defende com o deputado federal Arnaldo Madeira a convocação de um congresso para os tucanos afinarem o discurso. O presidente do PSDB paulista, deputado estadual Sidney Beraldo, acrescenta que "é preciso trazer gente nova e manter uma aliança permanente com os aliados em Brasília, como o PPS". O presidente do PPS, Roberto Freire, que prepara a fusão com o PHS e PMN para formar a MD (Mobilização Democrática), já se disse disposto a manter o diálogo com os tucanos. Sergio Kapustan
Lula quer Temer, que não quer Sarney, Renan, Jader... Ano 81 - Nº 22.254
R$ 0,60
São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 2006
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Jornal do empreendedor
Críticas à timidez do pacote fiscal
Edição concluída às 23h30
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APAGÃO DOS AEROPORTOS
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SOLUÇAO NAO DECOLA
Monalisa Lins/AE
Nem o aquartelamento dos operadores de vôo em Brasília (suspenso no início da noite de ontem) evitou os atrasos em pousos e decolagens. Foi o quinto dia seguido de uma nova série de apagões nos aeroportos de todo o País, atrapalhando a vida de mais passageiros, em outro feriado. Em Cumbica, Guarulhos, e Congonhas (foto), atrasos foram registrados pela manhã. De um total de 1.355 vôos, 481 tiveram problemas ontem. C 1 Fabrice Coffrini/AFP
Carolina, 21 anos, anoréxica
Rubens Cardia/Folha Imagem
Ana Carolina Reston, modelo, 21 anos, 1,72 m, com 40 quilos, morreu em conseqüência de anorexia. Trabalhou nas agências Ford, Elite e L´Equipe. A mãe, Mirian (esq.) conta: "Ela resistia: não briga comigo, não quero comer, a comida não desce". C 2 Marcos Alves/Diário de SP/Agência O Globo
HOJE
Divulgação
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Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
RUAS POPULARES SÃO ALTERNATIVA À 25 DE MARÇO
1 Comerciantes da Rua João Cachoeira investem no apelo de "Shopping a Céu Aberto"
Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
Regiões comerciais fora do Centro apostam em preço baixo e variedade
A
final, o que é que a Rua 25 de Março tem? Se fosse a tradicional música imortalizada na voz de Carmem Miranda, a resposta seria: "tem mix de produtos, tem...; tem preço baixo, tem..." Mas se outros centros comerciais de São Paulo oferecem essas e outras vantagens, por que será que só a mais famosa rua comercial de São Paulo concentra, nesta época de fim de ano, aproximadamente um milhão de pessoas por dia? Está aí uma conclusão difícil. É certo que o "jeitão" da 25 de Março é realmente exclusivo e atrativo. Mas também tem gente que literalmente paga para não pisar na meca dos preços baixos, no centro da cidade. Uma delas é a auxiliar de enfermagem Karina Leviro, que faz as compras na Rua Doze de Outubro, na Lapa, ou no shopping West Plaza, na região onde mora. "Nunca estive na 25 de Março – e não pretendo conhecê-la. O tumulto e a confusão me assustam", diz. A Rua Doze de Outubro, apesar de ter lojas que vendem de tudo e os camelôs que atrapalham a passagem dos consumidores, é tranqüila em comparação a sua principal e mais conhecida rival. Algumas das grandes redes varejistas marcam presença no local: Casas Bahia – com três unidades, Marisa, Lojas Americanas, O Boticário – o que não ocorre na Rua 25 de Março. O operário José Marques dos Santos resume a situação: "A Rua Doze de Outubro fica perto da minha casa. Quando quero comprar poucos itens, é minha primeira opção. Mas os preços da Rua 25 de março são pelo menos 15% menores. É a minha preferida." Até os lojistas dão o braço a torcer. O proprietário da loja de bolsas Taubaté, Jaime Frischer, afirma que é impossível "brigar" com a fama da 25. "Atacadistas do Brasil inteiro a visitam para comprar. A Doze de Outubro é mais sossegada, mas aparece menos na mídia." Já a gerente da Estação Surf, Odetina Castro Vieira, que vende moda jovem, diz que as pessoas pagam o mesmo valor nas duas ruas. "Além de o preço das peças ser igual, os consumidores se desgastam com ruas lotadas, calor, medo de as-
Karina Levino foge de tumulto
salto – e têm que pagar pela passagem do ônibus e do metrô. Nesse sentido, o custo-benefício da Doze de Outubro é melhor", destaca Odetina. João Cachoeira – Quem tem mais de 30 anos lembra bem o sucesso que a Rua João Cachoeira, no Itaim, fazia – era sinônimo de preço bom e qualidade. O local, apesar de concentrar lojas que vendem de tudo, não lembra nem de longe o "espírito" da 25 de Março. Camelôs? Um aqui, outro ali. A aposentada Maria Elisa Monteiro de Souza diz que não pisa na região do centro "nem por promessa. Prefiro pagar um pouco mais pela tranqüilidade". A produtora fotográfica Ana Asnis explica que não gosta da rua mais popular da cidade porque se sente aflita. "Vou uma vez por ano, em razão do meu trabalho. Mas quando preciso comprar alguma coisa vou a outras ruas comerciais de São Paulo, como a João Cachoeira." Já a gerente do salão de cabe-
leireiros Rossana Hair, Maria Antonieta Lopes, afirma que não troca a 25 de Março "por nada deste mundo". "Lá, eu encontro enfeites para decorar o salão para o Natal e para outras festividades, além de itens para consumo próprio". A gerente da loja de roupas femininas Austrália, Zilda Neves, lembra com melancolia a época em que a João Cachoeira era uma das preferidas dos consumidores. "Neste mês de novembro, há dois anos, a loja estaria lotada. Falta mídia para a João Cachoeira, porque os preços são convidativos." Penha de França – A Rua Penha de França, na zona leste da cidade, também é marcada pela tranqüilidade. Em pleno sábado de temperatura agradável, os consumidores caminhavam sem problemas e escolhiam os produtos com calma. Será que é a concorrência da 25 de Março que deixa outros shoppings a céu aberto vazios? "É possível", responde a gerente das lojas Glória, Célia Ferreira da Silva. Ela afirma que este é o último ano em que enfeites de Natal são vendidos pela rede. "Não vale a pena. Os clientes correm para a 25 de Março." As operadoras de caixa Gisele Rodrigues Leal e Bianca Regina de Novaes vão à 25 de Março – mas de vez em quando. "O bacana dessa rua são as roupas e as bijuterias. Mas o local é muito cheio. O preço é realmente menor. Mas gastamos com a passagem do ônibus e com alimentação. Se comprarmos na Rua Penha de França, acabamos economizando 20%", explica Bianca. Neide Martingo
É preciso pesquisar
P
ara o professor e coordenador institucional do Instituto Provar, da Universidade de São Paulo (USP), Eduardo Terra, a Rua 25 de março vive da fama de oferecer "coisas imperdíveis – preço bom e variedade de produtos". Mas o professor sugere que o consumidor pesquise e descubra outros "achados". "Cada rua tem um atrativo diferente", reforça. Márcio Gavranic, gerentegeral da matriz da Armari-
A Penha de França é opção para os moradores da zona leste
nhos Fernando – um dos pontos prediletos de quem vai à 25 de Março –, afirma que a primeira loja da rede foi a do Centro. Hoje são cinco unidades no local. "Foram abertas mais seis lojas em outros bairros para desafogar o movimento da 25 de Março. Temos aumento de vendas em todas as unidades da Armarinhos Fernando." Para ele, quem compra em outras lojas da rede dispõe de estacionamento e mais tranqüilidade. (NM)
João Cachoeira: poucos camelôs
Rua Doze de Outubro, na Lapa: grandes redes atraem consumidores da zona oeste da capital
sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira,17, 18, 19 e 20 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
LAZER - 5
TEATRO A história de Edmond, um branco de classe média, racista e homofóbico.
Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
TV Globo/Divulgação
UMA NOITE ENTRE AS LEIS DA SELVA TRAFICANTES, CAFETÕES, PROSTITUTAS, LADRÕES. E DOIS ASSASSINATOS.
Antônia Preta (negra Li): trabalho em posto de gasolina
TELEVISÃO
Homem faz via crucis pelo lado mais barra-pesada da cidade
Guerreiras urbanas Regina Ricca
D
DAVID MAMET
D
Sérgio Roveri
E
dmond Burke é um executivo americano bem-sucedido, na faixa dos 40 anos, que vive com a mulher em um subúrbio elegante de Nova York. Uma tarde, após sair do trabalho, decide se consultar com uma cartomante, de quem ouve apenas que cada um é responsável pelo seu próprio destino. Este vaticínio, de uma obviedade pueril, é suficiente para despertar nele uma urgência de atitudes que o conduzirá para um final trágico. Na mesma noite ele termina o casamento e mergulha numa via-crúcis pelo lado mais barra-pesada da cidade. Em inferninhos, hotéis baratos, casas de massagem suspeitas e pontos de venda de drogas ele se envolve com cafetões, traficantes, prostitutas e ladrões. Quando o dia amanhece, Edmond já terá cometido dois assassinatos e, reconhecido por uma mulher que o viu portando uma faca no metrô, acaba preso em flagrante diante de uma igreja evangélica. Escrita em 1982 pelo dramaturgo americano David Mamet, só agora a peça Edmond chega ao Brasil – coincidentemente 15 dias após o filme de mesmo nome, e baseado na mesma história, ter sido exibido na Mostra Internacional de Cinema. O longa, dirigido por Stuart Gordon, teve o roteiro assinado pelo próprio Mamet. O ator William W. Macy fez, no cinema, o personagem Edmond, que cabe agora a Marco Antonio Pamio na montagem que estréia amanhã, sábado (18), no Teatro do Sesc Paulista, sob direção de Ariela Goldmann. “Quando vi o filme meu personagem já estava construído, não houve o risco de influência”, diz Pamio. “Filme e peça trazem exatamente os mesmos diálogos”. Os 75 minutos do espetáculo são divididos em 23 cenas curtas em que a tensão cresce em ritmo frenético à medida que a madrugada avança. É como se Edmond, a cada novo con-
tato com uma faceta do submundo, fosse se despindo de seu lado civilizado e ingênuo. O personagem, no entanto, não necessita mais do que poucas horas para entender as regras do crime e tornar-se adepto delas. “Edmond é um sujeito apresentado a praticamente todas as leis da selva em apenas uma noite”, diz Pamio, que comprou os direitos do texto no ano passado e corria o risco de perdê-los se o espetáculo não estreasse até dezembro. “É natural que, de início, ele se visse enganado antes de aprender a reagir. Seria o mesmo que transportar um morador de Alphaville para uma das regiões mais violentas de São Paulo – depois do susto e do estranhamento, viria a reação”, compara. O texto de Mamet vai muito além do que parece ser apenas um tratado
sobre a geografia do crime numa cidade grande. Em sua noite de iniciação, Edmond é confrontado, acima de tudo, com seus próprios preconceitos. Representante típico do homem branco e enquadrado, o personagem se vê ameaçado por, entre outros, negros e homossexuais, dois alvos preferenciais de sua intolerância desmedida. “Ao cometer o primeiro crime, ele descobre quem realmente é: um branco de classe média, racista e homofóbico. O texto deixa evidente, também, a crítica que Mamet parece fazer a este tipo de cidadão, tão comum em qualquer sociedade”. Edmond, estréia amanhã, sábado (18), no Teatro Sesc Paulista, Avenida Paulista, 119, Cerqueira César, tel.: (11) 3179-3700. Sexta a domingo às 19h. Ingressos a R$ 15.
avid Alan Mamet, americano nascido em 1947, é mais conhecido como dramaturgo, mas também é roteirista, diretor, poeta, ensaista. O diálogo – burilado para obter o máximo de efeito poético – é o ponto forte de seus textos. Seu primeiro foi escrito para o filme O destino bate à sua por ta(1981), baseado no romance de James M. Cain. Mamet recebeu uma indicação para o prêmio Oscar de Melhor Roteiro Adaptado por O Veredito, também de 1981.
Marco Antônio Pamio como Edmond: preso em flagrante diante de uma igreja evangélica
epois de Cidade dos Homens, a Globo e a produtora independente O2 Filmes, do diretor Fernando Meirelles, se unem em nova parceria: a série Antônia, que estréia na emissora hoje, sexta (17), logo após o Globo Repórter. Protagonizada pelas cantoras (na vida real) Leilah Moreno, Cindy Mendes, Negra Li e Quelynah, a série vai narrar a luta destas quatro garotas que vivem na periferia paulistana, cujo maior sonho é formar uma banda de rap. Para chegar a ele, no entanto, elas precisam driblar a miséria, a violência, a maternidade e o machismo implacável. A banda que o quarteto a duras penas acaba formando é batizada como Antônia por causa de uma coincidência: o avô de todas elas se chamava Antônio. Orçada em R$ 3 milhões – soma bancada unicamente pela Globo – e com locações realizadas na Vila Brasilândia, Antônia terá cinco episódios de 30 minutos cada, que vão ao ar todas as sextas, até o dia 15 de dezembro. A série é baseada no filme homônimo da diretora Tata Amaral, exibido na última Mostra de Cinema de São Paulo, e que deve chegar às telas do cinema somente em fevereiro de 2007. Tata também se envolveu no projeto televisivo, e dirige um dos episódios, Qualquer Maneira de Amor Vale a Pena?. Os outros ficaram a cargo de Luciano Moura (De Volta Para Casa), Roberto Moreira (Nem Tudo é Relativo), Fabrizia Pinto (Toque de Recolher) e Gisele Barroco (Fidivó). “É uma oportunidade muito boa revisitar este universo que eu pesquisei por anos”, afirma Tata. “Antônia significa guerreira. Elas são guerreiras”, define Fernando Meirelles. Para Leilah Moreno, o fato de cantar ajudou muito nas cenas. “Trabalhar com música facilitou muito para o grupo. Além disso, algumas cenas são muito próximas de momentos que já vivemos.” Já Negra Li, que interpreta Preta, acredita que Antônia irá mostrar que a mulher também tem espaço no universo do hip-hop. “Esperamos que a série desperte nas pessoas a vontade de correr atrás de seus sonhos.” Em De volta para casa, o primeiro episódio que vai ao ar hoje, as quatro amigas se reencontram, depois dos dois anos em que Barbarah (Leilah Moreno) passou na cadeia. A partir daí, elas dão início à luta para lançar a banda Antônia. A cantora Sandra de Sá, que interpreta Maria, mãe de Preta, o rapper Thaíde, que vive o empresário Marcelo Diamante, e o mestre Thobias, da escola de samba Vai-Vai, que faz as vezes do pai de Preta), também participam do elenco da série.
PROGRAME-SE Divulgação
U
m sucesso retumbante do cinema brasileiro, que uniu crítica e público nos mesmos elogios, estréia amanhã, sábado, dia 20, às 22h, na tela do Telecine Premium. Dois Filhos de Francisco, direção de Breno Silveira, conta a trajetória de dois astros da música pop-sertaneja, os irmãos Zezé Di Camargo e Luciano, desde a infância quase miserável em Goiás até os primeiros passos na carreira. O destaque é o personagem Francisco, pai da dupla (vivido com maestria por Ângelo Antonio), que praticamente 'empurrou' os filhos ao estrelato musical. Na Globo, tem novela nova na faixa das 19h. É Pé na Jaca, no ar a partir de segunda, prometendo as mesmas confusões, peladões e correrias típicos das histórias criadas por Carlos Lombardi. Dessa vez, a narrativa vai reunir cinco personagens que compartilharam as brincadeiras de infância na cidade fictícia de Deus Me Livre, perto de Piracicaba, e, no decorrer da vida adulta, acabaram cometendo alguns 'deslizes', por assim dizer. A turma que se reencontra agora, 25 anos depois, em São Paulo, é composta por Arthur (Murilo Benício), que passava férias na fazenda do tio plantador de jacas, Elizabeth (Deborah Secco), a filha da costureira, Guinevere (Juliana Paes), a filha de uma empregada, Maria (Fernanda Lima), a filha do dono da fazenda, e Lancelotti (Marcos Pasquim), o filho de um dos colonos da fazenda. No capítulo séries, experimente Iconoclastas, que será exibida pelo GNT na segunda, à meia-noite e quinze. Produzida pelo ator Robert
Dois Filhos de Francisco: Telecine
Redford, a série promoverá em seis episódios o encontro de duas personalidades que tiveram importância fundamental no mundo, seja com atitudes, trabalho e estilo em áreas como cinema e televisão, arquitetura e design, moda, gastronomia, música, esportes e jornalismo, entre outros. Entre os convidados da série estão o produtor, diretor e ator Robert Redford num bate-papo com o amigo Paul Newman, o renomado chefe italiano Mario Batali conversando com o vocalista da banda R.E.M. Michael Stipe, o produtor cinematográfico Brian Grazer num divertido encontro com o magnata Summer Redstone, dono da Viacom, e o ator Samuel L. Jackson na companhia de Bill Russell – primeiro afro-americano a tornar-se treinador-chefe em esportes profissionais. Iconoclastas também vai reunir a atriz Renée Zellweger com a jornalista e correspondente de guerra da CNN Christiane Amanpour – de quem a estrela é fã confessa, e do mestre da moda Tom Ford, que transformou a Gucci em um verdadeiro império, com o ator Jeff Koons. (RR)
TV Globo/Kiko Cabral
Maria, Guinevere, Lance, Arthur e Elisabeth, as crianças, em Pé na Jaca
A PALAVRA DO MUSEU AFRO SOB AS CÂMERAS DO RODA VIVA Nesta segunda (20), às 22h40, Dia Nacional da Consciência Negra, o programa da TV Cultura exibe entrevista ao vivo com Emanoel Araújo, diretor do museu.
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6 -.LAZER
sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira,17, 18, 19 e 20 de novembro de 2006
Fotos: Divulgação
MISTURANDO OS SENTIDOS
VISÃO
AUDIÇÃO
G
abriel O Pensador vai cantar. Mas antes, na tarde de terça (21), às 15h30, faz uma leitura para as crianças de Um garoto chamado Rorbeto, obra escrita por ele que venceu o Prêmio Jabuti 2006 de melhor livro infantil. O show será no sábado (25), às 21h. No repertório entram sucessos antigos e músicas do novo álbum, Cavaleiro Andante. O cantor carioca gravou sua primeira canção aos 18 anos: Tô feliz (matei o presidente), lançada de forma independente. A música chegou a ser censurada às vésperas do impeachment de Fernando Collor, em setembro de 1992. Entre 1993 e 2005, gravou sete álbuns e um DVD.
OLFATO
B
arbra Streisand com nariz de microfone (foto), George Bush com sobrancelhas de papel de chiclete Bazzooka e o rosto de Yoko Ono feito de sucata são alguns dos retratos expostos na mostra Caricaturas de Hanoch Piven, um dos destaques na programação de artes visuais do evento. A galeria de famosos inclui Steven Spielberg e sua barba feita de película de filme, além de Bruce Springsteen, Bono Vox e Fidel Castro, entre outros, com caras montadas com bugigangas e materiais recicláveis. O artista, de 41 anos, já publicou trabalhos nas revistas Time, Newsweek, Rolling Stone, The New Yorker e no jornal The New York Times. Pela primeira vez no Brasil, ele fará na terça (21), às 11h, uma palestra sobre sua técnica. A mostra fotográfica Olhares traz painéis de Claudio Edinger (foto no alto), Bob Wolfenson, Valério Trabanco, Cristiano Mascaro, Lucia Loeb, entre outros.
E
PALADAR
ste é o programa para quem gosta de comer e de ver filmes. As exibições, sempre às 15h, serão seguidas de eventos culinários. Na segunda (20) será exibido Chocolate (França, 2000), com Juliette Binoche. Depois da sessão, haverá degustação de chocolates. E às 17h, o workshop com Breno Lerner, ao som de música executada pelo violinista Jaime Ruba. Na quarta (22), passa Tempero da Vida (Turquia, 2003), história de cozinheiro em Istambul. Na sexta (24), chega às telas Quando é que vamos comer? (EUA, 2005). Em todos os dias do evento, a chef Simone Chevis comanda almoço judaico a R$ 20 por pessoa.
Lúcia Helena de Camargo
S
inestesia é a palavra-chave neste evento. A idéia é misturar os sentidos de segunda (20) a domingo (26) no 4º Ciclo Multicultural, organizado pelo Centro da Cultura Judaica. Haverá degustação de vinhos argentinos ao som de música desse país, exibição de filmes sobre gastronomia, shows, palestras, concurso de contos, debates e até uma cerimônia aberta de Shabat. Algumas atividades envolvem todos os cinco sentidos, como os workshops de culinária. Antecedidas de sessões de cinema (percepção visual e auditiva), nas aulas desenvolvem-se receitas – tato e olfato para manejar ingredientes – ao som de violino. E, claro, prova-se a comida feita, estimulando, ao final, o paladar. Na quarta (22), 21h, sobe ao palco Círculo de Salomão, montagem que mescla manipulação de bonecos, teatro de sombras e narração de histórias. O ainda inédito documentário Yippee – alegria de viver, dirigido por Paul Mazursky, será exibido na quinta (23), às 19h. O cineasta norte-americano acompanhou um evento que reuniu quatro mil judeus, que cantam e dançam, em Humain, na Ucrânia. Em seguida, às 20h30, chega o documentário sobre a mostra Coexistence no Brasil. E às 21h, haverá uma sessão do making off do filme O ano em que meus pais saíram de férias,
seguida de debate com o diretor Cao Hamburger. O escritor gaúcho Moacyr Scliar participa do bate-papo, que vai abordar o resgate das raízes judaicas de Cao e descobrimento dos atores mirins que protagonizam a história passada no bairro do Bom Retiro. A cerimônia do Shabat será conduzida por Raul Meyer na sexta (24), às 19h30, ao som do violino de Jaime Ruba. A atração musical do sábado (25), é o cantor e compositor de hip hop Gabriel O Pensador. Também no sábado, às 15h, a jornalista e escritora Claudia Matarazzo ministra a palestra Tempo: supremo luxo, na qual falará sobre liderança e administração de tempo. A entrada é gratuita para todas as atividades. Mas o Centro da Cultura Judaica pede que as pessoas participem da campanha de doação levando um quilo de alimento não-perecível ou um livro infanto-juvenil em bom estado para instituições beneficentes. O Centro da Cultura Judaica fica na rua Oscar Freire, 2500, ao lado da estação Sumaré do metrô. Permanece aberto de segunda a domingo, das 10h às 23h. A programação completa do 4º Ciclo Multicultural pode ser consultada no site www.ciclomulticultural.org.br. Mais informações pelo telefone (11) 3065-4344.
B
aseado no livro A Terra dos Mil Povos, do pajé Kaká Werá Jacupé, o espetáculo de dança Corpos de Luz trata dos mitos da criação. Será apresentado às 20h30 da segunda (20). Coreografia de Paula Vital Reis e Edison Fernandes, trilha sonora de Naná Vasconcelos e cenário de Marcelo Rosenbaum.
N
o ar, o aroma de vinho mistura-se à música do Nuevo Trío Argentino, conjunto de câmara que se apresenta pela primeira vez no Brasil no teatro do Centro da Cultura Judaica, tocando Mendelssohn e Piazzolla. Composto por Elías Gurevich (violino), Fernando Pérez (piano) e Myriam A. Santucci (violoncelo), o trio venceu o Prêmio Gardel e concorreu ao Grammy 2004. Vinhos argentinos serão servidos antes do início do espetáculo. No programa, Trío para piano, violín y violonchelo Nº 1 en Re menor, Opus 49; Molto allegro ed agitato; Andante con moto tranquillo; Scherzo: Leggiero e vivace eFinale: Allegro assai appassionato, de F. Mendelssohn (foto à direita). E, de Astor Piazzolla (esq.), Cuatro estaciones porteñas; Verano Porteño; Otoño Porteño; Invierno Portem e Primavera Porteña. Na terça (21), 21h. Idade mínima para participar: 14 anos.
DOCUMENTÁRIO Mestre Kobi: arte de defesa pessoal Krav Magá
YIPPEE – ALEGRIA DE VIVER Paul Mazursky mostra ucranianos em festa
TATO
U MAIS DE MIL QUERIAM SER MAURO E HANNA
O cineasta norte americano: judeu pouco ortodoxo
Segundo longa-metragem de Cao Hamburger, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (Brasil, 2006, 110 minutos), com Caio Blat (foto) recebeu menção honrosa do júri da Mostra de Cinema de São Paulo e foi eleito o melhor longa de ficção pelo júri popular no Festival do Rio. Estreou em 68 salas do País no dia 1º e já figura na lista dos mais vistos nas últimas semanas.
Para filmar a singela história do garoto que é levado a morar com o avô no problemático ano de 1970, mais de mil crianças foram entrevistadas na seleção de elenco. Michel Joelsas (Mauro) e Daniela Piepszyk (Hanna), judeus de verdade, venceram e dão show de interpretação. E embora o roteiro tenha levado quatro anos para ser concluído, as filmagens duraram apenas oito semanas.
ma viagem pelo ciclo da água é o que propõe a mostra Corpo D’Água. O público será convidado a tocar e caminhar dentro da instalação, para pensar sobre o valor desse recurso natural. O autor é o arquiteto, empresário e diretor multimídia Ricardo Karman, conhecido por seus espetáculos que combinam teatro, artes plásticas, performance e vídeo, para conduzir as pessoas em travessias por locais urbanos inusitados, como em Viagem ao Centro da Terra montada em um túnel sob o rio Pinheiros. O tato será essencial também na quinta (23), às 19h, quando o Mestre Kobi fará palestra e demonstração da arte de defesa pessoal Krav Magá.
2
Nacional Empresas Inter nacional Finanças
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BALANÇA DO GRUPO PETRÓLEO SOMOU US$ 22 BILHÕES
1,13
bilhão de dólares foram os gastos com a compra de gás natural nos nove primeiros meses do ano
BRASIL REDUZIU PELA METADE OS GASTOS COM DERIVADOS DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL, SEGUNDO A ANP
CAI DESPESA DO PAÍS COM PETRÓLEO Aizar Raldes/AFP
O
s gastos do Brasil com a compra de petróleo, derivados e gás natural caíram pela metade nos primeiros nove meses do ano, apesar da alta dos preços do produto no mercado internacional, segundo dados consolidados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O País gastou US$ 1,22 bilhão entre exportação e importação desses produtos, ante os US$ 2,618 bilhões acumulados nos nove primeiros meses de
2005. Ao todo, o comércio exterior com esse grupo totalizou US$ 22 bilhões em nove meses, dos quais US$ 10,353 bilhões em exportações e US$ 11,57 bilhões em importações. A ANP, seguindo orientação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), alterou os critérios de divulgação dos dados referentes ao petróleo, passando a incluir os derivados de petróleo vendidos para aviões e navios que embarcam para o exterior como "exportação", o que favoreceu a queda do déficit.
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 16 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Requerente: EMPAS – Empresa de Participação e Adm. São José Ltda. Autofalência - Requerido: EMPAS – Empresa de Participação e Adm. São José Ltda. - Autofalência - Av. Casper Líbero, 390 406A - 2ª Vara de Falências Requerente: Ipiranga Comercial Química S.A - Requerida: Gerbrás Química Farmacêutica Ltda. - Rua Alexandre Dumas, 1.268 – conj. 83 1ª Vara de Falências Requerente: R&G Factoring Fomento Comercial Ltda. - Requerido: P.K.S. Confecções Ltda. - Rua Casemiro de Abreu, 739 - 2ª Vara de Falências Requerente: Termomecânica São Paulo S.A - Requerida: Agro Oeste Paulista Com. Importação e Exp. Ltda. - Rua Benedito Campos de Moraes, 248 - 2ª Vara de Falências
Sem o "consumo de bordo", como esses itens são calculados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o déficit teria sido superior a US$ 3 bilhões no período. Embora compute o consumo de bordo na exportação, a Secex desconsidera esse movimento no caso de importação. A melhoria nas contas do grupo petróleo reflete o aumento da produção interna nos últimos meses, da qual boa parte é destinada ao mercado internacional. Segundo a ANP, em nove meses do ano, o País exportou 100 milhões de barris de óleo bruto, o equivalente a US$ 5,1 bilhões. Importações – As compras no período somaram 99,1 milhões de barris, no valor de US$ 7 bilhões. O déficit financeiro, de US$ 1,9 bilhão, resultou basicamente da diferença de preços entre o produto nacional e o importado. Enquanto o barril do óleo importado custou US$ 70,64, em média, o exportado foi vendido por US$ 50,79 por barril, com uma diferença de quase US$ 20 por barril. A diferença de preços
entre os dois produtos se acentuou neste ano, e em setembro atingiu US$ 20,31 por barril. No caso dos derivados de petróleo, a ANP contabilizou superávit de US$ 1,81 bilhão nos nove primeiros meses deste ano, 5,6% abaixo do observado em igual período do ano passado. Esse valor é praticamente todo do tipo "consumo de bordo", o que ilustra a importância da venda de combustíveis para os navios e aviões que partem do Brasil. Ao todo, segundo a ANP, o País importou 55 milhões de barris de derivados de petróleo de janeiro a setembro e exportou 89 milhões de barris, nos valores de US$ 3,22 bilhões e US$ 5,242 bilhões, respectivamente. Ou seja, os derivados, com o "consumo de bordo", geraram superávit de US$ 2 bilhões, praticamente igual ao déficit contabilizado para o óleo bruto. No acumulado do ano, os gastos com gás natural alcançaram US$ 1,13 bilhão, já superando o valor total contabilizado em 2005, que foi de US$ 1,044 bilhão. (AE)
O presidente Evo Morales ameaçou usar protestos sociais
Reforma agrária "à força"
O
presidente boliviano, Evo Morales, ameaçou ontem realizar novos protestos sociais, similares aos que derrubaram dois governos nos últimos anos, para impor "à força" uma nova reforma agrária no país, apesar da resistência da oposição e de setores empresariais. Morales fez o alerta um dia depois de a Câmara dos De-
putados, dominada pelos governistas, aprovar uma reforma do regime agrário, exigida por povos indígenas e sindicatos camponeses, mas sem a certeza de que a medida será ratificada no Senado, onde a oposição é maioria. Morales acrescentou que após seis meses de diálogo, seu governo já não acredita em consenso. (Reuters)
ATAS
CONVOCAÇÕES
Mitsui Brasileira Importação e Exportação S.A.
CNPJ nº 61.139.697/0001-70 - NIRE 35.300.172.108 Ata da Assembléia Geral Extraordinária 1. Data e Horário: 26 de outubro de 2006, às 10:00 horas. - Local: Sede Social à Av. Paulista, 1842 23º andar - Cetenco Plaza Torre Norte, em São Paulo, SP. 2. Convocação e Quórum: Presentes acionistas representando a totalidade do capital social conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas, dispensada, dessa forma, a publicação de editais de convocação nos termos da faculdade outorgada pelo parágrafo 4º, do artigo 124, da Lei 6404/76. 3. Mesa Diretora: Presidente Takao Omae; Secretário Atsuo Fujishita. 4. Ordem do Dia: a) Eleição para preenchimento de cargo de Diretor; b) Outros assuntos de interesse social. 5. Deliberações: Foram aprovados por unanimidade com a abstenção dos legalmente impedidos: 5.1. Quanto ao item “a” da ordem do dia, procedida a eleição para o preenchimento de cargo, apurou-se ter sido eleito para ocupar o cargo de Diretor Supervisor, o Sr. Takeshi Yamada, japonês, solteiro, do comércio, portador da Carteira de Identidade de Estrangeiro RNE nº V 472822-0 e do CPF nº 232.451.428-11, domiciliado na cidade de São Paulo - SP, na Av. Paulista, 1842 - 23º andar, Edifício Cetenco Plaza - Torre Norte, Bela Vista, CEP 01310-923. O Diretor Supervisor, Sr. Takeshi Yamada eleito nesta sessão, cujo mandato terá a duração igual aos dos demais membros da Diretoria eleita em 31.12.2005, declarou sob as penas da lei não estar incurso em quaisquer impedimentos previstos no artigo 38, III, da Lei nº 4.726/65 e no artigo 147 da Lei 6.404/76. A posse no respectivo cargo, neste ato reconhecida, será formalizada com a assinatura do respectivo termo de investidura no livro próprio. 5.2. Quanto ao item “b” da ordem do dia, nada foi apresentado para discussão e deliberação. Cumprida assim, a ordem do dia e nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente declarou suspensa a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente que lida e aprovada vai assinada por todos os presentes. São Paulo, 26 de outubro de 2006. aa) Mitsui & CO., LTD., pp. Takao Omae; Takao Omae; Atsuo Fujishita; Shuichi Matsumoto; Hidehiro Takahashi, pp. Atsuo Fujishita; Nobuhisa Tomoda; Hitoshi Ueda; Hajime Tonoki, pp. Atsuo Fujishita; Shunsuke Murai, pp. Atsuo Fujishita; Masanao Matsuo; Mitsunobu Takagi, pp. Atsuo Fujishita; Yota Orii, pp. Atsuo Fujishita, Kenta Hori, pp. Atsuo Fujishita; Tamotsu Ishihara, pp. Atsuo Fujishita; Yoshinobu Watanabe; Takuya Saito, pp. Atsuo Fujishita; Tokuji Morimoto, pp. Atsuo Fujishita, Kengo Yagi. Mesa Takao Omae, Presidente e Atsuo Fujishita, Secretário. Esta é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 26 de outubro de 2006. Atsuo Fujishita - Secretário. Visto da Advogada: Mônica Missaka - OAB/SP - 131.912. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 304.608/06-3, em 10/11/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
SECRETARIA DA JUSTIÇA E DA DEFESA DA CIDADANIA Edital de Convocação Ficam convocados os servidores da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, para se reunirem em Assembléia Geral, no próximo dia 02 de dezembro de 2006, às 9h30, no Salão dos Anjos, sito no Pateo do Colégio nº 184 - 1º andar, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: a) Concurso do Brasão da Aspajus; b) Confraternização de Natal; c) Prestação de Contas setembro a novembro/2006; e d) Complementação de cadastro. São Paulo, 13 de novembro de 2006. aa) A Diretoria.
DECLARAÇÃO
UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A CNPJ (MF) nº 61.594.172/0001-25 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente edital faço saber que no dia 19 de dezembro de 2006, no Centro de Convenções Rebouças, sito à Av. Rebouças nº 600 - São Paulo - Capital, será realizada a Assembléia Geral Ordinária para eleições dos membros efetivos e suplentes do Conselho de Administração e Conselho Fiscal da UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A. Em não havendo quorum em primeira convocação às 19:00 horas, realizar-se-á a Assembléia, em segunda convocação, a partir das 19:30 horas, com qualquer número dos convocados presentes. A respeito o Conselho de Administração baixará uma Resolução instituindo o processo eleitoral, visando orientar os interessados em concorrer a essas eleições, contendo as normas necessárias ao seu funcionamento. São Paulo, 16 de novembro de 2006. Ademar Cesar Fernaine - Diretor Presidente.
BALANÇO
PLASTWAL INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS S/A C.N.P.J. 50.518.695/0001-76 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO Senhores Acionistas: Submetemos à apreciação dos Senhores Acionistas as Demonstrações Contábeis, levantadas em 30 de Junho de 2006, com as respectivas Notas Explicativas. Permanecemos ao seu dispor para quaisquer informações. São Paulo, 30 de junho de 2006 - A Diretoria BALANÇO PATRIMONIAL - R$ ATIVO
PASSIVO
CIRCULANTE Disponibilidade .............................. Outros Créditos .............................
31/12/2005 185.648 16.296.262 16.481.910
30/6/2006 690.058 17.162.603 17.852.661
CIRCULANTE Déb.Fiscais e Sociais ................................. Instituições Financeiras .............................. Fornecedores .............................................
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO ... PERMANENTE Investimentos ................................. Imobilizado ..................................... Ativo Diferido .................................
601.684
599.517
44.669 37.863.738 78.437 37.986.844
44.669 65.201.867 180.354 65.426.890
EXIGÍVEL A L. PRAZO ............................... RES.EXERC.FUTUROS .............................. PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital ........................................................ Reservas Capital/Reaval ............................ Prejuízos Acumulados ...............................
55.070.438
83.879.068
TOTAL DO PASSIVO ...................................
TOTAL DO ATIVO ............................
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS-R$ ORIGENS 31/12/2005 30/6/2006 Lucro do Exercício ......................... Depreciações ................................. 1.049.400 576.031 Vendas do Imobilizado .................. (8.000) Redução Capital Circ.Líquido ........ 7.489.417 3.391.708 Aumento Res.Exerc.Futuros ......... 10.000 Ajustes exerc.anteriores ................ (13.246) Aumentos de Capital ..................... 2.500.000 Lucro na Alienação de Bens ......... 8.000 Redução Realizável L.Prazo ......... 48.713 2.166 Aumento Exigível a L.Prazo .......... 1.149.142 TOTAL DAS ORIGENS .................... 12.223.426 3.979.905 APLICAÇÕES Prejuízo do Exercício ..................... 583.275 542.765 Aquisição de Imobilizado ............... 11.591.788 3.061.055 Aquisição de Softwares ................. 48.363 130.761 Aumento Real. L.Prazo .................. Diminuição Exigível L.Prazo .......... 245.324 TOTAL DAS APLICAÇÕES ............. 12.223.426 3.979.905
31/12/2005 2.312.586 6.218.467 8.505.839 17.036.892 5.723.577 -
30/6/2006 4.008.639 9.768.299 8.022.413 21.799.351 5.478.253 10.000
43.500.000 43.500.000 2.518.481 27.342.741 (13.708.512) (14.251.277) 32.309.969 56.591.464 55.070.438 83.879.068
NOTAS EXPLICATIVAS a) A Plastwal Indústria de Plásticos S/A é uma Sociedade por ações de capital fechado que tem por objeto social a fabricação, industrialização, comercialização e beneficiamento p/ terceiros de plásticos, laminados rígidos, semi-rígidos, flexíveis, com e sem reforço, resinas sintéticas e resinas em geral, emulsões e granulados, bem como importação e exportação dos referidos produtos; b) Os Ativos Realizáveis e os Passivos Exigíveis no curso do exercício seguinte são classificados como Circulante; c) O Ativo Imobilizado está contabilizado pelo custo de aquisição, corrig. monetariamente até 31/12/1995, reavaliado em 13/06/2003 e 30/06/2006 deduzido das depreciações; d) A depreciação é calculada pelo método linear, estimada a vida útil do bem, dentro dos limites permitidos pela Legislação; e) O resultado é apurado p/regime contábil de competência; f) O Capital Social é composto de 43.500.000 ações ordinárias nominativas, no valor nominal individual de R$ 1,00 totalmente subscrito e integralizado. g) A empresa no sentido de melhor adequar suas atividades bem como, atender à demanda do mercado, tem investido em equipamentos de maior capacidade e qualidade.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - R$ 31/12/2005 30/6/2006 (+) Receita Bruta de Vendas e Serviços .... 89.195.554 42.871.595 (-) Deduções de Vendas ............................ 23.526.018 11.819.041 (=) Receita Operacional Líquida ................ 65.669.536 31.052.553 (-) Custos ................................................... 54.203.651 26.378.810 (=) Lucro ..................................................... 11.465.885 4.673.744 (-) Despesas Operacionais ....................... 12.700.937 5.516.227 (+) Receitas Operacionais ......................... 639.188 272.009 (=) Resultado Operacional ......................... (595.864) (570.475) (+) Receitas Não Operacionais .................. 12.589 27.710 (=) Lucro Antes C.Social e I.Renda ........... (583.275) (542.765) (-) Provisão p/C.Social e I.Renda ............. (=) Lucro/Prejuízo do Exercício ................. (583.275) (542.765) Resultado por ação .................................... 0,013 0,012 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS-R$ Saldo do Início do Periodo ........................ Ajustes de Exercícios Anteriores .............. Resultado do líquido do exercício ............. Saldo Final de Prejuízos Acumulados ......
31/12/2005 (13.111.990) (13.247) (583.276) (13.708.512)
30/6/2006 (13.708.512) (542.765) (14.251.277)
DEMONSTRAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO-R$ Ativo Circulante ......................................... Passivo Circulante ..................................... Capital Circulante Líquido .........................
31/12/2005 16.481.910 17.036.892 (554.982)
Walter Sacca Diretor Walmor Antonio Ferraretto Diretor Antonio Griecco Cont. CRC 1 SP 085134/O-0
30/6/2006 17.852.661 21.799.351 (3.946.689)
UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A CNPJ (MF) nº 61.594.172/0001-25 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente ficam convocados os acionistas da UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A para a Assembléia Geral Ordinária a realizar-se no dia 04 de dezembro de 2006 no Centro de Convenções Rebouças, sito à Av. Rebouças nº 600 - São Paulo - Capital às 19:00 horas, em primeira convocação e, em não havendo quorum, às 19:30 horas, em segunda convocação com qualquer número de convocados presentes, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1. Restabelecimento do número de 7 (sete) componentes do Conselho de Administração, conforme o disposto em Estatuto, reduzido a 3 (três) membros na A.G.E. de 19/12/2005. 2. Relatório referente ao processo de alienação do Patrimônio Imobiliário sob a forma de leilão, a cargo da Comissão de Vendas instituída em Assembléia Geral. 3. Prestação das contas referentes ao exercício findo em 31/12/2005 - publicada no Jornal Diário Oficial da União, em data de 11/07/2006 e Diário do Comércio em datas de 7, 8 e 09/07/2006. São Paulo, 16 de novembro de 2006. Ademar Cesar Fernaine - Diretor Presidente
AVISO DE RETIFICAÇÃO
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Nacional Finanças Tr i b u t o s Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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FISCO JÁ RECEBEU MAIS DE 20 MIL NOTAS
milhões foi o valor investido pelo governo estadual na criação da NF-e
FISCOS ESTUDAM REDUÇÃO DE CUSTOS PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS USAREM A NOTA ELETRÔNICA
NF-e SERÁ FACILITADA PARA PEQUENOS
N
O diretor da Sefaz-SP, Newton Oller de Mello, informou que o BNDES deve abrir linha de financiamento
INSS: 102 mil fora do censo
O
Ministério da Previdência Social divulgou ontem os nomes de mais 102,7 mil aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que terão seus benefícios suspensos por não terem respondido ao censo previdenciário. Esse é o oitavo edital de suspensão desde o início do processo de recadastramento. A lista será publicada em jornais e na página eletrônica do ministério no endereço eletrônico www previdencia.gov.br. N e s s a re l a ç ã o , c o n s t a m
19.444 beneficiários que residem em São Paulo. Desde o início do censo, há um ano, já são 559 mil os benefícios suspensos por falta de atendimento ao chamado para atualização dos dados cadastrais. A suspensão ocorre após cinco meses de avisos, sem resposta dos convocados, mas não significa um bloqueio definitivo dos pagamentos. Assim, os segurados que deixaram de responder o censo por falta de informação podem reativar os benefícios na própria agência bancária, bastando para
isso, atualizar os dados. Segundo a assessoria da Previdência, nos grandes bancos, que respondem por 95% dos pagamentos do INSS, a quantia bloqueada é liberada imediatamente após o segurado se recadastrar. Nos outros, o valor é desbloqueado em no máximo 13 dias. Esse prazo é necessário para adaptação dos sistemas das instituições que não têm condições de acessar os dados de pagamento online. Iniciado em 2005, o censo pretende identificar fraudes e pagamentos indevidos pelo INSS. (AE)
o último dia para c re d e n ci a m e n t o das 50 empresas que vão participar da segunda fase de implantação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ontem, no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o diretoradjunto da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz), Newton Oller de Mello, anunciou que, no primeiro semestre de 2007, será lançado um sistema gratuito para pequenas e médias empresas poderem aderir à NF-e. "Elas só precisarão ter acesso à internet e assinatura digital", adiantou Mello. Para as 19 empresas que participaram da primeira fase de implantação da nota, o custo variou de R$ 300 mil a R$ 3 milhões. Mello divulgou também que, no último dia 14, a Receita Federal revelou que o BNDES vai abrir linhas de crédito específicas para financiamento de implantação da NF-e nas empresas. A nova nota substitui o documento fiscal em papel nas operações comerciais. As informações são encaminhadas tanto para os fiscos estaduais como para a Receita. Balanço – O governo do Estado de São Paulo investiu R$ 15 milhões no projeto da NF-e e já recebeu mais de 20 mil notas com validade jurídica. No primeiro semestre, o estado paulista tinha capacidade para receber 340 mil notas por mês.
Hoje, já é possível receber R$ 3 milhões mensais e até o segundo semestre do próximo ano, 30 milhões de notas. "No Chile, após três anos do início da implantação da chamada "factura eletrónica", o governo passou de 7 milhões para 34 milhões de documentos emitidos mensalmente", disse Mello. Na primeira fase do projeto brasileiro, aderiram 19 empreFotos: Milton Mansilha/LUZ
Uso da NF-e ainda gera dúvidas
sas, entre elas, a Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo, a Telefônica - Telesp Telecomunicações de São Paul o , a To y o t a d o B r a s i l , a Volkswagen do Brasil, a Wickbold & Nosso Pão Indústrias Alimentícias e a Souza Cruz. "A Souza Cruz emite 30 mil notas por dia. Portanto, se está dando certo para a Souza Cruz, dará certo para qualquer empresa", comentou Mello. Dúvidas – As empresas com-
pareceram em massa à palestra sobre NF-e. A consultora tributária da KPMG, Maira Manna Rigoni, disse que os clientes da consultoria ainda estão em dúvida se vão aderir à NF-e, mas ela acredita que o projeto será positivo para eles. "Hoje, muitas empresas perdem créditos de ICMS por receber nota fiscal fria e correm o risco de ser autuadas. Como a NF-e é emitida com assinatura digital, haverá mais segurança", destacou Maira. O assessor fiscal da Huf do Brasil, Jorge Alves da Silva, acredita que será inevitável a adesão à NF-e por uma questão de mercado. "Somos fornecedores de peças automotivas para a Volkswagen, que já faz parte do projeto piloto. Temos de nos informar porque certamente a Volks vai exigir a emissão eletrônica de notas dos seus fornecedores", disse. No caso oposto – se o comprador não emitir, mas receber uma NF-e –, a empresa deve consultar a Secretaria da Fazenda ou a Receita Federal para saber se a nota eletrônica está autorizada pelos fiscos. Uma pergunta freqüente no final da palestra: como cancelar uma NF-e? Segundo Mello, o cancelamento pode ser feito pelo webservice da NF-e quando não houver a circulação da mercadoria. "Se o produto já saiu da indústria, o comprador pode emitir uma nota fiscal de devolução de compra para cancelar a operação", explicou. Laura Ignacio
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Nacional Tr i b u t o s Empresas Imóveis
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deve conceder a homologação à nova Varig no início de dezembro.
PESQUISAS MOSTRAM DISPOSIÇÃO DE COMPRAR
NA PRIMEIRA QUINZENA DE NOVEMBRO, CONSULTAS AO SCPC CRESCERAM MAIS QUE AS AO USECHEQUE
VENDAS A PRAZO EM EXPANSÃO Leonardo Rodrigues/Hype/01/10/2006
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primeira metade com os quinze primeiros dias d e n o v e m b r o , de novembro de 2005. Nesta quando compara- quinzena a ACSP registrou da ao mesmo pe- 200,6 mil registros recebidos ríodo do ano passado, revela (dívidas incluídas no sistema alta de 4,5% nos números do de proteção ao crédito) contra Serviço Central de Proteção ao 156,7 mil registros cancelados Crédito (SCPC), termômetro (dívidas excluídas do cadasdas vendas a prazo. O resulta- tro). Na comparação com a prido se mantém na média de meira quinzena de outubro de vendas registrada em outubro. 2006, o aumento bate os 19,4%. A decepção veio por conta do "Até o final do mês os números resultado do Usecheque, que devem cair, já que a primeira mede as vendas à vista. Na parcela do 13º salário será discomparação com a primeira ponibilizada", diz Alfieri. Ele porém acrediquinzena do mesmo mês ta que novemde 2005, a alta b r o d e v e f edo sistema foi char com inade apenas dimplência de 6%, patamar 1,7%. O vento e a chuvinha por cento aumentou o registrado em o u t u b r o frios, que surendividamento do pree nd er am (6,1%). Até o final os paulistanos consumidor em pleno nodo mês deve paulistano haver recupevembro, tivena primeira ram reflexo ração dos números do Usenegativo nas quinzena de vendas. c h e q u e s enovembro Segundo o gundo o economista. As economista Emilio Alfieri, vendas à visdo Instituto de Economia Gas- ta, que costumam ser de metão Vidigal, da Associação Co- nor valor agregado, tem sido mercial de São Paulo (ACSP), a tônica deste ano. E para deas vendas de roupas e calça- zembro dificilmente essa reados, que deveriam crescer com lidade se altera. a entrada do verão, e que cosLembrancinha – Mais uma tumam aparecer nos números vez o Natal deve ser das lemdo Usecheque, "decepciona- brancinhas. O endividamento ram por causa do frio". faz o consumidor ter medo de O nível de endividamento gastar e os que tem menos poder do consumidor continua preo- de compra querem só produtos cupando o varejo. Ele foi 7,9% baratos, na opinião de Alfieri. Renato Carbonari Ibelli superior agora na comparação
Young:"Governo pode seguir exemplo da GM"
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futuro, acreditando numa melhora efetiva da economia brasileira", avaliou em comunicado o presidente da Fecomercio-SP, Abram Szajman. Quanto à divisão por faixas de renda, os consumidores que ganham mais de 10 salários mínimos se mostraram menos otimistas – ICC de 128,7 pontos, o que, ainda assim, correspondeu a um crescimento de 1% em relação a outubro. Já os consumidores que ganham menos de 10 salários mínimos registraram aumento de confiança de 2,1%, alcançando 137,4 pontos. (AE)
presidente da General Motors do Brasil, Ray Young, acha que o governo precisa reduzir gastos se quiser alcançar o crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007, e sugere que os cortes devem começar "pelo tamanho do próprio governo". Os investimentos em infra-estrutura deverão ser mantidos, avalia o executivo. Sem isso, é muito mais difícil convencer as matrizes a liberar novos aportes para o País. Para Young, o governo precisa ser criterioso nos gastos e pode até mesmo seguir o exemplo da própria montadora. A GM tem programa para reduzir, em dois anos, os custos de produção nas fábricas de São Caetano do Sul e de São José dos Campos (SP) dos atuais US$ 1,3 mil por carro para cerca de US$ 900, valor que não inclui matéria-prima. Essa meta é um desafio para que os carros da marca sejam mais competitivos, inclusive para enfrentar a concorrência dos modelos chineses, que já começam a chegar ao País. E também para não perder contratos de exportações para outros mercados emergentes. Uma das medidas foi a troca de carros de luxo dos executivos por modelos mais simples. (AE)
Ó RBITA
IPC-S Pressionada pela alta nos preços dos alimentos, a inflação apurada pelo índice subiu 0,34% na segunda semana de novembro.
7,9
Consumidores estão mais otimistas em relação à economia, o que pode ter ajudado na melhora das vendas
Paulistano está mais confiante
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otimismo da população paulistana com a situação econômica cresceu em novembro, de acordo com estudo divulgado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu 134,6 pontos, com crescimento de 1,9% sobre o índice de outubro, de 132,1 pontos. Na comparação com novembro de 2005, o desempenho foi ainda melhor, pois o ICC daquele período, que refletia a crise política gerada pelo escândalo do "mensalão", al-
cançou apenas 117 pontos. O índice é coletado junto a 2,1 mil entrevistados do município de São Paulo e varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Entre os componentes deste indicador, o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC) cresceu 2% em novembro ante outubro, alcançando o patamar de 140,7 pontos. Já o Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) subiu 1,7%, atingindo o patamar de 125,5 pontos. "A população analisa de forma positiva a situação atual e está mais otimista quanto ao
CSN: DIA DECISIVO PARA FUSÃO NOS EUA
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s acionistas da siderúrgica americana Wheeling-Pittsburgh decidem hoje se haverá mudanças na direção da companhia. A decisão é fundamental para os planos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que tenta uma fusão com a empresa nos EUA. A manutenção da
atual diretoria significa que a empresa brasileira tem grande chance de ver o acordo aprovado. Mas uma vitória dos opositores significaria que a fusão tem poucas chances de passar. A Wheeling advertiu que a mudança no controle motivaria inadimplência de US$ 390 milhões. (AE)
APOSENTADO TEM DIREITO À MULTA DO FGTS
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empregado que continua a trabalhar após a aposentadoria tem direito ao pagamento da multa de 40% sobre o total dos depósitos na conta do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), depois de uma dispensa sem justa causa. O entendimento foi adotado pela Seção Especializada em Dissídios Individuais – 1
(SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho (TST), beneficiando um eletricitário gaúcho. "Como não há a rescisão do contrato de trabalho por força da aposentadoria espontânea, o empregado conserva o direito de receber a multa", disse o ministro Carlos Alberto Reis de Paula, ao fundamentar a decisão. (DC)
TELEFÔNICA: TIM ESTÁ ALÉM DO LIMITE
A
TIM Participações está além do limite de 1,5 bilhão de euros para aquisições definido pela Telefónica, informou ontem o vice-presidente financeiro da gigante espanhola. "Se os números que estão sendo publicados pela imprensa sobre uma possível valorização da TIM Brasil são corretos. Eu tenho que reiterar nosso firme A TÉ LOGO
comprometimento em manter o limite de 1,5 bilhão de euros", disse Santiago Fernandez Valbuena, em uma conferência para investidores em Barcelona. Analistas atribuem à TIM Brasil um valor de 8,8 bilhões de euros. A Telecom Italia estava estudando duas propostas de aquisição. Uma delas seria da América Móvil. (Reuters)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Área plantada deve cair 13,1% em São Paulo
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Negócios de leasing crescem 43,4%
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Santa Catarina expande exportação de porcos
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
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RESENHA
NACIONAL
UMA LEI HISTÓRICA
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pequenas empresas no campo tributário, creditício, administrativo e financeiro. Apenas não entrou o campo trabalhista. Em 1995, o então presidente do Senado, José Sarney, aprovou o Estatuto da Pequena e Micro Empresa. Depois de muita resistência na Receita, o secretário Everardo Maciel, com a assessoria do economista Michal Gartenkraut, desenvolveu a idéia de um imposto que permitisse compensar todos os demais. Em vez da isenção, difícil de controlar, a simplificação e alguma redução tributária. Mas a falta de uma norma federal fez com que houvesse disputas com vários estados, levando cada qual a promulgar seu próprio Estatuto. gora, com a Lei Geral, haverá a unificação da legislação e da fiscalização. Mas a lei não é apenas um dispositivo fiscal. Graças à aposta de um punhado de dirigentes mais ousados, a lei prevê a criação de um amplo ambiente para desenvolvimento das pequenas e microempresas. Entra no tema das compras governamentais, do desenvolvimento tecnológico, da formação de consórcios de crédito e sistemas nacionais de aval. Se for bem implementada, muda o Brasil em dois lances. O primeiro, ao viabilizar a formalização das pequenas e microempresas. O segundo, provando que baixar os impostos permite o aumento da arrecadação com a formalização. Aí será a vez de beneficiar os extratos superiores.
A
JOÃO DE SCANTIMBURGO
FEIRAS Céllus
s homens não perceberam o tamanho da Lei, por isso passou, me confidenciou um desses oficiais da luta das pequenas e microempresas. De fato, a nova Lei Geral da Micro e Pequena Empresa ainda não foi entendida em seu todo. Mas pode mudar o Brasil. E foi uma longa maratona. Os primeiros passos foram dados ainda no governo Figueiredo, por ação de Guilherme Afif Domingos, então presidindo a Associação Comercial de São Paulo. O milagre econômico já se esgotara, e a única prioridade tinha sido a grande empresa nacional. Na época, o Primeiro Congresso Brasileiro da Pequena Empresa, em São Paulo, explodiu, com 5 mil empresários descobrindo que precisariam ganhar voz política para conquistar espaço. Ali começou a tomar corpo a idéia de se fazer um estatuto em separado, dentro do princípio de tratar os desiguais de forma desigual – ou seja, empresas pequenas poderiam ter tratamento privilegiado, como ocorre em todo país desenvolvido. Começou a tomar forma um Estatuto da Microempresa, com amplo apoio do ministro Hélio Beltrão, da Desburocratização. Conseguiram-se alguns avanços na época, outros que morreram pelo caminho, como a não obrigatoriedade do reconhecimento de firma, e o Juizado de Pequenas Causas, que nasceu ali. Houve mais três congressos em São Paulo. O quarto foi em Brasília, quando se arrancou o diploma legal, o Estatuto da Microempresa. Não foi possível avançar mais, devido ao fato da Constituição não permitir tratamento diferenciado a empresas. Essa constatação fez que com o setor se articulasse e elegesse Afif deputado federal constituinte, com a terceira maior votação do país, atrás de Ulisses Guimarães e Lula. A Constituição acabou aprovando o Artigo 179, prevendo tratamento diferenciado para micro e
Tem que pagar... PAULO SAAB
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ara nascer, tem que pagar; para viver tem que pagar para morrer. Quando o cantor e compositor Silvio Brito gravou essa música ele já sabia das coisas. Tanto que também cantou: Pare o mundo que eu quero descer. A Associação Comercial de São Paulo tem o Impostômetro. Mostra a cada minuto o quanto o poder público suga da sociedade produtiva. As emissoras de rádio fazem campanha contra o excesso de tributos existentes no Brasil. Mas, a sanha fiscal, arrecadatória, seja de que nível de poder for, seja qual for o partido no poder, a facada sempre vem. Cada vez maior, cada vez mais funda. A antiga Rádio Camanducaia, que Estevam Sangirardi consagrou na Jovem Pan e na Bandeirantes, dizia: Quando não tem notícia, nóis inventa. O mesmo se aplica aos impostos. Quando se pensa que a criatividade do burocrata se esgotou, ele inventa uma forma de nos tomar mais algum, ainda que (e mesmo) sabendo que cada brasileiro trabalhador é estorquido em 110 dias de seus vencimentos a cada ano, destinados aos impostos, taxas, tarifas, emolumentos, seja lá o que a sanha sugatória denomine. A criatividade é tanta que, provavelmente insatisfeitos com a baixa (ao menos nos índices oficiais) inflação, para reajustar o valor do Imposto sobre a Popriedade de Veículo Automotor (IPVA) ) a burrocracia inventou um valor venal para estimar para cima, na hora de aplicar o imposto, o preço do automóvel. Esse valor só vale para aplicação do IPVA. E, certamente, alguém vai se arvorar em bonzinho por não aumentar o imposto, de forma direta. Na prática, pelos cálculos feitos, a elevação para 2007 é da ordem de 6,5% em media no Estado de São Paulo.
Geral da Micro e Pequena Empresa ainda não foi entendida em seu todo. Mas pode mudar o Brasil.
A lei não é apenas um dispositivo fiscal
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princípio elementar de que se os impostos forem baixos e todos pagarem eleva a arrecadação é uma ofensa na Terra Brasilis. E no território cercado pelas 13 lanças de ferro de Guilherme de Almeida, idem. É chover no molhado lembrar que seria menos penoso pagar tanto imposto se o poder público devolvesse algo na forma de bons serviços, investimentos, gestões honestas e prioridades corrigem. Sabemos que isto não ocorre. Ao contrário, aqui e ali, cada vez mais lá e cá também, se assiste ao descaramento do desvio do dinheiro público. Para deixar os contribuintes felizes, as pesquisas dizem que a camada mais humilde da população, não recolhedora de impostos, beneficiária das bolsas-esmola do governo, não dá prioridade à questão da corrupção. Mateus, primeiro os meus. Não discerne, só quer sobreviver. É esse contingente do eleitorado que está definindo eleições. Para finalizar, por hoje, duas observações: Sou paulistano até embaixo d'água, mas a bandeira do município poderia merecer um concurso de atualização. É coisa ainda do período colonial. Ver o presidente Lula ao lado de Chávez me dá calafrios.
O burocrata sempre inventa uma forma de nos tomar mais algum
Furo na malha
COMENTÁRIO DA COLUNA ECONÔMICA DE LUIS NASSIF WWW.LUISNASSIF.COM.BR
G A nova Lei
Valor venal seja de veículo, seja de imóvel, é bom para quem arrecada. No âmbito da capital também se fala em elevação do IPTU. Com os índices oficiais de inflação baixos, sempre haverá alguma invenção capaz de fazer aumentar os impostos acima dos valores de reajuste dos salários, honorários, remuneração de quem trabalha.
PAULO ANTENOR DE OLIVEIRA
R
ecentemente o Senado aprovou uma importante mudança que beneficiará milhões de brasileiros, ao obrigar a Receita Federal a fazer a restituição do Imposto de Renda das pessoas físicas no mesmo ano da declaração. Pela legislação em vigor a Receita dispõe de até cinco anos para efetuar as contestações que achar conveniente nas declarações de renda. O projeto ainda precisa ser votado na Câmara dos Deputados e ser sancionado pelo presidente da República. Não será um caminho fácil ou rápido, mas consideramos a medida adequada, pois se estaria enfrentando um dos maiores aborrecimentos a que estão sujeitos os contribuintes pessoa física perante o Fisco. Não podemos negar que nos últimos anos a Receita tem agido com mais rigor na retenção de declarações para verificações complementares. O rigor decorre do aumento do número de informações verificadas, como: retenção de CPMF, gastos com cartões de crédito e aquisição de imóveis e veículos. Mas a análise das informações não tem acompanhado o aumento das retenções. O impressionante no fato é que a Receita pode analisar efetivamente as declarações de IR no próprio ano de entrega. Se assim não o faz, não se pode alegar sequer falta de pessoal para a tarefa, pois, afinal, desde 1999, quando os técnicos da Receita passaram a ser sistematicamente retirados da análise das declarações, o serviço se acumulou de forma desnecessária e sem justificativa legal. Outro dado importante é que no começo deste ano, de um total de 7.696 fiscais, só 1.645 (pouco mais de 20%) estavam efetivamente atuando na fiscalização. E não só dos contribuintes pessoas físicas, mas de todos, pessoas físicas e jurídicas. É como se uma empresa de auditoria tivesse 80% de seus quadros de auditores desempenhando outras atividades que não realizando auditorias. Também é necessário registrar que o sistema usado pelos servidores para analisar as declarações é lento e muitas vezes fica paralisado por dias, o que inviabiliza o acesso às
informações. O atraso na análise das declarações decorre mais de uma inadequada gestão administrativa do que de ordem legal. Para se ter uma idéia, se um contribuinte procurar o responsável pela análise de sua declaração, ser-lhe-á negado o acesso. Em seguida, será encaminhado a um Centro de Atendimento ao Contribuinte, onde o servidor, impedido administrativamente de lhe dar uma resposta efetiva, solicitar-lhe-á que “aguarde um comunicado em sua residência”. Há, no entanto, um viés mais nocivo na análise de declarações de IR. Ao chegar perto do prazo limite de cinco anos, a Receita efetua um corte de malha, nada mais do que a mudança dos parâmetros de análise das declarações, liberando sem análise um número significativo de declarações anteriormente retidas para verificação. Desta forma, o contribuinte que está correto em sua declaração é penalizado pela espera indevida, e um eventual sonegador se sai bem, graças à lentidão da Receita.
U
m ponto importante no projeto é que não impede a atuação da Receita. Uma vez que forem apuradas irregularidades, mesmo após efetuada a restituição, o Fisco poderá cobrar eventuais diferenças. Assim, a medida favorece o contribuinte e evita prejuízo ao erário. A aprovação da medida vem também em um momento muito bom, antecedendo a discussão e votação pelo Senado do projeto que cria a Receita Federal do Brasil, a chamada Super-Receita, fruto da incorporação da Secretaria da Receita Previdenciária pela Secretaria da Receita Federal. Entendemos como necessária a adoção de regras, dando mais transparência ao Fisco, sem que lhe sejam retiradas as prerrogativas. A medida traz mais respeito ao contribuinte e obrigará a Receita a agir com mais eficiência e a mudar procedimentos internos. PAULO ANTENOR DE OLIVEIRA É PRESIDENTE DO SINDICATO DOS TÉCNICOS DA RECEITA FEDERAL
D emorando para restituir o Imposto de Renda, a Receita favorece o sonegador
E HIGIENE s feiras-livres foram criadas oficialmente em 1914 para atender à necessidade de acesso a produtos hortigranjeiros pela população que, na rotatividade das ofertas, eram atendidas no seu objetivo. A cidade cresceu desmesuradamente, passando à megalópole, com todas as características do gigantismo urbano, mas as feiras-livres foram adaptadas a essa situação e estão dando conta do seu papel distribuidor com eficiência, ainda que relativa, nos milhares de bairros da grande capital que é São Paulo. Os problemas estudados pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) são muitos, mas vamos destacar apenas um deles, que a nosso ver sobressai dos demais e se impõe pela sua influência no corpo humano. É o que diz respeito à higiene dos produtos vendidos e consumidos nas ruas, por exemplo, o pastel, do qual se fala risco-pastel.
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ão muitos os fregueses que consomem pastel frito na feira-livre. Não cogitam os consumidores do problema higiene, entendendo que dele cuida o feirante que vende o pastel e o oferece ao consumo. Já os estudos da ACSP tocam exatamente nesse ponto, o higiênico. Ela encaminhou ao Departamento de FeirasLivres da prefeitura, estudo sobre sua posição em face do produto consumido ou comprado nas feiras. O estudo é extenso e minucioso, oferecendo argumentos para um debate amplo. O pastel é um dos poucos produtos oferecidos ao consumo na hora. A prefeitura vai estudar o assunto com a contribuição da ACSP.
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Q
uase cem anos depois de criadas as feiras-livres temos esse problema, que não será difícil resolver, mas é preciso resolvê-lo em nome do interesse higiênico do consumidor de pastéis, antes que seja tarde para cuidar do males decorrentes da preferência pelo alimento saboroso e, por acidente, perigoso. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G As feiras
têm muitos problemas, mas a questão higiênica se sobressai e já há o risco-pastel
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Segurança Urbanismo Saúde Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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A ANOREXIA ATINGE 0,5% DA POPULAÇÃO MUNDIAL
É preciso comer de maneira balanceada para manter a pele, o corpo e os cabelos bonitos. Alexandra Magna Rodrigues, nutricionista
Quando comer vira um drama A morte de uma modelo por anorexia trouxe à tona um grave problema: jovens que entram no mundo da moda fazem de tudo para perder peso. Até parar de comer. Reuters/Divulgação
Kelly Ferreira
Modelo faltava a consultas
A
morte da modelo paulista Carolina Reston, de 21 anos, por complicações renais e infecção generalizada causadas por anorexia nervosa, na terça-feira, trouxe à tona a discussão sobre os padrões de beleza impostos, principalmente, no mundo da moda. Estudos feitos em 2005 por pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, com 925 pacientes, indicaram que 10% dos doentes morrem de problemas de saúde decorrentes da anorexia. No Brasil não existem estatísticas, mas, de acordo com a psicóloga Vanessa Pinzon, do projeto Transtornos Alimentares, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, a anorexia atinge 0,5% da população mundial. "Se compararmos com a depressão, que atinge cerca de 10% da população mundial, esse número é quase nada. Mas, não é por isso que devemos deixar de nos preocupar com esse transtorno alimentar que atinge, principalmente, as adolescentes e pode levar a morte", disse Vanessa Pinzon. Atenção – Para identificar os sintomas da anorexia nervosa a família tem de estar atenta. Tudo começa com a mudança dos hábitos alimentares. Primeiro, a pessoa evita alimentos ingeria, principalmente os mais calóricos. Depois, começa a dar desculpas para não comer, como por exemplo "já comi na rua" e passa a não participar mais de reuniões com a família ou amigos onde a atração principal é a comida. Com o tempo, as anoréxicas passam a se queixar do seu estado físico, dizem que são gordas e usam roupas mais largas para esconder o corpo. Nessa fase, o contato com amigos é evitado. "Uma pessoa é considerada anoréxica quando está abaixo do peso e se recusa a manter o peso adequado para a sua altura, tem distorção da imagem corporal e até pára de menstruar. Quem tem anorexia acha que todo mundo está louco, menos ela. Só ela consegue en-
E
A morte aos 21 anos: Carolina Reston teve infecção generalizada
xergar aquela gordurinha no espelho. Não dá para esperar uma pessoa com esse transtorno ter vontade de se tratar. Tem de levar no médico nem que seja a força", disse a psicóloga. Mea culpa – Na opinião do endocrinologista João César Castro Soares, da Universidade Federal de São Paulo (Uni-
fesp), a indústria da moda tem de fazer mea culpa quando o assunto é anorexia. "Muitas modelos com o peso adequado me procuram porque a agência exige que ela emagreça para fazer determinados trabalhos. É uma doença comum, principalmente entre as jovens de de 13 a 17 anos, com atividade
m nota divulgada ont e m p e l a L’ E q u i p e Agence, que cuidava da carreira de Ana Carolina Reston desde 2005, a modelo não procurou o atendimento médico recomendado. No comunicado, a diretora da agência, Lika Kohlrausch, informa que Carolina foi contratada pela agência no ano passado, no México. Amigas da modelo teriam indicado a L’Equipe porque ela teve complicações com a agência anterior, estava sem ter onde morar e sua passagem de volta para o Brasil tinha expirado. "A L’Equipe Agence praticamente passou a agenciar a modelo sem conhecê-la pessoalmente e, principalmente, sem tomar conhecimento de que ela já apresentava um quadro de anorexia", diz a nota.
A modelo foi contratada por uma empresa parceira da L’Equipe no México, a Shok Models, que recomendou que ela engordasse. Sem as curvas exigidas pelo mercado mexicano, Carolina pediu para ser transferida para o Japão. Em Osaka, ele foi alertada que estava magra demais. "Ela foi de Osaka para o México e imediatamente compramos um bilhete para o Brasil. Nós a encontramos pela primeira vez e percebemos que ela poderia estar realmente com um problema grave de saúde", diz a nota. Consultas – Segundo Lika, um médico foi recomendado, mas a modelo não compareceu às consultas e ficou de remarcá-las. Antes do reagendamento, o pai de Carolina ficou doente e a agência esperou que ela se recu-
perasse emocionalmente. Logo após, ela foi internada. A modelo não tinha plano de saúde nem seguro de vida e sobrevivia dos contratos. Família – Segundo a família da modelo, o quadro dela se agravou depois da chegada ao Brasil. "Eu notava que a alimentação dela estava diminuindo. O quadro se agravou quando ela voltou da viagem ao exterior. Só que ela não dizia que estava doente, por mais que a gente conversasse", conta a prima Geise Reston Strauss, que morou oito meses com Carolina, em 2003. "Espero que a morte dela seja exemplo para muitas meninas que não pedem ajuda e não querem reconhecer que estão doentes", pediu Míriam Reston, mãe de Ana Carolina. (Agências)
profissional ligada à estética. No homem, o problema é quase inexistente. Para cada 9 mulheres, 1 homem tem anorexia", disse o médico. A anorexia não pode ser identificada por exames laboratoriais. O diagnóstico envolve a verificação dos sintomas e a presença de um índice de massa corporal (IMC) – resultado do peso dividido pelo quadrado da altura – considerado patológico. Segundo critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), alguém com IMC abaixo de 17,5 já pode ser considerado anoréxico. Para se ter uma idéia, o IMC de Ana Carolina ao morrer era de 13,5 – ou seja, para não ser encaixada na definição, ela teria de pesar pelo menos 52 quilos, e não 40. "O tratamento é lento e tem de ser feito por um psiquiatra em conjunto com um endocrinologista ou um nutricionista. Muitas vezes, quando a anorexia já está instalada, é preciso internação. A alimentação passa a ser dada por meio de sonda e é preciso acompanhamento da família. Por se recu-
sar a comer, a paciente pode arrancar com as próprias mãos a sonda do braço", disse Soares. As causas da anorexia nervosa são muito debatidas entre os especialistas. Para alguns, o transtorno pode aparecer por causa da própria sociedade, que determina, principalmen-
ainda crianças, com 15, 16 anos. Moram sozinhas, não têm tempo e nem quem faça uma alimentação adequada. Além da solidão, elas ainda têm de seguir um padrão para serem modelos", disse a nutricionista Alexandra Magna Rodrigues, do projeto Saúde Modelo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para emagrecerem , segundo ela, as modelos tentam de tudo e até param de comer. "O que elas não sabem é que têm de comer alimentos balanceados para manter a pele, o corpo e o cabelos bonitos. Para os meninos, isso é mais tranqüilo. Ao contrário delas, eles têm de ser fortes, sarados", afirmou. O projeto Saúde Modelo existe há quase dez anos e atende cerca de 30 modelos por mês das principais agências de São Paulo. "Em alguns casos a agência manda as garotas. Em outros, elas vêm por conta própria, mas por acharem que estão gordas. O projeto ajuda a evitar que elas tenham transtornos graves. É a ajuda antes que o caso vire uma questão psíquica", disse Alexandra.
Quem tem anorexia acha que todo mundo está louco, menos ela. Só ela enxerga aquela gordurinha no espelho. Vanessa Pinzon, psicóloga
te em publicidades, que a mulher tem de ser magra para ser bonita e ter sucesso. Para outros, a falta da família pode ser a ponta do iceberg. "Hoje as meninas começam cada vez mais cedo a modelar. Muitas vão para fora do País,
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Empresas Imóveis Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
PIB BRASILEIRO MENOS CONCENTRADO
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50
por cento deve ser a participação de mercado da TAM no próximo ano, segundo o Santander.
PARTICIPAÇÃO DO ESTADO, QUE ERA DE 36,1% EM 1985, CAIU PARA 30,9% EM 2004, DE ACORDO COM O IBGE
DESPENCA PESO DE SÃO PAULO NO PIB Evelson de Freitas/AE – 30/10/06
A
participação de São Paulo no Produto Interno Bruto (PIB) nacional despencou de 36,1% em 1985 para 30,9% em 2004, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O gerente do Projeto de Contas Regionais do instituto, Frederico Cunha, disse que essa perda de participação acompanha a queda da fatia da indústria paulista no total da indústria do País entre 1985 (51%) e 2004 (40%). Ele explicou que a redução do peso paulista no PIB se deve também a um processo de desconcentração econômica regional que está em curso no País. Segundo Cunha, há outros fatores importantes para explicar o processo, como o fato de que o Estado de São Paulo não tem como avançar nas suas fronteiras agrícolas como ocorre, por exemplo, com a região Centro-Oeste. Além disso, Cunha disse que a perda de espaço de São Paulo se insere em um processo de mudança estrutural. "O Brasil hoje está menos concentrado, com grandes projetos no Norte e Nordeste, incentivos nos estados para novas indústrias e migração de empresas para outras regiões." Cunha explicou também que São Paulo tem uma indústria com-
pleta e integrada, que reflete mais os movimentos da economia, seja de expansão ou de queda na atividade. A pesquisa do IBGE mostra que São Paulo cresce em média 2,4% ao ano desde 1985. E que, no período, a economia paulista acumulou alta de 46%, abaixo da média nacional de 63%. A pesquisa do IBGE também identificou que o setor de ser-
2,4
por cento é a média de crescimento anual da economia do Estado de São Paulo desde 1985, mostra levantamento do IBGE. viços ganhou participação tímida ao longo desses 19 anos, passando de 41% em 1985 para 47% em 2004. "A indústria continua tendo um peso enorme na economia paulista, mas aos poucos, o setor de serviços (comércio, mercado financeiro, entre outros) mostra-se decisivo no crescimento do estado", disse a técnica do IBGE Alessandra Soares.
Puxada especialmente pela queda da participação paulista, a fatia do Sudeste no PIB nacional caiu de 60,2% em 1985 para 54,9% em 2004. Per capita – O Estado de São Paulo, no entanto, ficou no terceiro lugar no ranking do PIB per capita brasileiro em 2004, com R$ 13.725, ou o equivalente a 1,4 vezes a média nacional de PIB per capita (R$ 9.729). O cálculo do PIB per capita estadual é feito com a divisão do PIB dos estados em valores pela sua população. O Distrito Federal permanece no primeiro lugar, com um PIB per capita de R$ 19.071 em 2004, ou duas vezes a média nacional. Cunha disse que a capital federal é favorecida, nesse indicador, por centralizar a administração pública e o sistema financeiro estatal, sem grande população. O segundo lugar no PIB per capita continuou com o Rio de Janeiro (R$ 14.639, ou 1,5 vezes a média nacional em 2004). De acordo com Cunha, "a perda de dinamismo" da economia paulista levou o estado a perder o segundo lugar no ranking para o Rio desde 2002. Os piores resultados do País continuaram sendo os do Piauí (R$ 2.748) e do Maranhão (R$ 2.892), respectivamente o penúltimo e último colocados no ranking de PIB per capita. Fernanda Pressinott/AE
Cai a fatia dos mais ricos
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pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os oito principais estados no ranking do Produto Interno Bruto (PIB) nacional mantiveram-se com posições inalteradas entre 1985 e 2004. Eles respondem por 76,1% da economia nacional. Os estados são, pela ordem, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Santa Catarina e Pernambuco. O que mudou foi a participação dos cinco maiores estados no ranking, que concentravam
66,3% de participação no PIB em 1985 e reduziram a fatia para 61,1% em 2004. O gerente do Projeto de Contas Regionais do IBGE, Frederico Cunha, citou como exemplo do processo de desconcentração econômica o fato de que, enquanto os cinco primeiros estados perderam participação no ranking, os que ocupam as posições de 8ª a 16ª na lista elevaram a participação, de 14,1% para 24,5%. Nesse grupo estão os estados da fronteira agrícola, como Mato Grosso (de 0,7% em 1985 para 1,6% em 2004), Goiás (1,8% para 2,3%) e Mato Gros-
so do Sul (0,9% para 1,1%). O Amazonas elevou no período sua participação no PIB, de 1,5% para 2%, embalado pelo bom desempenho da Zona Franca de Manaus. Sudeste – No que diz respeito às grandes regiões, a fatia do Sudeste no PIB nacional caiu de 60,2% em 1985 para 54,9% em 2004, puxada para baixo especialmente pela queda da participação paulista. Por outro lado, subiram as participações do Norte (3,8% para 5,3%), Sul (17,1% para 18,2%) e C e n t ro - O e s t e ( 4 , 8 % p a r a 7,5%). A do Nordeste ficou inalterada em 14,1%. (AE)
Dívida pública é de R$ 1,063 tri
A
correção da dívida em R$ 11,6 bilhões, por conta da incorporação de juros, impediu que o endividamento do Tesouro Nacional em títulos caísse em outubro, apesar de o governo ter resgatado R$ 10,4 bilhões em papéis que estavam no mercado. No mês passado, o valor total da dívida teve ligeira alta, passando de R$ 1,062 trilhão para R$ 1,063 trilhão. Um dos destaques do comportamento da dívida em outubro, cujos dados foram divulgados ontem pelo Tesouro,
foi o aumento da demanda dos investidores por papéis prefixados. Esse movimento permitiu que a fatia desses títulos no total da dívida ficasse estável, com pequena variação, de 32,83% para 32,85% de setembro para outubro. Conjuntura – Segundo o coordenador-geral da dívida pública, Ronnie Tavares, o apetite dos investidores pelos prefixados foi aguçado pela conjuntura econômica favorável, tanto no Brasil como no exterior. Assim, o governo conseguiu cobrir com títulos
da mesma natureza todo o vencimento de R$ 34,3 bilhões desses papéis. O Tesouro prefere os títulos prefixados porque eles garantem maior previsibilidade à administração da dívida e dos juros. Outro destaque da dívida em outubro foi a redução na parcela a vencer nos próximos 12 meses, que passou de 39,99% para 37,82% do total. Mesmo assim, esse indicador continua fora da meta do Plano Anual de Financiamento (PAF), que é alcançar um indicador entre 31% e 36%. (AE)
Reservas de US$ 81 bi
US$ 1,641 bilhão na última terça-feira. Com a alta, o valor saltou para US$ 81,44 bilhões no conceito de liquidez internacional. É a primeira vez que o montante das reservas fica acima de US$ 80 bilhões
desde o início da série histórica do Banco Central, em dezembro de 1956. Contribuíram para a elevação o ingresso do US$ 1,5 bilhão captado pelo Tesouro Nacional na semana passada. (AE)
A
s reservas internacionais brasileiras subiram
Na avaliação do Santander, há chance de que a deterioração do tráfego aéreo no País limite o avanço da capacidade das empresas.
Crise pode afetar ganhos
A
crise no controle de tráfego aéreo brasileiro deve continuar no próximo ano e afetar as margens de lucro e receitas das principais companhias do País, mostrou um relatório do Santander. Com isso, a instituição financeira rebaixou a recomendação dos papéis da TAM e da Gol de "comprar" para "manter". O texto diz que a TAM deve aumentar de 48% para 50% sua fatia no mercado em 2007, parcialmente à custa do encolhimento da Varig. A Gol, por sua vez, passará de 35% para 37%, gerando o que o relatório chama de "virtual duopólio" dos vôos de carreira no Brasil.
"Acreditamos que 2007 será um ano desafiador para o setor aéreo brasileiro em termos de margens e administração das receitas", afirma o relatório. Custos – O relatório diz que há chance de 50% de que a deterioração no tráfego aéreo limite o avanço da capacidade das empresas e tenha impacto negativo sobre a diluição dos custos, já que haveria menos horas de uso das aeronaves. Para o fim deste ano, a expectativa é de alta de cerca de 15% na capacidade de todo o sistema, ultrapassando com folga os 48 milhões de passageiros transportados em 2005, antes da venda da Varig. Para 2007, a previsão do Santander
é de um crescimento de 20%, indica o relatório. Ainda conforme o texto, os investidores devem preferir ações da TAM às da Gol, porque esta deve manter as promoções de passagens que fez neste ano para reforçar sua estratégia de empresa de baixo custo, o que provavelmente afetará suas margens de lucro. Além disso, existe a previsão de problemas legais para a Gol após o acidente do último dia 29 de setembro, em que morreram 154 pessoas, afirma o relatório. Os analistas ressalvam que é impossível antecipar com exatidão o impacto da tragédia sobre os resultados da empresa. (Reuters)
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Política
André Dusek / AE
O PSDB está mais perdido que o PFL. Cláudio Lembo
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GARCIA IRRITA-SE COM JORNALISTAS Em discussão sobre a fatia que cabe ao PMDB
O
presidente nacional do PT, Marco Aurélio Garcia, ficou irritado com jornalistas por lhe perguntarem ontem, repetidamente, se o partido teria de ceder espaço para o PMDB no segundo governo do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. "Não me obriguem a aceitar essa tese (de perda de espaço)", respondeu Garcia rispidamente, quando saía de uma audiência de Lula com integrantes da executiva nacional da legenda, no Planalto. Quando Lula foi eleito, os petistas tinham cerca da metade dos ministérios, além da presidência da Câmara dos Deputados, onde o PT era o partido com mais parlamentares. No segundo governo do petista, o PMDB disputa o papel de protagonista no primeiro escalão e as presidências das duas casas do Congresso. "Não viemos discutir questões de varejo político, mas discutir grandes orientações do segundo mandato", disse Garcia. "O PMDB para nós não é um problema. É uma grande solução e é assim que nós queremos que o nosso governo venha a se Não constituir. É viemos um governo discutir de coalizão, questões de com apoio do varejo PMDB, e com os outros parpolítico, tidos da base mas aliada", comorientações pletou. do segundo Métrica – mandato. De acordo M.A.Garcia c o m o p re s idente do PT, nenhum partido perde importância no governo de Lula caso venha a ter menos ministérios do que na primeira administração. PSB, PCdoB, PRB, PTB, PP e PR (antigo PL) também disputam colocações na concorrida Esplanada dos Ministérios. "Tenho radical desacordo com essa visão geométrica dos senhores (jornalistas) a respeito de espaço. Espaço de um partido não se mede pelo número de ministérios ou pelo número de cargos. Se mede fundamentalmente pelo engajamento desse governo com a política", afirmou, emendando: "Nós nos sentimos plenamente representados". Garcia voltou a qualificar de "tese" outra pergunta de um jornalista. A questão: "O presidente deu um recado para o PT de que o partido terá menos espaço?" A resposta de Garcia, ainda exasperado: "Isso é uma tese sua. O presidente não deu nenhum recado para o PT. Foi uma reunião positiva, na qual foi reafirmada, da parte dele e da nossa, a disposição de constituir um governo de coalizão, um governo fruto do segundo turno vitorioso, que aplastou a oposição no País." Em seguida, amenizou a frase: "Aplastou, politicamente: ela (a oposição) terá vida institucional e espero que seja bastante ativa." Câmara – O presidente do PT sinalizou que o Palácio do Planalto terá maior engajamento na eleição do presidente da Câmara dos Deputados, onde Lula gostaria de ver a reeleição do deputado Aldo Rebelo (PCdoB). "O presidente poderá dar opinião, mas a decisão cabe exclusivamente aos parlamentares", ressalvou Garcia. (AE/Reuters)
Garcia e Lula: coalizão começa em casa, com os discursos alinhados da cúpula petista.
LULA PODE ASSUMIR SEM MUDANÇAS O presidente disse que não tem pressa em realinhar os ministérios. Para ele, é mais "preocupante" regularizar a situação do governo de coalizão e alavancar o crescimento sustentável da economia brasileira. Um dos gargalos é a infra-estrutura que já vem recebendo tratamento diferenciado da cúpula palaciana. Milton Mansilha / LUZ - 31/03/06
LEMBO: PFL É O GRANDE DERROTADO. Governador diz que as últimas eleições afastaram de vez os agentes que vinham do regime militar
F
rasista, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), cunhou seu veredicto para as eleições deste ano. Egresso da Arena, Lembo afirma que o "ancien régime", seu sinônimo para a ditadura militar, chegou ao fim apenas com o resultado das urnas em outubro, sepultando lideranças e práticas partidárias surgidas no período (1964-1985). "Na minha visão de mundo, o regime militar terminou nesta eleição. Porque foi nesta eleição que foram afastados os agentes que vinham do regime militar. Os agentes políticos que se integraram na democracia, mas vinham do 'ancien régime"', disse o governador. O termo é referência ao antigo regime que vigorava
na França antes da Revolução Francesa. "Todos os partidos são fruto do regime militar, ou contra ou a favor, então agora acabou isso tudo, começa uma caminhada de autoafirmação", previu. O diagnóstico, obtido 20 anos depois da abertura democrática, atinge o PFL, derivado da Arena que apoiava os militares, que fez apenas um governador no último pleito. Mas, para Lembo, alcança também o PSDB, que nasceu logo após a democratização, e o PT, que combatia o regime. Seleção natural – "Os partidos seguem o darwinismo, vão caindo fora os que não têm mais qualidade", disse, apostando na regra da cláusula de barreira, que limitou o número de siglas.
Lembo: alguns tucanos não percebem o traço da decadência.
Sobre seu partido, é otimista e diz que "haverá uma nova fase para o PFL", com maior participação de lideranças jovens, enquanto aponta os perdedores na sigla: o senador Jorge Bornhausen (SC), que não se recandidatou e deverá ser substituído à frente da legenda em março; o senador Antônio Carlos Magalhães (BA), que viu seu candidato ser derrotado ao governo da Bahia para o PT; e ele próprio, que deixa o governo de São Paulo depois de chegar ao Palácio dos Bandeirantes com a saída de Geraldo Alckmin
(PSDB). "O PFL é o grande derrotado nas últimas eleições, pois fez apenas o governador do Distrito Federal, José Arruda, contra quatro em 2002". Ribalta – Para ele, o PSDB está "mais perdido que o PFL". "O PSDB tende a um colapso, porque há divisões internas nítidas." O PSDB também veio do 'ancien régime' e quer continuar na ribalta. Nada mais patético quando o velho artista não percebe o traço da decadência e é isso que está acontecendo com algumas figuras do PSDB", alfinetou o governador. (Reuters)
PT PAULISTA NÃO QUER SER 'VILÃO' Membros do partido em São Paulo querem se descolar da corrupção e obter mais espaço no governo Lula
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ideranças do PT em São Paulo querem neutralizar a "vilanização" dos petistas paulistas após os escândalos que ocorreram no governo, quase todos envolvendo membros ligados ao Estado. Eles querem se descolar das denúncias e defendem a ocupação de mais espaço dentro do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num momento em que o PT deve ceder cargos e ministérios para o PMDB e outros partidos aliados. Para esses petistas, os escândalos deram a membros do PT de outros Estados, como gaúchos e mineiros, o argumento
que precisavam para tentar ocupar mais cargos no governo. Segundo eles, porém, atribuir os escândalos a todos os paulistas do partido é uma generalização injusta, pois casos como o do dossiê contra tucanos "tem nome e endereço", e não envolvem todos os paulistas. Eles ressaltam, entretanto, que esses membros representavam a si próprios, e não o partido no Estado. Além disso, eles explicam, a discussão despolitiza o debate, que deveria ser feito em torno de idéias. "O corte regional da discussão é equivocado. A discussão política no PT nunca fluiu por uma dimensão territorial, e
sim por tendências internas, grupos de idéias que ultrapassam as fronteiras dos Estados", disse um deputado do PT de São Paulo. "Esse discurso surgiu porque a maior parte dos problemas veio de dirigentes paulistas que cometeram atos indevidos. Mas daí a você fazer uma generalização para todos os petistas do Estado é algo que politicamente não se sustenta", ressaltou. Para ele, a discussão é despolitizadora e equivocada, feita por petistas que não querem discutir o problema ético a sério. "É uma forma equivocada de citar o problema, talvez para não colocar em público alguns nomes importantes do
partido. Mas acho que a discussão sobre a questão ética no partido não deve ter corte regional", opinou. Para outro petista, a discussão é feita por membros do partido que têm outros interesses por trás da generalização. "A hora em que eu vir algum paulista encampar esse discurso, vou levá-lo a sério", cutucou um paulista com bom trânsito dentro do governo. Outro deputado acredita que a "vilanização" é uma "bobagem". "É coisa de gente deslumbrada por ter sido eleita. Essa versão acaba não tratando dos reais problemas do partido e criando subterfúgios para escondê-los", afirmou. (AE)
presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que poderá assumir o segundo mandato, em primeiro de janeiro de 2007, sem completar a montagem do ministério. Em reunião de três horas com a direção nacional do PT, Lula revelou que não tem pressa. "Trocar nomes é decorrência", disse. Antes da definição da equipe, ele prefere concluir as medidas para alavancar o crescimento e desatar os "nós" do setor de infraestrutura, suas principais fontes de "preocupação e angústia". Outra prioridade é montar o governo de coalizão com os partidos que o apoiaram. "Não preciso tomar posse no dia primeiro com todos os ministros nomeados. Posso tomar posse sem ter mudado ninguém", afirmou Lula, segundo relato da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). A nova estratégia contrasta com a expectativa de que o presidente concluiria a escolha do ministério até a segunda quinzena de dezembro. "Minha pressa não é por nomes, mas por propostas e diretrizes para o segundo mandato; e com o objetivo de montar o governo de coalizão", completou. Segundo Lula, diferentemente de 2003, quando precisou nomear o ministério antes da posse, agora ele pode assumir "sem Minha mudar nada". pressa não "O presidente é por Lula não está com pressa", nomes, insistiu a líder mas por N o e n t a n t o , propostas e L u l a r e a f i r- diretrizes mou que quer para o "ousadia" e prometeu ter segundo u m c o n t a t o mandato. "mais próxiLula mo e permanente" com os políticos. Aproveitou para fazer mea-culpa: "Eu dediquei pouco tempo e tenho que me dedicar mais". Justeza – Num recado direto ao PT, a quem pediu para não criar problemas, Lula ponderou que é necessário garantir a governabilidade. E se comprometeu a participar da reunião do diretório nacional do partido marcada para os dias 25 e 26 deste mês em São Paulo. O presidente advertiu que os petistas devem compor com os outros partidos, não só os aliados de primeira hora como também aqueles que o apoiaram no segundo turno. "Todos terão espaço justo e devido no governo", disse Ideli Salvatti, que foi pedir ao presidente a devolução do cargo de líder do governo no Senado para o PT. Mais conciliadora depois da reunião com Lula, a líder petista afirmou que a estratégia não é aritmética. Pelo roteiro traçado pelo presidente, ele só abriu as conversas institucionais com os partidos depois de fazer sucessivas reuniões com a equipe econômica e com o setor de infra-estrutura, para definir propostas. Agora, já está na hora de montar a coalizão e buscar o compromisso político para viabilizar a aprovação das medidas. O primeiro encontro ontem foi com o comando petista. Na semana que vem, outros partidos serão convidados. Além do PMDB, o presidente deve chamar também o PDT, já que setores do partido apoiaram sua reeleição. Se não está ansioso para montar a nova equipe, Lula disse ter pressa no realinhamento de sua base parlamentar no Congresso. Ele quer saber com quem realmente pode contar, pois não deseja trabalhar no varejo da política a partir de 2007. O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, foi designado para receber as propostas para o crescimento da economia nacional. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Morre Friedman, papa do liberalismo moderno
Kevin Lamarque/Reuters
Internacional
Nossa política é prender qualquer um que incite a divisão do povo iraquiano. Jawad al-Bolani, ministro do Interior do Iraque
Era defensor intransigente da participação mínima do Estado na economia
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Alex Wong/Getty Images/AFP/ 9/5/2002
Prêmio Nobel de Economia Milt o n F r i e dman, um dos mais influentes economistas do século 20, morreu ontem, aos 94 anos, vítima de insuficiência cardíaca, depois de ter sido hospitalizado em San Francisco. Defensor intransigente da participação mínima do Estado na economia, era considerado o papa do liberalismo moderno. É dele também a pregação de um Friedman: câmbio flutuante sistema de câmbio flutuante em todo mundo. nas de Matemática e EconoNascido em uma família mia. Escolheu a Universidade muito pobre, cujos pais emi- de Chicago para cursar seu graram da Rússia, Milton mestrado em Economia. TraFriedman nasceu no bairro do balhou com Frank Knight que, Brooklyn, em Nova York, em na época, destacava-se nos 31 de julho de 1912. Comple- meios acadêmicos por suas tetou a educação básica com me- ses conservadoras. É nesse amnos de 16 anos e, mesmo tendo biente que Friedman consoliperdido o pai, conseguiu man- dou sua polêmica teoria de que ter-se na universidade graças a a solução para os problemas de uma pequena bolsa e grandes uma sociedade só é possível sacrifícios financeiros. com um sistema de competitiNo auge da Grande Depres- vidade e liberdade absolutas. são (1932), Friedman concluiu Embora nunca tenha tido seus estudos em Rutgers, ten- nenhum cargo formal no setor do se destacado nas discipli- público, Friedman foi conse-
lheiro do presidente Ronald Reagan nos anos 1980. No começo dos anos 1970, participou da campanha que levou ao fim do serviço militar obrigatório nos EUA. Foi ainda colunista da revista semanal Newsweek , além de conselheiro do governo chileno do General Pinochet. Muitas de suas idéias foram aplicadas na primeira fase do governo Richard Nixon. Seu posicionamento claro e ortodoxo fez-lhe muitos adversários, no plano das idéias, e foi motivo de muitas controvérsias. Conduziu-o, no entanto, à liderança de uma doutrina de pensamento econômico. A mulher do economista, Rose Friedman, que ainda é viva, foi co-autora de muitas de suas obras. Por suas realizações nos campos da análise do consumo, da história monetária e da teoria e demonstração da complexidade da política de estabilização, ganhou o Prêmio Nobel de Economia de 1976. O trabalho de Friedman na Universidade de Chicago revelou suas idéias na cena política mundial. Suas concepções influenciaram as políticas dos primeiros governos de Margaret Thatcher.
BUSH NA ÁSIA – Os EUA considerarão uma "grave ameaça" a pretensão da Coréia do Norte de transferir tecnologia nuclear, disse ontem o presidente George Bush, em Cingapura, onde visitou o Museu da Civilização Asiática e assistiu à performance de estudantes. O programa nuclear da Coréia do Norte está na pauta da Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, este fim de semana, em Hanói. Larry Downing/Reuters
Pelosi, a 1ª mulher na presidência da Câmara
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o mesmo dia em que foi eleita para ser a primeira mulher a presidir a Câmara dos Estados Unidos, a deputada Nancy Pelosi sofreu sua primeira derrota. O deputado John Murtha, apoiado por ela, perdeu para o deputado Steny H. Hoyer a eleição para líder da maioria democrata na Câmara. Pelosi tinha apostado todas as suas fichas em Murtha, amigo leal, em uma manobra considerada um "grave erro tático". Murtha está envolvido em denúncias de corrupção e não tinha a preferência dos deputados democratas. Hoyer ganhou com folga, conquistando 149 votos de deputados democratas, contra 86 para Murtha. O resultado mostrou rachaduras no partido, uma semana após a vitória esmagadora do partido nas eleições legislativas. E Pelosi saiu enfraquecida do episódio. Foi acusada de ter
Morales quer o povo para garantir reformas
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presidente da Bolívia, Evo Morales, disse ontem que o povo se levantará se a oposição de direita que controla o Senado do país resistir à aprovação das reformas à lei de terras. "Se alguns parlamentares não quiserem modificar a lei INRA (Instituto Nacional de
Nancy Pelosi, ao assumir a Câmara: primeira derrota com Murtha
forçado a barra para eleger Murtha, com ameaças aos deputados democratas. A intervenção agressiva de Pelosi pró Murtha pôs sob escrutínio seu estilo de
liderança. Na noite da eleição, Pelosi havia prometido: "Os democratas pretendem liderar o Congresso mais honesto, transparente e ético da história". (AE/AP)
Reforma Agrária, vigente desde 1996), o povo vai se levantar para modificar à força". A norma foi aprovada ontem, sem consenso, pela maioria do Movimento Ao Socialismo (MAS) na Câmara dos Deputados. "Acredito na força do povo, porque a força do povo é a força motriz que faz a história", insistiu, ao recordar o bloqueio de estradas de 2004 por parte de seus cocaleiros de Chapare, o que obrigou o antigo Congresso a modificar a lei de hidrocarbonetos. "O povo votou pela mudança e a mudança é acabar com o latifúndio. (...) As
terras improdutivas têm que ser expropriadas legalmente". A nova lei agrária vai agora para o Senado, onde 13 das 27 cadeiras estão com o grupo "Podemos", que antecipou que não aprovará as mudanças. Estados Unidos - Ontem, Morales chamou de "intromissão" em assuntos internos a afirmação do subsecretário de Estado dos EUA, Nicholas Burns, segundo a qual o governo boliviano deveria se afastar da Venezuela e de Cuba e buscar uma maior aproximação com os "países democráticos" da América Latina. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO Tony Gentile/Reuters
O valor da escolha do celibato de acordo com a tradição católica foi reafirmado como necessário para uma formação humana e cristã sólida, seja para seminaristas como para padres que já tenham sido ordenados Comunicado divulgado pelo Vaticano ontem, em reunião do Papa Bento 16 com chefes de departamento, para discutir os pedidos de padres casados que desejam voltar à atividade
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NOVEMBRO
2 -.LOGO
17 Dia da Criatividade Dia Internacional do Estudante Dia do Tribunal de Contas Entrega da GIA Eletrônica
P ESQUISA S AÚDE
Europa no combate à obesidade Ministros de Saúde de 53 países europeus aprovaram a primeira carta para o combate à obesidade do mundo, prometendo mais ação contra a epidemia que se espalha pelo continente. O documento, assinado em Istambul, na Turquia, foi elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em consulta com os Estados membros europeus. Esta é a primeira tentativa real de obrigar autoridades nacionais a agir no combate à obesidade. "Muitos governos têm boas recomendações e belas linhas gerais, mas em termos de metas
nutricionais, a maioria dos países não as atingiu", disse o conselheiro europeu da OMS para nutrição e segurança alimentar, Francesco Branca. A carta compromete os governos com atitudes como melhorar a disponibilidade de alimentos saudáveis, e a adoção de regulamentação para tornar as estradas mais seguras para pedestres e ciclistas. A obesidade na Europa triplicou nos últimos 20 anos. A carta da OMS tem por meta deter a epidemia dentro de cinco anos, e reverter a tendência até 2015.
V ÔLEI Kimimassa Mayama/APF
Fome aumenta nos EUA 10,8 milhões americanos não têm dinheiro suficiente para uma alimentação saudável
O
número de americanos passando fome aumentou em 2005 para 10,8 milhões de pessoas, mas pela primeira vez em seis anos, a quantia de cidadãos que "têm dificuldade para se alimentar adequadamente" diminuiu em 2005, anunciou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. No ano passado, no geral, 35 milhões sofriam de 'insegurança alimentar', termo adotado pelo país para definir aqueles que não têm dinheiro ou recursos para conseguir alimentos suficientes para levarem uma vida ativa e saudável. Em 2004 eles eram 38 milhões. Os EUA têm aproximadamente 300 milhões de habitantes. Ativistas não economizaram críticas. "Nesta terra de plenitude, é chocante perceber que 35
milhões de americanos continuam lutando contra a insegurança alimentar", reagiu o senador democrata Tom Harkin. O relatório mostrou que, enquanto a média nacional dos que sofrem insegurança alimentar era de 11%, nos lares que tinham a mulher como chefe da casa o número era 30%, para as famílias negras, 22% e para as hispânicas, 18%. A melhoria foi atribuída a programas como o de cupom alimentar para famílias de baixa renda e merenda escolar. O departamento esperou passar as eleições de 7 de novembro para divulgar o relatório, levando democratas a acusarem a administração republicana de Bush de fazer política com a fome. Também surgiram críticas para os responsáveis que evitaram usar a palavra "fome" para
descrever a situação. Trocar as palavras, "é um grande desserviço aos americanos que lutam diariamente para se alimentar e a suas famílias", opinou o reverendo David Beckmann, presidente do Alimento para o Mundo, grupo que luta contra a fome. "Não deveríamos esconder a palavra fome porque não podemos esconder a realidade da fome entre nossos cidadãos." No relatório, os termos "baixa segurança alimentar" e "muito baixa segurança alimentar" substituíram as descrições "insegurança alimentar sem fome" e "insegurança alimentar com fome". A mudança foi sugerida pela Academia Nacional. As pessoas em situação de "muito baixa segurança alimentar" passaram de 10,7 milhões em 2004 para 10,8 milhões, em 2005. (AE)
Alex Schmidt/AFP
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A jogadora Fabiana de Oliveira, em lance da final do Campeonato Mundial, no qual seleção brasileira de vôlei feminino perdeu ontem para a da Rússia por 3 a 2.
I TÁLIA
Queen desbanca Beatles em vendas
Tribunal condena 46 mafiosos
O grupo de rock Queen pode não ser tão aclamado pela crítica como os Beatles e os Rolling Stones, mas acaba de bater o recorde de álbum mais vendido no Reino Unido de todos os tempos. A coletânea Greatest Hits vendeu mais de 5,4 milhões de cópias desde seu lançamento, em 1981, e deixou para trás Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. O grupo, de Freddie Mercury, Brian May, Roger Taylor e John Deacon, ficou famoso nos anos 70 e 80 com o hit We Will Rock You.
Um tribunal siciliano condenou 46 assessores, confidentes e colaboradores do capo mafioso Bernardo Provenzano, muitos dos quais ajudaram o ex-fugitivo a ludibriar a polícia. As sentenças mais rigorosas chegam a 18 anos de prisão. Entre os réus, havia integrantes de um grupo responsável pela organização de uma viagem de Provenzano a Marselha, no sul da França. Ali, o chefão da máfia foi submetido a uma cirurgia na próstata ainda na condição de foragido.
ÓPERA - O dançarino brasileiro Ismael Ivo ensaia cena da ópera de Mozart "Apollo e Hyacinth", no recém-inaugurado Bode Museum, em Berlin. O espetáculo, dirigido por Christoph Hagel, está sendo apresentado na Mostra de Esculturas do Museu Byzantyne. A RTE
Spencer Platt/AFP
Esse útil acessório de cozinha chamado "Sili Sling" é uma superficíe de silicone com furos, que filtra a gordura que escorre de uma carne assada. Com suas alças laterais, fica mais fácil transferir a carne da forma para servir no prato. O material é resistente ao fogo alto. Custa US$ 20 no site. http://wmboundsltd.com/
Já está na web uma nova opção para quem quer saber mais sobre recursos financeiros e parceiros para a implantação dos mais diversos tipos de projetos. O PedeVerba traz informações sobre as principais organizações do País (públicas e privadas) que atuam como patrocinadoras de projetos sociais, culturais, artísticos, educacionais, sócio-ambientais, turístico, entre outros. O site foi desenvolvido pela D-mídia Editora para orientar a escolha do melhor parceiro no momento de propor um projeto.
shopexd.asp?id=489
www.pedeverba.com.br
ação
Divulg
Retrato de líder comunista, pintado por Andy Warhol, é vendido por mais de US$ 17 milhões
Mao pop na Christie's m retrato do líder comunista chinês Mao Tsé-tung pintado por Andy Warhol foi vendido por US$ 17,4 milhões, um recorde mundial de preço obtido numa obra leiloada do artista, informou ontem a casa de leilões Christie's de Nova York.
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O retrato "Mao", considerado uma das pinturas mais sensacionais da década de 1970, foi oferecido pela Coleção Daros, proprietária de diversos quadros de Warhol. A pintura foi vendida ao magnata Joseph Lau, de Hong Kong, por US$ 5 milhões, acima do esperado,
informou a Christie's. A venda é resultado de um leilão de arte contemporânea e pós-guerra realizado pela casa em Nova York. "Marilyn Laranja", uma pintura de 1962 na qual Warhol retratou Marilyn Monroe, saiu por US$ 16,2 milhões, US$ 1 milhão acima do esperado. (AE)
O Parlamento japonês aprovou ontem uma lei que exige que as escolas do país instiguem o "amor ao país" nas crianças. Com a aprovação nas Câmaras alta e baixa, a promulgação da lei é quase certa. O Partido Liberal Democrata e seu aliado "New Komeito" querem revisar a lei de educação do país, promulgada no fim da Segunda Guerra Mundial, e incentivar o patriotismo entre os jovens. Ensinar o patriotismo, uma idéia usada pelos militares durante o período da guerra, é um tabu no país. L OTERIAS Concurso 169 da Lotofácil 01
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Pesquisadores desenvolvem sistema que dá a robô capacidade de enfrentar imprevistos Brasil pode copiar a "Operação Mãos Limpas", da Itália, no combate à corrupção, diz juiz
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Parceiros e recursos para projetos
A população chinesa pôde ontem voltar a acessar à enciclopédia online Wikipedia, depois de um bloqueio que durou mais de um ano, em decisão elogiada pela organização Repórteres sem Fronteiras, que defende a liberdade de imprensa. Na página de entrada já é possível fazer buscas por termos apolíticos. Mas as pesquisas envolvendo assuntos considerados como tabus pela liderança comunista chinesa, a exemplo de "4 de junho", continuam bloqueadas.
Projeto estimula patriotismo
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Separe a gordura do assado
O lateral-esquerdo Roberto Carlos disse ontem que ainda não renovou o contrato com o Real Madrid, desmentindo as declarações do presidente Ramón Calderón, que havia dito que o jogador brasileiro teria firmado compromisso com o clube até junho de 2008. O jogador deve se reunir na próxima semana com o diretor esportivo, Pedja Mijatovic, para avaliar a prorrogação do contrato. Na pré-temporada, o lateral recusou convites para jogar pelo Chelsea, da Inglaterra, e pelo Fenerbhace, da Turquia.
J APÃO
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F AVORITOS
Roberto Carlos desmente Real
zh.wikipedia.org
Zélia Duncan
G @DGET DU JOUR
B RAZIL COM Z
China libera acesso à Wikipedia
C A R T A Z
Zélia Duncan (foto) grava DVD no show Pré-Pós-TudoBossa-Band. Auditório do Ibirapuera. Parque do Ibirapuera, portão 2. Às 20h30. R$ 30. Telefone: 5908-4299.
Na condição de chefe de Estado de 32 países da Commonwealth, a rainha Elizabeth II é a maior proprietária "legal" de terras do planeta, com um total de quase 27 milhões m², quase um sexto da superfície terrestre não coberta pelos mares. Esse é um dos surpreendentes dados de um livro recém-publicado no Reino Unido, com o título de Who owns the world? (Quem possui o mundo?, em tradução livre), do autor Kevin Cahill. Segundo ele, praticamente 97% do planeta está nas mãos de apenas 3% da população.
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Rainha é dona de um sexto do planeta
http://www.elpais.es
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M ÚSICA
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Governo quer incentivar produção de monitores menores para ganhar mercado externo
Concurso 1676 da Quina 37
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Planalto Congresso Corr upção Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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CPMI PODE CONVOCAR OUTRO PETISTA
Temos de convocá-lo para explicar essa troca de telefonemas. Raul Jungmann
EM CONGRESSO, MINISTRO CONFIRMA QUE VAI DEIXAR O CARGO.
Eymar Mascaro
Asas para voar
THOMAZ BASTOS DISCUTE O 'GRAVIDADE' DO DOSSIÊ
PSB quer se desvencilhar do PT assim como o PFL deseja se afastar do PSDB: ambos os partidos querem ter a liberdade para lançar candidatos próprios à presidência da República em 2010. O PSB quer preparar a candidatura de Ciro Gomes. Mas existe a possibilidade de Ciro integrar o Ministério de Lula, indicado para um ministério forte, como o da Fazenda. Enquanto isso, o PFL quer esmerilhar dois pré-candidatos ao Planalto: a do prefeito do Rio, César Maia, e o do empresário paulista Guilherme Afif Domingos, cotado também para fazer parte do secretariado de José Serra.
Dida Sampaio / AE
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ois meses de invesAinda antes do segundo turtigação e o ministro no eleitoral, os federais que inM a rc i o T h o m a z vestigam a trama divulgaram Bastos, da Justiça, em Cuiabá (MT) que a fonte de ainda não sabe se a trama do p e l o m e n o s u m a p a r t e dossiê Vedoin tem lá alguma (US$ 109, 8 mil) da dinheirama importância do ponto de vista já havia sido desmascarada - a criminal. "A Polícia Federal es- Vicatur, casa de câmbio da Baitá investigando (o dossiê). É xada Fluminense que lançou preciso ver realmente se isso mão de uma família de laranjas tem ou não gravidade", disse o para executar contratos de ministro na noite de quarta- câmbio fraudulentos. feira, após a abertura do XIX A PF anunciou, então, que já Congresso Brasileiro de Ma- tinha vestígios suficientes pagistrados, em Curitiba. ra enquadrar criminalmente Ele negou que tios "aloprados" (covesse declarado remo se referiu a eles centemente que a o presidente Luiz apuração sobre o Inácio Lula da Sildossiê fosse termiva) flagrados com o nar antes das elei- "A PF executou dinheiro do dossiê ções. Mas reconheno Hotel Íbis Conmais de 300 ceu que os protagogonhas, em São nistas da farsa, pelo operações, 200 Paulo. A PF afirmenos alguns, já es- das quais para mou que não havia tão identificados. desbaratar mais dúvida algu"O que eu disse foi esquemas de ma de que os que a cadeia causal US$ 109,8 mil facorrupção." estava absolutaziam parte dos Thomaz Bastos US$ 248,8 mil que mente desvendada, até pela confisestavam em posse são das pessoas endos envolvidos. volvidas", declarou o ministro, No entanto, ontem a PF disse em alusão aos membros do PT que não possui elementos para que admitiram participação indiciar nenhum dos investina compra do dossiê de R$ 1,75 gados. O delegado Diógenes milhão, entre eles Gedimar Curado disse que não é possíPassos e Valdebran Padilha. vel fechar o inquérito sem saBastos foi loquaz quando ber a origem do dinheiro. elogiou a atuação da sua políBastos não quis falar sobre a cia, mas muito cauteloso quan- mudança de mão nas investido voltou a abordar a questão gações. Preferiu insistir no end a n e g o c i a ç ã o d o d o s s i ê . deusamento da PF. "Nós trava"Agora a PF vai tentar desco- mos uma grande luta. A PF brir a origem do dinheiro." executou mais de 300 operaHá uma contradição fla- ções nos últimos quatro anos, grante entre o discurso do mi- 200 das quais para desbaratar esquemas de corrupção." (AE) nistro e o da PF.
CONVOCAÇÃO Ficam convocados os senhores membros do Conselho Deliberativo para a reunião a realizar-se no dia 27 de novembro de 2006 (segunda-feira), às 16h30, no 9º andar do edifício sede da Associação Comercial de São Paulo - ACSP, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia I - Apreciação e votação da proposta do orçamento referente ao exercício de 2007, elaborada pela Diretoria Executiva (artigo 20, § 3º, inciso I) e encaminhada pela Diretoria Plena (artigo 27, inciso V) para cumprimento do artigo 31, inciso V, do Estatuto Social; II - Outros assuntos São Paulo, 16 de novembro de 2006. Guilherme Afif Domingos Presidente
"Agora a PF vai tentar descobrir a origem do dinheiro", diz o ministro.
CPMI LIGA OUTRO PETISTA À DENÚNCIA
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ruzamento feito pela CPMI dos Sanguessugas detectou que o deputado Carlos Abicalil (PTMT) conversou ao telefone 29 vezes com dois envolvidos na compra do dossiê contra políticos tucanos. As ligações telefônicas foram feitas entre 22 de agosto e 12 de setembro, período em que foi negociado o dossiê com Darci Vedoin e seu filho, Luiz Antonio Vedoin, donos da Planam, principal empresa da máfia das ambulâncias. O vice-presidente da CPMI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) defenderam ontem a convocação do deputado petista. "Temos de convocá-lo para que ele explique essa troca de telefonemas feita precisamente no período mais crítico das negociações de compra do dossiê contra os tucanos", afirmou Jungmann. "As ligações não são prova do envolvimento do parlamentar, mas elas ocorreram em datas importantes da compra do dossiê", observou o subrelator Carlos Sampaio (PSDBSP), responsável pelo cruzamento dos dados com a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos na tentativa de compra de dossiê. "Essas ligações são precisamente durante o momento em que o processo do dossiê esteve em curso", disse o deputado e sub-relator Fer-
MAIS SUSPEITOS PF FAZ DE FRAUDE NA DILIGÊNCIAS PREVIDÊNCIA NO RIO
Obs: A peça orçamentária encontra-se à dispo- O sição dos senhores conselheiros na Secretaria Geral, no 8º andar da sede da ACSP.
nando Gabeira (PV-RJ). A maior parte das ligações foi feita entre Carlos Abicalil e Expedito Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil e um dos negociadores da documentação. Entre 22 de agosto e 12 de setembro, os dois se falaram 27 vezes ao telefone celular. Surpreso – Em nota, Abicallil se disse "surpreendido" com a vinculação do próprio nome à negociação do dossiê. O deputado afirmou que "até o momento, não conhece os dados anunciados de cruzamento da transferência de sigilos telefônicos" feito pela CPMI. No comunicado, ele diz que "jamais fora notificado da possibilidade de sua vinculação, seja pela PF, pelo Ministério Público (MP) ou pela própria CPMI". Abicalil informou ainda que conversou pelo telefone com o presidente da comissão parlamentar, deputado Antônio Carlos Biscaia (PTRJ), para pedir uma cópia do cruzamento da quebra de sigilo telefônico. Durante o telefonema, de acordo com a nota, o deputado do PT do Mato Grosso "antecipou sua disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários". No texto, Abicalil afirma ainda que Biscaia só estará em Brasília na próxima segunda-feira, dia 20, data em que Abicalil terá acesso ao documento que detectou as 29 ligações entre ele e dois envolvidos. (AE)
Ministério Público Federal denunciou mais quatro suspeitos de compor a quadrilha de fraudadores de benefícios previdenciários desarticulada durante a Operação Anos Dourados, em outubro. Na ocasião, a Polícia Federal (PF) cumpriu 68 mandados de prisão e 95 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul e Paraná. As novas denúncias apontam para uma família suspeita de ter recebido o proveito irregular e uma funcionária da agência da Previdência Social no bairro de Fátima, em Niterói, no Grande Rio. Constituído por quase cem acusados, o bando criava um suposto período de contribuição por meio de empresas falsas para receber o benefício da Previdência. O esquema funcionou durante cinco anos e chegou a causar um prejuízo estimado de R$ 200 milhões. (AE)
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o rastro dos US$ 248,8 mil levantados por petistas para a suposta compra do dossiê Vedoin, a Polícia Federal (PF) realizou ontem diligências no Rio e ouviu testemunhas das operações feitas por clientes "laranjas" na Vicatur e em outras casas de câmbio. O delegado Diógenes Curado, encarregado do inquérito, informou que as investigações prosseguirão até o fim de semana. A PF trabalha com a hipótese de que os dólares teriam sido comprados para disfarçar a origem real do montante de R$ 1,7 milhão. A PF desconfia que possa haver duas famílias envolvidas como laranjas no esquema da Vicatur. Uma delas, já identificada, comprou o equivalente a US$ 280 mil. O montante adquirido pela outra família ainda está sendo levantado, mas pode ter sido superior a US$ 100 mil. (AE)
LIGAÇÕES
OPÇÃO
PSB e PFL estão atrelados ao PT e PSDB, respectivamente. Os dois partidos se sentem incomodados. Desejam disputar as próximas eleições. Apesar disso, o PSB vai participar do governo de coalizão de Lula, enquanto o PFL assume a condição de principal partido de oposição ao governo do presidente petista.
O deputado eleito José Aníbal vai colocar seu nome à disposição do PSDB para concorrer à sucessão de Gilberto Kassab (PFL). Aníbal vai exercer o mandato de deputado federal, mas vai trabalhar simultaneamente sua pré-candidatura a prefeito.
CANDIDATO Gilberto Kassab está em campanha pela reeleição. Ele deve ser o candidato do PFL. Entre amigos, Kassab admite que pode ter o apoio do PSDB, na hipótese de seu partido concordar em apoiar o candidato tucano em 2010. Kassab, segundo os analistas, será um candidato forte.
MEIA VOLTA DÚVIDA Durante a campanha presidencial, Ciro Gomes prometeu aos eleitores do Ceará que exerceria o mandato de deputado. Mas Ciro é um forte candidato a ministro. Mesmo que venha a sê-lo, o PSB diz que vai preparar a candidatura presidencial de Ciro.
APOIO Os socialistas sonham com o apoio de Lula a Ciro, sobretudo porque o PT, até o momento, não dispõe de um candidato bom de voto para disputar a eleição. Chegou-se a comentar que Ciro poderia ser candidato pelo PT, mas os socialistas desmentem a versão.
TUCANOS Os partidos já pensam em preparar candidatos para 2010 porque o PSDB dispõe de dois précandidatos que se consagraram nas urnas: José Serra e Aécio Neves, eleitos governadores de São Paulo e Minas. Serra e Aécio vão governar seus estados de olho na vaga do Planalto.
Michel Temer promete manter a postura e ser enérgico como presidente do partido, para impedir que o PMDB caia no colo de Lula. Temer será duro até o término do seu mandato na presidência do partido: março. A ordem é fustigar os governistas.
SUBSTITUTO O ex-presidente do STF, Nelson Jobim, pode substituir Michel Temer na presidência do PMDB. Mas não é só para a direção do partido que Jobim é lembrado: seu nome consta também da lista dos ministeriáveis de Lula. Jobin iria para a pasta da Justiça ou Articulação Política.
HUMILHAÇÃO Temer lembra que se Lula continuar conversando apenas com os chamados governistas, o PMDB vai se sentir humilhado. O presidente do partido espera por um aceno do Planalto para iniciar conversações com o governo. Em tempo: Michel Temer apoiou ostensivamente Geraldo Alckmin durante as eleições deste ano.
REGRA 3
CONTINUÍSMO
Além de Serra e Aécio, o PSDB tem ainda uma terceira opção: Geraldo Alckmin. Mesmo derrotado por Lula este ano, Alckmin arrancou quase 40 milhões de votos. O ex-candidato tucano, pode ser tentar voltar a governar São Paulo em 2010, em respeito à boa votação alcançada no estado.
A informação é que Lula deu sinal verde para o PT apoiar a recondução de Renan Calheiros (PMDB) e Aldo Rebelo (PC do B) às presidências do Senado e Câmara. O presidente prefere apoiar a manutenção de ambos nos cargos a arriscar ter adversários nas presidências das duas casas.
INSISTÊNCIA
PERDA
Tucanos vão insistir para que Geraldo Alckmin dispute a Prefeitura de São Paulo em 2008. O argumento é que o ex-governador está com o Ibope alto na capital paulista. Alckmin, no entanto, nega a intenção de ser candidato em 2008. Eleição, para ele, somente em 2010.
O PSDB trabalha com a hipótese de perda de dois quadros nordestinos importantes: os governadores Lúcio Alcântara (Ceará) e Cássio Cunha Lima (Paraíba). Lúcio perdeu a eleição para Cid Gomes (PSB) e Cunha Lima foi reeleito. Lúcio iria para o PMDB ou PTB e Cunha Lima para o PSB.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
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30% DAS VENDAS SÃO FEITAS NO CARTÃO
15
milhões de reais foi o investimento das Casas Bahia no show Sonho e Fantasia da Disney
Fotos: Valéria Gonçalvez/AE
SUPER CASAS ABRE HOJE SUAS PORTAS NO ANHEMBI Rede investiu R$ 10 milhões no megaevento e deve faturar R$ 80 milhões
A
Super Casas Bahia chega à sua quarta edição apostando na variedade de produtos, atendimento especializado e principalmente em condições especiais de crédito e parcelamento para atrair o consumidor. A rede abrirá hoje as portas de seu megacentro de compras e entretenimento, no Pavilhão do Anhembi. A loja recebeu investimentos na casa dos R$ 15 milhões e espera faturar R$ 80 milhões. O resultado, se confirmado, ficará abaixo do ano passado. Na edição da Super Casas Bahia de 2005, Klein vendeu R$ 100 milhões, cerca de R$ 30 milhões a mais que o previsto. "Estamos sendo mais realistas. O PIB (Produto Interno Bruto) não avançou neste ano dentro do esperado e só tivemos crescimento nas novas lojas." Até o dia 30 de dezembro, a expectativa é de que mais de 2 milhões de pessoas transitem pelos 150 estandes, distribuídos em uma área de 52 mil metros quadrados. O tíquete médio esperado para compras é de R$ 800. Nas outras lojas da rede, deve ser de R$ 440. De janeiro a outubro, a Casas Bahia vendeu 1% a menos que
Michael Klein: 2006 mais realista
no mesmo período do ano passado. Esse percentual inclui as vendas das 50 novas lojas da rede. Mas o diretor executivo aposta nas pesquisas de mercado, que demonstram que uma grande parcela dos crediaristas estão pagando suas dívidas para voltarem a comprar no final do ano. O percentual de inadimplência, neste ano, foi de 10%, igual ao do ano passado. A previsão das Casas Bahia para 2006 era a inauguração de 100 novas lojas. Até agora, apenas 50 foram abertas. A rede fechará o ano com 550 unidades em todo o País. Para o 2007, a promessa é concluir as 50 lojas restantes. Segundo Michel Klein, to-
do o varejo deverá permanecer igual em 2007, sem grande crescimento ou queda. "As únicas empresas que apresentaram alta de faturamento foram as que se incorporaram e somaram seus ganhos." A expectativa para este ano é de um faturamento de R$ 12 bilhões, mais o das novas lojas, que ainda não entraram nos cálculos. Já em 2007 é esperado um crescimento de 10% em relação a este ano. Cartões de crédito – Apesar de não atingir as metas esperadas para 2006, a Casas Bahia comemora a parceria com o Bradesco para cartões de crédito. Eles atingiram a marca de 1 milhão de titulares em outubro, com média de sete mil cartões por dia. Klein afirmou que, com a parceria, a rede está atingindo a classe média, mas sem deixar de dar prioridade às classes baixas. Na Super Casas Bahia de 2005, quando o cartão da parceria foi lançado, o número de plásticos emitidos foi de 82,6 mil unidades. A estimativa inicial era de cerca de 40 mil no total dos 40 dias de funcionamento da megaloja. Para esta edição, a previsão é emitir 120 mil unidades no evento e mais
Megaloja foi dividida em áreas temáticas e terá shows da Disney para o público infantil
160 mil nas lojas, aproveitando a campanha em que o consumidor ganha um ingresso para show da Disney, promovido pela rede no Anhembi, ao solicitar o cartão de crédito. Durante a Super Casas Bahia, o diretor-executivo espera que mais de 50% das compras sejam feitas com cartão de crédito. O vice-presidente do Bradesco, Norberto Barbedo disse que desde o início, a parceria teve sucesso. " Fecharemos o ano com cerca de 1,3 milhão de cartões. Para 2007 nossa meta são 4,3 milhões", afirmou. Hoje, cerca de 7% do faturamento das Casas Bahia advém de compras no cartão Casas Bahia/Bradesco/Visa. Somados os demais cartões aceitos pela rede, esse índice sobe para 30%. Só nas Super Casas Bahia, a expectativa é vender mais 240 mil cartões. "Hoje, vendemos 60% no carnê, 10% à vista e 30% no cartão. Nós queremos
4,3
milhões de cartões de crédito das Casas Bahia em parceria com o Bradesco devem ser emitidos até o final do próximo ano. quadruplicar o número de vendas, assim como fizemos com o número de cartões", afirmou Michel Klein. Áreas temáticas – A Super Casas Bahia foi dividida em seis grandes áreas temáticas, de acordo com as categorias de produtos. "Para que nenhum expositor sinta-se prejudicado, mudamos todo o
layout. As seções estão divididas em colchões e confecções, linha branca, telefonia e informática, móveis, som e imagem e brinquedos, portáteis, presentes e ferragens. Além dos 150 expositores e da praça de alimentação, a Casas Bahia oferece atrações para as crianças. Diretamente de Orlando, Estados Unidos, o show Sonho e Fantasia Disney terá 83 apresentações durante o evento, de terça a domingo, em duas sessões diárias durante a semana e três sessões nos finais de semana, em um auditório com capacidade para 4,4 mil pessoas. A forma de troca de ingressos e informações sobre os postos de trocas estão no site www. casa sbahia.com.br, no link Super Casas Bahia. A rede investiu R$ 15 milhões no novo show da Disney Company. Já foram trocados 50 mil ingressos. Tatiana Vicentini/AE
Relações mais estreitas
D
estino número um tor Dionísio Pérez, que apre- ram US$ 331 milhões e as imno Caribe para tu- sentou as oportunidades de portações, US$ 3,4 milhões. Zona Franca – A República ristas do mundo in- negócios ontem na Associação teiro, a República C o m e r c i a l d e S ã o P a u l o Dominicana é a quarta nação Dominicana quer estreitar la- (ACSP), em reunião com a São no ranking mundial de zonas ços comerciais com o Brasil. Paulo Chamber of Commerce. francas. Pelo país, espalhamNa pauta de exportações do se 59 delas, com 600 empresas Em 2005, o comércio bilateral alcançou US$ 335 milhões, ci- Brasil para o país caribenho instaladas, o que gera 200 mil fra 59% maior que a de 2002. A destacam-se semifaturados de postos de trabalho. "Essas expectativa é de que, até o final ferro, ligas de alumínio, ma- áreas operam sob um regime 1 0 0 % l i v re s do ano, as ne- Luludi/LUZ de taxa, com gociações cotratamento merciais enespecial de altre brasileiros e dominicafândega", disse o cônnos cheguem a US$ 360 misul-geral. "Isso possibilita lhões. P r o x i m ia isenção dos impostos de dade com os mercados importação. Além disso, americano, as empresas europeu e da podem repaAmérica triar os lucros Central, mãode maneira de-obra baraintegral." ta, zonas liSegundo v r e s d e c o- Pérez: República Dominicana oferece assistência às empresas ele, outra mércio e o setor de telecomunicações mais deiras tropicais, ladrilhos, tra- vantagem é o pacto de livre codesenvolvido da América La- tores, automóveis, álcool etíli- mércio que o país mantém com tina beneficiam os negócios co e calçados de couro. Sete mil os Estados Unidos e com paínas fronteiras dominicanas. brasileiros vão conhecer as ses da América Central. "Tam"Quem investe em nosso praias dominicanas a cada bém estamos negociando com país enfrenta pouco obstáculo, ano. De lá, vêm principalmen- as nações da União Européia e ganha acesso a incentivos es- te aparelhos médicos, resíduos com Taiwan a abertura das fronteiras comerciais", afirpeciais e recebe assistência de alumínio e charutos. prática do governo em todas as Balança – O Brasil leva van- mou Pérez. Mais informações etapas do negócio", disse o tagem na balança comercial sobre o país no site www.domicônsul-geral da República Do- com os dominicanos. No ano nicanasaopaulo.com.br. minicana em São Paulo, Héc- passado, as exportações somaSonnaira San Pedro
40% desconhecem política externa
U
ma pesquisa realizada pelo Grupo Ipsos em quatro países da América Latina (Brasil, Argentina, Chile e México) mostra que 40% dos entrevistados brasileiros não têm opinião formada sobre qual o melhor parceiro comercial para o Brasil. Dos 60% que têm alguma opinião sobre relações internacionais, 26% consideram a promoção do comércio com os Estados Unidos a mais benéfica para o País – praticamente o mesmo
patamar dos que são favoráveis à integração por meio da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Outros 15% preferem uma parceria mais forte com a América Latina. O diretor-executivo da Ipsos, Clifford Young, afirmou que há pelo menos duas explicações para o fato de 40% dos entrevistados brasileiros desconhecerem ou não terem opinião sobre relações comerciais externas. A primeira diz respeito diretamente à escolaridade do brasi-
leiro, inferior à dos outros países que participaram da pesquisa. Em seguida vem o fato de as relações externas, para os brasileiros, serem menos importantes do que para os habitantes de outros países. Na pesquisa realizada entre os chilenos, o que chama mais atenção é que 50% deles consideram a promoção do comércio com a Ásia a mais benéfica para o país, ante 8% dos brasileiros, 3,2% dos argentinos e 3% dos mexicanos. (AE)
OPINIÃO
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DOISPONTOS -77
"Só tem tu, vai tu mesmo", decidiu o Farol da Humanidade, mas matutando com seus botões que nem o banco de reservas do córintcha é pior que o delle.
A
NEIL FERREIRA RAINHA POR UM DIA m dias destes, um comunista confesso tomou posse como presidente do Brasil, o maior país católico do mundo, e ninguém deu a mínima. Ele foi presidente por um dia, 17 anos depois que o Muro foi derrubado e você nem notou. É Aldo Rebelo, deputado federal e presidente da Câmara, PC do B-SP. Acompanhei pela TV Câmara a campanha dele como candidato chapa-branca à presidência. O gunnnverrrno jogou na sua inleiçção todo o peso da base de apoio, formada com os usos e costumes do mensalão, que nunca exisitu, como afirmou gushiken, o Monge das Trevas, recentemente defenestrado, mais um do núcleo duro a quem lulla entrega o boné. O próximo pode ser Gilberto Carvalho, atolado até os joelhos no caso do assassinato do Celso Daniel. aldo rebelo viajou para Alagoas, acho que nasceu lá, ele tem uma cara de fã do collor que vou te contar, mesmo jeitão, mesmas grifes, mesmo tudo, viajou para o piauí, não a revista do Joãozinho Salles, mas a capitania hereditária de algum albuquerque cavalcanti, e não pronunciou as palavras comunista e São Paulo nem uma única vez. Pelo sotaque, parecia um nordestino tão puro que recebeu o carinhoso codinome de Boneco de Olinda.
U
Que nome dar às manipulações de linguagem?
O nome das coisas e
A DIALÉTICA DA DESINFORMAÇÃO G A desinformatzia
quer confundir os adversários usando eufemismos e outros truques de linguagem. Designar as coisas erradamente só causa confusão. Ou revela vigarice. G Que nome dar à política que usa como símbolo a estrela vermelha, que Lula levava na lapela em sua primeira visita a Bush e substituiu pela bandeira do Brasil? G E qual o sentido dos canteiros plantados nos jardins do Palácio do Planalto no formato da estrela. E o maiô da primeira-dama?
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
ada coisa tem um nome. É errado chamalas por outro. E inútil. Se quiser tomar um copo d’água não devo pedir um purgante. Peri, o cachorro, não me atenderá se o chamo por Salvador. Designar as coisas erradamente só causa confusão. Ou revela vigarice. Pois foi isso de que me lembrei ao cansar de me sentir mistificado pelo estilo retórico de Lula e dos petistas em geral. Quando, antes da Queda do Muro de Berlim (1989) estudava com afinco obras críticas sobre o marxismo e as derivações operacionais de sua política e regimes de governo, conhecia razoavelmente os processos de sua dialética, que em matéria de linguagem visava a arte da desinformatzia, isto é, confundir os adversários usando eufemismos e outros truques de linguagem, chamando as coisas por nomes que não lhes cabiam. O nome correto, embora ameno dessa falcatrua é vigarice. Segundo Orwell, em 1984 criou-se o "Ministério da Verdade" para propagar a mentira.
C
mbora Lula certamente não haja feito nenhum curso de dialética e retórica marxista, deve tê-las aprendido por osmose ou adquirido por contágio com seus “companheiros de jornada”, alguns dos quais veio a chamar de aloprados e burros. O despistamento que empregou com mais freqüência foi denominar de “erros” as fraudes, ilícitos e crimes de próceres que escolheu e conhecia de longos anos. Ora, erros, ilícitos e até crimes podem ser cometidos por engano, por ignorância e até por inocência. E assim, serem compreensíveis e até perdoáveis. Não é o caso da vigarice. Essa faz a coisa de caso pensado, com pleno conhecimento de causa e malícia deliberada a fim de induzir erro ou dano. Um erro só é inofensivo e perdoável quando, além de ser inintencional, não causa dano. O que não é o caso no caso da retórica da desinformatzia. A esse respeito assisti recentemente, sem participar, de um diálogo arrevezado entre dois intelectuais respeitáveis. Um afirmando enfaticamente que o comunismo estava morto e já
E
não existia em parte alguma do mundo; o outro se esquivando do que entendia como provocação, invocando um autor cujo nome não me lembro, que assegurava ser impossível diálogo e entendimento entre personagens que falam línguas diferentes. Como ambos argumentos pareciam plausíveis, o diálogo se repetiu várias vezes com idêntica argumentação. onsegui manter-me prudentemente calado, por ser amigo de ambos. Mas mantive um monólogo secreto com meus botões perguntando-lhes que nome dar à política que usa como símbolo a estrela vermelha que Lula levava na lapela em sua primeira visita a Bush e posteriormente substituiu pela bandeira do Brasil? E qual o sentido dos canteiros plantados nos jardins do palácio do Planalto formando a mesma estrela. E do maiô da primeira-dama com a estrela vermelha? Veio-me à lembrança, em seguida, as diferentes trocas de cor utilizadas pelas flâmulas e bandeiras petistas, ora com estrela vermelha em fundo branco, ora com estrelas brancas em fundo vermelho. Para enganar quem?
C
ão se vá dizer que esse é o caso de M. Jourdain, da comédia de Molière, que praticava a prosa sem saber que o fazia. Os petistas sabem muito bem o que fazem e o que querem. E com a maior naturalidade praticam o que seus companheiros designam por erro quando não dá certo. Se deu errado é claro que não deu certo, mas isto não quer dizer que se desse certo eles diriam que se tratava de um erro. Pois um dos paradigmas que legitimam todas suas ações é que os fins bons justificam os maus maus meios. Depois desse vasto e prolixo arrazoado deixo a cargo de cada leitor o nome correto a dar às manipulações de linguagem, práticas e comportamento utilizados na campanha que deu a vitória a Lula.
N
BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR
o segundo na linha de sucessão presidencial neççepaíz. O Lulla, Noçço Painho, é o titular, reeleito com 25 milhões de votos comprados pelo bolsa-esmola. O vice, josé Coteminas alencar, doente nos Estados Unidos, é o primeirão. O comunista aldo rebelo é o segundão. É aqui que a porca torce o rabo. Domingo passado à tarde, lulla fez o que todo cidadão brasileiro, em pleno gozo dos seus direitos constitucionais e faculdades mentais, pode fazer também. Pegou seu aviãozinho pessoal e foi à Venezuela abrir o voto no cumpanhêro Chávez. Tinha de passar o gunnnverrrno para alguém, Coteminas não podia. Tinha o Aldo.
É
ldo, que sabiamente entrou calado, burro calado passa por sisudo, resolveu abrir o bico logo na hora mais errada da vida. Falou pelos cotovelos. Confessou seu comunismo e, pior, abriu o ponto, disse que estava no terceiro ou quarto mandato por São Paulo, nem lembro mais, tal o susto que levei. Fui pesquisar. O PC do B tinha dois anúncios, um com criancinhas cantando e outro com dois pedreiros elogiando o lulla. As criancinhas nunca se confessaram comunistas, mutio menas os pedreiros. E, na campanha destas eleições, tinha o Aldo Rebelo, sim, candidato a deputado federal por São Paulo, com um sotaque muito menas forte do que o outro, que eu tinha acostumado a ouvir quando ele falava na tv. Em nenhum momento informou que era comunista. No discurso de posse citou muito um pensador, acho que português, um tal de Marques, seu guru ou tipo inesquecível, não sei bem. reciso fazer justiça à sua produção legislativa, que o levou a merecer a Presidência do Brasil ainda que por apenas um dia (mas pode ter mais, lulla adora o aviãozinho e Coteminas está com a saúde fragilizada). Aldo, num rasgo de invejável nacionalismo, dedicou seus mandatos à criação do Dia do Saci, como oposição ao Halloween, coisa de colonizado, à proibição do uso de expressões estrangeiras, como por exemplo e-mail e à obrigatoriedade da mistura de 10% de farinha de mandioca à farinha de trigo, na fabricação do pãozinho. Presidiu por um ano a CPI da Nike e não achou nada. São Paulo deu três ou quatro mandatos a aldo e três a suplicy. A zelite tá mutio esquisita.
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NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Só tem tu,
vai tu mesmo, disse o Farol da Humanidade a Aldo Rebelo, mas Lulla matutou com seus botões que nem o banco de reservas do córintcha é pior que o delle
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Congresso Planalto Corr upção CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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MINISTRO COMENTA A LUTA CONTRA O CRIME ORGANIZADO
'É MUITO DIFÍCIL PRENDER CORRUPTO'
O combate ao colarinho branco não é apenas um problema de moralidade e disposição. Min. Sepúlveda Pertence
Celso Júnior / AE
A lamentação é do ministro Sepúlveda Pertence, do STF, sob o argumento de que o corrupto planeja a fuga.
O
ministro José Paulo Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal (STF), lamentou-se ontem, em Curitiba, de que o combate ao crime organizado não seja tão simples como se apregoa. "É muito difícil prender corrupto", admitiu, perante colegas e o público que acompanhou sua palestra no 19º Congresso Brasileiro de Magistrados, que reúne 1.800 desembargadores e ministros do Judiciário. Para reforçar a tese ele fez uma comparação com a ação dos pequenos ladrões – os que vão parar na cadeia. "É difícil (prender corrupto), repetiu. "O trombadinha que furta carteira nas ruas só depois decide pra onde vai correr. O corrupto competente, seja na área privada, seja na área pública, é um homem que planeja." Pertence reconheceu que são poucos os corruptos na prisão. Segundo o ministro do STF, quando o corrupto com-
petente suspeita "que a sua ação pode vir a ser descoberta, ele muda de método." Matinê e descanso – Apontado como o mais provável sucessor do atual ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para o segundo mandato do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva, Sepúlveda declarou: "é evidente que a corrupção emperra o desenvolvimento do País". O ministro negou a pretensão de ocupar o cargo de ministro da Justiça. "Sou candidato a ministro aposentado do STF; estou doido pra ir à matinê". Corrupção – Uma pesquisa com cerca de 3 mil magistrados mostra que quase 100% deles atribuem à corrupção a estagnação do Brasil. "A corrupção é um fenômeno universal e recorrente no capitalismo", assinalou o ministro. Pertence disse que "o combate ao colarinho branco não é apenas um problema de moralidade e disposição". O minis-
Sepúlveda Pertence (STJ) negou que seja um ministeriável: "Sou candidato a ministro aposentado do STF; estou doido pra ir à matinê".
A corrupção é um fenômeno universal e recorrente no capitalismo. Ministro Sepúlveda Pertence, ontem, no 19º Congresso Brasileiro de Magistrados.
tro afirmou que a ofensiva contra a corrupção "é um problema de eficácia dos meios de investigação sérios porque,
afinal de contas, as coisas hão de ser feitas segundo o devido processo legal". Pertence observou que quem pretendia punir corrupção pela primeira notícia ou suspeita eram os atos institucionais. "Esse preço eu não quero pagar e creio que a magistratura também não quer." O ministro alertou sobre a importância da conscientização da magistratura sobre a corrupção. "A magistratura tem um desafio a vencer, que é dar maior eficácia ao combate a certa espécie da criminalidade que, mais pela dificuldade em si da punição dos chama-
dos crimes do colarinho branco, crimes econômicos financeiros e os crimes de financiamento eleitoral, dá uma sensação ou uma imagem de grande impunidade à sociedade." Pertence avalia que "não é ineficaz" o combate do governo nessa área. O ministro não quis avaliar a versão de Lula de que nunca se enfrentou tanto a corrupção. "Não vou comentar esse ou aquele governo, mas é evidente que a redemocratização traz, necessariamente, uma evidência de corrupção maior que nos regimes autoritários. Até porque, nos regimes auto-
Nos regimes autoritários, vocês (os jornalistas) não eram tão livres para transformar suas denúncias em manchetes. Idem ritários, vocês (os jornalistas) não eram tão livres para transformar suas denúncias em manchetes." (AE)
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Indicadores Econômicos
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1,68
por cento foi a queda das ações preferenciais da Petrobras no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.
16/11/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 13/11/2006 13/11/2006 13/11/2006 13/11/2006 13/11/2006
P.L. do Fundo 11.748.406,06 2.019.662,27 8.726.769,16 17.117.865,86 1.331.456,69
Valor da Cota Subordinada 1.256,878475 1.117,093356 1.191,394738 1.084,860742 1.137,727811
% rent.-mês 2,3063 0,2661 -0,1758 - 1,9270 1,2034
% ano 28,6505 11,7093 19,1395 8,4861 13,7728
Valor da Cota Sênior 1.017,136216 1.104,209908 1.119,471533 0 0
% rent.-mês 0,4478 0,4111 0,4478 -
% ano 1,7136 10,4210 11,9472 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Tr i b u t o s Empresas Imóveis Nacional
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Edifício Trindad M. Bigucci oferece unidades que custam entre R$ 99 mil e R$ 110 mil
EM DOIS ANOS, 335 UNIDADES LANÇADAS
Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
TUCURUVI BAIRRO TORNA-SE NOVO ALVO DAS CONSTRUTORAS Com excesso de empreendimentos em Santana, empresas voltam-se para bairros vizinhos, como o Tucuruví, que já começa a ganhar grandes condomínios
O
ar de interior ainda predomina no Tucuruvi, um dos bairros mais antigos da zona norte de São Paulo. Ao contrário do que se observa na vizinha Santana – exemplo de explosão imobiliária e verticalização –, casas térreas coladas umas nas outras predominam na paisagem. Mas tudo indica que isso mude nos próximos anos, de acordo com Celso de Sampaio Amaral Neto, diretor da Amaral D'Avila Engenharia e Avaliações e da Geoimóvel Pesquisa Imobiliária. "As grandes construtoras estão começando a olhar para a região com outros olhos. Lá, os terrenos são maiores e os preços, baixos. A tendência é que a expansão imobiliária de Santana transborde para os bairros periféricos, e o Tucuruvi tem grande potencial para receber novos investimentos." De acordo com Amaral, os terrenos no Tucuruví são até 30% mais baratos que os de Santana. De 2004 até novembro deste ano, segundo levantamento do Geoimóvel, 13 empreendimentos residenciais foram lançados no bairro, dos quais sete são condomínios verticais e seis conjuntos de casas. Quando se fala em unidades lançadas, de acordo com dados do Departamento de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP), no ano passado foram 295 unidades residenciais, frente a 93 em 2004. Neste ano, apenas 40 foram registradas. "Ainda não há especulação imobiliária no bairro, mas isso deve mudar em poucos anos", diz Amaral Neto. Para ele, a chegada do metrô e a facilidade de acesso à principais vias são fatores que contribuem para o crescimento da região. Incorporações – A lg u ma s construtoras já começaram a investir no Tucuruví, privile-
giado pelo clima ameno da Serra da Cantareira. Um exemplo é o Edifício Trindad M. Bigucci, em fase inicial de construção, localizado em terreno de 2,5 mil metros quadrados na Avenida Mazzei, a 700 metros da estação Tucuruvi do metrô. O empreendimento de estilo neoclássico é composto por uma torre com 15 pavimentos e 90 apartamentos de dois e três dormitórios, com 60 e 70 metros quadrados de área útil respectivamente, uma vaga de garagem e lazer completo, com três piscinas (uma com raia, outra para adultos com
Verticalização rápida no bairro
cascata e uma infantil), playground, quadra gramada, salão de festas, churrasqueira e sala de ginástica. Os valores à vista das unidades variam entre R$ 99 mil e R$ 110 mil. De acordo com Robson Toneto, diretor de Vendas da M. Bigucci – construtora de São Bernardo do Campo, com forte atuação na cidade de São Paulo –, o bairro é muito carente de apartamentos de dois e três dormitórios para a classe média. Segundo ele, é a primeira vez que a construtora atua na região: "Os resultados foram uma surpresa muito agradável. Até agora, comercializamos mais de 90% das unida-
des. Estamos tão satisfeitos que já adquirimos outro terreno, entre a Rua Tanque Velho e a Avenida Jardim Japão, com 10 mil metros quadrados, no qual construiremos mais um empreendimento, a ser lançado no próximo ano". Um pouco de tudo – A MGP Imobiliária, que trabalha principalmente nas regiões de Vila Maria Alta e Vila Guilherme, também percebeu as vantagens do Tucuruvi e lançou o Edifício Maison Camila, na Rua Cônego Ladeira. Embora compacto, com 72 metros quadrados de área útil, três dormitórios, sala para dois ambientes, cozinha e área de serviço, o empreendimento oferece muita comodidade e lazer completo, com piscina, quadra, playground, sala de ginástica, brinquedoteca e sala de internet. "A tendência do mercado hoje é construir apartamentos compactos, mas que possuam um pouco de tudo, principalmente no quesito lazer", diz o consultor de vendas da empresa, Anderson Silva. "O edifício possui um diferencial: cada apartamento tem água, luz e gás separados, o que garante um condomínio mais barato, em torno de R$ 250 mensais", comenta o consultor. Segundo ele, das 40 unidades iniciais, restam apenas seis para venda, incluindo uma cobertura duplex. As unidades custam a partir de R$ 172 mil e podem ser financiadas diretamente pela Caixa Econômica Federal. Outra construtora que está investindo no Tucuruvi é a Goldfarb, com o Condomínio Villagio Giardino, na Rua Major Dantas. O empreendimento é composto por três torres, 144 unidades de dois e três dormitórios, de 53 e 62 metros quadrados de área útil respectivamente e preços entre R$ 99 mil e R$ 148 mil. Maristela Orlowski
Nos últimos dois anos, 13 empreendimentos residenciais foram lançados no bairro do Tucuruvi
Vista geral do Tucuruví: casas térreas ainda predominam na região, mas prédios começam a tomar espaço
Obras no Villagio Giardino, da construtora Goldfarb, terá três torres e 144 unidades de apartamentos de dois e três dormitórios. O valor médio dos apartamentos varia de R$ 99 mil a R$ 148 mil
Cresce venda de imóveis novos
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s vendas de imóveis novos na cidade de São Paulo aumentaram 4,5% em setembro em relação a agosto, para 2.459 unidades, segundo o Sindicato da Habitação (Secovi-SP). Em setembro, o governo federal anunciou pacote habitacional. O Secovi-SP destacou também que, no mês, foi realizado o 1º Salão Imobiliário São Paulo. O desempenho de comercialização, medido pelo indicad o r Ve n d a s S o b r e O f e r t a (VSO), foi de 13,8% em setembro ante 12,7% em agosto. De acordo com o Secovi-SP, foi o segundo melhor resultado do indicador no ano. Em setembro, foi registrado Volume Global de Vendas (VGV) de R$ 878,5 milhões, com expansão de 38,04% ante agosto. As vendas de imóveis na fase de lançamento representaram 65,6% do total de unidades comercializadas. O índice VSO médio na fase de lançamento foi de 22,7%. O Secovi-SP informou que o destaque do mês foram os imóveis de quatro dormitórios,
com VSO médio de 19,3% no mês e comercialização de 891 unidades, equivalentes a 36,23% do total. Os segmentos de dois e três dormitórios participaram com 28,51% e 27,12%, respectivamente. Segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) houve recuo de 28,42% na oferta de novos produtos em São Paulo em setembro em comparação com agosto, para 1.748 unidades, e queda de 33,05% em relação a setembro do ano passado. De acordo com o Secovi-SP, de janeiro a setembro, as vendas somaram R$ 6,1 bilhões, 18,32% a mais que em igual período de 2005. Em número de unidades, as vendas cresceram 21,81%, para 20.048 apartamentos e casas. O índice médio de VSO no acumulado de nove meses foi de 11,2%. Feira Secovi – Para entender o significado desses números e ampliar o conhecimento de síndicos, administradoras e profissionais ligados direta ou indiretamente ao mercado de condomínios, o Secovi
anuncia a 2ª edição da Feira Secovi Condomínios, que será realizada de 22 a 24 de novembro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Segundo o vice-presidente de Administração e Condomínios do sindicato, Hubert Gebara, a expectativa é reunir cerca de 10 mil participantes ou 42% mais que no ano passado e 160 expositores, número 19% superior ao de 2005. Otimização financeira, racionalização de custos, inadimplência, gestão e segurança serão alguns dos temas abordados em palestras e fóruns práticos. Para Gebara, a falta de segurança ainda é o maior problema enfrentado nos condomínios. "Temos de investir em equipamentos e no comportamento de funcionários e moradores", diz. Segundo ele, o número de assaltos a condomínios tem caído na cidade. Em 2004, foram 60; em 2005, 40 assaltos. Já neste ano, até o momento, foram perto de 20. "Precisamos ficar em permanente estado de alerta", ressalta Gebara. (MO/AE)
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Congresso Planalto Estados CPI
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COMEÇA HOJE REUNIÃO DE GOVERNADORESDO PMDB
RIGOTTO DEFENDE APOIO DO PMDB AO PT Governadores do PMDB reúnem-se hoje em Santa Catarina para discutir o apoio ao governo Lula. "O PMDB precisa ajudar nas reformas', defende Rigotto.
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mbora ainda se mos- fende que Lula converse com a tre neutro na questão Executiva (do PMDB), mas da participação do "que ele tem de falar, isoladaPMDB no segundo mente, com as pessoas". Ainda que admita a particimandato do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva, o pação no governo Lula, Rigotgovernador do Rio Grande do to continua a defender a consS u l , G e r m a n o R i g o t t o trução, pela legenda, de um (PMDB), disse ontem que o projeto próprio para 2010. partido não pode esquecer que Encontro – A reunião do o governo eleito precisará de PMDB marcada para hoje em respaldo no Congresso para Florianópolis não contará com aprovar as reformas necessá- a presença dos governadores rias ao País. do Rio de Janeiro, do Espírito Rigotto, que se encontra hoje Santo, do Amazonas e do Toem Florianópolis (SC) com os cantins – quatro dos seis convidemais governadores da le- dados pelo anfitrião e govergenda, quer que a sigla não dis- nador reeleito de Santa Cataricuta cargos ou espaços na ad- na, Luiz Henrique da Silveira. A idéia do encontro contou ministração federal, mas que debata os projetos de interesse como o apoio do presidente nacional do da Nação. C a r go s – A PMDB, depup ar ti ci pa çã o tado Michel direta, no enTemer (SP) e tanto, é uma com a reproNão acho que vá ter po ss ib ili da de vação ostensiesse espaço. Mais do que ele admiv a d o p re s ique falar em cargos, o dente do Sete. "Mais do PMDB precisa ajudar que falar em nado, Renan Calheiros cargos, o nessas reformas que PMDB precisa (PMDB-AL). vão ajudar o País a Em todos os ajudar nessas crescer. reformas que telefonemas Germano Rigotto trocados onvão ajudar o País a crescer. tem com goA questão de vernadores e participação no governo, se ela correligionários, Luiz Henriacontecer, tem de ser diferente que queixou-se muito da interde como foi no primeiro man- ferência de Renan e explicou dato", diz. que não se tratava de uma reuNa primeira gestão de Lula, nião contra o governo. Rigotto sempre defendeu a inDiscórdia – "Ele ficou furiodependência. O governador so quando soube que Renan tedo Rio Grande do Sul, que en- lefonara para vários convidacerra o mandato em janeiro, dos, chamando a atenção para diz que a reforma ministerial o "simbolismo" de fazer o prido presidente pode frustrar meiro encontro dos governamuitos interesses, até da sigla. dores do PMDB em Santa CaEnxugamento – "Não acho tarina, onde Luiz Henrique faque vá ter esse espaço todo que zia oposição a Lula", contou alguns acham. Acredito inclu- um peemedebista. Os governadores Paulo Harsive que o presidente vá aproveitar a reforma ministerial tung (ES) e Sérgio Cabral (RJ) para reduzir o número de mi- sugeriram que a reunião fosse nistérios", avalia. Para Rigotto, feita em Brasília, lugar neutro. é normal a forma como Lula "Que história de campo neutro conduz a negociação e não há é esta, se eu estou com boa vonrazão para a inquietação de al- tade com o governo?", reagiu guns membros do PMDB. "Te- Luiz Henrique indignado, mos de deixar de lado essa dando pistas de que o objetivo questão de 'falou contigo e não era justamente o contrário do falou comigo'. Ele também de- que pregava Renan. (AE)
CONVOCAÇÃO Ficam convocados os senhores membros da Diretoria Plena para a reunião a realizar-se no dia 27 de novembro de 2006 (segunda-feira), às 16 horas, na sede social da Entidade,na Rua Boa Vista, 51, 9º andar, para deliberarem sobre a seguinte: Ordem do Dia I - Apreciação e votação da proposta do orçamento referente ao exercício de 2007, encaminhada pela Diretoria Executiva (artigo 20, § 3º, inciso I) para cumprimento do artigo 27, inciso V, do Estatuto Social; II - Outros assuntos São Paulo, 16 de novembro de 2006. Guilherme Afif Domingos Presidente Obs.: A peça orçamentária encontra-se à disposição dos senhores diretores na Secretaria Geral, no 8º andar da sede da ACSP
Que história de campo neutro é esta, se eu estou com boa vontade com o governo? Luiz Henrique , governador de SC.
Léo Munhoz/ Agência RBS
AÉCIO DEFENDE 'REFUNDAÇÃO DO PSDB'
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Governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, acredita que Lula diminuirá o número de ministérios. Marco Antônio Cavalcanti / AOG
Sergio Cabral visita prefeito César Maia: muitos problemas a resolver, agora.
ara o governador tucano reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves, o PSDB precisa ser refundado, uma vez que "perdeu o contato com importantes segmentos da sociedade, como os sindicatos, e se distanciou até mesmo do pensamento acadêmico". "Tenho dito que nós precisamos refundar o PSDB. Precisamos fazer um novo Valter Campanato/ ABr PSDB, mais pé no chão, mais nacional e que dialogue de forma direta com setores Aécio Neves importantes dos quais nos distanciamos", disse em entrevista à rádio "CBN". Indagado sobre uma futura candidatura à Presidência da República, Aécio disse que não pensa nisso, mas que vai usar toda a força de Minas para influenciar as discussões sobre as reformas estruturais, como a tributária. "Só acredito numa candidatura presidencial se ela tiver uma boa dose de naturalidade e isso não existe ainda. Usarei o peso político de Minas para ajudar o Brasil a viver estas reformas. Não é porque perdemos a eleição presidencial que deixaremos de ter compromisso com estas reformas", afirmou o governador tucano. (AOG)
CABRAL: AJUSTE COMPLICADO Para reequilibrar as finanças do Rio o governo terá de fazer muitos cortes e reformular a máquina estadual.
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ara pôr em prática o plano de ajuste fiscal e conseguir uma economia de R$ 2,7 bilhões, o governador eleito do Rio, Sérgio Cabral Filho, terá não apenas que cortar despesas, mas também mudar radicalmente o funcionamento do Estado. Um estudo elaborado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que foi entregue ao governador eleito anteontem, faz um diagnóstico do caixa e aponta 27 problemas que impedem a boa gestão das contas públicas. O relatório revela que o Estado do Rio gasta muito, planeja mal, tem um sistema de controle precário e, para piorar, baixo desempenho na arrecadação.
A saída para melhorar as cos, as mudanças propostas no contas, segundo o estudo, é a relatório permitem não só a rerevisão ou até mesmo a sus- dução de gastos, mas também pensão dos incentivos fiscais, a o aumento de 5% da receita de ICMS. re neg oc iaç ão Em relação a dos contratos, O relatório do cortes, o estua profissionado propõe o lização de serTribunal de Contas que chama de vidores, a criado Estado “freio de arrução de metas identificou a prática mação” para de economia re d u z i r 5 0 % de gastos e de de terceirização em um sistema indas despesas 33 órgãos do de vários itens terligado de cobrança de do orçamento estado, sendo que já no ano que impostos, e em 20 deles havia vem. Há tamainda a readeirregularidades. bém a sugesquação de tão de cortar convênios. 5% das “diáCabral já afirmou que pretende cortar em rias e auxílios para estudantes até 20% as despesas de secreta- e professores”, “obras e instarias, além de renegociar os con- lação”, e compra de “materiais tratos. De acordo com os técni- p e r m a n e n t e s ” . O s c o r t e s
maiores seriam nas terceirizações: nas “transferências a instituições” e em “outros serviços de pessoa jurídica”. O relatório identificou a prática de terceirização em 33 órgãos do estado, sendo que em 20 deles havia irregularidades. Pelo documento, a prática “acarreta insegurança jurídica e é inadequada para o exercício de atividades e tarefas específicas do setor público”. O estudo observa que o estado não utiliza as despesas como gastos com pessoal, em desacordo com a legislação. Os terceirizados custaram R$ 1,9 bilhão, em 2001, e chegaram a R$ 4 bilhões, no ano passado. Os técnicos mencionam os contratos de “quarterização” pela Fundação Escola de Serviços Públicos (Fesp). (Agências)
Rodolfo Buhrer/ AOG
GOVERNO DO PR TERÁ SEDE PROVISÓRIA
SUPLICY: 'COMO MUDAR A SUPLÊNCIA?'
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o dia 1º de janeiro de 2007, quando tomar posse, o governador reeleito do Paraná, Roberto Requião (PMDB), também será o primeiro inquilino do novo prédio que, provisoriamente, abrigará a sede do governo. Recém-reformado, o prédio fica na mesma Praça "Nossa Senhora de Salete" onde está a atual sede, o Palácio Iguaçu, e foi projetado para ser o Fórum de Curitiba. A construção estava abandonada desde 1986. A reforma, com vistas a sediar algumas secretarias de Estado, foi iniciada em 2004. O investimento foi de R$ 21,5 milhões. No prédio de 29,7 mil metros quadrados funcionarão inicialmente as secretarias de Comunicação, Casa Civil, Casa Militar e Cerimonial, além da estru-
Requião: em novo endereço.
tura do gabinete do governador. Requião ficará nesse local enquanto o Palácio Iguaçu passa por uma reforma total, que deverá custar pelo menos R$ 15 milhões. Perda – Antes mesmo da posse dos novos deputados estaduais do Paraná, o PMDB já perdeu um de seus 17 parlamentares que conseguiram vaga nas últimas eleições. O reeleito Geraldo Cartário afirmou que está deixando a sigla, pensando nas eleições de 2008. Ele pretende ser candidato a prefeito de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, e alega que o PMDB apóia o atual prefeito, Antônio Wandscheer (PPS), seu adversário . (AE)
senador Eduardo Suplicy reconheceu ontem que, sem o apoio do governo, são mínimas as chances de o Congresso alterar as regras de eleição dos suplentes de senadores. Os suplentes hoje são escolhidos à revelia dos eleitores e, não raro, o cargo é ocupado por empresários, financiadores de campanha, ou por parentes do candidato a senador. No afastamento definitivo do titular, por morte ou renúncia do mandato, os suplentes e seus familiares – incluindo filhos de até 24 anos dependentes ou estudantes – passam a ter direito a atendimento médico, hospitalar, odontológico e fisioterapeuta para o resto
da vida. Atualmente o gasto anual do Senado com este quesito é de R$ 33 mil, mas pode ser ampliado dependendo das circunstâncias. Após ser reeleito, o presidente Lula afirmou que iria se engajar em três pontos da reforma política: financiamento público de campanha, fidelidade partidária e voto distrital misto. O senador Eduardo Suplicy entende que, como o presidente já manifestou preocupação com a longevidade do mandato de oito anos dos senadores, terá igualmente interesse em legitimar os que forem substitui-los no cargo. Suplicy apresentou ontem uma proposta de emenda à Constituição que, na prática, pouco muda do atual sistema. O texto prevê que cada partido ou coligação poderá apresentar até três candidatos a suplente de senador. O eleitor terá de aceitar um deles. (AE)
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LAZER - 1
Divulgação
BALÉ DA VIDA TURIM
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última produção do Balé Teatro de Turim, Canto Branco em um Momento de Horizonte Vertical, terá sessão única na cidade no Teatro São Pedro, dia 18, às 20h, tel.: (11) 3667-0499. R$ 10. Reginaldo Azevedo/Divulgação
CISNE
Fotos: Silvia Machado/Divulgação
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SALTOS, MOVIMENTO, SONS, HARMONIA. NO PALCO, BAILARINOS ENCENAM PASSOS DO COTIDIANO.
Cisne Negro Cia. de Dança e a Banda Sinfônica se apresentarão juntas neste fim de semana. O espetáculo terá duas coreografias: Atmosferas, com música de André Mehmari e Danses Concertantes coreografada ao som de Stravinsky. A parceria inédita dos grupos será no Teatro Sérgio Cardoso, tel.: (11) 3288-0136. Divulgação
São Paulo cai na dança no fim de semana. Bailarinos do Brasil, Cuba e Itália estão espalhados pela cidade mesclando beleza e ritmo em cima do tablado. Além da variedade de espetáculos de companhias de dança nacionais e internacionais, o mundo do balé ainda abriga Kafka, Stravinsky e uma série de eventos gratuitos sobre a arte do movimento.
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té o próximo domingo também através do olhar a obra (19), o Teatro Municipal do genial compositor. Para completerá uma protagonista tar a trilha sonora, a companhia danespecial atuando no çará ao som de uma composição de palco: a dança. E quem ocupa o terri- Fábio Cárdia, um dos mais requisitatório em ritmo encantador é o Balé da dos músicos especializados em Cidade de São Paulo. O grupo encerra dança do País. As outras duas coreografias da este mês a sua participação na temporada 2006 do Teatro Municipal. apresentação são assinadas por Itzik À frente dos bailarinos está a dire- Galili, israelense que emergiu internatora artística Mônica Mion, que des- cionalmente no começo da década de 1990. Desde o início de 2001 assumiu a da carreira, Galili já direção da companhia. Antes disso, recebeu diversos prêmios. Suas mais Mônica atuou por quase três décadas aclamadas criações têm sido apresentano grupo. Com sua passagem pelo Balé das por proeminentes companhias da Cidade, Mônica mundiais de dança já colheu bons frucomo o Ballet Naciotos. Recebeu divernal da Holanda, o sos prêmios pela Nederlands Dans companhia e indiTheater, o Ballet du vualmente. Grand Théâtre de Agora é a vez do Genève, a Batsheva público de São PauDance Company e lo ser premiado com Balé da Les Grands Ballets mais uma apresenCidade de São Canadiens. tação do Balé da CiPaulo: A Linha Cur va, dade. Quem acomcoreografias panha a trajetória trabalho de Galili acrobáticas no feito em 2005 para a do grupo sabe que Municipal essa não será a priparticipação do Bameira vez que os bailarinos dançarão lé da Cidade no Festival de Dança da no tablado do Municipal. Neste fim Holanda, fará parte do espetáculo no de semana os frequentadores do tea- Municipal. Para a apresentação em tro terão a oportunidade de conhe- território holandês, o israelense teve cer três coreografias contemporâ- o cuidado de evitar os clichês típicos neas da companhia. Um desses tra- de alguns espetáculos de dança que balhos é Constanze, criado pelo bra- trazem o Brasil como tema. Uma das s i l e i r o M á r i o N a s c i m e n t o . A maneiras foi embalar os passos dos coreografia, feita especialmente pa- bailarinos com a música do conjunto ra o Balé da Cidade, traz no título o no- Percossa, famoso grupo de percusme da esposa de Wolfgang Amadeus são da Holanda. Com o som de tamMozart. Ela foi uma das mulheres que bores e berimbaus, os apreciadores tiveram forte influência na vida do holandeses puderam conhecer a compositor. Já na trajetória do coreó- música que serviu de inspiração para grafo, ela serviu de inspiração e deu Galili. A escolha parecer ter dado cercontinuidade ao trabalho de "des- to já que no palco a trilha sonora reconstrução de movimentos" criado flete um balé cheio de ritmo, vibração, humor e sensualidade. por Nascimento. Constanze estreou em março desO delicado duo Frágil, também de te ano no próprio Teatro Municipal. Galili, foi cedido por ele para integrar a A coreografia fez parte do festival apresentação do Balé da Cidade. E é com Mozarteando, produzido em home- o duo que a companhia encerra sua nagem aos 250 anos de nascimento apresentação no palco do Municipal. do compositor austríaco. Quem não teve a chance de assistir antes, podeTeatro Municipal. Praça rá ver até domingo 13 bailarinas ao Ramos de Azevedo, s/nº, som da Sinfonia nº 41, Júpiter, e de Centro. Tel.: (11) 3222-8698. trechos do Réquiem de Mozart. Uma Dias 17 e 18, às 21h; dia 18, às bela oportunidade para apreciar 17h. Ingresso: de R$ 10 a R$ 15.
Rita Alves
NO SESC
Divulgação
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uem quiser mergulhar no universo da dança tem a opção de participar de diversas atividades gratuitas. O projeto Contrastes trará espetáculos, aulas abertas, filmes e debates sobre o assunto. O evento acontecerá de 19 a 25 de novembro em diversos espaços do Sesc Santana, tel.: (11) 6971-8700. Gal Opiddo/Divulgação
BORELLI
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Passos e poses de Cuba
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a história do balé mundial certamente Cuba tem seu lugar garantido. E no mesmo espaço a coreógrafa Alicia Alonso ocupa um local de destaque. É ela que está à frente do Ballet Nacional de Cuba, uma das mais importantes companhias de balé clássico do mundo. A liderança da dama do balé vem desde a sua criação, em 1948. Neste mês, a coreógrafa e sua companhia desembarcam pela sétima vez em solo brasileiro. A penúltima viagem ao País aconteceu em abril deste ano, quando o grupo presenteou o público com o espetáculo A Magia da Dança . As sessões extras e os ingressos esgotados do primeiro semestre serviram de estímulo para Alicia Alonso retornar com seus bailarinos. Dessa vez a repercussão não será
muito diferente da última passagem. Em razão da grande procura de ingressos, amanhã, sábado (18) a companhia fará duas apresentações. O Ballet Nacional de Cuba subirá ao palco do Teatro Alfa para apresentar o balé Dom Quixote. A versão cubana do espetáculo traz como personagem central Dom Quixote de La Mancha, inspirado na obra da literatura espanhola de Miguel de Cervantes, Dom Quixote. O protagonista de um dos livros mais traduzidos da literatura universal ganha leveza e ritmo por meio da coreografia do Ballet Nacional de Cuba.
Alicia Alonso: a dama do balé
Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro. Tel.: (11) 5693-4000. Sexta (17), às 21h, sábado (18), 18h e 21h30; domingo (19), às 20h. Ingresso: R$ 60 a R$ 200.
Mais dança na página 2 com Alicia Alonso, Giselle e Tennstedt em DVD
andro Borelli e outros cinco bailarinos apresentam até dia 26 o espetáculo Carta ao Pai, inspirado na obra de Kafka. O evento integra o projeto Semanas de Dança no Centro Cultural São Paulo, tel.: (11) 3383-3402.
Ano 81 - Nº 22.255
Sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18, 19 e 20 de novembro de 2006 R$ 0,60
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h50
Leão de Lula não vai abrir mão
O governo federal não vai dividir seus recursos tributários com estados e municípios. Quem avisa é o ministro da Economia, Guido Mantega: "Vivemos tantas dificuldades quanto os senhores", referindo-se aos governadores, principalmente aos recém-eleitos, que acreditaram no aceno do presidente Lula durante a campanha eleitoral. Hoje a União fica com 60% dos tributos federais arrecadados. Os estados recebem 25% e os municípios, 15%. Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios, reclama da divisão. E argumenta: "Quem hoje executa a dívida social no Brasil, concede educação, saúde e infra-estrutura para os cidadãos é o município". Economia 1
Leonardo Rodrigues/Hype com arte de Abê
NF-e mais fácil para pequenas e médias empresas
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Silvia Machado/Divulgação
Falhou contato do Legacy
Ônibus em São Paulo a R$ 2,30
Relatório preliminar da Aeronáutica informa que pilotos do jato tentaram comunicar-se com a torre de Brasília e vice-versa. Investigações ainda vão durar 10 meses. C 2
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Crescem vendas a prazo
Morre Friedman, o liberal
SCPC revela alta de 4,5% na 1ª quinzena de novembro. À vista, aumento não passa de 1,7%. Venda de roupas e calçados ainda não decolou. Culpa do frio. E 4
Defensor intransigente da participação mínima do Estado na economia, morreu ontem aos 94 anos. C 4
Cai peso de SP no PIB
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 32º C. Mínima 19º C.
AMANHÃ
A cidade na ponta dos pés
Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 20º C.
Reginaldo Azevedo/Divulgação
Os espetáculos de dança predominam. Bailarinos do Brasil, da Itália e de Cuba prometem coreografias surpreendentes. O Balé da Cidade (acima) faz acrobacias ao interpretar criações do israelense Itzik Galili. Outro grupo nacional famoso, o Cisne Negro (à esq.), esbanja vitalidade ao som da música de Stravinsky. De fora, vêm o Balé de Turim e a consagrada companhia cubana de Alicia Alonso. E mais: estréias de cinema, peça de David Mamet no palco, Mahler em DVD precioso, gastronomia e uma revelação muito especial na Roda do Vinho.
Participação do estado, que era de 36,1% em 1985, despencou para 30,9% em 2004. Pesquisa do IBGE indica desconcentração regional em curso no País. E 5
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Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
UNIÃO NÃO QUER DIVIDIR TRIBUTOS COM ESTADOS
1 Não é justo que, dos 38% de carga tributária, municípios só possam cobrar 4,2% da população. Paulo Ziulkoski, presidente da CNM
Sergio Castro/AE
Mantega também descartou renegociação com estados que devem à União
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governo federal não abrirá mão de parte de sua arrecadação tributária em favor de estados e municípios, como deseja grande parte dos governadores eleitos neste ano, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, a União também tem problemas de receita e, por isso não pode reduzir sua arrecadação. "O governo federal não tem intenção de abrir mão de seus tributos em prol dos governos estaduais. Vivemos tantas dificuldades quanto os senhores (governadores)", disse Mantega, assegurando, entretanto, que irá consultar os governadores antes de encaminhar para o Congresso a reforma tributária que a Fazenda prepara em conjunto com outros ministérios. "O que queremos propor é a reforma tributária que simplifique esse emaranhado tributário que existe no País e que facilite a produção. Acredito que os governos estaduais têm o mesmo interesse do federal, de caminhar para uma estrutura tributária mais simples e homogênea", afirmou.
Para o ministro, essa simplificação deve acabar com a guerra fiscal e trazer mais eficiência para o sistema, aumentando, assim, a arrecadação para todos os entes da Federação. "O que estamos propondo não é tirar ou dar mais dinheiro para os estados, mas é caminhar para uma estrutura mais moderna", disse. Mantega também voltou a afirmar que o governo preten-
de desonerar a produção, porém, mais uma vez, não detalhou que tributos podem ter suas alíquotas reduzidas. "Nós vamos faturar mais, vai se arrecadar mais, vai melhorar a situação de todos." Em entrevista coletiva concedida ao lado do governador de São Paulo, Claudio Lembo (PFL), para discutir a situação do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), Mantega aproveitou para elogiar a estrutura tributária do estado e disse que pretende levar a nota fiscal eletrônica, usada por empresas paulistas para outros estados. "Queremos implantar essa nota fiscal eletrônica em todos os estados do Brasil e para todas as empresas", observou. O governo também descartou renegociar dívidas dos estados com a União. "É algo que não pretendemos fazer e não faremos", disse o ministro. Durante a campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acenou com a possibilidade de oferecer um alívio aos estados. Para isso, no entanto, teria que alterar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). (AE)
Previdência: sem reforma estrutural
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ministro da Fazenda, Guido Mantega, reforçou ontem o entendimento de que o governo federal não pretende fazer uma reforma estrutural da Previdência Social e de que, se medidas forem adotadas, não terão impacto em curto prazo. O Executivo analisa proposta, apresentada por consultor privado, que defende ser possível reduzir as despesas da Previdência em até R$ 50 bilhões em três a quatro anos só com medidas de gestão. Mantega ressalvou que as discussões sobre a necessidade de reformar a Previdência "ainda vão começar" e que o presidente Lula quer analisar, separadamente, as alternativas para conter o déficit. Na próxima semana, Lula reúne-se com o ministro da Previdência, Nelson Machado, e com a equipe econômica, e o mais provável é que seja aprovada a criação de um grupo de trabalho – com representantes do Poder Executivo e da sociedade civil – para discutir questões polêmicas, como o aumento da idade mínima. O presidente resiste a medidas que possam afetar a classe
média e as camadas de menor re n d a d a p o p u l a ç ã o , q u e apoiaram a reeleição. Por isso, o foco inicial está posto na questão do limite de idade. Hoje, no serviço público, a idade de aposentadoria para os homens é de 60 anos e para as mulheres, 55 anos, desde que tenham contribuído por 35 anos e 30 anos, respectivamente. Essa regra só prevalecerá, integralmente, para o funcionário que ingressou no serviço público no fim de 2003, quando foi aprovada a emenda que modificou as normas de aposentadoria no setor. No Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), não é praticada a idade mínima para aposentadoria. O critério é o tempo de contribuição previdenciária, considerando o chamado "fator previdenciário", que desestimula a inatividade precoce. Consenso – Só após essas discussões, e dependendo das conclusões desse grupo, a mudança na Previdência seria encaminhada ao Congresso como uma proposta de consenso da sociedade. Com isso, o governo tenta contornar as resistências políticas que ameaçam jogar pelo ralo qualquer esfor-
ço para reformar a estrutura do sistema previdenciário. O fato é que não há consenso no Planalto a respeito da reforma. Machado acha que as contas poderão ser ajustadas apenas com melhora na gestão e com os efeitos do fator previdenciário. Na outra ponta, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, elaborou um estudo defendendo o aumento da idade mínima para aposentadoria e a desvinculação entre o salário mínimo e os benefícios. Esse ponto é polêmico. Uma análise preliminar mostrou que a desvinculação é inconstitucional, pois criaria dois pisos nacionais: um para o pessoal da ativa e outro dos aposentados, desrespeitando uma cláusula pétrea da Carta. Por isso, o mais provável é que esse ponto seja deixado de lado. Os técnicos que defendem o adiamento da reforma acreditam ter um argumento de peso para convencer Lula a não avançar de imediato: o risco de haver uma "corrida" às aposentadorias, nos moldes da que ocorreu durante o mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. (AE)
Para o ministro Mantega, ajuda financeira só é possível com mudança na Lei de Responsabilidade Fiscal
"Política de concentração"
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negativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de abrir mão dos tributos federais para os estados e municípios – o que seria uma minirreforma fiscal – desagradou o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. Para ele, trata-se de uma política de concentração fiscal, ao invés de ajuste. Na última terça-feira, o ministro já havia irritado Ziulkoski ao propor a fixação de limites para a expansão dos gastos dos estados e municípios. Ele estima que os municípios vão perder cerca de R$ 4,1 bilhões com a criação do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb). Os municípios querem, na verdade, ampliação de pelo menos 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) por meio da reforma tributária. Hoje, há 5.562 municípios no País.
Qual seu posicionamento com relação ao anúncio do ministro Mantega? Assino em baixo quanto ao objetivo de diminuir a carga tributária, que hoje chega a 38% do PIB. Mas não é justo que, destes 38%, os municípios só possam cobrar 4,2% da população. Depois das transferências de receita, quanto fica com cada ente federativo? Os municípios ficam com 15%, os Estados com 25% e a União com 60% da arrecadação. Além disso, nos últimos
quatro anos, a média nominal (sem descontar os juros) da arrecadação dos municípios aumentou 46%, enquanto apenas a arrecadação da Cofins, uma contribuição social federal, subiu 400%, no mesmo período. Por que os municípios mereceriam mais recursos? Como anda a situação orçamentária dos municípios? Quem no Brasil, hoje, executa o pagamento da dívida social, concede educação, saúde e infra-estrutura para os cidadãos é o município. Se você comparar o investimento público dos municípios, estados e União, vai ver que
as prefeituras investem mais do que ambos. E tudo isso sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Verificamos que somente seis dos 5.562 municípios brasileiros estão acima do limite de dívida permitida pela LRF, que é dever 1,2 vezes o valor do seu orçamento anual. Por isso a CNM assumiu posição contrária ao Supersimples? Apoiamos a Lei Geral e entendemos a situação das micros e pequenas empresas, só que corremos o risco de ficar sem recursos para atender o cidadão com a sua aprovação. Laura Ignacio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LAZER
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DOCUMENTO DVDs registram coreografias e sinfonias eternizados por grandes artistas
CELEBRAÇÃO DA MÚSICA NovoDisc/Velas/Encarte
Em CDs, históricos
E Adolphe Adam
O
francês Adolphe Charles Adam, autor da música de Giselle, nasceu em 1803 e morreu em 1856. É autor de outros balés famosos, entre eles, O Corsário (1856, a sua última obra); assim como de óperas, como Os Toreadores (1849) e de canções de Natal Noite Feliz (1847) é a mais famosa e faz parte de uma espécie de oratório. Adam escreveu pelo menos dez balés, muitos deles em tom de vaudeville, e cerca de vinte óperas, quase todas bem-humoradas, em estilo bufo (inspiradas em Mozart, artista que ele admirava). Além de compositor, Adam foi, também, foi um temido crítico de música.
ntre as melhores gravações que Klaus Tennstedt fez de Mahler está A Canção da Terra (Das Lieder von der Erde), no ciclo da editado pela EMI. O registro é de 1984, com a Filarmônica de Londres e os cantores Klaus König (tenor) e Agnes Baltsa (soprano). Com a Filarmônica de Berlim, Tennstedt realizou, também, dois belos discos (transcritos para CDs): hilights das grandes óperas de Wagner ( Ta n n h a u s e r , Lohengrin, O Anel d o N i b e l u n g o, Tristão e Isolda).
Alicia, uma Giselle mítica
G
iselle é um balé em dois atos, considerado a obra mais romântica e requintada no gênero. Estreou com sucesso em 28 de junho de 1841, no Teatro Ópera de Paris, e chega ao século 21 com a mesma aura, muito em razão de atuações antológicas da bailarina cubana Alicia Alonso. Ela o protagonizou pela primeira vez em 1943, no dia 2 de novembro, em récita no Metropolitan Opera House, de Nova York. A trajetória de Alícia, a partir daquela data, encarnando dezenas de vezes Giselle, a camponesa delicada que se apaixona por um duque, está registrada em dois DVDs lançados recentemente pela Velas em parceria com a NovoDisc. Os DVDS, realizados com objetivo documental, estão divididos em capítulos: reflexões de Alicia, hoje com 83 anos, sobre a sua atuação em numerosas montagens de Giselle; sessões de master class dirigidas por ela, galerias de fotos e posters e vários trechos de coreografias de Giselle (1963, 1968, 1978 e 1980). Giselle foi, por muito tempo, a carta de apresentação pessoal de Alicia e do Ballet Nacional de Cuba, que se apresenta agora em São Paulo. Ela começou os estudos em 1931, em Havana, aperfeiçou-se nos Estados Unidos, e lá atuou em comédias musicais,
P
a partir de 1938 - quando a Broadway vivia momentos de efervescência econômica e artística. Em 1939, produtores americanos vislumbraram em Alicia mais do que uma corista competente e a integraram a uma famosa caravana do American Ballet, que percorria os principais pólos culturais dos Estados Unidos. Mais tarde, essa companhia se transformou em uma das mais carismáticas instituições de dança clássica da América, o New York City Ballet, do qual Alicia fez parte já como uma de suas principais artistas. Em 1948, Alicia decidiu desenvolver uma missão em seu país, com a fundação do Ballet Alicia Alonso, transformado em 1950 em Escola Nacional de Ballet Alícia Alonso e, mais tarde, em Ballet Nacional de Cuba. Giselle Balé em dois atos, tem coreografia original de Jules Perrot e Jean Corelli e música de Adolphe Adam. A história se passa na Alemanha, durante o período da colheita das uvas, região em que Giselle mora e na qual conhece o duque Albrechet, por quem se apaixona. A história se desdobra em episódios de suspense, aventura, drama e chega a um final, onde o amor perdura e prova que a vida, sem ele, não tem sentido . (MMJ)
Com Rhoyes Fernandez
Mahler por Tennstedt
C
hegou recentemente às lojas um DVD duplo (EMI) precioso, com os únicos registros, até agora, de concertos regidos pelo alemão Klaus Tennstedt (19261998), com obras de seu compositor preferido, Gustav Mahler (1861-1911). No repertório, as Sinfonias Nº 1 (Sinfônica de Chicago) e Nº 8 (Filarmônica de Londres). Os concertos foram filmados na Chicago Hall, em 1991, e na Royal Festival Hall, em 1990. Tennstedt repetia sempre, entre amigos, para os músicos e em eventuais entrevistas: "Minha vida carrega as sombras de Mahler. É por isso que, ao interpretá-lo, sinto-me perfeitamente identificado com ele". No pódio, ao reger Mahler (abaixo), Tennstedt é um assombro. Em seus gestos e expressões traduzse a mais profunda simbiose que se possa imaginar entre regente e um compositor. Tennstedt é o avesso do avesso do st ar. Viveu em permanente conflito com os big empresários do mercado discográfico e dos megashows eruditos. "Não quero saber de jet set", defendia-se. Um sujeito humilde, obsessivo e perfeccionista. "Quem sou frente à magnitude da arte de um Mahler, um Beethoven, um Brahms?" Volta e meia cancelava compromissos; abandonava ensaios; afastava-se por longos períodos do trabalho; dava uma trabalheira para os seus agentes. "Sempre acho que devo desistir. Sou um regente provinciano." Dizia para os músicos: "Que importância eu tenho diante da competência de vocês, todos virtuoses?" Estes respondiam com apoio unânime. Adoravam-no. "Ele rege divinamente, sabe levar a orquestra ao sublime." O cáustico musicólogo, escritor e crítico inglês Norman Lebrecht (autor do polêmico livro Mito do Maestro) é implacável com os "maestros inventados pelo mercado" nem o lendário Karajan escapa). Porém, rende-se a Tennstedt. "Trata-se de um artista grandioso, inatacável", sentencia. Tennstedt gravou o ciclo sinfônico completo de Maher, para a EMI Classics (reunidas numa caixa de CDs), da Sinfonia Nº 1 em Ré (conhecita como Titã) à Sinfonia Nº 10 (que tem apenas um movimento, o Adágio (em Fá Sustenido Maior). No DVD, embora a performance da Titã seja inesquecível, destaca-se a destemida abordagem que Tennstedt faz da Nº 8, conhecida como a sinfonia dos mil executantes. (MMJ)
PERSONALIDADE
Sanfona, acordeom, Ferragutti Aquiles Rique Reis
oucos instrumentos podem ser tão tristes e ao mesmo tempo tão alegres quanto o acordeom. Poucos como ele conseguem transmitir ao ouvinte a atmosfera da música que se convencionou chamar clássica e o clima do baile no chão de terra batida. Acordeom que a um só tempo pode lembrar Luiz Gonzaga e o sanfoneiro à beira do Rio Senna parisiense; acordeom que se rende tanto à modernidade de Toninho Ferragutti quanto à simplicidade de Mário Zan (lágrimas de saudade para esse italiano de enorme coração popular brasileiro que se foi dia 8 passado e nos deixou sem sua música, sem sua simplicidade); acordeom que tem no bandoneon sua expressão mais trágica e na concertina sua
alegria de ser brasileiro, que dela se vangloria. Toninho Ferragutti compôs 11 peças para seu instrumento e as gravou em Nem Sol nem Lua, CD recém-lançado pela antenada Biscoito Fino. Onze músicas divididas entre quatro arranjadores: Adail Fernandes (Na Sombra da Asa Branca, Forró Classudo, Dominguinhos no Parque e Bico Doce); Edson Alves (Migo, Sanfonema e Meia Saudade); Antonio Duran (Sanfoneon) e Naylor Azevedo, o Proveta, líder da fantástica Banda Mantiqueira (O Urubu e a Pipa, Negra e Nem Sol nem Lua). Os maestros arregimentaram, para fazerem seus arranjos soarem, basicamente, dois violinos, uma viola, um violoncelo e um contrabaixo acústico. Nos violinos revezaram-se Ricardo Takahashi, Mayra Moraes, Nelson Rios,
Simplício Soares, Karen Hanai e Alexan- minutos de contagiante brasilidadedre Cunha; na viola, Gabriel Marin, musical-nordestina tão nossa e plaAdriana Schincariol e Alexandre Razera; netária quanto é a música criada pee no violoncelo alternaram-se Julio Ortiz la genialidade do músico instrumentista aqui nascido; mais e Raiff Dantas Barreto. de oito minutos de boa A eles, em Nem Sol nem música; mais de oito miLua somam-se a participanutos que, somados aos ção especial do bom Quinoutros quase 40 minuteto da Paraíba, formado tos, tempo que dura as por Nelson Dantas (violonoutras 10 faixas, fazem celo), Yerko Tabilo (violide Nem Sol nem Lua um no), Ronedilk Dantas (violiFerragutti, disco para ser apreciado no), Samuel Espinoza (viounindo o solar e por quem ama a música, la) e Xisto Medeiros (cono lunar: sem seja ela do gênero que trabaixo acústico), além da fronteiras. for, tenha ela a naciona“tabla” do percussionista l i d a d e q u e t i v e r. S eGuello, da flauta de Teco Cardoso e do violão de 7 cordas de guem-se, dentre outras, Sanfoneon, S anfonema – ótimas músicas cujos Alessandro Penezzi. Uma homenagem ao mestre Luiz nomes, inventados pela verve de Gonzaga abre o disco: mais de oito bom titulador que é Ferragutti, mis-
turam sanfona a acordeom e a poema –, Dominguinhos no Parque, homenagem a um outro grande acordeonista, e a belíssima Negra. A música de Toninho Ferragutti não admite se prender nem ao espaço nem ao tempo. Nem ao sol nem à lua se limita o toque de seu acordeom, que não se deixa resumir. “Reduzir para quê?”, perguntou um dia a sanfona ao sanfoneiro. Se o sanfoneiro calou, a sanfona entoou: nem sol nem lua – raio e trovão; nem sol nem lua – lenha e fogão; nem sol nem lua – samba, canção... E o sanfoneiro que a voz calou, todavia, não se poupou e apalpou forte o fole de sua bendita companheira. E o fez com tal ardor que, juntos, fizeram-se únicos, indivisíveis. Mãos palpando as teclas que correspondem
ao toque de ponta de dedos rápidos e sutis, Toninho Ferragutti revela com seu instrumento a alma que o identifica. Celebra no acordeom a expressão do que sente e transforma este sentimento em sons com significados claros, feito os das palavras. Músico virtuoso concebe modernas harmonias para suas composições. Nelas, seu acordeom resfolega feito o trenzinho caipira retrata a faceirice nordestina; a elas o frevo para frevar, o samba para sambar, o choro para chorinhar. Nelas, bandoneia quando quer astor-piazzolar, palavreia quando quer poemar, encanta quando faz tocar. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.
BEETHOVEN E DVORÁK COM A SINFÔNICA MUNICIPAL No concerto, o pianista português Sequeira Costa e o maestro José Maria Florêncio. Teatro Municipal, domingo (19), 11h. R$ 10 a R$ 15.
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C idades ONIBUS VAI A R$ 2,30 DIÁRIO DO COMÉRCIO
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No fim do mês esse aumento vai pesar e sair caro. O ideal seria um reajuste de 5%, o que daria R$ 2,10. Odovaldo Garcia, passageiro
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Ó RBITA
INCOR ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse O ontem que o governo federal não deve liberar recursos neste momento para a Fundação Zerbini, que mantém o Instituto do Coração (Incor), no Hospital das Clínicas, em São Paulo. A instituição tem uma dívida estimada em R$ 245 milhões. Segundo Mantega, a fundação precisa passar por um ajuste operacional e financeiro. Na avaliação do ministro, não é necessária nenhuma medida provisória ou liberação de recursos do Ministério da Fazenda porque o governo do Estado garante que o atendimento no Incor não será prejudicado com essa crise. (AE)
NAIR BELLO estado de saúde da atriz Nair Bello, de 75 O anos, ainda é considerado bastante grave. Em seu sexto dia de internação no Hospital Sírio-Libanês, desde que sofreu um enfarte no sábado, a atriz não recuperou a consciência. Segundo boletim médico divulgado ontem, a atriz permanece em coma mesmo após a suspensão dos sedativos. "Após 48 horas de suspensão da sedação, a paciente não recuperou a consciência. Ela depende de aparelhos para respirar e de medicamentos para manter a pressão arterial. Seu estado é considerado muito grave". (AE)
MÉDICOS greve dos médicos residentes pode A terminar hoje em São Paulo. A categoria paralisou os atendimentos no dia 8, reivindicando reajuste de 30% no valor da bolsa-auxílio, melhores condições de trabalho e a manutenção do número de bolsas. Ontem eles ouviram do governador Cláudio Lembo e do secretário de Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, no Palácio dos Bandeirantes, a garantia de que não haverá cortes de vagas em 2007. "Vamos manter o número de vagas e nos comprometemos a chamar aqueles que passaram no concurso" disse Lembo. (AE)
PANETONES m caminhão com cerca U de uma tonelada de panetones da marca Bauducco foi interceptado na de ontem, em Santos. A carga, avaliada em R$ 15 mil, estava distribuída em 120 caixas. "Deixei Barueri às 4h para fazer cinco entregas no litoral, mas fui abordado por três homens que me fecharam no centro de Santos", disse o motorista, que não quis se identificar. Afirmou que os criminosos queriam apenas a carga e que devolveriam o caminhão – encontrado horas depois na Oficina do Macarrão. Suspeita-se que o veículo iria para o desmanche. O dono da oficina foi autuado por receptação. (AE)
O prefeito Gilberto Kassab anunciou ontem que o reajuste de 15% passa a vigorar a partir do dia 25. Metrô deve subir até o fim do mês. Marcos Fernandes/Luz
A
partir do dia 25, a passagem de ônibus em São Paulo subirá de R$ 2,00 para R$ 2,30 . O aumento foi anunciado ontem pelo prefeito Gilberto Kassab, que já encaminhou comunicado sobre a atualização da tarifa, reajustada em 15%, à Câmara Municipal. O governador Cláudio Lembo admitiu que também deve propor reajustes nos preços do metrô, trólebus e trens, administrados pelo governo do Estado, até o fim de novembro. Segundo a Prefeitura, as projeções apresentadas pela Secretaria Municipal de Transportes apontavam para a necessidade de um reajuste de 33,5% para atingir o equilíbrio do sistema, o que elevaria a tarifa para R$ 2,67. Para evitar desgaste político e reduzir o impacto para os usuários, o prefeito Kassab considerou o percentual de 15% o mais adequado. Ainda assim, o reajuste supera o índice de inflação aferido pelo IPCA, em torno de 6,5%, desde a data do último aumento, em março de 2005. Em conseqüência da proposta de reajuste de R$ 0,30 no preço da passagem do ônibus, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Transportes, está propondo acréscimo semelhante para o Bilhete Único Integrado, que permite a mobilidade do usuário entre ônibus, metrô e trens. Passageiros – O vendedor Odovaldo Garcia, de 57 anos, que utiliza duas conduções diariamente, criticou o aumento. Ele considerou o índice “um abuso”. “No fim do mês esse aumento vai pesar e sair caro. O ideal seria um reajuste de 5%, o que daria R$ 2,10, no máximo”, disse Garcia. Já a operadora de caixa Norma Lúcia Monteiro da Silva, de 36 anos, reclamou da falta de uma relação equilibrada entre o aumento no preço das passagens e a qualidade do serviço de transporte. “Se tivesse um número de ônibus rodando na cidade em quantidade suficiente para transportar e acomodar os passageiros sentados, eu não acharia muito caro. Mas sou obrigada a vir correndo na saída do trabalho para evitar uma longa viagem em pé”, disse Norma, que mora na região de Itaquera e trabalha no Centro. O percurso diário entre os dois pontos leva em torno de uma hora e dez minutos por viagem. Metrô – Embora o governador Cláudio Lembo, recentemente, tenha se manifestado contra o aumento das tarifas de metrô, trólebus da EMTU e trens da CPTM até o final de seu governo, um desgaste que pretendia deixar para seu sucessor, José Serra, voltou atrás
Norma Lúcia Monteiro da Silva, que mora em Itaquera: o preço da passagem de ônibus não reflete a qualidade do transporte oferecido à cidade Raimundo Paccó/Folha Imagem
Dabiel Pera/Agência O Globo
Prefeito Gilberto Kassab: aumento de 15% contra proposta de 33,5%
em sua posição e confirmou o reajuste, possivelmente, até o final deste mês. “Mas não farei operação casada com a Prefeitura (aumento concomitante ao dos ônibus)”, afirmou. Segundo Lembo, o primeiro estudo de reajuste das tarifas indicava uma elevação no preço da passagem unitária de R$ 2,10 para R$ 2,60. No entanto, disse, considerou um valor alto demais e solicitou novas planilhas, que deverão ser apresentadas na próxima terça-feira. Reflexos – O aumento de 15% no preço da passagem de ônibus na capital, significará uma elevação de 0,62 ponto percentual no IPC-Fipe, índice que mede o comportamento de preços no município. “Será um baita impacto”, comentou
o coordenador do IPC, Paulo Picchetti, justificando que 4,4% do orçamento das famílias consultadas pela Fipe é destinado à compra de bilhetes de ônibus. O impacto da medida poderá alterar a projeção para o IPC-Fipe ao final do ano, atualmente estimado em 1,60%. E também deverá refletir no resultado do IPCA, no fim do ano, ainda que este índice seja formado por preços coletados em conjunto com outras capitais, e não apenas em São Paulo. Fernando Vieira e agências
Lembo: à espera de novas planilhas para fixar aumento do metrô e trens
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LAZER - 3
CINEMA Romance com tiros, sol de rachar e ciúmes. Bom humor em DVD e memórias em exposição. Luciana Figueiredo/Divulgação
Canta Maria: em meio ao cangaço, beleza, alegria e ciúmes
Bruta história de amor Geraldo Mayrink J.C. Dantas e trata, apesar dos tiros e do sol de rachar chapéus de couro, de ciúme. Dá para lembrar, bem de longe, o que se passou no clássico de François Truffaut Jules et Jim (estranha mas apropriadamente rebatizado aqui de Uma Mulher para Dois), envolvendo os refinadíssimos devassos Jeanne Moreau, Henri Serre e Oskar Werner, todos europeus do começo do século passado. No sertão, apesar dos maus modos, é a mesma coisa. Maria é bonita, feliz e alegre, até um pouco espevitada, bem ao contrário dos carrancudos Filipe e Coriolano. O insidioso ciúmes os corrói, mas não a ela. Não se sabe se Maria pulou a cerca, mas
para os animais cercados dá na mesma. Ela faz a comida para os dois, mas não arruma a cama deles. E o fato de, inexplicavelmente, se transformar em pistoleira cangaceira, ao lado do Lampeão que matou seus pais, só pode ser atribuido a um desses surtos de realismo mágico que ainda assola ficção latino-americana. Aqui, com uma certa pregação feminista de que certos homens, embora toscos e adoráveis, só podem ser tratados a pau. No sentido de porrete, claro. O diretor e roteirista Francisco Ramalho Júnior tem bons créditos (Besame Mucho, O Cortiço, A Flor da Pele), além de ter produzido o hit algo ho-
mossexual O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco, e peças de teatro. Aqui, transportado para as filmagens em Cabaceiras, municípo de quatro mil habitantes no vale do Cariri, na Paraíba, Ramalho volta às telas mas a cor local não lhe garante um crédito tão bom quanto os anteriores. Falta vida nesta saga que deveria ser mais sanguínea, pelo assunto que lhe corre nas veias, e mesmo a participação da trepidante Daniela Mercury nas canções originais é discreta demais. Enfeitam a narrativa personagens com rápida aparição e nomes curiosos (Soldado de Bigode, Loquinho, Prefeito Tio de Maria) e as quatro sequências curtas do figurão José Wilker, que na tela é capaz de tudo, ser Tiradentes, Juscelino Kubitscheck ou Lampião. Marco Ricca já está consagrado, Edward Boggis ainda espera escapar de Malhação e Vanesa Giácomo, a cabocla justamente de Cabloca e de Sinhá Moça, faz sua estréia no cinema saudando o povo e pedindo passagem para papéis melhores, sem mandacarus em volta. Pelo esforçado elenco, e mais que pela paisagem, ponto para Ramalho na sua história que poderia ser chamada "éramos três".
Epiderme da alma Rita Alves
VISUAIS
A
terra sempre bruta do nordeste entra em cena de novo em Canta Maria, mas aqui há uma novidade melodiosa, até no título cantante: trata-se de uma história de amor. Bruta, é claro, pois ninguém escapa da geografia. Se for lembrado que o romance é um ménage à trois, como se diz na delicadeza de sentimentos na França, novidade de comportamento é que não falta ao agreste do filme, principalmente levando-se em conta que a história se passa nos anos de 1930. Naquela época e naquele lugar vivem, num clima de guerra determinado pelo terrível cangaço, os amantes em triplicata. Filipe (Marco Ricca), um amansador de cavalos, monta na sela de Maria (Vanessa Giácomo), cujos pais foram mortos pelo próprio Lampeão (José Wilker), e casa com ela. Ele ajuda seu sobrinho Coriolano (Edward Boggis), que trabalha com couros, e que cobiça secretamente a morena Maria. O tio desaparece para ser caixeiro-viajante e circula pela caatinga o rumor venenoso de que a mulher está dando para seu sobrinho emprestado Filipe reaparece, dá uma surra em Coriolano e aí é que Maria também some. Ela reaparece vestida de cangaceira, ao lado de Lampeão, como se fosse a célebre Maria Bonita. Todos, menos Lampeão, que foi morto e teve a cabeça cortada, são felizes no fim. O filme é tirado de um romance do elogiado escritor sergipano Francisco
Canta Maria (Brasil, 2006, 95 minutos). Direção: Francisco Ramalho Jr. Com Vanessa Giácomo, Marco Ricca, Edward Boggiss, José Wilker.
Fotos: Divulgação
DVD
Engraçado de verdade. E quase chique
TV Globo/Rafael França
Peregrinação, andança e memória familiar refletidos em sapatos bordados e costurados sem sola. E vestes tatuadas de lembranças de um povo.
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exp osição Tatuagens do I nf i ni to na Dan Galeria reúne 30 obras da artista plástica Laura Miranda. A mostra em três séries presta uma homenagem a pessoas que imprimiram sua história por onde passaram. Os trabalhos da primeira série surgiram quando Laura foi para uma região de Curitiba, originalmente colonizada por italianos e poloneses, para estudar o fluxo das águas do local. "Eu mudei para um lugar que tinha uma represa e vários fluxos d'água. Mas além das questões da água me deparei com casas abandonadas". A artista registrou a descoberta fotografando e filmando os abrigos construídos no final do século 19. Mas as fotos e filmes não foram suficientes para ela. "Queria fazer um regis-
tro mais carnal", revela. Para homenagear e registrar a passagem dos povos europeus pelo País, Laura fez uma pesquisa e descobriu que o látex era o produto ideal para materializar sua idéia. Com ele cobriu as paredes das casas e, depois de retirado, produziu uma tatuagem da cor, dos veios e das paredes do lugar. Desse látex, surgiram as mantas e vestes da mostra. Tatuagens do Infinitotambém expõe em mais duas séries o registro dessas memórias. Uma delas traz roupas criadas em batik (técnica de tingimento) sobre papel. A terceira exibe retalhos em forma de sapatos feitos com tecidos antigos de famílias de colonos europeus e de parentes da própria artista. Segundo Laura, são materiais que encerraram seu ciclo produtivo e passaram a ter uma vida poética. Dan Galeria - Rua Estados Unidos, 1638. Tel.: (11) 3083-4600. Grátis.
Família Alcântara: descendentes de africanos escravizados em MG
OUTRAS ESTRÉIAS Jorge Horácio(dir.), Hélio, Silvana e Wagner (Dudu Azevedo)
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njos da Vida - Mais Bravos que cia cultural, misturando realidade e o Mar(The Guardian, EUA, 2006, ficção. Dirigido por Daniel Solá e Lilian 136 minutos). O filme é uma impac- Solá Santiago. tante e emocionante história de coraanto Antônio, Guerreiro de Deus gem e sacrifício passada no mundo (Antonio Guerriero di Dio, Itália, dos nadadores de resgate da Guarda 2006, 110 minutos). O filme dirigido Costeira. Dirigido por Andrew Davis (O por Antonello Belluco conta a história Fugitivo) traz no elenco astros como de um dos santos mais populares do Kevin Costner, Ashton Kutcher. mundo. Seguindo os passos de São Caminho para Guantánamo Francisco de Assis, Santo Antonio de (The Road to Guantanamo, In- Pádua faz votos de pobreza e castidaglaterra, 2006, 95 minutos). Dirigido de para dedicar toda sua vasta cultura, por Michael Winterbottom, o filme seu brilho, sua educação refinada à demistura ficção e cenas de documentá- fesa dos fracos e oprimidos. rio e foca a história de um trio de muestido de Noiva (Brasil, 2006, çulmanos nascido no Reino Unido. O 119 minutos). Joffre Rodrigues grupo passa dois anos presos na Baía estréia na direção do longa-metrade Guantánamo, em Cuba, até serem gem que narra a história de uma musoltos sem acusações formais. lher atropelada que vive de lembranulheres Desesperadas (Ama- ças. Uma dessas recordações deixa a zones, Holanda, 2004, 100 mi- mulher em dúvida, pois ela não sabe nutos). Quatro mulheres que vivem distinguir se o fato aconteceu ou não. em uma pequena cidade da Holanda A resposta pode desvendar se o autor enfrentam uma série de problemas: do atropelamento atingiu a protagoseparação, falta de dinheiro, drogas e nista intencionalmente. No elenco morte. Como a situação financeira é Marília Pera, Simone Spoladore, Letícia Sabatela e Marruim para todas, elas decidem se unir cos Winter. para assaltar um ernando Lebanco. Dirigido por mos, Atrás Esmé Lammers. da Imagem (Brasil, 55 minutos). O Céu de Suely longa dirigido por (B rasil/FranGuilherme Coelho ça/ Alem anha/ Por(Fala Tu) é um dotugal, 2006, 88 micumentário sobre nutos). Um dos sua vida e o processo cessos da 30ª Moscriativo do fotótra Interncional de grafo surrealista Cinema chega à teFernando Lemos, lona e mostra a volque migrou de ta da jovem Hermila Portugal para São à sua cidade-natal, Paulo na era Salano interior do Ceará. zar. A equipe filJunto com o filho mou Lemos duela aguarda o retorrante seis dias. O no do pai. Como ele resultado é uma nunca chega, ela exploração de sua decide rifar seu próhistória pessoal e prio corpo e com o política, suas indinheiro sair da cifluências, sua vidade em busca de são artística e seu uma vida nova. acervo de obras. O amília Alcânobjetivo foi fazer t a ra ( B r a s i l , não apenas um fil2004, 56 minutos). me sobre ele, mas O documentário sobretudo, um filconta a história de me através dele. uma família descenUma tentativa de dente de africanos pensar o mundo escravizados em Santo Antônio, Guerreiro de através de seus Minas Gerais que trabalha com a inte- Deus (alto) e Fernando Lemos, p a r a d i g m a s e Atrás da Imagem preocupações. gração e a resistên-
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aros são os programas na TV aberta que exibem humor bom, saudável, sem recorrer a piadas chulas. Minha Nada Mole Vida é um desses, exibido pela Globo às sextas, depois do Globo Repórter. A segunda temporada acabou na semana passada. A primeira fase do programa, que passou meio despercebida entre abril e maio, chega às lojas em um DVD com todos os oito episódios veiculados. Estrelado por Luis Fernando Guimarães, sempre muito engraçado, o seriado mostra as peripécias de Jorge Horácio, um apresentador que entrevista (e bajula) ricos e famosos em festas. A paródia é perfeita daquele outro, como é mesmo o nome? Com a diferença que Jorge Horácio, com seu programa Jorge Horácio By Night, só consegue contratos para “cobrir” eventos decadentes, nos quais sua fiel assistente Zenaide (Dani Barros), encarregada da produção, sai à cata de gente para colocar na frente das câmeras. Na hora do desespero, vale tudo, até perguntar de um em um: “Você é famoso?”. Além disso, não raro ele entra em confusões por desconhecer totalmente o assunto tratado ou fazer perguntas, digamos, pouco inteligentes. O colunista eletrônico tem problemas ainda de ordem familiar. Hélio (David Lucas), seu filho, é um garoto de dez anos mais esperto do que o pai e também mais ranzinza. A ex-mulher, Silvana (Maria Clara Gueiros, hilária no papel), atazana a vida de Jorge Horário por pensão alimentícia, aparece um horas inoportunas, e sempre assiste ao programa do ex-marido, dando muitos, muitos palpites. Impagáveis são as desavenças com a carrancuda Bianca (Letícia Isnard), recepcionista do apart-hotel no qual mora Jorge Horácio. Ela pratica maldades como impedi-lo de tomar café da manhã depois de alguns minutos de encerrado o horário, provocando surtos raivosos e roubo de pãezinhos. Entre os entrevistados das festas, ótimas participações especiais, como Suzana Vieira, Patrícia Travassos, Samara Felippo e Giovanna Antonelli.
Paulo Betti faz uma memorável aparição como Melo Cupelo, o colunista concorrente, no episódio Que Vença o Melhor! O último episódio do DVD, Olha o Carnavalzeta Aí, Gente!, mostra Jorge Horácio vestindo a "camiseta VIP, na área VIP, do camarote VIP" do Carnavalzeta, um carnaval fora de época desanimado. Debaixo de chuva, ele lembra que esqueceu de buscar o filho no curso de inglês, deixando a uma dançarina (Marisa Orth) a tarefa de entreter a platéia até sua volta ao ar. O texto afiado é de Alexandre Machado e Fernanda Young, e a direção, de José Alvarenga Jr. O DVD, lançado pelo selo Warner, já está nas lojas. Custa, em média, R$ 40. Lúcia Helena de Camargo
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Transpor te Polícia Acidente Compor tamento
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ACIDENTE FOI ÀS 16H56 DE 29 DE SETEMBRO
Acesse www.dcomercio. com.br para mais informações sobre o relatório da Aeronáutica.
Relatório aponta falha na comunicação Dados preliminares da FAB mostram que pilotos do Legacy tentaram se comunicar com a torre e vice-versa. Não houve falha entre controladores e o Boeing da Gol.
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relatório preliminar da investigação sobre o acidente com o Boeing da Gol e o jato Legacy, no Mato Grosso, em 29 de setembro, que causou a morte de 154 pessoas, foi divulgado ontem pelo pelo Comando da Aeronáutica. O documento indica que houve falha de comunicação entre a torre de controle e Legacy. Segundo o relatório, os pilotos do jato fizeram 19 chamadas antes do choque e nove após a colisão. A torre também tentou falar, em vão, com o Legacy. Não houve qualquer tentativa de contato entre Legacy e torre de Brasília entre 15h51 e 16h26. A partir deste último horário, a torre de Brasília tentou chamar o jato por sete vezes até 16h53. Somente neste horário, o jato teria respondido, informando que não havia entendido a informação. Segundo o relatório, o p ró p r i o j a t o começou a fazer contato a partir de 16h48, com 12 chamadas até 16h53. Após esta última chamada, o Legacy tentou falar, sem sucesso, mais sete vezes com a torre, até o momento da colisão com o avião da Gol, às 16h56. Houve, inclusive, um chamado a um segundo do choque, diz o relatório. A p ó s a c o l isão, o jato tentou contato por mais nove vezes. O relatório alerta que não houve qualquer problema de comunicação com o Boeing da Gol. F al h as – O coronel Rufino Antônio Ferreira, que comanda as investigações, disse que os problemas de comunicação entre o jato e a torre de Brasília podem ter ocorrido pelo não funcionamento do transponder (aparelho de radar de comunicação) do Legacy. Mas não se pode afirmar que o aparelho estava desligado. "Não tenho a certeza de que ele não funcionou. Tenho a certeza de que as chamadas do Legacy não chegaram", disse. " O transponder pode ser o problema, mas também podem ser os equipamentos da torre. Tudo
Dida Sampaio/AE
Aeroportos: atrasos diminuem
O
Coronel Rufino apresenta relatório preliminar do acidente. Investigações ainda devem durar 10 meses.
está sendo analisado", disse. Segundo ele, qualquer conclusão será prematura. Os familiares receberam as informações antes da divulgação Uma investigação nesta magnitude, explicou, não é uma coisa rápida, é um processo longo. "A previsão para o fim das investigações é de dez meses. Mas, jamais a investigação apontará responsáveis. Ela apontará os fatores contribuintes e fazer recomendações". A l t it u d e – A Aeronáutica confirmou que Legacy não voava na altitude prevista no momento do choque. Conforme o relatório parcial, o jato deveria estar a 38 mil pés quando ocorreu a colisão e não a 37 mil, altitude do avião da Gol. Pelo
plano de vôo, o Legacy deveria voar a 37 mil pés até a vertical de Brasília. De lá até o ponto virtual Peres, a 36 mil. E a partir d a l i a t é M anaus, a 38 mil. N ã o h á registro de solicitação do Legacy para mudar o plano. Também não há registro de instrução do controle de vôo para o Legacy mudar de nível após o último contato bem sucedido do jato. O Legacy decolou às 14h15 e atingiu 37 mil pés às 15h33, nível mantido até a colisão, segundo o coronel. O choque ocorreu às 16h56, provavelmente entre a asa esquerda do jato e a asa esquerda do Boeing. Após o choque, o avião da Gol ficou incontrolável, iniciando imediato mergulho até o solo. Os sistemas anticolisão do jato e do Boeing não emitiram nenhum alerta de tráfego. O coronel disse que, até agora, não foram encontrados a ponta da asa esquerda e o winglet, equipamento que fica em cima da asa. O Boeing estava a 800 km/h no momento da colisão. A cabine do Boeing foi encontrada a 535 metros de distância do local onde estavam as asas e onde o resgate abriu a clareira principal.
O relatório preliminar tem três partes: a primeira analisa os fatores operacionais que levaram ao acidente, outra trata da parte técnica dos equipamentos e uma terceira, de possíveis falhas humanas. (Agências)
ritmo de atrasos de vôos nos aeroportos do País caiu para menos de 20% dos vôos programados até o final da tarde de ontem, segundo dados da Infraero, estatal que administra 68 aeroportos do País. Dos 1.148 vôos previstos para até 18h30, 219 foram afetados por atrasos superiores a 15 minutos, ou seja, 19,1% do total. Os atrasos nos aeroportos estão relacionados à falta de controladores de vôo em Brasília. Na terça-feira, o comando da Aeronáutica convocou os quase 150 controladores e manteve durante 36 horas cerca de 70 aquartelados, com a intenção de amenizar confusões por causa de atrasos no feriado da Proclamação da República. Ainda assim, 35,5% dos vôos tiveram atraso. A medida de aquartela-
mento, pois os militares podem ser presos se não responderem ao chamado, já havia sido utilizada no Finados, em 2 de novembro, para evitar a repetição de cenas de tumulto e nervosismo dos passageiros. A estratégia do aquartelamento foi encerrada no às 18h30 de quarta-feira, sob a justificativa de que os aeroportos estavam em relativa normalidade. Foram mantidos na sede do Centro de Controle Aéreo (Cindacta 1), em Brasília, os 30 homens que já estavam de plantão. Nos bastidores, a explicação para o fim da medida foi o mal-estar provocado entre os controladores e também na cúpula do governo federal. Ao longo do feriado, parentes dos controladores chegaram a manifestar anonimamente seu descontentamento. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.LAZER
sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira,17, 18, 19 e 20 de novembro de 2006
GASTRONOMIA No discreto Sophia, inspiração e sabor
Adote um barril
COZINHA DE AUTOR Lúcia Helena de Camargo
A
S
em muito alarde, a casa acaba de completar um ano de vida. O restaurante Sophia, com discreta entrada na rua da Consolação, do lado Jardins, e apenas 60 lugares, oferece comida de primeiríssima qualidade, em ambiente requintado sem exageros. A decoração leva um toque de rusticidade – há uma grande parede de tijolos à vista –, sem abdicar do conforto. O design dos móveis é assinado por Joaquim Tenreiro e Sergio Rodrigues. As mesas estão colocadas em distância civilizada umas das outras, para garantir a privacidade. Os atenciosos garçons não deixam sua taça de cristal ficar vazia. Nesse quesito, aliás, o restaurante tem história para contar. Em sua carta de vinhos, eleita a Melhor de 2006 pela revista Prazeres
da Mesa, há cerca de 170 rótulos selecionados pelo sommelier Benedito, sempre a postos para indicar a melhor harmonização. "Temos vinhos do mundo todo, dos mais tradicionais até espumantes da Tasmânia", orgulha-se. Há opções de garrafas de chilenos vendidos a poucas dezenas de reais, até franceses de R$ 5 mil. Entre as boas escolhas de custo intermediário está, por exemplo, o Bordeaux – EntreDeux-Mers (R$ 78). Para começar, uma dica: não pule o couvert. Os mini pães italianos chegam quentes à mesa, acompanhados de manteiga e pesto de rúcula. A inspiração declarada para os pratos é francesa. Mas a chef Fabiana Cesana e sua sócia na casa, Simone Monte, elaboraram um cardápio enxuto que inclui pratos com toques brasileiros e orientais, resultando em uma cozinha de autor, muito saborosa, marcante, do tipo que faz o cliente voltar para comer "aquele"
Steak com trilogia de cogumelos selvagens e creme de foie gras
prato só encontrado ali, como o fricassé de cogumelos selvagens com azeite trufado (R$ 21,30), servido como entrada, em uma delicada cumbuca que o mantém quente até o final. No prato principal, são boas pedidas o Bife Boucher ao molho rôti com purê de batatas rústico e alho confit (R$ 36), o steak com trilogia de cogumelos selvagens e creme de foie gras (R$ 48) ou o robalo no vapor com azeite de ervas, tempurá de aspargos e kabochá (R$ 42). As carnes vêm à mesa ao gosto do cliente, mas quando a opção é pelo
José Guilherme R. Ferreira
mal-passado, saem da cozinha, como se espera, vermelhas. "Fazemos no estilo francês, realmente sangrando", diz Fabiana. Para quem prefere a comida de fato crua, há steak de atum e steak tartar com batatas Maxin’s (R$ 34). Na sobremesa, as imperdíveis são fondant de chocolate belga (R$ 14), crème brûlée com redução de porto e framboesa (R$ 14,50) e a mousse de fromage blanc com calda de goiabada (R$ 14,50), que combina o toque levemente azedo do queijo com o doce da fruta, numa interessante simbiose.
As moças donas da casa ainda oferecem literatura a quem se movimenta pelo salão e corredores. Em lousas e portas há poemas e frases de escritores escritas a giz. Esta semana as mensagens são de Clarice Lispector, que convida a não tentar entender a vida, mas apenas aceitar a surpresa. Para inspiração e sabor, Sophia. Sophia - Rua da Consolação, 3368, Jardins, telefone (11) 3081-7698.
Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
Mesas externas (alto) e a chef Fabiana Cesana
Móveis: toques rústicos
Crushpad está apenas na sua terceira vindima, mas seu fundador, Michael Brill, um exexecutivo da área de informática, já quer produzir 25 mil caixas de vinho em 2007, ante as 15 mil deste ano. Criada em 2004, a Crushpad está longe de ser uma vinícola tradicional. A começar pelo link cultural que estabelece entre o Napa Valley, região dos mais disputados vinhedos da Califórnia, um dos celeiros de uvas para a Crushpad, e o Vale do Silício, epicentro da revolução da informática dos últimos 30 anos, onde se formou o espírito empreendedor de Brill. A Crushpad, com instalações no coração de San Francisco, é uma cooperativa vinícola que só ganhou vida graças à internet. Já tem cerca de 1.500 filiados de 30 estados americanos e de seis países, entre eles Japão e Finlândia. Os interessados em produzir um vinho
customizado de qualidade têm toda a assessoria técnica da Crushpad, desde a compra das melhores uvas da região até os negócios com o vinho já engarrafado (na imagem, rótulo de um Zinfandel 2004, fabricado por Hartung Family Winemakers, com uvas do Beatty Ranch, Howell Mountain). Todo o processo de produção pode ser acompanhado por meio de imagens em tempo real, da colheita ao engarrafamento. Uma câmera é capaz de "perseguir" cada um dos barris etiquetados do "enólogo" associado. A surpresa é que os cooperados conseguem produzir bons vinhos a preços que variam de 17 a 32 dólares a garrafa. Os vinhos das vinícolas tradicionais custam até três vezes isso. O modelo da Crushpad pode ser o futuro da indústria vinícola, diz Brill. "Você indica o grau de envolvimento com o projeto e nós fazemos o resto".
http://www.crushpadwine.com http://www.businessweek.com/magazine/content/06_28/b3992086.htm?
FESTIVAL
A
té 15 de dezembro, quem for ao La Casserole (Largo do Arouche, 346, Centro, telefone (11) 3331-6283) poderá provar com exclusividade o vinho Cheval des Andes, argentino com pedigree francês. O rótulo chega para o festival Le Grand Vin, que acontece todos os meses no restaurante, destacando sempre um grande vinho, servido em taça a preços convidativos, sempre às quartas e quintas no jantar. O vinho é feito pelo Château Cheval Blanc (França) e Terrazas de los Andes (Argentina). O evento – parceria entre o restaurante e o grupo Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH) terá como destaque a badalada safra 2002, cuja taça será vendida a partir de R$ 77,50 a quatro interessados em provar o
vinho no restaurante na noite, não necessariamente na mesma mesa. A garrafa será vendida a R$ 310. O sommelier do La Casserole, Sebastião Martins – conhecido como apenas Tom– diz que o vinho "veio ao mundo com uma assinatura muito diferente da maioria dos vinhos argentinos e com a idéia de criar um bordeaux latino". Aqui, a comida é que acompanha a bebida. E nessa função o restaurante sugere o Boeuf à la Mode (maminha ao vinho tinto e legumes, R$ 35) e outros dois pratos criados especialmente para a ocasião: Blanquette de vitelo ao molho de limão siciliano (R$ 35) e Confit de pato ao molho de cereja fresca com nhoque de mandioquinha (R$ 46).
ADEGA
Concurso à gaúcha Sérgio de Paula Santos
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ALMIR DUPONT/AG. RBS/AE
ento Gonçalves, capital nacional da uva e do vinho na Serra Gaúcha, sediou, do dia 7 a 10 deste mês, o 3º Concurso Internacional do Vinho. Foi um concurso de porte médio,
em que tomaram parte 240 vinhos de 13 países, com 42 jurados, 15 dos quais estrangeiros. Os vinhos degustados foram da África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Espanha, França, Itália, México, Nova Zelân-
dia, Portugal e Uruguai. E os jurados do exterior, da Argentina, Chile, Espanha, Itália, Portugal e Uruguai. A participação de vinhos poderia ter sido mais expressiva, não fossem os entraves burocráticos alfandegários, principalmente relativos a França e Alemanha. Todos os jurados degustaram todos os vinhos, distribuídos em Categorias e Grupos: Categoria I – Vinhos Brancos de Castas Não Aromáticas, de dois grupos, Vinhos Tranqüilos e Espumantes. Categoria II – Vinhos Brancos de Castas Aromáticas, entre Tranqüilos e Aromáticos. Categoria III – Vinhos Rosados de Castas Aromáticas e Não Aromáticas. Categoria IV – Espumantes. Categoria V – Vinhos Tintos. Categoria VI – VinhoscomLevedura de Véu, tipo Jerez Fino, Tokai Smarodni Chateau Chalon em três grupos: A – com até 4g/l de açúcares redutores; B – de 4 a 20g/l de açúcares. A organização primorosa foi da Associação Brasileira de Enologia (ABE), com supervisão da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), que enviou um delegado, bem como pela União Internacional de Enologia, também representada. Foi utilizada a ficha de degustação oficial da OIV, bem como seus critérios de mérito e pontuação para a premiação de vinhos Grande Ouro, Ouro e Prata. Pode-se dizer que do contingente de vinhos nacionais, correntes
destacaram-se muito especialmente os espumantes, tendência que vem se acentuando há algum tempo em vários concursos internacionais. Com relação a esses concursos internacionais de vinhos cabem duas considerações: 1) A participação das amostras é voluntária, participando dos mesmos os que assim queiram ou necessitam se fazer conhecer e divulgar. Vinhos consagrados não tem porque comparecer a congressos ou concursos. Por outro lado, às vezes, os próprios consumidores enófilos, promovem testes e degustações comparativas, as cegas, entre por exemplo vinhos do Novo Mundo com os europeus. Os "resultados" são variáveis e até imprevisíveis, onde as variantes incluem os méritos dos vinhos e mesmo o conhecimento dos participantes. 2 ) Os concursos internacionais de vinho têm diferentes níveis, conforme os locais onde se realizam. Os de Paris, Bruxelas e Milão têm um determinado peso (numérico), que não podem ser comparados com os da Eslovênia ou de Constantinopla. Os concursos simultâneos com as reuniões bienais da OIV, reúnem, pelas circunstâncias, os mais consagrados enólogos de todas as partes. O que se tem visto nos últimos tempos entre nós são diversos concursos patrocinados por revistas da área, associações de enófilos, importadores, com "jurados" de apreciadores, curiosos, "sommeliers-de-três-aulas" etc, cujos resultados, embora sem qual-
Vinícola em Bento Gonçalves
quer significado, são entretanto apresentados no "marketing" de importadores ou produtores: "Primeiro colocado no Concurso da Revista X". Como evento paralelo ao III Concurso Internacional de Vinhos do Brasil, tivemos a oportunidade de conhecer alguns vinhos novos, de variedades de uvas praticamente desconhecidos no nosso meio, a serem lançados no mercado em um ou dois anos. São vinhos muito interessantes. Tratam-se das variedades: Arinarnoa – um cruzamento de Merlot com Petit Verdot, que já no primeiro ano produzia em Encruzilhada do Sul, RS, um vinho interessantíssimo. Curiosamente não consta do "Guide to Wine Grapes" (Guia de uvas viníferas) do Jancis Robinson, a pitonisa do vinho para muitos. Será lançada
pela empresa Valduga. Marcelan – Cruzamento de Cabernet Sauvignon - Grenacha. Teroldego – Cruzamento de Merlot com Ancelotta do Alto Adige (Rotaliano), recém- chegada ao RS. São variedades de uvas promissoras, principalmente a primeira, que nos mostram como são infinitas as possibilidades de prazer do mundo do vinho. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.
HERDEIRO DE OFÉLIA ENSINA A COZINHAR PELA INTERNET Rodrigo Anunciato, neto da apresentadora do programa Cozinha Maravilhosa de Ofélia, conta segredos da culinária no site Cyber Cook: cybercook4.uol.com.br.
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Congresso Planalto Tr a n s i ç ã o CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Definições seguiram critérios técnicos e de competência administrativa, diz Serra.
GOVERNADOR APRESENTA A SUA EQUIPE
PRÓXIMO GOVERNO PAULISTA COMEÇA A GANHAR FORMA. CONHEÇA OS TITULARES DE CADA PASTA.
SERRA ANUNCIA MAIS NOVE SECRETÁRIOS
Jorge Araujo / Folha Imagem
O governador eleito do Estado de São Paulo já anunciou 10 secretários que comporão sua administração. Parte deles vem da gestão de Cláudio Lembo, parte é oriunda dos quadros montados para a Prefeitura da capital.
O
Serra e alguns dos novos indicados: equipe montada mais pelo perfil técnico do que pelo engajamento político-partidário.
Maria Lucia Marcondes Carvalho é a atual secretaria de Estado da Educação. Foi professora da Educação Fundamental, Ensino Médio, Graduação e PósGraduação. É autora de vários livros e atua como conferencista em diversos eventos no Brasil e no exterior. É professora da Universidade Mackenzie e PróReitora Acadêmica da Universidade Anhembi Morumbi.
CASA CIVIL Aloysio Nunes Ferreira Filho foi ministro chefe da SecretariaGeral da Presidência da República, ministro da Justiça, vice-governador do Estado e secretário estadual dos Transportes Metropolitanos. Cursou direito e Ciências Sociais na Universidade de São Paulo - USP. É bacharel em economia política e mestre em ciência política pela Universidade de Paris, França. Foi deputado estadual por duas
ASSISTÊNCIA Rogério Pinto Coelho Amato é o atual secretário de Assistência e Desenvolvimento Social. Ocupa o cargo de vicepresidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e da Associação Comercial de São Paulo. Além disso, ele também cuida de entidades filantrópicas.
SEGURANÇA Jorge Araujo/FI
Ronaldo Augusto Bretas Marzagão é advogado criminalista. Foi capitão da Polícia Militar, promotor e procurador de Justiça. Exerceu o cargo de presidente dos Conselhos Nacional de Defesa do Consumidor e Federal de Entorpecentes. Foi assessor do Secretário da Segurança Pública, na gestão do governador Franco Montoro.
PLANEJAMENTO
SAÚDE Sergio Andrade /Gov.SP
Milton Mansilha / Luz
Francisco Vidal Luna foi pesquisador e professor do Instituto de Pesquisas Econômicas (IPE) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Professor aposentado, já atuou na Secretaria da Fazenda durante o governo de Franco Montoro e foi ministro de Planejamento do ex-presidente José Sarney. Ocupa o cargo de secretário de Planejamento da Prefeitura de São Paulo desde janeiro do ano passado.
JUSTIÇA Luiz Antonio Guimarães Marrey é advogado formado pela USP e leciona Direito Penal da Universidade Paulista (Unip). Foi procurador geral de Justiça do Estado de 1996 a 2004. É o atual Secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura de São Paulo. Foi chefe de gabinete do Ministério da Justiça, na gestão de Paulo Brossard 1986/88). Representou o Brasil em seminário da ONU sobre legislação penal em 1987.
Marcos Fernandes/LUZ
Jorge Araujo/F. Imagem
vezes e federal por três mandatos. É o atual secretário de Governo de Gilberto Kassab, na Prefeitura de São Paulo.
Patricia Cruz / Luz
EDUCAÇÃO
Márcio Fernandes / AE
governador eleito ta da Justiça. Ele já havia anunde São Paulo, José ciado Mauro Costa, que coS e r r a ( P S D B ) , manda as finanças municipais, anunciou ontem o para a Fazenda. Para a área nome de mais nove secretários mais crítica do governo, a seque vão compor sua equipe de gurança, Serra confirmou o exgoverno. Agora, são dez os policial militar e promotor postos já definidos, entre eles aposentado Ronaldo Marzaos de pastas estratégicas, como gão. A opção de deixar Ferreira a da Segurança Pública, Admi- Pinto no comando do sistema nistração Penitenciária, Saúde prisional foi uma recomendae Educação. O tucano optou ção de Lembo, disse Serra. "Sepor manter quatro secretários rá a linha do trabalho firme, da equipe do governador duro contra o crime e respeitoCláudio Lembo (PFL). São so com os direitos humanos. eles: Rogério Amato (Assistên- Nem linha mole, nem linha ducia e Desenvolvimento Social), ra. É a linha correta," disse. Maria Lúcia Marcondes (EduSerra descartou que o vicecação), Luiz Roberto Barradas governador, Alberto Goldman, ocupará Barata (Saúde) e Antônio Fera S e c re t a r i a dos Transporreira Pinto ( A d m i ni s t r ates. Ele será o ç ã o P e n i t e nc o ord e n ad o r Será a linha do ciária). dos quatro trabalho firme, duro Quem tem o conselhos que contra o crime e perfil mais poo tucano prerespeitoso com os lítico é Amato, tende recriar ligado ao PFL. para integrar direitos humanos. Nem Maria Lúcia é as várias áreas linha mole, nem linha ligada a Lemd a a d m i n i sdura. É a linha correta. bo por ser reitração. É um cargo estratét o r a d a U n iJosé Serra versidade Magico e diretackenzie – o gomente ligado vernador também foi reitor da a Serra. Outra novidade é que a instituição – , mas não integra o segurança pública será cuidaquadro político do partido. da de perto por um desses conOutro pefelista cotado para in- selhos. Os outros três serão ditegrar o governo tucano é Gui- vididos nas seguintes áreas: lherme Afif Domingos, que te- política econômica, social e inria sido sondado para a pasta fra-estrutura. do Trabalho. Além do PFL, A decisão de ter um grupo PTB e PPS (partido que mudou para a segurança visa a melhode nome para MD – Movimen- rar a integração entre as pastas to Democrático) devem ter es- do setor. Durante a onda de paço no governo. atentados promovidos pelo Serra também confirmou PCC no Estado uma das falhas que levará para o Estado mais que vieram à tona foi a falta de três secretários que atuam na sintonia entre as duas secretaPrefeitura de São Paulo: Aloy- rias. Para a Secretaria dos sio Nunes Ferreira para a Casa Transportes, Serra trará José Civil, Francisco Luna para o Luiz Portella, que foi ministro Planejamento e Luiz Antônio da área na gestão Fernando Guimarães Marrey para a pas- Henrique Cardoso. (AE)
Luiz Roberto Barradas Barata é médico, formado pela Santa Casa de São Paulo com especialização em Saúde Pública pela USP. Foi assessor dos ex-ministros de Saúde, Adib Jatene e José Serra, e secretário adjunto de Saúde no Governo Covas /Alckmin.
TRANSPORTES Sérgio Lima/F. Imagem
José Luiz Portella é formado em Engenharia Civil e foi secretário executivo do Ministério do Esporte, além de assessor especial no governo Franco Montoro.
PENITENCIÁRIA Sergio Andrade/Palácio
Antônio Ferreira Pinto está no cargo desde junho de 2005. Procurador de Justiça, foi Secretárioadjunto na época dos governos de Fleury Filho e Mário Covas, entre 1993 e 1995.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Fotos: Rodrigo Coca/Futura Press
1 Devido à negociação com entidades da sociedade civil, resolvemos acabar com a mudança. Gilberto Kassab
PRESSIONADO, PREFEITO DE SÃO PAULO DESISTE DO X-TUDO Gilberto Kassab volta atrás e mantém forma atual de cálculo do IPTU
O
Recuo foi anunciado ontem por Kassab, durante inauguração do Centro de Referência para Combate ao Racismo
Desconto no IPTU: prazo para escolha termina no dia 30
Q
uem quiser usar os créditos do Imposto sobre Serviços (ISS) para pagar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de 2007 tem até o dia 30 de novembro para indicar o imóvel instalado no município de São Paulo que será beneficiado com o abatimento. Tanto inquilinos como proprietários podem ser beneficiados com um desconto de até 50% do valor do IPTU do imóvel. Para isso, devem ter notas fiscais eletrônicas de ISS que foram emitidas pelo site da Prefeitura de São Paulo (www.prefeitura.sp.gov.br/nfe) até o dia 31 de outubro por prestadoras de serviços localizadas na capital paulista. Um percentual de 10% (pessoa física) a 30% (pessoa jurídica) do valor de cada nota de ISS pode ser acumulado e usado como crédito. O tomador de serviço que tiver créditos para descontar do IPTU tem de en-
trar no site da Prefeitura e indicar o imóvel que receberá o abatimento. Ele não precisa ter nenhuma ligação legal com o imóvel escolhido. A Secretaria Municipal de Finanças de São Paulo contabilizou R$ 13,2 milhões em créditos que poderão ser usados para pagar o IPTU de 2007. O valor é considerado baixo, mas tem como justificativa o fato de a nota fiscal eletrônica ter sido implementada recentemente. O novo documento eletrônico passou a ser obrigatório em agosto para um grupo de prestadores de serviços que faturam mais de R$ 240 mil por ano; e, mês a mês, até novembro, essa exigência foi estendida a empresas de outras atividades. A Prefeitura lançou uma campanha para divulgar o uso de créditos do IPTU, mas muitas pessoas ainda não conhecem a possibilidade de desconto no imposto.
Bolsa – Seis mil transações de créditos de IPTU no valor de quase R$ 200 mil já foram realizados na recém-criada Bolsa d e I P T U ( w w w. b o l s a d e i ptu.com.br). A expectativa é de que o montante dos créditos negociados chegue a R$ 250 mil, segundo o diretor da Bolsa, Rodrigo Monzoni. Ele afirma que cerca de 20 mil usuários se cadastraram, visando ao uso dos créditos futuramente. Há a possibilidade de esses créditos serem utilizados em até cinco anos. Segundo Monzoni, para cada comprador de créditos há cinco vendedores. O deságio tem sido de 15% e futuramente pode ser de 20%. "Como atualmente não existe tanto vendedor, estão pagando mais para comprar. Se tiver mais gente vendendo, o deságio será maior, ou seja, o preço vai ser mais baixo", explica Monzoni. Adriana David
O peso dos impostos na bomba
A
obrigatoriedade de informar aos consumidores a carga tributária que incide sobre o litro da gasolina pode virar lei. Esse é o teor do Projeto de Lei nº 7454/06, que tramita no Congresso Nacional, obrigando os donos de postos a expor aos clientes, em local visível, os valores dos impostos e das contribuições embutidas nos combustíveis. O Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo (Sincopetro) apóia a proposta. O presidente da entidade, José Alberto Gouveia, entende que a medida pode ajudar o consumidor "a saber efetivamente qual é o tamanho da mordida que o governo dá". Para Gouveia, a execução
do plano contribuiria para que o consumidor percebesse a alta carga tributária que incide sobre a cadeia produtiva dos combustíveis. Ele lembra que os consumidores acreditam que são os donos dos postos que mais lucram com os altos valores. "Eu acho que a informação é sempre válida. O consumidor precisa ter a noção do que paga", afirma. Direito – Segundo a autora da proposta, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), é direito do consumidor saber quanto recolhe de tributo. "No caso da gasolina, os impostos chegam a representar mais da metade de seu valor final", destaca. O texto segue em conjunto com o Projeto de Lei nº 3488/97,
que inclui no Código de Defesa do Consumidor (CDC) a obrigatoriedade de informar a composição básica dos custos de produtos e serviços. O diretor-técnico da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Aldo Guarda, ressalta que, em diversas ocasiões, nas principais capitais brasileiras, os representantes da cadeia produtiva fizeram campanhas informando a população sobre os impostos que incidem sobre os combustíveis. "É fundamental que o consumidor conheça o valor do produto, quanto representa de imposto e quais são as margens da revenda dos postos e da distribuidora", defende. (AE)
prefeito Gilberto Kassab anunciou ontem que não vai alterar a forma de cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), já para 2007, em São Paulo. A decisão praticamente extingue o polêmico Projeto de Lei nº 552/06, apelidado de X-Tudo, que previa ainda mudanças no Imposto sobre Serviços (ISS) e Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI). Hoje, alguns vereadores de São Paulo deverão se encontrar com Kassab para discutir a criação de um substitutivo ao PL (já sem a mudança na cobrança do IPTU) e a elaboração de um novo projeto. A mudança de planos de Kassab foi anunciada durante a inauguração de um Centro de Referência em Direitos Humanos para Prevenção e Combate ao Racismo, na região central. "Devido à negociação com entidades da sociedade civil, resolvemos acabar com a mudança", declarou o prefeito. A idéia é suprimir do texto original os trechos que tratavam da
cobrança do IPTU e, em seguida, apresentar um novo projeto aos vereadores da Câmara Municipal. Com a desistência do X-Tudo, o substitutivo deverá se restringir à criação do Parcelamento Administrativo de Débitos Tributários (PAT), programa para parcelamento de tributos em atraso, com descontos de até 50%. Críticas – Pelo texto do projeto original, de autoria do Executivo, a cidade era dividida em três regiões. Nos bairros centrais da cidade, por exemplo, além de Tatuapé (Zona Leste) e Santana (Zona Norte), estava previsto um aumento de 8,6% no IPTU. Em bairros intermediários, como Ipiranga e Saúde (ambos na Zona Sul), o aumento seria de 3,7%. Nas regiões periféricas da cidade, as pessoas seriam beneficiadas com uma redução do imposto entre 4,5% a 7,2%. Agora, de acordo com a assessoria de imprensa do prefeito, todos os imóveis da cidade serão reajustados de acordo com o índice de inflação no ano – que deve ficar em 3,7%.
Polêmica – Desde que foi anunciado, o projeto vem enfrentando resistência de diversas entidades e praticamente de todos os vereadores da Câmara Municipal. Na semana passada, vereadores do chamado Centrão (formado por parlamentares do PL, PMDB, PP e PTB) chegaram a anunciar a elaboração de um substitutivo ao projeto de lei que seria apresentado amanhã. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) e outras entidades da sociedade civil organizada entregaram ao prefeito, recentemente, um estudo contrário ao projeto. Constatou-se, por exemplo, que um projeto de lei não poderia tratar de diferentes matérias tributárias porque fere as normas da Lei Complementar 95/98, que estabelece que cada lei tratará de um único objeto. O estudo conclui, ainda, que a proposta poderia elevar em 9,3% a carga tributária do paulistano em 2007. Ivan Ventura
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Nacional Finanças Tr i b u t o s Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
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CUSTO DA MÃO-DE-OBRA ATÉ 40% MENOR
real pago ao funcionário custa em média R$ 1,70 para a empresa devido aos encargos e tributos
EMPRESAS ADOTAM O PLANEJAMENTO TRABALHISTA PARA DIMINUIR GASTOS COM ENCARGOS TRIBUTÁRIOS
PLANEJAR PARA REDUZIR CUSTOS Lula Marques/folha Imagem
O O ministro Guido Mantega: não dá para ter ousadia só com renúncia fiscal; ela precisa estar casada com outras medidas para que o equilíbrio se mantenha.
Mantega defende equilíbrio fiscal
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ressionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fazer um pacote com medidas mais fortes no corte de tributos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, alertou ontem que não é possível ter ousadia somente de um lado, o das renúncias fiscais. O risco de se seguir nesse caminho, advertiu, será o desequilíbrio das contas públicas. "Ninguém quer abrir mão do equilíbrio fiscal", afirmou. Por isso, serão necessárias medidas para conter as despesas. "Ousadia se faz de diversos lados. Não dá para ter ousadia só com renúncia fiscal, porque desequilibra as contas públicas. A ousadia tem que estar casada com outras medidas, de modo que o equilíbrio se mantenha", disse Mantega. O ministro confirmou que o
governo vai incluir no pacote a proposta da Associação Brasileira da Indústria de Base (Abdib) que desonera de Imposto de Renda (IR) as aplicações financeiras de fundos privados de financiamento à infra-estrutura. A isenção poderá abranger a Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL). Amanhã, o presidente Lula volta a reunir sua equipe econômica para discutir a segunda versão do pacote fiscal. A primeira, apresentada na terça-feira passada, não satisfez o presidente, que pediu para sua equipe sair da "mesmice". Crédito – Os bancos oficiais deverão facilitar o crédito e encurtar os prazos para a liberação dos recursos, para que os investimentos fluam mais rapidamente. A medida faz parte do pacote, informou o ministro do Desenvolvimento,
ATA
Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Ele disse que estão em estudo 12 medidas, das quais 7 já são consenso. "Mas o País só vai crescer 5% ao ano se tiver um crescimento da poupança e dos investimentos que representem 25% do Produto Interno Bruto", afirmou. Previdência – Mantega ironizou a proposta apresentada pelo consultor Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), que prevê redução de R$ 50 bilhões nas despesas da Previdência, em quatro anos, apenas com a adoção de medidas de gestão. "Se essas medidas forem eficazes será a descoberta da América." Na semana passada, ele defendeu as medidas, mas ontem mudou o tom. A Previdência deve fechar o ano com déficit de R$ 41 bilhões. (AE)
planejamento trabalhista tem sido visto pelas empresas como uma maneira de reduzir custos. Medidas como a criação de banco de horas e a implantação de remuneração por meio da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) estão entre as mais adotadas pelas empresas. "É possível reduzir entre 20% e 40% os gastos da empresa com mão-de-obra. Em muitos casos, isso pode significar a salvação do negócio", diz o advogado Rodrigo Giostri da Cunha, do Lilla, Huck, Otranto, Camargo e Messina Advogados. Uma grande parte desses custos é relativa a tributos. Cunha diz que os encargos trabalhistas e previdenciários incidentes sobre a remuneração representam um custo adicional para a empresa da ordem de 70%, de modo que para cada R$ 1 pago ao empregado como salário, custa para a empresa pelo menos R$ 1,70. A implantação de medidas do planejamento trabalhista é mais fácil para empresas no início de atividade ou para novas contratações em empresas já constituídas. Cunha sugere o fornecimento de assistência médica, bolsa de estudos ou previdência privada, por exemplo, para compensar um salário menor. Como exemplo ele cita que uma empresa nova de 100 funcionários com remuneração mensal média de R$ 500 resultaria em uma folha salarial de R$ 50 mil. Somando os encargos de 70%, seu custo total seria de R$ 85 mil. "Se ao invés de
R$ 500 a empresa pagasse R$ 300 por funcionário, fornecendo os R$ 200 restantes por meio de plano de saúde, por exemplo, esse custo total cairia para R$ 71 mil", contabiliza. Banco de horas – Uma medida bastante usada pelo comércio é o banco de horas. Segundo a advogada Mioko Cirlei Kimura, do Tozzini, Freire Advogados, por meio de acerto com os sindicatos é possível utilizar essa ferramenta. "No caso do comércio é inte-
70
por cento da remuneração é o custo adicional que os encargos trabalhistas e previdenciários representam para as empresas ressante porque no Natal os funcionários trabalham mais horas, mas há épocas de pouco movimento em outros períodos do ano. Ao invés de receber hora-extra, esses funcionários poderiam compensar as horas trabalhadas a mais durante o fim do ano com horas trabalhadas a menos nos períodos de baixa", afirma. "Há casos em que para setores específicos da empresa é mais interessante contratar terceirizados do que celetis-
tas", diz Mioko. Mas isso só pode ser feito com relação a funções que não são essenciais para a principal atividade econôm i c a d a e m p re s a . O u t r a s opções são a utilização de contrato de trabalho por tempo parcial (duas horas/dia, por exemplo) ou indeterminado, ou ainda o teletrabalho, que diminui os gastos com a estrutura física da empresa. Cuidados – Outra observação importante que as empresas devem ter é saber se está obrigada a empregar cotas de pessoas portadoras de necessidades especiais e aprendizes. "Se a empresa descumprir isso pode ter de pagar multa administrativa ou ainda responder à ação judicial do Ministério Público do Trabalho. E se a empresa dispensar portador de necessidade especial, tem que contratar outro portador no lugar", alerta Cunha. A advogada Cristina Karsokas Tamasiunas, do Olimpio de Azevedo Advogados, diz que o planejamento trabalhista deve sempre ser feito com acompanhamento de advogados. "Se os funcionários de uma empresa recebem um prêmio-produção mensal e um gestor decide tirar esse prêmio para diminuir custos da empresa, por exemplo, ele vai gerar um passivo trabalhista porque, com a habitualidade no pagamento do prêmio, a verba já passou a integrar o salário dos funcionários", explica. Cristina lembra ainda, que o planejamento trabalhista deve ser analisado caso a caso. Laura Ignacio
CONVOCAÇÕES
EDITAIS
UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A CNPJ (MF) nº 61.594.172/0001-25 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente edital faço saber que no dia 19 de dezembro de 2006, no Centro de Convenções Rebouças, sito à Av. Rebouças nº 600 - São Paulo - Capital, será realizada a Assembléia Geral Ordinária para eleições dos membros efetivos e suplentes do Conselho de Administração e Conselho Fiscal da UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A. Em não havendo quorum em primeira convocação às 19:00 horas, realizar-se-á a Assembléia, em segunda convocação, a partir das 19:30 horas, com qualquer número dos convocados presentes. A respeito o Conselho de Administração baixará uma Resolução instituindo o processo eleitoral, visando orientar os interessados em concorrer a essas eleições, contendo as normas necessárias ao seu funcionamento. São Paulo, 16 de novembro de 2006. Ademar Cesar Fernaine - Diretor Presidente.
UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A CNPJ (MF) nº 61.594.172/0001-25 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente ficam convocados os acionistas da UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A para a Assembléia Geral Ordinária a realizar-se no dia 04 de dezembro de 2006 no Centro de Convenções Rebouças, sito à Av. Rebouças nº 600 - São Paulo - Capital às 19:00 horas, em primeira convocação e, em não havendo quorum, às 19:30 horas, em segunda convocação com qualquer número de convocados presentes, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1. Restabelecimento do número de 7 (sete) componentes do Conselho de Administração, conforme o disposto em Estatuto, reduzido a 3 (três) membros na A.G.E. de 19/12/2005. 2. Relatório referente ao processo de alienação do Patrimônio Imobiliário sob a forma de leilão, a cargo da Comissão de Vendas instituída em Assembléia Geral. 3. Prestação das contas referentes ao exercício findo em 31/12/2005 - publicada no Jornal Diário Oficial da União, em data de 11/07/2006 e Diário do Comércio em datas de 7, 8 e 09/07/2006. São Paulo, 16 de novembro de 2006. Ademar Cesar Fernaine - Diretor Presidente
COOPERDATA Vendas e Promoções - Cooperativa de Trabalhos dos Profissionais em Vendas, Promoções, Eventos e Turismo CNPJ nº 04.752.251/0001-83 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária A Cooperativa de Profissionais em Vendas, Promoções, Eventos e Turismo, por seu Diretor Presidente, de acordo com a competência contida no Estatuto Social, CONVOCA os 200 (duzentos) cooperados, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, que será realizada no próximo dia 01 de dezembro de 2006 na rua Ramal de Menezes, 232 - Bairro Lauzane Paulista, São Paulo - SP. A Assembléia se instalará às 14:00 horas, em primeira convocação, com dois terços dos associados; às 15:00 horas, em segunda convocação, com metade mais um dos associados, ou às 16:00 horas, em terceira convocação, com a presença mínima de 10 (dez) associados, para deliberar sobre a seguinte: ORDEM DO DIA: 1) Desmembramento do Grupo “CORPORAÇAO COOPERDATA”; 2) Prestação “Contas” processo financeiro/contábil; 3) Extinção do Abono Natalino; 4) Extinção e pagamento proporcional - Fundo de Poupança; 5) Mudança da denominação social da Cooperativa, com alteração do Estatuto. São Paulo, 17 de novembro de 2006. Sr. Celso dos Santos Rodrigues - Diretor Presidente. COMUNICADOS EDITAL DE CONVOCAÇÃO
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 078/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de uniformes escolares. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 29/11/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 10:00 horas do dia 04/12/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 09:00 horas às 10:00 horas do dia 08/12/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.
EXTRAVIO Comunica-se o extravio dos talões de Ns. Fs. Série D-1 de nº 201 a 500 da Firma: Ademar R. Bitencourt Jóias - ME, inscrita no CNPJ/MF: 05.459.721/0001-88 e Inscrição Estadual nº 116.780.679.117 com sede à Rua José Bonifácio nº 135 - 1º andar - sala 11C - conj. 13 - Centro - CEP: 01003-001 - São Paulo - SP tendo em vista invasão num arrombamento realizado em 25/09/2006. Há circunstância de fatos estranhos.
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A Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos Municipais de São Paulo - SEAM, convoca Assembléia Geral Extraordinária, de acordo com os artigos 22 e 23 item “c” dos Estatutos da SEAM, com as seguintes informações: DATA: 28/NOV/2006 - terça-feira LOCAL: Auditório da SEAM, sito à Av. Ipiranga, 318 Bloco A 1º andar - conj. 101 - Centro.HORÁRIO: Primeira Convocação: 18:00 horas. Segunda Convocação: 19:00 horas. ORDEM DO DIA: 1. Informes da presidência 2. Discussão e deliberação sobre a forma de encaminhamento da reivindicação do ganho de Produtividade para as carreiras de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos.
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 17 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Reqte: Abrasp Empreend. Adm. de Benefícios S/C Ltda. Liquidação Extrajudicial Reqdo: Abrasp Empreend. Adm. de Benefícios S/C Ltda. Liquidação Extrajudicial - Rua André Bernardes, 368 - 01ª V. Falências Reqte: Nugui S/A Comércio e Indústria Autofalência - Reqdo: Nugui S/A Comércio e Indústria - Autofalência - Rua Virgilio Várzea, 119 - apto. 33 - 01ª V. Falências Reqte: Surama Ribeiro de Lacerda Lima Reqdo: Ebid - Editora Páginas Amarelas Ltda. - Av. Brigadeiro Luis Anto-
nio, 277 - sala 67 - 02ª V. Falências Reqte: Cyklop do Brasil Embalagens S/A Reqdo: Granja Saito S/A - Rua Bretano, 537 - 01ª V. Falências Reqte: Euler Hermes Serviços de Gestão de Riscos Ltda. - Reqdo: Confortherm ArCondicionado Ltda. - Av. Gal.Valdomiro de Lima, 889 - 01ª V. Falências Recuperação Judicial Reqte: Indústria de Calçados Ludovico Ltda.-ME - Reqdo: Indústria de Calçados Ludovico Ltda.- ME - Rua Dr. Edgard Magalhães Noronha, 574 - 02ª V. Falências
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Prefeitura de São Paulo/Reprodução
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
1 O vale do Anhangabaú tem duas estações de metrô. Só por isso deveria ser mais disputado. Marco Antônio Ramos de Almeida, superintendente da Associação Viva o Centro
Área verde, estacionamento subterrâneo, Conservatório Dramático Musical, Balé da Cidade, salas de ensaio da Sinfônica Municipal e administração do teatro: novo uso para um quarteirão deteriorado
ARTE NOS PORTAIS DA CIDADE Com parte da verba já liberada, a Praça das Artes vai revitalizar o quarteirão formado pelo Anhangabaú, avenida São João, rua Conselheiro Crispiniano e praça Ramos
Encravada entre prédios, área verde dará acesso a estacionamento
Complexo artístico-cultural terá entrada também pela avenida São João
Rejane Tamoto
O projeto, no entanto, começa a se materializar ainda este m dos mais famo- ano, com a liberação de cerca de sos portais de aces- R$ 500 mil da Operação Urbana so ao Centro – o va- Centro, que reúne 14 entidades le do Anhangabaú da sociedade civil, entre elas au– deve passar por mais uma fa- tarquias e secretarias públicas e se de revitalização, com inves- organizações não-governatimentos públicos e privados. mentais. A verba será usada paDesta vez, a aposta é que as ar- ra desapropriar um imóvel lotes salvem um trecho do vale da calizado no número 250 da avenida São João, ao lado do Condegradação. A quadra em questão com- servatório Dramático Musical de São Paulo. preende a rua Segundo MarFormosa, a lateco Antônio Raral da praça Ramos de Almeida, mos de Azevesuperintendente do, a rua Conse- Os empreendedores da Associação l h e i ro C r i s p i- se foram. Os espaços Viva o Centro, a n i a n o e a das lojas viraram quadra que receavenida São berá a Praça das João. Neste tre- estacionamentos Artes tem uso cho, estão pre- clandestinos e muito abaixo de vistos o término cinemas pornôs do restauro do José Armando seu potencial. "O vale do Anhanprédio do CorMascigrande, comerciante gabaú tem duas reios, no próxiestações de memo aniversário de São Paulo, e também uma trô, uma em cada ponta. E só Praça das Artes, que conterá por isso, deveria ser mais disgaleria e prédios com espaço putado", afirmou. Comércio – Com dois cinepara ensaios de artes performáticas, além de cursos nas mas pornôs, bares e prostituiáreas de dança e música erudi- ção, o lado do Anhangabaú, ta. A Praça das Artes, no papel que divide o Centro Histórico desde 2005, está prevista para do Centro Novo (junto à rua até o término da gestão Kas- Formosa), passou por um forte processo de degradação. Na sab, em dois anos.
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opinião do comerciante José Armando Mascigrande, da Casa Mascigrande, loja que está há 101 anos no número 325 da avenida São João, o comércio desse lado do vale está morrendo. "Os empreendedores foram embora e, agora, os espaços que eram ocupados por lojas viraram estacionamentos clandestinos e cinemas pornôs", lamenta o lojista. Mascigrande afirmou que a imagem de insegurança que o vale do Anhangabaú passa aos clientes afetou o comércio. "Só consegui me manter ao mudar o foco. Em vez de vender apenas malas e artigos de couro, também confecciono e vendo malotes, pela internet", disse. Quem também sente falta do
movimento de clientes é uma das proprietárias do Hotel Central, Ísside Bonini Vieira da Rocha, localizado no número 288 da avenida São João. O hotel, em funcionamento desde 1938, tem taxa de ocupação de 60% de um total de 62 apartamentos. "Os perfis que atendemos são os turistas de negócios e mochileiros do Exterior. O problema é que quem está com muita bagagem não vem, porque no vale do Anhangabaú não pode entrar carro", disse. Junto ao projeto da Praça das Artes, há um estudo para a circulação de veículos no calçadão do Anhangabaú. "O problema é que a revitalização demora muito", afirmou Ísside. Mais Anhangabaú na página 2
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Marcos Fernandes/LUZ
terça-feira, 21 de novembro de 2006
OPERAÇÃO 32 HORAS: LOJISTAS DIZEM NÃO
A Gerdau anuncia hoje o nome de quem irá presidir o grupo no lugar de Jorge Gerdau Johannpeter (foto).
FALTA DE RETORNO FAZ LOJISTAS EVITAREM O FUNCIONAMENTO DAS LOJAS DE MADRUGADA NESTE NATAL
SHOPPINGS: SEM OPERAÇÃO 32 HORAS Foto: Marcelo Soares/Hype
Foto: Marcelo Soares/Hype
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Lojistas e comerciários assinaram Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta
Gasolina pode baratear R$ 0,04
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aumento de 20% para 23% na mistura do álcool anidro à gasolina, iniciado ontem, pode reduzir entre dois e quatro centavos o preço do litro da gasolina, de acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom). "O custo para cada distribuidora diminui, mas o preço é uma política de cada uma; é provável que algumas baixem o valor da gasolina, mas é impossível saber quais", disse Alísio Vaz, vice-presidente executivo da entidade. A data da redução nos preços pode variar de acordo com a fórmula de cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da gasolina entre os estados. Em alguns, a cobrança é feita por meio de pesquisa de preços e, em outros, por um valor fixo sobre o cobrado pelas
SOJA De acordo com a AgRural, 70% da área de cultivo já está plantada, mais do que em 2005.
distribuidoras. A diferença no mecanismo de cobrança e a transição de estoques pode atrasar a redução nos preços. O vice-presidente do Sindicom evitou comentar sobre um possível impacto de aumento para 25% na mistura do anidro à gasolina, após a revisão na política de mistura por parte do governo, prevista para janeiro. "Uma coisa de cada vez", resumiu o executivo. Pelos cálculos do governo, o aumento de três pontos percentuais na mistura deveria reduzir em até 1,5% o preço da gasolina. Safra – Se não houver um novo aumento na mistura em janeiro, o percentual de 23% vai gerar uma demanda de 306 milhões de litros de álcool e, conseqüentemente, economizar esse mesmo volume de gasolina até 1º de maio, quando começa oficialmente a safra 2007/2008 de cana-de-
Ó RBITA
açúcar, matéria-prima do etanol. O País consome entre 24 e 25 bilhões de litros de gasolina por ano, ou 2 bilhões de litros por mês. Já os estoques de álcool, atualmente em torno de 5 bilhões de litros, devem ser de, no mínimo, 500 milhões de litros no início da próxima safra. Estima-se que esse volume, chamado de estoque de passagem, possa crescer para 900 milhões de litros, pois há uma produção prevista de 400 milhões de litros de álcool em abril, quando várias unidades produtoras já começarão a processar a próxima safra. Nas usinas paulistas, o maior centro produtor, o preço médio do litro de álcool anidro recuou 1,31%, de R$ 0,86342 para R$ 0,85209, de acordo c o m o C e n t ro d e E s t u d o s Av a n ç a d o s e m E c o n o m i a Aplicada (Cepea/USP). (AE)
TRIGO Governo argentino deve anunciar, nesta semana, subsídios para os moageiros.
Newton Santos/Hype
PANOS QUENTES
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Receita Federal lançou nos portos e aeroportos de todo o País a operação "Panos Quentes" para combater a importação ilegal de tecido e vestuário da China, Índia e outros países do Oriente. As fraudes nas importações desses produtos ameaçam a competitividade da indústria nacional. O maior problema tem sido com a invasão de produtos chineses. As irregularidades mais comuns identificadas são de subfaturamento, falsa classificação e certificação de origem dos produtos. (AE) A TÉ LOGO
SUPER CASAS BAHIA – A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) homenageou a Casas Bahia, durante a abertura da superloja no Anhembi, com um bolo para todos os funcionários da empresa. Participaram da cerimônia o gerente comercial da ACSP, Paulo Ronaldo Capoletti, e o executivo de contas Marcos Adriano Valério. Representaram a rede a diretora de crédito Isabel Cristina Fraga, o gerente regional Wagner José de Souza, o diretor de marketing Raphael Klein e o diretor de lojas, Helio Daniel Politto. Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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800 funcionários aderem ao programa de demissão voluntária da Volks
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Cinco setores de infra-estrutura devem investir R$ 197,9 bi de 2007 a 2010
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Cortes de impostos têm efeito positivo na economia dos EUA, diz Paulson
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
s shoppings paulistas não devem funcionar 32 horas ininterruptas neste Natal. Segundo Ricardo Nacim Saad, advogado do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas), as administradoras de shoppings que aderiram à campanha nos últimos dois anos ficaram insatisfeitas com os resultados obtidos em 2005 e decidiram não adotar a estratégia. Ainda assim, na última sextafeira foi assinado um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta entre o Sindilojas e o Sindicato dos Comerciários (SECSP), para garantir que os direitos trabalhistas dos empregados sejam respeitados, caso os centros de compra prolonguem o funcionamento. Conhecida como Operação 32 Horas, a campanha proposta pelos shoppings demandou no ano passado investimentos da ordem de R$ 5 milhões para atrair o cliente na madrugada. Foram levadas feiras de design, desfiles de escola de samba, vendedores vestidos com pijamas, palhaços, malabaristas e caricaturistas, entre outras atrações. "Mas os clientes foram mais para passear do que para consumir. Os investimentos não compensaram o retorno. Dificilmente os shoppings que funcionaram 32 horas em 2005 farão a campanha novamente", disse Saad. Os shoppings Eldorado, Anália Franco, Morumbi, Ibi-
Saad: retorno não compensa
rapuera e Tatuapé estenderam o funcionamento no ano passado. Solange de Jesus, gerente da loja de moda feminina Practory, do Shopping Anália Franco, definiu a experiência que teve com a Operação 32 do ano passado como decepcionante. Segundo ela, no horário normal de funcionamento do shopping, das 10 horas às 22 horas, a loja em que trabalha faturou R$ 13 mil. "Na madrugada vendemos só R$ 1,6 mil, sendo que R$ 1,4 mil foi para uma única cliente. Havia muitos jovens. Lojas de tênis e o quiosque da Brahma venderam bem, mas a maioria das lojas não", disse Solange. Opinião parecida tem Imer Sicolin Mascolli, gerente da loja de moda masculina Harry's, do Shopping Anália Franco. "Eu levantei a bandeira favorável à Operação 32 horas por-
que esperava retorno financeiro. Mas foi uma decepção. Quem frequentou o shopping na época não tinha a intenção de consumir. O que vimos foram brigas causadas por baderneiros na madrugada. Acabou sendo um trabalho à toa", disse. Imer não repetirá a experiência neste ano, caso a operação volte a ser praticada. Abuso – Além de não terem o retorno financeiro esperado, uma série de denúncias contra lojistas foram encaminhadas às Delegacias do Trabalho. Comerciários que trabalharam na Operação 32 Horas em 2005 alegam não terem recebido, entre outros direitos acordados, o adicional noturno, hora extra, auxílio alimentação e transporte, além de terem cerceado o direito a intervalo entre jornadas . Pesquisa feita pelo SECSP verificou que 65,1% dos comerciários trabalharam acima de dez horas em sua jornada, chegando até 30 horas ininterruptas, o que é ilegal. Além disso, um terço dos trabalhadores (32,7%) não recebeu o vale-transporte nem o valor referente ao deslocamento nos dias de trabalho que, segundo Ricardo Patah, presidente do SECSP, havia sido acordado com o sindicato patronal. Quanto ao adicional de hora extra, somente 22,9% dos trabalhadores receberam, sendo que 83,8% dos comerciários tiveram jornadas superiores a oito horas. Renato Carbonari Ibelli INFORME PUBLICITÁRIO
Em Boa Companhia
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or valorizar as práticas de respon sabili dade social desenvolvidas pelas empresas e para destacar tais atividades, a Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA lançou, recentemente, o site Em Boa Companhia. O novo portal funciona como um canal de divulgação das ações sociais realizadas pelas companhias listadas na Bolsa e é uma oportunidade estratégica para que as empresas fortaleçam sua imagem institucional perante investidores e o público em geral. Ao estimular a transparência e a cidadania empresarial, o site vai ao encontro da tendência do mercado de valorizar ações socialmente responsáveis. Um mês após seu lançamento, o s ite já recebeu
mais de nove mil visitas de internautas acostumados a acessar a página da BOVESPA – a maioria com idade até 40 anos, graduados e pós-graduados, além de jovens estudantes. OBJETIVOS O site Em Boa Companhia é uma maneira simples de levar informações sobre a atuação socialmente responsável das empresas a diferentes públicos, facilitando o acesso a elas ao reunilas em um mesmo lugar. Desta forma, contribui para que as companhias sejam conhecidas e avaliadas por um número cada vez maior de investidores, com base em critérios de visibilidade, transparência e responsabilidade social. Além disso, o site funciona como um multiplicador de idéias e dados, que po-
dem servir como parâmetro para empresas que pretendem realizar investimentos sócio-ambientais. AGILIDADE Para garantir maior agilidade na atualização das informações do site, a própria empresa participante é responsável pela publicação das notícias, dos dados institucionais e dos balanços dos projetos sociais. Atualmente, 22 companhias já colocaram informações sobre seus investimentos sociais no site Em Boa Companhia, totalizando mais de 129 projetos de diferentes áreas. O maior número deles corresponde às atividades ligadas à área de Educação e Capacitação Profissional, seguida pelas áreas Cultural, Ambiental, Cidadania, Saúde, Comunidade e Esportes.
INICIATIVA
PARTICIPANTES
COMO PARTICIPAR
I A iniciativa da BOVESPA em criar o site Em Boa Companhia nasceu da constatação de que muitas empresas brasileiras, apesar de atuarem com firmeza nas áreas social e ambiental, não divulgam suficientemente seus projetos e programas.
I ALL, Bradesco, CataguazesLeopoldina, CCR, Coelce, Copel, CPFL Energia, CSU Cardsystem, Dixie Tog, Duke Energy, Energias do Brasil, Invepar, Mahle Metal Leve, Natura Cosméticos, OHL Brasil, Sabesp, Souza Cruz, Suzano Papel e Celulose, Suzano Petroquímica, TAM, Vale do Rio Doce e Weg.
I Empresas listadas na BOVESPA interessadas em participar do site devem mandar um e-mail para bovespa@bovespa.com.br ou ligar nos telefones (11) 3233-2446/2753. A adesão é voluntária e cada empresa recebe uma senha para atualizar seu conteúdo.
Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país
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Transpor te Ciência Urbanismo Saúde
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CONJUNTO TERÁ GARAGEM SUBTERRÂNEA
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Essa é uma área considerada de utilidade pública, com potencial de requalificação urbana. Marcos Cartum, arquiteto
Newton Santos/Hype
Correios, um presente de aniversário Revitalização da área tem como objetivo atrair investidores. Prédio dos Correios, renovado, será entregue em 25 de janeiro.
U
ma das expectativas de comerciantes, Poder Público e entidades é que a inauguração de parte dos restauros do prédio dos Correios, no próximo ano, e também o início dos trabalhos para a execução da Praça das Artes, neste ano, pela Prefeitura, devolvam a efervescência cultural que um dia marcou o Anhangabaú. "A vocação do vale é cultural, pela proximidade com o Teatro Municipal, pela antiga Cinelândia e pelo glamour que havia nos cinemas da região. Os projetos culturais, para reverter a decadência do vale, são coerentes", disse Paulo Vieira da Rocha, um dos proprietários do Hotel Central. Um dos primeiros projetos que poderá ser visto e aproveitado pelo público é o prédio dos Correios, cuja primeira etapa de reforma e restauros será concluída e inaugurada no próximo aniversário de São Paulo. As obras, iniciadas há 10 anos, compreendem a construção de uma agência central, que terá 42 guichês de atendimento, e uma loja de conveniência no térreo, com cerca de 5 mil m². Juntamente será inaugurado um mezanino de 3.317 m², que abrigará acervo permanente e exposições de arte temporárias. O valor empenhado pelos Correios nesta fase da obra foi de mais de R$ 12 milhões. Anexo – O prédio ainda passará por mais obras de restauro e reforma, mas ainda sem data para início. Segundo Fausto Weiler, consultor da presidência dos Correios, a segunda etapa de obras prevê a reforma dos pavimentos restantes e a construção de um prédio anexo para a instalação de um Centro Cultural dos Correios em São Paulo. O Centro Cultural terá uma sala para espetáculos de teatro, dois cinemas, espaço para exposições de artes plásticas, salão e praça de eventos, uma biblioteca informatizada, centro de convenções, livraria, café e restaurantes. "A previsão orçamentária para a segunda fase de obras é da ordem de R$ 40 milhões, verba que deverá ser obtida por meio da captação de recursos via leis de incentivos culturais. A idéia é que os Correios empreste o prédio histórico e um parceiro custeie e administre o Centro Cultural", disse Fausto. O projeto de restauro do prédio dos Correios, elaborado pelo escritório Una Arquitetos, foi escolhido em um Concurso Nacional de Arquitetura, em 1997. O edifício, construído entre 1918 e 1922, tem 18.850 m², cinco pavimentos (térreo, mezanino e três andares superiores) e é tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio
Histórico da Cidade de São Paulo (Conpresp) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Pólo – Segundo o arquiteto da Secretaria Municipal de Cultura e autor do projeto da Praça das Artes, Marcos Cartum, o prédio dos Correios junto com a praça, formará um pólo cultural No Anhangabaú, quadra degradada junto à avenida São João. Em vez de cinema pornográfico e prostituição, ações para atrair investimentos q u e v a i a l a- Fotos de Marcos Fernandes/Luz vancar o interesse de investidores na região. Cartum Estudamos a prevê que a abertura de um quadra que recalçadão e de um ceberá a Praça estacionamento das Artes, que subterrâneo em Marcos Cartum, autor do projeto compreende a rua Formosa, a conjunto com a lateral da prapraça das Artes. ça Ramos de Senão, Azevedo, a rua ninguém vai Co ns elh ei ro investir. Crispiniano e a avenida São Marcos Cartum, João terá préarquiteto Ísside Bonini, do Hotel Central d i o s c o m e rciais. "Essa é uma área contanto, deverão contestar a desas i d e r a d a d e Parte do restauro dos Correios, em obra há dez anos, deve ser entregue em 25 de janeiro propriação na Justiça. utilidade púCairo – Outro prédio que será blica, com porestaurado, no vale do Anhantencial de regabaú, é o que abriga o Cine Caiq u al i f i c aç ã o ro, também de filmes pornôs. O urbana", disse. prédio terá uma conexão com a Mascigrande: comerciante A Praça das Praça das Artes, que estará locaArtes será um lizada atrás dele. "Esse prédio complexo de De acordo com Cartum, o tem elementos de valor arquitequatro prédios projeto suprirá uma necessida- tônico, histórico e paisagístico que serão code do Teatro Municipal, que enormes. Para dar significado nectados por hoje utiliza apenas um terço de ao prédio, vamos eliminar uma uma praça – sua capacidade de apresenta- construção vizinha, que está paque hoje é um ções, em decorrência da falta de ra alugar, de modo a darmos oulocal de transespaço adequado para os en- tra configuração ao espaço", bordo de lixo – saios. Segundo o arquiteto, o disse. O prédio será a sede do localizado na Balé da Cidade, a Escola de Bai- Balé da Cidade e da Escola Murua Conselhei- Frontão do Conservatório Dramático Musical: prédio será a Escola Municipal de Música lado e a Escola Municipal de nicipal de Bailado, com espaço ro CrispiniaMúsica estão hoje em imóveis para ensaios com platéia. no. Sob a praça "O público poderá visitar o uma livraria religiosa, ao lado alugados e em más condições. haverá uma do Conservatório Dramático e O edifício centenário do Con- Centro de Documentação, a garagem subMusical de São Paulo. "Utiliza- servatório Dramático e Musi- sala de música do Conservaterrânea com remos a verba da Operação Ur- cal, na avenida São João, e o tório, os ensaios abertos do capacidade bana Centro, de cerca de R$ 500 anexo, na rua Conselheiro Cris- Balé da Cidade, caminhar pepara 400 vamil para dar início ao processo", piniano serão desapropriados la galeria e pela praça. Não é gas. Está em disse. Nesse terreno, será ergui- e, após restauro, formarão a Es- um projeto que vai contemestudo a aberdo um prédio de 1.125 m² para cola Municipal de Música. Re- plar só os artistas nem só a potura de calçaum Centro de Documentação presentantes do Conservatório pulação, mas a região como d õ e s d o Artística, que concentrará todo (uma fundação privada) no en- um todo", disse Cartum. (RT) A n ha n g ab a ú Avenida São João, junto ao vale do Anhangabaú o acervo de produções do Teatro para o tráfego Municipal, catálogos, acervo de de veículos. roupas, cenários entre outros. mento privado", afirmou. De acordo com o arquiteto, O prédio do Cine Saci, viziSegundo Cartum, o projeto um dos fatores que bloqueiam executivo da Praça das Artes se- nho ao Conservatório Dramátiinvestimentos privados no vale rá entregue no primeiro semes- co e Musical, será demolido. No é a dificuldade de acessar a re- tre de 2007. Seu custo estimado é lugar de uma sala pornô está gião de carro e estacionar. "Es- de R$ 40 milhões. A previsão de previsto um prédio de 5 mil m² tudamos a abertura de um cal- término é o final da gestão Kas- com galeria, cafés, bilheterias e çadão e de um estacionamento sab e o projeto será custeado pe- comércios ligados à cultura. O subterrâneo em conjunto com o la Prefeitura, iniciativa privada conjunto funcionará como uma projeto da Praça das Artes. Se- e Banco Interamericano de De- rua no miolo das quadras da não, ninguém vai investir", dis- senvolvimento (Bid). avenida São João e rua Consese. A idéia é que a acessibilidaArtes –O projeto da Praça das lheiro Crispiniano. O prédio de aos carros e um pólo cultural Artes deve começar ainda neste terá áreas de ensaio para a Orrevertam o processo de degra- ano, com a desapropriação de questra Sinfônica, Coral Lírico e dação no Anhangabaú. "O pólo um imóvel no número 250 da Coral Paulistano e para a admiserá a âncora para o investi- avenida São João, atualmente nistração do Municipal.
Prefeitura de São Paulo/Reprodução
O Cine Saci, na avenida São João, será demolido e dará lugar a um prédio de 5 mil m² com galeria, cafés, bilheterias e comércios ligados à cultura
Fachada do Conservatório, que será restaurado na avenida São João
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
O CÂMBIO NÃO É O VILÃO
G Para quem
tem vantagem competiva, o maior problema são os custos, principalmente, os do governo exportações e nada mais é do que o efeito líquido de um aumento de preços de 18,4 % e uma apreciação cambial de 12,5%. Nas exportações de minério de ferro, o efeito foi ligeiramente inferior (2,0%), dado que os preços subiram 16,6 % no mesmo período. A maioria dos analistas atribui a apreciação do real como vilão da lucratividade das exportações. Contudo, isto não corresponde à realidade se analisarmos que a formação de preços dos produtos exportados é o resultado da conjugação de dois fatores, preço e câmbio. Analisando a relação destes dois fatores em períodos diferentes, assim como o vetor demanda mundial, podemos encontrar uma boa razão pela qual, apesar da apreciação cambial, o desempenho das exportações permanece muito positivo. Mesmo analisando o período de 2003 a 2006, pode-se constatar que ocorreu uma pequena perda no vetor
Céllus
P
JOÃO DE SCANTIMBURGO PALAVRA DO EMPRESÁRIO
faturamento das exportações (cerca 6%), mas que foi altamente compensada pelo ganho de escala nas quantidades, que aumentaram cerca de 76%. Para 2006, a conta também é positiva e para 2007 não deve haver grandes mudanças, dado que o dólar deve encerrar o ano em R$ 2,13, ou seja, menos de 1% abaixo da cotação deste ano. A variação dos preços dos produtos exportados, por sua vez, deve crescer cerca de 0,5%. Não será o câmbio um problema de rentabilidade para quem tem vantagem comparativa. Mas sim os custos, principalmente, os que dependem do governo, como os impostos e a infraestrutura. Por esse motivo, pela expectativa da ausência de novos choques positivos no preço das commodities e pela expectativa de recuperação das importações – em virtude do crescimento da massa salarial e da produção industrial doméstica –, nossas projeções incorporam uma reversão da tendência da balança comercial de US$ 45,3 bilhões em 2006 para US$ 34,7 bilhões em 2007. A única ressalva é que, mesmo com o ajuste do balanço de pagamentos, os efeitos sobre a cotação do câmbio devem ser moderados. Ainda esperamos uma sobra de recursos no mercado cambial da ordem de US$ 18 bilhões, o que não deve permitir uma depreciação do câmbio.
O melhor dos mundos possíveis ROBERTO FENDT
N
COMENTÁRIO DE NATHAN BLANCHE, DA TENDÊNCIAS CONSULTORES WWW.TENDENCIAS.COM.BR
Jonathan Campos/AG. O GLOBO
ara os setores que têm vantagem comparativa não será o câmbio o problema da rentabilidade, mas sim os custos, principalmente, daqueles que dependem do governo, como os impostos e a infra-estrutura. Nos últimos meses foram intensos os debates e reclamações dos exportadores acerca do patamar da taxa de câmbio. Contudo, o vetor faturamento da rentabilidade do setor exportador de extrativa mineral, por exemplo, foi positivo no período de janeiro a setembro 2006 (em relação ao mesmo período de 2005) em 3,5%. Esse cálculo reflete o produto do câmbio pelo preço das
oticiou-se que a equipe econômica apresentará hoje ao presidente Lula um pacote de medidas para assegurar o crescimento sustentado da economia no segundo mandato. A ênfase dessas medidas recairia sobre o controle das despesas correntes do governo federal. O instrumento seria a manutenção do crescimento dessas despesas a uma taxa inferior à do crescimento do PIB, de forma a abrir um espaço para a retomada do investimento público e, por esse caminho, do crescimento sustentado. Não se conhecem ainda os detalhes desse conjunto de medidas. O ser humano tem horror ao desconhecido. O mesmo ocorre com a mídia. E, talvez, por não poder antecipar o que virá, procura escarafunchar o disponível, buscando projetar com o que se tem o que se desconhece. Talvez, por tudo isso, desencavou-se agora um documento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a nota técnica Uma agenda macroeconômica para 2007, do Boletim de Conjuntura nº. 74, publicado pela instituição em setembro de 2006. A nota técnica começa apontando que somente será possível retomar taxas mais elevadas de crescimento, simultaneamente com um efetivo combate à pobreza, se for viável politicamente implantar as necessárias reformas econômicas. Aponta a seguir que das reformas deve resultar uma redefinição do papel do Estado brasileiro, especialmente no que diz respeito à eficiência do gasto público e da regulação da economia. Tem razão o governo quando diz que se têm hoje melhores condições de retomar o crescimento a taxas mais elevadas que no passado recente. Ficou faltando dizer que essas condições são fruto de reformas anteriormente introduzidas. Essas reformas conformaram um novo regime cambial, de taxa flutuante; da introdução do regime de metas de inflação, que permite hoje que tenhamos taxas semelhantes às dos países desenvolvidos; e a geração de um saldo primário fiscal que, se não permite zerar o déficit do setor público, pelo menos foi capaz até agora de impedir o crescimento da dívida pública.
Saúde nunca é demais PEDRO TOBIAS
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A
implantação das necessárias reformas agora, como temos repetidamente salientado neste espaço, permitirá que já na próxima administração se alcancem taxas de crescimento similares às da Coréia do Sul ou do Chile - dois dos países com crescimento sustentado acima de 4% ao ano. Poderemos fazer ainda melhor, chegando ao desejável de apresentarmos taxas de crescimento superiores a 5%, como a Índia apresentou nos últimos dez anos. Mas isso requer que as reformas sejam feitas agora, não depois. Se alguém apontar que é pouco, é preciso atentar que os países com maiores taxas de crescimento, como a China, só agora estão aproveitando os ganhos de produtividade de uma força de trabalho que começa a aumentar a sua produtividade. O melhor dos mundos possíveis no momento, para usar a expressão de Leibniz, é semear agora para colher no futuro. Qualquer afirmação em contrário corre o risco de tornar-se puro voluntarismo.
A gora é melhor fazer as reformas que tentar crescer e gerar uma crise
B alança comercial cairá para US$ 34,7 bi
Presidente Guilherme Afif Domingos
Faltou também dizer que temos tido sorte com o regime de chuvas, o que é fundamental para que não tenhamos de volta o ap agão . E que estamos atravessando uma das melhores condições no mercado externo nas últimas décadas. Alguém dirá que sem sorte não se chega a parte alguma, com o que concordo. Mas, em sã consciência, ninguém pode imaginar que se terá uma sorte permanente e que as reformas restantes podem ser indefinidademente adiadas. É por essas razões que o documento mostra, sensatamente, que é melhor plantar agora e colher um maior crescimento no futuro que tentar crescer agora e gerar uma crise que reterá o crescimento novamente por um longo período. No entender dos economistas do Ipea, qualquer tentativa de crescer nos próximos quatro anos a uma taxa superior a 4% ao ano esbarrará na limitação imposta pela oferta de energia. Além disso, com uma taxa de investimento em torno de 20% do PIB, não se sustenta um crescimento maior que 4% ao ano.
O
Estado de São Paulo, sem sombra de dúvida, apresentou expressivos avanços na área da saúde nos últimos anos. Desde 1998 foram criados cerca de 4 mil leitos na rede hospitalar própria, unidades foram reformadas e ampliadas, a mortalidade infantil caiu 20,7% em cinco anos, o sarampo foi erradicado e a gravidez na adolescência vem caindo de forma constante. Definitivamente, podemos afirmar que a saúde paulista não ficou nem ficará desprotegida. O ex-governador Geraldo Alckmin, médico, conhecia o assunto como poucos. Já o governador eleito e ex-ministro da Saúde, José Serra, dispensa apresentações. No entanto, e como saúde nunca é demais, são muitos os desafios da próxima gestão, sobretudo no que se refere ao estreitamento de relações com as esferas federal e municipal, para reforçar a cooperação solidária no Sistema Único de Saúde (SUS) e exigir que cada governo
exerça, efetivamente, suas atribuições e responsabilidades, em benefício da população.
E
stá mais do que na hora de a União cumprir a Emenda Constitucional nº. 29, ampliando os tetos do SUS para o Estado e os municípios gestores plenos. Do mesmo modo, é preciso maior atenção às Santas Casas, com reajustes contundentes na tabela de procedimentos hospitalares. Não é possível que, a cada parto realizado, por exemplo, esses hospitais filantrópicos tenham prejuízo de R$ 482,61. O governo de São Paulo já provou que é possível fazer uma saúde melhor para todos. Chegou o momento, portanto, de unir esforços, independentemente de bandeiras partidárias, para construir um SUS ainda mais forte em nosso Estado. PEDRO TOBIAS, MÉDICO, É DEPUTADO ESTADUAL (PSDB)
C hegou o momento de unir esforços para construir um SUS forte em São Paulo
evelou no dia 10 de novembro o competente repórter do jornal Folha de São Paulo, Clóvis Rossi, em Davos, Suíça, no intervalo da sessão do Fórum Econômico Mundial esta declaração surpreendente: "O empresário Jorge Gerdau Johannpeter tem uma obsessão: ver o setor público brasileiro adotar métodos gerenciais capazes de dar efetiva resposta aos problemas da pátria." Não se trata de um qualquer ou de um empresário menos capacitado, mas de um grande no quadro dos empreendedores brasileiros, que diz o que pensa e o que pensa tem grande peso. Somente Gerdau poderia ver métodos gerenciais capazes de dar efetiva resposta aos problemas. É preciso mudar a natureza dos problemas e o método de atacá-los, a fim de que respondam aos empreendedores como eles desejam, segundo as técnicas administrativas do setor privado. Parece pouco, mas é muito. Vamos ver.
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setor privado faz as empresas obedecerem ao regime exclusivamente em sua categoria, não indo além das exigências dela própria, ao passo que o setor público tem a influência dos partidos, das exigências eleitorais que (queiram ou não queiram) acabam prevalecendo sobre todas as outras questões que alimentam a empresa. O setor privado tem, no máximo, um regulamento interno para a disciplina da empresa, enquanto o setor público tem o Estatuto do Funcionário, que não possui responsáveis diretos pelo funcionamento da empresa. Tem, em suma, o espírito público que deve dar atenção às ascendências e influências políticas que são, como se sabe, exigentíssimas, não admitindo recusas.
O
ão duas naturezas que se distanciam e quando se aproximam se chocam. O metrô de São Paulo é uma exceção e merece ser examinado à parte.
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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G O privado
e o público têm duas naturezas que se afastam, mas que às vezes se chocam
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Agronegócio Tr i b u t o s Finanças Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
SALDO DA BALANÇA AINDA É POSITIVO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
1,72
bilhão de dólares – esse foi o investimento estrangeiro direto no País no mês passado.
VALORIZAÇÃO DOS PAPÉIS NEGOCIADOS NA BOLSA CONTRASTA COM PÍFIO CRESCIMENTO DA ECONOMIA
BOVESPA CRESCEU 190% DESDE 2000
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esde 2000, o valor d e m e rc a d o d a s empresas com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 190%, de US$ 225,5 bilhões para um total de US$ 655,1 bilhões. Nem o investidor mais otimista poderia prever tamanho crescimento. A valorização dos papéis contrasta com o pífio crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no mesmo período: 18%. "É uma pena. Mas essa não é uma história de crescimento econômico. Existem outras razões", afirma o economista-chefe do Banco Pátria, Luiz Fernando Lopes. De acordo com ele, essa explosão do mercado de capitais brasileiro pode ser explicada por dois fatores principais: a percepção de que o prêmio de risco dos ativos no Brasil estava com os preços definidos de forma equivocada; e a melhora no ambiente externo, que aumentou o fluxo de investimentos para países emergentes. Lopes lembra que o País conseguiu obter avanços importantes nos últimos anos, como a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal, a criação do sistema de metas de inflação e a consolidação da política de câmbio flutuante. A constatação de que o Brasil é um país solvente, destaca, levou os investidores externos a corrigir os preços pagos pelos ativos nacionais. "O Brasil é um caso único. Foi construída toda uma história de país estável, mas não se consegue impulsionar o crescimento", afirma. O ex-diretor de Política Monetária do Banco Central (BC)
Milton Mansilha/LUZ – 27/9/06
e sócio da Mauá Investimentos, Luiz Fernando Figueiredo, concorda com a análise. Ele observa que o risco-Brasil, principal termômetro da confiança dos estrangeiros na economia do País, registrou queda importante no período. O que, pondera, evidencia uma mudança de postura em relação ao Brasil. O risco brasileiro hoje é negociado na casa dos 200 pontos, mas chegou a ultrapassar 2 mil pontos em 2002, antes das eleições presi-
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bilhões de reais é o valor de mercado das empresas que têm ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). denciais. A melhora na avaliação do risco permitiu também que as empresas nacionais pudessem captar recursos a taxas mais baixas no mercado externo. "Nos últimos anos, as empresas fizeram uma limpeza em seus passivos", diz. Liquidez — Além da correção nos preços dos ativos, Figueiredo observa que o mercado de capitais foi beneficiado pelo cenário externo favorável. O excesso de liquidez no sistema financeiro internacional aumentou o apetite dos investidores por aplicações em
mercados emergentes, o que contribuiu para elevar o volume de negócios na Bovespa. O giro financeiro médio cresceu 161%, passando de US$ 410,2 milhões em 2000 para um total de US$ 1,071 bilhão neste ano. Além da enxurrada de dólares que invadiu o País em busca de investimento com maior potencial de ganhos, o cenário da economia mundial ajudou as empresas exportadoras nesses últimos anos. Setores que voltaram suas baterias para o mercado externo tiveram forte valorização, como mostram as ações de siderúrgicas e mineradoras. "Mas isso não é capturado pelo PIB", lembra. Figueiredo diz ainda que o preço das commodities (como petróleo e metais) mudou de patamar desde o ano 2000. Essa alta nos preços teve forte influência no resultado das companhias e em seus desempenhos em bolsa. Entretanto, o impacto para a economia foi pequeno e indireto. O economista da Ativa Corretora, Arthur de Carvalho, também diz acreditar que a estratégia de buscar no cenário externo uma plataforma para o crescimento dos negócios pode explicar o divórcio entre o aumento no valor de mercado das empresas na Bovespa e a tímida expansão do PIB nos últimos anos. Carvalho ressalta que 60% do PIB é formado pelo setor de serviços, segmento que absorve pouco do dinamismo econômico da área exportadora. O desempenho da balança comercial também surpreendeu os analistas, que não previam superávit tão expressivo. (AE)
Mercado espera alta menor do PIB
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mercado financeiro reduziu pela segunda vez consecutiva a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006. Segundo a pesquisa semanal do Banco Central (BC), o boletim Focus, divulgado ontem, a média das expectativas do mercado é de crescimento de 2,95% neste ano, ante 2,97%, na semana anterior. Há quatro semanas, a estimativa de crescimento em 2006 estava em 3%. Para 2007, economistas consultados semanalmente pelo BC projetam expansão de 3,5%, mesmo índice apurado pela pesquisa anterior. Em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial do regime de metas de inflação, o mercado elevou a expectativa para 3,08% em 2006. Os prognósticos indicam queda de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros neste mês, para 13,25% ao ano. (AG)
´ DIVIDA Nova legislação e cenário externo favoreceram expansão da bolsa
Legislação contribuiu para avanço Inco eleva passivo externo do País
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legislação do mercado de capitais passou por profunda modernização nos últimos anos. De acordo com analistas, essa melhora na regulamentação contribuiu para dar mais confiança aos investidores, uma cobrança antiga, especialmente dos estrangeiros interessados em aplicar recursos no Brasil. Entre os principais avanços está a aprovação da nova Lei das Sociedades Anônimas, em 2001, que trouxe maior proteção aos acionistas minoritários. Analistas citam ainda o fim da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) sobre os negócios no mercado acionário e a criação, pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), do Novo Mercado, que exige as melhores práticas de governança corporativa. Essa mudança de cenário aumen-
tou o apetite dos investidores por ativos brasileiros, o que fez a oferta de títulos privados no mercado financeiro nacional disparar. Dos 15 lançamentos de ações feitos neste ano 12 foram no Novo Mercado. Captações — A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) calcula que as captações no mercado de capitais brasileiro devem chegar a R$ 120 bilhões em 2006, valor quase 70% superior ao registrado em 2005. Segundo o superintendente de registro da autarquia, Carlos Alberto Rebello, apenas o lançamento de ações deve ultrapassar R$ 35 bilhões, mais do que o dobro dos R$ 14 bilhões contabilizados em 2005. A previsão para este ano é quase o triplo do recorde registrado em 2000, quando as captações somaram R$ 42 bilhões, sendo que mais de um terço desse número refletia a troca
de ações da Telesp por recibos da Telefônica da Espanha negociados na Bovespa. Analistas lembram que o mercado de capitais vem andando com suas próprias pernas. Diferentemente do que ocorreu no passado, o setor não recebeu nenhum empurrão do governo, como no caso de ofertas públicas com a utilização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Desde 2005 as emissões em títulos privados, como ações, debêntures e notas promissórias, movimentam mais recursos do que o volume de empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às companhias no País. O desembolso estimado para o BNDES em 2006 é de cerca de R$ 50 bilhões, menos da metade do volume de captações previsto. (AE)
Bradesco quer escritório na China
O
Bradesco estuda abrir um escritório de representação na China para atender às grandes empresas brasileiras exportadoras, afirmou ontem o diretorpresidente do maior banco privado brasileiro, Márcio Cypriano. A China integrou-se à Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001 e abrirá seu setor bancário para investidores internacionais em 11 de dezembro, como parte de um programa de reformas do sistema financeiro local. "O que podemos montar é um escritório de representação, não um banco tradicional. Não vamos fazer operações de crédito", enfatizou Cypriano, descartando uma possível entrada do Bradesco no varejo bancário chinês. O executivo participou ontem da comemoração dos cinco anos de lista-
gem dos papéis do banco na Bolsa de Valores de Nova York. Outro foco do Bradesco no exterior, segundo ele, está nos Estados Unidos, onde o banco busca ampliar parcerias para remessas de recursos por brasileiros residentes no país. Inadimplência — Em Nova York, Cypriano disse que a taxa de inadimplência dos empréstimos concedidos pelo banco deve ficar em um patamar de 4% a 4,3% no próximo ano. "Houve uma mudança de p e r f i l re c e n t e m e n t e , c o m maior inclusão de pessoa física no portfólio de crédito e redução de operações para grandes empresas", afirmou. Cypriano disse também que as operações para pessoas físicas devem representar, no fim deste ano, 43% do portfólio de crédito do banco. A previsão para 2007 é de crescimento
desse percentual para 45%, estimou o executivo. Em 2004, de acordo com Cypriano, a participação era de 27%. Segundo o diretor presidente, as ações preferenciais (sem direito a voto) do Bradesco tiveram valorização de 540% em dólares desde 2001, quando os recibos começaram a ser negociados em Nova York. No mesmo período, os papéis ordinários (com direito a voto) registraram ganhos de 768%. Cypriano destacou ainda que, quando o banco iniciou a listagem em Nova York, o volume negociado em American Depositary Receipts (ADRs) do banco representava 22,5% da liquidez total. Atualmente, o volume de ADRs já é equivalente a 128% do que se negocia em ações do Bradesco na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). (Agências)
compra da mineradora canadense Inc o p e l a C o m p anhia Vale do Rio Doce gerou um aumento da dívida externa brasileira e uma piora dos indicadores de solvência externa do País em outubro. O valor da dívida, de acordo com dados divulgados ontem pelo Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), saltou dos US$ 160,839 bilhões de setembro para US$ 174,560 bilhões e sua relação com o Produto Interno Bruto (PIB) do País aumentou de 18% para 19,3%. Outro indicador afetado pela transação de compra da mineradora pela Vale do Rio Doce foi o da dívida externa líquida em relação ao PIB, que aumentou dos 8,2% de setembro para 9,1% no mês passado. Ao mesmo tempo, a operação elevou o valor dos investimentos diretos brasileiros no exterior, que atingiram a marca de US$ 15,022 bilhões no mês e elevaram o total do ano para US$ 22,827 bilhões. Com isso, a soma dos recursos que empresas brasileiras investiram no exterior supera os valores de investimentos diretos estrangeiros recebidos pelo País no mesmo período, que foram de US$ 13,628 bilhões. O chefe do Depec, Altamir Lopes, disse não estar preocu-
A
pado com as variações no saldo da dívida externa provocadas pela operação. Ele explicou que o impacto negativo causado pela contratação de um empréstimo externo de US$ 13,7 bilhões pela Vale será anulado pela própria aquisição da Inco. "O impacto da operação sobre o passivo externo líquido do País será nulo", afirmou Lopes. Monitorado pelos investidores externos, o passivo externo líquido serve de referencial para medir a relação entre as dívidas contraídas no exterior e os ativos mantidos por brasileiros fora do País. Em geral, a existência de dívidas em valores muito acima dos ativos é vista como um sinal de fragilidade da economia. A dívida externa total aumentou também por causa de emissões que o Tesouro Nacional fez fora do País. Em outubro, foram captados US$ 301 milhões. Superávit — A conta das transações de comércio e serviços do Brasil com o exterior fechou o mês de outubro com um saldo positivo de US$ 1,53 bilhão, um resultado menor do que o esperado pelo mercado financeiro e pelo próprio Banco Central, que esperava superávit de US$ 2,7 bilhões nesse período. As estimativas do mercado financeiro estavam em US$ 2 bilhões.
Mesmo assim, o resultado das transações correntes do balanço de pagamentos foi praticamente duas vezes maior do que o verificado em igual mês de 2005 e recorde para meses de outubro, na série do BC iniciada em 1947. No ano, a conta corrente do balanço já acumula superávit de US$ 11,66 bilhões, o que corresponde a 1,51% do PIB. O valor já está próximo à projeção do BC para o resultado do ano, que é de US$ 11,9 bilhões. De janeiro a outubro de 2005, o saldo em conta corrente era positivo em US$ 11,89 bilhões, o correspondente a 1,79% do PIB do período. Nos 12 meses encerrados em outubro, o superávit é de US$ 13,96 bilhões. Lopes explicou que o resultado abaixo do esperado em outubro ocorreu por conta do desempenho mais fraco da balança comercial, que teve superávit menor em função da aceleração das importações. Enquanto a conta corrente teve desempenho menor do que o esperado em outubro, os investimentos estrangeiros diretos (IED) somaram US$ 1,72 bilhão e superaram as projeções do BC (US$ 1,2 bilhão) e do mercado financeiro (o teto das estimativas era de US$ 1,5 bilhão). No ano, o IED soma US$ 13,628 bilhões, o correspondente a 1,77% do PIB. (AE)
Aumenta ritmo das importações
Exterior (Secex) identificou aumento de 33,9% na média diária de desembarques de bens em relação a outubro de 2005. As exportações avançaram bem menos (16,8%). Mesmo com esse movimento, a balança comercial acumula superávit de US$ 39,875 bilhões no ano — cifra US$ 4,1 bilhões menor que a meta traçada pelo governo para 2006.
O saldo acumulado no ano, de US$ 39,875 bilhões, igualmente apontou a tendência de 2006 fechar com uma variação mais forte nas importações que nas exportações, na comparação com 2005. De acordo com a Secex, os embarques do período somaram US$ 120,302 bilhões – volume 16,2% superior ao de igual período de 2005. (AE)
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ritmo mais forte de importações marcou o resultado da balança comercial das três primeiras semanas de novembro, período em que foi registrado saldo positivo de US$ 1,984 bilhão. A Secretaria de Comércio
DIÁRIO DO COMÉRCIO Agora é campeão! Eu tinha falado! Eu sabia e o Zagallo também! É tetra, caramba!" Souza
Esporte
1 Marcelo Ferrelli/AE
Ernesto Rodrigues/AE
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Estava faltando este título para mim. E o São Paulo também merecia, é claro." Júnior
Fernando Santos/Folha Imagem
Zagueiro e goleador, Fabão marcou o gol que garantiu o 1 a 1 com o Atlético Paranaense no Morumbi e é o primeiro dos campeões a confirmar que está deixando o São Paulo para jogar no futebol japonês em 2007
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O BRASIL E TRICOLOR Paulo Pinto/AE
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campeão do mundo finalmente é campeão brasileiro. Depois de uma década e meia de espera, período em que conquistou três vezes os títulos da Libertadores da América e do Mundial de Clubes, o São Paulo sagrouse novamente campeão brasileiro ao empatar, domingo, com o Atlético Paranaense por 1 a 1 no Morumbi. É o quarto título brasileiro do São Paulo, o primeiro depois da era Telê Santana. Comandado por Muricy Ramalho, o time tricolor sagrou-se campeão com duas rodadas de antecipação, beneficiado pela derrota do vice-líder Internacional para o Paraná por 1 a 0. Com 74 pontos ganhos em 36 jogos, oito a mais do que o vicelíder, o São Paulo não pode mais ser alcançado nas duas rodadas finais. Líder desde a 17.ª rodada, o São Paulo tem 21 vitórias, 11 empates e apenas quatro derrotas, marcou 64 gols e sofreu 32. Destaques da campanha tricolor, o goleiro Rogério Ceni e o volante Mineiro são candidatos ao prêmio de melhor jogador do campeonato. O jogo que garantiu o título não foi fácil, porém. Empurrado por 68.421 torcedores, o São Paulo foi ao ataque desde o começo do jogo e abriua festa aos 24 minutos: o zagueiro Fabão antecipou-se ao goleiro Cléber no escanteio cobrado por Souza e, de cabeça, fez 1 a 0. No fim do primeiro tempo, Aloísio sentiu uma contusão muscular e deu lugar a Lenílson. O São Paulo diminuiu o ritmo no segundo tempo e acabou cedendo o empate ao Atlético Paranaense, aos 34. O empate prorrogou por mais alguns minutos a espera de 15 anos pelo quarto título brasileiro. A torcida teve de aguardar o resultado de Paraná x Inter para escancarar a festa que se estendeu do Morumbi ao Anhangabaú. O São Paulo jogou com Rogério Ceni; Ilsinho, Fabão, Miranda e Júnior; Mineiro, Josué, Souza (Thiago) e Danilo; Leandro (Alex Silva) e Aloísio (Lenilson). Dois jogadores importantes trocaram o clube pelo futebol europeu durante o campeonato: o zagueiro Lugano e o atacante Ricardo Oliveira. O fascínio dos euros e dos dólares é o principal problema dos são-paulinos nos próximos tempos. Fabão está indo para o Kashima Antlers, do Japão, Danilo também vai embora e Mineiro ainda não deu certeza de que continuará no Morumbi. O São Paulo, no entanto, já vem cuidando dos reforços. Está recebendo o lateral Jadílson e negocia a contratação do zagueiro Adaílton, do Rennes, e do atacante Dagoberto, do Atlético Paranaense. Afinal, os são-paulinos já sonham com o penta em 2007.
almanaque Celso Unzelte
MURICY É BICAMPEÃO NO ANO DO TETRA Com a conquista do quarto título brasileiro pelo São Paulo 15 anos depois do terceiro, em 1991, é natural que nenhum dos jogadores atuais tenha participado das festas anteriores. No entanto, na comissão técnica há dois bicampeões. Um é Muricy Ramalho. Técnico deste ano, era um dos jogadores de meio-de-campo na campanha do primeiro Brasileiro conquistado pelo São Paulo, em 1977, embora na final estivesse afastado por contusão. O outro é o observador técnico Mílton Cruz, reserva do ataque naquele ano.
O PRIMEIRO TÍTULO, NOS PÊNALTIS
Muricy Ramalho, o comandante do tetracampeonato, é bicampeão: foi um dos destaques, como jogador, do primeiro título brasileiro, em 1977 Paulo Pinto/AE
Antonio Gauderio/Folha Imagem
O São Paulo do técnico Rubens Minelli não era o favorito na final do Campeonato Brasileiro de 1977, disputada já no dia 5 de março de 1978, contra o Atlético, no Mineirão. Mas soube segurar o 0 a 0, mesmo jogando como visitante em um estádio tomado por 102 974 pessoas. Nos pênaltis, a catimba do goleiro Waldir Peres, que costumava passar a mão no bumbum dos cobradores adversários para desconcertá-los, ajudou, e muito, na vitória por 3 a 2.
VITÓRIA DRAMÁTICA NA SEGUNDA CONQUISTA Novamente nos pênaltis, por 4 a 3, em Campinas, contra o Guarani, o São Paulo do técnico José Macia, o Pepe, conquistou seu segundo título brasileiro, o de 1986, já na noite de 25 de fevereiro de 1987. Foi uma das mais dramáticas decisões do Campeonato Brasileiro em toda a história. Com a bola em movimento, houve dois empates: 1 a 1 no tempo normal e 2 a 2 na prorrogação, totalizando a igualdade em 3 a 3, graças ao gol do ex-bugrino Careca para o São Paulo, nos últimos instantes quando os alto-falantes do Estádio Brinco de Ouro já estavam tocando o hino do Guarani e comemoravam a conquista do título.
PELA TERCEIRA VEZ, FORA DE CASA
O volante Mineiro e o goleiro Rogério Ceni, destaques da campanha tricolor, disputam o prêmio de melhor jogador do Campeonato Brasileiro
Pela terceira vez o São Paulo era campeão brasileiro jogando a decisão fora do Morumbi. O adversário, dessa vez, foi o acertado Bragantino de Carlos Alberto Parreira. O São Paulo de Telê Santana havia vencido a primeira partida da decisão por 1 a 0, gol de Mário Tilico. Por isso, em Bragança Paulista, no dia 9 de junho de 1991, bastou um empate (0 a 0) para colocar no peito as faixas do título que possibilitou a conquista da Libertadores da América e do Mundial de Clubes no ano seguinte. Abria-se no Morumbi a década e meia de sucesso internacional que renderia mais dois títulos sul-americanos e mundiais antes que o São Paulo voltasse a ser campeão brasileiro neste domingo.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Política VOTAÇÕES
Arquivo DC 04/02/05
A gente sabe que o cenário está difícil, mas a nossa proposta é colocar em votação as MPs, ganhando ou perdendo. Arlindo Chinaglia (PT-SP)
O Congresso perdeu praticamente todo o ano à espera do resultado das eleições. Agora, com Lula novamente no poder, os partidos fazem de tudo na conquista de cargos e peso político, o que pode comprometer votações urgentes que deveriam ser feitas ainda este ano. Tudo é moeda de troca.
A Chinaglia: votação contra o Fundeb seria um grande desgaste político. Dida Sampaio / AE
Fábio Motta/ AE - 03/06/06
À esquerda, Vicentinho confia no acordo entre PT e PMDB. À direita, a petista Maria do Rosário, que briga por mais espaço.
GOVERNABILIDADE À PROVA
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favorecimento em concorrências, em troca de propinas e contribuições para campanhas eleitorais. Com Dirceu, que deixou o governo em junho de 2005, Lula aprovou as reformas do Judiciário, Previdência (setor público) e tributária (parte). "A produção legislativa foi um desastre nos últimos dois anos. Eu atribuo isso a ausência de um coordenador. Na ponta do lápis, o governo Lula não perdeu a base de apoio. O problema é que ela não funcionou mais. É como um time de futebol. Você escala onze craques no papel, mas ele não funciona em campo porque não tem um treinador competente", compara o cientista político. Antonio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que fiscaliza o Congresso, acrescenta que Lula precisa arrancar bem no início do segundo mandato. Queiroz diz que Lula precisa aprovar a DRU, que permite ao governo
movimentar recursos, e a CPMF, que representa uma receita anual de R$ 32 bilhões, no início do mandato. "Sem aprovar as prorrogações, o governo corre o risco de acabar antes de começar". Quem seria o novo ideal para fazer a coordenação? Segundo Jairo Nicolau, o governador do Acre, Jorge Viana (PT), que deixa o cargo no final do ano, pode ser uma aposta por seu tom conciliador e por conhecer o Congresso. Além disso, por sua experiência administrativa, ele poderia conversar com os governadores para terminar a reforma tributária. Viana, segundo os bastidores de Brasília, deve mesmo fazer parte do ministério de Lula. Os nomes do ministro Tarso Genro (PT) e o deputado federal Ciro Gomes (PSDB) estão fora de especulação pelo comportamento explosivo. "O ministro ficou muito marcado pela oposição pelos ataques à candidatura de Geraldo Alckmin na campanha", comenta Nicolau. (SK)
TRÊS PROJETOS ALIVIARIAM O JUDICIÁRIO
A
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, se reunirá na semana que vem com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) e com os líderes partidários para pedir a votação, ainda neste ano, de pelo menos três projetos de lei que desafogariam a Justiça. Segundo ela, todos os processos judiciais que hoje estão em tramitação seriam colocados em dia aproximadamente dentro de dois anos, após a entrada em vigor. A própria ministra pediu a Aldo que participasse da próxima reunião de líderes, para que ela defenda a importância dos projetos. Um deles é o que disciplina a edição, a revisão e o cancelamento das súmulas
A produção legislativa foi um desastre nos últimos dois anos. Eu atribuo isso a ausência de um coordenador. Jairo Nicolau (Iuperj)
EM COMPASSO DE ESPERA
O PT pressiona, mas não se rebela. Acho que é possível o PMDB ficar com o Senado e o PT com a Câmara. Deputado Vicente Paulo da Silva ( PT- SP)
udo indica que o presidente Lula terá maioria no Congresso no segundo mandato. A questão é encontrar o articulador político certo para não repetir os problemas do primeiro mandato. A opinião é de especialistas na área. "O presidente precisa arranjar um líder que seja respeitado e consiga organizar minimamente a agenda governista", analisa o Jairo Nicolau, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj). No caso de proposta de emenda à Constituição, por exemplo, o quórum de aprovação é de três quintos, ou seja, 308 votos. De acordo com Nicolau, Lula tinha essa maioria no início do mandato. Ele começou a patinar depois que o todo-poderoso José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil, envolveu-se no escândalo dos bingos, em fevereiro de 2004. O seu então assessor Waldomiro Diniz foi exonerado do cargo após as denúncias de que negociava com bicheiros o
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vinculantes – as decisões tomadas pelos tribunais superiores que devem ser seguidas por todo o Judiciário. Ordem – Outro permite recurso extraordinário ao STF só nos casos de repercussão geral, o que reduzirá o número de ações que chegam à mais alta Corte do País. O terceiro regulamenta os mandados de segurança coletivos. Apesar do esforço, é pouco provável que a Câmara consiga votar a pauta que tem até o início do recesso, previsto para fim de dezembro. A Casa tem pela frente votações polêmicas, como a da medida provisória que fixa em 5,01% o reajuste das aposentadorias acima de um salário mínimo. O PFL quer um índice de 16,67%
e, como o governo não tem maioria, há o risco de derrota. Até agora, a lista de prioridade dos líderes inclui a emenda que cria o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que precisa de votação em dois turnos, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, o segundo turno da emenda que acaba com o voto secreto nas decisões do Congresso, a cassação do deputado José Janene (PPPR), acusado no escândalo do mensalão, e a votação para preenchimento de vaga do Tribunal de Contas da União (TCU). Antes da votação de qualquer projeto, no entanto, a Câmara terá que destrancar a pauta e votar nove medidas provisórias. (AE)
quarenta dias do final do mandato, uma fila de projetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aguarda votação no Congresso. Desde o início da crise do mensalão, em junho de 2005, o petista governa praticamente por medidas provisórias. Qual a razão? Ele não teve mais uma base sólida para aprovar os projetos e enfrentou uma oposição (PSDB e PFL principalmente) cada vez mais feroz. Não bastasse isso, PT e PMDB, que Lula tenta atrair para o governo de forma definitiva, estão agora em pé de guerra pelo comando da Câmara e Senado, tornando o cenário político imprevisível. Na prática, os petistas querem a presidência da Câmara e a manutenção dos 12 ministérios que ganharam no primeiro mandato. Lula já avisou ao PT que o partido perderá espaços no segundo mandato. O cenário mais dramático é na Câmara. O presidente Aldo Rebelo (PC do B-SP) volta hoje ao trabalho com a missão de colocar em votação nove medidas provisórias (MPs) ainda esta semana. Sem votá-las, não há como colocar os projetos do governo em pauta. Vo ta çõ es – Entre as MPs, destacam-se a 316/06 que corrige os benefícios pagos pela Previdência acima de um salário mínimo; a 317/06 que amplia as renegociações de dívidas rurais; a 318/06 que libera R$ 858 milhões para a concessão de crédito a estudantes do ensino superior, e a 323/06 que autoriza a compra de medicamentos contra a AIDS, malária e tuberculose. Já os projetos do governo (confira a lista abaixo), destacam-se: a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que deveria ser votada no primeiro semestre, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento de Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que foi alterada no Senado e agora volta à Câmara, a Reforma Tributária (unificação das alíquotas de ICMS) e o Orçamento. No fogo cruzado da negociação está o líder do governo,
Arlindo Chignalia (PT- SP). Ele articula sua candidatura à presidência da Câmara e admite a dificuldade. Ele adianta, no entanto, que o governo vai se mexer para destrancar a pauta a partir de hoje. Ano que vem– De acordo com líder governista, a estratégia é reunir a base aliada e levar ao presidente da Câmara uma proposta. A sucessão está fora de pauta porque o resultado da eleição só se aplica em feveveiro, embora tenha passado quinta e sexta-feira em articulações. "A gente sabe que o cenário está difícil, mas a nossa proposta é colocar em votação as MPs, ganhando ou perdendo. Acredito que a oposição não votará contra o Fundeb, por exemplo, pois seria um desgaste político muito grande", diz o líder petista. Outro aliado do presidente, o deputado Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, admite a dificuldade com o PMDB, todavia, defende o entendimento. "O PT pressiona, mas não se rebela. Acho que é possível o PMDB ficar com o Senado e o PT com a Câmara". A deputada federal e dirigente nacional Maria do Rosário (PT-RS) reforça a pressão: "O partido tem direito a pleitear o cargo de presidente". Qual a justificativa? Apesar de eleger menos deputados que o PMDB (83 contra 89), obteve
mais votos para deputado federal - 13,9 milhões contra 9,3 milhões. "É uma reivindicação natural. Essa negociação ocorrerá dentro do espírito de uma coalizão de partidos que dará sustentação ao governo. Não é uma coisa isolada com três ou quatro pessoas", defendeu a petista. Acordo - O Orçamento de 2007 e a prorrogação da vigência da Desvinculação das Receitas da União (DRU) e a CPMF também preocupam os petistas. A peça orçamentária precisa ser aprovado até 31 de dezembro. O orçamento deste ano foi aprovado somente em abril. A vigência da DRU e da CPMF podem ficar para o próximo ano. "É importante para o presidente Lula fechar o ano com o orçamento de 2007 aprovado. Sem a aprovação do projeto, o governo poderá movimentar só uma parte dele . Isso prejudica os programas sociais que beneficiam as camadas pobres da população", comentou Vicentinho. Apesar da dificuldade, para Arlindo Chignalia é possível fazer um acordo e aprovar o Orçamento. "O processo eleitoral dificultou a aprovação da peça orçamentária. Agora o cenário é outro. Um novo governo se inicia e é possível o entendimento com a oposição". Sergio Kapustan
SINAL VERDE PARA FUNDO COM FGTS
O
ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse ontem, após conversa com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deu sinal verde para a proposta de criação do fundo de investimento em infra-estrutura formado com recursos do patrimônio líquido do FGTS. Segundo Marinho, a proposta já foi aprovada pelo Conselho Curador do FGTS. Ele conversou sobre a proposta com Mantega. O ministro disse que falta ainda o presidente decidir se o fundo será criado por medida provisória ou por meio de um projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso Nacional. Marinho comentou que, se o fundo for criado por MP, em janeiro de
2007 poderá estar operando. De acordo com as informações dele, o patrimônio líquido do FGTS é hoje de aproximadamente R$ 20 bilhões, dinheiro integralmente investido em títulos públicos. Marinho disse que o fundo poderá utilizar 80% do patrimônio do FGTS em infra-estrutura. E poderá aplicar em investimentos de saneamento, energia, rodovia, ferrovia e outros projetos. CEF – Segundo ele, as ações na área de infra-estrutura são uma exigência de Lula. Marinho também informou que caberá à Caixa Econômica Federal administrar os recursos do fundo. O ministro do Trabalho aproveitou para dar a sua receita de equilíbrio das contas da Previdência: crescimento da econo-
mia e continuidade na melhoria da gestão. Segundo Marinho, as medidas já implementadas pelo governo vão garantir uma redução de cerca de R$ 10 bilhões. Pelos cálculos dele, o déficit da Previdência este ano ficaria entre R$ 50 bilhões e R$ 52 bilhões, mas, com as medidas, fecharia o ano entre R$ 40 bilhões e R$ 42 bilhões. "Para equilibrar a Previdência, precisamos (fazer) crescer a economia e dar continuidade ao processo de gestão", disse. Ele previu, também, que a aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas vai diminuir a informalidade no mercado de trabalho. "Vocês vão ver o impacto que vai dar. Será grande", garantiu. (AE)
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
A IMPORTÂNCIA DOS ACESSÓRIOS DA MODA
5 As tendências das bijuterias têm presença cada vez mais marcante do mundo da moda
Luludi/LUZ
Expositores da Bijóias, realizada em São Paulo, mostram tendências
BIJUTERIAS: MAIS BÁSICAS QUE ACESSÓRIAS Setor alavanca negócios anuais de US$ 220 milhões
B
ijuterias estão deixando de ser acessórias e se tornando essenciais. Muitas vezes, é delas a responsabilidade de dar graça a um visual básico de jeans e camiseta. Ou realçar uma composição clássica, quando o escolhido é o famoso pretinho. Além disso, brilhos e enfeitinhos, antes limitados a orelhas, colo e mãos, podem se tornar complementos em reluzentes sandálias e bolsas. A emancipação dos produtos alavancou os negócios do segmento, que deve movimentar neste ano US$ 150 milhões (folheados) e US$ 70 milhões (bijuterias). De acordo com Vera Masi, diretora da Bijóias, tradicional exposição de novidades para lojistas realizada em São Paulo, o movimento do setor no País cresce à taxa de 40% ao ano. "Hoje vemos sandálias rasteiras com cristais e bolsas combinando com os detalhes das bijuterias. O produto mexe com a emoção, por isso a produção aumentou", afirma Vera, informando que 80% dos clientes são mulheres. Apesar de 2006 ser considerado um ano difícil pelo segmento, o faturamento das empresas deve crescer 18% em re-
lação a 2005. "É um bom índice, considerando que muitos outros setores não conseguiram nem manter o volume, quanto mais crescer. As pessoas reclamam do desemprego, da renda baixa e ficam com a auto-estima abalada. Os acessórios ajudam a animar", diz Vera. "Em comparação às roupas, bijus e folheados têm preços mais acessíveis." Segundo Vera, o Natal é a data mais importante do setor. A última edição da Bijóias foi realizada nos dias 17 e 18 passados, no Centro de Convenções Frei Caneca. "Esperamos aumento nas vendas de 25% em comparação ao evento realizado em agosto e que movimentou cerca de R$ 30 milhões. Aproximadamente oito mil visitantes apareceram para comprar e ver tendências", informa. Mas o número poderia ter sido maior, avalia a promotora de negócios, lamentando o feriado de ontem e os atrasos em vôos, contratempos que atrapalharam quem queria vir para São Paulo. "Os visitantes poderiam chegar a 10 mil." Um dos objetivos dos representantes do setor é melhorar as vendas externas. Atualmente, as exportações de folheados chegam a US$ 63 milhões e as
Vermelhos e rústicos
M
enos é mais. O jargão de estilistas de moda serve também para o mundo dos acessórios. De acordo com a consultora de moda Danielle Gonçalves, o sucesso do Natal serão as pedras vermelhas, seguindo o estilo náutico. No réveillon, os cristais é que cairão bem. Para o verão, as tendências da África, como o rústico, a madeira e as sementes também serão as mais usadas. "O cristal poderá ser usado com dourado e com outras cores e materiais", afirma Danielle. Ela diz que a consumidora
não precisa comprar muitos itens da tendência navy, que não vai durar até 2008. E sugere que os excessos não podem ser ostentados em todos os lugares. "A pessoa não pode usar muitos anéis, brincos grandes e colares. O verão pede coisas leves. Ou muito anel, ou muito colar, ou muito brinco. Tudo junto, não." Se alguns materiais encareceram, é necessário substituir com bom gosto. A Korpus Nu (leia texto acima) substituiu as famosas pedras Swarovski pelas austríacas, também muito chiques. (NM)
Ednaldo e Sueli, da Itallu's
de bijuterias, a US$ 7 milhões. "O número é pequeno, mas cresceu cinco vezes sobre o total registrado em 2005. O potencial é enorme", diz. Expositores – O entusiasmo dos participantes da Bijóias variou de alto para médio. Um dos estandes mais lotados era o da Itallu's Acessórios, de Ednaldo Marques da Silva, para quem as vendas neste ano subiram 15% em relação ao fechamento de 2005. "Há dois anos as peças de cristal são as preferidas do público", afirma a mulher de Ednaldo, a designer Sueli Carvalho Santos. Miguel Luiz Eilers, diretor comercial da Postai Prata, empresa de Curitiba que tem 20 anos de mercado, também espera aumento de 15% no faturamento em 2006. Mesmo assim, o resultado deve ficar longe do recorde de 2002. Com as mãos e unhas machucadas de tanto trabalhar nas peças, o proprietário da Korpus Nu, Marco Aurélio Carreiro Teodoro, afirma que o faturamento da empresa caiu 40% nos últimos cinco anos. "Se a cliente comprava R$ 1 mil, hoje leva R$ 300, e ainda chorando." Para ele, os problemas são a concorrência e o dinheiro curto do consumidor. "Alguns empresários já utilizam o plástico em vez do cristal. É mais barato", diz. Neide Martingo
As novidades da Bijóias atraíram oito mil lojistas. Alguns fornecedores, como Marco Aurélio Carreiro Teodoro, da Korpus Nu, procuram novos materiais.
Rubens Chiri/AE
Morumbi, 19 de novembro de 2006 Em pé: Alex, Carlinhos, Fabão, André Dias, Miranda, Ramalho, Danilo, Rogério Ceni, Lúcio, Tadeu, Alex Silva, Mateus, Rodrigo Fabri, Bosco, Edgar e Edcarlos. Agachados:Leandro, Junior, Ilsinho, Alex Dias, Aloísio, Richarlyson, Thiago, Souza, Lenílson, Josué e Mineiro.
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Planalto Congresso Reforma Agrária Corr upção
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Essa prorrogação não tem apoio nenhum e é inconstitucional. Antonio Carlos Biscaia
SEM-TERRA FAZEM NOVAS INVASÕES
Eymar Mascaro
Xeque-mate
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ão é apenas a candidatura à Prefeitura de São Paulo, em 2008, que Marta Suplicy reivindica do PT. A ex-prefeita quer também o controle do partido no Estado, conduzido atualmente por Paulo Frateschi, que foi um dos coordenadores de campanha de Aloyzio Mercadante ao governo paulista. Marta tem como trunfo o sucesso da coordenação da campanha do presidente Lula em São Paulo no 2º turno. O candidato petista arrancou 2 milhões de votos a mais do que no 1º turno, graças à estratégia traçada pela exprefeita. Com a gratidão de Lula nas mãos, Marta agora está mandando a fatura para o partido.
MAIS UM DIA DE INVASÕES Diferentes grupos de sem-terra fizeram protestos em várias partes do País. MST, Fetagri, MTL e outros movimentos invadiram fazendas em Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Eles também fecharam a Rodovia Marechal Rondon, exigindo a desapropriação de terras e a liberação de recursos do governo.
MARCHA DE SEM-TERRA AVANÇA 12 KM NO SUL
MARECHAL RONDON É FECHADA POR DUAS HORAS
NEM A FAZENDA DO REVERENDO MOON ESCAPA
EM GOIÁS, INVASORES PROMETEM RESISTIR
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s cerca de 350 sem-terra que fazem uma marcha de Santana do Livramento a São Gabriel, na zona sul do Rio Grande do Sul, deslocaram-se 12 quilômetros ontem. O grupo saiu de um Centro de Tradições Gaúchas na periferia de Rosário do Sul, onde havia passado os últimos três dias, e caminhou pela margem da BR290, acompanhado por um carro da Polícia Rodoviária. O objetivo dos sem-terra é caminhar mais 50 quilômetros e entrar na cidade de São Gabriel nos próximos dias para fazer uma manifestação e pedir que o governo desaproprie 13,7 mil hectares do fazendeiro Alfredo Southall, para transformar a área em assentamento de parte das 2,5 mil famílias acampadas no estado. Outra marcha, que vai de Arroio dos Ratos a Eldorado do Sul, ficou parada à beira da mesma BR-290, num acesso a Charqueadas, a 45 quilômetros de Porto Alegre. O grupo tem cerca de 500 pessoas e promete fazer uma manifestação diante da cerca da Fazenda Dragão, que também quer ver desapropriada. (AE)
MST interditou ontem a Rodovia Marechal Rondon (SP-300), em Castilho (SP), na divisa com o Mato Grosso do Sul, por duas horas. O bloqueio foi em protesto contra a Justiça e o governo federal, acusados de emperrar a reforma agrária no interior do Estado. Com bandeiras, ferramentas agrícolas, faixas e cartazes, cerca de 500 semterra bloquearam as duas pistas da rodovia, no quilômetro 662, e também impediram o tráfego dos carros que saíam da Rondon para usar a rodovia que dá acesso a Ilha Solteira, no litoral sul paulista. "Queremos que mais velocidade nos processos que discutem as posses de 14 fazendas na região. Há 1.500 famílias esperando há anos por isso", disse o líder estadual do MST, Lourival Plácido de Paula. Os sem-terra também cobram agilidade na liberação de recursos para seis novos assentamentos, que foram contingenciados pelo Ministério da Fazenda. (AE)
m grupo de 400 sem-terra ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) invadiu ontem a Fazenda Figueira, em Jardim Sudeste, no Mato Grosso do Sul. O imóvel está registrado no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como propriedade da seita Associação das Famílias pela Unificação e Paz Mundial, presidida pelo reverendo sul-coreano Sung Yung Moon. No último sábado, quase cem manifestantes limparam uma área de 12 mil metros quadrados. Ontem a fazenda amanheceu com pelo menos 400 homens, mulheres e crianças, em barracas de lonas armadas próximas da sede. Segundo o líder Estanislau Oscar Madel o grupo da Fetagri aguarda há mais de dez anos a desapropriação da área, que soma 11 mil hectares. Os invasores afirmam que ficarão na fazenda até o Incra assentar todo o grupo. Antes, os sem-terra do MST ocupavam o imóvel, onde permaneceram durante nove anos consecutivos. Eles saíram pacificamente em março. (AE)
m total de 120 famílias invadiram ontem a Fazenda São Domingo, de 1.300 hectares, em Caçu, no interior de Goiás. A invasão foi coordenada pelo Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL). A ação foi uma antecipação da anunciada seqüência de invasões na região sudoeste de Goiás, prevista para a próxima semana. Segundo um dos coordenadores do MTL, após a ocupação, os sem-terra foram cercados por cerca de cinco carros da Polícia Militar e 20 PMs que os pressionaram a deixar a área. "Vamos resistir e só deixamos a área com medida liminar da Justiça", disse José Lito da Silva, um dos coordenadores nacionais do MTL. Silva disse ainda que, nos próximos dias, outras famílias deverão "engrossar" a invasão. Segundo a PM, os sem-terra apropriaram-se de dezenas de litros de leite. Um grupo de policiais ficará no local para impedir a entrada de novos invasores. (AE)
Sérgio Lima / Folha Imagem
MAGNO MALTA DEPÕE HOJE NO SENADO
O
Conselho de Ética e va de Magno Malta, ver se dá Decoro Parlamentar para preparar o relatório para do Senado marcou a quinta", disse. para hoje o depoimento do sePesam contra ele a acusação nador Magno Malta (PL-ES), de membros da família Veque responde a processo disci- doin, proprietária da Planam, plinar por causa da inclusão do principal empresa envolvida nome no relatório parcial da no esquema de corrupção. Eles Comissão Parafirmam ter lamentar Misdado ao senata de Inquérito dor um Fiat (CPMI) dos Ducato como S a n g u e s s uparte do paga"Vou pegar tudo o que gas, que invesmento de proeu tenho e, depois da tiga a compra pina para a oitiva de Magno ap rese ntaç ão i r re g u l a r d e a mb ul ân ci as e a liberação Malta, vamos ver se com recursos de emendas. dá para preparar o públicos. Malta alega relatório para a Segundo a que o veículo quinta-feira. Agência Senateria sido um do, o relator e m p ré s t i m o Demóstenes Torres do processo de pessoal do deM a l t a , D eputado Lino móstenes Torres (PFL-GO), Rossi (PP-MT), que também é confirmou a tomada de depoi- investigado pela comissão mento dele para às 10h, mas parlamentar. não assegurou que apresentaO Conselho ouviu ex-prorá o relatório na quinta-feira, prietários do automóvel e avadia 23, conforme consta na liou o histórico do registro do pauta do Conselho de Ética e carro. Segundo Demóstenes, Decoro Parlamentar. ficou confirmado que o veícu"Vou pegar tudo o que tenho lo foi transferido para o nome (sobre o caso) e, depois da oiti- da mulher de Rossi. (AE)
Malta: família Vedoin o acusa de receber um automóvel como propina.
DOSSIÊ: TRÊS SERÃO OUVIDOS Lorenzetti, Valdebran e Gedimar falam hoje à CPMI
A
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas adiou para hoje os depoimentos de Jorge Lorenzetti, churrasqueiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT de Mato Grosso; e Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal. Os três são acusados de envolvimento na compra do dossiê Vedoin. Antes, os membros da CPMI
vão se reunir para votar os pedidos de convocação do presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini, e de Osvaldo Bargas, ex-secretário do Ministério do Trabalho. O presidente da CPMI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), afirmou que é "inviável" a prorrogação dos trabalhos da comissão no mês de janeiro. "Essa prorrogação não tem apoio nenhum e é inconstitucional", disse Biscaia. (AE)
ENCONTRO
A VOLTA
O PT vai realizar um Congresso no 1º semestre de 2007, quando deve ficar decidido se o partido promove convenções para mudar os membros dos diretórios estaduais. Portanto, só depois disso é que os petistas vão saber se mudam a direção do PT em São Paulo
O interesse de Alckmin, portanto, é em 2010, quando poderá ser candidato de novo ao governo do Estado. Alckmin seria um candidato fortíssimo ao Palácio dos Bandeirantes: segundo o Datafolha da época, Alckmin deixou o governo do Estado com 69% de índice de aprovação.
DE NOVO
CANDIDATURA Marta já comunicou ao partido que será candidata à Prefeitura daqui a dois anos. Os deputados eleitos do seu grupo já estão trabalhando a candidatura da exprefeita não só junto ao partido, como nas associações de bairros. Por enquanto, Marta não pensa em 2010.
QUADRO Aos poucos, o quadro da sucessão municipal em São Paulo vai se definindo. Além da candidatura de Marta Suplicy, outro pretendente está em campanha. É Gilberto Kassab (PFL), candidato à reeleição. Kassab é considerado em alta na bolsa de apostas.
TUCANOS Entre os tucanos, o vereador José Aníbal (eleito deputado) coloca seu nome à disposição do PSDB. Aníbal foi um dos deputados mais bem votados no partido, arrancando um mundão de votos na capital. Mesmo exercendo o mandato de deputado, Aníbal vai fazer campanha de prefeito nos fins de semana.
A candidatura de Alckmin de novo ao Planalto já é mais problemática, porque o PSDB tem dois précandidatos que se consagraram nas urnas como candidatos aos governos de São Paulo e Minas: José Serra e Aécio Neves. Será difícil o partido enveredar para uma terceira opção.
COMPROMISSO Além de PSB e PFL, também o PMDB fala em lançar candidato próprio à presidência em 2010. É por isso que os senadores Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (eleito este ano pelo PMDB) defendem a independência do partido em relação ao governo do presidente Lula.
ARTICULAÇÃO Só falta Lula bater o martelo. O governador do Acre, Jorge Viana, deve ser o articulador político do governo no segundo mandato. Viana tem trânsito livre nos outros partidos e é bem aceito nas bancadas da Câmara e Senado. Lula e Viana já acertaram os ponteiros.
PARTICIPAÇÂO O espaço do PT no governo deve ser menor. Está decidido por Lula. A direção do partido, a duras penas, entendeu o recado do presidente. É preciso dar mais espaço ao PMDB para viabilizar o governo de coalizão. O PMDB pode ter cinco ou seis ministérios.
MAIS UM
IMPASSE
José Aníbal não é o único tucano a ter pretensões de ser candidato: outro deputado, Walter Feldman, também cobiça a candidatura. É provável que Feldman volte a integrar o secretariado municipal. Ele seria indicado para a Secretaria das Subprefeituras.
A roda pega num ponto: o PMDB quer eleger o presidente da Câmara, mas Lula prefere o continuísmo de Aldo Rebelo (PC do B). Os peemedebistas continuam argumentando que o seu partido elegeu a maior bancada, com 89 deputados, e portanto com direito a indicar o presidente da Câmara.
INSISTÊNCIA
TENSÃO
Além de Aníbal e Feldman, setores do PSDB vão insistir para que Geraldo Alckmin aceite ser candidato a prefeito. Admitem os tucanos que Alckmin deve aproveitar a boa votação alcançada na capital. O exgovernador, porém, não fala em candidatura em 2008. Só em 2010.
Petistas e peemedebistas não afastam a hipótese de ser tenso o encontro de Michel Temer com Lula previsto para esta semana. Temer vai defender a participação institucional do PMDB no governo, dando a impressão de que o partido não reivindica cargos, o que não é verdade.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Modelos exclusivos e sob medida levam em média oito dias para sair da loja para os pés da cliente.
SAPATOS PARA TODOS OS PÉS
CADA VEZ MAIS, O DESIGN E A TECNOLOGIA FAZEM OS CALÇADOS NACIONAIS TRILHAREM NOVOS CAMINHOS
MARCA BRASILEIRA NOS PÉS DO MUNDO
D
esign, marca, promoção comercial e competição chinesa foram alguns dos temas discutidos durante o 11º Seminário Nacional das Indústrias de Calçados, na última sexta-feira, e que tratou da inovação como fator de competitividade. Inovação que se reflete em números. O parque calçadista brasileiro possui mais de 8,4 mil indústrias, que produzem cerca de 725 milhões de pares por ano, dos quais 189 milhões destinados à exportação. O setor também é um dos que mais gera empregos. Em 2004, cerca de 313 mil trabalhadores atuavam diretamente na indústria calçadista. Não à toa, o País detém o terceiro lugar no ranking dos maiores produtores mundiais de calçados. Segundo Heitor Klein, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a variedade de fornecedores de matéria-prima, máquinas e componentes, aliada à tecnologia de produtos e inovações, coloca o Brasil nessa posição do ranking mundial. "O foco das indústrias gira em torno de uma nova realidade. As empresas decidiram apostar nas suas marcas e na criação de modelagem própria para investir no mercado externo", afirmou Klein. Opinião semelhante tem o estilista Walter Rodrigues. Para ele, este é um momento de mudança. Apesar de os empresários brasileiros terem sentido a força da competição do mercado chinês, ele acredita que assim que o Brasil definir sua identidade e a imprimir em seus produtos, conquistará
Fotos: Milton Mansilha/LUZ
cada vez mais o mercado mundial. "Pela característica de nossa colonização, já somos globalizados há 500 anos. Isso é excelente, mas dificulta a criação de uma identidade própria", disse Rodrigues. Para o estilista, a criação e o design são formas de agregar valor aos calçados brasileiros. "Estou com um projeto em Guaxupé, sul de Minas Gerais, em que a idéia é colocar nos sapatos elementos da cultura regional. Isso diferencia a peça de qualquer outra no mundo. Não precisamos mais pesquisar em cima de marcas como Gucci e Prada. Hoje temos nossos próprios designers." Nos pés do mundo – Embora conquistando espaço – o País exporta hoje para mais de 100 países – os empresários ainda sentiram neste ano a diminuição das exportações e a retração do mercado interno que tiveram início em 2005. "A exemplo de outros segmentos, o setor de calçados sofreu com a questão cambial e a facilitação das importações. Mas a indústria já começou a reagir com novos tipos de produtos e campanhas de esclarecimento", afirmou o diretorexecutivo da Abicalçados. Klein disse que o segmento está estreitando relações com o governo em busca de opções para voltar a crescer. A estrutura exportadora do setor é uma das mais modernas do mundo. Anualmente são exportados cerca de 190 milhões de pares, cuja comercialização envolve a presença de empresários brasileiros nas mais importantes feiras internacionais, como a GDS, na Alemanha, Micam, na Itália, e a Show de Las
Heitor Klein, diretor-executivo da Abicalçados: criação de modelagem própria para competir
Vegas, nos Estados Unidos, principal país comprador do calçado brasileiro, detendo 50% do total exportado. Novos mercados – Mas os empresários querem ampliar o percentual de vendas para outras regiões e países, como
Oriente Médio e América Latina. Para isso, o setor desenvolve projetos para que mais empresas façam parte da balança comercial, principalmente as de pequeno e médio portes. "A diversificação da produção é outro fator competitivo,
Walter Rodrigues: referências regionais
pois a adaptação às mais diferentes coleções é muito rápida. Isto permite que o Brasil produza todos os tipos de calçados necessários para atender ao mercado interno e também às exportações", explica Klein. A América do Sul tem sido
alvo de iniciativas mais práticas para aumentar essa participação. Entre elas, a promoção de showroom de marcas nacionais nos principais centros consumidores, como Argentina, Venezuela, Chile e Colômbia. Tatiana Vicentini
Profissionais para pés exclusivos Fotos: Agliberto Lima/DC
S
e a idéia de fazer sapato por encomenda lhe soa estranha, está na hora de rever seus conceitos. Sapateiros – sim, eles ainda existem – prometem que o cliente vai sair da loja pisando em nuvens, tamanho é o cuidado com o acabamento e a qualidade da matéria-prima. "Em geral, o sapato encontrado hoje nas lojas é feito por máquinas. Ele pode até ser bonito, mas não se adapta ao pé da pessoa", diz o sapateiro espanhol Rufino Bugarin, que há 30 anos trabalha na sapataria Pellegrini, onde há duas décadas faz os sapatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ao contrário do que ocorre na Pellegrini, cujos clientes são na esmagadora maioria homens, a sapataria Fascinante faz sapatos sob medida apenas para mulheres – os tamanhos vão do 33 ao 40. "Apesar do sapato feminino ser mais complexo, dá para criar mais, já que a moda muda muito e sempre aparecem novidades", diz Nilson Augusto de Oliveira. Ex-proprietário de uma fábrica de sapatos com 28 funcionários registrados, Oliveira afirma que faz qualquer sapato ou sandália do jeitinho que a cliente viu na revista ou na vitrine de uma loja. A sapataria, na Rua Fradique Coutinho, em Pinheiros,
Calçados em que os pés se encaixam com perfeição
Nilson: sapatos sob medida apenas para mulheres
tem apenas quatro homens trabalhando para dar conta dos pedidos. "É muito difícil arrumar gente nova para trabalhar de sapateiro. Não há interesse pela profissão", diz. A Fascinante faz modelos exclusivos que depois serão vendidos na chique Daslu por até R$ 700. "A mulherada me vê fazendo as sandálias para a Daslu e fica louca por uma igual, mas não posso. Tenho contrato de
Modelos únicos e hiperchiques para a Daslu
exclusividade", conta Oliveira, que fabrica ainda as superna-moda rasteirinhas para a marca Evidence. "A rasteirinha é o forte da estação." Os preços começam a partir de R$ 85. O prazo de entrega é de uma semana, mas se Oliveira já tiver o couro, em três dias ele entrega o sapato. Pequena escala – A Pellegrini faz apenas 30 pares por mês e leva 25 dias para entregar as
peças. Cada par custa, no mínimo, R$ 480. Mas segundo Bugarin, pode durar até 15 anos. A loja guarda a forma de centenas de seus clientes – FHC, quando precisa de um sapato novo, apenas tem de ligar e encomendar um. Os modelos são fabricados com couro importado, como o alemão box calf, arrancado de bezerros com no máximo 18 meses de idade. Kety Shapazian
DIÁRIO DO COMÉRCIO Pode colocar a gente na frente da televisão que nós também damos audiência
Patrícia Cruz/LUZ
Lázaro Ramos, ator, durante a 4ª Edição do Troféu Raça Negra, no qual foi homenageado. Ele criticou o fato das novelas darem mais espaço para atores brancos.
terça-feira, 21 de novembro de 2006
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NOVEMBRO
2 -.LOGO
21 Dia Mundial da Televisão Dia Nacional da Homeopatia Criação do Ministério do Trabalho (1930) Morte do escritor Coelho Neto (1934)
S AÚDE E UA
Avanços na África
Orgasmo global contra a guerra Dois pacifistas da região de São Francisco (Califórnia) planejaram uma grande manifestação antiguerra para o primeiro dia do inverno (boreal). Mas eles não desejam que as pessoas marchem pelas ruas. Ao invés disso, querem que todos permaneçam trancados em suas casas. O Orgasmo Global pela Paz foi concebido por Donna Sheehan, de 76 anos, e Paul Reffell, de 55, cujo objetivo é o de que "cada pessoa [apta] na Terra tenha um orgasmo" em 22 de dezembro com o pensamento na paz. "O orgasmo libera uma inacreditável sensação de paz",
disse Reffell. "Sua mente é como uma página em branco. Está em estado meditativo. E a meditação coletiva já provou que é capaz de mudar as coisas". O casal é conhecido por seu ativismo social e sexual. Em 2002, por exemplo, Sheehan reuniu 50 mulheres nuas para formar a palavra "paz". Desde então, já realizaram uma série de manifestações similares em todo o mundo. Ao promover o orgasmo global sincronizado, o casal quer que as pessoas canalizem sua energia sexual para algo mais positivo. www.globalorgasmo.org
P RÊMIO Reprodução DC
DC entre os finalistas do Esso O Diário do Comércio está entre os finalistas do Prêmio Esso de Jornalismo 2006. Concorrendo na categoria Primeira Página, com o trabalho "'Enérgica' Reação do Brasil à Bolívia", o DC disputa o prêmio com os jornais Correio Braziliense e Extra, que também brigam pela "Melhor Reportagem". O Correio, com a matéria "Máfia das Sanguessugas" e o Extra, com "Adeus". O Globo também concorre na categoria com "Os doadores de Garotinho". O RIENTE MÉDIO
EUA são o país mais hostil a visitantes
Hamas e Fatah param as negociações
Funcionários grosseiros da imigração e longos atrasos no processamento de vistos colocaram os Estados Unidos como o país mais adverso a visitantes estrangeiros, mostrou uma pesquisa mundial publicada ontem. Segundo a sondagem, o país foi classificado como "o pior" destino em termos de vistos e procedimentos de imigração, num percentual duas vezes maior que os destinos que vêm em seguida: Oriente Médio e subcontinente asiático.
As negociações entre o grupo islâmico Hamas e o partido laico Fatah para formar um governo de coalizão foram suspensas ontem, por falta de acordo sobre a divisão dos ministérios. A informação é de Nabil Amr, porta-voz do presidente palestino, Mahmud Abbas, do Fatah. De acordo com autoridades palestinas, Abbas ficou furioso depois que o primeiro-ministro, Ismail Haniye, do Hamas, se recusou a ceder os ministérios das Finanças e do Interior, responsáveis pela distribuição de recursos e a coordenação da segurança.
P
aíses africanos estão desenvolvendo métodos inovadores de combate às doenças que vem apresentando resultados positivos, mas a situação de saúde no continente ainda é calamitosa e é preciso disseminar essas iniciativas, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS) por meio de um relatório divulgado ontem. O relatório da agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) aborda a enormidade de problemas sanitários da África, desde a disseminação da aids ao aumento da incidência de doenças como câncer e diabetes. A OMS destacou a criação de estratégias inovadoras por toda a África que não dependem de métodos caros, mas de iniciativas locais, como o treinamento de agentes
de saúde comunitários. Em Uganda, por exemplo, a escassez de médicos fez com que os pacientes de aids recebessem tratamento reduzido. O que fez as autoridades locais recorreram às enfermeiras. "O treinamento de enfermeiras para trabalhos feitos por médicos permitiu que Uganda tratasse mais pacientes e salvasse vidas", disse o doutor Antoine Kabore, diretor do programa de combate à aids, à malária e à tuberculose da OMS na África. Em um continente no qual os especialistas dizem existir uma demanda desesperada por pelo menos um milhão de agentes de saúde, o uso pleno da capacidade existente é crucial. "O bom treinamento dos agentes produz um impacto em massa", disse Louise Orton, uma analista da Fundação
de Pesquisas Médicas na África, com sede em Londres. Apesar da pequena melhora, os desafios existentes na África ainda são imensos e, se isoladas, essas iniciativas não serão capazes de solucionar o problema, avalia a OMS. "Os governos africanos precisam priorizar a saúde", pediu Kabore. A situação da saúde na África é catastrófica. Mais de 90% dos casos de malária do mundo ocorrem no continente. Na África subsaariana, menos de 60% dos habitantes possuem acesso a água tratada. A África também abriga doenças há muito erradicadas de países mais desenvolvidos, como a poliomielite e a lepra. E apesar de contar com apenas 11% da população mundial, o continente abriga 60% dos casos de aids registrados no mundo.
Alfredo Estrella/AFP
LA REVOLUCIÓN – Atores com trajes característicos desfilam em comemoração aos 96 anos da Revolução Mexicana, na Cidade do México, capital do país. A data marca também a criação da primeira constituição a reconhecer garantias sociais e direitos trabalhistas.
CONCERTO
Jack, o estripador lenda de "Jack, o Estripador" e a indústria montada a sua volta, parece não ter fim. Com a ajuda da mais moderna tecnologia, um ex-chefe da Scotland Yard conseguiu agora fazer um retrato falado do célebre assassino de prostitutas. Os autores da façanha afirmaram ao jornal britânico The Independent que acreditam ter identificado, com bastante aproximação, inclusive a rua na qual viveu o assassino em série que semeou o terror em Londres em 1888, e cuja identidade continua sendo um mistério. Utilizando testemunhos de treze pessoas que afirmaram ter visto o suposto assassino – autor da mutilação de cinco prostitutas no leste da capital britânica após estrangulá-las –, John Grieve, ex-comissário-chefe Atlantic Pro
dutions/ APF
A
Um brinquedo bem bacana que se conecta ao computador por uma entrada USB. Basta usar o teclado para escolher a direção e disparar os "mísseis" de espuma, acompanhado por efeitos sonoros (que podem ser programados pelo usuário). Os mísseis alcançam até sete metros. Custa US$ 35 na Toys Brando. http://toys.brando.com.hk/
A Deca reformulou o seu site e passou a disponibilizar uma série de curiosidades sobre a evolução do banheiro. As informações incluem o resgate de propagandas veiculadas na década de 60 até os dias atuais. Na nova versão também ficaram registradas as principais atividades da empresa nos últimos 60 anos. Entre elas os concursos promovidos anualmente: "Estudos de Um Banheiros", voltado para estudantes, e "Um Sonho de Banheiro", direcionado a arquitetos e decoradores.
prod_detail.php?prod_id=00162
http://www.deca.com.br.
Divulgação
A evolução do banheiro
A TÉ LOGO
adjunto da Scotland Yard fez o primeiro retrato falado de "Jack, o Estripador". Segundo o retrato, que também será mostrado em um programa da rede de televisão Five, o assassino era um homem de cabelo e bigode negro, supercílios espessos, rosto magro e
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
EUA pedem que AIEA não apoie o Irã na construção de reator que pode produzir bombas Manifestantes argentinos exigem a suspensão imediata das obras de empresa de celulose
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Lança-mísseis por USB
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F AVORITOS
idade entre 25 e 35 anos. Os pesquisadores acham que o criminoso tinha o dom de atrair as pessoas, além de uma capacidade inata para se misturar na multidão. Jack chegou a ser interrogado pela polícia, mas , por causa de seu aspecto normal, os agentes não acreditaram estar diante do criminoso. Segundo o excomissário Grieve, "Jack, o Estripador" pode ter se suicidado ou – o que é mais provável na sua opinião –, foi preso após cometer algum outro delito sem que chegasse a confessar seus assassinatos em série. Kim Rossmo, especialista da Universidade do Texas (EUA), acredita que o assassino morava próximo ao local onde cometeu seus crimes, talvez nas ruas Flower e Dean, onde a polícia registrou vários domicílios.
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G @DGET DU JOUR
B RAZIL COM Z
Missionário é morto no Timor O brasileiro Edgar Gonçalves Brito, missionário evangélico da Assembléia de Deus, foi morto em meio a uma disputa entre grupos rivais da capital de Timor Leste, afirmou ontem a porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Donna Cusumano. Apesar da confirmação da morte, não foram oferecidos maiores detalhes sobre o incidente, que aconteceu na noite de domingo. A Associated Press afirmou que Brito morreu depois que um grande grupo atacou o carro em que ele estava.
Caso Madonna: justiça adia decisão
C A R T A Z
Orquestra Sinfônica da USP, sob a regência de Johannes Scahelli. No programa, a Sinfonia Nº 4 em Ré Menor Op. 120, de Schumann (foto).
Hoje, às 20 horas, será entregue, em São Paulo, o Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira de 2006, a maior premiação literária oferecida a escritores brasileiros. A quarta edição será disputada por seis finalistas na categoria prosa e quatro em poesia. Na primeira, estão Alberto Martins, Luiz Ruffato, Mário Sabino, Milton Hatoum Ricardo Lísias e Wilson Bueno. Entre os poetas: Cláudia Roquete-Pinto, Cláudia Ahimsa, Nelson Ascher e Paula Glenadel. Os vencedores recebem R$ 100 mil, R$ 35 mil e R$ 15 mil e um troféu.
A DOÇÃO
I NGLATERRA E M
4ª edição do Prêmio Telecom
http://www.ap.org/
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T URISMO
Métodos inovadores no tratamento de doenças vêm melhorando a situação do País
L ITERATURA
Estudo americano revela que os chimpanzés preferem as fêmeas mais velhas
A Alta Corte de Malauí adiou ontem a decisão sobre o direito de grupos humanitários desafiarem a adoção de uma criança do país pela cantora norte-americana Madonna, afirmando que o juiz Andrew Chipeta, responsável pelo caso, estava muito ocupado. Advogados dos dois lados disseram esperar que a corte tome a decisão na próxima semana. Chipeta deverá decidir se os grupos podem desafiar a adoção interina concedida a Madonna no mês passado pela mesma corte. (Reuters) H ISTÓRIA
EUA apoiaram o golpe de 1964 Um pesquisador brasileiro disse ontem que descobriu um documento oficial que mostra que os Estados Unidos estavam planejando a derrubada do governo João Goulart bem antes do golpe militar de 1964. O professor Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirmou que se trata da primeira evidência que comprova que o apoio de Washington aos militares brasileiros se cristalizou bem antes do que se imaginava. Até hoje, pesquisadores estavam cientes do apoio dos EUA ao golpe, mas, segundo a versão americana, tal sustentação teria sido manifestada apenas alguns dias antes da deposição de Goulart. L OTERIA Por causa do feriado da Consciência Negra, o sorteio do Concurso nº 170, da Lotofácil, que deveria acontecer ontem, será realizado hoje.
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Congresso Planalto Alianças CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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GOVERNO COSTURA UMA BASE ALIADA MAIOR
Somos oposição e nossa tarefa é fiscalizar a corrupção e os erros do governo. Arthur Virgílio
Givaldo Barbosa /AOG
GOVERNO INSISTE EM AMPLIAR O DIÁLOGO E está conseguindo, aos poucos, ganhar espaço na oposição e ampliar o número de aliados, na avaliação do próprio presidente Lula, segundo diz o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro.
O presidente da OAB Roberto Busato e o ministro das Relações Institucionais Tarso Genro: aproximação e informações sobre a reforma política.
O PT QUER ALIADOS. MAS A OPOSIÇÃO... O atual desafio do Brasil é, segundo o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, combater o descolamento político e econômico que prejudicam a integração socioeconômica e política do País. "Agora, trata-se de criar condições para responder ao déficit de integração nacional que foi flagrado na maciça preferência que as regiões mais pobres do Brasil
tiveram em relação à candidatura Lula, apesar da boa votação obtida por ele no segundo turno nos Estados do Sul", disse. Ele apontou para o "débil estágio de integração sociopolítica do País" e citou as idéias do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) como exemplos do descolamento vivido no País, segundo a avaliação dele.
Reação – Já o líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), rejeitou ontem a proposta de um governo de coalizão que o presidente Lula quer apresentar também à oposição. Ele informou que seu partido deve realizar em breve uma reunião, em São Paulo, para uma profunda discussão do seu papel depois da derrota na eleição. "Somos oposição e nossa tarefa é fiscalizar a corrupção e os erros administrativos do governo", afirmou o líder, que, no sábado, pegou carona no avião presidencial, o chamado Aerolula, com
outros senadores, depois do velório do senador Ramez Tebet, em Três Lagoas (MS). A carona e a conversa reservada com Lula dividiram a oposição. Muitos senadores apontaram a iniciativa como um gesto de esperteza para "neutralizar e dividir" a oposição. A suspeita desses senadores é a de que o convite de Lula teve o dedo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), um dos principais articuladores do presidente e que está hoje empenhado em ajudar na montagem de um governo de coalizão. (AE)
Ed Ferreira / AE / 25.04.2006
O ADEUS A RAMEZ TEBET Senador do Mato Grosso do Sul é reverenciado pelos colegas pela coragem e espírito de luta até a morte
O
presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), decretou luto oficial por três dias na casa e convocou ontem uma sessão de homenagem ao senador Ramez Tebet (PMDB-MS) que morreu na madrugada do último sábado, em consequência de câncer no fígado. Em nome da bancada do seu partido, a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), lembrou do esforço físico "sobrehumano" que o senador fazia para continuar participando dos trabalhos legislativos, apesar da doença. Para ela, Ramez Tebet deu uma lição de vi-
da ao enfrentá-la até o último momento. "Nem uma doença tão grave conseguiu retirá-lo da trincheira. Tebet foi um grande patriota, um grande brasileiro e um grande senador da República", concluiu. Ideli destacou ainda a vasta experiência acumulada por Tebet em sua carreira política e disse que ele ainda teria muito a ensinar a políticos mais jovens. "O senador Ramez Tebet era um político que atraía para o centro, para a conciliação. Apesar de ser muito firme e muito convicto, nunca deslizava para a ofensa ou para a
O
ministro de Rela- ta-feira está prevista uma conç õ e s I n s t i t u c i o- versa com o presidente do nais, Tarso Genro, PMDB, Michel Temer, e na disse ontem que o quinta-feira, um encontro com presidente Luiz Inácio Lula da os governadores aliados. Reforma – Depois de um enSilva fez, na reunião de coordenação política, um balanço das contro com o presidente nacioconversas que vem tendo com nal da Ordem dos Advogados aliados e oposicionistas. Na do Brasil, Roberto Busato, Tarreunião, Lula avaliou que a re- so Genro comentou ontem que lação do governo com a oposi- a reforma política precisará ser ção tende a melhorar e a base aprovada pelo Congresso Nacional no primeiro semestre de aliada a ser ampliada. "Foi uma reunião muito 2007. Segundo ele, o governo boa", disse. "O presidente fez não pretende conduzir a reforum balanço das relações com ma. "Se a reforma as lideranças, do início da discusnão for feita no primeiro semessão com os partidos e da escuta tre da próxima legislatura, dificilque está fazendo Se a reforma não for com os governa- feita no 1º semestre mente ela será dores e a oposi- (de 2007), realizada até as ção. A avaliação dificilmente será até eleições para preque o presidente feitos em outubro as eleições para de 2008. O govertem é a de que há um novo patamar prefeitos em outubro no não quer pautar o conteúdo de relacionamen- de 2008. to entre governo e Tarso Genro dessa reforma. O governo quer cooposição e uma enorme possibililaborar para que dade de ter uma base bem mais criemos uma massa crítica susólida no parlamento para go- ficientemente forte e já na abervernar no segundo mandato". tura dos trabalhos da próxima Na reunião também foi tra- legislatura, possamos ter a retada a solenidade de posse do forma encaminhada", inforpresidente. A visão do gover- mou Tarso. no, discutida na reunião, é que Os itens em que o Ministério a cerimônia de posse deve da Justiça e o Conselho de Deocorrer em um único dia – 1º de senvolvimento Econômico e janeiro. Foi debatida, ainda, a Social (CDES) trabalham são o agenda de encontros políticos financiamento público de de Lula nos próximos dias. O campanha e a fidelidade partipresidente deverá se encontrar dária. Para Tarso, a participacom líderes partidários e mo- ção da OAB nesse processo é vimentos sociais. Nesta quar- essencial. (AOG)
QUADRO DE ALENCAR EVOLUI In memoriam: Tebet foi saudado como exemplo de parlamentar
agressividade. Era um orador às antigas, do verbo empolgado. Dava gosto ouvi-lo", afirmou a senadora. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) destacou que o parlamentar "sempre foi
fiel à sua própria consciência, o que representa, sem dúvida, o principal ponto na vida de qualquer político". "Falo isso com a autoridade de quem com ele teve muitas divergências", ressaltou. (Agências)
I
nternado desde o dia 16 no Hospital Barra D'or, no Rio, o ex-governador fluminense Marcello Alencar apresentou ontem evolução no quadro clínico, segundo o médico João Gaspar Corrêa Meyer. Alencar ainda está na Centro de Terapia Intensiva (CTI),
sedado e respirando com o auxílio de aparelhos. Mas, de acordo com Meyer, o ex-governador mostrou ontem "os primeiros sinais de melhora de sua infecção pulmonar". O médico informou que Alencar tem sinais vitais "estáveis e normais". (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
43,5
Foi a cotação de fechamento das ações preferenciais da Petrobras na última sextafeira na Bovespa. Os papéis tiveram queda de 0,68%.
20/11/2006
0+" 2.122.879 1.656.681 397.406 289.021 80 38 1 4
Consultas Usecheque Consultas SCPC Registros recebidos Registros cancelados Falências requeridas Falências decretadas Concordatas requeridas Concordatas deferidas
0+" 0+" 3 3,8% 4,4% 4,8% -3,4% -7,0% -46,2% (1/4)* (4/3)
* Números absolutos
90#+:;0 / , . #? ! , /) 1)" / ,
% &
!" #$
01 ,)2-) "0
Em quantidade
0+" 1.498 5.996 2.444
Indústria Comércio Serviços Não classificados
0+" ,)" 4$ -6,8 -4,2 -10,5
)," *+), /) 0+"+810
setores com maior valor de protestos
Tecidos e armarinhos Diversos Produtos farmacêuticos, medicina Administração, planejamento Material de construção, ferragens
*+ "!/ /) 1.046 714 583 540 535
9 #01 @$ 1.292.192 1.345.108 551.851 1.125.332 576.974
'
()*+), ,)- .+ /0 1)2!,"1 /0, 0 0 ) "1 # 2.837.563
outubro
()*+), ,)- .+ /0 )5 #+6/0, /0 0 ) "1 #7 3.245.009
outubro
),,0 >+16/!
agosto setembro Fonte: Associação Comercial de São Paulo
A
),,0 .6,!
OP
outubro
ago/06 set/06 out/06
10.888 10.595 9.938
-4,5% 41,2% -7,1%
ago/06 set/06 out/06
50.947 46.933 46.659
-4,2% 9,7% -7,0%
1.116.225
outubro *cheques pagos
< =
ANO DE FUNDAÇÃO DAS EMPRESAS ,)")-810 1 3 6 1 16
Até 1970 De 1971 a 1980 De 1981 a 1990 De 1991 a 1993 De 1994 a 2005
),,0 >+16/! (taxas em %)
C
2) / / ,)- /) E ACC* (180 dias): 6,30 período
809), 4$ dia: -0,72
cheque pré-datado: capital de giro:
factoring: hot money:
1! ! !, 6 /! ),
4,08 a.m. 18,885 a.a.
4,06 a.m. 1,9443 a.m.
swap180 dias: 13,10 período
13,30 período
obs.: a.m.: ao mês/a.a.: ao ano/período: pelo período contratado
),,0 .6,! (taxas em % ao mês) cheque especial Média Procon Banco do Brasil Banespa Bradesco Caixa Econômica HSBC Itaú Real Unibanco
empréstimo pessoal
8,15 7,73 8,38 8,01 7,20 8,47 8,47 8,40 8,39
5,31 4,65 5,80 5,57 4,62 4,70 5,95 5,90 5,87
5 , /) 1).)1? ! Selic (juro básico): 13,75% ao ano Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP): 6,85% ao ano )- 4$
10 1 "
<
09/11 10/11 11/11 12/11 13/11 14/11 15/11 16/11
0,1605 0,1318 0,0990 0,1284 0,1647 0,1858 0,1880 0,2289
0,0076370 0,0065859 0,0052081 0,0064161 0,0078367 0,0088398 0,0089444 0,0103932
1,0419 0,9829 0,9398 0,9895 1,0461 1,0173 1,0196 1,0708
!/ /) /1;0 /) !" # $ julho/agosto/setembro: outubro/novembro/dezembro:
R$ 20,79 R$ 20,91
!/ /) .!, # /0 -+ ! 6 !0 < $L
R$ 76,58
!/ /) .!, # /0 )," /0 /) ;0 +#0 .), $:
R$ 13,93
.!1L
R$ 1,0641 (deixou de ser calculada em janeiro de 2001)
Fontes: Enfoque Sistemas, Banco Central, Procon-SP, Anfac
G
<
agenda econômica desta semana tem como destaque a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 24. )2+ / '.)!1 D A Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, divulga a balança comercial da terceira semana de novembro. O Banco Central divulga a pesquisa Focus. )1: '.)!1 D A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulga o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da segunda semana deste mês. &+ 1" '.)!1 D A Fundação Getúlio Vargas (FGV) solta os dados da segunda prévia do Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) de novembro. O IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de outubro.
11/11: 12/11: 13/11: 14/11: 15/11: 16/11: 17/11: 18/11: 19/11: 20/11:
)- 5 23 49 30 197
0,6790 0,6257 0,6557 0,6316 0,6608 0,6673 0,6742 0,6789 0,6329 0,6250
21/11: 22/11: 23/11: 24/11: 25/11: 26/11: 27/11:
0,6023 0,6322 0,6809 0,6626 0,6758 0,6334 0,5991
obs.: a remuneração dos dias 29, 30 e 31 é a do dia 1º subseqüente
Petrobras PN Vale do Rio Doce PNA CSN ON Gerdau PN Usiminas PNA Varig PN Petrobras ON Bradesco PN
C 1! :;0 4$ -0,72 -0,14 -0,38 -0,34 -0,42 -0,58 -0,07
0" :;0 @$ 43,40 47,80 65,10 32,41 72,79 2,75 48,20 81,90
C 1! :;0 4$ -0,91 -1,03 -4,26 -0,58 -1,63 10,44 0,00 0,61
*por lote de mil ações
Fonte: Concórdia
-4,26 -2,10 -2,04
Fonte: Bovespa
/! ), /) ! .# :;0 )- 4$
), 0 "0, .0 ") até R$ 1.257,12 de R$ 1.257,13 a R$ 2.512,08 acima de R$ 2.512,08
)/+:F), R$ 188,57 R$ 502,58
isento 15% 27,5%
)/+:F), R$ 126,36 por dependente; R$ 1.257,12 por aposentadoria (uma apenas) paga por entidade pública a quem já completou 65 anos; pensão alimentícia; contribuição à Previdência Social; contribuição para previdência privada
20 0,05 -0,02 0,37 0,41 0,12 0,32 0,05
IPCA INPC IGP-M IGP-DI IPC-Fipe ICV-Dieese CUB
,)" 0,21 0,16 0,29 0,24 0,25 0,39 0,07
0+" 0,33 0,43 0,47 0,81 0,39 0,27 0,00
0 2,33 1,75 2,73 2,93 1,06 1,57 3,68
-),), 3,26 2,71 3,13 3,34 1,65 216 4,16
,)" 1,0243 1,0278 1,0210 1,0384
0+" 1,0328 1,0316 1,0189 1,0370
09 1,0313 1,0334 1,0165 1,0233
< "01), /) 1) >+,") /0 #+2+)# 20 1,0139 1,0145 1,0176 1,0397
IGP-M IGP-DI IPC-Fipe IPCA
Fontes: IBGE, FGV, Fipe, Dieese, Sinduscon-SP
K 1 8 #(0 ,, # 1! /0
1)9!/? ! 0 ! # I 0- )"? ! 0+"+810 CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E FACULTATIVO #H1!0 8 ,) Mínimo R$ 350,00 Máximo R$ 2.801,82
#6*+0" 20% 20%
Até R$ 840,55 7,65% De R$ 840,56 a R$ 1.050,00 8,65% De R$ 1.051,01 a R$ 1.400,91 9% De R$ 1.400,92 a R$ 2.801,82 11% Empresas têm prazo até 4/12 e pessoas físicas, até 15/12. Depois do vencimento incidem multas de 4% a 100%.
0 "1!8+!:;0 R$ 70,00 R$ 560,36
- 1)2 /0, /0-J,"! 0, #6*+0" 7,65% a 11% 12%
Empregado Empregador
90 dias: 12,90% ao ano
0 "0, 40.866 6.395 4.336 4.695 12.404 5.871 1.024
!01), 0, !# :F), /0 809), 4$ #" , !5 , Copel PNB* 3,18 CSN ON Congas PNA* 3,02 Perdigão S/A ON Brasil Tele Par PN* 2,46 Trans Paulista PN*
)5" '.)!1 D Sai o IPCA pelo IBGE.
31 dias: 13,05 ao ano 60 dias: 12,95% ao ano
ano: 22,32
:F), - !, )20 ! / ,
Fonte: Secretaria da Receita Federal
0,6884 0,7170 0,6822 0,6745 0,6483 0,6151 0,6102 0,6509 0,6873 0,6763
mês: 4,23
Ibovespa Itag IVBX-2 IGC IEE IBX-50 Itel
obs.: sobre o imposto em atraso incide multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, e juros de mora equivalentes à taxa Selic mais 1% no mês de pagamento.
0+ : 4$ 1/11: 2/11: 3/11: 4/11: 5/11: 6/11: 7/11: 8/11: 9/11: 10/11:
0+"+810 2 5 5 26
desconto duplicatas: 1,4312 a.m.
*Adiantamentos contratos câmbio
0+" 0+" 3 4$ 1,5
7)- 1)# :;0 !2+ # -?, /0 0 ")1!01
B
swap 90 dias:
0+" 0+" 3 4$ 19,2
()*+), ,+," /0, 01 10+80 0+ )5"1 9!0
&+ "!/ /) ) )90#+:;07
0+" 0+" 3 4$ -14,6
6 !-0 R$ 26,77 R$ 42,00
#H1!0'. -6#! R$ 22,34 para quem ganha até R$ 435,56 R$ 15,74 para quem ganha até R$ 654,67
H5!-0 R$ 308,20 R$ 336,21
Fonte: Enfoque Sistemas Fonte: Ministério da Previdência e Assistência Social
<+ /0, /) ! 9),"!-) "0 RENTABILIDADE EM % Fundos de renda fixa Fundos DI Fundos dólar Fundos multimercado* Fundos de ações** Fundos FGTS Petrobras Fundos FGTS Vale do Rio Doce Fundos PIBB Fundos Previdência DI
,)" 1,07 1,04 1,61 1,03 0,20 -5,11 1,47 -0,25 0,87
0 11,59 11,53 -3,78 10,57 8,03 11,61 2,66 9,13 9,39
-),), 16,55 16,40 1,06 15,02 14,13 14,90 3,59 15,97 13,41
M# 1 -)1! 0 N 9!," $
+"1 , -0)/ ,
Em R$
Em R$ 0- 1 2,158 2,25 2,085
Comercial Paralelo (SP) Turismo
C) / 2,160 2,35 2,235
Euro Iene Libra esterlina
0- 1 2,76870 0,018356 4,09131
C) / 2,77191 0,018376 4,09596
Fontes: Banco Central, Enfoque Sistemas
*sem renda variável
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Para esclarecer dúvidas, ou dar sugestões, entre em contato com o jornal pelo e-mail indicadores@dcomercio.com.br ou pelo telefone (11) 3244-3829, a partir das 15 horas.
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 14/11/2006 14/11/2006 14/11/2006 14/11/2006 14/11/2006
P.L. do Fundo 11.761.035,13 2.020.878,37 8.836.659,86 17.105.580,53 1.333.162,44
Valor da Cota Subordinada 1.258,350016 1.117,860697 1.192,389883 1.084,082148 1.139,185372
% rent.-mês 2,4261 0,3350 -0,0924 -1,9973 1,3330
% ano 28,8012 11,7861 19,2390 8,4082 13,9185
Valor da Cota Sênior 1.017,703675 1.104,775542 1.120,096092 0 0
% rent.-mês 0,5038 0,4625 0,5038 -
% ano 1,7704 10,4776 12,0096 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
**indexados ao Ibovespa Fontes: Bovespa, Banco Central, Enfoque Sistemas, Anbid
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
inteligência, é alongar os prazos de recolhimento dos impostos e reduzir o seu peso sobre a folha de salários. Com isso, libera capital de giro a custo zero para o setor produtivo, aliviando a pressão dos juros altos.
O CONSTRUTOR DA METRÓPOLE ANTONIO DELFIM NETTO
POSSÍVEL Paulo Pampolin/Digna Imagem
E DESEJÁVEL
Orozimbo Roxo Loureiro criou o centro moderno de São Paulo Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
o e s c re v e r s o b r e o l iv r o p u b l icado sobre Octávio Frias de Oliveira, senti-me em débito para com a memória de Orozimbo Octávio Roxo Loureiro, o líder das organizações a que pertenci, com o qual convivi, juntamente com Octávio Frias, durante dez anos no BNI – o Banco Nacional Imobiliário, posteriormente denominado Ban co Nacional Interamericano. Deixando a vida universitária, na qual acabara de me formar na USP e durante um ano atuara como professor assistente de política de Lourival Gomes Machado, tive o privilégio de ter
A
Andrea Felizolla/LUZ
dade de São Paulo, as práticas empresariais e financeiras do País não seriam o que hoje são sem suas iniciativas pioneiras. Então, São Paulo, com pouco mais de 1 milhão de habitantes, a despeito da pujança que manifestava, ainda era uma metrópole provinciana que ainda hoje guarda a marca de sua passagem criadora. E muitas de suas real i z a ç õ e s e m d i f erentes setores continuam insuperadas mesmo nos dias de hoje, meio-século depois. Sua atividade se desenvolveu em três setores, cujas principais realizações recapitularemos a seguir, esquemática e resumidamente.
N
Mural modernista no hall do Edifício Triângulo
Loureiro como meu iniciador e mestre em tudo o que se referia à vida empresarial, bancária e financeira de um modo geral. A rigor, nada tenho a acrescentar ao prefácio que tive a honra de escrever para a autobiografia de Loureiro, Gar i m p a n d o re m i n i scências, editado pela Grafikor-Editora e Impressora Ltda. em 1976. É mais por um impulso de reivindicação de sua memória e por um preito de agradecimento, que volto a rememorar suas realizações. E como vejo esse passado de distância já longínqüa, não tenho dúvidas em afirmar que a ci-
G A cidade
e as práticas empresariais e financeiras do país não seriam o que são sem as iniciativas pioneiras de Loureiro. G São Paulo,
com pouco mais de 1 milhão de habitantes, ainda era uma metrópole provinciana G O centro da
cidade conheceu uma verdadeira modernização arquitetônica, com a construção da Galeria Califórnia, do Edifício o c a m p o Triângulo i m o b i l i á- e do Copan.
rio, destacam-se o desenvolvimento de conjuntos habitacionais populares, o primeiro dos quais foi a denominada Cidade Suburbana de Engenheiro Goulart na periferia da capital. O centro da cidade conheceu uma verdadeira modernização arquitetônica com a construção da Galeria Califórnia, um conjunto integrado de lojas com entrada pela rua Barão de Itapetininga. Ainda no centro nobre da capital, os edifícios Montreal, Triângulo, Galeria Eiffel, Coliseu, Capitólio, Palatino e na Brigadeiro Luiz Antonio o Edifí cio Nações Unidas. O Copan, na Avenida Ipiranga é ainda hoje o maior edifício paulistano, com seus 986 apartamentos e cento e tantas lojas. Quase todas essas obras foram projetadas por Oscar Niemeyer, que acabara de vencer uma concorrência internacional para a construção do edifíciosede da ONU, dando início a sua projeção nacional e internacional. Foi ele
G E mais:
a caderneta de poupança, o underwriting, os conjuntos habitacionais populares (o primeiro foi a Cidade Suburbana de Engenheiro Goulart)...
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
também o arquiteto d o C l u b e d o s Q u inhentos, na Rodovia Presidente Dutra – primeiro empreendimento do gênero no Brasil. ão pararam por aí as i no va çõ es . O BNI desenvolveu o sistema de construção de condomínios a preço de custo que passou a constituir uma das formas principais de incorporação do mercado habitacional. Mesmo depois de terem o BNI e a CNI cessado atividades, Loureiro conseguiu incorporar o Clube Nac i o n al na magnífica mansão situada no bairro Pacaembu, que Nilza, sua mulher, escolhera e adquirira para sediar banqueiros e financistas americanos que viessem a São Paulo, no esquema de convênio que L o u re i ro f i r m a r a com entidades financeiras dos Estados Unidos A popularização e democratização do sistema bancário ocorrida com o desenvolvimento de uma rede de agências urbanas e suburbanas - 40 agências - foi a maior no gênero, a maior rede daquela época, além do incentivo à poupança mediante a criação de contas com depósitos programados, para a formação de reservas e pecúlios, inclusive com seguros e para crianças, do desenvolvimento de financiamentos para pequenas e médias empresas e produtores agrícolas suburbanos e a criação do s i s t e m a d e p a g amento por débitos automáticos em contas de depósito. No setor de investimentos, bolsa e mercado de capitais, iniciou a efetiva difusão dos fundos de investimento em títulos e ações, ativando negócios na Bolsa de Valores de São Paulo; iniciou o mecanismo de subscrição (underwriting) e
N
distribuição popular de ações para capitalização de emp re s a s , d o q u a l o maior exemplo foi o lançamento de ações da Refinaria e Explor a ç ã o d e Pe t r ó l e o União S.A.(C apuava), operação pioneira que se estendeu por muitos estados do país, com 600 vendedores, reunindo 12.500 pequenos investidores (quando a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, com 6.000 acionistas, era a empresa com mais ampla distribuição de ações do País). A valores atualizados talvez esse continue a ser o maior empreendimento do gênero já feito no País; e a criação de um canal de ligação entre o mercado de capitais nacional e o dos Estad o s U n i d o s , m ediante associação com banqueiros de investimento dos Estados Unidos que, infelizmente, não teve tempo de operar e se desenvolver. ncerro aqui o que não passa de simples enumeração das realizações pioneiras de Loureiro relatadas em sua autobiografia. Sua obra foi um marco de modernização no cenário nacional. Não gostaria de terminar a sucinta rememoração de seus feitos, que contou com a colaboração entusiástica de algumas das mais eminentes personalidades paulistanas da época, sem destacar uma de suas mais visíveis e notáveis qualidades: o irresistível poder de fascinação que se irradiava de sua pessoa, emanado de sua inteligência, de sua simpatia, de sua cordialidade, de seu entusiasmo, de seu caloroso humanismo, de sua inabalável crença na grandeza do Brasil .
E
BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA. COM.BR
xiste um quase consenso em torno da necessidade de conter o crescimento das despesas do governo, que há doze anos aumentam religiosamente 6% ao ano em termos reais, enquanto o PIB cresceu míseros 2,4% (média anual). Chegamos naquele ponto em que o Estado brasileiro inchou tanto que não cabe mais no PIB brasileiro. Isso depois de vender o patrimônio público e se endividar escandalosamente na última década do século passado. Para sair dessa situação é preciso que o PIB cresça mais depressa e que seja contido o avanço do tamanho do Estado.
E
ma coisa é a compreensão desses fatos, outra é a forma como o governo pode enfrentar o problema. É preciso separar desde logo aquilo que é inexeqüível politicamente, por exemplo: não existe a menor possibilidade de cortar despesas na Saúde, na Educação e na Previdência. E é inviável reduzir o alcance dos programas sociais, as bolsas Família, Alimentação, Luz para Todos, etc. Eles têm que continuar até que a economia ofereça os empregos para absorver os excluídos do mercado de trabalho. Se o governo tentar, forma uma massa crítica de oposição que inviabiliza quaisquer medidas.
U
pesar da economia estável e de ter superado o constrangimento externo no governo Lula, o país ainda enfrenta uma situação financeira delicada por causa do alto nível de endividamento público em relação ao PIB e do fato que a carga tributária bateu no teto. São dois problemas formidáveis, duas tenazes que tolhem a ação do governo quando tenta estimular o crescimento mais rápido da economia. É uma ilusão pensar que essa armadilha se desmonta em curto prazo. Não se imagine que é possível cortar juros ou impostos da noite para o dia e multiplicar investimentos no curto prazo. O que pode ser feito de imediato, com
A
fundamental que o governo formule um programa em que a sociedade possa acreditar. Basicamente, é estabelecer um teto para as despesas de custeio do governo pelos próximos três ou quatro anos (aquelas que vem aumentando 6% reais ao ano). A correção anual deve se limitar ao índice da inflação. O programa deve conter simultaneamente o objetivo de atingir um aumento de produtividade nos serviços estatais, que não precisa ser maior que 1,5% ao ano, praticamente igual à taxa de crescimento da população e perfeitamente factível por um simples esforço da administração.
É
preciso mostrar à sociedade que é falsa a informação que a educação e saúde vão mal por falta de recursos. O Brasil gasta uma proporção do PIB maior do que a da maioria dos países nesses itens, só que gasta muito mal (a vinculação facilita o gasto improdutivo), os controles são inexistentes e as auditorias falham. Daí ser perfeitamente possível obter expressivos ganhos de produtividade naqueles setores e na Previdência, onde os serviços são uma indecência. Se existe alguma coisa que depende efetivamente da tão decantada "vontade política" é a ação dos governos nesse contexto. Não se vai cortar recursos. Simplesmente vai estabilizar os gastos e eliminar desperdícios que são imensos. No segundo ano de um programa dessa natureza já vai ter sobra de recursos para fazer o que é fundamental: reduzir a carga de impostos e aumentar o investimento público para dar suporte à expansão do setor privado, que é o principal agente do desenvolvimento.
É
ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA
AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO. DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR
G É fundamental
que o governo estabeleça um teto para as despesas de custeio nos próximos três ou quatro anos
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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Nacional Empresas Agronegócio Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
País exportou 861 cavalos vivos, que geraram R$ 8,8 milhões aos produtores.
SETOR EMPREGA 3,2 MILHÕES DE PESSOAS
Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
CAVALOS: FALTA DE DADOS LIMITA A CADEIA PRODUTIVA Setor faturou R$ 7,5 bilhões em 2005, mas precisa de incentivo para crescer
R
epresentantes da cadeia produtiva de cavalos querem m e l h o r a r o s e gmento que movimentou R$ 7,5 bilhões em 2005. Para isso, ganharam um importante aliado: dados do setor para planejar e direcionar ações estratégicas e formular políticas públicas setoriais. "Vai ser bom para melhorar a eficiência nessa cadeia complexa que envolve 100 setores", afirma o presidente da Comissão Nacional do Cavalo da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Pio Guerra. Segundo ele, entre as ações que devem ser adotadas pelo setor público está a disponibilização de bolsas de estudo para ampliar conhecimentos sobre a atividade. Mais difícil, mas também necessária, será conseguir uma linha de financiamento específica, além da qualificação da mão-de-obra, melhoria de procedimentos para defesa sanitária, construção de um terminal de exportação e desburocratização dos procedimentos para a Júlio Granja: hipismo em alta
venda de animais vivos e desmitificar a idéia de que o cavalo está ligado à elite. A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) pretende dar ênfase no desenvolvimento do hipismo, que hoje utiliza 800 mil cavalos do total de 5,9 milhões do rebanho nacional. "É importante que o hipismo seja discutido entre a comunidade para que haja novas diretrizes. É hora de se preocupar com o aprimoramento técnico do hipismo qualitativamente e quantitativamente", afirma o presidente da CBH, Paulo Sérgio Tavares Parreiras. Na opinião de Parreiras, um mercado como o de eqüinos, que gera 3,2 milhões de empregos diretos e indiretos no País, é muito importante do ponto de vista sócio-econômico. A cadeia engloba vários agentes econômicos em concursos, feiras e exposições e, embora ocupe a sétima posição em organização de eventos esportivos, ainda falta estímulo para a maior participação do público. Para
Rebanho nacional é composto por 5,9 milhões da cavalos. Boa parte utilizados em propriedades rurais.
Parreiras, o esporte precisar ser democratizado. "As pessoas têm medo de ir a eventos que envolvem cavalos, pois acham que é apenas assunto de rico", diz. Apesar de usar menos cavalos que os produtores rurais, o hipismo gera renda que chega a R$ 2 bilhões. Segundo o levantamento da CNA, são 400 eventos por ano no Brasil que movimentam R$ 146 milhões. Escolas de equitação geram R$ 78 milhões e a equoterapia, R$ 43 mil. Carne – O Brasil é o quinto maior exportador de carne de cavalo, com vendas no valor de US$ 34 milhões com o abate de 205 mil animais em 2005 e projeção de aumento de 10% para 2006. Já há oito frigoríficos especializados no País,
Pio Guerra: bolsas de estudo
Paulo Tavares: aprimoramento
que embarcam a maior parte dos produtos para a Bélgica e Holanda. O Brasil também exporta animais vivos. No ano
passado, foram embarcados 861 cavalos, que geraram aos produtores R$ 8,8 milhões. Adriana David
Selaria movimenta R$ 174 milhões
O
s representantes do setor de eqüinos pretendem se reunir com o Ministério de Ciência e Tecnologia para definir providências a serem tomadas para melhorar a atividade de selaria, que movimentou R$ 174 milhões em 2005. As empresas envolvidas com equipamentos para cavalo e cavaleiro são de micro e pequeno portes e empregam 12 mil pessoas. "A parte de design e fabricação dos produtos pode ser aperfeiçoada e, com isso, a atividade ser melhorada", afirma o presidente da Comissão Nacional do Cavalo da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Pio Guerra. A empresária Vera Regina de Moraes, da Salto & Sela, há
Hipismo está acessível, diz Vera
20 anos atuando no mercado de selaria, afirma que, como em todas as atividades no Brasil, os empresários desse ramo
Um extensor para cascos danificados
A
atividade de casqueamento e ferruageamento, que gerou R$ 143 milhões no ano passado, tem sido berço de inovações. O médico veterinário Marcelo Dias Miranda, criou e patenteou um extensor para
Marcelo Miranda: extensor
redirecionar o crescimento do casco do cavalo modificado por impacto ou doenças degenerativas. O
também sofrem com as oscilações da economia. Mas, neste ano, ela percebeu que houve mais interesse pela equitação, fato que resultou em aumento de 10% nas vendas. "A busca pelo esporte pode ser pela preocupação com a saúde, o contato com a natureza e o desafio de vencer limites e o medo", aponta Vera. As escolinhas e o turismo rural têm sido os maiores incentivadores do hipismo. Vera diz que, para praticar, não é necessário ter um cavalo, basta pagar as aulas e comprar um uniforme. Duas aulas por semana custam em torno de R$ 200 e um kit escola básico, composto por capacete, calça, bota, chicote e luva, sai por menos de R$ 300, segundo ela. (AD) extensor é feito com um conjunto de materiais, entre eles poliuretano, e suporta até 300 quilos por centímetro quadrado. Até o produto ser colocado à venda no mercado, foram dois anos de pesquisa com 30 cavalos. Desse total, 86% tiveram resultados positivos cerca de seis meses depois. O produto deve custar entre R$ 90 a R$ 100 o par. (AD)
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terça-feira, 21 de novembro de 2006
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Informática
O Grupo Syst nasceu em Belo Horizonte (MG) e, atualmente, conta com mais de 400 clientes.
É WINDOWS Metasistema operacional une Windows e Linux e reduz custos de gestão para pequenas empresas Rachel Melamet Enviada especial a Belo Horizonte
O Metasys em ação: praticidade para o usuário que pode escolher o ambiente no qual deseja navegar (Windows ou Linux)
uitas idéias para proporcionar a inclusão digital, a baixo custo, de micro, pequenas e médias empresas, e muita paciência para amealhar patrocinadores e financiadores. Assim nasceu em Belo Horizonte (MG), há uma década, o Grupo Syst, cujas empresas – International Syst Ltda. e Mobile Solutions Technology Ltda. – buscam oferecer a seus clientes produtos e serviços de Tecnologia da Informação, tendo a qualidade como fator determinante de vantagem competitiva. Atualmente com mais de 400 clientes, atuando no mercado nacional na prestação de serviços de consultoria em informática – de planej a m e n t o e stratégico da in for maçã o, de sen vol vimento de soluções de sistemas de informação corporativos e aplicações web – o produto de destaque é o Metasys, um novo conceito em ambientes computacionais. O Metasys é um metasistema operacional, que permite a administração e integração de ambientes operacionais distintos, como o Linux e o Windows. É construído sobre uma base de distribuição Linux, à qual são agregados uma série de servi-
Tudo ao mesmo tempo ços para a gerência, administração, monitoração, integração do ambiente computacional com redes heterogêneas e suporte a vários tipos de estação cliente. Oferece um conjunto de aplicativos selecionados de forma a atender diversas necessidades específicas de servidores e estações de trabalho. O melhor dos dois – No Metasys, serviços Linux e Windows podem ser acessados simultaneamente, com as mesmas características de usabilidade e forma de trabalho. Recursos de armazenamento de dados e dispositivos de impressão, backup e outros são compartilhados por todos os usuários, cuja autenticação para acesso à rede pode ser controlada através de um cadastro úni-
Os pedidos podem ser organizados de acordo com a necessidade de cada usuário na empresa e conforme o porte desta
co. A gerência unificada dos dois ambientes permite a escolha, a qualquer instante, do mais adequado para cada tarefa. Tarefas para as quais um ambiente Linux se adequa melhor são executadas no Linux, e para aqueles trabalhos para os quais uma solução Linux ainda não está disponível, a execução é feita no sistema Windows, mantendo o mesmo padrão de interface para o usuário final. Com o Metasys pode-se acessar os ambientes operacionais e serviços do Linux e Windows a partir de qualquer estação de trabalho, sem a necessidade de autorizações ou configurações especiais, aumentando a eficiência do sistema e diminuindo seu custo. A integração de ambientes computacionais vai mais além. São integrados também os diversos serviços necessários para o funcionamento do sistema, tais como compartilhamento de arquivos, serviços web, servidor de e-mail, autenticação, intranet e extranet, entre outros. Desta forma, torna-se desnecessário gerenciar cada serviço individualmente, tornando muito mais simples a operação e manutenção do sistema, reduzindo custos e aumentando sua confiabilidade. Sob medida –Para as micro, pequenas e médias empresas de qualquer ramo de atuação – comércio, indústria e serviços – foi desenvolvido o Metasys Small Business, baseado em software livre, permitindo que as empresas tenham um sistema de automação comercial com um custo mais barato do que o tradicional, mantendo ainda as características de interface totalmente amigável, alta qualidade e eficiência. Além disto, o Metasys torna possível a utilização de computadores de baixo custo e garante todo o suporte técnico para a adoção desta plataforma. Além da interface gráfica intuitiva, sistema possui módulo de frente de caixa que funciona de forma independente ou integrado ao sistema de retaguarda – gestão de clientes, fornecedores, produtos, estoque, compras, contratos, contas a pagar e receber, transportadoras, agendamento etc. A integração pode ser em tempo real ou por transferência de arquivo. O módulo de frente de caixa é integrado com dispositivos TEF (Transferência Eletrônica de Fundos), Sintegra (Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais), Emissão de Cupom Fiscal, balança, leitores de código de barras, funcionamento local em cada Ponto-de-Venda (PDV) independente da rede e configuração de acesso aos usuários. O Metasys traz embutido um vídeo que explica o funcionamento do sistema clique a clique, reproduzindo os resultados das possíveis ações dos usuários e como revertê-las. A versão em áudio auxilia quem tem deficiência visual. Sem lucro –O sistema, administrado remotamente, é mantido e atualizado pela International Syst. O desenvolvimento e
É LINUX Rachel Melamet
O sistema Metasys permite acessar notas fiscais rapidamente
aperfeiçoamento tecnológico está a cargo do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com recursos da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e FIR Capital. Segundo o coordenador do
projeto no DCC, professor doutor Sergio Vale Aguiar Campos, o objetivo do Metasys "não é ganhar dinheiro com a venda, porque esse não é o papel da universidade, e sim obter recursos a partir da manutenção, para continuar com o trabalho de atualização constante do programa".
O Metasys já contabiliza cem mil licenças de uso no país e o DCC está adicionando ao sistema os mais recentes lançamentos em periféricos para automação comercial, como novos modelos de TEF e impressoras térmicas. Mais informações: www.metasys.com.br Fone: (31) 3296-9040
PRESSIONADO, KASSAB DESISTE DO X-TUDO. Ano 81 - Nº 22.256
São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2006
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Economia 1
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h45
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
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Serra anuncia nove secretários José Patrício/AE
O governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), anunciou ontem o nome de mais nove secretários. Ele já havia definido Mauro Ricardo Machado Costa para a Fazenda. Quatro dos indicados servem à gestão Cláudio Lembo e serão mantidos: Maria Lúcia Vasconcelos (Educação), Luiz Roberto Barradas (Saúde), Antonio Ferreira Pinto (Administração Penitenciária) e Rogério Amato (Desenvolvimento e Assistência Social). Também integrarão a equipe: Aloysio Nunes Ferreira (Casa Civil), Francisco Luna (Economia e Planejamento), Luiz Marrey (Justiça), Ronaldo Marzagão (Segurança) e José Luiz Portela (Transportes Metropolitanos). Pág. 8
Da esquerda para a direita: Ferreira Pinto, Marzagão, Marrey e Serra
CENTRO
Aeroportos, ontem: 1.270 vôos, 651 atrasos
Projeto une jóias da cidade
Números indicam que 51,3% dos vôos programados no País atrasaram mais de 15 minutos. Motivo? Agora, mau tempo e quebra de cabo ótico. C 6
O peso dos impostos nas bombas de gasolina
Praça das Artes vai revitalizar quarteirão formado pelo Anhangabaú, av. São João , Rua Conselheiro Crispiniano e Praça Ramos. C 1 e 2 Newton Santos/Hype
Está no Congresso, e pode virar lei em breve, projeto que obriga postos a informarem aos consumidores a carga tributária que incide sobre combustíveis. E 1 Luludi/LUZ
Nilton Fukuda/AE
Windows e Linux: economia
O milionário mercado das bijuterias
Metasistema operacional une Windows e Linux e garante redução de custos de gestão para pequenas empresas Informática
Negócios em ritmo crescente movimentam US$ 220 milhões anuais. A Bijóias (foto), tradicional feira do setor, mostrou que as bijuterias deixaram de ser acessórios e ganharam autonomia. E 5
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 28º C. Mínima 14º C.
12 mil na Parada Negra Passeata na Paulista (foto): "É uma data para ser lembrada em todo o País". C 5
DC
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Sistemas Programas Universidade Mudanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO DA UFMG COMPLETA 30 ANOS
O Google pagou US$ 25 milhões pela Akwan Information Technologies, criada pelo DCC da UFMG.
TECNOLOGIA PÃO-DE-QUEIJO
Rachel Melamet
Wagner Meira Júnior, coordenador do Projeto Tamanduá
Três décadas da vida profissional e acadêmica de Alberto Henrique Frade Laender confundem-se com a própria história da Informática no Brasil
O buscador de dar inveja ao Google e outras façanhas Rachel Melamet, enviada especial a Belo Horizonte econhecido mundialmente como um centro de excelência em Tecnologia da Informação, o Departamento de Ciências da Computação (DCC) da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – está completando 30 anos de existência com um currículo invejável. Seus alunos e prof ess ores es pe cia li zados são disputados a tapa no mercado de trabalho, e muitos projetos desenvolvidos por eles na universidade ganharam notoriedade internacional. A maior façanha até agora foi causar inveja ao maior engenho de busca do mundo – o Google – que desembolsou algo em torno de US$ 25 milhões (informação não confirmada oficialmente por nenhum dos envolvidos no negócio) para adquirir a empresa mineira Akwan Information Technologies, criada e incubada no DCC. Lá, um grupo de professores começou a explorar as possibilidades da internet quando ela se tornou comercial, em 1995. Alguns alunos de mestrado e doutorado avançaram muito nos sistemas de busca até que, em 1998, a partir da tese de mestrado do estudante Victor Ribeiro, surgiu o Miner Tech-
nology Group, criador da primeira ferramenta de metabusca brasileira. O Miner foi vendido ao Universo Online (UOL) em 1999, e Victor Ribeiro tornou-se diretor de Tecnologia do UOL. Com o pupilo bem encaminhado e um bom dinheiro em caixa, os mestres trataram de recrutar novos investidores e estudantes para tocar mais projetos. Foi assim que, em maio de 2000, nasceu a Akwan – palavra que significa rápido, ligeiro, em Guarani – sob a responsabilidade dos professores Alberto Laender (atual diretor do DCC), Ivan Moura Campos, Nivio Zanini (diretor da Fundep – Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa da UFMG) e Berthier Ribeiro Neto, atual diretor de Engenharia do Google Brasil. Ligeirinho –E foi tudo muito rápido mesmo. Em apenas quatro anos, mais de 50 milhões de consultas por mês na internet passaram a ser realizadas por uma solução totalmente desenvolvida pela Akwan – o TodoBR, que tem um nome diferente em cada portal que o utiliza. O que a diferencia é a sua maleabilidade: ela realiza buscas sob medida para cada empresa que a aplica em seu site, enquanto os demais buscadores – como o Google – têm padrões fixos e são os clientes que precisam se adaptar a eles. Com esse produto, a empresa passou a atender grandes companhias e setores governamentais do Brasil e, principalmente,
da Europa – o engenho de busca oficial do governo espanhol tem a marca Akwan. Acabaram chamando a atenção do mais famoso concorrente, o Google, que adotou a filosofia "se não se pode combater o inimigo, junte-se a eles". Em julho de 2005, o Google adquiriu a Akwan e a transformou no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do maior buscador do mundo na América Latina. Uma parte dos milhões de dólares da negociação foi para a universidade, sócia da Akwan através da Fundep. O que permite pagar salários competitivos para que os melhores talentos não debandem para a iniciativa privada, abandonando projetos iniciados na vida estudantil. Caça aos talentos–Com a aquisição, ninguém do corpo técnico brasileiro foi demitido, ao contrário, mais profissionais do DCC, entre eles estudantes, foram contratados para tocar o CPD. "Nosso único critério é encontrar as melhores pessoas", afirmou Alan Eustace, vice-presidente de Engenharia do Google. "Não foi somente uma questão de escolher o Brasil. Escolhemos a Akwan, que por acaso fica no Brasil", elogiou Eustace. O interesse do Google nos profissionais de informática mineiros é plenamente justificado. O Bacharelado em Ciência da Computação da UFMG foi o grande destaque no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2005. O curso alcançou a nota
máxima 5, o melhor desempenho da área de Ciência da Computação no país. Além disso, o aluno Cristiano Gato de Rezende, atualmente cursando mestrado, obteve a maior nota nacional da área. De tudo um pouco – Mas os cyber doutores "pão de queijo" gostam de colocar as mãos – e os cérebros brilhantes – em vários tipos de massa. Os projetos vão de robôs que jogam futebol a ferramentas de código aberto para gerenciamento completo de micro e pequenas empresas e grandes corporações, como o Metasys. Claro que o computador popular não ficou de fora, e a UFMG tem o seu modelo completo ao custo final de R$ 700, com C P U , m o n itor, teclado e mouse, à espera de interessados em produzi-lo. Há também programas farejadores de informações, com capacidade de cruzar dados e apontar probabilidades que permitem desde o controle rígido de contas públicas até a detecção de fraudes em operações aparentemente lícitas, como faz o programa de Inteligência de Negócios "Tamanduá", que o DC Informática mostrou em detalhes na matéria de capa de 14 de novembro.
CD de demonstração do Projeto de Inteligência de Negócios, batizado Tamanduá
Ele está aqui desde o comecinho Fotos Rachel Melamet
atual diretor do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, professor doutor Alberto Henrique Frade Laender, já estava lá quando o DCC foi criado, em dezembro de 1976, a partir do desmembramento do Departamento de Ciência da Computação e Estatística, que, por sua vez, foi uma evolução do Cecom (Centro de Computação) da universidade, que funcionava na reitoria desde o fim da década de 60. Laender, hoje com 55 anos, fez vestibular para Física na UFMG, mas acabou formando-se em Engenharia Elétrica e, como sempre gostou de cálculo e da vida universitária, foi trabalhar no Cecom em 1974 – diante de um gigantesco computador IBM 360, que na época tinha a "espantosa" capacidade de memória de 32 kb – enquanto fazia seu mestrado em Ciências da Computação, no qual desenvolveu um sistema de correção de provas para a universidade. Programas manuais - "Os programas de computador, há três décadas, eram escritos à mão e depois perfurados em cartões, que levávamos em imensas caixas de papelão para processar numa máquina gigantesca, e só ficávamos sabendo se o que programamos deu certo umas duas horas depois", diverte-se o mestre, que hoje ocupa uma sala do tamanho do então considerado o "supercomputador" da universidade. Muitas realizações preenchem essas três décadas da vi-
Laender, ao lado dos primeiros computadores projetados e construídos na UFMG
da profissional e acadêmica de Laender, que se confunde com a própria história da evolução da Informática no Brasil e no mundo. Entre elas, a criação da empresa Akwan, responsável pelo sistema de buscas que chamou a atenção da gigante Google e resultou na sua aquisição pelo buscador norteamericano. Mas o que ele gosta mesmo é de ensinar. Nem precisaria, já que chefiar o DCC é tarefa que ocupa dia, noite, finais de semana... Mas Alberto Laender reservou para si a disciplina de Introdução às Ciências da Computação. "Gosto de mostrar aos alunos, que já nasceram diante de um computador e não têm dificuldade alguma para operálos, que essa tecnologia toda deu muito trabalho para ser desenvolvida e que, apesar de re-
cente, tem uma história, e que nossa universidade faz parte dela", afirma o professor. Museu vivo – Um de seus locais preferidos no DCC é a Sala dos Professores, onde eles se reúnem mineiramente para o inevitável cafezinho com pão de queijo, várias vezes por dia, e para a troca de idéias sobre novos projetos. Estrategicamente – numa sala envidraçada, para que se possa apreciar o acervo mesmo estando na área de lazer – este foi o local escolhido para a instalação do Núcleo de Memória "Professor Newton Alberto de Castilho Lages", criado com o objetivo de resgatar, preservar e divulgar a história do DCC através de documentos e objetos testemunhos da produção científica e acadêmica na área computacional. A cada momento chegam
novas peças, pois um computador ou periféricos com dez anos de uso, hoje em dia, já podem repousar num museu, tal a velocidade da evolução tecnológica. Universidade na rua – Há dois anos chefiando o departamento que ajudou a construir, Alberto Laender – que fez seu doutorado em East Anglia, na Inglaterra – tem como meta administrativa "tirar a tecnologia da universidade" e integrar a produção científica ao dia-a-dia da sociedade, envolvendo professores e alunos no desenvolvimento de projetos que tenham aplicação prática imediata. Dessa forma, sua gestão vem estimulando parcerias com setores governamentais em diversos níveis, empresas privadas de grande porte – para garantir emprego aos alunos – e desenvolvendo o espírito empreendedor dos estudantes através de iniciativas
como a Empresa Júnior, que estimula os alunos que criam novos produtos e serviços de TI a montar seu próprio negócio. Na área de cursos, o DCC tem duas novidades: os cursos vespertinos de Sistemas de Informação (como aplicálos no mercado) e Ciência da Informação (do ponto de vista do usuário), voltados para pessoas já colocadas no mercado de trabalho – independentemente de terem ou não cursado a UFMG, cujas aulas começam às 17 horas, para não interferir com a jornada de trabalho. Outra iniciativa é o curso de Bioinformática, que especializa biólogos em técnicas de computação para resolução de problemas complexos como análises de DNA, cujo processamento torna-se muito mais veloz usando as ferramentas de TI, mas exige conhecimentos específicos dos programas e técnicas. (RM)
O diretor e uma peça de um computador antigo: história.
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Programas Universidade Mudanças Gestão
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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A TECNOLOGIA TRANSFORMOU O DIA-A-DIA DE TODOS
ocê já parou para pensar o quanto a tecnologia invadiu o dia-a-dia das pessoas e como ficamos dependentes dela nos últimos 20 anos? Basta dar uma olhada em volta. O carro, por exemplo, é cheio de tecnologia: injeção eletrônica, computador de bordo, ajuste de velocidade, câmbio automático inteligente que "aprende" o estilo do motorista dirigir, além do ar condicionado. Nos transportes públicos, os bilhetes inteligentes já são realidade há muito tempo no metrô e nos ônibus urbanos vêm sendo implantados com tal velocidade que a profissão de cobrador está com os dias contados. Em casa, os exemplos são muitos: televisão que ajusta automaticamente as cores, contrastes e tonalidade, microondas, DVD, Home Theater, secretária eletrônica, interfones com câmeras de vigilância, portões automáticos, aquecedores que ligam e desligam automaticamente para economizar de energia e o computador são apenas alguns exemplos das facilidades que a tecnologia incorporou na vida das pessoas. Vamos analisar o computador, que é o exemplo de maior avanço tecnológico que está presente em nosso cotidiano. Sem dúvida nenhuma, viabilizou certas tarefas que antes eram impossíveis de serem realizadas. Mas como nem tudo é perfeito, trouxe uma série de complicações que também foram incorporadas na vida das pessoas. Uma das frases mais corretas que existe é essa: o computador chegou para solucionar muitos problemas, que antes ninguém tinha. Pode parecer exagero, mas veja os problemas e exigências que foram incorporados depois
Sua vida mudou. Foi a tecnologia. Você já se deu conta? Nos últimos 20 anos a vida foi drasticamente modificada pelos avanços tecnológicos. Guido Orlando Júnior que eles chegaram: Conhecimento em computação Quem não sabe o mínimo sobre esse assunto praticamente não consegue emprego. E não basta apenas ligar e saber "mexer" mais ou menos com os programas. Tem que conhecer com certa desenvoltura um editor de textos, planilha eletrônica e um programa de apresentação, caso queira evoluir profissionalmente. Navegar na internet e saber pelo menos fazer uma procura coerente nos sites de busca também ajuda. Ter e-mail e conhecer as regras básicas para mandar mensagens, nem se fala. E o pior é que elas são desconhecidas pela maioria dos usuários. Exemplos: não colocar vários endereços no campo "Para:"; coloque apenas um e o restante no campo "CC:"; não utilizar abreviações ao escrever um e-mail, tais como vc (você), tb (também), tks (obrigado), abs (abraços) e outros. Isso porque quem recebe não tem a menor obrigação de saber o que você
quer dizer com essas siglas. Backup Para os que conhecem computação, o backup é uma obrigação quase que diária, só que praticamente ninguém faz. Por preguiça, esquecimento ou mesmo por achar que o desastre não vai ocorrer consigo. Quando acontece, parece que é sempre na pior hora. O problema é que qualquer hora é a pior para uma pane no computador ou disco rígido. E o usuário só percebe que deveria ter feito cópia depois de tudo perdido. Restore Também conhecido como recuperação de dados, geralmente é uma das dores de cabeça de usuários. Tão importante quanto fazer backup, é saber recuperar os dados salvos. Pode parecer uma tarefa simples, mas não é. Na maioria das vezes não basta colocar o CD com os dados salvos no drive e copiá-los para dentro do HD. Primeiro, é preciso saber a data que a cópia foi feita. Se tiver sido efetuada semanas ou meses atrás, esqueça.
O tamanho do estrago será quase do mesmo tamanho do que se nunca tiver sido efetuado. Segurança Este item talvez seja o mais complicado, ainda mais se o usuário possui uma rede sem fio. Os vírus teimam em se instalar em sua máquina para infectar seus arquivos e programas. Um batalhão de hackers querendo invadir seu micro, 24 horas por dia, também faz parte de seu dia-a-dia, sem que você perceba. Não só invadir, mas querendo seus dados, principalmente senhas e informações confidenciais. Se você não tomar cuidado e ficar atento para essas invasões, pode estar neste momento com um cavalo de tróia instalado em seu micro monitorando e mandando informações para alguém do outro lado do mundo ou no quarteirão de cima. Pirataria Ter programa legalizado e original, todo mundo quer. Mas eu coloco em dúvida se todo mundo tem condições de arcar com os custos de ter todos eles instalados. Os usuários têm que conviver, infelizmente, com programas piratas no computador, apesar disso ser um grande risco. Programas desse tipo podem expor os usuários a todo tipo de perigo, desde a instalação de cavalos de tróia até a possibilidade de danificarem o sistema operacional. Mesmo assim é grande o número de programas piratas. Segundo o mercado, mais de 80% da base instalada de programas em usuários domésticos e pequenas e médias empresas são piratas. Esses são apenas alguns exemplos das atribuições que acompanham os usuários no dia-a-dia e que devem ser seguidos por quem quer estar integrado ao mercado de trabalho.
Sem sentir, a população está observando até a extinção de algumas profissões tradicionais.
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A Systemplan distribui um ERP todo especial — muito mais acessível, principalmente ao bolso — para pequenas e médias empresas. Cyro Fiúza
Coletor de dados: as informações são decodificadas rapidamente para o usuário
Seleção nada usual
Universidade Mudança Gestão Periféricos
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
A partir de R$ 20 mil, é possível adquirir o sistema para 5 usuários, com rápida instalação.
ERP BUSINESS ONE OFERECE CONTROLE ABSOLUTO
Gestão para pequenas empresas razido dos Estados Unidos pela SAP no início deste ano e comercializado desde abril pela Systemplan Consultoria, o sistema de gestão corporativa (ERP ou enterprise resource planning) Business One da SAP passa a ser acessível para pequenas e médias empresas que, anteriormente, não tinham acesso a essa ferramenta diante dos altos custos que só a viabilizavam para corporações de grande porte. O ERP Business One é um sistema que possibilita uma gestão completa e eficiente das operações efetuadas com clientes, fornecedores, produção, compras, estoques, finanças, contabilidade, vendas e contratos, tornando-se uma poderosa ferramenta para o acesso a informações importantes e atualizadas, essenciais nas tomadas de decisões. Segundo Luiz Maeda, sóciodiretor da Systemplan, as empresas que se mostram interes-
Glossário
sadas na solução querem conhecer melhor os seus benefícios, chegando a solicitar um 'estudo de caso' para avançar no negócio. "São empresas como corretoras de seguros, imobiliárias, pequenos e médios varejistas, agências de viagem, trades (comércio exterior) e escolas de idiomas", exemplifica. A razão para pequenos e médios empreendedores se interessarem pela ferramenta também vem pelas condições financeiras da transação. "A partir de R$ 20 mil já é possível viabilizar a venda, considerando cinco usuários ao preço da licença de R$ 4 mil por máquina", prossegue Maeda, ressaltando que a venda é feita por licença do software. O sócio-diretor da Systemplan prossegue dizendo que "a implementação é rápida, de três a quatro meses, por módulos, com escalabilidade para upgrades e integração com outros sistemas, como o Office (Word, Excel e Outlook) da Mi-
AUTOMAÇÃO
Tudo sobre automação. Cortesia da HandHeld (www.handheld products.com.br)
CCESS POINT (ponto de acesso) Aparelho que transforma o tráfego de informações da rede convencional (via cabos) em sinal de rádio Wi-Fi. Por meio de Access Points, usuários de coletores de dados e/ou notebooks com Wi-Fi podem acessar a rede local ou navegar pela internet. Todo sinal Wi-Fi vem de um ponto de acesso. BLUETOOTH Tecnologia que usa ondas de rádio em lugar de cabos e fios para conectar aparelhos como PCs, monitores e equipamentos de som. O
"dente azul" é homenagem ao rei viking Harald Dente Azul, que no século 10 unificou a Dinamarca. ECF (Emissor de Cupom Fiscal) Aparelho que calcula o imposto por alíquota, indicando no cupom fiscal o grande total (GT) acumulado, símbolo característico de acumulação e a situação tributária da mercadoria. LEITOR DE DADOS Equipamento que "lê" (decodifica) informações em códigos impressos, de barras ou bidimensionais, e captura os dados.
crosoft". A implantação começa pela aquisição do software, passa pela configuração, conversão de dados, treinamento até chegar ao suporte técnico. Benefícios – Luiz Maeda também enumera os benefícios que o ERP Business One pode trazer aos usuários, pois permite aos gestores obterem, de forma rápida e eficaz, informações estratégicas, proveniente de qualquer área da empresa, proporcionando o controle total da informação e de suas atividades. Há 14 anos no mercado, a Systemplan é uma empresa especializada em integração e desenvolvimento de sistemas, com fábrica de software, implantação de sistemas SAP, Business Intelligence e CRM (customer relationship management, ou sistema de relacionamento com o cliente). Sediada em São Paulo, a empresa tem filiais em Hortolândia (SP), Rio de Janeiro e Brasília. Possui 800 funcionários,
atuantes nas mais variadas p l a t a f o r m a s ( h a rd w a re e software), e tem como parceiros as principais empresas globais de tecnologia, como SAP, Oracle, IBM e Microsoft. Seus principais clientes no momento são IBM, Oxiteno, Nes- Divulgação tlé, Diveo, Banco Westlb e Telefônica, entre outros. No setor das pequenas e m é d i a s e mpresas, a Systemplan está p ro s pe c t a nd o u m a e xtensa carteira de clientes e tem como meta fechar o ano de 2006 com 20 novos clientes do segmento, como informa Maeda: implementação é rápida Luiz Maeda.
Telefonia econômica Divulgação
VOiP: economia é obtida com apenas um aparelh o que desempenha diversas funções
om o objetivo de dispensar a instalação de diversos equipamentos e acessórios, como um segundo aparelho telefônico, monofones e fones de ouvido, entre outros, a MDX Telecom lançou o Global VoIP. Trata-se de um aparelho que efetua ligações via Skipe, o que possibilita a total mobilidade para o usuário. A empresa é fabricante de produtos eletrônicos para a área de telecomunicações e, atualmente, é a única a deter licenciamento da marca
Motorola no Brasil. Segundo seus representantes, as empresas e usuários individuais continuarão a utilizar os equipamentos que já possuem (de mesa, sem fio ou PABX) para atender ligações normais ou de Skype ao mesmo tempo. A expectativa é de que os consumidores se interessem pelo produto, pois o Brasil é o terceiro maior mercado de Skype com 3,7 milhões de usuários. O preço é de R$ 259 e há mais de 200 postos de assistência técnica em todo o país. Informações: 0800 888 5177.
credito
GADGETS Sergio Kulpas omo prometemos há duas semanas, eis algumas sugestões de presentes bem incomuns que podem ser encomendados via web. Todas as lojas aceitam encomendas internacionais. Para evitar surpresas, observe os prazos de entrega e os valores do frete.
I-Glasses Video 3D Pro Head Mounted Display Esses óculos de vídeo em 3 dimensões são a realização de antigo sonho da ficção-científica. Finalmente, a tecnologia imaginária vista em dezenas de filmes está ao nosso alcance. O i-Glasses é um monitor de vídeo miniaturizado de alta resolução. Pesando menos de 230 gramas, os óculos têm monitores embutidos, que geram uma ilusão de 3 dimensões equivalente a ver uma tela de 70 polegadas a distância de 4 metros. Segundo o fabricante, os óculos funcionam tanto dentro como fora de casa, sem que a qualidade da imagem seja afetada pela luz ambiente. O i-Glasses se conecta à TV, DVD e consoles de videogame — muito jogos já tem a opção 3D. Custa US$ 1.159,00 na Extreme Toys for Boys (http://ext re m e to y s f o r b o y s .c o m / i ndex.php3/item/item/I-Glass es %2 0 Vi d eo %2 0 3D % 20 Pro % 2 0 - % 2 0 H e a d % 2 0 M o u nted%20Display.html). Electrolux Trilobite Robotic Vacuum Há um ano, a fabricante sueca Electrolux anunciou o primeiro eletrodoméstico robô acessível para o público: o aspirador de pó Roomba. O preço era alto, adequado para o chão de palácios e mansões. Mas a tecnologia tem curva de crescimento rápido, causando queda nos preços. O aspirador-robô Trilobite usa sensores de infravermelho e ultrasom para se localizar em uma sala, evitando obstáculos como escadas e móveis. O robozinho é sensível o bastante para não derrubar objetos delicados, como uma taça de vinho.
O aparelho limpa o piso de ponta a ponta, e quando termina retorna a uma estação base onde a bateria é recarregada. É possível ainda delimitar a área de limpeza, com o uso de fitas especiais aplicadas no chão. Custa US$ 1.799,95 na Hammacher Schlemmer ( h t t p : / / w w w. h a m m a c h e r. com/publish/10879.asp#). RoboSapien V2 Desenhado por Mark Tilden, o RoboSapien é legítimo representante da nova geração de brinquedos "inteligentes". Com 35 centímetros de altura, tem vários motores e sensores embutidos, que lhe dão agilidade e variedade de movimentos incomuns em um brinquedo. Suas mãos são capazes de pegar, soltar a atirar objetos. Seus olhos usam infravermelho e radar para detectar obstáculos e podem até acompanhar objetos em movimentos. Reconhece comandos de voz e percebe a direção do som. Na Gadget Shop inglesa, 119,95 libras. (http://www.gadget sh op .c om/ pw s/ Pro du ct Details.ice?ProductID=169 Laser Pod Orb O Laser Pod Orb é uma inovação em iluminação decorativa: uma lente semiesférica cheia de LEDs, com um laser e um cristal que se movimenta. As luzes se refletem pelo cristal e se espalham pelo ambiente, em padrões variados. O design do Laser Pod permite efeitos de luz em 180 graus, nas paredes e teto. Ideal para meditação, ou para criar ambientes em festas. Custa US$ 72,00 na loja I Want of Those. h tt p: // ww w.i wa nt on eo fthose.com/laser-pod-orb/index.html#top
Relaxman Relaxation Capsule Esse brinquedo é para poucos. A Relaxman é uma "cápsula de relaxamento" inventada pela famosa Biotonus Clinic na Suíça para o alívio do estresse. A cápsula é à prova de som, luz e calor, e oferece total isolamento para terapia ambiental. Dentro da cápsula, a temperatura se iguala à do corpo, enquanto um programa de sons e luzes ajuda a relaxar. O fabricante diz que é ideal para ansiedade, fadiga e depressão. O equipamento é vendido pela Amazon.com, mas o produto vem diretamente da Suíça; melhor consultar o prazo de entrega e o frete. Custa US$ 39.995,00 na Amazon. (http://www.amazon.com/ Relaxman-Relaxation-Capsule /d p/B 000 6M WV8 6/s r= 82/qid=1163729653/ref=sr_1_ 2/002-7229444-4500050? ie=UTF8&s=miscellaneous Scorpion Gold Stinger O "detector de ouro" Scorpion Gold Stinger é um presente perfeito para aquele parente ou amigo que acha que vai encontrar um tesouro perdido sob a areia da praia. O fabricante afirma que o detector é sensível para diferenciar ouro de outros metais. O usuário pode ajustar a profundidade da busca, e usar um sinal sonoro como alerta. Mesmo que seu primo não fique rico achando ouro em Ubatuba, o visual da máquina é "cool" o bastante para impressionar. Por US$ 449,00 na Extreme Toys for Boys ( h t t p : / / e x t r e m e t o y s f o rbo ys. com/ ind ex. php3 /it em / i t e m /S c o r p i o n % 20 G o l d %20Stinger.html sergiokulpas@gmail.com
Scorpion Gold Stinger
Electrolux Trilobite Robotic Vacuum
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RoboSapien V2
terça-feira, 21 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
INFORMÁTICA - 5
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A menor laser do mundo Novidades da gigante coreana Samsung mostram disposição para investir no segmento de informática no Brasil Carlos Ossamu
Mudanças Gestão Periféricos Computadores
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Samsung apresenta em SP modelos com preços atrativos para pequena, média e grande empresa.
IMPRESSORAS E MULTIFUNCIONAIS PARA TODOS
IMPRESSORAS Divulgação
m evento recente em São Paulo para clientes e parceiros comerciais, a Samsung (www.samsung.com.br) mostrou algumas novidades na área de informática, em particular uma impressoras a laser colorida e um monitor de LCD de 19 polegadas. "A sinergia e comprometimento que temos com o nosso canal são fundamentais para o sucesso da operação. Por isso, reunimos os nossos parceiros para celebrar a ótima performance de toda a unidade de TI da Samsung no Brasil neste ano e, de forma integrada, apresentar as principais novidades e tendências em monitores e soluções de impressão", afirmou José Roberto Campos, vice-presidente Executivo da Samsung. Na área de impressão, o destaque foi o modelo CLP-300, considerada a menor impressora laser colorida do mundo, medindo 390x344x265 mm e com preço sugerido de R$ 1.299 na versão stand alone e R$ 1.599 para rede local. "A chegada da CLP-300 ao Brasil reforça a importância e o comprometimento da matriz com o mercado brasileiro. Desde a sua criação no ano passado, a unidade de impressoras e multifuncionais da Samsung tem oferecido aos consumidores o que há de melhor e mais avançado em soluções de impressão", afirma Campos. O equipamento oferece velocidade de impressão de 16 páginas por minuto (ppm) em preto e 4 ppm em cor, com resolução
Tudo míni: tamanho e preços de apenas R$ 1.299 a R$ 1.599.
de até 2.400 x 600 dpi (pontos por polegada). Vem com um processador de 300 MHz, memória de 32 MB (stand alone) e 64 MB (rede), além de bandeja para até 150 folhas. Os modelos são compatíveis com os sistemas operacionais Windows, Mac OS e Linux. Novas multifuncionais a laser – A Samsung ampliou a sua linha de multifuncionais a laser no Brasil, equipamentos que reúnem impressora, copiadora e scanner. São dois novos modelos destinados aos usuários domésticos e pequenos e médios escritórios. "A chegada desses dois novos modelos de multifuncionais a laser monocromáticos e consolida ainda mais a presença da Samsung no mercado brasileiro de soluções de impressão, reforçando o sucesso que a empresa vem obtendo neste segmento. Em apenas 18 meses de operação, já estamos entre as líderes do mercado devido a fórmula de oferecer produtos com alto desempenho, design
inovador e tecnologias que atendam às necessidades dos usuários", afirma João Hiroshi, gerente de produto da área de Soluções de Impressão. Compacta e de fácil manuseio, a SCX-4200 otimiza o espaço de trabalho e reúne características que permitem aos usuários realizar impressões com economia de tempo, digitalizar e fazer cópias de alta qualidade e relação custo/benefício do mercado. O equipamento oferece velocidade de impressão e cópia em monocromática de 19 páginas por minuto (ppm), com resolução de 600 pontos por polegada (dpi). Já o scanner é colorido, digitalizando imagens com resolução de até 4.800 x 4.800 dpi no modo otimizado. A nova multifuncional a laser também possui conectividade USB 2.0 e facilidade de conexão com vários equipamentos. Preço sugerido: R$ 999. Já a SCX-4521F, que custa R$ 1.299, alia alto desempenho com economia de tempo ao proporcionar uma velocidade de
impressão de até 20 ppm. Além das funções de impressão, copiadora e digitalizadora, também conta com o recurso de fax (33.600 Kbps), e traz tecnologias exclusivas da marca, como, por exemplo, "Cópias Favoritas", que permite armazenar algumas funções, realizando a cópia escolhida com um único passo. O scanner colorido tem resolução de 4.800 x 4.800 dpi no modo otimizado. Apresenta o botão de economia de toner, que aumenta em até 25% sua duração. As duas multifuncionais também oferecem outros aplicativos, que visam aumentar a produtividade: Cópia de Documento de Identidade – permite a reprodução dos dois lados de um documento em uma mesma página; Cópia Pôster – aumenta uma imagem em até 300%; Auto Ajuste – regula o tamanho da imagem para que se encaixe em uma folha de papel A4; Cópia Clone – repete a impressão da imagem várias vezes; e também com o recurso OCR, que elimina a necessidade de digitação. Só para 2007 – No evento, a Samsung mostrou também alguns produtos que devem chegar apenas no próximo ano. No segmento de monitores, os modelos 940MG (monitor-TV) e 931BW se destacam pelo design arrojado e mostram a tendência dos monitores para os próximos meses: telas wide screen de 19 polegadas e gabinetes produzidos em material brilhante. Modelos com tela grande como o 215TW (21 polegadas), o 244T (24 polegadas), o 320P (32 pole-
gadas), o 400Pn (40 polegadas) e o 460Pn (46 polegadas) também foram expostos. A empresa demonstrou ainda a exclusiva tecnologia Magic Net, disponível nos modelos 400Pn e 460Pn, que permite que o usuário trabalhe em rede local (padrão Ethernet) e envie qualquer imagem ou conteúdo para outros monitores com este recurso, a partir de um só computador. Outra novidade foi o monitor 720XT, uma solução de Thin Client para computação centralizada, que a Samsung deverá disponibilizar somente em 2007. Na área de impressão, o destaque ficou com as multifuncionais a laser. O modelo SCX4521F apresenta alta performance, com velocidade de impressão de até 20 ppm, sendo ideal para uso doméstico e para pequenos escritórios. Já a SCX-4200 é compacta e de fácil manuseio, com velocidade de até 19 ppm. Ambos os equipamentos imprimem, digitalizam e fazem cópias. Na linha de impressoras laser, devem chegar no ano que vem a linha ML-3051N/ND, que possui alta velocidade de impressão – até 30ppm –, com o ciclo de trabalho de até 35 mil impressões por mês; e a família ML-4551N, que foi desenvolvida para escritórios com grande demanda de impressão, com velocidade de até 45 ppm, grande capacidade de armazenamento de papel (até 2.100 folhas) e função Toner Saver, que otimiza em até 30% o uso do cartucho.
Qualidade fotográfica Divulgação
E p s o n ( w w w. e pson.com.br) anuncia a chegada de três novas impressoras jato de tinta colorida e duas multifuncionais, para uso doméstico e pequenos e médios escritórios. Os equipamentos fazem parte da linha Stylus, que oferece impressão de qualidade fotográfica, cartuchos individuais e tintas DuraBrite Ultra, que resistem à água e à luz por 120 anos. Para o usuário doméstico que busca uma impressora rápida e econômica, a Stylus C79 oferece velocidade de até 22 ppm (páginas por minuto) em preto e 12 ppm em cores. O equipamento utiliza quatro cartuchos (um preto e três coloridos), permitindo trocar apenas aquela que acaba e não todo o conjunto. Cada cartucho custa R$ 29,90. O equipamento tem entrada USB e já vem com cabo para conexão. A resolução chega a 5.760 x 1.440 dpi, permitindo fotos digitais sem necessidade de cartuchos especiais. Vêm junto os softwares Easy Photo Print (impressão de fotos) e Web-to-Page (ajuste de impressão para páginas da Web). O preço da Stylus C79 é de R$ 299. Robusta – Mais robusta e ideal para pequenos escritórios, a impressora Stylus C87 Plus tem dois tipos de conexão – USB e paralela. Sua velocidade de impressão é de 23 ppm
CX 5.900: baixa fotos.
C87: conexão USB e paralela.
em texto preto e 14 ppm para colorido, utiliza quatro cartuchos independentes, resolução de até 5.760 x 1.440 dpi. Acompanham os mesmos softwares da C79. Preço: R$ 449. Já para usuários que desejam imprimir fotos em altíssima qualidade, o modelo indicado é a Stylus Photo R270, que trabalha com em seis cartuchos independentes e tecnologia Ultra Hi-Definition Prints. Para impressão convencional, essa impressora oferece velocidade de 30 ppm. No caso de fotos, a velocidade para fotos 10x15 cm é de apenas 13 segundos. A resolução máxima também é de 5.760 x 1.440 dpi. Além disso, a R270 dispõe de um recurso exclusivo: bandeja especial que permite imprimir diretamente sobre CDs e
DVDs imprimíveis. Para esta, ainda não há preço definido. A multifuncional Stylus CX4900 permite escanear, copiar e restaurar fotos com um só clique. A rapidez das operações também se estende às impressões de imagens e documentos. A CX4900 pode imprimir imagens de alta resolução (border free) em apenas 28 segundos, com quatro cartuchos independentes. A velocidade para textos em preto pode alcançar 27 ppm e, nos coloridos, 26 ppm. A resolução máxima é de 5.760 x 1.440 dpi. O produto já vem com software de edição de imagens e digitalização de texto e conta com leitor de cartões e entrada PictBridge. O preço sugerido é de R$ 549. Já com a Stylus CX5900 o usuário poderá, por meio de um visor LCD de duas polegadas acoplado, baixar fotos e visualizá-las antes da impressão. A multifuncional exibe imagens que podem ser geradas pelo scanner, com resolução de 1.200 x 2.400 dpi, por máquina digital ou ainda por cartão de memória. Usa quatro cartuchos de tinta independentes e inclui também software de edição de fotos. A velocidade de impressão chega a 27 ppm para textos em preto ou coloridos. Uma foto pode ser impressa em apenas 28 segundos (modo rascunho). Preço sugerido: R$ 729. (CO)
Preço em queda OKI Printing Solutions (www.okidata. com.br), anunciou queda de preços das impressoras a laser monocromáticas B6200, de R$ 1.299 para R$ 999, e B6300, de R$ 3.899 para R$ 3.490. Ambas fazem parte da linha B6000, que oferece resolução máxima de 1.200 x 1.200 dpi e toner para 10 mil
páginas. "A linha B6000 é a mais indicada para os usuários que procuram produtividade, maximização de recursos e redução de custos", explica Richard Kenj, gerente de produtos da empresa. O modelo B6200 apresenta velocidade de impressão de até 25 ppm e ciclo de até 75 mil páginas por mês – acima disso, a máquina trabalha
em regime forçado e terá sua vida útil diminuída. Internamente, tem memória de 128 MB. Já o modelo B6300 é ideal para ambientes de trabalho com ciclo mensal de impressão de 150 mil páginas, ou seja, 7,5 mil páginas por dia. A máquina imprime até 35 ppm; o tempo para impressão da primeira página é de menos de 9 segundos.
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Gestão Periféricos Computadores Fotografia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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HP QUER COMBATER MERCADO CINZA COM NOVIDADES
A linha roda o programa Windows Vista, da Microsoft, e tem leitor de cartão de memória 16-1.
Para o Natal O otimismo da HP neste final de ano está expresso em seus lançamentos, para pessoas físicas e jurídicas. Fábio Pelegrini
mercado de comput a d o re s p e s s o a i s vem se aquecendo à medida que o final do ano se aproxima. Assim, os fabricantes preparam-se para abastecer e atender a uma demanda que promete ser uma das melhores dos últimos cinco anos. Todos esperam, será um bom Natal. A multinacional HP é uma das indústrias que anunciou seu otimismo em relação às vendas do fim de ano e despejou no mercado seus lançamentos para o Natal, tanto para o consumidor final quanto para o setor coorporativo. O diferencial da empresa é justamente combater o mercado cinza e dar a opção ao usuário de fazer upgrades sem perder a garantia, além de fornecer soluções integradas de segurança às empresas. Além do recurso da expansibilidade, ou seja, o próprio usuário pode aumentar a capacidade do seu computador sem perder a garantia original do fabricante, a nova série de desktops HP Pavilion b2000 conta com design exclusivo e
diferenciado. Os produtos desta linha também estão aptos para rodar o programa Windows Vista, da Microsoft, e contam com leitor de cartão de memória 16-1. "Os desktops HP Pavilion são projetados atendendo às características, condições e exigências do mercado brasileiro, mantendo a alta qualidade de componentes", afirma Valéria Molina, diretora do grupo de computação pessoal para consumo da HP Brasil. Todos os modelos são equipados com processadores Intel e, a partir do HP Pavilion b2030br, possuem o Pentium D 915 Dual Core. Alguns dos seus modelos trazem funcionalidades além das básicas de um computador, como o HP Pavilion b1420br, que captura imagem de TV e já vem de série com gravador de CD e DVD. Já o top de linha, HP Pavilion b2060br, é um desktop 4-1, pois reúne em um mesmo aparelho funções de um PC, de TV, rádio e conta com uma plataforma para games, além de ser o único desktop do mercado a ser vendido com 2GB de memória
esenvolvidos para profissionais com grande carga de trabalho e que precisam dos recursos essenciais de computação móvel para a realização das suas atividades, a HP Brasil lança a nova linha 6000 de notebooks, entre eles o HP Compaq nx6325. Os portáteis utilizam processadores da AMD e dispositivos de segurança, que ajudam a maximizar a produtividade ao oferecer o equilíbrio entre mobilidade e recursos avançados de proteção ao usuário. A nova linha conta com as mais recentes tecnologias de segurança de dados, como o sensor biométrico da HP para
RAM e placa de vídeo de 256mb dedicada, em sua faixa de preço. Os usuários que precisam de espaço têm a opção do b2040, que vem com 250 GB de disco rígido. Os produtos da linha b2000 e o modelo b1420 contam com a tecnologia LightScribe, que permite a personalização das mídias através da impressão de fotos e texto diretamente so-
bre a superfície do CD ou DVD, utilizando o próprio laser de gravação para "queimar" os textos e imagens na sua face não gravável: basta virá-lo após a gravação dos dados e definir o que será impresso - mas isso só é possível se forem utilizadas mídias que aceitem essa funcionalidade. A diretora do grupo de computação pessoal para consumo
Divulgação
Desktops: já compatíveis com o Vista, que ainda nem foi lançado. Divulgação
HP DV6000: mais segurança.
Compaq NX6325: chip AMD.
Notebooks mais seguros leitura de impressão digital, chip de criptografia e o HP ProtectTools, um conjunto integrado de soluções que ajuda a proteger o notebook de invasões de rede e a visualização de dados por pessoas não autorizadas, com recursos avançados desenvolvidos para aumentar a segurança dos ativos mais valiosos da empresa. Quanto à durabilidade física dos notebooks da HP, seus portáteis coorporativos são os pri-
meiros do mercado a incorporar uma película especial no gabinete que oferece uma superfície resistente a ranhuras, indicada para os usuários móveis rigorosos, que ajuda a proteger a base do teclado contra o desgaste natural. Ela também conserva o acabamento e os diagramas presentes no notebooks, mantendo seu produto sempre novo. "A HP continua ofertando ao mercado produtos com ca-
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iPOD BÚSSOLA O apanhador de cogumelos Pini Nou foi localizado em uma floresta graças ao seu iPod.
da HP Brasil ressalta, ainda, que recentemente uma pesquisa apontou que a HP é a marca que mais transmite tranqüilidade ao usuário por causa de seu suporte ao consumidor e garantia. "Mais que produtos de alta qualidade, ofertamos aos nossos clientes amparo total durante o processo de compra e pós-venda", conclui a executiva. Já para o mundo coorporativo esse também é um momento de rever sua base tecnológica e aproveitar a alta produção para conseguir preços mais atraentes para comprar equipamentos e se atualizar. Em vista disso, a HP Brasil anunciou também a sua nova linha de desktops e serviços voltados para empresas. Segundo Renata Gaspar, diretora do grupo de sistemas pessoais para empresas da HP, as novas soluções proporcionam melhores níveis de segurança, administração e produtividade. "Os clientes contarão com tecnologias inteligentes para que seus profissionais possam trabalhar melhor", afirma. A executiva aposta em segu-
rança como seu diferencial HP em vendas nesse setor, já que os novos PCs corporativos contam com a opção do software de segurança HP ProtectTools e do chip Trusted Platform Module (TPM) 1.2 integrado em todos os equipamentos, que oferecem proteção avançada para informações críticas de negócios. Além disso, todos os computadores são compatíveis com o novo sistema operacional Windows Vista, da Microsoft, ainda a ser lançado, entre o final deste ano e o início do próximo; é uma forma de proteger o investimento dos compradores. "Nosso objetivo em relação aos clientes corporativos consiste na oferta de soluções de computação com melhor custo/benefício, como chips de segurança integrados em toda a linha, novas ferramentas e serviços para vários ambientes de negócios. Assim, evitamos a necessidade do cliente em dedicar tempo e esforço na administração da infra-estrutura de TI e a preocupação com a segurança das informações", afirma a executiva da HP.
racterísticas pertinentes, específicas para o uso corporativo. No caso de equipamentos móveis, a segurança é fator imprescindível", afirma Renata Gaspar, diretora do grupo de sistemas pessoais para empresas da HP Brasil. Os processadores das novas tecnologias AMD Mobile Sempron e AMD Turion 64 X2 Mobile, fornecem alta habilidade de processamento, recursos de última geração e capacidade de integração, já que possue uma saída para base de expansão (docking station) comum e um leitor de mídia 7-em-1, que possibilita a leitura de 7 tipos de cartões de armazenamentos diferentes. (FP)
BRILHO SALVA O jovem foi localizado graças ao brilho da tela no condado de Benton, nos Estados Unidos.
Ó RBITA
Por João Magalhães
Captura de tela
caso o portador do ID falso pode ir conhecer de perto as prisões secretas de Bush, que mais parecem campos de concentração. Link: http://www.dubfire.net/
TERROR
iPHONE
uer viajar tranqüilamente pelos EUA, usando o nome de um terrorista? Nada mais fácil. Basta ir ao site Dubfire e obter um cartão de embarque falso da Northwest Airlines. O estudante universitário norteamericano Christopher Soghoian, criador da artimanha, diz em seu blog que o check-in da Administração de Segurança dos Transportes (TSA, na sigla em inglês) de seu país é falha e, em geral, permite que qualquer um viaje sem mostrar identidade. Quer dizer, até o Osama Bin Laden, disfarçado, digamos, de Robin Williams, pode ir de Nova York a Washington, sem ser incomodado. O objetivo de Soghian é chamar a atenção do Congresso para a questão. Mas, e se o TSA resolver olhar um desses cartões forjados? Bem, nesse
egundo o jornal chinês The Comercial Times, a Apple fez acordo com a Hon Hai, mais conhecida como Foxconn, para fabricação dos iPhones - um iPod com funções de celular. As primeiras 12 milhões de unidades devem estar à venda no primeiro semestre de 2007. É provável que o lançamento seja anunciado oficialmente na próxima edição da MacWorldExpo, em janeiro do ano que vem. A Hon Hai não se pronunciou a respeito, mas é bom lembrar que ela já produz iPods para a Apple e celulares para a Nokia e Motorola.
CENSURA Anistia Internacional oferece aos blogueiros um código JavaScript, da Soda Creative, que fisga conteúdo de uma base de sites
e blogs censurados. O script está no Irrepressible, site da Anistia, que denuncia o bloqueio por países totalitários como China e Irã. O Irrepressible faz críticas a Microsoft, Google e Yahoo por serem cúmplices da prática arbitrária. Faz ainda um convite a pessoas envolvidas com tecnologia e internet pela campanha anticensura. Estranhamente, o Brasil não tem vínculo online com a campanha da Anistia. Link: http://irrepres sible.info/add content
MOEDA moeda virtual "Q", da empresa de internet chinesa Tencent, que começou a ser usada em transações online em 2005, cresce de 15 a 20% ao ano. O fato preocupa o governo da China, uma vez que o fluxo incontrolado da Q pode afetar o yuan, com reflexos na economia do país. "A Q pode desajustar os mercados financeiros da China", diz o economista Yan Tao. A Q pode ser comprada com cartão de crédito por 0,12 dólar. Link: http://www.ten cent.com /index_e.shtml
HUBBLE
MARAVILHAS
uma diversão e tanto visitar a página web das 100 melhores fotos do espaço feitas pelo telescópio Hubble. A que você vê aqui, Starry Night (Noite Estrelada), deixaria o pintor Van Gogh boquiaberto: segundo experts em arte, parece uma de suas obras. Mostra a expansão de halo de luz de uma estrela de nome V838 Monocerotis a 20 mil anos luz da Terra. Vale a pena perder um tempinho para ver as outras 99 top fotos que podem ser baixadas como papel de parede. Reavivarão a pergunta de séculos: de onde viemos e para onde vamos? Link: http://www. spacetelescope.org/images/ html/heic0405a.html
uais são as 7 novas maravilhas do mundo? O site 7 Wonders of the World teve a feliz idéia de pedir a internautas do planeta que as escolham de uma lista de 21, pré-selecionadas por experts. O resultado será conhecido no dia 07/07/2007, em Lisboa, Portugal. Eis os monumentos e locais candidatos: Acrópolis, Grécia; Castelo de Alambra, Granada, Espanha; Templo de Angkor, Camboja; Pirâmide de Chichén Itzá, México; Cristo Redentor, Rio de Janeiro; Coliseu, Roma, Itália; Estátuas da Ilha de Páscoa, Chile; Torre Eiffel, Paris; Grande Muralha, China; Basílica de Santa Sofia, Istambul, Turquia; Templo de Kiyomizu, Quioto, Japão; Kremlin e Praça Vermelha, Moscou, Rússia; Machu Pichu, Peru; Castelo de Neuschwanstein, Schwangau, Alemanha; Túmulos de Petra, Jordânia; Pirâmides de Gizé, Egito; Estátua da Liberdade, Nova York, EUA; Stonehenge, Amesbury, Reino Unido; Teatro Ópera, Sidney, Austrália; Taj Mahal, Agra,
Captura de tela
Índia; Ruínas de Tombouctou, Mali. Para facilitar, o 7 Wonders proporciona um passeio virtual. Link: http://www.New7wonders. com/index.php Captura de tela
PIPI tecnologia não nos deixa deixa em paz nem no banheiro. Agora inventaram um dispositivo à prova de água, dotado de sensores, que detecta quando alguém está fazendo pipi, e emite mensagens do tipo "puxe a descarga" ou "está na hora de parar de beber". Segundo a Wizmark Urinal Communicator, que desenvolveu o aparelho, é bom para banheiros públicos, principalmente os que ficam em bares e postos de gasolina de beira de estrada. Link: http://www.wizmark.com/
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Periféricos Computadores Fotografia Celulares
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
USE A TECNOLOGIA PARA MONTAR ÁLBUNS DIGITAIS
Baixar o arquivo que ensina a técnica é fácil e há mecanismos para diagramar as fotos.
Fotos Ana Maria Guariglia
ÁLBUM DE FOTOS Faça você mesmo O software Dbook é semelhante ao PowerPoint e possibilita a montagem de diversos tipos de álbuns, cujos preços podem variar de R$ 30 a R$ 100, de acordo com a criatividade e a necessidade do usuário. Ana Maria Guariglia
Divulgação
3D Wood: um único bloco de madeira aromática.
Natal está chegando e com ele vem a vontade de trocar de celular. É um bom momento, já que as lojas começam a receber aqueles lançamentos das feiras de tecnologia, que viram imediato motivo de desejo. O consumidor pode aproveitar as promoções desta época para começar o ano com um aparelho novinho em folha. Um dos mais interessantes pela versatilidade é o smartphone da Motorola, A1200i, com dois chips, um da própria Motorola para controlar a comunicação e um da Intel para a
opiar imagens digitais em papel está cada vez menos descomplicado, sobretudo com o aparecimento de tantos quiosques e mini laboratórios nos quatro cantos da cidade. Mas você tem a possibilidade de fazer uma coisa diferente, imprimindo suas fotos de forma mais original, utilizando a impressão off set, método usado pelos jornais e revistas. Esse modo também preserva a memória dos acontecimentos com muita qualidade e sem o desgaste natural das imagens com o passar dos anos: é o fotolivro e o fotolivreto com textos explicativos que você escolhe e intercala entre as fotos. Nos EUA e na Europa, esses álbuns estão virando coqueluche e, no Brasil, estão disponibilizados pela DigiPix, em São Paulo. Seu diretor, Marco José
O software sendo utilizado em notebook e o produto final: álbuns coloridos e personalizados de acordo com o gosto do usuário
Perlman, disse que esse processo não veio para concorrer com os álbuns comuns plastificados e outros modelos. É uma opção charmosa. "Eles são literalmente livros com capas duras, com ou sem sobrecapas, e têm diversas utilidades contendo desde lembranças familiares até books de modelos e imagens de reportagens sociais, ou o que o usuário imaginar". Basta ir ao site www.fotolivro.com.br e baixar o software D b o o k . É p a re c i d o c o m o PowerPoint e dá todas as dicas de montagem. O layout fica por sua conta. O fotolivro e o fotolivreto contêm normalmente 20 páginas e as fotos são aplicadas na frente e no verso da página. Ele é fácil de ser operado e aceita imagens pequenas ou grandes. Não precisam ter altas resoluções de 5, 7
ou 10 Megapixels. Fotos de 0,3 MP (640 X 480 pixels) produzem ótimos resultados. Também facilita a diagramação tendo sinais de alerta caso imagens, molduras e textos não estejam adequados. A impressão é feita por uma estação ofsete digital da HP, com tinta líquida especial Electroink. "O fotolivro é um bom motivo para não largar fotos no computador e a qualquer momento apagá-las. A montagem é uma recreação, dando oportunidade para toda família participar e dar palpites", diz Perlman. O aparelho da HP confecciona álbuns de bolso de 10,5 X 10,5 cm ou 10,5 X 14,8 cm, que saem em torno de R$ 30. Os fotolivros são maiores, no tamanho 21 X 29,7 cm (R$ 100). Você pode fazer várias cópias de um mesmo fotolivro. Cada um deles tem de 40 a 60 fotos.
Perlman nos mostrou o fotolivro com o título "Minha história começa assim...", bastante criativo, com fotos a partir da mãe e do nascimento do bebê até completar um aninho. "Essa é uma das idéias do processo. O fotolivro é excelente para pais e avós iniciarem uma coleção que documenta o crescimento dos filhos e netos, e agora com o Natal, é um presentão." Depois de reunir as imagens digitais, as molduras e os textos no software, está na hora de encomendar o trabalho, via internet. Se você é usuário do S p e e d , a c e s s e w w w. s p eed.com.br/fotos, www.fotoptica.com.br, www.bemolnetf o t o . c o m . b r, h t t p : / / f otos.zets.com.br, w w w. s u b m a r i n o . c o m , www.americanas.com. Para s a b e r m a i s : w w w. d i g ipix.com.br
Perlman: para guardar de lembranças familiares e até fazer books para modelos
Imagine só: uma câmera de madeira. inochio se apaixonaria pela 3D Wood Camera, a digital em madeira, o mais novo modelo da Olympus entre as compactas a serem lançadas em 2007. Tsuyoshi Kikukawa, presidente da empresa, declarou que o modelo — ainda em teste — mede 7 X 4 cm, é todo moldado em um
bloco de madeira de cipreste, árvore com sementes aromáticas e muito apreciada em templos budistas, devido à sua beleza e a cor castanho. "A caixa que envolve os circuitos internos é mais resistente que as resinas de ABS e policarbonatos. Além de ter maior durabilidade, aparência mais agradável e ser macia ao toque", diz Kikukawa. A designação 3D
não se refere ao sistema tridimensional de imagem. O nome liga-se ao processo de moldagem e de compressão da madeira, com forma suavemente curvada. Embora a companhia não tenha informado os detalhes técnicos, sabe-se que a 3D Wood Câmera possui objetiva esférica de tamanho reduzido com foco automático, monitor de cristal líquido de 2
polegadas, menu scene para os modos de cenas automáticos, estabilizador de imagens e flash embutido. Há também microfone, fotômetro, zoom óptico e digital e sensibilidade ISO até 1.600. Em sua declaração, Kikukawa se mostrou muito entusiasmado em especial com o método tecnológico do processamento da madeira, que permitirá revolucionar a
aparência dos sistemas digitais. Segundo o presidente, a madeira do cipreste pode criar moldes para vários produtos eletrônicos: duram mais que os atuais de plástico e aumentam o valor estético de cada um. (http://www. luxist.com/2006/09/26/ olympus-3d-woodencamera/) (AMG)
slide up (deslizante) na cor preta, o equipamento da operadora Vivo (CDMA) é uma central de entretenimento. Ele vem com câmera de 1,2 Mpixel, MP3 player e conexão Bluetooth. Um diferencial é o acesso à rede 3G para streaming de vídeos e internet móvel. Cartão de memória, fone de ouvido estéreo e cabo USB completam o kit. Preço sugerido de R$ 999 (no pós pago). Para quem não pode gastar muito na compra de um celular novo, mas mesmo assim não abre mão de alguns recursos inovadores, a sugestão é o
Pantech PanSky Pérola, um modelo flip GSM bem leve (73,5 gramas) e que embute um medidor de obesidade. O usuário digita o peso e a altura e o celular calcula, automaticamente, o índice de massa corpórea informando o percentual de gordura. O aparelho custa R$ 330 para pós pago e R$ 430 para pré pago, e ainda traz cronômetro, câmera VGA, display colorido e temporizador de 5 e 10 segundos para disparo automático, com alguns efeitos para a foto: sépia, P&B, negativo, entre outros.
Divulgação
multimídia. Além disso, o A1200i vem equipado com o sistema operacional Linux para facilitar o acesso a diversas aplicações ao mesmo tempo. O aparelho permite visualização de arquivos em Word, Excel, PowerPoint, PDF e sincroniza os e-mails do usuário. Outra vantagem é a leitura óptica de cartões de visita, função que captura e armazena na memória do aparelho todas as informações contidas no cartão (nome, telefones, endereço). Na verdade, o recurso funciona porque uma câmera digital embutida fotografa o car-
Pantech PanSky, Samsung U510 e Motorola A1200i: novos
Quer trocar de celular? tão e por meio da tecnologia OCR - Optical Character Recognition (reconhecimento óptico de caracteres) extrai essas informações. A câmera é de 2 Mpixel e o aparelho ainda traz o software Real Media
Player e suporte para memory card de até 1 GB. O preço de varejo está estimado em R$ 1.399 — isso vai depender da região e do plano. Um celular estiloso é o Samsung U510 Desire. Com design
Bárbara Oliveira
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Polícia Compor tamento Feriado Urbanismo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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RACISMO FOI DENUNCIADO EM MANIFESTAÇÕES
O escravismo terminou oficialmente em 1888, mas o racismo continua até os dias de hoje. Dojival Vieira, da ONG Brasil Afirmativo
Lucas Lacaz Ruiz/AE
Parada Negra reúne 12 mil na Paulista Organizadores destacaram que o racismo continua presente e pediram que o feriado pelo Dia da Consciência Negra seja instituído em todo o País. Ontem, perto de 200 cidades comemoram a data.
A
p ro x i m ad a m en t e 12 mil pessoas, segundo os cálculos da Polícia Militar, participaram ontem da 3ª Marcha da Consciência Negra e 1ª Parada Negra na avenida Paulista, região central de São Paulo. A passeata percorreu toda a avenida, no sentido Paraíso, e seguiu pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio até a Assembléia Legislativa, no Parque do Ibirapuera, na zona sul, onde seria finalizada. Durante todo o percurso houve apresentação de grupos de samba, maracatu e hip hop. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), fo-
ram registrados alguns trechos de lentidão na Paulista. Em torno de 30 entidades de vários setores ligados ao Movimento Negro participaram do encontro, de acordo com Dojival Vieira, um dos organizadores do evento e coordenador da ONG Brasil Afirmativo. "Esse dia serve para lembrar que o escravismo terminou oficialmente em 1888, mas o racismo continua até os dias de hoje", afirmou. Segundo Vieira, a população negra possui "os piores indicadores em todos os sentidos". Recentemente, a ONU divulgou um relatório demonstrando que 70% dos jo-
Milhares na avenida Paulista: evento teve a participação de cerca de 30 entidades representativas
vens entre 20 e 24 anos, vítimas de homicídio no Brasil, são negros. "Isso tem nome: genocídio. Não vamos mais aceitar isso. Não vamos aceitar sermos tratados como cidadãos de segunda classe. Somos, no mínimo, iguais. É por isso que estamos aqui na Paulista, o centro financeiro de São Paulo e do Brasil, para dizermos que não aceitamos mais o racismo em nosso País", disse.
F e ri a d o – O Dia da Consciência Negra foi instituído pela lei nº 10.639, de janeiro de 2003, para ser comemorado anualmente no dia 20 de novembro. Em mais de 200 cidades, leis municipais determinaram o feriado nessa data, segundo a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A data foi escolhida por marcar a morte de Zumbi dos
GIr Agendas da Associação e das distritais
Hoje I São Miguel – A distrital
promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Loja arrumada e vitrine enfeitada: detalhes que aumentam as vendas. Telefone 0800-7280202 (central do Sebrae). 8h30. I Santana – A distrital promove Café com Negócios. Às 8h30. I Vila Maria – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae-SP-ACSP sobre Embalagens – Técnicas de atendimento. Telefone 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 9h. I Penha – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae-
Palmares, o maior ícone da história dos negros no Brasil. Nesse dia, em 1695, ele foi assassinado após a denúncia de um companheiro e capturado pelos portugueses. Líderes políticos e de movimentos sociais protestaram contra o fato do Dia da Consciência Negra ser feriado apenas em algumas cidades, e não uma data instituída nacionalmente. Durante a concentraSP-ACSP sobre Embalagens – Técnicas de atendimento. Telefone 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 9h. I Ipiranga – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Loja arrumada e vitrine enfeitada: detalhes que aumentam as vendas. Telefone 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 11h. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de bufês e eventos do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 19h. I Santana – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Evitando a inadimplência. Telefones 6979-4504/6973-3708/69785176 ou 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 19h30. I Jabaquara – A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h30. I Penha– A distrital realiza
ção para a Parada Negra, os organizadores do movimento afirmaram que há "discriminação" na instituição do feriado. "Tem cidades que comemoram o feriado e outras que não comemoram. Isso também é uma forma de discriminação. Queremos que o feriado seja unificado e adotado por todo o País", afirma Edilson de Paula Oliveira, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo. "Existe tanto feriado no Brasil. Datas que eu considero menos importantes. Zumbi foi muito importante para todos nós. Ele foi um libertador com a nossa cor", afirma o analista de suporte Cléber Souza Brandão, de 24 anos, uma das milhares de pessoas que participaram da passeata. O evento foi monitorado de perto pela Polícia Militar e por 13 policiais da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, da Polícia Civil. "Essa região da cidade possui muitos grupos de carecas e skinheads, e estamos aqui para evitar qualquer tipo de confusão", explicou a delegada Margareth Barreto, responsável pela equipe da delegacia. A Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo também realizou vários eventos em comemoração à data. (Agências) reunião do Viva a Penha. 19h30. I Penha – A distrital promove o curso Juntos somos fortes realizado por Sebrae/ACSP. Às 19h30. I Tatuapé – A distrital realiza reunião do Comitê Técnico de Política Urbana da ACSP com a palestra cidade que queremos, ministrada pela arquiteta do Comitê Técnico Larissa Campagner Arcuri. Às 19h30. I Lapa – A distrital promove o lançamento da Revista da Lapa, edição 2006. Espaço Armazém, rua Jaguaré Mirim, 164. Às 20h.
Quarta I Penha – A distrital promove
oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Técnicas de atendimento. Telefone 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 8h30. I Santo Amaro – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Evitando a inadimplência. Telefone 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 8h30.
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Transpor te Distritais Av i a ç ã o Segurança
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 21 de novembro de 2006
TCU FARÁ AUDITORIA DA CRISE DO SETOR AÉREO
Na região metropolitana de Curitiba, passageiros invadiram a pista do Aeroporto Afonso Pena.
Fotos de José Luis da Conceição/AE
Ó RBITA
OUTDOORS Prefeitura deve começar hoje uma A caça aos outdoors irregulares da cidade. Quatro equipes, num total de 40 pessoas, começam a retirar a poluição visual das ruas, mas a lei Cidade Limpa, que elimina a publicidade exterior, só começa a vigorar em 1º de janeiro. A Prefeitura contratou duas empresas, com um custo de R$ 266 mil, por dois meses, para fazer a retirada das propagandas. A contratação foi publicada no Diário Oficial do Município de sábado. (Agências)
CRIME Polícia Civil realizou ontem, em A pouco mais de duas horas, a reconstituição da morte do casal Sebastião Esteves Tavares, de 71 anos, e Hilda Gonçalves Tavares, de 68, assassinados sexta-feira na casa onde moravam, no Sumaré. O suspeito Luiz Eduardo Cirino, de 29, vizinho do casal, apontou aos policiais como entrou na casa e cometeu os crimes. Ele se entregou no domingo e a Justiça decretou sua prisão temporária. Cirino usou uma faca de sua casa para cometer os assassinatos.
ESTRADAS Ecovias, concessionária que A administra o sistema Anchieta-Imigrantes, divulgou que dos 271 mil carros que viajaram para a Baixada Santista durante o feriado prolongado do Dia da Consciência Negra, 209 mil já haviam retornado à capital até as 18h de ontem. A Operação Subida (2x8) foi adotada às 11h20. O tombamento de uma carreta carregada com brita, na altura do quilômetro 254 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (antiga PiaçagueraGuarujá), prejudicou o tráfego na rodovia. (AE)
TARIFAS aumento de 15% O nas tarifas dos ônibus na capital deverá entrar em vigor só no dia 28, e não no sábado, dia 25, conforme havia anunciado o prefeito Gilberto Kassab. Hoje, planilhas com custos do sistema serão enviadas à Câmara, que terá cinco dias úteis para analisar e aprovar a questão. "Se o entendimento for esse (prazo contado desde ontem), será assim. Faremos tudo dentro da lei", disse Kassab. Já o reajuste do metrô depende da análise de novas propostas a serem apresentadas ao governador Cláudio Lembo. Se o valor estiver dentro do esperado, Lembo dará hoje aval para o reajuste, de R$ 2,10 para R$ 2,40. (AE)
Os jogadores do Atlético Paranaense Evanílson, Gustavo e Ivan (esquerda para a direita) dormiram no chão do Aeroporto de Congonhas enquanto aguardavam o vôo para Curitiba
AEROPORTOS: DEITAR E ESPERAR Os atrasos nos aeroportos brasileiros continuaram ontem. Desta vez, os culpados foram o tempo ruim e o rompimento de um cabo ótico. Patrícia Santos/AE
P
elo menos 651 dos 1.270 vôos programados para ontem no País sofreram atrasos de mais de 15 minutos, segundo a Infraero, que administra os aeroportos. O número representa que 51,3% dos vôos tiveram problemas. A Infraero considera toleráveis atrasos de até 45 minutos. Nesse caso, o índice atrasos é de 42,7%. Às 18h30, o aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, registrava 23 atrasos entre pousos e decolagens. Em Congonhas, na zona sul da cidade, 13 vôos tinham não estavam no horário. No Paraná, passageiros nervosos e irritados com a espera invadiram a pista. O pior atraso de São Paulo ocorreu em Congonhas. O vôo 1981 da Gol, que deveria chegar de Salvador às 6h10, só pousou por volta das 15h40. No aeroporto de Guarulhos também foi uma chegada que liderou os atrasos: o vôo 9839 da TAM teve o pouso adiado de 5h20 para 15h40. Apesar dos longos atrasos, a situação à tarde era tranqüila nos dois aeroportos. Pela manhã, porém 500 passageiros irritados protestaram contra a espera no salão de embarque de Guarulhos. No domingo, clientes já haviam batido boca com os funcionários nos balcões das companhias. No Rio, o aeroporto do Galeão registrava, no início da tarde, 15 atrasos, de até duas horas. O aeroporto Santos Dumont tinha 16 vôos com atrasos, de até 3h30. Causas – Desta vez, os responsáveis pelos atrasos não foram os controladores de vôos. A chuva e o rompimento, no domingo, de um cabo de fibra ótica do Cindacta 2 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) – que coordena o tráfego na região Sul – foram apontados como os principais causadores dos problemas. A espera atingiu os principais aeroportos. A falha afetou a transmissão de dados necessária para o controle do tráfego aéreo e prejudicou vôos nacionais e internacionais, inclusive aqueles que passavam pela região sul no País. Mesmo os que não iriam pousar na região.
No aeroporto internacional de Cumbica, aglomeração de passageiros por causa dos atrasos
Em Congonhas, a situação foi complicada principalmente pela manhã
O Cindacta não confirmou o ocorrido, dizendo que as informações somente poderiam ser passadas pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer). Até o início da noite não haviam sido divulgadas informações oficiais sobre os problemas.
Protesto – Em alguns casos, passageiros precisaram passar a noite nos terminais, o que gerou protestos, como no aeroporto Afonso Pena, que fica em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Lá, um grupo de aproximadamente 80 passageiros invadiu
a pista, A invasão, que aconteceu por volta das 8h de ontem, foi motivada pelo atraso de um vôo da Gol, que deveria chegar em Curitiba às 22h de domingo e decolar para Foz do Iguaçu às 23h25. Os passageiros foram obrigados a passar a noite no saguão do aeroporto. Eles deixaram a pista cerca de 15 minutos depois da invasão, após a interferência de policiais federais. Segundo alguns passageiros, eles desceram as rampas e passaram tranqüilamente pelos portões, sem que houvesse qualquer violência, postandose atrás de um avião que estava no pátio. Para evitar acidente, as operações foram suspensas e n q u a n t o o s p a s s a g e i ro s não eram retirados. Isso só aconteceu com a chegada da Polícia Federal. "Os policiais disseram que nós seríamos presos, mas tiveram bom senso e apenas nos trouxeram para o saguão", disse Lorena Seibt, que estava acompanhada da filha Taís. Ela deveria ter embarcado às 16h40 de domingo para Congonhas, em São Paulo, onde pegaria outro vôo para Goiânia. "Foi a única maneira de chamar a atenção", afirmou. Crise – Desde o final de outubro, os passageiros têm enfrentado constantes atrasos nos principais aeroportos do País. Inicialmente, as longas esperas foram causadas pela chamada operação-padrão,
desencadeada pelos controladores de tráfego aéreo, que, de forma isolada, decidiram aumentar o espaçamento entre as decolagens. O objetivo seria garantir a segurança dos vôos. As normas internacionais determinam que cada operador deve controlar, no máximo, 14 aeronaves no mesmo instante. O resultado do movimento foi uma seqüência de atrasos e cancelamentos de vôos. O setor entrou em colapso na madrugada do dia 2 de novembro, no feriado prolongado de Finados. Na ocasião, o comando da Aeronáutica convocou controladores para o trabalho, como medida emergencial. O aquartelamento de controladores, que são militares, voltou a ocorrer no último dia 14, véspera do feriado da Proclamação da República, quando atrasos eram registrados nos principais aeroportos do País. Na ocasião, os problemas seriam resultado da falta de controladores no Cindacta 1, em Brasília. A medida foi suspensa no dia seguinte, quando a situação era considerada tranqüila nos terminais. Auditoria – O Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou ontem os trabalhos de auditoria que vão apurar a crise do controle de tráfego aéreo no país. Cinco auditores foram nomeados e se reuniram para planejar a investigação. O tribunal pretende apurar o papel de cada um dos quatro órgãos que administram o tráfego aéreo no País. Serão auditados o Ministério da Defesa, a Força Aérea Brasileira (FAB), a Infraero e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O ministro Marcos Vilaça, que propôs a realização da auditoria, deve receber um relatório dos auditores. O documento, segundo o TCU, não será conclusivo, mas trará subsídios para possíveis mudanças no controle aéreo. Levantamento da Infraero aponta que mais de 1,3 mil vôos já foram cancelados desde o fim de outubro. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo, da Aeronáutica, informou que apenas 5% dos cancelamentos foram causados pelos controladores e que as empresas teriam decidido cancelar os 95% restantes. (Agências)
Suplemento Especial/São Paulo, 22 de novembro de 2006
ESPECIAL
Jardinagem WValente/AFG
O simples cultivo de uma planta no canto do apartamento envolve uma impressionante indústria e um comércio em busca de novidades. Conheça um pouco do setor nesta edição.
Biotecnologia. O campo já chegou ao futuro. Tony Genérico/Samba Photo
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
tros se argumenta que, do ponto de vista da produtividade, o desempenho das famílias beneficiadas com o PRONAF foi significativamente diferente da média da agricultura brasileira (FEIJÓ, 2003). A questão principal, entretanto, é que a ausência de indicadores e procedimentos sistemáticos de avaliação contribui para a falta de transparência e maior eficiência da gestão das políticas agrícolas. Finalmente, a politização do orçamento é um tema que mereceria maior atenção. Se por um lado é legítima a incorporação das demandas de grupos sociais na alocação dos recursos públicos, também é necessário avaliar os benefícios para a sociedade como um todo. O modelo atual de políticas agrícolas e agrárias, baseado na redistribuição de terras e no crédito subsidiado à "agricultura familiar", não tem promovido uma real e efetiva inserção sustentável dos produtores no mercado. Ter direito somente ao uso-fruto da terra e crédito subsidiado a fundo perdido via PRONAF não garante que esses produtores terão sucesso na produção e comercialização de produtos agrícolas. Pelo contrário, através da política atual o governo cria uma contingente de dependentes dos cofres públicos, uma vez que o Estado não distribui títulos de propriedade da terra aos assentados e não consegue emancipar a maioria dos assentamentos. Vários trabalhos mostram que o desenvolvimento econômico não decola e o problema da pobreza persiste em países onde os direitos de propriedade não são claramente definidos e protegidos (NORTH, 1990; DE SOTO, 2000; SACHS, 2005). O desperdício de recursos públicos torna-se inevitável quando dois ministérios (MAPA e MDA), sem coordenação, competindo por recursos cada vez mais escassos, com gastos crescentes com administração e burocracia, adotam políticas com objetivos muitas vezes conflitantes e pulverizam recursos escassos em uma centena de programas que não são monitorados e avaliados. De que forma as políticas agrícolas e agrárias poderiam retornar à racionalidade? Como veremos a seguir, o desafio comum dos policy makers no mundo todo - tanto em países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento - é implementar políticas que favoreçam a inserção sustentável dos produtores no mercado, cada vez mais competitivo, concentrado e globalizado. Nesse contexto, o desafio da política pública é adotar programas que desenvolvam o empreendedorismo entre os produtores agrícolas. Entretanto, antes de discutirmos esse papel das políticas agrícolas e agrárias, faz-se necessária a análise das transformações recentes do ambiente competitivo onde o produtor se insere, a qual é realizada na próxima seção. 3. INDUSTRIALIZAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO DO SISTEMA AGROALIMENTAR NO BRASIL Enquanto as políticas agrícolas e agrárias no Brasil evoluíram de forma a deixar produtores sem adequado acesso a mercados e serviços fundamentais, pela redução da oferta de bens públicos, o sistema agroalimentar 3 se transformou radicalmente nos últimos anos. Esse processo de transformação foi caracterizado como a "comercialização" (PINGALI & ROSEGRANT, 1995) e "industrialização" da agricultura (REARDON & BARRETT, 2000).
30 DIGESTO ECONÔMICO NOVEMBRO 2006
Impulsionada pelo crescimento da renda e pelos processos de urbanização, mudança tecnológica e globalização, a agricultura está se tornando cada vez mais intensiva em capital e integrada com os estágios antes e depois da porteira. Em decorrência desse processo, as diversas cadeias produtivas que compõe o sistema agroalimentar se tornam cada vez mais coordenadas verticalmente por agentes privados. Tais cadeias "estritamente coordenadas" são organizadas como resposta estratégica dos participantes do agronegócio frente às demandas de mercados cada vez mais diferenciados (ZYLBERSZTAJN & FARINA, 1999). Como resultado desse processo de transformação, os mercados ficam cada vez mais demandantes em termos de segurança e qualidade dos alimentos, mais concentrados e integrados, e mais abertos à competição internacional. A "industrialização" da agricultura traz implicações bastante importantes para a inserção dos produtores no mercado. As mudanças estruturais da industrialização da agricultura oferecem novas oportunidades para os produtores que conseguem se ajustar ao novo ambiente de negócios, mas também colocam sérios riscos aos produtores que não conseguem se adaptar e se inserir no mercado. Torna-se, então, fundamental entender esse processo de transformação da agricultura para informar uma agenda futura de políticas agrícolas e agrárias voltadas para a inserção competitiva dos produtores ao mercado. 3.1. O Processo de Transformação da Agricultura É bem estabelecido na literatura que a estrutura do setor agrícola e o seu papel na economia mudam com o desenvolvimento econômico, especialmente quando a renda per capita do país cresce. Essa transformação traz importantes implicações para a agricultura, incluindo: • Quando o país cresce e sua economia se diversifica, a participação da agricultura na renda nacional e no emprego cai. • Quando a renda per capita do país cresce, o trabalho fica mais caro relativo à terra e ao capital, e pequenas propriedades tornam-se menos competitivas relativamente a propriedades maiores e mais capitalizadas. Esse processo leva à migração de trabalhadores rurais para as cidades. • Quando a renda per capita do país cresce, os consumidores diversificam sua dieta e demandam alimentos de maior valor agregado. Dessa forma, aumenta a demanda por alimentos processados, de melhor qualidade e de preparo mais conveniente. O processo de urbanização acentua essas tendências no consumo de alimentos. Em decorrência dessas mudanças, as unidades de produção agrícolas tornam-se maiores, mais comerciais (isto é, mais vol-
3 Os termos "sistema agroalimentar", "sistema agroindustrial" e "agronegócio" serão utilizados como sinônimos nesse trabalho.
Dentre elas destaca-se a biotecnologia com a introdução de sementes geneticamente modificadas a partir de 1996. Desde então, os impactos positivos da biotecnologia foram estimados em US$ 27 bilhões em benefícios econômicos aos produtores e redução de 172 milhões de kg na aplicação de defensivos agrícolas (BROOKES & BARFOOT, 2005). Apesar de seu enorme potencial, a adoção de sementes geneticamente modificadas concentrou-se em seis países (África do Sul, Argentina, Brasil, Canadá, China, e Estados Unidos) e somente 4 culturas (milho, soja, colza e algodão) até 2003 (FAO, 2004). Apesar do potencial em aumentar a produtividade na agricultura e o valor nutritivo de alimentos, e reduzir impactos ambientais, a biotecnologia foi mal recebida pelo público em alguns países, pela percepção negativa sobre os efeitos de produtos geneticamente modificados na saúde humana e também por preocupações acerca do controle da tecnologia por um pequeno número de empresas privadas. A experiência do Brasil com a adoção da biotecnologia é no mínimo curiosa. Enquanto o Congresso levou 10 anos para regulamentar a pesquisa, o plantio e a comercialização de organismos geneticamente modificados (OGMs), deixando para trás a avançada lei de biossegurança de 1995, produtores da região Sul plantavam soja com sementes transgênicas contraCarregamento de soja no terminal da Ferronorte, em Mato Grosso. Destino: porto de Santos.
bandeadas de países vizinhos. Durante esse período de indefinição, o governo teve que liberar a comercialização da soja transgênica por meio de medidas provisórias. A novela se estendeu quando o governador do Paraná proibiu o embarque de soja transgênica no porto de Paranaguá. A politização da adoção da biotecnologia no Brasil atingiu seu ápice com a invasão e destruição de campos experimentais por organizações não governamentais radicais. Mais recentemente, o Brasil foi o único país grande exportador de soja a assinar o Protocolo de Cartagena, que estabelece regras de identificação de cargas contendo organismos vivos modificados (OVMs), que podem aumentar os custos da produção e exportação dos grãos dependendo de como as negociações do Protocolo caminhem (SILVEIRA, 2006). Apesar da aprovação da Lei de Biossegurança em 2005, a comissão responsável pela implementação da lei na prática (CTNBio) é um típico caso de instituição "inefficient by design", ou seja, feita para não funcionar. Além da biotecnologia, agricultura de precisão, sistemas de informação geográfica (GIS), rastreabilidade e a internet são novas tecnologias à disposição do produtor para aumentar a produtividade, reduzir o uso de fertilizantes e defensivos químicos, ter acesso à informação, permitir melhor manejo sanitário e se conectar aos mercados. Entretanto, a adoção e uso dessas tecnologias requerem capital de investimento e capacidade de gestão. Em vez de dificultar a adoção de novas tecnologias, o governo deveria ser mais pró-ativo em favorecer a disseminação de novas tecnologias para o maior número possível de produtores. Abertura comercial, integração econômica e crescimento do comércio internacional
Eduardo Nicolau/AE
O processo de transformação do sistema agroalimentar também é influenciado pelo comércio internacional de commodities agrícolas e alimentos processados. Em 2000, o comércio internacional de produtos agrícolas foi avaliado em US$ 449 bilhões, representando um valor duas vezes maior que em 1980 (FAO, 2005). Entretanto, esse crescimento foi inferior ao comércio de produtos manufaturados, que triplicou no mesmo período. As tarifas consolidadas para produtos agrícolas permanecem altas, com uma média de 40%, enquanto a média para produtos manufaturados fica em 10% (FAO, 2005). O crescimento do comércio internacional ocorreu em decorrência de um lento processo de liberalização comercial com o Acordo Agrícola da Rodada Uruguai do GATT e as subseqüentes negociações no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) no nível multilateral; com a formação de blocos econômicos e tratados de livre comércio (Mercosul, Nafta, Asean, entre outros) a nível regional; e também com a adoção de programas de ajuste estrutural e abertura comercial a nível nacional, tal como foi o caso brasileiro a partir de 1987. Entretanto, esse aumento do comércio internacional não beneficiou muitos países em desenvolvimento, principalmente devido a distorções causadas pelo protecionismo agrícola dos países desenvolvidos. Apesar da lentidão das reformas nas políticas agrícola e comercial no mundo desenvolvido, algumas características do comércio agroalimentar mudaram consideraNOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 33
Nós estamos os cantos do
Mas tivemos problemas com a febre aftosa nas exportações. Sinal da falta de investimentos em vigilância sanitária.
Benonias Cardoso/Folha Imagem
BRASIL, Secretaria do Orçamento Federal. Manual Técnico do Orçamento - MTO-02, Proposta Orçamentária da União: Instruções para a elaboração dos orçamentos fiscal e da seguridade social, 2002. Brasília, 2001, 252 p. BROOKES, G. & BARFOOT, P. "GM Crops: The Global Economic and Environmental Impact - The First Nine Years 1996-2004," AgBioForum, 8 (2/3): 187-196, 2005. CHADDAD, F.R. & JANK, M.S. "Policy Coherence for Development: Issues for Brasil." Paper presented at the OECD Global Forum on Agriculture: Policy Coherence for Development, Paris, France, November 30-December 1, 2005. CHADDAD, F.R. & JANK, M.S. "The Evolution of Agricultural Policies and Agribusiness Development in Brazil," Choices 21(2): 8590, 2nd Quarter 2006. DAVIES, J.H. "From Agriculture to Agribusiness," Harvard Business Review, JanuaryFebruary, pp. 107-115, 1956. DE SOTO, H. The Mistery of Capital, New York, NY: Basic Books, 2000. EXAME. "O Futuro do Agronegócio". Edição especial da Exame, Setembro de 2004. FAO. Contract Farming: Partnerships for Growth, Agricultural Services Bulletin 145, FAO, Rome, 2001. FAO. The State of Food and Agriculture - Agricultural Biotechnology: Meeting the Needs of the Poor?, Roma, 2004.
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O AGRONEGÓCIO REPRESENTA 28% DO PIB E 35% DOS EMPREGOS NO PAÍS NO MUNDO, OS PRODUTOS AGRÍCOLAS RENDERAM US$ 449 BILHÕES EM 2000 US$30 BILHÕES. É O GRANDE SALDO DA AGRICULTURA PARA NOSSA ECONOMIA. ENTRE OS GOVERNOS SARNEY E LULA, O CAMPO PERDEU INVESTIMENTOS. AS NOVAS TECNOLOGIAS EM AÇÃO: A BIOTECNOLOGIA E ATÉ A INTERNET. A PRODUÇÃO AGRÍCOLA PER CAPITA SUBIU 25% NOS ÚLTIMOS 40 ANOS INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA MOSTRA O QUE É A NOSSA TECNOLOGIA TROPICAL O MUNDO QUE JÁ PRECISA DE CAFÉ, CARNE, AÇÚCAR, SOJA, SUCOS... ...AGORA, PODE PRECISAR TAMBEM DA BIOENERGIA: METANOL E BIODIESEL.
CARTA AO LEITOR A SITUAÇÃO DA AGRICULTURA NO PAÍS Durante anos ouvi dizer que o Brasil era um país essencialmente agrícola, exportador de matérias-primas, de café, de carne e de poucos outros produtos. Éramos exportadores medíocres, com balança comercial insignificante para a extensão territorial do País. Não condizia com o impulso da economia cafeeira que dispunha de vastas áreas agricultáveis e que eram a garantia das operações de vendas e exportação do café brasileiro para a Europa e para os Estados Unidos. O crash americano acordou os brasileiros para o perigo de uma produção unificada, predominando o café, que em 1929 entrou em colapso na Bolsa de Valores de Nova York. Só se recuperou muitos anos após com a intervenção do Estado nos órgãos, exclusivamente cafeeiros, que ficavam sob o domínio político de dirigentes partidários; uns bons, outros não, uns capacitados, outros não, variando as administrações de acordo com o domínio político na área. A reforma política, não organizada, oficialmente, mas posta em movimento pelos partidos e pelos órgãos de administração pública, resolveu o problema do café que na economia livre continua sendo um produto de grande prestígio na balança comercial. Foi daí que saiu a decisão dos agricultores brasileiros para organizarem o agrobusiness. Dispensemo-nos das estatísticas, este artigo pretende mostrar a importância do agrobusiness como capitalismo dominante e com resultados altamente satisfatórios. A conquista do Oeste foi um dos desafios que os agricultores brasileiros enfrentaram vitoriosamente, sobretudo nas regiões consideradas inviáveis para a agricultura de escala. Foi lá, no entanto, que se verificou uma extensa adaptação do agrobusiness aos empreendedores da agricultura brasileira. Somos hoje produtores e exportadores em grande escala e poderemos, dentro de pouco tempo, usar o agrobusiness, com o ímpeto que lhe é próprio, para crescer em mercados como os EUA, que, como se sabe, é o primeiro país importador e exportador do mundo. Estamos empenhados no agrobusiness, certos de vencer uma carreira que começou, não faz muito, e que se verificou altamente promissora. Não há porque não apoiar a política agrícola do governo brasileiro concentrada no agrobusiness, na maior área do País, porque é criadora de empregos, além de estimável investidora de recursos bursáteis.
João de Scantimburgo Membro da Academia Brasileira de Letras
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DIGESTO ECONÔMICO NOVEMBRO 2006
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Tiago Queiroz/AE
Roberto de Bias/AE
ÍNDICE
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6 Repensando as Políticas Agrícola Agrária do Brasil Fabio R. Chaddad Marcos S. Jank Sidney N. Nakahodo
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Paulo Pinto/AE
Celso Júnior/AE
O maior negócio do país. Por Roberto Rodrigues. Entrevista a Tim Teixeira
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O problema não é o custeio mas o seguro. Por Xico Graziano Alexandre Belém/JC Imagem/AE3
56 Paulo Pampolin/Hype
Este é o caminho da salvação para a agricultura. Por João Sampaio. Entrevista a Tim Teixeira
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O que há por trás do MST Por Cândido Mendes Prunes
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Repensando as Políticas AGRÍCOLA e AGRÁRIA do Brasil
Cássio Vasconcelos/Samba Photo
Fabio R. Chaddad Marcos S. Jank Sidney N. Nakahodo Carlos Silva/Imapress/AE
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
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0,45
21/11/2006
Por cento foi a alta do dólar turismo na cotação de ontem. Para venda, a moeda norteamericana fechou a R$ 2,245.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 16/11/2006 16/11/2006 16/11/2006 16/11/2006 16/11/2006
P.L. do Fundo 11.772.755,96 2.021.661,05 8.802.512,75 17.267.466,11 1.336.031,14
Valor da Cota Subordinada 1.259,706311 1.118,161810 1.186,757531 1.081,032852 1.141,636672
% rent.-mês 2,5365 0,3620 -0,5644 -2,2730 1,5511
% ano 28,9400 11,8162 18,6758 8,1033 14,1637
Valor da Cota Sênior 1.018,271449 1.105,341457 1.120,720964 0 0
% rent.-mês 0,5599 0,5140 0,5599 -
% ano 1,8271 10,5341 12,0721 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
Alexandre Belém/JC Imagem/AE3
Renata Carvalho/Ag.A Tarde/Folha Imagem
Integrantes do MST ocupam a Fazenda Berra Boi, em Glória do Goita, na zona da Mata pernambucana. À direita, o MST na Fazenda Céu Azul, da empresa Suzano Papel e Celulose, em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia.
ntos não é para conseguir terras
O
Movimento dos Sem Terra (MST), depois do anunciado “recesso eleitoral” de 2006, deve iniciar um outro “abril vermelho”, com invasões a propriedades rurais. O discurso oficial da entidade é de que se trata de uma “luta por terra”. Alegam que no Brasil existem latifúndios improdutivos que precisam ser repartidos entre os milhões de famílias de agricultores, ávidas por um pedaço de terra para cultivar. As invasões se justificariam como instrumento de pressão para o governo acelerar esse processo de distribuição de terras. Visando entender melhor o que está de fato ocorrendo no campo, percorri quase 8.000 km pelas (péssimas) estradas brasileiras, durante o mês de março de 2004. O percurso foi entre São Paulo e o Maranhão, atravessando quase todos os estados do Sudeste e (todos) os do Nordeste. Rodei por estradas secundárias, muitas de terra, incluindo algumas no cerrado e na caatinga. Atravessei diversas regiões onde se cria gado, se planta cacau, cana-de-açúcar, carnaúba, coco, frutas, enfim, uma importante parte do Brasil rural. Foi um longo trajeto fora da rota turística convencional, visando obter um conhecimento direto da realidade
brasileira, em especial do aproveitamento agrícola. Como já conhecia bem o percurso entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, ao completar o trajeto até São Luís pude ter contato com a realidade rural de Norte a Sul do Brasil, exceto a da Amazônia. Pude observar dezenas (quase uma centena) de acampamentos do Movimento dos Sem Terra (MST) e de outras poucas agremiações congêneres. Muitos fatos chamam a atenção para a situação do MST e só um observador que se dê ao trabalho de enfrentar o caos rodoviário brasileiro pode ter uma idéia do que de fato está ocorrendo. Os comentários abaixo foram feitos com base na observação visual de acampamentos dos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Devido aos notórios problemas de segurança nas rodovias brasileiras, bem como a conhecida hostilidade que o MST demonstra contra os que querem conhecer em detalhes a sua organização, métodos e propósitos, não entrei nos acampamentos, nem entrevistei as pessoas acampadas, até porque não era esse o objetivo do levantamento. Nem este artigo busca apresentar dados concretos ou estatísticas so-
Por Cândido Mendes Prunes (o autor é contribuinte do Imposto de Renda, advogado no Rio Grande do Sul e São Paulo, pós-graduado em Direito Econômico e Vice-Presidente do Instituto Liberal do Rio de Janeiro)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Empresas Finanças Estilo Nacional
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Bolas de natal feitas de chocolate, da Pati Pava, prometem agradar às crianças. Por R$ 10 cada.
SUGESTÕES DE LEMBRANÇAS DE ATÉ R$ 30
Fotos: Divulgação
PRESENTES
DE NATAL O BARATO AGRADA P
Porta-retrato duplo, por R$ 25, na Márcia Presentes
resentear ou não presentear? Se for essa a questão que o atormenta um Natal sim, outro também, o Diário do Comércio pode ajudar. Saímos às ruas e descobrimos presentes que custam até R$ 30. E não é que existe um monte de coisas interessantes? Que tal dar àquela tia que vive sozinha uma caixa de costura (Trousseau, R$ 29) ou um jogo americano com guardanapo de pano combinando (Casa Almeida, R$ 9,50)? As mulheres vão adorar a echarpe encontrada na Teng Long por R$ 12. Na loja 1001 Presentes do
R$ 30 shopping ABC encontra-se um bonito jogo de café para seis pessoas por R$ 29,90. Na Márcia Presentes, no mesmo centro de compras, há um porta-retrato duplo, com modelo
de filme, que custa R$ 25. O legal é dá-lo já com fotos. Quem não iria gostar da idéia? Outra lembrancinha que com certeza vai chamar a atenção, principalmente das crianças, são as bolas de Natal de chocolate da Pati Piva para enfeitar a árvore. Custam R$ 10 cada uma – a única ressalva é que talvez não durem até a meia-noite. E o que dar àquele convidado chato que não sabe a hora de parar de beber? No Roberto Riscala Paisagismo, um corner dentro da loja Armando Cerello, é possível comprar um cáctus por R$ 30. Sutil, não?
Anna Carolina Russo
Aparelho de café da 1001 Presentes, R$ 29,90
Urso de pelúcia, na loja Cores e Flores, por R$ 30
Anna Carolina Russo
Lápis de cor (R$ 4,20) e carimbos (R$ 18) da Imaginarte
Kety Shapazian
rolina R
a Anna C
Fotos: Anna Carolina Russo
Bonecas japonesas da felicidade, na Taiyo, R$ 22 usso
Jogo americano, Casa Almeida, R$ 9,50 Luva atoalhada, R$ 14,90, na Cores e Flores
Caneca Coffee Lounge Pink, por R$ 22,10 na loja Doural
Abridor de garrafas, da loja Bendito Seja, por R$ 15 cada um
Rafael Hupsel/Luz
Carteira em lona, R$ 20, da Gabinete de Curiosidades
Garrafa decorativa, por R$ 13, na Camicado
Echarpe da loja Teng Long, na Rua 25 de Março, por R$ 12
Bolsa em lona A Garoa, R$ 29,90
bre o observado. É mais um testemunho de um observador “engajado”, para utilizar a feliz expressão de Raymond Aron. O primeiro aspecto que chama a atenção é que todos os acampamentos – com a exceção de um observado nas proximidades da represa de Itaparica, em Sergipe - estão estrategicamente localizados junto a entroncamentos roA proximidade doviários importantes. As principais rodovias com centros urbanos federais, com grande tráfego de veículos, foram aquinhoadas com acampamentos do de grande ou médio MST. Assim, por exemplo, a Rio-Bahia, ou a porte é outro fator Salvador-Recife, são duas rodovias com granque as lideranças do de quantidade de acampamentos. Claro que o MST estão levando movimento deve alegar a facilidade de desloem consideração camento de seus militantes para essas áreas. Seria perfeitamente crível se, no entanto, ouna hora de escolher tras áreas mais remotas, localizadas em estraonde fincar das secundárias fossem invadidas em igual a sua bandeira. número. Deve haver algumas poucas invasões e acampamentos em locais isolados do país, mas quase todos provavelmente se originaram a partir de um interesse específico das lideranças do MST, como ocorreu com a invasão da fazenda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa região mais remota de Minas Gerais, onde não há conflitos. Essa estratégia pode ser observada, assim, do Rio Grande do Sul até o Nordeste . A marAílton de Freitas/AG cha de “sem terras” que em 2004 e que quase resultou em conflito com os ruralistas, verificou-se na principal rodovia que liga Porto Alegre à Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, a pouco mais de 200 Km de Porto Alegre. Trata-se de uma rodovia estratégica para o Estado e o transporte de cargas entre os países do Mercosul. Tivesse a marcha ocorrido em uma rodovia secundária, numa região menos próspera do Estado, não teManifestantes do ria merecido o destaque que recebeu na mídia MLST atacaram em e certamente não interessaria ao MST. junho deste ano o Em segundo lugar, a proximidade com cenprédio da Câmara tros urbanos de grande ou médio porte é tamdos Deputados, em bém outro fator que as lideranças do MST estão Brasília. Pediam levando em consideração na hora de escolher reforma agrária, onde fincar a sua bandeira. Nas regiões brasimas agiam leiras de pouca densidade populacional (certas como vândalos. partes do interior do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Minas Gerais, sendo que neste último estado, destaca-se o especialmente o pobre vale do Jequetinhonha), não observei a presença de nenhum acampamento. Também nos pontos distantes de centros urbanos, mes-
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mo em grandes rodovias, não se vê a presença do MST. Como também nunca vi acampamentos em estradas vicinais, nem em estradas de terra, como no interior de Minas Gerais, Bahia, Alagoas e Paraíba, estados em que percorri longos trechos por estradas secundárias. Mesmo em áreas onde há um grande potencial agrícola sendo explorado, mas que estão um pouco mais distante de centros consumidores – como as capitais dos estados, ou algumas cidades de médio porte – não se vê a presença do MST. É interessante também observar o aparente desinteresse do MST pelas plantações de carnaúba, o que livra boas extensões do Ceará, Piauí e Maranhão de suas ações. Observando-se a quantidade de novas invasões entre março e abril de 2004 confirma-se facilmente a veracidade dessa observação: 10 invasões em São Paulo, 4 em Minas Gerais, 5 na Bahia, 7 em Sergipe e 56 no Pernambuco. Raramente alguma invasão é registrada no Maranhão ou no Rio Grande do Norte. Piauí, Espírito Santo, Goiás e Alagoas registraram apenas uma invasão no período em que cruzei o Brasil. Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará e Mato Grosso observaram duas invasões cada. Fica assim evidente o interesse no MST exclusivamente nos estados mais prósperos do Sul, Sudeste e Nordeste. Aliás, o MST praticamente não mantêm acampamentos no Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão – pelo menos nos trechos asfaltados que percorri entre Natal e São Luiz, e entre Fortaleza e Juazeiro, pouquíssimos acampamentos foram observados. Alagoas e Pernambuco, em compensação, apresentam uma quantidade elevada de acampamentos em comparação com outros estados, ao menos na região mais próxima ao litoral, onde o cultivo da cana-de-açúcar é importante. É evidente que o semi-árido nordestino representa uma área que, graças as dificuldades climáticas impostas à agricultura, também não interessa ao MST. Os acampamentos maiores e mais organizados são justamente aqueles melhor localizados, ou seja, estão em prósperas zonas agrícolas, contam com boa estrutura viária e próximos aos centros consumidores. Em terceiro lugar é curioso notar que normalmente a população masculina de um acampamento não excede a 30% do total, ao menos numa observação visual. O maior movimento é feito de fato por mulheres, que podem ser vistas cozinhando, colocando roupa
siderando um contexto de subsídios e proteção à renda do produtor (Gráfico 13). O último censo da agricultura realizado nos Estados Unidos mostra que 10% das fazendas - ou seja, 200 mil propriedades, com tamanho médio acima de 1000 hectares - são responsáveis por 75% do valor bruto da produção agrícola. Outra implicação da transformação do sistema agroalimentar globalizado para os produtores é a crescente dificuldade de acesso a mercados devido a barreiras de entrada cada vez maiores. Essas barreiras à entrada estão relacionadas (a) à intensificação do uso de tecnologias demandando capital e capacidade gerencial; (b) à necessidade de investimentos específicos a relacionamentos com os demais participantes do sistema agroindustrial; (c) à adoção de padrões privados de qualidade; (d) à consolidação nas indústrias de processamento e no varejo; (e) à existência de economias de escala; e (f) aos maiores custos de transação. Em outras palavras, o ambiente de negócios onde o produtor agrícola se insere mudou radicalmente nos últimos anos. A agricultura se modernizou e se tornou mais interdependente por meio da inserção em um sistema agroalimentar integrado, coordenado verticalmente, consolidado e globalizado. Os desafios para a inserção sustentável do produtor nesse contexto ficaram maiores e demandam um apoio mais consistente de políticas públicas. 4. PROPOSTA DE UM NOVO PAPEL PARA AS POLÍTICAS AGRÍCOLA E AGRÁRIA Tomando como base a análise da transformação do sistema agroalimentar no Brasil (e no mundo) e as implicações dessa transformação para o produtor, a nossa proposta de um novo papel para as políticas agrícola e agrária seria a promoção da INSERÇÃO COMPETITIVA E SUSTENTÁVEL DO P R O D U TO R nas cadeias produtivas que compõem o sistema agroindustrial, no País e no exterior. Essa proposta segue a recomendação do professor John Davis (1956), que ao analisar as transformações da agricultura americana na década de 1950, cunhou o termo "agribusiness" e colocou claramente que "a única maneira de se resolver o problema da fazenda e evitar políticas públicas desastradas é progredir da agricultura ao agronegócio", isto é, não há solução para o achatamento das margens na agricultura sem uma visão sistêmica de cadeia agroindustrial. No nosso entendimento, a solução do "problema da fazenda" no Brasil passa necessariamente pela inserção competitiva - ou seja, por meio de estratégias de criação de valor voltadas ao consumidor final - e sustentável - sob as perspectivas econômica, social e ambiental - do produtor no agronegócio globalizado. Para tal, a política pública deve dar condições que favoreçam o desenvolvimento de empreendedores rurais no Brasil com tecnologia, capacidade de gestão e pragmática visão de mercado. Além de ser um papel de política pública afinado com as transformações recentes do agronegócio e as realidades do mercado, essa sugestão também tem o intuito de promover a unificação das políticas agrícolas e agrárias em um único Ministério e reduzir o peso do falso debate ideológico entre "agri-
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cultura patronal" versus "agricultura familiar". Na nossa visão, as políticas públicas voltadas para a inserção competitiva e sustentável dos produtores no sistema agroindustrial deveriam contemplar sete pontos: 1. AUMENTO DA OFERTA DE BENS PÚBLICOS, principalmente: (a) defesa sanitária e fitossanitária; (b) infra-estrutura de transporte, armazenagem e comercialização; (c) renovação do compromisso com investimentos em pesquisa, desenvolvimento e extensão agropecuária; (d) sistema de informação de mercado com o intuito de fornecer subsídios ao produtor no momento de comercializar a safra. 2. MECANISMOS DE GESTÃO DE RISCO: dada a clássica limitação de recursos, a política pública mais adequada seria a introdução de mecanismos sustentáveis de seguro rural que reduzissem os riscos da queda de renda dos produtores. O governo deveria também incentivar o uso de contratos futuros e derivativos, buscando reduzir o risco de preços e o comportamento ciclotímico e especulativo dos agricultores. Em vez de continuar intervindo de forma paliativa no mercado físico (PGPM, AGF, EGF, PEP, PROP, PESOJA, PEPRO, etc.), o governo deveria incentivar o uso de mercados futuros e de opções como mecanismos de hedge. Boas opções de políticas públicas que merecem maior aprofundamento parecem ser a vinculação do crédito rural oficial ao hedge de preços por parte do produtor e o prêmio pontual e seletivo nas opções de futuro, em vez de subsidiar a comercialização física. 3. DEFINIÇÃO CLARA E PROTEÇÃO JURÍDICA DOS CONTRATOS E DIREITOS DE PROPRIEDADE, visando (a) distribuição de títulos de posse da terra para os beneficiários da reforma agrária; (b) emancipação dos assentamentos de reforma agrária; (c) a solução do problema de titulação de terras na Amazônia Legal; (d) redução de custos de transação e favorecimento da coordenação vertical entre produtores e indústria por meio da garantia do cumprimento de contratos; (e) favorecimento da transferência de crédito e tecnologia para produtores por meio de arranjos contratuais com a indústria; (f) conclusão do processo de reforma agrária brasileira dentro de um horizonte claro de tempo e de uma definição precisa dos recursos que nele serão alocados, além de estabelecer mecanismos rígidos de monitoramento e avaliação do seu uso. 4. AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DE TODOS OS PROGRAMAS DE SU BS ÍD IO S D IR ETOS , principalmente aqueles que se destinam a grupos de interesse específicos, como os beneficiários das securitizações de dívidas e o monitoramento do uso e dos resultados concretos dos programas de reforma agrária e agricultura familiar (PRONAF). Os programas direcionados especificamente à agricultura familiar deveriam ser redese-
Henry Milleo/Gazeta do Povo
para secar ou cuidando de crianças pequenas. Há vários acampamentos que aparentemente estão vazios (cerca de 20% do total). Nos acampamentos ocupados, um número significativo de barracos se encontra fechado. Quase sempre a metade dos barracos aparentam não ter ninguém ocupando-os e por coincidência, são aqueles melhor construídos e que apresentam lonas plásticas pretas para garantir que a chuva não molhe o seu conteúdo. Fica a pergunta: o que contêm esses barracos fechados? Uma das hipóteses é que eles servem para fazer os acampamentos parecerem maiores o número e superestimar o número de sem terra. Em quarto lugar, fica evidente que o MST não está preocupado em ocupar terras que sejam consideradas “improdutivas” pela burocracia estatal. Seus acampamentos se localizam em geral em zonas de excelente aproveitamento e produtividade. Ficam longe das fronteiras agrícolas, e mais distante ainda de terras que precisem de investimentos mais elevados para se tornarem produtivas. Assim, o MST só tem olhos para o pampa gaúcho, onde a produção de bovinos e ovinos, junto com lavouras de arroz, tem obtido ganhos crescentes; ou para o interior catarinense, onde diferentes culturas em constante expansão sustentam modernos criatórios de suínos e aves; ou para o Paraná, com os seus extensos cafezais e zonas de reflorestamento destinadas à indústria de madeira, celulose e papel; ou para São Paulo, onde está a agricultura mais eficiente do País, com a quase totalidade de seu território ocupado com lavouras que vão do café, à laranja, passando pela cana de açúcar e algodão, além de criação de gado, sem contar o fato de estar junto ao maior mercado consumidor brasileiro; ou para o Rio de Janeiro, cuja excelente produção de horti-fruti-florigrangeiros abastece o segundo mercado brasileiro; ou para as regiões de Minas Gerais próprias para o gado leiteiro ou lavouras subtropicais; ou para o sul da Bahia, onde as lavouras de cacau estão se dividindo com reflorestamentos de eucaliptos destinados à indústria de papel; ou para as áreas próximas ao litoral dos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba, grandes produtoras de cana-de-açúcar e de coco e próximas das capitais e, portanto, centros consumidores. As zonas agrestes, secas, do interior de Minas Gerais e dos estados nordestinos são solenemente desprezadas, mesmo que possam, com o emprego de modernas tecnologias de irrigação, ser adequadamente exploradas. Aliás, esses solos são em geral de grande fertilidade e de baixa acidez, exigindo apenas in-
vestimento com irrigação, permitindo mais de uma safra por ano, como acontece com o cultivo de uvas no vale do Rio São Francisco. Tamb é m a s re g i õ e s , ainda que apropriadas para a exploração agrícola, mas distante dos centros de consumo, não interessam ao MST. Esses são alguns fatos. A primeira conclusão que se pode tirar diz respeito à localização estratégica dos acampamentos. Não apenas quanto ao fato de estarem em zonas de boa ou ótima produtividade. O que de feto chama a atenção é que o MST está teoricamente em condições de paralisar todo o transporte rodoviário do Sul, Sudeste e Nordeste. Não há estrada (e entroncamento) importante onde não exista na proximidade um acampamento do MST. Aliás, há mais acampamentos do MST do que postos da Polícia Rodoviária em determinadas estradas. Como se trata de um movimento revolucionário, como seus próprios líderes não se cansam de declarar, ele já conseguiria rapidamente paralisar o transporte rodoviário no País. Nem o Exército pode a ele se contrapor com tamanha eficiência. Mesmo que não existam armas nesses acampamentos, não é difícil com uma ou duas centenas de pessoas rapidamente bloquear uma rodovia. E o tumulto que se criaria num entroncamento bloqueado, com centenas ou milhares de ônibus, caminhões e automóveis parados, dificultaria qualquer ação armada por parte do Estado. Aliás, a existência de barracos fechados e a dificuldade de alguém de fora penetrar nos acampamentos permite levantar a suspeita de que possam existir armas para serem utilizadas em caso de confronto. Talvez seja mera coincidência a localização desses acampamentos espalhados por todo o Brasil. Mas nenhum observador atento pode deixar de avaliar o seu significado e eventual utilização, num contexto que fuja a mera questão agrária. Aliás, outros fatos observados também sugerem que o MST não está apenas empenhado na “luta” por terra. São muitas as coincidências que preocupam, pois elas criam todas as condições para o MST extrapolar e ameaçar ainda mais o precário estado de direito brasileiro. Aqui cabe um pequeno parênteses. Tive a
Milho transgênico devastado pelo fogo dos Sem-Terra na fazenda da multinacional Monsanto, em Ponta Grossa, no Paraná.
... o MST não está preocupado em ocupar terras que sejam consideradas 'improdutivas' pela burocracia estatal. Seus acampamentos se localizam em geral em zonas de excelente aproveitamento e produtividade.
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Terra não é a questão desse movimento. Melhor qualificado estaria como um grupo cuja motivação ideológica se sobrepõe, em muito, a qualquer vestígio humanitário ou econômico.
Crianças brincam e moça cozinha milho em área ocupada ao lado do Projeto de Assentamento Nova Amazônia, a 30 km de Boa Vista, Roraima.
oportunidade também de percorrer extensas partes do litoral brasileiro, especialmente as mais pobres. Visitei inúmeras colônias de pescadores, desde a foz do Rio São Francisco, até a foz do Rio Parnaíba, no Piauí. Em grupos, sem organização formal, ou organizados sob a forma de cooperativas, dezenas de milhares de pescadores tiram do mar o seu sustento. Usam como instrumento de trabalho desde as tradicionais e frágeis jangadas, passando por pequenos barcos à vela ou a remo, até embarcações de maior porte que contam com radares, sonares e tudo o que a moderna tecnologia pode oferecer. Ainda existem centenas de quilômetros do litoral nordestino onde não se vê atividade pesqueira, ou melhor, que continuam completamente desabitadas. Existem inúmeras cooperativas que facilmente poderiam expandir os seus quadros. Faz-se então a pergunta: porque não existe um movimento de “sem barco”? Ou de “sem rede”? Porque alguns acampados – muitas vezes a uma curta distância do mar, como é comum em quase todo o Nordeste – não reivindicam condições para explorar os recursos naturais do oceano, tão fartamente disponíveis e que demandariam menos recursos governamentais? Também pude constatar a melhora na condição de vida das populações caiçaras devido a um novo fator: além da pesca, a renda familiar em muitas localidades tem aumentado significativamente em decorrência da produção artesanal das mulheres (e também de jovens). Associações e cooperativas de artesanato têm surgido em várias localidades nordestinas, até mesmo em regiões remotas, e hoje elas vendem não apenas para cidades turísticas brasileiras, como também exportam. É impressionante ver o treinamento que muitas ONG’s estão dando aos membros de cooperativas e associações, ao transmitir conceitos como qualidade total, competitividade, criativi-
Paulo Liebert/AE
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Paulo Liebert/AE
dade, planejamento, controle de custos e assim por diante. Tive oportunidade inclusive de assistir a um evento altamente organizado em São Luís, no Maranhão, com comunidades de expositores de artesanatos de diversas regiões. As famílias estão dependendo cada vez menos da atividade pesqueira, numa compreensão – talvez até intuitiva – de que a produção de alimentos tende a proporcionar ganhos relativamente decrescentes. Mas o MST insiste em navegar contra a corrente, num jogo de reivindicações cuja irracionalidade do discurso para o grande público é cada vez mais gritante. Até aí não haveria problemas, se não fosse pelo lado desumano da história. As lideranças do MST estão usando um expressivo contingente de pobres e miseráveis como massa de manobra. São pessoas que estão perdendo um tempo precioso de suas vidas. Mesmo que venham a obter no futuro uma gleba de terra, esta de pouca serventia será para garantir o seu sustento. Num mundo em que o problema alimentar vem se reduzindo a uma questão de logística (pois o volume da produção não é mais o problema), somente o agricultor profissional, dotado de conhecimentos muito superiores ao do agricultor familiar ou de subsistência, poderá sair-se bem nesse novo cenário. Além do que, as populações pobres das cidades, por mais carentes que sejam, sequer se imaginam retornando para a zona rural. O Brasil ainda precisa despertar para o verdadeiro objetivo dos “sem terra”. Terra não é a questão desse movimento. Melhor qualificado estaria como um grupo cuja motivação ideológica se sobrepõe, em muito, a qualquer vestígio humanitário ou econômico. O MST está preparado para uma missão que vai muito além da mera distribuição de terras ditas improdutivas. Isso fica evidente para qualquer observador que queira saber como e onde o MST ergueu seus acampamentos.
O que há por trás do
Jonne Roriz/AE
MST
Ou a estratégia dos acampame Susi Padilha/AG
O maior crescimento da história trabalhando com as melhores taxas. O primeiro banco do Novo Mercado. O que o banco ganha em São Paulo reinveste em São Paulo.
Só a Nossa Caixa dá esse retorno.
Em 2005, a Nossa Caixa registrou o maior crescimento no lucro entre os grandes bancos de varejo brasileiros: 113,4% sobre o resultado do ano anterior. E fez isso praticando as menores taxas do mercado*. Para alcançar esse desempenho, a Nossa Caixa trabalhou bastante. Inaugurou novas agências, investiu em modernização, melhorou ainda mais a qualidade do atendimento aos clientes. Também foi quem mais evoluiu na Governança Corporativa ao se tornar o primeiro banco a negociar suas ações no Novo Mercado. O resultado de tudo isso a Nossa Caixa reinvestiu aqui mesmo em São Paulo, em várias áreas e projetos diferentes. Só em educação, cultura, meio ambiente e saúde, foram quase R$ 20 milhões apenas nos dois últimos anos. O trabalho continua e, agora, em novo ritmo, para fazer a Nossa Caixa crescer ainda mais em 2006 e dividir o retorno disso com parceiros e clientes. *Fonte Procon - A menor taxa de empréstimo pessoal desde janeiro de 2004.
tados ao mercado) e mais especializadas em produtos de maior valor agregado. Muitos pequenos proprietários são forçados a deixar o setor, enquanto outros se adaptam na produção de produtos mais específicos - se integrando em redes, cooperativas, ou cadeias estritamente coordenadas - ou buscam fontes de renda alternativas fora da fazenda. De forma geral, oportunidades para os trabalhadores rurais que abandonam o setor tendem a aumentar com o crescimento da economia. Essas mudanças são resultados normais - e até desejáveis do processo de desenvolvimento econômico. Entretanto, os desafios atuais da agricultura no mundo todo surgem porque esse processo de transformação da agricultura está acontecendo em escala e rapidez jamais vistos, principalmente na China e na Índia. Adicionalmente, novos fatores de mudança - globalização, liberalização comercial, e a aplicação de tecnologias biológicas, de informação e de comunicação na agricultura levam ao surgimento de um sistema agroalimentar globalizado. As mudanças estruturais do processo de globalização do sistema agroalimentar colocam desafios crescentes para produtores agrícolas tanto nos países desenvolvidos, quanto nos países em desenvolvimento. Na maioria dos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, a agricultura já fez uma primeira transição de um modelo "tradicional", baseado na subsistência, para um modelo comercial, onde a produção agrícola é mais influenciada pelo mercado. Essa primeira transição ocorre como uma resposta aos processos de crescimento econômico, urbanização e diversificação de dietas (Tabela 5). O segundo, e mais recente, estágio desse processo de transformação - para um modelo "glo-
balizado" - difere consideravelmente do primeiro estágio, pois ocorre principalmente devido à influência do setor privado. O modelo globalizado é caracterizado pela concentração industrial, maior integração e interdependência entre produtores e os demais participantes do sistema agroalimentar, e pela maior ênfase em padrões privados de qualidade e segurança alimentar (Tabela 5). O processo de transformação da agricultura é um fenômeno global, que já se consolidou ou está ocorrendo em praticamente todos os continentes. No modelo globalizado, o setor privado é o agente transformador ao adotar estratégias competitivas em resposta a mudanças constantes de mercado e introdução de novas tecnologias (Tabela 6). As cadeias agroindustriais da soja, suco de laranja e do frango de corte são exemplos dessa transformação já consolidada, enquanto as cadeias do café, açúcar e álcool, leite, e carne bovina são exemplos de transformação em andamento no Brasil. Segundo um relatório de pesquisa da FAO, que analisa a globalização da agricultura em vários países (PINGALI et alli, 2005), esse processo de transformação da agricultura muitas vezes exclui determinados países ou regiões pelas seguintes razões: • Existência de condições de demanda não favoráveis, como densidade populacional baixa e falta de mercados de exportação. • Localização em áreas com limitações biofísicas ou sócio-econômicas para produção agrícola, incluindo áreas propensas à erosão, solos de baixa fertilidade, falta de chuva ou regiões distantes de mercados ou sem acesso ao mar. NOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 31
• Ineficiências do ambiente institucional, incluindo sistemas fracos de governança, direitos de propriedade mal definidos e sem proteção legal, e oferta insuficiente de bens públicos. • Políticas públicas incoerentes com viés anti-agricultura ou favorecendo grupos de pressão. 3.2. A Transformação do Sistema Agroalimentar no Brasil: 1990-2005 A transformação do sistema agroalimentar brasileiro a partir de 1990 pode ser analisada de acordo com o modelo conceitual proposto por REARDON & BARRETT (2000) ilustrado no Gráfico 10. Mudanças nos hábitos de consumo de alimentos Os processos de crescimento da renda, urbanização, de participação da mulher na força de trabalho, e a emergência de um padrão de vida "urbano-industrial" acarretam em mudanças significativas nos padrões de consumo de alimentos. Com o crescimento da renda, a população passa a consumir alimentos de maior valor agregado e adotam dietas mais próximas aos padrões americano e europeu. Dessa forma, a demanda por proteínas animais (carnes e lácteos), frutas e verduras frescas, e alimentos processados e de preparo conveniente crescem rapidamente. Inovações tecnológicas A industrialização e globalização da agricultura não seriam possíveis sem o desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas na produção agrícola e no processamento de alimentos.
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quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Muito além do jardim A jardinagem é mais que uma atividade de lazer. Embora os números sejam tímidos, é um importante negócio e um potencial gerador de empregos Luiz Guerrero
O
mercado de plantas ornamentais no Brasil está sof r e n d o o s eguinte dilema: tem tecnologia (e especialistas para tirar proveito dessa tecnologia), recursos naturais em abundância (como a água, encontrada a um custo muito barato) e um mercado que está despertando para o fascínio do verde. Mas esse mercado - e eis o dilema - ainda está dormente como uma semente que ainda não germinou. Pelos cálculos do setor, o mercado movimenta R$ 2,5 bilhões por ano e, nos últimos dez anos vem crescendo à razão de 20% ao ano. O problema é que o brasileiro gasta apenas 7 dólares por ano com flores, um dos índices mais baixos do mundo. Pior: não tem o hábito de comprar plantas ornamentais ou artigos de jardinagem. Ninguém investe em aumento de produção ou em novas tecnologias com um mercado desse tamanho. Nem mesmo as exportações ajudam. Elas somaram perto de 27 milhões de dólares em 2005, pouco em comparação à vizinha Colômbia, que levanta cerca de 500 milhões de dólares por ano com as exportações, especialmente as de rosas para o mercado americano. Embora não seja o maior produtor, a Holanda é o maior exportador mundial, com cerca de 700 milhões de dólares.
Cena cotidiana do "Manequinho Lopes", o viveiro municipal. O cultivo de flores é mais que atividade de lazer
cluir que se trata de uma questão cultural. Latino, explica, não consome flor - não por acaso, Itália, Espanha e Portugal, sul dos Estados Unidos e América Latina, têm baixos índices de gastos. Quando consome, é com intuito passional: presenteia-se com flores para conquistar uma mulher. Mas as flores vêm perdendo espaço também no terreno da conquista. Os CDs, livros e, agora, os celulares, têm sido as opções de presentes mais procuradas. Explica-se: além dos preços mais em conta, é fácil comprar qualquer um desses artigos pela internet. Nem todas as floriculturas tradicionais da cidade contam com es-
sa facilidade: dos 1.500 estabelecimentos da capital, apenas uma pequena parcela está informatizada. A tendência, dizem os especialistas, é que os grandes produtores passem a comercializar seus produtos. A chegada de grandes “gardens centers”, nome dado aos gigantescos estabelecimentos dedicados aos artigos de jardinagem, comprova a tendência. Nesta edição, vamos conhecer um deles, o Tatuapé Garden, cujas duas lojas ocupam 24.000 metros quadrados. Para as floriculturas tradicionais, resta o mercado de decoração. O maior centro produtor do país fica no interior de São Paulo, em Holambra, um nú-
dem emperrar, dizem as grandes imobiliárias. As construtoras também se esmeram em planejar apartamentos com varandas ou floreiras. E a busca por terrenos próximos a jardins e aos parques públicos nunca foi tão intensa. Há mais de 4.500 praças e 32 parques municipais em São Paulo, que somam 26.200 milhões de metros quadrados. Para cuidar deste patrimônio, a prefeitura gasta, apenas no setor de parques, R$ 25 milhões por ano e investe na produção de mudas de plantas decorativas e de árvores. O Viveiro Manequinho Lopes, no Ibirapuera, é uma dessas maternidades de plantas que enfeitam os espaços
cleo de imigrantes holandeses, formado no fim da Segunda Guerra Mundial. Mas a tecnologia permite que outras regiões do país, sem tradição no negócio, passassem a se dedicar ao cultivo de flores e plantas. E já surgem imp o r t a n t e s p ó l o s n o N o rte/Nordeste. A maior parte da produção é escoada durante dois dias por semana na Feira de Flores do Ceagesp, de São Paulo: em 2005 foram vendidas mais de 30 mil toneladas de flores no ent re p o st o. O verde também é um grande apelo de vendas para os empreendimentos imobiliários: sem área verde, as vendas po-
públicos. Nesses locais, a predominância é por um arbusto proveniente da Ásia, a azaléia, considerada por lei como “flor-símbolo” de São Paulo. Jardinagem é hobby? Também é. Mas a maioria dos interessados nos cursos de jardinagem promovidos pela prefeitura ou por instituições como o Senac não tem o perfil do aposentado ou da dona de casa com tempo livre. Mas de jovens e de liberais em busca de alternativas profissionais. “O mercado tende a crescer”, avisa a arquiteta paisagista Marcella Ocke, professora do Senac. E vai crescer ainda mais quando a profissão de jardineiro for regulamentada. Coisa para o futuro.
Nem tudo são flores Os investimentos para aumentar a produção de flores esbarram em um problema: o brasileiro gasta pouco com flores (E aqui, um parêntese: o negócio de cultivo de flores na Colômbia é recente, tem menos de 35 anos. Começou quando as grandes nações, especialmente os Estados Unidos, passaram a incentivar programas para erradicar o plantio de papoulas, matéria prima da cocaína, e um dos produtos nacionais do país àquela época. É um caso isolado. Mas há uma preocupação dos grandes produtores mundiais de flores em criar novos centros de produção em países emergentes: norte da África, Equador, algumas regiões do Oriente Médio têm se destacado. O principal motivo é a água consumida na atividade - na Europa, paga-se caro pelo líquido. No Brasil, a produção é concentrada em São Paulo, mas abrem-se novos centros no Nordeste. Clima não é problema: as plantas são cultivadas em estufas climatizadas). “Temos um longo caminho a percorrer”, relata o consultor Augusto Aki, especialista no mercado brasileiro de flores. “Mas qualquer que seja a direção, deve passar obrigatoriamente para o aumento do consumo.” Ex-contabilista, Aki aprofundou-se no setor de flores após trabalhar na Holambra. Publicou 18 livros, com mais de 20 mil exemplares vendidos, e em suas palestras costuma dizer que a renda do brasileiro é importante, mas não determinante para fazer o negócio, por assim di-
Marcos Peron/Virtual Photo
J
ardinagem é hobby, certo? Pode ser: a atividade, que vem seduzindo cada vez mais adeptos, é, de fato, a parte mais visível deste setor. Não é preciso ter um quintal para cultivar plantas - basta um canto, iluminado ou não, no apartamento para semear um vaso de flores ou de folhagem. Mas você se surpreenderia com a extensão deste mercado: basta olhar para as praças e parques municipais ou para os empreendimentos imobiliários mais recentes. Basta olhar para o verde. E perceber que existe uma indústria alimentando cada centímetro quadrado de terreno cultivável. Embora impressionem em um primeiro momento, os números do setor de jardinagem ainda são tímidos quando comparados aos de outros países. O Brasil movimenta por ano R$ 2,5 bilhões no comércio de plantas e flores decorativas e vem registrando crescimento da ordem de 20% nos últimos dez anos. Mas pegue-se a vizinha Colômbia. E se verá exportações estimadas em 500 milhões de dólares por ano, quase 20 vezes mais que as cifras auferidas pelo Brasil com o envio de flores para o estrangeiro. “Temos todas as condições favoráveis para prosperar”, observa o consultor Augusto Aki, especialista no negócio de flores. “O problema é que o brasileiro gasta pouco com plantas ornamentais. Sem um mercado forte, não há como prosperar.” Cada brasileiro gasta 7 dólares por ano com jardinagem, cifra insignificante quando comparada, por exemplo, aos gastos dos belgas, mais de 100 dólares/ano por habitante. O mercado está concentrado no sul do país, região com grande densidade de imigrantes não latinos. É o que leva Aki a con-
Rogério Albuquerque/AFG
Estufa de gérbera, em Holambra: tendência de verticalização
zer, desabrochar. Nos Estados Unidos, observa, a média não passa dos 20 dólares/ano por habitante. “O problema é cultural”, informa. “Quem consome flores no mundo?”, pergunta para responder que os grandes consumidores são os povos de origem nórdica ou anglo-saxônica.
“Os latinos não compram flores: Espanha, Portugal e Espanha são os últimos da lista na Europa. No Brasil é igual. Nosso mercado está concentrado no Sul, onde é grande a população de origem germânica. Nos Estados Unidos, dáse o mesmo fenômeno: quem consome são os habitantes do
norte do país, onde há menos latinos.” Tem a ver com o clima? “Tudo a ver”, afirma Aki. “Em locais de clima frio, as pessoas buscam o aconchego de plantas para alegrar o ambiente.” A direção para o crescimento, ensina o especialista, está apontada para o marketing de comportamento. “O comércio está demorando a perceber que há algo não explorado no subconsciente coletivo - a necessidade de confraternização e a busca por celebrações. É onde o mercado de flores e plantas pode crescer.” Outros fenômenos modernos também não estão sendo explorados, no entender de Aki. “A expectativa de vida das pessoas aumentou e elas precisam ocupar o tempo com alguma atividade prazerosa, como o cultivo de flores. Fora isso, a longevidade sexual também aumentou: no futuro, a ten-
dência é que os casais cujos filhos deixaram o lar, voltem a se cortejar e, para celebrar esse instante de reconquista amorosa, as flores são um dos melhores ingredientes.” Hoje, o grande mercado para as flores são as empresas, as construtoras (veja reportagem) e o setor de decorações. Para que o varejo passe a consumir, é preciso atrair os compradores. “Existe uma nova geração de empreendedores tocando o negócio de flores. É dela que partirão as iniciativas para fazer o mercado se expandir”, acredita Aki. Ele também acha que a tendência da indústria do verde é a verticalização, ou seja, grandes produtores tendem a se tornar grandes varejistas. Lojas como o Tatuapé Garden (veja reportagem), que nasceu como distribuidor de uma produtora, é o exemplo típico dessa tendência, na opinião de Aki.
Presidente Guilherme Afif Domingos
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê / Céllus Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122
Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luiz Guerrero Repórter Mário Tonocchi Chefe de reportagem Arthur Rosa
Impressão Diário do S. Paulo
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ESPECIAL - 3
Fotos: Ricardo Padue/AFG
Tudo, e mais um pouco, para seu jardim Os “gardens centers” concentram, em enormes áreas, plantas, ferramentas e acessórios
A
O Tatuapé Garden (foto acima) é o maior "garden center" da cidade: recebe 6.000 pessoas por semana, diz o gerente Moacir Martins
primeira loja foi aberta em 1999, na Salim Farah Maluf, uma das avenidas mais importantes do bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade. E, pelo porte, parecia um daqueles negócios ambiciosos demais para dar certo: um espaço de 8 mil metros quadrados exclusivamente para a venda de artigos de jardinagem. Pois deu certo. Tão certo que sete anos depois foi aberta uma segunda loja em um dos corredores mais movimentados de São Paulo, a avenida dos Bandeirantes, com o dobro de espaço 16 mil metros quadrados. “Em dias de grande movimento, Dia das Mães, por exemplo, temos de pedir ajuda ao pessoal de trânsito para liberar uma faixa da avenida para os carros que chegam à loja”, conta Moacir Martins, gerente geral da Tatuapé Garden, uma dos grandes
centros de comércio de jardinagem da cidade. Ou os “gardens centers”, como são chamados. O empreendimento revela a força de um setor antes restrito ao setor de ferramentas dos supermercados, a algumas floriculturas e ao comércio clandestino sob as torres de alta tensão. “Acho que, pelo volume de nossas vendas, contribuímos para profissionalizar o setor”, diz Moacir. No início das atividades, ele conta, os compradores da Tatuapé Garden percorriam o país em busca de fornecedores de vasos e outros implementos. O que encontravam eram famílias que modelavam vasos no fundo do quintal e que sequer tinham produção para atender a grandes pedidos. Nota fiscal? Nada disso: era uma atividade informal. “Passamos a orientar esses fornecedores a abrir micros empresas e a administrar estoque e acabamos formando uma mentalidade que não havia.”
Hoje, não há mais problemas com fornecedores: encontra-se de tudo. E compra-se de tudo. “A jardinagem é uma atividade que atrai cada vez mais praticantes. Não há mais aquele espaço no quintal, como na casa dos nossos avós, mas pode-se cultivar em um canto do apartamento: faz bem à saúde”, filosofa Moacir, um orquidófilo que, por seu gosto pelas plantas, foi convocado pelo tio para administrar o negócio. Hoje o Tatuapé Garden pertence a um grupo de investidores e movimenta, só na loja do Tatuapé, R$ 8 milhões por ano. Em seis meses este é o giro esperado para a filial da Bandeirantes. Em dias de maior movimento, as 700 vagas no estacionamento das duas lojas lotam, é difícil encontrar espaço. São cerca de 6 mil pessoas passando pelos caixas com pelo menos um vaso de violeta (e vende-se 3 mil dessas plantas, a R$ 1,35, a cada se-
A feira das flores O maior entreposto de plantas do país atrai a visita de 8.000 pessoas em busca de bons preços e grande variedade Fotos: Rogério Albuquerque/AFG
Mais de 30.000 toneladas de flores por ano são vendidas no Ceagesp
E
preciso madrugar. Durante dois dias na semana, às terças e às sextas-feiras, de 5 mil a 8 mil pessoas madrugam para comprar plantas e flores no Ceagesp. Ou apenas para passear no ambiente colorido e perfumado de 24 mil metros quadrados. A feira de flores do entreposto do bairro do Jaguaré abre às cinco da manhã e durante as cinco horas de funcionamento recebe de comerciantes que vão repor os estoques a donas de casa em busca de um vaso de samambaia a preços que podem chegar à metade do que é cobrado no varejo. “É o maior mercado do tipo do mundo”,
afirma Flávio Godas, economista do entreposto. Em 2005 foram vendidas 33,045 mil toneladas de flores de corte e de vaso e outras 50 mil toneladas de torrões, ou mudas de árvores plantadas em vaso. A variedade impressiona: são 1.100 atacadistas oferecendo de rosas a espécies exóticas. O mercado recebe - e envia plantas de todas as centrais produtoras do país e de alguns fornecedores da América Latina, mas a maior parte vem dos produtores de São Paulo. Há linhas de carretas para determinados estados do país - uma logística que deve ser precisa dada a delicadeza da carga a ser transportada. E chegam com-
pradores até do Norte/Nordeste. É um movimento frenético de gente e de veículos que, em dias próximos às datas comemorativas, chega a impressionar: no último Dia das Mães, 25 mil pessoas circularam pelo mercado. E, no entanto, o Brasil é um dos países que registram um dos mais baixos consumos de plantas do mundo. “O brasileiro gasta apenas 7 dólares por ano em flores e plantas ornamentais”, informa Godas, com base em levantamento do Ibraflor, o Instituto Brasileiro de Floricultura. Em alguns países europeus, como a Suíça, a média anual por habitante é de mais de 100 dólares. É certo que o movimento na feira de flores aumentaria significativamente não fossem as limitações de dia e horário. “A feira é realizada no mesmo pavilhão das frutas e verduras, daí a limitação”, explica Godas. Houve estudos para a criação de um recinto próprio para a atividade, mas concluiu-se que os custos não compensariam o investimento. O que se vende nessa feira? Rosas, sobretudo rosas. A flor e suas variedades respondem por 24% de todo o comércio do Ceagesp, seguida pelos crisântemos (11%) e pelas azaléias (6%). “Notamos um grande crescimento de girassóis e gladíolos, mas as rosas ainda são imbatíveis na preferência”, detalha Godas. Nessa época do ano, no entanto, outro tipo de planta começa a se destacar - as tuias que irão receber os enfeites de Natal.
mana). Em fins-de-semana normais, a média é de 3 mil pessoas. “Geralmente são mulheres na faixa dos 40 a 45 anos de idade que dedicam mais tempo à jardinagem. Os jovens não querem trabalho: compram um vaso pronto, normalmente não dedicam tanto cuidado à planta e, quando ela morre, vêm aqui trocar”, relata o gerente. Os mais idosos, ao contrário, pedem orientação para os vendedores, levam um ou dois vasos, voltam para comprar borrifadores, luvas, ferramentas, defensivos, sementes... Os campeões de venda das lojas são as flores em vaso (ali não se vende flores em corte), begônias, orquídeas e folhagens. Mas nessa época, formam-se filas para a compra de tuias, as árvores que substituem os pinheiros para os arranjos natalinos. Até o Natal, mais de mil tuias serão vendidas nas duas lojas. Talvez mais.
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Mudar para sobreviver A floricultura tradicional enfrenta desafios para se manter atraente no varejo
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cabar, não acaba. Mas a floricultura tradicional tende a se transformar para sobreviver com saúde no negócio - e, afinal, se manter competitiva. A constatação é do próprio sindicato da categoria, o Sindiflores, sigla para Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo. Mas nem a própria entidade parece vislumbrar uma ágil retomada de fôlego para esse tipo de comércio: o ritmo lento da modernização inquieta um dos consultores do sindicato, Carlos Roberto Romeo. “Um dos motivos para a resistência às mudanças é a média etária dos donos das floriculturas, em torno dos 40 anos, faixa que consideramos alta”, analisa Romeo. O negócio de flores, explica o consultor, é tradicional, passa de gerações a geração de uma mesma família. O problema é que os mais jovens não estão assumindo o comércio aberto pelos avós. E quem está no comando, sempre na análise do especialista, mostra-se avesso aos investimentos de modernização. O sindicato contabiliza 2.200 floriculturas na Grande São Paulo, 1.500 delas na cidade, 95% das quais registradas como micro-empresa. E apenas uma minoria - não estimada em números - está aparelhada com computador. “É o mínimo que se exige: um computador para ajudar na gestão do negócio e para realizar vendas on-line, pela internet”, diz Romeo. Sem investimento, as vendas (e eis o maior problema) não de-
Ana do Val/AE
O que fazer? “O que muitas floriculturas estão fazendo”, responde Romeo, “é agregar atrativos aos arranjos.” Quem compra uma dúzia de rosas pode levar na embalagem um CD, um urso de pelúcia ou uma garrafa de vinho. Algumas lojas também estão procurando substituir o tradicional celofane colorido e os vistosos laços de fita dos arranjos por embalagens mais modernas, como caixas de papelão decoradas ou cestos de vime. Tudo para atrair as vendas no varejo, pois a atividade voltada para os eventos (casamentos, festas, bailes e assim por diante) ainda mantém o negócio ativo. Outra providência que o Sindiflores deverá assumir é a revitalização das datas comemorativas, marcos importantes para esse tipo de comércio. Romeo lembra com uma ponta de saudades o sucesso da iniciativa tomada no começo dos anos 1990, quando vários caminhões lotados de flores saíram à cidade distribuindo um botão de rosa para as mulheres no dia 8 de março. “Sem modéstia, fomos nós que popularizamos o Dia da Mulher”, afirma. O mesmo tipo de ação deve ser feito para revitalizar o Dia da Vovó, em 26 de julho, um mês fraco para as floriculturas. E outras iniciativas devem ser tomadas para não deixar datas tradicionais se perderem, como o ocorrido com o 30 de setembro, Dia da Secretária. “Era um dia excelente, até que os computadores passaram a substituir as secretárias de carne e osso”, lamenta.
Banca de flores na Dr. Arnaldo: o comércio de flores compete hoje com o de CDs e até com o de celulares
colam como há 10, 20 anos. O declínio do movimento no varejo, ao que parece, deu-se com o advento do CD. E agravou-se com a popularização dos reprodutores de CDs. Quando a classe média descobriu a comodidade de comprar pela internet com um simples movimento de mouse - e quando percebeu que a mercadoria poderia ser entregue em qualquer endereço do planeta - vislumbrou-se a crise no setor de vendas de flores. “Qualquer CD pode custar menos que um belo arranjo de flo-
res. Com a vantagem de que o disco pode ser comprado na loja ou em casa”, explica Romeo. O vilão do momento para as flores são os celulares: para expressiva parcela da população, é mais chique presentear com celulares que com um maço de flores. O consultor Augusto Aki aponta outro fator que desestimula a compra de flores para presentes: a mercadoria perdeu valor quando passou a ser encontrada nas mãos de ambulantes nos faróis e nos supermercados. “Havia um valor agregado às
flores que se perdeu com a popularização”, explica. Para acentuar um pouco mais os espinhos do negócio de vendas de flores cortadas (aquelas que não têm raiz), vieram os grandes centros de venda (conheça um deles, o Tatuapé Garden, nesta edição) e flores em vasos passaram a ser vendidos em supermercados. “Embora o forte das floriculturas sejam as flores cortadas, o comércio de plantas pelas grandes redes de supermercados também abalou as vendas”, conta Romeo. Sem
falar no mercado de flores do Ceagesp, outro concorrente de peso para as floriculturas tradicionais. “Cerca de 30% do comércio está concentrada nos supermercados”, calcula Romeo. A venda de flores em vaso, explica o especialista, gera menos perdas que a de flores cortadas, pois exige menos cuidados na manipulação e armazenagem. “A depender da estrutura de armazenagem e de distribuição de uma floricultura, as perdas podem chegar a 30% no fim do mês.” É muito.
Jardineiro, profissão em extinção
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is um profissional em extinção: o jardineiro autodidata que, periodicamente, aparava a grama, podava as plantas e aplicava poções caseiras para exterminar as pragas das mudas. Hoje, quem ingressa na atividade almeja vôos mais altos - a meta é o paisagismo, uma car-
Fotos: WValente/AFG
O agrônomo Roberto Martins leciona jardinagem na prefeitura
O espaço dos autodidatas está sendo ocupado por especialistas - de paisagistas a decoradores reira em alta nesses tempos em que a qualidade de vida e a preservação de qualquer naco verde tornaram-se prioritários. Paisagismo é uma disciplina ligada aos cursos de arquitetura e urbanismo, mas também é ensinado em cursos de extensão ministrados por entidades como o Senac, como se verá logo adiante. Mas, mesmo um aspirante a Burle Marx, seguramente o paisagista brasileiro de maior êxito, precisa começar colocando a mão na terra. Há, igualmente, cursos para mostrar o básico. A Prefeitura cobra taxa fixa de R$ 67 para quem quer aprender as técnicas de plantio, reconhecimento dos tipos de solo, identificar as plantas de sol e de sombra e etc. As aulas são dadas em três dias por semana no prédio da administração, no Parque do Ibirapuera, com 50 alunos em média. Só há um problema: a procura é tanta que o tempo de espera é de, no mínimo, um ano. “Os alunos vão desde donas de casa e aposentados a arquitetos e engenheiros”, conta o agrônomo Roberto Martins, um dos professores do curso. “A maioria chega aqui sem saber nada. E sai com uma boa base.” Além do curso regular, há cursos de férias, igualmente muito procurados. O perfil dos alunos da escola municipal não é muito diferente daqueles que buscam conhecimentos básicos - e avançados - de jardinagem em uma das quatro unidades do Senac na Grande São Paulo. “Tive alunos que já trabalhavam como jardineiros em busca de aperfeiçoamento”, afirma a arquiteta paisagista Marcella Ocke, uma das professoras da entidade. Ela conta que muitos procuram o curso básico (que dura 33 horas e custa R$ 325) como atividade de lazer (informações pelo site www.sp.senac.br). Mas a maioria quer se profissionalizar no ramo. “O que d e i x a o s i n t e re s s a d o s u m
Mãos na terra Cultivar uma planta, nem que seja no canto do apartamento, equivale a uma terapia. Veja, na seqüência de fotos, algumas dicas para o plantio de uma flor, passadas pelo curso livre de jardinagem do Senac de São Paulo. 1. Juntar terra vermelha mais terra preta, para produzir a terra mista 2. Adicionar 10 % (do volume de terra) de vermiculita, que retém água e oxigena o solo 3. misturar tudo e reservar 4. colocar no vaso uma camada
de bolinhas de argilas 5. colocar a manta 6. colocar a terra já preparada anteriormente Preencher o fundo do vaso 7. apertar a terra e reservar esse vaso 8. tirar a flor do vaso original 9. com cuidado, retirar as
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raízes mortas que ficam na parte debaixo da flor 10. colocar a flor bem no centro do vaso 11. preencher o vaso com o restante de terra 12. fazer a cobertura do solo com fibra de coco, que protege e evita ervas daninhas
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11 pouco inseguros é o fato de a profissão não ser regulamentada”, observa. Ainda assim, Marcella vê carreiras promissoras para quem se dispõe a seguir adiante. “Existe boa procura no mercado por paisagistas ou por decoradores de am-
biente”. Quem pretende ingressar na carreira, o Senac ministra cursos livres e técnicos que abordam desde as técnicas de jardinagem e de iluminação aplicada ao paisagismo, à pós-graduação em paisagismo. “A pós é voltada para quem já é formado”, in-
12 forma Marcella. Ela nota que muitos dos seus alunos de pós portam uma deficiência em comum: a dificuldade em lidar com arquivos eletrônicos para leitura de plantas e croquis. Quem pretende ser paisagista deve superar essa dificuldade.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
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Maternidade de plantas É dos viveiros municipais que saem flores e árvores para cobrir a cidade de verde Helvio Romero/AE
Símbolo florido
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la é originária da China, mas também tem raízes no Japão, pertence à família das ericáceas e atende pelo nome de rhododendron indicum. Mais fácil: azaléia. Apesar de não ser nativa, adaptou-se muito bem ao clima e às adversidades de São Paulo. Pode atingir os 2 metros de altura se espalharam pelas praças, parques e até em locais improváveis como os canteiros centrais das grandes avenidas. E destacou-se por produzir flores coloridas no inverno, época em que a maioria das flores não desabrocha. Foi o que bastou para que fosse considerada a “florsímbolo de São Paulo”, por força de uma penada do então prefeito Jânio Quadros, em fevereiro de 1987. Houve quem contestasse a decisão e apontasse a flor do ipê e das quaresmeiras como mais significativas, além de serem espécimes nativos. Mas, quase 20 anos depois da promulgação da Lei 10.259, não se tocou mais no assunto. E a asiática azaléia continua enfeitando a cidade.
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Fotos: Rogério Albuquerque/AFG
ntomologista é o especialista em insetos. Mas Manoel Lopes de Oliveira, o Manequinho, entrou para a história da cidade como o homem que arborizou São Paulo. O viveiro cravado no parque do Ibirapuera e que abastece as praças e parques da cidade com mudas de flores e de árvores frutíferas leva seu nome. “Somos um polo de agricultura urbana”, define a agrônoma Adeliana Barbedo, uma das responsáveis pelo setor de mudas, forrações (ou grama) e arbusto do viveiro. É como uma maternidade, em que as sementes são germinadas e recebem cuidados e atenções até estarem prontas para o replantio. E neste ponto, vamos interromper as explicações da agrônoma para contar um pouco da história do Viveiro Manequinho Lopes. Nos anos 1920, Manequinho, o entomologista, foi encarregado pelo prefeito José Pires do Rio de criar um parque municipal. O local era uma pastagem de gado, pertencente ao Estado, conhecida por Ypy-ra-quera, do tupi “pau podre”. Manequinho plantou eucaliptos para drenar o solo e outras espécies nativas. E montou o viveiro para semear pau-ferro, ipê, pau-brasil, tipuana e outros tipos de árvores. Em 1934 o viveiro passaria a fornecer mudas dessas árvores para toda a cidade. Com a morte do criador, em 1938, recebeu seu nome. O Parque do Ibirapuera só seria criado anos mais tarde, em 1954, por oca-
Viveiro Manequinho Lopes, no Ibirapuera: 1,3 milhão de mudas de flores variadas por ano para enfeitar a cidade
sião do IV Centenário da cidade. E o viveiro ganharia, em 1993, projeto de Burle Marx para que fosse integrado à paisagem do parque. Hoje é mantido pela prefeitura, embora algumas reformas tenham sido patrocinadas pela iniciativa privada. Instalado em uma área de quase 50 mil metros quadrados e formado por 97 estufas de pequeno porte, 10 de grande porte e 32 quadras de produção, o Manequinho Lopes produz 1,3 milhão de mudas por ano. Adeliana: “Cultivamos as flores mais resistentes ao ambiente da cidade.” Moréias, lírios e azaléias são as principais espécies cultivadas no viveiro e são as flores replantadas nos jardins e praças de São Paulo. São cerca de 100 espécies de plantas ornamentais cultivadas no Manequinho. A agrônoma que conta com uma equipe de 400 funcio-
nários do setor operacional, oito jardineiros e 32 auxiliares, só lamenta que boa parte da população não respeite as plantas replantadas nos espaços públicos. “Nosso grande desafio é manter os jardins livres do lixo atirado pelos freqüentadores.” Sua colega, Carla Martins Bianco, é a responsável pelo setor de arborização do viveiro. Embora todas as árvores de grande porte sejam semeadas fora da cidade, em uma área de 665.000 metros quadrados em Cotia, na Grande São Paulo, o Manequinho Lopes funciona como uma espécie de entreposto e centro de pesquisa. “O serviço de arborização nunca funcionou tão bem”, elogia Carla. Ela conta que até outubro foram plantadas 67.870 mudas na cidade e a meta é atingir 125.500 mudas por ano. Além das árvores tradicionais, como a sibipiruna, o ipê, o jacarandá
e a tipuana, o plantio de árvores frutíferas vem sendo incentivado. O objetivo é atrair os pássaros. “Não são as frutas de consumo humano, mas sim as apreciadas pelas aves”, esclarece. O trabalho é feito com a divisão de fauna. São Paulo está bem servida de árvores? Carla acha que está melhorando muito. E aproveita a ocasião desta entrevista para dar um recado àquelas pessoas que, com a melhor das intenções, toma a iniciativa de plantar uma árvore na calçada defronte à casa: “É preciso conhecimento técnico para o plantio.” Árvore errada em local errado é uma combinação que pode ser desastrosa. O melhor, antes de fincar na terra aquela muda presenteada pela tia do interior, é consultar a prefeitura. O Departamento de Parques e Áreas Verdes atende no fone 3372-2200.
O verde da cidade
Evelson de Freita/AE
São Paulo não é só concreto: os parques e praças da cidade somam 26 milhões de metros quadrados de verde
Jardim suspenso
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ão é exatamente um jardim: está mais para pomar. Mas o arvoredo suspenso a 80 metros de altura, na cobertura do Edifício Patriarca, sede da prefeitura, é um dos cartões-postais pitorescos da cidade. É formado por cerca de 100 espécies, entre figueiras, pessegueiros, amoreiras, pés de café e ervas para chá, além de palmeiras e pau-brasil. E foi criado por um dos empregados da família Matarazzo, Walter Galera, por ocasião da abertura do edifício, no fim dos anos 1930.
Luiz Prado/LUZ
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cidade tem 32 parques que, traduzidos em tamanho, representam 15 milhões de metros quadrados. Tem ainda mais de 4.500 praças (mais de 11,2 milhões de metros quadrados). Nem tudo é verde, mas o verde ocupa a maior parte desse espaço com seus exemplares de alfeneiros, tipuanas, paineiras- rosa, paus- rosa, azaléias, lírios amarelos e falsas íris azuis e brancas, as espécies vegetais mais comuns. Para cuidar deste patrimônio, a prefeitura e seus respectivos departamentos mobilizam 1.300 profissionais (entre servidores e terceirizados) apenas voltados para a conservação dos parques e outras 1.000 pessoas que cuidam exclusivamente das praças (fora da primavera e do verão, o efetivo é reduzido em 30%). Só a divisão de Parques e Áreas Verdes gasta R$ 25 milhões por ano em manutenção. “O manejo e a limpeza dessas áreas têm de ser constantes”, esclarece o biólogo Renier Marcos, diretor da divisão. Boa parte dos esforços de Marcos está voltada para a substituição de espécies transplantadas por outras nativas. Mas, para tanto, ele prega mudança no perfil técnico dos profissionais da área. “Precisamos de gestores ambientais que tenham capacidade de desenvolver planejamento das áreas verdes da cidade.”
Parque da Luz, o mais antigo da cidade: exemplares centenários de árvores, esculturas e obras de arte no centro de São Paulo
A busca por novos tipos de plantas ornamentais, segundo ele, nem sempre é possível por esbarrar nos custos elevados. Tome-se a azaléia, a flor-símbolo da cidade, como exemplo: há anos ela vem sendo plantada por ser resistente e exigir manutenção relativamente simples. Mas há outras espécies que poderiam ser cultivadas no lugar da azaléia. É aí que entra a expertise do gestor ambiental. A vegetação dos parques municipais é variada - o Alfredo Volpi, no Morumbi, por exemplo, os-
tenta remanescente da Mata Atlântica; no dos Eucaliptos, também no Morumbi, a predominância é da árvore que empresta o nome. Há, ainda o Parque da Luz, inaugurado como Horto Botânico em 1825 para ser o primeiro jardim público da cidade. Com 113.400 metros quadrados, abriga cedros e figueiras centenárias. Há, ainda, parques que poderiam se resumir a praça. O Buenos Aires, em Higienópolis, por exemplo: com 25.000 metros quadrados, é
mais conhecido pelos moradores do bairro como a “praça das babás”, referência às profissionais sempre vestidas de branco que se concentram no local com as crianças sob sua guarda. Se a maioria dos parques está concentrada na Zona Sul da cidade, a Zona Oeste abriga a maior quantidade de praças são 500, apenas nos domínios da subprefeitura do Butantã. Só nesta gestão foram criadas 70 praças, sempre por força de um projeto de lei votado pela Câmara Municipal. Nem todas são verdes.
Marcos Fernandes/LUZ Tiago Queiroz/AE Ernesto Rodrigues/AE
Rodney Suguita/Folha Imagem Marcos Peron/Virtual Photo
Documento elaborado a pedido da Associação Comercial de São Paulo. Os autores agradecem a José Garcia Gasques (IPEA) pela disponibilização de dados e leitura da primeira versão do trabalho e à assistência de pesquisa de Magda Chang, Ivan Fernandes e Luiz Fernando Amaral. Os erros que existirem naturalmente são de inteira responsabilidade dos autores.
Fabio R. Chaddad Professor do IBMEC São Paulo (FabioRC@isp.edu.br).
Marcos S. Jank Professor Associado da FEA-USP e Presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais - ICONE (msjank@usp.br).
Sidney N. Nakahodo Pesquisador colaborador do ICONE, atualmente no Programa de Estudos Avançados em Política Econômica Internacional do Kiel Institute for the World Economy, na Alemanha (snn2103@columbia.edu).
O que fazer para dar mais poder à AGRICULTURA
Joel Silva/Folha Imagem Luludi/LUZ
Roberto de Bias/AE
Joel Silva/Folha Imagem
Emerson Araújo/AE
Epitácio Pessoa/AE
Luiz Prado/LUZ Milton Mansilha/LUZ
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Milton Mansilha/LUZ
Evandro Rocha/Folha Imagem
Beto Barata/AE
Marcelo Min/AFGa
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s políticas agrícola e agrária brasileiras sofreram profundas alterações nas últimas duas décadas. Até o final da década de 1980, o governo federal praticava uma política agrícola altamente intervencionista com o objetivo básico de garantir a segurança alimentar do país. Adicionalmente, o governo investiu recursos na pesquisa, desenvolvimento e disseminação de tecnologias agrícolas tropicais, o que permitiu a expansão da fronteira agrícola e significativos ganhos de produtividade na agricultura. Entretanto, a partir da crise da dívida pública no final daquele período, o governo federal reduziu fortemente os gastos em políticas agrícola e agrária. Além da redução de gastos e desmantelamento de instrumentos tradicionais de política agrícola, houve uma mudança de prioridade das políticas agrícola e agrária, com a ampliação dos gastos em programas de reforma agrária e agricultura familiar.
Jonne Roriz/AE
Plantação de feijão na fazenda Anoni, um exemplo de agricultura familiar no Rio Grande do Sul.
Analisando os gastos com políticas públicas voltadas à agricultura no período 1985-2005, o presente estudo mostra que: •Houve uma redução nos gastos médios anuais com políticas agrícola e agrária de R$ 20,9 bilhões, em 19851989, para R$ 10,7 bilhões, em 2003-2005 (em moeda corrente de 2005). •Enquanto no Governo Sarney os gastos em políticas agrícola e agrária representavam 5,6% dos gastos totais da União, nos três primeiros anos do governo Lula essa participação caiu para 1,8%. •Houve uma mudança no direcionamento das políticas públicas, priorizando-se a reforma agrária e o apoio à agricultura familiar. Entre 1985 e 2005, os gastos médios anuais com políticas agrícolas tradicionais foram reduzidos de R$ 19,5 bilhões para R$ 5,8 bilhões ao ano, enquanto os gastos com organização agrária e agricultura familiar cresceram de R$ 1,3 bilhão para R$ 4,9 bilhões ao ano. O resultado é uma participação crescente nos programas de organização agrária e agricultura familiar nos gastos totais do setor: de 6%, no governo Sarney, para 45%, no governo Lula. •O Brasil é o único país do mundo com dois ministérios da agricultura: o ministério dos "produtores patronais e agronegócio" (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA) e o ministério dos "agricultores familiares e da reforma agrária" (Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA). Tais ministérios competem por recursos cada vez mais escassos e, fre-
qüentemente, expressam posições antagônicas sobre temas relevantes para o setor. Nos últimos três anos (2003-2005), a administração consumiu 20% dos recursos dos dois ministérios (R$ 6 bilhões). •O governo gasta cada vez mais com políticas dirigidas a grupos específicos (administração, produtores endividados, assentamentos, etc.) e corta recursos dos bens públicos fundamentais para a competitividade do conjunto dos agricultores (pesquisa, defesa sanitária, etc.). Em 2005 os gastos dirigidos foram aproximadamente duas vezes superiores aos gastos com bens públicos e alcançaram R$ 6,5 bilhões. Essa pulverização de gastos e dicotomia entre o ministério do "agronegócio e dos produtores patronais" e o ministério dos "produtores familiares e dos assentamentos" se origina da falsa premissa que "agricultura familiar" é fundamentalmente diferente (e mais desejável) que a "agricultura patronal" e que o "agronegócio" é inimigo do pequeno produtor agropecuário e do desenvolvimento do país. Enquanto as políticas agrícolas e agrárias no Brasil evoluíram de forma a deixar produtores sem acesso a mercados e a serviços fundamentais para a sua competitividade, o sistema agroalimentar se transformou radicalmente nos últimos anos. Impulsionada pelo crescimento da renda e pelos processos de urbanização, mudança tecnológica e globalização, a agricultura está se tornando cada vez mais intensiva em capital e integrada com os estágios antes e depois da porteira. Como resultado desse processo de transformação, os NOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 11
mercados ficam cada vez mais demandantes em termos de segurança e qualidade dos alimentos, mais concentrados e integrados, e mais abertos à competição internacional. O processo de transformação da agricultura traz várias implicações para os produtores agrícolas, incluindo: • Redução ao longo dos anos do preço real das commodities agrícolas. Nos mercados internacionais, o preço real das commodities agrícolas no final da década de 1990 se reduziu a 2/5 do seu valor observado na década de 1960. No Brasil, estudo de Geraldo Barros et. al. (2006), do CEPEA-ESALQ, estima que os preços dos alimentos pagos pelos consumidores caíram 35%, em termos reais, entre o Plano Real e o ano passado. Dessa forma, o setor transferiu mais de um trilhão de reais para a sociedade brasileira, nos últimos dez anos, via ganhos de produtividades da terra, capital e mão-deobra. A redução do preço real de produtos agrícolas leva ao achatamento das margens na agricultura. • Aumento do valor adicionado nos estágios pós-porteira do sistema agroindustrial. Uma vez que consumidores demandam cada vez mais alimentos processados e de preparo conveniente, além de aumentar os gastos com alimentos em restaurantes e serviços de alimentação, uma parcela crescente do valor adicionado ocorre após o produto agrícola deixar a porteira da fazenda. • Com a redução das margens e a incorporação de novas tecnologias na agricultura, o processo de transformação do sistema agroalimentar claramente apresenta um viés de consolidação da produção em fazendas mais eficientes e intensivas em capital. • O produtor enfrenta desafios crescentes de acesso a mercados devido a barreiras de entrada cada vez maiores. Essas barreiras à entrada estão relacionadas (a) à intensificação do uso de tecnologias demandando capital e capacidade gerencial; (b) à necessidade de investimentos específicos e relacionamentos com os demais participantes do sistema agroindustrial; (c) à adoção de padrões privados de qualidade; (d) à consolidação nas indústrias de processamento e no varejo; (e) à existência de economias de escala; e (f) aos maiores custos de transação. Goiabas para a Polônia. Depois, para outros países da Europa.
Marcos Fernandes/LUZ
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Tomando como base a análise da transformação do sistema agroalimentar no Brasil (e no mundo) e as implicações dessa transformação para o produtor, a nossa proposta de um novo papel para as políticas agrícola e agrária enfatiza basicamente a inserção competitiva e sustentável do produtor nas cadeias produtivas que compõem o sistema agroindustrial, no país e no exterior. Além de ser um papel de política pública afinado com as realidades do mercado, essa sugestão também tem o intuito de promover a unificação das políticas agrícolas e agrárias em um único Ministério, reduzindo o impacto do falso debate ideológico entre "agricultura patronal" versus "agricultura familiar", "agronegócio" versus "pequena agricultura", etc. Na nossa visão, as políticas públicas voltadas para a inserção competitiva e sustentável dos produtores no sistema agroindustrial deveriam contemplar os seguintes pontos: 1. AUMENTO DA OFERTA DE BENS PÚBLICOS, principalmente defesa sanitária e fitossanitária; infra-estrutura de transporte, armazenagem e comercialização; pesquisa, desenvolvimento e extensão agropecuária; e sistemas de informação de mercado. 2. MECANISMOS DE GESTÃO DE RISCO, principalmente a introdução de mecanismos sustentáveis de seguro rural e o incentivo ao uso de contratos futuros e derivativos. 3. DEFINIÇÃO CLARA E PROTEÇÃO JURÍDICA DOS CONTRATOS E DIREITOS DE PROPRIEDADE, incluindo a distribuição de títulos de posse da terra para os beneficiários da reforma agrária, a solução do problema de titulação de terras na Amazônia Legal e a garantia de cumprimento dos contratos entre os diferentes integrantes do sistema agroalimentar. 4. AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DE TODOS OS PROGRAMAS DE SUBSÍDIOS DIRETOS, principalmente aqueles que se destinam a grupos de interesse específicos, como os beneficiários das renegociações de dívidas e o monitoramento do uso e dos resultados concretos dos programas de reforma agrária e agricultura familiar (PRONAF). 5. POSIÇÃO MAIS AGRESSIVA EM NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS, incluindo o desenvolvimento de novos contenciosos na OMC e a negociação efetiva de acordos regionais e bilaterais de comércio. 6. INTRODUÇÃO DE PROGRAMAS DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA E GERENCIAL para produtores e pequenas e médias empresas, com o intuito de formar empreendedores agrícolas com uma pragmática visão de mercado. Tal esforço inclui a promoção e modernização de cooperativas e associações de produtores, entendidos como instrumentos importantes de inserção no mercado e adição de valor desde que consigam solucionar os seus problemas de capitalização, governança e direitos de propriedade. 7. DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA NACIONAL DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE E RASTREABILIDADE de alimentos, que auxilie os produtores a agregar valor a seus produtos e a se inserir em cadeias agroindustriais coordenadas e voltadas ao consumidor.
1. INTRODUÇÃO As políticas agrícola e agrária brasileiras sofreram profundas alterações nas últimas duas décadas. Entre meados da década de 1960 e o final da década de 1980, o governo federal tinha uma política agrícola bastante ativa e intervencionista visando garantir a segurança alimentar no país. No período 1985-1989, o gasto médio anual com as políticas agrícola e agrária chegou a 5,6% dos gastos totais do governo federal. A política agrícola era baseada em formação de estoques reguladores, garantia de preços mínimos aos produtores, controle de preços ao consumidor e ampla oferta de crédito agrícola subsidiado a taxas reais negativas. Adicionalmente, o governo federal investiu recursos na pesquisa, desenvolvimento e disseminação de tecnologias agrícolas tropicais, o que permitiu uma espetacular expansão da fronteira agrícola no cerrado e significativos ganhos de produtividade. No que tange à política agrária, o foco era a ocupação da região centro-norte do país por meio de projetos de colonização. Entretanto, a partir da crise da dívida pública, no final da década de 1980, o governo federal reduziu fortemente os gastos em políticas agrícola e agrária. O desmantelamento dos instrumentos tradicionais de política agrícola - em especial, formação de estoques reguladores, garantia de preços mínimos, controle de preços ao longo das cadeias produtivas e crédito subsidiado ao produtor - fez parte de um pacote de mudanças estruturais da economia nacional, que também incluiu liberalização comercial, integração econômica, principalmente no âmbito do Mercosul, privatização e desregulamentação de mercados. Atualmente, somente 1,8% dos gastos totais do governo federal destinam-se às políticas agrícola e agrária. Entre os países com agricultura desenvolvida, o Brasil é um dos que menos gastam com subsídios à agricultura. Além da redução de gastos e desmantelamento de instrumentos tradicionais de política agrícola, a partir do governo FHC, mas, principalmente, no governo Lula, houve uma mudança de prioridade das políticas agrícola e agrária, que se voltou cada vez mais para a reforma agrária e a agricultura familiar. Além disso, uma parcela cada vez maior do crédito é destinada ao PRONAF (Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar). Essa mudança de prioridade levou a uma pulverização de gastos em uma centena de programas sob responsabilidade de dois ministérios (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA e Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA). Tais ministérios competem por recursos cada vez mais escassos e muitas vezes têm posições antagônicas sobre temas relevantes ao produtor nacional. O objetivo deste trabalho é fazer uma análise crítica das atuais políticas agrícola e agrária do país e propor um novo redirecionamento para as mesmas, visando promover o desenvolvimento dos sistemas agroindustriais no país e a inserção sustentável dos produtores no mercado. A análise crítica das atuais políticas será baseada em uma análise quantitativa dos gastos federais com políticas agrícola e agrária desde a década de 1980, visando identificar gastos com bens públicos (que favorecem todos os produtores) e
gastos dirigidos para programas que beneficiam determinados grupos de interesse. Adicionalmente, será feita uma análise das principais mudanças estruturais no agronegócio do Brasil com o objetivo de se identificar as principais barreiras e desafios à inserção do produtor nos sistemas agroindustriais. Com base nessa análise, serão identificadas as condições necessárias para a participação efetiva de produtores no agronegócio que servirão de base para uma nova agenda de política agrícola no país. 2. ANÁLISE DOS GASTOS FEDERAIS COM POLÍTICAS AGRÍCOLA E AGRÁRIA Esta seção do estudo tem por objetivo analisar os gastos públicos brasileiros com políticas agrícolas e agrárias, sua evolução e composição por meio da desagregação do orçamento destinado à agricultura. Uma abordagem de economia política é adotada, considerando-se a alocação dos recursos e a avaliação dos gastos dirigidos e bens públicos proporcionados. O debate acerca do orçamento da União tem sido um tema central na administração pública ao longo dos anos. Com o modelo de industrialização por substituição de importações (ISI), vigente durante a maior parte da segunda metade do século passado, boa parte dos gastos públicos priorizava o desenvolvimento industrial nacional com o objetivo de atender às demandas do mercado doméstico. As políticas agrícolas inseridas nesse contexto priorizavam a segurança alimentar e a compensação dos setores prejudicados com o viés "anti-agrícola" do modelo ISI (OCDE, 2005). De meados dos anos 80 até o início dos anos 90, o combate à hiperinflação monopolizou as ações governamentais, culminando com o Plano Real (BACHA, 2003). A promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal em 2001 e a conseqüente imposição de limites nas diversas esferas governamentais estabeleceram restrições aos gastos públicos com a criação de legislações específicas, visando a coibir o déficit fiscal nos níveis municipal, estadual e federal (KANDIR, 2000). Em paralelo, com a abertura da economia e a liberalização dos mercados, houve uma mudança do papel do governo em toda a economia. Na agricultura, a intervenção governamental deu lugar à ênfase crescente nos mecanismos de regulação do mercado e de inclusão social. Atualmente, vivenciamos a terceira fase do processo da discussão sobre os gastos públicos, em que a avaliação da qualidade dos programas e projetos envolvidos tem sido tão importante quanto a manutenção do equilíbrio fiscal. Nesse contexto, o presente estudo visa a contribuir com o debate sobre a qualidade dos gastos com a agricultura que vem sendo conduzido por diversos autores (GASQUES, 2001; GASQUES, 2004; e CHADDAD & JANK, 2005), a partir da análise do efeito multiplicador e da distribuição dos benefícios. Antes de descrevermos as despesas com as políticas agrícolas e agrárias nos últimos anos, apresentamos na seqüência uma breve análise da evolução recente das políticas públicas voltadas para a agricultura no Brasil. NOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 13
em todos mundo
Jonne Roriz/AE
Museu do Café no Palácio da Bolsa Oficial de Café em Santos, marco da história da cafeicultura em São Paulo. O museu narra o sucesso da produção e exportação de café pelo País.
Epitácio Pessoa/AE
2.1. Evolução Recente das Políticas Agrícola e Agrária no País Os objetivos e programas das políticas públicas voltadas para a agricultura mudaram radicalmente nos últimos anos (Tabela 1). O período entre meados da década de 1960 até o início dos anos 1980 foi caracterizado por forte intervenção governamental nos mercados de commodities agrícolas. Essa forte intervenção se deu principalmente por meio de farta oferta de crédito rural subsidiado (por meio do Sistema Nacional de Crédito Rural), mecanismos de garantia de preços mínimos, incluindo a formação de estoques reguladores, agências reguladoras (IBC, IAA) e substituição de importações (programas de álcool e trigo). Por meio desses instrumentos de política agrícola, o governo controlava preços ao produtor e ao consumidor, formava estoques e manipulava tarifas sobre exportações e importações para garantir o abastecimento. O Gráfico 1 mostra que o custo do suporte ao produtor por meio do crédito rural subsidiado chegou a US$ 220 por tonelada de grão produzido em 1976 e que praticamente 45% da produção de grãos contava com garantia de preços mínimos em 1982. Naquela época, o setor agropecuário no Brasil era ineficiente e não competitivo, excetuando-se algumas commodities tropicais, como açúcar e café. O setor era então caracterizado pela concentração da distribuição de terra e renda em grandes latifúndios improdutivos. Foi também nos anos 1960 e 1970 que o país começou a se modernizar e urbanizar, com o crescimento de grandes centros urbanos. Nesse período, o objetivo da política agrícola era promover a segurança alimentar de uma população cada vez mais urbana e controlar a inflação em um período de rápido crescimento econômico, compensando o setor agrícola pelas distorções causadas pelo modelo ISI e promovendo sua modernização.
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Esse modelo atingiu seu ápice em meados dos anos 1980, quando o país entrou em um ciclo de estagflação e crise nas finanças públicas, levando o governo federal a reduzir gastos e rever prioridades de políticas públicas. A partir da segunda parte da década de 1980, o governo federal inicia um processo de redução dos gastos com políticas agrícolas, limitando os recursos destinados a formar estoques reguladores, manter preços mínimos aos produtores e financiar a produção e a comercialização. Reformas estruturais são introduzidas no início da década de 1990, incluindo abertura comercial, privatização e desregulamentação da economia. Especificamente na agricultura, foram eliminados impostos à exportação e controle de preços, os mercados agrícolas foram desregulamentados e expostos à competição internacional pela redução das barreiras tarifárias e integração econômica com a formação do Mercosul. Também foram introduzidos instrumentos privados de financiamento da produção e comercialização de commodities agrícolas como uma alternativa ao crédito rural oficial. Entre os governos Sarney e Lula, os recursos disponibilizados para políticas agrícolas e agrárias caíram de 5,6% para 1,8% dos gastos totais do governo federal (veja análise dos gastos na próxima seção). Esse "choque de competitividade" no setor trouxe efeitos positivos e negativos para a economia agrícola. De uma forma geral, o setor se modernizou, tornou-se competitivo e se inseriu internacionalmente (JANK et alli, 2004). A produção de grãos dobrou nos últimos quinze anos, passando de 58 milhões de toneladas, em 1990, para 120 milhões de toneladas, em 2005. No mesmo período, a produção de carnes (bovina, suína e de frango) praticamente triplicou, de 7,5 para 20,7 milhões de toneladas. A taxa de crescimento médio da produtividade total dos fatores utilizados na agricultura foi estimada em 3,3% ao ano, para o período 19752002, e 5,7% ao ano, entre 1998 e 2002 (GASQUES et alli, 2004). Esses aumentos de produção e ganhos de produtividade ocorreram
O maior negócio do país. Por Roberto Rodrigues. Entrevista a Tim Teixeira
velmente nas duas últimas décadas. A principal mudança é o crescimento do comércio de alimentos processados, que ultrapassaram as matérias-primas agrícolas em importância. A participação de alimentos processados no comércio agroalimentar subiu de 27% em 1970 para 58% em 1999 (SENAUER & VENTURINI, 2001). O Brasil se destacou entre os países em desenvolvimento no crescimento da participação no comércio agrícola internacional. Argentina, Brasil, Malásia, Tailândia e Taiwan são responsáveis por 40% das exportações de alimentos processados por países em desenvolvimento. Um relatório da UNCTAD (1997) identifica as principais oportunidades e barreiras para a diversificação da pauta de exportação e o aumento da exportação de alimentos processados por países emergentes. O relatório aponta fatores favoráveis ao desenvolvimento das exportações agrícolas, incluindo proximidade geográfica e cultural com os países importadores e existência de um mercado doméstico suficientemente grande para gerar economias de escala e escopo. Entretanto, o acesso a mercados é restrito devido a barreiras técnicas e fitossanitárias, exigência de altos padrões de qualidade e segurança alimentar, controle de canais de distribuição por conglomerados multinacionais, e confiabilidade de fornecimento relacionado a problemas de logística e infra-estrutura. O desafio para a política pública é facilitar a inserção do produtor nacional nos mercados de exportação através de investimentos em infra-estrutura e logística, defesa sanitária, sistemas de rastreabilidade e certificação de qualidade, além de continuar com uma agenda agressiva de liberalização do comércio agrícola internacional nas negociações multilaterais e regionais. Entrada de multinacionais na indústria e varejo alimentar Além do aumento do comércio internacional de produtos agrícolas e alimentos, a globalização do sistema agroalimentar também é caracterizada pelo aumento do fluxo de capitais e investimentos externos diretos na agroindústria e varejo alimentar nos países em desenvolvimento. Muitos fatores estão relacionados a esse aumento de investimento estrangeiro direto (IED): (a) baixo crescimento do mercado doméstico nos países desenvolvidos; (b) rápido crescimento das economias emergentes; (c) liberalização do fluxo de capital e ambiente receptivo a investimentos externos nos países em desenvolvimento; (d) formação de acordos de livre comércio e blocos comerciais; (e) estratégia de originação global (global sourcing) das empresas de processamento de alimentos e varejo; e (f) estratégias de marketing global de empresas multinacionais. O total do fluxo de capital na forma de IED para os países em desenvolvimento cresceu de US$ 36 bilhões em 1989-1991 para US$ 193 bilhões em 2001-2003. Esse fluxo de capital representa 10,5% da formação bruta de capital nos países emergentes, enquanto o estoque de IED atualmente chega a 26,5% do PIB nesses países. O fluxo de IED no sistema agroalimentar dos países em desenvolvimento atingiu US$ 4,8 bilhões em 2001-2003 (UNCTAD, 2005). A partir das mudanças estruturais iniciadas no início dos anos 1990, o agronegócio no Brasil tornou-se um grande recep-
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tor de IED. Empresas multinacionais atuando no processamento e varejo de alimentos entraram ou aumentaram seus investimentos no país a partir de 1990. Com o ingresso crescente de IED, a participação de mercado de empresas multinacionais aumentou no agronegócio brasileiro. As empresas multinacionais que atuam no agronegócio geraram 137 mil empregos, US$ 5 bilhões em exportações, e US$ 17 bilhões de faturamento no país em 2000 (AZEVEDO et alli, 2004). Entre as dez maiores empresas de processamento de alimentos, oito têm suas sedes em outros países. Dados mais recentes de IED mostram que o fluxo de capital no sistema-agroalimentar totalizou US$ 8,2 bilhões entre 2001 e 2004 (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2006). Criação de porcos na Fazenda Bahia, em Mato Grosso. A demanda por proteínas animais crescem rapidamente.
Eduardo Knapp/Folha Imagemredito
A entrada de IED alterou significativamente a estrutura do sistema agroalimentar no Brasil, incluindo transnacionalização e concentração industrial (FARINA & VIEGAS, 2002). A entrada de grandes corporações multinacionais acarretou na saída de muitas pequenas e médias empresas. Adicionalmente, o tradicional dualismo entre o mercado doméstico e o setor exportador foi gradualmente eliminado em várias cadeias agroindustriais. Ao aprofundar sua presença no agronegócio brasileiro, empresas multinacionais adotaram as culturas e padrões operacionais de seus países de origem, que passaram a ser encarados como o benchmark para as empresas de capital nacional. Isso trouxe efeitos positivos para a economia como o aumento da produtividade, a inovação de produtos e processos, e a formação de capital. Além disso, as corporações multinacionais adotam práticas de aquisição de matérias-primas agrícolas, que demandam relacionamentos mais próximos e de longo prazo com seus fornecedores (os produtores agrícolas). Como veremos a seguir, mercados spot são substituídos por contratos e outros mecanismos privados de coordenação vertical, que muitas vezes dificultam o acesso a mercados para produtores de pequena escala. Uma característica marcante do sistema agroalimentar globalizado é a adoção de padrões rígidos de qualidade, incluindo HACCP, ISOs, rastreabilidade e padrões privados de qualidade.
Celso Júnior/AE
Paulista de Cordeirópolis, 64 anos, casado, quatro filhos, sete netos, o engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues levou mais de quatro décadas de experiência na área agrícola para o Ministério da Agricultura ao ser escolhido para integrar o governo Lula. Professor da Unesp em Jaboticabal, com centenas de trabalhos publicados sobre agricultura, cooperativismo e administração rural, integrante do conselho da Embrapa e de inúmeros outros órgãos técnicos nacionais e internacionais, empresário (várias vezes premiado nas áreas ambiental, social, de conservação do solo e de produtividade), podese dizer que ninguém mais do que ele conhece o campo (e seus problemas) no País. Paradoxalmente, foi nesse período que o setor mergulhou numa das suas piores crises.
Ao longo dos anos, o Brasil foi visto como um país agrícola. Essa imagem ainda é verdadeira? Qual o retrato da agricultura brasileira nos dias atuais? Roberto Rodrigues - O Brasil ainda é visto como um país agrícola, mas já não existe aquela imagem de país subdesenvolvido. Mais do que um país emergente, o Brasil firma posição como país que tem projetos agroindustrial e industrial de peso, que consolidam sua posição de liderança na América Latina. Nos últimos três anos, o Brasil, que já era o maior exportador mundial de café, açúcar, sucos e tabaco, assumiu também a liderança em mais quatro produtos: soja, carne bovina, carne de frango e etanol. Vem avançando também em outras áreas, como frutas, algodão e produtos orgânicos. Além disso, o fato de ter assumido posição de destaque no setor de agroenergia (leia-se etanol e biodiesel) fez com que o Brasil passasse a ser temido pelos países desenvolvidos nesse setor do agronegócio. Vem da agricultura algo em torno de 30% do PIB brasileiro, ela responde também por 37% dos empregos do país e por 40% das nossas exportações. Portanto, é o maior negócio do País, não só do ponto de vista econômico, como também do ponto de vista social por conta da geração de empregos. Nos últimos 20 anos, o Brasil deixou de ser um país rural. A população rural, que era 63% em 1950 passou a ser 24% em 1990. Hoje não passa de 16%, numa tendência que não se inverte. Ainda assim é possível que o Brasil possa ser o chamado "celeiro mundial"? RR - Sem dúvida, por causa do potencial que nós temos. Temos uma quantidade enorme de terras disponíveis, clima favorável e, mais ainda, temos uma reserva de água maior do que qualquer outro país, ou do que qualquer outro continente. Isso cria condições muito especiais que o país precisa aproveitar, desde que consiga equacionar os seus problemas e resolver os gargalos que impedem o nosso desenvolvimento. A que tipo de problemas o senhor se refere? RR - Em primeiro lugar, logística. Durante os dez últimos anos o Brasil investiu muito pouco nessa área. Nossas estradas são precárias, os portos estão sucateados, os fretes acabam retirando competitividade dos produtos. É preciso ver que o governo, por maior que seja sua disposição de resolver esse problema, tem pequena capacidade de investimento. Outra questão é a garantia de
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renda para o produtor, que trabalha num setor sujeito a vários tipos de interferência, desde as climáticas até aquelas ditadas pelo comércio mundial. Existem mecanismos para proteção do produtor, mas nesse setor o Brasil ainda está engatinhando. Além disso, precisamos de investimentos e também de respeito aos contratos. Então, a visão não é muito otimista. RR - É, sim. Veja bem: o mundo moderno construiu-se sobre o petróleo. Cinqüenta anos atrás, para uma demanda anual de 4 milhões de barris descobriam-se reservas de 30 milhões de barris. Hoje a equação se inverteu. E, diante do inevitável esgotamento do petróleo, será inevitável também que caminhemos em outra direção. E essa direção é da biomassa. A civilização do petróleo passará a ser a civilização da biomassa. É aí que se abrem possibilidades imensas para a agricultura, e para o Brasil. Pelas suas condições, o Brasil pode liderar essa mudança de civilização, o que é uma coisa extraordinária. E será, com certeza, uma civilização mais justa, porque centrada numa atividade mais abrangente, que oferece mais oportunidades para todos. Há quem diga que essa tendência pode levar a faltar alimentos no mundo. Isso é uma grande bobagem. Basta ver a quantidade de terras disponíveis no Brasil. E o que o Brasil tem feito para caminhar nessa direção? RR - Como disse, o Brasil fez muito pouco nos últimos anos. Ficamos sentados sobre o sucesso de alguns projetos, como o Proálcool, e deixamos de investir em novas pesquisas. É verdade que há muito por avançar, mas alguns passos consistentes já foram dados. E a idéia é atrair investimentos privados para a pesquisa na agroenergia, com participação nos royalties trazidos pelos seus resultados. Se não fizermos isso corremos o risco de perder essa extraordinária oportunidade que está se abrindo à nossa frente. Embora registre pequeno aumento em relação ao ano passado, a produção brasileira de grãos em 2006 deve ser de 119 milhões de toneladas, contrariando previsões de que passaria de 126 milhões. Para um setor que vinha batendo recordes consecutivos, significa que há crise? RR - Não há dúvida. O setor enfrenta sua maior crise dos últimos 40 anos. Por uma série de fatores. Em primeiro lugar porque os custos de produção subiram muito e os preços
caíram. Depois veio uma série de secas: três anos seguidos com secas, que resultaram em quebras da produção da ordem de até 70%. Tudo isso levou à perda da capacidade de competição e a um grande endividamento dos produtores, principalmente daqueles mais afetados pelos conhecidos problemas de logística. A isso somaram-se a crise cambial e condições adversas nas negociações internacionais. O governo foi obrigado a agir e agiu de maneira vigorosa, mas a ação veio tardia como sempre. As políticas do governo para a agricultura estão orientadas no rumo correto? Ou ainda: não há falta da chamada política macroeconômica para o setor? RR - Olha, eu sou um ex-ministro e não gostaria de fazer comentários sobre a atuação do governo. É claro que o governo é sempre lento nas suas ações, mas isso é típico de qualquer governo e em qualquer país. O que eu posso dizer é que nem sempre as ações governamentais são feitas para produzir resultados imediatos. Muitas delas são orientadas para o futuro. Os agricultores alegam uma certa insegurança em função do apoio que o governo oferece aos movimentos de ocupação de terras. RR - Esse é outro tema que eu não gostaria de comentar, pelas razões que já expus. Mas o problema da reforma agrária e distribuição de terras tem que ser visto por dois ângulos: o social e o empresarial. Alguns setores (e não o governo como um todo) estão vendo apenas o ângulo social. Não se pode tratar desse problema com a visão de 60 anos atrás. Ao distribuir terras o governo tem que assegurar ao novo proprietário não só condições de produzir, mas de competir. Distribuir terras sem garantir assistência técnica e todos os mecanismos de apoio é criar a miséria no campo. Uma vez atendidas essas exigências, contempla-se tanto o lado social como o empresarial. Como enfrentar o problema dos subsídios agrícolas, notadamente da União Européia e Estados Unidos? RR - Esse problema começa muito tempo atrás no chamado conceito de segurança alimentar. Ou seja, preocupados em garantir o alimento dos consumidores, os países passaram a criar mecanismos de defesa dos produtores. Mas a coisa vai além disso, pois coloca em confronto visões completamente
distintas, que são as visões dos ricos e dos pobres. Eu vou dar dois exemplos. Um deles: a Holanda, que é considerada o país das estufas. Pois bem, a Holanda se tornou tão rica que hoje, as pessoas já não querem mais que se construam as estufas. Não é porque atrapalha o meio ambiente, mas simplesmente porque a estufa enfeia a paisagem. E o holandês quer ter um horizonte bonito. Outro exemplo: a Noruega, também um país rico, criou uma lei (chamada Animal Welfare) que obriga os produtores de leite a disporem colchões para suas vacas. Veja só, uma lei que se preocupa com o sono das vacas. Isso significa o quê? Significa que os ricos levam para as mesas de negociação a visão da sua realidade, que é diferente dos pobres. O cidadão da Nigéria não está preocupado com o bem-estar do animal, está preocupado com o bem-estar do filho dele. O pobre tem que comer simplesmente, enquanto o rico escolhe o que comer. Então, não adianta dizer aos países ricos que eles têm que parar de proteger. Eles não vão parar, é da cultura deles. Então, não há solução? RR - Os países ricos vão continuar subsidiando. O que se pode fazer é tentar impedir que os excedentes gerados por esses subsídios possam ser exportados prejudicando os produtores dos países pobres que não subsidiam. O Brasil está firmando sua posição nessa direção. A globalização não acentuou ainda mais esses problemas? RR - A globalização provocou uma explosão do comércio mundial, portanto a produção mundial cresceu e cresceu também a riqueza mundial. O lado negativo é que esse crescimento não foi equitativo. Houve concentração de renda de um lado e exclusão social do outro. E esses dois fatores são hoje o grande desafio da Humanidade, porque a exclusão e a concentração levam à falência da democracia e colocam em risco a paz mundial. Logo será uma questão dramática reduzir as distâncias entre ricos e pobres. Então eu acho que a negociação acabará acontecendo não por generosidade dos ricos, mas por uma necessidade deles de preservarem a democracia.
Não é segredo para ninguém que entrou em rota de colisão com os ministros da área econômica e deixou o cargo três anos e meio depois da posse. Mas, ético, recusa-se a comentar a atuação do governo. Diz apenas que considerou sua "missão cumprida". Defensor entusiasmado dos transgênicos e da agroenergia, diz que o Brasil está diante de uma oportunidade única de se tornar líder de um novo tipo de civilização: a civilização da biomassa, que virá para substituir a sociedade construída sobre o petróleo. "E será, com certeza, uma civilização mais justa", aposta.
Os agricultores, em geral, reclamam que o governo não defende o setor como fazem outros países. RR - O Brasil defende sim, e com vigor. Um dos grandes avanços do Brasil na NOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 49
Concentração industrial As reações estratégicas de empresas ao processo de globalização da agricultura estão acarretando em maior concentração industrial. Esse processo é mais forte nos setores mais a jusante nas cadeias agroindustriais com a reorganização dos canais de distribuição. Empresas atuando no varejo e serviços de alimentação competem por participação de mercado global ao aumentar operações de fusões e aquisições tanto nos seus países de origem quanto em economias emergentes. Esse processo é ilustrado pelo crescimento recente das redes Cia. Brasileira de Distribuição (agora controlada pela rede francesa Casino), WalMart e Carrefour no Brasil, as quais já controlam 39% do varejo no país. Além de alcançar economias de escala e escopo, a concentração nos canais de distribuição fornece ímpeto adicional para as empresas que atuam na indústria alimentar a também se consolidar. Essa tendência de consolidação é bastante clara nos Estados Unidos, onde a participação de mercado das vinte maiores empresas processadoras de alimentos subiu de 36% em 1987 para 51% em 1997 (ROGERS, 2001). No Brasil, o processo de consolidação industrial atingiu seu ápice na cadeia do suco de laranja, mas se espalha em outras cadeias como lácteos, carnes e soja (AZEVEDO et alli, 2004). As cadeias do café e açúcar e álcool ainda continuam relativamente pulverizadas, mas a recente expansão de empresas multinacionais nesses setores aponta para o início de um processo de consolidação. Os recentes atos administrativos do CADE contra a formação de cartel nas indústrias de processamento de suco de laranja e carne bovina sugerem que a concentração industrial afeta a conduta das empresas, podendo levar a abusos de poder de mercado em detrimento da renda dos produtores agrícolas.
qualidade desejada, mas também beneficiam os produtores através da transferência de tecnologia, do fornecimento de crédito e insumos, do acesso a mercados e da gestão do risco de preço (GLOVER & KUSTERER, 1990; FAO, 2001). Apesar dos contratos reduzirem os custos de coordenação entre os participantes do sistema agroalimentar, existem evidências de que esses arranjos muitas vezes não favorecem a participação de pequenos agricultores (NARAYANAN & GULATI, 2002; PINGALI et alli, 2005). Contratos tipicamente transferem autonomia e poder de decisão do produtor para a indústria, tal como acontece nos contratos de "quase-integração" de frangos de corte. O produtor muitas vezes fica obrigado a comprar insumos e adotar o pacote tecnológico impostos pela indústria, aumentando sua dependência e reduzindo seu poder de barganha. Adicionalmente, os contratos na agricultura tendem a favorecer grandes produtores, pois os custos de transação com pequenos produtores são maiores. Outro problema relacionado ao uso de contratos na agricultura é a leniência do sistema judiciário com relação a quebras contratuais, tal como ilustrado no episódio recente de não cumprimento dos contratos de soja verde no Brasil pelos produtores (REZENDE et alli, 2005). Criação de frangos em Nova Mutum, em Mato Grosso. A indústria fortaleceu a cadeia de carnes.
Coordenação vertical Os relacionamentos entre produtores agrícolas e demais participantes do sistema agroalimentar ocorrem cada vez mais através de arranjos contratuais. Nos Estados Unidos, por exemplo, o percentual do valor bruto da produção agrícola comercializada através de contratos e integração vertical - ou seja, fora de mercados abertos - subiu de 28% em 1991 para 39% em 2003 (MACDONALD & KORB, 2006). Apesar da não disponibilidade de estatísticas no Brasil, o uso de contratos na agricultura tem se tornado cada vez mais comum (ZYLBERSZTAJN, 2005). Os sistemas agroindustriais do frango de corte, do suco de laranja, do tomate para uso industrial, e do açúcar e álcool são exemplos onde predominam os arranjos contratuais entre produtores e a indústria. O crescente uso de contratos na agricultura é explicado pela economia dos custos de transação e pela maior eficiência da coordenação vertical entre os participantes de uma cadeia agroindustrial. Tais arranjos contratuais muitas vezes especificam padrões de qualidade, processos de produção, janelas de entrega da matéria-prima na indústria e a alocação de risco e retorno entre fornecedores e a indústria. A literatura sobre o uso de contratos na agricultura sugere que os contratos auxiliam a indústria na aquisição da matéria-prima agrícola na quantidade e na
Marcos Bergamasco/Folha Imagem
Padrões de qualidade e sistemas de classificação privados Uma das implicações da globalização do sistema agroalimentar é o aumento da importância de padrões de qualidade e sistemas de classificação privados. Na transição da agricultura tradicional para a comercial, tais padrões de qualidade foram definidos pelo setor público visando reduzir custos de transação em mercados de produtos agrícolas pouco diferenciados. O objetivo dos padrões públicos de qualidade era definir características do produto, tais como tamanho, formato e cor. O papel atual dos padrões de qualidade adotados pelos participantes do sistema agroalimentar é ser um instrumento estratégico de competição em mercados cada vez mais diferenciados. Atributos de qualidade diferenciaNOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 37
negociação internacional foi a criação do G-20. (Ou Grupo dos 20, grupo de países emergentes com interesse especial em agricultura. Seus países membros -atualmente são 21- têm 60% da população mundial, respondem por 70% da população rural e assumem 26% das exportações agrícolas globais.) O G-20 foi uma inspiração brasileira e, por meio dele, em Cancún, foi possível barrar posições defendidas pelos Estados Unidos, que tinham orientação nitidamente desfavorável aos países em desenvolvimento. Vitché Palacin/Folha Imagem
Galo Nelore, criado em São José do Rio Predo, em São Paulo. A carne bovina e a carne de frango têm grande destaque na pauta de exportações brasileiras. Ao lado do café, açúcar, sucos, tabaco...
De qualquer forma, o Brasil ainda é visto como um país que destrói florestas para criar gado ou plantar soja. Como mudar essa visão? RR - Existe um estudo interessante relacionando as florestas do mundo e do Brasil. Esse estudo mostra que hoje, percentualmente, o Brasil tem muito mais florestas em relação ao mundo do que tinha cem anos atrás. Isso significa o quê? Significa que o mundo destruiu muito mais florestas do que o Brasil. Então, eles derrubaram tudo o que tinham e agora querem que o Brasil pague pelo erro que eles cometeram. Isso é mais uma forma de protecionismo. Não é verdade que estamos produzindo carne e soja à custa do sacrifício da Amazônia. A soja brasileira da Amazônia não passa de 1,5%. Isso não é nada e nem tende a crescer. O que acontece é que a madeireira vai na frente e desmata, abrindo caminho para o gado, que por sua vez, acaba dando lugar para a soja. É preciso, isto sim, conter o trabalho ilegal da madeireiras e das empresas que exportam ou consomem a madeira da floresta.
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O Brasil deve ser o país do agronegócio ou da agricultura familiar? RR - Essa é uma discussão descabida. O que é o agronegócio? Nada mais é do que a soma das cadeias produtivas. É um erro conceitual enorme separar agronegócio de agricultura familiar. A agricultura familiar é parte integrante do agronegócio. E o Brasil é o único país do mundo que tem dois ministérios, um para cuidar do agronegócio e outro para a agricultura familiar. Isso não tem cabimento. Uma coisa é reforma agrária, com todo seu rol de demandas. Outra é a defesa da agricultura e do agronegócio. Portanto, o Brasil deve ser o país do agronegócio como um todo, do qual participa também a agricultura familiar. Claro que são demandas diferentes, em função de tamanho, região, capacidade tecnológica e gerencial, porém tudo dentro do conceito genérico de agronegócio. Há quem sugira que um dos caminhos para a agricultura seria a organização dos produtores em condomínios, consórcios ou cooperativas. Isso é bom? Se é, como superar a falta dessa cultura associativa no país? RR - O cooperativismo é um instrumento importantíssimo, mas ele não se sustenta sem alguns pontos básicos. O primeiro é que a cooperativa seja entendida como uma necessidade por parte dos cooperados. Ele tem que ter clareza de que é importante para a atividade. Portanto, pressupõe educação cooperativa. Segundo, é preciso que haja viabilidade econômica. Ou seja, tem que ser uma empresa. Ela pode ter a sua vertente social, mas é uma empresa e, como tal, precisa ter viabilidade econômica, caso contrário não se mantém. E, finalmente, lideranças. O Brasil está engatinhando nesse setor. Para se ter uma idéia, há no mundo cerca de 800 milhões de cooperados. Se você considerar 3 familiares ou agregados em cada caso, são 2,4 bilhões de pessoas em todo mundo ligadas ao cooperativismo, ou seja 40% da população mundial. No Brasil são 5 milhões de cooperados. Pelo mesmo critério de cálculo, chegamos a um número de 15 milhões de brasileiros ligados ao cooperativismo (8% da população). Os percentuais mostram como estamos atrasados. Como está a situação dos transgênicos e como se define o trabalho da CTNbio? RR - Os transgênicos estão hoje
dores incluem a origem e a segurança do alimento, mas também se ele é orgânico, livre de OGM, comercializado de forma justa (fair trade), e outras indicações de como foi produzido. Em outras palavras, a natureza do padrão de qualidade deixa de ser orientado para o produto voltando-se para o processo de produção (REARDON et alli, 2004). As implicações da adoção de padrões de qualidade e sistemas de classificação privados para a organização e funcionamento das cadeias agroindustriais são significativas. Um recente estudo sobre os setores de lácteos e coco no Brasil sugere que padrões privados de qualidade surgiram no vácuo da ausência de padrões públicos adequados (REARDON & FARINA, 2002). A "privatização da qualidade" imposta por varejistas e pela indústria resultou em investimentos substanciais em equipamentos, treinamento e sistemas de monitoramento pelos produtores. O grupo relativamente pequeno de produtores que conseguiram atingir os novos padrões de qualidade e passaram pelo processo de certificação beneficiaram-se com acesso a novos mercados, enquanto a maioria ficou relegada a canais de distribuição menos rentáveis. 3.3. Implicações para Produtores O processo de transformação da agricultura, cada vez mais inserida em um contexto de sistema agroalimentar globalizado, acarreta em várias implicações para os produtores agrícolas. A primeira delas refere-se à redução ao longo dos anos do preço real das commodities agrícolas. Essa redução deve-se principalmente ao fato da oferta de produtos agrícolas crescer a uma taxa maior que a demanda através da incorporação de novas tecnologias e também porque os ganhos de produtividade no campo são repassados ao con-
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sumidor pela redução do custo dos alimentos. Segundo uma análise da revista The Economist (2000), a produção agrícola per capita subiu 25% nos últimos 40 anos, apesar do uso da terra ter crescido somente 10% e a população ter aumentado em 90%. O preço real das commodities agrícolas no final da década de 1990 se reduziu a 2/5 do seu valor observado na década de 1960. No Brasil, o professor Geraldo Barros da ESALQ estima que o preço dos alimentos pagos pelos consumidores brasileiros caiu 35%, em termos reais, entre o Plano Real e 2005. A redução do preço real de produtos agrícolas leva ao achatamento das margens na agricultura, uma vez que os preços dos insumos são mais rígidos e sobem a uma taxa maior que os preços recebidos pelos produtores (o Gráfico 11 mostra dados para os Estados Unidos). Ao mesmo tempo em que as margens na agricultura vão se achatando, o valor adicionado aumenta nos estágios pós-porteira do sistema agroindustrial. O valor adicionado no pós-porteira ocorre através dos processos de transporte, comercialização, processamento, marketing e distribuição de alimentos. Uma vez que consumidores demandam cada vez mais alimentos processados e de preparo conveniente, além de aumentar os gastos com alimentos em restaurantes e serviços de alimentação, é natural que grande parcela do valor adicionado ocorra após o produto deixar a porteira da fazenda. A evolução das margens no agronegócio americano nos últimos 50 anos ilustra claramente esse fato (Gráfico 12). Com a redução das margens e a incorporação de novas tecnologias na agricultura, o processo de transformação do sistema agroalimentar claramente apresenta um viés de consolidação da produção em fazendas maiores e mais intensivas em capital (veja o relatório The Future of Small Farms publicado pelo IFPRI em 2005). A evolução do número e tamanho médio de fazendas nos Estados Unidos demonstra esse viés, mesmo con-
Jonas Oliveira/Folha Imagem
regulamentados, há uma lei que regula e oferece os parâmetros para que se avance nessa área. Infelizmente, a CTNbio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) está um pouco engessada, pelo fato de as decisões necessitarem da aprovação de dois terços dos membros. A lei é boa, mas a regulamentação permite que se retarde o avanço do setor. Não estaria a CTNbio priorizando a atuação política em detrimento da atuação técnica? RR - Não. A CTNbio é um órgão eminentemente científico. É claro que o componente político está presente em todos os atos das pessoas. Esse engessamento ao qual me referi retarda o encaminhamento dos processos e pode dar a impressão de que ela está fazendo política. Mas trata-se de um órgão técnico e científico da maior relevância que está agindo na área da sua competência. Nos últimos três anos, o governo só aplicou R$ 400 milhões em pesquisa e tecnologia no setor agrícola. Gastou R$ 7 bilhões em reforma agrária e abastecimento. E para defesa sanitária só destinou R$ 300 milhões. Não há algo errado com esses números? RR - O Brasil tem um órgão de pesquisa, a Embrapa, que se situa entre os melhores do mundo. Portanto, temos condições de avançar de maneira consistente nessa área. Só que a pesquisa exige investimentos constantes, porque tudo é muito dinâmico. Ela evolui diariamente. Então você tem que investir permanentemente em pesquisa. Deixando de lado os números, é sabido que o Estado não tem condições de investir tudo que seria necessário investir. Já foi um avanço conseguirmos uma lei que não permite o contingenciamento dos recursos da Embrapa. Mas o ideal seria atrair investimentos privados para a pesquisa. Essa parceria poderia produzir benefícios duplos: não só os da própria pesquisa, como os resultantes dos royalties trazidos por ela. Quais seriam os benefícios para o Brasil de um acerto com a Alca? RR - Um acerto nesse sentido poderia acrescentar cerca de US$ 2 bilhões por ano às nossas exportações, imediatamente. Isso dá uma idéia da importância não só desse acordo, como de todos os acordos capazes de vigorar dentro de regras claras e objetivas.
E o Mercosul por que não avança? RR - Porque houve intransigência de todos os lados. Vários fatores acabaram interferindo, mas os países do Mercosul ainda têm tempo de retomar as negociações e chegar a um entendimento que seja conveniente para todos. Os acordos bilaterais não acabam criando mais obstáculos para o estabelecimento de um acordo mais global? RR - Acredito que não. Os acordos bilaterais, na verdade, são pequenos retalhos. Mas, com vários retalhos você faz uma colcha. E vários países - México, Estados Unidos, Índia, China, Japão - estão construindo acordos bilaterais muito mais rapidamente do que nós.
Colheitadeira em plantação de soja em Cornélio Procópio, no Paraná. A soja é um produtos que deu ao Brasil a liderança nessa área em escala mundial. Vem da agricultura cerca de 30% do PIB brasileiro.
Última pergunta: por que o senhor deixou o Ministério da Agricultura? RR - Porque considerei que a minha missão estava cumprida. Quem examinar meu discurso de posse vai ver que eu assumi uma série de compromissos. Todos eles, sem exceção, foram implementados. Nem todos foram concluídos, mas nenhum deles deixou de ser pelo menos encaminhado. É claro que tivemos alguns contratempos, como o caso da aftosa, a gripe aviária e outros problemas. É claro também que num cargo dessa importância, você sempre fica com a impressão de que gostaria de fazer mais do que aquilo que é possível fazer. Assim, depois do pacote de medidas de 25 de maio, considerei que o possível tinha sido feito e que, portanto, estava na hora de sair. NOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 51
Este é o caminho da salvação para a agricultura. Por João Sampaio.
56 DIGESTO ECONÔMICO NOVEMBRO 2006
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
RESENHA
NACIONAL
SERRA AMPLIA ESPAÇO NO PSDB
C
eria mais fácil Serra liderar uma reaglutinação de partidos, onde pelo menos um deles tenha atingido a cláusula de barreira. Caso contrário, seria como Michael Schumacher disputar a Fórmula 1 com um fusquinha. Outro caminho para o governador eleito de São Paulo, caso ele queira concorrer à Presidência da República e não tenha o apoio do PSDB, será filiar-se a uma outra legenda.
S
JOÃO DE SCANTIMBURGO
No momento, o que Serra quer mesmo é criar um bloco de poder dentro do PSDB que possa se opor a uma eventual aliança AlckminAécio-Tasso. Para tanto, Serra gostaria de atrair nomes como Fernando Gabeira, Gilberto Kassab, Roberto Freire, Jarbas Vasconcellos e outros para reforçar seu time no seu novo partido.
Céllus
ircularam na semana passada rumores de que o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), estava articulando a criação de um novo partido. A matéria da Folha de S. Paulo, comentada por mim, foi enfática sobre o fato. A informação foi desmentida por ele dos Estados Unidos. Mesmo tendo sido desmentida, ficou a dúvida: José Serra poderia criar um novo partido para concorrer à Presidência da República em 2010? A resposta é sim. Mas não deve fazê-lo. Para José Serra, essa seria uma alternativa inviável. Isto porque a legislação eleitoral diz que o tempo de TV e os recursos do fundo partidário são distribuídos de acordo com o tamanho da bancada de deputados federais eleita de cada partido. Se criasse um novo partido, Serra teria pouco dinheiro e tempo de televisão. Uma situação muito similar ao PSol da senadora Heloísa Helena, que teve um desempenho muito aquém das expectativas na eleição presidencial.
Radicalismo injustificável E MARCEL SOLIMEO
A
lei aprovada pela Câmara Municipal, que "dispõe sobre a ordenação dos elementos que compõem a paisagem urbana" de São Paulo, cujo impacto começa a se fazer sentir no início de 2007, pode ser analisada por diversos ângulos. Pode-se discutir a definição do que é poluição visual e os aspectos estéticos da decisão. Entra aqui uma questão de gosto. Particularmente não me agrada uma cidade cinza, com ruas no geral mal iluminadas, algumas das quais apenas têm seu aspecto melhorado graças a alguns luminosos. A esse propósito, Contardo Calligaris, em excelente artigo, lembra a Berlim Oriental (de antes da queda do Muro) como uma cidade "estranhamente monocromática" na qual, no fim do dia, "a débil iluminação urbana instaurava uma penumbra amarela e opressiva", comparada a "confusão de objetos e superfluidades" da Berlim Ocidental, "onde se sentiam em casa". Particularmente sempre preferi a caótica iluminação da Berlim capitalista do que o cinza do lado Leste. Da mesma forma, considero muito mais agradável a poluição visual dos luminosos de Times Square no centro de Nova York, do que os edifícios pichados da avenida Santo Amaro, ou deteriorados como os da cracolândia. Qualificar a publicidade externa como a principal fonte de poluição visual é uma questão de opinião de uma minoria. Pesquisa do Ibope indicou que a pichação de muros, colocação de cartazes em postes, placas, lixo e sujeira nas ruas são, ao ver da população, fontes mais importantes de poluição visual, além dos postes e fios, e a deficiente iluminação das ruas. Afora os aspectos estéticos, é relevante o impacto da lei sobre determinados setores, que ficam praticamente inviabilizados com a nova legislação, embora desenvolvam há muitos anos atividades legítimas de interesse não apenas dos anunciantes, mas, também, do cidadão que precisa ser informado sobre empresas, produtos, eventos, promoções, etc. A publicidade, em suas várias formas, representa um dos principais pilares da economia de mercado, e muitos
certo é que José Serra movimenta-se para ganhar espaços no PSDB. Para tal, terá de conquistar apoios internos e reforçar os quadros do partido. Porém, o mais importante de tudo é criar um discurso político eficiente e acreditável, para que derrote Aécio na disputa pela primazia de ser candidato presidencial dos tucanos em 2010.
O
COMENTÁRIO DO CIENTISTA POLÍTICO MURILLO DE ARAGÃO WWW.BLOGDOMURILLODEARAGAO. COM.BR
G O mais
importante para o governador eleito é criar um discurso político eficiente e acreditável, para que derrote Aécio Neves na disputa pela primazia de ser candidato presidencial dos tucanos em 2010
são contrárias a ela por razões ideológicas. Embora existam outros meios de divulgação, se a mídia exterior é bastante utilizada é porque ela oferece vantagens importantes para os que dela se utilizam. As micro e pequenas empresas, que não dispõem de recursos para o uso de mídias alternativas, serão as mais prejudicadas com as severas restrições estabelecidas pela lei.
C
ontudo, o aspecto que me parece mais importante de ser abordado, é o que se refere ao papel das instituições como elemento fundamental para o desenvolvimento da livre iniciativa. Um ambiente institucional baseado em regras claras e estáveis, e respeito aos direitos daqueles que investem seguindo as normas vigentes, representa importante estímulo ao empreendedorismo. Inversamente, mudanças freqüentes e abruptas das regras do jogo geram instabilidade, incerteza e riscos que desestimulam a atividade empresarial. A legislação em vigor ainda não completou três anos e foi radicalmente modificada sem levar em consideração investimentos feitos com base nas normas vigentes, dando um prazo de apenas 90 dias, que termina em 31 de dezembro, para as empresas se ajustarem. Muitas empresas terão de reduzir sua atividade, ou até fechar, absorvendo grande prejuízo e demitindo pessoal. Outras perderão recursos aplicados nos seus anúncios indicativos, enquanto aquelas que atuavam ilegalmente, provavelmente vão continuar agindo, contando com a ineficiência da fiscalização da Prefeitura, que foi o que permitiu a deterioração da paisagem. A Associação Comercial de São Paulo deverá entrar na Justiça na defesa dos direitos de seus associados, esperando que isso venha criar um espaço para um entendimento, com vistas a se despoluir a cidade de tudo aquilo que está irregular, e para estabelecer normas mais rígidas para as novas publicidades, mas sem o radicalismo da lei aprovada, e dando um prazo razoável para que as empresas se adaptem às mudanças, de forma a minimizar os custos das mesmas.
A nova lei sobre publicidade nas ruas prejudica mais as microempresas
Nilton Fukuda/AE/16/02/2006
É preciso simplificar D ilema de Serra: novo partido ou novo PSDB?
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PROBLEMAS DOS EUA
ARNALDO MADEIRA
É
líqüido e certo que, a esta altura, a maior parte dos eleitores já nem se lembra mais em quem votou para deputado federal e estadual em 1º de outubro. A recíproca é verdadeira: boa parte dos parlamentares também não sabe quem são os seus eleitores. Este fato, por si só, evidencia a falência do sistema eleitoral brasileiro. A democracia representativa requer a existência de uma forte relação entre representantes e representados. A ausência deste vínculo contribui, de forma decisiva, para a ocorrência de escândalos, como os que marcaram a atual legislatura, e para a desmoralização crescente do parlamento, em todos os níveis. Historicamente, entre nós, tem sido bastante elevada a taxa de renovação das casas legislativas. Apesar disso, sua reputação junto à sociedade segue de mal a pior porque ainda não se mexeu na questão central: a da representatividade. É preciso, portanto, alterar profundamente a legislação vigente, a fim de que seja criado um vínculo efetivo entre representantes e representados. Em geral, no Brasil, quando se discute o sistema de representação parlamentar, considera-se basicamente três sistemas: 1) Voto em lista. O partido define uma lista fechada de candidatos e os eleitores votam na legenda. A meu ver, o principal problema deste modelo reside no fato de que ele concede à burocracia partidária total responsabilidade pela escolha dos nomes que farão parte da lista. Na prática, ao definir a ordem dos candidatos na lista, o partido também define os que serão eleitos. 2) Voto distrital misto. Uma parte dos parla-
mentares (deputados federais, deputados estaduais e vereadores) é eleita pelo distrito eleitoral; a outra (50%, por exemplo), pela lista partidária. Além de ser de difícil compreensão para o eleitor, o sistema também delega aos partidos o direito de escolher parte do Parlamento. 3) Voto distrital puro. A meu ver, é o único sistema que permite a observância de dois pressupostos básicos para o bom funcionamento da democracia representativa: é de fácil compreensão e permite o controle dos representados sobre os representantes. O estado é dividido em regiões. O número de distritos eleitorais é exatamente o mesmo do número de cadeiras a que cada um tem direito. São Paulo teria 70 distritos, pois tem direito a 70 deputados federais. Cada distrito elege um único representante.
P
or meio do voto distrital puro, os eleitores de um distrito saberão quem é, por exemplo, o deputado federal (o mesmo vale para deputados estaduais e vereadores) que os representa. Poderão acompanhar seu trabalho legislativo, suas posições ante os mais variados temas. O parlamentar que pretenda se reeleger terá de manter um contato estreito com a comunidade que representa. Em suma: o sistema é simples, facilita a compreensão do eleitor, lhe dá condições de saber quem o representa (e, portanto, condições de acompanhar seu trabalho), fortalece os partidos, sem lhes dar condições de definir quem será eleito ou não. E mais: serve para baratear, sensivelmente, o custo das eleições. ARNALDO MADEIRA É DEPUTADO FEDERAL (PSDB-SP) DEP.ARNALDOMADEIRA@UOL.COM.BR
V oto distrital permite o controle do representado sobre o representante
stá impressionando os meios de comunicação brasileiros a relativa crise política de Washington. O presidente George W. Bush é um pato manco, como se diz lá na gíria partidária, onde Partido Republicano está enfraquecido. Isso tudo não deve impressionar as democracias que estão ensaiando passar para a esquerda e muito menos os estudiosos das questões americanas que circulam por aqui. É preciso ter presente que os EUA são uma democracia sólida que imerge suas raízes na velha Albion, que não fecundou o parlamentarismo americano, mas deu-lhe um sólido substrato democrático que nada abala, nem guerras, nem assassinatos de presidentes, nem impedimentos presidenciais e muito menos as freqüentes passeatas pelas principais ruas de Nova Iorque e de Washington. Em suma, os EUA iludem muito quem não os conhecem; basta citar o seu sistema político, que foi exportado para o mundo inteiro, desvirtuado e desfigurado, mas o original, nos EUA, continua sólido, sem abalos, convidando o mundo a aprender sua canção oficial, sua bandeira e seus costumes. ito isso, podemos afirmar que o presidente Bush não está sozinho, ou está sozinho transitoriamente, por ter sido impetuoso no caso do Iraque, que poderá ser um segundo Vietnã. Mas aquele país não abalará, como o este não abalou, o colossal sistema americano, que não registra uma só revolução, tem uma só moeda e sem variação do dinheiro e sólidos fundamentos nas suas duas mil universidades. Os EUA são necessários à democracia mundial. Embora caiam políticos e subam políticos, a segurança americana resistirá aos ventos e marés do mundo. O país é inacessível às conspirações que querem abalá-lo. Confiamos nos EUA, nas suas instituições, no seu sistema, no patriotismo de seu povo. É o que temos a dizer da grande potência.
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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G O sistema
político dos EUA continua sólido. O país é necessário à democracia mundial.
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quarta-feira, 22 de novembro de 2006
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Política
Pessoalmente falo com todo mundo, mas com o presidente da República só como presidente do PSDB. Tasso Jereissati
PRESIDENTE DIZ QUE NÃO FOI RESPONSÁVEL PELA CRISE AGRÍCOLA E PEDE QUE O DEIXEM TRABALHAR André Dusek / AE
LULA MORDE E ASSOPRA A OPOSIÇÃO Ele disse que pegou o País numa situação delicada. Depois, falou em reunir forças políticas para diálogo.
O Com a mão na botija: ao lado de Maggi, Lula verifica o biodiesel produzido pela usina Barralcool.
de biodiesel, entre BARRALCOOL, produção as 14 já existentes, segundo informação do Ministério de 1ª USINA Minas e Energia. A usina, da empresa INTEGRADA. Barralcool, já produz
A
cidade de Barra do Bugres, no interior do Mato Grosso, abriga, a partir de hoje, a primeira usina integrada de produção de biodiesel, álcool combustível e açúcar. Será também a terceira maior unidade de
anualmente 150 milhões de litros de álcool e 40 mil toneladas de açúcar. Com a nova extensão de biodiesel, planeja produzir, ao ano, 57 milhões de litros de combustível, principalmente à base de soja e girassol. A expansão da usina
Barralcool, que existe há 20 anos, custou R$ 27 milhões. Desse total, R$ 15,9 milhões vieram do Fundo Constitucional de Financiamento do CentroOeste e R$ 11,1 milhões da empresa. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério de Minas e Energia, a produção vai envolver 14 municípios vizinhos e gerar cerca de 600 empregos na zona rural e 80 na área urbana.
Atualmente, 3,5 mil postos de gasolina vendem biodiesel no País. De acordo com o ministério, o número de usinas em operação deve chegar a 21 até o final de 2006, com capacidade de produção instalada de 580 milhões de litros por ano. Em 2007, 34 novas usinas começarão a funcionar e outras dez serão ampliadas, com capacidade para produzir 2,2 bilhões de litros, no total. (ABR)
Roberto Jayme / AE
FORRÓCAJU, O GRANDE TEMA. À falta de um assunto mais importante, senadores discutem patrocínio de festa popular em Aracaju (SE)
O
discurso começou estado, porque traz emprego e sério. Da tribuna riqueza", defendeu. "Se eu fosdo Senado, Antô- se presidente da Petrobras, eu nio Carlos Maga- faria o que o José Eduardo fez, lhães (PFL-BA) criticou o pa- ajudaria o Sergipe, porque por trocínio da Petrobras a ONGs meio do ForróCaju não só se ligadas a petistas e ao carnaval projeta o nosso estado, como fora de época em Sergipe, o também traz emprego, riqueForróCaju, terra do ex-presi- za e distribuição de renda. Se V. dente da estatal José Eduardo Exa. estivesse à frente da PetroDutra. Mas foi só o pefelista ce- bras, apoiaria o ForróCaju". Mas ACM não aquiesceu: der um aparte ao colega do PSB de Sergipe para a que a discus"Não com dinheiro público. V. Exa. defende o são passasse do drama à comédia. ForróCaju como grande folião. O "O jornal 'O GloForróCaju é um carbo' de ontem (annaval-mirim em reteontem) afirma lação ao carnaval da em editorial que Sinto que alguns Bahia. nunca como no gosenadores Ao lado de Valaverno Lula a Petrodares, Efraim Mobras foi tão usada querem mudar o rais (PFL-PB) deu o como aparelho par- nome da seu pitaco: t i d á r i o e i n s t r u- Petrobras para "Tem dinheiro pamento de propa- “Forrobras”. Não ra o ForróCaju, mas ganda e sustentaqueremos isso. não tem dinheiro ção de uma admiSen. Antonio para o maior forró nistração. Faltou Carlos Magalhães d o m u n d o , e m dizer que nunca em Campina Grande sua história a estatal teve uma direção que dá tão (PB). Devo dizer a Vossa Excepouca importância à morali- lência que há aqui uma discridade pública", atacou ACM. minação". Magalhães, então, resolveu "A Petrobras faz um desmentido achando que uma das coi- encerrar a questão: "O que eu sinto é que alguns sas que mais devem ter auxílio no Brasil é o ForróCaju. Pensa- senadores – não vou dizer que se que se está tirando dinheiro seja o senador Valadares –, alpara o petróleo, mas é para o guns senadores querem munovo combustível dos políti- dar o nome da Petrobras para cos ligados ao José Eduardo “Forrobras”. E nós não quereDutra", discorreu o senador da mos isso. Eu mesmo, que sou Bahia, quando Valadares pe- pequeno acionista da Petrobras, não quero. Quero a Petrodiu um aparte. "O ForróCaju é um exemplo bras cada vez mais auto-sufide projeto turístico do nosso ciente. (AOG)
presidente Luiz ex-presidentes Fernando HenInácio Lula da Sil- rique Cardoso e Itamar Franco va voltou ontem a para dialogar. Ontem, vários atacar a oposição. representantes da oposição Menos de três dias depois de deram declarações contra a propor uma conciliação ao conversa com o presidente. PSDB, ele disse em discurso a Sinais – Em seu discurso Luagricultores de Mato Grosso la disse também que não foi que ao assumir o poder, em responsável pela atual crise 2003, o País estava em situação agrícola. Ele prevê um "sinal "delicada". "O Brasil não con- extraordinário" de recuperaseguia exportar o que produ- ção do setor. "Houve um temzia e tinha pouca reserva em po em que disseram que o predólar para garantir a exporta- sidente Lula não gostava da agricultura e do ção e a importação", afirmou em Sapezal, agricultor e a crise era por conta do preque fica a 480 quilômetros de Cuiabá. sidente da República", afirmou. "Tenho Ele inaugurou um Eu prevejo trecho de 14 quilô- momentos consciência do que representa a agriculmetros da BR-364, excepcionais que liga Sapezal à citura para o crescidade de Comodoro. para a mento de Mato A estrada já estava agricultura Grosso e o desenvolaberta ao público brasileira. vimento do País." Guru– A uma pladesde agosto. A Luiz Inácio inauguração foi um téia formada por Lula da Silva agricultores e estupretexto, segundo assessores do Paládantes, Lula defendeu uma política de cio do Planalto, para Lula retribuir o apoio dado pe- seguro agrícola para ressarcir lo governador reeleito de Mato o setor e evitar que os produtoGrosso, Blairo Maggi (ex-PPS, res sejam pegos "de calça curagora sem partido), no segun- ta" em épocas de crise. "Passado turno. Lula passou a noite dos dois anos de crise, o sinal de ontem numa das fazendas de que a agricultura vai se recuperar é extraordinário", disde Maggi no município. O presidente repetiu o bor- se. Lula evitou comentar as crídão de campanha "Quero di- ticas de ambientalistas ao zer para nossos adversários: avanço da soja na Amazônia. deixem o homem trabalhar, Disse apenas que "é preciso porque a coisa vai acontecer respeitar o meio ambiente" e neste País", disse. No sábado, "preservar o Estado". "Eu preem conversa com o senador vejo momentos excepcionais Arthur Virgílio (PSDB-AM), para a agricultura brasileira", Lula disse que iria procurar os ressaltou. (AE)
SEIS SENADORES JEREISSATI SÓ DO PMDB NÃO FALA COM LULA SE ALINHAM FORMALMENTE
U Mercadante e Virgílio: proximidade acende luz amarela no PSDB.
ARTHUR VIRGÍLIO NEGA 'PITO' DE FHC Depois de ser criticado por pegar uma carona no avião presidencial, Virgílio é pivô de outro mal-estar.
O
líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), negou ontem que tenha sido repreendido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por ter revelado à imprensa um possível convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a seu antecessor para uma conversa no Palácio do Planalto. Anteontem, Fernando Henrique disse a amigos que o convite "é uma bobagem". Também julgou uma impropriedade que o eventual chamado tenha sido divulgado antes que o próprio convidado fosse informado e que a agenda do encontro fosse divulgada. Desmentido– "Não houve absolutamente nada disso", afirmou Virgílio em nota.
"Nosso relacionamento é muito respeitoso, fraterno, solidário", acrescentou. Segundo ele, "num telefonema muito cordial", relatou a FHC os pormenores da conversa que teve com Lula no sábado. Virgílio também respondeu às críticas de colegas de ter aceitado carona do presidente Lula no avião presidencial, no sábado, com outros senadores que foram ao velório de Ramez Tebet, em Três Lagoas (MS). "Fato normal numa democracia", resumiu Virgílio. Para o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, , seria falta de "civilidade" se Virgílio recusasse o convite. "Conversar é uma coisa. Adesismo e cooptação é outra, e isso não aceitamos", afirmou Jereissati. (AE)
m grupo de seis senadores do PMDB criou um bloco independente, que não pretende se alinhar com o governo Lula. São eles: os recém-eleitos Jarbas Vaconcelos (PE) e Joaquim Roriz (DF), além de Geraldo Mesquita (AC), Mão Santa (PI), Almeida Lima (SE) e Garibaldi Alves (RN). O grupo se reuniu ontem na churrascaria Porcão, em Brasília. A decisão dos senadores de fazer oposição foi comunicada ao presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), por Jarbas Vasconcelos. " Nós decidimos criar um bloco que não se alinhará ao governo e fará oposição sem radicalismos. Nós reconhecemos que nossa posição é minoritária e que a maioria do partido quer participar do governo Lula", disse Garibaldi Alves. Ontem o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), foi surpreendido com uma derrota: a aprovação do projeto de lei que inclui no programa BolsaFamília um benefício natalino, uma espécie de 13º salário, de autoria do senador Efraim Morais (PFL-PB). (AE)
O
presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse ontem que aceitaria um eventual convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir uma agenda nacional, desde que formal e autorizado pelo partido. "Pessoalmente falo com todo mundo, mas com o presidente da República só como presidente do PSDB", disse ele, que desembarcou em Brasília disposto a iniciar as conversas internas sobre o papel do partido no segundo mandato de Lula. Ontem, antes de chegar ao Congresso, Tasso falou ao telefone com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e ainda esta semana terá um encontro em São Paulo com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em breve, o comando nacional do PSDB fará uma reunião formal para avaliar o resultado eleitoral e seu futuro político. Apesar de Lula ter dito a vários interlocutores nos últimos dias que pretende chamar o presidente do PSDB para uma conversa, até agora Tasso Jereissati disse não ter recebido qualquer convite do Palácio do Planalto. Nem formal, nem informal. (AE)
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Planalto CPI Corr upção Congresso
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Nada foi dito que elucidasse a origem do dinheiro (do dossiê). Antônio Carlos Biscaia.
QUATRO ACUSADOS DEPÕEM.
ADIVINHE COMO FORAM OS DEPOIMENTOS: Roberto Stuckert Filho / AOG
Eymar Mascaro
Braço-de-ferro
L
ula pode estar jogando uma de suas cartadas decisivas no encontro que sustentará com Michel Temer hoje. O presidente precisa convencer Temer a apoiar seu governo, pois vai precisar do apoio do PMDB por inteiro, e não apenas de uma parte do partido. Para isso, precisa atrair a ala oposicionista. Lula tem-se encontrado com outros peemedebistas da ala governista, como José Sarney, Renan Calheiros e Jader Barbalho. Michel Temer não aprovou esses encontros. No encontro de hoje, o presidente do PMDB pode aceitar que o partido participe do governo de coalizão, mas sem que isso pareça um toma- lá-dá-cá.
IMPORTÂNCIA Lula pode entregar ao PMDB de cinco a seis ministérios. O partido é importante porque tem as maiores bancadas no Congresso: 89 deputados e 18 senadores. Não interessa ao governo repetir o erro do primeiro mandato, quando conquistou apenas a metade do PMDB.
REIVINDICAÇÕES O ex-churrasqueiro do presidente Lula diz que não negociou o dossiê. "Não tenho a menor idéia de onde veio esse dinheiro", afirmou Lorenzetti.
TODOS NEGARAM! Ontem foi dia de depoimentos à CPMI dos Sanguessugas e ao Conselho de Ética do Senado, tanto para explicar o esquema de compra de ambulâncias superfaturadas, como para falar das negociações e da origem do dinheiro que seria
usado para negociar o dossiê Vedoin. No entanto, Magno Malta, Jorge Lorenzetti, Turcão e Valdebran Padilha cuidaram de negar todas as acusações. O único que não seguiu a linha foi Gedimar Passos: ele apresentou atestado médico e não compareceu.
MALTA: 'NÃO FIZ ACORDO'.
LORENZETTI: TURCÃO: 'NÃO E GEDIMAR NÃO 'NÃO PAGUEI'. CONTRIBUÍ'. COMPARECEU
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ex-coordenador do núcleo de informação da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Jorge Lorenzetti, negou ter autorizado "pagamento financeiro" à família Vedoin pela prestação de informações sobre fraude na compra de ambulâncias para prefeituras. Em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, Lorenzetti disse que prometeu aos Vedoin apoio jurídico, ao invés de dinheiro. O ex-churrasqueiro disse ainda que desconhecia a origem do dinheiro que seria usado nas negociações. "Não tenho a menor idéia de onde veio esse dinheiro. Não tenho nenhum vínculo com esse pagamento", disse o churrasqueiro, ao alegar que as negociações de pagamento ocorreram sem o conhecimento dele. Ele afirmou que o acordo com os Vedoin previa o repasse dessas informações à Justiça Federal e de uma cópia para o comitê de campanha, que seria repassada à revista "Isto É". Outra cópia seria disponibilizada para a CPMI dos Sanguessugas. De acordo com Lorenzetti, os documentos de posse da família Vedoin mostram que 75% dos convênios firmados com a Planam foram assinados durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Protegido por um habeascorpus do Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu que não respondesse às perguntas sobre quebra de sigilo telefônico, o churrasqueiro afirmou que a maior beneficiada com a divulgação do dossiê seria a candidatura de Aloízio Mercadante ao governo de São Paulo. Ele afirmou ainda que foi pessoal a decisão de assumir o compromisso com a família Vedoin. (Agências)
senador Magno Malta (PL-ES) negou ontem, durante depoimento ao Conselho de Ética do Senado, ter feito acordo com a família Vedoin – principal implicada no escândalo da máfia das ambulâncias – em troca do empréstimo do veículo que utilizava para transportar a sua banda gospel. Ele e os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB) e Serys Slhessarenko (PT-MT) foram citados pela CPMI dos Sanguessugas como supostos envolvidos com o esquema de aquisição de ambulâncias superfaturadas com emendas do Orçamento da União. O relator do processo, senador Demóstenes Torres (PFLGO) lembrou que o nome de Malta foi citado n a C P M I p e l o R.Pinheiro / ABr empresário Darci Vedoin, dono da Planam, p r i n c i p a l e mpresa da máfia. "Vedoin pai disse na CPMI que tomou um cano de V.Exa., e por isso começou a Malta cobrar o carro que tinha lhe emprestado", afirmou Demóstenes, referindo-se à afirmação do empresário Darci Vedoin, de que teria feito um acordo com o senador para que destinasse emendas à compra de ambulâncias. Magno Malta disse que não apresentou nenhuma emenda, que não conhecia ninguém da família Vedoin e que recebeu o carro do deputado Lino Rossi (PP-MT), com quem mantinha relações de amizade. "Não há nenhum elemento de prova que possa me envolver", alegou o senador. A expectativa do presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA), é a de votar os pareceres dos processos dos três senadores hoje. Com isso, a "pizza" no Senado será restrita a apenas um dia, já que a maioria dos membros do conselho deve rejeitar a acusação contra os colegas. (AE)
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o prestar depoimento na sede da Polícia Federal, no Rio, Antônio Petrus Kalil, conhecido como Turcão, declarou que não está envolvido no caso da compra do dossiê contra políticos do PSDB. Turcão é suspeito de ter fornecido parte do dinheiro que seria utilizado para negociar o dossiê. Segundo o delegado da Polícia Federal do Mato Grosso, Diógenes Curado, Turcão declarou não ter responsabilidade alguma sobre o dinheiro encontrado em São Paulo em poder de Gedimar Passos e Valdebran Padilha. E negou que tivesse contribuído para o PT. "Não fiz nada, não sei de nada", disse Turcão, na saída da PF. Questionado sobre a hipótese de ter feito alguma doação a políticos, Turcão respondeu que só fazia doações para asilos e hospitais. (ABr)
VALDEBRAN: 'NÃO NEGOCIEI'. D. Sampaio/AE
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ex-militante do PT, Valdebran Padilha, negou ter participado da negocia- Valdebran ção do dossiê. Ele disse que foi procurado pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, acusado de ser o autor do dossiê, apenas para verificar se o dinheiro para pagar os documentos existia, mas ele não teria tratado da negociação. "Não negociei valores, não negociei informações, não tinha participação em arrecadação nem em transporte de recursos", afirmou. Valdebran também negou a informação de Jorge Lorenzetti, que em depoimento à Polícia Federal disse ter sido procurado pelo ex-militante para falar sobre o dossiê. "Nunca liguei para o comitê do PT, nem conheci Jorge Lorenzetti. Conversei uma vez com ele pelo telefone do Gedimar", afirmou Valdebran. (ABr)
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depoimento de Gedimar Passos, um dos envolvidos na tentativa de compra do dossiê, à CPMI dos Sanguessugas, foi adiado. Gedimar deveria ter sido ouvido ontem, mas apresentou atestado médico para justificar sua ausência. O novo depoimento poderá ser remarcado para a próxima semana. Gedimar e Valdebran Padilha foram presos no dia 15 de setembro em um hotel em São Paulo com parte dos R$ 1,75 milhão que seriam usados na compra dos documentos pelo PT. A CPMI aprovou ontem a convocação do empresário Abel Pereira e do ex-assessor do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Hamilton Lacerda, apontado pela Polícia Federal como o "homem da mala". O presidente da CPMI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), marcou os depoimentos dos dois amanhã. Sem consenso, a comissão parlamentar não aprovou ontem nenhum outro requerimento. O depoimento de ambos é considerado essencial para as investigações sobre a compra do dossiê. Pereira seria o suposto elo da máfia das ambulâncias com o PSDB. A PF suspeita que ele atuou como lobista da organização criminosa dentro do Ministério da Saúde na gestão do ex-ministro e atual prefeito de Piracicaba, no interior de São Paulo, Barjas Negri (PSDB), em 2002, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em Piracicaba, ficam as principais empresas de Pereira. Os dois são amigos há pelo menos três décadas. A comissão ouve hoje o exsecretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Oswaldo Bargas, e o ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil (BB) Expedito Veloso. (AE)
Durante o encontro, Michel Temer deve dizer que quer o PMDB participando de políticas públicas, isto é, deseja ver o seu partido nas decisões do governo. Na campanha presidencial, Temer apoiou Geraldo Alckmin. Detalhe: Temer gostaria de ser presidente da Câmara.
CANDIDATURAS É possível que Michel Temer diga a Lula que o PMDB tem interesse em presidir a Câmara e Senado. Acontece que o PT tem o mesmo sonho. Mas Lula gostaria que Renan Calheiros (PMDB) e Aldo Rebelo (PC do B) fossem reconduzidos às presidências das duas casas do Congresso.
ASPIRANTES Por enquanto, o PMDB tem três deputados interessados na presidência da Câmara: Geddel Vieira Lima (BA), Eunício Oliveira (CE) e o próprio Michel Temer (SP). O partido argumenta que tem o direito de lançar candidato porque elegeu a maior bancada.
NO PÁREO Renan Calheiros navega em maré mansa. Sua candidatura ao continuísmo tem o apoio de vários partidos. Só o PFL ameaça lançar um candidato à presidência do Senado: o líder da bancada, José Agripino. Mas Agripino só se candidata se tiver chances de ganhar.
Distrito Federal e Paraíba, José Roberto Arruda (PFL) e Cássio Cunha Lima (PSDB), Lula se prepara para convidar o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, para uma conversa no Palácio. Fica faltando o presidente do PFL, Jorge Bourhausen.
CARGOS Quem também pode receber cargos em troca da adesão ao governo é o PDT. Há dias, o presidente do partido Carlos Lupi recebeu um telefonema do Planalto, convidandoo para um fuça-fuça com Lula. A bancada do PDT no Congresso está gostando da idéia.
ADIAMENTO O ministro Tarso Genro alimenta a especulação sobre a hipótese de Lula estender para 2007 a montagem do seu ministério. Segundo o petista, o presidente pode escolher em dezembro meia dúzia de ministros, ficando o restante para janeiro e fevereiro.
MESAS A montagem do novo ministério ficaria para o ano que vem porque Lula quer primeiro resolver o problema das eleições de presidente da Câmara e Senado. Lula tem interesse nessas eleições: as duas casas do Congresso devem ser presididas por parlamentares da confiança do governo.
BRIGA Em seu blog, o exministro José Dirceu continua insuflando o PT a brigar pela presidência da Câmara. Dirceu acusa o PMDB de querer mundos e fundos e diz que Aldo Rebelo foi eleito presidente da casa num momento especial.
BANCADAS O PMDB pode ter uma bancada de 20 senadores, porque Roseana Sarney já pediu desligamento do PFL. O caminho da senadora é o PMDB. Roseana levaria com ela Epitácio Cafeteira, que se elegeu senador pelo PTB do Maranhão.
VÔO PRÓPRIO O PMDB avisa que vai preparar um candidato para disputar a presidência da República em 2010. Um dos mais cotados é o senador eleito por Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, que é contra a participação do PMDB no governo do PT. Jarbas quer o partido independente.
TUCANO Depois de receber os governadores eleitos do
NEGOCIAÇÕES O PT – e sobretudo o presidente Lula – já escolheram um pefelista para negociar a reforma política: é o senador Marco Maciel (PE). Ainda não se conhece a reação do presidente do PFL, Jorge Bourhausen, que deseja ver o partido bem longe do governo.
CRIME A polícia concluiu que não há provas de que o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), tenha sido um crime político. Celso Daniel foi executado em janeiro de 2002.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.ESPECIAL
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Cidade Jardim É Holambra, perto de Campinas, maior produtora de flores e plantas ornamentais do país Mário Tonocchi Jonne Roriz/AE José Luis da Conceição/AE
Cultivo de flores em Holambra: 35% da produção e das vendas de plantas ornamentais saem desta região, no interior de São Paulo
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om 65 quilômetros quadrados e dez mil habitantes, Holambra, no interior de S ã o P a u l o , c onhecida como a "Cidade das Flores", é a maior produtora e tem o maior centro de comércio de flores e plantas ornamentais do País, o Veiling. Os cerca de 200 produtores da cidade respondem por 35% dos dois setores no mercado nacional. Colônia de holandeses, o lugar também acumula 80% de toda exportação brasileira. A cidade detém os maiores investimentos em novas tecnologias e na criação de novas
antúrios com novas cores. O SBW traz mudas de plantas modificadas e faz clones para os produtores. O laboratório tem capacidade para 8 milhões de mudas ao ano. Também há investimentos dos próprios empresários locais. Na busca por novidades, Guilherme Hendrikx, maior produtor de gérberas no País, introduziu em sua plantação espécies com variações nas cores do miolo em preto, verde e vermelho. Na flor tradicional, o centro é branco. O custo da muda, antes importada, era de R$ 4. Hoje está em R$ 2,50 por causa da nacionalização. Outra empresa de Holambra
que aposta em novidades é a Terra Viva, maior produtor de tulipas da região. Segundo José Ricardo de Sousa, gerente de produção, a área destinada ao cultivo dessas flores aumentou de 2.500 metros quadrados, em 2005, para 3.500 metros quadrados em 2006. De acordo com o gerente, a comercialização chegou, no ano passado, a 800 mil bulbos no mercado interno. Outros 1,2 milhão foram exportados, principalmente para os Estados Unidos e Canadá. Este ano a Terra Viva espera produção de 2,4 milhões de bulbos. Vai mandar metade para fora. O cultivo de flores em Holam-
bra, localizada na Região Metropolitana de Campinas, começou em 1957 com a produção de palma de Santa Rita (gladíolos). Os investimentos dos produtores cresceram entre 1958 e 1965 e a expansão teve impulso em 1972 com a implantação do Departamento de Floricultura, fundada em 1960. Com o novo departamento foi criado um sistema para a venda de grande variedade de flores e plantas ornamentais. Hoje, a comercialização é realizada no pelo Veiling Holambra, um sistema de leilão diário. Além disso também são realizados negócios com televendas e também pela internet.
Campanha, para vender flores
Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), entidade que reúne empresários do setor de flores e plantas ornamentais brasileiras, com sede em Holambra, lançou um projeto piloto de campanha publicitária para aumentar as vendas de flores. Serão propagandas em rádios, folhetos, banners e outdoors. O diretor do Instituto, Willian José De Wit, diz que o investimento é necessário: com estímulos do governo incentivando a exportação, os produtores, principalmente os pequenos, investiram em novas mudas e bulbos além de estufas com tecnologias recentes. Os investimentos para ampliar o mercado internacional, entretanto, murcharam diante do dólar desfavorável que acabou com a competitividade da planta nacional. "O setor cresceu de 10% a 15% e agora está pressionado pelo câmbio e pelo baixo consumo nacional. Daí a campanha para incentivar o brasileiro a comprar flores naturalmente".
Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo
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plantas. Em dezembro do ano passado, recebeu uma filial do Laboratório SBW, que há 30 anos atua na Holanda para assessoria e serviços para empresas de melhoramento genético, desenvolvimento de novas espécies, pesquisas tecnológicas, serviços de propagação e erradicação de doenças nos setores de floricultura, florestais e frutas tropicais. Segundo Conny Maria de Wit, diretora de marketing para a América Latina do SBW, o laboratório também distribui espécies desenvolvidas em vários países com importação direta. Entre produtos que oferece hoje estão gérberas e
À esquerda, estufa de produção de flores, uma das muitas da cidade. Só falta fazer o brasileiro consumir mais
A campanha começa em Campinas e deve ser levada para todo o país. As peças publicitárias tentam atrair os consumidores com frases do tipo "vai para casa, leve flores". Números - O mercado brasileiro movimenta aproximadamente US$ 800 milhões ao ano. Apesar das queixas do Ibraflor de que remessa para o exterior não acompanha o aumento na oferta, as exportações brasilei-
ras no setor estão crescendo. Segundo o último levantamento da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Secex-Mdic), o acumulado do mercado externo com flores e plantas, de janeiro a setembro de 2006, atingiu US$ 24,2 milhões, crescimento de 16,1% em relação ao mesmo período de 2005 quando o movimento internacional
chegou a US$ 20,9 milhões. Na exportação, as mudas de plantas são os produtos que mais se destacam. Nos primeiros nove meses deste ano, o volume de mudas remetido para fora representou 44% de toda exportação do setor, com arrecadação de US$ 10,7 milhões . Isso significa crescimento de 12,2% em relação ao mesmo período de 2005. Já o grupo de flores, que de-
tém 9,2% do total de exportações, apresentou desempenho 42,7% menor que o mesmo período do ano passado. E as folhagens, que têm a menor participação na exportação (6,6%) cresceu 24,7% em relação a janeiro a setembro de 2005. Hoje, o Brasil exporta para 30 diferentes países. Depois da Holanda, o maior comprador, surgem os Estados Unidos, a Itália e o Canadá.
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
EX-SECRETÁRIO ELOGIA ESCOLHA DE SERRA
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escolha do futuro secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, João de Almeida Sampaio, pelo governador eleito José Serra (PSDB) foi "oportuna" na opinião do deputado eleito Antonio Duarte Nogueira Júnior (PSDB-SP), secretário da pasta entre 2003 e 2006. "O João é extremamente qualificado, conhece o setor e é um dos melhores quadros do País; é jovem, dinâmico e experiente" afirmou. Segundo Nogueira Júnior, por ser produtor rural e presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Sampaio "sabe, exatamente, qual a agenda que São Paulo precisa e pode contribuir muito para inserila no cenário nacional". O deputado negou ter tido qualquer tipo de participação na escolha para o cargo. "Eu sei que ele é meu eleitor, mas não tive participação, só torcida, e o governador Serra não poderia ter feito melhor escolha", concluiu. Apesar da surpresa de muitos pela escolha do futuro secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, o nome dele para a função havia sido avaliado em 2002, quando Geraldo Alckmin (PSDB) compunha o quadro do 2° mandato. Roberto Rodrigues, ex-ministro, também foi cogitado para o cargo. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Congresso Planalto Tr a n s i ç ã o CPI
5 Desemprego significa aumento de violência. O Estado precisa investir no aprendizado dos jovens. Afif Domingos
O SECRETARIADO DE SERRA, QUASE COMPLETO.
SERRA ANUNCIA NOVOS NOMES
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Milton Mansilha/LUZ
JOVENS TERÃO PRIMAZIA, DIZ AFIF.
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atendimento aos jovens na faixa de 14 a 18 anos é uma das prioridades do futuro secretário das Relações do Trabalho e Emprego, Guilherme Afif Domingos (PFL). Atual presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Afif pretende implementar o programa Aprendiz, no qual adolescentes têm acesso ao mundo do trabalho com orientação téorica e prática voltada para o mercado. Segundo o Ministério do Trabalho, mais de 259 mil jovens já participaram dos programas de aprendizagem desde 2000. A ACSP, em conjunto com a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a Rede Brasileira de Entidades Assistenciais Filantrópicas (Rebraf), criou o Programa Convivência e Aprendizado no Trabalho, que já beneficiou mais de 120 mil jovens. "Vamos implementar o programa no próximo ano", declarou o novo secretário. De acordo com ele, 48% dos
Serra e Afif: jovens representam 48% dos desempregados e receberão tratamento prioritário na pasta.
desempregados são jovens. E Cabe aos governantes apresentar alternativas para diminuir esse índice. "Desemprego significa aumento de violência. O Estado, portanto, precisa investir no aprendizado desses jovens para que tenham qualificação, e ao mesmo tempo, experiência para o mercado de trabalho". Outra prioridade de Afif é qualificar pessoas portadoras de deficiência. De acordo com ele, a legislação obriga as empresas a ter um número de portadores de deficiência em seus quadros, mas ele nunca é completado porque faltam
pessoas treinadas. Missão – Afif recebeu também uma "missão" de Serra: desburocratizar a regularização de pequenas e microempresas. Conforme o governador, a pasta deveria receber o nome de "Emprego e Desburocratização", pois são ações que devem ser implementadas juntas. Segundo o tucano, um estudo do Banco Mundial, tendo como base a Grande São Paulo, mostrou que o Brasil é um dos países mais burocratizados do mundo. Segundo Afif, o primeiro passo será dado com a aprovação da Lei Geral das Micro
e Pequenas Empresas até o final do ano. A lei, que simplifica a regularização dos micro e pequenos comerciantes, entrará em vigor em julho de 2007. "Vamos implementar a lei em larga escala", defendeu Afif Domingos. Ao apresentar o novo secretário, Serra lembrou sua experiência de deputado federal constituinte, administrador público e liderança empresarial em favor da micro e pequena empresa. "Afif é um batalhador pela causa do emprego", declarou o governador eleito. Sergio Kapustan
governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), anunciou ontem os nomes de mais três secretários. Para a Secretaria das Relações do Trabalho e Emprego, o indicado é o candidato derrotado ao Senado Federal pelo PFL, Guilherme Afif Domingos. Para a Secretaria de Agricultura, Serra escolheu o presidente da Sociedade Rural Brasileira, João de Almeida Sampaio Filho, uma das novas lideranças do setor de agronegócios. Serra anunciou também o nome de Xico Graziano para a recém-criada Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente. Serra comunicou ainda que a Sabesp será integrada à Secretaria de Energia, deixando a pasta de Recursos Hídricos. Na gestão atual, a Secretaria de Recursos Hídricos funciona conjuntamente com a de Energia. Com Serra, elas atuarão separadamente, e Recursos Hídricos será ligada com Meio Ambiente. Serra recomendou a Afif que atue no sentido de desburocratizar o setor, para propiciar a abertura de novos postos de trabalho. A recomendação básica do governador para a Agricultura é o empenho no setor de agronegócios e a intensificação do programa risco sanitário zero, uma de suas bandeiras. Antes de anunciar os novos secretários, Serra esteve reunido com a cúpula do PFL, incluindo o presidente da legenda, senador Jorge Bornhausen. Mas não comentou o encontro. (AE)
A NOVA EQUIPE Jorge Araujo/FI
Jorge Araujo/FI
Milton Mansilha/LUZ
Sergio Andrade/Gov.
Sérgio Lima/FI
Sergio Andrade/Gov.
Patricia Cruz/LUZ
Márcio Fernandes/AE
EDUCAÇÃO
SEGURANÇA
PLANEJAMENTO
PENITENCIÁRIA
TRANSPORTES
SAÚDE
ASSISTÊNCIA
CASA CIVIL
M. Lucia Carvalho
Ronaldo Marzagão
Francisco V. Luna
Antonio F. Pinto
José Luiz Portella
Luiz R. B. Barata
Rogério Amato
Aloysio Nunes
Marcos Fernandes/LUZ
Milton Mansilha/LUZ
Milton Mansilha/LUZ
Milton Mansilha/LUZ
Milton Mansilha/LUZ
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TRABALHO
AGRICULTURA
MEIO AMBIENTE
FAZENDA
COMUNICAÇÃO
CULTURA
CASA MILITAR
Afif Domingos
João Sampaio
Xico Graziano
Mauro Costa
Não definido
Não definido
Não definido
Alcione Ferreira /Folha Imagem
Frederico Haikal / Folha Imagem
JUSTIÇA Luiz A. Marrey
REUNIÃO DE TUCANOS EM BH – Os eleitos Aécio Neves (MG) e Yeda Crusius (RS) se defendem: agenda consensual.
BLOQUEIO NA BR-101 – Integrantes do MST travaram dois pontos da rodovia em PE, além de um trecho da BR-232.
GOVERNO VENCE E APROVA A MP DOS APOSENTADOS
DEPUTADOS QUEREM TETO MÁXIMO DE SALÁRIO
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presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve vitória ontem, na Câmara, durante votação do índice de reajuste para as aposentadorias acima de um salário mínimo pagas pela Previdência Social. Com 184 votos contra 158 e 4 abstenções, o governo conseguiu derrubar a proposta apresentada pelo PFL de um índice de 16,67% e manteve os 5,01% de reajuste, como fixou a medida provisória de Lula. Os partidos da base foram mais fiéis na votação de ontem do que durante a decisão semelhante da Câmara em junho passado, quando os deputados aliados incluíram o reajuste de 16,67% para os aposentados na MP que aumentou o salário mínimo. Na época, o placar registrou 274 votos favoráveis, 5 contrários e 15 abstenções. Deputados que fizeram obstrução na votação de junho agora votaram com o governo, como o deputado Renato Casagrande (PSB-ES) e a deputada Ann Pontes (PMDB-PA).
s deputados também querem o teto máximo de salário. Consultas informais que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) tem feito aos deputados e líderes partidários apontam a tendência de um reajuste salarial no limite dos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). No Congresso, a idéia de alterar as remunerações para os deputados que assumirão em 1º de fevereiro não tem opositores, mas a discussão é quanto ao índice de aumento. Ontem Rebelo confirmou a reivindicação para que o ordenado dos congressistas (R$ 12.847,20) chegue ao valor do vencimento dos ministros do S T F, a t u a l m e n t e d e R $ 24.500,00, o que significaria um aumento superior a 90%. Rebelo espera a conclusão de um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), encomendado pela Câmara, para tentar dar mais racionalidade e transparência nos gastos dos gabinetes dos deputados. (AE)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Por avanços mais rápidos: pretos e pardos têm 7,1 anos de estudo e brancos ficam 8,7 anos na escola.
Newton Santos/Hype
Danilo Verpa/Hype
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Brasil tem 187,5 milhões de habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Deste total, 48% são pretos e pardos, 51,4% são brancos e uma fatia pequena, de 0,6%, é composta de indígenas e amarelos. Este aparente equilíbrio numérico esconde as enormes diferenças sobre a real situação de pretos e pardos no país. A comemoração do Dia da Consciência Negra em São Paulo, na segunda-feira, foi marcado por uma passeata que reuniu nada menos que 12 mil pessoas na avenida Paulista. Cerca de 30 entidades ligadas ao movimento de defesa de direitos desta parcela da população participaram do evento. Todas eram unânimes em afirmar que o racismo continua a existir no país, apesar do término do escravagismo em 1888. Há análises otimistas e pessimistas a respeito da atual situação da população negra no País. Os números do IBGE dão conta de que o preconceito existe e que muito precisa ser feito para eliminar as desigualdades. A escolaridade da população em idade ativa indica que pretos e pardos têm 7,1 anos de estudo em média contra 8,7 anos da população branca. É no aumento do nível educacional que muitas entidades de defesa dos direitos de negros e pardos se baseiam para atuar, sem esquecer outras reivindicações para se alcançar a igualdade de direitos e oportunidades no País. Além da defe-
Milton: militantes conscientizam.
Regina: quotas são necessárias.
Vicente: apesar dos números, houve avanços nos últimos cinco anos.
CONSCIÊNCIA NEGRA
Ainda muito a fazer Dia da Consciência Negra: marcado por manifestações e avaliações sobre os avanços na integração racial sa do estatuto da igualdade racial e das quotas para minorias nas universidades públicas, a Sociedade Afro-Brasileira de Desenvolvimento Sócio-Cultural (Afrobrás) afirma que o governo federal deve adotar regras claras que respeitem a proporcionalidade entre as populações branca, de um lado, e pretas e pardas, de outro. "Este equilíbrio deve ser observado em toda a sociedade. As empresas têm de refletir este quadro social", diz seu presidente José Vicente, que também é reitor da Unipalmares, universidade criada pela Afrobrás. Apesar dos números oficiais que indicam uma enorme desigualdade no País, como o rendimento médio dos brancos (R$ 1.292,19) que é o dobro do rendimento de pretos e pardos (R$ 660,45), José Vicente é oti-
mista quanto aos avanços conquistados nos últimos anos. Segundo ele, "houve mudanças fantásticas nos últimos cinco anos, como a indicação de ministros afrobrasileiros para cargos como o Supremo Tribunal Federal, e as ações para inclusão que estão se multiplicando em todo o País". Vicente acredita que a luta pelas quotas na universidade e no mercado de trabalho é um sinal de que a população está consciente de seus direitos e que governo e empresas, que são formadores de opinião, têm a obrigação de adotar e assumir cada vez mais iniciativas de inclusão que se tornem multiplicadoras. Reparação – Não tão otimistas quanto os representantes da Afrobrás, os militantes do Movimento Negro Unificado
(MNU) afirmam que as quotas nas universidades e que a inclusão no mercado de trabalho são medidas positivas, mas ainda insuficientes. Para Regina Lúcia dos Santos, que milita há dez anos no MNU, deve haver uma reparação para esta parcela da população. "Pelas estatísticas, podemos ver que os negros precisam de quotas em tudo. Sabemos que existe uma parcela da população que vai espernear contra isso mas além das quotas queremos medidas de fomento econômico para que a população negra se estabeleça e tenha as mesmas oportunidades". Milton Barbosa, fundador do MNU, concorda e acrescenta que o Movimento atua em 16 Estados do País. Segundo ele, em todas estas unidades da federação, os militantes atuam
para conscientizar a população sobre a condição do negro no Brasil. Os militantes são jovens e seu perfil foi se alterando com o tempo. No início, por volta de 1978, eram estudantes. Agora, além destes, há muitos jovens de periferia e artistas. Regina reforça esta avaliação e acrescenta que o MNU apoiou outros movimentos durante a ditadura e que estes vínculos permaneceram. Avaliação – Quanto às ações do governo, Regina opina que a administração do PT registrou avanços tímidos, mas eles puderam ser sentidos. Ela ressalta como positivas as ações de combate institucional ao racismo e a capacitação nas áreas de saúde e educação. Há ainda, diz ela, a questão da titularidade das terras dos habitantes remanescentes dos quilombos.
"Na gestão do PT, houve mais titulação de terras, que é um processo demorado, mas é preciso ressaltar que houve investimento em melhorias nas condições gerais da população, como instalação de energia elétrica e assistência técnica para a agricultura familiar praticada nestas terras", diz ela. Regina critica bastante a gestão FHC (1995-2002) que, na sua opinião, não dialogou com os representantes dos movimentos e que, é verdade, lançou quotas para a população afrobrasileira, mas somente no funcionalismo público. Quanto às manifestações como a do Dia da Consciência Negra, ela considera que "estas marchas acabam se aproximando das populações da periferia", conclui Regina. Mais prática – A coordenadora da Casa da Cultura da Mulher Negra, Alzira Rufino, afirma que o dia tem de ser lembrado diariamente em ações práticas. Ela considera que as quotas são positivas para a população negra e deve ser adotada não só nas universidades. A entidade atende e encaminha denúncias de racismo e, todos os anos, abre mais de 400 processos. Alzira explica que a Casa avalia positivamente o atual governo, mas que é necessário ampliar estas ações. Ela cita o incentivo à capacitação profissional e que a criação da Secretaria Especial de Atendimento contribuiu para avanços nos últimos anos. Paula Cunha
DEFICIENTES INTEGRADOS Inclusão não só social: econômica, também. Newton Santos/Hype
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ontratar e integrar corretamente deficientes nas empresas fazendo com que todos exerçam as funções para as quais foram contratados. Este foi o tema do seminário "Empregabilidade das Pessoas com Deficiência como Estratégia de Sustentabilidade das Empresas" realizado na semana passada na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. O evento marcou o lançamento do Guia dos Direitos das Pessoas com Deficiência, elaborado pela assessoria jurídica da Fiesp e pela Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil. Em um país com 25 milhões de deficientes, 14,5% da população de 187,5 milhões de habitantes, o cumprimento da legislação que obriga as empresas a contratar um número de deficientes equivalente a 2% a 5% de seu quadro de funcionários mobilizou um grupos de empresários em São Paulo para discutir o papel produtivo dos deficientes e como inseri-los. Destes encontros participam entidades como o Instituto Paradigma. Eliane Blefort, diretora do comitê de responsabilidade social da Fiesp, ressaltou que "queremos incluir não só social mas economicamente os deficientes. A Fiesp luta para que a inserção não se dê apenas pela força da lei, mas pela excelência dos contratados". Troca de experiências – Para Luísa Russo, presidente do Instituto Paradigma, a troca de experiências foi se formalizando nos últimos anos e as iniciativas da Fiesp consolidaram os avanços. O presidente da HP Brasil, Mario Anceloni, disse que a empresa não está mais preocupada em apenas cumprir a lei, mas
Amato: "acredito na integração".
em incluir no seu dia-a-dia os deficientes. "Vamos aumentar em 20% o nosso quadro de funcionários em 2007 e boa parte dele será de deficientes. Queremos ser a primeira multinacional a superar a quota." Para Fernando Dantas Alves Filho, presidente da Price Waterhouse Coopers, a companhia consegue valorizar as experiências de seus funcionários deficientes. No caso da Visanet, seu presidente Antônio Luís Rios da Silva ressaltou a importância de revisar as práticas de recrutamento do seu RH para transformar a integração. Cidade deficiente – Assim a secretária municipal de Integração, Mara Gabrilli, definiu São Paulo: "ela não foi planejada para atender a todos". Convidada a participar do debate, ela teve de ser auxiliada para deslocar sua cadeira de rodas até a mesa. Bem-humorada, citou o seu exemplo para discorrer sobre as dificuldades que os deficientes enfrentam. "A secretaria trabalha transversalmente porque os deficientes estão em todas as áreas. Por isso, ações de integração como estas são tão importantes. Estamos preocupados
com os espaços físicos adequados e com a integração total. Por isso, temos um cadastro de 3,6 mil deficientes". O secretário estadual de Desenvolvimento e Assistência Social, Rogério Amato, lembrou que a sociedade tem de conhecer a situação dos deficientes, se colocar no lugar de quem precisa ser integrado e agir para que isso ocorra. Cita a escolaridade como um fator fundamental para alterar este quadro para todos. "Escolaridade é renda e temos no País uma escolaridade média de cinco anos. Quando a baixa escolaridade e a má distribuição de renda se juntam, qual é a chance que um deficiente tem? Quando não tem acesso à educação, ele é duplamente punido. Acredito na integração." Legislação – A procuradora de São Paulo, Eugênia Fávero, ressalta que os entraves ao cumprimento da lei de quotas estão principalmente no desconhecimento das empresas e na baixa escolaridade dos deficientes. Ela afirma que as primeiras devem cobrar as autoridades para que os pais coloquem as crianças deficientes nas escolas. O procurador da República do Trabalho do Paraná, Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, diz que "não é suficiente dizer que as pessoas são iguais perante a lei. Proponho que a lei de aprendizes vá até os 24 anos e seja aplicada também aos deficientes. Estamos tentando reverter o quadro de guetos que exclui as pessoas e quem contrata rompe com este círculo". O diretor do comitê de responsabilidade social da Fiesp, Guilherme Bara, afirmou que "ainda há dificuldade em se lidar com a diferença e a solução para romper a barreira cultural é a convivência. Vamos preparar o mundo para todos." (PC)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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9,5
foi o crescimento das receitas dos pequenos varejistas no mês de setembro
PERFIL DE CONSUMO DO BRASILEIRO SEGUE SALÁRIO
Ipea aponta desigualdade segundo a renda familiar e a região onde se vive
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evantamento divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea), feito com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2002-2003) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou uma grande desigualdade no perfil de consumo entre as diferentes categorias de renda das famílias brasileiras ou com base nos lugares em que elas vivem. A pesquisa aponta que a renda mensal média dos domicílios brasileiros, em 2003, foi de R$ 1.819,37, com uma diferença substancial entre os setores urbano (R$ 1.989,15) e rural (R$ 880,57). Os domicílios de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo tinham renda de R$ 2.247, seguidos dos domicílios das regiões Sul (R$ 1.970,90), Centro-Oeste (R$ 1.802), Norte (R$ 1.271) e Nordeste (R$ 1.101). No âmbito nacional, observa-se que 48% dos domicílios possuíam renda mensal acima de cinco salários mínimos (R$ 1 mil), 35% entre dois e cinco salários mínimos (R$ 400 e R$ 1 mil) e 17% abaixo de dois salários (R$ 400). Uma parcela reduzida da população (7%) pertence a famílias que têm mais de R$ 5 mil por mês. Ao contrário, cerca de 50%, ou 87 milhões de pessoas, estão em domicílios com renda mensal de até R$ 1 mil, ou cinco salários mínimos (SMs). O levantamento mostra que 90% das famílias com até cinco SMs das cinco regiões, segundo os próprios moradores, têm dificuldade para chegar até o fim do mês com a renda que
possuem. Essa proporção diminui à medida que se muda de classe. No entanto, mesmo entre os mais abastados (que recebem mais de 25 SMs), ao redor de 50% também se autoavaliaram com dificuldade financeira para chegar até o fim do mês com a renda mensal. Despesas globais – O gasto global (alimentar e não alimentar) das famílias, em janeiro de 2003, era de R$ 1.559,84, um pouco menos do que a renda média (R$ 1.819,37). O levantamento apontou,
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por cento dos domicílios brasileiros possuíam em 2003 renda mensal entre dois e cinco salários mínimos, ou entre R$ 400 e R$ 1 mil entretanto, que as famílias gastam cerca de 42% do orçamento familiar com despesas pessoais. Em segundo lugar vem a alimentação (realizada dentro e fora do domicílio) com 19%, seguida de habitação (17%) e de veículos (10%). Serviços básicos de saneamento, energia, gás e mesmo telefone fixo representam 7% do orçamento doméstico; e a menor parcela é do agregado aluguel, condomínios e impostos (5%). Para as famílias que possuem renda mensal de até
R$ 500, os gastos com alimentação são responsáveis por 37% do orçamento doméstico e, conforme se desloca de classe, essa participação tende a diminuir até o limite de 10% na classe das famílias mais abastadas. Os mais pobres – A região Nordeste reporta entre sua população o menor consumo alimentar per capita (23,92 quilos por mês) e também a menor despesa (R$ 56 ao mês). Os maiores números estão presentes na região Sul, com o consumo per capita mensal (32 quilos) e a despesa de aproximadamente R$ 70 por mês. Isso mostra que existe uma grande discrepância no consumo e na despesa realizados mensalmente entre as classes. Enquanto o grupo de até 2,5 SMs ingere dentro do domicílio cerca de 20 quilos de alimentos por mês, praticamente o dobro (39 quilos) é consumido entre indivíduos das famílias com mais de 25 SMs. Trabalho – Do total da população brasileira (cerca de 175 milhões em 2003), 74,5 milhões de pessoas ocupadas possuíam uma ou mais fontes de renda, das quais mais da metade (68,16%) recebia menos de dois salários mínimos (aproximadamente R$ 400). A maior parte da mão-deobra está no setor privado, aproximadamente 44%. O setor público emprega 10% e 31,21% da força de trabalho está em função autônoma. O restante, com 7,12%, 4,16% e 3,43%, corresponde a empregado doméstico, empregado temporário no meio rural e empregador, respectivamente. Patrícia Büll
Regulamentação para fogão a gás
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governo federal deverá publicar no início do ano que vem uma portaria que regulamentará os níveis mínimos de eficiência energética dos fogões e fornos a gás comercializados no País. Em audiência pública realizada ontem com fabricantes de eletrodomésticos, o Ministério de Minas e Energia apresentou sua proposta para a portaria,
que prevê que os fogões de duas ou mais bocas precisarão ter pelo menos 56% de eficiência. De acordo com o coordenador-geral de Eficiência Energética do Ministério, Paulo de Tarso de Alexandria Cruz, isso significa que, quando a portaria entrar em vigor, poderão ser comercializados e fabricados no Brasil apenas os fogões e fornos que transformem em calor pelo
menos 56% da energia do gás de cozinha. Na prática, no entanto, a definição desse nível mínimo de eficiência terá pouco efeito no mercado de fornos e fogões do País, uma vez que, segundo Cruz, menos de 1% dos aparelhos vendidos no Brasil descumpre esse nível de eficiência. O coordenador ressaltou ainda que a regra só valerá para os aparelhos novos. (AE)
Patrícia Cruz/LUZ - 14/01/2006
O setor de vestuário lidera as vendas acumuladas até setembro: alta de 15,7% sobre igual período de 2005
PEQUENO VAREJO EM ALTA
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faturamento real das micros e pequenas empresas do varejo paulista apresentou crescimento de 9,5% em setembro em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo (PCPV), divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), foi o segundo melhor movimento de alta de 2006, atrás apenas do aumento verificado em janeiro, de 11,1% sobre o mesmo mês do ano passado. No confronto entre setembro e agosto de 2006, entretanto, a PCPV apurou queda de 3,9% no faturamento real das companhias de micro e pequeno porte. Nos primeiros nove meses deste ano, entretanto, o setor acumulou alta de 8,1%. Segundo o presidente da Fecomercio-SP, Abram Szajman, o País pode estar iniciando um processo de aquecimento da economia. "Esperamos que se-
ja, de fato, um aquecimento sustentado e não apenas uma bolha de crescimento", disse. Segmentos em alta – Na análise por segmento, a PCPV mostrou que, mais uma vez, o de vestuário, tecidos e calçados apresentou seu melhor desempenho do ano, com alta de 18,4% em setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, influenciado pelo aumento da renda e pela expansão do crédito. No acumulado de 2006, o grupo lidera entre os demais pesquisados, com alta de 15,7%. Outros segmentos com elevação no faturamento real foram móveis e decorações (15,3%), eletrônicos (10,7%), alimentos e bebidas (8,4%) e autopeças e acessórios (4,2%). Na outra ponta, as quedas do período analisado ficaram por conta de materiais de construção (-12,1%) e farmácias e perfumarias (-3,1%). O primeiro, que tem o pior resultado no acumulado do ano (baixa de
12,4%), não consegue alavancar as vendas porque depende de linhas de crédito específicas para o benefício de pequenas reformas e pequenos investimentos imobiliários, conforme destacou a Fecomercio-SP. Já o segundo continua enfrentando a concorrência com as grandes redes distribuidoras. Mês a mês – Na comparação mensal, o levantamento apontou que, dos sete pesquisados, seis registraram desempenho negativo: materiais de construção (-12,7%), vestuário, tecidos e calçados (-5,2%), alimentos e bebidas (-2,3%), autopeças e acessórios (-2,2%), eletrônicos (-1,3%) e farmácias e perfumarias (-0,3%). A exceção ficou com móveis e decorações, que registrou oscilação positiva de 0,7%. A PCPV é apurada mensalmente pela Fecomercio-SP desde 2004, com dados que são coletados em cerca de 600 estabelecimentos comerciais no Estado de São Paulo. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
ATAS
BRASIL CONVENÇÕES S.A. CNPJ (MF) nº 03.191.964/0001-52 Ata das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária realizadas cumulativamente em 18 de maio de 2006 Data, Hora e Local: 18 de Maio de 2006, às 15:00 horas, na sede social da companhia à Rua Teixeira da Silva, nº 433, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo - SP. Quorum de Instalação: Presentes os senhores acionistas detentores de mais de 2/3 (dois terços) das ações representativas do capital social da Brasil Convenções S/A., conforme assinaturas constantes no Livro de Presença. Composição da Mesa Diretora dos Trabalhos: Nos termos do Artigo 10º do Estatuto Social, assumiu a Presidência dos Trabalhos o Presidente do Conselho de Administração, Sr. Ricardo Lerner, que convidou a mim, João Ferreira Gomes, para Secretário da Assembléia. Aviso aos Acionistas: Publicado nos seguintes jornais: Diário Oficial do Estado de São Paulo (Empresarial) e no Diário do Comércio, ambos nas respectivas edições dos dias 22, 23 e 24 de Março de 2006. Edital de Convocação: Publicado nos seguintes jornais: Diário Oficial do Estado de São Paulo (Empresarial) e no Diário do Comércio, ambos nas respectivas edições dos dias 10, 11 e 12 de maio de 2006. Ordem do Dia: Em Assembléia Geral Ordinária: A) Leitura, exame, discussão e votação do Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e Demonstrações Financeiras acompanhados do Parecer dos Auditores Independentes correspondentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005. B) Outros assuntos de interesse da sociedade. Ordem do Dia: Em Assembléia Geral Extraordinária: A) Homologar o aumento do capital social no valor de R$ 1.300.000,00 (hum milhão e trezentos mil reais) deliberado na Assembléia Geral Extraordinária realizada em 18 de Fevereiro de 2005, arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob nº 311.660/05-8 em sessão de 16 de Novembro de 2005. B) Alteração do Artigo 5º do Estatuto Social. C) Outros assuntos de interesse da sociedade. Deliberações: Na Assembléia Geral Ordinária: Item A) Aprovados, sem restrições, o Relatório da Diretoria, o Balanço Patrimonial e as Demonstrações Financeiras acompanhados do Parecer dos Auditores Independentes correspondentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005, devidamente publicados nos seguintes jornais: Diário Oficial do Estado de São Paulo (Empresarial) e no Diário do Comércio, ambos nas respectivas edições do dia de 28 de Abril de 2006. Item B) Aprovado e transcrito “Parecer do Conselho de Administração”: Os membros, infra-assinados, em cumprimento ao que estabelece o Artigo 142, Inciso V, da Lei nº 6.404 de 15 de Dezembro de 1976, examinaram, avaliaram, discutiram e concluíram, sem restrições, aprovar, por unanimidade, em reunião realizada em 18 de Maio de 2006 o Relatório da Diretoria, o Balanço Patrimonial e as Demonstrações Financeiras acompanhados do Parecer dos Auditores Independentes referentes ao exercício social encerrado em 31 de Dezembro de 2005. Os referidos documentos foram devidamente publicados nos seguintes jornais: Diário Oficial do Estado de São Paulo (Empresarial) e no Diário do Comércio, ambos nas respectivas edições do dia 28 de Abril de 2006. Em decorrência do exposto emitimos Parecer Favorável aos documentos contábeis apresentados. São Paulo, 18 de Maio de 2006. (aa) Ricardo Lerner: Presidente do Conselho de Administração e Conselheiros Administrativos: Jairo Siqueira de Azevedo, João Ferreira Gomes . Item C) Não houve matéria a ser tratada em outros assuntos de interesse da sociedade. Deliberações na Assembléia Geral Extraordinária: Item A) Aprovada a homologação do aumento do capital social no importe de R$ 1.300.000,00 (hum milhão e trezentos mil reais) com a observância da concessão do prazo legal não inferior a 30 (trinta) dias a que se refere o parágrafo 4º, do Artigo 171, da Lei nº 6404 de 15 de Dezembro de 1976, para que os Senhores Acionistas exercessem o direito de preferência na subscrição das novas ações correspondentes a elevação do capital social em conformidade com o deliberado na Assembléia Geral Extraordinária realizada em 18 de Fevereiro de 2005, arquivada e registrada na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob o nº 311.660/05-8 em sessão de 16 de Novembro de 2005. Em decorrência do exposto o capital social passa de R$ 12.500.000,00 (doze milhões e quinhentos mil reais) para R$ 13.800.000,00 (treze milhões e oitocentos mil reais). Elevação de R$ 1.300.000,00 (hum milhão e trezentos mil reais) através da subscrição de 1.300.000 (hum milhão e trezentas mil) novas ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, emitidas pelo preço fixado em R$ 1,00 (hum real) cada uma, totalmente integralizadas, em moeda corrente nacional, em 10 (dez) parcelas a partir de Março de 2005. Fica consignado em ata que os seguintes acionistas: 1) Antonio Carlos Bruner, 2) Arão Feldgos, 3) Simon Hellering, 4) Israel Aparecido da Silva, 5) José Tadeu de Oliveira Bittencourt, 6) Miron Hellering, 7) Nilton Gordilho, 8) Ricardo Bronfen, 9) Ricardo Ozanan Silveira de Azevedo, 10) Gilberto Silveira Azevedo, 11) Cássia Azevedo Silveira, 12) Raquel Silveira de Azevedo, 13) Rosângela Silveira de Azevedo, 14) Jairo Flávio Silveira Azevedo, 15) Mônica Azevedo Leão, 16) Eliana Maria de Azevedo Xavier, 17) Maria José Siqueira de Azevedo Fialho e 18) Israel Bendit, abriram mão do direito de preferência na subscrição das novas ações ordinárias nominativas, através de suas desistências em favor dos subscritores, na forma, proporção e valores constantes do preenchimento do Boletim de Subscrição, elaborado em separado e aprovado, que faz parte integrante desta ata como anexo. Item B) Assim, atendidas que foram as formalidades legais, o Sr. Ricardo Lerner, Presidente da Assembléia comunicou aos Senhores Acionistas presentes na Assembléia estar definitivamente efetivado o aumento do capital social e, em conseqüência é alterado parcialmente o Estatuto Social da Brasil Convenções S/A., com a introdução da nova redação a seguir transcrita do “Artigo 5º - O capital social, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 13.800.000,00 (treze milhões e oitocentos mil reais) dividido em 13.800.000 (treze milhões e oitocentas mil) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal”. Item C) Não houve matéria a ser tratada em outros assuntos de interesse da sociedade. Conselho Fiscal: Dispensada a constituição e o seu funcionamento em conformidade com o determinado no Artigo 161 da Lei nº 6.404 de 15 de Dezembro de 1976 e Artigo 21º dos Estatutos Sociais. Observações Finais: 1) Ata lavrada pelo sumário dos fatos ocorridos e das decisões tomadas. 2) Deliberações aprovadas por unanimidade de votos, abstendo-se de votar os legalmente impedidos. 3) Ficam devidamente arquivados na sede social da Brasil Convenções S/A., os documentos mencionados na presente Assembléia. Encerramento: Ata lavrada, lida, aprovada e assinada pelos senhores acionistas e procuradores presentes para o necessário registro e arquivamento na Junta Comercial do Estado de São Paulo e posterior publicação na forma da lei. São Paulo, 18 de Maio de 2006. (aa) Ricardo Lerner: Presidente da Assembléia; João Ferreira Gomes: Secretário da Assembléia. Acionistas Presentes: (01) João Paulo Vicente de Siqueira; (02) Francisco Paula Vicente de Siqueira, pp. João Paulo Vicente de Siqueira; (03) Minda Granatowics, pp. João Paulo Vicente de Siqueira; (04) Priscilia Uran, pp. Fernanda Gray; (05) Walter Roque Baldi Junior, pp. Écio Barbosa de Morais; (06) Aron Klajman, pp. Écio Barbosa de Morais; (07) Ricardo Lerner; (08) Israel Aparecido da Silva; (09) Sergio Calos Bogoni; (10) Régis Guindani; (11) Jairo Siqueira de Azevedo, pp. Márcio Azevedo; (12) Ilvio Braz de Azevedo, pp. Márcio Azevedo; (13) Artur Geraldo de Azevedo, pp. Márcio Azevedo; (14) Maria José Siqueira de Azevedo Fialho, pp. Márcio Azevedo; (15) Gilberto Silveira Azevedo, pp. Márcio Azevedo; (16) Ricardo Ozanan Silveira de Azevedo, pp. Márcio Azevedo; (17) Márcio José Silveira de Azevedo, pp. Márcio Azevedo; (18) Morris Shaio; (19) Guilherme Duque; (20) Jurandir Gomes Pego; (21) Antonio Valdeci Gomes Pego; (22) Victor Shayo; (23) Lew Eliasz Steinfeld, pp. Arnaldo Marussi; (24) Francisco Laterza Neto; (25) Livia Costantini Marques; (26) Israel Bendit, pp. Dory Bendit; (27) Israel Neuman; (28) Eduilio Bogoni; (29) Antonio Bruno Zaneti; (30) Fernando Dryzun; (31) Romy Paula Dryzun; (32) Milly Geraldine Dryzun; (33) Nilton Gordilho; (34) Eliseu da Purificação Neto; (35) Erminio de Jesus Neto, pp. Eliseu da Purificação Neto; (36) Guilherme dos Santos Neto; (37) Irene dos Anjos Neto, pp. Eliseu da Purificação Neto; (38) José Antonio Neto, pp. Eliseu da Purificação Neto; (39) Jaime Eduardo Cerqueira Cleto, pp. Raul Carlos da Silva Cleto; (40) Ivo Alberto Katz; (41) Julio Yoshio Okubo, pp. Ivo Albertokatz; (42) F. R. Ltda., pp. Rogério Hueb Abdala; (43) Ricardo Lupatelli; (44) Valdir Giustino; (45) Adriano Mecome Giustino; (46) Beatriz Giustino; (47) João Carlos Santi; (48) Donato Pontillo; (49) Eneide Costa Macedo; (50) Maria Consuelo Vaz; (51) Jorge Luiz Brusa; (52) Ricardo Bronfen, pp. Karenina Tatiana Dias Hon; (53) Amarilis Aparecida Bruner Scomparin, pp. Hugo Antonio Bruner; (54) Nilton Gordilho; (55) Hugo Antonio Bruner; (56) José Bruner, pp. Hugo Antonio Bruner; (57) Marilena Faimann Gandeman; (58) Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, pp. João Ferreira Gomes; (59) Renato Zindulek; (60) Belmiro Teles Cardoso; (61) Antonio Carlos Bruner; (62) Milton Kioshi Koyama; (63) Sergio Carlos Bogoni; (64) Simon Hellering, pp. Miron Hellering; (65) Miron Hellering. Esta ata é cópia fiel do original devidamente lavrado em livro próprio em poder da sociedade. (aa) Ricardo Lerner – Presidente da Assembléia. Boletim de Subscrição: 1.300.000 (hum milhão e trezentas mil) ações ordinárias nominativas sem valor nominal, emitidas ao preço de R$ 1,00 (hum real) cada uma, totalizando R$ 1.300.000,00 (hum milhão e trezentos mil reais) referente aumento do capital social de R$ 12.500.000,00 (doze milhões e quinhentos mil reais) para R$ 13.800.000,00 (treze milhões e oitocentos mil reais) aprovado pela Assembléia Geral Extraordinária de 18/2/05, e homologado pela Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária de 18/5/06.
S U B S C R IT O R CPF / CNPJ RG AÇÕES VALOR Adriano Mecome Giustino 116.203.888-80 15.264.500-7 20.000 20.000,00 Aguinaldo Lima Azevedo 013.871.706-00 M-13.271 10.784 10.784,00 Sobrinho Alexandre Mantovani 009.032.678-45 4.944.719 10.000 10.000,00 Alfredo Mantovani 021.319.018-44 4.944.709 10.000 10.000,00 Amarilis Aparecida Bruner 082.592.878-89 6.900.021 8.000 8.000,00 Scomparin Angelina Zamora Gabellim 689.567.548-53 5.696.403-1 20.000 20.000,00 Antonio Bruno Zaneti 289.725.118-20 49.209.644 10.000 10.000,00 Antonio Valdeci Gomes Pego 028.376.978-50 17.561.191-9 10.000 10.000,00 Aparecido da Silva Roldão 703.429.118-72 6.954.291 20.000 20.000,00 Aron Klajnman 721.631.197-34 3.936.870 2.000 2.000,00 Artur Geraldo de Azevedo 045.153.406-97 M-1.432.862 10.784 10.784,00 Beatriz Giustino 116.203.858-64 15.264.501 20.000 20.000,00 Belmiro Teles Cardoso 131.855.516-72 M-6.049.822 10.000 10.000,00 Carlos Wagner Ferreira 131.855.516-72 M-2.313.145 1.000 1.000,00 Donato Pontillo 070.420.788-53 RNE W 320.824-Z 10.000 10.000,00 Eduilio Bogoni 085.672.288-08 119.238.718 2.000 2.000,00 Elcio Antonio de Azevedo 045.154.636-91 M - 213.400 172.277 172.277,00 Eliseu da Purificação Neto 052.051.318-53 3.598.793 17.587 17.587,00 Eneide Costa Macedo 086.602.068-35 18.300.644-6 30.000 30.000,00 Erminio de Jesus Neto 044.720.948-51 15.489.092 17.587 17.587,00 F R Ltda 23.803.067/0001-60 – 15.000 15.000,00 Fernando Dryzun 224.512.398-08 32.651.015-1 5.000 5.000,00 Flavio Marcio Perri de 698.550.996-72 3.560.047 10.000 10.000,00 Rezende Francisco de Paula Vicente de 546.926.957-49 04.845.741-0 5.000 5.000,00 Siqueira Francisco Laterza Neto 049.884.478-12 12.966.436 10.000 10.000,00 Guilherme dos Santos Neto 194.830.748-00 4.179.742 17.587 17.587,00 Guilherme Duque 020.342.808-06 1.121.791 10.000 10.000,00 Haroldo Bicalho Silva 402.643.356-00 M - 1.073.575 10.000 10.000,00 Hecliton Santini Henriques 072.843.061-49 130.421 10.000 10.000,00 Hugo Antonio Bruner 967.678.558-04 5.525.166 14.400 14.400,00 Ilvio Braz de Azevedo 009.032.486-20 M - 1.314.013 10.784 10.784,00 Instituto Bras. de Gemas e 29.527.793/0002-64 – 49.848 49.848,00 Metais Preciosos Irene dos Anjos Neto 535.073.398-20 4.822.694 17.587 17.587,00 Isaac Salvator Chalon 029.243077-91 2.231.578 5.000 5.000,00 Israel Neuman 029.041.798-87 3.927.270 40.000 40.000,00 Ivo Alberto Katz 060.855.048-53 2.178.727-X 10.000 10.000,00 Jaime Eduardo Cerqueira 005.691.198-04 2.003.849 10.000 10.000,00 Cleto Jairo Siqueira de Azevedo 003.328.406-91 M - 1.522.344 53.922 53.922,00 João Carlos Santi 635.092.968-34 60.846.355 30.000 30.000,00 João Paulo Vicente de Siqueira 528.303.907-25 04.308.573-7 IFP 5.000 5.000,00 Joias Vivara Ltda 00.067.191/0001-09 – 10.000 10.000,00 Jorge Luiz Brusa 202.072.470-72 30.862.527-4 40.000 40.000,00 José Antonio Neto 032.899.588-68 3.598.492 17.587 17.587,00 José Bruner 552.511.298-15 4.280.113 17.600 17.600,00 José Silvio Rocha 001.297.716-00 M - 362.739 10.000 10.000,00 Joseph Salvator Chalon 030.563.097-00 1.988.297 5.000 5.000,00 Julio Yoshio Okubo 007.980.408-07 80.317.340 10.000 10.000,00 Jurandir Gomes Pego 989.917.798-91 11.553.644 10.000 10.000,00 Lew Eliasz Steinfeld 022.543.287-00 00.706.339-9 17.587 17.587,00 Livia Costantini Marques 168.718.538-71 26.748.767-8 69.924 69.924,00 Márcio José Siqueira de 014.128.846-91 M - 1.041.029 10.784 10.784,00 Azevedo Maria Augusta Siqueira de 014.128.926-00 M - 465.153 10.784 10.784,00 Azevedo Maria Consuelo Vaz 001.334.426-91 M - 499.279 4.000 4.000,00 Marilena Faiman Gandeman 959.987.647-49 53.020.327 10.000 10.000,00 Milly Geraldine Dryzun 327.136.838-40 26.171.000-X 10.000 10.000,00 Milton Kiyoshi Koyama 659.481.308-00 6.327.491-7 10.000 10.000,00 Minda Granatovicz 418.656.937-15 025.450.54-5 10.000 10.000,00 Morris Shayo 919.409.078-53 2.206.556 10.000 10.000,00 Osair Orlando Storel 063.658.098-91 3.710.760 20.000 20.000,00 Portfolio Ind. e Com. de Couro 27.238.211/0001-13 – 3.000 3.000,00 Ltda Priscilla Uram 113.977.357-75 11.844.691-3 20.000 20.000,00 Raphael Perez Fernandes 013.591.646-18 Mg - 83.002.471 17.587 17.587,00 Regis Guindani 335.206.740-68 9.002.506.609 30.000 30.000,00 Renato Zindeluk 269.714.738-17 11.813.966-6 5.000 5.000,00 Ricardo Lerner 273.439.018-34 3.602.681 90.000 90.000,00 Ricardo Lupatelli 113.730.598-34 2.897.837 10.000 10.000,00 Romy Paula Dryzun 301.474.638-07 26.172.004 10.000 10.000,00 Sérgio Carlos Bogoni 171.285.798-34 3.729.866-5 20.000 20.000,00 Simon Knittel 060.227.818-09 3.520.572 10.000 10.000,00 Valdir Giustino 001.435.538-87 2.867.160 10.000 10.000,00 Victor Chayo 031.847.878-18 RNE W 277.617-J 10.000 10.000,00 Walter Roque Baldi Junior 261.921.016-04 M - 548.684 10.000 10.000,00 TOTAIS – – 1.300.000 1.300.000,00 O presente é cópia fiel do original. (aa) Ricardo Lerner – Presidente da Assembléia. Certidão: Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 300.131/06-9 em sessão de 01/11/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.
EDITAL HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA
“Dr. Álvaro Simões de Souza” PUBLICAÇÃO EDITAL DE PREGÃO (PRESENCIAL) Acha-se aberto no Serviço de Material e Medicamentos do Hospital Geral de Vila Nova Cachoeirinha - “Dr. Álvaro Simões de Souza”, da Secretaria de Estado da Saúde, o PREGÃO (PRESENCIAL) nº 94/ 06, tipo menor preço, destinado à CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO HOSPITALAR PARA PACIENTES, ACOMPANHANTES, SERVIDORES E FUNCIONÁRIOS, conforme Processo 01.0125.000144/06, cujo encerramento será no dia 11/12/2006, às 11:00 horas, sendo que a vistoria técnica deverá ser efetuada até o dia 05/12/2006, nos horários das 9:00 às 16:00 horas. O Edital na íntegra para consulta e retirada estarão disponíveis no site www.e-negociospublicos.com.br. O referido hospital está situado à Av. Deputado Emílio Carlos, nº 3000 - Vila Nova Cachoeirinha - São Paulo - SP.
CONVOCAÇÕES
UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A CNPJ (MF) nº 61.594.172/0001-25 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente edital faço saber que no dia 19 de dezembro de 2006, no Centro de Convenções Rebouças, sito à Av. Rebouças nº 600 - São Paulo - Capital, será realizada a Assembléia Geral Ordinária para eleições dos membros efetivos e suplentes do Conselho de Administração e Conselho Fiscal da UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A. Em não havendo quorum em primeira convocação às 19:00 horas, realizar-se-á a Assembléia, em segunda convocação, a partir das 19:30 horas, com qualquer número dos convocados presentes. A respeito o Conselho de Administração baixará uma Resolução instituindo o processo eleitoral, visando orientar os interessados em concorrer a essas eleições, contendo as normas necessárias ao seu funcionamento. São Paulo, 16 de novembro de 2006. Ademar Cesar Fernaine - Diretor Presidente.
UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A CNPJ (MF) nº 61.594.172/0001-25 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente ficam convocados os acionistas da UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A para a Assembléia Geral Ordinária a realizar-se no dia 04 de dezembro de 2006 no Centro de Convenções Rebouças, sito à Av. Rebouças nº 600 - São Paulo - Capital às 19:00 horas, em primeira convocação e, em não havendo quorum, às 19:30 horas, em segunda convocação com qualquer número de convocados presentes, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1. Restabelecimento do número de 7 (sete) componentes do Conselho de Administração, conforme o disposto em Estatuto, reduzido a 3 (três) membros na A.G.E. de 19/12/2005. 2. Relatório referente ao processo de alienação do Patrimônio Imobiliário sob a forma de leilão, a cargo da Comissão de Vendas instituída em Assembléia Geral. 3. Prestação das contas referentes ao exercício findo em 31/12/2005 - publicada no Jornal Diário Oficial da União, em data de 11/07/2006 e Diário do Comércio em datas de 7, 8 e 09/07/2006. São Paulo, 16 de novembro de 2006. Ademar Cesar Fernaine - Diretor Presidente
Sindicato da Indústria do Papel, Celulose e Pasta de Madeira para Papel, no Estado de São Paulo
EDITAIS
C.N.P.J. n° 60.976.487/0001-74 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Pelo presente Edital, ficam convocados todos os Associados deste Sindicato, quites e em pleno gozo de seus direitos, para participarem da Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada dia 24 de novembro de 2006, às 10,00 horas, em primeira convocação, à Rua Afonso de Freitas, 499 - Paraíso, nesta Capital, a fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Renovação da Convenção Coletiva, b) Autorização para Instauração do Dissídio Coletivo, em relação aos Sindicatos não acordantes. Não havendo, no horário acima indicado, número legal de associados para a instalação dos trabalhos em primeira convocação, a Assembléia será realizada uma hora após, ou seja, às 15,00 horas, no mesmo dia e local, em segunda convocação, com qualquer número de associados presentes. São Paulo, 22 de novembro de 2006 Marco Fábio Ramenzoni - Presidente FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR
PREGÃO Nº 027/2006- FAMESP PROCESSO Nº 1089/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 22 de novembro de 2006 até o dia 04 de dezembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/pregao.htm, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 027/2006-FAMESP, PROCESSO Nº 1089/2006- FAMESP, que tem como objetivo a Aquisição 01 (um) MONITOR MULTIPARAMÉTRICO ECG/RESP/SPO2/NIBP/IBP, ETC e 01 (um) VENTILADOR PULMONAR ELETRÔNICO MICROPROCESSADO PARA USO EM PACIENTES ADULTOS E PEDIÁTRICOS, COM TELA INTEGRADA, ETC... Conforme especificações contidas no ANEXO II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 05 de dezembro de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supracitado. Botucatu, 22 de novembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR
EXTRAVIO
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 21 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Requrente: Cooperativa Central Oeste Catarinense Ltda. Requerido: Marcelo Lima Costa - Rua Profª. Abigail Alves Pires, 265 - 2ª Vara de Falências
Comunica-se o extravio dos talões de Ns. Fs. Série D-1 de nº 201 a 500 da Firma: Ademar R. Bitencourt Jóias - ME, inscrita no CNPJ/MF: 05.459.721/0001-88 e Inscrição Estadual nº 116.780.679.117 com sede à Rua José Bonifácio nº 135 - 1º andar - sala 11C - conj. 13 - Centro - CEP: 01003-001 - São Paulo - SP tendo em vista invasão num arrombamento realizado em 25/09/2006. Há circunstância de fatos estranhos.
DECLARAÇÃO
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Presencial nº 019/06 Objeto: Aquisição de uniformes escolares. Edital disponível no site: www.guaratingueta.sp.gov.br. Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75. Centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 04.12.06, às 14:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 5,00.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL Requerente: SQG Empre endimentos e Construções Ltda. - Requerido: SQG Empreendimentos e Construções Ltda. - Rua Roma, 620 - sala 43 - 2ª Vara de Falências
EDITAL DE PREGÃO Nº 030/2006- FAMESP PROCESSO Nº 1159/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados até o dia 05 de dezembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butgnolli, s/n, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 38152680 - ramal 111- FAX (0xx14)3882-1885 - ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações, o Edital do Pregão nº 030/2006-FAMESP, Processo nº 1159/2006-FAMESP, que tem como objetivo a Aquisição de tecidos (Algodão cru, brim, cretone hospitalar, flanela, morim branco) etc...para a Seção de Rouparia e Costura do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, sob regime de menor preço por item, em conformidade com o disposto no anexo II. Serão recebidas as amostras do dia 30 de novembro de 2006 a 06 de dezembro de 2006 no horário comercial. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 11 de dezembro de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da FAMESP, no endereço supra citado.
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ
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Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Presencial nº 018/06 Objeto: Contratação de empresa para fornecimento de combustíveis e abastecimento de toda a frota da Prefeitura no município de Guaratinguetá. Edital disponível no site: www.guaratingueta.sp.gov.br. Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75. Centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 04.12.06, às 10:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 5,00.
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
PETROBRAS VAI PRODUZIR MAIS
3 A pedido de cooperativas, o leilão de vinho que aconteceria ontem foi adiado para o dia 28.
PLATAFORMA PEABIRUS, DA RADIUM SYSTEMS, PERMITE INTEGRAÇÃO DE EMPRESÁRIOS PELA INTERNET
ESPAÇO PARA NEGÓCIOS NA REDE Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
C Segundo Osvaldo Gouvea Oliveira Neto, regra de apresentação dos membros é fundamental na plataforma.
Petrobras: preço não cai
O
presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, sinalizou ontem que, a despeito da queda nas cotações do petróleo nos últimos meses, a empresa não pretende mexer nos preços da gasolina e do diesel, congelados desde setembro de 2005. Gabrielli disse, em palestra para empresários, que os preços internos estão alinhados às cotações e reforçou a política da companhia, que prevê evitar o repasse das volatilidades do mercado internacional ao consumidor brasileiro. As declarações foram feitas em resposta a uma pergunta sobre a possibilidade de redução dos preços da gasolina e do diesel, que já estariam mais caros no Brasil, segundo cálculos de especialistas. "Se compararmos os preços de refinaria, devemos estar no mesmo nível das cotações dos Estados Unidos", disse. "Mas esse não é critério relevante. Nossa política é a de minimizar a volatilidade
de preço no mercado interno, mas não podemos descolar os preços do mercado externo." O executivo argumentou que há uma série de fatores intrínsecos ao mercado brasileiro, como o uso de álcool como alternativa à gasolina e o crescente mercado de gás natural veicular. "É uma realidade que não existe nos Estados Unidos", disse, referindo-se ao principal mercado usado como comparação para os preços dos combustíveis no País. Segundo ele, a Petrobras não pode passar muito tempo com os preços nem muito acima, nem muito abaixo do mercado externo. Na primeira hipótese, abriria espaço para importações. Na segunda possibilidade, outras empresas comprariam os produtos da Petrobras para exportar. O último reajuste da gasolina e do diesel foi em setembro de 2050. Produção — A Petrobras pretende colocar quatro novas plataformas em operação em
IPC-FIPE Indicador captou inflação de 0,4% na segunda quadrissemana de novembro.
VOLKSWAGEN
A
primeira etapa do Programa de Demissão Voluntária (PDV) da Volkswagen foi encerrada ontem com a adesão de 1.063 empregados que estavam trabalhando na fábrica e de outros 433 do Centro de Formação e Estudos (CFE). Os trabalhadores que estavam na ativa vão receber 1,4 salário por ano trabalhado, fora os benefícios previstos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). (AG) A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegradas notícias abaixo:
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Gomes pede ajuda a Mantega por impasse com a Petrobras
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Prazo de utilização do crédito do PIS e do Cofins pode diminuir
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Imóvel popular é a estrela da Super Casas Bahia deste ano
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IBGE investe R$ 538 milhões em censo agropecuário
Ó RBITA
2007, ampliando em 480 mil barris por dia a capacidade brasileira de produção de petróleo. Segundo Gabrielli, a produção deve crescer 5,3% no próximo ano. Em 2006, a empresa deve atingir uma média de produção em torno de 1,8 milhão de barris por dia, volume inferior à meta inicial, de 1,91 milhão de barris por dia, por conta do atraso no início das operações de algumas unidades de produção. O presidente da Petrobras disse ainda que a empresa terá participação ativa no próximo leilão de áreas para exploração e produção de petróleo da Agência Nacional do Petróleo (ANP), marcado para a próxima semana. Segundo ele, a atual gestão promoveu uma mudança na estratégia da companhia com relação aos leilões. A meta agora é ampliar ao máximo o portfólio de áreas exploratórias, com o objetivo de manter o crescimento da produção após 2015. (AE)
IGP-10 Problemas de entressafra fizeram o indicador da FGV subir para 1,02% neste mês.
ARGENTINA: CONGELAMENTO RADICAL
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esesperado para conseguir o dígito único de inflação, o governo do presidente Néstor Kirchner ordenou um reforço radical da política de congelamento de preços como forma de deter a escalada inflacionária. Para isso, começou a aplicar nesta semana, tanto para o varejo como o atacado, uma lista de referência de valores para uma série de produtos, entre eles, as verduras, legumes e a carne. Além
disso o governo proibiu a exportação de milho, como forma de reduzir os preços de seus derivados no mercado interno. As medidas causaram irritação nos empresários. O plano de Kirchner é poder exibir, no fim deste ano, uma inflação de apenas um dígito para 2006. No entanto, a tarefa será árdua nas seis semanas que restam, já que a inflação acumulada entre janeiro e outubro foi de 8% e, este mês, ficaria em 0,9%. (AE)
Sem custos — Para entrar na Um dos maiores objetivos om o advento da internet, os empresá- do Peabirus é ser útil como fer- plataforma não há custos. Os rios brasileiros ga- ramenta de articulação em re- membros, de produtores a ennharam um novo de. Com a lista de contatos, o tidades setoriais, passando ponto de encontro para trocar usuário pode atualizar as pes- por universidades e institutos experiências e fazer negócios. soas que fazem parte do seu de pesquisa, têm como vantaO Peabirus, plataforma para grupo de relacionamentos. gem a facilidade de colaborar criação de redes orgânicas, foi Mas é no âmbito do relaciona- em projetos comuns e ganham criado pelo jornalista Rodrigo mento entre empresas que a re- um poder de negociação maior Lara Mesquita e seu sócio na de social pode atingir todo seu com os fornecedores. Radium Systems, "A rede gerida pela Radium procura orgaOswaldo Gouvea de Oliveira Neto. A idéia é nizar os líderes locais. Nossos membros atinreunir diferentes elos de cadeias produtivas, emgem clientes dispersos presas, pesquisadores e pelo País que, para seentidades setoriais. rem alcançados, exigiPeabirus era como os riam um esforço muito índios chamavam os cagrande", diz Mesquita. minhos abertos nas maSegundo Oliveira Neto, o Peabirus pode tas. Essas "ruas" asseguravam o conhecimento ser comparado com uma feira de negócios. e o domínio do espaço. No caso da internet, as "Em uma feira, os ganhos vêm da venda de redes, sub-redes, comunidades e seus memespaço e das inscrições. bros formam um novo No Peabirus, eliminaambiente de relacionase a venda de espaços e mentos que, por meio as inscrições. Os prode troca de informações dutos e serviços oferee negócios, fomenta a cidos geram a remuneração da rede." inovação e o desenvolvimento econômico. Ao que tudo indica, todos saem ganhando. Hoje, a plataforma tem 2.178 membros. Mas não há, ainda, medidas confiáveis para Para se cadastrar no Peabirus, uma pessoa Mesquita: meta de 10 mil integrantes em 2007 determinar ganhos de produtividade e comdeve ser convidada por alguém que já faz parte da re- potencial, funcionando como petitividade gerados pelas rede. "Entendemos que os usuá- ponto de encontro para acor- des de colaboração, desenvolrios do Peabirus devem ter in- dos e parcerias, colaboração de vimento e negócios. A meta teresses em comum e, portan- agentes de cadeias produtivas para 2007 é ultrapassar 10 mil to, iniciar a atuação sendo e até para negociações de com- usuários. Para conhecer o Peaapresentados por alguém que pra e venda. "A Radium Sys- birus, os empresários podem já trabalha dessa forma na re- tems provê a base tecnológica e acessar www.peabirus.com.br. Tatiana Vicentini de", afirma Oliveira Neto. o suporte", afirma Mesquita.
Finanças Legislação Empresas Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
MODA ANTI-STABLISHMENT É SUCESSO
quarta-feira, 22 de novembro de 2006 Genaro Joner/ Zero Hora
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André Gerdau Johannpeter é o novo diretor presidente e CEO do grupo Gerdau.
PARÓDIA BEM HUMORADA DA MARCA DE LUXO DASLU, GRIFE DE GAROTAS DE PROGRAMA GANHA MERCADO
DASPU CAI NO GOSTO FRANCÊS
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olêmica pelo nome e pela causa que defende, a grife carioca Daspu se prepara para lançar moda também na França e vira notícia no principal jornal do país, o Le Monde. Depois que as peças foram reveladas no prêt-à-porter de Paris, em setembro passado, o mercado francês começa a se interessar pelo conceito fashion-social da marca. A estilista de roupa íntima de alto luxo Fifi Cachnil, que veste Madonna, já é madrinha da nova grife. Junto com a estilista da marca, Rafaela Monteiro, ela está criando a primeira coleção da grife, que chega aos mercados brasileiro e europeu em janeiro de 2007. E a Galeria Lafayette, uma das mais charmosas do mundo, já demonstrou interesse nas peças íntimas da grife. "Daspu" – da abreviação "das putas" – é uma paródia à Daslu, o templo paulistano das compras de luxo. Quando a Daslu entrou na Justiça para tentar derrubar o nome da grife alternativa, a Daspu levou a melhor: a mídia deu destaque e fez da iniciativa das prostitutas um acontecimento. Em seis meses, a marca passou de algumas blusas de militantes do movimento a favor da regulamentação da prostituição no Brasil para uma linha completa de prêt-à-porter. Isso sem contar os desfiles e os famosos q ue aplaudiram (e aplaudem) a iniciativa das garotas. "Nem mesmo o maior
Agliberto Lima / AE data: 10/04/2006
gênio do marketing poderia ter imaginado uma campanha tão bem sucedida", diz Flavio Lenza, porta-voz da marca e marido da diretora da Ong Davida, Gabriela Leite. A organização não-governamental trabalha para que a prostituição seja legalizada e para combater as doenças sexualmente transmissíveis. "A Daspu nasceu para sanar as dificuldades financeiras da ong",
Nem mesmo o maior gênio do marketing poderia imaginar uma campanha assim tão bem sucedida. Flavio Lenza, porta-voz da marca Daspu e marido da diretora da ong Davida afirma Gabriela Leite. Ela contratou a estilista Rafaela Monteiro que, contando com dez auxiliares egressas do mundo da prostituição, trabalham na temática e nos modelos da primeira coleção da grife, inspirada na famosa "Route 66" – a Route 69. "É como se o nome dessa estrada homenageasse o cliente cotidiano, o homem que passa e não fica, como os caminhoneiros que percorrem essa rodovia americana", diz Gabriela. "A proposta da grife é ser feminina sem ser vulgar e agra-
dar a todas as mulheres, sem distinção", completa. Por conta dessa universalidade, a marca começa a ultrapassar as fronteiras do Brasil. "Todo mundo pode compreender o nosso discurso, já que a prostituição existe em todos os países", diz o porta-voz da grife. "Nós esperamos que a marca possa suscitar o debate em todos os lugares onde ela for comercializada." Conceito –Talvez seja por isso que a Daspu suscitou tamanho interesse no mercado parisiense. Camisetas e biquínis da marca estão expostos em uma loja-conceito chamada Colette, na rua Saint-Honoré. Quem apostou no potencial da grife no mercado francês foi a Modafusion, especializada em incentivar intercâmbios de idéias e negócios da moda. É um primeiro passo para que a marca se lance de vez na França e ganhe o mercado europeu. A estilista Fifi Cachnil encheu os olhos com os modelos da nova marca e vai desenhar a coleção de moda íntima, que teve inspiração nas pinups da década de 1960. As habituées das praias da Côte d’Azul poderão exibir os modelitos pelas areias de Nice ou Cannes. E o possível sucesso da Daspu na França faz as garotas cariocas da Ong Davida sonharem com uma "vie en rose" nas passarelas parisienses. Mas não querem ir sozinhas, sonham com a adesão das colegas francesas. Sonnaira San Pedro/Le Monde
Moda alternativa das garotas da Daspu vira coleção nas passarelas parisienses e pode conquistar Europa
TIM chega perto da Vivo
A
Vivo, maior operadora de telefonia celular do País, voltou a perder mercado em outubro, reduzindo a diferença que a separa da segunda colocada, a TIM, que cresceu juntamente com a Claro. Os dados foram divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A operadora Vivo encerrou outubro com participação de mercado de 29,79% frente a 29,96% em setembro e 34,54%
em dezembro de 2005. Já a TIM obteve no mês passado 25,23% do mercado, avanço em relação aos 25,14% que tinha em setembro e aos 23,42% em dezembro de 2005. A Claro, do grupo mexicano América Móvil, registrou fatia de 23,26%, maior do que os 23,13% de setembro. A Oi, da Telemar, também registrou queda, passando de 13,19% em setembro para 13,15% em outubro. A Telemig
Celular–Amazônia Celular caiu de 4,90% em setembro para 4,85% em outubro e a BrasilTelecom GSM saiu de 3,18% em setembro para 3,19% no mês passado. Linhas – O mercado de telefonia móvel brasileiro atingiu no mês de outubro base de 96.641.799 linhas em operação, um acréscimo de cerca de 10,4 milhões de assinantes nos primeiros 10 meses do ano, informou a Anatel. (Reuters)
Telefônica desautorizada
A
autorização de novas licenças de TV por assinatura via satélite (DTH) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está suspensa até que o Ministério das Comunicações estabeleça regras para o setor. A suspensão foi anunciada ontem pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, que pretende criar ainda nesta quartafeira um grupo de trabalho para elaborar em um prazo máximo de 60 dias a portaria criando as novas normas. A medida atinge principalmente o pedido da Telefônica para explorar diretamente o serviço de DTH e que ainda está sob análise da agência. Qualquer decisão sobre o as-
sunto estará paralisada nos próximos dois meses, segundo o ministro. "Enquanto estivermos com o grupo trabalhando, nada pode ser feito" afirmou Hélio Costa. "Ela (Telefônica) vai ter de esperar, porque não se pode autorizar o que não tem lei nesse País." O ministro teme que uma empresa de televisão por assinatura via satélite comece a operar como TV aberta, ao disponibilizar para a população em geral o sinal que atualmente é codificado. Costa disse que a necessidade de se criar uma legislação específica ficou mais evidente nos últimos meses porque houve uma explosão nesse mercado. "Estamos vivendo
um novo mundo e encontramos esse mundo sem legislação específica." A Telefônica publicou ontem um anúncio em que diz que não depende da aprovação da Anatel para lançar o serviço de TV paga via satélite em parceria com a Astralsat. O conselheiro da Anatel Pedro Jaime Ziller afirmou que a Telefônica precisa sim de anuência prévia do regulador para vender o novo serviço. O diretor de Regulamentação da Telefônica, Marcos Bafutto, disse que a empresa informou à Anatel o acordo como um ato de concentração, a ser avaliado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). (AE)
Melhora atuação do SBDC
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s órgãos do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) melhoraram sua atuação no último ano, segundo pesquisa realizada pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) junto a empresas e associações que atuam dentro do mercado regulado por aquele sistema. A avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) interrompeu uma trajetória de queda verificada desde 2003. No entanto, embora a avaliação geral tenha melhorado, ainda houve duras críticas à atuação do órgão. O estudo de-
tectou um entendimento de que o Cade tem feito cada vez mais questionamentos desnecessários mesmo em casos mais simples, gerando demora e custos para as empresas. Há reclamações da postura do órgão querer rediscutir toda a definição de mercado. Além disso, na percepção das empresas, o órgão tem constantemente partido do pressuposto de que as informações apresentadas pelas partes são falsas ou erradas. Outra queixa apontada, segundo o coordenador da pesquisa, Tito Andrade, é a dificuldade de as empresas fazerem consultas informais ou re-
ceberem orientações de mercado dos três órgãos de defesa da concorrência. "No Brasil a legislação dá pouco espaço para esse tipo de consulta que seria importante". Nota boa – Mas considerando a estrutura com que os órgãos do SBDC funcionam, os números da pesquisa são bons. "As notas são boas e o importante é que há uma tendência de melhora", disse Andrade. O Cade teve nota geral de 3,22, num intervalo que vai de 1 a 5. A Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, atingiu sua melhor avaliação desde o início do estudo, com 3,06. (AE)
André Gerdau assume presidência
diretor presidente e CEO (chief executive officer) foi designado André Gerdau Johannpeter e para a função de diretor geral de operações - COO (chief operating officer), Claudio Gerdau Johannpeter. Jorge Gerdau Johannpeter permanece no conselho de administração. Frederico Gerdau Johannpeter e Carlos J. Petry deixarão as funções de vice-
presidentes sênior e também permanecerão no conselho de administração. Jorge Gerdau concedeu breve entrevista em Porto Alegre e descartou qualquer possibilidade de integrar o novo ministério de Lula. Informou que continuará auxiliando o governo e deve voltar a conversar com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. (AE)
O
grupo Gerdau anunciou que a partir de 1º de janeiro Jorge Gerdau Johannpeter deixará a presidência executiva das empresas. Para o cargo de
Finanças Empresas Nacional Estilo
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HORA DA REFORMA DA CASA
Fotos: MIlton Mansilha/LUZ
Milton Mansilha/LUZ
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
5 Venda de material de construção aumenta de 20% a 25% entre os meses de novembro e dezembro
REFORMA DA CASA PARA RECEBER O PAPAI NOEL Consumidores aproveitam o 13º salário para comparar material de construção
M Turismo na Telhanorte: consumidores aproveitam o fim de semana para comprar material para reforma
Eni: ampliando para o filho
O casal Júlio César Dorini e Maria Regina: pesquisa de preços
Swift renasce, com novidades
A
Swift, centenária marca de enlatados, que estava praticamente sumida das gôndolas, está renascendo. O Grupo JBS Friboi, que comercializa os produtos da marca, decidiu apostar no lançamento de uma variada linha de produtos. O investimento total é de R$ 35 milhões, para desenvolvimento de produtos, publicidade e equipamentos. Segundo a gerente de Marketing da marca, Daisy Maciel, a Swift está lançando um novo conceito de pratos prontos. "Por isso, o posicionamento estratégico foi sabor e inovação", conta. O desafio, diz, foi chegar o mais próximo possível da leveza e do sabor da comida caseira, o famoso "tempero da mamãe". Outro objetivo da pesquisa foi a modernização de todas as embalagens. A nova linha de produtos tem foco, segundo a Swift, nas necessidades da consumidora moderna, que quer preparar pratos saborosos com praticidade. Os produtos têm opções de carnes bovinas ao molho, pratos brasileiros e internacionais. "A consumidora poderá conferir 26 novidades de pratos prontos, dos quais 15 em lata e 11 em pouches", afirma. Os pouches são um conceito
de embalagem importado da Coréia. Eles podem ser aquecidos diretamente no microondas. Essas embalagens são formadas por uma combinação de três plásticos especiais (polipropileno, nylon e poliéster), que permitem a esterilização dos produtos por aquecimento e, depois, manter o produto hermeticamente fechado fora da esterilização por um ano, de acordo com Dayse. Mas a nova linha também traz produtos Divulgação/Swift
Uma das novas opções da Swift
em lata, só que agora com tampa de fácil abertura. Carnes — Na linha de pratos prontos à base de carne bovina, a Swift tem oito produtos: carne fatiada com molho rôti, carne em cubos com cenouras e batatas, carne moída ao molho bolonhesa, carne ao vinho com champignon, carne na cerveja à moda alemã, carne de panela com especiarias, carne ensopada no próprio molho e picadinho à nossa moda.
E, claro, não faltam os pratos brasileiros: da feijoada à rabada com batatas e cenouras, passando por dobradinha com feijão branco e lingüiça. Para quem gosta de cozinha internacional, há o estrogonofe de carne à moda russa, entre outras opções. Além dos pratos prontos, a nova linha inclui patês, salsichas e hambúrguer bovino, até mesmo o orgânico. Nesse caso, o processo de criação de animais destinados à produção de carne orgânica é integralmente acompanhado por especialistas. A aposta do Grupo JBS Friboi na Swift é alta, como fica evidente pelo montante de investimento, pelo planejamento minucioso e pela expectativa em relação ao retorno. "O projeto de lançamentos de pratos prontos da Swift foi cuidadosamente estudado junto aos consumidores e clientes de supermercados e atacados, que apontam necessidades nesse segmento de pratos prontos de carne bovina. Com isso, a meta planejada de crescimento é tornar o faturamento no segmento de pratos prontos seis vezes maior em um prazo de três anos", afirma o diretor de industrializados do Grupo JBS Friboi, Nelson Dalcanale. Antonio Graça
uitos consumidores aproveitam a chegada do 13° salário para fazer reforma e deixar a casa mais bonita para as festas de fim de ano. Os chamados "formiguinhas" – aqueles que compram aos poucos, só o necessário para terminar uma parte específica da reforma – também aproveitam essa época para ir às compras. Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), cerca de 4% da população brasileira utilizará parte de seu 13° salário para empreender algum tipo de reforma em casa. As irmãs Cristiane Riguengo, comerciária, e Silvia Freitas, pedagoga, estão ajudando na reforma da residência dos pais. "A casa deles tem mais de 20 anos. Estou aproveitando meu 13° e minhas férias para fazer a etapa final da reforma, que é a impermeabilização e a pintura da casa", disse Cristiane. Segundo ela, tudo começou há seis meses: transformação do jardim de inverno em sala, troca de piso, textura na parede, reforma da laje, do toldo e da churrasqueira, fora trabalhos com eletricista e encanador. "Contando material e mão-de-obra, vamos gastar cerca de R$ 25 mil", calculou a comerciária, enquanto empurrava um carrinho com tintas, pincéis, mantas impermeabilizantes e outros produtos. Eni das Mercês Alves Santa Bárbara construiu sua casa – localizada no Parque de Taipas, Pirituba, zona norte de São Paulo – há um ano e meio, mas já está expandindo a obra. "Estou fazendo mais um andar para que meu filho e a família venham morar comigo", explicou a dona de casa, que há três meses iniciou a construção.
"Comprei todo o material de uma vez só", disse Eni, que calcula ter gasto R$ 3,2 mil, pagos à vista. "Ainda ganhei desconto de R$ 110", lembrou. Segundo ela, agora só falta colocar o revestimento, o vidro e a porta da cozinha. "Estou escolhendo o material e acredito que vou gastar menos de R$ 100." Esperando Papai Noel – Embora a maioria das pessoas espere terminar a reforma antes do Natal, nem sempre isso é possível. O casal de fotógrafos Maria Regina e Júlio César Dorini gostaria de finalizar a reforma da casa, que completará
As irmãs Silvia (à esq.) e Cristiane
um ano, nesse período. Mas a previsão é de que a obra ainda leve dois ou três meses. Dorini calcula ter gasto perto de R$ 18 mil, contabilizando material e mão-de-obra. Mas ainda há muita coisa pela frente, e o orçamento adicional para a reforma deve acrescentar outros R$ 10 mil, no mínimo. Por isso, ele considera a pesquisa fundamental. "Já estou na segunda loja. Na primeira, comprei as tintas, que estavam mais em conta. Daqui vou levar todo o material elétrico e hidráulico para a nova lavanderia", afirmou o fotógrafo.
De acordo com o gerente de vendas da Dicico, Luiz Vanderlei de Andrade, em meses como novembro e dezembro (até o dia 15), o volume de vendas aumenta entre 20% e 25%, quando comparado a um período normal. Na primeira quinzena de novembro, por exemplo, pisos, louças e azulejos são os itens com maior demanda na loja. "É quando dá tempo de contratar um pedreiro e finalizar a obra." Já na segunda quinzena do mês, as tintas tornam-se vedetes. "Só nesse período, o volume de vendas aumenta de 50% a 60%, em relação ao mês normal." Vantagens – O consumidor também está encontrando vantagens na hora de comprar o material de construção graças à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de mais de 40 produtos, ao dólar desvalorizado em relação ao real e à forte concorrência no mercado, que oferece linhas de financiamento com amplos prazos para pagar. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Conz, atualmente cerca de 40% das vendas de itens de construção são parceladas, contra 20% no ano passado. Teresinha Maria Barbosa, moradora da Freguesia do Ó, resolveu parcelar sua compra em cinco vezes no cheque pré-datado. Cristiane Riguengo também optou pelo parcelamento. "Utilizo cartão de crédito e parcelo em dez vezes sem juros." Parceria –A Dicico lançou o Cartão de Crédito Dicico, em parceria com o Banco do Brasil e a bandeira Visa. A estimativa, segundo o diretor de marketing da empresa, Carlos Roberto Corazzin, é emitir 100 mil cartões no prazo de um ano. Maristela Orlowski
A política agrária do governo (com apoio aos movimentos de ocupação patrocinados pelo MST) está levando desestabilização ao campo? JS - Nesse primeiro mandato, o governo foi leniente com os movimentos agrários, principalmente com o MST e o MLST. Não coibiu as invasões, nem mesmo cumpriu a lei. A lei diz, por exemplo, que aquele que promove invasão deve ficar excluído dos programas de reforma agrária e que fazenda invadida tem que ficar pelo menos dois anos fora dos projetos de desapropriação. Nada disso foi respeitado. Então, houve até um incentivo por parte do governo, que continuou ainda fornecendo cestas básicas para os invasores e continuou fazendo convênios com as cooperativas que representam esses movimentos. Tudo isso deu gás para que esses movimentos continuassem invadindo, depredando, seqüestrando, saqueando e mantendo pessoas em cárcere privado. Esse modelo distributivista que o governo adotou (ou seja, desapropriar e entregar para os assentados) não funciona. É caro e ineficiente. O governo já gastou uma fábula nisso e o resultado é nulo. Gostaríamos que o governo simplesmente cumprisse as leis e partisse para um projeto diferente em relação ao tema agrário. Gostaríamos que o governo Lula tivesse a coragem de dar um passo além. Isto é, oferecer acesso à terra àqueles que têm vocação, com outros mecanismos como a criação de um Banco da Terra, que oferecesse financiamentos para aquisição ou arrendamento de terras e apoio à produção. Esse mecanismo que está sendo usado é medieval, de custo alto e não leva a nada, pois obriga o governo a uma tutela permanente dos assentados.
Ernesto Rodrigues/AE
Comunidade de lavradores descendentes de pomeranos cultiva café em Pancas, no Espírito Santo. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café.
Além disso, o que mais o senhor espera do governo Lula no novo mandato? JS - Se eu pudesse escolher duas providências para o governo tomar imediatamente, eu escolheria a questão do seguro e a questão da logística e infraestrutura. Gostaria ainda que o governo atuasse de maneira mais clara na questão dos marcos legais. É a questão agrária, a questão trabalhista, a questão ambiental e a questão tributária. Enfim, se quiser realmente resolver os problemas da agricultura, o governo pode escolher por onde começar. NOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 61
NOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 15
Marcos Fernandes/LUZ
graças aos investimentos consistentes do setor público em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias tropicais, que permitiram, por exemplo, a ocupação do cerrado. Entre 1990 e 2003, as exportações agrícolas cresceram a uma taxa média anual de 6,3%, posicionando o Brasil como o terceiro maior exportador de alimentos do mundo, somente atrás da União Européia e dos Estados Unidos. A partir de 2004, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos, tornando-se o país com o maior superávit comercial gerado pelo agronegócio, o equivalente a quase US$ 30 bilhões, em 2005 (CHADDAD & JANK, 2006). Entretanto, com a redução do apoio das políticas públicas, o produtor nacional ficou cada vez mais exposto aos riscos de produção, preço e crédito da atividade agrícola. Dada a grande volatilidade dos mercados de commodities agrícolas, crises de inadimplência da dívida agrícola tornaram-se comuns e recorrentes. A primeira crise da dívida agrícola ocorreu logo após o controle da inflação promovida pelo Plano Real, levando a um plano de securitização de dívidas em 1995 que custou bilhões de reais ao Tesouro Nacional. A segunda crise da dívida agrícola ocorreu em 2005, quando o governo Lula foi obrigado a lançar um plano de alongamento de dívidas no valor de R$ 14 bilhões. A partir de 1995, a nova prioridade da política pública passou a ser agricultura familiar e reforma agrária, como instrumentos para se promover a inclusão social. Enquanto a modernização do setor, a adoção de novas tecnologias, e as empresas do agronegócio "excluíam" milhões de agricultores, o governo fixou-se na idéia que a distribuição de pequenos lotes de terra e oferta de crédito subsidiado iriam "incluir" milhares de novos agricultores. Outras teses não embasadas em teoria ou evidências empíricas foram se enraizando em Brasília, como a falsa dicotomia criada entre "agricultura patronal" e "agricultura familiar". As invasões de terra promovidas por "movimentos sociais" (como o MST), a leniência do Estado e a insegurança jurídica com relação à garantia dos direitos de propriedade, e a reação agressiva de produtores levou a uma crise de segurança no campo culminando com a tragédia ocorrida no Pará em 1995. A partir daí, o governo federal gastou aproximadamente R$ 50 bilhões para assentar cerca de 900 mil famílias em 40 milhões de hectares de terras desapropriadas (GRAZIANO, 2004). Além disso, uma parcela cada vez maior do crédito é destinada ao PRONAF (Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar), que recebeu mais de R$ 11 bilhões de recursos públicos, entre 2000 e 2005. Essa mudança de prioridade levou a uma pulverização de gastos em uma centena de programas sob responsabilidade de dois ministérios (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA e Ministério do Desenvolvimento Agrário MDA), que competem por recursos cada vez mais escassos e muitas vezes têm posições antagônicas sobre temas relevantes ao produtor nacional, tais como liberalização do comércio internacional de produtos agrícolas e liberação da pesquisa, produção e comercialização de produtos geneticamente modifi-
16 DIGESTO ECONÔMICO NOVEMBRO 2006
cados. A seguir, analisamos a evolução dos gastos da União nas políticas voltadas à agricultura. 2.2. Gastos Públicos em Políticas Agrícola e Agrária Distribuição dos Gastos com Políticas Agrícola e Agrária A divisão dos gastos públicos utilizada em outros trabalhos baseia-se em agregações das despesas públicas por meio de funções, subfunções e programas (GASQUES, 2004; GASQUES et alli, 2006). Apesar de facilitar a transparência e o acesso à divulgação das informações processadas pela Secretaria do Tesouro, a utilização desse método de classificação para a análise dos gastos públicos incorre em algumas dificuldades, a começar pela pulverização dos dispêndios governamentais em iniciativas com um mesmo fim comum. Um exemplo é o PRONAF, que se encontra distribuído em duas funções e envolve nada menos que 15 programas diferentes. De fato, um relatório do Ministério do Planejamento observa que "a classificação funcional, muito embora tenha como escopo principal a identificação das áreas em que as despesas estariam sendo realizadas, preservou, na sua lógica de aplicação, o enfoque matricial da funcional-programática, ou seja, as subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas" (BRASIL, 2005: 43). Assim, a fim de organizar os gastos de acordo com agregações representando as finalidades para as quais os recursos públicos foram destinados de facto, os gastos públicos com políticas agrícolas e agrárias foram divididos em duas classes: (a) Política Agrícola Tradicional; e (b) Organização Agrária e Agricultura Familiar. Chamamos de Política Agrícola Tradicional à classe que engloba os programas que contribuem com a produção, a comercialização e a competitividade dos produtos agrícolas. Por Organização Agrária e Agricultura Familiar entendem-se, respectivamente, às iniciativas que buscam equilibrar a propriedade e o uso da terra (OCDE, 2005: 110) e ao apoio à integração dos pequenos produtos rurais ao processo de desenvolvimento econômico. Essas classes foram arbitrariamente desagregadas em categorias definidas seja pela aglutinação de diferentes subfunções (como no caso de "Produção", que engloba produção vegetal e animal), seja evidenciando os programas mais expressivos a exemplo do PRONAF, conforme será detalhado a seguir. (a) Políticas Agrícolas Tradicionais 1 • ABASTECIMENTO: visa a implementação de políticas e mecanismos de apoio à produção, comercialização, armazenamento e consumo. Concentra quase todos os instrumentos de política agrícola, como a política de formação de estoques reguladores e manutenção de preços mínimos (GASQUES, 2001a: 17). Essa cate-
1 As descrições são baseadas no Plano Plurianual (PPA) 2004-2007
e em outros estudos, conforme anotado no próprio texto.
Paulo Liebert/AE
Café para exportação, retirado dos armazéns da Trading Velloso Cofee, em Carmo do Paranaíba, em Minas Gerais.
goria inclui a subfunção 20.605 e programas de código 0352 sob a função 20, exceto programa 20.846.352. • PROMOÇÃO DA PRODUÇÃO: constitui-se de programas de suporte à produção e desenvolvimento animal e vegetal como a formação de estoques de café por meio do sistema de opções, despesas com financiamentos de custeio e investimento (GASQUES et alli, 2006: 15). Essa categoria inclui as subfunções 20.601 e 20.602. • SERVIÇOS GERAIS:consistem de projetos de infra-estrutura, extensão rural (capacitação, treinamento e difusão de novas tecnologias), defesa sanitária, educação e pesquisa agropecuária. Composto pelos programas de extensão rural, irrigação, e desenvolvimento científico e tecnológico, com as subfunções, respectivamente, 20.607, 20.606 e 20.572, exceto programas 20.606.0351, 20.572.0351 e 20.572.0750. Diferentemente de outros autores, não incorporamos os gastos com reforma agrária e assentamento em Serviços Gerais (OCDE, 2005: 114).
progressivo proporcional ao tamanho da terra e créditos fundiários para aquisição de terra para trabalhadores carentes, jovens e pequenos proprietários familiares que desejam ampliar suas propriedades de terra (OCDE, 2005). Inclui a subfunção 21.631, exceto programa 21.631.0750. • PRONAF: objetiva recuperar assentamentos existentes, promover o desenvolvimento sustentável do meio rural e fortalecer e consolidar a agricultura familiar por meio de sua inserção nos mercados de fatores e produtos. Orienta-se sob três linhas de atuação (financiamento da produção, infra-estrutura, capacitação e profissionalização) por meio de investimento subsidiado e crédito de insumos (ORTEGA & CARDOSO, 2000). Inclui os programas 0351 sob as funções 20 e 21. Também foram definidas as seguintes categorias, integrantes tanto da classe das políticas agrícolas tradicionais quanto da organização agrária e agricultura familiar:
(b) Organização Agrária e Agricultura Familiar • REFORMA AGRÁRIA: conjunto de mecanismos como assentamentos, impostos diferenciados com aumento
• SUBVENÇÕES ECONÔMICAS, abrangendo itens do orçamento relacionados aos chamados "encargos especiais", incluindo subvenções a setores específicos, fiNOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 17
nanciamento de política fundiária, e empréstimos do governo (GASQUES et alli, 2006: 15-18), com exceção dos itens relativos ao PRONAF da subfunção Encargos Especiais. Inclui as subfunções 20.846 e 21.846, exceto o programa 0351 das funções 20 e 21. • ADMINISTRAÇÃO GERAL, representada pelas despesas correntes que não contribuem com a formação de capital, além de gastos com pessoal e encargos sociais do MAPA e do MDA. Inclui a subfunção 20.122 e os programas de código 0750 sob a função 20 (Administração MAPA) e a subfunção 21.122, exceto 21.122.0351, e os programas de código 0750 sob a função 21 (Administração MDA). Características e Evolução dos Gastos em Políticas Agrícola e Agrária no Brasil A análise desagregada do orçamento fiscal da União mostra uma forte concentração em despesas fixas com encargos especiais (basicamente refinanciamentos e serviços das dívidas interna e externa e transferências) e previdência, que corresponderam a 73% do total em 2005. Dos R$ 623 bilhões disponibilizados, as despesas com investimentos sociais essenciais - incluindo saúde, educação e assistência social - equivaleram a apenas 12% dos gastos federais (Gráfico 2). Uma visão da evolução dos gastos governamentais nas últimas duas décadas mostra uma tendência de queda progressiva na participação da agricultura, tanto em termos absolutos quanto como percentagem dos gastos públicos federais. Em 1987, aproximadamente 12% de todas as despesas governamentais eram destinadas a programas agrícolas, totalizando mais de US$ 32 bilhões (valores de 2005). Em 2003, esse valor foi reduzido para US$ 9 bilhões, equivalente a 1,6% dos gastos totais da União (Gráfico 3).
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A redução nos gastos governamentais destinados a políticas voltadas à agricultura nos últimos 20 anos, tanto em termos absolutos (valores reais) quanto relativos (como percentagem do orçamento da União), ocorreu inserida no contexto das mudanças no cenário macroeconômico, das reformas liberalizantes e, mais recentemente, da priorização das questões relacionadas à inclusão social de agricultores e desempregados rurais e urbanos. A Tabela 2 mostra os valores e a composição dos gastos por administração desde a abertura democrática em 1985 até os dias de hoje. Desde o governo Sarney, nota-se uma redução nos gastos médios anuais com políticas agrícola e agrária de R$ 20,9 bilhões em 1985-1989 para R$ 10,7 bilhões em 2003-2005. Enquanto no governo Sarney a parcela dos gastos em políticas agrícola e agrária era de 5,6% dos gastos totais da União, essa parcela caiu para 1,8% nos três primeiros anos do governo Lula. A Tabela 2 também revela que houve uma mudança importante no direcionamento dos gastos do governo federal no que se refere à priorização entre políticas agrícolas ou políticas agrárias. No período estudado, os gastos médios anuais com políticas agrícolas tradicionais foram reduzidos de R$ 19,5 para R$ 5,8 bilhões, enquanto os gastos com organização agrária e agricultura familiar cresceram de R$ 1,3 para R$ 4,9 bilhões. O resultado é uma participação crescente nos programas de organização agrária e agricultura familiar nos gastos totais com agricultura de 6% no governo Sarney para 45% no governo Lula. Tal mudança de prioridade, que se inicia a partir da administração de Fernando Henrique Cardoso, é explicada em grande parte pelo estabelecimento do PRONAF em 1995 e pela criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em 2000, cujos gastos administrativos totalizaram mais de R$ 440 milhões em 2005.
Outra grande mudança estrutural na política agrícola brasileira aconteceu no governo Lula. Em 2004, por exemplo, os gastos com reforma agrária e agricultura familiar superaram as despesas da União com programas agrícolas tradicionais tais como abastecimento, promoção da produção, e irrigação. Essa transformação apóia-se sobre duas premissas: (a) no modelo de inclusão social, em substituição à segurança alimentar; e (b) a desregulamentação do mercado e a opção pelas exportações, levando a uma dependência cada vez menor do mercado doméstico e do apoio governamental. A primeira premissa decorre da mudança de estratégia do governo federal, que nos últimos anos têm-se voltado para o desenvolvimento da agricultura familiar em detrimento da agricultura comercial. Nesse contexto, o aumento das verbas para o PRONAF e reforma agrária contrasta com a redução do apoio a políticas governamentais intervencionistas que, no
passado, garantiam preços mínimos e proteção aos produtores rurais nacionais, mas também da redução de investimentos em pesquisa e extensão agropecuária, defesa sanitária e outros serviços que favorecem a competitividade setorial. Essa mudança de prioridade nas políticas voltadas para a agricultura está alinhada com outros programas assistencialistas da administração Lula, incluindo os programas "bolsa-família" e os benefícios tradicionais da aposentadoria rural. O segundo ponto, relacionado à desregulamentação da economia, sugere que as mudanças nas políticas agrícolas estão alinhadas às reformas estruturais que levaram à redução da intervenção do Estado na economia, concomitantemente ao estímulo ao desenvolvimento da economia de mercado. Uma hipótese para a priorização dos gastos com organização agrária e agricultura familiar reside na "lógica da ação coletiva", segundo a qual a provisão de bens públicos é confrontada pela NOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 19
atuação de grupos que fazem valer seus interesses particulares em determinados arranjos institucionais (OLSON, 1965). Em outras palavras, quando os benefícios são concentrados e os custos difusos, existem incentivos para a ação de grupos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de outras entidades afins que, embora se tenham mobilizado ainda durante o governo FHC, acabaram ganhando força principalmente no contexto da tolerância e identificação com as políticas assistencialistas do governo Lula. Análise Desagregada dos Gastos com Políticas Agrícola e Agrária (2000-2005) Nos últimos seis anos, a distribuição do orçamento governamental com políticas agrícolas e agrárias mostra duas tendências distintas. De 2000 a 2003, os gastos totais com agricultura apresentaram queda constante, passando de R$ 11 bilhões a R$ 9 bilhões. Conforme observado no Gráfico 4, os gastos com políticas agrícolas tradicionais mostraram redução de R$ 7,4 bilhões para R$ 5,3 bilhões, enquanto os gastos com organização agrária e agricultura familiar mantiveram-se relativamente constantes, oscilando em torno de R$ 3,7 bilhões. A partir de 2003, percebe-se uma clara tendência de aumento das despesas com a agricultura, em particular com organização agrária e agricultura familiar, que em 2005 foram 40% superiores aos valores de 2003. Por outro lado, ainda que se verifique uma reversão na queda dos gastos com políticas agrícolas tradicionais em 2005, o orçamento do ano passado ainda foi inferior ao montante do início da década. Observa-se, ainda, grande concentração em poucas subfunções e uma diminuição no número de programas - 33 nas políticas agrícolas tradicionais e 13 em organização agrária em 2005 (GASQUES et alli, 2006: 19), tendência oposta à expansão observada nos últimos anos.
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O Gráfico 5 e a Tabela 3 mostram a desagregação dos gastos por categoria. No caso das políticas agrícolas tradicionais, a variação média anual dos gastos do governo federal no período 2000-2005 aponta para uma queda da ordem de 4% ao ano. A evolução recente dos gastos deve-se às variações dos orçamentos com abastecimento e promoção da produção. A alocação com subvenções econômicas, por sua vez, parece ser inversamente proporcional aos gastos com as categorias previamente descritas. Por exemplo, os gastos com promoção da produção foram praticamente nulos em 2004, enquanto as despesas com encargos especiais foram mais de 20% superiores quando comparadas ao ano anterior. A pecuária requer recursos para pesquisa e defesa sanitária.
Vitché Palacin/Folha Imagem
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A desagregação das despesas com serviços gerais mostra que a maior diminuição ocorreu na defesa sanitária, cujos gastos em 2005 foram de aproximadamente R$ 100 milhões e que sofreu uma redução média de 12% a.a. nos últimos cinco anos. A queda no orçamento com pesquisa agropecuária (rubrica "desenvolvimento tecnológico e engenharia") foi menos significativa, sendo que em 2005 foram investidos R$ 150 milhões, valor um pouco abaixo do patamar de 2000. Dentre a categoria de serviços gerais, somente programas de extensão rural receberam um aumento de gastos no período estudado, chegando a R$ 175 milhões em 2005. No caso das subvenções econômicas para políticas agrícolas tradicionais, uma análise detalhada mostra que os gastos com crédito rural vêm apresentando tendência de redução nos últimos 30 anos, apesar do crescimento contínuo a partir de 2000. De acordo com CHADDAD & JANK (2005), as fontes não-tradicionais de crédito provenientes de bancos privados e instituições financeiras internacionais substituíram em parte as fontes oficiais de crédito rural nesse período. Com relação à organização agrária e agricultura familiar, o crescimento médio anual de 8,9% ao ano foi impulsionado principalmente pelos programas de apoio à agricultura familiar (PRONAF) que, em 2005, corresponderam à maior parte do orçamento dessa categoria, totalizando aproximadamente 36% das despesas realizadas. Dessas, mais de 90% corresponderam a encargos especiais, principalmente por meio de crédito rural aplicado (BRASIL, 2006). Assim como o PRONAF, os gastos com reforma agrária representam parte significativa das despesas com agricultura, alcançando R$ 1,7 bilhão em 2005, valor quase um quarto superior ao orçamento de 2003 e 2004 e basicamente representado por assentamentos, dos quais 80% correspondem ao Programa Novo Mundo Rural.
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Em 2005, as subvenções econômicas em organização agrária e agricultura familiar totalizaram R$ 1 bilhão, sendo basicamente compostas por crédito fundiário (R$ 427 milhões), despesas com assentamentos (R$ 364 milhões) e desenvolvimento sustentável (R$ 228 milhões). Finalmente, concluímos que existem não apenas movimentações dos recursos entre as diferentes categorias - política agrícola tradicional e organização agrária e agricultura familiar - mas também entre categorias de uma mesma classe. Na política agrícola tradicional, parece haver alternância entre alocações com abastecimento ou promoção da produção de um lado e subvenções econômicas de outro. Com relação à organização agrária, a complementaridade parece ocorrer entre o PRONAF e as outras categorias. Em ambas as classes verificam-se evoluções dos gastos administrativos, particularmente a partir de 2003. Gastos em Bens Públicos versus Gastos Dirigidos Uma questão importante em qualquer política pública é a distribuição dos benefícios dos programas adotados pelo governo. Para fins deste estudo, além das classes e categorias das despesas com políticas agrícolas e agrárias, efetuamos também divisão baseada em bens públicos (relativos aos benefícios sociais do programas estendidos a toda a sociedade) e os gastos dirigidos, cujos programas possuem um caráter discricionário, em que certos atores são privilegiados em função de necessidades específicas ou conveniência das circunstâncias. No presente trabalho, os gastos dirigidos incluem as despesas com subvenções econômicas em geral, reforma agrária, PRONAF e outros gastos de organização agrária, sendo o restante - com exceção dos gastos administrativos - classificado como bem público.
O Gráfico 6 mostra que, excluídas as despesas com administração, a maior parte dos recursos destinados recentemente às políticas agrícolas e agrárias foi destinada a gastos dirigidos. Em 2005, por exemplo, os gastos dirigidos foram aproximadamente duas vezes superiores aos gastos com bens públicos e alcançaram R$ 6,5 bilhões. Nota-se também uma tendência de redução dos gastos em bens públicos de R$ 3,8 bilhões em 2000 para R$ 1,3 bilhão em 2004, ao passo que os gastos dirigidos aumentaram no mesmo período. A variação em anos recentes deve-se às flutuações com as verbas destinadas ao PRONAF e, principalmente, devido às subvenções econômicas do MDA, que totalizaram mais de R$ 1 bilhão no ano passado. Essa tendência de diminuição de gastos com bens públicos beneficiando todos os produtores agropecuários é preocupante porque prejudica a competitividade atual e futura do agronegócio brasileiro. A redução dos gastos com pesquisa agropecuária e defesa sanitária - analisadas a seguir - são exemplos recentes das conseqüências negativas da mudança de prioridade nas políticas públicas voltadas à agricultura.
Paulo Liebert/AE
Gastos Públicos com Pesquisa Agropecuária: o caso da Embrapa. Tal como foi salientado na seção 2.1, foram os investimentos públicos realizados em pesquisa e extensão agropecuária desde a década de 1970 que permitiram o desenvolvimento e disseminação de novas tecnologias tropicais. A introdução dessas tecnologias explica, em grande parte, os ganhos de produtividade na agricultura brasileira e a expansão da fronteira agrícola. Projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico na agricultura ocorreram em diversos institutos de pesquisa e universidades públicas espalhadas pelo país, mas foi a Embrapa que despontou mundialmente como líder em tecnologias voltadas à agricultura tropical. Fundada em 1974, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária compreende uma rede de 37 centros de pesquisa, 3 unidades de serviço e 11 unidades centrais, empregando aproximadamente 2.000 pesquisadores (OCDE, 2005: 112).
Variedades de grãos de café recolhidos nas fazendas do grupo Veloso em Carmo do Paranaíba, em Minas Gerais.
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Fábio Rossi/AG
Entrevista a Tim Teixeira
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O milho é uma das culturas em que se usa semente geneticamente modificada). O Gráfico 7 mostra a evolução do orçamento da Embrapa desde a sua criação. Observamos duas tendências bastante claras, com oscilações em torno de um valor médio crescente até 1996 e redução gradativa nos últimos dez anos. Entre 1996 e 2005, o orçamento da Embrapa sofreu um corte real da ordem de 30%, caindo de R$ 1,4 para pouco menos de R$ 1 bilhão. Muitos dos gastos em pesquisa e desenvolvimento agropecuário não aparecem descritos como despesas públicas, pois provêm de captações externas e convênios com instituições internacionais (GASQUES et alli, 2006). Assim, embora 90% do orçamento da entidade ainda têm como origem dotações da União, é cada vez maior a dependência de recursos de fontes alternativas para o financiamento das pesquisas. Entretanto, parte significativa do orçamento da Embrapa é destinada ao pagamento de pessoal, com uma parcela reduzida destinada a investimentos em desenvolvimento científico e tecnológico. Em 2005, por exemplo, 70% do orçamento de R$ 956 milhões alocados para a entidade destinaram-se aos salários e benefícios dos empregados, 20% foram empregados em operações de custeio e somente 10% acabaram aplicados em capital. A redução do orçamento da Embrapa desde 1996 e o comprometimento de 90% desse orçamento em gastos correntes podem atrasar o desenvolvimento e adoção de novas tecnologias e assim reduzir os ganhos de produtividade e comprometer a competitividade futura do setor. Em uma pesquisa realizada pela revista Exame com 148 líderes do agronegócio em 2004, a redução nas verbas de pesquisa da Embrapa foi apontada como uma das três principais barreiras internas para o desenvolvimento do setor (EXAME, 2004).
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Marcos Bergamasco/Folha Imagem
Paulo Pinto/AE
Depois do fundo do poço, a redenção. É o que espera João de Almeida Sampaio Filho, presidente da Sociedade Rural Brasileira, numa rápida análise da situação da agricultura brasileira para o próximo ano. Nascido em São Paulo, 41 anos, formado em economia pela FAAP, filho, neto e bisneto de família tradicional do setor rural, ele cumpre seu segundo mandato à frente da SRB e, mais que a redenção, vê oportunidades extraordinárias para a agricultura brasileira nos próximos anos. "Mas precisamos fazer a lição de casa. Temos que diminuir a carga tributária, resolver a questão cambial e tomar sérias providências no setor de logística e infraestrutura". Sem isso, arrisca uma previsão pessimista: "Vamos perder de novo o bonde da história".
Como é que a agricultura termina o ano de 2006, visto que 2005 foi um ano difícil para os produtores? João Sampaio - Tanto 2005 quanto 2006 foram anos ruins para a agricultura, em função principalmente do câmbio, que, para alguns setores, diminuiu a receita e aumentou os custos de produção. Nesse período enfrentamos ainda uma seca muito forte e, no caso específico da soja, o ataque maciço da ferrugem asiática. Para o setor de grãos, 2006 foi muito pior do que 2005, até porque as finanças dos produtores já estavam deterioradas. Tivemos ainda o problema da aftosa, que comprometeu seriamente o setor, levando os pecuaristas a terem os piores preços praticados nos últimos 30 anos. Por extensão, esse problema afetou também o setor de carne suína, pois a Rússia (destino de 40% da nossa exportação) deixou de comprar, provocando uma queda brutal nos preços no mercado interno e os produtores amargaram um ano de muitos prejuízos. Para completar, a gripe aviária (embora não chegasse ao Brasil) afetou os avicultores, pela retração do mercado internacional. Nos últimos meses, começamos a perceber alguns sinais de recuperação, o que leva a crer que 2007 poderá ser um ano melhor, mesmo porque em 2006 chegamos ao fundo poço. Os fatores que atuaram negativamente em 2005 estão superados? JS - A questão cambial não. Mas a gente não imagina que ocorra uma valorização ainda maior do real. Trabalhamos até com a hipótese de uma desvalorização da nossa moeda. Além disso, os preços internacionais de algumas commodities (principalmente soja) reagiram. Os problemas resultantes da aftosa estão em grande parte superados e muitos embargos já foram levantados. A carne de frango voltou a ser consumida em todo mundo, principalmente a carne brasileira. E, por fim, o governo Lula, cujos três primeiros anos foram péssimos para a agricultura, conseguiu neste último ano fazer um pacote de apoio aos produtores: melhorou as linhas de crédito e criou alguns mecanismos de proteção à safra. Ainda temos problemas, mas eles são menores.
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O senhor tem números para situar os problemas vividos pelo setor rural nesse período? JS - O setor rural perdeu 30 bilhões de reais em receitas ao longo de 2006. Isso dá uma idéia do tamanho do rombo. Sem falar na queda do número de empregos com carteira assinada. No setor de maquinário agrícola, por exemplo, essa queda foi da ordem de 15%, sendo que no Rio Grande do Sul, onde se concentra a maior parte das empresas desse setor, as quedas nas vendas e empregos gerados foram maiores ainda: 20%. A previsão do Ministério da Agricultura (de uma colheita em torno de 125 milhões de grãos) vai se confirmar este ano? JS - Não se confirma. A previsão da SRB, desde o início do ano, era de um número próximo de 115 milhões de toneladas. O governo começou falando em 125 milhões, chegou a elevar a previsão para até 130 milhões e agora fala em 119 milhões. Não acredito, e talvez a gente não vá muito além dos 113 milhões de toneladas. É importante notar que esses números vêm caindo. A maior safra que o Brasil colheu foi a de 2002/2003, que chegou a 126 milhões de toneladas. De lá para cá vem diminuindo, ano após ano. Na verdade, neste ano pode até crescer um pouco em volume, mas não vai crescer em receita, porque houve uma grande substituição da soja pelo milho - e o milho, como se sabe, gera um volume maior, mas com receita menor. (Exemplificando: num hectare o produtor colhe em torno de 2.400 quilos de soja e 3.500 quilos de milho; mas, enquanto a saca de 60 quilos da soja vale de 10 a 12 dólares, a saca de milho não passa da metade desse valor). Como é que a agricultura brasileira se situa no quadro do crescimento da economia mundial? JS - A agricultura brasileira cresceu até 2002 e aí parou. O que cresceu internamente foi a agroenergia. É preciso ver que o mundo, cada vez mais, vai necessitar de alimentos e de energia. Os Estados Unidos têm um projeto chamado 15 to 15 (fifhteen to fifhteen), que consiste no seguinte: até o ano 2015, eles deverão adicionar 15 bilhões de galões de etanol na gasolina. Isso são 60 bilhões de litros. Hoje, o Brasil produz 22 bilhões e exporta apenas 2 bilhões de litros. Esse etanol vem do milho. Isso significa que os americanos vão substituir grande parte das áreas de soja. Significa também que grande parte do milho destinado à ração vai
ser utilizado para produção de etanol. Como eles vão tratar do seu gado e do seu frango? Ou seja, eles vão ter que importar. Ou soja, Nesse primeiro ou milho, ou a carne. Ou o próprio etanol. E mandato, o o Brasil está em condições de fornecer governo foi leniente qualquer um desses produtos. Pelo menos com os movimentos tem capacidade para isso. A demanda mundial vai melhorar os preços e o Brasil agrários, tem muito a ganhar com isso. Mas principalmente precisamos fazer a lição de casa. Ou seja, com o MST e precisamos diminuir a carga tributária, resolver a questão cambial e tomar sérias o MLST. Não providências no setor de logística e coibiu as invasões, infraestrutura. Se o Brasil não resolver nem mesmo rapidamente tudo isso, vamos perder o cumpriu a lei. ... bonde da história como maior fornecedor mundial de alimentos e Alan Marques/Folha Imagem de energia renovável. Qual é a participação dos principais produtos de exportação brasileiros no mercado mundial, hoje? JS - Hoje, o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de suco de laranja, café e açúcar. É o segundo maior produtor e exportador mundial de soja, de carne bovina e de carne de frango. É quarto na lista dos maiores produtores e exportadores mundiais de carne suína. Também tem uma atuação muito importante no setor de tabaco. Mas continuamos sujeitos a políticas pouco consistentes. Veja o caso do trigo: o Brasil, que chegou a ser o maior importador mundial, conseguiu inverter a equação e passou até a exportar. Agora, nos dois últimos anos precisamos importar novamente. Em termos globais (mercado interno e externo), quais são os números do agronegócio brasileiro? JS - O agronegócio oferece 35% dos empregos gerados no país, responde também por 40% das exportações e contribui com 80% do superávit comercial brasileiro e tem um peso próximo a 37% do PIB. Há possibilidade de se ampliar esses números? JS - Em termos de superávit comercial, há dois anos, o agronegócio chegou a representar 120%, diante da situação de
... Então, houve até um incentivo por parte do governo, que continuou ainda fornecendo cestas básicas para os invasores e continuou fazendo convênios com as cooperativas que representam esses movimentos.(O MST deixa a Fazenda Renascença, em Uruana, MG.)
déficit experimentado pela indústria e pelo comércio. Hoje todos os setores são superavitários, de modo que - ainda que não ocorra em termos percentuais - a ampliação dos números pode ser obtida em valores absolutos, principalmente se conseguirmos resolver os problemas e os gargalos que limitam as atividades do setor agrícola. Se no ano passado, mesmo com crise, o agronegócio respondeu por 80% do superávit comercial do país, significa que esse setor continua sustentando o país? JS - Não há dúvida. Não só é o setor que está sustentando o país, como é o grande responsável pela inflação baixa e pelo custo menor da cesta básica porque os alimentos estão muito baratos. Os números não dão razão aos que dizem que os agricultores reclamam de barriga cheia? JS - Se olharmos os números do ponto de vista macroeconômico, até se poderia dizer que sim. Mas, com exceção do açúcar e álcool e um pouco também do café, os demais setores perderam. Perderam renda e rentabilidade. O que os agricultores reclamam principalmente os de grãos e da pecuária - é que, embora tenham produzido muito, tiveram prejuízo na sua atividade. A gente sabe que os riscos são inerentes à atividade, mas o que se pede são providências de forma que os riscos possam ser controlados. Diferentemente da indústria e do comércio, a agricultura tem alguns riscos que a gente não tem como administrar. Clima, por exemplo. Outro exemplo: a ferrugem asiática que prejudicou os plantadores de soja. A aftosa foi outro caso: os pecuaristas fizeram sua parte, o governo não. Quanto aos demais riscos, são próprios de qualquer atividade e a gente não está pedindo nada mais do que pede o empresário urbano, ou seja, correção cambial, menor tributação, melhor gestão do governo, crédito mais barato. O que é importante é saber que volume não significa resultado positivo. NOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 59
O governo tem sido mais parceiro ou adversário? JS - O governo demorou para entender a real situação dos agricultores. Embora tivesse um ministro que é do setor e que conhece como poucos a agricultura brasileira, o governo Lula, ao longo dos três primeiros anos, mais atrapalhou do que ajudou. Neste último ano, passou a ser mais parceiro. Renegociou as dívidas, finalmente criou mecanismos de comercialização que eram reivindicados pelo setor, destinou recursos para defesa sanitária e atuou de maneira mais proativa nas negociações internacionais. Enfim, melhorou sua relação com o setor. Mas nos três primeiros anos teve uma atuação desastrosa. Arrisco até a dizer que, porque nomeou o Roberto Rodrigues como ministro da Agricultura, o governo achou que tudo estava resolvido. E isso se mostrou um equívoco, apesar de toda a competência do ministro. O que se pode dizer da atuação do governo em relação ao câmbio? JS - Nessa questão cambial, o governo precisa agir de maneira a reduzir juros e criar condições macroeconômicas para que o real se desvalorize um pouco em relação ao dólar principalmente. O câmbio brasileiro não pode ser muito diferente do câmbio argentino e uruguaio, porque trabalhamos praticamente com os mesmos fundamentos. Se o câmbio argentino está em 3,10 o brasileiro não poderia ser inferior a 2,80. Uma diferença de até 10% é aceitável. Além disso, fica complicado. E em relação a crédito e custeio? JS - Até pouco tempo, trabalhávamos com os mecanismos de crédito rural criados 30 anos atrás. Nesse último ano, o governo evoluiu criando novos mecanismos de comercialização, que somente agora começam a ser melhor trabalhados. Uma reivindicação muito antiga é a questão do seguro rural, que traria modernização para o setor. Para isso é preciso que o governo atue como indutor, como regulamentador. É preciso que corrija distorções, como o monopólio de resseguros do IRB. É preciso ser criado um fundo de catástrofe. Enfim, são mecanismos que existem em todos os países de agricultura forte, como Estados Unidos, França, Canadá, Alemanha.
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Nacional Finanças Tr i b u t o s Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
17 MILHÕES DE ISENTOS DEVEM DADOS AO LEÃO
11,3
milhões de reais foi quanto o IPVA rendeu aos cofres de Rio Claro no ano passado
SUBSTITUTIVO AFASTA AUMENTO DO IPTU, MAS MANTÉM PROGRAMA DE PARCELAMENTO DE DÉBITOS
MODIFICADO, X-TUDO VAI A VOTAÇÃO Luludi/LUZ
Divulgação
Newton Santos/Digna Imagem
A
Comissão de Constituição de Justiça da Câmara Municipal de São Paulo votará hoje o substitutivo elaborado pelo Centrão – grupo formado por vereadores do PL, PTB PSB, PP, PMDB, PV e PFL – e pelo PT ao Projeto de Lei nº 552, da Prefeitura, o chamado X-Tudo. O substitutivo institui apenas o Parcelamento Administrativo de Débitos Tributários, que constava no projeto original do prefeito Gilberto Kassab (PFL). A proposta inicial do prefeito incluía ainda reajuste em até 10% no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de 2007 de imóveis do centro expandido e áreas valorizadas e também ampliava a base de cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS). O presidente da CCJ, João Antonio (PT), garante que tem seis votos para aprovar o subs-
Tormin: projeto é constitucional
João Antonio: projeto é ilegal
titutivo elaborado pelos vereadores Attila Russomanno (PP) e Aurélio Nomura (PV). São necessários cinco. Uma vez aprovada, a matéria passará por outras comissões da Casa e precisa de 28 votos para receber aval positivo em plenário. O substitutivo do Centrão e do
PT engessa as ações de Kassab, que terá de enviar um novo substitutivo e percorrer todo caminho de aprovação para então ser definido como matéria principal para votação ou ser fundido com o do Centrão/PT. "O projeto original fica sepultado. Se quiser aumen-
tar o IPTU e outros impostos terá de fazer projetos em separado para que os vereadores analisem. O X-Tudo é inconstitucional", disse João Antônio. O secretário-adjunto de Finanças, George Hermann Rodolfo Tormin, estranhamente, disse, durante a audiência pública, que ficou sabendo somente ontem pela imprensa do recuo do prefeito Kassab com relação ao X-Tudo. Ele deu explicações sobre o projeto nº 552. "A proposta, no entender da Prefeitura, não é inconstitucional", disse Tormin. O prefeito temia que o projeto original fosse derrubado na CCJ e anunciou na segunda-feira o recuo. A decisão satisfez entidades como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Ordem dos Advogados do Brasil, que pressionaram o Executivo em relação ao aumento da carga tributária. (AE)
Sindicato defende acordo para FGTS
O
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos da Força Sindical (CNTM), Eleno Bezerra, enviará um ofício aos sindicatos patronais e à Confederação Nacional da Indústria (CNI) para propor um acordo em relação ao pagamento da multa de 40% do FGTS aos aposentados demitidos sem justa causa. A idéia é
que as empresas façam o pagamento do valor atualizado da multa em até seis parcelas para os trabalhadores que aderirem a um acordo coletivo. O acordo seria semelhante ao que foi feito durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para o pag a m e n t o d o s re s í d u o s d o FGTS relativos aos Planos Verão 1 (1989) e Collor (1990). "É um acordo bom para os
trabalhadores, que receberão os valores mais rapidamente, e para as empresas, que se livram dos custos processuais que teriam caso recebessem uma enxurrada de processos individuais", afirmou. Eleno disse estar otimista em relação à resposta da CNI e dos sindicatos patronais a respeito do acordo, mas ressaltou que caso a proposta não seja aceita, os sindicatos serão orientados a
entrar com processos coletivos contra as empresas. "O trâmite de processos coletivos é menor que no caso de processos individuais, e eles não abarrotam a Justiça", disse. "Mas não acredito que os empresários não queiram negociar, porque os custos processuais, juros, correção, honorários e multa dos processos seriam maiores que aquilo que seria pago no acordo coletivo", acrescentou. (AE)
Para o prefeito de Rio Claro, Nevoeiro Júnior, medida é legal
Rio Claro usa IPVA para atrair empresa
P
rojeto de Lei aprovado na cidade de Rio Claro, a 170 quilômetros de São Paulo, prevê a devolução de 25% do valor do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para pessoas físicas ou jurídicas que possuem o veículo registrado em outras cidades e se dispuserem a fazer a transferência para o município. Com a medida, proposta pelo prefeito da cidade, Demerval da Fonseca Nevoeiro Júnior (PFL), o município pretende dobrar a arrecadação do IPVA que, no ano passado, foi de R$ 11,3 milhões. Para o advogado tributarista Roberto Mateus Ordine, "a medida soa como guerra fiscal". O prefeito de Rio Claro nega que a prática configure um incentivo fiscal irregular. Segundo ele, grande número de veículos registrados em outros municípios pertencem a pessoas físicas ou jurídicas residentes ou com sede em Rio Claro. "A medida só traria de volta o que de direito é do município", justifica o prefeito. No entanto, ele admite que um dos focos do projeto de lei é "atrair para Rio Claro as frotas de empresas, principalmente transportadoras, instaladas em municípios vizinhos. Custos – O que determina o recolhimento do IPVA é o local de residência, no caso da pessoa física, ou o local onde a matriz ou a filial de uma empresa está instalada. Portanto, um empresário interessado na proposta de Rio Claro terá de instalar um escritório na cidade e transferir sua frota para, então, conseguir o desconto no imposto. Para transferir um carro com valor venal de R$ 30 mil de um município paulista para outro, segundo Joel Feli-
ciano, despachante da auto escola Catedral, é necessário desembolsar R$ 107 de taxa de transferência, R$ 47 de licenciamento e outros R$ 54 para mudar a targeta da placa. O que totaliza R$ 208. No momento de pagar o IPVA, se o carro for a gasolina, a alíquota é de 4% que, aplicada sobre os R$ 30 mil, daria R$ 1,2 mil. Com a devolução de 25%, segundo a proposta da prefeitura de Rio Claro, R$ 300 voltariam para as mãos do proprietário do veículo. O benefício proposto por Rio Claro começa a vigorar em 2007 e deve ser concedido uma única vez. Ele deve ser requerido pelo próprio contribuinte em um prazo de 30 dias após a comprovação do recolhimento total do imposto, segundo o projeto. Para ter os 25% do valor pago devolvido, o contribuinte precisa anexar cópia autenticada do documento de propriedade do veículo, do comprovante de transferência e também da guia do recolhimento do imposto. Outras guerras – Ou tros municípios paulistas já adotaram medidas para "conquistar" o contribuinte. É o caso de São Bernardo do Campo, no ABC, que, no ano passado, lançou uma campanha alertando sobre a irregularidade de residir em um município e licenciar o veículo em outro. A campanha não previa a devolução do tributo. Mas segundo a prefeitura do município, na comparação entre janeiro e outubro deste ano com o mesmo período de 2005, a arrecadação do IPVA aumentou 17%, saltando de R$ 56,6 milhões para R$ 66,2 milhões. Já no município de Carapicuíba uma medida parecida não surtiu efeito. Renato Carbonari Ibelli
Isentos: perto Adiada votação do prazo final do Superleão
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Caixa Econômica Federal (CEF) havia recebido até ontem 46 milhões de declarações de isento do Imposto de Renda. De acordo com balanço da instituição, 27% dos contribuintes ainda não prestaram contas à Receita Federal, o que equivale a cerca de 17 milhões de pessoas. O prazo termina no dia 30 de novembro. A declaração de isento é obrigatória para quem teve rendimentos inferiores a R$ 13.968 em 2005. As pessoas que tiveram o número de seu CPF incluído na declaração de renda do ano passado, na condição de cônjuge ou dependente, não precisam prestar as informações. Na entrega, os contribuintes podem utilizar o site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br) (AE)
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Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou para a próxima semana a votação do projeto que cria a Super Receita – unificação da Secretaria da Receita Federal com a Secretaria da Receita Previdenciária. O líder do governo na Casa, senador Romero Jucá (PMDB-PR), informou que vai discutir ajustes no texto com o relator da matéria, senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA). Em novembro de 2005, o governo enviou Projeto de Lei ao Congresso criando a Receita Federal do Brasil, chamada Super Receita. O projeto foi enviado depois que a Medida Provisória nº 258 perdeu sua validade no Congresso. A MP chegou a ser votada na Câmara, mas não houve tempo de ser apreciada pelos senadores. (AE)
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Nacional Empresas Conjuntura Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
IMPORTAÇÃO DE CARROS AUMENTOU 74,6%
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investigações sobre dumping foram abertas pelo Brasil desde 1995
EXPANSÃO DAS IMPORTAÇÕES ATINGE PRINCIPALMENTE SETORES DE CALÇADOS, COURO E PELES
AUMENTA CONSUMO DE IMPORTADOS Milton Mansilha/LUZ
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Para o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, governo é um grande prestador de serviços
"Quem já fez o ajuste descobriu a América"
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empresário Jorge Gerdau Johannpeter concordou com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e disse que um choque de gestão que reduza em R$ 50 bilhões as despesas da Previdência em quatro anos é mesmo uma "descoberta da América". O comentário foi feito ontem, em Porto Alegre, em meio à apresentação do futuro presidente do Grupo Gerdau, André Bier Johannpeter. A frase de Gerdau é a mesma que o ministro usou na segunda-feira para lançar dúvidas sobre a proposta para ajustar as contas da Previdência, apresentada ao governo pelo consultor Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG). "Quem já fez isso (o ajuste) descobriu a América", disse Gerdau. "As empresas boas descobriram a América, Minas Gerais descobriu a América", complementou, numa referência a quem já aplicou orientações de Falconi e teria conseguido bons resultados. Apesar de parecer irônico, Gerdau fez questão de reconhecer que a implantação de uma cultura de gestão é "tremendamente difícil" inclusive nas empresas. "É só fazendo que você vai acreditar nisso", afirmou. O empresário lembrou que os programas de qualidade migraram das indústrias para as outras atividades econômicas. Destacou que o governo nada mais é do que uma grande empresa prestadora de serviços e que pode ser gerenciada como tal. "É só ana-
lisar os processos e tentar melhorá-los", comparou afirmando que boas tecnologias de gestão reduzem até a corrupção, não só no governo como nas empresas. Aposentadoria – Em resposta, Mantega disse que as propostas que estão em discussão na equipe econômica consideram não apenas o choque de gestão, mas também mudanças estruturais nas regras da aposentadoria, como por exemplo a alteração do limite de idade para a aposentadoria, tanto para homens quanto para mulheres. Os técnicos ainda não encontraram o consenso nas discussões, mas está sendo reduzido o nível de resistência à adoção de uma idade mínima para a aposentadoria, medida que seria adotada de forma gradual, sem sustos para os contribuintes do INSS e sem estimular uma corrida para obtenção dos benefícios. A questão da necessidade de o governo enfrentar essa discussão é considerada até mesmo no estudo de Falconi, de acordo com técnicos. Hoje, as aposentadorias são consideradas a partir do tempo de contribuição, com a adoção do chamado fator previdenciário. Por meio desse fator, quanto maior tempo o trabalhador se mantiver no mercado de trabalho, maior será o valor de sua aposentadoria. O limite imposto por Lula é que nenhuma medida prejudique a classe média e as classes de menor renda, que garantiram a sua reeleição.
Nos estudos sobre idade mínima está em análise a criação de um mecanismo de ajuste periódico desse limite à expectativa de vida da população. A idéia é que esses ajustes sejam mecanismos de longo prazo, por exemplo dez anos, e sempre relacionados ao censo populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Infra-estrutura O governo também está avaliando a possibilidade de elevar os recursos dentro do Programa Piloto de Investimento Público (PPI), destinado a financiar obras de infra-estrutura. Na prática, a ação abriria espaço para redução das economias que o setor público tem de fazer para cumprir a meta fiscal. "Nós estamos estudando a possibilidade de elevação do PPI, que é bom esclarecer que se trata de um tipo de investimento de qualidade. Isso não seria uma ação isolada, mas integrada com o programa de ajuste fiscal do governo", afirmou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os gastos referentes ao PPI, lançado em 2005, podem ser abatidos da meta de superávit primário do setor público, atualmente de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB). A cifra dedicada ao programa foi de R$ 3,2 bilhões no ano passado e deve ficar em R$ 3 bilhões em 2006, ou 0,15% do PIB. Para o próximo ano, a proposta de lei orçamentária prevê R$ 4,6 bilhões para projetos do PPI, ou cerca de 0,2% do PIB. (Agências)
Contra a China, só antidumping
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a prática, a China ainda não é considerada uma economia de mercado pelo Departamento de Defesa Comercial, do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC). Por isso, em caso de prática desleal de comércio, o Brasil usa medidas antidumping contra a China, "que é mais fácil de ser configurada". Na prática, insistiu o diretor do Departamento de defesa Comercial (Decom), Fernando de Magalhães Furlan, o reconhecimento só ocorrerá depois de concluídas duas etapas: a China cumprir todos os compromissos assumidos no acordo – que prevê compra de 50 aviões da Embraer, habilitação de frigoríficos brasileiros para exportar para aquele País, investir no gasoduto nordeste (Gasene), etc – e o acordo ser regulamentado pela Secretaria de Comercio Exterior (Secex). Em outras palavras, ainda
falta chão para que o País seja tratado como uma verdadeira economia de mercado, o que lhe daria o mesmo tratamento dispensado aos Estados Unidos (EUA) e União Européia. Mas Furlan assegurou, durante encontro com empresários na Associação de Empresas Brasileiras para Integração de Mercados (Adebim), que esse reconhecimento "político" foi importante para abrir espaço para o Brasil no bilionário mercado chinês. Diálogo – "O ambiente entre Brasil e China é muito bom", disse. Tanto que dois acordos importantes já foram fechados: um têxtil, "que só é semelhante com outros firmados com EUA e UE". E um "acordo de convivência", acertado entre a Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos (Abrinq) e sua similar chinesa, que garante 50% do nosso mercado a indústria local. "Temos conseguido equacio-
nar os potenciais pontos de atrito entre os dois países com um diálogo franco e permanente", explicou Furlan, ao acrescentar que nada impede a instauração de várias investigações de defesa comercial contra a China, caso necessário. Investigações – Na verdade, estão em curso investigações na área de ferros elétricos de passar roupa, ventiladores de mesa, escovas de cabelo, óculos de sol e decorações de natal, entre outras. Mas os números revelam melhor atuação do Decom, desde sua criação, em 1995. De lá para cá, foram abertas e encerradas 249 investigações, sendo que outras 17 ainda estão caminhando, num total de 266. O Decom registra também 41 petições indeferidas, sendo 17 delas contra a China. No entanto, há 21 novas petições em análise pelo órgão do MIDC, sendo 13 contra produtos chineses. Sergio Leopoldo Rodrigues
Brasil está substituindo parte do consumo de produtos nacionais por importados em determinados setores. O aumento das importações em relação ao consumo aparente nacional (produção mais importação menos exportação) atinge setores como os de calçados, couros e peles, veículos automotores, artigos de vestuário, petróleo e carvão e indústrias diversas. "Onde isso é preocupante mesmo é no setor de calçados", disse o economista Fernando Ribeiro, da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), que identificou a substituição de produtos nacionais. O fenômeno é mais evidente no setor de calçados, couros e peles. A participação dos produtos importados no consumo nacional desses artigos subiu de 18,2% para 29,2% em apenas um ano, do primeiro semestre de 2005 para os primeiros seis meses de 2006. O consumo aparente desse tipo de produto, no mesmo período, caiu 27,6%
mas, mesmo assim, a importação aumentou 15,6%. Com a redução do espaço no mercado doméstico, as empresas desses setores procuraram vender mais para o exterior. A parcela produzida pelo segmento destinada à exportação cresceu de 74,5% para 83,8% do primeiro semestre do ano passado para igual período deste ano. Mas isso foi insuficiente para evitar uma queda de 1,6% na produção nacional. Automóveis – O setor de automóveis também mostra tendência a continuar com a substituição dos produtos nacionais por importados, segundo Ribeiro. Em 2004, os importados representavam 5,2% do consumo aparente nacional de veículos automotores. Passaram para 6,9%, em 2005, e no primeiro semestre deste ano chegaram a 7,8% dos veículos automotores vendidos no mercado interno. As importações de automóveis aumentaram 74,6% do primeiro semestre do ano passado para igual período deste ano. A grande diferença para o setor de calça-
dos é que o consumo aparente de veículos automotores aumentou em 25,6% nos primeiros seis meses de 2006 em relação a igual período deste ano, permitindo aumento da produção nacional, embora em proporção menor, de 21%. Ribeiro observa que nos setores têxtil e de artigos de vestuário a preocupação é maior com a tendência de crescimento dos importados. A participação dos importados no consumo nacional ainda é relativamente pequena. No caso de artigos de vestuário, essa fatia era de 2,8% no primeiro semestre de 2005 e passou para 3,7% nos primeiros seis meses deste ano. No de têxteis, o aumento foi de 7,6% para 9,5%. Em 1998, a participação dos importados no consumo nacional aparente de têxteis era de 9,4%. Já em petróleo e carvão o aumento da participação dos importados no consumo ocorre mais em função do aumento de preço dos produtos estrangeiros que da quantidade e não é uma tendência, lembra Ribeiro. (AE)
Fiesp pede reformas
maiores investimentos em infra-estrutura, além de reformas para reduzir o chamado custo Brasil e fazer a economia crescer mais aceleradamente. "Hoje nós temos um cenário hostil ao crescimento. Há uma série de questões que precisam ser acertadas, como a carga
tributária, seguros elevadíssimos, infraestrutura precária. Tudo isso é custo Brasil", disse. As declarações foram feitas depois de um encontro com o relator-geral do Orçamento de 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RO). (AE)
O
presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaff, disse ontem que o País precisa de
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Estilo Nacional Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BANCOS FINANCIAM IMÓVEIS SEM TR
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
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bilhão de reais é o orçamento da Caixa Econômica para o crédito imobiliário consignado
BANCOS UTILIZAM FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS SEM TR PARA ESTIMULAR PAGAMENTOS PONTUAIS
PRÊMIOS PARA BONS PAGADORES
O
anúncio de que alguns bancos vão isentar da cobrança da Taxa Referencial (TR) quem for pontual no pagamento das prestações de contratos habitacionais pode ser a porta de entrada para uma nova onda de premiações ao bom pagador. É verdade que o benefício tem sido usado por algumas instituições como uma maneira de forçar o mutuário a não cair na inadimplência. Mas não deixa de ser uma bonificação para quem paga as contas em dia. "No passado, quando os juros chegaram a mais de 45% ao ano, os bancos também lançaram promoções para atrair os clientes pontuais. Ofereciam a quitação da última parcela para os clientes que pagavam os contratos em dia. Agora, como a realidade de juros é outra, esse tipo de promoção deixou de existir", diz o economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A Caixa Econômica Federal é uma das pioneiras em usar a isenção da TR como bonificação aos bons pagadores. Ela acaba de lançar uma linha de financiamento sem a cobrança
Paulo Pampolin/Digna Imagem – 11/10/02
de TR somente para os mutuários que optarem por pagar as prestações com desconto direto na folha de pagamento ou débito em conta corrente, por entender que com essa forma de pagamento as chances de inadimplência são menores. Além disso, as parcelas mensais têm juros prefixados variando de 11,9% (a menor taxa de mercado) até 14,5% ao ano, de acordo com o valor do imóvel e com a forma de pagamento autorizada pelo mutuário. Até o fim do ano, a Caixa dispõe de cerca de R$ 1 bilhão para a nova linha de crédito. Parcelas decrescentes — O HSBC é outro banco que decidiu apostar nesse tipo de estratégia. A instituição lançou o Credimóvel, uma linha de financiamento que tem prazo de até 10 anos, com parcelas decrescentes e taxa de juros de 1% ao mês. Uma das principais características desse produto é justamente a eliminação da cobrança da TR para os clientes que efetuarem em dia o pagamento das mensalidades. Antes de ser lançado em âmbito nacional, o Credimóvel foi testado nas cidades de Curitiba e Porto Alegre, onde a receptividade foi considerada positiva pelo banco.
Para o diretor de crédito imobiliário do HSBC, Roberto Sampaio, o atual cenário econômico e as recentes medidas legais — como a regulamentação da lei do patrimônio de afetação e substituição da hipoteca pela alienação fiduciária — estimularam a instituição a desenvolver esse produto. "O sucessivo decréscimo das taxas de juros e o aumento da renda da população, fatores somados às recentes medidas legais, criaram um novo ânimo para o desenvolvimento do crédito imobiliário", diz Sampaio. Além de oferecer uma taxa de juros inferior à do mercado para produtos de taxa fixa, o Credimóvel do HSBC traz outras inovações. Os serviços de despachante serão gratuitos (inicialmente para as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Florianópolis) e as taxas de inscrição e expediente poderão ser incluídas no financiamento, mesmo que a parcela tenha alcançado o limite de 25% da renda. O produto pode ser utilizado para o financiamento de imóveis com preço mínimo de R$ 200 mil. Adriana Gavaça
Juro de acordo com o cliente
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obrar juros de acordo com o histórico de pagamento do consumidor. Esse é o principal objetivo do projeto de lei que cria o cadastro positivo, um instrumento que permitirá a bancos e lojistas conhecer de perto o perfil do cliente para quem estão oferecendo crédito. Apesar de o projeto ainda estar em tramitação no Congresso Nacional, muitas instituições já utilizam em larga escala o histórico de pagamentos como ponto de partida na hora de fixar taxas de juros em empréstimos ou no financiamento de uma venda. O problema é que esse tipo de análise só é possível quando o cliente é reincidente, ou seja, nas ocasiões em que já tomou crédito no banco ou comprou na loja. "Se é um cliente novo, ele certamente terá que arcar com taxas mais salgadas, justamente por não ter como apresentar seu histórico de bom pagador", diz o economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). (AG)
Rede varejista especializada em roupas, calçados e acessórios vai vender seguros para os clientes
Lojas Renner vai oferecer produtos da Porto Seguro
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s p a rc e r i a s e n t re grandes redes varejistas, companhias de seguro e bancos foram o caminho encontrado pelas empresas para diversificar a oferta de produtos financeiros ao consumidor. A Lojas Renner, uma das líderes no segmento de roupas e acessórios, acaba de entrar na disputa, por meio de um acordo com a Porto Seguro. A parceria, que deve começar no primeiro semestre do próximo ano, prevê a oferta de cinco modelos de apólices, duas delas exclusivas para os usuários do cartão de crédito da rede varejista. O diretor Administrativo e de Relações com Investidores da Renner, José Carlos Hruby, informou que os estudos para uma parceria começaram no último mês de agosto. Após um levantamento com 32 seguradoras, a Porto foi a escolhida. "Passamos a contar com a experiência da Porto no setor de seguros, e a seguradora terá acesso aos 81 pontos de venda que teremos até o final deste ano." Pelo contrato, válido por cinco anos, a Renner vai ofe-
Google a US$ 500
A
s ações do Google, líder de buscas na internet, ultrapassaram ontem a
recer aos clientes seguro residencial e cobertura para pagamento de mensalidades escolares. Para os detentores do cartão da rede serão oferecidas coberturas para perda ou roubo e para desemprego. A Renner tem hoje 9,7 milhões de usuários do cartão. A decisão de entrar no segmento de produtos financeiros, de acordo com executivos da Renner, foi tomada depois da pulverização do capital da empresa, operação realizada no mercado em junho do ano passado. A antiga controladora da rede, a americana J.C. Penney, não incluía os segmentos financeiro e de seguros como parte de sua estratégia de negócios no mercado brasileiro. Atualmente, os papéis da rede varejista são negociados no Novo Mercado, segmento especial da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Concorrência — Outras redes varejistas, como o Magazine Luiza, a C&A e o Carrefour, já atuam nos setores financeiro e no de seguros. Essa expansão comprova a tendência que o varejo tem de diversificar seu
leque de ofertas para os clientes, principalmente com a ampliação do crédito e outras formas de impedir a inadimplência, como o seguro desemprego, que garante a quitação das parcelas a vencer. O Magazine Luiza, por exemplo, tem hoje duas parcerias: uma com o Unibanco, o que originou sua linhas de produtos financeiros (LuizaCred), e outra com o grupo francês Cardif, que deu origem à LuizaSeg, que agora atua no ramo de seguros e de capitalização. O primeiro modelo já representa 25% dos lucros da empresa e o segundo, 15%. O modelo da C&A foi criado por meio de uma parceria com o banco IBI, o que permitiu a oferta de uma carteira que vai do empréstimo pessoal ao seguro odontológico. Já a rede Carrefour decidiu, após contratar o executivo Celso Amâncio, diretor de crediário das Casas Bahia por 30 anos, operar seu próprio modelo bancário. O banco Carrefour iniciou suas atividades com uma carteira de R$ 1,5 bilhão.
marca de US$ 500 pela primeira vez, dando seqüência à valorização firme registrada desde que a companhia abriu o capital e passou a ter papéis negociados em bolsa, em 2004. No início, as ações valiam US$ 85. A
expectativa dos analistas é de que as ações do Google cheguem a US$ 600. Na tarde de ontem, os papéis tinham em Nova York alta de 1,88%, para US$ 504,35, a maior alta do índice Nasdaq, que operava estável. (Reuters)
Davi Franzon
Vista aérea da estação do metrô e do Shopping Center Tatuapé
O futuro de São Paulo passa pelos trilhos Projeto-desafio da Secretaria dos Transportes Metropolitanos: até 2012, a cidade terá uma rede metro-ferroviária de 385 km, que beneficiará 7,3 milhões de pessoas. Cidades Especial Ricardo Pádue/AFG
Ano 81 - Nº 22.257
R$ 0,60
São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h45
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Roosewelt Pinheiro/ABr
Milton Mansilha/LUZ
Afif e Graziano na equipe de Serra José Serra anunciou ontem mais três nomes que irão participar de sua administração em SP. Guilherme Afif Domingos (PFL), para a Secretaria das Relações do Trabalho e Emprego; Xico Graziano, para a recém-criada Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente; e João de Almeida Sampaio Filho, para a Agricultura. Pág. 5
Choque no ar: FAB admite falha de controle
Lula, o conciliador, ataca Três dias depois de acenar com uma bandeira de paz para os tucanos, o presidente voltou a atacar a oposição, durante visita ao governador Blairo Maggi, no Mato Grosso. Página 3
Brigadeiro Luiz Carlos Bueno (foto) admitiu ontem, em audiência no Senado, a possibilidade de o controle aéreo ter sido induzido a falha por falta de comunicação do vôo do Legacy, antes de chocar-se com o Boeing da Gol. Em Logo
João Rosan/AE
Reforma da casa com o 13º Cerca de 4% da população brasileira utilizará o 13º salário para comprar material de construção. Ajudam também a redução do IPI de mais de 40 produtos do setor, a desvalorização do dólar e a forte concorrência no mercado. E 5
HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 14º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 28º C. Mínima 13º C.
VIVA A NATUREZA !
GOLPE PAPAI NOEL
Como o mercado cultiva a beleza das flores.
Ladrão se dá mal ao tentar roubar padaria pela chaminé. Logo
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Cidades ESPECIAL
Ricardo Padue/AFG
Transportes DIÁRIO DO COMÉRCIO
1 O ir e vir na cidade é uma questão urbanística. Com os projetos para a rede metroferroviária, a cidade vai se aparelhar e se organizar em função de novas opções de transportes. Alfredo Cotait Neto, vice-presidente da ACSP
O metrô é sinônimo de transporte de massa moderno. Sobre trilhos, tem papel fundamental no descongestionamento da cidade, dominada pelo automóvel. É também grande indutor de progresso.
SOBRE OS TRILHOS DO FUTURO Até 2012, São Paulo deverá ter uma rede metro-ferroviária de 385 quilômetros, beneficiando 7,3 milhões de pessoas. Essa é a previsão do Programa de Investimentos (Pitu), da Secretaria dos Transportes Metropolitanos. O governo José Serra, por se iniciar, terá pela frente pelo menos dois grandes desafios: rever a prioridade dada até hoje ao transporte individual e buscar novas alternativas de financiamento. Rejane Tamoto
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m 2012 será mais fácil se locomover, de carro ou por transporte coletivo, na Região Metropolitana de São Paulo. A afirmação até parece uma fantasia, mas é a meta da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, com a implementação de linhas e estações previstas no Programa de Investimentos (Pitu). O projeto para os próximos seis anos é somar 30 quilômetros à atual rede de 58 quilômetros de metrô e mais 26 quilômetros à rede de 270 quilômetros de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A concretização dessa meta também depende do novo secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, anunciado anteontem pelo governador-eleito José Serra. O atual secretário, Jurandir Fernandes, disse que se o Pitu for seguido nesta e na próxima gestão estadual, em 2012 a rede metro-ferroviária terá 385 quilômetros construídos, atenderá 7,3 milhões de pessoas e possibilitará uma velocidade 30% maior nos percursos feitos tanto por veículos particulares como por coletivos. De acordo com o secretário, alcançar essa meta exigirá a modernização da CPTM e a ampliação da estrutura da Companhia do Metropolitano (Metrô). Para que tais projetos entrem em prática, serão necessários US$ 6,3 bilhões, cujo financiamento deverá ter como fonte o Estado, o Município, o Governo Federal, Parcerias Público-Privadas (PPPs) e outras formas de captação alternativas em estudo, como o mercado de capitais. Segundo Fernandes, a meta do Metrô é atingir, em 2025, 163 quilômetros de linhas, magnitude mais do que necessária para uma cidade que recebe 500 novos carros por dia em suas ruas, já ocupadas por uma frota de 5,5 milhões de veículos. "A situação viária está estrangulada do ponto de vista econômico e social. O Centro Histórico da cidade foi abandonado pelo comércio e pelo setor de serviços no passado por causa dos congestionamentos", disse o arquiteto e urbanista Cândido Malta Campos Filho, ex-secretário municipal de Planejamento na gestão Olavo Setúbal (1975-1979). "O ir e vir na cidade é uma questão urbanística. Com os projetos para a rede metro-ferroviária, a cidade vai se aparelhar e se organizar em função de novas opções de transportes", afirmou o vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e coordenador da Comissão de Política Urbana (CPU) da entidade, Alfredo Cotait Neto. Aeroporto – Dos cerca de oito projetos de extensão da rede metro-ferroviária do Pitu, cerca de sete estão no programa do governador-eleito José Serra, divulgado antes da eleição. Os únicos projetos que não figuravam nas prioridades de transporte do então candidato Serra são o Expresso Aeroporto e o Trem de Guarulhos. Juntos, eles têm custo estimado de R$ 1,4 milhão. No entanto, a Secretaria de Transportes Metropolitanos lançou duas propostas ao mercado. Uma delas é uma linha do Trem de Guarulhos, que sairia do Brás com destino a Zezinho Magalhães, com 19 quilômetros de extensão e três estações. A outra, o Expresso Aeroporto, um trem com ar-condicionado e tarifa diferenciada, percorreria um trajeto de 31 quilômetros, com saída da estação Barra Funda e uma única parada, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Segundo Fernandes, cerca de 120 investidores apresentarão propostas para os dois sistemas até o próximo mês. "Depois de escolher a melhor proposta, abriremos licitação", afirmou.
ainda, a reforma de 12 composições e a implantação de equipamentos voltados à acessibilidade. A linha F, que atende o trecho Brás-Calmon Viana, deverá ser modernizada e ampliada. O projeto de extensão agrega as seguintes estações ao percurso: Jardim Helena, Jardim Romano e USP Leste. Um prolongamento de 2,7 quilômetros levará o trem até Suzano. Está prevista, ainda, a reconstrução das estações Ermelino Matarazzo e Itaim Paulista. Para a rede de trens da CPTM, há ainda dois projetos no papel, como a construção de cinco estações no Expresso Leste, que ampliará a ligação já existente do Centro a Guaianases, na zona leste. A ampliação, a partir de Guaianases, incluirá as estações Antonio Gianetti, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Calmon Viana e Suzano. O Expresso
Para a viabilização desses projetos, tudo deverá começar do zero, já que a secretaria possui apenas os espaços para a construção das linhas. Os recursos deverão vir pelo modelo de PPPs. A necessidade de um trem que chegue ao aeroporto de Guarulhos, na opinião do urbanista Cândido Malta, é urgente. "Congonhas está superlotado, com o tráfego aéreo expandido, porque as pessoas evitam Guarulhos. Não querem enfrentar congestionamentos", disse Malta. Segundo Cotait, o projeto de um trem expresso para Cumbica é fundamental em termos de correção do fluxo. " O importante é que as pessoas evitem circular no trânsito, sobre rodas", disse. Trens - Dos projetos do programa de governo de Serra, alguns estão em andamento, como a ampliação de três estações da Linha C, e a extensão de mais quatro na Linha F, da CPTM. A linha C, que faz a ligação Osasco-Jurubatuba receberá as estações Autódromo, Interlagos e Grajaú até o próximo ano. Estão previstas, Milton Mansilha/Luz - 11/09/2006
Ampliação do metrô dependerá de formas alternativas de financiamento
Sudeste, no papel, deve integrar a região central com o ABCD. O projeto é implantar uma via expressa de 29 quilômetros, ao lado da linha D da CPTM, que parte das estações Barra Funda, Luz e Brás, com quatro paradas: Tamanduateí, São Caetano, Santo André e Mauá. Os investimentos devem vir de parcerias entre prefeituras, iniciativa privada e financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da União. Metrô - Dos projetos para o metrô, dois estão em obras e com previsão de término até 2012. Um deles é a extensão linha 2 Verde (Ana Rosa-Tamanduateí), que será feita com recursos do BNDES. "Em março, será finalizada a estação Alto do Ipiranga", disse Fernandes. Outro projeto em andamento é a construção da linha 4 Amarela (Vila Sônia-Luz), subterrânea, com 13 quilômetros de extensão. A primeira fase de operação está prevista para o final de 2008, com a inauguração de seis de 11 estações. A linha 4 será financiada por meio de PPPs, pelo Banco Mundial e Banco para a Cooperação Internacional do Japão. Com a concessionária escolhida por meio de licitação, a viabilização da linha depende ainda de análise do mérito pelo Tribunal de Justiça, de uma representação feita pelo sindicato dos metroviários, que pediu a suspensão da licitação. Em agosto, o sindicato da categoria promoveu uma greve política que prejudicou três milhões de pessoas contra a utilização de PPP para a linha 4. "Aguardamos a decisão da Justiça para assinar o contrato. As obras de estrutura continuam, porque a concessionária entrará com os trens". A última das linhas previstas para 2012 é a 5 Lilás (Largo TrezeChácara Klabin), que aumentará a utilização do trecho Largo TrezeCapão Redondo e fará conexão com as linhas 1 e 2 do Metrô, além da linha C da CPTM. "Com certeza, o governador Serra pensará em um tratamento para esta linha", disse Fernandes. A expansão do transporte sobre trilhos está nas páginas 2,3,4
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quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Paulo Pinto/AE - 21/12/2004
E c co S
Os transportes coletivos, especialmente aqueles sobre trilhos, como metrô e trens urbanos, devem ser as prioridades do poder público Paulo Pampolin/Hype
Leonardo Rodrigues/Hype - 21/08/2006
Cotait: inves malha viári
Vice-presidente da Associação Comercial de São Pau Alfredo Cotait Neto, vicepresidente da ACSP: o favorecimento concentrado do transporte individual foi um erro urbanístico
Fernandes: capacidade de endividamento do Estado está esgotada
A Rodoanel completo vai ajudar. Mas só dentro de quatro anos. O Trecho Sul começou a ser construído com seis anos de atraso. Quando estiver pronto, reduzirá em 43% o tráfego diário de caminhões nas marginais.
A
redução dos congestionamentos na Região Metropolitana de São Paulo passa por investimentos inteligentes na malha viária. O início da construção de 57 quilômetros do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, iniciada com seis anos de atraso, no dia 19 de setembro, reduzirá tempos de viagem, mas só daqui a quatro anos. O trecho, que fará a ligação de Taboão da Serra a Mauá, terá início no trevo da rodovia Régis Bittencourt e cortará seis municípios: Embu, Itapecerica da Serra, São Paulo, São Bernardo, Santo André e Ribeirão Pires. A estimativa da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) é de uma redução de 43% no tráfego diário de 165 mil caminhões nas marginais e de 37% de 25 mil veículos desse tipo na avenida dos Bandeirantes. Os benefícios do Trecho Sul do Rodoanel, segundo o diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio
(Embraesp), Luiz Paulo Pompéia, se estenderão à circulação de veículos de passeio. "A importância do Rodoanel está além da melhoria que trará ao transporte de cargas. A locomoção de pessoas que optaram por morar em outros municípios, mas que trabalham em São Paulo, vai melhorar", disse. Tempo - A avaliação de Pompéia tem como base um estudo que mediu o impacto do Trecho Oeste do Rodoanel, o único em funcionamento desde 2002, que liga a estrada velha de Campinas à rodovia BR-116. Uma das conclusões é que o trecho Oeste do Rodoanel reduziu em uma hora diária o tempo de viagem de quem precisa ir à Capital todos os dias. Esse é o caso do administrador da área de vendas, Fernando Assumpção, de 28 anos. Com uma hora a mais de tempo livre diariamente, ele diz que economiza 10% em combustível e está menos
estressado. "Passei a ficar mais tempo com a família e senti aumento de produtividade no trabalho. Não só porque chego meia hora antes no escritório, mas também porque visito clientes de várias regiões da cidade. Com o Rodoanel, o acesso à Capital está melhor", disse. Todos os dias Assumpção sai da Granja Viana, onde reside, às 7h30, e chega ao local de trabalho, na avenida Giovani Groncchi, em São Paulo, às 8h10. "Antes do Rodoanel, eu demorava uma hora e 10 minutos para cumprir o trajeto, porque tinha de fazer o caminho Raposo Tavares/Butantã/marginal Pinheiros, rumo à zona sul". Assumpção sempre traça rotas que passem pelo Rodoanel, mesmo quando tem de visitar clientes situados na zona norte da capital paulista. "Se tenho de usar a rodovia Raposo Tavares, fora do Rodoanel, fico irritado por causa do trânsito carregado". (RT)
lógica de que a vida é uma equação, na qual o tempo é a variável mais importante, se aplica à importância do crescimento da malha metroferroviária previsto pelo Programa de Investimentos (Pitu) da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, na opinião de especialistas. De acordo com o vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e coordenador de sua Comissão de Política Urbana (CPU), Alfredo Cotait Neto, um dos erros urbanísticos ocorridos em São Paulo, nos últimos anos, foi o investimento concentrado na malha viária. Os projetos sobre trilhos do Pitu, na opinião de Cotait, correm atrás do crescimento de diversos bairros da Região Metropolitana de São Paulo. "Está sendo feito o caminho contrário, porque uma região tem de ser primeiramente conquistada, colonizada e habitada. Isso significa que o planejamento urbano, em primeiro lugar, tem de preparar as áreas para o fluxo de pessoas e para a habitação, como ocorreu no interior do Estado, que recebeu o desenvolvimento pelos trilhos da Sorocabana. Essa é a forma correta de planejar urbanisticamente a cidade", disse Cotait. Valorização – De acordo com o urbanista Cândido Malta Campos Filho, congestionamentos degradam regiões e, à medida que essas áreas recebem a rede metro-ferroviária, podem se valorizar novamente. "Os empresários sempre buscam áreas com capacidade de circulação", disse. Segundo Malta, a expansão do metrô é a solução para muitos problemas, entre eles o da diminuição do fluxo de veículos na cidade. "O metrô é unanimidade, porque atrai pobres e ricos".
Ricardo Padue/AFG
Participar da valorização imobil
De acordo com o urbanista, a regiões que receberão investi mentos sobre trilhos só serão va lorizadas num raio de 600 me tros a partir das estações. "Esse número é determinado pela dis tância que se pode andar a pé" afirmou. Segundo ele, a valori zação se expandirá mais a parti do momento em que existir um transporte ágil, que leve as pes soas às estações. Um dos projetos defendido pelo urbanista para democrati zar a valorização imobiliária que o metrô induz é a implanta ção de microônibus, que façam os trajetos interbairros e levem passageiros para as estações de trens e de metrô. "Os microônibus seriam uma alternativa para as pessoas que só se locomovem de carro parti cular e não são atraídas pelo sis tema de ônibus hoje existente" disse Malta. O projeto, segundo
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quarta-feira, 22 de novembro de 2006
CIDADE ESPECI
mapa mostra a rede metro-ferroviária olidada, prevista para 2012, de acordo o Programa de Investimentos (Pitu), da etaria de Transportes Metropolitanos. Serão 385 quilômetros de trilhos, tendendo 7,3 milhões de pessoas.
stimento concentrado na a foi um erro urbanístico
coordenador de sua Comissão de Política Urbana, Alfredo Cotait Neto, defende a expansão do metrô e dos trens
de regiões que recebam estações de metrô: novas formas de captação
urbanista, agilizaria a adesão esse extrato da população (que ó circula de carro) ao transporte oletivo. Motivo: "A expansão ompleta da malha metro-ferroi á r i a e s t á p re v i s t a p a r a o no de 2025", disse. A lei que institui os microônius em São Paulo foi aprovada m 2001 e, de caráter complementar, atenderia a um número mitado de passageiros, com tafa diferenciada. Os microônius teriam a função de interligar airros a estações de trem e de metrô. De acordo com o coordeador do comitê técnico da Comissão de Política Urbana da ACSP, Gerson Gomez, o projeto ão evoluiu por ser considerado eficitário por empresários do etor de transporte. Tendência – De acordo com o iretor de planejamento e exansão dos Transportes Metroolitanos, Renato Pires de Car-
valho Viegas, a integração da rede metro-ferroviária com os ônibus será inevitável e deverá provocar uma mudança de comportamento ainda maior na sociedade. A tendência, diz ele, é que com a expansão da malha metro-ferroviária, em 2025, de 23% para 32% em relação a outras modalidades de transporte coletivo, a população opte pelos trilhos. "É uma opção puramente racional. Basta fazer o cálculo do gasto financeiro e do tempo de viagem", disse. Um exemplo dessa mudança de comportamento, disse, ocorreu na linha C da CPTM, que faz o percurso JurubatubaOsasco, lateralmente à marginal Pinheiros. "Há muitos executivos que usam essa linha de trem para ir à região da Berrini e da Vila Olímpia. Isso porque o trem tem ar condicionado e é confortável", explicou Viegas.
Desafio – Para atingir os cerca de 385 quilômetros de rede de trens e metrô até 2012, a Secretaria de Transportes Metropolitanos precisará de US$ 6,3 bilhões. Desse montante, cerca de US$ 1,8 bilhão já está empenhado em projetos que serão concluídos até 2007. "Será necessário captar mais US$ 4,5 bilhões para atingir a meta em 2012", disse o secretário de Estado de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. Segundo ele, uma parte da linha 4 do metrô já está viabilizada financeiramente por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs). "A outra parcela para a construção dessa linha e para a modernização da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) terá de ser captada. Precisamos de cerca de US$ 900 milhões/ano para cumprir o Pitu no período de 2008 a 2012. Esses recursos não podem sair só do Estado, mas também da União, dos municípios, além de outras fontes alternativas de financiamento", disse. Segundo Fernandes, a capacidade de endividamento do Estado já está esgotada e, por isso, estão sendo estudadas alternativas aos empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). Alternativas – Fernandes explica que a PPP (que financia a construção da linha 4 Amarela do metrô) é uma espécie de concessão patrocinada. O Estado participa com uma parte dos custos e concede a linha para que a iniciativa privada a explore por até 30 anos. "A PPP é uma alternativa a projetos de alto investimento da secretaria. A viabilização da linha 5 Lilás pode ocorrer por meio de uma PPP.
Principalmente, porque parte geiro paga à vista". Se a modalidadela já está pronta", disse. de de financiamento pelo Fidc tiUm outro modelo de financia- ver sucesso na CPTM, a idéia é exmento (em análise para a mo- pandi-la para os outros projetos. dernização da CPTM) é o Fundo Valorização imobiliária - Oude Investimentos de Direitos tra maneira de captar recursos Creditórios (Fidc). Essa alterna- para investir na rede, segundo o tiva consiste na venda de emis- diretor de planejamento e exsão de títulos recebíveis e está pansão dos Transportes Metroem estudo para financiar a linha politanos, Renato Pires de CarF e a linha C da CPTM. "Precisa- valho Viegas, é participar da vamos captar R$ 200 lorização imobimilhões no mercaliária de regiões do de capitais. A que recebam estaproposta está na ç õ e s d e m e t rô . Comissão de Va"Estamos desenlores Mobiliários A concepção de volvendo um es(CVM), que fará a investimento público tudo de acompaúltima análise annhamento dos não pode ser a fundo tes do lançamento imóveis do entordos títulos", disse. perdido. É preciso no das estações O Fidc, segundo retorno financeiro da linha 4 do meFernandes, é uma e social. trô. A idéia é come s p é c i e d e e mparar seus valoAlfredo Cotait Neto, res com os imópréstimo do mercado financeiro. vice-presidente da ACSP veis de bairros se"Digamos que as melhantes, mas duas estações traque não tenham gam 100 mil passageiros/dia a metrô por perto. mais para a CPTM. Da receita O objetivo é obter dados nudesse acréscimo às bilheterias, méricos e descobrir quanto as cerca de 70% serão destinados a áreas serão valorizadas em terum fundo de investimento. O mos imobiliários, em decorrênfundo vai para o mercado de ca- cia das novas estações de mepitais e investidores comprarão trô", afirmou Viegas. cotas. Com o dinheiro das cotas, a Outorga onerosa – De acordo CPTM fará as obras. O investidor com o diretor, a implantação de terá garantias de receber o paga- estações de metrô provoca aumento dessas cotas por meio dos mento da demanda por imórecursos pagos pelos passageiros veis e da verticalização. A valoadicionais, em oito anos, com ju- rização, segundo Viegas, é estiros. É um investimento de menor mada em 30% sobre o valor do risco, porque na CPTM o passa- imóvel. Uma das propostas do
Metrô é fixar em lei que parcela dos recursos obt pela Prefeitura por meio d t o rg a o n e ro s a v o l t e à sobre trilhos. A outorga onerosa é a v do direito de construir pela feitura às construtoras, pre no plano diretor estratégic algumas regiões que receb metrô. Os recursos advind outorga também poderã destinados a um fundo do nicípio para operações urb de investimentos nas regiõ Retorno social – O vice-p dente da ACSP Alfredo C Neto defende que o acrés ao Imposto Territorial Pr Urbano (IPTU) oriund áreas beneficiadas pelas ções de metrô sejam conv dos em benefícios pa própria região. "A outorga onerosa é in ciente em relação ao que a d o m e t rô p ro p o rc i o n o bairro. Deveria haver um tra forma de retorno do in timento em transporte p sociedade como um to afirmou Cotait. Para o vice presidente d sociação Comercial de São lo, é necessário criar mec mos de retorno dos investi tos nos bairros. "A concepção de investi to público não pode ser a fu perdido. É preciso retorn nanceiro e social. Quem se b ficia tem de dar o retorno", cluiu Cotait. (RT)
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quarta-feira, 22 de novembro de 2006 Rafael Hupsel/Luz
Ricardo Padue/AFG
Terreno onde será construído o Shopping Metrô Tucuruvi, na zona norte Rafael Hupsel/Luz
Compras em shopping center e transporte de massa pelo metrô: uma combinação perfeita no Tatuapé, em plena zona leste da cidade.
Shopping center e metrô, exemplo de casamento feliz Modelo já foi aprovado nas estações Santa Cruz e Tatuapé, com grande estímulo aos negócios. O mix de comércio, circulação de pessoas e opções de transporte coletivo é poderoso atrativo.
A
f ó rm u l a d e i n t eg r a r s h o pp i n g s a e s t ações de metrô e a terminais de ônibus, adotada nas estações Santa Cruz e Ta t u a p é d o metrô, deve se repetir nas regiões de Itaquera, na zona leste, e no Tucuruvi, na zona norte da cidade. O sucesso desse mix impulsionou as obras de ampliação de dois shoppings já anexados ao metrô: o Shopping Santa Cruz e o Shopping Tatuapé. Para a che-
fe de departamento de novos negócios do Metrô, Cristina de Carvalho Bastos, shopping anexo ao metrô é um casamento perfeito. "A facilidade de acesso do metrô atrai mais clientes ao shopping que, entre um trajeto e outro, param para fazer compras. Para o metrô é positivo porque otimiza o sistema, que tem circulação de pessoas o tempo todo, mesmo em horários tranqüilos". Os shoppings existentes geram R$ 8 milhões/ano ao caixa do Metrô. Os terrenos são locados para os empreendedores por 50 anos. De acordo com Cristina, o comércio de rua exis-
tente no entorno de shoppings associados a estações de metrô pode se beneficiar pelo aumento de circulação de pessoas e também pela valorização e verticalização imobiliária comercial e residencial. Em bairros valorizados, ocorre a extensão de melhorias. Por outro lado, em áreas distantes da região central, como Tucuruvi e Itaquera, a expectativa é de que os empreendimentos gerem mais empregos locais e estimulem a verticalização e valorização imobiliária. Ampliação- Com apenas cinco anos de existência (idade em que normalmente os shoppings
Obras iniciais do Shopping Metrô Itaquera, também na zona leste
Rafael Hupsel/Luz
fora do metrô concluem seu período de amadurecimento) o Shopping Metrô Santa Cruz, na zona sul da cidade, já precisou ser ampliado. "A maturação de shoppings integrados ao metrô ocorre no segundo Natal após a inauguração", comparou Cristina Bastos. Em abril deste ano, foram abertas mais 24 lojas e oito quiosques em uma área de 2,6 mil m², conhecido como Piso Passarela. O investimento, de R$ 20 milhões, atende a um público consumidor de 70 mil pessoas/dia, das classes A e B. Atração – O mix de comércio, circulação de pessoas e o leque de opções de transporte coletivo foram ingredientes que atraíram o gerente da ASB Financeira, Marcelo Luiz da Silva, a se instalar na região. Há um ano na rua Loefgreen, ao lado do terminal de ônibus do shopping Metrô Santa Cruz, o gerente fecha cerca de 70 contratos/mês, resultado superior ao alcançado por uma filial da empresa, localizada em Pinheiros há 3 anos. "Decidimos pelo entorno do Shopping Santa Cruz pelo movimento de pessoas". O superintendente da Distrital Sudeste da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Giacinto Cosimo Cataldo, acredita que o shopping na região do metrô Santa Cruz impulsionou o comércio de rua a investir para atender melhor os clientes. "Com circulação maior de pessoas, o comércio entra no projeto de requalificação de ruas comerciais e investe nas calçadas e fachadas. É um processo positivo, que ocorre na avenida Lins de Vasconcelos", disse. Outro lado - Na região do Shopping Metrô Tatuapé, na zona leste, está em construção mais um empreendimento, o Shopping Metrô Tatuapé 2. A expectativa do superintendente da Distrital Tatuapé da ACSP, Antônio Sampaio Teixeira, é de que o novo shopping equilibre o desenvolvimento existente na região. O Tatuapé 2 terá uma área bruta de 21 mil m², 180 lojas e será inaugurado em abril de 2007. O empreendimento, de R$ 160 milhões, complementará o shopping já existente, inaugurado em 1997. "A ampliação é resultado da crescente demanda de pessoas no shopping, impulsionada pela rede de transporte coletivo, pelo terminal de ônibus e pelas estações de metrô e de trem", afirmou a chefe de novos negócios do Metrô. De acordo com o superintendente da Distrital Tatuapé da ACSP, Antônio Sampaio Teixeira, quando o shopping Metrô Tatuapé foi construído na pista Centro-bairro da Radial Leste impulsionou a verticalização da região, num raio de extensão até o Jardim Anália Franco. Com o Tatuapé 2 em construção, na outra pista da Radial, o
Obras do Shopping Metrô Tatuapé 2, na avenida Radial Leste
desenvolvimento chegará até a avenida Celso Garcia. "O lado do Tatuapé desse lado da avenida é mais parado. Com a inauguração do segundo shopping deverá ocorrer uma verticalização, dinamização do comércio de rua e dos serviços’", disse. Quem confirma a expectativa é o subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak. Segundo ele, já existem projetos aprovados para a verticalização imobiliária e residencial do entorno do novo shopping Tatuapé 2. "O Tatuapé e a Mooca são regiões em crescimento, que receberão quatro mil unidades habitacionais nos próximos dois anos", afirmou Odloak. Empregos – Quem espera pelo desenvolvimento alavancado pelos shoppings associados a estações de metrô são os comerciantes e moradores das zonas leste, em Itaquera, e norte, no Tucuruvi, regiões mais distantes do Centro. Para eles, a chegada de empreendimentos significa aumento da oferta regional de empregos. O shopping Itaquera está em obras em um terreno de 119 mil m² e terá nove salas de cinema, um supermercado e 220 lojas. "Será um shopping horizontal, com inauguração prevista para outubro do ano que vem", disse a gerente do metrô. O investimento, de R$ 150 milhões, tem um significado maior do que o lazer que trará à região, segundo o subprefeito de Itaquera, Laert de Lima Teixeira. "Serão 2.500 empregos diretos em uma região onde o desafio é oportunidade de emprego".
Na opinião do subprefeito, o desenvolvimento econômico de Itaquera ocorrerá naturalmente, já que a região também recebe investimentos no sistema viário, pela Prefeitura. Comércio- A estação Tucuruvi é o fim da linha norte-sul do Metrô. Mas para quem mora e trabalha por ali, um novo horizonte pode surgir com a inauguração de um shopping sobre a estação de metrô. Segundo a proprietária da loja de produtos para informática e assistência técnica Santana Revisa Informática, Sandra Mariza Amaral, a região do Tucuruvi é carente em alguns segmentos de comércio, como o de brinquedos e de moda. "Também não há cinemas. Temos de ir ao Shopping D ou ao Center Norte", disse. Há oito anos na região, Sandra possui dois estabelecimentos e espera poder abrir uma loja no empreendimento. O Shopping Tucuruvi ainda está em fase de projeto e de comercialização de espaços. A previsão é que a área de 60 mil m² tenha 180 lojas, um terminal de ônibus integrado e seja inaugurado em 2009, com investimento de R$ 90 milhões. O subprefeito de Santana, Luiz Antônio Carvalho Pacheco, aposta na mudança de vocação do Tucuruvi. "Por ser final de linha, a característica da estação é diferente. Com o shopping, esse perfil mudará com o aumento da circulação de pessoas. O empreendimento atrairá o segmento de serviços, carente no bairro", concluiu. (RT)
O problema não é o custeio mas o seguro, diz Graziano. Fotos: Paulo Pampolin/Hype
Com gráficos e tabelas, Fábio Chaddad e Marcos Jank mostraram a atual situação da...
N
O engenheiro Xico Graziano, Mestre em Economia Rural, é Doutor em Administração de Empresas. Foi chefe de gabinete da Presidência da República, presidente do INCRA (governo Fernando Henrique Cardoso) e secretário estadual de Agricultura e Abastecimento (governo Mário Covas). Deputado Federal-PSDB, pronunciou conferência no Seminário Repensando as Políticas Agrícolas na Associação Comercial de São Paulo, em 3/7/2006, da qual destacamos o texto desta página e o da seguinte. 52 DIGESTO ECONÔMICO NOVEMBRO 2006
os últimos dez anos, com a grande expansão da agropecuária rumo ao interior do País, rumo a Goiás, Mato Grosso, Piauí, Maranhão, Tocantins e Rondônia, eu tenho procurado mostrar a importância histórica de o País interiorizar o seu desenvolvimento. Esse processo de interiorização do desenvolvimento está refreado neste momento, por causa de políticas públicas insuficientes. Para isso vou destacar aqui as tarefas fundamentais. A primeira delas: em todas as nações, a agricultura, as florestas e a pesca estão unificadas em termos de políticas públicas. Aqui estão separadas. E ainda inventamos um jeito brasileiro, dividimos a agricultura em duas, a agricultura dos pequenos e a agricultura dos grandes, ou a agricultura dos agronegócios e a agricultura do familiar, ou a agricultura dos ricos e a agricultura dos pobres. É como se tivesse o ministério da Agricultura dos pequenos e o ministério da Agricultura dos grandes. Segundo, a reforma agrária era para ser feita nas décadas de 60 e 70. Nós não fizemos, estamos fazendo agora e está dando tudo errado. Então a coisa mais sensata é não fazer mais reforma agrária e sim cuidar da reforma agrária que já foi feita. Afinal de contas, certo ou errado, 40 milhões de hectares de terra foram distribuídos, no mínimo 900 mil famílias receberam sua parte. 40 milhões de hectares é pouco ou é muito? Na safra plantada
DIÁRIO DO COMÉRCIO Eu prometo servir com lealdade e patriotismo como presidente legítimo do México, proteger os direitos dos mexicanos e assegurar a felicidade e o bem-estar do povo
Alfredo Estrella/AFP
Andrés Manuel López Obrador, ontem, ao se autoproclamar presidente do México, após perder a eleição presidencial por apenas 0,56 ponto porcentual para Felipe Calderón.
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/
NOVEMBRO
2 -.LOGO
22 Dia do Músico Dia da Liberdade
A VIAÇÃO L ÍBANO
Aeronáutica faz "mea culpa" no acidente da Gol
Ministro "anti-Síria" é assassinado O ministro da Indústria do Líbano, Pierre Gemayel, foi morto ontem a tiros na periferia de Beirute, num momento em que o governo libanês vive uma grave crise política por causa da renúncia recente de seis ministros ligados ao grupo xiita Hezbollah e ao presidente Émile Lahud. Gemayel, de 34 anos, era um proeminente líder cristão e, ao contrário do Hezbollah e de Lahud, se opunha à influência da Síria em seu país. De acordo com as autoridades libanesas, o comboio no qual ele viajava foi atacado por pelo menos três homens armados no bairro
cristão de Sin El-Fil. Um veículo fechou o carro do ministro e em seguida os três homens desceram e começaram a disparar. Gemayel recebeu tiros no pescoço e chegou a ser levado para o hospital. O filho do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, Saad Hariri, culpou a Síria pela morte de Gemayel, mas Damasco condenou o assassinato. O Hezbollah também negou qualquer envolvimento no atentado e – por meio do deputado Hassan Fadallah – pediu "que não fossem feitas acusações precipitadas".
C INEMA Paul J. Richards/AFP Photo
L
R ANKING
Morreu ontem, aos 81 anos de idade, o diretor de cinema Robert Altman. Indicado cinco vezes ao Oscar, somente neste ano ele recebeu um prêmio honorário da academia pelo conjunto de sua obra.
C OLÔMBIA
Brasil é o 67º em Militares acham igualdade entre sexos explosivos da Farc Nenhum país do mundo atingiu a igualdade de gêneros em áreas como educação, saúde, emprego e política, segundo um ranking feito com 115 países, divulgado ontem por pesquisadores da Universidade Harvard, da London Business School e do Fórum Econômico Mundial. A Suécia lidera a lista. O Brasil está na 67ª posição. As Filipinas, em sexto, são o único asiático entre os dez melhores. Os EUA estão em 22º. Chamado de Índice da Distância de Gênero, o ranking abrange 90% da população mundial. E M
O Exército colombiano encontrou mais de uma tonelada de explosivos que supostos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) armazenavam em Putumayo, departamento da fronteira sul com o Equador e o Peru. O material, localizado por tropas de uma brigada militar, estava escondido numa zona rural próxima ao centro urbano de Orito. Também foram encontrados dinamites, 50 quilos de estilhaços e 1.000 metros de pavio, entre outros elementos.
Roosewelt Pinheiro/ABr
A TRASOS
O
comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, admitiu, pela primeira vez, que "pode ter havido um erro" em uma informação de um controlador de vôo que estava encerrando seu turno de serviço, em Brasília, antes do choque do jato Legacy com o Boeing da Gol em que morreram 154 pessoas no dia 29 de setembro. O Legacy partira de São José dos Campos para Manaus via Brasília. Segundo Bueno, o controlador que deixava o turno passou para seu substituto "uma informação falsa que pensava ser verdadeira", pois disse que o Legacy estava no nível 360, quando, na verdade, era 370. "Acho que houve uma indução de que o avião estava no nível 370, que (o operador) passou dessa forma. Ele (o novo controlador) não teve sombra de dúvida de que o avião estava no nível 360", relatou o comandante da Aeronáutica em explanação no Senado, em sessão conjunta das Comissões de Infra-Estrutura e de Relações Exteriores e Defesa Nacional. O comandante explicou que sua afirmação era baseada nas informações de que dispunha "até agora" e que "está tudo sob investigação". Sobre o plano
Viagens de fim de ano podem ter problemas
O comandante Luiz Carlos Bueno admitiu, ontem, possível erro de controlador
de vôo do Legacy, Bueno disse: "Era chegar a Brasília no nível 370: a partir daí, mudar para 360 e, depois, para 380. Só que, quando passou por Brasília, o Legacy deixou de falar, e o transponder de transmitir." Bueno disse também que, a partir de Brasília, somente um radar primário, que não fornece dados precisos de altitude, dava informações sobre o vôo. E foi com base nesses dados, que o controlador julgava corretos, que informou o seu substituto. Pressão – O jornalista Joe Sharkey, que estava a bordo do jato Legacy, mais uma vez reclamou da retenção dos pilotos Joe Lepore e Jan Paladino. Na edição de ontem do jornal The New
York Times, Sharkey afirmou em um artigo intitulado "Presos em uma selva burocrática após pousar um jato avariado" que eles estão há 53 dias confinados em um quarto de hotel no Rio, sem saírem de lá por medo da reação dos brasileiros. "Eles não foram acusados de nada nem se produziu alguma evidência de sua culpa. Mas na sexta-feira, um juiz negou o último pedido deles receberem de volta seus passaportes, e disse que deveriam permanecer no Brasil até a conclusão da investigação, que pode levar pelo menos mais dez meses", disse o jornalista, que considera a reação dos brasileiro ao caso um tanto "antiamericana".
Patrícia Santos/AE
C A R T A Z
L
AGLOMERAÇÃO – Passageiros lotam o saguão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, aguardando embarque. A Agência Nacional de Aviação Civil informou, ontem, que vai ajustar os horários dos vôos para reduzir a concentração em determinados períodos.
A um mês dos feriados de Natal e de Ano Novo, quando aumentam as viagens de turismo, as autoridades ainda divergem sobre a situação dos aeroportos. O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, deu ontem uma perspectiva otimista. "Já temos gente suficiente para a safra de final de ano, os senhores não precisam ficar preocupados com os períodos de férias", garantiu Bueno. O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Milton Zuanazzi, porém, foi mais pessimista. "Não dá para garantir que a crise terá terminado até o fim do ano porque não tem controlador na esquina, mas pelo menos o problema estará mitigado", afirmou ele. O ministro da Defesa, Waldir Pires, acrescentou que um grupo de trabalho foi criado para propor mudanças no sistema de controle aéreo. "Mas tenho esperança que em 30 ou 60 dias a situação deverá estar mais sólida, mas não totalmente tranqüila" afirmou o ministro, admitindo que poderá chegar a até um ano uma solução definitiva para a falta de controladores treinados. Bueno justificou a confiança informando que até 10 de dezembro 46 controladores estarão trabalhando em Brasília. Entre esses profissionais estão os que foram transferidos de outros estados para a capital, os aposentados voluntários que concordaram em voltar às atividades e os novos controladores que estão se formando. O comandante do Departamento de Controle de Tráfego Aéreo (Decea), Paulo Roberto Vilarinho, acrescentou que estarão em funcionamento nos próximos dias duas novas rotas aéreas: uma permitirá que os vôos do Sudeste para o Nordeste, e viceversa, sejam controlados pelo Cindacta de Recife (PE) e os vôos do Sudeste para o Norte serem monitorados por Manaus. "Isso vai desafogar o controle aéreo de Brasília", afirmou Vilarinho. Também está sendo estudada a alteração da grade de vôos. P APAI NOEL
A STROLOGIA
EXPOSIÇÃO Você Está Aqui? (Um olhar lúdico sobre São Paulo.) Desenhos de Paulo Von Poser sobre fotos de Cristina Guerra, tiradas durante viagens em um dirigível. Mostra na Galeria da Caixa Paulista. Avenida Paulista, 2.083. Das 10h às 21h. Grátis. Telefone: 3107-0498. G @DGET DU JOUR
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Carlos Henrique da Silva, de 24 anos, foi o protagonista de uma ocorrência policial inusitada. Ele ficou preso na chaminé de uma padaria que freqüentava na cidade de Bauru, ao tentar roubá-la. Como ficou preso, começou a gritar e o Corpo de Bombeiros precisou ser chamado para retirá-lo de lá. Depois de ter sido levado ao hospital, foi encaminhado para o plantão do 3º Distrito Policial. L OTERIAS Concurso nº 507 da Dupla Sena Primeiro Sorteio 08
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Justiça aceita denúncia do Ministério Público contra namorada do Coronel Ubiratan Ministros do Supremo Tribunal confirmam a não obrigatoriedade de diploma de jornalista
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cha envenenada. A seta atravessou-lhe o coração matando-o, mas, por acidente, atingiu Quíron em seguida. O bom centauro tentou a cura, sem sucesso. Doía-lhe tanto que desejou morrer, algo impossível por ser imortal. Prometeu, para amenizar sua dor, trocou de condição com ele e o libertou. Desde então, Sagitário e suas estrelas repousam no céu. Aspectos astrológicos: idealismo, evolução, fuga do cotidiano, busca do conhecimento.
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e hoje a 21 de dezem- homem. Abrigou Esculábro a flecha de Sagitá- pio, filho de Apolo, transmirio (do latim sagitta- tindo-lhe a ciência médica. Os templos erigidos rius, arqueiro) aponta e m s u a h o m e n apara o centro da gem logo se torelíptica, indicann a r i a m h o s p ido o vôo em bustais. Seu bastão, ca da sabedoria. c o m u m a s e rA história da pente enrolada, constelação refevirou o símbolo re-se a Quíron, o da Medicina. mais justo e sábio Como os demais centauro, mestre O. Sequetin centauros eram seldas artes, da guerra, vagens e violentos, da caça e da cura. Divindade imortal, corpo Hércules quis eliminar Élade cavalo, torso e cabeça de to, o mais cruel, com uma fle-
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A empresa dinamarquesa TrioBike criou essa versátil combinação de bicicleta e carrinho de bebê, onde as duas partes podem ser separadas. O carrinho de bebê se encaixa na frente da bike. O design tem preço elevado: US$ 3.318,57 no site da empresa.
O site Carro Online tem um banco de dados formado pelos estoques de veículos novos e usados de diversas concessionárias e lojas de veículos, a maioria, por enquanto, em São Paulo, mas em breve a pesquisa deverá ser estendida para os demais estados. Entre outros serviços, a home também traz um simulador de seguros, informações sobre IPVA, tabela de preços de veículos atualizada pela Fipe, além de um link com o site do Detran para verificar a existência de multas.
A Era Sagitário
Ladrão fica preso em chaminé
EUA estão presos em armadilha no Iraque, diz secretário-geral das Nações Unidas
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O Brasil é o único grande país agrícola que não dispõe de um sistema de seguro rural. Em 2005, o País gastou 1.8 milhão de reais em subsídios a seguro. Quanto pode gastar? Responde Xico Graziano:entre 500 milhões a 1 bilhão de reais.
A civilização do petróleo passará a ser a civilização da biomassa. E se abrem possibilidades imensas para a agricultura e para o Brasil, que pode liderar essa nova civilização. Roberto Rodrigues O agronegócio é um setor dinâmico porque nele cerca de 400 milhões de pessoas estão deixando a linha de pobre nas economias emergentes. Pessoas que em geral estão na zona rural. Marcos Jank
...agricultura brasileira e o que se deve fazer para seu desenvolvimento.
agora em outubro, semeou-se em todo o Brasil ao redor de 45 milhões de hectares. Então o tamanho do que já foi feito em termos de distribuição fundiária é quase o tamanho da safra brasileira e a produção nem se sabe. Não é que é pequena, mas não é mensurada. São Paulo tem uma centena de assentamentos de reforma agrária. Qual a produção advinda desses assentamentos? O Estado de São Paulo não sabe. O que nós precisamos fazer, propor, discutir, levar a todos aqueles que têm responsabilidade é integrar esses assentamentos no mundo do mercado de hoje. É uma tarefa enorme. Cerca de 50 bilhões de reais foram consumidos nesse processo de reforma agrária. É muito dinheiro que a Nação brasileira gastou para fazer o que não está funcionando. Então, é preciso botar para funcionar. Agora, fazer mais assentamentos, atender mais ainda os invasores de terra? Parece-me que uma idéia fundamental começa a ser aceita: o grande problema da agricultura brasileira não está no crédito e no financiamento. Hoje em dia, facilitar o financiamento pode levar o agricultor à morte. Foi o que acon-
teceu nos últimos anos com a modernização da frota, quando os agricultores se endividaram exageradamente, adquirindo máquinas porque o financiamento era bom, barato, a juros fixos, prestação fixa etc., com dois, três anos de carência. Para os fabricantes de máquinas foi um período fantástico, só que agora, quando acabou a carência, o agricultor não vai conseguir pagar. Então a questão não está mais no crédito rural e sim no seguro da atividade agropecuária, na redução do risco da atividade. O Brasil é o único grande país agrícola do mundo que não dispõe de um sistema de seguro rural. No ano passado, o País gastou 1.8 milhão de reais em subsídios a seguro. Quanto poderíamos gastar? Na nossa conta, entre 500 milhões a 1 bilhão de reais, mas gastamos 1.8 milhão. A questão não está no custeio mas no seguro. A última das questões, talvez a maior de todas elas, é que jamais haverá uma política agrícola consistente se ela não estiver inserida na política econômica do País. A agenda não é a agenda da agricultura, é a agricultura que fornece uma nova agenda para o País.
O Brasil hoje é o terceiro do mundo em agronegócio, atrás da União Européia e dos Estados Unidos, mas crescendo a uma taxa bem mais elevada. Marcos Jank
NOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 53
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
CONSCIÊNCIA NEGRA O feriado de 20 de Novembro e o resgate da dívida social
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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
discriminações, quando aferidas pelos padrões de convivência de outros povos, não assumem em nosso país o caráter de um "problema social". E, de qualquer forma, é uma exploração política debitá-los à cor dos indivíduos, escamoteando as razões históricas que são responsáveis por essa situação. Talvez em nenhum outro lugar do mundo as diferenças étnicas e culturais dos indivíduos sejam menos importantes e venham sendo aceitas e eliminadas com maior rapidez. Num país onde o mais importante é um desenvolvimento econômico decente, quanto um feriado a mais terá custado para o desenvolvimento do PIB? E por que só comemorar a consciência negra, cuja porcentagem de indivíduos na população vem decrescendo estatisticamente e deixar de lado a consciência da população parda que, ao contrário, vem crescendo exponencialmente, dado precisamente ao caráter não discriminatório da miscigenação brasileira? Em qualquer outro povo, onde tensões , rivalidades e preconceitos étnicos são mais vivos e atuantes do que entre nós, o incitamento ao confronto representado por essa iniciativa teria originado arruaças e conflitos de diversa gravidade. A julgar pelo noticiário, o que nosso povo comemorou foi incorporar mais um ao nosso recorde mundial de feriados. Os eventos destacados pelos meios de comunicação foram as tradicionais homenagens prestadas a Zumbi, o rei dos quilombos, festa tradicional do interior de Alagoas, desfiles por algumas cidades do país de tropas petistas e, off-line, o pronunciamento propagandístico das "bondades" desse governo. No mais, tudo igual a antes como no quartel de Abrantes. BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR
Existe uma dívida que precisa ser paga egros e negras, em movimento, de todo o país, merecem e têm direito a reparações, pelo terrível período da escravidão. O feriado de 20 de Novembro começa a pagar essa dívida. Há décadas vimos fazendo oposição à data de 13 de maio, tão celebrada pelos desinformados que, na realidade, omitem o verdadeiro golpe desferido contra os participantes da luta pela abolição da escravatura. As conseqüências da escravidão se manifestam de vários aspectos na sociedade. Seja na exclusão do negro aos ditos “padrões” de beleza, seja no mercado de trabalho, onde muitos são discriminados, sobretudo nas funções de atendimento ao público, seja na eterna ligação da imagem do negro a idéia de marginalidade e pobreza. Uma das formas de conscientização contra o racismo é o ensino da verdadeira história do negro nas escolas públicas. O currículo pedagógico das escolas ainda não se adequou às exigências da lei 10.639, que cria a disciplina. A participação, ainda muito tímida, de negros nas universidades (por isso a defesa das cotas), a invisibilidade política, relacionada à condição sócio-econômica resultante do processo de escravismo, entre outros fatores, remetem a
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PAULO SAAB PROVOCANDO
uma questão: existe uma dívida que precisa ser paga. Vários povos recebem indenizações por terem sido vitimados por políticas de Estado que lhes retiraram direitos. No Brasil, vale ressaltar, a escravidão foi uma política de Estado. A instituição do feriado de 20 de novembro na maior cidade da América Latina significa começar, efetivamente, a negociar o pagamento desta dívida, pois sabemos que atrás de cada centavo que forma as fortunas deste país existe participação do trabalho não remunerado do povo negro. Este ano o governador de São Paulo declarou à imprensa que “parte da burguesia branca e má deveria abrir as suas carteiras”. Concordamos em parte com as declarações do governador, porém, achamos necessário que além de abrirem suas carteiras, abram suas mentes para que, de fato, a sociedade possa tratar as patologias do racismo que infelizmente ainda afetam grande parte da população brasileira. Viva Zumbi! Viva o povo brasileiro! Viva todos aqueles que lutam por um Brasil onde os brasileiros, independente da cor de suas peles, sejam respeitados como cidadãos! CLAUDETE ALVES É VEREADORA (PT/SP)
campanha eleitoral deste ano pode ter motivado um pouco mais o leitor/eleitor a sair da tradicional apatia em relação aos temas políticos, mas está longe, ainda de provocar uma participação mais expressiva, como, por exemplo, filiar-se a um partido político. Nem o comezinho direito de opinar e escrever aos jornais, colunistas, parlamentares, governo, juízes, padres, é exercido. No geral o leitor/eleitor é apático. A prática mostra que quando há manifestação de leitor sobre o que o colunista escreve, na maior parte das vezes é em tom raivoso por discordar de alguma posição exposta. Então, quem escreveu revela que já tinha convicção anterior e não gosta de ver essa sua forma de pensar ser criticada. Exerce, ainda que às vezes de maneira grosseira, seu direito de manifestação, de expressão de pensamento. É salutar.
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Roberto Alvarenga
criação do feriado da "consciência negra" constitui apenas uma de outras numerosas tentativas fantasiosas, anti-patrióticas e indecentes que vêm caracterizando a política de Lula, orientada pela ideologia marxista em promover na unidade ecumênica do povo e da nação brasileira divisionismos de toda ordem, regionais, de cor, de classe, de fortuna. Nordestinos contra paulistas, negros contra brancos, pobres contra ricos. Isto foi abundantemente explorado na campanha de re-elição e é surpreendente o fato de que não se haja utilizado dispositivos constitucionais para denunciar, coibir e penalizar um delito desta natureza, que atenta contra um dos fundamentos essenciais da nação: a unidade de seu povo. A iniciativa da criação desse feriado é um absurdo despropositado sob qualquer ponto de vista. A começar pelo nome. Por acaso consciência tem cor? Existe uma consciência branca, uma amarela, ao lado da negra? Pelo visto, existe sim: é a consciência furtacor do PT e seu coringa eleitoral, só ela capaz de criar um despropósito desse tamanho. Ele vai de encontro, em primeiro lugar, a uma das mais notáveis características da formação do povo brasileiro: o da miscigenação universal entre indivíduos de todas as cores, procedências e credos, um processo de assimilação, de democratização e de ecumenização sem paralelo em qualquer outra região e povos do mundo. Processo que tanto cultural como geneticamente representa não só um enriquecimento de suas características genéticas, como também culturais. É desnecessário negar seja a posição cultural e econômica desvantajosa de parte da população negra brasileira, seja a existência por parte de indivíduos preconceituosos contra indivíduos dessa cor. Entretanto, tais desvantagens e
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O LEITOR
Por acaso consciência tem cor?
G O feriado na
maior cidade da América Latina significa começar a negociar efetivamente o pagamento de uma dívida. G Por que só comemorar a consciência negra, cuja porcentagem de indivíduos na população vem decrescendo estatisticamente, e deixar de lado a consciência da população parda, que cresce exponencialmente? G Vários povos recebem indenizações por terem sido vítimas de políticas de Estado que lhes retiraram direitos. No Brasil a escravidão foi uma política de Estado. G As desvantagens e discriminações dos negros, quando aferidas pelos padrões de convivência de outros povos, não assumem em nosso país o caráter de um problema social.
or isso, tenho repetido sempre a famosa frase de Rui Barbosa sobre a vergonha de ser honesto. Fiz isso semana passada usando a frase no fechamento de texto atribuído ao genial baiano. Segundo escreveu Cleide Canton, o texto, à exceção da frase final, é dela e foi manipulado de forma inadequada, gerando a confusão, na internet. Está feito o reparo, e mais uma vez registrado que não podemos nos conformar e aceitar que a desonra, a desonestidade, a imoralidade pública se tornem os valores de referência de nossa sociedade.
emo que a mobilização, ainda que meia-boca, que a campanha eleitoral provocou na classe média caia de novo no vazio e o leitor/eleitor só vá se lembrar disso nas próximas eleições. É pouco para um país que precisa de sua classe média mais politizada. Por falta de conhecimento, participação, gosto até, pela política, a classe média segue pagando as contas de todos que governam contra ela, explorando-a na arrecadação de impostos. Outra preocupação é com a aparente anestesia que transformou a indignação em conformismo. Ver as coisas erradas, não concordar com elas, sofrer com elas, mas aceitar que "é assim mesmo", é violentar os próprios valores e condenar-se ao amargor.
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eria um enorme favor ao País e a si mesmo, se os leitores/eleitores criassem o hábito de freqüentar na internet as páginas, por exemplo, do Senado, da Câmara, do governo federal, da Assembléia, do governo estadual e municipal. E, indo além, passasse a escrever, comentar, opinar, sobre os temas de interesse público e a moralidade, a probidade, do homem público. Seria bom também se passassem a freqüentar um partido político. O menos ruim, o mais próximo, o de identificação, se houver. A participação das pessoas de bem no processo político é o passo mínimo necessário para a vida pública deixar de ser, quase em sua totalidade, o refúgio da sem-vergonhice. No mais, é imperioso que o leitor/eleitor escreva aos colunistas, opine, conteste, mostre apoio ou desaprove. Com educação, claro. Como os colunistas fazem, quase sempre. Exercer o direito de opinar, participar, expressar pensamento, é algo sagrado no contexto da liberdade.
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osso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-las. A frase é famosa, ao menos no meio jornalístico. Fica como desafio ao leitor/eleitor. Escreva de volta. Quem é o autor? Ou você vai se conformar de vez de que, apesar de tudo estar errado, não há nada que possa ser feito e você é só uma vítima do meio?
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PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR
G Mobilização
só nas eleições é pouco para um país que precisa de sua classe média mais politizada
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nhados a partir de um melhor entendimento da estrutura das unidades familiares, onde seria necessária uma classificação dos diversos tipos de agricultores familiares existentes no país. É importante notar que, além das 900 mil famílias assentadas pela reforma agrária, existem cerca de 4,5 milhões de propriedades de pequena escala (até 100 hectares) no Brasil, segundo o último censo da agricultura (IBGE, 1995). Entretanto, pouco se conhece sobre a diversidade desses pequenos agricultores, nas diferentes regiões do país. 5. POSIÇÃO MAIS AGRESSIVA EM NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS, incluindo a efetiva redução do protecionismo agrícola em países desenvolvidos e em desenvolvimento (maiores acesso a mercados e corte de subsídios distorcivos), o desenvolvimento de novos contenciosos na OMC e a negociação de acordos regionais e bilaterais de comércio. 6. INTRODUÇÃO DE PROGRAMAS DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA E GERENCIAL para produtores e pequenas e médias empresas atuando no sistema agroalimentar, com o intuito de formar empreendedores agrícolas com uma
pragmática visão de mercado. Treinamento e formação de recursos humanos são fundamentais para que produtores consigam ofertar produtos de alta qualidade e ter competência e flexibilidade para se adaptar às constantes mudanças e exigências do mercado. Inclui-se neste item a necessidade de promoção e modernização de cooperativas e associações de produtores, criando mecanismos de capitalização adequada, gestão profissionalizada e uma participação pró-ativa dos produtores com clara definição de direitos de propriedade. As cooperativas e associações de produtores podem servir como instrumentos poderosos de inserção no mercado e adição de valor se solucionarem seus problemas de capitalização, governança e direitos de propriedade. 7. DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA NACIONAL DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE E RASTREABILIDADE de alimentos, incluindo denominações de origem, certificados de conformidade e selos de qualidade que auxiliem os produtores a agregar valor a seus produtos e se inserir em cadeias agroindustriais coordenadas e voltadas às novas exigências dos consumidores. Café no Vale do Paraía: a plantação é na Fazenda da Taquara, em Barra do Piraí, Rio de Janeiro.
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Barreiras no meio do caminho do Brasil no exterior
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ma simples pergunta de João José Pires, diretor-secretário da distrital da Associação Comercial em Pirituba, permitiu abrir um grande espaço para o café durante o seminário sobre políticas agrícolas realizado em julho na ACSP. - Qual a bebida que mais se consome na Alemanha? Não é cerveja, é o café: 150 litros per capita, muito mais do que cerveja. E esse país sequer planta café. Fábio Chaddad, pesquisador do Ibmec, recorre à experiência da Cooxupé, da Guaxupé, Minas Gerais, a maior cooperativa de cafeicultores e um dos grandes exportadores de café do Brasil. A única cooperativa, segundo ele, que consegue exportar diretamente para os mercados europeu, americano, japonês, etc. E são só seis os grandes compradores de café no mundo inteiro. São eles que fazem os blends, têm marcas fortes e sabem fazer o processamento, a comercialização e o marketing A secagem de café na Fazenda Cascata em Altinópolis.
Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo
Sérgio Castro/AE
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desse café. Por isso, acrescenta Chaddad, as barreiras à entrada de produtores brasileiros são muito grandes. "O Brasil é um excelente exportador de café, um excelente exportador de suco de laranja, um excelente exportador de soja, mas é um péssimo agregador de valor", diz. A Cooxupé, ao contrário, faz isso muito bem, na opinião de Chaddad, pois dá acesso ao mercado para cerca de 10 mil produtores de café de Minas, de São Paulo, etc. E consegue barganhar com gigantes como a Nestlé ou a Sara Lee.Com a experiência de ter sido proprietário do Café do Ponto e CEO da Sara Lee (EUA) em São Paulo, o vice-presidenrte da ACSP, Luiz Roberto Gonçalves acha que outros produtos brasileiros, além do café, enfretam problemas semelhantes no meio do caminho. Segundo ele, o produtor não pode fazer isso diretamente, tem que fazer uma parceria com a indústria local. E mais: é preciso entrar no segmento de distribuição, o que não é fácil, tem que investir em marketing e publicidade para fortalecer a marca. "É preciso capital para investir em toda a cadeia. Os financiamentos, lá fora, são baratos, e os prazos bastante longos para o segmento de distribuição. Sem isso, não vamos conseguir colocar não só o café como alguns outros produtos de consumo brasileiros." Outra coisa importante, os cafés são feitos com blends de países diferentes, e aí surge a taxa de câmbio e o custo do produto.
Paulo Pampolin/Hype
Eu acho que a mãe da reforma é a reforma política. Se não vier, o cidadão brasileiro fica perdido. Não tem com que falar. Não poderá dizer eu vou por aqui porque nisso eu acredito. Alencar Burti, vice-presidente da ACSP. Quando comparei o MST e o MLST com o PCC, recebi críticas.Depois, soube que o PCC distribuia alimentos na periferia para conseguir adesões. Os processos são muito parecidos mesmo. Deputado Xico Graziano.
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Plantando o novo Brasil Fabio R. Chaddad Marcos S. Jank Sidney N. Nakahodo
Ângelo Maciel/Samba Photo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMOVAY, R. & VEIGA, J.E. Novas instituições para o desenvolvimento rural: o caso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Texto pra discussão no 641, Convênio FIPE/IPEA 07/97, Brasília, 1999. Disponível e m : h t t p : / / w w w. i p e a . g o v. b r / pub/td/1999/td_0641.pdf . Acessado em 25/7/2006. AZEVEDO, P.F., CHADDAD, F.R. & FARINA, E.M.M.Q. "The Free Trade Area of the Americas and the Food Industry in Brazil and the United States," In Agricultural Trade Liberalization: Policy and Implications for Latin America, M . S . J a n k ( e d . ) , Wa s h i n g t o n , D C : Inter-American Development Bank, pp. 295-331, 2004.
A produção de grãos dobrou nos últimos 15 anos: de 58 milhões de toneladas , em 1990, para 120 milhões de toneladas, em 2005. A produção de carnes quase triplicou, de 7,5 para 20,7 milhões de toneladas.
BACHA, E. "Brazil's Plano Real: a view from the inside," In Development Economics and Structuralist Macroeconomics: Essays in Honor of Lance Taylor, A.K. Dutt & J. Ros (orgs.), Edgar Elgar Publishing Ltd., pp. 181-205, 2003. Disponível em http://iepe cd g. co m/ DI SK %2 01 /A rq ui vo s/ Papers/040303%20. Acessado em 19/6/2006. BANCO CENTRAL DO BRASIL, Ingressos de Investimentos Estrangeiros Diretos, Banco de dados disponível no site h t t p : / / w w w. b c b . g o v. b r / ? I N V E D , 2006. Acesso em 20/09/2006.
BARROS, G.S.C.; BACCHI, M.R.P., MIRANDA, S.H.G.; BARTHOLOMEU, D.B.; CAIXETA FILHO. J.V.; OSAKI, M. Agronegócio Brasileiro: Perspectivas, Desafios e uma Agenda para seu Desenvolvimento. Documento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEAESALQ/USP). Piracicaba: Julho de 2006. BRASIL, MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Brazilian Agriculture Policy. Presentation, Washington, DC, June 16, 2005. BRASIL, MINISTÉRIO DA FAZENDA. Relatório Resumido de Execução Orçamentária do Governo Federal. Dados disponíveis no site: <http://www.fazenda.org.br>, 2005. Acessado em 30/01/2006. BRASIL, MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO. Mapeamento das Ações Orçamentárias Integrantes da Proposta Orçamentária para 2005. Disponível em http://sidorn et . pl a n ej a me n to . go v.b r / do c s/ c ad acao/cadacao2005/downloads/0137.PDFAcessado em 17/7/2006. BRASIL, Portaria No 42, de 14 de abril de 1999, do MOG - DOU de 15.4.99. Brasília, 1999. BRASIL, Relatório de Avaliação do PPA 2004 2007. Brasília, 2006. Acesso: http://www.planobrasil.gov.br/arquivos_down/015-Desenvolvimento-Agrario.pdf. Acessado em 17/7/2006.
Ed Ferreira/AE
Tanto 2005 quanto 2006 foram anos ruins para a agricultura, em função principalmente do câmbio. Mas 2007 poderá ser um ano melhor. João Sampaio, da SRB.
O MST está preparado para uma missão que vai muito além da mera distribuição de terra ditas improdutivas. Basta saber onde e como o MST ergueu seus acampamentos. Cândido Mendes Prunes O Brasil é o único país do mundo com dois ministérios da Agricultura - o próprio da Agricultura e o do Desenvolvimento agrário -, que competem por recursos cada vez mais escassos. Fábio Chaddad
O presidente Lula recebe representantes do MST no Palácio do Planalto
Muito dinheiro para a reforma agrária
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País já gastou 50 bilhões de reais com reforma agrária, segundo o deputado Xico Graziano. Já assentou 900 mil famílias em 40 milhões de hectares. "No meu entender, no futuro", disse Fábio Chaddad durante o Seminário sobre Política Agrícola, "ou essas 900 mil famílias vão abandonar esses assentamentos e voltar para as cidades, trazendo mais problemas sociais, ou de alguma forma o País terá que ajudar essas famílias a se inserirem no mercado. Marcos Jank acha que a dívida dos agricultores deverá consumir pelo menos a metade da renda este ano, o que pode forçá-los a vender suas terras a qualquer preço para pagar dívidas. Essa situação, segundo ele, pode levar ao aceleramento da reforma agrária a partir de 2007 e, assim, atender ao MST, que reclama dos assentamentos feitos no Amazonas, em áreas de difícil acesso, sem infra-estrutura, sem recursos técnicos. Seria a oportunidade de estender o processo de assentamentos para o Centro-Oeste, para o Sudeste e para o Sul. O diretor executivo da Sociedade Rural Brasileira, Eduardo Soares de Camargo, estendeu suas críticas não só ao MST ("Eu não consigo entender como neste País se é tão leniente com invasão de terra, porque se uma pessoa invade a sua casa hoje à noite, ou se invade a sua fábrica, ou se invade a sua padaria, a justiça se faz rapidamente. Quando se invade terra, não, é como se fosse uma outra categoria de propriedade.") mas também ao processo de endividamento. "Como disse o Xico (Graziano) crédito é um negócio perigoso. Por quê? Pode gerar um sobrendividamento, como já aconteceu na área do Pronaf."
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Dalmo Curcio/Folha Imagem
Criação de gado na Fazenda Rebanho, em Mato Grosso do Sul.
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Gastos Públicos com Defesa Sanitária e a Volta da Febre Aftosa O forte crescimento da produção de carnes registrado no Brasil desde 1990 foi impulsionado principalmente pelo aumento da demanda por proteínas animais em outros países em desenvolvimento. A exportação de carnes (bovina, suína e de frango) do Brasil cresceu de US$ 360 milhões em 1990 para US$ 7,5 bilhões em 2005. Durante esse período, as exportações de carne bovina cresceram a uma taxa média de 31% ao ano, ultrapassando US$ 2 bilhões em 2004. Além do aumento da demanda no mercado externo, esse crescimento das exportações de carne bovina deve-se muito aos esforços concentrados de erradicação da febre aftosa no país envolvendo políticas públicas e o setor privado. Em 1992, o país iniciou o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa e passou a coordenar esforços de defesa sanitária com países vizinhos (LIMA et alli, 2005). Como resultado desses esforços, o número de casos de febre aftosa no país foi substancialmente reduzido (Gráfico 8), o que levou a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) a reconhecer vários Estados como áreas livres de aftosa com vacinação. Apesar desses avanços no controle da aftosa, as exportações brasileiras de carne bovina ainda enfrentam barreiras sanitárias em importantes países importadores, incluindo os Estados Unidos, Japão, México, Coréia do Sul, Canadá e China, mercados que importaram o equivalente a US$ 7,5 bilhões de carne bovina in natura em 2004. Apesar de o Brasil ter evoluído no controle da febre aftosa, o aparecimento de novos casos - em outubro de 2005 no Mato Grosso do Sul e depois no Paraná - mostra que o investimento constante em defesa sanitária é imprescindível para um grande produtor e exportador agrícola. Como reação a esses casos, mais de 50 países impuseram barreiras à carne bovina e/ou suína brasileira de todo o país ou dos estados afetados e vizinhos, destacando-se dentre eles, União Européia, Rússia, Egito e Chile, que são os quatro maiores países importadores do Brasil. Para controlar o foco, mais de 40.000 animais foram sacrificados, frigoríficos reduziram suas atividades, preços pagos aos produ-
tores caíram e muitos empregos foram perdidos. Essa reação em cadeia prejudica a imagem e a confiança dos consumidores no produto brasileiro, o que não é nada interessante ao País. Produtores e frigoríficos rapidamente colocaram a culpa pela crise na falta de investimentos do governo em defesa sanitária, enquanto o Presidente Lula declarou que os produtores são os responsáveis pela vacinação do gado. Durante a crise, muitos especialistas do setor sugeriram que era somente uma questão de tempo para a febre aftosa ressurgir no país. Essa crise demonstra claramente o custo de oportunidade da redução dos investimentos em bens públicos (como defesa sanitária) pelo governo federal. Isso mostra que a competitividade internacional do agronegócio brasileiro depende de investimentos em infra-estrutura, pesquisa e desenvolvimento, defesa sanitária e outros bens públicos. Comparações Internacionais O relatório Review of Agricultural Policies: Brazil publicado em 2005 pela OECD revela que o Brasil é um dos países que menos gastam em políticas agrícolas e agrárias dentre os países com agricultura desenvolvida. A estimativa de suporte ao produtor agrícola nacional não ultrapassa 3% do valor bruto da produção, enquanto esse suporte chega a 58% no Japão, 34% nos países da União Européia, 21% no México, 17% nos EUA, e 8% na China (Gráfico 9). Visando comparar os gastos com políticas agrícola e agrária no Brasil com outros países, foi feita uma pesquisa dos gastos realizados entre os maiores países exportadores - incluindo os Estados Unidos e países da União Européia - com pesquisa e extensão agropecuária, defesa sanitária, e outros bens públicos que favorecem todos os produtores e promovem a competitividade do setor. A comparação dos gastos com defesa sanitária mostra a atenção que grandes países produtores, e ao mesmo tempo importadores, de produtos agrícolas dão ao tema (Tabela 4). É importante notar que os temas que compõem o que se entende por defesa sanitária agregam não somente a segurança dos alimentos (saúde humana), saúde animal e vegetal, mas também fiscaliNOVEMBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 25
zação de produtos e, em certos casos, a criação de padrões sanitários e fitossanitários. Isso reflete uma diferença nas estruturas das agências ou órgãos de defesa sanitária, que passam a cuidar de novos temas como rastreabilidade, bem-estar animal e outros assuntos que favorecem um manejo sanitário mais adequado e maior aceitabilidade pelos consumidores. Outro dado que merece ser citado é o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) feito por países como os EUA e a União Européia. Dentro do programa Agricultural Research Service (ARS), os EUA investiram US$ 1,3 bilhão em 2005, ao passo que dentro do Sixth Framework Programme, a rubrica "food quality and safety" tem um fundo de 685 milhões de euros previstos para o período de 2003-2006 na União Européia. Desafios das Políticas Agrícola e Agrária Nos últimos anos, a tendência de redução nos gastos públicos com a agricultura, tanto em termos absolutos (valores reais) quanto relativos aos gastos totais da União, foi acompanhada de mudanças estruturais na condução das políticas agrícolas e agrárias. Estas deixaram de enfocar a garantia da segurança alimentar, priorizando o desenvolvimento da agricultura familiar e a reforma agrária como formas de se promover a inclusão social. Uma análise por meio da desagregação das despesas do governo mostra que os gastos com organização agrária e agricultura familiar têm experimentado forte crescimento a partir de 1995. Da mesma forma, sob a óptica dos bens públicos, observa-se uma tendência preocupante na redução das despesas com serviços gerais beneficiando o setor como um todo, em oposição ao orçamento de iniciativas com gastos dirigidos como o PRONAF. Argumentamos que tais movimentos decorrem da ação de
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grupos de interesse cujas ações acabam favorecidas por um arranjo institucional favorável e de uma falsa dicotomia entre "agricultura familiar" e "agricultura patronal". Essa dicotomia se origina de falsas premissas que "agricultura familiar" é fundamentalmente diferente (e mais desejável) que a "agricultura patronal" e que o "agronegócio" é inimigo do produtor agropecuário e do desenvolvimento do país 2. Essas premissas, apesar de cristalizadas na percepção de muitos líderes políticos e refletidas nos gastos com as políticas agrícola e agrária, não têm nenhuma fundamentação teórico-conceitual e levam a desperdícios de recursos públicos em programas de eficácia e eficiência duvidosas, na redução de gastos em bens públicos (como pesquisa, desenvolvimento e extensão agrícola, defesa sanitária, e infra-estrutura) que reduzem a competitividade presente e futura do agronegócio do país. Pior, a falta de políticas agrícola e agrária coerentes e complementares faz com que o país perca uma oportunidade histórica de se tornar o principal fornecedor mundial de alimentos e fibras e consiga interiorizar o seu desenvolvimento econômico e social.
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VEIGA (1996) apresenta uma nítida visão neste sentido, ao afirmar que "a agricultura patronal, com suas levas de bóias-frias e alguns poucos trabalhadores residentes vigiados por fiscais e dirigidos por gerentes, engendra forte concentração de renda e exclusão social, enquanto a agricultura familiar, ao contrário, apresenta um perfil essencialmente distributivo, além de ser incomparavelmente melhor em termos sócio-culturais. Sob o prisma da sustentabilidade (estabilidade, resiliência e equidade), são muitas as vantagens apresentadas pela organização familiar na produção agropecuária, devido à sua ênfase na diversificação e à maior maleabilidade de seu processo decisório. A versatilidade da agricultura familiar se opõe à especialização cada vez mais fragmentada da agricultura patronal".
Dentre os desafios presentes no contexto das atuais políticas para a agricultura encontram-se: (a) a redução nos gastos públicos com o setor comprometendo sua competitividade; (b) a falta de avaliação sistemática dos programas - principalmente da reforma agrária e do PRONAF; e (c) a crescente politização do orçamento, em detrimento de uma análise mais técnica do balanço entre bens públicos e gastos direcionados. GASQUES (2001) aponta duas conseqüências importantes decorrentes da redução nos gastos com políticas agrícolas. O primeiro refere-se à natureza pública dos gastos, incluindo áreas de pesquisa agropecuária, defesa animal e vegetal, e comercialização da produção. O impacto negativo da febre aftosa sobre as exportações do agronegócio é um exemplo dos efeitos da falta de maiores investimentos em vigilância sanitária (LIMA et alli, 2005). O segundo aspecto envolve os investimentos privados, que costumam acompanhar os gastos públicos; ou seja, a redução dos gastos com políticas públicas na agricultura ocasionaria uma queda nos investimentos do setor privado. Na definição de políticas específicas para a agricultura e o agronegócio, a limitação de recursos vai exigir ações centradas em, no máximo, duas ou três iniciativas que, de preferência, deveriam focar-se sobre iniciativas com geração de bens públicos em vez de se pautar sobre programas dirigidos como securitização de dívidas e crédito rural. Outro desafio é o da coordenação dos inúmeros programas presentes nos diferentes ministérios (MAPA, MDA e Meio-Ambiente), com a eliminação de confrontos e duplicidades. Uma análise mais criteriosa dos programas é imperativa a fim de se promover uma avaliação imparcial de iniciativas como o PRONAF, cujos impactos econômicos e sociais ainda precisam ser devidamente avaliados. Embora alguns estudos indiquem que esses programas venham contribuindo com o desenvolvimento rural (ABRAMOVAY & VEIGA, 1999), em ou-
Laranjas em Limeira, São Paulo: a exportação garante a sustentação econômica para o produtor.
Eduardo Nicolau/AE
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Três desafios presentes no contexto das atuais políticas para a agricultura: redução nos gastos públicos com o setor comprometendo sua competitividade; falta de avaliação dos programas, como o da reforma agrária e o da Agricultura Familiar; crescente politização do orçamento, em detrimento de uma análise mais técnica do balanço entre bens públçicos e gastos direcionados.
J. F. Diorio/AE
Colheitadeira numa plantação de algodão na Fazenda Ribeiro do Céu em Nova Mutum, Mato Grosso.
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Planalto Congresso Corr upção Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
VELOSO ACUSA SERRA; TUCANO O CHAMA DE 'BANDIDO'
EM RESPOSTA, SERRA DIZ QUE DIRETOR É 'DELINQÜENTE' E 'ALOPRADO'.
Trata-se de um delinqüente flagrado em ato criminoso. José Serra
Eymar Mascaro
VELOSO: DOSSIÊ MOSTRA Eis a questão A PAGAMENTOS A SERRA
E
m depoimento à CPMI dos Sanguessugas, o ex-diretor do Banco do Brasil, Expedito Veloso, afirmou que os documentos prometidos ao PT pela família Vedoin apontando o envolvimento de tucanos com a máfia das ambulâncias continham 15 cheques e 20 transferências bancárias, que teriam sido usados para o pagamento de restos da campanha à Presidência da República de José Serra, em 2002. Para o ex-secretário do Ministério do Trabalho, Oswaldo Bargas, que também depôs ontem na CPMI, o dossiê contra os tucanos foi uma "arapuca" organizada pelos próprios "adversários". Segundo Veloso, Luiz Antonio Vedoin lhe contou que os cheques foram entregues ao empresário Abel Pereira, ligado ao atual prefeito de Piracicaba e ex-ministro tucano Barjas Negri. As transferências bancárias também teriam sido feitas para empresas indicadas por Abel Pereira. "Os documentos eram um conjunto de 15 cheques e comprovantes de transferências bancárias, que somavam R$ 900 mil. Os cheques totalizavam um pouco mais de R$ 600 mil. Havia fotos e foi mostrado um DVD que retratava entrega de ambulân-
SP DIVULGA DADOS DE ONGS PARCEIRAS
A
população de São Paulo vai poder analisar ou fiscalizar todas as organizações nãogovernamentais (ONGs) parceiras da administração direta e autárquica do governo do Estado,
Lula Marques / Folha Imagem
cúpula do PSDB ainda está em dúvida se o expresidente Fernando Henrique Cardoso deve aceitar um convite para conversar com Lula. O presidente revelou a tucanos sua disposição de dialogar com FHC sobre a governabilidade do País, como fez ontem com o presidente do PMDB, Michel Temer, mas prevalece no PSDB a tese de que o petista estaria apenas criando mais um factóide. Lula ainda pretende criar um Conselho de expresidentes, que seria preenchido por Itamar Franco, FHC e José Sarney e Fernando Collor. Os tucanos desconfiam que o presidente joga para a platéia.
Lula Marques / Folha Imagem
TI TI TI
Veloso: ataque aos tucanos.
Bargas: "Caímos numa arapuca armada pelos adversários".
cias e ônibus em Cuiabá. A festa teria sido patrocinada pela Planam", afirmou Veloso. O sub-relator Carlos Sampaio (PSDB-SP) reagiu à acusação contra Serra. "Se o senhor tinha essa informação, por que não a revelou em seu depoimento na Polícia Federal? O senhor esqueceu isso na Polícia e lembrou hoje?", perguntou o tucano. Ele afirmou que as declarações de Expedito fazem parte da estratégia de desviar o foco das investigações sobre a compra do dossiê contra integrantes do PSDB. Em um rápido depoimento, Oswaldo Bargas disse que sua participação na operação limitou-se a acompanhar a entrevista da família Vedoin à revista "Isto É". Ele disse que ficou "surpreso" com a prisão de Ge-
dimar Passos e Valdebran Padilha com R$ 1,75 milhão, no dia 15 de setembro. "Fiquei muito abalado, me senti utilizado. Minha reação foi a de que tínhamos caído em uma armação, em uma arapuca. E quem organizou a arapuca foram os adversários", afirmou. Bargas garantiu ainda que não interferiu na entrevista dada pelos Vedoin e que em nenhum momento pediu para que eles citassem "nomes de peixes graúdos" do PSDB envolvidos com a máfia das ambulâncias. "É lógico que o Vedoin está mentindo quando diz que pedi para que ele falasse isso", afirmou. Ele afirmou também que o presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini, não sabia das negociações.
'Aloprado' – José Serra reagiu às declarações de Expedito Veloso, chamando o ex-diretor do Banco do Brasil de "aloprado" e "delinqüente". Justificando sua decisão de não responder diretamente à declaração de Expedito, Serra afirmou: "Não vou tomar um bandido desses como interlocutor. Trata-se de um delinqüente flagrado em ato criminoso." Serra também cobrou explicações do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), seu adversário nas eleições estaduais. Para o governador paulista, Mercadante deve "explicações ao País sobre a origem do dinheiro" que seria utilizado para pagar o dossiê. Um dos envolvidos é Hamilton Lacerda, ex-assessor de Mercadante. (AE)
conforme regulamenta o decreto que dispõe sobre o Cadastro de Parceiros do Terceiro Setor, anunciado ontem de manhã pelo governador Cláudio Lembo (PFL), durante a assinatura do termo de cooperação entre o Estado e o Tribunal de Justiça. Na opinião do governador, o cadastro foi feito em um bom momento para a transparência do
Brasil. Ele explicou que todas as ONGs que têm relação com o Estado de São Paulo serão cadastradas no site da Secretaria Estadual da Fazenda. "Se o cidadão tiver dúvidas a respeito de alguma ONG, poderá acessar, pedir os dados, para saber o que ela faz pelo Estado", explicou Lembo. As secretarias de estado e autarquias terão um prazo
de 20 dias para enviar todos os dados para a Fazenda, que então fará um cruzamento dos dados com os pagamentos que ela tem feito nos últimos anos. O decreto estadual também abrange as Organizações Sociais (OSs), Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) e as associações e sociedades civis sem fins lucrativos. (AOG)
PROMOTORES REAGEM CONTRA INQUÉRITO DE CELSO DANIEL
O
relatório da polícia de São Paulo, que não vê crime político no assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), provocou uma forte reação dos promotores de Justiça que apuram o crime. Eles acusam a delegada Elizabete Sato, do 78º Distrito Policial (Jardins), de fechar o inquérito sem ter cumprido mais da metade da pauta de investigações. Celso Daniel foi executado em janeiro de 2002. Indignados, os promotores decidiram seguir adiante. Já estão tomando depoimento de novas testemunhas que, acreditam, poderão levar à identificação de outros mandantes e executores. A delegada, segundo os promotores, teria ignorado até a recomendação de um investigador de sua própria equipe sobre a importância da quebra de sigilo de 33 linhas telefônicas que poderiam levar à identificação do grupo que manteve o prefeito em cativeiro e dos autores dos disparos contra Celso Daniel. Os promotores resolveram pedir à Justiça autorização para ter acesso a esses dados. "De um total de 16 diligências, a delegada cumpriu 5", afirmou o promotor Roberto Wider. "Dez solicitações de extrema importância ela ignorou, e uma deixou pela metade". (AE)
Na viagem de volta de Mato Grosso do Sul a Brasília, Lula dialogou com o líder da oposição no Senado, Artur Virgílio (PSDB-AM), revelando disposição para um têtea-tête com FHC. O tucano espera pelo convite, mas estaria disposto a recusar a oferta.
LEMBRANÇA Lula já conversou com FHC sobre sua pretensão de criar o Conselho de expresidentes: foi quando os dois viajaram juntos para Roma para o sepultamento do Papa João Paulo II. A expectativa ficou apenas naquele papo. Agora, o petista pretende dar andamento ao seu projeto.
CONVERSA O desejo de Lula não é conversar apenas com lideranças do PSDB. Seu diálogo engloba todos os partidos de oposição, incluindo o PFL. Como será difícil o diálogo com o presidente do partido, Jorge Bourhausen, o petista escalou o senador Marco Maciel como emissário dos pefelistas para debater, por exemplo, a reforma política.
DE FORA Até prova em contrário, o presidente do PFL, Jorge Bourhausen, afasta qualquer possibilidade de aceitar um diálogo com o presidente. A proposta de Bourhausen é a mesma: que o PFL continue sendo o principal partido de oposição ao governo.
GOVERNADORES Lula deve participar hoje de um almoço com governadores aliados, em Brasília. Mas consta da agenda do presidente também encontro com governadores da oposição. Lula só não sabe se a conversa com os adversários será coletiva ou individual.
CONVITE Governador eleito de São Paulo, o tucano José Serra confirma que está à espera de um convite para conversar com Lula. Serra, no entanto, garante que nesse primeiro encontro não fará qualquer reivindicação ao presidente. O ex-prefeito de São Paulo promete "ficar rouco de tanto ouvir".
REFORMA A OAB está preparando um projeto de reforma política para ser debatido com os partidos. O esboço do projeto deve estar concluído na primeira quinzena de dezembro. A vontade do governo é aprofundar a reforma no primeiro semestre de 2007, antecipando-se às eleições municipais do ano seguinte.
REELEIÇÃO Também a OAB está preparada para discutir com o governo e os partidos a proposta do fim da reeleição. O presidente Lula já declarou que é favorável ao fim do sistema e sugere também um mandato de cinco para os próximos presidentes.
EVIDÊNCIAS Os principais pontos da reforma política em discussão no Congresso são a volta da fidelidade partidária, o financiamento público das campanhas e a introdução do sistema de eleição por listas nos partidos. Não se fala favorável ao voto distrital.
REUNIÕES
FUTURO
O presidente recebe ainda hoje no Planalto o governador reeleito de Goiás, Alcides Rodrigues (PP). Consta ainda da pauta de Lula encontro com representantes do PV. Com o PDT, Lula se encontrará no próximo dia 28. Detalhe: PV e PDT não apoiaram Lula na campanha de reeleição.
Guilherme Afif Domingos, que vai assumir a Secretaria de Relações do Trabalho no governo Serra, continua sendo um dos nomes que o PFL trabalha para eventuais disputas eleitorais em 2010. Afif foi consagrado nas urnas como candidato ao Senado, recebendo cerca de 8 milhões de votos.
EXTENSÃO Além dos partidos, Lula quer conversar com dirigentes de movimentos sociais, casos, por exemplo, do MST, Contag e CUT. O presidente dirá a esses representantes que interessa o apoio das entidades a seu governo e que os dirigentes encontrarão sempre abertas as portas do Palácio do Planalto.
INVESTIGAÇÃO Os trabalhos da CPI das Ongs devem ser iniciados apenas em janeiro. O pedido para a instalação da comissão já foi protocolado na Mesa do Senado. A CPI foi requerida pelo senador do PFL, Heráclito Fortes, por desconfiar que teria havido liberação irregular de verbas para Ongs ligadas ao PT.
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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LULA CONTINUA INSATISFEITO COM PROPOSTAS
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bilhões de reais serão necessários para obras do setor elétrico em estudo no governo
PRESIDENTE LULA VAI EDITAR MP PARA CRIAR FUNDO DE INVESTIMENTO NO VALOR DE R$ 5 BILHÕES
INFRA-ESTRUTURA COM RECURSO DO FGTS Dida Sampaio/AE
O
Ministros apresentaram ao presidente Lula propostas para atrair investimentos em infra-estrutura
ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu editar uma medida provisória para criar o Fundo de Investimento em Infra-estrutura, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O fundo, segundo Mantega, será administrado pela Caixa Econômica Federal e terá cerca de R$ 5 bilhões. Mantega acrescentou que algumas medidas do pacote fiscal em preparação no governo poderão ser anunciadas hoje, depois da reunião que ministros da área econômica terão com o presidente. Ele não explicou quais poderiam ser as medidas. A reunião de hoje foi convocada para discutir medidas de redução de tributos para estimular investimentos. De acordo com o ministro da Fazenda, na reunião realizada ontem, para discutir investimentos em infra-estrutura, o
Déficit da Previdência teve alta de 29,9% neste ano Um 2007
M
esmo com as medidas de melhoria de gestão adotadas pelo governo, o déficit nas contas da Previdência Social já cresceu 29,9% este ano e chegou a R$ 37,37 bilhões até outubro. Uma expansão de R$ 8,6 bilhões em relação ao déficit de R$ 28,77 bilhões (valor já corrigido pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor – INPC) registrado de janeiro a outubro de 2005. O aumento do emprego formal – que aumenta o numero de contribuintes da Previdência – e as medidas de gestão permitiram em outubro um recuo de 5,6% do rombo, que caiu para R$ 3,04 bilhões. No mesmo mês do ano passado, o resultado das contas foi negativo em R$ 3,22 bilhões. De acordo com dados divulgados ontem, a arrecadação líquida da Previdência somou em outubro R$ 10,31 bilhões, com crescimento real de 15,4% sobre o mesmo mês do ano passado. Já as despesas somaram R$ 13,35 bilhões, com expansão de 9,9%. Segundo o secretário de Previdência Social do Ministério da Previdência, Helmut Schwarzer, a redução do déficit em outubro, em rela-
Cresce emprego na indústria
O
nível de emprego regional da indústria, medido pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), subiu 0,06% em outubro na comparação com setembro, o que significou a criação de 1.303 vagas. O resultado é melhor do que o apresentado em outubro do ano passado, quando houve fechamento de 962 vagas. No acumulado do ano, o nível de emprego teve alta de 3,02%, com a criação de 63.238 vagas, resultado semelhante ao de 2005. Nos 12 meses encerrados em outubro, o nível de emprego teve elevação de 0,47%, ou 9.450 vagas, resultado bastante inferior ao obtido em igual período do ano passado, quando o emprego teve alta de 1,79% (37.755 postos). A pesquisa envolveu 1.952 indústrias do Estado. O crescimento do nível de emprego regional da indústria paulista, segundo o Ciesp, manifestou-se de formas distintas na Grande São Paulo e no interior do estado. (AE)
ção a outubro de 2005, refletiu não só o crescimento da economia brasileira e do emprego formal, mas sobretudo as medidas de gestão adotadas. Segundo o secretário, a projeção de déficit para 2006 foi mantida em R$ 42 bilhões porque o resultado negativo de outubro ficou próximo dos R$ 2,96 bilhões projetados para o mês. Em novembro, a expectativa é de um resultado semelhante. Já para dezembro, quando o déficit cresce por conta do pagamento do 13º salário, Schwarzer previu um resultado inferior ao do ano passado, quando o saldo foi negativo em R$ 7 bilhões. As despesas de dezembro serão menores porque o governo já antecipou em setembro o pagamento da primeira parcela do 13º salário. Apesar do maior controle de auxílio-doença, o secretário alertou que as concessões desse benefício voltaram a crescer em outubro e chegaram a 1,42 milhão, ante 1,35 milhão de liberações em setembro. Segundo ele, esse aumento deve estar relacionado à flexibilização das novas regras de concessão, que permitiram ao beneficiário prorrogação automática.
O secretário defendeu como urgente a aprovação de projeto de lei de autoria do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que não permite que o trabalhador com auxílio-doença receba mais com o benefício do que ganharia normalmente no emprego. Hoje, na maior parte dos casos isso ocorre, provocando distorções no sistema. Portabilidade – O Ministério não quer que os aposentados do INSS tenham direito à portabilidade da conta salário. Por essa medida, que passará a vigorar a partir de primeiro de janeiro de 2007, os assalariados poderão transferir seus proventos para o banco de sua preferência. Os técnicos da Previdência concluíram que a medida pode trazer riscos para o controle de fraudes na concessão das aposentadorias. É que o INSS adota um mecanismo automático que congela o pagamento do benefício se a conta não for movimentada por um período de dois meses. "É um indício de que o aposentado pode ter falecido. Com a conta salário, o aposentado poderá fazer uma programação automática de transferência e não teremos mais esse controle", explicou Schwarzer. (AE)
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com otimismo
A
umentaram as intenções de contratar e de investir dos empresários da indústria de transformação para 2007. Isso é o que revelam os quesitos especiais da Sondagem
presidente pediu aos ministros que fossem criados mecanismos mais eficientes para financiar o setor. De acordo com relato de Mantega, o presidente enfatizou que não quer que a infra-estrutura "atravanque" o desenvolvimento econômico ao prejudicar a realização dos investimentos de que a economia precisa para se expandir a taxas mais elevadas. Lula estabeleceu como objetivo obter crescimento de 5% ao ano durante seu segundo mandato. Também foi discutida a demora na concessão de licenças ambientais para obras como estradas e hidrelétricas, que se tornou um dos principais "gargalos" do setor. Segundo Mantega, foram discutidas formas de acelerar o processo de concessão da licença. Eletrobrás – Ainda na reunião, o presidente Lula mostrou o desejo de transformar a Eletrobrás na Petrobras do setor elétrico, capaz de fazer grandes captações de recursos
com emissões de bônus no mercado para financiar seus projetos. Ficou claro que, para tocar os R$ 42 bilhões de obras do setor elétrico em estudo no governo, o setor privado terá participação central. Uma hipótese apresentada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi oferecer ações da Eletrobrás a investidores. Outra hipótese é colocar parte das ações da estatal em sociedades de propósito específico (SPEs), que são empresas criadas para tocar um projeto. Saneamento – Já o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que estados e municípios poderão ter seu limite de endividamento ampliado para poder investir mais em saneamento. A hipótese seria elevar os tetos fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Não está em análise, porém, alteração na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que também limita o endividamento público. (AE)
Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo a enquete, que ouviu 1.051 indústrias entre os dias 2 de outubro e 6 deste mês, 40% das empresas pretendem contratar em 2007 e 10%, demitir. O saldo entre os extremos, de 30 pontos percentuais, é mais que o dobro do que era previsto para este ano (14
pontos percentuais) e o segundo melhor resultado em cinco anos. Pela pesquisa, 39% das indústrias disseram que pretendem ampliar os investimentos e 13%, reduzi-los. "As empresas estão um pouco mais otimistas. Mas mais cautelosas", disse o coordenador da sondagem, Aloisio Campelo. (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
extra de utilização da palavra “raça” pelo senador. De outro lado, faz de conta que não sabe que usar uma palavra em sentido impróprio ou figurado é precisamente o contrário de usar o conceito correspondente.
IRAQUE: BECO SEM SAÍDA
OLAVO DE CARVALHO MAIS UM ADVOGADO DO MARQUÊS marquês de Sader tem um blog onde publica democraticamente todos os elogios que recebe. Dia 18, postei lá: “Desculpe-me por imiscuir a minha nefanda pessoa em ambiente tão seleto, mas tenho duas perguntinhas: (1) Você imputou ou não ao senador Bornhausen a prática de crime inafiançável? (2) Imputação de crime é mera opinião ou é denúncia de um fato? Peço que você responda com a brevidade direta que as perguntas exigem.” A mensagem não foi respondida nem publicada. O marquês não é besta de querer que o núcleo da questão venha à luz. Mas a prova de que minhas perguntinhas eram decisivas vem dos argumentos da sua defesa: 1) O marquês está sendo punido por um delito de opinião. 2) O senador Bornhausen é racista, portanto a acusação que o marquês lhe lançou traduz uma verdade de fato. Como os argumentos se contradizem, julguei-me no dever de pedir ao marquês que esclarecesse a dúvida em torno da qual gira a controvérsia sobre sua culpa ou inocência. Mas para que esclarecê-la, quando é muito mais lindo jogar tinta na água?
O
Mushtaq Muhammad/REUTERS
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
Como os massacres, uma tragédia do Iraque, viraram notícia de rotina ou leitor atent o d a re v i s t a Al ja zee ra. co m, da mesma forma que acompanho a versão televisiva que, aliás, recentemente passou a transmitir em inglês para o mundo. São m u i t o p r o f i s s i onais. Existem veículos no mundo árabe muitos profissionais, que apresentam com inteligência o ponto de vista muçulmano do que vai pelo mundo. A tragédia do Iraque, os massacres, é notícia de rotina. Em dias o presidente Bush receberá estudo realizado a seu pedido por James Baker, que foi secretário de Estado e orientou um grupo escolhido a dedo para chegar a recom e n d a ç õ e s s o b re revisão das políticas e táticas americanas que já custaram perto de 400 bilhões de dólares.
S
revista do Al Jazeera de 19 corrente aborda, porém, um aspecto até agora pouco discutido, apesar de já ter sido denunciado em documento ao Rel at or Especial de Execuções Sumárias das Nações U ni da s e assinado por gente como José Saramago, Harold P i n t e r, D a r i o F o , Noam Chomski...; o caso do assassinato de centenas de professores universitários desde 2003, ano da invasão para derrubar Saddam Hussein. Não há um número exato, mas te-
A
rão sido centenas, no mínimo mais de mil, incluindo professores, jornalistas, escritores e cientistas, parte da elite pensante. As universidades de Bagdá, por exemplo, perderam 80 de suas melhores cabeças.
U
G Os
massacres ocorrem entre duas seitas que disputam o poder no Iraque: xiitas e sunitas. São parte do dia-a-dia iraquiano. ma narração Não se sabe do que acon- como tece é feita acabarão.
por Robert Fisk, jornalista inglês do Independen t(w w w. i ndependent.co.uk), que se empenha em retratar o lado muçulmano nos conflitos: o assassinato da decano da Faculdade de Direito de Mosul, que "estava na cama com o marido quando foram mortos a tiros. Os autores usaram canivetes para degolá-los!" Fisk pediu uma investigação, mas não foi ouvido. John Akker, do Conselho de Assistência a Professores Refugiados, inglês, também nada conseguiu. Mosul é a segunda maior cidade do Iraque, às margens de um dos dois rios com maior influência no nascimento da civilização, o Tigre. Tem população majoritariamente curda e minorias de várias etnias, inclusive árabes. Os curdos chama-na de Musil, donde musseline, o tecido. A Al Jazeera escreve sobre recente rapto de inúmeros funcionários do Ministério Iraquiano Para Educação Superior, em Bagdá." O G u a r d i a n ,
G Não
surpreende que tantos professores prefiram a fuga a continuarem no país G Por que fazer
( w w w . g u a rdi an. co. uk), outro diário inglês, é citado em reportagem, na qual se vincula tal feito "ao perigo que enfrentam educadores no Iraque". O rapto foi realizado por homens vestindo uniforme do Ministério do Interior. Claro que não surpreende que tantos professores prefiram a fuga a continuarem no país. Aliás, iraquiano que encontra jeito se exila. Só na vizinha Jordânia já se encontram 800 mil. O Conselho de Assistência a Professores Refugiados quer saber o por quê de se fazer intelectuais como alvo. Ninguém foi preso e grupo algum assume responsabilidade. É estranho.
intelectuais como alvo? Ninguém foi preso e grupo algum assume responsabilidade. É estranho. G Talvez
matá-los seja parte do plano de uma das seitas, com intenção de fazer do Iraque uma teocracia. É um risco que os Estados Unidos não podem assumir.
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á várias int e r p r e t ações. Intelectuais, de forma geral, são sempre aqueles que mais se opõem e sofrem em sistemas totalitários. Talvez matá-los seja parte do plano de uma das seitas religiosas com intenção de fazer do Iraque uma teocracia. Especula-se muito sobre a ambição xiita de criar um amplo espaço no Oriente Médio, que incluiria Irã, Iraque, Líbano, Síria... A Jordânia sunita não esconde sua preocupação, inclusive devido ao prestígio conquistado pelo Hezbolah na guerra com Israel. Não poucos se passaram pa-
H
ra o xiismo. Al Jazeera diz, não assumindo como sua opinião, que "numerosos analistas apontam para os serviços secretos de Israel como os autores para, paradoxalmente, reafirmarem e aprofundarem o receio de uma misteriosa capacidade de atingirem os alvos desejados. Os massacres o c o r re m e n t re a s duas seitas pelo poder sobre o Iraque. São parte do dia-adia iraquiano. Até agora não se sabe como acabarão.
A
utra temida hipótese é a de que, se as tropas estrangeiras, os americanos, deixarem o Iraque antes dos iraquianos se entenderem sobre o futuro de seu país, a guerra entre seitas se espalhará p e l o O r i e n t e M édio, por todos os países onde convivem forçadamente sunitas e xiitas. É um risco que os Estados Unidos não podem assumir pois, além dos efeitos sobre a economia internacional, também abalará as comunidades de imigrantes muçulmanos na Europa, que levaram com elas suas crenças e contradições. Será um rastilho que levará a uma explosão de imprevisível abrangência.
O
NAHUM SIROTSKY, CORRESPONDENTE EM
JERUSALÉM
promotor Renato Eugênio de Freitas Peres, no recurso que apresentou contra a sentença do juiz Rodrigo César Muller Valente, faz isso com a potência de um exército de polvos, compondo uma petição-camuflagem onde não se encontra uma só afirmação unívoca entre batalhões de indiretas capciosas. Não querendo insistir abertamente na alegação de que Bornhausen é mesmo racista, mas não querendo prescindir dela por completo, ele transmuta-a de afirmação explícita em sugestão indireta, alegando que o senador “efetivamente tem o hábito de utilizar o conceito de raça”. A ambigüidade é levada ao extremo do confusionismo, pois, de um lado, o promotor não cita um único exemplo
O
hamar de jumento um animal que caiba na classe dos jumentos é usar o conceito de jumento. Chamar de jumento o marquês de Sader ou o promotor Freitas é usar a palavra totalmente fora do conceito que ela nomeia, pois nada, na definição de jumento, admite a inclusão de animais de outra espécie que só se jumentalizam por vontade própria. Diz ainda o promotor que os demais insultos lançados contra o senador, como “repulsivo, fascista, mente suja, abjeto, mesquinho, desprezível” são só expressões de “um debate acalorado”, não cabendo pois ação judicial para puni-los. Diante do exposto, e data vênia de S. Excia., deixo aqui registrada a minha acaloradíssima opinião de que o promotor é um chicaneiro, malicioso, mentiroso, trapaceiro na argumentação e fofoqueiro de cortiço na escala de valores morais, além de jumento em sentido arquifigurado, que em nada depõe contra a espécie jumenta. Quanto ao marquês, é tão ruim que não pode ser qualificado. Já o xinguei de tudo quanto é nome, e sinto que ainda não consegui expressar a quintessência da sua personalidade excrementícia. Ele é uma espécie de cocô metafísico. Nem todos os demônios defecando juntos poderiam produzilo. Talvez só ele próprio, em agonias intestinais dantescas, conseguisse.
C
pinião por opinião, deixo também registrada aqui a minha sobre o tal de minhocarta. Se ele dissesse ou publicasse de um filho meu o que publicou e disse do filho do Diogo Mainardi, eu só não quebraria a cabeça do desgraçado a pauladas caso não conseguisse distingui-la do rabo. Neste caso, que pelo que li da sua autoria é o mais provável, meter-lhe-ia um rojão aceso com o cano para dentro e daria o problema por resolvido sem maiores discussões. Mesmo no auge da fúria, sou um sujeito educadíssimo.
O
OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA
G Sader não
me responde. Ele não é besta de querer que o núcleo da questão venha à luz.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
8 -.NACIONAL
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
DE ACORDO COM DIRETOR DA COMPANHIA, NOVOS PREÇOS SERÃO DISCUTIDOS NO INÍCIO DO PRÓXIMO ANO
PETROBRAS ESTUDA REAJUSTE DE GÁS
A
Petrobras está " o l h a n d o n o v amente" um reajuste no preço do gás produzido no País, disse ontem o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Almir Barbassa.
A declaração foi feita durante debate no "Fórum de Tendências: Aliança do Brasil". De manhã, o diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer, afirmou que o preço do gás boliviano será um teto para os preços do gás nacional.
Barbassa explicou que a empresa manteve o preço do gás baixo para estimular o uso do produto no Brasil, uma vez que tinha de pagar por 24 milhões de metros cúbicos de gás boliviano mesmo que não usasse todo esse volume. A po-
lítica deu resultado e o consumo aumentou. "Agora é o momento de reajustar o preço", disse. Segundo Sauer, os novos preços ainda não foram fixados e serão discutidos com as distribuidoras no primeiro semestre do ano que vem.
Depois do período de congelamento de preços do gás natural consumido no País, a Petrobras promoveu um reajuste em setembro do ano passado, outro no primeiro trimestre deste ano. "Temos que manter uma relação do preço do gás
com seu substituto imediato, e o mercado vai se equilibrar", disse Sauer, referindo-se ao óleo combustível. Do contrário, argumentou o diretor da Petrobras, a demanda pelo gás natural tenderia a aumentar, já que estaria com um preço mais baixo que a outra opção. No mesmo evento, o representante dos investidores privados no setor de energia elétrica, Cláudio Sales, do Instituto Acende, disse "antever uma crise" relacionada ao gás em 2007 e 2008, e particularmente ao aumento do preço do produto. "Entendo a situação da Petrobras: se tem contrato (de fornecimento de gás), ela cumpre. Se não tem, seu interesse de empresa tende para a alta de preço (do gás)", afirmou o representante. Sales estimou que os preços do gás no mercado interno tendem a ficar, então, "mais próximos" de US$ 7 por milhão de BTU (unidade térmica britânica por hora) do que de US$ 5 (preço que a Argentina paga pelo gás da Bolívia depois do aumento na revisão de contratos com aquele país). De acordo com ele, o aumento de preços do gás deve ter impacto no preço da energia elétrica e terá algum efeito de contenção do crescimento econômico. (AE)
Estatal retoma conversas com a Bolívia
A
Petrobras e a estatal boliviana YPFB retomaram ontem as negociações a respeito do preço do gás natural importado pelo Brasil. De acordo com o diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer, uma comitiva de negociadores brasileiros já está na Bolívia para uma nova rodada de conversas. O prazo para as negociações vence no próximo dia 10. Na avaliação de Sauer, o encontro desta semana não deve ser conclusivo. "Devemos ter mais uma reunião antes do fim do prazo", afirmou. Ontem, o executivo decidiu adotar uma postura mais diplomática, evitando repetir que a estatal não aceitará aumentos. Desde o início da crise, a Petrobras vem dizendo que não há espaço para reajustes além dos previstos em contrato. O Brasil paga atualmente pouco mais de US$ 4 por milhão de BTU nas importações da Bolívia. Os bolivianos dizem que querem adequar o preço ao mercado internacional, elevando a um mínimo de US$ 5, valor negociado com a Argentina no mês passado. O prazo das negociações já foi adiado três vezes, desde que La Paz pediu a revisão, em maio. Sauer informou que a Petrobras está recebendo entre 21 milhões e 23 milhões de metros cúbicos de gás boliviano por dia. A redução com relação à média dos últimos meses (25 milhões de metros cúbicos) deve-se a obras de recuperação de um gasoduto no sul do país vizinho, danificado por fortes chuvas em maio. Na época, o governo chegou a trabalhar em um plano de contingência para o mercado, que não precisou ser adotado porque a estatal realizou um reparo provisório na tubulação. De acordo com o diretor da Petrobras, agora não haverá necessidade de cortes de fornecimento para o consumidor final. "Estamos absorvendo a redução em nossas térmicas e refinarias", explicou. As obras entraram em sua segunda fase, que deve durar 11 dias. O diretor da estatal brasileira, porém, não quis prever quando serão concluídas. "Estamos em época de chuvas, o que dificulta qualquer previsão para o término das obras." (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ANTARTIDA
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
EUA, CANADÁ E EUROPA: À ESPERA DOS ESQUIADORES
TURISMO - 1 Divulgação
Com suas montanhas nevadas, as estações de esqui do Hemisfério Norte se preparam para mais uma temporada. Confira os atrativos de cada uma. Pág. 4
´
Fotos: Jaime Bórquez
S e aventurar em uma
expedição ao continente branco é embrenhar-se em águas geladas, a bordo de um navio de luxo, e em terras desertas cobertas de neve e gelo. De quebra, passase pelos pequenos povoados das ilhas Malvinas e Geórgia do Sul. E quem tiver sorte ainda pode ter como companheiro de viagem nada menos que o navegador Almyr Klink. Págs. 2 e 3
Uma viagem inédita Nesse território branco, de icebergs, geleiras e montanhas nevadas, os anfitriões são alvos fáceis de serem avistados, observados e, claro, fotografados: são pingüins de várias espécies, como o macaroni e seu look punk (abaixo, ao meio), leões marinhos e suas colônias gigantescas (abaixo, à esq.), e inúmeras aves – uma das mais impressionantes de se ver de perto é o enorme albatroz (abaixo, à dir.).
Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm
DIÁRIO DO COMÉRCIO
8 -.ESPECIAL
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Expresso Aeroporto: obra de R$ 497 milhões para ligar o Terminal Barra Funda a Cumbica em apenas vinte minutos
Trens de passageiros, muito passado e pouco futuro O transporte ferroviário de passageiros não é lucrativo para a iniciativa privada, pressupõe a participação do governo. Por isso, parou. Mas há projetos para sua volta em trechos escolhidos - Cumbica e Campinas, por exemplo
A
Marcelo Soares/Hype
s viagens de trem pelo Brasil atualmente fazem parte da realidade apenas dos filmes ou novelas do século passado, pois, com exceção de pequenos trechos turísticos, a malha ferroviária nacional não é utilizada para o transporte de passageiros. Qual a razão disto? “O Brasil, nos anos 50, com o estímulo à indústria automobilística, fez uma opção e privilegiou o modal rodoviário de transporte”, explica Guilherme Rehder Quintella, presidente da Agência de Desenvolvimento de Trens Rápidos entre Municípios (ADTrem). Mesmo após as privatizações do setor, aponta Quintella, não houve o desenvolvimento do transporte ferroviário de passageiros porque esta é uma atividade que pressupõe a participação do governo, uma vez que a atividade não é, por si só, lucrativa para a iniciativa privada. A Parceria Público Privada (PPP), neste contexto, é o modelo de negócio considerado ideal pelo setor para tornar viáveis projetos de trens para passageiros. O projeto Trens Regionais de Média Densidade, que conta com o patrocínio doBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), prevê a construção e operação de trinta trechos de norte a sul do País. As linhas teriam até 200 quilômetros de extensão e atenderiam municípios com
Gustavo Roth/Folha Imagem
Guilherme Quintella: “O Brasil fez a opção pelo transporte rodoviário nos anos 50”
pelo menos 100 mil habitantes. Além da ADTrem e o do banco de fomento, outras entidades fazem parte do projeto: Ministério dos Transportes, Ministério das Cidades, Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) e Sindicato Interestadual de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre). No Estado de São Paulo o
projeto identifica pouco mais de mil quilômetros com potencial para serem explorados por trens de passageiros, divididos em cinco trechos. Destes, o Expresso Aeroporto é o que está mais próximo de virar realidade. “Esperamos iniciar o processo de licitações já em 2007”, afirma o presidente da ADTrem. A obra, orçada em R$ 497 milhões, faria a integração do Terminal Barra Funda com o Aeroporto Internacional de Cumbica,
em Guarulhos. O trajeto, que pode levar mais de duas horas de carro em dias de trânsito congestionado em São Paulo, será feito em 20 minutos do ponto de partida ao destino final, sem estações intermediárias. O número de passageiros é calculado em vinte mil por dia até 2010 - podendo chegar a 55 mil/dia com a inauguração de outros três terminais - e as passagens teriam um custo de R$ 17. As empresas interessadas
em participar da PPP para o Expresso Aeroporto têm até o dia 16 de dezembro para encaminhar suas propostas para a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos (STM). “No mundo, existem hoje 170 projetos para este tipo de trem sendo analisados e todos eles são obras que começarão do chão”, conta Quintella, acrescentando que existem de 15 a 20 empresas interessadas em participar destas PPPs aqui no Brasil.
O Trem Expresso Bandeirantes é outra obra que tende a contar com a participação da iniciativa privada para viabilizar investimentos da ordem de R$ 2,7 bilhões no período de 2007 a 2010. A interligação de São Paulo e Campinas por trens terá uma extensão de 92,3 quilômetros e levará 50 minutos para completar o trajeto, que parte da Barra Funda, faz uma parada em Jundiaí e termina em Campinas. A previsão é de que a demanda de passageiros no dias úteis seja de 55 mil pessoas em 2010 e chegue a 89 mil em 2040. O estudo de viabilidade do trem identificou um fluxo de 106 mil pessoas entre as duas cidades em 2004, sendo que 89 mil faziam o percurso de carro. Se o trem não for construído, em dez anos o sistema rodoviário entre as cidades estará saturado e demandará pesados investimentos em infraestrutura para suprir uma alta de 8% ao ano no fluxo de passageiros no período de 2010 a 2040. O presidente da ADTrem conta que os investimentos em trens para passageiros não precisariam atrair necessariamente empresas ligadas à área de infraestrutura. Ele cita o caso de construtoras em outros países que entram neste tipo de parceria e assim conseguem, por exemplo, construir um empreendimento com uma estação de trem em seu interior, o que naturalmente valoriza os imóveis. (KH)
Humberto Nicoline/Folha Imagem
Pequenos trechos de turismo ainda se servem das antigas marias-fumaças. E os trens de passageiros de longa distância desapareceram da paisagem brasileira
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Gover no Planalto Congresso CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Adriano Machado/AE 03/05/2006
CÂMARA CONGRESSO VOTA MPs E DESTRAVA PAUTA
A
A ministra e conselheira, que preside a instituição, acredita que ela e seus colegas são submetidos a um excesso de atividades, o que justificaria o aumento.
A
O Bolsa Família não é salário, mas uma necessidade transitória. Jutahy Magalhães
DEPUTADOS VOTAM MEDIDAS PROVISÓRIAS
GRACIE QUER JETON NO CNJ
presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, defendeu ontem o pagamento de um jeton para ela e os 14 integrantes do CNJ, o que corresponderá a um aumento superior a R$ 5 mil nos salários. Gracie disse que os membros do conselho trabalham muito, reunindo-se a cada duas semanas. "Há um 'overlapping' (excesso) de atividades", afirmou. "Nós temos aí uma defasagem de tempo e situações", defendeu a ministra. Em sua opinião, "a maioria dos conselheiros acumula funções nos seus tribunais de origem com as atividades do conselho", disse. "Ninguém pode dizer que o conselho não tenha trabalhado. Nossas sessões são abertas, são públicas. Todos sabem que nós estamos aqui a cada duas semanas para sessões intensas, com uma pauta muito complexa", declarou. Para ela, o pagamento de gratificação por presença é uma "prática em todos os con-
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selhos que existem". "Pelo menos naqueles que eu conheço", ressaltou. "Quando participa, recebe. Quando não participa, não recebe", frisou a presidente das instituições. Folha corrida – Segundo Gracie, o órgão tem prestado bons serviços e contribuído para a moralização, por exemplo, com a determinação do teto salarial do Judiciário, que, atualmente, é de R$ 24.500, equivalente ao salário de ministro do STF. No entanto, o pagamento do jeton para o CNJ, proposto em um projeto encaminhado ao Congresso no início do mês, fará com o que os conselheiros recebam acima do teto. A presidente do STF e do CNJ deverá ver a própria remuneração passar de R$ 24.500 para R$ 30.300. Os ordenados dos outros 14 integrantes do CNJ deverão passar de R$ 23.200 para R$ 28.800. Gracie afirmou que, nos casos do limite máximo salarial e da proibição do nepotismo na Justiça, o CNJ foi vigoroso. "Já se tem hoje pacífico que todas as situações de irregularida-
Gracie: projeto prevê que salários ultrapassem teto do funcionalismo.
des com respeito ao nepotismo foram extirpadas", declarou. Sem teto – "Com relação ao teto, seria interessante verificar que nós estamos trabalhando sobre fichas financeiras de 97 tribunais, todos eles com seu corpo funcional, não apenas magistrados, mas também servidores", assegurou. Sobre se o CNJ não fica numa situação difícil ao propor o pagamento do jeton ao mesmo tempo em que mapeia as gratificações dadas por outros tribunais, Gracie admitiu que há
algumas situações em que o teto pode ser superado. "Há algumas situações em que mesmo o teto pode ser superado", esclareceu. "É o caso das pessoas que percebem uma pensão e também o vencimento", explicou. "É o caso das gratificações por exercício de presidência, daquele adicional que se refere a permanecer na ativa", concluiu. A iniciativa pode gerar uma onda de pedidos semelhantes de juízes, procuradores e promotores e preocupa o governo. (AE)
Câmara dos Deputados aprovou as medidas provisórias que trancavam a pauta. Das oito que faltavam, três delas abrem crédito suplementar no valor total de R$ 2,387 bilhões para gastos da presidência da República e de onze ministérios. Entre as medidas aprovadas estão a que dispunha sobre a renegociação de dívidas de crédito rural na Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene). E a MP 319 que define mudanças na carreira de oficiais e assistentes de chancelaria no serviço exterior. Também estavam na lista as MPs 321 e 323 que tratam da desoneração de produtos e da criação da Central Internacional de Medicamentos, que autoriza a contribuição de R$ 13,2
milhões para a central internacional de medicamentos contra Aids, malária e tuberculose, da Organização Mundial de Saúde. Foi também aprovada a MP que permite contratos de financiamento imobiliário pelos Sistemas Financeiros da Habitação (SFH) e do Saneamento (SFS) sem a aplicação da Taxa Referencial (TR) como índice de atualização. A que trata dos portos secos também foi aprovada. Ela dispensa licitação para recintos alfandegários e permite que a movimentação e a armazenagem de mercadorias para exportação sejam feitas de portos secos construídos por meio de licença da Receita Federal. A Casa também aprovou o Supersimples. Leia mais no caderno de Economia. (Agências)
BOLSA FAMÍLIA GERA POLÊMICA
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íderes aliados e de oposição na Câmara reagiram, negativamente, à aprovação anteontem, pelo Senado, do projeto de lei que inclui um benefício de Natal – espécie de 13º salário – no programa Bolsa Família, sinalizando que a proposta deverá ser rejeitada na Casa. O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), apontou duas ilegalidades no projeto. Segundo ele, os senadores mis-
turaram a legislação trabalhista com a assistencial. "Transformaram um tipo de benefício assistencial, equiparandoo ao salário", afirmou. Outro ponto, conforme ele, foi a aprovação de um gasto sem previsão de recursos equivalentes no Orçamento. Para o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães Júnior (BA), "o Bolsa Família não é salário, mas uma necessidade transitória", disse. (AE)
Suplemento Especial/São Paulo, 23 de novembro de 2006
Como desatar este nó da cidade?
Uma frota de seis milhões de veículos, mais 500 novos por dia. Nem rodízio adianta, fica tudo parado num imenso congestionamento. Especialistas apontam só duas saídas: melhoria do transporte público e aumento da malha viária. As autoridades até que tentam, mas é cada vez maior o número de carros nas ruas, uma vez que o transporte coletivo não atende à população, com a exceção de sempre: o metrô, ainda pouco para as dimensões de São Paulo. Neste suplemento especial, o Diário do Comércio mostra o transporte de passageiros: experiências como o Expresso Tiradentes e o bom exemplo de Curitiba, os ônibus intermunicipais e interestaduais, a busca de tecnologias, o sucesso das novas companhias aéreas e seu contraponto, as ferrovias, em busca de algum futuro
Rogério Albuquerque/AFG
TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
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Congresso Planalto Tr a n s i ç ã o CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
TUCANOS ALINHAVAM 'REPACTUAÇÃO FEDERATIVA'
Queremos uma agenda com compromissos que sejam honrados por todos. Yeda Crusius
Roberto Jayme / AE
SERRA, YEDA E FHC DISCUTEM AGENDA TUCANA. Reunidas sob a denominação "repactuação federativa", as propostas formam uma pauta consensual da legenda a ser encaminhada ao Congresso como contribuição da oposição ao debate nacional em torno do desenvolvimentismo.
A
governadora eleita do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), se reuniu anteontem em São Paulo com o governador eleito José Serra (PSDB) e com o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. Não foi um encontro apenas de cortesia. Tratou-se de uma costura ampla em torno de uma agenda comum articulada entre governadores eleitos e que já começara a ser traçada no dia 14 deste mês durante encontro da gaúcha com o mineiro Aécio Neves, no Palácio das Mangabeiras, em Belo Horizonte. Apesar de ter conversado separadamente com os dois – o encontro com Serra ocorreu anteontem à noite e com FHC ontem pela manhã – o tema desses encontros girou em torno do fortalecimento do PSDB e da pauta consensual que os governadores da sigla vão encaminhar ao Congresso. A agenda comum foi apresentada pelo governador Aécio Neves. Dentre as medidas já discutidas, estão a redistribuição das receitas de tributos concentrados em poder da
Nossa oposição busca a evolução e não apenas a crítica e o desmanche do que está sendo feito pelo governo vencedor (do presidente Lula). Yeda Crusius União, que hoje representam 80% da massa tributária do País, o estabelecimento de novos valores para o ressarcimento aos Estados e municípios exportadores pelas perdas com a Lei Kandir, a transferência de recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e do Pasep para os Estados, unificação das alíquotas do ICMS, a descentralização da malha rodoviária e a conclusão da reforma tributária. Na avaliação dos tucanos, por meio dessa agenda, denominada "repactuação federativa", o partido poderá exercer uma oposição com firmeza e
responsabilidade e trazer ao cenário nacional a discussão de propostas desenvolvimentistas. Foi o que o próprio Serra procurou demonstrar na reunião que teve na Câmara dos Deputados, ontem , com a bancada paulista. Yeda Crusius já havia dito que tem conversado com governadores de outras legendas, tais como o PMDB, para buscar a maior adesão possível a essas propostas. Ela acredita que é fundamental o governo do presidente Lula apresentar a sua agenda para o País, porém acha também necessário os governadores se unirem em torno de medidas positivas para o Brasil. "Nossa oposição busca a evolução e não apenas a crítica e o desmanche do que está sendo feito pelo governo vencedor (do presidente Luiz Inácio Lula da Silva)". "O que for trazido como uma agenda do presidente, vamos avaliar criticamente, mas não vamos deixar de sugerir. Queremos uma agenda com compromissos que sejam honrados por todos – e todos a favor do Brasil". (AE)
Discussão ampliada: o governador eleito José Serra leva idéias à bancada paulista na Câmara.
JORNAL RECORRE AO TSE
O
jornal "Correio Braziliense" recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra decisão que concedeu direito de resposta ao governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), por causa da notícia publicada naquele veículo no dia 14 de setembro, ligando o então candidato à máfia das ambulâncias. Na matéria, intitulada
"Sanguessugas agiram na gestão de Serra", o jornal afirmou ter obtido documentos que mostravam que Serra, quando ministro da Saúde, teria conhecimento da movimentação de parlamentares para aprovar emendas que distribuíram ambulâncias superfaturadas para o Estado de Mato Grosso. Contra essa reportagem, que teve chamada de capa,
José Serra ajuizou pedido de direito de resposta, concedido pelo juiz eleitoral de primeira instância após a retirada de trechos da resposta considerados ofensivos ao "Correio Braziliense". O jornal alega que a notícia teve a única preocupação de narrar fato de extrema repercussão social, sem emitir juízo de valor sobre a conduta de José Serra. (AE)
CABRAL, COM BENEDITA E MINC. Governador do Rio nomeia seis secretários que irão compor sua equipe Fábio Motta / AE
O
governador eleito do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), oficializou ontem a participação do PT fluminense em seu governo ao anunciar, entre seis futuros secretários, a ex-governadora Benedita da Silva e o deputado estadual petista Carlos Minc. Cabral admitiu que a participação do PT em seu governo ajuda na aproximação com o presidente Lula, mas rejeitou a idéia de que a aliança seja relacionada à participação do PMDB no governo federal. Ele disse que usou critérios técnicos para escolher os nomes do PT. Assistente social, Benedita ocupará a Secretaria de Ação Social e Direitos Humanos. Minc, conhecido militante ecológico, ficará com a pasta do Meio Ambiente. "Foram escolhas administrativas. São pessoas que têm tradição e experiência nas áreas que vão assumir", disse Cabral, afirmando que a relação política com o PT diz respeito à aliança eleitoral no segundo turno e ao compromisso atual que assumiu de ajudar Lula a se aproximar do PMDB. "Um novo ambiente dentro do PMDB, nessa relação com o presidente da República, está sendo construído de maneira muito positiva. Defendo que Lula tenha a liberdade da ação política na escolha dos seus colaboradores assim como eu tive", afirmou. O governador eleito disse que não precisa oferecer cargos ao PT para ter bom relacionamento com Lula e contou já ter apresentado ao presidente
Companheiros: Cabral apresenta Benedita no novo governo.
Defendo que Lula tenha a liberdade da ação política na escolha dos seus colaboradores assim como eu tive. Governador Sérgio Cabral Filho
sua primeira reivindicação: quer recursos a fundo perdido para a construção de uma nova linha do metrô do Rio que passa sob a Baía de Guanabara. Quase três anos depois de ter sido demitida pelo presidente Lula do Ministério da Assistência Social com poucos resultados e o constrangimento de uma viagem irregular à Argentina, Benedita volta a um cargo análogo. Cabral afirmou que ela é um símbolo da luta social no Brasil. "Eu falei
hoje com o presidente Lula que iria convidar Benedita e ele ficou muito feliz", disse Cabral. Benedita foi coordenadora da campanha de Lula no Rio. A escolha aproxima o governador eleito do presidente, mas o afasta do casal Garotinho. P re s i d e n t e re g i o n a l d o PMDB, o ex-governador Anthony Garotinho dá sinais de que está insatisfeito com o tom crítico adotado por Cabral em relação ao governo de sua mulher, Rosinha Matheus. Num encontro, ele teria pedido que Cabral não nomeasse Benedita, desafeta do casal. Cabral negou isso hoje, mas mandou um recado: "O governador eleito fui eu. Quem escolhe secretários sou eu. Essa autonomia foi dada pela população do Estado do Rio, por 68% dos votos no segundo turno. Nunca interferi na escolha do secretariado de nenhum governo e portanto tenho autonomia para escolher meus secretários", afirmou. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ESPECIAL
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
O trânsito da cidade a caminho do inferno Nem rodízio adianta, parece que nada resolve mais neste imenso congestionamento em que a cidade se transformou. Especialistas apontam duas só saídas: melhoria do transporte público e aumento da malha viária Celso Júnior/AE
Quase seis milhões de veículos e cerca de 500 novos automóveis em circulação na cidade a cada dia. O trânsito da cidade já é um caos e vai piorar WValente/AFG
Katia Hochman
C
om uma frota de q u a s e s e i s m ilhões de veículos, São Paulo tem um dos trânsitos mais caóticos do mundo. Para piorar, a cada dia cerca de 500 novos automóveis entra em circulação na cidade, o que leva os órgãos responsáveis a adotar medidas impopulares, mas essenciais, como o rodízio municipal de veículos. Diante deste cenário, duas medidas de médio e longo prazo parecem ser a única solução: a melhoria do transporte público e o aumento da malha viária. Mas a lentidão deste processo e a falta de vontade política podem fazer a cidade parar num futuro não tão distante. Segundo Katia Vespucci, gerente de planejamento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, o rodízio de veículos adia em quatro anos os efeitos sentidos no trânsito por conta do aumento da frota: “Como são duas placas que saem de circulação todos os
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa Repórter Katia Hochman
dias, a frota deveria diminuir 20%. Mas isso não acontece porque, ao mesmo tempo, alguns carros que não estariam em circulação acabam entrando no sistema. O corte é de mais ou menos 10%”. Mesmo assim, a redução da lentidão chega a 30% durante pelas manhãs e 26% à tarde. Ampliar o rodízio está fora de cogitação, de acordo com a gerente da CET: “A medida causa muito incômodo à população. É preciso resolver a questão, mas o remédio não pode matar o paciente”. A saída, no caso, seria a melhoria do transporte público e o incentivo ao escalonamento de horários: “O rodízio já faz mais ou menos esse trabalho: as pessoas podiam ser encorajadas e adotar horários alternativos”. “A situação já está passando de crônica”, define Adilson Amadeu, vereador pelo PTB de São Paulo e presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica da Câmara de Vereadores: “Chegamos a picos de 215 km de congestionamento”. Para mudar o cenário, Amadeu sugere que a fiscalização seja intensificada “2,3 milhões de veículos estão rodando ilegalmente todos os
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Djinani S. de Lima Ilustração Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
www.dcomercio.com.br
Ciro Vidal: “Do jeito que está não dá pra continuar”
dias” - e que sejam feitas campanhas de educação no trânsito: “Estamos preparando um projeto de educação nas escolas em parceria com a Universidade de São Paulo”.
Para Amadeu, é necessário investir em obras que aumentem a malha viária da cidade: “Falam muito do Rodoanel, mas não adianta falar, tem de fazer. A demora é tanta que,
quando ficar pronto, pode ser que não seja suficiente”. O vereador também sugere que sejam construídos bolsões de estacionamento na região do Brás e um túnel para quem vem da rua São Caetano e vai pegar a rua Monsenhor Andrade, também no Brás: “Ali fica tudo parado”. “Sugestões são muitas, agora precisa ter vontade política para fazer”, afirma Ciro Vidal, ex-diretor geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo e integrante do Conselho Nacional de Trânsito. Ele acredita que é impossível resolver os problemas de trânsito da cidade sem aumentar a malha viária: “Na década de 70, São Paulo tinha 1,5 milhão de veículos e 15,3 mil quilômetros de vias. Hoje são quase seis milhões de carros e apenas 17 mil quilômetros de vias. A primeira grande iniciativa que precisa ser tomada é cicatrizar a cidade, abrir espaço”. De acordo com o ex-diretor, a maioria das grandes ci-
dades do mundo, como Los Angeles e Paris, possui um anel viário, como o Rodoanel, e já entendeu que é preciso dar prioridade ao transporte coletivo: “Em São Paulo não há planejamento. Nos corredores de ônibus, por exemplo, é comum você ver passar dez ônibus vazios e em seguida um cheio, isso porque eles fazem rotas muito parecidas. É indispensável ter uma política própria para o transporte”. Vidal também chama atenção para a falta de fiscalização: “São Paulo tem cerca de dois mil fiscais. Levando em consideração as férias, sobram cerca de 600 para fazer a fiscalização da cidade inteira. Tinha de ter no mínimo dez mil. Na Cidade do México, por exemplo, que é muito parecida com São Paulo, são cerca de quinze mil. Eles têm um esquema para colocar gente em horário de folga, devidamente treinados, para orientar o trânsito. Do jeito que está não dá pra continuar”.
A Zona Azul eletrônica
A
cidade de São Paulo experimenta um novo sistema de pagamento da Zona Azul. Desenvolvido pela rede Ponto Certo, empresa especializada em transações eletrônicas, o sistema permite que o pagamento das tarifas seja feito digitalmente. O usuário compra créditos de estaciona-
mento em estabelecimentos credenciados e a fiscalização é feita por meio de computadores de mão (palm tops). Além disso, é possível cadastrar um número de celular e ativar ou desativar os créditos via mensagens de texto (SMS). “Dessa forma o usuário só paga pelo tempo em que realmente esteve estacio-
nado”, explica Celso Campelo, diretor de negócios corporativos da rede Ponto Certo. O s f i s c a i s re c e b e m e m seus palm tops uma lista atualizada com as placas dos automóveis com permissão de estacionar e com aqueles que estão com seus créditos acabando, facilitando a fiscalização. Segun-
do Campelo, o sistema é totalmente seguro. Hoje, a novidade está sendo testada em mil vagas na praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, e na região da República, no centro da cidade. Nos feriados de final de ano, o sistema será testado também no litoral de São Paulo.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
1 O pouco tempo para o recolhimento acaba tendo impacto maior para o comércio que, no geral, faz suas vendas a prazo. Marcel Solimeo
Roberto Stuckert/Ag. O Globo
SUPERSIMPLES SAI DO PAPEL. SÓ FALTA A ASSINATURA DO PRESIDENTE. Além dos benefícios tributários, a nova lei prevê facilidades de acesso ao crédito
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projeto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que cria o Supersimples, foi aprovado ontem pela Câmara dos Deputados, após quase dois anos de tramitação. Agora o texto, que reduz a carga tributária e aumenta a abrangência do Simples, segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva num prazo máximo de 15 dias. Segundo estimativas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com a nova lei haverá a formalização de cerca de 1 milhão de empresas, o que traria, só para o Estado de São Paulo, um ganho de cerca de R$ 500 milhões. Estima-se, ainda, a criação e formalização de 3 milhões de empregos. A aprovação da matéria ainda neste ano era aguardada pelo empresariado. Além do Sebrae, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), entre outras entidades, se mobilizaram durante todo o ano para que Supersimples saísse do papel. Quando o texto ain-
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milhão de empresas deverão sair da informalidade com a aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, estima o Sebrae da estava no Senado, o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos chegou a participar de uma reunião entre os líderes da Casa para se chegar a um acordo na votação. Benefícios – O Supersimples é um regime diferenciado de tributação para as micros e pequenas empresas em relação aos tributos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Além dos benefícios tributários, o projeto prevê ainda a adoção de facilidades de acesso ao crédito, diminuição da burocracia e preferências nas licitações públi-
cas. Esse tratamento diferenciado abrange também obrigações previdenciárias a cargo do empregador. A lei entrará em vigor em 1º de julho de 2007, e não em 1º de janeiro, como havia sido proposto. "Tenho esperança de que o presidente Lula adiante essa data para fevereiro ou março", disse o relator das emendas feitas ao projeto pelo Senado, deputado Luiz Carlos Hauly. Das 14 emendas feitas pelo Senado, foram aprovadas 10. Dentre as rejeitadas, está a que excluía a possibilidade de as imobiliárias optarem pelo Simples Nacional. Efeitos – Poderão se beneficiar com o Supersimples as empresas que faturam até R$ 2,4 milhões ao ano. A nova lei cria um regime tributário com mais faixas de tributação de acordo com o faturamento e a área de atividades da empresa (indústria, comércio ou serviços). A Lei Geral também cria cadastros unificados para diminuir a burocracia dos processos de abertura e fechamento de empresas e oferece às micros e pequenas empresas participação preferencial nas licitações até R$ 80 mil. (Agências)
Barrada a votação do X-Tudo
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vereador Ushitaro Kamia (PFL) barrou na manhã de ontem a votação do substitutivo ao Projeto de Lei nº 552/06, da prefeitura, o chamado X-Tudo, durante reunião da Comissão de Constituição de Justiça da Câmara Municipal de São Paulo. A manobra do pefelista, denominada "vistas ao PL", adiou a votação da matéria para a próxima semana. Na última terça-feira, o vereador e presidente da CCJ, João Antonio (PT), chegou a anunciar que a proposta seria votada na manhã de ontem. Já se especulava que o substituti-
vo seria aprovado por seis dos nove vereadores que compõem a comissão. O mínimo é de cinco votos favoráveis para o andamento do projeto. Horas depois da reunião da CCJ, vereadores seguiram para a sessão ordinária da Câmara e manifestaram descontentamento com a postura do prefeito Gilberto Kassab de não retirar o PL da Câmara. Kassab anunciou que deverá apresentar um substitutivo em breve. Celso Jatene (PTB) era um dos descontentes. "Prefeito, retira esse projeto com nome de X-Tudo. Retira já", disse. O exjudoca e vereador do PL Auré-
lio Miguel tem a mesma opinião. "Caso ele queira mudanças na forma de cobrança de impostos, que apresente projetos que falem só de uma determinada matéria", criticou. Elaborado pelo Centrão – grupo de vereadores do PL, PTB PSB, PP, PMDB, PV e PFL – o substitutivo prevê apenas a criação do Parcelamento Administrativo de Débitos Tributários. Mudanças na forma de cobrança de tributos municipais, como o Imposto Territorial Predial Urbano (IPTU) e o Imposto Sobre Serviço (ISS), foram retiradas do texto.
Mudança de prazos à vista
setor produtivo. Ontem, o governo anunciou uma possível alteração no prazo para as empresas utilizarem os créditos de PIS e da Cofins. Hoje, o empresário paga os dois tributos na compra de máquinas e equipamentos para investimentos novos ou ampliação dos já existentes e recebe créditos no valor pago, que podem ser utilizados em
um período de 24 meses. A idéia é reduzi-lo para 18 meses. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que o governo prefere utilizar a pequena margem de receita existente no Orçamento do próximo ano para desonerar os investimentos produtivos a fazer a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física em 2007. (LI)
A
sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) (veja texto à direita) foi divulgada num momento oportuno, já que o governo federal prepara um pacote fiscal para desonerar o
Ivan Ventura
Deputados comemoram a aprovação do Supersimples, que tramitou por quase dois anos no Congresso
Fisco, o primeiro a receber
A
s empresas precisam de prazos maiores para recolher seus tributos. Essa é a conclusão da sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, as indústrias demoram, em média, 45 dias para receber pelas vendas realizadas, mas têm um prazo bem inferior para recolher seus tributos. No Estado de São Paulo, o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é feito, em média, 18 dias após a venda. A sondagem foi realizada com 451 indústrias, das quais 372 pequenas e médias e 79 grandes. O presidente da confederação, Armando Monteiro Neto, entregou a pesquisa na última terça-feira ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. De acordo com o gerenteexecutivo de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, é preciso adequar os prazos para recolhimento de tributos com a prática comercial. "Sem isso, as empresas ainda têm de arcar com custos financeiros para obter crédito e conseguir pagar os impostos no prazo", explica. Vilão – Entre todos os tributos, o ICMS foi apontado por 55,7% das empresas como o que mais afeta o fluxo de caixa. Para 80,3%, o prazo médio de recebimento das vendas é superior a 31 dias. A assessoria de imprensa da Secretaria da Fazenda do Estado de São
Paulo (Sefaz) informou que, no momento, não há possibilidade de alteração das datas, em função das necessidades de fluxo de caixa do estado. O estudo detectou também que os tributos federais que mais têm impacto no caixa das empresas são o PIS e a Cofins, assinalados por 41,5% das empresas pesquisadas. Os dois tributos foram apontados por 43,8% das empresas de médio e pequeno portes. Peso – Além da questão do curto prazo para o recolhimento, o ICMS é considerado o
mais pesado para o varejo. "O pouco tempo para o recolhimento acaba tendo impacto maior para o comércio que, no geral, faz suas vendas com pagamento a prazo", disse o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo. Ele lembrou que na época da discussão da MP do Bem, a ACSP levou proposta ao governo sugerindo a redução gradativa dos prazos de recolhimento dos tributos federais. Laura Ignacio
Final de 3 anos de luta pela simplificação tributária, comercial e de crédito. Só falta a sanção presidencial. Economia 1
As indústrias recebem em 45 dias, mas pagam o ICMS em 18 dias. É a maior reclamação que aparece na sondagem da Confederação Nacional da Indústria, divulgada ontem. E 1 Ano 81 - Nº 22.258
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São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Jornal do empreendedor
ESPECIAL
Edição concluída às 23h45
Transportes e Logística
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Sérgio Lima/Folha Imagem
Da esquerda para a direita: Moreira Franco, Orestes Quércia, Michel Temer, Lula, Tarso Genro, Henrique Eduardo Alves e Tadeu Filippelli
Jaime Borquez
Hassan Ammar/AFP
Aventura inédita no gelo da Antártida A bordo de um navio norueguês, a visão de icebergs, montanhas nevadas, colônias de pingüins... Boa Viagem
Luto por Gemayel no dia da Independência do Líbano Com a independência em perigo, festas canceladas, o Líbano cristão e antissírio vela Pierre Gemayel, ministro assassinado. C 4 DC
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
ESPECIAL - 3
Milton Mansilha/LUZ
Mais metrô
Só o metrô agrada, razão de tanto carro nas ruas A saída para o caos na cidade é o transporte público, mas o número de usuários de coletivos diminui. Idéias para melhorar a situação são muitas, mas o fato é que só o metrô funciona e é aprovado pela população
E
ntre os especialistas existe um consenso: para melhorar as condições do trânsito em São Paulo é fundamental fazer com que as pessoas optem pelo transporte público. Porém, o movimento segue em direção oposta. De 1987 a 2002, o índice de deslocamento coletivo na região metropolitana de São Paulo caiu de quase 56% para 47%, segundo dados da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). Isso significa mais carros na rua e mais congestionamento. Para tentar reverter esse quadro, o governo do Estado de São Paulo estabeleceu, no segundo mandato do governador Mario Covas, o Plano In-
tegrado de Transportes Urbanos (PITU) 2020, com uma série de recomendações, medidas e objetivos a serem concluídos em pouco mais de vinte anos. Essas medidas incluíam desde o sistema sobre trilhos e pneus até a melhoria da infra-estrutura viária, com a ampliação e construção de novas vias e terminais de integração. Entre as principais propostas destacam-se as implantações de 300 quilômetros de corredores de ônibus exclusivos e 284 quilômetros de linhas metroviárias, interligação dos aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Campo de Marte por meio de trens e a modernização das linhas existentes. O orçamento previsto era de mais de R$ 30
A parceria com a iniciativa privada pode ser a melhor saída para ampliar as linhas do metrô
bilhões. Hoje é possível verificar alguns avanços, como a construção de novos corredores e a criação do bilhete único, que, além de baratear os custos para os usuários, possibilita melhor integração entre ônibus, trem e metrô. Mas, com exceção do metrô, a satisfação dos paulistanos em relação ao transporte público tem piorado. Segundo pesquisa da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), o percentual dos usuários que avaliam os ônibus municipais como ótimos ou bons caiu de 61% para 52% no ano passado, em comparação ao ano anterior. Mais de 90% dos passageiros afirmam que pegam trânsito e que os ônibus são poluidores e 79% dizem que os veículos demoram a passar. “Para atrair mais passageiros ao sistema é preciso melhorar a qualidade e o conforto
dos ônibus e a velocidade das viagens”, afirma Marcio Schettino, gerente de desenvolvimento da Empresa Metropolitana de Transportes Urb a n o s d e S ã o P a u l o ( E MTU/SP). Para isso, a empresa está lançando algumas iniciativas, entre elas colocar em circulação novos ônibus abastecidos a combustíveis alternativos, como os movidos a células de hidrogênio: “Estes veículos possuem arcondicionado e transmissão automática. E mais conforto, pois elimina a possibilidade do motorista estar em um dia ruim na hora de passar as marchas”, diz Schettino. Os corredores de ônibus, aprovados por 59% dos usuários segundo a pesquisa da ANTP, também são uma boa alternativa para aumentar a velocidade do sistema. Hoje a região metropolitana de São Paulo conta com dez corredo-
res, que somados chegam a 146 km de extensão. Os principais são o Pirituba/Lapa/Centro, com 15 km; o Parelheiros/Rio Bonito/Santo Amaro, com 33 km; e o corredor ABD, gerido pelo governo do Estado, que liga a região sul do município de São Paulo a Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André e Mauá, chegando pelo bairro de São Mateus, na Zona Leste da cidade. No início do mês de novembro, ao anunciar o aumento das tarifas de ônibus, o prefeito Gilberto Kassab afirmou que, para aumentar a velocidade do sistema de ônibus da cidade, a prefeitura vai instalar localizadores em todos os veículos até o final do ano. Dessa forma será possível avaliar melhor a fluidez do sistema e garantir que todos os ônibus sejam colocados em circulação pelas empresas.
Ao contrário do sistema de ônibus, a aprovação pelos usuários do metrô de São Paulo tem se mantido nos mais altos patamares. A pesquisa de satisfação da ANTP mostra um índice de 90% de conceitos excelentes ou bons para o sistema. Mesmo assim, existem algumas reclamações, principalmente em relação ao custo, considerado alto por 49% dos passageiros, e ao baixo número de estações, o que acaba forçando os usuários a tomar outra condução. Segundo Gabriel Feriancic, engenheiro da ETTL Engenharia de Transporte, Tráfego e Logística, há um enorme potencial de crescimento para o metrô de São Paulo: "Com o início do uso de bilhete único também no metrô, o número de usuários aumentou bastante. E a parceria com a iniciativa privada, como a que está acontecendo na linha 4, pode ser a melhor saída para ampliar as linhas". Já na visão do presidente da Associação Nacional d e Tr a n s p o r t e s P ú b l i c o s (ANTP), Rogério Belda, falta também uma maior integração entre as várias redes de transporte: "Faltam ainda opções, principalmente quando falamos de trem e metrô. Já existe a integração, mas ela é muito limitada". Em junho deste ano o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de mais de R$ 300 milhões para as obras de expansão da linha 2 (verde), no trecho entre a estação Ana Rosa e o Alto do Ipiranga. A previsão de entrega é em março de 2007. Além da ampliação da linha 2, estão sendo construídas duas novas linhas, a 4 (amarela), que liga a região da Luz até a Vila Sônia, na Zona Oeste, e a 5 (Lilás), que vai do Capão Redondo até a Chácara Klabin. O trecho inicial desta linha - do Capão Redondo até o Largo Treze - já foi entregue em 2002.
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
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ATAS
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CONVOCAÇÕES
PARTSIL EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S/A
CNPJ 61.314.787/0001-50 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Convocamos os Srs. Acionistas a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária em 12/12/2006, às 10:00hs, na Sede Social, com a seguinte Ordem do Dia: A) Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e Demonstrações Financeiras de 2002; B) Outros assuntos de interesse social. Aviso aos Acionistas: Acham-se à disposição dos acionistas os documentos do Art. 133 da Lei 6.404/76. SP, 12/11/2006. Francisco José da Silva - Presidente do Conselho de Administração.
DURAFLORA S.A. CNPJ nº 43.059.559/0001-08 ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA CONVOCAÇÃO Ficam convidados os Senhores Acionistas da Duraflora S.A., a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, a ter lugar na sede social, na Avenida Paulista nº 1938 - 9º andar, nesta Capital, às 15:00 horas, no dia 08 de dezembro de 2006, a fim de deliberarem sobre a seguinte proposta do Conselho de Administração: a) Aprovação da incorporação da totalidade das ações representativas do capital desta sociedade, pela Duratex S.A., transformando-a em subsidiária integral, nos termos do “Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações”, firmado entre as empresas; b) Reforma estatutária consistente na alteração dos artigos 3º, 4º, 5º, 6º e 11, visando adaptar as novas condições da Sociedade como subsidiária integral, e consolidação. c) Autorização aos Administradores para praticarem todos os atos necessários à implementação da operação proposta. São Paulo, 22 de novembro de 2006. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Olavo Egydio Setubal Presidente
Instituto Terra Brasilis de Pesquisa, Desenvolvimento, Ensino Profissionalizante e Ação Social
CNPJ/MF nº 02.975.539/0001-91 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Pelo presente edital e na forma prevista pelo art. 59 e seguintes do Código Civil, convocamos os senhores associados para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada, na nova sede do Instituto na Rua Vergueiro, nº 3057 - 3º andar - sala 3, Vila Mariana, nesta Capital, no próximo dia 01 de dezembro de 2006, sexta-feira, às 10:00 horas em primeira convocação, com a maioria absoluta; às 11:00 horas em última convocação, com 1/3 (um terço) dos associados, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: (a) Alteração do Estatuto Social para a alteração do artigo 22, para constar o novo cargo da Diretoria, Diretor Executivo e a inclusão de um parágrafo único no artigo 24 do referido Estatuto, designando suas funções na Associação; e (b) demais assuntos de interesse dos associados.
ILHA MORENA PRAIA E PESCA
EDITAL
FATO RELEVANTE
Convocação de Assembléia Geral O Clube Ilha Morena Praia e Pesca convoca seus associados com direito a voto e de acordo com os artigos 21 e 23 dos Estatutos Sociais, para a Assembléia Geral Extraordinária a realizarse no dia 04 de dezembro de 2006, na sede social, na rua Guilherme de Almeida, 885, em Caraguatatuba-SP, às 17:00h em primeira convocação e, 60 minutos após, em segunda convocação, para votar a seguinte ordem do dia: 1) Eleição da Diretoria; 2) Outros assuntos de interesse social. São Paulo, 23 de novembro de 2006.
COMUNICADOS FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 22 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Reqte: Credipopuli - Consultoria e Fomento Mercantil Ltda. - Reqdo: Paris Comércio e Importação Ltda. - Rua Antonio La Giudice, 1104 - A1, subsolo - 02ª V. Falências Reqte: C. Scheel Cobranças Comerciais S.C. Ltda. - Reqdo: Towama Comércio de Peças e Máquinas Ltda. - Rua Dr. Carvalho de Mendonça, 71 - 01ª V. Falências Reqte: On Time Factoring Fomento Mercantil Ltda. - Reqdo: Sedal Indústria de Máquinas e Fieiras Ltda. - Rua Tamuata, 291 - 01ª V. Falências Reqte: Madearte Indústria e Comércio Ltda. - Reqdo: Romar Comércio, Importação e Exportação Ltda. - Rua Major Quedinho, 111 - 11º - Pav. 15 - 02ª V. Falências Reqte: Eliana Rosana Martins Esteves - Reqte: Priscila Padula - Reqdo: Luiz Fernando Baron Ortiz-ME - Rua Rocinha, 57 - 02ª V. Falências
Comunica-se o extravio dos talões de Ns. Fs. Série D-1 de nº 201 a 500 da Firma: Ademar R. Bitencourt Jóias - ME, inscrita no CNPJ/MF: 05.459.721/0001-88 e Inscrição Estadual nº 116.780.679.117 com sede à Rua José Bonifácio nº 135 - 1º andar - sala 11C - conj. 13 - Centro - CEP: 01003-001 - São Paulo - SP tendo em vista invasão num arrombamento realizado em 25/09/2006. Há circunstância de fatos estranhos.
EST-Engenharia e Sistemas Tecnológicos do Brasil Ltda. torna público que requereu à Cetesb as Licenças Prévia e de Instalação para a atividade de montagem de máquinas e ferramentas, localizada na rua Humaitá, 75 - Vila Diadema - Diadema - CEP 09912-200 - SP
MONTREAL ARTEFATOS DE PLÁSTICOS E METAIS LTDA - CNPJ 08.287.830/000153 torna público que recebeu da Cetesb a licença prévia nº 29001282, a licença de instalação nº 29002677 e requereu a licença de operação para a atividade de fabricação de plásticos e metais, sito à Av. Itararé nº 1400 – Pq. Montreal - Franco da Rocha - S.P. Cep. 07844-000
C idades ONTEM DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Júlio Alcântara/AE - 20/05/1992
Praça do Patriarca, em 1992. A galeria Prestes Maia ainda ostentava sua antiga arquitetura Ari Vicentini/AE - 13/12/1991
Em fase de recuperação urbanística, em 1991 a passagem sob o Anhangabaú ainda não tinha verde Célio Jr/AE - 07/12/1995
Em dezembro de 1995, camelôs tomavam o espaço do viaduto Santa Ifigênia. Contra o calor, guarda-sol. Jorge Araújo/Folha Imagem - 1990
O mesmo Anhangabaú, em 1990. Obras de passagem de nível ainda em andamento.
Centro evolui, mas ainda pede atenção
1 Queremos desenvolvimento em todos os aspectos: urbanísticos, culturais, funcionais, sociais e econômicos Marco Antônio Ramos de Almeida, do Viva o Centro
HOJE Fotos de Ricardo Padue/AFG
Ao completar 15 anos, Instituto Viva o Centro faz balanço positivo da região Danilo Verpa/Hype
Flávia Gianini
H
á 15 anos, o Centro estava decadente e a degradação forçava empresas a abandonar a região e a migrar para prédios na Paulista, na Faria Lima, na Berrini. O esvaziamento era cada vez maior. Mas essa situação mudou. Hoje, o Centro abriga a melhor infra-estrutura da cidade. Apesar de representar 0,5% da área física da capital, o Centro detém 8% dos empregos, 30% do sistema financeiro, destino de 20% da população, recebendo dois milhões de pessoas por dia. Na opinião de quem testemunhou o processo de decadência e seu recomeço, o Centro está mais limpo, mais organizado, mais bonito e mais seguro. "O grande problema essa palavrinha de quatro letras (o mais) da frente dos adjetivos. Não queremos um Centro mais limpo. Queremos um Centro limpo e ponto final", disse o engenheiro civil e diretor do Instituto Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida. A entidade, que está comemorando 15 anos, faz um balanço positivo das mudanças na região, mas reconhece que falta muito a ser feito pela Prefeitura, empresas privadas e, principalmente, pelos cidadãos. Nessa avaliação não entram romantismo nem nostalgia. "A função do Centro é dar identidade a cidade e ser funcional", disse Almeida. E completou: "Temos de derrubar tudo o que não presta". O instituto foi criado em 1991 por iniciativa de diversos executivos de empresas estabelecidas na região, liderados pelo então presidente do BankBoston e diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Henrique Meirelles, hoje presidente do Banco Central. "Queremos desenvolvimento em todos os aspectos: urbanísticos, culturais, funcionais, sociais e econômicos", disse Almeida. E foi além: "O espaço público é público e não pode ser privatizado" declarou, numa referência direta aos camelôs. Para Almeida, uma alternativa para a proliferação do comércio ambulante ilegal é a criação de espaços organizados (shoppings populares e bolsões). "Eles têm de ser retirados das ruas, pois elas são públicas. Mas não dá para ignorar a questão social", disse. Calçadão – Outro assunto que divide opiniões no Centro: os calçadões. Há sete anos, o instituto, com ajuda da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e de Comunicação e Artes da USP, fez um estudo sobre as ruas fechadas para circulação de veículos. O resultado gerou 70 propostas de atualização do sistema de calçadões. Segundo Almeida Ramos, a questão não é acabar ou não com as ruas fechadas. "Há ruas que precisam se tornar calçadões e outras precisam deixar de ser", avaliou. Mas o engenheiro esclarece que a questão é mais complexa. Um exemplo: muitas vezes a distância entre as ruas fechadas e os pontos de circulação normal de carros cria dificuldades para o abastecimento, para o acesso de pessoas com dificuldade de locomoção, além de problemas de segurança. "Se um veículo parar muito longe, os problemas se multiplicam. Quem vai querer andar por um calçadão tarde da noite à procura de um táxi", exemplifica Almeida. A principal conclusão do estudo é que existe circulação intensa de ambulâncias, carrosforte e de carros de concessionárias de água e energia, entre outros veículos. É necessário disciplinar a circulação desses veículos autorizados, mas a região carece de sinalização até para pedestres. "Não há rota de emergência no caso de incêndios. Há equipamentos públicos como orelhões e bancos no meio das ruas fechadas", disse Almeida. Para ele, a solução desse problema passa pelo redefinição do calçadão. Transporte – Apesar dos problemas, o Centro tem infra-estrutura superior à das áreas mais ricas da cidade. As sete estações do metrô que atendem
a região formam – juntamente com mais de 200 linhas de ônibus, três grandes terminais e diversas linhas de trens urbanos – a m e l h o r re d e d e transporte público da capital. O sistema de energia é subterrâneo e reticulado, o que atrai as empresas que hospedam sites e Almeida, do Viva O Centro call centers. Sem falar na infra-estrutura cultural. No Centro estão localizados o Teatro Municipal, a Pinacoteca do Estado, a Sala São Paulo, a Escola de Música Tom Jobim, o Teatro Abril, além de mais de mil edifícios tombados. Para Almeida, "toda região precisa de construções novas para manter o desenvolvimento". Nesse sentido, segundo ele, a situação começou a mudar com a Operação Urbana/Centro e a flexibilização criada para projetos com aprovação especial. "Essa flexibilização melhorou um pouco a situação de abandono da área. Mas deveria haver um ônus para as construções de pequeno porte, já que uma utilização inferior à capacidade instalada do Centro é anti-social", opinou. Garagens – Mesmo privilegiada, a infra-estrutura do Centro tem uma grande deficiência: as garagens. A oferta de vagas em relação ao número de veículos circulantes na região é cinco vezes menor do que nas outras regiões da cidade. A falta de espaços adequados para estacionamento gerou o problema das garagens clandestinas. "Estabelecimentos sem alvará ajudam na medida em que atendem à crescente demanda por espaço para estacionar. Mas geram outros problemas", disse Marco Antônio. Segundo o diretor do instituto Viva o Centro, as garagens clandestinas estão localizadas em espaços inadequados, onde deveriam estar instaladas lojas, escritórios e outras atividades comerciais ou de serviços. Tais espaços são pequenos e o pátio de manobra dos carros acaba sendo a rua, o que complica demais o trânsito. Mas essa situação de irregularidade deve começar a mudar. A lei para construção de garagens subterrâneas, aprovada há três anos, tem tudo para sair do papel, acredita Almeida. "O projeto já está sendo licitado e deve ficar pronto ainda este ano", afirmou. Pedagógico – Na opinião de Almeida, a recuperação do Centro terá um efeito pedagógico para a cidade. Todo o problema da região central vem da má utilização de seu espaço. "É uma das áreas centrais menos densas, mais espalhada e ineficaz entre as grandes capitais mundiais", afirmou. Segundo ele, devido ao espalhamento do Centro, o metrô parou de atender sua demanda há anos, assim como a rede de trens e ônibus. Essa situação deu origem a van e peruas clandestinas. Deslocamentos de longa distância ainda obrigam famílias de baixa renda a adquirir carros velhos que acabam tendo participação importante no aumento dos congestionamentos. Para ele, uma das soluções para esse problema é a recuperação de prédios históricos e seu reaproveitamento. "Temos de demolir o que não presta. Retirar do Centro o que é velho, com utilização inadequada, e gerar a reocupação imobiliária", resumiu. Sobre o movimento ainda tímido de valorização imobiliária da área central, Almeida reconhece que esse processo é incipiente, mas irreversível. "Ainda não vivemos um boom, uma vez que quase não existe oferta. Não há novas construções. Mas o Centro de São Paulo vai se valorizar na medida em for recuperado", aposta o diretor do instituto.
Praça do Patriarca como nova arquitetura. Marquise de concreto é solução discutível.
Já ocupado pelo verde, espaço sobre passagem de nível do Anhangabaú ainda carece de cuidados.
Um viaduto Santa Ifigênia por enquanto livre de camelôs. Espaço público não pode ser invadido.
Principal portal do Centro, Anhangabaú tem hoje ligação direta da 9 de Julho com a passagem de nível.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.ESPECIAL
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Renovar a frota, um benefício para as cidades A produção de ônibus urbanos de uma fabricante de carrocerias cresceu 42% entre setembro de 2005 e setembro de 2006. Prefeituras procuram novas tecnologias para diminuir a poluição e o ruído dos ônibus
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om a crescente demanda por transporte público nas grandes cidades, e com o maior nível de exigência dos passageiros de viagens intermunicipais, as empresas do setor procuram melhorar a qualidade dos veículos de suas frotas. “O objetivo de qualquer empresário é trabalhar com frota nova. Quando sobram recursos, é nisso que as companhias investem”, afirma Marcos Bicalho, diretor superintendente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Amostra disso está na melhoria dos números da Marcopolo, fabricante de carrocerias de ônibus com sede no Rio Grande do Sul. “Nossa produção para ônibus urbano no mercado brasileiro cresceu 42% no período entre setembro de 2005 e setembro de 2006”, conta Carlos Zignani, diretor de relação com investidores da companhia. Além de renovar suas frotas, as prefeituras das grandes cidades procuram novas tecnologias para diminuir os níveis de poluição e ruídos dos ônibus, além de melhorar o aten-
dimento a deficientes físicos. Em São Paulo, a prefeitura apresentou, no início de novembro, 265 novos veículos, que são parte de um programa de renovação de frota da cidade. Com isso, já são 481 novos ônibus postos na rua em 2006, o que representa 70% da meta estabelecida pela prefeitura, de acordo com a São Paulo Transportes S.A. (SPTrans). Outros 208 veículos serão entregues até o final do ano. Cerca de um sexto deles são adaptados para pessoas com dificuldades de mobilidade, além daqueles que possuem entrada rebaixada, que também facilita o acesso de passageiros. De acordo com Bicalho, a cidade realmente necessita de uma renovação de frota, que é uma das mais velhas do País: “Enquanto a idade média da frota brasileira é de quatro anos, em São Paulo os veículos estão com seis anos, em média. O ideal é que esta idade média seja, no máximo, de cinco anos”. Ele acredita que a frota já está com mais qualidade, mas espera novos investimentos no sistema: “Houve um período de descontrole do transporte clandestino, que atrapalhou bastante as empresas.
Oslaim Brito/Digna Imagem
A frota de ônibus de São Paulo está sendo renovada, enquanto se busca nova tecnologia
Mas com o problema praticamente resolvido, elas estão voltando a investir”. Outro fator que contribui para a projeção de aquecimento das vendas de novos veículos nos próximos meses é a facilidade de financiamento. “Atualmente, o programa de Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) oferece prazo de 72 meses com juros muito baixos. Além disso, temos de levar em consideração as eleições municipais em 2008, que também vão impulsionar o mercado”, afirma Zignani, da Marcopolo. Ônibus a hidrogênio A tentativa de diminuir a poluição também faz com que prefeituras e governos esta-
duais invistam em ônibus movidos a combustíveis alternativos. O governo de São Paulo, pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), e o Ministério de Minas e Energia lançaram este mês o primeiro projeto de veículos movidos a hidrogênio. A principal novidade deste tipo de ônibus é que ele não polui. “Imagine uma cidade sem o barulho de carros e ônibus,
com ar puro e ganho de qualidade de vida para toda a população. Estes são os benefícios diretos que os veículos movidos a hidrogênio oferecem para a sociedade, pois utilizam combustível extremamente limpo, que pode ser obtido por meio de várias fontes renováveis como energia solar, eólica, hidroelétrica e biomassa (etanol)”, afirma Márcio Schettino, gerente de Desenvolvimento da EMTU/SP. O programa está sendo desenvolvido em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Global Environment Facility (GEF) e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), e prevê investimentos de cerca de US$ 16 milhões, financiados por um consórcio de oito empresas, entre elas a AES Eletropaulo, a Petrobrás Distribuidora e a própria Marcopolo. As Nações Unidas justificam a escolha do Brasil para o desenvolvimento do projeto com as condições econômicas e ambientais da região metropolitana de São Paulo, que possui uma frota de 23 mil ônibus e sofre com problemas de poluição do ar e sonora. (KH)
Luiz Prado/LUZ
O primeiro teste do Expresso Tiradentes perto da estação Mercado no mês passado. O projeto prevê o transporte de 350 mil passageiros por dia a partir de 2008
Expresso Tiradentes, uma obra renovada O projeto do que deveria ser o Fura-Fila foi refeito, com benefícios para a cidade. A obra deve ficar pronta em 2008, mas o primeiro trecho, entre o Parque Dom Pedro II e o Sacomã, já está em testes
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Expresso Tiradentes é uma das principais obras viárias da P re f e i t u r a d e São Paulo atualmente. O corredor de ônibus, com 32 quilômetros de extensão, ligará o centro da cidade ao bairro de Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital, e retoma o projeto da gestão do ex-prefeito Celso Pitta (1997 2000). Deve somar investimentos de R$ 1 bilhão. “Eu cheguei a pensar em derrubar (a via elevada construída para ser o antigo Fura-Fila do Pitta), porque o estrago da obra era muito grande, e o proveito quando ela estivesse pronta seria muito pequeno. Mas o pessoal da Secretaria de Transpor-
tes fez outro projeto, até a Cidade Tiradentes, e aí valeu a pena”, declarou recentemente o ex-prefeito e governador eleito José Serra. A prefeitura calcula que o Expresso Tiradentes esteja em plena operação até 2008, quando cerca de 350 mil pessoas utilizarão a via diariamente. No mês passado começaram os testes em um trajeto de oito quilômetros, entre o início do trecho, no Parque Dom Pedro II, e o bairro do Sacomã, na Zona Sul. Passada essa fase inicial, a prefeitura garante que o trajeto até o Sacomã, onde futuramente haverá a integração com ônibus intermunicipais, poderá ser testado gratuitamente pela população até o fim do ano. A velocidade média dos ôni-
bus será de 30 quilômetros por hora e haverá 44 paradas no trajeto, o que fará com que os passageiros levem uma hora entre o centro e Cidade Tiradentes. Em um ônibus comum há 105 paradas e a viagem dura mais de duas horas. “O Expresso Tiradentes deverá aliviar a linha leste do metrô, que já é congestionada, assim como o trânsito de veículos com destino ao centro. O Expresso tende a ser uma opção de ligação rápida e de baixo custo para os cerca de 500 mil moradores da Cidade Tiradentes. Além de incentivo para que as pessoas deixem seus veículos em casa”, acredita Cândido Malta, urbanista e professor da Universidade de São Paulo (USP). Ele aponta, no entanto,
que o trecho até o Sacomã poderia ter sido um metrô de superfície, com custos menores: “A administração municipal atual conseguiu transformar uma obra negativa, que estava abandonada, em algo significativo para a cidade e a população”. O superintendente da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida, concorda com o urbanista: “Esta era uma obra que já havia recebido muitos investimentos e, ao se analisar o quanto faltaria aplicar para concluir o projeto, a prefeitura chegou à conclusão de que compensava ir até o fim. Até porque o governo teria de arcar com o ônus político de desativar a obra”. A atual administração municipal vai gastar, no total, R$ 450
milhões, sendo R$ 200 milhões de recursos próprios e R$ 250 milhões do governo federal, por meio do Ministério das Cidades. Além desses recursos, estão previstos mais R$ 165 milhões de um convênio entre a prefeitura e o governo estadual. A Associação Viva o Centro participou de audiências com a prefeitura e conseguiu que alguns pontos do projeto original fossem alterados em benefício da região central: “A chegada do Expresso ao Parque Dom Pedro, que gostaríamos que retomasse as características originais de um parque, foi reduzida para um terço daquilo que era proposto inicialmente”, conta Almeida. Outra vitória da Viva o Centro foi conseguir incluir no projeto melhorias estéticas e de
iluminação para que os vãos da parte elevada da obra não assumam o aspecto de favelas. O projeto original O projeto original foi feito em 1994 pelo arquiteto Ruy Ohtake. Era para ser um ônibus elétrico, biarticulado, que circularia sob trilhos e seria guiado mecanicamente, sem motorista. A obra era uma das principais promessas do então prefeito Celso Pitta, que não a entregou. A prefeita Marta Suplicy sucedeu Pitta, rebatizou o projeto de Paulistão, mas também não o concluiu. A gestão de José Serra/Gilberto Kassab iniciou as obras onze meses depois de tomar posse. (KH)
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Nacional Finanças Va r e j o Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
MARCAS LÍDERES PERDEM PARTICIPAÇÃO
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categorias de produtos passaram a compor a cesta padrão da classe D/E neste ano, ante 21 em 2002.
SUCO EM PÓ E ALIMENTOS INSTANTÂNEOS PASSARAM A COMPOR A CESTA DE CONSUMO NA ERA LULA
MESA FARTA E VARIADA NA CLASSE D/E
A Menos cheques devolvidos
O
índice de cheques devolvidos por falta de fundos no Brasil diminuiu em outubro, de acordo com levantamento divulgado ontem pela Serasa. Na comparação com o mesmo período de 2005, houve recuo de 6,6%. Em relação a setembro de 2006, houve queda de 2,6%. Em outubro deste ano, foram compensados 145 milhões de cheques em todo o País, sendo que 2,7 milhões voltaram por falta de fundos, o que correspondeu a um índice de 18,4 cheques devolvidos a cada mil compensados. Na avaliação da Serasa, a queda retrata o crescimento da renda disponível do consumidor, sustentado pela expansão do emprego, pelos reajustes salariais com ganho real e pela utilização do
crédito consignado para pagamento de dívidas. Acumulado – Nos dez primeiros meses de 2006, o estudo da Serasa apurou movimento oposto. Segundo a empresa de análise de crédito, houve alta de 12,9% no índice de cheques devolvidos sobre o acumulado do mesmo período de 2005. De janeiro a outubro deste ano, foi compensado um total de 1,4 bilhão de cheques, sendo que 30,1 milhões voltaram por falta de fundos, o que correspondeu a um índice de 21 cheques devolvidos a cada mil compensados. No mesmo período do ano passado, foram devolvidos 30,2 milhões de cheques de um total de 1,6 bilhão de compensados, o que resultou em um indicador de 18,6 cheques a cada mil.
Regiões – No levantamento entre as regiões, a pesquisa constatou que o Sudeste, com 16,4 cheques a cada mil compensados, voltou a apresentar o menor índice de cheques devolvidos. O maior indicador, de 37,9 a cada mil, foi verificado na Região Norte, seguida pelo Nordeste, com 24,7; Centro-Oeste, com 23; e Sul, com 17,7 a cada mil. Entre os estados, Pernambuco apresentou o menor índice (14,7), seguido por São Paulo (15,5), Santa Catarina (16,3), Minas Gerais (16,9) e Rio Grande do Sul (17,8). No lado oposto, o Estado de Roraima liderou o ranking de cheques sem fundos com 82,8 cheques devolvidos a cada mil compensados, seguido por Amapá (73) e Tocantins (49,9). (AE)
s camadas mais baixas da sociedade brasileira conseguiram sofisticar seus padrões de consumo para bens não-duráveis ao longo dos quatro anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Levantamento feito pela LatinPanel mostra que a classe D/E – caracterizada no estudo por famílias que ganham até quatro salários mínimos – passou a incorporar em sua cesta de consumo sucos em pó, massas instantâneas, amaciantes, caldos para tempero, salgadinhos, leite longa vida e esponjas sintéticas entre outros produtos definidos como não-básicos e práticos, ou seja, aqueles prontos para uso. Em 2001, a classe D/E destinava 29% de seus gastos com alimentos para adquirir produtos não-básicos. Em 2006 esse percentual saltou para 33%. Em relação aos produtos prontos, em 2002 essa classe social destinava 24% de seus gastos com alimentação na aquisição
dessa categoria de produtos e passou a destinar 28% em 2006. "A cesta da baixa renda ficou maior e mais sofisticada devido ao volume de crédito que o varejo oferece e também porque a indústria descobriu potencial nessa fatia de mercado", disse a diretora geral da unidade brasileira da LatinPanel, Ana Cláudia Fioratti. O número de categorias de produtos que compõem a cesta padrão da classe D/E saltou de 21 para 27 entre 2002 e 2006, um aumento de 29%. No mesmo período, a classe C (famílias que ganham entre 4 e 10 salários mínimos) teve aumento de 18% nas categorias de produto incluídos na cesta e a classe A/B (renda superior a 10 salários mínimos), 20%. Gasto maior – Proporcionalmente, a baixa renda comprou e gastou mais que qualquer outra classe no governo Lula. As famílias D/E compraram 11% a mais em volume e aumentaram em 35% os gastos médios com produtos das ces-
tas de alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza. Enquanto as classes A/B e C ampliaram suas participações no mercado de consumo em respectivamente 7% e 10%, a classe D/E aumentou em 15%. Entre 2002 e 2006, as marcas líderes perderam 48% de participação segundo o estudo. No período, 41% dos produtos consumidos pela classe D/E eram classificados como de preço intermediário e 31%, de preço baixo. Migração – Em 2006, cerca de 2,15 milhões de famílias da classe D/E ascenderam para a classe C. Os dados da LatinPanel mostram que em 2005, cerca de 44% das famílias situavamse nas classe D/E. Em 2006, esse número caiu para 39% dos domicílios pesquisados. Apesar da melhora no consumo, o item alimentação aparece em terceiro lugar no posto de anseios da classe D/E, com 29%, logo atrás de imóveis (64%) e eletroeletrônico (33%).
Consumo estagnado
em consideração 70 categorias de produtos abordadas no estudo da LatinPanel, os gastos e o volume médio comprado – que haviam crescido em 2005 respectivamente 9% e 6% em relação a 2004 – devem fechar 2006 em queda. Na comparação janeiro a outubro de 2005 com janeiro a outubro de 2006 verifica-se
queda de 1% no consumo e de 1% no gasto médio. Segundo a diretora-geral da LatinPanel, Ana Cláudia Fioratti, a inadimplência tem segurado o consumo, apesar da elevação do mínimo. Para 2007, as perspectivas não são muito melhores. "Se não houver aumento da renda, o consumo continuará estagnado." (RCI)
A
pesar da maior participação da baixa renda no mercado consumidor, no âmbito geral, o consumo tem se mantido estável ao longo do governo Lula. Levando-se
Renato Carbonari Ibelli
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Ambiente Polícia Distritais Compor tamento
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Centro mostra aquarelas Divulgação
A
Agendas da Associação e das distritais
Hoje promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae-SP-ACSP sobre Trabalho temporário – como contratar e treinar sua equipe. Telefone 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 8h30. I Centro– A distrital realiza reunião do Comitê de Política Urbana. Às 9h. I Penha – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae-SP-ACSP sobre Evitando a inadimplência. Telefone 0800-728-0202 (central do Sebrae. Às 9h. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de escolas particulares do Projeto Empreender, ministrada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 9h. I Ipiranga – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Técnicas de atendimento. Telefones 6163-3746/61637827 ou 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 10h. I São Miguel – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae-SP-ACSP sobre Inadimplência. Telefone 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 10h. I Santo Amaro – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Loja arrumada e vitrine enfeitada: Detalhes que aumentam as vendas. Telefone 0800-7280202 (central do Sebrae). Às 10h30. I Conjuntura - O superintendente de economia da ACSP, Marcel Solimeo, coordena reunião-almoço do Comitê de Avaliação da Conjuntura. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/12º andar, no Enre. Confirmar presença pelo 3244-3299 ou no e-mail: crsilva@acsp.com.br, com Célia. I São Miguel – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Técnicas para agilizar o atendimento e valorizar o produto. Telefone 0800-7280202 (central do Sebae). Às 14h. I Centro – A distrital realiza comemoração pelo Dia Mundial da Aquarela. O vereador Aurélio Nomura, autor da Lei Municipal que instituiu o Dia Mundial da Aquarela no calendário oficial da cidade, receberá um Marco
Objetivo da exposição é levar a importância da arte para a população.
CONCURSO NATAL ILUMINADO JÁ COMEÇOU
GIr I Santo Amaro – A distrital
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Ó RBITA
da Paz. Às 18h. I Vila Maria– A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Contratação de temporários. Telefone 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 19h30. I Penha – A distrital promove homenagem a policiais civis, militares e bombeiros da região. Haverá posse de três novos conselheiros. Às 19h30. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de automecânicas do Projeto Empreender, ministrada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h.
Sexta I Penha – A distrital promove
oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Loja arrumada e vitrine enfeitada: Detalhes que aumentam as vendas. Telefone 0800-7280202 (central do Sebrae). Às 9h. I Vila Maria – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Visual da loja. Telefone 0800728-0202 (central do Sebrae). Às 9h. I Santo Amaro – A distritalpromove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Técnicas de atendimento. Telefone 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 10h. I São Miguel – A distrital promove oficinas gratuitas do Natal Empreendedor 2006 – Sebrae/SP-ACSP sobre Técnicas de atendimento. Telefone 0800-728-0202 (central do Sebrae). Às 10h. I Comex - O vice-presidente da ACSP Renato Abucham coordena reunião-almoço da Comissão de Comércio Exterior com palestra do diretor do departamento de planejamento e desenvolvimento de comércio exterior da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fábio Martins Faria. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/ 12ºandar, Enre. I Centro – A distrital, em parceria com o Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo – Seccional Centro, promove a Relações humanas no mercado imobiliário, ministrada por Anderson Bontorin. Às 19h.
BUTANTÃ 22ª reunião ordinária da Distrital Butantã, no A próximo dia 29, abordará os seguintes assuntos: concurso Natal Iluminado; confraternização dos conselheiros; criação do Comitê Técnico, da Comissão de Política Urbana (CPU) da distrital, com a participação dos arquitetos Gérson Gómez e Larissa Campagner. A reunião, coordenada pelo superintendente, José Sérgio Toledo Cruz, é às 19h30 na rua Alvarenga, 415. Estão convidados representantes de outras entidades, independente de serem associados da ACSP, com o objetivo de analisar os problemas da região, que serão enviados ao coordenador da CPU, Alfredo Cotait Neto. Natal – A distrital já está convidando empresas, shoppings e residências para participarem do concurso Natal Iluminado deste ano. Os pasticipantes serão julgados por uma comissão formada pela subprefeitura e pela a distrital Butantã, com o apoio do Grupo 1 de Jornais e do Jornal Jaguaré. Informações podem ser obtidas pelos telefones 30326101 e 3032-8878 ou pelo email dbutanta@acsp.com.br.
SANTO AMARO Distrital Santo Amaro A promoveu palestra da AES Eletropaulo com o tema Isto é da sua Conta. A apresentação foi realizada pelos diretores Luiz José Fernandes Jr. e William Fernandes. Eles falaram sobre a parte institucional da empresa, ações sociais e outros assuntos de interesse da comunidade. Homenagem– A distrital, representada pelo diretor conselheiro Nelson Gonçalves de Camargo participou, no Espaço Sociocultural - Teatro do Centro de Integração Empresa Escola (Ciee), da homenagem ao empresário Lázaro de Mello Brandão, presidente do conselho de administração do Bradesco, que recebeu o título de membro benemérito e o Troféu Integração, pelos serviços prestados à organização e a educação nacional. Aproximadamente 600 pessoas marcaram presença no evento.
Distrital Centro, em parceria com o grupo Universo da Aquarela, promoveu a abertura da exposição O Universo da aquarela por um mundo melhor. "O evento faz parte de uma campanha de conscientização que objetiva alertar a população sobre a importância de apreciar e valorizar a arte", disse o superintendente da Distrital Centro, Marcelo Flora Stockler. Ainda há tempo para visitar a exposição, que fica aberta até domingo. A mostra acontece na sede da Distrital Centro da ACSP - Espaço Cultural de Comércio & Imprensa, na rua Galvão Bueno, 83, Liberdade. I lu m i na d o – A distrital já discutiu propostas para a campanha Natal Iluminado deste ano. O objetivo decorar os principais pontos turísticos do Centro, como o vale do Anhagabaú, um dos cartões postais da cidade. Outra idéia é iluminar as principais vias da região, como as praças da Repúplica e Patriarca, os largos São Francisco e São Bento e as ruas Direita e Barão de Itapetininga. "É uma forma de incentivarmos o comércio a decorar as vitrines, com isso iremos atrair o turismo, gerando renda", afirmou Stockler.
Ainda dá tempo: exposição de pinturas vai até o próximo domingo
Palestra e festa de 26 anos
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ara ampliar e desenvolver os negócios da região, a Distrital Centro, com o apoio da Mercatus Educação em Negócios, promoveu a palestra Marketing de Experiência - Como diferenciar a empresa e fidelizar o cliente, com Alessandro Medina Saade, administrador de empresas e diretor da Universidade Cruzeiro do Sul. No evento, foi comemorado o 26º aniversário da distrital, fundada em 29 de outubro de 1980. Para festejar não faltou nem mesmo o bolo.
Compareceram aproximadamente 70 pessoas, entre diretores e conselheiros, convidados, associados e público em geral. Estiveram presentes o assessor especial da presidência da Associação Comercial, Gaetano Brancati Luigi; o delegado da 1ª seccional de Polícia Centro, Mário Jordão Toledo Leme; coronel PM Sidney Câmera Alves, do Comando de Policiamento da Área Metropolitana/1; Rober to Bueno Menezes, delegado do 1º Distrito Policial; e o tenente PM Jackson Dorta.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.TURISMO
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
FÉRIAS
Temporada de neve no Hemisfério Norte Com os termômetros apontando baixas temperaturas, as estações dos Estados Unidos, Canadá e Europa estão prontas para receber visitantes com muito conforto, atividades de todos os tipos e, claro, montanhas nevadas para descer deslizando Fotos: Divulgação
Por Sonaira San Pedro
E
nquanto no Brasil o calor está de matar, nas estações de esqui que ficam do lado de cima da Linha do Equador a neve não pára de cair. E o cenário se torna cada vez mais branquinho, à espera de turistas do mundo inteiro que chegam em busca de uma bela montanha nevada para ser explorada, restaurantes de nível internacional, o aconchego de uma boa cama de hotel e a badalação, que não cessa nunca. E esquiar não é programa restrito aos ricaços, não. Há operadoras que oferecem pacotes de uma semana por menos de US$ 2 mil para estações norte-americanas. Mesmo que você seja esquiador de primeira viagem e entre em desespero só de pensar no vexame que é rolar montanha abaixo com um par de esquis, saiba que a maioria dos turistas está na mesma situação. As aulas para principiantes são bastante comuns, começam logo de manhã e podem até ser ministradas em português. De olho nas principais pistas de esqui do Hemisfério Norte, selecionamos os melhores pacotes para você se esbaldar nas montanhas norte-americanas, canadenses e européias, com preços que vão da base ao cume, só depende do seu bolso.
Aspen (EUA) Na estação de esqui mais badalada da América não é difícil esbarrar em um astro de Hollywood fazendo compras no mesmo supermercado que você. O lugar guarda 340 pistas espalhadas por quatro montanhas de neve abundante e seca: Snowmass, Aspen Mountain, Highlands e Buttermilk. Aspen revela um clima informal que surpreende até os turistas mais decolados e abriga lojas de grifes por trás de fachadas coloridas, galerias de arte e restaurantes renomados. Site www.aspensnowmass.com. A partir de US$ 2.242 com AA Ski Club*.
Jackson Hole (EUA) Jackson Hole parece mais um cenário de filme do Velho Oeste. Os bares, hotéis, a música: tudo remete ao mundo country. Mas além dos ares de faroeste e dos cinco mil hectares de área esquiável, o que atrai milhares de turistas à região é a proximidade com dois parques nacionais: o Yellowstone, terra do Zé Colméia, e o Grand Tetton, que guarda as montanha mais espetaculares da América. Mesmo no inverno, dá para fazer passeios na área dos parques e avistar os animais. Site www.jacksonhole.com. A AA Ski Club** leva por US$ 1.970.
Park City (EUA) Três resorts em um só: Deer Valley, The Canyons e Park City se reúnem no coração das Montanhas Rochosas. Depois do esqui, o esporte mais popular da região é o bobsled, uma versão mais moderna do trenó. Salt Lake City, a 30 minutos da estação, guarda outlets de famosas marcas americanas. E é aqui que acontece um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, o Sudance Film Festival, criado por Robert Redford. Site www.pcski.com. Uma semana a partir de US$ 2.740 na AA Ski Club*.
Aspen (acima) tem nada menos que 340 pistas. Nas outras americanas, há programas para todos os gostos: passeio de trenó em Jackson Hole (ao lado) e snowmobile (à dir., abaixo) e bóias (ao lado, abaixo) em Park City. No Canadá, a famosa Banff (abaixo) reúne simpáticos vilarejos e visitas aos parques nacionais da região. Na França (à dir., acima), Courchevel esbanja charme e luxo
Vail (EUA) Vail tem mais cara de alpes europeus do que das próprias estações de esqui dos Estados Unidos, o que realmente é. A maior estação de esqui da América do Norte tem, em sua única montanha, 193 trilhas para todos os níveis de esquiadores e restaurantes e spas de categoria internacional. O lugar é também paraíso dos jovens fanátic o s p e l o s n o w b o a rd . S i t e vail.snow.com/winter. A partir de US$ 2.737 na AA Ski Club*. Banff (Canadá) Lagos glaciais e picos imponentes garantem a aventura dos que descem de esquis as pistas íngremes das Montanhas Rochosas do Canadá. Os que não querem só saber de esquiar podem fazer de Banff ponto de apoio para visitar os Parques Nacionais de Jasper, Yoho e Banff. Para se ter uma idéia das belezas que a região guarda, saiba que a Unesco a declarou Patrimônio da Hum a n i d a d e . S i t e w w w. s k ibanff.com. Pacotes a partir de US$ 2.723 na Maktour**. Mont Tremblant (Canadá) O mais francês de todos os resorts do Canadá se espalha aos pés das montanhas de Laurentian. São os passeios de trenó, as escaladas no gelo e a arquitetura alpina antiga são as marcas registradas do lugar. A estação é preparada para todo tipo de modalidade e garante a prática de esportes com pistas bem conservadas e até máquina de fazer neve. Site www.tremblant.ca/index.htm. Desde U$ 2.675 com a Maktour**.
Mais um ano de AA Ski Club
P
ara popularizar os pacotes de esqui no Brasil, a American Airlines se uniu às MasterCard, Hertz, Rossignol, Telecall e mais oito operadores de turismo para repassar descontos de até 40% nos pacotes de uma semana nas mais importantes estações de esqui norte-americanas – Aspen, Jackson Hole, Park City e Vail. Na última temporada de inverno do Hemisfério Norte, cinco mil brasileiros viajaram com as ofertas do American Airlines Ski Club, pacote de vantagens que está no mercado há cinco anos. “A expectativa é que, entre dezembro e fevereiro, embarquem sete mil brasileiros”, diz o executivo de contas da American Airlines no Brasil, Márcio Oliveira. Mais infirmações no site www.aaskiclub.com.br. (S.S.P.)
Zermatt (Suíça) Você só chega de trem na estação mais famosa da Suíça. Ali, aos pés do Monte Matterhorn, os únicos meios de transporte são os trenós puxados a cavalo, táxis e ski buses elétricos, o que acaba garantindo a tranqüilidade do lugar. Ou seja, vá para a calçada quando ouvir uma campainha. Zermatt guarda 21 pistas para todos os níveis de esquiadores. Fora das pistas de esqui, o vilarejo guarda salas de cinema, galerias de arte e museus. Site www.ski-zermatt.com. A partir de 1.039 euros, na Maktour, somente terrestre. Courchevel (França) A estação mais chique da Europa e queridinha dos esquiadores experientes é cercada por pequenas vilas francesas do século 16, todas bem modernizadas. O acesso direto às pistas de esqui de Trois Vallées é garantido por meio de um sistema de teleféricos que inclui a maior gôndola do mundo. A estação tem quatro vezes o tamanho de Aspen e guarda 60 ótimos restaurantes e hotéis de luxo. Site www.courchevel.com. Desde 1.303 euros com a Maktour, somente terrestre. Chamonix (França) Aos pés do famoso Mont Blanc, o pico mais alto do Velho Continente, Chamonix é ponto favorito dos alpinistas e esquiadores do mundo todo que buscam a superação. Para os iniciantes, é um espetáculo e uma inspiração. Se você não tem lá muita intimidade com os esquis, aproveite para se aquecer nos excelentes restaurantes que a região abriga e apreciar a paisagem ao redor. Site www.chamonix.com. A partir de 826 euros, somente terrestre. *Pacotes para uma semana com aéreo, hotel, aluguel de carro, seis dias de ski lift e seguros da viagem. ** Pacotes para uma semana com aéreo, hotel, seis dias de ski lift e seguro-viagem.
Accor divulga vencedores do Prêmio Fornecedor
V
inte e duas empresas foram vencedoras do Prêmio Fornecedor Accor 2006, referente aos anos 2004 e 2005. O prêmio é resultado de uma avaliação da qualidade do material, serviço de entrega, atendimento ao cliente, documentação fiscal, custo e qualidade da entrega, entre outros critérios em que os principais fornecedores são avaliados pelos operadores da Accor. "Consideramos os fornecedores parceiros ideais e só com eles conseguimos crescer", disse o presidente da Accor no Brasil e diretor geral da Accor para a América latina, Firmín Antonio. Ele diz que os premiados são fornecedores que entenderam os valores de trabalho do Grupo: inovação, conquista, performance, confiança e respeito. Mais de 100 fornecedores – de telefonia a produtos de alimentos e bebidas – foram avaliados ao longo desses dois anos – tempo que consideram razoável para ter resposta do fornecedor. Destes, 22 ficaram na linha da pontuação mínima, cuja metodologia de avaliação foi consolidada pela área de compras da Accor pelo Sistema de Avaliação de Fornecedores (SAF). "O foco não é tanto o prêmio, é a qualidade do trabalho com a Accor", disse a diretora de compras compartilhadas Accor Hotels, Cilene Bim. "Premiamos o melhor parceiro, quem busca excelência no serviço. Conseguimos mostrar a qualificação dos nossos produtos e também na melhoria de serviços para os nossos clientes", completou. Avaliação – A premiação surgiu a partir da necessidade de uma ferramenta que avaliasse os fornecedores. A avaliação é mensal, feita pelos próprios operadores da empresa, e registrada pelo SAF, cuja ferramenta foi desenvolvida pela Accor depois de uma minuciosa análise mercadológica. "O prêmio
foi uma conseqüência", explica Cilene. A classificação é feita com os principais fornecedores pelo volume de compras. "O fornecedor percebe que existe uma reciprocidade no reconhecimento", diz Cilene. Com essa avaliação, os setores de compras e os fornecedores entendem onde estão os pontos de melhoria. "Vemos as oportunidades de melhorias contínuas, de aproximação com o fornecedor e de encontrar novas abordagens", cita Cilene. E para saber como funciona o sistema de avaliação, os fornecedores são convidados a participar de workshops anuais. Noite de premiação – O mestre de cerimônia da premiação foi o jornalista Paulo Henrique Amorim. E para animar a noite, o humorista Sérgio Rabelo fez algumas apresentações especiais. Ao final, foram sorteadas hospedagens no Sofitel Costa do Sauípe, cuja vencedora foi Audrei Domingues, dos Correios e Claudia Costa, da Atmosfera. Para o Sofitel Guarujá, empreendimento que será inaugurado em 1° de dezembro, quem ganhou foi Luís Gastão, do Mercado Eletrônico e os dois jantares no restaurante Pierre Verger, no Sofitel São Paulo, foram para o Renato Secco, da Philips, e para Renata Barros, da Redecard – todos com direito a acompanhante. Confira quem são as 22 empresas premiadas em 2006: Camil, Contax, Ecolab, EDS, Embratel, Gol, GPTW, IBM, Intelig, Johnson Diversey, Localiza, Marfrig, Mercado Eletrônico, Nestlé, Protege, Redecard, SFDK, Sost, TAM, ThyssenKrupp, Tropical, Unilever. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
ESPECIAL - 5
Seminário avalia o transporte de passageiros Nos dias 28 e 29 de novembro a Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT) promoverá em São Paulo o 4º Seminário de Estudos de Casos de Produtividade em Empresas de Transportes. O objetivo do evento é apresentar casos de empresas que obtiveram ganhos de produtividade no transporte de passageiros. A idéia é que os participantes aprendam com a experiência de outras empresas. A programação do Seminário, no Hotel Jaraguá Convention Center, terá a participação de representantes de empresas como Itapemirim, Empresa de Transporte Viamão, Socicam, SPTrans, Dynamics, WPLEX Software e METRA. Os debates também contarão com o apoio de entidades
representativas do setor como Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo), EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), Fresp (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo), Setpesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de São Paulo), SPURBANUSS (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo). As experiências vão desde o ckeck in antecipado de bagagem no Terminal Tietê, passando por soluções de Business Inteligence aplicadas ao transporte, e até novidades em bilhetagem automática.
4º SEMINÁRIO DE ESTUDO DE CASOS DE AUMENTO DE PRODUTIVIDADE EM EMPRESAS DE TRANSPORTE - 2006 28 / 11 / 2006 - 8:30 - CREDENCIAMENTO E ACESSO DE TECNOLOGIAS E SISTEMAS GERENCIAIS 9:00 - ABERTURA DO SEMINÁRIO: PARTICIPAÇÃO FAT, ARTESP, EMTU, SPTRANS, FRESP, SETPESP, SPURBANUSS 9:15 - ESTUDO DE CASO 1: "OTIMIZAÇÃO DO SISTEMA DE LINHAS DE ÔNIBUS DA KUBA TRANSPORTE COM APOIO DE SOFTWARE DE PROGRAMAÇÃO". Apresentação: Pedro Kassab e Cláudio Freitas - IPK Engenharia e Linconl Kanamore - KUBA: Debatedor: Pedro Brito Machado - EMTU SP Coordenador: Jaime Waisman - POLI-USP - SISTRAN 10:45 -
ESTUDO DE CASO 2: "RESULTADOS DA IMPLANTAÇÃO DE CHECK-IN ANTECIPADO DE BAGAGEM NO TERMINAL RODOVIÁRIO TIETÊ-SP". Apresentação: João Gustavo Haenel - SOCICAM e Repres. da ITAPEMIRIM Debatedor: Robson Rodrigues - SETPESP Coordenador: Alberto Epifani - STM 14:00 ESTUDO DE CASO 3: "IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMA DE QUALIDADE NA EMPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO VIAMÃO NO RIO GRANDE DO SUL". Apresentação: Consultor e Representantes de Empresa de Transporte Viamão - R.G.Sul Debatedores: Paulo José Lourenço - DTP e Representante FRESP Coordenador: João Batista Ribeiro ANTP 15:30 - ESTUDO DE CASO 4: “IMPLEMENTAÇÃO DE GERENCIAMENTO DO PROCESSO DE TRABALHO PARA CONTROLE DE ACIDENTES EM EMPRESA DE TRANSPORTE”. Apresentação: Sérgio Monteiro e Ventura Martelo - DYNAMICS e Representante da A.V. Americana Debatedor: Ariovaldo Maia - Consultor Coordenador:
Francisca Biagioni - SEST SENAT 29 / 11 / 2006 - 8:30 - ABERTURA DA ÁREA DE DIVULGAÇÃO DE SISTEMAS E INSTRUMENTOS GERENCIAIS 9:00 - ESTUDO DE CASO 5: "CONTROLE OPERACIONAL ONLINE INTELIGENTE DA METRA - SISTEMA METROPOLITANO DE TRANSPORTE" - S.Bernardo do Campo SP. Apresentação: Wan Yu Chih - WPLEX Software e Fernando Vincenzo - METRA - SBCampo Debatedor: Marco Antonio Piller - GOL Coordenador: Representante - NTU 10:30 ESTUDO DE CASO 6: "IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA COM BI - BUSINESS INTELLIGENCE - PARA GESTÃO EMPRESARIAL EM GRUPO DE EMPRESAS DE ÔNIBUS". Apresentação: Lauro Freire BGMRODOTEC e Amanda Ramires - TEL TRANSP., ESTRELA, BANGU e TRANSURB Debatedor: Hélcio Raimundo - Consultor Coordenador: Marco Antonio Assalve ARTESP 13:30 - ESTUDO DE CASOS 7:
"RECEBEDORIA AUTOMATIZADA JUNTO AS BILHETERIAS DOS TERMINAIS DE PASSAGEIROS”. Apresentação: Alexandre Toth - SD Serviços Digitais e Representante da Empresa Operadora Debatedor: Representante FAT Coordenador: Antonio Lauro Valdivia - "Site" Economia&Transporte 15:00 - ESTUDO DE CASOS 8: “RESULTADOS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE BILHETAGEM AUTOMÁTICA NA GESTÂO DE EMPRESA DE TRANSPORTE EM GUARULHOS”. Apresentação 1: Pedro Paschoal - EMPRESA 1 e Paulo Arantes Empresa de Ônibus Guarulhos “IMPLANTAÇÃO DA INTEGRAÇÂO SEQUENCIAL ABERTA COM MÚLTIPLOS COMPLEMENTOS TARIFÁRIOS E DO VALE TRANSPORTE EM BELO HORIZONTE”. Apresentação 2: Paulo C. D. Carneiro - TACOM e Representantes das Empresas Debatedor: Elmir Germani - TTC Coordenador: Stanislav Feriancic - SPTRANS Encerramento / Confraternização
Orlando Kissner/Pagos
Rodolfo Buhrer/Gazeta do Povo
Vantagens de Curitiba: novos projetos de aperfeiçoamento do sistema e também no preço das passagens. No ano passado, a prefeitura baixou o preço da tarifa de R$ 1,90 para R$ 1,80
Curitiba, o bom exemplo. Mas São Paulo é outra história A capital paranaense tem o maior índice de aprovação País no quesito transporte público, mas serve apenas como inspiração. As diferenças entre Curitiba e São Paulo são muitas, a começar pelas dimensões
C
om um projeto urbano feito para atender a população com eficiência, Curitiba é considerada há alguns anos um modelo de sistema de transporte público no Brasil. “Há mais de vinte anos, em pesquisa feita em todas as grandes cidades do País, Curitiba já tinha o maior índice de aprovação da população quando o assunto era transporte urbano. E continua assim até hoje”, afirma Rogério Belda, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). E os motivos para essa aprovação aparecem em novos projetos de aperfeiçoamento do sistema e também no preço das passagens. No ano passado, a prefeitura baixou o preço da tarifa de R$ 1,90 para R$ 1,80. E agora está investindo mais de R$ 130 milhões, financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em um novo corredor de ônibus de cerca de dez quilômetros para facilitar o acesso dos usuários localizados próximos à rodovia BR-476 aos outros bairros do município. Em São Paulo, de acordo com especialistas, melhorias têm sido feitas, mas ainda falta muito para a maior cidade do País atingir o patamar da capital paranaense. “Faltam principalmente recursos, tanto à prefeitura quanto ao governo estadual. Existe
WValente/AFG
Feriancic: “A população adora o metrô e os ônibus da EMTU”
inclusive um interesse grande da iniciativa privada em investir em novos corredores e linhas de metrô, mas não há muitos projetos disponíveis”, afirma Gabriel Feriancic, engenheiro da ETTL Engenharia de Transporte, Tráfego e Logística. O engenheiro conta ainda que existem projetos da Prefeitura de São Paulo para a construção de novos corredores de ônibus em grandes avenidas da cidade, mas não soube especificar a localização. Mas ele afirma que, mesmo com as dificuldades financeiras, o transporte público paulistano teve mudanças importantes nos últimos anos: “A cidade de São Paulo dá demonstrações de que sabe como resolver o problema de transporte, os gestores sabem o que fazer, e estão fazendo”. Para Belda, da ANTP, há também a questão das dimensões de cada cidade:
“São Paulo é muito grande, muito maior que Curitiba. Portanto, as soluções que já foram implantadas lá podem servir como inspiração, mas não necessariamente podem ser transplantadas para um município de dimensões tão gigantescas”. Mas Belda destaca que o grande mérito da cidade paranaense foi realmente colocar em prática um planejamento de ocupação do solo, e também em ser a primeira a construir um corredor de ônibus. “Atualmente eles têm até uma opção de transporte que faz somente duas paradas até o destino final, uma opção mais rápida para quem não precisa parar no meio do caminho”. Para Belda, o grande segredo para que São Paulo resolva os problemas que ainda existem no sistema de transporte público é criar uma grande rede integrada entre todos os meios existentes. “A capital paulista
é muito limitada neste sentido. Temos integração limitada entre vias ferroviárias, por exemplo, e
também um corredor de ônibus ligando as cidades da região metropolitana que são amplas, quando falamos de extensão, mas que têm um significado limitado para a cidade. Em Curitiba, acontece o contrário. Corredores menos extensos, mas com uma grande importância para a malha rodoviária do município”. Ele também acredita que a Prefeitura tem de dar prioridade para as áreas mais carentes da cidade, em que a demanda por transporte público é maior: “Se olharmos o mapa de São Paulo, vamos perceber que a grande maioria dos terminais e corredores de ônibus estão localizados em bairros e regiões onde os moradores têm uma condição econômico-financeira mais
favorável, não precisando tanto de transporte público”. Para Feriancic, da ETTL, o modelo do transporte metropolitano deve ser mesmo ampliado, até porque é o que apresenta maior índice de aprovação por parte dos usuários: “A população adora o metrô e os ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU). Isso porque são rápidos, têm horários mais regulares. Isso ainda não acontece no caso dos ônibus municipais, que muitas vezes forçam os usuários a aguardarem por um longo tempo, botando em risco inclusive seus empregos com os atrasos provocados por este sistema”. (KH)
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Legislação Empresas Negócios Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
As vendas mundiais de celulares devem atingir 1,1 bilhão de unidades no próximo ano
NOME DE BILIONÁRIA ATRAI INVESTIMENTOS
ETAPA BRASILEIRA DE COMPETIÇÃO INTERNACIONAL DE SALTOS RECEBERÁ INVESTIMENTOS DE US$ 3 MILHÕES
DODA TRAZ TORNEIO MUNDIAL PARA O PAÍS IGP-M O indicador apurou inflação de 0,75% na segunda prévia de novembro, segundo a FGV.
IBM
A
IBM e a fabricante de supercomputadores Cray receberam US$ 500 milhões do Pentágono para o desenvolvimento de projeto de um novo supercomputador. Essa máquina poderá analisar simultaneamente enormes quantidades de números e informações. (Reuters)
CHEQUES
O
Ministério Público Federal de São Paulo informou ontem a recomendação do procurador Luiz Fernando Gaspar Costa a dez bancos para que deixem de cobrar tarifa por emissão de cheques com valores baixos. Esses bancos terão 15 dias para acabar com a cobrança. (AE) A TÉ LOGO
Ó RBITA
ARGENTINA País fechou outubro com superávit primário de 2,142 bilhões de pesos (US$ 692 milhões).
GOVERNO TRAÇA PLANO ENERGÉTICO
O
País terá de construir mais cinco refinarias para atender à demanda de energia até 2030. A construção está prevista no Plano Nacional de Energia – 2030 – Estratégia para a Expansão da Oferta, apresentado ontem pela Empresa de Pesquisa energética (EPE) em
conjunto com o Ministério de Minas e Energia. Para elaborar o estudo, a EPE considerou que até 2020 a produção de petróleo no País será superior ao consumo. Depois disso, a demanda e a produção deverão empatar em 3 milhões de barris por dia. (AG)
CAI VALOR DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA
O
valor da produção agrícola brasileira caiu 14,2% em 2005 ante 2004, significando uma redução de R$ 13,6 bilhões, segundo mostra a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior parte da queda
ocorreu por causa da redução nos preços da soja, que recuaram de uma média de R$ 858,48 por tonelada em 2004 para R$ 424,96, na média, em 2005. O produto, que responde por 23% do valor da produção agrícola, foi responsável, sozinho, por 80% da queda no valor. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Amorim e Lamy "trombam" na discussão sobre Rodada Doha
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Casa de plástico reforçado pode ser solução para moradia popular
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Fusão de Submarino e Americanas.com pode movimentar R$ 8 bilhões
A
bilionária Athina conseguir os fornecedores – gos Pan-americanos do Rio de Onassis de Miran- mesmo antes da definição já Janeiro. A data foi intencioda dá seu nome fa- havia alguns interessados", nalmente escolhida já que moso como título informou Doda. muitos cavaleiros e cavalos esAinda falta negociar metade tarão no Pan. Cerca de 70 cavado torneio internacional de salto que será realizado em do orçamento, mas Doda e os leiros participarão da série inSão Paulo no próximo ano. A outros envolvidos no projeto, ternacional, 25 europeus e 15 primeira versão do Athina como o presidente da Federa- brasileiros. A série nacional Onassis International Horse ção Paulista de Hipismo, Luiz estará aberta para cavaleiros a Show, que será a etapa brasi- Roberto Giugni, acreditam partir de 11 anos, além de uma leira entre as oito que que o montante será alcança- série especial para proprietác o m p ô e m o G l o b a l Clayton de Souza/ AE rios amadores. C h a m p i o n s To u r A competição em (Concurso de Saltos São Paulo, com oito Internacional 5 Estreprovas, distribuirá las), terá investimenmais de US$ 1 milhão tos de US$ 3 milhões e e m p rê m i o s , m a i o r o mesmo padrão de quantia de toda a historneios norte-ameritória do hipismo sulcanos e europeus. americano. O maior "Os brasileiros que prêmio do Athina participarem dessa Onassis International prova vão ter a mesma Horse Show será de experiência que teriam US$ 375 mil, e o camem eventos internaciopeão inscreverá seu nais de alto padrão", nome em um troféu em afirmou ontem o marihomenagem a Aristódo de Athina, o cavaleiteles Onassis, que faria ro Álvaro de Miranda 100 anos em 2007. Neto, o Doda, ao anunSegundo o presidenciar para a imprensa o te da Sociedade Hípica evento. Doda também Paulista, Renato de vai competir no torMoraes Dantas, a inneio internacional. A tenção é receber entre série valerá pontos pa10 mil e 15 mil pessoas, ra o ranking mundial em cada um dos quatro da Federação Eqüestre dias do evento. Internacional (FEI). Como parte da estraE m p r e s a s c o m o Cavaleiro Doda quer popularizar hipismo no Brasil tégia de democratizaNestlé, Amil e Santanção do esporte, serão der Banespa já confirmaram do. Doda descartou a possibi- distribuídos ingressos para patrocínio. A agência WBra- lidade de investir na prova milhares de pessoas e haverá sil foi encarregada da criação brasileira, que será a quinta do ainda um show musical com do logotipo e da campanha tour. "A idéia não é ganhar di- banda famosa a ser definida. de divulgação do evento. "O nheiro, mas trazer os ídolos do O Global Champions Tour nome Athina contribuiu para esporte para competir aqui." (GCT) é um circuito de renome Entre os objetivos do torneio internacional. Para seu idealiestão elevar o nível do hipismo zador, o cavaleiro holandês Jan no Brasil, consolidá-lo como Tops, medalha de ouro nos Joopção de lazer, torná-lo uma gos Olímpicos de Barcelona oportunidade de geração de (1992), embora preservar tranegócios e empregos e demo- dições de um esporte seja um ponto crucial, pequenas mucratizar o esporte no País. A etapa será realizada em danças podem ser feitas para São Paulo de 2 a 5 de agosto do aumentar a popularidade. Adriana David próximo ano, logo após os Jo-
EDITAL FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO
CNPJ/MF 62.876.768/0001-80 ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente edital fica convocado o Conselho das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, para reunir-se em Assembléia Geral Ordinária, no dia 29 de novembro de 2006, quarta-feira, às 14:00, na sede da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, Rua Boa Vista, 51 - 9º andar nesta Capital, a fim de dar cumprimento ao disposto no artigo 12, inciso V do ESTATUTO SOCIAL, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia: 01) Aprovação da Previsão Orçamentária para o Exercício de 2007. Não havendo número para a realização da Assembléia em primeira convocação, realizar-se-á outra, em segunda convocação, trinta minutos após a hora marcada para a primeira com qualquer número, de acordo com o disposto no parágrafo 1º do artigo 15 do ESTATUTO SOCIAL. São Paulo, 22 de novembro de 2006 GUILHERME AFIF DOMINGOS Presidente
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Urbanismo Polícia Av i a ç ã o Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Entre os serviços que deveriam ter sido oferecidos estão: telefone, hospedagem, táxi e orientação.
GOL TEVE 77 RECLAMAÇÕES E A TAM, 66
TAM e Gol autuadas pelo Procon Multa, que pode passar de R$ 3 milhões, ainda será definida. Autuação ocorreu por causa de dezenas de reclamações de atrasos de vôos. Ó RBITA
CARROS VIGIADOS
O
Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou a obrigatoriedade da implantação do Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos (SINIAV), que será capaz de identificar os veículos da frota brasileira. Composto por placas eletrônicas que deverão o número da placa, do chassi e código Renavan, o sistema ajudará no combate a roubo e furto de veículos e cargas, além de administração do controle de tráfego. As placas serão instaladas na parte interna do pára-brisa dianteiro do veículo. A implantação se dará num prazo de 18 a 42 meses. (AE)
TARJA NEGRA
O
Tribunal de Justiça de São Paulo acolheu ontem um recurso da Prefeitura contra a decisão de um juiz da Vara da Fazenda Pública que estabelecia que o município deixasse de fixar tarja negra em anúncios com pedido de autorização em análise. Com a decisão de ontem, tomada por unanimidade pela 13ª Câmara de Direito Público do TJ-SP, a Prefeitura pode fixar a tarja de irregularidade de anúncio publicitário. O desembargador Ferraz de Arruda, relator, entendeu que "a Prefeitura não comete abuso ou ilegalidade em tornar público o que deve ser público". (Agências)
FAVELAS
A
Região Metropolitana de São Paulo é cercada por um anel de 60 km² de favelas, que nos últimos 30 anos também invadiram áreas de proteção ambiental As favelas construídas na capital ocupam 31 km² e crescem 6% ao ano, enquanto no restante das áreas da Grande São Paulo aumentam 1,5% em média. A radiografia do crescimento das favelas nos 39 municípios da Região Metropolitana foi feita em um estudo da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), que mapeou o uso e a ocupação do solo desde 2002. (AE)
A
s companhias aéreas TAM e Gol foram autuadas ontem pelo ProconSP em razão do grande número de reclamações decorrentes da crise dos controladores que levou a diversos atrasos e cancelamentos de vôos nos aeroportos do Brasil. A multa pode variar de R$ 212 a R$ 3.192 milhões para cada empresa. O Procon-SP informou que enviou equipes de fiscalização para autuar TAM e Gol e a efetivação do valor da multa dependerá do porte econômico da empresa, a gravidade da infração e a vantagem que a empresa possa ter tido com a prática. Segundo a diretora-executiva do Procon-SP, Marli Aparecida Sampaio, a iniciativa é o começo do processo. "Representa o primeiro ato para aplicação de multa", disse. No total, o Procon-SP recebeu 77 reclamações contra a Gol e outras 66 contra a TAM, entre 3 e 22 de novembro. Por esse motivo, foram as únicas companhias autuadas, visto que BRA e Varig, não tiveram mais de cinco reclamações. Crise – O número está relacionado à crise aérea que se acentuou em 1º de novembro, mas poderia ser ainda maior. Isso não ocorreu porque o Procon contabilizou apenas reclamações acompanhadas de documento. "Tivemos muitas por e-mail e telefone, mas sem documento, e por isso não entram na contagem", explicou. A sanção administrativa a essas empresas foi dada, segundo Marli, pelo fato de "deixarem de cumprir o dever de assistência aos consumidores". Apesar de os atrasos e cancelamentos de vôos serem decorrentes, em grande parte, de problemas na Aeronáutica, ligada ao governo federal, a diretora-executiva afirma que tanto a TAM quanto a Gol falharam na orientação dada aos consumidores e na infra-estrutura. "Um passageiro disse que, após seis horas de espera, lhe ofereceram sorvete quando entrou no avião. Não precisa ser um banquete, mas sorvete depois de horas de espera não dá", afirmou. Entre os serviços que deveriam ter sido oferecidos estão: telefone, hospedagem, táxi e orientação. Conv ocação – A diretoraexecutiva disse que todas as companhias foram convocadas, em 7 de novembro, para discutir a crise aérea e que, diante disso, oferecessem um serviço eficiente a seus passageiros. "Quando a crise começou, chamamos representantes de todas as companhias e
Alex Silva/AE
Os atrasos em vôos voltaram a se repetir ontem nos aeroportos do País, como no de Congonhas, onde os balcões de check-in ficaram lotados.
alertamos se preparassem para um serviço eficiente". As empresas TAM e Gol têm até 15 dias para apresentarem sua defesa ao Procon-SP. A partir disso, será definida a multa. Segundo Marli, a intenção desta ação contra às aéreas é desestimular o serviço ruim que as concessionárias têm prestado. "Queremos desestimulá-las a agirem da maneira que estão agindo. Com a proximidade das festas de fim de ano esperamos que, se continuar a crise, elas tratem melhor os passageiros". Atrasos – O último balanço, divulgado pela Infraero apontava que, até o início da tarde de ontem, dos 936 vôos programados, 377 tiveram atrasos superiores a 30 minutos (40,2% do total). Se contabilizados os atrasos acima de 15 minutos, o número de vôos atrasados sobre para 662 (70,7% do total). Entre vôos com 15 a 30 minutos de atraso, foram verificados 285 (30,4%). Já entre 30 a 45 minutos são registrados 203 vôos com atraso (21,7%). Outros 174 apresentaram mais de 45 minutos de atraso (18,6%, do total). A Infraero, estatal que administra os aeroportos do País, tem adotado a divisão de vôos atrasados em blocos de 15 a 30 minutos; 30 a 45 minutos; e superiores a 45 minutos. Anteriormente, era dado pela Infraero como atraso fora do normal, pousos e decolagens que atrasassem mais de 20 minutos. (Agências)
Jornalista vê "estúpidos" no Brasil
O
jornalista americano Joe Sharkey, um dos passageiros do jato Legacy que se chocou com o Boeing da Gol no fim de setembro, causando a morte de 154 pessoas, afirmou ontem em seu blog que os turistas que querem vir ao Brasil devem cancelar sua viagem. No post de ontem, intitulado "Estúpidos na parada", Sharkey, que escreve no jornal The New York Times, voltou a criticar a atitude do governo brasileiro de manter os pilotos do Legacy, Joe Lepore e Jan Paladino detidos no País. Para o jornalista, os comandantes estão sofrendo preconceito por serem americanos. "Isso é um tema constante entre os estúpidos no Brasil (...), que estão somente interessados em usar ironia barata a serviço da histeria antiamericana." Sharkey faz um
breve relato de como andam as investigações no Brasil, cita a crise dos controladores de vôo e recomenda aos turistas: "Se vocês estão planejando uma viagem ao Rio, aconselho: Não vão". Lula – No mesmo post, as bravatas respingam até no presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Casualmente, eu noticiei que o presidente brasileiro, Luis (sic) Inácio Lula da Silva, esteve muito, muito distante dessa bomba fedorenta. Logo após a histeria começar, o sortudo Lula estava confortavelmente sendo reeleito." Pontos cegos –Por meio de seus advogados, controladores de vôo que atuam em Brasília e já prestaram depoimento à PF sobre o choque do Boeing da Gol com o Legacy afirmaram que há pontos cegos no controle aéreo na região em que ocorreu o acidente que
matou 154 pessoas. Os advogados informaram ontem que os controladores tentaram em vão fazer contato com outros aviões para se comunicar com os pilotos do jato Legacy, numa operação conhecida como triangulação. Contaram que nos momentos que antecederam o choque não consideraram que chamar o Legacy pela freqüência de emergência fosse importante porque entendiam que o jato voava na altitude certa. Para os advogados, falha no equipamento induziu a erro os controladores. Os advogados informaram que, perto do horário do acidente, duas aeronaves (da Iberia e da TAM) sobrevoavam a região. Eles tentaram fazer contato com esses aviões e não conseguiram. Um cargueiro da Polar Air ajudou o Legacy a pousar na Base Aérea de Cachimbo. (Agências)
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2 -.TURISMO
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Fotos: Jaime Bórquez
Expedição pelo c
A bordo do navio norueguês MS Nordnorge, embarque rumo a uma aventura pelos campos gelados da Antártida. No caminho, as visitas às ilhas Malvinas e Geórgia do Sul rendem boas histórias sobre guerras e náufragos, além de aulas sobre a rica fauna local, que exibe pingüins de diversas espécies Por Jaime Bórquez
A
lguma vez passou por sua cabeça a idéia de visitar a inexplorada Antártida? Se a resposta foi não, é porque você deve estar pensando que por essas terras, ou melhor dizendo, por esses gelos, só há pingüins e muito frio. Se você está imaginando que uma viagem ao continente branco, seria como pagar promessa, passar por privações, incômodos e paisagens monótonas, prepare-se, vai ter uma tremenda surpresa. O turismo antártico cresce, e se sofistica a cada dia. Nos anos 90 existiam apenas três navios oferecendo este inusitado roteiro. Na temporada 2006/2007 está prevista a navegação de nada menos que 37 navios que percorrerão parte do Pólo Sul e seus minúsculos povoados. Em alguns roteiros o navegador Almyr Klink estará presente compartilhando suas experiências. Viajar pela Antártida é uma expedição às origens do nosso planeta. Viajar por estas bandas é, por exemplo, aprender a diferenciar os oito tipos de pingüim que vivem nestas latitudes e saber sobre correntes marítimas, baleias, ventos, aventuras heróicas... Eis aqui um relato de uma inesquecível aventura nestas terras longínquas. E s t a m o s a b o rd o d o M S Nordnorge, navio norueguês que nos levará a Antártida, e, de brinde, daremos uma passada pelas ilhas Malvinas e Geórgia do Sul. Se há alguma coisa que os noruegueses sa-
bem mesmo é da arte da navegação. Afinal, por suas veias corre sangue viking.
Navio norueguês osso navio navega bem, mesmo em águas desafiantes como as do mar de Drake, ou as furiosas correntes da Convergência Antártica. Possui sete andares recheados por piano-bar, café, salão de observação, restaurante. Por ali, nada de refeições por turnos, ou a obrigação de roupas sociais. Um barco de luxo para exped ic io ná ri os , sim ples mente. Quase todos os passageiros a bordo são gente viajada, que busca conhecer e aprender sobre regiões remotas do planeta; europeus em sua maioria. Mas há alguns argentinos e brasileiros. Zarpamos às 20 horas em ponto do porto de Buenos Aires. Temos pela frente três dias e meio de navegação até as ilhas Malvinas. Mas não creia que passará horas a fio só olhando o mar. Todos os dias há palestras e filmes sobre diferentes temas, todos relacionados de alguma forma com nossa viagem, e com o que vamos visitar: a vida de Roald Amundsen, a guerra das Malvinas, fauna da região e, obviamente, a odisséia de Sir Ernest Shackleton, o último grande herói do século 20. Este personagem se transformará em
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inspiração durante a viagem. A primeira parada é na pequena ilha de Westpoint. É, também, o primeiro encontro com a fauna local. No setor do Nariz do Diabo, milhares de albatrozes, pingüins e outras aves convivem na paz que ainda existe neste remoto lugar. O rei aqui é o pingüim macaroni, com seu penteado estilo punk e sua forma de caminhar, que lembra "Carlitos", de Chaplin. Os expedicionários vibram com seu primeiro contato direto com a natureza dos confins do mundo. Antes de abandonar a ilha, há um "tea-time", tipicamente britânico. Com direito a bolo e cookies na casa de Roddy e Lily Napier –um sobrenome que ecoa em We s t p o i n t desde 1879. A bandeira britânica está sempre no alto do mastro do pequeno porto, mas ao serem questionados sobre se se sentem ingleses, afirmam com orgulho: "não, somos absolutamente kelpers!" – a palavra deriva de um tipo de algas marinhas comuns na região. Se a quantidade de aves que vimos em Westpoint foi impressionante, na visita a New Island essa impressão é ainda maior. Numa falésia na borda do Atlântico Sul, há uma colônia de aves das mais diversas.
Aves e história icar a pouca distância de um albatroz é uma experiência difícil de esquecer. Este bicho enorme, pode alcançar facilmente os três metros com as asas abertas. Chegar a Porto Stanley nos faz lembrar dos dias da guerra entre argentinos e britânicos. Caminhar pelas ruas da pequena cidade é se sentir em alguma vila da Inglaterra. Os carros trafegam pela esquerda e isto provoca grande confusão nos visitantes que caminham desavisados pelas ruas. Casas de tijolo e madeira, igrejas, cabines telefô-
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Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa
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nicas e, claro, pubs absolutamente londrinos, não deixam nenhuma dúvida de quem exerce soberania por aqui. O pequeno museu da vila é uma visita imperdível. Lá se resume a história Kelper, desde seu descobrimento, passando pela colonização, até as tristes lembranças da guerra de 1982. Antes de deixar Stanley, é bom entrar num pub, beber uma encorpada cerveja Guinnes, jogar uns dardos e pagar em pounds, com a rainha Elizabeth na cara da moeda. Não faça conversões amargas, pague feliz e pense que nem todos os dias se tem a oportunidade de pisar um chão com tanta história e, de passagem, ouvir o God Save the Queen a tão curta distância do Brasil...
Na rota de Shackleton ois dias num Atlântico calmo, com tempo para ler " Endurance"– livro mais do que adequado para este trajeto, pois é exatamente a rota da expedição de Shackleton. Uma viagem transformada em lenda. Chegamos a Fortune Bay, na ilha Geórgia do Sul, onde a indústria baleeira teve grande atividade. Os noruegueses estiveram instalados aqui durante anos, mas Fortune Bay ficou intocada, nunca ouve habitantes humanos. Hoje, a baía é dominada pelos elefantes e leões marinhos, focas e um grande número de aves, como côas e o petrel gigante. Embora o animal mais fotografado nesta ilha seja o pingüim-rei, ainda assim vale visitar tudo. A cor amarela do seu colarinho vai virando laranja à medida que se move. Seu porte e sua postura imponente não deixa dúvidas sobre sua linhagem. Ele obviamente tem sangue azul... Até alces tem por lá. Estes belos animais foram introduzidos faz muitos anos, para a caça e alimentação dos povoados baleeiros. Hoje, são mais de 2 mil na Georgia do Sul. Habitantes? Cabem numa Kombi. O último censo chegou a incrível quantia de 12 seres hu-
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quinta-feira, 23 de novembro de 2006
3 -.TUR
ontinente branco
No alto, da esq. para a dir.: placa em Artowski com as distâncias; pub no povoado de Stanley; turistas fotografando aves em Newpoint; caracara sobre um osso de baleia também em Newpoint; pingüim da espécie papúa; banho em águas quentes na Deception Island, resultado da atividade vulcânica local; museu de Grytviken, na Georgia do Sul; e o túmulo do herói Shackleton, que salvou sua tripulação após meses nessas terras geladas
dedica uma parte a Shackleton, que está sepultado neste povoado. E qual foi a sua façanha? Um exemplo de persistência, companheirismo e lealdade com os homens da sua expedição no Endurance. Junto a seus tripulantes, após perder o barco em pleno Pólo Sul, ele viveu à deriva em blocos de gelo, navegou por águas violentas até a Ilha Elefante. Saiu com cinco companheiros dessa ilha para enfrentar novamente mares medonhos num simples bote para chegar até a Georgia do Sul e pedir ajuda no povoado baleeiro de Stromnnes.
Chegando aos gelos
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Navegando entre icebergs e geleiras, o navio norueguês oferece conforto em seus sete andares (foto de uma cabine à dir.) e áreas externas que mais parecem mirantes para que todos possam aproveitar a bela paisagem. Em alguns dos roteiros do Nordnorge o navegador Almyr Klink (com os pingüins-rei, em Fortune Bay, na foto acima) estará presente para contar suas experiências aos exploradores de primeira viagem. No percurso, há diversas paradas em pequenos povoados, como Grytviken (à esq.), na Geórgia do Sul, terra que ainda guarda marcas de seu passado sob a influência da indústria baleeira
manos morando na ilha. Quando terminou a matança de baleias, acabou também a razão de viver na ilha. Ao visitar as instalações de Leith Harbour, Husvik, Stromnnes e Grytviken, imaginamos a poderosa indústria que lá existia.
No museu de Grytviken podemos ter uma pequena idéia do que isto significava. Neste fim de mundo existia uma moderna e confortável sala de cinema, e as famílias viviam como na Europa, com as comodidades necessárias... O museu
viagem continua pelo Mar de Scotia, para logo cruzar a Convergência Antártica, considerada umas das maiores zonas físicas e biológicas do planeta. Os icebergs já são presença comum na paisagem. Desde a saída de Buenos Aires até agora, o termômetro já desceu 20 graus, e isso dá para notar a cada nova saída do navio. O trajeto da Georgia do Sul, até a Ilha Elefante dura dois dias – Shackleton levou 17 dias. De repente estamos de cara a uns rochedos cobertos de gelo e neve, com paredes quase verticais, onde os 22 homens de Shackleton esperaram pelo resgate. Depois de vários meses e quatro tentativas frustradas de resgate todos foram salvos. O capitão do Nordnorge faz soar a sirene três vezes, em homenagem aos homens do Endurance. É muito difícil não se emocionar neste momento. Já estamos em águas antárticas e nos preparamos para descer em Turret Point, na ilha Rei
George, lar de pingüins adelie, cormorões imperiais, focas de Wedell e elefantes marinhos. Nenhum deles se incomoda muito com a nossa inesperada invasão. Mesmo assim, é bom manter certa distância, pois há ninhos e ovos por todo lado. Após esta parada, nos dirigimos à base Artowski, da Polônia. Aqui nos esperam com café quentinho, bolachas e com uma reconfortante vodka. Há tempo para comprar souvenirs, usar carimbos postais, que certamente provarão nossa presença em lugar tão distante e raro. Todos aproveitam ainda para saber um pouco dessa dura e isolada vida que levam os habitantes dali, mesmo que seja por mímica. A navegação continua por entre os gelos, montanhas cobertas por neves eternas, canais tranqüilos, cenários absolutamente cativantes. Mas há um lugar impossível de esquecer: Paradise Bay. Chegamos aqui com um sol esplendoroso. Há centenas de pingüins brincando nas águas, naturalmente passa uma baleia finn muito perto do navio, leopardos marinhos descansam em cima de gelos flutuantes.
Frio, vento e nevascas urante a viagem há várias paradas, embora estas possam ser suspensas ou trocadas de horário. Isto se deve às condições do variável clima antártico, que não é o mesmo do Caribe, claro. E é bom entender logo esta grande diferença. Por isso, cada passageiro deve se considerar um expedicionário, sujeito ao tempo inclemente, às fortes
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nevascas, aos ventos que gelam o rosto. Isto sem nas águas revoltas, com bergs que as vezes dificu o desembarque nos botes A preocupação pela segu ça dos passageiros e para qu tes não contaminem os lu visitados chega a ser quase obsessão da equipe de bo Nem sequer usamos no próprios sapatos nos pass só as botas de borracha qu fornecem. São desinfetada teriormente antes e depo cada expedição. Continuando pelo c Neumayer se chega a Por ckroy. Aqui há uma base i sa transformada em mu que mantém intocado utensílios usados por seu bitantes entre os anos 50 e O último lugar a ser visit a Deception Island , talvez o co vulcão ativo do mundo cratera pode-se penetrar d vio. Sua última erupção fo 1970. Na praia de Whaler pode-se participar do bat antártico. Os passageiro tram no frio mar, para dep deliciar nas quentes água brotam na praia – produ atividade vulcânica. O cruzeiro termina Ushuaia, após a passagem lo mar de Drake. E se me depois deste relato você a se perguntar: por quê vis Antártica? A frase de Si mund Hillary sobre sua r para subir ao Everest serv mo resposta: simplesm "porque está ali".
RAIO X
Climb Operadora: tels. (11) 5052-314 ou 5052-6305, site www.climb.tur.br. Pacotes a partir de US$ 7.473 por pess Inclui parte aérea aérea, traslados, uma noite de hospedagem em Santiago e uma noite em Buenos Aires, com café da manhã 14 dias a bordo do navio MS Nordnor com pensão completa. De 1 27/01/2007 com Almyr Klink A Qualitours (tel. 11/21757703, site, www.qualitours.com.br), Designer (11/2181-2900, sit www.designertours.com.br) Calcos (11/6013-5800, site www.calcos.com.br) e Nascimento (11/3156-9900 site www.nascimento.com.b também possuem pacotes p a Antártida.
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6 -.ESPECIAL
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Nas estradas, ônibus de qualidade e mais seguros A Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros garante que as companhias investem sempre na qualidade dos serviços de seus ônibus, mas o número de passageiros não cresce Helvio Romero/AE
E
m meio à discussão sobre a passagem gratuita para idosos em viagens intermunicipais e interestaduais, as empresas do setor enfrentam novo desafio: melhorar a qualidade dos serviços para atrair clientes e agregar valor à atividade. “As empresas estão investindo continuamente na melhoria dos seus serviços, na pontualidade e na modernização do sistema de compra e venda dos bilhetes. Investir sempre, para oferecer veículos melhores, mais confortáveis e seguros, salas de embarque e terminais modernos, treinamento dos mo-
O desafio das empresas é melhorar a qualidade dos serviços para atrair mais clientes. Em 2005 foram transportados 141 milhões de passageiros, contra 136 milhões em 2004. Um crescimento de apenas 3,5%
toristas para propiciar alta segurança nas viagens e bons sistemas de vendas de passagens”, afirma Sérgio Augusto de Almeida Braga, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Te r r e s t r e d e P a s s a g e i r o s (Abrati). Mas o Brasil ainda precisa avançar em termos de qualidade de serviços. “Em alguns países da América do Sul, como Peru e Argentina, os ônibus oferecem conforto que os daqui ainda não têm, como veículos com dois andares em que o inferior é uma espécie de mini-bar, com poltronas, e até mesmo opções de jogos em alguns deles”, conta Car-
los Zignani, diretor de rela- mo período, o número de pasção com investidores da Mar- sageiros em viagens aéreas copolo. Atualmente, alguns somente dentro do Brasil pasveículos no Brasil são de dois sou de 71,4 milhões em 2004 andares, e algumas compa- para 83,4 milhões em 2005, nhias possuem até mesmo co- um avanço de 16,7%, mais de missárias de bordo, ou “rodo- cinco vezes maior que nos moças”. “Já observamos uma transportes terrestres. melhora nas frotas brasileiras Mas o presidente da Abrati e acredito que outros avanços afirma que não existe uma serão conquis- Leonardo Rodrigues/Hype tados nos próximos anos”. A s e m p r esas sentem uma necessidade de evolução, já que o crescimento do número de passageiros está em ritmo lento. “Os dois últimos anos f o r a m p e r í odos normais p a r a o s e t o r. R eg i st ra r am se quedas em a l g u m a s l in h a s e i n c remento em outras, tendo o número de passageiros transportados não sofrido variações dignas concorrência explícita entre de registro, como mostram os empresas de ônibus e aéreas: números do anuário estatísti- “Há uma diferença enorme co da Agência Nacional de nas tarifas dos dois modais. T r a n s p o r t e T e r r e s t r e Evidente que em algumas ro(ANTT)”, conta Braga. Os nú- tas, de mais densidade ou de meros não são mesmo anima- maior distância, as empresas dores. Em 2005 foram 141,17 aéreas conseguem tirar pasmilhões de passageiros, con- sageiros dos ônibus devido tra 136,36 milhões em 2004, ao sistema de crediário e ouum avanço de 3,5%. No mes- tras facilidades para paga-
mento, bem como um maior prazo. Mas trata-se de uma concorrência desleal, pois o passageiro aéreo não paga ICMS, que no caso do passageiro de ônibus chega até a 25% em alguns estados. O passageiro rodoviário é exatamente aquela pessoa com menor poder aquisitivo e que Marcelo Barabani/AE
deveria ser privilegiada pelo governo com uma política de isenção tributária, o que não ocorre. Além disso, as empresas aéreas gozam de outros benefícios fiscais, isenções e acesso a crédito e financiamentos que não são iguais para o transporte rodoviário”. Para Zignani, da Marcopolo, as empresas estão com re-
ceio de fazer novos investimentos em suas frotas: “Nós temos alguns contratos de concessão de rodovias que vencerão nos próximos anos. Como as empresas não têm segurança total de que estes contratos serão renovados, estão aguardando com medo de que as estradas sofram uma deterioração, o que in via bili zaria qualquer tipo de injeção de recurs o s e m m elhoras no serviço”. Quanto à gratuidade de passagens para idosos, empresas e governo ainda travam um combate jurídico. A Abrati tenta isentar suas associadas da ob rig ator iedade de conceder o benefício às pessoas com mais de 60 anos. De acordo com a legislação, idosos com renda de até dois salários mínimos têm direito a duas vagas gratuitas em cada ônibus e a um desconto de 50% na compra de passagens para viagens interestaduais, desde que peçam o benefício com uma semana de antecedência. (KH)
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Empreendedores Nacional Finanças Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CORRESPONDENTES OFERECEM COMODIDADE
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bilhões de reais é o total de créditos fiscais do Banco do Estado do Rio de Janeiro que vai a leilão
VAREJISTAS QUE OFERECEM SERVIÇOS BANCÁRIOS REGISTRAM AUMENTO NAS VENDAS, MOSTRAM PESQUISAS
CORRESPONDENTES FATURAM MAIS
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Fiep lança fundo para baratear capital de giro
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ara baratear o custo do financiamento ao capital de giro de pequenas e médias empresas, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) lançou ontem o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) Fiep Industrial. Com um patrimônio inicial de R$ 130 milhões, originado de fundos de pensão e investidores pessoas física e jurídica com aplicações no mercado financeiro acima de R$ 300 mil, o fundo servirá para financiar pequenas e médias empresas que precisam de capital de giro a um custo menor e a um prazo maior do que os oferecidos pelo sistema bancário. "O fundo terá como principal diferencial o custo, bem competitivo, com juros de 6% ao ano acima da Taxa Referencial (TR), o que dá algo em
torno de 20% ao ano, enquanto o mercado cobra até 45%", disse Rodrigo Costa Loures, presidente da Fiep. Segundo Loures, a proposta de desenvolver um FIDC para atender o segmento industrial visa a criar uma alternativa de captação de recursos por empresas menores a um prazo que pode chegar a até 180 dias. "Empresas grandes têm condições de se financiar de forma competitiva, ao contrário das menores, que têm de ficar presas aos títulos do governo ou aos financiamento dos bancos, mais caros", disse Loures. Com prazo maior, segundo o presidente da Fiep, as empresas poderão ampliar também seus prazos com fornecedores. A estruturação e formatação foi feita pelo banco Rabobank, enquanto a administração e
gestão do Fiep Industrial ficará a cargo da Concorde, braço financeiro do grupo Sadia, do segmento alimentício. Caberá ao Bradesco fazer a custódia das duplicatas de crédito e à seguradora Mapfre a avaliação e autorização dos créditos. As cotas terão valor mínimo para aquisição de R$ 300 mil. A Fitch Rating fará a análise de risco, cuja classificação deverá ser divulgada nos próximos dias. O retorno médio previsto do fundo será superior ao do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), segundo Loures. A captação de recursos com a venda de cotas deverá ser estendida a outros estados além do Paraná. A expectativa é de conseguir ampliar, em quatro meses, o patrimônio em 50% com a venda das cotas.
Fracassa leilão de venda do Berj
Bradesco e Itaú — fez proposta pela instituição financeira em liquidação. Uma nova tentativa de vender o Berj será feita em meados no dezembro. O preço mínimo do banco era de R$ 738,5 milhões. O superintendente da corretora Bradesco, Vladimir
Bidoy, disse que a instituição não fez proposta porque quer mais tempo para analisar os benefícios fiscais que teria com a compra da instituição financeira. O principal atrativo do Berj para os bancos são os créditos fiscais, estimados em R$ 4 bilhões. (AE)
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racassou o leilão de venda do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Berj), que estava marcado para ontem. Nenhum dos dois bancos credenciados —
Roseli Lopes
perar como corres- são do crédito no País e, em es- governo federal, como o Bolsa pondente bancário pecial, do microcrédito. Família, por exemplo, seria O superintendente nacional impossível em algumas rede grandes instituições financeiras de Canais Físicos da Caixa, giões", disse o executivo. como Caixa Econômica Fede- Tarcisio Luiz Dalvi, afirmou Concorrência — Mes mo ral e Bradesco tem sido um que os bons resultados são de- com os principais bancos brabom negócio para os varejis- correntes da comodidade que sileiros (além de Caixa e Bratas. É o que mostra pesquisa o correspondente representa desco, Itaú, HSBC, ABN Amro feita por esses bancos. para os consumidores. "Quan- Real e Unibanco) atuando com O levantamento mostrou do escolhe uma loja para pagar correspondentes, o superinque, desde 2001, os comercian- uma conta, muitas vezes o tendente do banco federal afirtes que atuam como corres- cliente acaba comprando al- mou que não há uma disputa pondentes vi- Paulo Pampolin/Digna Imagem – 14/5/04 acirrada no segmento. Isram seu faturamento aumenso porque catar 20%. No da instituição caso específimonta sua cos dos parceiprópria rede ros da Caixa, o de atendimencrescimento to e escolhe a formatação das vendas alcançou 40% dos novos contratos. nos últimos dois anos. Os "Existem cerca de cinco n ú m e r o s f oram divulgamilhões de dos durante brasileiros foum seminário ra do sistema que discutiu bancário, pesontem em São soas que não Paulo a atual siutilizam as agências. Elas tuação desses varejistas. são os futuros usuários dos E m n o m e Musa, da consultoria Partner Conhecimento: expansão do crédito. dos bancos c o r r e s p o ncom que têm convênio, os cor- gum produto, o que favorece o dentes bancários. Assim há respondentes prestam servi- aumento das vendas", disse. margem de crescimento sufiços financeiros como recebiSegundo Dalvi, a Caixa tem ciente para todos", avaliou. mento de contas de consumo, 14 mil correspondentes bancáO diretor do Bradesco Ansaques e pagamento de benefí- rios, que respondem por 60% dré Cano disse que o correscios governamentais. do volume de contas que o pondente passará por uma Álvaro Musa, diretor da banco recebe mensalmente. evolução, deixando de operar Partner Conhecimento, con- Desse total, 9 mil são casas lo- apenas com dinheiro, criando sultoria que organizou o even- téricas; os demais são lojistas. uma base de utilização dos carto, disse que os corresponden- "Sem os correspondentes, o tões de crédito e de débito. Davi Franzon tes contribuirão para a expan- pagamento de benefícios do
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quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Internacional O Líbano de volta ao fio da navalha
Não importa o que eles façam, nós resistiremos e seremos vitoriosos. Do líder druso Walid Jumblatt, acusando a Síria pelo assassinato do ministro libanês
Hassan Ammar/AFP
Morte do ministro libanês Pierre Gemayel, o sexto político anti-Síria assassinado recentemente, abre uma grave crise política no país
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ilhares de liba- que eles façam, nós resistiremos neses acompa- e seremos vitoriosos". O governharam ontem o no sírio, porém, ainda na terçacortejo fúnebre feira condenou o assassinato. do ministro da Indústria do LíA Síria manteve tropas no bano, Pierre Gemayel, cujo as- Líbano e de 1976 a 2005. No ano sassinato – atribuído por al- passado, as fortes suspeitas do guns líderes políticos à Síria e envolvimento de autoridades seus aliados libaneses – amea- sírias e seus aliados libaneses ça reviver a violência sectária no assassinato do ex-premiê que arrasou o país durante 15 anti-Síria Rafic Hariri, em feanos de guerra civil. O enterro vereiro, aumentou a pressão está previsto para hoje. da população libanesa e da coGemayel, um destacado po- munidade internacional sobre lítico cristão, foi morto a tiros Damasco, que foi obrigado a se na terça-feira por três homens retirar do país vizinho. de identidade ainda descoA morte de Gemayel ocorreu nhecida. Em sua homenagem, num momento em que o govero governo libanês decretou no do primeiro-ministro Fuad três dias de luSiniora passa to e cancelou por uma grave as comemoracrise política ções do Dia da por causa da reI nd e pe n dê nnúncia de seis Vamos apoiar cia do país, ministros aliaa independência programadas dos do Hezbollibanesa para ontem. lah. O grupo da intromissão Seu corpo foi xiita resolveu tr an sla da do deixar o goverdo Irã e de um hospino porque Sida Síria tal, em Beiruniora resistiu às Do presidente dos EUA te, para sua cisuas exigências George W. Bush dade natal, de indicar 8 dos Bikfaya, onde 24 ministérios, foi recebido o que daria pocom chuva de arroz por uma der para vetar decisões e até dermultidão desconsolada. rubar o atual gabinete. O cortejo serviu como uma Segundo o porta-voz da Cademonstração de forças dos sa Branca, o presidente amerialiados de Gemayel. O político cano George W. Bush ligou pafazia parte da coalizão gover- ra o premiê libanês e prometeu nista contrária à influência da "apoiar a independência libaSíria no Líbano, que reúne mu- nesa da intromissão do Irã e da çulmanos sunitas, cristãos e Síria". Bush não culpou os dois drusos. Há alguns meses, eles países, mas pediu uma investivivem uma acirrada disputa gação para identificar as pespolítica com os grupos pró-Sí- soas e as forças por trás dele. ria – o xiita Hezbollah, o moviO papa Bento XVI condenou mento Amal, também xiita, e o assassinato do líder cristão alguns grupos cristãos. maronita e pediu a todos os liGemayel já é o sexto político baneses que trabalhem pela anti-Síria a ser assassinado no paz e pela reconciliação. Bento Líbano, alguns de seus aliados XVI qualificou o assassinato não hesitaram de acusar Da- ocorrido na terça-feira como masco de envolvimento no cri- "um ataque brutal" e disse a peme. "Parece que o regime sírio regrinos, durante audiência vai continuar com os assassina- semanal na Praça São Pedro, tos", disse o líder druso Walid estar rezando pelos familiares Jumblatt. "Eu espero mais as- da vítima e pelo "amado povo sassinatos. Mas não importa o libanês". AE/AP
Mulher acende vela durante vigília cívica em Beirute, no local onde o ministro da Indústria libanês, Pierre Gemayel (no cartaz), foi assassinado
Iraque: 50 mil civis já morreram
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elatório divulgado ontem pela ONU mostra que 3.709 civis morreram apenas em outubro – o mês mais violento para a população civil
desde a invasão americana, em março de 2003. Estima-se que, desde então, cerca de 50 mil civis iraquianos foram mortos. A onda de ataques sectários entre xiitas e sunitas também foi identificada pelo relatório, que mostra que de toda a mortandade civil no país em outubro, 70% ocorreram em Bagdá. AE/AP.
Israel avança em Gaza. Contra foguetes.
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anques e veículos blindados israelenses avançaram ontem sobre duas cidades do norte da Faixa de Gaza, em operação contra
militantes palestinos engajados em disparos de foguete contra alvos em Israel. Violentos confrontos resultaram na morte de pelo menos duas pessoas. Um dos foguetes disparados ontem atingiu uma escola pouco antes do início das aulas, mas não houve vítimas. AE/AP
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quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
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Por cento é a taxa para Certificação de Depósito Bancário de 30 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.
22/11/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 20/11/2006 20/11/2006 20/11/2006 20/11/2006 20/11/2006
P.L. do Fundo 11.936.272,26 2.024.526,47 8.772.255,38 17.172.495,25 1.338.957,23
Valor da Cota Subordinada 1.264,327676 1.120,161945 1.181,622813 1.075,087184 1.144,137012
% rent.-mês 2,9127 0,5415 -0,9946 -2,8105 1,7735
% ano 29,4130 12,0162 18,1623 7,5087 14,4137
Valor da Cota Sênior 1.019,406775 1.106,473027 1.121,970535 0 0
% rent.-mês 0,6720 0,6169 0,6720 -
% ano 1,9407 10,6473 12,1971 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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quinta-feira, 23 de novembro de 2006
ESPECIAL - 7
Fotos: Patrícia Santos/AE
Novas estrelas nos céus do Brasil. E mais baratas A falência de grandes companhias como Vasp, Transbrasil e Varig abriu o mercado para empresas como a TAM, Gol e BRA, que vieram com tarifas mais baixas para popularizar o transporte aéreo no Brasil
U
ma combinação de fatores - como o aumento de renda da população e a entrada no mercado de empresas como Gol e BRA - está levando a uma popularização do transporte aéreo no País. O movimento nos aeroportos demonstra que, com passagens mais baratas e salários valorizados, muitos brasileiros estão trocando as viagens rodoviárias pelos aviões. De janeiro a setembro deste ano, 76,3 milhões de pessoas passaram pelos 67 aeroportos nacionais administrados pela Infraero. Neste mesmo período em 2003, foram 52,5 milhões. “A falência de grandes companhias como Vasp, Transbrasil e Varig acabou abrindo mais o mercado e permitindo a entrada de novas empresas, como foi o caso também da TAM”, lembra Artur Barrionuevo, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele explica que a competição na aviação doméstica entre TAM e Gol, recém chegadas ao mercado, foi benéfica para os consumidores, uma vez que reduziu bastante o preço das passagens. No caso da Gol, o modelo “low cost, low fare” (baixo custo, baixa tarifa) importado da Europa e Estados Unidos - onde companhias como Ryanair e JetBlue vendem passagens por alguns centavos - abriu a possibilidade de muitos brasileiros voarem pela primeira vez. A empresa tem estudos que apontam que somente cerca de seis milhões de passageiros usavam transporte aéreo no Brasil em 2000, mas 25 milhões de brasileiros das classes mais humildes tinham o desejo de voar. Em cinco anos de operações, a Gol transportou 45 milhões de passageiros e 10% deles voaram pela primeira vez, ou seja, 4,5 milhões de brasileiros tiveram acesso ao transporte aéreo. “O objetivo da Gol é se superar e ser reconhecida, até 2010, como a empresa que popularizou o transporte aéreo com qualidade
e preço baixo na América do Sul”, afirma Tarcísio Gargioni, vice-presidente de marketing e serviços da companhia. A BRA, que opera vôos regulares no País desde o final de 2005, também se diz comprometida com a popularização da aviação. A empresa tem tarifas, em média, 30% inferiores ao preço da concorrência e aceita até cheque pré-datado para vender as passagens. Dos 32 destinos operados pela BRA, a grande maioria é no Nordeste, para cidades em que as companhias maiores não voam e para onde muitos passageiros viajam de avião pela primeira vez. O volume crescente de crédito disponível para pessoa física no País é outro fator que contribui com a popularização do transporte aéreo. O sistema financeiro nacional deve encerrar o ano com uma oferta de R$ 238 bilhões de crédito para pessoa física, o que indica uma alta de 25% em relação ao volume trabalhado no ano passado, segun-
custo operacional baixo, e que há espaço para ganhar mais mercado no Brasil, embora alguns entraves precisem ser superados. “Estas companhias têm dificuldade de ampliar a oferta, uma vez que os aeroportos não dispõem de muitos slots
do dados da consultoria Austin Ratings. O professor da FGV explica que o modelo de negócio de empresas como a Gol prima pela eficiência, garantida por um
(horários para pousos e decolagens) disponíveis”, explica Barrionuevo. Mesmo assim, TAM e Gol devem fechar o ano com um lucro somado de R$ 1 bilhão (até se-
De janeiro a setembro deste ano, 76,3 milhões de pessoas passaram pelos 67 aeroportos nacionais. No mesmo período de 2003 foram 52,5 milhões
tembro, este valor já estava em R$ 897,5 milhões, sendo R$ 476,5 milhões da Gol e R$ 421 milhões da TAM). Os grandes lucros , no entanto, não estão sendo atingidos graças a aumento de tarifas, mas sim a ganhos operacionais devido principalmente a uma utilização de novas aeronaves e exploração de trechos altamente rentáveis. A saída de cena de grandes companhias como Varig, Vasp e Transbrasil também vem contribuindo com o desempenho favorável de TAM e Gol, uma vez que os especialistas apontam não haver espaço no mercado brasileiro para a competição entre muitas empresas. O consultor Richard Dubois fez, oito anos atrás, um estudo sobre a viabilidade da convivência entre companhias aéreas de grande porte (mais de cem aviões) no mercado brasileiro. Depois de comparar a relação entre o faturamento das empresas e o Produto Interno Bruto (PIB) em seis países (Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Japão e Austrália), chegou à conclusão de que cada economia comportava uma grande empresa de aviação para cada 500 bilhões de dólares: “Refiz esse cálculo atualmente e, por esse critério, o Brasil comportaria no máximo duas grandes companhias”. (KH)
OPINIÃO
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6 -.OPINIÃO
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LENTE DE
AUMENTO LIÇÕES DE FRIEDMAN
G Crescer 5%
reduzindo a Selic provoca inflação. Não há almoço grátis: todas as decisões têm custos. causas do desemprego e da informalidade. Imposto Inflacionário: A inflação funciona como um imposto, quando o governo emite para financiar gastos que provocam uma alta de preços, transferindo poder aquisitivo da sociedade para o Fisco. A inflação alta no Brasil estava vinculada a desequilíbrios fiscais, financiados com emissão monetária, constituindo-se em tributo. Hipótese aceleracionista da inflação: O governo não pode reduzir o desemprego a partir da emissão monetária, pois os salários terminarão se reajustando, o que elevará o custo da contratação, fazendo com que o desemprego volte ao seu nível inicial. A longo prazo haverá só o ônus de mais inflação, que só tenderia a acelerar-se se o governo insiste na estratégia, e sem o bônus de menos desemprego. No Brasil dos anos 80 as enormes taxas de inflação eram acompanhadas de taxas de desemprego também altas.
JOÃO DE SCANTIMBURGO
Teoria monetarista do ciclo econômico: as flutuações da atividade econômica devem-se primordialmente às variações da quantidade de moeda. Um aumento da quantidade tende a baixar os juros, em decorrência do crédito maior, o que provocaria um aumento do consumo, aumentando a atividade econômica, e viceversa. No Plano Collor, em 1990, o congelamento das contas causou um choque de liquidez e uma queda do PIB de 4,35% . Em economia, não há almoço grátis: todas as decisões têm custos. Crescer 5% em 2007, a partir da redução drástica da Selic, provocará um aumento de inflação, que seria a conta do almoço que deverá ser paga por toda a sociedade. Teoria da Renda Permanente: o consumo está mais vinculado à renda futura e não tanto à atual. No Brasil, a expansão do consumo com o cartão de crédito, apesar dos altos juros, parece indicar a teoria.
Céllus
AFIF NO
A Mesopotâmia é aqui ROBERTO FENDT
E
m 16 de janeiro de 1899, o grande sociólogo americano William Graham Sumner pronunciou uma conferência aos membros da Sociedade Phi Beta Kappa da Universidade de Yale, posteriormente publicada como um capítulo de seu livro War and Other Essays, em 1911. O título da conferência era A conquista dos Estados Unidos pela Espanha. Imagino o espanto dos presentes ao ouvir a conferência e dos leitores ao lerem o livro. Em 1899 os Estados Unidos já eram a maior potência industrial do mundo e ensaiavam seus primeiros passos no cenário político mundial. Três anos antes, em 1896, alguns expoentes do liberalismo clássico norte-americano do final do século 19, descontentes com os rumos que o Partido Democrata, fundaram um novo partido, chamado de Partido Democrático Nacional (NDP) para preservar os ideais de Thomas Jefferson de um governo limitado. Defendiam a liberdade de expressão, de consciência, de comércio e a liberdade de contrato, bandeiras tradicionais do velho Partido Democrata, que haviam se perdido ao longo do século. C o m o o s m e m b r o s d o N D P, Wi l l i a m Graham Sumner se opunha à guerra entre os Estados Unidos e a Espanha de 1898, da qual os primeiros sairiam de posse de Porto Rico, da ilha de Guam e do arquipélago das Filipinas, até então colônias espanholas, em troca do pagamento de US$ 20 milhões de dólares. Tornou-se vice-presidente da Liga Antiimperialista, formada depois da guerra contra a anexação de territórios. Foi como opositor da expansão colonial que Sumner pronunciou a conferência sobre a conquista dos Estados Unidos pela Espanha. Nela, mostra à exaustão que a vitória no campo de batalha não impediu os americanos de serem derrotados no campo das idéias. Os Estados Unidos haviam surgido de uma rebelião contra a opressão colonial. Diferentemente das colônias espanholas, os que foram da Inglaterra para o Novo Mundo o fizeram com suas famílias e buscaram com o trabalho, a frugalidade e a prudên-
C
omo se pôde apreciar, o pensamento de Friedman possui uma vigência e aplicações tão importantes para o caso brasileiro que o estudo de suas obras deveria ser incentivado em nosso país. No mundo suas idéias também tiveram grande impacto, principalmente no tocante à execução da política monetária. Alan Greenspan, por exemplo, emitia moeda toda vez que havia uma queda no preço das ações norteamericanas, compensando a redução de liquidez. Tudo isso certamente assegura a Milton Friedman um posto cativo no panteão dos maiores economistas do século XX.
cia, criar uma nova nação, livre das guerras e dos luxos de uma nobreza somente interessada em si mesma. Agora, no fim do século 19, Sumner alertava que os interesses de alguns plutocratas haviam substituído pelo expediente os ideais que haviam fundado a república americana. Uma nação que se libertava do jugo colonial não poderia impor esse mesmo jugo a outros povos. "Nossos pais preferiram um governo econômico, em que os impostos não deveriam ser maiores que o absolutamente necessário para pagar um governo dessa natureza", disse também. "A Justiça e a lei reinavam em meio à simplicidade e um governo que tinha pouco a fazer oferecia pouco campo para a ambição. Em uma sociedade que honra o trabalho, a frugalidade e a prudência, os vícios do enriquecimento jamais floresceriam", completou.
J
amais nos envolvemos em uma guerra de conquista. O que dizer, contudo, do tamanho do nosso governo, de seu relacionamento com a plutocracia nacional, e dos luxos e homenagens mesopotâmicos prestados ao nosso presidente e a algumas das maiores autoridades da República? Tudo indica que estamos sendo conquistados pelos hábitos dos potentados da Mesopotâmia. Em meio ao caos do controle de vôo, o senhor presidente convida a passear em seu novo avião um grupo de amigos. Agora mesmo, estando em apreciação a proposta de lei orçamentária para 2007, parlamentares aprovam na Comissão Mista do Orçamento um aumento para as emendas individuais, de 5 milhões para 6 milhões, cada. Pululam nos três poderes da República propostas de elevação de salários para R$ 15 mil e até R$ 30 mil mensais, em um país em que a maioria mal ganha R$ 700 reais. Não estamos fadados, por um determinismo histórico — como não o estavam os Estados Unidos — a ter na Nova Classedos dirigentes da nação um grupo de pessoas com hábitos e remuneração nababescos e babilônicos, alheio à realidade da pobreza do país. É sempre possível consertar. Para isso, 2010 está aí mesmo.
B rasília foi conquistada pelos hábitos dos potentados mesopotâmicos
ULISSES RUIZ DE GAMBOA,
Cibercrime ameaça a NF-e
ECONOMISTA DO
INSTITUTO GASTÃO VIDIGAL
O pensamento de Friedman é lição obrigatória
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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ANTÔNIO LEOPOLDO CURI Alex Wong/Getty Images/AFP
Q
uinta-feira a luz de uma das mais brilhantes mentes do pensamento econômico se extinguiu, com o falecimento de Milton Friedman. Muito já foi escrito sobre a importância de sua obra. Mas o objetivo deste artigo é mostrar as tão importantes aplicações para o caso brasileiro: Taxa Natural de Desemprego: Devido aos entraves da legislação ou à desigualdade de educação, há uma taxa natural de desemprego. Se o governo não intervém, há uma taxa de desemprego básica, que reflete falhas de mercado anteriores. No caso brasileiro, pode-se aplicar o conceito, pois os altos encargos trabalhistas são
O
cibercrime, ninguém duvide, é ameaça real aos negócios na economia contemporânea e responsável por perdas significativas das empresas. Constitui-se em modalidade ilegal crescente, tornando-se mais lucrativo do que o narcotráfico. Os bancos, por exemplo, têm prejuízo anual de R$ 1,2 bilhão com as fraudes. Considerando essa preocupante realidade, é necessário refletir sobre os riscos inerentes à Nota Fiscal Eletrônica, que abre possibilidades para sonegação e falsificações, mesmo com o monitoramento viabilizado pela tecnologia da informação. Os números relativos ao cibercrime evidenciam a fragilidade de sistemas como o da Nota Fiscal Eletrônica ante a sofisticação das quadrilhas de violação dos espaços virtuais. Mais de 90% das empresas que foram ou estão sendo invadidas não têm ciência de tal situação. O percentual de empresas que afirmam ter sofrido ataques e invasões subiu de 43%, em 2002, para 77%, em 2003. Este problema suscita reflexão do empresariado brasileiro, que precisa analisar fatos e conseqüências ao optar por nova metodologia fiscal, não obrigatória, mas opcional, sob pena de impor grave ônus aos contribuintes. Estes têm o direito de ser corretamente informados sobre todas as vertentes do tema. Infelizmente, o Brasil tornou-se um paraíso do crime virtual. Os crackers, criminosos do ciberespaço, freqüentemente confundidos com os hackers, invadem sistemas para roubar dados ou praticar vandalismo eletrônico. Conectamse de um telefone público, de um celular clonado ou mesmo de linha telefônica convencional clonada. Para fraudar a Nota Fiscal Eletrônica, o grampo de internet já é tão possível quanto o te-
lefônico. O mais grave é que, juridicamente, não é possível utilizar como prova um sistema eletrônico. O projeto precisa ser revisto, pois foi implementado de maneira errada. Antes de tudo, é preciso planejar e fazer estudos do impacto da mudança nas empresas e nos negócios. A preocupação da indústria gráfica é com seu cliente, pois a adoção do sistema, hoje voluntária, pode transformar-se em compulsória.
O
custo de implementação do módulo de remessa e recepção da NF-e, por parte do contribuinte, pode ser entre R$ 300 mil e R$ 2 milhões, dependendo do porte da empresa. O valor será proporcionalmente maior para as pequenas e médias empresas. Se estas forem pouco ou não informatizadas, terão de investir para cumprir as novas obrigações. Neste sentido, o projeto é regressivo, à medida que incomodará mais as empresas economicamente mais frágeis. Além disto, com o novo sistema, o Fisco escolhe quem vende o quê e para quem. Enfim, a NF-e não vai ao encontro dos anseios da sociedade, não acarreta qualquer benefício, não representa redução da carga tributária, estimula a concorrência desleal e não oferece retorno positivo às empresas. Trata-se de um grande iceberg, muito mais oneroso e arriscado do que benéfico. Está faltando transparência sobre o sistema por parte daqueles que o querem impor, sem debate e análise crítica, à sociedade brasileira. ANTÔNIO LEOPOLDO CURI É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE FORMULÁRIOS, DOCUMENTOS E GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES (ABRAFORM).
O grampo de internet já é tão possível quanto o telefônico. A NF-e é frágil.
SECRETARIADO uilherme Afif Domingos, presidente pela segunda vez da Associação Comercial de São Paulo, vai integrar também pela segunda vez um secretariado políticoadministrativo. Guilherme Afif é dessas personalidades que se fixam na memória dos que o conheceram e o conhecem, acompanhando a sua utilíssima vida de empresário e empreendedor. Foi Afif que informatizou o Serviço Central de Proteção ao Crédito, o SCPC, essa formidável instituição que completou no exercício de seu mandato cinqüenta anos. O governador José Serra não poderia ter escolhido melhor nome para o cargo de secretário do Emprego e das Relações do Trabalho do que Guilherme Afif Domingos; merece aplausos pela escolha, que colocará em seu secretariado um empresário, um empreendedor, ainda jovem e um criador de idéias sempre favoráveis aos que trabalham muito pelo bem do País. Tenha-se presente que Guilherme não tem hora para o trabalho, seja de manhã, de tarde ou de noite; tudo é válido para ele, desde que haja resultados para colher em benefício da sociedade onde ele atua.
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ão precisamos lembrar aqui que São Paulo tem força de nação, maior centro obreiro do Brasil, de uma vida sindical muito ativa, vida que formou mesmo um presidente da República e que pode ser fatal para o secretário, se ele não souber se conduzir na direção da pasta. Vê-se que o governador José Serra é meticuloso e quer ter em seu secretariado nomes que inspirem confiança, como tiveram alguns governadores no passado. É como se deve governar, com figuras ilustres, experimentadas pelo trabalho e pelo conhecimento do assunto que está em suas mãos. Conhecendo como conhecemos Guilherme Afif Domingos, podemos antever uma excelente contribuição ao governador.
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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G É assim que
se deve governar, com figuras ilustres, experimentadas pelo trabalho e pelo conhecimento do assunto em suas mãos.
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Tr i b u t o s Finanças Empresas Legislação
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quinta-feira, 23 de novembro de 2006
EMBALAGENS SÃO CADA VEZ MAIS DECISIVAS
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milhões de litros de sorvetes são produzidos anualmente pelas indústrias brasileiras
INDÚSTRIA DO SEGMENTO E DE EMBALAGENS DISCUTEM TENDÊNCIAS DO MERCADO BRASILEIRO
BRASIL CONSOME POUCO SORVETE
O
Paulo Pampolin/ Hype
Fabricantes querem dobrar o tamanho do mercado em oito anos
consumo de sorvete está mais ligado ao nível de renda da população do que ao clima. Isso explica porque o Brasil, que está em região predominantemente tropical e com sol quase o ano inteiro, consome pouco a sobremesa. O País está apenas em décimo segundo lugar no ranking mundial de consumo do produto (veja tabela). A exposição dos dados e análises do setor foi feita pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Sorvetes (Abis), Eduardo Weisberg, em evento promovido pela Associação Brasileira de Embalagens (Abre). Apesar do quadro de baixo consumo, os representantes do setor estão decididos a fazer o brasileiro aumentar o consumo da sobremesa gelada. E a meta dos fabricantes é dobrar, no prazo de oito anos, o consumo per capita no Brasil. O presidente da Abre, Paulo Sérgio Peres, destacou a importância do segmento de sorvetes para a cadeia produtiva de embalagem. Uma pesquisa realizada no ano passado pela associação, com profissionais de 32 supermercados, mostrou a influência crescente do invólucro do produto na decisão de compra. Os pesquisados fizeram uma associação que traduz plenamente essa importância: "Embalagem é tudo". Inovações – As novidades e novas tecnologias dos invólucros que beneficiam os forne-
Se esfria ou chove, não se consome sorvete. Ao contrário do que ocorre em outros países, em que o consumo é permanente. Eduardo Weisberg, presidente da ABIS cedores de sorvetes são os lançamentos de embalagens transparentes, que permitem que o público veja o produto exposto. "O consumidor também come com os olhos", afirma Eduardo Weisberg, da Abis. Ele destaca que estão
sendo pesquisadas novas embalagens, para que o sorvete dure mais tempo fora da geladeira, fato que deverá ser mais um estímulo à compra. Para este ano, a expectativa da Abis é de um faturamento de US$ 886 milhões, com produção de 505 milhões de litros. Em 2005, o setor faturou US$ 860 milhões. Há hoje 8 mil fabricantes de sorvetes, responsáveis por 40 mil empregos diretos. A Abis quer mais. Para tanto, montou um plano estratégico com uma série de ações, como levar a população a perceber que sorvete é alimento e torná-lo parte da merenda escolar. Uma tentativa nesse sentido já foi feita em 2004, mas não foi em frente por falta de verbas da prefeitura paulistana. Outro problema do mercado de sorvetes no Brasil é a sazonalidade. "Se esfria ou chove, não se consome sorvete. Ao contrário do que ocorre em outros países, em que o consumo é permanente", disse Weisberg. Consumo – Conforme os fabricantes de sorvetes, o Brasil apresenta um consumo per capita muito baixo em termos mundiais, com média 3,5 litros ao ano, menos de um quarto do volume de países como a Finlândia, Dinamarca e Noruega, onde o consumo chega próximo dos 20 litros anuais. Na América Latina, a vizinha Argentina consome 5 litros por ano e o Chile, perto de 6,5 litros. Antonio Graça
Milton Mansilha / LUZ
Joaquim Saraiva de Almeida, da Abrasel, e Roberto Haidar, da ACSP
ACSP e Abrasel fecham parceria
A
Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), entidade que representa quase um milhão de empresas no País, firmaram na última terça-feira um acordo para dar apoio ao setor de alim e n t a ç ã o f o r a d o l a r, e m especial para as empresas de pequeno e médio portes. A idéia é ajudar os empresários a aumentar a produtividade, oferecer novos serviços e melhorar a rentabilidade. Hoje, bares e restaurantes são responsáveis por 6 milhões de empregos diretos, o que representa 53% da mão-de-obra relacionada ao turismo no País. Cartão – Na avaliação do superintendente de Marketing e Serviços da ACSP, Roberto Haidar, esse é o início de uma grande troca de experiências. "Trabalharemos com a Abrasel, uma entidade co-irmã, para alavancar os negócios do setor", disse Haidar. As entidades vão criar um cartão private label (marca própria) para as empresas do segmento.
O presidente da Abrasel, Joaquim Saraiva de Almeida, enfatizou a importância de a entidade passar a fazer parte de uma associação tão forte no Estado de São Paulo. "Isso prova que o segmento de bares e restaurantes está amadurecendo. A parceria é mais uma forma de agregar valor para o setor", afirmou, informando que o segmento representa 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e 40% do PIB turístico do País. "A troca de experiências, principalmente com a ACSP, que tem 31 mil associados, é fundamental para o desenvolvimento dos bares e restaurantes", destacou. Haidar acrescentou que a ACSP e a Abrasel inovam ao criar novos e avançados serviços "com grandes e positivas repercussões para os associados e para os donos de bares e restaurantes do estado". Ele lembrou que a classe média empresarial precisa de todo tipo de apoio para poder se desenvolver, gerar riquezas e empregos no País. Tatiana Vicentini
LOJA DO WAL-MART PARA MULHERES
D
esenvolvida para atender as necessidades de um público ao mesmo tempo amplo e específico, o Wal-Mart inaugura hoje em Guarulhos uma lojapiloto do hipermercado Supercenter, especial para mulheres. Com investimento de R$ 40 milhões, a unidade tem cores mais alegres, "sinalização simplificada" e conta até com um "estacionamento" para maridos. "O prazer de fazer compras foi um dos principais anseios registrados em nossas pesquisas com clientes e, portanto, foi a mola-mestra utilizada na definição do novo projeto", disse o vicepresidente comercial da rede, Fernando Menezes. "Tornamos a loja mais ágil e flexível para a mulher moderna e mais ocupada." O estacionamento de maridos, segundo Menezes, foi criado devido ao grande número de mulheres que reclamam de fazer compras 'carregando' o companheiro. Agora, "eles" poderão ficar numa área estrategicamente localizada ao lado do "mundo dos eletrônicos" (a nova loja é dividida por mundos), onde vão tomar café, ler jornais e conferir lançamentos de CDs e DVDs enquanto "elas" fazem compras. Programas – Se não se cansar de fazer compras sozinha, a consumidora poderá participar da programação mensal gratuita que o Wal-Mart promete: cursos voltados à saúde, beleza, moda, culinária, etc. Haverá ainda salão de beleza, lavanderia e petshop. A rede Wal-Mart pretende investir cerca de R$ 850 milhões em 2007 na abertura de 28 novas lojas de suas diversas bandeiras. Hoje, além do hipermercado em Guarulhos, unidades em Maceió e no Recife também serão inauguradas. Guarulhos foi escolhida, de acordo com o vice-presidente, porque é o terceiro maior mercado consumidor do estado, tem uma localização privilegiada. As mulheres são 55% da população do município. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000 o excedente feminino no País já era de 2,5 milhões. Em 2050, o número poderá alcançar 6 milhões. Supermercado de olho na consumidora brasileira não é exclusividade do Wal-Mart. O CompreBem, uma das bandeiras do Grupo Pão de Açúcar, realizou várias pesquisas, entre elas a "Semana Popular". Executivos da rede conviveram por uma semana na casa de um grupo de consumidores de classe C e confirmaram que a mulher da classe popular busca equacionar as relações entre qualidade e preço dos produtos para conseguir fazer render o orçamento curto. A empresa, então, reformou lojas – que ganharam novas seções – e fez mudanças no layout. Kety Shapazian
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LOGO
Kenneth Roth, diretor da ONG Human Rights Watch, em comunicado, criticando um miliciano palestino por chamar pessoas para proteger sua casa, depois que o Exército pediu para evacuar o local.
Logo Logo
NOVEMBRO
Chamar civis a um lugar que o inimigo identificou como alvo de um ataque é como empregar escudos humanos e fracassar em todas as medidas possíveis para proteger civis de um ataque
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
www.dcomercio.com.br/logo/
23 Dia Internacional do Livro Dia Nacional de Ação de Graças Pagamento dos impostos IOF, IRRF e IPI
P ROTESTO S AÚDE
Palhaço: triste e cívico
Cresce incidência de Aids no mundo terços dos casos foram registrados na Argentina, no Brasil, na Colômbia e no México. Entre as causas para o aumento da transmissão da Aids estão a pobreza, a homofobia e a dificuldade de acesso das populações rurais a testes sorológicos. Atualmente, apenas uma de cada oito pessoas que desejam submeter-se a testagem para o HIV pode fazê-lo. O relatório indica, no entanto, que o uso de drogas injetáveis e as relações sexuais entre homens sem preservativo são as principais causas de infecções em vários países da América Latina.
P RÊMIO Marcos Fernandes/LUZ
Assaltado à saída de um banco, o artista quer mais segurança e propõe lei
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epois de ser assaltado na saída de um banco, em Sorocaba, a 92 quilômetros de São Paulo, o palhaço Luis Carlos Batista, de 38 anos, vestiu-se com duas placas e saiu pelas ruas do centro da cidade para protestar contra a falta de segurança nas agências bancárias. Ele coleta assinaturas para encaminhar à Câmara dos Deputados um projeto de iniciativa popular que obriga os bancos a melhorarem a segurança dos clientes. "Palhaço também tem direitos", diz, para convencer a população. Até a tarde de hoje havia recolhido 3.700 assinaturas Um deputado da região, segundo ele, já se ofereceu para bancar o projeto. Batista quer que os bancos instalem divisórias para dar
privacidade aos clientes que estão no caixa. O palhaço acredita que os assaltos ocorrem porque os ladrões se infiltram nos bancos e fornecem informações a "colegas" que agem do lado de fora. Há pouco mais de um mês, um ladrão em uma moto sem placas encostou uma arma e levou R$ 950 que ele acabara de sacar numa agência do Itaú, no centro. "O bandido me abordou no meio de um monte de gente porque sabia que eu estava com o dinheiro." A Polícia Militar iniciou uma campanha para evitar esse tipo de roubo, cada vez mais comum em Sorocaba. Folhetos orientam a população a não fazer saques altos, evitar expor o dinheiro e não sair sozinha das agências com somas altas. (AE)
Stringer/Reuters
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O fotógrafo Marcos Fernandes, da Agência Luz, está entre os finalistas do Prêmio Imprensa Embratel. Ele concorre com o trabalho "Os meninos da luz vermelha", publicado no Diário do Comércio em 5 de julho. Nele, o fotógrafo mostra o momento de um assalto na avenida do Estado. www.dcomercio.com.br/canais/galeria_index.htm
V IOLÊNCIA
Turcos não querem a visita do Papa
Atiradores alvejam jogadores no RS
Cerca de quarenta integrantes de um partido nacionalista turco invadiram ontem a igreja de Santa Sofia, atualmente convertida em museu, em Istambul, capital da Turquia, para protestar contra a visita do papa Bento XVI ao país, informou ontem a polícia local. Os manifestantes pertencem ao Partido da Grande União, uma agremiação política ultraconservadora que já havia realizado outras manifestações contra a visita do pontífice ao país, prevista para começar na próxima semana.
A polícia está à procura de dois homens que entraram atirando em jogadores que estavam num ginásio de esportes em Alegrete, no Rio Grande do Sul, na última terça-feira à noite. A agressão deixou em pânico 50 torcedores. Os atiradores chegaram e fugiram a pé. Cinco jogadores foram atingidos, mas nenhum morreu. Atendidos no PS da cidade, quatro já estão liberados. O quinto, principal alvo do atentado, segue internado. A polícia suspeita que traficantes de drogas estejam por trás da tentativa de homicídio. (AE)
G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Divulgação
Carregador movido Faça seus contatos à energia solar de negócios pela web
PERFORMANCE – Bailarinos chineses fazem performance de uma dança étnica em cima de estrutura similar a andaime. A apresentação foi realizada no último dia 20, na cidade de Yichang, província de Hubei, na China central.
A TÉ LOGO
ão Re pr od uç
O surfista brasileiro Jihad Kohdr foi impedido de entrar nos Estados Unidos. O atleta deve participar do O’Neill World Cup, prova da Tríplice Coroa, que começa amanhã, no Havaí. Ele precisa disputar a prova para integrar o grupo da Divisão de Elite em 2007. Filho de libaneses, já na quinta-feira passada, em viagem para competir no Op Pro, em Dallas, foi impedido de viajar por não ter visto de negócios, exigido pelos EUA. "Alguns do grupo só tinham visto de turista, mas não foram barrados", disse. (AE) T ECNOLOGIA
Japão oferece robô como funcionário
do voltada para a mulher", escrito pela jornalista Laura Klepacki, que por muitos anos cobriu as novidades das indústrias de beleza, marketing e produtos para o consumidor. O livro apresenta as pessoas, as decisões e o modo de operar que transformaram o pequeno negócio de vendas porta a porta em uma das maiores empresas de beleza do mundo. Combinando relatos da história da empresa e entrevistas com executivos da Avon de ontem e de hoje, a autora revela como a empresa construiu o seu império. A obra traz ainda encarte com fotos e a cronologia com-
pleta da história da Avon. Da fundação da Califórnia Perfume Company, passando pela inesquecível campanha "Avon chama" e pela entrada em mercados como a China, a extinta Alemanha Oriental e o Vietnã, até o 50º aniversário da Avon Foundation, em 2005, marcado pela Caminhada contra o Câncer de Mama, orquestrada em cerca de 50 países. Serviço: Avon: a história da primeira empresa do mundo voltada para a mulher Editora BestSeller 280 páginas Preço: R$ 34,90
Ser viçohttp://www.br.avon.com
Um robô sobre rodas com uma face que lembra um gato, uniu-se à equipe de funcionários temporários que uma agência de empregos japonesa vai oferecer para lojas, eventos e casamentos a partir de dezembro. Ubiko pode saudar pessoas, exibir DVDs e oferecer balões. Duas horas de trabalho de Ubiko custará 105.000 ienes (US$ 890).
L OTERIAS Concurso 673 da Lotomania 08
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Fundação Zerbini não contabilizou R$ 8 milhões, diz Ministério Público do Distrito Federal Novo mapa do genoma revela: as diferenças entre humanos são significativas
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m 1886, nos Estados Unidos (EUA), David McConnell resolveu mudar o rumo de seus negócios. Ele vendia livros de porta em porta, em Nova York, e distribuía frascos de perfume como brinde aos seus clientes. Os perfumes faziam mais sucesso que os livros, por isso McConnell resolveu mudar de ramo. Abriu a Califórnia Perfume Company e convidou Florence Albee para ser a primeira revendedora Avon. Otimista com o modelo de venda direta, ela convidou outras mulheres. A mudança de nome aconteceu em 1939, quando a empresa ingressou em outros estados americanos. O nome foi inspirado na cidade natal de William Shakespeare, Stratford-On-Avon, homenagem ao escritor que admirava. Hoje, a Avon é uma empresa de US$ 7,7 bilhões de faturamento anual, com quase cinco milhões de revendedoras, em mais de 100 países. A saga da empresa é contada no livro "Avon: a história da primeira empresa do mun-
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http://www.ecosolinc.com
Toque de Avon
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O Ecosol Powerstick é um achado para situações onde o celular ou o iPod não podem ser facilmente recarregados. Ele transforma a energia solar em eletricidade e armazena em uma bateria de lítio-polímero. O aparelho pode dar até três horas de autonomia para um celular ou outro eletrônico. Ainda sem preço definido.
Empresários e profissionais brasileiros já podem começar a trocar figurinha sobre seus negócios pela internet. O site Empresário Brasil tem uma rede de contatos para o internauta conhecer novos parceiros comerciais, empresas e pessoas que tenham os mesmos interesses. A home também permite a realização de pesquisa de mercado, a divulgação de informações sobre a empresa, produtos, currículos, além da participação em fóruns e do acesso a artigos e depoimentos.
A explanação do comandante da Aeronáutica brasileira, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, ontem, no Senado Federal, sobre o choque do jato Legacy com o Boing da Gol, foi alvo da imprensa mundial. Bueno, admitiu pela primeira vez, que "pode ter havido um erro" em uma informação de um controlador de vôo. Segundo ele, o equívoco pode ter ocorrido na troca de turno dos controladores, quando o substituto foi informado de que o Legacy estava no nível 360, quando era 370.
Atleta brasileiro barrado nos EUA
TEATRO E Achadas e Perdidas. Peça escrita e intepretada por Maitê Proença (foto). Última semana. Teatro Cultura Artística Sala Rubens Sverner. 21h. R$ 50. Rua Nestor Pestana, 196. Telefone: 3258-3344.
Controlador pode ser o culpado
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Divulgação
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H ISTÓRIA E M
O primeiro "bebê sereia" da China, nascido com uma máformação congênita chamada sirenomelia, ou síndrome de sereia, luta por sobreviver na unidade de tratamento intensivo do Hospital Pediátrico Provincial de Hunan, informa a agência de notícias Xinhua. Os médicos que atendem o bebê – que foi achado na porta do hospital no último dia 12, com um bilhete entre suas roupas indicando que tinha nascido no dia 9 – conseguiram mantê-lo vivo graças a diálises, já que a criança não tem rins.
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V ATICANO
"Bebê sereia" luta para sobreviver
Yoshikazu Tsuno/AFP
Cerca de 39,5 milhões de pessoas vivem com o vírus da Aids no mundo. E os índices da doença não param de crescer: em dois anos foram registrados 2,6 milhões de novos casos. As informações são de dois relatórios, divulgados ontem pelo Ministério da Saúde e pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). De acordo com a Unaids, a África Sub-saariana se mantém como a região mais castigada pela Aids, com 24,7 milhões de pessoas infectadas. A América Latina tem cerca de 1,7 milhão de casos, dos quais 140 mil registrados neste ano. Dois
C HINA
Faturamento da produção florestal cresce e chega a R$ 10,3 bilhões em 2005, anuncia IBGE
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Tr i b u t o s Finanças Empreendedores Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
SESSÕES DE DRENAGEM CUSTAM ENTRE R$ 53 E R$ 120
WValente/AFG
Cinco manobristas estacionam os carros no spa Hara, que custou R$ 1,5 milhão.
FISIOTERAPEUTA FICA FAMOSA COM DRENAGEM Após passar muito aperto financeiro, Ana Luisa descobre o sucesso com clientes vips
EMPREENDEDORES
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Ana Luisa atende pessoalmente apenas as clientes mais famosas. Mas comanda time de 55 fisioterapeutas.
LETREIRO
H
ara é o nome hindu de um chakra no qual circula toda a energia do corpo, segundo Ana Luisa Massardi, que também deu nomes hindus às salas onde as clientes são atendidas – Ganesh, Krishna, Shiva, Tara. Hara ainda significa "líquido fluindo" em sânscrito. "E uma cliente disse que, em árabe, quer dizer merda", ela ri. "Mesmo assim é um nome fortíssimo e que me deu muita sorte." (KS)
SEGREDO
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na Luisa Massardi, fisioterapeuta e proprietária da clínica Hara, diz que o segredo de seu sucesso é gostar do que faz. "Amar muito o que você faz, se dedicar muito ao seu negócio e não deixar nada na mão de ninguém é fundamental. Negócio na mão de funcionário não vai para a frente." (KS)
PEDRA
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ara Ana Luisa Massardi, a traição sempre será o maior obstáculo a enfrentar. "Todo mundo quer puxar o tapete." Para combater tanta energia negativa, a fisioterapeuta se cerca de muito incenso e tatuou o nome de Jesus Cristo bem grande nas costas. "Só posso contar com o pessoal lá de cima", diz. (KS)
Maçãs: agrado após drenagem
Ana: "Começo com menos zero"
entra-e-sai de mu- que não desgruda da dona. Em 1997, quando a casa foi lheres começa cedo na clínica Hara, no comprada por uma construtoItaim Bibi, e os cin- ra para dar lugar a um prédio, c o m a n o b r i s t a s Ana Luisa mudou-se para o quase não dão con- endereço atual, que naquela t a d e e s t a c i o n a r época guardava pouca semet a n t o s c a r ro s . O lhança com os dias atuais. A motivo da agitação sorte grande deu-se dois anos é a fisioterateupa depois, quando uma de suas Ana Luisa Massar- clientes, que trabalhava como di, 35 anos. O lema de seu esta- empresária de Jô Soares, conbelecimento diz tudo: A arte tou a ele as maravilhas da drede esculpir sua beleza em nos- nagem linfática. O apresentasas mãos. Da apresentadora dor, encantado, quis saber Hebe Camargo, Ana Luiza es- mais, e convidou Ana Luisa cutou que só foi saber o que era para ir a seu programa. No dia seguinte, tocou o teter cintura depois de conhecêla. Para a atriz Angelita Feijó, a lefone. Era a cantora Simone, fisioterapeuta é responsável dizendo que estava vindo do Rio de Janeiro para São Paulo pelo seu sucesso. Todo esse reconhecimento apenas para conhecer essa tal até que veio em pouco tempo. de drenagem linfática. "A SiAna Luisa saiu de casa com 19 mone adorou e me indicou paanos levando consigo apenas ra todo mundo: Ana Maria um kit de costura e um jogo de Braga, Claudia Raia, Regina lençol. O pai não se conforma- Casé." Como tinha artista que va que a jovem fizesse massa- não tinha tempo para vir a São gem, o que para ele era "coisa Paulo, Ana Luisa ia toda sextade prostituta". Ficaram dois feira para o Rio, onde atendia anos sem se falar. A moça foi até nos sábados e domingos. Em 2002, o imóvel ao lado do morar na pensão de uma senhora em frente do restaurante seu, onde funcionava um estaLa Tambouille – "eu já era chi- cionamento, vagou e Ana Luique", ela brinca –, onde era do- sa construiu o spa Hara em três na de uma cama e "meio armá- meses ao custo de R$ 1,5 milhão. No mesmo rio". O emprego ano, a sorte sorque arrumou riu de novo para em uma clínica a fisioterapeuta. de estética não Um sobrinho da durou muito. O a p re s e n t a d o r a p ro p r i e t á r i o , Hebe Camargo, com ciúmes do que fazia drenasucesso de Ana gem com Ana L u i s a , a m a nLuisa, praticadou embora. mente a "obri"Eu comecei gou" a ir até a cacom menos zesa da tia famosa. ro", lembra. Na "A Hebe amou o época, ela já fatratamento e zia curso de fidurante dois sioterapia deanos a atendi em pois de ter se de- Estátua hindu no Hara casa." Hoje, a siludido com a p re s e n t a d o r a publicidade. O do SBT vai duas responsável pevezes por semalo feito negativo na à Hara, onde n o m u n d o d a A drenagem somente Ana propaganda foi Luisa cuida de E d u a r d o F i s- linfática desincha, seu corpo. cher, da Fischer desintoxica, modela A f i s i o t e r aAmérica. A jo- a gordura peuta também vem havia con- localizada. atende pessoalquistado uma Perde-se muita mente outras vaga para estámulheres com gio na agência, medida." mas quando Ana Luisa Massardi s o b r e n o m e s pomposos e, Fischer a viu, eventualmente, com apenas 17 anos, a mandou passear. Lite- uma ou outra famosa como ralmente. "Depois ele e a mu- Camila Pitanga, Mariana Ximenes e Daniela Cicarelli. lher viraram meus clientes." "A drenagem desincha, deAtendimento domiciliar Ana Luiza, então, passou a sintoxica, modela a gordura atender os clientes em casa. localizada. Perde-se muita meNo seu Fiat 147 azul, "que pa- dida", diz Ana Luisa sobre seu rava toda vez que chovia", le- tratamento. Mas é caro? "Acho vava uma maca dobrável para que não. É saúde, é beleza, é atender os pacientes. Um mês bem-estar. Cobro um preço depois da saída da clínica, a acessível, divido em cinco veagenda estava lotada. Abria e zes no cartão. Se pedem desfechava a maca até 12 vezes conto, eu dou." As sessões vapor dia. "Não tinha vida pes- riam entre R$ 53 e R$ 120 – a soal. Conseguia tirar por mês cliente recebe a drenagem em o equivalente a R$ 400, mas o um dos quatro bangalôs ao ladinheiro às vezes não era sufi- do de uma queda d'água, em um jardim que lembra Bali. ciente para jantar", conta. As 55 fisioterapeutas Saiu da pensão depois de um ano, mas continuou mo- ("aqui, ninguém é massagisrando mal. "Fui para outros ta"), atendem por mês de 6 mil buracos." Trabalhou tanto a 7 mil clientes. Desses, apenas que, em três anos e meio, alu- 20% são homens. A clínica gou uma casa em uma ruazi- praticamente não fecha. Funnha paralela à Avenida Nove ciona de segunda a segunda, de Julho. A clínica funcionava inclusive nos feriados. Os "buracos" onde Ana Luisa na frente e Ana Luisa morava nos fundos. Ela brinca até ho- morou ficaram para trás. Hoje, je com o tamanho do banhei- mora em um apartamento de ro. "Tinha que entrar de ré e cobertura com cinco cachorros. sair de lado, mas estava óti- E, depois de três casamentos, mo", ri, enquanto dá atenção a só quer saber de namorar. Chico, um buldogue francês Kety Shapazian
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Política LULA
Jamil Bittar/ Reuters
Sinto a maioria significativa do partido querendo colaborar com o governo e acho que o partido pode caminhar para uma coalizão. Michel Temer
FORMALIZA ALIANÇA COM PMDB Presidente reúne propostas de peemedebistas da ala independente e de oposição. E sai vitorioso. Os caciques peemedebistas Orestes Quércia e Michel Temer durante no encontro com o presidente Lula que costurou a parceria política
GOVERNADORES DEMONSTRAM FORÇA F
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maioria dos novos governadores do País, alinhados ao governo e dispostos a participar de uma grande coalizão nacional, darão hoje uma demonstração de força e unidade em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um encontro, marcado por eles, terá o petista como o convidado ilustre. Cerca de 18 governadores confirmaram presença no almoço. Antes, eles se reúnem para discutir uma pauta comum. Mais que encaminhar propostas concretas para acelerar o crescimento do País e resolver o endividamento dos Estados, os governadores aliados ao governo federal querem transformar o almoço de hoje com o presidente em um ato político. "Não haverá nenhuma faca no pescoço,
queremos diálogo e não emparedamento. Não será uma reunião para pressão, mas um movimento político dos governadores que apóiam o presidente", afirmou o governador eleito de Sergipe, Marcelo Déda, um dos organizadores do encontro com Lula que deverá ter a presença de, pelo menos, 15 governadores do PT, PSB e PMDB. Musculatura– O objetivo da reunião é mostrar que, pela primeira vez, Lula tem um suporte de musculatura representativa e com identidade política junto ao governo. O movimento atual contrasta com 2002, quando o presidente tinha apenas cerca de seis líderes próximos a ele. Naquele ano, sua primeira reunião com governadores fora organizada pelo PSDB, justamente para mostrar que o petista não tinha maioria.
Reunião – Antes do almoço, os governadores farão uma reunião preliminar em um hotel de Brasília para buscar "o mínimo de unidade", como definiu Déda. Para não repetir o que aconteceu com os ministros da área econômica, que receberam de volta de Lula o pacote fiscal por estar sem o foco do desenvolvimento, os governadores não querem passar pelo mesmo constrangimento. Apesar disso, reconhecem que, obviamente, a questão do endividamento estará na pauta. "Mas caberá ao presidente dizer o que pensa sobre isso", afirmou o governador eleito da Bahia, Jacques Wagner, afirmando que ninguém deve levar um documento a Lula. Mesmo acrescentando que o objetivo do encontro com o presidente não é
neutralizar a oposição nem formar um bloco forte de adesão ao governo, apesar de que todos os convidados apoiaram a reeleição de Lula no primeiro ou segundo turno. Os dois petistas já tinham convidado todos os governadores do PMDB para o almoço, mas ainda não sabem quantos virão a Brasília Para que a oposição não interprete a reunião como um confronto político, Jacques Wagner fez questão de telefonar para os governadores tucanos Aécio Neves e José Serra. A intenção é manter um clima político propício ao diálogo, já que o próprio Lula pretende conversar com todos os governadores. Com o encontro, os governadores aliados acham que podem colaborar com a formação do governo de coalizão. (Agências)
Lula Marques / Folha Imagem
WAGNER CONCLAMA POLÍTICOS DO NORDESTE
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governador eleito da Bahia, Jacques Wagner (PT), conclamou ontem os governadores do Nordeste a se unirem em favor do desenvolvimento da região. "Não adianta reclamar da falta de uma política de desenvolvimento regional, se entre nós não conseguirmos ter uma unidade dos governadores do Nordeste", afirmou Wagner, ao participar de um café da manhã na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para discutir propostas para a região, que inclui a recriação da Sudene. O governador reeleito do Piauí, Wellington Dias (PT), defendeu a necessidade de se
fazer um acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em torno da renegociação da dívida dos estados, para possibilitar investimentos públicos. Ele pediu também a abertura de "portas de saída" nos programas sociais, que permitam a utilização de parte dos recursos desses programas para investimentos. Ele citou como exemplo o seu Estado, onde são destinados R$ 300 milhões. O governador sugere que cerca de R$ 50 milhões sejam revertidos como uma espécie de "prêmio" a ser destinado a outros projetos. Os dois governadores petistas estão organizando para hoje, às 10 horas, em Brasília, uma
o i b e m - s u c e d i d a a Alves (RN), Tadeu Filippelli ofensiva pessoal do (DF) e Moreira Franco (RJ). Sepresidente Luiz Iná- gundo Quércia, mesmo com a cio Lula da Silva para coalizão montada até meados construir um governo de coali- de dezembro, Lula deixou clazão com o PMDB. A proposta ro mais uma vez que as muinstitucional de parceria, com danças no Ministério só sairão divisão de responsabilidades depois da eleição dos presino Executivo e votos favorá- dentes da Câmara e Senado. veis no Congresso, foi oficialiLula propôs a aliança em torzada ontem por Lula, em reu- no de um conjunto de proposnião de mais de duas horas tas, tal como defendiam os peemedebistas das com o presidente nacional do para l a s i n d e p e ndente e de opositido, deputado M i c h e l Te m e r ção ao governo. "Mas eu não gos(SP). Satisfeito com a conversa, Agora eu estou taria mais de faTe m e r s a i u d o confiante de que zer esta distinção entre goverPlanalto prevenvamos ter uma do que a coalizão nistas e oposiserá oficialmente mudança de qualidade c i o n i s t a s " , a p ro v a d a p e l o na relação política com corrigiu Temer. "Sinto a maioria partido na sema- o PMDB, porque esta na que vem. relação é institucional. significativa do partido queren"Eu estou conLula d o c o l a b o r a r fiante de que vacom o governo e mos ter uma mudança de qualiacho que o partidade na relação política com o do pode caminhar para uma PMDB, porque esta relação é coalizão", justificou. institucional", disse Lula. Temer recebeu das mãos de A Executiva nacional será Lula uma carta de intenções, convocada para examinar a batizada de "agenda mínima proposta de Lula na terça-feira da coalizão". O documento de (28) e o presidente do PMDB sete itens começa pelas reforacredita que logo em seguida, mas política, tributária e pela no dia 30, a grande maioria dos política econômica. Temer convidou o presiden150 membros do conselho político do partido irá referendá- te do Senado, Renan Calheiros la. Também participaram da (PMDB-AL), para participar reunião, no Planalto, o minis- do encontro, mas ontem à noite tro de Relações Institucionais, Renan afirmou que a reforma Tarso Genro, o ex-governador ministerial só sairá depois que Orestes Quércia (SP) e os de- Temer deixar a presidência do putados Henrique Eduardo partido, em 2007. (Agências)
AÉCIO: NO MESMO BARCO Armando Monteiro Neto (CNI) e o governador da Bahia Jacques Wagner (PT)
reunião entre os governadores eleitos dos partidos aliados, e um almoço com o presidente Lula, para entregar as propostas retiradas desse encontro. "Quem é da base do governo tem uma responsabilidade maior", afirmou Dias. Participaram do café da manhã na CNI os governadores
eleitos de Sergipe, Marcelo Déda (PT), do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e do Ceará, Cid Gomes (PSB). Os governadores de Minas Gerais, Aécio neves (PSDB) e do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSB), que também fazem parte da Sudene e outros governadores, enviaram representantes. (AE)
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governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem confiar que num futuro próximo governadores eleitos e reeleitos da oposição e da base de apoio estarão "no mesmo barco". Na opinião dele, isso deverá ocorrer porque as demandas dos Estados em relação à União são as mesmas. "Tenho certeza de que, dentro de pouco tempo, estaremos
todos reunidos na busca da reconstrução da Federação", afirmou o governador, que procura capitanear entre os colegas uma agenda de interesses comuns Para Aécio, é preciso evitar a "armadilha" do primeiro mandato. "Vivemos a ilusão de que o governo federal se interessaria por recompor a capacidade de investimento de Estados e municípios. Isso não ocorreu", destacou. (AE)
Márcio Fernandes / AE - 05/09/06
FHC GARANTE GOVERNABILIDADE Ex-presidente tucano afirma que apesar das divergências com o PT , não haverá oposição 'destrutiva'.
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ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que o PSDB nunca fez uma oposição "destrutiva" e que, por essa razão, votará as matérias de interesse do País no Congresso Nacional. Apesar da afirmação, ele lembrou que os tucanos fazem oposição ao governo do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva e não pensam igual ao PT. "O PSDB sempre foi um partido com uma visão muito clara do que quer e essa visão não é igual à do PT, é diferente." FHC reforçou o fato de os tucanos estarem hoje na oposição. E nesta condição, cobrou, mais de uma vez, esclarecimentos sobre os escândalos
que atingiram o governo petista: "Isso foi só por causa da campanha? Aquilo não era verdade? Se não for verdade, tem que mostrar que não era verdade. E se for, tem que punir. São condições necessárias para que possa haver um diálogo mais correto entre os dois partidos (PT e PSDB)." Mensagem– FHC aproveitou também para mandar um recado aos correligionários que ficaram animados com o aceno feito pelo presidente Lula para um diálogo entre as duas legendas, ao dizer que os esclarecimentos dos escândalos são essenciais não apenas para Lula ter força moral para essa conversa com os tucanos. Isso seria condição também
para os tucanos aceitarem o diálogo com Lula. Voto "não" – Ao falar que os tucanos nunca fizeram uma oposição destrutiva ao governo petista, FHC disse que o Brasil vai pra frente porque o PSDB nunca agiu como o PT, "que sempre votou não (durante seu governo)". Para reforçar a argumentação, citou as matérias que os tucanos votaram na gestão petista, como as Parcerias Público-Privadas (PPPs) e a questão da seguridade. "Votaremos quaisquer outras medidas de interesse do País", disse ele. O ex-presidente, porém, manteve o tom crítico, alfinetando: "Mas sem dar a impressão de que estamos pensando
sempre juntos (com o governo Lula) porque nós não pensamos as mesmas coisas." Questionado sobre qual seria o limite da oposição que os tucanos pretendem fazer ao governo Lula no segundo mandato, FHC respondeu: "Depende do que o governo fizer. Se for por um caminho bom, a oposição não vai ficar destruindo. Mas se for por um caminho mau, ela vai se opor com força", garantiu. Ministério – Fernando Henrique falou também sobre o fato de o presidente Lula não ter enviado ainda nenhuma proposta de reforma ao Congresso Nacional. E ponderou: "É natural, a eleição foi recente, ele ainda está envolvido na for-
Votaremos quaisquer medidas de interesse do País. Mas sem dar a impressão de que estamos sempre juntos porque não pensamos as mesmas coisas. Fernando Henrique
mação do novo ministério." A respeito da formação do novo ministério do governo Lula, FHC foi taxativo: "Isso não é problema nosso (do PSDB), não temos que conversar sobre este assunto." O tuca-
no disse, ainda, não acreditar que o segundo mandato de Lula seja mais transparente do que foi o primeiro. "Eu não acredito, mas espero (que possa ser mais transparente)", emendou. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.TRIBUTOS
Serviços ganham com Supersimples Mais 17 atividades serão beneficiadas pela nova lei
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setor de serviços foi um dos mais beneficiados com a aprovação, na última quarta-feira, pela Câmara dos Deputados, da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, chamada de Supersimples. A lista de novas atividades que poderão optar pelo sistema simplificado de tributação ganhou 17 segmentos. Entre os setores que ganharam sinal verde para entrar nesse regime tributário estão as administradoras e locadoras de bens imóveis, serviços de vigilância, escritório de contabilidade, academias de ginástica e escola de línguas estrangeiras, entre outras. Uma das emendas discutidas pela Câmara na última quarta-feira pedia a retirada das imobiliárias do Supersimples, mas a emenda foi rejeitada. "A quantidade de impostos que pagamos hoje em dia é absurda. Qualquer medida que diminua os encargos fiscais é uma melhoria para o setor,
além de fazer com que muitas empresas se formalizem", disse José Roberto Federighi, vicepresidente de locação do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). A única emenda de mérito aprovada pelos deputados foi a do adiamento da entrada em vigor da nova legislação de 1° de janeiro para 1° de julho, para adequação dos sistemas dos fiscos às novidades trazidas pela nova legislação. Agora, só falta a sanção da lei pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae Nacional, André Spínola, lembra que nos setores da construção civil e informática deverá haver uma formalização em massa. "Na construção civil, hoje, 71% dos trabalhadores são informais, por exemplo", disse. "As atividades de serviços, com exceção de construção civil, escolas de cursos livres, de línguas ou técnicos, terão, no entanto, que gastar pelo menos
sexta-feira, sábado e domingo, 24, 25 e 26 de novembro de 2006
40% do faturamento com folha de pagamento para pagar uma alíquota baixa no novo regime", complementou Spínola. O consultor lembra que todas as atividades tentaram entrar na lista do Supersimples, mas a Receita Federal barrou várias delas, especialmente as de profissões liberais como advogados e jornalistas. "Lamentamos que não tenha havido aceitação de todos os serviços. No comércio e indústria não há essa discriminação", afirma Luigi Nese, presidente da Confederação Nacional dos Serviços (CNS). Além disso, as alíquotas do setor de serviços são 50% maiores do que as dos outros setores produtivos. "Por ferir o princípio de isonomia, essa diferença poderá ser questionada no Judiciário", avaliou Nese. U n if i c a çã o – O Supersimples unifica o pagamento de oito tributos (nas esferas federal, estadual e municipal), além de diminuir a burocracia para quem quer abrir uma empresa, e cria a possibilidade de profissionais autônomos que faturam até R$ 36 mil por ano se formalizarem e pagarem impostos pelo Simples. O Sebrae Nacional estima que as empresas que já estavam no Simples terão uma redução de até 20% no peso da carga tributária. Para as novas atividades, a diminuição será de até 45%, em média. A expectativa de especialistas é de que a nova legislação deverá trazer para a formalidade perto de 1 milhão de empresas. Laura Ignacio
ATAS
CONVOCAÇÕES PARTSIL EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S/A
CNPJ 61.314.787/0001-50 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Convocamos os Srs. Acionistas a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária em 12/12/2006, às 10:00hs, na Sede Social, com a seguinte Ordem do Dia: A) Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e Demonstrações Financeiras de 2002; B) Outros assuntos de interesse social. Aviso aos Acionistas: Acham-se à disposição dos acionistas os documentos do Art. 133 da Lei 6.404/76. SP, 12/11/2006. Francisco José da Silva - Presidente do Conselho de Administração.
ASSOCIAÇÃO DOS PROTÉTICOS DENTÁRIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO
ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA - EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente edital de convocação, em conformidade com o que dispõe o artigo 70 do Estatuto Social, o Presidente da APDESP, Sr. Seiei Quiyan, convoca os associados a participarem da Assembléia Geral Ordinária, que se realizará no dia 12 de dezembro de 2006, na Av. Brigadeiro Luis Antonio, 2050, 13º andar, com a 1ª chamada para às 20:00 (vinte horas) e a 2ª chamada para às 20:30 (vinte horas e trinta minutos) com a seguinte ordem do dia: a) previsão orçamentária para o exercício de 2007; b) perspectivas e previsão de atuação dos departamentos de forma geral. São Paulo, 24 de novembro de 2006. a) Seiei Quiyan - Presidente.
SINDICATO DAS EMPRESAS DE COMPRA, VENDA, LOCAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS COMERCIAIS E RESIDENCIAIS DE SÃO PAULO – SECOVI-SP. Edital de Convocação - Assembléia Geral Ordinária Pelo presente edital, ficam convocados todos os associados deste Sindicato, quites e em pleno gozo de seus direitos sociais, para participarem da Assembléia Geral Ordinária, a ser realizada no dia 30 de novembro de 2006 às 12h00 (doze horas) em primeira convocação, na sede da entidade, na Rua Dr. Bacelar nº 1.043, nesta Capital, a fim de deliberarem sobre as seguintes Ordens do dia: a) Leitura, discussão e aprovação da Ata da Assembléia anterior; b) Leitura, discussão e votação da Proposta Orçamentária para o exercício de 2007 e respectivo Parecer do Conselho Fiscal. Não havendo, na hora acima indicada, número legal de associados, para a instalação dos trabalhos em primeira convocação, a Assembléia será realizada uma hora após, no mesmo dia e local, em segunda convocação, com qualquer número de associados presentes. São Paulo, 23 de novembro de 2006. ROMEU CHAP CHAP - Presidente SECOVI-SP. SINDICATO DAS EMPRESAS DE COMPRA, VENDA, LOCAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS COMERCIAIS E RESIDENCIAIS DE SÃO PAULO – SECOVI-SP. Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Pelo presente edital, ficam convocados todos os associados e demais integrantes da categoria econômica representada pelo SECOVI-SP, quites e em pleno gozo de seus direitos sociais e sindicais, para participarem da Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 30 de novembro de 2006 às 13h00 (treze horas) em primeira convocação, na sede da entidade, na Rua Dr. Bacelar nº 1.043, nesta Capital, a fim de deliberarem sobre as seguintes Ordens do dia: a) Leitura, discussão e aprovação da Ata da Assembléia anterior; b) Leitura, discussão e votação da Proposta de repasse de verba especial à ASSOCIAÇÃO PAULISTA PROJETO AMPLIAR, para o exercício de 2007. Não havendo, na hora acima indicada, número legal de associados e demais integrantes da categoria econômica representada pelo SECOVI-SP, para a instalação dos trabalhos em primeira convocação, a Assembléia será realizada uma hora após, no mesmo dia e local, em segunda convocação, com qualquer número de associados, e demais integrantes da categoria, presentes. São Paulo, 23 de novembro de 2006. ROMEU CHAP CHAP - Presidente - SECOVI-SP.
DURAFLORA S.A. CNPJ nº 43.059.559/0001-08 ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA CONVOCAÇÃO Ficam convidados os Senhores Acionistas da Duraflora S.A., a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, a ter lugar na sede social, na Avenida Paulista nº 1938 - 9º andar, nesta Capital, às 15:00 horas, no dia 08 de dezembro de 2006, a fim de deliberarem sobre a seguinte proposta do Conselho de Administração: a) Aprovação da incorporação da totalidade das ações representativas do capital desta sociedade, pela Duratex S.A., transformando-a em subsidiária integral, nos termos do “Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações”, firmado entre as empresas; b) Reforma estatutária consistente na alteração dos artigos 3º, 4º, 5º, 6º e 11, visando adaptar as novas condições da Sociedade como subsidiária integral, e consolidação. c) Autorização aos Administradores para praticarem todos os atos necessários à implementação da operação proposta. São Paulo, 22 de novembro de 2006. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Olavo Egydio Setubal Presidente
EDITAL
ATAS
DECLARAÇÃO 2ª VARA DE REGISTROS PÚBLICOS 2º OFÍCIO
Citação de Cleusa Aparecida da Silva, seu cônjuge, se casada for, herdeiros ou sucessores, réus ausentes, incertos e desconhecidos e de eventuais interessados. Prazo de 20 dias. Proc. nº 000.99.938693-0. Dr. Marcelo Assiz Ricci, Juiz de Direito da 2ª Vara de Registros Públicos da Capital. Faz Saber que por parte de Itamar Justino dos Santos e s/m Maria Amélia Soares dos Santos foi ajuizada uma ação de Usucapião objetivando um lote de terreno, e edificação, situado à Rua Figueiredo Coimbra, nº 29, lote 477B, da quadra 10 do Jardim do Russo - Perus/SP, matrícula nº 13.287 (área maior) no 18º CRI/SP, contribuinte nº 187.086.0002-2, alegando os reqtes, que adquiriram o imóvel e que a posse, exercida mansa e pacífica, por si e seus antecessores, supera 20 anos. Estando em termos, foi deferida a citação dos mencionados em epígrafe por edital para que, no prazo de 15 dias, a fluir após os 20 dias supra, contestem o feito, sob pena de presumirem-se verdadeiros os fatos alegados. Será o edital, afixado e publicado na forma da Lei. São Paulo, 24 de agosto de 2005. Eu, Leandro de Sant’Anna Knorre, Escrevente, datilografei. Eu, Elenice M.A.G. da Costa, Escrivã (o) Diretor (a), subscrevi. P/MARCELO ASSIZ RICCI - Juiz de Direito. Maria Isabel Romero Rodrigues.
DECLARAÇÃO Declaro para os devidos fins, que no dia 06/11/2006, por volta das 19h30min, fui vítima de furto qualificado (art 155 §4º), no interior do meu veículo Honda Civic, placas DOT 6591, tendo sido subtraídos CIC nº 163.190.948-77 e RG nº 5892940 SSP/SP, CNH, Cartão Saúde Bradesco, talonário de cheque Banco Bradesco agência 0496, c/c 0056067-7, cartão Credicard e Bradesco Visa, ocorrência registrada no 06º D.P. Cambuci, boletim nº 6441/2006. Nancy Lanegra.
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 24, 25 e 26 de novembro de 2006
Caio Guatelli/Folha Imagem
1 Valor do Bilhete Único, que permite ao usuário utilizar ônibus e metrô pagando uma só tarifa, deverá ser de R$ 3,50.
Ó RBITA
OUTDOORS batalha na Justiça contra a lei do A Outdoor continua. Hoje o advogado Régis de Oliveira, que representa o Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior, entra com recurso pela suspensão da lei municipal, sob alegação de que é inconstitucional por extinguir um setor da iniciativa privada. Segundo Oliveira, a lei já causou a desistência de 50 anunciantes, o que representa prejuízo para o setor. Na sexta passada, a ação do Sindicato foi impetrada em 1º grau pela Justiça, que não reconheceu que a lei do Outdoor causa dano às empresas.
CRACOLÂNDIA secretário de Coordenação das O Subprefeituras e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, espera concluir até o final de sua gestão, em 2008, a revitalização da região conhecida como Cracolândia, no Centro de São Paulo, que vai se transformar na Nova Luz. "A questão social precisa ser resolvida para que o Centro se desenvolva", declarou Matarazzo, durante sua participação ontem na edição extra do seminário "Repensando São Paulo", realizado no auditório do Grupo Estado. (Agências)
CRIME governador de São Paulo, Cláudio O Lembo, admitiu ontem em entrevista à Rádio Jovem Pan que o crime organizado ainda não está sob controle do poder público. No entanto, ressaltou que a polícia está trabalhando para combater a violência em todo o Estado. Lembo disse que o governo aprendeu com os ataques de maio e que mostrou que sabe trabalhar com disciplina e respeito aos direitos humanos. Confirmou que São Paulo recebeu verba do governo federal para os presídios, mas nada para o setor de inteligência. (Agências)
JECE E NAIR ator Jece Valadão, O de 76 anos, continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Panamericano. Melhoraram a função pulmonar e renal do paciente, mas seu quadro ainda é grave e ele respira com a ajuda de aparelhos. Na segunda-feira o ator foi internado com um quadro de insuficiência respiratória aguda. O estado de saúde da atriz Nair Bello, de 75 anos, ainda é grave. A atriz permanece em coma na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Nair respira com a ajuda de aparelhos. (Agências)
Estudantes e sindicalistas saíram em passeata da praça da Sé até a Prefeitura, no viaduto do Chá, para protestar contra o aumento das passagens de ônibus, trem e metrô
Metrô e trens vão a R$ 2,30 Nova tarifa entra em vigor dia 30, inclusive para os ônibus. Estudantes e sindicalistas protestaram em frente à Prefeitura contra o reajuste.
A
s tarifas de metrô e dos trens da CPTM devem subir para R$ 2,30 a partir do dia 30, quinta-feira da próxima semana. O valor é o mesmo adotado para os ônibus, que sofrem reajuste no mesmo dia. O aumento do metrô e dos trens, confirmado ontem pelo governador Cláudio Lembo, foi enviado para aprovação da Assembléia Legislativa de São Paulo. Durante todo o dia de ontem, a informação era de que metrô e trens teriam a tarifa reajustada no dia 1º de dezembro. Os ônibus, no dia 28, terçafeira. No fim da tarde, Governo do Estado e Prefeitura divulgaram notas unificando a data do aumento para dia 30. Para protestar contra os reajustes, cerca de 500 manifestantes se concentraram na praça da Sé, região central de São Paulo, na manhã de ontem. Eles saíram em passeata em direção à Prefeitura, no viaduto do Chá. Representantes de entidades estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), União Nacional dos Estudantes Secundaristas (Unes) e da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), alguns vereadores, membros do sindicato dos metroviários e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), participaram do protesto. Razoável – O reajuste para R$ 2,30 nos trens e no metrô significa que a tarifa ficará 9,5% mais cara. No caso dos ônibus, o aumento foi de 15% no preço das passagens. Segundo Lembo, pela primeira vez, a passagem será o mesma nos trens e nos ônibus. O governador disse que a nova tarifa estabelecida pelo Estado tem "um valor razoável", mas confessou que não ficou satisfeito porque sabe que "a vida está muito dura". Lembo voltou a criticar os técnicos do governo estadual que defendiam reajuste ainda maior, para R$ 2,70. "Se deixasse, eles iam aumentar para R$ 5", disse. Segundo o governador, o valor definido alcançou um bom equilíbrio. "O número de passagens que a pessoa que ganha o salário mínimo pode comprar é o mesmo de 10 anos atrás", comparou. Lembrado de que o governo estadual ti-
Caio Guatelli/Folha Imagem
Vereadores irão à Justiça contra o aumento
V
Manifestantes colocam fogo em uma maquete de ônibus em frente à Prefeitura, na região central
rou o desconto do bilhete de dez viagens do metrô e que, com o novo aumento, o usuário terá de suportar uma tarifa mais pesada, Lembo afirmou que o benefício do desconto foi substituído – com vantagens – pela adoção do Bilhete Único. "A pessoa pode comprar de oito a 200 viagens e o custo ficou acessível. O bilhete de dez tinha um problema de falsificação e não seria lógico trazêlo de volta agora", disse. O aumento dos ônibus seria amanhã, mas foi adiado a pedido da Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica da Câmara. O presidente da comissão, Adilson Amadeu (PTB), disse que as planilhas enviadas pela Prefeitura com os custos de operação do transporte não são claras, com indícios de superfaturamento. Bilhete único – Com o reajuste, o valor do Bilhete Único, que permite ao usuário utilizar ônibus e metrô pagando uma só tarifa, deverá ser de R$ 3,50. A partir de fevereiro, estudantes que moram na região metropolitana de São Paulo poderão usar o Bilhete Único Escolar nos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), ônibus urbanos da capital e no Metrô no trajeto. Os professores também terão direito à redução tarifária. A Central de Atendimento ao Bilhete Único Escolar, da CPTM, já está recebendo inscrições das instituições de ensino interessadas em cadastrar seus alunos e professores para
o ano letivo de 2007. É importante lembrar que o usuário deve ter apenas um cartão, utilizá-lo de maneira correta, bem como estar em dia com os critérios estabelecidos para a aquisição de cotas. Outras informações podem ser obtidas pelos sites da CPTM, da SPTrans e do Metrô, ou ainda pelo Serviço de Atendimento ao Usuário pelo telefone 0800-0550121.
Rodoanel – O governador também disse ontem que o pedágio do Rodoanel custará R$ 5. Segundo ele, o trecho sul está prosseguindo e deverá ficar pronto em dois anos e meio. Lembo acrescentou que o pedágio será cobrado no percurso total do Rodoanel. Por outro lado, disse ainda não acreditar na cobrança de pedágio nas marginais do Tietê e do Pinheiros. (Agências)
ereadores de São Paulo questionarão na Justiça o reajuste da tarifa de ônibus. A Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica da Câmara aprovou ontem, por três votos a um, o envio de requerimento à Presidência da Casa em que pede a adoção de medida judicial para suspender o reajuste. "Estamos pedindo um mandado de segurança para que não haja aumento até que a planilha", disse o vereador Adílson Amadeu (PTB), presidente da comissão. A comissão e técnicos discutiram ontem o aumento das despesas apresentado pela Prefeitura para justificar o aumento das tarifas. Vereadores avaliaram que os cálculos ainda apresentam "distorções". (Agências)
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Imóveis Finanças Negócios Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Desempenho da indústria de eletroeletrônicos depende da expansão da economia
REFRIGERAÇÃO TEM CONCORRÊNCIA CHINESA
ESSA É UMA DAS BRIGAS DO SETOR, QUE ENVOLVE TAMBÉM EMPRESAS DE VENTILAÇÃO E DE AQUECIMENTO
REFRIGERAÇÃO QUER MENOS BUROCRACIA Alex Ribeiro/DC – 4/11/2005
O
Para a Eletros, televisores de plasma e com tecnologia LCD devem ser os destaques em vendas no fim de ano
Cresce venda de eletrônicos
O
setor de eletroeletrônicos prevê aumento de 10% das vendas no último trimestre do ano, segundo estimativa da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). Em 2006 devem ser comercializados, no total, 51 milhões de aparelhos dos três segmentos (imagem e som, linha branca e portáteis). No ano passado, foram vendidos cerca de 45 milhões de aparelhos. "Deveremos ter no ano crescimento de 12% a 14%, e essa alta de 10% no último trimestre vai ajudar a compor essa mé-
dia total", afirmou o presidente da Eletros, Paulo Saab. Na linha de imagem e som, a Eletros prevê que televisores de plasma, LCD e aparelhos de DVD estarão entre os destaques de vendas. Na linha de portáteis, torradeiras, cafeteiras, sanduicheiras e secadores de cabelo devem ser os mais vendidos. Em linha branca, condicionadores de ar, fornos de microondas e refrigeradores são as principais apostas. Economia – Para Saab, o setor de eletroeletrônicos é muito dinâmico e sempre tem produtos muito desejados pelos consumidores, mas ele desta-
cou que a economia precisa estar bem para que a indústria tenha retorno de vendas. "Se a economia está bem, aumenta o interesse dos consumidores", afirmou o empresário. O percentual de crescimento da indústria de eletroeletrônicos em 2006 poderia ser ainda maior se a seleção brasileira de futebol não tivesse tido desempenho tão fraco na Copa do Mundo da Alemanha, segundo o presidente da Eletros. "Todo ano de Copa do Mundo temos um incremento nas vendas. Se a seleção tivesse tido desempenho melhor, a indústria teria lucrado mais." (AE)
s principais desafios do setor de refrigeração, ar-condicionado, ventilação e aquecimento são hoje a regulamentação de normas técnicas, a luta pela criação de uma política industrial no País e o que os empresários chamam de "politributação". O segmento está crescendo, mas, de acordo com a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), novos investimentos dependem do crescimento do País e da diminuição da burocracia. As demandas da indústria e temas como o atual cenário macroeconômico e as expectativas para 2007 foram debatidos ontem em seminário realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com a participação do Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado de São Paulo (Sindratar). O presidente da Abrava, Samuel de Souza, afirmou que 2007 é um mistério para o setor. Segundo ele, o segmento reflete diretamente o crescimento do País. "Começamos o ano com a promessa do governo de uma expansão de 5% da economia e devemos fechar 2006 com um percentual próximo a 2,5%, o que afeta as empresas do setor", destacou. Souza informou que os dados da entidade mostram que as empresas cresceram neste ano em produção e fatura-
mento. "Mas os empresários ainda reclamam das margens de lucros, que fazem uma curva inversa." No ramo de aquecimento, a produção cresceu 13,3% neste ano em relação a 2005. Já no segmento de arcondicionado o percentual é de 12,14%. Também cresceram refrigeração (9,17%) e ventilação (apenas 3%). Burocracia – De acordo com o presidente do Sindratar, José Rogelio Medela, apesar de os
13,3
por cento foi o crescimento da produção do setor de aquecimento neste ano na comparação com o ano passado, segundo a Abrava. números do setor serem favoráveis, o excesso de burocracia e de tributos, além de rodovias em péssimo estado de conservação, afetam os negócios. "A maior parte de nossa produção é escoada por estradas, que estão muito ruins. O custo do transporte muitas vezes supera o custo da mercadoria", afirmou Medela. Ele destacou que o setor não pede, necessariamente, redução da taxa de juros ou inter-
venções no câmbio, mas quer medidas de desburocratização e uma reforma tributária. "O presidente Lula afirmou que vai destravar o crescimento. Mas, de acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), o Brasil só crescerá a uma taxa de de 5% ao ano a partir de 2017. Portanto, não estamos travados, estamos encalhados", avaliou. De qualquer forma, as perspectivas dos setores clientes das empresas representadas pela Abrava, como hotelaria, supermercados, indústria de alimentos e shopping centers, são positivas, o que favorece o mercado de refrigeração e aquecimento no País. Na pauta dos debates do seminário realizado ontem na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também teve espaço o panorama para o comércio exterior. De acordo com os números, dos R$ 12,5 bilhões de faturamento da indústria no ano passado, 43% foram provenientes de exportação. As vendas externas do primeiro semestre de 2006 foram 4% superiores às do mesmo período do ano passado. A perspectiva de crescimento do setor para este ano é de 8%. "Temos de competir com a China. Essa é uma das razões de nossa briga pela diminuição dos tributos. A escala ainda é pequena, mas muitas multinacionais do setor estão migrando para o país asiático", afirmou Souza. Tatiana Vicentini
2
Compor tamento Transpor te Av i a ç ã o Polícia
LENTIDÃO A CET registrou 109 km de tráfego às 17h30 de ontem. A média para o horário é de 48 km.
Ó RBITA
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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NESTE ANO, FORAM 22 INCIDENTES RECONHECIDOS
CASSINO A Polícia fechou um cassino clandestino que funcionava no Automóvel Clube Paulista, Jardins.
Controladores garantem que existe uma 'zona cega' na região do acidente com o Boeing da Gol.
Aviões da TAM e da Gol quase batem sobre o Rio
Patrícia Santos/AE
Duas semanas depois do choque que matou 154 pessoas, Fokker 100 e Boeing cruzaram a 60m um do outro
R
CALOR CONTINUA ATÉ DOMINGO
O
calor que o paulistano enfrenta desde a última quarta-feira deve continuar pelo menos até domingo, segundo previsão do Instituto Nacional na Meteorologia (Inmet). A onda de altas temperaturas é causada por uma massa de ar quente que está sobre o Estado de São Paulo. Ontem, a máxima chegou a 29 graus. As altas
temperaturas devem se manter até o domingo, para quando está prevista a chegada de uma frente fria. No litoral norte, os termômetros devem marcar até 32 graus também até domingo, quando o Inmet prevê formação de nuvens e queda nas temperaturas. No litoral sul, o tempo bom deve durar só até amanhã.
CRIME NO RIO
SEQÜESTRADOR
U
m rapaz menor de idade confessou ontem ter matado Ana Cristina Gianini Johannpeter num sinal de trânsito do Leblon, zona sul do Rio, anteontem à noite. Ele disse ter ficado "muito nervoso" ao anunciar o assalto e, por isso, disparou seu revólver 38 contra a cabeça da vítima. A arma que teria sido usada foi encontrada na casa dele, na Cruzada São Sebastião, comunidade pobre do bairro, bem próxima do local do crime: a esquina das avenidas Afrânio de Melo Franco e General San Martin. Outros dois jovens, um menor e um maior, testão sendo procurados. (AE)
O
chileno Maurício Hernandez Norambuena, que cumpre pena há cinco anos por chefiar o grupo que seqüestrou o publicitário Washington Olivetto, em dezembro de 2001, foi transferido para a Penitenciária Doutor Paulo Luciano de Campos, de Avaré (interior de São Paulo), onde deve permanecer em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Norambuena cumpria pena no Centro de Readaptação Penitenciária José Ismael Pedrosa, de Presidente Bernardes, também em regime de RDD. (AE)
elatório do Comando da Aeronáutica mostra que duas semanas depois do acidente entre o avião da Gol e o jatinho Legacy, em que morreram 154 pessoas, houve um caso semelhante. Um Fokker 100 da TAM e um outro Boeing da Gol ficaram a pouco mais de 60 metros de distância um do outro. As aeronaves deveriam estar separadas por, no mínimo, 300 metros. As informações foram reveladas em reportagem exclusiva do Jornal Nacional. Na noite de 15 de outubro, pouco depois das 21h, o Boeing vinha de Porto Alegre e se aproximava do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio. Era o vôo 1805. O Fokker 100, que fazia o vôo 3831, tinha acabado de decolar do mesmo aeroporto e seguia para Campinas, interior de São Paulo. A aeronave da Gol começava a descer para 16.100 pés. A da TAM subia e estava a 15.900 pés. Os dois jatos, que iam em sentidos opostos, passaram a 60,96 metros um do outro. Casos como esse são comuns nos céus brasileiros, mas eram considerados informações sigilosas. No fim de semana, o Fantástico e a Revista Época mostraram registros de três situações semelhantes. Numa delas, um piloto diz que passou a menos de 50 metros de outro avião comercial. As autoridades aéreas tratam esses casos como incidentes. O documento da Aeronáutica mostra que até julho deste ano foram 22 incidentes. O número foi maior no ano passado: 80. E chegou a 134 casos em 1998. Os controladores dizem que, para melhorar a segurança nos pontos críticos, será aumentada a distância mínima que separa as aeronaves. A Aeronáutica afirma que esses números estão na média mundial. Controladores – Os três últimos controladores de vôo, que depuseram ontem, reafirmaram ao delegado federal Rubens José Maleiner que existe uma 'zona cega' na região do acidente entre o Boeing e o Legacy. Eles disseram ainda que os pilotos do Legacy não acionaram o sistema internacional de segurança. Um dos códigos desse sistema é o 7.600. Quando acionado no transponder emite para o radar em terra um sinal de emergência. Os controladores de vôo prestaram depoimentos em ordem cronológica do aciden-
Antonio Galderio/Folha Imagem - 02/11/2006
Controladores devem aumentar distância mínima entre aeronaves
te. Primeiro foram ouvidos os que trabalhavam em São José dos Campos, de onde partiu o jatinho, e, ontem, os que estavam no Cindacta 1 de Brasília na hora do acidente. Não há previsão para os depoimento dos controladores de Manaus. Por meio da assessoria de imprensa da Polícia Federal (PF), o delegado Maleiner dis-
se que ainda não é possível falar em crime. Ele recebeu quarta-feira os documentos da investigação da Aeronáutica, que incluem dados das caixaspretas. A documentação só foi entregue ao delegado mediante decisão da Justiça Federal. Questionado sobre o fato do supervisor dos controladores ter abandonado a estação de
trabalho no momento do acidente, o advogado Normado Cavalcanti, que representa os controladores, disse que o supervisor-geral teve de ausentar-se por alguns minutos e o supervisor da Console acumulou mais essa função. "Em momento nenhum a Console ficou com menos controladores". Investigações – Os 10 controladores que já prestaram depoimento tiveram uma reunião com o coronel Rufino da Silva Ferreira, que comanda as investigações na Aeronáutica. O objetivo desse encontro foi informar como será a investigação da aeronáutica, que tem o objetivo de prevenir outros acidentes na aviação civil. Na segunda-feira, alguns controladores voltarão ao trabalho. A expectativa é que os dez deles, de Brasília, voltem ao trabalho em, no máximo, duas semanas. Eles estão de licença médica desde o acidente, em 29 de setembro. (Agências)
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4 -.LAZER
GASTRONOMIA
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Doceria faz panetone até de calabresa
A heresia dos chips
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
José Guilherme R. Ferreira
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ma prática pouco ortodoxa deixa os mestres barriqueiros franceses de cabelo em pé. Isso sem falar no desgosto que provoca nos enófilos puristas. Vinicultores da Austrália e de outros países do Novo Mundo têm substituído a guarda dos vinhos em tonéis de carvalho, amadeirando-os com chips – lascas da nobre madeira misturadas nos tanques de fermentação. Há vinícolas apelando até para receitas com carvalho em pó. Outras não titubeiam em retostar a barrica, na tentativa de reavivar suas qualidades e garantirlhe uma sobrevida. Os produtores de Bordeaux e de toda a França torcem o nariz, acham isso tudo uma heresia. E discorrem sobre a ciência do carvalho na estabilização dos taninos e os amargores decorrentes de uma madeira de baixa qualidade. Os heterodoxos argumentam: fogem do alto custo da barrica – uma padrão não sai da tonnellerie por menos de 800 euros. Os tonéis são fabricados há séculos por uma estirpe de artesãos como recipientes de guarda e transporte do vinho. A procura pela
Panetone de goiabada, o proprietário e confeiteiro Moacir Gomes Leite em sua loja de doces: aberta até 22h.
TRADIÇÃO COM MAIS SABOR Paiol, com duas lojas no Brooklin, inova em suas versões do "Pão do Toni" Lúcia Helena de Camargo
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anetone é o bolo que simboliza a festa de Natal. Todo mundo sempre compra um, dá de presente, espera vê-lo na mesa da ceia. Mas será que precisa conter as tais frutinhas cristalizadas, que pouco gosto de fruta têm? Para manter a tradição, mas incluir mais sabor, há alguns anos surgiu o chocotone, com gotas de chocolate, e outras variações recheadas somente de uvas-passas ou mesmo sem qualquer recheio, opção para quem aprecia o bolo simples. A novidade agora é o panetone salgado. E a Doceria Paiol inova lançando panetone de calabresa, ervas finas e queijo minas. Há ainda panetone Romeu e Julieta, chocotone e foi mantida a produção do clássico, recheado de uvas passas e frutas cristalizadas. Este custa R$ 12, na versão com 500 gramas. Os sal-
O dono das lojas, Moacir Gogados são vendidos por R$ 15 e mes Leite, é também um o de chocolate com nozes sai por R$ 18, também com criador das novas receitas. Depois de várias meio quilo. A doceria vende ainda miniaturas combinações testadas, chegou, por exemplo, de todos eles, com 100 gramas, a R$ 3 cada. aos pedaços de calabreza com queijo minas, que foi Entre as muitas lendas aprovada pelos clientes. Mesque tentam explicar a oritre confeiteiro, ele declara gem do panetone, uma diz que cozinhar foi desde ceque o produto foi do a sua vocação. Desde a criado por um adolescência faz cursos de apaixonado paculinária. Começou na deiro, que querencarreira profissional do impressionar o sogro, chamado trabalhando em um bufê e foi levaToni, inventou um pão doce, ao qual do ao caminho do Panetone de ervas finas: empreendedor isdeu o nome de leve, para comer "Pão do Toni". Entenmo por Maria Apareciquando bater a fome da Borba, proprietária de-se a corruptela para na tarde de Natal de um bufê de festas "Panetone".
no Brooklin, que a princípo o contratou para fazer "um pouco de tudo na cozinha" e depois o ajudou a ter sua própria doceria. Aberta há 26 anos, a Paiol funciona em dois endereços no Brooklin, vendendo 40 tipos de bolos e tortas, salgadinhos e docinhos para festas, sanduíches, sucos e milkshakes. Também serve café da manhã e bolos em fatia. Os kits para festas – que incluem pratinhos, garfinhos, vela-faísca e espátula para bolos – podem ser encomendados todos os dias.
bebida com toques de madeira é mais recente, tem três décadas, o que transformou o barril em peça estratégica dos enólogos. Estes é que dominam a alquimia da maturação, escolhendo a dedo natureza e idade dos tonéis. Há até mesmo aqueles que não dispensam barris novos a cada safra. Disputam o mercado barricas americanas e francesas, estas trabalhadas com árvores plantadas para a indústria naval na éooca de Napoleão Bonaparte.
http://www.thewinedoctor.com/advisor y/technicaloak.shtml http://www.francoisfreres.com/
BARES
NOITE E PETISCOS N
a área de baladas da Vila Olímpia – esquina da avenida Brigadeiro Faria Lima com a rua Chilon – o Bar Seu Faria coloca na mesa, ao lado do chope, porções de lingüiça, bolinhos de queijo e até elaboradas combinações de sushi e sashimi. Aberto em maio, a proposta da casa comandada pelo empresário Luís Henrique Sgobbi é oferecer comida regional, sem perder o pique da noite, principalmente para quem tem mais de 25 anos. Quem for lá às sextas e sábados, verá, a partir da meia noite, o DJ Belotto, que toca house e lounge. Mas o som, avisa o dono, "permite que as pessoas continuem conversando sem gritar". Dividido em quatro ambientes, o bar tem 350 lugares. Na entrada, fica o
deck ao ar livre, que lota nas noites quentes. No salão principal há uma enorme mesa para até 18 pessoas, ótima para as comemorações de final de ano. Quem preferir, pode ficar na varanda ou no sushi bar, que tem teto retrátil e espelho d'água. O petisco imperdível é a picanha na brasa com shimeji e catupiry, feita no carvão (R$ 42,90), para até três pessoas. Se a fome for muita, peça também os bolinhos de queijo (dez unidades, R$ 13,90). Para acompanhar, chope Brahma, a R$ 3,90. (LHC) Seu Faria - Avenida Faria Lima, (altura do 4100), esquina com rua Chilon, 83, Vila Olímpia, tel.: (11) 3044-4677.
Divulgação
Doceira Paiol – Rua Flórida, 1602; e Avenida Padre Antônio José dos Santos, 1424, ambas no Brooklin. Telefone do SAC: (11) 5505-2706.
ADEGA
BONS ALEMÃES. DA FRANCÔNIA. Sérgio de Paula Santos de Medalha de Ouro do DWI. Instituto do Vinho Alemão. Avaliação 88/100.
litros de consumo anual per capita. Evidentemente existem vinhos doces de alto nível na Alemanha, como em todos os países vinhateiros. Um deles, entretanto, o vinho da Francônia, é predominantemente seco. A Francônia, uma das 13 regiões vinícolas do país, situa-se na parte norte da Baviera. Sua capital, Würzburg, velha cidade universitária às margens do rio Meno (Main) está no trajeto da "Estrada Romântica" e é encantadora. Seu vinho também. Segundo Marcelino de Carvalho, a cerveja é a vingança dos países que não tem (bom) vinho. A Francônia seria então a exceção que confirma a regra, pois sua cerveja também é notável. Optamos hoje por provar dois vinhos da Francônia.
Bela Vista, tel.: (11) 3372-3400. O vinho procede de vinhedos da Iphoff, e é elaborado a partir de uvas da variedade Müller-Thurgau, um cruzamento de Riesling com Silvaner. De coloração amarelo citrina (apesar de ser de 1999), tem aroma frutado e elegante. Na boca é leve, mas complexo, nitidamente mineral, fresco e acidulado, um perfeito exemplar de vinho da Francônia, seco (Trocken), elegante e com baixo teor alcoólico, 11,5° Gl. Em sua versão mais recente, do ano de 2004, encontra-se no importador por R$ 58. Avaliação 86/100 Francken Kabinet - 2000 Obereisenheimer Höll Silvaner
Iphofer Mönchshütte: complexo, nitidamente mineral e de baixo teor alcoólico
Iphofer Mönchshütte - Müller Thurgau Trocken - 1999
Produtor GWF - Franken. O vinho ainda não tem importador no país. Vinho da localidade e Obereisenheim, a variedade Silvaner,
que dá os vinhos mais característicos da Francônia. Também de coloração amarelo citrina, é leve, fresco e elegante. Na boca, lembra baunilha e damasco. Recebeu uma premiação
Produtor: Hans Wirsanhing. Importador: Mistral, Rua Rocha, 288,
Concluindo: existem grandes vinhos secos alemães.
Marcelo Soares/Hype
N
produzir vinhos igualmente ordinários, a civilização de "docinhos", pouco alcoólicos e consumo, a imagem também em garrafa azul... de um produto pode A moda passou, mas a imagem ser mais importante negativa do vinho alemão, todo que a realidade do mesmo. vinho alemão, ficou, pelo menos para Dependendo do mérito, a realidade o consumidor médio brasileiro. acabará prevalecendo sobre a Criou-se, assim, o círculo vicioso: imagem, mas pode demorar. não se importa porque não É o caso do vinho alemão no vende e não vende por ser Brasil. A imagem passada há dez pouco importado. Por outro anos pelo Liebeframilch, de lado, cabe também culpa ao garrafa azul, de longe o vinho exportador alemão. A mais importado no país, na produção é relativamente época. Esse vinho, pequena, cerca de 12 absolutamente mil hl anuais (4% da secundário, passou a produção mundial) imagem do "vinho e a demanda é alemão", como contínua, "docinho", leve e principalmente pouco alcoólico, para os mercados que agradava à do Japão, Grãgrande maioria. Bretanha, Estados Ficou a imagem. Os Unidos, Canadá e nacionais, incapazes de concorrer com esse vinho, Francken Kabinet: Escandinávia, além do leve e fresco mercado interno, de 24 aderiram, passando a
Critérios: Regular - De 50 a 60 pontos sobre 100 possíveis Bom - 60 a 70 pontos Muito Bom - 70 a 80 pontos Ótimo - De 80 a 90 pontos Excelente - Acima de 90 pontos
Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.
PIZZA MAIS LEVE PARA OS DIAS QUENTES As novidades da Pizzaria Júlia: Giovanna, com mussarela de búfala, alcachofra e tomate seco, e pizza de carpaccio. Rua Francisca Júlia, 465, Santana, tel.: (11) 6959-5077.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
sexta-feira, sábado e domingo, 24, 25 e 26 de novembro de 2006
RESENHA
NACIONAL A REFORMA DO JUDICIÁRIO NÃO COLA parentemente é estranho opor-se a uma reforma do Poder Judiciário. Entenda-se por reforma alterações na Constituição e nas leis ordinárias que venham a simplificar o sistema processual e a organização judiciária. Limitando-se a Babel de recursos e as instâncias processuais haveria mais celeridade na tramitação dos casos pelos tribunais. Haveria mais segurança jurídica. E menos desperdício de dinheiro público. Mas a quem não interessa a reforma do Judiciário? Há três categorias de desinteressados: os governantes, os criminosos e os devedores relapsos. Os maiores clientes do Judiciário
A
G Governantes,
criminosos e devedores relapsos não estão interessados nas mudanças são a União, Estados, municípios, autarquias e empresas públicas. Porque o Estado brasileiro é o maior violador dos direitos de seus cidadãos. Com isso, provoca milhões de demandas judiciais. Se houver uma bem-sucedida reforma do Judiciário, a conseqüência será uma avalanche de condenações contra o Estado. Nos dias de hoje, um contribuinte que tenha recolhido impostos a maior e venha a cobrar de volta o excesso, terá de peregrinar pelos tribunais por, no mínimo, 20 anos. Fazendo com que esses processos contra o Estado tramitem mais rapidamente – o que não tem mistério, pois os casos em sua maioria são simples e repetitivos -, mais velozmente ele terá de desembolsar os valores das condenações. Além disso, diante de um Judiciário eficiente, o cidadão irá buscar seus direitos com mais freqüência. Ao presidente da República, aos governadores, prefeitos e presidentes de autarquias e
empresas públicas não interessa precipitar tal passivo judicial. Quanto mais lenta andar a Justiça, melhor para eles. A conta dos disparates administrativos fica transferida ao sucessor. Ou, melhor ainda, o cidadão desiste de recorrer ao Judiciário e amarga o prejuízo. Aos criminosos também não interessa um Judiciário célere. Varas criminais entupidas de processos e um sistema recursal arcaico e infindável é a maior garantia para a prescrição. Os devedores relapsos (privados) representam a última categoria que têm seus interesses atendidos pelo status quo. Para dar um exemplo de como o sistema é caótico, basta citar que uma simples ação de cobrança no Estado de São Paulo toma, no mínimo, 10 anos. O réu, uma vez condenado pelo Tribunal de Justiça a pagar o que deve, pode ainda recorrer ao STJ e até mesmo ao STF. Enquanto os recursos não são julgados, o credor tem o direito de iniciar a execução provisória. O devedor relapso pode, porém, embargar a execução e agravar contra decisões do juiz. O que era um único processo, uma banal ação de cobrança, então se converte em cinco processos diferentes, tramitando simultaneamente em três instâncias! É o sonho de qualquer devedor relapso. Há anos se fala em reforma do Judiciário. Ela não tem a menor perspectiva de se concretizar. Os malfeitores que têm interesse em manter o status quo conseguem se mobilizar com muito mais presteza. A atitude dos criminosos e devedores relapsos é até compreensível. Eles estão no seu papel antagônico ao do bem comum. Mas assistir aos governantes opondo-se aos cidadãos, que lhes pagam para servi-los, é de um surrealismo inaceitável. Lamentavelmente, a força dessa trinca continuará a vencer a sociedade. TRECHOS DO EDITORIAL DE CÂNDIDO PRUNES, DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR
O Estado é o maior violador dos direitos
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO
A COLHEITA DA ANOREXIA Céllus
Vai piorar PAULO SAAB
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ão só os aeroportos estão em crise no país, em função da ausência de investimentos na formação de controladores de vôo ou qualquer que seja o motivo que tenha levado à caótica situação que estamos vivendo. No capítulo, ficam no ar perguntas sem respostas, como: a crise apareceu em função do recente choque de aviões? Por que antes do acidente não havia atrasos ou cancelamentos? Por que, de repente, surgiu a crise se antes não se sabia nem da existência dos controladores de vôo, quanto mais de seus problemas funcionais? Existe briga interna pela militarização da atividade? O que de fato está por trás de tudo isso? Há mais perguntas, muitas mais. Todas sem respostas. O assunto momentoso é este em função da repercussão que vem provocando. O transtorno alcança passageiros de bom poder aquisitivo, tem reflexos imediatos na mídia e revela o descaso com que os passageiros são tratados, sem mencionar os riscos que correm e nem imaginam. É a bola da vez. O tema deverá, em breve, cair na resignação e no conformismo, como tudo que acontece na incúria do poder público no Brasil. Espera-se que não, mas os temas momentosos, desaparecendo da mídia, desaparecem da preocupação geral e obviamente dos governantes e políticos, a não ser dos incomodados que seguem em desconforto. O que é hoje a situação da saúde pública, dos hospitais, do atendimento ambulatorial, se não a degradação que veio vindo, provocou indignação, e se acomodou na situação caótica em que se encontra?
O que é a situação das rodovias brasileiras, à exceção de São Paulo, onde o caro pedágio dá de volta estradas minimamente confortáveis e seguras? No resto do país, da indignação se passou ao conformismo e à demagogia pré-eleitoral. E vai ficando por isso mesmo. O que é a situação da educação hoje no país, onde a indignação pela queda de qualidade do ensino, da remuneração dos professores, se transformou em conformismo? E a indigna situação da Previdência Social?
A
classe média ainda tenta fugir. Cada vez pode menos. Planos particulares de atendimento médico, escolas particulares, fuga por rotas alternativas que exigem, além dos tributos pagos, novos custos, onde o poder público fracassa, estão acabando com o poder aquisitivo da classe média, já conformada (não reage), a ser lembrança na história. Enquanto isto, os cofres públicos abarrotados de impostos servem para manter e ampliar a situação confortável dos detentores do poder, dos eleitos, dos nomeados, dos privilegiados. Não preciso falar de corrupção, de prioridades falaciosas, de desvio de recursos, de incompetência, de má-fé, de nepotismo, de fraudes, etc. Tudo isso e muito mais faz parte do conjunto da obra que transformou o poder público numa potência e a população nacional, à exceção dos alcançados pelas distorções, num amontoado de escravos modernos da sanha arrecadadora. Não se preocupe o leitor. Ainda vai piorar muito mais. A classe média não reage. Não tem líderes descomprometidos.
A classe média não tem como fugir das falhas do poder público
Capacitação e democracia FABIO ARRUDA MORTARA
A
população brasileira experimentou mais uma vez, nas eleições, uma fase do processo fundamental para a difícil construção da verdadeira democracia no país. Corrupção, distribuição de renda, violência urbana foram algumas das questões debatidas. Há, no entanto, um tema que é mais do que obrigatório – é crucial para que a democracia brasileira possa enfrentar seus problemas de curto, médio e longo prazos. Trata-se da capacitação dos jovens que hoje encontram dificuldades conjunturais, estruturais e, até, de ordem tecnológica para abordar e, mais do que isto, entrar para um mercado de trabalho para o qual não estão habilitados. Evidentemente, o tema faz parte de todos os discursos. Afinal, todos reconhecem que nenhum país se desenvolveu até hoje sem que fizesse da educação a prioridade das prioridades. Mas não basta ao brasileiro contentar-se com o chavão de que a educação é uma prioridade. É necessário mais – é preciso que haja um diagnóstico real do problema e soluções que de fato enfrentem este que é o principal gargalo da atual fase do desenvolvimento brasileiro, com implicações, inclusive, em outras graves questões, como a violência urbana e o crime organizado, que se utiliza desta população marginalizada do mercado de trabalho para espalhar o terror que deixa todos perplexos.
C
onhecer o problema é a primeira parte da sua solução. Pois bem, estão desempregados no país em torno de 45% dos jovens na faixa do 16 a 24 anos, de acordo com uma entidade insuspeita: a Organização Internacional do Trabalho (OIT). É uma taxa muito superior ao desemprego do total da população economicamente ativa. Alguns desses jovens ainda têm chances. Pelas condições econômicas de seus pais puderam freqüentar desde os cursos elementares até faculdades e podem, com algum sucesso, entrar
pela frente no mercado de trabalho se ultrapassarem a barreira do desemprego tecnológico, que implica cada menos vez postos de trabalho e cada vez mais habilitação e capacitação. No entanto, estes jovens são minoria. Segundo os dados da OIT, no Brasil eles somam apenas cerca de 7% do total dos jovens de 16 a 24 anos. Para os restantes 93%, se nada for feito – e rápido – sobra o mercado informal, ou, pior ainda, a marginalidade. Não há novidade alguma nesses números. A Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já indicava, em estudo divulgado em 2002, que dos 17,1 milhões de jovens que na ocasião tinham de 15 a 19 anos (o que, naquele momento correspondia a aproximadamente 10% da população total brasileira), cerca de 50%, ou 8,3 milhões, tinha renda familiar de no máximo até três salários mínimos.
D
iante disso, por mais que o País cresça, as questões conjunturais e estruturais de desemprego entre os jovens têm tudo para permanecer como estão se nada for feito – e logo. Claro que é preciso concretizar medidas de peso que vão desde a área de educação elementar, média, superior, até potencializar estratégias que dêem, finalmente, uma abordagem efetiva para a formação técnica de segundo grau ao mesmo tempo em que se potencialize os investimentos em pesquisas. Não é uma tarefa fácil – mas é inadiável. Estes números e conceitos mostram claramente que o cidadão precisa avaliar muito bem a real compreensão e a efetiva preocupação dos governos para com a capacitação dos jovens ao mercado de trabalho, condição fundamental para um desenvolvimento econômico sustentado e para a disseminação de verdadeira igualdade de oportunidades. Sem isso, dificilmente se terá no Brasil uma democracia plena. FABIO MORTARA É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TECNOLOGIA GRÁFICA (ABTG)
A educação é o principal gargalo do desenvolvimento do Brasil
morte de modelos por anorexia é tristíssima. São jovens que a doença arrebata e leva para o outro mundo, são lindas modelos de bela plástica e de futuro certo, depois de passada a fase do apogeu nos desfiles realizados por grandes grifes. O que estamos vendo pelos comentários dos especialistas é que as moças preferem cortar o apetite, caindo na anorexia, a entrar nas academias de ginástica em uma intensa busca do peso tido por elas como ideal. O que estão comentando sobre as jovens já marcadas pela anorexia é que elas não se preocupam com a morte certa, querendo brilhar nas passarelas em início de carreira.
A
odos os meios de comunicação deram reportagens sobre a morte da modelo Ana Carolina Reston, de 21 anos. Eles terão oportunidade de dar outros nomes, arrancados ao meio social para a sombra da morte, se essas moças que freqüentam as passarelas daqui, da Europa e dos Estados Unidos não forem bem aconselhadas. No caso de Ana Carolina, a vitória foi para Parca, sem medicina que salvasse a jovem modelo, por ser tarde demais o recurso médico.
T
ão ignoramos que a passarela é um atrativo fascinante (diremos mesmo irresistível) para jovens cujo futuro não é nada brilhante sem os desfiles. O mundo de hoje tem muitas oportunidades a oferecer aos jovens de ambos os sexos, principalmente nas passarelas, mas é preciso que sejam submetidos permanentemente a exames médicos, a fim de não aumentarem a lista das vítimas de anorexia, que já tem uma tábua de mortes bem significativa. Emprego nas passarelas é bem remunerado, mas pode ser fatal, se não for atalhado em tempo. É preciso impedir a colheita da anorexia, salvando vidas muito jovens que ela conquista.
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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G A passarela é irresistível para jovens que, sem os desfiles, teriam um futuro nada brilhante
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 24, 25 e 26 de novembro de 2006
O mal da língua azul soma 434 casos na Holanda. No norte da Europa, mil cabeças de gado têm os sintomas da doença.
SUPERÁVIT TERÁ DE SER DE R$ 17,7 BILHÕES
EMPRESAS PÚBLICAS TERÃO DE CUMPRIR INTEGRALMENTE A META PARA OBTER SUPERÁVIT, DIZ KAWALL
ESTATAIS TERÃO DE APERTAR O CINTO
X-TUDO Kassab anuncia as mudanças
O
prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab anunciou ontem as mudanças que deverá promover na elaboração de um subst i t u t i v o a o P ro j e t o d e L e i 552/06, da Prefeitura, que ficou conhecido como X-Tudo. A decisão de Kassab saiu após uma reunião na Prefeitura com as entidades da sociedade civil organizadas que foram contrárias a proposta original, entre elas a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Sescon), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Instituto de Engenharia. O líder de governo na Câmara Municipal, vereador Gilson Barreto (PSDB) representou o legislativo.
IPC-S A inflação medida pelo indicador semanal subiu 0,31% na terceira apuração do mês.
ABRINQ SOB INVESTIGAÇÃO
A
Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça abriu ontem processo para
De acordo com a Prefeitura, o primeiro tópico excluído da proposta foi o que previa o encaminhamento anual à Câmara das alterações na Planta Genérica de Valores (PGV). No lugar, as mudanças do PGV continuarão como hoje, feitas em anos escolhidos por decisão exclusiva do Executivo. IPTU – Outro item suprimido foi a criação das três zonas diferentes da cidade para fins de valor do metro quadrado de área construída para o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). O prefeito decidiu reajustar o valor do IPTU de todos os imóveis da cidade de acordo com a inflação de 2006, que deverá ser de 3,7%. O último ponto polêmico retirado foi a correção dos valores do Imposto Sobre Serviços
Ó RBITA
investigar a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) e o presidente da entidade, Synésio Batista da Costa, por tentativa de incentivar conduta uniforme das
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL
ITAIPU Paraguai quer do Brasil mais US$ 100 milhões ao ano pela energia da hidrelétrica.
indústrias de brinquedos associadas na importação dos produtos chineses. Esse seria um crime contra a livre concorrência. A denúncia partiu da Mattel do Brasil. (AE) A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Soja boliviana: problemas à vista
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Mercosul propõe sistema tributário unificado
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Reqte.: Ribeiro e Pavani Comércio Importação e Exportação Ltda. - Reqdo.: Kayan Comércio Importação e Exportação Ltda. - Rua Estados Unidos, 1.205 1ª Vara de Falências Reqte.: Manoel Espedito Guimarães - Reqdo.: Cape Eventos Ltda. - Av. Cidade Jardim, 427 - conj. 103 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Interest Factoring Ltda. - Reqdo.: Confecções Ki-Charm Ltda. - Rua Bresser, 642 - 2ª Vara de Falências Reqte.: C. Scheel Cobranças Comerciais S/C Ltda. - Reqdo.: Jéferson César Carneiro Cardoso Acessórios-EPP - Rua Visconde de Guaratiba, 353 apto. 34 - 2ª Vara de Falências Reqte.: LAM Operadora de Planos de Saúde S/C Ltda. - Reqdo.: Empresa de Segurança de Estabelecimento de Crédito Itatiaia Ltda. - Rua Eduardo Chaves, 169 - 2ª Vara de Falências Reqte.: LAM Operadora de Planos de Saúde S/C Ltda. - Reqdo.: F Moreira Empresa de Segurança e Vigilância Ltda. - Rua Eduardo Chaves, 169 - 2ª Vara de Falências Reqte.: Ciclo Editora Produção de Som e Imagem Ltda. - Reqdo.: MM Arquitetura Design Comércio Ltda. - Alameda Jauaperi, 204 - 1ª Vara de Falências
Ivan Ventura
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Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 23 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
(ISS) de profissionais liberais. Os valores da tabela serão atingidos ao fim de quatro anos e corrigidos pela inflação. Todas as mudanças serão feitas durante a tramitação do PL na Câmara. Caberá ao vereador Gilson Barreto incluir as alterações pedidas pelo prefeito. Não será enviado um novo projeto, como queriam quase todos os vereadores. De acordo com Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, Kassab aceitou as sugestões das entidades da sociedade civil. "O prefeito entendeu as observações pertinentes ao projeto original e vai alterar os pontos divergentes que estavam no texto original", afirmou Solimeo.
Justiça proíbe Previ e BNDES de votar em assembléia da Telemar
A
s estatais federais vão ter que apertar o cinto até o final do ano. O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, avisou ontem que as empresas terão de cumprir na integralidade a meta de obter superávit primário de R$ 17,7 bilhões em suas contas neste ano. Nos últimos três anos, as estatais não cumpriram a meta. Em 2006, até setembro, realizaram um superávit de apenas R$ 9,7 bilhões. Nos anos anteriores, o governo federal supriu a deficiência das estatais, mas Kawall avisou que não pretende fazer um superávit maior neste ano para cobrir um eventual resultado menor das empresas. Mesmo porque as contas do governo estão mais apertadas em 2006. O secretário anunciou o resultado de outubro das contas do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS), que tiveram superávit primário (re-
ceitas menos despesas, sem gastos com juros) de R$ 7,35 bilhões. O valor ficou 25,64% acima dos R$ 5,85 bilhões obtidos em outubro de 2005. A economia do Governo Central até outubro deste ano foi de R$ 55,68 bilhões, cifra R$ 5,6 bilhões superior à meta de R$ 50 bilhões prevista para 2006. Fim de ano – Segundo Kawall, o resultado obtido até outubro está em linha com o cumprimento da meta. Apesar disso, o superávit deve diminuir até o final do ano, porque dezembro é um mês em que as despesas superam significativamente as receitas por causa do 13º salário e de férias dos servidores públicos. Por isso a preocupação com as contas das estatais. O resultado das empresas federais em outubro será divulgado na segunda-feira pelo Banco Central, junto com as contas de todo o setor público (União, Estados e Municípios). Se tiver de cobrir uma even-
tual diferença na meta das empresas estatais, o governo federal é que precisará apertar mais o cinto, reduzindo as despesas com investimentos. Segundo Kawall, a meta de 4,25% de superávit das contas do setor público será cumprida "sem excesso". Ou seja, o superávit ao final do ano não ficará acima da meta prevista, como ocorreu nos últimos anos. Despesas – No caso das contas do Governo Central, enquanto as receitas cresceram 12,8% de janeiro a outubro, as despesas avançaram 15,6%. A maior alta no grupo das despesas foi com os benefícios previdenciários, que saltaram 19,1% em comparação aos dez primeiros meses de 2005, um crescimento nominal de R$ 21,3 bilhões. Essas despesas já somam no acumulado do ano R$ 132,8 bilhões e representam 7,77% do Produto Interno Bruto (PIB). Até outubro, as despesas com pessoal cresceram 13,1%. (AE)
BC apura queda na inadimplência
D
epois de três meses seguidos de alta, a taxa de inadimplência das operações de crédito com taxa de juros livremente pactuadas cedeu e recuou de 5,1% em setembro para 5% em outubro. Mesmo modesta, a queda foi interpretada pelo chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, como um indicador de que o crédito bancário poderá crescer em ritmo mais acelerado neste fim de ano. "As pessoas estão procurando liquidar os créditos em atraso com a intenção de aumentar a capacidade de fazer novos empréstimos no fim do ano." Esse movimento de quitação, segundo ele, pode ter sido impulsionado pelo pagamento antecipado da primeira parce-
la do 13º salário aos aposentados do INSS, em setembro. Apesar de apostar no crescimento do crédito, Lopes considerou pouco provável que os empréstimos venham a ultrapassar a marca de 34% do Produto Interno Bruto (PIB) ainda este ano. No mês passado, essa relação atingiu 33,1%, maior percentual desde os 33,2% de junho de 1996. Consignado – O aumento do crédito, de acordo com Lopes, tem sido puxado pelos empréstimos com desconto em folha e pelos financiamentos para a compra de automóveis. Com garantias mais sólidas, as duas modalidades de crédito oferecem ao tomador de recursos bancários taxas de juros mais baixas. Em outubro, a taxa média de juros do em-
préstimo consignado atingiu 34,4% ao ano, menor patamar desde o início da série histórica do BC, iniciada em janeiro de 2004. Para a compra de veículos, a taxa também recuou ao seu ponto mais baixo desde o início da série, em 1994, e ficou em 32,1% ao ano. No crediário normal, as taxas recuaram 0,3 ponto percentual, ficando em 58,6% ao ano. Mais barato, o crédito com desconto em folha já acumulava em 12 meses até outubro uma expansão de 49,7%, com estoque de R$ 45,680 bilhões. A taxa média de juros dos empréstimos tomados pelas empresas nos bancos recuou 0,6 ponto percentual nos dez primeiros dias de novembro, para 26,8% ao ano, de acordo com os dados do BC. (AE)
Bolsa bate recorde: 42 mil pontos
O
feriado nos Estados Unidos (Dia de Ação de Graças) não impediu que os mercados domésticos tivessem um dia movimentado ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) bateu recorde, ao marcar 42.069 pontos no encerramento dos negócios, o que representa alta de 0,37% em relação ao fechamento anterior. O mercado acionário refletiu o anúncio, feito na noite de quarta-feira, de que o governo federal pretende estimular os
investimentos na Eletrobrás, cujas ações fazem parte do Ibovespa, a principal referência da bolsa paulista. Também contribuiu para a alta a fusão, confirmada na manhã de ontem, das empresas de comércio eletrônico Submarino e Americanas.com (leia reportagem na página 6 deste caderno). As medidas do pacote do governo para alavancar o desenvolvimento econômico, no entanto, foram recebidas com reservas pelo mercado. Com o resultado de ontem, a
bolsa passou a acumular altas de 7,15% em novembro e de 25,75% em 2006. O movimento financeiro ficou em R$ 2,189 bilhões. As ações ordinárias do Submarino tiveram o maior giro financeiro do dia (R$ 276 milhões), registrando quase o dobro do volume negociado com as preferenciais de Petrobras. Ao final dos negócios, os papéis tinham alta de 15,81%. Americanas PN, por sua vez, teve volume total de negócios de R$ 111 milhões e fechou em queda de 8,26%. (AE)
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Transpor te Av i a ç ã o Urbanismo Acidente
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 É a concretização de um sonho. Esperamos um aumento de 20% a 25% no movimento. Rosângela Lyra, representante dos lojistas
OUTROS 99 POSTES DEVEM SER RETIRADOS ATÉ O DIA 30
Oscar Freire troca postes por árvores Primeira muda de ipê roxo foi plantada ontem à noite. Além da Oscar Freire, outras duas ruas passam por processo de revitalização: a Augusta e a Avanhandava. Fotos de Rafael Hupsel/LUZ
Newton Santos/Hype
Funcionários da Eletropaulo retiram o primeiro poste da rua Oscar Freire. O trabalho continuará na próxima semana.
Rua Avanhandava também será revitalizada
Rejane Tamoto
O
começo de 2007 promete para comerciantes, consumidores e moradores de três importantes ruas de São Paulo. Dos Jardins ao Centro da cidade, as obras de revitalização avançam nas ruas Oscar Freire, Augusta e Avanhandava. As três ruas passaram por obras de troca de calçadas, acessibilidade e, com isso, querem manter a fama que há muito conquistaram. Em uma delas, a Oscar Freire, o projeto e o investimento foram mais ousados e devem ser concluídos no próximo mês. Depois de um ano de obras, a rua comercial de luxo que receb e c e r c a d e 3 0 0 m i l p e ssoas/mês, está quase pronta. Na noite de ontem, o primeiro poste foi retirado para dar lugar a um ipê roxo de 4 metros de altura, na quadra entre a Haddock Lobo e a Bela Cintra. A Eletropaulo – responsável pelo enterramento da fiação da rua – estima a retirada de outros 99 postes até o próximo dia 30, no trecho de 500 metros que compreende as ruas Dr. Melo Alves e Padre João Manoel. No lugar de cerca de 60 postes, serão plantados ipês roxos e amarelos. Durante o ato simbólico de retirada do primeiro poste, Rosângela Lyra, presidente da Associação dos Lojistas da Oscar Freire e diretora da Dior no Brasil, estava emocionada. "É a concretização de um sonho. Esperamos um aumento de 20% a 25% no movimento das lojas", disse. Entre a remoção de postes e o enterramento de fios foram gastos, de acordo com a Eletropaulo, R$ 4,5 milhões. O valor total do projeto, que prevê calçada, paisagismo e mobiliário urbano é de R$ 8 milhões. De acordo com Rosângela, o valor foi dividido entre lojistas (10%), Prefeitura (30%) e a patrocinadora, a administradora de cartões de crédito American Express (60%). A inauguração oficial da Oscar Freire deve acontecer dentro de duas semanas, com a presença do prefeito Gilberto Kassab. Obras - O trabalho de retirada de 700 metros de cabos a é re o s d e e n e rg i a e d e 2 2 transformadores já está sendo feito juntamente com a retirada de postes. A parte mais difícil da obra foi a subterrânea, que durou sete meses, no preparo dos sistemas condutores e tubulações. Cada uma das 130 lojas teve de adequar os padrões de entrada (composto por caixa de medição, disjuntor e duto de entrada d o s c a b o s ) p a r a re c e b e r a energia pela rede subterrânea, que está pronta. São cerca de 10 câmaras subterrâneas, que abrigam fiação e equipamentos com tecnologia que resiste à água.
Plantio de ipê roxo no lugar do poste que foi retirado ontem
De acordo com a Eletropaulo, 80% dos imóveis da Oscar Freire se adaptaram aos padrões de entrada. Um deles é o que sedia a Galeria Melissa. A gerente Marilice Damacena Preto, de 26 anos, investiu R$ 5 mil na adaptação. "É pouco em relação ao benefício que vai trazer". A loja, de fachada moderna que muda a cada 3 meses, é uma das mais prejudicadas pelos fios e postes. Há um ano e 4 meses convivendo com os postes, Mari (como é conhecida) já comemora. "Conto com aumento no movimento. A rua terá calçadas alargadas e ficará muito agradável para os clientes, na maioria turistas".
Uma das turistas, a empresária catarinense Jucela Pereira, de 39 anos, concorda. Ela costuma ir à Oscar Freire para fazer compras três vezes por ano. "Espero que na próxima vez eu venha para curtir a rua nova. Desta vez, tive que deixar o salto em casa", afirmou. O motivo é que a parte direita do quarteirão entre a Bela Cintra e a Haddock Lobo está sem calçada. Mas na parte esquerda desse trecho, o calçamento está pronto e com acessibilidade. Feito em pedra com cimento, a calçada foi alargada em 1,5 metro, em cada esquina, numa extensão de 20 metros. No trecho
restante, o espaço que seria da ra assentaram o piso de maneicalçada é destinado ao estacio- ra equivocada. "O piso é bom. namento de veículos, com um O problema é o assentamento. piso intertravado. A rua tam- Colocaram areia e o piso. Com bém recebeu semáforos mais as chuvas, o trecho entre as alabaixos e terá iluminação com medas Santos e Lorena soltou e postes especiais e baixos. terá de ser refeito". De acordo com a advogada, O mobiliário urbano, última etapa do projeto, será especial. os comerciantes não querem que o conserto Segundo Rosângela, serão 60 das calçadas ocorra neste ano, bancos de madeipara não atrapara e aço inox, 30 lixeiras e 15 totens, lhar ainda mais o O gasto é pequeno movimento de ambos em inox. em relação ao O logotipo do pac on su m id ores . benefício. Conto com "Agora, eles controcinador só aumento no aparecerá nos tinuam um tremovimento. A rua cho da obra totens. A presidente usando cimento. terá calçadas Acredito que no da Associação alargadas e ficará dos Lojistas da começo do próximuito agradável m o a n o t e n h aOscar Freire já para os clientes. negocia a extenmos a obra pronsão do projeto de Marilice Damacena, ta", disse. Verde – Outra enterramento da gerente de loja fiação e revitalicarência da rua Augusta, disse zação para os trechos da rua Padre João Manoel Marcondes, é de área verde. até a Ministro Rocha Azevedo Cerca de três ocupantes de e da rua Melo Alves até a Re- imóveis vão participar de um bouças. Após o término da Os- rateio para o plantio de 10 palcar Freire, o próximo alvo será meiras de 5 metros de altura na a Haddock Lobo, no trecho en- Augusta, entre a Alameda Lotre Oscar Freire e Estados Uni- rena e Oscar Freire. "Cada palmeira custa R$ 1 dos, onde se concentram grifes mil e vamos buscar patrocínio de luxo, como a Dior. Augusta - Não menos gla- para a realização da segunda mourosa do que a vizinha Os- fase desse projeto, nos outros car Freire, a rua Augusta tam- quarteirões", afirmou. Segundo Marcondes, outra bém passa por recuperação. A Prefeitura está trocando as cal- reivindicação da comunidade çadas em toda a extensão da é a criação de um parque em rua, entre a Martins Fontes e a um terreno de 22 mil m² localiEstados Unidos. O custo da co- zado na confluência das ruas locação de blocos intertrava- Augusta, Caio Prado e Mardos, de R$ 2 milhões, é rateado ques de Paranaguá. entre as subprefeituras da Sé e O projeto, de autoria do urbanista Cândido Malta Camde Pinheiros. As obras, iniciadas no dia 14 pos Filho, pretende transforde agosto, ainda não termina- mar parte do terreno, aproxiram e já apresentam proble- madamente de 10 mil m², em mas. Segundo Célia Marcon- um parque público. "O espaço des, advogada da Sociedade tem Mata Atlântica e o prodos Amigos e Moradores do prietário do terreno doa para a Bairro Cerqueira César (Sa- Prefeitura, com a condição de morcc), as equipes da Prefeitu- fazer um hipermercado no lo-
cal. O projeto aguarda aprovação do Conpresp", disse Malta. A advogada da Samorcc afirmou que a comunidade se posiciona contra a idéia de um hipermercado. "Precisamos de ar e de área verde", disse. Avanhandava –A rua Avanhandava, na Bela Vista, pólo gastronômico da região central também passa por obras. O objetivo é transformar o trecho entre a rua Martins Fontes e a Martinho Prado em um bulevar. O projeto inclui troca de calçadas e reforma no sistema de drenagem.
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LAZER - 5
CINEMA A revolução digital já começou. Mas qualidade do resultado ainda não é consenso. Roberto Alvarenga
O FUTURO DA SÉTIMA ARTE Estará a captação de filmes em película com os dias contados, como vaticinam grandes nomes de Hollywood? Ronaldo Gomes
E
m entrevista durante o festival de Veneza, Francis Ford Coppola disse que seu próximo filme, Youth Without Youth, será todo feito em sistema digital. A declaração do diretor, que consta de todas as listas dos melhores e maiores do cinema, acompanhada da peremptória afirmação de que a captação em película está com os dias contados, pôs os meios cinematográficos em polvorosa e o digital em evidência nos debates sobre o futuro da chamada sétima arte. Mas não é de hoje que os ataques ao celulóide começaram. Em 1976, Renato Aragão desferiu o primeiro golpe dado no Brasil. Os Trapalhões no Planalto dos Macacosfoi rodado em VT, com resultados deploráveis, para facilitar e baratear os "efeitos especiais". O diretor Peter Del Monte fez uma tentativa bem mais ambiciosa em 1987, com Giulia e Giulia, que contou com Kathleen Turner, Gabriel Birne e Sting numa história de amor que, embora passada na Itália, ocorria em dois universos paralelos. De lá para cá as experiências se multiplicaram. A revolução digital que transformou a sociedade atual em, como dizem os
acadêmicos, tecno-científico-informa- esse meio ainda se presta mais para cional, teve tantas conseqüências prá- pequenas produções e documentáticas que se tornou impossível fazer rios, que exigiriam menos da qualidaqualquer coisa sem o uso da informá- de final. Já o experiente cineasta Luís tica. A cada dia, os processos se popu- Alberto Pereira, o Gal, ficou maravilhalarizam e são aprimorados. Mas o uso, do com as possibilidades que o digital proclamado por Coppola, das tecnolo- proporcionou na edição e finalização gias digitais no ci- Fotos: Arquivo DC de seu último filme, o elogiado Tanema ainda está longe da unanimipete Vermelho. Gal diz que não imagidade. Mesmo no Brasil, onde tradinava que o processo pudesse facilitar cionalmente as novas técnicas demotanto o trabalho de pós-produção e ram a chegar e quando o fazem não só manter a qualidade da capsão reverenciadas tação em película porque nos habicomo melhorar a tuamos a saudar tuRenato Aragão, imagem em vários do que vem de fora, Cao Hamburger, não há um consenaspectos que seFrancis Ford Coppola riam impossíveis so fácil ou simples. e Kathleen Turner Mas esse talvez seja por outros meios. De qualquer forma, é possível ver um sinal de que finalmente estamos maduros para começar a avaliar o que que o Brasil não está, nessa área, tão aparece não por sua origem geográfica defasado do resto do mundo como ou ideológica. costuma. A Universidade Metodista Cao Hamburger, que acaba de lan- de São Paulo inaugurou, no começo çar O Ano em que Meus Pais Saíram de do ano, o primeiro curso de cinema Férias, diz querer muito trabalhar com com ênfase em digital do País. José Augusto de Blasiis, que divide digital, mas acha que a captação por
seu tempo entre a universidade, onde coordena o curso, e o trabalho numa produtora, acha que a visão dos caminhos que podem ser trilhados no setor tem que ser mais ampla. Segundo ele, num mundo em que as salas de exibição de cinema perderam o monopólio da audiência, há espaço para os mais variados tipos de produção, que vão desde a televisão (aberta ou não) até o celular, passando pela internet e outros meios eletrônicos. Cada um tem suas especificidades e necessidades, mas todos são muito bem servidos pelo digital. Ele credita à captação em digital o aumento vertiginoso do número de documentários no Brasil, que respondem por algo entre vinte e trinta por cento da produção nacional. Embora admita que a qualidade da captação ainda seja inferior a da película, José Augusto De Blasiis afirma que ela está melhorando dia-adia e que em poucos anos cumprirá a meta de se igualar ao filme. Mas lembra que a edição em cinema já é feita em digital há uma década e crê que o setor de pós-produção será o primeiro a ser feito excluindo totalmente os processos óticos.
Revolução nas salas de projeção
P
ara o professor José Augusto, as salas de cinema também passarão por uma revolução. "Aquela sala para onde você vai, no escuro, tem que ser cada vez melhor, cada vez mais diferente de assistir um filme em casa". O professor acha que a sala de projeção será um lugar privilegiado por muito tempo ainda, porque é lá que se dá o primeiro e principal encontro. O público que vai a cinema é diferente porque está disposto a enfrentar uma série de inconveniências e pagar mais caro para ter uma relação especial com o filme. Por isso, essa forma de consumo ainda é a maior vitrine da indústria cinematográfica, o grande
espaço de lançamento, onde a apenas o que foi concebido para ser produção recebe o aval de um exibido nos grandes circuitos público especializado comerciais. que lhe agrega valor para o consumo Medo e preconceito - José por outros meios. Augusto de Blasiis considera as Mas a projeção reservas que ainda digital, que em existem na área qualidade já está Fazer barato e muito frutos principalmente alcançando a óptica, do preconceito e do rápido não vai elimina as cópias de medo da produzir uma filmes e cria facilidades democratização que, segundo o trazida pelo digital. grande obra professor, vão ampliar Professor José Augusto "Hoje você pode muito os usos do captar, editar, cinema, inclusive com finalizar e veicular a uma interpenetração de outros meios partir da sua casa, graças à internet", eletrônicos, democratizando esse afirma ele. Agora, "fazer barato e espaço que deixaria de veicular muito rápido, a não ser que você seja
altamente competente, não vai produzir uma grande obra. Há toda uma escala de qualidade e de características de produto que não pode ser desprezada". Portanto, não é o suporte, a exclusividade ou a ampliação do acesso que asseguram essa qualidade ou a capacidade comercial, afirma o professor. "Então, abrir e democratizar o espaço é dar possibilidade de se enxergar qualidades que o próprio mercado tem dificuldade para filtrar". Para ele, os espaços abertos e as revoluções provocadas pelas novas tecnologias estão apenas começando a se delinear. Para nós só resta aguardar. (RG)
SHOW
De onde vem o baião? André Domingues
E
m De Onde É que Vem o Baião?, Gilberto Gil garante que o baião vem de debaixo do barro do chão, como um puro suspiro da própria Terra. Já o veterano jornalista e pesquisador Assis Ângelo vai por outro caminho, argumentando que o ritmo sertanejo, tal como o conhecemos, tem um nascimento preciso, há exatas seis décadas, quando Luiz Gonzaga o formalizou. É provável que ambos tenham razão. Gil, por tomar poeticamente o baião a partir de seu substrato folclórico, tão entranhado na cultura brasileira que o faz parecer eterno. Assis, por considerar a consagrada estilização do ritmo em 1946, impulsionada pela composição Baião, de autoria de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira ("Eu vou mostrar pra vocês/ Como se dança o baião..."). São duas visões valiosas de uma mesma manifestação que, aliás, estará em cena neste final de semana, no espetáculo 60 Anos do Baião, apresentado no teatro do Sesc-Pinheiros por Carmélia Alves, Anastácia, Oliveira de Panelas, César do Acordeom, Gereba, Socorro Lira e o genial Dominguinhos, com acompanhamentos da Camerata de Sopros e Cordas. Assis Ângelo, que dirige o evento, explica a ligação entre o baião folclórico e o ritmo que se tornou mania na-
AE
Luiz Gonzaga: o pai
cional pelas mãos de Gonzaga: "O violeiro, o repentista chamava de baião um trecho entre uma parte e outra do repente, às vezes uma dança, mas era uma expressão sem definição exata. Foi o Luiz Gonzaga que percebeu uma formula no dedilhado dos violeiros e a estilizou como ritmo, inclusive estabelecendo uma forma de acompanhamento, com sanfona, zabumba e triângulo", ensina. Segundo o pesquisador, tal intervenção não foi inconsciente. Muito
pelo contrário. Teria sido um lance experimentado e planejado cuidadosamente por Gonzaga, com ajuda de seu primeiro grande parceiro, o advogado Humberto Teixeira, antes de seu lançamento definitivo. "Ele era um cara ferrado, tinha uma visão impressionante e estava atento a tudo!", comenta Assis. E com autoridade, já que é autor de uma biografia sobre o Rei do Baião e agora prepara um segundo livro, Dicionário Gonzagueano: de A a Z, que descreverá sua
trajetória, contará experiências compartilhadas com Gonzaga, que foi seu amigo pessoal, e listará todas as músicas que compôs e gravou. Luiz Gonzaga dizia que, inicialmente, não imaginava toda a importância que sua criação viria a ter. Não é pra menos. O baião marcou época no Brasil e no exterior, entrando rapidamente para o repertório de divas como Carmen Miranda e Peggy Lee e chegando até o Japão, ainda nos anos de 1950, graças a uma certa Keiko Ikuta que, seguramente, nunca viu o vôo de uma asa branca. De acordo com Assis, a única frustração que Gonzaga teve quanto à disseminação planetária do seu baião foi a sua não inclusão no repertório dos Beatles. Muito topete do sanfoneiro? Talvez. Mas é fato que os 60 anos bem vividos da sua criação o credenciam para figurar no repertório de qualquer pop-star do mundo! 60 Anos do Baião - Elenco: Carmélia Alves, Anastácia, Oliveira de Panelas, César do Acordeon, Gereba, Socorro Lira, Dominguinhos e Camerata de Sopros e Cordas. Participação especial de Castanha e Caju no dia 25. Teatro Sesc-Pinheiros, Rua Paes Leme, 195, tel.: (11) 3095-9400. Amanhã, sábado (25), às 21h e domingo (26), às 18h. Ingressos: de R$ 7,50 a R$ 15.
TODA VEZ QUE EU DOU UM PASSO O MUNDO SAI DO LUGAR É o show do músico Siba, com o grupo A Fuloresta, hoje, sexta (24), 19h30; sábado (25) e domingo (26), 20h30. Itaú Cultural. Av. Paulista, 149, tel.: (11) 2168-1700. Grátis.
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Política
Dida Sampaio/ AE
Não há mais governo de oposição nem de situação. A relação republicana mostra que temos que nos relacionar independentemente dos partidos, da disputa política, da ideologia. Lula
O
PTB, A MAIS NOVA CONQUISTA DE LULA Parlamentares do partido de Roberto Jefferson ofereceram apoio ao governo. Eles garantem que não haverá pedidos de cargos em troca.
ELE ADMITE: ERROU AO CONVOCAR AMIGOS.
tem relação de amigo: é relação de chefe de Estado. A gente tem de convidar as pessoas mais qualificadas para a função que o Estado brasileiro precisa." Mea - culpa – Sem mencionar os nomes dos petistas abatidos pelos escândalos na administração federal, como o ex-deputado José Dirceu (PT-SP), o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o ex-chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República, Luiz Gushiken – que pediu demissão neste mês, Lula fez uma espécie de mea-culpa sobre a dificuldade em demitir companheiros. "Ao invés de procurar apenas um amigo, procurem aquele que está esperando uma chance. Cada Estado, por mais pobre ou menos importante que seja, tem gente da mais alta competência à espera de uma oportunidade. Se vocês puderem, descubram esses gênios porque eles existem e, muitas vezes, são tratados de forma secundária", insistiu.
Lula disse que antes de montar um novo ministério vai discutir o tipo de política de coalizão que pretende praticar a partir de 2007. E anunciou que, na próxima semana, vai conversar com o PDT e procurar também o PPS (agora fundido com PH e PMN sob a sigla "MD") – "a não ser que alguém não queira conversar". O presidente não citou o nome do PPS, mas um dos principais líderes desse partido, o deputado Roberto Freire (PE), que é da oposição. "Quando um não quer dois não conversam", disse. O presidente voltou a anunciar que vai conversar também com líderes do PSDB , citando os senadores Arthur Virgílio (AM) e Tasso Jereissati (CE). Frase – "Não há mais governo de oposição nem de situação. A relação republicana mostra que temos que nos relacionar independentemente dos partidos, da disputa política, da ideologia", afirmou Lula aos governadores. "E agora somos todos responsáveis", disse ele. (AE)
LUIZ HENRIQUE QUER COALIZÃO NOS ESTADOS
HARTUNG DEFENDE AGENDA COMUM
MAIA: 'SEM TER UMA OPOSIÇÃO, LULA QUER DITADURA'.
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PSDB E PFL SÃO OS PRÓXIMOS ALVOS PV já enviou pauta de reivindicações com 27 itens
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presidente reeleito dicações com 27 itens, que vão Luiz Inácio Lula da de temas como a Amazônia a Silva afirmou ontem estações comunitárias de ráque conversará com o PSDB e o dio. "Em política as alianças PFL para discutir projetos de precisam ser programáticas", interesse do País. Lula garan- disse o presidente do partido, tiu que não pretende discrimi- José Luís Pena. Pena diz que há pouco temnar nenhum partido. "Só não vou conversar com quem não po para negociações e que o PV quiser. Quem for civilizado e poderá fazer parte da base aliaquiser fazer política civilizada da. O presidente Luiz Inácio terá espaço para uma boa con- Lula da Silva recebeu rapidaversa", afirmou. "Quem não ti- mente os integrantes do partiver ... terá de respeitar o silên- do, mas outras reuniões deverão vir, segundo Pena. "Hoje cio dos outros". PFL – Lula disse que no PFL, viemos expressar nossas posipor exemplo, "tem muita gente ções sobre meio ambiente, sodisposta a conversar". "Em al- bre gestão de governo. Foi o gum momento vocês vão per- início de uma caminhada", afirmou. "Estamos ceber que eu vou condispostos a meter a versar com o PSDB, mão na massa. Podeporque não quero dismos provar que o PV criminar ninguém", não é somente um destacou ele. Só não vou partido parlamentar, O presidente disse conversar mas que tem vocação que no momento só está preocupado com com quem não para o Executivo", propostas para garan- quiser. No PFL, completou. Sem Gabeira– Setir maior crescimento por exemplo, gundo o líder do parno País. E disse ainda tem muita tido na Câmara, Edque é preciso encongente disposta son Duarte (BA), o dotrar "o dinheiro para cumento entregue a executar" os projetos a conversar. de infra-estrutura. "Só Lula Lula e Tarso foi elaborado por 12 dos 13 dedepois de apresentar putados eleitos pelo as soluções para todos os problemas vou começar a partido. Somente Fernando me preocupar com a monta- Gabeira (PV-RJ), que faz oposigem do ministério". Lula afir- ção declarada ao governo Lumou que o seu desejo e dos go- la, não participou da elaboravernadores é que a economia ção do documento, que aborda possa crescer e o País possa dis- temas como Amazônia, rio São tribuir renda e melhorar a edu- Francisco, biossegurança e cação. "Acho que todo mundo transgênicos, mudanças clitem responsabilidade com es- máticas e energia nuclear. Gase desejo da sociedade", disse. beira rompeu com o governo PV quase lá – O PV abriu ne- em 2004, quando deixou o PT. O encontro com o PV não esgociações com o Palácio do Planalto para integrar a base tava na agenda do presidente de apoio do governo. Na pri- Lula e foi articulado de última meira conversa, ontem, com o hora pelo ministro Tarso Genministro das Relações Institu- ro. O PV voltará a se encontrar cionais, Tarso Genro, o partido com Lula no próximo dia 28, entregou uma pauta de reivin- no Palácio do Planalto. (AE)
ela primeira vez desde o início do governo, o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que errou ao ter convidado amigos para integrar sua equipe no primeiro mandato. Em almoço, ontem, com 16 governadores e dois vicegovernadores eleitos, todos aliados, Lula disse ter aprendido uma "lição" com a crise política, sugerindo que a montagem do novo ministério será diferente, com mais técnicos "gênios" e menos companheiros. Bem-humorado, ele deu dicas aos calouros : "Queria dar um conselho aos nossos companheiros governadores novos. Montar um governo é 50% do sucesso do governo. Convidar alguém para ocupar um cargo é muito fácil; agora, tirar alguém é muito difícil", constatou, à mesa da reunião, num hotel de Brasília. "Nessa hora, não
governador reeleito de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), disse ontem que irá propor ao conselho nacional de seu partido que o apoio da legenda ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja acompanhado "da governabilidade do PT com os Estados". Luiz Henrique observou que o PT vota contra todos os projetos do governo em Santa Catarina. "As bancadas estaduais do PT deveriam corresponder em relação à governabilidade nos Estados", enfatizou, ao sair de audiência com o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB). Segundo ele, o conselho do PMDB marcou reunião para a próxima quinta-feira (30), em Brasília. Apesar da proposta, ele disse que irá acompanhar a decisão da maioria. "O que o conselho decidir, por unanimidade ou maioria, eu acompanho", garantiu Luiz Henrique, que apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa presidencial. "Acredito que o conselho e o presidente vão ser sensíveis à essa realidade". (AE)
governador reeleito do Espírito Santo Paulo Hartung (PMDB), defendeu ontem a ampliação da reunião dos governadores para discutir uma agenda nacional de interesse comum a todos os Estados, ao chegar para o encontro de governadores aliados em um hotel de Brasília. "Não tem uma agenda de posição e de situação. Temos uma agenda de País", afirmou Hartung, defendendo a reforma da previdência como primeira a ser enviada pelo governo ao Congresso, com o apoio dos governadores. "Para quê fazermos uma reforma tributária se não diminuirmos a carga de impostos?", indagou, ao considerar necessário diminuir o custo de financiamento da maquina pública. Hartung afirmou que em relação a reforma da Previdência a previsão de déficit é "assustadora" e que é preciso ter responsabilidade e incluir a previdência na agenda. Embora desaconselhe a criação de um bloco só de governadores aliados, excluindo a oposição, Hartung acredita que a reunião de ontem resultará em um documento de apoio ao governo Lula. (AE)
discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grupo de 16 governadores que apóiam o governo provocou reação imediata do líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ). "Ele (Lula) quer uma ditadura no Brasil. Não quer que exista oposição. A relação republicana não garante a democracia, o que garante a democracia é a existência do governo e de uma oposição para fiscalizar. Ele usa uma frase de efeito ao falar de relação republicana para pôr em prática o seu perfil autoritário", afirmou. Maia foi irônico ao comentar a parte do discurso em que Lula diz que aprendeu a lição, no primeiro mandato, de que não se deve convidar amigos para o governo. "Espetacular! Lula descobriu a pólvora! Levou só quatro anos para descobrir que, para fazer um bom governo, precisa montar um quadro qualificado", disse Maia. No encontro com os governadores, o presidente Lula lhes deu um "conselho", afirmando que, na montagem do governo, eles devem convidar pessoas qualificadas. (AE)
líder da bancada do PTB na Câmara, José Múcio (PE), disse ontem que os parlamentares do partido ofereceram apoio ao governo, em reunião pela manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. Múcio negou que o PTB esteja na disputa por cargos na nova equipe de Lula. "Seria uma deselegância dar apoio e, ao mesmo tempo, pedir algo", disse. "Não negociamos." O PTB dará apoio ao governo, mas não deverá participar do conselho da coalizão, grupo que Lula planeja criar e que contaria com a presença dos presidentes dos partidos aliados. O presidente do PTB é o ex-deputado Roberto Jefferson, pivô da crise do mensalão, que resultou na queda de toda a direção do PT e de ministros influentes do governo no decorrer de 2005. "Se formos convidados para o conselho, vamos participar", disse Múcio. O parlamentar salientou que o apoio do partido ficou claro ontem, em votações de projetos do Executivo no Congresso. A bancada do PTB votou a favor do governo. "O que define o apoio é o painel de votação." O deputado disse que, na reunião com Lula, não foi me nc io na do o nome de Roberto Jefferson. O pivô da Seria uma crise política deselegância também não dar apoio teria manda- (ao governo) do recados e, ao mesmo por meio de deputados do tempo, pedir PTB. Em res- algo. p o s t a à p e rJosé Múcio gunta se seria possível um bom relacionamento entre Legislativo e Executivo, sem mensalões, Múcio disse ser esta "uma questão superada". D es t r av a m en t o – Em reunião com a bancada, o presidente Lula afirmou que as medidas que pretende adotar para acelerar o desenvolvimento econômico deverão estar prontas até o fim do ano. "Quero aproveitar até 31 de dezembro para ver se consigo destravar o Brasil das amarras que impedem o desenvolvimento", teria dito Lula, segundo o deputado Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), também presente no encontro. De acordo com Fleury, Lula citou como exemplo o caso da Petrobras, que tem mais de 30 obras no Rio de Janeiro e que não podem ser levadas adiante por causa de obstáculos impostos por órgãos estaduais do meio ambiente. Fleury e o deputado Arnon Bezerra (PTBCE) disseram que o presidente se mostrava animado e disse que há recursos para o governo fazer investimentos maiores. Para exemplificar, Lula teria citado a Petrobras, que até 2010 tem planos de investir US$ 81 bilhões no Brasil. Deputados presentes no encontro contaram que o presidente deu a entender que mudanças de ministros só deverão ocorrer depois da eleição para as presidências da Câmara e do Senado, no dia 1º de fevereiro de 2007. Além disso, Lula falou sobre o desejo de ter o PTB integrando a base do governo. "Diria que foi uma conversa formal, na qual o governo disse que gostaria de contar com o PTB. E a bancada respondeu que gostaria de fazer parte da base", resumiu Fleury. Mares Guia confirmado – O presidente Lula confirmou, durante o encontro, a permanência do petebista Walfrido Mares Guia no Ministério do Turismo. De acordo com um dos participantes, o presidente disse que o turismo brasileiro hoje tem a "cara" do ministro. (AE)
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Empresas Finanças Nacional Imóveis
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PROPOSTA PLURIANUAL DE CRESCIMENTO
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por cento do PIB mundial é produzido pelas empresas, segundo a Funbio
ESTUDO DA FIESP E IEDI PROPÕE CRESCIMENTO CONSTANTE DA PRODUÇÃO BRASILEIRA ATÉ 2016
FIESP QUER CHOQUE DE CRESCIMENTO
Fotos: Rafael Hupsel / LUZ
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Executivos debatem sobre o papel das empresas brasileiras na conservação ambiental
Empresas ganham com investimentos em biodiversidade
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iscutir as vantagens da adoção de medidas de conservação ambiental e de uso sustentável da biodiversidade em toda a cadeia de negócios. Esse foi o tema apresentado ontem no Primeiro Ciclo Diálogos Sustentáveis, promovido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), em São Paulo. Segundo o secretário geral da entidade, Pedro Leitão, a busca de soluções é urgente em razão do ritmo acelerado de degradação da biodiversidade. O setor privado é o que tem mais condições de propor soluções para situações complexas, já que 56% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta são produzidos pelas empresas. Participaram do debate representantes da Alcoa América Latina, Natura e AIG Private Bank. Eles ressaltaram a necessidade de as empresas assumirem a responsabilidade pela preservação do ambiente e da biodiversidade, já que os governos e os legisladores não estão desempenhando esse papel. Na maioria das vezes, governos sucumbem a interesses de corporações que exploram abusivamente os recursos naturais do planeta. S e g u n d o E d u a r d o L e emann, CEO do AIG Private Bank, especializado em seguros, a empresa reconhece que já há consenso de que as mudanças climáticas estão afetando negativamente todo o planeta. As companhias de todos os setores, em todo o mundo, têm um papel decisivo para influenciar a opinião pública a partir das medidas de preser-
Guilherme Leal, da Natura
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bilhões de reais foi a receita bruta da Natura após lançar a linha Ecos vação ambiental que tomam. Ele citou como exemplo a iniciativa da AIG de apenas fazer seguros para empresas que apresentam projetos de preservação do ambiente. O p re s i d e n t e d a A l c o a , Franklin Feder, explicou que a empresa está buscando ajuda e parceiros para continuar produzir e transformar alumínio no Brasil de maneira sustentada. "A empresa tem o desafio da implantação de uma unidade de mineração de bauxita na Amazônia, no Estado do Pará, que consiga ser produtiva e sustentável nas próximas décadas", disse. Coerência e resultados – No caso da Natura Cosméticos, a empresa reforçou a atuação
dentro de padrões de governança corporativa para, entre outras ações, considerar o patrimônio biológico do País como um ativo. Pesquisaram técnicas de preservação ambiental e, ao lançar a linha Ecos, conseguiram demonstrar que suas práticas eram positivas. Segundo o co-presidente do conselho de administração da empresa, Guilherme Leal, os resultados em termos econômicos têm sido concretos. A receita bruta do grupo foi de R$ 3,24 bilhões, com aumento de 27,7% sobre o ano anterior. Durante o encontro, Cristina Carvalho Pinto, presidente do grupo Fulljazz de Comunicação, lembrou que a mobilização para conscientizar a sociedade, governo e empresários sobre a importância da preservação da biodiversidade se dá por meio da mídia. Para ela, as grandes empresas, que são as maiores anunciantes em todas as mídias, devem exigir mais espaço nos meios de comunicação para discutir o tema e buscar soluções para atingir os políticos que criam a legislação ambiental. Agir na legalidade –A necessidade de se exigir do governo uma atuação de forma coerente foi uma reivindicação de todos os participantes do encontro. O cientista político Sérgio Abranches ressaltou que "esse não é um problema do governo, mas deve ser uma obrigação moral das empresas de romper com outras corporações que praticam ilegalidades em todos os campos" e, assim, transformar as práticas cotidianas de todos. Paula Cunha
É a vez da defesa do fornecedor
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e o cliente não gostou do produto ou serviço que adquiriu, reclama a um dos institutos de defesa do consumidor, como Procon ou Idec. Mas quando o reclamado é justamente o fornecedor da mercadoria? Com o objetivo de ser o primeiro órgão em defesa desse outro lado da relação comercial é que foi criado o Instituto Brasileiro de Defesa do Fornecedor (IBDF), com sede em São Paulo. Oficialmente, o IBDF foi fundado no dia 8 de dezembro de 2005. Há dois meses o instituto passou a funcionar de forma experimental e somente agora atuará em defesa dos fornecedores. "Não lançamos antes, pois precisávamos analisar as falhas e pontos relevantes da proposta do instituto. Agora podemos prestar um belo serviço a essas pes-
soas", explicou o presidente do IBDF, Rodrigo Julio Capobianco. O instituto tem o auxílio de oito escritórios de advocacia parceiros e de mais 100 empresas associadas. Funcionamento – A área de atuação do instituto será bem ampla, desde o planejamento tributário das empresas, análise de contratos e até questões relacionadas ao ambiente. Para ingressar como associado, o interessado deverá desembolsar meio salário mínimo por mês e terá direito a consultas gratuitas sobre contratos e pagamento de tributos. De acordo com Capobianco, o IBDF não foi criado para rivalizar com o Procon ou o Idec, mas tem como principal objetivo ser uma instituição complementar a esses órgãos. "Defenderemos os interesses deles, mas a nossa proposta principal
é a capacitação dos fornecedores para que tenham êxito nas suas atividades", disse. Os alvos principais do instituto são outros órgãos bem diferentes dos de consumidores. Capobianco disse que o empreendedor receberá uma defensoria diante de grandes compradores, instituições financeiras, fisco e órgãos governamentais. "Principalmente o Poder Público que sempre publica medidas provisórias e decretos que prejudicam o bom andamento dos negócios dos fornecedores", comentou o presidente do IBDF. Para o próximo ano, o instituto prevê uma série de atividades voltadas aos fornecedores como palestras, cursos e workshops. Mais informações podem ser obtidas no website:www.ibdf.org.br. Ivan Ventura
m choque de crescimento pode elevar progressivamente o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, chegando ao aumento de 7% em 2016. Esse é o ponto central da proposta da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) para resgatar o Brasil do "marasmo de crescimento". Com análises em diversas áreas que afetam o País, como juros, tributos, emprego e gastos públicos, o estudo objetiva mostrar caminhos para a expansão do PIB. Segundo a análise, no período de 1994 a 2006 a média anual de crescimento do PIB brasileiro foi de 2,7%. Para se ter idéia da paradeira econômica, basta comparar a média de crescimento esperada para este ano, 3%, com a média mundial, de 4,9%, e com a dos países emergentes, de 7,3%. O estudo "2007/2010: Brasil na busca do crescimento econômico" será encaminhado ao
Avanços e distorções
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estudo reconhece avanços do governo Lula, como a redução da pobreza, que em 2003 atingia 28,2% dos brasileiros e caiu para 22,7% em 2005. Menciona o Bolsa Família,
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus autores já conversaram sobre ele com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O estudo estabelece metas de crescimento de 4% a 7% entre 2007 e 2014 (ver tabela). Para o ano que vem, as perspectivas da Fiesp e do Iedi, caso as propostas sejam seguidas pela equipe econômica do governo, indicam crescimento de 4,9%. O documento afirma que é preciso haver um esforço fiscal concentrado nos dois primeiros anos de implementação do modelo. Recomenda que os juros internos devam convergir para sua equivalência internacional e que seja feita a concimas aponta distorções, como o estudo da Fundação Getúlio Vargas mostrando que o programa Bolsa Família chegou ao limite em termos de assistidos. Aponta que a carga tributária brasileira saltou de 31,6% em 2000 para 37,4% do PIB em 2005. Cita a falta de eficiência do setor
liação das metas de inflação com metas de crescimento. Sugere ainda uma taxa de câmbio competitiva para incentivar a produção doméstica e a exportação; nova abordagem na gestão de ativos públicos e aumento consistente da participação da renda do trabalho na renda nacional. Nova ordem – O que se destacou na apresentação de ontem foi a determinação em criar uma nova ordem econômica. "A obstinação do próximo período deve ser o crescimento", afirma o documento. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que as mudanças são complexas. "Para as implementar é preciso ter vontade política. As medidas devem ser simultâneas." O conselheiro da Fiesp, Paulo Francini, disse que "não existe solução mágica; além disso, a sociedade está cansada de não crescimento". E Josué Christiano Gomes da Silva, do Iedi, resumiu: " O Brasil despertou para a questão do crescimento." Antonio Graça
público, que recebe 37% do Produto Interno Bruto (PIB) em impostos mas os aplica com eficiência menor do que no setor privado. Aponta que a carga tributária apresenta distorções. Recai com mais força sobre as famílias com renda familiar mensal de até dois salários mínimos. (AG)
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Internacional
Quando você desmancha um sistema em que um ditador controla sua gente pela força, há caos. Yuval Diskin, chefe do serviço secreto de Israel
Kareem Raheem/Reuters
BAGDÁ
VERMELHA Cinco atentados, 160 mortos
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capital do Iraque viveu ontem seu dia mais sangrento desde a invasão americana, em março de 2003. No maior reduto xiita da capital, Cidade Sadr, ao menos 160 pessoas foram mortas e 257 ficaram feridas em uma série de explosões de carros-bomba e granada. A quinta-feira foi marcada ainda por retaliação violenta em um bairro sunita, cerco de insurgentes armados ao Ministério da Saúde e incursão americana em busca de Ahmed Altaie, militar que trabalhava como intérprete e foi seqüestrado há um mês em Bagdá, supostamente por milícias xiitas. Na ação, o exército dos EUA matou quatro iraquianos e prendeu outros quatro, acusados de insurgência. A carnificina em Cidade Sadr – provavelmente liderada por milícias rivais sunitas – começou pouco depois das 15 horas, quando três carrosbomba explodiram, com intervalos de 15 minutos entre cada um. Um deles atingiu a praça
al-Shahidein e o outros dois, os mercados de Jamila e al-Hay. A mesma praça e um pequeno parque foram então atingidos por granadas propelidas por morteiros. Nessa hora, tanto a praça como os mercados estavam lotados. Em seguida, dois outros carros foram detonados – um no final do bairro e outro atrás do escritório central do clérigo xiita antiamericano Muqtada al-Sadr, que comanda a região. O sexto carro-bomba foi identificado e detonado pela polícia. POÇAS DE SANGUE - Assim que o banho de sangue acabou, a revolta explodiu entre os moradores de Sadr. Homens e meninos saíram às ruas para protestar, dando tiros para o alto, em meio a um cenário desolador: toda a região foi tomada por uma fumaça negra, as ruas ficaram cobertas por poças de sangue e corpos destroçados, ambulâncias desviavam de bancas de frutas em fogo para resgatar feridos. Enquanto isso, homens e mulheres percorriam o bairro em busca de parentes desapareci-
dos. Muitos procuravam conhecidos entre os cadáveres. Voluntários passaram a remover corpos queimados de dentro dos mercados e de carros, usando carrinhos de mão para transportá-los. Diante de um ataque de tamanha proporção em um reduto xiita, um ato de retaliação já era esperado. E ele aconteceu cerca de três horas depois dos atentados em Sadr. O alvo escolhido pelos xiitas foi Adhamiya, bairro que abriga o local mais sagrado para os sunitas locais, a mesquita Abu Hanifa. A ação, com granadas, deixou um morto e 14 feridos. As principais autoridades iraquianas e americanas no país reuniram-se em caráter de emergência para tratar da explosão de violência sectária entre xiitas e sunitas – que pode não apenas dissolver o governo de coalizão como empurrar o país de vez para uma guerra civil. O governo impôs um toque de recolher a partir das 20 horas locais de ontem e fechou o Aeroporto Internacional de Bagdá. AE/AP
Iraquianos transportam corpos de vítimas de atentado com carro-bomba em Cidade Sadr, Bagdá Kareem Raheem/Reuters
Homens choram a morte de irmão, atingido quando soldados americanos abriram fogo contra um ônibus
Ramzi Haidar/AFP
Tirem o agente de Bashar Assad do palácio Baabda No funeral de Pierre Gemayel, manifestantes pedem a saída do presidente libanês pró-Síria Émile Lahud
S Manifestantes anti-Síria carregam o caixão com o corpo de Pierre Gemayel, ministro libanês assassinado na terça-feira em Beirute Ramzi Haidar/AFP
O ex-presidente libanês Amin Gemayel (centro), pai do ministro assasinado, é confortado por Saad Hariri (à esquerda), líder da maioria no parlamento libanês, e Samir Geagea, líder das Forças Cristãs Maronitas
impatizantes do ministro libanês Pierre Gemayel, de 34 anos, assassinado na terçafeira, pediram ontem, em seu funeral, a saída do presidente do Líbano, Émile Lahud. A manifestação em homenagem a Gemayel, um destacado líder cristão anti-Síria, reuniu centenas de milhares de pessoas na Praça dos Mártires, em frente à catedral de São Jorge, em Beirute, para onde seu corpo foi levado. Segundo a polícia, 800 mil pessoas compareceram ao evento. "Tirem o agente do (presidente sírio Bashar) Assad do palácio B a a b d a " , g r i t avam os manifestantes, numa referência ao palácio presidencial. Um cartaz dirigido à Lahud era ainda mais ameaçador: "Em breve o veremos no tribunal". Ao contrário da coalizão governista da qual Gemayel fazia parte, Lahud é aliado do governo sírio, acusado pelos simpatizantes do ministro de estar por trás do crime. Em seu discurso para a multidão, o ex-presidente Amin Gemayel, pai do líder cristão morto, pediu mudanças no Líbano e acrescentou que elas deveriam começar pela cadeira presidencial. "Este é o começo de uma contagem regressiva para a eleição de um
novo presidente", disse. A multidão coloriu a praça com bandeiras do Líbano e da Falange, partido de Gemayel, numa cena semelhante à do funeral de Rafic Hariri, ex-primeiro-ministro morto num atentado em fevereiro do ano passado. A Síria manteve tropas no país vizinho por mais de 29 anos, até que a morte de Hariri – pela qual autoridades sírias e seus aliados libaneses são suspeitos – aumentasse a pressão da população do Líbano e da comunidade internacional para a retirada. O fato de Gemayel ser o quinto político anti-Síria assassinado desde Hariri foi o que fez seus partidários se voltarem contra Damasco e seus aliados no Líbano – além de Lahud, o grupo xiita Hezbollah, o movimento Amal, também xiita, e o partido do líder cristão Michel Aun, acusado de "traição" por ter feito um acordo político com o Hezbollah no ano passado. A coalizão anti-Síria, que reúne muçulmanos sunitas, cristãos e drusos, acusa Damasco de impedir a criação de um tribunal internacional para julgar a morte de Hariri. Esse projeto foi aprovado na semana passada pelo gabinete do premiê anti-Síria Fuad Siniora, do qual Gemayel fazia parte. A Síria voltou a condenar a morte de Gemayel – e negar envolvimento com o crime. AE/AP
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Fotos: Warner Bros/Divulgação
Fotos: Divulgação
Veneno da longa vida Geraldo Mayrink
Monstros S.A.: criatividade
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onta uma velha piada macabra que, se o homem fosse imortal, num acesso de loucura inventaria a morte. Ou então que fosse ver Fonte da Vida, que é quase a mesma coisa. Este filme sobre a imortalidade é espantoso, como se fosse aquilo que Woody Allen filmou quando ficou cego em Dirigindo no Escuro, mas com a desvantagem que não é uma comédia. Pelo contrário, é seríssimo e se passa em várias épocas, da Espanha do século 16 aos dias de hoje, envolvendo neste tempo todo um casal amoroso, a rainha Isabel ou Izzi (Rachel Weisz) e Tomas ou Tommy ou Tom Creo (Hugh Jackman), dependendo da época em que são mostrados. A mulher está condenada por um câncer e, muitos séculos depois, aparece vivíssima, enquanto seu marido, misto de cientista e astronauta, batalha nos laboratórios e em lugares ermos que não são deste mundo procurando uma cura. A mulher está escrevendo um livro e quer que o homem se encarregue do último capítulo. Essa longa terapia está repleta de signos cabalísticos e efeitos especiais como os de um fliperama, com música estridente. A fisionomia dos personagens muda tanto que o homem, por exemplo, aparece careca e cabeludo, segundo o passar das eras. A platéia, nervosa, não advinha o que está diante dos seus olhos. Desconfia que caiu numa armadilha para incautos, e caiu mesmo. A idéia, se existe alguma, saiu da cabeça obscura do roteirista e diretor Darren Aronofsky (Pi, Réquiem para um Sonho), que andou ga-
Liberem a caça. No cinema. Arthur Rosa
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Mano convence todos a entrar no seu sapateado: o pingüim Imperador é diferente de todos os outros e não sabe cantar, mas tem ginga
CINEMA
QUE TAL, GENE KELLY? Lúcia Helena de Camargo
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elas vastidões geladas da Antártida e uma história sobre um pingüim Imperador diferente: é Happy Feet - O Pingüim. O apelo visual está garantido pela computação gráfica, que baseou os desenhos de cenários em 80 mil fotografias feitas numa expedição ao sul da Terra apenas com a finalidade de captar imagens para o longa. Em certos momentos, a animação parece até mais real do que A Marcha dos Pingüins (2005), que exibe os mesmos imperadores em seu ambiente natural. É bom lembrar: Happy Feet começou a ser feito há quatro anos, bem antes do lançamento do documentário de Luc Jacquet. Agora, pega carona na paixão do público pelas aves de terras glaciais. Já o enredo da produção atual não pode ser classificado exatamente de original. O personagem principal é Mano (voz de Elijah Wood em inglês e Daniel de Oliveira, em português), um pingüim que nasce sem a aptidão para o canto, muito valorizada por sua comunidade, já que é cantando que conquistam o sexo oposto e se perpetuam. Característica real dessa espécie, cada um deles têm sua
própria "canção", que aos ouvidos humanos soa como um ganido. Mano, no entanto, sabe sapatear sobre o gelo com a desenvoltura de Gene Kelly em Dançando na Chuva. E Aliás, já sai do ovo fazendo seu número, o que espanta o pai, Memphis (Hugh Jackman): "O que é isso, menino?", pergunta. "Estou feliz. E meus pés também", diz o recémnascido. Já Norma Jean, a mãe (Nicole Kidman) acha tudo muito bonitinho. Evidentemente, Mano será rejeitado. Depois de enfrentar humilhações nas aulas de canto, nas quais se destaca Glória (Brittany Murphy) por quem, por um breve período, o pingüim parece ter interesse
além da amizade. O fato é que todos acham muito estranho o hábito de mexer os pés, e culpam seu dom exótico pela crescente escassez de peixes na região. Isso estaria aborrecendo os deuses. O adolescente Happy Feet vai procurar a sua turma, encontrando os pingüins de Adélia, que falam com sotaque espanhol, são baixinhos, animados, cheios de ginga, meio bobos, e adoram sapateado. Para descobrir quem está roubando a comida, o grupo se une e recorre ao guru Amoroso – no original, Robin Williams; em
português, voz de Sidney Magal –, que carrega no pescoço um estranho ornamento, feito de argolas plásticas usadas para prender um six-pack de latinhas de bebidas. O enfeite revelase parte da resposta ao problema. O vilão de verdade - nenhuma surpresa - acaba por revelar-se o homem. Depois de ser capturado e ficar confinado em um oceanário, Mano chega, miraculosamente, a um final feliz para sua saga. Ele dispensa Glória, alegando ser "diferente". Mas consegue contagiar todos com a sua dança. Happy Feet, com custos divulgados de US$ 100 milhões, arrecadou US$ 41,5 milhões no final de semana de estréia, nos Estados Unidos, batendo Cassino Royale, nova aventura do agente 007, cuja bilheteria somou R$ 40,8 milhões no mesmo período. No Brasil os dois longas não concorrem diretamente, já que o épico gelado dos pingüins estréia nesta sexta (24) e 007 só chega em dezembro.
Atacados por leões marinhos (acima) e Mano ainda pequeno
Fox Film/Divulgação
Happy Feet - O Pingüim (Happy Feet, Austrália/EUA, 2006, 87 minutos). Direção: George Miller.
Rachel Weisz e Hugh Jackson
Fonte da Vida (Th e Fountain, EUA 2006, 96 minutos). Direção: Darren Aronofsky. Com Hugh Jackman e Rachel Weisz.
O Segredo dos Animais
George Miller, o diretor da animação
OUTRAS ESTRÉIAS Rita Alves
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.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor (C.R.A.Z.Y., Canadá, 2005, 127 minutos). O longa dirigido por JeanMarc Vallée narra uma história de dois casos de amor. Um amor de um pai pelos seus cinco filhos e o amor de um filho pelo pai. Um amor tão forte capaz de fazê-lo viver uma mentira. O filho, Zac Beaulieu, nascido em 25 de dezembro de 1960, é diferente de todos os irmãos e tenta desesperadamente encaixar-se. Durante 20 anos, a vida o guiará por caminhos inesperados e surpreendentes, levando-o a aceitar sua verdadeira natureza e, ainda mais importante, levando seu pai a amá-lo como realmente é. A música tem um papel especial no filme. A trilha sonora de 1970 representa mais que um fundo musical. Na família Beaulieu, ela parece ter um poder mágico. Entre elas est ãoSpace Odity, de David Bowie, Pink Floyd, Rolling Stones e especialmente, Crazy, de Patsy Cline. A história de C.R.A.Z.Y. passa uma mensagem otimista sobre a vida, positiva e feliz.
Ipanema, superam diferenças e passam a viver uma emocionante história de amor em meio à efervescente vida cultural do Rio de Janeiro, em 1972.
N Pandora Filmes/Divulgação
nhando alguns prêmios em festivais e que declara, misteriosamente, o que pretende da vida: “Quando vou ao cinema, gosto de ser levado, de ser transportado. Espero que meus filmes levem as pessoas a lugares nunca vistos, mas especialmente quero diverti-las”. Ele tem concorrentes de peso no chamado cinema de imaginação (é só lembrar Steven Spielberg e Tim Burton, entre vários) e sua busca pelo Eldorado, onde todos querem viver para sempre, emperra numa incomunicabilidade impiedosa, e como em outros eldorados não é alcançada. Até seus atores já foram transportados para lugares melhores (Hugh Jackson foi o Wolverine de X Men e Rachel Weisz ganhou um Oscar por O Jardineiro Fiel). Como todos os que se defrontam com o espetáculo, eles parecem perplexos com o que se passa em volta deles. Há muito tempo não se via na tela uma obscuridade tão grande, uma espécie de elixir de longa vida em versão envenenada , ou da historia do mundo contada pelos Trapalhões, só que sem graça.
s organizações nãogovernamentais (Ongs) de proteção aos animais que me perdoem. Mas ninguém agüenta mais ouvir falar em bichos. No cinema. Nem mesmo as crianças. Elas continuam frequentando as salas de exibição e as locadoras por falta de alternativa. Dos nove filmes infantis em cartaz em São Paulo, quatro são animações com animais. Incluindo Deu a Louca na Chapeuzinho, que tenta subverter a história da até então frágil menininha de gorro vermelho e seguir a linha de Shrek. Mas sem sucesso. Não chega nem aos pés do ogro e sua trupe. Quem vê o trailer acaba se decepcionando – e muito – com o filme. Se for ao cinema com seu filho, aproveite para levar um bom travesseiro. Hollywood precisa se reciclar, voltar a produzir longas infantis com enredos inteligentes, como o imperdível Monstros S.A. Ninguém agüenta mais bichos nas telas. É a história de um urso-pardo domesticado que se enrola com um cervo em O Bicho vai Pegar. Um boi e seu filho adotivo problemático em O Segredo dos Animais. E, agora, um pingüim. Mais um animal com problemas sociais, que nasceu diferente, delicado. Qualquer semelhança com Lenny, o tubarão branco vegetariano do filme Espanta Tubarões é mera coincidência.
Nzinga: "chamado do tambor" é o atrativo
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Croco dilo (Il Caimano, Itália/França, 2006, 112 minutos). O cineasta de fitas de baixo orçamento Bruno Bonomo (Silvio Orlando) está falido e enfrenta problemas no casamento. Numa tentativa de apostar na sorte, o produtor de filmes B decide apostar no roteiro entregue por uma diretora estreante. A história da novata é baseada no primeiro-ministro italiano Silvio
Berlusconi e isso acaba trazendo problemas para conseguir financiamento. Dirigido por Nanni Moretti .
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972 (Brasil, 2006, 104 minutos). Eles não tinham nada em comum - apenas a paixão pelo rock. Embalados por um novo som no cenário nacional, o suburbano Snoppy (Rafael Rocha) e Júlia (Dandara Guerra), moderna garota de
zinga (Brasil, 2006, 87 minutos). Documentário musical sobre a cultura afro-brasileira, cuja estrutura narrativa se traduz por um jogo de búzios. O "chamado do tambor" é o atrativo que fisga Nzinga, protagonista do documentário. Viajando pela estrada da percussão nas locações de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, ela conhece diferentes ritmos, grupos musicais e coreográficos, procurando e encontrando sua integração na sociedade brasileira. Os números musicais brasileiros são editados em contraponto aos números filmados em Angola onde, no século 17, viveu e reinou a Rainha Nzinga, guerreira famosa cujo nome serve de batismo à protagonista do filme. No elenco Taís Araújo, Léa Garcia, Naná Vasconcelos, Paulão,Mestre Leopoldina, Nestor Capoeira.
A nova safra de animações traz bichos humanizados, espertos, que querem sempre levar a melhor. E que só comem porcarias, como RJ, o guaxinim oportunista do filme Os Sem-Floresta que, junto de outros animais, invade casas em busca de salgadinhos, bolachas e chocolates. Tudo que os pais lutam para reduzir na dieta de seus filhos. Com tantos animais soltos nas telas, daqui a pouco vai ter pai solicitando ao Ibama a liberação da caça. Desta vez, Boog, o urso-pardo do filme O Bicho vai Pegar, que tinha uma vidinha regrada ao lado de sua dona, pode não ter tanta sorte na luta contra os caçadores e virar troféu em alguma sala de estar. Sugiro que permaneçam no zoológico ou voltem aos seu habitat natural e sumam das telas dos cinemas. Pelo menos por um tempo.
Deu a Louca na Chapeuzinho
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Planalto Congresso Corr upção Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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O encontro (de petistas para falar do dossiê) foi a pedido de Bargas. Aloizio Mercadante
CPMI VAI OUVIR GEDIMAR E LACERDA
ABEL: VEDOIN OFERECEU DOSSIÊ CONTRA PT
Celso Junior / AE
Eymar Mascaro
Acerto de contas
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presidente Lula está confirmando presença no encontro do Diretório Nacional do PT, no fim de semana, em São Paulo. Se não fizer forfait, o presidente vai ouvir a choradeira de petistas que não se conformam com a perda de espaço no governo para facilitar os entendimentos com outros partidos, como o PMDB. O partido deve debater também como deve ser o estilo de Lula governar neste segundo mandato. Tratase de uma interferência que não agrada o presidente. Lula não deseja receber sugestões das facções que dominam o PT, e que querem mudanças na economia.
Em depoimento à PF, o empresário disse que o dono da Planam tentou lhe oferecer documentos que prejudicariam Mercadante. "Ignorei", afirmou.
TRATADO Os petistas vão aproveitar a reunião para fazer uma avaliação das eleições. É possível que a cúpula aprove a realização do encontro nacional no 1º semestre de 2007. Os membros querem modificar o estatuto do partido e diminuir de três para dois anos a duração do mandato do presidente
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empresário Abel tância, não me interessou o que Pereira negou on- ele ofereceu. Ignorei", disse. Os próximos – A CPMI martem, no depoimento à CPMI dos San- cou para a próxima terça-feira guessugas, as acusações feitas o depoimento das duas últipela família Vedoin de que ele mas testemunhas: o advogado intermediava a liberação de Gedimar Passos e o ex-coordeemendas para a Saúde com o nador da campanha de Mercaentão ministro Barjas Negri, dante ao governo de São Pauem 2002. Pereira, segundo a lo, Hamilton Lacerda. Agência Câmara, disse que esGedimar foi preso no dia 15 teve no ministério apenas uma de setembro em São Paulo com vez, acompanhado do então R$ 1,75 milhão para a suposta compra do dossiê. prefeito de Jaciara (MT), que precisaJá Lacerda é apontado pela PF como o va liberar verbas para a construção homem que entregou o dinheiro para de um hospital no município. Gedimar. Não conheço O presidente da O e m p r e s á r i o essas disse desconhecer CPMI, deputado empresas, não as empresas para as Antonio Carlos Bisquais a família Ve- tenho contato caia (PT-RJ), infordoin teria repassa- com elas, mou que o relatório final da comissão do dinheiro em no- sequer sei se me dele. "Não co- existem. deve ser apresentado até o dia 15 de nheço essas empreAbel Pereira dezembro. Ele dessas, não tenho cartou a possibilicontato com elas, sequer sei se exisdade de prorrogar tem." Pereira também disse os trabalhos para janeiro, afirque já colocou à disposição o mando que não deverá haver convocação extraordinária do seu sigilo bancário e fiscal. Ele confirmou que foi procu- Congresso nesse período. rado por Luiz Antônio Vedoin Segundo a Agência Senado, em agosto passado e que este a CPMI fará audiências na prólhe ofereceu documentos que xima semana com a Controlacomprometeriam o senador doria-Geral da União, o TribuAloizio Mercadante (PT-SP) nal de Contas da União e com com a liberação de verbas para deputados da Comissão Mista a Saúde. Segundo Abel, Ve- de Planos, Orçamentos Públidoin queria repassar essa do- cos e Fiscalização, para evitar cumentação ao PSDB. "Esse as fraudes investigadas pela encontro foi totalmente inútil comissão. (AE) (Veja mais inforpara o Vedoin. Não dei impor- mações na página 5)
Abel disse ter colocado seus sigilos fiscal e telefônico à disposição.
MERCADANTE CONTRADIZ BARGAS Houve uma reunião para falar do dossiê, disse.
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m depoimento dado à Polícia Federal (PF), o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) contradisse as declarações feitas pelo ex-secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Oswaldo Bargas, à CPMI dos Sanguessugas e à própria PF. Mercadante, que depôs em sigilo ao delegado Diógenes Curado, em Brasília, informou que, no início da noite de 4 de setembro, 11 dias antes do estouro do escândalo do dossiê, teve uma reunião com Bargas e com o ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil (BB) Expedito Veloso, acompanhada pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC), na qual os dois informaram que os Vedoin escondiam informações sobre irregularidades no governo tucano no Ministério da Saúde. Eles mencionaram a existência do empresário Abel Pereira
como intermediário na liberação de recursos para ambulâncias. Segundo o senador do PT de São Paulo, no encontro, Bargas sugeriu que o PT usasse a audiência no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, marcada para o dia seguinte, com o objetivo de vincular o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), o prefeito de Piracicaba, no interior do Estado, Barjas Negri, e Pereira ao esquema sanguessuga. O empresário Luiz Antônio Vedoin deporia no conselho e a proposta era pressionálo durante a reunião para que contasse o que sabia a respeito de irregularidades. "O encontro foi a pedido de Bargas. Eles estavam juntos e Expedito Veloso, que eu não conhecia, estava mais informado sobre os detalhes", disse o petista, que falou sobre o conteúdo do testemunho. (AE)
QUEBRA DO SIGILO DE CASEIRO PODE VIRAR INQUÉRITO
Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)
I - Lei da publicidade externa Marcel Domingos Solimeo, Superintendente Institucional e Diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP
II - Projeto de aumento do IPTU Reunião do Prefeito com entidades de classe. Relato pelo Vice-presidente Valmir Madázio
III - Outros assuntos
Dia: 27 de novembro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar
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procurador Geral da República, Antônio Fernando de Souza, analisa a possibilidade de abertura de inquérito para investigar a atuação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, no episódio da quebra do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa. O pedido de investigação foi encaminhando nesta semana pelos procuradores Lívia Tinoco e Gustavo Pessanha. Os dois, que atuam na primeira instância no Distrito Federal, requerem que seja apurada a suposta prática de crime de prevaricação por parte de Bastos. Para os procuradores, há suspeitas de que o ministro não teria cumprido com o seu dever funcional de informar à Polícia Federal fatos de seu conhecimento relacionados à quebra do sigilo de Nildo. Lívia e Pessanha são responsáveis no Ministério Público pela investigação da quebra dos sigilos bancários do caseiro, que tinha conta na Caixa Econômica Federal. Por ser ministro, Bastos tem privilégio de foro. Qualquer investigação a seu respeito deve tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF), sob o acompanhamento da Procuradoria Geral da República e cabe a Antônio Fernando de Souza avaliar se a investigação deve ou não ser aberta. Não há prazo para a decisão de Souza sobre o pedido. (AE)
ADESÕES O partido vai discutir ainda as condições de coalizão com outras legendas, sobretudo o PMDB. Entendem os petistas que a adesão deve ocorrer em cima de projetos, e não apenas para que o PT consiga maioria no Congresso.
SOCIAL Uma coisa, porém, os petistas vão fazer questão de informar o que Lula está cansado de saber: que o partido tem fortes ligações com os movimentos sociais e que, portanto, deve conservar os ministérios do setor. O PT não vai abrir mão também de ministérios fortes, como o da Fazenda e a chefia da Casa Civil.
reivindicando a candidatura à sucessão de Gilberto Kassab (PFL).
FORA DO CARGO Ricardo Berzoini não deve ser reconduzido à presidência do PT, como deseja. Berzoini deixou o cargo depois das suspeitas de seu envolvimento com o dossiêgate. Portanto, os petistas vão manter na presidência a interinidade de Marco Aurélio Garcia.
VETO Como as eleições já passaram, Lula vai vetar o 13º salário às familias que recebem o Bolsa-Família. O presidente não está preocupado com o desgaste que pode sofrer. O 13º foi aprovado pela oposição no Congresso e o projeto é de autoria do senador Efraim Moraes (PFL-PB).
ELEIÇÃO Durante o encontro, os petistas também vão sinalizar que pretendem para o partido a presidência da Câmara, embora a legenda não possua a maior bancada. O PT elegeu 81 deputados, contra 89 do PMDB. O partido já tem um candidato, o paulista Arlindo Chinaglia.
PRECAUÇÃO Depois de conseguir o apoio do PMDB, Lula se prepara para convidar o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, para uma conversa franca. Há sinais de que Tasso deve aceitar a oferta por ser presidente do partido. Mas o apoio do PSDB será difícil Lula conseguir.
ADVERSÁRIO
NEGATIVA
Apesar da pretensão dos petistas, Lula deve manter sua preferência pela continuidade de Aldo Rebelo (PC do B). Lula admite que, se Aldo não continuar, o PT poderá enfrentar um adversário perigoso, o PMDB. Fala-se, no entanto, que PT e PMDB podem se unir para disputar a presidência da Câmara.
A princípio, Fernando Henrique Cardoso deve recusar o convite para dialogar com Lula. O expresidente continua sendo alvo de críticas de Lula. FHC poderia aceitar o convite se o PT apresentasse uma agenda prévia do diálogo. O PSDB tem medo de ser cooptado pelo governo.
CANDIDATOS O presidente do PMDB, Michel Temer, reivindica para o partido a presidência da Câmara. Temer deixou claro o seu desejo durante o encontro com Lula essa semana. O PMDB tem três pretendentes à candidatura: Geddel Vieira Lima (BA), Eunício Oliveira (CE) e o próprio Temer (SP).
PREFEITURA No encontro de fim de semana, a cúpula do PT quer evitar o debate sobre a eleição de prefeito em São Paulo. O partido já tem candidato: Marta Suplicy, que já foi prefeita da capital paulista. Até agora não surgiu nenhum outro petista
DECISÃO Michel Temer confirma para terça-feira a reunião da Comissão Executiva para debater os termos do apoio do PMDB ao governo Lula. Ainda não está decidido qual o número de ministérios que o PMDB terá. Fala-se em cinco ou seis, além de cargos no 1º escalão e em empresas estatais.
PARALELO Além da CPI que será formalizada no Senado, também o TCU deve fiscalizar a liberação de verbas públicas para Ongs eventualmente ligadas ao PT. A fiscalização deve incluir a liberação de verbas da Petrobras para as mesmas Ongs. O pedido foi feito pelo deputado Roberto Freire (MD).
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 24, 25 e 26 de novembro de 2006
Já há redução de área plantada de laranja e substituição por cana e eucalipto. Marcos Jank, do Icone
NEGÓCIO DE R$ 6 BILHÕES NA WEB
UNIÃO DO SUBMARINO E AMERICANAS.COM CRIARÁ O MAIOR PORTAL DE COMÉRCIO ELETRÔNICO DO PAÍS
MEGAFUSÃO MUDA CENÁRIO DA WEB Fotos: Marcos Fernandes/LUZ
A
Americanas.com e o site Submarino confirmaram ont e m e s t a r n e g ociando uma fusão, que poderá resultar na criação da B2W Companhia Global de Varejo. A fusão criará o maior site de comércio eletrônico do País, com valor de mercado na casa de R$ 6 bilhões. A B2W, que deverá ser listada no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), nasce com faturamento bruto de R$ 1,6 bilhão até setembro (pouco mais de R$ 563 milhões do Submarino e R$ 1 bilhão da Americanas.com). Pelo acordo, a Lojas Americanas, controlada por Jorge Paulo Lemann, Beto Sucupira e Marcel Telles, terá 53,25% da nova empresa, enquanto os acionistas do Submarino ficarão com 46,75%. A venda de produtos será feita pela internet, televendas e quiosques. Lemann, Sucupira e Telles são ex-donos do Banco Garantia e já estiveram envolvidos em outras megafusões como a que resultou na criação da Ambev, em 1999, quando a Brahma se juntou à Antarctica. Em 2004, a nova empresa se juntou à belga Interbriew, formando a maior cervejaria do mundo, a Inbev. Lemann aparece hoje na 200ª posição no ranking das pessoas mais ricas do mundo, divulgado pela revista Forbes, com US$ 3,4 bilhões. Telles ocupa o 512º lugar, com US$ 1,5 bilhão, e Sucupira é apontado como o 606° mais rico do mundo, com US$ 1,3 bilhão. O site Submarino, desde
março de 2005, está submetido às regras de governança corporativa do Novo Mercado e não tem um sócio controlador. A expectativa é de que a fusão seja concluída até 31 de dezembro e está sujeita à aprovação dos acionistas do Submarino e da Americanas.com. A Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, e a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, vão analisar em conjunto a fusão
1,6
bilhão de reais é o valor inicial da B2W, dos quais R$ 563 milhões de faturamento do Submarino e R$ 1 bilhão da Americanas.com
bilionária das duas lojas de comércio eletrônico. A B2W será co-presidida pelos atuais presidentes da Americanas.com, Anna Saicali, e do Submarino, Flávio Jansen. A companhia terá sede social em São Paulo, com centros operacionais na cidade e também no Rio de Janeiro. Os assessores financeiros do negócio são o Banco Credit Suisse, pelo Submarino, e o Citigroup, pela Lojas Americanas. A assessoria jurídica fica-
rá a cargo dos escritórios Mattos Filho Veiga Filho Marrey Jr. e Quiroga Advogados, pelo Submarino, e Barbosa, Müssnich e Aragão Advogados, pela Lojas Americanas. Cada ação atual do Submarino será substituída por uma ação de B2W. E os detentores desses papéis receberão uma distribuição extraordinária de R$ 500 milhões. Já a Lojas Americanas fará uma capitalização de R$ 175 milhões da Americanas.com antes da conclusão da transação. A Lojas Americanas assinará um termo, conhecido como "standstill", no qual é limitada, entre outros pontos, sua capacidade de adquirir ações adicionais da B2W, além de níveis pré-determinados e sem a aprovação da maioria dos membros independentes do Conselho de Administração. Vazamentos – A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai pedir o apoio da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) para acabar com os constantes vazamentos de informações em operações de fusão, aquisição e incorporação no mercado de capitais brasileiro. O mais recente foi identificado nesta semana na fusão da Americanas.com e o Submarino. Nos últimos 30 dias, as ações do Submarino subiram cerca de 30%, bem acima dos 8,5% registrados pelo Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa). "O que deveria ser exceção está virando regra", disse o presidente da CVM, Marcelo Trindade. (Agências)
Para economista, País só crescerá com reformas
O
s ventos da economia mundial deverão continuar favoráveis para o Brasil em 2007, com o crescimento do Japão, da Europa e da China compensando uma pequena retração dos Estados Unidos. Mas o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, só irá além dos 3,3%, no ano que vem, se forem feitas algumas reformas, que assegurem os investimentos produtivos. Esse é, em linhas gerais, o quadro apresentado pelo economista chefe do Votorantim Asset Management, Fernando Fix, para líderes empresariais que participaram ontem da última reunião de conjuntura deste ano, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Nas projeções mais otimistas ficou sempre o "senão" das reformas, ou pelo menos parte
delas, para aliviar as despesas com a Previdência (2% do PIB), do gasto com pessoal (4,8% do PIB) e de custeio com a máquina pública (4,8% do PIB). Sem a reversão dessa estrutura, segundo o economista, será difícil imaginar um crescimento sustentado de 5% como deseja o governo. "Pois apenas 0,7% do PIB para investimentos é muito pouco", observou. De qualquer modo, nas projeções para 2007 ficou claro que um crescimento superior ao previsto para o fechamento deste ano, de 3%, não é impeditivo para a manutenção da curva de queda dos juros básicos, que devem bater 13,25% em 2006 e 12% no final de 2007. Se a inflação não preocupa – a projeção para 2007 é de que fique abaixo da meta fixada do governo, em 4,4% – o câmbio (real valorizado) continuará a
incomodar muita gente, mas sem grandes mudanças pela frente, para cima ou para baixo. Fix acredita que o dólar deverá fechar 2006 na casa dos R$ 2,15, e 2007 a R$ 2,25, com dois efeitos práticos: a redução da competitividade da indústria brasileira e o aumento das importações. O economista mostrou que as vendas do varejo no mercado interno continuarão a crescer mais do que a produção industrial, "sendo que essa diferença está sendo compensada com as importações", explicou. Além disso, os fatores que vão garantir um desempenho médio de crescimento de 5% para o varejo no ano que vem já estão dados: ampliação do crédito, massa salarial em expansão e maior confiança do consumidor. Sergio Leopoldo Rodrigues
Empresários desanimados
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s vendas no varejo paulista continuam crescendo pouco ou quase nada, a indústria está ameaçada pelo real valorizado em relação ao dólar, e a agricultura não enxerga luz no fim do túnel. Para compensar o baixo crescimento econômico interno, a demanda internacional aquecida favorece o preço das commodities em geral e das metálicas, em especial. Os relatos feitos ontem durante a reunião de conjuntura da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostram, salvo raras exceções, um sentimento de desânimo de líderes empresariais de vários setores da indústria, comércio e serviços. O varejo de vestuário, por exemplo, prevê um crescimen-
to baixo para este ano, na casa dos 2% em São Paulo e na região Sul do País, onde a agricultura sofreu muito em 2006. Um grande atacadista observou que nos estados, sobretudo do Nordeste, onde os programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família, foram mais intensos, o crescimento do varejo deverá ser bem superior ao registrado no Sudeste e no Sul. A boa notícia é que em outubro houve alguma recuperação das vendas. Porém, ela não deverá ser mantida em novembro, que, com os feriados, teve menos dias úteis. Câmbio – As preocupações relatadas pelas indústrias de autopeças e têxtil têm um ponto comum: o real valorizado e as ameaças que vêm da China.
Um representante do setor de autopeças disse que os chineses estão investindo US$ 165 bilhões em uma base exportadora do setor, que pode representar uma grande ameaça para a indústria brasileira no curto prazo. "Se o governo não se mexer logo em tecnologia e na questão trabalhista, nosso mercado terá anos difíceis". O setor de alumínio cresce lentamente no mercado interno. As embalagens de algodão vão bem, puxadas pelas exportações de carne suína. Químicos, farmacêuticos e móveis estão "andando de lado". O maior lamento vem de um líder da agricultura. "O agronegócio está morto. O dólar desvalorizado em relação ao real matou a economia no Brasil." (SLR)
Marcos Fava, coordenador do Pensa (à esq.): é preciso unir a cadeia produtiva do setor de laranjas
Laranja: falta organização
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m levantamento realizado junto à cadeia produtiva da laranja mostra que o setor precisa de uma organização mais representativa para manter sua hegemonia e velocidade de crescimento. O estudo, que teve como coordenadores os professores da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Marc o s F a v a N e v e s e M a rc o s Sawaya Jank, apresenta como sugestão para melhoria da cadeia uma organização que envolvesse todo o setor: indústria, citricultores e facilitadores (logística, concessionárias de rodovias e embalagens). Segundo Marcos Fava, também coordenador do Programa de Estudos do Sistema Agroindustrial (Pensa), o objetivo da organização seria o crescimento sustentado. A coordenação da cadeia seria privada, independente do governo, a exemplo da União Nacional da Indústria Canavieira (Unica), e a participação e fi-
nanciamento, obrigatória para produtores e indústria. Para melhorar o setor, seria fundamental a transparência nos preços e definição de um modelo de contrato-padrão de longo prazo entre indústria e produtores. Marcos Jank, que preside o Instituto de Estudos de Comércio e Negociações Internacionais (Icone), espera que o estudo seja uma ferramenta para a abertura de debate sobre o assunto. Alguns representantes da c a d e i a j á re c e b e r a m u m a amostra das propostas contidas no estudo e se manifestaram favoráveis, mas não houve unanimidade. "O ideal seria que novas lideranças do setor surgissem para uma discussão mais ampla para mudança de paradigmas", afirmou Jank. Apesar de forte domínio do setor – o Brasil detém 30% da produção mundial de laranja e 59% de suco de laranja –, o risco de queda de produção não pode ser descartada. "Problemas contratuais e de doenças como o greening e a
morte súbita podem prejudicar os citros", disse Jank. Plantio – Já há uma redução de área plantada de laranja em substituição à cana-de-açúcar e eucalipto. Muitos citricultores estão arrendando as terras para a cana e deixando de se preocupar com investimentos nos citros, necessários para o crescimento e novas formas contratuais. Segundo Neves, o faturamento por hectare de citros (US$ 160 milhões) é maior que o de cana (US$ 90 milhões), dependendo do investimento tecnológico. Na opinião dos especialistas, a crise contratual de compra de laranja pelas indústrias, que já dura 13 anos, poderia servir para o aprimoramento de contratos de longo prazo para que se reduza o oportunismo e o risco de volatilidade de preços ao produtor. Instituições neutras poderiam medir o custo e preço da laranja, tanto a destinada para a indústria como para o consumo ao natural no mercado externo e interno. Adriana David
IBGE: desemprego estável
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taxa de desemprego ficou praticamente inalterada no mês de outubro (9,8%) em relação a setembro (10%), mas chegou ao menor nível apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde janeiro. Por outro lado, o rendimento real dos trabalhadores das seis principais regiões metropolitanas do País teve crescimento em todas as bases de comparação. Cimar Azeredo, gerente da pesquisa mensal de emprego, avalia que outubro mostrou "um cenário favorável para o mercado de trabalho", mesmo sem a geração significativa de postos de trabalho em relação a setembro. Ele disse que a formalidade continuou alta. O número de ocupados com carteira assinada aumentou
0,8% na comparação com setembro e 6,7% em relação a outubro do ano passado. Segundo Azeredo, o mercado de trabalho "nunca esteve tão formal como está agora" desde o início da série histórica da pesquisa, em março de 2002. Ele exemplifica, dizendo que o percentual de ocupados com carteira assinada subiu para 41,5% em outubro deste ano, a maior fatia para os formais registrada desde o início da série. Em outubro do ano passado, por exemplo, o percentual de ocupados com carteira era de 40,1%. Setores – Azeredo atribuiu a elevação no número de ocupados com carteira assinada ao aumento do rendimento e às contratações em setores mais formalizados, como a indústria. "Isso pode resultar de um
cenário econômico mais favorável, que permite que as empresas contratem com carteira", afirmou o técnico. No embalo do aquecimento da economia no final do ano, o número de trabalhadores no comércio cresceu 3,1% em outubro ante setembro, enquanto na indústria houve expansão de 1,2%. Azeredo avaliou que essas altas são um sinal de que já há contratações no varejo para o Natal e também na indústria, para atender à demanda das encomendas do comércio. O aumento de 1,2% na renda dos trabalhadores ante setembro e 5,4% em relação a outubro de 2005 é conseqüência do processo de recuperação do poder de compra dos trabalhadores que vem ocorrendo há meses, resultado do reajuste do salário mínimo. (AE)
Cresce emprego com carteira
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s empresas abriram em outubro 129,7 mil vagas com carteira assinada no mês passado, o que representa alta de 9,8% em relação a outubro de 2005, quando foram criados 118,1 mil postos formais. Os dados, divulgados ontem, são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Esse foi o segundo melhor resultado registrado em meses de outubro desde o início da série histórica em 1991. O mi-
nistro do Trabalho, Luiz Marinho, atribuiu a melhora ao aumento do consumo interno. "Não há milagre para gerar empregos: tem que haver crescimento econômico e aumento de consumo. É isso que determina a produção", afirmou Marinho, acrescentando que em novembro a geração de empregos deverá, de novo, superar o número registrado em igual mês de 2005. Na comparação com setembro, no entanto, houve redução na oferta de novos postos
formais em outubro, o que deve se repetir em novembro. Isso ocorreu porque, sazonalmente, nos três últimos meses do ano a oferta de vagas se reduz por causa de ajustes que as empresas começam a fazer em seu quadro de pessoal. De janeiro a outubro, o saldo positivo de postos formais está em 1,513 milhão, ante 1,526 milhão em igual período do ano passado, uma redução de 0,87%. Marinho manteve a aposta na geração de 1,25 milhão de postos em 2006. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LOGO
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Flávia Piovesan, estudiosa e professora da PUC-SP, sobre o julgamento de militares que cometeram crimes durante a ditadura
Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/
24 Divulgação
Não há como continuar admitindo esse pacto de silêncio, essa concessão. Pelos parâmetros civilizatórios, quando há uma grave violação dos direitos humanos, o Estado tem o dever de investigar, processar, punir e reparar a violação, não sendo admitidas concessões recíprocas
sexta-feira, sábado e domingo, 24, 25 e 26 de novembro de 2006
NOVEMBRO Marechal Castello Branco promulga Constituição e legitima governo militar (1967) Morte de Freddie Mercury, vocalista do Queen (1991) Pagamento da DCide
V ENEZUELA C A R T A Z
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TEATRO
Chávez, líder absoluto Pesquisa mostra que 59% da população reelegeria o atual presidente
Paulo Autran
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Paulo Autran em O Avarento, de Molière. Última semana. Teatro Cultura Artística. Rua Nestor Pestana, 196. 21h. R$ 80. Telefone: 3258-3344.
R EPRODUÇÃO
Pornografia para animar pandas Após anos de pesquisas exaustivas, cientistas dizem ter causado um "baby boom" entre um dos animais mais ameaçados de extinção do mundo, o panda gigante chinês. Um pouco de pornografia ajudou, afirmam. "Funciona", diz um entusiasmado Zhang Zhihe, importante especialista chinês, sobre exibir vídeos do acasalamento de pandas a machos virgens. Esta é uma das muitas técnicas testadas ao longo dos anos para levar os pandas mantidos em
grande maioria dos venezuelanos planeja votar em Hugo Chávez nas eleições presidenciais marcadas para o dia 3 de dezembro, de acordo com a pesquisa do instituto Ipsos a pedido da agência Associated Press divulgada ontem. Aproximadamente 59% de eleitores dizem que votariam em Chávez para um terceiro mandato, enquanto que outros 27% disseram que escolheriam o candidato da oposição, Manuel Rosales. Outros 13% consultados pela pesquisa da Ipsos disseram que estão indecisos ou não responderam ao questionário. De acordo com a AP, a pes-
quisa demonstra o apoio da população venezuelana à visão antiamericana do presidente Hugo Chávez. Desde que Chávez foi eleito pela primeira vez em 1998, ele tem se caracterizado como o líder esquerdista mais controverso da América Latina, tendo ganhado o notório prêmio de o que mais duras críticas fez ao governo dos Estados Unidos. Sobre a posição ideológica adotada pelo governo, a pesquisa mostra que cerca de 61% dos venezuelanos acreditam que a Venezuela está na direção certa, enquanto outros 31% dizem que é a errada. O levantamento encontrou diferenças importantes em re-
lação à preferência do eleitorado dependendo da faixa de renda. Os eleitores mais ricos provavelmente sustentariam Rosales, a classe média aparece dividida e os mais pobres apóiam fortemente Chávez (70% contra 16% a Rosales). Um total de 63% disseram que aprovam a administração de Chávez, embora 66% afirmam ver o presidente como autoritário e aliado próximo do líder cubano, Fidel Castro, que em julho passou o comando ao irmão devido a um tratamento de supostamente estaria fazendo contra o câncer. A pesquisa foi realizada entre 10 e 18 de novembro e ouviu 2,5 mil votantes na Venezuela.
C INEMA
Morre Philippe Noiret O ator francês Phillippe Noiret morreu ontem aos 76 anos. A causa da morte não foi divulgada, mas a Agência Artmedia afirmou que ele enfrentou "uma longa doença". Noiret atuou em 125 filmes, entre eles os célebres "O Carteiro e o Poeta" e "Cinema Paradiso". Ele também trabalhou em várias peças de teatro.
Gabriel Bouys/AFP
E M
http://www.biosstars.com/p/ philippe_noiret.htm
B RAZIL COM Z
Soldado de borracha
Toshifumi Kitamura/AFP
cativeiro – notoriamente, maus reprodutores – a transar, e a transar direito. O esforço para entender e estimular as condições de acasalamento e de cuidado para com os filhotes deu resultado na China, o hábitat natural do panda. Agora vem o próximo teste: fazer a mágica funcionar fora da China. O grande dia virá em janeiro, quando o pesquisador Prasertsak Buntragulpoontawee espera promover um acasalamento bemsucedido entre o macho Chuang Chuang e a parceira Lin Hui.
O brasileiro Alcidino dos Santos foi "soldado de borracha" durante a Segunda Guerra Militar. Ele e centenas de homens foram convocados pelo exército para ajudar os Estados Unidos a extrair borracha da Amazônia. Com o ataque japonês, os EUA perderam sua principal fonte de borracha, a Malásia. O que fez o país firmar um acordo com o Brasil. Hoje, aos 60 anos, Santos, afirma que foi "enganado e abandonado". "Estou perto do fim da minha vida, mas meu país deveria me tratar bem", disse.
A RTE AFP
http://www.nytimes.com/
C IÊNCIA
Peixe sim, mas com personalidade L
RITUAL – Hóspedes de um spa, em Tóquio, tomam banho com o vinho Beaujolais Nouveau para um tradicional ritual. Todos os anos, para comemorar a nova safra, o vinho é lançado na mesma hora e servido nos quatro cantos do planeta no mês de novembro.
E SPAÇO
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A National Gallery of Art, em Washington (EUA), inicia hoje uma exposição para celebrar o 100º aniversário da atriz e cantora Josephine Baker. As fotos são da coleção do Museum of Photographic Arts, de San Diego.
M ÉXICO
O céu não é o limite
I NTERNET
Telescópio é a maior Análise da obra de antena do mundo Gramsci na web O presidente do México, Vicente Fox, inaugurou um gigantesco telescópio que pode ajudar os cientistas a descobrir mais pistas sobre a criação do universo. O telescópio, que se assemelha a uma gigantesca antena parabólica para a captação de sinais de satélite, fica nas montanhas do estado de Puebla, na região central do país. A antena do telescópio tem um diâmetro de 50 metros e é a maior do tipo no mundo.
Já está no ar uma edição especial da Revista Digesto Econômico que traz uma análise completa do escritor e general da reserva, Sergio Augusto de Avellar Coutinho, sobre a obra do teórico italiano marxista Antonio Gramsci (1891-1937). Um resumo do livro já tinha sido publicado na revista. Mas a versão online traz todos os textos da explanação de Coutinho na íntegra.
G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
OVNI com controle remoto
Visite o museu do Ipiranga online
especiais/digesto/
A TÉ LOGO
index.cfm?page=1087
P RÊMIO
Repórter do DC recebe troféu A repórter Lúcia Helena de Camargo recebeu um prêmio da Câmara Municipal de São Paulo pela reportagem "Um jantar Inesquecível", publicada no Diário do Comércio. A nona edição do "Troféu São Paulo Capital Mundial da Gastronomia" dividiu a premiação em dez categorias. Lúcia, que ficou com a segunda colocação no item "Melhor Reportagem Publicada em Jornal", disputou o prêmio com mais 264 participantes. O primeiro lugar ficou para Davi Brandão, do Shopping News. www.dcomercio.com.br
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Anatel manda Telemar suspender campanha incorreta sobre o uso de planos alternativos Procurador da República vai ao STF contra devolução das férias de 60 dias para juízes
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http://www.mp.usp.br
http://www.pubs.royalsoc.ac.uk/
Concurso 171 da Lotofácil
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72612.asp?promo=homepage
Esse brinquedo sensacional tem quatro motores individuais e um sistema de estabilização por giroscópio. Ele é capaz de fazer manobras impressionantes no ar, se elevar e até flutuar no ar. O controle remoto alcança mais de 90 metros. Funciona com bateria recarregável e tem cerca de 60 cm de diâmetro. Custa cerca de US$ 200,00, na Hammacher Schlemmer.
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http://www.hammacher.com/publish/
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http://www.dcomercio.com.br/
O site do museu do Ipiranga traz sua história desde o projeto até seu acervo. É possivel acessar sua biblioteca, que tem mais de 26.000 livros, realizar uma pesquisa no seu acervo, com 125.000 unidades, entre objetos, iconografia e documentação arquivística, do seiscentismo até meados do século XX. A home também traz a agenda de cursos, seminários e um link para o Museu Republicano "Convenção de Itu", dedicado ao período conhecido como "República Velha" (1889-1930).
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epois do cosmonauta russo Mikhail Tyurin e o astronauta americano Michael LopezAlegria jogarem golfe no espaço, como estratégia publicitária de uma empresa canadense, de artigos esportivos, para atrair novos consumidores, novamente a Rússia surpreendeu a população mundial com a notícia do lançamento de um foguete com a logomarca da rede de restaurantes Pizza Hut. Não é a primeira vez que a agência investe em ações de marketing no espaço. Em 1971, houve uma partida de golfe na superfície da Lua, protagonizada pelo americano Alan Shepard, comandante da missão Apolo 14, em 1971. A agência espacial russa Roscosmos não revela o custo do anúncio.
Biólogos britânicos descobriram que diferentes trutas não só têm diferentes personalidades, como essas características mudam com os altos e baixos da vida do peixe. Vencer ou perder uma briga ou até mesmo ver outro escapar de um perigo influencia o seu comportamento futuro, de acordo com trabalho publicado no Proceedings of the Royal Society B. Durante a pesquisa também foi observada a audácia e a timidez de cada um, como acontece com as pessoas.
Os tradicionais edifícios paulistas, São Vito e Mercúrio, serão demolidos até o fim do ano
Concurso 1.679 da Quina 03
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Indicadores Econômicos
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Por cento foi quanto subiu as ações ordinárias do Submarino ontem na Bolsa de Valores de São Paulo.
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Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 20/11/2006 20/11/2006 20/11/2006 20/11/2006 20/11/2006
P.L. do Fundo 11.936.272,26 2.024.526,47 8.772.255,38 17.172.495,25 1.338.957,23
Valor da Cota Subordinada 1.264,327676 1.120,161945 1.181,622813 1.075,087184 1.144,137012
% rent.-mês 2,9127 0,5415 -0,9946 -2,8105 1,7735
% ano 29,4130 12,0162 18,1623 7,5087 14,4137
Valor da Cota Sênior 1.019,406775 1.106,473027 1.121,970535 0 0
% rent.-mês 0,6720 0,6169 0,6720 -
% ano 1,9407 10,6473 12,1971 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
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COMÉRCIO
OPINIÃO
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DOISPONTOS -77
Ousar, ousar e ousar
NEIL FERREIRA VIVANDEIRAS RONDAM OS BIVAQUES, ASSANHANDO GRANADEIROS sta frase genial foi pronunciada pelo marechal Castello Branco, primeiro presidente do regime militar que tomou o poder em 1964, quando detectou sérias resistências à sua idéia de promover eleicões livres já em 1965. Elas vinham especialmente de setores civis, que tinham certeza da vitória de JK e queriam impedi-la a qualquer custo, inclusive tentando seduzir influentes líderanças militares. Vivandeiras , segundo o Houaiss, são as mulheres que acompanham a retaguarda das tropas, levando e vendendo mantimentos e bebidas. São, também, membros civis da classe política, que provocam desentendimento entre os militares. O dicionário não registra, mas vivandeira já foi usada como sinônimo de prostituta. Bivaques são acampamentos militares. Granadeiros são a elite da tropa.
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ivulgou-se que o presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, ao receber na terça-feira passada as sugestões dos ministros para o programa de governo do segundo mandato, teria dito: "É preciso ousar!". Tem razão o senhor presidente. Os ministros haviam-lhe transmitido mais do mesmo prato requentado que vem desde o primeiro mandato FHC - quando reinava absoluta a prioridade de debelar décadas de inflação. Estabilizado o poder de compra da moeda é preciso ousar, se quisermos sair do marasmo em que estamos atolados há mais de duas décadas. Não é tão difícil ousar, como imaginam os ministros. O senhor presidente foi reeleito com 60,1% dos votos. A legitimidade de seu mandato não está sendo questionada. Sua Excelência fala a linguagem do povo. E o povo confia que o presidente, neste segundo mandato, ouse, promovendo mudanças. Para isso o reelegeu. Ousar é dizer que precisamos de um governo forte, mas unicamente para garantir o direito à vida, à liberdade, à propriedade, e à busca da felicidade, cada um à sua maneira. Só. Afinal, é tudo que nos falta e que mais precisamos. Ousar é garantir o direito à vida. Entre 1980 e 2000, o número de homicídios no País cresceu 130 por cento. São 600 mil homicídios ocorridos no período. Adicionando a esses números os suicídios e os acidentes de trânsito, nesses 20 anos o total passa de mais de dois milhões. Apenas a título de comparação, ao longo de toda a guerra do Vietnã (1965-1974), os números oficiais dão conta de 58.226 combatentes norte-americanos mortos ou desaEscreva para parecidos em ação. É preciso ousadia para doispontos@ exterminar o nosso massacre. dcomercio.com.br
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preciso ousar para garantir a liberdade. No quesito liberdade de imprensa, por exemplo, não estamos bem. Não é opinião minha, mas da organização independente Repórteres sem Fronteira. Essa organização compila um indicador de liberdade de imprensa com base em respostas a questões sobre ataques à mídia e a outras fontes indiretas de pressão contra a liberdade de imprensa. No relatório que acabou de ser divulgado no mês passado, o país ocupa 75º lugar em um conjunto de 168 países. O indicador de 2006 é o pior do período 2002-2006, interrompendo uma seqüência de melhorias entre 2003 e 2005. O senhor presidente pode e deve ousar, afirmando e demonstrando que não tolerará as recentes tentativas de amordaçar a liberdade de expressão no país. Ousar também é assegurar a liberdade econômica. Na publicação Índice da liberdade econômica de 2006, da Heritage Foundation, em um conjunto de 161 países, o Brasil ocupa a 81ª posição, junto com a Mauritânia. Estamos atrás da Suazilândia e da Bósnia e quase encostados no Senegal e na Namíbia. Dentre os fatores que explicam essa posição estão a alta intervenção do governo na economia, a elevada carga tributária e o alto grau de informalidade. Está nas mãos do presidente desregulamentar a economia (o que não requer mudanças constitucionais), propor a reforma tributária que todos desejam e ninguém faz,
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Dida Sampaio/AE
Acendeu uma luz no discurso requentado de Lula: é preciso ousar! G Ousar é
dizer que precisamos de um governo forte, mas unicamente para garantir o direito à vida, à liberdade, à propriedade, e à busca da felicidade. G Ousar
também é ter a humildade de reconhecer que nenhum governo pode tudo, nem é panacéia para resolver todos os problemas. G O povo
confia que o presidente, neste segundo mandato, ouse, promovendo mudanças. Para isso o reelegeu. G Fazer tudo
isso é muito ousar. Tomará tempo. É preciso dizer isso com clareza a cada um dos brasileiros.
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
e reduzir a informalidade, com a reforma trabalhista. Em outras palavras, assegurar aos cidadãos a liberdade de trabalhar, produzir, consumir e investir da forma que julgarem mais produtiva. Ousar é também garantir o direito de propriedade. Só em uma sociedade em que prevalece o Estado de Direito e a propriedade é protegida, se acumula capital e se promove o desenvolvimento. A garantia contra a expropriação da propriedade é o que assegura aos cidadãos a capacidade de fazer planos de longo prazo. Quanto menos protegidos são os direitos de propriedade, menor o investimento e o crescimento. Em seu primeiro mandato prosperaram as invasões de propriedades legitimamente adquiridas. O senhor presidente pode acelerar o investimento, como tanto deseja, assegurando que a lei será cumprida e os atentados ao direito de propriedade, punidos. Ousar também é acreditar nos brasileiros. Acreditar que saberemos, com dignidade e trabalho, cuidar de nós mesmos e de nossas famílias, sem a dependência material do welfare state caboclo, desse Estado paternalista e assistencialista que destrói os próprios fundamentos morais de uma sociedade próspera. Uma coisa é amparar os que, por vicissitudes da vida e independentemente de suas vontades, caíram. É responsabilidade moral de cada um dos cidadãos de qualquer sociedade civilizada cuidar dos seus, ajudar o próximo de boa vontade a se por novamente de pé. Mas não é responsabilidade moral de ninguém carregar indefinidamente os que, corrompidos pelo assistencialismo, deixam de assumir as suas responsabilidades e se tornam um fardo permanente para os seus concidadãos. inalmente, é preciso ousar que todos saibam que, na medida em que não interfiram na liberdade dos outros, cada um de nós é livre para levar a vida que julgar mais apropriada - a "buscar a felicidade à sua maneira", de que falava Kant. Ousar também é ter a humildade de reconhecer que nenhum governo pode tudo, nem é panacéia para resolver todos os problemas. No discurso de posse de seu primeiro mandato, o presidente Ronald Reagan afirmou apropriadamente que "Somos uma nação que tem um governo - e não o contrário". E concluiu: "O poder do governo é o que lhe foi dado pelo povo. É tempo de reverter o crescimento do governo, que dá mostras de haver crescido além do consentido pelos governados". O que não implica negar um papel ao Estado e aos seus governos. Fazer tudo isso é muito ousar. Tomará tempo. É preciso dizer isso com clareza a cada um dos brasileiros. Temos assistido nos últimos anos a um festival de ufanismo que a ninguém beneficia. Precisamos agora de ousadia da verdade, sem rodeios. Tomará muito tempo para materializar todas essas ousadias. Os frutos serão colhidos mais adiante do que desejaríamos. Ouse, presidente, e terá a gratidão de todos os brasileiros.
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ROBERTO FENDT É ECONOMISTA ROBERTO@DCOMERCIO.COM.BR
marechalpresidente não quis ou não conseguiu levar sua idéia adiante. Os possíveis candidatos civis, JK e Carlos Lacerda, foram cassados. De Castello a Tancredo, os militares criaram uma dinastia com parentesco não de sangue, mas de farda, só do Exército. Costa e Silva sucedeu Castello e foi sucedido por uma Junta, por motivo de saúde. Seguiram-no Médici, Geisel e João Esqueçam de Mim Figueiredo. Tancredo ganhou mas não levou, morreu antes da posse. Quem levou foi Sarney, vice de Tancredo, homem de confiança da ditadura, hoje Primeiro Homem do Presidente, que já o chamou de ladrão com todas as letras. Recordar é viver.
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igo isso porque vejo, leio, entendo, lembro. Sou zelite. Hoje, depois de ver a descarada compra de uma reeleição com os 25 milhões de votos do bolsa-esmola, a zelite que tem memória e mora dentro de mim sente um calafrio na barriga, não sei se justificado ou não. A homenagem feita em Brasília ao coronel
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Brilhante Ustra atraiu 1.500 anos de vidas militares. Eram 200 oficiais da reserva de altas patentes, 70 eram generais, cada um com 75 anos em média. O coronel Jarbas Passarinho, ex-ministro de todos os generaispresidentes e um dos signatários do famigerado AI-5, beirando os 90 anos, fez um discurso duríssimo. stra está sendo processado como torturador, foi reconhecido porque, ao contrário dos seus colegas de trabalho, exercia a nobre profissão sem disfarçar-se com um capuz. A primeira vítima a reconhecê-lo foi a atriz Beth Mendes, que o denunciou no ato, mas não é ela quem o processa. O processo é feito em nome de uma família, pai, mãe e tia, presos e torturados, de duas crianças então com 4 e 5 anos, seqüestradas e mantidas em cárcere privado. Ustra, com 74 anos, defende-se dizendo que houve uma Lei de Anistia para os dois lados, o que é verdade. E que está sendo vitimado por um movimento que visa a derrubar essa lei para, depois, ir em cima de todos os militares envolvidos com os porões do regime militar, como já aconteceu na Argentina, Uruguai e Chile. É aí que ele pode tocar fogo nos bivaques, que parecem ainda abrigar um número desconhecido de velhinhos daqueles tempos, ou de filhos e sobrinhos dos velhinhos daqueles tempos. As fotos que os jornais publicaram da reunião mostravam um mar de doces cabecinhas brancas ou calvas, mas sabe-se lá o que se passa nos cérebros que as habitam. Foto engana.
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epois da primeira eleição direta para presidente, a do Collor em 1989, os militares mantiveram conduta impecável. Mas sou paranóico e acho que todo equilíbrio é precário. É a primeira vez que vejo em todo esse tempo um grupo de oficiais da reserva com poder de influenciar oficiais da ativa. Não é só isso que me tira o sono. Some a isso a sonolência de quem você sabe muito bem quem é, que não acordou nem com o apagão aéreo, que nunca çabe de nada e talvez nem çaiba diçço aí, que acontece debaixo do seu (dele) nariz. Aposto que você também não vai conseguir dormir direito.
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NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
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primeira vez vejo oficiais da reserva com poder de influenciar os da ativa
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Nacional Empresas Imóveis Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 24, 25 e 26 de novembro de 2006
GOVERNO PAGARÁ 2/3 DA PRESTAÇÃO DA CASA PRÓPRIA
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bilhões de reais são movimentados pelo setor de condomínios todos os anos no Brasil
Fotos: Newton Santos/Hype
FUNDO USARÁ FGTS PARA SUBSIDIAR CASAS POPULARES O dinheiro será usado para o pagamento de dois terços do valor das prestações
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ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem novas medidas para incentivar a construção civil no País. Entre elas, a criação do Fundo da Construção Civil, que utilizará entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para subsidiar parte das prestações da casa própria para famílias de baixa renda (que ganham entre um e cinco salários mínimos). A idéia é que o fundo pague dois terços do valor da prestação e o restante fique por conta do mutuário. Por exemplo: se a prestação for de R$ 300, o mu-
tuário paga R$ 100 e o fundo, R$ 200. Com essa medida, o governo espera facilitar o acesso das famílias de baixa renda ao financiamento e também ativar as empresas do setor. Hoje, um fundo subsidia a casa própria, mas a ajuda não é na prestação, e sim na taxa de juros, que é inferior aos 12% ao ano mais Taxa Referencial (TR) cobrados nos financiamentos tradicionais. Os recursos do FGTS usados no novo sistema virão da diferença dos juros obtidos com a aplicação do dinheiro do fundo em títulos públicos – a maioria desses papéis é indexada à Selic – e dos juros pagos
como remuneração às pessoas que têm recursos no FGTS – equivalente a TR mais 3% ao ano. Hoje, o patrimônio do fundo é de cerca de R$ 170 bilhões, segundo o ministro. As empresas também serão beneficiadas: o governo reduzirá o prazo para o aproveitamento dos créditos de PIS e Cofins na construção ou reforma de instalações produtivas, de 20 a 25 meses para 18 a 24 meses. O custo dessa antecipação será de R$ 2,3 bilhões. Essa é uma antiga reivindicação do setor industrial, que já tinha sido estudada na época da edição da "MP do Bem", no ano passado. (Agências)
Empresas devem R$ 11 bi ao FGTS. Habitação perde.
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mpresas brasileiras dos mais variados portes e segmentos da economia devem, juntas, hoje, R$ 11 bilhões ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A soma corresponde aos valores que durante anos essas empresas descontaram todo mês do salário de seus empregados com carteira assinada, mas que não foram depositados em uma conta bancária vinculada em nome dos trab a l h a d o re s . Com isso, os R$ 11 bilhões não entraram no caixa do Fundo. O n ú m e ro de empresas devedoras do FGTS não é divulgado pela Secretaria de Inspeção do Tr a b a l h o (SIT), que cuida da fiscalização no que diz respeito a o r e c o l h imento e ao depósito dos val o re s . M a s a p e rd a o r i g inada desse d é b i t o é c onhecida. Sem o depósito mensal dos 8% do Fundo na conta vinculada, o primeiro impacto negativo recai sobre o próprio trabalhador: se perder o emprego, não terá o que sacar de uma conta que deixou de receber depósitos. Esse mesmo problema ocorrerá se ele quiser comprar um imóvel usando o FGTS. O trabalhador, no entanto, não está sozinho. Outro efeito ruinoso da inadimplência das empresas com o Fundo é sentido na prática pelo setor habitacional, já que uma das finalida-
des do FGTS é servir de fonte para o financiamento de políticas públicas voltadas à construção de imóveis de interesse social – aqueles destinados aos que têm renda menor. Fatia – Desde que, há 40 anos, o Fundo de Garantia foi criado como uma poupança compulsória para indenizar o trabalhador no caso de demissão sem justa causa, uma parte dos recursos é reservada, todo
ano, aos investimentos em habitação. "O dinheiro do FGTS é necessário ao mercado habitacional não contemplado pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que usa os recursos da caderneta no investimento em imóveis para consumidores de renda maior", diz o vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. "Mas para que esses recursos sejam de fato aproveitados é preciso que a
execução dos débitos referentes ao Fundo seja ampliada", completa Martins. Os R$ 11 bilhões referentes ao estoque da dívida que a Caixa Econômica Federal, operadora do FGTS, tem a receber são mais do que todo o orçamento do Fundo em 2006, de R$ 9 bilhões. Também é superior aos R$ 10 bilhões do orçamento do FGTS para 2007, aprovado pelo Conselho Curador do Fundo em outubro e publicado na última segunda-feira no Diário Oficial da União. Outra med i d a d o t amanho do prejuízo que as empresas devedoras geram no mercado habitacional pode ser notada quando se olha para o volume de inv esti mentos feitos em 2006 com o FGTS. Os R$ 11 bilhões que estão fora do mercado correspondem a quase duas vezes mais do que tudo o que foi aplicado em imóveis novos e usados neste ano: R$ 5,517 bilhões, até setembro, segundo a CBIC. Dados da área de Fiscalização do Trabalho mostram que no primeiro semestre de 2006 o número de notificações lavradas aumentou em 6,2%, sobre igual período de 2005, resultando em uma arrecadação de R$ 254,2 milhões no período. Em todo o ano passado, a fiscalização resultou em uma arrecadação de R$ 822,7 milhões. Duas medidas favoráveis ao mercado vieram com o orçamento do FGTS de 2007. A primeira é a que obriga a aplicação mínima de 50% dos recursos na construção de unidades, a partir de janeiro. Apesar do aumento dos recursos do Fundo, a maioria era usada em imóveis usados. A segunda foi a que baixou os juros para empresas, de 9,39% para 6%. Roseli Lopes
Gebara, do Secovi: evento superou as expectativas e cresceu 30% em relação ao ano passado
Feira reúne produtos e serviços para condomínios
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brir a porta de casa ra para um mercado que movicom apenas um to- menta cerca de R$ 8 bilhões ao que, pagar somente ano e gera 220 mil empregos por aquilo que se diretos. A Lintec Informática consome dentro do condomí- aproveitou a oportunidade no nio, ter uma mascote como ano passado e não quis ficar de proteção. Quem visitar a se- fora desta edição. Seu produto, gunda edição da Feira Secovi uma biochave, ou seja, um conCondomínios, que termina ho- trole de acesso com reconhecije, no Centro de Exposições mento eletrônico biométrico Imigrantes, na zona sul da ci- de impressões digitais, está dade, poderá constatar essas e chamando a atenção dos visioutras novidades em tecnolo- tantes. "Basta um toque para gias, serviços e informações para condomínios comerciais, residenciais e administradoras. De acordo com o vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Hubert Gebara, o evento deste Cunha, da Lintec: digital garante segurança ano superou as expectativas: são 140 exposito- entrar", explica o técnico-eleres espalhados por 7 mil me- trônico da empresa, Cristiano tros quadrados de feira. "O Rodrigues Cunha. número de expositores auSegundo ele, o aparelho pomentou 30% com relação ao de ser integrado ao sistema de ano passado", diz. segurança da casa e ser utilizaPara o presidente do Secovi- do como botão de pânico em SP, Romeu Chap Chap, a feira caso de assalto. "A pessoa colopromove uma convergência ca a digital estabelecida para de oportunidades. "Os partici- a identificação de assalto e pantes têm a chance de am- aciona o sistema de seguranpliar conhecimentos sobre tu- ça", afirma Cunha. do o que diz respeito à gestão Já a Impact Power, especialicondominial", afirma. zada em terceirização de seguOportunidade – Expor um rança, está pela primeira vez produto na feira é mostrar a ca- na Secovi chamando a atenção
dos participantes. Thor e Airon, um rottwiller e um labrador treinados para proteger portarias, roubaram a cena durante simulações de assaltos. "O trabalho com cães funciona de verdade", afirma o diretor da empresa, Paulo Henrique da Silva. A atuação da empresa consiste em oferecer portaria 24 horas – com porteiro treinado e familiarizado com o cão –, além de cuidados com alimentação, banho e veterinário do animal. A oportunidade também bateu na porta da empresa alemã Techem, fornecedora de um sistema de medição individualizada de água, presente há 54 anos no mercado europeu e que iniciou atividades no Brasil no ano passado. Segundo o gerente-ger a l d a Te c h e m n o B r a s i l , Eduardo Lacerda, os medidores individuais de água proporcionam uma economia de até 30% ao bolso do consumidor. "Acreditamos no potencial do mercado brasileiro, que já está preparado para receber essa tecnologia", diz. "Temos cerca de 40 milhões de medidores instalados pelo mundo. Em São Paulo já instalamos os equipamentos em dois prédios e vamos implantar em outros cinco", conta. Maristela Orlowski
CEF atua para reaver valores
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ntre os meses de abril de 2005 e setembro deste ano, a Caixa Econômica Federal (CEF), operadora dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ofereceu condições especiais para empresas devedoras que quisessem regularizar suas dívidas com o Fundo. A medida, que vem se repetindo nos últimos anos, visa recuperar o dinheiro do FGTS que deixou de ser depositado na instituição. O trabalho é desenvolvido pela Caixa em conjunto com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. O dinheiro recuperado foi depositado na conta dos trabalhadores das empresas devedoras, devidamente corrigidos, segundo informou o gerente nacional do FGTS na CEF, José Maria Leão. Segundo José Maria, em 2005, a Caixa arrecadou R$ 32 bilhões em valores devidos. Para este ano, a expectativa é ultrapassar os R$ 36 bilhões. A recuperação dos recursos junto às empresas tem dois impactos importantes, diz ele. O primeiro é para o próprio trabalhador, que volta a ter a garantia do dinheiro em uma eventual necessidade. O segundo é o aumento do volume
de dinheiro disponível para investimentos em habitação, infra-estrutura e saneamento. Facilidades – As medidas que facilitaram o pagamento para empresas durante 18 meses foram aprovadas pelo Conselho Curador do FGTS. Nesse período, os devedores puderam negociar o débito em condições mais vantajosas. Com isso, apenas em 2006, até o mês de setembro (os números de outubro ainda não foram fechados), a Caixa computou pouco mais de R$ 900 milhões em negociações. A estimativa
é de que, com a apuração de outubro, o volume chegue a R$ 1 bilhão. Número considerado "muito bom", na avaliação de José Maria. "Se considerarmos que tínhamos na carteira R$ 7 bilhões para negociar, o resultado já está sendo considerado satisfatório", diz. Entre as condições especiais oferecidas estão o parcelamento do débito com prazo que pôde chegar a 180 dias, quando o normal é de no máximo 160, e a possibilidade de adaptar o valor da prestação ao fluxo de caixa. (RL)
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Fotos: Divulgação
Divulgação
Obra de Marcelo Nitsche exibe cores sombrias sobre vermelho: leituras múltiplas para o código que lista os direitos que deveriam ser de todos os habitantes do planeta
ARTE ESSENCIAL Mostra traz 20 trabalhos que interpretam a Declaração Universal dos Direitos Humanos Lúcia Helena de Camargo
D Em todas as culturas, a família é a principal referência social das pessoas. Zilda Arns
É possível evitar que valores universais não se sobreponham aos valores particulares? Carlos Vogt
A arte tem o papel fundamental de despertar, por meio da sensibilidade. Abram Szajman
iz a Declaração Universal dos Direitos Humanos que todos nascem livres e iguais, assim como "Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado". O texto foi escrito e aprovado por 48 países, em 10 de dezembro de 1948, reunidos na Assembléia Geral das Nações Unidas. Mas será que o planeta inteiro adota esses princípios? A resposta óbvia está nas notícias diárias sobre agressões e mortes, nas denúncias da Anistia Internacional sobre violações no mundo, das prisões norte-americanas no Oriente Médio à escravidão no Nordeste do Brasil, do regime sanguinário de Saddam Hussein, no Iraque, às perseguições a intelectuais na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e na China de Mao Tsé Tung, além do paredão, na ditadura da Cuba de Fidel Castro. Também em nosso passado recente, em que se discute sobretudo as fases mais exacerbadas do governo militar (1964-1985). O grupo Tortura Nunca Mais lista centenas de nomes entre desaparecidos e torturados nesse período. "Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal", diz a declaração. Porém, há aqueles que reclamam pelo que julgam ser excesso de benevolência com quem não merece. Principalmente depois dos ataques do crime organizado em São Paulo, em maio e agosto deste ano, passou-se a ouvir nas ruas protestos contra os "direitos humanos para os bandidos". Com objetivo de convidar o público a discutir o assunto, foi montada a exposição de litogravuras Direitos Humanos – Essência e Arte, em cartaz até 20 de dezembro no campus Santo Amaro do Centro Universitário Senac. As 20 obras expostas foram executadas por artistas plásticos brasileiros inspiradas nos artigos da Declaração dos Direitos Humanos. O que, afinal de contas, são direitos humanos, e tudo aquilo que a idéia abrange? Algumas respostas e outros questionamentos podem ser encontrados nas imagens produzidas por Anto-
Zaragoza: cores falam de pele de gente
Gilberto Salvador: tintas e liberdade
Correntes no chão, na gravura de Aldemir Martins
nio Henrique Amaral, Aldemir Martins, Paulo Caruso, Gustavo Rosa, Marcelo Nitsche, Saverio Castellani, Claudio Tozzi, Cildo Oliveira, entre muitos outros. O evento marca o início do funcionamento do CNU-Brasil, organismo de disseminação dos princípios da Carta das Nações Unidas. O conjunto é uma releitura de outra exposição, de 1991, com curadoria de Radha Abramo, cujo mote era a comemoração dos 200 anos da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Lançado em paralelo, o livro Direitos Humanos – Essência e Arte reúne os trabalhos e traz depoimentos de pessoas envolvidas no projeto, como a médica Zilda Arns Neumann, que entre outras funções é coordenadora da Pastoral da
Trabalho de Cildo Oliveira
Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa. Ela defende a aplicação de recursos públicos visando "principalmente a melhor qualidade de vida das famílias em seu contexto comunitário", porque "Em todas as culturas, a família é a principal referência social das pessoas". Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, do Centro do Comércio do Estado de São Paulo e dos Conselhos Regionais do Sesc/Senac, preocupa-se com a ordem social. "A arte tem o papel fundamental de despertar, por meio da sensibilidade, a consciência das pessoas sobre seus deveres para com a comunidade. Apenas a tolerância e o respeito ao outro, sobretudo a quem é diferente
de nós, nos marcos da segurança jurídica e do Estado Democrático, podem assegurar a vitória da civilização sobre a barbárie", diz. Oportuno também é o questionamento proposto por Carlos Vogt, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp): "É possível, efetivamente, evitar um antagonismo de valores tal que sobre os valores humanos e universais não se sobreponham valores particulares e nacionais?". Direitos Humanos - Essência e Arte - Senac - Av. Eng. Eusébio Stevaux, 823 - Santo Amaro, tel.: (11) 5682-7300. Segunda a sexta, das 8h às 22h; sábados, das 8h às 17h.
NO CINEMA
DE BYE BYE BRASIL A ZUZU ANGEL
Zuzu Angel: Patricia Pillar em longa emocionante
A
produção brasileira de filmes que tratam de direitos humanos e episódios ocorridos durante o regime militar ganhou uma contribuição de qualidade em Zuzu Angel (2006). O excelente longa de Sérgio Resende,
Vladimir Herzog, morto em 1975, em documentário
com Patricia Pillar à frente do elenco, trata da busca da estilista mineira pelo corpo do filho Stuart (Daniel de Oliveira), nos anos de 1970. E ainda em cartaz nos cinemas, o singelo O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao
Hamburger, conta através dos olhos do menino Mauro uma história de gente que foge da repressão, em 1970. Um dos primeiros filmes nacionais a tratar do assunto foi Bye Bye Brasil, 1979, dirigido por Cacá Diegues.
Quase Dois Irmãos: amigos, prisão e muitas lembranças
Depois viria Prá Frente Brasil (1983), de Roberto Farias, e O Que É Isso Companheiro, lançado por Bruno Barreto em 1997. Mais pesado, Quase Dois Irmãos (2005), de Lúcia Murat, mostra dois amigos que se
encontram na prisão de Ilha Grande. O documentário Vlado – 30 Anos Depois (2005) resgata, através de depoimentos, a trajetória do jornalista Vladimir Herzog, morto no DOI-CODI, em São Paulo, em 1975. (LHC)
Atos criativos no metrô
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rabalho infantil, excesso de consumo de bebidas alcoólicas e direitos humanos são alguns dos temas das obras das artistas Lúcia Py, Mabsa, Paula Salusse, Sônia Talarico e Thaís Gomes (foto), na exposição Atos Paralelos I, montada na estação Sé do Metrô. Em seguida a mostra será levada para as estações Brás, Santo Amaro e República. Lúcia Py, cujas obras falam de direitos humanos, diz que seus trabalhos trazem "nãolugares, espaços que são de todos e não são de ninguém". Mabsa procura o sentido da vida nas memórias na velhice, e Thaís Gomes busca inspiração também em um assunto que inquieta a terceira idade: a aposentadoria. O excesso do consumo de bebida alcoólica é o mote de Paula Salusse. Já Sônia Talarico brinca com os jogos da infância. Para ver Atos Paralelos I basta passar sem muita pressa pela estação. Em cartaz até dia 30. O nome da mostra é uma referência ao fato de ser um evento paralelo à 27ª Bienal Internacional de São Paulo. O crítico Paulo Klein, que idealizou o projeto Coletivo0508 com as mesmas artistas, lembra que essa forma de expor trabalhos é a oportunidade de fazer "arte como instrumento ativo na discussão de assuntos fundamentais", já que levada às milhares de pessoas que transitam diariamente pelas estações do Metrô. (LHC)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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sexta-feira, sábado e domingo, 24, 25 e 26 de novembro de 2006
LEITURA Uma heroína francesa. Uma menina brasileira que dissemina harmonias. E índios na TV. Fotos: Arquivo DC
Fotos: Arquivo DC
Maestro Rogério Duprat: homenageado pela TV Cultura
TELEVISÃO
Rebeldes e causas Regina Ricca
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Filme A Paixão de Joana D'Arc, de Carl Dreyer: missão, outorgada pelos céus, de salvar a França e expulsar os ingleses
ESCOLHIDA POR DEUS Consistência e emoção em Joana d’Arc – Uma Biografia, de Colette Beaune Renato Pompeu
É bem sabido que uma das coisas que distinguem os seres humanos dos outros animais é a tradição (que originalmente significa o ato de trazer), ou seja, a possibilidade de os conhecimentos acumulados a cada geração irem passando de geração em geração, enquanto os outros animais só herdam das gerações anteriores os caracteres genéticos. Por isso, podemos, hoje, por meio da leitura e de outros instrumentos de transmissão, conviver com pessoas que viveram há séculos, e mesmo milênios atrás, ouvir suas palavras, sentir suas emoções, comover-nos com seus sofrimentos e compartilhar de suas alegrias. É o que acontece com o livro, exaustivamente pesquisado a partir de todas as documentações disponíveis, Joana d’Arc – Uma Biografia (432 páginas, R$ 55), da professora francesa de história Colette Beaune, da Universidade de Nanterre, recém-publicado no Brasil pela Editora Globo. Espraia-se diante de nós a paisagem natural, rural, urbana, social, humana e religiosa do século 15 na França. Caminhamos com a menina Joana pelas ruelas de Domrémy, sua aldeia natal, e pelas estradas em que, às vezes, ela tange ovelhas rumo aos pastos, por entre árvores e caminhos abençoados por Deus e povoados de espíritos bons e maus. Respiramos a atmosfera intensamente religiosa da época e do lugar, em que tudo – desde o nome de batismo até a cor da roupa que se veste – tem uma ressonância sobrenatural. Estamos em plena Guerra dos Cem Anos, em que a Inglaterra, aliada a uma região francesa, a Borgonha, disputava a própria França com os demais franceses.
Nesse mundo povoado de religião, e também dos encantamentos herdados do paganismo, acompanhamos Joana quando ela, chegada à puberdade, começa a ouvir vozes de santas e anjos que diziam que ela, nascida e moradora em território borguinhão – a tradução prefere a forma "borgonhês" – tinha a missão, outorgada por Deus, de salvar a França e expulsar os ingleses. Como Joana, em nada nos surpreendemos quando ela começa a ouvir essas vozes. Afinal, já havia décadas, segundo a vasta documentação recolhida por Colette Beaune, que diferentes pessoas haviam sucessivamente profetizado que surgiria uma virgem que salvaria a França. Restava apenas saber, entre as dezenas de m il h a re s
de moças do reino, qual delas seria a escolhida. E Joana soube que era escolhida quando ouviu as vozes. Deixemos de lado nossos conhecimentos clínicos de hoje e não interpretemos suas crenças como provenientes de alucinações auditivas. Devemos, ao contrário, nos imbuir das próprias concepções dela. A loucura depende de uma definição social e hoje, se depararmos com alguém que se diz enviado de Deus, o consideraremos louco – mas na época os enviados de Deus eram uma coisa comum, na paisagem do cotidiano, como demonstra a professora. A partir daí, o destino de Joana está traçado. Ela se manterá virgem até a morte antes dos 20 anos de idade, vestirá roupas de homem, será
tão adestrada nas artes da guerra quanto os melhores cavaleiros, irá à missa e comungará várias vezes por semana, e não descansará enquanto não for comunicar sua missão ao rei da França, Carlos 7.o. Este não se surpreenderá ao receber a jovem adolescente – já tinha recebido muitas moças que se apresentavam como a donzela profetizada como salvadora. Apenas se convencerá de que Joana é a escolhida, por causa dos sábios conselhos e das acertadas previsões da moça, que redundam em vitórias militares dos franceses, os quais aumentam os territórios sob seu domínio. Joana, porém, é capturada em combate pelos borguinhões e entregue aos ingleses. Estes, ao contrário dos franceses, não acreditam que ela seja enviada por Deus e sim que seja ligada ao demônio. Ela é julgada por heresia e queimada na fogueira, destino nada incomum na época para os que divergiam das autoridades eclesiásticas. No entanto, depois de sua morte, a previsão de Joana de que os ingleses seriam expulsos da França por Carlos 7º se confirmou. É providenciado novo julgamento e Joana é reabilitada como mártir. Cinco séculos depois, em 1923, foi canonizada como santa pela Igreja Católica Romana. Mas uma coisa é saber de tudo isso e outra, muito mais informativa e emocionante, é vivenciar tudo isso por meio da leitura do livro de Colette Beaune. Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do ensaio biográfico Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance-ensaio O Mundo Como Obra de Arte Criada pelo Brasil, a ser lançado pela Editora Casa Amarela.
Leelee Sobieski no filme de Christian Duguay (1999)
rês personalidades singulares O maestro e arranjador tropicalista Rogério Duprat, morto da vida político-cultural brasileira e uma ‘viagem’ pela vida no mês passado aos 74 anos, é o terceiro personagem a ser indígena brasileira ganham merecida evidência na tela da TV homenageado pela TV Cultura nesta quinta, às 23h40. No nesta semana. O primeiro personagem a entrar documentário Rogério Duprat – Vida de Músico, de Pedro Vieira, o em cena, na quarta (29), às 21h, é Apolônio de Carvalho, um dos mais espectador poderá acompanhar antigos militantes de esquerda do cenas memoráveis da MPB, como a país, participante das principais de ensaios realizados na casa de lutas políticas do século passado no Duprat com Gal Costa, Gilberto Gil, Os Mutantes e Caetano Veloso. Brasil e no exterior. A trajetória política de Apolônio é revista no Depoimentos de Caetano, Gilberto Gil, Gilberto Mendes, Rita Lee, documentário Vale a Pena Sonhar, dirigido por Stella Grisotti e Rudi Walter Hugo Khoury, Walter Lima Júnior, e peças inéditas como Cinco Böhm, que revivem, através de imagens e depoimentos, a entrada Pequenas Peças para Violoncelo Solo, de 1958, interpretada pela de Apolônio na vida política no início dos anos de 1930, sua prisão, primeira vez por Antônio del Claro, em 1935, durante a Intentona também são destacadas no filme. Comunista, seu convívio, na cadeia, Conhecido como o “George Martin” com personagens ilustres como o da Tropicália, Duprat foi escritor Graciliano responsável pela Ramos e a exmudança de sonoridade nas mulher de Luis Carlos Prestes, músicas de grandes nomes do Olga Benário, sua entrada para o Movimento Tropicalista, como Partido Comunista, e sua luta, como Caetano, Gil, Tom Zé e Mutantes, e voluntário, nas Brigadas pela introdução da Internacionais da distorção e da Guerra Civil performance na Espanhola, entre MPB. Na TV Futura, é 1937 e 1939, e na Nathália Timberg: França, onde foi quase obrigatório teleteatro conferir a estréia, coronel da gravado Resistência na luta neste domingo, dia em 1976 26, às 22h, da série contra o nazismo durante a 2ª Guerra Mundial. Taru Andé. Parceria da Futura e da Turner Internacional do Brasil e de Na arena cultural o foco recai para a série Antunes Filho em Preto e seu canal CNN, e com recursos da Branco, que nesta quinta, dia 30, às Ancine, o programa leva o 22h40, apresenta Réveillon, peça de espectador a uma verdadeira Flávio Marcio (que consagrou viagem antropológica e, seus 13 Regina Duarte no palco, nos anos episódios, ao percorrer aldeias de de 1970), com adaptação e direção 12 etnias diferentes nos estados de de Antunes Filho. Gravado em 1976, São Paulo, Minas, Acre, o teleteatro traz no elenco Nathália Rondônia, Mato Grosso e Mato Timberg, Edney Giovenazzi, Ângela Grosso do Sul. O início da ‘viagem’ é Valério, Ênio Gonçalves e Reinaldo o Festival de Cultura Indígena Taru Rezende, que recriam o universo de Ande, na Serra do Cipó, uma família de classe média, que, em Minas, que anualmente reúne tribos de diversas regiões do País. angustiada na luta pela sobrevivência, elege a data de O programa é dirigido passagem de ano para resolver uma pelo cineasta Marco Altberg e situação insustentável, que acaba apresentado pelo índio tendo desfecho inusitado. Ailton Krenac.
CD
Com o dom do samba Aquiles Rique Reis
M
ariana Aydar lança seu Kavita1 (Universal Music e Cinco Editorações e Produções); com ele, o ar que dissemina harmonias se agita, refresca-se; luzes incomuns refletem, triscam o céu musical. Kavita, que em Sânscristo é poeta, é o CD 1 de Mariana. Menina com ares de quem chega para abalar, aos 26 anos, ela se espelha em suas melhores companheiras de ofício – cantoras que, para serem o que são, se esmeraram sempre em busca de repertório que representasse o que aqui se faz de bom – e dá partida para se lançar no mundo fonográfico. E ela abafa com um repertório digno das melhores que temos. Sua voz límpida, que vem suave pela garganta quando a letra e a melodia assim suge-
rem, logo pode se transformar numa voz nasalada (com doce lembrança de Clara Nunes) a pedir passagem para cantar samba que pede pés, pernas e gogó para se fazer mais cadenciado. Tem manha a Mariana. Sabe o que quer e canta firme o que precisa dizer. Sua afinação é preciosa, sem que para exercê-la precise esfriar a emoção; as divisões rítmicas escolhidas para cada samba (grande maioria no disco) são elegantes, agradáveis de ouvir e adequadas para se entender o sentido das letras postas nas melodias. Mariana Aydar armou um fuzuê para gravar seu Kavita 1. Apoiada por produtores experientes – BiD (produziu o lendário Afrociberdelia, de Chico Science & Nação Zumbi) e Duani (parceiro de Mariana em Festança, oitava faixa do CD) –, ela esbanja suingue, ex-
pondo levezas e malícias. Paulo. O germe do samba estava defiFilha do músico e produtor Mario nitivamente inoculado em sua voz, em Manga e da também produtora Bia Ay- seu corpo, em sua alma. O Brasil acadar, a menina teve berço embalado à bara de ganhar uma sambista. Mas música. Admiradora de Roberto Ribei- não apenas: ganhara uma intérprete ro, João Nogueira e Jackson do Pan- que desponta como definitiva cantora deiro, deles assimilou o molejo. de todos os gêneros, mas que através Certo dia, um qualdo samba certamente se quer em 2004, respiran- Divulgação imporá ao mercado por do ares parisienses e, sua originalidade de boa dentre outras atividades cantora que é. musicais, abrindo os O disco abre com o shows de Seu Jorge, ela antológico Minha Misouviu pela primeira vez são, num arranjo que coMinha Missão, uma das meça a capella; logo a obras-primas de João voz de Mariana acolhe o Nogueira e Paulo César som do repique e segue Kavita1: Pinheiro. Chapou! Sentiu emocionada: "Quando ares de que deveria voltar ao eu canto/ É para aliviar quem chega Brasil, mais precisamenmeu pranto/ E o pranto para abalar te à sua terra natal São de quem já/ Tanto sofreu
(...) Mensageira sou da música (...) O meu canto é uma missão/ Tem força de oração/ E eu cumpro o meu dever/ Aos que vivem a chorar/ Eu vivo pra cantar/ E canto pra viver (...)"; ao fundo ouvem-se belos contracantos por ela mesma entoados, como se sobrepor sua voz ao próprio canto a fizesse ainda mais absolutamente cantora. Chico César está no CD com uma música feita especialmente para Mariana – Prainha, exaltação a Trancoso. Nela ouve-se o violão do autor, além de ouvir-se também Mario Manga nos cellos, Felipe Pinaud nas flautas, Serginho Carvalho no baixo, Duani na bateria, nas craviolas, no crivador e no agogô, o grande percussionista Papete no ganzá e no berimbau incrementado por efeitos, e ainda o sintetizador pilotado por BiD. Ela também dá show na
brejeira Vento no Canavial, de João Donato (que participa da faixa) e Lysias Ênio, e no clássico Menino das Laranjas, de Théo de Barros. Para encerrar, explicitando o carinho com que seleciona seu repertório, Mariana Aydar elegeu o partido alto Maior é Deus, de Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro: "Eh! Maior é Deus, pequeno sou eu/ O que eu tenho foi Deus quem me deu/ O que eu dou é o que eu tenho/ Foi Deus quem deu." Assim é ela. Amém. O samba é um dom, Mariana o tem. Revelada em Kavita 1, esta graça a habilita a logo brilhar onde já cintilam Beth Carvalho, Alcione... Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.
O OBSERVADOR NO ESCRITÓRIO, DE DRUMMOND Com prefácio de Aécio Neves, reedição do livro do poeta mineiro, com crônicas políticas e literárias sobre o Brasil dos anos de 1940 a 1970. Record, 384 páginas, R$ 39,90.
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LAZER - 3
TEATRO
VISUAIS Siglas, palavras, nomes. Reflexões...
ROTINA INDIGESTA
O Abraço Gilberto Salvador ganhou da filha
Sérgio Roveri
uma dobradura em arame. O presente, que parecia uma garra, inspirou a composição da obra.
A OBRA DO TÍTULO Rita Alves
alavras como Monalisa, O Grito, Abapuru e O Pensador certamente nos remetem às obras de arte de Leonardo da Vinci, Edvard Munch, Tarsila do Amaral e Auguste Rodin. Tais títulos são tão famosos quanto aos quadros e a escultura. Mas como será que os artistas plásticos criam títulos para cada obra de arte? Será que nomear uma peça é importante? Para Tomie Ohtake, não. A artista, em cartaz com a mostra Tomie Gráfica, no Instituto Tomie Ohtake, nunca titula seus trabalhos. "Eles não têm título porque não precisam e não quero influenciar o espectador, assim ele fica livre para sentir e pensar como quiser". Tomie conta que algumas vezes já viu suas peças nomeadas, mas garante que todas elas são sem título. Aliás, ela revela que nunca pensa em nomes para identificar suas criações. "Minha obra não passa pela palavra". Já para o pintor naif Waldomiro de Deus é fundamental a identificação de obras. Com 47 anos de arte, confessa que já esqueceu de titular alguns de seus quadros, mas apesar disso considera a titulação essencial. "Tomo muito cuidado com isso porque acho importante criar um nome. Às vezes é difícil escolher, mas a obra tem que ter um título". O pintor baiano ainda declara: "Uma peça sem um título é como um filho sem nome. Como as pessoas vão reconhecer?". Dos quadros que criou, o pintor naif elege seu título preferido: Travessia do Milênio. Os traços e o colorido da pintura retratam a visão do artista de uma comemoração ideal de fim de ano. O respeito pela natureza é o tema do quadro que mostra, entre outras coisas, balões de borracha substituindo os fogos de artifício típicos da hora da virada. Assim como o pintor naif, o grafiteiro Ciro Schu também titula sua arte depois de pronta. Ele conta que procura criar títulos inventando palavras, abreviações e siglas. Seu objetivo é fazer com que o público não fique preso a um determinado nome, evitando qualquer associação entre a arte e o título. Causar reflexão é o mais importante para ele. "Meus títulos não têm muita lógica. Quando invento algo sem sentido, dou margem a várias possibilidades de reflexão". A arte de rua do grafiteiro pode ser conhecida na mostra Território Ocupado. A linguagem inovadora e contemporânea de Schu e de outros grafiteiros está em cartaz no Museu Afro Brasil. Quando visita uma mostra, o artista plástico Gilberto Salvador raramente se preocupa em olhar o título do que está exposto. "Sempre vejo primeiro a linguagem plástica e não a literária. Só num segundo ou terceiro momento verifico o nome das obras". O autor de diversos quadros, gravuras e esculturas considera o título quase como algo secundário, com exceção de alguns casos. Marcel Duchamp é um exemplo. "No trabalho de Duchamp o título é até mais importante que a própria obra". Segundo Salvador, quem também foi feliz nomeando uma obra foi o espanhol Pablo Picasso. "Guernica é um grande título. É uma obra que só poderia ter esse nome".
P
Fotos: Divulgação
O
diretor Eduardo Tolentino, fundador do Grupo Tapa, acredita que o dramaturgo sueco Lars Norén, de 62 anos, seja uma espécie de Nelson Rodrigues que veio do frio. “A exemplo do dramaturgo brasileiro, Norén também constrói temas e diálogos nos quais a estrutura familiar costuma ser impiedosamente bombardeada”, diz. A partir de amanhã, sábado (25) o público poderá dizer se compartilha ou não desta opinião, já que o primeiro texto de Norén montado no Brasil, Outono e Inverno, chega a São Paulo depois de concorrida temporada carioca. Com direção de Tolentino, o espetáculo estréia no Centro Cultural Banco do Brasil trazendo no elenco duas gerações de atores premiados: os veteranos Sérgio Britto e Suely Franco, que vivem o casal Erik e Margareta, e Denise Weinberg e Emília Rey, como as filhas Ann e Ewa. Outono e Invernointegra uma parte do repertório do sueco conhecida como A Trilogia Burguesa – textos em que ele usa a mesma formação, a de um casal com dois filhos, para dissecar o universo das famílias européias do pós-guerra. “O que eu acho mais interessante neste autor é uma habilidade rara em colocar o dedo em todas as feridas”, diz Tolentino. “Sua obra traz ecos de grandes dramaturgos americanos, como Eugene O’Neill e Tennessee Williams. Não que Norén os copie, ele dialoga com eles”. O espetáculo transcorre durante um jantar na casa dos idosos Erik e Margareta, em que as duas filhas cinquentonas são as únicas convidadas. É uma rotina familiar que se repete uma vez por semana, ainda que o resultado sempre soe indigesto. O encontro, sempre programado, é a oportunidade semanal que os quatro dispõem para revirar o lixo emocional acumulado há décadas debaixo do tapete da convivência. “Sinto que o texto revela como as famílias nórdicas são diferentes das brasileiras”, diz a atriz Denise Weinberg, que vive a irmã pobretona Ann. “Aqui nós dissimulamos tudo aquilo que eles têm coragem de dizer na cara um do outro. De questões econômicas a práticas
Questões familiares colocadas à mesa
sexuais, tudo nesta peça é colocado à mesa”. Embora reconheça nela uma peça incômoda, o ator Sérgio Britto garante que o público se diverte, justamente por se ver íntimo de alguns dos conflitos: o do pai ausente, o da mãe que demonstrou predileção por um dos filhos, o das irmãs que não alcançaram o mesmo sucesso profissional na vida. “Não é um espetáculo de humor negro, eu diria que é uma comédia cáustica”, afirma. “Em quantidade de diálogos, é um dos menores papéis da minha carreira. Mas é, por outro lado, um dos trabalhos em que tenho de estar mais atento para não perder o tempo das falas”. Outono e Inverno, estréia amanhã no Centro Cultural Banco do Brasil, Rua Álvares Penteado, 112, tel.: (11) 3113-3651. De quinta a sábado às 19h30, domingo às 18h. Ingressos a R$ 15.
Ficção ou realidade?
N
Sem título A artista plástica Tomie Ohtake (foto) não se preocupa em nomear suas obras. Para ela o melhor é uma obra sem título.
o final da sessão de estréia do espetáculo A Falta que Nos Move ou Todas as Histórias São Ficção, no Festival de Teatro de São José do Rio Preto, um motoboy entrou no teatro, cruzou a platéia em silêncio e revelou, ao atingir a boca de cena, que tinha uma pizza de mussarela para entregar ao elenco. O público acreditou estar diante de uma cena ensaiada. Não estava. O motoboy era realmente funcionário de um restaurante ao lado do teatro para onde o elenco, momentos antes,
Guga Melgar/Divulgação
havia telefonado encomendando a pizza. Situações como esta, em que a proposta é embaralhar realidade e ficção, contam-se aos montes neste espetáculo que entra hoje em cartaz. Enquanto preparam um jantar de verdade e enchem suas taças com vinho e champanhe, os cinco atores conversam sobre suas trajetórias pessoais. O público também é convidado a revelar suas experiências. (SR) A Falta Que Nos Move, estréia hoje, sexta (24), no Teatro Sesc Paulista, Avenida Paulista, 119, tel.: (11) 3179-3700. Sexta a domingo às 19h. Ingressos a 15.
À beira da morte, Chopin e um piano
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alsa n° 6 é o único monólogo escrito por Nelson Rodrigues, mas não é desta forma – texto e um ator somente – que a companhia baiana A4 decidiu conduzir o espetáculo Insônia, baseado na história de Sônia, a jovem assassinada aos 15 anos que revela sua história ao público enquanto tenta executar, à beira da morte e diante de um piano branco, a peça de Chopin que dá título ao monólogo. Em cena, equilibradas em balanços que nunca tocam o chão, com os corpos nus ou cobertos por véus transparentes, quatro atrizes interpretam os personagens que são citados no monólogo, como os pais de Sônia, os vizinhos e o médico da família. No processo de adaptação do texto, a diretora Hebe Alves transformou Sônia em uma mulher adulta, constantemente ameaçada por crises nervosas provocadas pelo abuso sexual de que foi vítima na adolescência. (SR) Insônia, em cartaz no Teatro Sesc Paulista, Avenida Paulista, 119, tel.: (11) 3179-3700. Quarta e quinta às 19h. Ingressos a R$ 8.
Sem título O grafiteiro Ciro Schu (foto) prefere que o admirador de sua arte não fique preso a um nome. A obra acima está no Museu Afro e, sem querer, acabou sendo exposta sem o título. O visitante pode até imaginar um nome.
Crente de Língua Satânica Obra do artista naif Waldomiro de Deus feita na década de 1970. Quadro mostra o falso evangélico. Idéia é reforçada pelo título, sempre fundamental para o pintor
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Congresso Planalto AUDITORIA CPI
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SITUAÇÃO DAS ESTRADAS GERA PREJUÍZO MONSTRO
Há desvios na aplicação dos recursos para outros setores que não estradas. Relatório do TCU
RELATÓRIO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO REVELA O VALOR PERDIDO PELO PATRIMÔNIO NACIONAL
ESTRADAS: US$ 200 BI DE PREJUÍZO. Ivan Cruz / AE 15/11/2006
A
má conservação da de combustíveis. Por lei, a arremalha rodoviária cadação estaria vinculada à do País nos últimos aplicação financeira nos pro30 anos causou um gramas de infra-estrutura de prejuízo ao patrimônio públi- transportes. “Há desvios na co brasileiro de US$ 200 bi- aplicação desses recursos para lhões. A inibição do desenvol- outros setores que não estravimento econômico, a eleva- das”, menciona o documento. ção do custo operacional dois Onde está o dinheiro? – Em veículos, o aumento do índice 2005, diz o TCU, os recursos da de acidentes e o acréscimo do Cide disponíveis representacusto dos fretes e passagens ro- vam R$ 12,8 bilhões, sendo que doviárias são outros pontos R$ 7 bilhões não foram usados, negativos gerados pelo mau permanecendo no caixa do Teestado das rodovias. souro. "Conforme o Dnit, são As conclusões são do relató- necessários R$ 6 bilhões para a rio sobre o setor brasileiro de malha rodoviária apresentar transportes, elaborado pelo boas condições de tráfego, disTribunal de Contas da União tribuídos ao longo de quatro (TCU). O doanos – R$ 1,5 bilhão por cumento aponta como ano. Ora, se há um saldo de causas para esse prejuízo R$ 7 bilhões O dinheiro aplicado na as dificuldanão utilizados Operação Tapades de ordem no ano, esses Buraco foi literalmente a dm i ni st r at iseriam mais jogado na sarjeta. va, gerencial e d o q u e s u f iinstitucional e cientes para Muitas das estradas já o f i n a n c i arecuperar as voltaram a ter mento insufirodovias fedeproblemas. rais", ressalta ciente, "passando pela o relatório. Augusto Nardes O d o c up ri o r iz a ç ão , por instâncias mento propõe políticas, de ações de cunho so- ao Congresso Nacional a aprocial, em detrimento dos argu- vação de uma lei complemenmentos defendidos pelos téc- tar que estabeleça um limite nicos do Departamento Nacio- mínimo para a execução dos n a l d e I n f r a - E s t ru t u r a d e programas relativos à conserTransportes (Dnit)". vação, restauração e manutenO relatório critica a queda ção rodoviária nacional. nos investimentos setor. Nas Buraqueira – O ministro do décadas de 60 e 70, segundo Tribunal de Contas da União TCU, os gastos públicos eram (TCU) Augusto Nardes disse de cerca de 20% do Orçamento ontem que o dinheiro aplicado Geral da União. Nos últimos na Operação Tapa-Buraco foi anos, porém, o governo tem "literalmente jogado na sarjecolocado parcos recursos na ta". "Os técnicos do TCU disseconstrução e manutenção das ram-me que muitas das estrarodovias. Citando o Dnit, o do- das envolvidas na operação já cumento diz que 45% da malha voltaram a ter problemas. O atual encontra-se em mau esta- trabalho feito nelas foi, de fato, do, 35% em estado regular e superficial", disse. apenas 18% em bom estado. A operação recebeu quase O TCU também faz críticas à R$ 500 milhões, desde o comemá aplicação dos recursos da ço deste ano, para que fossem Contribuição de Intervenção realizados serviços emergenno Domínio Econômico (Ci- ciais de reparos em quase 27 de), tributo que incide sobre a mil quilômetros de rodovias importação e comercialização federais. (Agências)
TRE PUNE PEEMEDEBISTAS GAÚCHOS
O
Rombo: má conservação da malha rodoviária inibe o desenvolvimento e aumenta custos operacionais.
AÇÃO GERA ATRITO NO STF
O
ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusou ontem, durante sessão plenária transmitida pela TV Justiça, o ex-presidente da Corte, Maurício Corrêa, de fazer tráfico de influência numa ação milionária que tramita no STF sobre desapropriação de terras. O episódio criou um clima de constrangimento no tribunal. Advogado de um dos envolvidos na causa, Corrêa reagiu rapidamente: foi pessoalmente ao Supremo provar que está autorizado a atuar no processo e disse que estuda providências contra Barbosa. Pólvora – O estopim do desentendimento ocorreu durante o julgamento de uma reclamação da União contra decisões judiciais que liberaram quase R$ 100 milhões para uma indenização por desapropriação de terras no Paraná. Durante o julgamento, um dos advogados da causa pediu para falar. Joaquim Barbosa indagou se ele era o advogado: "O advogado não é o Maurício
Corrêa?", perguntou. "Ele tomou a liberdade de ligar para a minha casa pedindo urgência para esse caso", informou o ministro no plenário. "O tribunal precisa tomar medidas sérias com relação a esse tipo de tráfico de influência", acrescentou. "Se ele atua indevidamente está praticando tráfico de influência", concluiu. Corrêa, que não estava no STF, apareceu em minutos no tribunal. Ele entregou documentos para a presidente do Supremo, Ellen Gracie, que provam que é advogado na causa. Ellen Gracie comunicou o fato ao plenário e encerrou a sessão. "Achei que foi uma descortesia, uma irresponsabilidade de um ministro que ficou com os autos por bastante tempo", afirmou Corrêa durante entrevista concedida a jornalistas. O ex-presidente do STF disse que Joaquim Barbosa não leu direito o processo. Caso contrário, teria visto que ele era advogado de um dos envolvidos no processo. Corrêa confirmou que ligou para Barbosa para
DEPUTADO FEDERAL PRESO PELA PF Marcelo Sant'Ana / Folha Imagem
O
deputado federal eleito Juvenil Alves (PT-MG) foi preso ontem durante a Operação Castelhana, que a Polícia Federal está realizando para desarticular uma organização especializada em crimes financeiros. Juvenil Alves foi detido em sua casa, no bairro Belvedere, na região centrosul de Belo Horizonte, e levado para a sede da PF. Na ação, também foi detido seu sobrinho Rubens Pardini. A polícia havia realizado uma operação nos escritórios de advocacia do político, entre eles um imóvel na Avenida Pacaembu, na zona oeste de São Paulo. O deputado eleito tem 47 anos e nasceu em Abaeté, região central do estado. Ele obteve 110.651 votos nas eleições de outubro deste ano, segundo números do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Bilhão – A Operação Castelhana tem como objetivo desarticular uma organização especializada em crimes financeiros com sede em Belo Horizonte, responsável por desvios estimados em R$ 1 bilhão. A investigação é de responsabilidade da Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, da Receita Federal e do Ministério Público
PT DECIDIU PELA SUSPENSÃO
A Pardini: sobrinho de Alves detido pela PF por crime financeiro. Pedro Vilela / Folha Imagem
recrutados cerca de 250 policiais federais e 120 auditores da Receita Federal. As ações acontecem nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Alagoas e no Distrito Federal. Todas as prisões, buscas e seqüestros de bens foram deferidos pelo Juízo Federal da Vara Especializada em Lavagem de Dinheiro de Belo Horizonte. As prisões temporárias são válidas Alves: recém-eleito, é líder da quadrilha. exclusivamente por cinco dias e têm por finalidade garantir que Federal. Devem ser testemunhas não sejam realizadas 20 prisões, além intimidadas e que provas de 50 buscas e apreensões. sejam ocultadas. (AE) Para a operação, foram
executiva estadual do PT em Minas decidiu pela suspensão do deputado federal eleito, Juvenil Alves, preso ontem pela Polícia Federal por suspeita de liderar uma ampla organização especializada em crimes financeiros. De acordo com o presidente estadual do PT, Nilmário Miranda, os membros do partido no estado ficaram surpresos com a prisão do deputado e depois de consulta ao Estatuto da legenda, decidiram pela suspensão, até que o deputado apresente sua defesa. "Decidimos pela suspensão dos vínculos do partido de forma preventiva, até que tenhamos mais informações", disse. Mas considerou prematuro já falar em uma eventual expulsão. O advogado Juvenil Alves foi o candidato a deputado federal pelo PT mais votado em Minas Gerais, apesar de ser estreante na política. À Justiça Eleitoral, o deputado eleito declarou ter um patrimônio de R$ 4,6 milhões. (AE)
saber se havia uma previsão de data para julgamento da ação. "Sou um cidadão brasileiro, sou inscrito na OAB. Ninguém tem nada a ver com a minha vida. Muito menos o senhor Joaquim Barbosa", disse Corrêa. "Estou pensando em tomar providências contra ele sim", afirmou o ex-presidente do STF. Entre as hipóteses estudadas está uma representação contra Barbosa. Corrêa disse que não existe nenhum impedimento legal para que ele advogue no Supremo. Ele informou que se aposentou há quase três anos e que, na época, não estava em vigor a emenda constitucional da reforma do Judiciário, que estabeleceu uma quarentena para os juízes voltarem a advogar. Essa não é a primeira vez que ocorre um desentendimento no STF envolvendo o ministro Joaquim Barbosa. Outro problema ocorreu em 2004, quando Barbosa teria acusado Marco Aurélio de substituí-lo irregularmente num julgamento. (AE)
Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul condenou o deputado federal Eliseu Padilha, líder do PMDB gaúcho, a pagar uma multa de 100 mil Unidades Fiscais de Referência (Ufirs), equivalentes a R$ 100 mil. Sua condenação se deu pelo uso de um comitê eleitoral seu como posto de vacinação contra a poliomielite durante a campanha deste ano. Na mesma decisão, tomada ontem, o deputado estadual Alceu Moreira (PMDB) foi condenado a pagar 80 mil Ufirs e o prefeito de Imbé (RS), Jair Fofonka (PMDB), e a secretária de Saúde da prefeitura, Magda Dora, a pagar 20 mil Ufirs. Padilha e Moreira anunciaram que recorrerão da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), o comitê estava cheio de faixas e cartazes deles para receber as famílias que vacinariam as crianças. Assédio – O deputado Eliseu Padilha é da ala da agremiação que declara abertamente sua oposição à gestão do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva e vem sendo assediado pelo Planalto, ao lado do colega Michel Temer, para mudar sua posição. Isso talvez venha surtindo algum efeito, já que Padilha havia votado a favor do reajuste de 16,67% para os aposentados e pensionistas do INSS em junho, mas se ausentou na sessão de anteontem, contribuindo com o governo, indiretamente, para a vitória que garantiu aos aposentados um reajuste não superior a 5,01%. (AE)
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Congresso Planalto Dossiê CPI
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LIGAÇÕES COMPROMETEM HAMILTON LACERDA
Novo governo Lula será melhor. Não poderá ser pior do que o primeiro. Cláudio Lembo
LACERDA LIGOU PARA VACCARI, BARGAS... Quebra de sigilo telefônico mostra que ex-assessor de Mercadante comunicou-se com vários acusados.
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os sigilos telefônicos levantados pela Polícia Federal e repassados à CPI dos Sanguessugas, consta uma ligação de 3 minutos do celular "seguro" utilizado por Hamilton Lacerda, ex-assessor da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), para o expresidente da CUT e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, João Vaccari Neto. Lacerda é apontado pela PF como o "homem da mala". É suspeito de ter levado ao Hotel Ibis, no dia 13 de setembro, o R$ 1,75 milhão destinado à compra do dossiê Vedoin. Vaccari, integrante do diretório nacional do PT, preside desde 2005 a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), a maior do Estado. A Bancoop reúne 14,5 mil cooperados e 8.496 empreendimentos imobiliários. Nos últimos cinco anos, a entidade aplicou R$ 36 milhões em imóveis, mas enfrentou problemas financeiros recentes e hoje passa por um ajuste das suas contas. Trata-se de uma única chamada identificada em meio a um emaranhado de mais de 650 telefonemas trocados entre os "aloprados" nos dez dias que antecederam o estouro do escândalo, em 15 de setembro, quando Gedimar Passos e Valdebran Padilha foram presos.
Patrícia Santos / AE
R$ 1 milhão, do dinheiro destinado ao pagamento do dossiê. Consta ainda nos sigilos um outro telefonema, do celular utilizado por Vaccari para o celular de Freud Godoy, mas no dia 1° de agosto, com 2 min30s. Trata-se de uma data distante do escândalo. Godoy foi inicialmente apontado por Gedimar como a pessoa do PT que mandou pagar pelo dossiê. Depois, mudou o depoimento. Afirmou ter sofrido pressões da PF e inocentou Freud. Vaccari, que dirige Lacerda: articulações em 'telefone seguro' uma entidade fundada por seu colega bancário, O que chama a atenção no tele- o deputado Ricardo Berzoini fonema são a data, o horário e a (PT-SP), nega ter falado com circunstância em que foi feito. Lacerda. O celular está registraConforme os documentos do em nome da Bancoop e, seda PF, trata-se de uma ligação gundo ele, só é ligado após as realizada pelo celular em no- 9h, quando se inicia o expeme de Ana Paula Vieira, que, diente. Vaccari também nega segundo a Polícia Federal, era qualquer envolvimento com o utilizado por Hamilton Lacer- dossiê. "Não tenho absolutada como "telefone seguro" (ou mente nada a ver com isso", seja, o telefone que suposta- afirma. Ele também diz que não mente Lacerda usaria para fa- se lembra de ter repassado o zer ligações que desejaria ca- aparelho celular corporativo a muflar), às 7hs42min do dia 13 outra pessoa e diz não ter qualquer relação política ou pessoal de setembro. Uma hora e sete minutos de- com Lacerda. Com exceção do suposto pois, Lacerda entra no Hotel Ibis com a mala. Conforme a contato com Vaccari, a agenda PF, seria a primeira parcela, de de telefonemas de Lacerda no
dia 13 estava repleta de ligações trocadas com personagens acusados de envolvimento na operação de compra do dossiê. Entre 7h e 7h15, recebe duas ligações de Oswaldo Bargas, que estava em Cuiabá acompanhando a entrevista a ser dada pelos Vedoin à revista "IstoÉ". Em seguida, há o registro do telefonema para Vaccari. Na seqüência, Lacerda, sempre usando o celular de Ana Paula, faz outras seis ligações para Bargas e Gedimar. C o nh e c im e n to – Cruzamento feito entre telefonemas e imagens no hotel Íbis, em São Paulo, indica que petistas ligados à campanha do presidente Lula sabiam das negociações para a compra de dossiê. Seis horas antes de Gedimar Passos e Valdebran Padilha serem presos, Hamilton Lacerda estava no hotel e telefonou para Jorge Lorenzetti, churrasqueiro de Lula e ex-integrante da campanha presidencial, à meia-noite e 33 minutos do dia 15. Falou com ele durante um minuto e oito segundos. Pelas imagens das câmeras, à meia-noite e 14 minutos Hamilton entrou no elevador com Gedimar. Eles subiram carregando uma pasta marrom e duas sacolas. A PF suspeita que R$ 780 mil, parte em reais e outra parte em dólares, estavam dentro dessas sacolas. (AE) Fernando Vivas / Folha Imagem
Heloísa: "serenidade e canja"
HELOÍSA: SONDAGENS NO RIO
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senadora Heloísa Helena (PSol-AL) disse ontem que tem recebido convites para ser candidata à prefeitura do Rio nas próximas eleições, em 2008. Terceira colocada no primeiro turno da disputa presidencial, com 6,85% dos votos, Heloísa teve seu melhor desempenho no Rio, onde foi votada por 17,13% dos eleitores. Em Alagoas, seu estado natal, a senadora teve 13,32%, o segundo melhor resultado. Seu mandato como senadora termina em dezembro. Questionada sobre a possibilidade, Heloísa desconversou, sem descartar a hipótese. "Agora não é hora de falar dessas coisas", respondeu. Ela esteve no Tribunal de Contas do Estado para a palestra "Ética na Gestão Pública". O presidente do TCE, José Graciosa, disse que a entrada da líder do PSol na política do Rio seria um "bálsamo". "Pretendo manter meu domicílio eleitoral em Alagoas", disse Heloísa, que deve reassumir o cargo de professora na Universidade Federal de Alagoas. "Mas não sei ainda. Estou naquela fase de serenidade e canja de galinha". (AE)
LEMBO IRONIZA O SEGUNDO MANDATO
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governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL-SP), disse ontem, em entrevista à Rádio Jovem Pan, que acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará um bom segundo mandato. Não se trata, porém, de uma convicção com base nas propostas e promessas feitas pelo presidente ao longo da campanha, nem na confiança de que a montagem do novo ministério sugere uma mudança significativa. Para Lembo, o segundo mandato de Lula será melhor simplesmente porque, no seu entender, "não poderá ser pior que o primeiro". Lembo elogiou o presidente ao dizer que "Lula possui uma intuição diabólica e aprende muito fácil com os erros". O governador assegurou também que não vai para o PT, pois a agremiação não é nenhuma solução para o País. Ao mesmo tempo, ele criticou a oposição, encabeçada pelo seu partido e pelo PSDB, por fazer frente ao Congresso Nacional na aprovação ou derrubada de medidas. Lembo acredita que o bom senso está bem distribuído, principalmente no PFL, e por isso os partidos não devem atrapalhar o governo Lula. O governador entende que "há diferença entre fiscalizar e fazer oposição por mera oposição".
PSDB-PFL – Cláudio Lembo declarou também que não é possível ainda definir qual será o futuro da coligação PSDB-PFL, dizendo que a parceria de longa data entre as duas legendas esbarra, principalmente, em questões regionais difíceis ou intransponíveis. Por isso, afirmou que as coligações federais, exigidas pela chamada "verticalização", são uma "tolice". O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse esse ano que há possibilidade de a legenda abandonar a aliança com os tucanos, mas ainda continuar na oposição. Lembo defendeu as alianças regionais que, no seu entender, seriam mais adequadas à realidade brasileira. Segundo o governador paulista, o PFL precisa perder o constrangimento dos "pequenos burgueses" e lançar um candidato próprio à Presidência da República na próxima eleição, em 2010. Já em relação a São Paulo, Lembo afirmou que não será fácil para a coligação PSDBPFL definir quem vai ser o candidato à Prefeitura em 2008, ressaltando que os tucanos possuem nomes mais competitivos. Contudo considera que o atual prefeito, Gilberto Kassab, é forte candidato à reeleição. (AE)
MUDA A LISTA PAES VIRA DE DEPUTADOS SECRETÁRIO E ELEITOS DO PSB ELOGIA LULA
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Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE/SP) realizou ontem, pela terceira vez, a totalização do resultado das eleições proporcionais a deputado federal no Estado. Com isso, houve alteração no quociente eleitoral e na distribuição das vagas. O candidato José Abelardo Guimarães Camarinha (PSB), que obteve 78.357 votos, passou à condição de eleito, e o candidato Edgard Montemor Fernandes (PSB), com 73.212 votos, figura agora como não eleito, e aparece como suplente. Já o candidato Antônio Cláudio Flores Piteri (PSDB), teve os seus 45.707 votos anulados, pois o TSE indeferiu seu registro. As mudanças foram necessárias porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu alterar algumas decisões do TRE após as eleições. (AE)
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governador eleito do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), terminou hoje de tecer a colcha de retalhos do futuro governo, atraindo até um tucano para o secretariado: anunciou o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) para a Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo do Estado. Paes, que integrou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios e foi um ácido crítico do PT, denunciando desvios éticos, e devotado cabo eleitoral do exgovernador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), disse apoiar a aliança do governador eleito do Rio com o presidente Lula. "Se tivesse sido eleito governador, queria virar amigão do Lula, mesmo no PSDB. Cabral está certíssimo. Se pudesse dar uma sugestão para ele, diria: vamos tomar café, almoçar e jantar com Lula todo dia". (AE)
Ano 81 - Nº 22.259
São Paulo, sexta-feira, sábado e domingo, 24, 25 e 26 de novembro de 2006
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Jornal do empreendedor
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Nunca se coligou tanto neste país Lula quer oposição só em 2010. E menos "companheiros" Agora o presidente Lula está querendo se coligar com o PV, o PFL e o PSDB, depois de ter conquistado o PTB, ontem, e o PMDB, anteontem. "Só não vou conversar com quem não quiser", ele disse. O PTB não deverá participar do conselho presidencial de coalizão porque tem como presidente o ex-deputado Roberto Jefferson, homem-bomba do mensalão. Lula pediu a 16 governadores eleitos (foto acima) que não cometam o erro de governar com "companheiros". Melhor, com "gênios". Foi um mea-culpa. Mas ele quer oposição só em 2010. Página 3
Leão-Noel promete menos impostos O pacote de Natal do governo já está fechado: ele contém cortes na tributação entre R$ 10 a R$ 12 bilhões. São isenções, redução de alíquotas e prorrogações em prazos de pagamentos. A meta é o crescimento da economia em 5% ao ano. Mas quem acredita no Leão-Noel, principalmente quando ele não ruge ante tanta renúncia fiscal? Onde estão as maldades? E 1
Descontrole na torre: aviões tiram fina nos céus do Rio
Relatório da Aeronáutica revela: duas semanas após a colisão do Boeing da Gol com o jatinho Legacy, um caso semelhante foi registrado sobre o Rio. Um Fokker 100 da TAM chegou a ficar a pouco mais de 60 metros de outro avião da Gol. No ar, quase outra tragédia. C 2
AP/AE
Bagdá: veia aberta de sangue. O Iraque se esvai. Um recorde, ontem: 5 atentados, 160 mortos, 257 feridos. C 4
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 32º C. Mínima 16º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 17º C.
A dança dos pingüins Happy Feet é um pingüim diferente. Não canta como os de sua espécie; mas nasceu com cócegas nos pés, virou sapateador. Sua arte contagia os amigos e transforma as geleiras da Antártida em formidável coreografia. Happy Feet - O Pingüim é o filme mais
esperado da semana. Veja ainda a mostra pelos direitos humanos, assinada por mestres brasileiros. E mais: Sérgio Britto em cena; o futuro digital do cinema; Joana D´arc; gastronomia, Roda do Vinho...
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Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 24, 25 e 26 de novembro de 2006
1 Por enquanto, o governo só anunciou o que depende dele sem maiores esforços. Júlio Callegari, economista do JP Morgan.
GOVERNO ESTUDA CORTES DE ATÉ R$ 12 BILHÕES NA TRIBUTAÇÃO E NÃO CITA CONTENÇÃO DE GASTOS
PACOTE CORTA TRIBUTOS FEDERAIS Roberto Jayme/AE
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governo tem praticamente pronto seu pacote de bondades para o próximo ano, que envolverá cortes na tributação de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões e inclui medidas na área da construção civil (leia mais na pág. E/8). São isenções, cortes de alíquotas e prorrogações de prazo para o pagamento de tributos que têm como objetivo baratear o investimento e criar condições para a economia crescer 5% ao ano. Das maldades, porém, pouco se fala. Não se sabe como o governo vai conter suas despesas para evitar que o Orçamento de 2007 fique desequilibrado diante de tamanha renúncia. Para incentivar as empresas a investir, o governo pretende permitir que elas recuperem mais rapidamente os tributos embutidos no custo de construção ou ampliação de fábricas. Hoje, o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) que compõem o preço de cimento e outros itens de construção podem ser recuperados em até 25 anos. A idéia é encurtar esse prazo para algo como 18 ou 24 meses. Com isso, a estimativa é de que a Receita deixe de arrecadar cerca de R$ 2,3 bilhões em 2007. Ousadia – Essa medida foi uma das discutidas ontem em reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a equipe econômica. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acha que o pacote ficará pronto na semana que vem. Questionado se, dessa vez, o presidente teria ficado satisfeito, Mantega explicou: "Procuramos fazer um programa ousado, mas não pode ser muito ousado a ponto de perder arrecadação, porque depois teremos de ser ousados pelo lado da despesa. Será ousadia com responsabilidade. Não adianta ousar e arrebentar com o que conquistamos nos últimos quatro anos." Na semana passada, ao receber a primeira versão do pacote, o presidente reclamou da "mesmice" das sugestões e pediu medidas mais ousadas. No rol das medidas que ainda precisam ser detalhadas estão algumas que vão dar fôlego ao caixa das empresas. Uma delas é adiar a data de recolhi-
mento das contribuições patronais ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do pagamento do PIS/Cofins. É uma medida que dá uma ajuda momentânea às empresas, que ganharão alguns dias extras para fazer o pagamento. Folha menor – Na mesma linha, o governo pretende baratear a folha de pagamento das empresas que utilizam muita mão-de-obra. É o caso da construção civil. Mantega, porém, não deu detalhes sobre que contribuições cobradas sobre a folha poderão ser eliminadas. A idéia é mudar a base de cobrança da contribuição do INSS (atualmente calculada sobre a folha) para o valor agregado. Embora já tenha sido analisada, a proposta não
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do Mantega, ao permitir que a cobrança seja terceirizada, os estados e municípios podem melhorar sua situação de caixa e ampliar sua capacidade de investir. Medidas – O governo federal não pretende, porém, seguir o mesmo caminho. O projeto em estudo pela Receita e
Elza Fiúza/ABr
Marinho: consenso no governo
deverá ser aproveitada. "Já tem uma concentração grande de tributos sobre o faturamento", disse Mantega. O barateamento da folha de salários foi defendido ontem pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Segundo ele, existe um "consenso dentro do governo", mas ele fez a ressalva de que, devido às resistências de alguns setores econômicos, a decisão pode demorar um pouco mais para se tornar realidade. "As empresas que têm alto valor agregado certamente terão encarecimento de custos, por isso não gostam da idéia. Mas é preciso pensar no que é bom para o conjunto do País." Críticas – Na opinião de economistas do mercado financeiro, o corte de gastos correntes deveria ser incluído no pacote fiscal. "Por enquanto, o governo só anunciou o que depende dele sem maiores esforços. So-
bre o que precisa ser feito com maior determinação, que é o corte de despesas na própria carne, por enquanto não temos nada", avaliou o economista Júlio Callegari, do JP Morgan. "A parte dolorosa não está lá." A p e rc e p ç ã o é d e q u e o anúncio apenas de "medidas positivas" pareceu mais uma decisão política. Pouca gente acredita, por exemplo, que a compensação para as medidas de desoneração possa vir apenas de um maior rigor na cobrança de dívidas e tributos por parte da União. O problema, afirmam, é que as propostas de cortes de despesas foram apenas balões de ensaio. "Esse tipo de anúncio acaba criando mais ruído do que esclarecimento. Parece que há um lado do governo que quer fazer o País crescer mais de maneira estrutural, promovendo cortes de gastos, e parece que há outro lado querendo um crescimento rápido, imediato", disse o economista-chefe da Itaú Corretora, Guilherme da Nóbrega. "Ainda não dá para concluir nada do que será o pacote de ajuste fiscal." Para a economista-chefe da Mellon Global Investments, Solange Srour, além de serem insuficientes, as medidas podem representar a repetição de uma fórmula que o governo já utilizou em momentos passados e não surtiu efeito significativo no investimento: a desoneração ruidosa para alguns setores e o aumento silencioso de tributos para outros. "O governo não está em condições de abrir mão de nada. Como ninguém parece muito entusiasmado com o corte gastos, é possível que haja elevação de outros tributos." Divergências – Até dentro governo, o pacote divide opiniões. Ontem, Mantega praticamente descartou duas medidas que seu colega do Planejamento, Paulo Bernardo, havia classificado, um dia antes, como possíveis integrantes do pacote. Uma delas diz respeito à capitalização da Caixa Econômica Federal, defendida por Paulo Bernardo como uma hipótese a ser examinada. Para Mantega, porém, essa não é uma boa solução por aumentar a despesa para o Tesouro. (AE)
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o pacote será finalizado na próxima semana Marcos Fernandes/LUZ - 21/02/2006
Feirão do Imposto realizado na Praça Mauá, em Santos, neste ano, atraiu a atenção dos consumidores
FEIRÃO DO IMPOSTO
População vai sentir no bolso Governo quer Leão mais eficiente a tributação sobre o consumo
governo tem planos para melhorar a arrecadação por meio de uma cobrança mais eficiente das dívidas tributárias, que totalizam R$ 780 bilhões. Hoje, há um estoque de dívidas de R$ 400 bilhões que a Receita Federal tenta recuperar pela via administrativa e mais R$ 380 bilhões em tributos não pagos, cuja cobrança já foi para a Justiça. Nesse caso, o processo fica sob responsabilidade da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, ainda, que deverá ser feita uma campanha para combater a sonegação. Hoje, um processo de cobrança demora perto de 16 anos. "É um absurdo", disse Mantega, ao anunciar que a Receita e a Procuradoria concluíram um projeto que muda processos e encurta esse prazo para 8 anos. Na mesma linha, o governo pretende dar uma ajuda ao caixa de estados e municípios, autorizando-os a entregar a terceiros a cobrança das dívidas tributárias sob sua responsabilidade. Algumas prefeituras e governos estaduais "vendem" as dívidas a receber a bancos, mas a operação tem uma base jurídica controversa. Segun-
400
bilhões de reais é o valor do estoque de dívidas tributárias que a Receita Federal tenta recuperar pela via administrativa pela Procuradoria prevê formas de acelerar a cobrança usando a própria estrutura desses órgãos. O secretárioadjunto da Receita Federal, Paulo Ricardo Souza Cardoso, disse, durante um seminário para discutir a cobrança de dívidas tributárias, ontem, que de nada adianta dizer que há um estoque de R$ 780 bilhões a
receber, se não são encontradas formas mais eficientes de os converter em receita efetiva. "Estamos em um esforço hercúleo de contenção de gastos. Ou este crédito se transforma (em dinheiro) ou vamos passar a borracha", disse. A ver navios – Na sua avaliação, é preciso modificar procedimentos. Ele contou que é "tremendamente desanimador" ver que um processo depois de três, quatro ou cinco anos de contenciosos administrativos acaba sendo extinto no Judiciário porque a empresa não existe mais ou não tem patrimônio para quitar a dívida com a União. "E então nós ficamos a ver navios, ou melhor, avião, porque eu reputo a uma empresa do setor este paradigma", disse o secretário, sem citar nomes. O procurador Geral, Luis Inácio Adams, disse que o seminário promovido pelos dois órgãos marca o início do novo governo. Segundo ele, é preciso melhorar a integração entre as áreas de fiscalização e de cobrança. O procurador afirmou que o governo sofre hoje uma grande pressão, seja pela elevada carga tributária pelo crescimento da despesa pública ou mesmo pelas falhas na fiscalização. (AE)
E
nquanto o De Olho no Imposto – projeto de lei que prevê a discriminação da carga tributária nas notas fiscais – não for aprovado pelo Congresso, os feirões de impostos continuarão a ser realizados no País. Amanhã, o Feirão é nacional e acontece em 21 estados. A Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje) promove o evento com o apoio dos grupos que fazem parte da Frente Paulista do Jovem Empreendedor. "O objetivo é conscientizar o povo do quanto há de impostos embutidos nos preços das mercadorias e serviços. Ao mesmo tempo, o Feirão será um instrumento de pressão para aprovação do De Olho no Imposto no Senado", explica Tiago Campoi, um dos coordenadores do Fórum de Jovens Empreendedores da Associação Comercial
de São Paulo (ACSP). No Estado de São Paulo, haverá feirão na capital, em São Bernardo, Santo André, Ribeirão Pires, Campo Limpo Paulista e São José do Rio Preto. Na capital, será realizado no Shopping Penha, das 9 horas às 17 horas. Segundo Campoi, todos poderão fazer uma compra fictícia, passar suas mercadorias por uma espécie de caixa e receber a nota fiscal com o peso dos tributos registrado. O Feirão do Imposto simula um supermercado, com produtos em prateleiras e seus preços afixados junto com a carga tributária embutida em cada um deles. O peso tributário de cada produto ou serviço é calculado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). De acordo com Valter Moura Júnior, coordenador da Federação das Associações Comer-
ciais do Estado de São Paulo (Facesp) Jovem, na região do ABC, em São Paulo, são esperadas de 6 mil a 7 mil pessoas nos feirões. Além de conscientizar a população, os feirões do ABC vão distribuir material sobre o movimento Quero Mais Brasil. "Isso porque se trata de um movimento em nome da transparência nas políticas públicas. A colocação da carga tributária nas notas fiscais é um passo nessa direção", afirma Moura Júnior. Em São Bernardo do Campo, o Feirão será realizado na Praça da Matriz; em Santo André, no calçadão da Rua Oliveira Lima; e em Ribeirão Pires, na Praça Central da cidade. Os estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Rondônia, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe promovem o mesmo evento.
Na mira do fisco, o IPVA
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Tocantins, Distrito Federal e Paraná, que adotam alíquotas menores do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Eles terão 30 dias para justificar o licenciamento, sob o risco
de pagar o imposto correspondente ao estado paulista, além de multa de 1% sobre o valor venal do veículo. Os nomes dos contribuintes foram obtidos a partir do cruzamentos de dados da Fazenda, das montadoras, Detran e da Receita Federal. (DC)
A
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo vai notificar proprietários de 7.008 veículos licenciados nos estados de Minas Gerais,
Laura Ignacio
2A
DCARRO
São Paulo, 27 de novembro de 2006
CITROËN C6
Pablo de Sousa
O BELO C6 ENTRE AS FERAS A sofisticação de um sedan de luxo que não é o mais potente do mercado, mas que apaixona pelo nível de conforto e inovações tecnológicas ANDERSON CAVALCANTE
E
m maio de 2004 o diretor de redação do Diário do Comércio, Moisés Rabinovici, fez especialmente para o DCarro um relato "apaixonado e apaixonante", sobre o sedan de luxo C5, contando como 26 anos antes a "mademoiselle C5", antes conhecida com GS, o encantou e o levou a passeios por praias de deserto acessíveis somente a jipes e a trilhas abertas por tanques de guerra no Sul do Líbano. Impossível após esta leitura não passar a prestar mais atenção nos modelos Citroën e na enorme quantidade de inovações tecnológicas sempre apresentadas pela marca. Com a chegada do Citroën C6, já disponível à venda no Brasil, fica fácil entender os motivos que
Fotos: Divulgação
O C6 pode ser equipado com faróis de xenônio direcionais de função dupla
Traseira curta, "esconde" porta-malas, com capacidade para 488 litros
Citroën C6: motorização 3.0 V6, que desenvolve 215 cv de potência
Para a Citroën, sua silhueta evoca um elegante cupê e também prestigiosa limousine
tanto afloram a sensibilidade humana, mesmo ao se falar de um carro. A marca francesa, assim como no C5, coloca à disposição do segmento de veículos de luxo, um carro para disputar espaço com as alemãs BMW, Audi e Mercedes-Benz, além de alguns japoneses e norte-americanos. A grande diferença é que enquanto estas marcas costumam produzir verdadeiras "feras", o C6 não se mostra tão agressivo em termos de desempenho, mas seu requinte e sofisticação mostram um romantismo diferenciado e, como bem citado por Rabinovici, "para os franceses carro é feminino, voiture", e com isto o C6 torna-se mais uma entre as "belas" da Citroën. Bom desempenho - O C6 chega equipado por aqui com o mesmo motor utilizado no C5, um 3.0i V6, mas um pouco mais potente e com mais torque, alcançando 215 cv a 6.000 rpm (contra 210 cv do C5) e 29,5 mkgf de torque a 3.750 rpm (29,0 no C5). Apesar de bater a "mademoiselle", estes números não são o bastante para concorrer com outros luxuosos sedans, mas uma coisa é certa, estar dentro deste carro remete a sensações de conforto e tranquilidade que talvez você nem queira chegar "tão rápido" ao seu destino. Sofisticação - O espaço sobra para motorista e passageiros, enquanto isso os assentos (com aquecimento) possuem vários tipos de regulagens que facilitam o encaixe do corpo, deixando cabeça, pernas e costas bem acomodados. O isolamento acústico é capaz de fazer esquecer a poluição sonora constante em nossas metrópoles, o ar-condicionado atende individualmente os passageiros, oferecendo ótimo conforto térmico, o controle de navegação facilita a vida de quem não pode, e não deve nunca, errar caminhos, devido ao valor do carro. E mais sensores de estacionamento e de chuva, controle de velocidade e outro pequeno detalhe: o sistema de projeção de informações essenciais no pára-brisa, como velocidade ou ainda navegação, evitando que o motorista tenha que desviar o olhar para o centro do painel. Ainda de série, o C6 vem equipado com computador de bordo, sistemas ABS e EBD, suspensão ativa, controle da pressão de pneus, detector de
Caixa de câmbio automática de seis marchas
Sistema telemático com GPS e telefone GSM com Bluetooth
ultrapassagem de faixa, a exemplo do C5 e o C4, com alerta vibratório no assento do motorista em casos de cruzamento involuntário de faixa, evitando possíveis "cochilos". Não poderia faltar neste sofisticado carro a suspensão hidroativa da Citroën com sistema de amortecimento variável que aumenta a estabilidade do C6 fazendo algo bastante difícil para muitas montadoras: aliar uma ótima dirigibilidade ao conforto. A expectativa da marca francesa é de vender 100 carros no próximo ano, ao preço de R$ 230 mil. Ao nosso diretor e a quem tiver a oportunidade de dirigir o carro, cuidado! Você pode não esquecer um antigo amor, mas se houver espaço para uma nova paixão, ela pode ser o C6.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
LENTE
DE AUMENTO INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA
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ainda é bastante restritivo. Há incertezas acerca do potencial de crescimento da economia e, portante, do nível neutro de juro. Além disso, a demanda doméstica está crescendo em ritmo acelerado, provocando vazamentos para o exterior. No médio prazo, das duas uma: ou a produtividade cresce ou a taxa de câmbio se depreciará. No segundo cenário, talvez haja pressões inflacionárias, no futuro. Trata-se, no entanto, de questão que não é nova, cujo desdobramento será conhecido bem depois. Não é por outra razão que o BC tem calibrado a política monetária com muita parcimônia. Neste contexto favorável, discutese a pertinência de eventual
As decisões do BC são importantes, mas não determinam o crescimento do Brasil a longo prazo
tranqüila. O quadro é tão bom que se especula sobre a pertinência de reduzir a meta de inflação para 2007. Após a disparada do IGP-DI de outubro, houve rumores de que o IPCA também seria afetado. Mas na semana passada o IBGE informou inflação de 0,33%, dentro do esperado. Melhor, as principais medidas de núcleo do IPCA, acompanhadas pelo BC, apresentaram declínio. Processos inflacionários são caracterizados por altas persistentes e generalizadas de preços. Não se trata de minimizar o problema, mas de direcionar corretamente a preocupação. Essas perturbações de preços não configuram quadro inflacionário. É verdade que, partindo-se de situação de equilíbrio, é sempre possível imaginar a necessidade de subir um pouco o juro para evitar propagação de choques. Mas este não é o caso brasileiro, em que o viés da política monetária
internalização da queda atual da inflação por meio de redução da meta para o próximo ano: 4,5%. Como a tendência da inflação é inferior à meta, a rigor, o BC terá de inflacionar a economia, para fazer a projeção de inflação subir. Nos últimos 15 anos, ciclos de curto e médio prazos desviaram a taxa de crescimento da economia em mais ou menos 0,7 ponto porcentual com relação à taxa de longo prazo. Além disso, nem todos os ciclos foram causados por flutuações de demanda, influenciada pela política monetária. Os dados ajudam a perceber a influência relativa da política monetária sobre o crescimento. A política do BC é importante para a atividade econômica, mas nem de longe determina o crescimento do país a longo prazo. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE ECONOMIA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
M esmo sob controle, inflação ainda assusta
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO IDADE E Céllus
pós longo período de dormência, a inflação volta à pauta. O castigo impingido por instabilidade de preços por mais de 20 anos foi tal que, mesmo quando sobram evidências animadoras, qualquer ruído é capaz de arrepiar os cabelos. Recentemente, a ocorrência de choques adversos de demanda e de oferta, em período de sazonalidade também adversa, contribuiu para pressionar os preços de alimentos no atacado, gerando apreensão – felizmente não confirmada – de que o IPCA de outubro poderia superar as previsões. Ressaltamos que a pressão dos alimentos não preocupa e que, a curto prazo, a inflação está
Choque de liberdade ROBERTO FENDT
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erguntado como faria para o país crescer 5% ou mais em 2007, o senhor presidente respondeu que não sabia, mas que pretendia descobrir, porque é imprescindível retomar o crescimento. Tarefa inglória. Se o senhor presidente examinar a proposta orçamentária da União para 2007 se certificará que é mais difícil que parece retomar o crescimento do país. Juntos, três grandes grupos de despesas, pessoal e encargos sociais, benefícios da previdência e outras despesas obrigatórias, compreendem 79,7% do total das despesas primárias orçadas (R$ 449,9 bilhões, equivalentes a 19,6% do PIB). As despesas discricionárias do Executivo, aquelas que não têm destinação previamente estabelecidas, somam R$ 86,8 bilhões (3,8% do PIB). É desse total que sai, entre inúmeras outras coisas, o investimento público. É preciso atender a muitos requisitos para retomar taxas de crescimento real do PIB da ordem de 5% ao ano. Diga-se o que quiser, há um fato inescapável, o principal requisito: como dizia o Barão de Itararé, de onde menos se espera daí mesmo é que não sai nada. Traduzido para o economês, não há crescimento sem investimento prévio. A China cresceu em média 8,9% ao ano entre 1996 e 2005 porque investiu em média 35,3% do seu PIB nesse período. Aqui mesmo, nosso vizinho Chile cresceu em média 4,2% ao ano no mesmo período porque investiu 23,3% do PIB. Na Coréia do Sul os números correspondentes são 4,4% de crescimento e 32% de investimento. Não há mágica: não se cresce mais de 2,8% investindo menos de 20% do PIB. É simples: não há milagres em economia. Nosso caso é mais dramático porque o tão festejado saldo positivo em conta corrente, superior a 2% do PIB, significa que estamos transferindo para o exterior 2% da poupança nacional, que poderia estar sendo investida aqui mesmo. Gol contra do Brasil. Se não poupamos entre 25 e 30% do PIB, poderíamos melhorar a eficiência do que investimos. Mas como falar em melhorar a eficiência do investimento se não conseguimos sequer manter o estoque de capital de infra-estrutura já existente? Não vou me estender sobre o tema porque é recorrente e de conhecimento de todos: estra-
das destruídas, portos desaparelhados e assoreados, controladores de vôo inexistentes por desvio de recursos para finalidades mais prementes, por eleitoreiras, etc. Vamos ser francos: seria uma piada falar em melhorar a eficiência do investimento público, não fosse uma tragédia. Há uma terceira possibilidade: se o governo não investe, por que não investiria mais o setor privado, compensando a falta de investimentos públicos? Boa pergunta. Há diversas razões para isso. Primeiro, muitas vezes os investimentos públicos são complementares dos investimentos privados; os segundos não ocorrem pela insuficiência ou ausência dos primeiros. Segundo, esses investimentos públicos não são feitos porque esse governo renegou as privatizações e concessões. Poderia ter questionado os métodos do governo anterior e proposto outros; não o fez. Agiu como o cão do dono da horta do dito espanhol, que não come nem deixa comer. Terceiro, ninguém de fora, em sã consciência, investe em um país em que não há regras para o capital. Riscos de expropriação, mudanças constantes de regras, a ameaça permanente de invasão por sem-terra e sem-teto, e de vandalismo contra o progresso. Ao contrário do que pensa o governo, o Brasil não é o único lugar onde o investidor estrangeiro pode pôr o seu dinheiro. Há pelo menos meia centena de países sérios.
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governo colherá em 2007 o resultado das benesses eleitoreiras que cometeu entre 2003 e 2006. Os aumentos despropositados do salário mínimo (que impactam diretamente as despesas da Previdência); os programas de transferência de renda (orçados em mais de R$ 8 bilhões no Orçamento de 2007) e o aumento das despesas com pessoal, resultantes principalmente da criação ou provimento de cargos e de alterações de carreiras e aumentos de vencimentos, aumentaram as despesas com pessoal em R$ 18 bilhões em 2006 e 2007. É por essas razões que o País não cresce e será difícil ao senhor presidente encontrar meios e formas, a menos que esteja disposto a realmente ousar, dando um choque de liberdade na economia.
N ão há milagres em economia. Será muito difícil crescer 5% ao ano.
Supersonegação CARMEN CECÍLIA BRESSANE
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roteger o contribuinte: essa é a mais nova bandeira usada para se conseguir aprovar a Super-Receita, a ser votada amanhã na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Sem estudos que demonstrem sua eficácia, a Super-Receita vai passando à margem do conhecimento da sociedade. O projeto promove a maior concentração de poderes em um só órgão do executivo desde a época da ditadura militar. Megaestruturas são facilmente manipuladas politicamente. Seria essa a finalidade desse projeto? A contribuição sobre a folha de pagamento e patronal, poupança segura do trabalhador, passa para o controle da nova Receita Federal, transformando-se em mais uma contribuição que ficará sujeita ao controle exclusivo do governo central e sujeita a desvios quando o superávit tiver que aumentar: outro saque na Previdência. Não se sabe como ficará esse controle e sua transparência para os estados e municípios. O polêmico projeto inclui itens de um outro projeto que tramita no Congresso, já apelidado de Código de Defesa do Sonegador, que, a pretexto de proteger o contribuinte, na verdade protege o grande sonegador da ação do Estado. Se aprovadas, as medidas poderão gerar megaesqueletos fiscais bilionários para o atual governo e futuros ocupantes do Planalto, com extensão catastrófica para estados e municípios. Autos de infração extintos representam menos transferências para os estados e municípios. Menos
tempo para fiscalizar ou julgar fica fácil para atingir pequenas e médias empresas e quase impossível para atingir os grandes sonegadores. Com o agravante de essas propostas não terem sido discutidas em nenhuma das audiências já realizadas pelo Congresso relativas à proposta de fusão, porque não constavam do texto original.
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pesar de um nome bonito para o cidadão comum, Super-Receita, juridicamente os itens incluídos favorecerão os sonegadores. Grandes esquemas e crime organizado exigem um órgão especializado, pessoal qualificado. Das emendas acatadas pelo relator, quatro são especialmente preocupantes, como mostra nota técnica sobre o PLC 20/2006, elaborada pelo Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal. A emenda de nº 105 propõe um prazo de 360 dias para resposta da Administração às petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte, com a possibilidade de prorrogação por 180 dias, podendo ser suspenso por até 120 dias para a realização de diligências. O não cumprimento desses prazos implicaria a nulidade do lançamento. No entendimento do Unafisco, se essa regra fosse aplicada hoje, quase todos os autos de infração para julgamento estariam extintos. CARMEN CECÍLIA BRESSANE, DELEGADA SINDICAL EM SÃO PAULO DO UNAFISCO - SINDICATO NACIONAL DOS AUDITORES-FISCAIS DA RECEITA FEDERAL.
A pesar do nome bonito, a Super-Receita favorece os sonegadores
APOSENTADORIA ão conhecidas as exigências absurdas solicitadas aos candidatos a aposentadoria no curso do pedido aos órgãos competentes. É uma das mazelas do serviço público e uma das singularidades do funcionalismo público. Deixemo-lo e vamos para o assunto deste artigo. Não é só a atuária que tem importância na aposentadoria, ao contar o tempo de serviço do postulante, mas também a idade do pedido, legalmente colocado na fila. Agora, a aposentadoria tem em mãos um caso novo, que é fazer a adequação entre aposentadoria e a idade do postulante. Ninguém ignora, leitor que seja das publicações científicas, o impacto da ciência na vida humana, fazendo-a sujeito nos cálculos atuariais e etários, a fim de salvar do colapso financeiro o órgão pagador.
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econhecemos que a aposentadoria não paga um mensário razoável para o aposentado, mas ajuda-o a manter o orçamento quando lhe faltam forças para o trabalho intenso. É por esse motivo que milhares de aposentados são obrigados a trabalhar, mesmo depois de obtida a aposentadoria. O mínimo que ocorre para o aposentado na sua vida ativa é ter de compartilhar o orçamento doméstico com sua participação em todos os itens da sua manutenção. Nunca duvidamos de que os governos têm procurado remunerar melhor os aposentados, mas é inútil querer quando falta caixa para suprir as exigências da carteira do aposentado, que espera o recurso mensal, sem o qual não pode viver ou é obrigado a trabalhar mesmo depois de obtida a aposentadoria.
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assunto é complexo e amplo, mas ficamos por aqui, dando a nossa contribuição ao importante problema da relação entre a aposentadoria e a idade de outorgá-la.
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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Nunca
duvidamos que os governos procuram pagar melhor os aposentados, mas falta caixa
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Urbanismo Polícia Distritais Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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QUESTÕES SERÃO DISCUTIDAS COM MAIS RAPIDEZ
Com os comitês, queremos nos antecipar aos problemas e apresentar soluções. Gerson Gómez, coordenador de comitê
Fotos: Milton Mansilha/Luz
Distritais da ACSP terão comitês de política urbana Idéia é que cada região debata e encontre soluções para seus problemas
GIr Agendas da Associação e das distritais
Hoje
Comissão de Política Urbana (CPU) da ACSP, coordenada por Alfredo Cotait Neto, e que conta com 30 representantes, dois de cada distrital. "Com a criação dos comitês técnicos nas distritais, queremos estar presente nas decisões que afetam a qualidade de vida da população, nos antecipando aos problemas e apresentando propostas e soluções", disse o arquiteto Gerson Gómez, coordenador do Comitê Técnico de Política Urbana e Conselheiro Municipal de Política Urbana Macro-Região Sul 1. realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h. I Centro – A distrital realiza reunião de óticas do Projeto Empreender, coordenada por Elias Nunes Monteiro Martins. Às 19h30, rua Galvão Bueno, 83, Liberdade.
I Santo Amaro – A distrital
Quarta
promove palestra sobre o Dia da Bandeira para os alunos da E.E. Professora Maria Petronila Limeira dos Milagres Monteiro. Às 14h. I Plenária – Reunião do conselho deliberativo e diretoria plena da ACSP. Às 16h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I São Miguel – A distrital faz reunião de salões de beleza do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 18h.
I Pinheiros – A distrital, em
Terça I Chamber – O vicepresidente da ACSP e coordenador da São Paulo Chamber of Commerce, Luiz Roberto Gonçalves, coordena reunião das Comerciais Exportadoras. Às 9h30, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I São Miguel – A distrital
comemoração ao seu 55º aniversário, promove homenagem a empreendedores. Buffet Palace, piso superior do Call Center, av. Brigadeiro Faria Lima, 1912, Pinheiros. Às 12h. I Internacional – O vicepresidente da ACSP e coordenador do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio, Hélio Nicoletti, participa de reunião-almoço com palestra do coordenador do Departamento de Inteligência Comercial da São Paulo Chamber of Commerce e diretor secretário-geral da Câmara de Comércio BrasilLíbano, Guilherme Mattar. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/12º andar, Enre. I São Miguel – A distrital realiza reunião de lojas de móveis do Projeto
Durante a palestra A Cidade que Queremos, realizada na Distrital Jabaquara da ACSP, foi apresentada a proposta de criação do comitê técnico nas distritais. "A Distrital Jabaquara, assim como todas as outras, terá uma biblioteca do Comitê Técnico de Política Urbana. É uma forma de catalisar novos associados e membros para pensar sobre o bairro, a região e a cidade que queremos", afirmou Gómez. Participação – Em seu quinto mês de funcionamento no Centro de São Paulo, o Comitê Técnico de Política Urbana tem Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 20h.
Quinta I Aniversário - O vice-
presidente da ACSP e coordenador do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio, Hélio Nicoletti, participa da festa da Amizade e do 63º aniversário da Câmara de Comércio Argentino Brasileira. Às 19h30, Renaissance São Paulo Hotel, alameda Jaú, 1620. I São Miguel – A distrital realiza reunião de automecânicas do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 19h30. I São Miguel – A distrital promove reunião com entrega dos troféus Marco da Paz 2006 aos policiais civis, militares, guarda-civis e bombeiros da região. Às 19h30, Unicsul, avenida Ussiel Cirilo, 225, São Miguel.
Sexta I Ação de Graças - O vice-
presidente da ACSP Roberto Mateus Ordine participa da missa de Ação de Graças da Polícia Civil. Às 16h, Átrio da Academia de Polícia Civil - Dr. Coriolano Nogueira Cobra, praça Reynaldo Porchat, 219.
Divulgação
Palestra sobre marcas e patentes em Pirituba
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Distrital Pirituba, em parceria com a Vilage Marcas e Patentes, promoveu um Encontro de Negócios coordenado pelo superintendente, José Roberto Maio Pompeu. Na ocasião, o diretor regional da Vilage, Riválter Duechas, apresentou a palestra Tudo o que você precisa saber sobre marcas, conflito entre Razão Social e Marca Registrada.
necessidade de difundir a cultura de registros de marcas e patentes. Emei – O superintendente também participou da solenidade comemorativa ao 50º aniversário da Emei Professora Olga Maria Pompeu (centro) em encontro na distrital Germano Martins Domingos, na praça Baltazar de Godoy, em O objetivo do evento foi Pirituba. Uma exposição de aproximar os empresários fotos e trabalhos dos alunos para ampliar e desenvolver marcou a homenagem. negócios e disseminar a
Gómez e Calderón durante a palestra A Cidade que Queremos
Larissa: política urbana é ampla
se destacado pela participação em discussões sobre diversos temas. "A política urbana é bastante ampla. Atualmente estamos envolvidos em questões como o IPTU, o Plano Diretor e a lei Cidade Limpa. Também apoiamos projetos de revitalização de vias comerciais e discutimos questões sobre licença de funcionamento, entre outras", ressaltou Larissa Arcuri, arquiteta do Comitê de Políticas Urbanas. Fórum – "O trabalho que será desenvolvido pelo comitê
vel ampliar este conceito para todas as distritais". Para o superintendente da Distrital Jabaquara, Fernando Calderón, o bom relacionamento que a entidade tem com a subprefeitura do bairro vai colaborar para o sucesso dos projetos. "Temos que começar a trabalhar já, tanto no Comitê Técnico de Política Urbana quanto para a futura implantação do Fórum Urbanístico do Jabaquara", concluiu o superintendente.
nas distritais é a semente para a criação dos fóruns urbanísticos dos bairros". Essa é a opinião de Reinaldo Martines, Conselheiro Municipal de Política Urbana Macro-Região Leste 1 e coordenador do Fuspe, o Fórum Urbanístico da Penha. Durante a palestra na Distrital Jabaquara, Martines expôs a bem-sucedida experiência do Fuspe. "Trata-se de uma entidade aberta à população, que participa ativamente dos estudos do Plano Regional Estratégico. Acredito ser possí-
André Alves
Em debate, planejamento tributário
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vice-presidente do Sescon/SP, José Maria Chapina Alcazar, realizou uma palestra sobre planejamento tributário na Distrital Santana, enfatizando a importância de um trabalho preventivo, com simulações de carga tributária entre regimes, evitando que se pague imposto indevidamente. O especialista focou suas explicações em microempresa, empresa simples, lucro presumido e lucro real. "Às vezes os comerciantes optam por um regime simplificado, esperando estar numa zona de conforto e segurança,
Divulgação
A
s distritais da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) terão Comitês Técnicos de Política Urbana instalados em suas sedes. A medida visa a descentralização, permitindo que os problemas de cada região sejam discutidos com mais eficácia e rapidez. A previsão é de que os comitês estejam instalados nas 15 distritais até o fim do ano. O comitê estuda soluções técnicas para os problemas referentes à política urbana da cidade. Criado em julho deste ano, ele é subordinado à
José Maria Chapina Alcazar durante encontro na Distrital Santana
mas o fisco tem total atenção e monitoramento no segmento das microempresas e regimes simplificados, e possui ferramentas para o cruzamento de informações entre fornecedo-
res, clientes, cartões de crédito, bancos e o mercado". A reunião foi presidida pelo diretor 1º vice-superintendente, Mário Mangini, e secretariada por Duilio Martini Filho.
Café com Negócios em São Miguel
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Distrital São Miguel realizou o VII Café com Negócios no dia 27 de setembro no salão de festas Nobre, em Ermelino Matarazzo. O evento foi coordenado pelo superintendente da distrital, José Parziale Rodrigues, e contou com a participação de mais de 80 pessoas, entre empresários, representantes de indústrias, profissionais liberais e autoridades. Promover integração entre empreendedores, ampliar e desenvolver novos negócios é o objetivo do café itinerante. Estiveram presentes: vereador Adolfo Quintas; Eduardo Camargo Afonso, Subprefeito de Ermelino Matarazzo; 1º tenente PM Alexandre Bueno Pinheiro, comandante Interino da 2ª Cia do 29º BPM/M - São Miguel; Marco Antonio Neves, gerente do Banco do Brasil (Agência Paranaguá); Claudionor Correa Leão, presidente do Conseg São Miguel; Evando Reis, coordenador Defesa Civil da Subprefeitura São
Divulgação
José Parziale Rodrigues, superintendente da distrital
Miguel; Antonio Aparecido da Silva, inspetor da GCM - Ermelino Matarazzo; Alessandra Almeida da Silva, gerente Administrativa da Airi (Associação de Indústrias da Região de Itaquera).
Nº 147 São Paulo, 27 de novembro de 2006
DCARR
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CITROËN C6 E C4
Fotos: Pablo de Sousa
Pablo de Sousa
GM traz de volta, da Argentina, o Tracker, agora com motor gasolina 2.0 16 V e com o melhor preço entre os "off-road". Custa R$ 58.990, com 4x4 e reduzida, Na página 4A.
LE GRAND COUPÉ ET LE NOUVEAU MONOVOLUME PÁGINAS 2A E 3A
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Política NEM ASSUMIRAM.
Agora, vamos começar a encaminhar as reivindicações. Umas delas é o porte de arma para os agentes e tem o apoio do secretário. João Rinaldo Machado
E JÁ SÃO COBRADOS.
Eu aprendi uma lição: a máquina pública, quanto mais eficiente e qualificada for, mais fácil será para o governante governar. Lula
Expectativa por mudanças faz com que alguns secretários nomeados por José Serra já enfrentem pressões. Sergio Kapustan Paulo Pampolin / Hype / 17.11.2006
E
Seria uma deselegância dar apoio e, ao mesmo tempo, pedir algo. José Múcio - deputado PTB-PE
Jonne Roriz/AE
É uma promessa de campanha. Até o dia da posse estaremos anunciando os componentes dos respectivos cargos indicados e volto a reafirmar que 50% deles serão ocupados por mulheres. Alcides Rodrigues
Em política as alianças precisam ser programáticas. José Luís Pena presidente do PV
Valter Campanato/ABr
Nada de grandioso, talvez, um ajuste mais fino do que foi o primeiro, mas necessário para que Minas Gerais continue sendo, e seja, definitivamente, o estado com o melhor modelo de gestão para o País. Aécio Neves
Monalisa Lins/AE
Houve muito desmando, muita corrupção e muita tentativa de compra de dossiê. Isso tem de ser esclarecido. Sem isso, como é que o presidente (Lula) vai ter força moral para conversar conosco (PSDB)?
Fernando Henrique Cardoso
Lula possui uma intuição diabólica e aprende muito fácil com os erros. Cláudio Lembo Luiz Prado/LUZ
Cada estado elegeu o seu próprio Collor, mais descarado ou menos descarado. Fico triste, mas continuo lutando. Heloísa Helena
J.F. Diorio/AE
É a fase prénupcial, em que se pode avaliar aqueles que querem, de fato, ser governo. Beto Albuquerque deputado PSB-RS
Joedson Alves/AE
Decidimos que o PMDB deveria garantir sustentabilidade em 2007 para as reformas que o País não pode prescindir. Germano Rigotto
les tomam posse em 1º de janeiro, mas cinco dos 13 secretários nomeados até agora pelo governador eleito José Serra (PSDB) – Ronaldo Augusto Bretas Marzagão (Segurança), Antônio Ferreira Pinto (Administração Penitenciária), Francisco Graziano (Meio Ambiente e Recursos Hídricos, ) João de Almeida Sampaio Filho (Agricultura) e Guilherme Afif Domingos (Trabalho e Emprego) – já sofrem cobranças da oposição na Assembléia Legislativa, de entidades de classe e ONGs. A expectativa de mudanças em razão de suas futuras atuações prende-se aos próprios postos que assumem. A segurança pública e o gerenciamento do sistema prisional, por exemplo, foram os principais temas da campanha eleitoral, por causa dos ataques do crime organizado e as megarrebeliões, em maio e julho. Ao anunciar os nomes de sua equipe, o tucano disse que manterá o pulso firme e respeitará os direitos humanos. Mas um dos críticos mais ferrenhos dos tucanos, o deputado estadual Renato Simões (PT), diz que as nomeações não indicam alterações. "Não há mudança estrutural. As indicações (de Marzagão e Pinto) são políticas. É o velho feijão com arroz com autoridade. Ambos vêm do Ministério Público, que não esclareceu as mortes ocorridas após os ataques do crime organizado", cobra Simões. O petista diz ainda que Serra precisa ousar e fazer parceria com o governo federal: "Sem investir em inteligência, não há como combater o crime organizado e prevenir rebeliões", defende ele. A ONG Sou da Paz e o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) também pedem mais investimentos em inteligência. Todavia, divergem do petista quanto às nomeações. "Ao nomear pessoas do MP, o governador dá uma demonstração de que não quer disputas na área de segurança", comenta Denis Mizne, diretor-executivo da ONG. O presidente do Sifuspesp, João Rinaldo Machado, que representa 23 mil agentes penitenciários, acrescenta que foi positiva a decisão de Serra de manter Pinto no comando da pasta. De acordo com Machado, a entidade tem bom diálogo com o secretário. "Agora, vamos começar a encaminhar as novas reivindicações. Umas delas é o porte de arma para os agentes e tem o apoio do secretário. A negociação está parada desde agosto. É hora de retomar a conversa". Preocupação – Ex-presidente do Incra e ex-secretário de Agricultura, o engenheiro agrônomo Francisco Graziano assumirá a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (recém criada). A indicação preocupa os ambientalistas. Segundo eles, Graziano sempre trabalhou na agricultura e não na área ambiental. De acordo com o empresário Manoel Eduardo Tavares Ferreira, da ONG Pau Brasil, na região de Ribeirão Preto, Graziano precisará mostrar logo o seu plano de ação e conversar com as entidades. "Aqui na região, por exemplo, há um conflito direto por conta das queimadas de cana- de-açúcar". O presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB, Carlos Alberto Sanseverino,
Xico Graziano: desafio na área de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Sérgio Amaral / Pixel / 16.11.2006
Alex Ribeiro / DC / 07.11.2005
Afif: confiança pela experiência.
João Sampaio: reivindicações.
Ao nomear pessoas do Ministério Público, o governador dá uma demonstração de que não quer disputas na área de Segurança Pública Denis Mizne
O crescimento do emprego no Brasil está na área de serviços. Vamos levar essa proposta ao Afif, que tem experiência empresarial e pública. Luigi Nesse
Patrícia Cruz / LUZ / 04.10.2005
Leonardo Rodrigues / Digna
Coury: "Serra não indicou um pára-quedista"
Nesse: reciclagem.
OBJETIVO É EFICIÊNCIA ADMINISTRATIVA Escolhas mostram preocupação técnica
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osé Serra montou uma equipe com perfil técnico e competência administrativa, segundo suas próprias palavras. De olho em 2010, o tucano quer fazer um governo eficiente e voltado para o social. Ele já indicou 13 secretários. Novos nomes serão divulgados nos próximos dias. O governador poderá acomodar no secretariado o PTB e o PPS, entre outras forças políticas. Assim, a disputa é grande. Até o momento, Serra manteve quatro secretário da gestão Cláudio Lembo: Maria Lucia Marcondes Carvalho (Educação), Rogério Amato (Assistência Social), Luiz Roberto Barradas (Saúde) e Antônio Ferreira Pinto (Administração Penitenciária). Entre os novos secretários, destacam-se Guilherme Afif Domingos (Relações do Trabalho e Emprego) e João de Almeida Sampaio Filho
(Agricultura. Empresário e com experiência na administração pública, Afif foi convocado por Serra para alavancar projetos voltados para a geração e qualificação de mão-deobra – fatores vitais para o crescimento. Presidente da Sociedade Rural Brasileira, João de Almeida Sampaio Filho, é uma das novas lideranças do agronegócio. Serra chamou também um aliado histórico: o expresidente do Incra Francisco Graziano (PSDB). Ele assumirá a recém-criada Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. O governador afirmou que dará atenção especial à Secretaria. Com isso, a Sabesp será integrada à Secretaria de Energia, deixando a pasta de Recursos Hídricos. Na gestão atual, a Secretaria de Recursos Hídricos funciona conjuntamente com a de Energia.
que trabalha em conjunto com a OAB, é mais cauteloso. Na sua avaliação, é preciso conhecer primeiro as propostas do secretário e sua forma de trabalhar. "Se o secretário trabalhar de forma isenta, é um bom começo", avalia. Sanseverino reforça que é difícil conciliar crescimento econômico com respeito ao meio ambiente. "Precisamos examinar com cuidado os mecanismos de defesa do meio ambiente para não emperrar a economia e as ações do governo estadual". Cobrança – Crescimento econômico e geração de emprego: essas são as preocupações no agronegócio, que envolve serviços e micro e pequenas empresas. Produtor rural (preside a Sociedade Rural Brasileira) e expresidente da Associação Comercial de São Paulo, João de Almeida Sampaio Filho tem o apoio de empresários e produtores para assumir a Agricultura. O setor, no entanto, vai cobrar ações do secretário. Marcelo Pereira de Carvalho, da Associação para o Progresso do Agronegócio Lácteo, diz que a produtividade caiu 13% no período 1994-2004. Em contrapartida, nos Estados do Sul, a produtividade aumentou em 50%. "Nós (setor leiteiro) andamos de lado e para trás. Nosso desafio é colocar o leite em pauta", resume. Crescer nos próximos quatro anos é também a meta da Associação Paulista do Criadores Suínos (APCS), que representa 518 produtores. O presidente da entidade, Waldomiro Ferreira Júnior, diz que São Paulo perde feio para a Região Sul, que lidera a produção no País. Ele propõe ações para reverter o quadro. Uma delas é criar programas de prevenção contra doença para proteger o rebanho (130 mil matrizes). "Vamos levar essa reivindicação ao secretário. Por ser um homem ligado ao agronegócio, o secretário apoiará a nossa ação". Menos burocracia – Presidente da ACSP e administrador público experiente, Guilherme Afif Domingos assume a Secretaria das Relações do Trabalho e Emprego. Sua missão: dinamizar a pasta e desburocratizar o serviço público. O presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, diz que a escolha de Serra foi correta. Segundo Couri, por ser empresário Afif conhece a burocracia no dia-a-dia do setor. "O Serra não indicou um páraquedista. O que existe hoje é um verdadeiro trauma quando se fala em burocracia. O empresário entra com o pedido de registro de sua empresa e cai no buraco negro. Vou dar três exemplos: saúde, vigilância sanitária e meio ambiente. Nada anda. É preciso brevidade no rito processual", defende. A Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp), que representa mais de cem mil empresas, propõe a fundação da Universidade de Reciclagem Tecnológica. O presidente da Fesesp, Luigi Nesse, afirma que as propostas se completam: como o mercado de serviços é muito dinâmico, o trabalhador precisa se reciclar periodicamente. "O crescimento do emprego no Brasil está na área de serviços. Vamos levar essa proposta ao Afif, que tem experiência empresarial e pública".
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Quero mandar uma saudação cordial ao querido povo turco, rico em história e cultura. Papa Bento 16
Eliana Aponte/Reuters
ENFIM, UMA BOA NOTÍCIA NO ORIENTE MÉDIO
Raheb Homavandi/Reuters
Cheryl Ravelo/Reuters
Internacional
MISSES & MÍSSEIS De um lado, mulheres que se esforçam para parecer belas. Do outro, outras que cobrem os cabelos em nome da religião. As beldades são as misses vencedoras do concurso Miss Terra, disputado nas Filipinas. Na foto, da esquerda para a direita: a venezuelana Marianne Martinez (Miss Fogo); a chilena Hil Yesenia Escobar (Miss Terra); a indiana Amruta Patki (Miss Ar) e a filipina Catherine Untala, coroada como Miss Água. As mulheres vestidas de preto e verde são paramilitares iranianas, em cerimônia em frente ao mausoléu do Aiatolá xiita Ruhollah Khomeini (1900-1989), líder espiritual e político da Revolução Iraniana de 1979, que governou o Irã – hoje país com ambições atômicas – até a sua morte, em 1989.
Soldado israelense repara tanque, coberto com plástico, perto de um kibutz, em região ao norte de Gaza
Cala-se o canhão O
primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, declarou que o cessar-fogo que entrou em vigor ontem entre Israel e os palestinos pode ajudar a reviver as conversações de paz que fracassaram seis anos atrás, antes do início da segunda intifada (levante palestino). O objetivo imediato é encerrar os disparos de foguetes palestinos na Faixa de Gaza e suspender a ofensiva que o Exército de Israel iniciou no território em junho, depois que militantes capturaram um soldado israelense. Olmert disse esperar que
Rodrigo Buendia/AFP Photo
esquisa de boca-de-urna da rede de TV Teleamazonas indica que o candidato da Aliança País (AP), Rafael Correa (foto), – amigo pessoal do presidente venezuelano, Hugo Chávez– obteve 57% dos votos válidos do segundo turno da eleição presidencial equatoriana. Seu rival, o homem mais ri-
ram – após a violação inicial – que agora manterão a trégua. A Jihad Islâmica assumiu a responsabilidade pelo lançamento de cinco foguetes contra o sul de Israel no domingo. O braço armado do Hamas, Qassam, e o do Fatah, de Abbas, as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, também disseram que dispararam foguetes. Mais de 400 palestinos, cerca da metade deles militantes, morreram na ofensiva militar de Israel. Três soldados e dois civis israelenses foram mortos desde o começo das operações militares de Israel em Gaza, iniciadas em junho. (AE)
Pawel Kopczynski/Reuters
Turcos vão às ruas de Istambul contra visita de Bento 16
Os argentinos estão chegando
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O Equador à esquerda
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agora o soldado será libertado. Israel retirou seus soldados de Gaza durante a madrugada de domingo e forças palestinas começaram a patrulhar as fronteiras do território. O presidente palestino, Mahmud Abbas instruiu seus chefes de segurança a garantir o cumprimento da trégua. Um funcionário palestino disse que 13 mil homens foram enviados para conter os disparos de foguetes. O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniye, membro do Hamas, grupo islâmico governista, disse que todas as facções concorda-
co do país e candidato do Partido Renovador Institucional de Ação Nacional (Prian), Álvaro Noboa, ficou com 43%. O resultado final da eleição não será conhecido antes de quartafeira, mas hoje já serão divulgados boletins. Mais 9 milhões de equatorianos estavam inscritos para votar. (Agências)
a maior manifestação contra o papa desde que ele citou um imperador bizantino criticando o profeta Maomé, no dia 12 de setembro, mais de 20 mil pessoas se reuniram ontem em Istambul para protestar contra sua visita, que começará na terça-feira, em Ancara. "Papa, não venha", gritavam os manifestantes. A manifestação foi convocada pelo Partido da Felicidade, agremiação islâmica que não alcançou a votação mínima de 10% para ter representação no Parlamento, nas últimas eleições, em 2002. Uma das faixas dizia: "Contra a aliança dos cruzados". O principal objetivo da visita é um encontro com o patriarca Bartolomeu I, líder dos cristãos ortodoxos, que os
nacionalistas e islâmicos radicais associam ao Império Bizantino, derrotado pelos turcos otomanos em 1453. Quatro mil policiais observavam os manifestantes, enquanto helicópteros das forças de segurança sobrevoavam a área, numa amostra do aparato de segurança sem precedentes mobilizado para a visita de quatro dias do papa. Durante seu sermão do meio-dia do domingo, o papa
procurou apaziguar os ânimos: "Quero mandar uma saudação cordial ao querido povo turco, rico em história e cultura. A essas pessoas e seus representantes, expresso sentimentos de estima e sincera amizade " Em "sinal de respeito pelos muçulmanos", foi anunciada a inclusão de última hora no programa uma visita do papa à Mesquita Azul, a mais importante de Istambul, construída entre 1606 e 1616.
Brasil, especialmente suas praias, receberá mais de 1 milhão de turistas argentinos em 2007, calcula o ministro do Turismo brasileiro, Walfrido dos Mares Guia. Segundo ele, o governo Lula considera a Argentina o parceiro número no turismo. O ministro, que está em Buenos Aires para participar da Feira Internacional do Turismo (FIT), disse que desde a crise econômica argentina de 2001/2002 o fluxo de argentinos para o Brasil aumenta rapidamente. A previsão para 2007 é a de 1,1 milhão de pessoas provenientes da Argentina, número ainda longe do recorde de 2000, de 2 milhões de turistas. Apesar disso, o gasto médio diário de cada argentino no Brasil passou de US$ 35 em 2004 para US$ 54,80 este ano.
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Planalto Congresso Corr upção Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
A posição da ONU sobre o fim das leis de anistia é uma questão de princípio. Jose Diaz
PF ENTREGA RELATÓRIO SOBRE DOSSIÊ
SANGUESSUGAS P Luz própria
Eymar Mascaro
SDB e PFL não deverão se coligar para disputar a Prefeitura de São Paulo em 2008. Os dois partidos preparam candidatos próprios desde já: o PFL deve concorrer com Gilberto Kassab, candidato à reeleição, enquanto no PSDB dois deputados eleitos sonham com a candidatura: José Aníbal e Walter Feldman. Prevalece ainda no PSDB a tese de lançamento da candidatura de Geraldo Alckmin, mas o exgovernador diz que não aceita se candidatar. Os tucanos gostariam de aproveitar a boa votação que alcançou na capital para lançar Alckmin e devem insistir nesse ponto. O ex-governador, porém, está irredutível.
Marcos Vaillant / AE
ISOLADOS Setores do PSDB e PFL, no entanto, podem tentar mais uma coligação em 2008, mas difìcilmente a tese vingará. Kassab é candidato à reeleição e Aníbal e Feldman também lapidam suas candidaturas no PSDB. A coligação só vingaria se Kassab fosse o cabeça de chapa.
FUTURO
Gedimar Passos e Valdebran Padilha: a PF diz já ter elementos para indiciá-los, além de outros quatro envolvidos no escândalo.
CPMI PODE AVANÇAR
A
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas ouvirá amanhã o advogado e ex-policial federal Gedimar Pereira Passos e o ex-assessor de imprensa do Senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Hamilton Lacerda, ambos envolvidos no escândalo do dossiê anti-tucanos. Segundo a Agência Senado, os depoimentos poderão fazer avançar as investigações, já que os depoimentos anteriores sobre o caso deixaram lacunas, principalmente no que se refere à entrega do dinheiro – R$ 1,75 milhão – que seria usado para pagar Luiz Antonio Vedoin, autor do dossiê. A Polícia Federal vai entregar amanhã ao juiz da 3ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson
Schneider, o relatório parcial mandante da operação, nem do inquérito sobre o dossiê Ve- desvendar a origem do dinheidoin, pedindo mais 30 dias de ro apreendido em poder dos prazo para concluir as investi- petistas Gedimar Passos e Valgações. Com mais de mil pági- debran Padilha num hotel de nas produzidas em São Paulo, no dia 15 dois meses, o relatóde setembro, suposrio vai sustentar que tamente destinado à a trama para compra compra do dossiê. e divulgação do dos- As Segundo a PF, não siê partiu de um gru- investigações existe ainda nenhupo de dirigentes do ma prova ou confisPT nacional e regio- até agora são que incrimine o nal de São Paulo, realizadas não presidente licenciacom o objetivo de nos permitem do do PT, deputado prejudicar candida- concluir que ele Ricardo Berzoini, turas do PSDB nas pois o Direito brasié o mandante. últimas eleições. leiro não prevê a fiDaniel Lorenz gura da responsabiTa m b é m d e v e descrever indícios lidade objetiva, pela de vários crimes na qual o dirigente de trama, entre os quais fraude fi- um órgão responde pelos erros nanceira, formação de quadri- dos subordinados. "As investilha e estelionato. O relatório gações até agora realizadas não deve apontar, porém, o não nos permitem concluir
que ele é o mandante" disse o superintendente da PF em Cuiabá, Daniel Lorenz. A PF informou que já possui elementos para indiciar, pelo princípio do convencimento, os seis principais envolvidos na operação. Mas o delegado Diógenes Curado, titular do inquérito, pode optar por deixar essa medida para a próxima etapa do inquérito. Além de Gedimar, Valdebran e Lacerda, figura na lista, para fins de indiciamento, o ex-chefe do setor de inteligência do PT, Jorge Lorenzetti, acusado de ser o principal articulador da operação. Correm o mesmo risco os petistas Expedito Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil, e Osvaldo Bargas, ex-secretário executivo do Ministério do Trabalho. (Agências)
ONU QUER REVOGAR LEIS DE ANISTIA
Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)
I - Lei da publicidade externa Marcel Domingos Solimeo, Superintendente Institucional e Diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP
II - Projeto de aumento do IPTU Reunião do Prefeito com entidades de classe. Relato pelo Vice-presidente Valmir Madázio
III - Outros assuntos
Dia: 27 de novembro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar
S
e depender da Organização das Nações Unidas (ONU), as leis de anistia no mundo estão com seus dias contados. Diante da recusa de vários governos em abolir a lei, o órgão vêm estudando formas de driblar a anistia. Uma das propostas é a criação do direito à verdade já em 2007. Por esse mecanismo, os governos seriam obrigados a dar informações e investigar crimes como tortura, mortes e desaparecimentos ocorridos mesmo em períodos ditatoriais. As leis de anistia, como a que existe no Brasil, não poderiam, então, ser usadas para impedir investigações nem revelações de fatos. O debate sobre a lei de anistia na ONU já vem ocorrendo desde o início da década, mas só agora começa a ganhar força. Os peritos já deixaram claro que o Brasil não conseguiria esclarecer seus problemas em relação à tortura e superar a impunidade se não lidasse com seu passado. Em 2001, quando a ONU fez a primeira avaliação sobre a tortura no País, foi recomendado ao governo brasileiro que abolisse a lei de anistia. Até hoje o Brasil não respondeu. Para o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, Jose Diaz, a postura sobre o assunto "é uma questão de princípio". (AE)
Existe a hipótese do PFL sugerir que o PSDB apóie seu candidato a prefeito com a condição de apoiar o presidenciável tucano em 2010. Mas os tucanos não abririam mão de concorrer à Prefeitura de São Paulo. José Aníbal, por exemplo, já se comporta como précandidato.
ADVERSÁRIA Enquanto PFL e PSDB debatem seus problemas, o PT prepara a candidatura de Marta Suplicy. A ex-prefeita está forte no partido: ela coordenou a campanha de Lula em São Paulo no 2º turno e levou o candidato a ter 2 milhões de votos a mais do que no 1º turno.
NA FOSSA Ainda amargurada com o péssimo desempenho de Orestes Quércia na eleição de governador, a cúpula do PMDB pensa em preparar um candidato para também disputar a Prefeitura de São Paulo. Mas o partido está sem um candidato com densidade eleitoral ideal para enfrentar PFL, PSDB e PT.
ENCONTRO Os termos do apoio do PMDB ao governo do PT devem ser debatidos amanhã na reunião da Comissão Executiva, convocada pelo presidente Michel Temer. O partido pode levar até cinco ministérios, além de ganhar de Lula outros cargos no primeiro escalão e nas estatais.
APOIO No encontro que sustentou com Michel Temer, Lula deixou claro que precisa de pelo menos 80% do apoio de deputados e senadores do PMDB para aprovar projetos de seu interesse no Congresso. Temer admite que a maioria dos peemedebistas quer apoiar o governo. O PMDB elegeu 89 deputados e 18 senadores.
ENCRENCA A roda pode pegar na discussão sobre a eleição
para presidente da Câmara. O PMDB quer eleger o presidente por ter a maior bancada na casa. Mas o PT também alimenta o mesmo sonho. A preferência de Lula, no entanto, é pelo continuísmo de Aldo Rebelo (PC do B).
SENADO O PMDB pode manter Renan Calheiros na presidência do Senado, com o apoio do PT e de Lula. Apenas o PFL ainda admite que pode lançar candidato ao cargo, que seria o líder da bancada José Agripino. Detalhe: o partido, contudo, só entra na parada se tiver chance de ganhar a eleição.
COALIZÃO O governo de coalizão idealizado por Lula prevê a participação do PT, PMDB, PSB, PC do B, PV, PP, PL e PDT. Segundo o ministro Tarso Genro, o governo de coalizão deve estar costurado em um mês. O governo quer o apoio maciço dos partidos nas votações no Congresso.
AVANÇO Ao aceitar a composição com o governo, o deputado Michel Temer deu um passo a mais para se manter na presidência do PMDB. Seu mandato termina em março, mas como a maioria dos peemedebistas é governista, fica mais fácil Temer continuar no cargo.
DESCONFIANÇA Quem não está gostando muito da adesão do PMDB ao governo é o grupo do PT que não admite perder espaços no Planalto. Detalhe: dos 34 cargos com status de ministérios, o PT preenche 16. O partido acha que, no mínimo, deve manter o número de ministérios que já controla.
COMPROMISSO Lula vai insistir para ter um encontro com o presidente do PSDB, Tasso Jereissati. Parece que o presidente está desistindo de continuar tentando um fuça-fuça com FHC. Tasso admite que, como presidente do partido, pode se encontrar com Lula. Tasso acha que não corre risco de cooptação.
OPÇÃO Sabendo que o presidente do PFL, Jorge Bourhausen, veta qualquer tentativa de conversações com o governo, Lula vai tentar dialogar com parlamentares do partido. Segundo petistas, deputados e senadores pefelistas revelam interesse em conversar com Lula, independentemente da posição do partido.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Fábio Pozzebom/ABr
Andam dizendo que o comércio exterior brasileiro só cresce porque surfa em uma onda positiva. Mas só pega boa onda quem vai para dentro da água fria e se arrisca entre as pedras. Quem fica na praia bebendo cerveja não pega onda positiva Luiz Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
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NOVEMBRO
2 -.LOGO
27 Dia Mundial da Luta Contra o Câncer de Mama Dia do Técnico doe Segurança do Trabalho
N O ESCURO
Mídia faz apagão contra a lei do Outdoor
C ELEBRIDADE Paul Vreeker/Reuters
90% das empresas do setor protestam desligando as luzes que iluminam os painéis de publicidade em toda a cidade Paulo Pampolin/Hype
Associação Brasileira dos Anunciantes (ABA), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) e pelo Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo (Sepex) termina na noite de hoje. "O setor tem apenas um mês de vida. Vamos discutir outras manifestações e aguardar a decisão da Justiça quanto à suspensão dessa lei para o setor legalizado de mídia exterior", disse Luiz Roberto Valente, diretor do Sepex.
A
onde circulam muitas pessoas. Os aeroportos surgem como uma boa alternativa, mesmo que hoje em dia só se fale neles por causa da crise da aviação. Só o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, recebe 17 milhões de pessoas por ano, o que garante boa exposição para os anunciantes. Se a lei vai pegar ou não ainda é cedo para se avaliar, diz Luiz Roberto Valente Filho, diretor da Central de Outdoor. Ele considera que, além das 15 mil peças de mídia exterior que terão de ser desarmadas na cidade, também será feita uma reorganização da chamada comunicação indicativa. Ou seja, as placas de logomarcas das empresas, bancos e comércio também devem se enquadrar nos padrões e tamanhos previstos na nova lei. "É um trabalho imenso e não estará concluído até janeiro", diz ele. "Em Barcelona, levou mais de 20 anos para se consolidar." (AE)
Antonio Milena/AE
http://www.madametussauds.nl/ dutch/index.asp
L
E M
O jogador de futebol, Ronaldinho Gaúcho, continua sendo reverenciado pelos fãs nos quatro cantos do mundo, mesmo, reconhecidamente, não vivendo o seu melhor momento na seleção brasileira. Depois de receber o prêmio de melhor jogador do mundo, na semana passada, em uma eleição realizada pelo Sindicato Mundial de Jogadores Profissionais (Fifpro), o craque do Barcelona terá seu rosto eternizado com uma estátua no Museu de Cera Madame Tussauds de Amsterdã, na Holanda. A obra está a cargo do artista britânico Paul Bennett. O rosto do jogador já está pronto, com direito a dentões e aplique de cabelo, características marcantes de Ronaldinho. A escultura será colocada em exposição no dia 21 de dezembro.
Rejane Tamoto
Mercado procura alternativas para anunciar nas ruas. A lei vai pegar? partir de 1º de janeiro, a paisagem de São Paulo deve mudar e, com ela, a vida dos anunciantes e das agências de publicidade. Se a lei 14.233 pegar, a cidade ficará mais limpa. Sairão de cena os outdoors luminosos das marginais, os painéis eletrônicos da avenida Paulista, cartazes, placas e banners. A verba publicitária também deverá ter um novo destino. "Do ponto de vista do anunciante, maior organização da distribuição de mensagens publicitárias melhora a percepção da marca e isso é bom", avalia o vice-presidente do Banco Itaú, Antonio Matias. "Mas, a restrição é ruim, ao limitar o contato com o público e a possibilidade de se impactar mais vezes a oferta do produto ou do serviço." Ao programar os investimentos para o próximo ano, anunciantes já estudam como incluir propaganda em espaços públicos e eventos
Ronaldinho vira escultura de cera
DESPEDIDA - O cardeal D. Cláudio Hummes (esq.) e o rabino Henry Sobel durante a última missa celebrada ontem pelo cardeal, na Catedral da Sé, em São Paulo. Ele deixará o Brasil para assumir o cargo de prefeito da Congregação para o Clero, no Vaticano.
M ITO
TINA
C A R T A Z
EXPOSIÇÃO Aquarelas de Cláudia Proushan. Galeria Sérgio Caribé. Rua João Lourenço, 79. Vila Nova Conceição. Das 10h às 18h. Grátis. Telefone: 3842-5135.
Prevenção e combate ao câncer
O forno Smart Oven da Samsung é uma combinação de microondas com forno elétrico. Até aí nada de novo. Mas a Samsung fez uma parceria com várias empresas de alimentos na Inglaterra para criar o "SmartCode", um código impresso nas embalagens. O forno lê o código e ajusta o tempo de preparo automaticamente. Custar cerca de US$ 570.
http://www.smar tcooking.
Aproveitando que hoje é o dia mundial da luta contra o câncer, uma dica para se conhecer um pouco mais sobre esta doença é acessar ao site do Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer (IBCC). Lá, além de uma série de estudos, pesquisas e informações sobre doações, o internauta também tem acesso a um link para agendar consulta médica ou exame. Aliás, o site destaca a importância do auto-exame. Tanto que disponibilizou um passo-a-passo que ensina a fazer auto-exames na boca, mamas, pele, testículos e tireóide. Também é possível fazer uma visita virtual nas instalações do instituto.
co.uk/home.html
http://www.ibcc.org.br/
A TÉ LOGO
Paula Cunha http://www.officialtina.com http://www.tinaturnerfanclub.com
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
CNJ divulga que 200 juízes do Supremo ganham mais do que o teto legal, de R$ 24,5 mil Programa Fica Vivo salva jovens viciados em Belo Horizonte e reduz mortes em até 40%
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Microondas inteligente
ópera rock "Tommy", de 1975 e na terceira parte da trilogia que conta a saga de Mad Max, batizada "Além da Cúpula do Trovão", em que contracena com Mel Gibson. Tina mora na Suíça desde 1987 com o namorado alemão Erwin Bach.
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F AVORITOS
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G @DGET DU JOUR
nna Mae Bullock completou 67 anos ontem. Não conhece? Não se preocupe porque de Tina Turner você certamente já ouviu falar. A versátil cantora, que domina gêneros como rythm and blues, rock, soul e pop com a mesma desenvoltura com a qual aparece nas telas de cinema, iniciou sua carreira no final dos anos 50, quando conheceu Ike Turner e passou a fazer parte de sua banda. O casamento desastroso com o músico e as agressões que ele impôs a Tina não destruíram o seu talento. Após um processo de divórcio que a deixou apenas com as roupas do corpo, a volta por cima veio na década de oitenta, com a ajuda dos Rolling Stones, David Bowie e Rod Stewart, que a convidaram para abrir suas turnês e gravar diversos sucessos em seus discos. Hits que acabaram por se juntar à regravação de "Help" e outras releituras de clássicos como "Come Together", "Honk Tonk Woman" e "Proud Mary". No cinema, destacou-se na
Bertrand Guay/AFP
A
marginal Pinheiros, na altura do Jockey Club, e avenida Brigadeiro Faria Lima estavam mais escuras na noite de sábado (25). Em protesto contra a lei do Outdoor, cerca de 90% de 55 empresas do setor de mídia exterior desligaram as luzes que iluminam os painéis de publicidade das principais vias de São Paulo. O objetivo foi mostrar como a cidade ficará mais triste a partir de 1º de janeiro, com a aplicação da lei municipal 14.223 que proíbe todo tipo de anúncio exterior na cidade. O protesto, apoiado pela
Ambientalistas dizem que Ilhabela deveria ser modelo de preservação no litoral de SP
M ÚSICA
Volta do Police depende de Sting O guitarrista Andy Summers, que tocava no The Police, disse que a reunião da banda, desfeita nos anos de 1980, depende de Sting, vocalista e líder do grupo. "Depende apenas da decisão de Sting. Tudo o que posso fazer é ser amigável", afirmou Summer, em entrevista à agência de notícias BBC Brasil. Segundo o guitarrista, as relações entre os dois estão exatamente assim no momento: "muito amigáveis". "Vi Sting na semana passada em Londres", conta Summers, que está em no Brasil para série de shows com o violonista Roberto Menescal. http://www.bbc.co.uk/por tuguese
S AÚDE
Aborto malfeito mata 68 mil por ano Abortos realizados em condições precárias nos países em desenvolvimento matam 68 mil mulheres por ano, de acordo com pesquisa de cientistas do Instituto Guttmacher, de Nova York. A prática faz ainda com que pelo menos 5 milhões de outras mulheres sejam hospitalizadas com infecções e outras complicações em países da América Latina, Caribe, África e Ásia, conclui o estudo, publicado na revista científica Lancet. A estimativa foi feita depois de analisados dados de 13 países, inclusive do Brasil, de 1989 e 2003. Eles sugerem que cerca de 19 milhões de abortos em condições inadequadas são realizados no mundo a cada ano.
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Congresso Planalto PT CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Aos domingos os suplementos sempre trazem textos de ficção. Marco Aurélio Garcia
DIRETÓRIO APROVA COALIZÃO
Helvio Romero / AE
BERZOINI INSISTE: ESTÁ ISENTO SOBRE O DOSSIÊ.
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O ex-presidente do PT diz que se sente à vontade para voltar ao cargo, e espera o fim das investigações.
COALIZÃO PT não fala sobre presidência da Câmara Raimundo Paccó / Folha Imagem
presidente licenciado do Partido dos Trabalhadores (PT), Ricardo Berzoini, voltou a negar ontem que tenha ordenado a compra do chamado dossiê Vedoin com supostas denúncias contra políticos do PSDB, principalmente o então candidato ao governo de São Paulo e agora governador eleito, José Serra. Berzoini contestou as informações nesse sentido, publicadas na edição de ontem do jornal "Folha de S. Paulo", argumentando que a reportagem não cita fontes, não traz informações entre aspas e cabe ao jornal comprová-las. Segundo Berzoini, são as investigações da Polícia Federal que devem determinar se as informações são verdadeiras ou não. "Estou tranqüilo em relação a este episódio e tenho declarado desde o começo minha total isenção em relação a isso", sustentou. O dirigente petista fez essas declarações ao deixar o Hotel Pestana, em São Paulo, onde o Diretório Nacional do PT realizou sua primeira reunião após a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em outubro. Ao participar no sábado da abertura do encontro, Lula lamentou os erros cometidos pelo partido, envolvido numa sequência de denúncias sobre corrupção, e fez um apelo aos militantes para que "o PT volte a ser exemplo neste País". Berzoini, que se afastou da presidência do partido e da coordenação do comitê de reeleição de Lula após as denúncias
sobre a negociação do dossiê Vedoin, reiterou ontem que se sente à vontade para voltar ao comando do PT, mas a condição para que isso aconteça é o encerramento das investigações. "Só retornarei quando superar essa condição", disse. Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", a PF teria concluído que Berzoini ordenou a negociação da compra do dossiê. "O meu advogado conversou com o delegado titular do inquérito, que é citado na matéria, e que disse que não há qualquer procedência no conteúdo
Estou tranqüilo em relação a este episódio e tenho declarado desde o começo minha total isenção em relação a isso. Ricardo Berzoini dessa matéria", afirmou Berzoini, referindo-se ao delegado da PF, Diógenes Curado. "Ele (Curado) autorizou o meu advogado a transmitir essas informações a mim e autorizou também a dar conhecimento à imprensa." Antes do encontro do Diretório Nacional do PT neste fim de semana, ele sofreu pressões para deixar o cargo definitivamente, apesar de julgar que tem direito estatutário de voltar a presidir a sigla após concluídas as investigações. O presidente interino do PT,
Marco Aurélio Garcia, classificou a denúncia como "ficção", apesar de não ter lido a reportagem. "Aos domingos os suplementos literários sempre comportam textos de ficção", disse ele. Telefonemas – A Polícia Federal apurou que alguns petistas acusados de envolvimento no caso do dossiê mantiveram contatos telefônicos com Berzoini nos dias que antecederam a negociação do dossiê. Além de Oswaldo Bargas, ex-secretário do Ministério do Trabalho, também aparecem na lista Hamilton Lacerda, homem de confiança da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, e a empresa Caso Sistemas de Segurança, que pertence à Freud Godoy, exguarda costas do presidente Lula, apontado como a pessoa que teria ordenado o pagamento do dossiê. A PF detectou ainda telefonemas entre Berzoini e Jorge Lorenzetti, chefe do núcleo de inteligência do partido e patrão de Gedimar Passos, também envolvido no caso. A quebra de sigilo dos telefones mostrou que, só na véspera e no dia da prisão dos envolvidos na negociação, os petistas acusados trocaram 148 telefonemas. Mandato – Berzoini procurou minimizar, na reunião de sábado do Diretório Nacional do PT, a discussão sobre provável redução de seu mandato de três para dois anos. "Eu já superei a fase de ver fantasmas em tudo", disse. (Agências)
PLEBISCITO A privatização da Vale na berlinda
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Garcia: a bancada quer lançar um candidato, mas o partido vai consultar outras legendas antes de decidir.
O
presidente interino do P T, M a rc o A u ré l i o Garcia, negou ontem que o partido já tenha definido um candidato próprio para disputar a presidência da Câmara dos Deputados em 2007. Segundo Garcia, o assunto sequer foi discutido na reunião do Diretório Nacional do PT, realizada neste final de semana em São Paulo. Ele ponderou, no entanto, que o partido tem nomes de
"alta qualidade" para ocupar a presidência da Câmara e que, por esse motivo, teria condições de reivindicar a cadeira. "Essa é uma decisão que o PT vai tomar consultando os outros partidos que integram a base de sustentação do governo. Esse problema tem que ser resolvido no marco de uma política de coalizão", disse. Garcia admitiu que a bancada do PT na Câmara dos Deputados manifestou intenção em
ter um candidato, o que, em sua avaliação é uma "disposição legítima", mas que precisa ser consultada junto às outras forças aliadas. A presidência da Câmara poderia ser uma compensação aos petistas pela perda de espaços no governo, em função da presença do PMDB na coalizão. Mas Garcia disse que não houve reclamação dos petistas sobre a situação do partido no novo desenho político. (AE)
revisão da privatização da Companhia Vale do Rio Doce será levada a consulta popular. O plebiscito foi agendado para acontecer dos dias 1º a 7 de setembro de 2007, pelo Comitê Nacional pela Anulação da Privatização da Vale do Rio Doce e pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Privatizações. A definição foi feita em reunião do comitê deste sábado. “Queremos discutir a conseqüência das
privatizações na vida das pessoas”, disse Rosilene Wansetto, integrante do Comitê Nacional e secretária da Rede Jubileu. Movimento popular – A iniciativa foi definida pela Executiva Nacional da Assembléia Popular – congregação de alguns dos mais importantes movimentos sociais, ONGs e sindicatos do País - como um dos sete pontos prioritários de pressão por mudanças no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Marcello Casal / ABr
PARTIDO BUSCA O PRÓPRIO RUMO
O
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou ontem a convocação do 3º Congresso da legenda para os dias 6, 7 e 8 de julho de 2007, em Brasília. A pauta do encontro revela a crise em que se encontra. Maior instância decisória do partido, o congresso discutirá: 1) O Brasil que queremos; 2) O Socialismo Petista; e 3) PT: Concepção de partido e funcionamento. "Os debates do 3º Congresso terão como propósito nos preparar para enfrentar os desafios do presente e do futuro, entre os quais destacamos a responsabilidade de governar
o País por mais um mandato, preparando o terreno para um ciclo longo de desenvolvimento sustentado", segundo a resolução aprovada. Raimundo Pacco / AE
Bruno Maranhão (MLST) estava lá
No sábado à noite, o PT aprovou resolução apoiando a formação de um governo de coalizão, proposta pelo presi-
dente Luiz Inácio Lula da Silva para o segundo mandato. Coalizão aprovada – No documento, o PT se compromete a compartilhar responsabilidades com todas as forças políticas que apoiarem Lula, mas adverte que o governo de coalizão não é um condomínio baseado na distribuição fisiológica de cargos. "É antes um compromisso com um programa. A solidez de tal Governo depende essencialmente de sua coesão programática, da sustentação no Congresso que venha a conseguir e da capacidade de provocar forte e mobilizado apoio na sociedade", afirma o texto do encontro. (AE)
Vice-presidente da República, José Alencar, em entrevista coletiva.
José Alencar volta ao Brasil
S
ubmetido a uma cirurgia nos Estados Unidos para retirar um tumor maligno no abdômen, o vice-presidente José Alencar desembarcou sá-
bado, em Brasília, afirmando em entrevista coletiva que está pronto para trabalhar. O assunto que considera mais urgente: a queda dos juros.
A CVRD foi arrematada em leilão no dia 6 de maio de 1997, no Rio, por R$ 3,3 bilhões. Na época, o patrimônio da Vale era calculado em R$ 92,64 bilhões, 28 vezes o valor pelo qual foi vendida. Em 2005, foi aberto um processo judicial contra a privatização da Vale, que culminou com a determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de se realizar uma auditoria sobre o processo de venda. A auditoria está suspensa por liminar judicial. (ABr)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
setor privado volte a investir, seja na construção civil (onde está tendo êxito) como na indústria em geral e na combalida agricultura.
ESTADO-EMPRESA
á um estado de espírito que vem se reascendendo lentamente nos empresários, nos trabalhadores e na sociedade, em geral, que o crescimento está novamente ao nosso alcance. Estou convencido que podemos atingir os 5% em 2007 e que Lula vai trabalhar para animar esse estado de espírito e mostrar que podemos ter um sólido crescimento nos quatro próximos anos. Para isso é necessário apresentar os estímulos para que toda a indústria multiplique os investimentos e aumente a produção desde logo. A experiência mostra que para que o PIB cresça 5% é preciso ter um crescimento industrial de 7%, o que é perfeitamente possível realizar a partir deste momento. Há capacidade ociosa na indústria e mão-de-obra disponível que, felizmente, estamos recomeçando a usar. Há mesmo razões objetivas para não perdermos o entusiasmo: temos gasolina no tanque e pneus calibrados para crescer os primeiros 5%; se quisermos repetir o crescimento em 2008 e mesmo ampliá-lo de
H ANTONIO DELFIM NETTO
ENCHA O TANQUE E BOA SORTE construção de moradias deve se tornar uma das principais alavancas do crescimento brasileiro em 2007. O mercado imobiliário está respondendo aos estímulos oferecidos pelo governo Lula e já reflete uma participação mais ativa de alguns bancos que estão liderando os financiamentos a taxas de juros condizentes com a capacidade de pagamento de um número crescente de pessoas. Reforça essa possibilidade de alavancagem o fato que houve uma redução no custo dos materiais de construção e, mais ainda, há um avanço importante na tecnologia da construção de imóveis. Temos hoje uma situação em que os preços relativos dos imóveis vem caindo.
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Nos ministérios, secretarias, empresas estatais, apenas empresários. odos que de alguma forma conhecem, analisam e estudam o Estado sabem das condições perdulárias em que ele vive. Em que o mais importante é o próprio Estado, e quem dele usufrui, e não quem realmente deveria e elege os mandatários para cargos nas administrações de todas as esferas do poder público. A teoria do Estado para o povo - em especial no regime democrático, extremamente falho, mas ainda o melhor sistema de governo - é ainda pura teoria. Pelo menos no nosso Brasil, onde ceteris paribus é sempre, realmente ceteris paribus, um termo econômico para "tudo permanecendo igual". De outra forma, não seria o Brasil. Nossos políticos são amantes do descontrole financeiro, do dar o que não é seu, do aumento da despesa, do aumento do emprego público para acomodar a p a n i g u a d o s d esempregados, etc. Sem nem se importar que outros paguem as suas festas,
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incluindo os desempregados "normais", os sem-padrinho. O maior desemprego do mundo, já que são 13 milhões para uma população de 190 milhões (7%). No mundo, 180 milhões contra uma população de 6,5 bilhões (3%). Parece que nunca se ouviu falar de enxugamento, redução de despesas, racionalização, etc. etc. A ação que vemos é sempre de "donos do país" - o que sabemos que não são -; jamais agem como nossos empregados. Mas, estranhamente, aceitamos tudo de bom grado. fácil perceber que precisamos limitar algumas coisas no Estado. Que só a partir disso o funcionamento pode ser possível. Mas, é difícil fazer isso se, aparentemente, apenas, uma minoria está insatisfeita, enquanto a maioria está completamente alienada ou entorpecida. Uma pena. O que não deixa de ser normal num país onde, segundo se lê, apenas cerca de 7
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privatização do Estado é o Ovo de Colombo. É a única forma de mudanças radicais. G É fácil
perceber que precisamos limitar algumas coisas no Estado. Parece que nunca se ouviu falar de enxugamento, redução de despesas, racionalização, etc. etc. G O governo
precisa ser privatizado e gerenciado por empresários. Precisamos ter no comando do país um homo empresarius.
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milhões de exemp l a re s d e j o r n a i s são vendidos. Em que uma minoria está interessada em noticiários sob qualquer forma, em que o rádio é basicamente um difusor de música. Livros, e n t ã o , n e m c o mpensa comentar. É fácil perceber que o Brasil precisa de uma mudança radical em seu funcionamento. Mas, ao contrário do que se pode imaginar - e sobre o qual temos batido muito, que é redução da carga tributária, juros, etc. - a idéia é outra. l é m d e i nvestimento intensivo em educação, básico para qualquer desenvolvimento, prec i s a d e g e re n c i amento sério: o governo precisa ser "privatizado" e gerenciado por empresários. Afinal, um país nada mais é que uma empresa. E colossal. O país tem receitas, despesas, pessoal, de pa rta me nta li zação, hierarquia, funções, burocracia, etc. etc. etc. É apenas uma grande empresa, nada mais.
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Estamos no início de uma grande expansão do mercado imobiliário. Decisivo no crescimento econômico em 2007. stamos diante de um processo que deverá ter resultados muito interessantes sob o prisma social e político e não só na economia, porque o bem mais desejado da população é a casa própria. Entre nós é visível nesse momento que muitos paulistanos começam a trocar o aluguel pela casa própria na medida em que a prestação da compra do imóvel vai se tornando igual ou até menor que os aluguéis vigentes. Acredito que estamos só no início de uma grande expansão do mercado imobiliário e que isto vai ter função decisiva no crescimento econômico em 2007. Para o segundo governo Lula pode ser a chave para o cumprimento do mandato que recebeu do eleitor, a retomada do desenvolvimento e a recuperação dos empregos. Lula quer chegar a um crescimento de 5% do PIB em 2007. Por suas declarações recentes, entendi que ele se convenceu que querer não é poder, daí estar tão empenhado em encontrar os estímulos para que o
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recisamos ter no comando do país o homo " e m p re s a ri u s " , que olha para seu futuro, mas antes para seus "acionistas", caso contrário, não agradando-os e nem lhes trazendo lucros, não conseguirá se manter na posição. Um empresário em cada posição-chave. N a P re s i d ê n c i a nem importa, é bom até que se tenha um político. Afinal, eles precisam fazer algo. Mas nos ministérios, secretarias, estatais, etc., a p e n a s e m p r e s ários, e competentes, pois não o sendo, demissão sumária, como ocorre em qualquer empresa. A "privatização" do Estado é o ovo de Colombo. É a única forma de mudanças radicais. E que pode resultar no atendimento às necessidades de um povo faminto por alimento, racionalização, justiça, eliminação de desperdícios, respeito, seriedade e tudo o mais que o leitor desejar elencar.
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SAMIR KEEDI É PROFESSOR DE ECONOMIA SAMIR@ADUANEIRAS. COM.BR
Marcos Fernandes/AgLuz
CORBIS
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forma sólida como é desejável, o governo vai ter de aprender como é que se troca o pneumático em movimento e como se reabastece o tanque sem parar no posto. ão é tão complicado: mantenha estáveis os gastos de custeio da administração pública; dê partida no processo de alongamento dos prazos de recolhimento dos impostos (com isso estimula investimentos e produção, proporcionando capital de giro a custo zero ao setor produtivo, forçando a redução dos juros); acelere a aprovação dos projetos; e reduza os obstáculos para o andamento dos negócios em geral, principalmente os entraves burocráticos e processuais. Se fizer algumas dessas pequenas coisas, a sorte o acompanhará!
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ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA
AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO. DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO odos os "movimentos sociais" atuantes no Brasil, sem exceção, bem como as entidades que os representam e as leis baseadas nas suas reivindicações, nasceram da seguinte maneira: 1 Com dez, vinte, trinta anos de antecedência, os intelectuais esquerdistas de maior peso discutem e elaboram os conceitos e a linguagem das novas idéias destinadas a revigorar e ampliar o movimento revolucionário mundial. 2 Em seguida essas propostas passam à alçada das grandes fundações bilionárias e organismos internacionais, onde o segundo escalão intelectual – técnicos, planejadores sociais, publicitários, ativistas – lhes dá o formato operacional para transmutá-las em propostas concretas. 3 Essas propostas são então espalhadas pelo mundo por meio de uma infinidade de livros, artigos, conferências, filmes, espetáculos de teatro, sempre subsidiados pelas mesmas fontes, mas apresentados como iniciativas independentes, de modo a dar a impressão de que a mudança planejada provém de uma fatalidade histórica impessoal e não de uma ação organizada. Ao mesmo tempo, desencadeiase um conjunto de operações preventivas destinadas a neutralizar, reprimir e, se necessário, criminalizar toda resistência. 4 Só então as propostas chegam aos países do Terceiro Mundo, por meio de ONGs e agentes pagos que as inoculam primeiro nos círculos de intelectuais mais ativos, que as retransmitem aos estudantes e à mídia, não raro apresentando-as como suas criações pessoais e originalíssimas, de modo que a multidão dos aderentes não tenha a mais mínima idéia da existência de um empreendimento internacional organizado por trás dos efeitos políticos que se seguem inexoravelmente. 5 A última etapa é a produção desses efeitos, por meio dos agentes políticos – militância organizada, agentes de influência, legisladores – que transformam as propostas em leis e instituições. Na última etapa, as origens intelectuais das propostas, bem como sua base internacional de sustentação financeira e organizacional, já se tornaram praticamente invisíveis para a população em geral, de modo que toda a discussão a respeito, destinada a fazer com que a adoção das novas medidas pareça surgir do fluxo normal e espontâneo da vida democrática, se atenha às definições nominais e aos aspectos mais periféricos das questões respectivas, sem possibilidade de examinar seja o esquema de poder que articulou a seu bel-prazer a situação de debate, seja as implicações históricas de longo prazo que advirão das transformações pretendidas. Quando essas conseqüências se revelam catastróficas, a culpa pelo erro que as produziu já está tão disseminada pela sociedade que toda tentativa de rastrear e responsabilizar os autores das propostas iniciais, caso ainda ocorra a alguém a tentação de empreendê-la, começa a parecer rebuscada e artificiosa como uma "teoria da conspiração". A primeira condição para a existência de um movimento conservador ou liberal é a formação de equipes de estudiosos qualificados para fazer esse rastreamento e expor aos olhos da multidão o processo inteiro da "transformação social", para que ela perca seu prestígio místico de fatalidade histórica ou vontade divina e possa ser discutida às claras como qualquer outro projeto de poder. Infelizmente, as forças econômicosociais cuja sobrevivência a longo prazo depende do sucesso de um movimento liberal-conservador – principalmente a classe empresarial que é a concorrente número um dos planejadores e burocratas iluminados – têm um horizonte de visão histórica muito restrito e dificilmente compreendem a necessidade de uma estratégia de longo prazo. Concentram-se na defesa dos seus interesses imediatos reais ou imaginários e, sem perceber, acabam colaborando com os planos mais vastos e gerais da esquerda, seja por meio de concessões conscientes que lhes parecem muito espertas na hora, seja por meio de resistências pontuais arbitrárias e inconexas que sempre podem ser absorvidas e neutralizadas no quadro maior da estratégia esquerdista, seja por meio da adaptação passiva, lenta e quase imperceptível à linguagem e à cosmovisão de seus inimigos. O domínio do tempo histórico das transformações político-sociais tornou-se monopólio da elite esquerdista internacional. O mero fracasso econômico das propostas socialistas não diminui em nada o poder hipnótico que exercem sobre a multidão nem o controle hegemônico da esquerda so-
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segunda-feira, 27 de novembro de 2006
MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC
O sucesso do fracasso Vinícius Torre Freire/Folha Imagem/1/12/1995
O domínio do tempo histórico das transformações político-sociais tornou-se monopólio da elite esquerdista internacional.
dominar o ambiente universitário, cultural e midiático nacional, influenciando o curso dos acontecimentos e impondo derrotas humilhantes à racionalidade econômica liberal-conservadora. Refiro-me à escola "desconstrucionista" de Jacques Derrida, Jean-François Lyotard, Paul de Man, Gianni Vattimo e outros, que torna inviável toda idéia de veracidade objetiva e instaura em seu lugar o primado da ficção militante. Como em artigos vindouros pretendo abordar aqui vários fenômenos da política brasileira que jamais teriam podido produzir-se exceto num ambiente intelectual dominado por essa escola, a utilidade essencial de conhecê-la se tornará mais evidente nas próximas semanas. Usei o termo "escola", mas os próprios desconstrucionistas o rejeitam. Também não aceitam que o desconstrucionismo seja definido como uma filosofia, um método de interpretação,
nômica do socialismo se transmute automaticamente em fracasso político-cultural do movimento esquerdista, já mostra o quanto o imaginário liberal-conservador foi infectado e moldado pela cosmovisão esquerdista, hoje "onipresente e invisível" como a desejava Antonio Gramsci. Desse preconceito, em simbiose com o imediatismo político, nasce o profundo desinteresse que os liberais
(...) os esquerdistas, a salvo de qualquer fiscalização crítica da parte de seus adversários, inventam as mentiras e alucinações com que dominarão a consciência das multidões.
bre o processo histórico, porque esse fracasso é apenas um fato, e os fatos não se transformam por si em elementos de persuasão quando não integrados como símbolos num universo imaginário, isto é, quando não trabalhados dentro de um plano cultural abrangente e de longo prazo, precisamente o que falta por completo às forças liberal-conservadoras. O próprio preconceito economicista que se apossou dessas forças, induzindo-as a esperar que a fraqueza eco-
(...) a escola 'desconstrucionista' de Jacques Derrida (...) e outros torna inviável toda idéia de veracidade objetiva e instaura em seu lugar o primado da ficção militante.
um projeto acadêmico ou qualquer outra coisa. Não aceitam definição nenhuma, o que já coloca o recém-chegado na obrigação de escolher entre embarcar às cegas na aventura sem nome ou, ficando de fora, não poder criticá-la sem ser acusado de incompreensão leiga. À entrada do templo desconstrucionista, portanto, um cartaz em letras de fogo já anuncia: "Ameo ou deixe-o." Mas deixá-lo significa
e conservadores têm pelo debate interno de idéias na esquerda. Como o conteúdo desse debate lhes parece falso e alucinatório e por isso supremamente tedioso, não percebem que por trás dessa falsidade e alucinação há um método e uma estratégia. Nem muito menos que a falsidade louca de uma idéia jamais foi obstáculo ao seu sucesso político. Enquanto os liberais e conservadores discutem economia, criando esquemas saudáveis e racionais que jamais serão levados à prática, os esquerdistas, a salvo de qualquer fiscalização crítica da parte de seus adversários, inventam as mentiras e alucinações com que dominarão a consciência das multidões e conduzirão o processo histórico para onde bem entendam, com a facilidade com que um menino-pastor puxa um búfalo de uma tonelada pela argola do nariz. Vou dar aqui um único exemplo de doutrina alucinatória que jamais vi despertar o interesse dos liberais e conservadores brasileiros e que por isso mesmo consegue praticamente
Expressão da revolta gnóstica contra a estrutura da realidade, projeto 'desconstrucionista' está destinado ao fracasso, mas o fracasso cognitivo pode ser um sucesso político-social.
excluir-se a si próprio da comunidade acadêmica e ser considerado um ignorante ou reacionário, um escravo do universo lingüístico pré-desconstrucionista e, portanto, um virtual objeto de desconstrução. Não há terceira alternativa entre desconstruir e ser desconstruído – e esta última hipótese não significa apenas ser objeto de análise corrosiva, mas de destruição social e profissional. A desconstrução parte da premissa lingüística de Ferdinand de Saussure de que a língua é um sistema no qual o
sentido de cada palavra é a diferença entre ela e todas as outras. O sacerdote supremo do desconstrucionismo, Jacques Derrida, joga essa premissa contra as pretensões científicas da própria lingüística, ao concluir daí que, se a língua é um sistema de diferenças entre signos, ela não tem qualquer referência a um "significado" externo. Tudo o que o ser humano diz, escreve ou pensa é apenas a exploração das possibilidades internas do sistema. Não tem nada a ver com "realidade", "fatos" etc. O universo inteiro ao alcance do pensamento humano é constituído de "textos" ou "discursos", mas, como não há nenhuma realidade externa pela qual esses discursos possam ser aferidos, não tem sentido falar de discursos "verdadeiros" ou "falsos". Não existe representação da realidade. Todo discurso é livre invenção de significados. Obtida essa conclusão, Derrida interpreta-a em sentido nietzscheano, afirmando que, se o dircurso não é representação da realidade, é expressão da "vontade de poder". Mas isso não quer dizer que por trás do discurso exista um "eu" manifestando sua vontade de poder. A idéia de um eu estável e autoconsciente é ela própria uma representação da realidade. Como nenhuma representação da realidade pode funcionar, o eu também não existe: só o que existe é o ato de poder que cria uma ficção chamada "eu". Se a língua estava totalmente separada da realidade por ser apenas um sistema de diferenças, o desconstrucionista vai agora separá-la do próprio sujeito pensante, acrescentando à mera "différence" a "différance", com "a", termo criado por Derrida para designar o intervalo de tempo entre o sujeito como autor do discurso e o mesmo sujeito considerado enquanto assunto do discurso. Em português ele não precisaria inventar esse trocadilho medonho, pois aí existe a palavra "diferição", sinônima de "adiamento", que, por aquela mistura de pedantismo e ignorância, típica do meio acadêmico nacional, os tradutores brasileiros se recusam a usar, preferindo o neologismo francês para dar a impressão de que se trata de uma nuance sutilíssima. Qualquer que seja o caso, Derrida está falando simplesmente de uma diferição, de um lapso de tempo: o eu do qual você fala não é nunca o eu que está falando. Mas, se é assim, o eu como assunto do discurso não está nunca presente a si mesmo. Separado do objeto pela circularidade do sistema, o discurso está também separado do sujeito pela diferição, ou, se preferem, "différance" (como diria Dirty Harry: Cazzo!). Diga você o que disser, ou pense o que pensar, será sempre uma ausência falando de outra ausência. Se o eu não existe e o objeto que ele pensa também não existe, só o que existe é o ato de poder que cria uma ficção chamada "eu" e outra ficção chamada "objeto". O motivo que produz a necessidade de criar essa ficção é o desejo de escapar da morte, da aniquilação. Mas a morte é inescapável, é a "realidade". Portanto a função de todos os discursos é negar a realidade e a sua tradução cognitiva, a verdade. Nis-
JACQUES DERRIDA so consiste o poder, a genuína liberdade. O Evangelho (João, VIII:32) dizia que a liberdade nasce do conhecimento da verdade. Para Derrida e os desconstrucionistas em geral, a liberdade consiste em negar a verdade, afirmando, com isso, o próprio poder. No início alguns marxistas ficaram alarmados com a nova filosofia, que, ao negar a realidade, punha em xeque toda pretensão de conhecer as leis objetivas do processo histórico. Mas Derrida logo conseguiu acalmá-los, mostrando que, se o desconstrucionismo era ruim para a teoria marxista, era bom para o movimento revolucionário, dando-lhe não só os meios de corroer toda a cultura ocidental por meio da negação do significado em geral, mas também de afirmar o seu próprio poder ilimitadamente: livre das coerções da realidade objetiva, imune portanto a qualquer cobrança na esfera dos argumentos racionais, ele poderia impor sua vontade por todos os meios ficcionais possíveis, enquanto seus adversários, travados por escrúpulos de realidade e lógica, observariam inermes a sua ascensão irresistível. Todo o empreendimento desconstrucionista é, de fato, uma resposta prática ao apelo formulado pelo marxista húngaro Georg Lukacs, ao perceber que o grande obstáculo ao comunismo não era o poder econômico da burguesia, mas dois milênios de civilização judaico-cristã. "Quem nos livraAFP/1/1/1960
MARTIN HEIDEGGER rá da civilização ocidental?", perguntava angustiado Lukacs. Quem logo se apresentou como primeirão da fila foi o nazista Martin Heidegger. Destruição – Destruktion – é a palavra-chave de tudo o que ele fez na vida: desde escrever e depois desescrever Ser e Tempo até aplaudir a ascensão do Führer e recusar-se a esclarecer o assunto depois da II Guerra, deixando seus fãs numa dúvida perturbadora que dava à sua filosofia ainda mais sex appeal. A essência da filosofia de Martin Heidegger consiste em abolir o Logos, o verbo divino que faz a ponte entre o pensamento humano e a realidade externa, e colocar em seu lugar a "vontade de poder" do Führer. Heidegger foi o primeiro herói da guerra contra o "logocentrismo". A convergência entre seus esforços filosóficos e os objetivos de Georg Lukacs foi o pacto Ribben-
tropp-Molotov da filosofia. Mas Heidegger, afinal, não criou como substitutivo para a civilização judaico-cristã nada além da filosofia de Martin Heidegger, que só serve para quem a entende. Derrida et caterva transmutaram essa filosofia num projeto acadêmico indefinidamente subsidiável e num movimento político do qual milhões podem participar sem entender coisa nenhuma do que estão fazendo. Tinha de ser mesmo um sucesso triunfal. Ainda mais triunfal foi essa ascensão no Brasil, onde o temor reverencial à moda acadêmica francesa, o prestígio sacral do discurso incompreensível e a síntese de pedantismo e ignorância que constitui a forma mentis inconfundível da nossa classe universitária erigiram o desconstrucionismo num culto fanático que não apenas repele contestações mas nem mesmo admite a existência delas. Um traço peculiar do desconstrucionismo, que no Brasil foi acentuado até suas últimas conseqüências, é que, ao negar a existência da verdade, ele não abdica de atacar a "mentira". Quando ele o faz perante um público que desconhece a nuance específica que o termo tem para um desconstrucionista, a platéia acredita que ele está defendendo a "verdade". Mas, no círculo interno, sabe-se que não existe verdade. "Mentira", pois, é apenas aquilo que se opõe à ficção preferida do grupo desconstrucionista, à sua "vontade de poder". Inversa e complementarmente, o termo "verdade", ao ser usado pelo desconstrucionista perante os leigos, significará para estes uma representação adequada da realidade comprovável, mas, entre os iniciados, sabe-se que isto não existe e que o emprego do termo se destina apenas a explorar as ilusões do público para induzi-lo a submeter-se às ilusões e desejos do grupo ativista. Nesse sentido, pode-se e deve-se estigmatizar como "mentira" os fatos mais amplamente comprovados e impor como "verdade" qualquer mentirinha boba conscientemente inventada para vitaminar a "vontade de poder" do movimento. Objetivamente falando, o valor inteiro do projeto desconstrucionista depende da premissa saussuriana de que o sentido de uma palavra é apenas a diferença entre ela e todas as outras. Essa premissa é falsa. Suponham a frase: "Jacques Derrida morreu." A diferença entre Jacques Derrida e todos os outros seres dotados de nomes humanos é a mesma quer ele esteja vivo ou morto. A diferença entre morrer e estar vivo, por sua vez, é a mesma quer você esteja vivo ou morto. Mas, se Jacques Derrida morreu, a diferença entre ele e todos os outros continua intacta, enquanto ele, o indivíduo Jacques Derrida, não será mais visto por aí dando palestras e encantando milhões de idiotas. Ou a expressão "Jacques Derrida" significa algo mais do que a diferença entre ela e todas as outras, ou tanto faz Jacques Derrida estar morto ou vivo. Do mesmo modo, uma frase como "Não há mais comida" é a mesma – e suas diferenças em relação a todas as outras são as mesmas – quer você a diga como puro exemplo verbal ou como expressão de um estado de fato. A diferença neste último caso está na presença ou ausência física de comida, que não é a mesma coisa que a "ausência do objeto" na mera formulação saussuriana do significado como diferença entre uma frase e todas as demais. Esta diferença é a mesma com comida ou sem comida. A falta de comida não é bem isso. Reparando em detalhes como esse, o próprio Jacques Derrida foi obrigado a moderar as pretensões do seu método, reconhecendo a existência de "indesconstruíveis" e, no fim, admitindo que entre eles estava – que raiva, pô! – o próprio Logos. Desconstrua você o que desconstruir, estará sempre, pelo simples fato de pensar e falar, dentro de um quadro de referências balizado pelo Verbo Divino ou por seus reflexos na tradição metafísica. No fim das contas, a Destruktion, como o projeto nazista, pode destruir muitas coisas em torno, mas se destrói a si mesma – e àqueles que embarcaram na sua proposta – em escala infinitamente maior. Proclamando que a liberdade consiste em negar a verdade, o desconstrucionista só exerce sua liberdade de viver da ficção e sentir um gostinho de poder até o momento em que a morte substitui todas as ficções por uma verdade "indesconstruível" e a vontade de poder pela impotência definitiva dos cadáveres. Expressão modernizada da revolta gnóstica contra a estrutura da realidade, o projeto desconstrucionista está destinado ao fracasso, mas o fracasso cognitivo pode ser um sucesso político-social, na medida em que arraste na sua voragem milhões de idiotas hipnotizados pela atração do abismo.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
almanaque Celso Unzelte
HÁ 25 ANOS, FLAMENGO GANHAVA LIBERTADORES UH/Arquivo Celso Unzelte
Foi no dia 23 de novembro de 1981 que o Flamengo entrou em campo para enfrentar o Cobreloa, do Chile, em jogo-desempate pela decisão da Libertadores daquele ano. Acima, Leandro, Zico, Júnior, Tita, Mozer e Marinho aparecem entrando em campo com a bandeira do Uruguai, país neutro, em que aquela terceira partida foi realizada. O Flamengo ganhou por 2 a 0, com dois gols de Zico, o segundo de falta, e conquistou pela primeira vez o título de campeão sul-americano, que voltará a disputar em 2007.
PRIMEIRO JOGO: VITÓRIA EM CASA O Flamengo de Raul, Leandro, Mozer, Marinho, Júnior, Andrade, Adílio, Zico, Tita, Nunes e Lico era bem superior ao Cobreloa, time no qual destacava-se apenas o vigoroso zagueiro Mário Soto. E mostrou isso logo na primeira partida daquela decisão de Libertadores, realizada no dia 13 de novembro de 1981, no Maracanã. Deu Flamengo, 2 a 1, com dois gols de Zico, marcados aos 11 e aos 30 minutos do primeiro tempo, de pênalti. No segundo tempo, Merello, também de pênalti, descontou para os chilenos, aos 22 minutos.
SEGUNDO JOGO: UMA GUERRA A segunda partida, no Estádio Nacional, em Santiago, o Flamengo perdeu por 1 a 0, gol contra de Leandro aos 33 minutos do segundo tempo. O Chile vivia em plena ditadura do general Augusto Pinochet, e carabineiros do Exército cercavam o gramado, intimidando os brasileiros. Além disso, o Cobreloa apelou para a violência. Tanto que na terceira partida decisiva, como forma de vingança, o técnico Paulo César Carpegiani colocou o jogador Anselmo em campo somente para dar um soco no chileno Mário Soto.
“Estava sentado no banco de reservas e ele me disse: ‘Entra, vai lá e acerta a cara dele’.” (Anselmo, reserva do Flamengo, que hoje mora em Portugal, relembrando para o programa Pontapé Inicial, da ESPN Brasil, as instruções de Carpegiani.)
Durante este mês e até dezembro, a família do ex-jogador Júlio Botelho, titular do Brasil na Copa de 1954, mantém uma exposição aberta ao público sobre a vida do craque, no colégio que leva seu nome, na Rua Francisco Coimbra, 855, Penha. Informações: telefone 6641-6311.
Há 25 anos, no dia 27 de novembro de 1981, morria afogado, aos 42 anos, durante caça submarina, Cláudio Coutinho, extécnico do Flamengo e da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1978, na Argentina.
Fica, Mineiro! Fica, Mineiro! Fica, Mineiro!" Torcida do São Paulo
Esporte
Foi um desastre. Mas temos de comemorar, sim, a fuga do rebaixamento.” Paulo Baier
SÓ FALTAVA ESSA Eduardo Nicolau/AE
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que mais poderia faltar para coroar a conquista do São Paulo, tetracampeão brasileiro há uma semana? Um gol de falta do goleiro Rogério Ceni, por exemplo. Que aconteceu ontem, aos 11 minutos do segundo tempo, na vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro (o outro gol, marcado aos 37, foi do zagueiro Fabão, que se despedia da torcida porque vai para o Japão no ano que vem). Além disso, ainda faltava erguer a taça oficial da competição, que não poderia estar presente no domingo passado, quando o São Paulo empatou com o Atlético Paranaense, por 1 a 1, também no Morumbi, enquanto o Inter, que jogava em Curitiba, contra o Paraná, ainda tinha chances. Mas agora já não falta mais nada. Na grande festa de comemoração do quarto título brasileiro do clube, a torcida encheu as arquibancadas do Morumbi. Depois do jogo, tudo foi festa, com a entrega do troféu oficial do Brasileiro ao capitão Rogério Ceni, a premiação dos jogadores e a tradicional volta olímpica. Para colocar uma pá de cal no polêmico arremesso à torcida da medalha de segundo colocado da Recopa Sul-Americana, Rogério Ceni repetiu o gesto com a que ganhou pelo brasileiro. O São Paulo ainda tem mais um jogo no campeonato, mas a partida deste domingo teve jeito de final feliz para a novela que foi a temporada 2006. Para três jogadores, o confronto foi o último jogo do ano. O volante Mineiro, o lateral Ilsinho e o zagueiro Miranda levaram o terceiro cartão amarelo e não participam da partida contra o Paraná, em Curitiba.
Na vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro, ontem, no Morumbi, Rogério Ceni marcou o primeiro gol do São Paulo, cobrando falta. Depois, pôde finalmente erguer a taça do Campeonato Brasileiro, conquistado pelo Tricolor com uma antecedência de duas rodadas
Vergonha e salvação Diego Padgurschi/Folha Imagem
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torcedor que deixava o Parque Antártica, ontem, não sabia se protestava ou comemorava. Em campo, o Palmeiras havia sido goleado pelo Inter por 4 a 1. Mas em Goiás, com a derrota da Ponte Preta para o Goiás, por 3 a 0, a equipe garantiu sua permanência na Série A, independentemente do resultado do último jogo, contra o Fluminense, no Rio. A agonia do Palmeiras começou logo a um minuto de jogo, quando Alexandre Pato, de apenas 17 anos, fez Inter 1 a 0. Aos 4, Fernandão ampliou. Aos 34, Pato invadiu a área, deu um toquinho para tirar de Sérgio e Daniel, no desespero, para afastar Daniel mandou para as próprias redes. Aos 45, ainda no primeiro tempo, Pato novamente entortou Marci-
nho Guerreiro e rolou para Iarley marcar o quarto gol. No intervalo, muitos torcedores começaram a ir embora. Outros tentaram invadir as tribunas para encontrar o presidente Afonso Della Monica, mas não o encontraram. A segurança teve de ser reforçada para que os vestiários não fossem invadidos. No segundo tempo, o Inter diminuiu o ritmo. Abel Braga retirou Pato, que era o melhor do jogo. Juninho Paulista foi expulso aos 13 minutos, após desentendimento com Élder Granja — o jogador gaúcho também recebeu vermelho. A única coisa que animou os torcedores foi o anuncio dos gols do Goiás. Nem o gol contra de Fabiano Eller, aos 29 minutos, que tentou cortar um cruzamento de Wendell, chegou a ser comemorado.
Palmeiras de Juninho é goleado em casa pelo Inter (4 a 1), mas derrota da Ponte garante time na 1ª divisão
De volta à Libertadores Wilton Junior/AE
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Morreu sexta-feira, em São Paulo, aos 77 anos, o ex-técnico João Avelino, vítima de complicações do Mal de Alzheimer, que o acometia há quatro anos. Nos anos 70, Avelino treinouCorinthians, Palmeiras e Portuguesa, entre outros clubes. A coluna, que por força do feriado de 20 de novembro não foi publicada na segunda passada, registra também a morte de Ferenc Puskas, maior jogador da Hungria e craque da Copa de 1954, no último dia 17, aos 79 anos, em conseqüência do Mal de Alzheimer.
1 Clayton de Souza/AE
Nelson Coelho/AOG
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Santistas comemoram com o zagueiro Domingos o gol que garantiu o 1 a 1 com o Vasco em São Januário e sacramentou matematicamente a classificação do Santos para a Libertadores de 2007. "Viemos em busca da vitória, mas o empate foi muito bom", comemorou o meia Zé Roberto.
ob o intenso calor carioca, o técnico Vanderlei Luxemburgo trocou o terno por calça jeans e camiseta, mudou o esquema tático do Santos, de 3-5-2 para 4-4-2, e saiu de São Januário com um empate por 1 a 1 que classificou o time à Taça Libertadores da América de 2007. Já os vascaínos, com o resultado, ficaram em situação delicada na busca pela última vaga à competição internacional. Como precisava vencer para continuar dependendo somente de seus resultados para assegurara vaga na Libertadores, o Vasco começou pressionando o Santos. Logo aos 4 minutos, Ramon obrigou Fábio Costa a fazer uma difícil defe-
sa. A resposta santista só veio aos 13 minutos, com um chute do atacante Reinaldo. Quando o Vasco mais pressionava, o Santos abriu o marcador, aos 21 minutos. Na cobrança de escanteio feita pelo meia Zé Roberto, da direita, a zaga carioca falhou e Domingos, livre, de cabeça, marcou. O Vasco sentiu o golpe por alguns minutos e a torcida começou a vaiar o time, mas, aos 36 minutos, uma cobrança de falta da intermediária, feita pelo volante Andrade, obrigou Fábio Costa a trabalhar bem novamente. O lance acordou a equipe carioca, que três minutos depois chegou ao empate. Ramon chutou a bola de dentro da
grande área, ela sobrou para o atacante Leandro Amaral, que de pé esquerdo tocou para o gol. Os berros de Luxemburgo, no intervalo, surtiram efeito e o Santos voltou mais equilibrado para a segunda etapa, tanto que o Vasco teve pouquíssimas oportunidades de gol no segundo tempo. Satisfeito com o empate, o Santos apenas procurou conter os avanços vascaínos e abdicou do ataque. "Viemos em busca da vitória, mas o empate foi muito bom", comemorou o meia Zé Roberto após o 1 a 1. O zagueiro Domingos festejou muito o gol que levou o time à Libertadores: "Nem sabia que ia jogar e acabei entrando e fazendo o gol importante para o Santos".
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
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bilhões de reais é o total do fundo para o financiamento de obras de infra-estrutura
Márcio Fernandez/AE - 01/01/2006
SE NÃO HOUVER INVESTIMENTO EM INFRA-ESTRUTURA, O PAÍS NÃO ANDA
A falta de investimentos em infra-estrutura é apontada como a principal causa para o baixo crescimento da economia. Por isso, o presidente Lula pediu que a equipe dos ministérios dos Transportes, Minas e Energia e Casa Civil arregacem as mangas e apontem saídas para atrair investimentos. O primeiro resultado prático já saiu: a edição da MP que criará um fundo com recursos do FGTS para o setor. Ed Ferreira/AE - 28/05/2003
A
cusado de ter abandonado a infra-estrutura do País nos quatro anos de seu primeiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dá sinais ao mercado e à indústria de que isso não se repetirá no novo mandato. Uma das primeiras medidas do presidente reeleito foi convocar o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos e o questionar sobre quais são os fatores que colocaram no mesmo patamar de custo o frete de rodovias e o que é feito por meio de ferrovias. Sem uma resposta na "ponta da língua", Passos, funcionário de carreira da própria pasta, disse ao presidente que elaborará um relatório para identificar e "caçar" os motivos dessa equiparação. Na avaliação do presidente, devido à rapidez e à maior capacidade de carga, o modal ferroviário deveria apresentar um custo mais baixo que o rodoviário, o que o tornaria ainda mais atrativo. Na semana passada, o segundo sinal de mudanças no pensamento da cúpula do governo veio por meio do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que divulgou o envio de Medida Provisória ao Congresso criando um fundo para o financiamento de obras de infra-estrutura. Segundo o ministro, o fundo será composto por R$ 5 bilhões vindos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Mantega, que fez o pronunciamento após uma reunião com o presidente Lula, disse que uma das metas de sua pasta, em conjunto com os ministérios dos Transportes, Minas e Energia e Casa Civil é encontrar formas de financiamento eficientes para cada setor da infra-estrutura brasileira. Enquanto isso, o governo enfrenta uma enxurrada de críticas de que a falta de recursos contínuos no setor é que le-
Dilma Roussef: regras eficientes Evandro Monteiro/Digna Imagem - 05/10/2004
Paulo Sérgio Passos: parceria
vou a infra-estrutura do transporte ao grupo de barreiras que impedem o crescimento mais robusto da economia. Governo e entidades ligadas ao setor concordam que a base da solução do problema é atrair a iniciativa privada, seja por meio Parcerias PúblicoPrivadas (PPP), concessões ou abertura de capital de empresas estatais, e a entrada dos fundos de pensão no setor. Reforma das rodovias e a saída do papel do Ferroanel, o anel ferroviário em torno do Rodoanel Paulista, serão os primeiros testes federais nos modelos de concessão e PPPs. Orçado em R$ 800 milhões, o Ferroanel, segundo o próprio
ministro dos Transportes, dificilmente será construído caso dependa apenas dos recursos públicos. Passos informou que a parceria com a iniciativa privada será executada até o final de junho de 2007. A oferta do governo, segundo técnicos do Ministério, será a de repassar a obra para a iniciativa privada e permitir a exploração do trecho e a cobrança de pedágio sobre as empresas ferroviárias que o utilizarem. Na rua – No caso das rodovias federais, o edital de concessão dos primeiros trechos já foi para a "rua". A previsão é de que a concessão de oito lotes de vias movimente cerca de R$ 26 bilhões. Cálculos da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) indicam que a elaboração de um contrato claro e com longo prazo de duração, poderá, em um prazo de dez anos, dobrar o atual quadro de rodovias sob administração privada, passando de 10 mil quilômetros para 20 mil quilômetros. Do sucesso dessa primeira licitação dependem futuros investimentos da iniciativa privada. Por isso mesmo, dentro dos ministérios dos Transportes e da Casa Civil, a principal meta dos técnicos para o próximo ano é concluir as regras de regulamentação que atraiam o setor privado. As duas pastas admitem que as regras não são claras e muitas vezes atuam como barreiras à entrada do capital privado. Para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, um dos casos mais explícitos é o das hidrovias. Dilma salienta que a falta de um conjunto de regras claras que apresse a realização dos estudos de impacto ambiental e fiscalize de forma eficiente o andamento do projeto, vem impedindo investimentos do setor privado, principalmente quando se projeta uma PPP. Davi Frazon
Principal canal de escoamento de mercadorias, rodovias estaduais são modelos de sucesso de concessões
Mais 5% e colapso é certo
O
s baixos índices de crescimento econômico do Brasil nos últimos cinco anos impediram um "colapso" completo do sistema logístico do País. É o que aponta um levantamento do Centro de Estudos em Logística da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um estudo encomendado pela Associação Brasileira de Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib). Caso os índices de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) estivessem na casa dos 5%, como projeta o governo federal a partir de 2007, ferrovias, rodovias, hidrovias, portos e aeroportos viveriam um cenário de completo caos devido à falta de capacidade de transporte, armaze namento e de intermodal idade no País. A falta de i n v e s t i m e ntos e, principalmente, de um plano estratégico de longo prazo, resultam na falta de confiança de toda a cadeia produtiva na capacidade de escoamento da produção. Sem confiança do produtor, apontam os dois estudos, fica inviabilizado qualquer crescimento da economia acima da margem dos 3%. O impacto sobre os exportadores é direto. Pelas contas da Abdib, o governo federal teria de destinar cerca de R$ 28 bilhões anuais à matriz de transporte, por um período de quatro anos, para colocar o País literalmente nos trilhos... ferroviários. Cide – O valor, considerado elevado pelo próprio Ministério dos Transportes, é R$ 5 bilhões menor do que o
arrecadado com a Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide), popularmente chamada de imposto da gasolina (incidente também sobre os demais combustíveis). A Cide tem como destino tapar outro tipo de buraco, não o das rodovias e ferrovias, mas o das contas públicas federais, completando o caixa do superávit primário. "O recurso existe; o que ocorre é um desvio da sua finalidade. A Cide é destinada ao setor de transporte, mas menos de um terço de sua arrecadação é realmente investido", afirma Paulo Godoy, presidente da Abdib.
Um dos principais reflexos da falta de uma política efetiva para o setor de transportes é o alto custo da movimentação logística brasileira. O estudo da UFRJ indica que a atual situação precária do setor provoca custo equivalente a 12% do PIB nacional – valor 4% superior ao peso do setor logístico sobre a economia dos Estados Unidos, por exemplo. Outro fator que encarece em até 15% o custo do frete no Brasil é a base da matriz de transporte. Desde o final da década de 1960, principalmente durante o milagre econômico, as rodovias foram colocadas no topo da pirâmide logística brasileira – hoje representam 59% dela. Um au-
mento da participação das ferrovias para 30% nos próximos dois anos (a participação atual é de 26%), resultaria em uma redução de até 7% no custo. "Essa mudança virá somente com o aumento dos investimentos privados no setor. Mas isso só ocorrerá quando o País oferecer um marco regulatório claro, definindo qual o papel do Estado e o da iniciativa privada, além de um planejamento de longo prazo para o setor. O investidor privado planeja olhando para 30 anos e não 30 meses como parece pensar o governo", avalia Godoy. Mudanças – Para alterar o atual quadro, os especialistas indicam que o primeiro passo é colocar em atividade um programa de gestão e controle sobre os recursos destinados à infra-estrutura logística. A segunda etapa seria concluir o marco re g u l a t ó r i o do setor e torná-lo atraente aos investidores privados, colocando em ação as Parcerias PúblicoPrivadas (PPPs). A recente criação do Centro de Excelência em Engenharia de Transportes (Centran) pelo Ministério dos Transportes, no último mês de agosto, foi recebida como o primeiro sinal de "sanidade" do governo federal. O departamento realizará uma análise de todos os dados e impactos positivos e negativos dos modais de transporte durante os últimos 20 anos. Também será criada uma base de dados logísticos, cujo objetivo é orientar os investimentos públicos e privados nos próximos 15 anos. Davi Franzon
Passe Livre Camp. Brasileiro Série B Série C
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Tirar a Portuguesa do rebaixamento foi o maior desafio de minha carreira” Vágner Benazzi, técnico
Ernesto Rodrigues/AE
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PORTUGUESA VENCE E ESCAPA DA SÉRIE C
QUASE NINGUÉM VIU paSse livre M Pato no Parque Marcos D'Paula/AE
aracanã vazio (apenas 7 294 pagantes), dois times desmotivados e limitados tecnicamente. Cenário adequado para uma partida sem grande interesse. O resultado: empate sem gols entre Corinthians e Botafogo, na tarde de ontem. Ao menos, o time do Parque São Jorge chegou invicto a sua sétima partida. Mais que isso: com o resultado, se foi ultrapassado pelo Goiás, ao menos superou o Cruzeiro e o Flamengo. Embora ainda não tenha garantido a vaga para a Copa Sul-Americana, está em 10º lugar. Em um primeiro tempo sem atração, o árbitro Evandro Rogério Roman roubou a cena. Numa atitude pouco comum, ele interrompeu a partida para os atletas beberem água, devido ao forte calor. “Eles estavam reclamando de formigamento na ponta dos pés e dos dedos.
D
Roberto Benevides
O Jogando no Maracanã vazio, Corinthians e Botafogo ficam no 0 a 0
Isso pode ser indício de hipertermia e pode até levar a uma parada cardíaca”, disse o árbitro, no intervalo. O goleiro corintiano Marcelo, ao menos, se
destacou. Fez três defesas difíceis na etapa inicial. No segundo tempo, o Corinthians seguiu no ritmo de férias: mostrou-se contente com
o empate. Só ameaçou numa cabeçada do atacante Rafael Moura. Muito pouco para dois times que sonham com dias melhores em 2007.
Palmeiras deu vexame em casa, o que não configura nenhuma novidade nesta temporada, foi goleado pelo Internacional por 4 a 1, mas está salvo do rebaixamento. Salvou-o em definitivo a incompetência da Ponte, derrotada pelo Goiás por 3 a 0 em Goiânia. Os palmeirenses descobriram, a um custo muito caro, que Abel Braga tem boas razões para apostar no garoto Alexandre Pato para o Mundial de Clubes. À vontade como se fosse um veterano, Pato pintou e bordou no Parque Antártica levando o Inter a 4 a 0 ainda no primeiro tempo. No segundo tempo, o garoto saiu logo no começo, com leve contusão, e o Inter resolveu cozinhar o jogo. O Palmeiras fez unzinho e só. Até uma semana atrás, fora de Porto Alegre, pouca gente tinha ouvido falar deste moleque que costumava levar os colorados mais cedo ao Beira-Rio para vê-lo brilhar no Inter B e agora vai ao Japão com o time A para tentar o título mundial. Alexandre Rodrigues da Silva, 17 anos completados em 2 de setembro, nasceu em Pato Branco, no Paraná, mede 1m79, pesa 71kg, sempre teve prestígio no Inter, mas demorou a renovar o contrato e, até por isso, pouco apareceu entre os titulares. Na semana passada, finalmente renovou o contrato, até o fim de 2009: os salários passaram de R$ 3 mil para R$ 15 mil. Se um clube brasileiro quiser tirá-lo do Inter, terá de pagar uma multa de R$ 20 milhões. Para o exterior, são 20 milhões de euros. Segundo o técnico Lisca, que trabalhou com ele no Inter B, Alexandre Pato é um atacante com “mais recursos do que Daniel Carvalho, Nilmar ou Rafael Sobis e, apesar de muito jovem, tem muita força física”. Não surpreende, então, que tenha sido um dos 23 chamados por Abel Braga para o Mundial logo em seguida à renovação de contrato. E Alexandre Pato ganhou o número 11 na lista fornecida pelo Inter à Fifa. Era um forte indício de que pode ser titular no Japão. Depois do show de ontem no Parque Antártica, os indícios viraram certeza.
PERDAS PAULISTAS
COPA DOS CAMPEÕES
O futebol paulista emplacou com o São Paulo o terceiro campeão brasileiro em quatro edições do campeonato por pontos corridos, mas vai perder influência em 2007. Na Primeira Divisão, terá dois times a menos pois Ponte Preta e São Caetano foram rebaixados e nenhum paulista conseguiu subir da Segunda Divisão. Para piorar, o Guarani caiu da Segundona para a Terceira. Se o Barueri confirmar a ida da Terceira para a Segunda Divisão, apenas reduzirá o prejuízo.
O Santos chega ao fim do Campeonato Brasileiro sem vencer um jogo sequer fora de São Paulo, mas o 1 a 1 com o Vasco em São Januário garantiu a equipe na Libertadores de 2007. A última vaga ficou mais para o Paraná, que venceu o São Caetano por 2 a 0 e chegou a 59 pontos, um a mais do que o Vasco. Para se juntar a Inter, Fla, São Paulo, Grêmio e Santos, o Vasco terá de vencer o Figueirense e torcer para que o Paraná não vença o São Paulo. Se der Paraná, será o único participante brasileiro que jamais foi campeão da Libertadores.
*Com Agência Estado e Reuters
SÉRIE B
SÉRIE C
Festa do Galo e da Lusa rama e emoção marcaram a última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. As maiores festas ficaram por conta das torcidas e jogadores do AtléticoMG, que recebeu em casa a taça do título conquistado por antecipação, e da Portuguesa, que conseguiu escapar do rebaixamento para a Série C. Em Belo Horizonte, o Atlético, já campeão e classificado para disputar a Série A do Brasileiro no ano que vem, recebeu o América de Natal (RN), que precisava de pelo menos um empate para garantir a quarta colocação e também o acesso. O outro candidato era o Paulista de Jundiaí, que venceu o Brasiliense, no Distrito Federal, por 4 a 3, mas necessitava da derrota do América. Os 74 494 pagantes presentes no Mineirão estabeleceram o novo recorde brasileiro da temporada. Além disso, cerca de outros 20 000 atleticanos pagaram para acompanhar a partida em um telão no Independência, o outro estádio da cidade. O Atlético chegou a abrir uma vantagem de 2 a 0, gols de Danilinho, aos 16 minutos do primeiro, e Roni, aos 16 do segundo. Mas o América descontou com um gol de Paulo Isidoro, aos 18, e empatou com Max, aos 35, assegurando seu
Ernesto Rodrigues/AE
Marcos Bizzotto/AE
Em Belo Horizonte, Atlético recebe taça empatando (2 a 2) com o América-RN, que também subiu, diante de um público recorde no Mineirão. Outros 20 000 torcedores acompanharam a partida por um telão em outro estádio, o Independência. No Recife, Portuguesa se salva da Série C com gol de pênalti no último minuto, marcado por Alex Alves, na vitória por 3 a 2 sobre o Sport
lugar na Série A em 2007, ao lado do próprio Atlético (campeão), do Sport (vice) e do Náutico (terceiro colocado), que também ontem empatou jogando fora de casa com o Santo André em 1 a 1. No Recife, a Portuguesa precisava vencer o vice-campeão Sport para permanecer na Sé-
rie B. Saiu perdendo por 1 a 0 (Marco Antônio, aos 45 do primeiro), mas empatou no minuto seguinte (com Preto), ainda no primeiro tempo. No segundo, sofreu outro gol, aos 10 minutos (Fumagalli), voltou a empatar aos 32 (Rogério) e, aos 44 minutos, Alex Alves, de pênalti, marcou o gol que decre-
tou a permanência da equipe na Série B em 2007. Os quatro rebaixados para a Série C, a terceira divisão do Brasileiro, foram Paysandu (que no sábado goleou o Marília por 4 a 1), Guarani, São Raimundo (apesar de vencer o Gama, jogando em casa, por 2 a 0) e Vila Nova.
Criciúma goleia e é campeão
35ª rodada Atlético-MG 2 x 2 América-RN Sport 2 x 3 Portuguesa Paysandu 4 x 1 Marília Coritiba 4 x 2 Avaí CRB 2 x 1 Remo Vila Nova 1 x 5 Guarani Santo André 1 x 1 Náutico Ituano 4 x 1 Ceará São Raimundo 2 x 0 Gama Brasiliense 3 x 4 Paulista
A
Classificação
P
V
S
GP
1 Atlético-MG
71
20
31
70
2 Sport
64
18
21
58
3 Náutico
64
18
16
64
4 América-RN
61
19
8
59
5 Paulista
61
17
21
17
6 Coritiba
59
16
13
64
7 Santo André
56
14
2
47
8 Brasiliense
53
15
15
66
9 Marília
50
13
0
58
10 Ituano
50
12
1
49
11Gama
48
14
-10
52
12 Remo
46
13
-10
50
13 Avaí
46
12
-15
36
14 Portuguesa
45
11
-11
48
15 Ceará
44
10
-9
47
16 CRB
44
12
-6
61
17 Paysandu
44
12
-19
51
18 Guarani*
44
11
-8
53
19 São Raimundo
43
11
-17
42
20 Vila Nova
42
11
-23
45
Em Anápolis (GO), o Guarani goleou o Vila Nova por 5 a 1, com gols de Alex Afonso, aos 18, Danilo, aos 33, Mariano, aos 43 do primeiro, Deyvid, aos 13, e Túlio, aos 40 do segundo. Marques, aos 42 do primeiro tempo, fez o gol de honra do Vila, mas os dois times acabaram caindo.
Série C também conheceu, ontem, seu campeão. É o Criciúma, que goleou o Vitória por 6 a 0, no Estádio Heriberto Hülse, chegando a 30 pontos, após a realização da 13ª rodada e penúltima rodada do Octogonal Final. O time catarinense não pode mais ser alcançado pelo vice-líder, o Ipatinga, com 23 pontos, que assim como o Vitória já garantiu o acesso. A última vaga está sendo disputada pelo Grêmio Barueri e pelo Ferroviário-CE. Eles vão decidir o acessoem uma briga direta na última rodada, quarta-feira à noite, no Parque Antártica, em São Paulo. O Barueri joga pelo empate. Em Pelotas, o Brasil venceu o Bahia, por 1 a 0, mas as duas equipes, assim como o TrezePB, já estão eliminadas. RESULTADOS: Treze-PB 2 x 3 Barueri-SP; Ferroviário-CE 3 x 1 IpatingaMG; Criciúma-SC 6 x 0 Vitória-BA; Brasil-RS 1 x 0 Bahia-BA CLASSIFICAÇÃO: 1º Criciúma-SC, 30 pontos; 2º Ipatinga-MG, 24; 3º Vitória-BA, 22; 4º Barueri-SP, 20; 5º Ferroviário-CE, 19; 6º Brasil-RS e Bahia-BA, 13; 8º Treze-PB, 10
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Sul-Americana Romário Espanhol Futebol europeu
3
RONALDINHO MANTÉM BARCELONA NA PONTA
Tive muitas dificuldades, mas agora estou adaptado e acho que minha sorte mudou.” Luís Fabiano
Rafa Rivas/AFP
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
OS DONOS DA BOLA Albert Gea/Reuters
F
oi com um golaço de bicicleta, “o gol que sempre sonhei em fazer”, que Ronaldinho provavelmente se despediu da posse da Bola de Ouro, prêmio entregue todos os anos pela revista France Football ao melhor jogador em atividade no futebol europeu. Hoje será anunciado o vencedor de 2006, e a Europa inteira dá como certa, há cerca de uma semana, a premiação do zagueiro Fabio Cannavaro, capitão da Itália na conquista da Copa do Mundo e hoje no Real Madrid. Ronaldinho voltou a brilhar na goleada por 4 a 0 sobre o Villarreal, que manteve o Barcelona na liderança do Campeonato Espanhol, com 29 pontos. Fez um gol de pênalti e, numa bela bicicleta, indescretível apenas com palavras, fechou o placar. “É um gol que vai marcar minha vida e minha carreira, o gol que sempre sonhei em fazer”, disse o jogador, que fefaz fama há quase uma década por suas jogadas de efeito. “Pensei apenas em dominar a bola e fazer o mais simples possível, mas a bola subiu e c o n s e g u i e x e c u t a r a j o g ada.Sempre tento inventar coisas nos treinos, e dessa vez me dei bem”, explicou o craque. “Foi uma autêntica maravilha”, resumiu o normalmente impávido técnico Frank Rijkaard. Ronaldinho já definiu até sua próxima meta: “Já sonhei em marcar um gol do
Ronaldinho fez um golaço de bicicleta e definiu a vitória do Barcelona em seu último jogo antes do anúncio da Bola de Ouro, que deve ser entregue hoje ao zagueiro italiano Cannavaro, do Real Madrid
gol de Raúl, ainda no primeiro tempo. “O Real Madrid teve mais pegada que nós”, deu a senha o técnico rival, Quique Flores. Mas Fabio Capello foi mais modesto: “Tivemos sorte”, reconheceu. Se confirmada a premiação de Cannavaro, será a quarta Bola de Ouro entregue a um italiano - a última foi justamente no ano da Copa anterior vencida pelo país, 1982, e o premiado obviamente foi Paolo Rossi, o homem que matou o Brasil e foi o artilheiro do Mundial, com seis gols. Antes dele,
meio do campo, mas essa hora ainda não chegou.” Um brasileiro, Rivaldo, já conseguiu tal feito pelo Barcelona. Enquanto isso, em Valência, o provável novo vencedor da Bola de Ouro fez mais uma de suas partidas corretíssimas que o consagraram como o segundo melhor jogador do Mundial da Alemanha e o transformaram em unanimidade como o melhor defensor do mundo. Cannavaro comandou a defesa do Real, que soube segurar a pressão do Valencia e definir a vitória com um
ITÁLIA
ESPANHA
Chievo 2 x 0 Udinese Milan 1 x 0 Messina Atalanta 1 x 2 Torino Catania 2 x 0 Parma Empoli 1 x 0 Cagliari Lazio 3 x 1 Ascoli Reggina 2 x 2 Livorno Sampdoria 2 x 4 Roma Siena 1 x 1 Fiorentina Palermo 1 x 2 Inter de Milão
a Itália teve Sívori, em 1961, e Rivera, oito anos depois. Cannavaro deve levar a bola dez anos depois do último zagueiro premiado, o alemão Sammer, em 1996. Quem não vai ganhar a Bola de Ouro mas está rindo à toa é Luís Fabiano, autor de dois gols na vitória do Sevilla sobre o Athletic Bilbao por 3 a 1, que manteve a equipe na cola do Barcelona, com 28 pontos. Foi o terceiro jogo seguido em que ele marcou - há duas semanas, o atacante reclamava da falta de chances na equipe titular.
ALEMANHA
Barcelona 4 x 0 Villarreal Atletico Madrid 1 x 1 Real Sociedad Celta 1 x 1 Zaragoza Getafe 0 x 0 Levante Gimnastic 2 x 3 Mallorca Osasuna 4 x 1 La Coruña Racing Santander 4 x 3 Huelva Betis 1 x 1 Espanyol Valencia 0 x 1 Real Madrid Athletic Bilbao 1 x 3 Sevilla
FRANÇA
Schalke 2 x 1 Bochum Eint. Frankfurt 1 x 1 Borussia Dortmund Hamburgo 1 x 2 Bayern Hannover 1 x 0 Mainz Hertha 2 x 1 Alemannia Aachen Werder Bremen 3 x 0 A. Bielefeld Wolfsburg 1 x 1 Nurnberg B. Leverkusen 3 x 1 Energie Cottbus Stuttgart 1 x 0 Borussia Mönchen.
Victor Fraile/Reuters
INGLATERRA
Troyes 1 x 1 Marseille Bordeaux 1 x 0 Saint-Etienne Lille 1 x 1 Monaco Lorient 1 x 3 Sochaux Nice 2 x 2 Sedan Toulouse 1 x 0 Rennes Le Mans 1 x 1 Lens Nantes 1 x 1 PSG Valenciennes 1 x 0 Nancy Lyon 1 x 0 Auxerre
PORTUGAL
Charlton 1 x 1 Everton Aston Villa 1 x 1 Middlesbrough Fulham 0 x 1 Reading Liverpool 1 x 0 Manchester City West Ham 1 x 0 Sheffield Bolton 3 x 1 Arsenal Newcastle 1 x 0 Portsmouth Tottenham 3 x 1 Wigan Manchester United 1 x 1 Chelsea Classificação
Boavista 1 x 1 Estrela Amadora Benfica 2 x 1 Marítimo Paços Ferreira 2 x 0 Aves Nacional 2 x 1 União Leiria Acadêmica 3 x 1 Beira-Mar Belenenses 0 x 1 Porto Naval 0 x 1 Sporting hoje: Vitória de Setúbal x Braga
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
1 ManchesterUnited
35
11
23
30
Classificação
P
V
SG
GP
1 Inter de Milão
33
10
13
27
1 Barcelona
29
9
21
31
1 Schalke 04
29
9
9
25
1 Lyon
40
13
21
31
2 Chelsea
32
10
16
24
1 Porto
28
9
17
24
2 Roma
29
9
20
30
2 Sevilla
28
9
14
25
2 Werder Bremen
27
8
18
36
2 Lille
26
7
8
21
3 Bolton
24
7
2
15
2 Sporting
26
8
11
18
3 Palermo
27
9
9
27
3 Real Madrid
26
8
14
22
3 Stuttgart
27
8
7
26
3 Lens
26
7
7
22
4 Portsmouth
23
7
7
19
3 Benfica
19
6
8
21
4 Livorno
20
5
2
15
4 Zaragoza
23
7
10
25
4 Bayern
26
8
6
23
4 Sochaux
26
7
4
20
5 Aston Villa
23
5
6
16
4 Nacional
19
6
8
19
5 Empoli
19
4
3
12
5 Atlético Madrid
21
6
8
17
5 Hertha
24
6
6
25
5 Nancy
25
7
3
13
6 Arsenal
22
6
11
21
5 União Leiria
17
5
-2
11
6 Catania
19
5
-6
18
6 Getafe
20
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2
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6 Arminia Bielefeld
20
5
5
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6 Bordeaux
25
8
2
19
7 Reading
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7
-2
16
6 Braga
17
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1
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7 Lazio*
18
6
10
22
7 Huelva
19
6
1
18
7 BorussiaDortmund
19
4
2
18
7 Olympique
24
7
7
21
18
7 Paços Ferreira
16
4
-1
13
8 Atalanta
17
4
-1
19
8 Valencia
18
5
3
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8 Wolfsburg
19
4
-1
10
8 Saint-Etienne
24
7
4
23
9 Liverpool
21
6
0
15
8 Marítimo
16
5
0
12
9 Siena*
17
4
-1
13
9 Villarreal
18
5
-4
12
9 Nuremberg
18
3
3
18
9 Toulouse
24
7
2
20
10 Tottenham
19
5
-3
13
9 Naval
16
4
1
10
10 Udinese
16
4
-1
13
10 Celta
17
5
-1
16
10 Bayer Leverkusen
18
5
3
24
10 Le Mans
20
4
-1
19
11 Wigan
18
5
1
17
10 Acadêmica
13
3
0
15
11 Cagliari
14
2
-1
11
11 La Coruña
16
4
-2
11
11 Eintracht Frankfurt
17
3
-2
17
11 Lorient
20
5
-2
16
12 Fulham
17
4
-6
14
11 Boavista
12
3
-3
12
12 Rennes
17
4
-3
11
13 Middlesbrough
16
3
-7
10
12 Belenenses
11
3
-1
7
9
2
-6
7
8 Everton
21
5
6
12 Messina
14
3
-4
16
12 Mallorca
16
4
-3
9
12 Energie Cottbus
16
4
-4
17
13 Torino
14
3
-7
9
13 RacingSantander
14
3
-4
12
13 Hannover
16
4
-9
13
13 PSG
17
4
-4
16
14 Manchester City
16
4
-6
10
13 Vitória de Setúbal
14 Sampdoria
13
3
-2
19
14 Espanyol
13
2
-3
10
14 Alemannia Aachen
15
4
-5
21
14 Auxerre
17
4
-5
14
15 West Ham
14
4
-6
10
14 Amadora
8
2
-11
5
15 Milan*
11
5
0
12
15 Levante
13
3
-7
10
15 Borussia Mönchen.
13
4
-8
11
15 Valenciennes
17
5
-7
14
16 Blackburn
13
3
-6
11
15 Beira-Mar
7
1
-11
13
16 Parma
8
2
-15
12
16 Osasuna
11
3
-7
10
16 Bochum
12
3
-10
18
16 Monaco
13
3
-3
16
17 Newcastle
13
3
-5
9
16 Aves
5
1
-11
8
17 Chievo
7
1
-8
11
17 Betis
9
2
-4
13
17 Hamburgo
11
1
-5
12
17 Nice
13
3
-5
14
18 Sheffield
10
2
-11
8
18 Fiorentina*
5
6
5
20
18 Athletic Bilbao
8
1
-11
11
18 Mainz
9
1
-15
10
18 Nantes
12
2
-9
12
19 Watford
9
1
-9
10
20 Charlton
9
2
-11
10
19 Ascoli
5
0
-12
7
19 Real Sociedad
5
0
-12
7
19 Troyes
11
2
-9
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20 Reggina*
1
4
-4
14
20 Gimnastic
5
1
-15
11
20 Sedan
10
1
-10
18
*Punições: Siena, -1; Lazio, -3; Milan, -8; Reggina e Fiorentina, -15
Alfredo Estrella/AFP
SUL-AMERICANA
Fim do sonho N
João Leonardo e Danilo lamentam a goleada que eliminou o Atlético-PR
ão foi desta que vez que o Atlético Paranaense conquistou seu sonhado primeiro título internacional. A equipe precisava vencer o Pachuca no México para compensar a derrota por 1 a 0 sofrida em Curitiba, e até abriu o placar, mas acabou se perdendo emocionalmente e foi goleada por 4 a 1, dando adeus de forma melancólica à Copa Sul-Americana - Giménez fez dois, Álvarez e Cacho completaram. O Atlético o lateral Jancarlos expulso, e o técnico Oswaldo Alvarez ainda saiu reclamando da atuação do árbitro, por causa da marcação de um pênalti duvidoso que permitiu ao Pachuca empatar a partida, no início do segundo tempo. O Pachuca enfrentará na final o Colo Colo, que “lavou a honra” sul-americana e evitou uma decisão mexicana. O time
Romário tem venceu o Toluca por 2 a 0, com dezembro, em Santiago. O Codois gols de Matías Fernandez, lo Colo tentará ser o primeiro mau começo ratificou a caga, depois de vitó- chileno a vencer a Sul-Americana - até hoje, a competição na Austrália ria por 2 a 1 em Santiago. A decisão começa nesta quinta-feira, às 23h14 (de Brasília), em Pachuca. O jogo de volta será apenas no dia 13 de
tem três títulos com a Argentina (San Lorenzo em 2002, Boca em 2004 e 2005) e um com o Peru (Cienciano, em 2003).
N
ão foi boa a estréia de Romário no futebol australiano. Em sua primeira partida pelo Adelaide United, mais uma escala na luta pelo milésimo gol - pela conta do próprio Romário, são 986 tentos marcados até agora -, ele criou poucas oportunidades, não marcou e ainda foi substituído aos 35 minutos do segundo tempo, na derrota por 2 a 0 para o Central Coast Mariners que custou ao Adelaide a queda para a terceira posição do Campeonato Australiano, com 22 pontos. O líder é o Melbourne Victory, que tem 34 pontos e será o próximo adversário do Adelaide - Romário ainda pega o New Zealand Knights, dia 10, e o Newcastle Jets, dia 15, e levará US$ 250 mil de salário. “Ele foi bem, deu problemas à defesa”, elogiou o técnico do Adelaide, John Kosmina.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BRASIL PEGA A ITÁLIA EM JOGO DECISIVO
FIVB
Depois de bater EUA e Rep. Checa, Brasil decide destino no Mundial com a Itália, na madrugada de amanhã
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Kazuhiro Nogi/AFP
Tênis Fórmula 1 Vôlei Natação
Eles defenderam muito, mas nós soubemos trabalhar sob pressão.” Dante
HORA DA DECISÃO M
al acabou o difícil jogo contra a República Checa, a sexta vitória do Brasil em sete jogos no Mundial Masculino de Vôlei, e o técnico Bernardinho Resende já alertava: “A decisão é contra a Itália”, rival da madrugada de segunda para terça, às 4h (de Brasília), com transmissão de Globo e Sportv. Bernardinho comemorou o fato de ter um dia de folga para preparar a equipe, depois de duas vitórias duras, ainda que por 3 a 0, sobre Estados Unidos (25/19, 25/18 e 25/23) e os checos (25/22, 25/20 e 26/24). Ao contrário do jogo contra os norte-americanos, em que dominou a partida, o Brasil sofreu contra a alta equipe da República Checa, que liderou o placar quase o tempo todo nos dois primeiros sets, mas cedeu à maior experiência brasileira nos momentos decisivos. “Eles vieram soltos, arriscando muito no saque, e tivemos um pouco de dificuldades para marcá-los”, afirmou o oposto Anderson, que substituiu André Nascimento no segundo set e ficou até o fim do jogo. “É desgastante, porque temos de estar ligados o tempo todo”, completou Dante. “Foi um teste difícil e passamos por ele”, encerrou Bernardinho, já pensando nos italianos - o principal clássico do vôlei mundial, reprise da última final olímpica e das quartas-
de-final do Mundial de 2002, ambas vencidas pelos brasileiros. A Itália bateu Cuba, 3 a 1 (25/20, 25/15, 23/25 e 25/15), e, assim como o Brasil, soma quatro vitórias e uma derrota na segunda fase - mesma campanha na França, que amanhã pega a líder e invicta Bulgária, que se garante nas semifinais com uma vitória. As vitórias recentes e os maus resultados italianos nos últimos anos não enganam o técnico e os jogadores brasileiros. Em setembro, depois de a equipe disputar a fase final da Liga Mundial como convidada e perder os três jogos que disputou, o técnico Gianpaolo Montali e os jogadores se reuniram num pacto por uma boa campanha no Mundial - a única derrota foi para a Bulgária, na estréia. “Eles têm vontade de ganhar, de mostrar seu valor, e nós queremos confirmar tudo o que fizemos nestes seis anos. Quem perder dificilmente irá às semifinais”, avisa Bernardinho. “A Itália está mais organizada depois desta reunião e os jogadores deles são sempre perigosos”, diz Giba. O meio-de-rede Gustavo lembra que este poderia até ser um jogo “caseiro”, já que 9 dos 12 brasileiros atuam na Itália, mas duvida que o jogo possa, por um momento que seja, ter ares de amistoso. “Eles sacam bem e têm bloqueio muito alto. Precisamos melhorar em tudo para ir bem contra a Itália.”
Em amistoso na Bahia, Hamilton, na McLaren, Guga volta a vencer será o 1º negro da F-1
G
ustavo Kuerten derrotou o equatoriano Nicolas Lapentti por 2 a 1 (4/6, 6/3 e 11/9), sábado, numa partida de exibição disputada em Itaparica, na Bahia, e conseguiu sua primeira vitória num jogo de simples desde o US Open do ano passado. “Foi um jogo mais interessante para mim do que para ele, pois estou precisando ganhar ritmo e foi uma excelente oportunidade para testar minha evolução”, avaliou Guga. Ele disse ter se sentido “muito melhor” do que em sua rápida participação na etapa de Assunção da Copa Petrobras, há duas semanas, quando foi eliminado na estréia, e se sente otimista para obter bons resultados no ano que vem. “A tendência é melhorar cada vez mais.”
L
ewis Hamilton foi confirmado como companheiro do bicampeão Fernando Alonso na McLaren em 2007. E o chefe da equipe, Ron Dennis, apressou-se em explicar que o fato de o inglês ser negro não teve nenhuma intereferência na decisão de contratá-lo. “A cor de sua pele será objeto de muitas manchetes, mas não o contratamos por isso, e sim por sua habilidade na pista”, explicou Dennis, lembrando o título recém-obtido pelo piloto de 21 anos na GP2. Mas o ex-piloto da equipe David Coulthard, hoje na Red Bull, acha que a inexperiência e a companhia de Alonso podem queimar a carreira de Hamilton. ”Dividir o cockpit com o bicampeão mundial pode destruir sua confiança.”
Ivo Gonzales/Agência O Globo
4
HAJA FORÇA – Mais de 3.500 pessoas participaram ontem da Travessia dos Fortes, nas águas da Baía da Guanabara, no Rio. Entre os homens, o carioca Luiz Lima venceu pela quinta vez em seis edições da competição, enquanto no feminino a vencedora foi a baiana Ana Marcela, de apenas 14 anos, que está na oitava série do primeiro grau. “A água estava bem gelada, mas foi uma prova tranqüila”, disse.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
DCARR Nº 147
São Paulo, 27 de novembro de 2006 Luiz Prado/LUZ
Milton Mansilha/LUZ
ESPECIAL
ISTO SIM É PERSONALIDADE
Luiz Prado/LUZ
2
DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006
O TUNING FOI SÓ O INÍCIO. PREPARE-SE! esde o estouro do tuning no Brasil, com a apresentação das duas primeiras edições do filme Velozes e Furiosos, muitas pessoas apostaram que o estilo teria fim em pouco tempo. Com o surgimento de outras vertentes de personalização, realmente o tuning está enfraquecendo. Falta agora saber se o final desta história será como o das modificações feitas pelos proprietários de Fuscas, que obtiveram muito sucesso nos anos 70 e 80 ao transformar seus carros em "Baja-bugs", mas com o término do "modismo" foram praticamente ridicularizados. É certo que o movimento generalizado da personalização está indo muito bem. Aprendeu a ser discreto e, provavelmente, terá fôlego para seguir adiante durante muitos anos, já que "lá fora" surgem novas tendências a cada dia e o Brasil nunca viu tantas opções de equipamentos, sistemas e acessórios para personalização, sejam nacionais ou importados. Com esta oportunidade de escolher o "toque exclusivo" em seu carro, fica um pouco mais fácil conviver com a indústria automobilística que, apesar de oferecer vários estilos de carros, não pode arriscar muito no design de seus modelos. Ou seja, todos sedans são muito
parecidos, monovolumes têm a mesma "cara", hatchs não são "tão" diferentes, e por aí vai... Em defesa desta indústria deve-se dizer que as próprias montadoras já acordaram para este mercado e, cada vez mais, procuram utilizar eventos de carros personalizados como "laboratórios de pesquisa". Como resultado prático, já podemos observar uma maior lista de oferta em opcionais de todas as grandes marcas, permitindo que o consumidor possa escolher um monovolume com ar mais jovial, sedan menos conservador ou ainda o seu hatch diferenciado e capaz de chamar um pouco de atenção pelas ruas de nossas cidades. Com este ajuste e reposicionamento do segmento, outro fato importante é que com a especialização de personalizadores e de outros profissionais envolvidos já não há lugar para o amadorismo que fazia com que belos carros não oferecessem o mínimo de segurança e conforto a seus usuários. Em resumo, hoje quem gasta muito dinheiro equipando seu veículo quer ter em troca um conjunto de virtudes, e não apenas um carro "bonitinho" para viver parando na oficina.
Presidente Guilherme Afif Domingos
Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto
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índice PERSONALIZAÇÃO - 3, 4 e 5 Tudo que há de novo no mundo do tuning.
RODAS - 8 Fabricantes e importadores presentes na X-Treme.
TREINAMENTO - 16 Senai abre novos cursos para especialização na área automotiva.
LANÇAMENTOS - 2A e 3A Citroën apresenta o C6 e a C4 Picasso.
OFF-ROAD - 4A GM traz de volta o Tracker, com motor 2.0. Modelo custa R$ 58.990.
aGenDa 27 de novembro
Será realizada hoje, a partir das 19h30, no Armazém da Vila, Rua Beira Rio, 116 (SP), a Festa Mais 2006, evento que reúne profissionais do mercado automotivo e neste ano vai ter como tema os "Anos 80".
28 de novembro
A Associação de Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento anuncia novo programa de auto-regulamentação do setor. Às 11h no Restaurante Cantaloup, em São Paulo.
Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br
Anderson Cavalcante
Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006
NOS ESTADOS UNIDOS
O SHOW DE 2 MIL EXPOSITORES O SEMA 2006 foi só recordes: mais espaço, mais carros especiais, equipamentos esportivos e público. Fomos a Las Vegas para conferir tudo que há de novo no setor. TEXTO E FOTOS: JOSIAS SILVEIRA*
Mustang Coupé R Obsidian: 900cv
O apimentado Dodge Challenger
ara ver o SEMA, além de precisar ir a Las Vegas, no estado americano de Nevada, leve um par de tênis bem surrado. Você vai andar. Muito. Em apenas um dia, andamos quase 10 km a pé nos enormes salões e áreas externas. E foram três dias gastando sola. Já rivalizando com o Salão de Frankfurt em área de exposição, a enorme feira americana do Specialty Equipament Market Association (Associação do Mercado de Equipamentos Especiais), encerrada dia 3, se tornou referência mundial para os rumos da preparação e personalização de carros, picapes e veículos difíceis de definir. Só para se ter uma idéia, nosso recente Salão do Automóvel, no Anhembi, teve 150 expositores. O SEMA teve 2.000 diferentes empresas (o nosso, X-Treme, encerrado ontem, teve 70 empresas expondo seus produtos). Só o salão de Rodas e Pneus tinha o tamanho de pelo menos três Anhembi. Nos outros cinco salões também não se viam carros originais. Cada máquina era uma obra única, artesanal, feita por talentosos construtores usando os melhores meios do mundo. Basta ter dinheiro. Ferramentas e equipamentos de preparação também tinham lugar de honra no SEMA: de cabeçotes especiais a carburadores e injeções, passando por peças decorativas, rodas, pneus, bancos, partes de carrocerias de carros clássicos, turbos e compressores (blowers)
P
de todos tipos, chassis, suspensões (a ar, hidráulicas ou convencionais) tintas especiais... até motores V8 completos e já preparados. E com potência garantida pelo preparador: compram-se máquinas prontas, quase sempre V8, de 400, 500 e até 700 cv. Em matéria de ferramentas, havia até as especiais para mulheres, "mais leves e compactas, com manuseio mais delicado". Também diminui a oferta de acessórios e "luzinhas" tuning, enquanto aumentam a opções de acessórios de preparação, principalmente de motor e suspensão, mostrando que os estilos DUB, Custom e Hot continuam em alta. Aliás, este 40º SEMA também comemorou 40 anos de American Muscle, os carros musculosos americanos. Já na entrada, muitos Mustang, Camaro, dezenas de Dodge, Plymouth e Chrysler... toda a turma dos anos 60 e 70 para alegria de seus fãs. Além disso, o SEMA abriga a As-
Nem o "Sapo" Citroën escapou
O novo Dodge Charger já mexido
São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006
D C A R R O 15
NOS ESTADOS UNIDOS Um legítimo "Pim Car"
Corvette? Envenenada, claro!
que mais apareciam: como se consegue subir nos carros? Onde escondem a escada?!
sociação Americana dos Hot Rods, o que aumenta a presença dos antigos "fuçadões". Uma preparação que não respeita marca ou nacionalidade. Havia até um francês, um Citroën DS 1964, o "Sapo", refeito com mecânica GM V8 de 400 cv e tração traseira no melhor estilo dos Hot Rods californianos.
Especiais - Entre os preparados, os campeões dos modelos atuais eram os Mustang e o Chrysler 300C, escolhidos pela maioria dos personalizadores, que fornecem kits prontos para eles. A preparação de motor sempre era
Donk & Pimp - Os "Pimp cars", principalmente os Donk, representam a cultura dos cafetões dos EUA. Eles apareceram em grande número e ainda mais extravagantes. As "barcas" – quase sempre enormes sedans dos anos 60 – ostentavam detalhes banhados a ouro e rodas de 30", com uma suspensão pra lá de elevada. As perguntas
Chrysler 300 C, irreconhecível
VIDA REAL
COISA DE CINEMA
A verdadeira
N
ch Erin Brockovi
o SEMA, também entrevistamos Erin Brockovich. Não, não falamos com Julia Roberts, atriz que protagonizou o filme Erin Brockovich, de 2000, sobre a vida de uma advogada ativista ecológica. Erin existe, continua viva e ativa, sendo uma "tia" bem conservada beirando os 50 anos. Entre suas atividades, Erin auxilia a empresa STWA, que faz produtos antipoluição. Um deles é o Mag Charger, peça imantada com um furo em espiral para aumentar a velocidade de entrada do ar.
o destaque, com potência variando entre os 500 cv e os 900 cv, para carros de rua. De rua? Rua americana, claro! Um dos mais admirados era o Mustang Coupe R Obsidian, um verdadeiro retrato do SEMA. Pintado em preto e com motor biturbo, este Pony Car 1967, fast back, rende 900 cv em seu V8 Ford 392 (cerca de 6,5 litros). Preparado pela Coupe R Design, conta com cinco marchas, rodas de 18" e
A verdadeira
Julia Roberts
Além de magnetizar o ar (ou a mistura), a empresa garante que o aparato forma um rodamoinho que promete melhorar a queima e diminuir a poluição. Da mesma forma, a empresa produz catalisadores "genéricos" e baratos, que servem em motos de dois tempos, segundo os engenheiros. A idéia é vender catalisadores inclusive para a China, onde milhões de motos são fontes de poluição. Erin Brockovic empresta seu nome para mais uma cruzada ecológica. Agora, na vida real.
20", além de várias entradas de ar para refrigerar freios e motor. Tem conexão com internet e rádio por satélite, navegador, além de som comandado por um computador onboard de 2.4 GHz e 50 GB de hard disc, tudo acessado por uma tela touch screen de 10,5 polegadas. Entre as montadoras, a Mopar deu show total com os melhores carros da marca dos anos 60 e 70, além de um incrível e novíssimo Challenger. Esse Dodge ainda é conceito – que deve estar nas ruas em 2007 – mas já teve uma versão apimentada no SEMA, com direito a motor 392 HEMI e um enorme scoop saindo pelo capô. Modelos colecionáveis agora têm 100% de suas peças estampadas de carroceria à venda: pára-lamas, capôs, portas... até carroceria completa para os Ford Mustang de 1964 a 1969, assim como diversos modelos Chevy Bel Air. Ou seja, já é possível montar um carro clássico 0 km! *O jornalista viajou aos Estados Unidos a convite do SEMA Show
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006
NA ESCOLA Pablo de Sousa
OS LIMITES DA Ao se personalizar um carro é preciso saber, antes de mais nada, que não se pode fazer tudo o que se deseja. No Senai aprende-se até onde ir.
TRANSFORMAÇÃO
ALZIRA RODRIGUES
A
beleza pode ser importante, atraente e essencial para muitos. Mas, parodiando o "poetinha" Vinicius de Moraes, a segurança é simplesmente fundamental, imprescindível. Por isso a personalização de um veículo tem de levar em conta aspectos técnicos e legais antes de qualquer outro fator. Com base nessa premissa, o Senai Ipiranga - tradicional formador de mão-deobra especializada na área automotiva decidiu investir em cursos de personalização e pretende reforçar essa área a partir de 2007, sem abrir mão do aspecto visual, mas dando real importância ao quesito segurança. "Antes de mais nada, um veículo transporta vida", destaca Valdir de Jesus, gestor de Negócios do Senai Ipiranga, uma das 28 unidades do Senai que tratam da área automotiva no Estado de São Paulo. "Ao percebermos, dentro dos cursos de reparação convencional, esta tendência do mercado pela personalização, decidimos ampliar nossa atuação nesse sentido, mas com foco nos aspectos de segurança, técnico e legislativo". Praticamente toda a indústria auto-
que exige especialização. A simples troca de um banco, caso não seja bem feita, pode gerar problemas sérios leza pectos técnicos e be as s ao e no caso de uma cond ate a tur A pin lisão, por exemplo". Já no início do prómobilística instalada no Brasil está no ximo ano, começam cursos de pinturas Senai do Ipiranga. Apenas a japonesa especiais e potencialização do motor. O Senai Ipiranga recebe cerca de 16 mil a Honda e as suecas Volvo e Scania não têm convênio com a unidade de ensino au- 18 mil alunos por ano. Os cursos tratomobilística, ensinando elas próprias o dicionais de formação profissional, que pessoal de suas concessionárias. As demais envolve pós-venda, reparação do veículo, usam a escola para treinamento de mão- funilaria, pintura, eletrônica embarcada etc, de-obra especializada para os revende- são gratuitos e têm duração de dois anos. Há uma seleção para a entrada dos alunos. dores de suas marcas. Já os cursos de especialização, como é o Nicho profissional - Com 38 anos de caso dos que ensinam a personalizar e história, o Senai Ipiranga atua fortemente sonorizar o veículo, são feitos por móno setor automotivo há 15 anos. Há cinco dulos. O custo varia de acordo com a carga iniciou cursos de sonorização e no ano horária e o número de módulos. Outra passado os de instalação de acessórios, novidade no Senai Ipiranga é o curso de tanto interna como externamente, e de consultor em personalização. "As pessoas são treinadas para orientar alterações na funilaria do veículo. "É um novo nicho de mercado para os clientes sobre os limites de se mexer quem atua na profissão", explica Jesus. "Só num veículo. Se o usuário exagera, por
A personalização só perdeu para o som, na pesquisa sobre cursos desejados feita pelo Senai no ano passado
exemplo, corre o risco de depois não conseguir vender o carro". Entre os cursos de personalização e sonorização, o Senai deve atender cerca de 150 alunos este ano. "Em 2007 deveremos pelo menos dobrar esse número". O de personalização exige que o aluno esteja cursando, no mínimo, o Ensino Fundamental e que tenha mais de 16 anos de idade. O curso tem 51 horas de duração e custa três parcelas de R$ 150. Para os interessados em sonorização, as exigências são maiores. É preciso ter concluído o equivalente ao 2º Grau, já que inclui conhecimentos de Física e acústica. São 138 horas de aulas e o preço, três pagamentos de R$ 290. É o curso mais procurado no Senai, que fica na rua Moreira de Godoy, 226, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. O telefone é (0XX 11) 6166.1988.
Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s
O
atual estado das rodovias federais gerou uma perda de US$ 200 bilhões nas últimas três décadas aos cofres públicos brasileiros. A conta foi divulgada na última quinta-feira pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Além do prejuízo financeiro, o relatório do tribunal de contas indicou que a falta de um projeto de conservação e reforma das rodovias resultou também em elevação do custo financeiro e operacional aos
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
GOVERNO PAGA A CONTA PELA FALTA DE PLANEJAMENTO
Monalisa Lins/AE
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PERDA DE US$ 200 BILHÕES Foi quanto o governo federal perdeu nos últimos 30 anos pela má conservação das rodovias federais usuários dos veículos de carga, aumento dos índices de acidentes e até expansão no custo dos fretes e das passagens rodoviários. Um cenário nada animador foi "pintado" pelos ministros do tribunal. Repasses – A partir dos dados do Departamento Nacio-
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 24 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Reqte.: Induker do Brasil Química Ltda. - Reqdo.: Max Seifel do Brasil Com. Imp. e Exp. de Matéria-Prima para Ind. Alim. e Panif. Ltda. Rua do Grito, 344 - sala 6 - 2ª Vara de Falências Reqte.: JGM Fomento Mercantil Ltda. - Reqdo.: Nast Comércio de Ferro e Aço Ltda. - Rua Ipopoca, 159 - 2ª Vara de Falências
n a l d e I n f r a - E s t ru t u r a d e Transportes (Dnit), o relatório do TCU mostrou que durante as décadas de 1960 e 1970 o governo federal destinava, em média, para o setor de transportes, 20% ao ano dos recursos do Orçamento Geral da União. Já a partir de 1990, entretanto, esse índice sofreu forte queda e ficou abaixo dos 4% ao ano. Na avaliação dos técnicos do tribunal, 45% do total da malha rodoviária foi classificada como "péssima", 35% como "regular" e apenas 18% como em "bom estado". Esses são os motivos, segundo o estudo do órgão federal, que deixam o
País em estado de alerta em relação ao futuro do escoamento de sua produção por meio das rodovias, já que, com a falta de planejamento e destinação correta de recursos, o modal poderá entrar em colapso. Outro ponto destacado pe-
lo relatório do tribunal é o uso incorreto dos recursos públicos para o setor, que acabam indo para outra finalidade ou investidos de forma incorreta, sem um planejamento e um levantamento de seu retorno para o usuário final. A Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide) é um dos alvos do estudo. Os ministros questionam os motivos do congelamento dos recursos obtidos pelo imposto. As contas indicam que o governo federal arrecadou cerca de R$ 12,8 bilhões por meio da contribuição, mas só R$ 5 bilhões foram utilizados efetivamente. Eles
Operação tapa buraco na Rodovia Fernão Dias, paliativo para o mau estado de conservação.
querem uma resposta do governo, uma alegação para o congelamento de R$ 7,8 bilhões, que deveriam contribuir para a melhoria da infraestrutura do transporte. O levantamento do tribunal revela o processo de redução do repasse da Cide para o setor de transportes. Os números mostram o envio de 43% do total em 2002; de 11,1% em 2003; e de apenas 10,09% em 2004. O destaque fica para a redução constatada de mais de 30% entre os anos de 2002 e 2003, primeiro ano do governo Lula. Como conclusão, o relatório sugere que o Congresso Nacional passe a se empenhar na aprovação de medidas e leis que incentivem as parceiras do governo com a iniciativa privada e que também defina um piso para investimentos ligados à conservação e modernização das rodovias brasileiras. (DF)
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Tomada de Preços nº 008/06 Objeto: Contr. empr. esp. para locação de materiais e mão-de-obra para serviço especializado em instalações elétricas Carnaval/2007. Edital disponível para retirada - Local: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75. Centro - Guaratinguetá. Horário: das 12:00 às 15:30. Local da sessão pública: Praça Dr. Hometo Ottoni nº 75, Centro - Guaratinguetá. Data da sessão: 14/12/06, às 15:30 horas. Valor para retirada do edital: R$ 10,00.
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Tomada de Preços nº 006/06 Objeto: Contr. empr. esp. para locação de materiais e mão-de-obra para execução de serviços de montagem e desmontagem de camarotes Carnaval/2007. Edital disponível para retirada - Local: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75. Centro - Guaratinguetá. Horário: das 12:00 às 15:30. Local da sessão pública: Praça Dr. Hometo Ottoni nº 75, Centro - Guaratinguetá. Data da sessão: 13/12/06, às 15:30 horas. Valor para retirada do edital: R$ 10,00.
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 30/2006 De conformidade com a solicitação da Secretaria Municipal de Obras, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberto, na Prefeitura deste Município, o Edital de Tomada de Preços nº. 30/2006, para a aquisição de materiais de construção durante o exercício de 2007, pelo tipo de menor preço unitário, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no Edital. Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Protocolo, sito à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 15 de dezembro de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 14:00 horas, do dia 15 de dezembro de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas, mediante a apresentação da Guia de Recolhimento, no valor de R$ 20,00 (vinte reais). Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 24 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 26/2006 De conformidade com solicitação da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberta, na Prefeitura deste Município, a Tomada de Preços nº. 26/2006, para aquisição de trator com grade niveladora, pelo tipo de menor preço, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no Edital. Os envelopes dos licitantes, com a documentação e a proposta, deverão ser entregues no Departamento de Protocolo da Prefeitura do Município de São Pedro, sito à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, nesta cidade, impreterivelmente até às 11:00 horas, do dia 13 de dezembro de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 14:00 horas, do dia 13 de dezembro de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, nesta cidade. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas, mediante a apresentação da Guia de Recolhimento, no valor de R$ 20,00 (vinte reais). Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 24 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 29/2006 De conformidade com a solicitação da Secretaria Municipal de Educação, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberto, na Prefeitura deste Município, o Edital de Tomada de Preços nº. 29/2006, para a aquisição de gêneros alimentícios para a merenda escolar, durante o exercício de 2007, pelo tipo de menor preço, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no Edital.Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Protocolo, sito à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 15 de dezembro de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 15:00 horas, do dia 15 de dezembro de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. Os licitantes deverão apresentar amostra dos produtos constantes da licitação, devidamente embalados em conformidade com o especificado no Edital, até o dia de entrega dos envelopes, junto à Cozinha Piloto, localizada à Rua Ernesto Giocondo, s/n, nesta cidade de São Pedro/ SP. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas, mediante a apresentação da Guia de Recolhimento, no valor de R$ 20,00 (vinte reais). Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 24 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO AVISO DE LICITAÇÃO Concorrência Pública nº 04/2006 De conformidade com a necessidade pública e baseado na Solicitação da Secretaria Municipal de Educação, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberto, na Prefeitura deste Município, o Edital de Concorrência nº. 04/2006, para a contratação de empresa visando a construção de escola municipal no Jardim Holiday, por empreitada por preço global, pelo tipo de menor preço, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no Edital. Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Protocolo, sito à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 03 de janeiro de 2007. O início da abertura dos envelopes será às 14:00 horas, do dia 03 de janeiro de 2007, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. Para participar da presente licitação as empresas interessadas deverão efetuar garantia de R$ 20.870,00 (vinte mil e oitocentos e setenta reais), correspondente a 1% do valor estimado da concessão, em uma das modalidades previstas no “caput” e parágrafo 1º do artigo 56, da Lei Federal nº 8.666/93, até o dia 02 de janeiro de 2007 e efetuar, obrigatoriamente, a Visita Técnica, a ser realizada no dia 29 de janeiro de 2007, às 9:00 horas, devendo para isso agendar antecipadamente, junto ao Departamento de Compras, sita a Rua Valentim Amaral, nº 748 – Paço Municipal de São Pedro, sua intenção através de pedido formal, em papel timbrado, qualificando a pessoa autorizada a realizá-la (RG, cargo), até o dia anterior à data da Visita Técnica programada, com vistas à organização coletiva da visita. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas, mediante a apresentação da Guia de Recolhimento, no valor de R$ 100,00 (cem reais), até o último dia anterior à Visita Técnica. Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 24 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal.
ATA
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Tomada de Preços nº 005/06 Objeto: Contr. empr. esp. para locação de materiais e mão-de-obra para execução de serviços de montagem e desmontagem das arquibancadas Carnaval/2007. Edital disponível para retirada - Local: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75. Centro - Guaratinguetá. Horário: das 12:00 às 15:30. Local da sessão pública: Praça Dr. Hometo Ottoni nº 75, Centro - Guaratinguetá. Data da sessão: 13/12/06, às 14:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 10,00.
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Tomada de Preços nº 007/06 Objeto: Contr. empr. esp. para locação de materiais e mão-de-obra para execução de sonorização da avenida Carnaval/2007. Edital disponível para retirada - Local: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75. Centro - Guaratinguetá. Horário: das 12:00 às 15:30. Local da sessão pública: Praça Dr. Hometo Ottoni nº 75, Centro - Guaratinguetá. Data da sessão: 14/12/06, às 14:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 10,00.
EXTRAVIO Terra Preta Reformadora, Comércio de Pneus e Componentes Automotivos, inscrita no CNPJ (MF) 06.198.433/0001-80, estabelecida á Av. Industrial, nº 100 - Bairro Terra Preta, no município de Mairiporã, no Estado de São Paulo, torna público que foi extraviado o TALÃO DE NOTA FISCAL, MODELO 1, SÉRIE 2, NUMERAÇÃO 5450 a 5500, utilizado até a numeração 5462 e a partir da 5463 a 5500 estavam totalmente em branco, conforme Boletim de Ocorrência nº 0816/2006, de 23/11/2006, na 01 D.P. de Mairiporã.
COMUNICADO PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO COMUNICADO Considerando a necessidade desta Prefeitura e dos munícipes em ter em operação um posto bancário nas dependências do Paço Municipal, que disponibilize aos servidores o completo acesso aos serviços bancários de sua necessidade. Considerando, ainda, que possuímos atualmente instalado em nosso Paço Municipal um posto de atendimento do Banespa, porém, tal instalação deu-se a longo tempo e enquanto o referido Banco possuía qualidades de banco oficial, podendo operar com o Poder Público sem maiores formalidades. Ocorre que, quando o Banco Banespa perdeu a qualidade de Banco Oficial, passou à qualidade de empresa privada sem as prerrogativas existentes anteriormente. Neste ponto, e considerando a existência de diversas instituições bancárias nesta situação, torna-se necessário a abertura de processo licitatório, na modalidade Concorrência Pública, visando a concessão onerosa de espaço público para exploração comercial por instituição bancária, que receberá também a administração da folha de pagamentos dos servidores públicos municipais deste Município. A concessão será processada nos termos da legislação federal vigente e, especificamente, com base na Lei Municipal nº 2.606, de 05 de setembro de 2006 e com prazo de 05 (cinco) anos. São Pedro, 24 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal .
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Presidencial nº 020/06 Objeto: Aquisição de móveis escolares e de escritório. Edital disponível no site: www.guaratingueta.sp.gov.br. Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75. Centro Guaratinguetá. Data da sessão: 08/12/06, às 13:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 5,00. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 079/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de pneus novos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 07/12/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 09:00 horas do dia 12/12/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 10:00 horas às 10:30 horas do dia 12/12/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 27/2006 De conformidade com a solicitação da Secretaria Municipal de Educação, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberto, na Prefeitura deste Município, o Edital de Tomada de Preços nº. 27/2006, para a aquisição de produtos hortifrutigranjeiros para a merenda escolar durante o exercício de 2007, pelo tipo de menor preço, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no Edital. Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Protocolo, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 14 de dezembro de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 16:00 horas, do dia 14 de dezembro de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sito à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas, mediante a apresentação da Guia de Recolhimento, no valor de R$ 20,00 (vinte reais). Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 24 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal
CONVOCAÇÕES PARTSIL EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S/A CNPJ 61.314.787/0001-50 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Convocamos os Srs. Acionistas a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária em 12/12/2006, às 10:00hs, na Sede Social, com a seguinte Ordem do Dia: A) Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e Demonstrações Financeiras de 2002; B) Outros assuntos de interesse social. Aviso aos Acionistas: Acham-se à disposição dos acionistas os documentos do Art. 133 da Lei 6.404/76. SP, 12/11/2006. Francisco José da Silva - Presidente do Conselho de Administração.
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 31/2006 De conformidade com a solicitação da Secretaria Municipal de Obras, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberto, na Prefeitura deste Município, o Edital de Tomada de Preços nº. 31/2006, para a aquisição de emulsão asfáltica RL 1C, durante o exercício de 2007, pelo tipo de menor preço unitário, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no Edital. Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Protocolo, sito à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 14 de dezembro de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 15:00 horas, do dia 14 de dezembro de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas, mediante a apresentação da Guia de Recolhimento, no valor de R$ 20,00 (vinte reais). Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 24 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 032/2006 De conformidade com solicitação da Secretaria Municipal de Governo e Administração, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberta, na Prefeitura deste Município, a Tomada de Preços nº. 032/2006, para fornecimento de combustível pelo tipo de menor preço, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no Edital. Os envelopes dos licitantes, com a documentação e a proposta, deverão ser entregues no Departamento de Protocolo da Prefeitura do Município de São Pedro, sito à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, nesta cidade, impreterivelmente até às 10:00 horas, do dia 15 de dezembro de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 11:00 horas, do dia 15 de dezembro de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, nesta cidade. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas, mediante a apresentação da Guia de Recolhimento, no valor de R$ 20,00 (vinte reais). Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 24 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal.
DURAFLORA S.A. CNPJ nº 43.059.559/0001-08 ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA CONVOCAÇÃO Ficam convidados os Senhores Acionistas da Duraflora S.A., a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, a ter lugar na sede social, na Avenida Paulista nº 1938 - 9º andar, nesta Capital, às 15:00 horas, no dia 08 de dezembro de 2006, a fim de deliberarem sobre a seguinte proposta do Conselho de Administração: a) Aprovação da incorporação da totalidade das ações representativas do capital desta sociedade, pela Duratex S.A., transformando-a em subsidiária integral, nos termos do “Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações”, firmado entre as empresas; b) Reforma estatutária consistente na alteração dos artigos 3º, 4º, 5º, 6º e 11, visando adaptar as novas condições da Sociedade como subsidiária integral, e consolidação. c) Autorização aos Administradores para praticarem todos os atos necessários à implementação da operação proposta. São Paulo, 22 de novembro de 2006. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Olavo Egydio Setubal Presidente
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 28/2006 De conformidade com a solicitação da Secretaria Municipal de Educação, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberto, na Prefeitura deste Município, o Edital de Tomada de Preços nº. 28/2006, para a aquisição de carnes, frios e embutidos para a merenda escolar, durante o exercício de 2007, pelo tipo de menor preço global por grupo, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no Edital. Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Protocolo, sito à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 14 de dezembro de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 14:00 horas, do dia 14 de dezembro de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. Os licitantes deverão apresentar amostra dos produtos constantes da licitação, devidamente embalados em conformidade com o especificado no Edital, até o dia de entrega dos envelopes, junto à Cozinha Piloto, localizada à Rua Ernesto Giocondo, s/n, nesta cidade de São Pedro/SP. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas, mediante a apresentação da Guia de Recolhimento, no valor de R$ 20,00 (vinte reais). Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 24 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 33/2006 De conformidade com a solicitação da Secretaria Municipal de Administração, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberto, na Prefeitura deste Município, o Edital de Tomada de Preços nº. 33/2006, para a aquisição de cestas básicas de alimentos para os servidores públicos municipais, durante o exercício de 2007, pelo tipo de menor preço, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no Edital. Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Protocolo, sito à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 15 de dezembro de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 16:00 horas, do dia 15 de dezembro de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. As empresas proponentes, devidamente identificadas, deverá entregar, no Departamento de Compras da Prefeitura, até o dia da entrega do envelope n° 01- documentos, uma cesta básica completa, devidamente embalada, mediante entrega de recibo em 02 (duas) vias, em papel timbrado. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas, mediante a apresentação da Guia de Recolhimento, no valor de R$ 20,00 (vinte reais). Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 24 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal.
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segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
PEDÁGIO RENDEU R$ 5,4 BILHÕES EM 2005
SETOR PRIVADO LIDERA OS INVESTIMENTOS
3
10
Agliberto Lima/AE
Evento discute terceirização em serviços logísticos
A
Desde a concessão das rodovias, empresas investiram cerca de R$ 10,5 bilhões
A
disparidade entre os valores investidos pelo setor público e pela iniciativa privada fica "nítida" quando se comparam os dois principais modais de transporte de carga no País: rodovias e ferrovias. Os dois modelos, juntos, representam 85% da matriz de transporte brasileiro. Desde o início do processo de concessão das rodovias, em 1996, as empresas que atuam no setor, segundo relatório da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), investiram cerca de R$ 10,5 bilhões na malha administrada, que hoje soma 9.851 quilômetros. Isso representa média de investimento de R$ 1,05 bilhão por ano. ou R$ 106,6 mil por quilômetro pedagiado. Em compensação, apenas em 2005, a arrecadação com os pedágios chegou à cifra de R$ 5,4 bilhões. E a previsão para este ano é de um aumento de 15% sobre o valor arrecadado no ano passado. Enquanto isso, segundo o Ministério dos Transportes, desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a média de investimentos ficou acima de R$ 1,8 bilhão por ano. O último levantamento indica que 2005, considerado o melhor ano até agora, registrou a destinação de R$ 2,3 bilhões para os cerca de 1 milhão de quilômetros administrados pela União, ou R$ 2,3 mil por quilômetro. Maria-fumaça – Já no setor
de ferrovias, considerado o principal em um modelo eficiente de escoamento da produção, a diferença entre o destinado pela iniciativa privada e o governo é brutal. Levantamento da Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF) indica que, a partir de 1997, o primeiro ano da concessão das linhas, as empresas investiram cerca de R$ 10 bilhões até o segundo semestre deste ano. Na outra ponta, o investimento em expansão da malha ferroviária, obrigação do setor público no edital de concessão, não ultrapassou a casa dos R$ 650 milhões. Um dos principais termômetros desse novo cenário pósconcessões é o investimento da indústria ferroviária, principalmente o de vagões e locomotivas. Segundo os números da Abifer, o número de carros produzidos após as concessões voltou ao patamar da década de 1970, o período do milagre econômico, com média de 1 mil unidades por ano. "Durante o fi-
nal da década de 80 e todo o período de 90 chegamos ao fundo do poço. A média passou para 20 unidades por ano. O setor praticamente faliu. Agora retomamos o fôlego, mas o governo precisa elevar sua contrapartida. Sem expansão da malha não há o porquê de as empresas ampliarem suas frotas. Podemos registrar quedas preocupantes a partir de agosto de 2007", avalia Luis Cesário Amaro da Silveira, presidente da associação. Os números da ANTF indicam que as concessionárias de ferrovias destinaram cerca de R$ 3,1 bilhões só para a modernização dos sistemas operacionais, controle de tráfego e na renovação das frotas de vagões e locomotivas. Como retorno, as empresas registraram um aumento de 55% no volume de carga transportada e o índice de acidentes foi reduzido em 56%. Entretanto, houve ampliação das invasões de margem, ou seja, das passagens de nível onde ocorre o fluxo dos trens e uma redução, em média, de 5 quilômetro por hora da velocidade das composições, motivada pela falta de manutenção e fiscalização das invasões sobre os leitos. "O principal ponto é um modelo de bitola padronizado, o que pode ser feito ao longo do processo de concessão. O governo só precisa colocar isso como meta e não como um favor", diz Silveira. Davi Franzon
Os desafios para a próxima década
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edução do modal rodoviário na matriz de transporte, ampliação do modelo ferroviário, um projeto intermodalidade efetivo, avanço das hidrovias e agilização nos estudos de impacto ambiental são os desafios da infra-estrutura brasileira para os próximos dez anos. Para as rodovias, a meta é reduzir o número de quilômetros sob administração exclusiva de estados, municípios e governo federal. Hoje, cerca de 90% da malha ainda é estatal. O resultado, segundo pesquisa da Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT), é que 19,7% dessas estradas estão em "bom" estado; 34,7%, deficientes; e 45,6%, em péssima situação. O País ainda possui mais de 1 milhão de quilômetros de rodovias sem asfalto, um cenário que prejudica sensivelmente o setor agrícola, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Uma resposta para esse quadro começa a ser desenhada quando esses números são comparados com os das rodo-
vias sob administração privada. O mesmo levantamento da ANTT indica que 84,2% delas são "boas"; 12%, deficientes; e 3,8%, em péssimas condições. Para colocar o problema no acostamento, o governo precisa apresentar modelos eficientes de Parceria Público Privada (PPP), concluir seus editais de concessão e estabelecer contratos de médio a longo prazo, com tempo mínimo de 15 anos. Uma redução da idade média da frota de caminhões também faz parte da solução. Hoje, os caminhões em circulação têm, em média, 18 anos de "vida". Já para as ferrovias, a expansão da malha, atualmente em 29.487 quilômetros, é essencial para o futuro das concessionárias, da indústria de locomotivas e vagões e dos exportadores. A definição sobre o passivo da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) ainda gera debates e congelamento de investimentos por parte do setor privado. Os concessionários exigem que a RFFSA assuma a responsabilidade sobre seu passivo am-
biental e trabalhista, o que não traria futuros problemas judiciais para as 36 concessionárias que hoje operam a rede. Outra pendência é uma solução definitiva para 134 passagens de nível dentro de centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Minas Gerais. Em grande parte invadidas por favelas e conjuntos habitacionais irregulares, as transposições acabam reduzindo a velocidade dos trens em até 8 km por hora, atrasando e encarecendo todo o processo de transporte. Para resolver o problema, serão necessários R$ 385 milhões. O governo federal garante que destinará R$ 142 milhões entre 2007 e 2008. A complexidade do sistema tributário também gera atritos entre o setor público e a iniciativa privada. O trânsito por vários estados, muitos com alíquotas diferentes, torna a intermodalidade impraticável. No caso das hidrovias, cuja participação é de 11% na matriz, o grande desafio é acelerar a liberação dos estudos de impacto ambiental. (DF)
Sergio Moraes/Reuters
Entre os desafios está a maior utilização das hidrovias para chegar aos portos
milhões de reais foram investidos pelas empresas na malha ferroviária desde 1997
Indústria produz mil unidades de trens por ano, segundo a Abifer
terceirização dos serviços logísticos, avaliado como uma tendência para o setor empresarial, será debatido por técnicos do setor, empresários e centros de pesquisa sobre logística e modernização do transporte de carga. O evento será realizado na sede da Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo, amanhã, a partir das 9 horas. Organizado pela Associação Brasileira de Movimentação Logística (ABML), o evento discutirá a redução dos custos operacionais e investimento em ativos, a possibilidade de ampliação das operações de transporte intermodal, principalmente no caso da indústria, além das vantagens que a terceirização pode oferecer ao comércio varejista. Experiências de terceirização serão apresentadas, como o modelo que projeta desde o planejamento, o armazenamento, e a distribuição sob a responsabilidade do operador logístico. Mais informações e inscrições podem ser obtidas pelo site: www.abml.org.br (DF)
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Nacionql Finanças Tr i b u t o s Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Consumidores depositam na urna cédula de adesão ao Projeto de Lei De Olho no Imposto.
FEIRÃO EM CIDADES DE 21 ESTADOS
MAIS DE UM MÊS ANTES DO FINAL DE 2006, TRIBUTOS ALCANÇARAM TODO O MONTANTE DO ANO PASSADO
ARRECADAÇÃO JÁ SUPERA A DE 2005 Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
Paulo Pampolin/Hype
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valor total da arrecadação tributária brasileira de 2005 (R$ 731,8 bilhões) foi alcançado no último sábado, dia 25. O valor, que pode ser visualizado no Impostôm e t r o ( w w w . i m p o s t o m etro .com. br), foi atingido com mais de um mês de antecedência na comparação com o ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Pelos cálculos do presidente do instituto, Gilberto Luiz do Amaral, o ano de 2006 terminará com mais de R$ 810 bilhões em impostos arrecadados pela União, por estados e municípios. O valor será 10% superior ao recolhido durante todo o ano passado. Para 2007, a expectativa de Amaral é de que a receita tributária fique em torno de R$ 880 bilhões. "O pacote fiscal anunciado pelo governo federal não vai afetar em nada. Quantas vezes o Executivo afirmou que haveria queda na arrecadação e isso não se concretizou?", indagou o tributarista. O diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), economista Marcel Solimeo, compartilha da opinião de Amaral e também critica a arrecadação maior, mesmo quando se leva em conta a correção da inflação. "Infelizmente, o governo continua alardeando bondades que, como em outras oca-
Feirão do Imposto apresenta aos consumidores o montante de tributos embutidos nos preços dos produtos
Foto de sábado, pouco antes de a arrecadação alcançar os R$ 731,8 bi
siões, não surtirão efeito. As mudanças são pequenas frente ao estardalhaço que é feito." Para o economista, o maior problema é a falta de investimentos em infra-estrutura e em melhorias dos serviços ofereci-
dos à população. Além de acompanhar a evolução da arrecadação pelo site, o contribuinte pode ver o Impostômetro no prédio da ACSP, no centro da capital, onde está o painel. Adriana David
Crime organizado na mira da Sefaz
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governador do Estado de São Paulo, Cláudio Lembo, assinou, na última sexta-feira, um decreto que permite à Secretaria da Fazenda cassar a inscrição estadual das empresas que vendem mercadoria roubada ou falsificada, ou que importam produtos legalmente, mas sem pagar os devidos impostos. O empresário que tiver a inscrição cassada ficará impedido de exercer atividade no mesmo ramo por cinco anos. "Verificamos que, nesses casos, lavrar auto de infração e impor multa não eram medidas suficientes. Com a cassação, vamos fortalecer o combate ao crime organizado", afirmou Antônio Carlos de Moura Campos, da Diretoria de Administração Tributária (Deat). Segundo Moura Campos, as fiscalizações com base no novo decreto terão início no próximo mês. Serão realizadas pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), em parceria com a Receita Federal e a Polícia Militar. "O efeito dessa operação será devastador", avisou Moura Campos. Ações – Os procedimentos serão aplicados conforme cada caso. Com relação à venda de
Maria Luiza Rodrigues/Divulgação - 27/07/2005
Campos: combate ao crime
mercadorias roubadas, a cassação só poderá ocorrer depois de concluído o inquérito policial. Em caso de importação sem o pagamento dos devidos impostos, a Sefaz-SP só cassará a inscrição estadual depois que a Receita verificar que realmente não houve o pagamento. "Já em relação à comercialização de mercadorias falsificadas, bastará laudo pericial expedido pela polícia técnicocientífica, instituto especializado ou entidade associativa que defenda os interesses de seus associados contra a pirataria, como o Etco, por exemplo", explicou Moura Campos.
As primeiras ações focarão as mercadorias falsificadas (pirataria) ou roubadas (receptação). No momento da fiscalização, a Fazenda notificará a empresa para a proceder com a apresentação de provas de que a mercadoria é legal. "Se o contribuinte apresentar documentação que pareça suspeita e verificarmos que há irregularidade, cassaremos a inscrição da empresa", disse o diretor da Deat. De acordo com ele, até a cassação, o procedimento levará 60 dias, em média. Defesa – Depois de cassada a inscrição estadual, o contribuinte tem um prazo de 30 dias para se defender por meio de recurso administrativo contra o delegado regional tributário. Se a decisão for contrária ao contribuinte, ele poderá entrar com novo recurso contra o diretor da Deat. "Depois disso, a única maneira de contestar será por meio do Poder Judiciário", afirmou Moura Campos. Na maioria dos casos, não haverá imposição de multa. "Apenas no caso de importação sem pagamento do imposto, o chamado descaminho, competirá à Receita Federal impor multa", completou Moura Campos. (LI)
Lei vai além do combate à pirataria
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decreto que regulamenta os novos procedimentos da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) no combate à pirataria também permite a suspensão ou cassação de inscrição estadual de estabelecimentos que não entregarem a devida declaração fiscal reiteradamente, de empresas em que se verificar sonegação de imposto mesmo que a empresa tenha condições de pagá-lo, ou de firmas que, por sonegarem, prejudiquem os concorrentes. Segundo Antônio Carlos de Moura Campos, da Diretoria de Administração Tributária (Deat), a partir de hoje o Fisco fará uma varredura no cadas-
tro que registra se as empresas têm entregado a GIA – declaração mensal do pagamento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – ou a declaração anual do Simples estadual. "Se a declaração do Simples não for entregue até 16 de julho e se a GIA não for entregue por três vezes, a inscrição da empresa será suspensa por inatividade presumida", explicou. Até então, esta varredura era feita a cada dois anos. Se o contribuinte declara o imposto e tem disponibilidade financeira para pagar o ICMS, mas não o paga reiteradamente, a Sefaz-SP poderá cassar sua inscrição por ina-
dimplência fraudulenta. Livre mercado – A empresa que vende seus produtos por um preço mais barato que os similares do resto do mercado por não pagar imposto também correrá o risco de ter a inscrição estadual cassada. Segundo Moura Campos, nessa situação, caso um segmento econômico esteja sendo afetado pela concorrência desleal, sua entidade representativa deverá apresentar representação ao coordenador da administração tributária. O Fisco vai examinar o relatório para verificar se merece credibilidade. Se merecer, emitirá ordem de fiscalização e a empresa será auditada. (LI)
Alves Júnior, do Fórum de Jovens Empreendedores da ACSP: tentativa de conscientização da população.
Feirão: peso dos impostos surpreende e causa revolta.
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ão Paulo, Santa Catarina, Brasília, Rio de Janeiro, Bahia. No último sábado, 21 estados foram palco para o Feirão do Imposto Nacional, uma iniciativa da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje) em parceria com o movimento Quero Mais Brasil para conscientizar os cidadãos sobre a importância da transparência tributária. O resultado: indignação. "É como se alguém estivesse enfiando a mão no meu bolso e tirando esse dinheiro de mim. Essa é a sensação que eu tenho. Me sinto roubado pelo governo", disse o vendedor Eurípedes Machado, ao ver o quanto há de impostos embutidos nos preços dos produtos. O Feirão do Imposto simula um supermercado, com mercadorias expostas em prateleiras. Junto a cada uma delas uma etiqueta revela o preço do produto e quanto há de tributos embutidos. Do preço do óleo, de R$ 3,82, por exemplo, 37% (R$ 1,42) são impostos, que vão para os cofres federal, estaduais e municipais. Na capital paulista, o Feirão foi realizado no Shopping Ari-
canduva, na zona leste, que recebe cerca de 150 mil pessoas por dia. O vendedor Abner Morais Azevedo era um dos indignados. "Olha isso aqui! Minha esposa usa bastante", disse, apontando o sabão em pó, cujo preço carrega 42,2% em tributos. "Nossa! É muita coisa em impostos!", criticou Azevedo, antes de assinar a cédula de apoio à campanha. "Temos que dar um jeito de aprovar com urgência o Projeto de Lei De Olho no Imposto. Para isso, é preciso conscientizar a população da importância da transparência tributária, e é o que estamos fazendo", afirmou Genys Alves Júnior, um dos coordenadores do Fórum de Jovens Empreendedores da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). De olho – A ACSP liderou o movimento De Olho no Imposto, cujo objetivo é criar uma lei para que as notas fiscais registrem o quanto há de carga tributária embutida nos produtos e serviços. As mais de 1,5 milhão de assinaturas de apoio colhidas pelo movimento foram levadas ao Congresso Nacional em maio passado. O projeto foi
subscrito pelo presidente do S e n a d o , R e n a n C a l h e i ro s (PMDB-AL), mas está parado na Comissão de Meio Ambiente e Defesa do Consumidor (CMA), aguardando o relator Leomar Quintanilha (PCdoBTO) levá-lo a votação. Ao visitar o Feirão no Aricanduva, o casal de autônomos Rosimeire Pedroso Ângelo e Alcides Ângelo não se assustou com o que viu. Mas eles também ficaram revoltados. "É um absurdo! Se o governo cobrasse os impostos, mas víssemos o retorno, não acharíamos tão ruim pagar impostos tão altos", disse Alcides. "Fui ao hospital público do bairro para marcar uma cirurgia e me informaram que eu teria que esperar sete meses! Para a saúde esse dinheiro não vai", acrescentou Rosimeire. No ABC, onde também houve feirões, foram colhidas 1.680 assinaturas de apoio à transparência. "Nosso objetivo de dar continuidade ao movimento de conscientização da população foi atingido", disse Valter Moura Júnior, coordenador da Facesp Jovem.
Mutirão para isentos do IR
Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) e ao Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sindcont-SP) vão prestar informações sobre a forma correta de preencher o documento. No local, as entidades divulgam a Calculadora do Imposto, ferramenta da ACSP que permite calcular quanto de impostos incide sobre renda, patrimônio e consumo do contribuinte.
O prazo para entrega da declaração de isento termina na quinta-feira. Até a última sexta-feira, a Receita havia recebido 50 milhões de declarações, das 63 milhões que espera receber até o fim do prazo. Deve declarar quem recebeu até R$ 13.968 em 2005. Ela pode ser feita nas casas lotéricas, no Banco do Brasil e nos correspondentes bancários da Caixa e do BB. (LI)
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m mutirão vai auxiliar a população isenta do Imposto de Renda a fazer sua declaração para a Receita Federal. De hoje até quinta-feira, das 9 horas às 17 horas, no Pátio do Colégio, profissionais ligados à Associação Comercial de São Paulo (ACSP), ao Sindicato das
Laura Ignacio
Nacional Finanças Empresas Comércio Exterior
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COMÉRCIO DESANIMADO PARA O NATAL Divulgação
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Campos do Jordão preparou novidades para os turistas que pretendem visitar a cidade no Natal
A MENOS DE UM MÊS DO NATAL, LOJISTAS DO BRÁS E DO BOM RETIRO RECLAMAM DO FATURAMENTO FRACO
MUITA GENTE, POUCAS VENDAS
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onsumidores, preparem-se: até o fim de ano, todos os centros comerciais paulistanos estarão lotados. Em especial, as ruas do Brás e do Bom Retiro. Nem o horário de atendimento estendido aos sábados e a abertura das lojas aos domingos devem amenizar a situação caótica. Afinal, as pessoas querem variedade com preço baixo, o que encontram nos dois bairros. Os comerciantes, porém, dizem ainda não ter registrado as esperadas altas vendas de Natal. Ou seja, nem sempre o fluxo de pessoas significa dinheiro em caixa. No Brás, os consumidores lutam para passar por camelôs e chegar às lojas, enfrentando um mar de gente. Mas os lojistas dizem que quem sai às compras pensa muito antes de mexer no bolso. "Durante a semana vendemos para os atacadistas, que vêm de todo o Brasil. O faturamento é um pouco melhor. Aos sábados, as ruas ficam lotadas, mas a maioria não compra. Não haverá aumento de vendas neste final de ano, em relação a 2005", afirmou a proprietária da loja de roupas femininas Min Star, na Rua Oriente, Suzana Yun. O gerente da Mireya, loja especializada em lingerie, cuecas e produtos para bebês, Carlos Pereira Rocha, calcula que
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
No Bom Retiro, comerciantes apostam nas vendas de última hora
as vendas vão cair 20% neste Natal em comparação com o final de 2005. "As pessoas estão sem dinheiro", disse. Um pouco mais otimista está o proprietário da Peixoto Couros, Reinaldo Peixoto. O movimento de Natal começou há quinze dias, com tíquete médio de R$ 150. "O faturamento deve aumentar
até 10% neste Natal em relação à data do ano passado", afirma. Ele contratou cinco vendedores para dar conta do crescente fluxo de clientes. Vindas de Vinhedo, na região de Campinas, a dona de casa Maria Aparecida Pavanello e a filha, a supervisora de vendas Juliana Pavanello, estiveram na Rua Oriente no último sábado. Compraram roupas e até uma caminha para o cachorro. "Os produtos custam 50% menos que nos shoppings de São Paulo e nas lojas de Vinhedo", disse Juliana. "Pretendemos voltar antes do Natal", afirmou Maria Aparecida. De acordo com o presidente da associação que reúne os lojistas do Brás, Shlomo Shoel, a expectativa é de que as vendas
Divulgação
Casa do Papai Noel é um dos atrativos do fim de ano. Campos terá também festival gastronômico.
Campos quer turistas no Natal
A
rede hoteleira, os comerciantes e, principalmente, o Papai Noel, se preparam para a terceira edição do evento Natal nas Montanhas de Campos do Jordão. A charmosa cidade da Serra da Mantiqueira tem uma vantagem: arquitetura apropriada para essas festividades. O final do ano deixa otimistas os empresários locais no segundo maior evento destinado aos turistas no ano – perde apenas para a temporada de inverno, de junho a julho, quando 500 mil a 600 mil pessoas circulam pela cidade. De acordo com a presidente da Associação de Hotelaria e Gastronomia de Campos do Jordão (Asstur), Dulce Martinez, a cidade deverá abrigar cerca de 50 mil pessoas no período entre o Natal e o ano-novo. "São oito mil leitos da rede hoteleira à disposição. O setor prevê uma ocupação de 60% desse total no período. Será um aumento de 20% em relação ao ano passado." Tanto otimismo é fruto de alguns investimentos da iniciativa privada e de medidas administrativas da prefeitura de Campos do Jordão. Segundo o Secretário de Turismo da cidade, Flávio Ventura, no ano passado foi aprovada a lei que
obriga o investidor dos meses de junho e julho a destinar para a infra-estrutura da cidade 30% do que investir na alta temporada . "Muitos empresários só injetavam dinheiro na alta temporada. Com a nova lei, esses 30% se tornam importantes para o resto do ano em Campos, justamente na baixa temporada." Gastronomia – Entre os aproximadamente 200 estabelecimentos comerciais da cidade, 60 deles restaurantes, há previsão de bom faturamento. A expectativa positiva se deve à segunda edição do Festival de Gastronomia, organizado por 20 dos restaurantes mais conceituados de Campos do Jordão. O evento começa no dia 8 de dezembro e vai até 7 de janeiro de 2007. Serão 16 chefs, alguns internacionais, que deverão oferecer pratos à base de pinhão, castanhas, truta, caças, shiitake, frutas silvestres e arroz preto. "São ingredientes do típico frio de Campos, mas com molhos e temperos leves, com a cara do verão", explicou o vice-presidente para assuntos gastronômicos da Asstur, Paulo César da Costa. As ruas e avenidas da cidade estão repletas de luzinhas, bolas de Natal e estrelas típi-
cas desta época do ano. Na avenida principal do bairro Capivari, a Casa do Papai Noel, uma construção de 200 metros quadrados, recepciona as crianças, e um Papai Noel lê as cartas com os pedidos de presentes. O visitante precisa desembolsar R$ 3 para conhecer a casa. O dinheiro arrecadado será revertido para obras da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae). O local funciona de segunda a sexta-feira, das 12h às 19h. Aos sábados, domingos e feriados, fica aberto das 12h às 22h. Circuito das árvores – Em frente à Casa do Papai Noel, os comerciantes fizeram o projeto Circuito das Árvores de Natal. Cada um dos cerca de 200 empreendedores da cidade adotou e enfeitou uma das árvores espalhadas pelas ruas de Campos do Jordão. O público será o júri de um concurso que vai escolher as mais bonitas. Haverá também uma programação cultural especial, com espetáculos de luzes e também apresentações de corais e conjuntos musicais nas praças e na igreja, em todos os finais de semana de dezembro. A programação completa pode ser consultada no site www.camposdojordao.sp.gov.br. Ivan Ventura
Para lojistas do Brás, grande movimento não significa mais vendas
aumentem 10% neste Natal. "O movimento cresceu 20% desde o início de novembro. Por enquanto, apenas 3% das 6 mil lojas estão abrindo aos domingos, mas esse número deve crescer", afirmou Shoel. Caos no Bom Retiro – O caos já predomina na Rua José Paulino, no Bom Retiro. Mas as reclamações são as mesmas dos lojistas do Brás: muita gente, poucas vendas. A loja de lingerie QBella co-
locou uma placa na porta informando sobre os novos horários de funcionamento neste final de ano. Mesmo assim, a novidade não acrescentou muito em faturamento. "No ano passado, já havia movimento para o Natal em outubro. Agora, apuramos uma queda de 20% nas vendas. As pessoas estão gastando menos", disse a gerente da QBella, Luciana Alberico. "Neste ano tivemos eleições, Copa do Mundo, ataques
do PCC e numerosos feriados. Tudo ficou mais difícil. Mas nossa esperança é de que os consumidores estejam deixando as compras de Natal para a última hora." O gerente da Montana Moda Jovem, Luis Choi, também se preocupa com a situação e nem vai abrir a loja aos domingos. "Não vale a pena. As ruas estão lotadas, mas de pessoas que apenas olham vitrines." Mas há quem esteja comprando com antecedência. A contadora africana Virgínia Carina Rendall, de GuinéBissau, veio ao Brasil para estudar e descobriu as boas compras. É na José Paulino que ela vai escolher os presentes para os sobrinhos, que vivem na África. "Gastei R$ 150. Aqui o dinheiro vale mais e os produtos são diferentes", justificou Virgínia. As amigas Naísa Lopes e Neli Fernandes deixaram as ruas de Alphaville, onde moram, e foram até o Bom Retiro em busca de ofertas. "Aqui é quase 100% mais barato, sem exagero. Pretendo voltar muitas vezes", afirmou Naísa. O diretor de Tesouraria da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro (CDL), Luigi Nahmias, espera que as vendas cresçam 15% neste final de ano em comparação com igual período de 2005. De acordo com ele, cada loja aumentou em 20% o quadro de vendedores. "Estamos apostando nas compras de última hora." Neide Martingo
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Telefônica desafia Ministério das Comunicações e amplia oferta de sua TV paga.
PLANTÃO TRANQÜILO NA NOSSA CAIXA
PIVA COBRA DO GOVERNO UMA AGENDA POSITIVA PARA DESTRAVAR INVESTIMENTOS EM INFRA-ESTRUTURA
MENOS GARGALOS E MAIS PPP Newton Santos/Hype
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Brasil "não é um País fácil", desabaf a o e m p re s á r i o Horácio Lafer Piva, presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Mas tem condições de crescer 5% ao ano se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitar o "bom momento que vive seu governo", implementando uma agenda para "destravar" a economia. Para tanto, urge abrir espaço para investimentos em infraestrutura, sobretudo, nos "gargalos" da energia elétrica, dos transportes em geral, dos entraves ambientais e um marco regulatório que dê segurança jurídica para os investidores. Coisas que, de acordo com Piva, ainda não foram contempladas com o pacote do governo para o crescimento. "Que pacote? Parece um embrulho que ninguém sabe o que é ", ironiza. Ele acha que, às vezes, o governo comete erros de avaliação. Dá um exemplo: se o Brasil crescer a 4,5% ao ano, será preciso investir R$ 85 bilhões em geração de energia e outros R$ 40 bilhões em transmissão. "Mas não vejo nenhum investimento acontecendo de fato", afirma. Na projeção de Piva, se nada ocorrer, a oferta de energia elétrica terá "momentos críticos" entre 2009 e 2010. No entanto, esse problema poderia ser contornado se fosse adotado um marco regulatório para agilizar os investimentos nas Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Epitácio Pessoa/AE - 21/08/2003
Piva, da Bracelpa: vocação.
"Até nós (do setor de papel e celulose) poderíamos entrar nessa discussão." Piva elogia as medidas de incentivo à construção civil, que absorverá mão-de-obra e não pesará na balança comercial do País. Ao mesmo tempo, mostra
preocupação com a nova regulamentação proposta para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que poderá onerar mais os investimentos, com a lentidão nas negociações internacionais, e com as questões trabalhista, previdenciária e ambiental. Esta último afeta diretamente o setor de papel, em que os investimentos "parrudos" são de longa duração. Segundo Piva, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o setor investiu US$ 12 bilhões nos últimos dez anos na ampliação e modernização da sua capacidade produtiva. Por isso, qualquer "ideologização" da questão ambiental pode ser nefasta para o Brasil. Especialmente "porque temos enorme espaço para crescer"
(celulose e papel), o que aguça o apetite das empresas estrangeiras em relação ao Brasil, que disputa o 6º lugar em 2007 na produção mundial de celulose (hoje é o 7º). O País é também o 11º no ranking dos produtores de papel, com 8,6 milhões de toneladas, em comparação com 83,4 milhões de toneladas dos Estados Unidos, 49,5 milhões da China e 30,9 milhões do Japão. No consumo de papel o espaço para crescer é "gritante". O Brasil consome 39,5 quilos de papel por habitante por ano, bem atrás da média mundial (56,3 kg anuais) e "muito" atrás de países como os EUA (312 kg) e Japão (246 kg). Sem ameaça – Por enquanto, explica Piva, as empresas estrangeiras não representam ameaça. Ele salienta também que há condições de fazer avaliações de impacto ambiental com independência e elevado nível técnico. "Até porque nosso setor não tem agenda oculta", garante, além de contar com bom relacionamento com a maioria dos ambientalistas. Otimista, garante que o setor "tem uma grande vocação no País" e o plantio de novas florestas de eucaliptos (75% da matéria-prima) e pinus (24%) ajudam a recuperar terras degradadas e convivem com o plantio de outras culturas. "Por isso incentivamos o fomento do plantio de pequenos produtores." Eles já são 10 mil, ocupando 220 mil hectares. Sergio Leopoldo Rodrigues
A servidora estadual Catarina considerou as informações confusas
Nossa Caixa: faltam 155 mil contas de servidores
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altando menos de uma semana para que os servidores públicos estaduais que recebem salários pelo Santander Banespa transfiram suas contas para a Nossa Caixa, cerca de 155 mil funcionários ainda não haviam aberto a conta no banco oficial até a última sexta-feira. Os que deixaram para fazer a operação no plantão do último sábado, encontraram tranqüilidade e agências vazias, sem filas. O prazo para abertura da conta – estabelecido pelo governador Cláudio Lembo por decreto – termina na próxima quinta-feira. Quem perder o prazo pode ter transtornos na hora de receber o pagamento de janeiro de 2007. A professora de astronomia da Universidade de São Paulo (USP) Jane Hetem, que desde 1998 recebia seu pagamento no Santander Banespa, não queria enfrentar fila e achou que ir até a agência no sábado seria mais tranqüilo. E estava certa. Em menos de dez minutos ela foi atendida na unidade da Rua Joaquim Távora, na Vila Mariana. "Havia uma equipe da Nossa Caixa abrindo contas na USP, mas toda vez que eu pensava em abrir a minha, esquecia um documento", disse. Segundo a gerente da agência, Bárbara dos Reis Greghi, o movimento foi muito calmo. Até as 15h30 do sábado, foram abertas 19 contas. "Aqui, a demanda maior foi durante a semana. E até quinta esperamos receber 600 correntistas." Já a unidade da Nossa Caixa da Rua Afonso Sardinha, na Lapa, recebeu mais servidores no plantão. Segundo a gerente,
Denise Carvalho Castilho, às 10 horas, 15 pessoas já aguardavam a abertura do banco. "As pessoas preferem vir durante a semana, mas o fluxo de atendimento no sábado é muito melhor, já que não há fila de espera", acrescentou Denise. Confusão – A oficial administrativa do Hospital das Clínicas de São Paulo, Catarina Marisa Viale, aproveitou a folga do marido, Carlos Alberto Magalhães, também servidor público, para ir ao banco. Para ela, as informações estavam confusas. "Uma hora diziam que era obrigatório abrir a conta; outra, que não precisava mais; ou, ainda, que a transferência de banco seria automática." Mas, no fim, tudo deu certo. Catarina, que mora em Pirituba, na zona oeste da cidade, chegou com o marido e as duas filhas, uma de apenas três meses de idade, antes das 10 horas, foi atendida rapidamente e recebeu todas as informações de que necessitava. As dúvidas também eram muitas para a funcionária pública estadual Maria Ignez Xavier. Para ela, a mudança da folha de pagamento do Santander Banespa para a Nossa Caixa só atrapalhou. "Recebo meu salário no Banespa desde 1982. Preferia não ter que abrir outra conta corrente aqui", afirmou a servidora, que tem dois empregos e recebe seus salários nos bancos Santander Banespa e Itaú. "Agora tenho mais a Nossa Caixa. O Banespa tinha informado que iria transferir a conta automaticamente para cá e que ia cuidar de tudo", afirmou Maria Ignez. Maristela Orlowski
PETRÓLEO Opep cortará produção se o mercado mundial permanecer desequilibrado.
Ó RBITA
FUSÕES
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AÇÕES
usões e aquisições como a de Americanas.com e Submarino ou a compra da Inco pela Vale do Rio Doce fazem parte de uma tendência internacional que atingiu um ponto recorde em 2006. Segundo o grupo de análise industrial Dealogic, essas operações devem atingir a marca de US$ 3,47 trilhões, a maior da história. (AE)
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ais de dois terços (68%) das companhias abertas do País têm acima de 50% das ações ordinárias nas mãos de apenas um acionista, de acordo com levantamento feito pela consultoria Economática. Levando-se em conta os dois maiores acionistas, a concentração é ainda maior, registrada em 85% das empresas. (AE)
A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Brasil só cresce com marco regulatório melhor
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Lula quer "esforço de gestão" na Previdência
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TV digital brasileira não terá interatividade
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Indicadores Econômicos
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
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Reais é o valor de cada dólar comercial para venda de acordo com a cotação de sexta-feira.
24/11/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 21/11/2006 21/11/2006 21/11/2006 21/11/2006 21/11/2006
P.L. do Fundo 11.968.098,85 2.025.689,08 9.103.331,94 17.216.147,24 1.337.614,76
Valor da Cota Subordinada 1.268,185184 1.120,871427 1.180,055420 1.074,376740 1.142,989873
% rent.-mês 3,2267 0,6052 -1,1259 -2,8747 1,6715
% ano 29,8079 12,0871 18,0055 7,4377 14,2990
Valor da Cota Sênior 1.019,974721 1.107,039044 1.122,595609 0 0
% rent.-mês 0,7281 0,6683 0,7281 -
% ano 1,9975 10,7039 12,2596 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Finanças Empresas Comércio Exterior Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Alíquota do Imposto de Renda do exportador pode cair de 15% para 0% sobre investimentos. Fábio Martins Faria, do Mdic
EXPORTAÇÃO DE SOFTWARE AOS EUA CRESCEU 375%
APEX CRIA PREMIAÇÃO PARA VALORIZAR EMPRESAS E ENTIDADES QUE INVESTEM NO COMÉRCIO EXTERIOR
PRÊMIO DE INCENTIVO À EXPORTAÇÃO
A
maçã brasileira passou a fazer parte do programa de merenda escolar inglês ao longo de 2006. Ganhar esse mercado disputado demandou mais do que qualidade no produto. Inovação e criatividade pesaram na hora de o governo britânico optar pelo fornecedor. As maçãs exportadas para a Inglaterra são de tamanho bem inferior às encontradas normalmente naquele mercado, ideais para serem consumidas por crianças entre 4 e 7 anos, o foco do programa de merenda. Com frutas menores, foram criadas embalagens compactas, que ocupam menos espaço nos contêineres e permitem remessas maiores, o que, no final da conta, reduz o preço da commodity. A sacada para conquistar o mercado inglês foi da empresa Renar Maçãs, de Santa Catarina. E o empenho rendeu o prêmio Apex-Brasil na categoria Agregação de Valor nas Exportações, entregue na última quinta-feira pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). A Renar exportou 12 mil toneladas de maçã em 2005, segundo o presidente da empresa, Roberto Frey. A maior parte para Europa. O prêmio Apex-Brasil está em sua primeira edição e foi criado, segundo Juan Quirós, presidente da agência, "como forma de valorizar o esforço exportador das empresas e entidades brasileiras". Dentro desse espírito, outra empresa
Danilo Verpa/Hype
premiada foi a Weril Instrumentos Musicais, pela expansão dos negócios em território norte-americano. Desde 2005, quando a empresa se instalou em um Centro de Distribuição na Flórida, suas vendas para os Estados Unidos subiram 48%. Associações e entidades também foram premiadas. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) venceu na categoria Ação de Promoção Comercial
7,1
mil postos de trabalho foram criados no semi-árido baiano com o projeto de desenvolvimento da cultura de sisal. Diferenciada com sua estratégia de promoção da carne brasileira no exterior. Durante a maior feira de alimentos do mundo, a SIAL, em Paris, a Abiec montou um túnel com 33 metros quadrados no qual o visitante sentia o aroma de churrasco, interagia com informações sobre a carne brasileira e ouvia música nacional. Na categoria Inserção de Novas Empresas no Esforço Exportador a vencedora foi a
Associação Brasileira de Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo) por ajudar 73 empresas a exportar desde 2003 e, com isso, incrementar em 194% o número de exportadores no seu setor. O consórcio Act Minds, de empresas de tecnologia, foi premiado na categoria Consolidação de Mercados. O consórcio fortaleceu a presença do software nacional nos EUA depois de abrir um escritório naquele país. O resultado foi um aumento de 375% das exportações de suas empresas para os norte-americanos. A premiação para Inteligência Comercial foi dada para a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal). No quesito Impacto Social, o premiado foi o Sindicato das Indústrias de Fibras da Bahia (Sindifibras), que apresentou a cultura do sisal como uma opção de desenvolvimento para o semi-árido, projeto que gerou 7,1 mil postos de trabalho na região. O prêmio Melhor Gestão de Projetos foi para o Instituto Nacional do Plástico (INP), que desde 2003 executa o programa Export Plastic, para aumentar as vendas da cadeia produtiva do setor. A Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (Abpitv) ganhou o prêmio na categoria Abertura de Novos Mercados. Renato Carbonari Ibelli
Juan Quirós, da Apex, durante cerimônia de entrega do prêmio: forma de valorizar esforço das empresas Milton Mansilha/Hype
Investimento em evento estrangeiro será simplificado
E
mpresários receberam com alegria a informação de que o processo de emissão da autorização para remessa (AR) de dinheiro para investimento em feiras de negócios no exterior será eletrônico a partir do próximo ano. O anúncio foi feito pelo diretor do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior, da Secretaria de Comércio Exterior – do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) – Fábio Martins Faria, em reunião na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) na última sexta-feira. Com a mudança, o processo de solicitação da AR será facilitado com menos papelada e burocracia. "O que não poderá ser alterado é a exigência de apresentação de certidões negativas prevista em lei", explicou o diretor. A autorização para a remessa permite que o exportador solicite uma redução da alíquota do Imposto de Renda (IR) de 15% para 0% sobre esses investimentos. A única exigência é que a empresa que receba o pagamento não esteja em um paraíso fiscal. Uma dúvida que não foi respondida na reunião da ACSP é a possibilidade de redução da alíquota do IR também sobre o capital mantido no exterior. Ainda não houve nenhuma caso. "Pelo Mdic pode acontecer, mas pela Receita Federal talvez não", disse Faria. O diretor também apresentou ferramentas que têm contribuído para facilitar a exportação, como o site www.radarcomercial.gov.br. Essa página permite a análise de mercados e produtos, com o cruzamento de informações da pauta exportadora do Brasil com a pauta de importadoras de cerca de 60 países. Segundo Faria, o usuário desse site tem acesso a um relatório com informações sobre mercado potencial, concorrência e preços médios no exterior, o que possibilita melhor destinação dos investimentos. Outro site útil apresentado é o w w w. a p re nd e n d o a e x p o rtar.gov.br, que mostra passo a passo como é a exportação por setores. "É importante para formar preços de vendas para outros países", afirmou Faria. Alguns setores ainda não fazem parte do site, como cachaça, pescados, cooperativismo, manufaturados de plásticos, gemas e jóias, mas isso deve ocorrer em 2007. Adriana David
Faria, do Mdic: sites oferecem informações para exportador
N gócios
&
oportunidades
SP Chamber quer reunir as comerciais exportadoras
A
São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), pretende tornar-se uma entidade aglutinadora das empresas comerciais importadoras e exportadoras. Ciente da importância dessas empresas, principalmente para os pequenos e médios empresários interessados no comércio exterior, a SP Chamber quer trabalhar na defesa dessa categoria e na facilitação dos negócios entre as partes. Para estabelecer um primeiro contato e discutir os caminhos para que esse objetivo seja alcançado, a entidade convida as comerciais importadoras
e exportadoras brasileiras para uma reunião no próximo dia 28 de novembro, a partir das 9h30, na sede da ACSP, na Rua Boa Vista, 51 - 9º andar, no centro de São Paulo. O encontro será conduzido pelo vice-presidente da entidade, Luiz Roberto Gonçalves. Sugestões sobre o encaminhamento da reunião e/ou das discussões podem ser e n v i a d a s p a r a Te re s a , n o Departamento de Comércio Exterior da ACSP, pelo e-mail t n e u m a@ a c s p . c o m . b r ou pelo telefone: 3244-3500. Pede-se também aos interessados que confirmem presença o mais rápido possível.
Câmara Argentina-Brasil: 63 anos
A
o comemorar o 63º aniversário, a Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo realizará no próximo dia 30 a Festa da Amizade, ocasião em que fará entrega de prêmios às empresas e personalidades que se destacaram no intercâmbio entre os dois países ao longo de 2006. O evento será no Hotel Renaissance, a partir das 19h30 e
terá a presença do presidente da entidade Alberto Alzueta. O Memorial da América Latina recebe o Prêmio André Franco Montoro; a Gol Linhas Aéreas será agraciada com o Prêmio Agostino Rocca; a Mirgor, da Argentina, e a RCN Indústrias Metalúrgicas, pelo Brasil, receberão o Prêmio Integração Social; e a Guarany Indústria e Comércio será escolhida para o Prêmio Inovação.
Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397
Aeroportos, portos, rodovias, ferrovias e hidrovias estão à beira de um apagão geral. Por isso, a economia não pode crescer. Esta é a conseqüência de 4 anos de descuido com a infra-estrutura.
Para o Brasil crescer sem sufocos, Lula está desviando R$ 5 bilhões do FGTS para criar um fundo só de obras de infra-estrutura. E ele também flerta com a iniciativa privada para parcerias em obras publicas.
ESPECIAL
Economia 1, 2 e 3
APAGÃO DE
PROTESTO Você já descobriu o que falta na foto ao lado - o trecho do Jockey da marginal Pinheiros: luz! O escuro é um protesto de empresas de painéis luminosos contra a lei do prefeito Kassab que as apagará em um mês. Como sobreviverão? Mercado fala em mídia indoor. Em Logo
Paulo Pampolin/Hype
Ano 81 - Nº 22.260
R$ 0,60
São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h35
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Paulo Pampolin/Hype
O Leão já devorou 2005 Mais de um mês antes do final de 2006, arrecadação já alcança todo o montante do ano passado: R$ 731,8 bilhões, registrados sábado pelo Impostômetro da ACSP (foto). No mesmo dia, São Paulo e mais 20 estados foram palco do Feirão do Imposto Nacional, iniciativa da Conaje, que mostra como o Leão alimenta sua fome insaciável. E 4 Luiz Prado/LUZ
Diego Padgursh/Folha Imagem
Palmeiras humilhado, mas não rebaixado Juninho (expulso) é o retrato da goleada sofrida pelo Palmeiras contra o Inter, no Parque. Apesar dos 4 a 1, os palmeirenses foram salvos do rebaixamento. Pela Ponte Preta.
Na festa, Ceni marca
PERSONAL CAR HOJE Nublado com chuva Máxima 24º C. Mínima 17º C.
AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 24º C. Mínima 16º C.
O carro chegou à era do Personal. Do "meu" carro exclusivo. E sem tuning. Veja o Especial, depois vire para a contracapa e engate a ré para conhecer os novos franceses da Citroën.
O goleiro fez 1 na vitória contra o Cruzeiro. Era o que faltava. Esporte
C idades NA TERRA DO RETRABALHO DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Sempre teremos algum pavimento em reforma, seja na calçada ou no asfalto. Rui Villani, diretor do Convias
Kelly Ferreira
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quebra-quebra de calçadas e do asfalto das ruas e avenidas de São Paulo atormenta a vida do cidadão. Inferniza seu dia-a-dia, provoca congestionamentos, polui o ar e custa dinheiro. Muito dinheiro. Estudo da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP) mostra que a cidade perde R$ 600 milhões/ano com trânsito engarrafado, consumo extra de combustível e poluição ambiental. Retrabalho custa caro. Muito caro. E o pior é que se essa situação não for eterna, está muito longe de ter um fim. A constatação é de Rui Villani, diretor do Departamento de Controle de Uso de Vias Públicas (Convias), órgão municipal responsável pela liberação de obras no subsolo de São Paulo. Segundo ele, a dinâmica de crescimento da cidade e as ligações de serviços domiciliares (serviços de telefone, de fibras ópticas, entre outros, para bancos e outras empresas do Centro, que são considerados domiciliares) são os grandes responsáveis por uma cidade eternamente em obras. Acidentes – Um dado que deve ser levado em consideração quando o assunto é quebra-quebra, principalmente das calçadas: estudo da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, o Pro Teste, e pela Associação Médica Brasileira (AMB), em quatro hospitais da capital, mostra que 30% dos pacientes atendidos nos setores de ortopedia foram vítimas de calçadas mal-conservadas. Quedas e tropeções são causados por buracos e inclinações resultantes de remendos do piso, os mesmo buracos e remendos que proliferam, por exemplo, nas ruas Boa Vista, 3 de Dezembro, 15 de Novembro, Florêncio de Abreu. "Sempre teremos algum pavimento em reforma, seja na calçada ou no asfalto e as ligações domiciliares são um dos motivos. Na rua 7 de Abril, no Centro Novo, nem todas as empresas solicitaram a instalação de fibras ópticas ao mesmo tempo. Algumas fizeram o pedido depois de o pavimento da rua estar todo arrumado. Por isso, houve quebra-quebra de novo. Não há como planejar esse tipo de instalação", disse Villani. Na rua 15 de Novembro, já no Centro Velho, acontece o
Marcelo Soares/Hype
Basta asfaltar a rua e lá vem alguma concessionária de serviço público quebrar tudo. Basta arrumar a calçada e a Prefeitura cisma de remendar o piso. De repente, aquele calçadão é destruído e vira rua para circulação de carros. Tudo isso é retrabalho, gastos, tormento para o cidadão. Solução? Para a Prefeitura, a cidade é assim mesmo. Dinâmica. Falta apenas combinar com os paulistanos. E providenciar um mapeamento confiável do subsolo.
Largo São Bento: calçada aberta para a realização de serviço de concessionária. Um risco para pedestres.
mesmo problema. Mal os trabalhos de fixação de pedras portuguesas terminou, e isso faz poucos dias – inclusive com a colocação dos postes de ferro que isolam a área por onde passam carros –, o quebra-quebra recomeçou. Redes – Segundo o diretor do Convias, nesse caso houve falha de comunicação entre a empresa de fibra óptica e a Subprefeitura da Sé. "A passagem da tubulação de fibra óptica estava programada para outubro e a subprefeitura fez as obras para a circulação carros antes desse prazo", disse Villani. O Convias
estima que existam 100 mil quilômetros de redes de infra-estrutura urbana no subsolo da cidade, onde mais de 30 concessionárias responsáveis pelas redes de água e esgoto, energia elétrica, gás, telefonia, telecomunicações, TV a cabo e outras, executam suas obras de manutenção ou de expansão. São cerca de 25 mil quilômetros de rede de água, 17 mil de rede de esgoto, 1,5 mil de galerias pluviais, 3,7 mil de rede de gás e outros milhares de quilômetros dos mais variados serviços. Mapeamento – Por mês, são aprovados, no mínimo, 120 no-
vos projetos de execução, sempre pautados nas informações que cada concessionária dispõe do subsolo. Isso porque, não existe um mapeamento geral do subterrâneo. "O mapeamento não é a solução. O subsolo vive em eterna mudança. A cada dia, uma concessionária executa um serviço. Não teríamos como acompanhar e o mapa acabaria inutilizado. Já a base cartográfica, que deve ficar pronta até fevereiro de 2007, será útil para a Prefeitura e até para o policiamento da cidade", disse Villani. Na página seguinte, mais sobre o retrabalho na cidade
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Tr â n s i t o Distritais Urbanismo Compor tamento
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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EMENDAS SÃO FEITAS COM MATERIAL DE BAIXA QUALIDADE
Temos apenas de administrar o caos e tentar resolver os problemas viários daqui em diante. Salomão Rabinovich, diretor do Cepat
Base cartográfica pode evitar quebra-quebra Enquanto o subsolo da cidade não tiver um mapeamento confiável e constantemente atualizado, o risco de ruas e calçadas esburacadas estará sempre presente Fotos de Marcelo Soares/Hype
Cratera na rua 15 de Novembro. Motivo: a falta de comunicação entre a subprefeitura da Sé e uma empresa de instalação de fibras ópticas.
Rua 3 de Dezembro, no caminho da Bovespa. Quebra-quebra interminável no calçadão que passará a receber carros.
U
ma base cartográfica da cidade inclui fotos aéreas, com alinhamento de imóveis, ruas e calçadas. Isso tudo, agregado às informações das obras realizadas pelas concessionárias, poderá solucionar o problema de tanto quebra-conserta-quebra. A partir desses dados, segundo Villani, as obras poderão ser feitas de forma organizada sem tanto transtornos e gastos. Reformas – Para a diretora de infra-estrutura viária e estruturas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Márcia Aps, o maior problema de obras no piso da cidade ( ru a s e c a l ç a d a s ) é q u e a s emendas, por melhor que sejam feitas, serão sempre emendas. Nunca serão pavimento novo. " E, em geral, as emendas são feitas com material de baixa qualidade", disse. Para o psicólogo e diretor do Centro de Psicologia Aplicada ao Trânsito (CEPAT), Salomão Rabinovich, o problema é a falta de respeito com o cidadão, de coordenação das obras e de um controle de qualidade no repavimento da cidade. "Antes de uma concessionária executar um serviço é preciso avisar a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para que esta coordene as alternativas para o trânsito. Além disso, deveria existir um controle de qualidade do material usado para cobrir os buracos abertos. Quando há uma obra nas ruas da cidade, o pedestre é o último a ser lembrado. Muitos acidentes e até atropelamentos acontecem porque a calçada ou a rua ou ambos estão em obras. Hoje, não há muito o que fazer. Temos apenas de administrar o caos e tentar resolver esses problemas no futuro", disse Rabinovich. Organização – De acordo com Rui Villani, do Convias, até é possível organizar o subsolo. Mas nem todos os serviços público podem ficar restritos ao espaço sob as calçadas. Muitos excedem essa área, entre eles as redes de esgoto e alguns transformadores, que chegam a ocupar até dois quarteirões. Além disso, segundo Villani, o conhecimento detalhado do subsolo requer altos investimentos. "Existe um congestionamento imenso no subsolo da cidade. Muitas redes estão ociosas. Outras foram feitas de forma clandestina. Não há como saber quanto custaria organizar o subsolo da cidade. Não podemos abrir uma avenida Paulista, tirar tudo lá de baixo e refazer tudo. Mas temos condições de fazer, e estamos fa-
Newton Santos/Hype
A recém-recapeada e já remendada rua Boa Vista, no Centro, é um dos muitos exemplos de retrabalho
zendo, isso em outras vias menores, como a Oscar Freire". Calçada inteligente – O arquiteto e paisagista Benedito Abbud desenvolveu um projeto chamado Calçada Viva. Para ele, além da melhoria no aspecto visual, a idéia acabaria com o
quebra-quebra das concessionárias. "Atualmente, talvez por não existir um planejamento em conjunto, as concessionárias quebram constantemente o piso das calçadas e das ruas, provocando prejuízos estéticos e obstáculos (buracos, emendas,
caimentos inapropriados). A utilização de calçadas inteligentes funcionando como uma galeria permitiria que as fiações e tubos fossem de fácil acesso para manutenção, sem quebraquebra nem remendos.", disse Abbud. (KF)
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VALE-TUDO Luiz Prado/LUZ
TODAS AS TRIBOS. CADA UMA NA SUA. Suspensão tem controle remoto; portas mudam sistema; caçamba transporta aparelhagem de som; furgão parece casa de diversão e capa vira desenho animado
Pode acreditar, é um furgão Peugeot. Com personalização e som da pesada.
S
e existisse a necessidade de definir qual a tribo dominante no 3º X-Treme, salão de personalização que agitou o Centro de Exposições Imigrantes nos últimos quatro dias, a missão seria tema para um episódio de uma das mais famosas séries de TV, "Missão Impossível", que ganhou três versões para o cinema, estreladas por Tom Cruise. Não havia dominância de nenhuma delas. Via-se carro tunado - em menor número que nas edições anteriores, mas presente -, Hot Hyboy, Dub, carros "envenenados" e muitos deles com suspensão regulável, dragsters, motos com carenagem modificada e até bicicletas chopper, a nova onda da rapaziada que ainda não pode ter seu carro personalizado, mas que quer impressionar com seu veículo único, ainda que pedalando. Brincadeira - O Ford Ka subia a descia a suspensão. Ora a dianteira, ora a traseira. Não havia nenhum equipamento por baixo do carro, operando aquela obra. Claro, era um controle remoto acionado pelo seu proprietário, brincando com o público que visitava o estande. Além do sistema de regulagem da suspensão, o menor carro da Ford também teve seu interior invadido por sistema de som e áudio capazes de fazer frente aos existentes em muitas residências.
Neste Ford Ka, a pintura foi inspirada no último Velozes e Furiosos, as portas abrem para cima e a suspensão tem controle remoto
As portas foram transformadas e não mais abrem convencionalmente, mas sim para cima - talvez como forma de vencer o problema de falta de espaço lateral na garagem. No porta-malas, toda a potência do som, capaz de fazer vibrar até mesmo o carro do motorista vizinho.
À francesa - Você já deve ter visto um Peugeot Partner, que transporta cargas pela nossa cidade. Mas este é diferente. Só leva duas pessoas e um monte de equipamentos de som. Mas um monte mesmo, que enche a parte traseira do furgão, totalmente personalizado e que ganhou uma agradável aparência com sua pintura metalizada, bancos em duas cores, volante esportivo e painel diferenciado.
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VALE-TUDO Fotos Luis Prado/LUZ
Na caçamba desta Ford Courier, a carga foi trocada por aparelhagem de som. E que som!
Destaque também para a pequena picape Courier, com a caçamba ocupada com um sofisticado, moderno e potente sistema de som. Estava lá, tudo muito bem arrumado, com alto-falantes, subwoofer, tweeter e, claro, a tela para play-station e DVDs que a galera gosta.
Qual o mais bonito? - Quando o carrinho desceu da carreta não havia quem não lhe chegasse à lembrança o filme "Uma cilada para Roger Rabit", dos primeiros a utilizar moderna tecnologia
Pablo de Sousa
que fundia, numa mesma imagem, desenho e situações reais. Acima, o Com uma capa preta que o cobria totalmente, o Fordinho tinha, na parte de Fordinho mais parece coisa suas rodas, a cobertura pintada, como um de desenho desenho animado, em vermelho e branco, animado. Ao transformando o veículo num personagem lado, o vivo de desenho. Depois de tirada a capa, "bichão" com descobriu-se que ele era um super ensua cara de venenado Fordinho, capaz de livrar Rabit da mau. Coisas perseguição dos gangsteres que o tentavam da capturar ao longo do filme visto e aplaudido por milhões de pessoas em todo o mundo. personalização
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PUBLICAÇÕES
QUANDO O
Fotos: Divulgação
MOTOR RONCA NAS REVISTAS O tuning era apenas uma vertente da personalização. Agora as publicações têm que se adequar a um tema muito mais abrangente e menos "chamativo". ANDERSON CAVALCANTE
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tuning não é mais tuning, agora este conceito chama-se "personalização". Um termo mais abrangente e que serve melhor para apresentar esta reunião de diferentes estilos de carros "transformados". Lá fora há quem chame de Modified Cars. Segundo jornalistas que acompanham este segmento, a mudança deve-se a um refinamento do mercado, onde lojas que ainda trabalham com personalização são as que realmente fazem serviço de qualidade e mesmo as revistas especializadas que conseguiram se manter fortes, são as que possuem profissionais gabaritados. Este é o caso de duas das maiores revistas de personalização do País, a Full Power, atualmente com 58 mil exemplares/mês e a Hot, a primeira revista a tratar de tuning no Brasil, há mais de cinco anos e que trabalha com uma tiragem de 50 mil exemplares. Adaptação - Apaixonado por performance desde a adolescência, Eduardo Ber-
Hot, a primeira revista a tratar de tuning no Brasil
nasconi conviveu com amigos mecânicos e preparadores e decidiu colocar sua experiência nos textos da revista Full Power, que sempre falou de todos os estilos, mas que no início se rendeu ao tuning. "Após o sucesso e o recuo do tuning, tivemos que nos adaptar para agradar a todos, o que é muito difícil, pois quem gosta de um estilo, geralmente abomina outros. Por isso criamos cadernos dentro da revista, como um de som (Fullsound), outro para novidades de originais zero km e um para falar de performance (Fullparts). Além disso, sempre equalizamos as edições pensando em todos os gostos, assim há várias vertentes de personalização a cada mês", explica Bernasconi. Da mesma forma, a revista Hot também teve que se adequar à situação. "O segredo é dar sempre projetos inovadores dentro de cada segmento, embora os preparados de
Full Power: 58
rua sejam o carro-chefe da Hot. Tentamos dar um pouco de tudo, sonorizados, preparados, tuning, Dub e rebaixados. Dependendo do que temos, lançamos as ‘doses’, saber qual ‘medida’ não é algo certo, por isso é preciso ficar atento ao mercado", conta o redator-chefe, Guilherme Silveira. Segundo Guilherme, até as fotos tiveram que ser trabalhadas de forma diferente para não perder a força de impacto. "O estilo berrante dos carros ‘naves’ deu lugar a projetos mais sóbrios, hoje está em baixa o uso de aerofólios gigantes, neon e soluções que não permitam o uso normal do veículo. As fotos de um Dub não são fáceis de passar por ter menos acessórios que os tuning". Futuro -A personalização tem apresentado fôlego extra e espaço para algumas vertentes se consolidarem. "Acreditamos numa extensão ainda maior dos preparados
mil revistas/
mês
(arrancada). Estão surgindo diversas pistas para a modalidade e isso se deve à expansão e popularização do mercado nacional de peças especiais e turbo-compressores. Ou seja, há mais mecânicos ganhando knowhow em preparação, e mais clientes satisfeitos com os menores custos dos serviços e peças", explica Guilherme Silveira. Também otimista, Bernasconi acredita que o segmento se firmará e oferecerá uma quantidade nunca vista em equipamentos com novas marcas de componentes internos de motor e externos, os chamados ‘bolt-on’. "Além disso as montadoras têm interesse neste mercado, como a General Motors que investiu nos últimos anos no X-Treme Motorsports, e Peugeot, Citroën e Fiat que apresentaram carros modificados no Salão do Automóvel e também no X-Treme. Isso encoraja consumidores e investidores fazendo o mercado crescer".
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TRANSFORMAÇÃO TOTAL Luiz Prado/LUZ
PARA QUEM GOSTA DE APARECER TV na porta, motor niquelado, carroceria que imita aço escovado. Vale quase tudo para mudar radicalmente a cara do veículo.
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m carro surpreendente. Esta é a melhor palavra que encontramos para definir o Chevrolet 34 transformado pela Danfer Sound. No interior das portas, duas telas LCD de 32", onde é possível ver os DVDs preferidos de todas as tribos, com som de primeira linha garantido pelos 8 mil watts de potência, ou usar o play-station para os jogos eletrônicos. No porta-malas do veículo, o suporte para toda a parafernália eletrônica. Na frente, registra-se a falta das proteções laterais do motor e a ausência dos páralamas. Caso típico de um Hot Hay Boy. O motor, todo niquelado, brilhante, é o mesmo 4.100 que equipava os Chevrolet Opala dos anos 70.
Preço sugerido - Como atração extra, o autemitter (conta-giros) instalado junto à base do pára-brisas, sob uma ship light, a caneta luminosa que emite um raio laser, quando o motor atinge a rotação máxima e é preciso mudar de marcha. Quem desejar comprá-lo deve entrar em contato com Alessandro O. Medeiros, pelo site www.danfersound.com.br. O preço pedido pelo modelo é de R$ 200 mil. Um veículo, sem dúvida, feito para quem gosta de aparecer.
O Chevrolet 34 (acima) foi totalmente transformado pela Danfer Sound. No interior das portas, telas LCD de 32". Ao lado, Fox feito em fibra de vidro com acessórios da marca Shutt.
Tudo pelo produto - A Shutt é uma empresa que produz pedaleiras, manoplas (parte de cima da alavanca de câmbio) e volantes esportivos. Pois para mostrar seus produtos, ela pegou um Fox e transformou totalmente o veículo Volkswagen. A mudança foi tal que nem mesmo o "pai" do carro desenvolvido e produzido no
Brasil, o designer Luiz Alberto Veiga, seria capaz de reconhecê-lo. A transformação foi feita pela Vector Design, que fez uma nova carroceria para o veículo, em fibra de vidro imitando aço escovado, instalou novos faróis, lanternas traseiras e, claro, volantes, pedaleiras e manoplas da marca
Shutt. Ficou realmente muito bonito. Lindo, diriam os aficionados do tema personalização. Assim como o Chevrolet 34 transformado pela Danfer Sound, o modelo da Volkswagen que ganhou "cara nova" também está à venda, com preço na faixa de R$ 180 mil.
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RODAS Pablo de Sousa
PARA TODOS
Com aro 30", destaque para a "gigante" da TSW
OS GOSTOS Fabricantes e importadores de rodas aproveitaram o evento do Centro de Exposições Imigrantes para mostrar novidades do segmento
O
que não faltou no X-Treme foram fabricantes e importadores de rodas. Também pudera, um dos segmentos da personalização que mais tem se destacado no Brasil é o DUB, em que os carros são equipados com grandes e impactantes rodas. Para quem está acostumado com rodas aro 14” ou 15”, mais comuns em nossas ruas, deparar-se com uma aro 30” é algo para deixar qualquer um de “boca aberta” como tudo, ou quase tudo, no mundo da personalização. A roda "gigante", da marca TSW, ainda não está disponível para venda no Brasil, mas pode ser encomendada com preço que varia de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Outro destaque do segmento ficou para a marca Vaska, que apresentou a primeira roda Partner ganha e co l og ic a me nsom radical
te correta produzida no Brasil. Apesar de ainda não ter definido preços para o produto, a empresa sediada em Guarulhos informa que estas rodas deverão substituir as cromadas, já que são feitas de vapores de alumínio para agredir menos a natureza que as
atuais que em sua produção necessitam da utilização de mercúrio.
Nem tudo é perfeito - Assim como no Salão do Automóvel de São Paulo, no qual poucas fabricantes de som automotivo compareceram, marcas como Clarion, Pioneer, JVC e outras gigantes do segmento só puderam ser vistas no X-Treme Motorsports quando seus equipamentos estavam instalados nos carros dos expositores. Fato estranho, já que muitas destas empresas lançaram vários modelos recentemente e poderiam aproveitar o evento do Centro de Exposições ImigranSom Corzus instalado num Ford Ka tunado tes para mostrá-los
Rodas Vaska, uma das atrações da feira
Novidades da marca Tsuya
ao grande público. De qualquer forma, quem visitou o evento pôde conferir e se deliciar com o que há de mais moderno no meio e para isto bastou observar de perto as carangas que carregavam verdadeiros “arsenais” de CDs Player, equipamentos multimídia, amplificadores, subwoofers, tweeters e afins. Anderson Cavalcante
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DEMOCRACIA Fotos Milton Mansilha/LUZ
Pablo de Sousa
O antigo, na cor preta, com duas faixas brancas em destaque sobre o capô
O Mini atual, em versão cabriolet, tem todos os recursos da tecnologia moderna
VELHINHOS E PEQUENINOS Presentes na mostra, representantes das décadas de 50 e 70, além do modelo Mini
E
xposição de personalização é o que se pode chamar de espaço democrático, assim como este caderno, que tem textos de Alzira Rodrigues, Anderson Cavalcante, Josias Silveira, Antonio Fraga e chicolelis, trazendo o principal do que aconteceu na X-Treme. Aqui reservamos um espaço para os "velhinhos". Está certo, senhores colecionadores, são antigos, a gente sabe, mas "velhinho", neste caso, é usado com muito carinho e simpatia. Pois lá estavam três simpáticos representantes dos anos 50 e 70. Dois deles, vindos do exterior e o terceiro, daqui mesmo, ali da Via Anchieta, onde outrora funcionava a Chrysler. A primeira, uma bela picape Ford 59, claro que totalmente mexida, com motor renovado e suspensão rebaixada. Rodas? Longe do original. De-
pois, o Chevrolet Belair 55 (em carro antigo, norte-americano, descobre-se o ano na lanterna traseira do carro. Lá está a data de fabricação: 1955), impecável. Finalmente, o Dodge Charger RT, um clássico nacional, com linhas marcantes. Literalmente um carrão, com mais de 4 metros de comprimento, motor com cavalaria superior a 200 hp. O decano do jornalismo especializado Sérgio Aparecido, que durante anos atuou à frente do caderno de veículos de "A Tribuna", em Santos, conta, brincando, que era o único carro em que o ponteiro do marcador de gasolina era mais rápido (mostrando o consumo do combustível) que o do velocímetro. Era um beberrão, concorda Sérgio, mas também era uma delícia usar o pé direito no saudoso Charger RT.
Três "simpáticos" representantes do século passado tiveram espaço na exposição
Pequeninos - Democrática, a exposição abre espaço para os pequenos automóveis, com destaque para a mesma marca: Mini. Sonho de consumo de muitos, o carro, da década de 50, é sucesso até hoje, ainda que tenha sido substituído por uma versão moderna, cheia de aparatos tecnológicos. Talvez tenha sido o único carro em toda a história a participar de filme como personagem principal. O primeiro, rodado na Itália, mostrava ele correndo, fugindo
da polícia nos enormes tubos da rede pluvial de uma grande cidade italiana. No segundo, encenado no Estados Unidos, a versão moderna do Mini corria pelos túneis do metrô de uma grande cidade americana, sempre com vantagem em relação aos seus perseguidores. Na exposição, ambos na versão esportiva, faziam sucesso. O antigo, preto, com faixas brancas sobre o capô, e o atual, cabriolet, verde, abrigando duas elegantes recepcionistas.
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DO LADO DE FORA Pablo de Sousa
FEIRA RADICAL. ATRAÇÕES RADICAIS.
Este é o "Big Foot" que, nas horas vagas, atropela carros, motos e até ônibus
O mundo da personalização não se resume a carros bonitos. A performance e a agilidade dos pilotos também fazem parte do espetáculo.
Corajosos ou loucos? A resposta fica por sua conta.
O
s visitantes do X-Treme Mo- direito a vôos de mais de 5 metros de torsports não se encantaram so- altura e para este ano aumentou a “camente com os carros expostos valaria” de 2.500 para 3.000 cv de pono pavilhão interno do Centro de Ex- tência e se propôs a passar literalmente posições Imigrantes. O evento de per- por cima de um ônibus. sonalização, customização e preparação Esta atração revezou as atenções com as de automóveis contou com um am- “fritadas” de pneu durante as sessões de biente externo com mais de 18 mil Burnout, nas quais os pilotos profissionais metros quadrados onde, pela primeira mostraram suas habilidades e a potência vez em uma feira comercial, foram mos- de seus automóveis no asfalto da arena. tradas exibições de Drift, a mesma mo- Também não poderiam faltar surpresas dalidade apresentada no último filme da para os amantes das duas rodas que foram série Velozes e Furiosos (Velozes e Fu- contemplados com sessões especiais de Wheeling, ou seja, radicais manobras feiriosos: Desafio em Tóquio). Neste “esporte” a motor, o piloto tas em motocicletas. força situações em que o carro (preferencialmente com tração traseira) coTeve até meça a perder o controle da direção, mas sessões de tudo dentro do esperado. manobras Dois exemplos de “máquinas” utilisobre um zadas foram um Subaru GT que alcança quase 400 cv de potência e um Nissan quadriciclo. Coisa de 300ZX, de 600 cavalos. O mestre - Assim como na edição do ano passado houve também apresentações da picape Big Foot - "The Original Monster Truck" - construído pelo Jim Carry, o mestre destas máquinas desde 1950. Com um potente motor V8, a superpicape fez muitas manobras, com
virar a cabeça!
Competições - Além de abrigar competições que utilizaram uma ferramenta para medição de potência e torque de carros e motos (dinamômetro), a arena da parte externa do Centro de Exposições Imigrantes ainda foi palco da final do Campeonato de Som da MTM, disputada nas categorias intermediária e expert, e do campeonato de tuning organizado pelo site 7000rpm. Os competidores foram divididos nas categorias tuning street, xtreme, custom e dub.
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ESTADOS UNIDOS Pablo de Sousa
O PAI DA PERSONALIZAÇÃO O designer Chip Foose, apresentador do programa Overhaulin exibido pelo canal de TV a cabo Discovery Channel, veio ao Brasil para participar do X-Treme
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om uma simplicidade incomum, o designer Chip Foose, apresentador do programa Overhaulin exibido pelo canal de TV a cabo Discovery Channel, chegou ao X-Treme mostrando modéstia sobre o título atribuído a ele, o pai da personalização. "O pai é o meu pai. O que eu faço é a extensão da carreira dele, por isso trabalhamos juntos até hoje. Eu só desenho, mas é ele que comanda a montagem dos carros”. A importância de Foose no segmento de personalização dos Estados Unidos é tão grande que a gigante Ford Motor Company já fez um projeto especial do Mustang envolvendo o designer. “Foi um trabalho difícil, pois teve que ser realizado com todas as especificações e homologações da montadora. Mas o êxito foi tão grande que já me convidaram para projetar mais cinco modelos especiais que devem ser a base para cerca de 12 mil carros da marca”. O programa Overhaulin, que transformou 71 carros ao longo de sua história, foi ao ar pela primeira vez no Brasil em outubro de 2004. A partir do dia 15 de janeiro inicia sua quarta temporada, todas as segundas-feiras, às 20h.
Vários estilos - Alguns termos e vertentes do mundo da personalização po-
dem ainda não ser comum aos nossos ouvidos. Para complicar um pouco mais, a origem destes estilos é definida, no geral, em outras línguas. O termo Hi-Boy, por exemplo, aparece em muitos filmes nos quais os carros têm parte da carroceria extraída para deixar à mostra componentes mecânicos, como o motor. O Dub, estilo que atualmente está em alta no Brasil, refere-se à utilização de rodas muito maiores que as originais sem que ele perca em segurança e dirigibilidade. Menos comum, por ter um custo maior, o Donk utiliza equipamentos atuais em carros antigos, assim como os Custom e Hot Rod que possuem estilos próximos e baseiam-se na personalização de antigos. Na área de pilotagem, o Drift é uma modalidade que consiste em escapar nas curvas de traseira e girar o volante para que as rodas dianteiras estejam sempre em uma direção oposta à curva controlando o nível de derrapagem. O Wheeling refere-se a manobras radicais feitas em motocicletas e o Burnout nas realizadas em carros. Durante as apresentações, muitas vezes os pilotos deixam o veículo em ação, saem pela janela, sobem no capô e entram novamente pelo lado do passageiro. Para completar, realizam "fritadas" de pneu que na maioria das vezes termina com o estouro do mesmo.
Chip Foose fazendo inclusive trabalhos para a Ford
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D C A R R O 17
VELOZES E FURIOSOS Divulgação
DRIFT JAPONÊS: AGORA EM DVD Filme que já arrecadou mais de U$ 132 milhões nos cinemas chega também às locadoras de todo o País
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Universal Pictures do Brasil também esteve presente na 3ª edição do X-Treme Motorsports. Em seu estande foi apresentado ao público visitante o DVD “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio”, que estará disponível para locação a partir desta quarta-feira, dia 29 de novembro. Os amantes da trilogia puderam apreciar trailers e extras do filme mais aguardado do ano, além de ver dois carros tunados expostos durante o evento.
O filme - Em “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio”, o personagem Sean Boswell (Lucas Black) é um adolescente que usa as corridas de rua como válvula de escape para sua infelicidade. Após ter problemas com a polícia e bater com o carro, como forma de evitar a prisão, o rapaz é enviado para Tóquio, onde passa a morar com seu pai (Brian Goodman). Na metrópole japonesa, Sean fica solitário até conhecer Twinkie (Bow Wow), que lhe apresenta as cor-
Cerca de 100 carros foram destruídos parcial ou totalmente ao longo das filmagens
ridas de drift, uma mistura de derrapagem e velocidade, que corre em circuitos bastante perigosos. Sean se empolga com a novidade e envolve-se com os corredores locais.
No cinema - O filme já arrecadou mundialmente mais de U$ 132 milhões desde sua estréia em junho. Durante as filmagens, cerca de 100 carros foram destruídos parcial ou totalmente. Por causa do desgaste causado durante as manobras de drift, foram utilizados quase 2 mil pneus (doados pela empresa Toyo) durante as gravações.
CROSSTREET
TUNING. E FORA
Divulgação
DE ESTRADA!
D
Um off-road
bano
estilizado e ur
emorou para aparecer, mas chegou às ruas de São Paulo um novo estilo de personalização, que mistura características visuais remanescentes do tuning com protetores dianteiros, laterais e traseiros procedentes de veículos offroad: o Crosstreet. O estilo já está aplicado em cinco veículos e um dos destaques é o Peugeot 206 SW 1.6 que carrega do lado "street" o som e DVD, instrumentação de painel e de coluna
em conjunto com o teto solar que, segundo o projetista da grife Spectrum, Luiz Fernando Baseggio, são indispensáveis nesse "mix light". A carroceria erguida em 11cm, para garantir o conforto mesmo em lombadas e crateras de nossas ruas, cumpre o papel do lado "cross", aliada a protetores em acrílico preto brilhante e fenders laterais em padrão alumínio polido. "No Crosstreet, os carros possuem mais leveza e esportividade
que o padrão dos fora de estrada, em que carros pequenos ficam 'pesados' com estribos e protetores de ferro. Nós usamos materiais mais leves para não prejudicar o desempenho", explica Baseggio. Potência - Para dar o último toque na station-wagon, o motor 1.6 flex foi "reforçado" por mais 6 cv, obtidos com a utilização de um filtro cônico duplo-fluxo e de um amplificador digital de faísca. Além da perua Peugeot 206, há ainda dois Gols geração III, um deles em Santos, um Fox e, também, uma S10 que mostra o Crosstreet no interior do Estado.
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D C A R R O 13 Pablo de Sousa
MOTORES
INCREMENTADOS Alguns modelos, como um Subaru Impreza e um Opala de arrancada, se destacaram entre os veículos modificados para ganhar potência ANTÔNIO FRAGA
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uma feira onde mais se destacaram os carros modificados visualmente e as sofisticadas aparelhagens de som, que muitas vezes triplicam o valor do veículo, os motores preparados também marcaram presença. É bem verdade que de maneira não tão saliente, mas nem por isso menos atraente. Entre uma dezena de modelos expostos no evento, os dois destaques ficaram para um Subaru Impreza e um Opala de arrancada. O Subaru, na cor laranja florescente, praticamente nada tinha de original de quando saiu da fábrica no Japão. No motor, que veio da Austrália, foi mantida a cilindrada, 2.5 litros, e só. Os "míseros" 220 cv de potência pulou para algo em torno de mil. O motor recebeu injeção eletrônica AEM, borboleta de 80 mm, turbina GT42R Garrett "roletada" e refrigerada a água e óleo. O câmbio automático especial também veio da Austrália e o radiador foi redimensionado. Segurança - Como toda a modificação séria, o cuidado com a segurança mereceu destaque: os freios tiveram os discos aumentados e as pastilhas foram trocadas por outras mais eficientes. O resultado, além do prazer de dirigir, é uma velocidade final de mais de 240 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 2,5 segundos. Mas o preço gasto na brincadeira é tão rápido quanto o modelo: R$ 250 mil.
Apesar de não estar ainda totalmente acabado, no estande, um Opala coupé branco chama atenção. Destinado à arrancada, este veículo - que quando foi adquirido em 1978 era um nobre modelo de luxo focado em consumidores de idade mais avançada deve bater todos os recordes na categoria quando estiver pronto. Isso segundo os testes e seu animado preparador. Para Rodrigo Corbisier, proprietário da GR Drag Racing, este Opala foi reconstruído com um "chassi" tubular especialmente para a competição, seguindo o que há de melhor. O motor de seis cilindros, apesar de ser do modelo, nada tem de original. O desempenho pulou para 1.200 cavalos de potência máxima na roda, isso graças à ajuda de, entre uma centena de alterações, um turbo e uma borboleta de 105 milímetros. A aceleração será de 0 a 100 km/h em míseros dois segundos e completará o quatro de milha, distância oficial das competições de arrancada em 8 segundos. Preço? Uma sonora gargalhada e só. Outro destaque logo na entrada, é um Golf GTi preto que dos 150 cavalos originais pulou para 650. O motor de 1,8 litro e 20 válvulas, recebeu uma turbina Garrett GT 35 R com pressão de 2,7 quilos, entre outros "detalhinhos". Para se adaptar à nova usina de força, o modelo recebeu cuidados especiais na suspensão, freios e barras de torção HR. No câmbio foram trocadas as relações.
Este Opala já está pronto para as pistas. O motor tem quase 500 cv.
Segundo o proprietário Edson Dore, que tem uma empresa de transformação e de aluguel de tunados para exposições, a transformação custou R$ 160 mil, ou seja, oito vezes mais que o valor do carro. Além da pintura invocada, realizada pelo artista Targino, em relação ao outro Golf preto, este modelo tem grandes dificuldades de andar nas ruas, ficando restrito a apresentações e exposições. A mesma coisa ocorre com o Opala 1974, um sedan de quatro portas, que em nada lembra os carros destinados a executivos quando saíam da linha de montagem. Blindado, o Opala recebeu duas turbinas com 2 kg de pressão em cada, radiadores especiais e mais uma infinidade de loucuras. A potência é de 480 cavalos e foram gastos mais de 70 mil reais.
Fotos: Milton Mansilha (LUZ)
DESEMPENHO
Pablo de Sousa
Velocidade máxima 300 km /h. Preço da transformação? Este tem: em três meses foram gastos R$ 60 mil. Comportado - Outro Golf se apresenta. Desta vez, um comportado GL 1.8 virou um supercarro com dois litros de cilindrada, potência máxima de 390 cavalos, velocidade máxima de 260 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 8 segundos.
O pára-quedas no pacote atrás do carro ajuda a frear o Subaru, que tem cerca de 1.000 cavalos no seu motor. Uau!
Só em exposição vê-se detalhes de um dragster
Dragsters - Além destes modelos, vários outros enchiam os olhos dos apaixonados pela velocidade, como por exemplo os dragsters. Destinados a corridas de arrancadas, eles ultrapassam em muito os 380 km/h e percorrem os 400 metros em menos de oito segundos. Com motores a metanol de
Quando estiver pronto, o Opala vai "voar" nas pistas de arrancada. E também vai precisar de pára-quedas.
Dizem que este Golf é o mais potente do mundo - 390 cavalos - com injeção eletrônica original. Máxima, 260 km/h.
mais de oito mil cm³, compressor, V8 e mais de 3 mil cavalos de potência máxima. Outro número absurdo é o torque: enquanto um carro mil tem mais ou menos 20 quilos de torque, um dragster chega a ter mais de quatrocentos. É mole... Normalmente o câmbio é de três marchas e o tanque de combustível de menos de quarenta litros.
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ESTRATÉGIA
VOLKS QUER MUDAR IMAGEM DE CONSERVADORA Plano da empresa é atacar o cliente pelo lado emocional e buscar inovar nos produtos. Para ser mais competitiva, vai reduzir número de empregados e aumentar produtividade.
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Volkswagen quer reposicionar a marca no mercado brasileiro, buscando ampliar sua participação local. Para isso, estabeleceu três pontos que vão nortear a mudança. Primeiro, quer melhorar a competitividade (reduzindo força de trabalho e aumentando produtividade). Além disso, pretende inovar na criação de produtos e deixar de lado a pecha de conservadora para atacar o cliente pelo lado emocional. O investimento da empresa em novos produtos será de R$ 2,5 bilhões nos
próximos cinco anos. Parte do dinheiro será para o desenvolvimento de ferramentas virtuais de manufatura. Com isso, a montadora pretende aumentar sua produção em 25% nos próximos três anos, segundo Holger Westendorf, vice-presidente de Planejamento e Desenvolvimento do Produto da Volkswagen do Brasil. Já o plano de demissões prevê corte de 3.600 empregados até 2008. A montadora vai crescer 16% no mercado doméstico este ano, mas verá suas exportações caírem 20%. Internamente, as
Divulgação
vendas vão continuar no mesmo ritmo em 2007, de acordo com a perspectiva de Westendorf, mas o mercado externo deve cair 9%. Com isso, a produção total da Volkswagen deve ter queda de 3%. Balanço parcial - A montadora alemã está recuperando mercado neste final de ano e passou a ocupar o posto de vicelíder no acumulado do ano. O setor comercializou na primeira quinzena de novembro um total de 70.593
carros e comerciais leves, resultado que representa crescimento de 8,9% em relação ao mesmo período do mês passado. Até agora, o mercado já negociou 1.535.272 unidades. Com a venda de 16.340 unidades nos primeiros quinze dias de novembro, a Volks ampliou sua participação para 23,1% e ficou na segunda colocação tanto no ranking do mês como no acumulado de 2006. Atingiu, no período, um total de 340 mil carros, passando em mil unidades o volume obtido pela GM, que até então era a vice-líder. A Fiat terminou os primeiros quinze dias na primeira posição, com 26,3% de participação (18.549 unidades). No global, o setor registrou pequena queda na média de vendas diárias (7.843 contra 7.965 em outubro). No ranking por modelo, o Gol ficou na frente do Palio, depois de ter perdido a liderança por dois meses. Marco Aurélio Zanni, da Agência AutoInforme
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MERCADO/AUTOINFORME
AUMENTA O DESCONTO DO CARRO ZERO Zero-quilômetro é vendido com índice médio de 5,7% abaixo da tabela. Fiat é a marca com maior desconto.
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ma das estratégias utilizadas pelo setor automobilístico para aquecer as vendas é oferecer preço abaixo do estabelecido na tabela. E com o fim de ano se aproximando, as ações promocionais se intensificam ainda mais. Pesquisa da Agência AutoInforme constatou que aumentou o desconto do carro zero-quilômetro oferecido no mercado brasileiro. Na média, o veículo novo está sendo vendido com desconto de 5,7%, bem acima do apurado no mês anterior, quando o índice era de 4,5%. Como as montadoras praticamente não mexeram em suas tabelas oficiais nos últimos dois meses, verifica-se que o aumento do porcentual de abatimento deve-se, basicamente, aos maiores descontos oferecidos no varejo pelas redes de concessionários das diferentes marcas. No acumulado do ano, o preço do carro zero chegou até a ter uma pequena queda de 0,5%, uma situação inédita no mercado automobilístico nacional. Comportamento por marca - A Fiat é a montadora que está vendendo com o maior índice de desconto, de 7,7% na média de todos os seus produtos. Em
seguida aparecem a Peugeot (-7,2%) e a Ford (- 7%). Acima da tabela estão apenas as marcas Jeep, Ferrari e Hyundai. O estudo compara o preço de tabela sugerido pelas montadoras com o chamado "Preço de Verdade", aquele realmente praticado no mercado, conforme cotação feita pela Molicar. A tendência é de que os preços continuem atraentes para o consumidor. O balanço parcial das vendas de veículos em novembro é positivo e tudo indica que o setor deverá bater novo recorde de volume de comercialização interna este mês. Dois modelos da Peugeot lideram o ranking das melhores ofertas. Segundo a cotação da Molicar, o 206 Feline 1.4 flex está sendo vendido por R$ 37 mil na versão básica, enquanto seu preço oficial é de R$ 42,1 mil. O desconto, portanto, chega a 12,1%. A versão perua do 206 vem em seguida, com desconto de 12%. Na tabela, o carro custa R$ 48.850, mas pode ser encontrado por R$ 43 mil. O Focus GLX 2.0 tem desconto de 11,9%, sai por R$ 47 mil e, na tabela, custa R$ 53.370 (confira acima a tabela com os maiores descontos praticados atualmente no varejo).
MOTOS
VENDAS CONTINUAM EM ALTA A s vendas de motocicletas entre janeiro e outubro já ultrapassaram o total de 2005. Até agora foram negociadas 1.061.096 motos no mercado interno, enquanto o ano passado registrou 1.024.987 unidades, com crescimento no acumulado de 25,3%. Os dados são da Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares. A produção fechou o mês com 133.418 motos fabricadas, ante 121.875 de setembro. No ano, o
número chega a 1.202.757, 18,8% superior ao mesmo período de 2005. As exportações continuam em queda, por conta do câmbio desfavorável. Em outubro 10.968 unidades foram vendidas ao exterior e em setembro, 13.504. De janeiro até o mês passado o mercado exportou 144.618 motos, volume 9% menor que o mesmo período de 2005. Segundo o presidente da Abraciclo, Paulo Shuiti Takeuchi, a tendência é de que as exportações fechem o ano com queda de 6%.
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LANÇAMENTO Pablo de Sousa
A EcoSport você já conhece. Agora o câmbio automático acompanha o motor Duratec 2.0 litros.
ruídos, também em toda linha.
ECOSPORT. FAMÍLIA MAIOR, PREÇO MENOR. Lançado em 2003 o EcoSport carecia de opções para usuários de câmbio automático. A nova caixa chegou e trouxe junto outras novidades. ANDERSON CAVALCANTE
C
om a chegada de vários veículos no segmento "off-road light", como o Fiat Idea Adventure e o Peugeot 206 Escapade, além do "bom e velho" fora de estrada Tracker, relançado pela GM, a
Ford decidiu dar uma "apimentada" ainda maior no mercado para não perder espaço e manter seu utilitário esportivo compacto, o EcoSport, entre os "top 10" do Renavam, onde está desde seu lançamento. Para isso, a marca está lançando seu modelo com transmissão automática e baixou os preços de outras versões da família. O EcoSport com câmbio automático, que já foi mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo, começou a ser produzido este mês e chega às concessionárias entre os dias 10 e 15 de
dezembro. A transmissão é a mesma utilizada no Ford Focus, mas com pequenas mudanças na relação de marchas, deixando o torque melhor em baixas rotações. Além disso, a Ford fez mais três significativas mudanças no modelo: o respiro foi colocado mais acima para ampliar a capacidade de proteção à entrada de água, o tanque de combustível aumentou de 45 para 54 litros em todas as versões (menos o 4WD - com tração 4x4 - que já utilizava um tanque para 50 l) e um pacote de isolamento acústico, vedação e redução de
Preços - O câmbio automático, que possui controle eletrônico integrado atuando nas trocas de marchas, com funções overdrive e lockup, por enquanto, estará disponível nos modelos com motor Duratec 2.0, de 138 cv a 6.000 rpm e torque de 181 Nm a 4.250 rpm. A versão XLS custará R$ 60.860, já na XLT, o modelo terá preços a partir de R$ 64.480. Demais versões - O reposicionamento de preços em outras versões se dá nos modelos com motorização 1.6 litro> O preço da versão XLT com air bag duplo, mais ABS, caiu de R$ 65.410 para R$ 62.710. A que vem apenas com air bag duplo baixou de R$ 58.820 para R$ 56.980. A versão especial 1.6 FreeStyle XLS ainda está disponível no mercado por R$ 55.480, mas dará lugar à mais equipada FreeStyle XLT, que será de série, com mais conteúdo, e manterá o mesmo preço da edição limitada.
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TRACKER
Fotos: Pablo de Sousa
Com 4x4 e reduzida, o Tracker domina o lamaçal
ELE VOLTOU COM
MOTOR A GASOLINA
CHICOLELIS
E
le roda no asfalto, de boa qualidade, com a maciez que caracteriza qualquer automóvel. Sente-se um pouco a aspereza do pneu de uso misto e uma certa dificuldade para fazer curvas em alta (mas ele não foi feito para isso). Mas, quando se atinge pisos em piores condições - como aqueles que encontramos por esta tão maltratada São Paulo -, pouco se percebe a mudança. O rodar segue confortável, como o seu interior, com ar-condicionado, direção hidráulica, com regulagem de altura do volante e som de boa qualidade. Melhor ainda quando aparece terra, barro, lamaçal, pisos irregulares em pedra ou de qualquer outro tipo, subidas inclinadas. Muito inclinadas. Aí o Tracker mostra sua grande versatilidade, vencendo com tranquilidade os mais severos obs-
A rampa de 60% não é obstáculo para o "offroad" Chevrolet
A visão de quem chega ao topo da rampa
GM traz de volta o Tracker, com motor 2.0 16 V a gasolina e tração 4x4, com reduzida. Anda macio no asfalto e custa R$ 58.990.
táculos, com sua tração 4x4, ajudada por uma reduzida que merece respeito. Pois é, o Chevrolet Tracker está de volta, desta vez com motor a gasolina 2.0 16 válvulas e 128 cavalos de potência e torque de 17,7 kgfm a 4.300 rpm. O modelo anterior, também trazido da Argentina, oferecia - entre 2001 e 2004, quando foram vendidas 1.812 unidades - apenas a versão diesel, que foi retirada do mercado. Como ocorre com os modelos 4x4 com reduzida atuais, Tudo bem em alagados. Mas cuidado nas curvas no asfalto. no Tracker a mudança de 4x2 (tração apenas traseira) para 4x4 (para andar em terrenos de baixo atrito e ainda, reduzida, quando o consumo foge aos escorregadios, como lama, pedregulhos, areia ou números obtidos em uso normal. pista molhada) pode ser feita em velocidade de até A GM apresenta como principal arma de vendas 90 km/h. O engate da reduzida, que serve para do Tracker o seu preço, que é o menor entre todos atravessar terrenos alagados, com muito barro, os modelos do mercado que oferecem tração 4x4. rios ou subidas íngremes, deve ser feita com o Menor até mesmo que o nacional EcoSport, da carro parado. Ford. Por esta razão, o consumidor da marca do Nos testes realizados durante o lançamento do oval, ganhou superdesconto da montadora: o EcoSTracker, na pista de 4x4 do campo de provas da GM, port 4x4 passou de R$ 72 mil para R$ 65 mil e ainda em Indaiatuba, interior de São Paulo, o novo baixou os valores de outras versões, aproveitando o modelo venceu todas as barreiras com tranqui- lançamento do modelo com transmissão autolidade, inclusive rampa com inclinação de 60%. No mática, tentando não perder espaço para o Tracker asfalto ele rodou macio com tração 4x2 mas e outros veículos (nada radicais) recém-lançados. "avisou" que nas curvas é preciso, sempre, lembrar Completo, com teto solar elétrico, air bag duplo, que ele é um utilitário. freio ABS e EBD (sistema de distribuição eletrônico de frenagem), o Tracker oferece-se mais completo e Números - Ainda que se tratando de um veículo com preço menor que toda a concorrência no com características tipicamente "off-road", o Tra- segmento, até mesmo diante de modelos com cker tem um bom desempenho no asfalto. Sua tração 4x4 e reduzida. O Mitsubishi Pajero, promáxima vai aos 168 km/h e atinge aos 100 km/h em duzido no Brasil, por exemplo, custa R$ 71.690; o 11,9 segundos. O consumo, segundo a fábrica, é de coreano Hiunday Tucson, um dos sucessos de 10,1 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada, o que vendas da temporada, é vendido a R$ 84.500, representa média de 10,7 km/l no uso misto. enquanto os japoneses Honda Civic CR-V e Toyota Exclua-se destes cálculos usando tração 4x4 e, mais RAV 4, ultrapassam os R$ 100 mil.
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D C A R R O 3A
CITROËN C4-PICASSO
Pablo de Sousa
MAIS UM FRANCÊS BEM DIFERENTE Após o Xsara Picasso e o C8, a Citroën traz para o Brasil seu terceiro monovolume e com visual inovador, o C4 Picasso ANDERSON CAVALCANTE
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ocê já teve oportunidade de conhecer o Citroën C4, lançado recentemente pela marca francesa? É inegável que ele possui um design arrojado e diferenciado do que se vê atualmente no mercado automobilístico. Agora tente imaginar o que passa na cabeça de um projetista ao realizar um modelo que leva o mesmo nome deste carro e o sobrenome Picasso, utilizado em um monovolume que também foi inovador no seu visual, o Xsara Picasso. O resultado não poderia ser outro, por mais que, do lado de fora, ele não deixe claro toda esta revolução visual, ao entrar no veículo você logo sente que ali há algo muito novo. Mas vamos deixar a parte interna para depois! O novo monovolume da Citroën chega ao mercado brasileiro em março de 2007, custando a partir de R$ 90 mil e a marca pretende comercializar 1.500 unidades por ano. Potência - O C4 Picasso utiliza uma nova caixa
Fotos: Divulgação
Permite transportar até sete pessoas ou ampliar o espaço para bagagens
Ângulo de visibilidade vertical: 70°. Em outros monovolumes é de 35°.
A troca de marchas é feita em aletas na coluna de direção
O monovolume compacto de sete lugares vem completar a gama Citroën. Agora, a marca oferece os menores, Xsara Picasso e C4 Picasso, e o grande C8.
de câmbio manual pilotada de 6 marchas, casada com o motor 2 litros, a gasolina, de 143 cv. A suspensão pneumática no eixo traseiro garante conforto e bem-estar ao motorista e também para os passageiros, permitindo que o carro mantenha uma posição horizontal constante independente da carga e a possibilidade de se abaixar ou levantar a altura do porta-malas para facilitar o carregamento de objetos através de um comando encontrado dentro do porta-malas. A climatização é automática em quatro zonas com regulagens individualizadas. Um detector de qualidade de ar impede os poluentes presentes no lado de fora de entrar no espaço interno. Completando os itens de bem-estar, o C4 Picasso vem equipado com perfumador de ambiente, sistema hi-fi com 8 alto-falantes repartidos e os vidros laterais são folhados acusticamente. Tudo para o usuário se sentir "em casa". Finalmente o visual - Quando o DCarro foi convidado a conhecer o C4 Picasso, o fotógrafo Pablo de Sousa teve o contratempo de um dia chuvoso que praticamente zerou suas possibilidades de registrar cada detalhe do carro de maneira agradável. Com isso, o que era para ser uma sessão de fotos passou a, praticamente, ser um passeio para o profissional. Acostumado a "clicar" lançamento de várias marcas muitas vezes dando a impressão de fazê-lo automática e instintivamente, ao entrar no monovolume da Citroën, Pablo mostrou-se inquieto e logo declarou o motivo. "Você percebeu a quantidade de luz que entra nesse carro, mesmo em um dia de chuva. E todo desenho interno é bem diferente do que se vê por aí. É tudo muito surpreendente e ele é lindo". Esta iluminação é garantida pelo amplo pára-
Com a terceira fileira escamoteada, espaço para 576 l. de volume
Motor 2 litros a gasolina com 143 cv
brisa que garante ótima visibilidade (ângulo de visão vertical é de 70°, enquanto que a maioria dos monovolumes tem 35°) e, ainda, com o auxílio de um teto solar envidraçado.
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Planalto Congresso Refor mas Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Se a PF não conseguiu, porque a CPMI vai conseguir? Antônio Carlos Biscaia
CNBB CRITICA PROPOSTA PARA PREVIDÊNCIA
CPMI PODE SER ENCERRADA SEM REVELAR A COMPRA DO DOSSIÊ.
Eymar Mascaro
QUEM DEU O DINHEIRO? D CONTINUA O MISTÉRIO.
O
presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), admitiu ontem que a comissão deve encerrar seus trabalhos sem descobrir a origem dos R$ 1,7 milhão apreendidos com o policial aposentado Gedimar Passos e o empresário Valdebran Padilha em São Paulo. O dinheiro seria usado para comprar do empresário Luiz Antônio Vedoin o dossiê com papéis que supostamente comprometeriam os tucanos com o escândalo das sanguessugas. Para Biscaia, o caso só vai ser esclarecido se Gedimar ou o ex-assessor do senador Aloizio Mercadante, Hamilton Lacerda, que prestam depoimento hoje na CPMI, decidirem contar de onde vieram os dólares e reais apreendidos pela Polícia Federal. Lacerda foi apontado pela PF como o responsável por levar o dinheiro ao hotel em que Gedimar e Valdebran foram
HOJE TEM DEPOIMENTOS DE GEDIMAR E LACERDA
A
20 dias de seu término, a CPMI dos Sanguessugas interroga hoje dois importantes personagens do escândalo do dossiê: Gedimar Passos, que foi preso pela Polícia Federal com R$ 1,7 milhão, que seria usado para a
presos. Os dois prestaram depoimento na PF e se negaram a apontar a origem do dinheiro. Lacerda nega, inclusive, ter levado os recursos até o hotel. "Só se chegará à origem do dinheiro se um dos dois falar. A participação das pessoas está demonstrada. Mas a origem dos recursos só será conhecida se algum deles disser. Até agora, só temos especulações. Aquilo que foi feito já está claro", afirmou Biscaia. "É muito pouco provável. Se a PF não conseguiu, por que a
CPMI vai conseguir?", completou o deputado. Biscaia explicou que os trabalhos de apuração da CPMI devem terminar nesta semana. Na próxima quarta-feira serão ouvidos os ministros Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União, e Paulo Bernardo, do Planejamento. Os dois devem ir à comissão propor alterações no sistema de elaboração do orçamento da União. A idéia é discutir propostas no relatório final da CPMI que modifiquem o sistema atual de desti-
nação de verbas federais por meio de emendas parlamentares, que foram usadas para beneficiar as licitações fraudulentas para compra de ambulâncias vencidas pelas empresas de Vedoin. Depois de ouvir as sugestões dos ministros, segundo Biscaia, o relator da CPMI, senador Amir Lando (PMDBRO), vai querer ter tempo para preparar o seu relatório. Embora o presidente da comissão já considere os trabalhos de apuração praticamente encerrados, os deputados Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da comissão, Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPMI, e a senadora Heloísa Helena (PSol-AL) tentam prorrogar as investigações. Eles fizeram uma consulta às mesas da Câmara e do Senado sobre a possibilidade. Para Biscaia, a tentativa é inviável: "O relator quer concluir nesta semana. O regimento e a Constituição são muito claros", explicou o deputado. (AOG)
compra dos documentos, e Hamilton Lacerda, ex-assessor do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e conhecido como o "homem da mala". Nas duas últimas semanas, a CPMI já ouviu os depoimentos de Valdebran Padilha – que foi preso junto com Gedimar –, Jorge Lorenzetti, Expedito Veloso e Osvaldo Bargas. Todos eles estão envolvidos no escândalo. A situação de Hamilton Lacerda ficou delicada depois de cruzamento feito pela
CPMI entre telefonemas dados pelos envolvidos e imagens captadas pelas câmeras do hotel Íbis. Seis horas antes de Gedimar e Valdebran serem presos, o ex-assessor de Mercadante entrou no hotel com uma pasta marrom e duas sacolas. E depois de encontrar-se no saguão com Gedimar e subir no elevador, Hamilton telefonou para Jorge Lorenzetti, apontado pela Polícia Federal como responsável pela operação de compra do dossiê.
Lacerda ligou para Lorenzetti à meia noite e 33 minutos do dia 15. Falou com ele durante um minuto e oito segundos. Pelas imagens das câmeras internas do hotel, à meia noite e 14 minutos, o exassessor de Mercadante entrou no elevador, acompanhado de Gedimar. Os dois subiram com uma pasta marrom e duas sacolas. A Polícia Federal suspeita que R$ 780 mil, em reais e em dólares, estariam dentro dessas sacolas. (AE)
Antonio Cruz / ABr
A origem dos recursos (para compra do dossiê) só será conhecida se algum deles disser. Antônio Carlos Biscaia
HILDEBRANDO SE DIZ VÍTIMA DE COMPLÔ Givaldo Barbosa / AOG
O
ex-deputado e coronel da PM do Acre, Hildebrando Pascoal (PFLAC) chorou e se disse vítima de um complô durante o primeiro dia de julgamento pelo assassinato do bombeiro Sebastião Crispim, em 1997. Hildebrando é acusado de ser o mandante do crime, pois Crispim iria prestar depoimento contra ele quando foi morto. O bombeiro era uma das testemunhas da Subcomissão Nacional de Direitos Humanos, que foi criada para investigar a existência de um "esquadrão da morte", que estaria atuando no Acre sob o comando do ex-deputado. Choradeira – Hildebrando se defendeu durante quatro horas. Foi às lágrimas ao afirmar que o Ministério Público e a Polícia Federal estariam armando um complô contra ele, em conjunto com cinco acusa-
O ex-deputado também é acusado de tráfico de drogas.
dos que já foram condenados pelo crime, e que teriam responsabilizado Hildebrando pelo assassinato com o propósito de prejudicá-lo. Para o ex-deputado, os acusados teriam negociado com as autoridades para responsabilizá-lo pelo crime, e teriam for-
jado provas para incriminá-lo. Hildebrando teve seu mandato cassado em 1999. Ele também se disse perseguido pelos juízes do estado, por ter descoberto um esquema de Caixa 2 do Judiciário, além de ter cortado vencimentos irregulares obtidas pelos
magistrados locais. Hildebrando chegou até mesmo a se declarar um "preso político". "Sou inocente. Não sou criminoso, sou vítima de uma conspiração", declarou Hildebrando, emocionado. Condenados – Os cinco acusados do crime são Reginaldo Rocha de Souza, João Pinheiro, Alexandre Alves da Silva, Alex Fernandes Barros e Raimundo Alves de Oliveira. Outro acusado, Ronaldo Romero, foi absolvido pela Justiça por falta de provas. O julgamento de Hildebrando deve durar pelo menos três dias. O evento está sendo realizado no auditório da Justiça Federal, em Brasília. O ex-deputado está preso desde 99, condenado a mais de 60 anos de prisão por tráfico de drogas e crime eleitoral, além de homicídio. Ele cumpre pena no Acre. (Agências)
VEREADORES ROUBAVAM GADO
A
s polícias Militar e Civil prenderam 14 pessoas e tentavam cumprir mais cinco mandados de prisão temporária contra acusados de roubo ou receptação de gado e formação de quadrilha, na tarde de ontem, na região de Palmital, a 380 quilômetros de Curitiba, no centro-oeste do Paraná. Entre os presos estão os vereadores Josmar Moreira Pereira, de Laranjal, e José Rodrigues de Assis, de Altamira do Paraná. Também foram apreendidos seis armas e vários animais.
Os pedidos para a prisão foram feitos pela Promotoria de Justiça de Palmital, após relatório da polícia que apontou 19 nomes de acusados. "Agora vamos
apurar a efetiva participação de cada um, se era no roubo, transporte ou receptação", disse o delegado Eduardo Mady Barbosa. Segundo ele, o vereador de Altamira do
Paraná já esteve preso, sob acusação de furto de gado. O delegado afirmou que há muita dificuldade de locomoção no interior do município para recolher o gado supostamente roubado. "Mas já foram feitas fotos e muitos animais estão remarcados", disse. De acordo com ele, há um mês foram roubadas cerca de cem cabeças de uma única fazenda. Entre os detidos, quatro foram presos em flagrante, por posse de arma de fogo. Os outros tiveram expedida prisão temporária de cinco dias. (AE)
A partilha
iscretamente o PMDB começa a lotear cargos no governo federal. Está prevista para hoje a reunião da Comissão Executiva do partido para debater a participação no governo de coalizão idealizado por Lula. Os peemedebistas tomam cuidado na partilha dos cargos para evitar que o acerto com o PT pareça um toma-lá-dá-cá. O PMDB é o principal partido no governo de coalizão. O partido entra no jogo da barganha com duas expressivas bancadas: 89 deputados e 18 senadores. Mas nem todos aceitam governar junto com Lula. Sinal evidente de que o partido vai continuar rachado.
MINISTÉRIO Comenta-se que o PMDB ampliará seu espaço no governo. O partido pode ganhar de cinco a seis ministérios, além de ocupar cargos no 1º escalão e nas empresas estatais. É provável que Lula tenha de sacrificar o PT para atender o apetite do PMDB.
DE FORA Ao contrário do que se dizia, a senadora Roseana Sarney não deverá ser ministra. O pai da senadora, José Sarney, admite que ficaria mais exposto aos críticos se a filha figurasse no ministério. Roseana deve ficar com uma função especial no Senado.
OPOSIÇÃO Apesar do acordo já fechado com o presidente Michel Temer, Lula vai continuar sendo alvo de críticas de alguns senadores do PMDB, entre os quais Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS). Os dois ainda lutam para que o partido se declare independente.
APETITE Não se resume apenas aos ministérios e a cargos no 1º escalão a participação do PMDB no governo. O partido ainda deseja eleger o presidente da Câmara. Três deputados mantém suas pré-candidaturas: Geddel Vieira Lima (BA), Eunício Oliveira (CE) e o próprio Michel Temer (SP).
CONTRAPONTO Além do PMDB, a presidência da Câmara é cobiçada também pelo PT, embora Lula declarasse sua opção pelo continuísmo de Aldo Rebelo (PC do B). O PT tem dois pré-candidatos ao cargo: Arlindo Chinaglia (SP) e Walter Pinheiro (BA).
Em recente encontro com Temer, Jobim revelou sua pretensão. Mas Temer pode continuar no cargo, porque ficou mais forte ao se compor com o governo do presidente Lula.
ENCONTRO O ministro Tarso Genro confirma para dezembro a provável reunião de Lula com os governadores tucanos eleitos de São Paulo e Minas, José Serra e Aécio Neves. Será um encontro a três. Lula pretende se encontrar também com outro tucano: o presidente do PSDB, Tasso Jereissati.
PULOU FORA Lula decidiu não insistir mais em se encontrar com FHC. O ex-presidente tucano tem dito e repetido que não tem nada que justifique um diálogo com Lula. Como se vê, FHC deve se conduzir como o principal tucano a fazer oposição ao governo.
DÍVIDA O PT vai começar a passar o chapéu nos estados: a meta é arrecadar fundos para sanear uma dívida de campanha que pode ir de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões. A direção nacional, portanto, está pedindo socorro aos diretórios estaduais.
FAZENDO CONTAS Hoje é o último dia para que o presidente Lula e o ex-candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, apresentem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) as prestações de contas de campanha.
DESAFIO Renan Calheiros ameaça não fazer acordo com o PFL para a divisão de cargos na Mesa Diretora do Senado, se os pefelistas insistirem em falar no lançamento de candidato próprio ao cargo, que seria José Agripino (RN). Renan e Agripino já cabalam os votos dos senadores.
FUTURO Apesar de participar do governo de coalizão do PT, o PMDB fala em apresentar candidato próprio à presidência da República em 2010. Quem ameaça levantar vôo é o senador eleito por Pernambuco, Jarbas Vasconcelos.
SUCESSÃO O ex-ministro do STF, Nelson Jobim, se apresenta como candidato a substituir Michel Temer na presidência do PMDB.
AMEAÇA Se José Serra se aproximar de Lula, até por necessidade de governabilidade, os deputados estaduais do PT querem saber como se comportar na oposição diante do novo governador paulista. A bancada petista na Assembléia já engatilhou no legislativo algumas CPIs contra os tucanos.
ADESÃO A bancada de deputados estaduais do PMDB em São Paulo estaria disposta a dar apoio ao governo Serra. Mas enfrenta um obstáculo: Orestes Quércia. O ex-governador quer o partido independente. Quércia, porém, perdeu a razão ao se aproximar de Lula, justificam os deputados.
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Congresso Planalto Judiciário CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 A divulgação (dos supersalários) será positiva para o Judiciário. Rodrigo Collaço
MINISTRA DESISTE DE IR AO CONGRESSO
Fabio Pozzebom/ABr
GRACIE RECUA E NÃO VAI AO CONGRESSO A ministra iria pela segunda vez à Câmara para defender interesses corporativos. Sua primeira visita resultou num impacto financeiro de R$ 5 bilhões.
A
repercussão nega- beneficia diretamente a ministiva das propostas tra. Pela proposta, Ellen Gracie de aumentar os sa- e os 14 integrantes do CNJ telários dos minis- rão um aumento em mais de tros do Supremo Tribunal Fe- R$ 5 mil em seus salários. Caso deral (STF) e criar um jeton pa- o jeton seja criado, os consera os integrantes do Conselho lheiros vão receber acima do Nacional de Justiça (CNJ) le- teto salarial. O salário de Ellen Gracie povou ao cancelamento da reunião marcada para hoje da pre- derá subir dos atuais R$ 24,5 sidente do Supremo, ministra mil para R$ 30,3 mil e os saláEllen Gracie, com o presidente rios dos outros 14 integrantes da Câmara, Aldo Rebelo (PC do CNJ deverão passar de R$ do B - SP), e os líderes dos prin- 23,2 mil para R$ 28,8 mil. O oucipais partidos. tro projeto aumenta o salário Fora da pauta – Os dois pro- dos ministros do Supremo dos jetos e o que cria cargos tam- atuais R$ 24,5 mil para R$ 25,7 bém para o STF foram retira- mil e provoca aumento salarial dos ontem da pauta prevista em cascata para todo o Judiciápara esta semana, na Câmara. rio e, caso seja aprovado, proA própria ministra pediu a Re- vocará um impacto anual de belo o cancelamento da reu- cerca de R$ 100 milhões com os nião que ela mesma havia soli- reajustes dos magistrados. Com o cancitado com o objetivo de decelamento da fender junto reunião com a ministra, os líaos líderes a aprovação de deres partidários deverão alguns projetos de interesse encontrar milhões de reais é o na liderança se do Judiciávalor que o governo rio que espedo governo na Câmara para ram votação federal terá que na Câmara. Os discutir a paudesembolsar a mais, ta. Foram projetos que tratam de mantidos os graças ao efeito questões proprojetos que cascata provocado c e s s u a i s f odisciplinam a pelo aumento. ram mantidos edição, a revisão e o cancena pauta do plenário. lamento das De novo – Essa seria a se- chamadas súmulas vinculangunda vez que a presidente do tes (as decisões tomadas pelos Supremo se reuniria com os lí- tribunais superiores que dederes partidários na Câmara. vem ser seguidas por todo o JuNo início de setembro, ela par- diciário); que permitem recurticipou da reunião para pedir a so extraordinário ao Supremo aprovação de projetos de inte- apenas nos casos de repercusresse do Judiciário. O resulta- são geral; e o que trata de mando foi a aprovação na mesma dados de segurança coletivos. semana de projetos de reestruConforme análises prelimituração de carreira do Judiciá- nares, há 200 desembargadorio que provocaram um im- res estaduais (há cerca de mil pacto de cerca de R$ 5,1 bilhões na ativa) que recebem remuneaos cofres públicos com os au- ração acima do teto de R$ 24,5 mentos salariais estabelecidos mil. Neste caso, O CNJ deverá comunicar aos tribunais que é nas propostas. O projeto que prevê o paga- preciso que os vencimentos de mento de jetons aos membros seus magistrados se adequem do CNJ e aos juízes auxiliares aos patamares legais. (AE)
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Gracie: cancelou a reunião, com os líderes dos partidos no Congresso, que trataria dos aumentos salariais dos magistrados.
SUPERSALÁRIOS SERÃO DIVULGADOS
Os magistrados que continuam a receber salários acima do teto são marajás travestidos de juízes. Flávio Pansieri
A presidente do CNJ divulgará o número de magistrados com vencimentos acima do teto. Mas, no Congresso, tramitam projetos de aumento.
A
presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ellen Gracie, deve anunciar hoje o número de desembargadores e servidores do Poder Judiciário que ganham supersalários. Ellen Gracie não deverá revelar os nomes dos magistrados e funcionários da Justiça que recebem remunerações superiores ao teto do funcionalismo, que atualmente é R$ 24,5 mil, mas que pode passar em breve para R$ 25,7 mil. Os presidentes dos tribunais que pagam salários superiores a esse patamar serão comunicados pelo CNJ de que devem se adequar ao teto do funcionalismo. Também deverá ser definido o tratamento que será dado ao passado. Ou seja, se quem recebeu mais do que R$ 24,5 mil nos últimos oito anos terá de devolver ou não o dinheiro para os cofres públicos. No entanto, são esperadas reações e até mesmo disputas judiciais em torno do
assunto. Causa própria – Ao mesmo tempo em que divulgará os casos em que o teto não é respeitado, Ellen Gracie tenta aprovar no Congresso Nacional dois projetos de lei que aumentarão o seu próprio salário e de colegas do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), tribunal presidido pela ministra. O primeiro projeto propõe que o salário de ministro do STF, que é o teto do funcionalismo, seja aumentado dos atuais R$ 24,5 mil para R$ 25,7 mil. Se esse projeto for aprovado, haverá um reajuste em cascata nos salários do Judiciário. O outro projeto pede que seja pago um jeton para os conselheiros do CNJ de quase R$ 6 mil para quem acumula funções do conselho com outras atribuições no Judiciário. Entre as pessoas eventualmente beneficiadas por esse projeto está a própria Ellen Gracie. Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros
(AMB), Rodrigo Collaço disse que a entidade, que representa cerca de 16 mil juízes, defende a aplicação do teto salarial. "A divulgação será positiva para o Judiciário", afirmou. Collaço reconheceu que há uma sensação na sociedade de que é generalizado o recebimento de supersalários por integrantes do Judiciário. Mas, segundo ele, isso não é a realidade. Os números somente serão divulgados hoje pela presidente do CNJ. Há estimativas de que cerca de 20% dos desembargadores recebem remunerações superiores ao teto salarial, o que deve atingir pelo menos 400 magistrados, entre ativos e inativos. Marajás – O presidente da Academia Brasileira de
Direito Constitucional, Flávio Pansieri, disse ontem que os magistrados que continuam a receber salários acima do teto são "marajás travestidos de juízes". Ele afirmou que será "salutar para a democracia" a divulgação desses casos. "Sinto hoje em todo o Brasil uma resistência muito grande dos tribunais de Justiça de se submeterem ao valor fixado pelo teto salarial dos três Poderes", disse. "Todos aqueles que estão recebendo acima do teto estabelecido pela lei estão desrespeitando a Constituição vigente no País. É lamentável que isso ocorra com representantes da sociedade que deveriam ser os primeiros a respeitar as leis vigentes no País", concluiu. (AE)
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Congresso Planalto Refor mas CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
O presidente Lula quer conversar em particular com Serra e Aécio. Tarso Genro
CNBB CRITICA PROPOSTA PARA A PREVIDÊNCIA
PREVIDÊNCIA TRANSIÇÃO EM SÃO PAULO
REFORMA Serra: atenção aos jovens TERÁ AMPLA M DISCUSSÃO
O
governo decidiu do novo sistema valeria só ampliar o debate e para quem ingressasse no analisará a mercado de trabalho após a proposta de regulamentação da reforma. O governo ainda não reforma da Previdência apoiada pelo "superlobby" de conseguiu construir uma 90 entidades do setor privado. posição de consenso e "Levaremos em consideração continua dividido nesse todas as sugestões que estão assunto. Há os integrantes sendo feitas", disse ontem o que acham que medidas na ministro da Fazenda, Guido área de gestão são suficientes Mantega. "Nós pretendemos para combater o déficit da ouvir toda a sociedade Previdência, que chegará a R$ 42 bilhões este ano. Outros brasileira, desde o setor produtivo até os defendem uma reforma mais profunda, alterando o texto beneficiários, de modo que essa será uma discussão da Constituição. aprofundada, feita às claras." Críticas – O vice-presidente Mantega reconheceu que o da Confederação Nacional governo ainda não tem uma dos Bispos do Brasil (CNBB), decisão tomada d. Antônio Celso sobre como Queiroz, criticou equacionar o as mudanças nas problema da regras de Não podemos aposentadoria Previdência. "A permitir que única posição que previstas na proposta de já temos firmada é algumas classes continuem sendo que nós temos de reforma da Previdência Social. melhorar muito a privilegiadas em gestão do setor", "A reforma é detrimento da disse. "Mais do necessária, mas que isso, temos de maioria. precisa ser feita fazer uma Bispo D. Antonio com Justiça", discussão Queiroz afirmou. profunda para ver Segundo d. Antônio, a entidade se se é necessário que se adotem outras medidas." mobilizará para apoiar as lutas contra mudanças que O ministro ressaltou que essa é uma discussão são propostas, como o fim do 13º salário para aposentados, complexa, que em outros países consumiu quase uma o aumento da idade mínima e década antes de ser a desvinculação do reajuste encaminhada. "Não vamos do benefício pelo salário demorar tanto assim", mínimo. acrescentou Mantega. "Os aposentados precisam A proposta do ir às ruas e participar como cidadãos", disse ele, que na "superlobby", que reúne entidades de peso como as quinta-feira passada discursou numa manifestação confederações da Indústria (CNI), do Comércio (CNC) e contra a proposta, que reuniu aposentados em Catanduva, Agricultura (CNA), Bovespa, Febraban (bancos), Andima, no interior de São Paulo. Para D. Antônio, o atual Fiesp, Fenaseg (seguros) e associações comerciais, prevê sistema beneficia poucos e que a idade mínima para prejudica muitos. "Não aposentadoria passaria a 67 podemos permitir que anos tanto para homens algumas classes continuem quanto para mulheres. sendo privilegiadas em Os benefícios não seriam detrimento da grande maioria mais fixados conforme o valor da população", afirmou. do salário mínimo. Seria Para o bispo, políticos, implantado um sistema misto militares e membros do Poder entre o de repartição (no qual Judiciário são os grandes favorecidos pelo atual sistema quem trabalha contribui para pagar os aposentados, como é previdenciário. "Enquanto isso, a maioria dos hoje) e o de capitalização (cada um recebe conforme aposentados fica na miséria", sua contribuição). A proposta disse D. Antônio. (AE)
Clayton de Souza / AE
ais uma mudança na estrutura do governo paulista está sendo estudada pela equipe do governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB). Desta vez, o alvo é a Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer. A proposta é de criar um órgão vinculado ao gabinete de Serra ou à Casa Civil para tratar especificamente das políticas públicas para os jovens, tirando assim essa atribuição da atual secretaria. A avaliação é de que a área está esquecida e precisa de mais integração com os diversos setores do governo para dar resultados. O projeto de reformulação deve ser apresentado a Serra nesta semana, quando o tucano começa a receber um diagnóstico de cada área do governo estadual feito pela equipe de transição no último mês. Confirmada, essa não será a primeira alteração no desenho da máquina estadual. Serra já anunciou que pretende mexer nas pastas de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e na Casa Civil. Reportando-se diretamente ao governador, o objetivo é que esse órgão – poderia ser uma coordenadoria ou uma secretaria especial – fortaleça programas e projetos para os
Para o governador, é preciso maior integração com outros setores do governo para desenvolver políticas voltadas para a juventude.
jovens e cobre das secretarias um olhar especial para esse grupo. Seria um movimento parecido com o que houve na questão do meio ambiente e dos deficientes físicos. Para comandar a Secretaria de Esporte, foi convidado o atual diretor-executivo do Instituto Sou da Paz, Denis Mizne, mas a idéia não prosperou. Não está descartada a possibilidade de a pasta entrar na cota de algum aliado. Nomeação – O governador eleito anunciou ontem o novo
procurador-geral do Estado a partir de 2007. Ocupará o posto o atual presidente da Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo (Apesp), Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo, que é mestre em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito da USP. Serra escolheu 13 secretários até agora, priorizando as pastas estratégicas, como Segurança, Saúde, Educação, Transportes Metropolitanos, Casa Civil e Administração Penitenciária. Entre as indefinições, as pastas mais cobiça-
das são Habitação, por causa do orçamento gordo e da influência política no Estado, e Transporte, em virtude de obras milionárias, como por exemplo o Rodoanel. É certo que essas duas pastas não entrarão no processo de acomodação política. O PFL foi o único parceiro agraciado por enquanto. Na fila por espaço na máquina estão o PTB e a MD. Os petebistas, que têm cargos no governo desde a gestão Mário Covas, devem perder poder com Serra – já perderam a pasta do Trabalho. A avaliação é de que o partido já não tem mais a mesma força na Assembléia – elegeu apenas quatro deputados estaduais, ante os sete da atual gestão. Do lado da MD, a situação também está indefinida, porque o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique Brito Cruz, escolhido para ocupar a Ciência e Tecnologia, recusou o convite. Diálogo – O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer retomar em dezembro as conversas com os governadores, em especial José Serra e Aécio Neves (MG). "O presidente vai conversar pessoalmente com os dois", afirmou Tarso. (AE)
CAMPANHAS GASTAM R$ 180 MI Este deve ser o valor declarado pelos comitês de Lula e Alckmin. Agora, PT e PSDB tentam zerar o déficit.
A
s prestações de contas que PT e PSDB entregam hoje à Justiça Eleitoral revelam que os dois partidos gastaram juntos algo em torno de R$ 180 milhões somente com a campanha presidencial. O número supera todas as previsões iniciais, torna a corrida presidencial deste ano a mais cara da história democrática brasileira e reforça a tese de que o caixa dois foi o principal meio de financiamento eleitoral em 2002. Naquele ano, em valores corrigidos pela inflação do período, os dois partidos declararam despesas somadas de cerca de R$ 100 milhões. Os principais comandantes dos comitês do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do candidato derrotado Geraldo Alckmin passaram o dia de ontem com calculadora na mão. As duas campanhas terminaram as eleições no vermelho,
isto é, gastaram mais do que conseguiram arrecadar. Até hoje, os tesoureiros das duas campanhas buscavam meios de tentar reduzir o déficit que, nos dois casos, se aproximava de R$ 5 milhões. "Vai faltar um pouco de dinheiro. Todo o esforço dos últimos dias foi para diminuir este déficit", comentou um integrante do comitê tucano. Lula, Alckmin e os 20 candidatos a governador que disputaram o segundo turno das eleições em dez estados têm até às 19h de hoje para entregar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a prestação de contas final, que inclui a lista de todos os doadores de recursos. A exemplo do que ocorreu em 2002, as grandes empreiteiras e os bancos responderão pelas maiores contribuições nas eleições de outubro. Em 2002, o PT informou à Justiça eleitoral ter desembol-
sado cerca de R$ 47 milhões (em valores já corrigidos) para eleger Lula. Neste ano, segundo fontes do partido, o valor deve se aproximar de R$ 100 milhões, ultrapassando o teto estimado pelo partido no início da corrida eleitoral (R$ 89 milhões). No segundo turno, o PT corrigiu o limite para R$ 115 milhões, mas não deverá se aproximar deste valor. A prestação de contas da reeleição de Lula será apresentada oficialmente hoje pelo presidente do PT e coordenador da campanha, Marco Aurélio Garcia, e pelo tesoureiro do comitê, José de Fillipi, que chegou ontem à noite em Brasília. Já o PSDB informou ter gasto em torno de R$ 51 milhões na campanha derrotada de José Serra, em 2002. Neste ano, segundo o tesoureiro da campanha de Alckmin, Eduardo Jorge, as despesas não ultrapassarão o teto de R$ 85 milhões.
"O partido elevou o teto para R$ 95 milhões para ter uma margem de segurança, mas não foi preciso ultrapassar a previsão inicial", explicou Eduardo Jorge. O aumento de quase 100% dos gastos em relação a 2002 produziu a certeza, para cientistas políticos e especialistas em lei eleitoral, de que o caixa dois foi uma prática adotada em massa naquele ano. Principalmente porque as eleições deste ano foram as primeiras sob as regras: a proibição de showmícios, outdoors e da distribuição de brindes como camisetas. Neste ano, a maior parte dos gastos foi concentrada na impressão de material de propaganda e na produção dos programas de TV. Cristovam Buarque (PDT) e Heloísa Helena (PSol) declararam juntos gastos de menos de R$ 2 milhões. (AOG)
Empresas Nacional Agronegócio Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
PRODUÇÃO DE SUCO É DE 1,4 MILHÃO DE TONELADAS
CRESCE O CONSUMO DE SUCO DE LARANJA
Marcelo Barabani/AE
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Sucos sem diferenciação estão perdendo mercado para produtos premium e de marcas próprias
Antonio Milena/AE
A substituição da fruta ao natural pelo suco processado é cada vez maior e, com isso, crescem as oportunidades da citricultura brasileira. Atualmente, o País é o maior produtor e exportador mundial de suco de laranja.
C
Divulgação
om o aumento do um estudo sobre esse mercado consumo de sucos e detectaram suas tendências. O levantamento pode ser vide frutas nas mais diversas formas, a sualizado nos sites do Progracitricultura brasileira mantém ma de Estudos do Sistema boas oportunidades no merca- Agroindustrial (Pensa) e do do internacional, mesmo con- Instituto de Estudos de Comércio e Negocorrendo com uma variada ciações Internacionais (Icooferta de bebidas, como nécne): www.iconebrasil.org.br e tares de frutas, de soja e água w w w . p e nsa.org.br. de coco. A constatação é dos O consumo de laranja na professores da forma de suco Faculdade de tem sido maior Economia e que ao natural Administração da Universidaem todo o mundo. As pessoas de de São Paulo (FEA-USP) comem cada vez menos a Marcos Fava Neves e Marcos f ru t a , p r i n c ipalmente nos Sawaya Jank, Suco Ades: concentrado que realizaram países desen-
Colheita automática de laranja na região de Bebedouro, no interior de São Paulo. Brasil domina a técnica de fabricação do suco concentrado.
volvidos. Em uma década, o consumo anual de laranja ao natural caiu de 13 quilos para 9,7 quilos por pessoa. A razão para essa redução é o fato de o suco pasteurizado ter um sabor semelhante ao espremido e ser mais prático. Além disso, o consumo de outras frutas, como banana, morango e uva, tem sido facilitado pela melhoria dos sistemas de transporte e armazenamento. Produção – A produção mundial de suco de laranja no ano passado somou 2,37 milhões de toneladas. O Brasil foi responsável por 1,4 milhão de toneladas, correspondente a US$ 1,2 bilhão. Os Estados
Unidos foram o segundo maior produtor com 709 mil toneladas. Juntos, Brasil e Estados Unidos processam 89% de todo o suco da fruta consumido no mundo. Quase tudo que foi fabricado de suco de laranja no País em 2005 foi exportado: 1,37 milhão de toneladas. Os países da Europa e América do Norte compraram 88% desse total. Uma grande parte (724 mil to-
neladas) foi para a Bélgica, seguida da Holanda (428 mil toneladas) e Estados Unidos (270 mil) que, embora produza muito, precisa importar o produto devido ao alto consumo. Crescimento – Segundo os professores, o consumo de sucos de frutas pela população da região da Ásia deve crescer cerca de 82% entre 1997 e 2007. Na Europa Oriental, África e Oriente Médio, esse incremen-
to deve chegar a 67%. Há uma tendência forte de duplicar as exportações brasileiras de néctares e refrescos de frutas para esses mesmos países nesse período. Para agregar valor ao suco concentrado exportado, já há empresas planejando vender os produtos em embalagem asséptica Tetra Pak, prontos para o consumo.
ja, com preços mais altos que os de outras frutas, é pouco desenvolvido no País, mas Marcos Fava Neves, coordenador do Programa de Estudos do Sistema Agroindustrial (Pensa), aponta que a preocupação com a saúde deverá contribuir para a expansão do consumo. Ele também explica que os sucos de laranja de preços médios e sem diferenciação estão
perdendo mercado para produtos premium e de marcas próprias. A sugestão apresentada pelo economista é que as indústrias brasileiras foquem suas atuações nas classes C, D e E para combater os refrigerantes. Os canais de distribuição também precisam ser melhor trabalhados. A idéia é que ganhem pontos como cantinas, creches e academias. (AD)
Adriana David
Brasileiro não toma bebida pronta
O
crescimento das indústrias de sucos e polpas de frutas é maior que o do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e da indústria em geral. Entre 2001 e 2005 foi de 27,7%, cerca de 13 vezes mais que o PIB e a indústria. Apesar desse bom desempenho econômico, o consumo dos sucos ainda é baixo se comparado ao de outras bebidas. Porém, tende a crescer. Desde 1999, enquanto refrescos em pó e refrigerantes vêm apresentando crescimento anual de cerca de 2%, o consumo de sucos e bebidas com néctares e as que são à base de soja têm registrado expansão entre 19% e 39%, respectivamente. O consumo per capita, porém, ainda é baixo. O de suco concentrado é de 4 litros por ano; o de sucos, néctares e refrescos prontos, 2 litros; e o das bebidas à base de soja, 1 litro por ano. Para tentar satisfazer o gosto de todos os brasileiros, a Unilever, que produz a bebida à base de soja Ades, lançou novos sabores do produto: melancia, pêra e tangerina com pêssego. O sabor determina em 50% a decisão de compra de sucos ou néctares. Entre os mais escolhidos estão uva, pêssego e laranja. O mercado de suco de laranAngelo Santilli/AE
Marcos Mendes/AE
Pomar em Araraquara: laranjas prontas para virarem suco
Suco de frutas: bom para saúde
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Beto Barata/AE
1 Com as mudanças, a função do técnico estará discriminada na lei. Marcos Antônio Pereira Noronha, auditor fiscal
GOVERNO QUER INCLUIR A NF-e NO NOVO PACOTE Na reunião de ontem com Lula para discutir medidas para a economia deslanchar, o ministro Guido Mantega defendeu nota fiscal eletrônica.
A
Para Mantega, sistema movido a papel implica a necessidade de "prédios" para guardar talonários e notas fiscais Fotos: Milton Mansilha/LUZ
Reunião para discutir o Superleão teve a presença de auditores, advogados e empresários
Senador Rodolpho Tourinho: redação mais benéfica para contribuinte
Amaral: direito garantido
As bondades da Super-Receita
D
eve ser votado hoje pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado o Projeto de Lei n° 20/2006, que institui a união das secretarias de arrecadação da Receita Federal e da Previdência Social, conhecida como Super-Receita. A boa notícia é que, segundo o relator da proposta, o senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), foram incorporadas ao novo texto muitas das emendas que promovem maior proteção ao contribuinte. A redação anterior, fruto de uma medida provisória baixada em julho de 2005, foi duramente criticada por líderes do setor produtivo e técnicos da Receita Federal. O senador prevê benefícios no longo prazo para os contribuintes. "Com a Super-Receita, se houver aumento de arrecadação, o governo terá a obrigação moral de diminuir a carga tributária do País", disse Tourinho, durante uma reunião com os membros do Conselho Superior de Assuntos Ju-
rídicos e Legislativos (Conjur) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Críticas – O texto passou a ser discutido entre parlamentares e a sociedade depois que entidades como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a seccional paulista Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) começaram a criticá-lo. A ACSP defendia que a Super-Receita deveria ser criada por projeto de lei para provocar mais discussões sobre seu conteúdo. Já a OAB chegou a anunciar que entraria com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Super-Leão, caso o texto do projeto de lei fosse o mesmo da medida provisória. Segundo o tributarista Antônio Carlos Rodrigues do Amaral, da OAB-SP, a entidade levou diversas emendas para proteger os direitos do contribuinte e 80% delas entraram no texto final do projeto. Uma
emenda estipula um prazo de 360 dias, com possível prorrogação de 180 dias, para que a Receita responda à petição ou recurso de contribuinte. "São iniciativas para trazer equilíbrio à relação Estado-contribuinte e que protegem, principalmente, aqueles com menor poder aquisitivo, que não podem pagar por um advogado", afirmou Amaral. Carreira – O auditor fiscal Marcos Antônio Pereira Noronha, que representou o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, disse que a situação dos auditores também foi acomodada no novo texto. "Haverá três carreiras para os auditores fiscais da Receita e Previdência", explicou Noronha. Quanto aos técnicos da Receita Federal, ele também se mostrou otimista. "Alteramos o texto original e, com as mudanças, o técnico passa a ser denominado analista técnico e suas funções estarão discriminadas na lei", informou. Laura Ignacio
equipe econômica está passando um aperto para conseguir fechar ainda neste ano o pacote de medidas destinadas a fazer a economia crescer até 5% ao ano. "Acho que já estamos fazendo milagre, porque nós estamos avançando de forma bastante satisfatória com todos esses programas, e o presidente quer que façamos isso antes que se encerre a atual legislatura", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao final de mais uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o pacote, na qual se falou sobre a implantação da nota fiscal eletrônica. Especula-se no governo que o programa poderá ser anunciado na entrevista coletiva prometida por Lula no dia em que foi eleito, mas não realizada até o momento. Não será, porém, nesta semana. Hoje à noite, o presidente viaja para a Nigéria, onde participará da reunião de cúpula ÁfricaAmérica do Sul, e só retorna na tarde de sexta-feira. Ontem, as discussões do pacote se concentraram em duas
medidas que melhoram a arrecadação de União, estados e municípios sem a necessidade de aumentar a tributação. Uma é a nota fiscal eletrônica, que vai combater a sonegação. Outra, a agilização das cobranças de dívidas tributárias. Engordar a arrecadação é uma prioridade, pois o pacote de "bondades" na forma de cortes tributários em preparação está em R$ 12 bilhões, mas pouco se falou até agora sobre redução nos gastos públicos. Modernização – Para manter o orçamento equilibrado, só arrecadando mais. A nota fiscal eletrônica, disse Mantega, é um ponto central da modernização do sistema tributário brasileiro. "Hoje, temos um sistema movido a papel e algumas organizações têm prédios só para guardar talonários e notas fiscais", explicou o ministro. "Tudo isso seria removido com um sistema eletrônico." A idéia é que seja criado um imenso banco de dados, onde cada transação será registrada. Uma venda que ingresse no sistema gerará informações para a Receita Federal, para as secretarias de Fazenda dos es-
tados e para as prefeituras. "Isso reduz o custo da burocracia", comentou o ministro. É também um sistema que dificulta a sonegação, porque torna mais fácil a fiscalização. Um exemplo citado por Mantega: um fiscal poderá parar um caminhão com carga em uma rodovia e verificar pela internet se aquela mercadoria recolheu todos os tributos devidos. Dessa forma, disse o ministro, os governos federal , estaduais e municipais terão um aumento "expressivo" de suas arrecadações e poderão investir mais. Dívidas – O sistema de nota fiscal eletrônica já está em implantação. Os estados de São Paulo, Bahia e uma série de municípios já firmaram convênios com o governo federal, de forma a integrar o sistema nacional de controle tributário. O ministro da Fazenda também apresentou a Lula a proposta para acelerar a cobrança de dívidas tributárias, já discutida na semana passada. Segundo o ministro, a União tem perto de R$ 780 bilhões em impostos e contribuições a receber (R$ 500 bilhões, na conta da Receita). (AE)
3º dia do apagão de protesto Cidades 1
Rafael Hupsel/LUZ
Afif (ao centro): a ACSP tentou todas as formas de diálogo com a Prefeitura.
Paulo Pampolim/Hype
ACSP VAI À JUSTIÇA PELOS CARTAZES COMERCIAIS
Medida judicial substitui o diálogo com a Prefeitura. Cidades 1 Ano 81 - Nº 22.261
R$ 0,60
São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h50
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Sérgio Lima/Folha Imagem
José Miguel Gomes/Reuters
NF-e, para engordar o Leão
O ministro Guido Mantega (foto) sai em defesa da nota fiscal eletrônica. Com a medida, governo quer combater a sonegação e agilizar a cobrança de dívidas tributárias. Economia 1
O exterminador de vírus que vem da Romênia É o BitDefender, o conde Drácula do bem, que promete sugar até a última gota a vida ativa das pragas virtuais, sempre prontas a invadir micros e sistemas corporativos desprotegidos. Informática
Equador à esquerda Vitória do chavista Correa: C 4 DC
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Verificamos que em relação ao IR as coisas estão melhorando. Sebastião Luiz dos Santos, pres. do Sindicont-SP,
TERMINA DIA 30 PRAZO PARA ISENTO
ACSP FAZ MUTIRÃO PARA ISENTO DO IR
Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
Serviço é oferecido gratuitamente ao contribuinte no Pátio do Colégio
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esta quinta-feira termina o prazo para declaração de isento do Imposto de Renda para quem ganhou até R$ 13.968 em 2005. Quem não fizer a declaração, corre o risco de ter o Cadastro de Pessoa Física (CPF) cancelado. Para auxiliar a população a ficar em dia com a Receita Federal, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e de Assessoramento no Estado de São Paulo (SesconSP) e o Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (SindcontSP), fará até o dia 30, das 9 horas às 17 horas, um mutirão para preenchimento da declaração no Pátio do Colégio, centro da capital paulista. Ontem, a estudante Laís Soares dos Santos aproveitou o horário do almoço para fazer
sua declaração. Com apenas 18 anos, é a primeira vez que a garota prestou contas à Receita. "Estou procurando emprego e não posso correr o risco de ter meu CPF cancelado." Já o agente de segurança Paulo César Teixeira, que costuma fazer sua declaração de isento na Caixa Econômica Federal, achou a iniciativa da ACSP uma ótima idéia. "Só declaro para ficar em dia. Normalmente pego uma fila enorme no banco e ainda tenho de pagar uma taxa. Hoje (ontem), fiz a declaração em um minuto e gratuitamente", disse. Atualmente, de acordo com o presidente do Sindicont-SP, Sebastião Luiz Gonçalves dos Santos, existem cerca de 63 milhões de brasileiros que se declaram isentos. Até ontem, segundo informações da Receita Federal, 51,6 milhões já tinham prestado contas. "Ape-
sar da cultura do brasileiro de deixar tudo para a última hora, verificamos que em relação ao IR as coisas estão melhorando", afirmou Santos. De longe – A vendedora Michele dos Santos aproveitou o dia de folga ontem, para sair de Itaquera, onde mora, e fazer a declaração. "Esqueci de declarar antes e preferi vir aqui, que é mais rápido e de graça. Sempre fiz em lotérica", afirmou. Já o pedreiro José Vicente Ferreira disse que perdeu menos de cinco minutos da hora do almoço para efetuar a declaração de isento. "Seria ótimo se eles fizessem isso em todos os bairros", falou Ferreira. De acordo com a ACSP, a idéia é justamente, nos próximos anos, levar a iniciativa para todas as distritais da Associação Comercial em São Paulo, e para todo o interior do estado. Tatiana Vicentini
Até quinta-feira, a população poderá se dirigir ao Pátio do Colégio para fazer a declaração de isento
Michele aproveitou a folga e usou o serviço da ACSP
Vicente: em cinco minutos resolveu a pendência
ICMS: anistia pode não sair do papel Nova proposta para a tabela do IR
A
anistia para as multas relativas às obrigações acessórias do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) corre o risco de não sair do papel. Tudo por causa da demora na tramitação do Projeto de Lei (PL) nº 663/06, que trata do assunto, na Assembléia Legislativa paulista. A proposta, que está na pauta do plenário desde 31 de outubro, prevê desconto de 70% nas multas desde que o valor seja recolhido até 30 de novembro. A dois dias do término do prazo, o relator do projeto, deputado Milton Vieira (PFL), ainda estuda seu conteúdo.
ATAS
A anistia de multas, nesse caso, é aplicada, segundo a advogada tributária Viviane Ferraz Guerra, do escritório Peixoto e Cury, a quem deve a Guia de Apuração do ICMS, não emite nota fiscal, não possui Emissor de Cupom Fiscal (ECF) e deve a escrituração em livro próprio, entre outras faltas. O perdão das dívidas constava da versão original da Lei nº 12.399/06, que trata da dispensa de juros e multa aos devedores. Como o prazo fixado na legislação para a anistia envolvendo as obrigações acessórias ia até 30 de setembro e a norma só foi promulgada em outubro, o item foi vetado.
"Acredito que agora não haverá mais tempo para aprovar o PL este ano", diz Adriano Queiroga, coordenador adjunto da Coordenadoria da Administração Tributária (CAT). O PL prevê desconto de 70% do valor para os que estão em débito só com as obrigações acessórias. Queiroga acredita que, com a provável não aprovação da proposta, deixem de entrar no caixa da Secretaria de Finanças R$ 200 milhões. A soma das multas das obrigações acessórias ao montante que os contribuintes devem de ICMS equivalia, em julho, a 3,8% da arrecadação total do Estado. Renato Carbonari Ibelli
A
s principais centrais sindicais de trabalhadores do Brasil finalizaram ontem, em reunião na sede nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo, as diretrizes de uma proposta de correção da tabela do Imposto de Renda. Os sindicalistas propõem um reajuste emergencial de 7,7%, zerando a defasagem do governo Lula, além da ampliação de três para cinco no número de alíquotas. Atualmente, os trabalhadores com renda líquida de até R$ 1.257,12 ficam isentos do pagamento do Imposto de Renda; enquanto os assalariados com vencimentos entre
R$ 1.257,13 e R$ 2.512,08 e acima de R$ 2.512,08 pagam, respectivamente, 15% e 27,5% do valor recebido. Segundo nota divulgada pela CUT, "com o reajuste de 7,7%, os valores sobre os quais incidiriam as diferentes alíquotas seriam de R$ 1.354,80 e R$ 2.707,27, respectivamente, desonerando um importante contingente de trabalhadores. Posteriormente, a CUT defende a adoção de alíquotas variáveis para os vencimentos acima de R$ 1.354,80: de 10%, para até R$ 2.258,00; de 20%, para os que têm rendimentos de até R$ 4.516,00; de 25%, para quem recebe até R$ 6.774,00, e de
27,5% acima desse valor. "É importante deixar claro que a defasagem atual da tabela do IR atinge 50,36%: sendo 7,7% relativos ao governo Lula e 39,52% do período 1996-2002. Temos o compromisso do presidente de zerar as perdas dos últimos quatro anos, mas queremos também resolver o problema do governo FHC, que foi muito prejudicial aos trabalhadores", disse o presidente nacional da CUT, Artur Henrique da Silva Santos. Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), "a proposta vai desonerar a classe média, ampliando o consumo. (AE)
CONVOCAÇÕES
SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DE TECIDOS,
VESTUÁRIOS E ARMARINHO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Edital de Convocação - Assembléia Geral Ordinária Ficam convocados os associados deste Sindicato para a Assembléia Geral Ordinária a realizar-se no dia 30 de novembro de 2006, às 15:00 horas, em sua sede à Rua Paula Souza, 79 - 2º andar - conj. 21, nesta cidade de São Paulo, para deliberar sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Aprovação da Ata da Assembléia anterior; b) Discussão e votação da proposta orçamentária para 2007 com parecer do Conselho Fiscal; c) Discussão e votação da Suplementação de Verbas para 2006, com parecer do Conselho Fiscal. Não havendo número legal, fica marcada nova convocação para duas horas após, no mesmo dia e local, quando será realizada com qualquer número de associados presentes. São Paulo, 28 de novembro de 2006 - Mírcio da Cunha Rego Miranda - Presidente.
EXTRAVIO Terra Preta Reformadora, Comércio de Pneus e Componentes Automotivos, inscrita no CNPJ (MF) 06.198.433/0001-80, estabelecida á Av. Industrial, nº 100 - Bairro Terra Preta, no município de Mairiporã, no Estado de São Paulo, torna público que foi extraviado o TALÃO DE NOTA FISCAL, MODELO 1, SÉRIE 2, NUMERAÇÃO 5450 a 5500, utilizado até a numeração 5462 e a partir da 5463 a 5500 estavam totalmente em branco, conforme Boletim de Ocorrência nº 0816/2006, de 23/11/2006, na 01 D.P. de Mairiporã.
COMUNICADOS
“Rai Ingredients Aromas e Fragrâncias Ltda. torna público que requereu à CETESB a renovação da Licença de Operação para fabricação de aromas e fragrâncias, sito à Rua Chile, 538 - Bairro Taboão - S.B.Campo/SP.”
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 27 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Requerente: Associação Religiosa Imprensa da Fé - Requerida: Editora Francis Ltda. - Rua Tacambira, 79 - 01ª Vara de Falências Requerente: Associação Religiosa Imprensa da Fé - Requerida: Editora Atos Ltda. EPP - Rua Pedro Vicente, 90 - 01ª Vara de Falências Requerente: MTM Factoring Fomento Mercantil Ltda. - Requerida: Alicia Comércio de Roupas Ltda. - Rua Prof. Cesare Lombroso, 129 - 02ª
Vara de Falências Requerente: Vigia Indústria e Comércio de Pescados Ltda. - Requerida: Maxi Frango Alimentos Indústria e Comércio de Logis - Av. Brigadeiro Faria Lima, 1478 - conj. 2003 - 02ª Vara de Falências Requerente: New Kids Indústria e Comércio Ltda. - Requerida: Delma Maria Amaro Dias Panificadora EPP - Rua Guaratinguetá, 210 - 01ª Vara de Falências
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
1 Empresas promoveram novo apagão ontem para mostrar como a cidade ficará sem publicidade.
ACSP vai à Justiça contra lei do outdoor Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP, disse que todas as formas de diálogo foram tentadas com a Prefeitura: "Cabem agora as medidas judiciais". Ivan Ventura e Rejane Tamoto
Paulo Pampolin/Hype
tas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), Miguel Giorgi Júnior, argumenta que ainda há desconhecimento sobre como adaptar a fachada. "Quem alterou, está se antecipando e colocando placas pequenas, de 2 x 1 m". De acordo com Célia Marcondes, advogada da Sociedade dos Amigos e Moradores de Cerqueira César (Samorcc), os comerciantes estão assustados com a lei e terão esclarecimen-
A
Associação Comercial de São Paulo (ACSP) decidiu ontem entrar com um mandado de segurança contra a lei Cidade Limpa, de autoria do prefeito Gilberto Kassab, que proíbe a publicidade exterior no município, seja ela feita por meio de outdoors, empenas cegas, backlights, frontlights ou outros meios. A decisão foi tomada durante reunião plenária da entidade. A legislação, considerada radical, será regulamentada ainda esta semana. O presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, revelou que as todas as formas de diálogo foram tentadas com a Prefeitura. Não houve acordo. "Cabem agora as medidas judiciais para tentarmos futuramente um novo diálogo com o Executivo", disse. Com o recurso à Justiça, o comércio de São Paulo passa a alimentar uma nova esperança, isto é, uma possível prorrogação do prazo final para a entrada em vigor da lei Cidade Limpa, marcado para o dia 1º de janeiro. O economista e diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, Marcel Solimeo, afirmou que o prefeito Gilberto Kassab estaria disposto a conceder um prazo maior para que os comerciantes da cidade se adaptem às novas exigências. Entre as disposições da lei a serem questionadas na Justiça pela ACSP destaca-se a padronização do tamanho do anúncio indicativo nas fachadas dos
"Cabem agora as medidas judiciais para tentarmos futuramente um novo diálogo com o Executivo. Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP
comércios em até 1,5 m². Além disso, segundo o advogado Gastão Alves de Toledo (indicado como defensor da ACSP contra a nova lei) será questionado o cerceamento do direito de livre iniciativa e concorrência do comércio, além da competência do poder público municipal na elaboração desse tipo de legislação. "Essas decisões sobre o comércio competem apenas à União. Ao município, cabe, principalmente, a permissão ao micro e pequeno empresário de atuar na cidade", afirmou Toledo. Contestação – A quase um mês da entrada em vigor da Lei Cidade Limpa, duas outras entidades representativas do setor de mídia externa aguardam decisão da Justiça. Na última sexta-feira, o Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo (Sepex) entrou com recurso em 2º grau pleiteando a suspensão da lei municipal para as empresas de mídia exterior legalizadas e associadas. Da mesma ação participa a Central de Outdoor. De acordo com o advogado do Sepex, Régis de Oliveira, a Prefeitura pode disciplinar a publicidade, nunca proibi-la. "Esta lei agride o direito da livre propriedade e a Constituição da República. Somos contra a proibição pura e simples", disse. No último dia 17, a primeira ação impetrada pelo Sepex obteve uma decisão da Justiça. "O juiz entendeu que a nova legislação municipal não traria danos às empresas de
Não posso colocar floreiras na calçada. Tenho que deixar livre para o ambulante. Temos obrigações e nunca soluções. Shlomo Shoel, presidente da Alobrás
Protesto contra a Prefeitura: no terceiro dia de apagão, uma imagem de como seria a cidade sem publicidade externa iluminada Rafael Hupsel/LUZ
res pela legislação que anteriormente regia o setor. Segundo informações da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, a retirada é um procedimento padrão, com o que a Central de Outdoor está de acordo. "A retirada de peças irregulares é algo que sempre apoiamos", disse Raul Nogueira Filho. O grande problema, porém, é a retirada da publicidade externa hoje existente na cidade e considerada legal pelas empresas de mídia, mas ilegal pela lei Cidade Limpa. Segundo Nogueira, a Prefeitura fixou um prazo muito apertado para esse procedimento (até 31 de dezembro) . Essa retirada não é simples, já que são mais de 15 mil os anúncios em questão. Reunião realizada ontem na Associação Comercial de São Paulo definiu as medidas a serem tomadas Além disso, trata-se de uma Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype operação cara. "Não se faz uma retirada do dia para a noite. Há muitas peças, como frontlights e luminosos, que precisam de estrutura e de guindastes. Será uma parafernália difícil de operar", afirmou Nogueira. Comércio Além das peças de publicidade, Nog u e i r a a c re d i t a que também haverá demora na mudança dos indicativos de comércio, já que existem em maior quantidade em relação à mídia exterior. Uma boa Na 25 de Março, comerciantes em dúvida parte dos lojistas concentrados em Faria Lima, Rebouças, 23 de ruas de compras ainda não se adaptou à nova lei. De acordo Maio e Nove de Julho. O objetivo do apagão foi com o presidente da Associamostrar à população como a ci- ção de Lojistas do Brás (Alodade ficará triste e até perigosa brás), Shlomo Shoel, os comersem as luzes que iluminam a ciantes não estão preparados publicidade exterior. "Com es- para esta lei. "Temos interesse sa manifestação, mostramos que as lojas modifiquem a facomo a terceira maior cidade chada e que uma fique mais boA lei da Prefeitura praticamente acaba com a mídia exterior do mundo ficará. Será a única nita que a outra, mas não dencapital sem publicidade. Infe- tro dos quesitos que a Prefeitumídia externa. Mas trouxe, um protesto iniciado no sábado, lizmente, não houve tempo ra impõe", disse. Segundo o presidente da sim. Cerca de 50 pedidos de dia 25, e promovido pelo Sepex, hábil para mobilizar o coméranunciantes já foram cancela- com o apoio da Associação Bra- cio e apagar também os anún- Alobrás, os comerciantes só dedos", disse. A estimativa é que, sileira dos Anunciantes (ABA), cios indicativos (fachadas de vem pensar em diminuir os incom a aplicação da lei, sejam Associação Brasileira de Bares e shoppings, de restaurantes e dicativos após a vigência da lei. extintos 15 mil empregos. Restaurantes (Abrasel) e Asso- bancos, entre outras), que se- "Legalmente não posso colocar Segundo Raul Nogueira Fi- ciação Brasileira de Lojistas de rão prejudicados pela nova floreiras na calçada. Tenho que deixar livre para o ambulante. lei", disse Valente. lho, presidente da Central de Shopping (Alshop). Retirada – Até agora, a lei do Temos muitas obrigações e Outdoor – entidade que reúne De acordo com o diretor do 12 empresas em São Paulo –, já sindicato, Luiz Roberto Valente, outdoor (como ficou conheci- nunca soluções", concluiu. Divisão – Tanto na rua 25 de foram cancelados 35% de pedi- cerca de 98% de 55 empresas da) não provocou modificados de anúncios de mídia exte- desligaram as luzes de outdoors ções na paisagem urbana. Des- Março quanto na rua Augusta, rior. "Houve muito recuo e esva- e painéis de publicidade exte- de a sua aprovação, em setem- o clima é de divisão. Cerca de ziamento de empresas". rior das principais vias da cida- bro, a Prefeitura retirou mais metade dos lojistas de ambas Apagão – A noite de ontem de, como a marginal Pinheiros, de 100 outdoors de um total de as ruas já alterou a fachada. O também marcou o último dia de avenidas Paulista, Brigadeiro 70 mil considerados irregula- presidente da União dos Lojis-
tos quinta-feira, em uma reunião, às 9h, no Hotel Lindson (rua Augusta, 440). "Os arquitetos das subprefeituras da Sé e de Pinheiros explicarão a lojistas e moradores os detalhes da lei, em reunião aberta", disse. Natal - O período de vendas de fim de ano também não incentiva os lojistas a mudar suas fachadas. "Vamos deixar para a última hora porque não estamos preparados para isso agora", disse Márcia Souza Costa, gerente da Palácio 25 de Março. Segundo Márcia, uma reforma atrapalharia a circulação de clientes nas calçadas e as vendas de Natal. Além disso, a gerente acredita que o proprietário do imóvel também deverá restaurar a fachada do prédio histórico, já que o dono da loja se encarregará de mudar a placa. "Isso vai demorar", disse. Para o presidente da Univinco, a lei do outdoor atrapalhou o embelezamento de uma das ruas de maior circulação do País. O plano era que a 25 tivesse uma decoração de Natal patrocinada, com portais de 4,5 metros, bandas e corais de músicas natalinas e papai-noel. "Já tínhamos o patrocinador, mas ele desistiu porque a Prefeitura nos proibiu de exibir o logotipo da empresa nas ruas", disse Giorgi. Mas ele ainda tem esperança de conseguir um patrocinador para o projeto, desde que o logotipo da marca fique dentro das lojas.
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Pragas Equipamentos Gadgets Storage
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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MERCADO OFERECE PRODUTOS PARA TODOS OS BOLSOS
Empresas investem na necessidade de conforto dos consumidores neste final de ano
Divulgação
A festa dos acessórios
Memória de 2 GB: no braço, para correr e praticar esportes ouvindo música.
Carlos Ossamu
M u l t i l a s e r (w ww.mu lt ila se r. com.br) está com ofertas especiais visando as vendas de fim de ano. Entre os destaques estão câmeras digitais, MP3 players, caixas de som, cartões de memória, webcams e muitos outros presentes. "São produtos de alta tecnologia, fáceis de manusear e com design moderno. Tudo isso com garantia e preços acessíveis. Ou seja, presentes ideais para pessoas de todas as idades neste Natal", afirma Márcia Segalla, gerente de marketing da Multilaser. Câmera digital DC518 II oferece resolução de 5 Mpixel, tem tela LCD colorida de 2,5 polegadas e zoom óptico de 3x e digital de 4x. De fácil manuseio, ela tem memória interna de 12 MB e aceita cartão de memória SD de 512 MB. Trata-se de uma câmera compacta (mede 91x61,9x27 mm), vem com flash embutido e grava até 60 segundos de vídeo no formato AVI. A alimentação é por meio de pilhas AA e a conexão com o micro é pela porta USB. Preço: R$ 799. Cartões de memória são itens muito úteis para quem possui
uma câmera digital, ainda mais com a proximidade das festas de fim de ano e férias. A Multilaser possui em sua linha cartões Segure Digital e Memory Card, ambos com memórias de 128 MB, 256 MB, 512 MB e 1 GB. A quantidade de fotos suportada por cada cartão varia de acordo com a capacidade de memória, da resolução das fotos e da marca da câmera. Um cartão de 512 MB pode armazenar até 568 fotos e de 1 GB até 1.137. O MP3 Player Colors é outra aposta a empresa para o Natal. Ele toca músicas em formato MP3 e reproduz vídeos com áudio. Funciona como gravador de voz e tem alto-falante embutido. Outros diferenciais são o display colorido de 1,5 polegadas e a bateria interna recarregável. Permite visualizar imagens em JPEG e ainda acessa rádio FM, reproduzindo diversos formatos de áudio, como MP1, MP2, MP3, WMA, WMV, ASF e WAV. Disponível nas capacidades de 512 MB e 1GB, com preços de R$ 459,90 e R$ 559,90. Transformação – Que tal transformar o MP3 em um aparelho de som portátil? Isso é possível com os minispeakers Multilaser, com potência de 800W PMPO. De tamanho compacto e
A distribuidora Multilaser faz promoção de sua linha de produtos, que vai de câmeras digitais a MP3 players. dobráveis, estas caixas oferecem som de alta qualidade, controle de volume e possuem a d a p t a d o r A C / D C ( 6 V, 350mA) para tomadas 110V e 220V. Nas cores preto ou branca, são compatíveis com os MP3 Multilaser, tocadores MP3 e com CD Player. Dimensões: 6cm x 6,5cm x 5cm (fechada) e 18,5cm x 6,5cm x 10,2cm (aberta). Preço sugerido: R$ 69,90. Para quem gosta de praticar esporte ouvindo música o MP3 Player com Braçadeira Esportiva é a opção ideal. A novidade traz mais praticidade e diversão para a prática de esportes, como cooper, caminhada ou até um simples passeio pela praia. Com revestimento emborrachado e disponível na cor preta, o aparelho tem memória de 2 GB e reproduz arquivo nos formatos MP3, WMA e WAV. Além disso, pode memorizar até 20 estações na função Rádio F M . O u t ro s atrativos são a capacidade
de gravação de voz, o display LCD com 7 opções de cor e o menu em português e inglês. Possui cinco equalizações préprogramados (normal/jazz/rock/classic/pop) e se conecta ao micro pela porta USB. Preço sugerido: R$ 429,90. Para quem usa os comunicadores MSN Messenger, Yahoo! Messenger ou outros, uma webcam é indispensável. O Webcam Olho disponível nas cores preto e prata ou branca e azul. Tem alta definição: 350 Kpixel (640x480), foco manual e interface USB. O acessório oferece taxas de 30 frames por segundo na resolução 320x240 (qualidade similar a um vídeo, sem interrupções) ou 15 frames por segundo em 6 4 0 x 4 8 0 p ixel. O preço minispeakers sugerido é de Multilaser: R$ 99,90. 800W PMPO, Carregadodobrável. res de pilhas – Com tantos controles remotos e aparelhos eletrônicos, o consumo de pilhas começa a pesar no orça-
Câmera digital DC518 II: 5 Mpixel, tela LCD colorida de 2,5 polegadas e zoom óptico de 3x e digital de 4x. Memória interna de 12 MB.
mento. Pensando nisso, a Multilaser lançou uma linha de pilhas e carregadores. As Pilhas Recarregáveis Multilaser não apresentam o problema do "efeito memória". Assim, elas podem ser recarregadas sempre que o consumidor desejar, sem o risco de ter sua capacidade limitada. Aptas a receber mais de mil ciclos de recarga elas têm preço sugerido de R$ 28,90 o conjunto com 4 pilhas 2A e R$ 18,90 o kit com 4 pilhas 3A. Já os Carregadores de Pilhas 2A e 3A da Multilaser estão disponíveis em dois modelos: um para uso em tomadas domésticas e outro para uso em tomadas domésticas e veículos. Com capacidade para quatro pilhas (já nas embalagens), ambos os modelos destacam-se por contarem com circuitos independentes de carga. Com isso, o usuário não precisará inserir todas as quatro pilhas de uma vez nos aparelhos para a recarga. O carregador de pilhas para uso doméstico com capacidade para 4 pilhas 2A/3A sai por R$ 49,90 (já com 4 pilhas 2A) e R$ 39,90 (com 4 pilhas 3A). Já o Carregador Pilhas 2A/3A para uso doméstico com adaptador para veículos, que acompanha 4 pilhas 2ª, custa R$ 99,90.
MP3 Player Colors: toca músicas em formato MP3 e reproduz vídeos com áudio. Também grava.
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Finanças Nacional Comércio Exterior Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 A Telemar vai esperar decisão da Justiça para marcar uma nova assembléia de acionistas
CRESCE COMÉRCIO ENTRE BRASIL E CHINA
META É ENCERRAR 2006 COM SUPERÁVIT NA BALANÇA DE US$ 44 BILHÕES E EXPORTAÇÕES DE US$ 135 BILHÕES
SALDO COMERCIAL ALCANÇA US$ 40,6 BI Itamar Miranda/AE - 29/06/1998
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Na quarta semana de novembro, superávit de US$ 722 milhões elevou o saldo do mês para US$ 2,7 bilhões
MISSÃO À CHINA Rodadas de negócios em Beijing
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missão comercial paulista liderada pela São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com o governo do Estado de São Paulo, fez sua primeira escala no último dia 23 em Beijng (Pequim). A delegação, que tem representantes de 21 empresas, participou de um seminário e rodadas de negócios na sede da China Council for Promotion of International Trade (CCPIT) de Beijing, evento que teve a presença de mais de 100 empresários locais. O presidente da CCPIT, Ly Feng, destacou que a agência é a maior de desenvolvimento da China, responsável pelos
contatos entre empresas locais com as de outros países. Destacou que existem, no momento, 89 empresas chinesas com projetos no Brasil, totalizando US$ 190 milhões. Feng informou também que a China recepcionou 344 projetos brasileiros, que somam US$ 145 milhões. Ele avaliou que o Brasil é um importante parceiro para seu país, por ambos serem economias complementares e emergentes, que podem trocar experiências visando a aproveitar oportunidades e a ocupar espaços no mundo. Valor agregado – O embaixador brasileiro em Pequim, Luiz Augusto de Castro Neves, destacou que os negócios
INFLAÇÃO Fipe revisa de 0,5% para 0,4% a projeção da inflação para novembro.
25 DE MARÇO A partir de fevereiro de 2007, lojistas da Rua 25 de Março terão cartão de crédito próprio. Fábio Motta/AE
Ó RBITA
entre Brasil e China têm crescido a taxas que classificou como espetaculares nos últimos anos. Ele lembrou a recente venda de 100 aeronaves da Embraer para o país asiático, um negócio de US$ 2,7 bilhoes, enquanto o Brasil importa da China produtos manufaturados e intermediários que são agregados ao processo produtivo de empresas brasileiras. S er v iç o s – O coordenador da São Paulo Chamber, Alfredo Cotait Neto, apresentou os serviços da associação e reforçou seu desejo no prosseguimento do estreitamento das relações entre as duas entidades, em beneficio das empresas de ambos os países. (DC)
O VALOR DA CULTURA
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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está desenvolvendo um estudo para começar a medir o valor econômico da cultura brasileira, anunciou o ministro da Cultura, Gilberto Gil (foto). "Os indicadores culturais têm naturalmente uma origem objetiva, mas boa parte dos nossos ativos culturais é imaterial, de difícil mapeamento e mensuração", disse. As festas populares e a produção musical são dois exemplos da dificuldade de se medir a diversidade
EXCLUÍDO
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ívida alta, gasto excessivo com juros e baixo crescimento são os três fatores que excluem o Brasil do grupo de países chamados "grau de investimento", segundo a diretora de Risco Soberano da agência Standard and Poor's (S&P), Lisa Schineller. (AE) A TÉ LOGO
cultural brasileira, afirmou. O mapeamento que será feito pelo IBGE vai calcular também, de acordo com Gil, o uso do tempo livre pelas famílias brasileiras. O ministro também
saudou a criação recente do Departamento de Economia da Cultura pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). (ABr)
BRASIL É 7º NO RANKING DE SPAMS
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Brasil já é o sétimo maior responsável pelo envio de spams no mundo. O alerta é da União Européia (UE) que, usando dados de pesquisas feitas por entidades especializadas, indicou que o Brasil é responsável por 4,7% dos e-mails indesejados recebidos em
todo o mundo. Os maiores produtores mundiais de spams são os Estados Unidos, com 21% do total; China, com 13,4%; e a França, com 6,3%. No mundo, os spams já ocupam entre 54% e 85% de todos os e-mails enviados, de acordo com dados da empresa Symantec. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Economia estável permite debate sobre crescimento, diz Meirelles
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Construção civil cobra do governo mais corte nos impostos
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Setor de fertilizantes fecha outubro com recorde de vendas
balança comercial brasileira teve superávit de US$ 722 milhões na quarta semana de novembro, o que elevou o saldo acumulado no mês para US$ 2,7 bilhões. No ano, o resultado positivo superou US$ 40 bilhões, chegando a US$ 40,6 bilhões, informou ontem o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). A expectativa do governo é de que o superávit chegue a US$ 44 bilhões até o fim de dezembro, com as exportações batendo em US$ 135 bilhões. Apesar do saldo elevado, os números da balança continuam mostrando um crescimento mais acelerado das importações do que das exportações. A média diária das comp r a s e x t e r n a s n a s q u a t ro semanas deste mês ficou 30,2% acima da média de novembro do ano passado, chegando a US$ 437,4 milhões. Já as vendas, com média de US$ 606,5 milhões por dia, ficaram em um patamar 12,4% superior.
Ontem pela manhã, o ministério divulgou que o saldo comercial da quarta semana do mês havia sido de US$ 530 milhões, o que representaria uma queda de 42,7% em relação aos US$ 925 milhões do mesmo período do ano passado. No meio da tarde, no entanto, a informação foi corrigida. De acordo com os técnicos do ministério, um importador digitou uma informação errada no Siscomex, o sistema eletrônico que registra os dados da balança comercial. Ao invés de US$ 1,93 milhão, a operação foi contabilizada como sendo de US$ 193 milhões. O Mdic não informou qual foi a empresa nem o setor a que pertence. Com a correção, a queda do saldo semanal ficou 20% menor em relação ao registrado no mesmo período de 2005. Setores – Segundo o governo, os produtos que registraram maiores aumentos de importação neste mês, em relação a novembro de 2005, foram cobre e suas obras, cereais e produtos de moagem e adubos e
fertilizantes. Embora em ritmo menos acentuado, as exportações também registraram alta em relação ao ano passado. Na comparação com novembro de 2005, as quatro primeiras semanas do mês mostraram elevação nas vendas das três categorias de produtos. Nos manufaturados, que constituem o principal item da pauta exportadora do País, o crescimento foi de 12,5%, com destaque para açúcar refinado, álcool etílico e tubos de ferro fundido. Nos básicos, a elevação foi de 9,1%, com as principais altas beneficiando milho em grão, carne bovina, suína e de frango e café em grão. As vendas dos semimanufaturados aumentaram 21,5%. Acumulado do ano – Segundo os dados do governo, de janeiro até a quarta semana de novembro, as exportações somaram US$ 123,1 bilhões, com expansão de 16,1% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações, com elevação de 24,9%, chegaram a US$ 82,5 bilhões. (AE)
UE investiga MP do Bem
ilegais à indústria. Em Bruxelas, diplomatas revelaram que o tema já chegou a ser tratado em nível ministerial. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e o comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, chegaram a conversar sobre o assunto.
É a segunda vez que uma potência comercial anuncia que está investigando os benefícios da MP do Bem, considerada uma das principais iniciativas do governo Lula. Há cerca de um mês, os Estados Unidos levaram o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC). (AE)
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União Européia (UE) investiga a Medida Provisória do governo brasileiro conhecida como MP do Bem e busca informações sobre subsídios
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Urbanismo Distritais Clima Transpor te
TRÂNSITO A CET registrou 162 km de congestionamento às 19h de ontem. A média é 62 km.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
ZONAS SUL E OESTE FORAM AS MAIS ATINGIDAS
ANESTÉSICOS Suspensa a venda de todos os lotes dos anestésicos Lidostesim e Lidostesina.
Diego Padgurschi/Folha Imagem
Trens do metrô circularam com a velocidade reduzida e algumas ruas ficaram sem energia.
Temporal pára trânsito e provoca alagamentos Pelo menos 25 pontos ficaram inundados. Aeroporto de Congonhas e túnel do Anhangabaú foram fechados.
A TESTE EM ALTA TENSÃO Goiás. A Prefeitura de Guarda Civil Municipal Araçariguama comprou dez de Araçariguama (SP) A armas (US$ 779 cada). O recebeu e testou ontem (foto) as novas pistolas de contenção conhecidas como Taser. Trata-se de um equipamento produzido nos Estados Unidos que provoca incapacitação neuromuscular. A arma não é letal e debilita temporariamente o agressor, sem causar ferimentos, informou a Securitech, empresa que comercializa o produto nos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
diretor da empresa Elton Clemente não revelou suas estimativas de faturamento, mas destacou que a distribuidora do produto é atender cerca de 30% das guardas civis no Estado nos próximos dois anos, além da Polícia Militar. Clemente vê um mercado potencial, principalmente nas cidades com menos de 50 mil habitantes, onde guardas-civis não usam armas. (Agências)
HÁ TRÊS PONTOS CEGOS, DIZ BRIGADEIRO ontrariando o que disse o entanto, que estes três pontos C ministro da Defesa, são "desprezíveis" em relação Waldir Pires, e o comandante ao espaço aéreo que é coberto da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, disse que há pelo menos três zonas cegas no País: no sul do Maranhão, sudoeste de Roraima e norte do Amapá. A confirmação foi dada pelo chefe do setor técnico do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), brigadeiro Álvaro Pinheiro Luiz da Costa, que prefere chamar as áreas de "pontos sem cobertura radar". O brigadeiro garante, no
por radares no País. Em relação à região da Serra do Cachimbo, onde ocorreu o choque entre o Boeing e o Legacy, o brigadeiro Álvaro Pinheiro diz que não há zona cega. Assegura que a área é coberta por três radares. Quanto aos locais onde há os pontos cegos, ele esclarece ainda que há segurança de vôo, feita por meio de comunicações. "Não há radares, mas há segurança de vôo", disse. (AE)
LIXÃO DENTRO DE CASA urante 20 anos, o aposentado Enos D Antunes do Amaral, de 62 anos, foi acumulando em sua casa, no centro de Porangaba (SP) tudo o que considerava material útil como jornais, quadros, livros, louças e panelas velhas. Na semana passada, em razão das queixas dos vizinhos, funcionários da Vigilância Sanitária foram ao local e encontraram um depósito de lixo. Além de sucata e papel velho, havia gatos mortos, restos de alimentos, ratos e fezes. O lixo ocupava parte da
sala, a cozinha, o banheiro e um quarto, além de todo o quintal. A casa foi interditada. A prefeitura precisou fazer 53 viagens de caminhão para remover todo o entulho, com peso calculado em 16 toneladas. O material contaminado foi incinerado. Durante a blitz os agentes encontraram em uma cama a irmã do aposentado, Eolina Antunes do Amaral, de 72 anos. Doente e sem tomar banho havia meses, ela já não conseguia andar e foi levada de ambulância para o Hospital Regional de Sorocaba. (AE)
chuva forte que atingiu a capital paulista na trade de ontem, por aproximadamente uma hora, causou pelo menos 25 pontos de alagamento e complicou bastante o trânsito. No final da tarde, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou mais de 100 quilômetros de trânsito lento. Os bairros mais atingidos foram Campo Limpo, Santo Amaro e M´Boi Mirim, na zona sul, e também Lapa, Butantã e Pinheiros, na zona oeste, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). Toda a cidade foi colocada em estado de atenção por causa da possibilidade de alagamentos, às 14h40. O túnel do Anhangabaú, no centro da cidade, ficou fechado por 25 minutos, nos dois sentidos, por volta das 16h, por causa de alagamento. A pancada intensa, acompanhada de ventos e trovoadas, suspendeu as operações de pousos e decolagens no Aeroporto de Congonhas, na zona sul, por meia hora, a partir das 15h30. Os trens do metrô também circularam com a velocidade reduzida. Algumas ruas ficaram sem energia elétrica por alguns minutos, segundo a Eletropaulo, mas a situação logo foi normalizada. Congestionamento – No final da tarde, apesar da diminuição na intensidade da chuva, os motoristas enfrentaram problemas em diversos pontos por causa do excesso de veículos e também pelo reflexo dos alagamentos. Às 17h, CET registrou 120 quilômetros de tráfego parado, índice bem acima da média registrada no horário, que é de 22 quilômetros. O pior trecho estava na pista expressa da marginal do Pinheiros, sentido Interlagos, onde o congestionamento atingiu 10,5 quilômetros, entre as pontes Eusébio Matoso e Transamérica. Na via expressa da marginal do Tietê, no sentido Penha-Lapa, a lentidão era de 7,5 quilômetros, entre as pontes Tatuapé e Casa verde. Já no sentido contrário da marginal do Tietê, pelas vias local e expressa, o motorista reduzia a velocidade também por 7,5 quilômetros. Dasabamen to – A Defesa Civil Municipal informou que ao menos dois barracos desabaram na Favela de Paraisópolis, na zona sul da cidade. Na Vila Andrade, também na zo-
Cláudio Teixeira/AE
Motoristas empurram seus carros perto do viaduto Antártica, na zona oeste da cidade. Túnel do Anhangabaú, no Centro, e o Aeroporto de Congonhas, foram fechados.
na sul, um muro desmoronou. Não havia notícias de feridos em ambas as ocorrências até o início da noite. Já na zona oeste da cidade, parte de uma casa desabou na região do Butantã, também sem deixar feridos. Equipes do Corpo de Bombeiros também
foram acionadas para socorrer pessoas ilhadas na mesma região. Elas estavam numa casa na rua do Símbolo, no Jardim Ampliação. Dos 23 pontos de alagamentos registrados pelo CGE e pela CET, pelo menos quatro ficaram intransitáveis, inclusi-
ve na zona sul: avenida Interlagos, sentido bairro, próximo à rua Nova York; avenida Radial Leste, entre as ruas Doutor Fomm e Silva Jardim; marginal do Pinheiros, sentido da rodovia Castelo Branco, na altura da rua Acari e da ponte João Dias. (Agências)
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Equipamentos Gadgets Storage Livros
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
A Topio tem softwares que ajudam os clientes a duplicar, recuperar e proteger seus dados.
NETAPP COMPROU A TOPIO POR US$ 160 MILHÕES
ARMAZENAMENTO DE DADOS Novas soluções A NetApp ajuda os clientes a duplicar, recuperar e proteger dados a qualquer distância.
Divulgação
Mauro Figueiredo, presidente da NetApp Brasil: "A união dos recursos da Topio e da NetApp proporciona uma ampla gama de soluções de proteção, migração e clonagem de dados".
Rachel Melamet Network Appliance, uma das líderes mundiais em soluções de storage (armazenamento de dados) unificado para empresas com altos volumes de dados, está por cima. Além de ampliar seu portfólio de produtos para data centers, com novas plataformas e softwares sofisticados, a NetApp acab a d e c o mprar à vista, por US$ 160 milhões, a Topio – empresa de capital fechado sediada em Santa Clara, Califórnia, com centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Haifa, Israel. Parceira estratégica da NetApp, a Topio é conhecida por seus produtos inovadores de software que ajudam os clientes a duplicar, recuperar e proteger dados a qualquer distância, independentemente do servidor ou da infra-estrutura
de armazenamento. A combinação do software da Topio com as soluções de gerenciamento de dados da NetApp permite que as empresas dupliquem de maneira segura, confiável e sem interrupções seus dados de produção em sistemas de qualquer fornecedor, para qualquer sistema de armazenamento da NetApp. Migração e clonagem – As novidades foram anunciadas na semana passada, em São Paulo, pelo presidente da NetApp Brasil, Mauro Figueiredo. A união dos recursos da Topio e da NetApp, segundo ele, proporciona ampla gama de soluções de proteção, migração e clonagem de dados, e é especialmente atraente para os usuários em duas situações. Os clientes que possuem armazenamento de produção que não seja da NetApp podem duplicar os dados sem interrupções, em um sistema da NetApp, e aproveitar totalmente a clonagem de dados ágil e sem armazenamento, pela tecnologia FlexClone, que permite a criação quase instantânea de vários clones de dados sem a necessidade de mais
Fusão Americanas.com e Submarino anunciaram a fusão de suas operações.
espaço de armazenamento. Em segundo lugar, os clientes que têm ambientes heterogêneos mais antigos de armazenamento podem unificar a Recuperação de Desastres (RD) em plataformas de armazenamento hierárquico da NetApp, e colocar a cópia de RD em uso ativo. O s r e c u r s o s d a To p i o Software também permitem que os usuários consolidem todos os seus dados de Recuperação de Desastres em uma única plataforma NetApp, e usem essa cópia de RD em aplicativos de negócios, tais como testes e geração de relatórios. Novas plataformas – Duas novas plataformas de médio porte e alto desempenho, Net A p p FA S 3 0 7 0 e N e t A p p V3070, contam com mais recursos de armazenamento de re d e S A N – S t o r a g e A re a Network, de fibra ótica; nova versão do pacote de softwares de Gerenciabilidade NetApp, além de serviços exclusivos de suporte. Ambos podem ter suas capacidades de armazenamento ampliadas para até 252 TB (terabytes). "As novidades proporcionam melhor desempenho para
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redes de armazenamento de dados de médio porte, com flexibilidade para adaptação às mudanças nos negócios, disponibilidade dos dados de aplicativos e produtividade para administradores de sistemas", diz Mauro Figueiredo, presidente da NetApp Brasil. De acordo com Figueiredo, "do FAS3070 e do V3070 até a ampla reformulação da nossa família de softwares de gerenciamento, incluímos grandes inovações nesses produtos, para garantir que eles proporcionem o melhor desempenho possível e o maior tempo de atividade dos aplicativos, tudo a um preço atraente". A grande família – A família de Softwares de Gerenciabilidade NetApp ganhou novas versões do SnapManager para Oracle e do SnapManager para Exchange, que protegem e clonam dados em ambientes de aplicativos. Também atualizou suas soluções para gerenciamento de arquivos Virtual File Manager Enterprise Edition. Já o Protection Manager é ferramenta automatizada de gerenciamento de backups e replicação para ambientes disco-a-disco, que aumenta a pro-
teção dos dados em data centers, escritórios remotos e unidades de recuperação. Elimina o tempo de mapeamento manual bem como ajuda a reduzir os custos do gerenciamento manual de armazenamento secundário e terciário. Serviços – A NetApp Global Services e seus parceiros, certificados e treinados, também passarão a prestar novos serviços que auxiliarão os clientes a acelerar projetos, a implementação, migrações e otimização de suas soluções em ambientes Exchange, SQL e Oracle. Com os novos serviços, será possível realizar upgrades e migrações para novas plataformas, consolidar os dados e otimizar os recursos de continuidade de negócios de maneira rápida e econômica. Suporte remoto – A NetApp apresentou também a próxima geração do AutoSupport, serviço de suporte automatizado e remoto. Envia alertas de maneira pró-ativa, aumentando a facilidade de suporte e os diagnósticos de problemas, e faz recomendações sobre condições e como otimizar o sistema com base em registros semanais. Veja: www.netapp.com.
Meta Os dois pretendem enfrentar o rival Wal-Mart e estudar a expansão internacional.
Por João Magalhães
SEXO EM 2016
GATOS E HITLER onhece os kitlers? Você não vai acreditar, mas trata-se de uma comunidade online que exibe fotos de gatos parecidos com Hitler. Obviamente, muitos dos hitlers de quatro patas são feitos no photoshop. Mas a criatividade de seus criadores
pode ser considerada nota dez. O site que promove a curiosidade lista ainda os melhores e os piores gatinhos candidatos a ditadores de todo o mundo animal. Link: http://www.catsthatlo oklikehitler.com/
2016, segundo os futurólogos, será o ano em que novas tecnologias permitirão fazer sexo virtual quase igual ao real. Julia Heiman, diretora do Instituto Kinsey para Pesquisa sobre Sexo, Gênero e Reprodução, da Universidade de Indiana, nos EUA, diz que no ano em questão será possível realizar experiências multisensuais de sexo virtual. "Até lá existirão ferramentas eróticas capazes de criar um companheiro (a) para sexo virtual com
RICO BIQUÍNI
dimensões e qualidades adequadas", ela afirma. Mas não é preciso esperar tanto tempo para saborear o sexo virtual. O game Virtually Jenna, da XStream3D Multimedia, permite ao jogador fazer sexo com um avatar da estrela pornô Jenna Jameson, graças a dispositivos que simulam os movimentos dos genitais. Uma assinatura da brincadeira custa 30 dólares mensais. Link: http://www. virtuallyjenna.com/
ste biquíni, feito de diamantes, esmeralda e E outros minerais preciosos, custa a bagatela de US$ 30 milhões. A modelo Molly Sims que veste a peça, criada pela estilista Susan Rosen para a Steinmetz Diamonds, não está incluída no preço. O que é uma pena. Ele é uma das atrações do site que lista as coisas mais caras do mundo - desde um livro de US$ 12 milhões até uma coleira para cachorro que custa US$ 200 mil. http://thelongestlistofthelon geststuffa tthelongestdomainnamea tlonglast.com/ expensive.html
BILIONÁRIOS revista Forbes publica nova lista dos personagens imaginários mais ricos do mundo, representando em mapas a distribuição de suas fortunas. Com 36,2 bilhões de dólares, Oliver "Daddy" Warbucks, o oficial do musical "Annie", encabeça o ranking. Curioso é que em nono lugar aparece o suposto príncipe Abakaliki da Nigéria, o Rei do Spam, que enviou milhares de e-mails com pedidos de ajuda para recuperar sua fortuna. Eis os 10 tops da Forbes: 1 Oliver "Daddy" Warbucks
US$ 36,2 bi) 2 - C. Montgomery Burns (US$ 16,8 bi) 3 - Mac Pato (U$ 10,9 bi) 4 - Riquinho (U$ 10,7 bi) 5.- Jed Clampett (U$ 7,7 bi) 6 - Sr Monopólio (U$ 7,1 bi) 7 - Bruno Díaz (U$ 6,8 bi) 8 - Anthony Stark / Iron Man (U$3,0 bi) 9 - Principe Abakaliki de Nigeria (U$2,8 bi) 10 - Howell, Thurston III (U$2,7 bi) Acesse o link: http://www.forbes.com /2006/11/16/forbesfictional-rich-tech-mediacx_mn_de_06fict15_land.html
HUMANÓIDES obôs com aparência humana começarão a ser vendidos em 2007 pela Hanson Robotics, criadora do robô que tem a cara de Albert Einstein. Os humanóides, com 60 centímetros de altura, terão rostos de gente (alguns se parecerão com celebridades), e estarão aptos a
conversar, dançar e fazer reconhecimento facial por meio de câmeras colocadas em seus olhos. Hanson, presidente da empresa, começou como artista e trabalhou para os estúdios Disney. Preço: US$ 3 mil. Link: http://www.hansonro botics.com/ index.php
NOTAS MUSICAIS Sundown teve uma idéia muito criativa para promover seu filtro solar. São oito garotas de biquíni tomando banho de sol, no que parecem teclas de um piano. Até aí nada de mais. Mas experimente tocar numa delas com o mouse e terá uma surpresa: ela vai soltar um gritinho no tom de uma nota musical.
Se você for daqueles que tem veia de compositor pode até mesmo bolar uma canção e enviá-la por e-mail para seus amigos. A peça publicitária, que leva o nome de "Crie uma música tocante para quem não usa Sundown", tem versões em inglês e português. Link: http://oooooouch.com/
MOUSE
SUPER
nome é bem adequado ao seu desempenho: Crazy PV Hover Mouse. Por meio de uma tecnologia eletromagnética ele flutua a um centímetro de altura. Dizem os entendidos que uma vez que não há fricção com nenhuma superfície, o mouse, sem fio, é ideal para jogar videogames. Está à venda por US$ 74,99. Link: http://www.crazypc.com/ other/misc/ hovermouse.htm
artista Gilles Barbier dá asas à imaginação e mostra como seriam os superheróis se eles ficassem velhos. É triste ver a Mulher Maravilha toda enrugada, conduzindo o Capitão América numa maca hospitalar. Barbier é um dos destaques do site francês DocumentsDartistes, um banco de dados de artistas dos mais variados estilos. http://www.documentsd artistes.org/
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
LULA E O PMDB: CASAMENTO DIFÍCIL
Lula vem se dando conta de que as divisões no PMDB são profundas e complexas
Lula vem se dando conta de que as dissensões no PMDB são mais profundas e complexas que a mera divisão entre oposicionistas e governistas, assemelhando-se mais a um mosaico de grupos, cada qual com seu líder. Para citar apenas os principais, há o grupo de José Sarney, o de Renan Calheiros, o de Jader Barbalho, o de Michel Temer e o de Orestes Quércia, sem falar no dos antigos "autênticos", sob o comando de Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos. Mesmo para um presidente reeleito com expressiva votação, é virtualmente impossível satisfazer a todos eles. No momento, interessa a todos os grupos e facções hipotecar o apoio do PMDB como um todo ao presidente Lula, pois é vital para os governadores contar com a ajuda do Planalto. A união do partido aumenta o poder de barganha de todos.
o PMDB, o presidente Lula deveria dar-se por contente com a adesão de 70% a 80% do partido. É bem mais do que ele teve no primeiro mandato, quando o apoio do PMDB aos projetos do governo ficou abaixo de 50%, e até maior do que a adesão do partido ao governo Fernando Henrique, que foi de 70% no primeiro mandato e de 60% no segundo. Potencialmente mais profícua é a disposição do presidente Lula de só anunciar o ministério após a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. O fato é que o PMDB sonha em ocupar os dois postos por ser majoritário. Adiar as mudanças na equipe de governo é também uma forma de impedir que os peemedebistas aumentem o preço de sua adesão. TRECHOS DO EDITORIAL DE OPINIÃO DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
O PMDB sonha em presidir todo o Congresso
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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A OPOSIÇÃO AO PRESIDENTE Céllus
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JOÃO DE SCANTIMBURGO
Mas existe sempre uma forte tensão entre o interesse comum dos grupos em negociar unidos e a tentativa de cada um deles de negociar seus próprios interesses. Fracassou a reunião dos governadores do partido organizada pelo governador Luiz Henrique e destinada a apresentar uma pauta comum ao governo federal em troca de apoio. Mesmo essa incipiente dissidência logo rendeu-se aos fatos e declarou apoio ao presidente Lula no Congresso. Condicionar a concessão de mais espaço para o PMDB no governo à superação de suas divergências internas pode ser um grave erro. Ao invés de exigir o apoio de todo
O dever de mentir OLAVO DE CARVALHO
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Sérgio Lima/Folha Imagem
m tese, a corte que o presidente Lula vem fazendo ao PMDB deveria desabrochar em casamento, com a adesão integral de ambas as partes. A razão é que o desempenho eleitoral dos oposicionistas do PMDB foi sofrível. O ex-governador Anthony Garotinho conseguiu eleger um único deputado; o presidente do partido, Michel Temer, quase ficou sem mandato. Dos sete governadores eleitos, apenas Luiz Henrique (SC) e André Puccineli (MS) apoiaram Geraldo Alckmin. De mais a mais, oposicionistas históricos mudaram de lado. Foi o que fez o deputado Geddel Vieira Lima (BA). Na prática, o presidente
uem poderia confiar num jornalista que estivesse persuadido da inexistência da verdade objetiva e imbuído do direito de inventar, manipular e mentir? Se você continua acreditando na mídia brasileira é porque não sabe que há 30 anos essa é precisamente a crença dominante entre os jornalistas deste país. Há muito tempo as obrigações clássicas do velho jornalismo – objetividade, senso das proporções, documentação fiel – já foram abandonadas e substituídas pela idéia de que o único dever do jornalista é criar ficções politicamente desejáveis. Há duas gerações essa idéia é ensinada nas faculdades de jornalismo como a base única e indiscutível do exercício profissional. Toda tentativa de contestá-la é ridicularizada e marginalizada, de modo que a tentação mesma de buscar a verdade é reprimida nas consciências dos futuros profissionais desde a mais tenra juventude. Ninguém nas redações ignora isso, mas o público não foi avisado dessa mudança espetacular e continua acreditando que a média dos jornalistas, quando mente ou quando vende meras opiniões como fatos, está se desviando da norma profissional. Os leitores não sabem que a única norma vigente é mentir, que a distinção entre opiniões e fatos está formalmente proibida. O antigo jornalismo podia mentir, mas era capaz de avaliar a extensão da mentira pela comparação com o ideal de veracidade e objetividade. Hoje esse ideal continua sendo usado como slogan publicitário para ludibriar as multidões, para dar uma sobrevida artificial ao prestígio e à fé pública do antigo jornalismo, mas entre os profissionais ele é objeto de chacota e toda tentativa de restaurá-lo como norma orientadora da prática jornalística é reprimida como reacionarismo intolerável ou como prova de incultu-
ra. Como aconteceu essa mudança radical e como ela pôde passar totalmente despercebida à opinião pública? Este processo veio em três etapas: 1. Tornando obrigatório o diploma de jornalista e fazendo da Escola de Comunicações e Artes da USP o modelo para todas as demais faculdades de jornalismo, um pequeno círculo inicial de professores assegurou-se de que ninguém entraria na profissão sem passar pela sua máquina de uniformização ideológica. 2. Como critério básico dessa uniformização adotaram-se os princípios da escola desconstrucionista de Jacques Derrida, Jean-François Lyotard, Paul de Man, Gianni Vattimo e outros que, como expliquei em artigo ontem, torna inviável toda idéia de veracidade objetiva e instaura em seu lugar o primado da ficção militante. 3. O ensino baseado nesse conteúdo doutrinal foi articulado com a estratégia gramsciana da revolução cultural e da ocupação de espaços que, impondo uma nova linguagem e desativando qualquer possibilidade de contestação crítica do processo como um todo, garantia a inserção dócil e passiva, nesse processo, de milhares de jovens universitários tornados incapazes de apreender o conjunto senão nos termos e segundo os valores ditados pelo corpo docente.
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ransfigurado em elite revolucionária, este último tornou-se autoridade clerical imune a contestações. O antigo hábito estudantil de questionar a matéria ensinada transformou-se em absorção passiva e obediência servil. Todo impulso crítico sendo canalizado facilmente para o ódio a alvos pré-escolhidos, os estudantes rodeiam seus mestres como uma guarda pretoriana, protegendo-os até mesmo contra perguntas.
A s obrigações clássicas do velho jornalismo foram abandonadas no País
Alckmin: derrota e vitória PEDRO TOBIAS
A
privatização, que tão bem fez ao Brasil e aos brasileiros no governo Fernando Henrique Cardoso (19952002), acabou sendo a maior pedra no sapato do ex-governador Geraldo Alckmin em sua primeira disputa pela Presidência. Também pudera. Ficamos na defensiva quase o tempo todo, sem demonstrar os benefícios da venda de estatais que, de deficitárias, passaram a gerar lucros, empregos e riqueza ao país. Casos emblemáticos como o das telefonias fixa e móvel, que permitiram o acesso de milhões de brasileiros ao mundo das comunicações a custos infinitamente mais baixos, o da Vale do Rio Doce ou mesmo o da Embraer, foram explorados timidamente. Não tivemos coragem de bater no peito e mostrar, com números e fatos, como o governo FHC transformou positivamente a vida da nação, fincando os alicerces da estabilidade econômica. Do mesmo modo, faltou sim uma dose maior de empenho à candidatura Alckmin por parte das principais lideranças nacionais do PSDB, embora longe de ser o que a mídia insistiu em classificar como descaso e desinteresse. Não há dúvidas de que o partido desejava retomar a Presidência desde já, até para interromper o cenário de corrupção generalizada, aparelhamento do Estado e ineficiência administrativa. Entretanto, um pouco mais de comprometimento e união de forças não teriam feito nenhum mal. Também foi tímida a comparação, na campanha de rádio e TV, da gestão Alckmin em São Paulo com o governo Lula. Enquanto o PSDB saneou o Estado, a administração federal inchou a máquina. Alckmin fortaleceu a saúde paulista, enquanto o PT abandonou programas da gestão FHC, como o dos genéricos, Aids e os
mutirões de saúde. O PSDB reduziu impostos em São Paulo, enquanto o governo Lula elevou a carga tributária. O governo paulista fez estradas de primeiro mundo. Enfim, esses e outros temas mereciam ter sido mais bem explorados. Desta vez, o medo venceu a esperança. Se perdemos a eleição para a Presidência, Geraldo Alckmin obteve uma vitória pessoal e política sem precedentes. Saiu aclamado pelos paulistas do governo, costurou habilmente sua candidatura, teve comportamento sagaz e lúcido ao longo da campanha e consagrou-se, nas urnas, como grande liderança nacional. Discípulo de Mário Covas, faz da ética e da responsabilidade administrativa os pilares de sua conduta como político e governante.
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s eleitores com maior nível de instrução em todo o Brasil perceberam a diferença entre uma candidatura e outra. Do mesmo modo, o Estado de São Paulo aclamou Alckmin, que, respaldado por 52% dos votos válidos no segundo turno e 56% no primeiro, credencia-se desde já para disputar, com chances reais de vitória, a Prefeitura de São Paulo em 2008, o governo do Estado ou mesmo a Presidência, novamente, em 2010. Não há dúvidas de que a oposição ao governo federal continuará pautada pelo apoio os projetos de interesse nacional, sem apostar no “quanto pior, melhor”, como o PT fez sistematicamente no passado e que ainda faz nos Estados e municípios onde não detém o poder. Mas igualmente é preciso ampliar a fiscalização e botar o dedo na ferida, sem rodeios, sempre que necessário, e ao mesmo tempo promover uma rearticulação geral para estarmos muito mais fortalecidos nas eleições de 2008 e 2010. PEDRO TOBIAS É DEPUTADO ESTADUAL (PSDB)
A lckmin credencia-se desde já para disputar a Prefeitura de São Paulo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem como oposição uma oposição que não é uma oposição. Desde que venceu a eleição para o segundo turno, se pôs em contato com partidos políticos, visando atraí-los para o seu redil; um deles, o velho PMDB, tendo na presidência o meu conterrâneo Michel Temer, que trocou a cátedra de Direito pela política, já aderiu, dando resposta afirmativa ao operoso presidente. Virão outros partidos engrossar a fila dos aderentes, pois como já dizia o Barão de Itararé, no Brasil não são só os selos aderem, mas também os partidos. O presidente da República sabe disso e manobra para ampliar o volume da adesão, que virá mais dias menos dias. Esse mensalão com o PMDB vem a enfraquecer a democracia, pois que me conste ela não existe sem um partido minoritário como oposição. Vale, portanto, afirmar que estamos numa democracia não democrática, quer dizer, democracia sem partidos de oposição ao chefe do governo, todo-poderoso.
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velho PRP governou com as dissidências no período de 1889 a 1930, onde não tivemos verdadeiramente partidos políticos consolidados e institucionalizados. Getúlio Vargas deu um golpe para continuar mandando e ninguém o criticou por isso. Alzirinha Vargas foi ao Rio de Janeiro no dia seguinte ao golpe e verificou que tudo estava calmo, ninguém reagiu a Getúlio Vargas, deixando que o velho gaúcho fizesse do governo o que quisesse. Parece que o senhor presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai aprovar um novo Estado Novo com os partidos, sem oposição, para a coisa ficar mais fácil ao PT e outros ajuntamentos, mandando como gostam de fazer os que chegam a Presidência depois de várias tentativas. Em suma, concluindo, não temos partidos e não temos oposição à vista.
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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G O presidente Lula tem como oposição uma oposição que não é uma oposição
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
FNAC INVESTIU R$ 25 MILHÕES EM NOVA LOJA
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Milton Mansilha/LUZ
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Agliberto Lima
O próximo passo da Livraria Cultura é a nova loja da Avenida Paulista, no antigo Cine Astor.
Agliberto Lima
MEGALOJAS ACIRRAM DISPUTA DE LIVRARIAS Redes investem em espaços de diversão e entretenimento para atrair mais consumidores
A loja Fnac do Morumbi Shopping é a primeira da rede em um centro de compras da capital paulista
Rede investiu R$ 25 milhões
Milton Mansilha/LUZ
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comércio da cultura e da diversão continua sendo um bom negócio. Tanto que os livros e as revistas ainda são os principais destaques das megalivrarias. Mas as redes começam a dar destaque para computadores, aparelhos de som, de televisão, iPods, MP3, CDs e DVDs. O cliente pode folhear as obras degustando um café ou ouvir o lançamento do artista predileto. Para oferecer tudo isso, é preciso espaço. Os megapontos-de-venda não páram de crescer. A concorrência é acirrada. As grandes marcas inauguram lojas com altos investimentos, com o máximo de conforto para fidelizar o consumidor – principalmente da região sul da cidade. É uma verdadeira "dança das livrarias": a Fnac e a Saraiva vão disputar os clientes do Morumbi Shopping; no Market Place, a Livraria Cultura abre as portas e a Nobel foi embora – deve apostar em outros mercados. A Fnac abriu a primeira loja em shopping center em São Paulo, recentemente, no Morumbi. São sete unidades no Brasil. Com quase 4 mil metros quadrados e um investimento de R$ 25 milhões, o diretor-geral da empresa no Brasil, Pierre Courty, não teme a concorrência estabelecida na região. "A
Fnac apresenta um conceito diferente – temos tecnologia, eventos culturais e ofertas que não são encontrados em nenhum outro lugar. Quem mora na região poderá agora conhecer a rede, já que os demais pontos-de-venda da Fnac ficam na Avenida Paulista e no bairro de Pinheiros." Segundo ele, a empresa procurou um "espaço bom" em um shopping por sete anos. "A Fnac é uma das lojas-âncora do Morumbi Shopping, o maior da região. O público que freqüenta o local é o mesmo que se interessa pelo diferencial encontrado no ponto-de-venda." Courty afirma que a expansão das megalojas vai continuar no Brasil – "neste momento estão sendo estudados entre cinco a dez projetos. São planos de longo prazo, que dependem de espaço". Cada loja da Fnac no mundo tem um padrinho. Na Europa, David Bowie e Paul McCartney já ocuparam o cargo. Na recém-inaugurada unidade do Morumbi, serão o escritor Ruy Castro, os cantores Paulinho da Viola e Daniela Mercury, além da empresária Constanza Pascolato. Dança das livrarias – Já a Livraria Cultura abriu, em junho, a unidade no Shopping Market Place – local em que a Nobel fechou as portas. De
acordo com o diretor da rede da Livraria Cultura, Sérgio Hertz, a empresa só se instala em shopping se a unidade for "loja-âncora". "A loja, por si só, não atrai os consumidores. O público que freqüenta o local está de olho também no mix de lojas. É uma operação conjunta", diz. Os planos de expansão da Cultura não estão limitados ao shopping. As quatro lojas da Avenida Paulista serão unificadas e ocuparão o lugar do antigo Cine Astor. "O espaço será muito maior e será possível vender também CDs e DVDs", reforça. Além disso, outra loja será inaugurada no segundo semestre de 2007, com aproximadamente 3 mil metros quadrados. E, em 2008, será a vez da loja no Shopping Pompéia – já em construção. Uns entram, outros saem – "Depois de oito anos, a livraria Nobel não está mais no Shopping Market Place, em razão da concorrência acirrada. A direção do empreendimento tinha interesse em fazer modificações. Vamos apostar na unidade que fica no Center 3 e na rede de franqueados. A chegada da Fnac na região pesou na decisão", afirma o gerente de expansão de franquias da Nobel, Eduardo Pires. Neide Martingo
TVs de plasma perdem mercado
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s fornecedores de TVs de plasma como a Matsushita Electric, fabricante da marca Panasonic, que já foram superados em número pelas empresas que optaram pelo sistema LCD, devem perder ainda mais terreno à medida que os televisores LCD começam a conquistar espaço na categoria de 40 polegadas ou mais, um dos baluartes das TVs de plasma. A crescente demanda por modelos de resolução mais elevada também está oferecendo vantagem aos produtores de modelos com telas de cristal lí-
quido (LCD), como a Sony e fabricantes em Taiwan e na Coréia do Sul, e isso deve abrir caminho à consolidação da tecnologia ante os fabricantes de TVs de plasma, dizem analistas. É tecnologicamente difícil e muitas vezes custoso para os fabricantes de TVs de plasma oferecerem alta definição em modelos com telas de menos de 50 polegadas, enquanto os fabricantes de TVs LCD vêm promovendo agressivamente modelos de alta definição nesse segmento de telas, embora seus preços sejam mais altos. "Essa temporada natalina é
provavelmente a última chance para que os fabricantes de TVs de plasma promovam seus modelos de 42 polegadas. A essa altura do ano que vem não haverá diferença de preço entre os televisores de plasma e LCD", disse Wanli Wang, analista do Credit Suisse. "Com pouca diferença de preço, a maioria das pessoas optaria pelos modelos LCD em razão da resolução mais elevada", disse Wang. Segundo ele, os preços dos modelos LCD cairão 30% em 2007, ante a queda de 15% a 20% dos televisores de plasma. (Reuters)
Megaloja da Livraria Cultura no Shopping Market Place ajudou a acirrar a competição na zona sul
Wal-Mart abrirá 28 unidades em 2007
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rede varejista WalMart vai investir R$ 850 milhões no Brasil em 2007 na abertura de 28 lojas em todos os formatos que opera no País – hipermercados, supermercados, atacado e soft discount. Do total, 12 serão de unidades das bandeiras Todo Dia e Maxxi. Serão feitas ainda reformas em pontos existentes e haverá a abertura de 19 novas farmácias, que se somarão às 114 já existentes. Sem citar números, o presidente do Wal-Mart no Brasil, Vicente Trius, disse ontem que a rede está satisfeita com o de-
sempenho no País, onde as vendas ultrapassam a performance do mercado. "O crescimento nas lojas do Nordeste é maior, mas temos crescido em termos reais em todas as regiões brasileiras", disse. Segundo Trius, um espanhol que está no País desde 1997, o maior desafio é tornar os produtos mais acessíveis e passar ao consumidor cada vez mais mercadorias com valor agregado. A expansão das bandeiras Todo Dia e Maxxi demonstra a ênfase da rede nos consumidores de classes C e D. "No Brasil,
enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) cresce 3%, as classes C e D registram crescimento próximo de 8%." Trius comentou também sobre a fusão entre a Americanas.com e o Submarino: "Já estava na hora", disse. "São profissionais que fazem um trabalho excelente num mercado que está crescendo." Quando questionado se o próximo passo para o Wal-Mart é ingressar no comércio eletrônico, o presidente se limitou a dizer que a rede tem outras prioridades, como aquisições.
Schincariol terá nova fábrica no CE
quadrados no quilômetro 35 da BR 116. Na fase inicial, a nova unidade terá 40 mil m² de área construída, com início de operações previsto para o final de 2007. A capacidade de produção do Grupo Schincariol crescerá para 31,6 bilhões de litros por ano. O volume inicial será de 150 milhões de litros. A unidade, que visa a atender prioritariamente o Norte e
Nordeste, poderá também produzir refrigerantes, repositores energéticos, sucos e água mineral. Serão gerados 160 empregos diretos e 900 indiretos. O Grupo Schincariol faturou R$ 3,1 bilhões em 2005, o que representou um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. A companhia tem nove unidades industriais espalhadas pelo País. (AE)
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Grupo Schincariol anunciou que investirá R$ 135 milhões em uma nova fábrica na cidade de Horizonte, no Ceará, que ocupará um terreno de 1,04 milhão de metros
Kety Shapazian
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Compor tamento Polícia Saúde Trânsito
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Um ano de exercícios garante um corpo bonito e saudável para o verão.
ESTÉTICA DO VERÃO PODE IMPOR SÉRIOS RISCOS
EU ANABOLIZEI O verão já se anuncia e para ganhar músculos rapidamente algumas pessoas apelam para os anabolizantes. Quem perde com isso é a saúde. Fotos de Newton Santos/Hype
Kelly Ferreira
Drogas de todos os tipos
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icar com um corpo legal, sem barriga e com os músculos mais firmes e mais fortes até o verão, que começa em menos de um mês, em 21 de dezembro, é o objetivo da maioria das pessoas que lota as academias no fim de ano. O que muitas delas não sabem é que os resultados não dependem apenas da malhação. Segundo especialistas, é preciso, além de dedicação e regularidade nos exercícios, manter uma alimentação balanceada que deve feita até oito vezes por dia. Mas, querendo resultados rápidos, e sem esforço, muitos arriscam a saúde tomando anabolizantes. "Existem pessoas que começam a malhar agora e até obtêm bons resultados até o verão. Tudo é possível. Mas o ideal é começar a se exercitar um ano antes", explica o professor responsável pela academia Bio Ritmo de Higienópolis, Igor Yole. Segundo ele, o fluxo na sala de musculação chega a aumentar até 15% nessa época. Yole explica que, dependendo do objetivo, os resultados podem demorar mais de oito meses para serem visíveis. Os mais curiosos e apressados, como é o caso de Maurício * e Bruno * – veja box nesta página – preferem fazer uso de anabolizantes. "Usando esses medicamentos o resultado que demoraria oito meses, pode surgir em apenas dois. Apesar do curto tempo, sempre oriento que as pessoas não usem anabolizante. Eles fazem muito mal à saúde. O melhor é ir malhando devagar que o resultado aparecerá, sem danos ao corpo e à saúde", disse. Drogas – Os esteróides anabolizantes, conhecidos apenas como anabolizantes, são drogas relacionadas ao hormônio masculino, a testosterona. O uso do medicamento provoca aumento dos músculos, fazendo com que cada vez mais pessoas utilize-o para melhorar a aparência física. Segundo o médico fisiologista Paulo Zogaib, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do hospital Sírio Libanês, o problema do abuso dessas drogas geralmente não está relacionado com os atletas, uma vez que eles passam por testes anti-dopping. "O anabolizante é um medicamento e pode causar sérios problemas de saúde quando mal utilizado ou usado em excesso. Eles podem ser encontrados em farmácias, onde devem ser vendidos com receita médica. Como isso não é respeitado, o uso se tornou banal. Nas academias, sempre há alguém que vende o produto, que também pode ser encontrado em lojas de suplementos e pela internet", disse. Conhecidos também como "bombas", os anabolizantes podem ser tomados na forma de comprimidos ou em injeções. No Brasil, não há estatísticas do uso. Mas, segundo Zogaib, o anabolizante é utilizado principalmente por adolescentes do sexo masculino. "A procura das mulheres por esse medicamento é menor. Nelas, os efeitos irreversíveis, como a mudança de voz e o aparecimento de pêlos, surgem logo", disse. Para obter resultados rápidos, algumas pessoas chegam a usar produtos de uso veterinários à base de esteróides. Em 2004, Silvio Santana de Couto, de 19 anos, morreu após passar 15 dias internado em estado gravíssimo em um hospital em Brasília, devido ao uso de ADE, um complexo vitamínico para engordar bovinos. Ele foi internado após apresentar cefaléia e convulsões. O mesmo medicamento já havia causado a morte de Jackson Vieira de Souza, de 21 anos, alguns dias antes, também em uma cidade satélite de Brasília. Na época, segundo a assessoria de imprensa do hospital, a mãe e amigos do rapaz disseram que ele havia utilizado o ADE. Excesso - O uso abusivo desses medicamentos pode causar tremores, acne severa, retenção de líquidos e, consequentemente, aumento da pressão arterial, dores nas juntas, DHL baixo (a forma boa do colesterol), icterícia e tumores no fígado. Além disso, nos homens pode acontecer a diminuição dos testículos e dos espermatozóides, impotência, infertilidade, calvície e desenvolvimento de mamas, entre outros problemas. Nas mulheres, há crescimento de pêlos faciais, alterações ou ausência de ciclo menstrual, aumento do clitoris, engrossamento da voz e diminuição de seios. O abuso de anabolizantes ainda pode causar irritabilidade e agressividade e cânceres de fígado, próstata e mama. (* ) Nomes trocados a pedido dos entrevistados
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Maurício, instrutor de academia, ganhou seis quilos de músculos em cinco meses
Um corpo mais saudável depende de boa alimentação e de exercício Danilo Verpa/Hype
Zogaib: anabolizantes podem causar sérios problemas de saúde
oi a curiosidade que le- rúnculos pelo corpo. Tive de vou Maurício*, de 35 fazer três microcirurgias. Fui anos, instrutor de aca- ao médico e ele me disse que demia, a usar anabolizantes. eram efeitos das 'bombas'. Ele tinha 26 anos, quando Com exames, ficou constata'amigos' da academia oferece- do que meu fígado estava param as drogas, obtidas com recendo uma geléia", disse. conhecidos que trabalhavam Bruno acha que os probleem farmácias. "Queria ver se mas apareceram por conta funcionava mesmo. Em cinco d o u s o c o n t í n u o . " E r a m meses, aumentei 6 quilos de m u it o s me dic a me nt o s e massa muscular", disse. guardo as embalagens. TiMaurício tomava nha comprimido o ciclo (espécie de e injetáveis. Checoquetel com vários guei até a tomar o anabolizantes) por Tomei ADE, de ADE, de uso vete5 a 6 semanas. Ao rinário, e aplicar o todo, tomou quatro uso veterinálipostabil na barciclos, com interva- rio, e apliquei o riga para queimar l o d e u m a d o i s lipostabil na gordura". anos. "Tinha de tu- barriga para Como todos que do. Comprimidos, queimar usam os medicainjetáveis, medicamentos, ele mesmo mentos com ação gordura. fazia as aplicações. rápida e lenta e até à Bruno Bruno chegou a aubase de água para mentar 18 quilos de não inchar", disse. massa muscular Segundo Maurício, a inicia- durante o período em que tiva de parar não teve nada a usou os anabolizantes. Para ver com a saúde. "Percebi que cada ciclo, gastou, em média, tomar 'bomba' sem um treino R$ 250. "O efeito surgia rápipesado e uma alimentação ba- do. Então eu aplicava mais. lanceada não adianta de nada. Era um vício", disse. Não indico para ninguém. Faz quatro meses que BruQuer ter um corpo legal? Pro- no não usa mais anabolizancure um nutricionista e treine tes. Já perdeu 8 quilos. Apesar muito", aconselhou. dos problemas que teve, não Problemas – Diferente- descarta a possibilidade de mente de Maurício, Bruno*, usar de novo. "Por enquanto de 25 anos, teve problemas de não quero. Mas, se daqui um saúde ao tomar anabolizan- tempo achar que vai ser legal tes. "Estourou uma ferida em aumentar o corpo novamenminha boca e mais de dez fu- te, começo de novo". (KF)
terça-feira, 28 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
INFORMÁTICA - 5
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
3 Geraldo Magela / Agência Senado
Política
Alguém precisa carregar a chama da esquerda, além do PSol. Cristovam Buarque
EXPECTATIVA DE UMA ADESÃO FÁCIL NÃO SE CONFIRMA: PEDETISTAS HISTÓRICOS RELUTAM E DIZEM NÃO. Beto Barata / AE
PDT NÃO GARANTE APOIO AO GOVERNO
PT ENSINA COALIZAÇÃO PARA O PT
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JUIZ DE MG NÃO PUNE ELEITORES FALTOSOS
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Partido está dividido: enquanto alguns declaram formalmente o alinhamento com o presidente Lula, outros anunciam abertamente que farão oposição.
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Fábio Motta /AE
nquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue na agenda de conversas com os partidos aliados, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, cumpre a função de "convencer" o PT sobre a importância do chamado governo de coalizão. Tarso começou a distribuir para os dirigentes e militantes do partido documento explicando o que é um governo de coalizão e justificando sua necessidade. Na carta, obtida pelo GLOBO, Tarso admite que "não é fácil" formar um governo de coalizão, mas argumenta que é o modelo de gestão política mais transparente, com grandes acordos com partidos – o mensalão surgiu em meio às negociações pontuais do governo no Congresso. O próprio Lula, na reunião de coordenação de governo, ontem, fez uma avaliação positiva da sua tentativa de formar um governo de coalizão e disse que pretende dedicar as duas p r ó x i m a s s emanas às conversas com os partidos que o apóiam. Hoje, Lula se reúne com as direções do PDT e do PV. Na próxima sePresidente mana, depois de voltar de quer a uma viagem à formação África, o preside uma dente se reunirá com os aliabase de dos de primeira centrohora: PCdoB, esquerda PSB e PRB – Tarso Genro partido do vicepresidente José Alencar. "O presidente quer a formação de uma base de centro-esquerda", disse o ministro Tarso Genro, ao falar da aproximação com o PDT e o PV. No documento enviado a militantes e dirigentes do PT, chamado de "Nota Rápida de Conjuntura 16", Tarso diz que um governo de coalizão costuma ser feito em países parlamentaristas e não presidencialistas, mas acrescenta que Lula é "um chefe do Executivo que tem força político-institucional e confiança" para implementá-lo. Sem se referir diretamente às denúncias de corrupção envolvendo o governo e o PT, Tarso salienta a importância de se garantir maioria: "Um governo de coalizão possibilita maior previsibilidade nas relações com o Parlamento e valoriza expressamente os partidos políticos, substituindo as fortes relações regionais, que ainda imperam no Brasil, por relações mais programáticas, de caráter nacional", diz Tarso. (AOG)
juiz Wagner Guerreiro, da 276ª zona eleitoral em Uberaba, no Triângulo Mineiro, decidiu isentar da aplicação de multa os eleitores faltosos nas eleições deste ano. Segundo o juiz, a regra constitucional que obriga o voto confronta os ideais de liberdade, manifestação de pensamento e crença, entre outros. Assim, ele alega não estar convencido da necessidade de apenar os ausentes. O Ministério Público em Uberaba entrou com um recurso contra a decisão. (AE)
Lula e Marco Aurélio Garcia: afinando o discurso sobre a próxima eleição da presidência na Câmara.
CÂMARA: SÓ UM CANDIDATO? Governo diz que vai trabalhar nessa linha. E até abre mão de indicações.
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epois de uma reunião da cúpula petista com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, ontem, o presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, disse que o governo vai trabalhar para ter um único candidato da base governista à presidência da Câmara. Marco Aurélio Garcia disse ainda que os partidos da base têm nomes altamente qualificados para a função e, sendo um escolhido, os demais não deverão se sentir derrotados. "Como se trata de uma solução de conciliação, evidentemente num governo de coalizão é normal que haja um processo de discussão em torno de um nome", argumenta. "O que não pode passar é a idéia de que aquele partido que não tiver seu nome indicado saiu derrotado, que a aliança está comprometida, porque, em havendo mais de um candidato, é evidente que um deles ficará de fora. Só um será o presidente da Câmara", reforçou, acrescentando que não haverá
conflito entre o Executivo e o Legislativo na escolha do futuro presidente da Câmara. Segundo ele, a disputa da presidência da Câmara em 2005, quando o PT lançou dois candidatos e perdeu o comando da Casa para Severino Cavalcanti, serviu de lição. Ele lembra que na sucessão de Severino, que renunciou para não ser cassado, a base se unificou e elegeu o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). "O governo, evidentemente, não que vá interferir, porque não tem como interferir, não gostaria que a eleição do presidente da Câmara, o segundo (cargo) na linha de sucessão, fosse turvada, complicada por um processo de grande enfrentamento e desgaste como foi aquele (de 2005)", explicou. Segundo Marco Aurélio Garcia, no encontro de ontem foi feita uma avaliação da reunião do Diretório Nacional do PT, realizada no último sábado. Participaram do encontro: Gilmar Tato (terceiro vice-presidente do PT), Maria do Rosá-
rio (segunda vice-presidente), o deputado estadual Renato Simões (SP) , Joaquim Soriano (secretário-geral adjunto) e Paulo Ferreira (tesoureiro). "Abrir mão" – Garcia disse ainda que o partido poderá abrir mão da indicação para a presidência da Câmara, se isso for necessário para assegurar o governo de coalizão defendido pelo presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. Como a coalizão é a prioridade do governo(veja reportagem nesta página) a legenda não se manterá inflexível nesse ponto, garantiu Garcia. "Não é uma posição irredutível", disse, em relação à possibilidade de a sigla não defender a candidatura do líder na Casa, Arlindo Chinaglia (SP), o mais cotado no partido. Segundo o presidente nacional do PT, todas as agremiações têm bons nomes, embora se saiba que, pessoalmente, o presidente vem trabalhando firme nos bastidores em favor da manutenção de Aldo Rebelo no cargo. (AOG)
GARCIA: 'IMPRENSA SEMPRE SERÁ LIVRE'
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epois de ter sido hostil com jornalistas, o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, negou ontem que esteja nos planos do governo qualquer medida para controlar a imprensa ou encontrar formas de diminuir o poder da mídia. Apesar de ser um dos petistas que mais teve confrontos com jornalistas nos últimos tempos, Garcia afirmou que o seu partido é "extremamente respeitoso com as liberdades democráticas". "A imprensa funciona normalmente no Brasil, tem liberdade absoluta. Tanto é assim que estudos feitos por observatórios de imprensa revelam que ela foi de uma severidade extraordinária em relação ao candidato que resultou reeleito e isso não nos fez ter nenhuma atitude", afirmou o presidente do PT. "Até porque não faz parte do nosso DNA político, quero deixar claro".
Garcia reafirmou que não há disposição nenhuma do governo em tentar cercear o trabalho dos jornalistas, apesar de membros do seu partido e da base aliada já terem repetido que o governo deveria "democratizar" a imprensa. Um dos planos é incentivar "mídias alternativas e independentes", inclusive com financiamento estatal, para se contrapor à imprensa tradicional. Um estudo do governo analisa, inclusive, levar para Casa Civil uma "Secretaria de Democratização da Informação" que, entre outras coisas, analisaria as concessões de rádio e tevê. "Quem tem maus hábitos em relação à imprensa não somos nós. O desconforto individual com a imprensa seguramente é bem menor do que o desconforto de certos jornalistas com o governo. No mínimo estamos empatados". (AE)
PDT chega dividi- sas do Congresso Nacional. do para o seu pri- Essa é uma situação muito pam e i r o e n c o n t r o recida com a da Venezuela", institucional com o observou Cristovam. presidente Luiz Inácio Lula da Para o senador pedetista, a Silva, hoje, no Planalto. En- pressão de prefeitos e dos dois quanto o líder do partido na governadores eleitos, Waldez Câmara, Miro Teixeira (RJ), de- G ó i s ( A P ) e J a c k s o n L a g o fenderá o apoio ao governo (MA), para que o partido aceite Lula, o líder do Senado, Osmar participar do governo de coaliDias (PR), deverá externar a zão proposto por Lula já seria vontade da maioria de seus co- um motivo a mais para o PDT legas senadores de permane- permanecer na oposição, porcer na oposição. Diante desta que evidencia o temor de que divisão, o presidente nacional serão discriminados se permado PDT, Carlos Lupi, anteci- necerem na oposição. "É inapou ontem que nenhuma deci- ceitável do ponto de vista ético são seria tomada hoje – só de- que o governo federal discripois de ouvir o que o presiden- mine governantes de partidos te Lula tem a dizer e de subme- de oposição, conforme temem os nossos prefeitos e governater sua proposta ao partido. "Estou indo para este encon- dores", reclamou. tro de coração aberComo ex-ministo para saber que titro de Lula, Cristopo de papel o PDT vam disse não acreditar em qualquer teria numa eventual aliança com o gop ro p o s t a d e m udança a ser aprev e r n o . Q u a l q u e r Quantos que seja a proposta, milhares de sentada pelo presidente. Na mesma liela será submetida petistas estão ao partido", assegunha, o senador Jefinsatisfeitos ferson Péres (PDTrou Lupi. Dos quatro sena- com o PT? E para AM), que foi candidato a vice na chapa dores do PDT, ape- onde iriam? nas Augusto Botede Cristovam, disse Cristovam que o partido comelho (RO) é favorável Buarque terá um grande erro à adesão do partido ao governo Lula. Da tanto se optar por fazer uma oposição tribuna, o senador Cristovam Buarque, ex-candi- radical, quanto se aceitar partidato à Presidência e ex-minis- cipar do governo com cargos: tro de Lula, voltou a defender a "Isso seria adesismo", diz. permanência do PDT na oposi- Infelizmente grande parte da ção. Em entrevista, logo de- classe política não sabe viver pois, expôs sua preocupação longe do governo e fica sempre com o movimento de adesão em busca de cargos e de recurde vários partidos, inclusive os sos. Um partido que teve cande oposição, ao governo fede- didato à Presidência e não ral. Na sua opinião, o Brasil ca- apoiou a reeleição do presiminha para uma situação mui- dente nem no 2° turno, deveria to parecida com a da Venezue- permanecer na oposição. Já o líder Miro Teixeira dela de Hugo Chávez, que classifica de "ditadura de massas". fende abertamente o apoio a "Alguém precisa carregar a Lula. Segundo ele, essa é a pochama da esquerda além do sição da ampla maioria da banPSol. E trazer de volta a idéia cada, hoje com 24 deputados. de revolução. Quantos milha- "Não condiciono isso a nenhures de petistas estão insatisfei- ma reunião e nem a oferta de tos com o PT e para onde pode- cargos ", disse Miro. Para Lupi, essa divisão é nariam ir? Qual seria a alternativa? A unanimidade é antide- tural porque o partido passou mocrática. O presidente está os últimos anos na oposição. trabalhando para continuar "Não é simples mudar de lado, tendo o apoio dos movimentos mas Lula está agindo diferente de massa, dos partidos políti- ao chamar os partidos para cos e quer controlar as duas Ca- conversar. (AOG)
'PT ACEITA ABRIR MAIS ESPAÇOS'
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presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, disse ontem que não há "espaços originais" do seu partido no governo e que não vai haver problemas para o PT abrir lugar para aliados no segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com Garcia, o encontro do diretório nacional do partido nesse domingo já definiu que o PT vai defender o governo de coalizão proposto pelo presidente Lula. "Muitos espaços que alguns chamam de 'originais' já foram alterados. Ministérios que foram do PT deixaram de ser, e outros que não eram passaram a ser", afirmou Garcia, ao sair de um encontro da comissão
política do PT com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. "Queremos um governo de coalizão em torno de um programa". O presidente do PT afirmou que o encontro foi para discutir as formas de diálogo do PT com o Palácio do Planalto, e repetiu a tese de que o partido é a favor da coalizão em torno do programa de governo, especialmente da questão do crescimento econômico do País, da distribuição de renda e da reforma política. Mas que a distribuição de cargos cabe apenas ao presidente. "Isso é uma coisa a ser preenchida segundo critérios presidenciais e harmonia da coalizão", afirmou. (AE)
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Tr i b u t o s Agronegócio Finanças Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
SUPERÁVIT ESTÁ ACIMA DA META
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10,23
por cento foi o ganho médio obtido pelos fundos de pensão de janeiro a agosto
ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA PAGAMENTO DE DÍVIDA EM OUTUBRO FOI A MAIOR DA SÉRIE PARA O MÊS
SUPERÁVIT PRIMÁRIO AUMENTA 22,4% Luiz Prado/LUZ – 14/4/04
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Mercado aposta em corte de 0,5 na Selic
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a última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa hoje e termina amanhã, os juros básicos (Selic) deverão mais uma vez ser reduzidos em 0,5 ponto percentual, segundo a expectativa predominante no mercado financeiro, captada na pesquisa realizada semanalmente pelo Banco Central (BC). Confirmada a hipótese, a taxa de juros passaria dos atuais 13,75% para 13,25% ao ano e os juros reais (descontada a inflação) ficariam próximos da marca dos 9%. "A redução do ritmo de cortes, para 0,25 ponto percentual, deve ficar para janeiro de 2007", disse a economista Marcela Prada, da Tendências Consultoria, referindo-se à previsão de muitos analistas de que o Copom poderia adotar um corte mais modesto na Selic já a partir deste mês. Segundo a economista, o aumento da inflação captado por diversos índices de preços nas últimas semanas não chegou a mudar a expectativa do mercado. A prova, segundo ela, é que as projeções para a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2007 mantiveram-se em 4,1%, ficando em patamar inferior aos 4,2% estimados às vésperas da reunião do Copom feita em outubro. Para este ano, a projeção de mercado para o IPCA aumentou de 3,08% para 3,15%. A elevação, de acordo com Marcela, foi puxada pelo impacto do reajuste das tarifas de ônibus urbano em São Paulo. "A alta do ônibus fez a previsão do mercado para a inflação de dezembro subir de 0,36% para 0,45%", afirmou. O cenário para a atividade econômica, segundo ela, também continua favorável para a manutenção do ritmo de queda dos juros em 0,5 ponto percentual. "O aquecimento da economia que estamos vendo neste final de ano não chega a causar nenhuma preocupação maior", comentou a economista da Tendências. Na pesquisa do BC, a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano teve queda pela terceira semana consecutiva e recuou de 2,95% para 2,94%. "Estamos esperando a divulgação do PIB do terceiro trimestre para revisarmos nossa projeção de 3,3% de crescimento", disse Marcela. Para 2007, a previsão do mercado para o PIB manteve-se em 3,5%. "Trabalhamos com uma projeção de 3,2% para a expansão do PIB no próximo ano", informou a economista. (AE)
Para Ferreira, da Acrefi, crédito depende da política econômica
Concessão de crédito crescerá 25% em 2007
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concessão de crédito, tanto para pessoas físicas como empresas, terá um crescimento de 25% em 2007. Essa é a previsão da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimentos (Acrefi). De acordo com a entidade, as operações aumentam a uma taxa anual de 20% desde 2003. Para este ano, a previsão é de uma expansão de 30%, com estoque de R$ 148 bilhões em empréstimos e financiamentos. Esses números foram divulgados ontem, em seminário realizado na Serasa. Na avaliação do presidente da Acrefi, Érico Sodré Ferreira, o avanço das carteiras, principalmente para pessoas físicas, depende da política econômica do governo no próximo ano. "Com a inflação sob controle, em no máximo 4% ao ano, e a manutenção da tendência de queda da taxa básica de juros, o crédito pode aumentar conforme estimamos", afirmou. Ele disse que em 2007 haverá um conjunto positivo de fatores para o tomador de crédito, com destaques para a redução dos custos de liberação de cré-
dito e para a expectativa em relação à criação do cadastro positivo. "O cenário pode favorecer a diminuição de juros." A inadimplência, um dos principais componentes das taxas de juros, deve ficar estável no próximo ano, de acordo com a Acrefi — atualmente, o índice é de 14,5%. Ferreira ressaltou que existe diferença entre inadimplência e insolvência, situação em que o devedor deixa de pagar mais de uma parcela por um período superior a 90 dias. "Essa diferença seria mais perceptível se já existisse o cadastro positivo", afirmou. "O projeto que fizemos em conjunto com a Associação Comercial de São Paulo contempla todas as demandas do mercado. Não entendo a demora do Congresso em regulamentar a matéria", disse. O chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos de Freitas Gomes, espera que o Banco Central reduza os depósitos compulsórios dos bancos como forma de contribuir para a redução do custo do crédito para o tomador final. Davi Franzon
Bovespa amadurece
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e faroeste especulativo a um mercado que ainda tem limitações, mas está regulado e negocia incrivelmente mais. Essa é a trajetória dos negócios com ações no Brasil nos últimos 30 anos, desde a criação da Lei das S.A. No período, o cenário mudou radicalmente, com o amadurecimento tanto das empresas como dos investidores. Em volume financeiro, a evolução da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi meteórica. Em 1976, a Bovespa negociava apenas US$ 4,2 milhões, em média, por dia. Naquela época, a bolsa paulista tinha concorrência da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Atualmente, o giro diário passa de R$ 1,5 bilhão. Em relação ao tipo de ação negociada, o mercado brasileiro mostra que continua focado em commodities. A blue chip atual, Petrobras, também era a
preferida 30 anos atrás: concentrou quase 20% do volume financeiro da bolsa em 1976. Evolução — Antes da década de 1960, o mercado de capitais praticamente não existia no Brasil, como lembra o primeiro presidente da Comissão de Valores Mobiliários, Roberto Teixeira da Costa. Entre 1964 e 1965 foi feito um grande esforço para alavancar o setor, com reformas que incluíram a criação do Banco Central, que tinha um departamento especializado em mercado de capitais. O projeto foi patrocinado pelo ministro da Fazenda de então e um dos criadores da futura Lei das S.A., Octavio Bulhões, e do ministro do Planejamento, Roberto Campos. O presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, acredita que a Lei das S.A. contribuiu para consolidar os negócios com ações. "O modelo adotado deu segurança." (AE)
Patrimônio dos fundos de pensão soma R$ 345 bi
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patrimônio dos fundos de pensão brasileiros atingiu R$ 345 bilhões no mês de agosto, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). O montante representa cerca de 18% do Produto Interno Bruto (PIB), pelos cálculos da entidade. A rentabilidade média dos planos no acumulado dos oito primeiros meses deste ano foi de 10,23%, percentual que re-
presenta praticamente o dobro da meta atuarial do período, de 5,16% — equivalente à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais 6% de juros ao ano. As aplicações em renda variável geraram ganho médio de 11,17% para os fundos, acima do Ibovespa, principal referência do mercado de ações nacional (9,23%). O retorno da renda fixa foi de 9,79%. Para o ano, a Abrapp projeta um retorno médio de 18,82%. (AE)
s contas do setor público consolidado (governo federal, estados, municípios e estatais) apresentaram em outubro um superávit primário — economia para garantir o pagamento da dívida — de R$ 10,47 bilhões. O resultado, o melhor para meses de outubro desde o início da série histórica, em 1991, foi 22,4% maior que o verificado em igual período do ano passado. De janeiro a outubro, o setor público economizou R$ 90,99 bilhões, o equivalente a 5,32% do Produto Interno Bruto (PIB) do período. O valor ficou bem acima dos 4,25% do PIB estabelecidos como meta para o ano. Tomando por base os 12 meses encerrados em outubro, no entanto, a situação é mais apertada: o saldo é de R$ 89,44 bilhões, que correspondem a 4,34% do PIB, pouco acima da meta estabelecida. O ministro da Fazenda, Guido Fazenda, classificou o resultado das contas de outubro como "satisfatório". "Até agora, estamos indo muito bem e vamos cumprir a meta de superávit primário para o ano", disse. "O resultado desmente os que duvidavam de nossa capacidade de cumprir a meta." O resultado primário não inclui o pagamento de juros da dívida pública. Considerando os juros, o setor público apresentou resultado negativo de
R$ 2,79 bilhões em outubro. É o chamado déficit nominal, que ficou em R$ 43,92 bilhões nos dez primeiros meses do ano (2,57% do PIB). Em 12 meses, o déficit foi de R$ 69,12 bilhões (o equivalente a 3,35% do PIB). Sazonalidade — O chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou que não há risco de descumprimento do objetivo fiscal para este ano, embora tenha destacado que os dois últimos meses do ano
têm "uma sazonalidade adversa", por conta da despesa com o 13º salário do funcionalismo público e dos benefícios da Previdência Social. Lopes destacou no resultado de outubro o desempenho dos governos estaduais. Com superávit de R$ 2,54 bilhões, os estados tiveram o melhor superávit da série histórica. O desempenho negativo ficou por conta das estatais, que apresentaram déficit primário de R$ 401 milhões. O mau resultado foi causado basicamente pelas estatais federais, que tiveram déficit de R$ 715 milhões em outubro. Lopes ressaltou que o desempenho das estatais federais no ano está bem abaixo da meta de R$ 17,7 bilhões que elas deveriam atingir até dezembro. De janeiro a outubro, o superávit acumulado é de apenas R$ 8,974 bilhões. Na última semana, o secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, já havia manifestado preocupação com as contas das estatais federais. Ele avisou que o Tesouro não pretende fazer um superávit maior em 2006 para cobrir um eventual resultado menor das estatais. Mesmo porque as contas deste ano estão mais apertadas, diante da decisão do governo de trabalhar com uma folga menor em relação ao cumprimento da meta de 4,25% do PIB. (AE)
BC: relação entre dívida e PIB fica abaixo de 50%.
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ela primeira vez desde abril de 2001, a relação da dívida líquida do setor público (o resultado do que os governos federal, municipais e estaduais devem e o que têm a receber de seus credores) ficou abaixo dos 50% do Produto Interno Bruto (PIB) — em 49,5% — em outubro, uma queda de 0,4 ponto percentual em relação ao mês anterior. A relação entre a dívida e o PIB é um dos critérios considerados por investidores para avaliar a solvência do País. O bom resultado do mês passado, no entanto, não se repetirá ao final do ano, e a relação entre a dívida e o PIB deve voltar ao patamar dos 50,3% do PIB. "A elevação será provocada pelo fato de o resultado primário do setor público (receita menos despesa) ser sazonalmente deficitário nos meses de dezembro", explicou o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes. O aumento da inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), segundo ele, ajudou a deixar a dívida líquida do setor público de outubro abaixo da marca dos 50% do PIB. Calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice de preços no atacado é usado pelo BC na valorização do PIB para o cálculo da dívida. "A dívida subiu dos R$ 1,039 trilhão para R$ 1,042 trilhão entre setembro e outubro", informou. Emergentes — A dívida líquida do setor público brasileiro, segundo o chefe do Depec, ainda é maior que a de países emergentes como o México e o Chile. "A dívida do Chile está em cerca de 17% do PIB e a mexicana já está abaixo dos 40% do PIB", disse. Outro problema apontado por Lopes é o fato de a dívida brasileira ainda estar muito concentrada no curto prazo. "É preciso continuar reduzindo a dívida e melhorando seu perfil de vencimentos", comentou. A
Argentina e o Uruguai, em contrapartida, têm dívidas superiores a 50% do PIB. Despesas — As despesas acumuladas em 12 meses geradas pelo pagamento de juros da dívida caíram de 7,75% do PIB em setembro para 7,69% no mês passado. O percentual, segundo o chefe do Depec, é o menor desde os 7,68% do PIB registrados em maio de 2005. A redução já é reflexo dos sucessivos cortes de juros feitos pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro do ano passado até o mês passado. No período, a taxa caiu 6 pontos, de 19,75% para 13,75% ao ano. O pleno impacto de cada corte dos juros, segundo o chefe do Depec, costuma ocor-
rer apenas ao final de 12 meses. "O efeito da redução dos juros não é imediato", comentou. Investidores — Os investidores estrangeiros já compraram cerca de R$ 16,6 bilhões em títulos da dívida interna desde fevereiro deste ano, depois que o governo brasileiro concedeu isenção tributária para o capital estrangeiro. Para o Tesouro Nacional, a participação ainda é pequena (2,2% do total da dívida) e há grande potencial de crescimento com o processo em curso de redução do risco-País. No México, que foi pioneiro na América Latina na adoção de medidas para a atração do investimento estrangeiro, a parcela soma cerca de 10%. (AE)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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terça-feira, 28 de novembro de 2006
Internacional
A menos que alguma coisa de drástica seja feita, poderemos chegar a uma guerra civil [no Iraque]. Kofi Annan, secretário-geral da ONU
AFP
MAIS UMA PEÇA VERMELHA NA AMÉRICA LATINA O economista Rafael Correa, candidato da esquerda, vence as eleições no Equador. Na festa da vitória, o chavista Correa tentou mostrar independência em relação ao presidente venezuelano: "Meus amigos não mandam na minha casa". dor", disse o professor de Ciências Políticas da Universidade Salesiana de Quito, Jorge Saverio. "Só na última década, três presidentes que tentaram desafiar o status quo, numa intensidade muito menos radical do que propõe Correa, não resistiram à pressão", acrescentou, referindo-se a Abdala Bucaram (eleito em 1996), Jamil Mahuad (em 1998) e Lúcio Gutiérrez (2002), todos depostos antes do fim do mandato. O primeiro desafio de Correa é o cumprimento de sua principal proposta de campanha, a instalação de uma Assembléia Constituinte. Não há nenhuma possibilidade legal de fazer isso sem a aprovação do Congresso – para o qual o partido de Correa, o Aliança País, não elegeu um único deputado. Na área econômica, o ministro de Economia designado por Correa, Ricardo Patiño – considerado um esquerdista radical –, já antecipou que desconhecerá a dívida externa, apesar do risco de uma moratória unilateral isolar o país. Hoje, em Guayaquil, o presi-
dente eleito preferiu falar em "renegociação", mas sem descartar a hipótese de suspender o pagamento da dívida. As relações com o principal parceiro comercial do Equador, os EUA, também prometem ser turbulentas. Correa afirmou que manterá a dolarização do país – adotada em 2000, após a quebradeira de bancos e em meio a uma inflação que beirava os 70%, para dar um mínimo de estabilidade econômica ao Equador. Mas a possibilidade da assinatura de um tratado de livre comércio com os EUA foi totalmente descartada. Com 58% dos votos apurados pelo Tribunal Supremo Eleitoral do Equador, Correa mantinha quase 30 pontos porcentuais de vantagem sobre seu adversário, o milionário Álvaro Noboa (64,82% a 35,19%). Noboa, inconformado com a terceira derrota consecutiva – depois de chegar a ter 20 pontos de vantagem nas pesquisas no começo da campanha para o segundo turno –, ainda resistia hoje à noite a reconhecer o triunfo de Correa.
Rafael Correa comemora vitória, em Guayaquil, contra o magnata da banana Álvaro Noboa
Irã: ajuda ao Iraque
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presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad disse que seu país "apoiará seu irmão, o Iraque, de todas as maneiras possíveis para promover a segurança no país". Ahmadinejad recebeu ontem, em Teerã, seu colega iraquiano, Jalal Talabani. O objetivo da visita é discutir medidas de cooperação no processo de paz iraquiano.
Olmert: discurso de paz
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m um de seus discursos mais conciliatórios, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que, se forem retomadas as negociações de paz, estará pronto para garantir aos palestinos um Estado soberano, a libertação de prisioneiros e o desbloqueio de dólares em fundos palestinos.
Alex Wong/Getty Images/AFP
O
presidente eleito do Equador, Rafael Correa, em meio à festa por sua eleição na Avenida de Los Shyris, ainda no domingo à noite, numa tentativa de deixar clara sua independência em relação ao líder venezuelano, Hugo Chávez, disse: "É meu amigo, meu amigo pessoal, mas os meus amigos não mandam na minha casa", declarou . Mas seu governo, a partir da posse em 15 de janeiro, deve ter estreitas relações com o governo chavista – incluindo a cooperação técnica entre as estatais de petróleo da Venezuela (PDVSA) e do Equador (Petroecuador). Correa reiterou ontem que quer o Equador de volta à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que o país abandonou em 1992. Para isso, conta com o apoio venezuelano. "As propostas de Correa, de reformar profundamente a política e a economia equatoriana, tiveram boa resposta do eleitorado, mas o colocam diante de desafios sem precedentes na história do Equa-
GATORADE SUSPEITO – Com roupas e máscaras especiais, bombeiros inspecionaram ontem "líquidos suspeitos" e um envelope encontrados na sala principal do Lincoln Memorial, em Washington DC. "Você sabe o que é anthrax?" era a questão escrita no envelope. Exames mostraram que os conteúdos da garrafa de Gatorade e de uma xícara de café eram inofensivos.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Pequenas dicas em texto rápido e fácil: é tudo que os iniciantes (e mesmo os experientes) precisam.
AUTOR DESVENDA OS MISTÉRIOS DA INFORMÁTICA
Divulgação
PEQUENAS PRECIOSIDADES
Saber prático em espaço mínimo Três livros básicos ensinam tudo sobre necessidades do dia-a-dia Rachel Melamet
ó de olhar as capas já dá vontade de ler. Os três novos livros da coleção Saber&Fazer, da Editora Nobel, são uma mão-na-roda para qualquer usuário de computador e merecem ficar na mesa de trabalho para consulta. Ocupam pouquíssimo espaço, no formato 14 X 21 cm, têm apenas 64 páginas e custam R$ 18 cada um. Neles, o autor Fernando Andrade – consultor, empresário, engenheiro, analista de sistemas e especialista em conciliar informática e comportamento – explica, em linguagem simples e acessível, como escrever
e-mails perfeitos nas mais variadas situações, como utilizar bem o Outlook e como manter o controle e acessar rapidamente todos os arquivos virtuais. Acerte o alvo – O e-mail é uma ferramenta muito poderosa: pode abrir muitas portas mas, também, pode fechar outras, se o autor "errar a mão". Escrever um e-mail é uma arte – desde os mais simples, com apenas um parágrafo, até os mais trabalhados, recheados de argumentos bem escritos. Todos merecem o mesmo empenho e atenção. Em "E-mail que Funciona!", Fernando Andrade analisa casos práticos de e-mails que atingem em cheio seus objeti-
vos e também avalia casos que deram errado, e explica as razões. O que escrever em um email? Como argumentar e convencer usando uma simples folha virtual de papel? O livro ensina como elaborar a hierarquia de destinatários e destaca a importância da linha "assunto" para que seu email não seja deletado antes mesmo de ser aberto. Mostra ainda a importância da saudação, desenvolvimento e encerramento da correspondência, as assinaturas que funcionam e dá um conselho precioso: nunca escreva um e-mail se você estiver num momento de raiva, tristeza ou instabilidade emocional – é desastre certo.
Ache tudo – Onde foi mesmo que eu gravei aquele arquivo? Quantas vezes por dia você se faz esta pergunta? Quantas vezes você abre um arquivo, vê que não é o certo, fecha, abre outro arquivo, vê que também não é o que procurava, fecha, abre mais um... Uma enorme perda de tempo e paciência. Mas é perfeitamente possível organizar, de forma definitiva, textos, planilhas e apresentações, gerenciar muito bem anotações, idéias, projetos e, claro, o número cada vez maior de e-mails que invadem as caixas postais. Fernando Andrade reuniu no livro "Gerenciamento de in-
formações eletrônicas" o melhor das dicas que passa em seus cursos, palestras, seminários e consultorias. A importância de um nome bem escolhido para cada arquivo, a melhor estrutura de pastas e sub-pastas e a organização eficiente de emails e contatos. Os programas que facilitam o gerenciamento de informações e a nova tecnologia que viabiliza tudo isto. Adeus ao "outloko" – Se há um programa muito, mas muito mal aproveitado, segundo Fernando Andrade, é certamente o Outlook. O que é uma pena, porque, para o autor, ele é perfeito para resolver problemas de sobrecarga de informações, pouco tempo para fazer
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tudo, dificuldade no estabelecimento de prioridades, excesso de contatos, reuniões improdutivas, trabalho em equipe e um número enorme de e-mails para ler, analisar e guardar. É claro que a maioria dos mortais não pensa dessa forma, já que estão sempre reclamando de problemas com o uso do programa, sugestivamente apelidado de "outloko". Mas, depois de ler "Outlook como Ferramenta de Produtividade", você poderá mudar de opinião e até passar a gostar da injustiçada ferramenta. Andrade discute casos práticos de utilização, com ilustrações que ensinam como extrair o melhor do Outlook.
Divulgação
TRADUÇÃO Desconto para quem quer passar de uma língua para outra uem usa a internet sabe do valor de um tradutor para ajudar na hora da dúvida sobre algumas expressões em outro idioma. O Babylon é um desses tradutores eficientes que pode ser baixado para o computador e ficar no desktop esperando para ser usado. O programa conta com cerca de 3 milhões de usuários no Brasil e deverá fechar o ano com 40 milhões no mundo, uma proeza para um programa pago, principalmente diante de tantas alternativas gratuitas na Web. Pois quem ainda não fez o upgrade para a nova versão 6 – que entre outras funções permite traduzir trechos de até 320 caracteres – será beneficiado com uma promoção da Babylon até o dia 30 de dezembro. Os clientes corporativos com mais de 10 licenças terão 20% de desconto na atualização e manutenção do software, disponível no site www.babylon.com.br. O Babylon 6 mais o pacote Michaelis com conteúdos bidirecionais para cinco idiomas (portug u ê s / p o r t u g u ê s + p o r t u-
guês/inglês + português/espanhol + português alemão + português/italiano) está por R$ 183. Já o software enriquecido de um dicionário inglês/português Michaelis custa R$ 138. Os usuários finais (clientes de varejo) também ganham 20% na aquisição do Babylon 6 conteúdo Premium Content ou para um upgrade de qualquer conteúdo com vários dicionários e enciclopédias de editoras internacionais. Detalhes: h tt p : // w w w. b ab y l on . c om . br/PremiumContent.asp . No Brasil, segundo o diretor de vendas da Babylon para as Américas, Noah Bell, o objetivo é ampliar a base instalada para 3,5 milhões de licenças. "Por menos de R$ 200, o cliente poderá ter uma linha de dicionários Michaelis bidirecionais e todos os outros recursos da versão 6 como a tradução de 17 idiomas, ativação do clique único e integração com a WikiDivulgação
pedia", lembra Bell. Um dos grandes diferenciais do tradutor automático Babylon é que é mesmo bem fácil de usar: basta um único clique no mouse em cima de uma palavra, texto ou números do Word, Excel, PowerPoint ou na Web para ativar uma janela na tela do micro. Embora os resultados da tradução de trechos inteiros ainda não sejam precisos, já que nenhum mecanismo é 100% confiável se comparado ao trabalho humano, "esse era um recurso exigido pelos os usuários que, há tempos, pediram que ele fosse incorporado", relata Raphael Cohen, diretor da VM Tecnologia, representante da Babylon no Brasil. Outra novidade da versão 6 são as expressões ou acrônimos em inglês ASAP ("as soon as possible"/"tão logo quanto possível") ou FYI ("for your information"/"para sua informação") e gírias e abreviações em português usadas na internet como "vc" (você), "naum" (não), "blz" (beleza), entre outras. Bárbara Oliveira
Programas piratas para todos Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) divulgou semana passada um estudo realizado com compradores de equipamentos do projeto "Computador Para Todos", do Governo Federal. Conduzido pelo instituto de pesquisa Ipsos, ele conclui que 73% dos usuários desinstalaram o sistema operacional Linux, de
código aberto, pré-instalado nos computadores do programa federal, substituindo-o por outro, de código proprietário, porém pirata. A mudança ocorreu 31 dias após a compra do equipamento. Cerca de 47% dos usuários afirmaram que a troca foi realizada sem pagamento, enquanto 26% confirmaram um pagamento adicional de R$ 137, pela compra e
instalação do novo sistema operacional, uma forte evidência de uso de cópias ilegais, já que o Windows XP Home custa R$ 470 e o Starter Edition só é fornecido para fabricantes de computadores. Para o presidente da ABES, Jorge Sukarie, o governo federal deveria rever a exigência de venda de computador com um único tipo de sistema operacional. Carlos Ossamu
Fontes: revendedores treinados.
Cohen: distribuição online.
Se gostou, que tal pagar? Corel monta estratégia com revendas para regularizar as licenças do WinZip, instalado em várias empresas na versão para avaliação. marketing de degustação foi uma das principais oportunidades que as indústrias de software ganharam com a Internet. Através de um canal barato, os usuários baixam o produto e, mais do que um test drive, acabam incorporando a ferramenta em sua rotina de trabalho. Para converter parte desses downloads em vendas efetivas, a Corel Corp., que adquiriu a WinZip Computing no semestre passado, acaba de divulgar uma ação, em conjunto com seus canais, para aumentar a comercialização de licenças do WinZip, um popular compressor de dados, amplamente usado em sua versão trial. "O foco é treinar os revendedores para explicar as vantagens de adquirir a licença", resume Pedro Fontes, gerente de canais da Corel Brasil. Embora o uso indefinido de uma licença para avaliação fira a legislação, Fontes esclarece que a Corel não pensa em uma iniciativa de fiscalização. "A grande maioria das empresas está disposta a trabalhar de forma regular. O que faltava era mais facilidade na comercialização", admite. O maior envolvimento dos canais na comercialização do WinZip não implica mudanças
no esquema de distribuição do produto, que continua ser preferencialmente online. "O cliente entra em contato com a revenda, que avalia o mix de produtos necessários. Quando o pedido entra no distribuidor, segue para um servidor no Canadá, que envia ao usuário os links e as chaves. Se o cliente pede o software em CD, nós entregamos, mas isso não é usual", explica Fontes. Ele acrescenta que as versões de avaliação já instaladas (que podem ter perdido várias funções, após a expiração) podem ser reabilitadas, com o simples acréscimo das chaves. "Seria complicado remover e reinstalar o WinZip em milhões de máquinas. Então, o usuário só paga e habilita". A licença do WinZip custa US$ 29,90 por estação (o preço decresce conforme o volume) e o preço é igual em todo o mundo. "Fizemos ajustes para contemplar as margens dos parceiros e o custo Brasil. Mas não se alterou o preço que o usuário já conhecia", diz Fontes. Mercado empresarial – Desde 2001, o uso do dicionário online Babylon (ver DC Informática, de 23/05/2006) deixou de ser sustentado por publicidade e passou a ter licenças pagas, com um modelo de download para avaliação. "O número de conversões (da li-
cença trial para a plena) no Brasil é de 0,4%, menor do que a média mundial", estima Raphael Cohen, diretor da VM Tecnologia, que representa a Babylon no Brasil. No entanto, informa que 65% das vendas são feitas a empresas. "As vendas no mercado empresarial estão no eixo da nova estratégia para o WinZip", ressalta Pedro Fontes, da Corel. "Nas empresas maiores, os administradores de TI normalmente bloqueiam a instalação e o uso de software não licenciado". Segundo Cohen, independentemente de mudanças na estratégia de comercialização, a distribuição online é uma vantagem que deve ser sempre mantida. "Distribuir o software em CD quadriplica o custo. E haveria ainda outros problemas, como manter o ponto-devenda abastecido, com todo o desgaste de logística", argumenta. A contrapartida é que, a partir do momento em que a Internet é um mercado de alcance global, as indústrias têm que uniformizar o preço, seja qual for o perfil ou a renda média do país. Caso contrário, os compradores buscariam o local com menor preço, o que geraria uma competição desequilibrada entre os canais de venda. Vanderlei Campos
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Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
32,4
CONSUMIDOR VAI GASTAR MENOS NO NATAL
por cento dos consumidores vão reduzir os gastos em compras neste Natal
EMBORA RESULTADO DO ICC DE NOVEMBRO AINDA SEJA POSITIVO, HOUVE REDUÇÃO NO RITMO DA EXPANSÃO
CONSUMIDOR UM POUCO MENOS OTIMISTA Márcio Di Pietro/Divulgação
A
biente político jogava uma espécie de nuvem escura na confiança do consumidor. Mas se olharmos para novembro do ano passado, o ICC teve queda de 1,2%. Ou seja, o resultado deste mês de novembro (de 2006) é bem favorável", disse. Futuro – Para cálculo do indicador foram pesquisados 2 mil domicílios em sete capitais, entre os dias 1º e 22 de novembro. A alta na taxa do índice neste mês foi definida pela confiança do consumidor no futuro. O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Expectativas, que subiu 2,5% em novembro, ante elevação de 4,6% em outubro; e o Índice de Situação Atual, que caiu 1% em novembro, ante aumento de 6% no mês passado. Na avaliação de Campelo, o consumidor ainda está frustrado com o cenário atual. Isso porque, embora permaneça a confiança na continuidade da recuperação econômica, esse processo caminha a passos lentos e ainda não se refletiu fortemente no cotidiano.
Nesse cenário, os consumidores com rendimento mais baixo são os mais satisfeitos com a situação atual, e os mais otimistas com o futuro. Entre os consumidores com renda domiciliar mensal de até R$ 2,1 mil, o ICC subiu 14,5% em novembro ante igual mês do ano passado. Já entre os consumidores com renda familiar acima de R$ 9,6 mil, o ICC subiu apenas 1,2% no mesmo período. "Desde setembro observamos isso", disse Campelo, acrescentando que 2006 trouxe boas notícias para as classes de renda menor, como o reajuste no salário mínimo. A inflação baixa, principalmente em alimentos, de maior peso no orçamento familiar dos mais pobres, foi outro ponto favorável. Natal – A FGV apurou ainda que 32,4% dos pesquisados vão reduzir gastos em compras neste Natal e 11,4% dos entrevistados informaram que vão gastar mais. Os 56,2% restantes disseram que pretendem gastar o mesmo valor em presentes que em 2005. (AE)
Sondagem das Expectativas Crise aérea do Consumidor do Instituto de Economia da muda intenção Brasileiro Fundação Getúlio Vargas
da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002. O cenário era bem diferente em períodos anteriores. O coordenador de Sondagens Conjunturais do Ibre, Aloisio Campelo, disse que em outubro esse percentual era de 45,2% – o melhor resultado da série histórica da pesquisa. (AE)
euforia do consumidor em relação à situação econômica durou pouco. Depois da explosão nas expectativas em outubro, o ânimo arrefeceu em novembro. É o que mostrou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que registrou elevação de 0,9% em novembro, passando dos 108,3 pontos de outubro para 109,3, reduzindo o ritmo de elevação, que no mês passado foi de 5%. Para os analistas da FGV, porém, a confiança continua apresentando saldo positivo, impulsionada pelo otimismo das famílias com renda mais baixa e pelos consumidores de São Paulo e Rio de Janeiro. O coordenador de Sondagens Conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia da F G V ( I b re / F G V ) , A l o i s i o Campelo, explicou que o resultado do mês passado foi atípico, beneficiado pela conclusão das eleições em primeiro turno em diversos estados. "O am-
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recente crise no setor aéreo afetou fortemente a expectativa dos consumidores, que estão desistindo das viagens de avião. É o que mostra a
(Ibre/FGV). Dados do levantamento atestam que o percentual de entrevistados com intenção de recorrer a vôos nas férias ficou em 35,7% em novembro – o pior resultado
Barragem no Rio Tocantins: investimento total na usina hidrelétrica de Peixe Angical foi de R$ 1,6 bilhão.
Energia: sai usina de PPP
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oi inaugurada ontem a usina hidrelétrica Peixe Angical, primeiro empreendimento do setor elétrico alinhado com as Parcerias Público-Privadas (PPPs). Localizada no Estado de Tocantins, a usina tem potência instalada de 452 megawatts e energia equivalente à a s s e g u r a d a d e 2 . 3 7 4 g igawatts-hora, o suficiente para abastecer 4 milhões de habitantes – o dobro da população de Brasília. Suas três turbinas
estão funcionando a plena carga desde setembro. Um dos maiores empreendimentos hidrelétricos dos últimos anos, Peixe Angical – cujo nome vem do município onde está instalada, Peixe, e da árvore típica da região, o angico – recebeu investimento de R$ 1,6 bilhão. Do total, R$ 670 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e por um pool de bancos. Do restante (R$ 930 milhões), 60% foram aplicados pela Energias do Brasil e 40% pela estatal Furnas, que formaram o consórcio Enerpeixe. Contratos — A operação da usina hidrelétrica Peixe Angical é de responsabilidade de Furnas e toda a energia gerada foi contratada pelas distribuidoras do grupo Energias do Brasil – Bandeirante, Escelsa e Enersul. O contrato de fornecimento foi assinado antes da re-
gulamentação do novo modelo do setor elétrico, quando ainda era permitida a prática de self-dealing. A energia é transferida para o sistema elétrico brasileiro por uma linha de transmissão de 500 kV, com 92 quilômetros de extensão, por meio da subestação de Gurupi. De acordo com seus empreendedores, comparada com outras obras do mesmo porte, Peixe Angical foi construída em um prazo recorde – 38 meses. "Cumprimos com folga um cronograma extremamente exigente, e conseguimos antecipar em 15 dias o início da operação comercial completa da usina", afirmou Custódio Miguens, diretor-presidente da Enerpeixe. Segundo executivos, a prioridade da EDP, controladora da Energias do Brasil, são os investimentos em geração por biomassa. (Agências)
Megaprojetos em foco
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ificuldades de obter licenças ambientais e receio de investidores com o novo marco regulatório são apontados como os principais motivos para a lentidão da expansão do parque gerador. Segundo o Plano Decenal 2006-2015, o País precisaria, por ano, da injeção de 4,1 mil megawatts no sistema para sustentar o crescimento da economia no patamar de 4%, pouco abaixo dos 5% pretendidos pelo governo. A retomada de grandes projetos hidrelétricos para garantir o "milagre do crescimento",
como preconizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem sido foco de reuniões dentro do governo, que pretende seguir com megaprojetos como as usinas do rio Madeira. A mobilização sobre o assunto levará esta semana o presidente da Associação Brasileira dos Autoprodutores de Energia Elétrica, Mario Menel, à sala do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. A proposta será de um pacto entre o setor privado e o governo para a construção de grandes obras, desde que haja segurança no retorno do capital. (Reuters)
SECRETARIA DA SAÚDE Ata de Licitação 2006-0.271.381-8 - ATA - Aos 23 dias do mês de novembro de 2006, reuniu-se a 1ª CJSMS a fim de analisar a impugnação ao edital que rege o Pregão Presencial 336/2006, interposta pela Associação Brasileira de Empresas Certificadas - Boas Práticas de Fabricação, ora juntada a fls. 61/69 do processo 2006-0.271.381-8. Aduz a Associação que o edital deve impor a apresentação do Certificado de Boas Práticas de Fabricação expedido pela ANVISA. Desta forma, pede a alteração do edital em tela. A presente impugnação poderá ser recebida por presentes os pressupostos de sua admissibilidade e no mérito, esta Comissão lhe dará provimento. Isto porque, por tratar-se de assunto de caráter técnico, fora o processo remetido à Unidade Requisitante - GTC/SMS.3 que proferiu parecer a fls.73, entendendo que o edital deve ser alterado, solicitando aos proponentes a apresentação do certificado de Boas Práticas de Fabricação a fim de garantir a qualidade do produto a ser adquirido. Assim, a 1ª CJSMS adere ao parecer técnico citado e informa que novo edital será elaborado e divulgado pelos mesmos meios anteriores contendo a exigência do documento citado, designando nova data para a sessão pública de sua abertura. Encontra-se aberta no Gabinete, Pregão Eletrônico nº 354/2006 - Proc. 2006-0.263.225-7, destinada ao registro de preços de soluções parenterais de pequeno volume, antidepressivo e antilipêmico, para a Seção Técnica de Estoque Central - SMS-34, do tipo Menor Preço. A realização da sessão será na data de 13/12/2006, às 13h pela 2ª CJSMS. Os documentos referentes às propostas comerciais e anexos deverão ser encaminhados a partir da disponibilização do sistema até a data de abertura, conforme especificado no edital. O edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados através dos sites http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br. Despacho 2006-0.190.528-4 - SMS.34 - À vista do noticiado no presente processo administrativo, em especial da ordem judicial liminar proferida nos autos do mandado de segurança, interposto pela empresa Abbott Laboratórios do Brasil, processo nº 583.53.2006.133553-8, na qual o Ilmo. Juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública determinou a anulação da sessão pública do Pregão Presencial nº 255/2006, cujo objeto é o registro de preços de reagentes bioquímicos com cessão de equipamentos totalmente automatizados, ocorrida em 04/10/2006, TORNO SEM EFEITO o Despacho que homologou o resultado do referido certame, publicado no DOC de 02/11/2006. Em conseqüência, ficam os interessados intimados quanto a realização de nova sessão pública do Pregão 255/06, na qual serão repetidos todos os atos correspondentes desde o credenciamento e recebimento de novas propostas comerciais e demais fases da licitação, a qual ocorrerá no próximo dia 01/12/2006, às 11h, no 3º andar da sede desta Pasta, à R. Gal. Jardim, 36. Afim de conferir a maior publicidade possível da presente decisão, determino ainda que todas as empresas que participaram da sessão anulada sejam cientificados da nova data através de ofício.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Teresa Barralough/AFP
Acho que o problema com o Brasil foi a falta de trabalho em equipe porque todo mundo só dizia: 'O Brasil vai estar na final'... Acho que foi confiança demais."
terça-feira, 28 de novembro de 2006
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Do ex-craque Pelé, ontem em Cingapura, sobre o desempenho da seleção brasileira na Copa da Alemanha.
NOVEMBRO
2 -.LOGO
28 Dia Mundial de Ação de Graças Dia do soldado desconhecido Morte do escritor brasileiro Érico Veríssimo (1905-1975), ao lado em selo comemorativo
C IÊNCIA P ORTUGAL
Mídia se une no combate à aids Um encontro inédito, em Lisboa, reúne desde ontem até amanhã, jornalistas de países africanos, do Brasil e de Portugal. O tema central do encontro é o Programa Africano de Vacina contra a Sida (sigla em português para aids), da Organização Mundial da Saúde. O objetivo é formar jornalistas para desfazer preconceitos, desmistificar superstições e ajudar na prevenção da doença, além de orientar a população sobre o uso de vacinas. A abertura do seminário ficou a cargo do moçambicano, Pascoal Mocumbi, ex-primeiro-ministro e
ex-ministro da Saúde de seu país. Os países da África são os mais afetados pela aids, por isso os organizadores querem contar com o apoio da mídia, principalmente nas campanhas de prevenção. O encontro reúne jornalistas de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe. Dois seminários já foram realizados neste sentido: o primeiro em Naivasha, no Quênia, para jornalistas de língua inglesa, e o segundo, em Dakar, Senegal, para profissionais de língua francesa. Rui Martins
I RLANDA DO NORTE AFP
Vacina contra a velhice Com engenharia genética, cientistas querem prolongar a vida em até cinco vezes
C INEMA
Jece Valadão morre aos 76 anos Ana Ottoni/Folha Imagem
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ma equipe formada por cientistas austríacos e norteamericanos anunciou ontem, durante um painel do primeiro congresso europeu sobre pesquisas relacionadas à velhice, que estão desenvolvendo uma vacina contra a velhice. A vacina tem como objetivo conter o envelhecimento do sistema imunológico e, com isso, combater a maioria dos males que afetam os idosos. Durante o evento, que acontece em Innsbruck, na Áustria, cerca de 70% da população mundial está infectada pelo citomegalovírus, que é contraído ainda na infância (na maioria dos casos antes dos doze anos) e que acelera o envelhecimento do sistema imunológico. O objetivo dos cientistas
austríacos é criar uma vacina contra esse tipo específico de vírus, explicou em entrevista coletiva Beatrix GrubeckLoebenstein, diretora do Instituto de Biomedicina para Estudos do Envelhecimento de Innsbruck. Esse vírus, que passa despercebido na maioria dos casos, faz com que as pessoas afetadas fiquem doentes mais facilmente, e tenham um estado de saúde mais delicado e vulnerável do que o de pessoas não-infectadas. Além disso, o citomegalovirus diminui a expectativa de vida, já que seus portadores têm que lutar desde a juventude contra a doença, prejudicando desta forma sua imunidade. No entanto, esta infecção pode ser remediada com uma vacina, segundo afirmou a
pesquisadora. Segundo o reitor da Universidade de Medicina de Innsbruck, Clemens Sorg, a ciência não aspira prolongar a vida humana, mas reduzir os períodos de doença, de modo que os pacientes possam viver com maior qualidade os anos de velhice. Os cientistas conseguiram, por meio da engenharia genética, prolongar a vida dos nematodos, vermes que vivem até cinco vezes mais que o normal, o que, aplicado no homem, significaria uma vida de 500 anos. Os resultados da pesquisa se devem ao trabalho do cientista Thomas E. Johnson, da Universidade do Colorado, um dos oradores de maior destaque no congresso, que dura até o dia 30 de novembro.
Robert Atanasovski/AFP
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O jogador de futebol George Best, uma das lendas do time Iate Northern Irish, que morreu em dezembro de 2005, virou agora o rosto que estampa as notas de 5 libras emitidas pelo banco da Irlanda do Norte. Foram colocadas ontem em circulação um milhão de notas com a imagem de Best.
O ator Jece Valadão morreu ontem, vítima de arritmia cardíaca. Ele estava internado no hospital Panamericano, em São Paulo, desde 21 de novembro, em conseqüência de problemas renais. Valadão, de 76 anos, iniciou carreira no teatro e no cinema antes de completar 20 anos, com participações em chanchadas e integrou o elenco das primeiras montagens de peças de Nelson Rodrigues, no Rio de Janeiro. Como ator, adotou a imagem do típico cafajeste. Ele trabalhou em mais de cem filmes, como ator, diretor e produtor e teve papel importante na fase inicial do Cinema Novo. Nos últimos dez anos se dedicou à religião e se tornou evangélico. B RAZIL COM Z
C HILE
Os soldados da borracha
acumulando sua quinta prisão domiciliar por acusações de abusos aos direitos humanos em sua ditadura (1973-90) – teve suspensa sua imunidade a julgamento em julho deste ano. Ele é acusado de seqüestro e homicídio de Wagner Salinas e Francisco Lara, guarda-costas de Allende presos no dia do golpe, 11 de setembro de 1973. Durante o regime de Pinochet, 3.197 pessoas foram mortas por motivos políticos, segundo relatório de uma comissão independente.
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O ex-ditador chileno general Augusto Pinochet foi indiciado ontem pela morte de dois guarda-costas de Salvador Allende, presidente marxista democraticamente eleito que sofreu um golpe de Estado em 1973. Pinochet terá de permanecer em prisão domiciliar. O indiciamento veio após Pinochet, em seu 91º aniversário, neste sábado, ter emitido um depoimento pela primeira vez assumindo total responsabilidade política pelos atos de seu regime. Pinochet –
MODERNIZAÇÃO - A lataria de um automóvel é transportada por uma charrete pelas ruas congestionadas do centro da capital da Macedônia, Skopje. L EILÃO
C A R T A Z
CINEMA
O Invasor, de Beto Brant, com Marco Ricca, Malu Mader e Mariana Ximenes (foto), pelo ciclo Imagens da Periferia. Sala Maria Antônia. Rua Maria Antônia, 283. Telefone: 3211-0069. 16h30. R$ 4. G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Micro Mosquito, o menor helicóptero
Tecnologia para ensinar tecnologia
Frasco vazio do perfume Trésor de Mer, desenhado por René Lalique, em embalagem original de veludo azul e vermelho e seda dourada da loja Saks Fifth Avenue, de Nova York, onde foi comprado, em 1939
Criado pelo designer de jóias e vidro René Lalique (1860-1945), o frasco é um dos raros 100 exemplares desenhados por Lalique – na famosa forma de concha. Além do frasco vendido, se tem conhecimento da existência de apenas mais um. Nos últimos dois minutos do leilão, dois lances feitos por tel e f o n e i n c r ementaram o valor do frasco. " To d o m u n d o estava segurando a respiração", disse Leach. "Eu pensei que o preço fosse se estacionar em US$ 100 mil, mas não parava de crescer". O nome do comprador não foi revelado.
M EDICINA
Transplante aprovado
Cirurgiões franceses apresentaram ontem a evolução da recuperação da paciente Isabelle Dinoire, que recebeu o primeiro transplante parcial de rosto, após atacada por um cachorro, há um ano. As cicatrizes do transplante de nariz, boca e queixo regrediram quase completamente. L OTERIAS Concurso 172 da LOTOFÁCIL
A TÉ LOGO
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http://cursos.cdtc.org.br/brasil
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micro-mosquito/index.html#top
m frasco raro de pe rfu me que originalmente foi comprado por US$ 50 (cerca de R$ 110) foi leiloado ontem nos Estados Unidos pelo preço recorde de US$ 216 mil (cerca de R$ 470 mil). Uma mulher, que pediu para não ser identificada, recebeu o vidro de perfume Trésor de la M e r c o m o p resente de seu marido em 1939. Ela, agora em seus 90 anos, guardou o frasco vazio dentro da caixa vermelha original por década antes de resolver vendê-lo no centro de leilões Rago Arts, em New Jersey, em 17 de novembro.
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O Com Quem tiver interesse em apenas 20 ampliar conhecimentos sobre a cm de utilização e disponibilidade de comprimento, software livre pode fazer um o Micro curso gratuito pela internet pelo Mosquito é Centro de Difusão de Tecnologia o menor e Conhecimento, do Instituto helicóptero de controle remoto Nacional de Tecnologia da do mundo. Com excelente Informação (ITI). O site do controle de manobras, pode ser projeto oferece dois tipos de usado em ambientes fechados e cursos, gratuitos: um para funciona com bateria funcionários públicos e outro recarregável, com autonomia de para o cidadão. Para participar, é 10 minutos de vôo. Por 70 libras preciso ter uma conta de e-mail. na loja I Want One of Those. O curso também apóia a criação de projetos de software livre. http://www.iwantoneofthose.com/
O perfume do frasco vazio Reprodução/Rago Auctions
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O norte-americano The New York Times publicou ontem uma reportagem de Larry Rohter sobre os "soldados da borracha" que, durante a Segunda Guerra Mundial, para trabalhar na extração de borracha na Amazônia, em 1942, ajudando a suprir a necessidade dos Aliados. Centenas de brasileiros foram retirados de suas casas e enviados para o interior do Acre como soldados da borracha, recebiam 50 centavos por dia de trabalho e, ao fim do conflito, foram abandonados sem receber nenhuma compensação.
Dennis Charlet/AFP
Pinochet é indiciado por mortes
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Brasil já se tornou o sétimo maior produtor de spams no mundo, alerta a União Européia Conservação de florestas na Amazônia para frear desmatamento poderá gerar lucro Instituto cataloga 15 mil obras tombadas em igrejas do Rio de Janeiro para evitar roubo
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terça-feira, 28 de novembro de 2006
Storage Livros Game Fotografia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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JOGO DE CORRIDA TESTA A CORAGEM DO JOGADOR
O gamer poderá personalizar seu modelo de carro de acordo com suas necessidades.
Captura de tela
UM PERIGO EM CADA CURVA Um desafio definitivo para suas habilidades atrás do volante Fábio Pelegrini epois de ser o cara mais procurado da cidade é hora de demonstrar ter sangue-frio e disputar corridas alucinantes e altamente perigosas. As disputas iniciadas nas ruas são resolvidas nas pistas das montanhas, na nova versão do game de sucesso da Electronic Arts, o Need for Speed: Carbon. O controle da cidade será decidido em um confronto sem limites entre grupos de corredores rivais, que apostam tudo para dominar os bairros adversários, uma quadra de cada vez. E quando o cerco da polícia se fecha, as corridas acabam acontecendo em Carbon Canyon, onde territórios e reputações podem ser perdidos em cada curva perigosa. O jogo apresenta a mais intensa e perigosa forma de corrida de rua que existe: confronto nas montanhas. Na verdade, o jogo se divide dois modos: o tradicional Carreira, no qual contamos com a presença sensual da modelo Emmanuelle Vaugier e onde crescemos a medida que corremos, e modo Challenge Series, que é a forma de disputas na qual é preciso vencer provas com regras já definidas. Não é qualquer um que con-
As pessoas costumam valorizar demasiadamente quem resolve um problema de software ou de hardware.
segue entrar nas ruas como vencedor. Em Carbon, é apresentado um mapa que mostra a divisão da cidade por dominação de gangues e o principal objetivo é conquistar o máximo de território, além de defendê-los. Mas a vitória é sofrida, já que teremos de correr contra o tempo e um chefão de cada área, para garantir mais territórios. Mesmo assim o seu reinado pode ser "incomoda-
A modelo Emmanuelle Vaugier: empréstimo de sensualidade ao jogo.
do" por gangues rivais, que atacam seu espaço sem avisos. Se isso ocorrer, temos de participar de novas provas para manter a supremacia. As maiores inovações do game são as modalidades Canyon Duel e Drift, que representam o desafio definitivo para suas habilidades atrás do volante, onde uma curva errada pode custar muito mais do que a vitória: a sua vida. Perigo na montanha – Neles, a disputa se passa nas perigosas montanhas e dois competidores correm para provar quem é o melhor. Num primeiro momento, é preciso aumentar a velocidade para tentar chegar perto do seu oponente – quanto mais perto o jogador chega, mais pontos ele ganha. Na segunda fase os papéis se invertem e você precisa fugir para garantir seus pontos. Se não bastasse ter de alcançar e fugir de seu oponente, uma vacilada no volante pode por fim a toda sua conquista, já que as proteções da estrada não suportam pancadas muito fortes e o jogador pode parar penhasco abaixo. Apesar disso, a idéia do jogo é quanto mais veloz mais emocionante fica. Outra novidade do título é a possibilidade de formar equipe. Escolher os membros de seu grupo de corredores estra-
tegicamente pode ser o seu diferencial em relação aos seus adversários. Cada personagem possui habilidades únicas, que podem ser usadas nas pistas ou na garagem para ajudá-lo a derrotar seus adversários. Se não quisermos defender um território, por exemplo, é possível deixar um dos nossos subordinados correr e dar o seu melhor para garantir o espaço. No entanto, cada membro do grupo é uma personagem que precisa ser desbloqueado durante a campanha. Esses companheiros servirão também para ajudar em três categ o r i a s : b l o q u e a d o re s s ã o aqueles que impedem e bloqueiam o caminho de nossos oponentes; os descobridores de atalhos, que buscam alternativas de encurtar o caminho; e os geradores de velocidade, que provocam um vácuo nas suas ultrapassagens, como um cone de aspiração, que possibilita gerar mais velocidade para o nosso possante. A utilização dos membros da equipe é bem simples. Assim como usamos o nitro nas corridas, temos uma barra de carregamento que nos mostra a disponibilidade deles, com isso, basta pressionar um botão e ele encarrega-se de fazer o resto. Em muitas ocasiões eles são bastante úteis e garantem a
nossa vitória. Quanto à qualidade gráfica, o jogo mantém a mesma linha e característica da versão anterior, na qual podemos explorar a cidade e provocar novos eventos. Outro aspecto é que as corridas são realizadas apenas à noite, o que significa que há uma exploração adequada de luzes e sombras. Além disso, o nível de detalhamento é impressionante. A cidade do jogo, Palmont, é baseada em locais reais americanos como Las Vegas e Los Angeles. Já a física está bem mais apurada com mais elementos destrutíveis no cenário e efeitos mais reais. Personalização – A revolucionária ferramenta de personalização Autosculpt permite que o jogador modifique e ajuste seus carros de todas as formas possíveis e como nunca foi vista antes, permitindo personalizar tamanho, proporção, entre outras características. O som é de primeira: com muito rock e um grande número de diálogos que envolve o jogador na aventura. Com seu conteúdo exclusivo, incluindo três carros, seis corridas e um DVD bônus, Need for Speed Carbon Collector's Edition é um título obrigatório para todos os fãs de jogos de corrida.
SERVIÇO Need for Speed Carbon Distribuído pela Electronic Arts Configuração mínima do sistema: Windows XP (32-bit) ou 2000 com SP4, Processador de 1,7 GHz ou superior, 512 MB de memória RAM, unidade de DVD 8x, 5,3 GB de espaço livre no disco rígido, placa de vídeo aceleradora 3D com 64 MB ou mais de memória (chipsets é necessário: ATI Radeon 8500 ou superior; NVIDIA GeForce4 série Ti ou superior (Série GeForce4 MX não suportada) e placa de som, ambas compatíveis com DirectX 9.0c. Idioma: Software em inglês, manual em português. Faixa etária: 14 anos Preço sugerido: R$119,90
Computador não é para ser entendido Certas pessoas ficam frustradas por não entenderem o micro. Relaxe. Ele é apenas uma máquina. Guido Orlando Junior ocê não entende nada de computador? Sabe operar apenas programas básicos e quando eles ou a máquina dão problema você tem que recorrer a quem entende? Não se preocupe. Você faz parte da grande maioria de usuários. Na verdade fique tranqüilo e pode continuar da mesma forma, sem se sentir culpado ou um completo ignorante no assunto. Não é necessário que você entenda de nada disso para estar conectado ou utilizar um micro. O computador e tudo o que gravita em volta dele, ou seja, impressora, monitor, mouse, teclado, programas, conexões discadas ou banda larga, modem e cabos não passam de commodities, ou seja, são produtos como outro qualquer. Perderam a importância que tinham antigamente. Quebrou, deu defeito, manda arrumar ou troca. É igual a um carro. Você não precisa entender de mecânica para dirigir um automóvel. Ninguém fala meio constrangido: "Sou um completo ignorante em mecânica de carro. Só sei dirigir. Se dá um probleminha, tenho que levar o carro no mecânico e ele que veja o que aconteceu." Com o computador
tem que ser da mesma forma. Deu problema, chame alguém que entenda e não fique se sentindo com dor na consciência porque não entende o que aconteceu. Não perca tempo. Suas atividades são mais importantes do que o tempo que você irá perder tentando resolver um problema o qual não entende. E também não valorize demais quem arruma ou entende. Eles são profissionais como um mecânico ou um técnico que conserta a geladeira ou a máquina de lavar. Sem exagero. O computador virou um eletrodoméstico. Qualquer peça que apresente defeito pode ser trocada. Normalmente as pessoas costumam valorizar demasiadamente quem resolve um p ro b l e m a d e s o f t w a re o u hardware, achando que ela é um gênio. Você acha isso do mecânico ou de quem conserta algum aparelho em sua casa? Porém concordo com uma coisa: interface, operação e entendimento do funcionamento de um computador ainda são complicados. Não o entendimento de como os dados são processados, mas sim qual a função de cada parte básica do micro e principalmente de um programa. Voltando ao exem-
plo do automóvel, todo mundo que dirige sabe para que servem os pedais, alavanca de câmbio, direção e pneus. Tirando isso, não precisa saber de mais nada em relação ao carro para mantê-lo funcionando. Quando um desses componentes começa a apresentar defeito é porque tem alguma coisa errada e é hora de mandar arrumar ou trocar. Já com um computador as percepções são diferentes. É difícil para o usuário comum perceber os sinais de que alguma coisa não vai bem e que dali a algum tempo vai parar de funcionar. Um exemplo bastante simples e prático é o mouse. Eu já o vi inúmeras vezes falhar e o usuário dar umas batidas com ele na mesa, como se fosse adiantar alguma coisa. Ou mesmo desconectar e conectar novamente na esperança de que ele voltasse a funcionar. De nada adianta. Uma hora qualquer ele pára de vez e junto com ele o computador. O ideal é ter um de reserva, pois custa barato e a substituição é imediata. O melhor nesses casos é trocar mesmo e fim de conversa. O que dizer então quando um programa começa a travar ou o disco rígido começa a dar problema? Os mais
curiosos tentam arrumar sozinhos e só pioram as coisas. Como conseqüência eles ficam irritados e se achando uns completos ignorantes no assunto. Sem ser agressivo afirmo que realmente são, assim como eu sou um completo ignorante para arrumar um problema no carro, máquina de lavar, TV ou geladeira. O que precisa acontecer na verdade é a simplificação drástica de operação tanto do computador quanto dos programas. Eles devem ser tão simples de operar quanto qualquer equipamento. O rádio, a TV e o telefone o são populares porque a operação dessas tecnologias por qualquer pessoa é simples e prestam serviços importantes, não sendo necessário mais do que um toque em um botão para que funcionem. As operações complicadas ficam por conta das emissoras de TV e rádio, que têm que manter uma infra-estrutura de alta tecnologia para que o usuário possa ser atendido no que procura, ou seja, entretenimento e informação. Da mesma forma, o telefone é bastante popular e sua operação também é simples. Mais uma vez a complicação fica longe do usuário final e concentrada nas operadoras.
O computador transformou-se em um eletrodoméstico. Qualquer peça que apresente defeito pode ser consertada ou trocada.
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terça-feira, 28 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
8,01
27/11/2006
por cento foi a queda das ações ordinárias da Brasil Telecom Participações no pregão de ontem da Bovespa.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 23/11/2006 23/11/2006 23/11/2006 23/11/2006 23/11/2006
P.L. do Fundo 11.944.124,77 2.028.361,72 9.353.083,33 17.192.160,92 1.342.949,01
Valor da Cota Subordinada 1.261,168238 1.122,662616 1.179,773512 1.072,879869 1.147,547982
% rent.-mês 2,6555 0,7660 -1,1495 -3,0100 2,0769
% ano 29,0896 12,2663 17,9774 7,2880 14,7548
Valor da Cota Sênior 1.021,111947 1.108,172327 1.123,847292 0 0
% rent.-mês 0,8404 0,7714 0,8404 -
% ano 2,1112 10,8172 12,3847 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
OPINIÃO
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terça-feira, 28 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
C
A MP 303 VOOU PAULO SAAB O JOVEM E A POLÍTICA esquisa intitulada O Jovem e a Política foi realizada nos meses de abril e maio de 2006 em todo o Estado de São Paulo, com a aplicação de 1.152 questionários em alunos regulares do 2º grau da rede estadual e privada, bem como em alunos do supletivo desta mesma modalidade de ensino. Resultado da parceria entre o Instituto da Cidadania Brasil, Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e da direção de escolas privadas da região metropolitana de São Paulo, com metodologia desenvolvida pelo Departamento de Métodos Quantitativos e Atuariais da FEA/PUC-SP, o levantamento da opinião dos jovens paulistas submeteu 1.080
P
Medida Provisória 303, de 29 de julho de 2006, que instituiu o regime especial de pagamento de débitos tributários abrangendo os do INSS, conhecido como Refis III, permitia a inclusão de débitos inscritos ou não na dívida ativa, os em execução fiscal, os objetos de discussão judicial pelo sujeito passivo e os débitos sob regime anterior de parcelamento, em andamento ou com o parcelamento cancelado por falta de pagamento. O benefício tributário abarcava os débitos vencidos até 28-22003 e aqueles vencidos após essa data, porém, até 21-12-2005, prescrevendo-lhes regras diferenciadas. O pedido de parcelamento deveria ser protocolado até o dia 15-9-2006, precedido de quitação dos débitos posteriores a 31-122005, ou de seu parcelamento, para pagamento em 60 meses. Milhares de contribuintes aderiram ao novo regime após requererem a desistência dos parcelamentos anteriores e efetuarem o pagamento ou parcelamento dos débitos posteriores a 31-12-2005 e acumulados até 30-08-2006. E vêm pagando os valores mínimos enquanto aguardam a consolidação final do débito de cada um, que permitirá apontar o valor exato da parcela mensal a ser paga. Decorridos 60 dias, sem que houvesse a aprovação da MP 303, ela foi prorrogada por igual período, na forma do § 7º do art. 62 da CF. Não obstante a importância e extrema relevância da matéria, o Congresso Nacional não logrou converter em lei a MP 303, por conta de tentativas de emendas não aceitas pela maioria dos congressistas, acarretando sua caducidade, apesar das medidas previstas no § 6º do art. 62 da CF, que prescreve o regime de urgência na apreciação de uma MP a partir do 45º dia de sua apresentação, com o trancamento da pauta até sua final deliberação. A questão parece simples, mas, na prática não é tão simples como parece.
A
m sua primeira leitura, tem-se a impressão de que os pedidos protocolados no prazo, isto é, até 15-9-2006, ante a improbabilidade de o Congresso Nacional disciplinar os efeitos concretos no sentid o d e d e s f a z e r a s re l a ç õ e s j u r í d i c a s validamente formadas, deverão merecer exame e prosseguimento, de acordo com as regras previstas na MP, embora já não mais existam no mundo jurídico. O que existe são os efeitos produzidos durante a sua vigência, os quais se perpetuarão se não forem disciplinados por decreto legislativo até o dia 29-12-2006. Se isso acontecer, restará ao
G Milhares de
contribuintes aderiram ao Refis 3 e vêm pagando os valores mínimos enquanto aguardam a consolidação final do débito G Mas o
Congresso não converteu a MP 303 em lei, caducando sua aplicação. G Caimos
numa absurda duplicidade: pagar pelo parcelamento antigo e pelo novo pedido de parcelamento. G Estamos
naquela situação, em que o velho morreu e o novo ainda não nasceu completamente
E
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
governo a alternativa de editar uma nova MP em janeiro de 2007, ratificando as regras da MP 303 e dando-lhes efeito retroativo. Contudo, na prática, a teoria é outra. s pedidos de desistência dos parcelamentos anteriores, cujos débitos foram incluídos no novo regime de parcelamento, não estão sendo processados pelo Fisco, pelo que presume-se que os processos referentes ao novo Refis, se é que eles já foram regularmente instaurados, não estão tendo andamento. E com isso, estamos naquela situação em que o "velho morreu" e o "novo ainda não nasceu", pelo menos por completo. Os contribuintes continuam recebendo notificações de pagamento das parcelas do regime de parcelamento anterior, sob pena de sua rescisão e inscrição na dívida ativa e, ao mesmo tempo, ter que ir honrando os compromissos tributários assumidos em função de sua adesão ao novo regime. O duplo pagamento tem sido a recomendação dada pelo Fisco, nessas situações, segundo dizem, por medida de precaução. É preciso que a Receita Federal e a previdenciária, por seus órgãos de cúpula, emitam orientações no sentido de dar continuidade aos trabalhos de análise dos pedidos tempestivamente apresentados, homologando, quando for o caso, as desistências de pedidos antigos, e promovendo a consolidação do débito de cada contribuinte, como se todas as regras da MP 303 tivessem sido convertidas em lei.
O
nfim, manter apenas o efeito do pedido de adesão ao novo regime, que só acarreta ônus ao contribuinte, sem dar-lhe continuidade, para atingir o fim colimado, não nos parece uma situação que se harmoniza com os princípios éticos e jurídicos de devem nortear a conduta dos governantes e dos legisladores. Cabe às autoridades constituídas tomarem as providências necessárias, no sentido de rápida ultimação dos pedidos formulados com base na MP 303 e acabar com essa absurda situação de duplicidade de obrigações: daquelas decorrentes de parcelamentos antigos e das provenientes do novo pedido de parcelamento. O Congresso Nacional, também, não deveria continuar assistindo impassivelmente a esse resultado caótico decorrente de sua omissão.
E
KIYOSHI HARADA É CONSELHEIRO DO INSTITUTO DOS
ADVOGADOS DE SÃO PAULO
pesquisa revelou que a população que hoje frequenta o ensino médio no Estado de São Paulo tem escolaridade maior que a de seus pais. Do total de alunos do ensino médio, 51,76% têm ou tiraram o título de eleitor e 48,24% não têm ou tiraram o título. Isto significa que 1,087 milhão de alunos do ensino médio participarão do processo eleitoral.
A
Cresceu a indignação dos alunos do ensino médio para com a política
Antônio Milena/AE
CORBIS
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
O Refis 3 ficou órfão. Advinhe quem está pagando a conta.
hama atenção o grau de indignação dos alunos do ensino médio em relação ao comportamento dos políticos brasileiros. No entanto, alguns acreditam que os políticos dão emprego, saúde, educação e segurança. Felizmente, trata-se de uma minoria. Há nesta afirmação a espera que os políticos dêem algo à população, quando, na verdade, a relação é inversa. Nós é que devemos eleger e fiscalizar os atos dos políticos, para que tenhamos o retorno adequado dos impostos pagos pela sociedade. De modo geral, a pesquisa revela que o jovem é mais ligado do que se imagina na vida política do país e tem sentimentos fortes de desejo de participação e mudança.
questionários a alunos da rede pública e da rede privada com idade de 15 a 21 anos; 72 questionários formam uma subamostra de alunos de suplência com idade entre 22 a 55 anos. s adolescentes paulistas esperam de seus políticos que eles propiciem à população, emprego, educação, saúde e segurança. O modo de pensar dos estudantes do Estado de São Paulo é sintetizado nas frases abaixo: 1. Sobre os parlamentares: Como diz o nome, são representantes da população. Se eles entendessem isso, já estava de bom tamanho, pois aprenderiam que estão lá para lutar pelo bem coletivo. 2. Eles têm de ser: Honestos, ter capacidade, caráter e respeitar a população brasileira. 3. Renovar a política: É preciso eleger representantes qualificados.
O
m milhão de adolescentes (cerca de 53%) freqüentadores do ensino médio tiraram o título de eleitor para participar do processo eleitoral de maneira voluntária, visto que 70% destes têm idade entre 15 anos e 6 meses e 17 anos e 6 meses, sendo que a sua participação não é obrigatória por lei. Espera-se que esse contingente esteja melhor preparado para exercer o voto e ajudar a fazer subir a qualidade moral e ética dos políticos, membros dos poderes da República e da sociedade em geral.
U
PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR
G O jovem
é mais ligado do que se imagina na vida política e tem forte desejo de mudança
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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Livros Game Fotografia Câmera
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 28 de novembro de 2006
A Charm custa cerca de R$ 1.499, pesa 150 gramas e armazena imagens em cartões SD e MMC.
NOVAS CÂMERAS MUDAM A POSTURA DO FOTÓGRAFO
Fotos Ana Maria Guariglia
Ana Maria Guariglia lém dos seus 8,1 MP de resolução (3.296 X 2.472 pixels) e os nove modos de cenas automáticos, o visor óptico é uma das qualidades da digital Mirage Charm. A maioria das máquinas compactas e de bolso não tem esse recurso. As indústrias do setor fotográfico confeccionam essas maquininhas somente com o monitor de cristal líquido para facilitar fotografar. O recurso se tornou responsável pela mudança na forma das pessoas segurarem as máquinas, não mais encostada no rosto. Foi convencionado que usar câmeras digitais devem ter monitor por ser mais cômodo e facilitar a observação e o enquadramento do assunto. Olhar pelo visor continuamente pode ser cansativo porque obriga deixar um dos olhos fechados, e ainda aumentam a probabilidade das fotos saírem tremidas devido à posição não ser estável, fato que também acontece com as compactas 35 mm. Por outro lado, o visor óptico conhecido como viewfinder faz parte da cultura fotográfica há mais de 150 anos e está presente nos dias de hoje em equi-
Ho! Ho! Ho!
pamentos avançados como as digitais reflex. Para tirar a teima, conhecemos a Charm fotografando com o visor e o monitor: o que é visto por um e pelo outro não muda nada. No c a s o e s p e c í fi c o dessa máquina, a única questão é O visor óptico, incomum em ausência de informações que estão câmeras digitais, é um presente do somente no monitor: número de fo- bom velhinho para a Mirage Charm. tos, indicação de zoom e flash, modo de exposição etc. Mas isso não atrapalhou nem tirou o prazer de f o t o g r a f a r. O s ajustes iniciais foram feitos na tela e a foto, depois, foi tirada pela mira do visor. Apesar das qualidades glamourosas da te- cortados, como acontecia com linha, símbolo da tecnologia as compactas tradicionais. fotográfica deste século, o vi- Olhar pelo visor é um exercício sor condiciona a educação do curioso e inovador em relação olhar fotográfico e não tem pe- às descobertas do enquadrarigo de braços e cabeças saírem mento, dos elementos da cena,
O visor condiciona a educação do olhar fotográfico. Não há perigo de cortes indesejáveis.
das cores e dos ângulos. De vez em quando, vale a pena encarar esse dispositivo que parece ultrapassado e descobrir seus atributos visuais. O assunto do teste é o tema
natalino — não podia ser outro —, mostrando os d i v e r s o s t ip o s d e p apais-noéis da loja Virtudes, na região dos J a rd i n s , e m São Paulo. Buscamos os aspectos mais interessantes e diferentes do motivo e suas características marcantes, e não foi difícil posicioná-los pelo visor. A Charm traz objetiva de 36/108 mm equivalente a das 35 mm, zoom de três vezes e digital de quatro. O sensor de
captura de imagens é CCD, tem nove modos de cenas, incluindo panorama, pôr de sol e textos. A função PictBridge permite impressão de fotos diretamente da câmera para a impressora e a de efeitos cria imagens em sépia e preto-ebranco. O flash possui três modos, podendo ser desligado. Também pode ser usado como gravador e faz videoclipes com som nas resoluções 640 X 480 e 320 X 240 pixels. A camerazinha pesa 150 gramas, custa em torno de R$ 1.499, armazena imagens em cartões SD (SecureDigital) e MMC (MultiMedia Card) e tem como fonte bateria de Lítio recarregável. Para saber mais: www.sosecal.com.br
Esta câmera é uma pechincha Fotos Ana Maria Guariglia
om preço de R$ 899, a Kodak já está disponibilizando a nova digital C743, montada pela empresa terceirizada Jabil no conglomerado industrial da Zona Franca de Manaus. Tem 7,1 MP de resolução, objetiva alemã Schneider, zoom óptico de três vezes, faz videoclipes, vem com monitor de 2,4 polegadas e memória interna de 32 MB. Fernando Bautista, diretor geral da divisão de fotografia da companhia, explicou que esse modelo é voltado para os iniciantes, mas pode ser usado por quem curte fotografia fácil e sem problemas de muitos ajustes. A digital C360 foi a primeira digital a ser montada em Manaus, na Zona Franca, e fora do tradicional centro de manufatura na China, e que teve grande sucesso neste ano. "Com ela, aumentamos nossas vendas em 350% e agora estamos investindo para reforçar nosso posicionamento de líder na categoria de câmeras digitais. Estamos também comunicando ao consumidor que o portfólio Kodak oferece todas as soluções do mercado de fotografia digital". Além de seu preço ser uma pechincha - modelos de 7 MP custam mais de R$ 1.500 -, quem adquirir a câmera neste final de ano, ganhará um cartão de memória SD (SecureDigital) com capacidade de 256 MB (custa em torno de R$ 60). Para o segmento da impressão, a Kodak está com promoção focada nos quiosques digitais. Na revelação de dez cópias de 10 X 15 cm, o usuário ganha uma ampliação de 15 X 20 cm. No quiosque, poderá conhecer todas as vantagens da impressão digital como a
Kodak C743: todos os recursos mais comuns por apenas R$ 899.
colocação de molduras com te- serão publicados semanalmas exclusivos das persona- mente vários assuntos como gens de Walt Disney, adição de edição fotográfica, foto noturfundos nas imagens, calendá- na, utilização das funções rios, textos etc. A promoção é avançadas entre outros. O site válida até fevereiro de 2007 em ( w w w . m o m e n t o s . k otoda a rede de lojas Kodak Ex- dak.com.br) vai sediar um press ou em locais onde estão concurso durante o mês de dezembro para integração dos seus quiosques. Segundo Bautista, a pro- usuários de máquinas digitais, moção visa motivar o consu- com vários prêmios, inclusive midor a imprimir fotos e os uma câmera. A Kodak oferece produtos e quiosques são de auto-atendimento, imprimem rapida- serviços aos mercados fotomente e com qualidade. Tam- gráficos, de comunicação grábém possuem diversos dis- fica e de saúde. Em 2005, regispositivos para as mídias exis- trou faturamento de vendas de t e n t e s , c a r t õ e s , C D s , US$ 14,3 bilhões. Para mais inf o r m a ç õ e s : w w w . k odisquetes, conexão USB etc. Outra atração anunciada é o dak.com.br. (AMG) Microsite "Momentos Kodak", canal de comunicação para os entusiastas de fotos digitais. Os interessados podem acessar conteúdos dif ere n ci a d os , como "coisas legais que voFernando Bautista, da Kodak: para c ê p o d e f ainiciantes ou avançados. zer", em que
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terça-feira, 28 de novembro de 2006
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Informática VÍRUS
São soluções completas, divididas em níveis de uso de acordo comas tarefas de cada perfil de usuário.
Dois tipos de pragas, duas soluções.
em da Romênia do conde Drácula a nova ferramenta que promete sugar até a última gota a vida ativa de vírus, worms, cavalos de tróia e outras pragas virtuais, sempre prontas a invadir computadores pessoais e sistemas corporativos desprotegidos. A Controle Net acaba de fechar parceria com a empresa BitDefender, especializada em soluções de segurança, e traz ao Brasil três n o v a s s o l uções para proteção e segurança de PCs e redes. A BitDefender já é reconhecida mundialmente como uma das principais fornecedoras de soluções de segurança, inclusive com diversos institutos de pesquisa colocando-a à frente dos concorrentes. A abrangên-
cia dos produtos que estão sendo trazidos certamente irá colaborar com sua popularização também no mercado nacional", diz Julio Esteves, gerente de Marketing da Controle Net. Segundo o executivo, além da qualidade dos produtos, o pacote de funcionalidades oferecido é um diferencial que atrairá os usuários. "São soluções completas, divididas em níveis de utilização de acordo com as tarefas de cada perfil de usuário. Com isso, o consumidor pagará apenas pelo que efetivamente tem necessidade". A BitDefender é considerada atualmente uma das maiores fornecedoras mundiais de soluções em segurança, especialmente para a União Européia. A companhia oferece uma das mais rápidas e efetivas linhas de software de segurança, definindo novos padrões de detecção e prevenção a ameaças. Divisão da Softwin, grupo referência na oferta de soluções tecnológicas no mercado europeu, a BitDefender é origi-
nária da Romênia e oferece produtos e serviços para mais de 41 milhões de usuários corporativos e domésticos em mais de cem países. Além da Romênia, a empresa tem escritórios nos EUA, Reino Unido, Alemanha e Espanha. Faxina preventiva – Co m funcionalidades voltadas à detecção e "limpeza" de vírus e spywares, o BitDefender 9 Standard tem mecanismos de rastreamento capazes de desinfetar arquivos diretamente no acesso, minimizando perdas de dados. Essa versão possui proteção residente (24 horas) e trabalha com um modelo de análise heurística, que identifica modelos de arquivos infectados e permite uma postura pró-ativa na detecção de malwares. Sai por US$ 29,95 (R$ 65) a versão monousuário. Além das funcionalidades da versão Standard, o BitDefender 9 Professional Plus também atua como firewall e antispam. O programa faz um controle rígido de todo o tráfego de informações via Internet, a partir de mecanis-
mos que solicitam autorizações para acesso à web. Também possui filtros inteligentes, restringindo o acesso a sites com conteúdos duvidosos, eliminando os ataques de phishing, scams (e-mails falsos que buscam roubar dados dos usuários) e bloqueando endereços de spammers identificados. Valor unitário: US$ 44,95 (R$ 97). Tudo em um –Já o BitDefender 9 Internet Security é a mais completa das três versões e oferece segurança contra vírus, spyware, spam, scam, phishing e conteúdos questionáveis, permitindo total controle sobre acesso a sites e programas.
xistem hoje cerca de sos podem ser embutidos em 12 mil programas arquivos MP3, Word, Excel, maliciosos conheci- PowerPoint, e-mail e jogos, ou dos como keylog- são acionados sempre que a gers capazes de fraudes e rou- pessoa clicar em endereços falbos de senhas na internet. Es- sos no Google, Yahoo!, Amases softwares capturam e ar- zon, eBay etc. A estimativa é de mazenam as teclas digitadas que existam mais de 12 mil depelo usuário de um computa- les compartilhados na rede. O GuardedID pode ser baixador e roubam seus dados pessoais em transações bancárias, do diretamente para o compucompras online, navegação na tador. Ali, fica residente como rede ou até em uma simples di- barra de ferramentas e sempre gitação de texto — motivo de ativo para transações na Web preocupação para empresas (acesso a e-mails, uso do intercom transações na Web, como net banking etc.). O download comércio, bancos, corretoras, para o consumidor final é feito seguradoras etc. Só nos últi- pelo site www.guardedid.com, mos três meses corretoras onli- com suporte em vários idiomas, n e n o r t e - inclusive o português, por US$ a m e r i c a n a s 39,99 (R$ 85,70). Mas se uma empresa de vap e rd e r a m o equivalente a rejo online, corretora ou banco U S $ 1 8 m i- quiser adquirir o programa em lhões devido quantidades acima de 50 cóà s f r a u d e s pias terá de contatar uma das e l e t r ô n i c a s representantes da StrikeForce prov oc ad as no Brasil, como a Medidata, a por hackers LM Sistemas e a 2RDatatel. espec ializa- Nesse caso de vendas corporados do Leste tivas, segundo Baião, existem europeu e da outros modelos de negócio. Um deles é a venda sob deTailândia. ara tentar manda: o programa é instalaminimizar esse tipo de ação e do gratuitamente no site da oferecer um nível a mais de se- empresa ou do banco. Se o congurança aos usuários, empresas sumidor final (que não tiver o e bancos, a StrikeForce Techno- GuardedID instalado na málogies lança mundialmente o quina) quiser utilizar mais esse GuardedID. É um software que nível de segurança na hora da codifica cada tecla pressionada. compra ou transação bancária O programa foi desenvolvido a empresa pagará pelo uso. "A pergunta que se faz é não em Nova Jersey (EUA) com a colaboração de brasileiros. quanto custa um sistema desO diretor global de vendas da ses para o mercado corporatiStrike Force, Manoel Baião, ex- vo, mas quanto ele pagaria paplica que a cada vez que o usuá- ra não ter mais perdas", destario digita uma tecla – qualquer ca o diretor da StrikeForce, uma – existem quatro procedi- lembrando que esse tipo de mentos até a letra aparecer no fraudes em transações online computador. "É nesse meio "já chega a US$ 60 bilhões em tempo, milionésimos de segun- perdas". No Brasil, o Guardedo, que o keylogger se instala dID está sendo testado em três para roubar os dados", diz clientes em sigilo. A StrikeForce é uma empreBaião. O software GuardedID barra esse procedimento pois sa de capital aberto norte-ameencapsula a tecla digitada e a en- ricana e especializada em soluções de segurança como via para uma r o t a d e s c o- Captura de tela nhecida do keylogger. Baião lembra ainda que 80% de todos os keyloggers n ã o s ã o d etectáveis por softwares antivírus, antispywares ou f i re w a l l s . E esses programas malicio- Na tela do Citi, a proteção do GuardeID.
softwares para homebanking e para comércio online e sistemas para governos e instituições, cujo principal enfoque é a proteção contra spywares, phishing, keylogging e outros programas maliciosos. Entre seus clientes estão a Cruz Ver-
melha, Departamento de Segurança dos EUA, Pentagon Credit Union (um Serasa norte-americano), além de bancos, corretoras e lojas. A empresa atua em mais de 20 países; na América Latina o Brasil é seu mercado mais promis-
O conde Drácula do bem As pragas virtuais que se cuidem! BitDefender, o "Drácula" dos antivírus, vai lhes sugar toda a energia vital. Rachel Melamet
O pescador de teclas do mal GuardeID, software da StrikeForce, impede roubos de senhas e informações confidenciais provocados pelos keyloggers. Barbara Oliveira
SERVIÇO Saiba mais: www.strikeforcetech.com www.guardedid.com www.2rdatatel.com.br www.medidata.com.br www.lmsistemas.com.br
Conta ainda com um filtro de conteúdo que vem sendo muito utilizado por escolas, empresas e pais preocupados com as inúmeras possibilidades de situações de risco, especialmente a pedofilia, para os filhos que navegam na Internet. Seu preço final é de US$ 64,95 (R$ 140). As licenças dos produtos BitDefender já podem ser adquiridas online através do site da empresa no Brasil, que também oferece versões gratuitas para teste. Mais informações: h t t p : / / w w w. b i t d e f e nder.com.br
Divulgação
BitDefender: proteção que vem da Romênia.
sor até agora, lembra Baião. Aqui, a StrikeForce está testando outro produto chamado ProtectID, sistema de autenticação pelo celular e que também serve de backup para os tokens usados hoje por muitos clientes de internet banking.
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Vír us Pragas Equipamentos Gadgets
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Eles terão atualização garantida do sistema operacional para o Windows Vista.
NOVIDADES PARA EMPRESAS E USUÁRIOS DOMÉSTICOS
A True Acess está lançando um novo sistema de segurança para certificados digitais e notas fiscais eletrônicas
Divulgação
Net D-Fence eXtreme Revolution (XR): mais robusto que seu antecessor e com mais recursos.
terça-feira, 28 de novembro de 2006
NF-e mais segura om o início da segunda fase de implantação das Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) em mais 50 empresas de médio e grande porte, crescem também as soluções para a segurança e gerenciamento dos certificados digitais usados para autenticar esses documentos eletrônicos. Para ter valor jurídico as NF-e precisam de uma assinatura digital que representa a empresa e um sistema seguro para guardar essas assinaturas. De olho nesse mercado rumo à consolidação em 2007 está a True Acess Consulting, fornecedora de soluções de proteção a certificados digitais de vários
bancos e de empresas que já adotaram as NF-e. Agora, a True Acess está lançando um novo produto da linha Net DFence. É o Net D-Fence eXtreme Revolution (XR), uma caixinha com software dedicado, mais robusto que seu antecessor Net D-Fence e com mais funcionalidades em especial para os clientes de grande porte. "Enquanto a versão anterior – apropriada para empresas com pouco volume de notas fiscais – era capaz de processar 70 assinaturas digitais por segundo, o XR pode gerar 175 assinaturas em NF-e no mesmo tempo", informa o diretor da True Acess Carlos Magno.
Garantias – appliance desenvolvido pela True Acess armazena os certificados digitais (assinaturas) encriptados em formatos específicos e garante que aquela assinatura é da empresa ou do banco que a emitiu. Magno lembra que os bancos com seus milhares de documentos transitando diariamente entre eles (SPB), as empresas com grande movimentação de notas fiscais eletrônicas e as corretoras com contratos de câmbio também eletrônicos são os potenciais clientes desse novíssimo dispositivo Net D-Fence eXtreme Revolution. Enquanto a primeira versão do Net D-Fence custava US$ 10
mil a unidade, o XR sairá por US$ 22 mil, mas nesse preço estão incluídos duas caixinhas (isto é, o hardware), o software e o suporte técnico. "São appliances de alta performance para instituições e empresas que geram acima de 1 mil notas diárias", lembra Magno. O XR é composto de um hardware e uma camada de software integrado ligados ao cabo de rede da empresa. O dispositivo recebe as informações do sistema de gestão corporativo e gerencia a emissão das notas fiscais eletrônicas ou outros certificados digitais. Segundo Magno, a True Acess está testando o XR em três clientes, um
banco, uma indústria e um órgão de governo e espera, com ele, conseguir 25% da receita total de sua linha de produtos. "Queremos com o XR, o mesmo sucesso obtido com o Net DFence na primeira fase de implantação das NF-e", diz Magno, lembrando que das 19 empresas do projeto iniciado em meados deste ano, nove são clientes da primeira versão da True Acess, entre elas a Toyota, a Dimed, a Souza Cruz, Eurofarma e a Ultragaz. Da segunda fase do projeto das NF-e outras 50 empresas estão participando. Mais informações em www.trueacess.com.br. Barbara Oliveira Divulgação
Micros com dois núcleos Os dois novos modelos da Megaware são voltados para usuários que necessitam de maior poder de processamento
Sergio Kulpas decisão de adotar etiquetas com microtransmissores de rádio (RFIDs) deverá ser considerada por todas as empresas comerciais, mais cedo ou mais tarde. A tecnologia tem benefícios muito atraentes, sendo o maior deles a promessa de uma grande economia por redução de custos e otimização dos estoques. Como toda nova tecnologia, o RFID tem potenciais positivos e negativos. É importante para as lojas e redes comerciais avaliarem corretamente a implementação de um sistema de etiquetas inteligentes, para evitarem erros graves. A projeção de crescimento da tecnologia dos RFIDs está se acelerando muito rapidamente. O motivo é que megaredes de varejo como o WalMart e Target nos EUA, Carrefour na França e Metro Group na Alemanha, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos e países do Oriente como China, Japão e Coréia têm grande interesse na consolidação das etiquetas inteligentes. Suas vantagens comerciais para operações em larga escala
M e g a w a r e ( w w w. m e g a w are.com.br), fabricante de desktops e servidores, acaba de lançar dois micros desktops. Segundo a empresa, ambos os modelos terão atualização garantida do sistema operacional, do Windows XP para o Windows Vista, lançamento marcado pela Microsoft para o dia 30 deste mês. Os dois novos modelos de são inegáveis, e o desenvolvimento está superando as previsões dos analistas. Existem sinais de que as empresas que investiram em RFIDs estão começando a obter retornos financeiros, pelo menos para grandes players como o Wal-Mart. Mas a maioria das empresas de porte médio a médio-grande ainda está avaliando como investir em programas de implementação maciça RFIDs. Os fabricantes ainda estão realizando testes piloto, anteriores a uma produção em grandes volumes dessas etiquetas inteligentes. A maior promessa do RFID reside na versatilidade de sua aplicação. "Smart tags", ou etiquetas inteligentes, podem ser aplicadas a produtos individuais ou caixas com várias unidades, e podem ser lidas por sensores mesmo através de plástico e papelão. Os aparelhos leitores de RFIDs podem escanear vários produtos ao mesmo tempo, o que torna essa tecnologia mais prática e muito superior ao código de barras. Os dados gerados pela leitura de smart tags podem gerar economias em toda a cadeia de produção, da manufatura até o varejo, passando pe-
PCs atendem diferentes mercados. Um deles, voltado para o universo doméstico, já vem com sistema operacional Windows Home Edition, porém o usuário poderá migrar para Windows Vista na plataforma Home. Já o outro, um modelo mais robusto indicado para o segmento corporativo, traz inicialmente o sistema Windows XP Professional, mas o usuário também poderá fazer a atualização para o Vista dentro da categoria Professional. M a i s m o d e l o s – O M egaHome MW Series tem preço sugerido de R$ 2.499 sem monitor. Esta máquina traz processador Intel Core 2 Duo modelo E6300, de dois núcleos (como se fosse dois processadores num só) memória
com 1GB DDR2, placa-mãe Gigabyte, disco rígido de 250 GB SATA II e 2 MB de memória cache. Com gabinete ultra slim (design compacto) e cor prata, o equipamento inclui leitor de DVD, leitor de cartão de memória e placa de rede 10/100/1000. Também com gabinete ultra slim, mas na cor preta, o
RFID: curva de adoção acelerada. la estocagem e distribuição. Atualmente, as smart tags com RFIDs já estão em mercadorias e produtos em escritórios, laboratórios, armazéns, caixas e contêineres de vários países. O RFID permite que os fornecedores determinem e identifiquem a posição de uma caixa acompanhando sua jornada através da cadeia de suprimentos e podendo tomar decisões em tempo real sobre o destino da mercadoria. Os setores de manufatura e armazenagem estão descobrindo novas maneiras de obter ganhos com os RFIDs, incluindo a monitoração em tempo real de peças e o acompanhamento do produto final montado. Isso é essencial para evitar gargalos de excesso de
Glossário AUTOMAÇÃO
Verificador de dados
MegaCorp: Windows XP Professional. R$ 2.799 sem monitor.
Verificador de dados Equipamento que "lê" códigos, de barras e/ou bidimensionais. Funciona integrado à base de dados da empresa e permite consulta de movimentação, valor, situação atual e diversos outros detalhes de um produto. São os "quiosques", aparelhos facilmente encontrados em livrarias e supermercados utilizados principalmente para consul-
produção ou de desabastecimento de itens, tanto no processo de produção como na entrega dos itens prontos ao varejo. A maioria dos especialistas prevê que o RFID será adotado de forma generalizada pelo varejo mundial dentro de cinco ou mais anos. Mas essas previsões tem sido corrigidas periodicamente, encurtando os prazos de adoção global das etiquetas inteligentes. Os sinais de esses prazos podem ser mais curtos do que o previsto vem de diversos setores industriais. O setor alimentício nos Estados Unidos e na União Européia, por exemplo, sofre pressões de órgãos de saúde para um acompanhamento mais seguro dos produtos. Essas indústrias estão ado-
MegaHome: Windows XP Home. R$ 2.499 sem monitor.
MegaCorp MW Series traz uma configuração similar de hardware, com processador Core 2 Duo, memória de 1 GB, disco de 250 GB, 2 MB de memória cachê, leitor de DVD, leitor de cartão de memória, placa de rede. Seu preço sugerido é de R$ 2.799, também sem monitor. Carlos Ossamu
tando o RFID como solução para a monitoração de seus produtos, para cumprir a legislação sanitária. Ocorre o mesmo com a criação de animais. Gado é identificado individualmente com RFIDs, permitindo ao criador monitorar sua posição e acompanhar sua alimentação. Em alguns lugares dos EUA, os RFIDs já são usados com sucesso para impedir a propagação de doenças, identificando Foto Divulgação
Etiquetas RFID menores que um dedo: muito práticas.
e isolando rapidamente as reses contaminadas. Outro uso de alta eficiência dos RFIDs está no setor de atendimento hospitalar. As etiquetas inteligentes são usadas para associar pacientes aos seus remédios, sem risco de erro. Nas internações, os pacientes estão testando pulseiras
Tudo que você queria saber. Cortesia da HandHeld (www.handheld.com.br)
tas de preços, por exemplo. USB (Universal Serial Bus) Tipo de conexão entre o computador e periféricos, com amplas vantagens sobre portas seriais e paralelas tradicionais. Entre as vantgagens destacam-se maior velocidade de transmissão de dados e facilidade de instalação, e que pode ser feita mesmo com o computador em funcionamento.
com RFIDs, que substituem fichas impressas. Os analistas prevêem que o uso amplo dos RFIDs só será possível quando o custo de implementação cair consideravelmente, e padrões de âmbito mundial para os equipament o s f o re m a d o t a d o s . U m a grande preocupação do varejo é o furto de dados sigilosos, especialmente quando relacionados aos clientes. Mas com vários setores in-
Terminal PDV Equipamento utilizado para automatizar as funções de um caixa de loja (ponto-de-venda). PDA (Personal Digital Assistant) Assistente pessoal digital. Sinônimo de computadores portáteis. Termo criado em 1993, por John Sculley, ex-presidente da Apple, para referirse a pequenos aparelhos de mão com funcionalidade de computador.
dustriais e governos empenhados nessas questões, é muito provável que a próxima década marque o início de fato da "internet de objetos", onde será possível acompanhar a maioria dos bens e produtos industriais em tempo real, em qualquer parte do mundo. sergiokulpas@gmail.com
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
MUDANÇA NA APOSTA DO COPOM
N
G Dados da
inflação e da produção reforçam a preferência do BC por quedas menores da Selic menores permitem que se testem patamares mais baixos para o juro neutro, dado que eventuais erros – que situassem a Selic abaixo do nível que não acelera a inflação poderiam ser corrigidos com reversões de menor porte. Isto implica, por sua vez, menor volatilidade de juros e menores custos "exploratórios" para o BC. Colocando de maneira direta: a impressão é de que nos últimos meses o BC "queria" mudar o ritmo de redução da Selic para 25 pontos, mas terminava sempre vencido pela realidade de uma inflação muito baixa (núcleos na margem rodando próximo de zero) e atividade econômica anêmica (vide desempenho da indústria em setembro). Foi esta mesma realidade empírica, juntamente com as projeções do modelo do BC, mostrando números para o IPCA de 2007 abaixo da meta estabelecida, e o declínio das expectativas de inflação, que nos levou a
firmar aposta nos 50 pontos nos dois últimos Copoms. Contudo, cremos que a mudança de riscos no balanço inflação versus atividade, ensejada pela divulgação dos dados mais recentes de IPA – agrícola, IGP-DI, vendas do comércio, e indicadores coincidentes da atividade industrial, mudaram a cara do cenário, e a balança do Copom provavelmente penderá para os 25 pontos. Com efeito, o crescimento de preços no atacado foi substancialmente maior que o esperado. Um IPA-agrícola de 5,18% no mês e um IGPDI de 0,81% não acontecem toda hora. A alta não só surpreendeu, ela surpreendeu muito. Obviamente, esta pressão no atacado não caracteriza inflação genuína, mas é justamente tarefa da autoridade monetária impedir que tais pressões de preço relativo virem aumento generalizado de preços. Mais precisamente, a recomendação do livro-texto é combater os impactos secundários do choque. O que isto significa exatamente é difícil dizer, mas não há dúvida de que, no caso em questão, faz crescer a probabilidade de redução mais parcimoniosa da Selic. Do lado da atividade, o quadro também apresenta novidades. O fato concreto é que, no acumulado do ano, as vendas cresceram quase 6,0%, em termos reais, mais que o dobro do crescimento da produção industrial. Parte desta discrepância é explicada por expansão das importações, mas parte vem de redução de estoques, sinalizando atividade mais forte, mais adiante. Resumindo, e apelando para um ditado popular, os dados de inflação e atividade recentes e a preferência anunciada do BC por quedas menores da Selic formam um quadro onde "se junta a fome com a vontade de comer". Em vista disto, alteramos nossa aposta para o Copom, de queda de 50 pontos, para redução de 25. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE ECONOMIA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
A lteramos nossa aposta: queda de 25 pontos.
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO Céllus
ão é de nosso costume alterar o prognóstico sobre a decisão do Copom. Contudo, desta vez abrimos exceção, por vermos razões que justificam mudança de aposta. O surgimento de "novidades" econômicas que ensejam maior prudência na distensão monetária, aliado a um desejo, de aumento de parcimônia na condução da política monetária, nos leva a rever nossa aposta de queda de 50 pontos, para redução mais gradual, de 25 pontos. Com efeito, não é de hoje que a autoridade monetária vem sinalizando sua intenção de reduzir o ritmo de queda da Selic. A idéia é que passos
Mudou o discurso. Lula é o mesmo BENEDICTO FERRI DE BARROS
N
ão há mais governo de situação nem de oposição. A relação republicana mostra que temos que nos relacionar independentemente dos partidos, da disputa política, da ideologia. Essa declaração de Lula, recentemente destacada por este jornal, é o foco de que se origina este artigo. Em síntese, ela parece erigir o Lula reeleito como o maior opositor – o anti-Lula do primeiro mandato. É um despistamemto que evidencia que a reeleição apenas reforçou em Lula a convicção de que deve continuar a ser o Lula que sempre foi e nunca deixará de ser: um indivíduo que não dá a menor importância ao que diz, mas apenas aos resultados que possa obter de dizer o que cada audiência quer ouvir. Assim, quando dizemos que ele mudou de discurso, queremos apenas dizer que ele mudou o conteúdo do discurso, mas continua com a mesma retórica, destinada a mistificar o público e a confundir seus adversários. O parágrafo que serve de epígrafe a este artigo se compõe de várias frases. Na primeira (Não há mais governo de situação nem de oposição.) ele abole soberanamente a estrutura partidária do País, o que confirma no início da segunda frase, ao dizer que no segundo mandato a relação republicana mostra que temos que nos relacionar independentemente dos partidos. Também pretende governar livre da disputa política, da ideologia. Não podia ser mais explícito: o que ele quer é governar sem oposição, objetivo de todos os ditadores. E toda a movimentação política que vem fazendo nesse interregno entre o primeiro e o segundo mandato segue escancaradamente uma única e mesma estratégia: a de aumentar a gosma partidária brasileira, provocando rachas e cooptando as facções rachadas em benefício próprio. Reforça esse procedimento ao afirmar
que “aprendeu a lição” básica, de que para fazer um bom governo (como lecionou aos governadores) é necessário escolher colaboradores competentes e não amigos – aqueles que chamava antes de “companheiros de jornada” e depois dos “erros" que cometeram (leia-se delitos) enominou de “burros e aloprados”. Omitiu (talvez por considerar secundário) que além de competentes devam também ser honestos. No que se refere à ideologia que preconiza aos outros abandonarem no governo, também omite o fato de que ao comemorar sua reeleição, a famigerada estrela furta-cor que sua esposa plantara nos jardins do Palácio da Alvorada, desta vez envergava no maiô.
E
m suma: nada de ideologia, nada de partidos, nada de política. Somente o soberano Lula com sua corte enfeudada de vassalos castrados politicamente. Porque de política, só ele entende e será ele que a ditará no governo. No que esse Lula reeleito difere do Lula do primeiro mandato? Em nada. É o mesmo primário, carismático, messiânico e espertalhão megalomaníaco, que como ”nunca antes” proclama que a História do Brasil começa com ele, e como ele se acha predestinado a construir uma nova nação e a salvar os pobres, tais fins justificam os meios que venha a empregar. Trata-se de “um engano d'alma ledo e cego que a fortuna não deixa(rá) durar muito”, pois o Lula número dois herda todos os descalabros, erros, delitos e crimes praticados sob o mandato do Lula número um, que continuarão a rolar e se desdobrar no mandato a se iniciar. Pelo simples fato de que homem algum ainda apareceu capaz de deter o curso dos acontecimentos, revogando o passado e sua herança.
P residente continua primário, messiânico e espertalhão megalomaníaco
FGTS: aposentados também recebem os 40% CRISLAINE VANILZA SIMÕES MOTTA
D
urante muito tempo, discutiu-se se os aposentados pelo órgão previdenciário teriam ou não direito à multa de 40% dos depósitos fundiários. Tal discussão deu-se por encerrada com o cancelamento da Orientação Jurisprudencial 177 editada pelo Tribunal Superior do Trabalho, prevendo que a aposentadoria era causa extintiva do contrato de trabalho firmado entre empregado e empregador, ou seja, a empresa poderia desligar o empregado aposentado pelo INSS (órgão previdenciário) sem o pagamento de aviso prévio e a indenização de 40% sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço por todo o contrato de trabalho. Este entendimento decorria do fato de que a aposentadoria espontânea e voluntária, requerida pelo empregado, não significava que a empresa o estaria desligando sem justa causa, mas sim, por um fato natural da vida de qualquer trabalhador. Trabalha-se por um certo número de anos, paga-se as devidas contribuições e adquire-se o direito de aposentar pelo INSS. Atualmente, porém, este entendimento mudou em decorrência do julgamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal, que considerou inconstitucional os parágrafos 1º e 2º do artigo 453 da CLT, que previa a extinção do contrato de trabalho pelo fato do empregado ter adquirido o direito de se aposentar pelo INSS. Tal entendimento é fruto de uma realidade recorrente em nosso país. O fato de o trabalhador comum se aposentar pelo órgão previdenciário
não significa que o mesmo manterá o mesmo padrão de vida como se na ativa estivesse. É de conhecimento público e notório que os valores provenientes do órgão previdenciário não conseguem manter a subsistência do aposentado e até de seus dependentes, motivo pelo qual necessita continuar trabalhando para sobreviver. Se a empresa, ciente da aposentadoria de seu empregado, resolve dispensá-lo, deverá pagar a multa de 40% sobre todos os depósitos realizados do FGTS, bem como o aviso prévio e demais direitos decorrentes da dispensa sem justa causa. É claro que o novo entendimento do STF não é vinculante, sendo que os ministros do TST possuem livre iniciativa para julgar conforme seu próprio entendimento.
N
o entanto, há uma grande tendência de a jurisprudência se nortear de forma mais favorável ao empregado, devendo o empregador arcar com todo o ônus da dispensa. O julgamento da referida Adin gera conseqüência econômica vantajosa aos empregados demitidos por aposentadoria e desvantagem ao empregador, que poderá se refletir, inclusive, nos custos da produção. Esta seria, porém, outra discussão. Por fim, com o novo entendimento do STF surge a possibilidade de o empregado reivindicar na Justiça do Trabalho os valores pertinentes à multa de 40% do FGTS por todo o contrato de trabalho, aviso prévio e eventuais direitos decorrentes da dispensa sem justa causa. CRISLAINE VANILZA SIMÕES MOTTA É ADVOGADA DA INNOCENTI ADVOGADOS ASSOCIADOS
O STF deu aos aposentados o direito à multa de 40% do FGTS
SALVE O INCOR em o slogan acima conclamando os paulistas a ajudarem a benemérita instituição, pela qual têm passado numerosas personalidades, de todas as classes, muitas da classe A, que voltam para as suas atividades fortalecidos pelo atendimento médico. Estamos de acordo em juntar nossa voz a todos os paulistas, paulistanos e brasileiros em favor do Incor. Reconhecemos que não é fácil enfrentar o problema médico no País, onde as carências superam as possibilidades, em número que desafia a contabilidade mais justa e mais atualizada. Estamos, pois, de acordo com todos que bramam em favor do Incor.
V
as queremos lembrar também a Santa Casa de Misericórdia, cuja situação financeira é gravíssima, pois a levou a suspender o modelar Colégio São José, deixando ao lado de pais lacrimosos, alunos sem saber onde vão estudar com a mesma eficiência do glorioso estabelecimento. A Santa Casa vive de doações, que já não são tão opulentas como num passado recente. Isso pede ainda mais aos magnânimos paulistas, que não esqueçam essa nobilíssima Casa, sempre precisando de ajuda para manter em seu quadro de funcionários, médicos, enfermeiros e todos os que prestam os serviços médicos.
M
econhecemos que o serviço social gratuito, antes da Igreja, passou para o Estado, com falhas numerosas, como mostram os serviços prestados pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias aos desamparados da fortuna e dos meios de pagamentos. Lembremos pois do Incor, sem dúvida, mas lembremos, também dos serviços públicos de saúde e da Santa Casa, grande e benemérita instituição que deve ser amparada.
R
JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Devemos nos lembrar também da Santa Casa, que enfrenta gravíssima crise
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
Política
Roberto Jayme / AE
3 Ficamos no campo de oposição, atuando de forma independente, sem apoio sistemático. Jarbas Vasconcelos Gustavo Miranda / AOG
Carlos Lupi, presidente do PDT: o partido fecha apoio sem pedir cargos. Roosewelt Pinheiro / ABr
José Sarney, Orestes Quércia, Michel Temer e Renan Calheiros: líderes discutem participação na Câmara, Senado e governo.
Lula recebe o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB).
LULA GANHA O PDT, A ÚLTIMA FRONTEIRA. Partido diz não ter pedido cargos em troca do apoio; quer apenas que o governo não apresente nenhuma proposta de reforma da Previdência.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve incorporar o PDT à coalizão de governo para o segundo mandato, com participação desse partido no conselho político. Lula fez o convite à direção do PDT ontem, e a tendência da legenda é aceitá-lo, segundo o presidente do partido, Carlos Lupi. Segundo Lupi, a reunião com os representantes do PDT ontem de manhã no Palácio do Planalto foi "um reencontro" de dois partidos que já andaram juntos no passado. "Como diria Leonel Brizola (ex-presidente do PDT), reencontros são mais importantes do que o primeiro encontro. O presidente Lula colocou a necessidade de retomar o fio da história de alianças e quer o PDT fazendo parte das políticas públicas", disse Lupi, ao acrescentar que o presidente Lula quer trabalhar pela unidade dentro do PDT. O presidente do partido afirmou que o convite de Lula será levado à Executiva do partido e à bancada no Congresso, mas, segundo ele, uma decisão só deve ocorrer em janeiro, quando se reunirá o Diretório Nacional da legenda. Ele demonstrou uma certa cautela em relação à decisão futura do partido, mas destacou que a bancada no Congres-
so é majoritariamente favorá- Lula, como é o caso dos senavel ao ingresso no governo. dores Jefferson Péres (AM), Segundo Lupi, não foram Osmar Dias (PR) e Cristovam discutidos cargos em troca do Buarque (DF). Em relação aos apoio. A única exigência do oposicionistas, Lupi afirmou partido para apoiar o governo que há espaço para discutir a Lula foi o compromissso do posição deles dentro do partipresidente em não apresentar do, mas disse acreditar que a nenhuma proposta de reforma posição da maioria será acompanhada pela minoria. da Previdência. "Lula disse que pretende Independência – Apesar de melhorar a arrecadação e a efi- dizer que é favorável à coaliciência do sistema, mas não zão, o senador Osmar Dias afirmou ontem passa pela sua cabeça retirar direique, mesmo que a Executiva do tos dos trabalhadores", declarou PDT aprove o O presidente Lula convite, manterá Lupi. Métodos – Ele colocou a necessidade uma atuação independente em afirmou que hou- de retomar o fio da alguns pontos. ve uma mudança história de alianças e Ele citou especide métodos na quer o PDT fazendo ficamente o caso negociação política feita pelo Pla- parte das políticas de pedidos de criação de CPIs, nalto, que passou públicas. de ações isoladas Carlos Lupi, nos quais, adianp a r a u m m o v ipresidente do PDT t o u , v o t a r á d e mento institucioacordo com sua consciência. nal. "O ser humano tem direito a evoluir, e o preApesar da predisposição sidente aprendeu com os erros anunciada pelo senador, ele do passado. Houve uma mu- participou diretamente da dança de métodos", disse. "Pe- campanha do candidato da cola primeira vez, o presidente ligação PSDB-PFL à Presidênconvidou o partido para con- cia da República, Geraldo Alckmin, em passeatas nas ruas versar", acrescentou. A participação do PDT no de Curitiba e cidades próxigoverno de coalizão deve se- mas, em companhia do atual guir o rito partidário, uma vez governador eleito de São Pauque no partido há uma série de lo, José Serra. líderes que são contrários à Segundo Osmar Dias, o PDT aproximação com o governo tem cinco senadores - Cristo-
vam Buarque, Jefferson Peres, Augusto Botelho (RR) e o eleito João Durval (BA), além dele próprio. Dias comentou que Botelho deverá se desligar do partido e se filiar ao PT. João Durval, disse o senador, já avisou que só ficará no PDT se o partido aprovar a coalizão com o governo Lula. Ou seja, anunciou a sua adesão plena ao segundo mandato do presidente Lula. Na disputa presidencial, o PDT lançou Cristovam Buarque como candidato, que obteve menos de 3% dos votos válidos, e manteve oficialmente posição de independência no segundo turno. Barreira – Dirigentes do PC do B, PV, PSol, PSB e PRB farão hoje um ato político na Câmara pelo fim da cláusula de barreira. Além das bancadas dos partidos, deverão participar governadores, prefeitos e lideranças sindicais e estudantis. Esses partidos aguardam o julgamento de duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adin) pelo fim da cláusula de desempenho. As Adins estão sendo apreciadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os partidos que não conseguiram cumprir a nova regra defendem a manutenção de seus direitos parlamentares, como participar de comissões permanentes e ter acesso ao fundo partidário. (Agências)
GOVERNO LULA E KADAFI, JUNTOS. TARSO: NÃO INTERFERE É o primeiro encontro dos dois desde o fim do embargo comercial dos EUA
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presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra esta tarde com o presidente da Líbia, o ditador Muammar Kadafi, em Abuja, capital da Nigéria, segundo o Itamaraty. É o primeiro encontro dos dois desde que os Estados Unidos retiraram os líbios da lista do terrorismo, encerrando um embargo comercial de 18 anos. Em dezembro de 2003, Lula foi criticado por visitar Trípoli e chamar Kadafi de "amigo socialista". De lá para cá, chefes de Estado influentes, como o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, também passaram a ter boa relação com a Líbia. Kadafi tem demonstrado interesse em contribuir com a política do governo George W. Bush em relação ao combate a grupos terroristas. A audiência com Kadafi, que controla com mão de ferro a Líbia desde 1969, poderá minimizar o impacto das ausên-
cias dos presidentes da Argentina, Nestor Kirchner, da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, na Cúpula da África e América do Sul, que acontece hoje. Kirchner admite que não acha importante esse tipo de encontro. Já Chávez e Morales, figuras freqüentes nas cúpulas incentivadas por Lula, estão com as atenções voltadas para assuntos internos. O presidente venezuelano disputa mais uma eleição e o colega boliviano briga com opositores. Após encontro com Muamar Kadafi, Lula terá audiências em separado com os presidentes da Argélia, Togo e Senegal. À noite, o presidente brasileiro jantará com o anfitrião, Olusegun Obasanjo, e outros chefes de Estado que participam da cúpula. Desde que assumiu o poder em 2003, Lula fez seis viagens ao continente africano, com escalas em 18 países. As viagens
fazem parte da estratégia do Itamaraty de priorizar as negociações Sul-Sul, envolvendo países em desenvolvimento. O comércio do Brasil com os países africanos foi de US$ 12 bilhões em 2005, sendo US$ 7 bilhões de importações de produtos brasileiros. "A cúpula tem uma importância muito grande para a América do Sul porque foi proposta pelo presidente Olusegun Obasanjo, da Nigéria, e isso significa uma aproximação global com a União Africana", disse o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, assessor de Relações Internacionais de Lula. "Essa aproximação se dá em torno de discussões de natureza política, econômicas e comerciais." Até o final da tarde de ontem, a Nigéria não tinha definido qual o local exato do encontro dos chefes de Estado. A reunião deve ocorrer no Hotel Hilton, no centro de Abuja. (AE)
NO CONGRESSO
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chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Tarso Genro, disse ontem que a administração federal não tem competência para apoiar ou não a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, Aldo Rebelo e Renan Calheiros, respectivamente. "Todos os presidentes que trabalharam nesses quatro anos, trabalharam muito bem", afirmou Genro, após visitar os dois parlamentares. Nas reuniões com Rebelo e Renan, Genro disse ter tratado das votações previstas no Legislativo até o fim do ano, e ressaltou a importância de uma discussão sobre reforma política, que ele espera que seja votada no primeiro semestre de 2007. Genro disse também ter pedido a Aldo Rebelo a aprovação da emenda que criou o Fundeb. (AE)
PMDB FORMALIZA APOIO AMANHÃ
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presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), disse que a formalização do apoio do partido ao governo de coalizão acontecerá amanhã, durante a reunião do Conselho Político da legenda. Depois de almoçar com importantes líderes da sigla, Temer disse que vai procurar os seis senadores peemedebistas que se autodenominam de oposição, para dar um quadro da posição majoritária da agremiação. Depois de aprovar a integração no mandato de coalizão, ele disse que o PMDB cumprirá outras etapas. A primeira delas será a definição do papel do partido na eleição das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Em seguida, a participação da legenda na administração federal. Temer afirmou acreditar que, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a sigla terá um espaço maior, mas que
prefere, por enquanto, não antecipar o assunto. "Vou cumprir etapas", afirmou. Da reunião do Conselho Político, que poderá reunir mais de cem representantes, uma vez que as bancadas serão também convidadas, serão discutidos os pontos da agenda mínima proposta pelo presidente Lula na semana passada à agremiação, quando fez o convite oficial para integrar a aliança. "Suponho que estes projetos serão negociados, previamente, pela coalizão antes de encaminhados ao Congresso", previu Temer, ao citar iniciativas como as reformas política e tributária e outras medidas necessárias para o crescimento e solução do endividamento dos governos dos Estados. Participaram do almoço na residência de Temer os governadores reeleitos do Amazonas, Eduardo Braga, e do Espírito Santo, Paulo Hartung. (AE)
OPOSICIONISTAS SÓ FALAM 'EM BLOCO'
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rês dos seis senadores do PMDB que se declaram de oposição ao governo federal - Jarbas Vasconcelos (PE), Garibaldi Alves (RN) e Joaquim Roriz (DF) - fizeram duas objeções para recusar o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para ontem no Palácio do Planalto. Eles não querem se antecipar ao Conselho Político do partido, e só aceitam comparecer ao Planalto em bloco, e não divididos. O convite de Lula para a audiência foi feito apenas a Jarbas, Garibaldi e Roriz e, portanto, não incluiu os senadores Almeida Lima (SE), Geraldo Mesquita (AC) e Mão Santa (PI), que também integram o bloco. "Acredito que é mais apropriado que o encontro com o presidente Lula aconteça após a reunião do Conselho", disse Jarbas, depois de trocar telefonemas com Garibaldi e Roriz, que
também haviam sido procurados pelo Planalto. O gabinete de Lula havia marcado o encontro para às 16h, mas foi obrigado a adiar diante das ponderações dos próprios senadores. Oficialmente, Jarbas alegou que só estaria em Brasília amanhã. Ele participará da reunião do Conselho Político do PMDB e conversará com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), para convidá-lo a integrar oficialmente do bloco. O ex-governador de Pernambuco ressaltou sua disposição de fazer oposição. "Respeitamos a posição majoritária do PMDB, mas ficamos no campo de oposição atuando de forma independente, sem apoio sistemático. Vamos trabalhar para aperfeiçoar e votar as propostas que consideramos importantes como a reforma política e medidas econômicas destinadas ao crescimento", enfatizou Jarbas. (AE)
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CPI Planalto Corr upção Congresso
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Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado aprovou ontem, por 12 a 2, um voto em separado do senador Wellington Salgado (PMDBMG) restringindo a punição do líder licenciado do PMDB na Casa, Ney Suassuna (PB), à censura verbal, e arquivou os processos contra os senadores Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES). O resultado era esperado, desde que ficou claro o empenho da maioria do conselho em inocentar o senador Ney Suassuna, um colega. Pizza – Suassuna, Serys e Malta foram citados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas como envolvidos no esquema da máfia das ambulâncias. O Conselho de Ética e Decoro nem votou o parecer do relator Jefferson Péres (PDTAM) pela cassação do mandato do líder licenciado do PMDB no Senado. No lugar, foi aprovado o voto separado. A senadora do PT do Mato Grosso chorou durante a sessão. O caso de Suassuna era tido como o mais grave porque seu assessor, Marcelo Carvalho, foi preso em maio, durante uma investida da Polícia Federal (PF), quando a quadrilha foi desbaratada. Suassuna disse que foi "traído" por Carvalho. Serys responsabilizou os prefeitos por terem comprado veículos da Planam com as emendas e Malta negou conhecer os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da empresa, acusados de comandar o esquema. A favor do senador do PL, segundo Torres, há o fato de ele não ter apresentado emendas para ambulâncias. O relator do PFL de Goiás mostra, no relatório, como a investigação do Conselho de Ética e Decoro é conduzida de forma "precária", uma vez que o órgão não dispõe – a exemplo do que ocorre com as CPIs – de poderes para quebrar sigilo ou de requisitar documentos. "No caso de Magno Malta, como eu não tinha prova para condená-lo, nem para absolvê-lo, optei
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
Depois que eu jogo a emenda (no Orçamento), como é que eu vou saber? Serys Slhessarenko
SENADORES INOCENTAM OS COLEGAS SENADORES
E OS SENADORES O desafio FORAM ABSOLVIDOS A
Eymar Mascaro
Sanguessugas:Conselho de Ética e Decoro decidiu arquivar os três processos.
pesar da disposição do partido de apoiar um só nome da base para o cargo, a bancada do PT ainda acha que pode eleger o presidente da Câmara. A bancada tem 83 deputados, mas o cargo está sendo cobiçado também pelo PMDB, que elegeu 89 deputados. O PT, aparentemente, teria desistido de apresentar candidato próprio porque o desejo de Lula é que Aldo Rebelo (PC do B) seja reconduzido ao posto. Mas como a eleição só ocorrerá em 1º de fevereiro, até lá o partido e a bancada vão esperar pelo desenrolar dos entendimentos.
PRECAUÇÃO Fala-se também que petistas e peemedebistas poderiam se unir para a disputa da presidência da Casa. O PT, porém, tem medo de que um candidato sem o apoio do governo naufrague como em 2005.
PREFERÊNCIA Lula já revelou, em conversas com lideranças petistas, que prefere a continuidade de Aldo Rebelo, que não criou problemas para o governo na presidência da Câmara. Mas a bancada petista ainda não se deu por vencida. O desafio está lançado.
CANDIDATURAS pelo arquivamento da denúncia", justificou. O senador Malta foi acusado pelos Vedoins de têlos traído no acordo para apresentar emendas ao Orçamento destinadas à compra de veículos superfaturados, mesmo tendo usado durante anos um carro da família para transportar a banda gospel dele. Casmurro – De acordo com Torres, era mesmo da família – e não do deputado Lino Rossi (PP-MT) – o automóvel que Malta usou de setembro de 2003 a julho de 2005. No fim do parecer, o relator do PFL compara o episódio à dúvida sobre a fidelidade ou não de Capitu no romance "Dom Casmurro", do escritor Machado de Assis, ao dizer:
"Não posso afirmar com 100% de certeza que Capitu fraquejou e foi dar em praias escobarianas", afirmou. Família – Octávio lembra que a acusação contra a senadora do PT foi feita pelos empresários, em depoimento à PF. Os Vedoins disseram que teriam negociado com o genro de Serys, Paulo Roberto Ribeiro, a doação de R$ 35 mil para saldar dívidas de campanha em troca da apresentação de emendas no Orçamento de 2004 para compra de ambulâncias cujas faturas foram emitidas com os preços acima do que era efetivamente cobrado. Um levantamento do Ministério da Saúde mostra que, no Orçamento de 2004, Serys teria favorecido cinco
prefeituras com emenda no valor de R$ 104 mil. De acordo com a senadora, a responsabilidade pela compra das ambulâncias é dos prefeitos. "Depois que eu jogo a emenda, como é que eu vou saber?", questiona. Serys diz ainda que duas emendas foram canceladas e que somente duas ambulâncias foram compradas na Planam. Para a parlamentar, ela foi vítima de "uma orquestração para envolvê-la numa tramóia", concluiu. Magno Malta disse ainda que apresentará um projeto de lei como forma de preservar os parlamentares diante dos pleitos encaminhados por diversos setores da sociedade. (AE)
O PT mantém de sobreaviso dois précandidatos, o paulista Arlindo Chinaglia, líder do governo, e o ex-líder de bancada, o baiano Walter Pinheiro. Os dois deputados participaram do encontro do Diretório Nacional em São Paulo e gostaram da lembrança de seus nomes.
ADVERSÁRIOS O PMDB é o principal adversário do PT. Os peemedebistas mantém seus pré-candidatos: são os deputados Geddel Vieira Lima (BA) e Eunício Oliveira (CE). Mas um terceiro candidato corre por fora: é Michel Temer. Geddel é cotado também para o ministério.
DEPOIMENTOS NÃO AJUDAM Convocação de petistas envolvidos com a compra do dossiê não resultou em avanços na investigação
DESISTÊNCIA
Gedimar Passos: acusações de tortura física e psicológica pela PF.
Mas se Michel Temer e Geddel Vieira Lima forem indicados para outras funções no governo, Eunício Oliveira fica sozinho no jogo da presidência da Câmara. Geddel pode ir para o Ministério das Cidades e Temer é lembrado para a pasta da Justiça.
APOIO O que não se sabe é se a bancada do PT estaria disposta a sustentar as candidaturas de Chinaglia e Pinheiro, caso não conte com o apoio de Lula. O partido, nesse caso, correria o risco de perder a eleição, como ocorreu em 2005 com a vitória de Severino Cavalcanti.
IMPORTÂNCIA LIBERADO – O deputado eleito de MG, Juvenil Alves, deixou a prisão. É acusado de comandar quadrilha que desviou R$ 1 bi.
MAIS BRIGA Michel Temer está irritadíssimo com Nelson Jobim, que deseja tomar do deputado paulista a presidência do PMDB. Exministro do STF, Jobim abre mão do ministério se for para assumir a presidência do partido.
MANDATO O mandato de Michel Temer na presidência do PMDB termina em março. Jobim esteve reunido com Temer e revelou sua disposição de assumir o controle do partido. Detalhe: Nelson Jobin estaria sendo apoiado pela ala governista do PMDB.
DECISÃO Temer pediu a Jobim uma trégua. Quer tratar da sucessão no PMDB somente em fevereiro, porque a convenção partidária está marcada para março. Temer diz ser falsa a idéia de que o PMDB esteja precisando de um pacificador. Para ele, o partido já está pacificado.
RECUSA Corre no PSB a versão de que Ciro Gomes não iria mais para o ministério de Lula. Ciro estaria disposto a assumir sua cadeira na Câmara e preparar sua eventual candidatura presidencial em 2010. No ministério, Ciro ficaria impedido de tocar sua campanha.
NO GOVERNO
Ailton de Freitas / AOG
qualquer numerário ao Hotel Íbis", afirmou, ao informar que as malas que levou ao hotel continham boletos de campanhas e roupas para Passos. Tort ura? – Depois de dois meses de ter sido preso, ele denunciou hoje que foi torturado, psicologicamente e fisicamente, pela polícia durante a prisão. Segundo Passos, a PF colocou-o numa cela de castigo em Cuiabá com água até a canela, quando foi transferido de São Paulo para Mato Grosso, em 19 de setembro. "Vocês acham normal que, para amolecer o meu juízo, eu passe 13 horas numa cela de um presídio com água até a canela? Fui jogado numa cela da meia-noite até as 11h30 do dia seguinte. Fiquei com um monte de feridas", afirmou o policial federal, que mostrou aos integrantes da comissão parlamentar um ferimento que tinha na perna esquerda, na altura da canela. "É mentira que ele tenha sido torturado. Por que não denunciou isso antes?", indagou o sub-relator de Sistematização, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). A "tortura psicológica", conforme Passos, foi na capital paulista, em 15 de setembro. "Fiquei depondo de 9 horas da manhã até as 10 horas da noite. Não me deixaram telefonar para meu advogado nem para minha família", afirmou. (AE)
Jair Amaral/AOG
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m depoimento ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, o policial federal aposentado Gedimar Passos negou-se a dizer quem lhe entregou R$ 1,75 milhão, que seria usado para comprar o suposto dossiê contra políticos tucanos. "Já estou com a corda no pescoço e não posso, simplesmente, puxar a corda", alegou, ao recusar-se a responder a uma pergunta do sub-relator da CPI, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sobre quem lhe deu o dinheiro "Isso mostra que ele não pode falar mais do que já falou porque corre perigo", argumentou Gabeira. Laudo da Polícia Federal (PF) apontou que o ex-coordenador de Comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) Hamilton Lacerda, que também depôs ontem na CPI, foi quem entregou o dinheiro para o policial federal aposentado. Mas no testemunho, Lacerda negou ter conhecimento do dinheiro apreendido pela PF. Ele afirmou que a participação no escândalo se limitou a contatos com a revista "IstoÉ" para intermediar a entrevista com os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, que apontariam o envolvimento de tucanos com a máfia das ambulâncias. "Não transportei, não manipulei e não levei
Presidência da República em caso de vacância e na impossibilidade do vice assumir.
O presidente da Câmara é o 2º homem na linha da sucessão presidencial, pois assumirá a
O PSB é aliado de Lula e Ciro Gomes está sendo cogitado para assumir o Ministério da Saúde. Mas Ciro diz ter assumido um compromisso com o eleitor cearense de exercer o mandato de deputado. A verdade, porém, é que o ex-ministro pretende ser candidato ao Planalto.
DESVIO Para negociar com o PV e PDT, o presidente Lula faz malabarismos, porque os dois principais parlamentares das duas legendas querem distância do governo petista: deputado Fernando Gabeira e senador Cristovam Buarque, que foi candidato a presidente.
TRIO Lula mantém a disposição de ter uma conversa institucional com o presidente do PSDB, Tasso Jereissati. Mas a cúpula do PSDB encara o encontro com cautela. Em tempo: em dezembro, Lula deve se encontrar com os governadores eleitos de São Paulo e Minas, José Serra e Aécio Neves.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
FESTAS NATALINAS DÃO IMPULSO AO COMÉRCIO
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mil novos postos de trabalho foram criados em razão dos festejos de final de ano
NOS ÚLTIMOS 12 MESES, ÍNDICE DE OCUPAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO CRESCEU 4%
SERVIÇOS E INDÚSTRIA EMPREGAM MAIS
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nível de ocupação na Região Metropolitana de São Paulo cresceu 4% nos últimos 12 meses , gerando um saldo positivo de 330 mil postos de trabalho. No entanto, foram os setores de serviços e indústria que sustentaram a expansão, já que no período o comércio registrou redução de 15 mil vagas, o equivalente a queda de 1,1% na geração de empregos, tendo outubro de 2005 como comparação. Os dados fazem parte da Pesquisa de Emp re g o e D esemprego (PED) divulgada pela Fundação Seade em parceria com o Dieese. O d e s e mpenho ruim do comércio foi explicado pela analista do Dieese Marise Hoffmann como conseqüência da "formalização do trabalho". Segundo ela, "ao longo dos últimos 12 meses observou-se decréscimo do número de autônomos, presentes no setor de comércio, e que não foi compensada pelo aumento na contratação de assalariados". Os números da PED mostram que, na comparação de outubro de 2006 com o mesmo mês do ano anterior, o contingente de autônomos (que no
Milton Mansilha/LUZ
comércio são representados pelos camelôs) diminuiu em 85 mil trabalhadores na região metropolitana. No período, houve acréscimo de 375 mil trabalhadores na massa de assalariados. Grande parte desse grupo (278 mil), com ou sem carteira assinada, foi absorvida pelo setor de serviços. A queda na informalidade registrada na comparação entre outubro deste ano e o mesmo mês de 2005 é contestada pelo diretor de Relações Insti-
tucionais do Sindicato dos Lojistas de São Paulo (SindilojasSP), Marcos Galindo. Para ele, "a busca por carteira assinada pode ser a realidade em outros setores, mas, no comércio, o que se vê é um aumento cada vez maior de camelôs". Natal – Já na comparação entre outubro de 2006 e setembro do mesmo ano, as festas natalinas parecem ter dado impulso ao comércio. Nessa comparação, o setor registra maior
crescimento, de 1,7%, o que equivale a 23 mil novos postos de trabalho, enquanto serviços cresceu 1,5% (gerando 68 mil novas ocupações) no intervalo e indústria abriu 10 mil postos de trabalho, crescendo 0,6%. "O comércio deve crescer mais nas próximos levantamentos. Há o impacto dos trabalhos temporários que ainda não aparecem com força nos números de outubro", disse o analista da Fundação Seade, Alexandre Loloian. A elevação da da ocupação sustentada por serviços e indúst r i a f o i r e sponsável pela redução de 2,3 pontos pe rc ent ua is no nível do d e s e mp re g o registrada nos últimos 12 meses. A taxa caiu de 16,9% em outubro de 2005 para 14,6% em outubro de 2006, o menor percentual para este mês registrado desde 1996. No período, foram criadas 330 mil vagas, superando o número de pessoas que entraram no mercado de trabalho: 117 mil. Na comparação com setembro, outubro teve a tendência mensal de redução do desemprego. A taxa caiu de 15,3% em setembro para os 14,6%.
Segundo a Fundação Seade, a mão-de-obra informal, como a de camelôs, diminuiu no mês de outubro Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
Renato Carbonari Ibelli
Nova loja deve atender 2,5 mil consumidores por dia e faturar R$ 50 milhões até o final de 2007
Ferramentas Gerais abre megaloja na capital
A
brigar a maior diversidade de modelos de ferramentas é a estratégia da empresa gaúcha Ferramentas Gerais para abocanhar fatias cada vez maiores desse mercado. E é pensando assim que os executivos da empresa inauguram hoje, em São Paulo, a maior loja de ferramentas, máquinas e suprimentos industriais da América Latina. Resultado de investimentos de R$ 11,5 milhões, o local tem 5,1 mil metros quadrados, que abrigam 30 mil itens para pronta entrega de 1,5 mil fornecedores, e vão de parafusos a máquinas injetoras de plástico. Cerca de 100 funcionários foram treinados para o atendimento. A expectativa é atender, em média, 2,5 mil clientes todos os dias e faturar R$ 50 milhões até o final de 2007. "Nos próximos dez anos, a filial paulistana deve responder por 10% dos nossos negócios", disse o presidente da empresa, Jorge Logemann. "Uma unidade na capital paulista faz parte do processo de expansão da em-
Jorge Logemann: expansão
presa pelos principais centros econômicos do País, o que deve acontecer em cinco anos." A empresa considera como diferencial do empreendimento o serviço de entrega dentro da cidade de São Paulo de qualquer um dos itens comercializados. "Como ainda não vendemos pela internet, queremos fazer a loja chegar mais perto do consumidor", afirmou Logemann. "Consumidores cadastrados poderão comprar pela web a partir de 2007."
para Belo Varig anuncia sábado, Horizonte, partindo do aeroporto de Congonhas promoções (SP). Além disso, vai
A
Varig informou ontem em comunicado o lançamento de malha de verão para atender à demanda no período de alta temporada de viagens. A empresa vai oferecer vôos diários para Florianópolis, Recife, Salvador e Porto Seguro. De segunda a
expandir as operações no aeroporto do Galeão, com a rota São Paulo/Rio de Janeiro/Recife. A Varig informou que a malha de verão vai de 18 de dezembro a 4 de março. Os preços dos trechos variam entre R$ 79 (São Paulo/Rio de Janeiro) e R$ 365 (São Paulo/Recife). A expansão permite que a Varig passe a
Em 2005, a companhia faturou R$ 760 milhões nas 14 unidades e 17 lojas in company instaladas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. "Lojas dentro de grandes c o m p a n h i a s re p re s e n t a m mais uma estratégia para a expansão do nome da nossa empresa", afirmou Logermann. Essas unidades já existem em fábricas como as da Electrolux, da Klabin, da Sadia e do Copesul. "Instalamos uma loja completa dentro dessas indústrias e a empresa só paga o que consome", disse. "É uma maneira de fidelizarmos os clientes, diminuirmos os custos para os dois lados e facilitarmos a aquisição desses produtos." Mais da metade dos clientes (64%) da Ferramentas Gerais são as indústrias e 11% dos produtos são vendidos ao atacado. Perto de 15% dos negócios da empresa são voltados para a prestação de serviços e 10% das vendas destinam-se aos consumidores finais. Sonnaira San Pedro
voar para 12 destinos nacionais e quatro internacionais. A companhia informou que, para comemorar o início da malha de verão, será lançada a promoção Dobro de Milhas. O participante do Programa Smiles que comprar bilhete de qualquer uma das novas rotas, entre 18 de dezembro de 2006 e 18 de janeiro de 2007, ganha milhas em dobro em cada trecho voado. (AE)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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MAGISTRADOS GANHAM (MUITO) ACIMA DO TETO
Celso Júnior/AE
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
A SUPERSALARIOS MAGISTRADOS. E MARAJÁS. Wilson Dias / ABr
Paiva: malas prontas.
TUCANOS DISPUTAM SECRETÁRIOS
A
composição do secretariado do governador eleito de São Paulo, José Serra, pode gerar uma nova disputa com o governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves. É que José Serra está atraindo alguns assessores do governador mineiro para o seu governo, como é o caso do atual secretário de Transportes e Obras Públicas, Paulo Paiva, que já está com as malas prontas para embarcar para São Paulo. Toma lá – Paulo Paiva foi secretário de Planejamento no governo Hélio Garcia, depois assumiu o Ministério do Trabalho no governo Fernando Henrique Cardoso, deixou o cargo para assumir a vice-presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e, de volta ao Brasil, foi assessorar o governador Aécio Neves. Mas este não é o único nome de peso que o governador mineiro vai perder. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Wilson Brumer, vai assumir a diretoria de uma siderúrgica e vai deixar o governo de Minas. Outro que está dando dor de cabeça para o governador Aécio Neves é o titular da pasta da Fazenda, Fuad Nomam. Status de ministério – Para compensar as eventuais perdas, o governador Aécio Neves busca nomes na iniciativa privada. O atual presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Robson Andrade, deve assumir um cargo no primeiro escalão do governo tucano. Mas sabe-se que o governador mineiro está negociando com alguns personagens mais conhecidos nacionalmente para compor o seu secretariado, que terá um perfil de ministério, conforme declarações do presidente do diretório estadual do PSDB, deputado federal Nárcio Rodrigues. (AG)
Ministro Márcio Thomaz Bastos e ministra Ellen Gracie: anúncio de altíssimos vencimentos. Mas Gracie ainda quer novo aumento via jeton.
DÍVIDAS DE LULA SÃO REPASSADAS AO PT
A
campanha do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva terminou com dívidas de 9,8 milhões de reais que serão repassadas ao PT. A informação foi dada ontem pelo presidente da sigla, Marco Aurélio Garcia. O partido arrecadou 94,4 milhões de reais para a campanha presidencial. Garcia, que foi também coordenador da campanha do PT durante boa parte do segundo turno, disse que o déficit será coberto até 30 de dezembro e que pelo menos 4 milhões de reais virão de empresas que já se comprometeram com doações. Os credores das dívidas são gráficas de São Paulo. "O partido não terá problema em saldar seus compromissos. Falamos com alguns doadores e os recursos já estão garantidos", disse ele a jornalistas, de acordo com o site do partido, segundo o qual cerca de 20 milhões de reais foram angariados após a vitória. A lei eleitoral permite que as doações sejam feitas até um mês depois do encerramento do segundo turno.
Ontem foi o último dia de prazo para informar ao tribunal sobre os gastos de campanha dos candidatos que disputaram a Presidência e os governos de 10 Estados em segundo turno. O tucano Geraldo Alckmin, derrotado na eleição presidencial, também prestou contas no fim do dia. Apesar do déficit, os 104 milhões de reais desembolsados pelo comitê do presidente reeleito ficaram abaixo do teto de 115 milhões de reais estipulado pelo partido. No seu site, o PT afirma que as doações em dinheiro somaram 88,7 milhões de reais e que 96% delas foram provenientes de pessoas jurídicas. D e a c o rd o c o m o P T, o s maiores custos da campanha foram com a produção de materiais gráficos e placas, somando 39,3 milhões de reais, contando as dívidas de 9,8 milhões de reais. O TSE informou que os dados fornecidospodem ser alterados no sistema de prestação de contas eleitorais do tribunal após a leitura do arquivo digital entregue pelo candidato. (Reuters)
ELES PEDEM MAIS 5% NOS VENCIMENTOS
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anhar mais de R$ 24 mil por mês – o que é é muito mais do que recebe o próprio presidente da República, ou 70 vezes mais do que o salário mínimo vigente, para ficar numa comparação básica – ainda não é suficiente para a magistratura brasileira. Tanto que o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Rodrigo Colaço, defendeu ontem a proposta de aumento dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – de R$ 24.500,00 para R$ 25.700,00 – encaminhada à Câmara pela ministra do STF, Ellen Gracie. Colaço afirmou que um reajuste de 5% para os ministros corresponderia à reposição da inflação e é constitucional. Os vencimentos dos ministros do STF equivalem ao teto dos salários do funcionalismo público. "Os parlamentares devem cumprir seu dever e analisar se é correto ou não (o pedido de 5%)", disse Colaço. O projeto encaminhado pela
Dida Sampaio / AE
DILMA: NÃO SE PODE 'DEMONIZAR' AS ONGS
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ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que não se pode transformar a discussão sobre repasse de recursos para Organizações Não Governamentais (ONGs) em um processo de disputa política. Ela se referia à proposta do ministro da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, de criar concursos públicos para o repasse de recursos federais às ONGs. Para a ministra, não se pode "demonizar" as ONGs que, segundo ela, são estratégicas numa sociedade democrática. "Elas não são excrescências. São organizações que prestam grande serviço ao País", afirmou. Dilma defendeu o aperfeiçoamento constante da fiscalização dos repasses para as ONGs, mas destacou que não se pode fazer distinção entre
Todos aqui já sabem que o Lulinha participa da verba publicitária com a TV 21. ACM
elas, porque não existe uma ONG melhor que a outra. Segundo reportagem do jornal "O Globo" do último domingo, o Ministério da Justiça tem estrutura precária para fazer o controle das ONGs, que recebem recursos públicos todos os anos. O diário apurou que o ministério conta com uma equipe de apenas 12 funcionários para fazer a análise formal de mais de quatro mil entidades registradas no País. Ainda de acordo com "O Globo", o Tribunal de Contas da União estima que podem ser repassados às ONGs cerca de R$ 8 bilhões por ano. Gamecorp – O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) pediu ontem para que Dilma Rousseff explique os motivos que levam órgãos do governo e empresas de telefonia a anunciar na Play TV
A ministra defendeu uma melhor fiscalização dos repasses.
– ex-Rede 21. Segundo denúncia do jornal "Folha de S.Paulo", a empresa do Grupo Bandeirantes compartilha o faturamento líquido obtido com verbas da administração federal com a Gamecorp, da qual é sócio o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luiz Lula da Silva. "Estamos cansados de, a cada dia, trazer duas, três, quatro denúncias...Lulinha já está condenado, todos aqui já sabem que ele participa da
verba publicitária com a TV 21", afirmou ACM. Ele elogiou o juiz Régis Bonvicino, da 1ª Vara Cível do Fórum de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, que, segundo a reportagem, recusou o pedido do advogado da Rede 21, Walter Vieira Ceneviva, para que o contrato favorecendo a empresa fosse mantido em sigilo. "É uma lição e um alerta ao próprio governo", defendeu o senador baiano. (AE)
ministra Ellen Gracie foi retirado da pauta de votações da Câmara. Na avaliação do presidente da AMB, vários assuntos foram embaralhados em uma mesma discussão: o projeto que cria um jeton para integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a remuneração dos integrantes do CNJ e a proposta de reajuste dos vencimentos de deputados e senadores. Segundo Colaço, esses assuntos não devem ser misturados. Ele afirmou que o reajuste dos salários dos ministros do STF já foi negociado e, portanto, é possível compatibilizá-lo com a contenção de gastos que o governo pretende fazer. Ao mesmo tempo em que defendeu o reajuste de 5% para o teto salarial do funcionalismo, Colaço disse que a AMB foi surpreendida pela proposta de criação de um jeton para os membros do CNJ e que isso precisa ser mais bem avaliado. O presidente da AMB foi recebido pelo presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), a quem expôs a posição da entidade contra a proposta de emenda constitucional que eleva de 70 anos para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória dos magistrados. Esse projeto não está na pauta de votações da Câmara esta semana. (AE)
presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ellen Gracie, anunciou ontem que 2.978 pessoas recebem salários acima do permitido no Poder Judiciário. Entre elas estão magistrados, servidores do Justiça da ativa e aposentados e pensionistas. Ela disse que comunicará aos presidentes dos tribunais aos quais essas pessoas pertencem que os supersalários têm de ser cortados a partir deste mês. "Os tribunais têm que fazer as suas adequações para que os salários de seus servidores e magistrados estejam dentro do teto estabelecido pelo CNJ", avisou. No entanto, é esperada uma grande reação no Judiciário, principalmente nos tribunais de Justiça (TJs), onde estão concentrados os casos irregulares e o salário máximo deveria ser de R$ 22.111,25. De acordo com as informações do CNJ, das 2.978 pessoas em situação irregular, 2.857 são ligadas a TJs. Os outros 121 casos foram encontrados no Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª. Região. Os atingidos pela medida poderão tentar conseguir liminares para manter o valor de seus contracheques. Há chances de êxito. Cerca de 200 desses sup e r s a l á r i o s Os são de desem- tribunais bargadores. têm que Em São Paulo, foi encon- fazer as trado mais de suas um terço das adequações situações irre- de salários. gulares. Conforme o CNJ, Ellen Gracie existem 1.208 pessoas recebendo acima de R$ 22.111,25 no TJ paulista, que também paga o maior supersalário divulgado pelo CNJ: R$ 34.814,61. Os conselheiros concluíram que os 2.978 casos irregulares encontrados pelo estudo representam pouco em relação ao universo de fichas analisadas: 188.674. Ou seja, em cerca de 1,5% dos casos foi achado salário superior ao permitido. Esses casos estão concentrados em 19 tribunais de Justiça (TJs) e no Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª. Região. No estudo não foram incluídos os dados da Justiça Militar, que estão indisponíveis. Ao mesmo tempo em que mandou cortar os supersalários nos tribunais, o CNJ apóia um projeto enviado ao Congresso para criar um jeton de mais de R$ 5 mil para os conselheiros que acumulam funções no órgão e no Judiciário. Outro projeto foi enviado para o Congresso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para aumentar o valor do teto salarial do funcionalismo público, que é a remuneração do STF. Hoje, esse teto é de R$ 24,5 mil. O projeto propõe um reajuste para R$ 25,7 mil. Se o projeto for aprovado,haverá reajustes em cascata para todo o Judiciário. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
Indicadores Econômicos
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4,53
Por cento é o acumulado pelo índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, no mês de novembro até ontem.
28/11/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 24/11/2006 24/11/2006 24/11/2006 24/11/2006 24/11/2006
P.L. do Fundo 11.941.983,04 2.028.826,59 9.346.575,91 17.326.643,32 1.345.196,27
Valor da Cota Subordinada 1.260,772422 1.122,620955 1.178,683047 1.074,407698 1.149,468262
% rent.-mês 2,6233 0,7622 -1,2409 -2,8719 2,2477
% ano 29,0491 12,2621 17,8683 7,4408 14,9468
Valor da Cota Sênior 1.021,681227 1.108,739593 1.124,473838 0 0
% rent.-mês 0,8966 0,8230 0,8966 -
% ano 2,1681 10,8740 12,4474 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo discute como criar regras para conceder a certificação a Organizações Não Governamentais
Rafael Hupsel/LUZ
Heliana: incluir as ONGs.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
O Brasil foi um dos cinco primeiros países do mundo a normatizar o Terceiro Setor
Responsabilidade com qualidade
A
s ações do Terceiro Setor estão crescendo e se profissionalizando em todo o mundo. No Brasil, não é diferente. A conseqüência mais lógica da evolução deste processo é a criação de normas técnicas de normatização do setor. Por isso, na última quarta-feira foi realizada, em São Paulo, mais uma fase do Ciclo de Seminários de Normatização em Responsabilidade Social. Estes encontros têm o objetivo de criar uma norma específica para esta área, a ISO 26000, a norma internacional de Responsabilidade Social, que será publicada em 2008. A iniciativa de realizar estes ciclos é da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em parceria com a Petrobras. Na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), representantes dos grupos de trabalho formados para discutir o tema apresentaram os conjuntos dos princípios que a norma deve conter, além de discorrer sobre conceitos como cadeias de valor e esferas de influência dentro do Terceiro Setor. Segundo Eugênio Guilherme Tolstoy de Simone, diretor de normatização da ABNT no evento, é importante lembrar que o Brasil foi um dos cinco primeiros países a adotar a normatização de responsabili-
dade social. Para alcançar este objetivo, o País uniu-se ao SIS, entidade equivalente à ABNT na Suécia, e à estatal Petrobras para participar de todos os encontros internacionais da entidade que trataram da construção de uma norma para o Terceiro Setor. Com 58 comitês no Brasil, a ABNT está utilizando como base para a norma de responsabilidade social as normas ISO 9001 e ISO 14001. Claudio Guerreiro, coordenador de normatização em responsabilidade social da entidade, explica que para se criar esta norma foram formadas parcerias entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. No Brasil, ele considera essencial a participação tanto de representantes do governo quanto das ONGs que atuam no setor para que todos contribuam com seus pontos-de-vista. No governo – Para Heliana Kátia Campos, secretária de Articulação Institucional e de Parcerias do Ministério de Desenvolvimento Social, a criação de uma norma para o Terceiro Setor é importante porque a sua concepção se encaixa nos movimentos sociais brasileiros. "Apenas os governos não vão transformar esta realidade de desigualdade social", diz. Ela cita a criação do ministério e as ações de empresas estatais como a Petrobrás e o
Banco do Brasil como agentes de transformação social. "Nossa função é incluir na norma os que não estão previstos, como as ONGs, que participam de 106 parcerias fixas com o governo", explica. Regras – O técnico da ABNT, José Salvador, explicou que a elaboração da norma para a responsabilidade social baseia-se nas ISO 9001 e ISO 14001. Ele ressaltou, entretanto, que apesar do processo semelhante de certificação, na norma para responsabilidade social existe uma fase de consulta às partes interessadas e que os auditores que avaliam os candidatos têm contato e ouvem suas argumentações. Segundo Salvador, atualmente 315 especialistas de 66 países (39 em desenvolvimento e 27 desenvolvidos) partici-
pam da elaboração da ISO 26000. Eles representam diversos setores como indústria, governo, consumidores, trabalhadores, ONGs, serviços, suportes e outros. As expectativas de todos os envolvidos são de que a ISO 26000 deve facilitar o estabelecimento de um marco de referência no campo da responsabilidade social, procurar o entendimento comum sobre esta em nível mundial, aumentar a conscientização sobre a sua importância, reunir casos e experiências bem-sucedidas para promover e incentivar boas práticas nas ONGs, aumentar a confiança e a satisfação de todos os envolvidos no desenvolvimento de projetos de Terceiro Setor e elevar a capacidade de participação dos países menos desenvolvidos.
Durante o debate, muitas propostas foram apresentadas.
Tolstoy: parcerias importantes.
Avaliação das ONGs– Para as organizações não-governamentais que participaram do encontro a Norma ISO 26000 será mais um agente de fortalecimento de sua atuação. O secretário-executivo do Grupo de Articulação das ONGs Brasileiras (GAO), diz que o valor da norma consiste em fazer com que as ONGs ajam de acordo com suas concepções. "A ISO tem uma força ainda maior porque atua em todo o Planeta", explica. Para Regina Queiroz, representante do Instituto Observatório Social, entidade que pesquisa o cumprimento dos direitos fundamentais dos trabalhadores, os trabalhadores esperam que a ISO 26000 acate o que já é definido internacionalmente como lei, que avance na criação de empregos, que fortaleça a cadeia de valor e ajude a implementar políticas que defendam a diversidade. Na opinião de Giuliana Ortega Bruno, do Instituto Ethos, existem aspectos da norma que precisam ser discutidos com mais profundidade. Ela cita a sua aplicação a todos os tipos de organização, o que a torna "genérica demais". Além disso, é necessário analisar e considerar os aspectos de viabilidade financeira e econômica relativos à responsabilidade social, diz Giuliana. Paula Cunha
Guerreiro: participação de todos é essencial para o sucesso da norma.
Ó RBITA
SHOPPING Fundação Dorina Nowill A realiza de amanhã a sábado, no Clube Hebraica, em São Paulo, o seu tradicional Shopping Natal. Com 100 expositores, o evento oferecerá produtos de decoração, roupas, acessórios, bijuterias, artesanato, brinquedos, cosméticos e presentes em geral. A Fundação homenageará as empresas que desenvolveram ações para auxiliar e incluir na sociedade os deficientes visuais. O endereço é Clube A Hebraica na rua dr. Alberto Cardoso de Mello Neto, 115, das 11h às 21h, com entrada gratuita.
ESCOLAR rrecadar material escolar. Este é o objetivo da rede A de escolas de idiomas Pink & Blue Freedom, que acaba de firmar mais uma parceria com a Fundação Gol de Letra. Entre os meses de outubro e fevereiro, alunos da cadeia de ensino e seus familiares serão incentivados a arrecadar lápis, canetas, cadernos, cola, cartolinas, clips, folhas de papel sulfite e outros materiais que serão
destinados às atividades da Fundação. A campanha é aberta ao público em geral. As doações podem ser encaminhadas em uma das escolas da PBF. Os endereços estão no endereço eletrônico www.pbf.com.br. Eles também são divulgados por meio do telefone (11) 5084-1924.
da entidade, o www.adets.com.br/ cursos.html, pelo e-mail (terceirosetor@adets.com.br) ou pelo telefone (11) 5539-0066.
CURSO
no dia 6 de dezembro o Sétimo Bazar Beneficente de Pacientes. Estes últimos confeccionaram uma série de peças que os visitantes poderão conferir e comprar por preços que variam de R$ 0,50 a R$ 400. Toda a renda será revertida para os pacientes e tambem para seus familiares. Segundo os coordenadores do evento, o bazar é um auxílio econômico e terapêutico para os pacientes. Além do dinheiro, eles obtêm mais confiança e auto-estima ao oferecer produtos que eles mesmos confeccionaram, como as bijuterias, bolsas panos de prato bordados, entre outros itens. O evento acontecerá na sede da AACD, na avenida Professor Ascendino Reis, 724, no bairro Vila Clementino, na capital paulista.
Assessoria e A Desenvolvimento para Excelência do Terceiro Setor (Adets) está oferecendo mais dois cursos para quem desenvolve projetos nesta área ou pretende criar uma organização nãogovernamental. O primeiro é o Contabilidade para Organizações do Terceiro Setor, com duração de apenas um dia (na sexta-feira, das 8h30 às 17h30). O segundo, durante todo o dia 2, tratará de Aspectos Jurídicos das ONGs (no sábado, no mesmo horário). Finalmente, o terceiro foi batizado Melhores Práticas de Gestão. Ele acontece nos dias 4, 5, 6 e 7 deste mês, das 18h30 às 22h30. Diretores e participantes destes movimentos podem obter mais informações sobre estes eventos através do site
BAZAR Associação de A Assistência à Criança Deficiente (AACD) realizará
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Tr i b u t o s Nacional Estilo Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
O aluguel da taça simples de água e vinho sai por R$ 0,44. Já a taça para espumante custa R$ 0,34.
COPOS PLÁSTICOS NÃO DEVEM SER USADOS
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Vista da prateleira de vinhos da Casa Santa Luzia: várias opções de qualidade
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A ARTE DE RECEBER E SERVIR BEM
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izer que receber é tempo, bebida e festa têm tudo uma arte é ser repe- a ver. E não somente para sertitivo. Mas como vir, mas para presentear. "Usafazer com que as se muito dar vinho e espumanfestas de fim de ano tornem-se tes no Natal", diz Lopes. somente agradáveis memóSegundo o consultor, há rias quando há bebida alcoóli- bons vinhos chilenos e portuca envolvida nas comemora- gueses na faixa de preço entre ções? Afinal, todo mundo tem R$ 30 e R$ 50. "No Natal, o pesuma história para contar sobre soal gosta de presentear com coisas mais fium tio que abunas; então os visou do whisky. nhos com preços A consultora abaixo de R$ 30 doméstica Heloísa Lúcia saem menos." Quem vai receSundfeld diz que, se o bebeber parentes e amigos em casa dor da noite for íntimo dos recorre ainda ao prosecco, diz Lodonos da casa, eles devem chapes. "É um bom custo/benefício. má-lo de lado e, Afinal, uma gareducadamente, rafa da bebida sai alertá-lo. Agoa R$ 43, enquanto ra, se a situação uma champanhe sair do controle, custa R$ 168." é preciso "dar Copos chegam embalados fim" às bebidas. Para não faltar "O melhor é esconder e pron- bebida no meio da festa, Lopes to", decreta Heloísa. sugere em média uma garrafa Para o consultor de bebidas para cada três convidados. da Casa Santa Luzia, Marcelo "Agora, se o grupo for muito Lopes, "o mais indicado é di- festivo, o cálculo é de uma garminuir a oferta, sem que a pes- rafa para cada duas pessoas, soa perceba. A garrafa deve mas só no caso dos espumandemorar mais para aparecer". tes." Como essa bebida é mais Tirando um ou outro contra- leve e pode acompanhar desde
Paulo Pampolim/Hype
Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
Lopes, da Santa Luzia: prosecco é boa opção na hora da festa
Copos específicos para cada tipo de bebida disponíveis na Salute
a entrada até o final da ceia, bebe-se mais. "E come-se mais também, já que o prosecco é digestivo", afirma o consultor, que dá ainda uma dica valiosa: "Prosecco que não vem de Veneto, mais exatamente do município de Valdobbiadene (na Itália), não presta". "Em outras regiões, a uva que já não serve é refermentada, e a gaseificação é artificial", explica. Copos e taças Não adianta investir um pouco mais na bebida e servir em copos de plástico. Nem que seja necessária uma adaptação (dá para servir cerveja, água, suco, refrigerante e até whisky
no mesmo tipo de copo), o copo deve ser de vidro. Ao contrário do que muita gente pensa, o aluguel de materiais para festas não é tão caro. Na Salute Festas, em Pinheiros, por exemplo, cada copo para cerveja sai por R$ 0,31. O aluguel da taça de vinho simples custa R$ 0,44 e a taça para espumante da mesma linha, R$ 0,34. Segundo Alvaro Del Grande Filho, um dos donos da Salute, apenas vinhos e espumantes requerem taças próprias. "Se a pessoa não quiser (ou puder) alugar vários tipos, pode usar o de whisky, tanto o alto como o baixo, para todas as outras
bebidas, que não fará feio." O melhor, segundo o proprietário da Salute, é já deixar reservadas as peças necessárias para a festa e assim não correr o risco de ter de usar copo plástico. Ao contrário do que ocorre durante o resto do ano, nesta época é exigido que se pague metade do valor do aluguel na hora da reserva. "O movimento triplica entre os dias 1º e 24 de dezembro. Chegamos a alugar até o que está exposto no showroom", conta. Na nota fiscal, vem discriminado quanto custa cada copo em caso de quebra. O de cerveja, por
exemplo, custa R$ 3. Quem preferir, pode devolver os copos sem lavar. Tudo será limpo em máquinas industriais depois de entregue. "Faça algo produzido, mas de acordo com o que você é. Se a pessoa não estiver acostumada a receber, corre o risco de se perder se ficar inventando muito", diz a consultora doméstica Heloísa. O mais importante é pensar o que os convidados gostam de beber, ao invés de tentar impressioná-los com opções caras. "Mas também não é para servir uma bebida para cada um." Kety Shapazian
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
MERCADINHOS CONQUISTAM A PREFERÊNCIA DO CONSUMIDOR Na hora das compras, os mercados de bairro, quem diria, voltaram a ter a preferência dos consumidores, que agora vão mais vezes aos pontos-de-venda. De 2001 para 2005, a participação desse segmento no faturamento total do setor saltou de 16,9% para 45,6% e deverá encerrar este ano com 48%.
N
ão é de hoje que os pequenos e médios mercados – aqueles que ficam nos bairros, pertinho da casa dos consumidores e recebem o nome de empório ou armazém – viraram concorrentes de peso dos super e hipermercados. De acordo com a Associação Brasil e i r a d o s S u p e r m e rc a d o s (Abras), a participação dos estabelecimentos com até 250 metros quadrados de área de vendas cresceu de 16,9% em 2001 para 45,6% no total do faturamento do setor em 2005. "Em 2006, o índice pode chegar a 48%", prevê o presidente da Abras, João Carlos de Oliveira. Na contramão dessa tendência, os hipermercados, com área de vendas acima de 5 mil metros quadrados, registraram queda na participação total do setor entre 2004 e 2005: passaram de 4,7% para 4,3%. "Os comerciantes do bairro conhecem mais o seu público. O foco do negócio são realmente produtos, os lojistas não oferecem serviços diferenciados ou bens duráveis", afirma Oliveira. Além disso, segundo ele, "essa história de que os p re ç o s d o s p e q u e n o s s ã o maiores não é verdade. Os mercados se unem por intermédio de associações e conseguem poder de barganha nas compras dos produtos que vão à prateleira", explica.
Comportamento – Uma pesquisa feita pela LatinPanel confirma essa tendência ao mostrar que o consumidor agora vai mais vezes aos supermercados, especialmente aos do bairro. Ou seja, os hábitos estão mudando. "Até a estabilidade econômica influi na escolha do local de compra. Com inflação baixa, as pessoas não precisam mais fazer uma compra por
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por cento das famílias brasileiras optam por três ou mais diferentes canais de compras para se abastecer ao longo do mês mês e podem visitar os estabelecimentos mais próximos", explica a diretora-executiva da empresa de pesquisa, Ana Cláudia Fioratti. De acordo com o levantamento, 71% das famílias brasileiras optam por três ou mais diferentes canais de compras para se abastecer. Segundo a executiva, as transformações sociais tam-
bém influem no consumo. O levantamento indica que as famílias se tornaram menores, os lares apresentam cada vez menos crianças e a população está envelhecendo. "As grandes preocupações hoje são com qualidade de vida, mas com o consumo de alimentos que agreguem praticidade no diaa-dia", detalha Ana. Para ela, todos os pontos-devenda são concorrentes dos supermercados – não só os pequenos mercados. "As farmácias, a internet, o empório, as feiras e os açougues são alternativas ao consumidor cada vez mais informado." A pesquisa da LatinPanel destaca também que as pessoas das classes C, D e E, com menor poder de compra, e que moram em bairros mais afastados – e, portanto, são as que mais usam os mercadinhos de bairro – representam 76% da população – e movimentam, anualmente, R$ 500 bilhões. Consumo x faturamento – O levantamento confirma ainda a diferença entre o volume financeiro e o volume físico destacado pela Abras (veja abaixo): em 2001, os consumidores iam oito vezes por mês aos pontosde-venda; o número pulou para 15 neste ano, alta de 88%. Já o tíquete médio de cada consumidor caiu 5% no período: de R$ 10,10 para R$ 9,60. Neide Martingo
Sem inflação, consumidor prefere voltar várias vezes ao mercado, e não optar por uma única compra
Vendas de outubro melhoram
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s donos de supermercados esperam pelo milagre de Natal para reverter os prejuízos que tiveram com o faturamento durante todo o ano de 2006. De janeiro a outubro, as vendas caíram 2,18%. Em outubro deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2005, o índice foi 2,06% negativo. Em relação a setembro, entretanto, houve alta de 2,04%. "A expectativa era de um resultado ainda melhor. A primeira quinzena de outubro foi positiva, em razão do Dia das Crianças – os produtos importados foram os preferidos dos consumidores. Mas, na segun-
da quinzena, o quadro verificado ao longo do ano, de compras retraídas, voltou", afirma o presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira. Uma das maiores preocupações, segundo ele, é a discrepância entre o volume financeiro e o volume físico de vendas. "O volume físico teve resultado positivo de 4,9%. As pessoas compraram mais produtos, mas com preços menores", explica Oliveira. Expectativas – Apesar das perdas, o presidente da Abras acredita que a projeção de aumento de 1% até dezembro de 2006, em relação a 2005, será
confirmada. "No início deste ano, a expectativa era de que as vendas aumentassem 3%; no segundo semestre, a meta foi diminuída para 1%, e será mantida, mas por otimismo." O presidente da Abras aposta nas vendas de Natal para reverter o número negativo. Do total de lojas do País, 45% aumentaram as compras de final de ano para atender a demanda. "O crédito oferecido pelos supermercados vai estimular o consumidor. Com a queda das taxas de juros, as pessoas poderão usar o limite do cheque especial ou o cartão de crédito para adquirir os produtos sazonais", diz Oliveira. (NM)
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por cento é o aumento de fluxo de público esperado pelos shopping centers neste final de ano em relação a 2005
Fotos: Paulo Pampolin/Digna Imagem - 27/10/05
Cresce a preferência do consumidor de comprar em mercados menores, e também mais próximos de casa.
Começam as campanhas de Natal dos shoppings
D
epois de inauguradas as decorações de Natal, os shoppings apostam na veiculação de campanhas publicitárias para elevar as vendas de fim de ano. Hoje, por exemplo, começa a mídia dos dez centros de compras administrados pelo Grupo Multiplan, entre eles Eldorado, Anália Franco e Morumbi. Só esse grupo investiu R$ 17 milhões em anúncios que trazem o casal Luciano Huck e Angélica e nas promoções que darão brindes de estilistas famosos a cada R$ 400 em compras. São cangas e bolsas de praia assinadas pelos estilistas Adriana Barra, Ricardo Almeida, Ronaldo Fraga e Walter Rodrigues. "Pesquisas com os clientes mostram que esse tipo de promoção agrada porque o brinde é garantido", explica a gerente de marketing do Eldorado, Fabíola Soares. No ano passado, disse ela, como o shopping não encontrou um brinde adequado a seu público, preferiu não fazer promoção nenhuma. A expectativa do Eldorado e do Anália Franco é vender 15% mais neste final de ano em relação a 2005. O Morumbi espera incremento de 25%, baseado nessa mesma campanha e também na inauguração de 80 lojas em sua nova ala. Esse é o segundo ano do Eldorado como associado do Grupo Multiplan e, segundo o superintendente do shopping, Guilhermo Enrique Bloj, essa união potencializa as ações de marketing, principalmente nesta época. "São três vezes mais verba e, portanto, três vezes mais anúncios veiculados." Sozinho – O Ibirapuera, que atua sozinho, investiu R$ 1 milhão em uma campanha criada pela Promo Propaganda e que mostra crianças montando uma imensa árvore de Natal. Em meio a esse cenário, elas deixam mensagens de paz, amor e felicidade. As crianças
foram escolhidas entre freqüentadores do shopping. O centro de compras espera vender entre 10% e 12% mais neste Natal sobre o do ano passado. No Frei Caneca, a campanha já começou, mas com investimentos menores: R$ 750 mil. Por isso, o shopping vai focar sua mídia em jornais, revistas, táxis e painéis de metrô. Da mesma forma que seus concorrentes, aposta nos brindes para vender mais. A cada
R$ 100 em compras em cartões de débito ou crédito, mais R$ 5, o consumidor leva um espumante Prosseco Salton. De acordo com o gerente de marketing do Frei Caneca, Ricardo Leça, a iniciativa visa a surpreender os consumidores do local, que são "pessoas práticas, bem informadas e exigentes em suas compras". No Tamboré, Interlagos, Raposo Shopping e ABC as campanhas também começaram, mas focadas em mídias regionais ou especializadas. Os demais centros de compra prometem anúncios publicitários até o dia 1º de dezembro. Com o início das campanhas, começa também a aumentar o fluxo de pessoas nos shoppings, que deve ser, em média, 10% superior ao do ano passado. Fernanda Pressinott
O casal Luciano Huck e Angélica protagoniza a campanha do Grupo Multiplan, que reúne dez centros de compras e investiu R$ 17 milhões
Divulgação
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
James Nazz/Corbis
Ano 81 - Nº 22.262
São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h30
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
2.978 salários acima da Lei: R$ 22.100. E no Judiciário. Ganhar acima de R$ 24 mil por mês, bem mais que o presidente da República, e 70 vezes o salário mínimo, não satisfaz a magistratura brasileira. Que pede aumento de 5%. Página 5 Yves Herman/Reuters
Ailton de Freitas/Agência O Globo
Agricultura em debate
Um paper de Marcos Jank, Fábio Chaddad e Sidney Nakahodo na nova Digesto, em debate hoje na ACSP. E 3
Um Papa no Islã Cidades 4 HOJE Nublado com chuva Máxima 26º C. Mínima 19º C.
AMANHÃ Nublado Máxima 24º C. Mínima 17º C.
Sanguessugas são 'éticos' O Conselho de Ética do Senado absolveu da cassação três senadores que eram chamados de sanguessugas por se envolverem com a máfia das ambulâncias. Ney Suassuna (PMDB-PB), na foto, deverá ser censurado verbalmente. Os outros dois senadores nem censura receberão. Agora são sanguessugas de arquivo. Página 4
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Empresas Nacional Infra-estrutura Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
SEMINÁRIO MOSTRA COMO DIMINUIR CUSTOS
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bilhões de reais é o que será gasto para recuperar a malha rodoviária existente
GOVERNO ANUNCIA INVESTIMENTOS ESTRATÉGICOS NA RECUPERAÇÃO E EXPANSÃO DA INFRA-ESTRUTURA
R$ 55 BI PARA MELHORAR TRANSPORTE
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Justiça suspende licitação da ANP
U
Evandro Monteiro / Digna Imagem / 27/09/06
Dida Sampaio / AE
ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem que o governo federal está planejando investir R$ 55 bilhões em infraestrutura (portos, aeroportos, estradas e ferrovias) no próximo mandato. A ministra disse que os recursos deverão ser aplicados por três processos distintos – Programas de Prioridade de Investimentos (PPIs); Parcerias Público-Privadas (PPPs), em que a "sociedade" entre governo e empresas seria definida conforme a licitação; e os investimentos privados diretos, por contratos de concessão. Um exemplo de contrato de concessão, segundo Dilma Rousseff, é o projeto do novo aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte, que fica no ponto mais oriental do Brasil. "Será a primeira concessão privada para um aeroporto no Brasil", disse a ministra. Segundo ela, os investidores na área de infra-estrutura podem se candidatar a receber recursos do Banco do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Recuperação – A ministrachefe da Casa Civil explicou que o projeto de infra-estrutura do segundo mandato de Lula é dividido em duas partes: a
ma liminar da 9ª Vara da Justiça Federal de Brasília suspendeu ontem a oitava rodada de licitações de áreas para exploração e produção de petróleo e gás,
primeira, de planejamento, será composta de ações para recuperação e adequação da capacidade da infra-estrutura de transportes. Nessa etapa devem ser gastos nos próximos quatro anos, em média, R$ 12 bilhões em rodovias, R$ 2 bilhões em ferrovias e R$ 2,45 bilhões em portos. A segunda etapa do planejamento é a expansão da infraestrutura de transportes. Nessa fase, seriam gastos outros R$ 12 bilhões em rodovias, mais R$ 12 bilhões em ferrovias e R$ 5 bilhões em portos. Ao participar de um seminário sobre o desenvolvimento da infra-estrutura de transportes, promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a
ministra ressaltou que o governo está voltando a fazer planejamento de longo prazo. Segundo ela, esse planejamento estratégico já foi retomado no setor de energia e agora o governo deve caminhar para a área de transporte. De acordo com a ministra, o governo está avaliando os projetos prioritários para os próximos quatro anos, com o objetivo de reduzir os custos logísticos e garantir a competitividade das empresas, seja no mercado externo ou interno. "O que queremos com esses dados é fazer um levantamento exaustivo e ver o que é o adequado, quanto podemos colocar de recursos públicos, quanto teremos de recursos privados e quanto poderemos fazer em parceria", explicou. A ministra apontou a concessão de liminares pela Justiça como um problema que tem interrompido obras em andamento. Para ela, "a judicialização das licitações" cria uma descontinuidade de investimentos no Brasil e gera uma insegurança regulatória. Dilma Rousseff criticou também a atuação das empresas que entram na Justiça pedindo liminares pelo simples fato de terem perdido a concorrência pública. (Agências)
promovida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Pela manhã, a agência ainda conseguiu licitar três dos 18 setores oferecidos. Enquanto durou a rodada, a Bacia de Santos foi a grande vedete, com o maior valor pago por uma área: R$ 307,3 milhões. No
total, a ANP arrecadou R$ 588 milhões. A liminar foi obtida em ação civil pública movida pela deputada federal Dra. Clair (PT-PR), que reclama da imposição, pela ANP, de limites no número de oferta por empresa para cada setor oferecido. (AE)
Dilma Roussef: planejamento
ATAS
Seminário sobre transporte de passageiros mostra os casos de melhorias de custos para as empresas e maior satisfação dos clientes
Em busca de maior produtividade
A
Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT) iniciou ontem o Seminário de Estudo de Casos de Aumento de Produtividade em Empresas de Transporte, que apresenta empresas que obtiveram expressivos aumentos de produtividade no transporte de passageiros. Na abertura do evento, o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, disse que "os custos aumentam por si só, a exemplo do diesel, congestionamentos e aumentos de distâncias na cidade. Como não dá para repassar esse aumento para a tarifa, sobra como opção o ganho de produtividade". A Transkuba, de São Paulo, apresentou seu desafio de reduzir o custo operacional, mantendo a participação em passageiros. A empresa con-
EXTRAVIO Terra Preta Reformadora, Comércio de Pneus e Componentes Automotivos, inscrita no CNPJ (MF) 06.198.433/0001-80, estabelecida á Av. Industrial, nº 100 - Bairro Terra Preta, no município de Mairiporã, no Estado de São Paulo, torna público que foi extraviado o TALÃO DE NOTA FISCAL, MODELO 1, SÉRIE 2, NUMERAÇÃO 5450 a 5500, utilizado até a numeração 5462 e a partir da 5463 a 5500 estavam totalmente em branco, conforme Boletim de Ocorrência nº 0816/2006, de 23/11/2006, na 01 D.P. de Mairiporã.
tratou a IPK Engenharia, que desenvolveu um software, mas sobretudo estudou atentamente o cliente para implementar a solução da forma mais rentável possível. "O software sozinho não funciona. É preciso treinar e envolver o pessoal", afirmou Pedro Kassab, diretor da IPK. O Terminal Rodoviário Tietê otimizou o embarque de 100 mil passageiros por mês nas plataformas mais movimentadas de viagens de longa distância. Antes da implantação da solução, desenvolvida pela empresa Socicam, o tempo médio de embarque era de 48 minutos para 160 ônibus. Hoje são 23 minutos para 334 ônibus. "Houve ganhos para o usuário, mais conforto e segurança", resumiu José Augusto Haenel Filho, diretor regional da Socicam.
Sílvio Leão, gerente operacional e coordenador de qualidade da Viamão, do Rio Grande do Sul, mostrou a nova cultura criada na empresa que elevou a satisfação do cliente e diminuiu o IPK, índice de passageiro por quilômetro. Acidentes – A empresa Dynamics, do setor de perícias, mostrou como a gestão correta dos acidentes de trânsito em frotas pode ser fator de elevação da produtividade. O diretor de Projetos Especiais da Dynamics, Sérgio Augusto Monteiro, afirmou que 90% das empresas de transportes perdem as ações judiciais por falta de material para se defender. "Com nosso know-how em perícia e na produção correta de documentação, podemos reverter este quadro", disse. Antônio Graça
COMUNICADOS PROTHEMO PRODUTOS HEMOTERÁPICOS LTDA. C.N.P.J. nº 44.058.162/0001-56. Torna público que requereu na CETESB a renovação de licença de operação para a fabricação de reagentes diagnósticos para fins hemoterápicos à Rua Pirapora, 255 - Cep. 04008-060. S.Paulo - SP.
CONVOCAÇÕES
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL
BNT S.A. CNPJ n.º 60.780.038/0001-56 - NIRE 35.300.021.436 Ata de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 30 de outubro de 2006 Aos 30 (trinta) dias do mês de outubro de 2006, às 14:00 horas, na Rua São Felipe, n.º 787, na Capital do Estado de São Paulo, reuniram-se em Assembléia Geral Extraordinária acionistas em número legal para instalação, conforme assinaturas apostas no Livro de Registro de Presença de Acionistas. Assumiu a presidência dos trabalhos o Dr. Ernesto Assad Abdalla, que convidou a mim, Mirella Mie Abe, para secretariá-lo, ficando, assim, constituída a mesa de trabalhos. Inicialmente, o Sr. Presidente esclareceu que, em observância ao disposto no § 2º do art. 124 da Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976, o conclave não estava sendo realizado na sede social em razão de o imóvel no qual está localizada a sede não ter condições físicas de comportar a presente Assembléia. Posteriormente, o Sr. Presidente procedeu à leitura da ordem do dia, conforme publicação do edital de convocação nos dias 12, 14 e 17 de outubro de 2006 no Diário Oficial do Estado de São Paulo e nos dias 13, 16 e 17 de outubro de 2006 no jornal “Diário do Comércio”, a saber: apreciação de propostas apresentadas à Companhia, relativas à alienação de bem imóvel de sua propriedade, localizado na Rua Engenheiro Mesquita Sampaio, n.º 548. Em seguida, o Sr. Presidente informou aos acionistas que a Companhia recebeu três propostas firmes para aquisição do imóvel ante referido, cujas cópias ficam arquivadas na sede social. O acionista Sylvio Wagih Abdalla, por seu procurador, propôs o adiamento da presente assembléia por 60 (sessenta) dias para estudos e apreciação das propostas, tendo o pedido sido rejeitado por acionistas representantes da maioria do capital social. Após debates a respeito do assunto, os acionistas, por maioria de votos, aprovaram integralmente os termos da proposta apresentada pela EZ TEC Técnica Engenharia e Construções Ltda., datada de 09 de outubro de 2006. O preço total proposto para aquisição do imóvel é de R$ 36.000.000,00 (trinta e seis milhões de reais), a ser pago da seguinte forma: (i) R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) a título de sinal; (ii) R$ 8.000.000,00 (oito milhões de reais) na data da outorga da escritura pública; e (iii) R$ 24.000.000,00 (vinte e quatro milhões de reais), em 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e consecutivas, no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) cada uma, acrescidas de juros de 1% (um por cento) ao mês. A deliberação acima foi aprovada com votos contrários dos acionistas Sylvio Wagih Abdalla, Sylvio Wagih Abdalla Junior, Léa Schwery Abdalla e Espólio de Arnaldo Wagih Abdalla, conforme as seguintes declarações de votos: “Sylvio Wagih Abdalla, na qualidade de acionista de BNT S/A, para os devidos fins de direito, faz constar que, na Assembléia Geral Extraordinária realizada em 30 de outubro de 2006, às 14:00 horas, manifestou-se contrariamente à ordem do dia, ou seja, apreciação de ‘propostas apresentadas à Companhia, relativa à alienação de bem imóvel de sua propriedade, localizado na Rua Engenheiro Mesquita Sampaio, 548’, porque diante do altíssimo valor do bem imóvel, deve existir sua prévia avaliação, para apuração de seu valor real de mercado. Além disso, impõe-se a realização de planejamento para venda estratégica, de modo a garantir o melhor resultado aos acionistas.” “Sylvio Wagih Abdalla Junior, na qualidade de acionista de BNT S/A, para os devidos fins de direito, faz constar que, na Assembléia Geral Extraordinária realizada em 30 de outubro de 2006, às 14:00 horas, manifestou-se contrariamente à ordem do dia, ou seja, apreciação de ‘propostas apresentadas à Companhia, relativa à alienação de bem imóvel de sua propriedade, localizado na Rua Engenheiro Mesquita Sampaio, 548’, porque, tratando-se, na realidade, de condomínio de fato, a Assembléia deveria deliberar pela transmissão da propriedade imobiliária a cada um dos acionistas, na proporção das suas respectivas participações acionárias. Após, estabelecido o regime jurídico de condomínio voluntário, as decisões seriam tomadas de acordo com as regras atinentes à matéria.” “Léa Schwery Abdalla, acionista de BNT S/A, por si e representando o Espólio de Arnaldo Wagih Abdalla, convocada para Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada em 30 de outubro de 2006, às 14:00 horas, manifesta-se contrariamente à ordem do dia, ou seja, apreciação de ‘propostas apresentadas à Companhia, relativa à alienação de bem imóvel de sua propriedade, localizado na Rua Engenheiro Mesquita Sampaio, 548’, tendo em vista que: (i) o bem imóvel, objeto da assembléia, constitui quase a totalidade do patrimônio da Companhia, (ii) não se mostra interessante a alienação no momento atual, haja vista seu potencial de ampla valorização, após a realização das melhorias urbanísticas previstas para a região onde se encontra o imóvel.” Por fim, os acionistas, por maioria de votos, autorizaram os Diretores da Companhia a tomar todas as medidas necessárias à concretização da compra e venda do imóvel. Nada mais havendo a tratar, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestou, foram encerrados os trabalhos e suspensa a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente ata. Reaberta a sessão, foi procedida a leitura desta ata que, lida e achada conforme, foi assinada por mim, secretária, pelo Presidente da Mesa e por todos os outros presentes. São Paulo, 30 de outubro de 2006. Acionistas Ernesto Assad Abdalla. Léa Schwery Abdalla (p.p. Glauco Hamilton Penha Tavares). Espólio de Arnaldo Wagih Abdalla (p.p. Glauco Hamilton Penha Tavares). Sylvio Wagih Abdalla (p.p.Tadeu Luiz Laskowski). Sylvio Wagih Abdalla Junior (p.p. Rubens Carmo Elias Filho). Odette Abdalla Zarzur. Eloísa Zarzur Cury. Malvina Abdalla Dabus. Flavio Elias Jabra. Haydée Jabra Salem. Lais Jabra Daud. A presente é cópia fiel da lavrada em livro próprio às fls. 38v. a 40. Ernesto Assad Abdalla - Presidente da Mesa; Mirella Mie Abe - Secretária. JUCESP - 08-11-06 Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o número 303.433/06-1. a) Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 28 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Requerente: Unifac Factoring e Fomento Comercial Ltda. - Requerido: Sacoten Embalagens Ltda. - Rua Aurora, 983 - 3º andar conj. 5/35 - 1ª Vara de Falências Requerente: Fribrasil Alimentos Ltda. - Requerido: Central Premium Comercial de Alimentos Ltda. Rua Céu Tropical, 123 - 2ª Vara de Falências RECUPERAÇÃO JUDICIAL Requerente: Dipese Distribuidora de Peças e Serviços Ltda - ME - Requerido: Dipese Distribuidora de Peças e Serviços Ltda - ME - Rua das Dálias, 330 - 2ª Vara de Falências DECLARAÇÃO
EDITAL PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS – CONCORRÊNCIA PÚBLICA N.º 009/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO N.º 21647/2006. Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se encontra aberta licitação na modalidade de CONCORRÊNCIA PÚBLICA, do tipo menor preço global, tendo como objeto contratação de empresa para a prestação dos serviços de transporte coletivo de alunos da rede escolar pública, residentes na zona rural e/ou urbana do Município de São Carlos, de acordo com as especificações deste Edital, do Contrato e as orientações da Contratante, englobando os seguintes serviços: a) Transporte regular de alunos da zona rural; b) Transporte regular de alunos da zona urbana em atividades extra-curriculares; c) Transporte de alunos em eventos de interesse da Rede Educacional de Ensino, dentro e fora do Município; d) Transporte de alunos com necessidades especiais. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da Prefeitura Municipal de São Carlos, situada à Rua Major José Inácio, n.º 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 29 de novembro de 2006 até o dia 29 de dezembro de 2006, no horário das 08:00h às 12:00h e 14:00h às 16:00h, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 29 de dezembro de 2006, quando após o recebimento, iniciar-se-á sessão de abertura. São Carlos, 28 de novembro de 2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
R$ 1 BILHAO Rejane Tamoto e Sergio Leopoldo Rodrigues
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Leonardo Rodrigues/Hype - 27/11/2006
1 Pesquisa traz números de faturamento e o volume de dinheiro necessário para trocar toda a publicidade – e quantos empregos serão extintos. Júlio Albieri, presidente do Sepex
Esse é o impacto financeiro que atingirá o comércio paulistano, as empresas de mídia externa, anunciantes e vários outros setores para, até o dia 31 de dezembro, se adequar às exigências da lei Cidade Limpa, de autoria do prefeito Gilberto Kassab, que praticamente acaba com a propaganda de rua em São Paulo. O valor foi obtido após estudo da Tendências Consultoria, a pedido do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior.
ais de R$ 1 bilhão é a quantia que o comércio da cidade de São Paulo, o setor de serviços, as empresas de mídia externa e os anunciantes em geral terão de desembolsar (incluídos aí seus prejuízos) para se adaptar à lei Cidade Limpa, de autoria do prefeito Gilberto Kassab, que praticamente extingue a publicidade de rua no município. A nova legislação municipal, considerada radical pelos setores atingidos, entrará em vigor no dia 1º de janeiro. A partir dessa data, apenas pequenos anúncios indicativos serão permitidos. Toda a publicidade externa exibida atualmente na cidade terá de ser removida, sob pena de sanções. A lei Cidade Fachada de lojas na ladeira Porto Geral, na área central da cidade: pouco prazo para adaptação à nova legislação Limpa deverá ser regulamenLuiz Prado/Luz Leonardo Rodrigues/Hype - 27/11/2006 tada ainda esta semana. palmente porque não são legaDe acordo com o economista lizados. A panfletagem em see diretor do Instituto de Economáforos também foi proibida mia Gastão Vidigal da Associapela nova lei municipal. ção Comercial de São Paulo Para o conselheiro da ACSP, (ACSP), Marcel Solimeo, a inNelson Maluf El Hage, o nome formação consta de estudo reasugestivo "Cidade Limpa", lizado pela Tendências Consulque induz a simpatia das pestoria, a pedido do Sindicato das soas, "porque ninguém é conEmpresas de Publicidade Extetra a essa idéia", e o total descorior do Estado de São Paulo (Senhecimento do seu conteúdo pex), que pesquisou um univerpela população e empresários, so de 297 mil estabelecimentos. ajudaram na sua aprovação. Justiça – Em reunião plenáEstatização – Uma iniciatiria realizada anteontem, a va, acrescentou Marcel SoliACSP decidiu recorrer à Justiça meo, que representa a verdacontra a chamada lei do outdodeira estatização do setor e geor, com o objetivo de, futurara uma expectativa de grande mente, tentar um novo diálogo arrecadação com a exploração, com o Executivo municipal, sepela Prefeitura, da publicidagundo explicou o presidente da de no mobiliário público. "Pois Solimeo (à direita): exploração, pela Prefeitura, da publicidade no mobiliário público Reivindicação: mais prazo para o comércio entidade, Guilherme Afif nem as placas anunciando liPatrícia Cruz/Luz 28/04/2005 Domingos. quidações poderão ser afixac i a ç ã o C opla que até mesmo as vitrines Segundo o m e r c i a l e m de rua poderão ser considera- das", explicou. "Ou seja, a Prepresidente do momento al- das propaganda externa, em- feitura acaba com a publicidaSepex, Júlio gum se omi- bora seja bem clara quando de- de particular, para valorizar Albieri, foi seu ponto e vender tiu em rela- termina o fim definirealizado um anúncios", criticou ção à lei Cidativo de outdoors e estudo socioo economista. de Limpa (nº mídias eletrônicas. econômico da Além disso, as 14. 223/0 6). A regulamentação atividade de m ultas impostas " Tr a b a l h ada lei Cidade LimÉ um estudo p u b l i ci d a d e pela lei são muito mos desde o pa, a ser publicada externa no complexo que elevadas e dobram começo junto n e s t a s e m a n a n o Brasil e na cia cada 15 dias, nuc o m o u t r a s Diário Oficial do Mu- analisa a dade de São publicidade ma progressão geoentidades panic ípio , deverá detaPaulo. Segunmétrica. Tudo isso r a b u s c a r o lhar o que pode e o exterior na d o e l e , o l ejunto, insistiu Soliapoio do preq u e n ã o p o d e e m va nt am en to indústria, como meo, vai inviabilifeito para um termos de publiciabrange não mais um fator de zar os setores cos u bs t i t u ti v o dade, inclusive soapenas o setor mercial e de servique reduzis- bre aquela feita pe- mercado. das empresas ços da cidade, com se a poluição los homens-placa, Júlio Albieri, de publicidavisual exter- muito comuns na represidente do a agravante de que d e e x t e r i o r, na, mas que gião central da cidaSepex os micro e pequemas o mercanos empreendedonão inviabilide de São Paulo. De do de maneires, entre tantas diz a s s e p o r acordo com o Sepex ra geral. "InNova legislação municipal deverá manter ilegal a atividade dos chamados homens-placa ficuldades, não têm recursos c o m p l e t o o e a Coordenadoria das Subpreclui quem usa para investir em outras mísetor", afirmou. feituras, eles também deverão empregados do setor", alertou rior no município, composta a publicidade, as empresas, o dias, como jornais, revistas, A lei, argumentou Solimeo, ser proibidos de circular com ontem Enrico Francesco Cirilpor outdoors, backlights, froncomércio. É um estudo comrádio e TVs. é tão drástica, complexa e amcartazes sobre o corpo, princilo, sócio-diretor da empresa e tlights, entre outros. Comércio plexo, que analisa a publicidade exterior dentro da indústria e prestadores de serviços têm ex-superintendente da Distrinacional, como mais um fator até 31 de dezembro para fazer tal Pinheiros da ACSP, durante de mercado. A pesquisa traz o ajuste. A partir do primeiro a última reunião deste ano da números de faturamento, o vo- dia de 2007, começarão a ser la- Comissão de Política Urbana (CPU), da ACSP. lume de dinheiro necessário vradas multas de Demissões – Pamais de R$ 10 mil. para trocar toda a publicidade ra Cirillo, o efeito Distritais – "Neste e quantos empregos serão exdominó dessa iniprimeiro momento tintos", afirmou Albieri. ciativa da Prefeitutemos de obter mais De acordo com Marcel SoliA Prefeitura ra paulistana deve90 dias de prazo pameo, o estudo também propõe acaba com a rá atingir negativamudanças na lei. Essas altera- ra o processo de ademente até 60 mil ções visam buscar meios de re- quação", disse o eco- publicidade pessoas na cidade, duzir o grande volume de pu- nomista Marcel Soli- particular meo. Enquanto isso, blicidade em São Paulo, sem para valorizar "que hoje luta desesperadamente ele propõe intensifique isso cause prejuízos ao coseu ponto e para ampliar sua car a luta para barrar mércio e às empresas do setor vender oferta de emprego e a lei na Justiça e uma de mídia externa. anúncios. re n d a " . O c o n s egrande mobilização O documento, com mais de das 15 distritais da 100 páginas, levou mais de Marcel lheiro da ACSP, Áldois meses para ser elabora- Associação ComerSolimeo, varo Mortari, lembrou que a lei vai do e deverá ser apresentado c i a l d e S ã o P a u l o economista causar "mais do que em detalhes nos próximos (ACSP), para esclao dobro das 6 mil dias. De acordo com o presi- recer os riscos que a demissões da Volkswagen, l e i r e p r e s e n t a p a r a a s dente do Sepex, as informaque levaram recentemente o e m p re s a s . ções do estudo foram anexapresidente Luiz Inácio Lula da Para se ter uma idéia, só a Ofdas ao recurso no qual a entiSilva a intervir pessoalmente fice Mídia (empresa do setor dade pede à Justiça a suspende mídia externa) informou no problema". Mas, acrescensão da lei Cidade Limpa. Prazos – Mesmo para quem que se o prazo de 31 de dezem- tou: "Como as demissões serão quiser, será impossível cum- bro for mantido, terá de demi- picadinhas, não terão o mesmo prir o prazo que a lei Cidade tir seus 386 funcionários antes impacto social na mídia". Marcel Solimeo esclareceu Limpa determina para a retira- da virada do ano. "Esse será também o destino dos 15 mil aos empresários que a Asso-
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
Tr i b u t o s Finanças Nacional Estilo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DEFESA SANITÁRIA SERÁ DESTAQUE EM EVENTO
Por falta de gás natural, País não pode mais contar com 2.888 MW de dez usinas termelétricas.
ESPECIALISTAS SE REÚNEM HOJE NA ACSP PARA DISCUTIR PROPOSTAS PARA A EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO
POLÍTICA AGRÍCOLA EM DEBATE Marcos Fernandes/LUZ
Reprodução
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Marcos Jank será um dos especialistas presentes no seminário promovido pela Associação Comercial
Governo estuda manter em 50% a multa do FGTS
O
s ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Trabalho, Luiz Marinho, informaram ontem que o governo estuda a possibilidade de manter, por tempo ainda indeterminado, a multa adicional de 10% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) paga pelos empregadores na demissão de trabalhadores sem justa causa. O objetivo é conseguir recursos para criar o fundo habitacional para a população de baixa renda anunciado na semana passada pelo governo. A multa foi elevada de 40% para 50% em 2001, como parte do acordo para o pagamento aos trabalhadores pelas perdas nos Planos Verão e Collor. A lei complementar também elevou de 8% para 8,5% a contribuição dos empregadores ao FGTS por trabalhador contratado com carteira assinada. O adicional tinha validade por 60 meses a contar de outubro de 2001 — perdeu validade, portanto, no mês passado.
Brecha na lei — No caso do adicional da multa, a lei não fixou prazo para acabar e a equipe de governo encontrou aí uma brecha para alavancar a construção civil com dinheiro vindo das empresas. Esses 10% somam cerca de R$ 1,4 bilhão por ano ao patrimônio do FGTS. Marinho adiantou que a intenção é fixar em um novo projeto de lei, a ser enviado ao Congresso, uma data final para a cobrança do adicional de 10%. Enquanto essa data não chega, os recursos iriam para o fundo habitacional. Ele não antecipou qual seria esse prazo, mas, segundo fontes do governo, para direcionar cerca de R$ 15 bilhões para o programa de subsídio, como chegou a dizer Mantega na semana passada, seriam necessários dez anos. O ministro da fazenda disse ontem que tem conversado com alguns empresários e afirmou ter sido "positiva" a reação à proposta. "Os empresários é que pagam a conta", afirmou, reconhecendo, no entanto, que pre-
BNDES Para o banco de fomento, perspectivas de investimento somam R$ 1 tri.
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á pouco mais de um mês, um arquiteto italiano que vive em Nova York procurou o escritório americano da Sotheby’s para ajudá-lo a vender sua mansão no litoral da Bahia. O imóvel, à venda por US$ 1 milhão, é o primeiro do portfólio da filial da Sotheby’s no Brasil, que será inaugurada hoje. A imobiliária, que nasceu na tradicional casa de leilões americana Sotheby’s, é especializada em vender imóveis de altíssimo padrão. Segundo Peter Turtzo, vicepresidente de afiliadas da Sotheby’s International Realty, o que faz uma casa cair nas graças de um comprador é seu charme. (AE) A TÉ LOGO
cisará de mais conversas para conseguir o apoio do setor. Reações — O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, no entanto, não recebeu a proposta com agrado. Ele esteve ontem com Mantega e, ao sair da reunião, defendeu a extinção dos adicionais cobrados das empresas. Skaf informou que a Fiesp formalizou em setembro, em ofício ao Ministério da Fazenda, pedido para a extinção dos adicionais. Mas disse que irá analisar a proposta do governo para a prorrogação de forma a criar recursos para o fundo de habitação. "Há um fato novo. No mínimo, vamos fazer uma avaliação com mais calma", disse. A proposta do governo poderá ser incluída no pacote que o presidente Lula pretende anunciar para deslanchar o crescimento econômico, segundo o ministro do Trabalho. "Mas nós queremos estabelecer o fim desse adicional e, se fizermos isso, não haverá uma querela jurídica", disse. (AE)
ANATEL Órgão já iniciou a fiscalização do serviço de TV paga via satélite da Telefônica.
PETROBRAS NO EQUADOR
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ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou ontem que o governo brasileiro vai esperar os primeiros atos do novo presidente do Equador, Rafael Correa, para avaliar os impactos que terão sobre os negócios da Petrobras. "A Petrobras
está presente em 22 países e sempre faz análise de risco antes de investir. Não há motivo para preocupação." O ministro disse que é cedo para avaliar o futuro da empresa, que já vinha enfrentando ameaça de aumento de impostos de 20% para 50%. (AE)
LANÇAMENTOS DA MICROSOFT
A
Microsoft, maior empresa de software do mundo, reuniu ontem, em São Paulo, 3,5 mil clientes e parceiros em um evento no Transamérica Expo Center com shows e palestras. A empresa fez no Brasil o seu maior lançamento em 10 anos.
Começou a oferecer, inicialmente para o mercado corporativo, as novas versões de três de seus principais produtos: o sistema operacional Windows Vista, o pacote Office 2007 e o servidor de correio eletrônico Exchange 2007. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Shell pede no STF suspensão de pagamento de créditos do ICMS no RJ
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CPI estuda pedir fim de sigilo de investidores que levaram a Varig
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Empresa russa quer contrato para participar da construção de gasoduto
m defesa de uma nova agenda política agrícola e agrária para o Brasil, economistas, produtores, empresários e consultores ligados ao agronegócio reúnem-se hoje na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para discutir mudanças nas atuais políticas para o desenvolvimento da agroindústria e a inclusão de novos produtores rurais. Será apresentado também o estudo Repensando as Políticas Agrícola e Agrária do Brasil, elaborado pelos professores Marcos Sawaya Jank, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), Fábio Chaddad, do Ibmec São Paulo, e Sidney N. Nakahodo, também do Ícone. Participarão do debate o professor Geraldo Barros, coordenador-geral do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
Plano para o semi-árido
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plano estratégico do governo federal para promover o desenvolvimento sustentável do semi-árido
Digesto Econômico: nova edição
da USP (CEPEA-ESALQ, USP); Ivan Wedekin, diretor de agronegócios da Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F); o professor Carlos Guanziroli, da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense; e André Pessoa, diretorpresidente da Agroconsult. Segundo o estudo, entre os maiores problemas a serem enfrentados pelo governo está o direcionamento dos gastos públicos que, além de reduzidos, foram cada vez mais empregados para a reforma agrária e foi apresentado ontem em um seminário. O secretário-executivo do Plano Estratégico de Desenvolvimento do SemiÁrido, João Mendes, disse que o desenvolvimento da área só vai ocorrer se a população de todo o País entender que as ações do
agricultura familiar. Esse percentual posiciona o Brasil entre os países que menos gastam com subsídios à agricultura. No final da década de 1980, as políticas agrícolas e agrárias consumiam 5,6% dos gastos federais e, atualmente, são apenas 1,8%. As categorias de promoção da produção e abastecimento, incluídas nas políticas agrícolas tradicionais, por exemplo, tiveram até 27% menos recursos desde 2000. Enquanto o Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar (Pronaf), que compõe a política agrária, recebeu 8% mais de recursos no período. Segundo os economistas, é necessária a criação de mecanismos sustentáveis de seguro rural e programas de capacitação para pequenos produtores. No evento será lançada a nova edição da revista Digesto Econômico, da ACSP, que, além do estudo, traz entrevistas com o ex-ministro Roberto Rodrigues e com o futuro secretário de Agricultura de São Paulo, João de Almeida Sampaio Filho. Adriana David
plano não são paternalistas. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o semi-árido abrange uma área de 912 mil quilômetros quadrados, onde vivem cerca de 22 milhões de pessoas, ou 46% da população nordestina. (AE)
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Compor tamento Tr â n s i t o Transpor te Saúde
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CHUVAS
stá próximo do fim a espera dos pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paul Paladino, que estão com os passaportes retidos no Brasil desde a colisão do jato Legacy com Boeing da Gol, em 29 de setembro. O delegado Renato Sayão, da Polícia Federal, informou ontem que vai marcar o depoimento dos dois para a próxima semana e a seguir eles serão liberados. Ontem, Sayão mandou traduzir as cem páginas extraídas das caixas pretas do Legacy. A tradução, que será concluída até sexta-feira, é considerada fundamental nas investigações. Com base nela, o delegado preparará o questionário do depoimento dos pilotos. (AE)
Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE), da Prefeitura, registrou 13 pontos de alagamento na cidade às 20h20 de ontem. As vias mais afetadas foram o viaduto José Colassuono, a avenida Ricardo Jafet, próximo ao viaduto Saioá, o viaduto grande São Paulo, no sentido Vila Prudente, a praça Jorge de Lima, sentido bairro, e a praça Leonor Kaupa, nos dois sentidos. Os alagamentos eram transitáveis. O CGE decretou estado de atenção em toda a cidade e nas marginais Pinheiros e Tietê. O estado de atenção é o segundo da escala, que tem observação, atenção, alerta e alerta máximo. (Agências)
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CONTROLADORES Diário Oficial da União O publicou ontem o edital do concurso público
O Ó RBITA
CONGONHAS Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pretende realizar um debate público com a população de São Paulo para buscar meios de desafogar o Aeroporto de Congonhas. A consulta deverá ser realizada antes de maio, quando a pista principal de Congonhas estará em obras. Uma das alternativas em estudo é aumentar a utilização do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. Congonhas já ultrapassou seu limite de capacidade, de cerca de 13 milhões de passageiros por ano. Este ano, deverão passar pelo aeroporto paulistano em torno de 15 milhões de usuários "Congonhas não tem mais capacidade de crescimento. Não tem mais como planejar o futuro de São Paulo a partir de Congonhas. Isso é consenso", disse presidente da Anac, Milton Zuanazzi. Mês passado, no entanto, a Anac realizou licitação para a oferta de mais permissões de pouso e decolagem em Congonhas. O mesmo poderá acontecer em Guarulhos. Zuanazzi, por sua vez diz que não há excesso de novos vôos, o que poderia contribuir para os atrasos. (AE)
INCOR Conselho Diretor do O Instituto do Coração (Incor) decidiu atrasar o pagamento da primeira parcela do 13º salário dos funcionários, aproximadamente 3 mil. O 13º deverá ser pago integralmente no dia 20 de dezembro. O atraso é referente à complementação salarial feita pela Fundação Zerbini, que apóia o Incor. O pagamento do próximo salário, previsto para o 5º dia útil de dezembro será cumprido. Ontem, a diretoria do hospital se reuniu com o governador Cláudio Lembo (PFL) para detalhar o perfil da atual gestão da Zerbini. (AE)
Caio Guatelli/Folha Imagem
para contratação de 64 controladores de tráfego aéreo. As inscrições devem ser entre os dias 12 e 20 de dezembro. Com isso, o Departamento do Controle de Espaço Aéreo (Decea) espera reduzir a crise nos aeroportos, iniciada após a queda do Boeing da Gol, em 29 de setembro, no Mato Grosso. Todos os 154 ocupantes do Boeing morreram. Após o acidente, vários controladores foram afastados ou obtiveram licenças médicas, o que culminou em atrasos nos aeroportos do País. (Agências)
As obras de construção da linha seguem em ritmo acelerado, com a utilização do Tatuzão.
A LINHA 4 FAZ PARTE DO PROJETO DE PPP
PILOTOS
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quarta-feira, 29 de novembro de 2006
CONTRA O AUMENTO – Mais uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus, trens e metrô, que entra em vigor amanhã, foi realizada ontem em São Paulo. Convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), a passeata saiu do vão-livre do Masp, na avenida Paulista, e seguiu até o viaduto do Chá, em frente à Prefeitura – onde foram queimados caixões simbólicos com as fotos do prefeito Gilberto Kassab e do governador Cláudio Lembo. Cerca de 800 estudantes participaram do ato.
TJ autoriza Metrô a contratar Linha 4 Nova linha do Metrô fará a ligação Vila Sônia-Luz e será construída por meio de PPP
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Tribunal de Justiç a d e S ã o P a ulo(TJ-SP) autorizou ontem a assinatura do contrato de licitação da Linha 4-Amarela do metrô paulistano. O TJ negou o recurso apresentado pelo presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Flávio Montesinos Godoi, que pedia a suspensão da licitação, e autorizou a assinatura do contrato. A CCR, declarada vencedora do processo, detém 68% do consórcio vencedor, que conta também com o banco português Banif (30%), a operadora do metrô parisiense RTP (1%) e a operadora de rodovias de Buenos Aires, Benito Roggio (1%). A linha 4 faz parte do projeto de Parceria Público-Privada (PPP), que prevê a operação do trecho que unirá as estações da Luz e Vila Sônia, por um período de 30 anos, a partir de 2008.
Luiz Prado/Luz - 07/11/2006
Lâmina de corte do Tatuzão, equipamento que fará o túnel da Linha 4
As obras de construção da linha seguem em ritmo acelerado, com a utilização do Tatuzão, equipamento importado recentemente da Alemanha e que irá escavar a seção subterrânea da linha, entre o largo da Batata, em Pinheiros, e a estação da Luz, no Centro. No dia 15 de agosto, os metroviários de São Paulo pro-
moveram uma greve política de 24 horas contra a adoção da PPP para a contrução da Linha 4, com o argumento de que tal procedimento implicará demissões. Na ocasião, governador de São Paulo, Claudio Lembo, classificou o movimento de "selvagem, irresponsável, injusta e ilegítima". (Agências)
Nacional Empresas Tr i b u t o s Estilo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
ARRECADAÇÃO DO ISS CRESCEU 63,13% Samir Baptista
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A União não poderia tributar ou legislar sobre impostos estaduais e municipais. Ana Cláudia Queiroz, do Maluly Júnior Advogados
DE 2002 A 2005, ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA DOS MUNICÍPIOS CRESCEU 47,61%, SEGUNDO ESTUDO DA CNM
RECEITA MAIOR, MAS INSUFICIENTE Rodrigo Bauer - 07/2006
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receita tributária dos municípios cresceu 47,61% entre 2002 e 2005. No mesmo período, a transferência de receitas da União e dos estados para os municípios também registrou um salto de 39,74% e 40,98%, respectivamente. Apesar do aumento, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, afirma que os recursos ainda não são suficientes para manter uma cidade, principalmente por causa das despesas com as áreas da saúde e educação. Os dados fazem parte de um estudo elaborado pela confederação com base nos balanços orçamentários que 3.089 municípios apresentaram para a Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Segundo Ziulkoski, nos últimos 15 anos, o número de servidores públicos que trabalha na área da saúde saltou de 43 mil para 830 mil. "Além do volume ter crescido muito, hoje são os municípios que pagam o salário da maioria desses funcionários, já que durante esse período a responsabilidade pela saúde do cidadão passou a ser dividida entre os municípios, estados e a União", afirma. A educação também vem exigindo mais investimento por parte das prefeituras. De acordo com a CNM, no ano de 1997, os estados eram responsáveis por 60% dos gastos com os alunos do ensino fundamental, enquanto os municípios ar-
Presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, diz que aumentaram despesas com saúde e educação
cavam com os outros 40%. Hoje, a realidade é diferente. Os estados são responsáveis por 39% e os municípios, por 61%. "A proporção no aumento de gastos é muito maior do que os recursos que recebemos da União e dos estados", diz Ziulkoski. Estudo – De acordo com o levantamento, a alteração da legislação do Imposto sobre Serviços (ISS) foi uma das grandes responsáveis pelo aumento da receita tributária municipal. Desde a edição da Lei Complementar nº 116/2003, que ampliou os serviços sujeitos ao ISS, a arrecadação do imposto cresceu 63,13%, bem mais do que os demais tributos municipais. No período analisado, o Imposto Predial e Territorial Ur-
bano (IPTU) cresceu 42,40%, o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), 52,35%, o Imposto sobre a Transmissão de Bens Inter-vivos (ITBI), 52,35%, e as demais taxas, 16,31%. O estudo também mostra que os municípios com população inferior a 100 mil habitantes foram os que mais elevaram sua arrecadação. A expansão real, descontada a inflação, entre 2002 e 2005, foi de 20,3% e 22,1% nos municípios com até 20 mil e 100 mil habitantes, respectivamente. Nas cidades com até 500 mil habitantes, a expansão foi de 13,8%. A mesma proporção ocorre com a arrecadação do ISS. Em cidades com até 20 e 100 mil habitantes, o crescimento foi de 52,9% e 58%, respectivamente. Já nos municípios com até 500 mil habitantes, o aumento foi de 34,4% e nos com mais de 500 mil, 18,4%. "A nova legislação do ISS e a Lei de Responsabilidade Fiscal contribuiram muito para essa evolução na arrecadação, já que os prefeitos começaram a perceber que precisavam cobrar o imposto devido para cumprir o que foi determinado no orçamento naquele ano", diz Ziulkoski. De acordo com a CNM, o crescimento das arrecadações municipais foi maior no Rio Grande do Sul. O levantamento indicou que a receita tributária dos municípios gaúchos subiu 61,8% no período, enquanto a do resto das prefeituras brasileiras variou 47,6%. Márcia Rodrigues
MP do Bem poderá ser ampliada
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ndiferente à possível controvérsia na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os benefícios da Medida Provisória conhecida como MP do Bem, o ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse ontem ser favorável à ampliação do universo de empresas atendidas por esse instrumento de desoneração fiscal. A iniciativa, segundo ele, deverá figurar no pacote de medidas para estimular o crescimento econômico do País. Furlan defendeu a inclusão dos setores de produção de estruturas de aço para obras de infra-estrutura, módulos préfabricados para a construção de conjuntos habitacionais e semicondutores. De acordo com o ministro, o presidente Lula deverá reunir-
se de novo com a equipe econômica na próxima semana para tratar do pacote. Mas não se espera a sua conclusão nesse período. No próximo dia 13, o presidente ainda terá um encontro com representantes do setor da construção civil, que devem insistir no pleito de desoneração dos módulos pré-fabricados. Apoio – Nas discussões com o Ministério da Fazenda sobre as desonerações fiscais, Furlan deixou claro que conta com um argumento imbatível: o "apoio do presidente Lula". Ele disse que há consenso na equipe econômica sobre a ampliação do universo de empresas beneficiadas pela MP do Bem. Editada neste ano, a medida permitiu suspender a cobrança do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) nas aquisições
de máquinas e equipamentos por empresas que destinam ao mercado externo 80% de sua produção. O ministro, entretanto, quer reduzir esse percentual para até 50%. "Um estudo da Receita Federal mostrou que a redução para 70% ou 60% favorecerá um número maior de empresas competitivas no mercado exterior", afirmou. "Mas nosso ministério defende uma queda ainda maior, para 60% ou 50%", completou. Recentemente, os Estados Unidos incluíram a MP do Bem nos debates do comitê de subsídios da OMC e ameaçaram apresentar queixa ao Órgão de Solução de Controvérsias do organismo. No mesmo caminho está a União Européia (UE), que também suspeita que essa iniciativa contraria regras da organização. (AE)
Supersimples a caminho do STF
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Supersimples sequer foi sancionado e entidades já apontam inconstitucionalidades na nova legislação. A Associação Nacional dos Procuradores Estaduais (Anape) e a Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM) já decidiram que vão entrar com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a lei assim que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancioná-la. As duas entidades vão questionar o artigo 41 da lei. O dispositivo determina que, em caso de não pagamento do Simples, quem fará a cobrança dos tributos federais, estaduais e municipais na Justiça será a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). O presidente da Anape, Ronald Bicca, afirma que o artigo quebra o pacto federativo, que institui a autonomia de estados e municípios. "O artigo concentra poderes nas mãos do governo federal", diz. Para o presidente da ANPM, Carlos Augusto Martinelli Vieira da Costa, como a maioria das empresas são micros ou
pequenas, 90% das ações sobre tributos municipais passarão para a Fazenda Nacional. "O problema é que esse órgão mal dá conta de acionar os devedores da União por causa do alto volume de processos", alega. Já o advogado Paulo Sigaud, do Felsberg Advogados, diz que a legislação não retira por completo a competência das procuradorias dos estados e municípios. "A lei prevê também que os procuradores municipais e estaduais poderão trabalhar como assistentes", afirma. Opinião semelhante tem o advogado Sérgio Presta, da Veirano Advogados. "Se a União é compe-
tente para arrecadar o Simples, também é competente para ajuizar ações contra o não pagamento do tributo", diz. A advogada Ana Cláudia Queiroz, do Maluly Júnior Advogados, afirma que os municípios e estados poderão alegar inconstitucionalidade da lei como um todo. "Isso porque a União não poderia tributar ou legislar, modificando alíquotas de impostos estaduais e municipais", afirma, ao destacar outras ilegalidades no texto. "Uma delas é a aplicação da multa de ofício de 75% a 200% do valor do tributo em caso de não-pagamento do Simples", lembra.
Sebrae e SRF firmam convênio para agilizar sistema
Empresas (Sebrae), Paulo Okamoto, vai acelerar o desenvolvimento de sistemas informatizados para a implementação do Supersimples. A expectativa é de que o novo regime tributário das micros e pequenas empresas esteja funcionando até 1º de julho do próximo ano. (DC)
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onvênio assinado ontem pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, e o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Laura Ignacio
Adiada votação da Super-Receita
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ela segunda vez, foi adiada a votação do projeto que cria a SuperReceita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Com o objetivo de estudar as alterações no texto feitas pelo relator Rodolpho Tourinho (PFL-BA), os senadores pediram vista coletiva. Com isso, o projeto só deverá ser votado na próxima terça-feira, durante reunião da Comissão. No início do encontro de ontem, o senador Pedro Simon
(PMDB-RS) pediu que o projeto fosse votado antes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sob o argumento de que estudos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) haviam apontado inconstitucionalidades no texto. Líder do governo na Casa, o senador Romero Jucá (PMDBPR) alegou que o projeto passará pela CCJ após a aprovação na CAE, e seguirá então para votação no plenário. "As modificações que vão acontecer
aqui precisam ter também o parecer da CCJ. Por uma questão de legalidade e praticidade, é melhor discutir aqui antes", afirmou Jucá. Se aprovada, a Super-Receita vai unificar as secretarias de arrecadação da Receita Federal e da Previdência Social. Servidores das duas instituições acompanharam a reunião. O texto do projeto, enviado ao Congresso pela Presidência da República, já foi aprovado na Câmara dos Deputados. (AE)
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
Saúde Polícia Urbanismo Compor tamento
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
REURBANIZAÇÃO DO CENTRO GANHA NOVO IMPULSO
processo de revitalização da Luz, região central da cidade conhecida como Cracolândia, pode voltar a caminhar no início do próximo ano. A região recebeu uma injeção de recursos da ordem de R$ 3,6 milhões, captados da iniciativa privada pela Operação Urbana Centro, que reúne 14 entidades da sociedade civil, entre elas autarquias e secretarias públicas e organizações nãoA verba, obtida com a Operação Urbana Centro, será governamentais (ongs). O objetivo é que a verba seja destinada a desapropriações de imóveis. No lugar deles destinada a desapropriações. serão erguidos prédios residenciais para população de Além disso, a Prefeitura deve disponibilizar um edital de baixa renda. Em um mês, a Prefeitura divulga novo habilitação para obtenção de incentivos fiscais na região da edital para empresas interessadas em investir na Nova Luz dentro de 30 dias. região mediante concessão de incentivo fiscal. Um primeiro edital para consulta pública, retirado do Rejane Tamoto site ontem, já obteve o pedido de 20 empresas interessadas em investir na área. Essas medidas retomam o andamento, mesmo que a passos lentos, do projeto Nova Luz. As entidades que representam as empresas do setor de tecnologia esperam que o projeto saia logo do papel. Para o comércio de rua, que já está na Cracolândia, as medidas são vistas com ceticismo. Isso porque os problemas antigos persistem na região, como a presença de de vendedores e consumidores de drogas. Há cerca de dois meses, a Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Subprefeitura da Sé, Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social e 3ª Delegacia de Polícia da capital, anunciou um projeto para recolher e tratar os viciados da Cracolândia. O projeto não saiu do papel. Segundo informações da Secretaria de Saúde, a idéia não foi levada adiante devido à promulgação da Medida Provisória (MP) 297, em outubro passado. A MP, do Greche, gerente de um guarda-volume, disse que os comerciantes ainda têm muitas dúvidas sobre o destino da região Luis Prado/Luz -10/05/2005 governo federal, determina que a contratação de agentes comunitários de passo para a saúde seja feita pelo regime CLT. Na ocasião de construção de um lançamento do projeto, a Prefeitura havia projeto habitacional previsto a contratação por meio de uma de interesse social. associação, a Centro Social Bom Parto. Com isto, está aberta Desapropriações - Os recursos de R$ 3,6 a possibilidade de milhões da Operação Urbana Centro serão construção de outros empenhados na desapropriação de nove empreendimentos terrenos localizados em duas quadras na rua imobiliários, dos Gusmões. No local serão construídos dois inclusive os de prédios residenciais de interesse social pela padrão de renda Companhia de Habitação e Desenvolvimento média. Os recursos Urbano (CDHU), em convênio com a marcam o reinício da Prefeitura e a Caixa Econômica Federal (CEF). Operação Urbana "Ao todo serão 170 unidades habitacionais Centro, que esteve para famílias com renda de até seis salários paralisada há um mínimos. Estamos estudando os critérios de ano", disse. seleção do público comprador. Provavelmente Edital - Outra serão funcionários públicos que trabalham no Cracolândia: antigo problema de comércio de drogas ainda persiste na área medida para que o Reprodução Centro e ainda não têm projeto de imóvel próprio", revitalização da rua Mauá, afirmou Rovena Cracolândia volte a avenida Negreiros, gerente do caminhar é a Cásper Líbero, publicação no site da Ipiranga e Rio A habitação tira o projeto Nova Luz da Branco até o caráter comercial e Empresa Municipal de Prefeitura Urbanização (Emurb). (www.prefeitura.sp. ponto inicial. leva uma Segundo Rovena, todo gov.br) de uma Podem população a o processo – entre a consulta pública de participar do freqüentar a área desapropriação dos um edital de edital não só terrenos e a construção habilitação de empresas do 24 horas por dia dos dois prédios – deve incentivos fiscais, ramo de Rovena Negreiros, terminar em 2008. com todos os tecnologia, gerente da Nova A idéia é que, com critérios de seleção e Projeto da nova sede da Subprefeitura da Sé, na Luz mas também Luz, da Emurb pessoas residindo na formulários. O do setor de região, seja dado mais edital, retirado do site na noite de ontem, serviços, de segmentos diversos, que vão de um passo para a revitalização da Cracolândia. gerou a resposta de cerca de 20 empresas creches, shoppings, supermercados a "A habitação tira o caráter comercial e leva interessadas em investir na região. A gerente academias, laboratórios, serviços gráficos e uma população a freqüentar a área 24 horas do projeto Nova Luz, da Emurb, disse que galerias de arte entre outros. por dia", disse Rovena. Para entidades que somente as empresas que apresentarem Os benefícios aos empreendedores terão representam os empresários do setor de projetos de investimentos superiores a R$ 50 duração de cinco anos e podem ser obtidos por tecnologia e para a Associação Viva o Centro – mil estão sujeitas à seleção. "Estes projetos meio de Certificados de Incentivo ao integrante da Operação Urbana Centro – a serão analisados pelo Conselho da Nova Luz Desenvolvimento (CID), que corresponde a iniciativa deve agilizar o processo de (Coluz), que selecionará as empresas que 50% do valor de investimentos em imóveis de revitalização, que caminha a passos lentos há devem receber benefícios fiscais", afirmou uso residencial e em atividades comerciais. mais de um ano, quando o projeto Nova Luz Rovena. Dentro de 30 dias, será publicado o Para os empreendimentos do setor de foi anunciado. edital de habilitação de empresas que se prestação de serviços, o CID é de 80% sobre o Segundo o superintendente da Associação manifestaram durante a consulta pública. valor investido. Dentre os incentivos fiscais, Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de A lei de incentivos seletivos para a Nova Luz, estão em lei a redução de IPTU (Imposto Almeida, o objetivo é que a região receba não nº 14.096, de 8 de dezembro de 2005, especifica Predial e Territorial Urbano), ITBI (Imposto só empresas do setor de tecnologia e de que investimento é toda despesa para sobre Transmissão "Inter Vivos" de Bens informática, mas também empresas do setor implantação, expansão ou modernização de Imóveis), e de 60% do ISS (Imposto Sobre de serviços e de investimentos habitacionais. empresas que desenvolverem atividades na Serviços de Qualquer Natureza). "A liberação de recursos para desapropriações região, no perímetro iniciado na intersecção da Ao todo, a Prefeitura deixará de receber, em em uma área de utilidade pública é o primeiro avenida Rio Branco com a Duque de Caxias, tributos, cerca de R$ 800 milhões. "O
3 Deverão ser erguidas 170 unidades habitacionais para famílias com renda de até seis salários mínimos.
Fotos de Newton Santos/Hype
Mais R$ 3,6 mi para revitalização da Cracolândia
Molina: pedirei indenização pelo estacionamento
importante, nesse projeto, é a geração de empregos. Uma estimativa da Prefeitura é que sejam abertos 8 mil postos de trabalho naquela área da cidade", afirmou o diretor do Instituto de Tecnologia do Software (ITS), José Vidal Bellinetti. Das 100 empresas do setor de tecnologia que a ITS representa, cerca de 15 já manifestaram interesse em participar do edital e empreender na Nova Luz. Segundo Bellinetti, o projeto de revitalização para a região da Luz é mais amplo e inclui a transferência de equipamentos públicos do município, caso da Prodam (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação) e da Subprefeitura da Sé. O processo de desapropriação de terrenos para a construção destes prédios públicos, segundo Rovena, ainda está em análise na Justiça, já que o valor havia sido contestado pelos proprietários. A Prefeitura quer pagar R$ 2,7 milhões aos donos dos terrenos que receberão a Prodam e R$ 2,9 milhões para a Subprefeitura da Sé. "As melhorias urbanísticas trarão uma visibilidade maior para Acredito que com a a região. Acredito que com a identificação das identificação das empresas que querem empresas que investir na região, os querem investir, os trabalhos se iniciem e o trabalhos se projeto saia logo do iniciem e o projeto papel", disse Bellinetti. saia logo do papel O diretor-executivo da Associação Brasileira José Vidal Bellinetti., das Empresas de diretor da ITS Software (Abes), Anselmo Gentile, acredita que o setor de tecnologia deve alavancar a revitalização da Luz. "Esta é a grande oportunidade, já que os empresários do setor discutem a idéia há muitos anos. As condições são favoráveis e o projeto começa a se tornar realidade", disse. A entidade representa 300 empresas na Grande São Paulo e também o setor de tecnologia no Coluz. Cracolândia - Atualmente, a rua dos Gusmões, alvo de desapropriações para a construção de prédios da CDHU tem pequenos comércios de rua do setor de informática e de serviços. Segundo a gerente do projeto Nova Luz os primeiros imóveis a serem desapropriados serão os estacionamentos. Alguns dos comerciantes estabelecidos na Cracolândia consideram que já participam do processo de revitalização, isolados, e desconhecem as propostas de benefícios fiscais do projeto Nova Luz. Na rua dos Gusmões, que será desapropriada, o comércio tem investido na melhoria de fachadas, mas teme que tal gasto seja em vão, diante da possibilidade de desapropriações. Um deles, o gerente do guarda-volume Estoque Seguro, Francisco Greche Júnior, de 21 anos, se instalou há dois meses na rua dos Gusmões. "Investimos muito na compra de dois galpões, mas ainda temos dúvidas. Há muita burocracia e falta de informação. Nós, comerciantes, fazemos tudo sozinhos e não temos conhecimento do benefício fiscal", disse. Um dos itens bancados pelos comerciantes é a segurança. Greche conta que os nóias (viciados em drogas) continuam na região. "Entre uma e outra operação policial eles diminuem, mas sempre voltam", disse. Quem compartilha dessa opinião é o dono do estacionamento Only Park, Francisco Molina Filho, de 54 anos. "Há 13 anos participo da revitalização da Luz, ao pagar impostos e retirar os nóias da porta do estabelecimento durante o dia. Estão querendo desapropriar os estacionamentos e, se me procurarem, pedirei indenização. Agora, que está melhorando, tenho direito de ficar", disse. Para Bellinetti, do ITS, é necessário que os empresários que forem para a Luz trabalhem com a comunidade local e, assim, participem ativamente da revitalização. "Somente os subsídios não devem ser a razão das empresas irem para a área. É importante empregar a população local, treinar e capacitar pessoas, para que elas tenham condições de participar do desenvolvimento da região. Isso, inclusive, muda a imagem de insegurança, que é subjetiva. A aparência de insegurança pode ser revertida com a incorporação de populações locais e com a modernização do comércio existente na região", disse.
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Estilo Tr i b u t o s Finanças Empresas
BNDES RESERVA PAPÉIS PARA VAREJO
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ponto percentual é quanto deve cair hoje a taxa básica de juros da economia (Selic), segundo analistas.
OPERAÇÕES CRESCEM CONSTANTEMENTE DESDE 2002, QUANDO ESTOQUE DE CONTRATOS SOMAVA R$ 4 BI
MERCADO DE LEASING GIRA R$ 30 BI Milton Mansilha/LUZ – 19/4/05
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s operações de leasing no mercado brasileiro voltam a dar sinais de recuperação. Depois de um período complicado, entre 1999 e 2002, em que o segmento foi afetado pela liberação do câmbio e a conseqüente desvalorização do real, o leasing deve encerrar 2006 com uma carteira de R$ 30 bilhões. O número representa um aumento de 40% em relação ao volume de 2005. Em 2002, os contratos não passavam de R$ 4 bilhões. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel), o setor registrou crescimento de 216% nos últimos cinco anos, em especial pela retomada das operações com veículos — que hoje representam cerca de 75% dos contratos — e a evolução da participação do setor de máquinas e equipamentos. "Fecharemos 2006 com 1 bilhão de contratos de leasing. O percentual anual de expansão está perto de 40% desde 2004", disse Rafael de Campos Cardoso, presidente da Abel. Segundo ele, o segmento de locação de veículos ainda representa grande parte do mercado. Ele destacou a retomada das operações com máquinas e equipamentos, muitas fechadas por pequenas empresas. "Os investimentos em bens de capital são essenciais para a sobrevivência de uma empre-
sa", afirmou o presidente do conselho deliberativo da entidade, Antonio Bornia. "Nos Estados Unidos, há modelos de operação para empreendimentos que vão de plataformas de petróleo a usinas de energia. No Brasil, ainda estamos retomando um espaço perdido pela falsa imagem de operação arriscada que foi criada no fim da década de 1990", acrescentou. Presença — Na avaliação de Cardoso, o mercado de leasing tem espaço em praticamente todos os segmentos da economia. Ele informou que existem modelos de contrato, com prazos de cinco a 20 anos, para móveis, imóveis, equipamentos de informática e até embarcações. "Os números dos últimos quatro anos comprovam a importância do setor", afirmou o presidente da Abel. No caso da tributação, o setor espera uma decisão favorável em relação à isenção do Imposto sobre Serviços (ISS). Outra preocupação está relacion a d a a o Va l o r R e s i d u a l Garantido, que representa o cálculo de quanto será pago pelo bem no final do contrato de leasing. A fórmula foi responsável por brigas na Justiça entre clientes e empresas de leasing no fim dos anos 1990. "A Justiça deu ganho de causa para os clientes na maioria dos casos, o que afetou o setor." Davi Franzon
Copom conta com cenário tranqüilo
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De acordo com Antonio Bornia, da Abel, o setor ainda tenta apagar imagem de ser um mercado arriscado
BNDES oferta debêntures
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preço de emissão das debêntures do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será divulgado no dia 15 dezembro. A intenção do banco é captar ao todo R$ 2 bilhões. A colocação dos títulos será feita em três etapas. Na primeira, serão ofertados R$ 500 milhões em papéis com vencimento em cinco anos emitidos pela empresa de participações do banco, a BNDESpar Participações. Essa é a primeira vez que uma instituição financeira oferece debêntures para o investidor de varejo no Brasil. Além do banco, apenas a Petrobras e a petroquímica Suzano abriram suas ofertas para os pequenos investidores. Nas
duas operações, porém, a parcela destinada a esse grupo foi pequena. A estatal ofereceu apenas 10% de suas debêntures no varejo. A participação na emissão da Suzano foi ainda mais tímida, de 3%. Já o BNDES decidiu inovar e reservou 30% do lançamento para os pequenos investidores. Proteção — Analistas explicam que as debêntures do BNDES vão funcionar como uma proteção contra a inflação. Isso porque os papéis terão rentabilidade atrelada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador utilizado pelo governo para balizar seu sistema de metas de inflação. Além da inflação no período, os títulos vão render juros anuais de 6%, libera-
dos a partir do segundo ano. Cada investidor de varejo poderá comprar até R$ 500 mil em debêntures e a aplicação mínima individual é de R$ 1 mil. O período de reserva acaba no dia 12 de dezembro. Analistas destacam que o investidor precisa ficar atento ao fato de o BNDES não garantir a recompra antecipada dos títulos. Quem quiser receber o dinheiro antes de 2012 terá de vender os papéis a outro interessado no mercado. Como o mercado secundário de debêntures no Brasil é fraco, não há garantias de que o investidor conseguirá se desfazer do papel no momento em que tiver necessidade. As debêntures serão negociadas no BovespaFix e na CetipNet. (AE)
Gol: cartão para pequenos
U Itaú compra mais ativos do Boston
A
Itaúsa informou ontem que o Itaú Europa e sua subsidiária Itaú Europa Luxembourg assinaram acordo com o Bank of America para
aquisição do BankBoston International, com sede em Miami, e do BankBoston Trust Company Limited (Nassau). O valor do negócio é de US$ 55 milhões, mais o patrimônio líquido das empresas, de US$ 100 milhões. (Reuters)
m cartão de crédito voltado para as micros, pequenas e médias empresas foi lançado ontem pela Gol Linhas Aéreas: o Gol Negócios. O novo produto, emitido com a bandeira Mastercard, não acumulará milhas nem pontos. Seguirá o modelo de relacionamento que premia o cliente com créditos em reais. A opção do cartão no pagamento de quaisquer despesas dará à empresa um crédito equivalente a 1,9% do valor total da fatura, revertido em bônus em reais para compra de passagens aéreas da Gol. Por exemplo: sobre uma despesa de R$ 1 mil a empresa ganha um bônus de R$ 19. O valor poderá ser resgatado a partir de um saldo de R$ 50. Se preferir, a empresa também pode acumular até uma quantia maior. Ao usar o cartão na compra
de passagens aéreas diretamente da Gol, a empresa cliente ainda terá direito a um crédito equivalente a 1% do valor da passagem. No caso do exemplo acima, se a passagem custasse outros R$ 1 mil, além dos R$ 19 de bônus referentes às despesas variadas, o cliente ainda teria mais R$ 10 para acumular. "Na verdade, ele acumula dois benefícios, o do produto e o adicional, quando compra passagens diretamente da Gol", afirmou o vice-presidente da companhia aérea, Tarcísio Gargioni. O Gol Negócios será emitido e administrado pelo Banco do Brasil, que tem uma base de clientes corporativos de 380 mil empresas na carteira de cartões de crédito. O cartão estará disponível, por enquanto, apenas aos clientes do banco, que hoje somam 1,5 milhão de empresas. A Mastercard terá o
direito de exclusividade de uso da bandeira no cartão pelos próximos três anos. "O produto beneficia diretamente a empresa na medida em que os créditos podem reduzir seus custos", avaliou o gerente-geral da companhia, José Tosi. Carência — Como uma forma de atrair as empresas, a anuidade será gratuita nos primeiros seis meses. Após esse período, corresponderá a R$ 60, valor único, independente do porte da empresa, parcelado em 12 vezes. Já o limite do crédito rotativo, cujos juros serão os mesmos cobrados atualmente em todos os cartões empresariais emitidos pelo Banco do Brasil (7,5% ao mês), será estabelecido de acordo com o faturamento da empresa, afirmou o diretor-comercial do Banco do Brasil, Sandro Kohler. Roseli Lopes
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) encerra hoje sua última re u n i ã o d o p r i m e i ro mandato do governo Lula numa situação bem mais confortável do que a que vigorava no primeiro encontro realizado na gestão do petista, em 22 de janeiro de 2003. A inflação projetada para 2007 está abaixo da meta e a taxa básica de juros (Selic) nominal é a menor da história. Em compensação, o juro real (que considera a Selic descontada da inflação projetada para os próximos 12 meses) ainda é o mais elevado do planeta. Mesmo que o Copom reduza a taxa em 0,5 ponto percentual hoje — aposta majoritária do mercado —, o juro real brasileiro será de 8,7% ao ano. No início de 2003, as projeções do mercado apontavam uma alta de 12,3% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no acumulado do ano. Hoje, a estimativa dos especialistas para 2007 é bem menor: 4,1%. O IPCA é o índice utilizado pelo governo para balizar o sistema de metas de inflação — atualmente a meta é de 4,5%, com margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Os analistas acreditam que o BC manterá a linha de atuação no segundo mandato de Lula, independentemente de eventuais mudanças na diretoria (ou até na presidência) da instituição. "O regime de metas tem se mostrado vitorioso", afirma o economista-chefe do HSBC, Alexandre Bassoli. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO Só posso ser executado uma vez, não dez.
Chris Hondros/Reuters
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
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Do ex-presidente do Iraque Saddam Hussein, já condenado à morte pelo massacre de 148 xiitas nos anos 80, num lembrete irônico dirigido aos responsáveis pelo seu segundo processo por genocídio contra a população curda, ontem.
NOVEMBRO
2 -.LOGO
29 Dia Internacional de Solidariedade à Palestina Morte do escritor, dramaturgo e ator brasileiro Plínio Marcos (1935-1999)
M ODA I NTERNET
Polêmica na passarela
Captura de tela
Próxima edição do São Paulo Fashion Week fará campanha contra anorexia
A
DC vai ao cinema O Diário do Comércio ampliou seu site na internet com uma área exclusiva para quem gosta de cinema. O DCinema traz as críticas dos filmes em cartaz e, em breve, passará a antecipar as informações sobre as estréias das próximas semanas em São Paulo. Além de uma crítica completa e todos os detalhes de cada produção, o internauta poderá encontrar, também, o trailer do filme comentado e um álbum de fotos. Atualizada semanalmente, a página pretende informar o internauta sobre as principais
estréias e também muni-lo de todas as informações para escolher o programa de fim de semana. Na página de estréia do DCinema, já estão disponíveis as críticas de filmes atualmente em cartaz nos cinemas da cidade, como Volver (Pedro Almodóvar), Os Infiltrados (Martin Scorsese), Happy Feet – O Pingüim (George Miller) e A Fonte da Vida (Darren Aronofsky), além das produções nacionais O Céu de Suely (Karim Aïnouz) e Canta Maria (Francisco Ramalho Junior).
M EDICINA
F RANÇA
Células-tronco contra o enfarte
Desbancando a Torre Eiffel
O primeiro paciente com enfarte agudo do miocárdio recebeu um tratamento de células-tronco ao participar de uma pesquisa do Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras (INCL). G.M.S., de 51 anos, havia sofrido um ataque cardíaco há dois anos e enfartou novamente no dia 16. Depois de passar por uma angioplastia, foi submetido a um procedimento no qual foi injetada uma solução com placebo ou células-tronco na artéria do coração e passa bem. A pesquisa contempla também portadores de isquemia crônica, cardiomiopatia dilatada e doença de Chagas, e está sendo realizada em 33 centros distribuídos em nove Estados e no Distrito Federal.
Construtores apresentaram ontem em Paris o projeto de um arranha-céu curvo que deverá rivalizar com o brilho da Torre Eiffel, pelo menos em altura. O prédio integra o plano de revitalização do distrito de La Défense. O projeto, do arquiteto americano Thom Mayne, foi escolhido na semana passada, vencendo propostas de outros nove arquitetos famosos. Esperase que a obra seja concluída em 2012. O edifício deverá ser um dos mais significativos projetos de construção em Paris desde os anos 80. A estrutura de 300 m de altura será uma das mais altas de Paris, rivalizando com a Torre Eiffel, que tem 324 m, incluindo as antenas.
história trágica da modelo Ana Carolina Reston, de 21 anos, que morreu há 15 dias vítima de complicações decorrentes de anorexia nervosa, provocou mudanças no mundo das passarelas. O maior evento da moda nacional, também inserido na agenda mundial, o São Paulo Fashion Week, fará em sua próxima edição, em janeiro, uma campanha para chamar a atenção do público à questão dos distúrbios alimentares. "A anorexia e a bulimia não são problemas exclusivos das modelos, mas uma doença contemporânea que pode atingir qualquer um", diz Paulo Borges, coordenador do evento, há 25 anos no mercado da moda. "Nunca tinha visto um caso como o de Ana Carolina." As agências de modelos e os
estilistas estão discutindo os detalhes da campanha "A idéia é ótima, pois vai ajudar a orientar principalmente as meninas que sonham estar nas passarelas", disse a ex-modelo Denise Cespedes, sócia da Ford Models. A agência de modelos tem um acordo com médicos da Universidade Federal de São Paulo, que desenvolveu um programa especial para acompanhar a saúde das modelos, ainda adolescentes Elas têm de 13 a 17 anos, em média. As garotas passam por uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, nutricionistas e fisiologistas. É coordenada pelo pediatra Mauro Fisberg. Na semana passada, as modelos da Ford submeteram-se a uma consulta da qual saíram com um atestado de saúde. "Nunca tivemos uma modelo com anorexia nem bulimia",
disse Denise. "Estamos de olho nisso há cinco anos". Na mesma semana da morte de Ana Carolina, as agências se reuniram para discutir algumas regras e evitar que a tragédia se repita. Todas as modelos precisarão de atestado de saúde antes de subir nas passarelas. Outra boa intenção foi divulgada pela estilista do Rio e especialista em moda em couro Patricia Viera, no início da semana. Ela divulgou que não escolheria modelos com um Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo de 18 para mostrar sua coleção do Fashion Week. Por esse parâmetro, estaria condenado o nome de Gisele Bündchen, que tem 16,8 de IMC, mas não sofre de anorexia. "Quero modelos saudáveis. Não quero ser responsável por histórias como a de Ana Carolina", disse Patricia. (AE)
Evaristo Sá/AFP
especiais/dcinema/
L
VIGILÂNCIA AÉREA - Um balão do World Wildlife Found (a organização de defesa do meio ambiente WWF) sobrevoa o rio Amazonas e a floresta próximo a Manaus. O objetivo da WWF é alertar para os problemas econômicos e ambientais do desmatamento.
C A R T A Z
Um faraó à venda
MÚSICA U
João Donato (foto) e o jazzman Bud Shank. Teatro Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195. Telefone: 3095-9400. 21h. R$ 20.
Informações sobre vôos atrasados
O Soundwave Pink MP3 Ball é um mp3-player esférico de 5 cm de diâmetro. O aparelhinho tem 1 Gb de memória, um display de LED que traz informações sobre a música. Funciona com bateria recarregável e se conecta ao computador via USB, tudo isso por 40 libras.
Em época de confusão nos aeroportos, uma boa idéia é consultar antes de sair de casa o site da Infraero. O órgão publica diariamente a situação do tráfego aéreo, mas ainda de forma incompleta. Apesar de trazer informações atualizadas sobre os vôos, atrasos, pousos e decolagens previstos, o site nem sempre traz informações relevantes. Na segunda-feira, por exemplo, o Aeroporto de Congonhas ficou fechado para pouso pelo mau tempo, mas o site não trazia tal informação.
www.grattan.co.uk
www infraero.gov.br
http://a-vendre.vivastreet.fr/ a-vendre/vends-meches -cheveux-la-momie#
Cientistas do norteamericano Los Alamos National Laboratory, especializado em armas, anunciaram ter treinado abelhas para farejar explosivos, em um projeto que, alegam, poderia ajudar na luta contra o terrorismo. Eles treinaram abelhas para estender seus probóscides – o tubo que usam para se alimentar com néctar – ao farejar explosivos em qualquer local, de automóveis a bombas posicionadas à beira de estradas, passando por cinturões carregados de explosivos como os que são usados em atentados suicidas. As respostas positivas foram conseguidas ao expor os insetos ao odor de explosivos, e recompensá-los em seguida com água açucarada. B RAZIL COM Z
Produção triplicada
Pequenos pedaços de resina, faixa e mechas de cabelo de Ramsés II: 2.000 euros por relíquia
M ÚSICA
Vencedores do Carlos Gomes Foram divulgados ontem os vencedores da 11ª edição do Prêmio Carlos Gomes: solista instrumental, Cláudio Cruz; pianista do ano, Sonia Rubinsky; grupo de câmara, Quarteto Camargo Guarnieri; destaque vocal feminino, Eliane Coelho; destaque vocal masculino, Stephen Bronk; universo da ópera, Festival do Theatro da Paz, de Belém, e Teatro São Pedro; orquestra, Sinfônica da USP; espetáculo do ano, Les Musiciens du Louvre, Teatro Cultura Artística; prêmio José Ermírio de Moraes de Patrocínio Musical, Bradesco Prime e Petrobrás; revelação do ano, André Mehmari, compositor; troféu Guarany, Niza de Castro Tank. Criado em 1996, ano do centenário de morte do compositor Antônio Carlos Gomes, o prêmio tem abrangência nacional desde 2001 e contempla músicos de destaque em concertos, recitais, óperas e gravações. Carlos Gomes foi o primeiro compositor brasileiro a ter o trabalho reconhecido internacionalmente e executado nas mais importantes salas de concerto do mundo. L OTERIAS Concurso 1681 da QUINA 01
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Concurso 509 da DUPLA-SENA
A TÉ LOGO
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Onze países sabiam de prisões secretas da CIA, diz relatório do Parlamento Europeu Turnê 'A Bigger Bang', dos Rolling Stones, já se tornou a mais lucrativa da história do rock
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1 Gb de música numa bolinha rosa
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F AVORITOS
Reproduções site Vivastreet
ma barganha: tudo o que restou do charme do faraó Ramsés II está à venda na internet. São minúsculas mechas de seus cabelos, pedaços de resina da mumificação e das faixas que envolviam o corpo do faraó morto em 1.300 a. C. A oferta está no site Vivastreet.fr, que publica anúncios gratuitos. Um internauta de Saint-Egrève colocou à venda uma mecha de cabelos supostamente do faraó Ramsés II. "A origem? A múmia foi recebida na França entre 1976 e 1977 com o objetivo de recuperá-la. Uma equipe de 4 pesquisadores, entre os quais meu pai, teve como tarefa analisar cabelos, resinas e a faixa", conta o internauta, que não se identificou e pede entre 2.000 e 2.500 euros por cada relíquia devidamente embalada. Ele promete comprovar a autenticidade com cópias dos resultados das análises. "Devo ser o único no mundo a possuir tais amostras", avisa.
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G @DGET DU JOUR
Abelhas na luta contra o terror
O jornal francês Le Monde publicou ontem com destaque a paticipação do Brasil no Congresso Internacional de Energias Renováveis. O País, diz o jornal, se comprometeu a triplicar sua produção agrícola sem ampliar o desmatamento. Além disso, o País vai aumentar a produção de biodiesel, fabricado a partir de plantas oleaginosas. Mas a grande estratégia brasileira será mesmo o investimento na exportação do etanol. Maior produtor e exportador do produto, o Brasil vai lutar contra as barreiras protecionistas de EUA e União Européia para ampliar as vendas no mercado externo.
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A RQUEOLOGIA E M
T ERRORISMO
Revista 'Science' adota medidas para se proteger de fraudes praticadas por cientistas
Primeiro Sorteio 03
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
DOISPONTOS -77
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O TIGRE TURCO CLAUDIO WEBER ABRAMO
DESEQUILÍBRIO projeto Deu no Jornal (www. deunojornal .org.br), da Transparência Brasil, recolhe todos os dias noticiário sobre corrupção publicado em 59 jornais diários de todos os estados e em quatro revistas semanais. A análise do conjunto dessa cobertura permite atingir conclusões interessantes sobre o retrato – ou melhor a caricatura – que a imprensa fornece do Brasil. Entre fevereiro de 2004 e a semana passada, os 63 veículos acompanhados pelo projeto publicaram cerca de 130 mil matérias totalizando quase 300 milhões de caracteres, distribuídas por 3.446 assuntos diferentes. Desses assuntos, 2486 eram específicos a alguma das três esferas, sendo 372 referentes à federal (15%), 845 à estadual (34%) e 1269 à municipal (51%). Apesar da pesada predominância de casos municipais, e embora os assuntos estaduais tenham somado mais do que o dobro dos federais, o espaço dedicado pelos jornais a cada uma das esferas distribuiu-se na ordem inversa: 60% à federal, 23% à estadual e apenas 17% à municipal. Isso se explica pela disparidade na persistência dos assuntos no noticiário. Os casos municipais “duram” muito menos tempo no noticiário do que os casos estaduais, e estes menos do que os federais.
O
Hocine Zaourar/AFP
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
Empreendedorismo. Esse é o segredo do sucesso da Turquia. a Turquia o islamismo evoluiu de forma diferente da dos países árabes somente por causa do dinamismo econômico turco, o que não houve no mundo árabe, diz Sevket Pamuk. Ele não encontra outra razão para explicar a violência característica dos países árabes a não ser a frustração econômica. Pamuk, professor e economista da Universidade de Bósforo, privilegia os fatos econômicos. É um reducionista? Pamuk é também um dos pensadores emblemáticos da esquerda na Turquia, um intelectual, que contempla seu mundo a partir de universidades americanas e turcas, nas quais divide seu tempo. Ele mantém em si (talvez nos olhos azuis), como também conserva seu irmão e sósia, o romancista Orhan Pamuk, prêmio Nobel de Literatura, um resquício do Império Otomano. Esses Pamuk, de cultura muçulmana, vêm de um mundo que abraçava e incorporava todas as filosofias de um milênio. O drama do mundo árabe, completa Pamuk, é a falta completa de perspectivas econômicas e sociais, particularmente para os jovens, um poço sem fundo de frustrações e violência. A Turquia se destacou graças a um Estado que, rapidamente, fixou a modernização econômica como objetivo, abandonando as saudades do grande passado imperial.
Stringer/REUTERS
N
Protesto dos radicais contra o romancista Orhan Pamuk, prêmio Nobel de Literatura.
virada liberal dos anos 1980, imposta por um chefe de governo americanófilo e piedoso, Turgut Özaz, abriu toda a Turquia ao espírito de empreendedorismo. Em todas as cidades da Anatólia surgiram comerciantes intrépidos, querendo conquistar os mercados europeus em setores que eles dominavam localmente, os têxteis como prioridade. Da Europa passaram para os Estados Unidos e a Rússia, ultrapassando os chineses e os indianos com um know-how superior e preços competitivos. Essas novas empresas turcas estão sendo chamadas Tigres de Anatólia. Oriundos de famílias tradicionais, esses empresários são muçulmanos conservadores. Alguns acreditam encontrar no isla-
G A Turquia
se destacou graças a um Estado que fixou a modernização econômica como objetivo, abandonando as saudades do grande passado imperial. G Alguns acreditam encontrar no islamismo valores do empreendedor. O Profeta não era um comerciante? O comerciante não alcança as riquezas? G Um nova burguesia está surgindo, uma juventude viu o caminho da ascensão social no trabalho e no islamismo moderado.
A
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
mismo os valores que os impulsionam ao empreendorismo. Profeta não era um comerciante? O comerciante não alcança as riquezas? Essa síntese de economia e religião é o fundamento para o empresariado mulçumano do Musiad, que agrupa os conservadores pequenos empresários anatolienses, em rivalidade com o Tusiad, o grande empresariado laico que durante muito tempo prosperou sob a proteção do Estado. Pamuk, o laico, não está convencido por esse determinismo cultural, que, alega ele, não funciona na Turquia nem nos países árabes. Parece-lhe que a abertura das fronteiras européias aos produtos turcos é mais explicativo que considerações culturalistas emprestadas das Santas Escrituras. Isso não impede que os Tigres de Anatólia acreditem, que vejam neles e em seus vizinhos o Islã e o desenvolvimento. Um nova burguesia está surgindo, uma juventude viu o caminho da ascensão social no trabalho e no islamismo, o islamismo moderado da Turquia.
O
sse modelo turco, liberal e muçulmano, não seduz o mundo árabe? "Eles nem nos olham", lamenta Pamuk. A violência islâmica nasce da frustração econômica ou o desenvolvimento dissolve o islamismo? O mundo árabe está num impasse. Não porque eles são árabes, mas porque seus líderes políticos destruíram toda a burguesia, comerciantes e classe média desses países. "Quando a globalização chegou nos anos 1990, os comerciantes e pequenos burgueses da Anatólia souberam aproveitar a onda e cresceram explorando a mão-de-obra local. Mas no mundo árabe não havia mais ninguém para tirar vantagem da globalização." Esse é o pensamento de Pamuk, convincente, mas talvez só porque ele deseja isso. Deve-se observar, também, que certos elementos culturais e religiosos podem intervir. A cultura e a religião na Turquia não são árabes. O Estado turco e seu ancestral otomano impregnaram seus povos com um certo respeito ao Estado de Direito. Se a Turquia está no caminho certo, conclui Pamuk é por uma questão: seu crescimento, bem como a moderação islâmica que o acompanha, são conseqüências da globalização, das exportações para a Europa, em particular. Sem a Europa, tudo seria interrompido.
E
GUY SORMAN WWW.HEBDO.CH/SORMANBLOG.CFM
as o Brasil não é assim. Na verdade, tratase de um dos países mais descentralizados do mundo (sendo que há quem diga que seja o mais descentralizado). Todos os dias, os governos estaduais e municipais, as Assembléias Legislativas e as Câmaras de Vereadores e os Judiciários estaduais tomam decisões importantes para a vida da comunidade. Não obstante, a maior parte disso tudo passa fundamentalmente em branco para os jornais brasileiros. Não é incomum que uma irrelevância qualquer brasiliense mereça duas ou três colunas de texto nos jornais, enquanto as discussões sobre uma nova Lei de Zoneamento na Câmara de Vereadores, ou sobre um esquema mirabolante na Assembléia Legislativa, não encontrem espaço na cobertura.
ão há nenhum motivo para supor que o desequilíbrio na cobertura de outros assuntos políticos e econômicos seja diferente. Nossos jornais fornecem uma imagem do Brasil segundo a qual tudo o que acontece de importante acontece em Brasília, se acontece em Brasília então é importante e se acontece nos estados e nos municípios é desimportante. É como se o Brasil fosse um desses países altamente centralizados nos quais de fato todas as decisões são tomadas pelo governo central, pelos tribunais nacionais e pelos respectivos Congressos.
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Brasil retratado pelos jornais é como um organismo com uma cabeça hipertrofiada e uns pezinhos de miniatura. Por isso, não é de espantar que governantes e parlamentares estaduais e municipais nadem de braçada. A probabilidade de que malfeitorias e irresponsabilidades sejam detectadas pelos veículos de comunicação é muito baixa. E, é claro, o mesmo vale para progressos relevantes na gestão pública. Não é só o mal que deixa de ser iluminado – o que se faz de bom passa ainda mais despercebido. Por outro lado, o efeito deletério da visão distorcida que a imprensa fornece tende a restringirse a poucas pessoas, pois no Brasil quase ninguém lê jornal. Para se fazer uma idéia, o jornal com maior circulação no país é hoje O Estado de S. Paulo. Quando imprime muito, esse jornal distribui cerca de 300 mil exemplares por dia, a grande maioria dos quais na cidade de São Paulo. O resto do estado recebe uma pequena fração. Fora de São Paulo, praticamente se restringe a meia-dúzia de exemplares vendidos em Brasília. Mas duzentos e poucos mil exemplares numa cidade que tem 12 milhões de habitantes (17 milhões na área metropolitana) são nada. O mesmo padrão, até piorado, se repete em todos os estados. Moral da história: nada disso chega à tigrada. O que pode ser uma boa.
O
CLAUDIO WEBER ABRAMO É JORNALISTA E DIRETOR DA
TRANSPARÊNCIA BRASIL
G O Brasil
retratado pelos jornais é como um organismo com uma cabeça hipertrofiada e uns pezinhos de miniatura
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Internacional
Kai Pfaffenbach/Reuters
Nosso Deus é um só. Por que deveríamos brigar? Burhan Gulcar, cidadão turco
Riza Ozel/Anatolian/Reuters
O papa Bento XVI (à direita) é cumprimentado pela maior autoridade islâmica da Turquia, mufti Ali Bardakoglu
PAPA BENTO XVI DÁ AS MÃOS AO ISLÃ Depois de meses de polêmica com a comunidade islâmica, pontífice encontra-se com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdoganagora, e, em mais um gesto de reconciliação com o Islã, defende a entrada do país na União Européia
Papa deposita flores no túmulo do fundador da República turca
JORDÂNIA O rei Abdullah II pediu ontem mais esforços para pôr fim aos conflitos no Oriente Médio
Ó RBITA
CO 2 O governo Bush poderá ter de mudar sua postura sobre o combate à mudança climática
POSSE NO MÉXICO MALA DO HAMAS eputados do PRD, ma mala com US$ 20 Partido da Revolução milhões. Foi com essa D U Democrática, ocuparam bagagem inusitada que o ontem a tribuna da Câmara para impedir a posse do presidente eleito Felipe Calderón, na sexta-feira. A iniciativa levou a troca de insultos, empurrões e brigas entre partidários de Calderón e oposicionistas. Os deputados do Partido Ação Nacional (PAN), de Calderón, foram os primeiros a ocupar a área próxima da mesa, para impedir que fosse tomada pelos oposicionistas. O PRD não aceita a derrota de Andrés López Obrador nas eleições de julho por uma diferença de apenas 0,56 ponto porcentual. Obrador conclamou a "resistência civil" e no dia 20 se autoproclamou o "presidente legítimo" do México.
chanceler palestino, Mahmoud Zahar, do grupo Hamas, atravessou ontem a fronteira do Egito com Gaza. Este já é um modo corriqueiro de o governo do premiê Ismail Haniye, do Hamas, conseguir levar recursos para os territórios palestinos, driblando as sanções econômicas impostas pela comunidade internacional à Autoridade Palestina desde que Haniye assumiu, em março. Zahar teria declarado o dinheiro no lado egípcio da fronteira. Nos últimos meses, ele transportou enormes quantias de dólares – principalmente doações de países árabes. Há alguns dias, admitiu ter recebido US$ 120 milhões do Irã.
N
uma aparente mudança de posição, o papa Bento XVI disse ontem que "gostaria de ver a Turquia na União Européia". A frase, citada pelo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, foi um dos vários gestos de reconciliação com os turcos em particular e os muçulmanos em geral, feitos pelo papa em sua primeira visita a um país islâmico, embora profundamente secular. Numa visita que deve se tornar histórica, as autoridades políticas e religiosas da Turquia retribuíram com gestos de boa vontade e pedindo a união das duas religiões. "Os pensamentos do papa são muito importantes para nós, porque afetarão a União Européia", enfatizou o primeiro-ministro, que transformou em prioridade de seu governo as negociações sobre a entrada da Turquia na União Européia (UE), mergulhadas em impasse por causa de disputas entre os lados turco e grego do Chipre. "Começamos bem, porque o papa me falou de seus bons pensamentos sobre os países muçulmanos", contou Erdogan em entrevista coletiva, depois da reunião de 22 minutos com o papa, na área VIP do aeroporto de Ancara. Erdogan, um líder islâmico moderado, estava de partida para a reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Riga, Letônia, que começou ontem. Usando a cúpula como
pretexto, o primeiro-ministro gião agora do que antes, porhavia anunciado que não se que a humanidade enfrenta reuniria com o papa, depois de muitos problemas, na educasua citação em setembro de ção, na saúde, a crise de conuma frase de 1391 do impera- fiança, o terrorismo, as guerdor bizantino Manuel II Paleó- ras e o subdesenvolvimento", logo, para quem Maomé trou- enumerou Bardakoglu, falanxe, de novo, "apenas coisas do em turco. "Todos somos fimás e desumanas, como sua lhos de Adão. As duas reliordem de espalhar pela espa- giões precisam trabalhar junda a fé que ele pregou". Erdo- tas." A fala de Bardakoglu sogan mudou de idéia e resolveu o u c o m o s e e s t i v e s s e de última hora encontrar-se respondendo à menção do pacom o papa depois de elogios pa a Maomé, que provocou feitos por ele aos turcos no ser- muitos protestos no mundo islâmico. mão de domingo no O papa começou Vaticano. seu discurso elo"Durante séculos, giando a Turquia. igrejas e mesquitas "Estou feliz de vir à sempre conviveram Todos somos na Turquia, um símterra da antiga cultura islâmica", disbolo de paz entre o filhos de Adão. cristianismo e o isla- As duas religiões se, em inglês. "É um lugar onde a histómismo. Queremos [islamismo e mostrar à UE todos cristianismo] ria pode ser vista através da arte", os esforços que teprecisam mos feito", acresacrescentou. "Goscentou o primeiro- trabalhar juntas. to da qualidade dos ministro. Do clérigo turcos, quero enfaBento XVI foi reAli Bardakoglu tizar isso." Depois, assumiu um tom cebido pelo presisemelhante ao de dente Ahmet Necdet Sezer, no Palácio Çankaya. Bardakoglu: "Nosso Criador é Depois, reuniu-se com o mufti o mesmo, nosso objetivo deveAli Bardakoglu, diretor-geral ria ser o mesmo e temos uma de Assuntos Religiosos e um base cultural e histórica", conrespeitado estudioso do Islã, tinuou o papa. Numa entrevisque fez duras críticas ao papa ta em 2004 à revista francesa Le por causa da citação do impe- Figaro, quando era prefeito da rador bizantino, em setembro. Congregação para a Doutrina Depois da conversa de uma da Fé, o religioso opunha-se à hora ambos leram declarações entrada da Turquia na UE porpreviamente redigidas, enfati- que o país "sempre represenzando a necessidade de conci- tou um outro continente, em permanente contraste com a liação entre as duas religiões. "Precisamos mais de reli- Europa".
Como exemplo de união, Bento XVI citou ontem o papa Gregório VII, que disse, em 1079: "Muçulmanos e cristãos deveriam estar juntos porque acreditamos no mesmo Deus." Uma nova citação, destinada a marcar uma nova etapa. O papa viajará hoje a Éfeso e Esmirna, a antiga cidade grega onde, segundo a tradição cristã, viveu a Virgem Maria e pregaram os apóstolos Paulo e João. De lá, segue para Istambul, onde se encontrará com o patriarca grego ortodoxo Bartolomeu I – o objetivo principal de sua viagem –, com os patriarcas armênio ortodoxo e sírio católico ortodoxo, e com o grão-rabino da Turquia. Ontem, do aeroporto, o papa foi diretamente para Anitkabir – literalmente, "o lugar onde o líder dorme". Sobre uma das colinas mais altas de Ancara, ali está o mausoléu de Mustafa Kemal Ataturk, que fundou a Turquia moderna em 1923, depois da derrocada do Império Otomano na 1ª Guerra Mundial. Ele depositou uma coroa de flores no túmulo de Ataturk. Com exceção de jornalistas e agentes de segurança, havia poucos turcos no local. Suas reações à presença do papa variavam da simpatia à hostilidade, passando pela indiferença. "Estamos felizes de ver o papa aqui, viemos por ele e por Ataturk", disse Nilgen Gulcar, uma dona de casa de Ancara. "Nosso Deus é um só. Por que deveríamos brigar?", perguntou seu marido, Burhan.
AFP
Paz no Iraque, só com saída dos EUA, diz aiatolá
O
líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse ontem que a questãochave para se alcançar a paz no Iraque é a saída das tropas dos Estados Unidos do país. Num encontro com o presidente iraquiano, Jalal Talabani, Khamenei acusou os EUA de contratarem terroristas e antigos integrantes do regime de Saddam Hussein para desestabilizar o país. Khamenei disse a Talabani que o Irã fará todo o possível para usar sua influência junto aos
O aitolá Khamenei (dir.) e Talabani: problema são os Estados Unidos
muçulmanos xiitas do Iraque para conter a violência. "Esses (americanos) que conspiraram contra o Iraque, e cujos planos não se materializaram, pretendem
desestabilizar a situação". Os agentes em campo seriam terroristas e "excomungados", antigos funcionários públicos leais ao Partido Baath, do expresidente Saddam Hussein.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Céllus
6 -.OPINIÃO
LENTE DE
AUMENTO
ELES TÊM A FORÇA?
Q
uando um não quer, dois não brigam, diz o ditado popular. E quando os dois querem? Pelo menos no que tange à tributação, os interesses dos Estados e do governo federal são antagônicos. Pretendendo falar pelos governadores, Aécio Neves (PSDB) propôs que o bolo tributário seja melhor repartido, já que 80% dos tributos fica com a União. Sugeriu também a transferência da malha rodoviária federal e da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (CIDE) para os estados. Este confronto é um complicador. Como no primeiro mandato, Lula conta com os governadores para tocar a reforma
G Governadores
não controlam suas bancadas, mas têm força para barrar os interesses do Planalto. tributária, uma das prioridades da agenda legislativa de 2007. A estratégia fracassou em 2003 e pode fracassar de novo. A não ser que o governo federal abra as burras do Tesouro. Manter boas relações com os governadores é um objetivo permanente do Planalto. Trata-se de atores políticos importantes e que podem fortalecer a posição do presidente. Mas sua colaboração tem limites. Primeiro porque nem sempre os interesses das duas partes coincidem. Segundo, porque a maioria dos governadores tem controle apenas parcial sobre as bancadas de seus estados na Câmara dos Deputados. O governo federal, por sua vez, quer usar o ICMS para desonerar os exportadores e os produtores de bens de capital. A hipótese não agradou nem aos governadores nem aos prefeitos. "Quem tem que cortar despesas é a União",
bufou o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, queixando-se que a maioria dos municípios sofre um "apagão financeiro" por terem de arcar com parte das despesas de programas federais. Eis o dilema: para aprovar a reforma tributária em tramitação na Câmara (unificação do ICMS), o Planalto deverá atender parte dos interesses dos estados. Os governadores não controlam a maior parte das bancadas de seus estados na Câmara, mas têm força suficiente para barrar matérias contrárias a seus interesses. Em apenas oito estados os governadores conseguiram eleger mais de 50% dos deputados federais. Minas Gerais é o único grande estado dentre eles, com Aécio Neves comandando, pelo menos formalmente, 55% da bancada eleita. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os governadores José Serra e Sérgio Cabral contam com o apoio de apenas 41% das bancadas. A governadora Yeda Crusis está em pior situação. Os partidos que apoiaram sua candidatura elegeram apenas 16% dos 31 deputados federais do Rio Grande do Sul. No cômputo geral, a bancada dos governadores soma 214 deputados, 42% do total de cadeiras da Câmara - longe dos 60% requeridos para aprovar emendas constitucionais, mas suficiente para barrar a tramitação de projetos a que eles se opõem. Pode-se concluir que para aprovar a agenda legislativa do governo é necessário mas não suficiente negociar com os governadores. O Planalto deve mobilizar mais apoios entre os deputados da oposição aos governadores de seus Estados ou ao próprio governo Lula. Em contrapartida, o governo federal terá que ceder algo aos estados, sobretudo se quiser levar adiante a reforma tributária. A despeito do que diz o ministro Guido Mantega. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE POLÍTICA DA MCM CONSULTORES
JOÃO DE SCANTIMBURGO
REFORMAS POLÍTICAS
N Mudando o sofá de lugar ROBERTO FENDT
A
parentemente, a próxima administração prepara-se para dar um choque de gestão na Previdência Social. Só isso. Não há consenso sobre o que mais é preciso fazer. E, enquanto não há consenso, o déficit vai crescendo, devendo chegar este ano a R$ 42 bilhões. Parte do problema reside na idade de aposentadoria. Ali Kamel, em artigo em O Globo desta semana, mostra números que obteve no Ministério da Previdência Social: quase 37% dos homens vivendo em áreas urbanas se aposentaram antes de completar 50 anos de idade. Esse número sobe para 55% para os que se aposentaram com menos de 55 anos de idade. No Executivo federal, 56% se aposentaram antes de 55 anos de idade. Em países à nossa volta, a idade mínima para a aposentadoria é 65 anos (Peru e México); na Argentina, de 65 anos para os homens e 60 anos para as mulheres; na Colômbia e em Cuba, de 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres. Nos países desenvolvidos as idades mínimas para a aposentadoria são ainda mais elevadas. Problemas existem para que alguém dê solução; na sua falta, pululam idéias. Uma sugestão que vem sendo insistentemente apontada é a mudança da base de incidência das contribuições previdenciárias dos trabalhadores do setor privado. Propõe-se que a nova base seja o faturamento, no lugar da folha de pagamento de salários. Por diversos motivos, essa sugestão não é boa. A principal razão é que a Previdência não tem um problema de receita, mas de gastos. Quanto mais arrecadar, mais vai gastar, até porque só agora a população começa de fato a envelhecer. Infelizmente, ainda mal começamos a envelhecer e já temos um enorme déficit nas mãos. Ninguém pode, em sã consciência, ter qualquer dúvida a respeito de que será necessário aumentar, o mais rapidamente possível, a idade mínima para a aposentadoria. Um bom indicador dessa idade mínima é a média dessas idades nos países à nossa volta. No entanto, se isso pode jogar o problema para frente, não o resolve. Pessoas com 60 anos ou
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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mais constituem hoje 9% da população; serão mais de 17% em 2030. Nos próximos 25 anos, solução, mesmo, só com um regime de capitalização com contas individualizadas, nos moldes do FGTS. Dado que a ninguém poderá ocorrer sugerir que a receita de contribuições previdenciárias seja reduzida agora, mudar a base de incidência dessas contribuições é, como disse recentemente Antonio de Oliveira Santos, mudar o sofá de lugar. Cria mais problemas que resolve.
T
alvez ajudasse a melhor esclarecer a natureza do problema separar, da contabilidade orçamentária do Previdência, aquelas despesas com assistência social das despesas previdenciárias propriamente ditas. Estas despesas com assistência social englobariam as aposentadorias por motivo de doença (onde um choque de gestão poderia reduzir as despesas de maneira significativa, reduzindo as fraudes), os gastos com as aposentadorias de trabalhadores rurais, deficientes físicos e pensões universais para idosos não contribuintes da Previdência. Embora essa separação não altere os números agregados do déficit, certamente mostraria que ele persistiria a despeito da separação. Teríamos mais transparência, algo que vem se tornando escasso para o contribuinte. Não quer isso dizer que não seja meritório reduzir a carga tributária sobre a folha de salários das empresas. Ela aumenta os custos de contratar e despedir, contribuindo para reduzir o nível de emprego nas empresas. Hoje, é mais barato comprar uma máquina, às vezes com dinheiro subsidiado do governo, do que empregar mais trabalhadores. Portanto, choques de gestão podem moralizar a Previdência Social e reduzir marginalmente seu déficit. Não resolvem o problema, como não o resolve a mudança da base de incidência das contribuições. O dia em que quisermos resolver o problema passaremos a discutir seriamente como passar de um regime de repartição para um regime de capitalização.
A Previdência Social não tem um problema de receita, mas de gastos
O espetáculo do apagão LUIZ GONZAGA BERTELLI
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A bancada dos governadores tem 214 deputados
ão vamos tratar da nossa sempre falada, e sempre adiada, reforma política. Entra governo e sai governo e não se faz nada a respeito. Supõe-se, por isso, que os regimes estejam institucionalizados, não devendo receber nenhuma reforma para adaptá-los aos novos tempos. O Brasil teve em 1964 uma reforma política (o governo dos generais), que acabou numa decisão do Congresso Nacional indenizando a torto e a direito culpados e nãoculpados de revoltas, mais ou menos trabalhadas para serem incluídas num plano de indenizações que acabou premiando quem merecia e quem não merecia.
A
s distribuidoras privadas de energia estão apreensivas, pois o cenário de demanda está perto da oferta existente no sistema interligado nacional (cerca de 45 mil MW médios). E as incertezas quanto à expansão da oferta para os próximos anos está aumentando o preço da energia. A indústria necessita de energia abundante e barata para o seu crescimento. Em 2001, com o apagão, o baixo nível dos reservatórios e a insuficiência de oferta obrigaram à redução de mais de 20% do consumo elétrico nacional. Se confirmadas as previsões governamentais, não haverá dificuldades no fornecimento elétrico, desde que a economia cresça a um ritmo menor que 5% ao ano. Tradicionalmente, o crescimento da energia está desconectado do PIB. A diferença é de cerca de 2%. Porém, a eletricidade poderá ficar com o preço tão alto que vai desestimular os investimentos na expansão industrial e de outros setores empresariais. Ademais, o governo confia na oferta adicional de energia das usinas térmicas, que poderão ser construídas em menos de 5 anos e movidas a gás natural, oriundo da Bolívia, caso as relações diplomáticas e comerciais entre o Brasil e a Bolívia sejam solucionadas. As térmicas acionadas a derivados de petróleo (diesel e óleo combustível) não poderão competir, devido aos altos preços do combustível fóssil. Na matriz energética brasilei-
ra o gás natural participa com 4% e metade é originária da Bolívia. Até 2015 os planejadores previam a majoração para 9%. O desenvolvimento brasileiro ficará na dependência da energia gerada pelas hídricas ou pelas térmicas movidas a gás natural, eis que a biomassa não tem, ainda, o seu efetivo reconhecimento pelas autoridades, embora possa ofertar cerca de 15 mil MW com o emprego do bagaço da cana. Consoante o recente inventário, o Brasil disporia de um potencial hidrelétrico em construção para produzir em torno de 70 mil MW e as térmicas da biomassa ofertariam, adicionalmente, 15 mil MW, totalizando 85 mil MW.
A
o optar pelo gás natural importado da Bolívia para alimentar as suas térmicas, os responsáveis pelo planejamento energético preteriram, ademais, o potencial hídrico brasileiro, estimado em 258 mil MW. O governo brasileiro tem a preocupação de evitar um novo apagão, mas a energia elétrica não pode chegar a qualquer preço ao consumidor, pondera o vicepresidente da ABRACE, Eduardo Spalding, entidade que representa os grandes consumidores de energia. LUIZ GONZAGA BERTELLI É DIRETOR DE ENERGIA DA FIESP
P ara não faltar energia em 2007 a economia precisa crescer menos que 5%
País tem tradição de tolerância com revoluções aceitas, historiadas e esquecidas. Seria a forma de fazer revolução com resultados patentes no desenvolvimento econômico. Ao menos isso, pois de reforma política não se fala. Mas a velha tradição da democracia com as revoluções tem sido esquecida. Não quer isso dizer que a democracia americana, que inspirou todas as revoluções do continente, esteja consolidada. Apenas um cansaço tomou conta de países onde a revolução se impôs, passando a valer como reforma aceita e executada, mas não institucionalizada.
O
m suma, as revoluções deixaram de ser moda na América Latina. Outros continentes apagaram os períodos revolucionários com o esquecimento forçado, por ser triste a sua lembrança. Veja-se a esse respeito a antiga União Soviética, a Alemanha nazista, a Itália fascista e outros movimentos menores que encheram a imageria de gerações, mais tarde acomodadas na lembrança do passado. Finalizando, tenha-se presente que consideramos a revolução moda passageira, ao menos até onde podemos estender a nossa vista.
E
JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G As revoluções
deixaram de ser moda na América Latina. Outros continentes apagaram períodos revolucionários com o esquecimento.
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quinta-feira, 30 de novembro de 2006
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Política AGRIPINO
A reforma política não pode começar pelo cerceamento da liberdade partidária. José Alencar
Lula Marques / Folha Imagem
ENTRA NA DISPUTA PELO SENADO O senador vai disputar a vaga com Renan Calheiros (PMDB), favorito na disputa, e que tenta a reeleição. Agripino disse que vai procurar o apoio do PSDB.
A bancada do PFL se reúne, a pedido do próprio Agripino: pelas regras regimentais, o partido tem a maior bancada no Senado. Sérgio Lima / Folha Imagem
A senadora Heloísa Helena, do PSol, cumprimenta Aldo Rebelo, do PCdoB. Ambos são partidos nanicos, ameaçados de desaparecer.
ALENCAR APÓIA FIM DA CLÁUSULA
U
m dos principais pilares da reforma política, a cláusula de barreira, está sob ameaça. A campanha para pôr fim à exigência legal que restringe o funcionamento dos partidos políticos, deflagrada na Câmara, recebeu ontem a adesão do presidente da República em exercício, José Alencar. Filiado ao nanico PRB, Alencar manifestou solidariedade às legendas que estão ameaçadas de perder cargos na Câmara e recursos do fundo partidário por não terem obtido 5% dos votos válidos em todo o País e, pelo menos, 2% dos votos em nove estados, nas últimas eleições para deputado. "Podem contar comigo", avi-
sou aos dirigentes e militantes do PRB, PCdoB, PSol, PV e PSB, que organizaram o ato político. "A reforma política não pode começar pelo cerceamento da liberdade partidária", enfatizou Alencar, ao acrescentar que não poderia deixar de se solidarizar com essa causa. "Embora pertençamos a um partido pequeno, nós nos orgulhamos de seus propósitos". O presidente em exercício disse que está aguardando decisão do Judiciário sobre o recurso dos partidos para protelar a vigência da cláusula de barreira, previsto para ser votado no próximo dia 7. Mas, independente do resultado, disse que o PRB não
'VETO NÃO ABRIRÁ CRISE'
O
ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse ontem que o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao reajuste dos membros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) não sinaliza uma abertura de crise, porque as relações entre as partes estão amadurecidas. Lula vetou anteontem o reajuste de 12% no salário dos 14 integrantes do CNMP e a criação de 58 cargos de confiança para o órgão. Genro disse que o presidente não fará nenhuma modificação na Previdência Social sem
que antes sejam tomadas medidas radicais para melhorar a gestão e reduzir o déficit. "O presidente tem dito que, mesmo que haja reforma no futuro, não vai prejudicar os direitos dos de baixo", afirmou Genro. O ministro resumiu o governo de coalizão do presidente Lula como uma construção política sofisticada. Segundo ele, não se forma um governo para depois ter a base no parlamento. "É o contrário. Se estabelece uma relação com os partidos, ritos programáticos, e a partir daí é que se parte para a formação do governo. Isso é mais do que um artesanato." (AE) Marcos D'Paula / AE
IBGE PODE AJUDAR A CULTURA
O
ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse ontem que a pesquisa divulgada pelo IBGE, que dimensiona economicamente a atividade cultural no País, pode ter uma "positiva conseqüência nas definições do orçamento e do investimento" para o setor. "Desde a sua criação, há 20 anos, o Ministério da Cultura (Minc) tem ocupado os últimos lugares no ranking do orçamento do País, cambalean-
Gil diz não saber se fica no Minc.
do entre 0,2% e 0,6%, como ocorreu nestes últimos quatro anos", afirmou Gil. O ministro vai se reunir com o presidente Lula no próximo dia 5 para decidir se permanece ou não no cargo. "Tenho gosto em ficar, mas há as questões pessoais", afirmou. "Já gastamos 99,6% do nosso orçamento, estamos prontos a gastar mais", disse. (AE)
será extinto. Na sua avaliação, foi uma visão "equivocada" iniciar a reforma política por essas mudanças. E foi cauteloso ao comentar sobre eventuais fusões partidárias. "Espero que isso leve em consideração as afinidades e os ideais. É muito difícil conciliar dois partidos com idéias absolutamente antagônicas", observou Alencar. Além dele, a manifestação dos pequenos partidos contou com a presença e apoio do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (SP), que pertence ao PC doB, outro partido que não conseguiu cumprir a cláusula de barreira. Os adversários à reeleição de Aldo para o comando da Câmara alegam, inclusive, que em razão disso, seu partido não teria representatividade para ocupar nenhum cargo na Mesa da Casa. "Essa reunião não tem como objetivo a defesa de interesses partidários ou corporativos", disse Aldo, ao fazer uma defe-
sa veemente da liberdade partidária e do direito das minorias na democracia. O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, abriu a campanha dos pequenos partidos afirmando que a regra "é uma subversão eleitoral" e deixam sem representantes na Câmara os milhões de eleitores de seu partido. Ele lembrou, inclusive, que o PC do B tem uma bancada no Senado e obteve 7% dos votos, mas que a legislação só conta os votos para os deputados federais. A presidente do PSol, Heloisa Helena, e o presidente do PRB, Vitor Paulo, expressaram as dificuldades que tiveram para fundar os partidos e cumprir todas as exigências da lei. "No nosso caso foi uma travessia no deserto", desabafou a senadora. "Queremos o nosso direito de continuar existindo", acrescentou. Não se trata de um choro de perdedores", completou o presidente do PV, José Luiz Pena. (AE)
A
bancada do PFL no poderão entrar no cômputo, o Senado decidiu on- que tira da legenda a condição tem lançar a candi- de maior bancada. "Além de regimental, o prindatura do líder do partido na Casa, José Agripino cípio da diplomação é moral, e (RN), a presidente do Congres- temos o direito de pleitear a so. Foi Agripino quem tomou a presidência", afirmou o presiiniciativa de pedir a realização dente nacional do PFL. Na avada reunião, com o apoio do liação de Bornhausen, o tamapresidente nacional da legen- nho da bancada da sigla, hoje, da, senador Jorge Bornhausen "é indicativo da cooptação, e (SC). No encontro, o entendi- não do resultado eleitoral". O pré-candidato Agripino mento geral, segundo Bornhausen, foi o de Maia disse que i r á p ro c u r a r o que cabe à sigla, e não ao PMDB, a apoio do PSDB para a empreitaprerrogativa de indicar o candi- Se o PSDB priorizar a da. "O próximo dato a presiden- disputa pela passo será consultar os aliados, te, por ter a maior presidência do bancada do Se- Senado, minha como o PSDB. Temos amparo nado. E m b o r a o candidatura estará legal para reivinP M D B a l e g u e consolidada e passará dicar a presidênque detém hoje a a existir oficialmente. cia do Senado. bancada mais José Agripino, senador Agora temos de numerosa, o PFL construir a persdo PFL. pectiva de vitóargumenta que, pelas regras regiria. Se o PSDB mentais, as trocas partidárias priorizar a disputa pela presifeitas depois da diplomação dência do Senado, minha candos senadores eleitos não po- didatura estará consolidada e dem ser contabilizadas para passará a existir oficialmente", efeito da regra da proporciona- disse o senador. O favorito na disputa, o lidade. Logo após a eleição, os sena- atual presidente da Casa, Redores são diplomados nos res- nan Calheiros (PMDB-AL), pectivos Tribunais Regionais que quer a reeleição, disse que, Eleitorais (TREs) e a agremia- se houver disputa, não haverá ção registrada na diplomação é acordo para os demais cargos a que vale, pelas normas regi- da Mesa do Senado. mentais, para efeito de cálculo Agripino Maia, por outro lado tamanho das bancadas. do, se disse disposto a buscar Com isso, quatro senadores um consenso na escolha desses atualmente filiados ao PMDB, nomes. "Estou disposto a nemas que eram de outros parti- gociar com os demais partidos no ato da diplomação, não dos", disse. (Agências)
Mancando, Lula cumpre agenda cheia Sentindo dores no pé, ele se encontrou com presidentes africanos e hoje deve tomar café com Kaddafi. Ed Ferreira / AE
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pisou com o pé direito em Abuja, capital da Nigéria, onde participa da Cúpula África-América do Sul. Depois de torcer o pé na segunda-feira passada, ao chegar à Granja do Torto, Lula desembarcou na África com dores e mancando muito. Desceu do avião cuidadosamente, apoiandose no corrimão, devagar, e no meio do dia usou cadeira de rodas. O presidente chegou à Nigéria às 10h30, horário local (7h30 em Brasília), depois de oito horas de vôo e de um dia intenso no Brasil, onde teve agenda cheia. Anteontem Lula livrou-se do sapato direito, na tentativa de evitar inchaço no pé. Mas ontem as dores reapareceram. Ao chegar ao hotel onde está hospedado e onde acontece o encontro entre dirigentes de países latinos e africanos, Lula também entrou mancando e não falou com a imprensa. À tarde, ele manteve encontros bilaterais com os presidentes de Togo, Gana, Argélia e Moçambique. Por recomendação
Lula: azar na Nigéria e protestos de ambientalistas no Brasil.
médica, Lula não participou do jantar entre os chefes de Estado para não forçar o pé. As dores haviam aumentado à tarde. O presidente também desmarcou sua participação na inauguração
da nova sede da embaixada brasileira na Nigéria. Hoje a agenda do presidente deve ser cheia. Ele marcou um café-damanhã com o ditador da Líbia, Muammar Al-
Khaddafi. O encontro estava programado originalmente para ontem, mas Khaddafi não apareceu. Meio ambiente – As declarações do presidente Lula sobre retirar entraves ambientais para que o País possa se desenvolver têm deixado de cabelo em pé os profissionais do setor. Ontem, na reunião ordinária, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), presidido pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, aprovou uma manifestação contra Lula, mostrando "indignação" e "preocupação" com os comentários do presidente. "As recentes declarações do presidente qualificando o meio ambiente, os povos indígenas, os quilombolas, o Ministério Público (MP) e o Tribunal de Contas da União (TCU) como entraves ao desenvolvimento do País causam-nos preocupação e indignação, pois sinalizam retrocesso na legislação e na garantia de direitos conquistados pela sociedade brasileira", diz o texto, aplaudido e assinado pelos conselheiros. (AE)
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Gover no Congresso Orçamento Planalto
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
O sistema de convênios é uma caixa de marimbondos. Paulo Bernardo
MINISTROS SUGEREM AÇÕES PARA EVITAR FRAUDES
PRESIDENTE DA CPI DOS SANGUESSUGAS INICIA BOICOTE
BISCAIA PROTESTA CONTRA CONSELHO Celso Junior / AE
O
presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), decidiu ontem não apresentar mais emendas individuais ao Orçamento da União, em protesto contra a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado de livrar, na terça-feira, os senadores Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT) e o líder licenciado do PMDB na Casa, Ney Suassuna (PB), denunciados por suposto envolvimento com a máfia das ambulâncias. Em 10 de agosto, a CPI aprovou o relatório com os nomes de 72 parlamentares – 69 deputados, além de Suassuna, Malta e Serys – contra os quais havia indícios de envolvimento na compra, com verbas orçamentárias, de veículos a preços superfaturados. Os processos dos três senadores foram os primeiros a serem julgados. "Não concordo com a decisão do Conselho de Ética. Diante dessa decisão, decidi não apresentar mais emendas individuais ao Orçamento da União", afirmou Biscaia, durante uma audiência pública na comissão parDecidi não lamentar com apresentar os ministros mais d o P l a n e j amento, Orçaemendas individuais mento e Gestão, Paulo Berao nardo, e da Orçamento C o n t ro l a d oda União ria-Geral da Biscaia União (CGU), Jorge Hage. O presidente da CPMI dos Sanguessugas não foi reeleito para a Câmara, mas ainda pode apresentar emendas individuais ao Orçamento de 2007 no valor de até R$ 6 milhões. Aliado de Suassuna, o senad o r We l l i n g t o n S a l g a d o (PMDB-MG) reclamou das declarações de Biscaia. "Achei inoportuna sua declaração", reagiu. Foi Salgado quem apresentou anteontem o voto em separado no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar propondo apenas uma censura verbal ao líder licenciado do PMDB no Senado. O parecer do senador Jefferson Péres (PDT-AM) que pedia a cassação do mandato de Suassuna foi derrubado. (AE)
Biscaia e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo: deputado não apresentará emendas ao orçamento.
FIM DAS EMENDAS Ministros sugerem que parlamentares não façam mais propostas individuais
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ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, defendeu ontem a adoção do Orçamento impositivo, com o fim da apresentação de emendas individuais pelos parlamentares e das transferências voluntárias feitas pelo governo federal para governos de estados e prefeituras. Para Bernardo, a mudança não pode ser drástica e a migração do atual sistema de Orçamento autorizativo para impositivo tem de passar por um período de transição. A introdução do orçamento impositivo que, na prática, obriga a administração federal a executar, rigidamente, a proposta orçamentária aprovada pelo Congresso, depende de aprovação de emenda à Constituição. "Poderíamos fazer uma reformulação legislativa que possibilitasse um período de transição para mudar para o Orçamento impositivo", afirmou, durante uma audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas. Segundo ele, a passagem para Orçamento impositivo tem de ocorrer também nas administrações municipais e governos estaduais. Pr eve nç ão – Bernardo e o ministro da ControladoriaGeral da União (CGU), Jorge Hage, foram convidados à CPI para apresentar propostas que
Poderíamos fazer uma reformulação legislativa que possibilitasse um período de transição para mudar para o Orçamento impositivo Paulo Bernardo, ministro do Planejamento evitem o desvio de recursos feitos por meio de convênios com os Executivos municipais. Parte desses acordos é fruto de emendas individuais apresentadas pelos 513 deputados e 81 senadores. Uma das propostas é a criação de um portal onde seria possível acompanhar a execução e a prestação de contas eletrônica das contas da parceria. "O sistema de convênios é uma caixa de marimbondos", disse Bernardo, ao defender o estabelecimento de critérios para a fiscalização dos convênios. Na audiência, Hage criticou as gestões anteriores, que, de acordo com ele, "desmontaram as estruturas dos ministérios com a terceirização altíssima de servidores". "O número de concursos que o atual governo está fazendo é alto para que se consiga recompor o mínimo necessário de servidores
nos ministérios", afirmou. Ele quer que a CGU tenha 5 mil auditores - hoje, são cerca de 2 mil. "A CGU aceitaria assumir o papel de fiscalizar os convênios enquanto se repõe a estrutura dos ministérios", disse. Entre os projetos sugeridos pela Controladoria-Geral está o fim da permissão para que recursos dos convênios sejam sacados na boca do caixa dos bancos. "Temos de vedar qualquer meio de pagamento com saque na boca do caixa. Isso é um grande ralo. O pagamento tem de ser feito direto ao beneficiário", defendeu. Na palestra, Bernardo revelou que o acompanhamento da execução de cada convênio custa em torno de R$ 40 mil. "Mesmo num convênio de R$ 15 mil, o gasto para fiscalizar é de R$ 40 mil. Ou seja, mais do que o próprio convênio. Isso é inviável", argumentou. Uma das idéias apresentadas por Bernardo é passar a fiscalização in loco para a Caixa Econômica Federal (CEF). "A Caixa agiria como uma entidade intermediária", afirmou. A proposta de Bernardo estabelece também a proibição de formalizar convênios com entidades que tenham membros de um dos poderes e os respectivos cônjuges e parentes até segundo grau, além de funcionários que ocupam cargos em comissão. (AE)
DEPUTADO VOLTA PARA A CADEIA
S
ob a acusação de que estaria coagindo testemunhas, o advogado tributarista e deputado eleito Juvenil Alves (afastado do PT-MG) voltou a ser preso ontem pela Polícia Federal (PF), em Belo Horizonte. A Justiça Federal decretou a prisão preventiva dele e de mais oito suspeitos de
Pedro Vilela/O Tempo - FI
envolvimento com um esquema de crimes financeiros que teriam causado prejuízo de pelo menos R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Alves e os outros acusados haviam deixado a carceragem da PF no início da madrugada de anteontem, depois que a juíza da 4.ª Vara da Justiça Fede-
ral da capital mineira, Adriane Luísa Vieir a Tr i n d ade, indeferiu o pedido de prorrogação da prisão temporária. Luísa, porém, aceitou o requerimento de prisão preventiva feito pelo Ministério Público Federal (MPF). O procurador da República Rodrigo Leite Prado fundamentou-se em informações da polícia de que os investigados – todos ligados ao escritório de Alves –, logo após serem postos em liberdade, orientariam co-autores dos crimes nos depoimentos que seriam prestados ontem no inquérito policial. "Estavam tentando forçar, obrigar, os demais co-autores, os 'laranjas', a prestarem depoimentos na forma que inte-
ressava à quadrilha", disse Prado. "Houve sinais coação e aí a juíza decidiu decretar a preventiva", reforçou o delegado Jader Lucas, do Departamento de Combate ao Crime Organizado da Superintendência da PF em Minas. Alves e outros seis suspeitos foram presos na capital. Foram detidos dois suspeitos em São Paulo. Ele é apontado pela PF e MPF como articulador do esquema criminoso. A partir do escritório de advocacia dele, sediado em Belo Horizonte, e articulado a uma rede de advogados, eram prestados serviços de "blindagem patrimonial" a grupos empresariais, que consistiria na abertura de empresas offshore estabelecidas no Uruguai e na Espanha em nome de "laranjas". Assim, seriam ocultados valores e bens das empresas e empresários para evitar execuções judiciais. (AE)
Eymar Mascaro
União à vista
P
ara evitar divisão no partido, que poderia prejudicar suas gestões nos governos de São Paulo e Minas, ganha corpo no PSDB a tese de que José Serra e Aécio Neves se unam e caminhem juntos até a escolha do candidato tucano à presidência da República em 2010. Mas antes o Congresso terá de acabar com o instituto da reeleição. Serra seria o cabeça de chapa e Aécio o vice, com a condição de que o governador reeleito de Minas seja o candidato em 2014. Os dois fechariam o acordo para evitar a luta interna pela candidatura. Porém, Aécio tem de aceitar sua condição de vice.
NA FRENTE
CAUTELA - 1
Os tucanos estão convencidos de que voltam ao Planalto em 2010. Disputam a eleição como favoritos, com a união de São Paulo e Minas. O PSDB admite que o PT não dispõe de nenhum candidato com potencial de votos suficiente para derrotar a dobradinha tucana.
Também o PMDB está tratando o problema da eleição para a presidência da Câmara com mais cautela. O partido espera pelo desfecho do acordo que está costurando com o governo Lula. Os peemedebistas admitem que os aliados podem lançar um só candidato ao cargo.
QUEM É
CAUTELA - 2
Para futuros embates eleitorais, o PT vai preparar, por exemplo, a candidatura do governador eleito da Bahia, Jaques Wagner. O partido parte do princípio de que Wagner realizou uma proeza ao derrotar o candidato do senador Antonio Carlos Magalhães.
O PT vai no mesmo tom: espera pela decisão dos aliados. O governo quer evitar que PT e PMDB lancem candidatos antecipadamente. A esperança de Lula é que os partidos se entendam e evitem a proliferação de candidatos. O PMDB tem três aspirantes ao cargo, e o PT, dois.
VÔO PRÓPRIO
CONTINUIDADE
Se vingar a dobradinha Serra/Aécio, fica descartada a coligação PSDB/PFL. Portanto, os pefelistas ficarão livres para lançar candidato a presidente. O partido já lapida duas précandidaturas: a do prefeito do Rio, César Maia, e a do empresário Guilherme Afif Domingos.
Até prova em contrário, Lula continua tendo preferência pelo continuísmo de Aldo Rebelo (PC do B) na presidência da Câmara. Mas pelo menos dois partidos aliados, PT e PMDB, tem o mesmo sonho. Por enquanto, Lula está convencendo os dois partidos a esperarem por uma decisão coletiva.
REGRA 3
O senador Cristovam Buarque endurece a luta para que o PDT fique na oposição ao governo Lula. O senador não aceita que o partido integre o governo de coalizão. Mas o presidente do partido, Carlos Lupi, vai ouvir a cúpula e analisar as propostas feitas por Lula para ter o PDT na sua base de apoio.
OPOSIÇÃO
Além de Jaques Wagner, o PT admite a possibilidade de transformar Marta Suplicy em candidata presidencial em 2010. Mas Marta já avisou que descarta 2010 porque deve ser candidata à Prefeitura de São Paulo em 2008. Marta já está em campanha pela Prefeitura.
DUELO Portanto, o grande pega em 2008 em São Paulo deve ser proporcionado por Marta Suplicy e Gilberto Kassab (PFL), candidato à reeleição. Além dos dois, a eleição deve contar também com um candidato do PSDB, que pode ser um dos dois deputados: José Aníbal e Walter Feldman.
MAIORIA Carlos Lupi admite que a maioria no partido é favorável à participação do PDT no governo. Quem é contra, como o senador Cristovam Buarque, lembra da figura de Leonel Brizola, que se vivo fosse certamente levaria o partido para a oposição.
BARGANHA
FICA FORA
A previsão no PMDB é pedir a Lula seis ministérios em troca do apoio ao governo. O partido deve bater o martelo hoje durante reunião do Conselho Político. Michel Temer passou as últimas horas reunido com os peemedebistas de ambos os lados, os neolulistas e os governistas.
Geraldo Alckmin continua afirmando que não consta de sua agenda política a candidatura a prefeito. Alckmin pensa em disputar eleições somente em 2010, podendo ser novamente candidato ao governo do Estado. Ele foi bem votado em São Paulo na eleição presidencial que disputou com Lula.
Michel Temer não tem dúvida: admite que existe um consenso para que o partido integre a base do governo. A mesma opinião tem Renan Calheiros, que deve ser reconduzido à presidência do Senado com o apoio do presidente reeleito Lula.
CONSENSO
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Congresso Planalto MST CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Dívida do município de Pequi (MG) chega a R$ 1 milhão – e a Prefeitura diz que não tem como pagar.
PRÉDIO DO INCRA CONTINUA INVADIDO
SEM-TERRA PEDEM PRESSA NA ARRECADAÇÃO DAS TERRAS DEVOLUTAS DO ESTADO, EM SÃO PAULO.
MST MANTÉM INVASÃO DO INCRA EM SP
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e rc a d e 1 5 0 i n t egrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) permanecem, desde anteontem, no interior da sede paulista do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no centro da cidade. O grupo se concentra no estacionamento e na frente do prédio. Os integrant e s d o m o v imento que estavam na sede do Instituto de Militantes Terras de São pedem Paulo (Itesp), audiência na Bela Vista, com o deixaram o logovernador cal depois de serem recebipara d o s p o r d i r inegociar gentes do instiexigências tuto. Em uma nota, o MST diz que mantém a invasão ao prédio do Incra porque não houve avanços na negociação para a realização da Reforma Agrária. Segundo a nota, o diretorexecutivo do Itesp, Tibério Leonardo Guitton, e a secretária da Justiça, Eunice Aparecida de Jesus Prudente, alegaram que não poderiam acelerar a arrecadação das terras devolutas e reestruturação do Itesp – somente o governador Cláudio Lembo pode fechar um acordo nesse sentido. O MST pediu audiência com ele para negociar. (AE)
Mario Angelo / Folha Imagem
E A PEQUENA PEQUI PERDE O QUE TINHA
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Ocupação à vista: integrantes do movimento permanecem nas dependências do prédio, no centro da cidade. Dida Sampaio / AE
PASCOAL: 18 ANOS DE PRISÃO
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Justiça Federal condenou ontem o exdeputado Hildebrando Pascoal (AC) a 18 anos e seis meses de prisão pelo assassinato do soldado dos Bombeiros Sebastião Crispim. O crime ocorreu em 1997 e o julgamento do deputado começou anteontem, em Brasília.
Durante o interrogatório, Pascoal alegou inocência e chorou ao falar aos jurados. O Ministério Público (MPF) acredita que a morte tenha sido "queima de arquivo", pois Crispim, que faria parte de um grupo de extermínio liderado pelo deputado, deporia contra ele. O 'Esquadrão da Morte' teria
assassinado Agilson Firmino dos Santos e o seu filho, Wilder Firmino. Ambos teriam sido mortos por vingança em Rio Branco, no Acre, em julho de 1996. Pascoal já havia sido condenado a mais de 60 anos por homicídio, tráfico de drogas e crime eleitoral – e cumpre pena no Acre. (AE)
Hildebrando: nova condenação.
cidade de Pequi, no interior de Minas Gerais, acumula dívidas há 17 anos. Para pagar o débito, o Tribunal de Justiça do Estado determinou o seqüestro de bens do município. Com o dinheiro bloqueado, os funcionários não receberam o salário e serviços essenciais foram prejudicados. A merenda teve que ser reduzida em uma creche e na escola municipal. Os poucos alimentos da prateleira foram doados pela comunidade. No comércio, o movimento já caiu 30%, segundo os empresários. O fornecimento de água também está comprometido. Um dos equipamentos usados para distribuição foi desligado para economizar energia. Há racionamento em alguns bairros. A dívida alcança mais de R$ 1 milhão e a Prefeitura afirma que é impossível quitá-la. (AE)
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Congresso Planalto Investigação CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Garotinho efetuou espúria barganha eleitoral com lideranças políticas de Sapucaia. Artur Gueiros
STF AUTORIZA RASTREAMENTO DE REMESSAS DE DUDA
Wilton Júnior / AE / 26.10.2005
STF AUTORIZA QUEBRA DE SIGILO DE DUDA E SÓCIA Publicitários terão suas remessas de dinheiro ao exterior investigadas pela Justiça Haroldo Abrantes / AOG
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S u p r ealegação era de que mo Tria privacidade de bunal todas as pessoas que fizeram remesF ed e ra l (STF) determinou sas legais seria vioontem ao Boston lada. Banco Múltiplo que Duda e Zilmar informe se foram são acusados de feitas remessas de praticar os crimes dinheiro para o exde evasão divisas e terior para o publilavagem de dinheicitário Duda Menro, devido às operadonça e para a sócia ções financeiras dele, Zilmar Ferrealizadas no exterior à revelia da Renandes, por meio de uma conta CC5. A ceita Federal. Eles também já tiveram decisão foi tomada d u r a n t e o j u l g a- Duda: suspeito de evadir divisas e lavar dinheiro. seus bens bloqueamento de um recurdos pela Justiça. so em que se questionava a procurador-geral da RepúbliCrise – Em agosto de 2005, o quebra de sigilo de uma conta ca, Antonio Fernando de Sou- publicitário admitiu à CPI dos CC5 utilizada por vários clien- za, opinou que provavelmente Correios que recebeu do PT, tes para enviar dinheiro para os processos contra Duda e Zil- por serviços prestados na camfora do País. O STF decidiu res- mar deverão ser transferidos panha de 2002, através de caixa tringir essa quebra para verifi- para a Justiça de 1ª Instância. dois. Segundo o depoimento car apenas se foram feitas reNo entendimento dele, as in- de Duda à época, houve uma messas para o publicitário e vestigações contra outras 38 prolongada negociação com o sua sócia. pessoas, incluindo autorida- então tesoureiro do partido, Se for encontrada alguma des, deverão permanecer no Delúbio Soares, para receber transferência de dinheiro para STF. Souza voltou a afirmar os valores estimados em R$ 10 Duda ou Zilmar, o Supremo que não encontrou nenhum in- milhões. O PT postergava o paquer que o banco informe dício de participação do presi- gamento, até que se definiu pequem mandou os recursos. A dente Luiz Inácio Lula da Silva los depósitos ilegais, por meio discussão surgiu no STF no in- no esquema. de caixa dois, para sua emprequérito que apura o esquema O banco havia pedido ao Su- sa Dusseldorf, uma offshore do mensalão. Duda e Zilmar premo Tribunal Federal a sus- nas Bahamas, conhecido pasão investigados. Ontem, o pensão da quebra de sigilo. A raíso fiscal. (Agências)
Acusação dupla: ambos teriam negociado pavimentação em troca de apoio ao candiato Pudim.
MPF: ROSINHA E GAROTINHO ABUSARAM. Casal extrapolou poder político, segundo procurador
A
governadora Rosinha Matheus e o marido dela, o presidente do PMDB fluminense, Anthony Garotinho, foram acusados novamente de abuso de poder político. De acordo com representação do Ministério Público Federal ao Tribunal Regional Eleitoral, foram autorizadas obras de pavimentação de ruas em Sapucaia, na Região Centro-Sul, em troca de apoio local à candidatura de Geraldo Pudim para deputado federal. O procurador Artur Gueiros pede punição para o casal, para Pudim e para o presidente do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), Henrique Alberto Ribeiro, que autorizou as obras.
O suposto acordo veio à tona em discurso do vereador Fabrício Baião, em 17 de agosto, em que ele conta que teve encontro "muito produtivo" para Sapucaia com Garotinho, a quem se refere como "governador". "O governador falou: 'Se eu der para você o que eu dei para eles, você apóia o meu candidato?' Eu falei: 'Eu ligo agora para o Josias Quintal e falo para ele que vou apoiar o seu candidato, que é o deputado Pudim'. Ele falou: 'Então tá fechado. Eu vou te dar 1.500 metros de asfalto, uma rua de seis metros de largura, com meio fio e saneamento básico'", diz o vereador. Para Gueiros, Garotinho exerceu, "por delegação informal" de Rosinha, as funções de
governador do Rio de Janeiro e "efetuou espúria barganha eleitoral com lideranças políticas de Sapucaia". Para o procurador, a pavimentação afetou a igualdade de oportunidades entre os candidatos. Ele pediu que o casal, o presidente do DER e o partido sejam multados de 5 mil a 100 mil Ufirs (de R$ 8.496 a R$ 169.920), e a cassação do registro de Pudim. A assessoria de imprensa do Palácio Guanabara divulgou nota informando que "as obras foram firmadas por intermédio de convênios com a prefeitura de Sapucaia, estabelecidos antes do período eleitoral". Ainda de acordo com a nota, "Anthony Garotinho, não tem e não tinha cargos no governo, e não poderia autorizar nenhuma obra". O deputado federal eleito Geraldo Pudim não retornou as ligações. R e i n ci d ê n c i a – Em 2004 o casal Garotinho foi acusado de compra de votos e utilização de programas sociais do Estado para beneficiar Pudim. Ambos foram condenados, e em decorrência disso a governadora e o marido tornaramse inelegíveis, mas recorreram e foram absolvidos. (AE)
Divulga ção
TFP do B O LEÃO QUER VOLTAR A RUGIR
A
Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), entidade que foi às ruas defender os ideais católicos nos anos 60 e 70, veio a público se dizer perseguida por dissidentes, tanto no campo político como religioso. O site da TFP francesa veiculou, na edição de ontem do jornal "Folha de S.Paulo", um anúncio com o título "O que aconteceu com o leão da TFP?", em que denuncia uma suposta 'mordaça' no Brasil pelo tal grupo, chamado pela revista "Veja" de "TFP do B". Explica o site que a TFP brasileira encontra-se amordaçada por dissidentes ligados aos Arautos do Evangelho, que teriam assumido a entidade, "esvaziado" o movimento e desfigurado a sua essência. "O
O anúncio afirma que a TPF está sendo amordaçada
o que fizeram foi seqüestrar a TFP e paralisar as suas atividades no Brasil", afirma o texto. O anúncio no jornal diz que a entidade foi impedida judicialmente de usar sua razão social e símbolos, por causa de uma liminar obtida pelo grupo dissidente. Ailton de Freitas / AOG
VOTAÇÃO SECRETA PASSA A SER ELETRÔNICA
O
vice-presidente da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL) apresentou ontem ao presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoBSP), o novo sistema de votação secreta, que aposenta a cédula de papel.
"Estamos perante uma perseguição de cunho político, ideológico e religioso", diz o texto. No site, eles explicam que os dissidentes descobriram "que seu ideal não era o da trilogia TFP, mas o oposto – talvez o ideal do MST ou o da Teologia da Libertação!".
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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CANCUN
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
TURISMO - 1
UMA AVENTURA NOS TRILHOS, A 20 KM POR HORA
Marcos Peron/Virtual Photo
No interior do Estado, um passeio entre Campinas e Jaguariúna, a bordo de uma charmosa locomotiva, rende histórias, flores e turismo rural. Pág. 4
Fotos: Luiz Octavio Lima
VOLTA A BRILHAR
Pouco mais de
um ano após ser atingido pelo furacão Wilma, este luxuoso balneário do Caribe mexicano recuperou suas praias e os hotéis mais requintados começam a reabrir as portas. Entre as atrações na região, conheça os pedaços de paraíso da Riviera Maia, parques temáticos e preciosas ruínas maias. Pág. 2 e 3
Ícone da recuperação, o JW Marriott Cancun Resort & Spa (acima) exibe novamente todo luxo e conforto. Uma das grandes atrações por ali é a sua imponente piscina de borda infinita. Elegância também é o forte do recém-reinaugurado CasaMagna Marriott (no pé, à dir.). Parques naturais, como o famoso Xcaret (fotos abaixo) convidam a um passeio pelo mundo aquático, com direito a mergulho com golfinhos e visitas às tartarugas marinhas. Para completar o roteiro mexicano, o deslumbrante sítio arqueológico Chichén Itza (no pé, à esq.) é o lugar perfeito para fechar a viagem com chave de ouro
Divulgação
Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Newton Santos/Hype - 28/10/2006
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
PROPAGANDA DITA A COMPRA
A
Vendas com cartões de crédito na semana do Natal devem alcançar R$ 5,2 bilhões
CARTÕES DE CRÉDITO DEVEM BATER RECORDE DE FATURAMENTO
Brasileiros vão gastar mais
s propagandas televisivas e impressas continuam sendo o principal chamariz das empresas para colocar seus produtos e serviços no topo das opções de presentes natalinos. De acordo com uma pesquisa feita em 15 países pela Global Market Insite (GMI), em parceria com a consultora especialista em consumo Allyson Stewart-Allen, 70% dos consumidores brasileiros se baseiam nessas ferramentas para escolher seus presentes. Já para 59% dos entrevistados da Alemanha, Austrália, Canadá, China, Dinamarca, Espanha, EUA, França, Itália, Reino Unido, Noruega, Países Baixos, Rússia e Suécia, o peso da decisão na hora da escolha recai na indicação de um amigo. A pesquisa ainda mostra que o brasileiro, assim como os chineses e russos, deverá gastar mais neste ano com as compras de Natal em relação ao que gastou em 2005. Ao todo, 41% dos entrevistados afirmaram que devem desembolsar mais dinheiro na escolha dos presentes em 2006. Outros 29% devem repetir o valor gasto no ano passado e 21% indicaram que pretendem gastar menos. Segundo a mostra, 50% dos brasileiros afirmaram que usam vale-compras quando vão presentear com DVDs e CDs. Para o gerente geral da GMI na América Latina, Márcio Boiajion, apesar de este não ser um hábito muito freqüente
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no mercado nacional, já que o brasileiro gosta de escolher o presente a ser dado, o País manteve-se dentro da tendência mundial nesse item. Na Austrália, 52% dos consumidores dão vale-compras de CDs e DVDs; nos Estados Unidos e Canadá, 40%; e na China, 30%. "Não tínhamos dados precisos sobre a utilização de vale-compras e nem sobre seu impacto nas vendas do período, por isso resolvemos incluí-lo no questionário", afirma. Hábitos – O estudo também apontou quais os principais hábitos natalinos dos empresários brasileiros. Indicou, por exemplo, que 78% das empre-
sas organizam festa de fim de ano para seus funcionários, sendo que 30% são feitas em restaurantes, 15% na própria companhia, e apenas 3% em um bar. A cesta de Natal com alimentos continua sendo o principal presente, oferecido por 45% das empresas. E o tradicional cartão de Natal também é enviado para 58% dos trabalhadores brasileiros. Mas nem tudo são flores neste período do ano. Os entrevistados reclamaram de acontecimentos que causam desconforto e aborrecimentos. O primeiro deles é a pressão para se
fazer doações em dinheiro, apontada como vilã por 74%. Na seqüência vêm as séries e filmes de TV com temas natalinos, com 61%; e as cantorias natalinas, com 50%. Expectativa – O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) prevê a injeção de R$ 53 bilhões na economia em dezembro por conta do pagamento da primeira parcela do 13º salário a partir de amanhã. Apesar dessa estimativa, o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, afirma que as entidades ligadas ao comércio não estão tão otimistas com o crescimento das vendas. Alfieri acredita que boa parte desse dinheiro já foi diluído no mercado, com a antecipação da primeira parcela do 13º salário nas férias dos funcionários e por acordos sindicais firmados com diversas categorias. "Estima-se que, desse total, mais de 45% já foram pagos no decorrer do ano", afirma. O superintendente da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), Luis Augusto Ildefonso, também não espera muito das vendas. "A facilidade do acesso ao crédito fez o consumidor se endividar mais; por isso o dinheiro deve ser empregado na quitação", diz. A previsão é de que haja aumento de até 5% nas vendas em relação ao ano passado. Márcia Rodrigues
Estudo divulgado ontem pela Credicard Itaú estima que vendas com cartões de crédito no mês de dezembro devem atingir a marca de R$ 18,1 bilhões, o maior volume registrado pela administradora desde 1996. Para todo o ano de 2006, o prognóstico também é positivo: faturamento de R$ 159,4 bilhões.
O
mercado brasileiro de cartões de crédito deve ter neste ano o melhor mês de dezembro desde 1996. O setor prevê um faturamento total de R$ 18,1 bilhões, montante 25,3% superior ao registrado em igual período do ano passado e recorde na série histórica da pesquisa da administradora Credicard Itaú. O giro do mês de dezembro deve corresponder a 11,4% do total do ano, período para o qual a previsão é de R$ 159,4 bilhões. Pesquisa divulgada ontem pela empresa prevê que o pico de vendas no mês de dezembro ocorrerá na semana que antecede o Natal, entre os dias 18 e 24, quando as transações deverão chegar à casa dos R$ 5,2 bilhões, 28,9% do total movimentado no mês. O diretor de Marketing de Cartões do Itaú, Fernando Chacon, disse que os resultados previstos acompanham o crescimento dos meios de pagamento eletrônicos, que está no patamar de dois dígitos desde o fim dos anos 1990. Ele destacou a evolução das compras online com cartões de crédito, que nos 31 dias de dezembro devem chegar a R$ 500 milhões, 15% do total de compras com cartões na internet no ano – R$ 3,8 bilhões.
O levantamento também prevê evolução do percentual de compras parceladas no cartão de crédito em dezembro. Enquanto nos demais meses a participação média da venda parcelada é de 48% do total de transações, no último mês do ano essa fatia deve subir para 58%. "Essa evolução pode ser explicada pelo fato de as pessoas comprarem produtos de
maior valor agregado nas semanas próximas ao Natal", avaliou Chacon. A principal data do ano para o comércio também eleva o tíquete médio de venda com cartão de crédito, mostra o estudo da Credicard Itaú. No caso dos homens, o valor médio por compra deve passar de R$ 89 para R$ 103. Já as mulheres devem gastar R$ 104 por compra, contra R$ 83 na média dos demais meses do ano. Devem ter destaque durante o mês de dezembro o varejo de roupas e de calçados e as lojas de departamento, representando 22% do total gasto com cartões de crédito — a média durante o ano é de 17%. Perspectivas — Chacon estimou um crescimento de 20% para o mercado de cartões de crédito brasileiro no próximo ano. A previsão é de um volume financeiro de R$ 191,3 bilhões no período. Na avaliação do executivo, os números sinalizam a continuidade do processo de alteração da base dos meios de pagamento no País, com a substituição, cada vez mais freqüente, do cheque pelo plástico. De acordo com dados de pesquisa da Credicard Itaú, já em dezembro o número de transações com cartões vai superar o de cheques. Davi Franzon
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.TURISMO
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Surge uma Cancún recuperada No destino que sofreu uma devastação sem precedentes, a reinauguração do JW Marriott Cancun Resort & Spa e do CasaMagna Marriott, em setembro, marcou o início de uma nova e próspera fase turística Fotos: Luiz Octavio Lima
Hotéis em reconstrução (à dir.): cena comum em Cancún. Nos reformados JW Marriott Cancun Resort & Spa (à esq.) e do CasaMagna Marriott (acima), televisores mostram as destruições depois da passagem do Wilma
Por Luiz Octavio de Lima
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o dia 18 de outubro de 2005, o luxuoso balneário mexicano de Cancún, no Caribe mexicano, foi atingido pelo furacão Wilma, de intensidade 5 – a mais violenta, com ventos que ultrapassam os 250 quilômetros por hora e capaz de destruir o que estiver em seu caminho. Em sua passagem de 36 horas, a estreita porção de terra que se alonga por 25 km entre a orla e a Laguna Nichupté, ocupada quase exclusivamente por hotéis, restaurantes, casas noturnas e lojas, sofreu uma devastação sem precedentes: um homem morreu, a faixa de areia das praias foi engolida pela água do mar, que
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invadiu as portas dos estabelecimentos, as vidraças e revestimentos de todas as construções foram levados, ao mesmo tempo em que móveis e instalações elétricas dos prédios foram inutilizados. Pouco mais de um ano após o desastre, num notável esforço conjunto de empresários, governo e população local, a cidade apaga os últimos vestígios da destruição. Em alguns trechos ainda persiste o aspecto de canteiro de obras, com reformas que prosseguem dia e noite, mas o balneário já recuperou completamente suas praias – que ganharam até algumas dezenas de metros extras de areia, com um trata-
mento que custou ao governo estadual US$ 22 milhões – e seus hotéis mais requintados começam a reabrir as portas. Aberturas – A reinauguração do JW Marriott Cancun Resort & Spa e do CasaMagna Marriott, em setembro, marcou o início dessa nova fase, que terá continuidade com a abertura do vizinho Ritz Carlton. Os mais graduados executivos do grupo Marriott e autoridades do governo mexicano compareceram à cerimônia de reabertura dos dois hotéis, na qual não faltou uma homenagem ao "herói" Christopher Calabrese, o gerente-geral que durante a catástrofe garantiu a segurança de 239 hóspedes e comandou a retirada deles para outras regiões. Eles estima-
ram que a recuperação dos dois estabelecimentos consumiu a cifra de US$ 100 milhões, sendo US$ 60 milhões para JW e US$ 40 milhões para o CasaMagna. Todas as janelas e portas que possuíam esquadrias de alumínio e vidros comuns foram substituídas por estruturas de aço com vidros de 13 milímetros de expessura, temperados com duas camadas de uma película especial. O mobiliário foi inteiramente renovado e todas as suítes (448 no JW e 452 no CasaMagna) ganharam televisores com telas planas de 32 polegadas. Também foi entregue ao público um completo spa, que oferece, além de sauna, piscina aquecida e cabines de massagem, shiatsu, tratamentos faciais, esfoliação
Sete tons de azul ais que nunca, Canc ú n a p re s e n t a - s e agora como uma espécie de ilha da fantasia, onde neurose urbana é um conceito desconhecido. Este pedaço da península de Iucatã, capaz de relaxar até o mais estressado dos executivos, embalar o romantismo de casais e oferecer os atrativos mais variados para famílias, prepara-se para um fim de ano de celebrações, com segurança mais que reforçada para enfrentar qualquer tempo. Os habitantes do lugar gostam de dizer que o mar de Cancún tem sete tons de azul. E os folhetos turísticos sobre a região mostram imagens de praias que parecem trabalhadas por efeitos especiais. Mas, logo ao chegar, o turista vai constatar que não há exagero algum. Difícil é retratar com fidelidade toda a exuberância do mar, cujos matizes parecem saídos da paleta de um pintor. Nas águas mornas e limpas da chamada zona hoteleira, pode-se cruzar vez por outra com tartarugas marinhas, cada vez mais numerosas graças a projetos ambientais em curso. Por conta disso, há cartazes espalhados pelas praias pedindo que os banhistas não toquem nos animais nem apontem lanternas para eles à noite. Este cuidado não prejudica a intensa prática de esportes aquáticos como snorkelling por toda a orla. E a Laguna Ni-
Mauricio Moraes/AE
Flavia Perin
Isla Mujeres (acima), um dos pontos mais procurados do litoral mexicano, que ainda conta com outras praias belíssimas
chupté é sempre procurada pelos pilotos de jet-ski. O distrito onde fica Cancún, Quintana Roo, leva o nome do patriarca da independência mexicana, Don Andrés Quintana Roo, poeta e escritor nascido em Mérida. Mas muito antes da chegada dos espanhóis ao continente, foi um berço da civilização maia. Os antigos maias não costumavam separar a vida material da espiritual, e acreditavam que as duas se relacionavam todo o tempo. Entre os deuses que veneravam estava Itzamn, o benevolente deus do dia e da noite, invocado principalmente durante cataclismas naturais
como o que se viu em 2005. O hoje badalado centro da península era uma modesta aldeia de pescadores no fim da década de 60, quando o governo mexicano decidiu fazer da região um pólo turístico internacional. O projeto também atraiu investimentos para as localidades da Riviera Maia, como Isla Mujeres, Playa Del Carmen, Xcaret, Tulum e a ilha de Cozumel. Os grupos hoteleiros internacionais instalaram no local uma estrutura impecável de serviços e lazer, e destronaram Acapulco como destino preferencial dos turistas no país. A Riviera Maia – Menos famosa, Playa Del Carmen também é um refúgio de beleza e diversão, a 68 quilômetros de Cancún. Suas pousadas sim-
ples e charmosas fazem um contraponto aos resorts luxuosos da vizinha badalada. Mas já viu sua população dobrar na última década, ao ser descoberta pelos turistas europeus e norteamericanos. É um esplêndido cenário para se percorrer em bicicletas, que podem ser alugadas nos hotéis ou em lojas especializadas. Vale dar uma espiada em Chenzunbul (ou Playa Coco), bem próxima e mais selvagem, ou nas cavernas submarinas da região. Outros atrativos são os campos de golfe e as escolas de mergulho. De Playa Del Carmen podese partir para a ilha de Cozumel, em torno da qual fica o maior recife de corais do mundo (o primeiro está em Queensland, na Austrália). O lugar era um território sagrado para os maias, que ali cultuavam Ixchel, sua deusa da fertilidade, como atestam as ruínas de templos próximas às praias. Mais tarde atraiu piratas, que ali costumavam deixar seus tesouros. Hoje é um paraíso para os mergulhadores e fotógrafos subaquáticos. Barcos expressos cobram US$ 20 ida-evolta. Uma excelente opção é o passeio em um "submarino" com janelas de vidro por onde se pode admirar as cores da vida marinha. Descoberta pelos espanhóis em 1517, Isla Mujeres tornou-se um refúgio pirata nos 200 anos seguintes. Um dos mais perigosos deles, Fermín de Mundaca, apaixonou-se por uma nativa e construiu para ela uma impressionante propriedade. No século 19, tornou-se uma aldeia de pescadores e hoje é um dos grandes achados do Caribe mexicano, com suas praias de areia muito branca, restaurantes e lojas de artesanato. Barcos partem a cada meia hora do Gran Puerto Cancún (US$ 6,50, ida-e-volta) e de Playa Tortuga (US$ 15, ida-e-volta). (L.O.L.)
corporal, banhos de ervas e chocolate, salas de fitness e serviço de cabeleireiros. Os festejos das reinaugurações estenderam-se por uma semana e incluíram uma "noite maia" em que a área em torno das piscinas do JW Marriott foi decorada com reproduções de templos – servindo de palco para apresentação de grupos folclóricos formados por descendentes dos antigos maias – e uma noite de "pueblo" com cenários, danças, músicas e comidas típicas das pequenas aldeias mexicanas. Animados, os administradores dos hotéis prometem promover eventos
semelhantes periodicamente durante a alta estação, que se inicia agora. Um mês antes, a orla de Cancún já havia sido palco da "Maior festa de praia do mundo", uma celebração de três dias que ocupou sete quilômetros de areia com shows de música, luzes, torneios esportivos, barracas com comidas e bebidas típicas, num primeiro passo para espantar de vez o baixo astral que havia pairado sobre a região nos últimos meses. A viagem foi oferecida pelos hotéis Marriott e pela American Airlines
Gastronomia é destaque nos hotéis Marriott
Fotos: Luiz Octavio Lima
À mesa, de frutos do mar a lanches do Champions, restaurante, cuja decoração homenageia os esportes americanos
P
or estarem lado-a-lado, os hotéis Marriott de Cancún oferecem uma vantagem adicional: os serviços de ambos podem ser desfrutados por quem se hospedar em qualquer um deles. E o melhor desta facilidade são os restaurantes, sete ao todo, com uma grande variedade de opções gastronômicas. O italiano Gustino, do JW, com sua adega de 600 vinhos e música ao vivo, é um espaço requintado, à luz de velas, que serve desde pizzas de forno de lenha a pratos como o Gamberetti di Cappellini d'Angelo, uma saborosa massa com frutos do mar. O JW também conta com o Salsa Café, onde o forte é o fartíssimo brunch, com frutas, waffles, e até tacos, enchilhadas, sushis e sashimis. Tem ainda a cafeteria e sorveteria Las Ventanas. No hotel CasaMagna estão os típicos La Isla, com especialidades mexicanas, La Capilla, casa de carnes Argentina – que curiosamente tem em seu bufê uma "feijoada baiana" –, o japonês Mikado, e o americano Cham-
pions. Ambientado com telões que exibem jogos de beisebol, basquete e futebol americano, e com paredes cobertas de troféus, camisas de jogadores e emblemas de times, este último traz um cardápio que reúne camarões e frangos empanados, saladas e hambúrgueres. Entre os pratos mais populares da região de Cancún destaca-se a cucinita, pedaços de porco cozido com molhos, geralmente servidos com tortilhas. Para beber, o mais pedido é o ceviche, coquetel que pode t e r r a spas de lagosta, tomate, alface e totopos (lascas de tortilha frita). Também são populares os buñuelos, biscoitos de chocolate e baunilha. Em toda parte há os tradicionais guacamoles (panquecas de abacate), tacos e quesadilhas. Quanto ao uso de pimenta, Cancún não foge à regra mexicana – quanto mais picante melhor. Se o prato não chega condimentado o suficiente para o gosto do freguês, há sempre uma garrafinha de Chilli Habanero por perto. (L.O.L.)
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
ATAS
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
CONVOCAÇÕES ADMINISTRAÇÃO E REPRESENTAÇÕES TELLES S/A
CNPJ/MF n° 61.363.842/0001-00 - NIRE 35 300 016 572 Extrato da Ata da Assembléia Geral Extraordinária de 10/11/2006 Arquivada em seu inteiro teor na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob n° 307.475/06-2 em 17/ 11/06. Presença da totalidade do capital social. Deliberações e aprovação: 1) alteração dos artigos 10° e 19° do Estatuto Social e 2) outros assuntos de interesse social. Nova redação aprovada à unanimidade, dos artigos 10° e 19°: “Artigo 10° - A sociedade é administrada por uma Diretoria composta por uma Presidência a ser ocupada por um Diretor-Presidente e dois Diretores Vice-Presidentes; por um Diretor Gerente e por até 10 (dez) Diretores Adjuntos, eleitos pela Assembléia Geral, todos com mandato não superior a 3 anos, permitida a reeleição. §1º Os cargos de Presidente e Vice-Presidente somente poderão ser atribuídos a acionistas, filhos do fundador Antonio de Queirós Telles, ou seus cônjuges ou, na falta desses, a netos do mesmo fundador; § 2º O cargo de Diretor Gerente poderá ser exercido por qualquer pessoa, acionista ou não; § 3º Os cargos de Diretor Adjunto somente poderão ser atribuídos a acionistas, netos do fundador Antonio de Queirós Telles, atendidas todas as estirpes e tão-somente para as funções inerentes ao cargo.” - “Artigo 19° - A sociedade somente se obrigará perante terceiros pela: a) assinatura conjunta do Diretor Presidente, com um dos Vice-Presidentes ou com o Diretor Gerente, em todos os atos, operações e contratos públicos ou particulares relativos aos negócios sociais, que impliquem em aquisição, alienação ou gravame de bens imóveis para ou da sociedade, estejam eles no ativo circulante ou no permanente; bem como para a nomeação de procuradores “ad negotia”, devendo constar obrigatoriamente destes mandatos, poderes específicos e data de vencimento. b) pela assinatura conjunta de dois dos Diretores mencionados na alínea (a), ou de um deles e um procurador constituído na forma da alínea (a), para as operações sociais de abertura, encerramento e movimentação de contas bancárias, procedendo a recebimentos, pagamentos e transferências de fundos da sociedade, por meio de cheque ou outra modalidade legalmente permitida; emissão, endosso e aceite de títulos de crédito ou cambiários em geral; contrato de financiamento e empréstimos sem garantia real imobiliária, assim como para a constituição de procuradores com os poderes da cláusula “ad judicia” e c) pela assinatura isolada de qualquer dos Diretores indicados na alínea (a) ou por um procurador especialmente nomeado com base na mesma alínea (a), para a correspondência ordinária, a emissão de recibos, e quitações necessárias à ordinária administração decorrente do objeto social, assim como atos, termos e declarações que a ela se refiram, perante repartições públicas, federais, estaduais e municipais, bem como alfândegas, estradas de ferro, transportadoras, correios e telégrafos e autarquias.” A Ata em seu inteiro teor foi lavrada em livro próprio, lida, aprovada e por todos assinada, autorizada a sua publicação em forma de extrato. São Paulo, 10 de novembro de 2006. Acionistas presentes. Antônio de Queirós Telles Júnior: Presidente da Mesa; Alice de Queirós Telles Cajado: Secretária, Zilda Telles Rodrigues de Siqueira, Maria Emília de Queirós Telles Cunali; Isabel de Queirós Telles Cunali, Rosa Maria de Queirós Telles Cunali Melges, Antonio Queirós Telles Cunali e Marina Queirós Telles Cunali. Certidão Jucesp registro n° 307.475/06-2, em 17/11/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
EDITAIS PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO
AVISO DE LICITAÇÃO - ERRATA Concorrência Pública nº 04/2006 Na publicação da Concorrência Pública 04/2006, onde-se lê “...Visita Técnica, a ser realizada no dia 29 de janeiro de 2007...” LER “...Visita Técnica, a ser realizada no dia 29 de DEZEMBRO de 2006...” mantendo-se inalteradas as demais informações não alteradas por esta publicação. São Pedro, 29 de novembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal
Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS AUTORIZAÇÃO DE CONTRATAÇAO DIRETA POR DISPENSA DE LICITAÇÃO E RATIFICAÇÃO Contratante: Fundação Hélio Augusto de Souza – Fundhas. Fundamento legal: dispensa de licitação, art. 24, V, Lei Federal 8.666/93 e alterações. Processo de compra n° 643/06. Contratada: Cia. Brasileira de Distribuição. Objeto: Aquisição de refrigerador 213 litros e cafeteira elétrica c/capacidade 24 xícaras. Valor: R$ 819,00. Processo de compra nº 645/06. Contratada: Cia. Brasileira de Distribuição. Objeto: Aquisição de aparelho de vídeo cassete 7 cabeças. Valor: R$ 299,00. Informações: Setor de Compras/Licitações, Rua Santarém, 560 – Parque Industrial – São José dos Campos – SP, das 8h00 às 11h30 e das 13h30 às 16h30, de 2ª à 6ª feira. São José dos Campos, 16 de novembro de 2006.
AUTORIZAÇÃO DE CONTRATAÇÃO DIRETA POR INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO E RATIFICAÇÃO Processo de compra n° 1245/06. Contratante: Fundação Hélio Augusto de Souza – Fundhas. Contratada: Empresa de Ônibus São Bento Ltda. Valor: R$ 5.700,00. Objeto: Aquisição de 3.000 Vales-Transportes Urbanos. Vigência do contrato: 20 dias. Fundamento legal: inexigibilidade de licitação, art. 25, caput, Lei Federal 8.666/93 e alterações. Informações: Rua Santarém, 560 – Parque Industrial – São José dos Campos – SP, Setor Compras/Licitações, das 8h00 às 11h30 e das 13h30 às 16h30, de 2ª a 6ª feira. São José dos Campos, 24 de novembro de 2006.
AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 8/1252/2006 – Objeto: Contratação de empresa de engenharia
COMUNICADOS A Holcim (Brasil) S.A. torna público à CETESB a Renovação da Licença de Operação para Fabricação de usinas de concreto, localizada à Rua São Paulo, 104 - Cerâmica, São Caetano do Sul - SP, CEP 09530-210.
para execução de construção de uma guarita e colocação de gradil metálico na Unidade Profissionalizante Eugênio de Melo – UPEM. Abertura: 18/12/06, às 9h00. A vistoria ao local da obra está marcada para o dia 14/12/06, às 9h00. O Edital, com as condições de habilitação e informações sobre o processo licitatório,
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
está à disposição dos interessados no Setor de Licitações, à Rua Santarém, 560 – FDE AVISA:
Parque Industrial – São José dos Campos – SP, das 8h00 às 11h30 e das 13h30 às 16h30, de 2ª a 6ª feira. As cópias do Edital podem ser requeridas mediante preenchimento de recibo com identificação dos interessados, ou ainda, via e-mail: licitacoes@fundhas.org.br. São José dos Campos, 29 de novembro de 2006. Hiromiti Yoshioka - Presidente
CONVOCAÇÕES
MÁQUINAS PIRATININGA S/A – CNPJ/MF nº 60.894.482/0001-00 – NIRE nº 35.300.041.542 Extrato de Ata de Assembléia Geral Extraordinária Realizada em 17.07.2006, às 08:30 horas, em sua sede social, em segunda convocação, com a presença de acionistas representando 99,12% do capital social, arquivada em seu inteiro teor na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob nº 567092/06-9, em 26.07.2006. Ordem do Dia: a) Proposta de aumento do capital social formulada pela Diretoria no valor de R$ 3.500.000,00 (Três milhões e quinhentos mil reais), passando o capital social do valor atual de R$ 3.436.269,58 (Três milhões, quatrocentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos) para R$ 6.936.269,58 (Seis milhões, novecentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos), mediante a emissão de 305.143.853 (Trezentas e cinco milhões, cento e quarenta e três mil, oitocentas e cinqüenta e três) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal e com direito a voto, ao preço de emissão de R$ 0,01147 por ação, conforme disposto no artigo 170, § 1º, inciso II, da Lei nº 6.404, de 15.12.1976, podendo as ações emitidas serem integralizadas em dinheiro ou créditos, no ato da subscrição; b) Alteração do artigo 5º do Estatuto Social, a fim de adequá-lo ao aumento do capital social proposto. Esclareceu ainda o Senhor Presidente que toda a documentação relativa à matéria objeto da presente Assembléia Geral foi posta à disposição dos Senhores Acionistas na sede da companhia, no prazo legal. Deliberações: Passando ao item a) da Ordem do Dia, o Senhor Presidente esclareceu que, tendo em vista a existência de contingências fiscais e trabalhistas na companhia, que necessitavam ser provisionadas conforme recomendação do Conselho Fiscal e conforme parecer dos auditores da companhia, se fazia necessário o aumento do capital social. Ato contínuo, o Senhor Presidente procedeu à leitura da proposta de aumento do capital social, cujo teor encontra-se disposto no item a) da Ordem do Dia e que integra a presente ata na forma de seu anexo nº 01. O Senhor Presidente observou ainda que a presente proposta não implicará em qualquer alteração nos valores patrimoniais das ações existentes, tendo sido adotado para a fixação do preço de emissão das novas ações o critério referido no inciso II do mesmo artigo 170, § 1º, qual seja, o valor do patrimônio líquido, que representa a divisão do patrimônio contábil pelo número de ações existentes na data do balanço que serviu de base ao cálculo, neste caso, 31.12.2005, conforme orientação dos auditores de Máquinas Piratininga S/A, da empresa Terco Grant Thornton (Anexo nº 02), revelando-se adequado o critério adotado para fixação do preço de emissão no sentido de não representar diluição injustificada das participações acionárias existentes. Ato contínuo, o Senhor Presidente procedeu à leitura de parecer do Conselho Fiscal favorável à proposta de aumento do capital social (Anexo nº 03). Iniciados os debates, a acionista Glory United Sociedad Anónima manifestou-se pela desaprovação de referida proposta, através de voto em separado, discordando da proposta apresentada pela Diretoria Executiva visando o aumento de capital social mediante a subscrição em moeda corrente nacional, pois na sua opinião, para fazer face às futuras despesas de natureza processual, deveriam as administrações anteriores da companhia e a atual terem realizado provisões contábeis/financeiras, nos termos da legislação vigente, ao invés de solicitar que os acionistas aportassem valores na sociedade para cobrir a má administração social. Reiterou nesta oportunidade, nos termos do art. 159 da Lei das S/As, pedido feito anteriormente de a sociedade contratar advogados para o ajuizamento de ação de responsabilidade civil contra os administradores que geraram o passivo processual levantado pelos auditores e que não fizeram durante o passar dos anos qualquer tipo de provisão contábil/financeira. A acionista Delga Participações S/A manifestou-se pela aprovação da proposta de aumento do capital social, ressaltando os aspectos benéficos que o aporte de capital poderá trazer à companhia, sendo ademais a única medida de que dispõe a atual Administração, em conformidade com a Lei das S/As, para solução de referida questão – que se originou nas administrações anteriores – sem comprometer o funcionamento da companhia, inclusive conforme orientação e pareceres favoráveis do Conselho Fiscal. Submetida a votação, por maioria de votos foi aprovada a proposta de aumento do capital social, tendo sido aprovado o aumento do capital social no valor de R$ 3.500.000,00 (Três milhões e quinhentos mil reais), passando o capital social do valor atual de R$ 3.436.269,58 (Três milhões, quatrocentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos) para R$ 6.936.269,58 (Seis milhões, novecentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos), mediante a emissão de 305.143.853 (Trezentas e cinco milhões, cento e quarenta e três mil, oitocentas e cinqüenta e três) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal e com direito a voto, ao preço de emissão de R$ 0,01147 por ação, conforme disposto no artigo 170, § 1º, inciso II, da Lei nº 6.404, de 15.12.1976.Também por maioria de votos foi rejeitada proposta de propositura de ação de responsabilidade contra os ex-administradores. O Senhor Presidente informou que os Senhores Acionistas terão assegurado em sua plenitude o seu direito de preferência na subscrição das ações resultantes do aumento do capital social, pelo prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação da presente ata de Assembléia Geral e do correspondente Aviso aos Acionistas, nos termos do art. 171, § 4º da Lei das S/As, podendo as ações emitidas serem integralizadas em dinheiro ou créditos, no ato da subscrição, sendo que os boletins de subscrição encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas na sede social. Findo o prazo para o exercício do direito de preferência, as ações porventura não subscritas serão rateadas entre os acionistas que houverem manifestado seu interesse em boletim de subscrição. Passando ao item b) da Ordem do Dia, como conseqüência do deliberado acima, foi aprovada por maioria de votos a alteração do artigo 5º do Estatuto Social que, desde que verificada a subscrição e integralização de todo o aumento de capital social proposto, passará a ter a seguinte redação: “Artigo 5º – O capital social, totalmente integralizado, é de R$ 6.936.269,58 (Seis milhões, novecentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos), representado por 895.243.853 (Oitocentas e noventa e cinco milhões, duzentas e quarenta e três mil, oitocentas e cinqüenta e três) ações nominativas, sem valor nominal, sendo 894.981.353 (Oitocentas e noventa e quatro milhões, novecentas e oitenta e uma, trezentas e cinqüenta e três) ações ordinárias, com direito a voto, e 262.500 (Duzentas e sessenta e duas mil e quinhentas) ações preferenciais, sem direito a voto.” Os efeitos da alteração do artigo 5º do Estatuto Social ora aprovada ficarão subordinados à homologação do novo valor do capital social que vier a ser efetivamente subscrito e integralizado pelos Senhores Acionistas, devendo a respectiva homologação ser realizada em Assembléia Geral a ser oportunamente convocada, em conformidade com as disposições da Lei das S/As.” Nada mais havendo a tratar, foi franqueada a palavra a quem quisesse fazer uso, sem que nenhum dos presentes dela tivesse feito uso. Foi assim lavrada a presente ata, que lida e achada conforme, foi aprovada, tendo sido ao final por todos assinada. Acionistas presentes: Delga Participações S/A (p.p Dr. Laedes Gomes de Souza), Glory United Sociedad Anónima (p.p. Dr. Guilherme Aparecido Brassoloto). Membro do Conselho Fiscal: Dr. Valdir Nicodemo Martini. São Paulo, 17 de julho de 2006. Luiz Nogueira dos Santos, Presidente da Mesa; Laedes Gomes de Souza, Secretário da Mesa.
TOMADAS DE PREÇOS
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS Nº - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2328/06/02 - Restauro (Reforma) de prédio escolar e construção de ambientes complementares, com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador - EE Cardoso de Almeida – Praça Prof. Pedro Torres, s/nº - Centro - Botucatu/ SP - 270 - R$ 54.575,00 - R$ 5.457,00 - 09:30 - 19/12/2006. 05/2395/06/02 - Reforma de Prédio(s) Escolar(es) - EE Profª Maria José Margato Brocatto - Rua do Couro, 1381, Cidade Nova - Santa Bárbara D’Oeste/SP - 150 - R$ 31.078,00 - R$ 3.107,00 - 10:30 - 19/12/2006. 05/2721/06/02 - Reforma de Prédio(s) Escolar(es) - EE Dr. Washington Luis - Rua Dom Antonio Candido Alvarenga, 511 - Centro - Mogi das Cruzes/SP - 210 - R$ 42.509,00 - R$ 4.250,00 - 14:00 - 19/12/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 01/12/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 18/12/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
ABANDONO DE EMPREGO Solicitamos o comparecimento de Sr. Marco Antonio da Silva, portador da CTPS 0093773, série 0139-SP, no prazo de 3 dias; o seu não comparecimento caracterizará abandono de emprego, conf. art. 482 letra I da CLT. Drogaria Estevam LTDA-ME.
DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 29 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
EDITAL GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PREGÃO (presencial), para Registro de Preço DSE nº 82/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7772/5900/2006. OBJETO: FEIJÃO COZIDO E TEMPERADO COM CARNE BOVINA. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 15 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preço DSE nº 83/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7773/5900/2006. OBJETO: FEIJÃO COZIDO E TEMPERADO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 13:00 h do dia 15 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preço DSE nº 84/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7775/5900/2006. OBJETO: CARNE DE FRANGO EM PEDAÇOS AO MOLHO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 15:30 h do dia 15 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº 85/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7766/5900/2006. OBJETO: BATATA DESIDRATADA EM FLOCOS. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 9:30 h do dia 18 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº 86/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7908/5900/2006. OBJETO: CALDO DE GALINHA. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 13:00 h do dia 18 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº 87/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7909/5900/2006. OBJETO: TEMPERO EM PÓ. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 15:30 h do dia 18 de dezembro de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR
Requerente: Créd Line Assessoria Financeira e Comercial Ltda. - Requerido: Pedras Garcia Ltda. - Rua General Chagas Santos, 823 - 01ª Vara de Falências Requerente: Angolini & Angolini Ltda. Requerido: ECL Engenharia e Construções Ltda. - Rua Cardeal Arcoverde, 1749 - Bloco B - 01ª Vara de Falências Requerente: Maryberg Braga Neto - Requerente: Ana Maria Teixeira Braga Apostólico - Requerente: Alfonso Apostólico Neto - Requerente: Maria da Graça Braga de Oliveira - Requerente: Maria Ferreira Teixeira Braga - Requerente: Carlos Augusto da Cruz Neto - Reque-
rente:Waldir de Oliveira Júnior - Requerido: Reicred Modas e Confecções Ltda. - Rua da Mooca, 1415 - 01ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerido: D Girus Distribuidora Ltda. - Rua Dianópolis, 1319 - 01ª Vara de Falências Requerente: Multipint Pinturas Técnicas Industriais Ltda. - Requerido: Brockveld Equipamentos Industriais Ltda. - Rua Afonso Vidal, 390 - 01ª Vara de Falências Requerente: Microhard Ind. Com. e Projetos Eletrônicos Ltda. - Requerido: Artech Componentes e Comércio Ltda. - Rua Francisco Polito, 1063 - 02ª Vara de Falências
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
TURISMO - 3
Fotos: Luiz Octavio Lima
Viviane Kulczynski/AE
Além de praias, parques temáticos e arqueologia
O famoso parques natural Xcaret oferece mergulho com golfinhos, snorkelling e um completo aquário. Para os amantes de história, a visita ao sítio arqueológico de Chichén Itza
Nos arredores de Cancún, existe a chance de conhecer importantes zonas arqueológicas. E mais: ver a fauna local em complexos naturais
Q
uando se pensa em Cancún e arredores, o que vem à mente são praias e mais praias. Mas a cidade tem muito mais. A até pouco mais de uma hora de carro dali, os turistas podem encontrar uma grande variedade de parques aquáticos, ambientais e arqueológicos capazes de enriquecer ain-
da mais a sua viagem. Por sua beleza e importância histórica, a zona arqueológica de Chichén Itza, com 25 quilômetros quadrados de extensão, é uma forte candidata a figurar entre as novas sete maravilhas do mundo que a Unesco está para escolher. Fundada pelos maias no ano 445 da era cristã e sede do poder em Iuca-
tã até 1204, tem como ponto central a pirâmide em que nos dias 21 de março e 22 de setembro – equinócios da primavera e do outono – os reflexos do sol em seus degraus projetam a imagem de uma serpente em movimento. Em cada uma destas datas, o parque chega a receber até 35 mil visitantes. Entre os outros atrativos do local estão o Poço dos Sacrifícios e o Templo dos Jaguares. Ruínas – Mais distante de Cancún, mas igualmente belo, o conjunto arqueológico de Tulum resiste imponente sobre uma rocha de 12 metros de altura à beira-mar. A mais notável das ruínas dessa antiga cidade maia é o Castelo (El Cas-
tillo), mas também há templos decorados com afrescos pintados e máscaras entalhadas. Diversão – Entre os parques naturais da região, o mais famoso e diversificado é o Xcaret. Ali, durante o dia, pode-se praticar snorkel, mergulhar em rios subterrâneos e nadar com golfinhos. Estes mamíferos já se reproduzem no próprio parque, e o primeiro golfinho a procriar em seus limites, Xuna, tornou-se avô recentemente. O Xcaret também tem um pequeno zôo, com jaguares, pumas, iguanas, cervos, antas, tucanos e araras. Uma parte dele é ocupada por um viveiro de borboletas, com árvores e até cachoeiras cercadas
por telas. E um projeto de conservação ambiental mantém enormes tanques para a recuperação de tartarugas feridas, encontradas nas praias, e criadouros de novos filhotes. Aquário – Outro destaque é o inusitado aquário local, que privilegia as formações de coral, características da região. Todas as noites são encenados no anfiteatro quadros da história do México e espetáculos eqüestres. O parque dispõe de bangalôs para hospedagem, um spa a céu aberto em meio à mata, restaurantes, lanchonetes e uma oficina de artesanato. Passam por ali cerca de 1 milhão de visitantes por ano. O Parque Xel-Há tem seme-
lhanças com o XCaret, mas concentra seu foco nas atividades aquáticas e caracteriza-se como um resort mais selvagem. Ali também é possível nadar com os golfinhos e praticar snorkel, mas há também passeios por trilhas na mata, mergulho em cavernas, saltos de rochedos e vôos em cipó sobre os rios. A fauna marinha é a atração até mesmo no perímetro urbano de Cancún. O Interactive Aquarium, instalado no Shopping La Isla, permite que os visitantes fiquem cara a cara com tubarões, e os alimentem, acariciem tartarugas e estrelas do mar, e nadem em um tanque com golfinhos. (L.O.L.)
Fotos: Luiz Octavio Lima
Araras do pequeno zoológico do parque Xcaret, que exibe ainda com outros animais, como tucanos, antas, cervos, pumas, jaguares e iguanas
RAIO X COMO CHEGAR De São Paulo, pela American Airlines (tel. 11/4502-4000, site www.aa.com.br), com conexão em Miami, em classe econômica, a partir de US$ 1.400 ida-e-volta. Com a Aeromexico (tel. 11/3253-3888, site www.aeromexico.com), via Cidade do México, sai a partir de US$ 1.108. ONDE DORMIR JW Marriott Cancun Resort & Spa: Lote-40-A, Zona Hotelera, Boulevard Kukulcan km 14,5, tel. (52998) 848-9600, http://jwmarriottcancun.com. Diárias em torno de US$ 360. Marriott Casamagna Cancun Resort: Boulevard Kukulcan Retorno Chac L-41, tel. (52998) 881-2000, www.casamagnacancun.com. Tarifas a partir de US$199. Crianças abaixo de 12 anos acompanhadas dos pais não pagam. AONDE IR Zona Arqueológica de Chichén Itza: km 116 da estrada CancúnMérida. Abre das 8h às 17h. Tulum: km 151 a partir de Cancun. Das 8h às 17h. Parque Xcaret: Ruta 307, a 78 km, tel. (52800) 2-922738, www.xcaret.com. Abre das 8h às 20h. Preços de US$ 53,10 (básico adulto) a US$ 112,50 (inclui nado com golfinhos). Parque Xel-Há: km 240 Carr. Chetumal, Puerto Juarez, tel. (52998) 884-9422,
www.xel-ha.com.mx. Abre das 9h às 19h. Preços de US$ 29,70 (básico) a US$ 112,50 (incluindo nado com golfinhos) Interactive Aquarium: Boulevard Kukulcan, km 12,5, tel. (52998) 883-0411. Das 9 às 19h. Adultos pagam US$ 13, crianças 3-10 anos - US$ 9. La Isla Shopping Village: Boulevard Kukulcan, km 12,5, tels.(52998) 883-5025 e 883-5026. Abre das 11h às 23h. FAÇA AS MALAS Oficina de visitantes y convenciones de Cancun: Blvd. Kukulcán, km 9, Zona Hotelera. Cancun Center, Piso 1. Tel. (52998) 881-2756, www.cancunovc.com. Informações turísticas: no Escritório de Promoção Turística do México em São Paulo, tel. (11) 3088-2129, www.visitmexico.com. Visto: é necessário para brasileiros. Informações no Consulado do México em São Paulo, tels. (11) 3081-4921 e 3081-4144, www.mexico.org.br. Fuso: menos três horas em relação a Brasília.
O Boulevard Kukulcán é o endereço certo para os que procuram badalação noturna. O lugar abriga casas de shows como a Coco Bongo, cuja entrada é marcada pela estátua do personagem Máskara
Agitada vida noturna
A
noite de Cancún é tão ou mais agitada que o dia. O Boulevard Kukulcán, na altura do km 9.5, concentra a maior quantidade de restaurantes e casas noturnas da cidade, e ali só se começa a falar em descanso a partir das 6h da manhã. Atualmente, o grande ponto de encontro é o Coco Bongo Show & Disco, cenário de performances espetaculares que deve ganhar em breve filiais em Playa Del Carmen e na Cidade do Méxi-
co. Na entrada, um boneco com o personagem Máskara, vivido por Jim Carrey no cinema, faz a referência à boate do filme que inspirou o lugar. A cada 20 minutos, a música para dançar na pista é interrompida por apresentações ao vivo em que desfilam acrobatas à la Cirque du Soleil, são encenados trechos de filmes como Matrix e o Homem Aranha, e recriados os ambientes dos shows de Las Vegas. Sósias de Madonna, Usher e Beyoncé,
entre outros, também ocupam o palco. Garçons e bartenders se encarregam de fazer malabarismos com garrafas de bebidas e copos, enquanto balões e serpentinas caem do teto. A festa é permanente. Música pop – Suas concorrentes mais fortes são a Studio Seven – em que se pode ouvir música latina, em gravações e ao vivo, entre goles de Mojito cubano –, e a Daddy O', para quem quer dançar música pop. Também é muito procurada a
casa de salsa Azúcar, com salão de dança onde os turistas podem praticar o gingado, soltando os passos sem inibições. O Boulevard Kukulcán tem ainda os americaníssimos Hard Rock Café e Planet Hollywood. Os shoppings da região ficam abertos diariamente pelo menos até às 22h. O belo La Isla, erguido à beira da Laguna Nichupte, funciona até às 23h, com lojas de artesanato, cafés, e filiais da Disney Store, Sunglass Island, Nike e Diesel. (L.O.L.)
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Nacional Tr i b u t o s Juros Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
GOVERNO QUER DIRETRIZ PARA ESTATAIS
3
4,25
pontos percentuais foi a queda da taxa básica de juros da economia, a Selic, desde o início deste ano.
DECISÃO FICOU EM LINHA COM PROJEÇÕES DO MERCADO. EXPECTATIVA AGORA É DE QUEDAS MENORES.
COPOM CORTA 0,5 PONTO DA SELIC
O
Melhor gestão para estatais
O
ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou ontem que o governo prepara um decreto para melhorar o sistema de controle e gestão das empresas estatais. Segundo ele, a idéia partiu do diagnóstico de que hoje essas companhias atuam de forma dispersa e não seguem uma diretriz única do governo em suas políticas de investimento, por exemplo. A intenção é coordenar a ação das estatais dentro de uma política de governo. "A orientação do governo será unificada", disse Bernardo, sinalizando que a aposta é que o novo modelo de gestão ampliará a eficácia das ações governamentais.
Segundo o ministro, o texto do decreto já foi aprovado no Ministério da Casa Civil e será submetido ao presidente da República. Na proposta, está prevista a criação de uma comissão composta por membros dos ministérios do Planejamento, da Casa Civil e da Fazenda, que terá a função de orientar os conselhos de administração das empresas. Essa comissão é quem vai dar o direcionamento para uma política única das estatais em questões como investimentos, definição de prioridades, "levando em conta os interesses do País", e políticas como benefícios trabalhistas que são concedidos para os funcionários dessas empresas.
Dúvidas – Questionado sobre se essa nova política também prevê a ampliação da participação privada nessas empresas, como, por exemplo, por meio de venda de ações ao mercado, Bernardo disse que isso não estará no decreto. Mas ele acrescentou que essa é uma hipótese que tem sido levada em conta pelo governo. Na semana passada, o próprio ministro afirmou que o presidente Lula gostaria de transformar a Eletrobrás em uma "Petrobras do setor elétrico". A venda de participação acionária da companhia seria um dos mecanismos que na ocasião foram mencionados pelo ministro como forma de alavancar a atuação da empresa. (AE)
Comitê de Política M o n e t á r i a ( C opom) do Banco Central (BC) reduziu ontem a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano, como esperava a maioria dos analistas do mercado financeiro. Foi a 12ª redução seguida da taxa, que, em termos nominais, é a menor da história do País. No entanto, em termos reais, ou seja, descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses, o Brasil ainda permanece na liderança do ranking mundial, com juros de 8,7% ao ano. "Tanto os indicadores de inflação como os de atividade econômica justificam essa decisão, já esperada. Vamos aguardar agora que a ata confirme que essa tendência de queda continuará", disse o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo. O BC divulga a ata da reunião na próxima quinta-feira. A indústria repetiu o discurso feito durante todo o ano após cada reunião do Copom, de que a redução da taxa de juros é insuficiente. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, os juros brasileiros não permitirão a desejada expansão da economia em 2007. Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) não deve crescer além de 3,8% em 2007 e de 3,1% este ano.
"O País não pode mais se resignar ao conservadorismo econômico, como se esse fosse desígnio imutável de nosso destino", disse Skaf, em nota. Ao contrário do que ocorreu nas últimas reuniões, a decisão teve um placar apertado. Cinco diretores do BC votaram por uma queda de 0,50 ponto, mas outros três preferiam uma redução de 0,25 ponto. Desaceleração — O mercado financeiro prevê que o BC
13,25 por cento anuais passa a ser a taxa básica brasileira, a Selic. Juro real — descontada a inflação projetada — agora é de 8,7% ao ano.
vai desacelerar até interromper a trajetória de queda em 2007. Segundo a média das projeções coletadas semanalmente pelo BC, a Selic deve fechar o próximo ano em 12%, o que significa uma queda de apenas 1,25 ponto percentual em relação ao final de 2006. Em comparação, a redução neste ano foi de 4,25 pontos, com a Selic saindo de 18%, em dezembro de 2005, para o nível atual de 13,25% anuais.
O economista da PUC-Rio e especialista em política monetária, Márcio Garcia, nota que, em cinco reuniões consecutivas do Copom com corte de 0,25 ponto, a Selic já terá baixado para 12%. Dessa forma, já a partir da sexta reunião prevista para o próximo ano, em setembro, o BC poderia interromper a trajetória de queda. O economista-chefe do Opportunity Asset Management, Gino Olivare, diz que "há no governo e na Fazenda um grupo que acha que o crescimento vai resolver todos os problemas, e ele depende exclusivamente da queda dos juros". A preocupação de Olivare também é com o que pode acontecer se a realidade desmentir a expectativa. Uma das razões por que diversos economistas prevêem uma interrupção na queda da Selic no próximo ano é a de que a inflação pode não ter um comportamento tão favorável quanto em 2006. Eles observam que o BC foi ajudado recentemente por um choque positivo dos preços da alimentação, grupo que nos últimos 12 meses passou por uma deflação de cerca de 2%. De acordo com cálculos feitos pelo Opportunity, apenas a volta dos preços da alimentação a um nível neutro, nem inflacionário nem deflacionário, já significaria impacto de 1 ponto porcentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador usado para o sistema de metas de inflação do governo. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.TURISMO
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
No balanço da maria-fumaça O passeio turístico de locomotiva entre Campinas e Jaguariúna leva a museus, antigas estações, cidades e fazendas históricas. Embarque nessa aventura Por Antônio Paulo Pavone Fotos: Divulgação
T
oda reformada e tinindo, a bela locomotiva, chamada carinhosamente de maria-fumaça, é aguardada com ansiedade pelos passageiros que vão embarcar num passeio turístico na Estação Anhumas, em Campinas. A composição seguirá pelos trilhos que ligam Campinas a Jaguariúna a uma velocidade de 20 quilômetros por hora. Este pequeno trecho, de 24 km, é tudo o que sobrou da antiga linha inaugurada, em 1872, pela Cia. Mogiana de Estradas de Ferro. Pela janela da locomotiva, avista-se o campo. Guias contam a história do período cafeeiro e explicam o funcionamento do trem. Uma propriedade rural exibe centenárias palmeiras imperiais e chama a atenção. A fazenda pertenceu ao Barão do Café, e foi construída por Ramos de Azevedo, um dos principais arquitetos de seu tempo. As mudas de palmeiras foram doadas por d. Pedro II e eram exclusividade botânica da família real no Brasil. Estações – A maria-fumaça resistiu até hoje graças ao esforço de voluntários e técnicos da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), criada há 26 anos. Vinte carros e 40 locomotivas estão em operação, prontos para percorrer trilhos com mais de um século de história. O percurso passa por cinco antigas estações: Carlos Gomes, Anhumas, Pedro Américo, Tanquinho e Desembargador Furtado. Partindo de Anhumas, a primeira parada ocorre na Estação Carlos Gomes. Antes da retificação, esta parada situavase junto à Fazenda Santa Rita do Mato Dentro, onde surgiu o povoado conhecido como Carlos Gomes Velho. Com a retificação, em 1929, e o deslocamento da linha, um novo assentamento de famílias aconteceu, originando o bairro de Carlos Gomes Novo. No local, existe um museu ferroviário, onde dá para conferir parte do acervo da ABPF. A próxima parada é na Estação Tanquinho, na Fazenda Santa Maria, de onde ainda se pode ver um trecho de linha anterior à retificação. Ali, é o único local onde há uma linha destinada à lavagem dos vagões que transportavam gado. Quem quiser retornar na maria-fumaça, basta permanecer em seus assentos. Vale até recarregar as energias, alimentando-se no carro-restaurante do trem, que vende lanches e bebidas. Já para quem deseja prosseguir viagem por outro caminho, este é o ponto final.
A locomotiva faz uma curta viagem no tempo passando por antigas estações. O ponto final: a pequena Jaguariúna (ao lado)
maior acontecimento do ano: a Expoflora. Cerca de 200 produtores participam, com plantas ornamentais e frutíferas, expostas em um enorme pavilhão. Holambra tem aproximadamente 100 floricultores, sem falar das plantações de rosas em campo aberto. Por todo o município podem ser vistas estufas climatizadas, com violetas, margaridas, bromélias, além de um dos maiores orquidários do mundo. Logo ao lado do recinto da Desenvolvimento – O trecho que a maria-fumaça percorre hoje é formado por municípios do Circuito de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, maior pólo tecnológico da América Latina. São cidades que agregam história, beleza e desenvolvimento, atraindo turistas a suas universidades e empresas de alta tecnologia para conhecer as inovações do mundo atual. Grande parte desses municípios cresceu economicamente a partir da chegada da cultura do café. A nova atividade veio atrelada às estradas de ferro. As fazendas históricas, as antigas estações ferroviárias e os museus são alguns dos atrativos deste Circuito. Holambra – O roteiro inclui uma visita à pequena Holambra, ao lado de Jaguariúna. Co-
lonizada por holandeses, a cidade produz cerca de 35% de todas as flores do País. Quem chega por lá, se depara com ruas, praças e casas enfeitadas de flores coloridas. Os moradores, loiros em sua maioria, parecem ter saído direto dos países nórdicos. Muitos ainda usam vestimentas típicas de sua terra, como o tamanco de madeira. Conhecer Holambra é ver ainda um pouco da arquitetura holandesa. As construções da cidade fazem com que os visitantes se sintam na Europa. Destaque para os restaurantes típicos, que servem pratos tradicionais como o joelho de porco e o chucrute. A culinária do município é uma miscelânea de países europeus e da Indonésia, antiga colônia da Holanda. Mais atrações – Na cidade, todos aguardam ansiosos pelo
Marcos Peron/Virtual Photo
A charmosa Holambra também faz parte do roteiro. A arquitetura holandesa e as muitas flores pontuam o passeio
RAIO X COMO CHEGAR A partir de São Paulo, pegue a SP-330, Via Anhangüera, até a Rodovia Dom Pedro I. Vá até o km 133, pegue a entrada para o Carrefour e siga até a Estação Anhumas. ONDE FICAR Fazenda Santa Maria: Estrada Lydia Abdalla, km 8,5, Joaquim Egídio, Campinas, tel. (19) 32986423, www.fsantamaria.com.br. Após restauro, a fazenda recuperou as características do tempo de produção de café. Pode-se passear pela propriedade, visitando a casasede, a senzala, a horta e o pomar. Exige reserva. Diárias de R$ 70 a R$ 100, incluindo café da manhã. Pousada Vila Bueno: Rua Da. Ermelinda, 81, Centro, Jaguariúna, tel. (19) 3867-3320,
www.vilabueno.com.br. Apartamentos bem equipados, com varanda para a piscina. Um jardim com árvores de mais de cem anos rodeia a casa que pertenceu ao fundador da cidade. Diárias a partir de R$ 180, com café da manhã. Hof van Brabant: Estrada Municipal HBR 167, Holambra, tel. (19) 3802-2090, www.holnet.com.br/chales. Chalés com decoração típica holandesa, em meio a um belo jardim. Fica ao lado do Parque Lindenhof. Diárias, com café da manhã, de R$ 75 a R$ 95. ONDE COMER Montana Grill: Avenida Iguatemi, 777, Vila Brandina, Campinas, tel. (19) 3251-5522. O restaurante, anexo ao Shopping Iguatemi, pertence à dupla Chitãozinho e Xororó e serve 22
tipos de carne. Bar da Praia: Rua Tassinari, 39, Jardim Da. Luiza, Jaguariúna, tel. (19) 3867-5200. Restaurante de clima praiano, com cozinha em forma de balcão. O camarão empanado com risoto de siri e a peixada de inverno são alguns dos principais pratos da casa. The Old Dutch: acesso pela estrada municipal HBR, 1,5 km, Holambra, tel. (19) 3802-1290. De cozinha holandesa, serve pratos tradicionais como joelho de porco, bisteca, salsichão holandês e chucrute. AVENTURE-SE Vivências Tur - Eventos e Turismo: Rua Clemente Pereira, 549, Ipiranga, São Paulo, tel. (11) 6168-1854, www.vivencias.tur.br. Centro de Turismo e Aventura: Estrada HRB 215, Bairro Palmeiras, Holambra, tel. (19) 3802-4416.
Expoflora, fica o Parque Lindenhof. Alimentar os animais, passear por um viveiro de pássaros e visitar um borboletário são experiências que podem ser vividas ali. Os turistas alimentam os "moradores" do sítio, que conta com mais de 600 animais, como pôneis, cavalos, coelhos, vacas, pavões e mini-papagaios coloridos. Para saber um pouco mais da história de Holambra, há o Museu Histórico e Cultural. Descobre-se muito sobre a imi-
gração e a colonização holandesa, por meio de um acervo com milhares de fotos. É apaixonante admirar as réplicas das casas de pau-a-pique e alvenaria com a mobília da época e observar objetos e tratores utilizados pelos imigrantes. Pedreira – No passeio, vale uma visita à "capital da Porcelana", que atrai turistas em busca de peças artísticas e de decoração dos mais variados materiais. Com cerca de 35 mil habitantes, a cidade de Pedreira se destaca por seu comércio diversificado. Desde 1914, a primeira fábrica de louças passou a funcionar no município e, a partir daí, inúmeras outras surgiram. Hoje, as lojas especializadas estão instaladas em pontos de fácil acesso, atendendo ao público inclusive nos feriados. Atividades voltadas ao turismo rural são outro destaque. Recentemente, criou-se uma associação que integra as áreas rurais, incentivando a produção artesanal de delícias do campo como queijos, licores, geléias, doces em compota e cachaças. E para quem gosta de aventura, os atrativos vão de trilhas a passeios a cavalo, tudo em uma das regiões mais bem desenvolvidas e estruturadas do Brasil. Colaborou Mirella Amaral
Touristcard passa por reformulação
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Divulgação
Touristcard, empresa de assistência, promoveu um workshop voltado para cerca de 140 agentes de viagens, que puderam conhecer as novidades de 12 empresas, entre operadoras e companhias aéreas parceiras, que expuseram seus produtos. Na ocasião, o diretor da Touristcard, Ricardo Equipe da empresa de assistência em workshop: dois produtos novos Lopes, apresentou as funcionários em viagens. "A vantagem deste novidades da empresa. De acordo com produto é que todo o processo, inclusive a Lopes, a Touristcard lançou dois produtos, emissão, é feito virtualmente pela própria que têm contribuído significativamente empresa contratante", esclarece. Para mostrar para a melhora nas vendas da empresa. que a Touristcard investe neste produto, foi O primeiro é o Eurocard, cartão de contratado um gerente para cuidar assistência exclusivo para a Europa que especificamente desta área corporativa. O oferece cobertura de 30 mil euros para novo gerente, Marcos Moraes, já acumula assistência médica e enfermidades. "Este passagens pela Delta Air Lines e pela Air produto foi lançado há um ano, mas só International. agora, após uma reformulação do contrato Ricardo Lopes informou também que a com os parceiros, que resultou na melhora Touristcard está passando por um processo dos preços, o cartão despontou nas vendas, geral de reformulação. "Estamos tornando-se o mais vendido pela reformulando os nossos produtos com o Touristcard", disse o diretor. Segundo ele, objetivo de reduzir custos", disse. Para isso, desde essa reformulação, as vendas deste segundo o executivo, a empresa está produto específico triplicaram, passando de investindo em tecnologia, como na criação 1,5 mil cartões mensais para três mil. de material promocional virtual e na Corporativo – O outro produto, lançado padronização dos produtos oferecidos pela há cerca de seis meses, é o Corporate, voltado Touristcard para criar uma identidade única. para o segmento corporativo, e que também tem dado bons resultados, segundo Lopes. O cartão de assistência é vendido em blocos de Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas dias para determinada empresa que pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br. disponibiliza cotas específicas para seus
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Empreendedores Nacional Investimentos Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
IBGE DIVULGA HOJE PIB DO 3º TRIMESTRE
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
470
bilhões devem ser injetados no setor de construção residencial entre 2007 e 2010
Investimentos de R$ 1,05 trilhão Essa é a estimativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o período de 2007 a 2010. De acordo com estudo do banco de fomento, 16 setores da economia receberiam os recursos, com destaque para a construção de imóveis residenciais.
O
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou ontem estudo apontando "perspectiva de investimento" de R$ 1,05 trilhão de 2007 a 2010 em 16 setores da economia. Do total, R$ 470 bilhões, ou 44,7%, iriam para o setor de construção residencial. Para chegar a esse valor, o BNDES, que não financia o segmento de construção residencial, usou informações de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal e da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e projeção da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Os autores do estudo, Ernani Teixeira Torres Filho e Fernando Puga Pimentel, somaram os R$ 470 bilhões da construção com os valores que foram apurados em trabalhos anteriores, também publicados neste mês pela instituição. Eles indicam para os próximos quatro anos investimentos de R$ 379,6 bilhões em nove setores industriais (petróleo e gás, extrativa mineral, siderurgia, papel e celulose, petroquímica, automóveis, eletroeletrônica, fármacos e setor sucroalcooleiro) e de R$ 197,9 bilhões em cinco setores de infra-estrutura (energia elétrica, comunicações, ferrovias, portos e saneamento básico). Eles também incluíram o segmento de software, com R$ 2,6 bilhões. Segundo os economistas, se for injetado R$ 1,05 trilhão nos 16 setores, a taxa de investimento produtivo passará dos atuais 20% do Produto Interno Bruto (PIB) para 23,2%. Torres Filho disse que partes desses investimentos "são muito firmes". (AE)
PIB do 3º trimestre deve crescer
O
s investimentos deverão puxar o crescimento entre 2,9% e 4% estimado pelo mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado. O dado oficial será divulgado hoje, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As projeções são de expansão entre 6,6% e 8,7% para o investimento no período. Analistas ponderam que a base de comparação foi baixa e uma parte da construção computada no indicador é voltada a residências e não a unidades produtivas. As projeções são de que os investimentos crescerão acima do próprio PIB no período. As estimativas para os investimentos, que aparecem sob o nome de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), são as seguintes: Corretora Convenção 6,6%, Rosemberg & Associados 6,8%, MB Associados 7,6% e o Instituto de Política Econômica e Aplicada (Ipea), 8,7%. "Será um crescimento bom (dos investimentos), mas isso tem de ser relativizado por conta do terceiro trimestre do ano passado, que foi muito ruim", disse o economista Sergio Vale, da MB Associados. No terceiro trimestre de 2005, os investimentos registraram queda de 2,1% quanto ao período no ano anterior. A FBCF inclui, basicamente, a construção civil e o setor de máquinas e equipamentos. Neste ano, a produção de bens de capital (máquinas usadas para a fabricação de produtos) acumula alta de 5% até setembro. (AE)
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Indicadores Econômicos
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1,0350
Por cento é a taxa de reajuste de dezembro para os aluguéis corrigidos pelo Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M).
29/11/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 27/11/2006 27/11/2006 27/11/2006 27/11/2006 27/11/2006
P.L. do Fundo 11.964.560,70 2.029.892,23 9.818.803,84 17.754.275,19 1.344.565,05
Valor da Cota Subordinada 1.260,341586 1.123,225116 1.175,017736 1.076,121122 1.148,928886
% rent.-mês 2,5882 0,8164 -1,5480 -2,7170 2,1997
% ano 29,0050 12,3225 17,5018 7,6121 14,8929
Valor da Cota Sênior 1.022,250435 1.109,306759 1.125,100315 0 0
% rent.-mês 0,9528 0,8746 0,9528 -
% ano 2,2250 10,9307 12,5100 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
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LEÃO TERÁ PRAZO PARA FISCALIZAR EMPRESA
Artur De Leos/LUZ
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Seguradora não é vendedora de veículo. Apenas leiloa as sobras do carro nos casos de perda total. Luiz Antonio Caldeira Miretti, tributarista
CONTRIBUINTES CONQUISTAM MAIS GARANTIAS NO TEXTO DO PROJETO DE LEI QUE CRIA A SUPER-RECEITA
SUPERLEÃO FICA MAIS MANSO Último dia do IR
Rafael Hupsel/LUZ
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H
oje é o último dia para os isentos prestarem contas ao Leão no Pátio do Colégio, onde a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e sindicatos contábeis auxiliam os contribuintes na entrega da declaração de isentos do IR.
Mutirão auxilia isentos do Imposto de Renda desde o dia 27, no Pátio do Colégio
Venda de carro batido não paga ICMS
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Sindicato das Seguradoras, Previdência e Capitalização do Estado de São Paulo (Sindseg-SP) obteve uma importante decisão judicial, que pode aliviar a carga tributária de suas 57 empresas filiadas. Os desembargadores do órgão especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) concederam, por 17 votos a 4, a suspensão do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na venda de veículos destruídos em caso de acidente com perda total (salvados de sinistro). A legislação obriga as seguradoras a pagarem 100% do valor do automóvel ao segurado quando o prejuízo do veículo
corresponde a 75% do seu valor. A seguradora fica com as sobras, que são leiloadas. O sindicato entrou no TJ-SP com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). Segundo o advogado Luiz Antônio Caldeira Miretti, do escritório Approbato Machado Advogados, um dos representantes da entidade no processo, o artigo do regulamento do ICMS paulista que exige o pagamento do imposto na venda de salvados de sinistro é inconstitucional porque as seguradoras são reguladas por legislação federal. "A Constituição exige apenas o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) dessas empresas", afirma o advogado. O tributarista argumenta,
ainda, que salvados de sinistro não são mercadorias. "Seguradora não é vendedora de veículo. Apenas leiloa as sobras do carro em decorrência da perda total", alega. O próximo passo no trâmite do processo é a manifestação do governador Cláudio Lembo e da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), além de parecer do Ministério Público. A decisão não é definitiva. "Como os desembargadores paulistas deram provimento à Adin, por maioria, e já há julgamentos favoráveis às seguradoras no Supremo Tribunal Federal (STF), é difícil que a Justiça paulista mude seu posicionamento", diz Miretti. Laura Ignacio
governo aceitou colocar no projeto de lei que cria a Secretaria da Receita Federal do Brasil, também chamada de Super-Receita, vários artigos que tratam de direitos e garantias dos contribuintes. Concordou também com o parcelamento, em 240 meses, de débitos previdenciários dos estados. O acordo foi feito entre o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e o relator do projeto, senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA). Com o acerto político, o projeto será votado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), na próxima terça-feira. Entre as medidas aceitas pelo governo está a definição de um prazo máximo de 12 meses para a fiscalização da Receita Federal nas empresas. Prazo – O objetivo do relator, com essa norma, é evitar situações que ocorrem atualmente em que a empresa fica anos sob fiscalização. O projeto fixa também um prazo de seis meses para a decisão do
fisco sobre pedido de restituição de tributos e de ressarcimento de créditos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). O fisco terá também um prazo máximo para dar resposta às petições, defesas ou recursos administrativos dos contribuintes. Atendimento – O projeto determina que o horário de funcionamento dos órgãos federais de arrecadação fiscal seja uniformizado e que sejam definidos procedimentos de abertura de vistas dos autos de processos administrativos. Todos os atos de cobrança fiscal (notificação, lançamento, inscrição em dívida ativa) devem ser acompanhados de informações claras sobre o responsável pelo ato, especificamente, nome e função, sob pena de nulidade. O texto do acordo permite que as empresas compensem os débitos previdenciários com os créditos obtidos
com outras contribuições. Essa regra, no entanto, só valerá dois anos depois da aprovação da lei da Super-Receita. O projeto proíbe, ainda, que as decisões definitivas proferidas pelos Conselhos de Contribuintes sejam, quando favoráveis ao contribuinte, reexaminadas pelo ministro da Fazenda ou pelo Poder Judiciário. O substitutivo de Tourinho fixa um prazo de 90 dias (noventena) entre a publicação de ato normativo da Super-Receita e sua exigibilidade. O órgão será obrigado a consolidar as normas aplicáveis às mesmas obrigações acessórias. A Super-Receita terá a competência de arrecadar, fiscalizar, administrar, lançar e normatizar o recolhimento de quase a totalidade dos impostos e contribuições da União. As atribuições da atual Secretaria da Receita Previdenciária passarão para o novo órgão. O projeto de Tourinho prevê ainda que o nome do futuro secretário seja aprovado pelo Senado. (AE)
Puerto del Sol recolhida
publicação do acórdão, o que deve ocorrer em até uma semana. A Justiça acolheu ação da concorrente Femsa, que alegava a similaridade da bebida com sua cerveja Sol. A multa pelo descumprimento da decisão é de R$ 500 mil por dia e será imputada ao ponto-de-venda que
desobedecer a determinação. Até lá, a AmBev terá de comunicar a suspensão a toda a rede. Os advogados de defesa da empresa ainda não definiram qual será a estratégia do recurso que pretendem levar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). (AE)
A
decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) de retirar do mercado a cerveja Puerto del Sol, da AmBev, só começará a valer a partir da
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Empresas Finanças Empreendedores Nacional
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Cintos, capas de almofada, luminárias, máscaras e outros objetos fazem a alegria do visitante.
PORTAL BALINÊS CUSTA R$ 18 MIL NA KATMANDU
LENÇOS E INCENSOS RENDEM BONS NEGÓCIOS
WValente/AFG
Dupla de amigos cria loja de produtos de decoração oriental em plena Rua 25 de Março, conhecida pelo comércio popular. Mas o empreendimento, que tinha tudo para dar errado por vender objetos caros, faz sucesso há cinco anos. Agora, os sócios querem expandir o número de países de onde importam os produtos.
O LETREIRO
K
atmandu, capital do Nepal, serviu de inspiração para que a dupla Bruno Hannud e Daniel Ouakil nomeasse a loja de artigos de decoração. "Katmandu é uma cidade mágica e mística, um portão de entrada do Oriente", elogia Hannud. (KS)
SEGREDO
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ara Bruno Hannud e Daniel Ouakil, a pessoa tem de gostar do que faz para o negócio dar certo. É assim que os sócios agem na loja Katmandu. "Além disso, tem que olhar o resultado como conseqüência e não objetivo", ensina Hannud. (KS)
S
PEDRA egundo Daniel Ouakil, um dos sócios da loja de decorações e produtos orientais Katmandu, o maior obstáculo até agora foi provar que o negócio era viável, principalmente por ser localizado na Rua 25 de Março, conhecida pelo comércio popular. "Ninguém acreditava que ia dar certo. Agora, a gente se vê como empreendedores." (KS)
engenheiro Bruno Hannud e o administrador de empresas Daniel Ouakil se conhecem há tanto tempo que mal se lembram da época em que não eram amigos ou das coisas que fizeram antes de se conhecerem. "Lembra? A gente viajou para Floripa", diz Hannud a Ouakil, depois de beijá-lo no rosto, cumprimentado-o. "O Bruno é irmão do meu melhor amigo. Eu saía da escola e ia para a casa deles", conta Ouakil. Quando chegou a hora da faculdade, cada um seguiu seu caminho. Hannud se formou em 1989 e, no ano seguinte, resolveu dar um tempo do Brasil e foi viajar com outro amigo pelo mundo. Depois foi fazer mestrado na Inglaterra, morou na França com uma namorada e voltou à Inglaterra para fazer doutorado. "Eu era do meio acadêmico. Nunca achei que iria trabalhar no comércio. Hoje, eu adoro", diz Hannud. Enquanto o amigo ia e vinha dos lugares, Ouakil, que adora nadar e até hoje treina três vezes por semana, terminava a faculdade. Arrumou emprego na Toledo, uma empresa de balanças, mas não era feliz lá. "O irmão de Bruno, o Juliano, que tem um supermercado, me chamou para a gente fazer algo juntos." O administrador trabalhou então por 12 anos no outlet, que funcionava no endereço onde está hoje a loja Festas e Fantasias, na Ladeira Porto Geral, e q u e e r a d e p ropriedade de Juliano Hannud. Quando o pai dos irmãos Hannud morreu, a loja de tecidos do patriarca – que funcionou durante 40 anos na Rua 25 de Março, 509 – fechou as portas, mas o
imóvel continuou da família. Foi quando o filho Bruno começou a pensar na idéia de abrir ali uma loja com produtos importados do Oriente. "Trouxe apenas coisas para mim de uma viagem que fiz pelo Oriente e percebi que o setor tinha potencial", diz Hannud. Era 2001 e os dois amigos concordaram em fazer uma "experiência", daí, surgiu a loja Katmandu. "Nenhum de nós tinha espírito empreendedor. Como temos boa formação acadêmica, usamos isso a nosso favor", continua Hannud. Coisa fina Ouakil conta que, quando a Katmandu abriu, ocupava apenas um terço do espaço da antiga loja de tecidos do patriarca Hannud. Trouxeram um lote com cerca de 250 itens diferentes de Bali, na Indonésia, sem saber se agradaria ou não. Como o pessoal que frequentava a 25 de Março ia atrás mais de "badulaque", dizem, a dupla não tinha idéia do gosto do cliente. "A gente começou vendendo coisas muito baratas." Mas não demorou muito para perceberem que havia espaço para produtos mais caros e exclusivos. "O próprio cliente começou a pedir coisas mais finas", diz Ouakil. Na segunda viagem, uns sete meses depois, foram à Índia e à Tailândia. Em uma terceira fase, o destino foi o Nepal e por último agregaram China, Turquia e Vietnã. Quando dá, os dois vão juntos negociar as mercadorias. Foram à África, mas não deu certo. "A gente não achou nada legal. Quem sabe damos sorte da próxima vez, quando formos com mais calma", analisa Ouakil. Cada viagem dura de dez dias a um mês e o próximo passo será na direção da Turquia e do Laos. Os destinos são escolhidos a partir de tendências ou da indica-
EMPREENDEDORES Os sócios Ouakil, na piscina, onde treina toda semana, e Hannud, estudando como sempre gostou de fazer
ção de uma pessoa conhecida. É feita então uma viagem-piloto para checar a possibilidade de importar produtos e até se existem realmente coisas interessantes na região. Depois, há a viagem de negócios. "No caso da África, a gente foi sem informação", reconhece Ouakil. "A África tem um potencial muito grande, mas falta organização e estrutura", completa Hannud. Já o Egito está nos planos, mas não de agora. E só o Oriente interessa? "México, Peru e Equador têm um certo atrativo, mas a gente é especializado em Oriente próximo e distante." Realmente, passeando pela
Katmandu o cliente tem a sensação de estar num chouk (mercado) de Istambul. Centenas de produtos prendem a atenção. Cinto indiano de pedras; capa para almofada (uma mais bonita que a outra); estátua de Bastet, deusa egípcia protetora das mulheres grávidas; vaso chinês que realmente parece antigo; réplica em tamanho natural dos guerreiros de terracota chineses; álbum para fotografias tailandês; narguilé; luminárias entre outras coisas. Ouakil trouxe apenas seis guerreiros em tamanho natural da China – afinal, não é qualquer um que pode comprar uma estátua de cerca de
R$ 8 mil. Uma cliente, no entanto, levou duas para colocar na porta da casa dela. Na Katmandu é assim: um mundo de gente entra na loja para comprar incenso a R$ 0,80 a caixa com oito varetas e alguns gastam milhares de reais em peças exóticas de decoração. A peça mais cara é um portal balinês de madeira que custa R$ 18 mil e está na entrada da loja. "Está à venda, mas a gente não quer vender", confessa Bruno, rindo ao lado do amigo que parece concordar. A Katmandu trabalha com preços de varejo e de atacado, no caso de compras acima de R$ 300. Kety Shapazian
Fotos: Rogério Albuquerque/AFG
Divulgação
No alto, luminárias turcas. Ao lado, consumidores na loja. E, acima, Hannud negocia com fornecedores indianos.
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WValente/AFG
O mercado atacadista/distribuidor não espera crescer mais do que 1% este ano, mas nem isso é considerado ruim. Afinal, o crescimento real (já descontada a inflação) foi de 39,4% de 2002 a 2005
Atacadista/distribuidor, um mercado em ascensão Modernização dos serviços, investimentos em logística e maior eficiência no atendimento são alguns dos fatores que têm levado o setor a crescer tanto. Só no ano passado o faturamento alcançou R$ 86,5 bilhões Divulgação
Adriana Gavaça
O
mercado atacad i s t a / d i s t r ibuidor brasileiro vive um dos seus melhores momentos. Só nos últimos três anos, praticamente dobrou de tamanho. O crescimento real (já descontada a inflação) foi de nada menos do que 39,4% de 2002 a 2005, muito acima do que avançou a economia em igual
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Repórter Adriana Gavaça Chefe de reportagem Arthur Rosa
período. Para este ano, a expectativa é de que o crescimento não deva superar 1%, o que não chega a ser considerado pelo setor como um resultado ruim. “Este foi um ano atípico. Com eleições, Copa do Mundo e, principalmente, preço de alimentos em queda, o que explica o resultado pífio aguardado para 2006. Mas nossa expectativa é de que em 2007 o crescimento líquido volte à casa dos 6%”, diz o presidente da Associação Brasileira dos Atacadis-
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
www.dcomercio.com.br
tas e Distribuidores (Abad), Geraldo Caixeta. Modernização dos serviços, investimentos em logística e maior eficiência no atendimento são alguns dos fatores que têm levado o setor a ganhar espaço a cada dia. Para se ter uma idéia do poder de fogo do setor, basta focar a lente em alguns números: os atacadistas respondem por 58% do abastecimento de produtos de consumo comercializados no País. Isso sem falar que, no ano passado, o faturamento do setor alcançou R$ 86,5 bilhões, apenas considerando as empresas que operam predominantemente na venda de produtos mercearis (alimentos, higiene e limpeza), o que representou 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o presidente da Abad, mais importante do que olhar isoladamente para esses números é analisar o desenvolvimento das vendas nos últimos quinze anos. De 1991 e 1996, as vendas do setor cresceram 41,6%: “Mas é preciso lembrar que esse aumento se deu sobre uma base anterior muito fraca”. Depois, de 1996 a 2001, o percentual de crescimento foi de apenas 2,8%: “Esse é um setor muito sensível a qualquer problema macroeconômico. E essa foi uma época de bastante turbulên-
Geraldo Caixeta: este é um setor muito sensível
cia. Agora temos tudo para crescer de forma sustentada e não ajudados pela inflação, como acreditavam muitos críticos de nosso segmento”. Muitas empresas já perceberam o potencial do setor para
os próximos anos e decidiram investir já na expansão dos negócios. O Tenda Atacado acaba de inaugurar a oitava loja do grupo em Taubaté, Interior de São Paulo, e anunciou que pretende abrir de
duas a três novas unidades por ano. Mas não é só na ampliação da rede que a empresa deposita suas fichas. “A forma que o atacado/distribuidor encontra hoje para se desenvolver está na melhoria da prestação de serviços em relação à variedade de produtos, venda especializada e pontualidade nas entregas”, diz o diretor da empresa, Eduardo Severini. Empresas de atuação estritamente regional, como o Spani Atacadista, que concentra as vendas na região do Vale do Paraíba, também estão crescendo em número. A empresa só foi inaugurada há dois anos e, mesmo assim, já está no 22º lugar do ranking de maiores empresas da Abad, que avaliou a performance de 300 empresas do ramo em 2005. Até mesmo os distribuidores de menor porte, com anos de bagagem, como o Grupo Karne & Keijo, do Nordeste, têm planos ousados para o futuro. “Acabamos de abrir a primeira do que poderá ser uma série de lojas Descontão, pertencente ao grupo. Acreditamos que esse é um mercado que ainda tem espaço para crescer muito. Por isso, resolvemos diversificar nossa atuação”, diz o superintendente Inácio Miranda Júnior.
Setor atende 900 mil pontos-de-venda
C
hega a novecentos mil pontos-devenda o universo atendido pelos atacadistas/varejistas, que atuam no principal ramo desse mercado, o mercearial, composto por alimentos, produtos de higiene e limpeza. O volume representa 58% desse tipo de comércio. É maior do que o número de pontos abastecidos
diretamente pela indústria. Para atender a toda rede varejista, as empresas que atuam no atacado colocam diariamente cerca de 50 mil veículos nas ruas. Os dados fazem parte de levantamento realizado pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad). Mais da metade desse volume, 27 mil veículos, pertencem às empresas. Mas
foi a frota de veículos terceirizados que mais cresceu em 2005. No período, houve um aumento de 29% no uso desse tipo de transporte, contra um avanço de 24,5% da frota de veículos próprios. Ainda de acordo com os dados da Abad, o setor emprega hoje cerca de 218 mil pessoas, entre funcionários diretos (139 mil empregados e 14 mil vendedores) e
indiretos (65 mil representantes comerciais autônomos). O número representa 7% a mais do que empregou em 2004. Para este ano, os números devem se manter. “Não devemos verificar um aumento significativo dessa base. Agora, em relação ao uso de frota, há uma tendência clara pela terceirização”, diz o presidente da Abad, Geraldo Caixeta.
Suplemento Especial/São Paulo, 30 de novembro de 2006
O grande negócio do ao
ATACADO
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WValente/AFG
ó no ano passado o faturamento de atacadistas/distribuidores alcançou R$ 86,5 bilhões. Este ano as coisas não vão bem, em razão da crise do agronegócio e da queda de preço dos alimentos. Mas o setor espera se recuperar em 2007. A distribuição de alimentos e produtos de higiene e limpeza responde por mais de 90% deste mercado, o que mostra a importância do pequeno varejo na economia. Os pequenos atacadistas, por exemplo, exibem números fantásticos. Um dos segredos neste mercado é investir na prestação de serviços diferenciados, além de apostar em marcas próprias, mercado que já movimenta cerca de R$ 7 bilhões ao ano no País
Este depósito é do Tenda Atacado
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.ESPECIAL
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Anna Carolina Russo/AFG
Uma aposta no governo para voltar a ganhar Se o resultado deste ano foi pífio, em razão da queda de preço dos alimentos, os atacadistas esperam melhorias na área econômica e reformas estruturais prometidas para o 2º mandato do presidente Lula Fernando Donasci/Folha Imagem
Muitas vendinhas se mantêm ativas porque atendem pequenas populações locais
Produtos de primeira necessidade, 90% do mercado A distribuição de alimentos e produtos de higiene e limpeza responde por mais de 90% do mercado atacadista, com um faturamento de R$ 20 bilhões em 2005. O que mostra a importância das vendinhas na economia
C
om uma participação acima de 90% do setor atac a d is t a / d is t r ibuidor, segundo a Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores (Abad), o ramo mercearil (composto por alimentos, produtos de higiene e limpeza) é o de maior importância dentro de empresas que atuam, inclusive, com outros segmentos, como papelaria, descartáveis e eletrônicos. Estudo feito pela Abad em 2005 e divulgado este ano, com 289 empresas atacadistas, mostrou que 255 atuavam no segmento mercearil. Na pesquisa, só foram incluídas empresas que tivessem, pelo menos, 50% da atividade centrada nesse ramo. As empresas analisadas pela Abad registraram um faturamento de R$ 20 bilhões, sendo que as três primeiras do ranking, Makro, Martins e Arcom, somaram juntas 7,676 bilhões de faturamento, o que representou uma participação de 38,3%. As três gigantes figuram no topo do ranking de maiores empresas atacadistas/distribuidoras do Brasil e também do ranking das maiores empresas atacadistas do ramo mercearil, embora também atuem em outros segmentos. No Makro, por exemplo, é possível encontrar um grande sortimento de produtos do ramo de eletroeletrônicos. O mesmo ocorre com o Martins, que trabalha não só no ramo mercearil, como de eletros, produtos farmacêuticos, agropecuários e de uso veterinário. A Arcom atua ainda nos ramos de medicamentos e de
A crise do agronegócio serviu para encolher mais a margem de lucro das empresas atacadistas
S
e o ano de 2006 não foi bem como atacadistas e distribuidores brasileiros esperavam, para 2007 a expectativa é de uma rápida recuperação. Os desafios não são poucos, mas o setor aguarda melhorias na área econômica e reformas estruturais prometidas para o segundo mandato do presidente Lula. “Depois da temporada de queda no preço dos alimentos começamos a assistir a uma recomposição, ainda que lenta, dessas perdas. Esse fator, atrelado à queda dos juros básicos neste ano, deve permitir que o setor ganhe forças para voltar a crescer acima dos 6% já no próximo ano”, diz o presidente da Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores (Abad), Geraldo Caixeta. Neste ano o setor teve de enfrentar ainda a crise do agronegócio, que serviu para encolher mais a margem de l u c ro d a s e m p re s a s q u e atuam no ramo mercearil
(composto por alimentos, produtos de higiene e limpeza). Mas não foram somente essas empresas que tiveram que lidar com problemas em 2006: “O setor de eletroeletrônicos também foi prejudicado, com uma queda acentuada no valor dos produtos”. Mudança Uma mudança no comportamento dos consumidores que, aos poucos, começam a deixar de freqüentar apenas hipermercados com a intenção de armazenar o maior volume de produtos em casa, temendo a inflação, e passam a comprar o que necessitam em pequenos estabelecimentos, é um dos itens que deve favorecer o setor atacadista. “Dependemos demais desses consumidores que mudaram o perfil de compra, voltando a freqüentar pequenos estabelecimentos, que são nossos grandes compradores”, diz o diretor do Vila Nova
Atacado, Leonardo Severini. Pacote O setor confia ainda na série de promessas do governo Lula para o próximo ano - que vão da isenção de impostos até melhorias nas estradas e meios de transporte pelo País, favorecidas pelo início das parcerias público-privadas. “O mercado atacadista e distribuidor vem se profissionalizando e modernizando a cada ano, mas ainda se faz necessária a reforma tributária, para selecionar ainda mais a concorrência”, diz o diretor comercial do Spani Atacadista, Flávio Almeida. Para o presidente da Abad, a transformação no transporte que deve gerar o maior ganho para o setor: “Nosso setor depende demais da saúde de nossas estradas e dos meios de transporte. Entendemos que essa é uma das chaves para o nosso sucesso”. (AG)
Paulo Pepe/Divulgação
material de escritório. “O ramo mercearil ainda é o de maior relevância. Mas com o crescimento da construção civil vemos crescer o interesse de atacadistas em atuar nesse segmento da economia e o mesmo com o ramo de agropecuário. Por esse motivo, a Abad estuda, nos próximos anos, apresentar não só os resultadas gerais do atacado brasileiro, como desmembrá-lo por segmentos, como já acontece hoje com o ramo mercearil”, diz o presidente da Abad, Geraldo Caixeta. Apesar disso, das dez maiores empresas por faturamento,
segundo a Abad, apenas uma, a Tambasa, não atua no ramo mercearil, concentrando sua atividade em agropecuária e produtos veterinários. Mesmo quando aumentamos esse número para as 50 maiores empresas, apenas sete não atuam no ramo mercearil. “O ramo mercearil combina com a atividade atacadista, por se tratrar de produtos de primeira necessidade, vendidos em pequenos estabelecimentos. Aqui no Ceará há muitas vendinhas que só se mantêm ativas porque atendem pequenas populações locais, às vezes, poucos mais de uma, duas ruas. Como trabalhamos muitos centrados nesse tipo de cliente, o ramo mercearil acaba sendo o de maior relevância. É diferente de vender eletroeletrônicos, em que a concorrência como as grandes redes do varejo é muito mais acirrada, sobrando pouco espaço para pequenos estabelecimentos atuar”, diz a diretora de Marketing da Jotujé Distribuição, Maria do Carmo Lopes. (AG)
Leonardo Severini, do Vila Nova: consumidores voltaram a freqüentar pequenos estabelecimentos
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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ESPECIAL - 5
Fotos: Divulgação
O Grupo Comercial Zaragoza só atua no Vale do Paraíba e Alto Tietê: cresceu 75% de 2004 para 2005
Regionalização pode ser a saída para crescer Nordeste surpreende com seu bom desempenho Minas e São Paulo têm o melhor resultado, mas o Nordeste surppreende com seu crescimento no mercado atacadista/distribuidor brasileiro. E seus bons números vêm sendo embalados pelo turismo
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ão Paulo e Minas Gerais ainda são os dois estados com o melhor resultado do mercado atacadista/distribuidor brasileiro. Do faturamento registrado em 2005 pelo setor, 59,1% partiu desses dois pólos de vendas. Por outro lado, são os estados da região Nordeste que apresentaram o melhor desempenho no período. A participação da região, com base no faturamento na origem, passou de 10,3%, registrada em 2004, para 12,9% em 2005. Quando analisado apenas o setor mercearial, a região melhorou ainda mais e a participação subiu de 18,5% para 21,1%. A previsão para este ano não é diferente. “O Nordeste tem apresentado um forte crescimento no setor de turismo que, por sua vez, tem alavancado o mercado atacadista na região”, diz o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Geraldo Eduardo da Silva Caixeta. Outro motivo para o forte crescimento está nas
alíquotas de ICMS reduzidas para a região, o que diminui os custos operacionais para quem quer investir no local. Mas não é só isso. O crescimento vem sendo impulsionado também por investimentos em infra-estrutura, tecnologia e transportes. “Nosso papel é de suma importância porque, muitas vezes, ocupamos um lugar que pertenceria à indústria. Como ainda fica muito caro para essas indústrias se instalar no Nordeste, apesar de vermos muitas iniciativas recentes nesse sentido, os atacadistas/distribuidores acabam sendo a ponte entre a indústria e o comércio local”, diz a diretora de Marketing da Jotujé, Maria do Carmo. A empresa atua há vinte anos como distribuidora de produtos do ramo mercearil no Estado do Ceará. A executiva diz que é impossível ao pequeno varejista cearense comprar direto da indústria, porque os custos de envio da mercadoria acabariam por engolir todo o lucro: “É diferente, por exemplo, dos
estados do Sul, em que os pequenos varejistas se organizaram e criaram uma espécie de cooperativa para comprar produtos direto das indústrias. No Sul eles estão próximos das principais indústrias de alimentos, dispensando o papel do atacadista/distribuidor. É por isso que no Nordeste o desempenho do setor tem sido maior do que o observado em outras regiões”. Desempenho individual O Estado de Minas Gerais representou 35,6% de todo faturamento registrado pelo setor em 2005, seguido por São Paulo, com 23,5%. Dos dez maiores estados em participação sobre o faturamento, três são da região Sudeste (Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro), três da região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), três da região Nordeste (Bahia, Pernambuco e Ceará) e apenas um do Centro-Oeste (Goiás). Nenhum estado da região Norte figura entre os maiores. (AG)
Um exemplo: o Grupo Comercial Zaragoza (Spani Atacadista), em apenas dois anos saltou da 34ª posição no ranking das maiores empresas para a 22ª, com um crescimento de 75%. Escolheu Vale do Paraíba e Alto Tietê
A
regionalização pode ser a saída para quem quer se destacar dentro do segmento atacadista/distribuidor. Até mesmo em mercados onde a concorrência é extremamente acirrada, caso de São Paulo, quem optou por trabalhar focado numa determinada área de atuação conseguiu bons resultados. O Grupo Comercial Zaragoza, que controla a bandeira Spani Atacadista, é uma das empresas que teve destaque atuando apenas de forma regional. Há apenas dois anos em funcionamento, o grupo saltou da 34ª posição no ranking de maiores empresas, de acordo com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), em 2004, para a 22ª em 2005, com um crescimento de 75%. A excelente performance só foi possível, segundo o diretor comercial do Spani Atacadista, Flávio Almeida, porque a empresa decidiu centrar suas atividades nas regiões do Vale do Paraíba e Alto Tietê, no Interior do Estado, considerado um dos pólos de maior crescimento do País. A empresa já possui lojas nas cidades de São José dos Campos, Guaratinguetá e Mogi das Cruzes. Juntas as três unidades geram mais de 1.500 empregos diretos. Para este ano, a expectativa da Spani é crescer 30%, percentual que espera repetir em 2007. Para isso, a empresa pretende expandir os negócios, mas sem deixar de atuar apenas de forma regional. “Focamos nosso trabalho na região do Vale do Paraíba e do Alto Tietê, mesmo tendo oportunidades de expandir para outras regiões. Desta maneira, garantimos
eficiência e pró-atividade em todos os setores da empresa e conquistamos resultados comerciais positivos”, diz Almeida. A Vila Nova é outra empresa que aposta no Interior paulista para crescer. Apesar de ter estar sediada em Poços de Caldas, Minas Gerais, a empresa tem hoje 85% das vendas voltadas para o Estado de São Paulo. No ano passado, a empresa amargou um decréscimo de 14% no faturamento. “Precisávamos fazer uma recomposição de nossas carteiras. Foi um momento difícil, mas acreditamos que já está superado”, explica o diretor da Vila Nova, Leonardo Severini. Para esse ano, o executivo diz que é aguardado um aumento no faturamento de 20%, puxado principalmente pelas vendas feitas a pequenos estabelecimentos do Interior
paulista: “Apesar da concorrência cada vez mais acirrada, entendemos que esse ainda é o melhor mercado para atuarmos”. A Vila Nova trabalha com a distribuição de três mil itens, que vão de alimentos a produtos de limpeza e higiene pessoal, para cerca de seis mil clientes pessoa jurídica. Mesmo acreditando no poder de fogo do Interior paulista, Severini acha que o mercado paulista, especialmente na Capital, está próximo de sua saturação: “Hoje temos muitas empresas disputando palmo a palmo esse mercado. O que deve ditar o crescimento das empresas daqui em diante será o crescimento da economia propriamente dito, do que investimentos em infraestrutura e vendas. Se a economia for bem, as empresas, com certeza, terão um bom resultado também”. (AG)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.ESPECIAL
Pequenas empresas e seus lucros fantásticos Crescer de 18 a 20% ao ano tornou-se uma coisa comum para pequenos atacadistas que atuam em pequenas regiões do País, em especial no Nordeste. E algumas já ocupam lugar de destaque no ranking Fotos: Divulgação
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WValente/AFG
O Grupo Karne e Keijo, de Pernambuco, cresceu 20% no ano passado e inaugurou este mês sua primeira loja, a Deskontão
e o desempenho novo tem se mostrado dos últimos anos no fundamental para o sucesso setor da empresa. atacadista/distribuidor “Qualquer supermercado já serve para encher de primeira linha tem uma área muito bem estruturada os olhos de muitas de produtos frigorificados e companhias de outros congelados, o que nem segmentos da economia, sempre encontramos em esses números são ainda mercadinhos e mais tentadores quando estabelecimentos de pequeno observado o crescimento de empresas de menor porte, que atuam em pequenas regiões do País. Enquanto o setor cresceu em média 6% em 2005, alguns atacadistas conseguiram resultado muito acima disso. É o caso, por exemplo, do Grupo Karne e Keijo, com sede em Pernambuco, cuja taxa de crescimento porte. Justamente por passou dos 20% no ano atuarmos em um mercado passado, percentual que a novo é que o crescimento das empresa pretende repetir vendas tem sido tão elevado”, neste e no próximo ano. diz o superintendente do Há 28 anos no mercado, o Grupo Karne e Keijo, Inácio grupo se especializou apenas Miranda Júnior. na venda de produtos É bem verdade que o frigorificados e congelados faturamento da empresa para apenas cinco praças no ainda está distante dos quase Nordeste (Rio Grande do R$ 4 bilhões registrados em Norte, Paraíba, Alagoas, 2005 pelo principal grupo Pernambuco e Sergipe). Além deste mercado, o Makro, mas da regionalização, a atuação já começa a ser bem em um segmento considerado representativo dentro do
ranking das maiores empresas do segmento no Brasil. Para se ter uma idéia, em 2004 a empresa havia faturado R$ 91,7 milhões, valor que subiu para R$ 113,2 milhões no ano seguinte, ocupando a 36 lugar no ranking de maiores empresas. “Esse crescimento já permitiu, inclusive, a abertura da primeira loja do grupo, o Deskontão, inaugurada este mês, em Recife”, diz Miranda Júnior. Enquanto a Karne e Keijo trabalha com a distribuição de cerca de 700 itens para mais de dois mil clientes do ramo de restaurantes e três mil mercados de pequeno porte, a loja do grupo terá mais de cinco mil itens à venda não só dos segmentos de frigorificados e congelados, mas de alimentação em geral. “Pretendemos, com isso, atender aos estabelecimentos muito pequenos, que não utilizam sequer canais de distribuição na hora de
A Jotujé distribui cerca de 3,5 mil itens a mais de sete mil clientes, formados em sua maioria por pequenos estabelecimentos comerciais, como mercadinhos e mercearias
comprar e também dar ao consumidor final a oportunidade de adquirir produtos a preços diferenciados”. A expectativa é de que os compradores pessoa jurídica respondam por 60% das vendas da loja e o consumidor final por 40%. A Jotujé Distribuição é outra empresa de pequeno porte que cresceu muito acima da média do mercado. Em 2005 atingiu 18%, já descontada a inflação do período. Para este ano e o próximo a empresa espera elevar esse percentual para, pelo menos, 20%. “O Ceará, onde a empresa está localizada, é muito carente de
serviços de distribuição, o que talvez explica o nosso bom resultado”, diz a diretora de Marketing da empresa, Maria do Carmo Lopes. A empresa distribui cerca de 3,5 mil itens a mais de sete mil clientes, formados, em sua maioria, por pequenos estabelecimentos comerciais, como mercadinhos e mercearias. Menor Empresas menores ainda, como a Mundo dos Cereais, no Maranhão, com atuação estritamente local, conseguiram desempenho ainda melhor. O faturamento
da empresa engordou 62,2%, já descontada a inflação do período, entre 2004 e 2005, passando de R$ 15 milhões para R$ 26 milhões. O mesmo ocorreu com a Pacaluz Comércio e Logística, de Minas Gerais. Além do faturamento da empresa saltar de R$ 21,4 milhões para R$ 32 milhões, de 2004 a 2005, a empresa conseguiu melhorar sua performance no ranking das maiores empresas do setor, passando da 92 posição para 88. O segredo? Simples: a empresa decidiu focar sua atuação em parcerias com o pequeno comércio local. (AG)
Menores foram melhores este ano
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nquanto que o faturamento das vinte maiores empresas atacadistas/distribuidoras do País em 2005 foi de 5,3% em média, as 130 empresas seguintes registraram crescimento superior, de 6,9%. É o que mostra o ranking 2006 divulgado pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, realizado em parceria com a ACNielsen.
O estudo dá ainda uma amostra da concentração desse mercado. Para se ter uma idéia, a maior empresa, o Makro, faturou sozinha R$ 3,895 bilhões em 2005, enquanto o segundo, o Martins, registrou faturamento de R$ 2,702 bilhões, e o terceiro, a Arcom, obteve R$ 1,078 bilhão. A partir daí, nenhuma outra empresa alcançou a casa dos bilhões. Da vi-
gésima à trigésima posição, o faturamento médio foi de R$ 100 milhões. Depois, até 85ª posição, o faturamento se manteve entre R$ 90 milhões e R$ 40 milhões. Apesar disso, as empresas que ocupara que tiveram o melhor resultado. A Comercial Zaragoza, por exemplo, faturou R$ 188,5 milhões em 2005 e ocupa a 22ª posição no ranking. Mas o crescimento
de um ano para o outro foi de nada menos do que 75%, contra um crescimento de 6,5% do Makro, que ficou no topo da lista. O mesmo aconteceu com empresas de menor porte ainda, como a Barroso Distribuição, do Piauí, a empresa viu o faturamento engordar 42,8% de 2004 para 2005, embora a companhia ocupe apenas a 69ª posição no ranking.
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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O maior desafio é capacitar o agricultor para agregar valor à produção rural. Fábio Chaddad, economista
LIMITE DE ISENÇÃO VAI PARA R$ 1.294,84
CORREÇÃO ACONTECERÁ EM DUAS ETAPAS. A PRIMEIRA NO ANO QUE VEM E A SEGUNDA, DE MAIS 3%, EM 2008.
TABELA DO IR TERÁ REAJUSTE DE 3%
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Agliberto Lima
Crédito a produtor é mal utilizado
A
reformulação do Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), foi uma das sugestões apresentadas pelo professor Carlos Enrique Guanziroli, da Universidade Federal Fluminense (UFF), ontem, no debate sobre os Dilemas das Políticas Agrícolas e Agrária no Governo Lula, promovido na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Guanziroli apresentou avaliações negativas que mostram dificuldades de gerenciamento dos recursos do crédito pelos agricultores, falta de integração nos mercados de estrutura de vendas e agregação de valor. Segundo o professor, o mais importante é inserir o novo produtor em uma cadeia produtiva específica, em vez de simplesmente dar um crédito de R$ 18 mil e deixar que esse produtor faça o que quiser com o dinheiro. "De nada adianta ele começar a produzir e não ter onde ven-
Especialistas defenderam mudanças no Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf)
der", afirmou durante o evento. Como exemplos de cadeias, ele citou a do leite no Triângulo Mineiro, a de frutas em Petrolina (PE), e de arroz no Rio Grande do Sul. O monitoramento do Pronaf também é fundamental. Um diagnóstico poderia ser feito por uma universidade por amostragem, com custo baixo, "mas o governo não tem interesse em verificar isso", afirmou o professor. Segundo Guanziroli, 30% das famílias que recebem créditos desaparecem. "Geralmente, não são interessados em produzir, mas são favelados, miseráveis, marginais que estão nos assentamentos do Movimento dos Sem-Ter-
ra (MST) apenas para receberem o benefício. Não há uma seleção de quem realmente é produtor", criticou. Estudo – A inserção do agricultor em cadeias produtivas foi apresentada após a apresentação do estudo Repensando as Políticas Agrárias e Agrícolas do Brasil, de autoria dos economistas Fábio Chaddad, Marcos Jank e Sidney Nakahodo. O documento traz uma análise do agronegócio brasileiro ao longo dos nos últimos 20 anos. Para Marcos Jank, também presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), é preciso que haja um debate com a sociedade para mudan-
ças de opiniões e posturas em relação ao agronegócio. O estudo será apresentado aos futuros parlamentares. Ele disse ter certeza que a unificação dos ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Agrário não ocorrerá. Mas acredita em um monitoramento dos gastos na reforma agrária, assim como mudanças na área de defesa sanitária. Esse segmento registrou, de 2000 a 2005, gastos de US$ 47 milhões, próximos aos da Nova Zelândia. Nos EUA, o volume é de US$ 1,628 bilhão. Já para Fábio Chaddad, o maior desafio é capacitar o agricultor para agregar valor à produção rural. Adriana David
tabela de descontos do Imposto de Renda Pessoa Física terá um reajuste de 3% no ano que vem e de mais 3% em 2008. A informação é do relator da proposta orçamentária da União para 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Segundo o senador, o acerto foi feito numa reunião que ele teve ontem com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, e o secretário-executivo do Planejamento, João Bernardo. Raupp vinha defendendo uma correção de 5% na tabela em 2007 e 2008, mas considerou o acerto positivo. "Foi sem dúvida um avanço", disse. A idéia é criar três novas alíquotas, além das duas já existentes, de 15% e 27,5%. Para as declarações referentes aos rendimentos de 2006, o limite de isenção passa dos atuais R$ 1.257,12 para R$ 1.294,84 mensais. Quem ganhou acima de R$ 1.284,85 até R$ 2.587,45 vai ficar na faixa do IR de 15%. Acima de R$ 2.587,46, haverá a inclusão na faixa de 27,5%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já promoveu três ajustes na tabela: de R$ 100 na base de cálculo (para 2004) e correções lineares de 10% (em 2005) e de 8% (em 2006). Fundos – Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu a possibilidade da correção da tabela do IR, durante almoço com empresários e representantes de fundos de pensão na Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib). No encontro, Mantega também reafirmou a intenção do governo de zerar o IR de fundos de investimento voltados para projetos de infra-estrutura. O ob-
jetivo seria torná-los mais competitivos em relação aos fundos de renda fixa. A medida faz parte do pacote que o governo promete anunciar no próximo mês para destravar o crescimento da economia brasileira. Pelas regras em vigor, esses fundos pagam atualmente alíquota entre 15% e 22%, dependendo do período de resgate dos recursos. A medida também valeria para o fundo de investimento que será criado pela Caixa Econômica Federal, com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FGTS). Ajuste fiscal – Mantega disse ainda que o pacote terá medidas para um ajuste fiscal de longo prazo, com a fixação de limites de gastos correntes da União. O que não deve entrar neste momento é a discussão sobre a manutenção ou não da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Isso ficará para outro momento", disse Mantega. Inicialmente, a equipe econômica trabalhava com duas possibilidades. Uma era um corte linear e gradual da alíquota, hoje de 0,38%. A outra passava pela eliminação do tributo nas operações de crédito. A CPMF expira em dezembro de 2007. O ministro voltou a dizer que "as condições estão dadas" para uma maior expansão da economia. Hoje, o IBGE divulga o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre. Sem dar detalhes, Mantega antecipou que os investimentos "cresceram bastante no trimestre". Ele reforçou ainda que a idéia de elevar o salário mínimo de R$ 350 para R$ 367 é razoável e leva em conta as regras previstas no Orçamento de 2007. A proposta inicial do governo era de aumento para R$ 375. (Agências)
Rumo ao mínimo de R$ 420
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lém do aumento do salário mínimo dos atuais R$ 350 para R$ 420 no próximo ano, as principais centrais sindicais do País defendem um reajuste emergencial de 7,77 % na tabela do Imposto de Renda (IR). Em entrevista antes da mobilização de ontem no Centro de São Paulo, preparatória da 3ª Marcha do Salário Mínimo prevista para a próxima quartafeira, em Brasília, o secretáriogeral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que o reajuste pretendido pelas centrais sindicais corresponde às perdas com a inflação nos últimos quatro anos. Atualmente, a tabela oferece isenção para quem ganha até
R$ 1.257,12. A partir desse valor, há retenção de 15% para quem ganha até R$ 2.512,08 e de 27,5% para valores acima desse. Com a atualização de 7,77%, os valores subiriam para para R$ 1.354,79 e R$ 2.707,26. As centrais propõem ainda que o número de alíquotas seja ampliado de três para cinco. A correção pode fazer grande diferença. Um trabalhador que recebe, por exemplo, R$ 2,5 mil, tem descontado na fonte o valor de R$ 375; mas, se ganha um aumento de 5% no salário, passa a receber R$ 2.625, cai na alíquota de 27,5%, o que o leva a recolher R$ 721,87 e, conseqüentemente, a receber um salário menor do que o anterior ao aumento. (AE)
IGP-M AVANÇA O índice, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apurou inflação de 0,75% em novembro, taxa superior à registrada em outubro (0,47%).
Ó RBITA
CRESCIMENTO MODERADO NOS EUA
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economia dos EUA teve expansão moderada no começo do quarto trimestre, com crescimento nos gastos dos consumidores e o mercado de mão-de-obra permanecendo "apertado". O mercado de imóveis A TÉ LOGO
residenciais desaqueceu mais. As constatações, do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) servirão de base para as decisões de política monetária da reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), em 12 de dezembro. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Proposta pode reduzir déficit da Previdência
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Governo divulga saldo da balança de serviços
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Projeto muda operações da Eletrobras
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ESPECIAL - 7
No pequeno varejo, a despensa do consumidor O sucesso dos atacadistas/distribuidores depende do bom desempenho do pequeno estabelecimento comercial. Mercadinhos, vendinhas e mercearias funcionam hoje como uma espécie de despensa do consumidor Leonardo Rodrigues/Digna Imagem
Ricardo Padue/AFG
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Para Emílio Alfieri, da Associação Comercial de SP, varejo de pequeno porte hoje funciona como despensa do consumidor, como este empório da Mooca
Prestação de serviços, para manter a fidelidade Para ter sucesso, a empresa deve investir na prestação de serviços diferenciados, como auxiliar o pequeno varejista a expor seus produtos
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prestação de serviços é um item que a cada dia ganha m a i s i m p o rtância entre os atacadistas/distribuidores. O que antes era restrito a entregar a mercadoria com qualidade no prazo exigido, evoluiu e hoje é apontado por especialistas como item fundamental para quem quer conquistar novos clientes e manter fiel os antigos. “A empresa que quer ter sucesso deve investir na prestação de serviços diferenciados, que vão desde auxiliar o pequeno varejista a expor adequadamente o produto adquirido, até ajudá-lo a racionalizar os estoques”, diz Cláudio Czapski, superintendente da Associação ECR Brasil. Um erro comum, conforme o consultor, é o atacadista tentar “empurrar” produtos que não atendam ao perfil do pequeno varejista: “Nessa hora, um serviço de orientação e definição de estratégias de venda pode ser fundamental. O atacadista tem de perceber que de nada adianta empurrar uma lista enorme de produtos para o pequeno varejista se ele não terá condições de vender es-
Fotos: Divulgação
A Jotujé Distribuição, do Ceará, criou esta loja escola para servir de modelo. Para Cláudio Czapski não adianta “empurrar nada”
ses produtos. Ele tem de ajudar o varejo a aprender a deixar de lado o velho modelo de bom comprador e se concentrar em ser um bom vendedor. Essa nossa postura só
trará benefícios para as duas partes”. O consultor vê ainda com bons olhos ações de fidelização, como a emissão de cartões para os clientes, de uso
exclusivo em lojas pertencentes à empresa. Para ele, essa é uma maneira de o atacadista se comunicar diretamente com o seu cliente: “Ele pode enviar notícias sobre promoções, usando esse canal”. Essa também é uma maneira eficiente de conhecer hábitos de consumo e pagamento dos clientes. O consultor explica que alguns atacadistas já decidiram usar esse canal, inclusive, para lançar linhas de crédito: “O bom é que para o pequeno varejista essa aproximação também é muito positiva, na medida em que ele tem acesso a linhas de financiamento a juros menores do que os praticados pelo sistema financeiro”. A organização de produtos nas gôndolas e os serviços de degustação de produtos no varejo são outras ações que deveriam ser usadas em maior escala, conforme o especialista: “A indústria já usa, com êxito, a degustação de produtos dentro dos grandes supermercados. Por que o atacadista não faz o mesmo com o pequeno comércio? Essa pode ser uma boa estratégia para divulgar um produto ou uma marca, sem ter de fazer grandes investimentos em ações de marketing”. (AG)
Na loja escola, um modelo para vender mais
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tentas às novas exigências e necessidades dos clientes, as empresas têm investido nos mais diferentes tipos de serviços. A Jotujé Distribuição, por exemplo, com sede no Ceará, criou uma loja escola: um espaço montado para servir de modelo ao estabelecimento comercial que quer melhorar as vendas. No local, os produtos são organizados por sessões, como higiene, alimentos perecíveis, artigos de limpeza, entre outros. As prateleiras são bem iluminadas e organizadas, com espaço entre os pro-
dutos, para que os clientes não tenham dificuldades de encontrar o que procuram. “Esse local serve para que nossos clientes recebam treinamento para saber como organizar a sua loja. Lá também é possível receber nossos clientes de logística e marketing”, diz a diretora de Marketing da Jotujé, Maria do Carmo Lopes. O espaço é usado ainda para treinar a equipe de vendas da empresa. “Sabendo exatamente o perfil do cliente, qual a sua real necessidade de produtos e estoque e tendo a oportunidade de visualizar
isso por meio de um modelo existente, fica mais fácil para o vendedor saber como desempenhar bem o seu papel”, diz a executiva. Consulta Outra estratégia diferenciada tem sido adotada pelo Spani Atacadista. Todos os departamentos da empresa podem ser acionados pelo cliente varejista, que conta com ferramentas para modernizar e aprimorar o atendimento em sua loja. Assim o varejista pode contar com suporte para melhorar o layout
da loja, inovar na decoração e até mesmo para implantar um catálogo de ofertas. “O aprimoramento na prestação de serviço tem funcionado como fator decisivo na hora do varejista escolher onde quer comprar”, diz o diretor comercial da empresa, Flávio Almeida. Além disso, o Spani dispõe de jornais de ofertas enviados a todos os clientes cadastrados na loja, além de desenvolver jornais de ofertas segmentados, voltados para determinados clientes, como padarias e lanchonetes. (AG)
nvestimentos em tecnologia, ampliação de lojas, diversificação de produtos e atendimento. Nenhum desses itens será capaz de ajudar o atacadista a vender, se a atividade varejista estiver indo mal. Como a maior parte dos clientes dos atacadistas/distribuidores é o pequeno estabelecimento comercial, o sucesso de sua atividade depende, em primeiro lugar, do desempenho positivo desse tipo de negócio. “O que tem ajudado o setor atacadista é que o pequeno e médio varejo de bairro voltaram a atrair um grande número de consumidores”, diz o diretor do Atacado Vila Nova, Leonardo Severini. De acordo com o executivo, muitos consumidores deixam hoje de ir a um grande hipermercado, se a intenção é a de comprar apenas alguns produtos. “Esse consumidor prefere ir a um estabelecimento perto de sua casa, já que Ricardo Padue/AFG hoje não há muita diferença entre os preços cobrados por grandes mercados e por pequenos”, explica. O economista da Associação Comercial de São Paulo, Emílio Alfieri, também acredita que o varejo de pequeno porte passa por uma nova fase. “Hoje pequenos mercados, vendinhas e mercearias funcionam como uma espécie de despensa do consumidor. Quando falta qualquer produto na geladeira ou no armário ele corre para um desses lugares. É diferente da época em que convivíamos com uma inflação alta, que levava os consumidores a ir a grandes estabelecimentos e comprar o máximo que podiam para armazenar em casa”. Esses fatores fazem com que os pequenos estabelecimentos registrem resultados positivos, muitas vezes, superiores ao crescimento da economia. “Mas é preciso cuidado ao analisar esses números,
porque nem todo estabelecimento de pequeno porte tem tido um bom desempenho. Isso depende muito da localização, ramo de atuação e gerenciamento do negócio”, diz Afieri. “Se um mercadinho abrir ao lado de um Carrefour, por exemplo, dificilmente ele terá condições de se manter ativo por muito tempo”. O proprietário do Empório Peduto, na Mooca, em São Paulo, há dez anos enfrenta a concorrência de grandes redes do varejo com sucesso: “Em todos esses anos sempre registramos crescimento nas vendas. Este ano é que foi um pouco atípico, com a economia meio que travada. Mas nossa expectativa é de que, em 2007, as vendas cresçam consideravelmente”. Uma forma de continuar competitivo, mesmo depois de tantos anos no mercado, conforme o comerciante, é sempre inovar no atendimento e nos produtos vendidos no local: “Começamos este ano a trabalhar com a venda de cigarros e, para o próximo ano, a intenção é de vender carne pronta”. Atualmente a loja vende desde alimentos a produtos de higiene e limpeza. Pelo menos metade desse volume é comprado de atacadistas: “Trabalhamos bastante com atacadistas de Minas Gerais, como o Martins, Peixoto e Vila Nova”. Crescimento A expectativa da Associação Comercial é de que, em 2006, as vendas do comércio cresçam, em média, de 5% a 6%. De janeiro a outubro, o crescimento já passa dos 4%. Somente as consultas ao Usecheque, um sinalizador das vendas à vista, acumulam um crescimento de 5,9%, de janeiro a outubro. As consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) - um importante termômetro das vendas a prazo -, registram avanço de 3,4% em igual período. (AG)
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
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GASTOS MENSAIS COM CULTURA CHEGAM A R$ 115,50
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por cento de todo o orçamento do governo federal é destinado ao Ministério da Cultura
IBGE DIVULGA ESTUDO QUE MOSTRA O IMPACTO DAS ATIVIDADES CULTURAIS NA ECONOMIA DO PAÍS
CULTURA MOVIMENTA R$ 156 BILHÕES Fábio Motta/AE
País deve investir em acordos regionais
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omo o caminho para o livre comercio global se mostra irreversível, a única saída para evitar maiores conflitos é buscar parcerias, acordos e a integração regional. Mas essas conquistas devem ser obtidas com a participação do setor privado como um todo, e não limitadas apenas a modelos já existentes. Ou seja, o livre comércio mundial veio para ficar e é preciso encarar isso na prática e não apenas na teoria, segundo avaliou Guilherme Mattar, coordenador da área de inteligência comercial da São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), ontem, na última reunião deste ano do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio (CCIC), da ACSP. Para Mattar, é preciso encarar o livre mercado mundial não apenas como uma questão política, "mas também pelos interesses do mercado e dos vários segmentos econômicos envolvidos", alertou. Nesse sentido, disse, a integração regional pode abrir uma gama enorme de possibilidades para a solução de conflitos comerciais ou até mesmo políticos. Também podem contemplar novas opções para preservar os recursos naturais do planeta, respeitando as vocações regionais. Mattar não se mostrou otimista em relação à retomada, pelo Brasil, das negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Reconheceu as dificuldades que envolvem o tema, sobretudo as que existem em torno da questão dos subsídios agrícolas. Contudo, Mattar insistiu que o Brasil "é um mercado cobiçado por seus parceiros comerciais" e que, antes mesmo de falar em Alca, é preciso resolver pendências que persistem entre os parceiros do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela). Sergio Leopoldo Rodrigues
Nova América inicia operação em Santos
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Teaçu Armazéns Gerais, do Grupo Nova América, está iniciando as operações nas novas instalações do Porto de Santos, ampliadas depois de investimentos de R$ 90 milhões feitos desde 2004. Segundo o diretor do Teaçu, Renato Dias de Gouvêa, com os investimentos, a recepção de carga passou de 200 toneladas por hora para 1,8 mil toneladas por hora. É o único terminal brasileiro com capacidade para receber seis vagões para desembarque simultâneo. A ampliação também permitiu que a capacidade de embarque aumentasse de 600 toneladas por hora para 3 mil toneladas por hora. A capacidade de armazenamento saiu de 40 mil toneladas para 170 mil toneladas. Segundo Gouvêa, o terminal está se preparando para operar com granel. O Teaçu embarca 85% de sua capacidade operacional com produto (açúcar) de terceiros. "Por isso, precisamos trabalhar com um diferencial logístico para conquistar os clientes", disse o diretor da empresa. (AE)
Para Petrobras, um novo leilão deveria ocorrer no início de 2007
Petrobras quer antecipar licitação
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gerente-executivo de exploração e produção da Petrobras, Francisco Nepomuceno, defendeu ontem a antecipação da 9ª Rodada de Licitações da Agência Nacional de Petróleo (ANP) como forma de compensar a suspensão da última disputa. "Trabalhamos durante todo o ano e investimos em estudos de cada área e na formação de parcerias para esta rodada. Não faz sentido desperdiçar esses esforços." Para ele, um próximo leilão deveria ocorrer já no primeiro trimestre de 2007. O executivo lembrou que a estatal precisa repor 1 bilhão de barris de óleo por ano, referentes ao volume total produzido. Nepomuceno estimou que a suspensão do leilão poderá fazer com que a Petrobras atrase em um período de quatro a cinco meses a recomposição de seu portfólio de exploração. Por conta disso, segundo ele, é de se esperar que a estatal chegue ainda mais agressiva à próxima rodada. "Normalmente, o número de lotes arrematados pela Petrobras fica entre 15% e 20% do total ofertado e podemos esperar que num próximo leilão levaremos isso ao limite", afirmou. Sobre a restrição para as áreas vencedoras por empresa, o gerente admitiu que isso afetou a Petrobras, mas que a estatal "está disposta a cum-
prir a lei". Ele descartou a possibilidade de a empresa entrar na Justiça para tentar reaver um bloco arrematado na Bacia de Santos, anteontem, impugnado pelas novas regras. De acordo com Nepomuceno, como o número de blocos ofertados nesse leilão foi muito reduzido em relação aos anteriores, a estatal conseguiu compor parcerias, o que permitiu uma atuação de maneira a compensar as restrições. "Em um leilão com um número de lotes maior, isso ficaria mais difícil, para não dizer impossível", avaliou. Lamento – O clima de expectativa com a retomada das atividades da 8ª Rodada da ANP deu lugar a reações de repúdio e lamento entre os presentes ao Hotel Copacabana Palace, no Rio, com o anúncio oficial da suspensão. No final da tarde de anteontem, a comissão de licitação havia encerrado os trabalhos dando como certa a cassação da liminar que havia suspendido o leilão. Nos sete anos anteriores, a rodada da ANP chegou a ser ameaçada por liminares semelhantes. Em um ano específico dez delas foram cassadas antes da abertura dos trabalhos. Para o advogado Paulo Valois, do escritório Ulhoa Resende Guerra, "a ANP deveria ter insistido, buscando a revogação da decisão". (AE)
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
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cultura tem destaque nos gastos da família brasileira e chega a superar as despesas com itens como educação e higiene pessoal. Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que uma família gasta, em média, 7,9% de seu orçamento com cultura, item que figura no quarto lugar na lista do consumo familiar. A atividade ocupa 4% da mão-deobra ativa do País, ou 1,43 milhão de pessoas, e representa 5,2% das empresas formais. Somando os segmentos de indústria, comércio e serviços, a atividade cultural gerou receita líquida de R$ 156 bilhões em 2003, ou 7,9% da receita líquida total desses setores naquele ano. As conclusões estão no Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC), estudo apresentado ontem, depois de dois anos de elaboração. Como é uma pesquisa pioneira, o próprio IBGE reconhece que há pontos a afinar, a começar pela definição do que é atividade ou consumo cultural. A telefonia (celular, fixa e internet), por exemplo, foi incluída, o que levou a cultura à quarta colocação do consumo. Sem ela, o item cai para o sexto lugar no orçamento familiar. Telefonia – Os gastos familiares mensais com cultura, incluindo a telefonia, são em média de R$ 115,50. Mas, desse total, a telefonia representa quase a metade, ou R$ 50,97. Sem
ela, o total de despesas culturais cai para R$ 64,53, ou 4,4% do orçamento familiar. A diretora de Pesquisa do IBGE, Wasmália Bivar, disse que o objetivo é, no futuro, separar, dentro da telefonia, os segmentos voltados especificamente para cultura, como transmissão de imagens e dados e internet. As três instâncias de governo investiram R$ 2,3 bilhões em cultura em 2003, ano de referência do estudo. Os mu-
7,9
por cento do orçamento das famílias brasileiras são destinados aos gastos com cultura, de acordo com estudo do IBGE. nicípios lideraram, com 55%, seguidos pelos estados (32,4%) e pela União (12,6%). O levantamento, inédito, foi feito a pedido do ministro da Cultura, Gilberto Gil, para avaliar o peso da atividade cultural no Produto Interno Bruto (PIB) do País. Ainda não se chegou a esse dado por dificuldades metodológicas, mas o objetivo é divulgar o PIB cultural em 2008, de acordo com o presidente do
IBGE, Eduardo Nunes. "Precisamos saber, de cada atividade, o que é exclusivamente cultura", disse Nunes. Para Gilberto Gil, delimitar a economia da cultura permite qualificar a atividade e aumentar sua importância no orçamento nacional. Atualmente, sua pasta fica com 0,6% do total. "A cultura está preparada para receber mais investimentos. Se o repertório cultural se amplia, a capacidade e a necessidade de ação também crescem e será necessário ter mais dinheiro", afirmou. Gastos – O destino do orçamento para a cultura varia de acordo com a renda mensal. As famílias de renda menor empregam um terço (32,6%) do que gastam com cultura na compra de eletrodomésticos voltados para o consumo cultural (rádio, televisão, computador). As famílias com rendimento maior, acima de R$ 3 mil, usam 11,7% dos gastos com cultura na compra desses ítens. Reunir pessoas em festas e outras atividades consome boa parte do orçamento de cultura das famílias. As mais ricas gastam mais (13,6%) do que as mais pobres (8%). O estudo conclui que, quanto maior a escolaridade do chefe da família, maior o gasto com cultura. As famílias cujo chefe não tem instrução gastam, em média, R$ 33,67 por mês com cultura. Já as chefiadas por quem tem curso superior gastam, em média, R$ 391 por mês. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
8 -.ESPECIAL
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Marca própria a preço baixo, um grande negócio Os atacadistas investem cada vez mais em marcas próprias; uma pesquisa mostra que este mercado já movimenta cerca de R$ 7 bilhões ao ano no País. O Carrefour, por exemplo, cresceu 30% no setor de 2005 para 2006
O
mercado atacadista já descobriu as vantagens de investir em produtos de marca própria. Além de conseguir aumentar a sua parcela de lucro na venda, é uma maneira eficiente de conquistar clientes em busca de preços mais baixos. A União Atacadista, empresa de Minas Gerais, que atua apenas no mercado distribuidor, sem uma loja física, já comercializa mais de cem itens de marca própria. A empresa tem no mercado três marcas - a Seleto, de produtos de limpeza, a Nobre, de alimentos, e a Unibela, de cosméticos, que juntas representaram 6% do faturamento da empresa em 2005. Volume esse que a União pretende elevar para 10% este ano. “O consumidor tem descoberto a cada dia que produtos de marca própria são tão bons ou até melhores do que os produzidos por grandes indústrias, só que com um diferencial: o preço menor”, diz o diretor da União, Geraldo Caixeta. “E essa aceitação por produtos de marca própria só deve crescer, a exemplo do que ocorre no resto do mundo”. Pesquisa realizada pela LatinPanel e divulgada pela Compre, comitê ligado a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), mostra que o mercado de marcas próprias já movimenta cerca de R$ 7 bilhões ao ano no País. Conforme a pesquisa, o preço mais acessível, 70% na média, e a qualidade superior dos produtos (16%) são apontados como os responsáveis diretos pelo resultado. “A marca própria para os atacadista é até mais interessante do que para o varejista, porque ela será oferecida para clientes que conhecem muito bem o trabalho do atacadista, tendo tudo para se transformar em uma importante arma de fidelização. Não é à toa que os gigantes desse mercado têm investido fortemente nessa área. O Martins, por exemplo, já anunciou que pretende au-
Paulo Pampolin/Digna Imagem
Consumidor agora aprova
A
Para Neide Montesano (abaixo) marcas próprias como a do Carrefour favorecem os negócios dos gigantes do varejo e ajudam a desenvolver a indústria nacional fornecedora dos cerca de 43 mil produtos brasileiros
mentar o mix de produtos de marca própria para o próximo ano. E o Makro, talvez o pioneiro no lançamento de uma marca própria, a Aro, tem sempre mostrado novidades para o mercado”, diz a coordenadora geral do Compro, Neide Montesano. Em alguns países da Europa as marcas próprias já representam 40% das vendas do varejo. No Brasil já estão à venda mais de 40 mil produtos de marca própria, responsáveis por 6% das vendas anuais de todo o mercado de mercadorias não-duráveis, incluindo algumas categorias de vestuário. A Grande São Paulo é a região que concentra grande parte da comercialização desses produtos; as dez categorias de maior faturamento representam 45% do total comercializado e 90% delas são alimen-
tos. Ainda de acordo com o Comitê Abras de Marcas Próprias, a estimativa para este ano é de que o setor atinja o faturamento de R$ 8,1 bilhões. O Carrefour Divulgação aparece como a companhia que mais expandiu a linha de marca própria, crescimento de quase 30%, somente do início de 2005 ao início de 2006. Já o Wal-Mart colocou 16,6% itens a mais em seu catálogo de marcas próprias, segundo pesquisa da ACNielsen. Ambas as companhias planejam ampliar as exportações desses produtos em 2006. O Wal-Mart, que deve fechar o ano com fatura-
mento de R$ 450 milhões com a venda de produtos de 16 categorias para o Exterior, vai dobrar a oferta da quantidade de categorias para o mercado internacional no ano que vem. O Carrefour, por s u a v e z , p retende ampliar as exportações de têxteis com a marca mantida p e l a re d e e m quase 40%, aumentando de 18 milhões de dólares o volume de exportações em 2005 para 22 milhões de dólares neste ano. “Em todos os casos, as iniciativas favorecem, claro, os negócios desses gigantes do varejo, mas ajudam a desenvolver significativamente a in-
dústria nacional fornecedora dos cerca de 43 mil produtos de marca própria brasileiros”, diz Neide Montesano, citando números da ACNielsen. Composto por empresas supermercadistas, atacadistas e da indústria fornecedora de produtos de marca própria e apoiado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o comitê foi criado no ano 2000 para promover o encontro entre fornecedores e varejistas e desenvolver a capacitação técnica de ambos, definir parâmetros de garantia de qualidade, construção de marca e marketing, embalagem, níveis de preço e comunicação, como também avaliar as influências do Código de Defesa do Consumidor sobre o segmento e o atendimento às legislações vigentes. (AG)
indústria também já descobriu as vantagens de firmar parcerias com os atacadistas para desenvolver produtos de marca própria. A Polares Industrial, empresa do segmento de produtos para limpeza doméstica, como vassouras, rodos, escovas e esponjas, há seis anos decidiu investir nesse tipo de união. Hoje já produz itens de marca própria para vinte companhias, entre atacadistas, distribuidores e varejistas. Só para o Martins, um dos principais atacadista/distribuidor do País, a empresa desenvolveu a marca Casabella, de produtos de limpeza, que sozinha representa mais de 15% de todo o faturamento da Polares. “Nossa expectativa é de que, em 2007, esse volume cresça mais 10%, com o lançamento de novos produtos Casabella”, diz o diretor da empresa, Maurício Victoriano. O executivo atribui o crescimento de itens de marca própria nas gôndolas dos supermercados à mudança de hábito do consumidor: “Há uns dez anos esse mercado gerava muito preconceito. Havia alguns produtos de marca própria, mas nem todos de qualidade. Isso afastou por muito tempo não só o consumidor desse tipo de produto, mas também a indústria. Cansamos de ser procurados no passado para produzir itens de marca própria para varejistas e atacadistas, mas só decidimos entrar nesse mercado quando sentimos que os produtos poderiam ter qualidade, além de preço”.
Makro chegou de mansinho e hoje é o maior Maior atacadista do Brasil, o grupo holandês Makro chegou em 1972 a São Paulo e teve um crescimento conservador nos primeiros quinze anos. Hoje a rede está em 21 estados e no Distrito Federal, com 51 lojas no total
A
abertura de uma loja pode ser uma boa estratégia para o atacadista se consolidar no mercado e, de quebra, conquistar novos clientes, até mesmo pessoas físicas, que antes não tinham acesso à rede. Foi assim que o grupo holandês Makro cresceu e se tornou o maior atacadista do Brasil, em faturamento, segundo o ranking da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad). Fundado em 1968 na Holanda, o Makro iniciou suas atividades no Brasil em 1972, com a primeira loja na cidade de São Paulo. O crescimento da rede foi conservador nos primeiros quinze anos, com a abertura de uma loja ao ano, em média. Até 1986 a empresa atuava apenas com onze lojas, número esse que subiu para 21 em 1990, depois de a empresa adotar uma estratégia agressiva de expansão. Segundo informações contidas no site da empresa, atualmente o Makro está presente em 21 estados e no Distrito Federal, com um total de 51 lojas, com áreas de vendas entre 3,1 mil e 9,9 mil metros quadrados, em que é comercializada
Marcos Peron/Virtual Photo
WValente/AFG
O grupo holandês Makro opera pelo sistema cash-and-carry, em que só clientes cadastrados podem comprar. E o Tenda Atacado adotou a mesma estratégia para crescer
uma enorme variedade de produtos, mais de doze mil itens em alimentos e não-alimentos. A empresa opera pelo sistema cash-and-carry, em que só clientes cadastrados, que possuem o cartão da loja, podem comprar. A mesma estratégia para crescer vem sendo adotada pelo Tenda Atacado. Criado em janeiro de 2001, o grupo mantém a operação como atacado distribuidor de entrega para 27 mil clientes nas regiões da Grande São Paulo, Baixada Santista, Vale Paraí-
ba e até o Rio de Janeiro, atendidos por 180 representantes comerciais autônomos. Entretanto, é a modalidade de auto-serviço, por meio de lojas próprias, que lidera os negócios da empresa. Hoje o Tenda tem oito lojas abertas - duas na capital paulista, uma em São José dos Campos, duas em Campinas, uma em Guaratinguetá, uma em Guarulhos e uma recém-inaugura em Taubaté. No total são mais de 45 mil metros de área de venda e 180 check-outs. E a expectativa é de expandir ainda mais o nú-
mero de lojas. “O Tenda está entrando agora em uma nova fase, na qual pretendemos ampliar cada vez mais a rede, com a inauguração de duas a três lojas por ano”, diz o diretor da empresa, Eduardo Severini. O grupo opera com um sortimento de dez mil itens, entre alimentos, produtos de higiene pessoal, perfumaria, limpeza, bebidas, frios, laticínios, eletrônicos, frutas, legumes, verduras e bazar, vendidos em várias opções de embalagem, como caixas fecha-
das, institucionais, individuais e fardos. O grupo conta hoje com um cadastro de mais de um milhão de clientes ativos, entre pequenos e médios empresários, varejistas independentes e consumidores finais. A modalidade de atacado de autoserviço responde hoje por 70% dos negócios do Tenda. Diversificação Além dessas duas empresas, a capital paulista abriga diversas experiências de atacadistas
que funcionam por meio de lojas. É o caso do Assai, Atacadão, Roldão e Sans Club, que pertence ao Grupo Wall Mart. Nesses locais, não só pequenas empresas têm acesso a produtos com preços mais acessíveis, como consumidores finais também podem comprar. O único problema é que os produtos são vendidos geralmente em embalagens maiores ou em fardos. Algumas empresas, como a Makro, exigem que o cliente possua um cartão da empresa para comprar, caso do Sans Club. (AG)
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Nacional Finanças Empresas Legislação
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Móveis dos segmentos premium e popular usarão as figuras mágicas dos personagens Disney
PERFIL DO USUÁRIO E DO MERCADO DE CELULAR
PRODUTOS DISNEY NAS CASAS BAHIA NO ANO QUE VEM
Marcos Fernandes / LUZ
A Disney Company do Brasil lançará de móveis a produtos do segmento pet
T
oda a magia do universo criado por Walt Disney, com sereias, princesas, fadas e bichinhos que caíram no gosto da criançada, promete invadir novos setores das grandes redes varejistas no próximo ano. Há seis anos no País, a Disney Company do Brasil pretende expandir suas áreas de atuação e entrar nos segmentos de móveis, eletroeletrônicos, higiene pessoal, alimentação e pets, como ração e roupinhas. Para esse projeto já possui parcerias com as redes Carrefour, Wal-Mart, Lojas Pernambucanas, Lojas Riachuelo, C&A e Lojas Americanas. Para 2007, a Disney Company do Brasil iniciou conversas para fechar um acordo de vendas com a Casas Bahia. "Já temos parceria com eles, no show que fazemos para a Super Casas Bahia. Eles são a maior rede varejista do País, o que vai ao encontro de nossos projetos para venda de produtos licenciados", fala Marcos Rosset, presidente da Disney Company no Brasil. A idéia é vender móveis populares, que sigam os padrões de qualidade Disney, mas que tenham preços acessíveis ao consumidor.
Exclusividade – A empresa fechou contrato de exclusividade com a Gepeto Movelaria Cênica, do publicitário Eduardo Dechichi, com fábrica em Campos do Jordão. Dechichi levou seis meses para adequar seus móveis e projetos ao padrão de qualidade Fotos: Divulgação
Ração receberá licença
premium exigido pela Disney. Em julho passado, a fábrica, que já possui cinco pontos de vendas no Brasil, conseguiu lançar a linha Disney. "Somos os primeiros no mundo a fabricar móveis exclusivos da Disney. Nos outros
países são vendidos móveis brancos adesivados com os personagens", diz o dono e designer da Gepeto. De julho para cá, Dechichi registrou crescimento de 38% nas vendas. Ele conta que vem aumentando a cada mês a procura de camas, armários e cômodas com a carinha do Mickey e seus amigos. Cada peça precisa ser aprovada pela Disney, o que leva dois meses até o início da produção. A Disney Company pretende também fechar um acordo com uma grande empresa de eletroeletrônicos brasileira para a distribuição de DVD Players, MP3, televisores, aparelhos de som, relógios e telefones licenciados pela companhia norte-americana. Apesar de já atuar nos segmentos de vestuário, papelaria, acessórios, filmes, DVDs e brinquedos, e possuir até um canal de TV, o Disney Chanel, a empresa não pretende abrir lojas próprias ou parques temáticos no Brasil pela exigüidade do mercado e pela baixa renda média do consumidor. O grande interesse da companhia no mundo, além dos Estados Unidos, são os países europeus. "A América Latina toda represen-
Marcos Rosset, presidente da Walt Disney Company no Brasil, fez parceria de vendas com a Casas Bahia
Os bichinhos da Disney aumentam as vendas
ta apenas 5% do faturamento da empresa no mundo. Em negócios individuais, como papelaria e vestuário, é que o Brasil aparece entre os cinco maiores consumidores." Carro-chefe – Marcos Rosset diz que o carro-chefe da empresa no Brasil é o Disney
Móvel brasileiro recortado é único no mundo
Chanel, seguido pela venda de DVDS, que no ano passado aumentou 50%, mesmo disputando com os produtos piratas. Isso, porém, não ocorre com o setor de brinquedos. De acordo com o presidente da Disney Company, as alíquotas de importação são muito altas, tornando o valor do pro-
duto maior que a média dos nacionais de qualidade. "Neste ano crescemos cerca de 20% e esperamos que esse índice aumente em 2007, pois, com novos produtos e segmentos, poderemos nos beneficiar do crescimento das redes onde já atuamos", afirma Rosset. Tatiana Vicentini
Mercado de celulares deve atingir 101 milhões
O
presidente da Vi- forços e suas decisões de cria- celulares. Nessas classes, a penetração alcança 45%. Já as vo, Roberto Olivei- ção de novos produtos. Segundo Lima, houve um classes A e B, com maior poder ra de Lima, revelou ontem que o mer- crescimento de 53% nas ven- aquisitivo, respondem por cado de telefonia celular atin- das de celulares para clientes 40% dos usuários, mas nesse ge neste ano 101 milhões de acima de 51 anos no último ano segmento são 80% os que posusuários e tem espaço para e de 33% para crianças entre 7 e suem um aparelho. Renda – Sobre o perfil do crescer mais – tanto em núme- 13 anos. "Sentimos esse auro de clientes quanto em gastos mento nas vendas e estamos consumidor, o estudo mostra individuais – mas que os in- preparando estratégias para que os consumidores com renvestimentos terão agora "re- suprir as necessidades desses da mensal até R$ 480 são maiopúblicos, mas ainda não há na- ria, 64% do total, seguidos petorno sempre decrescente". O principal executivo da da definido", disse o executi- los de renda entre R$ 481 e R$ operadora de telefonia celular vo. "As crianças, em geral, 1.199 (26%), e pelos 10% acima de R$ 1.200. Há uma usam o aparelho para se comucontrolada pelos grupos Portugal Telecom Divulgação grande concentração de usuários na faixa e Telefônica salientou a importância de as etária entre 14 e 30 anos (50%); de 31 a 50 demais operadoras discutirem a possibilianos, o percentual de usuários é de 38%; e dade de compartilhamento da rede. "Nos acima de 51 anos, 12%, mas esta última é g r a n d e s c e n t ro s , é compreensível cada a faixa que vem apresentando maior taxa um ter sua infra-estrude crescimento, de tura de rede. Mas ago53% ao ano, medido ra, o grande desafio é entre julho de 2005 e levar a telefonia móvel julho de 2006. para regiões mais disNo mesmo períotantes, com menor do, a faixa entre 41 e 50 densidade populacioanos cresceu 46%; a de nal. Dessa forma, faz 33 a 40 anos aumenmuito sentido comtou 20%; de 25 a 32 partilharmos a rede", disse. "Com os retoranos, 35%; de 19 a 24 anos, 34%; de 14 a 18 nos decrescentes, o compartilhamento seanos, 17%; e a faixa de 7 a 13 anos, 33%. rá uma forma de reduzir custos", justificou. Em sua apresentação, Lima enfatizou Clientes com idades entre 7 e 13 anos e acique ainda há muito a ser conquistado (46% ma de 51 anos estão i m p u l s i o n a n d o a s Lima: concentração na faixa entre 14 e 30 anos da população ainda não tem um celular). vendas de celulares neste fim de ano, como as fai- nicar com os pais e amigos, um Segundo o executivo, nos paíxas etárias que mais crescem círculo limitado de pessoas, ses desenvolvidos quase 90% dentro do mercado de telefo- que pode ser inserido na nossa da população tem celular e a nia móvel, informou Lima. estratégia de comunidades. Os receita média de telefonia móEsta é uma das revelações da nossos clientes têm pacotes de vel mundial é de 7,9% do PIB, primeira edição do estudo "In- minutos gratuitos para falar de enquanto no Brasil esse núdicadores Vivo do Mercado Vivo para Vivo", comentou. mero está em 5,4%. A Vivo levantou a bandeira Brasileiro de Telefonia Móvel", Para o público jovem, música, apresentado ontem . acesso à internet e transmissão do compartilhamento de reO estudo compila dados de de dados (como fotos), são os des num momento particular mercado da Agência Nacional itens que aparecem com gran- d o m e rc a d o . E l a a g u a rd a de Telecomunicações (Anatel ) de importância. uma definição sobre a possíe estatísticas do Instituto BrasiO número total de 101 mi- vel fusão entre as operadoras leiro de Geografia e Estatística lhões de usuários de telefonia TIM e Claro que, se ocorrer, (IBGE ), cruzando-os com in- celular significa dizer que 54% resultará na maior empresa formações dos assinantes da da população já tem um apare- do setor no País, ultrapassanVivo. Com base nesse estudo, a lho. As classes C, D e E respon- do a atual liderança da Vivo. operadora direcionará seus es- dem por 60% dos usuários de Carlos Ossamu
Leão3%corrigido em 2006
No ano base de 2007 haverá outra correção de 3%. O acordo do governo com o Congresso saiu ontem à noite. E 5 Ano 81 - Nº 22.263
R$ 0,60
São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Jornal do empreendedor
Os grandes negócios do atacado
Edição concluída às 23h50
ESPECIAL
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
James Nazz/Corbis
A perda está avaliada em R$ 220 milhões; 15 mil pessoas deverão ser demitidas; 20% dos contratos já foram cancelados. Cidades 1 Ed Ferreira/AE
Conta do cartão de crédito em dezembro: R$ 18,1 bilhões Setor prevê montante 25,3% superior ao de igual período em 2005. É um recorde na série histórica da pesquisa Credicard Itaú. Para todo o ano de 2006, o prognóstico também é positivo: faturamento de R$ 159,4 bilhões. E 1 Luiz Octávio Lima
LULA MANCO
Cancún vence Wilma Boa Viagem
HOJE Nublado com chuva Máxima 24º C. Mínima 18º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 16º C.
DC
Mesmo com pé enfaixado, presidente mantém agenda cheia na Nigéria. Pág. 3
A 1ª festa sem Fidel de Cuba
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Fidel avisou que está sem condições para festas. C 4
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Pabx (11)
C idades Em cartaz, R$ 220 mi de prejuízo DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
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Nessa época do ano, a ocupação de espaços devia ser de 100%, mas caiu pela metade. Orlando Marques, presidente da BME
Esse será o impacto financeiro apenas no setor de mídia exterior, caso a lei Cidade Limpa seja mantida nos termos atuais. Contratos de veiculação já foram cancelados. Rejane Tamoto
Fotos de Agliberto Lima/DC
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o montante de mais de R$ 1 bilhão que os setores de comércio, serviços, mídia externa e anunciantes em geral terão em gastos e prejuízos em decorrência da entrada em vigor da lei 14.223 Cidade Limpa (segundo dados levantados em estudo feito pela Tendências Consultoria) cerca de R$ 220 milhões serão o prejuízo das empresas de mídia exterior (outdoors, painéis, frontlights e backlights), caso a lei seja aplicada a partir de primeiro de janeiro. A quantia, que representa o faturamento do setor em um ano, deixará de ser movimentada com a extinção das empresas de publicidade externa. A medida também causará a demissão de cerca de 15 mil pessoas. A lei do prefeito Gilberto Kassab acaba com toda a publicidade externa na cidade de São Paulo e reduz radicalmente os anúncios indicativos presentes nas fachadas do comércio e A partir de 1º de janeiro os outdoors de São Paulo, mesmo os hoje considerados legais, estarão em desacordo com a lei Cidade Limpa proíbe, inclusive, propagandas nas vitrines das lojas. saldo da insegurança dos Justiça – De acordo com anunciantes. Atualmente, Raul Nogueira Filho, presi- existem em São Paulo cerca de dente da Central de Outdoor 15 mil outdoors, considerados (entidade que representa 12 legalizados – e que serão prosempresas do setor na cidade) já critos pela lei Cidade Limpa. houve uma redução de 20% em As duas maiores empresas assinaturas de contratos entre do setor em São Paulo já tiveanunciantes e empresas de pu- ram uma redução de contratos blicidade externa. "Estamos de anúncios de mídia exterior preparando um levantamento de cerca de 30% a 50%. Uma mais detalhado da quantidade delas é a Brasil Mídia Exterior de contratos que foram perdi- (BME), cujo prejuízo totaliza dos desde a aprovação da lei R$ 25 milhões desde a aprovamunicipal", disse Nogueira. ção da lei Cidade Limpa. A emO Sindicato das Empresas presa é detentora de cerca de de Publicidade Exterior do Es- 1.100 espaços para colocação tado de São Paulo (Sepex) de outdoors, painéis, fronaguarda decisão da Justiça em tlights e backlights. relação ao reDentre os curso que solimais de 300 cita, em 2º grau, clientes da BME, a suspensão da a maioria é de lei para empre- Não existe, no mundo grandes anunsas legalizadas todo, uma lei como ciantes, como e afiliadas. O Coca Cola, Uniessa, que acaba com recurso é mais l e v e r, A m b e v uma tentativa uma atividade lícita. entre outros. São d e re v e r t e r a Francisco Carlos Marin, justamente as resposta que a diretor comercial da grandes empreJustiça deu à Clear Channel sas as que mais primeira ação: temem associar a de que a lei sua marca à ilenão trouxe dagalidade e, por nos às empreisso, estão resas do setor. A Associação Co- cuando diante da possibilidamercial de São Paulo (ACSP) de da proibição da publicidade decidiu entrar com um manda- externa. "Nessa época do ano, a Para defender seu direito de anunciar, outras empresas do setor vão recorrer à Justiça do de segurança contra a lei Ci- taxa de ocupação na mídia exdade Limpa, com o objetivo de terna devia ser de 100%, mas retomar o diálogo com o poder caiu pela metade. É o período público. A ACSP também quer em que campanhas de Natal esa prorrogação do prazo para tariam nas ruas, mas as grandes que o comércio se adapte à lei. empresas acabaram migrando Prejuízos –Embora o clima para a TV", disse o presidente bilhão de reais será o mil pessoas poderão por cento dos seja de esperança de que os re- da BME, Orlando Marques. impacto financeiro da ser demitidas no setor contratos com sultados das ações judiciais seEm outra grande empresa de jam favoráveis, as empresas de mídia exterior, a Clear Channel lei Cidade Limpa de mídia exterior empresas de mídia mídia externa já amargam pre- (com sede em San Antonio, no sobre o comércio e o como um todo em exterior já foram juízos desde setembro, quan- Texas, e presente em 65 países do a lei municipal foi aprova- do mundo) a queda nos contrasetor de mídia externa São Paulo cancelados da. E boa parte do prejuízo é o tos foi de 30%. "Em valores, dei-
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xamos de receber cerca de R$ 1,5 milhão por mês", disse o diretor comercial da empresa no Brasil, Francisco Carlos Marin. A empresa atende clientes de grande porte, como Sony e Bradesco, por exemplo. J u st i ç a - Diante da queda nos contratos, a Clear Channel ainda não fala em alternativas à mídia exterior em São Paulo, já que o segmento representa 100% do negócio. O momento, entre entidades e empresas, é de discutir o que fazer para obter mudanças na lei Cidade Limpa, que será regulamentada nos próximos dias. A expectativa é buscar uma vitória na Justiça. "Participamos do apagão de protesto contra a lei e continuaremos lutando junto com o Sepex", disse Orlando Marques, da BME. Times Square – A Clear Channel também aguarda a decisão da Justiça quanto ao recurso do Sepex, mas se prepara para acionar a Justiça individualmente, caso o resultado do recurso do sindicato não seja bemsucedido. "Não existe, no mundo todo, uma lei como essa, que acaba com uma atividade lícita. Cuidamos de 70% dos espaços de publicidade externa da Times Square, em Nova York", exemplificou Marin. Mesmo com a expectativa de se manter no mercado de mídia externa, a BME (que opera em todo o Brasil) atua em outros segmentos e vislumbra uma possibilidade de atuação em São Paulo, caso o Cidade Limpa seja posto em prática. Embora a mídia externa responda por 70% do faturamento, a empresa também comercializa espaços nos segmentos de mídia indoor, isto é, localizada em áreas internas de grande circulação, como aeroportos e shoppings. "Estamos trabalhando com esta mídia há um ano. O problema é que o indoor é incipiente, diferente do imediatismo do outdoor. Os anunciantes precisam da mídia exterior e de uma lei que organize a cidade, que fiscalize o irregular, mas não acabe com o setor", afirmou o presidente da BME. Segundo ele, o processo para o mercado reconhecer e confiar nesse tipo de mídia levará cerca de dois anos. Retirada – O diretor comercial da Clear Channel no Brasil, Francisco Carlos Marin, prevê um gasto superior a R$ 1 milhão para retirar todos os seus outdoors e painéis. De acordo com o presidente da BME, o custo para a retirada de toda a publicidade externa administrada pela empresa seria de R$ 800 mil. "Em 2000, retiramos 1.500 outdoors considerados ilegais pela Prefeitura e outras empresas irregulares se instalaram no local", disse. Segundo ele, a Prefeitura foi omissa com o mercado ao não fiscalizar o setor.
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Polícia Urbanismo Comércio Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
BUROCRACIA AINDA IMPEDE REGULARIZAÇÃO
Alguns camelôs instalados em popcentros ainda vendem produtos pirata e sem origem.
Fotos de Newton Santos /Hype
Amilca Irineu, da Atasp, disse que alguns camelôs chegaram a desistir do popcentro por causa do baixo movimento. Mas a situação hoje é outra.
Popcentro avança, mas com pedra no sapato
Popcentro Santa Ifigênia: muitos ambulantes não têm regularização
Mesmo reconhecidos como alternativa para o comércio ilegal, empreendimentos enfrentam dificuldades Fernando Vieira
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s popcentros, idealizados para promover vendedores ambulantes ilegais da cidade a microempresários, avançam. A caminhada, porém, só não é mais rápida por conta de algumas pedras no sapato. Com dois anos de existência, os empreendimentos, geridos pela iniciativa privada, dão sinais de progresso e já foram reconhecidos pela administração pública municipal como uma boa alternativa de solução para o comércio irregular da capital. Idealizado pelo presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, o projeto inicial dos popcentros previa três requisitos básicos para sua instalação: a desocupação do espaço público, com a realocação das barracas em outras áreas (públicas ou privadas); a proibição da venda de produtos piratas ou sem origem (contrabando e descaminho); e a transformação de vendedores informais em microempresários. Embora a lista de exigências pareça simples, preencher todos os requisitos ainda é um obstáculo para a boa parte dos camelôs que aderiu aos popcentros. Muitos não abriram empresas e algumas bancas
ainda comercializam produtos piratas ou sem origem identificada. Por seu lado, a Prefeitura não cumpriu sua parte de apoiar os shoppings populares e impedir a reocupação dos espaços nas ruas por novos ambulantes. Senador Queirós - Um dos empreendimentos que mais se aproxima do modelo idealizado pela ACSP é o Popcentro Senador Queirós, no Centro da cidade. Inaugurado em agosto de 2004, no prédio onde funcionava a Bolsa de Cereais de São Paulo, o empreendimento passou por dificuldades para se consolidar. Apesar das visitas de representantes da Prefeitura nos seis primeiros meses de funcionamento, não houve facilitação para atrair consumidores, como a liberação de estacionamento para ônibus nos arredores. "No início, sem muito movimento, alguns ambulantes que demonstraram interesse acabaram desistindo de trabalhar no local", diz Amilca Irineu, presidente da Associação dos Trabalhadores Ambulantes de São Paulo (Atasp), que gerencia o empreendimento. A divulgação e o fortalecimento do popcentro foram bancados pelos próprios ambulantes, que contrataram serviços de carros de som. Aos poucos, o lugar foi se tornando um ponto conhecido e atraiu novos camelôs. Hoje, são 37 funcionários re-
gistrados, responsáveis por manter a estrutura onde estão instalados quase 500 boxes de ex-camelôs. Desse total, cerca de 40% já possuem empresas regularizadas. O comerciante Eduardo Silva Melo, de 37 anos, é um dos ex-ambulantes que abandonou a ladeira Porto Geral para trabalhar regularmente no popcentro. Há cerca de quatro meses, ele e a esposa, Karen
O governo precisa deixar de lado sua parafernália burocrática e se aproximar desses comerciantes para reduzir custos. Roberto Mateus Ordine, vice-presidente da ACSP Cabral de Lima, de 26 anos, abriram sua nova empresa, a Karen Bijoux. Os dois afirmam que a regularização só trouxe vantagens para o negócio. "A abertura de empresa facilita o cadastro nas lojas em que compramos o material para confeccionar as bijouterias. Conseguimos, inclusive, prazos maiores para realizar o pagamento dos fornecedores. Além disso, passamos a vender para outros estados sem
problemas com nota fiscal", conta Karen, que tem clientes em Recife, Natal, Belém, Salvador e Rio de Janeiro. Responsável por seis empregos diretos e cerca de 60 indiretos, o ex-ambulante João Oliveira Gomes também ocupa espaços no Popcentro Senador Queirós. Depois de dois anos de experiência nas ruas do Centro, ele resolveu apostar no empreendimento logo na época de sua inauguração. E não se arrepende. Mas Gomes ainda faz parte da maioria: não abriu sua empresa. "Talvez por desleixo não abri minha empresa. Ainda não parei para reunir todos os documentos necessários", disse. D e a c o rd o c o m R o b e r t o Mateus Ordine, vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, um dos entraves à regularização dos v e n d e d o re s a m b u l a n t e s , ponto-chave para adequação ao projeto original dos popcentros, é a burocracia e a demora para a abertura de empresas. "O governo precisa deixar de lado sua parafernália burocrática e se aproximar da realidade desses comerciantes para simplificar e reduzir os custos do sistema. Só assim vamos atingir os 100% em micro-empresários". Brás –Há pouco mais de um ano, foi inaugurado no Brás o shopping popular Novo Oriente, destinado a absorver os ambulantes da região. De-
Na Florêncio de Abreu, no Centro, também existe um popcentro
fendido pela Prefeitura como uma alternativa ao comércio ambulante ilegal da chamada feirinha da madrugada, o empreendimento se desenvolveu rapidamente. Hoje abriga cerca de 4 mil barracas, o que lhe rendeu a posição de maior "shopping popular privado a céu aberto". Mas o sucesso do empreendimento trouxe à tona uma polêmica sobre fiscalização da origem e do tipo de produtos comercializados. Segundo Shlomo Shoel, presidente da Associação dos Lojistas do Brás (Alobrás), a idéia inicial do projeto foi apoiada pela entidade, porque teria como objetivo a eliminação da feira da madrugada e a regularização dos ex-ambulantes. "Não aconteceu nem uma coisa nem outra. O problema dobrou de tamanho e os lojistas estabelecidos no Brás continuam sofrendo com a concorrência desleal, com perdas acumuladas de até 40%, porque ali vende-se sem nota fiscal e também produtos piratas", disse Shoel. "Todo mundo faz vista grossa para esses pontos. Quando se trata de enfrentar o problema de frente, os órgãos públicos jogam a respon-
sabilidade um para o outro ", conclui Shoel. Segundo a subprefeitura da Mooca, a competência da administração municipal se restringe à fiscalização de áreas públicas. "Em relação às áreas privadas, a fiscalização prende-se ao uso e ocupação do solo. Por exemplo: se a atividade está em zoneamento permitido, documentação em ordem e se existe condições de segurança, verificada pelo Contru", informou, em nota. "Sobre a origem dos produtos, se possuem nota fiscal ou não, se são falsificados ou contrabandeados, essa é uma atribuição da Polícia". Em resposta à reportagem, a GSA, empresa que administra o shopping popular Novo Oriente, informou apenas que "a maioria (dos produtos) é manufaturado" e que há "recomendação para abertura de empresa". Além disso, para os ambulantes interessados em se instalar no local é exigida uma série de documentos, como o Cadastro do Contribuinte Municipal (CCM), identidade e atestado de antecedentes criminais. Na página 3, mais sobre camelôs
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Transpor te Polícia Comércio Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Em janeiro, mil camelôs foram retirados do largo da Concórdia, mas a região continua tomada.
BRÁS RECEBE 250 MIL PESSOAS POR DIA
Marcio Fernandes/AE
TARIFAS
BOEING
Central Única dos Trabalhadores (CUT) A ajuizou ontem uma Ação
m nota enviada à imprensa, os familiares E das 154 pessoas mortas na
Civil Pública com pedido de liminar na 2ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo para suspender o aumento da tarifa do ônibus para R$ 2,30, prevista para entrar em vigor hoje. Pela proposta, a tarifa subirá de R$ 2 para 2,30 - um aumento de 15%, acima da inflação medida pelo INPC/IBGE no período, que foi de 6,55%. Metrô e trem também aumentam. (AE)
queda do Boeing da Gol, que completou dois meses ontem, disseram esperar uma definição das autoridades sobre a responsabilidade do acidente, no Mato Grosso. Os pilotos do Legacy, os americanos Joe Lepore e Jan Paul Paladino, que estão com os passaportes retidos devem depor na próxima semana na PF. A a seguir, eles serão liberados. (Agências)
JATOS O Comando da Aeronáutica decidiu prorrogar por mais um mês, até 28 de dezembro, a restrição de vôo de jatos executivos e táxis aéreos nos horários entre 7h30 e 12h e 17h às 20h. A medida tem por objetivo priorizar os vôos comerciais E atender a maior parte da população usuária do transporte aéreo. A restrição começou a vigorar em 30 de outubro e valia até quarta-feira, mas agora foi prolongada. (AE)
Ó RBITA
CHUVAS chuva forte que atingiu boa parte da capital A ontem deixou quase todas as regiões em estado de atenção, desde às 15h10, exceto a zona norte, e provocou pelo menos três pontos de alagamentos, todos transitáveis. Por volta das 16h30 o estado de atenção foi suspenso, quando a chuva já era fraca na cidade. Em Guarulhos, na Grande São Paulo, a forte chuva provocou um grande alagamento na altura do quilômetro 212 da Dutra, sentido Rio de Janeiro. Por volta das 19h, o volume de água ainda dificultava o fluxo e causava lentidão no trânsito. A Ecovias bloqueou, à noite noite, o pedágio do km 32 da Imigrantes e montou a operação comboio. A neblina prejudicava a visibilidade. (AE)
CONTROLADORES Ministério Público do Trabalho está O investigando as condições de trabalho dos controladores de vôo em todo o País. A realização das investigações foi decidida após o Ministério Público ter recebido denúncias, originárias não só de Brasília, nas quais os funcionários do setor, civis e militares, queixam-se de carga horária excessiva, além de constrangimentos e pressões. A Aeronáutica nega que haja irregularidades. (AE)
Odloak e os camelôs: reunião acabou sem decisões. Ambulantes querem menos fiscalização no Brás.
No Brás, reforma só com saída de camelôs Lojistas que investiram já se arrependeram. Outros ainda esperam uma decisão.
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s lojistas do Brás, na região central da cidade, prometem continuar o projeto de revitalização da região quando uma condição for cumprida: os camelôs saírem das calçadas. Segundo a Associação de Lojistas do Brás, os empresários não concordam em investir na padronização de fachadas e na reforma de calçadas se os ambulantes continuarem a ocupá-las. A revitalização, que começou pelo largo da Concórdia em janeiro, é financiada pelos lojistas em parceria com a Prefeitura. "Com tantas barracas, ninguém quer investir para deixar o camelô mais confortável. Não adianta reformar se a loja fica escondida atrás das barracas", disse o presidente da associação dos lojistas do Brás, a Alobrás, Shlomo Shoel. Quem gastou diz que se arrependeu. "Paguei R$ 150 mil para aumentar o pé direito, reformar as calçadas e melhorar a decoração e não adiantou nada", disse o lojista K.D., de 25 anos que prefere não se identi-
ficar por medo de represália dos ambulantes. "Decidi tirar a loja da rua Maria Marcolina, que é cheia de camelôs, e abrir na rua Mendes Júnior, que tem menos movimento, mas não tem ambulantes na porta", completou. Na subprefeitura da Mooca, responsável pela área, a solu-
Com tantas barracas, ninguém quer investir para deixar o camelô mais confortável. Não adianta reformar se a loja fica escondida atrás das bancas. Shlomo Shoel, presidente da Alobrás ção para os ambulantes ainda não foi encontrada. Em janeiro, mil camelôs foram retirados do largo da Concórdia. Com a reforma o local ganhou árvores e um banheiro público. Os cerca de 700 ambulantes
com permissão para trabalhar foram encaminhados para outras ruas. Calcula-se que 5 mil camelôs trabalhem de dia no Brás. Apenas 893 têm Termo de Permissão de Uso (TPU). Na feirinha da madrugada, na rua Oriente, são pelo menos 3 mil deles sem autorização. Camelôs – Ontem, representantes do Sindicato dos Ambulantes Independentes se reuniram com o subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak. Entre as reivindicações estava a diminuição da fiscalização no período de Natal. Na reunião não se chegou a nenhum acordo. "A nossa luta contra os ilegais é grande, mas temos poucos agentes, não passam de 20", disse o subprefeito, que já pediu mais fiscais e espera que o número suba para 70 no ano que vem. Os ambulantes alegam que querem ficar pois trabalham há anos na região. Neste período de Natal, a associação dos lojistas espera receber pelo menos 250 mil pessoas por dia na região do Brás e um crescimento de pelo menos 10% nas vendas. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LOGO
Do ator norte-americano Leonardo DiCaprio sobre as condições de vida na África, onde esteve para rodar seu último filme, The Blood Diamond, ainda inédito.
Logo Logo
NOVEMBRO
Charles Platiau/Reuters
Sem ter visto estas coisas com meus próprios olhos, não poderia imaginar o alcance da miséria. Então se percebe o indescritível luxo em que vivemos no Ocidente.
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
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30 Recolhimento da Cofins, da CSL, PIS-Pasep, IRPJ, IRPF, CSL, Refis/Paes/Simples Nascimento do estadista inglês Winston Churchill (1874-1965)
T ELEFONIA S UÉCIA Claudio Bresciani/AFP
Acordes tribais
R EINO UNIDO Reprodução
Xavantes transformam cantos tradicionais em ringtones para celulares
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O francês Olivier Garcia em seu cavalo Emir et Djugut dentro de uma bolha plástica na abertura da Feira Internacional de Cavalos de Estocolmo, que receberá mais de 70 mil pessoas de público.
A IDS
Vacina ganha destaque na mídia
E M
possibilidade de obter uma primeira vacina de efeito moderado enquanto se aguardam os resultados imunológicos de outra candidata a vacina testada nos EUA. Em cinco anos, entram em fase final de testes (terceira fase), vacinas testadas nos EUA e países europeus, com boa reação imunológica e cuja avaliação final será por volta de 2015. Feitas as contas, uma primeira vacina contra aids deve surgir nos próximos dez a quinze anos.
venda apenas no Brasil, o conteúdo poderá já em 2007 ser oferecido a usuários de celulares da União Européia e da China, afirmou o coordenador do "Cidade Móvel", Gilson Schwartz. "A gente quer criar um modelo de negócios com conteúdos sociais para a indústria de telefonia móvel", disse o pesquisador, acrescentando que as negociações para distribuição internacional estão adiantadas. De acordo com o coordenador de tecnologia do projeto, André Leme Fleury, a iniciativa já gera renda para cerca de 100 índios Xavante. Os seis tons para celulares dos Xavante, vendidos por cerca de R$ 3 nos serviços de download das principais operadoras de telefonia celular do Brasil incluem o Canto da Caça e a Dança da Cura. Além das músicas dos Xa-
vante, o projeto conta ainda com músicas recolhidas entre comunidades ribeirinhas pelo barco da organização "Navegar Amazônia". A embarcação, que circula pela bacia amazônica, conta com um estúdio multimídia para edição dos conteúdos gravados em comunidades carentes dos Estados do Amapá, Amazonas e Pará. O valor arrecadado com a venda dos tons não pode ser divulgado por acordos de confidencialidade com as operadoras, mas as vendas unitárias do conteúdo do projeto "já estão na casa da dezena de milhar", disse Schwartz, coordenador do "Cidade Móvel". A renda obtida com os tons e as imagens de fundo de tela é dividida entre as comunidades carentes, empresas de distribuição de conteúdo e operadoras. (Reuters)
Daniel Garcia/AFP
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Num exercício de entrevistas reais com os responsáveis pelo Programa Africano de Vacina contra a aids, jornalistas africanos e brasileiros, reunidos há dois dias, em Lisboa, num seminário promovido pela OMS-UNAIDS, obtiveram a manchete que circulará pela mídia: em pouco mais de um ano, serão divulgados os resultados dos principais testes para uma vacina contra aids, feitos na Tailândia com 16 mil voluntários. Saladin Osmanov, diretor do programa, acenou com a
radicionais cantos indígenas da tribo Xavante da região central do Mato Grosso deverão ganhar o mundo na forma de ringtones (sons pagos e recebidos por download) para celulares. A iniciativa faz parte de um programa de geração de renda em comunidades carentes do país, organizado por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). O projeto, chamado "Cidade Móvel" e que conta com recursos do governo federal, tem como objetivo emancipar comunidades com índice de desenvolvimento humano precário via telecentros e capacitação de moradores locais na criação, edição e formatação de conteúdos de culturas do País para uso em celulares. Atualmente disponíveis para
Rui Martins
Detidos, apesar das investigações
VISUAIS CRAQUE-CEGO - O craque da seleção brasileira de futebol de cegos Ricardo é parabenizado pelos colegas após marcar o segundo gol contra a Espanha durante o Mundial da modalidade. O Brasil ganhou por 3 a zero e hoje enfrenta a Argentina na final. B ATE-PRONTO
Sobreviver é preciso Divulgação
urante nove anos, a empresária e psicoterapeuta Claudia Riecken entrevistou 182 pessoas que sobreviveram às mais diferentes adversidades, como a vida no campo de concentração de Auschwitz e um aumento de impostos que quase colocou um projeto empresarial a perder. O resultado é o livro SobreViver: Instinto de Vencedor (Saraiva, R$ 39) em que ela relata experiências pessoais, mostrando como cada um encontrou caminhos para a necessária sobrevivência.
O que no livro chamo de "os melhores sobreviventes" são 5% das pessoas: aquelas que questionam o médico, buscam soluções e informações, são responsáveis pela própria vida. Em algumas situações, esse percentual chega a 20%.
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Obras do cartunista Nicolielo, tendo a música como expressão (na foto, Ballet à Flauta). Galeria de Arte Marcelo Neves. Shopping Villa-Lobos. Avenida das Nações Unidas, 4.777. Telefone: 30243782. Das 10h às 19h. Grátis.
F AVORITOS
O velho cofrinho Caçadores em versão moderna de empregos
A TÉ LOGO
Lançamento do livro. Hoje,
G ASTRONOMIA
Manjar do príncipe O príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, lançou na Inglaterra um livro de receitas que exalta a criticada comida britânica e revela as preferências gastronômicas de seus antepassados. "Aprenda a trabalhar com a natureza, não contra ela", diz o príncipe em Duchy Originals Cookbook, que usa como ingredientes os 200 produtos orgânicos de sua empresa agrícola, a Duchy Originals. Várias das receitas usam carne de carneiro. O príncipe defende há muito tempo que esse tipo de prato volte a fazer parte do cardápio dos britânicos. L OTERIAS
Shopping Brascan Century Plaza.
É possível definir qual o percentual de sobreviventes na população?
Os jornais norteamericanos The New York Times e Newsday publicaram em suas edições de ontem críticas à decisão brasileira de manter os dois pilotos norte-americanos detidos no Brasil. Os dois pilotos estavam no jato que colidiu com o avião da Gol provocando o acidente. Os jornais atacam as autoridades brasileiras de manter os pilotos no País mesmo que as investigações tenham apontado falhas nas operações de controle do tráfego aéreo. As investigações devem durar mais um ano, segundo The New York Times e o temor é de que a situação dos pilotos fique ainda indefinida por longo tempo.
na Saraiva Mega Store do
Av. Joaquim Floriano, 466. Hoje, às 19h.
Concurso 675 da LOTOMANIA 09
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa é internado no Sírio-Libanês após crise cardíaca Cientistas finalmente desvendam o funcionamento de calculadora grega do ano 150 a.C.
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www.sindiclubesp.com.br
E por que se dedicar exatamente a este tema? Comecei a me interessar pelo tema quando enfrentei um
momento de transição difícil, financeiramente. A partir daí, passei a me questionar sobre essas pessoas e passei a ler tudo que havia sobre o assunto. Depois, passei a fazer as entrevistas e recebi indicações de amigos, clientes, imprensa sobre pessoas que poderiam ser entrevistadas para o livro. Viajei cinco continentes em busca dessas histórias.
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71365.asp?promo=homepage#
Quais são as características dos sobreviventes? De modo geral, essas pessoas apresentam, sobretudo, capacidade de adaptação, equilíbrio emocional sob pressão, humor, criatividade e otimismo, além da capacidade de enxergar soluções e de uma continuidade inabalável diante dos obstáculos.
CLAUDIA RIECKEN
Na sua opinião, esse baixo índice de sobreviventes tem relação com o que aprendemos na família e na sociedade? Com certeza, a educação não estimula o conhecimento de nossa própria subjetividade, de nosso processo de tomada de decisões. Mas cada um pode desenvolver isso. É verdadeiro o que dizem: a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional.
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www.hammacher.com/publish/
O Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo – Sindi-Clube – criou em seu site uma ferramenta de consultas para a aérea de recursos humanos. Além de inserir o próprio currículo em busca de uma colocação no mercado de trabalho, o internauta pode procurar vagas nos mais de 160 cargos, de diferentes níveis, existentes em clubes. O serviço é totalmente gratuito e, como segurança, ao cadastrar currículos ou vagas, o internauta será solicitado a fornecer dados como CPF, CNPJ e endereço.
O Children's ATM Bank é a versão moderna do porquinho para guardar moedas. A maquininha aceita moedas e notas e "aguenta" até US$ 999,99 na "conta". A máquina mostra o extrato na tela, e permite saques e depósitos com cartão. Custa US$ 39,95 na Hammacher Schlemmer.
O número zero na porta da casa de número 10 da Downing Street, onde mora o primeiro-ministro britânico Tony Blair, pode deflagrar uma crise política no Reino Unido. Ao menos se depender dos internautas, que têm se dedicado a discutir o formato estranho e o "ângulo" de observação do número. A série de comentários sobre o zero de Downing Street já atribuiu a "estranheza" do número a forças ocultas da política britânica e até especulou sobre sua relação com a saída, em breve, de Blair do endereço. Mas a explicação oficial é simples: o zero original não estava afixado direito e se perdeu e o substituto não combina com a fonte do número 1. Há controvérsias. B RAZIL COM Z
C A R T A Z
G @DGET DU JOUR
O escândalo do zero
Em protesto à falta de repasses da Funai, índios cobram pedágio na Transamazônica
Concurso 820 da MEGA-SENA 10
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DOISPONTOS -77
que "acima de tudo devem (Lembo e Kassab) servir de garantia à população do Estado e da maior cidade do país de que no período em que um deles ou ambos estiverem no comando do respectivo Executivo, as gestões serão discretas e eficientes, como tem sido o estilo político de ambos no exercício de cargos públicos".
PASSA-SE O
PONTO Cinco passos para não perder seu ponto comercial
onstatei numa pesquisa que um número inexpressivo de lojistas - apenas 04 (quatro) dentre 100 (cem) – têm noção de seus direitos comerciais. Desconhecem, especialmente, a ação renovatória de contrato de locação. Sempre saliento que o ponto comercial o u f u n d o d e c omércio é o verdadeiro patrimônio do lojista; nele, o empresário desenvolve sua atividade comercial, sendo de suma importância para o êxito de seus negócios. Alguns empreend e d o re s , a p ro v e itando-se geralmente do desconhecimento dos lojistas sobre os seus direitos a respeito da renovação compulsória de seus c o n t r a t o s d e l o c ação, ingressam com ação de despejo para retomada do imóvel (denúncia vazia), pois possuem base legal para a sua consumação. Os lojistas, acuados, ficam sujeitos a pagar novamente luvas ou a majoração significativa do valor do aluguel. Tais fatores são ext r e m a m e n t e r e l evantes e, sem dúvida, prejudicam a coletividade dos lojistas, uma vez que, a sujeição de alguns destes às novas exigências dos empreendedores servirá como parâmetro aos que exerceram corretamente seus direitos. Imagine um lojista que perdeu o prazo da propositura da ação renovatória de contrato de locação do imóvel pelo qual pagava R$ 100,00 o metro quadrado. Ao se submeter às novas condições do empreendedor (para não vir a perder o seu ponto comercial), concorda em majorar o valor do metro quadrado para R$ 130, 00, que na realidade valeria os mesmos R$ 100,00 caso propusesse a ação renovatória. Esse acordo, transformado em um novo contrato de locação, servirá de base para o laudo judicial.
ção, cuja soma seja de cinco anos ou mais. Não adianta o loj i s t a u s a r o a rg umento de que sempre esteve no imóvel, comprovando esse fato através de recibos de aluguéis, ou, ainda, que mandou carta ao empreendedor declarando a sua intenção em renovar o seu contrato de locação.
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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
renovação compulsória do contrato de locação em shopping centers tem por objetivo proteger o fundo de comércio e deverá ser proposta no prazo de um ano, no máximo, e até seis meses no mínimo, anteriores a data do término do contrato em vigor, pelo prazo determinado de cinco anos ou mais, ou por sucessivos contratos, sem qualquer interrup-
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lojista deverá preencher requisitos básicos para a propositura da ação renovatória: - prova de ter celebrado contrato por escrito e com prazo determinado e que o prazo mínimo (ou a soma de prazos ininterruptos, por escrito) seja de cinco anos ou mais; - prova da exploração do comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo de três anos - prova do exato cumprimento de suas obrigações do contrato em curso, como: aluguéis, condomínios, fundos de promoção, seguros, impostos, taxas e etc... - indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da locação no que diz respeito ao valor do aluguel: tanto concernente ao valor mínimo, como também ao valor percentual; - indicação clara e precisa quanto ao prazo contratual e a forma de reajuste (que atualmente é anual), e - declaração dos fiadores aceitando a renovação do contrato e os encargos da fiança, se forem os mesmos. É importante ressaltar que o lojista, caso não exerça o seu direito, perderá quaisquer importâncias eventualmente pagas, como por exemplo, luvas, taxas, benfeitorias, sendo que estas últimas, geralmente, por força de cláusula contratual, são incorporadas ao imóvel, podendo retirar, apenas e tão somente mercadorias, araras, estantes, caixa registradora e outros bens, desde que não danifiquem o imóvel.
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G O ponto comercial (ou fundo de comércio) é o verdadeiro patrimônio do lojista. G Raramente o comerciante conhece seus direitos comerciais, especialmente a ação renovatória de contrato de locação. G Acuados, os lojistas ficam sujeitos a pagar novamente luvas ou o reajuste do aluguel. Do contrário, perdem o ponto.
or estas razões, é fundamental que o lojista tenha consciência de seus direitos, e saber, principalmente, exercêlos na hora oportuna.
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MÁRIO CERVEIRA FILHO É ADVOGADO
Kassab e FGTS urante a gestão da prefeita Marta Suplicy, acompanhei diariamente as inúmeras críticas do DC à sua gestão. Mas, após a posse de José Serra e, depois, a de Gilberto Kassab, não vejo este jornal fazer duras críticas às suas más gestões. Como, por
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exemplo, no caso do absurdo reajuste das tarifas de ônibus ou quando o atual prefeito diz que para o problema das enchentes não há solução. Serra ficou dois anos na Prefeitura e não fez nada para resolver isso. E agora seu sucessor (PFL, o mesmo partido de Afif) não tem
vergonha de fazer uma declaração assim? E este jornal não fala nada sobre isso? Estou indignada! A cada dia acredito mais ainda na tirania dos partidos de direita em relação à população mais humilde. CRISTIANE AMARAL BERTOLINO CRIS.BERTOLINO@TERRA. COM.BR
o primeiro parágrafo da matéria Empresas devem R$ 11bi ao FGTS e habitação perde identifiquei um equívoco que considero grave, pois a matéria afirma que o FGTS é descontado dos funcionários e que nesta situação as empresas estariam
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até incorrendo em apropriação indébita. Porém o FGTS, que é de 8,5% e não 8%, como menciona a matéria, é encargo do empregador e, portanto, não é descontado do funcionário, como foi escrito. LUIZ CLAUDIO DOMENICHE PAZAP@TERRA.COM.BR
PAULO SAAB
realidade OPORTUNIDADE comprova isso. E abre, se de fato PARA O PFL Kassab assumir o PFL
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governador Cláudio Lembo, em entrevista, afirmou que na renovação da direção nacional do PFL, que ocorrerá no início do próximo ano, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deverá ser conduzido à presidência nacional desse partido. Segundo Lembo, pode haver outros pretendentes, mas a tendência do partido é a de promover uma renovação para buscar uma direção mais jovem e voltada para a revitalização partidária. Atual presidente do PFL paulista, Lembo acredita que existe enorme espaço na vida nacional para um partido que ele definiu como conservador, mas atuante em sintonia com o pensamento da média da população. O governador também assinalou que a tendência do partido é a de consolidar candidaturas a cargos majoritários, não descartando a possibilidade de sair candidato até a presidente da República, mesmo para perder, para ajudar a difundir um novo PFL.
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e minha parte entendo, em consonância com tudo que tenho escrito sobre o abandono da classe média brasileira, que um PFL revitalizado, identificado com os anseios dessa classe média e tendo portavozes, lideranças jovens, mentalidade política mais arrojada, comportamento austero, probo, pode se tornar de fato uma alternativa de participação para um enorme contingente de brasileiros hoje desiludidos, decepcionados, abandonados, no que se refere ao assunto política e eleições. Como sempre assino e assumo minhas opiniões, lembro que na edição desta coluna de 31 de janeiro deste ano, sob o título São Paulo em boas mãos, quando se cogitava de Lembo assumir o governo do Estado e Kassab, a prefeitura da capital, na desincompatibilização de Alckmin e Serra, escrevi sobre os dois vices, entre outras coisas,
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nacional, a oportunidade para que possa surgir uma identificação de um partido político que, nas palavras de Lembo, é conservador mas não retrógrado, e que passe a representar as aspirações e anseios da classe média, que é conservadora, mas também liberal por natureza. Após a posse de José Serra no governo do Estado, Kassab deverá imprimir, dentro de seu estilo, afinado com o governador, um ritmo mais pessoal, onde deverá ganhar maior dimensão. E Lembo se tornará referência de político sério, sem papas na língua, usando a linguagem do cidadão comum, como tem se mostrado como governador; realista, de bom senso e altamente crítico. m janeiro escrevi sobre a personalidade de ambos. Em parte responde a pergunta do jornalista e advogado Joseval Peixoto ao próprio Lembo, elogiando (o que é raro) suas qualidades: Como o professor Lembo, que dá entrevistas com elevado conteúdo jornalístico e revela essa pessoa de bom senso e precisão, passou tantos anos escondido dos jornalistas, necessitando se tornar chefe do Executivo para mostrar seu conteúdo? Só quem conhece Lembo e Kassab após muitos anos de convivência pessoal, acadêmica, política, social, não se surpreende de fato com o que ambos podem oferecer. A oportunidade para o PFL (e para a classe média) é de ouro. Embora de modo geral os cidadãos de bem estejam arredios à política.
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PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR
G O PFL
pode se tornar o partido da classe média conservadora, mas liberal por natureza
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Definitivamente entramos na fase pós-Fidel. Frank Mora, professor da Escola de Guerra de Washington
Internacional Claudia Daut/Reuters
FIDEL FALTA À FESTA DE FIDEL Em um comunicado escrito, líder cubano alega falta de "condições clínicas" para comparecer às celebrações de seu aniversário e alfineta George W. Bush
O
s cubanos participaram de uma série de atividades em homenagem ao presidente Fidel Castro por ocasião da celebração de seu aniversário de 80 anos, na terça-feira, mas não contaram com a presença de seu líder. Por meio de uma mensagem escrita atribuída a Fidel, os cubanos foram informados de que ele não participaria das celebrações de seu 80º aniversário porque não estava em condições clínicas de comparecer. A mensagem de Fidel foi lida por um locutor no principal evento da noite, uma festa de gala no Teatro Karl Marx, em Havana. Cerca de 5.000 convidados procedentes de 80 países estavam presentes. "Ao dirigir-me aos senhores, personalidades prestigiosas do mundo, estava diante de um dilema. Não podia reunir todos num pequeno local. Só no teatro Karl Marx cabiam todos os visitantes e eu não estava em condições, segundo os médicos, de enfrentar um encontro tão grande. Optei, então, por falar a todos desta forma", diz Castro no início da carta. Na mensagem, Fidel afirma que o povo americano não deixará George W. Bush acabar seu mandato presidencial. "Enfrentamos um adversário que levou os Estados Unidos a um
Rodrigo Arangua/AFP
O rosto de Fidel em pintura no Palácio de Convenções de Havana, onde se realiza o seminário "Memória e Futuro: Cuba e Fidel"
Cubanos homenageiam os 80 anos de Fidel e os 50 do Exército do país
desastre de tal magnitude, que quase certamente o próprio povo americano não permitirá que ele conclua seu mandato presidencial", escreveu Fidel. "Estimados amigos que nos deram a honra de visitar nosso país, despeço-me com grande dor por não ter podido agradecê-los e abraçar pessoalmente cada um de vocês", concluiu. O evento contou com a presença dos vice-presidentes Carlos Lage e Esteban Lazo, do ministro das Relações Exteriores, Felipe Pérez Roque, e do presidente da Assembléia Nacional (Parlamento) Ricardo Alarcón. O presidente em exercício, Raúl Castro, irmão de Fidel, também não compareceu. Cuba iniciou os festejos do aniversário de Fidel Castro com uma série de atos progra-
mados pela Fundação Guayasamín, que vão até sexta-feira. No sábado, haverá um desfile militar. O aniversário de Fidel ocorreu em 13 de agosto, mas a celebração foi adiada, a pedido dele, para coincidir com o 50º aniversário do dia em que ele e seus seguidores desembarcaram em Cuba no barco Granma, para a revolução que seria vitoriosa em 1959. Fidel foi submetido a uma delicada cirurgia em 31 de julho. Sua doença não foi revelada. A última aparição pública de Fidel ocorreu alguns dias antes da cirurgia. O líder cubano parecia cansado. Desde então, Fidel foi visto apenas em fotografias e em um vídeo divulgado em outubro para desmentir rumores sobre sua morte. No vídeo, Fidel estava magro, mas bastante lúcido.
Reuters
PAQUISTÃO X ÍNDIA – Dois dias depois de a Índia testar seu novo sistema de interceptação de mísseis, militares paquistaneses testaram com sucesso, em local não divulgado, o míssil balístico Hatf 4 (ou Shaheen1), com capacidade nuclear e alcance de 700 quilômetros, suficiente para atingir o país vizinho e rival. Kerim Okten/AFP
O PAPA NA TURQUIA – Sob forte esquema de segurança, Bento XVI (esquerda) encontrou-se ontem com o patriarca ortodoxo Bartolomeu, durante serviço religioso na Igreja de São Jorge, em Istambul. O papa quer pôr fim aos desentendimentos que há mais de mil anos separam os dois ramos do Cristianismo. Jim Young/Reuters
Premiê iraquiano esnobou Bush?
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esperado encontro entre o presidente dos EUA, George W. Bush, e o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, foi postergado de ontem para hoje, depois de ter sido revelado que Washington duvida da capacidade do premiê de controlar a violência sectária. O adiamento foi anunciado pouco depois de Bush ter desembarcado em Amã para as conversações com o rei da Jordânia, Abdullah II, e Maliki. O encontro de Bush com o rei foi mantido. O conselheiro da Casa Branca Dan Bartlett negou que Maliki tenha esnobado Bush em vista do vazamento do memorando da Casa Branca questionando sua capacidade de conter a violência no Iraque.
SECRETARIA DA SAÚDE Abertura de Licitação Encontra-se aberta no Gabinete, Pregão Eletrônico nº 355/2006 - Proc. 2006-0.283.836-0, destinada ao Registro de Preços de Antibióticos, Anti-Helminticos, Escabicida e Cardiotônico, para a Seção Técnica de Estoque Central - SMS-34, do tipo Menor Preço. A realização da sessão será na data de 14/12/2006, às 13h pela 2ª CJSMS. Os documentos referentes às propostas comerciais e anexos deverão ser encaminhados a partir da disponibilização do sistema até a data de abertura, conforme especificado no edital. O edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados através dos sites http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br. Encontra-se aberta no Gabinete, licitações na modalidade de Pregão Presencial, tipo menor preço, para: 358/06 - Proc. 2006-0.283.845-9 - SMS.34 - Registro de Preços de Soluções parenterais de grande volume. A realização da sessão pública de pregão, ocorrerá às 11h do dia 13/12/2006, pela 4ª CJL/SMS. Os documentos referentes ao credenciamento, os envelopes contendo as propostas comerciais e os documentos de habilitação das empresas interessadas, deverão ser entregues diretamente ao pregoeiro, no momento da abertura da sessão pública de pregão. O edital do pregão poderá ser consultado e/ou obtido pelo site da PMSP: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, ou no gabinete da Secretaria Municipal de Saúde, local da realização do pregão, na Rua General Jardim, 36 - 3º andar - Vila Buarque - CEP 01223-010 - São Paulo/SP, mediante a Guia de Recolhimento.
Terra não é a questão desse movimento. Melhor qualificado estaria como um grupo cuja motivação ideológica se sobrepõe, em muito, a qualquer vestígio humanitário ou econômico.
Crianças brincam e moça cozinha milho em área ocupada ao lado do Projeto de Assentamento Nova Amazônia, a 30 km de Boa Vista, Roraima.
oportunidade também de percorrer extensas partes do litoral brasileiro, especialmente as mais pobres. Visitei inúmeras colônias de pescadores, desde a foz do Rio São Francisco, até a foz do Rio Parnaíba, no Piauí. Em grupos, sem organização formal, ou organizados sob a forma de cooperativas, dezenas de milhares de pescadores tiram do mar o seu sustento. Usam como instrumento de trabalho desde as tradicionais e frágeis jangadas, passando por pequenos barcos à vela ou a remo, até embarcações de maior porte que contam com radares, sonares e tudo o que a moderna tecnologia pode oferecer. Ainda existem centenas de quilômetros do litoral nordestino onde não se vê atividade pesqueira, ou melhor, que continuam completamente desabitadas. Existem inúmeras cooperativas que facilmente poderiam expandir os seus quadros. Faz-se então a pergunta: porque não existe um movimento de “sem barco”? Ou de “sem rede”? Porque alguns acampados – muitas vezes a uma curta distância do mar, como é comum em quase todo o Nordeste – não reivindicam condições para explorar os recursos naturais do oceano, tão fartamente disponíveis e que demandariam menos recursos governamentais? Também pude constatar a melhora na condição de vida das populações caiçaras devido a um novo fator: além da pesca, a renda familiar em muitas localidades tem aumentado significativamente em decorrência da produção artesanal das mulheres (e também de jovens). Associações e cooperativas de artesanato têm surgido em várias localidades nordestinas, até mesmo em regiões remotas, e hoje elas vendem não apenas para cidades turísticas brasileiras, como também exportam. É impressionante ver o treinamento que muitas ONG’s estão dando aos membros de cooperativas e associações, ao transmitir conceitos como qualidade total, competitividade, criativi-
Paulo Liebert/AE
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Paulo Liebert/AE
dade, planejamento, controle de custos e assim por diante. Tive oportunidade inclusive de assistir a um evento altamente organizado em São Luís, no Maranhão, com comunidades de expositores de artesanatos de diversas regiões. As famílias estão dependendo cada vez menos da atividade pesqueira, numa compreensão – talvez até intuitiva – de que a produção de alimentos tende a proporcionar ganhos relativamente decrescentes. Mas o MST insiste em navegar contra a corrente, num jogo de reivindicações cuja irracionalidade do discurso para o grande público é cada vez mais gritante. Até aí não haveria problemas, se não fosse pelo lado desumano da história. As lideranças do MST estão usando um expressivo contingente de pobres e miseráveis como massa de manobra. São pessoas que estão perdendo um tempo precioso de suas vidas. Mesmo que venham a obter no futuro uma gleba de terra, esta de pouca serventia será para garantir o seu sustento. Num mundo em que o problema alimentar vem se reduzindo a uma questão de logística (pois o volume da produção não é mais o problema), somente o agricultor profissional, dotado de conhecimentos muito superiores ao do agricultor familiar ou de subsistência, poderá sair-se bem nesse novo cenário. Além do que, as populações pobres das cidades, por mais carentes que sejam, sequer se imaginam retornando para a zona rural. O Brasil ainda precisa despertar para o verdadeiro objetivo dos “sem terra”. Terra não é a questão desse movimento. Melhor qualificado estaria como um grupo cuja motivação ideológica se sobrepõe, em muito, a qualquer vestígio humanitário ou econômico. O MST está preparado para uma missão que vai muito além da mera distribuição de terras ditas improdutivas. Isso fica evidente para qualquer observador que queira saber como e onde o MST ergueu seus acampamentos.
O que há por trás do
Jonne Roriz/AE
MST
Ou a estratégia dos acampame Susi Padilha/AG
DIGESTO ECONÔMICO - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2006 - ANO LXI - Nº 440
NOV/DEZ 2006 - ANO LXI - Nº 440 - R$ 4,50
Plantando o novo Brasil Fabio R. Chaddad Marcos S. Jank Sidney N. Nakahodo Entrevistas: Roberto Rodrigues e João Sampaio Artigos: Xico Graziano e Cândido Mendes Prunes
Alexandre Belém/JC Imagem/AE3
Renata Carvalho/Ag.A Tarde/Folha Imagem
Integrantes do MST ocupam a Fazenda Berra Boi, em Glória do Goita, na zona da Mata pernambucana. À direita, o MST na Fazenda Céu Azul, da empresa Suzano Papel e Celulose, em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia.
ntos não é para conseguir terras
O
Movimento dos Sem Terra (MST), depois do anunciado “recesso eleitoral” de 2006, deve iniciar um outro “abril vermelho”, com invasões a propriedades rurais. O discurso oficial da entidade é de que se trata de uma “luta por terra”. Alegam que no Brasil existem latifúndios improdutivos que precisam ser repartidos entre os milhões de famílias de agricultores, ávidas por um pedaço de terra para cultivar. As invasões se justificariam como instrumento de pressão para o governo acelerar esse processo de distribuição de terras. Visando entender melhor o que está de fato ocorrendo no campo, percorri quase 8.000 km pelas (péssimas) estradas brasileiras, durante o mês de março de 2004. O percurso foi entre São Paulo e o Maranhão, atravessando quase todos os estados do Sudeste e (todos) os do Nordeste. Rodei por estradas secundárias, muitas de terra, incluindo algumas no cerrado e na caatinga. Atravessei diversas regiões onde se cria gado, se planta cacau, cana-de-açúcar, carnaúba, coco, frutas, enfim, uma importante parte do Brasil rural. Foi um longo trajeto fora da rota turística convencional, visando obter um conhecimento direto da realidade
brasileira, em especial do aproveitamento agrícola. Como já conhecia bem o percurso entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, ao completar o trajeto até São Luís pude ter contato com a realidade rural de Norte a Sul do Brasil, exceto a da Amazônia. Pude observar dezenas (quase uma centena) de acampamentos do Movimento dos Sem Terra (MST) e de outras poucas agremiações congêneres. Muitos fatos chamam a atenção para a situação do MST e só um observador que se dê ao trabalho de enfrentar o caos rodoviário brasileiro pode ter uma idéia do que de fato está ocorrendo. Os comentários abaixo foram feitos com base na observação visual de acampamentos dos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Devido aos notórios problemas de segurança nas rodovias brasileiras, bem como a conhecida hostilidade que o MST demonstra contra os que querem conhecer em detalhes a sua organização, métodos e propósitos, não entrei nos acampamentos, nem entrevistei as pessoas acampadas, até porque não era esse o objetivo do levantamento. Nem este artigo busca apresentar dados concretos ou estatísticas so-
Por Cândido Mendes Prunes (o autor é contribuinte do Imposto de Renda, advogado no Rio Grande do Sul e São Paulo, pós-graduado em Direito Econômico e Vice-Presidente do Instituto Liberal do Rio de Janeiro)
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bre o observado. É mais um testemunho de um observador “engajado”, para utilizar a feliz expressão de Raymond Aron. O primeiro aspecto que chama a atenção é que todos os acampamentos – com a exceção de um observado nas proximidades da represa de Itaparica, em Sergipe - estão estrategicamente localizados junto a entroncamentos roA proximidade doviários importantes. As principais rodovias com centros urbanos federais, com grande tráfego de veículos, foram aquinhoadas com acampamentos do de grande ou médio MST. Assim, por exemplo, a Rio-Bahia, ou a porte é outro fator Salvador-Recife, são duas rodovias com granque as lideranças do de quantidade de acampamentos. Claro que o MST estão levando movimento deve alegar a facilidade de desloem consideração camento de seus militantes para essas áreas. Seria perfeitamente crível se, no entanto, ouna hora de escolher tras áreas mais remotas, localizadas em estraonde fincar das secundárias fossem invadidas em igual a sua bandeira. número. Deve haver algumas poucas invasões e acampamentos em locais isolados do país, mas quase todos provavelmente se originaram a partir de um interesse específico das lideranças do MST, como ocorreu com a invasão da fazenda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa região mais remota de Minas Gerais, onde não há conflitos. Essa estratégia pode ser observada, assim, do Rio Grande do Sul até o Nordeste . A marAílton de Freitas/AG cha de “sem terras” que em 2004 e que quase resultou em conflito com os ruralistas, verificou-se na principal rodovia que liga Porto Alegre à Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, a pouco mais de 200 Km de Porto Alegre. Trata-se de uma rodovia estratégica para o Estado e o transporte de cargas entre os países do Mercosul. Tivesse a marcha ocorrido em uma rodovia secundária, numa região menos próspera do Estado, não teManifestantes do ria merecido o destaque que recebeu na mídia MLST atacaram em e certamente não interessaria ao MST. junho deste ano o Em segundo lugar, a proximidade com cenprédio da Câmara tros urbanos de grande ou médio porte é tamdos Deputados, em bém outro fator que as lideranças do MST estão Brasília. Pediam levando em consideração na hora de escolher reforma agrária, onde fincar a sua bandeira. Nas regiões brasimas agiam leiras de pouca densidade populacional (certas como vândalos. partes do interior do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Minas Gerais, sendo que neste último estado, destaca-se o especialmente o pobre vale do Jequetinhonha), não observei a presença de nenhum acampamento. Também nos pontos distantes de centros urbanos, mes-
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mo em grandes rodovias, não se vê a presença do MST. Como também nunca vi acampamentos em estradas vicinais, nem em estradas de terra, como no interior de Minas Gerais, Bahia, Alagoas e Paraíba, estados em que percorri longos trechos por estradas secundárias. Mesmo em áreas onde há um grande potencial agrícola sendo explorado, mas que estão um pouco mais distante de centros consumidores – como as capitais dos estados, ou algumas cidades de médio porte – não se vê a presença do MST. É interessante também observar o aparente desinteresse do MST pelas plantações de carnaúba, o que livra boas extensões do Ceará, Piauí e Maranhão de suas ações. Observando-se a quantidade de novas invasões entre março e abril de 2004 confirma-se facilmente a veracidade dessa observação: 10 invasões em São Paulo, 4 em Minas Gerais, 5 na Bahia, 7 em Sergipe e 56 no Pernambuco. Raramente alguma invasão é registrada no Maranhão ou no Rio Grande do Norte. Piauí, Espírito Santo, Goiás e Alagoas registraram apenas uma invasão no período em que cruzei o Brasil. Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará e Mato Grosso observaram duas invasões cada. Fica assim evidente o interesse no MST exclusivamente nos estados mais prósperos do Sul, Sudeste e Nordeste. Aliás, o MST praticamente não mantêm acampamentos no Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão – pelo menos nos trechos asfaltados que percorri entre Natal e São Luiz, e entre Fortaleza e Juazeiro, pouquíssimos acampamentos foram observados. Alagoas e Pernambuco, em compensação, apresentam uma quantidade elevada de acampamentos em comparação com outros estados, ao menos na região mais próxima ao litoral, onde o cultivo da cana-de-açúcar é importante. É evidente que o semi-árido nordestino representa uma área que, graças as dificuldades climáticas impostas à agricultura, também não interessa ao MST. Os acampamentos maiores e mais organizados são justamente aqueles melhor localizados, ou seja, estão em prósperas zonas agrícolas, contam com boa estrutura viária e próximos aos centros consumidores. Em terceiro lugar é curioso notar que normalmente a população masculina de um acampamento não excede a 30% do total, ao menos numa observação visual. O maior movimento é feito de fato por mulheres, que podem ser vistas cozinhando, colocando roupa
Henry Milleo/Gazeta do Povo
para secar ou cuidando de crianças pequenas. Há vários acampamentos que aparentemente estão vazios (cerca de 20% do total). Nos acampamentos ocupados, um número significativo de barracos se encontra fechado. Quase sempre a metade dos barracos aparentam não ter ninguém ocupando-os e por coincidência, são aqueles melhor construídos e que apresentam lonas plásticas pretas para garantir que a chuva não molhe o seu conteúdo. Fica a pergunta: o que contêm esses barracos fechados? Uma das hipóteses é que eles servem para fazer os acampamentos parecerem maiores o número e superestimar o número de sem terra. Em quarto lugar, fica evidente que o MST não está preocupado em ocupar terras que sejam consideradas “improdutivas” pela burocracia estatal. Seus acampamentos se localizam em geral em zonas de excelente aproveitamento e produtividade. Ficam longe das fronteiras agrícolas, e mais distante ainda de terras que precisem de investimentos mais elevados para se tornarem produtivas. Assim, o MST só tem olhos para o pampa gaúcho, onde a produção de bovinos e ovinos, junto com lavouras de arroz, tem obtido ganhos crescentes; ou para o interior catarinense, onde diferentes culturas em constante expansão sustentam modernos criatórios de suínos e aves; ou para o Paraná, com os seus extensos cafezais e zonas de reflorestamento destinadas à indústria de madeira, celulose e papel; ou para São Paulo, onde está a agricultura mais eficiente do País, com a quase totalidade de seu território ocupado com lavouras que vão do café, à laranja, passando pela cana de açúcar e algodão, além de criação de gado, sem contar o fato de estar junto ao maior mercado consumidor brasileiro; ou para o Rio de Janeiro, cuja excelente produção de horti-fruti-florigrangeiros abastece o segundo mercado brasileiro; ou para as regiões de Minas Gerais próprias para o gado leiteiro ou lavouras subtropicais; ou para o sul da Bahia, onde as lavouras de cacau estão se dividindo com reflorestamentos de eucaliptos destinados à indústria de papel; ou para as áreas próximas ao litoral dos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba, grandes produtoras de cana-de-açúcar e de coco e próximas das capitais e, portanto, centros consumidores. As zonas agrestes, secas, do interior de Minas Gerais e dos estados nordestinos são solenemente desprezadas, mesmo que possam, com o emprego de modernas tecnologias de irrigação, ser adequadamente exploradas. Aliás, esses solos são em geral de grande fertilidade e de baixa acidez, exigindo apenas in-
vestimento com irrigação, permitindo mais de uma safra por ano, como acontece com o cultivo de uvas no vale do Rio São Francisco. Tamb é m a s re g i õ e s , ainda que apropriadas para a exploração agrícola, mas distante dos centros de consumo, não interessam ao MST. Esses são alguns fatos. A primeira conclusão que se pode tirar diz respeito à localização estratégica dos acampamentos. Não apenas quanto ao fato de estarem em zonas de boa ou ótima produtividade. O que de feto chama a atenção é que o MST está teoricamente em condições de paralisar todo o transporte rodoviário do Sul, Sudeste e Nordeste. Não há estrada (e entroncamento) importante onde não exista na proximidade um acampamento do MST. Aliás, há mais acampamentos do MST do que postos da Polícia Rodoviária em determinadas estradas. Como se trata de um movimento revolucionário, como seus próprios líderes não se cansam de declarar, ele já conseguiria rapidamente paralisar o transporte rodoviário no País. Nem o Exército pode a ele se contrapor com tamanha eficiência. Mesmo que não existam armas nesses acampamentos, não é difícil com uma ou duas centenas de pessoas rapidamente bloquear uma rodovia. E o tumulto que se criaria num entroncamento bloqueado, com centenas ou milhares de ônibus, caminhões e automóveis parados, dificultaria qualquer ação armada por parte do Estado. Aliás, a existência de barracos fechados e a dificuldade de alguém de fora penetrar nos acampamentos permite levantar a suspeita de que possam existir armas para serem utilizadas em caso de confronto. Talvez seja mera coincidência a localização desses acampamentos espalhados por todo o Brasil. Mas nenhum observador atento pode deixar de avaliar o seu significado e eventual utilização, num contexto que fuja a mera questão agrária. Aliás, outros fatos observados também sugerem que o MST não está apenas empenhado na “luta” por terra. São muitas as coincidências que preocupam, pois elas criam todas as condições para o MST extrapolar e ameaçar ainda mais o precário estado de direito brasileiro. Aqui cabe um pequeno parênteses. Tive a
Milho transgênico devastado pelo fogo dos Sem-Terra na fazenda da multinacional Monsanto, em Ponta Grossa, no Paraná.
... o MST não está preocupado em ocupar terras que sejam consideradas 'improdutivas' pela burocracia estatal. Seus acampamentos se localizam em geral em zonas de excelente aproveitamento e produtividade.
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